panorama da utilizaÇÃo do bambu na habitaÇÃo
Post on 10-Jan-2017
242 Views
Preview:
TRANSCRIPT
PANORAMA DA UTILIZAÇÃO DO BAMBU NA
HABITAÇÃO
Priscilla L. D. David, arquiteta, graduada pela UNESP-Bauru, aluna especial do
Programa de Pós Graduação em Design da UNESP-Bauru.
Adriana Lima Caversan, arquiteta, graduada pela UNESP-Bauru, aluna do
Programa de Pós Graduação em Design da UNESP-Bauru
Marco Antonio dos Reis Pereira, graduado em Engenharia Agrícola pela
Unicamp, mestrado e doutorado em Agronomia pela UNESP, docente do curso
de graduação em Engenharia Mecânica e Programa de Pós Graduação em
Design na UNESP-Bauru.
RESUMO: Devido à sua grande diversidade de aplicações, o bambu é
considerado a planta dos mil usos e entre todos eles encontra-se o do ato de
construir com esta matéria prima. Através de revisão bibliográfica e
levantamento de estado da arte, é lançado um olhar mais atento que contempla
arquitetura, adaptação, clima e conforto. Com exemplos de construções já
realizadas em diversos climas, há de se efetuar uma análise da Arquitetura
com Bambu, suas possibilidades e como diferentes tipos de soluções
aparecem em diferentes localizações, cada qual com características
particulares do lugar e clima em que estão inseridos. Assim, esse artigo
procura abordar como a arquitetura com bambu vem evoluindo e como
representa cada vez mais uma opção sustentável para o futuro.
ABSTRACT: Due to the great diversity of uses, bamboo is considered a plant of
a thousand uses and among all of its uses is the act of building with this raw
material. Through literature review and survey of the state of art, it’s launched a
closer look that includes architecture, adaptation, climate and confort. With
examples of buildings already done in different climates, it’s necessary to make
an analisys of the Architecture with Bamboo, its possibilities and how different
types of solutions appear in different locations, each one with particular
characteristics of the place and the climate in the place they are in. Thus, this
2
article attempts to address how the Architecture with Bamboo has evolved and
how it increasingly represents a sustainable option for the future.
1. CONSIDERAÇÕES SOBRE O BAMBU
O bambu é uma gramínea gigante que se distribui por quase todas as regiões
do planeta. Os bambus nativos crescem naturalmente em todos os continentes,
exceto na Europa. Existem em torno de 50 gêneros e 1.300 espécies de
bambu, no Brasil, Figueiras e Gonçalves (2004) apontam a existência de 34
gêneros e 232 espécies de bambus nativos, que são em sua maioria
enquadradas na categoria de ornamentais. Na figura 01 podemos observar a
distribuição geográfica natural do Bambu no mundo.
Figura 01: Distribuição geográfica do bambu. Fonte: LOPEZ (2003)
A vantagem do bambu sobre outras madeiras ou culturas florestais é sua
velocidade de crescimento, sendo capaz de atingir 20 a 30 metros de altura
dependendo da espécie em apenas 4 a 6 meses, crescendo cerca de 30%
mais rápido que as espécies florestais de mais rápido crescimento, sendo
também considerado um excelente sequestrador de CO2. O bambu é uma
matéria prima renovável e com produção anual, capaz de produzir colmos
todos os anos sem a necessidade de replantio e se adequadamente manejado
pode ser explorado e utilizado em uma mesma área por muitos anos,
apresentando assim uma característica sustentável. Os colmos estão
3
estruturalmente maduros para utilização após 3 anos de seu nascimento,
quando apresentam elevada e adequada resistência mecânica, sendo
considerados uma excelente alternativa na construção civil, como pode ser
visto em muitos países. Com adequado tratamento e proteção consegue-se
uma boa durabilidade, reduzindo problemas com ataques de fungos e insetos
xilófagos. Embora muito utilizado no mundo, ainda permanece relativamente
desconhecido entre nós, principalmente quanto as espécies apropriadas e suas
características, bem como sobre as técnicas de uso do material o que acabam
por deixar este material a margem da construção civil. É perfeitamente possível
sua utilização em edificações e estruturas, podendo substituir ou mesmo evitar
o corte abusivo de árvores nativas ou de reflorestamento, com comprovados
benefícios econômicos, ecológicos e sociais.
De acordo com OHKE (1989, apud CARDOSO JR, 2000), especialista em
tratamento de bambu para utilização do material em construção, há três pontos
vulneráveis que podem comprometer o desempenho deste material: o
apodrecimento por fungos; o ataque de insetos e as rachaduras. No entanto
alguns cuidados podem reduzir os riscos aumentando consideravelmente a
durabilidade do material. Considerando o clima tropical na América do Sul, não
é indicada a colheita do bambu no verão, quando há alto índice de chuvas.
Aconselha-se que esta seja feita no inverno, a época da seca, quando os
colmos apresentam menor teor de umidade e ficam mais leves, inclusive
facilitando o transporte. Além disso, a concentração de amido é menor nessa
época, já que no período de dezembro a março as plantas liberaram grande
quantidade de amido durante a brotação e há menos seiva circulando, o que os
deixa menos atrativos aos insetos. Depois da colheita é necessário submeter o
bambu a processo de tratamento, que pode ser tradicional e/ou químico.
As espécies de maior indicação para uso em construção são aquelas que
apresentam boas dimensões como altura, diâmetro e espessura de parede,
além de boa retidão dos colmos, como por exemplo as espécies
Dendrocalamus giganteus (bambu gigante), Dendrocalamus asper (bambu
gigante), Guadua angustifólia e Plyllostachys pubescens (bambu mosso), entre
outras, existentes em nosso meio e comprovadamente utilizadas na
4
construção, como pode observado em países como Colômbia, Equador, China,
Índia e diversos países orientais com tradição em seu uso.
2. O BAMBU NA CONSTRUÇÃO CIVIL: TÉCNICAS E
CUIDADOS
Segundo SJÖSTRÖM (2000) a construção civil consome aproximadamente
40% de energia e recursos naturais utilizados pela sociedade, ou seja, é uma
das maiores consumidoras de matérias primas naturais. A necessidade de
utilizar materiais mais sustentáveis nesse contexto chamou atenção para o
bambu. A utilização do bambu na construção civil pode se dar de diversas
formas, estruturalmente, como agregado ao concreto, em revestimentos
sofisticados, podendo ser usado na sua forma in natura até em chapas
prensadas, como OSB, MDF, compensado, aglomerado e WSB. A forma in
natura é a mais utilizada, já que não necessita de equipamentos mais
elaborados, barateando seu custo e mantendo sua resistência mecânica
original. As ligações entre as peças podem exigir um projeto detalhado, mas há
países com tradição do uso do Bambu na construção como a Colômbia que
desenvolveram técnicas que foram aprimoradas com o passar do tempo e
possuem diversos modelos de ligação. O “Método Colombiano” de construção
com bambu utiliza vários elementos de junção, varas rosqueadas e concreto.
Segundo LOPEZ (1981) os bambus devem ter mais de três anos para a
colheita, já que apresentam resistência apropriada e não devem ser usados
pregos para a ligação das peças, pois isso pode afetar o desempenho do
material. Uma alternativa é o uso de amarrações com arames, nylon ou cordas
vegetais ou ainda a “Ligação Vélez” que consiste na abertura de um orifício na
parte superior do colmo de bambu parafusado onde, após o travamento da
estrutura, ocorre a injeção de concreto. Deve-se proteger o bambu da
umidade, solo, água e incidência solar. Na Figura 02, podemos ver diversos
tipos de corte para ligação das peças de bambu.
5
Figura 02: Tipos de cortes das peças de bambu. Fonte: LOPEZ (1981)
O uso de bambu não se limita apenas a forma estrutural, há diversos tipos de
fechamento sendo o mais popular o chamado de “Bahareque”. As paredes de
“Bahareque” são formadas por tiras ou “Esterilhas” de bambus entrelaçados ou
amarrados a bambus roliços de pequenas dimensões, posicionados na vertical
ou na horizontal. Os montantes estruturais são de madeira e, somente em
alguns casos são utilizados bambus como elementos estruturais. Após o
trançado de bambu, as tiras são rebocadas com reboco comum ou barro. Os
montantes verticais são colocados de 30 a 40 cm de distância um do outro,
pregados à soleira de madeira. As “esterilhas”, que são pregadas
posteriormente são feitas com a abertura do bambu longitudinalmente, onde se
retiram os nós formando peças planas em forma de tábua aberta. O reboco
utilizado é aplicado em duas camadas de cimento e areia no traço de 1:5. A
parte branca interior, onde se encontra a maior quantidade de amido, deve ser
removida para evitar o ataque de insetos, como pode ser visto na Figura 03.
.
Figura 03: Produção da “Esterilha e Bahareque”. LOPEZ (1981)
6
Outra técnica utilizada em painéis é a que utiliza tramados de bambu,
“quincha”, como base para aplicação de reboco em duas camadas de cimento
e areia no traço de 1:5, formando painéis de “quincha” presos a montantes de
bambus roliços como é possível ver na Figura 04.
Figura 04: Painel com “quincha”, respectivamente com tiras verticais e
tiras horizontais. Fonte: LOPEZ (1981)
O bambu também pode ser utilizado em tiras, as peças são abertas
longitudinalmente e divide-se o colmo em pequenas ripas ou tiras de 2 cm de
largura, para isso utilizam-se ferramentas específicas que possibilitam dividi-lo
ou mesmo pode ser feito manualmente. As tiras podem ser usadas para fazer
trançados, em painéis de vedação e forro, aparentes ou rebocadas com
argamassa de cimento. Na figura 05, trançados de bambu a partir de tiras.
Figura 05: Modelos de trançados de bambu. Fonte: Cobrire
Além do tratamento, cuidados como proteger o bambu da chuva e incidência
solar direta aumentam consideravelmente sua vida útil. A Figura 06 mostra os
beirais largos e o bambu sem contato direto com o solo do Pavilhão ZERI do
Arquiteto Vélez. Ainda, quando o bambu for utilizado em contato com outros
materiais, como por exemplo, a argamassa de revestimento, deve-se
impermeabilizá-lo para diminuir a absorção da água pelo bambu que a partir
7
disso pode sofrer variação dimensional e afetar o desempenho de ambos os
materiais.
Figura 06: Pavilhão ZERI, Colômbia. Fonte: DELGADO (2006)
A versatilidade do material o ressalta ainda mais como uma boa alternativa
para a construção, ele não apenas está na estrutura e nos fechamentos das
edificações, mas pode também ser usado como revestimento interno e como
um acabamento fino com grande efeito plástico, explorando a beleza do
material natural ou processado, na forma de BLC (Bambu Laminado Colado),
onde o bambu passa por processo de retirada das ripas, lixa e colagem. O
revestimento de BLC vem sendo produzido em larga escala, principalmente
pela indústria chinesa e possibilita disseminação do uso do bambu já que é
mais acessível à população em geral, podendo representar milhares de metros
quadrados de economia no uso da madeira. O uso do BLC tende a ser mais
aceito culturalmente em países sem tradição do uso de bambu na construção
como no caso brasileiro, como podemos observar na figura 07 onde ele foi
processado imitando madeira de demolição.
8
Figura 07: Piso e tampo em bambu Fonte: NEO BAMBU
3. BAMBU, CLIMA, CULTURA E ADAPTAÇÃO À
CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL
Com a preocupação mundial acerca da sustentabilidade, a Arquitetura
Internacional cedeu espaço para a Local, e surgiu uma necessidade crescente
de adaptação da arquitetura ao clima. Segundo Gonzales et al. (1986)
considerar o ambiente e particularmente o clima na solução dos espaços
habitáveis, faz com que os projetos tenham características que gerem conforto
às necessidades humanas, inclusive seu bem estar térmico. Neste contexto,
medidas de adaptação ao uso de materiais locais que causem menos impacto
ambiental e se adaptem climaticamente, ganham destaque e mais uma vez o
bambu se revela um excelente material, adaptável em diversos climas, tanto
aos que exigem maior inércia térmica quantos aos que necessitam de trocas
mais intensas; e terrenos, devido à sua flexibilidade, inclusive terrenos instáveis
com terremotos ou colapsíveis.
Há inúmeras soluções sendo construídas mundo a fora, a China destaca-se
neste aspecto e as pesquisas na área estão bastante avançadas. Numa
revisão acerca do estado da arte neste contexto pode-se encontrar projetos
que vão desde a utilização de uma industrialização mais avançada, projetos
que visam uma solução mais plástica ou outros que visam suprir as
necessidades urgentes em situações de calamidade ou emergenciais, sempre
a procura da adequação do bambu a novas tecnologias buscando uma
eficiência no desempenho da edificação.
9
Na Tonji University, em Xangai, um grupo de pesquisadores desenvolveu uma
casa quase totalmente construída com bambu, cujo conceito principal se
baseia no uso de recursos renováveis e a busca pelo desempenho energético
na edificação. Inscrita no Concurso Internacional Solar Decathlon 2010, com a
missão de atender questões sustentáveis e foi construída em função do clima
temperado. Segundo LENGEN (2004) o clima temperado possui alguns meses
do ano quente e o restante do ano frio e por isso no verão o calor não deve
entrar na edificação e no inverno não deve sair assim, a casa de bambu conta
com isolamento térmico nas paredes para manter a temperatura interna
agradável sem deixar de lado a tradição chinesa no uso dos materiais e formas
da edificação como pode ser visto na Figura 08.
Figura 08: Casa de Bambu desenvolvida pela Tonji University.
Fonte: designboom
Apresentado à Europa através da exposição de Hannover em 2000, onde o
Pavilhão Colombiano era feito com bambu, o material despertou interesse dos
europeus e a partir de então surgiram diversos estudos sobre ele e
consequentemente muitos projetos começaram a usá-lo por todas as
características que apresenta, isso apesar de não possuírem uma tradição de
uso, nem de ser uma planta nativa da região. Dentre os projetos que tiveram
maior destaque na mídia, o novo terminal do Aeroporto Internacional de
Barajas, em Madrid, que utilizou bambu laminado, explorando a característica
da flexibilidade que o bambu possui, e associado ao aço gerou um grande
efeito estético como pode ser observado na Figura 09.
10
Figura 09: Aeroporto Internacional de Barajas, Madrid, 2004.
Fonte: designboom
Ainda na Europa, a Casa de Bambu na região de Ile de France é uma das
primeiras a ser certificada com o selo Passivhaus, com destaque para o
design funcional criado pela Karawitz Arquitetura. A casa é orientada para
aproveitar ao máximo do sol no inverno com janelas ao sul e painéis
fotovoltaicos no telhado e para protegê-la durante os dias quentes, uma
segunda pele de bambu cobre a casa, deixando o ambiente interno mais
agradável, ainda é possivel abrir essa segunda pele e as janelas para o
exterior, possibilitando a ventilação cruzada e um ambiente mais fresco. O
bambu atua também de forma a isolar o ambiente interno da casa nos
períodos mais frios, mantendo a temperatura aquecida. O efeito prático
funcional encontrou uma adaptação climática até então inexistente, na Figura
10 podemos observar essa adaptação do bambu ao clima temperado.
Figura 10: Casa de Bambu na França. Fonte: Fokal
11
Na Costa Rica, cujo clima varia de tropical a tropical úmido, há desde 1986 o
Projeto Nacional do Bambu, que visou a princípio prevenir o desmatamento,
substituindo a madeira da construção por um material também eficaz. No início
o programa recebeu algumas críticas e certa resistência, que representam
questões culturais de aceitação, mas chegou a ganhar um selo BEST no
Concurso Best Practices promovido pela UN-HABITAT em 1998 que afirma em
relatório que o material foi muito bem aceito pela população e exalta as
características sustentáveis do programa o que fez com que seu modelo fosse
exportado para outros países da América Latina. Na Figura 11 podemos ver a
casa construída para o Projeto Nacional do Bambu, que apesar de econômica
usa estratégias para o clima em que está inserida como o forro fechado e um
espaço aberto e ventilado entre o forro e o teto para trocas de calor.
Figura 11: Casa de Bambu na Costa Rica. Fonte: UNESCO
Um exemplo de projeto original também na Costa Rica é o do arquiteto
Benjamin Saxe, o projeto apresenta uma solução estética com concepção
poética, há uma grande integração com o meio externo e foi feito para “uma
apreciadora da lua” no caso sua própria mãe, e chama atenção para a solução
das aberturas usando bambu em corte circular, caracterizando as possíveis
inovações projetuais que podem ser exploradas no material. Neste caso, o
bambu é o material principal para o projeto, que recebeu estrutura de aço e o
telhado de zinco; a casa possui aberturas grandes, com integração externa,
um telhado mais elevado e conta com um jardim interno, adaptando-se ao
clima tropical úmido segundo estratégias apontadas por LENGEN (2004). A
casa intitulada “Casa para Admiradora da Lua” pode ser vista na Figura 12.
12
Figura 12: “Casa para Admiradora da Lua”. Fonte: Pela Natureza
A Colômbia é o país das Américas com maior destaque em contribuições na
arquitetura com bambu, depois de 1999, quando um terremoto atingiu o país, o
uso do material disseminou-se de forma mais intensa. Antes deste incidente o
Arquiteto Simón Velez foi um difusor do uso do material na Colômbia, sendo
uma referência mundial em construções com bambu, Velez desde o início de
sua carreira como arquiteto utiliza materiais locais e métodos construtivos
regionais, reafirmando uma tendência vernacular, mantendo sua identidade na
tradição e em suas origens. DELGADO (2006) afirma que atualmente, a
Colômbia está se tornando uma referência no uso do bambu como material de
construção tanto estruturalmente como para decoração e acabamento. A Casa
Las Mercedes é uma obra do período inicial da carreira de Velez, como pode
ser observado na Figura 12.
Figura 12: Casa Las Mercedes, Arq. Simón Velez, 1987. DELGADO (2006)
Uma das mais belas obras do arquiteto Simón Velez é sem dúvida a Igreja
Nuestra Señora de La Pobreza em Pereira, Colômbia, de um período mais
13
recente na produção do arquiteto. São aproximadamente 700m² e suas
principais características são a sua qualidade espacial e a sensação de
grandeza. Isso demonstra uma maturidade na exploração do uso e experiência
com o material e pode ser visto na Figura 13.
a. b.
Figura 13: Igreja Nuestra Señora de La Pobreza Fonte: DELGADO (2006)
A cidade de Pardinho, no interior do estado de São Paulo, de clima subtropical
úmido, recebeu um projeto pioneiro em bambu, o Centro Cultural Max Feffer,
projeto do escritório Amima. A cobertura de cerca de 800 metros quadrados foi
construída com aproximadamente 1300 colmos da espécie Guadua chacoensis
com diâmetro médio de dez centímetros e telhas de fibra vegetal pintadas de
branco, deixando o ambiente interno com temperatura confortável e ventilação
agradável. O Centro Cultural Max Feffer pode ser visto nas Figuras 14 e 15.
Figura 14: Centro Cultural Max Feffer, Pardinho/SP
14
Figura 15: Detalhes Construtivos. Centro Cultural Max Feffer, Pardinho/SP
Sobre o bambu na habitação no Brasil há estudos principalmente sobre
habitação de interesse social. O Instituto de Desenvolvimento Comunitário
Sustentável (Incomun) criou um protótipo de habitação social em bambu em
Aracaju, o intuito do projeto é criar em grande escala casas populares
confortáveis, baratas, bonitas, duráveis e ambientalmente sustentáveis que
possam ser utilizadas como modelo em todo o Brasil, fazendo as adaptações
necessárias dependendo do lugar a ser implantado. Na Figura 15 é possível
ver o protótipo em fase de construção e finalizado.
Figura 15: Protótipo de Habitação Social, Aracaju/SE
4. CONCLUSÃO
Para utilização do bambu na construção em toda sua plenitude, é pertinente
aproveitar o conhecimento existente em outros países, fruto de muita
experiência com o material e tirar partido para soluções novas. Este antigo
material é realmente uma inovação que encontra seu lugar na arquitetura e nas
soluções criativas que ele pode ter. Sua adaptação a diversos tipos de
realidade, clima e cultura deve sempre ser levada em consideração, os
exemplos apresentados são uma pequena amostra das possibilidades do
bambu na construção, e sem dúvida através do estudo novas possibilidades se
15
abrem para seu uso na arquitetura. Construir sem destruir e criar através de
materiais renováveis e fáceis de produzir e utilizar pode ser o começo de um
sistema sustentável e avançado no futuro, e o Bambu cabe neste papel.
5. Referências Bibiográficas
CARDOSO JR, R. Arquitetura com Bambu. Dissertação de Mestrado.
UNIDERP-UFRGS/PROPAR, 2000.
DELGADO, E. S. Actualidad y Futuro de la Arquitectura de Bambu en
Colombia, Simon Velez: “Simbolo y Busqueda de lo”. Tese de Doutorado.
Universidad Politecnica De Cataluña, 2006.
GONZALES, E. et al. Proyecto, Clima y Arquitectura. México: Gustavo Gili,
1986.
JULES, J.A. Designing and Building with Bamboo. Janssen.Technical Report n.
20. International Network for Bamboo and Rattan, 2000.
LENGEN, Johan Van. Manual Prático do Arquiteto Descalço. Ed.: UFRGS,
Porto Alegre, 2004.
LÓPEZ, O. H. Manual de construcción com bambu. Editora Estudos Técnicos
Colombianos Ltda , Universidad Nacional de Colombia y Centro de
Investigacción de Bambu y Madera CIBAM. Cali, Colômbia, 1981.
LÓPEZ, O. H. The gift of the gods. 1º Edição, D’VINNI LTDA. Bogotá,
Colômbia,2003.
PEREIRA, M. A. R.; BERALDO, A. L. BAMBU DE CORPO E ALMA. Bauru:
Canal6, 2008.
www.cobrire.com.br (em 13/11/2011)
www.pelanatureza.pt (em 15/11/2011)
www.unesco.org/ (em 17/11/2011)
www.incomun.org.br/ (em 20/02/2012)
www.designboom.com (em 20/02/2012)
www.fokal.com (18/02/2012)
arteybambu.wordpress.com/sistema-constructivo/ (em 28/02/2012).
www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/108/artigo31710-1 (em 28/02/2012)
top related