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Alternativas Introduzem uma ideia de opção,
alternância. As conjunções mais comuns são OU...OU, ORA...ORA, QUER...QUER,
SEJA...SEJA. Ex.: "Ou paga ou eu mando sangrá-lo
devagarinho" (Graciliano Ramos). -> Observe que a conjunção OU estabelece uma opção, escolha. Se a pessoa pagar, o outro não mandará sangrá-lo; caso não
pague, o outro mandará sangrá-lo.
Ex.:Ora estudo ora trabalho. -» Observe que, nesta frase, o
sujeito EU possui duas atividades: estudar e trabalhar. Contudo é
interessante perceber que os fatos não acontecem simultaneamente,
ou seja, eles se alternam.
Conclusivas Introduzem uma ideia de conclusão,
dedução. As conjunções mais comuns são LOGO, PORTANTO, ENTÃO, POR
CONSEGUINTE. Ex.: "Penso, logo existo" (Descartes).
-> Observe que, nesta frase, a conjunção LOGO introduz uma ideia de
conclusão, pois o que está dito nesta frase é uma dedução.
Ex.: Estudei muito, portanto vou passar no concurso.
-> Observe que a conjunção PORTANTO introduz uma dedução,
algo que só estará comprovado quando da publicação da lista dos
aprovados.
Explicativas
Introduzem uma ideia de EXPLICAÇÃO relacionada normalmente a uma ordem, advertência, sugestão ou
solicitação. Assim, para que haja uma oração explicativa, há a necessidade quase sempre de um
verbo no imperativo. As conjunções mais comuns são: QUE, PORQUE, POIS, JÁ QUE, VISTO QUE, UMA VEZ
QUE, DADO QUE, PORQUANTO, COMO.
Ex: Corra, que a polícia vem aí. -> Observe que a conjunção QUE inicia uma explicação
para a ordem indicada na oração anterior.
Ex: Tenho a certeza de que aquela criança chorou, porque seus olhos
estavam muito vermelhos.
-> A conjunção PORQUE justifica um ato linguístico anterior, ou seja,
a oração anterior.
Obs.: É muito comum haver a confusão entre as conjunções coordenativas
explicativas e as conjunções subordinativas adverbiais causais. Em resumo, ocorre
confusão entre os conceitos de explicação e causa.
Na explicação, não pode haver relação de causa-efeito. Só é admissível uma
conjunção ser explicativa, mesmo sem verbo no imperativo, se o fato por ela
introduzido não gerar um efeito.
Ex: Choveu, porque as ruas estão alagadas.
-> Não se pode analisar o "porque" como causal, porquanto haveria a in-
dicação de que "as ruas estarem alagadas" seria causa e "chover",
consequência. Esta interpretação não faz sentido. Cabe aí apenas a ideia de
explicação.
CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS ADVERBIAIS
Causais Introduzem uma ideia de CAUSA. É fundamental relatar que aqui se inicia a relação causa-efeito.
Toda causa representa o fato anterior. Já o efeito, o fato posterior. Aí é onde se difere da ideia de explicação. Lá não há relação causa-
efeito, e sim apenas uma justificativa para uma declaração, uma ordem, solicitação ou conselho.
Também se torna importante frisar que os conectores são os mesmos, daí a dificuldade de
observar a diferença.
Ex.: "Alegres vinham todos, porque crêem..." (Camões).
-> A conjunção PORQUE confere à oração em que ocorre uma ideia
de causa, já a outra oração encerra valor de consequência.
Concessivas Introduzem uma oração cujo fato ocorrente não altera o fato da outra oração. As conjunções são:
EMBORA, MESMO QUE, AINDA QUE, CONQUANTO, MALGRADO, SE BEM QUE, POR MAIS QUE, POR
MENOS QUE, POSTO QUE.
Ex.: Embora fosse tarde, ainda saí de casa.
-> Observe que a conjunção EMBORA introduz uma oração que não muda o fato da outra oração.
O fato de ser tarde não impede o fato de eu sair.
Obs.: É importante também chamar a atenção do candidato para o fato de que as conjunções concessivas podem indicar um fato concreto ou
hipotético. Ex: Ainda que eu volte cansado do trabalho, irei
à boate. -> A primeira oração indica um fato hipotético
(não sei se estarei cansado ou não) que não altera o desfecho.
Ex.:Embora eu esteja cansado, irei à boate.
-> A primeira oração indica um fato concreto (eu estou cansado) que não altera o desfecho.
Condicionais Introduzem uma ideia de condição. Esta ideia é
exatamente oposta à da concessão. Um fato sempre vai depender do outro. As conjunções são SE, CASO, A NÃO SER QUE, A MENOS QUE,
DESDE QUE, CONTANTO QUE.
Ex.: Contanto que não chova, vou à praia. -> Observe que a conjunção CONTANTO QUE
introduz uma condição (não chover) para eu ir à praia.
Ex.: Caso haja uma solução, tentarei até o fim.
-> A conjunção CASO sugere a condição que poderá gerar o efeito
de eu tentar até o fim: se não houver solução, não
tentarei até o fim.
Obs.: Várias organizadoras de concursos têm elaborado questões em que é solicitada a relação causa-efeito. E, em muitas dessas
situações, a causa é representada por conectores condicionais. Tal é possível, pois há
uma proximidade significativa entre as duas ideias. Ambas representam os fatos anteriores e
geram uma consequência, distinguindo-se apenas pelo fato de a causa ser fato prévio
concreto, e a condição, fato prévio hipotético.
Temporais Indicam uma marcação de tempo. As
conjunções mais comuns são: QUANDO, MAL, LOGO QUE, APENAS (sinônimo de quando),
DESDE QUE, NO MOMENTO QUE, ENQUANTO. Ex.: "Quando você foi embora, fez-se noite em
meu viver..." (Milton Nascimento). -> A conjunção QUANDO indica o momento em
que o fato da segunda oração teve início.
Ex.:Apenas ele chegou, todos saíram. -> A conjunção APENAS designa somente a
hora em que todos saíram.
Ex.:"Mal o pai colocou o papel na máquina, o menino começou a empurrar uma
cadeira pela sala". (Fernando Sabino). -> A conjunção MAL explicita que, logo após a ação do pai, ocorreu a ação do
menino.
Obs.: Vale a pena analisar a conjunção DESDE QUE nas frases a seguir.
Ex.: Desde que economizemos, compraremos tudo.
-> A locução conjuncional DESDE QUE introduz uma condição para que possamos comprar tudo, portanto a locução conjuncional é subordinativa
condicional.
Desde que voltou, nossos problemas começaram. -> A locução conjuncional DESDE QUE indica apenas o momento em que se iniciaram os
problemas, não sendo a volta da pessoa necessariamente a causa.
Consecutivas Introduzem uma ideia de consequência.
Normalmente na oração principal aparecerá um elemento de intensificação
(tão, tal, tamanho, tanto). A conjunção mais comum é QUE.
Ex.: "Abraçou-me com tal ímpeto, que não pude evitá-lo" (Machado de Assis).
Ex.: "... e era tão linda, morena e dourada pelo sol, que eu ia, no silêncio do ar, atirar-
lhe um beijo..." (Eça de Queirós).
-> Observe, nas duas frases, que apareceu a expressão de intensidade
(TAL, TÃO) na oração principal e a conjunção QUE introduzindo valor de consequência, na primeira frase (não pude evitá-lo) e na segunda (eu ia, no silêncio do ar, atirar-lhe um beijo...).
Finais Introduzem uma ideia de finalidade, objetivo. É interessante citar que a conjunção PORQUE
pode significar PARA QUE, A FIM DE QUE, COM OBJETIVO DE QUE, DE TAL SORTE QUE...
Ex.: Vim aqui para que (com o objetivo de que) pudesse analisar o problema.
Ex.: João deve estudar a fim de que (com o objetivo de que)
tenha a sua vaga assegurada no concurso.
Obs.: Você deve ficar atento ao fato de que as bancas têm
relacionado, principalmente em questões de interpretação de
textos, a ideia de finalidade à de consequência. Tal é efetivamente
cabível visto que ambas representam fatos posteriores.
Proporcionais Introduzem uma ideia de proporção. As conjunções mais comuns são: À MEDIDA
QUE, À PROPORÇÃO QUE, AO PASSO QUE, QUANTO.
Ex.: Quanto mais como, mais engordo. -> A conjunção QUANTO introduz a
proporção entre comer e engordar. Se comer pouco, engorda-se pouco; se comer
muito, engorda-se muito.
Ex.: "À medida, porém, que as horas se passavam, sentiam-me cair num estado de
perplexidade e covardia" (Graciliano Ramos).
-> A conjunção À MEDIDA QUE introduz a proporção entre as horas se passarem e a
pessoa sentir-se cair num estado de perplexidade e covardia. Quanto mais as
horas foram se passando, mais ele se sentia perplexo.
Conformativas Introduzem uma ideia de conformidade, de
estar de acordo. As conjunções mais comuns são: DE ACORDO COM QUE, CONFORME,
COMO, SEGUNDO, CONSOANTE, EM CONSONÂNCIA COM QUE.
Ex.: Agi conforme me foi ordenado. -> A conjunção CONFORME introduz a
conformidade da ação com o que foi ordenado. Ex.: Fez a obra como manda a lei.
-> A conjunção COMO introduz a conformidade da realização da obra com o que manda a lei.
Comparativas Introduzem uma ideia de comparação. Esta
comparação pode ser de superioridade, igualdade ou inferioridade. As conjunções
mais comuns são (DO) QUE, COMO, CONFORME.
Ex.: Agi conforme você agiu. -> A conjunção CONFORME estabelece uma comparação de igualdade entre a
ação do sujeito da primeira oração (eu) e o sujeito da segunda (você).
Ex: João bebe menos do que Maria.
-> A conjunção DO QUE indica que João bebe uma quantidade inferior
à Maria.
Observe as conjunções destacadas nos períodos abaixo:
Como choveu muito, as ruas ficaram
alagadas.
Farei tudo como determina a lei.
Nada pesa tanto como um segredo.