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Post on 07-Dec-2018
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O TAYLORISMO-FORDISMO Após a revolução industrial os avanços tecnológicos foram
constantes assim como o foram as manifestações dos trabalhadores
contra a exploração do sistema capitalista
No início do século XX o norte-americano Frederic W. Taylor
(1856-1915) desenvolveu um modelo de gestão e
organização da produção e do trabalho
Problemas visto por Taylor:
1-perda de competitividade das empresas
2-trabalhadores produziam aquém do esperado
3-trabalhadores davam muito palpite no processo de produção,
eram muito exigentes e indisciplinados com relação a horários
Abaixo trecho do clássico livro de F. W. Taylor (1856-
1915), Princípios de Administração Científica (1911) :
No passado, o homem estava em primeiro lugar; no futuro, o
sistema terá a primazia […] o objetivo duma boa organização é
o aperfeiçoamento de seus homens de primeira ordem; e, sob
direção racional, o melhor homem atingirá o mais alto posto.
[…]
Este trabalho foi escrito:
Primeiro – Para indicar, por meio duma série de exemplos, a
enorme perda que o país vem sofrendo com a ineficiência de
quase todos os atos diários. […]
Terceiro – Para provar que a melhor administração é uma
verdadeira ciência, regida por normas, princípios e leis
claramente definidos, tal como uma instituição […]
Como elementos do mecanismo do sistema podem ser
referidos:
1o) estudo do tempo, com os materiais e métodos para realiza-
lo corretamente;
2o) chefia numerosa e funcional e sua superioridade sobre o
velho sistema do contramestre único;
3o) padronização dos instrumentos e material usados na fábrica
e também de todos os movimentos do trabalhador para cada
tipo de serviço; […]
7o) fichas de instrução para o trabalhador;
8o) ideia de tarefa na administração, associada a alto prêmio
para os que realizam toda a tarefa com sucesso; […]
11o) sistema de rotina; […]
[…] Como elemento incidente neste grande benefício à
produção, cada trabalhador é sistematicamente treinado para
alcançar o mais alto grau de eficiência e aprende a fazer espécie
de trabalho superior […]; ao mesmo tempo adquire atitude
cordial para com seus patrões e condições de trabalho,
enquanto antes grande parte de seu tempo era gasta em crítica,
vigilância suspeitosa e, às vezes, franca hostilidade. Este
benefício generalizado a todos os que trabalham sob o sistema
é, sem dúvida, o mais importante elemento na questão. […]
TAYLOR, Frederick Winslow. Princípios de Administração
Científica. Editora Atlas S.A. São Paulo, 1995.
Pressupostos
1- “O operário não é pago para saber e sim para fazer”;
2-Separação entre planejamento e execução: níveis
hierárquicos, ordens são claras e bem definidas;
3-Preocupação com o controle do tempo e ritmo do
trabalho; cronometragem do trabalho;
4-Estabelecimento de níveis mínimos de produtividade.
5-Rígida padronização da produção;
6-Extrema fragmentação e simplificação extrema do
trabalho;
7-Remuneração individualizada; Prêmios de produtividade;
8-Distribuição de manuais de boa conduta aos funcionários;
9-Exigência de mão de obra com mínimo de qualificação;
10-Intensificação do ritmo e a produtividade do trabalho;
Objetivo final: redução de custos; produção e consumo em
massa
Henry Ford (1862-1947) aprofunda a mecanização
introduzindo a linha de montagem e a esteira rolante
(ligação/conexão entre partes isoladas no processo de
trabalho)
Consequências Eficiência:
Tempo médio de produção de um automóvel reduziu de 12:30 para 1:30
Margem de manobra para aumentos salariais em virtude de ganhos de produtividade
Intensificação de ritmos, tempos e processos de trabalho (acidentes e lesões, stress)
Passividade/docilidade do trabalhador (acatar ordens)
Produção em massa exige consumo em massa (classe trabalhadora tem que virar classe consumidora. Ex: cartão de crédito)
Depoimento da operária e filósofa Simone Weil (1909-1943):
Na minha vida de fábrica foi uma experiência única [...] para mim pessoalmente veja o que significou o trabalho na fábrica. Mostrou que todos os motivos exteriores (que antes eu julgava interiores) sobre os quais, para mim, se apoiava o sentimento de dignidade, o respeito por mim mesma, em duas ou três semanas ficaram radicalmente arrasados pelo golpe de uma pressão brutal e cotidiana. E não creio que tenham nascido em mim sentimentos de revolta. Não, muito ao contrário. Veio o que era a última coisa do mundo que eu esperava de mim: a docilidade. Uma docilidade de besta de carga resignada. Parecia que eu tinha nascido para esperar, para receber, para executar ordens –que nunca tinha feito senão isso- que nunca mais faria outra coisa. Não tenho orgulho de pensar isso. É a espécie de sofrimento que nenhum operário fala; dói demais só de pensar. [...]
Dois fatores condicionam esta escravidão: a rapidez e as ordens. A rapidez: para alcançá-la, é preciso repetir movimento atrás de movimento, numa cadência que, por ser mais rápida que o pensamento, impede o livre curso da reflexão e até do devaneio. Chegando-se à frente da máquina, é preciso matar a alma, oito horas por dia, pensamentos, sentimentos, tudo [...] As ordens: desde o momento em que bate o cartão na entrada até aquele em que se bate o cartão na saída, elas podem ser dadas, a qualquer momento, de qualquer teor. E é preciso sempre calar e obedecer. [...] Engolir nossos próprios acessos de enervamento e de mau humor; nenhuma tradução deles em palavras, nem em gestos, pois os gestos estão determinados, minuto a minuto, pelo trabalho. Esta situação faz com que o pensamento se dobre sobre si, se retraia, como a carne se retrai debaixo de um bisturi. Não se pode ser “consciente”.
WEIL, Simone. Carta a Albertine Thévenon (1934-5) In BOSI, E. A condição operária e outros estudos sobre a opressão. Rio de Janeiro. Paz e Terra, 1979, p. 65. Reproduzido em TOMAZI, N. D. Sociologia para o ensino médio. Saraiva. São Paulo: 2010.
Sugestão de filme:
“CARNE e OSSO”
(Brasil, 2011, aprox. 60 minutos)
Tema: documentário sobre o trabalho em frigoríficos no Brasil (MS e SC)
O que observar: identificação de uma série de pressupostos do taylorismo-fordismo
Sugestão de filme:
“TEMPOS MODERNOS”
(USA, 1936, aprox. 1:30) Tema: ironiza o taylorismo-fordismo
O que observar: os movimentos no trabalho, a preocupação com o
tempo, o stress, o desespero
Referências:
PINTO, Geraldo Augusto. A Organização do Trabalho no Século 20: fordismo, taylorismo e toyotismo. Ed. Expressão Popular. São Paulo: 2007.
TAYLOR, Frederick Winslow. Princípios de Administração Científica. Editora Atlas S.A. São Paulo, 1995.
WEIL, Simone. Carta a Albertine Thévenon (1934-5) In BOSI, E. A condição operária e outros estudos sobre a opressão. Rio de Janeiro. Paz e Terra, 1979, p. 65. Reproduzido em TOMAZI, N. D. Sociologia para o ensino médio. Saraiva. São Paulo: 2010.
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