da escola pÚblica paranaense 2009 - … · preconceito linguístico, aceitando que existe uma...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
FACULDADE ESTADUAL DE FILOSOFIA CIÊNCIAS E LETRAS DE PARANAGUÁ – FAFIPAR
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
PROFESSORA MARIA APARECIDA PEREIRA DA SILVA
PROFESSOR ORIENTADOR ADILSON DO ROSÁRIO TOLEDO
PARANAGUÁ
2010
MARIA APARECIDA PEREIRA DA SILVA
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA
Produção Didático-Pedagógica constituída na forma de Unidade Didática, apresentada à Secretaria Estadual de Educação - SEED, em conjunto com a Faculdade Estadual de Filosofia Ciências e Letras de Paranaguá - FAFIPAR, como quesito parcial de participação do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, na área de Língua Portuguesa.
Orientador: Prof. Ms. Adilson do Rosário Toledo
PARANAGUÁ
2010
SUMÁRIO
Apresentação...............................................................................................................4
Fundamentação Teórica...............................................................................................5
1-Intervenção Didática.................................................................................................6
1.1-Introdução..............................................................................................................6
1.2-O que são Gêneros Textuais.................................................................................7
2-Apresentação do Tema.............................................................................................8
2.1-Trabalhando o gênero informativo........................................................................ 8
2.2-Atividades de Produção Oral..................................................................................9
2.3-Atividade de produção escrita..............................................................................10
2.4- Texto Dissertativo................................................................................................10
3-Leitura e Análise de Textos.....................................................................................11
3.1-Trabalhando o gênero textual romance...............................................................12
3.2-Atividades de análise crítica de texto...................................................................13
3.3-Trabalhando o gênero charge..............................................................................14
3.4-A Linguagem da Internet......................................................................................14
3.5-Trabalhando o gênero textual Música..................................................................16
3.6-Atividades de análise lingüística..........................................................................18
3.7-Trabalhando o gênero textual piada.....................................................................18
4-Referências.............................................................................................................22
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA PARA O PROGRAMA DE
DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
UNIDADE DIDÁTICA
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Professor PDE: Maria Aparecida Pereira da Silva
Área: Língua Portuguesa
NRE: Paranaguá
Orientador: Prof. Ms. Adilson do Rosário Toledo
IES vinculada: FAFIPAR
Escola de Implementação: Colégio Estadual Alberto Gomes Veiga – Ensino
Médio
Tema: Formas de registro linguístico e o ensino da língua portuguesa
Título: Variação linguística e o ensino da língua portuguesa
APRESENTAÇÃO
A diversidade linguística está presente no dia a dia da escola, mostrando que
a língua oferece vários jeitos de falar nas situações de comunicação e interação
social. Observa-se que cada indivíduo possui particularidades quanto à forma de
utilização da língua, pois cada um aprende a falar em contato com familiares e com
a comunidade à qual pertence, adquirindo assim, a primeira formação social e
cultural. As diferenças linguísticas podem se manifestar no uso de vocábulos, na
pronúncia, na sintaxe e na morfologia, diferenças que são normais em qualquer
língua, considerando que não existe homogeneidade em nenhum idioma, e ocorrem
por fatores históricos, sociais, regionais entre outros.
Valorizar as raízes e a identidade cultural dos povos é combater o
preconceito linguístico, aceitando que existe uma vasta diversidade cultural e
linguística no Brasil que é imenso e culturalmente rico. Dessa forma, é de
fundamental relevância repensar a organização didático-pedagógica de escola e
também sua função, direcionando os esforços para o uso de novas práticas
adequando o ensino da língua portuguesa às novas circunstâncias.
A escola democrática deve oportunizar aos alunos a ampliação do domínio do
conhecimento das práticas de linguagem, sabendo que os mesmos já possuem uma
experiência acumulada de fala e de escrita. Superar a imposição de norma padrão a
todos os educandos é o início para estimular práticas positivas frente às variações e
garantir o acesso à educação, respeitando a pluralidade linguística de todos.
A norma padrão não deve ser compreendida como única forma correta da
língua, mas uma variante que deve estar subordinada ao processo de
aprendizagem, não sendo admissível que seja usada como objeto de exclusão
escolar e social.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Um dos pressupostos da Sociolinguística laboviana é que a variável
linguística é inerente às línguas, posto que fruto do meio. O contexto social da
comunidade de fala à qual o indivíduo está inserido deve ser analisado e levado em
consideração, pois a língua pertence a um sistema evolutivo e heterogêneo que
sofre alterações constantemente, por fatores sociais.
Como Uma Onda (fragmento)
Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa
Tudo sempre passará
(...)
Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente
Viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo
No mundo
Autor: Lulu Santos / Nelson Motta
Os versos acima mostram um fato incontestável sobre a língua, ela sofre
mudanças constantemente, observa-se isso revendo textos, em língua portuguesa,
de várias épocas, tem-se a certeza de que ela é dinâmica, sofre alterações
incessantemente. O processo de transformação se dá com o surgimento de uma
forma que pode substituir outra ou ser uma variável. Há vários fatores que podem
desencadear essa mudança comprovando que não poderia ser diferente, pois a
língua é heterogênea. Essas alterações linguísticas geralmente são vistas como
declínio da língua por alguns, mas é fato inevitável em qualquer sociedade,
principalmente nos dias atuais, onde todo dia aparece uma novidade tecnológica,
econômica, na área da saúde, até o mapa mundial sofreu alterações. Com as
palavras acontece o mesmo, pois é parte integrante da vida das pessoas. A
dinamicidade da língua, porém, não deve ser vista como declínio.
1- Intervenção Didática
1.1– INTRODUÇÃO
Nesta produção, vamos tratar da maneira como os professores de língua
portuguesa devem encarar a variável linguística dentro da sala de aula.
Percebemos, hoje em dia, que existe uma certa indefinição sobre o assunto.
A primeira coisa a se esclarecer é que encarar a variável linguística dentro das aulas
de português não empobrece a língua. Pelo contrário, consiste numa das formas de
evitar que o preconceito linguístico se transforme em meio de exclusão escolar.
Praticamente, trabalhar a variável linguística em sala de aula é aceitar a
variante utilizada pelo aluno, pelos seus pais, pela sua comunidade, sem
discriminação, ao mesmo tempo em que se privilegia o ensino do chamado padrão
linguístico apregoado pela escola, ou seja, a gramática padrão.
Nesta produção, vamos tratar da maneira como os professores de língua
portuguesa devem encarar a variação linguística dentro da sala de aula.
1.2- O que são Gêneros Textuais
Os textos desempenham papel fundamental em nossa vida social, uma vez
que nos comunicamos o tempo todo. Assim, quando interagimos com outras
pessoas por meio da linguagem, produzimos certos tipos de texto, o que é falado, a
maneira como é falado e a forma que é dada ao texto são características
diretamente ligadas ao gênero. Como as situações de comunicação em nossa vida
social são inúmeras, inúmeros também são os gêneros textuais. Os gêneros textuais
possuem características sócio-comunicativas que são definidas por conteúdos,
estilo, propriedades funcionais e composição própria. Para Marcuschi (2002:20)
"Os gêneros textuais caracterizam-se como eventos
textuais altamente maleáveis, dinâmicos e plásticos.
Surgem emparelhados a necessidades e atividades sócio-
culturais, bem como na relação com inovações
tecnológicas, o que é facilmente perceptível ao se
considerar a quantidade de gêneros textuais hoje
existentes em relação a sociedades anteriores à
comunicação escrita."
Segundo Bakhtin (2002), os gêneros textuais são compostos de três
elementos principais: conteúdo temático, estilo e construção composicional.
Alguns exemplos de gêneros textuais: notícia jornalística, receita culinária, ata
de reunião, instruções de uso, crônica, poesia, bilhete, romance, bula de remédio,
carta pessoal, carta comercial, e-mail, editorial de jornais e revistas, palestra,
resenha crítica, piada, conto, etc.
Bakhtin também divide os gêneros textuais em dois tipos, segundo a
linguagem:
a) Gêneros primários: gênero informal.
b) Gêneros secundários: gênero mais formalizado onde se incluem o texto
científico e o jurídico.
2 - Apresentação do tema aos alunos
2.1- Trabalhando o Gênero Informativo
O texto do gênero informativo tem por finalidade explicar e divulgar
informações sobre um determinado assunto, suas características são objetividade,
frases curtas e vocabulário preciso.
● Como forma de trabalhar o texto informativo em sala de aula, propomos
apresentar o tema aos alunos através de seminário e com o auxílio dos textos
abaixo, falar sobre o gênero informativo e sua intencionalidade. O objetivo dessa
atividade é exercitar a expressão oral e escrita.
Texto 1
Nos primeiros dois séculos após a chegada de Cabral, o que se falava por
estas bandas era o tupi mesmo. O idioma dos colonizadores só conseguiu se impor
no litoral no século XVII e, no interior, no século XVIII. Em São Paulo, até o começo
do século passado, era possível escutar alguns caipiras contando casos em língua
indígena. No Pará, os caboclos conversavam em nheengatu até os anos 40. (...) Era
o idioma do povo, enquanto o português ficava para os governantes e para os
negócios com a metrópole.
(...) Derivado do dialeto de São Vicente, o tupi de São Paulo se desenvolveu e
se espalhou no século XVIII, graças ao isolamento geográfico da cidade e à
atividade pouco cristã dos mamelucos paulistas: as bandeiras, expedições ao sertão
em busca de escravos índios.
Superinteressante, dezembro de 1998, PP. 82 e 84 )
Texto 2
... No Brasil a língua falada pela grande maioria da população é o português
brasileiro (que muitos já gostariam de chamar simplesmente de brasileiro), esse
mesmo português brasileiro apresenta um alto grau de diversidade e de
variabilidade, não só por causa da grande extensão territorial do país que gera as
diferenças regionais, bastante conhecidas e também vítimas, algumas delas, de
muito preconceito mas principalmente por causa da trágica injustiça social.
Marcos Bagno )
2.2 – Atividade de Produção Oral
Embasados nas discussões originadas a partir dos textos 1 e 2,
apresentados anteriormente, podemos elaborar as seguintes atividades:
a) Solicitar que os alunos respondam ao seguinte questionário:
1- Você já foi vítima de algum tipo de preconceito?
2- Em algum momento você foi ridicularizado (a) pela sua maneira de falar?
3- Alguma vez você debochou de alguém pela maneira de falar? Por quê?
4- A tua maneira de falar te causa constrangimento?
5-Como você avalia hoje a diversidade linguística em seu convívio social?
b) Após responder o questionário, os alunos pesquisarão os falares de seus
familiares e dos integrantes da comunidade onde vivem. Eles devem anotar tudo
que ouvirem e trazer para a sala de aula e apresentar para toda a turma.
2.3 – Atividade de Produção Escrita
Utilizando ainda como fundamentação os textos 1 e 2, podemos trabalhar
com os alunos atividades de produção escrita. Propomos proceder da
seguinte maneira:
2.3.1 – Passar para os alunos dois vídeos, utilizando a TV pendrive, aparelho
Multimídia ou DVD:
a) Os Manos – supermercado (tempo 2:08 min)
http://www.youtube.com/watch?v=UiQ3mK1fO7c
b) Turma da Mônica - Chico Bento no Shopping (tempo 6:59 min. )
http://www.youtube.com/watch?v=ntXCiB0Ehfk&feature=related
2.4 – O Texto Dissertativo
Neste momento, seria interessante mostrar para os alunos a clássica
distinção dos textos: dissertativo, narrativo, descritivo.
No texto dissertativo expressamos nossas ideias a respeito de um assunto,
apresentamos pontos de vista e argumentos em defesa de nossas posições.
O texto narrativo consiste em construir um conjunto de ações que constituem
uma história – o enredo – e relacionar essas ações às personagens – seres que
praticam atos ou sofrem os fatos.
A descrição é um processo de caracterização de alguém ou de alguma coisa,
ou seja, descrever é apresentar adjetivos que digam como é uma pessoa ou algo , é
um retrato falado.
a) Após assistir aos filmes, produzir um texto dissertativo, em prosa expondo
sua visão a respeito do assunto;
Prosa é o nome que se dá à forma de um texto escrito em parágrafos.
Poesia é o texto escrito em versos em que a função poética predomina.
b) Leitura dos textos produzidos pelos alunos em sala de aula.
3 - Leitura e Análise de textos
A partir do momento que o aluno domina a noção de gênero textual e
texto, passemos à leitura e análise de textos.
Os objetivos dessa atividade são:
● Desenvolver a capacidade de interpretação dos alunos
● Reconhecer o mundo;
● Fazer crítica social conscientemente;
● Análide Linguística: observar marcas gramaticais.
3.1 – Trabalhando o Gênero Textual Romance
Pertencente ao gênero narrativo, o romance é um estilo literário carregado
de sentimentalismo. Destaque para o romance regionalista que tem por objetivo
compreender e valorizar as características sociais e culturais que apresentam as
várias regiões do país transformando-se em um instrumento de denúncia da
realidade brasileira.
Leia o fragmento da obra Vidas Secas, de Graciliano.
FABIANO
Fabiano ia satisfeito. Sim senhor, arrumara-se. Chegara naquele estado, com a família
morrendo de fome, comendo raízes. Caíra no fim do pátio, debaixo de um juazeiro, depois tomara
conta da casa deserta. Ele, a mulher e os filhos tinham-se habituado à camarinha escura, pareciam
ratos – e a lembrança dos sofrimentos passados esmorecera.
Pisou com firmeza no chão gretado, puxou a faca de ponta, esgaravatou as unhas sujas. Tirou
do aio um pedaço de fumo, picou-o, fez um cigarro com palha de milho, acendeu-o ao binga, pôs-se a
fumar regalado.
– Fabiano, você é um homem, exclamou em voz alta.
Conteve-se, notou que os meninos estavam perto, com certeza iam admirar-se ouvindo-o falar
só. E, pensando bem, ele não era homem: era apenas um cabra ocupado em guardar coisas dos
outros. Vermelho, queimado, tinha os olhos azuis, a barba e os cabelos ruivos; mas como vivia em
terra alheia, cuidava dos animais alheios, descobria-se, encolhia-se na presença dos brancos e
julgava-se cabra.
Olhou em torno, com receio de que, fora os meninos, alguém tivesse percebido a frase
imprudente. Corrigiu-a, murmurando:
– Você é um bicho, Fabiano.
Isto para ele era motivo de orgulho. Sim senhor, um bicho capaz de vencer dificuldades.
Chegara naquela situação medonha – e ali estava, forte, até gordo, fumando o seu cigarro de
palha.
– Um bicho, Fabiano (...)
Agora Fabiano era vaqueiro, e ninguém o tiraria dali. Aparecera como um bicho, entocara-se
como um bicho, mas criara raízes, estava plantado. Olhou os quipás, os mandacarus e os xique-
xiques. Era mais forte que tudo isso, era como as catingueiras e as baraúnas. Ele, Sinhá Vitória, os
dois filhos e a cachorra Baleia estavam agarrados à terra.
Chape-chape. As alpercatas batiam no chão rachado. O corpo do vaqueiro derreava-se, as
pernas faziam dois arcos, os braços moviam-se desengonçados. Parecia um macaco.
RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. 51. ed. São Paulo. Record, 1983. p. 17-19.
3.2 Atividades de análise crítica de texto.
a) Uma vez apresentado o texto de Graciliano Ramos, vamos entender o que o texto
quer dizer.
1 – Releitura do texto
2 – A que tipo de Gênero textual pertence
3 – Observa-se no texto, o uso de alguns termos regionalistas, destaque-os e
procure os significados. ( mostrar aos alunos as variantes linguísticas )
4 - Falar sobre Graciliano Ramos, suas obras e A Segunda Fase do Modernismo
5 – Trabalhar pontuação ( o uso da vírgula )
6 – Treino ortográfico
7– Análise linguística:
I) As pessoas do discurso ( que tipo de discurso predomina)
II) As formas verbais
7 Existe alguma palavra ou termo desconhecido no texto?
● Discuta com os alunos a questão das variantes dos nordestinos.
● Fazer uma análise do texto tomando por base o Percurso Gerativo de Sentido, proposto por Fiorin e Barros, nos seus três níveis:
a) Nível Fundamental
b) Nível Narrativo
c) Nível Discursivo
3.3- Trabalhando o Gênero Textual Charge
A charge é um gênero que se utiliza de imagens e palavras articuladas de
forma harmoniosa, seu objetivo não é apenas ironizar, mas também criticar e levar o
leitor a assumir uma posição diante de um determinado assunto, do qual ele deve ter
um conhecimento prévio das circunstâncias históricas, sociais, políticas e
ideológicas que deram origem à charge.
A charge é um gênero que, geralmente, faz uma análise crítica ou irônica de
uma situação, por isso sempre é ideológica.
3.4- A Linguagem da Internet
A característica principal da linguagem da internet, é a simplificação das
palavras (pq → porque, vc → você, kza → casa). Mas há também, uma forma de
acrescentar letras às palavras, alterando-as conforme a criatividade dos internautas,
dando a essa linguagem características próprias, o chamado internetês. O uso de
símbolos ou desenhos como o “smile”, o “emoticon” e risadas onomatopaicas
também fazem parte dessa linguagem.
a) Como atividade, vamos unir o gênero charge à linguagem da internet, lendo a
charge abaixo:
b) Em seguida, responda as perguntas:
1- A comunicação acontece quando pessoas interagem utilizando uma linguagem
comum, isto acontece entre tio e sobrinho? Justifique
2- O que impossibilitou a comunicação entre os dois?
3- Que tipo de linguagem o sobrinho utiliza para falar com o tio? Você conhece esta
linguagem?
4-Quais os assuntos deram origem à charge?
5- Faça outra charge ou apenas um desenho, dando continuidade ao assunto
abordado.
6- Análise da charge seguindo o percurso gerativo de sentido nos três níveis:
a) Nível Fundamental
b) Nível Narrativo
c) Nível Discursivo
7- Utilizando o “internetês” envie uma mensagem, através de e-mail, respondendo
as questões abaixo:
a) O que você espera do futuro presidente da república?
b) O que você espera para o teu próprio futuro?
Encaminhe suas respostas para o seguinte endereço eletrônico:
cidapereirasilva78@yahoo.com.br
3.5- Trabalhando o Gênero Textual Música
A musicalidade que caracteriza este gênero textual é resultado da utilização
de recursos presentes na poesia como o ritmo, a rima, as figuras de linguagem
como a aliteração, é também definido por elementos textuais sociológicos e
ideológicos.
Vamos apresentar um exemplo com a música “Gente Humilde”, de Chico
Buarque de Holanda.
Gente Humilde
Autor: Chico Buarque de Holanda
Tem certos dias
Em que eu penso em minha gente
E sinto assim
Todo o meu peito se apertar
Porque parece
Que acontece de repente
Como um desejo de eu viver
Sem me notar
Igual a tudo
Quando eu passo no subúrbio
Eu muito bem
Vindo de trem de algum lugar
E aí me dá
Como uma inveja dessa gente
Que vai em frente
Sem nem ter com quem contar
São casas simples
Com cadeiras na calçada
E na fachada
Escrito em cima que é um lar
Pela varanda
Flores tristes e baldias
Como a alegria
Que não tem onde encostar
E aí me dá uma tristeza
No meu peito
Feito um despeito
De eu não ter como lutar
E eu que não creio
Peço a Deus por minha gente
É gente humilde
Que vontade de chorar
3.6 - Atividades de análise linguística:
Esta atividade tem o seguinte procedimento:
1 – Releitura do texto
2 – Dê o significado das palavras: subúrbio, fachada, baldias, encontradas no
texto.
3 – O poema de Chico Buarque faz uma análise da vida da maioria do povo
brasileiro. A que conclusão ele chega?
4 – Que tipo de sentimento desperta no poeta a situação dessas pessoas?
Justifique.
5 – “Tem certos dias em que eu penso em minha gente”. Por que o poeta usou
a expressão “minha gente” ? A quem ele se refere com a expressão “gente
humilde”?
6– Retire do texto uma frase com valor temporal.
7- Retire do texto frases que exprimam tristeza.
3.7- Trabalhando o Gênero Textual Piada
A piada pertence ao gênero narrativo, é um texto curto, com final engraçado
e muitas vezes surpreendente, seu objetivo é provocar risos em seus leitores.
Do ponto de visto linguístico, as piadas são excelentes objetos de estudo pois
oferecem mecanismos linguísticos (fonológico, sintático, morfológico, lexical,etc),
além de sua relevância para explicitar a análise linguística, as piadas também
proporcionam subsídios para o trabalho ligado à teorias textuais e discursivas.
Observe o texto e a charge seguinte:
a) Analise as variedades linguísticas na construção do texto que simula, de
forma cômica, um assalto, tanto na charge como nos textos dados abaixo.
Pernambucano:
Ei, bichim... Isso é um assalto... Arriba os braços e num se bula nem faça muganga... Arrebola o dinheiro no
mato e não faça pantim se não enfio a peixeira no teu bucho e boto teu fato pra fora! Perdão, meu Padim Ciço,
mas é que eu tô com uma fome da moléstia...
Mineiro:
Ô, sô, prestenção... Isso é um assarto, uai... Levanta os braço e fica quetim quesse trem na minha mão tá
cheio de bala... Mió passá logo os trocado que eu num tô bão hoje. Vai andando, uai! Tá esperando o quê, uai!!!
Gaúcho
Ô, guri, ficas atento... Bah, isso é um assalto... Levantas os braços e te aquietas, tchê! Não tentes nada e
cuidado que esse facão corta uma barbaridade, tchê. Passa as pilas pra cá! E te manda a la cria, senão o
quarenta e quatro fala.
Carioca:
Seguinte, bicho... Tu te deu mal. Isso é um assalto. Passa a grana e levanta os braços, rapá... Não fica de
bobeira que eu atiro bem pra... Vai andando e, se olhar pra trás, vira presunto..
Baiano:
Ô, meu rei... (longa pausa) Isso é um assalto... (longa pausa). Levanta os braços, mas não se avexe
não...(longa pausa). Se num quiser nem precisa levantar, pra num ficar cansado... Vai passando a grana, bem
devagarinho... (longa pausa). Num repara se o berro está sem bala, mas é pra não ficar muito pesado... Não
esquenta, meu iramãozinho (longa pausa). Vou deixar teus documentos na encruzilhada...
Paulista:
Orra, meu... Isso é um assalto, meu... Alevanta os braços, meu... Passa a grana logo, meu... Mais rápido,
meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta pra comprar o ingresso do jogo do Corinthians, meu... Pô, se
manda, meu...
b) Análise linguística
I) Observe as palavras utilizadas no primeiro texto que, fazem parte do
vocabulário do pernambucano, você sabe o significado delas? Substitua-as
por outras equivalentes, que não alterem o sentido do texto.
II) Quantas letras e quantos fonemas tem cada uma das seguintes
palavras retiradas do segundo texto?
Palavra Nº de letras Nº de fonemas
Prestenção
Preste
Atenção
Quetim
Quetinho
Mió
Melhor
III) Os pronomes pessoais fazem referência explícita e direta às pessoas do
discurso.
a) Na fala de gaúcho (terceiro texto) “ficas atento” o verbo está
relacionado a que pessoa do discurso?
b) Na frase “esse facão corta uma barbaridade”, o pronome
demonstrativo indica que o objeto “facão” está próximo a quem?
IV) A gíria é uma das variedades que a língua pode apresentar. Destaque as
gírias usadas pelo carioca no quarto texto.
V) No quinto texto, o uso das vírgulas dá o tom cômico à fala do baiano, se elas
forem removidas mudará o sentido do texto?
VI) O paulista utilizou o pronome possessivo “meu” várias vezes, com que
intenção o pronome foi usado?
4- REFERÊNCIAS
BAGNO, Marcos. Preconceito lingüístico o que é, como se faz. São Paulo, Brasil,
Loyola 1999.
BAGNO, Macos. Nada na língua é por acaso.3ª. Ed. São Paulo, Brasil, Parábola
Editorial, 2009.
BAGNO, Marcos. Não é errado falar assim! São Paulo, Brasil, Parábola Editorial,
2009.
BRANDÃO, Helena Nagamine(org.), Gêneros do discurso na escola, São Paulo,
Brasil, Cortez, 2000, v.5.
FIORIN, José Luiz,(org). Introdução à lingüística II: princípios de análise. 4ª Ed.,
2ª reimpressão – São Paulo, Brasil, Contexto, 2008.
LABOV, William. Socilinguistic Patterns. Great Britain: Basil Blackwell, Oxford,
1972.
WEINREICH, Uriel; LABOV, William; HERZOG, Marvin I. Fundamentos
Empíricos para uma Teoria da Mudança Linguística. Trad. Marcos Bagno. Rev.
Téc. Carlos Alberto Faraco. São Paulo: Parábola Editorial, 2006.
4.1- SITES CONSULTADOS
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/ http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/viewcat.php?cid=14
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/Image/conteudos/imagens/portugue
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http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/File/imagens/4portugues/3chegada
_da_familia_real.jpg
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/File/imagens/4portugues/82.jpg
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http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/Image/conteudos/imagens/2arte/3al
meidajr.jpg
http://www.vagalume.com.br/chico-buarque/gente-humilde.html
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