ajes instituto superior de educaÇÃo do vale do...

40
AJES INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA CURSO: GESTÃO EM SAÚDE PÚBLICA 8,5 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: DESAFIOS PARA A SUA IMPLANTAÇÃO [email protected] Autor: Marciane Aparecida Similli Orientador: Cynthia Cândida Correa JUINA/2012

Upload: lamdang

Post on 05-Dec-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

AJES – INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

CURSO: GESTÃO EM SAÚDE PÚBLICA

8,5

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: DESAFIOS PARA A

SUA IMPLANTAÇÃO

[email protected]

Autor: Marciane Aparecida Similli

Orientador: Cynthia Cândida Correa

JUINA/2012

AJES – INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

CURSO: GESTÃO EM SAÚDE PÚBLICA

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: DESAFIOS PARA A

SUA IMPLANTAÇÃO

Autor: Marciane Aparecida Similli

Orientador: Cynthia Cândida Corrêa

“Trabalho apresentado como exigência parcial para a obtenção do Titulo de Especialista em Gestão em Saúde Pública”.

JUÍNA/2012 RESUMO

A enfermagem é a ciência do cuidado. Desde seu surgimento como profissão

tem procurado fundamentar a sua prática. A Sistematização da Assistência de

Enfermagem (SAE) ou Processo de Enfermagem é definida como um conjunto de

etapas fundamentais numa teoria objetivando sistematizar o cuidado de enfermagem

ao paciente proporcionando-lhe uma assistência individualizada e de qualidade.

Vislumbra o aperfeiçoamento da capacidade de solucionar problemas, tomar

decisões e maximizar oportunidades e recursos formando hábitos de pensamentos.

Existem várias teorias que fundamentam o processo do cuidar. A implantação da

SAE ainda encontra desafios para serem enfrentados e superados. O presente

estudo objetiva identificar na literatura os principais desafios encontrados na

implantação desse processo por parte dos profissionais enfermeiros. Dentre as

hipóteses levantadas algumas são essenciais: Falta de conhecimento suficiente das

enfermeiras sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem; A prática atual

do modelo biomédico ainda seguido pela maioria dos profissionais; Excesso de

atividades burocráticas atribuídas ao profissional de enfermagem e com isso

proporcionando falta de tempo para executarem as fases do processo de

enfermagem. Trata-se de um estudo exploratório descritivo de caráter bibliográfico

onde serão levantados da literatura os principais desafios encontrados para a

implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem nos Hospitais e

entender o porquê a Sistematização da Assistência de Enfermagem tem sido um

processo de difícil implementação nas unidades assistenciais das instituições

hospitalares.

Palavras chave: Processo de Enfermagem. Sistematização da Assistência de

Enfermagem. Teorias de Enfermagem.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ....................................................................................... 05

CAPÍTULO I - REFERENCIAL TEÓRICO .............................................

1.1 UM POUCO DA HISTÓRIA DA ENFERMAGEM ............................

1.1.1 Estruturação das teorias de enfermagem ..................

1.1.2 Escolha de uma teoria .................................................

1.1.3 Porque escolher uma teoria ........................................

1.2 O PROCESSO DE ENFERMAGEM .................................................

1.3 INVESTIGAÇÃO / HISTÓRICO DE ENFERMAGEM .......................

1.4 DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM .............................................

1.4.1 Enfermeiros são diagnosticadores ...............................

1.4.2 Taxonomias ou Sistemas de Classificação ..................

1.4.3 Eixos do Processo Diagnóstico .....................................

1.5 PLANEJAMENTO DOS RESULTADOS ESPERADOS ...................

1.6 IMPLEMENTAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

(PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM)................................................

1.6.1 Como redigir uma prescrição de enfermagem .............

1.7 AVALIAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ......................

07

07

09

10

11

12

14

16

17

19

20

22

24

26

29

CAPÍTULO II - METODOLOGIA ............................................................

2.1 TIPO DE ESTUDO ...........................................................................

2.2 FONTE DE DADOS ..........................................................................

2.3 CRITÉRIOS PARA O LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO.............

CAPÍTULO III – ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS .....................

31

31

32

33

34

CONCLUSÃO ........................................................................................ 36

REFERÊNCIAS ...................................................................................... 38

5

INTRODUÇÃO

A Enfermagem, assim como a sociedade em geral, vem acompanhando

profundas e importantes mudanças nas relações sociais e políticas, no campo

tecnológico, nas relações interpessoais e, principalmente, na maneira de organizar

os serviços e responder as novas demandas gerenciais com base nos processos de

melhoria contínua.

Por muitos anos, o tipo de organização dos serviços, associado ao modelo

de gestão tradicional, baseou-se em contradições geradas por uma estrutura rígida,

excessivamente especializada, com funções rotineiras e pouco desafiadoras. Neste

sentido, a enfermagem conformou-se, basicamente, com uma cultura do “fazer” sem,

contudo, refletir acerca de novas possibilidades do ser e agir na prática assistencial

e gerencial. No entanto, a imagem da enfermagem ainda é estereotipada como um

profissional que necessita de supervisão médica, executor de técnicas e

procedimentos delegados por médicos.

Nesse contexto, a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE)

operacionalizada através da aplicação do processo de enfermagem como

ferramenta para valorização da enfermagem como ciência é um dos meios que o

enfermeiro dispõe para aplicar seus conhecimentos técnico-científicos e humanos na

assistência ao paciente e caracterizar sua prática profissional, colaborando na

definição de seu papel.

Entretanto, o sucesso e a eficácia deste modelo assistencial considerado

instrumento norteador do ensino, da pesquisa e do cuidado é notável, porém

existem algumas dificuldades para o seu desenvolvimento e para mudanças no

processo de trabalho, que aperfeiçoem suas ações. Durante a prática profissional,

vários fatores têm dificultado a elaboração e a avaliação da sistematização da

assistência de enfermagem, atividade exclusiva do enfermeiro.

Nesta perspectiva, o presente estudo tem como objetivo localizar e

identificar na literatura pertinente ao tema os principais desafios encontrados na

operacionalização do processo de enfermagem. Para isso, foram definidos os

seguintes objetivos específicos: Apontar as dificuldades de entendimento e

descrição do processo de enfermagem por parte dos profissionais enfermeiros;

6

Identificar quais as principais teorias a serem embasadas para facilitar o

entendimento desse processo; Demonstrar instrumentos que facilitem a implantação

da SAE por parte dos profissionais enfermeiros.

A maioria dos profissionais de Enfermagem não conseguem entender o

porquê a Sistematização da Assistência de Enfermagem tem sido um processo de

difícil implementação nas unidades assistenciais das instituições hospitalares.

Várias são as hipóteses para a dificuldade de implantação da SAE, entre

elas: Falta de conhecimento suficiente das enfermeiras sobre a Sistematização da

Assistência de Enfermagem; A prática atual do modelo biomédico ainda seguido

pela maioria dos profissionais; Excesso de atividades burocráticas atribuídas ao

profissional de enfermagem e com isso proporcionando falta de tempo para

executarem as fases do processo de enfermagem;

As vantagens de estabelecer SAE na prática são incontestáveis. A

Resolução 272/2004 dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem

nas instituições de saúde brasileiras. É também uma orientação da lei do exercício

profissional da enfermagem (Lei 7.498, de 25 de junho de 1986). Além disso, sua

implantação se torna uma estratégia na organização da assistência de enfermagem

nas instituições públicas e privadas.

Dada a importância da SAE para fundamentação dos cuidados de

enfermagem e para a valorização do profissional enfermeiro que atua diretamente

na assistência a pessoas e realiza a SAE e proporcionar um atendimento com

excelência em qualidade ao cliente submetido a essa assistência, diante todas as

dificuldades e carências existentes neste tipo de atendimento em todo o país e

contribuir para o crescimento científico, faz-se necessário identificar os desafios que

dificultam a autonomia profissional.

O presente trabalho apresenta-se dividido em etapas: a primeira parte

(Capítulo I) está relacionada ao Referencial Teórico demonstrando sobre a SAE; a

segunda parte (Capítulo II) explica a Metodologia do trabalho e a terceira e última

parte (Capítulo III) é a parte de Análise e Discussão dos Dados.

7

CAPÍTULO I

REFERENCIAL TEÓRICO

1.1 UM POUCO DA HISTÓRIA DA ENFERMAGEM

A enfermagem surgiu num contexto em que os cuidados eram partes dos

deveres domésticos prestados por mães, esposas e religiosas (CRUZ, 2005). Assim

a enfermagem ganha uma representatividade feminina presente até hoje. Na idade

média, a prestação de cuidados foi delegado às mulheres leigas e religiosas, cujo

objetivo maior era a salvação espiritual dos enfermos.

Durante muitos anos a enfermagem foi vista como um ato de caridade. Com

Florence Nightingale (foi uma enfermeira britânica que ficou famosa por ser pioneira

no tratamento a feridos de guerra, durante a Guerra da Criméia. Ficou conhecida na

história pelo apelido de "A dama da lâmpada", pelo fato de servir-se deste

instrumento para auxiliar na iluminação ao auxiliar os feridos durante a noite) a

Enfermagem passou a ser vista sob outra ótica. Após sua atuação na Guerra da

Criméia, é fundada a primeira escola de enfermagem na Inglaterra (1860)

objetivando formar profissionais para a prestação de cuidados. Desse modo a

enfermagem é desvinculada do contexto doméstico e religioso.

Segundo Iyer, Taptich e Bernocchi-Losey (1993), as primeiras atividades em

enfermagem incluíam inúmeras funções de outras áreas profissionais, e o foco de

atenção das enfermeiras eram voltados para medidas de alívio e manutenção de um

ambiente higiênico (limpo e organizado).

A preocupação da enfermagem com a questão teórica nasce com Florence

Nightingale, que afirmava que a enfermagem requeria conhecimentos distintos

daqueles da medicina. Ela definiu que as premissas em que a profissão deveria

basear-se, estabelecendo um conhecimento de enfermagem direcionado às

pessoas, às condições em que elas viviam e em como o ambiente poderia atuar,

positivamente ou não, sobre a saúde delas (NIGHTINGALE, 1989).

Florence Nightingale idealizou uma profissão embasada em reflexões e

questionamentos, tendo por objetivo edificá-la sob um arcabouço de conhecimentos

científicos diferentes do modelo biomédico.

8

Enfermagem é basicamente ajudar os indivíduos (doentes ou sadios) nas

atividades que contribuem para a saúde ou a sua recuperação (ou para uma morte

pacífica) e que eles realizam sem auxílio quando possuem a força, o desejo ou o

conhecimento necessário; a enfermagem também ajuda o indivíduo a cumprir a

terapia prescrita e a se tornar independente de ajuda assim que possível.

(HENDERSON; NITE, 1960).

Apesar da forte influência de Nightingale, a enfermagem acabou por assumir

uma orientação profissional dirigida pelo imediatismo, baseando-se nas ações

práticas, de modo intuitivo e não sistematizado. Alguns enfermeiros acostumam-se a

exercer a profissão sob a mesma perspectiva de profissionais médicos,

centralizando suas ações mais na doença do que no paciente. Desse modo, ocorreu

uma quase-estagnação da enfermagem, que permaneceu centrada no modelo

biomédico, fato esse que perdurou por muitas décadas (SOUZA, 1984).

Por conta disso, a enfermagem acostumou-se a depender de conhecimentos

e de conceitos preexistentes que lhe ditassem o que fazer e como fazer, e na

maioria das vezes não refletia sobre por que fazer e quando fazer.

Souza (1984) confirma tal questionamento e reflexão acerca da prática de

enfermagem ao relatar que a percepção da necessidade de condições menos servis

para a profissão levou as enfermeiras norte-americanas a questionarem e refletirem

sobre a situação profissional em que estavam inseridas.

Nos anos de 1950, iniciou-se o foco da enfermagem na assistência holística.

Surgiu, então, a ênfase no cuidado de enfermagem como um processo interpessoal,

centralizando-se na assistência de enfermagem não mais na patologia, mas na

pessoa e na promoção da sua integridade, percebendo-se o doente como pessoa

com necessidades a serem atendidas pelas enfermeiras.

Nas décadas de 1960, as teorias de enfermagem procuravam relacionar fatos

e estabelecer bases para uma ciência de enfermagem, constituindo uma nova fase

da evolução histórica da profissão.

Segundo Rossi e Carvalho (2002), esses modelos teóricos de enfermagem

foram elaborados para retratar conceitos, descrever, explicar, prever o fenômeno e

determinar o campo de domínio da profissão.

Na segunda metade dos anos de 1960, Wanda de Aguiar Horta, primeira

enfermeira brasileira a abordar teoria no campo profissional, embasou-se na teoria

da motivação humana de Abraham Maslow e na teoria de João Mohana para

9

elaborar a teoria das Necessidades Humanas Básicas (NHB). Ela propôs as

enfermeiras brasileiras uma assistência de enfermagem sistematizada que fez surgir

no Brasil uma nova visão de enfermagem (HORTA, 1979).

Leopardi (1999) afirma que as teorias são tão importantes para a assistência

profissional quanto para a técnica, a comunicação ou a interação, uma vez que

servem de guia para o contexto assistencial.

O uso das teorias de enfermagem oferece estrutura e organização ao

conhecimento de enfermagem, proporciona um meio sistemático de coletar dados

para se descrever, explicar e prever a prática, promove a prática racional e

sistemática, torna a prática direcionadas por metas e resultados, determina a

finalidade da prática de enfermagem e promove um cuidado coordenado e menos

fragmentado (MCEWEN, 2009).

1.1.1 Estruturação das teorias de enfermagem

Segundo Souza (1985), há muitas definições de teorias. São compostas por

conceitos que se relacionam entre si. Nelas estão contidos aspectos da realidade

comunicados com a finalidade de descrever fenômenos, explicar as relações entre

os fenômenos, prever as conseqüências e prescrever cuidados de enfermagem

(MELEIS, 2007).

As primeiras teorias de enfermagem surgem nos anos 50 para satisfazer as

necessidades de descrever, explicar e predizer um referencial próprio da

enfermagem. E desde então, modelos teóricos e conceituais são elaborados com a

finalidade de sistematizar os conhecimentos, conceitos e terminologias (KAMIYAMA,

1984 apud CAMPEDELI, 1992).

Na enfermagem brasileira, esse movimento inicia-se em 1970 com a

enfermeira Wanda de Aguiar Horta com sua teoria sobre as necessidades humanas

básicas (KIMURA, 1992).

As teorias devem direcionar as ações dos enfermeiros, de modo a que se

possa responsabilizá-los pelos cuidados a serem prestados aos pacientes, não mais

executados de maneira empírica.

10

Segundo Bárbara Stevens Barnum (1994), apud Hickman (2000), as teorias

completas têm:

Contexto: ambiente em que ocorre a assistência de enfermagem;

Conteúdo: assunto da teoria;

Processo: método pelo qual a enfermagem atua.

Além disso, as teorias contêm elementos fundamentais que representam o

conteúdo nuclear dessa disciplina: a enfermagem, a pessoa, o ambiente e a saúde,

denominados metaparadigma da enfermagem.

1.1.2 Escolha de uma teoria

Para escolher uma teoria de enfermagem para fundamentar a sua prática, o

enfermeiro precisa conhecer a realidade do setor em que trabalha, o perfil dos

enfermeiros que trabalham na unidade, bem como a clientela atendida, uma vez que

essa caracterização deverá estar em acordo com os conceitos da teoria

selecionada.

Por exemplo, um enfermeiro que atua em um Programa da Saúde da Família

(PSF) deve sistematizar a assistência de enfermagem utilizando como marco

conceitual uma teoria que conceitue pessoa como o indivíduo, a família e/ou a

comunidade em que a pessoa vive; que conceitue saúde de acordo com as

diretrizes do PSF; e que conceitue o enfermeiro como um agente de promoção da

saúde.

Além disso, é fundamental saber se os enfermeiros que vão trabalhar com a

teoria selecionada estão dispostos e capacitados a realizar as atividades

preconizadas por essa teoria.

Após fazer essas considerações, e diante da articulação dos conceitos de

saúde, pessoa, ambiente e enfermagem, o profissional poderá selecionar as teorias

de enfermagem que melhor fundamentará o seu processo de cuidar.

Ferreira (1975) – sistematizar é tornar coerente com determinada linha de

pensamento, e entre as linhas de pensamento que podem ser utilizadas na

enfermagem propõe o uso das Teorias de Enfermagem, uma vez que foram escritas

a partir de vivências da prática profissional, retratando ações realizadas pelos

enfermeiros e determinando como esse profissional deve agir.

11

Cabe ressaltar, porém, que não basta selecionar uma teoria de enfermagem

para fundamentar a implantação da SAE. É necessário que o enfermeiro estude a

fundo a teoria selecionada e adote um comportamento condizente com o que é

preconizado pelo arcabouço teórico que foi eleito como a fundamentação científica

para a prestação da assistência de enfermagem.

Segundo Mathias, Zagonel e Lacerda (2006) o enfermeiro, ao escolher a

teoria, apreende o modo de ser, a história pessoal e profissional da teorista, as

formas de aplicação na prática, os desafios a serem transpostas, as facilidades, e

também as possibilidades de inovação, de acordo com a realidade de atuação.

Assim, necessita acrescentar ao conhecimento que detém sobre a teoria e teorista,

o seu próprio preparo individual, para transitar pelo referencial com segurança e

apropriação.

1.1.3 Por que escolher uma teoria?

A teoria funciona como um alicerce estrutural para a implantação da SAE,

uma vez que, para sistematizar a assistência de enfermagem é necessário um

marco conceitual que fundamente a organização que o serviço almeja alcançar.

Os estudos sobre a SAE no Brasil só se destacaram no final dos anos 1980,

quando o Decreto-lei 94406/87, que regulamenta o exercício profissional da

enfermagem no país, definiu como atividade privativa do enfermeiro, entre outras, a

elaboração da prescrição de enfermagem (BRASIL, 1986).

Atualmente, a implantação das teorias de enfermagem na prática tem sido

constante, sobretudo após a divulgação da Resolução 272/2002 do COFEN,

atualmente revogada pela Resolução 358/2009, que determina que a implantação

da SAE seja uma incumbência privativa do enfermeiro e ressalta a importância e a

obrigatoriedade da sua implantação. Tal fato provocou enorme interesse e a

necessidade premente de conhecimento entre profissionais e estudantes de

enfermagem.

Na resolução é apresentado o método científico que deve ser utilizado para a

sistematização da assistência de enfermagem, denominado Processo de

Enfermagem (PE).

12

1.2 O PROCESSO DE ENFERMAGEM

Processo de enfermagem é um método utilizado para se implantar, na prática

profissional, uma teoria de enfermagem. Após a escolha da teoria de enfermagem,

torna-se necessária a utilização de um método científico para que os conceitos da

teoria sejam implantados na prática.

Desde a década de 1950, é unânime a busca por procedimentos que

organizem e planejem os serviços de enfermagem de forma eficiente e que

qualifiquem a assistência. Nesse contexto, é que várias teorias são desenvolvias,

contribuindo assim para o crescimento e enriquecimento da profissão enquanto

ciência e com isso a formação da linguagem específica a enfermagem. (KOERICH et

al 2007; KARRARO et al, 1999 apud NOBREGA, SILVA, 2007).

O Processo de Enfermagem surge nos anos de 1960 para sistematizar a

assistência de enfermagem. Hudak e Gallo (1997) define-o como: [...] Uma estrutura

sistemática na qual o enfermeiro busca informação, responde a indicações clínicas,

identifica e responde a questões que afetam a saúde do paciente.

E acrescenta-se com Doenges (1999) que:

[...] esse processo [...] é fundamental as ações de enfermagem em qualquer

cenário [...] trata-se de um método eficiente para organização dos

processos de pensamentos para a tomada de decisões clínicas e soluções

de problemas.

O termo processo foi mencionado pela primeira vez em 1955 por Lydia Hall

(JESUS, 2002; IYER; TAPTICH, 1993). Em 1961, em uma publicação de Orlando

(1978), o processo de enfermagem foi descrito como uma proposta para se melhorar

a qualidade do cuidado prestado por meio do relacionamento dinâmico enfermeira-

paciente.

Nesse sentido, vale ressaltar com Campedelli et al (1992) que o processo é a

operacionalização da teoria e não deve ser confundido necessariamente com a

teoria de Horta; cada modelo teórico tem seu processo próprio.

13

Na segunda metade dos anos de 1960, Wanda de Aguiar Horta, com base em

sua teoria, apresentou um modelo de processo de enfermagem com os seguintes

passos: Histórico de Enfermagem; Diagnóstico de Enfermagem, Plano Assistencial;

Prescrição de Enfermagem, Evolução de Enfermagem e Prognóstico (HORTA,

1979).

Santana e Carvalho (2000) afirmam que o processo de enfermagem é o

paradigma científico, sem alternativa até o momento atual, de que a enfermagem

deve lançar mão para ser reconhecida e consolidada como ciência.

O processo de enfermagem fornece estrutura para a tomada de decisão

durante a assistência de enfermagem, tornando-a mais científica e menos intuitiva

(JESUS, 2002).

O referido processo é um valioso instrumento da prática de enfermagem, mas

para tanto se faz necessário o registro de todas as etapas deste. A aplicação do

processo de enfermagem objetiva satisfazer as necessidades humanas básicas

prejudicadas pelo processo saúde-doença, visando a recuperação da saúde do

indivíduo.

Dentro deste contexto, o processo de enfermagem é tanto instrumento para

qualificação da assistência quanto de autonomia para a enfermagem como

profissão. Entretanto, a aplicação de tal processo ainda não se universalizou nos

hospitais e outras unidades de saúde, mesmo aquelas vinculadas à universidade.

Neste sentido Peixoto et al (1996) acreditam que:

o processo de enfermagem seja o instrumento profissional do enfermeiro,

que guia sua prática e pode fornecer autonomia profissional e concretizar a

proposta de promover, manter ou restaurar o nível de saúde do paciente,

como também documentar sua prática profissional, visando a avaliação da

qualidade da assistência prestada.

O Processo de Enfermagem é “baseado em princípios e regras que são

conhecidos por promover cuidados de enfermagem eficientes”. Ele é definido como

a dinâmica das ações sistematizadas e inter-relacionadas, visando a assistência ao

ser humano. Pode ser denominado ainda como Sistematização da Assistência de

Enfermagem (SAE).

Portanto, a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma

atividade privativa do enfermeiro, que através de um método e estratégia de trabalho

científico realiza a identificação das situações de saúde/saúde, subsidiando a

14

prescrição e implementação das ações da Assistência de Enfermagem, que possam

contribuir para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação em saúde do

indivíduo, família e comunidade.

Cruz (2005) define a SAE como:

Um instrumento de organização do trabalho do enfermeiro e da equipe, pois

por meio dele o enfermeiro não só conhece melhor o cliente [...] como

também pode identificar suas necessidades e seus problemas e elaborar os

diagnósticos de enfermagem planejando os cuidados específicos a cada

cliente.

A SAE requer do enfermeiro interesse em conhecer o paciente como

indivíduo, utilizando para isto seus conhecimentos e habilidades, além de orientação

e treinamento da equipe de enfermagem para a implementação das ações

sistematizadas (DANIEL, 1979).

A implementação da SAE, deverá ser registrada formalmente no prontuário do

paciente devendo ser composta por (COREN, 1999, COREN, 2000):

- Investigação/Histórico de Enfermagem (Anamnese e Exame Físico);

- Diagnóstico de Enfermagem;

- Planejamento dos Resultados Esperados;

- Implementação da Assistência de Enfermagem (Prescrição de Enfermagem);

- Avaliação da Assistência de Enfermagem.

1.3. INVESTIGAÇÃO / HISTÓRICO DE ENFERMAGEM

No Brasil, o histórico de enfermagem foi introduzido na prática por volta de

1965, por Wanda de Aguiar Horta, com alunos de enfermagem. Nessa época

recebeu a denominação de anamnese de enfermagem e devido ao problema da

conotação com a anamnese médica, em 1967 na reunião do corpo docente de

cadeira de Fundamentos de Enfermagem, como, o que era feito, era a história da

enfermagem do paciente, foi adotado o nome “Histórico de Enfermagem”.

Para Horta (1979), o histórico de enfermagem também é denominado por

levantamento, avaliação e investigação que, constitui a primeira fase do processo de

enfermagem, pode ser descrito como um roteiro sistematizado para a coleta e

análise de dados significativos do ser humano, tornando possível a identificação de

seus problemas.

15

Atualmente o histórico de enfermagem é compreendido pela coleta de

informações (dados) conforme a analise seja, indivíduo, família e comunidade. A

coleta compreende a anamnese (entrevista) e o exame físico. Tendo como

finalidade a definição do estado de saúde, atual, deficiências, passado, limitações,

intervenções previas dos membros analisados.

Nesta coleta de informações devem-se levantar dados abrangentes,

relevantes de forma que originem elementos suficientes para delinear a assistência

de enfermagem capaz de atender o paciente perante sua demanda, seja ela

promoção, proteção, prevenção e recuperação. E fundamental que o enfermeiro

compreenda que os dados utilizados pelo médico têm a finalidade de identificar a

etiologia da doença e os dados utilizados pelo enfermeiro têm a finalidade de

identificar a resposta do individuo frente à doença.

O histórico de enfermagem tem como objetivo investigar de maneira

sistemática e ordenada, sendo determinante que as informações obtidas sejam

fidedignas e precisas mais sempre que possível. Capaz de definir o estado de saúde

e o perfil do paciente identificando deste modo quaisquer problemas de saúde e

necessidades atuais ou potenciais, para assim definir diagnósticos de enfermagem

precisos e eficientes.

Um ponto importante na implementação da Sistematização da Assistência de

Enfermagem é conhecer o perfil dos pacientes que freqüentam o serviço, então se

faz necessário a escolha de uma Teoria de Enfermagem (Teórica) que mais

atenderá e adequará as necessidades daquele perfil setorial para a formulação de

um instrumento de coleta. A escolha da teórica funcionará como um alicerce

estrutural para fundamentar e conceituar a prática e o resultado que almeja.

O Histórico de Enfermagem é constituído por entrevista e exame físico. O

exame físico consiste nos quatro métodos propedêuticos: Inspeção, Palpação,

Percussão e Ausculta; a chave para a realização de um exame físico eficiente é um

sólido conhecimento teórico e habilidade técnica apropriada.

A inspeção consiste na observação detalhada com vista desarmada, da

superfície externa do corpo bem como das cavidades que são acessíveis por sua

comunicação com o exterior como a boca, as narinas e o conduto auditivo; A

palpação é a utilização do sentido do tato das mãos do examinador, com o objetivo

de determinar as características da região explorada; A percussão consiste em

golpear a superfície explorada do corpo para produzir sons que permitam avaliar as

16

estruturas pelo tipo de som produzido; A ausculta é o procedimento pelo qual se

detectam os sons produzidos dentro do organismo, com ou sem instrumentos

próprios.

1.4 DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM

Em 1953, o termo diagnóstico de enfermagem foi utilizado por V. Fry para

descrever uma etapa necessária ao desenvolvimento de um plano de cuidados de

enfermagem. Durante os 20 anos seguinte, referências aos diagnósticos de

enfermagem apareceram apenas esporadicamente na literatura.

Em março de 1990, durante a 9ª Conferência da North American Nursing

Diagnosis Association (NANDA), a Assembléia Geral aprovou uma definição oficial

de diagnóstico de enfermagem (NANDA, 1990):

O diagnóstico de enfermagem é um julgamento clínico das respostas do indivíduo, da família e da comunidade a problemas de saúde/processo vitais reais ou potenciais. O diagnóstico de enfermagem proporciona a base para a seleção das intervenções de enfermagem, visando ao alcance de resultados pelo qual o enfermeiro é responsável.

No Brasil, a expressão diagnóstico de enfermagem foi introduzida por Wanda

de Aguiar Horta, na década de 60 e constitui-se em uma das etapas do processo de

enfermagem. Para Horta, diagnóstico de enfermagem é a identificação das

necessidades do ser humano que precisa de atendimento e a determinação, pelo

enfermeiro, do grau de dependência deste atendimento em natureza e extensão.

O diagnóstico de enfermagem constitui a segunda do processo de

enfermagem. Durante essa etapa, os dados coletados na investigação são

analisados e interpretados criteriosamente.

Para realizar diagnósticos de enfermagem o enfermeiro deverá ter

capacidade de análise, de julgamento, de síntese e de percepção ao interpretar

dados clínicos.

Os diagnósticos de enfermagem baseiam-se tanto nos problemas reais

(voltados para o presente) quanto nos problemas potenciais (voltados para o futuro),

que podem ser sintomas de disfunções fisiológicas, comportamentais, psicossociais

ou espirituais (CARPENITO, 2009).

17

Cabe ressaltar que os diagnósticos de enfermagem devem ser identificados e

listados em ordem de prioridade, com base no grau de ameaça ao nível de bem

estar do paciente, proporcionando, assim, um foco central para as etapas

subseqüentes.

1.4.1 Enfermeiros são diagnosticadores

A necessidade de se conscientizarem os profissionais e os educadores em

Enfermagem para a percepção dos problemas de enfermagem, de modo a fazerem

um melhor diagnóstico de enfermagem, foi explicitada em 1957 pela enfermeira

americana Faye Glenn Abdellah.

Com o uso do termo “diagnóstico de enfermagem”, ficou claro que os

enfermeiros diagnosticam. Antes disso, o julgamento clínico utilizado na prática para

decidir o foco do atendimento de enfermagem era invisível ou sem denominação.

Atualmente, nas organizações de atendimento de saúde em que os

enfermeiros não utilizam diagnósticos de enfermagem, ou fazem uso deles sem

preocupação com a precisão, a invisibilidade de seu papel como diagnosticadores

podem existir. Com o início dessa classificação formal, ficou amplamente aceito que

enfermeiros são diagnosticadores que usam o modo diagnóstico de raciocínio em

colaboração com os pacientes, identificando, então, os melhores diagnósticos para

orientar as intervenções de enfermagem, com o objetivo de atingir os melhores

resultados para o paciente.

Esse e outros sistemas estimularam o ensino do método de resolução de

problemas nas escolas de enfermagem, enfatizando a importância do rigor

metodológico na coleta e na análise dos dados do paciente e focando o ser humano,

em oposição ao foco no desenvolvimento de tarefas, que predominava na

enfermagem desde o início do século XX.

Segundo o dicionário Webster (1991), o vocábulo diagnóstico deriva dos

termos gregos dia (através) + gignoskein (conhecimento) e têm dois significados, um

relativo ao processo e outro ao resultado ou produto.

Com relação ao processo, o vocábulo diz respeito ao ato de decidir a

natureza de uma condição por intermédio de exames e análise de seus atributos. E

18

referindo-se ao produto da atividade diagnóstica, é a decisão ou opinião resultante

do exame e da análise de um problema.

Em 1966, Virgínia Henderson elaborou a lista de 14 necessidades humanas

básicas, cujo objetivo foi descrever os cuidados de que o paciente necessitava sem

depender do diagnóstico e do tratamento do médico. Esta lista representa as áreas

em que os problemas reais ou potenciais podem ocorrer e nas quais a enfermagem

pode atuar (FURUKAWA, 2000).

Em 1973, um grupo de enfermeiras norte-americanas reconheceu a

necessidade de se desenvolver uma terminologia para descrever os problemas de

saúde diagnosticados e tratados com maior freqüência por profissionais de

enfermagem. Foi realizada então, na Saint-Louis University School of Nursing, a I

Conferência Nacional sobre Classificação de Diagnósticos de Enfermagem (CRUZ,

1994).

A primeira listagem de diagnósticos foi desenvolvida por enfermeiros

assistenciais, educadores, pesquisadores e teóricos, e o diagnósticos foram

organizados em ordem alfabética e posteriormente evoluíram para um sistema

conceitual que direcionou a classificação dos diagnósticos em uma taxonomia

(CARPENITO, 2008).

Faye Glenn Abdellah e Virgínia Henderson são consideradas precursoras dos

sistemas de classificação (taxonomias) em enfermagem e mudaram o enfoque da

profissão, que passou a se preocupar com a identificação dos problemas dos

pacientes, posteriormente, com os diagnósticos de enfermagem (CARVALHO;

GARCIA, 2002).

O processo diagnóstico de enfermagem é diferente do da medicina, uma vez

que, nas situações em que é possível agir assim, a pessoa ou as pessoas que

constituem o foco do atendimento de enfermagem devem estar envolvidas, de forma

íntima, como parceira dos enfermeiros no levantamento e na análise dos dados e no

processo diagnóstico. O motivo é que o foco do atendimento de enfermagem é o

bem estar e a autorrealização da pessoa.

As intervenções de enfermagem para os diagnósticos das respostas humanas

oferecem meios adicionais, além do tratamento dos problemas médicos, a partir do

que a saúde das pessoas pode ser promovida, protegida e recuperada.

A Enfermagem concentra-se na “saúde” de “seres humanos”, duas

preocupações científicas das mais complexas, mais complicadas, por exemplo, que

19

a química e a astronomia. Fenômenos relacionados à saúde, como sono, conforto

ou nutrição, são complexos, porque envolvem experiências humanas. Muitos

estudos constataram que as interpretações dos casos clínicos tem o potencial de

serem menos precisas do que aquilo que os dados indicam (LUNNEY, 2008).

Tendo os diagnósticos de enfermagem como o fundamento do atendimento,

os enfermeiros precisam desenvolver competências para diagnosticar, para que se

tornem bons diagnosticadores, Um bom diagnosticador deve se preocupar com a

existência de riscos à exatidão das interpretações. Tornar-se um enfermeiro

diagnosticador exige, assim, o desenvolvimento de habilidades e características

profissionais e pessoais.

1.4.2 Taxonomias ou sistemas de classificação

Segundo Sokal (1974), o processo de classificação, de reconhecimento de

similaridades e o agrupamento de organismos ou objetos, remonta ao período do

homem primitivo, quando afirma que, desde o advento da humanidade, a habilidade

de classificar tem sido vista como um comportamento de adaptação na evolução

biológica. Contudo, a origem da Ciência da Classificação, segundo o referido autor,

aparece nos escritos dos ancestrais gregos.

Na Enfermagem, as tentativas de classificação têm surgido desde o início

deste século. A primeira tentativa de classificar os problemas de enfermagem

ocorreu em 1929, quando Wilson realizou um estudo com o objetivo de separar os

problemas de enfermagem dos problemas médicos dos clientes, num esforço para

isolar os aspectos particulares da Enfermagem dos cuidados de saúde em geral

(Kelly, 1985).

Uma outra tentativa de classificação foi desenvolvida em 1953, por Vera Fry,

quando identificou cinco áreas de necessidades do cliente, as quais considerou

como domínio da Enfermagem e como foco para os diagnósticos de enfermagem.

Estas áreas foram: necessidade de tratamento e medicação, necessidade de higiene

pessoal; necessidade ambiental; necessidade de ensino e orientação e necessidade

humana oupessoal (Kelly, 1985).

Esse sistema de classificação, a Taxonomia da NANDA, iniciada em 1973, é

constituída por uma estrutura teórica – os Padrões de Respostas Humanas – que

orienta a classificação e categorização dos diagnósticos de enfermagem ou das

20

condições que necessitam de cuidados de enfermagem. O uso dessa Taxonomia

define o foco do cuidado de enfermagem e dá às enfermeiras exemplos de como a

profissão difere de outras profissões da saúde. Os diagnósticos, interpretados como

títulos dados pela enfermeira para uma resposta humana, podem ser usados como

ilustração do foco da Enfermagem.

Dessa forma, essa Taxonomia “oferece às enfermeiras novo conhecimento de

definições, características definidoras, fatores relacionados e fatores de risco para

cada diagnóstico, o que proporciona o uso de uma linguagem que pode ser

compartilhada por toda a comunidade de enfermagem” (Carlson-Catalano, 1993).

Carpenito (1997) comenta que a enfermagem necessita de um sistema de

classificação, ou uma taxonomia, para descrever e desenvolver um fundamento

científico confiável para a profissão.

Para a ANA (American Nursing Association/ Associação Americana de

Enfermagem), “as taxonomias são classificações segundo relações naturais

presumidas entre tipos e subtipos” (NANDA, 2008).

1.4.3 Eixos do processo diagnóstico

A estrutura atual da NANDA (2010) contém sete eixos que devem ser levados

em conta no processo diagnóstico:

Eixo 1: Conceito diagnóstico;

Eixo 2: Sujeito do diagnóstico (indivíduo, família, grupo, comunidade);

Eixo 3: Julgamento (comprometimento, diminuído, atrasado,

perturbado, prejudicado, disposição para);

Eixo 4: Localização (partes/regiões do corpo e funções);

Eixo 5: Idade (de feto a idoso);

Eixo 6: Tempo (agudo, crônico, intermitente, contínuo);

Eixo 7: Situação do diagnóstico (real, promoção da saúde, risco e

bem-estar).

21

Além dos sete eixos existem os 13 domínios em que são distribuídos os

diagnósticos de enfermagem segundo a NANDA:

Domínio 1: Promoção da Saúde;

Domínio 2: Nutrição;

Domínio 3: Eliminação e troca;

Domínio 4: Atividade/repouso;

Domínio 5: Percepção/cognição;

Domínio 6: Autopercepção;

Domínio 7: Papéis e relacionamento;

Domínio 8: Sexualidade;

Domínio 9: Enfrentamento/tolerância ao estresse;

Domínio 10: Princípios de vida;

Domínio 11: Segurança /proteção;

Domínio 12: Conforto;

Domínio 13: Crescimento/desenvolvimento.

A taxonomia da NANDA (2010) é, atualmente, o sistema de classificação mais

usado no mundo. Traduzida para mais de 17 idiomas, está incorporada a alguns

sistemas de informática desses países. As Conferências da NANDA são realizadas a

cada 2 anos: em plenária geral, na qual são discutidos e aprovados novos

diagnósticos e componentes que integrarão a taxonomia revista (DOENGES;

MOORHOUSE: MURR, 2009).

Exemplos de diagnósticos de Enfermagem:

Diagnósticos reais ou atuais: Integridade tissular prejudicada,

relacionada à imobilização física e circulação alterada, evidenciada por

feridas com área de solapamento (8cm), na região trocantérica direita;

Diagnósticos de risco ou potenciais: Risco para integridade da pele

prejudicada, relacionada à imobilização física e circulação alterada;

Diagnósticos de bem-estar: Comportamento de busca de saúde

relacionado a auto-estima elevada, evidenciado por desejo expresso

de buscar um nível mais elevado de bem-estar;

22

Diagnósticos de promoção de saúde: Disposição para aumento da

esperança relacionada a crenças de saúde e apoio de pessoas

significativas evidenciado por relatos de desejar reforçar a resolução

dos problemas para alcançar a meta de ter uma melhor condição de

saúde.

É importante que o cliente e a família compreendam e concordem com os

diagnósticos de enfermagem e as metas e intervenções associadas. O Enfermeiro

tem de enfatizar ao cliente e a família que a finalidade básica da terminologia dos

diagnósticos é oferecer aos enfermeiros uma linguagem coerente para comunicar

essas informações. Pode ainda explicar por que um diagnóstico médico não

descreve problemas ou preocupações do cliente na perspectiva da enfermagem.

Isso ajudará a promover compreensão e tomada de decisões.

O diagnóstico de enfermagem á ação privativa do enfermeiro, deve ser

enumerado, e o enfermeiro deve assinar o instrumento utilizado para a anotação dos

diagnósticos de enfermagem e colocar o número do COREN sob o qual está inscrito.

1.5 PLANEJAMENTO DOS RESULTADOS ESPERADOS

O planejamento da assistência constitui a terceira etapa do processo de

enfermagem e consiste nos seguintes passos: estabelecimento de prioridades para

os problemas de diagnósticos; fixação de resultados com o paciente, se possível, a

fim de corrigir, minimizar ou evitar problemas (ALFARO-LEFEVRE, 2005).

Para Bachion (2002), o planejamento da assistência de enfermagem consiste

em um plano de ações para se alcançarem resultados em relação a um diagnóstico

de enfermagem.

Essa fase de planejamento de assistência ou mesmo de elaboração de um

plano de cuidados por escrito é importante, segundo Alfaro-LeFreve (2005), por:

Promover a comunicação entre os cuidadores;

Direcionar o cuidado e a documentação;

Criar um registro que pode ser usado mais tarde em avaliações, em

pesquisas e em situações de cunho legal;

Fornecer a documentação das necessidades de atendimento de saúde com a

finalidade de reembolso do seguro.

23

Para Backes e Schwartz (2005), Planejamento de Enfermagem são as

intervenções de Enfermagem. É a determinação global da assistência de

enfermagem que o cliente deve receber diante do Diagnóstico de Enfermagem

estabelecido, é o resultado da análise do Diagnóstico, examinando as alterações,

necessidades afetadas e o grau de dependência. Observação: F (Fazer); A (Ajudar);

O (Orientar); S (Supervisionar); E (Encaminhar).

As intervenções planejadas devem ser destinadas a alcançar os resultados

esperados e a prevenir, resolver ou controlar as alterações encontradas durante o

Diagnóstico.

De acordo com Carpenito-Moyet (2009), os resultados esperados para os

diagnósticos de enfermagem devem representar condições favoráveis que possam

ser alcançadas ou mantidas por meio das ações prescritas e realizadas pela

enfermagem. Se os resultados esperados não estiverem sendo alcançados, o

enfermeiro deve reavaliar os diagnósticos, rever os prazos estipulados e os cuidados

prescritos.

Além disso, os resultados esperados devem estar relacionados com a reação

humana identificada no enunciado do diagnóstico; ser centrados no paciente, não no

enfermeiro; ser claros e concisos; descrever um comportamento mensurável; ser

realistas (atingíveis) e determinados junto com o paciente; e apresentar um limite de

tempo (Iyer; Taptich; Bernocchi-Losey, 1993).

Portanto, os resultados esperados são de extrema importância na fase de

avaliação do processo de enfermagem, tornando-se indicadores do sucesso do

plano estabelecido.

Alfaro-LeFevre (2005) comenta que é necessária a análise acerca do fato de

os resultados terem sido realistas e apropriados para o indivíduo, uma vez que o

enfermeiro deve fazer uso de seu pensamento crítico e de seu conhecimento

científico para estabelecer este limite de tempo a fim de que o problema seja

revertido, ou minimizado.

É importante salientar que para cada diagnóstico de enfermagem deverá

haver um resultado esperado, ou seja, para cada problema detectado espera-se

algo para aquele paciente.

1.6 IMPLEMENTAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (PRESCRIÇÃO DE

ENFERMAGEM)

24

A Implantação constitui a quarta etapa do processo de enfermagem.

Implementar significa colocar em prática, executar o que antes era uma proposta

(SOUZA et al., 2008).

Stanton, Paul e Reeves (1993) vêem a implementação da assistência de

enfermagem como as ações prescritas e necessárias para a obtenção dos

resultados esperados.

A Prescrição de Enfermagem é o conjunto de medidas decididas pelo

enfermeiro, que direciona e coordena a Assistência de Enfermagem ao paciente de

forma individualizada e contínua, objetivando a prevenção, promoção, proteção,

recuperação e manutenção da saúde.

Paim (1998), relata que a prescrição de enfermagem significa medidas de

solução para os problemas do paciente, indicados e registrados previamente pelo

enfermeiro, com a finalidade de atender as necessidades humanas desse mesmo

paciente sob sua responsabilidade.

Para Horta (1979), a prescrição de enfermagem é a implementação do plano

assistencial pelo roteiro diário (ou aprazado) que coordena a ação da equipe de

enfermagem na execução dos cuidados adequados ao atendimento das

necessidades humanas básicas e específicas do ser humano.

Segundo Car, Padilha, Valente (1985), a prescrição de enfermagem:

É um método de trabalho científico, por meio do qual o enfermeiro pode garantir uma função profissional específica;

Deve ser elaborada a partir de problemas prioritários do paciente sem, contudo, serem omitidos aqueles que deverão ser tratados a “posteriori”;

Deve anteceder a prestação da assistência;

Deve ser elaborada de modo a expressar claramente o plano de trabalho;

É o conjunto de ações determinadas, da qual não deve constar a especificação de passos que são inerentes a procedimentos padronizados.

Para Car, Padilha, Valente (1985), a prescrição de enfermagem deve:

Ser precedida de data;

Utilizar verbos de ação; no infinitivo;

Ser concisa e redigida em linguagem comum aos elementos da equipe;

Conter determinação de horários, que serão checados logo após a execução dos cuidados

Ser elaborada diariamente para um período de 24 horas, mesmo que os cuidados a serem prescritos sejam iguais aos do dia anterior;

Ser reavaliada e modificada de acordo com as condições do paciente;

25

Especificar os cuidados em ordem cronológica de execução, conforme as prioridades estabelecidas;

Conter os cuidados de rotina, estabelecida pela instituição, apenas quando os mesmos irão influir no cronograma de prestação de cuidados;

Incluir a verificação de sinais vitais pelo menos uma vez ao dia, mesmo que o paciente não apresente anormalidades nesses parâmetros;

Conter as ações específicas da enfermaria;

Especificar os cuidados inerentes a determinados exames e medicações, na vigência de problemas identificados;

Excluir as ações que o paciente possa fazer sozinho, sem necessidade de acompanhamento, orientação ou supervisão de equipe de enfermagem;

Excluir cuidados inerentes a procedimentos técnicos padronizados.

Para Campedelli et al. (1989), o número de prescrições por enfermeiro varia

conforme o nível de complexidade de assistência aos pacientes, sendo em torno de

5 a 10 número de prescrições previstas para um período de 6 horas.

Ao colocar em prática as prescrições, o enfermeiro deverá estar

constantemente investigando e reinvestigando tanto as respostas do paciente

quanto seu próprio desempenho, pois o ser humano é imprevisível e precisa ser

monitorado cuidadosamente (ALFARO-LEFEVRE, 2005).

Souza et al. (2008), ressaltam que nessa fase é necessário que o profissional

enfermeiro e os demais membros da equipe de enfermagem tenham habilidades

técnicas e psicomotoras específicas, a fim de que, durante a interação com os

pacientes, possam desenvolver uma relação de confiança.

Ao prescrever os cuidados de enfermagem, o enfermeiro deve estar atento

aos fatores relacionados e às características definidoras identificadas na elaboração

dos diagnósticos de enfermagem, isto porque, ao fazer as prescrições, seu foco

deve ser reverter os fatores etiológicos associados aos diagnósticos e solucionar os

sinais e sintomas (características definidoras de um diagnóstico de enfermagem)

(DOCHTERMAN; BULECCHEK, 2008).

Além disso, os enfermeiros devem ter conhecimento de que eles não

prescrevem nem tratam as condições clínicas que correspondem a complicações

fisiológicas detectadas nos pacientes (CARPENITO-MOYET, 2009).

É válido ressaltar que os enfermeiros não tratam as condições médicas e sim

prescrevem cuidados para as respostas humanas das condições clínicas. As

prescrições planejadas devem ser éticas e apropriadas à cultura, idade, sexo do

paciente. (CARPENITO, 2002; TANNURE, 2008), assim, os enfermeiros coordenam

as atividades de todos aqueles envolvidos no processo de implementação, de modo

26

que a agenda de atividades facilite a recuperação do paciente, aliado ao julgamento

acurado do diagnóstico de enfermagem. (Smeltzer e Bare, 2006).

1.6.1 Como redigir uma prescrição de Enfermagem

As prescrições devem incluir a ação a ser realizada (os verbos deverão estar

no infinitivo), conter uma frase descritiva (o quê, como, quando, onde, com, com que

freqüência, por quanto tempo ou quando), quem deve realizá-la e a assinatura do

enfermeiro responsável por sua confecção (ALFARO-LEFEVRE, 2005).

A expectativa é de que o cuidado prescrito beneficiará o paciente ou a família

de maneira previsível. Essas prescrições têm a intenção de individualizar o cuidado

pelo atendimento da necessidade específica do paciente, e, sempre que possível,

devem incorporar os potenciais identificados do paciente (DOENGES;

MOORHOUSE; GEISSLER, 2003).

Chianca (2004) reforça essa orientação afirmando que a fidedignidade de um

diagnóstico ou de uma prescrição de enfermagem ou de um resultado deve ser

entendida como a média de concordância acerca do diagnóstico, dos resultados a

serem alcançados e das prescrições para se atingirem os objetivos estabelecidos.

27

Diagnóstico de Enfermagem Resultados Esperados Prescrição de Enfermagem

Distúrbio da imagem corporal relacionada à doença caracterizada por verbalização da percepção de que está gorda.

Deverá ser estimulada a compreender o distúrbio da imagem corporal causado pela doença.

- Esclarecer sobre a doença enfocando a imagem corporal. Incentivar a expressar sentimentos de como se sente e como vê a si mesma. - Esclarecer qualquer concepção errônea que ela tenha sobre si mesma, sobre o cuidado e sobre as pessoas que prestam o cuidado. - Explorar os pontos fortes e os recursos da própria pessoa.

Ansiedade relacionada a conflito inconsciente quanto a metas de vida caracterizado por agitação.

Melhora do conforto psicológico e fisiológico.

- Ficar junto da pessoa. - Não fazer exigências ou pedir que ela tome decisões. - Apoiar os mecanismos de enfrentamento presentes. - Falar lenta e calmamente.

Intolerância a atividade relacionada a fraqueza generalizada caracterizada por relato verbal de fraqueza.

Deverá progredir até conseguir realizar atividades físicas sem apresentar ou relatar fadiga ou fraqueza.

- Encorajar os exercícios isométricos. - Aumentar, gradualmente a tolerância. - Salientar que a importância de uma boa alimentação exerce na força muscular e na prática da atividade física.

Risco de infecção relacionado a desnutrição.

Deverá relatar os fatores associados à infecção e as precauções necessárias.

- Encorajar a manter a dieta proteica e calórica na dieta. - Observar as manifestações clínicas de uma possível infecção no cliente. - Instruir o cliente e a família tendo em vista as causas e os riscos de infecção.

Volume de líquidos insuficientes relacionado com perdas ativas de líquidos caracterizado por perda súbita de peso.

Deverá manter a densidade específica de urina dentro dos limites normais.

- Realizar registro de balanço hídrico ingerido, menos eliminação urinária. - Pesar diariamente. - Monitorar a ingestão hídrica. Assegurar ao mínimo 2000ml de líquidos orais a cada 24 horas. Fornecer instruções escritas e verbais sobre os líquidos desejados e a quantidade.

Quadro 01: Exemplos de Prescrições de Enfermagem

Fonte: Nanda, 2010.

28

Souza et. al (2008) ressaltam que a implementação deve resultar em

benefício para o paciente, ser respaldada na investigação (anamnese e exame

físico) e na identificação dos diagnósticos de enfermagem e partir de um

planejamento individualizado.

Uma prescrição de enfermagem incompleta pode colocar em risco a

segurança do paciente. As prescrições devem ser redigidas de maneira clara,

precisa e completa, a fim de evitar qualquer dúvida na interpretação.

Para ter uma diretriz sobre o que deve ser prescrito a fim de que os

resultados esperados sejam alcançados, o enfermeiro pode consultar a Nursing

Intervention Classification (NIC), uma taxonomia de intervenções de enfermagem.

A NIC começou a ser desenvolvida em 1987 na Universidade de OIowa, EUA.

O impulso para se iniciar esse trabalho sobre intervenções de enfermagem

começou, em parte, com o trabalho de NANDA, uma vez que, até então, a

compreensão vigente era de que, quando um enfermeiro formula um diagnóstico de

enfermagem, ele tem o dever de resolvê-lo ou minimizá-lo (DOCHTERMAN;

BELECCHEK; CHIANCA, 2003).

Segundo McCloskey e Bulecchek (2004), a NIC foi criada porque era

necessária uma classificação das intervenções de enfermagem para padronizar a

linguagem usada pelos enfermeiros na descrição dos cuidados que eles realizavam

com os pacientes.

A utilização da NIC possibilita que sejam realizadas comparações entre

intervenções de enfermagem de vários tipos (MOORHEAD; DELANEY, 1997), o que

favorece a realização de pesquisas e elaboração de protocolos fundamentados na

prática baseada em evidências.

A NIC (2008) contem 7 domínios, 30 classes, 514 intervenções e mais de

12.000 atividades. Para cada domínio existem classes, e em cada classe há

intervenções a serem executadas. Para cada intervenção há um código

preestabelecido. Após cada intervenção segue-se uma lista de atividades.

29

1.7 AVALIAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

A avaliação ou evolução é a quinta etapa do processo de enfermagem e,

segundo Stanton, Paul e Reeves (1993), pode-se concebê-la levando-se em conta a

estrutura, o processo e o resultado.

Carpenito-Moyet (2009) ressalta que o profissional enfermeiro é responsável

pela avaliação diária do estado e da evolução do paciente a fim de que se alcancem

os resultados.

A avaliação cuidadosa, deliberada e detalhada de vários aspectos do

atendimento ao paciente é a chave para a excelência no fornecimento do

atendimento de saúde (ALFARO-LEFEVRE, 2005).

Cabe reforçar que, mesmo sendo considerada a última etapa do processo de

enfermagem, a avaliação não o conclui, pois deve levar à reavaliação, que resulta

em reinício do processo (STANTON; PAUL; REEVES, 1993).

Cabe ainda ressaltar que o enfermeiro deve sempre avaliar as conseqüências

das ações de enfermagem previstas. Ele deve aprender tanto com os resultados

positivos quanto com os negativos, ampliando seus conhecimentos em prol de um

atendimento de enfermagem de qualidade.

Alfaro-LeFevre (2005) menciona que o acompanhamento criterioso dos vários

aspectos do cuidado dispensados ao paciente constitui a chave para a excelência no

oferecimento de cuidados de saúde e, sendo assim, pode vir a fazer a diferença

entre práticas de cuidados destinados a repetir erros e práticas de cuidados seguras,

eficientes e que buscam o aperfeiçoamento.

Sparks e Taylor (2007) afirmam que os enfermeiros devem se fazer as

seguintes perguntas: a condição do paciente melhorou, piorou ou permaneceu a

mesma? Os diagnósticos de enfermagem são precisos? As necessidades de

enfermagem do paciente foram atendidas? O paciente alcançou os resultados

esperados, ou devo revê-los? Quais as ações de enfermagem devo rever? Devo

reordenar as prioridades?

Além disso, a necessidade de informações sobre os resultados dos pacientes

que foram influenciados pelos cuidados de enfermagem aumenta à medida que as

organizações se reestruturam para melhorar a eficiência (MOORHEAD; JOHNSON;

MAAS, 2008).

30

Conceituando esta última etapa do método – evolução do cliente: se dá pela

contínua avaliação das condições do paciente observando as respostas peculiares à

aplicabilidade dos cuidados de enfermagem propostos anteriormente e que teve

como objetivos:

Controlar os resultados, fazendo correlação ao identificar mudanças

relacionadas à saúde do paciente;

Identificar novos problemas e constatar a resolução de outros;

Provocar mudanças de atitudes no cuidado pessoal do paciente.

31

CAPÍTULO II

METODOLOGIA

2.1 TIPO DE ESTUDO

Trata-se de um estudo exploratório explicativo de caráter bibliográfico onde

foram levantados da literatura pertinente ao tema os principais desafios encontrados

para implementação e a operacionalização do processo de enfermagem nas

Unidades de Saúde.

Segundo Severino (2007), o estudo bibliográfico caracteriza-se por aquele

que se realiza a partir do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em

documentos impressos, como livros, artigos, teses, etc. Utiliza-se de dados ou de

categorias teóricas já trabalhadas por outros pesquisadores e devidamente

registradas. Os textos tornam-se fontes dos temas a serem pesquisados. O

pesquisador trabalha a partir das contribuições dos autores dos estudos analíticos

constantes dos textos.

Este trabalho é de natureza exploratória por envolver levantamento

bibliográfico, buscando desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias para a

formulação de abordagens posteriores. As pesquisas exploratórias, segundo Gil

(1999), visam proporcionar uma visão geral de um determinado fato, do tipo

aproximativo.

2.2 FONTE DE DADOS

No presente estudo foram eleitas as publicações disponíveis no banco de

dados da Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde (LILACS) e Cientific

Electronic Library Online (Biblioteca Científica Eletrônica Online) (SciELO),

indexados no Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da

Saúde (BIREME), Livros, Teses, Revistas e Publicações Científicas.

A Lilacs, base de dados cooperativa do Sistema BIREME compreende a

literatura relativa às Ciências da Saúde, publicada nos países da Região, a partir de

32

1982. Abrange artigos das revistas mais conceituadas da área da saúde, teses,

monografias, anais de congressos ou conferências, relatórios técnico-científicos e

publicações governamentais.

A SciELO é um modelo para a publicação eletrônica cooperativa de revistas

científicas na Internet especialmente desenvolvido para responder às necessidades

da comunicação científica nos países da América Latina e Caribe. Foram

selecionadas devido acesso fácil e rápido a Internet. A coleta de dados foi

operacionalizada por meio de um instrumento específico para este estudo, com a

finalidade de atender aos objetivos do presente estudo.

2.3 CRITÉRIOS PARA O LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO

Para o alcance dos objetivos propostos foram eleitos alguns critérios

referentes às publicações a serem analisadas, conforme as características descritas

na seqüência:

- Publicações que abordam a Sistematização da Assistência de Enfermagem

na perspectiva da Implantação e Implementação;

- Tipo de publicação: periódicos na modalidade artigos científicos,

contemplando relato de casos, estudos bibliográficos;

- Características da apresentação das publicações: publicações disponíveis

na íntegra.

- Características quanto à periodicidade das publicações: foram analisados

periódicos publicados sobre o tema;

- Idioma de publicação: língua pátria (português);

- Local de indexação: bases de dados científicas institucionais: LILACS,

SciELO Brasil e Literaturas Científicas.

- Palavras chave: Processo de Enfermagem. Sistematização da Assistência

de Enfermagem. Teorias de Enfermagem.

33

CAPÍTULO III

ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS

A SAE, enquanto processo organizacional é capaz de oferecer subsídios para

o desenvolvimento de métodos/metodologias interdisciplinares e humanizadas de

cuidados. As metodologias de cuidado, sejam quais forem as suas denominações,

representam, atualmente, uma das mais importantes conquistas no campo

assistencial da enfermagem. O profissional imbuído nesse processo necessita,

entretanto, ampliar e aprofundar, continuamente, os saberes específicos de sua área

de atuação, sem esquecer o enfoque interdisciplinar e/ou multidimensional.

Na literatura levantada, muitos desafios foram identificados no que concerne à

operacionalização no processo de enfermagem ou Sistematização da Assistência de

Enfermagem. Destacam-se:

Dicotomia entre teoria e a prática;

Excesso de atividades burocráticas atribuídas ao profissional de

enfermagem;

Desconhecimento de todo o processo de enfermagem, principalmente

do diagnóstico de enfermagem;

Deficiência teórico-prática a respeito do processo e enfermagem.

Os resultados indicam que a falta de conhecimento constitui um fator que

dificulta o processo de implantação da SAE, relacionado com a prática fragmentada

das fases do processo de enfermagem, com a falta do referencial teórico-filosófico e

com a dificuldade para desprender-se do modelo biomédico/cartesiano.

A prática de enfermagem sistematizada é operacionalizada por meio da

aplicação das fases que compõe o processo de enfermagem, cada uma com sua

importância e objetivo, de forma inter-relacionada e interativa. Contudo, a prática

fragmentada das mesmas representa uma fragilidade, gerando ações imediatistas,

sem planejamento prévio, o que pode comprometer a qualidade da assistência

prestada.

34

Campedelli et al. (1992) salienta que para operacionalização da SAE o

profissional de enfermagem precisa ficar livre de atividades burocráticas para

planejar, acompanhar e executar a assistência de enfermagem

Thomaz e Guidardello (2002) perceberam em seu estudo que embora a SAE

proporcione uma assistência individualizada e qualificada com base científica; há na

prática uma desarticulação com a teoria resultando numa assistência desordenada.

Outro desafio apontado pela literatura é a dificuldade de entendimento e

descrição do processo de enfermagem por parte dos profissionais e estudantes.

(OLIVA et al, 2005).

A Resolução nº 272/2002 do Conselho Federal de Enfermagem designado a

SAE como atividade privativa do enfermeiro a ser aplicado em todas as Unidades de

Saúde (BRASIL, 2007).

O perfil do cliente, diante de suas múltiplas e complexas necessidades de

cuidado, exige do enfermeiro, além do empenho no trabalho em equipe, a

apropriação de referenciais dinâmicos e flexíveis em prol do cuidado interativo e

complexo, pautado na contextualização, interdependência e relação de todos os

aspectos referentes à vida humana.

A interdisciplinaridade e o envolvimento de todas as instâncias de poder, bem

como da própria academia no processo de implantação da SAE apresentaram-se

como primordiais para a obtenção do sucesso, que se refere aos investimentos para

as melhorias nas práticas do cuidado.

35

CONCLUSÃO

A operacionalização e implementação do processo de enfermagem ainda

encontra desafios devido ao despreparo cognitivo e teórico-prático frente à

elaboração dos diagnósticos de enfermagem por parte dos profissionais de

enfermagem. Esta fase do processo ainda é uma incógnita e para operacioná-lo é

necessário formar profissionais capazes de pensar criticamente e correlacionar a

prática com a busca de conhecimento.

A Sistematização da Assistência de Enfermagem requer do profissional

interesse em conhecer o paciente como indivíduo, utilizando para isso seus

conhecimentos e habilidades, além de orientação e treinamento da equipe de

enfermagem para implementação das ações sistematizadas. É necessário o

comprometimento e a conscientização da importância de estabelecer equipes

multiprofissionais destinadas a este fim.

O Planejamento da Assistência de Enfermagem garante a responsabilidade

junto ao cliente assistido, uma vez que este processo nos permite diagnosticar as

necessidades do cliente, fazer a prescrição adequada dos cuidados e, além de ser

aplicada a assistência, pode nortear tomada de decisões vivenciadas pelo

enfermeiro enquanto gerenciador da equipe de enfermagem, promovendo a

autonomia da profissão.

Entretanto, transformar a realidade de uma assistência não planejada envolve

mais do que a vontade individual dos enfermeiros. Há que se desenvolver um

projeto para o alcance dessa meta, no qual são imprescindíveis a vontade política,

envolvimento institucional e melhoria das condições de trabalho. Neste sentido, de

acordo com as hipóteses levantadas, a jornada de trabalho excessiva, a parte

burocrática, o desconhecimento da SAE dificultam a sua implantação e

implementação, porém, mesmo com os desafios crescentes, conquistas foram

alcançadas no decorrer do processo. A isto se somam as certezas e a satisfação

interior de ter tido a iniciativa e a ousadia de provocar a implementação do processo

da SAE, a sensação de um movimento dinâmico contagiante, capaz de sacudir as

36

estacas e ou sustentáculos do saber reducionista, submisso e fragmentado, isto é,

conformado com uma assistência mecanizada e burocratizada. É preciso salientar,

sem medo de errarmos, que a SAE representa, atualmente, uma das mais

importantes conquistas no campo assistencial da enfermagem.

É preciso reconhecer, todavia, que a gerência de enfermagem desempenha

um papel importante nesse processo de construção e reconstrução de saber,

principalmente no que se refere à implementação da SAE. Liderar, nesse caso,

significa provocar transformações e inquietações internas para possíveis mudanças

culturais e estruturais. Transformar a rotina da prática do modelo biomédico em

realidade de construção da SAE.

Em suma, a implementação da SAE representa, para a Gerência de

Enfermagem e toda a equipe de enfermagem apenas o início de um processo lento,

dinâmico e gradual, que pressupõe a superação de resistências, temores, crenças e

barreiras associadas à política e filosofia institucional e de enfermagem.

Assim, a metodologia de escolha para o desenvolvimento do processo é de

fundamental importância, tendo em vista que a sua construção, de forma lenta,

gradual e dinâmica, supõe uma mudança de paradigmas no modo de ser e

compreender o papel do enfermeiro na prática assistencial.

37

REFERÊNCIAS

ALFARO-LEFEVRE, R. Aplicação do processo de enfermagem: promoção do cuidado colaborativo. 5ª ed. Porto Alegre: Artemed. 2005. ANDRADE, J.S. Prática Assistencial de enfermagem: problemas, perspectivas e necessidades de sistematização. Ver Bras Enferm. 2005. Maio-jun; 58(3):261-5. BACHION, M. M. Planejamento, Implementação e Avaliação da Assistência de Enfermagem. Universidade Federal de Uberlândia, Anais-III Fórum de Enfermagem. Sistematizar o Cuidar, Uberlândia: Rápida, novembro, 2002. BACKES, D. S; SCHWARTZ, E. Implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem: Desafios e conquistas do ponto de vista gerencial. Ciência, Cuidado e Saúde. Maringá, v.4, n.2, p.182-188, maio/agos. 2005. BRASIL. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN nº 358/2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a Implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos e privados, em que ocorre o cuidado profissional de enfermagem, e dá outras providências. [Internet]. [citado 2008 Out. 12]. Disponível em: http://site.portalcofen.gov.br/node/4384. BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução 272/2002, de 27 de agosto de 2002. Normatiza a sistematização da assistência de enfermagem como modelo assistencial privativo do enfermeiro. [texto da internet]. Disponível em URL: http://www.portalcofen.gov.br/node/4309. BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Federal de Enfermagem. Lei 7498/86, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do exercício de enfermagem. [texto da internet]. Disponível em URL: http://www.portalcofen.gov.br/sitenovo/node/4161. CAR, M. C.; PADILHA, K. G.; VALENTE, S. M. T. B. Ensino da prescrição de Enfermagem Médico-Cirúrgica na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. Revista Escolar de Enfermagem, 19(2): 135-144, São Paulo, 1985. CAMPEDELLI, M. C. et al. Processo de Enfermagem na Prática. 2ºª Ed. São Paulo: Ática, 1992. CARPENITO-MOYET, L. J. Planos de cuidados de enfermagem e documentação. 4ª Ed. Porto Alegre: Artemed, 2006. CARPENITO-MOYET, L. J. Diagnóstico de Enfermagem. Aplicação à prática clínica. 13ª Ed. Porto Alegre: Artemed, 2012. CHIANCA, T. C. M. Os sistemas de classificação dos elememtos na prática na pesquisa em enfermagem. In: Simpósio Nacional de diagnósticos de Enfermagem, 7, 2004. Belo FHorizonte. Anais.

38

CARLSON-CATALANO, J. M. What is the language of nursing? Nursing Forum, v. 28, n. 4, p.22-26, oct./dec., 1993. CRUZ, A.P. Curso didático de enfermagem:módulo 1. São Caetano do Sul: Yendis, 2005. DANIEL L. F. A enfermagem planejada. São Paulo:EPU/DUSP, 1979. DOCHTERMAN J.M.; BULECHEK G. M. Classificação das intervenções de enfermagem (NIC). 4ª. ed. Porto Alegre: Artmed. 2008. DOENGES, M. E. Diagnóstico e Intervenção em Enfermagem. 5ª Ed. Porto Alegre. Artemed, 1999. FARIA, E. et al. Sistematização da Assistência de Enfermagem: A criação de uma ferramenta informatizada. UNIVALI. SC. FÉLIX, N. N; RODRIGUES, C.D.S; OLIVEIRA, V.D.C. Desafios encontrados na realização da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) em Unidade de Pronto Atendimento. Arq Ciênc Saúde. 2009 out-dez; 16(4):155-60. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 1ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1975. FURUKAWA, C. Y. HOWE, J. H. Virgínia Henderson. In: George, J. B. Teorias de Enfermagem. Os fundamentos para a prática profissional. 4ª ed. Porto Alegre: Artemed, 2000. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1991. HORTA, W. A. Processo de enfermagem. São Paulo. EPU, 1979. HENDERSON, U. NITE, G. Principles and practice of nursing. New York. 1960. HICKMAN, J. S. Introdução à teoria da enfermagem. In: George, J. B. Teorias de Enfermagem: Os fundamentos a prática profissional. 4ª Ed., Porto Alegre. Artes Médicas. 2000:11-20. IYER, PW; TAPTICH, BJ; BERNOCCHI-LOSEY, D. Processo e diagnóstico de enfermagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993. Consequente realização, pela enfermeira da assistência de enfermagem de forma sistematizada. [ Links ] JESUS, C. A. C. Sistematização da Assistência de Enfermagem: evolução histórica e situação atual. In: Fórum Mineiro de Enfermagem, 3, 2002. Uberlândia. Anais. KELLY, M. A. Nursing Diagnosis Source Book: Guidelines for clinical application. 1975.

39

KIMURA, M. Teorias de enfermagem – sua aplicação na prática. In: Processo de Enfermagem na Prática. 2ª ed. São Paulo: Ática, 1992. LEOPARDI, M. T. Teorias de Enfermagem: instrumentos para a prática. Florianópolis. 1999. MATHIAS, J. J. S; ZAGONEL, I. P. S.; LACERDA, M. R. Processo clinical caritas: novos rumos para o cuidado de enfermagem transpessoal. Acta Paul Enferm, v. 19, n.3, p.332-7. jul.-ago. 2006. McEWEN, M. Visão geral da teoria de Enfermagem. In: McEwen, M.; Wills, E. M. Bases teóricas para a enfermagem, 2ª ed., Porto Alegre: Artemed, 2009. McCLOSKEY, J.; BULECCHECK, G. M. Classificação das intervenções de enfermagem (NIC). 3ª ed. Porto Alegre: Artemed. 2004. MELEIS, A. I. Theorical nursing. Development & progress. 4ª ed., Philadelphia: Lippincott Wilklians & Wilkins. 2007. MOORHEAD, S.; DELANEY, C. Mapping nursing intervention data into the Nursing Interventions Classification (NIC): process and rules. Diagnosis. 1997. MOORHEAD, S.; JOHNSON, M.; MAAS, M. Classificação dos resultados de

enfermagem (NOC). 3ª ed. Porto Alegre: Artemed. 2008.

NANDA Internacional. Diagnósticos de Enfermagem da NANDA. Definições e Classificação. Tradução: Regina Machado Garcez. Porto Alegre: Artemed, 2010. NASCIMENTO, K. J. et al. Sistematização da Assistência de Enfermagem – uma reflexão de sua metodologia. Seminário Interinstitucional de Ensino, Pesquisa e Extensão. XIII Mostra de Iniciação Científica. VIII Mostra de Extensão. NIGHTINGALE, F. Notas sobre Enfermagem. São Paulo: Cortez, 1989. . NOBREGA, M.M. GUTIÉRREZ, M. G. R. Sistemas de Classificação em Enfermagem: Avanços e Perspectivas. João Pessoa, Idéias, 2000. OLIVEIRA, L. M. Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE): excelência no cuidado. Revista do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Extensão do UNIPAM (ISSN 1806 – 6399). Patos de Minas: UNIPAM, n.7, vol. 1:83-88, ago. 2010. OLIVA, A.P.V. et al. Atitudes de alunos e enfermeiros frente ao diagnostico de enfermagem. Acta Paul Enf, 2005; 18(4):361-7. PAIM, J.; ALMEIDA FILHO, N. Saúde coletiva: uma "nova saúde pública" ou um campo aberto a novos paradigmas. Rev. Saúde Públ., v.32, n.4, p. 299-316, 1998. [ Links ].

40

Peixoto M. S. O. et al. Sistematização da assistência de enfermagem em um pronto socorro: relato de experiência. São Paulo:Rev Soc Card 1996; 6(1):1-8. ROSSI, L. A; CARVALHO, E. C. A coleta de dados: relação com modelos, filosofia institucional e recursos disponíveis. In: Fórum Mineiro de Enfermagem, 3, 2002. Uberlândia. Anais. UFU, 2002. SANTANA, J. S. S.; CARVALHO, R. C. Sistematização da Assistência de Enfermagem em creche: reflexões de uma prática. Nursing, 2000. SEVERINO, A.J. Metodologia do trabalho científico. 23.ed. rev. e atual. São Paulo: Cortez, 2007. SILVA, E. G. C. et al. O conhecimento do enfermeiro sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem: da teoria à prática. Ver. Esc. Enferm USP. 2011; 45(6): 1380-6. SILVA, A. F; OLIVEIRA, J. S. Processo de Enfermagem: Desafios para Operacionalização. Centro de Ciências da Saúde/Departamento de Enfermagem/Outros. UFPB-PRAC. Out 2001. SOKAL, R. R. Classification: purposes, principles, progress, prospect. Science. V. 185. N. 4157, sep., 1974. SPARKS, S.; TAYLOR, C. M. Manual de Diagnóstico de Enfermagem. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2007. SMELTZER, S. BARE, B. Brunner e Suddarth: Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 10ª ed. Rio de Janeiro. Guanabara-Koogan, 2006. STANTON, M.; PAUL, C.; REEVES, J. Um resumo geral do processo de enfermagem. In: George, J. B. Teorias de enfermagem. Porto Alegre: Artes Médicas. 1993. SOUZA, M. O Surgimento e a evolução histórica das teorias de enfermagem. In: Seminário Nacional de Pesquisa em Enfermagem, 3, 1984. Florianópolis. Anais. TAKAHASHI, A. A. et al. Dificuldades e facilidades apontadas por enfermeiros de um hospital de ensino na execução do processo de enfermagem. Acta Paul Enferm. 2008; 21(1):32-8. TANNURE, M. C; PINHEIRO, A. M. SAE – Sistematização da Assistência de Enfermagem. Guia Prático. Segunda Edição. Guanabara Koogan. Editora LAB. 2011. THOMAZ, V.A.; GUIDARBELLO, E.B. Sistematização da assistência de enfermagem: problemas identificados pelos enfermeiros. Nursing (São Paulo) 5(54):28-34, nov 2002.