imago - relatório 2014
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[ –I M A G O
– ]
Uma coleção
aberta de
pensamentos
sobre a relação
entre o homem,
a visão e a
imagem nos
dias de hoje
Puc Rio2014.2
Nicolas Abreu Silva
[ –
I M A G O
– ]
IMAGO
Pontifícia Universidade Católica – Puc Rio24 de Novembro de 2014 – 2014.2
Aluno: Nicolas Abreu Silva
Orientadores: Professor(A): Rita CoutoProfessor(A): Roberta PortasProfessor(A): Evelyn Grumach
Indice interativo
Links para as respectivas páginas
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTOO PrincípioO ConceitoO NomeVer Além
TEXTODiretrizes de Geração Dos TextosSobre a EdiçãoO Enredo
OBJETODiretrizes do ObjetoCaracterísticas da TipografiaCaracterísticas da IlustraçãoCaracterísticas da Diagramação & Encadernação
PRODUÇÃOMetodo de Impressão
CONCLUSÃOAGRADECIMENTO
BIBLIOGRAFIA
ANEXOFichas Técnicas
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8101214
182224
26283032
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38
40
44
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I N T R O D U Ç Ã O
]
'Ver vai além de exercer o sentido da visão.'
Fotografia de Evgen Bavcar - Evgen é um fotografo cego
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A partir dessa frase foi construído o conteúdo de IMAGO. Uma coleção aberta de pensamentos voltados à discussão sobre a relação entre o homem, a visão e a imagem nos dias de hoje. Todos nós somos bombardeados de informações ininterruptamente todos os dias, imagens, palavras, sons, texturas, e apesar de toda essa informação não dispomos do tempo necessário para um olhar mais profundo sobre o que nos é posto diariamente.
Este livro é um convite singular a um mergulho sobre o tema. Uma coletânea de pensamentos ímpares, de pessoas com pontos de vista distintos que nos mostram a profundidade dos significados além da superfície visual tanto da imagem quanto da palavra. IMAGO navega entre significados e conceitos sobre o ver, o olhar e o enxergar, fazendo emergir a linha tênue que costura a diferença entre esses aspectos.
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DESENVOLVIMENTO
]
O Princípio
Cena do Documentário "Janela da Alma" (2002)
/L I N K
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"Vivemos todos numa espécie de Luna Park audiovisual. Onde os sons se multiplicam, onde as imagens se
multiplicam e onde nós, creio eu que isso vai acontecer, vamos cada vez mais nos sentir perdidos. Perdidos, em primeiro lugar, de nós próprios. E em segundo lugar,
perdidos na relação com o mundo. Acabamos por circular por aí sem saber muito bem o que somos, nem para que
servimos, nem que sentido tem a existência."
José Saramago em "Janela da Alma" (2002)
Todo esse novo momento do desenvolvimento de IMAGO se iniciou a partir dessa citação de José Saramago e de outros pensadores que participam do documentário “Janela da alma”. Relacionando essas palavras com as informações obtidas durante o curso de anteprojeto junto a professora Rita Couto, e outras pesquisas feitas em cima do tema, chego então ao que acredito ser a definição final do meu projeto de conclusão de curso.
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O Conceito
[
DESENVOLVIMENTO
]
Imago é para mim um mergulho na relação entre o ser humano e a visão, em um mundo onde as imagens se multiplicam cada vez mais rápido, e onde, a vivência do nosso cotidiano cada vez mais intenso nos impede de ter o tempo necessário para um olhar mais profundo sobre o que vemos. É principalmente uma proposta ao espectador, que tem como essência mostrar que “ver vai além de exercer o sentido da visão”.
Voltado para Portadores de Deficiência Visual e Videntes, o projeto
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visa unir dois públicos distintos em características porém iguais em essência. Mostrando que tanto um quanto o outro existe no mundo em grau de igualdade diante das possibilidades do “olhar” e da apreensão de conceitos a partir dos sentidos.
“a visão que o cego tem do mundo é de uma riqueza única, incomparável e deve passar
a ser vista como uma apreensão integral da realidade, não uma carência de visão, não
uma castração de um órgão, mas a existência suficiente de um ser humano completo.”
(Monte Alegre, 2003, p.12)
"Felizmente, a maioria de nós é capaz de ver com os ouvidos, de ouvir e ver com o cérebro, com o estômago e com a alma. Creio que vemos
em parte com os olhos, mas não exclusivamente."(Wim Wenders em “janela da alma” 2002)
O projeto tem como plataforma uma publicação editorial, onde o leitor possa explorar as possibilidades de ler, fazendo com que tanto o PDV quanto o vidente tenham a possibilidade de ter uma experiência aproximada de apreensão da informação contida nas páginas.
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DESENVOLVIMENTO
]
I·ma·go
(latim imago, -inis, representação, forma, imitação, aparência, imagem) Substantivo feminino
1. [Entomologia] Fase adulta de um inseto que passa por metamorfoses.
2. [Psicologia] Representação de uma pessoa, formada na infância e conservada na idade adulta.Palavras relacionadas:
imaginista, imagineiro, imaginar, imagem
I·ma·gem
(latim imago, -inis, representação, forma, imitação, aparência)substantivo feminino
1. Representação de pessoa ou coisa.
2. Figura ou efígie de um santo, da Virgem ou de Cristo.
3. Semelhança.
4. Representação (no espírito) de uma .ideia.
5. [Informal] Pessoa formosa.
6. [Gramática] Metáfora.
O Nome
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A palavra Imago nasce no latim e origina a palavra Imagem. Tendo as duas significados muito próximos e complementares entre si. Esse nome surge ainda nas minhas primeiras pesquisas sobre deficiências visuais e imagens. Além de todo o caráter poético que esta carrega em todos os seus níveis de significação.
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Ver Além
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DESENVOLVIMENTO
]
(ver, olhar e enxergar)
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"Mas vocês não são videntes clássicos, vocês são cegos porque, atualmente, vivemos em um mundo que perdeu a visão. A televisão
nos propõe imagens prontas e não sabemos mais vê-las, não vemos mais nada porque perdemos o olhar interior, perdemos o distanciamento. Em outras palavras, vivemos em uma espécie de
cegueira generalizada." Evgen Bavcar em "Janela da Alma" (2002)
A frase de Evgen Bavcar no documentário Janela da Alma foi essencial para que eu pudesse enxergar que, não necessariamente quem tem o pleno funcionamento dos olhos tem a capacidade de ver além do que lhe é posto em primeiro plano. Relacionando essa frase com a de Monte Alegre citada no capitulo de conceito podemos concluir que ambos, tanto cegos quanto videntes ocupam o mesmo lugar no mundo e com as mesmas capacidades de apreensão, que nos dois casos se dá de forma sequencial.
O objetivo desse projeto é levar o leitor a reflexão de que todos nós seres humanos, videntes, portadores de deficiência visual, independente de cor, raça, fé e sexualidade estamos em um mesmo lugar, onde todos vivemos uma “cegueira” que se mostra em varias formas e níveis diferentes.
Um dos conceitos mais importantes que pude observar é a relação entre a palavra e a imagem, segundo Evgen Bavcar também no documentário “Janela da Alma” a palavra cria a imagem, conceito que podemos ver também na semiologia. Toda a imagem é carregada de significado, e esse significado não se explica com outra imagem, mas sim com palavras. O que vemos em geral é “visto” não só pelos olhos, mas sim por significados implícitos por todos os conceitos que guardamos desde crianças.
Outro objetivo do projeto é falar sobre a linha tênue que
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≠
diferencia os significados de ver, olhar e enxergar. Conceito que passa desapercebido no nosso cotidiano.
Ver |ê|(latim video, -ere) verbo transitivo
1. Exercer o sentido da vista sobre. 2. Olhar para. 3. Presenciar, assistir a.
O·lharverbo intransitivo
1. Dirigir a vista. 2. Fazer por ver. 3. Encarar, considerar. 5. Estar fronteiro. 6. Fitar os olhos em; ver; encarar. 7. Contemplar. 8. Cuidar de. 14. Modo de olhar. 15. .Aspecto dos olhos.
En·xer·garverbo transitivo
1. Divisar; perceber; entrever.
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VER
SENTIDO
OLHAR
SENTIMENTO
ENXERGAR
COMPREENSÃO
VER COM SENTIMENTOSENTIR COM SENTIMENTOOLHA
R PELO
SEN
TIDO
ENXE
RGAR
É
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T E X T O
]
Diretrizesda Geração do Texto
Todo o conteúdo do livro foi construído através de 8 entrevistas feitas a partir de pensamentos extraídos do documentário “Janela da Alma” de João Jardim e Walter Carvalho.
Ao lado o conteúdo extraído do documentário.
1. Evgen Bavcar
2. José Saramago
3. Manoel de barros
4. Oliver sacks
5. Win Wenders
1 2 3
4 5
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“Vivemos todos numa espécie de Luna Park audiovisual. Onde os sons se multiplicam, onde as imagens se multiplicam e onde nós, creio eu que
isso vai acontecer, vamos cada vez mais nos sentir perdidos. Perdidos, em primeiro lugar, de nós próprios. E em segundo lugar, perdidos na relação com o mundo. Acabamos por circular por aí sem saber
muito bem o que somos, nem para que servimos, nem que sentido tem a existência.”
José Saramago em “Janela da Alma” (2002)
“Mas vocês não são videntes clássicos, vocês são cegos porque, atualmente, vivemos em um mundo que perdeu a visão. A televisão nos
propõe imagens prontas e não sabemos mais vê-las, não vemos mais nada porque perdemos o olhar interior, perdemos o distanciamento. Em
outras palavras, vivemos em uma espécie de cegueira generalizada.” Evgen Bavcar em “Janela da Alma” (2002)
“A atual superabundância de imagens, significa, basicamente que somos incapazes de prestar atenção. Somos incapazes de nos emocionarmos com as imagens. Atualmente, as estórias têm que ser extraordinárias para
nos comoverem. A estórias simples não conseguimos mais vê-las.”Wim Wenders em “Janela da Alma” (2002)
“Felizmente, a maioria de nós é capaz de ver com os ouvidos, de ouvir e ver com o cérebro, com o estômago e com a alma. Creio que vemos em
parte com os olhos, mas não exclusivamente.” Wim Wenders em “Janela da Alma” (2002).
“Eu não acredito que o olho vê, as coisas aparecem de dentro, vêm de dentro, não entrando pelo olho, é a imaginação que transforma o
mundo.”Manoel de Barros em “Janela da Alma” (2002).
“O ato de olhar não se limita a olhar para fora, não se limita a olhar o visível, mas também o invisível, de certa forma é o que
chamamos de imaginação.”Oliver Sacks em “Janela da Alma” (2002).
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A primeira parte do processo de produção do conteúdo se deu nessa fase onde os pensamentos extraídos do documentário - mostrados na página anterior - foram editados e transformados em pequenas frases que foram apresentadas aos meus entrevistados.
As frases apresentadas foram:
“Excesso de imagens”, “Cegueira generalizada?”, “Ver não só com os olhos”, “O olhar que não se limita ao que é visível.” Espontaneidade foi o principal parâmetro para o desenvolvimento das entrevistas. O que fez com que todas elas tivessem características bem próprias de cada participante.
Imagens retiradas das filmagens das entrevistas.
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O professor João Manoel não tem foto pois viajou antes que eu conseguisse uma foto dele
Participaram da produção de conteúdo desse livro:
Bernardo Lemgruber
Celina Kuschinir
Clara FonsecaVidi Descaves
Lorena Chifarelli José Luiz Silva
João Manoel
Romulo Matteoni
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T E X T O
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Sobre a Edição
Representação do processo de edição
Entrevistas em Números:
Duração: 160 minutosTotal: 8 entrevistas
Tudo transformado em 20 textos que compõem o objeto.
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A composição final do texto de IMAGO se da a partir da transcrição e edição do material obtido nas entrevistas. O objetivo da edição do conteúdo foi reduzir o numero total de caracteres que formam os textos – principalmente por conta do caractere braille pois o mesmo ocupa o dobro de espaço de um caractere feito a tinta – retirando excessos, porém, mantendo o significado essencial de cada um. Outra característica da edição foi a ideia de transformar todas as vozes em uma, descaracterizar as falas, retirar nomes dos textos e fazer com que as palavras ditas se tornem mais que os nomes, cargos e formações acadêmicas dos que emprestaram sua voz para a produção do livro.
A partir das edições viu-se a necessidade de reduzir ainda mais o conteúdo das entrevistas, pois ainda assim o conteúdo era muito extenso para o braile. Também era necessária uma maior redução de caracteres para tornar o conteúdo mais leve e fácil de ser lido. Com esse objetivo foram criadas categorias de texto a partir das entrevistas, que são: POESIA, DIÁLOGO, FRASES, CITAÇÕES, HISTÓRIA E ENTREVISTA.
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Com base nas categorias criadas foi construído o enredo do texto, com o objetivo de dar fluidez a leitura e a captação dos conceitos apresentados no livro. Que acontece da seguinte forma:
O Enredo
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T E X T O
]
Imagem da primeira boneca já com as ilustrações
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1Citação
Abertura
2Frase
A imagem é criada
3Citação
História
4Frase
Entrever
5Diálogo
Feeling the Blanks
6Frase
Nada é só vista
7Citação
Perceber
8Diálogo
Replicação
15Frase
Enxergar é sentir com sentimento
16Diálogo
Enxergar
18Entrevista
17Diáligo
Narrativa não linear
19Poesia
Péle
00História
9Frase
Ver é Sentido
10Poesia
Plasmar
11Frase
Olhar é Sentimento
12Citação
Tudo compõe
13Frase
A imagem é circunstanciada
14Poesia
Espaços
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O B J E T O
]
Diretrizes do Objeto
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Diretrizes do ObjetoO principal objetivo desse projeto é colocar tanto PDV quanto vidente em uma mesma posição diante do objeto. Com isso a principal característica dessa produção gráfica é que o braile e a tinta devem ocupar um mesmo espaço porém sem se sobreporem.
Uma característica que o objeto adquiriu durante as edições foi a de que cada caderno com seu respectivo texto existe por si só, então independente da ordem de leitura de cada caderno o objetivo final é alcançado. Por isso este é um livro composto de vários tipos de formato de tamanho e 3 tipos de acabamento: Cartão corte reto, Dobra leporello, e folha dupla com grampo na lombada. Todas agrupadas em uma pasta. Outra característica da diagramação é a impressão somente em um lado do papel, para que o leitor possa expor todas as folhas abertas e construir seu próprio fluxo de texto.
LEPORELLO GRAMPOCARTÃO
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Para a composição visual do texto em tinta foi usada a tipografia: CamingoMono – Light e Regular. Um tipo Mono-space com uma família de 7 pesos que vão do Ultra-Light até Black mais seus respectivos tipos itálicos.
Um tipo moderno feito para grandes massas de texto. Foi escolhido justamente por esse motivo e também sua forma bem encorpada que marca bem o caractere na página, visto que não foram necessários nessa publicação usar mais do que as versões Light e Regular incluindo suas versões em itálico.
Caracteristicas da Tipografia
[
O B J E T O
]
CamingoMonoAutor: Jan Fromm
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CamingoMono - Regular 14 pt
A B C D EF G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Za b c d e f g h ijk l m n o p q r s t u v w x y z
1 2 3 45 678 9 01234567890
CamingoMono - Italic 14 pt
A B CD EFG HIJ KL M N O P Q R ST U V W X Y Za b cd e f g h ijk l m n o p q r s t u v w x y z
1 23456789 01234567890
CamingoMono - Ligh 14 pt
A B C D EF G H I JK L M N O P Q R S T U V W X Y Za b c d e f g h ijk l m n o p q r s t u v w x y z
1 2 3 45678 9 01234567890
CamingoMono - Ligh Italic 14 pt
A B CD EFG HIJ KL M N O P Q R ST U V W X Y Za b cd e f g h ijk l m n o p q r s t u v w x y z
123456789 01234567890
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As ilustrações seguiram um conceito de simplicidade nas formas, visando uma leitura tátil de cada desenho. Foram feitas a partir de formas geométricas básicas que se mostram bastante expressivas e de fácil entendimento quando apresentadas junto a um contexto. As formas base para o desenvolvimento dos desenhos foram a linha, polígonos e círculo.
[
O B J E T O
]
Caracteristicas da Ilustração
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Ilustração do diálogo 16 - Enxergar
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O objetivo da diagramação do texto é de dar ritmo de leitura e ocupar de maneira fluida os espaço nas páginas, observando também que os vazios tem voz própria, os contrastes entre as ilustrações, massas de texto e o fundo. Nessa diagramação foi mantida a ideia inicial de seguir parâmetros da poesia concreta de ocupação de espaço.
A encadernação seguiu o mesmo objetivo de certa forma. Todos os cadernos e páginas são soltos para que o leitor possa manusear e organizar como quiser. São numerados de 01 a 19 com um caderno extra de número 00, essa numeração representa a minha leitura sobre o texto, porem os cadernos soltos proporcionam para o leitor a possibilidade de reorganizar ou ler da forma que quiser.
Características da Diagramação & Encadernação
Visão de todos os cadernos juntos.
[
O B J E T O
]
Foto do livro
mostrando a diagramação e encadernações
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A4
IntroduçãoCitaçõesEntrevista
19 x 27 cm
Dialogos
16 x 24 cm
Frases
14 x 21 cm
PoesiasHistória
Foto do livro
mostrando a diagramação e encadernações
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Titulos
Ilustração em relevo
Titulos em braille
Pagina-ção
Paginação em braille
FEELING THE BLANKS
05≈19
– É uma questão de narrativa. você constrói um
mundo, você dá pistas de um mundo. Você dá um norte,
parâmetros. A pessoa vai ser tão mais envolvida
quanto mais puder preencher esses vazios de uma
forma totalmente pessoal. ligar os pontos que ela
considerar pertinente.
A ideia é uma sequência, te possibilita apagar essas
fronteiras que separam o eu do outro na história,
Às vezes eu sou o personagem. As vezes estou nessa
visão.
– É, pra te colocar realmente na história, você
sendo mais um dos cegos...
Para você ter o espaço necessário pra você ver
entre as imagens, conseguindo assim criar sua
própria dedução daquilo, não ter aquilo pronto. É
um aprofundamento, de pensar nisso.
– A pessoa vai olhar para aquilo e dar
significação vai se forçar a verbalizar, a
construir um discurso sobre, entrando numa outra
percepção, que não é menor nem maior que a outra
mas uma outra construção.
↘
Um dos cadernos de dobra leporello aberto mostrando cada parte que
compõe o seu conteúdo. Esta paginação e títulos se repetem na maioria
dos cadernos.
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– É uma questão de narrativa. você constrói um
mundo, você dá pistas de um mundo. Você dá um norte,
parâmetros. A pessoa vai ser tão mais envolvida
quanto mais puder preencher esses vazios de uma
forma totalmente pessoal. ligar os pontos que ela
considerar pertinente.
A ideia é uma sequência, te possibilita apagar essas
fronteiras que separam o eu do outro na história,
Às vezes eu sou o personagem. As vezes estou nessa
visão.
– É, pra te colocar realmente na história, você
sendo mais um dos cegos...
Para você ter o espaço necessário pra você ver
entre as imagens, conseguindo assim criar sua
própria dedução daquilo, não ter aquilo pronto. É
um aprofundamento, de pensar nisso.
– A pessoa vai olhar para aquilo e dar
significação vai se forçar a verbalizar, a
construir um discurso sobre, entrando numa outra
percepção, que não é menor nem maior que a outra
mas uma outra construção.
↘
IMAGO
Titulo do projeto
Ilustração em relevoInverso da capa
Títulos do projeto em braille
Texto
Texto em braille
Caderno Citações – 05 de 19 – Feeling the Blanks
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A técnica de impressão usada no projeto é a serigrafia tanto nos textos de tinta quanto no braille. Os motivos são muitos, mas principalmente pelo fato de que no Brasil é muito difícil conseguir uma impressão em braile com um custo acessível e em formatos maiores que o convencional A4. Então a opção pelo braile impresso em tinta foi primeiramente pelo menor custo e maior liberdade de aplica-lo em formatos maiores e diferenciados. Em segundo lugar foi a possibilidade estética de poder colocar ambos caracteres, tinta e braile, em cores iguais fazendo com que os dois tipos de texto se completem visualmente criando a ilusão de que tudo é uma coisa só.
Metodo de Impressão
[
P R O D U Ç Ã O
]
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QUANTIDADETiragem inicial de 10 unidades
FICHA TÉCNICA
MATÉRIA PRIMA
/LINK
Ficha técnica detalhada
Braille: Transcrição e diagramaçãoFormato: PDFValor: R$ 1.287,00
Impressão: Serigrafia em relevoValor: ...
Papel: color plus 180g e 240g
Serigrafia: Tela para Relevo
Tinta: Epoxi para silk em relevo
CUSTO
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C O N C L U S Ã O
]
Qualquer projeto que envolva acessibilidade para pessoas com algum tipo de deficiência física no Brasil, se torna algo de extrema dificuldade de produção, porém, gratificante diante do objetivo alcançado. Mesmo diante dos erros cometidos e da dificuldade de produzir esse projeto, tanto com relação a matéria prima quanto ao custo de produção.
Acredito que o assunto é de grande relevância para a profissão, para os estudos de comunicação visual e também para as pessoas que desejam ver além. Para isso esse projeto foi desenvolvido, para ser um princípio (pessoal) nos estudos sobre o tema e, instigar de alguma forma e mostrar que design de comunicação visual deve estar voltado para todas pessoas, seres humanos, iguais independente de qualquer coisa e cheios de potencial.
A principal conclusão que chego é que o projeto deve continuar. No principio deste relatório disse que IMAGO é: “Uma coleção aberta de pensamentos voltados à discussão sobre a relação entre o homem, a visão e a imagem nos dias de hoje.” Esse é o meu objetivo nesse próximo momento do projeto. Transformar o projeto em um coleção de textos abertos sobre o tema onde qualquer pessoa poderá dar sua contribuição. Ainda não pensei na plataforma onde isso vai acontecer. Mas pretendo continuar meus trabalhos em cima desse assunto.
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[
AGRADECIMENTOS
]
À todos que de alguma forma participaram do desenvolvimento desse projeto, me ajudaram na produção de conteúdo, conversas, ideias e etc.
Ana Lucia Abreu SilvaBernardo LemgruberCelina KuschinirClara FonsecaEvelyn GrumachJosé Luiz SilvaJoão ManoelLorena ChifarelliRoberta PortasRomulo MatteoniRita CoutoVidi Descaves
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MUNARI, Bruno. Fantasia – Invenção, Criatividade e Imaginação na Comunicação
Visual. Martins Fontes, 1981.
JOLY, Martine. A Imagem e Os Signos. Arte & Comunicação, 2000.
SARTORI, Giovanni. Homo Videns – Televisão e Pós-pensamento. Edusc, 2001.
SARAMAGO, José. Ensaio Sobre a Cegueira – Leya, 2012.
NUNES, Sylvia da Silveira; LOMÔNACO, José Fernando Bitencourt.
Desenvolvimento de Conceitos em Cegos Congênitos: Caminhos de aquisiçãoo do
conhecimento. Psicologia Escolar e Educacional. v.12 n.1, Campinas, Jun. 2008
NUNES, Sylvia da Silveira; LOMÔNACO, José Fernando Bitencourt. O Aluno Cego:
Preconceitos e Potencialidades. Revista Semestral da Associação Brasileira
de Psicologia Escolar e Educacional, SP. v.14 n.1, Jan/ Jun. 2010.
JARDIM, João & CARVALHO, Walter. JANELA DA ALMA. 2002. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=56Lsyci_gwg> Acesso em 6 jun. 2013
GELDER, Beatrice de. A ESTRANHA VISÃO DOS CEGOS. Scientific American Brasil.
Disponível em: <http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/a_ estranha_visao_
dos_cegos.html> Acesso em 25 mar. 2013.
MARCUS, Cid. A COR DA MUSICA. 2011. Disponível em: <http://cidmarcus.blogspot.
com.br/2011/09/ cor-da-musica.html> Acesso em: 25 mar. 2013.
[
BIBLIOGR AFIA
]
41
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Indi
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CÂMARA, Ana Cristina. SONHOS CEGOS. 2012. Disponível em: <http://sol.sapo.pt/
inicio/Vida/ Interior.aspx?content_id=52083> Acesso em: 25 mar. 2013.
CHAGAS, Victor. PARA SER LIDO EM VOZ ALTA. Rio de Janeiro. 2007. Disponível
em: <http://www. overmundo.com.br/overblog/para-ser-lido-em-voz- alta> Acesso
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RIBEIRO, Vinicios. O TÁTIL E O VISUAL. 2011. Disponível em: <http://www.
observatoriodaimprensa.com.br/news/view/o_ tatil_e_o_visual> Acesso em: 3
maio 2013.
VILAVERDE, Carolina. Editora lança livro impresso com tinta que desaparece
após dois meses. 2012. Disponível em: <http://super.abril.com.br/blogs/
superblog/editora-lanca-livro-impresso-com-tinta-que-desaparece-apos-dois-
meses/> Acesso em 10 Setembro 2014
WIKIPÉDIA. IMAGEM. Disponível em: <http:// pt.wikipedia.org/wiki/Imagem>
Acesso em: 3 maio 2013.
WIKIPÉDIA. COR. Disponível em: <http:// pt.wikipedia.org/wiki/Cor> Acesso em:
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WIKIPÉDIA. POESIA CONCRETA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/
42
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Indi
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Poesia_concreta> Acesso em: 10 setembro 2014.
WIKIPÉDIA. AUGUSTO DE CAMPOS. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/
Augusto_de_Campos> Acesso em: 10 setembro 2014.
WIKIPÉDIA. GUILLAUME APOLLINAIRE. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/
wiki/Guillaume_Apollinaire> Acesso em: 10 setembro 2014.
"imagem", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013,
http://www.priberam.pt/DLPO/imagem [consultado em 11-09-2014].
"imago", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013,
http://www.priberam.pt/DLPO/imago [consultado em 11-09-2014].
"ver", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013,
http://www.priberam.pt/DLPO/ver [consultado em 16-09-2014].
"olhar", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013,
http://www.priberam.pt/DLPO/olhar [consultado em 16-09-2014].
"enxergar", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-
2013, http://www.priberam.pt/DLPO/enxergar [consultado em 16-09-2014].
43
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Indi
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44
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IMAGO
FICHA TÉCNICA
CITAÇÕES
Formato: A4Papel: Color Plus MarfimGramatura: 180gCor: 1/0 pretoCorte: Reto
Arquivos
01_19_CITAÇÃO_ABERTURA03_19_CITAÇÃO_HISTÓRIA07_19_CITAÇÃO_PERCEBER12_19_CITAÇÃO_TUDO_COMPÕE
OBSERVAÇÕES
- Conjunto composto por 4 cartões A4- Braille e tinta devem existir na mesma folha (sem se sobreporem)
29,7 cm
21 cm
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O braille deve acontecer nos espaços em branco, representados nas duas últimas figuras pelos pontos de cor ciano.
Essa ideia de ocupação deve acontecer em todos os cadernos, menos no caderno “entrevista” e “Passeio”
PERCEBER
Perceber e ver
são coisas diferentes.
E se ver for com os olhos e perceber for
com a cabeçaeu acho que muita gente não faz
a segunda.
Muita gente aceita o que vê.
07≈19
TUDO COMPÕE
“Tudo está compondo esse momento aqui.Isso só se torna especial se eu quero que isso seja.
[Na verdade o fato é que as pessoas estão conseguindo viver sem parar para pensar em nada; redes social, site,
jornal, outdoor, panfleto, lambe-lambe, as pessoas passam por cima disso, vivem
assim, a gente vive assim.]
Mas se você parar pra pensar, você se colocar uma situação em que você pode recombinar a maneira como os elementos estão funcionando...
[isso parte de você se ver de outra forma]”
12≈19
“Isso é um livro sobre imagem mas não tem nenhuma imagem”. Essa é a
proposta do livro, imagem como construção social. Então, por mais que a
gente considere a visão um sentido absoluto e uma coisa tão relacionada
a percepção que a gente até confunde as duas coisas, na verdade ela
também tem muito de interpretação. Porque você, o seu contexto, a sua
história, carrega você pra interpretar aquela imagem de algum jeito, que
é totalmente individual.
ABERTURA
01≈19
≈
HISTÓRIA
E l a e s t a v a e m u m a v i ã o, e j á l á n o a lt o.
A s n u v e n s e s t a v a m p o r b a i x o e t i n h a u m a l u a n a s ce n d o p o r t r á s.
E l a f i c o u a l i, i m p r e s s i o n a d a c o m a i m a g e m
q u e e s t a v a v e n d o e q u e n i n g u é m a l i n o t a v a.
E l a c o m e ç o u a b r i n c a r, t a p a r u m o l h o e o o u t r o
p r a v e r d if e r e n t e, p o i s n o t o u q u e d e u m o l h o
p r o o u t r o t i n h a f o c o s t o t a l m e n t e d if e r e n t e s.
03≈19
≈
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IMAGO
FICHA TÉCNICA
DIÁLOGOS
Formato: 27 x 19 cmPapel: Color Plus MarfimGramatura: 180gCor: 1/0 pretoCorte: RetoAcabamento: Dobra
OBSERVAÇÕES
- Conjunto composto por 4 cadernos com dobra leporello 27 x 19 cm- Braille e tinta devem existir no mesmo caderno (sem se sobreporem) em páginas diferentes. Com isso o número de paginas provavelmente deve aumentar
19 cm
27 cm
76 cmDOBRA
DOBRA
DOBRA
Arquivos
05_19_DIÁLOGO_Feeling_the_Blanks08_19_DIÁLOGO_Replicação16_19_DIÁLOGO_Enxergar17_19_DIÁLOGO_Narrativa_Não_Linear
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- O braille deve acontecer nos espaços em branco, representado na primeira figura pelos pontos de cor ciano.
As ilustrações em cor magenta devem ser em relevo de tinta epoxi
FEELING THE BLANKS
05≈19
– É uma questão de narrativa. você constrói um
mundo, você dá pistas de um mundo. Você dá um norte,
parâmetros. A pessoa vai ser tão mais envolvida
quanto mais puder preencher esses vazios de uma
forma totalmente pessoal. ligar os pontos que ela
considerar pertinente.
A ideia é uma sequência, te possibilita apagar essas
fronteiras que separam o eu do outro na história,
Às vezes eu sou o personagem. As vezes estou nessa
visão.
– É, pra te colocar realmente na história, você
sendo mais um dos cegos...
Para você ter o espaço necessário pra você ver
entre as imagens, conseguindo assim criar sua
própria dedução daquilo, não ter aquilo pronto. É
um aprofundamento, de pensar nisso.
– A pessoa vai olhar para aquilo e dar
significação vai se forçar a verbalizar, a
construir um discurso sobre, entrando numa outra
percepção, que não é menor nem maior que a outra
mas uma outra construção.
↘
IMAGO
REPLICAÇÃO
08≈19
↘
– A gente tem acesso a muitas imagens. Quanto
mais imagens a gente tem acesso, menos tempo a
gente vai ter pra se deter sobre cada uma dessas
imagens, então, me parece que às vezes a gente tá
num trailer eterno, tem uma determinada narrativa
mas as imagens são muito mais colocas ali por
causar uma impressão sobre a promessa daquele
filme do que te dizer.
Uma sociedade que tá eternamente nesse loop.
outdoor, cartaz, livro, coisas, sinalizações,
placa... a gente vê o tempo todo; e óbvio
que a gente não vai se deter pra ver cada
uma dessas coisas mas é corriqueiro a gente
passar de imagem pra imagem e não saber em
qual se deter e qual produz mais significação
ou qual a gente vai explorar pra entender.
Essa replicação começa na imagem mas vai pra
todas as outras coisas, pras nossas atitudes;
a gente começa a ter uma superficialidade na
fruição do mundo... não começa na imagem mas
passa pela imagem também.
IMAGO
ENXERGAR
16≈19
↘
– Enxergar já seria algo como
compreensão que se da através da relação
dos dois primeiros.
– O olhar tem uma coisa: “lançar o
olhar”, você não lança a visão, você
lança o olhar sobre alguma coisa, você
olha pra alguma coisa, tem uma coisa de
direcionar; que chama atenção do olhar.
– Ver eu vejo. Agora o enxergar é
engraçado, o enxergar, tem mais a ver
com uma coisa de iluminação.
– Descoberta.
– Talvez o enxergar seja mais profundo.
– Estava olhando, mas não estava enxergando.
– Faz sentido.
IMAGO
NARRATIVA NÃO LINEAR
17≈19
↘
A gente tem tanta oferta que tudo vira paisagem, se
tudo vira paisagem e você não olha ou não enxerga
as coisas, é como se você não percebesse as coisas,
você sente, mas não percebe, você não significa e se
você não significa você não produz muito com aquilo.
Você vai descartar aquela imagem e vai pra outra,
vai ser um prazer ultracurto, sensação. Você não vai
olhar, depois enxergar. Não vai pensar com aquilo. E
aquilo não vai te despertar nada profundo.
– É uma troca você vai olhar uma coisa e essa coisa
vai te trazer de volta alguma outra coisa. Vai ter
um diálogo.
– A imagem é uma narrativa não linear,
que é totalmente comandada por quem
olha. Na imagem tudo tá posto, na nossa
percepção o mundo acontece de forma
holística; existem coisas acontecendo
ao mesmo tempo e a imagem trás isso,
a gente vai escolher em que linha
narrativa a gente vai se deter.
Não é a visão só do que existe mas a gente cruza
o que existe com o nosso repertório, com nossa
imaginação.
IMAGO
48
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IMAGO
FICHA TÉCNICA
ENTREVISTA
Formato: A4Papel: Color Plus MarfimGramatura: 120gCor: 1/0 pretoCorte: RetoAcabamento:DobraGrampo
OBSERVAÇÕES
- Caderno duplo com dobra ao meio e grampo nas pontas/lombada quadrada - Tam.: A4- Braille e tinta devem existir em cadernos próprios porém com conteúdo e diagramação parecidos. Com isso o número de paginas vai aumentar no caderno braille
Arquivos
18_19_Entrevista
29,7 cm
21cm
42 cm
DOBRA
GRAMPO
49
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IMAGEM05≈19
→
N: É meu projeto de conclusão de curso de designer,
comunicação visual e o tema do meu projeto, a frase que
define o projeto é “Ver vai além de exercer o sentido da
visão.” e aí o meu projeto ele fala desse momento que a
sociedade tá vivendo que às vezes, as imagens que a gente
produz elas perdem o significado muito facilmente . É um
estudo sobre a relação do homem e a visão na atualidade, e
aí na verdade eu não tenho questões, é mais conversar sobre
esse assunto com pessoas que tenham alguma relação com o
tema e podem falar alguma coisa sobre isso: ser humanos, e
algumas questões da gente ser muito apoiado só na visão, não
experimentar ter experiência com os outros sentido também e
não só com os sentidos, com você, com o que tem dentro de
você.
P: É, você sabe que Aristóteles ele exatamente ele fala que
a visão é mais importante de todos e aí ele fala exatamente
isso no início que é o sentido mais importante, porque para
ele, Aristóteles, todo nosso conhecimento vem através de
imagem porque nada existe na inteligência que não tenha
passado pelos sentidos e dos sentidos a primeira coisa que a
gente aprende é a imagem do objeto, então para ele a imagem
é importantíssima, a gente conservar a imagem, só que ele
tem todo um esquema de elaboração dessa imagem. essa imagem
onde é que fica retida,
Muita gente confunde memória com imaginação, reduz a
imaginação como se fosse memória. Memória é a relação
do tempo e do espaço de uma imagem que entra dentro da
gente. a imagem entra, quem põe a relação de tempo e
espaço é a nossa memória, aquele momento que você tá
vendo existe Aquela sensação de De ja vù, que sensação
é essa? É que entrou uma imagem sem que a memória
funcionasse, então se a memória não funcionou onde é
que você estava, qual é a tua situação, aquilo entrou
sem sentido aí você “Ih, já vivi isso anteriormente”
Não, apenas sua memória não funcionou chama-se isso
paramnésia, não chega a ser uma amnésia, é uma para-
amnésia essa sensação De ja Vù que entrou..
A imaginação pra Aristóteles ela é o tesouro das espécies
sensíveis, espécies sensíveis são as imagens, então nós
conservamos tudo na imaginação, ela viu que elas todas estão
relacionadas no tempo e no espaço pela memória, quando a
gente perde a memória as imagens continuam, você pode ficar
com as imagens mas sem memória não adianta nada, (???)
se perde no mundo. Mas eu acho que a questão que você ta
falando é em relação digamos a uma imagem, quer dizer, que
você consiga manter uma imagem sem a visão né?
N: Mais ou menos isso.
P: Óbvio que sim. Primeiro que A visão ela vê um
aspecto da realidade, sentido da vista, ver cor e tal,
mas quem relaciona isso na extensão é tato e tudo
mais. Então todos os sentidos colaboram pra você ter
a percepção de objeto. Uma coisa é sensação, mas essa
imagem que você vê pela vista ela não é exclusivamente
da vista, ela tem a percepção de todo, você perceber
um objeto, essa percepção de objeto é interna na qual
funcionaram todos os outros sentidos teu. Normalmente,
a gente começa a achar que só funcionou a vista que eu
vi.
Não, você fugiu a extensão, o tato, tua impressão de tato,
de paladar, olfato, isso tudo funcionou contanto que você
tenha a tua imagem é uma imagem consistente.
Vamos dizer que você tem uma imagem da coisa que é
tão importante, por exemplo, o perfume e o odor que
se você... o odor pode te fazer voltar a lembrar uma
imagem, só o odor. É toda a técnica que existe hoje,
por exemplo de venda ela tá baseada em que? Nessa
capacidade, nessa realidade que determinados sentidos
retomam a imagem então você por exemplo, você bota
sempre o mesmo perfume numa loja , eu to falando isso
porque minha mulher fabrica perfume e vende perfume
pras lojas, então eu escrevi pra ela até esse discurso
todo mostrando porquê, aquele perfume vai fixar a
imagem da loja no indivíduo , então quando ele sentir
aquele perfume ele vai se lembrar da loja , então
a loja pra ele passa a ser aquele perfume também.
Como hoje você ve, todas as lojas se preocupam tem
um sujeito lá fazendo a vitrine, porque a vitrine
vai prender o sujeito dentro da loja , o perfume vai
prender dentro da loja , a iluminação, tudo isso que se
faz em relação a loja é visando vender. Por quê? Porque
aquela imagem da loja e do objeto que vai te agradar ou
não; se o perfume for adequado a mercadoria que você
vende então ele vai te atrair. Então não se fala só
da visão, você tem razão quando você diz “ a visão sem
ver” né?
N: Ver vai além de exercer o sentido da visão P: É, ver vai
além da visão, quer dizer, esse sentir a coisa é através
dos sentidos tanto que a gente sabe que cada um de nós, por
exemplo, o tipo de memória pra gravar uma coisa ele varia
muito de indivíduo pra indivíduo, tem indivíduo quem tenha
uma memória olfativa, tem que sentir o cheiro da coisa pra
lembrar, guardar, gravar. Outros tem memória sensitiva, tem
que sentir o tato, tem que pegar pra ver. Então você tem
vários tipos de memória, quer dizer, são várias formas que
aquela imagem entrou em você pela percepção de sentido.
Os outros sentidos sempre tiveram um pouco mais
de prevalência, a visão não, a mente te dá a
visão de objeto, mas a percepção de objeto não
é só da visão, é de tudo, então, essa visão
que você tem da coisa mesmo sem o objeto é a
percepção da realidade em si, muito maior que a
simples visão. Então quer dizer, vai achar tudo
que a gente conserva, eu acho dentro daquilo que
você está falando, você fala de uma visão sem
imagem. Não é uma visão sem imagem, eu diria é
uma imagem sem visão expressa, ou seja, aquela
realidade imagem permanece, embora não seja
objeto de visão. Mas você tem imagem como um todo
que é a tua imaginação que guarda isso.
A imaginação guarda. Os psicólogos não aceitam muito hoje
essas descrições que Aristóteles fez. Pra Aristóteles cada
uma dessas funções eram uma potência, aí os psicólogos
cismaram que potência se desmembraria em nossa consciência
em várias atividades, várias realidades, pra mim não é.
Potência é potência de uma única realidade que é a nossa
consciência em si. Essa consciência nossa é vista através de
uma série de imagens, de aspectos. Então a imagem não é pura
visão. Não sei se é isso..
N: é isso.
P: Então, a imagem não é pura visão. Imagem é muito
mais rica que a visão em si. A imagem é percepção
de objeto e conservação da percepção que eu tive do
objeto; e essa percepção do momento em que eu percebi
aquele objeto determinado, até foram várias influências
que tiveram: pode ser o perfume, pode ser o tato, a
consistência, quer dizer, depende um pouco daquilo
que te atraiu naquele momento, né? a iluminação, a
situação, tudo isso foi importante no momento da criação
do objeto e esse tipo de imagem que você guarda, pode
ser que você guarde uma imagem olfativa, pode ser
que você guarde uma imagem extensa, de extensão, de
localização, de situação da coisa, é muito normal. É o
que você guarda na memória. É o que eu digo sempre, a
gente tem que descobrir que tipo de memória você tem.
Eu por exemplo sei que eu tenho memória (local?), não
adianta lê pra mim, você ler em voz alta que eu digo
“ não quero , não adianta que eu não guardo“ Eu não
presto muita atenção porque eu não foco muito, pra eu
focar eu tenho que ter o papel, hoje em dia todo mundo
sabe computador, se eu botar no computador eu não vou
corrigir, eu não recebo, não quero que me mande por
email, eu vou ter que imprimir pra eu poder dar nota,
porque eu lendo ali, sabe eu não sinto a coisa, não me
cria a situação, eu não me situo, e não me situando
eu não posso julgar, não tem jeito de julgar. Então
eu acho que imagem , a gente tem que entender que a
vista ela não é só a vista que funciona na composição
da imagem, a vista é importante é o mais importante,
digamos, é a presença, mas o resto todo funciona, você
transforma aquela vista, ouvido, olfato, paladar , são
5 aspectos, tato, são 5 aspectos dos sentidos externos
mas que a gente transforma numa percepção de objeto
interior, esses 5 sentidos funcionam na percepção de
objeto então o que eu tenho são perceções de objeto que
eu acho que são (essas?) as imagens. Não sei se isso
tá te interessando..
N: Tá, ta sim. Tem tudo a ver com o que eu to fazendo.
P: Quer dizer, eu acho que é por aí mesmo..
N: O nome do meu projeto é - “Imago” , né? É porque é
origem da palavra imagem e também pelos significados
da palavra, não só de ser a origem da palavra, mas tem
a questão do… que pra psicologia ela é uma referência
que você cria desde criança de pessoa, a sua imagem de
pessoa. Isso eu acho interessante também, porque é como
a imagem é criada. Ela começa, você cria várias... é só
memória e …
P: Exatamente. E como É importante o primeiro contato, né?
Porque normalmente você ia criar primeiro a...a primeira
imagem que entrou dentro de você, entrou circunstanciada,
tem circunstâncias, circunstâncias são apreensões dos
sentidos todos e que aquilo entrou pra você aí você acha ”é
parecido com meu pai” então você se agradou, gostou.
Eu estou falando disso porque ontem, por exemplo,
eu fui pedir um serviço que os caras não podem fazer
por fora, lá no tribunal, e eu tinha um contador e
lá as vezes eles fazem por fora, e eu fui pedir para
um rapaz, ele chegou e me disse “Senhor, o seu nome
é Joao Manuel? O meu pai é Manuel João“ e eu disse:
“Brincadeira, quase foi meu nome, meu nome seria Manuel
João porque meu irmão mais velho no dia que eu ia
nascer disse que meu nome seria Manuel João aí minha
mãe foi botar Manuel João botou João Manuel”.
Então, eu senti que com isso o cara ficou tão
envolvido porque o pai dele era Manuel João, e
que na minha figura e imagem de mais velho do que
ele, podia ser pai dele realmente, ele criou uma
simpatia que na hora eu perguntei “Quanto é que
senhor vai me cobrar? Não, não vou cobrar nada
não”. Quer dizer, ele dispensou até a cobrança, mas
eu senti que a imagem que eu passei pra ele quase
foi do pai “Eu vou cobrar do meu pai?” Quer dizer,
no fundo a imagem que ele teve não foi só a imagem
que ele estava vendo, “aquele advogado chato que
foi lá pedir um negócio que eu tenho que cobrar,
porque eu vou prestar um serviço pra ele?”, não foi
essa a imagem dele.
Quer dizer, então essa ideia de imagem sem a visão, não é
isso? Quer dizer, nós criamos uma imagem da coisa, não
é só vista, a gente cria a imagem de um objeto e essa
imagem que a gente cria primeiro ela é apreendida pelos 5
sentidos externos e transforma aquela sensação, as sensações
transformam em percepção de objeto mas essa percepção de
objeto ela tem toda uma situação, situação do espaço e do
tempo e essa situação, quem põe é a memória que funciona
nesse momento entre o espaço e tempo e esse espaço e tempo,
essa temporalidade.
O braille deve acontecer em um caderno semelhante ao de tinta.
As ilustrações só devem acontecer em relevo epoxi da cor do papel no caderno braille.
50
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a o
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ce →
IMAGO
FICHA TÉCNICA
FRASESFormato: 16x 24 cmPapel: Color Plus MarfimGramatura: 180gCor: 1/0 pretoCorte: Reto
OBSERVAÇÕES
- Conjunto composto por 7 cartões 16x24 cm- Braille e tinta devem existir na mesma folha (sem se sobreporem)
Arquivos
FRASES 1FRASES 2FRASES 3FRASES 4FRASES 5FRASES 6FRASES 7
16cm
24cm
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a o
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- O braille deve acontecer nos espaços em branco, representado na primeira figura pelos pontos de cor ciano.
A Imagem é criada
02≈19
Entrever
04≈19
Nada é só vista
06≈19
Ver é sentido
09≈19
Olhar é sentimento
11≈19
A imagem é circunstanciada
13≈19
Enxergar é sentir com sentimento
15≈19
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par
a o
Indi
ce →
IMAGO
FICHA TÉCNICA
INTRODUÇÃOFormato: A4Papel: Color Plus MarfimGramatura: 180gCor: 1/0 pretoCorte: RetoAcabamento:DobraGrampo
OBSERVAÇÕES
- Caderno único com dobra ao meio e grampo nas pontas/lombada quadrada - Tam.: A4
- Braille e tinta devem existir no mesmo caderno (sem se sobreporem) em páginas diferentes. Com isso o número de paginas provavelmente deve aumentar
Arquivos
00_00_Extra_Historia
29,7 cm
21cm
42 cm
DOBRA
GRAMPO
53
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par
a o
Indi
ce →
[ –I M A G O
– ]
Uma coleção
aberta de
pensamentos
sobre a relação
entre o homem,
a visão e a
imagem nos
dias de hoje
A partir dessa frase foi construído o enredo de IMAGO, uma coleção aberta de pensamentos voltados à discussão sobre a relação entre o homem, a visão e a imagem nos dias de hoje, onde nossos olhos são bombardeados de informações ininterruptamente.
Este livro é um convite singular a um mergulho sobre o tema. Uma coletânea de pensamentos ímpares, de pessoas com pontos de vista distintos que nos mostram que a imagem é perceptível e individual. IMAGO navega entre ver, olhar e enxergar, fazendo emergir a linha tênue entre esses aspectos.
O conteúdo de IMAGO foi produzido através de entrevistas e colaboração com pessoas comuns que de alguma maneira tem relação com o tema.
Foram entrevistados e participaram da produção desse livro:
Bernardo LemgruberCelina KuschinirClara FonsecaJosé Luiz SilvaJoãoLorena ChifarelliRomulo MatteoniVidi Descaves
Ver vai além de exercer o sentido da visão
ÍNDICE
01/19 – Abertura
02/19 – A Imagem É Criada
03/19 – História
04/19 – Entrever
05/19 – Feeling The Blanks
06/19 – Nada É Só Vista
07/19 – Perceber
08/19 – Replicação
09/19 – Ver É Sentido
10/19 – Plasmar
11/19 – Olhar é Sentimento
12/19 – Tudo Compõe
13/19 – A Imagem É Circunstanciada
14/19 – Espaços
15/19 – Enxergar É Sentir Com
Sentimento
16/19 – Enxergar
17/19 – Narrativa Não Linear
18/19 – Entrevista
19/19 – Pele
00/00 – Passeio
[ –I M A G O
– ]
Uma coleção
aberta de
pensamentos
sobre a relação
entre o homem,
a visão e a
imagem nos
dias de hoje
- O braille deve acontecer nos espaços em branco, representado na primeira figura pelos pontos de cor ciano.
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a o
Indi
ce →
IMAGO
FICHA TÉCNICA
POESIAFormato: A4Papel: Color Plus MarfimGramatura: 180gCor: 1/0 pretoCorte: RetoAcabamento: Dobra
OBSERVAÇÕES
- Conjunto composto por 3 Cadernos com dobra leporello - Tam.: A5
- Braille e tinta devem existir no mesmo caderno (sem se sobreporem) em páginas diferentes. Com isso o número de paginas provavelmente deve aumentar. a ocupação do braille deve seguir a ocupação da tinta.
Arquivos
00_00_Extra_Historia
21cm
14,8cm
59,6 cm
DOBRA
DOBRA
DOBRA
55
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par
a o
Indi
ce →
ESPAÇOS
14≈19
Outro diaeu...
Eu vi ao contrário
Eu via as sombrasas possibilidades.
Transformar o mundo com muito pouco.
O olho é o mesmo, a cabeça.
Mas a maneira como procura os espaços
frente,atrás,
ver outras formas,
outros desenhos
e s p a ç o s
IMAGO
PLASMAR
10≈19
Primeirovem na cabeça uma ideia de féver pra crer e crer pra verdesejo forte p l a s m a r
mas não está enxergando.Os caminhos te levam
ir
algo
abstratobstratoastratoabtratoabsratoabstatoabstrtoabstraoabstrat
fé
visão absoluta.
Depois que vi a verdade...
Se a visão fosse o ultimo recurso para avaliar,voto de minerva.
O coração não vê os olhos não sentemOs olhos não veem o coração não sente
Haha,O coração não vê é difícil...
IMAGO
PELE
19≈19
Pele láé imagem
aqui
Corpo láé imagem
aqui
Olho é portaPele e palma também.
Toque relacionaAtiva
Resignifica.
Via dupla.
IMAGO
- O braille deve acontecer nos espaços em branco, representado na primeira figura pelos pontos de cor ciano.
As ilustrações em cor magenta devem ser em relevo de tinta epoxi
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par
a o
Indi
ce →
IMAGO
FICHA TÉCNICA
HISTÓRIAFormato: A5Papel: Color Plus MarfimGramatura: 180gCor: 1/0 pretoCorte: RetoAcabamento: Dobra
OBSERVAÇÕES
- Caderno duplo com dobra leporello Tam.: A5- Braille e tinta devem existir em cadernos próprios porém com conteúdo e diagramação parecidos. Com isso o número de paginas vai aumentar no caderno braille.
Arquivos
00_00_Extra_Historia
21cm
14,8cm
57
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par
a o
Indi
ce →
89,4 cmDOBRA
DOBRA
DOBRA
DOBRA
DOBRA
PASSEIO
00 / 00
→
Depois de tanta espera, o que pensamos ser um dia normal, do tipo, acordar e fazer todas as coisas necessárias para o funcionamento do corpo, bem, tudo foi feito, com a precisão de um cirurgião, sem esquecer nenhum detalhe, começando por um jejum quase total, no qual o único direito era beber água; Então separei algumas roupas necessárias, e lá fui eu, ciente e consciente de que era uma pessoa saudável, e com a certeza de que seria um procedimento comum, coisa de rotina, anestesia geral, deitar, ser amarrado na cama de braços abertos, um pequeno corte, alguns pontos e logo estaria em casa, isso tudo e mais o direito a três enfermeiras maravilhosas, gentis e bem humoradas, então comecei a pensar, vai ser fácil, quer dizer só comecei, a um segundo fazia piadas, de repente, o mundo sumiu, até as pessoas sumiram, de repente tudo desapareceu, meus olhos eram tão necessários quanto um espelho para quem perdeu o sentido da visão, e então eu vaguei sem nenhum destino, por horas, dias, anos e milhares de anos, e quanto mais caminhava, mais eu mergulhava em minha própria escuridão, e por ter perdido a noção de tempo, espaço, forma e cor, eu passei a deixar o meu inconsciente ocupar o espaço antes protegido pelo meu tão sábio consciente, e quanto mais caminhava, mais descobria, mais aprendia e me conhecia, pois na escuridão você se torna invisível, e no vazio impossível de ser tocado, então todos os meus medos, toda ansiedade, vaidade, todos os demónios e todos os anjos, passavam por mim, e eu já não os temia pois tinha certeza de que mal nenhum poderiam me fazer, e então percebi que não mais caminhava, minhas pernas
já não eram mais necessárias, pois eu voava, e a velocidade era tanta, mais tanta que nada poderia me alcançar ou me ferir, e eu voei e consegui ver a vida com os olhos dos pássaros, e passei a enxergar tudo o que antes julgava impossível, e comecei a sentir que o meu corpo não era mais corpo, já não era tão necessário, já não tinha forma, era como se todo universo estivesse dentro da minha cabeça, e eu pude controlar os medos, as angustias, os anjos e os demónios, e pude travar minhas próprias batalhas e sair vencedor, e a minha única arma era a necessidade e a vontade de sair daquela escuridão, e eu me agarrei a ela e lutei, e eles seguravam em minhas asas e malhavam meu peito como se fosse um ferro em brasa, e eu fui avançando, em busca de uma saída, e de repente uma porta, e finalmente venci a escuridão, e quanto mais eu me aproximava daquela porta, mais iluminada ficava a minha visão, eu conseguia ouvir vários tipos de sons e depois a compreender o que as pessoas falavam, elas chamavam o meu nome e me pediam para entrar, outras gritavam e xingavam desesperas, e então algo, talvez aquela luz, me empurrou porta a dentro, e me forçou a abrir os olhos, e nunca mais eu deixei de enxergar, nunca mais a vida foi a mesma.
IMAGO
O braille deve acontecer em um caderno semelhante ao de tinta.
As ilustrações só devem acontecer em relevo epoxi da cor do papel no caderno braille.
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IMAGO
FICHA TÉCNICA
CINTAFormato: 16x66 cmPapel: Color Plus PretoGramatura: 200gCor da impressão: 1/0 Preto (relevo)Corte: Reto
EMBALAGEM
Formato Fechado: A4 cmPapel: Color Plus MarfimGramatura: 240gCorte: Reto
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Cinta.PDF
O silk em relevo deve estar alinhado com o centro na vertical e horizontal.
O BRAILLE ABAIXO DO CENTRO
OBSERVAÇÕES
66 cm
16 cm
59
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par
a o
Indi
ce →
DOBRA
59,4 cm
DOBRA
DOBRA
DOBRA
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