pedro motta natureza das coisas -...
Post on 27-Jan-2019
222 Views
Preview:
TRANSCRIPT
Pedro Motta ___ Natureza das coisas
organização [edited by] Rodrigo Moura
Paisagem suspensa
Arquipélago
Espaço confinado
Natureza das coisas
Testemunho
Falência
Naufrágio calado
Sumidouro
Estatuto da divisão territorial
Jardim do ócio
Flora negra
Mapas desmedidos ___ Rodrigo Moura
Totem e tabu ___ Ricardo Sardenberg
Grau zero ___ Eduardo de Jesus
“Amaldiçoado aquele que mexe em meus ossos” ___ Agnaldo Farias
A amante / O amante como testemunha ___ Ana Luisa Lima
Horizontes interrompidos ___ Luisa Duarte
O mundo sem nós ___ Nuno Ramos
O jardim impostor ___ Kátia Hallak Lombardi
Promessa e melancolia ___ Cauê Alves
Natureza e resistência ___ José Roca
18
44
70
106
122
160
190
212
232
258
Unmeasured Maps ___ Rodrigo Moura
Totem and Taboo ___ Ricardo Sardenberg
Degree Zero ___ Eduardo de Jesus
“Curst be he that moves my bones” ___ Agnaldo Farias
The Lover as Witness ___ Ana Luisa Lima
Interrupted Horizons ___ Luisa Duarte
The World Without Us ___ Nuno Ramos
The Impostor Garden ___ Kátia Hallak Lombardi
Promise and Melancholy ___ Cauê Alves
Nature and Resistance ___ José Roca
22
46
74
110
126
164
194
216
236
262
Suspended Landscape
Archipelago
Confined Space
Nature of Things
Testimony
Failure
Silent Shipwreck
Sinkhole
Statute of Territorial Division
Garden of Idleness
Black Flora
Paisagem suspensa
[Suspended Landscape]
18 19
Mapas desmedidos ___ Rodrigo Moura
Durante três semanas, em dezembro de 2010, Pedro Motta montou um estúdio ao ar livre no Jardim Canadá, um subúrbio de Nova Lima numa área montanhosa na região metropolitana de Belo Horizonte. Para cada sessão fotográfica, que durava em torno de cinco minutos, dias intei-ros eram consumidos criando as esculturas efêmeras que ele iria regis-trar nas imagens. Nessas estruturas excêntricas, balões coloridos de gás hélio suspendem blocos geométricos que simulam as toneladas de minério supostamente extraídas das covas em forma de cubo logo abaixo. O disparo da câmera se dava rapidamente, mas um longo preparo era feito para que os balões atingissem o equilíbrio entre a gravidade da Terra e a leveza do hélio e escapassem dos ventos que castigavam aque-las alterosas. A levitação era um exercício preciso.
Oportunamente intitulada Paisagem suspensa (2010–2012), a série fotográfica foi realizada como parte da residência artística de que Motta participou no JA.CA, um programa inaugurado naquele ano. O Jardim Canadá, cujas sílabas iniciais dão nome ao programa, é um desses lugares de leitura difícil. Foi criado nos anos 1960 como loteamento, assim como muitas das áreas abastadas do seu entorno. Por não ser um condomínio fechado, rapidamente se converteu em uma espécie de subúrbio-dor-mitório para a mão de obra que servia essas mesma áreas, transforman-do-se, mais recentemente, numa região semi-industrial, com pequenos galpões e espaços para eventos, ateliês de artistas e galerias de arte. Seu uso é híbrido por vocação, com a estrutura retilínea de suas ruas só recen-
temente asfaltadas sobrepondo-se à terra vermelha e áreas comerciais afluentes convivendo a poucos metros de outras inteiramente desoladas. A paisagem natural do entorno serve de fundo para sua urbanidade ao mesmo tempo ordenada e imprevisível. Suas margens são definidas por uma rodovia de tráfego intenso, a BR-356, a reserva ambiental do Parque Estadual da Serra do Rola Moça e cavas abissais de minério de ferro.
Estamos falando de uma área com tradição centenária de mineração, no mesmo município onde funcionou a lendária mina do Morro Velho, responsável por parte expressiva do ouro exportado por Minas Gerais até fins do século 19. As minas de ferro daquela região se encontram entre as mais cobiçadas do país, tanto por sua produtividade como pela alta concentração do metal. Essas cavas medem dezenas de milhares de metros quadrados, com vários níveis de platôs em diferentes colorações, evocando trabalhos anônimos de land art.1 O pó vermelho cobre tudo quanto há ao redor e, numa tarde qualquer, é possível ouvir os estrondos da dinamite fuçando a terra mais fundo, em busca de minério. Esses são apenas indícios superficiais do rastro de destruição que a mineração tem legado a essa região. Barragens de contenção de dejetos, como a que rompeu em Mariana em 2015, estão a poucos quilômetros dali.
Tendo isso em mente, Pedro Motta fotografou sua invenção mira-bolante. O aparato de balonismo serve como metáfora da terra sendo beliscada de torrão em torrão, retirada do chão e levada para outras paisagens. É da morte das montanhas que se trata aqui. Numa leitura
20 21
talvez mais fictícia da lógica dos acontecimentos, ela estaria sendo res-tituída à sua origem. Em outra, ainda mais alegórica, as esferas suspen-sas seriam sucedâneas do planeta e estariam “carregando” os próprios fragmentos. Seja como for, as imagens representam a decomposição da esfera terrestre a nacos de um metro cúbico. Esse volume de matéria se converteria em cerca de cinco toneladas e meia de minério de ferro, ou pouco menos que 400 dólares, na cotação de hoje da commodity. Para emular sua superfície ferruginosa, os mock ups de isopor que o artista produziu recebiam textura do próprio minério. Os espaços negativos foram cavados de verdade na terra.
Uma segunda versão dessa série seria feita no ano seguinte em outro programa de residência, em Nova York. Dessa vez, o contexto era o da espe-culação imobiliária, e os blocos imitavam materiais de construção, tendo sido extraídos das coberturas de construções no Brooklyn e em Manhattan.
Numa era profundamente marcada pelo geoprocessamento compu-tadorizado de dados, é difícil não ver os objetos intrusos dessas imagens como ampliações quase grotescas de alfinetes de localização, como aqueles que encontramos nos programas de computador que usamos o tempo todo. Nessa espécie de cartografia em escala real, Motta parece querer dizer “estamos aqui”. Uma foto do making of mostra dois cola-boradores do artista trazendo os balões pelas mãos numa rua do Jardim Canadá, como se estivessem prestes a marcar a localização precisa da ação a ser realizada, que era a própria marcação do local.
Essa imagem e seu espírito de experimentação ecoam o famoso conto de Jorge Luis Borges em História universal da infâmia (1935):
do rigor na ciência... Naquele Império, a Arte da Cartografia alcançou tal Perfeição que o mapa de uma única Província ocupava toda uma Cidade, e o Mapa do Império, toda uma Província. Com o tempo, esses Mapas Desmesurados não foram satisfatórios e os Colégios de Cartógrafos levantaram um Mapa do Impé-rio que tinha o tamanho do Império e coincidia pontualmente com ele. (...) [Suárez Miranda: Viajes de varones prudentes, livro quarto, cap. XLV, 1658.] 2
Coleta de dados, mapeamento e processamento digital de imagens são procedimentos compulsórios na obra atual de Pedro Motta.
Paisagem suspensa está no umbral dos interesses de suas séries mais recentes, reunidas pela primeira vez neste livro, que documenta dez anos da produção do artista. Fotografia direta, desenho, colagem, manipulação digital, mock ups, simulacros e esculturas são usados e recombinados para ficcionalizar a realidade ou aproximar o documento fotográfico da ficção. Na era da pós-verdade, essas são estratégias para desnaturalizar a fotografia de natureza e de paisagem, norte orientador de sua prática.
1 Seria tentador criar uma espécie de guia dos locais de interesse da mineração no
entorno de Belo Horizonte, desde os panoramas das minas até as antigas estruturas
industriais, como ruínas de estradas e usinas de geração de energia, algo como aquilo
que Robert Smithson fez em A Tour of the Monuments of Passaic, New Jersey (1967).
2 Jorge Luis Borges. O fazedor. Tradução: Josely Vianna Baptista. São Paulo: Com-
panhia das Letras, 2008, p. 155. A historieta “do rigor na ciência” apareceu original-
mente na segunda edição de História universal da infâmia, de 1954.
22 23
tion of the terrestrial sphere into pieces the size of a cubic meter. This volume of matter corresponds to around five and a half tons of iron, or little less than four hundred dollars, in today’s commodity value. In order to emu-late the ferruginous surface, the Styrofoam mock-ups produced by the artist carried a texture similar to ore. The negative spaces were actually dug in the earth.
A second version of this series was cre-ated the following year in another residency program, in New York. This time, the context was that of real-estate speculation, and the blocks, extracted from the roofs of construc-tion sites in Brooklyn and Manhattan, imitat-ed construction material.
In an era profoundly marked by the com-puterized geoprocessing of data, it is diffi-cult not to see the intruding objects of these images as almost grotesque magnifications of location pins, such as those we find in com-puter programs we use all the time. In Motta’s versions of real-scale cartography, he seems to want to say, “We are here.” A making-of photograph shows two of the artist’s collabo-rators walking in a street in Jardim Canadá, carrying balloons, as if they were about to mark the precise location of the action that was about to happen, which in itself consisted in marking the location.
This image and its spirit of experimentation echo a famous short story Jorge Luis Borges wrote in A Universal History of Infamy (1935):
on rigor in science… In that Empire, the Art of Cartography at-tained such Perfection that the map of a
single Province occupied the entirety of a City, and the map of the Empire, the entirety of a Province. In time, those Unconscionable Maps no longer satisfied, and the Cartog-raphers Guilds struck a Map of the Empire whose size was that of the Empire, and which coincided point for point with it.…[Suárez Miranda: Travels of Prudent Men, book
four, ch. XLV, 1658.]2
Data collection, mapping, and digital image processing are essential procedures to Pedro Motta’s current work. Suspended Landscape is a gateway to the interests expressed in his most recent series, collected in this book for the very first time. Straight photography, drawing, collage, digital manipulation, mock-ups, simulacra, and sculptures are used and recombined to fictionalize reality or to approximate the photographic document to fiction. In the post-truth era, these strategies, which denaturalize nature and landscape photography, are the guiding principle of Motta’s most recent works.
1 It would be interesting to create some type of
guide of places of interest to mining in the sur-
roundings of Belo Horizonte, from the panora-
mas of the mines to the old industrial structures,
such as deteriorated highways and power plants.
Something similar to what Robert Smithson
(1938–1973) did in A Tour of the Monuments of
Passaic, New Jersey (1967).
2 J. L. Borges, A Universal History of Infamy,
translated by Norman Thomas de Giovanni (Lon-
don: Penguin Books, 1975), 131.
Unmeasured Maps ___ Rodrigo Moura
For three weeks in December 2010, Pedro Motta set up an open-air studio in Jardim Canadá, a suburb of Nova Lima, in the moun-tains of the metropolitan region of Belo Hori-zonte. For each photo shoot of about five minutes, entire days were devoted to cre-ating the ephemeral sculptures that Motta would then register in images. In these eccentric structures, colorful helium gas balloons lift up geometric blocks that simu-late the tons of ore supposedly extracted from the cube-shaped pits below. The photo shoots were rather quick, but a long prepara-tion was carried out for the balloons to reach a balance between Earth’s gravity and the lightness of helium, and to escape the winds that afflicted the highlands. Levitation was a precise exercise.
Appropriately titled Paisagem suspensa (Suspended Landscape, 2010–2012), the photographic series was undertaken as part of the artistic residency in which Motta took part at JA.CA, a program launched in 2010. Jardim Canadá, whose initial syllables give name to the program, is an indefinite place. It was created in the 1960s as a land allot-ment, like many of the wealthy surrounding areas. Because it was never a gated commu-nity, it was rapidly converted into a residen-tial suburb for workers employed in the area, and more recently became a semi-industrial region, with small warehouses and event spaces, studios, and art galleries. Its use is hybrid by nature; its rectilinear structure of only recently asphalted streets dominates the red earth and affluent commercial spac-es and coincides with completely desolate areas just a few meters away. The surround-ing natural landscape serves as a backdrop
for the area’s urbanity that is at once ordered and unpredictable. Its borders are defined by BR-356, a highway with heavy traffic; a nature reserve from inside of Serra do Rola Moça State Park; and iron mines.
We are talking about an area with centen-nial mining tradition, in the same municipal-ity where once existed the legendary Morro Velho mine, responsible for great part of the gold exported by Minas Gerais until the late 19th century. The region’s iron mines are among the most sought after in the country, both for their productivity and for the high metal concentration. These caves measure tens of thousands of square meters, with many levels of plateaus in different colors, evoking anonymous works of land art.1 Red dust covers everything around and, on any given afternoon, it is possible to hear the blasts of dynamite that carves earth even further in search of minerals. These are but superficial signs of the trail of destruction that mining has brought upon the region. Waste containment dams, such as the one that broke in Mariana, in 2015, are a few kilo-meters away.
With this in mind, Pedro Motta photo-graphed his miraculous invention. The bal-looning apparatus serves as a metaphor for the soil pinched away, clod by clod, removed from the ground and moved to other land-scapes. This means no less than death for the mountains. A more literary interpreter of these events would perhaps say that the soil is being restored to its origins. Yet, in an even more allegorical sense, we could see the suspended spheres as metaphors for the planet, “carrying” its own fragments. At any rate, the images represent the decomposi-
264
Sobre o artista
Pedro Motta (Belo Horizonte, 1977) graduou-se em desenho pela Escola de Belas Artes da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 2002. Iniciou sua atividade artística pes-
quisando as estreitas relações entre cidade e indivíduo. Entre suas principais exposições
individuais destacam-se Jardim do ócio, Galeria Luisa Strina (São Paulo, 2018), Naufrágio
calado, Bendana-Pinel Art Contemparain (Paris, 2018), Estado da natureza, CâmeraSete (Belo
Horizonte, 2016), Natureza das coisas, 9º BES Photo, Museu Coleção Berardo (Lisboa, 2013),
Reacción natural, Centro de Exposiciones Subte (Montevidéu, 2011), e no 27º Salão Nacional
de Arte de Belo Horizonte/Bolsa Pampulha (Belo Horizonte, 2004). Também esteve em cole-
tivas como Past/Future/Present, Phoenix Art Museum (2017); Feito poeira ao vento – foto-
grafia na Coleção MAR, Museu de Arte do Rio (MAR-RJ) (2017); Les imaginaires d’un monde
in-tranquille; Centre d’Art Contemporain de Meymac (2017); Soulèvements, com curadoria de
Georges Didi-Huberman, Jeu de Paume (Paris, 2016); TRIO Bienal, Centro Cultural Banco do
Brasil do Rio de Janeiro (CCBB RJ, 2015); 18º Festival Internacional de Arte Contemporânea
Sesc_Videobrasil – Panoramas do Sul (São Paulo, 2013); 1ª Bienal de Fotografia do Museu de
Arte Assis Chateaubriand (Masp, São Paulo, 2013); Panorama da Arte Brasileira, Museu de
Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP, 2011); Peso y Levedad, Photoespaña, Instituto Cervan-
tes (Madri, 2011); 2ª Bucharest Biennale (2006); e Fotografia Contemporânea Brasileira, Neue
Berliner (2006).
Motta foi contemplado com o 6º Prêmio Marcantonio Vilaça (2017), a Bolsa ICCo/SP-Arte
(2015), a residência Flora ars+natura (2013), o 9º BES Photo Museu Coleção Berardo (2011), o
Prêmio Ibram de Arte Contemporânea (2011) e a Residency Unlimited/Nova York (2011). Seus
trabalhos integram acervos de instituições como MAM-SP, MAM-RJ, MAM-BA, Masp, Sesc-
SP, MAR-RJ, Museu Coleção Berardo (Lisboa), Centro de Fotografia de La Intendência de Mon-
tevideo e Itaú Cultural. Em 2010, lançou o livro Temprano (Funarte), uma retrospectiva de mais
de dez anos de percurso.
As paisagens e espaços naturais e rurais da região do Campo das Vertentes (MG) são o foco
das pesquisas mais recentes do artista, que vive em São João del Rei com a companheira Kátia
Lombardi e os cachorros Ringo e Panda. 265
About the artist
Pedro Motta (Belo Horizonte, 1977) graduated in drawing from the School of Fine Arts of the
Federal University of Minas Gerais (UFMG) in 2002. He began his artistic activity researching
the close relations between city and individual. Among his main solo exhibitions are Jardim do
ócio [Garden of Idleness], Luisa Strina gallery (São Paulo, 2018), Naufrágio calado [Silent Ship-
wreck], Bendana-Pinel Art Contemporain (Paris, 2018), Estado da natureza [State of Nature],
CâmeraSete (Belo Horizonte, 2016), Natureza das coisas [Nature of Things], 9º BES Photo,
Museu Coleção Berardo (Lisbon, 2013), Reacción natural [Natural Reaction], SUBTE Exhibition
Center (Montevideo, 2011), and 27th National Art Salon of Belo Horizonte / Pampulha grant (Belo
Horizonte, 2004). He has also participated in group exhibitions, such as Past/Future/Present,
Phoenix Art Museum (2017); Feito poeira ao vento—fotografia na Coleção MAR [Like dust in
the wind—photography in the MAR Collection], Museu de Arte do Rio (MAR-RJ) (2017); Les
imaginaires d’un monde in-tranquille, Centre d’Art Contemporain de Meymac (2017); Soulève-
ments, curated by Georges Didi-Huberman, Jeu de Paume (Paris, 2016); TRIO Biennial, Centro
Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro (CCBB RJ, 2015); 18th Contemporary Art Festival
Sesc_Videobrasil—Southern Panoramas (São Paulo, 2013); 1st Masp Photography Biennial (São
Paulo, 2013); Panorama of Brazilian Art, Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP, 2011);
Peso y Levedad [Weight and Lightness], Photoespaña, Instituto Cervantes (Madrid, 2011); 2nd
Bucharest Biennale (2006); and Contemporary Brazilian Photography, Neue Berliner (2006).
Motta was awarded the 6th Marcantonio Vilaça Prize (2017); the ICCo/SP-Arte Grant
(2015); the Flora ars + natura Residency (2013); the 9th BES Photo Berardo Collection Museum
(2011); the Ibram Contemporary Art Prize (2011); and the Residency Unlimited/New York (2011).
His work is included in collections of institutions such as MAM-SP, MAM-RJ, MAM-BA, Masp,
Sesc-SP, MAR-RJ, Museu Coleção Berardo (Lisbon), Centro de Fotografía de Montevideo, and
Itaú Cultural. In 2010, he published a book, Temprano [Early] (Funarte), comprising more than
ten years of his work.
The artist, who lives in São João del Rei with his partner Kátia Lombardi and two dogs,
Ringo and Panda, has dedicated his latest research to the landscapes and the natural and rural
areas of the Campo das Vertentes region (MG).
266 267
Sobre os autores
Agnaldo Farias é curador e professor da
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade de São Paulo (FAU-USP). Foi
curador-geral da 29ª Bienal de São Paulo
(2010), além de curador da representação
brasileira do evento (1992) e curador-adjunto
(1996). Participou da Bienal de Cuenca,
Equador (2011), como curador internacional
e organizou a representação brasileira da 54ª
Bienal de Veneza (2011).
Ana Luisa Lima é crítica de arte, escritora
e pesquisadora com foco em literatura e
artes visuais, imagem e narrativa. Editora da
revista Tatuí e criadora da Cigarra Editora, foi
cocuradora do projeto Poemas aos homens
do nosso tempo – Hilda Hilst em diálogo
(Funarte, 2013).
Cauê Alves é professor do Departamento de
Arte da Faculdade de Filosofia, Comunicação,
Letras e Artes da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (PUC-SP), e curador
geral do Museu Brasileiro da Escultura e
Ecologia (MuBE), ambos em São Paulo. Por
dez anos, entre 2006 e 2016, foi curador
de gravura do MAM-SP.
Eduardo de Jesus integra o Programa de
Pós-graduação em Comunicação Social
da UFMG. Organizou os livros Zanini –
Vanguardas, desmaterialização e tecnologias
na arte (WMF Martins Fontes, 2018) e
Estratégias da arte em uma era de catástrofes
– Maria Angélica Melendi (Cobogó, 2017).
José Roca é curador. Diretor artístico
do Flora ars+natura, espaço de criação
contemporânea em Bogotá, Colômbia, e
curador da Colección Latin American
Roaming Art (LARA). Foi curador-adjunto de
Arte Latinoamericano Estrellita B. Brodsky
na Tate Gallery, em Londres (2012–2015), e
cocurador da 27ª Bienal de São Paulo (2006).
Luisa Duarte é crítica de arte e curadora
independente. Mestre em filosofia pela
PUC-SP, integrou o comitê de indicação
do Prêmio Pipa e o conselho consultivo do
MAM-SP. Foi curadora do programa Rumos
Artes Visuais, do Instituto Itaú Cultural
(2005–2006).
Kátia Hallak Lombardi é fotógrafa,
professora do curso de Comunicação
Social/Jornalismo e membro docente do
Programa de Pós-graduação em Letras da
Universidade Federal de São João del Rei
(UFSJ). É mestre e doutora pelo Programa
de Pós-Graduação em Comunicação Social
da UFMG.
Nuno Ramos é artista plástico e escritor.
Suas pinturas, esculturas, instalações,
vídeos e obras sonoras foram vistos em
mostras como a 29ª Bienal de São Paulo
(2010) e a 46ª Bienal de Veneza (1996).
Publicou, entre outros, Ó (Iluminuras),
premiado com o Portugal Telecom em 2009.
Ricardo Sardenberg é crítico e curador
independente. Formado em história pela
New York University, integra o conselho
do Pivô Arte e Pesquisa (São Paulo) e é o
representante da feira Art Basel no Brasil.
Rodrigo Moura é curador, editor e crítico de
arte, com atuação em instituições brasileiras
como o Museu de Arte da Pampulha
(MAP), o Instituto Inhotim e o Masp, onde é
curador-adjunto de arte brasileira. Em 2010,
organizou Temprano, a primeira monografia
dedicada à obra de Pedro Motta.
About the authors
Agnaldo Farias is a curator and professor at
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade de São Paulo (FAU-USP). He was
chief-curator of the 29th São Paulo Biennial
(2010), as well as curator of the Brazilian
representation in the event (1992) and assistant
curator [of event] (1996). He participated
in the Cuenca Biennial, Ecuador (2011), as
international curator, and organized the Brazilian
representation at the 54th Venice Biennale (2011).
Ana Luisa Lima is an art critic, writer, and
researcher, with a focus on literature and visual
arts, image, and narrative. Editor of the magazine
Tatuí, and creator of the publishing house Cigarra
Editora, she was a co-curator of the project
Poemas aos homens do nosso tempo—Hilda
Hilst em diálogo [Poems to the men of our time –
Hilda Hist in dialogue] (Funarte, 2013).
Cauê Alves is a professor at the Art Department
of the Faculty of Philosophy, Communications,
Literature, and Arts of Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (PUC), and chief-curator
at MuBE, both in São Paulo. For ten years,
between 2006 and 2016, he was a curator of
engravings at MAM-SP.
Eduardo de Jesus is part of the Graduate
Program in Social Communications of UFMG.
He organized the books Zanini—Vanguardas,
desmaterialização e tecnologias na arte
[Zanini—Avant-garde, dematerialization and
technologies in art](WMF Martins Fontes,
2018) and Estratégias da arte em uma era
de catástrofes—Maria Angélica Melendi [Art
strategies in an era of catastrophes—Maria
Angélica Melendi] (Cobogó, 2017).
José Roca is an artistic director at Flora
ars+natura, a space for contemporary creation
in Bogotá, Colombia, and a curator of the LARA
Collection (Latin American Roaming Art). He
was Estrellita B. Brodsky Adjunct Curator of
Latin American Art at Tate Gallery, in London
(2012–2015), and co-curator of the 27th São
Paulo Biennial (2006). Born in Colombia, he
lives in Bogotá.
Kátia Hallak Lombardi is a photographer,
professor at the Social Communications /
Journalism program and docent member
of the Graduate Program in Literature of
Universidade Federal de São João del Rei
(UFSJ). She holds a master’s and a PhD in
social communications from UFMG.
Luisa Duarte is an art critic and independent
curator. She holds a master’s in philosophy
from PUC-SP. Duarte was part of the
nominating committee of the PIPA Prize and
of the consulting board of MAM-SP. She also
worked as curator of the program Rumos
Visual Arts, at Itaú Cultural (2005–2006).
Nuno Ramos is a visual artist and a writer. His
paintings, sculptures, installations, videos,
and sound pieces have been shown in events
such as the 29th São Paulo Biennial (2010)
and the 5th Mercosul Biennial (2005). He
published, among other writings, the book Ó
(Iluminuras), which was awarded the Portugal
Telecom Prize in 2009.
Ricardo Sardenberg is a critic and
independent curator. He graduated in history
from New York University, is part of the council
of Pivô Arte e Pesquisa (São Paulo) and the
representative of the Arte Basel fair in Brazil.
Rodrigo Moura is a curator, editor, and art
critic having worked in Brazilian institutions,
such as Museu de Arte da Pampulha (MAP),
Instituto Inhotim, and Masp, where he is
currently the adjunct curator of Brazilian
art. In 2010, he was the editor of Temprano,
the first monograph dedicated to Pedro
Motta’s work.
268 269
Legendas das imagens [Image Captions]
(p. 2) Campo fértil [Fertile Field]
2012
fotografia [photo]
impressão de tinta mineral em papel de
algodão [mineral print on cotton paper]
43 × 39,5 cm
Paisagem suspensa
[Suspended Landscape]
2010–2011
6 fotografias [6 photos]
impressão de tinta mineral em papel de
algodão [mineral print on cotton paper]
100 × 100 cm
Arquipélago [Archipelago] #2
2008–2018
12 fotografias [12 photos]
c-print
100 × 100 cm
Espaço confinado [Confined Space]
2012–
19 fotografias [19 photos]
impressão de tinta mineral em papel de
algodão e terra
[mineral print on cotton paper and earth]
45 × 45 cm cada [each]
Natureza das coisas [Nature of Things]
2012–2013 48 fotografias [48 photos]
lápis sobre impressão de tinta mineral em
papel de algodão
[pencil on mineral print on cotton paper]
61 × 55 cm cada [each]
Testemunho [Testimony]
2012–2014
12 fotografias [12 photos]
impressão de tinta mineral em papel
de algodão
[mineral print on cotton paper]
(p. 114) #1, 2013, 110 × 145 cm
(p. 115) #6, 2013, 110 × 144 cm
(p. 116) #3, 2013, 80 × 80 cm
(p. 117) #8, 2013, 100 × 110,6 cm
(p. 118) #4, 2013, 109 × 163,5 cm
(p. 119) #12, 2013, 80,5 × 100 cm
(p. 120) #2, 2013, 110 × 150 cm
(p. 121) #7, 2013, 81 × 89 cm
Falência [Failure] #2
2016–
14 fotografias [14 photos]
impressão de tinta mineral em papel de
algodão e terra
[mineral print on cotton paper and earth]
(pp. 129, 144) 31 × 40 cm
(pp. 129–30) 43 × 31 cm
(pp. 130–31) 83 × 103 cm
(pp. 131–32) 39 × 52 cm
(pp. 133–34) 77 × 115 cm
(pp. 134–35) 60 × 70 cm
(pp. 135–36) 60 × 76 cm
(pp. 137–38) 60 × 67 cm
(pp. 138–39) 78 × 105 cm
(pp. 139–40) 39 × 58 cm
(pp. 140–41) 39 × 58 cm
(pp. 141–42) 39 × 58 cm
(pp. 143–44) 81 × 97 cm
Naufrágio calado [Silent Shipwreck]
2016–
12 fotografias [12 photos]
impressão de tinta mineral em papel de
algodão [mineral print on cotton paper]
(p. 152) #6 2016, 100 × 78 cm
(pp. 148–49) #4 2016, 100 × 115 cm
(pp. 150–51) #5 2016, 100 × 150 cm
(pp. 152–53) #3 2016, 100 × 125cm
(pp. 154–55) # 8 2016, 100 × 149 cm
(pp. 154–55) #7 2016, 100 × 131 cm
(pp. 156–57) # 1 2016, 100 × 140 cm
Sumidouro [Sinkhole]
2016
12 fotografias [12 photos]
impressão de tinta mineral em papel de
algodão [mineral print on cotton paper]
(p. 169)
Rio das Mortes # 1, 2016, 67 × 49 cm
(pp. 170–71)
Rio das Mortes # 2, 2016, 48 × 53 cm
(pp. 172–73)
Rio das Mortes # 3, 2016, 23 × 33 cm
(pp. 174–75)
Rio das Mortes # 4, 2016, 39 × 49 cm
(p. 176)
Rio das Mortes # 5, 2016, 55 × 49 cm
(p. 177)
Rio das Mortes # 6, 2016, 51 × 51 cm
(p. 179)
Rio das Mortes # 7, 2016, 54 × 45 cm
(p. 180)
Rio das Mortes # 8, 2016, 49 × 40 cm
(pp. 182–83)
Rio das Mortes # 9, 2016, 31 × 31 cm
(p. 185)
Rio das Mortes # 10, 2016, 47 × 35 cm
(pp. 186–87)
Rio das Mortes # 11, 2016, 34 × 29 cm
(p. 188–89)
Rio das Mortes # 12, 2016, 37 × 47 cm
Estatuto da divisão territorial
[Statute of Territorial Division]
2012
77 fotografias [77 photos]
lápis sobre impressão de tinta mineral em
papel de algodão
[pencil on mineral print on cotton paper]
33 × 33 cm
Jardim do ócio [Garden of Idleness]
2012–
70 fotografias [70 photos]
impressão de tinta mineral em papel de
algodão [mineral print on cotton paper]
56 × 43 cm
Flora negra [Black Flora]
2015–2016
23 fotografias [23 photos]
lápis sobre impressão de tinta mineral em
papel de algodão
[pencil on mineral print on cotton paper]
(p. 241) 65 × 43 cm
(pp. 242–43) 83 × 125 cm
(pp. 244–45) 36 × 55 cm
(pp. 246–47) 53 × 79 cm
(pp. 248–49) 53 × 79 cm
(p. 251) 47,5 × 55 cm
(p. 253) 125 × 83 cm
(pp. 254–55) 55 × 83 cm
(pp. 256–57) 28 × 43 cm
(p. 272) Sem título [Untitled]
2012
fotografia [photo]
impressão de tinta mineral em papel de
algodão [mineral print on cotton paper]
43 × 57 cm
Agradecimentos especiais [Special acknowledgements]
Agnaldo Farias, Ana Luisa Lima, Ana Motta, Artmosphere, Cauê Alves, Cecília Motta,
Eduardo de Jesus, Flávia Albuquerque, José Adolfo Moura, José Roca, Juan Carlos
Bendana-Pinel, Juliana Cintra, Kátia Hallak Lombardi, Lúcio Albuquerque, Luis Rodrigo
Cerqueira, Luisa Duarte, Luisa Strina, Nuno Ramos, Ricardo Sardenberg, Silvia Cintra
Créditos [Credits]
organização [editing]
Rodrigo Moura
coordenação e design [design and coordination]
Elaine Ramos
assistente editorial [editorial assistant]
Júlia Knaipp
tradução [translation]
Petê Rissatti (ESP–PT), Ela Bittencourt e Daniel Cordova (PT–ING)
preparação [copyedit]
Teté Martinho
revisão do inglês [english proofreading]
Regina Stocklen, Júlia Knaipp
revisão do português [portuguese proofreading]
Cláudia Cantarin, Angela Novaes
assistente de design [design assistant]
Livia Takemura
produção gráfica [graphic production]
Lilia Góes
fonte [typeface]
Untitled Sans / Klim Type Foundry
papéis do miolo [inside papers]
Munken Lynx Rough 120 g/m² e Hi Bright 65 g/m²
papel da capa [cover paper]
Masterblank Linho 135 g/m²
papel das guardas [endpapers]
Color Plus Santiago 180 g/m²
pré-impressão, impressão e acabamento
[prepress, printing, and biding]
Ipsis
Patrocinadores [Sponsors]
Galeria Celma Albuquerque
Galeria Bendana | Pinel art contemporain
Galeria Luisa Strina
Galeria Silvia Cintra + Box 4
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Angélica Ilacqua CRB-8 / 7057
Pedro Motta: Natureza das coisas / organização deRodrigo Moura; tradução de Petê Rissatti (ESP–PT), Ela Bittencourt e Daniel Cordova (PT–ING). São Paulo: Ubu Editora, 2018.272 pp., 165 il. Obra bilíngue – inglês
ISBN 978 85 71260 06 1
1. Fotografia 2. Arte 3. Motta, Pedro – Fotografia –Coleção I. Moura, Rodrigo II. Motta, Pedro III. Cordova, Daniel
18–1664 CDD-770
Índice para catálogo sistemático:1. Fotografia
© Ubu Editora, 2018
© Pedro Motta, 2018
Nesta edição, respeitou-se o novo
Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
UBU EDITORA
Largo do Arouche 161 sobreloja 2
01219 011 São Paulo SP
[11] 3331 2275
ubueditora.com.br
www.pedromotta.net
top related