seminÁrio geografia e saÚde

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SEMINÁRIO GEOGRAFIA E SAÚDE - Seminários

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Relações Históricas entre

Geografia e Saúde e suas

Abordagens

Ângela Cristina Dornelas da Silva

Cristiane Cunha Soderini Ferracciu

INTRODUÇÃO

“As relações entre espaço e saúde vêm sendo

sistematicamente estudadas em diversas

disciplinas dos campos da Saúde

(principalmente na Epidemiologia) e na

Geografia, e sua história testemunha a grande

contribuição destes estudos para o

entendimento dos processos saúde-doença”

PEITER, 2005

GEOGRAFIA DA SAÚDE PERSPECTIVAS HISTÓRICAS

GRÉCIA ANTIGA : 5 séculos aC

Primeiros a abordar a temática SAÚDE X LUGARES

Os escritos sobre a medicina nas civilizações egípcias de Heródoto (500 A.C.)

O tratado de Hipócrates (“Dos Ares, das Águas e dos Lugares”, 480 A.C.): clima como fator determinante das doenças locais

Modo de vida a influência dos ventos, águas, solo e localização

das cidades na incidência de doenças

Séc. XVI e XVII

“Levantamentos médico-geográficos”

Aumentaram conforme os europeus intensificavam suas viagens para a Ásia, Américas e África

Séc. XVIII e XIX

“Topografias Médicas”: Leonard Ludwig Finke (1792)

Reunião sistemática de informações acerca da distribuição espacial das doenças

descrições detalhadas de cidades, vilas e distritos

saúde, informações meteorológicas,

hidrográficas, plantas e modos de vida locais

Levantamentos médico-geográficos e as topografias

médicas

fundamentais na manutenção de um fluxo contínuo de

mercadorias e pessoas entre os continentes

EPIDEMIAS : controle de mercadorias, navios estrangeiros

e áreas portuárias

Quarentena e Isolamento de áreas – proteção

das cidades

Pouco conhecimento: etiologia e mecanismos de

transmissão das doenças

TEORIA DOS MIASMAS

1860

ápice da influência dos estudos médico-geográficos no

campo da saúde

August Hirsch,:“Handbook of Geographical

Historical Pathology” – último livro da Geografia

Médica que influenciou o ensino da medicina

Meados séc XIX

Perspectiva DETERMINISTA

Relação CAUSA(ambiente) e EFEITO (doença)

Informações no ambiente (clima, temperatura, relevo,

vegetação) para as suas práticas (diagnóstico /terapêutica)

Final séc. XIX

Geografia Médica + Epidemiologia

John Snow (1854) : surto cólera em Londres

Localiza os óbitos por cólera nas diferentes áreas

servidas pelas companhias abastecedoras de água

Água fator de transmissão

Séc XX

Geografia Médica + Epidemiologia perde importância

Hegemonia da Teoria Bacteriana

Unicausalidade : Mudança de foco para Biologia

Ascenção do pensamento positivista na Geografia

Correntes ecológicas x Correntes biologicistas

Ciências da Saúde (Epidemio)

A temática saúde/ambiente ficou confinada a

sanitaristas e alguns epidemiologistas

Déc 1930

Tríade Ecológica : HOMEM-AGENTE-AMBIENTE

Busca das causalidades

Retomada da Geografia Médica e Epidemiologia

Estabelecer redes de causalidades para as doenças

Teoria dos Focos Naturais das Doenças Transmissíveis

PAVLOVSKY: retorno da corrente ecológica das doenças

Complexo agente-ambiente : PATOBIOCENOSE

Maximilian Sorre (1933): “Complexo patógeno”

resgate da relação entre geografia e saúde

Segunda Guerra Mundial

Evidência da Geografia Médica

Importância do conhecimento das doenças nos campos

de batalha

Leavell e Clark (1965)

Teoria da História Natural das Doenças

Novo modelo ecológico das doenças

Período pré-sintomático das doenças

Surgimento da Medicina Preventiva

Teoria da Multicausalidade

Projeção da Geografia Médica na Europa e EUA

Retorno como disciplina

May : renovação do método ecológico de Sorre

determinantes sociais e culturais nos processos

saúde/doença

Geografia da Saúde : RENOVAÇÃO

Teorias de localização e difusão espaciais foram aplicadas à saúde

Déc 80

Softwares de estatística e mapeamento digital (SIG)

Investimentoa no desenv. e aplicação da análise espacial

e geoprocessamento

estudos teóricos em Geografia da Saúde

GEOGRAFIA MÉDICA X GEOGRAFIA DA

SAÚDE NO BRASIL

Samuel Pessoa (1978): Geografia Médica ativa mesmo antes de Pasteur

1808: Faculdades de Medicina diversos trabalhos de cunho determinista sobre a geografia

das doenças das várias regiões brasileiras ( temperatura, clima, vegetação)

1940-60: Era Microbiana – trabalhos escassos

“A Climatologia e Nosologia do Ceará” - Gavião Gonzaga (1925)

“Clima e Saúde” - Afrânio Peixoto (1938)

“A Geografia da Fome”- Josué de Castro(1946)

GEOGRAFIA DA SAÚDE X GEOGRAFIA

DA SAÚDE NO BRASIL

ATUALMENTE

Inexiste publicações especializadas em Geografia da

Saúde

Raros artigos em revistas de Geografia

Poucas publicações : área de Saúde Pública

Ausência nos currículos de graduação e pós-

graduação em Geografia na maioria das

universidades

I Simpósio Geografia em Saúde (2003): Presidente

Prudente

GEOGRAFIA DA SAÚDE X GEOGRAFIA

DA SAÚDE NO BRASIL

ATUALMENTE

Fundação Oswaldo Cruz, Faculdade de Medicina da

Univ. da Bahia e Fac. de Saúde Pública da USP

Maurício Lima Barreto (1982) - esquistossomose ;

Paulo Chagastelles Sabroza (1991, 1995) – doenças

transmissíveis; Luis Jacintho da Silva (1981, 1997) –

D. Chagas ; Luciano Toledo (1993, 1996) – cólera

Luisa Basília Iñiguez Rojas : colaboração à FIOCRUZ

Cadernos de Saúde Pública: espaço de publicações

Abordagens geográficas

Em cada modelo explicativo das doenças e epidemias a visão sobre a relação espaço e saúde (ou espaço e

doença) ganha novo formato, podendo assumir papel preponderante na explicação dos fenômenos (modelos ecológicos) ou secundário, um mero “pano de fundo”

(modelos biologicistas que tanto influenciaram a Clínica Médica Moderna)

A abordagem ecológica na Geografia da

Saúde

“Complexo patogênico” (Sorre)

enfatiza a interdependência dos fatores físicos e sociais envolvidos na produção de doenças

“Epidemiologia paisagística” (Pavlovsky)

enfatiza a importância da paisagem no espaço

geográfico onde circulam os agentes infecciosos

(patobiocenose).

A abordagem ecológica na Geografia da

Saúde

Jacques May(1950) baseou-se na teoria do complexo patogênico

“Geografia Médica como o estudo sistemático das correlações

existentes entre as doenças da terra e as doenças da população.

“ambiente social” “quadro de risco para a saúde”

Fatores biológicos (patogene):vetores; hospedeiros

intermediários;homem

Fatores geográficos (geogene): inorgânicos sódioculturais e

orgânicos.

Modelo da “Ecologia Humana das Doenças”Triângulo da Ecologia Humana das Doenças

Modelo de Determinantes da Saúde de SERENKO.

O Modelo de Determinantes da Saúde de BLUM.

Modelo de análise espacial em geografia da saúde

Os estudos de análise espacial em Geografia da Saúde

em geral buscam aplicar um modelo matemático a um

processo espacial, já descrito em termos menos

quantitativos, com o objetivo de esclarecer as relações

sócio-espaciais entre aspectos da saúde e a distribuição

espacial da população.

os padrões de morbimortalidade e saúde não ocorrem

de forma aleatória em populações humanas, mas sim

em padrões ordenados que refletem causas subjacentes

(CURSON, 1986).

Epidemiologia X Geografia da saúde

a Geografia da Saúde se concentrou mais nos

padrões espaciais e seu relacionamento com a

saúde e os serviços de assistência à saúde, na

crença de que a inter-relação espacial da saúde

com outras variáveis proporciona uma entrada

para a busca das causas;

A epidemiologia tem se aplicado mais na

investigação de associações causais entre

estados de saúde e exposição ambiental.

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