o manejo do stress interpessoal em indivíduos com ... · •como eu me sinto ao abordar assuntos...
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25/08/2015
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Eliane mary de oliveira falcone universidade do estado do rio de janeiro
QUANDO OS ESQUEMAS DO TERAPEUTA CONTRIBUEM PARA A
SUA RELAÇÃO COM O PACIENTE
Indicadores do t.p.
• Presença de muitos problemas interpessoais (transtorno de comportamento social)
• Comportamentos inflexíveis (opções reduzidas de respostas)
• Tendência a reagir de forma desadaptativa, mesmo sabendo das consequências negativas
• As reações desadaptativas geram prejuízos funcionais signiticativos e sofrimento subjetivo
Pretzer & Beck, 2004
Ciclos cognitivos interpessoais desadaptativos
Esquemas
desadaptativos
Interpretações tendenciosas
autoconfirmatórias
Dificuldades na interação social
Reações negativas e rejeição dos
outros
25/08/2015
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Esquemas desadaptativos na relação terapêutica - resistência
Comportamento hostil, dependente, exigente, sedutor, manipulador, explorador etc.
Cliente dependente (esquema de desamparo) - busca de reasseguramento, crença de que as tarefas não funcionam, telefonemas entre as sessões, tentativas de prolongar as sessões, angustia quando o terapeuta entra de férias.
Cliente narcisista (esquema de arrogo/defectividade) – sente-se humilhado ao falar dos seus problemas na terapia, “esquece” de pagar ou chega atrasado às sessões, desqualifica a terapia e o terapeuta, acredita que a terapia não irá funcionar porque os seus problemas são os outros
Esquemas desadaptativos na relação terapêutica - contratransferência
Sentimentos negativos e stress
no terapeuta
Contra-hostilidade do terapeuta
Padrões disfuncionais de pensamentos e
comportamentos do cliente
Problemas típicos de contratransferência
Medo de indispor o paciente
Culpa ou medo da raiva do paciente
Sentimentos de inferioridade dirigidos a pacientes narcisistas
Desconforto quando o paciente é sexualmente atraente
Dificuldades para impor limites
Raiva de pacientes não cooperativos ou que telefonam entre as sessões
Medo de que o paciente cometa suicídio
Medo de ser processado pelo paciente Leahy, 2001; Pope & Tabachnick, s.d.
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Pensamentos automáticos distorcidos do
terapeuta na contratransferência
Esse paciente é resistente (Rotulação)
Esse paciente nunca vai melhorar (Adivinhação)
Esse paciente não está melhorando (Pensamento tudo ou nada)
O paciente ainda está deprimido por minha culpa (Personalização)
Eu não posso agüentar as lamentações desse paciente (Catastrofização)
O paciente deveria fazer as tarefas de casa (Deverias)
Meus pacientes não irão melhorar (Supergeneralização)
Esquemas do terapeuta na contratransferência
Padrões exigentes
Metas de curar todos os pacientes
Nunca perder tempo na sessão
Fazer sempre o melhor e exigir o mesmo do cliente
Desamparo
Indecisões sobre como trabalhar
Pressentir erros com frequência
Desejar ser mais competente
Desistir do cliente Leahy, 2001
Esquemas do terapeuta na contratransferência
Preocupações com abandono Dificuldades em confrontar o cliente
Habilidades empáticas
Vulnerabilidade a pacientes narcisistas
Padrões de arrogo Visão da terapia como uma oportunidade para brilhar
Sentimentos de raiva quando o paciente não apresenta progresso rápido
A resistência do paciente é entendida como “falha” (desvalorização)
Distanciamento, humilhação e punição
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Consequências da contratransferência Sentimentos de raiva, medo e atração sexual do
terapeuta em relação ao cliente são negligenciados. Dificuldade para reconhecer os próprios sentimentos
de raiva e de ressentimento para com os pacientes. Diagnóstico errôneo de um paciente como
“borderline” é usado para expressar a raiva transferencial do terapeuta.
Tendência a responder a pacientes hostis com contra-hostilidade, através de frieza, distanciamento e outras formas de rejeição.
Reconhecer e tratar os próprios sentimentos negativos provocados pelo paciente serve como recurso terapêutico.
Leahy, 2001; Pope & Tabachnick, s.d; Safran, 2002
Identificação das próprias dificuldades na relação terapêutica
• Que pacientes são mais difíceis de lidar?
• Que assuntos me deixam mais preocupado(a) na sessão?
• Como eu me sinto ao abordar assuntos perturbadores para o cliente?
Compreendendo a própria contratransferência
Ela existe e é inevitável no processo terapêutico. Negá-la já indica a sua contratransferência.
Examine os tipos de problemas ou de pacientes que despertam fortes sentimentos em você (alguém que lhe deixa zangado, irritado, ansioso ou defensivo).
Existem alguns pacientes (queixosos e que demandam atenção) que o deixam entediado, desmotivado ou indiferente?
Existem pacientes que você os sente como “amigos” (terapia focada em concordar e na relutância em abordar certas questões)?
Quais são os seus esquemas típicos ou conflitos em sua vida interpessoal (sempre tem de estar certo, medo do fracasso, medo de lidar com pacientes difíceis e correr riscos).
Qual é o seu pior pesadelo ou pior cenário possível para lidar com pacientes?
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Efeitos positivos da prática terapêutca
• Aumento da autoconsciência, capacidade reflexiva e autoestima
• Quanto maior a autoconsciência do terapeuta, maior será a sua acuidade em identificar os sentimentos do cliente
• A supervisão clínica deve focar as habilidades interpessoais e auto-reflexivas do terapeuta
Bennett-Levy & Thwaites, 2007; Mahoney, 1998
MUITO OBRIGADA!
elianefalcone@uol.com.br
Sugestões de leitura
Bischoff, M.M. & Tracey, T.J.G. (1995). Client resistance as predicted by therapist behavior. A study of sequential dependence. Journal of Counseling Psychology, 42, 487-495.
Falcone, E.M.F. (2006). A dor e a delícia de ser um terapeuta: considerações sobre o impacto da
psicoterapia na pessoa do profissional de ajuda. Em H.J.Guilhardi & N.C. de Aguirre (Orgs.). Sobre comportamento e cognição. Expondo a variabilidade. Santo André: ESETec Editores.
Falcone, E.M.O. (2011). Relação terapêutica como ingrediente ativo de mudança. Em B.Rangé (Org.).
Psicoterapias cognitivo-comportamentais. Um diálogo com a psiquiatria (pp. 145-154) 2ª Ed. Porto
Alegre: Artmed.
Falcone, E.M.O. & Azevedo, V.S.(2006). Um estudo sobre a reação de terapeutas cognitivo-comportamentais frente à resistência de pacientes difíceis. Em E.F.M. Silvares (Org.). Atendimento psicológico em clínicas-escola. Campinas: Alínea.
Leahy, R.L. (2001). Overcoming resistance in cognitive therapy. New York: Guilford.
Pope, K.S. & Tabachnick, B.G. (s.d.). Therapists’anger, hate, fear and sexual feelings: national survey of therapist responses, clent characteristics, critical events, formal complaints and training [On-
line]http://kspope.com/therapistas/fear1.php
Safran, J.D. (2002). Ampliando os limites da terapia cognitiva: O relacionamento terapêutico, a emoção e o processo de mudança. Porto Alegre: Artmed.
Young, J. Klosko, J.S. & Weishaar, M.E. (2003). Schema Therapy: A practitioner’s guide. New York: Guilford.
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