norte udera investigaÇÃo · a criação de "startups" e o emprego: ... para a science,...
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CANCRO - ALZHEIMER - PARKINSON
NORTE UDERA INVESTIGAÇÃONOVAVACINA
PARATRAVAR APETITE
ESTÁ EM ESTUDO
BIALQUERTER
EM 2014 MEDICAMENTO
PARA PARKINSON
IPO DESENVOLVE
DETECÇÃO PRECOCE DO
CANCRO DA MAMA
INVESTIGAÇÃO EM SAÚDE "É ALAVANCA" DO NORTE
Desenvolvimento Bexiga hiperactiva, paramiloidose, alzheimer, obesidade, cancro, epilepsia, parkinson, hipertensão, lesões na medula espinhal. Sofre de
alguma destas doenças? Se sim, saiba que há muitas pessoas a investigá-las na Regiáo Norte. E que lhe dão novas esperanças no avanço do conhecimento e da terapiaA capacidade estrutural e humana instalada, os Índices de produtividade cientifica e impacto internacional dão cartas todos os dias. Mas a importância da investigaçãoem saúde no crescimento da Região vai além disso: ajuda as empresas a testar soluções e a desenvolver novos produtos, estimula o emprego e a criação de 'startups'.Estima-se que as empresas de saúde tenham facturado cerca de 250 milhões de euros em 2010
PEDRO JOSÉBARROS
pedro.barrosograndeportoonline.com
Mandam os ditames queamedição do valor do conhe-
cimento gerado no interiordos laboratórios de investi-
gação se faça através da in-
dexação de 'papers' e do seu
grau de impacto (citações).Nesse capítulo, o Norte ga-rante boa parte da produçãocientífica do País. A Regiãotrabalha a todo o gás na pro-cura de novas soluções tera-
pêuticas para as principaisdoenças e ao mesmo temposustenta o seu desenvolvi-
mento económico.
Conhecimento não é ape-nas saber, ajuda as empresastransformá-lo em valor eco-
nómico. Por isso, o modeloclássico de valoração do co-
nhecimento "está a mudar",admite Joaquim Cunha, di-rector-executivo do HealthCluster Portugal, um pólode competitividade que jun-ta 177 parceiros, públicos e
privados, do sector da saú-
de. A qualidade da investi-
gação "começa a ser atrac-
tiva para as multinacionais,
que vêm às compras" e a
investigação em saúde "é
uma alavanca inquestioná-vel" para o desenvolvimen-
to nortenho, considera.
Joaquim Cunha estima
que no final de 2010 as em-
presas de saúde da Regiãotenham facturado "cerca de
250 milhões de euros, maisde 50 por cento via expor-tações". "Temos condições
para podermos duplicar isto
até ao final da década, com
alguma folga e segurança",antevê.
Empresas na área farma-
cêutica, como a Bial, dos
dispositivos médicos e das
tecnologias de informação
ligadas à saúde aumentamos ganhos e em algumasáreas recorrem à investiga-
ção fundamental: a Bial, porexemplo, estabelece contra-
tos com institutos - já o fez
com mais de uma centena- para eles desenvolverem"uma pequena parte dos
projectos de investigaçãoem que a empresa não tem
'know-how', profissionaisou equipamento", esclarece
Luís Portela, presidente da
empresa e do Health Clus-
ter Portugal."Mais do que fazer uma
ponte entre a empresa e as
instituições de investiga-ção, construímos uma rede
que nos permitiu alimentar
o nosso ciclo de inovaçãodo medicamento com o co-nhecimento dessas institui-
ções", salienta.
EMPREGO E NOVAS
ESTRUTURAS
A investigação em saúde
ajuda a testar novas solu-
ções terapêuticas, favorece
a criação de "startups" e o
emprego: Na UP trabalham860 professores e investiga-dores em ciências da vida, o
que corresponde a 34,5 porcento do total (2469).
O sector está em amplocrescimento. Nas próximassemanas é lançado o con-
curso para construir a sede
do I3S - Instituto de Investi-
gação e Inovação em Saúde
e em Braga foi formalizado
o primeiro Laboratório As-sociado totalmente basea-
do em grupos da Universi-dade do Minho.
Para Álvaro Almeida,docente da Faculdade de
Economia da Universi-dade do Porto e directordo Mestrado em Gestão e
Economia de Serviços de
Saúde, a Região dispõe de
"instituições de ponta capa-zes de produzir investiga-ção do melhor nível na área
da saúde" e que formam "a
base de um potencial de
crescimento muito gran-de voltado para a saúde". Osector foi inclusivamenteescolhido para análise norelatório "A base económi-
ca do Porto e o emprego",encomendado à FEP pelaCâmara do Porto, por ser
um dos que apresenta "po-tencial de crescimento e de
arrastamento da economiada cidade".
UP GARANTE UM TERÇO
DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA
NACIONAL EM SAÚDE
DãdOS As ciências médicas e da saúde são a área de investigação da UP quemais artigos indexa no Instituto para a Informação Científica
Está bem e recomenda-
se. A investigação em saú-
de da Universidade do Por-to (UP) contribui de formacada vez mais decisiva paraa boa forma da ciência por-tuguesa. À sua conta, a UPajudou a garantir 31 por cen-to da produção científicanacional na área das ciên-cias médicas e da saúde en-tre 2003 e 2008. Dos 10.218
artigos científicos produzi-dos nesse período, 3180 ti-
veram participação da UP,revelam dados do Ministé-rio da Ciência, Tecnologiae Ensino Superior e do Ins-tituto para a InformaçãoCientífica (ISI).
Segundo a base de da-dos internacional Web ofScience, do ISI, as ciências
médicas e da saúde forama área de investigação daUP que conseguiu indexarmais artigos científicos(3293) de 2005 a 2009, se-
guida pelas ciências exac-tas (1968). A produção cien-
tífica na área tem crescido
anualmente, em média, 18
porcento.A Faculdade de Medici-
na atingiu as 409 publica-
ções originais indexadasde circulação internacional
(média superior a uma pordia) no ano passado. O im-
pacto desse trabalho me-
de-se através do índice de
influência dos artigos, ou
seja, do número de vezes
que este é citado.
Em média, cada um da-
queles artigos foi citado
3.356 vezes no ano passa-do. A FMUP tem visto tan-to o número de publicaçõescomo o índice de influên-cia aumentar ao longo dos
anos. Em 2001, o número de
publicações não chegavaàs 150 e o índice de impactomédio rondava os 2,8.
APOSTA
NA QUALIDADE
O índice de influênciade 2010 é um valor "bas-
tante bom", explica a di-rectora do Departamentode Apoio à Investigação e
Pós-Graduação da FMUP,Deolinda Lima. Mais do
que o número de publica-
ções, a aposta da FMUPcentra-se neste momen-to no seu índice de impac-to. "Queremos subir mui-
to a qualidade das nossas
publicações. Não interes-
sa nada fazer 20 artigosque depois ninguém lê. Se
eu quiser fazer um artigo
para a Science, vou demo-
rar três anos a prepará-lo e
enquanto faço um Science
podia estar a fazer três ou
quatro de qualquer outracoisa. Tem de haver uma
aposta nas revistas de ele-vada qualidade", diz.
Os números do ano pas-sado comprovam a perti-nência da estratégia. Asáreas da oncologia, neu-rociências, saúde pública,
gastroentrologia e hepato-
logia, farmacologia e far-
mácia, obstetrícia e gineco-
logia, sistema respiratório,
urologia, biologia celular emolecular e medicina legaldestacam-se pela quanti-dade de publicações. Masbastou participar na publi-cação de um artigo na Na-ture sobre a estrutura do
genoma da população ju-daica para elevar a área da
genética e hereditariedade
para o topo da influência,com um índice médio de
10.9 citações, p.j.b.
3 Deolinda Lima, directora do Departamento de Apoio à Investigação e Pós-Graduação da FMUP
DESCOBERTA FORMA DE DIAGNOSTICAR BEXIGA HIPERACTIVA
Um grupo de investiga-dores da Faculdade de Me-dicina da UP, do Institu-to de Biologia Moleculare Celular e do Hospital de
São João foi distinguidocom um prémio pela As-
sociação Europeia de Uro-
logia devido a um estudosobre uma possível formade diagnóstico e monitori-
zação da bexiga hiperacti-va, variante da incontinên-cia que prevalece em cercade 12 por cento da popula-ção adulta. O Francisco Cruz, coordenador da equipa de investigação
Esta doença caracteri-za-se pela imperiosidade"incontrolável" em uri-nar muitas vezes e em pe-quenas quantidades e pelavontade de urinar duranteanoite.Não temumacausa
conhecida, não existe curaou tratamento eficaz nemqualquer teste de diagnós-tico objectivo.
Os autores do trabalhoverificaram que nos in-divíduos saudáveis os ní-veis urinários da proteínaBDNF eram muito baixos,
contrariamente ao que se
constata nos doentes comesta patologia. A concen-
tração de BDNF na uri-na correlaciona-se com a
severidade dos sintomas,pelo que em princípio será
possível utilizar esta prote-
ína no diagnóstico e segui-mento da doença.
Francisco Cruz, coorde-nador da equipa de investi-
gação, explica que o estudo
de translação desenvolve-
se desde 1995, em conjuntocom elementos do Depar-
tamento de Biologia Expe-rimental da FMUP, como o
cientista António Avelino,aliando "as descobertas
que se fazem ao microscó-
pio à parte clínica".
Uma das possíveis cau-sas da doença será "um
defeito de funcionamen-to dos nervos sensitivosda bexiga, que indicamque esta está cheia quan-do não está". As razões da
alteração dos nervos ainda
não se conseguiram apu-rar. P.J.B.
PROTEÍNA "FASCINANTE" PODE AJUDAR
A DECIFRAR DOENÇA DE ALZHEIMEREstlldO Maria João Saraiva, investigadora no IBMC, já descobriu uma mutação presente na paramiloidose e tenta agora perceber porque é que a proteína TTR parece ser benéfica na luta contra o Alzheimer
O Maria João Saraiva, investigadora no IBMC
PEDRO JOSÉ BARROS
pedro.barrosograndeportoonllne.com
Passaram 30 anos desde
que Maria João Saraiva co-
meçou a estudar a proteí-na Transtirretina (TTR),nos EUA. Durante o seu
doutoramento, descobriu
que os doentes de parami-loidose (doença dos pezi-nhos) possuíam uma ver-são mutada desta proteína.Paralelamente, há cercadecinco anos, um grupo de
pesquisa de Chicago, de-
bruçado sobre a doençade Alzheimer, verificou
que ratinhos com a pato-logia e a mesma proteínadesenvolviam menos a do-
ença do que os que não a
tinham. Eis-nos no mun-do de uma proteína "fasci-
nante", que pode ser a cha-
ve para novos fármacos
para ambas as doenças.Maria João Saraiva é
apenas o rosto de uma
equipa de 20 pessoas atrabalhar em duas linhasde investigação no Institu-
to de Biologia Molecular eCelular (IBMC). No âmbi-to da paramiloidose, sabe-
se que a TTR modificada"é o centro da patogénese"
e pretende perceber-se os
mecanismos de actuação
para desenvolver terapias
profilácticas.
Prevenção é também o
factor crucial no caso de
Alzheimer, já que quan-do os primeiros sintomas
aparecem "já o cérebro
perdeu metade dos neuró-nios". A equipa da investi-
gadora tenta saber por queé que a TTR "é importan-te" no contexto da doençae "quais são os mecanis-mos". "Temos colónias de
ratinhos de Alzheimer sem
estaproteínaeestamosmo-lecularmente a manipularos animais, com condiçõesambienciais e de dietas di-
ferentes, para perceber por
que razão esta proteína pa-rece influenciar o desen-volvimento da perda de
memória mais precoce-mente se ela estiver ausen-
te", explica. Depois disso,
a meta são os tratamentos
farmacológicos.Como explica o director
do IBMC, Cláudio Sunkel,a paramiloidose é uma das
doenças neurodegenera-tivas que está na base da
investigação em neuroci-ências feita pelo IBMC. Aáreadabiologiamoleculare celular, baseada na in-vestigação fundamental,"serve de suporte" a essa e
a outras áreas que se con-sideram um pouco mais
aplicadas, como a da infec-
ção e imunidade.
NÚMEROS =120projectos de investigação em
carteira no IBMC
490Investigadores a trabalhar
para o IBMC, dos quais 202
doutorados
3,8
Média de artigos internacio-
nais publicados do ICBAS porano e por doutorado
53,8%da população adulta portu-
guesa sofre de excesso de
peso ou obesidade, revela
um estudo de 2008 de Isabel
do Carmo
0 concurso para a
construção da sede
do I3S- Instituto de
Investigação e Inova-
ção em Saúde será
lançado "nas pró-ximas semanas",adiantou ao GP Cláu-
dio Sunkel, directordo Instituto de Biolo-
gia Moleculare Ce-lular e, por inerência,do consórcio que irá
geriro I3S.
0 13 Sreúne trêsdos grandes cen-
tros de investigaçãoda região NorteioInstituto de Pato-
logia e ImunologiaMolecularda Uni-
versidade do Porto, o
Instituto de BiologiaMoleculare Celular
e o Instituto de En-
genharia Biomédi-
ca, em conjunto com
aUP.
A PROCURA DE UMA VACINA QUE BLOQUEIE 0 APETITEObesidade Investigação no ICBAS atenta "aos problemas que as sociedades modernas enfrentam"
O Instituto de CiênciasBiomédicas Abel Salazar
quer posicionar-se "à esca-
la global para fazer inves-
tigação que se traduza em
ganhos de qualidade paraa população" e se debrucesobre as maiores causas de
morte, sobretudo ligadas a
"comportamentos sexuais
de risco e hábitos deficien-
tes", esclarece o director,António Sousa Pereira.
É nesse espírito que se
insere, por exemplo, o pro-jecto de Mariana Monteirosobre a obesidade, um pro-blema "grave e para o qualexistem poucas terapêuti-cas eficazes a longo pra-zo", diz a investigadora ao
GP. As cirurgias bariátri-
cas (como o bypass) são "o
único" tratamento eficaz a
longo prazo.Uma vez que os resul-
tados destas cirurgias são
"muito superiores ao es-
perado", suspeitava-se da
'ajuda' suplementar de me-canismos hor-
monais na perda de peso, o
que veio a ser confirmado
pela investigação. MarianaMonteiro pretende perce-ber como funcionam esses
mecanismos e "afinar" a
cirurgia para obter "efei-tos benéficos" em enfer-
midades asso-
ciadas à obesidade, comoa diabetes tipo 2.
Outro objectivo é che-
gar a uma vacina que "blo-
queie" a hormona Ghreli-
na, que estimula o apetite.A tarefa é "muito compli-cada" porque como o ape-tite é uma função vital, o
organismo possui meca-nismos de compensação
que tornam o sistema "ro-busto". Há boas perspecti-vas de chegar ao bloqueio,embora não se possamesperar resultados seme-lhantes aos da cirurgia.
PRODUÇÃO CIENTÍFICA
Além do curso de Medi-
cina, o ICBAS dá formaçãoem Medicina Veterinária,
Bioquímica, Bioengenha-ria e Ciências do MeioAquático. Faz investigaçãofundamental e aplicada emciências da saúde e da vida
e é uma das unidades or-
gânicas da UP com maior
produção científica. Publi-
ca entre 250 e 300 artigosinternacionais por ano.
Os departamentos "es-
tão aptos para fazer in-vestigação adequada aos
problemas que as socie-dades modernas enfren-
tam", como a seguran-
ça alimentar. Neurociên-
cias, células estaminais e
medicina da regeneraçãoe as doenças do envelheci-
mento são as outras linhasincontornáveis. p.j.b.
DESCOBERTA MUTAÇÃO PORTUGUESA
DE CANCRO HEREDITÁRIO DA MAMAIPO A descoberta permite acelerar "bastante" o diagnóstico deste tipo de cancro
S Manuel Teixeira, director do Centro de Investigação e do Serviço de Genética do IPO
Há cerca de 550 anos
atrás, o gene BRCA2, asso-
ciado ao cancro da mamahereditário, sofreu umamutação. No ano passa-do, uma equipa de inves-
tigadores coordenada pelodirector do Centro de In-vestigação e do Serviço de
Genética do Instituto Por-
tuguês de Oncologia (IPO)do Porto, Manuel Teixeira,descobriu que o fundadorda mutação foi português e
que ela é específica do nos-
so País.
A modificação não eradetectada pelos métodoshabituais de diagnósticogenético. Quando a encon-
traram, os investigadoresnão sabiam se era típicaportuguesa ou se não esta-
va a ser tratada no estran-
geiro por não a procuraremespecificamente. Estuda-
ram-se mais de cinco mildoentes de vários países e
encontraram três positi-vos fora de Portugal: todos
emigrantes portugueses."Ficou confirmado que
era uma mutação típica
portuguesa e ca em Portu-
gal detectámos que cercade 25 por cento dos casos
com cancro hereditário da
mama são causados poresta mutação. Ela é muito
frequente em Portugal e no
estrangeiro só se encontraem emigrantes portugue-ses", explica Manuel Tei-xeira.
ESTUDO
Foram estudadas todas
as famílias com a mutaçãoe conseguiu-se datá-la (comum intervalo de confiançade 200 anos). "Essas famí-lias não se conhecem entre
si, mas têm um ancestralcomum. Estão 35 famíliasidentificadas no Norte com
a mutação, sabemos que es-
tão relacionadas por causado mecanismo de origemda mutação.", conta.
A descoberta veio acele-
rar "bastante" o diagnósti-co das famílias com can-cro da mama hereditário.
O estudo foi publicado naInternet em 2010 e a versão
final, em papel, sai em Ju-nho.
O cancro da mama é o
mais comum entre as mu-lheres, o dos homens é o da
próstata, p.j.b.
IPATIMUP E IPO TORNAM-SE
"COMPREHENSIVE
CÂNCER CENTRE"
A OrganizaçãoEuropeia dos Institutosde Cancro distinguiuo Instituto Portuguêsde Oncologia (IPO) doPorto e o IPATIMUP -
Instituto de Patologia e
Imunologia Molecularda Universidade do Por-to como "ComprehensiveCâncer Centre".
As duas instituiçõestinham submetido umacandidatura conjunta à
classificação e viram-naaceite. Para Manuel Tei-
xeira, director do Centrode Investigação e do Ser-
viço de Genética do IPO/Porto, "é o reconhecimen-
to da qualidade da presta-
ção de serviços" pelo IPOe também à "actividadecientífica que está ligadaà actividade clínica".
"A aprovação da can-
didatura faz com que es-
tejamos habilitados porlado a fazer com o apoio
europeu, investigaçãonas áreas clínicas, em
que o doente é posto em
primeiro lugar, mas tam-bém a fazer investigaçãode translação e investiga-
ção básica", refere RaquelSeruca, vice-presidentedo IPATIMUP. A parce-ria "é muito importanteporque centra o problemaessencialmente no doen-
te", considera.
O IPATIMUP inves-
tiga, por um lado, as po-pulações e a sua genética(como evoluem; quais os
factores ambientais quetêm contribuído para queexistam populações de
determinado tipo; as suas
origens) e, por outro lado,a oncobiologia. p. j. b.
NÚMEROS^
5grupos de investigação e cerca de 1 00 investigadores a
trabalhar no IPO
61artigos publicados pelo IPO em revistas
internacionais em 2010
160Investigadores a trabalhar no IPATIMUP, dos quais um
terço são doutorados
CANCRO DA PRÓSTATAUm estudo retrospectivo coordenado por Manuel Tei-
xeira, do IPO/Porto, identificou uma alteração genéti-ca que poderá vira permitir distinguir, através de testes
genéticos, quais os tumores da próstata potencialmente
agressivos para o doente, daqueles passíveis de não ge-rarsintomas ou de não matar e que não necessitem de
intervenção cirúrgica.
CANCRO DA BEXIGAUm estudo coordenado por Carmen Jerónimo, do IPO/
Porto, aponta para que seja possível detectar precoce-mente o cancro da bexiga através de métodos não inva-
sivos, analisando a urina antes do diagnóstico e verifi-
cando a presença de alterações em três biomarcadores
epigenéticos.
CANCRO DO ESTÔMAGOCelso Reis, investigador no IPATIMUP, está envolvido emestudos baseados na identificação de alterações sero-
lógicas em vários tipos de marcadores (como as glico-
proteínas e auto-anticorpos) que permitam diagnosticar
precocemente o risco de desenvolvimento da doença.
NÚMEROS =11.000Desde 1992, foram
sintetizadas mais de 1 1
mil novas moléculas
naßial
117investigadores, de oito
países, trabalham na
Bialdosquais2Bsãodoutorados
15anos é o tempo que de-
corre, em média, parase conseguir lançar no-
vos produtos
17%do volume de vendas das
empresas farmacêuti-
cas, em média, é inves-
tido em investigação e
desenvolvimento
CANCRO
CGC rastreia cancro do cólon
em colheitas de sangue0 Centro Genética Clínica (CGC) Gene-
tics é o primeiro laboratório de gené-tica na Península Ibérica a apresentaruma solução para o rastreio do cancro
do cólon em sangue periférico. 0 teste
permite a identificação de alteraçõesno gene Septina 9, cuja presença está
associada, em mais de 90 por cen-
to dos casos, ao desenvolvimento do
cancro do cólon. Um teste de rastreio
realizado com uma simples colheita
de sangue "aumenta o nível de acei-
tação por parte do público, logo um
maior número de pessoas realizará
este teste permitindo a detecção de
tumores em fases iniciais", refere Pu-
rificação Tavares, directora clínica.
INFORMAÇÃOAlert facturou 46,9 milhõesdeeurosem2olo0 Grupo Alert facturou 46,9 milhões
deeurosem 2010, valorque confir-
ma a tendência de subida das receitas
que se verifica desde 2001 . Em 2009,
a facturação da Alert cifrou-se nos
42,6 milhões de euros. A Alert iniciou
a sua actividade em 1999. Encontra-se
sediada em Vila Nova de Gaia e possui
subsidiárias no Brasil, Dubai, Espanha,
EUA, França, Holanda, Reino Unido, e
Singapura. Aempresa emprega 700
pessoas e é um dos maiores operado-res privados no domínio das tecnolo-
gias de informação aplicadas ao sector
da saúde, implementando soluções de
software numa rede variada de pres-tadores de saúde.
DOENÇA RENAL
Nanotecnologia aumentaeficácia da hemodiáliseDe acordo com o novo Manual Portu-
guês de Hemodiálise, elaborado por100 médicos e enfermeiros portu-
gueses ligados à doença renal com
o apoio da Fresenius Medicai Care,
uma recente membrana produzida
com recurso à nanotecnologia per-mite uma hemodiálise mais eficaz,
através do aumento do diâmetro dos
poros e uma sua distribuição mais
uniforme.
A tecnologia, desenvolvida pela Fre-senius Medicai Care, representa uma
nova classe de dialisadores que re-corre à nanotecnologia para produziruma nova membrana de polissulfo-na e PVP.
BIAL PREVÊ LANÇAR MEDICAMENTO
PARA PARKINSON EM 2014NeÇjÓCÍO Será o segundo fármaco de origem portuguesa a entrar no mercado
O Laboratórios da Bial preparam lançamento de vários fármacos até 2020
PEDRO JOSÉBARROS
pedro.barrosograndeportoonline.com
Depois de o antiepilép-tico Zebinix, o primeiromedicamento de origemportuguesa, ter começadoa ser comercializado em
14 países europeus, o gru-po Bial prevê agora lançarum antiparkinsoniano.Uma vez concluída a fase
3, de ensaios clínicos, em
curso, estarão criadas as
condições para que o me-
dicamento "possa em 2014estar também a entrar nomercado mundial", apontao presidente da empresa,Luís Portela, ao GRANDEPORTO.
O escocês David Lear-month, responsável peloLaboratório de Investiga-ção Química da Bial, este-
ve envolvido na concep-ção do Zebinix e trabalhatambém no antiparkinso-niano. Considera a área"muito relevante", por um
lado porque "há uns anosfoi considerada uma do-
ença que só tinha efeitos
nos idosos, mas cada vezmais há pessoas mais no-vas com a doença". "Noocidente há cada vez mais
pessoas a viver mais tem-po. A esperança de vidaé superior e por isso esta
doença tem uma prevalên-cia cada vez maior", acres-
centa.Este medicamento não
vai curar a doença, mas vai
ajudar a "colmatar as sín-
dromes, os movimentosdescoordenados" e, com-parado com os que já estão
no mercado, "tem várias
vantagens", como a hipó-tese de poder vir a ser ad-
ministrado "apenas umavez por dia, numa dosa-
gem bastante reduzida".
OUTRAS LINHAS
DE INVESTIGAÇÃOColocar bandeira nacio-
nal no Zebinix - cuja circu-
lação aumentará durante o
próximo ano - custou 300milhões de euros e foi parao grupo motivo de "grandesatisfação", mas a investi-
gação segue a bom ritmo
para que a Bial permane-ça no lote das 23 empresaseuropeias neste momen-to "capazes de proporcio-nar novos medicamentosà humanidade", refere Luís
Portela."Isso é para nós motivo
de satisfação porque esta-
mos a investigar com os
olhos colocados no doente,
para servirmos os seus in-teresses e procurarmos so-
luções melhoradas e maisdesenvolvidas para as do-
enças", acrescenta.Em preparação, embora
em fases menos adianta-
das, estão ainda um antihi-
pertensor que "poderá en-trar no mercado provavel-mente em 2016 ou 2017" e
outros três compostos que,se tudo correr bem, pode-rão estar a entrar no mer-cado "perto de 2020".
O núcleo de investiga-ção do Grupo Bial contaneste momento com 117
pessoas (das quais 28 são
doutoradas) oriundas deoito países.
"A esperança de vidaé superior e por isso
esta doença tem umaprevalência cada vezmaior"
David Learmonth, investigador na Bial
Dentro de "um ou dois anos" deverão começarasurgiras primeiras "startups" a partir de tecnolo-
gia desenvolvida pelo INL- Instituto Internacional
Ibérico de Nanotecnologia, sediado em Braga. Essa
é a expectativa de Paulo Freitas, vice-presidentedo Instituto, que adianta também que o INLestá a
tentar "encontrar dois projectos charneira nas áre-
as da nanomedicina e alimentar, que envolvam os
principais laboratórios espanhóis e portugueses a
trabalharem determinadas tecnologias". 0 Instituto
nasceu no início deste ano e centra-se na aplicação
das nanotecmologias e nanociências à medicina e
ao controlo de qualidade alimentar e ambiental. Es-
tas duas áreas aplicadas e têm duas áreas de su-
porte em nano e micro-electrónica e em manipula-
ção molecular. As linhas em curso são o fabrico de
micro-estruturas electromecânicas para aplica-
ções na parte biomédica; sistemas lab-on-chip para
diagnóstico; nanoestruturas para armanezamento
de energia; nanopartículas para marcadores bioló-
gicos e drug delivery; microsistemas para drug deli-
very e microeléctrodos para interfaces neuronais.
ANTÓNIO SALGADO Investigador auxiliar no ICVS
"ESTRATÉGIA MULTIDISCIPLINAR" PARA TRATAR MEDULA ESPINHAL
Qual a sua linha de in-vestigação principal?
É dedicada à regenera-ção do sistema nervosocentral em duas áreas: a
neuroprotecção na doen-
ça de Parkinson e a regene-ração de lesões da medula
espinhal. As lesões do sis-
tema nervoso central são
extremamente complexase por isso começámos a
trabalhar com estratégiasmultidisciplinares.
De que modo?
Quando temos uma le-são na medula espinhal há
uma inflamação que leva adanos que inibem a rege-neração. Os nossos projec-tos consistem em usar na-
nopartículas que uma vez
chegadas ao local de lesão
da medula espinhal vão ser
internalizadas por células
que achamos relevantes.Podem inibir a proliferação
desse tipo de células (e por-tanto essas células deixamde inibir a regeneração de
futuro) ou então estimular
o crescimento de célulasmuito importantes na re-generação. Depois, utiliza-mos terapias celulares em
conjunto com suportes po-
rosos tridimensionais, da
engenharia de tecidos, quesão implantados na zona da
lesão e induzem à regene-
ração. Portanto, utilizamostrês áreas diferentes: nano-
tecnologia, engenharia detecidos e suportes porosose células estaminais.
Que avanço no conhe-cimento obtiveram?
Vamos demonstrarnum 'paper' que a estabi-
lização da lesão da medu-la espinhal com suportes
porosos biodegradáveispoliméricos, por si só, é su-
ficiente para induzir algu-
ma melhoria local. Não se
pode dizer que as pessoaspoderão ter um benefíciodo ponto de vista da loco-
moção, mas do ponto devista biológico poderá aju-dar a estimular uma rege-neração mais eficaz, p.j.b.
Já existiam e colabora-vam há alguns anos emprojectos e artigos cientí-ficos comuns e na partilhade doutoramentos. Agoraa ligação é 'umbilical'. Foi
formalmente criado o pri-meiro Laboratório Associa-
do totalmente baseado em
grupos da Universidade doMinho (UM), juntando o
Instituto de Investigaçãoem Ciências da Vida e Saú-
de (ICVS), ligado à Escola
de Ciências da Saúde, e o
Grupo 3B's - Biomateriais,
Materiais Biodegradáveis e
Biomiméticos, ligado à Es-
cola de Engenharia.Enquanto o ICVS actua
na área das ciências da saú-
de, na investigação funda-mental e clínica, focalizan-do-se nas neurociências,
microbiologia e infecção eciências cirúrgicas, o 3B's
privilegia as engenhariasde tecidos, engenharias demateriais e de células esta-
minais. "Há uma comple-mentaridade muito gran-de entre quem está nas ci-
ências da saúde e lida commodelos animais debiome-dicina e doentes e quem de-
senvolve novas tecnologias
para aplicar a esses mode-los animais ou a esses doen-
tes", explica Jorge Pedrosa,director do ICVS.
REGENERAR
As áreas estratégicasque balizam o interfaceserão a nanomedicina e a
medicina regenerativa. O
3B's dedica-se a"tentar re-
generar tecidos perdidospor doença ou trauma,como ossos, cartilagem,tecido neuronal e pele" e a
ideia "é tentar utilizar bio-materiais junto com célu-
las, tipicamente do mesmo
paciente que se quer tratar,e desenvolver soluções no-vas para fazer a regenera-
ção", refere Nuno Neves,membro do grupo de in-vestigação 3B's e profes-sor no Departamento de
Engenharia de Polímerosda UM.
O ICVS/3B's - Laborató-rio Associado irá tambémtentar colaborar com enti-dades como o Instituto Ibé-rico de Nanotecnologiasem áreas como a nanome-
dicina e a nanotecnologiaaplicada ao ambiente e in-dústria alimentar. A ideia é"criar um pólo competitivomuito forte a nível interna-cional" e não esquecer as
relações com os hospitaise centros de saúde, para le-
var ao doente "novas solu-
ções, novas formas de diag-nóstico e de terapia avança-da". P.J.B.
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