alladim 01 - all about design, innovation & marketing

40
01 DEZ 2011

Upload: eita-iltda

Post on 15-Mar-2016

214 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Alladim 01 - All About Design, Innovation & Marketing

TRANSCRIPT

01

DEZ2011

EDITORIAL

AGORA É PRA VALER!The first issue of Alladim, which we've numbered 00, as any

new product, was the prototype, the pilot edition, that we used

to test formats (presentation, fonts, layout etc.), contents and

the logistic of ellaborate and distribute. We could have done her

in a smaller proportion, for a focusgroup, and from the

conclusions of this process we would do the first official issue.

But after we think straight we came to the conclusion that the

best option would be anticipate the “moment of truth” and

launch right ahead the edition to the big public. Therefore we

avoided what Marty Neumier describes in his book, The Brand

Gap: the Hawthoner effect, when people under observation

don't behave naturally, and this could compromise the

evaluation of our magazine. That would also keep us lined up

with the spirit of Alladim, which is to be always in process of

exploring and improving continuouly, avoiding any

commoditization.

After three months evaluating, reviewing and reelaborating

here we are again. Finally we have our official first edition.

In this issue, we looked for diversified looks. We had the idea

that every activity, in order to develop, requires creativity,

creativity requires abstraction, and one of the main paths to

that is education and culture combined to quality of life.

Therefore we met people and actions aligned to this same

thought, which is the case of Roberto Galvão and his

Apprentice Look, and Marcelo Rosenbaum through his “utile

design”. We also have visions for design in Latin America and

Europe in our essays, and a case of experimental marketing in

Vila Mosquito. And the stories go on with the actions from

Senac-CE regarding the 2014 Fifa World Cup, and Senai-CE with

its process to product development, plus a lot of cool insights.

That's it . Now it's for real! We wish you a very inspiring reading.

NOW IT'S FOR REAL!

EXPEDIENTE

Editores executivosTadashi Sawaki e Waleska Vianna.

Projeto gráfico e diagramaçãoTadashi Sawaki.

RedaçãoEmanuela França e Natália Coutinho.

RevisãoVicente de Lima Neto.

TraduçãoHellen Guareschi.

FotosAlex Costa e divulgação.

Assessoria de imprensaNatália Coutinho.

ImpressãoGráfica LCR.

Tiragem desta edição1.000 exemplares.

AgradecimentosOdailton Arruda, Francisco das Chagas Magalhães,Tarcísio Bastos, Ediglei Marques, Isaac Carneiro,Sormane Albano, Amauri A. Silva, Michele Ribeiro, Eveline Costa,Marcelo Rosenbaum, CasaCor Ceará, Roberto Galvão,Fabrício Costa, Lara Viana, George Viana, Marina Esmeraldo,André Vianna, Jorge Montaña, Glauber Uchoa, , Marbênia Bastos,Izakeline Ribeiro, Josué Oka, Alcyone Nobre, Pedro Jorge Vianna,Marcelo Vasconcellos, Bruno Nogueira, Luiz Carlos de Carvalhoe a todos que colaboraram para a realização dessa edição.

Se você quer fazer comentários ou sugestões, entreem contato com a gente. Telefone: + 55 85 3246-7878de 2ª a 6ª feira de 9h às 12h e 14h às 18h.E-mail: [email protected]

FALE COM A GENTE

Rua osvaldo Cruz, 2860 | Dionísio TorresCEP 60125 151 | Fortaleza CE

ALLADIM é uma publicação da EITA ILTDA

Copyright (C) 2011. Todos os Direitos Reservados.

DESIGN

MARKETING

CRISE? QUE CRISE?

CULTA MONSTRA E A CULTURA ‘SEM FRESCURA’

FASHIONA MODA E O DIÁLOGO COM A INOVAÇÃO

GOURMETSERRA, MAR E SERTÃO NA MESA

12

8

CAPACITAÇÃO |

INSIGHTS |

ARTIGO |

PERFIL |

CONSULTORIA |

ARTIGO |

ENTREVISTA |

ENTREVISTA |

POR GLAUBER UCHOA

POR MARBÊNIA BASTOS

POR IZAKELINE RIBEIRO

POR ANDRÉ VIANNA

POR MARINA ESMERALDO

CASE |

16

22

36

30

18

34

26

MARCELO ROSENBAUM:DESIGN QUE TRANSFORMA

SENAC:2014: PREPARE-SE PARAENTRAR EM CAMPO

OESTUDIO:O DNA HÍBRIDO DO OESTUDIO

VILA MOSQUITO:GASTRONOMIA PARA TODOS OS SENTIDOS

ROBERTO GALVÃO:MULTIPLICAÇÃO DA ARTEATRAVÉS DO OLHAR

SENAI:O QUE A SUA EMPRESA TEM FEITOPARA INOVAR?

PENSO E CRIO, LOGO REGISTRO

| ENTREVISTADESIGN

DESIGN QUE TRANSFORMA

Quando vai ao ar no quadro Lar Doce Lar, exibido uma vez por mês no programa Caldeirão do Huck (Rede Globo), Marcelo Rosenbaum dá uma amostra dos valores agregados por ele em cada projeto realizado. O principal deles, sem dúvida, é a humanização do espaço, é deixar o ambiente com a 'cara' daqueles que nele (con)vivem. Mas quem disse que a atuação de Rosenbaum para por aí? O Lar Doce Lar talvez até seja seu trabalho mais conhecido– pela abrangência popular do veículo no qual é exibido –, mas esse perfil de colocar a mão na massa está na origem desse designer que, ainda nos corredores da faculdade, aos 17 anos, sonhava em criar o que denominou de design útil e inseri-lo em projetos sociais.Hoje, aos 42 anos, Rosenbaum já é nacionalmente famoso por levar o design útil às classes C e D. Famoso?! "Não é fama que tenho. Sou reconhecido. Reconhecido por um trabalho que me dá mais responsabilidade. Não há um Marcelo antes e após a televisão. A televisão abriu portas e possibilitou um grande sonho, o de trabalhar com e para o popular. E não me refiro a projetos sociais assistencialistas ou de abnegação. Falo de geração de renda, de levar qualidade de vida para dentro das casas das pessoas. Sempre trouxe a referência popular nos meus trabalhos, sempre busquei me engajar em outros projetos sociais levando o que sei fazer de melhor, que é levar o belo, a estética, a beleza para dentro das casas", explica.

DIV

UL

GA

ÇÃ

O / C

AS

AC

OR

CE

AR

Á

O designer popularmente conhecido pelas participações no Lar Doce Lar levanta a bandeira do design útil, que é

um conceito que vem derrubando as barreiras do preconceito e invadindo todas as classes sociais. Por

meio dele, sonhos se transformam em realidade.

9

O fato é que Marcelo Rosenbaum conquistou reconhecimento e o título de ser o responsável pela democratização do design e o conceito de morar bem. "O design útil é muito simples. Tudo tem design, tudo é desenhado, tudo pode ser bonito, tudo pode ser feito, pode ter utilidade, pode ser funcional. E, além de tudo isso, podemos e devemos incluir a educação, a memória, contar histórias por meio desse trabalho e porque não transformar! Esse é o nosso exercício, que, através do design, a gente consiga transformar o Brasil nesse país que todo mundo espera, o país do futuro". Exemplos reais da aplicação dessa ideia pelas capitais brasileiras já compõem o portfólio dele. Mais do que simplesmente folheados, devem ser adotados como exemplo.A lista inclui, entre outros, o A Gente Transforma (AGT), que extraiu das cores a criatividade, realizando significativas

mudanças no Parque Santo Antônio, em São Paulo; a Coleção Jalapa, agregando valor ao Capim Dourado, uma palha característica do Jalapão (divisa entre os estados do Tocantins e da Bahia); o Du Berardo, no Sítio do Berardo, em Recife (PE), por meio do qual o fuxico ganhou destaque nacional, em produtos feitos pelas mãos de talentos da própria comunidade. São projetos que nascem de uma atitude comum a Rosenbaum: a de praticar constantemente o exercício do olhar. Exercício este que, na visão do próprio, é preciso para entender o design e criá-lo com habilidade e diferenciação, transformando as coisas mais simples em produtos incríveis.Em meio a uma preocupação que parece comum a todos – a de inovar –, Marcelo Rosenbaum o faz usando ingredientes aparentemente simples: sensibilidade, humanização, preservação da identidade cultural. Há em seus projetos o cuidado de fazer uma leitura fiel do 'cliente', de respeitar sua cultura, de saber ouvi-lo. Ele entende que as mudanças e melhorias feitas em uma casa, em um ambiente, podem transformar a vida das pessoas. Mas não só. "São partes. E esse passo é uma delas. Mas é preciso toda uma capacitação ainda, um cuidado. Hoje minha grande missão é essa: é levar essa ideia, propor projetos nesse sentido. É um jeito também de entender esse novo consumidor, sem apenas querer colonizar mais um".

1-Du Berardo, em Recife-PE; 2-Lar Doce Lar, em Fortaleza-CE; 3-Içá,marcade bolsas saída do projeto AGT Parque Santo Antônio-SP (4).

Ao lado, artesãs e produtos da vivência doJalapão, onde Marcelo participou a convite

da artista e designer Heloísa Crocco.

DIVULGAÇÃO / ROSENBAUM

FOTOS DIVULGAÇÃO ROSENBAUM / FÁBIO DEL RÉ

1

3

2

4

| INTERVIEWDESIGN

When Lar Doce Lar is aired once a month in the TV show Caldeirão do Huck (Globo Network), Marcelo Rosenbaum shows us the aggregate values in each of his projects. And the main one is, without a doubt, the humanization of the space, as in giving the ambience a personality according to those who live in it. But who is to say that this is his only job? Lar Doce Lar probably is his best-known work – due to the popular scope of the channel in which is aired –, but this “get-the-hands-dirty” profile is present in the designer's profile who, at the age of 17 when he was in college, dreamed of creating what he named utile design and insert it in social projects. Today, with 42 years old, Rosenbaum is nationally famous for bringing the utilitarian design to classes C and D. Famous?! “I have no fame. I'm recognized. For a work that gives me more responsibility. There's not a before and after television version of me. TV opened doors and turned a big dream possible, the one of work with and to the population. And I'm not referring to social projects or abnegation. I am talking about income generation, bringing quality of life to people and their houses. I have always showed the popular background in my work, have always seek to engage in other social projects to do what I do best which is taking the beautiful, the esthetic to inside the houses”, he explains. The fact is that Marcelo Rosenbaum got recognition and the title of being the responsible for the democratization of design and the concept of living well. “The utile design is very simple. Everything has design, everything is draw, everything can be beautiful, everything can be done, can be useful, can be functional. And besides all that we can and we should include education, memory, tell stories through this work and why not transform! This is our exercise, that through design we could transform Brazil in the country everyone dream of, the country of the future.” Real examples of putting theses ideas into practice throughout Brazilian capitals are in his portfolio. And more than simply to be looked at, they must be adopted as a model. The list includes, amongst others, the AGT – A Gente Transforma (in English, We Transform), that brought creativity through colors, making significant changes at the Santo Antônio Park, in São Paulo; the Jalapa Collection, aggregating value to golden grass, a characteristic specimen from Jalapão Valley (in the border of states of Tocantis and Bahia); the Du Berardo, at the Berardo Grange, in Recife (PE), through which yo-yo (is an fabric ornament used in a lot of decoration work) was nationally known with products made by the hands of the community. These projects are born from a common attitude of Rosenbaum: constantly practice the art of looking. This exercise, according to him, is needed to understand design and create it with ability and perfection, transforming the simplest things into amazing products. Taking in consideration a preoccupation that is common to everyone – innovating – Marcelo Rosenbaum uses ingredients that are apparently simple: sensibility, humanization, and preservation of cultural identity. In his projects there's always the concern of “reading the client”, respecting his culture, knowing how to listen. He understands the changes and improvements made in a house, in a space, can transform people's lives. But that's not it. “These are parts. And this step is one of them. However is necessary a whole apprentice yet, a caring for that matter. Today that is my big mission. To cultivate this idea, to propose projects in this area. It is also a way to understand this new consumer without not wanting to colonize another one.”

The initial proposal seemed too simple: to write a book about remodeling his own house. A project with great chances of success if we consider that the protagonist is experienced in getting the attention of thousands of viewers on Saturdays remodeling other people's houses. So with the proposition of Abril Publishing, Marcelo Rosenbaum got to the following conclusion: it was time to look in another direction, now from outside to inside, inside himself. This way the book was born, and recently released in Fortaleza, entitle “Come in without knocking”.“I thought that my house was not going to bring enough material to write a book, it was going to be weird and very likely to a reality show. So we took the excuse of remodeling my house to show exactly this point-of-view, the respect to my memory. Here we find this generous exercise of showing this crisis, what is mine, what is not mine, how it is to assume a house, my first one, that I rebuilt for my children, to raise my kids”, describes Rosenbaum. The designer who changed the home of many people, tells the story of remodeling his house in the book. An old house, built in the 60s, in Sumaré neighborhood, in São Paulo. Rosenbaum makes a generous report of the 'before' and 'after' in this work, that last for practically a year. This time seems too long for who is used to reform houses in one week. “Oh, stop it. There's no comparison”, he jokes. “Come in without knocking” goes through 240 pages with the memories of the little boy Rosenbaum, proceeds with his research travels in Brazil, the option of building a house to his family, the search for the ideal project, and all the transformation conducted by him. In a transparent way, the book gathers difficulties, hesitations and small frustrations of this familiar project of Marcelo Rosenbaum. Come in! The door is open...

A TRANSFORMING DESIGN

THE BOOK

O convite inicial parecia simples demais: escrever um livro sobre a reforma da sua própria casa. É um projeto com grandes chances de dar certo, se considerarmos que o protagonista da história já é experiente em prender a atenção de milhares de telespectadores aos sábados, reformando a casa dos outros. Diante da proposta da Editora Abril, Marcelo Rosenbaum chegou à seguinte conclusão: era a hora de praticar o exercício do olhar em outra direção, agora de fora para dentro, para dentro de si próprio. Assim nasceu seu livro, recentemente lançado em Fortaleza, o Entre sem bater."Eu achava que a minha casa ia ser muito pouco para fazer um livro, achava que ia ficar muito estranho, ia parecer um reality show só. Então pegamos a desculpa da reforma da minha casa para mostrar exatamente esse olhar, o respeito à minha memória. Tem um exercício generoso aí, de mostrar essa crise, do que me pertence, do que não me pertence, do que é assumir uma casa, a primeira casa minha, que eu reformei para os meus filhos, para criar os meus filhos", descreve Rosenbaum. O designer, que já mudou a morada de tantas pessoas, conta a história da reforma de sua primeira casa no livro. Uma casa antiga, construída nos anos 60, no bairro Sumaré, em São Paulo. Rosenbaum faz um relato generoso do antes e depois dessa reforma, que durou praticamente um ano, tempo que parece longo demais para quem costuma reformar casas em uma semana. "Ah, pode parar. Não tem como comparar", brinca.Entre sem bater percorre, em 240 páginas, as memórias do Rosenbaum menino, prossegue com as viagens de pesquisa do Rosenbaum adulto pelo Brasil afora, a opção de montar uma casa para a família, a busca pelo projeto ideal e toda a transformação orquestrada por ele. De um jeito transparente, o livro reúne as dificuldades, hesitações e pequenas frustrações desse projeto familiar de Marcelo Rosenbaum. Entre! A porta está aberta...

O LIVRO DIV

UL

GA

ÇÃ

O /

CA

SA

CO

R C

EA

The popularly known designer by his appearances at Lar Doce Lar raises the discussion onutility design. A concept that is trespassing obstacles on preconceived ideas and openingspaces in all social classes. Through it, dreams can come true.

| CAPACITAÇÃODESIGN

Senac Ceará prepara portfólio de soluções na área de design

com o objetivo de qualificar as empresas para atender as

demandas do maior evento esportivo do mundo, que

em 2014 será no Brasil, com jogos no Ceará.

PREPARE-SE PARAENTRAR EM CAMPO

13

Sua empresa está preparada para a Copa de 2014? Se a reposta for não, é hora de aproveitar o momento, calçar as “chuteiras” e ir para a luta do “gol”. Embora faltem ainda dois anos para o maior evento esportivo do mundo, que será no Brasil, já estamos nos últimos minutos do segundo tempo para nos preparar para a grande festa.Para se ter ideia do investimento, a estimativa é que, até o final do evento, cerca de R$142 bilhões entrem na economia brasileira, com a produção em cadeia de efeitos diretos, indiretos e induzidos. E os números não param por aí, de acordo com estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV): a Copa deve gerar cerca de 930 oportunidades de negócios para micro e pequenas empresas nas 12 cidades-sede, e Fortaleza é uma delas.Então, para atender a esse crescimento do mercado, as empresas precisam estar atentas e preparadas. Com o objetivo de ajudar as empresas a se organizarem e planejarem uma melhor estratégia de trabalho para atender à grande demanda da Copa de 2014, o Senac Ceará está ampliando seu portfólio de soluções. Agora, além dos profissionais independentes, o público-alvo são as empresas. “Estamos preparando um portfólio específico para organizações corporativas, que é para atender às demandas das empresas, capacitar os empresários e os

funcionários. Assim, quando chegar o período da Copa, as empresas estarão estruturadas”, explica Eveline Costa, consultora técnica de Produção Cultural e Design do Senac Ceará.Entre outras, uma das lacunas mais carentes no mercado de trabalho, percebida pelo Senac, por meio de estudos da Fundação Getúlio Vargas, é a área do design. “Tudo precisa do design. Um grande evento, uma grande empresa, tem por trás vários profissionais, e um indispensável é o designer e o visual merchandising. Ele orienta as empresas a organizar e produzir melhor os seus produtos, além de ajudar na comunicação interna e externa”, observa a consultora.Para fortalecer ainda mais o portfólio de design, o Senac fará uma pesquisa das maiores necessidades profissionais, por meio de informações colhidas em um encontro com escritórios e faculdades de design do Ceará. Segundo Eveline Costa, cursos serão criados para poder capacitar profissionais e empresas para preencher as lacunas mais carentes, as maiores deficiências do mercado. Na pesquisa, será identificado, por exemplo, qual é o perfil do profissional que este mercado precisa? Quais são as demandas que este segmento terá? O que o mercado espera das empresas? Além disso, serão contratadas consultorias especializadas para orientar na construção de um portfólio inovador.

FONTE: Ministério do Esporte - Impactos econômicos da realização da Copa 2014 no Brasil. Brasília, 31 de março de 2010.

SETORES IMPACTO

OS NÚMEROS DO GOVERNOEQUIVALENTE A

Infraestrutura

Turismo

Geração deempregos

Tributos

Consumo

Tributos federais: R$ 10,6 Bi (63%)

Civil: R$ 23 bilhõesServiços: R$ 10 bilhões

600 mil turistas internacionais (R$ 3,9 Bi)3.100 mil turistas nacionais (R$ 5,5 Bi)

Empregos permanentes: 332 mil (2009-2014)Empregos temporários: 381 mil (2014)

Incremento no consumo: R$ 5,0 Bi (2009-2014)

estádios, aeroportos,mobilidade, outros.

~ 33 vezes isenção tributária federal para o evento (~R$ 500 milhões)

~ 24 mil quilômetros de estrada (~50% das rodovias federais)

~ 2/3 da população da cidade do Rio de Janeiro (2ªmaior cidade do Brasil)

~ 11 vezes o número de funcionários da Vale do Rio Doce

~ 1,3 anos de vendas de geladeiras no Brasil (7,2 milhões)

“TUDO PRECISA DO DESIGN. UM GRANDEEVENTO, UMA GRANDE EMPRESA, TEMPOR TRÁS VÁRIOS PROFISSIONAIS, E UMINDISPENSÁVEL É O DESIGNER [...]”.

Eveline CostaConsultora técnica de ProduçãoCultural e Design do Senac Ceará

Estimativas baseadas em pesquisasda Fundação Getulio Vargas [FGV].

oportunidades930

para microe pequenasempresas

investimentos bilhões em

142R$

[2010-2014]

| CAPACITAÇÃODESIGN

“A palavra de ordem do Senac para 2012 é inovação. E queremos começar pelo nosso portfólio. São novas demandas, novas necessidades do mercado, as empresas terão de ter produtos diferenciados para atender a essa nova dinâmica. Elas precisam de melhores produtos, processos e profissionais que devem estar cada vez mais capacitados. O visual merchandising, por exemplo, é uma das vertentes do design e vai trabalhar o ponto de venda de uma organização, estimular o cliente a comprar mais e, consequentemente, a empresa a ganhar mais. Isso gera o crescimento da economia do Estado”, ressalta a gerente de negócios do Senac Michelle Ribeiro.Os cursos seguirão ainda uma metodologia diferenciada utilizada pelo Senac: o Itinerário Formativo. A educação profissional do Senac segue também determinação do Ministério da Educação (MEC): é organizada em eixos tecnológicos, tendo como base a interdisciplinaridade dos setores. “É uma forma diferente de capacitar os profissionais. O nosso foco é em competência, observando aquilo que o aluno é capaz de fazer. Competência é conhecimento, capacidade e atitude. Não é só o saber, é saber fazer. E o Senac organiza seu portfólio de uma forma que o aluno tem um percurso, é um caminho de formação”, explica Michelle Ribeiro.O eixo em foco, no caso, é a Produção Cultural e Design,

atendendo às áreas de artes, comunicação, design e moda. O Senac é um dos pioneiros no setor de educação profissional na área de design e, além dos que serão criados, já oferta diversos cursos, como Design e Arquitetura de Interiores, Web Design, Editor Gráfico, Moda, Editor de Vídeo e Fotografia. Para fortalecer ainda mais a área, o Senac também criou uma unidade especializada em produção cultural e design.“2012 é um ano derradeiro de preparação para a Copa. Então: faça alguma coisa ou pendure a chuteira. É o momento tanto dos profissionais se capacitarem, como também das empresas se organizarem e se preparem para isso. O objetivo é orientar os empresários a fazerem o melhor, otimizando o recurso, fazerem mais com menos. É importante ficar atento, porque qualidade no atendimento, por exemplo, começa no planejamento do negócio. O Senac está inovando em todas as áreas e uma delas é o fortalecimento da oferta do design”, destaca Michele Ribeiro.

“2012 É UM ANO DERRADEIRO DE PREPARAÇÃO PARA COPA. ENTÃO: FAÇA ALGUMA COISA OU PENDURE A CHUTEIRA”.

Michele Ribeiro | Gerente de negócios do Senac-CE

Aula do Curso de Arquitetura de Interioires, no SENAC Iracema.

15

2014: GET READY FOR THE GAME

Are your company prepared to 2014 Fifa's World Cup? If the answer is no, it's time to seize the moment, put on you “boots” and fight for the goal. Although there's almost two years for the biggest sport event in the world, that is going to take place in Brazil, we are already at the final moments of the second half to prepare for the big party. To get an idea of the investment, the estimate is that until the end of the event almost R$ 142 billion will get into the Brazilian economy, with production chain of direct, indirect and induced effects. And the numbers don't stop; according to a study from Getúlio Vargas Foundation (FGV), the World Cup must generate almost 930 business opportunities to micro and small companies in the 12 host-cities, and Fortaleza is one of them. So, to attend the growth of the market, companies need to be alert and prepared. In order to help companies to get organized and plan a better work strategy to attend the great demand in the 2014 World Cup, Senac Ceará is expanding its portfolio of solutions. Now, aside the autonomous professionals, the target are the companies. “We are preparing a specific portfolio for corporate organizations, in order to attend the company demands, capacitate entrepreneurs and collaborators. Therefore when the time of the Cup arrives, companies will be structured”, explains Eveline Costa, technical consultant of Cultural and Design Production from Senac Ceará. Amongst other, one of the most lacking areas in the work market, perceived by Senac through studies of Getúlio Vargas Foundation, is the design field. “Everything needs design. A major event, a big company, has innumerous professionals at their back, and a very important one is the designer and visual merchandising. He guides companies to organize and produce its product in a better way, aside of help inside and outside communication”, observes the consultant. To empower even more the design portfolio, Senac will do a research on the biggest professional needs, through information gathered in a meeting with design offices and colleges of Ceará. According to Eveline Costa, courses will be created to capacitate professionals and companies to fill the gaps with the biggest deficits in the market. In the research will be identified, for instance, what is the professional profile necessary for this market? Which are going to be the demands in this

segment? What the market expects from the companies? In addition to that, consultants will be hired to guide the construction of an innovative portfolio.“The watchword at Senac for 2012 is innovation. And we want to start in our portfolio. There are new demands, new market needs, and companies will have to present unique products to live this new dynamic. They need better products, processes and professionals that should be each more capacitated. Visual merchandising, for instance, is one of the strands of design and complies the point of sale of an organization, stimulating the client to buy more and, consequently, company will get a bigger profit. This accelerates the growth of the state's economy”, highlights the business manager of Senac, Michelle Ribeiro. Courses will follow a different methodology used by Senac: the Formative Schedule. The professional education of Senac also follows the determination of Ministry of Education (MEC): it is organized in technological axes based on interdisciplinarity of sectors. “It is a different way to capacitate professionals. Our focus is competence, observing what the student is capable of doing. Competence is knowledge, capacity and attitude. It is not just knowing, is knowing how to do. And Senac organizes its portfolio in a way that the student sees a route, a path of formation”, explains Michelle Ribeiro. The focus axis, in this case, is the Design and Cultural Production, attending the areas of arts, communication, design and fashion. Senac is one of the pioneers in professional education in design and, aside of what's been created, it counts on various courses, such as Design and Interior Architecture, Web Design, Graphic Editor, Fashion, Video Editor and Photography. In order to strenghten the area, Senac also created a specialized unit in cultural and design production. “2012 is the ultimate year to prepare to the World Cup. So: do something or hang up your boots. It's the moment to professionals get started on improvement, and the companies to get organized and prepared. So, the goal is to be cautious because quality in attendance, for example, start in the moment you're planning your business. Senac has innovated in all areas and one of them is strenghten design offer”, says Michele Ribeiro, business manager.

Senac Ceará prepares a portfolio of solutions in design aiming to qualify companies to attend the demands of the biggest sports event in the world, that will take place in 2014 in Brazil, with matches in Ceará

Convenção de Berna, em 1886, e o Direito da Propriedade Industrial na Convenção de Paris, em 1883. A Convenção de Berna sofreu inúmeras revisões, sendo a última feita em Paris no ano de 1971. Na Convenção de Paris, que também sofreu algumas alterações, sendo a última em Estocolmo, em 1967,

estabeleceu-se o que se conhece hoje como o Sistema Internacional da Propriedade Industrial.

A t u a l m e n t e e s s a s C o n v e n ç õ e s s ã o administradas pela World Intellectual Property Organization (WIPO), agência da ONU criada em 1967 para esse fim.No Brasil, temos as seguintes leis referentes ao Direito Intelectual:. Lei nº 9.279, de 1996, regula direitos e

obrigações relativos à propriedade industrial;. Lei nº 9.609, de 1998, dispõe sobre a proteção

da propriedade intelectual de programa de computador e sua comercialização no País;

. Lei nº 9.610, de 1998, consolida a legislação sobre direitos autorais; . Lei nº 10.695, de 2003, altera o Código Penal e o Código de Processo Penal nas questões referentes aos

crimes contra a propriedade intelectual;. Decreto nº 5.244, de 2004, dispõe sobre a composição e funcionamento do Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual.Além dos dispositivos normativos citados acima, a evolução da internet trouxe outras ferramentas para auxiliar na proteção dos direitos autorais, tais como o Free Software Foundation´s GNU General Public License (GNU GPL) e a Creative Commons. Apesar das inúmeras discussões sobre a viabilidade de utilização dessas ferramentas, seu uso tem

| ARTIGO

POR ANDRÉ VIANNA*

O Direito Intelectual visa à proteção das coisas criadas pela inteligência ou, como dizem alguns, pelo espírito humano, e já era reconhecido no antigo Direito Romano. Entretanto, essas criações possuem efeitos distintos e, por isso, o Direito Intelectual foi dividido em dois ramos, tendo como base a finalidade pretendida pelo criador. Assim, a criação pode ter uma finalidade estética ou utilitária. Para cada uma dessas finalidades, há uma codificação específica. As criações de cunho estético são regidas pelo Direito Autoral (ou Direito do Autor), e as de caráter utilitário, pelo Direito da Propriedade Industrial. A indústria, nesse caso, deve ser entendida como a habilidade de se criar algo, com arte e habilidade, para ser usado na prática, no cotidiano, fator que caracteriza sua função utilitária, e a propriedade industrial, portanto, conforme disposto na Convenção de Paris, "[...] deve ser entendida no sentido mais amplo e se aplica não só à indústria e ao comércio propriamente ditos, mas também às indústrias agrícolas e extrativas e a todos os produtos fabricados ou naturais, por exemplo, vinhos, cereais, tabaco em folha, frutas, animais, minérios, águas minerais, cervejas, flores, farinhas".Desta forma, o Direito da Propriedade Industrial visa a proteger e garantir os inventos e modelos de utilidade e as técnicas industriais, enquanto o Direito do Autor tem como objeto a integridade da obra intelectual e a garantia do usufruto decorrente da sua difusão. Entretanto, as criações estéticas também podem ter finalidade utilitária, sendo, por isso, amparadas pelos dois citados ramos do Direito. As bases modernas para a proteção da propriedade intelectual foram definidas em duas convenções: o Direito Autoral na

PENSO E CRIO,LOGO REGISTRO

- André Vianna é advogado na Medeiros & Vianna Advogados Associados e gestor do Portal Econometrix. É tambem formado em Ciências da Computação, com especialização em Engenharia de Software para web.

“[...] o principal

fator a se considerar

para a proteção do

direito autoral é a

originalidade, que não

se confunde com a

novidade [...]”

17

by ANDRÉ VIANNA*

The Intellectual Property Law aims to protect things created due to intelligence or, as some say, due to human spirit, and it was already recognized in the ancient Roman Law. However these creations have distinct effects, therefore the Intellectual Property Law was divided in two areas, based on the final goal intended by the creative one. So, the creation can have a esthetic or utilitarian goal. For each one of these possibilities there's a specific codification. The esthetic creation is governed by Copyright Law (or Author's Right), and the utilitarian one by the Industrial Property Law.The industry, in this case, must be understood as the hability os creating something, with art and skill, in order to be used in practice, day by day, which features its utilitarian function, and the industrial property, thus, as disposed in the Paris Convention, “[...] must be understood in a more wide sense and applies not only to the industry and market themselves but also to agriculture and extraction industries and all manufactured or natural products, such as wine, cereals, leaf tobacco, fruits, animals, ore, mineral water, beer, flowers, flour”.So, the industrial property right aims to protect and guarantee the inventions and utility models and industrial techniques, as the author's right aims the integrity of the intellectual work and the guarantee of the usufruct due to its propagation. However, the esthetic creations can also hold the utilitarian goal, been supported by the two law areas afore mentioned. The modern basis to protection of intellectual property were defined in two conventions: Property Right at the Berne Convention in 1886, and the Industrial Property Right at the Paris Convention in 1883. The Berne Convention went through innumerous revisions, the last one made in Paris in 1971. At the Paris Convention, that also suffered some changes, the last one in Stockholm in 1967, established what is known today as International System of Industrial Property. Nowadays these conventions are administrated by the World Intellectual Property Organization (WIPO), a UN agency created in 1967 with this goal.In Brazil, we have the following laws related to Intellectual Rights:

- Law n. 9.279 from 1996, regulates rights and obligations to the industrial property.

- Law n. 9.609 from 1998, disposes about the protection to intellectual property of software and their commercialization in the country.

- Law n. 9.610 from 1998, consolidates the legislation on copyrights.- Law n. 10.695 from 2003, modifies the Criminal Code and the Code of Criminal Procedure in matters related to crimes against intellectual property.

- Decree n. 5.244 from 2004, disposes about the composition and operation of the National Council Against Piracy and Offenses Against Intellectual Property.

Aside the normative sentences mentioned above, the internet evolution brought other tools to help on protecting copyrights, such as the Free Software Foundation'sGNU General Public License (GNU GPL) and Creative Commons. In spite of innumerous discussions on the feasibility of using these tools, their utilization has grown over the years. In Brazil, Creative Commons, one of the best known non-profit organizations to get licenses of property certification, is kept by the Center of Technology and Society of Rio de Janeiro's Law School from Getúlio Vargas Foundation. We emphasize the importance about knowing what can or can't be considered an intellectual work, since not everything is likely to license. For instance, the law of industrial property highlights that to protect rights we must take in consideration the social interest and technological and economic development of the country. In esthetic creations, it's not assured: texts and official norms; news, reports or information on everyday facts, on lack of originality; information of common use, names and isolated titles, amongst others. In fact, the main factor to consider in protecting copyright is originality, not to be misread as novelty, since that it presupposes a profound connection of the creator with the creation, to the point of being possible to identify the essence of the author's personality in each detail of his work. The protection given to industrial property refers to: granting patents of invention and utility models; granting of register of industrial design; granting of brand register; repression of false geographic indications, and repression to unfair competition. Lastly even regarding copyright, we emphasize that the work is protect regardless the gender, form, esthetic or moral presentation or destination, on the basis of its material existence. In addition to that, it rests solely to the author the authorization and determination of the conditions for using his/her work. However, the ideas themselves are not object of legal protection. So, if you have an idea don't waste any time, register it!

crescido ao longo dos anos. No Brasil, a Creative Commons, uma das mais conhecidas entidades sem fins lucrativos para geração de licenças de certificação de propriedade, é mantida pelo Centro de Tecnologia e Sociedade da Escola de Direito do Rio de Janeiro da Fundação Getúlio Vargas.Enfatizamos a importância em se conhecer o que pode ou não pode ser considerado como uma obra intelectual, visto que nem tudo é passível de registro. Por exemplo, a lei da propriedade industrial ressalta que, para a proteção dos direitos, devem ser considerados o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do país. Nas criações de cunho estético, não são protegidos os textos e normas oficiais, as notícias, relatos ou informações sobre fatos cotidianos por falta de originalidade; as informações de uso comum, nomes e títulos isolados, dentre outros. Na verdade, o principal fator a se considerar para a proteção do direito autoral é a originalidade, que não se confunde com a novidade, visto que aquela pressupõe uma profunda ligação do criador com a criatura, a ponto de ser possível identificar a essência da personalidade do autor em cada detalhe da sua obra. Já a proteção dada à propriedade industrial refere-se à: concessão de patentes de invenção e de modelo de utilidade; concessão de registro de desenho industrial; concessão de registro de marca; repressão às falsas indicações geográficas; e repressão à concorrência desleal. Por fim, ainda no que diz respeito ao direito autoral, enfatizamos que a obra é protegida independentemente do gênero, de sua forma, de sua apresentação estética ou moral ou de sua destinação, em função da sua existência material. Além disso, é exclusiva do autor a autorização e a determinação das condições para a utilização de sua obra. Entretanto, as ideias, em si, não são objeto de proteção legal. Portanto, se tiveres uma ideia, não perca tempo, registre-a!

I THINK AND CREATE,THEREFORE I LICENSE

(*) - André Vianna is a lawyer at Medeiros & Vianna Associated Lawyer, manager of the Econometrix web portal. He is also graduated in

Computer Science, and specialized in Software Engineering for web.

| PERFILDESIGN

O DNA HÍBRIDODO OESTUDIOA agência, com essência multidisciplinar, é umexemplo de que a receita do sucesso está em sepermitir errar e experimentar para inovar. Nesse laboratório de mentes criativas, há sempre umanova maneira de pensar e fazer design.

Há dez anos, amigos criativos apostaram em uma sociedade e lançaram a agência OEstudio. A agência se tornou pequena diante de tantas ideias, vontades, expectativas. OEstudio então virou marca (de roupa). Ela permitiu inovações, permitiu a vivência de um laboratório, com a possibilidade de desenvolver pesquisas, experimentações. Do laboratório, extraiu-se ainda uma fórmula – em constante transformação – para a capacitação de indivíduos criativos. Uma fórmula que precisava ser compartilhada. E OEstudio, já agência, marca e laboateliê, transformou-se também em escola. O resumo de uma trajetória que mais do que justifica o conceito adotado e disseminado pelo OEstudio: o de uma agência multidisciplinar.

A multidisciplinaridade, aliás, está na raiz do coletivo OEstudio. Entre os sócios, há designer, estilista, cineasta... Juntos, eles criam, além de moda, filmes, produtos para a web e música. "Não há outro conceito para atuar em design. É incabível pensar uma agência de design ou de moda ou de marketing que não tenha multidisciplinas, que não tenha disciplinas cruzadas. Na área da criação, se você ficar só em um tema, vai se asfixiar naturalmente. O bacana da economia criativa e das disciplinas criativas é que elas são complementares", conta um dos criativos dessa equipe, o designer e sócio-diretor do OEstudio, Fabrício Costa.Apesar de ser um conceito tão imprescindível ao design, dez anos atrás, era um mercado pouco explorado no Brasil.

19

| PERFILDESIGN

Não existiam aqui agências multidisciplinares, lembra Fabrício. Essa era a brecha para OEstudio buscar espaço no mercado, mas não nesse mercado competitivo, cheio de vícios, no qual as empresas não querem conquistar suas vitórias, e sim entrar na briga para ser o maior. "A gente nunca quis entrar nessa briga. Tanto que somos uma agência pequena. É claro que existe uma forte pressão. Mas somos felizes assim". É o próprio sócio que define OEstudio como uma agência pequena. E ele logo explica: "Aí está o paradoxo. Somos vistos como uma marca grande, mas somos uma agência pequena. Somos vistos como um .com, comercial, mas funcionamos praticamente como uma ONG. Somos completamente híbridos em todos os sentidos".Muitas agências grandes não têm um portfólio tão rico como a da "pequena" OEstudio. A cartela de clientes leva marcas como C&A, Fiat, Intelbras, Nextel, Olympikus e Rider. O trabalho com a Olympikus talvez tenha sido o maior se considerarmos a visibilidade geográfica. Afinal, o mundo inteiro acompanhou o desempenho da delegação brasileira nos Jogos Panamericanos 2007, no Rio, vestidos com uniformes criados pela agência carioca. Foi a primeira vez que a Olympikus, na época já há oito anos como marca oficial do Comitê Olímpico Brasileiro, convidou um escritório de tendências para cuidar do conceito e desenvolvimento dos uniformes. OEstudio correspondeu à aposta inovando. As tradicionais cores verde, amarelo, azul e branco entraram em quadra em efeito degradé, estampados em tecidos com tecnologia para absorver e eliminar o suor do corpo do atleta rapidamente, além de inibir os raios UVA e UVB. Ao embarcar nesse projeto de também atuar como marca, OEstudio buscava exatamente isso: ter liberdade para inovar, o que muitas vezes exige uma, duas, três tentativas... "Queríamos viver um lado mais laboratorial. Porque enquanto você é apenas a agência de um cliente, você faz o trabalho do cliente e acabou. Não há muita margem para fazer as suas experimentações. Então decidimos nos tornar uma marca de roupas também. Assim conseguimos atuar também no viés laboratorial, de pesquisa e desenvolvimento. A moda foi escolhida porque era uma plataforma que estava acessível. No Brasil, poucas são as plataformas que permitem a pesquisa e o desenvolvimento. A moda é uma delas. A moda é muito expansiva, você pode brincar bastante. Ela é rápida, flexível. A gente vê a moda como comunicação. E depois convertemos aquilo em negócio", contextualiza Fabrício Costa.

Indivíduos criativosSe OEstudio pode se permitir brincar, errar, até encontrar receitas inovadoras, de sucesso, é porque uma imagem foi construída e fortalecida ao longo de 10 anos de trabalho. Mas o que acham os clientes ou o que podem estes esperar de uma agência que se orgulha de ser e fazer diferente? O sócio-diretor acredita que já há clientes com essa nova visão, que buscam a agência para passar por esse processo de capacitação do indivíduo criativo. "Quando se contrata uma agência especialista em algo, você sabe que ela vai entregar o trabalho. Mas os nossos clientes nos procuram querendo esse laboratório, querendo experimentar, errar, querendo pensar diferente. Nós criamos métodos e mecanismos que

também se curvam no processo criativo. Esse é o nosso produto final, por meio do qual as pessoas passam a pensar diferente".Esse pensamento resultou no projeto de fundar a escola. Mais um projeto que Fabrício conta com um entusiasmo típico de quem trabalha por e com amor. "Conseguimos criar o nosso mundo, um mundo necessário para que possamos nos proteger, para que possamos errar sem sermos penalizados por isso. Esse laboateliê, como a gente chama, é muito importante, é o que oferecemos de melhor". A primeira turma de Moda da escola já está em atividade. E com um diferencial de fazer inveja a qualquer estudante, a possibilidade de estar vivenciando o mercado do começo ao fim da capacitação. Os alunos dessa turma vão desfilar no Fashion Rio. Assegurados pela marca, claro, mas tendo a chance de darem a 'cara a tapa': “uma experiência real no mercado”.Como escola, OEstudio quer disseminar, ainda mais, seus métodos criativos diferenciados, deixando claro que a agência

“[...] A METODOLOGIA NÃO FAZ O HOMEM,É O HOMEM QUEM FAZ A METODOLOGIA.AS METODOLOGIAS QUE OFERECEMOS SÃO METODOLOGIAS PARA DAR UMA DIREÇÃO, MAS NÃO UM DESTINO.”

Fabrício Costasócio-diretor do OEstudio

THE HYBRID DNA FROM OESTUDIO

21

"sempre parte do princípio que a metodologia não faz o homem, é o homem quem faz a metodologia. As metodologias que oferecemos são metodologias para dar uma direção, mas não um destino. Quem tem de dar um destino é a região, a própria pessoa, a marca...". Mas Fabrício faz a sua aposta: "As escolas têm de enxergar o design como um fundamento tão importante quanto Português e Matemática. A indústria do Português e Matemática já acabou. Ela está obsoleta, mostrou-se não sustentável. A nova economia é uma economia criativa, é uma economia que vai exigir um recurso humano criativo. E isso não está sendo oferecido hoje. Queremos reverter esse cenário".

Ten years ago, creative friends formed a partnership and created the agency OEstudio (TheStudio, in English). The office became small facing so many ideas, desires, and expectations. OEstudio then became a brand (of clothes). The mark allowed to innovate, allowed the experience of a new laboratory, with the possibility to developed researches and experimentations. From this lab came a formula – in constant transformation – to capacitate creative individuals. A formula that needed to be shared. And OEstudio, already an agency, mark and a lab-atelier, became a school. The resume of a story that totally justifies the concept adopted and disseminated by OEstudio: a multidisciplinary agency. The multidisciplinary is in the root of the collective OEstudio. Amongst the partners, there's a designer, a stylist, a filmmaker… Together, they create, in addition to fashion, movies, web products and music. “There's not other concept when working in design. It is unimaginable to think of a design, or fashion, or marketing office that doesn't work with multidiscipline or doesn't cross the subjects. In the creation area if you got stuck to a theme it will be naturally asphyxiating. The cool thing of creative economy and creative disciplines is that they are complementary”, tells Fabrício Costa, one of the creative members of this team and also designer and partner-director of OEstudio.Despite of being an indispensable concept to design, ten years ago it was an underserved market in Brazil. There were no multidisciplinary offices here, Fabricio remembers. That was the cue to OEstudio search for its spot in the market, but not in the competitive market, full of vices, in which companies don't want to conquer victories but get in the fight to see who is the biggest. “We never wanted to get in this fight. So that we are not a big company. Of course there's a great pressure. But we are happy that way.” The owner himself defines OEstudio as a small agency. And he quickly explains: “There's the paradox. We are seen as a big mark, but we are a small agency. We are seen as a .com, commercial, but we worked nearly as a NGO. We are completely hybrid in all senses”.Many big agencies don't have a portfolio as rich as the one from the “small” OEstudio. The client base holds brands such as C&A, Fiat, Intelbras, Nextel, Olympkus and Rider. The work with Olympkus is maybe the more noticeable one if we consider geographic visibility. After all, the world saw the performance of the Brazilian delegation at the Panamerican Games 2007, in Rio de Janeiro, dressed with the uniforms created by the carioca agency. That was the first time that Olympkus, at the time eight years the official mark of Brazilian Olympic Committee, invited a trends office to care for the concept and development of the uniforms. OEstudio responded to the work using innovation. The traditional colors green, yellow, blue and white got in the court with a gradient effect, printed in fabric with technology to absorb and eliminate body sweat quickly, in addition to inhibit UVA and UVB rays. As the office embarked upon this project of also work as a mark, OEstudio looked for exactly this: freedom to innovate. Many times, this attitude demands one, two, three attempts… “We wanted to experience a more laboratorial work. While you are just the agency of a client, you do the job and it's over. There's not much room to make your own experiments. So we decided to become a clothing mark as well. Thus we could operate in the laboratory, with research and development. Fashion was chosen because it was a very accessible platform. In Brazil, there are few platforms that enable researching and development. Fashion is one of them. Fashion is very expansive; you can play with a lot of elements. It is fast, flexible. We see fashion as communication. And then we convert it into business”, explains Fabrício Costa.CREATIVE INDIVIDUALSIf OEstudio allowed itself to play, to make mistakes, even to find innovating and successful recipes, it is because the image was built and strengthened through these 10 years of work. But what do clients think or can expect from an agency that is proud of being and work different? The owner-director believes that clients with this view already exist, that come to the agency to experience this process of enabling the creative individual. “When you hire an agency that is specialized in something you know that the office is going to deliver the job. But our clients come to us wanting this lab experience, of experiment, making mistakes, wanting to think different. This is our final product: when people start to think different. This thought resulted in the project of creating the school. One more project in which Fabrício show a typical enthusiasm of those work with and for love. “We managed to create our own world, a necessary world so we can protect ourselves, so we can be mistaken without getting penalized for it. This lab-atelier, as we call it, is very important, is what we offer the best.” The first class of Fashion is already in course. And with the differential of making any student envy, with the possibility of experience the market from the beginning to the end of the learning process. The students of this class are going to attend at Fashion Rio. Supported by the mark, of course, but having the chance of 'eating their hats'. A real market experience.”As a school, OEstudio wants to promote even more its different creative methods, making clear that the agency “always assumes that the methodology does not make the man, the man makes the methodology. The methodologies we offer are ones to give a direction, and not a destination. Who's supposed to give a destination is the region, the creator, the mark…” But Fabrício places his bet: “Schools have to see design as a fundament as important as Portuguese or Math. The industry of Portuguese and Math is gone. It is obsolete, for it showed not to be sustainable. New economy is a creative economy, is an economy that is going to demand a creative human resource. And this is not being offered nowadays. We want to revert this scenario”.

site: www.oestudio.comtwitter: @oestudio

SAIBA

The agency with a multidisciplinary essence is an example that the recipe to success is to allow mistakes and experiment to innovate. In this laboratory of creative minds, there's always a new way of thinking and making design.

MARKETING | CASE

GASTRONOMIA PARA TODOS OS SENTIDOS

Pela riqueza de detalhes, é até difícil descrever o Vila Mosquito. É preciso estar lá para sentir a sua energia própria. Naquela casa da década de 50,

o aroma dos pratos não abre apenas o apetite, desperta memórias.

23

Tem lugar mais aconchegante do que casa de avó? A gente nem precisa fechar os olhos e já consegue viajar em meio a memórias: ambiente acolhedor, rodas de conversa na varanda, histórias antigas, comidinha gostosa, receitas com segredos únicos. Em Fortaleza, há uma casa de avó – daquelas com um coração enorme – aberta a todos que apreciam uma culinária tropical, boa música e, além de tudo, queiram reviver os tempos de uma Fortaleza antiga, com ares residenciais e ritmo boêmio. É o Vila Mosquito, um espaço encantador. É um encantamento, aliás, que surge antes mesmo de conhecermos o restaurante por dentro. A casa, que recebe os clientes de terça a domingo, conserva uma arquitetura da década de 50 e uma vizinhança ainda residencial. Uma escolha cuidadosamente feita pelo empresário George Viana, que, ao lançar o Vila Mosquito em

2006, procurava um ambiente acolhedor e aconchegante para reunir os amigos. Regados, porque é impossível deixar de destacar, também a muita cultura, a começar pelo cardápio.Se já é difícil escolher o prato pela quantidade de opções, imagine tendo em mãos um cardápio todo artesanal, que, mais do que listar os pedidos, conta histórias de personagens da nossa cultura. A protagonista da vez é Sinhá D'Amora, uma artista cearense com quadros belos e sensíveis, uma representante feminina da pintura. Lara F. Viana, Marketing do Vila Mosquito, relembra que, antes de Sinhá D'Amora, o restaurante já homenageou artistas como Patativa do Assaré, Aldemir Martins, entre outros. "A intenção é que, enquanto espera o pedido, o cliente possa saborear um pouco da nossa cultura e, assim, se inspirar na construção de suas próprias histórias".

MARKETING | CASE

Lara R. VianaGerente de Marketing do Vila Mosquito

Vila MosquitoDe terça a domingo, a partir das 18h. Delivery, das 18h às 0hRua Antônio Augusto, 786 – Meireles (85) 3266 7522www.vilamosquito.com.br

“A INTENÇÃO É QUE, ENQUANTO ESPERA O PEDIDO, O CLIENTE POSSA

SABOREAR UM POUCO DA NOSSA CULTURA E, ASSIM, SE INSPIRAR NA

CONSTRUÇÃO DE SUAS PRÓPRIAS HISTÓRIAS”.

Difícil é esperar pelo pedido parado. A arquitetura do local, rica em detalhes, gera, naturalmente, a curiosidade de quem por lá passa. São três ambientes principais. Dentro da casa, ficam o lounge de espera e o bar, que dividem espaço com uma trepadeira, saída de um dos janelões do casarão. Na área climatizada, em uma segunda casa, há uma mistura de objetos antigos, como vinis, bicicleta da década de 50... Um espaço ideal para quem planeja uma noite a dois. Há ainda a área externa, que atrai longas conversas e gostosas gargalhadas, com os amigos sentados embaixo de um pé de jambo, relembrando os tempos de infância.Agora, depois de passar pela entrada da casa, fazer um tour pelos seus ambientes e absorver as muitas lembranças e histórias as quais o Vila Mosquito nos remete, é chegada a hora da melhor, ou pelo menos mais deliciosa, parte. O restaurante tem uma cozinha mediterrânea com toque de brasilidade. Lá, frutos do mar, risotos, carnes, molhos

frutados e ingredientes da terra ganham uma versão mais refinada e suave, com técnicas e itens da culinária francesa.Quer uma dica do chef? Dona Nice Firmeza. Um prato com camarões rosa puxados nas ervas finas com um incrível risoto de limão. De sobremesa, vá de Bruaca da Bobó (bruaca com sorvete de tapioca e pedaços de manga com mel de caju) e surpreenda-se. Não deixe, porém, de experimentar as pizzas. A diversidade delas, aliás, é uma ótima deixa para voltar mais e mais vezes. Ou, se preferir, faça da sua casa a extensão do Vila Mosquito. O restaurante recebe pedidos das 18h às 0h.

Dica do Chef: Dona Nice Firmeza, um pratocom camarões rosa puxados nas ervas

finas e risoto de limão.

George Viana, proprietário e responsávelpela eclética playlist do restaurante, queinclui jazz, samba, mpb, bossa, indie...

GASTRONOMY IN ALL SENSES Service:

Is there a cozier place than the grandma's house? We don't have to close our eyes to travel through memories: warm feeling, talking in the porch, old stories, delicious food, recipes with unique ingredients. In Fortaleza, there's a grandma house – one with a huge heart – opened to everyone who appreciate tropical culinary, good music and, above it all, want to revive the times of an old Fortaleza, with residential vibration and bohemian rhythm. This is the Vila Mosquito, a charming space. This enchantment, by the way, appears even before we meet the inside of the restaurant. The house, opened from Tuesdays to Sundays, preserves the architecture from the 50s and the familiar neighborhood. A choice made carefully by the entrepreneur George Viana, who at the inauguration of Vila Mosquito in 2006, looked for a warming and cozy environment where friends could gather. And it's important to bring out the importance of the cultural background, starting by the menu. If it's hard to choose the dish considering the amount of options, imagine having in hands an artisanal menu, that more than a list of dishes tells stories of characters of our culture. The protagonist of the hour is Sinhá D'Amora, an artist from Ceará with beautiful and sensitive paintings, a true feminine exponent of painting. Lara F. Viana, marketing manager of Vila Mosquito, remembers that before Sinhá D'Amora the restaurant have honored artists such as Patativa do Assaré, Aldemir Martins, amongst others. “The intention is that, while waiting the order the client can savor a little bit of our culture, thus getting inspired to build his own stories.”

By the richness of details, is even hard to describe Vila Mosquito. It's necessary to be there tofeel its own energy. Inside the house of the 50s the aroma of the dishes not only awakes thepalate, but also memories.

Hard is to sit still waiting for the order. The architecture, rich in details, inspires the curiosity of those who come by. There are three main ambiences. Inside the house there's the waiting lounge and the bar, that divide the space with a tree-creeper coming from one of the big windows of the house. In the air-conditioned area, in a second house, there's a mixture of antique objects, such as long-plays, bicycles from the 50s... An ideal space for a romantic evening. There's also the outside area, that inspire great conversations and delicious laughs, with friends sitting under a jambo tree, remind their childhood.Now, after entering the house, making a tour through its ambiences and absorb the many memories and stories to which Vila Mosquito gets us back, it's time of the best part, or at least the most delicious one. The restaurant works with a Mediterranean cuisine with a Brazilian touch. In the kitchen, seafood, risottos, meats, fruity sauces and local ingredients gain a more refined and soft version, with techniques and items of French cuisine. A tip of the chef? Dona Nice Firmeza. A dish with pink shrimps with fine herbs, and an amazing lemon risotto. For dessert, ask for the Bruaca da Bobó (bruaca, a kind of fried cake, with tapioca ice cream and mango pieces with cashew honey) and amaze yourself. Try also the pizzas. The diversity, by the way, is a great excuse to come back other times. Or, if you prefer, bring a little bit of Vila Mosquito to your house. The restaurant gets delivery orders from 18h to 00h.

Vila Mosquito From Tuesday to Sunday, from 18h to 0h. Delivery, from 18h to 0h

786, Antônio Augusto St. – Meireles – 85 3266 7522www.vilamosquito.com.br

25

| ENTREVISTA

MULTIPLICAÇÃO DAARTE ATRAVÉS DO OLHARExistem inúmeras possibilidades de interpretar um olhar. Para quem o vê e para quem vê por meio dele. O artista plástico e pesquisador Roberto Galvão* sempre teve um olhar diferenciadopara a arte. Um olhar, muitas vezes, não compartilhado pela maioria. Era preciso despertarnas pessoas – jovens e adultos, homens e mulheres – essa sensibilidade, essa visão mais apurada.Assim o Instituto Olhar Aprendiz começou a dar os primeiros passos, em 2004, sendo oficialmenteinstituído quatro anos depois. Quem nos conta essa história é o próprio Roberto Galvão, fundadore presidente do Instituto. À Alladim, ele fala ainda da experiência de capacitar arte-educadores emdiferentes municípios do Ceará e de outros projetos que, por meio da arte, podem transformar asociedade e contribuir para a criação de produtos, ações e até mentes mais criativas e inovadoras."A arte é revolucionária, e a convivência com as artes pode mudar a sociedade".Mas é preciso saber interpretá-la.

- Roberto Galvão é fundador e presidente do Olhar Aprendiz, artista plástico e pesquisador.-

FOTO DIVULGAÇÃO

É possível resumir a história do nascimento e consolidação do Instituto Olhar Aprendiz?Foi em 2004 e 2005. A proposta era despertar no público novos olhares sobre a arte, proporcionando um aprendizado sobre a história das artes e um alargamento do nível de leitura e entendimento das manifestações artísticas. Na ocasião, em algumas exposições que realizamos, foram desenvolvidas ações de apoio aos visitantes, como minicursos de contextualização histórica e palestras, com o objetivo de garantir uma melhoria na sensibilização estética do observador, ampliando o seu nível de conhecimento sobre as técnicas artísticas e desenvolvendo um maior sentimento de pertencimento. O Projeto Vivências, desenvolvido com o Sebrae-CE, também ajudou significativamente no progresso de conformação das ideias que consubstanciam o Olhar Aprendiz, fazendo perceber a necessidade fundamental de se incluir nas ações pedagógicas de transmissão dos saberes artísticos e artesanais. Não só a identificação da essência simbólica dos produtos, ultrapassando o seu aspecto formal ou utilitário, mas mergulhar, sem medo, no plano subjetivo mais profundo do fazer criativo, tornando clara a importância de se estimular jovens e adultos, homens e mulheres, a lerem os seus mundos, a sonharem um planeta melhor e a expressarem suas imaginações, ideias e criações, através das artes e dos ofícios artísticos. Todavia, em novembro de 2008, em face dos resultados obtidos pelo projeto Olhar Aprendiz: Arte, Educação e Cidadania, patrocinado pela Petrobras, é que foi decidida a criação do Instituto Olhar Aprendiz. Essa decisão de criar uma instituição nos colocou diante de uma nova posição. Deu uma ideia de permanência.

O Projeto Olhar Aprendiz, iniciativa do Instituto Olhar Aprendiz, capacita arte-educadores em diferentes municípios do Ceará. Apesar das fortes raízes, dessa cultura regional tão expressiva, falta ao povo cearense um novo olhar sobre a arte? É preciso estímulo para que a nossa identidade não se perca?Em todo o Ceará, existe uma incompreensão ou desconhecimento das possibilidades e resultados obtidos através da fruição, contextualização e do entendimento dos processos de elaboração das obras artísticas na melhoria dos níveis de cognição dos jovens e da significativa importância da memória social na elevação dos níveis de cidadania e desenvolv imento humano da população. Essa incompreensão, aliada à tradição do senso comum que vê a arte apenas como um processo de refinamento (por isso não essencial), leva muitos responsáveis pela elaboração das políticas públicas e gestores de instituições de ensino e professores a não perceberem a real importância pedagógica da vivência ou convivência com as artes. Essa situação gera uma postura descomprometida com a difusão e fruição das artes e com a preservação dos bens patrimoniais. O que existe é uma política de ausência nesse campo. Por isso, é necessário o desenvolvimento na população da disposição de apreciar não apenas as grandes obras de arte e os bens patrimoniais de importância universal que conhecemos nos livros e/ou através dos meios de comunicação, mas também os objetos estéticos criados por nossos artistas e que integram o patrimônio local; compreendê-los no seu contexto social, histórico, geográfico e cultural; e, dentro de um

pensamento crítico, entender os seus modos de elaboração, realização, distribuição e consumo, fazendo paralelo com o que foi gerado por outras comunidades e povos em tempos e lugares variados.

De que forma a arte pode transformar a sociedade?Acreditamos que somente a arte nos possibilita atingir a dimensão em que os seres humanos, a natureza e as coisas deixam de se submeter às leis e princípios da realidade estabelecida. É nesse momento que o fictício e absurdo podem aparecer como uma nova e possível realidade e tornar perceptível, visível e audível o que já não é ou ainda não é percebido, dito, ouvido e permitido. Nesse sentido, a arte é revolucionária, e a convivência com as artes pode mudar a sociedade.

Você acredita que uma educação voltada para a arte e para a cultura contribui para a criação de produtos, ações e até mentes mais criativas e inovadoras?Nós, que fazemos o Olhar Aprendiz, acreditamos que a convivência, a apreciação das artes e o exercício do ato criador nos capacitam a perceber a realidade cotidiana fazendo com que tenhamos uma compreensão mais significativa do mundo em que vivemos. Isso possibilita melhores respostas para os desafios que a realidade nos impõe, permitindo uma verdadeira transformação do homem, da natureza, dos objetos e da própria realidade que nos envolve, criando condições reais para uma melhor qualidade de vida.

Estamos vivendo um momento de euforia pré-Copa do Mundo. Todos os setores se preparam para 'lucrar' com isso. Essa é uma oportunidade, também, para colocarmos na vitrine nacional e internacional o nosso diferencial artístico? Os profissionais de arquitetura e design do Ceará podem se beneficiar disso?

27

Exposição em Pacoti.

| ENTREVISTA

FOTO DIVULGAÇÃO

site: www.olharaprendiz.org

Roberto Galvão

Creio que sim. É uma grande oportunidade em muitos sentidos. Mas temos que romper com uma certa postura passiva que existe. Não podemos ficar esperando que as oportunidades apareçam ou nos procurem. Temos de ter uma postura mais propositiva, menos passiva.

O Instituto Olhar Aprendiz é muito focado em parcerias, no desenvolver em conjunto, no somar esforços. O senhor acredita que projetos/ações/trabalhos multidisciplinares sejam mais produtivos e enriquecedores?Acreditamos profundamente na importância da experiência multidisciplinar. A aproximação sempre possibilita soluções melhores. Sem parcerias, nós, do Olhar, não faríamos nada. Só existimos e fazemos coisas porque encontramos parceiros, tanto pessoas físicas como jurídicas. Quem torna as nossas ações possíveis? Associação dos Municípios do Maciço de Baturité (AMAB), Banco do Nordeste do Brasil, Construtora Queiroz Galvão, Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, Instituto de Arte e Cultura do Ceará (IACC), Instituto da Gravura do Ceará (INGRAV), Petrobras, Sebrae, Expressão Gráfica e Editora, diversas prefeituras municipais e Governo do Ceará. É com o apoio destes parceiros que promovemos exposições, publicamos catálogos e livros, ministramos cursos de iniciação às artes e de requalificação de professores.

O Instituto Olhar Aprendiz foi homenageado na Casa Cor Ceará 2011 pelo arquiteto Omar Albuquerque, sendo utilizadas obras de sua autoria no ambiente. Como descrever a relação entre o Instituto Olhar Aprendiz e a arquitetura?Estudei Arquitetura durante alguns anos, embora não tenha concluído o curso. Fiz muitos amigos arquitetos e muito de minha formação artística foi colhida nas aulas e no convívio com os colegas de arquitetura. Professores como Nearco, Hissa, Nícia, Maria Luiza Fontenele, Maria Laura, Antônio Carvalho Neto, Rui Filgueiras, Liberal de Castro e muitos outros muito me marcaram. Depois, na vida de artista, a aproximação com os arquitetos continuou. O Olhar, por certo, foi formado e maturado nessa convivência.

Há semelhanças entre o trabalho do arquiteto e designer e do artista plástico? Em que essas atividades se complementam?Procuro ter uma visão das diferenças das três profissões. O arquiteto trabalha na construção de espaços onde se desenvolvam atividades sociais humanas. O designer cria objetos ou imagens, geralmente utilitárias, dentro de uma lógica industrial. O artista propõe imagens e objetos, geralmente com utilidade apenas no universo da arte e das ideias. O que une as atividades do arquiteto, do designer e do artista, embora os resultados dos seus trabalhos sejam bastante diferentes, é que os três trabalham com a manipulação de emoções estéticas. E, geralmente, quem desenvolve uma dessas atividades tem habilidades para o desenvolvimento das outras duas também.

O Instituto Olhar Aprendiz está sempre em movimento. Quais os próximos projetos?No início de 2012, estaremos lançando um livro de História da Arte do Ceará e dando início às atividades do Projeto Olhar Aprendiz 2, no Maciço de Baturité. O projeto vai reunir 300 professores da rede pública de ensino dos municípios de Acarape, Guaiúba, Aratuba, Mulungu, Barreira, Ocara, Caridade, Palmácia, Pacoti, Guaramiranga, Itapiúna, Capistrano, Aracoiaba, Redenção e Baturité. O patrocínio é da Petrobras. O projeto terá quase uma centena de ações no Maciço. Serão 24 seminários, abordando temas como arte-educação na escola e na família; música, cultura e juventude; história da cultura no Ceará; imagem e comunicação. Teremos 45 laboratórios/oficinas de produção textual, criação artística e imagem e expressividade cênica, além de 30 audições de dança e música. Acreditamos que esse trabalho trará excelentes resultados para o ensino de artes da região.

“[...] A APRECIAÇÃO DAS ARTES E O EXERCÍCIO DO ATO CRIADOR NOS CAPACITAM A PERCEBER A REALIDADE COTIDIANA FAZENDO COM QUE TENHAMOS UMA COMPREENSÃO MAIS SIGNIFICATIVA DO MUNDO EM QUE VIVEMOS”.

Exposição Olhar Aprendiz em Acarape.

FOTO DIVULGAÇÃO

Is it possible to sum up the history of rising and consolidation of the Apprentice Look Institute?It was in 2004 and 2005. The goal was to bring up to the general public new looks on art, providing an apprentice about art history and widening the level of lection and understanding of artistic manifestations. In the occasion, in some of the exhibitions we've performed, we developed supporting actions to visitors, such as the mini-courses of historic contextualization and lectures, aiming to guarantee an improvement regarding the esthetic awareness of the observer, expanding his level of knowledge about artistic techniques and developing and major feeling of belonging. The Experience Project, developed with Sebrae-CE, also helped enormously in the process of forming ideas that embody the Apprentice Look, making visible the necessity of including artistic and craft knowledge in pedagogical actions. Not only the identification of the symbolic essence of products, trespassing its formal or utilitarian aspect, but going deep, fearlessly, in the most profound subjective plan of the creative making, clearing the importance of stimulating young people and adults, men and women, to read their worlds, to dream of a better planet and to express their imagination, ideas and creations, through art and artistic crafts. However, in November of 2008, in light of the results from the Apprentice Look Project: Art, Education and Citizenship, sponsored by Petrobras, we decided on the creation of the Apprentice Look Institute. This decision of creating an institute put us facing a new position. It gave us a sense of permanency.

The Apprentice Look Project, an endeavor from Apprentice Look Institute, enables art educators in different cities of Ceará. In spite of strong roots of this expressive regional culture, the people of Ceará experience this lack of a new look over arts? An incentive is need so our identity won't get missed?In all Ceará, there's an incomprehension or ignorance of the possibilities and results obtained through fruition, contextualization and understanding of the elaboration processes of artistic work in the improvement of cognition levels of young people and the significant importance of social memory in rising up citizenship levels and human develop of the population. This comprehension, combined with the tradition of common sense that understands art only as a sophistication process (therefore not essential), takes the responsible ones for elaboration of public policies and managers of education institutes and teachers not to realize the real pedagogical importance of experience or live with arts. This situation generates an uncompromising stance with promoting and fruition of arts and with the preservation of patrimonial assets. What exists is a policy of absence

There are many possibilities of interpreting a look. For who sees it and who sees through it. The artist and researcher Roberto Galvão always saw art differently. A look sometimes not shared by majority of people. It was necessary to grow in people – young and adult, men and women – this sensibility, this accurate vision. That's how the Olhar Aprendiz Institute (Apprentice Look, in English) started its first steps, in 2004, being officially settled four years later. Who is going to tell this history is Roberto Galvão* himself, founder and president of the institute. To Alladim, he tells about the experience of deliver art to educators in different cities in Ceará and other projects that, through art, can transform society and contribute to creating products, actions and even more creative and innovating minds. “Art is revolutionary and live with it can change society.” But is necessary to know how to interpret it.

THE MULTIPLICATION OF ARTTHROUGH THE EYES

[*] - Roberto Galvão is founder and president of Apprentice Look, artist and researcher.

in this area. Hence, is necessary the growth within the population of the disposition of appreciating not only the great art pieces and universal heritage assets that we know in books and/or through the media, but also the esthetic objects created by our artists that are part of the local heritage; comprise them in their social, historical, geographic and cultural context; and, holding a critical thinking, understand their elaboration, realization, distribution and consume, comparing with what as created by other communities and people of different times and places.

In which way art can change society?We believe that only art enables us to reach the dimension in which human beings, nature and things are no longer subordinated to laws and principles of the established reality. In this very moment fiction and absurd can appear as a new and plausible reality and turn perceptible, visible and audible what is not or still not perceived, said, heard and allowed. In this sense, art is revolutionary and living with it can change society.

Do you believe that an education focused on art and culture contributes to creating products, actions and even more creative and innovative minds?We, builders of the Apprentice Look, believe that living with and appreciating arts and exercising the creating act enable us to perceive reality with a more significant comprehension of the world we live in. This provides better answers to the challenges that nature imposes, allowing a true transformation for man, nature, objects and the reality that involves us, creating real conditions for a better quality of life.

We are living a moment of euphoria pre-World Cup. All sectors are getting ready to profit with it. Is this an opportunity also to display our artistic uniqueness nationally and internationally? Professionals of architecture and design of Ceará can benefit from that?I believe so. It is a great opportunity in a lot of senses. But we have to rupture with a certain passive posture. We can't stand waiting opportunities to come. We have to be more purposeful, less passive.

The Apprentice Look Institute is focused in partnerships, develop together, summing efforts. Do you believe that multidisciplinary projects/actions/work are more productive and enriching?We deeply believe in the importance of the multidisciplinary experience. The approximation always provides better solutions. Without these partnerships we wouldn't do anything. We only exist and do things because we find partners, whether individuals or legal entities. Who turns these things possible? City Association of Maciço de Baturité (AMAB), Bank of Northeast of Brazil, Queiroz Galvão Constructions, Brazilian Company of Postal and Telegraph, Institute of Art and Culture of Ceará (IACC), Institute of Illustration of Ceará (INGRAV), Petrobras, Sebrae, Expressão Graphics and Publishing, various city halls and Government of Ceará. With the support of these partners we promote exhibitions; publish catalogs and books; give courses on arts initiation and re-qualification of professors.

The architect Omar Albuquerque, whose work was used to decorate de ambience, honored the Apprentice Look Institute at Casa Cor Ceará 2011. How to describe the relation between the institute and the architecture?I've studied Architecture for a few years, although never finished it. I made many architect friends and a big part of my artistic background increased in classes and hanging around with architecture colleagues. Professors like Nearco, Hissa, Nícia, Maria Luiza Fontenele, Maria Laura, Antônio Carvalho Neto, Rui Figueiras, Liberal de Castro and many others made a real impression on me. Later, in my artistic life this proximity has increased. The institute, for sure, was formed and matured in this environment.

There are similarities amongst the work of architect, designer and plastic artist? In which sense these activities complement each other?I try to nurture a different view of the difference amongst these three professions. The architect works on constructing spaces where human social activities take place. The designer creates objects or images, mostly utilitarian, inside an industrial logic. The artist proposes images and objects, generally useful only in the universe of arts and ideas. What unifies the activities of architect, designer and artist, although the results are very different, is that the three of them work with the manipulation of esthetic emotions. And generally who develop one of these activities has the ability to develop the other two also.

The institute is always in move. What are the next projects?In the beginning of 2012 we will launch a book The History of Art of Ceará and will start the activities of Apprentice Look 2, at Maciço de Baturité. The project will gather 300 teachers of public education from the cities of Acarape, Guaiúba, Aratuba, Mulungu, Barreira, Ocara, Caridade, Palmácia, Pacoti, Guaramiranga, Itapiúna, Capistrano, Aracoiaba, Redenção and Baturité. The sponsorship is from Petrobras. The project will have almost a hundred actions at Maciço. There will be 24 seminars, approaching themes such as art-education in school and in the family; music, culture and youth; cultural history in Ceará; image and communication. We will have 45 labs/workshops of text production, artistic creation and scenic image and expression. In addition to 30 auditions of dance and music. We believe that this work will bring excellent results to teaching arts in the region.

29

Lançamento do Olhar Aprendiz 2.

| CONSULTORIA

Tarcísio BastosGerente de Senai CETAFR

“A IMPLANTAÇÃO DE UM NÚCLEO DE

DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS E

PROCESSOS NO SENAI-CE COMPÕE UM

ESFORÇO DA ORGANIZAÇÃO PARA

COLOCAR À DISPOSIÇÃO DA INDÚSTRIA

A POSSIBILIDADE DE [...] PASSAR A

FOCAR TAMBÉM NA PRODUÇÃO DE

PRODUTOS COM VALOR AGREGADO”.

31

O QUE A SUAEMPRESA TEMFEITO PARA INOVAR?Senai-CE oferece suporte técnico para empreendedores que acreditem e apostem em projetos inovadores. Manter uma empresa viva nesse mercado atual tão competitivo exigeuma visão global e postura dinâmica.

O mercado atual tem sede de mudança, de melhorias contínuas, de criatividade. O ciclo de vida de processos, produtos e serviços estão mais curtos, e os consumidores, cada vez mais ansiosos. São poucas as pessoas que esperam o aparelho celular parar de funcionar para comprar um equipamento novo. Elas querem acompanhar as novas tecnologias, querem mais serviços, mais praticidade. Não querem apenas um celular para ligar e receber chamadas. Querem um celular para ligar e receber chamadas, mas também com TV, rádio, câmera, MP3, 3G, Wi-Fi... Tudo ali, ao alcance das mãos, em um único aparelho. O celular ilustra o mercado exigente que temos hoje, no qual não é permitido mais estacionar no tempo. Simples melhorias, desde que constantes, podem manter o produto competitivo e lucrativo. Estar ciente dessa realidade é o primeiro passo para manter sua empresa viva. E há serviços especializados para apoiar projetos assim. Quer um exemplo? Fundado em 1992, o Grupo Tubform vem escrevendo uma trajetória de crescimento e visão. Com duas unidades de fábricas de móveis - Madeform (que fabrica móveis em madeira, dormitórios e cozinhas) e Tubform (móveis tubulares nas linhas Époxi e Cromo) -, ainda lançou em 2009 a marca de eletroportáteis Liz Electric. Em 2010, o Grupo decidiu ampliar a área de atuação da Liz Electric e desenvolver produtos para fabricação nacional. Mas existia

uma dificuldade, a falta de mão-de-obra especializada para colocar essa ideia em práticaEssa carência de mão-de-obra poderia ter sido uma barreira para a Liz Electric inovar em produtos. Desistir, nesse estágio, seria se contentar em oferecer um portfólio limitado. Sormane Albano, engenheiro de produtos da Liz Electric, conta que a empresa decidiu então procurar o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Ceará (Senai-CE). "O Senai está contribuindo para tornar nossas ideias possíveis, dando um design diferenciado aos nossos produtos, com toda a segurança, atendendo às normas técnicas e com facilidade de montagem, para que sejam produtos de sucesso: com qualidade, segurança, custo, design e vendas". Agora, em paralelo à construção da fábrica da Liz Electric em Itaitinga, prevista para ser inaugurada no primeiro semestre de 2012, a empresa está desenvolvendo três produtos em parceria com o Senai. "Esperamos produtos desenvolvidos com os mais atuais conceitos em vários campos da engenharia, minimizando alterações e retrabalhos durante as fases seguintes do projeto. Esperamos também curtos prazos de entrega do projeto. Dessa forma, temos a certeza de que estaremos competindo em pé de igualdade com todas as marcas de eletroportáteis existentes no mercado", destaca Sormane.

| CONSULTORIA

SAIBA

Elaboração da documentação técnica parafabricação do componente em larga escala

Cliente procura o Senai para

desenvolver um novo produto

Pesquisa de produtos similares

existentes no mercado

Análise dos existentes visando melhor

processo de fabricação e proposta técnica

Projeto e desenvolvimento de fornecedores

para componentes. Desenvolvimento em 3DNO

VO

S P

RO

DU

TO

S

Não se trata apenas de buscar soluções mais simples ou eficientes, como destaca Tarcísio José Cavalcante Bastos, gerente do Centro de Educação e Tecnologia Alexandre Figueira Rodrigues (CETAFR) do Senai. "A grande questão é redirecionar ou buscar novos negócios. Há um espaço muito grande para a aplicação de tecnologia na produção de produtos e serviços, com valor agregado. Equipamentos domésticos muita gente faz, no entanto, que tecnologia podemos desenvolver para fazermos um equipamento doméstico com valor agregado maior, que seja percebido pelo cliente e que, portanto, ele esteja disposto a pagar? Esse é o desafio: ajudar o empresário cearense a encontrar ou enxergar este caminho é o nosso papel enquanto instituição de ciência e tecnologia".Com esse propósito, o Senai oferece dois processos para as empresas que buscam inovação. Conforme explica Tarcísio Bastos, um é por demanda empresarial e outro por meio de uma prospecção interna desenvolvida pelo próprio Senai. "A primeira é a forma mais usual. É a partir de uma demanda concreta da indústria. A indústria nos procura com a necessidade de alguma solução, seja de processo ou produto. A partir daí, é negociado um projeto com a empresa e alinhados os interesses para que a gente realize". Mas o caminho inverso também é feito. O Senai, em alguns casos, procura empreendedores que se enquadrem no perfil de oportunidades de projetos identificadas internamente. "Para isso, usamos algumas ferramentas, como os editais públicos ou o próprio edital Senai de Inovação, que atualmente apoia, com até 350 mil reais, projetos de inovação".Ainda assim, algumas empresas insistem a despertar para essa necessidade de buscar soluções mais simples e eficientes. Tarcísio Bastos acredita que falta às empresas essa identificação exata do mercado. "Não é comum às empresas do Ceará ações prospectivas de necessidades de consumo. Além do mais, o acesso à tecnologia ainda é algo que não ocupa a lista de prioridades do empresário. A indústria cearense, apesar de consolidada, tem sua grande força em produtos commodities. A implantação de um núcleo de desenvolvimento de produtos e processos no Senai-CE compõe um esforço da organização para colocar à disposição da indústria a possibilidade de uma atuação mais especialista, ou seja, passar a focar também na produção de produtos com valor agregado. Em vez de montar um computador, por exemplo, pensar em produzir componentes com maior desempenho, com design arrojado etc. O esforço está apenas começando".A Schneider Electric, presente em mais de 100 países, é outro caso das parcerias firmadas pelo Senai. Amauri A. Silva, diretor de manufatura e logística da Schneider Electric – Unidade Fortaleza, conta que a empresa busca o Senai sempre que demanda um novo processo de desenvolvimento industrial. "O Senai nos oferece capacidade tecnológica e inovação industrial e apresenta um modelo, acompanhado de breve aplicação prática, que pode ser usada para examinar e gerir o nosso processo de manufatura". Como exemplo de sucesso dessa parceria com o Senai, Amauri destaca a inovação conquistada no trabalho de secagem de transformadores, por meio da máquina de secar verniz (estufa). É resultado de um desenvolvimento específico para a manufatura de transformadores que, além de inovar o processo produtivo da Schneider Electric, passou a contribuir para a preservação ambiental.

Localizada na cidade de Iguatu (CE), é considerada uma das maiores fábricas do Nordeste. Nasceu em 1992 com a Metal Móveis – pequena fábrica de portões – até se transformar no Grupo Tubform, tendo à frente os irmãos Edvane e Edione Matias. Hoje, empregando 1.300 colaboradores diretos, divide as atividades entre a Unidade Fabril Madeform (cozinhas, camas, roupeiros, cômodas, berços etc.), a Unidade Fabril Tubform (linha de móveis em cromo e epóxi) e a Liz Electric, marca de eletroportáteis criada em 2009, além da Fundação Edvane Matias. Para 2012, o Grupo Tubform prevê a inauguração da fábrica da Liz Electric em Itaitinga (CE), por meio da qual pretende conquistar projeção nacional.

Tradição é uma das características dessa empresa. Afinal, são 175 anos de história. De 1836 para cá, a Schneider Electric se transformou em especialista global em gestão de energia. Plantou suas raízes na indústria do ferro e do aço, na maquinaria pesada e na construção naval, chegando à eletricidade e gestão e automação. Com mais de 110 mil colaboradores em todo o mundo, a Schneider Electric possui posições exclusivas para fornecer soluções integradas inovadoras, tornando a energia mais segura, confiável, eficiente e produtiva. Possui nove fábricas no Brasil e está presente em mais de 100 países.

www.grupotubform.com.br | www.lizelectric.com.br

www.schneider-electric.comSchneider Electric

Grupo Tubform

Etapas para o desenvolvimento de produtos no Senai-CE.

Maquete das futuras instalações da Liz Electric, em Itaitinga.

INFO

Cliente procura o Senai com a necessidadede engenharia reversa

Análise da viabilidadetécnica de execução

Coleta das dimensões em máquina demedição por coordenada

Modelagem paramétrica3D em software CAD

Elaboração da documentação técnica parafabricação do componente em larga escala

The current market is hunger for changes, ongoing improvements, and creativity. The lifecycle of processes, products and services is shorter. And consumers are each more anxious. There are few people who wait the cell phone stop working to buy a new one. They want to keep up with new technologies, want more services, more practicality. The don't want just another cell to make and receive calls. The want one to call, but also with a TV, radio, camera, MP3, Wi-Fi… All at hand in one device. The cell phone illustrates the demanding market we see today, in which is not allowed to stop in time. Simple improvements, when constant, can keep the product competitive and profitable. Being aware of this reality is the first step to keep your company alive. And there are specialized services to support projects in this matter. Want an example? Founded in 1992, the Tubform Group is building a path of growth and vision. With two mobile factory units – Fabril Madeform and Fabril Tubform – the group also launched in 2009 the electro-portable brand Liz Electric. In 2010, the group decided to expand the operations of Liz Electric and developed products to national manufacture. But there was a difficulty, the lack of specialized work force to put this idea into practice. This deficiency of work force could have been an obstacle to Liz Electric innovate its products. Giving up, at this point, would mean to offer a limited portfolio. Sormance Albano, product engineer of Liz Electric, tells that the company decided then to meet the National Service of Industrial Apprenticeship of Ceará (Senai-CE). “Senais is contributing to turn our ideas possible, to give a unique design to our products, with all safety, attending technical procedures and easy assemblage, so we produce successful devices: with quality, security, costs, design and sales”.Now, at the same time they're building a factory unit of Liz Electric in Itaitinga (Tuboform Group already has to plants in Iguatu), to be launched in 2012, the company is developing three products along with Senai. “We are seeking products developed with the most modern concepts in engineering, with short delivery time of the project. So we can be assured that we are competing equally with all brands of electro-portables existent in the market”, says Sormane.It's not about only seeking simpler or more efficient solutions, as Tarcísio José Cavalcante Bastos, manager of the Alexandre Figueira Rodrigues Center of Education and Technology (CETAFR) of Senai, highlights. “The big question here is to redirect or search for new businesses. There a great space to apply technology in the production of products and services and adding value. Domestic equipments are made by a lot of people, however, which technology can we develop to make a domestic device with aggregate value, that is perceived by the client and therefore he is willing to pay for? This is the challenge: to help the entrepreneur from Ceará to find or to see this path is our role as an institution of science and technology”.With this purpose Senai offers two processes to companies that are looking for innovation. As Tarcísio Bastos explains, one is on entrepreneurial demand and the other is through an intern exploration developed by Senai itself. “The first means is more usual. Comes from a concrete demand of industry. The industry meets us to seek a solution, whether process or product-wise. From that a project is build up with the company and lined up with the interests so we can accomplish it.” But the inverse way also takes place. In some cases, Senai looks for entrepreneurs who fit in the profile of project opportunities identified internally. “For that to happen, we use some tools, such as public announcements or the Senai Innovation announcement, that currently supports innovation projects with up to R$ 350 thousand budgets.”Still, some companies insist on waking up to that need of seeking simpler and more efficient solutions. Tarcísio Bastos believes that companies are lacking the exact identification of the market. “It's not common to companies in Ceará prospective actions of consume needs. Besides, the access to technology is something that is not in the priority list of the businessman. The Ceará industry, in spite of being consolidated, is strong in commodities products. The implementation of a center of development of products and processes on Senai-CE compounds an effort of the organization to provide the possibility of a more specialized operation, in other words, start to focus on producing things with aggregate value. Instead of assembling a computer, for instance, think of producing components with better performance, with audacious design etc. The effort is only beginning.”Schneider Electric, present in more than 100 countries, is another case of Senai's partnerships. Amauri A. Silva, director of manufacture and logistics of Schneider Electric – Fortaleza, tells that the company calls on Senais every time it demands a new process of industrial development. “Senais offers us the technological capacity and industrial innovation, and presents a model followed by a brief practical application that can be used to examine and manage our manufacture process.” As an example of this successful partnership with Senai, Amauri highlights the innovation accomplished at drying converters, using the vanish dryer (stove). This is the result of a specific development to converter manufacture that, aside of innovating the productive process of Schneider Electric, is now contributing to environment preservation.

Senai-CE offers technical support to entrepreneurs who believe and bet in innovating projects. Keeping a company alive in a demanding market requires a global vision and dynamic posture.

WHAT YOUR COMPANY ISDOING TO INNOVATE?

Tradition is one of the characteristics of this company. After all, we have 175 years of history here. From 1836 to now, Schneider Electric has become a global specialist in energy management. It's set in the iron and steel industry, heavy machinery and naval construction, going to electricity and management and automation. With more than 110 thousand collaborators all over the world, Schneider Electric has exclusive positions to provide innovative integrated solutions, making energy safer, more reliable, more efficient and productive. The company has nine plants in Brazil and is present in more than 100 countries.

Located in the city of Iguaty (CE), is considered one of the biggest industries of Northeast. It was born in 1992 as Metal Móveis – a little gate industry – till it became the Tubform Group, commanded by the siblings Edvane and Edione Matias. Toda, with 1,300 direct collaborators, it divides the activities in Madeform Manufacturing Unit (kitchens, beds, wardrobes, dresser, cradles etc.), Tubform Manufacturing Unit (furnishing line in chrome and epoxy) and Liz Electric, the line of electro-portables created in 2009. In addition, they have the Edvane Matias Foundation. Aiming 2012, the Tubform Group foresees the inauguration of Liz Electric Factory, in Itaitinga (CE), through which intends to be nationally recognized.

Schneider Electric

Tubform Group

FOTO DIVULGAÇÃO

FOTO DIVULGAÇÃO

FOTO DIVULGAÇÃO

33

| ARTIGO

Foram as primeiras palavras da apresentação de Germán León, último palestrante da Design Congress 2020, abertura da Barcelona Design Week, realizada em outubro de 2011. Numa sucessão de declarações atrevidas e bastante inspiradoras, Germán afirmou ser este o momento ideal para realizar mudanças e criar as próprias oportunidades frente aos grandes desafios encarados pela atual geração de designers. Independentemente do contraste entre os momentos de crise na Europa e de crescimento do Brasil, os paradigmas globais estão mudando, e é preciso acompanhar estas mudanças ou correr o risco de ser deixado para trás.Germán ecoa a crença de outros profissionais estudiosos da economia criat iva e vislumbradores de tendências, como o marqueteiro Seth Godin e o criador da plataforma Behance de portfólios online Scott Belsky. O atual sistema, baseado no lucro como recompensa, já não funciona para profissionais criativos. O jovem designer quer recompensas como autonomia, maestria e propósito leiam-se: paixão pelo que se faz. O modelo econômico e social gerado pela revolução industrial está em crise, e a nova revolução que já nos cerca é a da conectividade. O século XXI é o século das start-ups (empresas criadas para desenvolver produtos ou serviços sob condições de grande incerteza), nas quais qualquer pessoa com um laptop e uma conexão com o mundo podem criar a sua. “Encontre algo que você possa resolver e resolva,” diz Germán, ele mesmo fundador e diretor criativo de uma empresa que ajuda start-ups promissoras a encontrar investimentos, a Exipple.Barcelona, entretanto, conta com uma grande vantagem: possui inúmeras instituições de fomento ao design e à arte (instituições estas privadas e sem fins lucrativos, a mais antiga tendo sido criada em, pasmem, 1903). Estas, por sua

“O século XXI é oséculo das start-ups

(empresas criadas paradesenvolver produtos ou

serviços sob condições degrande incerteza), ondequalquer pessoa com um

laptop e uma conexãocom o mundo podem

criar a sua”.

DESIGN

POR MARINA ESMERALDO*CRISE? QUE CRISE?

vez, são associadas ao poder público, que reconhece e estimula a importância estratégica do design no contexto econômico e social. O impressionante é que, mesmo com toda essa valorização, ainda se organizam eventos como a Semana Internacional de Design, atraindo anualmente milhares de profissionais, estudantes e executivos, além de companhias como Google, HP, Vodafone, Microsoft e renomados oradores de instituições como MIT e a Politecnico

de Milano, para citar alguns. Esta última edição, com o slogan “Encarando novos desafios através do

design”, teve o intuito de promover um intercâmbio de conhecimentos, experiências e networking entre profissionais e empresas de todo o mundo, não só com o objetivo de fomentar oportunidades e estimular maiores ocasiões de emprego em meio à crítica situação atual, mas também de sedimentar a

cidade como a capital internacional do design — o que pode parecer redundante, mas que, na

verdade, revela uma postura anticonformista e inovadora, que utiliza a crise como degrau para

buscar e revelar novas potencialidades.Esta postura, apoiada por uma sólida rede de apoio pública e institucional que valoriza a disciplina do design como acelerador da inovação — não apenas num contexto local, mas como parte de uma

estratégia de desenvolvimento contemplada por políticas de toda a União Europeia — está anos-luz à frente do posicionamento brasileiro de uma forma geral. O setor tem passado por grande crescimento e sofisticação nos últimos anos, mas apenas recentemente é que se tem assimilado a contribuição do artesanato popular (o caminho inverso de lugares com forte tradição de design, como Itália, Japão e Escandinávia, onde os mestres artesãos prosperam até hoje). O apoio aos profissionais vem basicamente das entidades de classe; o poder público apenas recentemente

DIVULGAÇÃO/BARCELONA CENTRE DE DISSENY

by MARINA ESMERALDO*

“CRISIS? WHAT CRISIS?”

35

Those were the first words of Germán León presentation. He was the last speaker at the Design Congress 2020, opening the Barcelona Design Week, in October 2011. In a sequence of bold and very inspiring declarations, Germán affirmed that this is the ideal time to make changes and create opportunities due to the big challenges faced by the current designers generation. Regardless the contrast between the crisis in Europe and growth in Brazil, the global paradigms are changing and it's necessary to follow these changes or taking the chance of being left behind.Germán reverberates the belief of other student professionals of creative economy and trend glimpsers, like the marketer Seth Godin and the creator of Behance platform of online portfolios, Scott Belsky. The current system, based on profit as a reward, is not working to creative professionals. The young designer wants rewards such as autonomy, mastery and purpose, meaning: passion for what you do. The economic and social model created by industrial revolution is in crisis and the new revolution surrounding us is the connectivity one. The 21st century is the century of start-ups (companies created to develop products or services under uncertain conditions), when anyone with a laptop and a connection to the world can create one. “Find something that you can solve and do it”, says Germán, himself the

founder and creative director of a company that helps promising start-ups to find investments, Exipple.Barcelona, however, has a great advantage: it holds many design and art institutions (private and non-profitable ones, the oldest was created in, amazingly, 1903). These, on other hand, are associated to the government that recognizes and stimulates the strategic importance of design in the economic and social scenario. The amazing is that, even with all this appreciation, there are these events like the international design week, gathering thousands of professionals, students and executives, and companies like Google, HP, Vodafone, Microsoft and reputed speakers of institutions like MIT and Politecnico de Milano, just to name a few. This last edition presented the slogan “Facing new challenges through design” with the intention of promoting an exchange of knowledge, experiences and networking amongst professionals and companies from all over the world, not only to promote opportunities and stimulate jobs amid the current critical situation, but also to establish the city as the international capital of design – this must seem redundant but actually reveals an anti-conformist and innovative attitude that takes crisis and uses it as a step to search and bring up new potentialities. This attitude, supported by a solid public and institutional network that values the discipline of design as an innovation accelerator – not only in a local context but as a part of a development strategy contemplated by politics of European Union – is light years ahead of Brazil' status in a general way. The area is going through a great growing and sophistication in the last years, but only recently there has been an assimilation and contribution of the popular handicraft (the inverse path of places with strong design tradition, as Italy, Japan, and Scandinavia, where master craftsmen proper until today). The support to professionals comes basically from class entities; government only recently started to realize the importance of the discipline and the markets (such as Fortaleza) are yet very conservative. Fortunately, making events to promote the strategic importance of design is gaining much importance in the country. Local initiatives such as Mais Design Ceará are important kick-offs to promote the exchange of information and experiences and stimulate the growth of the sector due to the saturation of the Southeast markets. But more is always necessary! To reproduce the constant hunger for evolution and development as it's happening in Barcelona – that even with the artistic and cultural background and the history of valuing design, refuses to conform and settle, and it is an excellent example to be followed. Specially at this time in which Brazil is seen as the land of opportunities by the rest of the world – may we have the knowledge to plant the right seeds in order to harvest renewal and reinvention.

começa a despertar para a importância da disciplina e os mercados (como o de Fortaleza, por exemplo) ainda são bastante conservadores.Felizmente a realização de eventos voltados para a difusão da importância estratégica do design tem ganhado destaque no país. Iniciativas locais como a do Mais Design Ceará são importantes pontapés para promover o intercâmbio de informações e experiências e estimular o crescimento do setor face à saturação dos mercados do Sudeste. Mas é preciso sempre mais! Reproduzir a constante sede por evolução e desenvolvimento, como tem feito Barcelona — que, mesmo com toda a sua bagagem artística e cultural e de valorização e apoio ao design, recusa-se ao conformismo e à acomodação, é um excelente exemplo a se seguir. Especialmente neste momento em que o Brasil é visto como a terra das oportunidades pelo resto do mundo — que saibamos plantar as sementes certas para colher a renovação e reinvenção.

- Marina Esmeraldo Urbanismo pela Universidade Federal do Ceará, cursou Arquitetura e Desenho Industrial na Università degli Studi di Roma; Design Gráfico e Espacial na Central Saint Martins, em Londres, e Urbanismo na Université de Cergy-Pontoise, na França. Atualmente cursa mestrado em Design, Arte e Espaço Público na Escola Superior de Design ELISAVA, em Barcelona. É co-fundadora e diretora criativa do grupo de criação multidisciplinar DIÁSTROFE (CE).Twitter: @marinaesmeraldo | www.diastrofe.com

é arquiteta e designer. Formada em Arquitetura e

Germán León

DIVULGAÇÃO/ BARCELONA CENTRE DE DISSENY

(*) - Marina Esmeraldo is an architect and designer. She has a degree in Architecture and Urbanism at the Federal University of Ceará, and attended to

Architecture and Industrial Design at Università degli Studi di Roma, Graphic and Space Design at Central Saint Martins in London, and Urbanism at Université de Cergy-Pontoise in France. Currently is taking a master degree in Design, Art and

Public Space at Superio School of Design ELISAVA in Barcelona. Co-founder and creative director of the multidisciplinary creative group DIÁSTROFE (CE).

Há tempos idealizei com um amigo um programa de TV que se chamaria “Cultura sem Frescura”. A ideia básica era entrevistar “artistas-filósofos” para escrachar o seu conteúdo instigando um papo cheio de fuleiragem. Logicamente não tivemos coragem de colocar em prática a ideia nada simpática em tempos de politicamente correto. Não éramos doidos o suficiente para afundar nossas “carreiras sérias” e criar inimizades à toa com os amigos artistas numa coisa assim... fuleiragem. Mas ainda bem que tem doido que faz.

| INSIGHTS

GL

AU

BE

R U

CH

OA

Gla

ub

er

Uch

oa

é J

orn

ali

sta

e c

on

sult

or,

esp

eci

ali

sta

em

ge

stã

o d

e p

roje

tos

cult

ura

is.

A MONSTRA E A CULTURA ‘SEM FRESCURA’

IZA

KE

LIN

E R

IBE

IRO

A moda se desenvolve em ciclos e nesse cenário ela se configura como uma operadora de novidades. Uma referência que a identifica é a possibilidade de apresentar novas cores, formas, texturas, materiais e diversas possibilidades tecnológicas em interface com seus produtos. Immanuel Kant enfatizou que “A novidade torna a moda sedutora”. Enquanto entidade abstrata, a moda materializa e propõe estilos que serão usados por todos nós. Há inúmeras escolhas para compor nossa decoração corpórea, mas invariavelmente os discursos da moda se manifestam de maneira predominante, especialmente se estiverem revestidos de boas estratégias de marketing.

Mais do que saciar uma necessidade física, comer é uma rica experiência cheia de sabores. Marcada por uma série de outros sentidos, como aromas, texturas e visual, tanto do prato, como do ambiente onde se come, ao serem atingidos de forma equilibrada, podem gerar momentos inesquecíveis à mesa. Mas achar quem atenda a essa necessidade gourmet não é fácil.

SERRA, MAR E SERTÃO NA MESA

Ma

rbê

nia

Ba

sto

s é

est

ilis

ta e

co

ord

en

ad

ora

do

cu

rso

de

De

sig

n d

e M

od

a n

a F

an

or/

De

vry.

Iza

ke

lin

e R

ibe

iro

é jo

rna

list

a e

re

spo

nsá

vel

pe

lo b

log

de

ga

stro

no

mia

Sa

bo

res

da

Cid

ad

e.

O pessoal do Coletivo Monstra se deu o desplante de lançar um manifesto bem ao estilo cultura sem frescura. Trata-se do eXPRESSIOCINISMO (o Google vai tentar lhe corrigir, por isso segue o link direto da publicação/ manifesto: http://migre.me/72fXT), que, segundo o historiador Raimundo Ponte, é “a coisa mais interessante que aconteceu em Fortaleza desde a Padaria Espiritual”. O manifesto desses jovens artistas cearenses traz à tona importantes questões como: o (des)valor da arte atual, o drama do mercado e a ética da produção artística bancada pelo Estado. Vale a pena ler e curtir no Facebook. Se apenas curtir não for a sua e você quer discutir isso seriamente, recomendo ir diretamente aos responsáveis enviando-lhes um email, mas não garanto uma discussão próspera.

MA

RB

ÊN

IA B

AS

TO

S

Atualmente um dos objetos de desejo dos consumidores de moda são roupas que, integradas aos conceitos de design, são confeccionadas com tecidos inteligentes, que possuem em suas composições propriedades que permitem um alto desempenho.A nanotecnologia cria tecidos que podem mudar de cor, estrutura e tamanho. As microfibras são usadas na produção de tecidos com micro-cápsulas que possuem hidratantes, vitaminas, perfumes e bloqueadores UV. Tais inovações promovem conforto, segurança e mobilidade que encantam seus usuários.

A MODA E O DIÁLOGO COM A INOVAÇÃO

Em Fortaleza, temos muitos profissionais conhecedores dessa arte de surpreender comensais. Entre eles, destaco Elcio Nagano, Bernard Twardy e Fernando Barroso. Em parceria com a loja Grand Cru, realizaram um jantar harmonizado. Com o menu “Serra, Mar e Sertão”, fruto de uma pesquisa realizada pelo trio, os presentes foram conduzidos a boas descobertas. Como entrada, tartar de camarão com lascas de trufa negra, harmonizada com Legras & Haas Brut Rosé; na sequência, arraia em berço de abobrinha colorida com Maison Forgeot Chablis e cabrito com quiabo e mousseline de mandioca servido com Altair Sideral tinto. Para fechar, rolinhos de geleia de jambo com sorbet de tapioca e calda de laranjeira. O chileno Santa Rita Late Harvest Moscatel Branco encerrou a noite. Foram os ingredientes cearenses apresentados nos seus melhores momentos, como diria Alex Atala.

37

GLAU

BER

UCH

OA

Glauber Uchoa is a journalist and consultant,specialist in cultural projects m

anagement.

IZAKELIN

E RIB

EIRO

Marbênia Bastos is a stylist and coordinator of

the Fashion Design course in Fanor/D

evry.Iof th

e g

astro

no

mic b

log

Fla

vors o

f the

City.

zak

elin

e R

ibe

iro is a

jou

rna

list an

d a

uth

or

MAR

BÊN

IA BASTO

S

A while ago I've idealize a TV show with a friend that would call “Cultura sem Frescura” (in English, Picky-less Culture). The basic idea was to interview “philosophic-artists” to make fun of your content

in order to provoque a chit-chat corny conversation. Obviously we didn't have the guts to put into practice this not so nice idea when it comes to politically correct matters. We weren't crazy enough to

sink our “solid carreers” and create enmities for nothing with artists friends in something like that... foolish. Luckly for us, there are the crazy ones who do that.

THE MONSTRA AND THE PICK-LESS CULTUREThe guys of Monstra Collective had the nerve to launch a manifest picky-less culture style. It is called

EXPRESSIOCYNICISM (Google will try to correct you, so here's the direct link of the manifest: http://migre.me/72fXT). According to the historian Raimundo Ponte, “this is the most interesting

thing that has happened in Fortaleza since the Spiritual Bakery”. The manifest of these young men from Ceará brings up important question such as: the (less)value of current art, the market drama

and the ethics of artistic work afforded by the government. It is worth reading and Like on Facebook. If you are not a “Like” person and you want to discuss it seriously, I recommend get in direct contact to the responsible ones by sending them an email, but I can't assure you a prosperous conversation.

FASHION AND THE DIALOGUE WITH INNOVATION

Fashion grows in cycles and in this scenario is set as a novelty operator. An idetifying reference is the possibility of presenting new colors, shapes, textures, materials and various

technological possibilities interfacing with its products. Immanuel Kant emphasized that “Novelty makes fashion seductive”. While an abstract entity,

fashion materializes and proposes styles that will be used for all of us. There's innumerous choices to compose body decoration, but invariably the fashion speeches manifestate

predominatly, specially if surrounded with good marketing strategies.

Nowadays one of the objects of desire of all fashion consumers are clothes that when integrated with design concepts are made of intelligent fabrics, that have in their

composition characteristics of high performance. Nanotechnology creates fabrics that can change color, structure and size. Microfibers are

used to produce fabrics with micro-capsules with moisturizers, vitamins, perfumes and UV blockers. Such innovations provide comfort, security and mobility that charm their

costumers.

SIERRA, SEA AND WILDERNESS AT THE TABLE

More than indulge a physical need, eating is a rich experience full of flavors. Marked by a series of other senses, like aromas, textures and looks, of the dish as well as the ambience in which

one eats, when this features are balanced they can provide unforgettable moments at the table. But finding someone who fulfill this gourmet hunger is not easy.

In Fortaleza, we have many professionals who know the art of surprising commensals. Amongst them, we mention Elcio Nagano, Bernard Twardy and Fernando Barroso. Along with Grand Cru

store, they assembled a harmonized dinner. The menu “Sierra, Sea and Wilderness”, result of a research made by the trio, the guests were conducted through amazing discovers. As entry,

shrimp tartar with slivers of black truffle, combined with Legras & Hass Brut Rosé, followed by ray in a colored zucchinni basket with Maison Forgeot Chabli, goat with okra and cassava

musseline served with Altair Sideral red wine. At last, jambo jam rolls with tapioca sorbet and orange tree syrup. The Chilean white wine Santa rita Late Harvest Moscatel closed the night.

These Ceará ingredients were presented at their best, as chef Alex Atala would say.

FOTO DIVULGAÇÃO

FOTO DIVULGAÇÃO

FOTO DIVULGAÇÃO

por BRUNO NOGUEIRA

e desafio todo novo e bom