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Débora Cristiny Gomes

Orientadores: Dr. Nivaldo Pereira Alves Dra Flávia de Assis Silva

Brasília 28 novembro de 2010www.paulomargotto.com.br

Monografia apresentada ao Programa de Residência Médica em Pediatria

Hospital Regional da Asa Sul (HRAS)/SES/DF

Meningite é a inflamação das meninges que recobrem o sistema nervoso central

Ocorre principalmente como resposta a bactérias e vírus

A meningite bacteriana está associada a uma elevada incidência de complicações e sequelas

Constitui importante causa de morbimortalidade na infância

Exige um diagnóstico rápido e preciso

É uma doença sazonal, com predomínio nos meses frios

A maior parte ocorre em menores de 5 anos

Principais agentes etiológicos

Neisseria meningitidisHaemophilus influenzaeStreptococcus pneumoniae

Em menores de 2 meses: estreptococo do grupo B, Listeria e enterobactérias

Tríade clássica: febre, cefaléia e vômitos

Outros sintomas de irritação meníngea: -náusea -irritabilidade -confusão mental -rigidez de nuca - sinais de Kernig e Brudzinsk

No período neonatal até 3 meses:

-febre ou hipotermia -recusa alimentar -irritabilidade -gemência -convulsão

Diagnóstico deve incluir: -avaliação clínica -hemograma -hemocultura -glicemia -eletrólitos e função renal -punção lombar (exceto se houver contra-

indicações: hipertensão intracraniana e piodermite)

Líquor que sugere meningite bacteriana:

-pleocitose -predomínio de polimorfonuclares(PMN) -proteinorraquia > 100mg/dl -glicorraquia < 40mg/dl

Técnica desenvolvida por Mullis e colaboradores na década de 80

Material deve ser colhido com técnica estéril

Não necessita de organismos vivos Detecta pequenas quantidade de DNA

bacteriano (10-100ufc/dl) Realização e resultado em 24h

O material deve ser colhido com técnica estéril

Volume a ser coletado: 1ml Deve ser encaminhado ao laboratório no

prazo máximo de 2 horas e em temperatura ambiente

Tem sensibilidade de 50-85%, diminui com o uso prévio de antibióticos

A sensibilidade do teste de látex é da ordem de 90% para H. influenzae, 94,4% para S. pneumoniae e 80% para N. meningitidis.

Não necessita de organismos vivos Pode ocorrer falso positivo

Permite, ainda que com baixo grau de especificidade, caracterizar as bactérias presentes no líquor

Tratamento com antibioticoterapia parenteral

< 2 meses: ampicilina e gentamicina

>2 meses :ceftriaxona

Caracterizar os casos de meningite quanto a sua etiologia

Comparar métodos moleculares e convencionais para o diagnóstico de meningite

Estudo prospectivo Desenvolvido no HRAS no período de junho

a setembro de 2010 Para os pacientes que seriam submetidos a

punção lombar foi apresentado o projeto de pesquisa e o termo de consentimento livre e esclarecido(TCLE)

Foi colhido material para bioquímica, Gram, cultura e látex

Foi colhido 1ml de líquor em frasco estéril para realização do PCR

Material para o PCR foi encaminhado ao Laboratório Tecnogene Diagnósticos Moleculares

Pacientes com suspeita clínica de meningite Recém nascidos com febre sem sinais

localizatórios Menores de 12 anos Responsável concordou em participar da

pesquisa (TCLE)

Pacientes que não preencheram os critérios de inclusão

Foi realizada uma análise estatística descritiva com frequências e proporções em planilhas do Excel

Estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal

Foram analisadas 19 amostras de líquor de crianças internadas com suspeita clínica de meningite e recém nascidos com febre sem sinais localizatórios.Houve predomínio no sexo masculino

A maioria dos pacientes era proveniente das cidades satélites e do Entorno do Distrito Federal

Em ambos os sexos houve maior incidência na faixa etária de 1 mês a 2 anos

Todos os pacientes relataram febre(100%) à admissão e a segunda queixa mais frequente foi vômitos (63%)

Apenas 1 paciente com história de uso prévio de antibióticos.Esse dado diverge da literatura que considera o uso de antibióticos como um dos principais responsáveis pelo atraso no diagnóstico.

Nem todas as crianças possuíam cartão de vacinação atualizadoApenas 7 crianças tinham esquema vacinal completo contra HibApenas 1 foi vacinada contra o meningococo C

* Petéquias Rash cutâneo

Durante o exame físico foi observado febre(100%), irritabilidade(47%), gemência(16%), abaulamento de fontanela (11%)Rigidez de nuca estava presente em 16%, eram crianças >2anos

Na análise da bioquímica do líquor foi observado 6 pacientes com os mesmos achados sugestivos de meningite bacteriana

A hemocultura foi realizada em 12 pacientes(63%). Todos os resultados foram negativos.

A cultura do líquor foi positiva em 2 amostras (10%)O PCR foi positivo em 18 amostras (94%)O Gram e o Látex foram positivos em 2 amostras (10%)S. Pyogenes foi encontrado em 11 amostras

Dos 19 pacientes que foram submetidos a punção lombar, 13 receberam antibioticoterapia venosa como tratamento

Um diagnóstico rápido é imprescindível para o tratamento precoce de crianças com suspeita de meningite

Proporcionará uma queda no número e tempo de internações

Apesar de uma amostra pequena, o método do PCR se mostrou mais rápido e mais sensível no diagnóstico de meningites

O PCR ainda não é uma técnica realizada de rotina, tem alto custo, mas pode auxiliar no diagnóstico etiológico das meningites

Novos estudos devem ser realizados com técnicas adequadas de coleta e armazenamento do líquor

As técnicas moleculares aumentam a possibilidade de diagnóstico, mas antes de pensarmos na incorporação desse método na rotina devemos reforçar a necessidade dos cuidados na coleta do líquor, solicitação de todos os exames da rotina inclusive látex e hemocultura para aumentarmos o diagnóstico laboratorial das meningites em nosso Serviço

Obrigada

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