ajes - instituto superior de educaÇÃo do vale do...
TRANSCRIPT
AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO
INFANTIL
Escola Municipal Juscelino Kubitschek de Oliveira: A aprendizagem pelos textos literários nos anos iniciais do ensino fundamental
AUTORA: Edite Nunes MartinsORIENTADORA: Profa. Ma. Marina Silveira Lopes
ALTA FLORESTA/2010
AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO
INFANTIL
Escola Municipal Juscelino Kubitschek de Oliveira: A aprendizagem pelos textos literários nos anos iniciais do ensino fundamental
AUTORA: Edite Nunes MartinsORIENTADORA: Profa. Ma. Marina Silveira Lopes
Trabalho apresentado como exigência para a obtenção do titulo de Especialista em Psicopedagogia com ênfase em Educação Infantil.
ALTA FLORESTA/2010
AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO
INFANTIL
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________ORIENTADORA
PROF.ª Ma.MARINASILVEIRA LOPES
AGRADECIMENTOS
A Deus pela minha vida, saúde e força nas horas difíceis.
Em especial, a todos os meus professores que tanto contribuíram para a
prática pedagógica.
EPÍGRAFE
“O homem, como um ser histórico, inserido num permanente movimento
de procura, faz e refaz constantemente o seu saber”.
FREIRE, P. (1986, p.16).
RESUMO
Percebe-se, atualmente, que o ensino nos anos iniciais do ensino fundamental ocorre
de forma fragmentada e que se faz uma indissociação do ato de ler e escrever. Os
alunos muitas vezes são alfabetizados, mas não letrados. Neste sentido percebe-se
uma preocupação em relação à organização dos textos, principalmente nas séries
iniciais que é à base de toda formação. O ato de ler é usualmente relacionado com a
escrita e, o leitor visto como decodificador da letra. No entanto, não basta decifrar
palavras para acontecer à leitura como verificaremos no decorrer desse trabalho e que
de acordo com alguns pensadores referentes ao tema que, o ato de ler vai além da
escrita. Entretanto, quando se fala em construção de conhecimento, não há como
preceder da vida afetiva, daquela que faz parte da vivência particular de cada ser. Mas,
é com esta forma de viver constituída nas experiências acumuladas, que se processa a
“leitura” do texto, independente de sua natureza. A leitura permite uma compreensão
maior dos fatos, da história, da vida e da leitura de mundo, além de ter a função de
auxiliar a formação do indivíduo e ampliar seus horizontes e suas perspectivas. Dessa
forma, este trabalho procura verificar a melhor forma de se ensinar a produção de
textos nas séries inicias do ensino fundamental por meio de uma aprendizagem mais
significativa.
PALAVRAS-CHAVE: Letramento, Organização de Textos, Metodologia.
LISTA DE FIGURAS
Figura 01: Fachada da Escola Juscelino Kubitschek de Oliveira................................. 29Figura 02: Refeitório e Salas......................................................................................... 30
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01- Organização e reestruturação dos textos em sala de aula.........................33
Gráfico 02- Metodologia para a organização de textos na sala de aula........................35
Gráfico 03- Hábito de leitura dos alunos em sala de aula..............................................36
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................................11CAPÍTULO 1 :LINGUAGEM: PROCESSO DE INTERAÇÃO E COMUNICAÇÃO
1.1 Linguagem Verbal..............................................................................................12
1.2 Concepções do Processo de Letramento..........................................................13
1.3 A Leitura na Escola............................................................................................17
1.4 A Literatura infantil e o seu uso pedagógico......................................................19
CAPÍTULO 2 : A ORGANIZAÇÃO DE TEXTOS NAS SÉRIES INICIAIS2.1 A Prática na Organização de Textos..................................................................22
CAPÍTULO III: LEITURA: UMA PONTE ENTRE O SONHO E A REALIDADE 3.1 Concepções de Leitura......................................................................................25
3.2 O Leitor Ideal......................................................................................................27
CAPÍTULO IV: O MUNDO DA LEITURA E O TRABALHO DE CAMPO: UMA COMBINAÇÃO PEFEITA
4.1 Metodologia........................................................................................................28
4.2 Local da Pesquisa..............................................................................................28
4.3 Análise e Discussão dos Dados.........................................................................30
CONCLUSÃO.................................................................................................................39
REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO.................................................................................40
ANEXOS.........................................................................................................................43
INTRODUÇÃO
A leitura de livros tem sido um dos meios de comunicação mais barato e de livre
acesso a todos os seres humanos. Seu uso é favorável a qualquer nível: social,
econômico e cultural. Entretanto, quando se fala em construção do conhecimento, não
há como preceder da vida afetiva, daquela que faz parte da vivência particular de cada
ser e é com esta forma de viver constituída nas experiências acumuladas, que se
processa a leitura de textos, independente de sua natureza.
A leitura permite uma compreensão maior dos fatos, da história, da vida, além de
ter a função de auxiliar a formação do indivíduo ampliado seus horizontes e suas
perspectivas.
Percebe-se que a sociedade na qual interagimos muitas vezes nos induz a
valores ideais tentando manter uma tradição cultural que não condiz com a nossa forma
de pensar, mas sim de sociedades emergentes. Nesse caso faz-se necessário
aprender a ler o mundo, desenvolver uma posição crítica expondo nossos valores e
ideias sobre ele.
Tendo em vista a necessidade de ampliar o conhecimento acerca do ensino da
língua portuguesa, abordando especificamente a organização de textos nas séries
iniciais, foi proposto realizar uma pesquisa bibliográfica, como forma de sanar dúvidas e
encontrar soluções teóricas como forma de amenizar conflitos existentes neste contexto
educacional, buscando conhecer as concepções do processo letramento, conhecer as
diversas formas sobre a organização de textos nas séries iniciais; e verificar também
como os professores organizam os textos e qual a metodologia de trabalho que é
utilizada.
No decorrer deste trabalho será apresentada a fundamentação teórica, a qual
aborda temas como, Linguagem: processo de interação e comunicação, linguagem
verbal, concepção no processo de letramento, a leitura na escola, a literatura infantil e o
seu processo pedagógico, a organização dos textos nos anos iniciais, a prática na
produção de textos, leitura: uma ponte entre o sonho e a realidade, concepção de
leitura, o leitor ideal, o mundo da leitura sob a ótica do trabalho de campo, metodologia
e análise e discussão dos dados, conclusão e as referencias bibliográficas.
CAPÍTULO 1: LINGUAGEM: PROCESSO DE INTERAÇÃO E COMUNICAÇÃO
1.1 LINGUAGEM VERBAL
A linguagem verbal é uma das formas sociais de comunicação e de significação
que se diferencia das demais por ser uma linguagem de sons, articulada. Por meio
dela, aquele que fala (locutor) ou escreve (autor) faz ressurgir em seu discurso os
acontecimentos e as suas experiências, ou seja, coloca através da linguagem toda sua
experiência de vida frente aos fatos. Quando dizemos algo, (oralmente ou por escrito),
fazemos sempre em um determinado lugar, situação implicando na nossa condição
sócio-econômica-cultural, nossa história de vida. Por meio da palavra falada ou escrita,
mostramos aos outros as nossas idéias e pensamentos, comunicando-nos por meio
desse código.
Da mesma forma, aquele que ouve (ouvinte) ou lê (leitor) nossa fala, nosso
discurso, apreende o que lhe foi transmitido capturando conhecimento.
Ao se estabelecer esta troca entre ambos, aconteceu o exercício que é inerente,
próprio da linguagem: o diálogo, que segundo com Bakhtin (1986) refere-se ao ato do
discurso que constitui dupla função: para o locutor (escritor) representa a realidade e
para o ouvinte (leitor) recria a realidade. Corroborando com Bakhtin, a linguagem torna-
se, portanto o próprio instrumento da comunicação.
Para que haja, todavia a possibilidade de diálogo entre indivíduos, em que a
linguagem verbal é utilizada como meio para o processo de diálogo é indispensável um
suporte material para a realização: a língua.
Para Possari e Neder (2001, p. 34)
A língua é um sistema de normas produzidas socialmente e existe somente se relacionando à consciência subjetiva, isto é, própria dos indivíduos que participam da coletividade que está regida por estas normas. [...] As línguas só existem na medida em que se acham associadas a grupos humanos, elas não existem em si mesmas.
Portanto, todas as práticas sociais envolvem a utilização da língua. Se múltiplas
são as esferas de atividade humana, múltiplos são os usos da língua em todo o
contexto das relações humanas. As convenções, normas da linguagem, estão
estreitamente ligadas ao caráter histórico e social da língua. Por esta razão, Labov
(1964) apud Orlandi (1981, p. 101), classifica como comunidade linguística “um grupo
de pessoas que compartilha um conjunto de normas comuns com respeito à linguagem
verbal”. Ele chama, todavia, a atenção para o fato de que o conhecimento dessas
normas não faz com que as pessoas falem do mesmo modo. Daí a afirmação que
conhecer uma língua não é apenas conhecer formas ditadas pela gramática, mas sim o
valor social atribuído a ela.
Possari e Neder (2001, p.22) aludindo à Rubem Alves escrevem que “se o
dominado não dominar o que o dominante domina, continuará excluído do processo
social”. É por isso que, sem questionamentos, a norma padrão tem que ser ensinada
nas escolas. Independente da variedade geográfica ou social a que o aluno pertença, a
norma-padrão tem que fazer parte de seu repertório.
1.2 CONCEPÇÕES DO PROCESSO DE LETRAMENTO
"Alfabetizar-se não significa ler e escrever palavras, mas operá-las e transformá-
las em experiências de vida.” (POSSARI; NEDER, 2001, p.11).Contudo sabemos que o
objetivo da alfabetização é o domínio do ato de ler e escrever. Mas é preciso analisar o
que vem a ser ler e escrever, qual a sua origem, como a linguagem oral se estabeleceu
e qual a sua função no mundo. Possari e Neder (2001, p. 12) dizem que a
“alfabetização tem sido vista no sentido técnico de apenas codificar e decodificar sons,
grafemas, ou seja, é a aquisição individual de habilidades na leitura e escrita.”
Esse conceito é incompleto, pois estamos numa realidade social, onde não basta
somente a tecnologia de ler e escrever, mas como um processo de simbolização, onde
o indivíduo no decorrer de seu desenvolvimento passará a construir o que a escrita
realmente representa.
Para Neder e Possari (2001, p.48), "pertencer à cultura escrita significa, portanto,
a soma dos conhecimentos individuais no uso da leitura e da escrita." A escrita ora
pode difundir ideias, ora pode ocultar, garantindo o poder somente àqueles que a ela
tem acesso, pois as habilidades se desenvolvem ao longo da vida, à medida que
surgem obstáculos. A leitura “conduzirá à liberdade do espírito, à atividade intelectual
crítica e autônoma. Ou seja, conduzirá a uma consciência cartesiana, em que se
manifesta a razão equilibrada do sujeito universal." (POSSARI; NEDER, 2001, p.50).
A prática da leitura e a escrita é vista como instrumento de capacitação para a
competição. Então, ler e escrever representa uma forma de ser capaz de tirar proveito
tanto no espaço social, quanto nas situações profissionais. Assim, quanto maior o
contato com a escrita, maiores lhe serão a capacidade e a oportunidade do sujeito de
realizar tarefas.
De acordo com Possari e Neder (2001, p.65), ler “no processo interativo significa
escolher, optar, hibridar, decidir, montar, ressignificar”. São “atos pré-codificados – os
percursos são pré-ordenados, os resultados, dependem das leituras e são
imprevisíveis”.
Portanto, para compreender uma leitura não basta interpretar é preciso buscar o
contexto da situação, pois o texto consiste na interação e no sentido que cada um
atribui a ele, assim quem compreende faz relações possíveis trazendo referencias
anteriores.
Para Kato (1985 p.s/n)
A criança, quando começa escrever, já tem concepção de que texto é uma unidade formal e conceptual. Porém ela enfrenta o problema de ter de encontrar meios ou estratégias de segmentação do texto em unidades menores. É uma necessidade de a criança tornar seu texto claro e possibilitar que sua montagem seja facilmente entendida. Para que isso ocorra, ela utiliza estratégias próprias de coesão, que, entretanto, podem muitas vezes prejudicar o texto.
Então, ao produzir um texto o autor e leitores estão interligados no mesmo pelo
processo de interação. A função do autor é fazer com que o leitor participe da leitura e
participe também da produção de sentidos.
Os leitores, por meio de suas experiências, de seu padrão de vida cultural, isto é,
as formas de pensar e agir, suas crenças e valores, seu modo de viver; conseguem
adquirir sua cultura. No sentido amplo, Possari e Neder (2001, p.17) nos diz que “a
leitura é o canal que acessamos para conseguir informações e desenvolver reflexões
críticas sobre a nossa realidade”.
Quanto mais lemos, mais somos capazes de produzir argumentação elaborada
para entender o mundo. A análise da leitura enquanto refletir o mundo poderá ajudar e
muito na compreensão doe conflitos de uma sociedade que se organiza por auto -
exclusão dos menos favorecidos.
Silva (1987) tematiza a questão relacionada à transmissão da herança cultural,
que nos é legada por meio da escrita com a qual entramos em contato por meio do ato
de ler. Para ele, toda leitura teria que ser colocada com antecedente, algo de prazer.
Paulo Freire (1986) passou a sentir vontade de ler a partir do momento em que
sentiu necessidade de reviver sua história de vida, da experiência de reler a infância, a
adolescência, do momento de confrontar com a vida dos adultos diferente da sua.
Mediante essa concepção muitos não possuem essa condição do desenvolvimento
histórico, porque as minorias dos indivíduos não tiveram acesso à educação não tendo
condição de estudar e continua interrogar a escrita, questionar a respeito de si próprio,
sempre utilizando de meios de comunicação não exigem uma educação formal para
sua contestação, sendo desta forma alienada pela falta de leitura.
Spinillo e Roazzi (1988) colocam que a tarefa da escola é levar o aluno a
perceber o significado funcional do uso da escrita e da leitura, proporcionando-lhe o
contato com as várias maneiras como ela é veiculada na sociedade. Daí a relevância
de aproximar os usos escolares da língua escrita com o aspecto comunicativo dentro e
fora do contexto escolar.
O objetivo da escola sempre foi formar cidadãos capazes de “ler o mundo”. Por
isso, a literatura produz discursos orais ou escritos, adequados a diferentes situações.
Andaló (2000, p.48), afirma que
Para transformar nossas crianças em leitores competentes precisamos superar a concepção escolar da leitura como objetivo de ensino e sim como um processo desencadeado pela vontade ou necessidade do leitor em compreender os textos que estão à sua volta.
Embora estejamos no século das tecnologias, das informações pelas imagens, é
inegável a importância da necessidade da leitura, pois, além de desempenhar suas
funções informativas e recreativas a transmissão da nossa história, da nossa cultura e
das ciências, ainda se faz necessário o uso da linguagem escrita.
São muitas as instituições e grupos sociais de leitura e diferentes os textos que
circulam nessas instituições e grupos sociais. Obras teóricas, menos e mais complexas,
juntam-se em estantes de residências e até em bibliotecas escolares, e manuais
didáticos. Textos literários refinados acabam convivendo com escritos voltados ao puro
entretenimento.
O ato de ler é usualmente relacionado com a escrita, e o leitor é visto como o
decodificador das letras. Basta-nos, porém decifrar palavras para acontecer à leitura.
Como explicaríamos as expressões de uso corrente fazer a leitura “de um gesto, de um
uma situação; ler a mão”, “ler o olhar de alguém”, “ler o tempo”, “ler o espaço”,
indicando que o ato de ler vai além da escrita.
Portanto, o professor que adota livros no processo de ensino aprendizagem de
seus alunos, se torna responsável pelo ensino e o encaminhamento à leitura, levando o
mesmo a viajar no mundo das letras. Em outras palavras, a leitura precisa e deve estar
presente em todas as disciplinas oferecidas pelas escolas, e é por isso que podemos
dizer que o professore é extremamente importante na vida do aluno.
Os alunos não devem conhecer as leituras limitadas à escola, e sim perceber que
leitura deve ser ampla, não só em livros didáticos, mas também nos desenhos, leituras
de mundo, obras literárias etc.
1.3 A LEITURA NA ESCOLA
A leitura se estabelece como um dos maiores avanços na busca do
conhecimento epistemológico. É na leitura que a criança aprende desde cedo a
conhecer diversos gêneros textuais. Portanto, a leitura não pode ser encarada como
uma simples decodificação de signos ou uma atividade mecânica que determina uma
postura passiva diante do texto lido.
Freire (1985, p. 11-12) nos diz que
A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura não possa prescindir da continuidade da leitura daquela. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica na percepção das relações entre o texto e o contexto.
Portanto, devemos valorizar a leitura de mundo em todos os indivíduos. A prática
de leitura e escrita tem uma grande importância para o desenvolvimento da cidadania e
para a conquista profissional de todos numa sociedade alfabetizada. A leitura e a
escrita são instrumentos essenciais para o processo de ensino-aprendizagem, além de
ser o meio mais importante para difundir conteúdos e promover um aprendizado eficaz.
Entendo que, a decodificação da palavra escrita é uma necessidade óbvia,
porém constitui apenas a primeira etapa do processo da leitura criativa que leva o leitor
a imaginar, criar, viajar pelas páginas do texto. A decodificação permite a percepção do
assunto e o significado de tudo que foi lido.
Na aprendizagem da leitura na escola é muito comum a prática de se oferecer
uma interpretação pronta para o aluno, pedindo a ele que de respostas obvias retiradas
do texto, esse procedimento habitua a uma interpretação única do texto sem a
expressão da criatividade e da imaginação, que é um obstáculo á leitura escrita.
A leitura é uma atividade necessária em nosso dia-a-dia e não deve restringir-se
somente a finalidade de estudo. Os alunos pensam que a leitura é algo próprio da
escola e que é somente na escola que temos a obrigação de ler. É preciso que os
alunos entendam a importância da leitura. É preciso ler para se informar, para
participar, para ampliar os conhecimentos e alcançar uma compreensão melhor da
realidade do mundo.
O professor precisa ler o texto para que seus alunos possam ser envolvidos pelo
texto, servindo de referencial para o aluno. Ao trabalhar com projetos que privilegiam a
literatura na escola, promovemos a emancipação do saber, da interpretação com
perguntas e respostas, que tanto são usados pelos educadores como forma de avaliar
o rendimento do aluno quanto à leitura, mas que muitas vezes é pouco valorizado por
nós professores.
Debates, interpretações orais coletivas, estímulo à leitura crítica e comparativa,
dramatizações dos textos explorados, visitas à biblioteca, são sugestões a de
atividades que podem ser trabalhadas em sala de aula com os alunos, pois
desenvolvem no aluno a capacidade de pensar e de crescer culturalmente e
intelectualmente.
O papel da escola referente à leitura é de proporcionar ao aluno o prazer pela
leitura. Na opinião de Silva (1983, p.23) optar pela leitura é
sair da rotina, é querer participar do mundo criado pela imaginação de um determinado escritor. Ler é, basicamente, abrir-se para novos horizontes, é ter possibilidades de experimentar outras alternativas de existências, é concretizar um projeto consciente, fundamentado na vontade individual.
Para que tudo isso se efetive, é necessário que o professor exerça o seu papel
de mediador e estimulador, criando ambiente para a imaginação e participação desse
mundo imaginário, pois as competências da leitura e da escrita são instrumentos
fundamentais de qualquer instituição educativa. A leitura e a escrita constitui a
aprendizagem de base e funciona como a impulsionadora a todas as demais
aprendizagens escolares. O estímulo a leitura interfere, significativamente no
rendimento escolar, por isso, é relevante considerar o ambiente em que a criança
freqüenta, pois quando ele é alfabetizador melhores se expressam no êxito escolar.
O compromisso do professor comprometido com o aprendizado significativo do
aluno é importantíssimo, portanto, é necessário que se busque a construção de uma
prática pedagógica que seja reflexiva, criativa e critica, onde a participação direta e
efetiva do professor se faz necessário para uma real mudança no contexto escolar
principalmente quando nos referimos à alfabetização.
1.4 A LITERATURA INFANTIL E O SEU USO PEDAGÓGICO
A literatura infantil tem um papel importante na área pedagógico, principalmente
quando nos referimos ao desenvolvimento cognitivo da criança. A utilização desse
gênero literário, principalmente, nos anos iniciais quando se faz valer o trabalho de
socialização, de valores, a imaginação a sensibilidade da criança.
Ao trabalhar com textos recheados de encantamento nos faz perceber a
importante e a responsabilidade de todos os educadores em se trabalhar com literatura.
A infância é a melhor época para o indivíduo iniciar sua emancipação através da
da linguagem. É na infancia que o indivíduo revela o seu maior interesse pela leitura.
Portanto, é importante habituar a criança às palavras e a literatura.
São inúmeras as obras que fazem parte do universo infantil, entre eles, as obras
de Jean La Fontaine. Suas obras de fábulas, jogos lógicos de raciocínio é uma riqueza
de ensinamentos na área pedagógica.
La Fontaine foi autor de grandes obras como: “O Lobo e o Cordeiro”, “A Raposa
e o Esquilo”, “Animais Enfermos da Peste”, “A Corte e o Leão”, “O Leão e o Rato”, “O
Pastor e o Rei”, “O Leão, o Lobo e a Raposa”, “A Corte do Leão”, “Os Funerais da
Leoa”, “A Leiteira e o Pote de Leite”. Estas fábulas e outras trabalham com sentimentos
e formação de valores.
Os contos dos irmãos Grimm trabalharam com o mundo da fantasia, universo
fantástico, o mítico, encantando crianças do mundo todo.
Segundo Maciel (2008), Tzvetan Todorov considera a expressão literatura
fantástica como uma variedade da literatura ou, como se diz comumente, a um gênero
literário.
De acordo com Todorov, em "Introdução à literatura fantástica (2004)", o
fantástico é define como sendo "a hesitação experimentada por um ser que só conhece
as leis naturais, em face de um acontecimento aparentemente sobrenatural."
Na definição de Teles e Teles (2001, p.5) A literatura fantástica nasceu em
meados do século XVIII estendendo-se ao século XIX, quando a metafísica do real e do
imaginário adquire consistência com o positivismo. E se instaura na hesitação entre
essas duas extremidades.
Portanto, a literatura fantástica são textos que fogem do realismo, sendo
considerada uma dos mais antigos tipos de narrativas, tendo sua origem naquilo que
não pode ser explicado através da racionalidade e do pensamento crítico das pessoas.
Segundo Todorov,(1975, p. 60), “o gênero fantástico antes parece se localizar no
limite de dois gêneros, o maravilhoso e o estranho, do que ser um gênero autônomo”.
Assim, ainda segundo Todorov (1975), teríamos o gênero maravilhoso como o
sobrenatural aceito e o gênero estranho como o sobrenatural justificado. Então, se o
gênero fantástico se localiza no limite desses outros dois gêneros, ele ocorre na
incerteza: Ao escolher uma ou outra resposta, deixa-se o fantástico para se entrar num gênero vizinho, o estranho ou o maravilhoso. O fantástico é a hesitação experimentada por um ser que só conhece as leis naturais, face a um acontecimento aparentemente sobrenatural (TODOROV, 1975, p. 31)
Os textos referentes à literatura fantástica são caracterizados por um mundo de
criaturas vivas de mundos sobrenaturais e estranhos, dos sonhos, assustadores, com
acontecimentos surreais e fantasiosos que estimulam a imaginação e as emoções dos
leitores. Um exemplo de literatura fantástica muito lida nos dias de hoje são os livros de
Harry Potter de J. K. Rowling.
Maciel (2000) ainda complementa dizendo que, o vocábulo "fantástico" não
passa de derivado ou sinônimo de "fantasia" e "imaginação", que, por sua vez, estão
associados aos adjetivos "misterioso", "sobrenatural" e "grotesco".
A literatura fantástica foi e continua sendo as histórias mais lidas por crianças e
adolescentes em todo o mundo, pois transmitem emoção e prazer ao leitor infantil e
infanto-juvenil devido ao simbolismo implícitos nas tramas e o suspense que envolve os
personagens.
As principais obras dos irmãos Grimm foram: “A protegida de Maria”, “As
aventuras do Irmão Folgadão”, as famosas histórias de “Branca de Neve”, “Cinderela”,
“João e Maria”, “O Ganso de Ouro”, “O Príncipe Sapo”, “Rapunzel”, “Chapeuzinho
Vermelho”, “A Bela Adormecida”, “Os três fios de ouro de Cabelo do Diabo”, “Os sete
corvos”, “O lobo e as sete cabras”, “O alfaiate Valente”, entre outros.
As histórias dos irmãos Grimm, em meados do século XIX, fundiram dois
universos: o popular e o infantil. Foram eles que mudaram o final da história de
Chapeuzinho Vermelho, salvando a menina e a vovó da barriga do lobo que morre com
a barriga cheia de pedras que o caçador ali colocou.
Os valores trazidos em cada uma dessas obras têm um grande valor moral e
utilizada desde, então, pela pedagogia com a mesma finalidade que tem um grande
valor significativo para a formação da personalidade do individuo adulto.
Antoine de Saint-Exupéry (1900 – 1944) foi o autor do livro “O Pequeno Príncipe”
em 1943. Aparentemente seria um livro para crianças, mas que com seus mistérios,
enigmas e metáforas foram lidos por uma infinidade de adultos, devido sua linguagem,
seu simbolismo e mensagem transmitidas a todos, tornou-se ícone de uma geração.
Mais recentemente, temos as famosas obras de Stephenie Meyer com suas
histórias que misturam terror, suspense, romance e ação publicadas no início séc. XXI.
Os mais lidos no mundo são: “Crepúsculo”, “Lua Nova”, “Eclipse”, “Amanhecer”. Essas
obras foram lidas por muitos, principalmente o público infanto-juvenil, que
transformados em filmes trouxeram mais jovens para o mundo dos livros,
principalmente por serem histórias recheadas de ação, sentimentos, suspense,
personagens interessantes e com conflitos que, por muitas vezes se parece com os
sentimentos dos adolescentes de hoje.
Outras histórias que encantaram e encantam o mundo é Harry Potter e todos os
demais livros do seguimento da história escrito por Joanne Kathleen Rowling, uma
britânica que gostava de ler contos na sua infância.
Em 1997 Rowling escreveu Harry Potter e a Pedra Filosofal, 1998 – Harry Potter
e a Câmara Secreta, 1999 – Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, 2001 – Harry
Potter e o Cálice de Fogo, 2001 – Animais Fantásticos & Onde Habitam, sob o
pseudônimo de Newt Scamander ,2001 – Quadribol Através dos Séculos, sob o
pseudônimo de Kennilworthy Whisp, 2003 – Harry Potter e a Ordem da Fênix 2005 –
Harry Potter e o Enigma do Príncipe e 2007 – Harry Potter e as Relíquias da Morte.
Esse mundo imaginário, mágico e intenso alucina o público infanto-juvenil tanto
para a leitura dos livros quanto para assistir os filmes.
O trabalho pedagógico com a literatura infantil proporciona momentos prazerosos
pelos espaços de descobertas, conseguidas por meios da participação e colaboração
ativa do aluno leitor, possibilitando uma maior compreensão de si e do outro. Pela
literatura, o aluno poderá desenvolver suas potencialidades criativas e ampliar os
conhecimentos culturais, tomando consciência do mundo e a realidade que o cerca. A
criança aprende brincando em um mundo de imaginação, sonhos e fantasias.
CAPÍTULO II: A ORGANIZAÇÃO DE TEXTO NAS SÉRIES INICIAIS
2.1 PRÁTICA DE PRODUÇÃO DE TEXTOS
O sentimento muitas vezes nos faz lembrar os nossos tempos de estudante,
quando era preciso redigir dissertações. Hoje, no entanto, a escrita é um dos meus
instrumentos de trabalho mais importantes. Temos que escrever bilhetes ou cartas para
os pais; fazer relatórios de avaliação preenche diários de classe, redigir o planejamento
de projetos para a coordenação da escola ou para circular entre os colegas. Às vezes,
até produzir um artigo para o jornalzinho da escola ou secretaria de Educação.
Outro aspecto relevante na organização de textos na escola diz respeito à forma
de produzi-lo. Foi-se o tempo em que corrigir na escola significava apenas uma caça
aos erros ortográficos e de pontuação nos textos dos alunos feita pelos professores.
“Deve ser direcionado para os pontos que colaboram com os aspectos
discursivos, como clareza e coerência na hora na hora de contar uma história, e ser
feito sempre com a participação das crianças”. (NOVA ESCOLA, 2009, p.90). Elas
precisam fazer uma leitura crítica do próprio material, é importante desconstruir em sala
a história de que revisar faz parte da etapa final da produção.
As atividades lúdicas são essenciais no ensino aprendizagem, pois constroem
rico aprendizado, envolvendo as várias dimensões do desenvolvimento, principalmente
no que diz respeito à afetiva, a coordenação motora e os aspectos cognitivos.
O brincar para a criança possibilita situações imaginárias através de sua ação,
promovendo aspectos cognitivos. Há a necessidade de estar sempre desenvolvendo
atividades lúdicas, pois é no brincar que realmente a criança desperta seu
conhecimento.
A brincadeira é para a criança um espaço de investigação e construção de
conhecimentos sobre si mesma e sobre o mundo. Brincar é a forma que a criança
utiliza para exercitar sua imaginação, pois permite as mesmas relacionarem seus
interesses e suas necessidades com a realidade de um mundo que poucos conhecem.
A brincadeira expressa à forma com que criança reflete, organiza, desorganiza,
constrói, destrói e reconstrói o seu mundo. Portanto, a convivência de forma lúdica e
prazerosa com a aprendizagem proporcionará a criança estabelecer relações cognitivas
às experiências vivenciadas, bem como relacioná-la as demais produções culturais e
simbólicas conforme procedimentos metodológicos compatíveis a essa prática.
O lúdico é um fator didático importante e indispensável no processo de ensino
aprendizagem, o mesmo tem como objetivo, motivar os alunos.
Antunes (2001, p. 04) coloca que
[...] Os desafios contidos nas situações lúdicas estimula o pensamento e desenvolve a inteligência, fazendo com que a criança alcance níveis de desempenho que só o interesse pode provocar (...). “Brincando a criança está nutrindo sua vida interior, atendendo suas necessidades emocionais, e descobrindo a vocação que poderá dar sentido a sua vida.
Portanto, as brincadeiras devem ser utilizadas como proposta pedagógica, com a
intenção explicita de promover uma aprendizagem significativa, desenvolver habilidades
em toda e qualquer área do conhecimento, possibilitando a compreensão e a
intervenção do aluno nos fenômenos sociais e culturais da criança.
Ainda para o autor, as “atividades lúdicas correspondem a um impulso natural da
criança, e neste sentido satisfazem uma necessidade interior, pois o ser humano
apresenta uma tendência lúdica." (Antunes, 2001, p.1).
Sendo assim, é indispensável a aplicação de atividades lúdicas nas escolas,
porque é brincando que o educando se sentirá motivado a aprender ao mesmo tempo
que brinca.
Para Antunes (2001,p.15)
A criança brinca por necessidade e ao brincar aprimora seus sentidos como visão, audição, tato e seus movimentos; vai conhecendo como são e para que servem os objetos e brinquedos; desenvolve sua linguagem e seu pensamento; aprende e compreende as atividades, os costumes dos adultos; as relações entre as pessoa.
Sabemos que a diversidade de leituras é muito importante para construção do
texto, pois possibilita ampliar o repertório das crianças e compreender a leitura como
um todo, e não somente uma codificação de códigos. É preciso então, que os
educadores valorizem as diferenças e o interesse das crianças, no que diz respeito à
organização dos textos. A criatividade deve ser estimulada o tempo todo, valorizando a
criança no que ela conseguiu produzir e estimulando a buscar mais e melhor.
Para tanto, é necessário que as escolas tenham em seu Projeto Político
Pedagógico um trabalho focando projetos valorizando a produção de textos, que por
muitas vezes são pouco valorizadas pelos profissionais.
CAPÍTULO III: LEITURA: UMA PONTE ENTRE O SONHO E A REALIDADE
3.1 CONCEPÇÕES DE LEITURA.
Num sentido mais amplo, podemos considera a leitura como um canal de acesso
para conseguirmos informações e desenvolvermos reflexões críticas sobre a realidade.
O ato de ler é a condição mais plena para a participação no mundo da cultura. É
através dele que podemos nos relacionar com o mundo, podendo atribuir sentidos
através de uma postura crítica a respeito da realidade.
Os leitores, por meio de suas experiências, de seu padrão de vida cultural, isto é,
de suas formas de pensar e agir, suas crenças e valores, seu modo de viver;
conseguem adquirir sua cultura.
A leitura de livros tem sido um dos meios de comunicação mais barato e de livre
acesso a todos os seres humanos. Independente de contextualização histórica ou
geográfica, os indivíduos estão capacitados a ler, justamente por fazerem parte de uma
estrutura geral. Possari e Neder (2001, p.18) ainda sugerem que “Como estes
estímulos passaram a ocorrer com grande intensidade a partir do século XVIII, a leitura
se revela como um fenômeno historicamente delimitado e circunscrito a um modelo de
sociedade que se valeu dela para sua expansão.”
Até então, a leitura apresenta-se como um fenômeno restrito, acessível apenas
aos que, detentores do poder, se apropriam do saber. Na antiguidade, o privilégio da
leitura estava associada ao palácio real, ou à casta religiosa. Na Idade Média, essa
influência elevou-se consideravelmente, sendo que grande parte das boas bibliotecas
encontrava-se dentro dos muros dos mosteiros.
Uma característica fundamental deste período é a elitização da leitura, ou seja,
apenas uma minoria tem acesso às obras, e à possibilidade de lê-las e entendê-las. A
partir do século XVIII, em conseqüência da Revolução Industrial, além de outros
fatores, ocorre a expansão do sistema escolar, que substitui a transmissão do saber por
meio do código oral ou visual, para o sistema da escrita. Esse sistema, e
conseqüentemente a leitura, ocupou uma importância fundamental para a afirmação do
novo tipo de sociedade que se projeta nesta época. Segundo Zilbermam (1986, p. 12),
“a consolidação de um publico leitor que se converte em um mercado ativo e exigente,
a partir da época de que aqui se fala, é talvez, o fenômeno cultural mais impressionante
a caracterizar a sociedade ocidental”.
A leitura é uma habilidade adquirida na interação com o outro e com o meio em
que vivemos e convivemos.
Lajolo (1985,p.10) posiciona-se dizendo que:
Na prática de leitura de textos, há que se considerar, primeiramente, que a leitura é um processo de interlocução entre leitor/autor, mediado pelo texto e, ainda, que o ato de ler não é um decifrar como um jogo de adivinhações o sentido de um texto. É a partir de um texto, ser capaz de atribuir-lhe significação, conseguir relacioná-lo a todos os outros textos significativos para cada um, reconhecer nele o tipo de leitura que seu autor pretendia e, dono de sua própria vontade, entregar-se a esta leitura ou rebelar-se contra ela, propondo outra não prevista.
A leitura, portanto, não é uma simples decodificação de sinais, mas a busca de
significações, significações estas marcadas pelo processo de produção de leitura. A
leitura deve ser vista como o momento crítico da construção do texto, pois é o momento
que ocorre o processo de interação verbal.
O leitor, no processo de compreensão, articula os seus conhecimentos e as
diferentes formas de linguagem com as quais convive e que está simbolizado no texto.
Na perspectiva de Bakhtin (1986, p.34) “compreender não é assimilar os valores tais
como estão postos num livro, mas é estabelecer diálogo, através do qual os
interlocutores buscam situar-se num contexto correspondente”. Frigotto, (1990, p. 17)
complementa dizendo que “É recriar a realidade simbolizada, segundo as referências
históricas de cada leitor”.
É interessante destacar, neste momento, o entendimento que se tem a respeito
do processo de compreensão e de interpretação que se tem na leitura de um texto.
Conforme Silva (1987,p.26)
a compreensão refere-se à potencialidade de ser e de conhecer aquilo que é capaz. Na compreensão está sempre implícita uma possibilidade de interpretação, uma possibilidade de apropriação e de apreensão daquilo que foi compreendido. Compreender é assumir a intenção total, não apenas assumir o que as coisas representam o seu simbolismo, as suas propriedades, mas o modo específico de existir das coisas que se expressam na composição do texto, nas ideias que se desvelam, no pensamento do autor.
A interpretação do que está sendo lido e redigido precisa se crítica e refletida
pelo escritos para que seja bem compreendida.
Portanto, um texto só se constitui na e pela interação do autor e seus leitores,
caracterizando-se pela liberdade de se dar sentido ao que está sendo produzido.
Constituir textos, sobretudo é produzir conhecimentos.
3.2 O LEITOR IDEAL
Um bom escritor precisa ser um bom leitor. O hábito da leitura é algo que precisa
ser estimulado desde bebê, mostrando as crianças bons livros e ler para elas. Crianças
que gostam de ler costumam ter mais imaginação, são criativas e tem boa interpretação
dos fatos.
Segundo os PCNs (2001, p.57), “a leitura, como prática social, é sempre um
meio, nunca um fim. Ler é resposta a um objetivo, a uma necessidade pessoal”.
Portanto, quando oferecemos as crianças inúmeras oportunidades de leituras, estamos
também oportunizando a elas a possibilidade de conhecer diferentes tipos de textos e
consequentemente estão aprendendo a produzir diferentes tipos de textos também.
O leitor, no processo de compreensão, articula os seus conhecimentos e as
diferentes formas de linguagem com as quais ele convive e o universo simbolizado no
texto. Na perspectiva de Bakhtin (1986), compreender não é assimilar os valores tais
como estão postos num livro, mas é estabelecer dialogo pelo qual os interlocutores
buscam situar-se num contexto correspondente.
Portanto, a prática da leitura nas escolas pressupõe o trabalho com objetivos
diversificados, colocando o aluno inserido no mundo sócio-cultural e não esquecendo o
foco do trabalho com a leitura e a escrita nas escolas, transformá-lo em cidadãos da
cultura escrita.
A formação de leitores competentes só será possível quando as escolas
estiverem preparadas para oportunizar aos leitores, as mais variadas tipologias de
textos, valorizando as criações literárias e as manifestações culturais que permeiam
nosso público infantil e fazem com que os alunos se sintam atraídos pelo fascínio que a
leitura e os jogos proporcionam.
CAPÍTULO IV: O MUNDO DA LEITURA E O TRABALHO DE CAMPO: UMA COMBINAÇÃO PEFEITA
4.1. METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada na Escola Municipal Juscelino Kubitschek de Oliveira
localizada na Avenida Cuiabá, s/n Bairro São Cristóvão município de Paranaíta-MT. Foi
criada pela lei 081 de 18/08/1992 e reconhecida pela portaria 3277/92 SSE-MT.
A escola, apesar de possuir 980 alunos, distribuídos entre os períodos matutino e
vespertino, não conta com uma biblioteca, apenas com um pequeno acervo de livros
que fica guardado na sala da coordenação da escola. Os professores dificilmente
realizam capacitações para melhorar o seu desempenho em sala de aula.
Para a realização deste trabalho, contamos com a participação de dez
professoras que lecionam nos anos iniciais do Ensino Fundamental com crianças de
sete a dez anos de idade e vinte alunos escolhidos aleatoriamente.
Pelo fato de só existir somente profissionais do gênero feminino atuando na
escola, nessas séries inicias, nossa pesquisa restringiu-se a apenas as mulheres. A
Escola Municipal Juscelino Kubitschek de Oliveira tem aapenas dois professores
homens atuando no sexto ano ao nono ano do ensino fundamental.
Para alcançarmos os objetivos da pesquisa e conseguirmos as informações e os
dados necessários foi indispensável à utilização de alguns procedimentos como a
aplicação de um questionário, com questões abertas e fechadas com intuito de obter a
opinião e, averiguar o nível de conhecimento dos profissionais sobre o assunto
abordado.
4.2. LOCAL DA PESQUISA
A Escola Juscelino Kubitschek de Oliveira, por ser uma escola municipal atende
boa parte da população carente da cidade, contanto com aproximadamente 980 alunos
tanto do perímetro urbana quanto do perímetro rural.
Figura 1: Fachada da Escola Juscelino Kubitschek de Oliveira Fonte: CARVALHO, E.B, 2010
Conforme figura 01, atualmente, a Escola Municipal Juscelino Kubitschek de
Oliveira está construída em alvenaria ocupando uma área de 7719 m², e murada.
Composta por 36 professores, dezessete (17) salas de aula, sendo (03) três para a
Educação Infantil. A escola conta com quatro (04) banheiros, sendo dois (02) banheiros
para Educação Infantil, um (01) feminino e um (01) masculino adequado à idade das
crianças. A escola atende (5) cinco turmas de Educação Infantil (02) duas no período
matutino e (03) três no período vespertino com um total de (106) cento e seis crianças e
atende crianças da zona urbana e zona rural da Educação Infantil ao Ensino
Fundamental dos 9 anos.
A escola tem como proposta formar uma integração comunitária relacionando
pais, professores e alunos, objetivando uma educação libertadora, oferecendo aptidão
ao educando para a desenvoltura intelectual ambientando-o de uma forma crítica não
alienando a responsabilidade e coerência, capacitando-o a um futuro condizente com a
sociedade.
Como missão propõe garantir a todos uma educação de qualidade promovendo a
inclusão social, contribuindo para a formação dos alunos, dando a eles as
possibilidades de agir na construção e na transformação do meio, desenvolvendo sua
crítica preparando-o para que possa constituir uma sociedade mais justa. Sua visão de
futuro é ser uma instituição de ensino de qualidade como instrumento de inclusão
social, reconhecida pelo segmento escolar e pela sociedade.
Figura 02- Refeitório e Salas Fonte: Emiliane Bendler de Carvalho.
A área do refeitório da escola também serve de sala de reforço para os alunos
com dificuldade, principalmente na leitura e produção de texto, pois se acredita que a
linguagem é a base para o aprendizado.
4.3. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
A disciplina de Língua Portuguesa esta presente em todas as demais áreas,
norteando e sendo instrumento de referencia, usando a leitura, a escrita, a produção e
a interpretação como fundamentos para uma aprendizagem significativa.
No principio, acreditava-se que a aprendizagem da leitura e da escrita ficava a
cargo das séries iniciais, hoje sabemos que esse processo deve ser contínuo e
constante em todos os anos de estudo que a criança percorre.
O PCN de linguagem sugere que o trabalho com leitura deve ter como finalidade
a formação de leitores competentes e conseqüentes a formação de escritores, pois a
possibilidade de produzir textos eficazes tem sua origem na pratica de leitura.
Acreditamos que leitura e escrita devem caminhar sempre juntas. É preciso
despertar em nossos alunos o gosto e o interesse pelas duas formas de aprendizagem.
Conseguimos bons escritores, quando tivermos conscientes leitores, que
entendam a importância fundamental da leitura no seu crescimento intelectual e social.
Nota-se que a maior dificuldade encontrada entre os alunos é a escrita, o saber
escrever de forma coerente, respeitando as normas impostas pelo português padrão,
expressar o que querem transmitindo com clareza e objetividade suas idéias.
De acordo com os parâmetros curriculares de linguagem, um escritor competente
é capaz de olhar para o próprio texto com um objetivo e verificar se está confuso,
ambíguo, redundante, obscuro ou incompleto. É capaz de revisá-lo e reescrevê-lo até
considerá-lo satisfatório para o momento. Ser também um leitor competente, capaz de
recorrer, com sucesso, a outros textos quando for necessário utilizar fontes escritas
para sua própria produção.
O trabalho com produção de texto tem como objetivo nos anos iniciais do ensino
fundamental formar escritores competentes e capazes de produzir textos coerentes,
coesos, reflexivos e eficazes ampliando os seus conhecimentos.
Os PCNs (2001, p.66 - 67) a respeito da prática da produção de textos nos dizem
que:Para aprender e escrever, é necessário ter acesso à diversidade de textos escritos, testemunhar a utilização que se faz da escrita em diferentes circunstancias, defrontar-se com as reais questões que a escrita coloca a quem se propõem produzi-la, arriscar-se a fazer como consegue e receber ajuda de quem já sabe escrever. Sendo assim, o tratamento que se dá à escrita na escola não pode inibir os alunos ou afastá-los do que se pretende; ao contrario, é preciso aproximá-los, principalmente quando são iniciados “oficialmente” no mundo da escrita por meio da alfabetização. Afinal, esse é o inicio de um caminho que deverão trilhar para se transformarem em cidadãos da cultura escrita.
Somos sabedores que, o aluno ao chegar à escola não é uma tábua rasa aonde
vão se imprimir alguns conhecimentos sistematizados, mas sim, é uma pessoa que vive
num determinado contexto histórico-cultural, portanto possui uma visão de mundo e
participa da construção de uma realidade.
O aluno ao chegar à escola já é um leitor, e ser leitor não significa ler apenas
textos escritos. O aluno já é capaz de ler textos não-verbais, tais como, os gestos,
pinturas programas de TV, desenhos, rótulos de embalagens e muito mais.
Vygotsky (1989), criador da ZDP - Zona de Desenvolvimento Proximal, acredita
que, pelas interações sociais, mediadas por uma outra pessoa, a criança estará sempre
adiante no seu nível mental de desenvolvimento.
A aprendizagem vista por Vygostsky não era uma mera aquisição de
informações e não acontecia a partir de uma simples associação de idéias
armazenadas na mente, mas sim um processo interno, ativo e interpessoal. Dessa
forma podemos perceber que a aprendizagem ocorre na criança através de trocas de
idéias, mediações sociais e a socialização com o meio.
Em seu processo de socialização, a criança entra em contato com imagens, com
representações e com formas variadas de símbolos e significados. Nesse processo de
apropriação de imagens e de representações, a criança se vê diante de diversos canais
e fontes de conhecimentos e propício para o desenvolvimento da criança.
O papel da escola deve ser o de possibilitar a ampliação de seus conhecimentos
para ampliar, por conseqüência, suas possibilidades de leitura e de diálogo com o
mundo.
Em se tratando da metodologia aplicada na escola pesquisada e de como é feito
o trabalho a respeito da organização e estruturação dos textos, colocamos os
resultados da pesquisa em forma de gráfico como interpretaremos a seguir.
Gráfico 01: Organização e reestruturação dos textos sala de aula
Fonte: NUNES,Edite,2010
Assim, podemos observar no gráfico I que, 80% dos profissionais questionados
responderam que corrigem os textos com os alunos, 10% desses profissionais
responderam que não há essa organização em sala de aula e 10% estão discutindo
possíveis soluções com os alunos para trabalhar a organização de textos em sala.
O gráfico I também nos mostra que a organização e a reestruturação de textos,
ocorrem na maioria das salas de aulas, onde os mesmos buscam corrigir os textos
produzidos com os alunos. No entanto, mas que ajudá-lo é necessário que haja mais
diálogo entre professor e aluno para que o mesmo possa discutir possíveis soluções
para o processo de organização de seu texto, pois esse processo não ocorre com todas
as salas. Esse procedimento – parte integrante do próprio ato de escrever – é aprendido por meio da participação do aluno em situações coletivas de revisão de texto escrito, bem como em atividades realizadas em parcerias e sob a orientação do professor, que permitem e exigem uma reflexão sobre a organização das ideias, os procedimentos de coesão utilizados, a ortografia, a pontuação, etc. Essas situações, nas quais são trabalhadas as questões que surgem na produção, dão origem a um tipo de conhecimento que precisa ir se incorporando progressivamente à atividade de escrita, para melhorar sua qualidade. Dessa perspectiva, a revisão de texto seria uma espécie de controle de qualidade da produção, necessário desde o planejamento e ao longo do processo de redação e não somente após a finalização do produto. (PCNs, 2001, p.81).
Para que os alunos adquirem maiores competências em relação à linguagem é
necessário que a criança já nas séries iniciais seja capaz de produzir textos coerentes e
coesos, utilizando a linguagem como instrumento de aprendizagem. As revisões de
textos ou reestruturação de textos têm a finalidade de ajudar o aluno a melhorar o que
escreveu, a fim de organizar o que o mesmo produziu.
Sabemos que a diversidade de leituras é muito importante para construção do
texto e que possibilita ampliar o repertório das crianças e compreender a leitura como
um todo, e não somente uma decodificação de códigos ou produções de frases. É
preciso então, que os educadores valorizem as diferenças e o interesse das crianças,
no que diz respeito á organização dos textos, e estimule essas crianças a buscar seu
conhecimento, a criar e colocar no papel toda a sua imaginação e seu conhecimento de
mundo.
De acordo com REVISTA NOVA ESCOLA – EMÍLIA FERREIRO ( 2001, p. 26).
Para ensinar a ler e escrever, é necessário utilizar diferentes materiais. Um livro só não basta, é preciso utilizar o livro, revista, jornal. Calendário, agenda, caderno, um conjunto de superfícies sobre as quais se escreve. A maneira como um jornal é redigido não é a mesma que se encontra um livro de Geografia ou História.
Hoje, a sociedade tem prioridades e exigências não compatíveis com o ensino da
leitura e da escrita que infelizmente ainda não estão presentes nas escolas. O professor
nessa nova proposta de ensino-aprendizagem, onde não é mais o “dono absoluto do
saber”, mas intermediário e mediador entre o conhecimento já adquirido e o interesse e
necessidade do aprendiz.
Em relação a metodologia utilizada para a organização de textos nas salas de
aulas são variadas, na qual 70% dos professores responderam que utilizam o processo
de revisão da escrita, corrigem os textos, ou seja, para a construção do texto não são
feitas referências apenas para decodificar, mas são levados em considerações a
linguagem verbal e a não verbal da criança.
Gráfico 02: Metodologia para a organização de textos na sala de aula
Fonte: NUNES, Edite, 2010
Podemos constatar, pela interpretação do gráfico 02 que a metodologia utilizada
para organização de textos em sala de aula tem caráter de correção de erros
ortográficos e não não de estimular a criatividade do aluno e a construção do seu
conhecimento. Os profissionais não possui uma visão construtiva de conhecimento,
mas de apenas corrigir o que foi feito.
Produzir textos é um processo que envolve várias etapas como: planejar,
escrever, revisar e re-escrever o que já fez. Isso é fundamental para a produção escrita.
A revisão dos textos não incide em corrigir apenas erros ortográficos e gramaticais, e
sim em cuidar para que o texto cumpra sua finalidade comunicativa.
Essas açoes acaba por não proporcionar ao aluno as condiçoes de criar, inovar e
melhorar o que já fez. A produção de textos não deve ser entendida como algo sem
significado e nem importância, onde a criança escreve olhando para uma figura sem
nenhum sentido para ela, e sim algo dinâmica e estimulante.
Perguntamos também aos professores se os seus alunos têm hábitos de leitura
diários em sala de aula, e como podemos verificar no gráfico abaixo todos os
professores têm o hábito de realizar leitura em sala de aula todos os dias.
Gráfico 3. Hábito de leitura dos alunos em sala de aula.
0
20
40
60
80
100
120
diário
Fonte: NUNES, Edite,2010
Como podemos constatar, pelo gráfico 03, o hábito de leitura é frequente nas
salas de aula desses professores e os alunos estimulados a essa prática. O estímulo à
leitura é importantíssimo nos anos iniciais do ensino fundamental, pois é nessa etapa
que a criança toma o gosto e o prazer pela leitura e torna-se um escritor em potencial.
Mattos (2004, p.19) reforça que “Aprender a ler é antes de qualquer coisa
aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto, não numa manipulação mecânica
de palavras, mas numa relação dinâmica que vincula linguagem e realidade”.
Portanto, a leitura uma atividade essencial a qualquer área do conhecimento e
mais essencial ainda á própria vida social do ser humano.
Para que a criança possa encontrar soluções para sua produção, ela precisa ter
um amplo repertório de leituras. Quanto a isso, os PCNs (1997, p.30) complementam
dizendo que:
Cabe a escola viabilizar o acesso do aluno ao universo dos textos que circulam socialmente, ensinar a produzi-los e a interpretá-los. Isso inclui os textos das diferentes disciplinas, com os quais o aluno se defronta sistematicamente no cotidiano escolar e, mesmo assim, não consegue manejar, pois não há um trabalho planejado com essa finalidade.
Quando a criança passa a interagir com o universo dos livros, dos textos adquire
experiências novas, capazes de criar e produzir seus próprios textos, suas próprias
histórias. E quando um profissional contribui para que esses momentos aconteçam em
sala de aula com uma finalidade, uma intencionalidade a aprendizagem acontece.
Perguntamos também para vinte alunos que estudam na mesma escola que tipo
de texto gosta mais de ler, e as respostas foram variadas, pois 25% dos alunos
responderam histórias em quadrinhos, outros 25% responderam revistas e 50% livros
literários. Este acesso à leitura é quase que exclusivo à escola, onde os alunos pegam
livros para ler também em suas casas.
A diversidade de leituras leva o leitor a conhecer outras linguagens, culturas e os
ensinam a produzir e a interpretar textos, e, além disso, devemos respeitar o gosto de
cada um.
Os PCNs (2001, p.36) ainda complementam: os bons leitores não se formam
“oferecendo materiais de leitura empobrecidos, justamente no momento em que as
crianças são iniciadas no mundo da escrita. As pessoas aprendem a gostar de ler
quando, de alguma forma, a qualidade de suas vidas melhora com a leitura”.
Diante disso, pode-se afirmar que, o bom leitor é aquele que busca o
conhecimento de mundo pelos livros e com todo esse conhecimento interage com o
conteúdo e produzir os seus próprios textos.
Constatando que os livros mais lidos são os gêneros literários, é interessante que
essa prática seja incorporada também no cotidiano das salas de aula, visto se tratar de
uma forma específica de conhecimento.
Para os PCNs (2001, p. 36-37)
É importante que o trabalho com o texto literário esteja incorporado ás práticas cotidianas da sala de aula, visto tratar-se de uma forma específica de conhecimento. Essa variável de constituição da experiência humana possui propriedades compositivas que devem ser mostradas, discutidas e consideradas quando se trata de ler as diferentes manifestações colocadas sob a rubrica geral de texto literário.
A formação de leitores literários é um desafio grande em todos os momentos na
educação, mas deve-se ser trabalhado desde cedo com as crianças, logo na educação
infantil, onde os mesmos se familiarizam com o livro e com o universo das histórias
literárias. Pela leitura o aluno torna-se um bom produtor de textos, capaz de descrever
o que sente, pensa e vislumbrar novas oportunidades na vida.
CONCLUSÃO
A pesquisa realizada foi sobre o ensino pelos de textos nos anos iniciais do
ensino fundamental foi de grande importância e enriquecimento para a escola em
questão, permitindo gerar novas diretrizes para o binômio ensino-aprendizagem.
De acordo com os dados obtidos a partir da visão das profissionais da educação
entrevistadas, constatamos que a organização e reestruturação de textos ocorrem na
maioria das salas de aulas, onde o trabalho realizado está mais voltado à correção dos
textos e não ao desenvolvimento da linguagem, a organização das ideias e a qualidade
textual. A metodologia utilizada para organização de textos em sala de aula tem caráter
de correção de erros ortográficos e não de estimular a criatividade do aluno e a
construção do seu conhecimento. Podemos entender que a visão construtivista é pouco
utilizada pelos profissionais. Devemos primordiar as etapas da produção escrita que é:
planejar, escrever, revisar e re-escrever o que já fez.
O aluno acaba por utilizar pouco a sua criatividade, a sua imaginação pois não é
estimulado para isso. Cabe aos professores envolvidos nesse processo estimular,
mediar o aluno para que a aprendizagem aconteça.
Constatamos também que o hábito a leitura acontece de fato na escola. Este
estimulo é importantíssimo principalmente nos anos iniciais do ensino fundamental, pois
é onde o aluno aprende a ter o gosto pela leitura, desenvolve sua oralidade, sua cultura
e aprende a produzir seus textos.
Averguamos que há diversidades no tipo de leitura realizadas pelos alunos e que
também há a preferência nos gêneros literários.
A formação de leitores de gêneros literários é um grande desafio para os
professores, que precisam apresentar os livros, estimular o aluno para a leitura e mais,
ter uma prática constante de leitura de textos. O professor precisa demonstrar o seu
prazer em ler os gêneros literários, caso contrário, não conseguirão convencê-lo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTUNES, Celso. Alfabetização emocional: novas estratégias. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
ANDALÓ, Adriane. Didática de língua portuguesa para o ensino fundamental: alfabetização, letramento, produção de texto em busca da palavra – mundo. São Paulo: FTD, 2000.
BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e Filosofia da Linguagem. São Paulo: Hucitec, 1986.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 1986.
GURGEL Thais. NOVA ESCOLA, Revista. Produção de texto: Como ensinar os alunos a escrever de verdade. São Paulo, Ed. Abril, Ano XXIV n° 219, jan/fev. 2009.
KATO, Mary. O aprendizado da leitura. São Paulo: Livraria Martins Fontes, 1985.
MACIEL, Nilto. A Literatura fantástica no Brasil. Jornalismo Cultural. Bula Revista. 2008 .Ed.295 acessado em 12/04/1010. http://www.revistabula.com/posts/ensaios/a-literatura-fantastica-no-brasil-
NASPOLINI, Ana Tereza. Didática de português: tijolo por tijolo: leitura e produção escrita. São Paulo: FTD, 1996.
NOVA ESCOLA, Revista. PRODUÇÃO DE TEXTO. São Paulo, Ed. Abril, Ano XXIV n° 226, outubro, 2009.
____________________. São Paulo: Ed. Abril. Edição 178. Dez. 2004.
_____________________.São Paulo: Ed. Abril. Jun. 2001.OLIVEIRA, Anderson Marcelo P. Apostila Normal Superior Educação a Distância. São Paulo: Educon, 2005.
Parâmetros curriculares Nacionais. Ensino Fundamental: Língua Portuguesa. Brasília. MEC/SEF. -3.ed. – Brasília: A Secretaria, 2001.
POSSARI, Lúcia Helena Vendrúsculo. NEDER, Maria Lúcia Cavalli. Linguagem (O ensino: o entorno, o percurso).Fascículo 3. Cuiabá, EdUFMT , 2001.
RIBEIRO, Vera Masagão. Letramento no Brasil, reflexões a partir do INAF 2001. 2. ed. São Paulo: Global, 2004.
SILVA, Ezequiel T. da. O ato de ler, Fundamentos psicológicos para uma nova pedagogia da leitura. 4. São Paulo: Cortez, 1987.
SPINILLO, Alina G.e ROAZZI, Antonio. Usos e funções da língua escrita no contexto escolar. Brasília: Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, 1988.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes,1989.
TELES, Hanny Francy Passos. TELES,Luciano Everton Costa. A LITERATURA
FANTÁSTICA DE EDGAR ALLAN POE: HISTÓRIAS EXTRAORDINÁRIAS. Acessado
em 23/10/2011. disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/a-literatura-
fantastica-de-edgar-allan-poe/72938/
TODOROV, Tzvetan. Introdução à Literatura Fantástica. São Paulo: Perspectiva, 2004.
Sítios
Antoine de Saint-Exupéry. Disponível em: <www.wikipedia.org/wiki/Antoine_de_Saint-Exup%C3%A9ry>Acesso em: 9 ago, 2010
Irmãos Grimm. Disponível em: www.wikipedia.org/wiki/Irm%C3%A3os_Grimm.>. Acesso em: 9 ago, 2010.
J.K.Rowling. Disponível em: <www.wikipedia.org/wiki/J._K._Rowling> Acesso em: 9 ago, 2010.
Jean de La Fontaine. Disponível em:<www.wikipedia.org/wiki/Jean_de_La_Fontaine.>. Acesso em: 9 ago, 2010.
Stephenie Meyer. Disponível em: <www.wikipedia.org/wiki/Stephenie_Meyer> Acesso em: 9 ago, 2010.
ANEXOS
QUESTIONÁRIO APLICADO A DEZ PROFESSORES DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLA MUNICIPAL JUSCELINO KUBITSCHEK DE
OLIVEIRA.
1 – COMO OCORRE A ORGANIZAÇÃO E RESTRUTURAÇÃO DE TEXTOS EM SUA SALA DE AULA?------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
2- QUAL A METODOLOGIA APLICADA PARA A ORGANIZAÇÃO DE TEXTOS EM SUA SALA DE AULA?------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
3 – QUAIS SÃO OS HÁBITOS DE LEITURA EM SUA SALA DE AULA?
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
OBRIGADO PELA ATENÇÃO!
QUESTIONÁRIO APLICADO A VINTE (20) PROFESSORES DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLA MUNICIPAL JUSCELINO KUBITSCHEK
DE OLIVEIRA A RESPEITO DOS TEXTOS QUE MAIS GOSTAM DE LER.
1 – QUE TIPO DE TEXTO VOCÊ MAIS GOSTA DE LER?------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
OBRIGADO PELA ATENÇÃO!