lampiões acesos apresentação

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Seminário da disciplina Teoria da História para ensino de

História

Tema: História e memória

Professor: Dr. Marcos Edilson de Araújo Clemente

Mestrandas: Débora Araújo e Eliane Bringel

Lampiões Acesos – o cangaço na memória coletiva

Marcos Edilson de Araújo Clemente

Sobre o autor

• Professor do curso de História da Universidade Federal do Tocantins – UFT – Campus de Araguaína. Doutor em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Mestre em História Social do Trabalho pela Universidade de Campinas – Unicamp.

Sobre o livro

Este é um livro convidativo. Folheando suas páginas o leitor encontrará uma abordagem singular sobre o cangaço e o seu consagrado chefe Virgulino Ferreira da Silva, Lampião. Diferente da maioria das obras sobre o tema, que buscam narrar fatos da vida do Rei do Cangaço – desde seu nascimento em Villa Bella, atual Serra Talhada-PE, perpassando pelos episódios de bravura ou de crueldade atribuídas àquele cangaceiro, até sua trágica morte em Angicos, sertão de Sergipe, em 1938- a perspectiva deste estudo migra do campo da história para o da memória.

Extraído de: http://editora.ufs.br/pagina/lampi-es-2061.html

Estrutura da obra

O livro está dividido em três capítulos:

• O primeiro capítulo percorre os lugares de memória do cangaço que foram constituídos em cidades do sertão nordestino onde atuou Lampião, com ênfase aos processos de constituição e apropriação da memória coletiva por grupos sociais e pelo poder público.

• No segundo capítulo o autor explora o seu objeto de pesquisa, a Associação comunitária dos “Cangaceiros” da cidade de Paulo Afonso na Bahia, apresentando uma descrição das práticas sociais do grupo, assim como, o histórico da associação, abordando também sobre o modo como a temática do cangaço foi re-significada na cidade.

• No terceiro capítulo ao analisar o sentido das práticas sociais dos “Cangaceiros de Paulo Afonso”, o autor constata que é recorrente o processo de glorificação da imagem de Lampião, trazendo para o centro do debate a relação entre História e Memória.

Os lugares de memória do cangaço

• Neste capítulo o autor nos leva a percorrer cinco cidades do sertão do Nordeste para analisar o significado social de Lampião em cada uma delas.

• As cidades são: Serra Talhada e Triunfo, PE; Mossoró, RN; Poço Redondo, SE e Piranhas, AL.

Serra Talhada – Berço de Lampião

O autor destaca os seguintes lugares de memória na cidade:

• Os acervos domésticos;

• A Fundação Cultural Cabras de Lampião;

• O Museu do Cangaço (casa onde nasceu Lampião);

• Museu da Cidade;

• O evento Tributo a Virgulino.

A memória de Lampião na cidade

• A cidade de Serra Talhada recebeu esse nome na década de 1940, numa tentativa de dissociar o lugar da imagem de Lampião.(..\..\Videos\cangaço\Entrevista com a filha de Lampião..webm)

• Já na década de 1970, Lampião é visto por alguns grupos como uma vítima das injustiças sociais.

• A partir da década de 1980, Lampião passa então a ser um filho ilustre da cidade, sendo equiparado a Agamenon Magalhães, também originário de Serra Talhada, que foi interventor de Pernambuco.

• Aos poucos Lampião vai tornando-se patrimônio cultural do município.

• O “jogo da memória” evidencia interesses diversos em relação a construção da imagem de Serra Talhada como berço de Lampião.

• No evento “Tributo a Virgulino”, alguns grupos apresentam a proposta do cangaço como movimento social organizado e de Lampião como um líder politizado.(p.37)

• A estátua, o plebiscito e o julgamento.

O LAMPIÃO DE TRIUNFO

• Relação amistosa: Lampião costumava frequentar Triunfo ainda quando rapaz e como cangaceiro manteve uma boa relação com a cidade.

• Devoção a Nossa Senhora das Dores: Sua madrinha.

A história de Luís Pedro

• Registra-se que em 1924, aos dezessete anos, fugiu de casa para viver no cangaço. Dois anos depois, tendo experimentado combates decisivos, Luís Pedro brincava com Antônio Ferreira, irmão de Lampião, quando a arma disparou acidentalmente, causando a morte de Antônio. Informado do ocorrido pelos companheiros de Luís Pedro, Lampião repreendeu firmemente a atitude. Mas, ao invés de punir Luís Pedro, colocou sobre o mesmo a responsabilidade de substituir Antônio. Depois do acidente, Lampião mudou. Deixou crescer os cabelos nos ombros e passou a usar lenço colorido e cartucheiras, afastando- se com seu bando ainda mais da ordem social vigente. Quanto a Luís Pedro, este se tornou o cangaceiro de maior confiança de Lampião.

As imagens sobre Lampião

• Lampião vingador:

• “Ele entrou no cangaço por questões de família. (...) um dos rapazes da teima jurou que pegaria Lampião, mas como não foi possível, matou traiçoeiramente o seu pai. E este com o fim de vingar a morte de seu pai entrou para o cangaço”.

• Fala-se em Lampião como um moralizador dos costumes:

• “... naquele tempo o povo fazia as coisas sem medo, seduzia mulheres, e com o cangaço criou-se mais medo e vergonha, pois o povo tinha medo de Lampião. Naquele tempo as moças não iam sozinhas a canto nenhum, não por causa dos cangaceiros, mas por medo dos homens e rapazes. Os homens não tinham medo de ninguém e faziam o mal porque não tinham punição. Com o cangaço o povo ficou temendo alguém e se comportando melhor.”

Lampião era um justiceiro:(...) Os soldados sim, faziam muita injustiça, porque seLampião estava na minha casa, eles davam em mim e maltratavamminha família. Enquanto que Lampião não dava em ninguém.Se ele fazia mal a alguém, era porque já tinham feitomal a ele.”

Lampião não morreu em Angico:

“Lavandeira contava que ele estava vivo. Morreu agora em 69, mas morreu na cama dele. Agora, Antônio Ferreira morreu no Porto do Ferro, saiu baleado na Serra Grande.”

Museu do Cangaço da cidade de Triunfo

• O Museu do Cangaço, fundado em 1975, tem mais de 600 peças referentes a Lampião e aos cangaceiros da região, como óculos, talheres, armas e moedas da época. Um dos itens mais interessantes  é o conjunto de fotos de Lampião e seu bando. Uma delas mostra Virgulino ainda menino. Outra mostra as cabeças decepadas de parte do grupo.

Lampiônicos

• Um grupo intitulado Associação dos Amigos de Triunfo organizou uma campanha para a arrecadação de fundos. Este grupo é composto por profissionais liberais, juízes, vereadores, historiadores e geógrafos. São conhecidos como “os lampiônicos” e costumam se reunir semanalmente para estudar o cangaço. Do ponto de vista das afinidades políticas, os integrantes do grupo têm opiniões e filiações partidárias diferentes e até algumas rivalidades.

Grupo de xaxado cangaceiros Luís Pedro

• Enquanto não é edificada a estátua do cangaceiro “Triunfo apresenta com muito orgulho o grupo de xaxado cangaceiro Luís Pedro.”

O Xaxado é uma dança típica nordestina, sua origem foi ligada diretamente ao Cangaço especificamente por Lampião e seus companheiros por volta dos anos vinte.

Arruados

• conjunto de casas com fachadas antigas, pintadas em tons fortes, com destaque dos detalhes arabescos.

Lampião em Mossoró: a memória da resistência

Memória da resistência X

• Prédio da prefeitura chama-se “palácio da resistência”;

• Monumento aos cidadão que impediram o ataque;

• O prefeito da época é lembrado como o organizador das “trincheiras da liberdade”;

• Mote para markenting de estabelecimentos comerciais.

Memória do Cangaço

• Devoção popular ao cangaceiro “Jararaca”;

• Museu Municipal de Mossoró;

• Semanas de Estudo do Cangaço.

Poço Redondo: a capital do cangaço

• Aqui, a expressão “memória de grupos” pode ser substituída por “memória familiar”.

• Os descendentes dos coiteiros de Lampião tornaram-se lideranças políticas influentes na cidade.

Lugares de memória:

• Praça Lampião (1988);

• Grota de Angico;

• Seminário sobre a História do Cangaço.

PIRANHAS - O ELOGIO DA TRAIÇÃO

• O pesadelo: Último e vitorioso ataque das volantes ao bando de Lampião, foi planejado em Piranhas, este é considerado um mérito para os citadinos.

• A morte de Lampião: Após o ataque, a volante exibiu a cabeça e os despojos de Lampião e de seu bando superpostas na escadaria do Palácio D. Pedro II.

Museu do Sertão

• Fundado em 1982, a gestão é responsabilidade do município. A finalidade do mesmo consiste em promover a cultura e a história de Piranhas, proporcionar a população local e ao visitante o contato com a realidade do sertanejo, possibilitando uma leitura do passado mais abrangente. Consideram que o tema é de grande importância para o Nordeste. Com forte apelo turístico.

• Para tanto, está o museu dividido em três ambientes:

• 1. Ciclo da navegação a vapor, ferrovia Great Western Brazil of Railway, ciclo do gado e da pesca.

• 2. Cotidiano sertanejo e religiosidade.

• 3. O cangaço.

• O espaço dedicado ao cangaço é o mais visitado. As peças do acervo foram em parte compradas e em parte doadas

Como o museu se posiciona nas questões atuais do cangaço?

Que tipo de memória ou imagem do cangaço e de Lampião é repassada?

“O Museu do Sertão passa a imagem do Lampião histórico, sem

idolatrá-lo e sem exacrá-lo, (sic) contudo, tendo a preocupação

de informar aos nossos visitantes os feitos de Lampião herói e

Lampião bandido, como também sua contribuição para a cultura

sertaneja nordestina.”

Seminários realizadosanualmente a cada mês de

outubro

O cangaço é o tema central desses seminários cujos objetivos procuram revisitar a imagem de Lampião. Para esses eventos são convidados historiadores já conhecidos, remanescentes do cangaço e da volante, testemunhas dos acontecimentos e estudiosos de modo geral.

LIVROS DISTRIBUÍDOS NAS ESCOLAS MEC

CONSIDERAÇÕES FINAIS

• A constituição de uma memória coletiva do cangaço demonstra a existência de múltiplas interpretações sobre a figura lendária de Lampião.

• Entretanto, parece indiscutível o processo de glorificação de Lampião nas cidades sertanejas.

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