akn-online nº 1 julho de 2012

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NUSUNE revista digital de promoção da cultura e das artes DIGITAL AKN julho nº1 2012

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A revista de todas as artes

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NUSUNE

revista digital de promoção da cultura e das artes

DIGITALAK

N

julho nº1 2012

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Carta do editor

Luís Fernando Graçaeditor

NUSUNE

digital

Colaboradorespor ordem alfabética

Ana Isabel AndréCarlos AlmeidaFernando GirãoGabriel RitoJorge AlvesMaria João RodriguesOgayr DorfenanPaula Cardoso GraçaRogério do CarmoSónia PessoaVitor Lages

Administração, Redação e Publicidade

Rua Gomes Eanes de Azurara,54 r/c Dtº2870-419 Montijo Telef. 21 408 06 78 E-mail: [email protected]

Diretor Executivo

Paula Cardoso Graça

Editor / Designer Gráfico

Luís Fernando Graça

Deptº Comercial

Maria João Rodrigues

Propriedade/Edição

AKN - Artéknusune - Grupo de Artistas Plásticos para a Promoção das Artes

É expressamente proibida a reprodução da revista em qualquer língua, no todo ou em parte, sem a prévia autorização escrita da AKN - On Line. Todas as opiniões expressas são da inteira responsabilidade dos autores.

Ficha Técnica

Nunca me foi tão complicado começar um edital e com tantas mensagens que poderia aproveitar para enviar, de repente, não me parece bem enviar nenhuma.Quero desde já agradecer aos fieis amigos do Artéknusune – Grupo de artistas plásticos para a promoção das artes e AKN-Online e afirmar que contra ventos e marés... nada mudou, somos as mesmas pessoas, com os mesmo objetivos, com as mesmas ideias e personalidades.

Nós sabemos o que faz falta à nossa classe artístico e sabemos o que fazer p e l a n o s s a c l a s s e a r t í s t i c a , continuaremos a ser a “voz” dessa mesma classe. Estamos unidos com colaboradores de todos os quadrantes das artes e com nomes bem conhecidos e dos quais nada há a dizer sobre o seu profissionalismo e entrega.

Falaremos e escreveremos até que a voz nos doa e a tinta acabe, contra todos os “lobbys”, sujos a que os artistas em geral estão sujeitos diáriamente, seremos a informação em deterimento da contra-informação. Seremos o que precisamos de ser.A internacionalização da nossa revista está a fazer-se desde a nº 0 no Brasil, Paraguay, Espanha, Colombia, Perú, Austrália, Suécia, Suíça, Chile, Angola, Moçambique e Timor.

Só na base da revista e sem a nossa interferência (envio de email) fomos visitados mais de novecentas vezes em três semanas , f a t os que podem se r comprovados pelas estatisticas da Issuu.com.

Fomos convidados no nº 0 a fazer três parcerias e fomos entrevistados na TVL – Televisão Regional de Lisboa, sobre o projeto AKN-Online, no programa da Isabel Fontes “Conversando”, só por sí, esta manifestação de crédito mostra bem a nossa credibilidade e a falta que fazemos no panorama nacional. Um investidor convidou-nos a fazer a nossa revista em papel, recusámos a fazer parecerias que poderiam, mais uma vez, perigar este projeto, como tal, a versão on-line será a versão que trabalharemos sempre, jamais faremos sociedades ou parecerias que ponham em risco a nossa continuidade. Fomos, somos e seremos sempre, ARTÉKNUSUNE - Grupo de Artistas Plásticos para a promoção das artes.

Para quem está com a AKN-Online, o nosso muito obrigado, para os outros até breve.

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A arte erótica concebida com prazer é como uma cópula sublime materializada pela inspiração criadora do artista.A representação do ato amoroso e a constante busca do mistério dos corpos, são como um orgasmo visual e táctil. Corpos que se unem se abraçam na busca do prazer e do êxtase sexual pleno e profundo.Corpos impregnados de erotismo sem preconceito nas mais diversas formas de amar. Procuro eternizar gestos, posições amorosas, sensações e l ib idos, despertando prazerosamente o real inconsciente, muitas vezes inconfessado de cada um que as vê. Assim é a minha arte.

Conceição Rosa

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o beijo

a arte erótica...

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Natural da Covilhã onde nasceu em 1967. É licenciada em Educação Visual e Tecnológica pela Escola Superior de Educação de Castelo Branco. Radicou-se no Algarve a partir de 1995. Desde cedo mostrou gosto pelo desenho, pintura e escultura tendo começado a expor a partir de 1989. Tem participado em várias exposições individuais e colectivas, em P o r t u g a l e E s p a n h a , e s t a n d o representada em várias colecções particulares no País e no Estrangeiro. As suas obras foram distinguidas pelo jornal El País na Feria ArteSevilla 2002 e 2003, na 3ª Ediçión da Feria de Arte Independiente en Madrid, no Jornal Sur, na Fer ia In ternac iona l de Ar te Contemporâneo 2003 em Marbelha e no Suplemento do Jornal ABC sobre a Feria de Arte Contemporâneo ArteSevilla 2004. Está representada no Livro de Arte Erótica – O Corpo Objecto do Desejo e no Livro De Ouro da Arte Contemporânea em Portugal.

caricia

carin

ho

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o outro lado da mulher

reencontro

sensualidade

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Crónicas de raiva e de esperança!

Ogayr Dorfenanfilósofo

“Revolução já”

Vivemos numa época de ouro para os ladrões profissionais, não os que roubam por necessidade. Falo dos que tudo têm e roubam cada vez mais, por prazer, por ostentação, por decadência, por poder. É odioso tanta vigarice, tanta falta de pudor, tantos roubos serem denunciados na praça pública e nada acontecer aos ladrões que os praticam, em nada são penalizados os miseráveis que assaltam o país dia a dia!Não se entende como o cidadão vulgar, o trabalhador mal remunerado que trabalha 8 horas no mínimo, para levar para casa um salario de miséria, continua sem revoltar-se, sem lutar de forma firme contra esses homens e mulheres sem honra, bandidos de cartola, que governam Portugal e o mundo!

Precisamos de uma nova politica, de novas formas de viver para os que sofrem e calam, para aqueles que por medo ou impotência fecham a boca e os olhos a todas as atrocidades que são submetidos. Que justiça é esta? Onde está o correcto, onde estão os juízes do povo, os defensores da democracia, onde está a democracia?

Cada vez mais nos afastamos dos valores mínimos exigidos numa sociedade que finge ser justa, cada vez mais nos aproximamos das ditaduras mais severas…

Somos roubados descaradamente e ninguém ajuda ninguém. Que sociedade é esta que em vez de ajudar os seus cidadãos, escraviza-os indecentemente e diz estar a fazer o melhor para o bem geral? Que democracia é esta que pune os que trabalham mais duro e menos ganham? Que nada faz para parar os ladrões que vemos nas televisões, nas festas dos colunáveis, nos eventos reaccionários. Que homens e mulheres são estes que praticam crimes à vista de todos e continuam gozando de salários ofensivamente altos, que roubam e são indemnizados, que são acusados e continuam a passear os seus carros de luxo pelas ruas das cidades? Que sentem os homens e as mulheres comuns ao verem toda essa vergonha apoiada pelos que mandam?Quando sentiremos necessidade de actuar de forma inequívoca contra a maldade instituída? Quando seremos capazes de lutar pelo que é nosso, pelo que nos é roubado a cada momento.Deixemos de ser palhaços pacientes e pensemos em formas eficazes de actuar, se nos magoam, vamos também magoar.

NUSUNE

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O que é certo, é que não podemos ficar de braços cruzados à espera de algum milagre, temos que criar as condições necessárias para termos vidas honradas, para sairmos desta contínua infelicidade que nos vai destruindo a alma, a vida, os sonhos.

Viva o poder popular, mas não o poder de nenhuma côr politica, não o poder das esquerdas e direitas, viva o poder de toda a massa trabalhadora, dos que fazem o país andar, viva o poder daqueles que se algum dia tomarem consciência verdadeira da sua força no andamento da maquina social , entenderão que se quiserem, tudo se desmoronará para os ladrões que nos governam com falinhas mansas e nenhuma acção a nosso favor.

Que façamos o que for necessário para que os nossos filhos não se envergonhem da nossa cobardia e possam ter uma vida melhor, mais segura, com garantias de futuro.Chega de sermos roubados e nada fazer, chega!

Viva o povo de todas as cores, religiões e raças, viva o povo trabalhador e honesto de Portugal e do mundo.

A revolução está ao virar da esquina de cada um de nós, é feita de várias formas de luta, só é preciso não termos medo de lutar…

OGAYR DORFENAN

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«Fernando Girão é único. Músicos como ele, não aparecem todos os dias. Cantor apaixonado e convicto, interpreta o que lhe vai na alma sem se deter em considerações mercantilistas, nem a elas se entregar. Toda a vida se manteve fiel à sua visão artística, enquanto outros se deixavam triturar na engrenagem empresarial que dominou o Mundo. É guiado por uma percepção espiritual há muito adquirida, o que transparece em Axayara, o seu último registo discográfico.»«Quando canta, Fernando Girão ascende a um lugar de poder, o poder de um Xamã, quando se entrega à interpretação de Deus no que nos rodeia. « «A Música não mente, muito pelo contrário, revela fielmente o coração e a alma do artista. Por isso, o que nesta obra se ouve, é uma vida inteira profundamente dedicada e comprometida com o paradoxo de ser infinitamente consciente e ao mesmo tempo uma expressão humana e única, dessa mesma Consciência.» «Axayara é música espiritual. Vivemos agora o seu Tempo. Alegre, arrebatadora, cheia de vida e que a todos encoraja a regenerar o nosso potencial humano. Ouçam-na com o coração.»

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Fernando GirãoAXAYARA

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Nagualero

uma história de vida a ter em conta...

Nasci em Lisboa.

Aos dois anos de idade mudei-me para o Rio de Janeiro (Brasil) com meus pais, onde vivi 15 anos, frequentando uma escola f rancesa, seguidamente frequentei uma escola de jesuítas e, finalmente, uma escola internacional, absorvendo o ambiente exótico da terra e seu povo, uma cultura multirracial com ricas tradições e costumes.

Crescendo nesse ambiente eclético, fui exposto a uma variedade de influências no meu trabalho.

Retornando à Europa, nomeadamente a Portugal frequentei em 1989 em Cascais, o liceu na área de Artes, onde recebi um primeiro prémio numa competição curta de animação.

Nesse momento o Skateboarding e o estilo de vida que me acompanhou, ocupou a minha mente a maior parte do tempo e teve uma grande influência no meu trabalho na escola e no portfólio para a faculdade.

Com o desejo de ver mais do mundo e de me reunir com a mina namorada, natural do Pais de Gales, decidi fazer uma aplicação a um curso de artes nesse território já conhecido.

Após receber uma bolsa de estudos em 1992, comecei a frequentar o Curso de Ilustração e Artes na Faculdade do Instituto Swansea de Ensino Superior (University of Wales).

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A minha experiência céltica foi rebelde desde o início. No País de Gales, abracei uma vida de liberdade pela primeira vez. L i b e r d a d e d e t e r n o v a s experiências, conhecer novas pessoas, fazer novos amigos, cometer erros e fazer o que a maioria de nós tenta fazer nessa idade ... Divertir-se, procurar o meu lugar no mundo e começar a busca da m inha p róp r ia identidade.

O estudo das primeiras nações do mundo, em particular os povos índios americanos e aborígenes australianos, vieram ao cimo dos meus estudos.

Comprei todos os livros que pude encontrar sobre o tema das tradições Xamânicas e Celtas, frequentei um café de Artes de seu nome Kokopelli, no coração de Swansea, conheci pessoas com os mesmos interesses, que u m a v e z m a i s f o r a m influenciando a minha vida e o meu trabalho com esses novas conhecimentos.

Enquanto isso na faculdade fui recomendado pelo diretor do curso para trabalhar num projeto de ilustração para uma agência governamental (Inland Revenue) m a s r a p i d a m e n t e f i q u e i desiludido com o lado comercial da ilustração.

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Um desejo de contar histórias pessoais e filosofias que ainda não existiam, começou a tomar forma em mim. A ilustração não parecia ser o caminho certo, e quanto a pintura, eu sentia que não a tinha vivido o suficiente para "dizer" algo.

Sentia que tudo o que eu estava recebendo do curso de Ilustração eram projetos comerciais e uma aprendizagem artística duvidável, fiquei cada vez mais decepcionado com a escolha do curso. Mesmo sendo e log iado po r m inhas habilidades artísticas e esforços.

De muito maior interesse para mim nesses anos foram as festas e fazer música grunge com colegas de curso, com a nossa banda chamada "Blue Tribe Dogs".

Projectos de ilustrações comerciais de caixas de leite e panfletos fiscais tinham me entediado por completo. O trabalho de i lustração, neste momento tinha mais a ver com gráficos de skate, e street art. Depois de muitas aventuras no país Celta voltei a Portugal em Março de 1996.

Após o meu regresso a Cascais, fui contratado para criar o logotipo para o legendário ponto de encontro internacional, o famoso Bar 24. Logo depois fui contratado para trabalhar em ilustrações para o segundo álbum dos Primitive Reason, juntamente com dois outros artistas. Sentindo-me incerto sobre os seguintes passos a tomar em relação a minha arte, trabalhei durante dois anos fazendo "biscates" e numa companhia de transportes.

Em 1998 mudei-me de Cascais para uma vila de pescadores em Sintra chamada Azoia, situado perto do Cabo da Roca, o marco mais ocidental da Europa. Uma aldeia que é conhecida por ser a casa de muitos artistas portugueses e estrangeiros.

Alguns desses artistas sao os pintores Tom Bund e sua esposa Chris. Ambos abriram as portas de sua casa para mim, aluguei um atelier no Sintra Garden Studio por alguns anos.

Finalmente encontrei os professores e figuras inspiradoras que eu procurei na faculdade. Tom, um desenhista Mestre e Pintor e Chris uma artista jovial, criativa e inspiradora, compartilharam alguns de seus segredos e processos comigo. Eu estava com fome de conhecimento e sabedoria sobre o mundo da Pintura e os modos de estar dos verdadeiros artistas.

Tom e Chris tinham um pequeno café na aldeia, chamado Café D'Artes, um edifício ant igo com um moinho de água transformado numa Galeria / Café. Este local teve um grande impacto em mim. Senti-me absorvido e decidi aprender tudo o que pude nesta atmosfera criativa.

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Acabei por comprar o Café D'artes, construi uma pequena cabine pré fabricada de madeira na parte de trás do café com vista para o oceano Atlântico e lá permaneci durante 5 anos pintando, a tomar banhos de mangueira, fazendo música e, provavelmente, assustando um monte de clientes ... Vida de Artista com aparência de pirata.Em 2004, após a morte prematura de meu companheiro de quatro anos “Seven the Dog”, eu vendi o Café D'Artes e em junho de 2005, fiz uma peregrinação conhecida como "O Caminho de Santiago" depois de ouvir sobre esse caminho a partir do escritor Paulo Coelho em seu livro "O diário de um mago".

No meio da peregrinação ao andar 800 km num albergue de peregrinos, fui convidado pelo o gerente a fazer uma pintura da minha jornada no cavalete colocado lá para que todos que desejarem fazê-lo. Recusei, mas o "sinal" foi ouvido e sentido na minha alma até o fim da caminhada. Na verdade ... eu ainda sinto esse sinal hoje.

Em Finisterra, o fim da estrada, seguindo um costume antigo, eu queimei a minha roupa de peregrino. A sensação de terminar uma parte da minha vida e começar uma nova etapa tomou conta de mim. Parecia que a mudança estava a caminho, não o tipo de mudança calma, mais tempestuosa. Senti isso em meus ossos com alguma apreensão misturado com curiosidade. Algo em mim se t r ans fo rmou e mudou naque la caminhada.

Ao voltar para casa, sem dizer uma palavra sobre a experiência que tive no caminho de Santiago, eu fui contratado para fazer uma pintura enorme na primeira semana de retorno.

Logo depois tive mais comissões. Comecei a criar novas pinturas originais e comecei a vende-las ... Agora eu sentia que ja tinha experiência de vida, pensamentos e sentimentos para expressar em minhas pinturas, assim como em Santiago, eu me senti como ... esta é a minha viagem. Para criar arte e compartilhá-la com quem se interesse por ela.

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Eu diverti-me imenso e fiquei tão entusiasmo ao fazer aquelas pinturas que comecei a pintar cada vez mais, apesar de alguns amigos não acreditam em tais actividades.

Em 2006 fiquei noivo de uma antiga namorada. Algums meses depois, ela decidiu que não queria casar-se com um artista. Ela queria algo mais seguro e eu não a culpo.

Lembro-me da horrivel sensação de ter o coração quebrado, de sentir-me humilhado e cansado de viver no mesmo lugar por tanto tempo. Como no filme “Chocolat” o Vento do Norte estava a chamar-me para novas aventuras ... Desta vez, para o Norte.

Lá fui para a Suécia em 2007. O primeiro ano foi um inferno. Culture Shock, sem amigos e sem pinturas para mostrar, Trabalhei numa loja de vídeo por um ano, pintando no meu tempo livre, até ter trabalho suficiente para mostrar a uma galeria.

Em 2008 com obras novas debaixo do braço entrei “porta a dentro” duma Galeria localizada na parte mais antiga e artística de Estocolmo ( que eu andava a “namorar” ) e consegui um contrato total de 4 anos com o diretor.

Logo depois encontrei mais galerias para representar o meu trabalho na Suécia e no Exterior. Comecei a ser convidado para expor no exterior e a minha base de colecionadores tem vindo a aumentar rapidamente nos quatro cantos do mundo.

O resto da minha Aventura, eu estou a criar agora.

To Be Continued ... Com muito amor pela pintura,

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A ARTE DE NAGUALERO DO TEMPO — ESPAÇO SEM LIMITE

Em Nagualero, o espaço não tem tempo e o tempo sem espaço espreguiça-se bocejando ao estalar do corpo na imaginação, excentricidades e génio de temáticas irreverentes surrealisticamente controversas. De olhares e corpos mordazmente poéticos, mensageiros de silhuetas abrigados na caminhada de cenários, sentados à mesa de noites de Lua Cheia e poentes quentes de poeiras e côr, odores e magias...

Da extroversão pessoal ao intimismo eremita, nos momentos de recolhimento criador, a obra emerge sem limites em pensamentos, viagens do sentimento. Corpo e alma em metamorfose ou recriação da erupção interior de afectos, filosofias... Caminhada solitária de desejos e entregas... Temas e matérias fora do alcance de braços ou abraços de olhares! Quando a técnica de referência estético-plástica se afunda na cumplicidade poética de cada obra, abre-se em mensagem ou convite a sublimação do momento…

Viagem na interioridade de um sonho próprio, renovado e anunciado a cada segundo da sua Liberdade e Paixão!

Manuel Martins BarataTempra Academy for Contemporary ArtArt CuratorLondon, UK

Rogério do Carmouma vida ao serviço da Cultura...

O CARTAXO (conto)

No nosso cérebro ainda virgem gravam-se para todo o sempre as primeiras imagens, os primeiros sons e odores que até nós nos chegam numa quase agressão, mal abrimos os olhos neste mundo a que, sem o ter-mos solicitado, fomos atirados.

A primeiríssima imagem que na minha memória se alojou foi sem dúvida a imagem do Farrusco, um gato atigrado de cor acinzentada que minha mãe tinha quando morávamos no Sobreiro, na Casa do Cartaxo, ali no largo principal, mesmo em frente da pequena igrejinha pitoresca.

Tinha eu três ou quatro anos e recordo ver entrar pelos vidros do postigo da porta da casa de fora, o sol moribundo desse longínquo entardecer…

O sol, num desmaio lento, invadia suavemente a pequena dependência mergulhada num poético lusco-fusco. Uma poalhenta réstia de sol alastrava perenemente sobre o soalho bem varrido e bem lavado e ai expirava nimbadamente sob a grande mesa onde quatro rústicas cadeiras se tocavam mudamente.

Mesmo ao centro desse pequeno espaço foscamente iluminado, onde a réstia de sol esbarrava com as trevas do resto da dependência, o Farrusco sentava-se, imóvel, olhas semi-cerrados misticamente embebidos daquele derradeiro raio de sol de um outro dia mais que se esvaía no horizonte… Seus olhos, onde pairava ligeira sombra de indecifrável mistério, pareciam fecharem-se languidamente como que a protegerem-se de um excesso de luz ou a tentarem reter esse efémero momento de beleza indescritível!

Outras imagens se vieram juntar ao infinito cortejo de primeiras recordações. Outras imagens vieram enriquecer a regurgitante galeria das minhas mais inesquecíveis reminiscências, mas as mais inolvidáveis foram certamente as minhas idas a casa da nossa vizinha das traseiras, a Conceição Branca e o marido, o Pedro da Relva, e as do dia da matança do porco em casa deles, esse traumatizante horror que veio, igualmente pela primeira vez, mostrar-me que a vida, essa coisa fabulosa que se me deparava, não era um tão mar de rosas como primeiramente me surgira a enganar a minha inadvertida inocência.

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Recordo igualmente as minhas idas à taberna da rua do Moinho buscar o meu pai, já bêbedo como um cacho, e quase acartá-lo pela rua, dando-lhe a minha minúscula mão, como que para que ele se apoiasse à minha pequenez. Recordo as minhas idas à missa todos os domingos de manhã com a Conceição Branca e as suas duas filhas, na capelinha do largo com o padre no púlpito a ler-nos a cartilha, e o sacristão a banhar-nos de incenso, e a Ti Marcolina a tratar das flores dos altares e a acender as velas aos santinhos escondidos nos seus recônditos nichos de murta.Ah! e as nossos idas à tendinha antes do pequeno almoço a comprar pão ainda a escaldar, acabado de sair do forno, e os queijinhos frescos a saltarem dos xixos; as idas a casa do meu padrinho e as visitas à olaria do Franco, vê-lo pedalar sobre a pesada roda de madeira rústica que fazia girar o barro entre os seus dedos ágeis e inventivos.

Eu nascera na casa da Brasileira, mesmo à beira da estrada, mas saíra de lá ainda antes de poder reter fosse o que fosse, e a casa do Cartaxo foi a primeira das muitas casas onde vivi que sempre me ficará na memória!Nunca soube quem era o Cartaxo, mas recordo tão nitidamente a cozinha de chão de terra batida, com o seu forno sempre apagado, que minha mãe nunca utilizou; a grande chaminé de onde pendiam réstias de cebolas e chouriços e farinheiras que nos davam as vizinhas sempre que haviam matanças. E aquele pequeno armário a que minha mãe chamava “a tigeleira”, onde ela guardava os seus belos pratos de faiança pintados de azul que só iam à mesa quando haviam visitas.

Era na prateleira da tigeleira que o Farrusco gostava de se enroscar a receber as primeiras carícias do sol que nos entrava manhã cedo pela pequena janela da cozinha. Minha mãe andava sempre a correr com ele de lá, dizendo que ali não era lugar para gatos, mas ele, infalivelmente, dois minutos mais tarde, estava de volta ao seu posto de observação, regalando-se som o sol afagador e observando-me enigmaticamente, enquanto eu sorvia o meu café de saco na minha tigela de barro rachada.

Nunca saberei quem foi o Cartaxo, mas sei que o Farrusco adorava essa casa. Quando nos mudámos para a Casa do Capitão, em Mafra, mesmo em frente da Casa da Gracinda, que me viria a ensinar o abecedário, ali a dois passos do que viria a ser a minha Escola Primária, lá onde iria encontrar o meu querido professor Mauro, que viria a ensinar-me História, Geografia, e Matemática. E a ler em voz alta para todos os demais, belos poemas do Augusto Gil, o que me encantava fazer. Minha mãe acartou todos os nossos tarecos ao lombo da burra da Conceição Branca, e o Farrusco foi o último a ser transportado. Minha mãe fechou-o na Casa do Capitão, para onde nos tínhamos mudado, durante três dias e três noites, não o deixando sair à rua, enquanto ele não se habituasse ao seu novo território mas, mesmo assim, dias mais tarde, o Farrusco desapareceu e minha mãe, muito ralada, voltou ao Sobreiro para ver se o encontrava e… encontrou-o!

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Encontrou-o na casa do Cartaxo, perfeitamente regalado e carinhosamente adoptado pelos novos inquilinos, que o estimaram e lhe deram todos os mimos até ao fim da sua vida de gato feliz, ao sol, na prateleira da cozinha.Estou certo de que para o Farrusco – tal como para mim – é na casa do Cartaxo que ainda se encontram as nossas primeiras inesqueciveis recordações. Essa singela casinha que ainda hoje se debruça silenciosamente à beira do pituresco e tranquilo largo onde modesta igrejinha toda caiada de branco e recortada no céu muito azul, parece velar-nos incansavelmente pelo temp fóra!Mas quem foi o Cartaxo? Alguém que, nessa casa, lá deixou as suas últimas recordações, os seus últimos anseios, as suas últimas pegadas na terra batida do chão da cozinha?

Rogério do CarmoParis, 1/2/1992

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use e abuse da ,

não provocaoverdose!!

CULTURA

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digital

arte digitalESPECIAL

uma nova abordagem à Arte

João Filipe Baptista nasceuem 1974 em Vila Nova de Gaia. Pintor e Artista Digital (autodidata). Frequentou o curso de Artes Visuais na Escola Secundária de Canidelo e Design de comunicação na Escola Secundária Rodrigues de Freitas. Tirou também os cursos técnicos de Desenhador de Construção Civil e Web-design.

Sempre soube que queria seguir "Artes", mas não sabia concretamente que área, até que um dia lhe foi pedido um trabalho de pintura nas aulas de Arte e Design. Percebeu rapidamente que era aquilo que queria fazer na vida. A paixão foi tanta que quando chegou a casa começou imediatamente a pintar, até se esqueceu de jantar. Tinha por esta altura 15 anos. O caminho estava traçado. A busca de in formação e de conhec imento técnico/teórico sobre pintura foram o próximo passo.

João Filipe BatistaPróxima paragem... Tecnologias

FAINTNESS

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Nesta altura era muito influenciado pelo surrealismo, tendo como maiores ícones Salvador Dalí e Magritte.

Em 1995 cria juntamente com alguns amigos artistas o grupo Idei´arte e alugam um atelier. Começa a pintar regularmente e a participar em exposições. Nesta altura a descoberta de novas técnicas eram o seu objetivo, não haviam barreiras. Começou por trabalhar com aguarela, seguido pelo óleo e finalmente o acrílico. Percebeu que a técnica que se adaptava mais ao seu trabalho era o a c r í l i c o e c o m e ç o u a p i n t a r exclusivamente com este. Infelizmente o grupo durou apenas um ano. Continuou a pintar mas com menos frequência. N o a n o d e 2 0 0 2 d e d i c a - s e exclusivamente à pintura e começa a fazer trabalhos digitais (pintura e vectores). Os dois mundos, real e digital, unem-se nas suas obras. Resolve então inverter os sentidos e faz pintura como Arte Digital e Arte Digital como pintura, dando assim um aspecto digital à pintura e um aspecto de pintura (manual) ao digital.

O seu trabalho sempre incidiu sobre as emoções, para isso, sempre usou e abusou das texturas e cores. Cada personagem ou ambiente que cria não se cinge apenas a uma pessoa ou situação em especial, mas antes a várias informações que vai guardando no seu subconsciente.Orgânica será a melhor palavra para descrever o tipo de arte deste artista. A espontaneidade, a l iberdade, o desconhecido e a aventura, são a base. Provocar emoções e reações nas pessoas que observam as suas obras são o seu "alimento artístico" e a música a sua "bebida".

MASK 3

INSTABILITY

arte digitalESPECIAL

uma nova abordagem à Arte

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NUSUNE

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INSTABILITY I

MASK 2

VULNERABILITY

arte digitalESPECIAL

uma nova abordagem à Arte

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arte digitalESPECIAL

uma nova abordagem à Arte

GABRIEL RITO“Arte Digital”

Amigas e amigos:Quero aqui confessar-vos uma coisa: Embora não me sinta limitado, apenas nunca encontro tempo ou meios para tudo, não sou, até agora, nada entendido nisto do “Digital”. Já em “Arte”…, vou tentando superar as minhas limitações, e só chegarei ao meu pleno…, quando deixar, mesmo, de respirar.Então, perguntam vocês: Que raio estás tu aqui a fazer, tratando-se de abordar a “Arte Digital”?Ok, vou responder:É que, não percebendo quase nada do “Digital” (tenho apenas umas luzes…), sou, no entanto, uma pessoa com alguma experiência de vida e, também, na criatividade, que sempre me acompanhou.Ora, apesar disso, posso e devo opinar sobre estas e outras matérias que me (nos) envolvem.A questão, neste caso, nada tem a ver com a ciência do “Digital”. Isso é para os estudiosos, técnicos formados e experientes nessa matéria.Isto, do “Digital”, tem a ver com os novos e bem-vindos meios de que também dispomos para usar, ou não, para concretizar as nossas artes, e a polémica depreciativa que acontece surgir sobre este tipo de concretização artística

Só para entendermos melhor, vamos supor que vamos concretizar uma obra de pintura, com o objectivo de transpor para lá uma determinada ideia.Ora, para a “vermos”, o artista (criativo), vai, por norma e basicamente, precisar de uma tela, tintas e pincéis. Assim, concretiza a “Obra”. Quer a gente goste, quer não.Bem, vocês já devem estar a pensar “coisas” a meu respeito: “onde é que este gajo quer chegar”?Bem, é isso mesmo: Onde é que eu quero chegar? Muito simples: Arte é tudo o que sabemos concretizar como original. Sendo assim, tanto faz serem “riscos de mensagem” feitos, com utensílios de pedra em enormes blocos de pedra, há milhares de anos; como um magnifico “Fresco” a ólio, pintado por Miguel Ângelo, que nos deslumbra; como um “asbtracto” surpreendente de Miró; como um “rabisco” a tinta-da-china de Júlio Pomar; como uma “obra” totalmente negra, embora assinada por um artista já famoso e altamente valorizado, que se pode dar ao luxo da extravagância “criativa” que lhe apetecer.

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digital

Resumindo: Arte, é tudo o que sabemos criar, tenha o aspeto que tiver, seja em que superfície for, com os materiais que preferirmos, mesmo virtuais.Neste caso, se usarmos um programa informát ico para conseguirmos expressar uma ideia…, meus caros, e c o l o g i c a m e n t e , e s t a r e m o s , ilimitadamente, a criar: Arte!Muito bem-vinda, Arte Digital!

“Natureza artística”

O mundo não entendeuQue a criatividade é ArteSó pensa que aconteceu

Um milagre em toda a parte.

Só se pensa ser normalSer tudo simples fazer

Se não for acha estar malNão conseguem entender.

A natureza da vidaTem em si mais que razão

Parecendo escondidaDá-nos toda a explicação.

Olhai bem à vossa voltaTudo belo, nada igual

É beleza que transportaNuma obra desigual.

Em nada se repetiuNem no horizonte do mar

Em tudo se esculpiuCom diferenças ao criar.

A Arte é o magicarE o nascer da fantasia

Que se aprende a gostarAo passar de cada dia.

Magia que faz nascerTudo aquilo que intui

Para depois ir fazerTudo quanto usufrui.

Gabriel Rito19-4-2012

arte digitalESPECIAL

uma nova abordagem à Arte

Navio de Gabriel Rito

Chamuarte de Gabriel Rito

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Fernando Girãoa alma da caneta...

Banhamos as nossas almas em mares de mágoa, esquecidos dos tempos em que fomos felizes, em que sonhávamos com futuros de alegria, de esperança.Agora, os terroristas não precisam usar armas, basta ditarem as suas leis nos parlamentos do fascismo disfarçado com as cores da democracia e nós os escravos da modernidade, cumprimos de cabeça baixa aquilo que não queremos cumprir...

A V I T Ó R I A S Ó S E R Á CONSEGUIDA SE TIVERMOS C O R A G E M PA R A L U TA R CONTRA A COBARDIA DOS SENHORES DA MALDADE QUE TUDO FAZEM COM A INTENÇÃO DE ESCRAVIZAR CADA VEZ MAIS O POVO.

Por mais que custe, terão que ser tomadas medidas eficazes, senão, jamais sairemos desta vida de não viver...

Viva o povo que trabalha e só recebe sofrimento, abaixo os políticos corruptos e ladrões que não se importam de não cumprir os seus compromissos SAGRADOS: Darem a todos uma vida honrada e com dignidade. ABAIXO A MALDADE INSTITUÍDA.Basta pensar um pouco e vemos que tudo é feito com segundas intenções, que nada é feito no sentido de melhorar a das camadas trabalhadoras de todas as classes, só a dos políticos, banqueiros e ricos.A fome já não é há muito tempo, uma ameaça. Hoje, uma grande camada da população passa fome mesmo, é a nossa realidade, não a dos senhores da vergonha institucionalizada, a do povo que tudo dá e nada recebe. Até quando vamos esperar para sairmos para a rua todos os dias, até quando vamos deixar que nos pisem sem respeito por tudo o que somos? Nós, o povo, é que somos Portugal, não são esses ladrões eleitos pela nossa boa fé. Se é por nossa culpa que estão onde estão, então chegou a hora de corrigirmos os erros da ingenuidade e da esperança que esses mentirosos nos fingiram dar em todas as campanhas eleitorais, sempre nos disseram que tudo iriam fazer e depois de eleitos, nunca cumpriram as suas promessas, esses mentirosos, ladrões, corruptos e chulos da própria Nação…Se os pusemos no poleiro, vamos derruba-los custe o que custar, isso é que é democracia, isso é que é justiça, isso é que é correcto.Não falo de esquerdas ou direitas, não falo de partidarismos de nenhuma espécie, falo de igualdade para todos os Portugueses Pelo povo trabalhador, até a vitória da verdade por mais impossível que pareça: CHEGA

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Ricardo Cardoso Coxixoa arte ao serviço do ensino...

Nascido em 1980 em Borba.Vive actualmente no Barreiro. Licenciado em Pintura pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa; realizou o Mestrado em Desenho pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa, assim como o Mestrado em Ensino de Artes Visuais pelo IADE. Esteve ligado à associação Artesfera. Professor de Artes Visuais no 2º/3º ciclo e Secundário.

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Realiza desde 2003 exposições individuais e participa em colectivas de Pintura e de Desenho. A s s u a s o b r a s b a s e i a m - s e essencialmente no desenho. Este revela-se aqui como um instrumento que permite materializar ideias e formas mas também surge como um p r o c e s s o d e p r o c u r a , d e representação, de transformação e criação de personagens e espaços. Ao carácter inventivo dos objectos, personagens e espaços, junta-se-lhes muitas vezes uma referência à história através de elementos arquitectónicos, assim como a influência do cinema, nomeadamente o cinema italiano ( Fellini, Pasolini, Antonioni), mais recentemente o cinema expressionista alemão de Robert Wiene ou mesmo os filmes do autor Georges Mélies.

A obra aproxima-se muitas vezes de um universo infantil, quer pela linguagem da ilustração, quer pela apropriação da fábula. Cria-se aqui um universo onde a história, o cinema, a fábula interagem entre si resultando uma divina comédia onde o trágico e o cómico, o "locus horrendus" e o "locus amenus" es tão presentes em simultâneo

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Marco Santos nasceu em 1981, é natural de Valença do Minho.Desde criança que gosta de desenho, desenhava no que aparecia pela frente e enquanto as outras crianças que r i am se r f u tebo l i s tas ou astronautas, Marco santos dizia que queria... pintar quadros.

Marco Santosquando o surrealismo

se funde ao misticismo...

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Enquanto saltava de um trabalho para o outro, nunca se s e n t i u r e a l i z a d o profissionalmente e a paixão que tinha de criança tinha sido esquecida, até que surgiu a oportunidade de frequentar um pequeno curso de iniciação à pintura a Óleo em Mondariz, na vizinha Galiza. Ainda que esse curso só serviu para conhecer ligeiramente os materiais e p o u c o m a i s , d e s p e r t o u novamente o interesse nesta arte e a partir desse momento começou a pesquisar, aprender e praticar sozinho chegando a fazer algumas exposições locais. Com o objectivo de melhorar, encontrou no atelier de pintura (Atelier d´Art) em Caminha aquilo que procurava, um curso mais avançado de desenho e pintura, graças ao mesmo, progrediu muito e entrou definitivamente neste mundo começando também a expor assiduamente.

No entanto o caminho foi-se tornando diferente, depois do liceu seguiu uma formação profissional na área da Construção Civil na ETAP de Caminha. Após o curso aprendeu a trabalhar com um programa de desenho e fez um estágio profissional, seguido de contrato na Câmara Municipal de Valença como Desenhador Projectista. Mais tarde trabalhou como Medidor para uma empresa de armários embutidos, como Chefe de Obra de uma pequena empresa de Construção Civil e até no Serviço Pós-Venda em duas grandes superfícies.

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Até hoje Marco Santos realizou várias exposições no norte do pais e na Galiza e participou em várias colectivas como o Certamen de Arte Joven Ferrol, a Internacional de Vendas Novas, 2.Salão Internacional de Arte, Walking Gallery Vigo, Arte Fantástica e Surrealismo 1 ou o Prémio Utopia entre outras. Ultimamente expõe em conjunto com outro artista já que compartem os mesmos gostos e objectivosÉ um privilégio poder dar o nosso ponto de vista ao publico através da nossa obra e revoltar-nos contra esta sociedade corrupta na tela.

A evolução da pintura de Marco Santos definiu-se pela procura incessante da sua identidade artística, passando por diferentes estilos pictóricos é no Surrealismo e na Arte fantástica onde se encontrou a si próprio, ao ser admirador de artistas como René Magritte ou Salvador Dali (assim como de alguns artistas de fantasia e desenhadores da DC e Marvel Comics) somou a necessidade de transmitir, não só a revolta com algumas situações mas também factos do dia a dia. No entanto existem outros temas que despertam a sua atenção como a mitologia.

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Contactos

DirecçãoMaria [email protected]@gmail.comTel. +351 214009799Tel. +351 263104061Tel. +351 309728956TM: +351 912222959TM: +351 917215523TM: +351 934833264Fax: +351 309728956

Isabel FontesDepartamento Editorial, Consultor e [email protected]: isafontesptTM: + 351 963868846 (moche)TM: + 351 935320969 (tag)

Dinis LourençoDepartamento Editorial, Design e [email protected]: +351 919645082

A Editora Modocromia, fundada em 2012 por Maria Esther e Isabel Fontes, está vocacionada para novos autores portugueses e estrangeiros. Oferecemos aos nossos clientes um serviço de coordenação editorial, design gráfico, paginação e revisão, bem como a organização do lançamento, respectivas apresentações e sessões de autógrafos. Promovemos a obra e o autor junto dos órgãos de comunicação. Tratamos também da distribuição no circuito comercial.O nosso domínio editorial estende-se desde a poesia, ao livro infantil, passando pela prosa e pela pintura. Tratamos de grandes edições como livros de empresas, livros de família e livros para autarquias. Promovemos o teatro, a fotografia e as mais diversas artes. É nossa intenção abrir perspectivas a todas as pessoas com gosto pela escrita e pela cultura.O Gabinete Maria Esther, agora sob a designação de Modocromia, Design e Produção Gráfica Lda, oferece aos seus clientes a solução completa para edição e produção de livros, brochuras, catálogos, cartazes, e outras publicações de caráter institucional ou promocional. Mantendo ao longo dos anos padrões de qualidade e credibilidade, a empresa orgulha-se da relação de confiança e satisfação estabelecida com todos os seus clientes e fornecedores. Desenvolvemos o nosso trabalho no campo do design gráfico, tratamento de imagem e paginação. Na área da produção, a empresa possui com os principais fornecedores, acordos de parceria para assim se diferenciar num mercado cada vez mais exigente e competitivo.

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zulejaria foi e é uma das suas áreas de eleição muito pelo facto de ter tirado um curso de Complemento de Formação, cujos conteúdos formativos incidiram na composição química de óxidos e vidrados e sua aplicabilidade. Embora sendo notória esta sua simpatia pela execução artística da azulejaria, todo o seu percurso recai predominantemente na pintura em acrílico sobre tela .

A artista encontra-se representada em vários livros de arte contemporânea portuguesa: Livro de Ouro da Arte Contemporânea em Portugal (2007), Pintura Contemporânea Portuguesa – 100 pintores (2008) e Sinergias do Corpo e da Alma, vinte anos de carreira artística de Luz Henriques (2010), este último da autoria do crítico de arte Dr. José Luís Ferreira.

Maria da Luz Soares Henriques, de nome artístico Luz Henriques, nasceu a 28 de setembro de 1958 em Câmara de Lobos, uma vila piscatória da ilha da Madeira, de uma família humilde de cinco irmãos. Casou quatro vezes e teve dois filhos, Sandro Henriques e João Henriques. A instrução primária decorreu no Colégio Espírito Santo e Calçada, sua terra natal. Ainda menina mas já detentora duma personalidade vincada, não tardou a revelar a sua irreverência e criatividade diferenciando-se dos demais no seu ambiente familiar, escolar e social. Essa rebeldia que ainda hoje lhe é característica, valeu-lhe na época a quase expulsão do Colégio à altura considerado um dos melhores no meio quanto à sua prática de ensino tradicional e religioso.

Luz Henriquesda Madeira com arte...

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Após esse período seguiu-se a frequência da 5º e 6º classe, um marco muito importante na sua vida pelo que representou de libertação de um meio social, económico e cultural menos favorecido, rumo à grande cidade, a cidade do Funchal. Em 1972, ingressou na Escola Industrial e Comercial do Funchal onde concluiu o curso de Artes Visuais e Aplicadas seguido do curso de Artes dos Tecidos. Essa preparação académica conferiu-lhe extraordinária robustez criativa e experimental pela frequência em oficinas de arte, laboratórios de fotografia, aulas práticas de modelação e moldagem etc. Essas aprendizagens revelaram-se mais tarde de suma importância no seu processo criativo artístico . Apenas com dezoito anos inicia a carreira de professora na disciplina de Educação Visual e Tecnológica, cargo que exerce até hoje.

Viveu na Ilha da Madeira até aos quarenta e sete anos, após o que decidiu mudar-se para Lisboa em 2006, com o firme objetivo de investir mais no seu desenvolvimento pessoal e artístico. Essa opção permitiu-lhe estreitar mais os contactos com artistas de renome, descobrir novos espaços expositivos e estimular vivências no mundo artístico mais dinâmicas e enriquecedoras. A sua carreira artística, sempre conciliada com a profissional, teve início em 1993 com a apresentação de várias exposições de tapeçaria tridimensional contemporânea de grandes formatos. Essa iniciação valeu-lhe apreciações muito positivas de críticos de arte, da comunicação social e do meio artíst ico da época, estimulando-a fortemente a continuar no seu percurso criativo até os dias de hoje.

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Luz Henriques figura em várias coleções particulares, nacionais e internacionais e tem sido distinguida com prémios de mérito na categoria das artes plásticas a nível nacional e internacional . Tem sido citada em vários programas televisivos como uma artista que conquista um público de elevada exigência crítica. Ao longo do seu percurso, a obra de Luz Henriques tem evidenciado uma presença pujante da luz e da cor que a distingue como uma extraordinária desenhadora de ideias, apaixonada pela vida, reveladora de uma imaginação inesgotável e de uma criatividade absolutamente singular.

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Luís Fernando Graça

Artista PlásticoFormador Certificado pelo IEFPMotivaçãoe Crescimento PessoalEditor da revista Akn-Online

Façamos diferente...

www.luisfernandograca.com

Por vezes, algumas pessoas parece que sentem algum prazer em ofender ou a menosprezar os outros. Mesmo algumas que tiram “níveis de Reiki” e colecionam diplomas como quem toma “Smarties”, como se o facto de terem dinheiro para a formação lhes desse uma nova alma e conhecimento espiritual. Nem sempre reajo bem a esse tipo de situação, não sem ficar perturbado. Aliás, até porque, a perturbação faz parte da maquinação de quem ofende, agride, violenta e mente.

Algumas pessoas acham-se com o direito de dar opiniões negativas ou pejorativas sobre nós, inventar situações para encobrir a verdade, quando na realidade só o fazem por se sentirem inferiores, mal amados apesar de tudo o que possuem e por vezes sabe-se lá como o possuíram, mas é um sentimento do qual não temos culpa absolutamente nenhuma.

Há uns anos a esta parte, aprendi a dar às pessoas, a importância que elas merecem e assim consigo equilibrar os meus sentimentos e as minhas mágoas, com muito custo, é certo e nunca à primeira tentativa.

Um dos mentores que tive e ainda tenho, sempre me alertou que “as pessoas e as situações, só têm a importância que nós lhes damos”, senão vejamos:

Lisboa, 7.00 da manhã, entrada da cidade onde cada automobilista parece servir-se do carro como “armadura” e enfrenta a estrada como se de um “duelo medieval” se tratasse.

Chego a pensar que alguns nem dormem, só para viver aquela adrenalina das 8 da manhã. Buzinam, tratam mal os outros como se fossem os donos da estrada e se você se lembra de fazer um pequeno disparate, começa a sentir na pele uma situação ainda pior do que “automobilista pacato”, que é o do “árbitro de futebol”, até porque a pessoa mais falada no campo de futebol é a mãe do árbitro, como se sabe.Estas situações stressam e estragam os dias a quem, na “paz dos anjos” decidiu enfrentar a cidade e o seu emprego, mais um dia.

Tenho amigos, que chegam a tremer de tanta “raiva”, contam histórias e dizem que faziam, aconteciam, etc…

Existem pessoas que não nos dizem absolutamente nada e que nos “tiram do sério” o resto do dia, por vezes, até dias.

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Imaginem um colega de trabalho que por inveja ou icompetência, fala mal de um trabalho nosso ou uma atitude nossa,ou ainda faz noticia de um erro nosso e como este, existem outros milhões de exemplos ou então, pior ainda, fazem nossos, todos os seus defeitos e apontam-nos.

Eu tento dar a importância exata que as situações têm, ainda não consigo a 100 por cento seguir o velho samurai, até porque não sou perfeito, mas tento ser melhor:

Reza a lenda que existia um velho samurai, que apesar da sua idade se encontrava em perfeitas aptidões físicas e que era invencível.

Mesmo idoso, dedicava-se a ensinar a arte Zen aos jovens.Certa tarde, um guerreiro conhecido por sua total falta de escrúpulos apareceu por ali. Queria derrotar o velho samurai e a u m e n t a r s u a f a m a .O velho não aceitou o desafio e o jovem c o m e ç o u a i n s u l t á - l o .Atirou-lhe pedras, cuspiu na sua cara, insultou-o aos gritos, ofendeu seus ancestrais.Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível.No final do dia, sentindo-se já exausto e humilhado, o guerreiro retirou-se.Os alunos, surpreendidos, perguntaram ao mestre como ele conseguiu suportar tanta indignidade, tanta ofensa.

Ao que o velho mestre explicou- Se alguém chegar até vocês com um presente, e vocês não o aceitarem, a quem p e r t e n c e o p r e s e n t e ?- A quem tentou entregá-lo, respondeu um d o s d i s c í p u l o s .- O mesmo vale para a inveja, a raiva, a ignorância, as ofensas e os insultos. Quando não são aceites, continuam a pertencer a quem os trouxe consigo.

E assim conseguiu dar mais uma lição a seus discípulos.

Sendo assim, mentalize-se, a paz interior e a consciência tranquila é um sentimento seu e de mais ninguém, só você o pode criar, só você o pode destruir, não deixe que os outros decidam como vai correr o seu dia ou a sua vida, não lhes dê esse poder.Alguém sábiamente um dia escreveu: "Nunca discutas com gente ignorante e mentirosa, pois desces ao nível deles e perdes por falta de experiência."

Tudo na vida só tem a importância que você lhe dá!

Seja Feliz, á sua maneira!

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Para situar a questão, o Zen é uma das escolas do Budismo e foi desenvolvido no Japão, a partir do Ch'an chinês. Isto quer dizer que o Zen é uma religião e ao mesmo tempo uma filosofia essencialmente prática. A palavra Zen é traduzida em geral por meditação, contemplação e o mais acertado é concentração.

Assim e dentro desta filosofia, as artes sempre tiveram um papel importante, de modo que me vou debruçar um pouco sobre a pintura Zen e também a sua influência na arte do ocidente.

A pintura Zen encontrou sua forma de expressão mais típica na pintura a nanquim. Sendo o Zen Budista, as pinturas realizadas pelos monges têm sempre uma intenção religiosa e retratam muitas vezes a sua vida monástica e também o mundo natural, por outro lado utilizam a caligrafia (Shodo), arte milenar que utiliza os caracteres da caligrafia japonesa como forma de expressão artística. "Sho" significa caligrafia, escrita e "Do" quer dizer caminho.

No entanto e deixando de lado o aspecto religioso, a pintura Zen tem sido praticada por muitos artistas que buscam no Zen a sua filosofia, ao longo dos séculos. Ainda antes de existir a escola Zen japonesa, já na China era utilizada esta forma de pintura, ligada à meditação Ch'na e mesmo ao Taoísmo chinês.

Assim e desta forma, existem determinados princípios utilizados na pintura Zen, que determinam a sua autenticidade. São eles e a simplicidade, a singeleza e objectividade. De modo que, as obras devem transmitir tranquilidade o que favorece a meditação, além de nos remeter para um estado natural, primitivo e de espontaneidade. As obras são de uma apurada sensibilidade, onde podemos descobrir coisas extraordinárias do dia-a-dia, podendo também e muitas vezes, ser utilizado um toque de humor e tudo isso, está acumulado numa síntese única, na História da Arte.

por Victor Lages

Pintura Zen

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artistas!

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S h i n ' i c h i H i s a m a t s u , f i l o s o f o contemporâneo e profundo conhecedor do Zen, ressaltou sete particularidades que caracterizam uma obra de arte Zen, no seu livro “Zen to bijutsu”. São elas: assimetria (fukinsei), singeleza (kanso), altivez desafectada (koko), naturalidade ou evidência (shizen), profundidade abissal (yugen) desapego (datsuzoku), quietude, serenidade interior e equilíbrio (seijaku).

Um dos principais objectivos do Zen, se é que existem objectivos, é o facto de ser um caminho onde as regras, se é que existem regras, são pessoais, tudo depende da experiencia individual, nada pode ser ensinado ou aprendido e sempre que se pretende explicar o Zen, ele deixa de o ser. Isto é a ideia geral, deste pensamento religioso ou filosófico, que só pela experiencia vivida e pessoal, se pode também compreender e sentir o chamado “vazio” (mu), transmitido pelo o Zen.

É neste contexto que o Zen chegou à América e à Europa nos princípios do século XX, numa altura em que estavam a ocorrer várias transformações sociais, politicas, artísticas e culturais em especial na Europa, como é o caso do surrealismo. É então que muitos artistas, poetas e escritores, em contacto com esta “nova” filosofia, encontram matéria para desenvolver novas ideias estéticas e formas de estar na vida. Isto porque a liberdade mental deste pensamento, provocou em muitos artistas, como que uma contra cultura, de modo que em muitos casos, em vez de liberdade tornou-se libertinagem.

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Mas além do surrealismo que sofreu alguma influência deste pensamento vindo do Japão, surge também o expressionismo abstracto, que explora a espontaneidade e gestualidade da pincelada, tal como a pintura e caligrafia Zen. A influência da arte Zen na arte expressionista abstracta moderna é notória e esta tem sido também utilizada no campo da moderna arte-terapia expressiva. Por sua vez o conceito não figurativo do expressionismo abstracto, imita o processo de atingir a iluminação de acordo com os ensinamentos Zen, em que o julgamento precisa ser suspenso e qualquer pensamento é para ser questionado. Enquanto uma imagem representativa imita um pedaço de vida, que foi congelada no tempo.

A imagem de um círculo pintado gestualmente por um artista ou monge é um símbolo marcante da arte Zen. Esse círculo (ensō), representa o momento, quando a mente está livre para simplesmente deixar os sentidos criarem. O círculo, simboliza iluminação, força, elegância, o universo e o vazio (mu); também pode simbolizar a própria estética japonesa. Como é uma expressão do momento, é frequentemente considerado uma forma de arte expressionista.

A pintura Zen caracteriza-se também pelo espaço vazio e essa parte vazia é tão importante ou mais, que a própria pintura, porque o vazio é o princípio de tudo e nele tudo encerra, por isso é um vazio criativo e o minimalismo, outra expressão artística, nasce desta ideia de espaço vazio.

Entre muitos artistas que sofreram a influência do Zen, destaco um dos mais importantes artistas ocidentais dos últimos tempos e que se dedicou ao gestualismo e expressionismo abstracto, é o espanhol António Tapias. Por sua vez Eurico Gonçalves artista português, pintor surrealista, professor, critico de arte, ensaísta e escritor de livros de arte como: “DáDá-Zen pintura escrita” e muito mais se pode dizer sobre ele e sua obra, é uma referência na arte moderna portuguesa e um profundo conhecedor da filosofia e arte Zen.

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NOITES COM A FOTOGRAFIA

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ho

ras

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bo

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TécnicaTeoria

PráticaIniciação de fotografia de

retrato e estudio

Inicio a 2 de julho de 2012

Amadora

Jorge AlvesFotógrafo

O Olhar do Fotógrafo e a Composição

Tal como em qualquer expressão artística a fotografia tem a marca do seu autor. Tem? Ou deveria ter? Quando se chega a um patamar em que a fotografia tem a nossa marca é porque amadurecemos muito com fotógrafos ou como artistas. Não falo em fotografar sempre o mesmo tema. Isso recuso se não estou para aí virado. Já me chega fazer as idiotices que os chefes obrigavam. Um dia fui fotografar um casamento e noivo disse: “O que eu gostava de ter era a fotografia da minha noiva no forro do casaco” E eu disse-lhe: “Ahh??? Enganou-se na escolha do fotógrafo!”A fotografia tem a marca da nossa visão do mundo. Da nossa abordagem pessoal. A fotografia, tal com outra arte é comunicaçãoA formação é decisiva para a linguagem pessoal.A composição é algo muito importante na captação de uma imagem e é composta por regras. Mas as regras, na arte, servem para se r desa f i adas e , mu i t as vezes u l t r apassadas . Os i novado res e experimentalistas quebraram as regras. Se gosta de uma cena fotografe-a, seja o que for que as regras digam sobre o assunto.

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4) São as cores que dão o clima apropriado. As cores quentes transmitem energia, os tons frios dão um espeto harmonioso e estável.

Casamento ao por do sol

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3) Deve ter fundo simples para não criar ruído ou confusão e não “roube” a atenção do assunto principal;

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2) Quando fotografa pessoas deve ter em atenção não “cortar” as articulações;

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No entanto deixo aqui algumas dicas base que são muito importantes:

1) A imagem deve ser simples para manter a atenção do espetador sobre um assunto;

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Jorge AlvesFotógrafo e Formadorwww.jorgealves.nethttp://jorgealvesfotografia.blogspot.com/http://www.facebook.com/jorge alves fotógrafo

6) Os tons escuros são mais pesados que os claros;

7) Como disse acima a simplicidade é muito importante. Por isso evite colocar elementos desnecessários. Cada elemento deve representar algo e fazer parte do conjunto.

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5) O tamanho dos objetos também tem um peso visual;

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A Pergunta

A Pergunta existe desde o início dos tempos. Está já feita, formulada, cifrada nos impenetráveis caracteres com que se escreve a Natureza. Jaz, latente em cada brilho tépido de luz, em cada tímida anunciação do vento, em cada escoar inconsequente de água; ex is te dissimulada na substância de cada palavra, nos gestos, nos olhares que são como caves fundas em que tudo se guarda na sombra impenetrável de caminhos que se não conhecem. A Pergunta urge, indestrutivelmente una, infinitamente fragmentada, uma só e no entanto várias.Nascer é a primeira aula de uma aprendizagem que nunca termina; a existência uma espécie de concessão temporária em que, munidos de um corpo e por isso capazes de influir no mundo físico, podemos contribuir na medida na nossa limitação para descobrir que interrogação é a que nos move. Vivemos como parte de um grande desígnio que nos impele na procura de um qualquer sentido, a causa primeira e última de tudo o que é, foi ou será. O nosso propósito é, paradoxalmente, a busca dele. O Inverno não é senão a anunciação da Primavera, o Verão mais não é do que o inexorável sinal de um Outono vindouro, e assim cíclicamente, um suceder perpétuo de causas que são os efeitos que as causaram, um ressurgir eterno de velhos indícios que se renovam ao soar trovante do bombo que há-de anunciar a chegada da Verdade enfim – e novamente a Pergunta, sempre a Pergunta, sempre o porquê que paira como o motivo para sempre inextricável.

Talvez que a Humanidade seja uma legião de servos temporariamente recrutados para chegar à formulação da Pergunta, para que, por via dela, comece a suspeitar vagamente da solução. Pode ser até que o Homem seja ele mesmo uma Interrogação, meia vida para descobrir a Pergunta e outra meia para começar a esboçar a resposta.Do que julgamos de ciência certa saber, dir-se-á que a certeza nada mais é, afinal, do que uma pergunta sem ponto de interrogação – dispensa o adereço do curvilíneo grafismo porque ela própria é já uma linha contorcida na forma do famigerado sinal. Tememos a dúvida; e, imbuídos desse temor que nunca em nenhum tempo nos saiu do encalço, julgámos que a certeza era o porto de abrigo onde devíamos acolher-nos. Evitamos a Pergunta porque tememos a resposta; sabemos, de um saber que nos vem inscrito no mais fundo de sermos h u m a n o s , q u e e n q u a n t o a desconhecermos teremos pela frente caminho para caminhar, solo firme que percorrer, e que no fim, no ocaso derradeiro de tudo o que é, o Universo termina com um ponto final.Todas as pessoas são um porquê. Todas as pessoas são um porquê?

Mariana Maia de Oliveiratem a palavra...

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Ana Isabel Andrécontos da suíça...

...correu!...Por duas vezes quase caía. De repente assaltou-lhe um medo brutal, que a fez estremecer até á medula. Era aquele cão, que não parecia deste planeta, aqueles olhos ferozes...ficou com medo de que o cão lhe aparecesse e desta vez ela não teria tempo para nada!...Não haveria de ter tempo para memórias de infância!

Voltou, não a correr, mas de passo apressado, também porque se fazia noite e ameaçava chover...de repente a floresta vestiu-se de tule negro, e o silêncio em simbiose com a sinfonia do rio, que se lançava rápido, pedra sobre pedra, fê-la parar. Ficou quieta. Do céu vinham as estrelas, que de tão brilhantes faziam esquecer qualquer sensação de medo e o tule negro começou a desvanecer-se e , como se fosse manhã, do céu cresceu uma lua tão forte e intensa que se podiam ver as crateras...as copas das árvores ficaram tão iluminadas que as aves noctívagas esvoaçaram, á procura de um qualquer outro ramo ou toca que lhes desse escuridão! Tudo se transformou. Blue perdeu-se, como que em transe, esqueceu-se se era dia ou se era noite, foi caminhando sem norte nem sul, não sabia onde estava, não fazia a mínima ideia, de todo! Casa alguma, nem vê-la...já nem ouvia o rio.

S e n t i a - s e p e r d i d a . M a s n ã o completamente.

Blue sentia-se protegida e lembrou-se dos tempos em que se reunia com um grupo de pessoas, amigos e conhecidos, na maravilhosa e majestosa Serra de Sintra, e que depois de fazerem uma caminhada por um trilho só por eles conhecido, juntavam-se para dançar ,com os seus deuses e deusas! Era um delírio!...Eram fins-de-semana inteiros, divinamente em harmonia com a natureza, com a música e com a dança!!! E esse bicho tinha-lhe ficado, acreditava , para todo o sempre!...Parecia-lhe ouvir música, mas donde, senhores?? Caramba, não estou a a l u c i n a r . . . n ã o f u m e i nada.....wawwwwww......tomara! Sempre teria uma desculpa. Agora assim, estou cheia de ar puro! E oiço música!...E vozes! Ai, meu Deus querido, estarei salva?...gente por perto...Levará aquela voz para além da morte.O que faz aqui a esta hora sozinha? Não me diga que está perdida? Mas não me parece nada ser do tipo de pessoa que se perca ...aventureira, talvez.Blue continuava de costas, sem nada balbuciar. Tentava apanhar a frequência da voz. Nada do que dizia aquela voz combinava com a frequência emitida. A frequência emitida era recebida em forma de ondas de paz e o que dizia a voz tornava-se uma frequência distorcida da realidade, da leitura de Blue.

Nome : João Vicente

Idade: 40 anos

Viagens favoritas: Nova Zelândia, Tibete, Nepal, Cuba, Índia, China, México, República Checa, Brasil.

Vivo com uma frase em mente – “No meio da dificuldade, vive a oportunidade”, Albert Einstein – e é assim que quero continuar a crescer!

Nasci em Lisboa mas não sou alfacinha, sou português. Já vivi em bastantes cidades deste jardim, mas acabo sempre por voltar a Lisboa. Nostalgia? Não sei. Necessidade de mudança? Talvez.

Comecei a viajar bem cedo, com a família, depois com os amigos e mais tarde profissionalmente. Agora viajo para viver e para fotografar sensações, para resumir, num amontoado de pixéis, todo um povo, um local, uma cultura ou um país. A cada viagem que faço a vontade de mudança leva-me para mais longe, por mais tempo, para sítios mais inóspitos, para aventuras m a i s a u d a c i o s a s .

Para os amigos “viajantes” sou o Johni Walker. E não, não bebo! Caminho, caminho mais e mais, em direcção à

perfeita, tal surfista em busca da onda.

As minhas exposições foram em casa, à família e aos amigos, os maiores críticos que pode haver! E ofereço, ofereço muitas, por toda e nenhuma razão. Sinto que ofereço parte de mim.

fotografia

João Vicentetodo mundo numa lente

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Como nasceu em ti esta necessidade de viajar?

Pergunta que nunca tinha pensado.....O viajar para mim significa liberdade, crescimento e desafio.Como são todos "valores" que me guiam, penso que seja por isso que viajo. Para sentir-me conectado com os meus valores. E como comecei a viajar muito cedo com os meus pais, ajudou também. Depois foi só ir aumento o nível de desafio (tempo, distância, tipo de viagem, país...)

Tibete Lhasa Potala Palace 2009

Também publico no Facebook chegando assim aos “amigos” deste mundo.Tive a minha primeira máquina fotográfica aos 8 anos, uma AGFA 108. Perto dos 14 anos recebi uma Kodak Discman e depois herdei do meu pai a primeira 35mm. Comecei nas máquinas digitais já neste século, com uma Sony e uns anos depois passei para uma Canon Powershot S5IS. Em 2008 mudei para a Nikon D80...e agora somos amigos inseparáveis!(tenho um caso paralelo com uma Nikon P7000..mas a D80 não sabe...eheh!) Qualquer uma delas está em casa, feita peça de museu, para um dia deixar a alguém...alguém que goste!E no meio desta dificuldade que é crescer e envelhecer, vivo a oportunidade que tenho de ser feliz, de fazer o que gosto e deixar algo através do que fotografo.

João Vicente

Nova Zelan̂dia Auckland 2007

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Tens um companheiro de viagem ou normalmente viajas sozinho?

Nunca viajei sozinho. Viajo em grupo ou a dois. Na última viagem que fiz, 3 meses pela América do Sul, o meu companheiro foi o Alexandre Costa, outro amante da fotografia. De facto ele continua em viagem, está na América Central neste momento.

O que te move?

É um projecto que temos chamado "Olhando pelo Mundo", que pretende produzir um livro sobre "o nosso olhar" do continente americano em fotografias! São 16 países com início na Argentina, Ushuaia e termino no USA, Alaska.

Pode ser acompanhado no site:www.olhandopelomundo.com

A máquina fotográfica é tua companheira de viagem ou por vezes és apenas um operador de maquina fotográfica à procura de motivos para fotografar?

Tem dias. Nuns é ela que me comanda e eu sou um prolongamento dela. Noutros fotografo apenas para registo.Mas sim, não me imagino a viajar sem ela. Como costumo dizer: " Não há fotografia sem viagem, nem viagem sem fotografia. Quando há sintonia, uma fotografia é uma viagem.

Qual é a tua viagem de eleição?

Tenho várias! Não consigo escolher só uma.Cada uma teve o seu ponto forte. Como são motivos e objectivos diferentes em cada uma, as sensações também são diferentes. Mas posso eleger: A Nova Zelândia pelas paisagens; O Tibete/Nepal pela aventura; A India pelo choque;

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És voluntário da Associação de Médicos Internacional (AMI). Fala-nos desse projeto.

O livro que vamos editar do projecto "Olhando pelo Mundo" tem uma parte da venda do mesmo que reverte a favor da MdM (Médicos do Mundo).É simples. Como qualquer organização precisa de fundos. Mas para conseguir angariar fundo necessita de "mostrar" o trabalho que fazComo não tem dinheiro para pagar a um fotógrafo profissional, recorre-se de voluntários (como em outras áreas).O Alexandre que viaja comigo já era voluntário e levou-me a aderir também a esta causa. Assim quando precisam e em função da nossa disponibilidade, vamos aos eventos/accções que eles organizam, fotografamos o que conseguimos e nos fim gravamos tudo num DVD e entregamos-lhes.

Relata-nos um episódio que te tenha feito ver o mundo com outra "objetiva".

Himalaias, Tibete,.furo no pneu do jipe onde seguíamos. A caravana parou para trocar o pneu e vindos do nada começaram a aparecer crianças. Muito magras,sujas...uma delas sem roupa. Começaram a pedir comida! Oferecemos o que tínhamos, bolachas. Tinham as mãos cheias de lama. Aos poucos percebemos que estavam a fazer tijolos de "barro" para construir casas. Tinham o olhar vazio, sem esperança....mas trabalhavam para poder sobreviver ao inverno que havia de chegar.Não conseguimos comunicar mais com elas. Apenas sentir alguma da dor que tinham e dar-lhes um pouco do que tínhamos para dar. No fim deixaram-nos fotografá-las. Tenho a foto na minha sala...todos os dias me lembro delas.

Tibete 2009

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Nova Deli 2010

Quantos países já atravessastes?

Ui! Cerca de 30, posso ir contar e depois digo-te o número certo.(risos)

Que viagem te falta fazer?

Muitas..... é dificil dizer qual, mas como desejo ir a muitos sítios ainda, vou pensando numa de cada vez!Há alturas de zona asiática......este ano foi américa do sul....quem sabe onde me levará o próximo desafio.

O que importa para ti na fotografia?

Sentir. Mais do que mostrar aos outros, voltar a olhar para ela uns meses ou anos mais tarde e voltar a sentir, voltar a viver o que vivi quando a tirei!

Que dirias a alguém que se iniciasse agora nas viagens e na fotografia?

Imagina que tenho neste preciso momento um rapaz do Nepal, que foi meu guia no trekking a meter-se comigo no Skype.....é o que dá fazer amizades nestas viagens! Dei-lhe as minhas botas no fim do trekking, as dele já andavam com fitas cola há dois dias.Diria que não há viagem perfeita, nem fotografia perfeita. Apenas que há o sentir e o querer viver. Sem isso não se pode viajar nem fotografar. As viagens vão fazendo um "rasto" de amizades que de quando em vez dão-nos uma surpresa.

O retorno que temos é saber que "ajudamos" e se alguma foto nossa for publicada ele fazem referência ao autor.É u m a f o r m a d e v o l u n t á r i a d o diferente.....mas é bom juntar a paixão à solidariedade.

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Já agora, que preparação psicológica tens antes de viajar para destinos como a India ou o nepal onde vais e n c o n t r a r a c h a m a d a pobreza extrema?

A preparação física, de caminhada. Como íamos fazer um trekking de 14 dias nos himalaias a grande altitude, o que fizemos foi fazer uns "passeios" por aqui em Portugal. Andámos na serra da estrela, no douro e tejo internacional.Psicológica não. Espírito aberto e estar disposto a aceitar que eles são diferentes. Que não somos nós os certos e eles os errados. Somo todos diferentes, mas todos iguais no que queremos ....viver!Na Índia complicou-se não pela parte psicológica, mas porque passei mal fisicamente com a comida. Uma des in te r ia ho r r i ve l , que dá fraqueza.......e nem vontade de fotografar dá......Imagina tu que estava tão fraco que no dia de ir ao Taj Mahal, estive para não sai r do hote l . . . . . . . . .mas "obrigaram-me"...e ainda bem que o fizeram. Depois da visita voltei para o hotel, mas já muito melhor! Por vezes temos de esticar a corda.....ela não parte...nós é que temos medo de a esticar! A Índia foi o pior e o Nepal foi uma boa preparação para a ÍndiaPara o Nepal a única preparação que tive foi ler muito, pesquisar na internet, falar com pessoas que já lá tinham estado.Só faz sentido ir a estes sítios com algum conhecimento do que vamos ver. Das suas di ferenças e peculiaridades.

Vais deixar de viajar?

Não! Não me consigo imaginar sem viagens, nem sem máquina. Se viajar consigo sentir, mesmo que não fotografe! Mas as fotos em viagem têm outro sabor, são tiradas sem stress, num espírito de calma e comunhão com o meio onde estou e as pessoas.Não sinto a mesma vontade de fotografar quando estou "fechado" em Lisboa. Parece que me bloqueia.....apesar de tb gostar de fotografar cidades e os seus pormenores.

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Nova Zelan̂dia Auckland 2007

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Tu és um entusiasta pelo Crescimento Pessoal, mas não existe melhor curso do que estas experiências, não achas?

Certo! O complemento da vida multifacetada que ganhamos com estas viagens faz perceber e aplicar muito melhor todas as ideologias do coaching e filosofias de crescimento pessoal.Não é fechado em casa que crescemos...é contatando com os outros, experienciando e "esticando a corda" que evoluímos enquanto seres humanos. Estas viagens fazem-nos sair da nossa zona de conforto. É passando por "desconforto" que conseguimos alargar os nossos horizontes.

Luís Fernando Graça

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Nepal Kathmandu 2009

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