amazônia indigena nos séc. xvi e xvii
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A localização do assentamento de cadapovo foi demonstrado no sentido do cursodas águas, através deprovíncias, categoria utilizada nosdocumentos da época para situar umdeterminado domínio territorial indígena.
Localização – Os registros etno-históricos informam queno século XVI, a província de Aparia se estendia nobaixo rio Napo, até a região que medeia os rios Javari eIça, ambos afluentes do Solimões, região onde envolvea atual cidade de São Paulo de Olivença.
Povoação – Era formada por cerca de vinte povoadoscompostos de até cinqüenta grandes casas.
Poder Político- A chefia desse povo parecia estarcentralizado na figura do grande senhor deAparia, chefe do povoado.
Costume- Os habitantes dessa província vestiam
“camisetas pintadas com desenhos e cores ao modo
do Peru e todos traziam enfeites de ouro muito fino.
Esse ouro vinha de outra região com a qual o povo
Aparia mantinha atividades comerciais regulares.
Possivelmente esse povo falava uma língua do troco
Tupi.
Nessa região também foi identificada a tribo dos
Aricanas, índios que vestiam roupas de algodão
pintadas a pincel, e suas mulheres costumavam andar
calçadas com botinhas e usavam roupa de meias
mangas habilmente confeccionadas com algodão e
empastada com pinche negro.
Localização – No século XVII, a região daProvíncia de Aparia, estava ocupada pelos índiosOmáguas, com um certo deslocamento rio abaixo.A Província dos Omáguas começava mais abaixoda boca do rio Napo, a cerca de 120 quilômetrosacima da foz do Javari, e se estendia até a boca doMamoriá, entre os rios Jutaí e Juruá, medindo maisde 700 quilômetros, ao longo da calha doAmazonas/Solimões: Além desse território, osOmáguas mantinham, mediante incursõescontínuas, uma buffer zone despovoada acima eabaixo do seu território, que servia como zonas deproteção.
A província dos Omáguas foi considerada pelo frei
Cristóbal de Acuña como “a maior e mais dilatada
província” de todas que foram encontradas no grande rio.
No século XVI, a Província dos Negros ía da região de Monte Alegre até orio Xingu. Carvajal descreveu os índios dessa província como homensenormes, mais altos que os maiores de seus companheiros deexpedição, eram tosquados e estavam pintados de negro e por isso achamaram de Província dos Negros. Tinham um grande chefe, chamado deAripuna (ou Caripuna), que era senhor de muitas terras.
Dos limites dessa província até a foz do Amazonas foi registrada peloscronistas espanhóis mais uma grande quantidade de povoações indígenas.
O trecho do rio Amazonas, que vai da boca do rioNhamundá até o baixo curso do rio Tapajós, foi concebidapelo frei Gaspar de Carvajal, no século XVI, como umaúnica grande província, e a denominou de São João, pelofato de tê-la atingida no dia 24 de junho. De acordo com orelato desse cronista, ambas as margens do RioAmazonas, nessa província, estavam pontilhadas dealdeias, mas as maiories, que as definiu como “grandescidades”, estavam situadas na sua margemdireita, recuadas umas duas léguas para interior.Carvajal, não fornece nenhum nome tribal para essaprovíncia, no entanto, tudo indica que a região era habitadapelos índios Tapajós.
Localização - De um território que começava acima da boca do rio Tefé e seestendia até próximo ao rio Coari, a Província de Aisuari, expandiu-seterritorialmente, cerca de 120 quilômetros, rumo ao Oeste, ultrapassando afoz do rio Juruá. Nessa expansão territorial ocuparam a buffer zone queprotegia os Omáguas.
A primeira povoação dos aisuaris foi chamada pelos expedicionários dePedro Teixeira de Aldeia de Ouro, pelo fato de seus habitantes ostentaremno nariz e nas orelhas pequenos pingentes do metal precioso.
Comércio - O ouro encontrado entre os Aisuaris era procedente do altoUaupés, trazido pelos índios Manaus do rio Negro para o Japurá. OsManaus traziam, principalmente, além das pequenas lâminas deouro, urucum, raladores de mandioca, redes de miriti, cestarias etacapes, enquanto os Aisuaris forneciam cerâmica de excelente qualidadeproduzida especialmente para fazer comércio com as demais nações.
No início da Província dos Tapajós, num lugar incerto, aconteceu ofamoso combate entre os soldados de Orellana e os índios, quepareciam ser comandados por mulheres. Esse combate foi muitoacirrado.
As mulheres guerreiras que Carvajal se referiu como asAmazonas, viveriam conforme o relato de um índio aprisionado pelaExpedição de Orellana em várias cidades, e a sua chefa chamava-seCoñori que residiria numa cidade principal onde havia cinco casasque funcionavam como grandes templos dedicados ao deus-sol.
Localização- No século XVII, estava localizadana margem direita do rio Amazonas.
Considerada como a maior aldeia já encontradanesse rio, moravam em casa comunais: cadacasa abrigava quatro, cinco ou mais famílias.
Comércio - Os yoriman desenvolviam umaintensa atividade comercial tantointertribal, quanto Inter étnica: com os seusvizinhos indígenas, negociavammanufaturadas, e indiretamente com osbrancos, escravos, armas e ferramentas.
Localização - No séculoXVI, a província dePaguana estava localizadanum território quecomeçava acima da bocado rio Purus e estendia atéuns cem quilômetros acimado encontro das águas dorio Negro com as doSolimões.
Da "aldeia dos Bobos", até"aldeia dos Viciosos", aexpedição de Orellananavegou apenas pelamargem direita do rio, esempre por um grandepovoamento, e houve umdia em que passou pormais de vinte aldeias.
Sabe-se que entre os rios Negro e Urubu havia uma série
de aldeias fortificadas com paliçadas de toras grossas e
uma única entrada, havia indícios de ofertas de bebidas
fermentadas a uma divindade solar e, de acordo com Frei
Carvajal, muitos trajes feitos de plumas de diversas cores
aplicadas e tecidas sobre o algodão, muito gentis, os quais
vestem os índios para celebrar suas festas.
Após a boca do rio Madeira, uma província foi
denominada de Picotas, pelo fato de em seus
povoados haver muitas estacas ostentando cabeça de
mortos, as cabeças-troféu.
Em meados do século XVII, a margem esquerda do
rio Amazonas, desde a barra do rio Negro até o
Urubu, era habitada pelos índios Tarumãs e outros
grupos de línguas Aruaque. Quanto a ilha de
Tupinambarana, estava toda habitada pelos
Tupinambás oriundos da costa leste do Brasil devido à
presença dos portugueses.
O antropólogo Antonio Porro ensina que
“saber quantos e quem eram os índios
que estavam no Brasil à chegada dos
europeus é importante para uma justa
avaliação do seu passado e do presente”.
Esse raciocínio particularmente serve
para a Amazônia, considerando que a sua
história colonial não
esteve, necessariamente, ligada à do
Brasil.