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ANO PASTORAL 2017 I 2018 BRAGANÇA-‐MIRANDA
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Nota Pastoral para o Ano do Batismo, o Dom da água que dá vida verdadeira e eterna
«Se conhecesses o Dom de Deus» (cf. Jo 4, 5-‐42)
A nossa Diocese de Bragança-‐Miranda, desafia-‐se, para o triénio litúrgico e pastoral 2017-‐2020, a continuar o caminho na fé da Igreja sempre desperta, vivendo e proclamando nos areópagos de hoje a alegria do encontro com Jesus Cristo sob o lema vital: Por Cristo, com Cristo e em Cristo. Como rezamos na Liturgia, a Igreja é por essência peregrina: «Ó Igreja de Cristo peregrina, Ele é o Sol que à tua frente avança; Proclama Jesus Cristo glorioso, Anuncia a palavra da esperança» (Hino Tempo pascal). No caminho da missão, os peregrinos experimentam: o gozo e o temor do desconhecido, a partilha, a escuta das Escrituras, a fraternidade, o sentido da pertença ao povo de Deus, o calor da comunhão, a alegria da celebração, o sabor da oração, a beleza da criação e a liberdade da mobilidade humana. Conforme o nosso projeto pastoral trienal, construído em caminho sinodal, ousaremos promover a Iniciação Cristã, como processo de formação integral da fé e como que um sacramento em três etapas sacramentais:
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Baptismo, Confirmação e Eucaristia, que implique uma atitude de viver como discípulo missionário em fidelidade ao amor de Deus. Tornar-‐se Discípulo Missionário em caminho com Jesus Cristo, eis o convite desafiante do Ser Cristão, como escreveu Santo Ambrósio: «Cristo é tudo para nós».
1. Iniciação Cristã Por Iniciação Cristã ou iniciação à fé da Igreja, entende-‐se os três sacramentos – Batismo, Confirmação e Eucaristia – que inserem o fiel no corpo da Igreja. Todavia, a Iniciação Cristã é muito mais que a preparação para a celebração destes sacramentos, sendo uma iniciação ao mistério de Cristo, ao mistério da Igreja e à vida cristã através dos sacramentos. De facto, chegou o tempo de se «oferecer a todos os fiéis uma iniciação cristã exigente e atrativa, comunicadora da integridade da fé e da espiritualidade radicada no Evangelho, formadora de agentes livres no meio da vida pública» (Bento XVI, aos Bispos de Portugal em Fátima, 13 de maio de 2010). Antes de mais, para este triénio, o Ritual da Iniciação Cristã dos Adultos (RICA) será o caminho referencial. A Carta Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa – Catequese: a alegria do encontro com Jesus Cristo – servirá de GPS para a nossa ação pastoral diocesana. Ainda, o livro editado pelo Secretariado Nacional de Liturgia – Catequeses para a Iniciação Cristã – será uma preciosa ajuda no caminho das Paróquias e das Unidades Pastorais. O Papa Francisco na Visita Ad Limina Apostolorum de 2015 pediu-‐nos: «para passar do modelo escolar ao
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catecumenal: não apenas conhecimentos cerebrais, mas encontro pessoal com Jesus Cristo, vivido em dinâmica vocacional segundo a qual Deus chama e o ser humano responde». Não podemos esquecer que «Todos somos Discípulos Missionários» (Evangelii Gaudium 120) e chamados a passar de discípulos a missionários: «Ide, fazei discípulos de todas as nações; baptizai-‐os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo e ensinai-‐lhes a cumprir tudo quanto vos mandei» (Mt 28, 19-‐20). A Iniciação Cristã apresenta uma unidade dinâmica, não de índole cronológica, mas de nível teológico. Internamente os três sacramentos, Baptismo, Confirmação e Eucaristia, estão orientados entre si, como um processo formativo e uma verdadeira escola de fé, de esperança e de caridade. Os preliminares gerais do Ritual Romano, tanto da celebração do Baptismo das crianças como na Iniciação Cristã dos adultos, afirmam a centralidade da celebração do mistério pascal de Cristo: «pelos sacramentos da Iniciação Cristã, os homens, libertos do poder das trevas, mortos com Cristo, e com Ele sepultados e ressuscitados, recebem o Espírito de adopção filial e celebram, com todo o povo de Deus, o memorial da morte e ressurreição do Senhor. Com efeito, unidos a Cristo pelo Baptismo, eles são constituídos em povo de Deus e, depois de recebido o perdão de todos os pecados, libertos do poder das trevas, passam ao estado de filhos adoptivos, feitos nova criatura pela água e pelo Espírito Santo, pelo que são chamados e são de verdade filhos de Deus». Com efeito, a fecundidade da celebração sacramental é dada pela função insubstituível da
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comunidade cristã que acolhe e agrega a si o crente e o torna participante no mistério da morte e Ressurreição de Cristo. Estas premissas ao rito oferecem os grandes temas doutrinais em relação à fé, ao mistério pascal, à entrada na comunidade eclesial e ao conjunto da Iniciação cristã, nos quais gravita a celebração do Baptismo. A Iniciação Cristã, enquanto incorporação ao Mistério de Cristo e da Igreja, não se limita só à celebração dos sacramentos, apesar de ser o seu ponto culminante. Neste sentido o Catecismo da Igreja Católica refere: «desde o tempo dos Apóstolos que tornar-‐se cristão é programa que se processa através dum itinerário e duma iniciação em diversas fases. O itinerário pode ser percorrido rápida ou lentamente. Mas deverá sempre incluir certos elementos essenciais: o anúncio da Palavra, o acolhimento do Evangelho que implica a conversão, a profissão de fé, o Baptismo, a infusão do Espírito Santo, o acesso à comunhão eucarística» (Catecismo da Igreja Católica 1229). Nos caminhos progressivos da escolha da fé e da conversão, a prioridade é dada à evangelização. A Palavra inicia, acompanha e segue cada etapa da Iniciação Cristã, porque ler, meditar, rezar, contemplar as escrituras «é como passear pelo mundo agarrando Deus pela mão» (Y. Raguin). Alguém se torna cristão, porque adere à Palavra que é proclamada, escutada e celebrada. «A fé, feliz dom de Deus, é o primeiro sinal, o primeiro presente da caridade divina para connosco. O amor de Deus manifesta-‐se-‐nos primeiro com a vocação à fé» (Paulo VI).
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2. O Dom da água que dá a vida No primeiro Ano deste itinerário da Iniciação Cristã, escolhemos o texto do evangelho segundo S. João que a Liturgia oferece no terceiro Domingo da Quaresma, do ciclo A, que bem sublinha o caminho baptismal e que melhor anuncia a todos, especialmente, aos Catecúmenos como a sua sede de Deus é saciada. Neste domingo, o início do tempo da purificação na Iniciação Cristã dos Adultos, celebra-‐se o primeiro escrutínio para “os eleitos”. Queremos, por isso, sublinhar o Dom da água que dá vida, o Baptismo, qual «Fonte de água que jorra para a vida eterna» (cf. Jo 4, 5-‐42) e como a samaritana no poço queremos conhecer mais e melhor o Dom de Deus. A água, só por si, não dá a vida, mas a água, transformada por Cristo, salva e dá a vida. Com um autor do séc. II, podemos, com efeito, afirmar: «felizes daqueles que, pondo toda a sua esperança na cruz, desceram à água do Baptismo». Com efeito, a fé mergulha no dom da água que dá a vida. A propósito, são muito expressivas as palavras da mensagem ao Povo de Deus da XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, publicada no 3 de novembro de 2012: «Deixemo-‐nos iluminar por uma página do Evangelho: o encontro de Jesus com a mulher samaritana (cf. Jo 4, 5-‐42). Não há homem nem mulher que, na sua vida, não se encontre, como a mulher da Samaria, ao lado de um poço com uma ânfora vazia, na esperança de encontrar que seja satisfeito o desejo mais profundo do coração, o único que pode dar significado pleno à existência. Hoje são muitos os poços que se oferecem à sede do homem,
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mas é preciso discernir para evitar águas poluídas. É urgente orientar bem a busca, para não ser vítima de desilusões, que podem arruinar. Como Jesus no poço de Sicar, também a Igreja sente que se deve sentar ao lado dos homens e mulheres deste tempo, para tornar presente o Senhor na sua vida, para que o possam encontrar, porque só o seu espírito é a água que dá a vida verdadeira e eterna. Só Jesus é capaz de ler no fundo do nosso coração e de nos revelar a nossa verdade: “Disse-‐me tudo o que fiz”, confessa a mulher aos seus concidadãos. E esta palavra de anúncio — à qual se junta a pergunta que abre à fé: “Será Ele o Cristo?” — mostra como quem recebeu a vida nova do encontro com Jesus, por sua vez não pode deixar de se tornar anunciador de verdade e de esperança para os outros. A pecadora convertida torna-‐se mensageira de salvação e conduz a Jesus toda a cidade. Do acolhimento do testemunho o povo passará à experiência pessoal do encontro: “Já não é pelas tuas palavras que nós cremos, mas porque nós mesmos ouvimos e sabemos que Ele é deveras o salvador do mundo”». Ninguém nasce cristão, torna-‐se cristão pelo Batismo, a fonte de todas as vocações. O percurso iniciático, o catecumenado, de âmbito catequético-‐litúrgico e moral destina-‐se não apenas a fazer o cristão, mas a própria Igreja. A insistência do caracter sacramental da Iniciação quer sublinhar a iniciativa divina gratuita de Deus. A evangelização exige o tempo da maturação na fé no tempo a que se chama catecumenado. «Quando se assume um objectivo pastoral e um estilo missionário, que chegue realmente a todos sem exceções nem exclusões, o anúncio concentra-‐
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se no essencial, no que é mais belo, mais importante, mais atraente e, ao mesmo tempo, mais necessário. A proposta acaba simplificada, sem com isso perder profundidade e verdade, e assim se torna mais convincente e radiante» (Papa Francisco, Evangelii Gaudium 35). Na tradição da Igreja, o catecumenado antecede o Baptismo dos Adultos e «pela sua própria natureza, o Baptismo das crianças exige um catecumenato pós-‐baptismal. Não se trata apenas da necessidade duma instrução posterior ao Baptismo mas do desenvolvimento necessário da graça baptismal no crescimento da pessoa. É o espaço próprio da catequese» (Catecismo da Igreja Católica 1231).
3. A alegria do encontro com Jesus Cristo Como lembramos na referida Carta Pastoral dos Bispos de Portugal, o encontro com Jesus Cristo é para todos: crianças da primeira infância, crianças da infância, adolescentes, jovens, adultos. Na verdade, «ainda hoje os cristãos são ou devem ser assíduos ao ensino dos Apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações (At 2, 42). Atividades em que o Ressuscitado vem igualmente ao nosso encontro, para d’Ele, com Ele e para Ele vivermos» (n. 6). A pastoral actual na nossa Diocese é ainda muito marcada pelo modelo de cristandade, apresentando muita dificuldade, e às vezes, muita resistência para assumir uma reviravolta missionária. Esta conversão pessoal, pastoral e missionária é claramente proposta pelo Papa Francisco: «sonho com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os
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estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais à evangelização do mundo actual que à auto-‐preservação» (Evangelii Gaudium 27). Na cuidada atenção à Família e ao Matrimónio, gostaríamos de encontrar lugares criativos de encontro, onde a fé, o discernimento e a vocação, constituem um enorme desafio a acompanhar nos próximos tempos e em especial com os adolescentes e os jovens. Não esqueçamos, por isso, que todos somos corresponsáveis como discípulos missionários do Evangelho, a ser uma família de famílias. Felizmente já existem algumas boas práticas neste caminho progressivo da fé, mas na maioria das Unidades Pastorais, ainda não passamos de boas intenções. Na verdade, já existem comunidades que oferecem «à catequese pós-‐baptismal uma dinâmica e algumas notas qualificativas: a intensidade e a integridade da formação; o seu carácter gradual, com etapas definidas; a sua vinculação com os ritos, símbolos e sinais, especialmente os bíblicos e litúrgicos; a sua constante referência à comunidade cristã...» (Directório Geral da Catequese, 91). Algumas ações da escuta da Palavra, de lectio divina, de celebração litúrgica, de adoração eucarística, de caridade, de formação permanente paroquial, da Unidade Pastoral, do Arciprestado e da Diocese têm contribuído muito para esta consciência de pertença a Cristo e à Igreja e ao novo paradigma pastoral da corresponsabilidade eclesial. Precisamos de Paróquias e Unidades Pastorais, no sentido de comunidade de comunidades, onde as pessoas, os grupos, as relações humanas e os espaços de
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comunicação sejam mais importantes que as estruturas, a organização e os serviços. Na realidade, «Sempre que procuramos voltar à fonte e recuperar o frescor original do Evangelho, despontam novas estradas, métodos criativos, outras formas de expressão, sinais mais eloquentes, palavras cheias de renovado significado para o mundo atual. Na realidade, toda a ação evangelizadora autêntica é sempre “nova”» (Evangelii Gaudium 11). Neste Ano Litúrgico-‐Pastoral dedicado ao Baptismo, o Dom da água que dá vida verdadeira e eterna, também podemos cantar com S. Francisco de Assis, no Cânticos das Criaturas: «louvado sejas, ó meu Senhor, pela irmã Água, que é tão útil e humilde, e preciosa e casta». Este Ano é uma ocasião feliz para cada um de nós fazer uma peregrinação à fonte baptismal onde foi baptizado e de celebrar, na alegria da fé, o dia do aniversário do Baptismo. A Virgem Santa Maria, Mãe da Igreja, nos acompanhe no caminho do encontro «mantendo os olhos fixos em Jesus, autor e consumador da fé» (Heb 12, 2) e na proposta alegre da ousadia do Evangelho a fazer a todos e a cada um: «Se conhecesses o Dom de Deus!» (cf. Jo 4, 5-‐42). O caminho para Deus Pai, «a fonte de toda a santidade» (Oração Eucarística II), é por Cristo, com Cristo e em Cristo, no louvor, no amor infinito e no Dom (Espírito Santo). Queira Deus que sigamos a exortação do nosso padroeiro, S. Bento: «não prefiram absolutamente nada a Cristo, nada preferir ao amor de Cristo».
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Abraço-‐vos cordialmente por Cristo, com Cristo e em Cristo Bragança, 7 de outubro de 2017, 16º aniversário da dedicação da Catedral. + José Manuel Cordeiro
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ANO 2017 I 2020 VISÃO I Uma Igreja desperta, que vive e proclama, nos areópagos de hoje, a alegria do encontro vital com Jesus Cristo. META I Promover a iniciação cristã, como processo de formação integral da fé, que implique um estilo e atitude de viver como discípulo missionário em fidelidade ao amor de Deus. TEMA GERAL I “Por Cristo, com Cristo e em Cristo”
1. FUNDAMENTAÇÃO
Desde o ano 2012 que o povo de Deus, na realidade social e cultural da Diocese de Bragança-‐Miranda, foi fazendo um percurso de crescimento qualitativo na fé, no chamamento à santidade, deixando-‐se conduzir pela Palavra de Deus e exemplo da Virgem Mãe. Foram cinco anos de peregrinação desde Cristo nos caminhos da missão nestas terras nordestinas. Como peregrinos, queremos continuar o caminho de aproximação ao coração misericordioso de Deus. Nestes próximos três anos queremos “voltar à fonte e recuperar a frescura original do Evangelho… deixando-‐nos surpreender com a sua constante criatividade divina” (EG 11) caminhando no interior do único mistério do amor ardente de Deus que é Dom, Luz e mistério de Vida eterna. A nossa atitude de descoberta e inclusão requer o descalçar as sandálias, tal como
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Moisés, para caminhar em Cristo para o Ser sagrado de Deus. Este caminho de iniciação consciente de viver como cristão é um tempo de procura, de desassossego na nossa vida, de escuta, interpretação e tradução, paciente e responsável, do Evangelho que nos faz bem-‐aventurados. O caminho de Jesus é exigente e árduo, não é uma estrada confortável e de fácil acesso, mas conduz ao abraço feliz e alegre com o Senhor. O porquê desta caminhada em dinâmica e atitude catecumenal? É constatação geral que os cristãos, ainda que com boa vontade, vivem a sua condição de discípulos missionários limitados por um ardor de tradicionalismos, uma piedade sentimental professando a fé com respostas “pré-‐fabricadas” que revelam noções religiosas de conveniência desligadas da vida e a assumir uma atitude de apatia ou indiferença que expressa um amor distorcido para com Deus e que paralisa a vivência holística/integral da fé reduzindo-‐a à esfera “do que posso” sem ardor e beleza. A privatização da fé, como exigência do secularismo, leva a que alguns tenham uma imagem desvirtuada de Deus fruto da mistura do agnosticismo e do apateísmo (falta de interesse por Deus e pela Igreja) que os “torna surdos à maravilhosa música mística do silêncio de Deus” (Tomás Halík) contraindo-‐os para uma espécie de eclipse de Deus com um vazio religioso de consciências impeditivo de
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descobrir a originalidade vivificante da vinculação a Jesus Cristo. Ser cristão é frequentar todos os dias a “Escola das virtudes teologais” para aprender a acreditar no amor de Deus, acolher os Seus desafios e empenhar-‐se na construção da história da humanidade acompanhados pela bênção de Senhor que dá pleno significado à nossa existência e “rompe os esquemas enfadonhos quem que O pretendemos aprisionar” (EG 11). A Igreja diocesana, como comunidade de crentes convocada pelo Senhor, trilhará o percurso de “encontrar, acompanhar e cuidar” de cada um dos seus filhos a quem proporá, com responsabilidade e fidelidade, um roteiro de “reconhecer, interpretar e acolher” o Evangelho de Jesus Cristo e abrindo caminhos novos de uma acção pastoral mais atenta às novas situações de fé das pessoas, mais dialogante e acolhedora.
2. APRESENTAÇÃO DO PROJETO
Um Projeto Pastoral Diocesano implica, em si mesmo, pontes de confluência da comunhão “Por Cristo, com Cristo e em Cristo”, mas, simultaneamente, um dinamismo implicativo para que o Evangelho fecunde a realidade concreta de cada Comunidade Cristã e de cada discípulo missionário de Cristo. Assim, no Projeto Pastoral Diocesano, promotor do encontro vital com Cristo, estão visíveis os traços de uma Pastoral de sinodalidade, de conjunto organizada desde as sinergias
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comuns e singulares do tecido eclesial, antropológico e territorial, mas aberto à criatividade gestativa e hospitaleira de cada arciprestado, unidade pastoral, paróquia, movimento de espiritualidade e novas comunidades eclesiais. O cristianismo não é fruto da procura de Deus por parte da pessoa humana, mas foi Deus quem tomou a iniciativa de revelar-‐se à humanidade no tempo e na história. Na revelação Deus encontra-‐se com o homem e este tropeça no próprio Deus que declara quem é, como pensa e atua. Isto incita-‐nos para uma pastoral de diálogo e anúncio que se “concentra no essencial, no que é mais belo, mais importante, mais atraente e, ao mesmo tempo, mais necessário” (EG 35). Este projecto pastoral, que visa a proposição compreensível e fértil do Evangelho de Jesus Cristo, é formado por um itinerário de três anos, alicerçado gradualmente no anúncio kerigmático, uma catequese mistagógica e uma sistematização, profissão e testemunho pessoal das verdades da fé, procurando responder às três questões fundamentais da cristologia:
1. Tu quem és? A divindade do Senhor. 2. Tu porque és? Jesus Cristo é o salvador. 3. Tu como és? Deus-‐Homem.
A aplicação deste projecto Pastoral é “pôr em comunhão com Jesus Cristo: somente Ele pode levar ao amor do Pai, no Espírito, e fazer-‐nos participar na vida da Santíssima Trindade” (CEC 426) facilitando o acesso à graça e não
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gastando energias para controlar a vivência religiosa dos fiéis (Cf. EG 95). Em cada um dos anos será reflectido um sacramento da Iniciação Cristã e uma virtude teologal para nos introduzirem no mistério indizível de Deus, que não precisa de ser criado mas descoberto, e nos vincularem num caminho sinodal de comunhão e de pertença à Igreja diocesana. Isto implica que da parte dos Párocos, Equipa Pastoral da Unidade, Conselho Pastoral da Unidade e dos diversos organismos de promoção e desenvolvimento pastoral de âmbito diocesano e arciprestal assumam este projecto, o divulguem e executem no respeito pela singularidade e ritmo das diversas comunidades cristãs. A dinâmica interna de cada ano pastoral congrega-‐se no exercício da missão, não de evangelizadores qualificados, mas do “Povo de Deus, com os seus gestos e sinais inumeráveis, é o sujeito colectivo da evangelização” (EG 129) segundo a tríplice ministerialidade de Cristo e da Igreja: sacerdotal, profética e real.
3. DESAFIOS PASTORAIS a) Participação no sacerdócio de Cristo
O sacerdócio de todos os batizados é entendido como a oferta existencial do cristão a Deus (Cf. Rm12,1). É um sacerdócio exercido por todo o Povo de Deus, de forma permanente em todos e cada um dos atos da vida: é um sacerdócio existencial. O Pe. Congar diz que está
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constituído “por todos os aspetos pelos quais nos orientamos para Deus e nos encontramos de novo com Ele, sendo a morte o último e mais decisivo desses momentos”. Na conclusão da carta pastoral Liturgia, a primeira escola da fé, o Bispo Diocesano interpelava a Diocese com as duas prioridades de S. Bento, o mistério de Cristo e a Liturgia, que exigem: “não prefiram absolutamente nada a Cristo” e “nada anteponham ao serviço divino”. Este múnus coloca desafios inadiáveis para facilitar e promover o encontro com Jesus Cristo através de uma participação ativa, plena e consciente:
1. A celebração litúrgica do Domingo, o fundamento e o centro do Ano Litúrgico;
2. A compreensão e o uso adequado dos sinais e símbolos litúrgicos;
3. A valorização dos rituais e da piedade popular; 4. A celebração visível do mistério dos sacramentos; 5. A adequada e profícua preparação para
celebração dos Sacramentos; 6. O património litúrgico e de arte sacra como
mediação do encontro com Deus; 7. A formação dos ministérios litúrgicos como
expressão de uma igreja ministerial que celebra a Liturgia de forma consciente, participativa e plena;
8. A música e o canto litúrgico como expressão de oração e participação da comunidade celebrativa;
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9. As Igrejas fechadas ou desprovidas de acolhimento que impedem o encontro com “Jesus escondido” (S. Francisco Marto);
10. A conservação, manutenção e funcionamento das Igrejas.
b) A participação na missão profética de Cristo
A dimensão profética é o anúncio explícito de Cristo com a vida e com o dom da palavra nos ambientes onde cada um vive. O anúncio e o testemunho permitem comunicar o Evangelho e dar credibilidade à Mensagem. Jesus cumpriu a vontade do Pai e realizou a missão salvadora entre os homens com Palavras e obras. Isto exige uma preparação adequada, como refere o Concílio para os leigos, “com diligência a conseguir um conhecimento mais profundo da verdade revelada, e peçam insistentemente a Deus o dom da sabedoria” (LG 35) e que se encontrem formas adequadas e inteligentes para o anúncio criativo e fiel da Palavra de Deus. Neste sentido alertou-‐nos o nosso Bispo na sua carta pastoral para o Ano da Bíblia “ser ouvinte da Palavra, significa um confronto permanente da Palavra com a existência e vice-‐versa. Para tal exige-‐se tempo, estudo, oração, contemplação. Com efeito, a evangelização nasce da escuta. A escuta é uma arte a cultivar, para viver segundo a lei escrita no coração. Escutar a Palavra é ser acolhido pela Palavra e aqui acontece o encontro”(Pg. 10). Os desafios que este amplo e variado sector da pastoral nos colocam impulsionam a qualidade e fidelidade do anúncio:
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1. O acolhimento e compreensão da Palavra de
Deus; 2. A valorização da escuta e a proclamação da
Palavra; 3. As modalidades do anúncio da Palavra “mais
penetrante que uma espada de dois gumes”(Hb 4,12);
4. Uma catequese de encontro com Jesus Cristo e de vinculação à comunidade cristã;
5. O itinerário catecumenal, a catequese de adultos e a catequese familiar;
6. O anúncio da centralidade do querigma nos areópagos de hoje;
7. A Lectio Divina nas comunidades cristãs 8. A formação de animadores e catequistas 9. Escola de pais; 10. O percurso cristão, livre, consciente e
participativo, dos jovens na igreja e na sociedade 11. A família cristã como Igreja doméstica
evangelizada e evangelizadora; 12. A disciplina de EMRC como veículo de
conhecimento e inclusão eclesial; 13. A homilia; 14. A comunicação social diocesana e as redes
sociais; 15. A pastoral vocacional.
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c) A participação na dimensão real de Cristo A transformação do mundo converte-‐se como objetivo principal da evangelização realizada pelos cristãos que comunicam a liberdade interior dada por Cristo que supera o pecado e aceita o amor de Deus provocando que a convivência social e política se vai fazendo mais justa, fraterna e solidária. Este compromisso cristão promove a espiritualidade laical que consiste em viver a justiça, a paz e o amor que brotam do Evangelho, mas que não afastam os cristãos das obrigações que têm como cidadãos do mundo, pois para a fé não há espaços neutros “devem os fiéis aprender a distinguir cuidadosamente entre os direitos e deveres que lhes competem como membros da Igreja e os que lhes dizem respeito enquanto fazem parte da sociedade humana. Procurem harmonizar entre si uns e outros, lembrando-‐se que se devem guiar em todas as coisas temporais pela consciência cristã, já que nenhuma actividade humana, nem mesmo em assuntos temporais, se pode subtrair ao domínio de Deus” (LG 36). Escreveu o Bispo diocesano na carta para o Ano da santidade “Deixar-‐se envolver pelo amor de Deus e envolver-‐se no anúncio do Evangelho, na celebração litúrgica e na prática do Bem, é o enorme desafio que está ao alcance de todas as pessoas que se sentem amadas por Deus” (Pg. 13-‐14). O desafio de fazer o Bem, e bem feito, exige uma atitude evangelizadora que provoque positivamente os demais e possam interrogar-‐se, como refere Tertuliano em relação à admiração que os cristãos provocavam nos pagãos, “vede como eles se amam!” (Apologética 39):
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1. O exercício da caridade não formal; 2. A pastoral de “saída” aos doentes, aos idosos,
aos mais frágeis da sociedade; 3. A pastoral das pessoas portadoras com
deficiência; 4. O acompanhar, discernir, integrar a fragilidade
dos casais; 5. Os movimentos de espiritualidade fundados nas
obras de misericórdia; 6. O voluntariado cristão; 7. A rede de Centros Sociais Paroquiais: gestão e
ambiente de evangelização; 8. O turismo religioso; 9. A pastoral comunitária e o exercício da cidadania
– como a Igreja promove a comunhão nas comunidades;
10. A estrutura e funcionamento das Unidades Pastorais;
11. As estruturas de comunhão e missão da Igreja na Diocese, Arciprestado e Unidade Pastoral;
12. A relação eclesial com os membros da vida consagrada.
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BIBLIOGRAFIA ORIENTADORA SECRETARIADO NACIONAL DE LITURGIA, Catequeses para a iniciação cristã dos adultos, Fátima 2016 CONFERÊNCIA EPISCOPAL PORTUGUESA, Carta Pastoral, Catequese: A alegria do encontro com Jesus Cristo, Lisboa 2017 BERNARD SESBOÜÉ, Convite a pensar e viver a Fé no terceiro milénio, Coimbra 2009 FELICÍSIMO MARTÍNEZ DÍEZ, Crer em Jesus Cristo, viver como cristão, cristologia e seguimento, Coimbra 2007 TOMÁS HALÍK – ANSELM GRÜN, O abandono de Deus, Quando a crença e a descrença se abraçam, Prior Velho 2017 CASIANO FLORISTÁN, Para compreender o Catecumenado, Coimbra 1995 TIMOTHY RADCLIFFE, Imersos na vida de Deus, viver o Batismo e a Confirmação, 2013 JOSÉ ANTONIO PAGOLA, Voltar a Jesus, Para a renovação das nossas paróquias e comunidades, Apelação 2015
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Ano Pastoral 2017 I 2018 Dom da Fé – Mistério da Água APRESENTAÇÃO DO PLANO PASTORAL 2017 I 2018 O primeiro ano do itinerário do projecto pastoral 2017-‐2020 começa com o apelo singular de Jesus a cada um de nós “Se conhecesses o dom de Deus” (Cf. Jo 4, 5-‐42). Nos Evangelhos sinópticos Jesus é apresentado como Mestre em convivência com as multidões, no Evangelho de João sobressai a relação pessoal onde o Senhor vai promovendo a Sua revelação progressiva. Jesus estabelece um roteiro de diálogo, íntimo e fecundo, com o seu interlocutor. Jesus apresenta-‐se como próximo, compreensivo, conhecedor da pessoa e dos seus contextos quotidianos, mas, também, consciente da Sua missão de Redentor da humanidade. Mas muitos cristãos só conhecem o Evangelho “em segunda mão” vivendo privados do contato direto com as Palavras de Jesus. Ele é o Dom de Deus à humanidade que encarnou, manifestou-‐Se como Luz de todos os povos, morreu e ressuscitou para nos salvar. É este Dom que se desvela e nos convida a entrar no Seu coração para O podermos conhecer, mas que por vezes encontra o caminho bloqueado, sem espaço nem tempo, para a familiaridade com as pessoas de hoje. O Evangelho é Jesus Cristo, a Sua vida e mensagem, a Sua morte e ressurreição. O Evangelho é a grande força que impele e dinamiza as comunidades e o principal instrumento da renovação que necessitamos.
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Ao longo deste ano é feito o convite a percorrermos sapiencialmente o coração de Jesus. A atitude assumir deve ser de “buscadores” da beleza amorosa indizível de Jesus Cristo para saboreamos como Ele é o bom Pastor que conduz as Suas ovelhas às nascentes de água viva e de entender e organizar as unidades pastorais como ambiente onde, em primeiro lugar, se acolhe o Evangelho de Jesus Cristo e se facilita a experiência imediata e direta com a Palavra da Salvação que responde às necessidades mais profundas das pessoas (Cf. EG 265). Iniciaremos um processo de aprendizagem e (re)nascimento para a fé na relação com a memória de Jesus tal como Ele era recordado, acreditado e amado pelos Seus apóstolos que nos incluirá numa dinâmica de identidade e seguimento no estilo de vida de ser, agir e viver como o Senhor. FONTE BÍBLICA «Se conhecesses o Dom de Deus» (cf. Jo 4, 5-‐42) SACRAMENTO Batismo ROTEIRO PASTORAL Neste primeiro ano há três etapas ininterruptas de evangelização:
1. A pergunta chave “quem é Jesus Cristo?”. A profissão de fé consciente, livre e comprometida exige um percurso de procura no silêncio e na escuta, de oração pessoal e de celebração
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comunitária da fé, de conversão de falsas imagens de Deus e à escrita de uma história de fé no encontro com Ele.
2. A estratégia pastoral é a do despertar a fé [audaz anúncio] pelo anúncio qualitativo “Jesus Cristo ama-‐te, deu a sua vida para te salvar, e agora vive contigo todos os dias para te iluminar, fortalecer, libertar” (EG 164) que interpele as consciências acomodadas de tantos cristãos apáticos na vivência do seu batismo, fomente o desejo de aprofundar o conhecimento do Senhor, leve ao diálogo com as pessoas que procuram de boa vontade Deus e eduque consciências para optarem pelos valores do Evangelho.
3. A meta do caminho interior e comunitário
percorrido será uma grande festa arciprestal, orientada pelas coordenadas do tríplice múnus, com a coordenação activa e responsável dos organismos arciprestais de pastoral, envolvimento e participação de todo o arciprestado e que culminará na Eucaristia com a entrega dos Evangelhos pelo Bispo diocesano aos párocos e por estes aos fiéis das suas comunidades.
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PRIORIDADES PASTORAIS Múnus sacerdotal
1. A celebração litúrgica do Domingo, o fundamento e o centro do Ano Litúrgico;
2. A adequada e profícua preparação para celebração dos Sacramentos.
Múnus profético
1. A valorização da escuta e a proclamação da Palavra.
2. Uma catequese de encontro com Jesus Cristo e de vinculação à comunidade cristã.
Múnus real
1. A pastoral de “saída” aos doentes, aos idosos, aos mais frágeis da sociedade.
2. As estruturas de comunhão e missão da Igreja na Diocese, Arciprestado e Unidade Pastoral.
Estratégias
1. Formação sobre o itinerário catecumenal; 2. Constituição de comunidades de iniciação cristã
que façam a formação com o livro “Catequeses para a Iniciação Cristã de Adultos” SNL;
3. Realçar os tempos fortes da Liturgia criando uma etapa centrada no mistério da fé que se celebra: Deus que vem, a encarnação, a manifestação;
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4. Celebração solene da Vigília Pascal em todas as Unidades Pastorais;
5. Dignificação do baptistério; 6. Valorização litúrgica do ambão; 7. Peregrinação à fonte baptismal (Pia) onde cada
um foi baptizado; 8. Recordação e celebração do aniversário do Dia
do Baptismo; 9. Utilização de cânticos próprios para o
sacramento do Baptismo; 10. Memória dominical do Baptismo com o rito para
a aspersão dominical da água benta e bênçãos solenes (ver Missal Romano);
11. Acolhimento fraterno e eclesial dos que chegam de novo ou regressam à Comunidade;
12. Caminhada espiritual durante a quaresma com a inscrição solene, em livro, dos que pretendem fazer esta peregrinação na fé e ao ritmo dos degraus do catecumenado a terminar com um retiro espiritual no Sábado Santo e Vigília Pascal;
13. Valorização da Palavra de Deus nas Eucaristias com a veneração do Evangeliário;
14. Celebrações comunitárias do Batismo na Missa dominical;
15. Celebrações da Palavra – Lectio Divina 16. Adoptar o Domingo de Pentecostes como dia da
Unidade Pastoral;
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17. Formação de catequistas [sentido amplo] evangelizadores que animem a fé da comunidade, possam orientar momentos de piedade popular e de leitura da Palavra de Deus;
18. Organizar a nível arciprestal uma estrutura séria de apoio e acompanhamento do catecumenado;
19. Distribuição e sensibilização para o exame de consciência;
20. Anúncio do Kerygma em acções realizadas em espaços públicos.
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Ano Pastoral 2018 I 2019 Dom da Esperança – Mistério da Luz APRESENTAÇÃO DO PLANO PASTORAL 2018 I 2019 Se no primeiro ano deste ciclo pastoral se proporciona a cada cristão e a cada comunidade cristã da Diocese um encontro vinculativo fruto da procura de quem é Jesus Cristo, no segundo ano somos guiados pelo título de que Jesus Cristo é o salvador e procuremos compreender e acreditar na missão salvífica do Senhor. Para tal damos um passo significativo do mistério da encarnação e manifestação de Jesus para o mistério fundante e alicerce da nossa fé cristã: a morte e ressurreição de Jesus Cristo. A singularidade de Jesus de Nazaré é a Sua divindade já expressa na anunciação pelo arcanjo Gabriel que proclama “Ela dará à luz um filho, ao qual darás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados” (Mt 1, 21) e o apóstolo Paulo, convidando à esperança, professa “aguardando a bem-‐aventurada esperança e a gloriosa manifestação do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo” (Tt 1, 13). Neste percurso catecumenal somos convidados a anunciar as verdades da fé [morte, ressurreição, ascensão e Pentecostes] e a descobrir a atualidade e as implicações de viver, no quotidiano, imersos na graça salvífica de Jesus Cristo e introduzindo a dinâmica do Reino nas comunidades cristãs recuperando os gestos, as reacções, a linguagem e atitudes do Senhor. É desde o mistério de compaixão e salvífico de Jesus Cristo que temos de reler e afrontar a nossa existência e a fidelidade resiliente da Esperança para tornar o mundo mais humano e habitável e que nos
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impele para “um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham desaparecido e o mar já não existia” (Ap 21, 1). FONTE BÍBLICA «O Senhor ungiu os meus olhos» (cf. Jo 9, 1-‐41) SACRAMENTO Confirmação ROTEIRO PASTORAL As três etapas do itinerário pastoral deste ano: 1. A pergunta orientadora é “porque Jesus é o
salvador?”. A resposta exige o percorrer um itinerário de estudo bíblico e, simultaneamente, de piedade popular que permita entender com a sabedoria do coração as razões da missão salvífica do Senhor.
2. A estratégia pastoral assenta na mistagogia que leve a compreensão, proclamação, consciente e convicta, das verdades da fé contidas no Credo. Neste ano, de forma ainda mais qualificada, valorizamos a Semana Santa e o Tempo Pascal.
3. O terminar deste percurso é com a festa arciprestal onde a comunidade arciprestal faz, de forma solene e pública, a renovação das promessas baptismais e cada baptizado recebe o Símbolo dos Apóstolos e onde serão benzidas as placas, com o mesmo, para colocar nas Igrejas.
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Ano Pastoral 2019 I 2020 Dom da Caridade – Mistério da Vida Eterna APRESENTAÇÃO DO PLANO PASTORAL 2019 I 2020 No último ano deste roteiro somos desafiados a conhecer o íntimo de Jesus Cristo. Na unidade da Sua Pessoa confluem a natureza divina e a humana. O apóstolos dos gentios afirma “não temos um Sumo Sacerdote que não possa compadecer-‐se das nossas fraquezas, pois Ele foi provado em tudo como nós, excepto no pecado” (Heb 4, 15) e no Evangelho de João é o próprio Jesus que interroga o apóstolo Filipe “Quem me vê, vê o Pai. Como é que me dizes, então, 'mostra-‐nos o Pai'?” (Jo 14, 9). Jesus assume-‐Se como a presença visível de Deus e com legitimidade de Filho de Deus ensina os seus apóstolos a rezar a oração do Pai-‐nosso e garanta-‐lhes uma morada na vida terna. Neste ano temos de cuidar, com empenho e alegria, da força da ressurreição em nós, pois como refere o Papa Francisco “onde parece que tudo está morto, por todo o lado voltam aparecer botões da ressurreição” (EG 276). É, também, um tempo de nos deixarmos iluminar pela graça de Deus para nos enviar em missão. É o ano do testemunho operativo da fé, de nos implicarmos nas obras de caridade, de imitar o Senhor que passou neste mundo como Peregrino do Bem e assumindo o compromisso pelo Reino de deus que exige olhar para a dignidade e libertação das periferias existenciais nas nossas comunidades, pois há um vínculo inseparável entre a fé e os pobres que nos obriga aceitar o conselho
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de Papa Francisco “ nunca os deixemos sós” (EG 48) e na “construção de um mundo novo, lado a lado, uns com os outros”(EG 269). A Igreja, presença sacramental de Jesus Cristo, prolonga na história da humanidade a Pessoa e os ensinamentos de Jesus e vincula os baptizados a Cristo, pois se a “Igreja não levasse a Jesus, essa seria uma Igreja morta” (Homilia do Papa Francisco em Santa Marta, 23 Outubro de 2013). Ser Igreja é ser de Cristo, mas que Igreja somos? Como é que cada baptizado vive como Igreja? Como é que cada Comunidade vivência e expressa a sua relação intima e indispensável à Igreja? Cada discípulo missionário, todos os movimentos de espiritualidade e comunidades eclesiais com os seus dons, e talentos e carismas são implicados para “edificar o Corpo de Cristo” (Ef 4, 11-‐12). O cristão é peregrino que encontra como meta final o Amor que é plenitude de vida e consumação da existência humana. Nesta peregrinação, alimentado pelo Viático, usa como cajado a moral católica e exercita a caridade à luz da doutrina social da Igreja. FONTE BÍBLICA «Eu Sou a Ressurreição e a Vida» (cf. Jo 11, 1-‐45) SACRAMENTO Eucaristia ROTEIRO PASTORAL O projecto pastoral termina com a dimensão da martyria, do testemunho, da equação superior da fé
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com obras. Também este último percurso contempla três momentos fundamentais:
1. A pergunta “como é a singularidade de Jesus” projecta a reflexão e a inclusão plena, participativa e fecunda na Igreja. Esta assume-‐se em “saída” ao encontro dos que deixaram adormecer a fé que receberam no Batismo, hospitaleira para acolher todos aqueles que se perguntam por Deus e próxima para exercer o mandamento do amor.
2. A estratégia pastoral é a do testemunho de vida que implica a coerência da atitude de viver em conformidade com a moral, a bioética católica e a Doutrina Social da Igreja.
3. Na festa arciprestal do encontro com Deus e com os irmãos, de forma preferencial os mais frágeis e pobres, é entregue a oração do Pai nosso realçando o significado de cada uma das petições e responsabilizando grupos e comunidades para a “apadrinharem”, de forma mais intensa, na oração e na caridade.
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Lectio divina
Bragança I Quaresma 2018 I SDPJV
19 I fev I 2018 -‐ Igreja do Seminário «Se conhecesses o Dom de Deus» (Jo 4, 5-‐42) atitudes: encontro pessoal com Jesus Cristo 26 I fev I 2018-‐ Igreja do Seminário «Tu és o Meu Filho muito amado; em Ti encontro o meu agrado» (Mc 1, 9-‐11) atitudes: o sentido da transcendência e da dignidade da pessoa humana 05 I mar I 2018-‐ Igreja do Seminário «Ide, fazei discípulos de todas as nações; baptizai-‐os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo e ensinai-‐lhes a cumprir tudo quanto vos mandei» (Mt 28, 19-‐20) atitudes: convicção de fé pessoal e livre 12 I mar I 2018-‐ Igreja do Seminário «Uma nova criatura» (2 Cor 5, 14-‐21) atitudes: encontro e diálogo com os membros da família, do grupo e da paróquia 19 I mar I 2018 -‐ Igreja de Santa Maria «E vós, mesmo, como pedras vivas, entrai na construção deste templo espiritual...» (1Pd 2, 4-‐10) atitudes: valorizar o lugar da liturgia, com realce para a Eucaristia
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Bibliografia indicativa
• Bíblia Sagrada; • CONFERÊNCIA EPISCOPAL PORTUGUESA, carta
pastoral, Catequese: a alegria do encontro com Jesus Cristo, 2017;
• RITUAL ROMANO, Iniciação Cristã dos Adultos; • SECRETARIADO NACIONAL DE LITURGIA,
Catequeses para a Iniciação Cristã dos Adultos, 2016.
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TEMAS DE REFLEXÃO
MÊS TEMÁTICA
OUTUBRO Conselho Pastoral do Arciprestado
NOVEMBRO RICA (Ritual da Iniciação Cristã dos Adultos)
Ritual Baptismo das Crianças
DEZEMBRO Gestão das IPSS's Católicas
JANEIRO Festas cristãs
FEVEREIRO Catequese
MAIO Grupo Paroquial (ou da UP) Cáritas (+
próximo)
JUNHO Cartório paroquial/Interparoquial
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Oração Senhor Jesus Cristo, sob a luz da tua Palavra, eis-‐nos discípulos, peregrinos e missionários, na Igreja de Bragança-‐Miranda, ao encontro da Tua misericórdia. Nós te damos graças porque, pelo baptismo, nos tornas filhos muito amados do Pai Celeste, participantes do Teu sacerdócio, e membros da família que nos provoca à comunhão. Envia-‐nos o Teu Espírito que nos desperta o entusiasmo para proclamar a Tua ressurreição e a alegria do encontro contigo! Envia-‐nos pelos caminhos da missão, com a sabedoria dos humildes e puros de coração. Dá-‐nos a disponibilidade para uma conversão continua, motiva-‐nos a assumir, nos gestos e palavras, a alegria e a beleza do Evangelho. Aumenta em nós a força comprometedora da fé! (Ano 2017-‐18)
Incrementa em nós o dinamismo actuante da esperança! (Ano 2018-‐19) Promove em nós a energia vinculativa da caridade! (Ano 2019-‐20)
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DEZEMBRO 2017 Dia 01 Abertura do Ano Litúrgico-‐Pastoral 2017 I 2018 Macedo de Cavaleiros
Dia 03 -‐ Dia de oração pela vida nascente e bênção das grávidas e dos bebés SDPF -‐ Comemoração do Dia Internacional da Pessoa com deficiência SDPPD -‐ Encerramento do 48º Cursilho de Senhoras Cursos de Cristandade
Dia 09 Abertura da Escola Diocesana de Pais [1º Módulo] Mirandela SDPF
Dia 17 Acolhimento da Luz da paz de Belém CNE Dia 31 Comemoração e renovação das promessas matrimoniais SDPF JANEIRO 2018 Dia 07 Bênção das crianças que foram baptizadas no ano de 2017 SDPF Dia 09 Reunião com Técnicos das IPSSs Católicas do Arciprestado de Mirandela, Torre de Dona Chama SDPSMH
Dia 11 Reunião com Técnicos das IPSSs Católicas do Arciprestado de Bragança SDPSMH
Dia 12 Colégio dos Arciprestes e Vice-‐Arciprestes e Coordenação da Pastoral Diocesana Bragança
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Dias 18 a 25 Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos Dia 23 Reunião com Técnicos das IPSSs Católicas do Arciprestado Moncorvo Carrazeda de Ansiães SDPSMH
Dia 24 -‐ Encontro de D. José Cordeiro com a Comunicação Social SDCS -‐ Reunião com Técnicos das IPSSs Católicas do Arciprestado de Miranda Miranda do Douro SDPSMH
Dia 26 Conselho Presbiteral FEVEREIRO 2018 Dia 02 Dia mundial do Consagrado Dia 10 Formação permanente “A Vigília Pascal” Bragança Dia 17 Escola de Pais “O Papel dos Pais na Educação” [2º Módulo] Macedo de Cavaleiros SDPF Dia 19 Lectio Divina -‐ «Se conhecesses o Dom de Deus» (Jo 4, 5-‐42) Bragança SDPJV Dia 26 Lectio Divina -‐ «Tu és o Meu Filho muito amado; em Ti encontro o meu agrado» (Mc 1, 9-‐11) Bragança SDPJV MARÇO 2018 Dia 05 Lectio Divina -‐ «Ide, fazei discípulos de todas as nações; baptizai-‐os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo
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e ensinai-‐lhes a cumprir tudo quanto vos mandei» (Mt 28, 19-‐20) Bragança SDPJV Dias 06 a 08 X Encontro Espiritual das IPSSs Católicas Cerejais -‐ SDPSMH Dia 09-‐10 24 Horas de Oração para o Senhor Dia 12 Lectio Divina -‐ «Uma nova criatura» (2 Cor 5, 14-‐21) Bragança SDPJV Dia 18 5º Aniversário da eleição do Papa Francisco Dia 19 Lectio Divina -‐ «E vós, mesmo, como pedras vivas, entrai na construção deste templo espiritual...» (1Pd 2, 4-‐10) Bragança SDPJV Dia 25 -‐ Domingo de Ramos -‐ Eucaristia transmitida pela Rádio Renascença e Rádio Sim Catedral SDCS -‐ 5º Aniversário do Serviço da Pastoral do Turismo SPT Dia 29 Missa Crismal Catedral Dia 31 Vigília Pascal ABRIL 2018 Dia 01 Páscoa Dia 15 Encerramento do 49º Cursilho de Senhoras Cursos de Cristandade Dia 21 -‐ Jornada Diocesana da Juventude Vimioso SDPJV -‐ II Jornadas da Pessoa com deficiência SDPPD
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Dia 27 Colégio dos Arciprestes e Vice-‐Arciprestes e Coordenação da Pastoral Diocesana Bragança MAIO 2018 Dia 01 Peregrinação Nacional dos Acólitos a Fátima SDL Dia 05 Jornadas da Região Norte das Equipas Nossa Senhora Catedral Dias 06 a 13 52ª Semana das Comunicações Sociais SDCS Dia 13 Inauguração da Exposição de Fotografia sobre Pias batismais Catedral SDCS Dia 19 Dia Diocesano da Família SDPF Dia 20 -‐ Domingo de Pentecostes – Dia das Unidades Pastorais -‐ Encerramento do 67º Cursilho de Senhores Cursos de Cristandade
Dia 26 Conselho Pastoral Diocesano Bragança Dia 31 Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo JUNHO 2018 Dia 08 Jornada Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes -‐ Reflexão espiritual para o Clero IDC Dia 15 Conselho Presbiteral
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JULHO 2018 Dia 08 Ordenações Catedral Dias 12 a 17 Peregrinação Diocesana à Grécia Dia 18 Aniversário da nomeação Episcopal de D. José Cordeiro – Bispo Diocesano AGOSTO 2018 Dia 22 Solenidade da Bem-‐aventura Virgem Maria, Rainha sob a invocação "das Graças" Titular da Igreja Catedral e Padroeira principal da cidade de Bragança Catedral Dias 23 a 31 Peregrinação a pé a Santiago de Compostela SETEMBRO 2018 Dias 04 a 07 Simpósio do Clero Fátima Dias 10 a 13 Retiro Diocesano do Clero Dia 27 Dia Mundial do Turismo – Lançamento de aplicação para telemóvel com os horários das Eucaristias SPT OUTUBRO 2018 Dia 02 VI Aniversário da Ordenação Episcopal de D. José Cordeiro, Bispo Diocesano Dia 07 Solenidade da Dedicação da Catedral
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Dia 20 Tertúlia de formação para dirigentes de IPSSs Católicas Macedo de Cavaleiros SDPSMH DEZEMBRO de 2018 Dia 01 Abertura do Ano Litúrgico-‐Pastoral 2018 I 2019
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ÍNDICE
NOTA PASTORAL ........................................................................................ 01
PROJETO PASTORAL 2017 I 2020 ............................................................ 13
PLANO PASTORAL ...................................................................................... 27
LECTIO DIVINA ............................................................................................. 41
TEMAS DE REFLEXÃO ARCIPRESTAL 2017 I 2018 ......................... 45
RESPOSTA À ORAÇÃO UNIVERSAL ................................................ 49
ORAÇÃO DO ANO PASTORAL ............................................................ 53
CALENDÁRIO PASTORAL 2017 I 2018 ................................................... 55
UNIDADES PASTORAIS ........................................................................... 63
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