alexander von humboldt

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Page 1: Alexander Von Humboldt

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Unidade de Competência STC_7 Sociedade, Tecnologia e Ciência - Fundamentos

Texto de Apoio N.º4

EXPLORAÇÃO, OBSERVAÇÃO E INTEGRAÇÃO

ALEXANDER VON HUMBOLDT

Para além de ter sido um dos maiores naturalistas do seu tempo, o alemão Alexander von

Humboldt (1769-1859) foi um dos últimos cientistas a poder dedicar a sua atenção e a sua

curiosidade, de uma maneira pofissional, a virtualmente todas as áreas da Ciência, tendo sido

sua ambição “investigar a natureza como um todo e produzir evidência da interrelação das

forças naturais”. Humboldt deixou significativas contribuições em astronomia (onde, por

exemplo, estudou chuvas de meteoros), botânica (colectou e observou cerca de seis mil plantas,

das quais para cima de três mil descobertas por ele), geologia (vulcões e estratos geológicos),

geofísica (campo magnético terrreste), metereologia (praticamente inicada por ele),

oceanografia (correntes oceâncias) e por aí a fora, desde a antropologia (culturas inca, azteca e

maia), à zoologia, passando pela arqueologia, a anatomia, a economia política, a etnologia, a

filosofia, a física (trabalhou em gases com Gay-Lussech), geografia (foi, com Karl Ritter, um dos

fundadores da geografia moderna), a hitória da literatura, a mineralogia, a química, a sociologia.

Extraordinário observador, muitas das suas investigações foram feitas directamente aquando

das suas extensas viagens às Américas do Sul, Central e Ásia. De facto, foi Humboldt quem abriu

o Novo Mundo ao estudo científico sistemático.

Na montanhas andinas, Humboldt fez uma das suas mais importantes descobertas ao se dar

capaz das marcadas alterações na vegetação com as diferentes altitudes. Na base dos Andes

tropicais desenvolviam-se palmeiras, bananeiras, cana-de-açúcar e outras plantas de clima

tropical. Em zonas mais elevadas encontrava-se café, algodão e milho. Mais acima, a vegetação,

além de mais esparsa, consistia de arbustos de folhagem perene, enquanto que nos topos das

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montanhas apenas gramíneas alpinas e líquens podiam ser vistos. Deu-se, então, conta de que

essa mudança na vegetação correspondia à que se verifica quando se avança em latitude, do

equador para os pólos. Humboldt desenvolveu a sua teoria da biogeografia de como as

condições físicas de uma determinada área influenciam as características do ecossistema (como

se diz hoje): a temperatura, as condições de solo, a quantidade de radiação solar e de chuva,

assim como a topografia, agem em conjunto a fim de determinar que tipos de plantas e de

animais podem habitar uma determinada região.

Isto pode parecer óbvio hoje em dia, mas a ideia era inteiramente nova ao ser proposta por

Humboldt. Ele acreditava na unidade e na harmonia subjacentes da Natureza e com essa ideia

de biogeografia ele pôde identificar um reflexo dessa ordem natural. As suas viagens,

explorações e observações permitiram-lhe trazer para a consciência europeia toda uma visão

integrativa da Natureza, que foi seguida pelos cientistas que o sucederam.

Humboldt tentava compreender as leis gerais da Natureza, percebendo como os processos

governados por essas leis se manifestam. Interessava-se também pelo significado do meio

ambiente para o homem. Ao longo da sua obra, Humboldt enfatizou como os valores humanos

moldam a nossa percepção da Natureza, tornando-se, efectivamente, a maneira pela qual a

nossa visão do Mundo é construída. Foram os aspectos mais empíricos da “ciência

Humboldtiana” que inspiraram Darwin e Lyell os responsáveis pelos fundamentos da sua

convicção de que a força motriz das mudanças orgânicas reside na complexa teia de interacções

pela qual uma população se adapta ao seu meio em contínua mutação.