acompanhamento do décimo segundo levantamento da safra de
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Acompanhamento da Safra Baianade Grãos
Décimo Segundo Levantamento Safra 2015/2016
Setembro de 2016
1
Superintendência Regional da Bahia
Franklin José Andrade Gomes
Gerência de Desenvolvimento e Suporte Estratégico (Gedes)
Marcelo Ribeiro
Setor de Apoio à Logística e Gestão da Oferta (Segeo)
Ednabel Caracas Lima
Equipe técnica
Aurendir Medeiros Neto
Eugênio de Souza Viana
Gerson Araújo dos Santos
Israel Cerqueira Santos
Jair Lucas Oliveira Júnior
Joctã Lima do Couto
Suely Gomes Santas de Lima
Wedson Vieira de Jesus
ba.sureg@conab.gov.br – Tel.: (71) 3417-8630
ba.gedes@conab.gov.br – Tel.: (71) 3417-8604
2
1. INTRODUÇÃO:
Com base no cronograma nacional de levantamento de safra de grãos 2015/2016,
realizamos, entre os dias 15 a 19 de agosto de 2016, o décimo segundo levantamento da
referida safra nas regiões produtoras de grãos do estado da Bahia, com o objetivo de
obter informações do setor agrícola sobre pluviometria, pragas, doenças, crédito, área
plantada, produtividade, produção de grãos, comercialização e demais informações
inerentes ao levantamento.
A estimativa de produção da safra 2015/2016, no estado da Bahia, é de 5.563,7 ton
de grãos.
Na tabela 1, constam os dados comparativos da safra anterior em relação à atual.
Legenda: (*) Produtos selecionados: caroço de algodão, arroz, feijão (1ª e 3ª safras), mamona, milho (1ª e
2ª safras), soja e sorgo.
2. CONDIÇÕES CLIMÁTICAS:
Pode-se observar através dos mapas de precipitação (Figura 1) a diferença de
regime hídrico entre as principais regiões produtoras do Estado da Bahia. A ilustração
3
quantifica os volumes de precipitação nos últimos trinta dias.
4
Figura 1: Precipitação acumulada nos últimos trinta dias. Fonte Inmet, 2016.
Para o mês de julho, a média mensal de insolação, no estado da Bahia, atingiu até
12 horas por dia, principalmente nas mesorregiões do Extremo Oeste e Centro Sul (Figura
2).
5
Figura 2: Fonte: CPTEC/INPE, 2016.
De acordo com a Figura 3, o número consecutivo de dias sem chuvas, na Bahia,
atingiu 90 dias, como é o caso da mesorregião Extremo Oeste e parte da Centro Sul. Na
mesorregião Nordeste, é possível observar que a 30 dias não há ocorrência de chuva.
Situação que poderá reduzir a produção de milho e feijão, tendo em vista que é nessa
região que está em andamento a terceira safra.
6
Figura 3: Fonte: CPTEC/INPE, 2016.
As áreas do País (área cinza do mapa), apresentam baixa previsibilidade neste
trimestre ou se encontram em seu período de estiagem, o que implica igual probabilidade
para as três categorias (Figura 4). É importante mencionar que, climatologicamente,
agosto é o último mês do principal período chuvoso para o leste da Região Nordeste, o
que indica um período chuvoso de abril a agosto deficiente, com grande impacto na
disponibilidade hídrica da Zona da Mata (INPE, 2016).
2.1. Mesorregião Centro Norte
A distribuição das chuvas não ocorreu de forma homogênea entre os meses da
safra de verão de 2015/2016 (Figura 5), sendo que apenas em janeiro teve água
suficiente disponível para as culturas. Os meses de estiagem prolongada após o plantio,
comprometeram o desenvolvimento das plantações de sequeiro na região de Irecê.
Devido ao deficit hídrico e altas temperaturas, as culturas tiveram uma produtividade, e
consequentemente, uma produção muito baixa.
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Figura 4: Probabilidade de chuva AGO/SET/OUT. INPA, 2016.
Segundo dados obtidos nas estações meteorológicas do INMET, o volume de
chuvas acumulado do início do mês de fevereiro até o dia 19 de agosto foi de menos de
30 mm, ocorrendo perdas na maior parte das lavouras.
No território Piemonte da Diamantina onde está localizada a cidade de Jacobina,
as condições climáticas também não favoreceram o desenvolvimento das culturas (milho,
feijão, mamona e mandioca) que não resistiram a falta de água nas fases mais
importantes do seu desenvolvimento levando a perdas acima 80%. As chuvas
concentraram-se também no mês de janeiro, como mostra o gráfico da Figura 6.
8
Figura 5: Chuva acumulada mensal, em Irecê/BA no ano de 2016 X chuvas da Normal climatológica. Fonte: Adaptado de INMET, 2016.
Figura 6: Chuva acumulada mensal em Jacobina/BA no ano de 2016 X chuvas da normal climatológica. Fonte: Adaptado de INMET, 2016.
No território da Chapada Diamantina, na microrregião de Seabra, algumas chuvas
ocorreram durante o mês de abril e maio, entretanto, não alteraram a situação verificada
durante a safra, que mostrou um grande volume de perdas nas lavouras. No território de
Piemonte do Paraguaçu (Figura 7) a situação é a mesma observada na Chapada
Diamantina e demais territórios que compõem a microrregião de Irecê, com
produtividades muito baixas em função da ausência de chuvas.
Segundo dados do Instituto de Nacional de Meteorologia - (INMET), no território
Piemonte do Itapicuru, na microrregião de Senhor do Bonfim, o volume de chuvas
acumulado após o plantio das culturas de verão, somaram cerca de 200 mm, distribuídos
irregularmente, entre 6 meses e, com valores de precipitação insignificantes para
suprimento de água às culturas durante seu período de desenvolvimento. A estiagem dos
meses que se seguiram a janeiro, comprometeu as culturas de sequeiro.
Na microrregião do Sertão do São Francisco, segundo dados do laboratório de
meteorologia da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), não houve
chuvas significativas nos últimos sete meses. Também nessa microrregião, as altas
temperaturas, associadas à estiagem prolongada, dificultaram o desenvolvimento das
culturas.
Estavam sendo aguardadas as chuvas para a safra de inverno, o que poderia
amenizar a situação das perdas da safra verão. Segundo técnicos da Superintendência
Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater) e alguns produtores, as
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Figura 7: Chuva acumulada mensal em Itaberaba/BA no ano de 2016 X chuvas da Normal climatológica. Fonte: Adaptado de INMET, 2016.
chuvas chegaram atrasadas na microrregião e em quantidades bem abaixo do esperado
(como mostrado nos gráficos acima). Geralmente as chuvas nas microrregiões de
Jacobina e Senhor do Bonfim, que praticam cultivos de inverno, ocorrem entre o final de
abril e o final de junho quando também é realizado o plantio. Durante esse período
choveu aproximadamente 90 mm em Jacobina e cerca de 100 mm em Senhor do Bonfim,
segundo dados das estações meteorológicas do INMET. A safra de inverno 2015/2016
nessa microrregião da Bahia terá pouca expressão, pois, as áreas são bem pequenas e
em pontos isolados.
2.2. Mesorregião Centro Sul
As precipitações para o desenvolvimento das culturas de verão iniciaram de fato
entre o final de dezembro e o mês de janeiro. As chuvas de janeiro foram bem
distribuídas, constantes e prolongadas, com intensidade moderada. No entanto, os meses
de fevereiro, março e abril não apresentaram um regime pluviométrico satisfatório para as
necessidades das culturas de ciclo curto.
Considerando as irregularidades climáticas na região, já em safras
anteriores, a atual foi ainda mais atípica dos últimos anos. Deve-se ressaltar, por exemplo,
que o principal motivo para a frustração da safra 2014/2015 na região foi o veranico
sofrido em janeiro de 2015. As culturas de milho e feijão sofreram forte impacto com a
estiagem em comento. Em contrapartida, o sorgo, apesar de também sentir os impactos
do déficit hídrico, tem apresentado rendimentos melhores nas lavouras e apresenta-se
como uma boa alternativa de cultivo.
2.3. Mesorregião Extremo Oeste
Nos últimos cinco meses não foram registradas precipitações pluviométricas, o que
prejudicou significativamente a produtividade das lavouras de sequeiro, tais como o
algodão, sorgo, milho, soja, feijão macaçar, feijão cores e milheto. A estação do inverno é
tipicamente seca, no entanto até o mês de julho, ainda não há comprometimento do
volume fluvial, o que pode não prejudicar as lavouras irrigadas de milho e soja (semente),
sorgo, feijão macaçar, feijão cores e trigo. Também não houve prejuízos para as culturas
perenes como café e fruticultura (Figura 8).
10
A expectativa é de que nos próximos meses, ocorra a queda acentuada da
umidade relativa do ar, chegando até 17% e redução dos volumes fluviais. Em novembro
é esperado o início da estação chuvosa. Como as previsões indicam a possibilidade da
ocorrência do fenômeno “La Niña” (Inmet, 2016), os produtores estão otimistas para a
próxima safra. Os consultores da região estimam um crescimento de cerca de 10% em
área para os plantios de milho e soja e uma retração de 15% em área para o plantio de
algodão.
2.4. Mesorregião Nordeste
As condições climáticas na região Nordeste proporcionaram um atraso no plantio
da safra atual, devido as chuvas de inverno terem iniciado somente na segunda semana
de maio. Com esta condição, a maioria dos plantios, que em safras normais têm início no
final de março e início de abril, iniciou no final de maio e início de junho.
3. MONITORAMENTO REMOTO
3.1. Mesorregião Extremo Oeste
Na figura 9 esta ilustrado a queda da produção de entre a safra passada e a atual.
11
01/set 01/out 01/nov 01/dez 01/jan 01/fev 01/mar 01/abr 01/mai 01/jun0
20
40
60
80
100
120
RECIPITAÇÃO DIÁRIA - BARREIRAS/BA
SAFRA 2015-2016
SAFRA 2014-2015
PERÍODO
mm
Figura 8: Evolução da precipitação pluviométrica nas safras de 2014/2015 e 2015/2016 no município de Barreiras/BA. Fonte: CPTEC/INPE.
A redução da área cultivada em 5%, a irregularidade e a falta das chuvas
impactaram na redução da produtividade e na queda da produção. Os desdobramentos
desta fato já foram sentidos no comércio local, com redução de vendas, demissões e
fechamento de estabelecimentos.
Na Figura 10 está ilustrado a produção na Mesorregião Extremo Oeste, que produz
quase a totalidade de grãos do Estado da Bahia. Desta produção, a soja e o algodão são
exportados para o mercado internacional e contribuem para o abastecimento do mercado
nacional, enquanto que a produção de milho, sorgo, arroz e feijão abastecem o mercado
consumidor da Região Nordeste.
A Figura 11 compara as produções da Mesorregião Extremo Oeste, Região
Nordeste do Brasil e a produção nacional. Apesar da grande importância da produção do
oeste local e regionalmente, a participação desta no cenário nacional é inferior a 3%.
12
Safra 2014/2015 Safra 2015/20160
2
4
6
8
10
Produção de Grãos - Mesorregião Extremo Oeste
Mil
ton
Figura 9: Comparativo da Produção de Grãos entre a safra 2014/2015 a safra 2015/2016.
Extremo Oeste Bahia Nordeste0
2
4
6
8
10
12
Produção de Grãos - Safra 2015/2016
Mil
ton
Figura 10: Comparativo da Produção de Grãos entre a Mesorregião Extremo Oeste, o Estado da Bahia e a Região Nordeste na safra 2015/2016.
A Figura 12 mostra a distribuição dos grãos produzidos na safra 2015/2016. Da
produção no Extremo Oeste, o grão de soja ocupa 65,98% da quantidade de grãos
produzidos, em segundo lugar o grão de milho com 24,66% e em terceiro lugar o caroço
de algodão com 7,47%. Os demais grãos, como o sorgo, o feijão cores, o feijão macaçar
e arroz, contribuem com 1,89%.
A importância econômica da soja, milho e algodão são reconhecidas pelo setor
privado, que investe na pesquisa e desenvolvimento de novas variedades, defensivos e
fertilizantes.
As demais culturas ficam em segundo plano. Destacando o feijão macaçar e o sorgo
que são mais resistentes ao estresse hídrico, seriam importantes fontes de proteína e
carboidrato, num quadro climático de restrição hídrica.
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Extremo Oeste Bahia Nordeste Brasil 0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
Produção de Grãos - Safra 2015/2016M
il to
n
Figura 11: Comparativo da Produção de grãos entre a Mesorregião Extremo Oeste, o Estado da Bahia e a Região Nordeste do Brasil na safra 2015/2016.
3.1. Mesorregião Nordeste
No mês de julho, nas estações do INMET dos municípios de Cipó (Território
Semiárido Nordeste II) e Serrinha (Território do Sisal), foram verificadas as menores
precipitações nessa atual safra quando se compara com o volume de chuva no mesmo
período nas últimas cinco safras, conforme figuras 13 e 14.
Este baixo volume de chuvas no mês de julho prejudicou as plantas que se
encontravam na fase de florescimento, principalmente, a cultura do feijoeiro. O veranico
se estendeu durante o mês de agosto, também ocasionando perdas à cultura do milho.
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ABRIL MAIO JUNHO JULHO0
20
40
60
80
100
120
Precipitação Acumulada
Estação INMET - CIPÓ - BA
Safra 2011/2012
Safra 2012/2013
Safra 2013/2014
Safra 2014/2015
Safra 2015/2016
Meses
Pre
cip
itaçã
o (
mm
)
Figura 13: Precipitação Acumulada – Estação INMET – Cipó (Território Semiárido Nordeste II)– Fonte: INMET – 18/08/2016.
65,98%
24,66%
7,47%0,98%
Produção de Grãos na Mesorregião Extremo Oeste da Bahia - Safra 2015/2016
SOJA
MILHO 1ª
CAROÇO DE ALGODÃO
SORGO
FEIJÃO CORES 1ª SAFRA
FEIJÃO MACAÇAR 1ª SAFRA
ARROZ
Figura 12: Comparativo entre a quantidade de grãos produzidos na Mesorregião Extremo Oeste, na safra 2015/2016.
Nas duas primeiras semanas do mês de agosto, a precipitação acumulada não
ultrapassou os 20 mm em quase toda a região Nordeste (Figura 15). Foi verificado
temperaturas acima do normal no mês de agosto em toda a região, variando de 1 a 4°C
(Figura 16) acima da média histórica.
15
ABRIL MAIO JUNHO JULHO0
20
40
60
80
100
120
140
Precipitação Acumulada
Estação INMET - Serrinha
Safra 2011/2012
Safra 2012/2013
Safra 2013/2014
Safra 2014/2015
Safra 2015/2016
Meses
Pre
cip
itaçã
o (
mm
)
Figura 14: Precipitação Acumulada – Estação INMET – Serrinha (Território do Sisal) – Fonte: INMET – 18/08/2016.
Figura 15: Precipitação Acumulada no Estado da Bahia, com destaque para a região Nordeste - 23/08/16.
4. PRAGAS E DOENÇAS:
4.1. Mesorregião Centro Norte
Durante o período de safra, não houve registros da incidência de pragas nos
territórios de Irecê e Senhor do Bonfim. Em Jacobina, Seabra e Itaberaba tiveram relatos
de ataque moderado de lagartas e pulgões na cultura do feijão e milho nas fases de
desenvolvimento vegetativo e floração. Essas ocorrências não tiveram impacto importante
na produção.
Em Juazeiro e municípios vizinhos foi registrada a presença de pragas, comuns em
algumas culturas de sequeiro locais, principalmente na fase de desenvolvimento
vegetativo. Essas foram controladas através do uso de insumos e práticas agrícolas.
4.2. Mesorregião Centro Sul
Houve relato da incidência de pragas e doenças nessa região. No milho, observou-
se a lagarta do cartucho (Spodoptera spp.) e no feijão, a ação do pulgão. No entanto, as
16
Figura 16: Anomalia de Temperatura Máxima no início do mês de agosto– 19/08/16.
injúrias não geraram danos econômicos expressivos às lavouras. Estas, foram
prejudicadas, principalmente, pelas condições climáticas adversas.
No algodoeiro, foi registrada a incidência do bicudo na área de rotação, no entanto,
com o manejo intensivo e controle químico não foram identificados danos econômicos às
lavouras até o momento. Além disso, a estiagem observada em fevereiro-março reduziu a
umidade do ar e dificultou o desenvolvimento de pragas e doenças na cultura do algodão.
Em relação vazio sanitário do algodão na região sudoeste, foi aberta uma exceção
para alguns municípios dos Territórios de Identidade Sertão Produtivo e Velho Chico, que
englobam as regiões de Bom Jesus da Lapa, Igaporã, Malhada, Matina e Riacho de
Santana.
Trata-se de uma Portaria nº 229 de 1º de junho de 2016 da Agência Estadual de Defesa
Agropecuária da Bahia (ADAB) que busca, dentre outros objetivos, fomentar a
cotonicultura na região. Esta portaria faz uma adequação à normativa federal, que
estabelece o vazio sanitário para a cultura do algodão no estado no período de 20 de
setembro a 20 de novembro de cada ano. A medida adotada para o Sertão Produtivo e
Velho Chico já acontece em outros estados, a exemplo de Minas Gerais, que exclui da
obrigatoriedade as propriedades produtoras de algodão localizadas abaixo de 600 metros
de altitude nas regiões noroeste e norte de Minas (Fonte: ADAB).
4.3. Mesorregião Extremo Oeste
Embora tenham sido identificados ataques de pragas e doenças durante o cultivo,
tais como, lagarta spodoptera, lagarta helicoverpa, lagarta elasmo, e ataques isolados de
cercosporiose, mofo branco, mancha alvo e ferrugem, estas não causaram danos
significativos nas lavouras. Na lavoura do trigo foi identificado sintomas da infecção de
brusone e giberela.
4.4. Mesorregião Nordeste
Segundo a Bahiater, a principal praga da cultura do milho na região é a lagarta do
cartucho. Nesta safra, foi verificado algumas ocorrências, porém sem danos significativos.
Os produtores convivem com esta praga com o uso de variedades resistentes e com
controle químico. Foi verificado ocorrências de injúrias em algumas áreas da cultura do
feijão, provocadas por crestamento bacteriano.
17
5. CRÉDITO RURAL
5.1. Mesorregião Centro Norte
Apesar da disponibilidade de crédito nos Bancos, a procura pelos agricultores foi
muito baixa. O motivo é devido, sobretudo, ao perfil dos produtores da região, que são em
sua maioria pequenos agricultores familiares e outros fatores como a inadimplência,
questões relacionadas ao zoneamento agroclimático para cultivo de feijão e milho. Além
disso, segundo os produtores, a burocracia para acesso ao crédito, devido à inviabilidade
técnica da produção na maior parte do semiárido e a elevada taxa de juros são outros
motivos que contribuem para essa baixa procura.
Em Irecê, de acordo com o Banco do Brasil e Banco do Nordeste, não houve
custeio significativo da safra para áreas de sequeiro do território mas que existem linhas
de crédito para culturas irrigadas e áreas de sequeiro (basicamente milho e sorgo). O
principal motivo pela baixa procura, além da existência de dívidas com financiamentos
anteriores, é o fato de o zoneamento agrícola definido para culturas de sequeiro não
coincidir com o calendário de plantio da região
Nas microrregiões de Jacobina, Juazeiro, Senhor do Bonfim, Itaberaba e Seabra,
os argumentos é de que a pequena quantidade de financiamentos está ligada a
inviabilidade econômica das culturas de sequeiro, tendo em vista que os projetos
consideram os dados de safras anteriores como o primeiro requisito para aprovação. O
produtor também não busca o financiamento, pois, este já vem desmotivado por perdas
anteriores.
De acordo com o Banco do Nordeste, as linhas de crédito mais acessadas ocorrem
através do Programa de Microfinança Rural Agroamigo, com crédito simplificado e de
valores reduzidos, no entanto, destina-se a agropecuária o que tem sido um fator atrativo
para que produtores migrem do cultivo de grãos de sequeiro para essa atividade já que os
riscos são menores em relação a produção de grãos nessa modalidade. É exigido nesse
programa que o produtor tenha áreas de pastagens.
As vendas de produtos agrícolas, de acordo empresas do segmento, são
destinadas quase que exclusivamente à produção de culturas irrigadas (olericultura).
Segundo comerciantes da região, houve aumento nas vendas de sementes e insumos
18
destinados a áreas de sequeiro, com a chegada das chuvas no mês de Janeiro, mas que
não ocorreu nos meses seguintes quando as chuvas cessaram.
5.2. Mesorregião Centro Sul
Segundo representantes da Bahiater, projetos já estão sendo elaborados
para produtores do município de Bom Jesus da Lapa. Esta ação é fruto de acordo de
cooperação firmado entre a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), por meio da
Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (BAHIATER), e o
Banco do Nordeste do Brasil (BNB) para elaboração de propostas de crédito ao Programa
Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), na metodologia de
microcrédito rural orientado e acompanhado. Os demais Territórios visitados não
relataram projetos apresentados pelo braço de assistência técnica do estado.
5.3. Mesorregião Extremo Oeste
O relato dos agentes financeiros indicam um percentual de prorrogação das dívidas
em torno de 30% para os custeios e 50% para os investimentos. Retratando as
dificuldades encontradas pelos produtores nesta safra.
5.4. Mesorregião Nordeste
Segundo produtores da região, nesta safra o acesso ao crédito está mais restrito
que na safra passada. A procura por crédito para custeio na região ainda é pequena,
devido principalmente ao perfil dos produtores da região, que são em sua maioria
agricultores familiares, e a ausência de alguns municípios no Zoneamento Agroclimático
para cultivo de feijão e milho. Outros fatores que contribuem, segundo os produtores são
a inadimplência por parte dos produtores e a burocracia para acesso ao crédito.
Segundo o Banco do Brasil de Paripiranga, os produtores já iniciaram a
mobilização para solicitar o Programa de Garantia de Atividade Agropecuária – Proagro. A
expectativa é de que 60 a 70% dos produtores deste município encaminhem laudos de
perdas, com objetivo de obter exoneração das obrigações financeiras nas operações de
crédito rural.
19
6. CULTURAS
6.1. Algodão
Para a atual safra, estima-se que seja produzido 371,0 mil ton de caroço de
algodão em uma área de 235,2 mil ha.
6.1.1. Mesorregião Centro Sul
A produtividade do algodoeiro foi afetada negativamente pela estiagem iniciada em
fevereiro. A falta de chuvas compromete ainda a qualidade da fibra e eleva a participação
relativa do custo de produção. Percebeu-se a redução de áreas de sequeiro e aumento de
áreas irrigadas. A redução do sequeiro foi fomentada pelas adversidades climáticas
enfrentadas em safras passadas.
Deve-se ressaltar a pretensão, em algumas áreas de plantio sequeiro, de
substituição do algodoeiro pela soja na próxima safra, haja vista a baixa produtividade
observada nesta safra e a forte demanda por proteína vegetal no mercado interno e
externo.
A estimativa de produtividade no algodoeiro de sequeiro é 463 kg/ha (30,86
arrob/ha).
Nas microrregiões da Serra do Ramalho (plantio direto, após colheita da soja em
abril/2016) e no município de Malhada a produtividade média do algodoeiro irrigado em
4.330kg/ha (288,6arrob/ha), as plumas estão limpas e apresentam boas condições de
comprimento, resistência e espessura, o que possibilita o alcance de bons preços com a
comercialização.
Além dos efeitos do câmbio na aquisição de fertilizantes, a elevação dos custos de
produção nas lavouras de algodão, principalmente com energia elétrica, combustível e
força de trabalho, foram destacadas.
6.1.2. Mesorregião Extremo Oeste
A estimativa é que estejam sendo cultivados cerca de 226,7 mil ha e com produção
de 603,7 mil ton.
A estimativa de produção é de 362,2 mil ton de caroço, e até o mês de agosto a
colheita atingiu 90%.
Estima-se que 21.000 ha da área mencionada acima estejam sendo cultivados em
20
sucessão a soja irrigada, sob o pivô central, com a estimativa de produtividade de 2.572,8
kg/ha de caroço.
Para o cultivo em sequeiro, a estimativa de produtividade 1.710 kg/ha de caroço.
A estiagem que vem ocorrendo desde fevereiro influenciou negativamente o
crescimento vegetativo dos algodoeiros, é possível encontrar plantas secas no campo.
Devido ao estresse hídrico na região, nas áreas mais afetadas pelo veranico,
alguns produtores estimam a produtividade de cerca de 80 arrob/ha de algodão em
caroço.
As análises do laboratório da Associação Baiana dos Produtores de Algodão –
ABAPA indicam que 71% do material analisado atende ao padrão comercial de qualidade.
Os produtores têm o prazo para concluir toda a colheita e destruir todas as
soqueiras até 20 de setembro, quando começa o vazio sanitário para cultura do algodão.
A soqueira pode ser destruída de forma mecânica ou química.
A estimativa da ABAPA é que 50 a 60% da pluma de algodão produzida na Bahia
seja exportada.
6.2. Arroz
6.2.1. Mesorregião Extremo Oeste
A colheita já foi finalizada e a estimativa de produção é de 4,0 mil ton.
A cultura do arroz é tradicionalmente cultivada nas áreas recém-abertas, devido
principalmente a sua tolerância à acidez. Geralmente o cultivo não se repete nos anos
seguintes devido aos baixos preços de mercado.
Comparando-se as estimativas da safra passada com a da safra atual há uma
redução na produção de 42,3%.
6.3. Feijão cores - 1ª safra
A produção total do estado, para atual safra, está estimada em 33,7 mil ton em
uma área de 50,3 mil ha. Pode-se atribuir que a redução em relação à safra anterior são
as condições adversas climáticas.
21
6.3.1. Mesorregião Centro Norte
Com a colheita finalizada, estima-se que a produção seja de 981 ton.
A influência negativa do clima na região, apesar das chuvas abundantes de janeiro
e bom preço do produto no mercado, reduziu significativamente a produção devido a falta
de água durante todo o ciclo produtivo.
6.3.2. Mesorregião Centro Sul
Com a colheita finalizada, estima-se que a produção é de 5.356 ton.
As expectativas iniciais de boa produtividade foram frustradas com o estresse
hídrico nos meses de fevereiro, março e abril. Estima-se perdas de cerca de 85-90% do
feijão, reduzindo em 29,2% a produção em relação a safra passada.
O bom regime chuvoso de janeiro/16 estimulou o plantio, no entanto, as culturas
foram seriamente prejudicadas nas fases de florescimento e frutificação.
Observou-se uma redução na área plantada do feijão cores em 9%, de 26.046 ha
para 23.713 ha, fomentada pelas expectativas criadas com as frustrações das últimas
safras, bem como pela falta de chuvas em outubro e novembro do ano passado.
6.3.3. Mesorregião Extremo Oeste
Com a colheita finalizada, a estimativa de produção é de 27.400 ton.
A estimativa é que foram cultivados 12.500 ha, com produtividade de 2.040 kg/ha.
A redução da expectativa inicial de 16.000 ha para 12.500 ha pode ser justificada pela
falta de chuvas após a colheita da soja, uma vez que uma parcela da área cultivada
ocorre em sucessão ao cultivo da soja irrigada sob o pivô central.
Os baixos índices pluviométricos reduziram a estimativa de plantio em 25% da área
plantada e 34% da produção em relação a safra passada.
22
6.4. Feijão cores - 3ª safra
A estimativa de produção é de 66,9 mil ton em 188,9 mil ha para o estado.
6.4.1. Mesorregião Nordeste
A expectativa é que a produção de feijão cores seja 56,8% menor que a safra
passada, provocado pela diminuição de 5,2% na área plantada e de 54,5% na
produtividade. A diminuição na área foi provocada pelo atraso nas chuvas, fazendo com
que o plantio, na maioria da região, iniciasse apenas na última semana de junho.
A redução na produtividade é atribuída a menor precipitação durante a fase de
desenvolvimento vegetativo, agravada pelo veranico nos meses de julho e agosto, época
em que as lavouras estavam na fase de florescimento e enchimento de grãos.
A colheita iniciou na segunda semana de agosto. O Território com maior destaque é
o Semiárido Nordeste II com 84.200 ha, o que corresponde a 43% da área de plantio na
região Nordeste.
6.4.2. Mesorregião Centro Norte
O plantio do feijão de inverno ou 3ª safra ocorre nos territórios do Piemonte da
Diamantina, Piemonte do Itapicuru e Piemonte do Paraguaçu. A estimativa de produção é
de 420 ton.
A maior parte dos agricultores ou desistiram de plantar ou não obteve sucesso no
plantio, tendo em vista que o volume acumulado de chuvas entre os meses de maio e
junho não foi ideal para o desenvolvimento da cultura. Segundo a Bahiater apenas cerca
de 30% da área prevista nas estimavas se confirmaram.
Em Senhor do Bonfim estima-se que foram plantados cerca de 4.200 ha com
produtividade de 100 kg/ha o que corresponde a uma produção de cerca de 420
toneladas.
No território do Piemonte da Diamantina, a estimativa é de 600 ha com
produtividade esperada de 170 kg/ha equivalentes a 100 toneladas de feijão. Em
Itaberaba e região a área plantada é de aproximadamente 140 ha e produtividade
esperada de 100 Kg/ha.
23
6.5. Feijão macaçar - 1ª safra
A estimativa é de que no estado sejam cultivados 138,9 mil ha e que seja
produzido 32,9 mil ton. Pode-se atribuir a redução em relação à safra anterior as
condições adversas climáticas.
6.5.1. Mesorregião Centro Norte
Com a colheita finalizada, estima-se uma produção de 2.732 ton.
Observa-se em toda a mesorregião uma grande perda de safra, devido ao longo
período de estiagem, já que só foi constatado chuvas no período de plantio da cultura. Na
época da floração, considerado o período que a planta mais consome água, não houve
ocorrência de chuvas, levando muitos produtores perderem as suas safras precocemente.
Esse feijão é tradicionalmente cultivado em pequenas áreas da agricultura familiar
para consumo próprio ou comercializadas em mercados locais. A colheita já foi finalizada.
6.5.2. Mesorregião Centro Sul
A estimativa de produção é de 17.015 ton, e até o mês de junho a colheita atingiu
100%.
Apesar de apresentar maior resistência ao deficit hídrico, quando comparado ao
feijão cores, o feijão macaçar também não resistiu à falta de chuvas nos meses de
fevereiro a abril. As perdas foram estimadas em 80% e o estresse hídrico afetou a cultura
nas fases de florescimento e frutificação.
6.5.3. Mesorregião Extremo Oeste
Com a colheita finalizada, a estimativa de produção é de 13.200 ton. A área
cultivada foi reduzida de 35.000 ha para 22.000 ha devido à falta de chuvas.
As áreas de sequeiro sofreram muito com a estiagem, tendo áreas que não foram
colhidas.
A produção esperada representa uma redução de 67% em relação à produção da
safra passada.
24
6.6. Feijão macaçar - 3ª safra
6.6.1. Mesorregião Nordeste
A estimativa de produção é de 4.000 ton em uma área de 10,6 mil ha. Espera-se
produtividade de 7 sc/ ha.
A expectativa é que a produção do feijão macaçar seja 31,4% menor que a safra
anterior. Espera-se uma área plantada de 10.636 ha, com produtividade de
aproximadamente 370 kg/ ha.
Apesar da área destinada ao cultivo do feijão macaçar ser relativamente pequena,
este produto apresenta importante fonte alimentar na região Nordeste, sendo cultivada em
pequenas áreas da agricultura familiar e comercializadas em mercados locais. O feijão
macaçar se destaca pela sua maior resistência ao deficit hídrico quando comparada ao
feijão cores.
6.7. Mamona
Estima-se que no estado seja produzido 12.8 mil ton da oleaginosa em uma área
de 21.,0 mil ha.
6.7.1. Mesorregião Centro Norte
A área plantada na safra de verão é de cerca de 20.143 ha com produtividade de
614 kg/ha o que corresponde a uma produção de 12.363 toneladas da oleaginosa. O
início da colheita está previsto agosto.
No território de Irecê foram plantados 9.795 ha, cerca de 13% da área esperada, e
rendimento estimado em 560 kg/ha. A grande quantidade de chuvas em janeiro e a
estiagem nos meses seguintes dificultou o plantio da cultura, segundo a Bahiater. A
ausência de chuvas dos últimos seis meses prejudicou o desenvolvimento de parte da
cultura, parte das lavouras já tiveram baixas de plantas ou apresentam baixa densidade
de plantio como mostra a Figura 21.
Algumas áreas que apresentam desenvolvimento vegetativo regular, como no
município de Cafarnaum, são plantações que foram semeadas no solo seco (pó) em
dezembro e que aproveitaram as chuvas de janeiro e, além disso, contam com plantas da
safra anterior.
25
No Território Piemonte da Diamantina foram plantados 2.815 ha com
produtividade média gerando em torno de 700 kg/ha e produção esperada de 1.971 mil
toneladas do produto. Na microrregião de Senhor do Bonfim, a área plantada foi de 2.170
ha com produtividade média esperada de 700 kg/ha o que corresponde a cerca de 1.519
toneladas do produto.
No território da Chapada Diamantina a área é de 4.363 ha de mamona cultivados
com produtividade esperada de 630 kg/ha, menor que a safra anterior que foi de 900
kg/ha. Por se tratar de uma cultura mais rústica se comparada com as demais, tratadas
neste relatório, as perdas são menores, estimada em 30%.
Em Itaberaba foram plantados cerca de 1.000 ha do produto. A produtividade
esperada é de 640 kg/ha, fundamentada pelas condições climáticas adversas que
submeteram as culturas neste período.
Os técnicos da Bahiater informaram que o prolongado período de estiagem,
apesar da baixa exigência hídrica da mamona, deverá causar diminuição da
produtividade da cultura em relação à safra anterior. Outro motivo apontado para
diminuição da produção é o fato de que as parte das plantas remanescentes da safra
2014/2015, que se somam com os volumes de produção da safra 2015/2016, terem
sofrido baixas. A maior parte da mamona encontra-se no período de frutificação, mas já
há uma pequena parte do produto que já está sendo colhido e comercializado nos
mercados locais.
6.8. Milho - 1ª safra
Com a colheita finalizada, estima-se que tenha sido cultivado 371,4 mil ha e obtido
a produção de 1.230,1 mil ton do cereal.
6.8.1. Mesorregião Centro Norte
Estima-se que a produção é de 11.093 ton.
Devido ao elevado deficit hídrico, nas fases de floração e frutificação, as perdas
atingiram 90% da área cultivada, promovendo drástica redução de produtividade, a qual
estima-se 153 kg/ha.
6.8.2. Mesorregião Centro Sul
26
Com a colheita finalizada, estima-se que a produção é de 22.385 ton.
A produtividade estimada é de 202 kg/ha. Os plantios de sequeiro sofreram
severamente com o estresse hídrico, sendo que algumas áreas não foram colhidas,
devido ao baixo rendimento. Produtividades melhores foram obtidas em áreas irrigadas e
em áreas de barragens. Apesar das expectativas iniciais positivas, a estiagem observada
entre fevereiro e abril impactou em perdas estimadas em 80-90%.
O milho precisa de um regime regular de chuvas e, tradicionalmente, tem o cultivo
consorciado ao feijão. Geralmente emprega-se baixa tecnologia no centro-sul baiano, o
que aumenta a vulnerabilidade em relação ao regime pluviométrico.
Em Bom Jesus da Lapa, as boas condições de luminosidade e topografia, além do
manejo adequado, possibilitarão uma produtividade de 9.000kg/ha do milho irrigado em
uma pequena área de 200 ha. Com a colheita prevista para o próximo mês, o milho
apresenta boa aparência e deve aproveitar as boas condições do mercado de proteína
vegetal.
6.8.3. Mesorregião Extremo Oeste:
Com a colheita finalizada, a estimativa de produção é de 1.230 mil ton.
As expectativas é que haja perda da qualidade dos grãos e redução produtividade.
Inicialmente esperava-se 9.000 kg/ha e já se admite uma redução para 6.364 kg/ha. As
plantas de milho sofreram com estresse hídrico em dois momentos, em meados de
dezembro e em fevereiro. Não houve registros de perdas por ataque de pragas e
doenças.
6.9. Milho - 2ª safra
6.9.1. Mesorregião Nordeste
A estimativa de produção é de 217,9 mil ton em 247,3 mil ha no estado.
A expectativa é que a produção seja 52,4% menor que a safra anterior, provocado
pela redução de 2,1% na área e 51,4% na produtividade, em relação à safra anterior. A
estimativa é que tenham sido plantadas 247.306 ha de milho na 2° Safra na mesorregião.
A queda na área é decorrente do atraso nas chuvas e o menor número de sementes
distribuídas para os agricultores familiares. O valor só não é menor por conta do aumento
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da área de milho no Território Litoral Norte, principalmente nos municípios de Rio Real,
Itapicuru e Inhambupe.
A queda na produtividade é reflexo da menor precipitação na safra atual quando
comparada à safra passada, agravado pelo veranico que iniciou na segunda quinzena de
julho, período que as lavouras se encontravam na fase de pendoamento. Mesmo nas
áreas onde os produtores empregam um elevado nível tecnológico, a produtividade terá
uma acentuada redução.
No Território Semiárido Nordeste II e Litoral Norte, principais regiões produtoras de
milho 2° Safra do Estado, alguns importantes municípios produtores já decretaram estado
de emergência por conta da forte estiagem (Figura 17). Nas demais áreas da região, esse
grão é cultivado por agricultores familiares, muitas vezes em consórcio com o feijoeiro.
A redução de área nas áreas da agricultura familiar ocorreu pelo atraso nas chuvas
e o menor número de sementes distribuídas pelo Estado. As sementes do Programa
Semeando foram distribuídas, atendendo aproximadamente 20% dos agricultores
familiares.
28 Figura 17: Decreto Nº 123/16, de 17/08/16 - Prefeitura Municipal de Paripiranga/BA. Agosto, 2016.
6.9.2. Mesorregião Centro Norte
O plantio do milho de inverno ou segunda safra nos territórios do Piemonte da
Diamantina, Piemonte do Itapicuru, cultivado em algumas áreas isoladas dessas
microrregiões, também não se concretizou dentro da normalidade da região devido ao
baixo volume e atraso de chuvas.
Em Senhor do Bonfim foram plantados cerca de 4.200 ha, mas como a baixo
volume de chuvas e baixo desenvolvimento o rendimento médio esperado não deve
ultrapassar os 100 kg/ha o que corresponde a uma produção de cerca de 420 toneladas.
No território do Piemonte da Diamantina, serão cerca de 1000 ha, segundo a Bahiater,
com produtividade esperada de 300 kg/ha equivalentes a cerca de 300 toneladas do grão.
6.10. Soja
Estima-se que foi cultivado 1.526,9 mil ha de soja, com uma produção de 3.211,1
mil ton. Esta estimativa representa um crescimento de 7,4% da área e redução de 23,2%
da produção em relação à safra passada.
6.10.1. Mesorregião Extremo Oeste
A estimativa de produção é de 3.201,5 mil ton, e a colheita foi finalizada no mês de
maio.
A produtividade foi de 2.100 kg/ha nas lavouras de sequeiro e 4.560 kg/ha nas
lavouras irrigadas.
Impactado pelas adversidades climáticas, mais especificamente a distribuição
desuniforme das chuvas durante essa safra, a cultura da soja teve uma queda de
produtividade estimada em 40% e problemas na qualidade dos grãos formados pela
oleoginosa. O forte estresse hídrico durante a fase de enchimento dos grãos produziu
grãos leves, ardidos, mal formados, danificados por sugadores (percevejos), e vagens
que não amadureceram e sim, secaram.
6.10.2. Mesorregião Centro Sul
Com a colheita finalizada, estima-se que a produção seja de 9.923 ton. A
produtividade foi de 4.050 kg/ha nos cultivos irrigados. Em relação a safra passada, houve
aumento de 22,5% na área e na produção.
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6.10.3. Mesorregião Nordeste
No dia 29 de fevereiro 2016, foi publicado no Diário Oficial da União - DOU a
inclusão de alguns Municípios da região Nordeste da Bahia no Zoneamento Agrícola de
Risco Climático. Este é mais um incentivo para o cultivo desta oleaginosa na região.
Segundo informantes, a expectativa é que sejam cultivados aproximadamente 700
ha de soja, concentrados principalmente no município de Rio Real e no Território Litoral
Norte.
6.11. Sorgo
A estimativa de produção do estado é que sejam cultivados 88,4 mil ha, com uma
produção estimada em 88,9 mil ton.
6.11.1. Mesorregião Centro Norte
Foram plantados 2.468 ha da cultura com produtividade estimada em 390 Kg/ha no
território de Irecê, que é o único produtor da região no momento. A produção da região
não deverá ultrapassar 963 ton.
Foram plantados 2.468 ha da cultura com rendimento de 390 kg/ha no território de
Irecê, que é o único produtor da região no momento, a produção ficou em torno de 960
toneladas. A estimativa para safra 2015/2016 era de 27,3 mil ha com rendimento de 1500
kg/ha. A falta de chuvas não permitiu que a estimativa se confirmasse. Na safra passada
foram cultivados 12.000 ha com produtividade 600 kg/ha.
O sorgo posssui exigência hídrica menor em relação ao milho e feijão e por isso
torna-se uma boa alternativa para região de Irecê que possui baixa pluviosidade. Segundo
técnicos da Bahiater, a estimativa elevada em relação a safra anterior se explica pela
esperança que o produtor tinha em um bom regime de chuvas para esse ano.
6.11.2. Mesorregião Centro Sul
Com a colheita finalizada, estima-se uma produção de 40.602 ton.
A manutenção da estiagem, de fevereiro até maio, também prejudicou as lavouras,
no entanto, estas resistiram ao estresse hídrico. A produtividade estimada foi de 689 kg/ha
em 58.956 ha cultivados.
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Em Bom Jesus da Lapa foi cultivado 150 ha de sorgo granífero irrigado em plantio
direto, após a colheita da soja em abril/16. A produtividade esperada é de 6000kg/ha para
o grão irrigado. A colheita está prevista para o final de julho e início de agosto, quando a
umidade do grão estiver igual ou menor que 13%.
6.11.3. Mesorregião Extremo Oeste
A estimativa da área cultivada foi reduzida de 28.000 ha para 27.000 ha devido à
falta de chuvas. Essa cultura é plantada na mesma área logo após a realização da
colheita da soja.
As áreas de sequeiro sofreram com a estiagem, tendo redução na produtividade.
Estima-se a produtividade de 30 sc/ha nas áreas de sequeiro (21.000 ha) e 80 sc/ha nas
áreas irrigadas (1.000 ha).
Comparando-se as estimativas da safra passada com a safra atual há um aumento
de 1,0% na área cultivada. A produção esperada é de 47.400 toneladas, um aumento de
3,2 % em relação à safra passada.
6.12. Trigo
Estima-se que foram cultivados cerca de 3.000 ha, todo sob a irrigação de pivô
central. Espera-se a produtividade média de 100 sc/ha.
Foram relatos a incidência das doenças Brusone e Giberela, que prejudicam a
formação da espiga.
A produção é destina aos moinhos localizados no Distrito Federal. A colheira deve
ser iniciada no final de agosto.
Outras informações
Mesorregião Centro Norte
Os técnicos da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural
informaram que a falta de chuvas para o desenvolvimento das culturas na fase
florescimento e enchimento de grãos reduziu drasticamente o volume produzido em
relação a safra anterior. Técnicos da empresa realizam em Maio e Junho, laudos de
vistoria com a finalidade de comprovação de perdas das lavouras no âmbito do programa
31
garantia safra. Segundo informaram, o índice de perdas ficou em torno de 90 % da safra.
A Superintendência de Agricultura Familiar (SUAF) em parceria com a BAHIATER
distribuiu no mês de maio, nos territórios de Piemonte da Paraguaçu, Piemonte do
Itapicuru e Piemonte da Diamantina, sementes certificadas da Empresa Brasileira de de
Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) para o plantio de inverno. Foram disponibilizadas
cerca de 26.000 kg de milho e de aproximadamente 20.000 kg de feijão.
As vendas de produtos agrícolas, de acordo empresas do segmento, são
destinadas quase que exclusivamente à produção de culturas irrigadas (olericultura).
Segundo comerciantes da região, houve aumento nas vendas de sementes e insumos
destinados a áreas de sequeiro, com a chegada das chuvas no mês de janeiro, mas que
não ocorreu nos meses seguintes quando as chuvas cessaram.
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