relatório micro aula 3
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Larissa Lino Lugão
Licenciatura em Biologia, Mobilidade Cederj – Polo São Fidélis, Matrícula
13191020005, Microbiologia – Relatório Prática 3, em 21/03/2013.
Ação do calor e de agentes químicos sobre as células microbianas
As células microbianas estão presentes em praticamente todos os lugares do
planeta, e, como já vimos anteriormente, a grande maioria não representa ação
patogênica, convivendo harmoniosamente com outros seres vivos. A minoria de células
microbianas consideradas patogênicas há muito tempo vem sendo estudada em busca
de meios para retardar o crescimento microbiano.
Os métodos e técnicas de retardo do crescimento microbiano visam impedir ou
retardar a proliferação de micróbios, que podem vir a causar doenças, assim como
conservar os alimentos para nosso consumo visando retardar ou impedir a alteração
dos alimentos, preservando tanto quanto possível as suas qualidades nutricionais e
organolépticas.
Como vimos nesta aula prática o esporo das bactérias representa uma estrutura
de variação do meio, que se manifesta quando as condições não são favoráveis para o
crescimento vegetativo.
Os esporos sobrevivem a situações que poderíamos chamar de dificultosas, tais
como escassez de oxigênio, água e nutrientes. Eles vivem despercebidos por um longo
tempo, pois alguns métodos de controle antimicrobiano não são eficientes contra eles,
portanto, para assegurar que a superfície, o equipamento ou até mesmo o alimento se
encontra livre de micróbios, se faz necessário a utilização de um método de
esterilização eficaz, que pode ser químicos ou físicos, ou ainda uma combinação dos
dois métodos.
Objetivos
- Aprender, praticar e executar manobras assépticas adotadas no cotidiano dos
laboratórios de Microbiologia.
- Visualizar a ação do calor sobre as células microbianas em estado vegetativo
ou de esporo.
- Demonstrar a ação de agentes químicos (desinfetantes ou antissépticos), sobre
células microbianas.
Parte 1 – Manobras assépticas
A primeira atividade realizada ao longo da aula prática constituiu de um
treinamento das técnicas utilizadas rotineiramente nos laboratórios de microbiologia
para a manutenção e a pesagem das culturas de bactérias.
Tais procedimentos se fazem necessários, pois quaisquer micróbios que não
aquele que está sendo mantido em cultura é indesejável, portanto existem técnicas
especiais para impedir que ocorra a invasão do meio de cultura por outras células
microbianas.
Materiais e Métodos:
- placa de petri;
- alça metálica;
- tubo de ensaio;
- suporte para tubo de ensaio;
- lamparina.
Primeiramente foi realizado o treinamento de como segurar, abrir e fechar
corretamente a placa de petri, utilizando apenas uma das mãos. Quando a técnica de
manusear a placa já havia sido assimilada, foi realizada uma simulação de toda a rotina
do procedimento.
Com a lamparina apagada, foi realizado um ensaio do procedimento, incluindo a
esterilização da alça metálica, a abertura do tubo de ensaio, a semeadura do material
na placa de petri, sendo que o procedimento foi realizado ao redor da lamparina, pois
essa área se constitui uma área estéril devido à presença do calor do fogo.
Após a realização desse treinamento de ensaio, foi realizada a segunda parte da
atividade prática, conforme descrito abaixo.
Parte 2 – Verificação do efeito do calor sobre as populações microbianas, em estado
vegetativo ou esporulado.
A segunda parte da atividade consistiu na preparação de uma placa de petri com
meio de cultura, na qual foram semeadas quatro amostras de caldo de terra,
submetidas ou não a fervura, durante tempos distintos, objetivando visualizar, após um
tempo de inoculação, o efeito do calor sobre as populações microbianas existentes no
caldo.
Materiais e Métodos:
- 4 tubos de ensaio com tampa;
- 2 suportes para tubo de ensaio;
- 1 panela com água;
- 1 fogareiro;
- amostra de terra;
- copo descartável;
- água;
- placa de petri com meio de cultura “Agar-leite”;
- alça metálica;
- lamparina;
- álcool;
- pipeta de Pasteur;
- caneta de retroprojetor;
- fita adesiva.
Inicialmente a amostra de terra foi misturada com água no copo descartável e o
caldo obtido da mistura foi dividido, utilizando-se a pipeta de Pasteur, nos quatro tubos
de ensaio. Os tubos foram então tampados e posicionados nos suportes.
Em um suporte foi posicionado um tubo de ensaio com material que não seria
fervido. No outro suporte foi posicionado os outros três tubos que seriam fervidos por 2,
5 e 10 minutos respectivamente.
Após a fervura os tubos de ensaio foram transferidos para o primeiro suporte
para que os caldos pudessem esfriar.
Enquanto isso a placa de petri foi preparada para receber a semeadura do
material, para isso ela foi dividida em quatro partes com a caneta de retroprojetor, e
cada parte recebeu a identificação correspondente ao tempo de fervura a que a
amostra foi submetida.
Figura 1 - Divisão e identificação da placa para semeadura dos caldos de acordo com o tempo de fervura.
Foi realizada então a semeadura das amostras de caldo de terra de acordo com
a identificação da placa de petri, sendo utilizada ainda as técnicas e manobras
assépticas.
Após a realização da semeadura a placa foi lacrada com o auxilio de fita
adesiva, e foi mantida próximo ao aparelho de televisão, objetivando imitar a
temperatura de estufa que a que seria mantida em laboratório.
Figura 2 - Placa lacrada após a semeadura dos caldos, evitando a contaminação por micróbios do meio.
Resultados
Cinco dias após o preparo a placa foi aberta e então foram realizadas as
seguintes observações:
- Foi possível observar a presença de micróbios em todas as quatro partes da
placa;
- A fração da placa semeada com a amostra que não foi submetida à fervura foi
a que apresentou maior desenvolvimento microbiano.
Figura 3 - Resultados obtidos após cinco dias.
Discussão
O método de controle de crescimento microbiano através da fervura aplicado às
amostras do caldo de terra se mostrou, em um primeiro momento, eficaz para o
controle de micróbios que se encontravam em estado vegetativo nas amostras, o que
pode ser observado através do maior desenvolvimento microbiano na fração da placa
com amostra não fervida em relação às demais amostras. Todavia o método de fervura
não se mostrou suficientemente eficaz para o controle de micróbios que se
encontravam sob a forma de esporos, visto que em todas as frações da placa foram
observados crescimento de micróbios. Isso se deve ao fato de que quando um micróbio
em estado esporofítico encontra condições favoráveis ao seu crescimento e
desenvolvimento ele retoma seu estado vegetativo, dando continuidade ao seu
crescimento e desenvolvimento.
Parte 3 – Avaliação do efeito de desinfetantes e antissépticos sobre bactérias.
A terceira parte da atividade consistiu na preparação de uma placa de petri com
meio de cultura, a qual foi banhada com caldo de terra não submetido à fervura. Sobre
o meio de cultura foram depositados discos de papel absorvente embebidos com
agentes químicos desinfetantes e antissépticos, objetivando visualizar, após um tempo
de inoculação, o efeito desses agentes sobre as populações microbianas existentes no
caldo.
Materiais e Métodos
- placa de petri com meio de cultura “Agar-leite”;
- caneta de retroprojetor;
- fita adesiva;
- discos de papel absorvente;
- caldo de terra;
- pinça;
- água sanitária;
- água boricada;
- água oxigenada;
- álcool;
- água.
Inicialmente a placa de petri com meio de cultura “Agar-leite” foi dividida em
cinco partes, e estas foram identificadas com os nomes dos agentes químicos que
seriam testados.
Figura 4 - Placa de petri marcada com o nome dos agentes químicos utilizados no teste.
Em seguida toda a placa foi banhada com o caldo de terra, utilizando o caldo
que não foi submetido à fervura.
Posteriormente os discos de papel absorvente foram embebidos cada um em um
dos agentes químicos utilizados, e dispostos sobre o meio de cultura na placa de petri.
Como meio de controle, foi utilizado um disco embebido em água pura.
A placa foi então lacrada com fita adesiva e mantida, durante cinco dias, próximo
ao aparelho de televisão para simular a temperatura de estufa, caso o experimento
fosse realizado em laboratório.
Resultados
Após cinco dias a placa foi aberta, sendo possível observar os seguintes
resultados:
- Sobre toda a placa houve o desenvolvimento de colônias microbianas, com
aparência esverdeada e formação de estrutura tipo bolor (algodão);
- Pela parte superior da placa foi possível observar que apenas a região do disco
embebido em álcool apresentou menor desenvolvimento de colônias microbianas;
Figura 5 - Placa de petri após cinco dias - com formação de colônias microbianas.
- Pela parte inferior da placa foi possível observar que ao redor dos discos
embebidos em álcool, água oxigenada e água boricada houve a formação de uma
região mais clara, com menos formação microbiana;
- Foi possível observar ainda que o disco embebido em água sanitária foi
totalmente tomado pelas colônias microbianas, apresentando mais estruturas que o
disco embebido em água pura.
Figura 6 - Placa de petri - Vista da parte inferior.
Discussão
Os resultados observados permitiram analisar que os métodos químicos
utilizados durante o experimento, não apresentaram eficácia no controle do
crescimento microbiano. Cabe ressaltar que tal comportamento pode ser devido ao
número de micróbios existentes na amostra ou a quantidade de produto utilizada.
Pudemos ainda perceber que os agentes químicos quando não utilizados em
quantidades recomendadas são capazes de induzir a proliferação dos micróbios no
meio, como ocorreu no caso da água sanitária.
Conclusão
Os experimentos realizados com o método físico de fervura não demonstrou
eficácia no que se refere ao controle da proliferação de micróbios, só apresentando
uma menor concentração de formação microbiana nas áreas tratadas com caldo
fervido do que a área tratada com caldo não fervido.
Já os experimentos realizados com métodos químicos demonstraram que o
agente químico mais eficaz para desinfecção foi o álcool, pois foi capaz de reduzir o
crescimento microbiano no local da aplicação, sendo que o que mais surpreendeu foi a
água sanitária, que não foi capaz de reduzir, mas ao que parece induziu a proliferação
das colônias microbianas.
Pudemos então concluir que para o controle do crescimento microbiano, aliar
métodos químicos e físicos pode ser o procedimento mais eficaz de controle.
Referências
LIBERTO, M.I.M.; CABRAL, M.C.; LINS, U.G.C. Microbiologia. V.1. 2ªed. Rio de
Janeiro: Fundação Cecierj, 2011. 101-112 p.
CEDERJ – Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do
Estado do Rio de Janeiro – Fundação CECIERJ/Consórcio CEDERJ. Disponível
em: http://www.cederj.edu.br. Acessado em 28 mar. 2013.
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