ensino de geografia, práticas em climatologia geográfica e estudo do meio
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ENSINO DE GEOGRAFIA, PRÁTICAS EM
CLIMATOLOGIA GEOGRÁFICA E ESTUDO DO
MEIO.
RESUMO
Este trabalho foi desenvolvido seguindo uma ótica teórica voltada ao ensino de Geografia,
concebido a partir da utilização de recursos didáticos, que promoveram os trabalhos práticos,
com a preocupação em tratar o ensino de Geografia como algo coerente a pesquisa geográfica.
A temática girou em torno do conteúdo de Climatologia, apreciadora do ritmo de sucessão dos
tipos de tempo (MONTEIRO, 1976). Tal conteúdo tem a preocupação de preparar o aluno
compreender as relações existentes entre a conexão sociedade-natureza, problematizando a
realidade, tirando proposições do dinamismo existente no espaço geográfico. Neste trabalho
foram fornecidos subsídios à condução de tais orientações, a fim de garantir uma percepção
socioambiental dos alunos, a partir de práticas de campo e em trabalhos de laboratório, para
que estes possam ser responsáveis pelo seu próprio protagonismo social, abrindo espaço a
tomada de decisões que valorizem a relação de proximidade com o meio ambiente.
PALAVRAS-CHAVE: Ensino de Climatologia, meio ambiente, estudo do meio.
INTRODUÇÃO
O ensino de Geografia como as demais disciplinas, precisa ser trabalhado de forma
dinâmica e interativa, tendo como objetivo uma aprendizagem significativa. As práticas
desenvolvidas na ciência geográfica, principalmente quando se pensa em uma abordagem
voltada ao trabalho de campo ou estudo do meio, onde a inserção de todas as áreas da Geografia
são possíveis, faz com que a Geografia seja uma ciência voltada ao espaço vivido dos alunos.
Com um enfoque pertinente aos trabalhos práticos em Geografia, a partir da
Climatologia associada a temática ambiental e ao estudo do meio, o presente trabalho foi
articulado a fim de promover um olhar geográfico no espaço vivido dos alunos de uma escola
pública do município de Caucaia, Ceará, Brasil.
Durante o desenvolvimento das atividades considerou-se o uso de tecnologias no
ensino de Geografia como algo digno para o entendimento das complexidades relacionadas a
relação sociedade-natureza, sendo esta questão tratada como de fundamental importância a um
estudo geográfico de valorização do real e do estudo do meio.
LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
Os trabalhos foram desenvolvidos em uma escola de educação profissional do
município de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. Esta foi construída nas
proximidades da planície fluvial do Rio Ceará, sendo vizinha a Área de Proteção Ambiental
(APA) do estuário do Rio, inserida em unidade revestida por mata ciliar, que bordeja os cursos
d’água, onde há predominância de carnaúbas advindas da proximidade de áreas alagáveis.
A escola, bem como todo o munícipio de Caucaia encontra-se na bacia
Metropolitana. Os tipos climáticos do município são Tropical Quente Semiárido Brando, parte
noroeste do município, Tropical Quente Subúmido, região sudoeste-nordeste e Tropical Quente
Úmido, no sul de Caucaia. O tipo climático que mais se aproxima da área de estudo é o Tropical
Quente Subúmido, com pluviosidade anual na casa de 1.200 mm, temperaturas médias em torno
de 26°C a 28°C e quadra chuvosa entre os meses de fevereiro e maio (IPECE, 2011).
Existe ainda, próximo a instituição, algumas pequenas lavouras, porém o uso
intenso da terra se dá por outras ocupações particulares, que vão desde moradias a pontos
comercias que rodeiam a BR 222 que corta o município e é uma via de acesso a escola.
Construções governamentais também são evidentes, tais como a própria escola, o Centro de
Especialização Odontológica e a BR 222. No Mapa 01 é possível observar a localização da
escola como sua área de entorno.
Mapa 01: Localização da área de estudo.
REFERENCIAL TEÓRICO
O trabalho foi desenvolvido seguindo uma ótica associada ao ensino de Geografia,
concebido a partir da utilização de recursos didáticos, que promoveram os trabalhos práticos.
Destaca-se o ensino de Geografia fundado na abordagem climatológica, no estudo do meio a
partir de uma abordagem ambiental aplicada ao espaço vivido dos alunos, dentro de um estudo
prático que valoriza o fazer, fomenta junto aos educandos algo que possa ser construído e
organizado por eles, dando-lhes responsabilidade e iniciativa para o desenvolvimento da
atividade. Essa posição concebe um aprendizado completo, quando para além do trabalho
prático, destaca-se a conjuntura teórica e a formação ética do aluno, sendo, a aliança entre
prática e teoria, muito positiva quando feita de forma a elucidar uma formação cidadã que venha
desenvolver no aluno responsabilidades para com o meio ambiente e a sociedade. Sobre isto,
Ferreti (2009, p. 24) coloca que o ensino de Geografia em suas novas diretrizes deve valorizar:
[...] a construção de um saber sustentado em princípios éticos, propiciando ao
professor a oportunidade de criar práticas pedagógicas que valorizem o aprendizado
de seus alunos. Para fugir das aulas com atividades padronizadas, cansativas e
desinteressantes, que esfriam as relações entre professores e alunos, o cotidiano
escolar deve ser dinâmico e recheado de atividades desafiadoras, que enfatizem a
criatividade, a reflexão, o espírito crítico e, principalmente, despertem o desejo de
aprender Geografia.
Esta concepção de ensino valoriza uma abordagem dinâmica, enaltecendo os alunos
como questionadores do meio social, permitindo a criação de perspectivas que podem contribuir
à superação de problemas evidenciados no espaço vivido destes. Este espaço de convivência
torna-se o palco de atuação dos educandos, sendo neste local revelados os questionamentos
mais usuais da sociedade, dentre estes destaca-se as questões ambientais.
Instigados na escola como contestadores do meio social, a partir da coisificação e
da formulação real do que é teorizado, os alunos tendem a reconhecer as problemáticas de seu
entorno, tais como as “questões ambientais, sociais e econômicas resultantes dos processos de
apropriação dos recursos naturais em diferentes escalas” (BRASIL, 2006, p. 58),
compreendendo a partir do local o global, ou seja os “grandes quadros ambientais do mundo e
sua conotação geopolítica” (BRASIL, 2006, p. 58).
O ensino ou estudo espacial que busca enaltecer o conhecimento sobre as questões
socioambientais deve revelar “as problemáticas em que situações conflituosas, decorrentes da
interação entre a sociedade e a natureza, explicitem degradação de uma ou de ambas.”
(MENDONÇA, 2001, p. 124). Esse tipo de abordagem considera duas perspectivas para a
relação sociedade-natureza, uma voltada a “tecnificação” da natureza (SANTOS, 1997),
consentindo sobre os riscos apresentados na exploração e degradação ambiental iminente, e
outra na concepção de que a natureza a partir de seus fenômenos “extremos” (tornados,
furacões, enxurradas, terremotos, maremotos, nevascas, entre outros) age de forma a atingir
drasticamente os núcleos sociais. Na primeira perspectiva ação da natureza é modificada para
além das suas formas, pois também sofre com a alteração de seus processos (SANTOS, 1997).
Na segunda a natureza interfere diretamente na ocupação humana, exigindo uma maior
adaptação social aos efeitos dos fenômenos extremos.
O estudo destas perspectivas é compreendido pelos alunos ao se pensar a formação
de professores como educadores ambientais, tornando-se importante o tipo de concepção
trabalhada na escola, pois tratado como interdisciplinar, o eixo ambiental, deve ser abordado de
forma a sitiar toda a sua complexidade, extraindo disso a franqueza e os princípios básicos para
uma educação que leve em conta a construção do conhecimento cientifico atado as relações
entre sociedade e natureza de forma prática e integrada.
O enfoque ambiental nas políticas educacionais deve envolver professores, alunos
e demais membros da sociedade civil organizada, com o propósito de reunir formas, ideias e
práticas voltadas a adaptação e compreensão dos impactos das atividades humanas no meio
ambiente e vice-versa. Pensando na educação ambiental, esta é uma ferramenta essencial para
compreender melhor a relação entre sociedade e natureza, conforme visto nos Artigos 1º e 6º,
da Lei No 9.795, de 27 de abril de 1999.
Art. 1o Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o
indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades,
atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso
comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
Art. 6o à sociedade como um todo, manter atenção permanente à formação de valores,
atitudes e habilidades que propiciem a atuação individual e coletiva voltada para a
prevenção, a identificação e a solução de problemas ambientais (BRASIL, 1999).
Fundamentar a abordagem ambiental com o desenvolvimento de práticas
pedagógicas que possam formalizar ações de prevenção dos efeitos da relação conflituosa entre
sociedade e natureza requer uma gama de ferramentas que no conjunto permitem um estudo do
meio fundamentado no uso de instrumentos para coleta de informações diversas, evidenciando
um acordo entre meios teóricos e práticos, sendo o estudo do meio “uma metodologia de ensino
interdisciplinar que pretende desvendar a complexidade de um espaço determinado
extremamente dinâmico e em constante transformação [...]” (PONTUSCHKA et al., p. 173,
2007).
O destaque à Climatologia Geográfica, fundada no conceito de ritmo climático
(MONTEIRO, 1976), revela a compreensão de forma sistemática das interações
socioambientais presentes no estudo meio, deixando aberta também a possibilidade do trabalho
voltado a educação ambiental, pois devido a sua interdisciplinaridade, esta pode ser associada
aos mais diversos temas da linha ambiental. Para tanto, as ferramentas utilizadas pela
Climatologia Geográfica na construção de estudos sobre a ocupação territorial nas mais
diversas escalas, bem como no contexto educacional, fornecem conhecimentos sobre condições
voltadas a percepção humana, tornando-se possível trabalhar a fundamentação teórica, as
práticas (sejam elas voltadas a manipulação de informações geográficas e/ou através de
atividades diretamente ligadas a educação ambiental) e o espaço vivido dos alunos, a fim de
compreender melhor a relação destes com o seu meio, apresentando-lhes também informações
acerca da dinâmica natural e socioambiental sobre sua área de interesse.
O trabalho aqui apresentado visa a partir de um contexto voltado ao ensino,
desenvolver práticas em Geografia, considerando o espaço vivido dos alunos, alicerçada no
conhecimento climatológico e ambiental, fundada no estudo do meio.
MATERIAL E MÉTODO
A metodologia levou em consideração trabalhos práticos, aliados ao enfoque
teórico voltado ao ensino de Geografia, compreendendo a Climatologia Geográfica e a
abordagem ambiental, a partir do estudo do meio. As etapas exploradas no desenvolvimento
dos procedimentos metodológicos deram-se a partir de visitas de reconhecimento da área de
estudo, reuniões com o professor de Geografia e com o diretor da escola, trabalhos práticos
desenvolvidos com os alunos, dentre estes aula de campo, coleta de dados climáticos e
desenvolvimento de atividades em laboratório, como estudo de cartas sinóticas e imagens de
satélite meteorológico, mapas e demais imagens de satélites ambientais sobre uso e ocupação
do solo.
Para o desenvolvimento da atividade foram empregados diversos materiais sendo
estes: um pluviômetro Incoterm com escala de 150mm, 2 GPS Garmin, 5 psicrômetros, 1
altímetro, 5 anemômetros, 5 termômetros digitais, 1 termômetro simples, 1 bússola, 1 biruta
artesanal, mapas de diversas classificações, tabelas, gráficos representando condições e
convenções climáticas e meteorológicas, CDs de softwares/programas para aulas de
Climatologia e Meteorologia, imagens dos satélites GOES 10 e 12, cartas sinóticas da Marinha
do Brasil e do CPTEC e imagens advindas do Google Earth.
RESULTADOS E DISCUSSÕES: PRÁTICAS DESENVOLVIDAS
A programação foi iniciada com visitas a escola, com a importância de garantir o
reconhecimento da área de estudo. Os trabalhos foram realizados em uma turma de 1º ano de
Ensino Médio. A metodologia leva a concepção de um estudo do meio, integrando a
Climatologia Geográfica ao fundamento ambiental, no entendimento de que estas temáticas são
importantes na compreensão da produção do espaço geográfico. Por meio do estudo destas, os
alunos se apropriam do saber geográfico e ambiental necessário a uma busca de convivência
amistosa com o meio ambiente. As etapas desenvolvidas no trabalho são relatadas abaixo.
Visita de apresentação e reconhecimento da área de estudo
Este foi um momento de apresentação do plano de trabalho à turma de alunos,
partindo a observação do meio, com registro fotográfico da escola, busca do Plano Político
Pedagógico e demais informações sobre a instituição, além da escolha de um local para a
instalação de uma estação meteorológica artesanal voltada ao estudo do clima local da área.
Montagem da estação meteorológica, divisão das equipes
Nesta etapa foi instalada a estação meteorológica com os alunos, sendo feita uma
explicação sobre a utilidade dos dados climáticos no estudo do meio e divisão dos alunos para
o processo de coleta. O objetivo desta atividade foi apresentar os instrumentos para coleta de
informações climáticas, bem como iniciar a conversa com os alunos sobre o comportamento da
dinâmica do climática local e regional.
Elementos e fatores climáticos
Trabalho realizado com o auxílio de mapas e imagens de satélite, onde os alunos
puderam compreender a influência dos fatores de maritimidade, continentalidade, latitude e
relevo, que repercutem diretamente na temperatura, precipitação e pressão da área de estudo.
Ao final os alunos puderam produzir desenhos sobre o que lhes foi explicado (ver Figura 01).
O trabalho valorizou o que é visto diariamente pelos alunos, porém concebendo uma visão
geográfica da paisagem, ou seja, esta foi uma explicação sobre a realidade vivida pelos alunos,
pautada no desenvolvimento de um o olhar geográfico por estes, concebendo a paisagem e os
recursos naturais nela localizados.
Figura 01: desenhos produzidos pelos alunos na atividade de elementos e fatores climáticos.
Fonte: organizado pelos autores.
Eventos extremos em Climatologia: confecção de um arquivo climático visual
(FERRETI, 2009)
Inicialmente foi repassando aos alunos um conhecimento básico sobre a formação
alguns fenômenos atmosféricos, com o uso de vídeos, imagens de satélite e programas.
Apurando este conhecimento inicial, enumerou-se, a partir de reportagens jornalísticas, alguns
eventos climáticos responsáveis por catástrofes no meio social, identificando o elemento
climático causador do evento (como os tipos de precipitação, secas ou anomalias na ventilação)
e suas consequências à sociedade, depois foi abordada a realidade dos alunos enumerando os
eventos mais comuns a estes.
Os alunos organizaram-se em grupos fizeram avaliação crítica sobre reportagens
colhidas na internet sobre as temáticas: Chuva – Inundações, enchentes e deslizamentos de
encostas/ Granizo – destruição de plantações e moradias/ Nevascas – dificuldade de circulação
de pessoas e de mercadorias/ Seca – queimadas e desertificação/ Tornados, furacões e tufões
(FERRETI, 2009). As reportagens ainda foram localizadas dentro de um mapa-múndi (ver
Figura 02), a fim de dar uma característica espacial a análise dos fenômenos. Como dito antes,
destacou-se os fenômenos climáticos responsáveis por interferirem diretamente meio social dos
alunos, mostrando alguns exemplos do que pode ser feito a fim de diminuição de áreas de risco,
da preservação da vida, buscando evitar também a degradação dos recursos naturais.
Figura 02: atividade produzida com o uso de reportagens e o mapa-múndi.
Fonte: organizado pelos autores.
Estudo do meio e o trabalho de campo
O campo iniciou-se com os alunos partindo da escola e recebendo algumas
informações sobre a dinâmica ambiental da área próxima a esta (ver Figura 03). Foram usados
alguns instrumentos no desenvolvimento das atividades, tais como GPS, termômetro, tabelas
de conversão climática, altímetro, bússola, mapas e imagens de satélite. Inicialmente, fez-se
uma observação do entorno da escola, a partir das imagens advindas do Google Earth sendo
alguns pontos visitados presencialmente, como a planície e foz do rio Ceará, além de algumas
áreas de ocupação irregular. Trabalhou-se as condições de tempo para o campo, explicando o
sistema atmosférico atuante, a partir do uso de imagens de satélite meteorológicos e cartas
sinóticas, bem como foram coletados alguns dados climáticos com o uso de termômetros e
tabelas de conversão climática.
Figura 03: explicações efetuadas no trabalho de campo.
Fonte: organizado pelos autores.
O campo permitiu que o grupo conhecesse melhor as questões ambientais referentes
ao entorno da escola, principalmente, sobre a planície do rio Ceará, compreendendo sua
dinâmica natural, ocupação irregular, tanto na área de planície como na foz. Os alunos puderam,
então, manusear os instrumentos pertinentes aos estudos climáticos e geográficos, exigindo o
olhar clinico sobre as áreas visitadas, partindo do pressuposto que esta abordagem fundamenta
um estudo ambiental voltado ao estudo do meio, com foco na preservação do meio ambiente, a
partir da presença dos alunos em áreas degradas, sendo resgatado o papel do homem como parte
do meio ambiente, educando os jovens à uma convivência harmônica com a natureza.
Aplicação dos dados da estação, meio ambiente e resolução da situação-
problema
A aplicação dos dados da estação se deu a partir da confecção de gráficos, que
representaram as condições de tempo para os dias estudados. Os gráficos foram entregues
prontos aos alunos, porém estes em atividade anterior puderam construir seus próprios gráficos,
a ideia de entregar gráficos confeccionados serviu para manter uma padronização nos trabalhos.
Os alunos dividiram-se em 4 grupos e a partir disso foi passado o material referente a questão-
problema que os mesmo precisavam resolver. No material entregue, buscou-se a aplicação dos
conhecimentos dos alunos sobre a identificação de sistemas atmosféricos e leitura de dados da
estação montada na escola.
Este trabalho permitiu o uso de imagens de satélites no ensino de Geografia. Os
alunos nunca haviam trabalhado com esse tipo de imagem, nem mesmo ouviram falar dos
sistemas atmosféricos atuantes na área de estudo. O objetivo principal da atividade foi delimitar
o período seco e chuvoso de Caucaia, observando a atuação dos sistemas atmosféricos durante
o ano. A repercussão dos extremos no meio social foi pesquisada pelos alunos junto ao acervo
on line dos jornais Diário do Nordeste e do Jornal O Povo, sendo identificado os problemas
associados as áreas de vulnerabilidade socioambiental, próximas aos rios Maranguapinho e
Ceará, identificadas no livro organizado por Costa e Dantas (2009).
Os grupos puderam responder o questionário identificando os sistemas
atmosféricos antes estudados. Os dados da estação, além de usados no trabalho de campo, a fim
de verificar o microclima da área. Os alunos puderam interpretar alguns extremos evidenciados
na sequência dos dados, buscou-se então levar a concepção do ritmo climático (MONTEIRO,
1976), mostrando-lhes os desvios neste.
Dentro desse contexto, buscou-se como objetivo fundamental apresentar
informações sobre sistemas atmosféricos agentes responsáveis diretamente pela dinâmica
atmosférica regional, tratando-os com importância dentro da Climatologia do Ensino Médio. A
questão socioambiental foi valorizada na análise dos extremos e na percepção que os alunos
tem do seu cotidiano e nos trabalhos que foram aplicados na aula de campo.
CONCLUSÃO
Sobre o que foi trabalhado durante o projeto, chegou-se as seguintes conclusões:
É necessário um ensino de Climatologia a partir do uso de instrumentos, como
termômetros, bussolas, GPS, entre outros, pois a aula torna-se mais dinâmica e mais chamativa
aos alunos, que em muitos casos não conseguem desenvolver o conhecimento adequado devido
ao nível de abstração muito grande presente nas temáticas recorrentes a Climatologia
Geográfica.
A atividade complementou um ensino prático de Geografia, ainda ausente em
muitas escolas. O projeto levou um pouco do que é praticado na Universidade à escola, uma
atividade extensionista muito bem relacionada, entre a graduação e o ensino médio.
O trabalho de campo possibilitou um olhar geográfico apurado sobre as condições
climáticas e socioambientais do espaço vivido dos alunos, bem como de espaços pouco
visitados por eles, concebendo a problemática associada a desorganização urbana evidenciada
tanto no município de Caucaia como em Fortaleza.
A coleta de dados climáticos possibilitou a vivencia do que é trabalhado nos livros
didáticos, a partir dos trabalhos na estação, cabendo assim aos alunos praticarem aquilo que era
apenas apreendido teoricamente.
O uso de imagens de satélites meteorológicos no ensino de Geografia se mostrou
muito positivo, sendo importante o trabalho de tais imagens como um recurso didático no
incremento do ensino de Geografia, visando um trabalho mais completo das condições
climáticas de dada região.
As atividades complementares e introdutórias, como o estudo de elementos e
fatores do clima, a confecção do arquivo visual climático (FERRETI, 2009), o trabalho de
campo, estiveram associadas aos trabalhos com interpretação de dados da estação e da
interpretação de sistemas atmosféricos, portanto, tais atividades iniciais foram a base para o
desfecho final do projeto.
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