aguiar assis folhes etal 2014 cenários e modelos

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7/21/2019 AGUIAR ASSIS FOLHES Etal 2014 Cenários e Modelos http://slidepdf.com/reader/full/aguiar-assis-folhes-etal-2014-cenarios-e-modelos 1/27 Cenários e modelos de desmatamento para a Amazônia  Ana Paula Dutra Aguiar alita Assis Ricardo eophilo Folhes Eloi Dalla Nora Roberto Araújo de O. Santos Junior Diógenes Alves Resumo: Cenário é uma história sobre o futuro formulada em palavras, números e/ou mapas, apresentando desenvolvimentos plausíveis em con- dições críticas de incerteza. Técnicas de formulação e análise de cenários são utilizadas em situações em que os fatores que influenciam o futuro – como escolhas e – transformações políticas, progressos tecnológicos, mudanças nos padrões de consumo – são altamente incertos, incontro- láveis ou insuficientemente conhecidos. Normalmente, apresentam-se cenários em grupos, cada um dos quais correspondendo a um conjunto internamente consistente de suposições sobre o desenvolvimento futuro das principais incertezas e dos demais fatores relevantes associados. Eles podem ser classificados de diferentes formas conforme a abordagem: qua- litativos e/ou quantitativos; exploratórios e/ou normativos; participativos ou formulados por especialistas; multiescala ou não. Nas últimas décadas, diversos estudos têm sido publicados sobre o futuro da Amazônia, na maior parte baseados em modelos quantitativos e considerando fatores de natureza frequentemente limitada. Neste texto, apresentamos uma re-  visão teórica sobre abordagens de cenários, seguida de um panorama dos cenários e modelos desenvolvidos para a Amazônia, buscando associar as abordagens empregadas aos resultados obtidos. Discutimos sobre como fatores regionais, nacionais e globais têm sido considerados sob diferentes abordagens e sobre os desafios dessas ferramentas no complexo contexto socioeconômico e político da Amazônia do século XXI. A construção de cenários é uma das abordagens de estudos de futuro, que serve para apreciar futuros possíveis, prováveis, desejáveis e indesejáveis

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Cenaacuterios e modelos dedesmatamento para a Amazocircnia

Ana Paula Dutra Aguiar alita AssisRicardo eophilo FolhesEloi Dalla Nora

Roberto Arauacutejo de O Santos Junior Dioacutegenes Alves

Resumo Cenaacuterio eacute uma histoacuteria sobre o futuro formulada em palavrasnuacutemeros eou mapas apresentando desenvolvimentos plausiacuteveis em con-diccedilotildees criacuteticas de incerteza Teacutecnicas de formulaccedilatildeo e anaacutelise de cenaacuteriossatildeo utilizadas em situaccedilotildees em que os fatores que influenciam o futuro

ndash como escolhas e ndash transformaccedilotildees poliacuteticas progressos tecnoloacutegicosmudanccedilas nos padrotildees de consumo ndash satildeo altamente incertos incontro-laacuteveis ou insuficientemente conhecidos Normalmente apresentam-secenaacuterios em grupos cada um dos quais correspondendo a um conjuntointernamente consistente de suposiccedilotildees sobre o desenvolvimento futurodas principais incertezas e dos demais fatores relevantes associados Elespodem ser classificados de diferentes formas conforme a abordagem qua-litativos eou quantitativos exploratoacuterios eou normativos participativosou formulados por especialistas multiescala ou natildeo Nas uacuteltimas deacutecadasdiversos estudos tecircm sido publicados sobre o futuro da Amazocircnia namaior parte baseados em modelos quantitativos e considerando fatoresde natureza frequentemente limitada Neste texto apresentamos uma re- visatildeo teoacuterica sobre abordagens de cenaacuterios seguida de um panorama doscenaacuterios e modelos desenvolvidos para a Amazocircnia buscando associar asabordagens empregadas aos resultados obtidos Discutimos sobre comofatores regionais nacionais e globais tecircm sido considerados sob diferentesabordagens e sobre os desafios dessas ferramentas no complexo contexto

socioeconocircmico e poliacutetico da Amazocircnia do seacuteculo XXI

A construccedilatildeo de cenaacuterios eacute uma das abordagens de estudos de futuroque serve para apreciar futuros possiacuteveis provaacuteveis desejaacuteveis e indesejaacuteveis

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(Boumlrjeson Houmljer et al 1048626104862410486241048630) Para analisar possiacuteveis desenvolvimentosda interaccedilatildeo entre o homem e a natureza cenaacuterios ndash quando incluem aparametrizaccedilatildeo de modelos computacionais983093983093 ndash podem ser utilizados porexemplo para explorar o funcionamento do sistema terrestre e os impactos

das mudanccedilas ambientais e tambeacutem como base para discussotildees seja noquadro das tomadas de decisatildeo poliacutetico-administrativas seja no de deli-beraccedilotildees e mobilizaccedilotildees mais amplas

Raskin (1048626104862410486241048629) define cenaacuterios como

histoacuterias plausiacuteveis desafiadoras e relevantes sobre como o futuro pode se

desenvolver que podem ser contadas tanto por palavras como por nuacuteme-

ros Cenaacuterios natildeo satildeo previsotildees prediccedilotildees ou recomendaccedilotildees Eles dizem

respeito a esboccedilar caminhos ( pathways) futuros e levar em consideraccedilatildeoincertezas criacuteticas

Assim cenaacuterios satildeo utilizados em situaccedilotildees em que os fatores queinfluenciam o futuro satildeo altamente incertos incontrolaacuteveis e insuficiente-mente conhecidos Um cenaacuterio entatildeo natildeo eacute uma descriccedilatildeo de um pontofinal no tempo mas uma histoacuteria ndash contada em nuacutemeros ou palavras ndash sobreuma seacuterie de eventos possiacuteveis no horizonte de tempo para ele estabelecidoconforme Alcamo e Ribeiro (1048626104862410486241048625) Alcamo (1048626104862410486241048632) e Wilkinson e Eidinow

(1048626104862410486241048632)Cenaacuterios satildeo em geral (a) multidimensionais descrevendo muacuteltiplas

caracteriacutesticas que coletivamente descrevem uma representaccedilatildeo coerentedo futuro (b) esquemaacuteticos com foco nos grandes padrotildees e natildeo naprecisatildeo ou detalhe (c) normalmente apresentados em grupos pois pararepresentar incertezas muacuteltiplos cenaacuterios satildeo necessaacuterios (d) associadosa um menor grau de confianccedila do que prognoacutesticos por exemplo (Raskin1048626104862410486241048629) Quando incluem na sua formulaccedilatildeo a quantificaccedilatildeo de determina-dos processos atraveacutes de modelos de sistemas podem servir de base para

10486291048629 Esclarecemos aqui a distinccedilatildeo entre modelo e cenaacuterio adotada neste capiacutetulo Modelos satildeo abstraccedilotildees

obtidas atraveacutes de simplicaccedilotildees das relaccedilotildees do mundo real para um determinado problema de interesse

Tais abstraccedilotildees devem possibilitar o tratamento analiacutetico sendo expressas por siacutembolos Modelos podem

ser conceituais ou matemaacuteticos Modelos satildeo denominados matemaacuteticos quando os seus siacutembolos e

relaccedilotildees satildeo tratados por meacutetodos matemaacuteticos (Briassoulis 2000) Neste capiacutetulo os modelos citados satildeo

todos matemaacuteticos e computacionais ndash ou seja a simulaccedilatildeo e anaacutelise dos problemas focados se utilizam

de uma linguagem ou um ambiente computacionais ndash sendo que aqueles que tratam de mudanccedilas de

uso de terra utilizam uma representaccedilatildeo espacialmente expliacutecita Jaacute cenaacuterios satildeo histoacuterias sobre o futuro

contadas em palavras nuacutemeros ou mapas ou uma combinaccedilatildeo destes elementos sendo que os dois

uacuteltimos podem ser gerados a partir de modelos computacionais Neste caso os resultados dos modelos

e a sua parametrizaccedilatildeo de acordo com as premissas do cenaacuterio satildeo parte do cenaacuterio

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procedimentos de parametrizaccedilatildeo e tambeacutem de concepccedilatildeo estrutural doproacuteprio sistema Em processos poliacutetico-administrativos ou deliberativospodem oferecer referecircncias para a conceituaccedilatildeo e o desenvolvimento doproblema na esfera poliacutetica administrativa social e econocircmica

O termo cenaacuterio foi emprestado do teatro no acircmbito do qual se refereaos elementos sequenciais de uma peccedila como as accedilotildees dos atores ou asmudanccedilas na disposiccedilatildeo dos elementos do palco(Alcamo e Ribeiro 1048626104862410486241048625)Como forma de explorar o futuro o termo foi difundido inicialmente naaacuterea militar apoacutes a Segunda Guerra Mundial em especial na corporaccedilatildeoRand nos Estados Unidos para descrever um meacutetodo de anaacutelise de jogosde guerra (Kahn amp Wiener 1048625104863310486301048631) A partir dos anos 1048625104863310486301048624 e 1048625104863310486311048624 passoua ser utilizado para fins de planejamento nos contextos empresarial e go-

vernamental visando apoiar tomadas de decisatildeo (Godet 1048626104862410486241048624) Foramnas uacuteltimas deacutecadas poreacutem que os cenaacuterios passaram a ser utilizados naaacuterea ambiental devido a preocupaccedilotildees relativas a mudanccedilas climaacuteticasdisponibilidade de aacutegua funcionamento dos ecossistemas qualidade doar e mudanccedilas do uso da terra como vemos em Alcamo e Ribeiro (1048626104862410486241048625)Alcamo (1048626104862410486241048632) Swart (1048626104862410486241048626) Girod (1048626104862410486241048633) e Wilkinson e Eidinow (1048626104862410486241048632)

A anaacutelise de cenaacuterios emergiu como uma ferramenta particularmenteuacutetil para considerar as trajetoacuterias interligadas de ecossistemas seu gerencia-

mento e o bem-estar humano em sistemas socioambientais Nesses casospor permitirem a visualizaccedilatildeo de trajetoacuterias alternativas de desenvolvimentofuturo ndash assumindo uma perspectiva sistecircmica e considerando incertezas ndashos cenaacuterios podem ajudar tomadores de decisatildeo a analisar possibilidades ea planejar accedilotildees robustas num contexto de muacuteltiplos cenaacuterios alternativosConforme Carpenter Bennett et al (1048626104862410486241048630) e Biggs (1048626104862410486241048631) estudos de ce-naacuterios podem tambeacutem ajudar a alcanccedilar um determinado objetivo comoa resiliecircncia de um ecossistema ou a minimizaccedilatildeo de conflitos em tornode determinado recurso

Existem muitos exemplos de utilizaccedilatildeo de cenaacuterios na aacuterea ambientalcomo vemos em Postma e Liebl (1048626104862410486241048629) Alcamo e Ribeiro (1048626104862410486241048625) Parson(1048626104862410486241048630) Raskin (1048626104862410486241048629) e Alcamo (1048626104862410486241048630 1048626104862410486241048632) Em escala global podemoscitar o Global Environment Outlook (GEO 1048629) (Unep 1048626104862410486251048626) os cenaacuteriosde emissatildeo de gases do efeito estufa do Painel Intergovernamental sobreMudanccedilas Climaacuteticas (IPCC) que conferimos em Nakicenovic (1048626104862410486241048625) Swart

(1048626104862410486241048626) e Girod (1048626104862410486241048633) e a Avaliaccedilatildeo Ecossistecircmica do Milecircnio conformeMEA (1048626104862410486241048629) e Carpenter Bennett et al (1048626104862410486241048630)Um aspecto da questatildeo ambiental satildeo as mudanccedilas de uso e cobertura da

terra associadas a emissotildees de gases do efeito estufa perda de biodiversidade

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e seguranccedila alimentar (Lambin amp Geist 1048626104862410486241048630) Eacute o caso da Europa onde doisprojetos foram conduzidos na deacutecada passada tendo cenaacuterios de mudanccedilasde uso da terra como componentes centrais O primeiro deles que podemosconferir em Metzger Rounsevell et al (1048626104862410486241048630) eacute o Modelagem e Anaacutelise

Avanccediladas de Ecossistemas Terrestres (Advanced Terrestrial EcosystemAnalysis and Modelling ndash Ateam) O segundo conforme Verburg (1048626104862410486241048630) eWesthoek (1048626104862410486241048630) eacute o Eururalis Todos esses projetos apresentam em comumuma combinaccedilatildeo de aspectos qualitativos e quantitativos

No caso do Brasil ndash em especial da Amazocircnia ndash muitos estudosforam realizados nas deacutecadas passadas com destaque para abordagensquantitativas motivadas pela preocupaccedilatildeo internacional com as altas taxasde desmatamento observadas ateacute o iniacutecio deste seacuteculo e seus impactos so-

bre as emissotildees de gases do efeito estufa Em geral esses modelos trazemimpliacutecitas a definiccedilatildeo e a combinaccedilatildeo de fatores de natureza distinta querefletem as escolhas adotadas pelos modeladores Este capiacutetulo tem por ob- jetivo inicial apresentar uma revisatildeo do conceito de cenaacuterios pois o termotem sido utilizado na literatura referente agrave Amazocircnia com significados quemuitas vezes fogem do seu conceito mais amplo Em seguida satildeo revisadasas abordagens empregadas pelos trabalhos realizados para a Amazocircniadestacando sua importacircncia e a necessidade de sua reformulaccedilatildeo frente ao

novo contexto socioeconocircmico e institucional da regiatildeo

Cenaacuterios principais classificaccedilotildees e caracteriacutesticas56

Vaacuterias tipologias como as de Godet (1048626104862410486241048624) Van Notten Rotmans etal (1048626104862410486241048627) Bradfield (1048626104862410486241048629) Boumlrjeson Houmljer et al (1048626104862410486241048630) Miller (1048626104862410486241048631) eVergragt e Quist (1048626104862410486251048625) foram propostas para classificar os cenaacuterios commuitas nuances e diferenccedilas entre elas Especificamente sobre cenaacuteriosambientais podem-se citar entre outros Alcamo e Ribeiro (1048626104862410486241048625) Raskin(1048626104862410486241048629) Parson (1048626104862410486241048630) Pulver (1048626104862410486241048631) Alcamo (1048626104862410486241048632) Garb Pulver et al(1048626104862410486241048632) Wilkinson e Eidinow (1048626104862410486241048632) e Van Vuuren Kok et al (1048626104862410486251048626) Nestecapiacutetulo buscamos sintetizar as principais variaccedilotildees encontradas na literaturasobre cenaacuterios ambientais por meio de uma organizaccedilatildeo em quatro eixos (a)cenaacuterios qualitativos e quantitativos (b) cenaacuterios normativos e exploratoacuterios(c) cenaacuterios em uacutenica escala ou multiescala (d) cenaacuterios participativos ou

elaborados por especialistas Note-se que essas classificaccedilotildees satildeo ortogonais

10486291048630 Uma versatildeo inicial do conteuacutedo desta seccedilatildeo foi elaborada pelos autores para a dissertaccedilatildeo de mestrado

de Ricardo Folhes defendida em 2010 no curso de Ciecircncias Ambientais Universidade Federal do Paraacute

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entre si cenaacuterios quantitativos eou qualitativos por exemplo podem serexploratoacuterios ou normativos participativos ou natildeo

Cenaacuterios qualitativos eou quantitativos

De acordo com Raskin (1048626104862410486241048629) duas abordagens de construccedilatildeo decenaacuterios se desenvolveram no periacuteodo entre a Segunda Guerra Mundial eaproximadamente 1048625104863310486331048629 em dois ramos de literatura praticamente sem inter-secccedilatildeo entre si a modelagem quantitativa e as narrativas qualitativas Essedualismo reflete dois desafios de igual importacircncia em termos de cenaacuteriosprover representaccedilotildees quantitativas sistemaacuteticas e replicaacuteveis por um ladoe visotildees sociais contrastantes e natildeo quantificaacuteveis do outro

Os primeiros antecedentes dos cenaacuterios ambientais atuais datam dosanos de 1048625104863310486311048624 reflexos das preocupaccedilotildees crescentes com disponibilidade derecursos naturais para a crescente populaccedilatildeo e economia globais Satildeo dessaeacutepoca tanto ambiciosos modelos matemaacuteticos como o muito discutidoLimits to Growth do Clube de Roma (Meadows Meadows et al 1048625104863310486311048626)quanto narrativas como o Te Next Years elaborado por Kahn (1048625104863310486311048630)em resposta ao Limits to Growth Na mesma eacutepoca comeccedilam os esforccedilosde construccedilatildeo de cenaacuterios pela Royal DutchShell que os utilizava para

fortalecer a conversaccedilatildeo estrateacutegica e o aprendizado explorando descon-tinuidades e possibilidades de mudanccedila no mind-set das pessoas dentroda organizaccedilatildeo (Jefferson 1048626104862410486251048626) Mais tarde no final dos anos 1048625104863310486321048624 e 1048625104863310486331048624surgiram muitos cenaacuterios relativos agrave questatildeo de energia e mudanccedilas globaisos mais importantes dos quais satildeo os primeiros do IPCC (Leggett Pepperet al 1048625104863310486331048626) Desta primeira fase surgiu o entendimento do potencial e dalimitaccedilatildeo de ambas as abordagens

Em vista da complexidade e incerteza das questotildees ambientais queenvolvem interaccedilotildees intricadas entre os sistemas naturais e sociais a anaacutelisede cenaacuterios requer abordagens que transcendem os limites dos modelosdeterminiacutesticos convencionais nos quais o funcionamento do sistema eacuteconhecido e persistente Previsotildees probabiliacutesticas natildeo satildeo possiacuteveis quandonovos comportamentos podem ser esperados e futuros estruturalmentediferentes podem emergir Narrativas descritivas por outro lado podemdar voz a importantes fatores moldando valores comportamentos e insti-

tuiccedilotildees fornecendo uma perspectiva mais ampla do que a que poderia serrepresentada somente pela modelagem computacional Cenaacuterios puramentequalitativos por outro lado apresentam a limitaccedilatildeo de natildeo apresentaremnenhuma anaacutelise de dados numeacutericos e o fato de as suposiccedilotildees por traacutes

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narrativas ateacute que estejam corretamente ligadas aos modeloscomputacionais

1048628 O uso de diversos meios para solicitar contribuiccedilotildees para os ce-naacuterios e comunicar os resultados

Essa abordagem foi utilizada por exemplo no Relatoacuterio especial sobrecenaacuterios de emissotildees (Special Report on Emissions Scenarios ndash SRES) doIPCC58 (Nakicenovic 1048626104862410486241048625) e em diversos estudos nas uacuteltimas deacutecadas(Van Vuuren Kok et al 1048626104862410486251048626)

A abordagem SAS combina as vantagens e desvantagens dos meacutetodosquantitativos e qualitativos mas apresenta como complicaccedilatildeo adicional aintegraccedilatildeo dos dois meacutetodos Em muitos casos os modelos computacionaisutilizados satildeo preacute-existentes No processo de construccedilatildeo dos cenaacuterios eles

satildeo parametrizados de acordo com as premissas estabelecidas durante oprocesso de construccedilatildeo dos cenaacuterios gerando os resultados quantitativosque os constituiratildeo de maneira mais ampla

Um das dificuldades reside na quantificaccedilatildeo das narrativas (Kok VanVliet et al 1048626104862410486251048625) pois frequentemente os modelos computacionais utilizadosnatildeo permitem a quantificaccedilatildeo de muitos dos fatores e suposiccedilotildees descritosPor outro lado em muitos casos os modelos requerem uma grande varie-dade de informaccedilotildees quantitativas para alimentar uma seacuterie de paracircmetros

que dificilmente satildeo extraiacutedos das narrativasRecentemente no contexto do projeto Cenaacuterios Hiacutedricos para a Europa

e Paiacuteses Vizinhos (Water Scenarios for Europe and Neighbouring States ndashScenes) Van Vliet (1048626104862410486241048633) propocircs a adaptaccedilatildeo do SAS para incorporar ummeacutetodo semiquantitativo o Fuzzy Cognitive Method (FCM) Este procuracapturar a dinacircmica presente e futura do sistema e estruturar os resultadosde oficinas participativas com vistas a facilitar a traduccedilatildeo das narrativaspara os modelos computacionais Algumas experiecircncias com a abordagemforam realizadas na Amazocircnia como discutido nas proacuteximas paacuteginas

Cenaacuterios normativos e exploratoacuterios

Outra forma de classificar os cenaacuterios estaacute relacionada ao propoacutesito docenaacuterio e agrave perspectiva de formulaccedilatildeo dos cenaacuterios do presente para o futu-ro ou do futuro para o presente ( foward looking X backward looking ) Como

10486291048632 Uma revisatildeo sobre os cenaacuterios de emissatildeo do IPCC eacute dada por Orsquoneill e Nakicenovic (2008) e Girod

(2009) Para o IPCC AR5 em preparaccedilatildeo atualmente estaacute sendo adotado um processo distinto descrito

em Moss (2010) e Van Vuuren Riahi et al (2012) Ver informaccedilotildees adicionais em htpsedacipcc-

dataorgddcar5_scenario_process (acessado em 16 dez 2013)

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mencionado acima os eixos adotados neste capiacutetulo satildeo ortogonais entre sicenaacuterios quantitativos eou qualitativos podem ser exploratoacuterios eou normati- vos Como natildeo haacute consenso entre os autores na forma de classificar os cenaacuteriosambientais de acordo com este criteacuterio ndash como vemos em Wollenberg Edmunds

et al (1048626104862410486241048624) Alcamo e Ribeiro (1048626104862410486241048625) Buarque (1048626104862410486241048627) Van Notten Rotmanset al (1048626104862410486241048627) Boumlrjeson Houmljer et al (1048626104862410486241048630) Evans Velarde et al (1048626104862410486241048630) Parson(1048626104862410486241048630) Westhoek Berg et al (1048626104862410486241048630) ndash resolveu-se adotar aqui a classificaccedilatildeode Alcamo e Ribeiro (1048626104862410486241048625) ilustrada na Figura 1048626 Acrescentamos poreacutemalgumas consideraccedilotildees baseadas nas demais tipologiasbull Cenaacuterios exploratoacuterios comeccedilam no presente e visam explorar tendecircn-

cias para o futuro Eles satildeo mais proacuteximos do significado original dapalavra cenaacuterio pois satildeo concebidos como uma sequecircncia de eventos

emergentesbull Cenaacuterios antecipatoacuterios (ou normativos) comeccedilam com uma visatildeo

prescrita (estabelecida a priori) do futuro (otimista pessimista ouneutra) O cenaacuterio eacute construiacutedo de frente para traacutes no tempo ligandoo presente ao futuro estabelecido pela visatildeo

Figura Diferenccedila entre cenaacuterios exploratoacuterios e normativos

Fonte IPCC () e Wollenberg ()

Os cenaacuterios normativos ou antecipatoacuterios incluem em sua concepccedilatildeoo desejo das pessoas envolvidas no seu processo de construccedilatildeo explorandocaminhos ou accedilotildees que deveriam ocorrer para alcanccedilar esse desejo Satildeoconcebidos como indicado em Robinson (1048625104863310486321048626) Dreborg (1048625104863310486331048630) Quist e

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Vergragt (1048626104862410486241048630) Quist issen et al (1048626104862410486251048625) Robinson Burch et al (1048626104862410486251048625)e Vergragt e Quist (1048626104862410486251048625) a partir de uma visatildeo do futuro que pode serpositiva negativa ou neutra e se desenvolve na discussatildeo do confronto dodesejo com as condiccedilotildees concretas mediante a construccedilatildeo de uma trajetoacuteria

invertida atraveacutes de meacutetodos de backcasting Esta visatildeo do futuro natildeo deve ser confundida com o cenaacuterio em si

que contempla os passos para alcanccedilar essa visatildeo Por sua proacutepria naturezao processo de construccedilatildeo de cenaacuterios normativos em geral pode requereruma maior participaccedilatildeo de stakeholders o que envolve o desejo dos atoresque satildeo parte do problema Cenaacuterios normativos podem ser particularmenteimportantes quando existem referecircncias institucionais ou poliacuteticas sobre odesenvolvimento de um processo como no caso do artigo 1048626 da Convenccedilatildeo

do Clima que prevecirc a estabilizaccedilatildeo da concentraccedilatildeo dos gases de efeito estufa(Swart 1048626104862410486241048626)

Jaacute os cenaacuterios exploratoacuterios satildeo utilizados em geral para analisar opossiacutevel desenrolar de acontecimentos futuros em relaccedilatildeo a determinadotema visando facilitar o posicionamento e a tomada de decisotildees sobreo assunto Costumam ser concebidos por meio da definiccedilatildeo dos fatoresdeterminantes das mudanccedilas em questatildeo no cenaacuterio e da seleccedilatildeo de incer-tezas criacuteticas entre esses fatores bem como de hipoacuteteses sobre como essas

incertezas se desenvolveriam Cenaacuterios exploratoacuterios podem ser elaboradospor especialistas eou pela participaccedilatildeo de stakeholders

Muitos estudos produzem cenaacuterios exploratoacuterios e normativos en-quanto outros combinam alguns elementos de ambas as perspectivas Porexemplo os cenaacuterios do Word Water Vision (Cosgrove amp Rijsberman 1048626104862410486241048624)combinam aspectos exploratoacuterios e normativos qualitativos e quantitativosJaacute Kok Van Vliet et al (1048626104862410486241048626) usando a abordagem SAS desenvolveramquatro cenaacuterios exploratoacuterios para a Europa em 1048626104862410486291048624 Um exerciacutecio debackcasting foi realizado tendo como visatildeo normativa de 1048626104862410486291048624 a utilizaccedilatildeoprovisatildeo e gerenciamento sustentaacutevel dos recursos hiacutedricos O objetivo doexerciacutecio foi identificar as accedilotildees necessaacuterias obstaacuteculos e oportunidades paraque o objetivo fosse alcanccedilado em qualquer dos quatro possiacuteveis futurosrepresentados pelos cenaacuterios exploratoacuterios

Finalmente cabe mencionar que em paralelo agrave classificaccedilatildeo de cenaacuteriosexploratoacuterios e normativos existe a diferenciaccedilatildeo entre cenaacuterios de base

(baseline) e cenaacuterios de anaacutelise de poliacuteticas ( policy scenarios)983093983097 (Alcamo eRibeiro 1048626104862410486241048625) Estes satildeo variaccedilotildees daqueles e visam avaliar os efeitos de

10486291048633 Alguns autores se referem aos policy scenarios como cenaacuterios alternativos ou canocircnicos (Buarque

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diferentes accedilotildees poliacuteticas em relaccedilatildeo ao cenaacuterio de referecircncia Por sua vezos cenaacuterios de base no contexto de cenaacuterios ambientais visam apresentaralternativas para o futuro sem considerar os impactos de poliacuteticas ambien-tais servindo como referecircncia para a comparaccedilatildeo983094983088

Aleacutem de servir de referecircncia a construccedilatildeo de cenaacuterios de base permiteexplorar as incertezas quanto ao desenvolvimento dos demais fatores deter-minantes natildeo diretamente associados a accedilotildees poliacuteticas normalmente ndash masnatildeo necessariamente ndash construiacutedos atraveacutes da perspectiva exploratoacuteria983094983089Alguns estudos natildeo fazem essa distinccedilatildeo enquanto outros buscam elaborarsomente cenaacuterios de base Por exemplo os cenaacuterios de emissotildees (SRES) doIPCC satildeo organizados em quatro famiacutelias de cenaacuterios baseline construiacutedasde modo exploratoacuterio

No processo de construccedilatildeo de cenaacuterios podem ser combinadosdiferentes meacutetodos inclusive oficinas de trabalho entrevistas estrutu-radas a teacutecnica de Delfos meacutetodos de backcasting e uma seacuterie de meacuteto-dos participativos (Buarque 1048626104862410486241048627) A seleccedilatildeo dos meacutetodos especiacuteficosempregados em um determinado projeto iraacute depender do conjunto dedecisotildees relativas aos objetivos da anaacutelise (a) escala temporal (horizontee intervalo de tempo) (b) opccedilatildeo por qualitativos eou quantitativos (c)opccedilatildeo por abordagem exploratoacuteria eou normativa (d) forma de parti-

cipaccedilatildeo da sociedade no processo de construccedilatildeo (e) representaccedilatildeo deuma escala ou muacuteltiplas escalas espaciais As proacuteximas seccedilotildees discutemos itens (d) e (e)

Cenaacuterios participativos e elaborados por especialistas

Para diferenciar cenaacuterios participativos daqueles elaborados por es-pecialistas satildeo inicialmente apresentadas algumas definiccedilotildees62

bull Participaccedilatildeo semanticamente eacute muito semelhante ao envolvimento ndash o

2003) enquanto os cenaacuterios baseline satildeo tambeacutem chamados de cenaacuterios de referecircncia non-intervention

ou business as usual (BAU)

10486301048624 Embora em vaacuterios casos seja difiacutecil fazer essa separaccedilatildeo pois muitas poliacuteticas jaacute fazem parte da

sociedade como nota o proacuteprio autor

10486301048625 Alguns estudos adotam somente um cenaacuterio de base em muitos casos chamado business as usual No

entanto alguns autores discutem a pertinecircncia da concepccedilatildeo de cenaacuterios BAU nos tempos atuais pois

a possibilidade de transiccedilotildees abruptas incertezas e instabilidades natildeo satildeo consideradas (Vergragt amp

Quist 2011)

10486301048626 Apresentamos aqui apenas uma breve revisatildeo dos conceitos para embasar a classicaccedilatildeo dos cenaacuterios

Existe toda uma literatura sobre o assunto com inclusive diferentes deniccedilotildees e pontos de vista sobre

o alcance da participaccedilatildeo fora do escopo deste capiacutetulo

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ato ou processo de estar envolvido Na literatura das ciecircncias sociaissignifica o ato de participaccedilatildeo ativa de grupos sociais na apreciaccedilatildeo edecisatildeo dos processos em que se encontram direta ou indiretamenteenvolvidos com conhecimentos relevantes sobre a questatildeo em jogo

conforme Stirling (1048626104862410486241048630) e Wesseling Paavola et al (1048626104862410486251048625)bull Stakeholders atores e especialistas Heijden (1048625104863310486331048630) diferencia atores

de stakeholders para fins de anaacutelises de cenaacuterios Stakeholders satildeo osinteressados no tema em discussatildeo no cenaacuterio que recebem as conse-quecircncias das accedilotildees Atores satildeo as pessoas ou organizaccedilotildees que atuamno objeto analisado porque tecircm o poder de tomar decisotildees mas natildeonecessariamente sofrem as consequecircncias das mesmas Especialistaspor outro lado satildeo pessoas com conhecimento especiacutefico ndash cientistas

profissionais burocratas etc ndash sobre algum dos aspectos relevantes aotema do cenaacuterio ou a outros a ele relacionados mas natildeo tecircm neces-sariamente poder de accedilatildeo Isto significa que os especialistas natildeo satildeoem princiacutepio diretamente interessados ou afetados pelo tema emboraeventualmente possam ser

bull Meacutetodos participativos incluem entrevistas e questionaacuterios dirigidos agrupos focais envolvendo stakeholders conforme Van Asselt Marjolein

e Rijkens-Klomp (1048626104862410486241048626) e Richards Sherlock et al (1048626104862410486241048628) Muitasdas teacutecnicas de cenaacuterios ndash especialmente no niacutevel local ndash utilizammeacutetodos baseados no denominado diagnoacutestico raacutepido participati-

vo (DRP) que consiste em teacutecnicas simples normalmente visuaisque tecircm sido utilizadas em vaacuterios contextos conforme vemos emWollenberg Edmunds et al (1048626104862410486241048624) e Evans Velarde et al (1048626104862410486241048630)Tais meacutetodos vecircm sendo amplamente empregados na Amazocircnia porONGs cientistas e oacutergatildeos governamentais aleacutem de experiecircncias de

mapeamento participativo alinhadas ao movimento socioambiental(Santos 1048626104862410486241048629) Jaacute as experiecircncias de construccedilatildeo de cenaacuterios propria-mente ditos principalmente atraveacutes de meacutetodos participativos satildeomenos comuns na Amazocircnia

bull Cenaacuterios participativos satildeo aqueles construiacutedos com o envolvimentodireto de stakeholders atraveacutes de meacutetodos participativos em que os atorese especialistas podem tomar parte de forma secundaacuteria

Recentemente tem sido dada atenccedilatildeo ao valor da inclusatildeo de meacutetodosparticipativos em anaacutelises de cenaacuterios De acordo com Wollenberg et al(1048626104862410486241048624) ldquocenaacuterios seratildeo mais poderosos em criar novos conhecimentosquando envolvem diretamente stakeholdersrdquo Em escala global os cenaacuterios

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tendem a ser do tipo exploratoacuterio focados em produzir resultados cien-tiacuteficos quantitativos e com uma construccedilatildeo de narrativas normalmentebaseada na contribuiccedilatildeo de especialistas (Parson 1048626104862410486241048632) Nesse caso osstakeholders atores e tomadores de decisatildeo satildeo mais envolvidos durante

processos de revisatildeo do que na fase de elaboraccedilatildeo dos cenaacuterios Por outrolado diversos exerciacutecios em escala local tecircm enfatizado o processo decomunicaccedilatildeo e construccedilatildeo de consenso entre stakeholders que pode acom-panhar o desenvolvimento de cenaacuterios (qualitativos) em especial na Aacutesiae Aacutefrica como indicado por Wollenberg Edmunds et al (1048626104862410486241048624) e Alcamo(1048626104862410486241048630) Mas essas diferenccedilas entre cenaacuterios globais e locais refletem apenasgrandes tendecircncias A literatura indica que eacute possiacutevel engajar stakeholders com sucesso nos niacuteveis nacional e internacional e haacute exemplos concretos

como em alguns dos estudos regionais do MEA (Kok Biggs et al 1048626104862410486241048631)As vantagens da utilizaccedilatildeo de processos participativos estatildeo relacio-

nadas agrave relevacircncia credibilidade legitimidade e criatividade (Van Vliet1048626104862410486241048633) ndash criteacuterios normalmente adotados para avaliar a qualidade de anaacutelisesde cenaacuterios (Alcamo 1048626104862410486241048632) Quatro categorias de razotildees para a utilizaccedilatildeodesse tipo de processo foram discutidas na literatura por Stirling (1048626104862410486241048630) ePatel Kok et al (1048626104862410486241048631) A primeira categoria eacute a (a) normativa a participaccedilatildeosegue princiacutepios democraacuteticos e portanto deve ser utilizada para evitar que

decisotildees sejam tomadas sem refletir os valores do puacuteblico A segunda eacute a(b) instrumental a participaccedilatildeo assegura que os cenaacuterios sejam relevantese verossiacutemeis para os usuaacuterios finais A terceira (c) substantiva atraveacutesda participaccedilatildeo obteacutem-se mais e melhor informaccedilatildeo devido agrave inclusatildeode conhecimento local Por fim o (d) aprendizado social a participaccedilatildeopode proporcionar uma arena de aprendizado para todos os envolvidose assim gerar ideias importantes e potencialmente surpreendentes

Por outro lado alguns pontos negativos devem ser assinalados comoa falta de reprodutibilidade pois existem orientaccedilotildees gerais mas natildeo me-todologias estritas Normalmente os meacutetodos satildeo propositadamente natildeoestruturados e seu resultado depende muito da seleccedilatildeo dos participantes(Kok Patel et al 1048626104862410486241048630) Outra desvantagem se encontra nas posiccedilotildees muitocontrastantes entre os stakeholders que podem afetar significativamente osdebates e decisotildees Por isso eacute necessaacuterio conhecer as predisposiccedilotildees dosparticipantes que representam diferentes grupos de interesses

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Cenaacuterio em escala uacutenica ou muacuteltipla

Os cenaacuterios ambientais tecircm sido construiacutedos em diferentes escalas63 espaciais ndash global regional local ndash com diferentes objetivos e graus deenvolvimento de stakeholders em niacuteveis diversos (Alcamo et al 1048626104862410486241048630)

As escalas temporais desses cenaacuterios tambeacutem variam os cenaacuterios globaisabrangem normalmente uma perspectiva de tempo maior ndash ateacute 1048626104862410486291048624 ou1048626104862510486241048624 tomando por base o atual ano de 1048626104862410486251048627 ndash enquanto os regionais elocais focam em periacuteodos mais curtos ndash ateacute 1048626104862410486251048629 ou 1048626104862410486261048629 Os processos efatores determinantes analisados nos cenaacuterios dependem da escala espa-cial e temporal assim como a seleccedilatildeo de stakeholders no caso de cenaacuteriosparticipativos e a escolha de modelos computacionais no caso de cenaacuterioscom modelos quantitativos

Stakeholders em diferentes niacuteveis de processos de decisatildeo ou delibe-raccedilatildeo ndash local regional nacional internacional ndash podem ter perspectivasdiferentes O equiliacutebrio de forccedilas descrito na seccedilatildeo anterior conforme apon-tado por Kok Biggs et al (1048626104862410486241048631) e Zurek e Henrichs (1048626104862410486241048631) pode diferirentre escalas enquanto conjuntos diferentes de problemas e oportunidadespodem ser destacados em diferentes escalas mesmo quando se discute ummesmo tema geral ndashuso e disponibilidade da aacutegua por exemplo

Cenaacuterios participativos multiescala visam entatildeo incorporar essas di- versas perspectivas ao processo de construccedilatildeo dos cenaacuterios Alcamo et al(1048626104862410486241048630) ao final de sua revisatildeo do estado da arte em cenaacuterios para a siacutentesedo programa Land Use and Cover Change (LUCC) (Lambin et al 1048626104862410486241048630)recomendam o desenvolvimento de cenaacuterios multiescala como uma formade aumentar a credibilidade e relevacircncia dos cenaacuterios por meio da incor-poraccedilatildeo de uma gama maior de visotildees Em outra anaacutelise recente sobre ofuturo dos cenaacuterios ambientais Parson (1048626104862410486241048630 1048626104862410486241048632) defende a existecircncia

de uma rede natildeo centralizada de cenaacuterios ambientais em diferentes escalaspara atender a diferentes necessidades Esses cenaacuterios podem se basear emndash ou interpretar ndash cenaacuterios de escalas mais globais e ligaacute-los aos contextos enecessidades de anaacutelise e apoio agrave tomada de decisatildeo em diferentes escalas

Um aspecto importante na definiccedilatildeo da metodologia de construccedilatildeo decenaacuterios multiescala eacute o modo como as relaccedilotildees de influecircncia entre escalasseratildeo tratadas em determinado estudo conforme Biggs (1048626104862410486241048631) e Kok Biggset al (1048626104862410486241048631) Essas influecircncias podem ser top-down ndash cenaacuterios globais e

10486301048627 Escala eacute a dimensatildeo espacial temporal e analiacutetica que cientistas utilizam para medir e estudar algum

objeto ou processo (Gibson Ostrom et al 2000) Todas as escalas tecircm extensatildeo e resoluccedilatildeo

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regionais contextualizando os cenaacuterios locais ndash eou bottom-up ndash cenaacuterioslocais alimentando os regionais e globais

As relaccedilotildees entre as escalas podem ser desenvolvidas de forma in-dependente ndash ou parcialmente independente ndash ou acoplada conforme as

perspectivas incertezas e fatores de uma escala informem a construccedilatildeode cenaacuterios nas demais escalas Essa decisatildeo mais uma vez depende doobjetivo do estudo levando em consideraccedilatildeo por exemplo a necessidadede comparar resultados e manter consistecircncia entre escalas em contrapo-siccedilatildeo ao fato de que o acoplamento excessivo pode atuar como limitadorda criatividade nas escalas mais locais comprometendo o resultado doscenaacuterios

Revisatildeo sobre estudos de cenaacuterios para a Amazocircnia

Dentro de um contexto complexo que envolve fronteiras agriacutecolasemissotildees de gases do efeito estufa derivadas do desmatamento impactosdas mudanccedilas climaacuteticas conservaccedilatildeo ambiental conflitos sociais orde-namento territorial e regularizaccedilatildeo fundiaacuteria vaacuterios estudos de cenaacuteriosdiscutem o futuro da Amazocircnia em diferentes escalas empregando diversasabordagens metodoloacutegicas e conjuntos de premissas

Em escala global vaacuterios cenaacuterios satildeo norteados pelo desafio de conci-liar a provisatildeo de serviccedilos ambientais de modo mais amplo agrave necessidadede suprir a crescente demanda por alimentos Tais estudos naturalmenteincluem resultados referentes agrave Amazocircnia como a Avaliaccedilatildeo Ecossistecircmica

do Milecircnio (MEA 1048626104862410486241048629) que desenvolveu quatro cenaacuterios focados nas mu-danccedilas no ecossistema e suas consequecircncias para o bem-estar social Doisdesses cenaacuterios se concentram em mudanccedilas de uso e cobertura da terrao primeiro prioriza a produccedilatildeo nacional e o segundo as tecnologias verdese alternativas econocircmicas mais ecoloacutegicas Uma ampla revisatildeo sobre cenaacute-rios globais de uso da terra pode ser encontrada em Lambin et al (1048626104862410486241048630)Recentemente projeccedilotildees espacialmente expliacutecitas sobre o uso da terra(Moss 1048626104862410486251048624) foram geradas no contexto do IPCC AR1048629 visando subsidiara nova geraccedilatildeo de modelos do sistema terrestre Tais dados foram geradospor modelos globais integrados (integrated assessment models) e consistemem projeccedilotildees de uso da terra com base em previsotildees de crescimento da

demanda por alimentos fibras e energiaPor outro lado a maior parte dos estudos espacialmente expliacutecitosrealizados na escala regional para a Amazocircnia apresenta uma abordagem

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focada em fatores intrarregionais64 em especial no papel das estradasaacutereas protegidas e accedilotildees de comando e controle Dentre eles destacam-se

bull Os cenaacuterios propostos por Laurance Cochrane et al (1048626104862410486241048625) concentra-ram suas discussotildees nos efeitos do programa Avanccedila Brasil proposto pelo

governo brasileiro entre os anos de 1048626104862410486241048624 a 1048626104862410486241048631 que previam uma seacuterie deprojetos de infraestrutura inclusive na Amazocircnia Seus cenaacuterios quantita-tivos baseados em anaacutelises espaciais extrapolam para os proacuteximos vinteanos os impactos desse aumento de infraestrutura com base nos impactosdas deacutecadas anteriores Formularam-se dois cenaacuterios um pessimista queconsiderava a manutenccedilatildeo das tendecircncias do desmatamento e um otimistano qual o desmatamento e a degradaccedilatildeo florestal seriam reduzidos atraveacutesde uma seacuterie de accedilotildees de proteccedilatildeo ambiental

bull Soares-Filho Nepstad et al (1048626104862410486241048630) discutiram a importacircncia das aacutereasprotegidas e o impacto de novas rodovias pavimentadas nas mudanccedilas deuso da terra na bacia amazocircnica Foram desenvolvidos oito cenaacuterios dosquais o mais pessimista assumia que o desmatamento iria continuar deacordo com as tendecircncias observadas ateacute entatildeo as estradas seriam pavimen-tadas as reservas legais natildeo seriam respeitadas e nem seriam criadas novasaacutereas protegidas Esses autores tambeacutem consideraram reflexos de decisotildeespoliacutetico-administrativas num cenaacuterio oposto chamado governanccedila em

que pressupunham a manutenccedilatildeo das reservas e de zonas agroecoloacutegicasde uso da terra e a criaccedilatildeo de novas aacutereas protegidas Aleacutem desses foramconsiderados seis cenaacuterios intermediaacuteriosbull O mesmo estudo considerou a contribuiccedilatildeo das aacutereas protegidas parauma possiacutevel reduccedilatildeo do desmatamento atraveacutes da construccedilatildeo de cincocenaacuterios para 1048626104862410486291048624 que incluiacuteam (a) a exclusatildeo de todas as aacutereas protegidasexistentes (b) todas as aacutereas protegidas criadas ateacute 1048626104862410486241048626 (c) as aacutereas pro-tegidas criadas ateacute 1048626104862410486241048632 exceto as treze aacutereas criadas a partir do programaAacutereas Protegidas da Amazocircnia (ARPA) (d) todas as aacutereas protegidas ateacute1048626104862410486241048632 sem exceccedilatildeo (e) as aacutereas protegidas ateacute 1048626104862410486241048626 com expansatildeo previstapelo ARPA Os cenaacuterios de uso da terra considerando estas aacutereas protegidasforam combinados com dois cenaacuterios socioeconocircmicos para crescimentoalto e moderado da agricultura

10486301048628 Em escala regional muitos modelos economeacutetricos e estatiacutesticos foram desenvolvidos para estudar as

causas do desmatamento como vemos em Reis e Guzmaacuten (1994) Andersen e Reis (1997) Pfaff (1999)

Margulis (2004) e Andersen Granger et al (2002) Aguiar Cacircmara et al (2007) apresentam uma revisatildeo

desses modelos Neste capiacutetulo enfocamos estudos que geraram resultados espacialmente expliacutecitos

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A Figura 1048628 compara as taxas de desmatamento estimadas ou ado-tadas nesses trabalhos Como pode ser observado na Figura 1048628b mesmoas projeccedilotildees mais ldquootimistasrdquo superestimaram as taxas de desmatamentoobservadas de 1048626104862410486241048628 ateacute 1048626104862410486251048626 como discutido por Dalla-Nora Aguiar et

al (1048626104862410486251048628) Esse fato de modo algum desmerece a importacircncia dos traba-lhos principalmente porque a proacutepria repercussatildeo dos estudos pode terinfluenciado decisotildees poliacutetico-administrativas de controle do processodesordenado de ocupaccedilatildeo da regiatildeo

Pesa tambeacutem sobre modelos que buscam representar processos sociaisa inerente complexidade dos fatores que os influenciam Logo decisotildeesmetodoloacutegicas devem ser tomadas durante o processo de construccedilatildeo dosmodelos que satildeo sempre uma representaccedilatildeo simplificada da realidade Como

mencionado anteriormente os cenaacuterios acima utilizam principalmentefatores intrarregionais como determinantes tanto da localizaccedilatildeo quanto daquantidade de mudanccedilas (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048628) Assim descon-sideram o contexto econocircmico e institucional nos niacuteveis global e nacionalinclusive os padrotildees de consumo as oscilaccedilotildees do mercado e as decisotildeespoliacuteticas mais amplas sendo as taxas de desmatamento determinadas peloaumento ou diminuiccedilatildeo de estradas e aacutereas protegidas

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Figura axas de desmatamento estimadas por diferentes modelos

Fonte Dalla-Nora et al ()

Subjacente a isso existe um aspecto mais sutil relacionado ao proacuteprioconceito de cenaacuterios discutidos neste capiacutetulo Os resultados dos estudos

que buscaram estimar taxas de desmatamento representam em linhasgerais um mesmo cenaacuterio BAU ndash uma visatildeo do futuro fundamentada nastendecircncias de desmatamento observadas com variaccedilotildees em termos deestradas aacutereas protegidas etc ( policy ) Dessa maneira nenhum dos tra-balhos referidos explorou de fato futuros alternativos e por consequecircncianatildeo tratou como incerteza o posicionamento do governo e da sociedadeem relaccedilatildeo agraves questotildees ambientais E a reversatildeo da trajetoacuteria da taxa dedesmatamento tem sido em grande parte creditada agraves accedilotildees de comando econtrole de restriccedilatildeo ao creacutedito rural e de sistemas de monitoramento nocontexto do Plano de Prevenccedilatildeo e Controle do Desmatamento na AmazocircniaLegal (PPCDAm) enquanto sua manutenccedilatildeo vem sendo atrelada a umanova postura dos mercados consumidores exemplificada pelos acordosdas moratoacuterias da carne e soja

Uma abordagem alternativa agrave utilizaccedilatildeo exclusiva de fatores intrar-regionais foi proposta por Aguiar (1048626104862410486241048630) na qual a quantidade de desma-

tamento era exoacutegena ao modelo como uma proxy da pressatildeo de mercadopara a expansatildeo da fronteira agropecuaacuteria Embora esse estudo natildeo pre-tendesse estimar taxas de desmatamento como os demais ele apresentavacomo diferencial sua busca por ilustrar o balanccedilo entre fatores locais e a

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pressatildeo externa do mercado Com isso enfatizou a necessidade tanto deconsiderar ambos em exerciacutecios de modelagem e em poliacuteticas de contenccedilatildeoao desmatamento quanto de interpretar toda a regiatildeo de modo holiacutesticopois caso medidas mais abrangentes natildeo fossem incorporadas ndash como

restriccedilotildees ao creacutedito rural e accedilotildees de comando e controle ndash a pressatildeo domercado poderia deslocar as fronteiras para aacutereas natildeo protegidas O modelotambeacutem introduz a representaccedilatildeo de mecanismos de comando e controlee cumprimento da lei como o Coacutedigo Florestal

Um dos principais fatores para a representaccedilatildeo dos padrotildees espaciaisde desmatamento na Amazocircnia eacute a conectividade da regiatildeo com os mer-cados nacionais devido agrave proximidade atraveacutes da rede viaacuteria Eacute a conexatildeoa mercados interagindo com fatores locais ndash como a presenccedila de aacutereas

protegidas a distacircncia de estradas assentamentos e qualidade do solo ndashque explicava os padrotildees passados de desmatamento na regiatildeo (Aguiar etal 1048626104862410486241048631) Mas mesmo nesse trabalho como ilustra a Figura 1048628 a menortaxa de desmatamento considerada eacute de 10486251048629104862410486241048624 km1048626ano

Por outro lado comeccedilaram a surgir mais recentemente trabalhos queconsideram o futuro da Amazocircnia dentro do contexto global e nacionalde pressatildeo por alimentos alinhados a estudos de cenaacuterios globais Umprimeiro exemplo para a regiatildeo foi o estudo de Lapola Schaldach et al

(1048626104862410486251048624) que explorava atraveacutes de modelos computacionais os impactos daproduccedilatildeo de biocombustiacuteveis no Brasil e seus efeitos sobre as fronteirasagriacutecolas e pecuaacuterias O estudo sugere um deslocamento da pecuaacuteria paraa Amazocircnia com uma expansatildeo de 104862510486261048625104863310486311048624 km1048626 representando mudanccedilasregionais indiretas ligadas aos contextos nacional e global e apontandopara uma tendecircncia na aacuterea de modelagem e cenaacuterios de uso da terraPoreacutem cabe ressaltar que os resultados desse estudo tampouco captamos padrotildees observados do desmatamento (Figura 1048628) Em contraponto aosestudos mencionados este privilegiou fatores globais mas simplificouos fatores intrarregionais mostrando como uma abordagem totalmentebaseada nas forccedilas de mercado natildeo seria capaz de representar a complexarealidade da regiatildeo

Nesse sentido a tendecircncia atual em novos modelos eacute tratar a regiatildeocomo um sistema aberto interconectado aos mercados globais e nacionaiscomo resumido por Dalla-Nora Aguiar et al (1048626104862410486251048628) Nesses novos mode-

los as trajetoacuterias de uso da terra na Amazocircnia passam a ser consideradasno contexto daquelas do resto do paiacutes em especial no Cerrado Por outrolado os contextos socioeconocircmico institucional e poliacutetico local interagemcom as demais escalas e devem ser representados tambeacutem Esse eacute o desafio

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que os pesquisadores da aacuterea de modelagem de mudanccedilas e uso da terraenfrentam no momento

Existem vaacuterias iniciativas em andamento que buscam combinarmodelos econocircmicos de equiliacutebrio geral ndash ou parcial ndash a modelos es-

pacialmente expliacutecitos com mais detalhe sobre o Brasil Destacam-senessa linha o projeto SIMBRASIL-1048626OPTIMAGRO desenvolvido pelaUniversidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que integra a plataformade modelagem Dinacircmica EGO (Soares-Filho Rodrigues et al 1048626104862410486241048633) aoBrazilian Land Use Model (Blum) um modelo econocircmico de equiliacutebrioparcial desenvolvido pelo Instituto de Estudos do Comeacutercio e NegociaccedilotildeesInternacionais (Icone)

No contexto do projeto de pesquisa REDD-PAC ndash uma parceria

entre o Instituto Internacional de Anaacutelise de Sistemas Aplicados (Iiasa)o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Instituo de PesquisaEconocircmica Aplicada (Ipea) ndash uma versatildeo do modelo de equiliacutebrio parcialGlobal Biosphere Management Model (Globiom) estaacute sendo adaptadopara o Brasil

Tambeacutem no Inpe estaacute em andamento a integraccedilatildeo de modelos gera-dos na plataforma LuccME (Aguiar 1048626104862410486251048626) para a Amazocircnia e o Cerrado agraveplataforma Magnet (Woltjer Kuiper et al 1048626104862410486251048627) um modelo de equiliacutebrio

geral desenvolvido no Instituto de Economia Agriacutecola da Universidade deWageningen na Holanda com base no Projeto de Anaacutelise do ComeacutercioGlobal (GTAP) da Universidade de Purdue (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048627)

Finalmente voltando agrave distinccedilatildeo entre resultados de modelos e oconceito de cenaacuterios de modo mais amplo tais projetos visam ao desen- volvimento de modelos ou arcabouccedilos computacionais Estes por sua vezpoderatildeo posteriormente ser utilizados em estudos de cenaacuterios A constru-ccedilatildeo de cenaacuterios eacute um processo longo e complexo em si particularmentese realizado de modo participativo com a presenccedila de stakeholders e emmuacuteltiplas escalas Processos participativos para a discussatildeo de cenaacuteriosnatildeo satildeo comuns no Brasil quanto menos os que almejam uma abordagemquantitativa e qualitativa Entre os estudos qualitativos realizados para aAmazocircnia cabe citarbull Goacutemes (1048626104862410486241048633) desenvolveu quatro cenaacuterios qualitativos para toda a baciaamazocircnica para 1048626104862410486261048630 baseados na participaccedilatildeo de stakeholders e atores

responsaacuteveis por tomadas de decisatildeo Esses cenaacuterios exploraram umacombinaccedilatildeo entre trecircs fontes de incerteza consideradas criacuteticas (a) o papeldas poliacuteticas puacuteblicas na regulamentaccedilatildeo do uso dos recursos naturais (b)o comportamento do mercado (c) inovaccedilatildeo ciecircncia e tecnologia

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bull Kok (1048626104862410486241048633) e Soler Kok et al (1048626104862410486241048633) utilizaram uma ferramenta semi-quantitativa ( fuzzy cognitive maps) com o objetivo de aprimorar a uniatildeode cenaacuterios quantitativos e qualitativos para capturar melhor a dinacircmicado desmatamento apresentando-a em narrativas mais consistentes e numa

maior diversidade de modelos quantitativosbull Vieira Toledo et al (1048626104862410486241048632) combinaram cenaacuterios qualitativos a um mo-delo quantitativo de multiagentes ndash a plataforma Cormas desenvolvidapor pesquisadores do Centro de Cooperaccedilatildeo Internacional de PesquisaAgronocircmica para o Desenvolvimento (Centre de Coopeacuteration Internationaleen Recherche Agronomique pour le Deacuteveloppement ndash Cirad) ndash para pro-mover um diaacutelogo entre atores locais com poder de decisatildeo e cientistas apartir da adoccedilatildeo de meacutetodos participativos

bull Os cenaacuterios do Environment Outlook in Amazonia (GEO Amazonia)(Unep 1048626104862410486241048632) satildeo qualitativos10486301048629 formulados com a participaccedilatildeo de especia-listas e stakeholders com o horizonte de tempo 1048626104862410486241048630-1048626104862410486251048630-1048626104862410486261048630 A definiccedilatildeode poliacuteticas puacuteblicas o comportamento do mercado e o desenvolvimentoda ciecircncia e da tecnologia satildeo os principais fatores determinantes e fontesde incerteza capazes de interferir no destino da Amazocircnia Com base naanaacutelise exploratoacuteria dessas incertezas foram selecionados quarto cenaacuteriosconsiderados plausiacuteveis pelos stakeholders Emergent Amazonia Inching

Along the Precipice Light and Shadows e Once-Greenhell Cabe notar quenesse processo do GEO para a Amazocircnia um cenaacuterio de sustentabilidadebaseado na melhoria da qualidade de vida da regiatildeo e utilizaccedilatildeo sustentaacuteveldos recursos naturais natildeo foi desenvolvido por ser o ideal e desejaacutevel paraa regiatildeo ndash e o processo natildeo foi normativobull Folhes (1048626104862410486251048624) e Folhes Aguiar et al (sd) adaptaram abordagens decenaacuterios participativos multiescala agrave realidade da Amazocircnia utilizando oProjeto de Assentamento Extrativista Lago Grande (PAE Lago Grande)em Santareacutem como primeiro caso de estudo Poreacutem a abordagem adota-da foi a de construccedilatildeo de cenaacuterios normativos Numa situaccedilatildeo em que oscenaacuterios podem ser qualitativos normativos participativos ou multiescalarealizado para todo o assentamento e em trecircs comunidades os stakeholders

definiram em cada escala de estudo um cenaacuterio desejado (sustentaacutevel) e umnatildeo desejado no horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-1048626104862410486261048624 O processo promoveuuma discussatildeo sobre as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o futuro sustentaacutevel

De modo mais amplo os pesquisadores buscavam entender se tal processo

10486301048629 Em outros processos de cenaacuterios do GEO como o GEO-4 modelos computacionais foram utilizados

para gerar dados quantitativos

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participativo de construccedilatildeo de cenaacuterios poderia ser efetivo como ferramentano processo de consolidaccedilatildeo de diferentes unidades territoriais da regiatildeoSeguindo uma abordagem semelhante estaacute em andamento um processoparticipativo para a formulaccedilatildeo de cenaacuterios para toda a Amazocircnia com-

binando aspectos qualitativos e quantitativos normativos e exploratoacuteriosnum horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-104862610486241048629104862466 Os cenaacuterios qualitativos seratildeorepresentados por modelos computacionais em ambiente LuccME cujosresultados estatildeo em preparaccedilatildeo (Aguiara Vieira et al sd) e rediscutidoscom os stakeholders Diferentemente do processo adotado nos cenaacuteriosda Unep (GEO Amazonia) descrito acima o objetivo mais amplo doprojeto eacute justamente discutir as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o cenaacuteriode sustentabilidade

Conclusatildeo

Este capiacutetulo revisou os conceitos de cenaacuterios e suas principais abor-dagens visando subsidiar uma anaacutelise criacutetica sobre os modelos e cenaacuteriosdesenvolvidos nas deacutecadas anteriores para a Amazocircnia e entender asnecessidades de uma nova geraccedilatildeo de modelos computacionais em desen-

volvimento Espera-se que todos esses esforccedilos produzam modelos mais

robustos que contribuam para o avanccedilo cientiacutefico sobre os processos demudanccedila de uso da terra e possam ser utilizados pela sociedade como fer-ramentas em processos de discussatildeo sobre o futuro A existecircncia de vaacuteriosgrupos desenvolvendo modelos e cenaacuterios para a Amazocircnia e Brasil combase em meacutetodos e abordagens diferentes pode tambeacutem representar umganho para a sociedade

Em assuntos que envolvem interesses conflitantes como o uso da terrana Amazocircnia eacute preciso examinar atentamente as premissas e mecanismossubjacentes a modelos quantitativos que embasam os cenaacuterios ndash em especialos que satildeo construiacutedos com o objetivo expliacutecito de subsidiar a formula-ccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Pois no desejo por vezes bem intencionado docidadatildeo-pesquisador ao alertar sobre um problema ndash ou natildeo tatildeo bemintencionado ao defender grupos de interesses ndash manipulaccedilotildees podemfacilmente ser introduzidas E em alguns casos posiccedilotildees aparentementecientiacuteficas podem camuflar visotildees e interesses de muacuteltiplos atores e setores

ndash inclusive do proacuteprio governo Os modelos possuem tal complexidade que

10486301048630 O processo estaacute sendo liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (Embrapa) e pelo

Inpe no contexto do projeto Amazalert

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se tornam impenetraacuteveis para a maior parte da sociedade ndash e mesmo parapesquisadores de outras aacutereas E por vezes resultados de modelos passama ser tratados como verdades absolutas ndash o que eacute agravado quando existesomente um modelo para uma regiatildeo ou problema como no caso dos

impactos de obras de infraestrutura ou da expansatildeo de biocombustiacuteveisNatildeo podemos esquecer a frase de George Box que consideramos a

melhor sobre modelos ldquo Models are always wrong but some are useful rdquo Aoque acrescentamos e preste atenccedilatildeo nos grupos aos quais eles satildeo uacuteteis

Referecircncias

AGUIAR A P D et al ldquoSpatial statistical analysis of land-use determinants

in the Brazilian Amazonia Exploring intra-regional heterogeneityrdquoEcological Modelling vol 104862610486241048633 n 1048626-1048628 p 104862510486301048633-104862510486321048632 1048626104862410486241048631

AGUIAR A P D et al ldquoTerraME- LuccME an open-source frameworkfor spatially explicit land use change modellingrdquo Global Land Project

News vol 1048632 p 10486261048625-10486261048627 1048626104862410486251048626AGUIAR A P D et al Anticipating a forest transition scenario in the

Brazilian Amazon carbon emission estimates using a spatially-explicit

approach (submetido)

ALCAMO J RIBEIRO T Scenarios as tools for international environmentalassessments Copenhagen European Environment Agency 1048626104862410486241048625

ALCAMO J Searching for the future of land Scenarios from the local to

global scale Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630 p104862510486271048631-104862510486291048630ALCAMO J Environmental futures the practice of environmental scenario

analysis Amsterdam Elsevier 1048626104862410486241048632ANDERSEN L et al Te dynamics of Deforestation and Economic Growth

in the Brazilian Amazon Cambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048626ANDERSEN L REIS E Deforestation development and government policy

in the Brazilian Amazon an econometric analysis (IPEA Report 10486311048630-1048625104863310486331048631)Rio de Janeiro IPEA 1048625104863310486331048631

BIGGS R et al ldquoLinking futures across scales a dialog on multiscale sce-nariosrdquo Ecology and Society vol 10486251048626 1048626104862410486241048631

BOumlRJESON L et al ldquoScenario types and techniques Towards a userrsquosguiderdquo Futures vol 10486271048632 n 1048631 p 104863110486261048627-104863110486271048633 1048626104862410486241048630

BRADFIELD R ldquoe origins and evolution of scenario techniques in longrange business planningrdquo Futures vol 10486271048631 p 104863110486331048629-104863210486251048626 1048626104862410486241048629BRIASSOULIS H Analysis of Land Use Change Teoretical and Modeling

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Approaches Morgantown Regional Research Institute West VirginiaUniversity 1048626104862410486241048624

BUARQUE S C Metodologia e teacutecnicas de construccedilatildeo de cenaacuterios globais

e regionais Rio de Janeiro IPEA 1048626104862410486241048627

CARPENTER S R et al ldquoScenarios for ecosystem services an overviewrdquoEcology and Society vol 10486251048625 n 1048625 1048626104862410486241048630

COSGROVE W J RIJSBERMAN F R World water vision LondresEarthscan Publications Ltd 1048626104862410486241048624

DALLA983085NORA E L AGUIAR A P D Lapola D M WOLTJER G 1048626104862410486251048628Why have land use change models for the Amazon failed to capture the

amount of deforestation over the last decade Land Use Policy 10486271048633 104862810486241048627-104862810486251048625DREBORG K H ldquoEssence of backcastingrdquo Futures vol 10486261048632 n 1048633 p 104863210486251048627-

104863210486261048632 1048625104863310486331048630EVANS K et al Field guide to the Future Four Ways for Communities

to Tink Ahead Nairobi Center for International Forestry Research(CIFOR) 1048626104862410486241048630 10486321048631 p

FOLHES R Cenaacuterios de mudanccedilas de uso da terra na Amazocircnia Explorando

uma abordagem participativa e multi-escala no PAE Lago Grande em

Santareacutem-Paraacute Beleacutem Universidade Federal do Paraacute 1048626104862410486251048624FOLHES R T et al Multi-scale participatory scenario methods and territorial

planning in the Brazilian Amazon (submetido)GARB Y et al ldquoScenarios in society society in scenarios toward a so-

cial scientific analysis of storyline-driven environmental modelingrdquoEnvironmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

GIBSON C et al ldquoe concept of scale and the human dimensions ofglobal change a surveyrdquo Ecological Economics v 10486271048626 p 104862610486251048631ndash104862610486271048633 1048626104862410486241048624

GIROD B ldquoe evolution of the IPCCrsquos emissions scenariosrdquo Environmental

Science amp Policy vol 10486251048626 1048626104862410486241048633GODET M ldquoe Art of Scenarios and Strategic Planning Tools and Pitfallsrdquo

echnological Forecasting and Social Change vol 10486301048629 p 1048627-10486261048626 1048626104862410486241048624GOacuteMES N ldquoe future of Amazoniardquo In Geo Amazonia 1048626104862410486241048633 p 104862610486291048629-104862610486311048630HEIJDEN K V D Scenarios the Art of Strategic Conversation Chichester

Wiley 1048625104863310486331048630JEFFERSON M ldquoShell scenarios What really happened in the 1048625104863310486311048624s and

what may be learned for current world prospectsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048633 n 1048625 p 104862510486321048630ndash104862510486331048631 1048626104862410486251048626KAHN H WIENER A Te year A framework for Speculation on the

Next Tirty-Tree Years Nova Iorque Macmillan 1048625104863310486301048631

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KAHN H Te next Years a scenario for America and the world NovaIorque Morrow 1048625104863310486311048630

KOK K et al ldquoMulti-scale narratives from an IA perspective Part IIParticipatory local scenario developmentrdquo Futures vol 10486271048632 1048626104862410486241048630

KOK K et al ldquoMethods for Developing Multiscale Participatory ScenariosInsights from Southern Africa and Europerdquo Ecology and Society vol 104862510486261048626104862410486241048631

KOK K ldquoe potential of Fuzzy Cognitive Maps for semi-quantitative sce-nario development with an example from Brazilrdquo Global Environmental

Change vol 10486251048633 1048626104862410486241048633KOK K et al ldquoCombining participative backcasting and exploratory scena-

rio development Experiences from the SCENES projectrdquo echnological

Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863210486271048629-104863210486291048625 1048626104862410486251048625LAMBIN E F GEIST H J Land-Use and Land-Cover Change Local

Processes and Global Impacts Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630LAPOLA D M et al ldquoIndirect land-use changes can overcome carbon

savings from biofuels in Brazilrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America vol 104862510486241048631 n 1048632 p 1048627104862710486321048632-1048627104862710486331048627 1048626104862410486251048624LAURANCE W et al ldquoe future of the Brazilian Amazonrdquo Science vol

104862610486331048625 p 104862810486271048632-104862810486271048633 1048626104862410486241048625

LEGGETT J et al Emissions Scenarios for the IPCC an Update CambridgeCambridge University Press 1048625104863310486331048626 p 10486301048633-10486331048629

MARGULIS S Causes of deforestation in Brazilian Amazon World BankWorking Paper 10486261048626 Washington World Bank 1048626104862410486241048628

MEA Ecosystems and Human Well-Being Millennium Ecosystem Assessment

Scenarios for the Future of Ecosystem Services (Millenium EcosystemAssessment) Washington Island Press 1048626104862410486241048629

MEADOWS D H et al Te Limits to Growth A Report for the Club of

Romersquos Project on the Predicament of Mankind Nova Iorque UniversityBooks 1048625104863310486311048626

METZGER M J et al ldquoe vulnerability of ecosystem services to land usechangerdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628 p 10486301048633-10486321048629 1048626104862410486241048630

MILLER R ldquoFutures Literacy A Hybrid Strategic Scenario Methodrdquo Futures vol 10486271048633 p 104862710486281048625-104862710486301048626 1048626104862410486241048631

MOSS R H E et al ldquoe next generation of scenarios for climate change

research and assessmentrdquo Nature vol 104862810486301048627 1048626104862410486251048624NAKICENOVIC N A et al Special Report on Emissions ScenariosCambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048625

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NORA E D et al Amazon conservation might not be the end of deforestation

in Brazil 1048626104862410486251048627 (submetido)OrsquoNEILL B C NAKICENOVIC N ldquoLearning from global emissions

scenariosrdquo Environonmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

PARSON E A B et al Global change scenarios Teir development and useUS Climate Change Science Program 1048626104862410486241048630

PARSON E A ldquoUseful global-change scenarios current issues and chal-lengesrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 1048626104862410486241048632

PATEL M et al ldquoParticipatory scenario construction in land use analysisAn insight into the experiences created by stakeholder involvement inthe Northern Mediterraneanrdquo Land Use Policy vol 10486261048628 1048626104862410486241048631

PFAFF A ldquoWhat drives deforestation in the Brazilian Amazon Evidence

from Satellite and Socio-economic datardquo Journal of EnvironmentalEconomics and Management vol 10486271048631 p 10486261048630-10486281048627 1048625104863310486331048633

POSTMA T J M LIEBL F ldquoHow to improve scenario analysis as a stra-tegic management toolrdquo echnological Forecasting amp Social Change vol10486311048626 p 104862510486301048625-104862510486311048627 1048626104862410486241048629

PULVER S VAN DEVEER S Global Environmental Futures - Interrogatingthe Practice and Politics of Scenarios Brown University 1048626104862410486241048631

QUIST J VERGRAGT P ldquoPast and future of backcasting e shi to

stakeholder participation and a proposal for a methodological frameworkrdquoFutures vol 10486271048632 n 1048633 p 1048625104862410486261048631-1048625104862410486281048629 1048626104862410486241048630

QUIST J et al ldquoe impact and spin-off of participatory backcasting From vision to nicherdquo echnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n1048629 p 104863210486321048627-104863210486331048631 1048626104862410486251048625

RASKIN P D et al ldquoGlobal Scenarios in Historical Perspectivesrdquo InCARPENTER S R et al (Eds) Ecosystems and human well-being scena-

rios Volume findings of the scenarios working group of the Millennium

Ecosystem Assessment Washington Island Press 1048626104862410486241048629 p10486271048629-10486281048628REIS E GUZMAacuteN R ldquoAn econometric model of Amazon Deforestationrdquo

In BROWN K PEARCE D (Eds) Te causes of tropical deforestation

the economic and statistical analysis of factors giving rise to the loss of

tropical forests Londres University College London Press 1048625104863310486331048628 p104862510486311048626-10486331048625RICHARDS C et al Practical Approaches to Participation (SERG Socio-

Economic Research Group Policy Brief ) Aberdeen eMacaulay

Institute 1048626104862410486241048628ROBINSON J B ldquoEnergy backcasting A proposed method of policy analy-sisrdquo Energy Policy vol 10486251048624 n 1048628 p 104862710486271048631-104862710486281048628 1048625104863310486321048626

ROBINSON J et al ldquoEnvisioning sustainability Recent progress in the

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use of participatory backcasting approaches for sustainability researchrdquoechnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863110486291048630-104863110486301048632 1048626104862410486251048625

SANTOS A D D Metodologias participativas caminhos para o fortaleci-

mento de espaccedilos puacuteblicos socioambientais Petroacutepolis IIEB - Instituto

Internacional de Educaccedilatildeo do Brasil 1048626104862410486241048629SOARES-FILHO B et al ldquoModeling conservation in the Amazon basinrdquo

Nature vol 1048628104862710486321048633 mar 1048626104862410486241048630SOARES-FILHO B et al Modeling Environmental Dynamics with Dinamica

EGO Belo Horizonte UFMG 1048626104862410486241048633 104862510486261048624 pSOARES-FILHO B et al ldquoRole of Brazilian Amazon protected areas in

climate change mitigationrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America 10486261048630 maio 1048626104862410486251048624

SOLER L S et al ldquoUsing fuzzy cognitive maps to describe current systemdynamics and develop land cover scenarios a case study in the BrazilianAmazonrdquo Journal of Land Use Science vol 1048631 n 1048626 p104862510486281048633-104862510486311048629 10486251048627 dez 1048626104862410486251048626

STIRLING A ldquoAnalysis participation and power justification and closurein participatory multi-criteria analysisrdquo Land Use Policy vol 10486261048627 n 1048625 p10486331048629-104862510486241048631 1048626104862410486241048630

SWART R et al ldquoStabilisation scenarios for climate impact assessmentrdquoGlobal Environmental Change vol 10486251048626 1048626104862410486241048626

UNEP Environment Outlook in the Amazonia GEO Amazonia Panama1048626104862410486241048632

UNEP Global Environment Outlook Nairobi 1048626104862410486251048626VAN ASSELT MARJOLEIN B A RIJKENS-KLOMP N ldquoA look in the

mirror reflection on participation in Integrated Assessment from amethodological perspectiverdquo Global Environmental Change vol 10486251048626 n1048627 p 104862510486301048631-104862510486321048628 1048626104862410486241048626

VAN NOTTEN P W F et al ldquoAn updated scenario typologyrdquo Futures vol10486271048629 n 1048629 p 104862810486261048627-104862810486281048627 1048626104862410486241048627

VAN VLIET M Kok K VELDKAMP T ldquoLinking stakeholders andmodellers in scenario studies the use of Fuzzy Cognitive Maps as acommunication and learning toolrdquo Futures vol 10486281048626 n 1048625 1048626104862410486241048633

VAN VUUREN D P et al ldquoScenarios in Global Environmental AssessmentsKey characteristics and lessons for future userdquo Global Environmental

Change vol 10486261048626 n 1048628 p 104863210486321048628-104863210486331048629 1048626104862410486251048626a

VAN VUUREN D P et al ldquoA proposal for a new scenario framework tosupport research and assessment in different climate research commu-nitiesrdquo Global Environmental Change vol 10486261048626 n 1048625 p 10486261048625-10486271048629 1048626104862410486251048626b

VERBURG P et al ldquoDownscaling of land use change scenarios to assess

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the dynamics of European landscapesrdquo Agriculture Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630

VERGRAGT P J QUIST J ldquoBackcasting for sustainability Introductionto the special issuerdquo echnological Forecasting and Social Change vol

10486311048632 n 1048629 p 104863110486281048631-104863110486291048629 1048626104862410486251048625VIEIRA I C G et al ldquoDeforestation and threats to the biodiversity of

Amazoniardquo Brazilian Journal of Biology vol 10486301048632 p 104863310486281048633-104863310486291048630 1048626104862410486241048632WESSELINK A et al ldquoRationales for public participation in environmental

policy and governance practitionersrsquo perspectivesrdquo Environment and

Planning A vol 10486281048627 n 10486251048625 p 1048626104863010486321048632-1048626104863110486241048628 1048626104862410486251048625WESTHOEK H J et al ldquoScenario development to explore the future of

Europersquos rural areasrdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628

p 1048631-10486261048624 1048626104862410486241048630aWesthoek H J VAN DEN BERG M BAKKES J A ldquoScenario deve-

lopment to explore the future of Europersquos rural areasrdquo Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630bWILKINSON A EIDINOW E ldquoEvolving practices in environmental

scenarios a new scenario typologyrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 p 104862410486281048629104862410486251048631 1048626104862410486241048632

WOLLENBERG E et al Anticipating Change Scenarios as a ool for Adaptive

Forest Management A Guide Bogor CIFOR 1048626104862410486241048624aWOLLENBERG E et al ldquoUsing scenarios to make decisions about the futu-

re anticipatory learning for the adaptive co-management of communityforestsrdquo Landscape and Urban Planning vol 10486281048631 n 1048625-1048626 p 10486301048629-10486311048631 1048626104862410486241048624b

WOLTJER G et al Te MAGNE model Module description Haia LEIWUR 1048626104862410486251048627

ZUREK M B HENRICHS T ldquoLinking scenarios across geographical scalesin international environmental assessmentsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048628 p 1048625104862610486321048626-1048625104862610486331048629 1048626104862410486241048631

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(Boumlrjeson Houmljer et al 1048626104862410486241048630) Para analisar possiacuteveis desenvolvimentosda interaccedilatildeo entre o homem e a natureza cenaacuterios ndash quando incluem aparametrizaccedilatildeo de modelos computacionais983093983093 ndash podem ser utilizados porexemplo para explorar o funcionamento do sistema terrestre e os impactos

das mudanccedilas ambientais e tambeacutem como base para discussotildees seja noquadro das tomadas de decisatildeo poliacutetico-administrativas seja no de deli-beraccedilotildees e mobilizaccedilotildees mais amplas

Raskin (1048626104862410486241048629) define cenaacuterios como

histoacuterias plausiacuteveis desafiadoras e relevantes sobre como o futuro pode se

desenvolver que podem ser contadas tanto por palavras como por nuacuteme-

ros Cenaacuterios natildeo satildeo previsotildees prediccedilotildees ou recomendaccedilotildees Eles dizem

respeito a esboccedilar caminhos ( pathways) futuros e levar em consideraccedilatildeoincertezas criacuteticas

Assim cenaacuterios satildeo utilizados em situaccedilotildees em que os fatores queinfluenciam o futuro satildeo altamente incertos incontrolaacuteveis e insuficiente-mente conhecidos Um cenaacuterio entatildeo natildeo eacute uma descriccedilatildeo de um pontofinal no tempo mas uma histoacuteria ndash contada em nuacutemeros ou palavras ndash sobreuma seacuterie de eventos possiacuteveis no horizonte de tempo para ele estabelecidoconforme Alcamo e Ribeiro (1048626104862410486241048625) Alcamo (1048626104862410486241048632) e Wilkinson e Eidinow

(1048626104862410486241048632)Cenaacuterios satildeo em geral (a) multidimensionais descrevendo muacuteltiplas

caracteriacutesticas que coletivamente descrevem uma representaccedilatildeo coerentedo futuro (b) esquemaacuteticos com foco nos grandes padrotildees e natildeo naprecisatildeo ou detalhe (c) normalmente apresentados em grupos pois pararepresentar incertezas muacuteltiplos cenaacuterios satildeo necessaacuterios (d) associadosa um menor grau de confianccedila do que prognoacutesticos por exemplo (Raskin1048626104862410486241048629) Quando incluem na sua formulaccedilatildeo a quantificaccedilatildeo de determina-dos processos atraveacutes de modelos de sistemas podem servir de base para

10486291048629 Esclarecemos aqui a distinccedilatildeo entre modelo e cenaacuterio adotada neste capiacutetulo Modelos satildeo abstraccedilotildees

obtidas atraveacutes de simplicaccedilotildees das relaccedilotildees do mundo real para um determinado problema de interesse

Tais abstraccedilotildees devem possibilitar o tratamento analiacutetico sendo expressas por siacutembolos Modelos podem

ser conceituais ou matemaacuteticos Modelos satildeo denominados matemaacuteticos quando os seus siacutembolos e

relaccedilotildees satildeo tratados por meacutetodos matemaacuteticos (Briassoulis 2000) Neste capiacutetulo os modelos citados satildeo

todos matemaacuteticos e computacionais ndash ou seja a simulaccedilatildeo e anaacutelise dos problemas focados se utilizam

de uma linguagem ou um ambiente computacionais ndash sendo que aqueles que tratam de mudanccedilas de

uso de terra utilizam uma representaccedilatildeo espacialmente expliacutecita Jaacute cenaacuterios satildeo histoacuterias sobre o futuro

contadas em palavras nuacutemeros ou mapas ou uma combinaccedilatildeo destes elementos sendo que os dois

uacuteltimos podem ser gerados a partir de modelos computacionais Neste caso os resultados dos modelos

e a sua parametrizaccedilatildeo de acordo com as premissas do cenaacuterio satildeo parte do cenaacuterio

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procedimentos de parametrizaccedilatildeo e tambeacutem de concepccedilatildeo estrutural doproacuteprio sistema Em processos poliacutetico-administrativos ou deliberativospodem oferecer referecircncias para a conceituaccedilatildeo e o desenvolvimento doproblema na esfera poliacutetica administrativa social e econocircmica

O termo cenaacuterio foi emprestado do teatro no acircmbito do qual se refereaos elementos sequenciais de uma peccedila como as accedilotildees dos atores ou asmudanccedilas na disposiccedilatildeo dos elementos do palco(Alcamo e Ribeiro 1048626104862410486241048625)Como forma de explorar o futuro o termo foi difundido inicialmente naaacuterea militar apoacutes a Segunda Guerra Mundial em especial na corporaccedilatildeoRand nos Estados Unidos para descrever um meacutetodo de anaacutelise de jogosde guerra (Kahn amp Wiener 1048625104863310486301048631) A partir dos anos 1048625104863310486301048624 e 1048625104863310486311048624 passoua ser utilizado para fins de planejamento nos contextos empresarial e go-

vernamental visando apoiar tomadas de decisatildeo (Godet 1048626104862410486241048624) Foramnas uacuteltimas deacutecadas poreacutem que os cenaacuterios passaram a ser utilizados naaacuterea ambiental devido a preocupaccedilotildees relativas a mudanccedilas climaacuteticasdisponibilidade de aacutegua funcionamento dos ecossistemas qualidade doar e mudanccedilas do uso da terra como vemos em Alcamo e Ribeiro (1048626104862410486241048625)Alcamo (1048626104862410486241048632) Swart (1048626104862410486241048626) Girod (1048626104862410486241048633) e Wilkinson e Eidinow (1048626104862410486241048632)

A anaacutelise de cenaacuterios emergiu como uma ferramenta particularmenteuacutetil para considerar as trajetoacuterias interligadas de ecossistemas seu gerencia-

mento e o bem-estar humano em sistemas socioambientais Nesses casospor permitirem a visualizaccedilatildeo de trajetoacuterias alternativas de desenvolvimentofuturo ndash assumindo uma perspectiva sistecircmica e considerando incertezas ndashos cenaacuterios podem ajudar tomadores de decisatildeo a analisar possibilidades ea planejar accedilotildees robustas num contexto de muacuteltiplos cenaacuterios alternativosConforme Carpenter Bennett et al (1048626104862410486241048630) e Biggs (1048626104862410486241048631) estudos de ce-naacuterios podem tambeacutem ajudar a alcanccedilar um determinado objetivo comoa resiliecircncia de um ecossistema ou a minimizaccedilatildeo de conflitos em tornode determinado recurso

Existem muitos exemplos de utilizaccedilatildeo de cenaacuterios na aacuterea ambientalcomo vemos em Postma e Liebl (1048626104862410486241048629) Alcamo e Ribeiro (1048626104862410486241048625) Parson(1048626104862410486241048630) Raskin (1048626104862410486241048629) e Alcamo (1048626104862410486241048630 1048626104862410486241048632) Em escala global podemoscitar o Global Environment Outlook (GEO 1048629) (Unep 1048626104862410486251048626) os cenaacuteriosde emissatildeo de gases do efeito estufa do Painel Intergovernamental sobreMudanccedilas Climaacuteticas (IPCC) que conferimos em Nakicenovic (1048626104862410486241048625) Swart

(1048626104862410486241048626) e Girod (1048626104862410486241048633) e a Avaliaccedilatildeo Ecossistecircmica do Milecircnio conformeMEA (1048626104862410486241048629) e Carpenter Bennett et al (1048626104862410486241048630)Um aspecto da questatildeo ambiental satildeo as mudanccedilas de uso e cobertura da

terra associadas a emissotildees de gases do efeito estufa perda de biodiversidade

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e seguranccedila alimentar (Lambin amp Geist 1048626104862410486241048630) Eacute o caso da Europa onde doisprojetos foram conduzidos na deacutecada passada tendo cenaacuterios de mudanccedilasde uso da terra como componentes centrais O primeiro deles que podemosconferir em Metzger Rounsevell et al (1048626104862410486241048630) eacute o Modelagem e Anaacutelise

Avanccediladas de Ecossistemas Terrestres (Advanced Terrestrial EcosystemAnalysis and Modelling ndash Ateam) O segundo conforme Verburg (1048626104862410486241048630) eWesthoek (1048626104862410486241048630) eacute o Eururalis Todos esses projetos apresentam em comumuma combinaccedilatildeo de aspectos qualitativos e quantitativos

No caso do Brasil ndash em especial da Amazocircnia ndash muitos estudosforam realizados nas deacutecadas passadas com destaque para abordagensquantitativas motivadas pela preocupaccedilatildeo internacional com as altas taxasde desmatamento observadas ateacute o iniacutecio deste seacuteculo e seus impactos so-

bre as emissotildees de gases do efeito estufa Em geral esses modelos trazemimpliacutecitas a definiccedilatildeo e a combinaccedilatildeo de fatores de natureza distinta querefletem as escolhas adotadas pelos modeladores Este capiacutetulo tem por ob- jetivo inicial apresentar uma revisatildeo do conceito de cenaacuterios pois o termotem sido utilizado na literatura referente agrave Amazocircnia com significados quemuitas vezes fogem do seu conceito mais amplo Em seguida satildeo revisadasas abordagens empregadas pelos trabalhos realizados para a Amazocircniadestacando sua importacircncia e a necessidade de sua reformulaccedilatildeo frente ao

novo contexto socioeconocircmico e institucional da regiatildeo

Cenaacuterios principais classificaccedilotildees e caracteriacutesticas56

Vaacuterias tipologias como as de Godet (1048626104862410486241048624) Van Notten Rotmans etal (1048626104862410486241048627) Bradfield (1048626104862410486241048629) Boumlrjeson Houmljer et al (1048626104862410486241048630) Miller (1048626104862410486241048631) eVergragt e Quist (1048626104862410486251048625) foram propostas para classificar os cenaacuterios commuitas nuances e diferenccedilas entre elas Especificamente sobre cenaacuteriosambientais podem-se citar entre outros Alcamo e Ribeiro (1048626104862410486241048625) Raskin(1048626104862410486241048629) Parson (1048626104862410486241048630) Pulver (1048626104862410486241048631) Alcamo (1048626104862410486241048632) Garb Pulver et al(1048626104862410486241048632) Wilkinson e Eidinow (1048626104862410486241048632) e Van Vuuren Kok et al (1048626104862410486251048626) Nestecapiacutetulo buscamos sintetizar as principais variaccedilotildees encontradas na literaturasobre cenaacuterios ambientais por meio de uma organizaccedilatildeo em quatro eixos (a)cenaacuterios qualitativos e quantitativos (b) cenaacuterios normativos e exploratoacuterios(c) cenaacuterios em uacutenica escala ou multiescala (d) cenaacuterios participativos ou

elaborados por especialistas Note-se que essas classificaccedilotildees satildeo ortogonais

10486291048630 Uma versatildeo inicial do conteuacutedo desta seccedilatildeo foi elaborada pelos autores para a dissertaccedilatildeo de mestrado

de Ricardo Folhes defendida em 2010 no curso de Ciecircncias Ambientais Universidade Federal do Paraacute

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entre si cenaacuterios quantitativos eou qualitativos por exemplo podem serexploratoacuterios ou normativos participativos ou natildeo

Cenaacuterios qualitativos eou quantitativos

De acordo com Raskin (1048626104862410486241048629) duas abordagens de construccedilatildeo decenaacuterios se desenvolveram no periacuteodo entre a Segunda Guerra Mundial eaproximadamente 1048625104863310486331048629 em dois ramos de literatura praticamente sem inter-secccedilatildeo entre si a modelagem quantitativa e as narrativas qualitativas Essedualismo reflete dois desafios de igual importacircncia em termos de cenaacuteriosprover representaccedilotildees quantitativas sistemaacuteticas e replicaacuteveis por um ladoe visotildees sociais contrastantes e natildeo quantificaacuteveis do outro

Os primeiros antecedentes dos cenaacuterios ambientais atuais datam dosanos de 1048625104863310486311048624 reflexos das preocupaccedilotildees crescentes com disponibilidade derecursos naturais para a crescente populaccedilatildeo e economia globais Satildeo dessaeacutepoca tanto ambiciosos modelos matemaacuteticos como o muito discutidoLimits to Growth do Clube de Roma (Meadows Meadows et al 1048625104863310486311048626)quanto narrativas como o Te Next Years elaborado por Kahn (1048625104863310486311048630)em resposta ao Limits to Growth Na mesma eacutepoca comeccedilam os esforccedilosde construccedilatildeo de cenaacuterios pela Royal DutchShell que os utilizava para

fortalecer a conversaccedilatildeo estrateacutegica e o aprendizado explorando descon-tinuidades e possibilidades de mudanccedila no mind-set das pessoas dentroda organizaccedilatildeo (Jefferson 1048626104862410486251048626) Mais tarde no final dos anos 1048625104863310486321048624 e 1048625104863310486331048624surgiram muitos cenaacuterios relativos agrave questatildeo de energia e mudanccedilas globaisos mais importantes dos quais satildeo os primeiros do IPCC (Leggett Pepperet al 1048625104863310486331048626) Desta primeira fase surgiu o entendimento do potencial e dalimitaccedilatildeo de ambas as abordagens

Em vista da complexidade e incerteza das questotildees ambientais queenvolvem interaccedilotildees intricadas entre os sistemas naturais e sociais a anaacutelisede cenaacuterios requer abordagens que transcendem os limites dos modelosdeterminiacutesticos convencionais nos quais o funcionamento do sistema eacuteconhecido e persistente Previsotildees probabiliacutesticas natildeo satildeo possiacuteveis quandonovos comportamentos podem ser esperados e futuros estruturalmentediferentes podem emergir Narrativas descritivas por outro lado podemdar voz a importantes fatores moldando valores comportamentos e insti-

tuiccedilotildees fornecendo uma perspectiva mais ampla do que a que poderia serrepresentada somente pela modelagem computacional Cenaacuterios puramentequalitativos por outro lado apresentam a limitaccedilatildeo de natildeo apresentaremnenhuma anaacutelise de dados numeacutericos e o fato de as suposiccedilotildees por traacutes

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narrativas ateacute que estejam corretamente ligadas aos modeloscomputacionais

1048628 O uso de diversos meios para solicitar contribuiccedilotildees para os ce-naacuterios e comunicar os resultados

Essa abordagem foi utilizada por exemplo no Relatoacuterio especial sobrecenaacuterios de emissotildees (Special Report on Emissions Scenarios ndash SRES) doIPCC58 (Nakicenovic 1048626104862410486241048625) e em diversos estudos nas uacuteltimas deacutecadas(Van Vuuren Kok et al 1048626104862410486251048626)

A abordagem SAS combina as vantagens e desvantagens dos meacutetodosquantitativos e qualitativos mas apresenta como complicaccedilatildeo adicional aintegraccedilatildeo dos dois meacutetodos Em muitos casos os modelos computacionaisutilizados satildeo preacute-existentes No processo de construccedilatildeo dos cenaacuterios eles

satildeo parametrizados de acordo com as premissas estabelecidas durante oprocesso de construccedilatildeo dos cenaacuterios gerando os resultados quantitativosque os constituiratildeo de maneira mais ampla

Um das dificuldades reside na quantificaccedilatildeo das narrativas (Kok VanVliet et al 1048626104862410486251048625) pois frequentemente os modelos computacionais utilizadosnatildeo permitem a quantificaccedilatildeo de muitos dos fatores e suposiccedilotildees descritosPor outro lado em muitos casos os modelos requerem uma grande varie-dade de informaccedilotildees quantitativas para alimentar uma seacuterie de paracircmetros

que dificilmente satildeo extraiacutedos das narrativasRecentemente no contexto do projeto Cenaacuterios Hiacutedricos para a Europa

e Paiacuteses Vizinhos (Water Scenarios for Europe and Neighbouring States ndashScenes) Van Vliet (1048626104862410486241048633) propocircs a adaptaccedilatildeo do SAS para incorporar ummeacutetodo semiquantitativo o Fuzzy Cognitive Method (FCM) Este procuracapturar a dinacircmica presente e futura do sistema e estruturar os resultadosde oficinas participativas com vistas a facilitar a traduccedilatildeo das narrativaspara os modelos computacionais Algumas experiecircncias com a abordagemforam realizadas na Amazocircnia como discutido nas proacuteximas paacuteginas

Cenaacuterios normativos e exploratoacuterios

Outra forma de classificar os cenaacuterios estaacute relacionada ao propoacutesito docenaacuterio e agrave perspectiva de formulaccedilatildeo dos cenaacuterios do presente para o futu-ro ou do futuro para o presente ( foward looking X backward looking ) Como

10486291048632 Uma revisatildeo sobre os cenaacuterios de emissatildeo do IPCC eacute dada por Orsquoneill e Nakicenovic (2008) e Girod

(2009) Para o IPCC AR5 em preparaccedilatildeo atualmente estaacute sendo adotado um processo distinto descrito

em Moss (2010) e Van Vuuren Riahi et al (2012) Ver informaccedilotildees adicionais em htpsedacipcc-

dataorgddcar5_scenario_process (acessado em 16 dez 2013)

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mencionado acima os eixos adotados neste capiacutetulo satildeo ortogonais entre sicenaacuterios quantitativos eou qualitativos podem ser exploratoacuterios eou normati- vos Como natildeo haacute consenso entre os autores na forma de classificar os cenaacuteriosambientais de acordo com este criteacuterio ndash como vemos em Wollenberg Edmunds

et al (1048626104862410486241048624) Alcamo e Ribeiro (1048626104862410486241048625) Buarque (1048626104862410486241048627) Van Notten Rotmanset al (1048626104862410486241048627) Boumlrjeson Houmljer et al (1048626104862410486241048630) Evans Velarde et al (1048626104862410486241048630) Parson(1048626104862410486241048630) Westhoek Berg et al (1048626104862410486241048630) ndash resolveu-se adotar aqui a classificaccedilatildeode Alcamo e Ribeiro (1048626104862410486241048625) ilustrada na Figura 1048626 Acrescentamos poreacutemalgumas consideraccedilotildees baseadas nas demais tipologiasbull Cenaacuterios exploratoacuterios comeccedilam no presente e visam explorar tendecircn-

cias para o futuro Eles satildeo mais proacuteximos do significado original dapalavra cenaacuterio pois satildeo concebidos como uma sequecircncia de eventos

emergentesbull Cenaacuterios antecipatoacuterios (ou normativos) comeccedilam com uma visatildeo

prescrita (estabelecida a priori) do futuro (otimista pessimista ouneutra) O cenaacuterio eacute construiacutedo de frente para traacutes no tempo ligandoo presente ao futuro estabelecido pela visatildeo

Figura Diferenccedila entre cenaacuterios exploratoacuterios e normativos

Fonte IPCC () e Wollenberg ()

Os cenaacuterios normativos ou antecipatoacuterios incluem em sua concepccedilatildeoo desejo das pessoas envolvidas no seu processo de construccedilatildeo explorandocaminhos ou accedilotildees que deveriam ocorrer para alcanccedilar esse desejo Satildeoconcebidos como indicado em Robinson (1048625104863310486321048626) Dreborg (1048625104863310486331048630) Quist e

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Vergragt (1048626104862410486241048630) Quist issen et al (1048626104862410486251048625) Robinson Burch et al (1048626104862410486251048625)e Vergragt e Quist (1048626104862410486251048625) a partir de uma visatildeo do futuro que pode serpositiva negativa ou neutra e se desenvolve na discussatildeo do confronto dodesejo com as condiccedilotildees concretas mediante a construccedilatildeo de uma trajetoacuteria

invertida atraveacutes de meacutetodos de backcasting Esta visatildeo do futuro natildeo deve ser confundida com o cenaacuterio em si

que contempla os passos para alcanccedilar essa visatildeo Por sua proacutepria naturezao processo de construccedilatildeo de cenaacuterios normativos em geral pode requereruma maior participaccedilatildeo de stakeholders o que envolve o desejo dos atoresque satildeo parte do problema Cenaacuterios normativos podem ser particularmenteimportantes quando existem referecircncias institucionais ou poliacuteticas sobre odesenvolvimento de um processo como no caso do artigo 1048626 da Convenccedilatildeo

do Clima que prevecirc a estabilizaccedilatildeo da concentraccedilatildeo dos gases de efeito estufa(Swart 1048626104862410486241048626)

Jaacute os cenaacuterios exploratoacuterios satildeo utilizados em geral para analisar opossiacutevel desenrolar de acontecimentos futuros em relaccedilatildeo a determinadotema visando facilitar o posicionamento e a tomada de decisotildees sobreo assunto Costumam ser concebidos por meio da definiccedilatildeo dos fatoresdeterminantes das mudanccedilas em questatildeo no cenaacuterio e da seleccedilatildeo de incer-tezas criacuteticas entre esses fatores bem como de hipoacuteteses sobre como essas

incertezas se desenvolveriam Cenaacuterios exploratoacuterios podem ser elaboradospor especialistas eou pela participaccedilatildeo de stakeholders

Muitos estudos produzem cenaacuterios exploratoacuterios e normativos en-quanto outros combinam alguns elementos de ambas as perspectivas Porexemplo os cenaacuterios do Word Water Vision (Cosgrove amp Rijsberman 1048626104862410486241048624)combinam aspectos exploratoacuterios e normativos qualitativos e quantitativosJaacute Kok Van Vliet et al (1048626104862410486241048626) usando a abordagem SAS desenvolveramquatro cenaacuterios exploratoacuterios para a Europa em 1048626104862410486291048624 Um exerciacutecio debackcasting foi realizado tendo como visatildeo normativa de 1048626104862410486291048624 a utilizaccedilatildeoprovisatildeo e gerenciamento sustentaacutevel dos recursos hiacutedricos O objetivo doexerciacutecio foi identificar as accedilotildees necessaacuterias obstaacuteculos e oportunidades paraque o objetivo fosse alcanccedilado em qualquer dos quatro possiacuteveis futurosrepresentados pelos cenaacuterios exploratoacuterios

Finalmente cabe mencionar que em paralelo agrave classificaccedilatildeo de cenaacuteriosexploratoacuterios e normativos existe a diferenciaccedilatildeo entre cenaacuterios de base

(baseline) e cenaacuterios de anaacutelise de poliacuteticas ( policy scenarios)983093983097 (Alcamo eRibeiro 1048626104862410486241048625) Estes satildeo variaccedilotildees daqueles e visam avaliar os efeitos de

10486291048633 Alguns autores se referem aos policy scenarios como cenaacuterios alternativos ou canocircnicos (Buarque

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diferentes accedilotildees poliacuteticas em relaccedilatildeo ao cenaacuterio de referecircncia Por sua vezos cenaacuterios de base no contexto de cenaacuterios ambientais visam apresentaralternativas para o futuro sem considerar os impactos de poliacuteticas ambien-tais servindo como referecircncia para a comparaccedilatildeo983094983088

Aleacutem de servir de referecircncia a construccedilatildeo de cenaacuterios de base permiteexplorar as incertezas quanto ao desenvolvimento dos demais fatores deter-minantes natildeo diretamente associados a accedilotildees poliacuteticas normalmente ndash masnatildeo necessariamente ndash construiacutedos atraveacutes da perspectiva exploratoacuteria983094983089Alguns estudos natildeo fazem essa distinccedilatildeo enquanto outros buscam elaborarsomente cenaacuterios de base Por exemplo os cenaacuterios de emissotildees (SRES) doIPCC satildeo organizados em quatro famiacutelias de cenaacuterios baseline construiacutedasde modo exploratoacuterio

No processo de construccedilatildeo de cenaacuterios podem ser combinadosdiferentes meacutetodos inclusive oficinas de trabalho entrevistas estrutu-radas a teacutecnica de Delfos meacutetodos de backcasting e uma seacuterie de meacuteto-dos participativos (Buarque 1048626104862410486241048627) A seleccedilatildeo dos meacutetodos especiacuteficosempregados em um determinado projeto iraacute depender do conjunto dedecisotildees relativas aos objetivos da anaacutelise (a) escala temporal (horizontee intervalo de tempo) (b) opccedilatildeo por qualitativos eou quantitativos (c)opccedilatildeo por abordagem exploratoacuteria eou normativa (d) forma de parti-

cipaccedilatildeo da sociedade no processo de construccedilatildeo (e) representaccedilatildeo deuma escala ou muacuteltiplas escalas espaciais As proacuteximas seccedilotildees discutemos itens (d) e (e)

Cenaacuterios participativos e elaborados por especialistas

Para diferenciar cenaacuterios participativos daqueles elaborados por es-pecialistas satildeo inicialmente apresentadas algumas definiccedilotildees62

bull Participaccedilatildeo semanticamente eacute muito semelhante ao envolvimento ndash o

2003) enquanto os cenaacuterios baseline satildeo tambeacutem chamados de cenaacuterios de referecircncia non-intervention

ou business as usual (BAU)

10486301048624 Embora em vaacuterios casos seja difiacutecil fazer essa separaccedilatildeo pois muitas poliacuteticas jaacute fazem parte da

sociedade como nota o proacuteprio autor

10486301048625 Alguns estudos adotam somente um cenaacuterio de base em muitos casos chamado business as usual No

entanto alguns autores discutem a pertinecircncia da concepccedilatildeo de cenaacuterios BAU nos tempos atuais pois

a possibilidade de transiccedilotildees abruptas incertezas e instabilidades natildeo satildeo consideradas (Vergragt amp

Quist 2011)

10486301048626 Apresentamos aqui apenas uma breve revisatildeo dos conceitos para embasar a classicaccedilatildeo dos cenaacuterios

Existe toda uma literatura sobre o assunto com inclusive diferentes deniccedilotildees e pontos de vista sobre

o alcance da participaccedilatildeo fora do escopo deste capiacutetulo

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ato ou processo de estar envolvido Na literatura das ciecircncias sociaissignifica o ato de participaccedilatildeo ativa de grupos sociais na apreciaccedilatildeo edecisatildeo dos processos em que se encontram direta ou indiretamenteenvolvidos com conhecimentos relevantes sobre a questatildeo em jogo

conforme Stirling (1048626104862410486241048630) e Wesseling Paavola et al (1048626104862410486251048625)bull Stakeholders atores e especialistas Heijden (1048625104863310486331048630) diferencia atores

de stakeholders para fins de anaacutelises de cenaacuterios Stakeholders satildeo osinteressados no tema em discussatildeo no cenaacuterio que recebem as conse-quecircncias das accedilotildees Atores satildeo as pessoas ou organizaccedilotildees que atuamno objeto analisado porque tecircm o poder de tomar decisotildees mas natildeonecessariamente sofrem as consequecircncias das mesmas Especialistaspor outro lado satildeo pessoas com conhecimento especiacutefico ndash cientistas

profissionais burocratas etc ndash sobre algum dos aspectos relevantes aotema do cenaacuterio ou a outros a ele relacionados mas natildeo tecircm neces-sariamente poder de accedilatildeo Isto significa que os especialistas natildeo satildeoem princiacutepio diretamente interessados ou afetados pelo tema emboraeventualmente possam ser

bull Meacutetodos participativos incluem entrevistas e questionaacuterios dirigidos agrupos focais envolvendo stakeholders conforme Van Asselt Marjolein

e Rijkens-Klomp (1048626104862410486241048626) e Richards Sherlock et al (1048626104862410486241048628) Muitasdas teacutecnicas de cenaacuterios ndash especialmente no niacutevel local ndash utilizammeacutetodos baseados no denominado diagnoacutestico raacutepido participati-

vo (DRP) que consiste em teacutecnicas simples normalmente visuaisque tecircm sido utilizadas em vaacuterios contextos conforme vemos emWollenberg Edmunds et al (1048626104862410486241048624) e Evans Velarde et al (1048626104862410486241048630)Tais meacutetodos vecircm sendo amplamente empregados na Amazocircnia porONGs cientistas e oacutergatildeos governamentais aleacutem de experiecircncias de

mapeamento participativo alinhadas ao movimento socioambiental(Santos 1048626104862410486241048629) Jaacute as experiecircncias de construccedilatildeo de cenaacuterios propria-mente ditos principalmente atraveacutes de meacutetodos participativos satildeomenos comuns na Amazocircnia

bull Cenaacuterios participativos satildeo aqueles construiacutedos com o envolvimentodireto de stakeholders atraveacutes de meacutetodos participativos em que os atorese especialistas podem tomar parte de forma secundaacuteria

Recentemente tem sido dada atenccedilatildeo ao valor da inclusatildeo de meacutetodosparticipativos em anaacutelises de cenaacuterios De acordo com Wollenberg et al(1048626104862410486241048624) ldquocenaacuterios seratildeo mais poderosos em criar novos conhecimentosquando envolvem diretamente stakeholdersrdquo Em escala global os cenaacuterios

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tendem a ser do tipo exploratoacuterio focados em produzir resultados cien-tiacuteficos quantitativos e com uma construccedilatildeo de narrativas normalmentebaseada na contribuiccedilatildeo de especialistas (Parson 1048626104862410486241048632) Nesse caso osstakeholders atores e tomadores de decisatildeo satildeo mais envolvidos durante

processos de revisatildeo do que na fase de elaboraccedilatildeo dos cenaacuterios Por outrolado diversos exerciacutecios em escala local tecircm enfatizado o processo decomunicaccedilatildeo e construccedilatildeo de consenso entre stakeholders que pode acom-panhar o desenvolvimento de cenaacuterios (qualitativos) em especial na Aacutesiae Aacutefrica como indicado por Wollenberg Edmunds et al (1048626104862410486241048624) e Alcamo(1048626104862410486241048630) Mas essas diferenccedilas entre cenaacuterios globais e locais refletem apenasgrandes tendecircncias A literatura indica que eacute possiacutevel engajar stakeholders com sucesso nos niacuteveis nacional e internacional e haacute exemplos concretos

como em alguns dos estudos regionais do MEA (Kok Biggs et al 1048626104862410486241048631)As vantagens da utilizaccedilatildeo de processos participativos estatildeo relacio-

nadas agrave relevacircncia credibilidade legitimidade e criatividade (Van Vliet1048626104862410486241048633) ndash criteacuterios normalmente adotados para avaliar a qualidade de anaacutelisesde cenaacuterios (Alcamo 1048626104862410486241048632) Quatro categorias de razotildees para a utilizaccedilatildeodesse tipo de processo foram discutidas na literatura por Stirling (1048626104862410486241048630) ePatel Kok et al (1048626104862410486241048631) A primeira categoria eacute a (a) normativa a participaccedilatildeosegue princiacutepios democraacuteticos e portanto deve ser utilizada para evitar que

decisotildees sejam tomadas sem refletir os valores do puacuteblico A segunda eacute a(b) instrumental a participaccedilatildeo assegura que os cenaacuterios sejam relevantese verossiacutemeis para os usuaacuterios finais A terceira (c) substantiva atraveacutesda participaccedilatildeo obteacutem-se mais e melhor informaccedilatildeo devido agrave inclusatildeode conhecimento local Por fim o (d) aprendizado social a participaccedilatildeopode proporcionar uma arena de aprendizado para todos os envolvidose assim gerar ideias importantes e potencialmente surpreendentes

Por outro lado alguns pontos negativos devem ser assinalados comoa falta de reprodutibilidade pois existem orientaccedilotildees gerais mas natildeo me-todologias estritas Normalmente os meacutetodos satildeo propositadamente natildeoestruturados e seu resultado depende muito da seleccedilatildeo dos participantes(Kok Patel et al 1048626104862410486241048630) Outra desvantagem se encontra nas posiccedilotildees muitocontrastantes entre os stakeholders que podem afetar significativamente osdebates e decisotildees Por isso eacute necessaacuterio conhecer as predisposiccedilotildees dosparticipantes que representam diferentes grupos de interesses

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Cenaacuterio em escala uacutenica ou muacuteltipla

Os cenaacuterios ambientais tecircm sido construiacutedos em diferentes escalas63 espaciais ndash global regional local ndash com diferentes objetivos e graus deenvolvimento de stakeholders em niacuteveis diversos (Alcamo et al 1048626104862410486241048630)

As escalas temporais desses cenaacuterios tambeacutem variam os cenaacuterios globaisabrangem normalmente uma perspectiva de tempo maior ndash ateacute 1048626104862410486291048624 ou1048626104862510486241048624 tomando por base o atual ano de 1048626104862410486251048627 ndash enquanto os regionais elocais focam em periacuteodos mais curtos ndash ateacute 1048626104862410486251048629 ou 1048626104862410486261048629 Os processos efatores determinantes analisados nos cenaacuterios dependem da escala espa-cial e temporal assim como a seleccedilatildeo de stakeholders no caso de cenaacuteriosparticipativos e a escolha de modelos computacionais no caso de cenaacuterioscom modelos quantitativos

Stakeholders em diferentes niacuteveis de processos de decisatildeo ou delibe-raccedilatildeo ndash local regional nacional internacional ndash podem ter perspectivasdiferentes O equiliacutebrio de forccedilas descrito na seccedilatildeo anterior conforme apon-tado por Kok Biggs et al (1048626104862410486241048631) e Zurek e Henrichs (1048626104862410486241048631) pode diferirentre escalas enquanto conjuntos diferentes de problemas e oportunidadespodem ser destacados em diferentes escalas mesmo quando se discute ummesmo tema geral ndashuso e disponibilidade da aacutegua por exemplo

Cenaacuterios participativos multiescala visam entatildeo incorporar essas di- versas perspectivas ao processo de construccedilatildeo dos cenaacuterios Alcamo et al(1048626104862410486241048630) ao final de sua revisatildeo do estado da arte em cenaacuterios para a siacutentesedo programa Land Use and Cover Change (LUCC) (Lambin et al 1048626104862410486241048630)recomendam o desenvolvimento de cenaacuterios multiescala como uma formade aumentar a credibilidade e relevacircncia dos cenaacuterios por meio da incor-poraccedilatildeo de uma gama maior de visotildees Em outra anaacutelise recente sobre ofuturo dos cenaacuterios ambientais Parson (1048626104862410486241048630 1048626104862410486241048632) defende a existecircncia

de uma rede natildeo centralizada de cenaacuterios ambientais em diferentes escalaspara atender a diferentes necessidades Esses cenaacuterios podem se basear emndash ou interpretar ndash cenaacuterios de escalas mais globais e ligaacute-los aos contextos enecessidades de anaacutelise e apoio agrave tomada de decisatildeo em diferentes escalas

Um aspecto importante na definiccedilatildeo da metodologia de construccedilatildeo decenaacuterios multiescala eacute o modo como as relaccedilotildees de influecircncia entre escalasseratildeo tratadas em determinado estudo conforme Biggs (1048626104862410486241048631) e Kok Biggset al (1048626104862410486241048631) Essas influecircncias podem ser top-down ndash cenaacuterios globais e

10486301048627 Escala eacute a dimensatildeo espacial temporal e analiacutetica que cientistas utilizam para medir e estudar algum

objeto ou processo (Gibson Ostrom et al 2000) Todas as escalas tecircm extensatildeo e resoluccedilatildeo

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regionais contextualizando os cenaacuterios locais ndash eou bottom-up ndash cenaacuterioslocais alimentando os regionais e globais

As relaccedilotildees entre as escalas podem ser desenvolvidas de forma in-dependente ndash ou parcialmente independente ndash ou acoplada conforme as

perspectivas incertezas e fatores de uma escala informem a construccedilatildeode cenaacuterios nas demais escalas Essa decisatildeo mais uma vez depende doobjetivo do estudo levando em consideraccedilatildeo por exemplo a necessidadede comparar resultados e manter consistecircncia entre escalas em contrapo-siccedilatildeo ao fato de que o acoplamento excessivo pode atuar como limitadorda criatividade nas escalas mais locais comprometendo o resultado doscenaacuterios

Revisatildeo sobre estudos de cenaacuterios para a Amazocircnia

Dentro de um contexto complexo que envolve fronteiras agriacutecolasemissotildees de gases do efeito estufa derivadas do desmatamento impactosdas mudanccedilas climaacuteticas conservaccedilatildeo ambiental conflitos sociais orde-namento territorial e regularizaccedilatildeo fundiaacuteria vaacuterios estudos de cenaacuteriosdiscutem o futuro da Amazocircnia em diferentes escalas empregando diversasabordagens metodoloacutegicas e conjuntos de premissas

Em escala global vaacuterios cenaacuterios satildeo norteados pelo desafio de conci-liar a provisatildeo de serviccedilos ambientais de modo mais amplo agrave necessidadede suprir a crescente demanda por alimentos Tais estudos naturalmenteincluem resultados referentes agrave Amazocircnia como a Avaliaccedilatildeo Ecossistecircmica

do Milecircnio (MEA 1048626104862410486241048629) que desenvolveu quatro cenaacuterios focados nas mu-danccedilas no ecossistema e suas consequecircncias para o bem-estar social Doisdesses cenaacuterios se concentram em mudanccedilas de uso e cobertura da terrao primeiro prioriza a produccedilatildeo nacional e o segundo as tecnologias verdese alternativas econocircmicas mais ecoloacutegicas Uma ampla revisatildeo sobre cenaacute-rios globais de uso da terra pode ser encontrada em Lambin et al (1048626104862410486241048630)Recentemente projeccedilotildees espacialmente expliacutecitas sobre o uso da terra(Moss 1048626104862410486251048624) foram geradas no contexto do IPCC AR1048629 visando subsidiara nova geraccedilatildeo de modelos do sistema terrestre Tais dados foram geradospor modelos globais integrados (integrated assessment models) e consistemem projeccedilotildees de uso da terra com base em previsotildees de crescimento da

demanda por alimentos fibras e energiaPor outro lado a maior parte dos estudos espacialmente expliacutecitosrealizados na escala regional para a Amazocircnia apresenta uma abordagem

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focada em fatores intrarregionais64 em especial no papel das estradasaacutereas protegidas e accedilotildees de comando e controle Dentre eles destacam-se

bull Os cenaacuterios propostos por Laurance Cochrane et al (1048626104862410486241048625) concentra-ram suas discussotildees nos efeitos do programa Avanccedila Brasil proposto pelo

governo brasileiro entre os anos de 1048626104862410486241048624 a 1048626104862410486241048631 que previam uma seacuterie deprojetos de infraestrutura inclusive na Amazocircnia Seus cenaacuterios quantita-tivos baseados em anaacutelises espaciais extrapolam para os proacuteximos vinteanos os impactos desse aumento de infraestrutura com base nos impactosdas deacutecadas anteriores Formularam-se dois cenaacuterios um pessimista queconsiderava a manutenccedilatildeo das tendecircncias do desmatamento e um otimistano qual o desmatamento e a degradaccedilatildeo florestal seriam reduzidos atraveacutesde uma seacuterie de accedilotildees de proteccedilatildeo ambiental

bull Soares-Filho Nepstad et al (1048626104862410486241048630) discutiram a importacircncia das aacutereasprotegidas e o impacto de novas rodovias pavimentadas nas mudanccedilas deuso da terra na bacia amazocircnica Foram desenvolvidos oito cenaacuterios dosquais o mais pessimista assumia que o desmatamento iria continuar deacordo com as tendecircncias observadas ateacute entatildeo as estradas seriam pavimen-tadas as reservas legais natildeo seriam respeitadas e nem seriam criadas novasaacutereas protegidas Esses autores tambeacutem consideraram reflexos de decisotildeespoliacutetico-administrativas num cenaacuterio oposto chamado governanccedila em

que pressupunham a manutenccedilatildeo das reservas e de zonas agroecoloacutegicasde uso da terra e a criaccedilatildeo de novas aacutereas protegidas Aleacutem desses foramconsiderados seis cenaacuterios intermediaacuteriosbull O mesmo estudo considerou a contribuiccedilatildeo das aacutereas protegidas parauma possiacutevel reduccedilatildeo do desmatamento atraveacutes da construccedilatildeo de cincocenaacuterios para 1048626104862410486291048624 que incluiacuteam (a) a exclusatildeo de todas as aacutereas protegidasexistentes (b) todas as aacutereas protegidas criadas ateacute 1048626104862410486241048626 (c) as aacutereas pro-tegidas criadas ateacute 1048626104862410486241048632 exceto as treze aacutereas criadas a partir do programaAacutereas Protegidas da Amazocircnia (ARPA) (d) todas as aacutereas protegidas ateacute1048626104862410486241048632 sem exceccedilatildeo (e) as aacutereas protegidas ateacute 1048626104862410486241048626 com expansatildeo previstapelo ARPA Os cenaacuterios de uso da terra considerando estas aacutereas protegidasforam combinados com dois cenaacuterios socioeconocircmicos para crescimentoalto e moderado da agricultura

10486301048628 Em escala regional muitos modelos economeacutetricos e estatiacutesticos foram desenvolvidos para estudar as

causas do desmatamento como vemos em Reis e Guzmaacuten (1994) Andersen e Reis (1997) Pfaff (1999)

Margulis (2004) e Andersen Granger et al (2002) Aguiar Cacircmara et al (2007) apresentam uma revisatildeo

desses modelos Neste capiacutetulo enfocamos estudos que geraram resultados espacialmente expliacutecitos

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A Figura 1048628 compara as taxas de desmatamento estimadas ou ado-tadas nesses trabalhos Como pode ser observado na Figura 1048628b mesmoas projeccedilotildees mais ldquootimistasrdquo superestimaram as taxas de desmatamentoobservadas de 1048626104862410486241048628 ateacute 1048626104862410486251048626 como discutido por Dalla-Nora Aguiar et

al (1048626104862410486251048628) Esse fato de modo algum desmerece a importacircncia dos traba-lhos principalmente porque a proacutepria repercussatildeo dos estudos pode terinfluenciado decisotildees poliacutetico-administrativas de controle do processodesordenado de ocupaccedilatildeo da regiatildeo

Pesa tambeacutem sobre modelos que buscam representar processos sociaisa inerente complexidade dos fatores que os influenciam Logo decisotildeesmetodoloacutegicas devem ser tomadas durante o processo de construccedilatildeo dosmodelos que satildeo sempre uma representaccedilatildeo simplificada da realidade Como

mencionado anteriormente os cenaacuterios acima utilizam principalmentefatores intrarregionais como determinantes tanto da localizaccedilatildeo quanto daquantidade de mudanccedilas (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048628) Assim descon-sideram o contexto econocircmico e institucional nos niacuteveis global e nacionalinclusive os padrotildees de consumo as oscilaccedilotildees do mercado e as decisotildeespoliacuteticas mais amplas sendo as taxas de desmatamento determinadas peloaumento ou diminuiccedilatildeo de estradas e aacutereas protegidas

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Figura axas de desmatamento estimadas por diferentes modelos

Fonte Dalla-Nora et al ()

Subjacente a isso existe um aspecto mais sutil relacionado ao proacuteprioconceito de cenaacuterios discutidos neste capiacutetulo Os resultados dos estudos

que buscaram estimar taxas de desmatamento representam em linhasgerais um mesmo cenaacuterio BAU ndash uma visatildeo do futuro fundamentada nastendecircncias de desmatamento observadas com variaccedilotildees em termos deestradas aacutereas protegidas etc ( policy ) Dessa maneira nenhum dos tra-balhos referidos explorou de fato futuros alternativos e por consequecircncianatildeo tratou como incerteza o posicionamento do governo e da sociedadeem relaccedilatildeo agraves questotildees ambientais E a reversatildeo da trajetoacuteria da taxa dedesmatamento tem sido em grande parte creditada agraves accedilotildees de comando econtrole de restriccedilatildeo ao creacutedito rural e de sistemas de monitoramento nocontexto do Plano de Prevenccedilatildeo e Controle do Desmatamento na AmazocircniaLegal (PPCDAm) enquanto sua manutenccedilatildeo vem sendo atrelada a umanova postura dos mercados consumidores exemplificada pelos acordosdas moratoacuterias da carne e soja

Uma abordagem alternativa agrave utilizaccedilatildeo exclusiva de fatores intrar-regionais foi proposta por Aguiar (1048626104862410486241048630) na qual a quantidade de desma-

tamento era exoacutegena ao modelo como uma proxy da pressatildeo de mercadopara a expansatildeo da fronteira agropecuaacuteria Embora esse estudo natildeo pre-tendesse estimar taxas de desmatamento como os demais ele apresentavacomo diferencial sua busca por ilustrar o balanccedilo entre fatores locais e a

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pressatildeo externa do mercado Com isso enfatizou a necessidade tanto deconsiderar ambos em exerciacutecios de modelagem e em poliacuteticas de contenccedilatildeoao desmatamento quanto de interpretar toda a regiatildeo de modo holiacutesticopois caso medidas mais abrangentes natildeo fossem incorporadas ndash como

restriccedilotildees ao creacutedito rural e accedilotildees de comando e controle ndash a pressatildeo domercado poderia deslocar as fronteiras para aacutereas natildeo protegidas O modelotambeacutem introduz a representaccedilatildeo de mecanismos de comando e controlee cumprimento da lei como o Coacutedigo Florestal

Um dos principais fatores para a representaccedilatildeo dos padrotildees espaciaisde desmatamento na Amazocircnia eacute a conectividade da regiatildeo com os mer-cados nacionais devido agrave proximidade atraveacutes da rede viaacuteria Eacute a conexatildeoa mercados interagindo com fatores locais ndash como a presenccedila de aacutereas

protegidas a distacircncia de estradas assentamentos e qualidade do solo ndashque explicava os padrotildees passados de desmatamento na regiatildeo (Aguiar etal 1048626104862410486241048631) Mas mesmo nesse trabalho como ilustra a Figura 1048628 a menortaxa de desmatamento considerada eacute de 10486251048629104862410486241048624 km1048626ano

Por outro lado comeccedilaram a surgir mais recentemente trabalhos queconsideram o futuro da Amazocircnia dentro do contexto global e nacionalde pressatildeo por alimentos alinhados a estudos de cenaacuterios globais Umprimeiro exemplo para a regiatildeo foi o estudo de Lapola Schaldach et al

(1048626104862410486251048624) que explorava atraveacutes de modelos computacionais os impactos daproduccedilatildeo de biocombustiacuteveis no Brasil e seus efeitos sobre as fronteirasagriacutecolas e pecuaacuterias O estudo sugere um deslocamento da pecuaacuteria paraa Amazocircnia com uma expansatildeo de 104862510486261048625104863310486311048624 km1048626 representando mudanccedilasregionais indiretas ligadas aos contextos nacional e global e apontandopara uma tendecircncia na aacuterea de modelagem e cenaacuterios de uso da terraPoreacutem cabe ressaltar que os resultados desse estudo tampouco captamos padrotildees observados do desmatamento (Figura 1048628) Em contraponto aosestudos mencionados este privilegiou fatores globais mas simplificouos fatores intrarregionais mostrando como uma abordagem totalmentebaseada nas forccedilas de mercado natildeo seria capaz de representar a complexarealidade da regiatildeo

Nesse sentido a tendecircncia atual em novos modelos eacute tratar a regiatildeocomo um sistema aberto interconectado aos mercados globais e nacionaiscomo resumido por Dalla-Nora Aguiar et al (1048626104862410486251048628) Nesses novos mode-

los as trajetoacuterias de uso da terra na Amazocircnia passam a ser consideradasno contexto daquelas do resto do paiacutes em especial no Cerrado Por outrolado os contextos socioeconocircmico institucional e poliacutetico local interagemcom as demais escalas e devem ser representados tambeacutem Esse eacute o desafio

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que os pesquisadores da aacuterea de modelagem de mudanccedilas e uso da terraenfrentam no momento

Existem vaacuterias iniciativas em andamento que buscam combinarmodelos econocircmicos de equiliacutebrio geral ndash ou parcial ndash a modelos es-

pacialmente expliacutecitos com mais detalhe sobre o Brasil Destacam-senessa linha o projeto SIMBRASIL-1048626OPTIMAGRO desenvolvido pelaUniversidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que integra a plataformade modelagem Dinacircmica EGO (Soares-Filho Rodrigues et al 1048626104862410486241048633) aoBrazilian Land Use Model (Blum) um modelo econocircmico de equiliacutebrioparcial desenvolvido pelo Instituto de Estudos do Comeacutercio e NegociaccedilotildeesInternacionais (Icone)

No contexto do projeto de pesquisa REDD-PAC ndash uma parceria

entre o Instituto Internacional de Anaacutelise de Sistemas Aplicados (Iiasa)o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Instituo de PesquisaEconocircmica Aplicada (Ipea) ndash uma versatildeo do modelo de equiliacutebrio parcialGlobal Biosphere Management Model (Globiom) estaacute sendo adaptadopara o Brasil

Tambeacutem no Inpe estaacute em andamento a integraccedilatildeo de modelos gera-dos na plataforma LuccME (Aguiar 1048626104862410486251048626) para a Amazocircnia e o Cerrado agraveplataforma Magnet (Woltjer Kuiper et al 1048626104862410486251048627) um modelo de equiliacutebrio

geral desenvolvido no Instituto de Economia Agriacutecola da Universidade deWageningen na Holanda com base no Projeto de Anaacutelise do ComeacutercioGlobal (GTAP) da Universidade de Purdue (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048627)

Finalmente voltando agrave distinccedilatildeo entre resultados de modelos e oconceito de cenaacuterios de modo mais amplo tais projetos visam ao desen- volvimento de modelos ou arcabouccedilos computacionais Estes por sua vezpoderatildeo posteriormente ser utilizados em estudos de cenaacuterios A constru-ccedilatildeo de cenaacuterios eacute um processo longo e complexo em si particularmentese realizado de modo participativo com a presenccedila de stakeholders e emmuacuteltiplas escalas Processos participativos para a discussatildeo de cenaacuteriosnatildeo satildeo comuns no Brasil quanto menos os que almejam uma abordagemquantitativa e qualitativa Entre os estudos qualitativos realizados para aAmazocircnia cabe citarbull Goacutemes (1048626104862410486241048633) desenvolveu quatro cenaacuterios qualitativos para toda a baciaamazocircnica para 1048626104862410486261048630 baseados na participaccedilatildeo de stakeholders e atores

responsaacuteveis por tomadas de decisatildeo Esses cenaacuterios exploraram umacombinaccedilatildeo entre trecircs fontes de incerteza consideradas criacuteticas (a) o papeldas poliacuteticas puacuteblicas na regulamentaccedilatildeo do uso dos recursos naturais (b)o comportamento do mercado (c) inovaccedilatildeo ciecircncia e tecnologia

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bull Kok (1048626104862410486241048633) e Soler Kok et al (1048626104862410486241048633) utilizaram uma ferramenta semi-quantitativa ( fuzzy cognitive maps) com o objetivo de aprimorar a uniatildeode cenaacuterios quantitativos e qualitativos para capturar melhor a dinacircmicado desmatamento apresentando-a em narrativas mais consistentes e numa

maior diversidade de modelos quantitativosbull Vieira Toledo et al (1048626104862410486241048632) combinaram cenaacuterios qualitativos a um mo-delo quantitativo de multiagentes ndash a plataforma Cormas desenvolvidapor pesquisadores do Centro de Cooperaccedilatildeo Internacional de PesquisaAgronocircmica para o Desenvolvimento (Centre de Coopeacuteration Internationaleen Recherche Agronomique pour le Deacuteveloppement ndash Cirad) ndash para pro-mover um diaacutelogo entre atores locais com poder de decisatildeo e cientistas apartir da adoccedilatildeo de meacutetodos participativos

bull Os cenaacuterios do Environment Outlook in Amazonia (GEO Amazonia)(Unep 1048626104862410486241048632) satildeo qualitativos10486301048629 formulados com a participaccedilatildeo de especia-listas e stakeholders com o horizonte de tempo 1048626104862410486241048630-1048626104862410486251048630-1048626104862410486261048630 A definiccedilatildeode poliacuteticas puacuteblicas o comportamento do mercado e o desenvolvimentoda ciecircncia e da tecnologia satildeo os principais fatores determinantes e fontesde incerteza capazes de interferir no destino da Amazocircnia Com base naanaacutelise exploratoacuteria dessas incertezas foram selecionados quarto cenaacuteriosconsiderados plausiacuteveis pelos stakeholders Emergent Amazonia Inching

Along the Precipice Light and Shadows e Once-Greenhell Cabe notar quenesse processo do GEO para a Amazocircnia um cenaacuterio de sustentabilidadebaseado na melhoria da qualidade de vida da regiatildeo e utilizaccedilatildeo sustentaacuteveldos recursos naturais natildeo foi desenvolvido por ser o ideal e desejaacutevel paraa regiatildeo ndash e o processo natildeo foi normativobull Folhes (1048626104862410486251048624) e Folhes Aguiar et al (sd) adaptaram abordagens decenaacuterios participativos multiescala agrave realidade da Amazocircnia utilizando oProjeto de Assentamento Extrativista Lago Grande (PAE Lago Grande)em Santareacutem como primeiro caso de estudo Poreacutem a abordagem adota-da foi a de construccedilatildeo de cenaacuterios normativos Numa situaccedilatildeo em que oscenaacuterios podem ser qualitativos normativos participativos ou multiescalarealizado para todo o assentamento e em trecircs comunidades os stakeholders

definiram em cada escala de estudo um cenaacuterio desejado (sustentaacutevel) e umnatildeo desejado no horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-1048626104862410486261048624 O processo promoveuuma discussatildeo sobre as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o futuro sustentaacutevel

De modo mais amplo os pesquisadores buscavam entender se tal processo

10486301048629 Em outros processos de cenaacuterios do GEO como o GEO-4 modelos computacionais foram utilizados

para gerar dados quantitativos

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participativo de construccedilatildeo de cenaacuterios poderia ser efetivo como ferramentano processo de consolidaccedilatildeo de diferentes unidades territoriais da regiatildeoSeguindo uma abordagem semelhante estaacute em andamento um processoparticipativo para a formulaccedilatildeo de cenaacuterios para toda a Amazocircnia com-

binando aspectos qualitativos e quantitativos normativos e exploratoacuteriosnum horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-104862610486241048629104862466 Os cenaacuterios qualitativos seratildeorepresentados por modelos computacionais em ambiente LuccME cujosresultados estatildeo em preparaccedilatildeo (Aguiara Vieira et al sd) e rediscutidoscom os stakeholders Diferentemente do processo adotado nos cenaacuteriosda Unep (GEO Amazonia) descrito acima o objetivo mais amplo doprojeto eacute justamente discutir as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o cenaacuteriode sustentabilidade

Conclusatildeo

Este capiacutetulo revisou os conceitos de cenaacuterios e suas principais abor-dagens visando subsidiar uma anaacutelise criacutetica sobre os modelos e cenaacuteriosdesenvolvidos nas deacutecadas anteriores para a Amazocircnia e entender asnecessidades de uma nova geraccedilatildeo de modelos computacionais em desen-

volvimento Espera-se que todos esses esforccedilos produzam modelos mais

robustos que contribuam para o avanccedilo cientiacutefico sobre os processos demudanccedila de uso da terra e possam ser utilizados pela sociedade como fer-ramentas em processos de discussatildeo sobre o futuro A existecircncia de vaacuteriosgrupos desenvolvendo modelos e cenaacuterios para a Amazocircnia e Brasil combase em meacutetodos e abordagens diferentes pode tambeacutem representar umganho para a sociedade

Em assuntos que envolvem interesses conflitantes como o uso da terrana Amazocircnia eacute preciso examinar atentamente as premissas e mecanismossubjacentes a modelos quantitativos que embasam os cenaacuterios ndash em especialos que satildeo construiacutedos com o objetivo expliacutecito de subsidiar a formula-ccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Pois no desejo por vezes bem intencionado docidadatildeo-pesquisador ao alertar sobre um problema ndash ou natildeo tatildeo bemintencionado ao defender grupos de interesses ndash manipulaccedilotildees podemfacilmente ser introduzidas E em alguns casos posiccedilotildees aparentementecientiacuteficas podem camuflar visotildees e interesses de muacuteltiplos atores e setores

ndash inclusive do proacuteprio governo Os modelos possuem tal complexidade que

10486301048630 O processo estaacute sendo liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (Embrapa) e pelo

Inpe no contexto do projeto Amazalert

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se tornam impenetraacuteveis para a maior parte da sociedade ndash e mesmo parapesquisadores de outras aacutereas E por vezes resultados de modelos passama ser tratados como verdades absolutas ndash o que eacute agravado quando existesomente um modelo para uma regiatildeo ou problema como no caso dos

impactos de obras de infraestrutura ou da expansatildeo de biocombustiacuteveisNatildeo podemos esquecer a frase de George Box que consideramos a

melhor sobre modelos ldquo Models are always wrong but some are useful rdquo Aoque acrescentamos e preste atenccedilatildeo nos grupos aos quais eles satildeo uacuteteis

Referecircncias

AGUIAR A P D et al ldquoSpatial statistical analysis of land-use determinants

in the Brazilian Amazonia Exploring intra-regional heterogeneityrdquoEcological Modelling vol 104862610486241048633 n 1048626-1048628 p 104862510486301048633-104862510486321048632 1048626104862410486241048631

AGUIAR A P D et al ldquoTerraME- LuccME an open-source frameworkfor spatially explicit land use change modellingrdquo Global Land Project

News vol 1048632 p 10486261048625-10486261048627 1048626104862410486251048626AGUIAR A P D et al Anticipating a forest transition scenario in the

Brazilian Amazon carbon emission estimates using a spatially-explicit

approach (submetido)

ALCAMO J RIBEIRO T Scenarios as tools for international environmentalassessments Copenhagen European Environment Agency 1048626104862410486241048625

ALCAMO J Searching for the future of land Scenarios from the local to

global scale Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630 p104862510486271048631-104862510486291048630ALCAMO J Environmental futures the practice of environmental scenario

analysis Amsterdam Elsevier 1048626104862410486241048632ANDERSEN L et al Te dynamics of Deforestation and Economic Growth

in the Brazilian Amazon Cambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048626ANDERSEN L REIS E Deforestation development and government policy

in the Brazilian Amazon an econometric analysis (IPEA Report 10486311048630-1048625104863310486331048631)Rio de Janeiro IPEA 1048625104863310486331048631

BIGGS R et al ldquoLinking futures across scales a dialog on multiscale sce-nariosrdquo Ecology and Society vol 10486251048626 1048626104862410486241048631

BOumlRJESON L et al ldquoScenario types and techniques Towards a userrsquosguiderdquo Futures vol 10486271048632 n 1048631 p 104863110486261048627-104863110486271048633 1048626104862410486241048630

BRADFIELD R ldquoe origins and evolution of scenario techniques in longrange business planningrdquo Futures vol 10486271048631 p 104863110486331048629-104863210486251048626 1048626104862410486241048629BRIASSOULIS H Analysis of Land Use Change Teoretical and Modeling

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Approaches Morgantown Regional Research Institute West VirginiaUniversity 1048626104862410486241048624

BUARQUE S C Metodologia e teacutecnicas de construccedilatildeo de cenaacuterios globais

e regionais Rio de Janeiro IPEA 1048626104862410486241048627

CARPENTER S R et al ldquoScenarios for ecosystem services an overviewrdquoEcology and Society vol 10486251048625 n 1048625 1048626104862410486241048630

COSGROVE W J RIJSBERMAN F R World water vision LondresEarthscan Publications Ltd 1048626104862410486241048624

DALLA983085NORA E L AGUIAR A P D Lapola D M WOLTJER G 1048626104862410486251048628Why have land use change models for the Amazon failed to capture the

amount of deforestation over the last decade Land Use Policy 10486271048633 104862810486241048627-104862810486251048625DREBORG K H ldquoEssence of backcastingrdquo Futures vol 10486261048632 n 1048633 p 104863210486251048627-

104863210486261048632 1048625104863310486331048630EVANS K et al Field guide to the Future Four Ways for Communities

to Tink Ahead Nairobi Center for International Forestry Research(CIFOR) 1048626104862410486241048630 10486321048631 p

FOLHES R Cenaacuterios de mudanccedilas de uso da terra na Amazocircnia Explorando

uma abordagem participativa e multi-escala no PAE Lago Grande em

Santareacutem-Paraacute Beleacutem Universidade Federal do Paraacute 1048626104862410486251048624FOLHES R T et al Multi-scale participatory scenario methods and territorial

planning in the Brazilian Amazon (submetido)GARB Y et al ldquoScenarios in society society in scenarios toward a so-

cial scientific analysis of storyline-driven environmental modelingrdquoEnvironmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

GIBSON C et al ldquoe concept of scale and the human dimensions ofglobal change a surveyrdquo Ecological Economics v 10486271048626 p 104862610486251048631ndash104862610486271048633 1048626104862410486241048624

GIROD B ldquoe evolution of the IPCCrsquos emissions scenariosrdquo Environmental

Science amp Policy vol 10486251048626 1048626104862410486241048633GODET M ldquoe Art of Scenarios and Strategic Planning Tools and Pitfallsrdquo

echnological Forecasting and Social Change vol 10486301048629 p 1048627-10486261048626 1048626104862410486241048624GOacuteMES N ldquoe future of Amazoniardquo In Geo Amazonia 1048626104862410486241048633 p 104862610486291048629-104862610486311048630HEIJDEN K V D Scenarios the Art of Strategic Conversation Chichester

Wiley 1048625104863310486331048630JEFFERSON M ldquoShell scenarios What really happened in the 1048625104863310486311048624s and

what may be learned for current world prospectsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048633 n 1048625 p 104862510486321048630ndash104862510486331048631 1048626104862410486251048626KAHN H WIENER A Te year A framework for Speculation on the

Next Tirty-Tree Years Nova Iorque Macmillan 1048625104863310486301048631

7212019 AGUIAR ASSIS FOLHES Etal 2014 Cenaacuterios e Modelos

httpslidepdfcomreaderfullaguiar-assis-folhes-etal-2014-cenarios-e-modelos 2427

KAHN H Te next Years a scenario for America and the world NovaIorque Morrow 1048625104863310486311048630

KOK K et al ldquoMulti-scale narratives from an IA perspective Part IIParticipatory local scenario developmentrdquo Futures vol 10486271048632 1048626104862410486241048630

KOK K et al ldquoMethods for Developing Multiscale Participatory ScenariosInsights from Southern Africa and Europerdquo Ecology and Society vol 104862510486261048626104862410486241048631

KOK K ldquoe potential of Fuzzy Cognitive Maps for semi-quantitative sce-nario development with an example from Brazilrdquo Global Environmental

Change vol 10486251048633 1048626104862410486241048633KOK K et al ldquoCombining participative backcasting and exploratory scena-

rio development Experiences from the SCENES projectrdquo echnological

Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863210486271048629-104863210486291048625 1048626104862410486251048625LAMBIN E F GEIST H J Land-Use and Land-Cover Change Local

Processes and Global Impacts Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630LAPOLA D M et al ldquoIndirect land-use changes can overcome carbon

savings from biofuels in Brazilrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America vol 104862510486241048631 n 1048632 p 1048627104862710486321048632-1048627104862710486331048627 1048626104862410486251048624LAURANCE W et al ldquoe future of the Brazilian Amazonrdquo Science vol

104862610486331048625 p 104862810486271048632-104862810486271048633 1048626104862410486241048625

LEGGETT J et al Emissions Scenarios for the IPCC an Update CambridgeCambridge University Press 1048625104863310486331048626 p 10486301048633-10486331048629

MARGULIS S Causes of deforestation in Brazilian Amazon World BankWorking Paper 10486261048626 Washington World Bank 1048626104862410486241048628

MEA Ecosystems and Human Well-Being Millennium Ecosystem Assessment

Scenarios for the Future of Ecosystem Services (Millenium EcosystemAssessment) Washington Island Press 1048626104862410486241048629

MEADOWS D H et al Te Limits to Growth A Report for the Club of

Romersquos Project on the Predicament of Mankind Nova Iorque UniversityBooks 1048625104863310486311048626

METZGER M J et al ldquoe vulnerability of ecosystem services to land usechangerdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628 p 10486301048633-10486321048629 1048626104862410486241048630

MILLER R ldquoFutures Literacy A Hybrid Strategic Scenario Methodrdquo Futures vol 10486271048633 p 104862710486281048625-104862710486301048626 1048626104862410486241048631

MOSS R H E et al ldquoe next generation of scenarios for climate change

research and assessmentrdquo Nature vol 104862810486301048627 1048626104862410486251048624NAKICENOVIC N A et al Special Report on Emissions ScenariosCambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048625

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NORA E D et al Amazon conservation might not be the end of deforestation

in Brazil 1048626104862410486251048627 (submetido)OrsquoNEILL B C NAKICENOVIC N ldquoLearning from global emissions

scenariosrdquo Environonmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

PARSON E A B et al Global change scenarios Teir development and useUS Climate Change Science Program 1048626104862410486241048630

PARSON E A ldquoUseful global-change scenarios current issues and chal-lengesrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 1048626104862410486241048632

PATEL M et al ldquoParticipatory scenario construction in land use analysisAn insight into the experiences created by stakeholder involvement inthe Northern Mediterraneanrdquo Land Use Policy vol 10486261048628 1048626104862410486241048631

PFAFF A ldquoWhat drives deforestation in the Brazilian Amazon Evidence

from Satellite and Socio-economic datardquo Journal of EnvironmentalEconomics and Management vol 10486271048631 p 10486261048630-10486281048627 1048625104863310486331048633

POSTMA T J M LIEBL F ldquoHow to improve scenario analysis as a stra-tegic management toolrdquo echnological Forecasting amp Social Change vol10486311048626 p 104862510486301048625-104862510486311048627 1048626104862410486241048629

PULVER S VAN DEVEER S Global Environmental Futures - Interrogatingthe Practice and Politics of Scenarios Brown University 1048626104862410486241048631

QUIST J VERGRAGT P ldquoPast and future of backcasting e shi to

stakeholder participation and a proposal for a methodological frameworkrdquoFutures vol 10486271048632 n 1048633 p 1048625104862410486261048631-1048625104862410486281048629 1048626104862410486241048630

QUIST J et al ldquoe impact and spin-off of participatory backcasting From vision to nicherdquo echnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n1048629 p 104863210486321048627-104863210486331048631 1048626104862410486251048625

RASKIN P D et al ldquoGlobal Scenarios in Historical Perspectivesrdquo InCARPENTER S R et al (Eds) Ecosystems and human well-being scena-

rios Volume findings of the scenarios working group of the Millennium

Ecosystem Assessment Washington Island Press 1048626104862410486241048629 p10486271048629-10486281048628REIS E GUZMAacuteN R ldquoAn econometric model of Amazon Deforestationrdquo

In BROWN K PEARCE D (Eds) Te causes of tropical deforestation

the economic and statistical analysis of factors giving rise to the loss of

tropical forests Londres University College London Press 1048625104863310486331048628 p104862510486311048626-10486331048625RICHARDS C et al Practical Approaches to Participation (SERG Socio-

Economic Research Group Policy Brief ) Aberdeen eMacaulay

Institute 1048626104862410486241048628ROBINSON J B ldquoEnergy backcasting A proposed method of policy analy-sisrdquo Energy Policy vol 10486251048624 n 1048628 p 104862710486271048631-104862710486281048628 1048625104863310486321048626

ROBINSON J et al ldquoEnvisioning sustainability Recent progress in the

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use of participatory backcasting approaches for sustainability researchrdquoechnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863110486291048630-104863110486301048632 1048626104862410486251048625

SANTOS A D D Metodologias participativas caminhos para o fortaleci-

mento de espaccedilos puacuteblicos socioambientais Petroacutepolis IIEB - Instituto

Internacional de Educaccedilatildeo do Brasil 1048626104862410486241048629SOARES-FILHO B et al ldquoModeling conservation in the Amazon basinrdquo

Nature vol 1048628104862710486321048633 mar 1048626104862410486241048630SOARES-FILHO B et al Modeling Environmental Dynamics with Dinamica

EGO Belo Horizonte UFMG 1048626104862410486241048633 104862510486261048624 pSOARES-FILHO B et al ldquoRole of Brazilian Amazon protected areas in

climate change mitigationrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America 10486261048630 maio 1048626104862410486251048624

SOLER L S et al ldquoUsing fuzzy cognitive maps to describe current systemdynamics and develop land cover scenarios a case study in the BrazilianAmazonrdquo Journal of Land Use Science vol 1048631 n 1048626 p104862510486281048633-104862510486311048629 10486251048627 dez 1048626104862410486251048626

STIRLING A ldquoAnalysis participation and power justification and closurein participatory multi-criteria analysisrdquo Land Use Policy vol 10486261048627 n 1048625 p10486331048629-104862510486241048631 1048626104862410486241048630

SWART R et al ldquoStabilisation scenarios for climate impact assessmentrdquoGlobal Environmental Change vol 10486251048626 1048626104862410486241048626

UNEP Environment Outlook in the Amazonia GEO Amazonia Panama1048626104862410486241048632

UNEP Global Environment Outlook Nairobi 1048626104862410486251048626VAN ASSELT MARJOLEIN B A RIJKENS-KLOMP N ldquoA look in the

mirror reflection on participation in Integrated Assessment from amethodological perspectiverdquo Global Environmental Change vol 10486251048626 n1048627 p 104862510486301048631-104862510486321048628 1048626104862410486241048626

VAN NOTTEN P W F et al ldquoAn updated scenario typologyrdquo Futures vol10486271048629 n 1048629 p 104862810486261048627-104862810486281048627 1048626104862410486241048627

VAN VLIET M Kok K VELDKAMP T ldquoLinking stakeholders andmodellers in scenario studies the use of Fuzzy Cognitive Maps as acommunication and learning toolrdquo Futures vol 10486281048626 n 1048625 1048626104862410486241048633

VAN VUUREN D P et al ldquoScenarios in Global Environmental AssessmentsKey characteristics and lessons for future userdquo Global Environmental

Change vol 10486261048626 n 1048628 p 104863210486321048628-104863210486331048629 1048626104862410486251048626a

VAN VUUREN D P et al ldquoA proposal for a new scenario framework tosupport research and assessment in different climate research commu-nitiesrdquo Global Environmental Change vol 10486261048626 n 1048625 p 10486261048625-10486271048629 1048626104862410486251048626b

VERBURG P et al ldquoDownscaling of land use change scenarios to assess

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the dynamics of European landscapesrdquo Agriculture Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630

VERGRAGT P J QUIST J ldquoBackcasting for sustainability Introductionto the special issuerdquo echnological Forecasting and Social Change vol

10486311048632 n 1048629 p 104863110486281048631-104863110486291048629 1048626104862410486251048625VIEIRA I C G et al ldquoDeforestation and threats to the biodiversity of

Amazoniardquo Brazilian Journal of Biology vol 10486301048632 p 104863310486281048633-104863310486291048630 1048626104862410486241048632WESSELINK A et al ldquoRationales for public participation in environmental

policy and governance practitionersrsquo perspectivesrdquo Environment and

Planning A vol 10486281048627 n 10486251048625 p 1048626104863010486321048632-1048626104863110486241048628 1048626104862410486251048625WESTHOEK H J et al ldquoScenario development to explore the future of

Europersquos rural areasrdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628

p 1048631-10486261048624 1048626104862410486241048630aWesthoek H J VAN DEN BERG M BAKKES J A ldquoScenario deve-

lopment to explore the future of Europersquos rural areasrdquo Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630bWILKINSON A EIDINOW E ldquoEvolving practices in environmental

scenarios a new scenario typologyrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 p 104862410486281048629104862410486251048631 1048626104862410486241048632

WOLLENBERG E et al Anticipating Change Scenarios as a ool for Adaptive

Forest Management A Guide Bogor CIFOR 1048626104862410486241048624aWOLLENBERG E et al ldquoUsing scenarios to make decisions about the futu-

re anticipatory learning for the adaptive co-management of communityforestsrdquo Landscape and Urban Planning vol 10486281048631 n 1048625-1048626 p 10486301048629-10486311048631 1048626104862410486241048624b

WOLTJER G et al Te MAGNE model Module description Haia LEIWUR 1048626104862410486251048627

ZUREK M B HENRICHS T ldquoLinking scenarios across geographical scalesin international environmental assessmentsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048628 p 1048625104862610486321048626-1048625104862610486331048629 1048626104862410486241048631

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procedimentos de parametrizaccedilatildeo e tambeacutem de concepccedilatildeo estrutural doproacuteprio sistema Em processos poliacutetico-administrativos ou deliberativospodem oferecer referecircncias para a conceituaccedilatildeo e o desenvolvimento doproblema na esfera poliacutetica administrativa social e econocircmica

O termo cenaacuterio foi emprestado do teatro no acircmbito do qual se refereaos elementos sequenciais de uma peccedila como as accedilotildees dos atores ou asmudanccedilas na disposiccedilatildeo dos elementos do palco(Alcamo e Ribeiro 1048626104862410486241048625)Como forma de explorar o futuro o termo foi difundido inicialmente naaacuterea militar apoacutes a Segunda Guerra Mundial em especial na corporaccedilatildeoRand nos Estados Unidos para descrever um meacutetodo de anaacutelise de jogosde guerra (Kahn amp Wiener 1048625104863310486301048631) A partir dos anos 1048625104863310486301048624 e 1048625104863310486311048624 passoua ser utilizado para fins de planejamento nos contextos empresarial e go-

vernamental visando apoiar tomadas de decisatildeo (Godet 1048626104862410486241048624) Foramnas uacuteltimas deacutecadas poreacutem que os cenaacuterios passaram a ser utilizados naaacuterea ambiental devido a preocupaccedilotildees relativas a mudanccedilas climaacuteticasdisponibilidade de aacutegua funcionamento dos ecossistemas qualidade doar e mudanccedilas do uso da terra como vemos em Alcamo e Ribeiro (1048626104862410486241048625)Alcamo (1048626104862410486241048632) Swart (1048626104862410486241048626) Girod (1048626104862410486241048633) e Wilkinson e Eidinow (1048626104862410486241048632)

A anaacutelise de cenaacuterios emergiu como uma ferramenta particularmenteuacutetil para considerar as trajetoacuterias interligadas de ecossistemas seu gerencia-

mento e o bem-estar humano em sistemas socioambientais Nesses casospor permitirem a visualizaccedilatildeo de trajetoacuterias alternativas de desenvolvimentofuturo ndash assumindo uma perspectiva sistecircmica e considerando incertezas ndashos cenaacuterios podem ajudar tomadores de decisatildeo a analisar possibilidades ea planejar accedilotildees robustas num contexto de muacuteltiplos cenaacuterios alternativosConforme Carpenter Bennett et al (1048626104862410486241048630) e Biggs (1048626104862410486241048631) estudos de ce-naacuterios podem tambeacutem ajudar a alcanccedilar um determinado objetivo comoa resiliecircncia de um ecossistema ou a minimizaccedilatildeo de conflitos em tornode determinado recurso

Existem muitos exemplos de utilizaccedilatildeo de cenaacuterios na aacuterea ambientalcomo vemos em Postma e Liebl (1048626104862410486241048629) Alcamo e Ribeiro (1048626104862410486241048625) Parson(1048626104862410486241048630) Raskin (1048626104862410486241048629) e Alcamo (1048626104862410486241048630 1048626104862410486241048632) Em escala global podemoscitar o Global Environment Outlook (GEO 1048629) (Unep 1048626104862410486251048626) os cenaacuteriosde emissatildeo de gases do efeito estufa do Painel Intergovernamental sobreMudanccedilas Climaacuteticas (IPCC) que conferimos em Nakicenovic (1048626104862410486241048625) Swart

(1048626104862410486241048626) e Girod (1048626104862410486241048633) e a Avaliaccedilatildeo Ecossistecircmica do Milecircnio conformeMEA (1048626104862410486241048629) e Carpenter Bennett et al (1048626104862410486241048630)Um aspecto da questatildeo ambiental satildeo as mudanccedilas de uso e cobertura da

terra associadas a emissotildees de gases do efeito estufa perda de biodiversidade

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e seguranccedila alimentar (Lambin amp Geist 1048626104862410486241048630) Eacute o caso da Europa onde doisprojetos foram conduzidos na deacutecada passada tendo cenaacuterios de mudanccedilasde uso da terra como componentes centrais O primeiro deles que podemosconferir em Metzger Rounsevell et al (1048626104862410486241048630) eacute o Modelagem e Anaacutelise

Avanccediladas de Ecossistemas Terrestres (Advanced Terrestrial EcosystemAnalysis and Modelling ndash Ateam) O segundo conforme Verburg (1048626104862410486241048630) eWesthoek (1048626104862410486241048630) eacute o Eururalis Todos esses projetos apresentam em comumuma combinaccedilatildeo de aspectos qualitativos e quantitativos

No caso do Brasil ndash em especial da Amazocircnia ndash muitos estudosforam realizados nas deacutecadas passadas com destaque para abordagensquantitativas motivadas pela preocupaccedilatildeo internacional com as altas taxasde desmatamento observadas ateacute o iniacutecio deste seacuteculo e seus impactos so-

bre as emissotildees de gases do efeito estufa Em geral esses modelos trazemimpliacutecitas a definiccedilatildeo e a combinaccedilatildeo de fatores de natureza distinta querefletem as escolhas adotadas pelos modeladores Este capiacutetulo tem por ob- jetivo inicial apresentar uma revisatildeo do conceito de cenaacuterios pois o termotem sido utilizado na literatura referente agrave Amazocircnia com significados quemuitas vezes fogem do seu conceito mais amplo Em seguida satildeo revisadasas abordagens empregadas pelos trabalhos realizados para a Amazocircniadestacando sua importacircncia e a necessidade de sua reformulaccedilatildeo frente ao

novo contexto socioeconocircmico e institucional da regiatildeo

Cenaacuterios principais classificaccedilotildees e caracteriacutesticas56

Vaacuterias tipologias como as de Godet (1048626104862410486241048624) Van Notten Rotmans etal (1048626104862410486241048627) Bradfield (1048626104862410486241048629) Boumlrjeson Houmljer et al (1048626104862410486241048630) Miller (1048626104862410486241048631) eVergragt e Quist (1048626104862410486251048625) foram propostas para classificar os cenaacuterios commuitas nuances e diferenccedilas entre elas Especificamente sobre cenaacuteriosambientais podem-se citar entre outros Alcamo e Ribeiro (1048626104862410486241048625) Raskin(1048626104862410486241048629) Parson (1048626104862410486241048630) Pulver (1048626104862410486241048631) Alcamo (1048626104862410486241048632) Garb Pulver et al(1048626104862410486241048632) Wilkinson e Eidinow (1048626104862410486241048632) e Van Vuuren Kok et al (1048626104862410486251048626) Nestecapiacutetulo buscamos sintetizar as principais variaccedilotildees encontradas na literaturasobre cenaacuterios ambientais por meio de uma organizaccedilatildeo em quatro eixos (a)cenaacuterios qualitativos e quantitativos (b) cenaacuterios normativos e exploratoacuterios(c) cenaacuterios em uacutenica escala ou multiescala (d) cenaacuterios participativos ou

elaborados por especialistas Note-se que essas classificaccedilotildees satildeo ortogonais

10486291048630 Uma versatildeo inicial do conteuacutedo desta seccedilatildeo foi elaborada pelos autores para a dissertaccedilatildeo de mestrado

de Ricardo Folhes defendida em 2010 no curso de Ciecircncias Ambientais Universidade Federal do Paraacute

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entre si cenaacuterios quantitativos eou qualitativos por exemplo podem serexploratoacuterios ou normativos participativos ou natildeo

Cenaacuterios qualitativos eou quantitativos

De acordo com Raskin (1048626104862410486241048629) duas abordagens de construccedilatildeo decenaacuterios se desenvolveram no periacuteodo entre a Segunda Guerra Mundial eaproximadamente 1048625104863310486331048629 em dois ramos de literatura praticamente sem inter-secccedilatildeo entre si a modelagem quantitativa e as narrativas qualitativas Essedualismo reflete dois desafios de igual importacircncia em termos de cenaacuteriosprover representaccedilotildees quantitativas sistemaacuteticas e replicaacuteveis por um ladoe visotildees sociais contrastantes e natildeo quantificaacuteveis do outro

Os primeiros antecedentes dos cenaacuterios ambientais atuais datam dosanos de 1048625104863310486311048624 reflexos das preocupaccedilotildees crescentes com disponibilidade derecursos naturais para a crescente populaccedilatildeo e economia globais Satildeo dessaeacutepoca tanto ambiciosos modelos matemaacuteticos como o muito discutidoLimits to Growth do Clube de Roma (Meadows Meadows et al 1048625104863310486311048626)quanto narrativas como o Te Next Years elaborado por Kahn (1048625104863310486311048630)em resposta ao Limits to Growth Na mesma eacutepoca comeccedilam os esforccedilosde construccedilatildeo de cenaacuterios pela Royal DutchShell que os utilizava para

fortalecer a conversaccedilatildeo estrateacutegica e o aprendizado explorando descon-tinuidades e possibilidades de mudanccedila no mind-set das pessoas dentroda organizaccedilatildeo (Jefferson 1048626104862410486251048626) Mais tarde no final dos anos 1048625104863310486321048624 e 1048625104863310486331048624surgiram muitos cenaacuterios relativos agrave questatildeo de energia e mudanccedilas globaisos mais importantes dos quais satildeo os primeiros do IPCC (Leggett Pepperet al 1048625104863310486331048626) Desta primeira fase surgiu o entendimento do potencial e dalimitaccedilatildeo de ambas as abordagens

Em vista da complexidade e incerteza das questotildees ambientais queenvolvem interaccedilotildees intricadas entre os sistemas naturais e sociais a anaacutelisede cenaacuterios requer abordagens que transcendem os limites dos modelosdeterminiacutesticos convencionais nos quais o funcionamento do sistema eacuteconhecido e persistente Previsotildees probabiliacutesticas natildeo satildeo possiacuteveis quandonovos comportamentos podem ser esperados e futuros estruturalmentediferentes podem emergir Narrativas descritivas por outro lado podemdar voz a importantes fatores moldando valores comportamentos e insti-

tuiccedilotildees fornecendo uma perspectiva mais ampla do que a que poderia serrepresentada somente pela modelagem computacional Cenaacuterios puramentequalitativos por outro lado apresentam a limitaccedilatildeo de natildeo apresentaremnenhuma anaacutelise de dados numeacutericos e o fato de as suposiccedilotildees por traacutes

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narrativas ateacute que estejam corretamente ligadas aos modeloscomputacionais

1048628 O uso de diversos meios para solicitar contribuiccedilotildees para os ce-naacuterios e comunicar os resultados

Essa abordagem foi utilizada por exemplo no Relatoacuterio especial sobrecenaacuterios de emissotildees (Special Report on Emissions Scenarios ndash SRES) doIPCC58 (Nakicenovic 1048626104862410486241048625) e em diversos estudos nas uacuteltimas deacutecadas(Van Vuuren Kok et al 1048626104862410486251048626)

A abordagem SAS combina as vantagens e desvantagens dos meacutetodosquantitativos e qualitativos mas apresenta como complicaccedilatildeo adicional aintegraccedilatildeo dos dois meacutetodos Em muitos casos os modelos computacionaisutilizados satildeo preacute-existentes No processo de construccedilatildeo dos cenaacuterios eles

satildeo parametrizados de acordo com as premissas estabelecidas durante oprocesso de construccedilatildeo dos cenaacuterios gerando os resultados quantitativosque os constituiratildeo de maneira mais ampla

Um das dificuldades reside na quantificaccedilatildeo das narrativas (Kok VanVliet et al 1048626104862410486251048625) pois frequentemente os modelos computacionais utilizadosnatildeo permitem a quantificaccedilatildeo de muitos dos fatores e suposiccedilotildees descritosPor outro lado em muitos casos os modelos requerem uma grande varie-dade de informaccedilotildees quantitativas para alimentar uma seacuterie de paracircmetros

que dificilmente satildeo extraiacutedos das narrativasRecentemente no contexto do projeto Cenaacuterios Hiacutedricos para a Europa

e Paiacuteses Vizinhos (Water Scenarios for Europe and Neighbouring States ndashScenes) Van Vliet (1048626104862410486241048633) propocircs a adaptaccedilatildeo do SAS para incorporar ummeacutetodo semiquantitativo o Fuzzy Cognitive Method (FCM) Este procuracapturar a dinacircmica presente e futura do sistema e estruturar os resultadosde oficinas participativas com vistas a facilitar a traduccedilatildeo das narrativaspara os modelos computacionais Algumas experiecircncias com a abordagemforam realizadas na Amazocircnia como discutido nas proacuteximas paacuteginas

Cenaacuterios normativos e exploratoacuterios

Outra forma de classificar os cenaacuterios estaacute relacionada ao propoacutesito docenaacuterio e agrave perspectiva de formulaccedilatildeo dos cenaacuterios do presente para o futu-ro ou do futuro para o presente ( foward looking X backward looking ) Como

10486291048632 Uma revisatildeo sobre os cenaacuterios de emissatildeo do IPCC eacute dada por Orsquoneill e Nakicenovic (2008) e Girod

(2009) Para o IPCC AR5 em preparaccedilatildeo atualmente estaacute sendo adotado um processo distinto descrito

em Moss (2010) e Van Vuuren Riahi et al (2012) Ver informaccedilotildees adicionais em htpsedacipcc-

dataorgddcar5_scenario_process (acessado em 16 dez 2013)

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mencionado acima os eixos adotados neste capiacutetulo satildeo ortogonais entre sicenaacuterios quantitativos eou qualitativos podem ser exploratoacuterios eou normati- vos Como natildeo haacute consenso entre os autores na forma de classificar os cenaacuteriosambientais de acordo com este criteacuterio ndash como vemos em Wollenberg Edmunds

et al (1048626104862410486241048624) Alcamo e Ribeiro (1048626104862410486241048625) Buarque (1048626104862410486241048627) Van Notten Rotmanset al (1048626104862410486241048627) Boumlrjeson Houmljer et al (1048626104862410486241048630) Evans Velarde et al (1048626104862410486241048630) Parson(1048626104862410486241048630) Westhoek Berg et al (1048626104862410486241048630) ndash resolveu-se adotar aqui a classificaccedilatildeode Alcamo e Ribeiro (1048626104862410486241048625) ilustrada na Figura 1048626 Acrescentamos poreacutemalgumas consideraccedilotildees baseadas nas demais tipologiasbull Cenaacuterios exploratoacuterios comeccedilam no presente e visam explorar tendecircn-

cias para o futuro Eles satildeo mais proacuteximos do significado original dapalavra cenaacuterio pois satildeo concebidos como uma sequecircncia de eventos

emergentesbull Cenaacuterios antecipatoacuterios (ou normativos) comeccedilam com uma visatildeo

prescrita (estabelecida a priori) do futuro (otimista pessimista ouneutra) O cenaacuterio eacute construiacutedo de frente para traacutes no tempo ligandoo presente ao futuro estabelecido pela visatildeo

Figura Diferenccedila entre cenaacuterios exploratoacuterios e normativos

Fonte IPCC () e Wollenberg ()

Os cenaacuterios normativos ou antecipatoacuterios incluem em sua concepccedilatildeoo desejo das pessoas envolvidas no seu processo de construccedilatildeo explorandocaminhos ou accedilotildees que deveriam ocorrer para alcanccedilar esse desejo Satildeoconcebidos como indicado em Robinson (1048625104863310486321048626) Dreborg (1048625104863310486331048630) Quist e

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Vergragt (1048626104862410486241048630) Quist issen et al (1048626104862410486251048625) Robinson Burch et al (1048626104862410486251048625)e Vergragt e Quist (1048626104862410486251048625) a partir de uma visatildeo do futuro que pode serpositiva negativa ou neutra e se desenvolve na discussatildeo do confronto dodesejo com as condiccedilotildees concretas mediante a construccedilatildeo de uma trajetoacuteria

invertida atraveacutes de meacutetodos de backcasting Esta visatildeo do futuro natildeo deve ser confundida com o cenaacuterio em si

que contempla os passos para alcanccedilar essa visatildeo Por sua proacutepria naturezao processo de construccedilatildeo de cenaacuterios normativos em geral pode requereruma maior participaccedilatildeo de stakeholders o que envolve o desejo dos atoresque satildeo parte do problema Cenaacuterios normativos podem ser particularmenteimportantes quando existem referecircncias institucionais ou poliacuteticas sobre odesenvolvimento de um processo como no caso do artigo 1048626 da Convenccedilatildeo

do Clima que prevecirc a estabilizaccedilatildeo da concentraccedilatildeo dos gases de efeito estufa(Swart 1048626104862410486241048626)

Jaacute os cenaacuterios exploratoacuterios satildeo utilizados em geral para analisar opossiacutevel desenrolar de acontecimentos futuros em relaccedilatildeo a determinadotema visando facilitar o posicionamento e a tomada de decisotildees sobreo assunto Costumam ser concebidos por meio da definiccedilatildeo dos fatoresdeterminantes das mudanccedilas em questatildeo no cenaacuterio e da seleccedilatildeo de incer-tezas criacuteticas entre esses fatores bem como de hipoacuteteses sobre como essas

incertezas se desenvolveriam Cenaacuterios exploratoacuterios podem ser elaboradospor especialistas eou pela participaccedilatildeo de stakeholders

Muitos estudos produzem cenaacuterios exploratoacuterios e normativos en-quanto outros combinam alguns elementos de ambas as perspectivas Porexemplo os cenaacuterios do Word Water Vision (Cosgrove amp Rijsberman 1048626104862410486241048624)combinam aspectos exploratoacuterios e normativos qualitativos e quantitativosJaacute Kok Van Vliet et al (1048626104862410486241048626) usando a abordagem SAS desenvolveramquatro cenaacuterios exploratoacuterios para a Europa em 1048626104862410486291048624 Um exerciacutecio debackcasting foi realizado tendo como visatildeo normativa de 1048626104862410486291048624 a utilizaccedilatildeoprovisatildeo e gerenciamento sustentaacutevel dos recursos hiacutedricos O objetivo doexerciacutecio foi identificar as accedilotildees necessaacuterias obstaacuteculos e oportunidades paraque o objetivo fosse alcanccedilado em qualquer dos quatro possiacuteveis futurosrepresentados pelos cenaacuterios exploratoacuterios

Finalmente cabe mencionar que em paralelo agrave classificaccedilatildeo de cenaacuteriosexploratoacuterios e normativos existe a diferenciaccedilatildeo entre cenaacuterios de base

(baseline) e cenaacuterios de anaacutelise de poliacuteticas ( policy scenarios)983093983097 (Alcamo eRibeiro 1048626104862410486241048625) Estes satildeo variaccedilotildees daqueles e visam avaliar os efeitos de

10486291048633 Alguns autores se referem aos policy scenarios como cenaacuterios alternativos ou canocircnicos (Buarque

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diferentes accedilotildees poliacuteticas em relaccedilatildeo ao cenaacuterio de referecircncia Por sua vezos cenaacuterios de base no contexto de cenaacuterios ambientais visam apresentaralternativas para o futuro sem considerar os impactos de poliacuteticas ambien-tais servindo como referecircncia para a comparaccedilatildeo983094983088

Aleacutem de servir de referecircncia a construccedilatildeo de cenaacuterios de base permiteexplorar as incertezas quanto ao desenvolvimento dos demais fatores deter-minantes natildeo diretamente associados a accedilotildees poliacuteticas normalmente ndash masnatildeo necessariamente ndash construiacutedos atraveacutes da perspectiva exploratoacuteria983094983089Alguns estudos natildeo fazem essa distinccedilatildeo enquanto outros buscam elaborarsomente cenaacuterios de base Por exemplo os cenaacuterios de emissotildees (SRES) doIPCC satildeo organizados em quatro famiacutelias de cenaacuterios baseline construiacutedasde modo exploratoacuterio

No processo de construccedilatildeo de cenaacuterios podem ser combinadosdiferentes meacutetodos inclusive oficinas de trabalho entrevistas estrutu-radas a teacutecnica de Delfos meacutetodos de backcasting e uma seacuterie de meacuteto-dos participativos (Buarque 1048626104862410486241048627) A seleccedilatildeo dos meacutetodos especiacuteficosempregados em um determinado projeto iraacute depender do conjunto dedecisotildees relativas aos objetivos da anaacutelise (a) escala temporal (horizontee intervalo de tempo) (b) opccedilatildeo por qualitativos eou quantitativos (c)opccedilatildeo por abordagem exploratoacuteria eou normativa (d) forma de parti-

cipaccedilatildeo da sociedade no processo de construccedilatildeo (e) representaccedilatildeo deuma escala ou muacuteltiplas escalas espaciais As proacuteximas seccedilotildees discutemos itens (d) e (e)

Cenaacuterios participativos e elaborados por especialistas

Para diferenciar cenaacuterios participativos daqueles elaborados por es-pecialistas satildeo inicialmente apresentadas algumas definiccedilotildees62

bull Participaccedilatildeo semanticamente eacute muito semelhante ao envolvimento ndash o

2003) enquanto os cenaacuterios baseline satildeo tambeacutem chamados de cenaacuterios de referecircncia non-intervention

ou business as usual (BAU)

10486301048624 Embora em vaacuterios casos seja difiacutecil fazer essa separaccedilatildeo pois muitas poliacuteticas jaacute fazem parte da

sociedade como nota o proacuteprio autor

10486301048625 Alguns estudos adotam somente um cenaacuterio de base em muitos casos chamado business as usual No

entanto alguns autores discutem a pertinecircncia da concepccedilatildeo de cenaacuterios BAU nos tempos atuais pois

a possibilidade de transiccedilotildees abruptas incertezas e instabilidades natildeo satildeo consideradas (Vergragt amp

Quist 2011)

10486301048626 Apresentamos aqui apenas uma breve revisatildeo dos conceitos para embasar a classicaccedilatildeo dos cenaacuterios

Existe toda uma literatura sobre o assunto com inclusive diferentes deniccedilotildees e pontos de vista sobre

o alcance da participaccedilatildeo fora do escopo deste capiacutetulo

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ato ou processo de estar envolvido Na literatura das ciecircncias sociaissignifica o ato de participaccedilatildeo ativa de grupos sociais na apreciaccedilatildeo edecisatildeo dos processos em que se encontram direta ou indiretamenteenvolvidos com conhecimentos relevantes sobre a questatildeo em jogo

conforme Stirling (1048626104862410486241048630) e Wesseling Paavola et al (1048626104862410486251048625)bull Stakeholders atores e especialistas Heijden (1048625104863310486331048630) diferencia atores

de stakeholders para fins de anaacutelises de cenaacuterios Stakeholders satildeo osinteressados no tema em discussatildeo no cenaacuterio que recebem as conse-quecircncias das accedilotildees Atores satildeo as pessoas ou organizaccedilotildees que atuamno objeto analisado porque tecircm o poder de tomar decisotildees mas natildeonecessariamente sofrem as consequecircncias das mesmas Especialistaspor outro lado satildeo pessoas com conhecimento especiacutefico ndash cientistas

profissionais burocratas etc ndash sobre algum dos aspectos relevantes aotema do cenaacuterio ou a outros a ele relacionados mas natildeo tecircm neces-sariamente poder de accedilatildeo Isto significa que os especialistas natildeo satildeoem princiacutepio diretamente interessados ou afetados pelo tema emboraeventualmente possam ser

bull Meacutetodos participativos incluem entrevistas e questionaacuterios dirigidos agrupos focais envolvendo stakeholders conforme Van Asselt Marjolein

e Rijkens-Klomp (1048626104862410486241048626) e Richards Sherlock et al (1048626104862410486241048628) Muitasdas teacutecnicas de cenaacuterios ndash especialmente no niacutevel local ndash utilizammeacutetodos baseados no denominado diagnoacutestico raacutepido participati-

vo (DRP) que consiste em teacutecnicas simples normalmente visuaisque tecircm sido utilizadas em vaacuterios contextos conforme vemos emWollenberg Edmunds et al (1048626104862410486241048624) e Evans Velarde et al (1048626104862410486241048630)Tais meacutetodos vecircm sendo amplamente empregados na Amazocircnia porONGs cientistas e oacutergatildeos governamentais aleacutem de experiecircncias de

mapeamento participativo alinhadas ao movimento socioambiental(Santos 1048626104862410486241048629) Jaacute as experiecircncias de construccedilatildeo de cenaacuterios propria-mente ditos principalmente atraveacutes de meacutetodos participativos satildeomenos comuns na Amazocircnia

bull Cenaacuterios participativos satildeo aqueles construiacutedos com o envolvimentodireto de stakeholders atraveacutes de meacutetodos participativos em que os atorese especialistas podem tomar parte de forma secundaacuteria

Recentemente tem sido dada atenccedilatildeo ao valor da inclusatildeo de meacutetodosparticipativos em anaacutelises de cenaacuterios De acordo com Wollenberg et al(1048626104862410486241048624) ldquocenaacuterios seratildeo mais poderosos em criar novos conhecimentosquando envolvem diretamente stakeholdersrdquo Em escala global os cenaacuterios

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tendem a ser do tipo exploratoacuterio focados em produzir resultados cien-tiacuteficos quantitativos e com uma construccedilatildeo de narrativas normalmentebaseada na contribuiccedilatildeo de especialistas (Parson 1048626104862410486241048632) Nesse caso osstakeholders atores e tomadores de decisatildeo satildeo mais envolvidos durante

processos de revisatildeo do que na fase de elaboraccedilatildeo dos cenaacuterios Por outrolado diversos exerciacutecios em escala local tecircm enfatizado o processo decomunicaccedilatildeo e construccedilatildeo de consenso entre stakeholders que pode acom-panhar o desenvolvimento de cenaacuterios (qualitativos) em especial na Aacutesiae Aacutefrica como indicado por Wollenberg Edmunds et al (1048626104862410486241048624) e Alcamo(1048626104862410486241048630) Mas essas diferenccedilas entre cenaacuterios globais e locais refletem apenasgrandes tendecircncias A literatura indica que eacute possiacutevel engajar stakeholders com sucesso nos niacuteveis nacional e internacional e haacute exemplos concretos

como em alguns dos estudos regionais do MEA (Kok Biggs et al 1048626104862410486241048631)As vantagens da utilizaccedilatildeo de processos participativos estatildeo relacio-

nadas agrave relevacircncia credibilidade legitimidade e criatividade (Van Vliet1048626104862410486241048633) ndash criteacuterios normalmente adotados para avaliar a qualidade de anaacutelisesde cenaacuterios (Alcamo 1048626104862410486241048632) Quatro categorias de razotildees para a utilizaccedilatildeodesse tipo de processo foram discutidas na literatura por Stirling (1048626104862410486241048630) ePatel Kok et al (1048626104862410486241048631) A primeira categoria eacute a (a) normativa a participaccedilatildeosegue princiacutepios democraacuteticos e portanto deve ser utilizada para evitar que

decisotildees sejam tomadas sem refletir os valores do puacuteblico A segunda eacute a(b) instrumental a participaccedilatildeo assegura que os cenaacuterios sejam relevantese verossiacutemeis para os usuaacuterios finais A terceira (c) substantiva atraveacutesda participaccedilatildeo obteacutem-se mais e melhor informaccedilatildeo devido agrave inclusatildeode conhecimento local Por fim o (d) aprendizado social a participaccedilatildeopode proporcionar uma arena de aprendizado para todos os envolvidose assim gerar ideias importantes e potencialmente surpreendentes

Por outro lado alguns pontos negativos devem ser assinalados comoa falta de reprodutibilidade pois existem orientaccedilotildees gerais mas natildeo me-todologias estritas Normalmente os meacutetodos satildeo propositadamente natildeoestruturados e seu resultado depende muito da seleccedilatildeo dos participantes(Kok Patel et al 1048626104862410486241048630) Outra desvantagem se encontra nas posiccedilotildees muitocontrastantes entre os stakeholders que podem afetar significativamente osdebates e decisotildees Por isso eacute necessaacuterio conhecer as predisposiccedilotildees dosparticipantes que representam diferentes grupos de interesses

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Cenaacuterio em escala uacutenica ou muacuteltipla

Os cenaacuterios ambientais tecircm sido construiacutedos em diferentes escalas63 espaciais ndash global regional local ndash com diferentes objetivos e graus deenvolvimento de stakeholders em niacuteveis diversos (Alcamo et al 1048626104862410486241048630)

As escalas temporais desses cenaacuterios tambeacutem variam os cenaacuterios globaisabrangem normalmente uma perspectiva de tempo maior ndash ateacute 1048626104862410486291048624 ou1048626104862510486241048624 tomando por base o atual ano de 1048626104862410486251048627 ndash enquanto os regionais elocais focam em periacuteodos mais curtos ndash ateacute 1048626104862410486251048629 ou 1048626104862410486261048629 Os processos efatores determinantes analisados nos cenaacuterios dependem da escala espa-cial e temporal assim como a seleccedilatildeo de stakeholders no caso de cenaacuteriosparticipativos e a escolha de modelos computacionais no caso de cenaacuterioscom modelos quantitativos

Stakeholders em diferentes niacuteveis de processos de decisatildeo ou delibe-raccedilatildeo ndash local regional nacional internacional ndash podem ter perspectivasdiferentes O equiliacutebrio de forccedilas descrito na seccedilatildeo anterior conforme apon-tado por Kok Biggs et al (1048626104862410486241048631) e Zurek e Henrichs (1048626104862410486241048631) pode diferirentre escalas enquanto conjuntos diferentes de problemas e oportunidadespodem ser destacados em diferentes escalas mesmo quando se discute ummesmo tema geral ndashuso e disponibilidade da aacutegua por exemplo

Cenaacuterios participativos multiescala visam entatildeo incorporar essas di- versas perspectivas ao processo de construccedilatildeo dos cenaacuterios Alcamo et al(1048626104862410486241048630) ao final de sua revisatildeo do estado da arte em cenaacuterios para a siacutentesedo programa Land Use and Cover Change (LUCC) (Lambin et al 1048626104862410486241048630)recomendam o desenvolvimento de cenaacuterios multiescala como uma formade aumentar a credibilidade e relevacircncia dos cenaacuterios por meio da incor-poraccedilatildeo de uma gama maior de visotildees Em outra anaacutelise recente sobre ofuturo dos cenaacuterios ambientais Parson (1048626104862410486241048630 1048626104862410486241048632) defende a existecircncia

de uma rede natildeo centralizada de cenaacuterios ambientais em diferentes escalaspara atender a diferentes necessidades Esses cenaacuterios podem se basear emndash ou interpretar ndash cenaacuterios de escalas mais globais e ligaacute-los aos contextos enecessidades de anaacutelise e apoio agrave tomada de decisatildeo em diferentes escalas

Um aspecto importante na definiccedilatildeo da metodologia de construccedilatildeo decenaacuterios multiescala eacute o modo como as relaccedilotildees de influecircncia entre escalasseratildeo tratadas em determinado estudo conforme Biggs (1048626104862410486241048631) e Kok Biggset al (1048626104862410486241048631) Essas influecircncias podem ser top-down ndash cenaacuterios globais e

10486301048627 Escala eacute a dimensatildeo espacial temporal e analiacutetica que cientistas utilizam para medir e estudar algum

objeto ou processo (Gibson Ostrom et al 2000) Todas as escalas tecircm extensatildeo e resoluccedilatildeo

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regionais contextualizando os cenaacuterios locais ndash eou bottom-up ndash cenaacuterioslocais alimentando os regionais e globais

As relaccedilotildees entre as escalas podem ser desenvolvidas de forma in-dependente ndash ou parcialmente independente ndash ou acoplada conforme as

perspectivas incertezas e fatores de uma escala informem a construccedilatildeode cenaacuterios nas demais escalas Essa decisatildeo mais uma vez depende doobjetivo do estudo levando em consideraccedilatildeo por exemplo a necessidadede comparar resultados e manter consistecircncia entre escalas em contrapo-siccedilatildeo ao fato de que o acoplamento excessivo pode atuar como limitadorda criatividade nas escalas mais locais comprometendo o resultado doscenaacuterios

Revisatildeo sobre estudos de cenaacuterios para a Amazocircnia

Dentro de um contexto complexo que envolve fronteiras agriacutecolasemissotildees de gases do efeito estufa derivadas do desmatamento impactosdas mudanccedilas climaacuteticas conservaccedilatildeo ambiental conflitos sociais orde-namento territorial e regularizaccedilatildeo fundiaacuteria vaacuterios estudos de cenaacuteriosdiscutem o futuro da Amazocircnia em diferentes escalas empregando diversasabordagens metodoloacutegicas e conjuntos de premissas

Em escala global vaacuterios cenaacuterios satildeo norteados pelo desafio de conci-liar a provisatildeo de serviccedilos ambientais de modo mais amplo agrave necessidadede suprir a crescente demanda por alimentos Tais estudos naturalmenteincluem resultados referentes agrave Amazocircnia como a Avaliaccedilatildeo Ecossistecircmica

do Milecircnio (MEA 1048626104862410486241048629) que desenvolveu quatro cenaacuterios focados nas mu-danccedilas no ecossistema e suas consequecircncias para o bem-estar social Doisdesses cenaacuterios se concentram em mudanccedilas de uso e cobertura da terrao primeiro prioriza a produccedilatildeo nacional e o segundo as tecnologias verdese alternativas econocircmicas mais ecoloacutegicas Uma ampla revisatildeo sobre cenaacute-rios globais de uso da terra pode ser encontrada em Lambin et al (1048626104862410486241048630)Recentemente projeccedilotildees espacialmente expliacutecitas sobre o uso da terra(Moss 1048626104862410486251048624) foram geradas no contexto do IPCC AR1048629 visando subsidiara nova geraccedilatildeo de modelos do sistema terrestre Tais dados foram geradospor modelos globais integrados (integrated assessment models) e consistemem projeccedilotildees de uso da terra com base em previsotildees de crescimento da

demanda por alimentos fibras e energiaPor outro lado a maior parte dos estudos espacialmente expliacutecitosrealizados na escala regional para a Amazocircnia apresenta uma abordagem

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focada em fatores intrarregionais64 em especial no papel das estradasaacutereas protegidas e accedilotildees de comando e controle Dentre eles destacam-se

bull Os cenaacuterios propostos por Laurance Cochrane et al (1048626104862410486241048625) concentra-ram suas discussotildees nos efeitos do programa Avanccedila Brasil proposto pelo

governo brasileiro entre os anos de 1048626104862410486241048624 a 1048626104862410486241048631 que previam uma seacuterie deprojetos de infraestrutura inclusive na Amazocircnia Seus cenaacuterios quantita-tivos baseados em anaacutelises espaciais extrapolam para os proacuteximos vinteanos os impactos desse aumento de infraestrutura com base nos impactosdas deacutecadas anteriores Formularam-se dois cenaacuterios um pessimista queconsiderava a manutenccedilatildeo das tendecircncias do desmatamento e um otimistano qual o desmatamento e a degradaccedilatildeo florestal seriam reduzidos atraveacutesde uma seacuterie de accedilotildees de proteccedilatildeo ambiental

bull Soares-Filho Nepstad et al (1048626104862410486241048630) discutiram a importacircncia das aacutereasprotegidas e o impacto de novas rodovias pavimentadas nas mudanccedilas deuso da terra na bacia amazocircnica Foram desenvolvidos oito cenaacuterios dosquais o mais pessimista assumia que o desmatamento iria continuar deacordo com as tendecircncias observadas ateacute entatildeo as estradas seriam pavimen-tadas as reservas legais natildeo seriam respeitadas e nem seriam criadas novasaacutereas protegidas Esses autores tambeacutem consideraram reflexos de decisotildeespoliacutetico-administrativas num cenaacuterio oposto chamado governanccedila em

que pressupunham a manutenccedilatildeo das reservas e de zonas agroecoloacutegicasde uso da terra e a criaccedilatildeo de novas aacutereas protegidas Aleacutem desses foramconsiderados seis cenaacuterios intermediaacuteriosbull O mesmo estudo considerou a contribuiccedilatildeo das aacutereas protegidas parauma possiacutevel reduccedilatildeo do desmatamento atraveacutes da construccedilatildeo de cincocenaacuterios para 1048626104862410486291048624 que incluiacuteam (a) a exclusatildeo de todas as aacutereas protegidasexistentes (b) todas as aacutereas protegidas criadas ateacute 1048626104862410486241048626 (c) as aacutereas pro-tegidas criadas ateacute 1048626104862410486241048632 exceto as treze aacutereas criadas a partir do programaAacutereas Protegidas da Amazocircnia (ARPA) (d) todas as aacutereas protegidas ateacute1048626104862410486241048632 sem exceccedilatildeo (e) as aacutereas protegidas ateacute 1048626104862410486241048626 com expansatildeo previstapelo ARPA Os cenaacuterios de uso da terra considerando estas aacutereas protegidasforam combinados com dois cenaacuterios socioeconocircmicos para crescimentoalto e moderado da agricultura

10486301048628 Em escala regional muitos modelos economeacutetricos e estatiacutesticos foram desenvolvidos para estudar as

causas do desmatamento como vemos em Reis e Guzmaacuten (1994) Andersen e Reis (1997) Pfaff (1999)

Margulis (2004) e Andersen Granger et al (2002) Aguiar Cacircmara et al (2007) apresentam uma revisatildeo

desses modelos Neste capiacutetulo enfocamos estudos que geraram resultados espacialmente expliacutecitos

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A Figura 1048628 compara as taxas de desmatamento estimadas ou ado-tadas nesses trabalhos Como pode ser observado na Figura 1048628b mesmoas projeccedilotildees mais ldquootimistasrdquo superestimaram as taxas de desmatamentoobservadas de 1048626104862410486241048628 ateacute 1048626104862410486251048626 como discutido por Dalla-Nora Aguiar et

al (1048626104862410486251048628) Esse fato de modo algum desmerece a importacircncia dos traba-lhos principalmente porque a proacutepria repercussatildeo dos estudos pode terinfluenciado decisotildees poliacutetico-administrativas de controle do processodesordenado de ocupaccedilatildeo da regiatildeo

Pesa tambeacutem sobre modelos que buscam representar processos sociaisa inerente complexidade dos fatores que os influenciam Logo decisotildeesmetodoloacutegicas devem ser tomadas durante o processo de construccedilatildeo dosmodelos que satildeo sempre uma representaccedilatildeo simplificada da realidade Como

mencionado anteriormente os cenaacuterios acima utilizam principalmentefatores intrarregionais como determinantes tanto da localizaccedilatildeo quanto daquantidade de mudanccedilas (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048628) Assim descon-sideram o contexto econocircmico e institucional nos niacuteveis global e nacionalinclusive os padrotildees de consumo as oscilaccedilotildees do mercado e as decisotildeespoliacuteticas mais amplas sendo as taxas de desmatamento determinadas peloaumento ou diminuiccedilatildeo de estradas e aacutereas protegidas

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Figura axas de desmatamento estimadas por diferentes modelos

Fonte Dalla-Nora et al ()

Subjacente a isso existe um aspecto mais sutil relacionado ao proacuteprioconceito de cenaacuterios discutidos neste capiacutetulo Os resultados dos estudos

que buscaram estimar taxas de desmatamento representam em linhasgerais um mesmo cenaacuterio BAU ndash uma visatildeo do futuro fundamentada nastendecircncias de desmatamento observadas com variaccedilotildees em termos deestradas aacutereas protegidas etc ( policy ) Dessa maneira nenhum dos tra-balhos referidos explorou de fato futuros alternativos e por consequecircncianatildeo tratou como incerteza o posicionamento do governo e da sociedadeem relaccedilatildeo agraves questotildees ambientais E a reversatildeo da trajetoacuteria da taxa dedesmatamento tem sido em grande parte creditada agraves accedilotildees de comando econtrole de restriccedilatildeo ao creacutedito rural e de sistemas de monitoramento nocontexto do Plano de Prevenccedilatildeo e Controle do Desmatamento na AmazocircniaLegal (PPCDAm) enquanto sua manutenccedilatildeo vem sendo atrelada a umanova postura dos mercados consumidores exemplificada pelos acordosdas moratoacuterias da carne e soja

Uma abordagem alternativa agrave utilizaccedilatildeo exclusiva de fatores intrar-regionais foi proposta por Aguiar (1048626104862410486241048630) na qual a quantidade de desma-

tamento era exoacutegena ao modelo como uma proxy da pressatildeo de mercadopara a expansatildeo da fronteira agropecuaacuteria Embora esse estudo natildeo pre-tendesse estimar taxas de desmatamento como os demais ele apresentavacomo diferencial sua busca por ilustrar o balanccedilo entre fatores locais e a

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pressatildeo externa do mercado Com isso enfatizou a necessidade tanto deconsiderar ambos em exerciacutecios de modelagem e em poliacuteticas de contenccedilatildeoao desmatamento quanto de interpretar toda a regiatildeo de modo holiacutesticopois caso medidas mais abrangentes natildeo fossem incorporadas ndash como

restriccedilotildees ao creacutedito rural e accedilotildees de comando e controle ndash a pressatildeo domercado poderia deslocar as fronteiras para aacutereas natildeo protegidas O modelotambeacutem introduz a representaccedilatildeo de mecanismos de comando e controlee cumprimento da lei como o Coacutedigo Florestal

Um dos principais fatores para a representaccedilatildeo dos padrotildees espaciaisde desmatamento na Amazocircnia eacute a conectividade da regiatildeo com os mer-cados nacionais devido agrave proximidade atraveacutes da rede viaacuteria Eacute a conexatildeoa mercados interagindo com fatores locais ndash como a presenccedila de aacutereas

protegidas a distacircncia de estradas assentamentos e qualidade do solo ndashque explicava os padrotildees passados de desmatamento na regiatildeo (Aguiar etal 1048626104862410486241048631) Mas mesmo nesse trabalho como ilustra a Figura 1048628 a menortaxa de desmatamento considerada eacute de 10486251048629104862410486241048624 km1048626ano

Por outro lado comeccedilaram a surgir mais recentemente trabalhos queconsideram o futuro da Amazocircnia dentro do contexto global e nacionalde pressatildeo por alimentos alinhados a estudos de cenaacuterios globais Umprimeiro exemplo para a regiatildeo foi o estudo de Lapola Schaldach et al

(1048626104862410486251048624) que explorava atraveacutes de modelos computacionais os impactos daproduccedilatildeo de biocombustiacuteveis no Brasil e seus efeitos sobre as fronteirasagriacutecolas e pecuaacuterias O estudo sugere um deslocamento da pecuaacuteria paraa Amazocircnia com uma expansatildeo de 104862510486261048625104863310486311048624 km1048626 representando mudanccedilasregionais indiretas ligadas aos contextos nacional e global e apontandopara uma tendecircncia na aacuterea de modelagem e cenaacuterios de uso da terraPoreacutem cabe ressaltar que os resultados desse estudo tampouco captamos padrotildees observados do desmatamento (Figura 1048628) Em contraponto aosestudos mencionados este privilegiou fatores globais mas simplificouos fatores intrarregionais mostrando como uma abordagem totalmentebaseada nas forccedilas de mercado natildeo seria capaz de representar a complexarealidade da regiatildeo

Nesse sentido a tendecircncia atual em novos modelos eacute tratar a regiatildeocomo um sistema aberto interconectado aos mercados globais e nacionaiscomo resumido por Dalla-Nora Aguiar et al (1048626104862410486251048628) Nesses novos mode-

los as trajetoacuterias de uso da terra na Amazocircnia passam a ser consideradasno contexto daquelas do resto do paiacutes em especial no Cerrado Por outrolado os contextos socioeconocircmico institucional e poliacutetico local interagemcom as demais escalas e devem ser representados tambeacutem Esse eacute o desafio

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que os pesquisadores da aacuterea de modelagem de mudanccedilas e uso da terraenfrentam no momento

Existem vaacuterias iniciativas em andamento que buscam combinarmodelos econocircmicos de equiliacutebrio geral ndash ou parcial ndash a modelos es-

pacialmente expliacutecitos com mais detalhe sobre o Brasil Destacam-senessa linha o projeto SIMBRASIL-1048626OPTIMAGRO desenvolvido pelaUniversidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que integra a plataformade modelagem Dinacircmica EGO (Soares-Filho Rodrigues et al 1048626104862410486241048633) aoBrazilian Land Use Model (Blum) um modelo econocircmico de equiliacutebrioparcial desenvolvido pelo Instituto de Estudos do Comeacutercio e NegociaccedilotildeesInternacionais (Icone)

No contexto do projeto de pesquisa REDD-PAC ndash uma parceria

entre o Instituto Internacional de Anaacutelise de Sistemas Aplicados (Iiasa)o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Instituo de PesquisaEconocircmica Aplicada (Ipea) ndash uma versatildeo do modelo de equiliacutebrio parcialGlobal Biosphere Management Model (Globiom) estaacute sendo adaptadopara o Brasil

Tambeacutem no Inpe estaacute em andamento a integraccedilatildeo de modelos gera-dos na plataforma LuccME (Aguiar 1048626104862410486251048626) para a Amazocircnia e o Cerrado agraveplataforma Magnet (Woltjer Kuiper et al 1048626104862410486251048627) um modelo de equiliacutebrio

geral desenvolvido no Instituto de Economia Agriacutecola da Universidade deWageningen na Holanda com base no Projeto de Anaacutelise do ComeacutercioGlobal (GTAP) da Universidade de Purdue (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048627)

Finalmente voltando agrave distinccedilatildeo entre resultados de modelos e oconceito de cenaacuterios de modo mais amplo tais projetos visam ao desen- volvimento de modelos ou arcabouccedilos computacionais Estes por sua vezpoderatildeo posteriormente ser utilizados em estudos de cenaacuterios A constru-ccedilatildeo de cenaacuterios eacute um processo longo e complexo em si particularmentese realizado de modo participativo com a presenccedila de stakeholders e emmuacuteltiplas escalas Processos participativos para a discussatildeo de cenaacuteriosnatildeo satildeo comuns no Brasil quanto menos os que almejam uma abordagemquantitativa e qualitativa Entre os estudos qualitativos realizados para aAmazocircnia cabe citarbull Goacutemes (1048626104862410486241048633) desenvolveu quatro cenaacuterios qualitativos para toda a baciaamazocircnica para 1048626104862410486261048630 baseados na participaccedilatildeo de stakeholders e atores

responsaacuteveis por tomadas de decisatildeo Esses cenaacuterios exploraram umacombinaccedilatildeo entre trecircs fontes de incerteza consideradas criacuteticas (a) o papeldas poliacuteticas puacuteblicas na regulamentaccedilatildeo do uso dos recursos naturais (b)o comportamento do mercado (c) inovaccedilatildeo ciecircncia e tecnologia

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bull Kok (1048626104862410486241048633) e Soler Kok et al (1048626104862410486241048633) utilizaram uma ferramenta semi-quantitativa ( fuzzy cognitive maps) com o objetivo de aprimorar a uniatildeode cenaacuterios quantitativos e qualitativos para capturar melhor a dinacircmicado desmatamento apresentando-a em narrativas mais consistentes e numa

maior diversidade de modelos quantitativosbull Vieira Toledo et al (1048626104862410486241048632) combinaram cenaacuterios qualitativos a um mo-delo quantitativo de multiagentes ndash a plataforma Cormas desenvolvidapor pesquisadores do Centro de Cooperaccedilatildeo Internacional de PesquisaAgronocircmica para o Desenvolvimento (Centre de Coopeacuteration Internationaleen Recherche Agronomique pour le Deacuteveloppement ndash Cirad) ndash para pro-mover um diaacutelogo entre atores locais com poder de decisatildeo e cientistas apartir da adoccedilatildeo de meacutetodos participativos

bull Os cenaacuterios do Environment Outlook in Amazonia (GEO Amazonia)(Unep 1048626104862410486241048632) satildeo qualitativos10486301048629 formulados com a participaccedilatildeo de especia-listas e stakeholders com o horizonte de tempo 1048626104862410486241048630-1048626104862410486251048630-1048626104862410486261048630 A definiccedilatildeode poliacuteticas puacuteblicas o comportamento do mercado e o desenvolvimentoda ciecircncia e da tecnologia satildeo os principais fatores determinantes e fontesde incerteza capazes de interferir no destino da Amazocircnia Com base naanaacutelise exploratoacuteria dessas incertezas foram selecionados quarto cenaacuteriosconsiderados plausiacuteveis pelos stakeholders Emergent Amazonia Inching

Along the Precipice Light and Shadows e Once-Greenhell Cabe notar quenesse processo do GEO para a Amazocircnia um cenaacuterio de sustentabilidadebaseado na melhoria da qualidade de vida da regiatildeo e utilizaccedilatildeo sustentaacuteveldos recursos naturais natildeo foi desenvolvido por ser o ideal e desejaacutevel paraa regiatildeo ndash e o processo natildeo foi normativobull Folhes (1048626104862410486251048624) e Folhes Aguiar et al (sd) adaptaram abordagens decenaacuterios participativos multiescala agrave realidade da Amazocircnia utilizando oProjeto de Assentamento Extrativista Lago Grande (PAE Lago Grande)em Santareacutem como primeiro caso de estudo Poreacutem a abordagem adota-da foi a de construccedilatildeo de cenaacuterios normativos Numa situaccedilatildeo em que oscenaacuterios podem ser qualitativos normativos participativos ou multiescalarealizado para todo o assentamento e em trecircs comunidades os stakeholders

definiram em cada escala de estudo um cenaacuterio desejado (sustentaacutevel) e umnatildeo desejado no horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-1048626104862410486261048624 O processo promoveuuma discussatildeo sobre as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o futuro sustentaacutevel

De modo mais amplo os pesquisadores buscavam entender se tal processo

10486301048629 Em outros processos de cenaacuterios do GEO como o GEO-4 modelos computacionais foram utilizados

para gerar dados quantitativos

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participativo de construccedilatildeo de cenaacuterios poderia ser efetivo como ferramentano processo de consolidaccedilatildeo de diferentes unidades territoriais da regiatildeoSeguindo uma abordagem semelhante estaacute em andamento um processoparticipativo para a formulaccedilatildeo de cenaacuterios para toda a Amazocircnia com-

binando aspectos qualitativos e quantitativos normativos e exploratoacuteriosnum horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-104862610486241048629104862466 Os cenaacuterios qualitativos seratildeorepresentados por modelos computacionais em ambiente LuccME cujosresultados estatildeo em preparaccedilatildeo (Aguiara Vieira et al sd) e rediscutidoscom os stakeholders Diferentemente do processo adotado nos cenaacuteriosda Unep (GEO Amazonia) descrito acima o objetivo mais amplo doprojeto eacute justamente discutir as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o cenaacuteriode sustentabilidade

Conclusatildeo

Este capiacutetulo revisou os conceitos de cenaacuterios e suas principais abor-dagens visando subsidiar uma anaacutelise criacutetica sobre os modelos e cenaacuteriosdesenvolvidos nas deacutecadas anteriores para a Amazocircnia e entender asnecessidades de uma nova geraccedilatildeo de modelos computacionais em desen-

volvimento Espera-se que todos esses esforccedilos produzam modelos mais

robustos que contribuam para o avanccedilo cientiacutefico sobre os processos demudanccedila de uso da terra e possam ser utilizados pela sociedade como fer-ramentas em processos de discussatildeo sobre o futuro A existecircncia de vaacuteriosgrupos desenvolvendo modelos e cenaacuterios para a Amazocircnia e Brasil combase em meacutetodos e abordagens diferentes pode tambeacutem representar umganho para a sociedade

Em assuntos que envolvem interesses conflitantes como o uso da terrana Amazocircnia eacute preciso examinar atentamente as premissas e mecanismossubjacentes a modelos quantitativos que embasam os cenaacuterios ndash em especialos que satildeo construiacutedos com o objetivo expliacutecito de subsidiar a formula-ccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Pois no desejo por vezes bem intencionado docidadatildeo-pesquisador ao alertar sobre um problema ndash ou natildeo tatildeo bemintencionado ao defender grupos de interesses ndash manipulaccedilotildees podemfacilmente ser introduzidas E em alguns casos posiccedilotildees aparentementecientiacuteficas podem camuflar visotildees e interesses de muacuteltiplos atores e setores

ndash inclusive do proacuteprio governo Os modelos possuem tal complexidade que

10486301048630 O processo estaacute sendo liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (Embrapa) e pelo

Inpe no contexto do projeto Amazalert

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se tornam impenetraacuteveis para a maior parte da sociedade ndash e mesmo parapesquisadores de outras aacutereas E por vezes resultados de modelos passama ser tratados como verdades absolutas ndash o que eacute agravado quando existesomente um modelo para uma regiatildeo ou problema como no caso dos

impactos de obras de infraestrutura ou da expansatildeo de biocombustiacuteveisNatildeo podemos esquecer a frase de George Box que consideramos a

melhor sobre modelos ldquo Models are always wrong but some are useful rdquo Aoque acrescentamos e preste atenccedilatildeo nos grupos aos quais eles satildeo uacuteteis

Referecircncias

AGUIAR A P D et al ldquoSpatial statistical analysis of land-use determinants

in the Brazilian Amazonia Exploring intra-regional heterogeneityrdquoEcological Modelling vol 104862610486241048633 n 1048626-1048628 p 104862510486301048633-104862510486321048632 1048626104862410486241048631

AGUIAR A P D et al ldquoTerraME- LuccME an open-source frameworkfor spatially explicit land use change modellingrdquo Global Land Project

News vol 1048632 p 10486261048625-10486261048627 1048626104862410486251048626AGUIAR A P D et al Anticipating a forest transition scenario in the

Brazilian Amazon carbon emission estimates using a spatially-explicit

approach (submetido)

ALCAMO J RIBEIRO T Scenarios as tools for international environmentalassessments Copenhagen European Environment Agency 1048626104862410486241048625

ALCAMO J Searching for the future of land Scenarios from the local to

global scale Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630 p104862510486271048631-104862510486291048630ALCAMO J Environmental futures the practice of environmental scenario

analysis Amsterdam Elsevier 1048626104862410486241048632ANDERSEN L et al Te dynamics of Deforestation and Economic Growth

in the Brazilian Amazon Cambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048626ANDERSEN L REIS E Deforestation development and government policy

in the Brazilian Amazon an econometric analysis (IPEA Report 10486311048630-1048625104863310486331048631)Rio de Janeiro IPEA 1048625104863310486331048631

BIGGS R et al ldquoLinking futures across scales a dialog on multiscale sce-nariosrdquo Ecology and Society vol 10486251048626 1048626104862410486241048631

BOumlRJESON L et al ldquoScenario types and techniques Towards a userrsquosguiderdquo Futures vol 10486271048632 n 1048631 p 104863110486261048627-104863110486271048633 1048626104862410486241048630

BRADFIELD R ldquoe origins and evolution of scenario techniques in longrange business planningrdquo Futures vol 10486271048631 p 104863110486331048629-104863210486251048626 1048626104862410486241048629BRIASSOULIS H Analysis of Land Use Change Teoretical and Modeling

7212019 AGUIAR ASSIS FOLHES Etal 2014 Cenaacuterios e Modelos

httpslidepdfcomreaderfullaguiar-assis-folhes-etal-2014-cenarios-e-modelos 2327

Approaches Morgantown Regional Research Institute West VirginiaUniversity 1048626104862410486241048624

BUARQUE S C Metodologia e teacutecnicas de construccedilatildeo de cenaacuterios globais

e regionais Rio de Janeiro IPEA 1048626104862410486241048627

CARPENTER S R et al ldquoScenarios for ecosystem services an overviewrdquoEcology and Society vol 10486251048625 n 1048625 1048626104862410486241048630

COSGROVE W J RIJSBERMAN F R World water vision LondresEarthscan Publications Ltd 1048626104862410486241048624

DALLA983085NORA E L AGUIAR A P D Lapola D M WOLTJER G 1048626104862410486251048628Why have land use change models for the Amazon failed to capture the

amount of deforestation over the last decade Land Use Policy 10486271048633 104862810486241048627-104862810486251048625DREBORG K H ldquoEssence of backcastingrdquo Futures vol 10486261048632 n 1048633 p 104863210486251048627-

104863210486261048632 1048625104863310486331048630EVANS K et al Field guide to the Future Four Ways for Communities

to Tink Ahead Nairobi Center for International Forestry Research(CIFOR) 1048626104862410486241048630 10486321048631 p

FOLHES R Cenaacuterios de mudanccedilas de uso da terra na Amazocircnia Explorando

uma abordagem participativa e multi-escala no PAE Lago Grande em

Santareacutem-Paraacute Beleacutem Universidade Federal do Paraacute 1048626104862410486251048624FOLHES R T et al Multi-scale participatory scenario methods and territorial

planning in the Brazilian Amazon (submetido)GARB Y et al ldquoScenarios in society society in scenarios toward a so-

cial scientific analysis of storyline-driven environmental modelingrdquoEnvironmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

GIBSON C et al ldquoe concept of scale and the human dimensions ofglobal change a surveyrdquo Ecological Economics v 10486271048626 p 104862610486251048631ndash104862610486271048633 1048626104862410486241048624

GIROD B ldquoe evolution of the IPCCrsquos emissions scenariosrdquo Environmental

Science amp Policy vol 10486251048626 1048626104862410486241048633GODET M ldquoe Art of Scenarios and Strategic Planning Tools and Pitfallsrdquo

echnological Forecasting and Social Change vol 10486301048629 p 1048627-10486261048626 1048626104862410486241048624GOacuteMES N ldquoe future of Amazoniardquo In Geo Amazonia 1048626104862410486241048633 p 104862610486291048629-104862610486311048630HEIJDEN K V D Scenarios the Art of Strategic Conversation Chichester

Wiley 1048625104863310486331048630JEFFERSON M ldquoShell scenarios What really happened in the 1048625104863310486311048624s and

what may be learned for current world prospectsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048633 n 1048625 p 104862510486321048630ndash104862510486331048631 1048626104862410486251048626KAHN H WIENER A Te year A framework for Speculation on the

Next Tirty-Tree Years Nova Iorque Macmillan 1048625104863310486301048631

7212019 AGUIAR ASSIS FOLHES Etal 2014 Cenaacuterios e Modelos

httpslidepdfcomreaderfullaguiar-assis-folhes-etal-2014-cenarios-e-modelos 2427

KAHN H Te next Years a scenario for America and the world NovaIorque Morrow 1048625104863310486311048630

KOK K et al ldquoMulti-scale narratives from an IA perspective Part IIParticipatory local scenario developmentrdquo Futures vol 10486271048632 1048626104862410486241048630

KOK K et al ldquoMethods for Developing Multiscale Participatory ScenariosInsights from Southern Africa and Europerdquo Ecology and Society vol 104862510486261048626104862410486241048631

KOK K ldquoe potential of Fuzzy Cognitive Maps for semi-quantitative sce-nario development with an example from Brazilrdquo Global Environmental

Change vol 10486251048633 1048626104862410486241048633KOK K et al ldquoCombining participative backcasting and exploratory scena-

rio development Experiences from the SCENES projectrdquo echnological

Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863210486271048629-104863210486291048625 1048626104862410486251048625LAMBIN E F GEIST H J Land-Use and Land-Cover Change Local

Processes and Global Impacts Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630LAPOLA D M et al ldquoIndirect land-use changes can overcome carbon

savings from biofuels in Brazilrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America vol 104862510486241048631 n 1048632 p 1048627104862710486321048632-1048627104862710486331048627 1048626104862410486251048624LAURANCE W et al ldquoe future of the Brazilian Amazonrdquo Science vol

104862610486331048625 p 104862810486271048632-104862810486271048633 1048626104862410486241048625

LEGGETT J et al Emissions Scenarios for the IPCC an Update CambridgeCambridge University Press 1048625104863310486331048626 p 10486301048633-10486331048629

MARGULIS S Causes of deforestation in Brazilian Amazon World BankWorking Paper 10486261048626 Washington World Bank 1048626104862410486241048628

MEA Ecosystems and Human Well-Being Millennium Ecosystem Assessment

Scenarios for the Future of Ecosystem Services (Millenium EcosystemAssessment) Washington Island Press 1048626104862410486241048629

MEADOWS D H et al Te Limits to Growth A Report for the Club of

Romersquos Project on the Predicament of Mankind Nova Iorque UniversityBooks 1048625104863310486311048626

METZGER M J et al ldquoe vulnerability of ecosystem services to land usechangerdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628 p 10486301048633-10486321048629 1048626104862410486241048630

MILLER R ldquoFutures Literacy A Hybrid Strategic Scenario Methodrdquo Futures vol 10486271048633 p 104862710486281048625-104862710486301048626 1048626104862410486241048631

MOSS R H E et al ldquoe next generation of scenarios for climate change

research and assessmentrdquo Nature vol 104862810486301048627 1048626104862410486251048624NAKICENOVIC N A et al Special Report on Emissions ScenariosCambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048625

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NORA E D et al Amazon conservation might not be the end of deforestation

in Brazil 1048626104862410486251048627 (submetido)OrsquoNEILL B C NAKICENOVIC N ldquoLearning from global emissions

scenariosrdquo Environonmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

PARSON E A B et al Global change scenarios Teir development and useUS Climate Change Science Program 1048626104862410486241048630

PARSON E A ldquoUseful global-change scenarios current issues and chal-lengesrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 1048626104862410486241048632

PATEL M et al ldquoParticipatory scenario construction in land use analysisAn insight into the experiences created by stakeholder involvement inthe Northern Mediterraneanrdquo Land Use Policy vol 10486261048628 1048626104862410486241048631

PFAFF A ldquoWhat drives deforestation in the Brazilian Amazon Evidence

from Satellite and Socio-economic datardquo Journal of EnvironmentalEconomics and Management vol 10486271048631 p 10486261048630-10486281048627 1048625104863310486331048633

POSTMA T J M LIEBL F ldquoHow to improve scenario analysis as a stra-tegic management toolrdquo echnological Forecasting amp Social Change vol10486311048626 p 104862510486301048625-104862510486311048627 1048626104862410486241048629

PULVER S VAN DEVEER S Global Environmental Futures - Interrogatingthe Practice and Politics of Scenarios Brown University 1048626104862410486241048631

QUIST J VERGRAGT P ldquoPast and future of backcasting e shi to

stakeholder participation and a proposal for a methodological frameworkrdquoFutures vol 10486271048632 n 1048633 p 1048625104862410486261048631-1048625104862410486281048629 1048626104862410486241048630

QUIST J et al ldquoe impact and spin-off of participatory backcasting From vision to nicherdquo echnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n1048629 p 104863210486321048627-104863210486331048631 1048626104862410486251048625

RASKIN P D et al ldquoGlobal Scenarios in Historical Perspectivesrdquo InCARPENTER S R et al (Eds) Ecosystems and human well-being scena-

rios Volume findings of the scenarios working group of the Millennium

Ecosystem Assessment Washington Island Press 1048626104862410486241048629 p10486271048629-10486281048628REIS E GUZMAacuteN R ldquoAn econometric model of Amazon Deforestationrdquo

In BROWN K PEARCE D (Eds) Te causes of tropical deforestation

the economic and statistical analysis of factors giving rise to the loss of

tropical forests Londres University College London Press 1048625104863310486331048628 p104862510486311048626-10486331048625RICHARDS C et al Practical Approaches to Participation (SERG Socio-

Economic Research Group Policy Brief ) Aberdeen eMacaulay

Institute 1048626104862410486241048628ROBINSON J B ldquoEnergy backcasting A proposed method of policy analy-sisrdquo Energy Policy vol 10486251048624 n 1048628 p 104862710486271048631-104862710486281048628 1048625104863310486321048626

ROBINSON J et al ldquoEnvisioning sustainability Recent progress in the

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httpslidepdfcomreaderfullaguiar-assis-folhes-etal-2014-cenarios-e-modelos 2627

use of participatory backcasting approaches for sustainability researchrdquoechnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863110486291048630-104863110486301048632 1048626104862410486251048625

SANTOS A D D Metodologias participativas caminhos para o fortaleci-

mento de espaccedilos puacuteblicos socioambientais Petroacutepolis IIEB - Instituto

Internacional de Educaccedilatildeo do Brasil 1048626104862410486241048629SOARES-FILHO B et al ldquoModeling conservation in the Amazon basinrdquo

Nature vol 1048628104862710486321048633 mar 1048626104862410486241048630SOARES-FILHO B et al Modeling Environmental Dynamics with Dinamica

EGO Belo Horizonte UFMG 1048626104862410486241048633 104862510486261048624 pSOARES-FILHO B et al ldquoRole of Brazilian Amazon protected areas in

climate change mitigationrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America 10486261048630 maio 1048626104862410486251048624

SOLER L S et al ldquoUsing fuzzy cognitive maps to describe current systemdynamics and develop land cover scenarios a case study in the BrazilianAmazonrdquo Journal of Land Use Science vol 1048631 n 1048626 p104862510486281048633-104862510486311048629 10486251048627 dez 1048626104862410486251048626

STIRLING A ldquoAnalysis participation and power justification and closurein participatory multi-criteria analysisrdquo Land Use Policy vol 10486261048627 n 1048625 p10486331048629-104862510486241048631 1048626104862410486241048630

SWART R et al ldquoStabilisation scenarios for climate impact assessmentrdquoGlobal Environmental Change vol 10486251048626 1048626104862410486241048626

UNEP Environment Outlook in the Amazonia GEO Amazonia Panama1048626104862410486241048632

UNEP Global Environment Outlook Nairobi 1048626104862410486251048626VAN ASSELT MARJOLEIN B A RIJKENS-KLOMP N ldquoA look in the

mirror reflection on participation in Integrated Assessment from amethodological perspectiverdquo Global Environmental Change vol 10486251048626 n1048627 p 104862510486301048631-104862510486321048628 1048626104862410486241048626

VAN NOTTEN P W F et al ldquoAn updated scenario typologyrdquo Futures vol10486271048629 n 1048629 p 104862810486261048627-104862810486281048627 1048626104862410486241048627

VAN VLIET M Kok K VELDKAMP T ldquoLinking stakeholders andmodellers in scenario studies the use of Fuzzy Cognitive Maps as acommunication and learning toolrdquo Futures vol 10486281048626 n 1048625 1048626104862410486241048633

VAN VUUREN D P et al ldquoScenarios in Global Environmental AssessmentsKey characteristics and lessons for future userdquo Global Environmental

Change vol 10486261048626 n 1048628 p 104863210486321048628-104863210486331048629 1048626104862410486251048626a

VAN VUUREN D P et al ldquoA proposal for a new scenario framework tosupport research and assessment in different climate research commu-nitiesrdquo Global Environmental Change vol 10486261048626 n 1048625 p 10486261048625-10486271048629 1048626104862410486251048626b

VERBURG P et al ldquoDownscaling of land use change scenarios to assess

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the dynamics of European landscapesrdquo Agriculture Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630

VERGRAGT P J QUIST J ldquoBackcasting for sustainability Introductionto the special issuerdquo echnological Forecasting and Social Change vol

10486311048632 n 1048629 p 104863110486281048631-104863110486291048629 1048626104862410486251048625VIEIRA I C G et al ldquoDeforestation and threats to the biodiversity of

Amazoniardquo Brazilian Journal of Biology vol 10486301048632 p 104863310486281048633-104863310486291048630 1048626104862410486241048632WESSELINK A et al ldquoRationales for public participation in environmental

policy and governance practitionersrsquo perspectivesrdquo Environment and

Planning A vol 10486281048627 n 10486251048625 p 1048626104863010486321048632-1048626104863110486241048628 1048626104862410486251048625WESTHOEK H J et al ldquoScenario development to explore the future of

Europersquos rural areasrdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628

p 1048631-10486261048624 1048626104862410486241048630aWesthoek H J VAN DEN BERG M BAKKES J A ldquoScenario deve-

lopment to explore the future of Europersquos rural areasrdquo Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630bWILKINSON A EIDINOW E ldquoEvolving practices in environmental

scenarios a new scenario typologyrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 p 104862410486281048629104862410486251048631 1048626104862410486241048632

WOLLENBERG E et al Anticipating Change Scenarios as a ool for Adaptive

Forest Management A Guide Bogor CIFOR 1048626104862410486241048624aWOLLENBERG E et al ldquoUsing scenarios to make decisions about the futu-

re anticipatory learning for the adaptive co-management of communityforestsrdquo Landscape and Urban Planning vol 10486281048631 n 1048625-1048626 p 10486301048629-10486311048631 1048626104862410486241048624b

WOLTJER G et al Te MAGNE model Module description Haia LEIWUR 1048626104862410486251048627

ZUREK M B HENRICHS T ldquoLinking scenarios across geographical scalesin international environmental assessmentsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048628 p 1048625104862610486321048626-1048625104862610486331048629 1048626104862410486241048631

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e seguranccedila alimentar (Lambin amp Geist 1048626104862410486241048630) Eacute o caso da Europa onde doisprojetos foram conduzidos na deacutecada passada tendo cenaacuterios de mudanccedilasde uso da terra como componentes centrais O primeiro deles que podemosconferir em Metzger Rounsevell et al (1048626104862410486241048630) eacute o Modelagem e Anaacutelise

Avanccediladas de Ecossistemas Terrestres (Advanced Terrestrial EcosystemAnalysis and Modelling ndash Ateam) O segundo conforme Verburg (1048626104862410486241048630) eWesthoek (1048626104862410486241048630) eacute o Eururalis Todos esses projetos apresentam em comumuma combinaccedilatildeo de aspectos qualitativos e quantitativos

No caso do Brasil ndash em especial da Amazocircnia ndash muitos estudosforam realizados nas deacutecadas passadas com destaque para abordagensquantitativas motivadas pela preocupaccedilatildeo internacional com as altas taxasde desmatamento observadas ateacute o iniacutecio deste seacuteculo e seus impactos so-

bre as emissotildees de gases do efeito estufa Em geral esses modelos trazemimpliacutecitas a definiccedilatildeo e a combinaccedilatildeo de fatores de natureza distinta querefletem as escolhas adotadas pelos modeladores Este capiacutetulo tem por ob- jetivo inicial apresentar uma revisatildeo do conceito de cenaacuterios pois o termotem sido utilizado na literatura referente agrave Amazocircnia com significados quemuitas vezes fogem do seu conceito mais amplo Em seguida satildeo revisadasas abordagens empregadas pelos trabalhos realizados para a Amazocircniadestacando sua importacircncia e a necessidade de sua reformulaccedilatildeo frente ao

novo contexto socioeconocircmico e institucional da regiatildeo

Cenaacuterios principais classificaccedilotildees e caracteriacutesticas56

Vaacuterias tipologias como as de Godet (1048626104862410486241048624) Van Notten Rotmans etal (1048626104862410486241048627) Bradfield (1048626104862410486241048629) Boumlrjeson Houmljer et al (1048626104862410486241048630) Miller (1048626104862410486241048631) eVergragt e Quist (1048626104862410486251048625) foram propostas para classificar os cenaacuterios commuitas nuances e diferenccedilas entre elas Especificamente sobre cenaacuteriosambientais podem-se citar entre outros Alcamo e Ribeiro (1048626104862410486241048625) Raskin(1048626104862410486241048629) Parson (1048626104862410486241048630) Pulver (1048626104862410486241048631) Alcamo (1048626104862410486241048632) Garb Pulver et al(1048626104862410486241048632) Wilkinson e Eidinow (1048626104862410486241048632) e Van Vuuren Kok et al (1048626104862410486251048626) Nestecapiacutetulo buscamos sintetizar as principais variaccedilotildees encontradas na literaturasobre cenaacuterios ambientais por meio de uma organizaccedilatildeo em quatro eixos (a)cenaacuterios qualitativos e quantitativos (b) cenaacuterios normativos e exploratoacuterios(c) cenaacuterios em uacutenica escala ou multiescala (d) cenaacuterios participativos ou

elaborados por especialistas Note-se que essas classificaccedilotildees satildeo ortogonais

10486291048630 Uma versatildeo inicial do conteuacutedo desta seccedilatildeo foi elaborada pelos autores para a dissertaccedilatildeo de mestrado

de Ricardo Folhes defendida em 2010 no curso de Ciecircncias Ambientais Universidade Federal do Paraacute

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entre si cenaacuterios quantitativos eou qualitativos por exemplo podem serexploratoacuterios ou normativos participativos ou natildeo

Cenaacuterios qualitativos eou quantitativos

De acordo com Raskin (1048626104862410486241048629) duas abordagens de construccedilatildeo decenaacuterios se desenvolveram no periacuteodo entre a Segunda Guerra Mundial eaproximadamente 1048625104863310486331048629 em dois ramos de literatura praticamente sem inter-secccedilatildeo entre si a modelagem quantitativa e as narrativas qualitativas Essedualismo reflete dois desafios de igual importacircncia em termos de cenaacuteriosprover representaccedilotildees quantitativas sistemaacuteticas e replicaacuteveis por um ladoe visotildees sociais contrastantes e natildeo quantificaacuteveis do outro

Os primeiros antecedentes dos cenaacuterios ambientais atuais datam dosanos de 1048625104863310486311048624 reflexos das preocupaccedilotildees crescentes com disponibilidade derecursos naturais para a crescente populaccedilatildeo e economia globais Satildeo dessaeacutepoca tanto ambiciosos modelos matemaacuteticos como o muito discutidoLimits to Growth do Clube de Roma (Meadows Meadows et al 1048625104863310486311048626)quanto narrativas como o Te Next Years elaborado por Kahn (1048625104863310486311048630)em resposta ao Limits to Growth Na mesma eacutepoca comeccedilam os esforccedilosde construccedilatildeo de cenaacuterios pela Royal DutchShell que os utilizava para

fortalecer a conversaccedilatildeo estrateacutegica e o aprendizado explorando descon-tinuidades e possibilidades de mudanccedila no mind-set das pessoas dentroda organizaccedilatildeo (Jefferson 1048626104862410486251048626) Mais tarde no final dos anos 1048625104863310486321048624 e 1048625104863310486331048624surgiram muitos cenaacuterios relativos agrave questatildeo de energia e mudanccedilas globaisos mais importantes dos quais satildeo os primeiros do IPCC (Leggett Pepperet al 1048625104863310486331048626) Desta primeira fase surgiu o entendimento do potencial e dalimitaccedilatildeo de ambas as abordagens

Em vista da complexidade e incerteza das questotildees ambientais queenvolvem interaccedilotildees intricadas entre os sistemas naturais e sociais a anaacutelisede cenaacuterios requer abordagens que transcendem os limites dos modelosdeterminiacutesticos convencionais nos quais o funcionamento do sistema eacuteconhecido e persistente Previsotildees probabiliacutesticas natildeo satildeo possiacuteveis quandonovos comportamentos podem ser esperados e futuros estruturalmentediferentes podem emergir Narrativas descritivas por outro lado podemdar voz a importantes fatores moldando valores comportamentos e insti-

tuiccedilotildees fornecendo uma perspectiva mais ampla do que a que poderia serrepresentada somente pela modelagem computacional Cenaacuterios puramentequalitativos por outro lado apresentam a limitaccedilatildeo de natildeo apresentaremnenhuma anaacutelise de dados numeacutericos e o fato de as suposiccedilotildees por traacutes

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narrativas ateacute que estejam corretamente ligadas aos modeloscomputacionais

1048628 O uso de diversos meios para solicitar contribuiccedilotildees para os ce-naacuterios e comunicar os resultados

Essa abordagem foi utilizada por exemplo no Relatoacuterio especial sobrecenaacuterios de emissotildees (Special Report on Emissions Scenarios ndash SRES) doIPCC58 (Nakicenovic 1048626104862410486241048625) e em diversos estudos nas uacuteltimas deacutecadas(Van Vuuren Kok et al 1048626104862410486251048626)

A abordagem SAS combina as vantagens e desvantagens dos meacutetodosquantitativos e qualitativos mas apresenta como complicaccedilatildeo adicional aintegraccedilatildeo dos dois meacutetodos Em muitos casos os modelos computacionaisutilizados satildeo preacute-existentes No processo de construccedilatildeo dos cenaacuterios eles

satildeo parametrizados de acordo com as premissas estabelecidas durante oprocesso de construccedilatildeo dos cenaacuterios gerando os resultados quantitativosque os constituiratildeo de maneira mais ampla

Um das dificuldades reside na quantificaccedilatildeo das narrativas (Kok VanVliet et al 1048626104862410486251048625) pois frequentemente os modelos computacionais utilizadosnatildeo permitem a quantificaccedilatildeo de muitos dos fatores e suposiccedilotildees descritosPor outro lado em muitos casos os modelos requerem uma grande varie-dade de informaccedilotildees quantitativas para alimentar uma seacuterie de paracircmetros

que dificilmente satildeo extraiacutedos das narrativasRecentemente no contexto do projeto Cenaacuterios Hiacutedricos para a Europa

e Paiacuteses Vizinhos (Water Scenarios for Europe and Neighbouring States ndashScenes) Van Vliet (1048626104862410486241048633) propocircs a adaptaccedilatildeo do SAS para incorporar ummeacutetodo semiquantitativo o Fuzzy Cognitive Method (FCM) Este procuracapturar a dinacircmica presente e futura do sistema e estruturar os resultadosde oficinas participativas com vistas a facilitar a traduccedilatildeo das narrativaspara os modelos computacionais Algumas experiecircncias com a abordagemforam realizadas na Amazocircnia como discutido nas proacuteximas paacuteginas

Cenaacuterios normativos e exploratoacuterios

Outra forma de classificar os cenaacuterios estaacute relacionada ao propoacutesito docenaacuterio e agrave perspectiva de formulaccedilatildeo dos cenaacuterios do presente para o futu-ro ou do futuro para o presente ( foward looking X backward looking ) Como

10486291048632 Uma revisatildeo sobre os cenaacuterios de emissatildeo do IPCC eacute dada por Orsquoneill e Nakicenovic (2008) e Girod

(2009) Para o IPCC AR5 em preparaccedilatildeo atualmente estaacute sendo adotado um processo distinto descrito

em Moss (2010) e Van Vuuren Riahi et al (2012) Ver informaccedilotildees adicionais em htpsedacipcc-

dataorgddcar5_scenario_process (acessado em 16 dez 2013)

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mencionado acima os eixos adotados neste capiacutetulo satildeo ortogonais entre sicenaacuterios quantitativos eou qualitativos podem ser exploratoacuterios eou normati- vos Como natildeo haacute consenso entre os autores na forma de classificar os cenaacuteriosambientais de acordo com este criteacuterio ndash como vemos em Wollenberg Edmunds

et al (1048626104862410486241048624) Alcamo e Ribeiro (1048626104862410486241048625) Buarque (1048626104862410486241048627) Van Notten Rotmanset al (1048626104862410486241048627) Boumlrjeson Houmljer et al (1048626104862410486241048630) Evans Velarde et al (1048626104862410486241048630) Parson(1048626104862410486241048630) Westhoek Berg et al (1048626104862410486241048630) ndash resolveu-se adotar aqui a classificaccedilatildeode Alcamo e Ribeiro (1048626104862410486241048625) ilustrada na Figura 1048626 Acrescentamos poreacutemalgumas consideraccedilotildees baseadas nas demais tipologiasbull Cenaacuterios exploratoacuterios comeccedilam no presente e visam explorar tendecircn-

cias para o futuro Eles satildeo mais proacuteximos do significado original dapalavra cenaacuterio pois satildeo concebidos como uma sequecircncia de eventos

emergentesbull Cenaacuterios antecipatoacuterios (ou normativos) comeccedilam com uma visatildeo

prescrita (estabelecida a priori) do futuro (otimista pessimista ouneutra) O cenaacuterio eacute construiacutedo de frente para traacutes no tempo ligandoo presente ao futuro estabelecido pela visatildeo

Figura Diferenccedila entre cenaacuterios exploratoacuterios e normativos

Fonte IPCC () e Wollenberg ()

Os cenaacuterios normativos ou antecipatoacuterios incluem em sua concepccedilatildeoo desejo das pessoas envolvidas no seu processo de construccedilatildeo explorandocaminhos ou accedilotildees que deveriam ocorrer para alcanccedilar esse desejo Satildeoconcebidos como indicado em Robinson (1048625104863310486321048626) Dreborg (1048625104863310486331048630) Quist e

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Vergragt (1048626104862410486241048630) Quist issen et al (1048626104862410486251048625) Robinson Burch et al (1048626104862410486251048625)e Vergragt e Quist (1048626104862410486251048625) a partir de uma visatildeo do futuro que pode serpositiva negativa ou neutra e se desenvolve na discussatildeo do confronto dodesejo com as condiccedilotildees concretas mediante a construccedilatildeo de uma trajetoacuteria

invertida atraveacutes de meacutetodos de backcasting Esta visatildeo do futuro natildeo deve ser confundida com o cenaacuterio em si

que contempla os passos para alcanccedilar essa visatildeo Por sua proacutepria naturezao processo de construccedilatildeo de cenaacuterios normativos em geral pode requereruma maior participaccedilatildeo de stakeholders o que envolve o desejo dos atoresque satildeo parte do problema Cenaacuterios normativos podem ser particularmenteimportantes quando existem referecircncias institucionais ou poliacuteticas sobre odesenvolvimento de um processo como no caso do artigo 1048626 da Convenccedilatildeo

do Clima que prevecirc a estabilizaccedilatildeo da concentraccedilatildeo dos gases de efeito estufa(Swart 1048626104862410486241048626)

Jaacute os cenaacuterios exploratoacuterios satildeo utilizados em geral para analisar opossiacutevel desenrolar de acontecimentos futuros em relaccedilatildeo a determinadotema visando facilitar o posicionamento e a tomada de decisotildees sobreo assunto Costumam ser concebidos por meio da definiccedilatildeo dos fatoresdeterminantes das mudanccedilas em questatildeo no cenaacuterio e da seleccedilatildeo de incer-tezas criacuteticas entre esses fatores bem como de hipoacuteteses sobre como essas

incertezas se desenvolveriam Cenaacuterios exploratoacuterios podem ser elaboradospor especialistas eou pela participaccedilatildeo de stakeholders

Muitos estudos produzem cenaacuterios exploratoacuterios e normativos en-quanto outros combinam alguns elementos de ambas as perspectivas Porexemplo os cenaacuterios do Word Water Vision (Cosgrove amp Rijsberman 1048626104862410486241048624)combinam aspectos exploratoacuterios e normativos qualitativos e quantitativosJaacute Kok Van Vliet et al (1048626104862410486241048626) usando a abordagem SAS desenvolveramquatro cenaacuterios exploratoacuterios para a Europa em 1048626104862410486291048624 Um exerciacutecio debackcasting foi realizado tendo como visatildeo normativa de 1048626104862410486291048624 a utilizaccedilatildeoprovisatildeo e gerenciamento sustentaacutevel dos recursos hiacutedricos O objetivo doexerciacutecio foi identificar as accedilotildees necessaacuterias obstaacuteculos e oportunidades paraque o objetivo fosse alcanccedilado em qualquer dos quatro possiacuteveis futurosrepresentados pelos cenaacuterios exploratoacuterios

Finalmente cabe mencionar que em paralelo agrave classificaccedilatildeo de cenaacuteriosexploratoacuterios e normativos existe a diferenciaccedilatildeo entre cenaacuterios de base

(baseline) e cenaacuterios de anaacutelise de poliacuteticas ( policy scenarios)983093983097 (Alcamo eRibeiro 1048626104862410486241048625) Estes satildeo variaccedilotildees daqueles e visam avaliar os efeitos de

10486291048633 Alguns autores se referem aos policy scenarios como cenaacuterios alternativos ou canocircnicos (Buarque

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diferentes accedilotildees poliacuteticas em relaccedilatildeo ao cenaacuterio de referecircncia Por sua vezos cenaacuterios de base no contexto de cenaacuterios ambientais visam apresentaralternativas para o futuro sem considerar os impactos de poliacuteticas ambien-tais servindo como referecircncia para a comparaccedilatildeo983094983088

Aleacutem de servir de referecircncia a construccedilatildeo de cenaacuterios de base permiteexplorar as incertezas quanto ao desenvolvimento dos demais fatores deter-minantes natildeo diretamente associados a accedilotildees poliacuteticas normalmente ndash masnatildeo necessariamente ndash construiacutedos atraveacutes da perspectiva exploratoacuteria983094983089Alguns estudos natildeo fazem essa distinccedilatildeo enquanto outros buscam elaborarsomente cenaacuterios de base Por exemplo os cenaacuterios de emissotildees (SRES) doIPCC satildeo organizados em quatro famiacutelias de cenaacuterios baseline construiacutedasde modo exploratoacuterio

No processo de construccedilatildeo de cenaacuterios podem ser combinadosdiferentes meacutetodos inclusive oficinas de trabalho entrevistas estrutu-radas a teacutecnica de Delfos meacutetodos de backcasting e uma seacuterie de meacuteto-dos participativos (Buarque 1048626104862410486241048627) A seleccedilatildeo dos meacutetodos especiacuteficosempregados em um determinado projeto iraacute depender do conjunto dedecisotildees relativas aos objetivos da anaacutelise (a) escala temporal (horizontee intervalo de tempo) (b) opccedilatildeo por qualitativos eou quantitativos (c)opccedilatildeo por abordagem exploratoacuteria eou normativa (d) forma de parti-

cipaccedilatildeo da sociedade no processo de construccedilatildeo (e) representaccedilatildeo deuma escala ou muacuteltiplas escalas espaciais As proacuteximas seccedilotildees discutemos itens (d) e (e)

Cenaacuterios participativos e elaborados por especialistas

Para diferenciar cenaacuterios participativos daqueles elaborados por es-pecialistas satildeo inicialmente apresentadas algumas definiccedilotildees62

bull Participaccedilatildeo semanticamente eacute muito semelhante ao envolvimento ndash o

2003) enquanto os cenaacuterios baseline satildeo tambeacutem chamados de cenaacuterios de referecircncia non-intervention

ou business as usual (BAU)

10486301048624 Embora em vaacuterios casos seja difiacutecil fazer essa separaccedilatildeo pois muitas poliacuteticas jaacute fazem parte da

sociedade como nota o proacuteprio autor

10486301048625 Alguns estudos adotam somente um cenaacuterio de base em muitos casos chamado business as usual No

entanto alguns autores discutem a pertinecircncia da concepccedilatildeo de cenaacuterios BAU nos tempos atuais pois

a possibilidade de transiccedilotildees abruptas incertezas e instabilidades natildeo satildeo consideradas (Vergragt amp

Quist 2011)

10486301048626 Apresentamos aqui apenas uma breve revisatildeo dos conceitos para embasar a classicaccedilatildeo dos cenaacuterios

Existe toda uma literatura sobre o assunto com inclusive diferentes deniccedilotildees e pontos de vista sobre

o alcance da participaccedilatildeo fora do escopo deste capiacutetulo

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ato ou processo de estar envolvido Na literatura das ciecircncias sociaissignifica o ato de participaccedilatildeo ativa de grupos sociais na apreciaccedilatildeo edecisatildeo dos processos em que se encontram direta ou indiretamenteenvolvidos com conhecimentos relevantes sobre a questatildeo em jogo

conforme Stirling (1048626104862410486241048630) e Wesseling Paavola et al (1048626104862410486251048625)bull Stakeholders atores e especialistas Heijden (1048625104863310486331048630) diferencia atores

de stakeholders para fins de anaacutelises de cenaacuterios Stakeholders satildeo osinteressados no tema em discussatildeo no cenaacuterio que recebem as conse-quecircncias das accedilotildees Atores satildeo as pessoas ou organizaccedilotildees que atuamno objeto analisado porque tecircm o poder de tomar decisotildees mas natildeonecessariamente sofrem as consequecircncias das mesmas Especialistaspor outro lado satildeo pessoas com conhecimento especiacutefico ndash cientistas

profissionais burocratas etc ndash sobre algum dos aspectos relevantes aotema do cenaacuterio ou a outros a ele relacionados mas natildeo tecircm neces-sariamente poder de accedilatildeo Isto significa que os especialistas natildeo satildeoem princiacutepio diretamente interessados ou afetados pelo tema emboraeventualmente possam ser

bull Meacutetodos participativos incluem entrevistas e questionaacuterios dirigidos agrupos focais envolvendo stakeholders conforme Van Asselt Marjolein

e Rijkens-Klomp (1048626104862410486241048626) e Richards Sherlock et al (1048626104862410486241048628) Muitasdas teacutecnicas de cenaacuterios ndash especialmente no niacutevel local ndash utilizammeacutetodos baseados no denominado diagnoacutestico raacutepido participati-

vo (DRP) que consiste em teacutecnicas simples normalmente visuaisque tecircm sido utilizadas em vaacuterios contextos conforme vemos emWollenberg Edmunds et al (1048626104862410486241048624) e Evans Velarde et al (1048626104862410486241048630)Tais meacutetodos vecircm sendo amplamente empregados na Amazocircnia porONGs cientistas e oacutergatildeos governamentais aleacutem de experiecircncias de

mapeamento participativo alinhadas ao movimento socioambiental(Santos 1048626104862410486241048629) Jaacute as experiecircncias de construccedilatildeo de cenaacuterios propria-mente ditos principalmente atraveacutes de meacutetodos participativos satildeomenos comuns na Amazocircnia

bull Cenaacuterios participativos satildeo aqueles construiacutedos com o envolvimentodireto de stakeholders atraveacutes de meacutetodos participativos em que os atorese especialistas podem tomar parte de forma secundaacuteria

Recentemente tem sido dada atenccedilatildeo ao valor da inclusatildeo de meacutetodosparticipativos em anaacutelises de cenaacuterios De acordo com Wollenberg et al(1048626104862410486241048624) ldquocenaacuterios seratildeo mais poderosos em criar novos conhecimentosquando envolvem diretamente stakeholdersrdquo Em escala global os cenaacuterios

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tendem a ser do tipo exploratoacuterio focados em produzir resultados cien-tiacuteficos quantitativos e com uma construccedilatildeo de narrativas normalmentebaseada na contribuiccedilatildeo de especialistas (Parson 1048626104862410486241048632) Nesse caso osstakeholders atores e tomadores de decisatildeo satildeo mais envolvidos durante

processos de revisatildeo do que na fase de elaboraccedilatildeo dos cenaacuterios Por outrolado diversos exerciacutecios em escala local tecircm enfatizado o processo decomunicaccedilatildeo e construccedilatildeo de consenso entre stakeholders que pode acom-panhar o desenvolvimento de cenaacuterios (qualitativos) em especial na Aacutesiae Aacutefrica como indicado por Wollenberg Edmunds et al (1048626104862410486241048624) e Alcamo(1048626104862410486241048630) Mas essas diferenccedilas entre cenaacuterios globais e locais refletem apenasgrandes tendecircncias A literatura indica que eacute possiacutevel engajar stakeholders com sucesso nos niacuteveis nacional e internacional e haacute exemplos concretos

como em alguns dos estudos regionais do MEA (Kok Biggs et al 1048626104862410486241048631)As vantagens da utilizaccedilatildeo de processos participativos estatildeo relacio-

nadas agrave relevacircncia credibilidade legitimidade e criatividade (Van Vliet1048626104862410486241048633) ndash criteacuterios normalmente adotados para avaliar a qualidade de anaacutelisesde cenaacuterios (Alcamo 1048626104862410486241048632) Quatro categorias de razotildees para a utilizaccedilatildeodesse tipo de processo foram discutidas na literatura por Stirling (1048626104862410486241048630) ePatel Kok et al (1048626104862410486241048631) A primeira categoria eacute a (a) normativa a participaccedilatildeosegue princiacutepios democraacuteticos e portanto deve ser utilizada para evitar que

decisotildees sejam tomadas sem refletir os valores do puacuteblico A segunda eacute a(b) instrumental a participaccedilatildeo assegura que os cenaacuterios sejam relevantese verossiacutemeis para os usuaacuterios finais A terceira (c) substantiva atraveacutesda participaccedilatildeo obteacutem-se mais e melhor informaccedilatildeo devido agrave inclusatildeode conhecimento local Por fim o (d) aprendizado social a participaccedilatildeopode proporcionar uma arena de aprendizado para todos os envolvidose assim gerar ideias importantes e potencialmente surpreendentes

Por outro lado alguns pontos negativos devem ser assinalados comoa falta de reprodutibilidade pois existem orientaccedilotildees gerais mas natildeo me-todologias estritas Normalmente os meacutetodos satildeo propositadamente natildeoestruturados e seu resultado depende muito da seleccedilatildeo dos participantes(Kok Patel et al 1048626104862410486241048630) Outra desvantagem se encontra nas posiccedilotildees muitocontrastantes entre os stakeholders que podem afetar significativamente osdebates e decisotildees Por isso eacute necessaacuterio conhecer as predisposiccedilotildees dosparticipantes que representam diferentes grupos de interesses

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Cenaacuterio em escala uacutenica ou muacuteltipla

Os cenaacuterios ambientais tecircm sido construiacutedos em diferentes escalas63 espaciais ndash global regional local ndash com diferentes objetivos e graus deenvolvimento de stakeholders em niacuteveis diversos (Alcamo et al 1048626104862410486241048630)

As escalas temporais desses cenaacuterios tambeacutem variam os cenaacuterios globaisabrangem normalmente uma perspectiva de tempo maior ndash ateacute 1048626104862410486291048624 ou1048626104862510486241048624 tomando por base o atual ano de 1048626104862410486251048627 ndash enquanto os regionais elocais focam em periacuteodos mais curtos ndash ateacute 1048626104862410486251048629 ou 1048626104862410486261048629 Os processos efatores determinantes analisados nos cenaacuterios dependem da escala espa-cial e temporal assim como a seleccedilatildeo de stakeholders no caso de cenaacuteriosparticipativos e a escolha de modelos computacionais no caso de cenaacuterioscom modelos quantitativos

Stakeholders em diferentes niacuteveis de processos de decisatildeo ou delibe-raccedilatildeo ndash local regional nacional internacional ndash podem ter perspectivasdiferentes O equiliacutebrio de forccedilas descrito na seccedilatildeo anterior conforme apon-tado por Kok Biggs et al (1048626104862410486241048631) e Zurek e Henrichs (1048626104862410486241048631) pode diferirentre escalas enquanto conjuntos diferentes de problemas e oportunidadespodem ser destacados em diferentes escalas mesmo quando se discute ummesmo tema geral ndashuso e disponibilidade da aacutegua por exemplo

Cenaacuterios participativos multiescala visam entatildeo incorporar essas di- versas perspectivas ao processo de construccedilatildeo dos cenaacuterios Alcamo et al(1048626104862410486241048630) ao final de sua revisatildeo do estado da arte em cenaacuterios para a siacutentesedo programa Land Use and Cover Change (LUCC) (Lambin et al 1048626104862410486241048630)recomendam o desenvolvimento de cenaacuterios multiescala como uma formade aumentar a credibilidade e relevacircncia dos cenaacuterios por meio da incor-poraccedilatildeo de uma gama maior de visotildees Em outra anaacutelise recente sobre ofuturo dos cenaacuterios ambientais Parson (1048626104862410486241048630 1048626104862410486241048632) defende a existecircncia

de uma rede natildeo centralizada de cenaacuterios ambientais em diferentes escalaspara atender a diferentes necessidades Esses cenaacuterios podem se basear emndash ou interpretar ndash cenaacuterios de escalas mais globais e ligaacute-los aos contextos enecessidades de anaacutelise e apoio agrave tomada de decisatildeo em diferentes escalas

Um aspecto importante na definiccedilatildeo da metodologia de construccedilatildeo decenaacuterios multiescala eacute o modo como as relaccedilotildees de influecircncia entre escalasseratildeo tratadas em determinado estudo conforme Biggs (1048626104862410486241048631) e Kok Biggset al (1048626104862410486241048631) Essas influecircncias podem ser top-down ndash cenaacuterios globais e

10486301048627 Escala eacute a dimensatildeo espacial temporal e analiacutetica que cientistas utilizam para medir e estudar algum

objeto ou processo (Gibson Ostrom et al 2000) Todas as escalas tecircm extensatildeo e resoluccedilatildeo

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regionais contextualizando os cenaacuterios locais ndash eou bottom-up ndash cenaacuterioslocais alimentando os regionais e globais

As relaccedilotildees entre as escalas podem ser desenvolvidas de forma in-dependente ndash ou parcialmente independente ndash ou acoplada conforme as

perspectivas incertezas e fatores de uma escala informem a construccedilatildeode cenaacuterios nas demais escalas Essa decisatildeo mais uma vez depende doobjetivo do estudo levando em consideraccedilatildeo por exemplo a necessidadede comparar resultados e manter consistecircncia entre escalas em contrapo-siccedilatildeo ao fato de que o acoplamento excessivo pode atuar como limitadorda criatividade nas escalas mais locais comprometendo o resultado doscenaacuterios

Revisatildeo sobre estudos de cenaacuterios para a Amazocircnia

Dentro de um contexto complexo que envolve fronteiras agriacutecolasemissotildees de gases do efeito estufa derivadas do desmatamento impactosdas mudanccedilas climaacuteticas conservaccedilatildeo ambiental conflitos sociais orde-namento territorial e regularizaccedilatildeo fundiaacuteria vaacuterios estudos de cenaacuteriosdiscutem o futuro da Amazocircnia em diferentes escalas empregando diversasabordagens metodoloacutegicas e conjuntos de premissas

Em escala global vaacuterios cenaacuterios satildeo norteados pelo desafio de conci-liar a provisatildeo de serviccedilos ambientais de modo mais amplo agrave necessidadede suprir a crescente demanda por alimentos Tais estudos naturalmenteincluem resultados referentes agrave Amazocircnia como a Avaliaccedilatildeo Ecossistecircmica

do Milecircnio (MEA 1048626104862410486241048629) que desenvolveu quatro cenaacuterios focados nas mu-danccedilas no ecossistema e suas consequecircncias para o bem-estar social Doisdesses cenaacuterios se concentram em mudanccedilas de uso e cobertura da terrao primeiro prioriza a produccedilatildeo nacional e o segundo as tecnologias verdese alternativas econocircmicas mais ecoloacutegicas Uma ampla revisatildeo sobre cenaacute-rios globais de uso da terra pode ser encontrada em Lambin et al (1048626104862410486241048630)Recentemente projeccedilotildees espacialmente expliacutecitas sobre o uso da terra(Moss 1048626104862410486251048624) foram geradas no contexto do IPCC AR1048629 visando subsidiara nova geraccedilatildeo de modelos do sistema terrestre Tais dados foram geradospor modelos globais integrados (integrated assessment models) e consistemem projeccedilotildees de uso da terra com base em previsotildees de crescimento da

demanda por alimentos fibras e energiaPor outro lado a maior parte dos estudos espacialmente expliacutecitosrealizados na escala regional para a Amazocircnia apresenta uma abordagem

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focada em fatores intrarregionais64 em especial no papel das estradasaacutereas protegidas e accedilotildees de comando e controle Dentre eles destacam-se

bull Os cenaacuterios propostos por Laurance Cochrane et al (1048626104862410486241048625) concentra-ram suas discussotildees nos efeitos do programa Avanccedila Brasil proposto pelo

governo brasileiro entre os anos de 1048626104862410486241048624 a 1048626104862410486241048631 que previam uma seacuterie deprojetos de infraestrutura inclusive na Amazocircnia Seus cenaacuterios quantita-tivos baseados em anaacutelises espaciais extrapolam para os proacuteximos vinteanos os impactos desse aumento de infraestrutura com base nos impactosdas deacutecadas anteriores Formularam-se dois cenaacuterios um pessimista queconsiderava a manutenccedilatildeo das tendecircncias do desmatamento e um otimistano qual o desmatamento e a degradaccedilatildeo florestal seriam reduzidos atraveacutesde uma seacuterie de accedilotildees de proteccedilatildeo ambiental

bull Soares-Filho Nepstad et al (1048626104862410486241048630) discutiram a importacircncia das aacutereasprotegidas e o impacto de novas rodovias pavimentadas nas mudanccedilas deuso da terra na bacia amazocircnica Foram desenvolvidos oito cenaacuterios dosquais o mais pessimista assumia que o desmatamento iria continuar deacordo com as tendecircncias observadas ateacute entatildeo as estradas seriam pavimen-tadas as reservas legais natildeo seriam respeitadas e nem seriam criadas novasaacutereas protegidas Esses autores tambeacutem consideraram reflexos de decisotildeespoliacutetico-administrativas num cenaacuterio oposto chamado governanccedila em

que pressupunham a manutenccedilatildeo das reservas e de zonas agroecoloacutegicasde uso da terra e a criaccedilatildeo de novas aacutereas protegidas Aleacutem desses foramconsiderados seis cenaacuterios intermediaacuteriosbull O mesmo estudo considerou a contribuiccedilatildeo das aacutereas protegidas parauma possiacutevel reduccedilatildeo do desmatamento atraveacutes da construccedilatildeo de cincocenaacuterios para 1048626104862410486291048624 que incluiacuteam (a) a exclusatildeo de todas as aacutereas protegidasexistentes (b) todas as aacutereas protegidas criadas ateacute 1048626104862410486241048626 (c) as aacutereas pro-tegidas criadas ateacute 1048626104862410486241048632 exceto as treze aacutereas criadas a partir do programaAacutereas Protegidas da Amazocircnia (ARPA) (d) todas as aacutereas protegidas ateacute1048626104862410486241048632 sem exceccedilatildeo (e) as aacutereas protegidas ateacute 1048626104862410486241048626 com expansatildeo previstapelo ARPA Os cenaacuterios de uso da terra considerando estas aacutereas protegidasforam combinados com dois cenaacuterios socioeconocircmicos para crescimentoalto e moderado da agricultura

10486301048628 Em escala regional muitos modelos economeacutetricos e estatiacutesticos foram desenvolvidos para estudar as

causas do desmatamento como vemos em Reis e Guzmaacuten (1994) Andersen e Reis (1997) Pfaff (1999)

Margulis (2004) e Andersen Granger et al (2002) Aguiar Cacircmara et al (2007) apresentam uma revisatildeo

desses modelos Neste capiacutetulo enfocamos estudos que geraram resultados espacialmente expliacutecitos

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A Figura 1048628 compara as taxas de desmatamento estimadas ou ado-tadas nesses trabalhos Como pode ser observado na Figura 1048628b mesmoas projeccedilotildees mais ldquootimistasrdquo superestimaram as taxas de desmatamentoobservadas de 1048626104862410486241048628 ateacute 1048626104862410486251048626 como discutido por Dalla-Nora Aguiar et

al (1048626104862410486251048628) Esse fato de modo algum desmerece a importacircncia dos traba-lhos principalmente porque a proacutepria repercussatildeo dos estudos pode terinfluenciado decisotildees poliacutetico-administrativas de controle do processodesordenado de ocupaccedilatildeo da regiatildeo

Pesa tambeacutem sobre modelos que buscam representar processos sociaisa inerente complexidade dos fatores que os influenciam Logo decisotildeesmetodoloacutegicas devem ser tomadas durante o processo de construccedilatildeo dosmodelos que satildeo sempre uma representaccedilatildeo simplificada da realidade Como

mencionado anteriormente os cenaacuterios acima utilizam principalmentefatores intrarregionais como determinantes tanto da localizaccedilatildeo quanto daquantidade de mudanccedilas (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048628) Assim descon-sideram o contexto econocircmico e institucional nos niacuteveis global e nacionalinclusive os padrotildees de consumo as oscilaccedilotildees do mercado e as decisotildeespoliacuteticas mais amplas sendo as taxas de desmatamento determinadas peloaumento ou diminuiccedilatildeo de estradas e aacutereas protegidas

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Figura axas de desmatamento estimadas por diferentes modelos

Fonte Dalla-Nora et al ()

Subjacente a isso existe um aspecto mais sutil relacionado ao proacuteprioconceito de cenaacuterios discutidos neste capiacutetulo Os resultados dos estudos

que buscaram estimar taxas de desmatamento representam em linhasgerais um mesmo cenaacuterio BAU ndash uma visatildeo do futuro fundamentada nastendecircncias de desmatamento observadas com variaccedilotildees em termos deestradas aacutereas protegidas etc ( policy ) Dessa maneira nenhum dos tra-balhos referidos explorou de fato futuros alternativos e por consequecircncianatildeo tratou como incerteza o posicionamento do governo e da sociedadeem relaccedilatildeo agraves questotildees ambientais E a reversatildeo da trajetoacuteria da taxa dedesmatamento tem sido em grande parte creditada agraves accedilotildees de comando econtrole de restriccedilatildeo ao creacutedito rural e de sistemas de monitoramento nocontexto do Plano de Prevenccedilatildeo e Controle do Desmatamento na AmazocircniaLegal (PPCDAm) enquanto sua manutenccedilatildeo vem sendo atrelada a umanova postura dos mercados consumidores exemplificada pelos acordosdas moratoacuterias da carne e soja

Uma abordagem alternativa agrave utilizaccedilatildeo exclusiva de fatores intrar-regionais foi proposta por Aguiar (1048626104862410486241048630) na qual a quantidade de desma-

tamento era exoacutegena ao modelo como uma proxy da pressatildeo de mercadopara a expansatildeo da fronteira agropecuaacuteria Embora esse estudo natildeo pre-tendesse estimar taxas de desmatamento como os demais ele apresentavacomo diferencial sua busca por ilustrar o balanccedilo entre fatores locais e a

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pressatildeo externa do mercado Com isso enfatizou a necessidade tanto deconsiderar ambos em exerciacutecios de modelagem e em poliacuteticas de contenccedilatildeoao desmatamento quanto de interpretar toda a regiatildeo de modo holiacutesticopois caso medidas mais abrangentes natildeo fossem incorporadas ndash como

restriccedilotildees ao creacutedito rural e accedilotildees de comando e controle ndash a pressatildeo domercado poderia deslocar as fronteiras para aacutereas natildeo protegidas O modelotambeacutem introduz a representaccedilatildeo de mecanismos de comando e controlee cumprimento da lei como o Coacutedigo Florestal

Um dos principais fatores para a representaccedilatildeo dos padrotildees espaciaisde desmatamento na Amazocircnia eacute a conectividade da regiatildeo com os mer-cados nacionais devido agrave proximidade atraveacutes da rede viaacuteria Eacute a conexatildeoa mercados interagindo com fatores locais ndash como a presenccedila de aacutereas

protegidas a distacircncia de estradas assentamentos e qualidade do solo ndashque explicava os padrotildees passados de desmatamento na regiatildeo (Aguiar etal 1048626104862410486241048631) Mas mesmo nesse trabalho como ilustra a Figura 1048628 a menortaxa de desmatamento considerada eacute de 10486251048629104862410486241048624 km1048626ano

Por outro lado comeccedilaram a surgir mais recentemente trabalhos queconsideram o futuro da Amazocircnia dentro do contexto global e nacionalde pressatildeo por alimentos alinhados a estudos de cenaacuterios globais Umprimeiro exemplo para a regiatildeo foi o estudo de Lapola Schaldach et al

(1048626104862410486251048624) que explorava atraveacutes de modelos computacionais os impactos daproduccedilatildeo de biocombustiacuteveis no Brasil e seus efeitos sobre as fronteirasagriacutecolas e pecuaacuterias O estudo sugere um deslocamento da pecuaacuteria paraa Amazocircnia com uma expansatildeo de 104862510486261048625104863310486311048624 km1048626 representando mudanccedilasregionais indiretas ligadas aos contextos nacional e global e apontandopara uma tendecircncia na aacuterea de modelagem e cenaacuterios de uso da terraPoreacutem cabe ressaltar que os resultados desse estudo tampouco captamos padrotildees observados do desmatamento (Figura 1048628) Em contraponto aosestudos mencionados este privilegiou fatores globais mas simplificouos fatores intrarregionais mostrando como uma abordagem totalmentebaseada nas forccedilas de mercado natildeo seria capaz de representar a complexarealidade da regiatildeo

Nesse sentido a tendecircncia atual em novos modelos eacute tratar a regiatildeocomo um sistema aberto interconectado aos mercados globais e nacionaiscomo resumido por Dalla-Nora Aguiar et al (1048626104862410486251048628) Nesses novos mode-

los as trajetoacuterias de uso da terra na Amazocircnia passam a ser consideradasno contexto daquelas do resto do paiacutes em especial no Cerrado Por outrolado os contextos socioeconocircmico institucional e poliacutetico local interagemcom as demais escalas e devem ser representados tambeacutem Esse eacute o desafio

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que os pesquisadores da aacuterea de modelagem de mudanccedilas e uso da terraenfrentam no momento

Existem vaacuterias iniciativas em andamento que buscam combinarmodelos econocircmicos de equiliacutebrio geral ndash ou parcial ndash a modelos es-

pacialmente expliacutecitos com mais detalhe sobre o Brasil Destacam-senessa linha o projeto SIMBRASIL-1048626OPTIMAGRO desenvolvido pelaUniversidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que integra a plataformade modelagem Dinacircmica EGO (Soares-Filho Rodrigues et al 1048626104862410486241048633) aoBrazilian Land Use Model (Blum) um modelo econocircmico de equiliacutebrioparcial desenvolvido pelo Instituto de Estudos do Comeacutercio e NegociaccedilotildeesInternacionais (Icone)

No contexto do projeto de pesquisa REDD-PAC ndash uma parceria

entre o Instituto Internacional de Anaacutelise de Sistemas Aplicados (Iiasa)o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Instituo de PesquisaEconocircmica Aplicada (Ipea) ndash uma versatildeo do modelo de equiliacutebrio parcialGlobal Biosphere Management Model (Globiom) estaacute sendo adaptadopara o Brasil

Tambeacutem no Inpe estaacute em andamento a integraccedilatildeo de modelos gera-dos na plataforma LuccME (Aguiar 1048626104862410486251048626) para a Amazocircnia e o Cerrado agraveplataforma Magnet (Woltjer Kuiper et al 1048626104862410486251048627) um modelo de equiliacutebrio

geral desenvolvido no Instituto de Economia Agriacutecola da Universidade deWageningen na Holanda com base no Projeto de Anaacutelise do ComeacutercioGlobal (GTAP) da Universidade de Purdue (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048627)

Finalmente voltando agrave distinccedilatildeo entre resultados de modelos e oconceito de cenaacuterios de modo mais amplo tais projetos visam ao desen- volvimento de modelos ou arcabouccedilos computacionais Estes por sua vezpoderatildeo posteriormente ser utilizados em estudos de cenaacuterios A constru-ccedilatildeo de cenaacuterios eacute um processo longo e complexo em si particularmentese realizado de modo participativo com a presenccedila de stakeholders e emmuacuteltiplas escalas Processos participativos para a discussatildeo de cenaacuteriosnatildeo satildeo comuns no Brasil quanto menos os que almejam uma abordagemquantitativa e qualitativa Entre os estudos qualitativos realizados para aAmazocircnia cabe citarbull Goacutemes (1048626104862410486241048633) desenvolveu quatro cenaacuterios qualitativos para toda a baciaamazocircnica para 1048626104862410486261048630 baseados na participaccedilatildeo de stakeholders e atores

responsaacuteveis por tomadas de decisatildeo Esses cenaacuterios exploraram umacombinaccedilatildeo entre trecircs fontes de incerteza consideradas criacuteticas (a) o papeldas poliacuteticas puacuteblicas na regulamentaccedilatildeo do uso dos recursos naturais (b)o comportamento do mercado (c) inovaccedilatildeo ciecircncia e tecnologia

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bull Kok (1048626104862410486241048633) e Soler Kok et al (1048626104862410486241048633) utilizaram uma ferramenta semi-quantitativa ( fuzzy cognitive maps) com o objetivo de aprimorar a uniatildeode cenaacuterios quantitativos e qualitativos para capturar melhor a dinacircmicado desmatamento apresentando-a em narrativas mais consistentes e numa

maior diversidade de modelos quantitativosbull Vieira Toledo et al (1048626104862410486241048632) combinaram cenaacuterios qualitativos a um mo-delo quantitativo de multiagentes ndash a plataforma Cormas desenvolvidapor pesquisadores do Centro de Cooperaccedilatildeo Internacional de PesquisaAgronocircmica para o Desenvolvimento (Centre de Coopeacuteration Internationaleen Recherche Agronomique pour le Deacuteveloppement ndash Cirad) ndash para pro-mover um diaacutelogo entre atores locais com poder de decisatildeo e cientistas apartir da adoccedilatildeo de meacutetodos participativos

bull Os cenaacuterios do Environment Outlook in Amazonia (GEO Amazonia)(Unep 1048626104862410486241048632) satildeo qualitativos10486301048629 formulados com a participaccedilatildeo de especia-listas e stakeholders com o horizonte de tempo 1048626104862410486241048630-1048626104862410486251048630-1048626104862410486261048630 A definiccedilatildeode poliacuteticas puacuteblicas o comportamento do mercado e o desenvolvimentoda ciecircncia e da tecnologia satildeo os principais fatores determinantes e fontesde incerteza capazes de interferir no destino da Amazocircnia Com base naanaacutelise exploratoacuteria dessas incertezas foram selecionados quarto cenaacuteriosconsiderados plausiacuteveis pelos stakeholders Emergent Amazonia Inching

Along the Precipice Light and Shadows e Once-Greenhell Cabe notar quenesse processo do GEO para a Amazocircnia um cenaacuterio de sustentabilidadebaseado na melhoria da qualidade de vida da regiatildeo e utilizaccedilatildeo sustentaacuteveldos recursos naturais natildeo foi desenvolvido por ser o ideal e desejaacutevel paraa regiatildeo ndash e o processo natildeo foi normativobull Folhes (1048626104862410486251048624) e Folhes Aguiar et al (sd) adaptaram abordagens decenaacuterios participativos multiescala agrave realidade da Amazocircnia utilizando oProjeto de Assentamento Extrativista Lago Grande (PAE Lago Grande)em Santareacutem como primeiro caso de estudo Poreacutem a abordagem adota-da foi a de construccedilatildeo de cenaacuterios normativos Numa situaccedilatildeo em que oscenaacuterios podem ser qualitativos normativos participativos ou multiescalarealizado para todo o assentamento e em trecircs comunidades os stakeholders

definiram em cada escala de estudo um cenaacuterio desejado (sustentaacutevel) e umnatildeo desejado no horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-1048626104862410486261048624 O processo promoveuuma discussatildeo sobre as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o futuro sustentaacutevel

De modo mais amplo os pesquisadores buscavam entender se tal processo

10486301048629 Em outros processos de cenaacuterios do GEO como o GEO-4 modelos computacionais foram utilizados

para gerar dados quantitativos

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participativo de construccedilatildeo de cenaacuterios poderia ser efetivo como ferramentano processo de consolidaccedilatildeo de diferentes unidades territoriais da regiatildeoSeguindo uma abordagem semelhante estaacute em andamento um processoparticipativo para a formulaccedilatildeo de cenaacuterios para toda a Amazocircnia com-

binando aspectos qualitativos e quantitativos normativos e exploratoacuteriosnum horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-104862610486241048629104862466 Os cenaacuterios qualitativos seratildeorepresentados por modelos computacionais em ambiente LuccME cujosresultados estatildeo em preparaccedilatildeo (Aguiara Vieira et al sd) e rediscutidoscom os stakeholders Diferentemente do processo adotado nos cenaacuteriosda Unep (GEO Amazonia) descrito acima o objetivo mais amplo doprojeto eacute justamente discutir as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o cenaacuteriode sustentabilidade

Conclusatildeo

Este capiacutetulo revisou os conceitos de cenaacuterios e suas principais abor-dagens visando subsidiar uma anaacutelise criacutetica sobre os modelos e cenaacuteriosdesenvolvidos nas deacutecadas anteriores para a Amazocircnia e entender asnecessidades de uma nova geraccedilatildeo de modelos computacionais em desen-

volvimento Espera-se que todos esses esforccedilos produzam modelos mais

robustos que contribuam para o avanccedilo cientiacutefico sobre os processos demudanccedila de uso da terra e possam ser utilizados pela sociedade como fer-ramentas em processos de discussatildeo sobre o futuro A existecircncia de vaacuteriosgrupos desenvolvendo modelos e cenaacuterios para a Amazocircnia e Brasil combase em meacutetodos e abordagens diferentes pode tambeacutem representar umganho para a sociedade

Em assuntos que envolvem interesses conflitantes como o uso da terrana Amazocircnia eacute preciso examinar atentamente as premissas e mecanismossubjacentes a modelos quantitativos que embasam os cenaacuterios ndash em especialos que satildeo construiacutedos com o objetivo expliacutecito de subsidiar a formula-ccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Pois no desejo por vezes bem intencionado docidadatildeo-pesquisador ao alertar sobre um problema ndash ou natildeo tatildeo bemintencionado ao defender grupos de interesses ndash manipulaccedilotildees podemfacilmente ser introduzidas E em alguns casos posiccedilotildees aparentementecientiacuteficas podem camuflar visotildees e interesses de muacuteltiplos atores e setores

ndash inclusive do proacuteprio governo Os modelos possuem tal complexidade que

10486301048630 O processo estaacute sendo liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (Embrapa) e pelo

Inpe no contexto do projeto Amazalert

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se tornam impenetraacuteveis para a maior parte da sociedade ndash e mesmo parapesquisadores de outras aacutereas E por vezes resultados de modelos passama ser tratados como verdades absolutas ndash o que eacute agravado quando existesomente um modelo para uma regiatildeo ou problema como no caso dos

impactos de obras de infraestrutura ou da expansatildeo de biocombustiacuteveisNatildeo podemos esquecer a frase de George Box que consideramos a

melhor sobre modelos ldquo Models are always wrong but some are useful rdquo Aoque acrescentamos e preste atenccedilatildeo nos grupos aos quais eles satildeo uacuteteis

Referecircncias

AGUIAR A P D et al ldquoSpatial statistical analysis of land-use determinants

in the Brazilian Amazonia Exploring intra-regional heterogeneityrdquoEcological Modelling vol 104862610486241048633 n 1048626-1048628 p 104862510486301048633-104862510486321048632 1048626104862410486241048631

AGUIAR A P D et al ldquoTerraME- LuccME an open-source frameworkfor spatially explicit land use change modellingrdquo Global Land Project

News vol 1048632 p 10486261048625-10486261048627 1048626104862410486251048626AGUIAR A P D et al Anticipating a forest transition scenario in the

Brazilian Amazon carbon emission estimates using a spatially-explicit

approach (submetido)

ALCAMO J RIBEIRO T Scenarios as tools for international environmentalassessments Copenhagen European Environment Agency 1048626104862410486241048625

ALCAMO J Searching for the future of land Scenarios from the local to

global scale Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630 p104862510486271048631-104862510486291048630ALCAMO J Environmental futures the practice of environmental scenario

analysis Amsterdam Elsevier 1048626104862410486241048632ANDERSEN L et al Te dynamics of Deforestation and Economic Growth

in the Brazilian Amazon Cambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048626ANDERSEN L REIS E Deforestation development and government policy

in the Brazilian Amazon an econometric analysis (IPEA Report 10486311048630-1048625104863310486331048631)Rio de Janeiro IPEA 1048625104863310486331048631

BIGGS R et al ldquoLinking futures across scales a dialog on multiscale sce-nariosrdquo Ecology and Society vol 10486251048626 1048626104862410486241048631

BOumlRJESON L et al ldquoScenario types and techniques Towards a userrsquosguiderdquo Futures vol 10486271048632 n 1048631 p 104863110486261048627-104863110486271048633 1048626104862410486241048630

BRADFIELD R ldquoe origins and evolution of scenario techniques in longrange business planningrdquo Futures vol 10486271048631 p 104863110486331048629-104863210486251048626 1048626104862410486241048629BRIASSOULIS H Analysis of Land Use Change Teoretical and Modeling

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httpslidepdfcomreaderfullaguiar-assis-folhes-etal-2014-cenarios-e-modelos 2327

Approaches Morgantown Regional Research Institute West VirginiaUniversity 1048626104862410486241048624

BUARQUE S C Metodologia e teacutecnicas de construccedilatildeo de cenaacuterios globais

e regionais Rio de Janeiro IPEA 1048626104862410486241048627

CARPENTER S R et al ldquoScenarios for ecosystem services an overviewrdquoEcology and Society vol 10486251048625 n 1048625 1048626104862410486241048630

COSGROVE W J RIJSBERMAN F R World water vision LondresEarthscan Publications Ltd 1048626104862410486241048624

DALLA983085NORA E L AGUIAR A P D Lapola D M WOLTJER G 1048626104862410486251048628Why have land use change models for the Amazon failed to capture the

amount of deforestation over the last decade Land Use Policy 10486271048633 104862810486241048627-104862810486251048625DREBORG K H ldquoEssence of backcastingrdquo Futures vol 10486261048632 n 1048633 p 104863210486251048627-

104863210486261048632 1048625104863310486331048630EVANS K et al Field guide to the Future Four Ways for Communities

to Tink Ahead Nairobi Center for International Forestry Research(CIFOR) 1048626104862410486241048630 10486321048631 p

FOLHES R Cenaacuterios de mudanccedilas de uso da terra na Amazocircnia Explorando

uma abordagem participativa e multi-escala no PAE Lago Grande em

Santareacutem-Paraacute Beleacutem Universidade Federal do Paraacute 1048626104862410486251048624FOLHES R T et al Multi-scale participatory scenario methods and territorial

planning in the Brazilian Amazon (submetido)GARB Y et al ldquoScenarios in society society in scenarios toward a so-

cial scientific analysis of storyline-driven environmental modelingrdquoEnvironmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

GIBSON C et al ldquoe concept of scale and the human dimensions ofglobal change a surveyrdquo Ecological Economics v 10486271048626 p 104862610486251048631ndash104862610486271048633 1048626104862410486241048624

GIROD B ldquoe evolution of the IPCCrsquos emissions scenariosrdquo Environmental

Science amp Policy vol 10486251048626 1048626104862410486241048633GODET M ldquoe Art of Scenarios and Strategic Planning Tools and Pitfallsrdquo

echnological Forecasting and Social Change vol 10486301048629 p 1048627-10486261048626 1048626104862410486241048624GOacuteMES N ldquoe future of Amazoniardquo In Geo Amazonia 1048626104862410486241048633 p 104862610486291048629-104862610486311048630HEIJDEN K V D Scenarios the Art of Strategic Conversation Chichester

Wiley 1048625104863310486331048630JEFFERSON M ldquoShell scenarios What really happened in the 1048625104863310486311048624s and

what may be learned for current world prospectsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048633 n 1048625 p 104862510486321048630ndash104862510486331048631 1048626104862410486251048626KAHN H WIENER A Te year A framework for Speculation on the

Next Tirty-Tree Years Nova Iorque Macmillan 1048625104863310486301048631

7212019 AGUIAR ASSIS FOLHES Etal 2014 Cenaacuterios e Modelos

httpslidepdfcomreaderfullaguiar-assis-folhes-etal-2014-cenarios-e-modelos 2427

KAHN H Te next Years a scenario for America and the world NovaIorque Morrow 1048625104863310486311048630

KOK K et al ldquoMulti-scale narratives from an IA perspective Part IIParticipatory local scenario developmentrdquo Futures vol 10486271048632 1048626104862410486241048630

KOK K et al ldquoMethods for Developing Multiscale Participatory ScenariosInsights from Southern Africa and Europerdquo Ecology and Society vol 104862510486261048626104862410486241048631

KOK K ldquoe potential of Fuzzy Cognitive Maps for semi-quantitative sce-nario development with an example from Brazilrdquo Global Environmental

Change vol 10486251048633 1048626104862410486241048633KOK K et al ldquoCombining participative backcasting and exploratory scena-

rio development Experiences from the SCENES projectrdquo echnological

Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863210486271048629-104863210486291048625 1048626104862410486251048625LAMBIN E F GEIST H J Land-Use and Land-Cover Change Local

Processes and Global Impacts Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630LAPOLA D M et al ldquoIndirect land-use changes can overcome carbon

savings from biofuels in Brazilrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America vol 104862510486241048631 n 1048632 p 1048627104862710486321048632-1048627104862710486331048627 1048626104862410486251048624LAURANCE W et al ldquoe future of the Brazilian Amazonrdquo Science vol

104862610486331048625 p 104862810486271048632-104862810486271048633 1048626104862410486241048625

LEGGETT J et al Emissions Scenarios for the IPCC an Update CambridgeCambridge University Press 1048625104863310486331048626 p 10486301048633-10486331048629

MARGULIS S Causes of deforestation in Brazilian Amazon World BankWorking Paper 10486261048626 Washington World Bank 1048626104862410486241048628

MEA Ecosystems and Human Well-Being Millennium Ecosystem Assessment

Scenarios for the Future of Ecosystem Services (Millenium EcosystemAssessment) Washington Island Press 1048626104862410486241048629

MEADOWS D H et al Te Limits to Growth A Report for the Club of

Romersquos Project on the Predicament of Mankind Nova Iorque UniversityBooks 1048625104863310486311048626

METZGER M J et al ldquoe vulnerability of ecosystem services to land usechangerdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628 p 10486301048633-10486321048629 1048626104862410486241048630

MILLER R ldquoFutures Literacy A Hybrid Strategic Scenario Methodrdquo Futures vol 10486271048633 p 104862710486281048625-104862710486301048626 1048626104862410486241048631

MOSS R H E et al ldquoe next generation of scenarios for climate change

research and assessmentrdquo Nature vol 104862810486301048627 1048626104862410486251048624NAKICENOVIC N A et al Special Report on Emissions ScenariosCambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048625

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httpslidepdfcomreaderfullaguiar-assis-folhes-etal-2014-cenarios-e-modelos 2527

NORA E D et al Amazon conservation might not be the end of deforestation

in Brazil 1048626104862410486251048627 (submetido)OrsquoNEILL B C NAKICENOVIC N ldquoLearning from global emissions

scenariosrdquo Environonmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

PARSON E A B et al Global change scenarios Teir development and useUS Climate Change Science Program 1048626104862410486241048630

PARSON E A ldquoUseful global-change scenarios current issues and chal-lengesrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 1048626104862410486241048632

PATEL M et al ldquoParticipatory scenario construction in land use analysisAn insight into the experiences created by stakeholder involvement inthe Northern Mediterraneanrdquo Land Use Policy vol 10486261048628 1048626104862410486241048631

PFAFF A ldquoWhat drives deforestation in the Brazilian Amazon Evidence

from Satellite and Socio-economic datardquo Journal of EnvironmentalEconomics and Management vol 10486271048631 p 10486261048630-10486281048627 1048625104863310486331048633

POSTMA T J M LIEBL F ldquoHow to improve scenario analysis as a stra-tegic management toolrdquo echnological Forecasting amp Social Change vol10486311048626 p 104862510486301048625-104862510486311048627 1048626104862410486241048629

PULVER S VAN DEVEER S Global Environmental Futures - Interrogatingthe Practice and Politics of Scenarios Brown University 1048626104862410486241048631

QUIST J VERGRAGT P ldquoPast and future of backcasting e shi to

stakeholder participation and a proposal for a methodological frameworkrdquoFutures vol 10486271048632 n 1048633 p 1048625104862410486261048631-1048625104862410486281048629 1048626104862410486241048630

QUIST J et al ldquoe impact and spin-off of participatory backcasting From vision to nicherdquo echnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n1048629 p 104863210486321048627-104863210486331048631 1048626104862410486251048625

RASKIN P D et al ldquoGlobal Scenarios in Historical Perspectivesrdquo InCARPENTER S R et al (Eds) Ecosystems and human well-being scena-

rios Volume findings of the scenarios working group of the Millennium

Ecosystem Assessment Washington Island Press 1048626104862410486241048629 p10486271048629-10486281048628REIS E GUZMAacuteN R ldquoAn econometric model of Amazon Deforestationrdquo

In BROWN K PEARCE D (Eds) Te causes of tropical deforestation

the economic and statistical analysis of factors giving rise to the loss of

tropical forests Londres University College London Press 1048625104863310486331048628 p104862510486311048626-10486331048625RICHARDS C et al Practical Approaches to Participation (SERG Socio-

Economic Research Group Policy Brief ) Aberdeen eMacaulay

Institute 1048626104862410486241048628ROBINSON J B ldquoEnergy backcasting A proposed method of policy analy-sisrdquo Energy Policy vol 10486251048624 n 1048628 p 104862710486271048631-104862710486281048628 1048625104863310486321048626

ROBINSON J et al ldquoEnvisioning sustainability Recent progress in the

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httpslidepdfcomreaderfullaguiar-assis-folhes-etal-2014-cenarios-e-modelos 2627

use of participatory backcasting approaches for sustainability researchrdquoechnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863110486291048630-104863110486301048632 1048626104862410486251048625

SANTOS A D D Metodologias participativas caminhos para o fortaleci-

mento de espaccedilos puacuteblicos socioambientais Petroacutepolis IIEB - Instituto

Internacional de Educaccedilatildeo do Brasil 1048626104862410486241048629SOARES-FILHO B et al ldquoModeling conservation in the Amazon basinrdquo

Nature vol 1048628104862710486321048633 mar 1048626104862410486241048630SOARES-FILHO B et al Modeling Environmental Dynamics with Dinamica

EGO Belo Horizonte UFMG 1048626104862410486241048633 104862510486261048624 pSOARES-FILHO B et al ldquoRole of Brazilian Amazon protected areas in

climate change mitigationrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America 10486261048630 maio 1048626104862410486251048624

SOLER L S et al ldquoUsing fuzzy cognitive maps to describe current systemdynamics and develop land cover scenarios a case study in the BrazilianAmazonrdquo Journal of Land Use Science vol 1048631 n 1048626 p104862510486281048633-104862510486311048629 10486251048627 dez 1048626104862410486251048626

STIRLING A ldquoAnalysis participation and power justification and closurein participatory multi-criteria analysisrdquo Land Use Policy vol 10486261048627 n 1048625 p10486331048629-104862510486241048631 1048626104862410486241048630

SWART R et al ldquoStabilisation scenarios for climate impact assessmentrdquoGlobal Environmental Change vol 10486251048626 1048626104862410486241048626

UNEP Environment Outlook in the Amazonia GEO Amazonia Panama1048626104862410486241048632

UNEP Global Environment Outlook Nairobi 1048626104862410486251048626VAN ASSELT MARJOLEIN B A RIJKENS-KLOMP N ldquoA look in the

mirror reflection on participation in Integrated Assessment from amethodological perspectiverdquo Global Environmental Change vol 10486251048626 n1048627 p 104862510486301048631-104862510486321048628 1048626104862410486241048626

VAN NOTTEN P W F et al ldquoAn updated scenario typologyrdquo Futures vol10486271048629 n 1048629 p 104862810486261048627-104862810486281048627 1048626104862410486241048627

VAN VLIET M Kok K VELDKAMP T ldquoLinking stakeholders andmodellers in scenario studies the use of Fuzzy Cognitive Maps as acommunication and learning toolrdquo Futures vol 10486281048626 n 1048625 1048626104862410486241048633

VAN VUUREN D P et al ldquoScenarios in Global Environmental AssessmentsKey characteristics and lessons for future userdquo Global Environmental

Change vol 10486261048626 n 1048628 p 104863210486321048628-104863210486331048629 1048626104862410486251048626a

VAN VUUREN D P et al ldquoA proposal for a new scenario framework tosupport research and assessment in different climate research commu-nitiesrdquo Global Environmental Change vol 10486261048626 n 1048625 p 10486261048625-10486271048629 1048626104862410486251048626b

VERBURG P et al ldquoDownscaling of land use change scenarios to assess

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httpslidepdfcomreaderfullaguiar-assis-folhes-etal-2014-cenarios-e-modelos 2727

the dynamics of European landscapesrdquo Agriculture Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630

VERGRAGT P J QUIST J ldquoBackcasting for sustainability Introductionto the special issuerdquo echnological Forecasting and Social Change vol

10486311048632 n 1048629 p 104863110486281048631-104863110486291048629 1048626104862410486251048625VIEIRA I C G et al ldquoDeforestation and threats to the biodiversity of

Amazoniardquo Brazilian Journal of Biology vol 10486301048632 p 104863310486281048633-104863310486291048630 1048626104862410486241048632WESSELINK A et al ldquoRationales for public participation in environmental

policy and governance practitionersrsquo perspectivesrdquo Environment and

Planning A vol 10486281048627 n 10486251048625 p 1048626104863010486321048632-1048626104863110486241048628 1048626104862410486251048625WESTHOEK H J et al ldquoScenario development to explore the future of

Europersquos rural areasrdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628

p 1048631-10486261048624 1048626104862410486241048630aWesthoek H J VAN DEN BERG M BAKKES J A ldquoScenario deve-

lopment to explore the future of Europersquos rural areasrdquo Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630bWILKINSON A EIDINOW E ldquoEvolving practices in environmental

scenarios a new scenario typologyrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 p 104862410486281048629104862410486251048631 1048626104862410486241048632

WOLLENBERG E et al Anticipating Change Scenarios as a ool for Adaptive

Forest Management A Guide Bogor CIFOR 1048626104862410486241048624aWOLLENBERG E et al ldquoUsing scenarios to make decisions about the futu-

re anticipatory learning for the adaptive co-management of communityforestsrdquo Landscape and Urban Planning vol 10486281048631 n 1048625-1048626 p 10486301048629-10486311048631 1048626104862410486241048624b

WOLTJER G et al Te MAGNE model Module description Haia LEIWUR 1048626104862410486251048627

ZUREK M B HENRICHS T ldquoLinking scenarios across geographical scalesin international environmental assessmentsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048628 p 1048625104862610486321048626-1048625104862610486331048629 1048626104862410486241048631

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entre si cenaacuterios quantitativos eou qualitativos por exemplo podem serexploratoacuterios ou normativos participativos ou natildeo

Cenaacuterios qualitativos eou quantitativos

De acordo com Raskin (1048626104862410486241048629) duas abordagens de construccedilatildeo decenaacuterios se desenvolveram no periacuteodo entre a Segunda Guerra Mundial eaproximadamente 1048625104863310486331048629 em dois ramos de literatura praticamente sem inter-secccedilatildeo entre si a modelagem quantitativa e as narrativas qualitativas Essedualismo reflete dois desafios de igual importacircncia em termos de cenaacuteriosprover representaccedilotildees quantitativas sistemaacuteticas e replicaacuteveis por um ladoe visotildees sociais contrastantes e natildeo quantificaacuteveis do outro

Os primeiros antecedentes dos cenaacuterios ambientais atuais datam dosanos de 1048625104863310486311048624 reflexos das preocupaccedilotildees crescentes com disponibilidade derecursos naturais para a crescente populaccedilatildeo e economia globais Satildeo dessaeacutepoca tanto ambiciosos modelos matemaacuteticos como o muito discutidoLimits to Growth do Clube de Roma (Meadows Meadows et al 1048625104863310486311048626)quanto narrativas como o Te Next Years elaborado por Kahn (1048625104863310486311048630)em resposta ao Limits to Growth Na mesma eacutepoca comeccedilam os esforccedilosde construccedilatildeo de cenaacuterios pela Royal DutchShell que os utilizava para

fortalecer a conversaccedilatildeo estrateacutegica e o aprendizado explorando descon-tinuidades e possibilidades de mudanccedila no mind-set das pessoas dentroda organizaccedilatildeo (Jefferson 1048626104862410486251048626) Mais tarde no final dos anos 1048625104863310486321048624 e 1048625104863310486331048624surgiram muitos cenaacuterios relativos agrave questatildeo de energia e mudanccedilas globaisos mais importantes dos quais satildeo os primeiros do IPCC (Leggett Pepperet al 1048625104863310486331048626) Desta primeira fase surgiu o entendimento do potencial e dalimitaccedilatildeo de ambas as abordagens

Em vista da complexidade e incerteza das questotildees ambientais queenvolvem interaccedilotildees intricadas entre os sistemas naturais e sociais a anaacutelisede cenaacuterios requer abordagens que transcendem os limites dos modelosdeterminiacutesticos convencionais nos quais o funcionamento do sistema eacuteconhecido e persistente Previsotildees probabiliacutesticas natildeo satildeo possiacuteveis quandonovos comportamentos podem ser esperados e futuros estruturalmentediferentes podem emergir Narrativas descritivas por outro lado podemdar voz a importantes fatores moldando valores comportamentos e insti-

tuiccedilotildees fornecendo uma perspectiva mais ampla do que a que poderia serrepresentada somente pela modelagem computacional Cenaacuterios puramentequalitativos por outro lado apresentam a limitaccedilatildeo de natildeo apresentaremnenhuma anaacutelise de dados numeacutericos e o fato de as suposiccedilotildees por traacutes

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narrativas ateacute que estejam corretamente ligadas aos modeloscomputacionais

1048628 O uso de diversos meios para solicitar contribuiccedilotildees para os ce-naacuterios e comunicar os resultados

Essa abordagem foi utilizada por exemplo no Relatoacuterio especial sobrecenaacuterios de emissotildees (Special Report on Emissions Scenarios ndash SRES) doIPCC58 (Nakicenovic 1048626104862410486241048625) e em diversos estudos nas uacuteltimas deacutecadas(Van Vuuren Kok et al 1048626104862410486251048626)

A abordagem SAS combina as vantagens e desvantagens dos meacutetodosquantitativos e qualitativos mas apresenta como complicaccedilatildeo adicional aintegraccedilatildeo dos dois meacutetodos Em muitos casos os modelos computacionaisutilizados satildeo preacute-existentes No processo de construccedilatildeo dos cenaacuterios eles

satildeo parametrizados de acordo com as premissas estabelecidas durante oprocesso de construccedilatildeo dos cenaacuterios gerando os resultados quantitativosque os constituiratildeo de maneira mais ampla

Um das dificuldades reside na quantificaccedilatildeo das narrativas (Kok VanVliet et al 1048626104862410486251048625) pois frequentemente os modelos computacionais utilizadosnatildeo permitem a quantificaccedilatildeo de muitos dos fatores e suposiccedilotildees descritosPor outro lado em muitos casos os modelos requerem uma grande varie-dade de informaccedilotildees quantitativas para alimentar uma seacuterie de paracircmetros

que dificilmente satildeo extraiacutedos das narrativasRecentemente no contexto do projeto Cenaacuterios Hiacutedricos para a Europa

e Paiacuteses Vizinhos (Water Scenarios for Europe and Neighbouring States ndashScenes) Van Vliet (1048626104862410486241048633) propocircs a adaptaccedilatildeo do SAS para incorporar ummeacutetodo semiquantitativo o Fuzzy Cognitive Method (FCM) Este procuracapturar a dinacircmica presente e futura do sistema e estruturar os resultadosde oficinas participativas com vistas a facilitar a traduccedilatildeo das narrativaspara os modelos computacionais Algumas experiecircncias com a abordagemforam realizadas na Amazocircnia como discutido nas proacuteximas paacuteginas

Cenaacuterios normativos e exploratoacuterios

Outra forma de classificar os cenaacuterios estaacute relacionada ao propoacutesito docenaacuterio e agrave perspectiva de formulaccedilatildeo dos cenaacuterios do presente para o futu-ro ou do futuro para o presente ( foward looking X backward looking ) Como

10486291048632 Uma revisatildeo sobre os cenaacuterios de emissatildeo do IPCC eacute dada por Orsquoneill e Nakicenovic (2008) e Girod

(2009) Para o IPCC AR5 em preparaccedilatildeo atualmente estaacute sendo adotado um processo distinto descrito

em Moss (2010) e Van Vuuren Riahi et al (2012) Ver informaccedilotildees adicionais em htpsedacipcc-

dataorgddcar5_scenario_process (acessado em 16 dez 2013)

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mencionado acima os eixos adotados neste capiacutetulo satildeo ortogonais entre sicenaacuterios quantitativos eou qualitativos podem ser exploratoacuterios eou normati- vos Como natildeo haacute consenso entre os autores na forma de classificar os cenaacuteriosambientais de acordo com este criteacuterio ndash como vemos em Wollenberg Edmunds

et al (1048626104862410486241048624) Alcamo e Ribeiro (1048626104862410486241048625) Buarque (1048626104862410486241048627) Van Notten Rotmanset al (1048626104862410486241048627) Boumlrjeson Houmljer et al (1048626104862410486241048630) Evans Velarde et al (1048626104862410486241048630) Parson(1048626104862410486241048630) Westhoek Berg et al (1048626104862410486241048630) ndash resolveu-se adotar aqui a classificaccedilatildeode Alcamo e Ribeiro (1048626104862410486241048625) ilustrada na Figura 1048626 Acrescentamos poreacutemalgumas consideraccedilotildees baseadas nas demais tipologiasbull Cenaacuterios exploratoacuterios comeccedilam no presente e visam explorar tendecircn-

cias para o futuro Eles satildeo mais proacuteximos do significado original dapalavra cenaacuterio pois satildeo concebidos como uma sequecircncia de eventos

emergentesbull Cenaacuterios antecipatoacuterios (ou normativos) comeccedilam com uma visatildeo

prescrita (estabelecida a priori) do futuro (otimista pessimista ouneutra) O cenaacuterio eacute construiacutedo de frente para traacutes no tempo ligandoo presente ao futuro estabelecido pela visatildeo

Figura Diferenccedila entre cenaacuterios exploratoacuterios e normativos

Fonte IPCC () e Wollenberg ()

Os cenaacuterios normativos ou antecipatoacuterios incluem em sua concepccedilatildeoo desejo das pessoas envolvidas no seu processo de construccedilatildeo explorandocaminhos ou accedilotildees que deveriam ocorrer para alcanccedilar esse desejo Satildeoconcebidos como indicado em Robinson (1048625104863310486321048626) Dreborg (1048625104863310486331048630) Quist e

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Vergragt (1048626104862410486241048630) Quist issen et al (1048626104862410486251048625) Robinson Burch et al (1048626104862410486251048625)e Vergragt e Quist (1048626104862410486251048625) a partir de uma visatildeo do futuro que pode serpositiva negativa ou neutra e se desenvolve na discussatildeo do confronto dodesejo com as condiccedilotildees concretas mediante a construccedilatildeo de uma trajetoacuteria

invertida atraveacutes de meacutetodos de backcasting Esta visatildeo do futuro natildeo deve ser confundida com o cenaacuterio em si

que contempla os passos para alcanccedilar essa visatildeo Por sua proacutepria naturezao processo de construccedilatildeo de cenaacuterios normativos em geral pode requereruma maior participaccedilatildeo de stakeholders o que envolve o desejo dos atoresque satildeo parte do problema Cenaacuterios normativos podem ser particularmenteimportantes quando existem referecircncias institucionais ou poliacuteticas sobre odesenvolvimento de um processo como no caso do artigo 1048626 da Convenccedilatildeo

do Clima que prevecirc a estabilizaccedilatildeo da concentraccedilatildeo dos gases de efeito estufa(Swart 1048626104862410486241048626)

Jaacute os cenaacuterios exploratoacuterios satildeo utilizados em geral para analisar opossiacutevel desenrolar de acontecimentos futuros em relaccedilatildeo a determinadotema visando facilitar o posicionamento e a tomada de decisotildees sobreo assunto Costumam ser concebidos por meio da definiccedilatildeo dos fatoresdeterminantes das mudanccedilas em questatildeo no cenaacuterio e da seleccedilatildeo de incer-tezas criacuteticas entre esses fatores bem como de hipoacuteteses sobre como essas

incertezas se desenvolveriam Cenaacuterios exploratoacuterios podem ser elaboradospor especialistas eou pela participaccedilatildeo de stakeholders

Muitos estudos produzem cenaacuterios exploratoacuterios e normativos en-quanto outros combinam alguns elementos de ambas as perspectivas Porexemplo os cenaacuterios do Word Water Vision (Cosgrove amp Rijsberman 1048626104862410486241048624)combinam aspectos exploratoacuterios e normativos qualitativos e quantitativosJaacute Kok Van Vliet et al (1048626104862410486241048626) usando a abordagem SAS desenvolveramquatro cenaacuterios exploratoacuterios para a Europa em 1048626104862410486291048624 Um exerciacutecio debackcasting foi realizado tendo como visatildeo normativa de 1048626104862410486291048624 a utilizaccedilatildeoprovisatildeo e gerenciamento sustentaacutevel dos recursos hiacutedricos O objetivo doexerciacutecio foi identificar as accedilotildees necessaacuterias obstaacuteculos e oportunidades paraque o objetivo fosse alcanccedilado em qualquer dos quatro possiacuteveis futurosrepresentados pelos cenaacuterios exploratoacuterios

Finalmente cabe mencionar que em paralelo agrave classificaccedilatildeo de cenaacuteriosexploratoacuterios e normativos existe a diferenciaccedilatildeo entre cenaacuterios de base

(baseline) e cenaacuterios de anaacutelise de poliacuteticas ( policy scenarios)983093983097 (Alcamo eRibeiro 1048626104862410486241048625) Estes satildeo variaccedilotildees daqueles e visam avaliar os efeitos de

10486291048633 Alguns autores se referem aos policy scenarios como cenaacuterios alternativos ou canocircnicos (Buarque

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diferentes accedilotildees poliacuteticas em relaccedilatildeo ao cenaacuterio de referecircncia Por sua vezos cenaacuterios de base no contexto de cenaacuterios ambientais visam apresentaralternativas para o futuro sem considerar os impactos de poliacuteticas ambien-tais servindo como referecircncia para a comparaccedilatildeo983094983088

Aleacutem de servir de referecircncia a construccedilatildeo de cenaacuterios de base permiteexplorar as incertezas quanto ao desenvolvimento dos demais fatores deter-minantes natildeo diretamente associados a accedilotildees poliacuteticas normalmente ndash masnatildeo necessariamente ndash construiacutedos atraveacutes da perspectiva exploratoacuteria983094983089Alguns estudos natildeo fazem essa distinccedilatildeo enquanto outros buscam elaborarsomente cenaacuterios de base Por exemplo os cenaacuterios de emissotildees (SRES) doIPCC satildeo organizados em quatro famiacutelias de cenaacuterios baseline construiacutedasde modo exploratoacuterio

No processo de construccedilatildeo de cenaacuterios podem ser combinadosdiferentes meacutetodos inclusive oficinas de trabalho entrevistas estrutu-radas a teacutecnica de Delfos meacutetodos de backcasting e uma seacuterie de meacuteto-dos participativos (Buarque 1048626104862410486241048627) A seleccedilatildeo dos meacutetodos especiacuteficosempregados em um determinado projeto iraacute depender do conjunto dedecisotildees relativas aos objetivos da anaacutelise (a) escala temporal (horizontee intervalo de tempo) (b) opccedilatildeo por qualitativos eou quantitativos (c)opccedilatildeo por abordagem exploratoacuteria eou normativa (d) forma de parti-

cipaccedilatildeo da sociedade no processo de construccedilatildeo (e) representaccedilatildeo deuma escala ou muacuteltiplas escalas espaciais As proacuteximas seccedilotildees discutemos itens (d) e (e)

Cenaacuterios participativos e elaborados por especialistas

Para diferenciar cenaacuterios participativos daqueles elaborados por es-pecialistas satildeo inicialmente apresentadas algumas definiccedilotildees62

bull Participaccedilatildeo semanticamente eacute muito semelhante ao envolvimento ndash o

2003) enquanto os cenaacuterios baseline satildeo tambeacutem chamados de cenaacuterios de referecircncia non-intervention

ou business as usual (BAU)

10486301048624 Embora em vaacuterios casos seja difiacutecil fazer essa separaccedilatildeo pois muitas poliacuteticas jaacute fazem parte da

sociedade como nota o proacuteprio autor

10486301048625 Alguns estudos adotam somente um cenaacuterio de base em muitos casos chamado business as usual No

entanto alguns autores discutem a pertinecircncia da concepccedilatildeo de cenaacuterios BAU nos tempos atuais pois

a possibilidade de transiccedilotildees abruptas incertezas e instabilidades natildeo satildeo consideradas (Vergragt amp

Quist 2011)

10486301048626 Apresentamos aqui apenas uma breve revisatildeo dos conceitos para embasar a classicaccedilatildeo dos cenaacuterios

Existe toda uma literatura sobre o assunto com inclusive diferentes deniccedilotildees e pontos de vista sobre

o alcance da participaccedilatildeo fora do escopo deste capiacutetulo

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ato ou processo de estar envolvido Na literatura das ciecircncias sociaissignifica o ato de participaccedilatildeo ativa de grupos sociais na apreciaccedilatildeo edecisatildeo dos processos em que se encontram direta ou indiretamenteenvolvidos com conhecimentos relevantes sobre a questatildeo em jogo

conforme Stirling (1048626104862410486241048630) e Wesseling Paavola et al (1048626104862410486251048625)bull Stakeholders atores e especialistas Heijden (1048625104863310486331048630) diferencia atores

de stakeholders para fins de anaacutelises de cenaacuterios Stakeholders satildeo osinteressados no tema em discussatildeo no cenaacuterio que recebem as conse-quecircncias das accedilotildees Atores satildeo as pessoas ou organizaccedilotildees que atuamno objeto analisado porque tecircm o poder de tomar decisotildees mas natildeonecessariamente sofrem as consequecircncias das mesmas Especialistaspor outro lado satildeo pessoas com conhecimento especiacutefico ndash cientistas

profissionais burocratas etc ndash sobre algum dos aspectos relevantes aotema do cenaacuterio ou a outros a ele relacionados mas natildeo tecircm neces-sariamente poder de accedilatildeo Isto significa que os especialistas natildeo satildeoem princiacutepio diretamente interessados ou afetados pelo tema emboraeventualmente possam ser

bull Meacutetodos participativos incluem entrevistas e questionaacuterios dirigidos agrupos focais envolvendo stakeholders conforme Van Asselt Marjolein

e Rijkens-Klomp (1048626104862410486241048626) e Richards Sherlock et al (1048626104862410486241048628) Muitasdas teacutecnicas de cenaacuterios ndash especialmente no niacutevel local ndash utilizammeacutetodos baseados no denominado diagnoacutestico raacutepido participati-

vo (DRP) que consiste em teacutecnicas simples normalmente visuaisque tecircm sido utilizadas em vaacuterios contextos conforme vemos emWollenberg Edmunds et al (1048626104862410486241048624) e Evans Velarde et al (1048626104862410486241048630)Tais meacutetodos vecircm sendo amplamente empregados na Amazocircnia porONGs cientistas e oacutergatildeos governamentais aleacutem de experiecircncias de

mapeamento participativo alinhadas ao movimento socioambiental(Santos 1048626104862410486241048629) Jaacute as experiecircncias de construccedilatildeo de cenaacuterios propria-mente ditos principalmente atraveacutes de meacutetodos participativos satildeomenos comuns na Amazocircnia

bull Cenaacuterios participativos satildeo aqueles construiacutedos com o envolvimentodireto de stakeholders atraveacutes de meacutetodos participativos em que os atorese especialistas podem tomar parte de forma secundaacuteria

Recentemente tem sido dada atenccedilatildeo ao valor da inclusatildeo de meacutetodosparticipativos em anaacutelises de cenaacuterios De acordo com Wollenberg et al(1048626104862410486241048624) ldquocenaacuterios seratildeo mais poderosos em criar novos conhecimentosquando envolvem diretamente stakeholdersrdquo Em escala global os cenaacuterios

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tendem a ser do tipo exploratoacuterio focados em produzir resultados cien-tiacuteficos quantitativos e com uma construccedilatildeo de narrativas normalmentebaseada na contribuiccedilatildeo de especialistas (Parson 1048626104862410486241048632) Nesse caso osstakeholders atores e tomadores de decisatildeo satildeo mais envolvidos durante

processos de revisatildeo do que na fase de elaboraccedilatildeo dos cenaacuterios Por outrolado diversos exerciacutecios em escala local tecircm enfatizado o processo decomunicaccedilatildeo e construccedilatildeo de consenso entre stakeholders que pode acom-panhar o desenvolvimento de cenaacuterios (qualitativos) em especial na Aacutesiae Aacutefrica como indicado por Wollenberg Edmunds et al (1048626104862410486241048624) e Alcamo(1048626104862410486241048630) Mas essas diferenccedilas entre cenaacuterios globais e locais refletem apenasgrandes tendecircncias A literatura indica que eacute possiacutevel engajar stakeholders com sucesso nos niacuteveis nacional e internacional e haacute exemplos concretos

como em alguns dos estudos regionais do MEA (Kok Biggs et al 1048626104862410486241048631)As vantagens da utilizaccedilatildeo de processos participativos estatildeo relacio-

nadas agrave relevacircncia credibilidade legitimidade e criatividade (Van Vliet1048626104862410486241048633) ndash criteacuterios normalmente adotados para avaliar a qualidade de anaacutelisesde cenaacuterios (Alcamo 1048626104862410486241048632) Quatro categorias de razotildees para a utilizaccedilatildeodesse tipo de processo foram discutidas na literatura por Stirling (1048626104862410486241048630) ePatel Kok et al (1048626104862410486241048631) A primeira categoria eacute a (a) normativa a participaccedilatildeosegue princiacutepios democraacuteticos e portanto deve ser utilizada para evitar que

decisotildees sejam tomadas sem refletir os valores do puacuteblico A segunda eacute a(b) instrumental a participaccedilatildeo assegura que os cenaacuterios sejam relevantese verossiacutemeis para os usuaacuterios finais A terceira (c) substantiva atraveacutesda participaccedilatildeo obteacutem-se mais e melhor informaccedilatildeo devido agrave inclusatildeode conhecimento local Por fim o (d) aprendizado social a participaccedilatildeopode proporcionar uma arena de aprendizado para todos os envolvidose assim gerar ideias importantes e potencialmente surpreendentes

Por outro lado alguns pontos negativos devem ser assinalados comoa falta de reprodutibilidade pois existem orientaccedilotildees gerais mas natildeo me-todologias estritas Normalmente os meacutetodos satildeo propositadamente natildeoestruturados e seu resultado depende muito da seleccedilatildeo dos participantes(Kok Patel et al 1048626104862410486241048630) Outra desvantagem se encontra nas posiccedilotildees muitocontrastantes entre os stakeholders que podem afetar significativamente osdebates e decisotildees Por isso eacute necessaacuterio conhecer as predisposiccedilotildees dosparticipantes que representam diferentes grupos de interesses

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Cenaacuterio em escala uacutenica ou muacuteltipla

Os cenaacuterios ambientais tecircm sido construiacutedos em diferentes escalas63 espaciais ndash global regional local ndash com diferentes objetivos e graus deenvolvimento de stakeholders em niacuteveis diversos (Alcamo et al 1048626104862410486241048630)

As escalas temporais desses cenaacuterios tambeacutem variam os cenaacuterios globaisabrangem normalmente uma perspectiva de tempo maior ndash ateacute 1048626104862410486291048624 ou1048626104862510486241048624 tomando por base o atual ano de 1048626104862410486251048627 ndash enquanto os regionais elocais focam em periacuteodos mais curtos ndash ateacute 1048626104862410486251048629 ou 1048626104862410486261048629 Os processos efatores determinantes analisados nos cenaacuterios dependem da escala espa-cial e temporal assim como a seleccedilatildeo de stakeholders no caso de cenaacuteriosparticipativos e a escolha de modelos computacionais no caso de cenaacuterioscom modelos quantitativos

Stakeholders em diferentes niacuteveis de processos de decisatildeo ou delibe-raccedilatildeo ndash local regional nacional internacional ndash podem ter perspectivasdiferentes O equiliacutebrio de forccedilas descrito na seccedilatildeo anterior conforme apon-tado por Kok Biggs et al (1048626104862410486241048631) e Zurek e Henrichs (1048626104862410486241048631) pode diferirentre escalas enquanto conjuntos diferentes de problemas e oportunidadespodem ser destacados em diferentes escalas mesmo quando se discute ummesmo tema geral ndashuso e disponibilidade da aacutegua por exemplo

Cenaacuterios participativos multiescala visam entatildeo incorporar essas di- versas perspectivas ao processo de construccedilatildeo dos cenaacuterios Alcamo et al(1048626104862410486241048630) ao final de sua revisatildeo do estado da arte em cenaacuterios para a siacutentesedo programa Land Use and Cover Change (LUCC) (Lambin et al 1048626104862410486241048630)recomendam o desenvolvimento de cenaacuterios multiescala como uma formade aumentar a credibilidade e relevacircncia dos cenaacuterios por meio da incor-poraccedilatildeo de uma gama maior de visotildees Em outra anaacutelise recente sobre ofuturo dos cenaacuterios ambientais Parson (1048626104862410486241048630 1048626104862410486241048632) defende a existecircncia

de uma rede natildeo centralizada de cenaacuterios ambientais em diferentes escalaspara atender a diferentes necessidades Esses cenaacuterios podem se basear emndash ou interpretar ndash cenaacuterios de escalas mais globais e ligaacute-los aos contextos enecessidades de anaacutelise e apoio agrave tomada de decisatildeo em diferentes escalas

Um aspecto importante na definiccedilatildeo da metodologia de construccedilatildeo decenaacuterios multiescala eacute o modo como as relaccedilotildees de influecircncia entre escalasseratildeo tratadas em determinado estudo conforme Biggs (1048626104862410486241048631) e Kok Biggset al (1048626104862410486241048631) Essas influecircncias podem ser top-down ndash cenaacuterios globais e

10486301048627 Escala eacute a dimensatildeo espacial temporal e analiacutetica que cientistas utilizam para medir e estudar algum

objeto ou processo (Gibson Ostrom et al 2000) Todas as escalas tecircm extensatildeo e resoluccedilatildeo

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regionais contextualizando os cenaacuterios locais ndash eou bottom-up ndash cenaacuterioslocais alimentando os regionais e globais

As relaccedilotildees entre as escalas podem ser desenvolvidas de forma in-dependente ndash ou parcialmente independente ndash ou acoplada conforme as

perspectivas incertezas e fatores de uma escala informem a construccedilatildeode cenaacuterios nas demais escalas Essa decisatildeo mais uma vez depende doobjetivo do estudo levando em consideraccedilatildeo por exemplo a necessidadede comparar resultados e manter consistecircncia entre escalas em contrapo-siccedilatildeo ao fato de que o acoplamento excessivo pode atuar como limitadorda criatividade nas escalas mais locais comprometendo o resultado doscenaacuterios

Revisatildeo sobre estudos de cenaacuterios para a Amazocircnia

Dentro de um contexto complexo que envolve fronteiras agriacutecolasemissotildees de gases do efeito estufa derivadas do desmatamento impactosdas mudanccedilas climaacuteticas conservaccedilatildeo ambiental conflitos sociais orde-namento territorial e regularizaccedilatildeo fundiaacuteria vaacuterios estudos de cenaacuteriosdiscutem o futuro da Amazocircnia em diferentes escalas empregando diversasabordagens metodoloacutegicas e conjuntos de premissas

Em escala global vaacuterios cenaacuterios satildeo norteados pelo desafio de conci-liar a provisatildeo de serviccedilos ambientais de modo mais amplo agrave necessidadede suprir a crescente demanda por alimentos Tais estudos naturalmenteincluem resultados referentes agrave Amazocircnia como a Avaliaccedilatildeo Ecossistecircmica

do Milecircnio (MEA 1048626104862410486241048629) que desenvolveu quatro cenaacuterios focados nas mu-danccedilas no ecossistema e suas consequecircncias para o bem-estar social Doisdesses cenaacuterios se concentram em mudanccedilas de uso e cobertura da terrao primeiro prioriza a produccedilatildeo nacional e o segundo as tecnologias verdese alternativas econocircmicas mais ecoloacutegicas Uma ampla revisatildeo sobre cenaacute-rios globais de uso da terra pode ser encontrada em Lambin et al (1048626104862410486241048630)Recentemente projeccedilotildees espacialmente expliacutecitas sobre o uso da terra(Moss 1048626104862410486251048624) foram geradas no contexto do IPCC AR1048629 visando subsidiara nova geraccedilatildeo de modelos do sistema terrestre Tais dados foram geradospor modelos globais integrados (integrated assessment models) e consistemem projeccedilotildees de uso da terra com base em previsotildees de crescimento da

demanda por alimentos fibras e energiaPor outro lado a maior parte dos estudos espacialmente expliacutecitosrealizados na escala regional para a Amazocircnia apresenta uma abordagem

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focada em fatores intrarregionais64 em especial no papel das estradasaacutereas protegidas e accedilotildees de comando e controle Dentre eles destacam-se

bull Os cenaacuterios propostos por Laurance Cochrane et al (1048626104862410486241048625) concentra-ram suas discussotildees nos efeitos do programa Avanccedila Brasil proposto pelo

governo brasileiro entre os anos de 1048626104862410486241048624 a 1048626104862410486241048631 que previam uma seacuterie deprojetos de infraestrutura inclusive na Amazocircnia Seus cenaacuterios quantita-tivos baseados em anaacutelises espaciais extrapolam para os proacuteximos vinteanos os impactos desse aumento de infraestrutura com base nos impactosdas deacutecadas anteriores Formularam-se dois cenaacuterios um pessimista queconsiderava a manutenccedilatildeo das tendecircncias do desmatamento e um otimistano qual o desmatamento e a degradaccedilatildeo florestal seriam reduzidos atraveacutesde uma seacuterie de accedilotildees de proteccedilatildeo ambiental

bull Soares-Filho Nepstad et al (1048626104862410486241048630) discutiram a importacircncia das aacutereasprotegidas e o impacto de novas rodovias pavimentadas nas mudanccedilas deuso da terra na bacia amazocircnica Foram desenvolvidos oito cenaacuterios dosquais o mais pessimista assumia que o desmatamento iria continuar deacordo com as tendecircncias observadas ateacute entatildeo as estradas seriam pavimen-tadas as reservas legais natildeo seriam respeitadas e nem seriam criadas novasaacutereas protegidas Esses autores tambeacutem consideraram reflexos de decisotildeespoliacutetico-administrativas num cenaacuterio oposto chamado governanccedila em

que pressupunham a manutenccedilatildeo das reservas e de zonas agroecoloacutegicasde uso da terra e a criaccedilatildeo de novas aacutereas protegidas Aleacutem desses foramconsiderados seis cenaacuterios intermediaacuteriosbull O mesmo estudo considerou a contribuiccedilatildeo das aacutereas protegidas parauma possiacutevel reduccedilatildeo do desmatamento atraveacutes da construccedilatildeo de cincocenaacuterios para 1048626104862410486291048624 que incluiacuteam (a) a exclusatildeo de todas as aacutereas protegidasexistentes (b) todas as aacutereas protegidas criadas ateacute 1048626104862410486241048626 (c) as aacutereas pro-tegidas criadas ateacute 1048626104862410486241048632 exceto as treze aacutereas criadas a partir do programaAacutereas Protegidas da Amazocircnia (ARPA) (d) todas as aacutereas protegidas ateacute1048626104862410486241048632 sem exceccedilatildeo (e) as aacutereas protegidas ateacute 1048626104862410486241048626 com expansatildeo previstapelo ARPA Os cenaacuterios de uso da terra considerando estas aacutereas protegidasforam combinados com dois cenaacuterios socioeconocircmicos para crescimentoalto e moderado da agricultura

10486301048628 Em escala regional muitos modelos economeacutetricos e estatiacutesticos foram desenvolvidos para estudar as

causas do desmatamento como vemos em Reis e Guzmaacuten (1994) Andersen e Reis (1997) Pfaff (1999)

Margulis (2004) e Andersen Granger et al (2002) Aguiar Cacircmara et al (2007) apresentam uma revisatildeo

desses modelos Neste capiacutetulo enfocamos estudos que geraram resultados espacialmente expliacutecitos

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A Figura 1048628 compara as taxas de desmatamento estimadas ou ado-tadas nesses trabalhos Como pode ser observado na Figura 1048628b mesmoas projeccedilotildees mais ldquootimistasrdquo superestimaram as taxas de desmatamentoobservadas de 1048626104862410486241048628 ateacute 1048626104862410486251048626 como discutido por Dalla-Nora Aguiar et

al (1048626104862410486251048628) Esse fato de modo algum desmerece a importacircncia dos traba-lhos principalmente porque a proacutepria repercussatildeo dos estudos pode terinfluenciado decisotildees poliacutetico-administrativas de controle do processodesordenado de ocupaccedilatildeo da regiatildeo

Pesa tambeacutem sobre modelos que buscam representar processos sociaisa inerente complexidade dos fatores que os influenciam Logo decisotildeesmetodoloacutegicas devem ser tomadas durante o processo de construccedilatildeo dosmodelos que satildeo sempre uma representaccedilatildeo simplificada da realidade Como

mencionado anteriormente os cenaacuterios acima utilizam principalmentefatores intrarregionais como determinantes tanto da localizaccedilatildeo quanto daquantidade de mudanccedilas (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048628) Assim descon-sideram o contexto econocircmico e institucional nos niacuteveis global e nacionalinclusive os padrotildees de consumo as oscilaccedilotildees do mercado e as decisotildeespoliacuteticas mais amplas sendo as taxas de desmatamento determinadas peloaumento ou diminuiccedilatildeo de estradas e aacutereas protegidas

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Figura axas de desmatamento estimadas por diferentes modelos

Fonte Dalla-Nora et al ()

Subjacente a isso existe um aspecto mais sutil relacionado ao proacuteprioconceito de cenaacuterios discutidos neste capiacutetulo Os resultados dos estudos

que buscaram estimar taxas de desmatamento representam em linhasgerais um mesmo cenaacuterio BAU ndash uma visatildeo do futuro fundamentada nastendecircncias de desmatamento observadas com variaccedilotildees em termos deestradas aacutereas protegidas etc ( policy ) Dessa maneira nenhum dos tra-balhos referidos explorou de fato futuros alternativos e por consequecircncianatildeo tratou como incerteza o posicionamento do governo e da sociedadeem relaccedilatildeo agraves questotildees ambientais E a reversatildeo da trajetoacuteria da taxa dedesmatamento tem sido em grande parte creditada agraves accedilotildees de comando econtrole de restriccedilatildeo ao creacutedito rural e de sistemas de monitoramento nocontexto do Plano de Prevenccedilatildeo e Controle do Desmatamento na AmazocircniaLegal (PPCDAm) enquanto sua manutenccedilatildeo vem sendo atrelada a umanova postura dos mercados consumidores exemplificada pelos acordosdas moratoacuterias da carne e soja

Uma abordagem alternativa agrave utilizaccedilatildeo exclusiva de fatores intrar-regionais foi proposta por Aguiar (1048626104862410486241048630) na qual a quantidade de desma-

tamento era exoacutegena ao modelo como uma proxy da pressatildeo de mercadopara a expansatildeo da fronteira agropecuaacuteria Embora esse estudo natildeo pre-tendesse estimar taxas de desmatamento como os demais ele apresentavacomo diferencial sua busca por ilustrar o balanccedilo entre fatores locais e a

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pressatildeo externa do mercado Com isso enfatizou a necessidade tanto deconsiderar ambos em exerciacutecios de modelagem e em poliacuteticas de contenccedilatildeoao desmatamento quanto de interpretar toda a regiatildeo de modo holiacutesticopois caso medidas mais abrangentes natildeo fossem incorporadas ndash como

restriccedilotildees ao creacutedito rural e accedilotildees de comando e controle ndash a pressatildeo domercado poderia deslocar as fronteiras para aacutereas natildeo protegidas O modelotambeacutem introduz a representaccedilatildeo de mecanismos de comando e controlee cumprimento da lei como o Coacutedigo Florestal

Um dos principais fatores para a representaccedilatildeo dos padrotildees espaciaisde desmatamento na Amazocircnia eacute a conectividade da regiatildeo com os mer-cados nacionais devido agrave proximidade atraveacutes da rede viaacuteria Eacute a conexatildeoa mercados interagindo com fatores locais ndash como a presenccedila de aacutereas

protegidas a distacircncia de estradas assentamentos e qualidade do solo ndashque explicava os padrotildees passados de desmatamento na regiatildeo (Aguiar etal 1048626104862410486241048631) Mas mesmo nesse trabalho como ilustra a Figura 1048628 a menortaxa de desmatamento considerada eacute de 10486251048629104862410486241048624 km1048626ano

Por outro lado comeccedilaram a surgir mais recentemente trabalhos queconsideram o futuro da Amazocircnia dentro do contexto global e nacionalde pressatildeo por alimentos alinhados a estudos de cenaacuterios globais Umprimeiro exemplo para a regiatildeo foi o estudo de Lapola Schaldach et al

(1048626104862410486251048624) que explorava atraveacutes de modelos computacionais os impactos daproduccedilatildeo de biocombustiacuteveis no Brasil e seus efeitos sobre as fronteirasagriacutecolas e pecuaacuterias O estudo sugere um deslocamento da pecuaacuteria paraa Amazocircnia com uma expansatildeo de 104862510486261048625104863310486311048624 km1048626 representando mudanccedilasregionais indiretas ligadas aos contextos nacional e global e apontandopara uma tendecircncia na aacuterea de modelagem e cenaacuterios de uso da terraPoreacutem cabe ressaltar que os resultados desse estudo tampouco captamos padrotildees observados do desmatamento (Figura 1048628) Em contraponto aosestudos mencionados este privilegiou fatores globais mas simplificouos fatores intrarregionais mostrando como uma abordagem totalmentebaseada nas forccedilas de mercado natildeo seria capaz de representar a complexarealidade da regiatildeo

Nesse sentido a tendecircncia atual em novos modelos eacute tratar a regiatildeocomo um sistema aberto interconectado aos mercados globais e nacionaiscomo resumido por Dalla-Nora Aguiar et al (1048626104862410486251048628) Nesses novos mode-

los as trajetoacuterias de uso da terra na Amazocircnia passam a ser consideradasno contexto daquelas do resto do paiacutes em especial no Cerrado Por outrolado os contextos socioeconocircmico institucional e poliacutetico local interagemcom as demais escalas e devem ser representados tambeacutem Esse eacute o desafio

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que os pesquisadores da aacuterea de modelagem de mudanccedilas e uso da terraenfrentam no momento

Existem vaacuterias iniciativas em andamento que buscam combinarmodelos econocircmicos de equiliacutebrio geral ndash ou parcial ndash a modelos es-

pacialmente expliacutecitos com mais detalhe sobre o Brasil Destacam-senessa linha o projeto SIMBRASIL-1048626OPTIMAGRO desenvolvido pelaUniversidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que integra a plataformade modelagem Dinacircmica EGO (Soares-Filho Rodrigues et al 1048626104862410486241048633) aoBrazilian Land Use Model (Blum) um modelo econocircmico de equiliacutebrioparcial desenvolvido pelo Instituto de Estudos do Comeacutercio e NegociaccedilotildeesInternacionais (Icone)

No contexto do projeto de pesquisa REDD-PAC ndash uma parceria

entre o Instituto Internacional de Anaacutelise de Sistemas Aplicados (Iiasa)o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Instituo de PesquisaEconocircmica Aplicada (Ipea) ndash uma versatildeo do modelo de equiliacutebrio parcialGlobal Biosphere Management Model (Globiom) estaacute sendo adaptadopara o Brasil

Tambeacutem no Inpe estaacute em andamento a integraccedilatildeo de modelos gera-dos na plataforma LuccME (Aguiar 1048626104862410486251048626) para a Amazocircnia e o Cerrado agraveplataforma Magnet (Woltjer Kuiper et al 1048626104862410486251048627) um modelo de equiliacutebrio

geral desenvolvido no Instituto de Economia Agriacutecola da Universidade deWageningen na Holanda com base no Projeto de Anaacutelise do ComeacutercioGlobal (GTAP) da Universidade de Purdue (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048627)

Finalmente voltando agrave distinccedilatildeo entre resultados de modelos e oconceito de cenaacuterios de modo mais amplo tais projetos visam ao desen- volvimento de modelos ou arcabouccedilos computacionais Estes por sua vezpoderatildeo posteriormente ser utilizados em estudos de cenaacuterios A constru-ccedilatildeo de cenaacuterios eacute um processo longo e complexo em si particularmentese realizado de modo participativo com a presenccedila de stakeholders e emmuacuteltiplas escalas Processos participativos para a discussatildeo de cenaacuteriosnatildeo satildeo comuns no Brasil quanto menos os que almejam uma abordagemquantitativa e qualitativa Entre os estudos qualitativos realizados para aAmazocircnia cabe citarbull Goacutemes (1048626104862410486241048633) desenvolveu quatro cenaacuterios qualitativos para toda a baciaamazocircnica para 1048626104862410486261048630 baseados na participaccedilatildeo de stakeholders e atores

responsaacuteveis por tomadas de decisatildeo Esses cenaacuterios exploraram umacombinaccedilatildeo entre trecircs fontes de incerteza consideradas criacuteticas (a) o papeldas poliacuteticas puacuteblicas na regulamentaccedilatildeo do uso dos recursos naturais (b)o comportamento do mercado (c) inovaccedilatildeo ciecircncia e tecnologia

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bull Kok (1048626104862410486241048633) e Soler Kok et al (1048626104862410486241048633) utilizaram uma ferramenta semi-quantitativa ( fuzzy cognitive maps) com o objetivo de aprimorar a uniatildeode cenaacuterios quantitativos e qualitativos para capturar melhor a dinacircmicado desmatamento apresentando-a em narrativas mais consistentes e numa

maior diversidade de modelos quantitativosbull Vieira Toledo et al (1048626104862410486241048632) combinaram cenaacuterios qualitativos a um mo-delo quantitativo de multiagentes ndash a plataforma Cormas desenvolvidapor pesquisadores do Centro de Cooperaccedilatildeo Internacional de PesquisaAgronocircmica para o Desenvolvimento (Centre de Coopeacuteration Internationaleen Recherche Agronomique pour le Deacuteveloppement ndash Cirad) ndash para pro-mover um diaacutelogo entre atores locais com poder de decisatildeo e cientistas apartir da adoccedilatildeo de meacutetodos participativos

bull Os cenaacuterios do Environment Outlook in Amazonia (GEO Amazonia)(Unep 1048626104862410486241048632) satildeo qualitativos10486301048629 formulados com a participaccedilatildeo de especia-listas e stakeholders com o horizonte de tempo 1048626104862410486241048630-1048626104862410486251048630-1048626104862410486261048630 A definiccedilatildeode poliacuteticas puacuteblicas o comportamento do mercado e o desenvolvimentoda ciecircncia e da tecnologia satildeo os principais fatores determinantes e fontesde incerteza capazes de interferir no destino da Amazocircnia Com base naanaacutelise exploratoacuteria dessas incertezas foram selecionados quarto cenaacuteriosconsiderados plausiacuteveis pelos stakeholders Emergent Amazonia Inching

Along the Precipice Light and Shadows e Once-Greenhell Cabe notar quenesse processo do GEO para a Amazocircnia um cenaacuterio de sustentabilidadebaseado na melhoria da qualidade de vida da regiatildeo e utilizaccedilatildeo sustentaacuteveldos recursos naturais natildeo foi desenvolvido por ser o ideal e desejaacutevel paraa regiatildeo ndash e o processo natildeo foi normativobull Folhes (1048626104862410486251048624) e Folhes Aguiar et al (sd) adaptaram abordagens decenaacuterios participativos multiescala agrave realidade da Amazocircnia utilizando oProjeto de Assentamento Extrativista Lago Grande (PAE Lago Grande)em Santareacutem como primeiro caso de estudo Poreacutem a abordagem adota-da foi a de construccedilatildeo de cenaacuterios normativos Numa situaccedilatildeo em que oscenaacuterios podem ser qualitativos normativos participativos ou multiescalarealizado para todo o assentamento e em trecircs comunidades os stakeholders

definiram em cada escala de estudo um cenaacuterio desejado (sustentaacutevel) e umnatildeo desejado no horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-1048626104862410486261048624 O processo promoveuuma discussatildeo sobre as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o futuro sustentaacutevel

De modo mais amplo os pesquisadores buscavam entender se tal processo

10486301048629 Em outros processos de cenaacuterios do GEO como o GEO-4 modelos computacionais foram utilizados

para gerar dados quantitativos

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participativo de construccedilatildeo de cenaacuterios poderia ser efetivo como ferramentano processo de consolidaccedilatildeo de diferentes unidades territoriais da regiatildeoSeguindo uma abordagem semelhante estaacute em andamento um processoparticipativo para a formulaccedilatildeo de cenaacuterios para toda a Amazocircnia com-

binando aspectos qualitativos e quantitativos normativos e exploratoacuteriosnum horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-104862610486241048629104862466 Os cenaacuterios qualitativos seratildeorepresentados por modelos computacionais em ambiente LuccME cujosresultados estatildeo em preparaccedilatildeo (Aguiara Vieira et al sd) e rediscutidoscom os stakeholders Diferentemente do processo adotado nos cenaacuteriosda Unep (GEO Amazonia) descrito acima o objetivo mais amplo doprojeto eacute justamente discutir as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o cenaacuteriode sustentabilidade

Conclusatildeo

Este capiacutetulo revisou os conceitos de cenaacuterios e suas principais abor-dagens visando subsidiar uma anaacutelise criacutetica sobre os modelos e cenaacuteriosdesenvolvidos nas deacutecadas anteriores para a Amazocircnia e entender asnecessidades de uma nova geraccedilatildeo de modelos computacionais em desen-

volvimento Espera-se que todos esses esforccedilos produzam modelos mais

robustos que contribuam para o avanccedilo cientiacutefico sobre os processos demudanccedila de uso da terra e possam ser utilizados pela sociedade como fer-ramentas em processos de discussatildeo sobre o futuro A existecircncia de vaacuteriosgrupos desenvolvendo modelos e cenaacuterios para a Amazocircnia e Brasil combase em meacutetodos e abordagens diferentes pode tambeacutem representar umganho para a sociedade

Em assuntos que envolvem interesses conflitantes como o uso da terrana Amazocircnia eacute preciso examinar atentamente as premissas e mecanismossubjacentes a modelos quantitativos que embasam os cenaacuterios ndash em especialos que satildeo construiacutedos com o objetivo expliacutecito de subsidiar a formula-ccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Pois no desejo por vezes bem intencionado docidadatildeo-pesquisador ao alertar sobre um problema ndash ou natildeo tatildeo bemintencionado ao defender grupos de interesses ndash manipulaccedilotildees podemfacilmente ser introduzidas E em alguns casos posiccedilotildees aparentementecientiacuteficas podem camuflar visotildees e interesses de muacuteltiplos atores e setores

ndash inclusive do proacuteprio governo Os modelos possuem tal complexidade que

10486301048630 O processo estaacute sendo liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (Embrapa) e pelo

Inpe no contexto do projeto Amazalert

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se tornam impenetraacuteveis para a maior parte da sociedade ndash e mesmo parapesquisadores de outras aacutereas E por vezes resultados de modelos passama ser tratados como verdades absolutas ndash o que eacute agravado quando existesomente um modelo para uma regiatildeo ou problema como no caso dos

impactos de obras de infraestrutura ou da expansatildeo de biocombustiacuteveisNatildeo podemos esquecer a frase de George Box que consideramos a

melhor sobre modelos ldquo Models are always wrong but some are useful rdquo Aoque acrescentamos e preste atenccedilatildeo nos grupos aos quais eles satildeo uacuteteis

Referecircncias

AGUIAR A P D et al ldquoSpatial statistical analysis of land-use determinants

in the Brazilian Amazonia Exploring intra-regional heterogeneityrdquoEcological Modelling vol 104862610486241048633 n 1048626-1048628 p 104862510486301048633-104862510486321048632 1048626104862410486241048631

AGUIAR A P D et al ldquoTerraME- LuccME an open-source frameworkfor spatially explicit land use change modellingrdquo Global Land Project

News vol 1048632 p 10486261048625-10486261048627 1048626104862410486251048626AGUIAR A P D et al Anticipating a forest transition scenario in the

Brazilian Amazon carbon emission estimates using a spatially-explicit

approach (submetido)

ALCAMO J RIBEIRO T Scenarios as tools for international environmentalassessments Copenhagen European Environment Agency 1048626104862410486241048625

ALCAMO J Searching for the future of land Scenarios from the local to

global scale Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630 p104862510486271048631-104862510486291048630ALCAMO J Environmental futures the practice of environmental scenario

analysis Amsterdam Elsevier 1048626104862410486241048632ANDERSEN L et al Te dynamics of Deforestation and Economic Growth

in the Brazilian Amazon Cambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048626ANDERSEN L REIS E Deforestation development and government policy

in the Brazilian Amazon an econometric analysis (IPEA Report 10486311048630-1048625104863310486331048631)Rio de Janeiro IPEA 1048625104863310486331048631

BIGGS R et al ldquoLinking futures across scales a dialog on multiscale sce-nariosrdquo Ecology and Society vol 10486251048626 1048626104862410486241048631

BOumlRJESON L et al ldquoScenario types and techniques Towards a userrsquosguiderdquo Futures vol 10486271048632 n 1048631 p 104863110486261048627-104863110486271048633 1048626104862410486241048630

BRADFIELD R ldquoe origins and evolution of scenario techniques in longrange business planningrdquo Futures vol 10486271048631 p 104863110486331048629-104863210486251048626 1048626104862410486241048629BRIASSOULIS H Analysis of Land Use Change Teoretical and Modeling

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Approaches Morgantown Regional Research Institute West VirginiaUniversity 1048626104862410486241048624

BUARQUE S C Metodologia e teacutecnicas de construccedilatildeo de cenaacuterios globais

e regionais Rio de Janeiro IPEA 1048626104862410486241048627

CARPENTER S R et al ldquoScenarios for ecosystem services an overviewrdquoEcology and Society vol 10486251048625 n 1048625 1048626104862410486241048630

COSGROVE W J RIJSBERMAN F R World water vision LondresEarthscan Publications Ltd 1048626104862410486241048624

DALLA983085NORA E L AGUIAR A P D Lapola D M WOLTJER G 1048626104862410486251048628Why have land use change models for the Amazon failed to capture the

amount of deforestation over the last decade Land Use Policy 10486271048633 104862810486241048627-104862810486251048625DREBORG K H ldquoEssence of backcastingrdquo Futures vol 10486261048632 n 1048633 p 104863210486251048627-

104863210486261048632 1048625104863310486331048630EVANS K et al Field guide to the Future Four Ways for Communities

to Tink Ahead Nairobi Center for International Forestry Research(CIFOR) 1048626104862410486241048630 10486321048631 p

FOLHES R Cenaacuterios de mudanccedilas de uso da terra na Amazocircnia Explorando

uma abordagem participativa e multi-escala no PAE Lago Grande em

Santareacutem-Paraacute Beleacutem Universidade Federal do Paraacute 1048626104862410486251048624FOLHES R T et al Multi-scale participatory scenario methods and territorial

planning in the Brazilian Amazon (submetido)GARB Y et al ldquoScenarios in society society in scenarios toward a so-

cial scientific analysis of storyline-driven environmental modelingrdquoEnvironmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

GIBSON C et al ldquoe concept of scale and the human dimensions ofglobal change a surveyrdquo Ecological Economics v 10486271048626 p 104862610486251048631ndash104862610486271048633 1048626104862410486241048624

GIROD B ldquoe evolution of the IPCCrsquos emissions scenariosrdquo Environmental

Science amp Policy vol 10486251048626 1048626104862410486241048633GODET M ldquoe Art of Scenarios and Strategic Planning Tools and Pitfallsrdquo

echnological Forecasting and Social Change vol 10486301048629 p 1048627-10486261048626 1048626104862410486241048624GOacuteMES N ldquoe future of Amazoniardquo In Geo Amazonia 1048626104862410486241048633 p 104862610486291048629-104862610486311048630HEIJDEN K V D Scenarios the Art of Strategic Conversation Chichester

Wiley 1048625104863310486331048630JEFFERSON M ldquoShell scenarios What really happened in the 1048625104863310486311048624s and

what may be learned for current world prospectsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048633 n 1048625 p 104862510486321048630ndash104862510486331048631 1048626104862410486251048626KAHN H WIENER A Te year A framework for Speculation on the

Next Tirty-Tree Years Nova Iorque Macmillan 1048625104863310486301048631

7212019 AGUIAR ASSIS FOLHES Etal 2014 Cenaacuterios e Modelos

httpslidepdfcomreaderfullaguiar-assis-folhes-etal-2014-cenarios-e-modelos 2427

KAHN H Te next Years a scenario for America and the world NovaIorque Morrow 1048625104863310486311048630

KOK K et al ldquoMulti-scale narratives from an IA perspective Part IIParticipatory local scenario developmentrdquo Futures vol 10486271048632 1048626104862410486241048630

KOK K et al ldquoMethods for Developing Multiscale Participatory ScenariosInsights from Southern Africa and Europerdquo Ecology and Society vol 104862510486261048626104862410486241048631

KOK K ldquoe potential of Fuzzy Cognitive Maps for semi-quantitative sce-nario development with an example from Brazilrdquo Global Environmental

Change vol 10486251048633 1048626104862410486241048633KOK K et al ldquoCombining participative backcasting and exploratory scena-

rio development Experiences from the SCENES projectrdquo echnological

Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863210486271048629-104863210486291048625 1048626104862410486251048625LAMBIN E F GEIST H J Land-Use and Land-Cover Change Local

Processes and Global Impacts Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630LAPOLA D M et al ldquoIndirect land-use changes can overcome carbon

savings from biofuels in Brazilrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America vol 104862510486241048631 n 1048632 p 1048627104862710486321048632-1048627104862710486331048627 1048626104862410486251048624LAURANCE W et al ldquoe future of the Brazilian Amazonrdquo Science vol

104862610486331048625 p 104862810486271048632-104862810486271048633 1048626104862410486241048625

LEGGETT J et al Emissions Scenarios for the IPCC an Update CambridgeCambridge University Press 1048625104863310486331048626 p 10486301048633-10486331048629

MARGULIS S Causes of deforestation in Brazilian Amazon World BankWorking Paper 10486261048626 Washington World Bank 1048626104862410486241048628

MEA Ecosystems and Human Well-Being Millennium Ecosystem Assessment

Scenarios for the Future of Ecosystem Services (Millenium EcosystemAssessment) Washington Island Press 1048626104862410486241048629

MEADOWS D H et al Te Limits to Growth A Report for the Club of

Romersquos Project on the Predicament of Mankind Nova Iorque UniversityBooks 1048625104863310486311048626

METZGER M J et al ldquoe vulnerability of ecosystem services to land usechangerdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628 p 10486301048633-10486321048629 1048626104862410486241048630

MILLER R ldquoFutures Literacy A Hybrid Strategic Scenario Methodrdquo Futures vol 10486271048633 p 104862710486281048625-104862710486301048626 1048626104862410486241048631

MOSS R H E et al ldquoe next generation of scenarios for climate change

research and assessmentrdquo Nature vol 104862810486301048627 1048626104862410486251048624NAKICENOVIC N A et al Special Report on Emissions ScenariosCambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048625

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NORA E D et al Amazon conservation might not be the end of deforestation

in Brazil 1048626104862410486251048627 (submetido)OrsquoNEILL B C NAKICENOVIC N ldquoLearning from global emissions

scenariosrdquo Environonmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

PARSON E A B et al Global change scenarios Teir development and useUS Climate Change Science Program 1048626104862410486241048630

PARSON E A ldquoUseful global-change scenarios current issues and chal-lengesrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 1048626104862410486241048632

PATEL M et al ldquoParticipatory scenario construction in land use analysisAn insight into the experiences created by stakeholder involvement inthe Northern Mediterraneanrdquo Land Use Policy vol 10486261048628 1048626104862410486241048631

PFAFF A ldquoWhat drives deforestation in the Brazilian Amazon Evidence

from Satellite and Socio-economic datardquo Journal of EnvironmentalEconomics and Management vol 10486271048631 p 10486261048630-10486281048627 1048625104863310486331048633

POSTMA T J M LIEBL F ldquoHow to improve scenario analysis as a stra-tegic management toolrdquo echnological Forecasting amp Social Change vol10486311048626 p 104862510486301048625-104862510486311048627 1048626104862410486241048629

PULVER S VAN DEVEER S Global Environmental Futures - Interrogatingthe Practice and Politics of Scenarios Brown University 1048626104862410486241048631

QUIST J VERGRAGT P ldquoPast and future of backcasting e shi to

stakeholder participation and a proposal for a methodological frameworkrdquoFutures vol 10486271048632 n 1048633 p 1048625104862410486261048631-1048625104862410486281048629 1048626104862410486241048630

QUIST J et al ldquoe impact and spin-off of participatory backcasting From vision to nicherdquo echnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n1048629 p 104863210486321048627-104863210486331048631 1048626104862410486251048625

RASKIN P D et al ldquoGlobal Scenarios in Historical Perspectivesrdquo InCARPENTER S R et al (Eds) Ecosystems and human well-being scena-

rios Volume findings of the scenarios working group of the Millennium

Ecosystem Assessment Washington Island Press 1048626104862410486241048629 p10486271048629-10486281048628REIS E GUZMAacuteN R ldquoAn econometric model of Amazon Deforestationrdquo

In BROWN K PEARCE D (Eds) Te causes of tropical deforestation

the economic and statistical analysis of factors giving rise to the loss of

tropical forests Londres University College London Press 1048625104863310486331048628 p104862510486311048626-10486331048625RICHARDS C et al Practical Approaches to Participation (SERG Socio-

Economic Research Group Policy Brief ) Aberdeen eMacaulay

Institute 1048626104862410486241048628ROBINSON J B ldquoEnergy backcasting A proposed method of policy analy-sisrdquo Energy Policy vol 10486251048624 n 1048628 p 104862710486271048631-104862710486281048628 1048625104863310486321048626

ROBINSON J et al ldquoEnvisioning sustainability Recent progress in the

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use of participatory backcasting approaches for sustainability researchrdquoechnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863110486291048630-104863110486301048632 1048626104862410486251048625

SANTOS A D D Metodologias participativas caminhos para o fortaleci-

mento de espaccedilos puacuteblicos socioambientais Petroacutepolis IIEB - Instituto

Internacional de Educaccedilatildeo do Brasil 1048626104862410486241048629SOARES-FILHO B et al ldquoModeling conservation in the Amazon basinrdquo

Nature vol 1048628104862710486321048633 mar 1048626104862410486241048630SOARES-FILHO B et al Modeling Environmental Dynamics with Dinamica

EGO Belo Horizonte UFMG 1048626104862410486241048633 104862510486261048624 pSOARES-FILHO B et al ldquoRole of Brazilian Amazon protected areas in

climate change mitigationrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America 10486261048630 maio 1048626104862410486251048624

SOLER L S et al ldquoUsing fuzzy cognitive maps to describe current systemdynamics and develop land cover scenarios a case study in the BrazilianAmazonrdquo Journal of Land Use Science vol 1048631 n 1048626 p104862510486281048633-104862510486311048629 10486251048627 dez 1048626104862410486251048626

STIRLING A ldquoAnalysis participation and power justification and closurein participatory multi-criteria analysisrdquo Land Use Policy vol 10486261048627 n 1048625 p10486331048629-104862510486241048631 1048626104862410486241048630

SWART R et al ldquoStabilisation scenarios for climate impact assessmentrdquoGlobal Environmental Change vol 10486251048626 1048626104862410486241048626

UNEP Environment Outlook in the Amazonia GEO Amazonia Panama1048626104862410486241048632

UNEP Global Environment Outlook Nairobi 1048626104862410486251048626VAN ASSELT MARJOLEIN B A RIJKENS-KLOMP N ldquoA look in the

mirror reflection on participation in Integrated Assessment from amethodological perspectiverdquo Global Environmental Change vol 10486251048626 n1048627 p 104862510486301048631-104862510486321048628 1048626104862410486241048626

VAN NOTTEN P W F et al ldquoAn updated scenario typologyrdquo Futures vol10486271048629 n 1048629 p 104862810486261048627-104862810486281048627 1048626104862410486241048627

VAN VLIET M Kok K VELDKAMP T ldquoLinking stakeholders andmodellers in scenario studies the use of Fuzzy Cognitive Maps as acommunication and learning toolrdquo Futures vol 10486281048626 n 1048625 1048626104862410486241048633

VAN VUUREN D P et al ldquoScenarios in Global Environmental AssessmentsKey characteristics and lessons for future userdquo Global Environmental

Change vol 10486261048626 n 1048628 p 104863210486321048628-104863210486331048629 1048626104862410486251048626a

VAN VUUREN D P et al ldquoA proposal for a new scenario framework tosupport research and assessment in different climate research commu-nitiesrdquo Global Environmental Change vol 10486261048626 n 1048625 p 10486261048625-10486271048629 1048626104862410486251048626b

VERBURG P et al ldquoDownscaling of land use change scenarios to assess

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the dynamics of European landscapesrdquo Agriculture Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630

VERGRAGT P J QUIST J ldquoBackcasting for sustainability Introductionto the special issuerdquo echnological Forecasting and Social Change vol

10486311048632 n 1048629 p 104863110486281048631-104863110486291048629 1048626104862410486251048625VIEIRA I C G et al ldquoDeforestation and threats to the biodiversity of

Amazoniardquo Brazilian Journal of Biology vol 10486301048632 p 104863310486281048633-104863310486291048630 1048626104862410486241048632WESSELINK A et al ldquoRationales for public participation in environmental

policy and governance practitionersrsquo perspectivesrdquo Environment and

Planning A vol 10486281048627 n 10486251048625 p 1048626104863010486321048632-1048626104863110486241048628 1048626104862410486251048625WESTHOEK H J et al ldquoScenario development to explore the future of

Europersquos rural areasrdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628

p 1048631-10486261048624 1048626104862410486241048630aWesthoek H J VAN DEN BERG M BAKKES J A ldquoScenario deve-

lopment to explore the future of Europersquos rural areasrdquo Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630bWILKINSON A EIDINOW E ldquoEvolving practices in environmental

scenarios a new scenario typologyrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 p 104862410486281048629104862410486251048631 1048626104862410486241048632

WOLLENBERG E et al Anticipating Change Scenarios as a ool for Adaptive

Forest Management A Guide Bogor CIFOR 1048626104862410486241048624aWOLLENBERG E et al ldquoUsing scenarios to make decisions about the futu-

re anticipatory learning for the adaptive co-management of communityforestsrdquo Landscape and Urban Planning vol 10486281048631 n 1048625-1048626 p 10486301048629-10486311048631 1048626104862410486241048624b

WOLTJER G et al Te MAGNE model Module description Haia LEIWUR 1048626104862410486251048627

ZUREK M B HENRICHS T ldquoLinking scenarios across geographical scalesin international environmental assessmentsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048628 p 1048625104862610486321048626-1048625104862610486331048629 1048626104862410486241048631

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narrativas ateacute que estejam corretamente ligadas aos modeloscomputacionais

1048628 O uso de diversos meios para solicitar contribuiccedilotildees para os ce-naacuterios e comunicar os resultados

Essa abordagem foi utilizada por exemplo no Relatoacuterio especial sobrecenaacuterios de emissotildees (Special Report on Emissions Scenarios ndash SRES) doIPCC58 (Nakicenovic 1048626104862410486241048625) e em diversos estudos nas uacuteltimas deacutecadas(Van Vuuren Kok et al 1048626104862410486251048626)

A abordagem SAS combina as vantagens e desvantagens dos meacutetodosquantitativos e qualitativos mas apresenta como complicaccedilatildeo adicional aintegraccedilatildeo dos dois meacutetodos Em muitos casos os modelos computacionaisutilizados satildeo preacute-existentes No processo de construccedilatildeo dos cenaacuterios eles

satildeo parametrizados de acordo com as premissas estabelecidas durante oprocesso de construccedilatildeo dos cenaacuterios gerando os resultados quantitativosque os constituiratildeo de maneira mais ampla

Um das dificuldades reside na quantificaccedilatildeo das narrativas (Kok VanVliet et al 1048626104862410486251048625) pois frequentemente os modelos computacionais utilizadosnatildeo permitem a quantificaccedilatildeo de muitos dos fatores e suposiccedilotildees descritosPor outro lado em muitos casos os modelos requerem uma grande varie-dade de informaccedilotildees quantitativas para alimentar uma seacuterie de paracircmetros

que dificilmente satildeo extraiacutedos das narrativasRecentemente no contexto do projeto Cenaacuterios Hiacutedricos para a Europa

e Paiacuteses Vizinhos (Water Scenarios for Europe and Neighbouring States ndashScenes) Van Vliet (1048626104862410486241048633) propocircs a adaptaccedilatildeo do SAS para incorporar ummeacutetodo semiquantitativo o Fuzzy Cognitive Method (FCM) Este procuracapturar a dinacircmica presente e futura do sistema e estruturar os resultadosde oficinas participativas com vistas a facilitar a traduccedilatildeo das narrativaspara os modelos computacionais Algumas experiecircncias com a abordagemforam realizadas na Amazocircnia como discutido nas proacuteximas paacuteginas

Cenaacuterios normativos e exploratoacuterios

Outra forma de classificar os cenaacuterios estaacute relacionada ao propoacutesito docenaacuterio e agrave perspectiva de formulaccedilatildeo dos cenaacuterios do presente para o futu-ro ou do futuro para o presente ( foward looking X backward looking ) Como

10486291048632 Uma revisatildeo sobre os cenaacuterios de emissatildeo do IPCC eacute dada por Orsquoneill e Nakicenovic (2008) e Girod

(2009) Para o IPCC AR5 em preparaccedilatildeo atualmente estaacute sendo adotado um processo distinto descrito

em Moss (2010) e Van Vuuren Riahi et al (2012) Ver informaccedilotildees adicionais em htpsedacipcc-

dataorgddcar5_scenario_process (acessado em 16 dez 2013)

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mencionado acima os eixos adotados neste capiacutetulo satildeo ortogonais entre sicenaacuterios quantitativos eou qualitativos podem ser exploratoacuterios eou normati- vos Como natildeo haacute consenso entre os autores na forma de classificar os cenaacuteriosambientais de acordo com este criteacuterio ndash como vemos em Wollenberg Edmunds

et al (1048626104862410486241048624) Alcamo e Ribeiro (1048626104862410486241048625) Buarque (1048626104862410486241048627) Van Notten Rotmanset al (1048626104862410486241048627) Boumlrjeson Houmljer et al (1048626104862410486241048630) Evans Velarde et al (1048626104862410486241048630) Parson(1048626104862410486241048630) Westhoek Berg et al (1048626104862410486241048630) ndash resolveu-se adotar aqui a classificaccedilatildeode Alcamo e Ribeiro (1048626104862410486241048625) ilustrada na Figura 1048626 Acrescentamos poreacutemalgumas consideraccedilotildees baseadas nas demais tipologiasbull Cenaacuterios exploratoacuterios comeccedilam no presente e visam explorar tendecircn-

cias para o futuro Eles satildeo mais proacuteximos do significado original dapalavra cenaacuterio pois satildeo concebidos como uma sequecircncia de eventos

emergentesbull Cenaacuterios antecipatoacuterios (ou normativos) comeccedilam com uma visatildeo

prescrita (estabelecida a priori) do futuro (otimista pessimista ouneutra) O cenaacuterio eacute construiacutedo de frente para traacutes no tempo ligandoo presente ao futuro estabelecido pela visatildeo

Figura Diferenccedila entre cenaacuterios exploratoacuterios e normativos

Fonte IPCC () e Wollenberg ()

Os cenaacuterios normativos ou antecipatoacuterios incluem em sua concepccedilatildeoo desejo das pessoas envolvidas no seu processo de construccedilatildeo explorandocaminhos ou accedilotildees que deveriam ocorrer para alcanccedilar esse desejo Satildeoconcebidos como indicado em Robinson (1048625104863310486321048626) Dreborg (1048625104863310486331048630) Quist e

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Vergragt (1048626104862410486241048630) Quist issen et al (1048626104862410486251048625) Robinson Burch et al (1048626104862410486251048625)e Vergragt e Quist (1048626104862410486251048625) a partir de uma visatildeo do futuro que pode serpositiva negativa ou neutra e se desenvolve na discussatildeo do confronto dodesejo com as condiccedilotildees concretas mediante a construccedilatildeo de uma trajetoacuteria

invertida atraveacutes de meacutetodos de backcasting Esta visatildeo do futuro natildeo deve ser confundida com o cenaacuterio em si

que contempla os passos para alcanccedilar essa visatildeo Por sua proacutepria naturezao processo de construccedilatildeo de cenaacuterios normativos em geral pode requereruma maior participaccedilatildeo de stakeholders o que envolve o desejo dos atoresque satildeo parte do problema Cenaacuterios normativos podem ser particularmenteimportantes quando existem referecircncias institucionais ou poliacuteticas sobre odesenvolvimento de um processo como no caso do artigo 1048626 da Convenccedilatildeo

do Clima que prevecirc a estabilizaccedilatildeo da concentraccedilatildeo dos gases de efeito estufa(Swart 1048626104862410486241048626)

Jaacute os cenaacuterios exploratoacuterios satildeo utilizados em geral para analisar opossiacutevel desenrolar de acontecimentos futuros em relaccedilatildeo a determinadotema visando facilitar o posicionamento e a tomada de decisotildees sobreo assunto Costumam ser concebidos por meio da definiccedilatildeo dos fatoresdeterminantes das mudanccedilas em questatildeo no cenaacuterio e da seleccedilatildeo de incer-tezas criacuteticas entre esses fatores bem como de hipoacuteteses sobre como essas

incertezas se desenvolveriam Cenaacuterios exploratoacuterios podem ser elaboradospor especialistas eou pela participaccedilatildeo de stakeholders

Muitos estudos produzem cenaacuterios exploratoacuterios e normativos en-quanto outros combinam alguns elementos de ambas as perspectivas Porexemplo os cenaacuterios do Word Water Vision (Cosgrove amp Rijsberman 1048626104862410486241048624)combinam aspectos exploratoacuterios e normativos qualitativos e quantitativosJaacute Kok Van Vliet et al (1048626104862410486241048626) usando a abordagem SAS desenvolveramquatro cenaacuterios exploratoacuterios para a Europa em 1048626104862410486291048624 Um exerciacutecio debackcasting foi realizado tendo como visatildeo normativa de 1048626104862410486291048624 a utilizaccedilatildeoprovisatildeo e gerenciamento sustentaacutevel dos recursos hiacutedricos O objetivo doexerciacutecio foi identificar as accedilotildees necessaacuterias obstaacuteculos e oportunidades paraque o objetivo fosse alcanccedilado em qualquer dos quatro possiacuteveis futurosrepresentados pelos cenaacuterios exploratoacuterios

Finalmente cabe mencionar que em paralelo agrave classificaccedilatildeo de cenaacuteriosexploratoacuterios e normativos existe a diferenciaccedilatildeo entre cenaacuterios de base

(baseline) e cenaacuterios de anaacutelise de poliacuteticas ( policy scenarios)983093983097 (Alcamo eRibeiro 1048626104862410486241048625) Estes satildeo variaccedilotildees daqueles e visam avaliar os efeitos de

10486291048633 Alguns autores se referem aos policy scenarios como cenaacuterios alternativos ou canocircnicos (Buarque

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diferentes accedilotildees poliacuteticas em relaccedilatildeo ao cenaacuterio de referecircncia Por sua vezos cenaacuterios de base no contexto de cenaacuterios ambientais visam apresentaralternativas para o futuro sem considerar os impactos de poliacuteticas ambien-tais servindo como referecircncia para a comparaccedilatildeo983094983088

Aleacutem de servir de referecircncia a construccedilatildeo de cenaacuterios de base permiteexplorar as incertezas quanto ao desenvolvimento dos demais fatores deter-minantes natildeo diretamente associados a accedilotildees poliacuteticas normalmente ndash masnatildeo necessariamente ndash construiacutedos atraveacutes da perspectiva exploratoacuteria983094983089Alguns estudos natildeo fazem essa distinccedilatildeo enquanto outros buscam elaborarsomente cenaacuterios de base Por exemplo os cenaacuterios de emissotildees (SRES) doIPCC satildeo organizados em quatro famiacutelias de cenaacuterios baseline construiacutedasde modo exploratoacuterio

No processo de construccedilatildeo de cenaacuterios podem ser combinadosdiferentes meacutetodos inclusive oficinas de trabalho entrevistas estrutu-radas a teacutecnica de Delfos meacutetodos de backcasting e uma seacuterie de meacuteto-dos participativos (Buarque 1048626104862410486241048627) A seleccedilatildeo dos meacutetodos especiacuteficosempregados em um determinado projeto iraacute depender do conjunto dedecisotildees relativas aos objetivos da anaacutelise (a) escala temporal (horizontee intervalo de tempo) (b) opccedilatildeo por qualitativos eou quantitativos (c)opccedilatildeo por abordagem exploratoacuteria eou normativa (d) forma de parti-

cipaccedilatildeo da sociedade no processo de construccedilatildeo (e) representaccedilatildeo deuma escala ou muacuteltiplas escalas espaciais As proacuteximas seccedilotildees discutemos itens (d) e (e)

Cenaacuterios participativos e elaborados por especialistas

Para diferenciar cenaacuterios participativos daqueles elaborados por es-pecialistas satildeo inicialmente apresentadas algumas definiccedilotildees62

bull Participaccedilatildeo semanticamente eacute muito semelhante ao envolvimento ndash o

2003) enquanto os cenaacuterios baseline satildeo tambeacutem chamados de cenaacuterios de referecircncia non-intervention

ou business as usual (BAU)

10486301048624 Embora em vaacuterios casos seja difiacutecil fazer essa separaccedilatildeo pois muitas poliacuteticas jaacute fazem parte da

sociedade como nota o proacuteprio autor

10486301048625 Alguns estudos adotam somente um cenaacuterio de base em muitos casos chamado business as usual No

entanto alguns autores discutem a pertinecircncia da concepccedilatildeo de cenaacuterios BAU nos tempos atuais pois

a possibilidade de transiccedilotildees abruptas incertezas e instabilidades natildeo satildeo consideradas (Vergragt amp

Quist 2011)

10486301048626 Apresentamos aqui apenas uma breve revisatildeo dos conceitos para embasar a classicaccedilatildeo dos cenaacuterios

Existe toda uma literatura sobre o assunto com inclusive diferentes deniccedilotildees e pontos de vista sobre

o alcance da participaccedilatildeo fora do escopo deste capiacutetulo

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ato ou processo de estar envolvido Na literatura das ciecircncias sociaissignifica o ato de participaccedilatildeo ativa de grupos sociais na apreciaccedilatildeo edecisatildeo dos processos em que se encontram direta ou indiretamenteenvolvidos com conhecimentos relevantes sobre a questatildeo em jogo

conforme Stirling (1048626104862410486241048630) e Wesseling Paavola et al (1048626104862410486251048625)bull Stakeholders atores e especialistas Heijden (1048625104863310486331048630) diferencia atores

de stakeholders para fins de anaacutelises de cenaacuterios Stakeholders satildeo osinteressados no tema em discussatildeo no cenaacuterio que recebem as conse-quecircncias das accedilotildees Atores satildeo as pessoas ou organizaccedilotildees que atuamno objeto analisado porque tecircm o poder de tomar decisotildees mas natildeonecessariamente sofrem as consequecircncias das mesmas Especialistaspor outro lado satildeo pessoas com conhecimento especiacutefico ndash cientistas

profissionais burocratas etc ndash sobre algum dos aspectos relevantes aotema do cenaacuterio ou a outros a ele relacionados mas natildeo tecircm neces-sariamente poder de accedilatildeo Isto significa que os especialistas natildeo satildeoem princiacutepio diretamente interessados ou afetados pelo tema emboraeventualmente possam ser

bull Meacutetodos participativos incluem entrevistas e questionaacuterios dirigidos agrupos focais envolvendo stakeholders conforme Van Asselt Marjolein

e Rijkens-Klomp (1048626104862410486241048626) e Richards Sherlock et al (1048626104862410486241048628) Muitasdas teacutecnicas de cenaacuterios ndash especialmente no niacutevel local ndash utilizammeacutetodos baseados no denominado diagnoacutestico raacutepido participati-

vo (DRP) que consiste em teacutecnicas simples normalmente visuaisque tecircm sido utilizadas em vaacuterios contextos conforme vemos emWollenberg Edmunds et al (1048626104862410486241048624) e Evans Velarde et al (1048626104862410486241048630)Tais meacutetodos vecircm sendo amplamente empregados na Amazocircnia porONGs cientistas e oacutergatildeos governamentais aleacutem de experiecircncias de

mapeamento participativo alinhadas ao movimento socioambiental(Santos 1048626104862410486241048629) Jaacute as experiecircncias de construccedilatildeo de cenaacuterios propria-mente ditos principalmente atraveacutes de meacutetodos participativos satildeomenos comuns na Amazocircnia

bull Cenaacuterios participativos satildeo aqueles construiacutedos com o envolvimentodireto de stakeholders atraveacutes de meacutetodos participativos em que os atorese especialistas podem tomar parte de forma secundaacuteria

Recentemente tem sido dada atenccedilatildeo ao valor da inclusatildeo de meacutetodosparticipativos em anaacutelises de cenaacuterios De acordo com Wollenberg et al(1048626104862410486241048624) ldquocenaacuterios seratildeo mais poderosos em criar novos conhecimentosquando envolvem diretamente stakeholdersrdquo Em escala global os cenaacuterios

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tendem a ser do tipo exploratoacuterio focados em produzir resultados cien-tiacuteficos quantitativos e com uma construccedilatildeo de narrativas normalmentebaseada na contribuiccedilatildeo de especialistas (Parson 1048626104862410486241048632) Nesse caso osstakeholders atores e tomadores de decisatildeo satildeo mais envolvidos durante

processos de revisatildeo do que na fase de elaboraccedilatildeo dos cenaacuterios Por outrolado diversos exerciacutecios em escala local tecircm enfatizado o processo decomunicaccedilatildeo e construccedilatildeo de consenso entre stakeholders que pode acom-panhar o desenvolvimento de cenaacuterios (qualitativos) em especial na Aacutesiae Aacutefrica como indicado por Wollenberg Edmunds et al (1048626104862410486241048624) e Alcamo(1048626104862410486241048630) Mas essas diferenccedilas entre cenaacuterios globais e locais refletem apenasgrandes tendecircncias A literatura indica que eacute possiacutevel engajar stakeholders com sucesso nos niacuteveis nacional e internacional e haacute exemplos concretos

como em alguns dos estudos regionais do MEA (Kok Biggs et al 1048626104862410486241048631)As vantagens da utilizaccedilatildeo de processos participativos estatildeo relacio-

nadas agrave relevacircncia credibilidade legitimidade e criatividade (Van Vliet1048626104862410486241048633) ndash criteacuterios normalmente adotados para avaliar a qualidade de anaacutelisesde cenaacuterios (Alcamo 1048626104862410486241048632) Quatro categorias de razotildees para a utilizaccedilatildeodesse tipo de processo foram discutidas na literatura por Stirling (1048626104862410486241048630) ePatel Kok et al (1048626104862410486241048631) A primeira categoria eacute a (a) normativa a participaccedilatildeosegue princiacutepios democraacuteticos e portanto deve ser utilizada para evitar que

decisotildees sejam tomadas sem refletir os valores do puacuteblico A segunda eacute a(b) instrumental a participaccedilatildeo assegura que os cenaacuterios sejam relevantese verossiacutemeis para os usuaacuterios finais A terceira (c) substantiva atraveacutesda participaccedilatildeo obteacutem-se mais e melhor informaccedilatildeo devido agrave inclusatildeode conhecimento local Por fim o (d) aprendizado social a participaccedilatildeopode proporcionar uma arena de aprendizado para todos os envolvidose assim gerar ideias importantes e potencialmente surpreendentes

Por outro lado alguns pontos negativos devem ser assinalados comoa falta de reprodutibilidade pois existem orientaccedilotildees gerais mas natildeo me-todologias estritas Normalmente os meacutetodos satildeo propositadamente natildeoestruturados e seu resultado depende muito da seleccedilatildeo dos participantes(Kok Patel et al 1048626104862410486241048630) Outra desvantagem se encontra nas posiccedilotildees muitocontrastantes entre os stakeholders que podem afetar significativamente osdebates e decisotildees Por isso eacute necessaacuterio conhecer as predisposiccedilotildees dosparticipantes que representam diferentes grupos de interesses

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Cenaacuterio em escala uacutenica ou muacuteltipla

Os cenaacuterios ambientais tecircm sido construiacutedos em diferentes escalas63 espaciais ndash global regional local ndash com diferentes objetivos e graus deenvolvimento de stakeholders em niacuteveis diversos (Alcamo et al 1048626104862410486241048630)

As escalas temporais desses cenaacuterios tambeacutem variam os cenaacuterios globaisabrangem normalmente uma perspectiva de tempo maior ndash ateacute 1048626104862410486291048624 ou1048626104862510486241048624 tomando por base o atual ano de 1048626104862410486251048627 ndash enquanto os regionais elocais focam em periacuteodos mais curtos ndash ateacute 1048626104862410486251048629 ou 1048626104862410486261048629 Os processos efatores determinantes analisados nos cenaacuterios dependem da escala espa-cial e temporal assim como a seleccedilatildeo de stakeholders no caso de cenaacuteriosparticipativos e a escolha de modelos computacionais no caso de cenaacuterioscom modelos quantitativos

Stakeholders em diferentes niacuteveis de processos de decisatildeo ou delibe-raccedilatildeo ndash local regional nacional internacional ndash podem ter perspectivasdiferentes O equiliacutebrio de forccedilas descrito na seccedilatildeo anterior conforme apon-tado por Kok Biggs et al (1048626104862410486241048631) e Zurek e Henrichs (1048626104862410486241048631) pode diferirentre escalas enquanto conjuntos diferentes de problemas e oportunidadespodem ser destacados em diferentes escalas mesmo quando se discute ummesmo tema geral ndashuso e disponibilidade da aacutegua por exemplo

Cenaacuterios participativos multiescala visam entatildeo incorporar essas di- versas perspectivas ao processo de construccedilatildeo dos cenaacuterios Alcamo et al(1048626104862410486241048630) ao final de sua revisatildeo do estado da arte em cenaacuterios para a siacutentesedo programa Land Use and Cover Change (LUCC) (Lambin et al 1048626104862410486241048630)recomendam o desenvolvimento de cenaacuterios multiescala como uma formade aumentar a credibilidade e relevacircncia dos cenaacuterios por meio da incor-poraccedilatildeo de uma gama maior de visotildees Em outra anaacutelise recente sobre ofuturo dos cenaacuterios ambientais Parson (1048626104862410486241048630 1048626104862410486241048632) defende a existecircncia

de uma rede natildeo centralizada de cenaacuterios ambientais em diferentes escalaspara atender a diferentes necessidades Esses cenaacuterios podem se basear emndash ou interpretar ndash cenaacuterios de escalas mais globais e ligaacute-los aos contextos enecessidades de anaacutelise e apoio agrave tomada de decisatildeo em diferentes escalas

Um aspecto importante na definiccedilatildeo da metodologia de construccedilatildeo decenaacuterios multiescala eacute o modo como as relaccedilotildees de influecircncia entre escalasseratildeo tratadas em determinado estudo conforme Biggs (1048626104862410486241048631) e Kok Biggset al (1048626104862410486241048631) Essas influecircncias podem ser top-down ndash cenaacuterios globais e

10486301048627 Escala eacute a dimensatildeo espacial temporal e analiacutetica que cientistas utilizam para medir e estudar algum

objeto ou processo (Gibson Ostrom et al 2000) Todas as escalas tecircm extensatildeo e resoluccedilatildeo

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regionais contextualizando os cenaacuterios locais ndash eou bottom-up ndash cenaacuterioslocais alimentando os regionais e globais

As relaccedilotildees entre as escalas podem ser desenvolvidas de forma in-dependente ndash ou parcialmente independente ndash ou acoplada conforme as

perspectivas incertezas e fatores de uma escala informem a construccedilatildeode cenaacuterios nas demais escalas Essa decisatildeo mais uma vez depende doobjetivo do estudo levando em consideraccedilatildeo por exemplo a necessidadede comparar resultados e manter consistecircncia entre escalas em contrapo-siccedilatildeo ao fato de que o acoplamento excessivo pode atuar como limitadorda criatividade nas escalas mais locais comprometendo o resultado doscenaacuterios

Revisatildeo sobre estudos de cenaacuterios para a Amazocircnia

Dentro de um contexto complexo que envolve fronteiras agriacutecolasemissotildees de gases do efeito estufa derivadas do desmatamento impactosdas mudanccedilas climaacuteticas conservaccedilatildeo ambiental conflitos sociais orde-namento territorial e regularizaccedilatildeo fundiaacuteria vaacuterios estudos de cenaacuteriosdiscutem o futuro da Amazocircnia em diferentes escalas empregando diversasabordagens metodoloacutegicas e conjuntos de premissas

Em escala global vaacuterios cenaacuterios satildeo norteados pelo desafio de conci-liar a provisatildeo de serviccedilos ambientais de modo mais amplo agrave necessidadede suprir a crescente demanda por alimentos Tais estudos naturalmenteincluem resultados referentes agrave Amazocircnia como a Avaliaccedilatildeo Ecossistecircmica

do Milecircnio (MEA 1048626104862410486241048629) que desenvolveu quatro cenaacuterios focados nas mu-danccedilas no ecossistema e suas consequecircncias para o bem-estar social Doisdesses cenaacuterios se concentram em mudanccedilas de uso e cobertura da terrao primeiro prioriza a produccedilatildeo nacional e o segundo as tecnologias verdese alternativas econocircmicas mais ecoloacutegicas Uma ampla revisatildeo sobre cenaacute-rios globais de uso da terra pode ser encontrada em Lambin et al (1048626104862410486241048630)Recentemente projeccedilotildees espacialmente expliacutecitas sobre o uso da terra(Moss 1048626104862410486251048624) foram geradas no contexto do IPCC AR1048629 visando subsidiara nova geraccedilatildeo de modelos do sistema terrestre Tais dados foram geradospor modelos globais integrados (integrated assessment models) e consistemem projeccedilotildees de uso da terra com base em previsotildees de crescimento da

demanda por alimentos fibras e energiaPor outro lado a maior parte dos estudos espacialmente expliacutecitosrealizados na escala regional para a Amazocircnia apresenta uma abordagem

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focada em fatores intrarregionais64 em especial no papel das estradasaacutereas protegidas e accedilotildees de comando e controle Dentre eles destacam-se

bull Os cenaacuterios propostos por Laurance Cochrane et al (1048626104862410486241048625) concentra-ram suas discussotildees nos efeitos do programa Avanccedila Brasil proposto pelo

governo brasileiro entre os anos de 1048626104862410486241048624 a 1048626104862410486241048631 que previam uma seacuterie deprojetos de infraestrutura inclusive na Amazocircnia Seus cenaacuterios quantita-tivos baseados em anaacutelises espaciais extrapolam para os proacuteximos vinteanos os impactos desse aumento de infraestrutura com base nos impactosdas deacutecadas anteriores Formularam-se dois cenaacuterios um pessimista queconsiderava a manutenccedilatildeo das tendecircncias do desmatamento e um otimistano qual o desmatamento e a degradaccedilatildeo florestal seriam reduzidos atraveacutesde uma seacuterie de accedilotildees de proteccedilatildeo ambiental

bull Soares-Filho Nepstad et al (1048626104862410486241048630) discutiram a importacircncia das aacutereasprotegidas e o impacto de novas rodovias pavimentadas nas mudanccedilas deuso da terra na bacia amazocircnica Foram desenvolvidos oito cenaacuterios dosquais o mais pessimista assumia que o desmatamento iria continuar deacordo com as tendecircncias observadas ateacute entatildeo as estradas seriam pavimen-tadas as reservas legais natildeo seriam respeitadas e nem seriam criadas novasaacutereas protegidas Esses autores tambeacutem consideraram reflexos de decisotildeespoliacutetico-administrativas num cenaacuterio oposto chamado governanccedila em

que pressupunham a manutenccedilatildeo das reservas e de zonas agroecoloacutegicasde uso da terra e a criaccedilatildeo de novas aacutereas protegidas Aleacutem desses foramconsiderados seis cenaacuterios intermediaacuteriosbull O mesmo estudo considerou a contribuiccedilatildeo das aacutereas protegidas parauma possiacutevel reduccedilatildeo do desmatamento atraveacutes da construccedilatildeo de cincocenaacuterios para 1048626104862410486291048624 que incluiacuteam (a) a exclusatildeo de todas as aacutereas protegidasexistentes (b) todas as aacutereas protegidas criadas ateacute 1048626104862410486241048626 (c) as aacutereas pro-tegidas criadas ateacute 1048626104862410486241048632 exceto as treze aacutereas criadas a partir do programaAacutereas Protegidas da Amazocircnia (ARPA) (d) todas as aacutereas protegidas ateacute1048626104862410486241048632 sem exceccedilatildeo (e) as aacutereas protegidas ateacute 1048626104862410486241048626 com expansatildeo previstapelo ARPA Os cenaacuterios de uso da terra considerando estas aacutereas protegidasforam combinados com dois cenaacuterios socioeconocircmicos para crescimentoalto e moderado da agricultura

10486301048628 Em escala regional muitos modelos economeacutetricos e estatiacutesticos foram desenvolvidos para estudar as

causas do desmatamento como vemos em Reis e Guzmaacuten (1994) Andersen e Reis (1997) Pfaff (1999)

Margulis (2004) e Andersen Granger et al (2002) Aguiar Cacircmara et al (2007) apresentam uma revisatildeo

desses modelos Neste capiacutetulo enfocamos estudos que geraram resultados espacialmente expliacutecitos

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A Figura 1048628 compara as taxas de desmatamento estimadas ou ado-tadas nesses trabalhos Como pode ser observado na Figura 1048628b mesmoas projeccedilotildees mais ldquootimistasrdquo superestimaram as taxas de desmatamentoobservadas de 1048626104862410486241048628 ateacute 1048626104862410486251048626 como discutido por Dalla-Nora Aguiar et

al (1048626104862410486251048628) Esse fato de modo algum desmerece a importacircncia dos traba-lhos principalmente porque a proacutepria repercussatildeo dos estudos pode terinfluenciado decisotildees poliacutetico-administrativas de controle do processodesordenado de ocupaccedilatildeo da regiatildeo

Pesa tambeacutem sobre modelos que buscam representar processos sociaisa inerente complexidade dos fatores que os influenciam Logo decisotildeesmetodoloacutegicas devem ser tomadas durante o processo de construccedilatildeo dosmodelos que satildeo sempre uma representaccedilatildeo simplificada da realidade Como

mencionado anteriormente os cenaacuterios acima utilizam principalmentefatores intrarregionais como determinantes tanto da localizaccedilatildeo quanto daquantidade de mudanccedilas (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048628) Assim descon-sideram o contexto econocircmico e institucional nos niacuteveis global e nacionalinclusive os padrotildees de consumo as oscilaccedilotildees do mercado e as decisotildeespoliacuteticas mais amplas sendo as taxas de desmatamento determinadas peloaumento ou diminuiccedilatildeo de estradas e aacutereas protegidas

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Figura axas de desmatamento estimadas por diferentes modelos

Fonte Dalla-Nora et al ()

Subjacente a isso existe um aspecto mais sutil relacionado ao proacuteprioconceito de cenaacuterios discutidos neste capiacutetulo Os resultados dos estudos

que buscaram estimar taxas de desmatamento representam em linhasgerais um mesmo cenaacuterio BAU ndash uma visatildeo do futuro fundamentada nastendecircncias de desmatamento observadas com variaccedilotildees em termos deestradas aacutereas protegidas etc ( policy ) Dessa maneira nenhum dos tra-balhos referidos explorou de fato futuros alternativos e por consequecircncianatildeo tratou como incerteza o posicionamento do governo e da sociedadeem relaccedilatildeo agraves questotildees ambientais E a reversatildeo da trajetoacuteria da taxa dedesmatamento tem sido em grande parte creditada agraves accedilotildees de comando econtrole de restriccedilatildeo ao creacutedito rural e de sistemas de monitoramento nocontexto do Plano de Prevenccedilatildeo e Controle do Desmatamento na AmazocircniaLegal (PPCDAm) enquanto sua manutenccedilatildeo vem sendo atrelada a umanova postura dos mercados consumidores exemplificada pelos acordosdas moratoacuterias da carne e soja

Uma abordagem alternativa agrave utilizaccedilatildeo exclusiva de fatores intrar-regionais foi proposta por Aguiar (1048626104862410486241048630) na qual a quantidade de desma-

tamento era exoacutegena ao modelo como uma proxy da pressatildeo de mercadopara a expansatildeo da fronteira agropecuaacuteria Embora esse estudo natildeo pre-tendesse estimar taxas de desmatamento como os demais ele apresentavacomo diferencial sua busca por ilustrar o balanccedilo entre fatores locais e a

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pressatildeo externa do mercado Com isso enfatizou a necessidade tanto deconsiderar ambos em exerciacutecios de modelagem e em poliacuteticas de contenccedilatildeoao desmatamento quanto de interpretar toda a regiatildeo de modo holiacutesticopois caso medidas mais abrangentes natildeo fossem incorporadas ndash como

restriccedilotildees ao creacutedito rural e accedilotildees de comando e controle ndash a pressatildeo domercado poderia deslocar as fronteiras para aacutereas natildeo protegidas O modelotambeacutem introduz a representaccedilatildeo de mecanismos de comando e controlee cumprimento da lei como o Coacutedigo Florestal

Um dos principais fatores para a representaccedilatildeo dos padrotildees espaciaisde desmatamento na Amazocircnia eacute a conectividade da regiatildeo com os mer-cados nacionais devido agrave proximidade atraveacutes da rede viaacuteria Eacute a conexatildeoa mercados interagindo com fatores locais ndash como a presenccedila de aacutereas

protegidas a distacircncia de estradas assentamentos e qualidade do solo ndashque explicava os padrotildees passados de desmatamento na regiatildeo (Aguiar etal 1048626104862410486241048631) Mas mesmo nesse trabalho como ilustra a Figura 1048628 a menortaxa de desmatamento considerada eacute de 10486251048629104862410486241048624 km1048626ano

Por outro lado comeccedilaram a surgir mais recentemente trabalhos queconsideram o futuro da Amazocircnia dentro do contexto global e nacionalde pressatildeo por alimentos alinhados a estudos de cenaacuterios globais Umprimeiro exemplo para a regiatildeo foi o estudo de Lapola Schaldach et al

(1048626104862410486251048624) que explorava atraveacutes de modelos computacionais os impactos daproduccedilatildeo de biocombustiacuteveis no Brasil e seus efeitos sobre as fronteirasagriacutecolas e pecuaacuterias O estudo sugere um deslocamento da pecuaacuteria paraa Amazocircnia com uma expansatildeo de 104862510486261048625104863310486311048624 km1048626 representando mudanccedilasregionais indiretas ligadas aos contextos nacional e global e apontandopara uma tendecircncia na aacuterea de modelagem e cenaacuterios de uso da terraPoreacutem cabe ressaltar que os resultados desse estudo tampouco captamos padrotildees observados do desmatamento (Figura 1048628) Em contraponto aosestudos mencionados este privilegiou fatores globais mas simplificouos fatores intrarregionais mostrando como uma abordagem totalmentebaseada nas forccedilas de mercado natildeo seria capaz de representar a complexarealidade da regiatildeo

Nesse sentido a tendecircncia atual em novos modelos eacute tratar a regiatildeocomo um sistema aberto interconectado aos mercados globais e nacionaiscomo resumido por Dalla-Nora Aguiar et al (1048626104862410486251048628) Nesses novos mode-

los as trajetoacuterias de uso da terra na Amazocircnia passam a ser consideradasno contexto daquelas do resto do paiacutes em especial no Cerrado Por outrolado os contextos socioeconocircmico institucional e poliacutetico local interagemcom as demais escalas e devem ser representados tambeacutem Esse eacute o desafio

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que os pesquisadores da aacuterea de modelagem de mudanccedilas e uso da terraenfrentam no momento

Existem vaacuterias iniciativas em andamento que buscam combinarmodelos econocircmicos de equiliacutebrio geral ndash ou parcial ndash a modelos es-

pacialmente expliacutecitos com mais detalhe sobre o Brasil Destacam-senessa linha o projeto SIMBRASIL-1048626OPTIMAGRO desenvolvido pelaUniversidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que integra a plataformade modelagem Dinacircmica EGO (Soares-Filho Rodrigues et al 1048626104862410486241048633) aoBrazilian Land Use Model (Blum) um modelo econocircmico de equiliacutebrioparcial desenvolvido pelo Instituto de Estudos do Comeacutercio e NegociaccedilotildeesInternacionais (Icone)

No contexto do projeto de pesquisa REDD-PAC ndash uma parceria

entre o Instituto Internacional de Anaacutelise de Sistemas Aplicados (Iiasa)o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Instituo de PesquisaEconocircmica Aplicada (Ipea) ndash uma versatildeo do modelo de equiliacutebrio parcialGlobal Biosphere Management Model (Globiom) estaacute sendo adaptadopara o Brasil

Tambeacutem no Inpe estaacute em andamento a integraccedilatildeo de modelos gera-dos na plataforma LuccME (Aguiar 1048626104862410486251048626) para a Amazocircnia e o Cerrado agraveplataforma Magnet (Woltjer Kuiper et al 1048626104862410486251048627) um modelo de equiliacutebrio

geral desenvolvido no Instituto de Economia Agriacutecola da Universidade deWageningen na Holanda com base no Projeto de Anaacutelise do ComeacutercioGlobal (GTAP) da Universidade de Purdue (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048627)

Finalmente voltando agrave distinccedilatildeo entre resultados de modelos e oconceito de cenaacuterios de modo mais amplo tais projetos visam ao desen- volvimento de modelos ou arcabouccedilos computacionais Estes por sua vezpoderatildeo posteriormente ser utilizados em estudos de cenaacuterios A constru-ccedilatildeo de cenaacuterios eacute um processo longo e complexo em si particularmentese realizado de modo participativo com a presenccedila de stakeholders e emmuacuteltiplas escalas Processos participativos para a discussatildeo de cenaacuteriosnatildeo satildeo comuns no Brasil quanto menos os que almejam uma abordagemquantitativa e qualitativa Entre os estudos qualitativos realizados para aAmazocircnia cabe citarbull Goacutemes (1048626104862410486241048633) desenvolveu quatro cenaacuterios qualitativos para toda a baciaamazocircnica para 1048626104862410486261048630 baseados na participaccedilatildeo de stakeholders e atores

responsaacuteveis por tomadas de decisatildeo Esses cenaacuterios exploraram umacombinaccedilatildeo entre trecircs fontes de incerteza consideradas criacuteticas (a) o papeldas poliacuteticas puacuteblicas na regulamentaccedilatildeo do uso dos recursos naturais (b)o comportamento do mercado (c) inovaccedilatildeo ciecircncia e tecnologia

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bull Kok (1048626104862410486241048633) e Soler Kok et al (1048626104862410486241048633) utilizaram uma ferramenta semi-quantitativa ( fuzzy cognitive maps) com o objetivo de aprimorar a uniatildeode cenaacuterios quantitativos e qualitativos para capturar melhor a dinacircmicado desmatamento apresentando-a em narrativas mais consistentes e numa

maior diversidade de modelos quantitativosbull Vieira Toledo et al (1048626104862410486241048632) combinaram cenaacuterios qualitativos a um mo-delo quantitativo de multiagentes ndash a plataforma Cormas desenvolvidapor pesquisadores do Centro de Cooperaccedilatildeo Internacional de PesquisaAgronocircmica para o Desenvolvimento (Centre de Coopeacuteration Internationaleen Recherche Agronomique pour le Deacuteveloppement ndash Cirad) ndash para pro-mover um diaacutelogo entre atores locais com poder de decisatildeo e cientistas apartir da adoccedilatildeo de meacutetodos participativos

bull Os cenaacuterios do Environment Outlook in Amazonia (GEO Amazonia)(Unep 1048626104862410486241048632) satildeo qualitativos10486301048629 formulados com a participaccedilatildeo de especia-listas e stakeholders com o horizonte de tempo 1048626104862410486241048630-1048626104862410486251048630-1048626104862410486261048630 A definiccedilatildeode poliacuteticas puacuteblicas o comportamento do mercado e o desenvolvimentoda ciecircncia e da tecnologia satildeo os principais fatores determinantes e fontesde incerteza capazes de interferir no destino da Amazocircnia Com base naanaacutelise exploratoacuteria dessas incertezas foram selecionados quarto cenaacuteriosconsiderados plausiacuteveis pelos stakeholders Emergent Amazonia Inching

Along the Precipice Light and Shadows e Once-Greenhell Cabe notar quenesse processo do GEO para a Amazocircnia um cenaacuterio de sustentabilidadebaseado na melhoria da qualidade de vida da regiatildeo e utilizaccedilatildeo sustentaacuteveldos recursos naturais natildeo foi desenvolvido por ser o ideal e desejaacutevel paraa regiatildeo ndash e o processo natildeo foi normativobull Folhes (1048626104862410486251048624) e Folhes Aguiar et al (sd) adaptaram abordagens decenaacuterios participativos multiescala agrave realidade da Amazocircnia utilizando oProjeto de Assentamento Extrativista Lago Grande (PAE Lago Grande)em Santareacutem como primeiro caso de estudo Poreacutem a abordagem adota-da foi a de construccedilatildeo de cenaacuterios normativos Numa situaccedilatildeo em que oscenaacuterios podem ser qualitativos normativos participativos ou multiescalarealizado para todo o assentamento e em trecircs comunidades os stakeholders

definiram em cada escala de estudo um cenaacuterio desejado (sustentaacutevel) e umnatildeo desejado no horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-1048626104862410486261048624 O processo promoveuuma discussatildeo sobre as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o futuro sustentaacutevel

De modo mais amplo os pesquisadores buscavam entender se tal processo

10486301048629 Em outros processos de cenaacuterios do GEO como o GEO-4 modelos computacionais foram utilizados

para gerar dados quantitativos

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participativo de construccedilatildeo de cenaacuterios poderia ser efetivo como ferramentano processo de consolidaccedilatildeo de diferentes unidades territoriais da regiatildeoSeguindo uma abordagem semelhante estaacute em andamento um processoparticipativo para a formulaccedilatildeo de cenaacuterios para toda a Amazocircnia com-

binando aspectos qualitativos e quantitativos normativos e exploratoacuteriosnum horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-104862610486241048629104862466 Os cenaacuterios qualitativos seratildeorepresentados por modelos computacionais em ambiente LuccME cujosresultados estatildeo em preparaccedilatildeo (Aguiara Vieira et al sd) e rediscutidoscom os stakeholders Diferentemente do processo adotado nos cenaacuteriosda Unep (GEO Amazonia) descrito acima o objetivo mais amplo doprojeto eacute justamente discutir as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o cenaacuteriode sustentabilidade

Conclusatildeo

Este capiacutetulo revisou os conceitos de cenaacuterios e suas principais abor-dagens visando subsidiar uma anaacutelise criacutetica sobre os modelos e cenaacuteriosdesenvolvidos nas deacutecadas anteriores para a Amazocircnia e entender asnecessidades de uma nova geraccedilatildeo de modelos computacionais em desen-

volvimento Espera-se que todos esses esforccedilos produzam modelos mais

robustos que contribuam para o avanccedilo cientiacutefico sobre os processos demudanccedila de uso da terra e possam ser utilizados pela sociedade como fer-ramentas em processos de discussatildeo sobre o futuro A existecircncia de vaacuteriosgrupos desenvolvendo modelos e cenaacuterios para a Amazocircnia e Brasil combase em meacutetodos e abordagens diferentes pode tambeacutem representar umganho para a sociedade

Em assuntos que envolvem interesses conflitantes como o uso da terrana Amazocircnia eacute preciso examinar atentamente as premissas e mecanismossubjacentes a modelos quantitativos que embasam os cenaacuterios ndash em especialos que satildeo construiacutedos com o objetivo expliacutecito de subsidiar a formula-ccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Pois no desejo por vezes bem intencionado docidadatildeo-pesquisador ao alertar sobre um problema ndash ou natildeo tatildeo bemintencionado ao defender grupos de interesses ndash manipulaccedilotildees podemfacilmente ser introduzidas E em alguns casos posiccedilotildees aparentementecientiacuteficas podem camuflar visotildees e interesses de muacuteltiplos atores e setores

ndash inclusive do proacuteprio governo Os modelos possuem tal complexidade que

10486301048630 O processo estaacute sendo liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (Embrapa) e pelo

Inpe no contexto do projeto Amazalert

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se tornam impenetraacuteveis para a maior parte da sociedade ndash e mesmo parapesquisadores de outras aacutereas E por vezes resultados de modelos passama ser tratados como verdades absolutas ndash o que eacute agravado quando existesomente um modelo para uma regiatildeo ou problema como no caso dos

impactos de obras de infraestrutura ou da expansatildeo de biocombustiacuteveisNatildeo podemos esquecer a frase de George Box que consideramos a

melhor sobre modelos ldquo Models are always wrong but some are useful rdquo Aoque acrescentamos e preste atenccedilatildeo nos grupos aos quais eles satildeo uacuteteis

Referecircncias

AGUIAR A P D et al ldquoSpatial statistical analysis of land-use determinants

in the Brazilian Amazonia Exploring intra-regional heterogeneityrdquoEcological Modelling vol 104862610486241048633 n 1048626-1048628 p 104862510486301048633-104862510486321048632 1048626104862410486241048631

AGUIAR A P D et al ldquoTerraME- LuccME an open-source frameworkfor spatially explicit land use change modellingrdquo Global Land Project

News vol 1048632 p 10486261048625-10486261048627 1048626104862410486251048626AGUIAR A P D et al Anticipating a forest transition scenario in the

Brazilian Amazon carbon emission estimates using a spatially-explicit

approach (submetido)

ALCAMO J RIBEIRO T Scenarios as tools for international environmentalassessments Copenhagen European Environment Agency 1048626104862410486241048625

ALCAMO J Searching for the future of land Scenarios from the local to

global scale Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630 p104862510486271048631-104862510486291048630ALCAMO J Environmental futures the practice of environmental scenario

analysis Amsterdam Elsevier 1048626104862410486241048632ANDERSEN L et al Te dynamics of Deforestation and Economic Growth

in the Brazilian Amazon Cambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048626ANDERSEN L REIS E Deforestation development and government policy

in the Brazilian Amazon an econometric analysis (IPEA Report 10486311048630-1048625104863310486331048631)Rio de Janeiro IPEA 1048625104863310486331048631

BIGGS R et al ldquoLinking futures across scales a dialog on multiscale sce-nariosrdquo Ecology and Society vol 10486251048626 1048626104862410486241048631

BOumlRJESON L et al ldquoScenario types and techniques Towards a userrsquosguiderdquo Futures vol 10486271048632 n 1048631 p 104863110486261048627-104863110486271048633 1048626104862410486241048630

BRADFIELD R ldquoe origins and evolution of scenario techniques in longrange business planningrdquo Futures vol 10486271048631 p 104863110486331048629-104863210486251048626 1048626104862410486241048629BRIASSOULIS H Analysis of Land Use Change Teoretical and Modeling

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Approaches Morgantown Regional Research Institute West VirginiaUniversity 1048626104862410486241048624

BUARQUE S C Metodologia e teacutecnicas de construccedilatildeo de cenaacuterios globais

e regionais Rio de Janeiro IPEA 1048626104862410486241048627

CARPENTER S R et al ldquoScenarios for ecosystem services an overviewrdquoEcology and Society vol 10486251048625 n 1048625 1048626104862410486241048630

COSGROVE W J RIJSBERMAN F R World water vision LondresEarthscan Publications Ltd 1048626104862410486241048624

DALLA983085NORA E L AGUIAR A P D Lapola D M WOLTJER G 1048626104862410486251048628Why have land use change models for the Amazon failed to capture the

amount of deforestation over the last decade Land Use Policy 10486271048633 104862810486241048627-104862810486251048625DREBORG K H ldquoEssence of backcastingrdquo Futures vol 10486261048632 n 1048633 p 104863210486251048627-

104863210486261048632 1048625104863310486331048630EVANS K et al Field guide to the Future Four Ways for Communities

to Tink Ahead Nairobi Center for International Forestry Research(CIFOR) 1048626104862410486241048630 10486321048631 p

FOLHES R Cenaacuterios de mudanccedilas de uso da terra na Amazocircnia Explorando

uma abordagem participativa e multi-escala no PAE Lago Grande em

Santareacutem-Paraacute Beleacutem Universidade Federal do Paraacute 1048626104862410486251048624FOLHES R T et al Multi-scale participatory scenario methods and territorial

planning in the Brazilian Amazon (submetido)GARB Y et al ldquoScenarios in society society in scenarios toward a so-

cial scientific analysis of storyline-driven environmental modelingrdquoEnvironmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

GIBSON C et al ldquoe concept of scale and the human dimensions ofglobal change a surveyrdquo Ecological Economics v 10486271048626 p 104862610486251048631ndash104862610486271048633 1048626104862410486241048624

GIROD B ldquoe evolution of the IPCCrsquos emissions scenariosrdquo Environmental

Science amp Policy vol 10486251048626 1048626104862410486241048633GODET M ldquoe Art of Scenarios and Strategic Planning Tools and Pitfallsrdquo

echnological Forecasting and Social Change vol 10486301048629 p 1048627-10486261048626 1048626104862410486241048624GOacuteMES N ldquoe future of Amazoniardquo In Geo Amazonia 1048626104862410486241048633 p 104862610486291048629-104862610486311048630HEIJDEN K V D Scenarios the Art of Strategic Conversation Chichester

Wiley 1048625104863310486331048630JEFFERSON M ldquoShell scenarios What really happened in the 1048625104863310486311048624s and

what may be learned for current world prospectsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048633 n 1048625 p 104862510486321048630ndash104862510486331048631 1048626104862410486251048626KAHN H WIENER A Te year A framework for Speculation on the

Next Tirty-Tree Years Nova Iorque Macmillan 1048625104863310486301048631

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KAHN H Te next Years a scenario for America and the world NovaIorque Morrow 1048625104863310486311048630

KOK K et al ldquoMulti-scale narratives from an IA perspective Part IIParticipatory local scenario developmentrdquo Futures vol 10486271048632 1048626104862410486241048630

KOK K et al ldquoMethods for Developing Multiscale Participatory ScenariosInsights from Southern Africa and Europerdquo Ecology and Society vol 104862510486261048626104862410486241048631

KOK K ldquoe potential of Fuzzy Cognitive Maps for semi-quantitative sce-nario development with an example from Brazilrdquo Global Environmental

Change vol 10486251048633 1048626104862410486241048633KOK K et al ldquoCombining participative backcasting and exploratory scena-

rio development Experiences from the SCENES projectrdquo echnological

Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863210486271048629-104863210486291048625 1048626104862410486251048625LAMBIN E F GEIST H J Land-Use and Land-Cover Change Local

Processes and Global Impacts Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630LAPOLA D M et al ldquoIndirect land-use changes can overcome carbon

savings from biofuels in Brazilrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America vol 104862510486241048631 n 1048632 p 1048627104862710486321048632-1048627104862710486331048627 1048626104862410486251048624LAURANCE W et al ldquoe future of the Brazilian Amazonrdquo Science vol

104862610486331048625 p 104862810486271048632-104862810486271048633 1048626104862410486241048625

LEGGETT J et al Emissions Scenarios for the IPCC an Update CambridgeCambridge University Press 1048625104863310486331048626 p 10486301048633-10486331048629

MARGULIS S Causes of deforestation in Brazilian Amazon World BankWorking Paper 10486261048626 Washington World Bank 1048626104862410486241048628

MEA Ecosystems and Human Well-Being Millennium Ecosystem Assessment

Scenarios for the Future of Ecosystem Services (Millenium EcosystemAssessment) Washington Island Press 1048626104862410486241048629

MEADOWS D H et al Te Limits to Growth A Report for the Club of

Romersquos Project on the Predicament of Mankind Nova Iorque UniversityBooks 1048625104863310486311048626

METZGER M J et al ldquoe vulnerability of ecosystem services to land usechangerdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628 p 10486301048633-10486321048629 1048626104862410486241048630

MILLER R ldquoFutures Literacy A Hybrid Strategic Scenario Methodrdquo Futures vol 10486271048633 p 104862710486281048625-104862710486301048626 1048626104862410486241048631

MOSS R H E et al ldquoe next generation of scenarios for climate change

research and assessmentrdquo Nature vol 104862810486301048627 1048626104862410486251048624NAKICENOVIC N A et al Special Report on Emissions ScenariosCambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048625

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NORA E D et al Amazon conservation might not be the end of deforestation

in Brazil 1048626104862410486251048627 (submetido)OrsquoNEILL B C NAKICENOVIC N ldquoLearning from global emissions

scenariosrdquo Environonmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

PARSON E A B et al Global change scenarios Teir development and useUS Climate Change Science Program 1048626104862410486241048630

PARSON E A ldquoUseful global-change scenarios current issues and chal-lengesrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 1048626104862410486241048632

PATEL M et al ldquoParticipatory scenario construction in land use analysisAn insight into the experiences created by stakeholder involvement inthe Northern Mediterraneanrdquo Land Use Policy vol 10486261048628 1048626104862410486241048631

PFAFF A ldquoWhat drives deforestation in the Brazilian Amazon Evidence

from Satellite and Socio-economic datardquo Journal of EnvironmentalEconomics and Management vol 10486271048631 p 10486261048630-10486281048627 1048625104863310486331048633

POSTMA T J M LIEBL F ldquoHow to improve scenario analysis as a stra-tegic management toolrdquo echnological Forecasting amp Social Change vol10486311048626 p 104862510486301048625-104862510486311048627 1048626104862410486241048629

PULVER S VAN DEVEER S Global Environmental Futures - Interrogatingthe Practice and Politics of Scenarios Brown University 1048626104862410486241048631

QUIST J VERGRAGT P ldquoPast and future of backcasting e shi to

stakeholder participation and a proposal for a methodological frameworkrdquoFutures vol 10486271048632 n 1048633 p 1048625104862410486261048631-1048625104862410486281048629 1048626104862410486241048630

QUIST J et al ldquoe impact and spin-off of participatory backcasting From vision to nicherdquo echnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n1048629 p 104863210486321048627-104863210486331048631 1048626104862410486251048625

RASKIN P D et al ldquoGlobal Scenarios in Historical Perspectivesrdquo InCARPENTER S R et al (Eds) Ecosystems and human well-being scena-

rios Volume findings of the scenarios working group of the Millennium

Ecosystem Assessment Washington Island Press 1048626104862410486241048629 p10486271048629-10486281048628REIS E GUZMAacuteN R ldquoAn econometric model of Amazon Deforestationrdquo

In BROWN K PEARCE D (Eds) Te causes of tropical deforestation

the economic and statistical analysis of factors giving rise to the loss of

tropical forests Londres University College London Press 1048625104863310486331048628 p104862510486311048626-10486331048625RICHARDS C et al Practical Approaches to Participation (SERG Socio-

Economic Research Group Policy Brief ) Aberdeen eMacaulay

Institute 1048626104862410486241048628ROBINSON J B ldquoEnergy backcasting A proposed method of policy analy-sisrdquo Energy Policy vol 10486251048624 n 1048628 p 104862710486271048631-104862710486281048628 1048625104863310486321048626

ROBINSON J et al ldquoEnvisioning sustainability Recent progress in the

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use of participatory backcasting approaches for sustainability researchrdquoechnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863110486291048630-104863110486301048632 1048626104862410486251048625

SANTOS A D D Metodologias participativas caminhos para o fortaleci-

mento de espaccedilos puacuteblicos socioambientais Petroacutepolis IIEB - Instituto

Internacional de Educaccedilatildeo do Brasil 1048626104862410486241048629SOARES-FILHO B et al ldquoModeling conservation in the Amazon basinrdquo

Nature vol 1048628104862710486321048633 mar 1048626104862410486241048630SOARES-FILHO B et al Modeling Environmental Dynamics with Dinamica

EGO Belo Horizonte UFMG 1048626104862410486241048633 104862510486261048624 pSOARES-FILHO B et al ldquoRole of Brazilian Amazon protected areas in

climate change mitigationrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America 10486261048630 maio 1048626104862410486251048624

SOLER L S et al ldquoUsing fuzzy cognitive maps to describe current systemdynamics and develop land cover scenarios a case study in the BrazilianAmazonrdquo Journal of Land Use Science vol 1048631 n 1048626 p104862510486281048633-104862510486311048629 10486251048627 dez 1048626104862410486251048626

STIRLING A ldquoAnalysis participation and power justification and closurein participatory multi-criteria analysisrdquo Land Use Policy vol 10486261048627 n 1048625 p10486331048629-104862510486241048631 1048626104862410486241048630

SWART R et al ldquoStabilisation scenarios for climate impact assessmentrdquoGlobal Environmental Change vol 10486251048626 1048626104862410486241048626

UNEP Environment Outlook in the Amazonia GEO Amazonia Panama1048626104862410486241048632

UNEP Global Environment Outlook Nairobi 1048626104862410486251048626VAN ASSELT MARJOLEIN B A RIJKENS-KLOMP N ldquoA look in the

mirror reflection on participation in Integrated Assessment from amethodological perspectiverdquo Global Environmental Change vol 10486251048626 n1048627 p 104862510486301048631-104862510486321048628 1048626104862410486241048626

VAN NOTTEN P W F et al ldquoAn updated scenario typologyrdquo Futures vol10486271048629 n 1048629 p 104862810486261048627-104862810486281048627 1048626104862410486241048627

VAN VLIET M Kok K VELDKAMP T ldquoLinking stakeholders andmodellers in scenario studies the use of Fuzzy Cognitive Maps as acommunication and learning toolrdquo Futures vol 10486281048626 n 1048625 1048626104862410486241048633

VAN VUUREN D P et al ldquoScenarios in Global Environmental AssessmentsKey characteristics and lessons for future userdquo Global Environmental

Change vol 10486261048626 n 1048628 p 104863210486321048628-104863210486331048629 1048626104862410486251048626a

VAN VUUREN D P et al ldquoA proposal for a new scenario framework tosupport research and assessment in different climate research commu-nitiesrdquo Global Environmental Change vol 10486261048626 n 1048625 p 10486261048625-10486271048629 1048626104862410486251048626b

VERBURG P et al ldquoDownscaling of land use change scenarios to assess

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the dynamics of European landscapesrdquo Agriculture Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630

VERGRAGT P J QUIST J ldquoBackcasting for sustainability Introductionto the special issuerdquo echnological Forecasting and Social Change vol

10486311048632 n 1048629 p 104863110486281048631-104863110486291048629 1048626104862410486251048625VIEIRA I C G et al ldquoDeforestation and threats to the biodiversity of

Amazoniardquo Brazilian Journal of Biology vol 10486301048632 p 104863310486281048633-104863310486291048630 1048626104862410486241048632WESSELINK A et al ldquoRationales for public participation in environmental

policy and governance practitionersrsquo perspectivesrdquo Environment and

Planning A vol 10486281048627 n 10486251048625 p 1048626104863010486321048632-1048626104863110486241048628 1048626104862410486251048625WESTHOEK H J et al ldquoScenario development to explore the future of

Europersquos rural areasrdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628

p 1048631-10486261048624 1048626104862410486241048630aWesthoek H J VAN DEN BERG M BAKKES J A ldquoScenario deve-

lopment to explore the future of Europersquos rural areasrdquo Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630bWILKINSON A EIDINOW E ldquoEvolving practices in environmental

scenarios a new scenario typologyrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 p 104862410486281048629104862410486251048631 1048626104862410486241048632

WOLLENBERG E et al Anticipating Change Scenarios as a ool for Adaptive

Forest Management A Guide Bogor CIFOR 1048626104862410486241048624aWOLLENBERG E et al ldquoUsing scenarios to make decisions about the futu-

re anticipatory learning for the adaptive co-management of communityforestsrdquo Landscape and Urban Planning vol 10486281048631 n 1048625-1048626 p 10486301048629-10486311048631 1048626104862410486241048624b

WOLTJER G et al Te MAGNE model Module description Haia LEIWUR 1048626104862410486251048627

ZUREK M B HENRICHS T ldquoLinking scenarios across geographical scalesin international environmental assessmentsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048628 p 1048625104862610486321048626-1048625104862610486331048629 1048626104862410486241048631

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narrativas ateacute que estejam corretamente ligadas aos modeloscomputacionais

1048628 O uso de diversos meios para solicitar contribuiccedilotildees para os ce-naacuterios e comunicar os resultados

Essa abordagem foi utilizada por exemplo no Relatoacuterio especial sobrecenaacuterios de emissotildees (Special Report on Emissions Scenarios ndash SRES) doIPCC58 (Nakicenovic 1048626104862410486241048625) e em diversos estudos nas uacuteltimas deacutecadas(Van Vuuren Kok et al 1048626104862410486251048626)

A abordagem SAS combina as vantagens e desvantagens dos meacutetodosquantitativos e qualitativos mas apresenta como complicaccedilatildeo adicional aintegraccedilatildeo dos dois meacutetodos Em muitos casos os modelos computacionaisutilizados satildeo preacute-existentes No processo de construccedilatildeo dos cenaacuterios eles

satildeo parametrizados de acordo com as premissas estabelecidas durante oprocesso de construccedilatildeo dos cenaacuterios gerando os resultados quantitativosque os constituiratildeo de maneira mais ampla

Um das dificuldades reside na quantificaccedilatildeo das narrativas (Kok VanVliet et al 1048626104862410486251048625) pois frequentemente os modelos computacionais utilizadosnatildeo permitem a quantificaccedilatildeo de muitos dos fatores e suposiccedilotildees descritosPor outro lado em muitos casos os modelos requerem uma grande varie-dade de informaccedilotildees quantitativas para alimentar uma seacuterie de paracircmetros

que dificilmente satildeo extraiacutedos das narrativasRecentemente no contexto do projeto Cenaacuterios Hiacutedricos para a Europa

e Paiacuteses Vizinhos (Water Scenarios for Europe and Neighbouring States ndashScenes) Van Vliet (1048626104862410486241048633) propocircs a adaptaccedilatildeo do SAS para incorporar ummeacutetodo semiquantitativo o Fuzzy Cognitive Method (FCM) Este procuracapturar a dinacircmica presente e futura do sistema e estruturar os resultadosde oficinas participativas com vistas a facilitar a traduccedilatildeo das narrativaspara os modelos computacionais Algumas experiecircncias com a abordagemforam realizadas na Amazocircnia como discutido nas proacuteximas paacuteginas

Cenaacuterios normativos e exploratoacuterios

Outra forma de classificar os cenaacuterios estaacute relacionada ao propoacutesito docenaacuterio e agrave perspectiva de formulaccedilatildeo dos cenaacuterios do presente para o futu-ro ou do futuro para o presente ( foward looking X backward looking ) Como

10486291048632 Uma revisatildeo sobre os cenaacuterios de emissatildeo do IPCC eacute dada por Orsquoneill e Nakicenovic (2008) e Girod

(2009) Para o IPCC AR5 em preparaccedilatildeo atualmente estaacute sendo adotado um processo distinto descrito

em Moss (2010) e Van Vuuren Riahi et al (2012) Ver informaccedilotildees adicionais em htpsedacipcc-

dataorgddcar5_scenario_process (acessado em 16 dez 2013)

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mencionado acima os eixos adotados neste capiacutetulo satildeo ortogonais entre sicenaacuterios quantitativos eou qualitativos podem ser exploratoacuterios eou normati- vos Como natildeo haacute consenso entre os autores na forma de classificar os cenaacuteriosambientais de acordo com este criteacuterio ndash como vemos em Wollenberg Edmunds

et al (1048626104862410486241048624) Alcamo e Ribeiro (1048626104862410486241048625) Buarque (1048626104862410486241048627) Van Notten Rotmanset al (1048626104862410486241048627) Boumlrjeson Houmljer et al (1048626104862410486241048630) Evans Velarde et al (1048626104862410486241048630) Parson(1048626104862410486241048630) Westhoek Berg et al (1048626104862410486241048630) ndash resolveu-se adotar aqui a classificaccedilatildeode Alcamo e Ribeiro (1048626104862410486241048625) ilustrada na Figura 1048626 Acrescentamos poreacutemalgumas consideraccedilotildees baseadas nas demais tipologiasbull Cenaacuterios exploratoacuterios comeccedilam no presente e visam explorar tendecircn-

cias para o futuro Eles satildeo mais proacuteximos do significado original dapalavra cenaacuterio pois satildeo concebidos como uma sequecircncia de eventos

emergentesbull Cenaacuterios antecipatoacuterios (ou normativos) comeccedilam com uma visatildeo

prescrita (estabelecida a priori) do futuro (otimista pessimista ouneutra) O cenaacuterio eacute construiacutedo de frente para traacutes no tempo ligandoo presente ao futuro estabelecido pela visatildeo

Figura Diferenccedila entre cenaacuterios exploratoacuterios e normativos

Fonte IPCC () e Wollenberg ()

Os cenaacuterios normativos ou antecipatoacuterios incluem em sua concepccedilatildeoo desejo das pessoas envolvidas no seu processo de construccedilatildeo explorandocaminhos ou accedilotildees que deveriam ocorrer para alcanccedilar esse desejo Satildeoconcebidos como indicado em Robinson (1048625104863310486321048626) Dreborg (1048625104863310486331048630) Quist e

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Vergragt (1048626104862410486241048630) Quist issen et al (1048626104862410486251048625) Robinson Burch et al (1048626104862410486251048625)e Vergragt e Quist (1048626104862410486251048625) a partir de uma visatildeo do futuro que pode serpositiva negativa ou neutra e se desenvolve na discussatildeo do confronto dodesejo com as condiccedilotildees concretas mediante a construccedilatildeo de uma trajetoacuteria

invertida atraveacutes de meacutetodos de backcasting Esta visatildeo do futuro natildeo deve ser confundida com o cenaacuterio em si

que contempla os passos para alcanccedilar essa visatildeo Por sua proacutepria naturezao processo de construccedilatildeo de cenaacuterios normativos em geral pode requereruma maior participaccedilatildeo de stakeholders o que envolve o desejo dos atoresque satildeo parte do problema Cenaacuterios normativos podem ser particularmenteimportantes quando existem referecircncias institucionais ou poliacuteticas sobre odesenvolvimento de um processo como no caso do artigo 1048626 da Convenccedilatildeo

do Clima que prevecirc a estabilizaccedilatildeo da concentraccedilatildeo dos gases de efeito estufa(Swart 1048626104862410486241048626)

Jaacute os cenaacuterios exploratoacuterios satildeo utilizados em geral para analisar opossiacutevel desenrolar de acontecimentos futuros em relaccedilatildeo a determinadotema visando facilitar o posicionamento e a tomada de decisotildees sobreo assunto Costumam ser concebidos por meio da definiccedilatildeo dos fatoresdeterminantes das mudanccedilas em questatildeo no cenaacuterio e da seleccedilatildeo de incer-tezas criacuteticas entre esses fatores bem como de hipoacuteteses sobre como essas

incertezas se desenvolveriam Cenaacuterios exploratoacuterios podem ser elaboradospor especialistas eou pela participaccedilatildeo de stakeholders

Muitos estudos produzem cenaacuterios exploratoacuterios e normativos en-quanto outros combinam alguns elementos de ambas as perspectivas Porexemplo os cenaacuterios do Word Water Vision (Cosgrove amp Rijsberman 1048626104862410486241048624)combinam aspectos exploratoacuterios e normativos qualitativos e quantitativosJaacute Kok Van Vliet et al (1048626104862410486241048626) usando a abordagem SAS desenvolveramquatro cenaacuterios exploratoacuterios para a Europa em 1048626104862410486291048624 Um exerciacutecio debackcasting foi realizado tendo como visatildeo normativa de 1048626104862410486291048624 a utilizaccedilatildeoprovisatildeo e gerenciamento sustentaacutevel dos recursos hiacutedricos O objetivo doexerciacutecio foi identificar as accedilotildees necessaacuterias obstaacuteculos e oportunidades paraque o objetivo fosse alcanccedilado em qualquer dos quatro possiacuteveis futurosrepresentados pelos cenaacuterios exploratoacuterios

Finalmente cabe mencionar que em paralelo agrave classificaccedilatildeo de cenaacuteriosexploratoacuterios e normativos existe a diferenciaccedilatildeo entre cenaacuterios de base

(baseline) e cenaacuterios de anaacutelise de poliacuteticas ( policy scenarios)983093983097 (Alcamo eRibeiro 1048626104862410486241048625) Estes satildeo variaccedilotildees daqueles e visam avaliar os efeitos de

10486291048633 Alguns autores se referem aos policy scenarios como cenaacuterios alternativos ou canocircnicos (Buarque

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diferentes accedilotildees poliacuteticas em relaccedilatildeo ao cenaacuterio de referecircncia Por sua vezos cenaacuterios de base no contexto de cenaacuterios ambientais visam apresentaralternativas para o futuro sem considerar os impactos de poliacuteticas ambien-tais servindo como referecircncia para a comparaccedilatildeo983094983088

Aleacutem de servir de referecircncia a construccedilatildeo de cenaacuterios de base permiteexplorar as incertezas quanto ao desenvolvimento dos demais fatores deter-minantes natildeo diretamente associados a accedilotildees poliacuteticas normalmente ndash masnatildeo necessariamente ndash construiacutedos atraveacutes da perspectiva exploratoacuteria983094983089Alguns estudos natildeo fazem essa distinccedilatildeo enquanto outros buscam elaborarsomente cenaacuterios de base Por exemplo os cenaacuterios de emissotildees (SRES) doIPCC satildeo organizados em quatro famiacutelias de cenaacuterios baseline construiacutedasde modo exploratoacuterio

No processo de construccedilatildeo de cenaacuterios podem ser combinadosdiferentes meacutetodos inclusive oficinas de trabalho entrevistas estrutu-radas a teacutecnica de Delfos meacutetodos de backcasting e uma seacuterie de meacuteto-dos participativos (Buarque 1048626104862410486241048627) A seleccedilatildeo dos meacutetodos especiacuteficosempregados em um determinado projeto iraacute depender do conjunto dedecisotildees relativas aos objetivos da anaacutelise (a) escala temporal (horizontee intervalo de tempo) (b) opccedilatildeo por qualitativos eou quantitativos (c)opccedilatildeo por abordagem exploratoacuteria eou normativa (d) forma de parti-

cipaccedilatildeo da sociedade no processo de construccedilatildeo (e) representaccedilatildeo deuma escala ou muacuteltiplas escalas espaciais As proacuteximas seccedilotildees discutemos itens (d) e (e)

Cenaacuterios participativos e elaborados por especialistas

Para diferenciar cenaacuterios participativos daqueles elaborados por es-pecialistas satildeo inicialmente apresentadas algumas definiccedilotildees62

bull Participaccedilatildeo semanticamente eacute muito semelhante ao envolvimento ndash o

2003) enquanto os cenaacuterios baseline satildeo tambeacutem chamados de cenaacuterios de referecircncia non-intervention

ou business as usual (BAU)

10486301048624 Embora em vaacuterios casos seja difiacutecil fazer essa separaccedilatildeo pois muitas poliacuteticas jaacute fazem parte da

sociedade como nota o proacuteprio autor

10486301048625 Alguns estudos adotam somente um cenaacuterio de base em muitos casos chamado business as usual No

entanto alguns autores discutem a pertinecircncia da concepccedilatildeo de cenaacuterios BAU nos tempos atuais pois

a possibilidade de transiccedilotildees abruptas incertezas e instabilidades natildeo satildeo consideradas (Vergragt amp

Quist 2011)

10486301048626 Apresentamos aqui apenas uma breve revisatildeo dos conceitos para embasar a classicaccedilatildeo dos cenaacuterios

Existe toda uma literatura sobre o assunto com inclusive diferentes deniccedilotildees e pontos de vista sobre

o alcance da participaccedilatildeo fora do escopo deste capiacutetulo

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ato ou processo de estar envolvido Na literatura das ciecircncias sociaissignifica o ato de participaccedilatildeo ativa de grupos sociais na apreciaccedilatildeo edecisatildeo dos processos em que se encontram direta ou indiretamenteenvolvidos com conhecimentos relevantes sobre a questatildeo em jogo

conforme Stirling (1048626104862410486241048630) e Wesseling Paavola et al (1048626104862410486251048625)bull Stakeholders atores e especialistas Heijden (1048625104863310486331048630) diferencia atores

de stakeholders para fins de anaacutelises de cenaacuterios Stakeholders satildeo osinteressados no tema em discussatildeo no cenaacuterio que recebem as conse-quecircncias das accedilotildees Atores satildeo as pessoas ou organizaccedilotildees que atuamno objeto analisado porque tecircm o poder de tomar decisotildees mas natildeonecessariamente sofrem as consequecircncias das mesmas Especialistaspor outro lado satildeo pessoas com conhecimento especiacutefico ndash cientistas

profissionais burocratas etc ndash sobre algum dos aspectos relevantes aotema do cenaacuterio ou a outros a ele relacionados mas natildeo tecircm neces-sariamente poder de accedilatildeo Isto significa que os especialistas natildeo satildeoem princiacutepio diretamente interessados ou afetados pelo tema emboraeventualmente possam ser

bull Meacutetodos participativos incluem entrevistas e questionaacuterios dirigidos agrupos focais envolvendo stakeholders conforme Van Asselt Marjolein

e Rijkens-Klomp (1048626104862410486241048626) e Richards Sherlock et al (1048626104862410486241048628) Muitasdas teacutecnicas de cenaacuterios ndash especialmente no niacutevel local ndash utilizammeacutetodos baseados no denominado diagnoacutestico raacutepido participati-

vo (DRP) que consiste em teacutecnicas simples normalmente visuaisque tecircm sido utilizadas em vaacuterios contextos conforme vemos emWollenberg Edmunds et al (1048626104862410486241048624) e Evans Velarde et al (1048626104862410486241048630)Tais meacutetodos vecircm sendo amplamente empregados na Amazocircnia porONGs cientistas e oacutergatildeos governamentais aleacutem de experiecircncias de

mapeamento participativo alinhadas ao movimento socioambiental(Santos 1048626104862410486241048629) Jaacute as experiecircncias de construccedilatildeo de cenaacuterios propria-mente ditos principalmente atraveacutes de meacutetodos participativos satildeomenos comuns na Amazocircnia

bull Cenaacuterios participativos satildeo aqueles construiacutedos com o envolvimentodireto de stakeholders atraveacutes de meacutetodos participativos em que os atorese especialistas podem tomar parte de forma secundaacuteria

Recentemente tem sido dada atenccedilatildeo ao valor da inclusatildeo de meacutetodosparticipativos em anaacutelises de cenaacuterios De acordo com Wollenberg et al(1048626104862410486241048624) ldquocenaacuterios seratildeo mais poderosos em criar novos conhecimentosquando envolvem diretamente stakeholdersrdquo Em escala global os cenaacuterios

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tendem a ser do tipo exploratoacuterio focados em produzir resultados cien-tiacuteficos quantitativos e com uma construccedilatildeo de narrativas normalmentebaseada na contribuiccedilatildeo de especialistas (Parson 1048626104862410486241048632) Nesse caso osstakeholders atores e tomadores de decisatildeo satildeo mais envolvidos durante

processos de revisatildeo do que na fase de elaboraccedilatildeo dos cenaacuterios Por outrolado diversos exerciacutecios em escala local tecircm enfatizado o processo decomunicaccedilatildeo e construccedilatildeo de consenso entre stakeholders que pode acom-panhar o desenvolvimento de cenaacuterios (qualitativos) em especial na Aacutesiae Aacutefrica como indicado por Wollenberg Edmunds et al (1048626104862410486241048624) e Alcamo(1048626104862410486241048630) Mas essas diferenccedilas entre cenaacuterios globais e locais refletem apenasgrandes tendecircncias A literatura indica que eacute possiacutevel engajar stakeholders com sucesso nos niacuteveis nacional e internacional e haacute exemplos concretos

como em alguns dos estudos regionais do MEA (Kok Biggs et al 1048626104862410486241048631)As vantagens da utilizaccedilatildeo de processos participativos estatildeo relacio-

nadas agrave relevacircncia credibilidade legitimidade e criatividade (Van Vliet1048626104862410486241048633) ndash criteacuterios normalmente adotados para avaliar a qualidade de anaacutelisesde cenaacuterios (Alcamo 1048626104862410486241048632) Quatro categorias de razotildees para a utilizaccedilatildeodesse tipo de processo foram discutidas na literatura por Stirling (1048626104862410486241048630) ePatel Kok et al (1048626104862410486241048631) A primeira categoria eacute a (a) normativa a participaccedilatildeosegue princiacutepios democraacuteticos e portanto deve ser utilizada para evitar que

decisotildees sejam tomadas sem refletir os valores do puacuteblico A segunda eacute a(b) instrumental a participaccedilatildeo assegura que os cenaacuterios sejam relevantese verossiacutemeis para os usuaacuterios finais A terceira (c) substantiva atraveacutesda participaccedilatildeo obteacutem-se mais e melhor informaccedilatildeo devido agrave inclusatildeode conhecimento local Por fim o (d) aprendizado social a participaccedilatildeopode proporcionar uma arena de aprendizado para todos os envolvidose assim gerar ideias importantes e potencialmente surpreendentes

Por outro lado alguns pontos negativos devem ser assinalados comoa falta de reprodutibilidade pois existem orientaccedilotildees gerais mas natildeo me-todologias estritas Normalmente os meacutetodos satildeo propositadamente natildeoestruturados e seu resultado depende muito da seleccedilatildeo dos participantes(Kok Patel et al 1048626104862410486241048630) Outra desvantagem se encontra nas posiccedilotildees muitocontrastantes entre os stakeholders que podem afetar significativamente osdebates e decisotildees Por isso eacute necessaacuterio conhecer as predisposiccedilotildees dosparticipantes que representam diferentes grupos de interesses

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Cenaacuterio em escala uacutenica ou muacuteltipla

Os cenaacuterios ambientais tecircm sido construiacutedos em diferentes escalas63 espaciais ndash global regional local ndash com diferentes objetivos e graus deenvolvimento de stakeholders em niacuteveis diversos (Alcamo et al 1048626104862410486241048630)

As escalas temporais desses cenaacuterios tambeacutem variam os cenaacuterios globaisabrangem normalmente uma perspectiva de tempo maior ndash ateacute 1048626104862410486291048624 ou1048626104862510486241048624 tomando por base o atual ano de 1048626104862410486251048627 ndash enquanto os regionais elocais focam em periacuteodos mais curtos ndash ateacute 1048626104862410486251048629 ou 1048626104862410486261048629 Os processos efatores determinantes analisados nos cenaacuterios dependem da escala espa-cial e temporal assim como a seleccedilatildeo de stakeholders no caso de cenaacuteriosparticipativos e a escolha de modelos computacionais no caso de cenaacuterioscom modelos quantitativos

Stakeholders em diferentes niacuteveis de processos de decisatildeo ou delibe-raccedilatildeo ndash local regional nacional internacional ndash podem ter perspectivasdiferentes O equiliacutebrio de forccedilas descrito na seccedilatildeo anterior conforme apon-tado por Kok Biggs et al (1048626104862410486241048631) e Zurek e Henrichs (1048626104862410486241048631) pode diferirentre escalas enquanto conjuntos diferentes de problemas e oportunidadespodem ser destacados em diferentes escalas mesmo quando se discute ummesmo tema geral ndashuso e disponibilidade da aacutegua por exemplo

Cenaacuterios participativos multiescala visam entatildeo incorporar essas di- versas perspectivas ao processo de construccedilatildeo dos cenaacuterios Alcamo et al(1048626104862410486241048630) ao final de sua revisatildeo do estado da arte em cenaacuterios para a siacutentesedo programa Land Use and Cover Change (LUCC) (Lambin et al 1048626104862410486241048630)recomendam o desenvolvimento de cenaacuterios multiescala como uma formade aumentar a credibilidade e relevacircncia dos cenaacuterios por meio da incor-poraccedilatildeo de uma gama maior de visotildees Em outra anaacutelise recente sobre ofuturo dos cenaacuterios ambientais Parson (1048626104862410486241048630 1048626104862410486241048632) defende a existecircncia

de uma rede natildeo centralizada de cenaacuterios ambientais em diferentes escalaspara atender a diferentes necessidades Esses cenaacuterios podem se basear emndash ou interpretar ndash cenaacuterios de escalas mais globais e ligaacute-los aos contextos enecessidades de anaacutelise e apoio agrave tomada de decisatildeo em diferentes escalas

Um aspecto importante na definiccedilatildeo da metodologia de construccedilatildeo decenaacuterios multiescala eacute o modo como as relaccedilotildees de influecircncia entre escalasseratildeo tratadas em determinado estudo conforme Biggs (1048626104862410486241048631) e Kok Biggset al (1048626104862410486241048631) Essas influecircncias podem ser top-down ndash cenaacuterios globais e

10486301048627 Escala eacute a dimensatildeo espacial temporal e analiacutetica que cientistas utilizam para medir e estudar algum

objeto ou processo (Gibson Ostrom et al 2000) Todas as escalas tecircm extensatildeo e resoluccedilatildeo

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regionais contextualizando os cenaacuterios locais ndash eou bottom-up ndash cenaacuterioslocais alimentando os regionais e globais

As relaccedilotildees entre as escalas podem ser desenvolvidas de forma in-dependente ndash ou parcialmente independente ndash ou acoplada conforme as

perspectivas incertezas e fatores de uma escala informem a construccedilatildeode cenaacuterios nas demais escalas Essa decisatildeo mais uma vez depende doobjetivo do estudo levando em consideraccedilatildeo por exemplo a necessidadede comparar resultados e manter consistecircncia entre escalas em contrapo-siccedilatildeo ao fato de que o acoplamento excessivo pode atuar como limitadorda criatividade nas escalas mais locais comprometendo o resultado doscenaacuterios

Revisatildeo sobre estudos de cenaacuterios para a Amazocircnia

Dentro de um contexto complexo que envolve fronteiras agriacutecolasemissotildees de gases do efeito estufa derivadas do desmatamento impactosdas mudanccedilas climaacuteticas conservaccedilatildeo ambiental conflitos sociais orde-namento territorial e regularizaccedilatildeo fundiaacuteria vaacuterios estudos de cenaacuteriosdiscutem o futuro da Amazocircnia em diferentes escalas empregando diversasabordagens metodoloacutegicas e conjuntos de premissas

Em escala global vaacuterios cenaacuterios satildeo norteados pelo desafio de conci-liar a provisatildeo de serviccedilos ambientais de modo mais amplo agrave necessidadede suprir a crescente demanda por alimentos Tais estudos naturalmenteincluem resultados referentes agrave Amazocircnia como a Avaliaccedilatildeo Ecossistecircmica

do Milecircnio (MEA 1048626104862410486241048629) que desenvolveu quatro cenaacuterios focados nas mu-danccedilas no ecossistema e suas consequecircncias para o bem-estar social Doisdesses cenaacuterios se concentram em mudanccedilas de uso e cobertura da terrao primeiro prioriza a produccedilatildeo nacional e o segundo as tecnologias verdese alternativas econocircmicas mais ecoloacutegicas Uma ampla revisatildeo sobre cenaacute-rios globais de uso da terra pode ser encontrada em Lambin et al (1048626104862410486241048630)Recentemente projeccedilotildees espacialmente expliacutecitas sobre o uso da terra(Moss 1048626104862410486251048624) foram geradas no contexto do IPCC AR1048629 visando subsidiara nova geraccedilatildeo de modelos do sistema terrestre Tais dados foram geradospor modelos globais integrados (integrated assessment models) e consistemem projeccedilotildees de uso da terra com base em previsotildees de crescimento da

demanda por alimentos fibras e energiaPor outro lado a maior parte dos estudos espacialmente expliacutecitosrealizados na escala regional para a Amazocircnia apresenta uma abordagem

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focada em fatores intrarregionais64 em especial no papel das estradasaacutereas protegidas e accedilotildees de comando e controle Dentre eles destacam-se

bull Os cenaacuterios propostos por Laurance Cochrane et al (1048626104862410486241048625) concentra-ram suas discussotildees nos efeitos do programa Avanccedila Brasil proposto pelo

governo brasileiro entre os anos de 1048626104862410486241048624 a 1048626104862410486241048631 que previam uma seacuterie deprojetos de infraestrutura inclusive na Amazocircnia Seus cenaacuterios quantita-tivos baseados em anaacutelises espaciais extrapolam para os proacuteximos vinteanos os impactos desse aumento de infraestrutura com base nos impactosdas deacutecadas anteriores Formularam-se dois cenaacuterios um pessimista queconsiderava a manutenccedilatildeo das tendecircncias do desmatamento e um otimistano qual o desmatamento e a degradaccedilatildeo florestal seriam reduzidos atraveacutesde uma seacuterie de accedilotildees de proteccedilatildeo ambiental

bull Soares-Filho Nepstad et al (1048626104862410486241048630) discutiram a importacircncia das aacutereasprotegidas e o impacto de novas rodovias pavimentadas nas mudanccedilas deuso da terra na bacia amazocircnica Foram desenvolvidos oito cenaacuterios dosquais o mais pessimista assumia que o desmatamento iria continuar deacordo com as tendecircncias observadas ateacute entatildeo as estradas seriam pavimen-tadas as reservas legais natildeo seriam respeitadas e nem seriam criadas novasaacutereas protegidas Esses autores tambeacutem consideraram reflexos de decisotildeespoliacutetico-administrativas num cenaacuterio oposto chamado governanccedila em

que pressupunham a manutenccedilatildeo das reservas e de zonas agroecoloacutegicasde uso da terra e a criaccedilatildeo de novas aacutereas protegidas Aleacutem desses foramconsiderados seis cenaacuterios intermediaacuteriosbull O mesmo estudo considerou a contribuiccedilatildeo das aacutereas protegidas parauma possiacutevel reduccedilatildeo do desmatamento atraveacutes da construccedilatildeo de cincocenaacuterios para 1048626104862410486291048624 que incluiacuteam (a) a exclusatildeo de todas as aacutereas protegidasexistentes (b) todas as aacutereas protegidas criadas ateacute 1048626104862410486241048626 (c) as aacutereas pro-tegidas criadas ateacute 1048626104862410486241048632 exceto as treze aacutereas criadas a partir do programaAacutereas Protegidas da Amazocircnia (ARPA) (d) todas as aacutereas protegidas ateacute1048626104862410486241048632 sem exceccedilatildeo (e) as aacutereas protegidas ateacute 1048626104862410486241048626 com expansatildeo previstapelo ARPA Os cenaacuterios de uso da terra considerando estas aacutereas protegidasforam combinados com dois cenaacuterios socioeconocircmicos para crescimentoalto e moderado da agricultura

10486301048628 Em escala regional muitos modelos economeacutetricos e estatiacutesticos foram desenvolvidos para estudar as

causas do desmatamento como vemos em Reis e Guzmaacuten (1994) Andersen e Reis (1997) Pfaff (1999)

Margulis (2004) e Andersen Granger et al (2002) Aguiar Cacircmara et al (2007) apresentam uma revisatildeo

desses modelos Neste capiacutetulo enfocamos estudos que geraram resultados espacialmente expliacutecitos

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A Figura 1048628 compara as taxas de desmatamento estimadas ou ado-tadas nesses trabalhos Como pode ser observado na Figura 1048628b mesmoas projeccedilotildees mais ldquootimistasrdquo superestimaram as taxas de desmatamentoobservadas de 1048626104862410486241048628 ateacute 1048626104862410486251048626 como discutido por Dalla-Nora Aguiar et

al (1048626104862410486251048628) Esse fato de modo algum desmerece a importacircncia dos traba-lhos principalmente porque a proacutepria repercussatildeo dos estudos pode terinfluenciado decisotildees poliacutetico-administrativas de controle do processodesordenado de ocupaccedilatildeo da regiatildeo

Pesa tambeacutem sobre modelos que buscam representar processos sociaisa inerente complexidade dos fatores que os influenciam Logo decisotildeesmetodoloacutegicas devem ser tomadas durante o processo de construccedilatildeo dosmodelos que satildeo sempre uma representaccedilatildeo simplificada da realidade Como

mencionado anteriormente os cenaacuterios acima utilizam principalmentefatores intrarregionais como determinantes tanto da localizaccedilatildeo quanto daquantidade de mudanccedilas (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048628) Assim descon-sideram o contexto econocircmico e institucional nos niacuteveis global e nacionalinclusive os padrotildees de consumo as oscilaccedilotildees do mercado e as decisotildeespoliacuteticas mais amplas sendo as taxas de desmatamento determinadas peloaumento ou diminuiccedilatildeo de estradas e aacutereas protegidas

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Figura axas de desmatamento estimadas por diferentes modelos

Fonte Dalla-Nora et al ()

Subjacente a isso existe um aspecto mais sutil relacionado ao proacuteprioconceito de cenaacuterios discutidos neste capiacutetulo Os resultados dos estudos

que buscaram estimar taxas de desmatamento representam em linhasgerais um mesmo cenaacuterio BAU ndash uma visatildeo do futuro fundamentada nastendecircncias de desmatamento observadas com variaccedilotildees em termos deestradas aacutereas protegidas etc ( policy ) Dessa maneira nenhum dos tra-balhos referidos explorou de fato futuros alternativos e por consequecircncianatildeo tratou como incerteza o posicionamento do governo e da sociedadeem relaccedilatildeo agraves questotildees ambientais E a reversatildeo da trajetoacuteria da taxa dedesmatamento tem sido em grande parte creditada agraves accedilotildees de comando econtrole de restriccedilatildeo ao creacutedito rural e de sistemas de monitoramento nocontexto do Plano de Prevenccedilatildeo e Controle do Desmatamento na AmazocircniaLegal (PPCDAm) enquanto sua manutenccedilatildeo vem sendo atrelada a umanova postura dos mercados consumidores exemplificada pelos acordosdas moratoacuterias da carne e soja

Uma abordagem alternativa agrave utilizaccedilatildeo exclusiva de fatores intrar-regionais foi proposta por Aguiar (1048626104862410486241048630) na qual a quantidade de desma-

tamento era exoacutegena ao modelo como uma proxy da pressatildeo de mercadopara a expansatildeo da fronteira agropecuaacuteria Embora esse estudo natildeo pre-tendesse estimar taxas de desmatamento como os demais ele apresentavacomo diferencial sua busca por ilustrar o balanccedilo entre fatores locais e a

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pressatildeo externa do mercado Com isso enfatizou a necessidade tanto deconsiderar ambos em exerciacutecios de modelagem e em poliacuteticas de contenccedilatildeoao desmatamento quanto de interpretar toda a regiatildeo de modo holiacutesticopois caso medidas mais abrangentes natildeo fossem incorporadas ndash como

restriccedilotildees ao creacutedito rural e accedilotildees de comando e controle ndash a pressatildeo domercado poderia deslocar as fronteiras para aacutereas natildeo protegidas O modelotambeacutem introduz a representaccedilatildeo de mecanismos de comando e controlee cumprimento da lei como o Coacutedigo Florestal

Um dos principais fatores para a representaccedilatildeo dos padrotildees espaciaisde desmatamento na Amazocircnia eacute a conectividade da regiatildeo com os mer-cados nacionais devido agrave proximidade atraveacutes da rede viaacuteria Eacute a conexatildeoa mercados interagindo com fatores locais ndash como a presenccedila de aacutereas

protegidas a distacircncia de estradas assentamentos e qualidade do solo ndashque explicava os padrotildees passados de desmatamento na regiatildeo (Aguiar etal 1048626104862410486241048631) Mas mesmo nesse trabalho como ilustra a Figura 1048628 a menortaxa de desmatamento considerada eacute de 10486251048629104862410486241048624 km1048626ano

Por outro lado comeccedilaram a surgir mais recentemente trabalhos queconsideram o futuro da Amazocircnia dentro do contexto global e nacionalde pressatildeo por alimentos alinhados a estudos de cenaacuterios globais Umprimeiro exemplo para a regiatildeo foi o estudo de Lapola Schaldach et al

(1048626104862410486251048624) que explorava atraveacutes de modelos computacionais os impactos daproduccedilatildeo de biocombustiacuteveis no Brasil e seus efeitos sobre as fronteirasagriacutecolas e pecuaacuterias O estudo sugere um deslocamento da pecuaacuteria paraa Amazocircnia com uma expansatildeo de 104862510486261048625104863310486311048624 km1048626 representando mudanccedilasregionais indiretas ligadas aos contextos nacional e global e apontandopara uma tendecircncia na aacuterea de modelagem e cenaacuterios de uso da terraPoreacutem cabe ressaltar que os resultados desse estudo tampouco captamos padrotildees observados do desmatamento (Figura 1048628) Em contraponto aosestudos mencionados este privilegiou fatores globais mas simplificouos fatores intrarregionais mostrando como uma abordagem totalmentebaseada nas forccedilas de mercado natildeo seria capaz de representar a complexarealidade da regiatildeo

Nesse sentido a tendecircncia atual em novos modelos eacute tratar a regiatildeocomo um sistema aberto interconectado aos mercados globais e nacionaiscomo resumido por Dalla-Nora Aguiar et al (1048626104862410486251048628) Nesses novos mode-

los as trajetoacuterias de uso da terra na Amazocircnia passam a ser consideradasno contexto daquelas do resto do paiacutes em especial no Cerrado Por outrolado os contextos socioeconocircmico institucional e poliacutetico local interagemcom as demais escalas e devem ser representados tambeacutem Esse eacute o desafio

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que os pesquisadores da aacuterea de modelagem de mudanccedilas e uso da terraenfrentam no momento

Existem vaacuterias iniciativas em andamento que buscam combinarmodelos econocircmicos de equiliacutebrio geral ndash ou parcial ndash a modelos es-

pacialmente expliacutecitos com mais detalhe sobre o Brasil Destacam-senessa linha o projeto SIMBRASIL-1048626OPTIMAGRO desenvolvido pelaUniversidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que integra a plataformade modelagem Dinacircmica EGO (Soares-Filho Rodrigues et al 1048626104862410486241048633) aoBrazilian Land Use Model (Blum) um modelo econocircmico de equiliacutebrioparcial desenvolvido pelo Instituto de Estudos do Comeacutercio e NegociaccedilotildeesInternacionais (Icone)

No contexto do projeto de pesquisa REDD-PAC ndash uma parceria

entre o Instituto Internacional de Anaacutelise de Sistemas Aplicados (Iiasa)o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Instituo de PesquisaEconocircmica Aplicada (Ipea) ndash uma versatildeo do modelo de equiliacutebrio parcialGlobal Biosphere Management Model (Globiom) estaacute sendo adaptadopara o Brasil

Tambeacutem no Inpe estaacute em andamento a integraccedilatildeo de modelos gera-dos na plataforma LuccME (Aguiar 1048626104862410486251048626) para a Amazocircnia e o Cerrado agraveplataforma Magnet (Woltjer Kuiper et al 1048626104862410486251048627) um modelo de equiliacutebrio

geral desenvolvido no Instituto de Economia Agriacutecola da Universidade deWageningen na Holanda com base no Projeto de Anaacutelise do ComeacutercioGlobal (GTAP) da Universidade de Purdue (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048627)

Finalmente voltando agrave distinccedilatildeo entre resultados de modelos e oconceito de cenaacuterios de modo mais amplo tais projetos visam ao desen- volvimento de modelos ou arcabouccedilos computacionais Estes por sua vezpoderatildeo posteriormente ser utilizados em estudos de cenaacuterios A constru-ccedilatildeo de cenaacuterios eacute um processo longo e complexo em si particularmentese realizado de modo participativo com a presenccedila de stakeholders e emmuacuteltiplas escalas Processos participativos para a discussatildeo de cenaacuteriosnatildeo satildeo comuns no Brasil quanto menos os que almejam uma abordagemquantitativa e qualitativa Entre os estudos qualitativos realizados para aAmazocircnia cabe citarbull Goacutemes (1048626104862410486241048633) desenvolveu quatro cenaacuterios qualitativos para toda a baciaamazocircnica para 1048626104862410486261048630 baseados na participaccedilatildeo de stakeholders e atores

responsaacuteveis por tomadas de decisatildeo Esses cenaacuterios exploraram umacombinaccedilatildeo entre trecircs fontes de incerteza consideradas criacuteticas (a) o papeldas poliacuteticas puacuteblicas na regulamentaccedilatildeo do uso dos recursos naturais (b)o comportamento do mercado (c) inovaccedilatildeo ciecircncia e tecnologia

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bull Kok (1048626104862410486241048633) e Soler Kok et al (1048626104862410486241048633) utilizaram uma ferramenta semi-quantitativa ( fuzzy cognitive maps) com o objetivo de aprimorar a uniatildeode cenaacuterios quantitativos e qualitativos para capturar melhor a dinacircmicado desmatamento apresentando-a em narrativas mais consistentes e numa

maior diversidade de modelos quantitativosbull Vieira Toledo et al (1048626104862410486241048632) combinaram cenaacuterios qualitativos a um mo-delo quantitativo de multiagentes ndash a plataforma Cormas desenvolvidapor pesquisadores do Centro de Cooperaccedilatildeo Internacional de PesquisaAgronocircmica para o Desenvolvimento (Centre de Coopeacuteration Internationaleen Recherche Agronomique pour le Deacuteveloppement ndash Cirad) ndash para pro-mover um diaacutelogo entre atores locais com poder de decisatildeo e cientistas apartir da adoccedilatildeo de meacutetodos participativos

bull Os cenaacuterios do Environment Outlook in Amazonia (GEO Amazonia)(Unep 1048626104862410486241048632) satildeo qualitativos10486301048629 formulados com a participaccedilatildeo de especia-listas e stakeholders com o horizonte de tempo 1048626104862410486241048630-1048626104862410486251048630-1048626104862410486261048630 A definiccedilatildeode poliacuteticas puacuteblicas o comportamento do mercado e o desenvolvimentoda ciecircncia e da tecnologia satildeo os principais fatores determinantes e fontesde incerteza capazes de interferir no destino da Amazocircnia Com base naanaacutelise exploratoacuteria dessas incertezas foram selecionados quarto cenaacuteriosconsiderados plausiacuteveis pelos stakeholders Emergent Amazonia Inching

Along the Precipice Light and Shadows e Once-Greenhell Cabe notar quenesse processo do GEO para a Amazocircnia um cenaacuterio de sustentabilidadebaseado na melhoria da qualidade de vida da regiatildeo e utilizaccedilatildeo sustentaacuteveldos recursos naturais natildeo foi desenvolvido por ser o ideal e desejaacutevel paraa regiatildeo ndash e o processo natildeo foi normativobull Folhes (1048626104862410486251048624) e Folhes Aguiar et al (sd) adaptaram abordagens decenaacuterios participativos multiescala agrave realidade da Amazocircnia utilizando oProjeto de Assentamento Extrativista Lago Grande (PAE Lago Grande)em Santareacutem como primeiro caso de estudo Poreacutem a abordagem adota-da foi a de construccedilatildeo de cenaacuterios normativos Numa situaccedilatildeo em que oscenaacuterios podem ser qualitativos normativos participativos ou multiescalarealizado para todo o assentamento e em trecircs comunidades os stakeholders

definiram em cada escala de estudo um cenaacuterio desejado (sustentaacutevel) e umnatildeo desejado no horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-1048626104862410486261048624 O processo promoveuuma discussatildeo sobre as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o futuro sustentaacutevel

De modo mais amplo os pesquisadores buscavam entender se tal processo

10486301048629 Em outros processos de cenaacuterios do GEO como o GEO-4 modelos computacionais foram utilizados

para gerar dados quantitativos

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participativo de construccedilatildeo de cenaacuterios poderia ser efetivo como ferramentano processo de consolidaccedilatildeo de diferentes unidades territoriais da regiatildeoSeguindo uma abordagem semelhante estaacute em andamento um processoparticipativo para a formulaccedilatildeo de cenaacuterios para toda a Amazocircnia com-

binando aspectos qualitativos e quantitativos normativos e exploratoacuteriosnum horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-104862610486241048629104862466 Os cenaacuterios qualitativos seratildeorepresentados por modelos computacionais em ambiente LuccME cujosresultados estatildeo em preparaccedilatildeo (Aguiara Vieira et al sd) e rediscutidoscom os stakeholders Diferentemente do processo adotado nos cenaacuteriosda Unep (GEO Amazonia) descrito acima o objetivo mais amplo doprojeto eacute justamente discutir as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o cenaacuteriode sustentabilidade

Conclusatildeo

Este capiacutetulo revisou os conceitos de cenaacuterios e suas principais abor-dagens visando subsidiar uma anaacutelise criacutetica sobre os modelos e cenaacuteriosdesenvolvidos nas deacutecadas anteriores para a Amazocircnia e entender asnecessidades de uma nova geraccedilatildeo de modelos computacionais em desen-

volvimento Espera-se que todos esses esforccedilos produzam modelos mais

robustos que contribuam para o avanccedilo cientiacutefico sobre os processos demudanccedila de uso da terra e possam ser utilizados pela sociedade como fer-ramentas em processos de discussatildeo sobre o futuro A existecircncia de vaacuteriosgrupos desenvolvendo modelos e cenaacuterios para a Amazocircnia e Brasil combase em meacutetodos e abordagens diferentes pode tambeacutem representar umganho para a sociedade

Em assuntos que envolvem interesses conflitantes como o uso da terrana Amazocircnia eacute preciso examinar atentamente as premissas e mecanismossubjacentes a modelos quantitativos que embasam os cenaacuterios ndash em especialos que satildeo construiacutedos com o objetivo expliacutecito de subsidiar a formula-ccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Pois no desejo por vezes bem intencionado docidadatildeo-pesquisador ao alertar sobre um problema ndash ou natildeo tatildeo bemintencionado ao defender grupos de interesses ndash manipulaccedilotildees podemfacilmente ser introduzidas E em alguns casos posiccedilotildees aparentementecientiacuteficas podem camuflar visotildees e interesses de muacuteltiplos atores e setores

ndash inclusive do proacuteprio governo Os modelos possuem tal complexidade que

10486301048630 O processo estaacute sendo liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (Embrapa) e pelo

Inpe no contexto do projeto Amazalert

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se tornam impenetraacuteveis para a maior parte da sociedade ndash e mesmo parapesquisadores de outras aacutereas E por vezes resultados de modelos passama ser tratados como verdades absolutas ndash o que eacute agravado quando existesomente um modelo para uma regiatildeo ou problema como no caso dos

impactos de obras de infraestrutura ou da expansatildeo de biocombustiacuteveisNatildeo podemos esquecer a frase de George Box que consideramos a

melhor sobre modelos ldquo Models are always wrong but some are useful rdquo Aoque acrescentamos e preste atenccedilatildeo nos grupos aos quais eles satildeo uacuteteis

Referecircncias

AGUIAR A P D et al ldquoSpatial statistical analysis of land-use determinants

in the Brazilian Amazonia Exploring intra-regional heterogeneityrdquoEcological Modelling vol 104862610486241048633 n 1048626-1048628 p 104862510486301048633-104862510486321048632 1048626104862410486241048631

AGUIAR A P D et al ldquoTerraME- LuccME an open-source frameworkfor spatially explicit land use change modellingrdquo Global Land Project

News vol 1048632 p 10486261048625-10486261048627 1048626104862410486251048626AGUIAR A P D et al Anticipating a forest transition scenario in the

Brazilian Amazon carbon emission estimates using a spatially-explicit

approach (submetido)

ALCAMO J RIBEIRO T Scenarios as tools for international environmentalassessments Copenhagen European Environment Agency 1048626104862410486241048625

ALCAMO J Searching for the future of land Scenarios from the local to

global scale Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630 p104862510486271048631-104862510486291048630ALCAMO J Environmental futures the practice of environmental scenario

analysis Amsterdam Elsevier 1048626104862410486241048632ANDERSEN L et al Te dynamics of Deforestation and Economic Growth

in the Brazilian Amazon Cambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048626ANDERSEN L REIS E Deforestation development and government policy

in the Brazilian Amazon an econometric analysis (IPEA Report 10486311048630-1048625104863310486331048631)Rio de Janeiro IPEA 1048625104863310486331048631

BIGGS R et al ldquoLinking futures across scales a dialog on multiscale sce-nariosrdquo Ecology and Society vol 10486251048626 1048626104862410486241048631

BOumlRJESON L et al ldquoScenario types and techniques Towards a userrsquosguiderdquo Futures vol 10486271048632 n 1048631 p 104863110486261048627-104863110486271048633 1048626104862410486241048630

BRADFIELD R ldquoe origins and evolution of scenario techniques in longrange business planningrdquo Futures vol 10486271048631 p 104863110486331048629-104863210486251048626 1048626104862410486241048629BRIASSOULIS H Analysis of Land Use Change Teoretical and Modeling

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Approaches Morgantown Regional Research Institute West VirginiaUniversity 1048626104862410486241048624

BUARQUE S C Metodologia e teacutecnicas de construccedilatildeo de cenaacuterios globais

e regionais Rio de Janeiro IPEA 1048626104862410486241048627

CARPENTER S R et al ldquoScenarios for ecosystem services an overviewrdquoEcology and Society vol 10486251048625 n 1048625 1048626104862410486241048630

COSGROVE W J RIJSBERMAN F R World water vision LondresEarthscan Publications Ltd 1048626104862410486241048624

DALLA983085NORA E L AGUIAR A P D Lapola D M WOLTJER G 1048626104862410486251048628Why have land use change models for the Amazon failed to capture the

amount of deforestation over the last decade Land Use Policy 10486271048633 104862810486241048627-104862810486251048625DREBORG K H ldquoEssence of backcastingrdquo Futures vol 10486261048632 n 1048633 p 104863210486251048627-

104863210486261048632 1048625104863310486331048630EVANS K et al Field guide to the Future Four Ways for Communities

to Tink Ahead Nairobi Center for International Forestry Research(CIFOR) 1048626104862410486241048630 10486321048631 p

FOLHES R Cenaacuterios de mudanccedilas de uso da terra na Amazocircnia Explorando

uma abordagem participativa e multi-escala no PAE Lago Grande em

Santareacutem-Paraacute Beleacutem Universidade Federal do Paraacute 1048626104862410486251048624FOLHES R T et al Multi-scale participatory scenario methods and territorial

planning in the Brazilian Amazon (submetido)GARB Y et al ldquoScenarios in society society in scenarios toward a so-

cial scientific analysis of storyline-driven environmental modelingrdquoEnvironmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

GIBSON C et al ldquoe concept of scale and the human dimensions ofglobal change a surveyrdquo Ecological Economics v 10486271048626 p 104862610486251048631ndash104862610486271048633 1048626104862410486241048624

GIROD B ldquoe evolution of the IPCCrsquos emissions scenariosrdquo Environmental

Science amp Policy vol 10486251048626 1048626104862410486241048633GODET M ldquoe Art of Scenarios and Strategic Planning Tools and Pitfallsrdquo

echnological Forecasting and Social Change vol 10486301048629 p 1048627-10486261048626 1048626104862410486241048624GOacuteMES N ldquoe future of Amazoniardquo In Geo Amazonia 1048626104862410486241048633 p 104862610486291048629-104862610486311048630HEIJDEN K V D Scenarios the Art of Strategic Conversation Chichester

Wiley 1048625104863310486331048630JEFFERSON M ldquoShell scenarios What really happened in the 1048625104863310486311048624s and

what may be learned for current world prospectsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048633 n 1048625 p 104862510486321048630ndash104862510486331048631 1048626104862410486251048626KAHN H WIENER A Te year A framework for Speculation on the

Next Tirty-Tree Years Nova Iorque Macmillan 1048625104863310486301048631

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KAHN H Te next Years a scenario for America and the world NovaIorque Morrow 1048625104863310486311048630

KOK K et al ldquoMulti-scale narratives from an IA perspective Part IIParticipatory local scenario developmentrdquo Futures vol 10486271048632 1048626104862410486241048630

KOK K et al ldquoMethods for Developing Multiscale Participatory ScenariosInsights from Southern Africa and Europerdquo Ecology and Society vol 104862510486261048626104862410486241048631

KOK K ldquoe potential of Fuzzy Cognitive Maps for semi-quantitative sce-nario development with an example from Brazilrdquo Global Environmental

Change vol 10486251048633 1048626104862410486241048633KOK K et al ldquoCombining participative backcasting and exploratory scena-

rio development Experiences from the SCENES projectrdquo echnological

Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863210486271048629-104863210486291048625 1048626104862410486251048625LAMBIN E F GEIST H J Land-Use and Land-Cover Change Local

Processes and Global Impacts Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630LAPOLA D M et al ldquoIndirect land-use changes can overcome carbon

savings from biofuels in Brazilrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America vol 104862510486241048631 n 1048632 p 1048627104862710486321048632-1048627104862710486331048627 1048626104862410486251048624LAURANCE W et al ldquoe future of the Brazilian Amazonrdquo Science vol

104862610486331048625 p 104862810486271048632-104862810486271048633 1048626104862410486241048625

LEGGETT J et al Emissions Scenarios for the IPCC an Update CambridgeCambridge University Press 1048625104863310486331048626 p 10486301048633-10486331048629

MARGULIS S Causes of deforestation in Brazilian Amazon World BankWorking Paper 10486261048626 Washington World Bank 1048626104862410486241048628

MEA Ecosystems and Human Well-Being Millennium Ecosystem Assessment

Scenarios for the Future of Ecosystem Services (Millenium EcosystemAssessment) Washington Island Press 1048626104862410486241048629

MEADOWS D H et al Te Limits to Growth A Report for the Club of

Romersquos Project on the Predicament of Mankind Nova Iorque UniversityBooks 1048625104863310486311048626

METZGER M J et al ldquoe vulnerability of ecosystem services to land usechangerdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628 p 10486301048633-10486321048629 1048626104862410486241048630

MILLER R ldquoFutures Literacy A Hybrid Strategic Scenario Methodrdquo Futures vol 10486271048633 p 104862710486281048625-104862710486301048626 1048626104862410486241048631

MOSS R H E et al ldquoe next generation of scenarios for climate change

research and assessmentrdquo Nature vol 104862810486301048627 1048626104862410486251048624NAKICENOVIC N A et al Special Report on Emissions ScenariosCambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048625

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NORA E D et al Amazon conservation might not be the end of deforestation

in Brazil 1048626104862410486251048627 (submetido)OrsquoNEILL B C NAKICENOVIC N ldquoLearning from global emissions

scenariosrdquo Environonmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

PARSON E A B et al Global change scenarios Teir development and useUS Climate Change Science Program 1048626104862410486241048630

PARSON E A ldquoUseful global-change scenarios current issues and chal-lengesrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 1048626104862410486241048632

PATEL M et al ldquoParticipatory scenario construction in land use analysisAn insight into the experiences created by stakeholder involvement inthe Northern Mediterraneanrdquo Land Use Policy vol 10486261048628 1048626104862410486241048631

PFAFF A ldquoWhat drives deforestation in the Brazilian Amazon Evidence

from Satellite and Socio-economic datardquo Journal of EnvironmentalEconomics and Management vol 10486271048631 p 10486261048630-10486281048627 1048625104863310486331048633

POSTMA T J M LIEBL F ldquoHow to improve scenario analysis as a stra-tegic management toolrdquo echnological Forecasting amp Social Change vol10486311048626 p 104862510486301048625-104862510486311048627 1048626104862410486241048629

PULVER S VAN DEVEER S Global Environmental Futures - Interrogatingthe Practice and Politics of Scenarios Brown University 1048626104862410486241048631

QUIST J VERGRAGT P ldquoPast and future of backcasting e shi to

stakeholder participation and a proposal for a methodological frameworkrdquoFutures vol 10486271048632 n 1048633 p 1048625104862410486261048631-1048625104862410486281048629 1048626104862410486241048630

QUIST J et al ldquoe impact and spin-off of participatory backcasting From vision to nicherdquo echnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n1048629 p 104863210486321048627-104863210486331048631 1048626104862410486251048625

RASKIN P D et al ldquoGlobal Scenarios in Historical Perspectivesrdquo InCARPENTER S R et al (Eds) Ecosystems and human well-being scena-

rios Volume findings of the scenarios working group of the Millennium

Ecosystem Assessment Washington Island Press 1048626104862410486241048629 p10486271048629-10486281048628REIS E GUZMAacuteN R ldquoAn econometric model of Amazon Deforestationrdquo

In BROWN K PEARCE D (Eds) Te causes of tropical deforestation

the economic and statistical analysis of factors giving rise to the loss of

tropical forests Londres University College London Press 1048625104863310486331048628 p104862510486311048626-10486331048625RICHARDS C et al Practical Approaches to Participation (SERG Socio-

Economic Research Group Policy Brief ) Aberdeen eMacaulay

Institute 1048626104862410486241048628ROBINSON J B ldquoEnergy backcasting A proposed method of policy analy-sisrdquo Energy Policy vol 10486251048624 n 1048628 p 104862710486271048631-104862710486281048628 1048625104863310486321048626

ROBINSON J et al ldquoEnvisioning sustainability Recent progress in the

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use of participatory backcasting approaches for sustainability researchrdquoechnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863110486291048630-104863110486301048632 1048626104862410486251048625

SANTOS A D D Metodologias participativas caminhos para o fortaleci-

mento de espaccedilos puacuteblicos socioambientais Petroacutepolis IIEB - Instituto

Internacional de Educaccedilatildeo do Brasil 1048626104862410486241048629SOARES-FILHO B et al ldquoModeling conservation in the Amazon basinrdquo

Nature vol 1048628104862710486321048633 mar 1048626104862410486241048630SOARES-FILHO B et al Modeling Environmental Dynamics with Dinamica

EGO Belo Horizonte UFMG 1048626104862410486241048633 104862510486261048624 pSOARES-FILHO B et al ldquoRole of Brazilian Amazon protected areas in

climate change mitigationrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America 10486261048630 maio 1048626104862410486251048624

SOLER L S et al ldquoUsing fuzzy cognitive maps to describe current systemdynamics and develop land cover scenarios a case study in the BrazilianAmazonrdquo Journal of Land Use Science vol 1048631 n 1048626 p104862510486281048633-104862510486311048629 10486251048627 dez 1048626104862410486251048626

STIRLING A ldquoAnalysis participation and power justification and closurein participatory multi-criteria analysisrdquo Land Use Policy vol 10486261048627 n 1048625 p10486331048629-104862510486241048631 1048626104862410486241048630

SWART R et al ldquoStabilisation scenarios for climate impact assessmentrdquoGlobal Environmental Change vol 10486251048626 1048626104862410486241048626

UNEP Environment Outlook in the Amazonia GEO Amazonia Panama1048626104862410486241048632

UNEP Global Environment Outlook Nairobi 1048626104862410486251048626VAN ASSELT MARJOLEIN B A RIJKENS-KLOMP N ldquoA look in the

mirror reflection on participation in Integrated Assessment from amethodological perspectiverdquo Global Environmental Change vol 10486251048626 n1048627 p 104862510486301048631-104862510486321048628 1048626104862410486241048626

VAN NOTTEN P W F et al ldquoAn updated scenario typologyrdquo Futures vol10486271048629 n 1048629 p 104862810486261048627-104862810486281048627 1048626104862410486241048627

VAN VLIET M Kok K VELDKAMP T ldquoLinking stakeholders andmodellers in scenario studies the use of Fuzzy Cognitive Maps as acommunication and learning toolrdquo Futures vol 10486281048626 n 1048625 1048626104862410486241048633

VAN VUUREN D P et al ldquoScenarios in Global Environmental AssessmentsKey characteristics and lessons for future userdquo Global Environmental

Change vol 10486261048626 n 1048628 p 104863210486321048628-104863210486331048629 1048626104862410486251048626a

VAN VUUREN D P et al ldquoA proposal for a new scenario framework tosupport research and assessment in different climate research commu-nitiesrdquo Global Environmental Change vol 10486261048626 n 1048625 p 10486261048625-10486271048629 1048626104862410486251048626b

VERBURG P et al ldquoDownscaling of land use change scenarios to assess

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the dynamics of European landscapesrdquo Agriculture Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630

VERGRAGT P J QUIST J ldquoBackcasting for sustainability Introductionto the special issuerdquo echnological Forecasting and Social Change vol

10486311048632 n 1048629 p 104863110486281048631-104863110486291048629 1048626104862410486251048625VIEIRA I C G et al ldquoDeforestation and threats to the biodiversity of

Amazoniardquo Brazilian Journal of Biology vol 10486301048632 p 104863310486281048633-104863310486291048630 1048626104862410486241048632WESSELINK A et al ldquoRationales for public participation in environmental

policy and governance practitionersrsquo perspectivesrdquo Environment and

Planning A vol 10486281048627 n 10486251048625 p 1048626104863010486321048632-1048626104863110486241048628 1048626104862410486251048625WESTHOEK H J et al ldquoScenario development to explore the future of

Europersquos rural areasrdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628

p 1048631-10486261048624 1048626104862410486241048630aWesthoek H J VAN DEN BERG M BAKKES J A ldquoScenario deve-

lopment to explore the future of Europersquos rural areasrdquo Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630bWILKINSON A EIDINOW E ldquoEvolving practices in environmental

scenarios a new scenario typologyrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 p 104862410486281048629104862410486251048631 1048626104862410486241048632

WOLLENBERG E et al Anticipating Change Scenarios as a ool for Adaptive

Forest Management A Guide Bogor CIFOR 1048626104862410486241048624aWOLLENBERG E et al ldquoUsing scenarios to make decisions about the futu-

re anticipatory learning for the adaptive co-management of communityforestsrdquo Landscape and Urban Planning vol 10486281048631 n 1048625-1048626 p 10486301048629-10486311048631 1048626104862410486241048624b

WOLTJER G et al Te MAGNE model Module description Haia LEIWUR 1048626104862410486251048627

ZUREK M B HENRICHS T ldquoLinking scenarios across geographical scalesin international environmental assessmentsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048628 p 1048625104862610486321048626-1048625104862610486331048629 1048626104862410486241048631

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mencionado acima os eixos adotados neste capiacutetulo satildeo ortogonais entre sicenaacuterios quantitativos eou qualitativos podem ser exploratoacuterios eou normati- vos Como natildeo haacute consenso entre os autores na forma de classificar os cenaacuteriosambientais de acordo com este criteacuterio ndash como vemos em Wollenberg Edmunds

et al (1048626104862410486241048624) Alcamo e Ribeiro (1048626104862410486241048625) Buarque (1048626104862410486241048627) Van Notten Rotmanset al (1048626104862410486241048627) Boumlrjeson Houmljer et al (1048626104862410486241048630) Evans Velarde et al (1048626104862410486241048630) Parson(1048626104862410486241048630) Westhoek Berg et al (1048626104862410486241048630) ndash resolveu-se adotar aqui a classificaccedilatildeode Alcamo e Ribeiro (1048626104862410486241048625) ilustrada na Figura 1048626 Acrescentamos poreacutemalgumas consideraccedilotildees baseadas nas demais tipologiasbull Cenaacuterios exploratoacuterios comeccedilam no presente e visam explorar tendecircn-

cias para o futuro Eles satildeo mais proacuteximos do significado original dapalavra cenaacuterio pois satildeo concebidos como uma sequecircncia de eventos

emergentesbull Cenaacuterios antecipatoacuterios (ou normativos) comeccedilam com uma visatildeo

prescrita (estabelecida a priori) do futuro (otimista pessimista ouneutra) O cenaacuterio eacute construiacutedo de frente para traacutes no tempo ligandoo presente ao futuro estabelecido pela visatildeo

Figura Diferenccedila entre cenaacuterios exploratoacuterios e normativos

Fonte IPCC () e Wollenberg ()

Os cenaacuterios normativos ou antecipatoacuterios incluem em sua concepccedilatildeoo desejo das pessoas envolvidas no seu processo de construccedilatildeo explorandocaminhos ou accedilotildees que deveriam ocorrer para alcanccedilar esse desejo Satildeoconcebidos como indicado em Robinson (1048625104863310486321048626) Dreborg (1048625104863310486331048630) Quist e

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Vergragt (1048626104862410486241048630) Quist issen et al (1048626104862410486251048625) Robinson Burch et al (1048626104862410486251048625)e Vergragt e Quist (1048626104862410486251048625) a partir de uma visatildeo do futuro que pode serpositiva negativa ou neutra e se desenvolve na discussatildeo do confronto dodesejo com as condiccedilotildees concretas mediante a construccedilatildeo de uma trajetoacuteria

invertida atraveacutes de meacutetodos de backcasting Esta visatildeo do futuro natildeo deve ser confundida com o cenaacuterio em si

que contempla os passos para alcanccedilar essa visatildeo Por sua proacutepria naturezao processo de construccedilatildeo de cenaacuterios normativos em geral pode requereruma maior participaccedilatildeo de stakeholders o que envolve o desejo dos atoresque satildeo parte do problema Cenaacuterios normativos podem ser particularmenteimportantes quando existem referecircncias institucionais ou poliacuteticas sobre odesenvolvimento de um processo como no caso do artigo 1048626 da Convenccedilatildeo

do Clima que prevecirc a estabilizaccedilatildeo da concentraccedilatildeo dos gases de efeito estufa(Swart 1048626104862410486241048626)

Jaacute os cenaacuterios exploratoacuterios satildeo utilizados em geral para analisar opossiacutevel desenrolar de acontecimentos futuros em relaccedilatildeo a determinadotema visando facilitar o posicionamento e a tomada de decisotildees sobreo assunto Costumam ser concebidos por meio da definiccedilatildeo dos fatoresdeterminantes das mudanccedilas em questatildeo no cenaacuterio e da seleccedilatildeo de incer-tezas criacuteticas entre esses fatores bem como de hipoacuteteses sobre como essas

incertezas se desenvolveriam Cenaacuterios exploratoacuterios podem ser elaboradospor especialistas eou pela participaccedilatildeo de stakeholders

Muitos estudos produzem cenaacuterios exploratoacuterios e normativos en-quanto outros combinam alguns elementos de ambas as perspectivas Porexemplo os cenaacuterios do Word Water Vision (Cosgrove amp Rijsberman 1048626104862410486241048624)combinam aspectos exploratoacuterios e normativos qualitativos e quantitativosJaacute Kok Van Vliet et al (1048626104862410486241048626) usando a abordagem SAS desenvolveramquatro cenaacuterios exploratoacuterios para a Europa em 1048626104862410486291048624 Um exerciacutecio debackcasting foi realizado tendo como visatildeo normativa de 1048626104862410486291048624 a utilizaccedilatildeoprovisatildeo e gerenciamento sustentaacutevel dos recursos hiacutedricos O objetivo doexerciacutecio foi identificar as accedilotildees necessaacuterias obstaacuteculos e oportunidades paraque o objetivo fosse alcanccedilado em qualquer dos quatro possiacuteveis futurosrepresentados pelos cenaacuterios exploratoacuterios

Finalmente cabe mencionar que em paralelo agrave classificaccedilatildeo de cenaacuteriosexploratoacuterios e normativos existe a diferenciaccedilatildeo entre cenaacuterios de base

(baseline) e cenaacuterios de anaacutelise de poliacuteticas ( policy scenarios)983093983097 (Alcamo eRibeiro 1048626104862410486241048625) Estes satildeo variaccedilotildees daqueles e visam avaliar os efeitos de

10486291048633 Alguns autores se referem aos policy scenarios como cenaacuterios alternativos ou canocircnicos (Buarque

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diferentes accedilotildees poliacuteticas em relaccedilatildeo ao cenaacuterio de referecircncia Por sua vezos cenaacuterios de base no contexto de cenaacuterios ambientais visam apresentaralternativas para o futuro sem considerar os impactos de poliacuteticas ambien-tais servindo como referecircncia para a comparaccedilatildeo983094983088

Aleacutem de servir de referecircncia a construccedilatildeo de cenaacuterios de base permiteexplorar as incertezas quanto ao desenvolvimento dos demais fatores deter-minantes natildeo diretamente associados a accedilotildees poliacuteticas normalmente ndash masnatildeo necessariamente ndash construiacutedos atraveacutes da perspectiva exploratoacuteria983094983089Alguns estudos natildeo fazem essa distinccedilatildeo enquanto outros buscam elaborarsomente cenaacuterios de base Por exemplo os cenaacuterios de emissotildees (SRES) doIPCC satildeo organizados em quatro famiacutelias de cenaacuterios baseline construiacutedasde modo exploratoacuterio

No processo de construccedilatildeo de cenaacuterios podem ser combinadosdiferentes meacutetodos inclusive oficinas de trabalho entrevistas estrutu-radas a teacutecnica de Delfos meacutetodos de backcasting e uma seacuterie de meacuteto-dos participativos (Buarque 1048626104862410486241048627) A seleccedilatildeo dos meacutetodos especiacuteficosempregados em um determinado projeto iraacute depender do conjunto dedecisotildees relativas aos objetivos da anaacutelise (a) escala temporal (horizontee intervalo de tempo) (b) opccedilatildeo por qualitativos eou quantitativos (c)opccedilatildeo por abordagem exploratoacuteria eou normativa (d) forma de parti-

cipaccedilatildeo da sociedade no processo de construccedilatildeo (e) representaccedilatildeo deuma escala ou muacuteltiplas escalas espaciais As proacuteximas seccedilotildees discutemos itens (d) e (e)

Cenaacuterios participativos e elaborados por especialistas

Para diferenciar cenaacuterios participativos daqueles elaborados por es-pecialistas satildeo inicialmente apresentadas algumas definiccedilotildees62

bull Participaccedilatildeo semanticamente eacute muito semelhante ao envolvimento ndash o

2003) enquanto os cenaacuterios baseline satildeo tambeacutem chamados de cenaacuterios de referecircncia non-intervention

ou business as usual (BAU)

10486301048624 Embora em vaacuterios casos seja difiacutecil fazer essa separaccedilatildeo pois muitas poliacuteticas jaacute fazem parte da

sociedade como nota o proacuteprio autor

10486301048625 Alguns estudos adotam somente um cenaacuterio de base em muitos casos chamado business as usual No

entanto alguns autores discutem a pertinecircncia da concepccedilatildeo de cenaacuterios BAU nos tempos atuais pois

a possibilidade de transiccedilotildees abruptas incertezas e instabilidades natildeo satildeo consideradas (Vergragt amp

Quist 2011)

10486301048626 Apresentamos aqui apenas uma breve revisatildeo dos conceitos para embasar a classicaccedilatildeo dos cenaacuterios

Existe toda uma literatura sobre o assunto com inclusive diferentes deniccedilotildees e pontos de vista sobre

o alcance da participaccedilatildeo fora do escopo deste capiacutetulo

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ato ou processo de estar envolvido Na literatura das ciecircncias sociaissignifica o ato de participaccedilatildeo ativa de grupos sociais na apreciaccedilatildeo edecisatildeo dos processos em que se encontram direta ou indiretamenteenvolvidos com conhecimentos relevantes sobre a questatildeo em jogo

conforme Stirling (1048626104862410486241048630) e Wesseling Paavola et al (1048626104862410486251048625)bull Stakeholders atores e especialistas Heijden (1048625104863310486331048630) diferencia atores

de stakeholders para fins de anaacutelises de cenaacuterios Stakeholders satildeo osinteressados no tema em discussatildeo no cenaacuterio que recebem as conse-quecircncias das accedilotildees Atores satildeo as pessoas ou organizaccedilotildees que atuamno objeto analisado porque tecircm o poder de tomar decisotildees mas natildeonecessariamente sofrem as consequecircncias das mesmas Especialistaspor outro lado satildeo pessoas com conhecimento especiacutefico ndash cientistas

profissionais burocratas etc ndash sobre algum dos aspectos relevantes aotema do cenaacuterio ou a outros a ele relacionados mas natildeo tecircm neces-sariamente poder de accedilatildeo Isto significa que os especialistas natildeo satildeoem princiacutepio diretamente interessados ou afetados pelo tema emboraeventualmente possam ser

bull Meacutetodos participativos incluem entrevistas e questionaacuterios dirigidos agrupos focais envolvendo stakeholders conforme Van Asselt Marjolein

e Rijkens-Klomp (1048626104862410486241048626) e Richards Sherlock et al (1048626104862410486241048628) Muitasdas teacutecnicas de cenaacuterios ndash especialmente no niacutevel local ndash utilizammeacutetodos baseados no denominado diagnoacutestico raacutepido participati-

vo (DRP) que consiste em teacutecnicas simples normalmente visuaisque tecircm sido utilizadas em vaacuterios contextos conforme vemos emWollenberg Edmunds et al (1048626104862410486241048624) e Evans Velarde et al (1048626104862410486241048630)Tais meacutetodos vecircm sendo amplamente empregados na Amazocircnia porONGs cientistas e oacutergatildeos governamentais aleacutem de experiecircncias de

mapeamento participativo alinhadas ao movimento socioambiental(Santos 1048626104862410486241048629) Jaacute as experiecircncias de construccedilatildeo de cenaacuterios propria-mente ditos principalmente atraveacutes de meacutetodos participativos satildeomenos comuns na Amazocircnia

bull Cenaacuterios participativos satildeo aqueles construiacutedos com o envolvimentodireto de stakeholders atraveacutes de meacutetodos participativos em que os atorese especialistas podem tomar parte de forma secundaacuteria

Recentemente tem sido dada atenccedilatildeo ao valor da inclusatildeo de meacutetodosparticipativos em anaacutelises de cenaacuterios De acordo com Wollenberg et al(1048626104862410486241048624) ldquocenaacuterios seratildeo mais poderosos em criar novos conhecimentosquando envolvem diretamente stakeholdersrdquo Em escala global os cenaacuterios

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tendem a ser do tipo exploratoacuterio focados em produzir resultados cien-tiacuteficos quantitativos e com uma construccedilatildeo de narrativas normalmentebaseada na contribuiccedilatildeo de especialistas (Parson 1048626104862410486241048632) Nesse caso osstakeholders atores e tomadores de decisatildeo satildeo mais envolvidos durante

processos de revisatildeo do que na fase de elaboraccedilatildeo dos cenaacuterios Por outrolado diversos exerciacutecios em escala local tecircm enfatizado o processo decomunicaccedilatildeo e construccedilatildeo de consenso entre stakeholders que pode acom-panhar o desenvolvimento de cenaacuterios (qualitativos) em especial na Aacutesiae Aacutefrica como indicado por Wollenberg Edmunds et al (1048626104862410486241048624) e Alcamo(1048626104862410486241048630) Mas essas diferenccedilas entre cenaacuterios globais e locais refletem apenasgrandes tendecircncias A literatura indica que eacute possiacutevel engajar stakeholders com sucesso nos niacuteveis nacional e internacional e haacute exemplos concretos

como em alguns dos estudos regionais do MEA (Kok Biggs et al 1048626104862410486241048631)As vantagens da utilizaccedilatildeo de processos participativos estatildeo relacio-

nadas agrave relevacircncia credibilidade legitimidade e criatividade (Van Vliet1048626104862410486241048633) ndash criteacuterios normalmente adotados para avaliar a qualidade de anaacutelisesde cenaacuterios (Alcamo 1048626104862410486241048632) Quatro categorias de razotildees para a utilizaccedilatildeodesse tipo de processo foram discutidas na literatura por Stirling (1048626104862410486241048630) ePatel Kok et al (1048626104862410486241048631) A primeira categoria eacute a (a) normativa a participaccedilatildeosegue princiacutepios democraacuteticos e portanto deve ser utilizada para evitar que

decisotildees sejam tomadas sem refletir os valores do puacuteblico A segunda eacute a(b) instrumental a participaccedilatildeo assegura que os cenaacuterios sejam relevantese verossiacutemeis para os usuaacuterios finais A terceira (c) substantiva atraveacutesda participaccedilatildeo obteacutem-se mais e melhor informaccedilatildeo devido agrave inclusatildeode conhecimento local Por fim o (d) aprendizado social a participaccedilatildeopode proporcionar uma arena de aprendizado para todos os envolvidose assim gerar ideias importantes e potencialmente surpreendentes

Por outro lado alguns pontos negativos devem ser assinalados comoa falta de reprodutibilidade pois existem orientaccedilotildees gerais mas natildeo me-todologias estritas Normalmente os meacutetodos satildeo propositadamente natildeoestruturados e seu resultado depende muito da seleccedilatildeo dos participantes(Kok Patel et al 1048626104862410486241048630) Outra desvantagem se encontra nas posiccedilotildees muitocontrastantes entre os stakeholders que podem afetar significativamente osdebates e decisotildees Por isso eacute necessaacuterio conhecer as predisposiccedilotildees dosparticipantes que representam diferentes grupos de interesses

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Cenaacuterio em escala uacutenica ou muacuteltipla

Os cenaacuterios ambientais tecircm sido construiacutedos em diferentes escalas63 espaciais ndash global regional local ndash com diferentes objetivos e graus deenvolvimento de stakeholders em niacuteveis diversos (Alcamo et al 1048626104862410486241048630)

As escalas temporais desses cenaacuterios tambeacutem variam os cenaacuterios globaisabrangem normalmente uma perspectiva de tempo maior ndash ateacute 1048626104862410486291048624 ou1048626104862510486241048624 tomando por base o atual ano de 1048626104862410486251048627 ndash enquanto os regionais elocais focam em periacuteodos mais curtos ndash ateacute 1048626104862410486251048629 ou 1048626104862410486261048629 Os processos efatores determinantes analisados nos cenaacuterios dependem da escala espa-cial e temporal assim como a seleccedilatildeo de stakeholders no caso de cenaacuteriosparticipativos e a escolha de modelos computacionais no caso de cenaacuterioscom modelos quantitativos

Stakeholders em diferentes niacuteveis de processos de decisatildeo ou delibe-raccedilatildeo ndash local regional nacional internacional ndash podem ter perspectivasdiferentes O equiliacutebrio de forccedilas descrito na seccedilatildeo anterior conforme apon-tado por Kok Biggs et al (1048626104862410486241048631) e Zurek e Henrichs (1048626104862410486241048631) pode diferirentre escalas enquanto conjuntos diferentes de problemas e oportunidadespodem ser destacados em diferentes escalas mesmo quando se discute ummesmo tema geral ndashuso e disponibilidade da aacutegua por exemplo

Cenaacuterios participativos multiescala visam entatildeo incorporar essas di- versas perspectivas ao processo de construccedilatildeo dos cenaacuterios Alcamo et al(1048626104862410486241048630) ao final de sua revisatildeo do estado da arte em cenaacuterios para a siacutentesedo programa Land Use and Cover Change (LUCC) (Lambin et al 1048626104862410486241048630)recomendam o desenvolvimento de cenaacuterios multiescala como uma formade aumentar a credibilidade e relevacircncia dos cenaacuterios por meio da incor-poraccedilatildeo de uma gama maior de visotildees Em outra anaacutelise recente sobre ofuturo dos cenaacuterios ambientais Parson (1048626104862410486241048630 1048626104862410486241048632) defende a existecircncia

de uma rede natildeo centralizada de cenaacuterios ambientais em diferentes escalaspara atender a diferentes necessidades Esses cenaacuterios podem se basear emndash ou interpretar ndash cenaacuterios de escalas mais globais e ligaacute-los aos contextos enecessidades de anaacutelise e apoio agrave tomada de decisatildeo em diferentes escalas

Um aspecto importante na definiccedilatildeo da metodologia de construccedilatildeo decenaacuterios multiescala eacute o modo como as relaccedilotildees de influecircncia entre escalasseratildeo tratadas em determinado estudo conforme Biggs (1048626104862410486241048631) e Kok Biggset al (1048626104862410486241048631) Essas influecircncias podem ser top-down ndash cenaacuterios globais e

10486301048627 Escala eacute a dimensatildeo espacial temporal e analiacutetica que cientistas utilizam para medir e estudar algum

objeto ou processo (Gibson Ostrom et al 2000) Todas as escalas tecircm extensatildeo e resoluccedilatildeo

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regionais contextualizando os cenaacuterios locais ndash eou bottom-up ndash cenaacuterioslocais alimentando os regionais e globais

As relaccedilotildees entre as escalas podem ser desenvolvidas de forma in-dependente ndash ou parcialmente independente ndash ou acoplada conforme as

perspectivas incertezas e fatores de uma escala informem a construccedilatildeode cenaacuterios nas demais escalas Essa decisatildeo mais uma vez depende doobjetivo do estudo levando em consideraccedilatildeo por exemplo a necessidadede comparar resultados e manter consistecircncia entre escalas em contrapo-siccedilatildeo ao fato de que o acoplamento excessivo pode atuar como limitadorda criatividade nas escalas mais locais comprometendo o resultado doscenaacuterios

Revisatildeo sobre estudos de cenaacuterios para a Amazocircnia

Dentro de um contexto complexo que envolve fronteiras agriacutecolasemissotildees de gases do efeito estufa derivadas do desmatamento impactosdas mudanccedilas climaacuteticas conservaccedilatildeo ambiental conflitos sociais orde-namento territorial e regularizaccedilatildeo fundiaacuteria vaacuterios estudos de cenaacuteriosdiscutem o futuro da Amazocircnia em diferentes escalas empregando diversasabordagens metodoloacutegicas e conjuntos de premissas

Em escala global vaacuterios cenaacuterios satildeo norteados pelo desafio de conci-liar a provisatildeo de serviccedilos ambientais de modo mais amplo agrave necessidadede suprir a crescente demanda por alimentos Tais estudos naturalmenteincluem resultados referentes agrave Amazocircnia como a Avaliaccedilatildeo Ecossistecircmica

do Milecircnio (MEA 1048626104862410486241048629) que desenvolveu quatro cenaacuterios focados nas mu-danccedilas no ecossistema e suas consequecircncias para o bem-estar social Doisdesses cenaacuterios se concentram em mudanccedilas de uso e cobertura da terrao primeiro prioriza a produccedilatildeo nacional e o segundo as tecnologias verdese alternativas econocircmicas mais ecoloacutegicas Uma ampla revisatildeo sobre cenaacute-rios globais de uso da terra pode ser encontrada em Lambin et al (1048626104862410486241048630)Recentemente projeccedilotildees espacialmente expliacutecitas sobre o uso da terra(Moss 1048626104862410486251048624) foram geradas no contexto do IPCC AR1048629 visando subsidiara nova geraccedilatildeo de modelos do sistema terrestre Tais dados foram geradospor modelos globais integrados (integrated assessment models) e consistemem projeccedilotildees de uso da terra com base em previsotildees de crescimento da

demanda por alimentos fibras e energiaPor outro lado a maior parte dos estudos espacialmente expliacutecitosrealizados na escala regional para a Amazocircnia apresenta uma abordagem

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focada em fatores intrarregionais64 em especial no papel das estradasaacutereas protegidas e accedilotildees de comando e controle Dentre eles destacam-se

bull Os cenaacuterios propostos por Laurance Cochrane et al (1048626104862410486241048625) concentra-ram suas discussotildees nos efeitos do programa Avanccedila Brasil proposto pelo

governo brasileiro entre os anos de 1048626104862410486241048624 a 1048626104862410486241048631 que previam uma seacuterie deprojetos de infraestrutura inclusive na Amazocircnia Seus cenaacuterios quantita-tivos baseados em anaacutelises espaciais extrapolam para os proacuteximos vinteanos os impactos desse aumento de infraestrutura com base nos impactosdas deacutecadas anteriores Formularam-se dois cenaacuterios um pessimista queconsiderava a manutenccedilatildeo das tendecircncias do desmatamento e um otimistano qual o desmatamento e a degradaccedilatildeo florestal seriam reduzidos atraveacutesde uma seacuterie de accedilotildees de proteccedilatildeo ambiental

bull Soares-Filho Nepstad et al (1048626104862410486241048630) discutiram a importacircncia das aacutereasprotegidas e o impacto de novas rodovias pavimentadas nas mudanccedilas deuso da terra na bacia amazocircnica Foram desenvolvidos oito cenaacuterios dosquais o mais pessimista assumia que o desmatamento iria continuar deacordo com as tendecircncias observadas ateacute entatildeo as estradas seriam pavimen-tadas as reservas legais natildeo seriam respeitadas e nem seriam criadas novasaacutereas protegidas Esses autores tambeacutem consideraram reflexos de decisotildeespoliacutetico-administrativas num cenaacuterio oposto chamado governanccedila em

que pressupunham a manutenccedilatildeo das reservas e de zonas agroecoloacutegicasde uso da terra e a criaccedilatildeo de novas aacutereas protegidas Aleacutem desses foramconsiderados seis cenaacuterios intermediaacuteriosbull O mesmo estudo considerou a contribuiccedilatildeo das aacutereas protegidas parauma possiacutevel reduccedilatildeo do desmatamento atraveacutes da construccedilatildeo de cincocenaacuterios para 1048626104862410486291048624 que incluiacuteam (a) a exclusatildeo de todas as aacutereas protegidasexistentes (b) todas as aacutereas protegidas criadas ateacute 1048626104862410486241048626 (c) as aacutereas pro-tegidas criadas ateacute 1048626104862410486241048632 exceto as treze aacutereas criadas a partir do programaAacutereas Protegidas da Amazocircnia (ARPA) (d) todas as aacutereas protegidas ateacute1048626104862410486241048632 sem exceccedilatildeo (e) as aacutereas protegidas ateacute 1048626104862410486241048626 com expansatildeo previstapelo ARPA Os cenaacuterios de uso da terra considerando estas aacutereas protegidasforam combinados com dois cenaacuterios socioeconocircmicos para crescimentoalto e moderado da agricultura

10486301048628 Em escala regional muitos modelos economeacutetricos e estatiacutesticos foram desenvolvidos para estudar as

causas do desmatamento como vemos em Reis e Guzmaacuten (1994) Andersen e Reis (1997) Pfaff (1999)

Margulis (2004) e Andersen Granger et al (2002) Aguiar Cacircmara et al (2007) apresentam uma revisatildeo

desses modelos Neste capiacutetulo enfocamos estudos que geraram resultados espacialmente expliacutecitos

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A Figura 1048628 compara as taxas de desmatamento estimadas ou ado-tadas nesses trabalhos Como pode ser observado na Figura 1048628b mesmoas projeccedilotildees mais ldquootimistasrdquo superestimaram as taxas de desmatamentoobservadas de 1048626104862410486241048628 ateacute 1048626104862410486251048626 como discutido por Dalla-Nora Aguiar et

al (1048626104862410486251048628) Esse fato de modo algum desmerece a importacircncia dos traba-lhos principalmente porque a proacutepria repercussatildeo dos estudos pode terinfluenciado decisotildees poliacutetico-administrativas de controle do processodesordenado de ocupaccedilatildeo da regiatildeo

Pesa tambeacutem sobre modelos que buscam representar processos sociaisa inerente complexidade dos fatores que os influenciam Logo decisotildeesmetodoloacutegicas devem ser tomadas durante o processo de construccedilatildeo dosmodelos que satildeo sempre uma representaccedilatildeo simplificada da realidade Como

mencionado anteriormente os cenaacuterios acima utilizam principalmentefatores intrarregionais como determinantes tanto da localizaccedilatildeo quanto daquantidade de mudanccedilas (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048628) Assim descon-sideram o contexto econocircmico e institucional nos niacuteveis global e nacionalinclusive os padrotildees de consumo as oscilaccedilotildees do mercado e as decisotildeespoliacuteticas mais amplas sendo as taxas de desmatamento determinadas peloaumento ou diminuiccedilatildeo de estradas e aacutereas protegidas

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Figura axas de desmatamento estimadas por diferentes modelos

Fonte Dalla-Nora et al ()

Subjacente a isso existe um aspecto mais sutil relacionado ao proacuteprioconceito de cenaacuterios discutidos neste capiacutetulo Os resultados dos estudos

que buscaram estimar taxas de desmatamento representam em linhasgerais um mesmo cenaacuterio BAU ndash uma visatildeo do futuro fundamentada nastendecircncias de desmatamento observadas com variaccedilotildees em termos deestradas aacutereas protegidas etc ( policy ) Dessa maneira nenhum dos tra-balhos referidos explorou de fato futuros alternativos e por consequecircncianatildeo tratou como incerteza o posicionamento do governo e da sociedadeem relaccedilatildeo agraves questotildees ambientais E a reversatildeo da trajetoacuteria da taxa dedesmatamento tem sido em grande parte creditada agraves accedilotildees de comando econtrole de restriccedilatildeo ao creacutedito rural e de sistemas de monitoramento nocontexto do Plano de Prevenccedilatildeo e Controle do Desmatamento na AmazocircniaLegal (PPCDAm) enquanto sua manutenccedilatildeo vem sendo atrelada a umanova postura dos mercados consumidores exemplificada pelos acordosdas moratoacuterias da carne e soja

Uma abordagem alternativa agrave utilizaccedilatildeo exclusiva de fatores intrar-regionais foi proposta por Aguiar (1048626104862410486241048630) na qual a quantidade de desma-

tamento era exoacutegena ao modelo como uma proxy da pressatildeo de mercadopara a expansatildeo da fronteira agropecuaacuteria Embora esse estudo natildeo pre-tendesse estimar taxas de desmatamento como os demais ele apresentavacomo diferencial sua busca por ilustrar o balanccedilo entre fatores locais e a

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pressatildeo externa do mercado Com isso enfatizou a necessidade tanto deconsiderar ambos em exerciacutecios de modelagem e em poliacuteticas de contenccedilatildeoao desmatamento quanto de interpretar toda a regiatildeo de modo holiacutesticopois caso medidas mais abrangentes natildeo fossem incorporadas ndash como

restriccedilotildees ao creacutedito rural e accedilotildees de comando e controle ndash a pressatildeo domercado poderia deslocar as fronteiras para aacutereas natildeo protegidas O modelotambeacutem introduz a representaccedilatildeo de mecanismos de comando e controlee cumprimento da lei como o Coacutedigo Florestal

Um dos principais fatores para a representaccedilatildeo dos padrotildees espaciaisde desmatamento na Amazocircnia eacute a conectividade da regiatildeo com os mer-cados nacionais devido agrave proximidade atraveacutes da rede viaacuteria Eacute a conexatildeoa mercados interagindo com fatores locais ndash como a presenccedila de aacutereas

protegidas a distacircncia de estradas assentamentos e qualidade do solo ndashque explicava os padrotildees passados de desmatamento na regiatildeo (Aguiar etal 1048626104862410486241048631) Mas mesmo nesse trabalho como ilustra a Figura 1048628 a menortaxa de desmatamento considerada eacute de 10486251048629104862410486241048624 km1048626ano

Por outro lado comeccedilaram a surgir mais recentemente trabalhos queconsideram o futuro da Amazocircnia dentro do contexto global e nacionalde pressatildeo por alimentos alinhados a estudos de cenaacuterios globais Umprimeiro exemplo para a regiatildeo foi o estudo de Lapola Schaldach et al

(1048626104862410486251048624) que explorava atraveacutes de modelos computacionais os impactos daproduccedilatildeo de biocombustiacuteveis no Brasil e seus efeitos sobre as fronteirasagriacutecolas e pecuaacuterias O estudo sugere um deslocamento da pecuaacuteria paraa Amazocircnia com uma expansatildeo de 104862510486261048625104863310486311048624 km1048626 representando mudanccedilasregionais indiretas ligadas aos contextos nacional e global e apontandopara uma tendecircncia na aacuterea de modelagem e cenaacuterios de uso da terraPoreacutem cabe ressaltar que os resultados desse estudo tampouco captamos padrotildees observados do desmatamento (Figura 1048628) Em contraponto aosestudos mencionados este privilegiou fatores globais mas simplificouos fatores intrarregionais mostrando como uma abordagem totalmentebaseada nas forccedilas de mercado natildeo seria capaz de representar a complexarealidade da regiatildeo

Nesse sentido a tendecircncia atual em novos modelos eacute tratar a regiatildeocomo um sistema aberto interconectado aos mercados globais e nacionaiscomo resumido por Dalla-Nora Aguiar et al (1048626104862410486251048628) Nesses novos mode-

los as trajetoacuterias de uso da terra na Amazocircnia passam a ser consideradasno contexto daquelas do resto do paiacutes em especial no Cerrado Por outrolado os contextos socioeconocircmico institucional e poliacutetico local interagemcom as demais escalas e devem ser representados tambeacutem Esse eacute o desafio

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que os pesquisadores da aacuterea de modelagem de mudanccedilas e uso da terraenfrentam no momento

Existem vaacuterias iniciativas em andamento que buscam combinarmodelos econocircmicos de equiliacutebrio geral ndash ou parcial ndash a modelos es-

pacialmente expliacutecitos com mais detalhe sobre o Brasil Destacam-senessa linha o projeto SIMBRASIL-1048626OPTIMAGRO desenvolvido pelaUniversidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que integra a plataformade modelagem Dinacircmica EGO (Soares-Filho Rodrigues et al 1048626104862410486241048633) aoBrazilian Land Use Model (Blum) um modelo econocircmico de equiliacutebrioparcial desenvolvido pelo Instituto de Estudos do Comeacutercio e NegociaccedilotildeesInternacionais (Icone)

No contexto do projeto de pesquisa REDD-PAC ndash uma parceria

entre o Instituto Internacional de Anaacutelise de Sistemas Aplicados (Iiasa)o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Instituo de PesquisaEconocircmica Aplicada (Ipea) ndash uma versatildeo do modelo de equiliacutebrio parcialGlobal Biosphere Management Model (Globiom) estaacute sendo adaptadopara o Brasil

Tambeacutem no Inpe estaacute em andamento a integraccedilatildeo de modelos gera-dos na plataforma LuccME (Aguiar 1048626104862410486251048626) para a Amazocircnia e o Cerrado agraveplataforma Magnet (Woltjer Kuiper et al 1048626104862410486251048627) um modelo de equiliacutebrio

geral desenvolvido no Instituto de Economia Agriacutecola da Universidade deWageningen na Holanda com base no Projeto de Anaacutelise do ComeacutercioGlobal (GTAP) da Universidade de Purdue (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048627)

Finalmente voltando agrave distinccedilatildeo entre resultados de modelos e oconceito de cenaacuterios de modo mais amplo tais projetos visam ao desen- volvimento de modelos ou arcabouccedilos computacionais Estes por sua vezpoderatildeo posteriormente ser utilizados em estudos de cenaacuterios A constru-ccedilatildeo de cenaacuterios eacute um processo longo e complexo em si particularmentese realizado de modo participativo com a presenccedila de stakeholders e emmuacuteltiplas escalas Processos participativos para a discussatildeo de cenaacuteriosnatildeo satildeo comuns no Brasil quanto menos os que almejam uma abordagemquantitativa e qualitativa Entre os estudos qualitativos realizados para aAmazocircnia cabe citarbull Goacutemes (1048626104862410486241048633) desenvolveu quatro cenaacuterios qualitativos para toda a baciaamazocircnica para 1048626104862410486261048630 baseados na participaccedilatildeo de stakeholders e atores

responsaacuteveis por tomadas de decisatildeo Esses cenaacuterios exploraram umacombinaccedilatildeo entre trecircs fontes de incerteza consideradas criacuteticas (a) o papeldas poliacuteticas puacuteblicas na regulamentaccedilatildeo do uso dos recursos naturais (b)o comportamento do mercado (c) inovaccedilatildeo ciecircncia e tecnologia

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bull Kok (1048626104862410486241048633) e Soler Kok et al (1048626104862410486241048633) utilizaram uma ferramenta semi-quantitativa ( fuzzy cognitive maps) com o objetivo de aprimorar a uniatildeode cenaacuterios quantitativos e qualitativos para capturar melhor a dinacircmicado desmatamento apresentando-a em narrativas mais consistentes e numa

maior diversidade de modelos quantitativosbull Vieira Toledo et al (1048626104862410486241048632) combinaram cenaacuterios qualitativos a um mo-delo quantitativo de multiagentes ndash a plataforma Cormas desenvolvidapor pesquisadores do Centro de Cooperaccedilatildeo Internacional de PesquisaAgronocircmica para o Desenvolvimento (Centre de Coopeacuteration Internationaleen Recherche Agronomique pour le Deacuteveloppement ndash Cirad) ndash para pro-mover um diaacutelogo entre atores locais com poder de decisatildeo e cientistas apartir da adoccedilatildeo de meacutetodos participativos

bull Os cenaacuterios do Environment Outlook in Amazonia (GEO Amazonia)(Unep 1048626104862410486241048632) satildeo qualitativos10486301048629 formulados com a participaccedilatildeo de especia-listas e stakeholders com o horizonte de tempo 1048626104862410486241048630-1048626104862410486251048630-1048626104862410486261048630 A definiccedilatildeode poliacuteticas puacuteblicas o comportamento do mercado e o desenvolvimentoda ciecircncia e da tecnologia satildeo os principais fatores determinantes e fontesde incerteza capazes de interferir no destino da Amazocircnia Com base naanaacutelise exploratoacuteria dessas incertezas foram selecionados quarto cenaacuteriosconsiderados plausiacuteveis pelos stakeholders Emergent Amazonia Inching

Along the Precipice Light and Shadows e Once-Greenhell Cabe notar quenesse processo do GEO para a Amazocircnia um cenaacuterio de sustentabilidadebaseado na melhoria da qualidade de vida da regiatildeo e utilizaccedilatildeo sustentaacuteveldos recursos naturais natildeo foi desenvolvido por ser o ideal e desejaacutevel paraa regiatildeo ndash e o processo natildeo foi normativobull Folhes (1048626104862410486251048624) e Folhes Aguiar et al (sd) adaptaram abordagens decenaacuterios participativos multiescala agrave realidade da Amazocircnia utilizando oProjeto de Assentamento Extrativista Lago Grande (PAE Lago Grande)em Santareacutem como primeiro caso de estudo Poreacutem a abordagem adota-da foi a de construccedilatildeo de cenaacuterios normativos Numa situaccedilatildeo em que oscenaacuterios podem ser qualitativos normativos participativos ou multiescalarealizado para todo o assentamento e em trecircs comunidades os stakeholders

definiram em cada escala de estudo um cenaacuterio desejado (sustentaacutevel) e umnatildeo desejado no horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-1048626104862410486261048624 O processo promoveuuma discussatildeo sobre as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o futuro sustentaacutevel

De modo mais amplo os pesquisadores buscavam entender se tal processo

10486301048629 Em outros processos de cenaacuterios do GEO como o GEO-4 modelos computacionais foram utilizados

para gerar dados quantitativos

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participativo de construccedilatildeo de cenaacuterios poderia ser efetivo como ferramentano processo de consolidaccedilatildeo de diferentes unidades territoriais da regiatildeoSeguindo uma abordagem semelhante estaacute em andamento um processoparticipativo para a formulaccedilatildeo de cenaacuterios para toda a Amazocircnia com-

binando aspectos qualitativos e quantitativos normativos e exploratoacuteriosnum horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-104862610486241048629104862466 Os cenaacuterios qualitativos seratildeorepresentados por modelos computacionais em ambiente LuccME cujosresultados estatildeo em preparaccedilatildeo (Aguiara Vieira et al sd) e rediscutidoscom os stakeholders Diferentemente do processo adotado nos cenaacuteriosda Unep (GEO Amazonia) descrito acima o objetivo mais amplo doprojeto eacute justamente discutir as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o cenaacuteriode sustentabilidade

Conclusatildeo

Este capiacutetulo revisou os conceitos de cenaacuterios e suas principais abor-dagens visando subsidiar uma anaacutelise criacutetica sobre os modelos e cenaacuteriosdesenvolvidos nas deacutecadas anteriores para a Amazocircnia e entender asnecessidades de uma nova geraccedilatildeo de modelos computacionais em desen-

volvimento Espera-se que todos esses esforccedilos produzam modelos mais

robustos que contribuam para o avanccedilo cientiacutefico sobre os processos demudanccedila de uso da terra e possam ser utilizados pela sociedade como fer-ramentas em processos de discussatildeo sobre o futuro A existecircncia de vaacuteriosgrupos desenvolvendo modelos e cenaacuterios para a Amazocircnia e Brasil combase em meacutetodos e abordagens diferentes pode tambeacutem representar umganho para a sociedade

Em assuntos que envolvem interesses conflitantes como o uso da terrana Amazocircnia eacute preciso examinar atentamente as premissas e mecanismossubjacentes a modelos quantitativos que embasam os cenaacuterios ndash em especialos que satildeo construiacutedos com o objetivo expliacutecito de subsidiar a formula-ccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Pois no desejo por vezes bem intencionado docidadatildeo-pesquisador ao alertar sobre um problema ndash ou natildeo tatildeo bemintencionado ao defender grupos de interesses ndash manipulaccedilotildees podemfacilmente ser introduzidas E em alguns casos posiccedilotildees aparentementecientiacuteficas podem camuflar visotildees e interesses de muacuteltiplos atores e setores

ndash inclusive do proacuteprio governo Os modelos possuem tal complexidade que

10486301048630 O processo estaacute sendo liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (Embrapa) e pelo

Inpe no contexto do projeto Amazalert

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se tornam impenetraacuteveis para a maior parte da sociedade ndash e mesmo parapesquisadores de outras aacutereas E por vezes resultados de modelos passama ser tratados como verdades absolutas ndash o que eacute agravado quando existesomente um modelo para uma regiatildeo ou problema como no caso dos

impactos de obras de infraestrutura ou da expansatildeo de biocombustiacuteveisNatildeo podemos esquecer a frase de George Box que consideramos a

melhor sobre modelos ldquo Models are always wrong but some are useful rdquo Aoque acrescentamos e preste atenccedilatildeo nos grupos aos quais eles satildeo uacuteteis

Referecircncias

AGUIAR A P D et al ldquoSpatial statistical analysis of land-use determinants

in the Brazilian Amazonia Exploring intra-regional heterogeneityrdquoEcological Modelling vol 104862610486241048633 n 1048626-1048628 p 104862510486301048633-104862510486321048632 1048626104862410486241048631

AGUIAR A P D et al ldquoTerraME- LuccME an open-source frameworkfor spatially explicit land use change modellingrdquo Global Land Project

News vol 1048632 p 10486261048625-10486261048627 1048626104862410486251048626AGUIAR A P D et al Anticipating a forest transition scenario in the

Brazilian Amazon carbon emission estimates using a spatially-explicit

approach (submetido)

ALCAMO J RIBEIRO T Scenarios as tools for international environmentalassessments Copenhagen European Environment Agency 1048626104862410486241048625

ALCAMO J Searching for the future of land Scenarios from the local to

global scale Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630 p104862510486271048631-104862510486291048630ALCAMO J Environmental futures the practice of environmental scenario

analysis Amsterdam Elsevier 1048626104862410486241048632ANDERSEN L et al Te dynamics of Deforestation and Economic Growth

in the Brazilian Amazon Cambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048626ANDERSEN L REIS E Deforestation development and government policy

in the Brazilian Amazon an econometric analysis (IPEA Report 10486311048630-1048625104863310486331048631)Rio de Janeiro IPEA 1048625104863310486331048631

BIGGS R et al ldquoLinking futures across scales a dialog on multiscale sce-nariosrdquo Ecology and Society vol 10486251048626 1048626104862410486241048631

BOumlRJESON L et al ldquoScenario types and techniques Towards a userrsquosguiderdquo Futures vol 10486271048632 n 1048631 p 104863110486261048627-104863110486271048633 1048626104862410486241048630

BRADFIELD R ldquoe origins and evolution of scenario techniques in longrange business planningrdquo Futures vol 10486271048631 p 104863110486331048629-104863210486251048626 1048626104862410486241048629BRIASSOULIS H Analysis of Land Use Change Teoretical and Modeling

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Approaches Morgantown Regional Research Institute West VirginiaUniversity 1048626104862410486241048624

BUARQUE S C Metodologia e teacutecnicas de construccedilatildeo de cenaacuterios globais

e regionais Rio de Janeiro IPEA 1048626104862410486241048627

CARPENTER S R et al ldquoScenarios for ecosystem services an overviewrdquoEcology and Society vol 10486251048625 n 1048625 1048626104862410486241048630

COSGROVE W J RIJSBERMAN F R World water vision LondresEarthscan Publications Ltd 1048626104862410486241048624

DALLA983085NORA E L AGUIAR A P D Lapola D M WOLTJER G 1048626104862410486251048628Why have land use change models for the Amazon failed to capture the

amount of deforestation over the last decade Land Use Policy 10486271048633 104862810486241048627-104862810486251048625DREBORG K H ldquoEssence of backcastingrdquo Futures vol 10486261048632 n 1048633 p 104863210486251048627-

104863210486261048632 1048625104863310486331048630EVANS K et al Field guide to the Future Four Ways for Communities

to Tink Ahead Nairobi Center for International Forestry Research(CIFOR) 1048626104862410486241048630 10486321048631 p

FOLHES R Cenaacuterios de mudanccedilas de uso da terra na Amazocircnia Explorando

uma abordagem participativa e multi-escala no PAE Lago Grande em

Santareacutem-Paraacute Beleacutem Universidade Federal do Paraacute 1048626104862410486251048624FOLHES R T et al Multi-scale participatory scenario methods and territorial

planning in the Brazilian Amazon (submetido)GARB Y et al ldquoScenarios in society society in scenarios toward a so-

cial scientific analysis of storyline-driven environmental modelingrdquoEnvironmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

GIBSON C et al ldquoe concept of scale and the human dimensions ofglobal change a surveyrdquo Ecological Economics v 10486271048626 p 104862610486251048631ndash104862610486271048633 1048626104862410486241048624

GIROD B ldquoe evolution of the IPCCrsquos emissions scenariosrdquo Environmental

Science amp Policy vol 10486251048626 1048626104862410486241048633GODET M ldquoe Art of Scenarios and Strategic Planning Tools and Pitfallsrdquo

echnological Forecasting and Social Change vol 10486301048629 p 1048627-10486261048626 1048626104862410486241048624GOacuteMES N ldquoe future of Amazoniardquo In Geo Amazonia 1048626104862410486241048633 p 104862610486291048629-104862610486311048630HEIJDEN K V D Scenarios the Art of Strategic Conversation Chichester

Wiley 1048625104863310486331048630JEFFERSON M ldquoShell scenarios What really happened in the 1048625104863310486311048624s and

what may be learned for current world prospectsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048633 n 1048625 p 104862510486321048630ndash104862510486331048631 1048626104862410486251048626KAHN H WIENER A Te year A framework for Speculation on the

Next Tirty-Tree Years Nova Iorque Macmillan 1048625104863310486301048631

7212019 AGUIAR ASSIS FOLHES Etal 2014 Cenaacuterios e Modelos

httpslidepdfcomreaderfullaguiar-assis-folhes-etal-2014-cenarios-e-modelos 2427

KAHN H Te next Years a scenario for America and the world NovaIorque Morrow 1048625104863310486311048630

KOK K et al ldquoMulti-scale narratives from an IA perspective Part IIParticipatory local scenario developmentrdquo Futures vol 10486271048632 1048626104862410486241048630

KOK K et al ldquoMethods for Developing Multiscale Participatory ScenariosInsights from Southern Africa and Europerdquo Ecology and Society vol 104862510486261048626104862410486241048631

KOK K ldquoe potential of Fuzzy Cognitive Maps for semi-quantitative sce-nario development with an example from Brazilrdquo Global Environmental

Change vol 10486251048633 1048626104862410486241048633KOK K et al ldquoCombining participative backcasting and exploratory scena-

rio development Experiences from the SCENES projectrdquo echnological

Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863210486271048629-104863210486291048625 1048626104862410486251048625LAMBIN E F GEIST H J Land-Use and Land-Cover Change Local

Processes and Global Impacts Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630LAPOLA D M et al ldquoIndirect land-use changes can overcome carbon

savings from biofuels in Brazilrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America vol 104862510486241048631 n 1048632 p 1048627104862710486321048632-1048627104862710486331048627 1048626104862410486251048624LAURANCE W et al ldquoe future of the Brazilian Amazonrdquo Science vol

104862610486331048625 p 104862810486271048632-104862810486271048633 1048626104862410486241048625

LEGGETT J et al Emissions Scenarios for the IPCC an Update CambridgeCambridge University Press 1048625104863310486331048626 p 10486301048633-10486331048629

MARGULIS S Causes of deforestation in Brazilian Amazon World BankWorking Paper 10486261048626 Washington World Bank 1048626104862410486241048628

MEA Ecosystems and Human Well-Being Millennium Ecosystem Assessment

Scenarios for the Future of Ecosystem Services (Millenium EcosystemAssessment) Washington Island Press 1048626104862410486241048629

MEADOWS D H et al Te Limits to Growth A Report for the Club of

Romersquos Project on the Predicament of Mankind Nova Iorque UniversityBooks 1048625104863310486311048626

METZGER M J et al ldquoe vulnerability of ecosystem services to land usechangerdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628 p 10486301048633-10486321048629 1048626104862410486241048630

MILLER R ldquoFutures Literacy A Hybrid Strategic Scenario Methodrdquo Futures vol 10486271048633 p 104862710486281048625-104862710486301048626 1048626104862410486241048631

MOSS R H E et al ldquoe next generation of scenarios for climate change

research and assessmentrdquo Nature vol 104862810486301048627 1048626104862410486251048624NAKICENOVIC N A et al Special Report on Emissions ScenariosCambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048625

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NORA E D et al Amazon conservation might not be the end of deforestation

in Brazil 1048626104862410486251048627 (submetido)OrsquoNEILL B C NAKICENOVIC N ldquoLearning from global emissions

scenariosrdquo Environonmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

PARSON E A B et al Global change scenarios Teir development and useUS Climate Change Science Program 1048626104862410486241048630

PARSON E A ldquoUseful global-change scenarios current issues and chal-lengesrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 1048626104862410486241048632

PATEL M et al ldquoParticipatory scenario construction in land use analysisAn insight into the experiences created by stakeholder involvement inthe Northern Mediterraneanrdquo Land Use Policy vol 10486261048628 1048626104862410486241048631

PFAFF A ldquoWhat drives deforestation in the Brazilian Amazon Evidence

from Satellite and Socio-economic datardquo Journal of EnvironmentalEconomics and Management vol 10486271048631 p 10486261048630-10486281048627 1048625104863310486331048633

POSTMA T J M LIEBL F ldquoHow to improve scenario analysis as a stra-tegic management toolrdquo echnological Forecasting amp Social Change vol10486311048626 p 104862510486301048625-104862510486311048627 1048626104862410486241048629

PULVER S VAN DEVEER S Global Environmental Futures - Interrogatingthe Practice and Politics of Scenarios Brown University 1048626104862410486241048631

QUIST J VERGRAGT P ldquoPast and future of backcasting e shi to

stakeholder participation and a proposal for a methodological frameworkrdquoFutures vol 10486271048632 n 1048633 p 1048625104862410486261048631-1048625104862410486281048629 1048626104862410486241048630

QUIST J et al ldquoe impact and spin-off of participatory backcasting From vision to nicherdquo echnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n1048629 p 104863210486321048627-104863210486331048631 1048626104862410486251048625

RASKIN P D et al ldquoGlobal Scenarios in Historical Perspectivesrdquo InCARPENTER S R et al (Eds) Ecosystems and human well-being scena-

rios Volume findings of the scenarios working group of the Millennium

Ecosystem Assessment Washington Island Press 1048626104862410486241048629 p10486271048629-10486281048628REIS E GUZMAacuteN R ldquoAn econometric model of Amazon Deforestationrdquo

In BROWN K PEARCE D (Eds) Te causes of tropical deforestation

the economic and statistical analysis of factors giving rise to the loss of

tropical forests Londres University College London Press 1048625104863310486331048628 p104862510486311048626-10486331048625RICHARDS C et al Practical Approaches to Participation (SERG Socio-

Economic Research Group Policy Brief ) Aberdeen eMacaulay

Institute 1048626104862410486241048628ROBINSON J B ldquoEnergy backcasting A proposed method of policy analy-sisrdquo Energy Policy vol 10486251048624 n 1048628 p 104862710486271048631-104862710486281048628 1048625104863310486321048626

ROBINSON J et al ldquoEnvisioning sustainability Recent progress in the

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use of participatory backcasting approaches for sustainability researchrdquoechnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863110486291048630-104863110486301048632 1048626104862410486251048625

SANTOS A D D Metodologias participativas caminhos para o fortaleci-

mento de espaccedilos puacuteblicos socioambientais Petroacutepolis IIEB - Instituto

Internacional de Educaccedilatildeo do Brasil 1048626104862410486241048629SOARES-FILHO B et al ldquoModeling conservation in the Amazon basinrdquo

Nature vol 1048628104862710486321048633 mar 1048626104862410486241048630SOARES-FILHO B et al Modeling Environmental Dynamics with Dinamica

EGO Belo Horizonte UFMG 1048626104862410486241048633 104862510486261048624 pSOARES-FILHO B et al ldquoRole of Brazilian Amazon protected areas in

climate change mitigationrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America 10486261048630 maio 1048626104862410486251048624

SOLER L S et al ldquoUsing fuzzy cognitive maps to describe current systemdynamics and develop land cover scenarios a case study in the BrazilianAmazonrdquo Journal of Land Use Science vol 1048631 n 1048626 p104862510486281048633-104862510486311048629 10486251048627 dez 1048626104862410486251048626

STIRLING A ldquoAnalysis participation and power justification and closurein participatory multi-criteria analysisrdquo Land Use Policy vol 10486261048627 n 1048625 p10486331048629-104862510486241048631 1048626104862410486241048630

SWART R et al ldquoStabilisation scenarios for climate impact assessmentrdquoGlobal Environmental Change vol 10486251048626 1048626104862410486241048626

UNEP Environment Outlook in the Amazonia GEO Amazonia Panama1048626104862410486241048632

UNEP Global Environment Outlook Nairobi 1048626104862410486251048626VAN ASSELT MARJOLEIN B A RIJKENS-KLOMP N ldquoA look in the

mirror reflection on participation in Integrated Assessment from amethodological perspectiverdquo Global Environmental Change vol 10486251048626 n1048627 p 104862510486301048631-104862510486321048628 1048626104862410486241048626

VAN NOTTEN P W F et al ldquoAn updated scenario typologyrdquo Futures vol10486271048629 n 1048629 p 104862810486261048627-104862810486281048627 1048626104862410486241048627

VAN VLIET M Kok K VELDKAMP T ldquoLinking stakeholders andmodellers in scenario studies the use of Fuzzy Cognitive Maps as acommunication and learning toolrdquo Futures vol 10486281048626 n 1048625 1048626104862410486241048633

VAN VUUREN D P et al ldquoScenarios in Global Environmental AssessmentsKey characteristics and lessons for future userdquo Global Environmental

Change vol 10486261048626 n 1048628 p 104863210486321048628-104863210486331048629 1048626104862410486251048626a

VAN VUUREN D P et al ldquoA proposal for a new scenario framework tosupport research and assessment in different climate research commu-nitiesrdquo Global Environmental Change vol 10486261048626 n 1048625 p 10486261048625-10486271048629 1048626104862410486251048626b

VERBURG P et al ldquoDownscaling of land use change scenarios to assess

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the dynamics of European landscapesrdquo Agriculture Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630

VERGRAGT P J QUIST J ldquoBackcasting for sustainability Introductionto the special issuerdquo echnological Forecasting and Social Change vol

10486311048632 n 1048629 p 104863110486281048631-104863110486291048629 1048626104862410486251048625VIEIRA I C G et al ldquoDeforestation and threats to the biodiversity of

Amazoniardquo Brazilian Journal of Biology vol 10486301048632 p 104863310486281048633-104863310486291048630 1048626104862410486241048632WESSELINK A et al ldquoRationales for public participation in environmental

policy and governance practitionersrsquo perspectivesrdquo Environment and

Planning A vol 10486281048627 n 10486251048625 p 1048626104863010486321048632-1048626104863110486241048628 1048626104862410486251048625WESTHOEK H J et al ldquoScenario development to explore the future of

Europersquos rural areasrdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628

p 1048631-10486261048624 1048626104862410486241048630aWesthoek H J VAN DEN BERG M BAKKES J A ldquoScenario deve-

lopment to explore the future of Europersquos rural areasrdquo Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630bWILKINSON A EIDINOW E ldquoEvolving practices in environmental

scenarios a new scenario typologyrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 p 104862410486281048629104862410486251048631 1048626104862410486241048632

WOLLENBERG E et al Anticipating Change Scenarios as a ool for Adaptive

Forest Management A Guide Bogor CIFOR 1048626104862410486241048624aWOLLENBERG E et al ldquoUsing scenarios to make decisions about the futu-

re anticipatory learning for the adaptive co-management of communityforestsrdquo Landscape and Urban Planning vol 10486281048631 n 1048625-1048626 p 10486301048629-10486311048631 1048626104862410486241048624b

WOLTJER G et al Te MAGNE model Module description Haia LEIWUR 1048626104862410486251048627

ZUREK M B HENRICHS T ldquoLinking scenarios across geographical scalesin international environmental assessmentsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048628 p 1048625104862610486321048626-1048625104862610486331048629 1048626104862410486241048631

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Vergragt (1048626104862410486241048630) Quist issen et al (1048626104862410486251048625) Robinson Burch et al (1048626104862410486251048625)e Vergragt e Quist (1048626104862410486251048625) a partir de uma visatildeo do futuro que pode serpositiva negativa ou neutra e se desenvolve na discussatildeo do confronto dodesejo com as condiccedilotildees concretas mediante a construccedilatildeo de uma trajetoacuteria

invertida atraveacutes de meacutetodos de backcasting Esta visatildeo do futuro natildeo deve ser confundida com o cenaacuterio em si

que contempla os passos para alcanccedilar essa visatildeo Por sua proacutepria naturezao processo de construccedilatildeo de cenaacuterios normativos em geral pode requereruma maior participaccedilatildeo de stakeholders o que envolve o desejo dos atoresque satildeo parte do problema Cenaacuterios normativos podem ser particularmenteimportantes quando existem referecircncias institucionais ou poliacuteticas sobre odesenvolvimento de um processo como no caso do artigo 1048626 da Convenccedilatildeo

do Clima que prevecirc a estabilizaccedilatildeo da concentraccedilatildeo dos gases de efeito estufa(Swart 1048626104862410486241048626)

Jaacute os cenaacuterios exploratoacuterios satildeo utilizados em geral para analisar opossiacutevel desenrolar de acontecimentos futuros em relaccedilatildeo a determinadotema visando facilitar o posicionamento e a tomada de decisotildees sobreo assunto Costumam ser concebidos por meio da definiccedilatildeo dos fatoresdeterminantes das mudanccedilas em questatildeo no cenaacuterio e da seleccedilatildeo de incer-tezas criacuteticas entre esses fatores bem como de hipoacuteteses sobre como essas

incertezas se desenvolveriam Cenaacuterios exploratoacuterios podem ser elaboradospor especialistas eou pela participaccedilatildeo de stakeholders

Muitos estudos produzem cenaacuterios exploratoacuterios e normativos en-quanto outros combinam alguns elementos de ambas as perspectivas Porexemplo os cenaacuterios do Word Water Vision (Cosgrove amp Rijsberman 1048626104862410486241048624)combinam aspectos exploratoacuterios e normativos qualitativos e quantitativosJaacute Kok Van Vliet et al (1048626104862410486241048626) usando a abordagem SAS desenvolveramquatro cenaacuterios exploratoacuterios para a Europa em 1048626104862410486291048624 Um exerciacutecio debackcasting foi realizado tendo como visatildeo normativa de 1048626104862410486291048624 a utilizaccedilatildeoprovisatildeo e gerenciamento sustentaacutevel dos recursos hiacutedricos O objetivo doexerciacutecio foi identificar as accedilotildees necessaacuterias obstaacuteculos e oportunidades paraque o objetivo fosse alcanccedilado em qualquer dos quatro possiacuteveis futurosrepresentados pelos cenaacuterios exploratoacuterios

Finalmente cabe mencionar que em paralelo agrave classificaccedilatildeo de cenaacuteriosexploratoacuterios e normativos existe a diferenciaccedilatildeo entre cenaacuterios de base

(baseline) e cenaacuterios de anaacutelise de poliacuteticas ( policy scenarios)983093983097 (Alcamo eRibeiro 1048626104862410486241048625) Estes satildeo variaccedilotildees daqueles e visam avaliar os efeitos de

10486291048633 Alguns autores se referem aos policy scenarios como cenaacuterios alternativos ou canocircnicos (Buarque

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diferentes accedilotildees poliacuteticas em relaccedilatildeo ao cenaacuterio de referecircncia Por sua vezos cenaacuterios de base no contexto de cenaacuterios ambientais visam apresentaralternativas para o futuro sem considerar os impactos de poliacuteticas ambien-tais servindo como referecircncia para a comparaccedilatildeo983094983088

Aleacutem de servir de referecircncia a construccedilatildeo de cenaacuterios de base permiteexplorar as incertezas quanto ao desenvolvimento dos demais fatores deter-minantes natildeo diretamente associados a accedilotildees poliacuteticas normalmente ndash masnatildeo necessariamente ndash construiacutedos atraveacutes da perspectiva exploratoacuteria983094983089Alguns estudos natildeo fazem essa distinccedilatildeo enquanto outros buscam elaborarsomente cenaacuterios de base Por exemplo os cenaacuterios de emissotildees (SRES) doIPCC satildeo organizados em quatro famiacutelias de cenaacuterios baseline construiacutedasde modo exploratoacuterio

No processo de construccedilatildeo de cenaacuterios podem ser combinadosdiferentes meacutetodos inclusive oficinas de trabalho entrevistas estrutu-radas a teacutecnica de Delfos meacutetodos de backcasting e uma seacuterie de meacuteto-dos participativos (Buarque 1048626104862410486241048627) A seleccedilatildeo dos meacutetodos especiacuteficosempregados em um determinado projeto iraacute depender do conjunto dedecisotildees relativas aos objetivos da anaacutelise (a) escala temporal (horizontee intervalo de tempo) (b) opccedilatildeo por qualitativos eou quantitativos (c)opccedilatildeo por abordagem exploratoacuteria eou normativa (d) forma de parti-

cipaccedilatildeo da sociedade no processo de construccedilatildeo (e) representaccedilatildeo deuma escala ou muacuteltiplas escalas espaciais As proacuteximas seccedilotildees discutemos itens (d) e (e)

Cenaacuterios participativos e elaborados por especialistas

Para diferenciar cenaacuterios participativos daqueles elaborados por es-pecialistas satildeo inicialmente apresentadas algumas definiccedilotildees62

bull Participaccedilatildeo semanticamente eacute muito semelhante ao envolvimento ndash o

2003) enquanto os cenaacuterios baseline satildeo tambeacutem chamados de cenaacuterios de referecircncia non-intervention

ou business as usual (BAU)

10486301048624 Embora em vaacuterios casos seja difiacutecil fazer essa separaccedilatildeo pois muitas poliacuteticas jaacute fazem parte da

sociedade como nota o proacuteprio autor

10486301048625 Alguns estudos adotam somente um cenaacuterio de base em muitos casos chamado business as usual No

entanto alguns autores discutem a pertinecircncia da concepccedilatildeo de cenaacuterios BAU nos tempos atuais pois

a possibilidade de transiccedilotildees abruptas incertezas e instabilidades natildeo satildeo consideradas (Vergragt amp

Quist 2011)

10486301048626 Apresentamos aqui apenas uma breve revisatildeo dos conceitos para embasar a classicaccedilatildeo dos cenaacuterios

Existe toda uma literatura sobre o assunto com inclusive diferentes deniccedilotildees e pontos de vista sobre

o alcance da participaccedilatildeo fora do escopo deste capiacutetulo

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ato ou processo de estar envolvido Na literatura das ciecircncias sociaissignifica o ato de participaccedilatildeo ativa de grupos sociais na apreciaccedilatildeo edecisatildeo dos processos em que se encontram direta ou indiretamenteenvolvidos com conhecimentos relevantes sobre a questatildeo em jogo

conforme Stirling (1048626104862410486241048630) e Wesseling Paavola et al (1048626104862410486251048625)bull Stakeholders atores e especialistas Heijden (1048625104863310486331048630) diferencia atores

de stakeholders para fins de anaacutelises de cenaacuterios Stakeholders satildeo osinteressados no tema em discussatildeo no cenaacuterio que recebem as conse-quecircncias das accedilotildees Atores satildeo as pessoas ou organizaccedilotildees que atuamno objeto analisado porque tecircm o poder de tomar decisotildees mas natildeonecessariamente sofrem as consequecircncias das mesmas Especialistaspor outro lado satildeo pessoas com conhecimento especiacutefico ndash cientistas

profissionais burocratas etc ndash sobre algum dos aspectos relevantes aotema do cenaacuterio ou a outros a ele relacionados mas natildeo tecircm neces-sariamente poder de accedilatildeo Isto significa que os especialistas natildeo satildeoem princiacutepio diretamente interessados ou afetados pelo tema emboraeventualmente possam ser

bull Meacutetodos participativos incluem entrevistas e questionaacuterios dirigidos agrupos focais envolvendo stakeholders conforme Van Asselt Marjolein

e Rijkens-Klomp (1048626104862410486241048626) e Richards Sherlock et al (1048626104862410486241048628) Muitasdas teacutecnicas de cenaacuterios ndash especialmente no niacutevel local ndash utilizammeacutetodos baseados no denominado diagnoacutestico raacutepido participati-

vo (DRP) que consiste em teacutecnicas simples normalmente visuaisque tecircm sido utilizadas em vaacuterios contextos conforme vemos emWollenberg Edmunds et al (1048626104862410486241048624) e Evans Velarde et al (1048626104862410486241048630)Tais meacutetodos vecircm sendo amplamente empregados na Amazocircnia porONGs cientistas e oacutergatildeos governamentais aleacutem de experiecircncias de

mapeamento participativo alinhadas ao movimento socioambiental(Santos 1048626104862410486241048629) Jaacute as experiecircncias de construccedilatildeo de cenaacuterios propria-mente ditos principalmente atraveacutes de meacutetodos participativos satildeomenos comuns na Amazocircnia

bull Cenaacuterios participativos satildeo aqueles construiacutedos com o envolvimentodireto de stakeholders atraveacutes de meacutetodos participativos em que os atorese especialistas podem tomar parte de forma secundaacuteria

Recentemente tem sido dada atenccedilatildeo ao valor da inclusatildeo de meacutetodosparticipativos em anaacutelises de cenaacuterios De acordo com Wollenberg et al(1048626104862410486241048624) ldquocenaacuterios seratildeo mais poderosos em criar novos conhecimentosquando envolvem diretamente stakeholdersrdquo Em escala global os cenaacuterios

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tendem a ser do tipo exploratoacuterio focados em produzir resultados cien-tiacuteficos quantitativos e com uma construccedilatildeo de narrativas normalmentebaseada na contribuiccedilatildeo de especialistas (Parson 1048626104862410486241048632) Nesse caso osstakeholders atores e tomadores de decisatildeo satildeo mais envolvidos durante

processos de revisatildeo do que na fase de elaboraccedilatildeo dos cenaacuterios Por outrolado diversos exerciacutecios em escala local tecircm enfatizado o processo decomunicaccedilatildeo e construccedilatildeo de consenso entre stakeholders que pode acom-panhar o desenvolvimento de cenaacuterios (qualitativos) em especial na Aacutesiae Aacutefrica como indicado por Wollenberg Edmunds et al (1048626104862410486241048624) e Alcamo(1048626104862410486241048630) Mas essas diferenccedilas entre cenaacuterios globais e locais refletem apenasgrandes tendecircncias A literatura indica que eacute possiacutevel engajar stakeholders com sucesso nos niacuteveis nacional e internacional e haacute exemplos concretos

como em alguns dos estudos regionais do MEA (Kok Biggs et al 1048626104862410486241048631)As vantagens da utilizaccedilatildeo de processos participativos estatildeo relacio-

nadas agrave relevacircncia credibilidade legitimidade e criatividade (Van Vliet1048626104862410486241048633) ndash criteacuterios normalmente adotados para avaliar a qualidade de anaacutelisesde cenaacuterios (Alcamo 1048626104862410486241048632) Quatro categorias de razotildees para a utilizaccedilatildeodesse tipo de processo foram discutidas na literatura por Stirling (1048626104862410486241048630) ePatel Kok et al (1048626104862410486241048631) A primeira categoria eacute a (a) normativa a participaccedilatildeosegue princiacutepios democraacuteticos e portanto deve ser utilizada para evitar que

decisotildees sejam tomadas sem refletir os valores do puacuteblico A segunda eacute a(b) instrumental a participaccedilatildeo assegura que os cenaacuterios sejam relevantese verossiacutemeis para os usuaacuterios finais A terceira (c) substantiva atraveacutesda participaccedilatildeo obteacutem-se mais e melhor informaccedilatildeo devido agrave inclusatildeode conhecimento local Por fim o (d) aprendizado social a participaccedilatildeopode proporcionar uma arena de aprendizado para todos os envolvidose assim gerar ideias importantes e potencialmente surpreendentes

Por outro lado alguns pontos negativos devem ser assinalados comoa falta de reprodutibilidade pois existem orientaccedilotildees gerais mas natildeo me-todologias estritas Normalmente os meacutetodos satildeo propositadamente natildeoestruturados e seu resultado depende muito da seleccedilatildeo dos participantes(Kok Patel et al 1048626104862410486241048630) Outra desvantagem se encontra nas posiccedilotildees muitocontrastantes entre os stakeholders que podem afetar significativamente osdebates e decisotildees Por isso eacute necessaacuterio conhecer as predisposiccedilotildees dosparticipantes que representam diferentes grupos de interesses

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Cenaacuterio em escala uacutenica ou muacuteltipla

Os cenaacuterios ambientais tecircm sido construiacutedos em diferentes escalas63 espaciais ndash global regional local ndash com diferentes objetivos e graus deenvolvimento de stakeholders em niacuteveis diversos (Alcamo et al 1048626104862410486241048630)

As escalas temporais desses cenaacuterios tambeacutem variam os cenaacuterios globaisabrangem normalmente uma perspectiva de tempo maior ndash ateacute 1048626104862410486291048624 ou1048626104862510486241048624 tomando por base o atual ano de 1048626104862410486251048627 ndash enquanto os regionais elocais focam em periacuteodos mais curtos ndash ateacute 1048626104862410486251048629 ou 1048626104862410486261048629 Os processos efatores determinantes analisados nos cenaacuterios dependem da escala espa-cial e temporal assim como a seleccedilatildeo de stakeholders no caso de cenaacuteriosparticipativos e a escolha de modelos computacionais no caso de cenaacuterioscom modelos quantitativos

Stakeholders em diferentes niacuteveis de processos de decisatildeo ou delibe-raccedilatildeo ndash local regional nacional internacional ndash podem ter perspectivasdiferentes O equiliacutebrio de forccedilas descrito na seccedilatildeo anterior conforme apon-tado por Kok Biggs et al (1048626104862410486241048631) e Zurek e Henrichs (1048626104862410486241048631) pode diferirentre escalas enquanto conjuntos diferentes de problemas e oportunidadespodem ser destacados em diferentes escalas mesmo quando se discute ummesmo tema geral ndashuso e disponibilidade da aacutegua por exemplo

Cenaacuterios participativos multiescala visam entatildeo incorporar essas di- versas perspectivas ao processo de construccedilatildeo dos cenaacuterios Alcamo et al(1048626104862410486241048630) ao final de sua revisatildeo do estado da arte em cenaacuterios para a siacutentesedo programa Land Use and Cover Change (LUCC) (Lambin et al 1048626104862410486241048630)recomendam o desenvolvimento de cenaacuterios multiescala como uma formade aumentar a credibilidade e relevacircncia dos cenaacuterios por meio da incor-poraccedilatildeo de uma gama maior de visotildees Em outra anaacutelise recente sobre ofuturo dos cenaacuterios ambientais Parson (1048626104862410486241048630 1048626104862410486241048632) defende a existecircncia

de uma rede natildeo centralizada de cenaacuterios ambientais em diferentes escalaspara atender a diferentes necessidades Esses cenaacuterios podem se basear emndash ou interpretar ndash cenaacuterios de escalas mais globais e ligaacute-los aos contextos enecessidades de anaacutelise e apoio agrave tomada de decisatildeo em diferentes escalas

Um aspecto importante na definiccedilatildeo da metodologia de construccedilatildeo decenaacuterios multiescala eacute o modo como as relaccedilotildees de influecircncia entre escalasseratildeo tratadas em determinado estudo conforme Biggs (1048626104862410486241048631) e Kok Biggset al (1048626104862410486241048631) Essas influecircncias podem ser top-down ndash cenaacuterios globais e

10486301048627 Escala eacute a dimensatildeo espacial temporal e analiacutetica que cientistas utilizam para medir e estudar algum

objeto ou processo (Gibson Ostrom et al 2000) Todas as escalas tecircm extensatildeo e resoluccedilatildeo

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regionais contextualizando os cenaacuterios locais ndash eou bottom-up ndash cenaacuterioslocais alimentando os regionais e globais

As relaccedilotildees entre as escalas podem ser desenvolvidas de forma in-dependente ndash ou parcialmente independente ndash ou acoplada conforme as

perspectivas incertezas e fatores de uma escala informem a construccedilatildeode cenaacuterios nas demais escalas Essa decisatildeo mais uma vez depende doobjetivo do estudo levando em consideraccedilatildeo por exemplo a necessidadede comparar resultados e manter consistecircncia entre escalas em contrapo-siccedilatildeo ao fato de que o acoplamento excessivo pode atuar como limitadorda criatividade nas escalas mais locais comprometendo o resultado doscenaacuterios

Revisatildeo sobre estudos de cenaacuterios para a Amazocircnia

Dentro de um contexto complexo que envolve fronteiras agriacutecolasemissotildees de gases do efeito estufa derivadas do desmatamento impactosdas mudanccedilas climaacuteticas conservaccedilatildeo ambiental conflitos sociais orde-namento territorial e regularizaccedilatildeo fundiaacuteria vaacuterios estudos de cenaacuteriosdiscutem o futuro da Amazocircnia em diferentes escalas empregando diversasabordagens metodoloacutegicas e conjuntos de premissas

Em escala global vaacuterios cenaacuterios satildeo norteados pelo desafio de conci-liar a provisatildeo de serviccedilos ambientais de modo mais amplo agrave necessidadede suprir a crescente demanda por alimentos Tais estudos naturalmenteincluem resultados referentes agrave Amazocircnia como a Avaliaccedilatildeo Ecossistecircmica

do Milecircnio (MEA 1048626104862410486241048629) que desenvolveu quatro cenaacuterios focados nas mu-danccedilas no ecossistema e suas consequecircncias para o bem-estar social Doisdesses cenaacuterios se concentram em mudanccedilas de uso e cobertura da terrao primeiro prioriza a produccedilatildeo nacional e o segundo as tecnologias verdese alternativas econocircmicas mais ecoloacutegicas Uma ampla revisatildeo sobre cenaacute-rios globais de uso da terra pode ser encontrada em Lambin et al (1048626104862410486241048630)Recentemente projeccedilotildees espacialmente expliacutecitas sobre o uso da terra(Moss 1048626104862410486251048624) foram geradas no contexto do IPCC AR1048629 visando subsidiara nova geraccedilatildeo de modelos do sistema terrestre Tais dados foram geradospor modelos globais integrados (integrated assessment models) e consistemem projeccedilotildees de uso da terra com base em previsotildees de crescimento da

demanda por alimentos fibras e energiaPor outro lado a maior parte dos estudos espacialmente expliacutecitosrealizados na escala regional para a Amazocircnia apresenta uma abordagem

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focada em fatores intrarregionais64 em especial no papel das estradasaacutereas protegidas e accedilotildees de comando e controle Dentre eles destacam-se

bull Os cenaacuterios propostos por Laurance Cochrane et al (1048626104862410486241048625) concentra-ram suas discussotildees nos efeitos do programa Avanccedila Brasil proposto pelo

governo brasileiro entre os anos de 1048626104862410486241048624 a 1048626104862410486241048631 que previam uma seacuterie deprojetos de infraestrutura inclusive na Amazocircnia Seus cenaacuterios quantita-tivos baseados em anaacutelises espaciais extrapolam para os proacuteximos vinteanos os impactos desse aumento de infraestrutura com base nos impactosdas deacutecadas anteriores Formularam-se dois cenaacuterios um pessimista queconsiderava a manutenccedilatildeo das tendecircncias do desmatamento e um otimistano qual o desmatamento e a degradaccedilatildeo florestal seriam reduzidos atraveacutesde uma seacuterie de accedilotildees de proteccedilatildeo ambiental

bull Soares-Filho Nepstad et al (1048626104862410486241048630) discutiram a importacircncia das aacutereasprotegidas e o impacto de novas rodovias pavimentadas nas mudanccedilas deuso da terra na bacia amazocircnica Foram desenvolvidos oito cenaacuterios dosquais o mais pessimista assumia que o desmatamento iria continuar deacordo com as tendecircncias observadas ateacute entatildeo as estradas seriam pavimen-tadas as reservas legais natildeo seriam respeitadas e nem seriam criadas novasaacutereas protegidas Esses autores tambeacutem consideraram reflexos de decisotildeespoliacutetico-administrativas num cenaacuterio oposto chamado governanccedila em

que pressupunham a manutenccedilatildeo das reservas e de zonas agroecoloacutegicasde uso da terra e a criaccedilatildeo de novas aacutereas protegidas Aleacutem desses foramconsiderados seis cenaacuterios intermediaacuteriosbull O mesmo estudo considerou a contribuiccedilatildeo das aacutereas protegidas parauma possiacutevel reduccedilatildeo do desmatamento atraveacutes da construccedilatildeo de cincocenaacuterios para 1048626104862410486291048624 que incluiacuteam (a) a exclusatildeo de todas as aacutereas protegidasexistentes (b) todas as aacutereas protegidas criadas ateacute 1048626104862410486241048626 (c) as aacutereas pro-tegidas criadas ateacute 1048626104862410486241048632 exceto as treze aacutereas criadas a partir do programaAacutereas Protegidas da Amazocircnia (ARPA) (d) todas as aacutereas protegidas ateacute1048626104862410486241048632 sem exceccedilatildeo (e) as aacutereas protegidas ateacute 1048626104862410486241048626 com expansatildeo previstapelo ARPA Os cenaacuterios de uso da terra considerando estas aacutereas protegidasforam combinados com dois cenaacuterios socioeconocircmicos para crescimentoalto e moderado da agricultura

10486301048628 Em escala regional muitos modelos economeacutetricos e estatiacutesticos foram desenvolvidos para estudar as

causas do desmatamento como vemos em Reis e Guzmaacuten (1994) Andersen e Reis (1997) Pfaff (1999)

Margulis (2004) e Andersen Granger et al (2002) Aguiar Cacircmara et al (2007) apresentam uma revisatildeo

desses modelos Neste capiacutetulo enfocamos estudos que geraram resultados espacialmente expliacutecitos

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A Figura 1048628 compara as taxas de desmatamento estimadas ou ado-tadas nesses trabalhos Como pode ser observado na Figura 1048628b mesmoas projeccedilotildees mais ldquootimistasrdquo superestimaram as taxas de desmatamentoobservadas de 1048626104862410486241048628 ateacute 1048626104862410486251048626 como discutido por Dalla-Nora Aguiar et

al (1048626104862410486251048628) Esse fato de modo algum desmerece a importacircncia dos traba-lhos principalmente porque a proacutepria repercussatildeo dos estudos pode terinfluenciado decisotildees poliacutetico-administrativas de controle do processodesordenado de ocupaccedilatildeo da regiatildeo

Pesa tambeacutem sobre modelos que buscam representar processos sociaisa inerente complexidade dos fatores que os influenciam Logo decisotildeesmetodoloacutegicas devem ser tomadas durante o processo de construccedilatildeo dosmodelos que satildeo sempre uma representaccedilatildeo simplificada da realidade Como

mencionado anteriormente os cenaacuterios acima utilizam principalmentefatores intrarregionais como determinantes tanto da localizaccedilatildeo quanto daquantidade de mudanccedilas (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048628) Assim descon-sideram o contexto econocircmico e institucional nos niacuteveis global e nacionalinclusive os padrotildees de consumo as oscilaccedilotildees do mercado e as decisotildeespoliacuteticas mais amplas sendo as taxas de desmatamento determinadas peloaumento ou diminuiccedilatildeo de estradas e aacutereas protegidas

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Figura axas de desmatamento estimadas por diferentes modelos

Fonte Dalla-Nora et al ()

Subjacente a isso existe um aspecto mais sutil relacionado ao proacuteprioconceito de cenaacuterios discutidos neste capiacutetulo Os resultados dos estudos

que buscaram estimar taxas de desmatamento representam em linhasgerais um mesmo cenaacuterio BAU ndash uma visatildeo do futuro fundamentada nastendecircncias de desmatamento observadas com variaccedilotildees em termos deestradas aacutereas protegidas etc ( policy ) Dessa maneira nenhum dos tra-balhos referidos explorou de fato futuros alternativos e por consequecircncianatildeo tratou como incerteza o posicionamento do governo e da sociedadeem relaccedilatildeo agraves questotildees ambientais E a reversatildeo da trajetoacuteria da taxa dedesmatamento tem sido em grande parte creditada agraves accedilotildees de comando econtrole de restriccedilatildeo ao creacutedito rural e de sistemas de monitoramento nocontexto do Plano de Prevenccedilatildeo e Controle do Desmatamento na AmazocircniaLegal (PPCDAm) enquanto sua manutenccedilatildeo vem sendo atrelada a umanova postura dos mercados consumidores exemplificada pelos acordosdas moratoacuterias da carne e soja

Uma abordagem alternativa agrave utilizaccedilatildeo exclusiva de fatores intrar-regionais foi proposta por Aguiar (1048626104862410486241048630) na qual a quantidade de desma-

tamento era exoacutegena ao modelo como uma proxy da pressatildeo de mercadopara a expansatildeo da fronteira agropecuaacuteria Embora esse estudo natildeo pre-tendesse estimar taxas de desmatamento como os demais ele apresentavacomo diferencial sua busca por ilustrar o balanccedilo entre fatores locais e a

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pressatildeo externa do mercado Com isso enfatizou a necessidade tanto deconsiderar ambos em exerciacutecios de modelagem e em poliacuteticas de contenccedilatildeoao desmatamento quanto de interpretar toda a regiatildeo de modo holiacutesticopois caso medidas mais abrangentes natildeo fossem incorporadas ndash como

restriccedilotildees ao creacutedito rural e accedilotildees de comando e controle ndash a pressatildeo domercado poderia deslocar as fronteiras para aacutereas natildeo protegidas O modelotambeacutem introduz a representaccedilatildeo de mecanismos de comando e controlee cumprimento da lei como o Coacutedigo Florestal

Um dos principais fatores para a representaccedilatildeo dos padrotildees espaciaisde desmatamento na Amazocircnia eacute a conectividade da regiatildeo com os mer-cados nacionais devido agrave proximidade atraveacutes da rede viaacuteria Eacute a conexatildeoa mercados interagindo com fatores locais ndash como a presenccedila de aacutereas

protegidas a distacircncia de estradas assentamentos e qualidade do solo ndashque explicava os padrotildees passados de desmatamento na regiatildeo (Aguiar etal 1048626104862410486241048631) Mas mesmo nesse trabalho como ilustra a Figura 1048628 a menortaxa de desmatamento considerada eacute de 10486251048629104862410486241048624 km1048626ano

Por outro lado comeccedilaram a surgir mais recentemente trabalhos queconsideram o futuro da Amazocircnia dentro do contexto global e nacionalde pressatildeo por alimentos alinhados a estudos de cenaacuterios globais Umprimeiro exemplo para a regiatildeo foi o estudo de Lapola Schaldach et al

(1048626104862410486251048624) que explorava atraveacutes de modelos computacionais os impactos daproduccedilatildeo de biocombustiacuteveis no Brasil e seus efeitos sobre as fronteirasagriacutecolas e pecuaacuterias O estudo sugere um deslocamento da pecuaacuteria paraa Amazocircnia com uma expansatildeo de 104862510486261048625104863310486311048624 km1048626 representando mudanccedilasregionais indiretas ligadas aos contextos nacional e global e apontandopara uma tendecircncia na aacuterea de modelagem e cenaacuterios de uso da terraPoreacutem cabe ressaltar que os resultados desse estudo tampouco captamos padrotildees observados do desmatamento (Figura 1048628) Em contraponto aosestudos mencionados este privilegiou fatores globais mas simplificouos fatores intrarregionais mostrando como uma abordagem totalmentebaseada nas forccedilas de mercado natildeo seria capaz de representar a complexarealidade da regiatildeo

Nesse sentido a tendecircncia atual em novos modelos eacute tratar a regiatildeocomo um sistema aberto interconectado aos mercados globais e nacionaiscomo resumido por Dalla-Nora Aguiar et al (1048626104862410486251048628) Nesses novos mode-

los as trajetoacuterias de uso da terra na Amazocircnia passam a ser consideradasno contexto daquelas do resto do paiacutes em especial no Cerrado Por outrolado os contextos socioeconocircmico institucional e poliacutetico local interagemcom as demais escalas e devem ser representados tambeacutem Esse eacute o desafio

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que os pesquisadores da aacuterea de modelagem de mudanccedilas e uso da terraenfrentam no momento

Existem vaacuterias iniciativas em andamento que buscam combinarmodelos econocircmicos de equiliacutebrio geral ndash ou parcial ndash a modelos es-

pacialmente expliacutecitos com mais detalhe sobre o Brasil Destacam-senessa linha o projeto SIMBRASIL-1048626OPTIMAGRO desenvolvido pelaUniversidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que integra a plataformade modelagem Dinacircmica EGO (Soares-Filho Rodrigues et al 1048626104862410486241048633) aoBrazilian Land Use Model (Blum) um modelo econocircmico de equiliacutebrioparcial desenvolvido pelo Instituto de Estudos do Comeacutercio e NegociaccedilotildeesInternacionais (Icone)

No contexto do projeto de pesquisa REDD-PAC ndash uma parceria

entre o Instituto Internacional de Anaacutelise de Sistemas Aplicados (Iiasa)o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Instituo de PesquisaEconocircmica Aplicada (Ipea) ndash uma versatildeo do modelo de equiliacutebrio parcialGlobal Biosphere Management Model (Globiom) estaacute sendo adaptadopara o Brasil

Tambeacutem no Inpe estaacute em andamento a integraccedilatildeo de modelos gera-dos na plataforma LuccME (Aguiar 1048626104862410486251048626) para a Amazocircnia e o Cerrado agraveplataforma Magnet (Woltjer Kuiper et al 1048626104862410486251048627) um modelo de equiliacutebrio

geral desenvolvido no Instituto de Economia Agriacutecola da Universidade deWageningen na Holanda com base no Projeto de Anaacutelise do ComeacutercioGlobal (GTAP) da Universidade de Purdue (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048627)

Finalmente voltando agrave distinccedilatildeo entre resultados de modelos e oconceito de cenaacuterios de modo mais amplo tais projetos visam ao desen- volvimento de modelos ou arcabouccedilos computacionais Estes por sua vezpoderatildeo posteriormente ser utilizados em estudos de cenaacuterios A constru-ccedilatildeo de cenaacuterios eacute um processo longo e complexo em si particularmentese realizado de modo participativo com a presenccedila de stakeholders e emmuacuteltiplas escalas Processos participativos para a discussatildeo de cenaacuteriosnatildeo satildeo comuns no Brasil quanto menos os que almejam uma abordagemquantitativa e qualitativa Entre os estudos qualitativos realizados para aAmazocircnia cabe citarbull Goacutemes (1048626104862410486241048633) desenvolveu quatro cenaacuterios qualitativos para toda a baciaamazocircnica para 1048626104862410486261048630 baseados na participaccedilatildeo de stakeholders e atores

responsaacuteveis por tomadas de decisatildeo Esses cenaacuterios exploraram umacombinaccedilatildeo entre trecircs fontes de incerteza consideradas criacuteticas (a) o papeldas poliacuteticas puacuteblicas na regulamentaccedilatildeo do uso dos recursos naturais (b)o comportamento do mercado (c) inovaccedilatildeo ciecircncia e tecnologia

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bull Kok (1048626104862410486241048633) e Soler Kok et al (1048626104862410486241048633) utilizaram uma ferramenta semi-quantitativa ( fuzzy cognitive maps) com o objetivo de aprimorar a uniatildeode cenaacuterios quantitativos e qualitativos para capturar melhor a dinacircmicado desmatamento apresentando-a em narrativas mais consistentes e numa

maior diversidade de modelos quantitativosbull Vieira Toledo et al (1048626104862410486241048632) combinaram cenaacuterios qualitativos a um mo-delo quantitativo de multiagentes ndash a plataforma Cormas desenvolvidapor pesquisadores do Centro de Cooperaccedilatildeo Internacional de PesquisaAgronocircmica para o Desenvolvimento (Centre de Coopeacuteration Internationaleen Recherche Agronomique pour le Deacuteveloppement ndash Cirad) ndash para pro-mover um diaacutelogo entre atores locais com poder de decisatildeo e cientistas apartir da adoccedilatildeo de meacutetodos participativos

bull Os cenaacuterios do Environment Outlook in Amazonia (GEO Amazonia)(Unep 1048626104862410486241048632) satildeo qualitativos10486301048629 formulados com a participaccedilatildeo de especia-listas e stakeholders com o horizonte de tempo 1048626104862410486241048630-1048626104862410486251048630-1048626104862410486261048630 A definiccedilatildeode poliacuteticas puacuteblicas o comportamento do mercado e o desenvolvimentoda ciecircncia e da tecnologia satildeo os principais fatores determinantes e fontesde incerteza capazes de interferir no destino da Amazocircnia Com base naanaacutelise exploratoacuteria dessas incertezas foram selecionados quarto cenaacuteriosconsiderados plausiacuteveis pelos stakeholders Emergent Amazonia Inching

Along the Precipice Light and Shadows e Once-Greenhell Cabe notar quenesse processo do GEO para a Amazocircnia um cenaacuterio de sustentabilidadebaseado na melhoria da qualidade de vida da regiatildeo e utilizaccedilatildeo sustentaacuteveldos recursos naturais natildeo foi desenvolvido por ser o ideal e desejaacutevel paraa regiatildeo ndash e o processo natildeo foi normativobull Folhes (1048626104862410486251048624) e Folhes Aguiar et al (sd) adaptaram abordagens decenaacuterios participativos multiescala agrave realidade da Amazocircnia utilizando oProjeto de Assentamento Extrativista Lago Grande (PAE Lago Grande)em Santareacutem como primeiro caso de estudo Poreacutem a abordagem adota-da foi a de construccedilatildeo de cenaacuterios normativos Numa situaccedilatildeo em que oscenaacuterios podem ser qualitativos normativos participativos ou multiescalarealizado para todo o assentamento e em trecircs comunidades os stakeholders

definiram em cada escala de estudo um cenaacuterio desejado (sustentaacutevel) e umnatildeo desejado no horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-1048626104862410486261048624 O processo promoveuuma discussatildeo sobre as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o futuro sustentaacutevel

De modo mais amplo os pesquisadores buscavam entender se tal processo

10486301048629 Em outros processos de cenaacuterios do GEO como o GEO-4 modelos computacionais foram utilizados

para gerar dados quantitativos

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participativo de construccedilatildeo de cenaacuterios poderia ser efetivo como ferramentano processo de consolidaccedilatildeo de diferentes unidades territoriais da regiatildeoSeguindo uma abordagem semelhante estaacute em andamento um processoparticipativo para a formulaccedilatildeo de cenaacuterios para toda a Amazocircnia com-

binando aspectos qualitativos e quantitativos normativos e exploratoacuteriosnum horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-104862610486241048629104862466 Os cenaacuterios qualitativos seratildeorepresentados por modelos computacionais em ambiente LuccME cujosresultados estatildeo em preparaccedilatildeo (Aguiara Vieira et al sd) e rediscutidoscom os stakeholders Diferentemente do processo adotado nos cenaacuteriosda Unep (GEO Amazonia) descrito acima o objetivo mais amplo doprojeto eacute justamente discutir as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o cenaacuteriode sustentabilidade

Conclusatildeo

Este capiacutetulo revisou os conceitos de cenaacuterios e suas principais abor-dagens visando subsidiar uma anaacutelise criacutetica sobre os modelos e cenaacuteriosdesenvolvidos nas deacutecadas anteriores para a Amazocircnia e entender asnecessidades de uma nova geraccedilatildeo de modelos computacionais em desen-

volvimento Espera-se que todos esses esforccedilos produzam modelos mais

robustos que contribuam para o avanccedilo cientiacutefico sobre os processos demudanccedila de uso da terra e possam ser utilizados pela sociedade como fer-ramentas em processos de discussatildeo sobre o futuro A existecircncia de vaacuteriosgrupos desenvolvendo modelos e cenaacuterios para a Amazocircnia e Brasil combase em meacutetodos e abordagens diferentes pode tambeacutem representar umganho para a sociedade

Em assuntos que envolvem interesses conflitantes como o uso da terrana Amazocircnia eacute preciso examinar atentamente as premissas e mecanismossubjacentes a modelos quantitativos que embasam os cenaacuterios ndash em especialos que satildeo construiacutedos com o objetivo expliacutecito de subsidiar a formula-ccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Pois no desejo por vezes bem intencionado docidadatildeo-pesquisador ao alertar sobre um problema ndash ou natildeo tatildeo bemintencionado ao defender grupos de interesses ndash manipulaccedilotildees podemfacilmente ser introduzidas E em alguns casos posiccedilotildees aparentementecientiacuteficas podem camuflar visotildees e interesses de muacuteltiplos atores e setores

ndash inclusive do proacuteprio governo Os modelos possuem tal complexidade que

10486301048630 O processo estaacute sendo liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (Embrapa) e pelo

Inpe no contexto do projeto Amazalert

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se tornam impenetraacuteveis para a maior parte da sociedade ndash e mesmo parapesquisadores de outras aacutereas E por vezes resultados de modelos passama ser tratados como verdades absolutas ndash o que eacute agravado quando existesomente um modelo para uma regiatildeo ou problema como no caso dos

impactos de obras de infraestrutura ou da expansatildeo de biocombustiacuteveisNatildeo podemos esquecer a frase de George Box que consideramos a

melhor sobre modelos ldquo Models are always wrong but some are useful rdquo Aoque acrescentamos e preste atenccedilatildeo nos grupos aos quais eles satildeo uacuteteis

Referecircncias

AGUIAR A P D et al ldquoSpatial statistical analysis of land-use determinants

in the Brazilian Amazonia Exploring intra-regional heterogeneityrdquoEcological Modelling vol 104862610486241048633 n 1048626-1048628 p 104862510486301048633-104862510486321048632 1048626104862410486241048631

AGUIAR A P D et al ldquoTerraME- LuccME an open-source frameworkfor spatially explicit land use change modellingrdquo Global Land Project

News vol 1048632 p 10486261048625-10486261048627 1048626104862410486251048626AGUIAR A P D et al Anticipating a forest transition scenario in the

Brazilian Amazon carbon emission estimates using a spatially-explicit

approach (submetido)

ALCAMO J RIBEIRO T Scenarios as tools for international environmentalassessments Copenhagen European Environment Agency 1048626104862410486241048625

ALCAMO J Searching for the future of land Scenarios from the local to

global scale Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630 p104862510486271048631-104862510486291048630ALCAMO J Environmental futures the practice of environmental scenario

analysis Amsterdam Elsevier 1048626104862410486241048632ANDERSEN L et al Te dynamics of Deforestation and Economic Growth

in the Brazilian Amazon Cambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048626ANDERSEN L REIS E Deforestation development and government policy

in the Brazilian Amazon an econometric analysis (IPEA Report 10486311048630-1048625104863310486331048631)Rio de Janeiro IPEA 1048625104863310486331048631

BIGGS R et al ldquoLinking futures across scales a dialog on multiscale sce-nariosrdquo Ecology and Society vol 10486251048626 1048626104862410486241048631

BOumlRJESON L et al ldquoScenario types and techniques Towards a userrsquosguiderdquo Futures vol 10486271048632 n 1048631 p 104863110486261048627-104863110486271048633 1048626104862410486241048630

BRADFIELD R ldquoe origins and evolution of scenario techniques in longrange business planningrdquo Futures vol 10486271048631 p 104863110486331048629-104863210486251048626 1048626104862410486241048629BRIASSOULIS H Analysis of Land Use Change Teoretical and Modeling

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Approaches Morgantown Regional Research Institute West VirginiaUniversity 1048626104862410486241048624

BUARQUE S C Metodologia e teacutecnicas de construccedilatildeo de cenaacuterios globais

e regionais Rio de Janeiro IPEA 1048626104862410486241048627

CARPENTER S R et al ldquoScenarios for ecosystem services an overviewrdquoEcology and Society vol 10486251048625 n 1048625 1048626104862410486241048630

COSGROVE W J RIJSBERMAN F R World water vision LondresEarthscan Publications Ltd 1048626104862410486241048624

DALLA983085NORA E L AGUIAR A P D Lapola D M WOLTJER G 1048626104862410486251048628Why have land use change models for the Amazon failed to capture the

amount of deforestation over the last decade Land Use Policy 10486271048633 104862810486241048627-104862810486251048625DREBORG K H ldquoEssence of backcastingrdquo Futures vol 10486261048632 n 1048633 p 104863210486251048627-

104863210486261048632 1048625104863310486331048630EVANS K et al Field guide to the Future Four Ways for Communities

to Tink Ahead Nairobi Center for International Forestry Research(CIFOR) 1048626104862410486241048630 10486321048631 p

FOLHES R Cenaacuterios de mudanccedilas de uso da terra na Amazocircnia Explorando

uma abordagem participativa e multi-escala no PAE Lago Grande em

Santareacutem-Paraacute Beleacutem Universidade Federal do Paraacute 1048626104862410486251048624FOLHES R T et al Multi-scale participatory scenario methods and territorial

planning in the Brazilian Amazon (submetido)GARB Y et al ldquoScenarios in society society in scenarios toward a so-

cial scientific analysis of storyline-driven environmental modelingrdquoEnvironmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

GIBSON C et al ldquoe concept of scale and the human dimensions ofglobal change a surveyrdquo Ecological Economics v 10486271048626 p 104862610486251048631ndash104862610486271048633 1048626104862410486241048624

GIROD B ldquoe evolution of the IPCCrsquos emissions scenariosrdquo Environmental

Science amp Policy vol 10486251048626 1048626104862410486241048633GODET M ldquoe Art of Scenarios and Strategic Planning Tools and Pitfallsrdquo

echnological Forecasting and Social Change vol 10486301048629 p 1048627-10486261048626 1048626104862410486241048624GOacuteMES N ldquoe future of Amazoniardquo In Geo Amazonia 1048626104862410486241048633 p 104862610486291048629-104862610486311048630HEIJDEN K V D Scenarios the Art of Strategic Conversation Chichester

Wiley 1048625104863310486331048630JEFFERSON M ldquoShell scenarios What really happened in the 1048625104863310486311048624s and

what may be learned for current world prospectsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048633 n 1048625 p 104862510486321048630ndash104862510486331048631 1048626104862410486251048626KAHN H WIENER A Te year A framework for Speculation on the

Next Tirty-Tree Years Nova Iorque Macmillan 1048625104863310486301048631

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KAHN H Te next Years a scenario for America and the world NovaIorque Morrow 1048625104863310486311048630

KOK K et al ldquoMulti-scale narratives from an IA perspective Part IIParticipatory local scenario developmentrdquo Futures vol 10486271048632 1048626104862410486241048630

KOK K et al ldquoMethods for Developing Multiscale Participatory ScenariosInsights from Southern Africa and Europerdquo Ecology and Society vol 104862510486261048626104862410486241048631

KOK K ldquoe potential of Fuzzy Cognitive Maps for semi-quantitative sce-nario development with an example from Brazilrdquo Global Environmental

Change vol 10486251048633 1048626104862410486241048633KOK K et al ldquoCombining participative backcasting and exploratory scena-

rio development Experiences from the SCENES projectrdquo echnological

Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863210486271048629-104863210486291048625 1048626104862410486251048625LAMBIN E F GEIST H J Land-Use and Land-Cover Change Local

Processes and Global Impacts Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630LAPOLA D M et al ldquoIndirect land-use changes can overcome carbon

savings from biofuels in Brazilrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America vol 104862510486241048631 n 1048632 p 1048627104862710486321048632-1048627104862710486331048627 1048626104862410486251048624LAURANCE W et al ldquoe future of the Brazilian Amazonrdquo Science vol

104862610486331048625 p 104862810486271048632-104862810486271048633 1048626104862410486241048625

LEGGETT J et al Emissions Scenarios for the IPCC an Update CambridgeCambridge University Press 1048625104863310486331048626 p 10486301048633-10486331048629

MARGULIS S Causes of deforestation in Brazilian Amazon World BankWorking Paper 10486261048626 Washington World Bank 1048626104862410486241048628

MEA Ecosystems and Human Well-Being Millennium Ecosystem Assessment

Scenarios for the Future of Ecosystem Services (Millenium EcosystemAssessment) Washington Island Press 1048626104862410486241048629

MEADOWS D H et al Te Limits to Growth A Report for the Club of

Romersquos Project on the Predicament of Mankind Nova Iorque UniversityBooks 1048625104863310486311048626

METZGER M J et al ldquoe vulnerability of ecosystem services to land usechangerdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628 p 10486301048633-10486321048629 1048626104862410486241048630

MILLER R ldquoFutures Literacy A Hybrid Strategic Scenario Methodrdquo Futures vol 10486271048633 p 104862710486281048625-104862710486301048626 1048626104862410486241048631

MOSS R H E et al ldquoe next generation of scenarios for climate change

research and assessmentrdquo Nature vol 104862810486301048627 1048626104862410486251048624NAKICENOVIC N A et al Special Report on Emissions ScenariosCambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048625

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NORA E D et al Amazon conservation might not be the end of deforestation

in Brazil 1048626104862410486251048627 (submetido)OrsquoNEILL B C NAKICENOVIC N ldquoLearning from global emissions

scenariosrdquo Environonmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

PARSON E A B et al Global change scenarios Teir development and useUS Climate Change Science Program 1048626104862410486241048630

PARSON E A ldquoUseful global-change scenarios current issues and chal-lengesrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 1048626104862410486241048632

PATEL M et al ldquoParticipatory scenario construction in land use analysisAn insight into the experiences created by stakeholder involvement inthe Northern Mediterraneanrdquo Land Use Policy vol 10486261048628 1048626104862410486241048631

PFAFF A ldquoWhat drives deforestation in the Brazilian Amazon Evidence

from Satellite and Socio-economic datardquo Journal of EnvironmentalEconomics and Management vol 10486271048631 p 10486261048630-10486281048627 1048625104863310486331048633

POSTMA T J M LIEBL F ldquoHow to improve scenario analysis as a stra-tegic management toolrdquo echnological Forecasting amp Social Change vol10486311048626 p 104862510486301048625-104862510486311048627 1048626104862410486241048629

PULVER S VAN DEVEER S Global Environmental Futures - Interrogatingthe Practice and Politics of Scenarios Brown University 1048626104862410486241048631

QUIST J VERGRAGT P ldquoPast and future of backcasting e shi to

stakeholder participation and a proposal for a methodological frameworkrdquoFutures vol 10486271048632 n 1048633 p 1048625104862410486261048631-1048625104862410486281048629 1048626104862410486241048630

QUIST J et al ldquoe impact and spin-off of participatory backcasting From vision to nicherdquo echnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n1048629 p 104863210486321048627-104863210486331048631 1048626104862410486251048625

RASKIN P D et al ldquoGlobal Scenarios in Historical Perspectivesrdquo InCARPENTER S R et al (Eds) Ecosystems and human well-being scena-

rios Volume findings of the scenarios working group of the Millennium

Ecosystem Assessment Washington Island Press 1048626104862410486241048629 p10486271048629-10486281048628REIS E GUZMAacuteN R ldquoAn econometric model of Amazon Deforestationrdquo

In BROWN K PEARCE D (Eds) Te causes of tropical deforestation

the economic and statistical analysis of factors giving rise to the loss of

tropical forests Londres University College London Press 1048625104863310486331048628 p104862510486311048626-10486331048625RICHARDS C et al Practical Approaches to Participation (SERG Socio-

Economic Research Group Policy Brief ) Aberdeen eMacaulay

Institute 1048626104862410486241048628ROBINSON J B ldquoEnergy backcasting A proposed method of policy analy-sisrdquo Energy Policy vol 10486251048624 n 1048628 p 104862710486271048631-104862710486281048628 1048625104863310486321048626

ROBINSON J et al ldquoEnvisioning sustainability Recent progress in the

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use of participatory backcasting approaches for sustainability researchrdquoechnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863110486291048630-104863110486301048632 1048626104862410486251048625

SANTOS A D D Metodologias participativas caminhos para o fortaleci-

mento de espaccedilos puacuteblicos socioambientais Petroacutepolis IIEB - Instituto

Internacional de Educaccedilatildeo do Brasil 1048626104862410486241048629SOARES-FILHO B et al ldquoModeling conservation in the Amazon basinrdquo

Nature vol 1048628104862710486321048633 mar 1048626104862410486241048630SOARES-FILHO B et al Modeling Environmental Dynamics with Dinamica

EGO Belo Horizonte UFMG 1048626104862410486241048633 104862510486261048624 pSOARES-FILHO B et al ldquoRole of Brazilian Amazon protected areas in

climate change mitigationrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America 10486261048630 maio 1048626104862410486251048624

SOLER L S et al ldquoUsing fuzzy cognitive maps to describe current systemdynamics and develop land cover scenarios a case study in the BrazilianAmazonrdquo Journal of Land Use Science vol 1048631 n 1048626 p104862510486281048633-104862510486311048629 10486251048627 dez 1048626104862410486251048626

STIRLING A ldquoAnalysis participation and power justification and closurein participatory multi-criteria analysisrdquo Land Use Policy vol 10486261048627 n 1048625 p10486331048629-104862510486241048631 1048626104862410486241048630

SWART R et al ldquoStabilisation scenarios for climate impact assessmentrdquoGlobal Environmental Change vol 10486251048626 1048626104862410486241048626

UNEP Environment Outlook in the Amazonia GEO Amazonia Panama1048626104862410486241048632

UNEP Global Environment Outlook Nairobi 1048626104862410486251048626VAN ASSELT MARJOLEIN B A RIJKENS-KLOMP N ldquoA look in the

mirror reflection on participation in Integrated Assessment from amethodological perspectiverdquo Global Environmental Change vol 10486251048626 n1048627 p 104862510486301048631-104862510486321048628 1048626104862410486241048626

VAN NOTTEN P W F et al ldquoAn updated scenario typologyrdquo Futures vol10486271048629 n 1048629 p 104862810486261048627-104862810486281048627 1048626104862410486241048627

VAN VLIET M Kok K VELDKAMP T ldquoLinking stakeholders andmodellers in scenario studies the use of Fuzzy Cognitive Maps as acommunication and learning toolrdquo Futures vol 10486281048626 n 1048625 1048626104862410486241048633

VAN VUUREN D P et al ldquoScenarios in Global Environmental AssessmentsKey characteristics and lessons for future userdquo Global Environmental

Change vol 10486261048626 n 1048628 p 104863210486321048628-104863210486331048629 1048626104862410486251048626a

VAN VUUREN D P et al ldquoA proposal for a new scenario framework tosupport research and assessment in different climate research commu-nitiesrdquo Global Environmental Change vol 10486261048626 n 1048625 p 10486261048625-10486271048629 1048626104862410486251048626b

VERBURG P et al ldquoDownscaling of land use change scenarios to assess

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the dynamics of European landscapesrdquo Agriculture Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630

VERGRAGT P J QUIST J ldquoBackcasting for sustainability Introductionto the special issuerdquo echnological Forecasting and Social Change vol

10486311048632 n 1048629 p 104863110486281048631-104863110486291048629 1048626104862410486251048625VIEIRA I C G et al ldquoDeforestation and threats to the biodiversity of

Amazoniardquo Brazilian Journal of Biology vol 10486301048632 p 104863310486281048633-104863310486291048630 1048626104862410486241048632WESSELINK A et al ldquoRationales for public participation in environmental

policy and governance practitionersrsquo perspectivesrdquo Environment and

Planning A vol 10486281048627 n 10486251048625 p 1048626104863010486321048632-1048626104863110486241048628 1048626104862410486251048625WESTHOEK H J et al ldquoScenario development to explore the future of

Europersquos rural areasrdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628

p 1048631-10486261048624 1048626104862410486241048630aWesthoek H J VAN DEN BERG M BAKKES J A ldquoScenario deve-

lopment to explore the future of Europersquos rural areasrdquo Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630bWILKINSON A EIDINOW E ldquoEvolving practices in environmental

scenarios a new scenario typologyrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 p 104862410486281048629104862410486251048631 1048626104862410486241048632

WOLLENBERG E et al Anticipating Change Scenarios as a ool for Adaptive

Forest Management A Guide Bogor CIFOR 1048626104862410486241048624aWOLLENBERG E et al ldquoUsing scenarios to make decisions about the futu-

re anticipatory learning for the adaptive co-management of communityforestsrdquo Landscape and Urban Planning vol 10486281048631 n 1048625-1048626 p 10486301048629-10486311048631 1048626104862410486241048624b

WOLTJER G et al Te MAGNE model Module description Haia LEIWUR 1048626104862410486251048627

ZUREK M B HENRICHS T ldquoLinking scenarios across geographical scalesin international environmental assessmentsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048628 p 1048625104862610486321048626-1048625104862610486331048629 1048626104862410486241048631

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diferentes accedilotildees poliacuteticas em relaccedilatildeo ao cenaacuterio de referecircncia Por sua vezos cenaacuterios de base no contexto de cenaacuterios ambientais visam apresentaralternativas para o futuro sem considerar os impactos de poliacuteticas ambien-tais servindo como referecircncia para a comparaccedilatildeo983094983088

Aleacutem de servir de referecircncia a construccedilatildeo de cenaacuterios de base permiteexplorar as incertezas quanto ao desenvolvimento dos demais fatores deter-minantes natildeo diretamente associados a accedilotildees poliacuteticas normalmente ndash masnatildeo necessariamente ndash construiacutedos atraveacutes da perspectiva exploratoacuteria983094983089Alguns estudos natildeo fazem essa distinccedilatildeo enquanto outros buscam elaborarsomente cenaacuterios de base Por exemplo os cenaacuterios de emissotildees (SRES) doIPCC satildeo organizados em quatro famiacutelias de cenaacuterios baseline construiacutedasde modo exploratoacuterio

No processo de construccedilatildeo de cenaacuterios podem ser combinadosdiferentes meacutetodos inclusive oficinas de trabalho entrevistas estrutu-radas a teacutecnica de Delfos meacutetodos de backcasting e uma seacuterie de meacuteto-dos participativos (Buarque 1048626104862410486241048627) A seleccedilatildeo dos meacutetodos especiacuteficosempregados em um determinado projeto iraacute depender do conjunto dedecisotildees relativas aos objetivos da anaacutelise (a) escala temporal (horizontee intervalo de tempo) (b) opccedilatildeo por qualitativos eou quantitativos (c)opccedilatildeo por abordagem exploratoacuteria eou normativa (d) forma de parti-

cipaccedilatildeo da sociedade no processo de construccedilatildeo (e) representaccedilatildeo deuma escala ou muacuteltiplas escalas espaciais As proacuteximas seccedilotildees discutemos itens (d) e (e)

Cenaacuterios participativos e elaborados por especialistas

Para diferenciar cenaacuterios participativos daqueles elaborados por es-pecialistas satildeo inicialmente apresentadas algumas definiccedilotildees62

bull Participaccedilatildeo semanticamente eacute muito semelhante ao envolvimento ndash o

2003) enquanto os cenaacuterios baseline satildeo tambeacutem chamados de cenaacuterios de referecircncia non-intervention

ou business as usual (BAU)

10486301048624 Embora em vaacuterios casos seja difiacutecil fazer essa separaccedilatildeo pois muitas poliacuteticas jaacute fazem parte da

sociedade como nota o proacuteprio autor

10486301048625 Alguns estudos adotam somente um cenaacuterio de base em muitos casos chamado business as usual No

entanto alguns autores discutem a pertinecircncia da concepccedilatildeo de cenaacuterios BAU nos tempos atuais pois

a possibilidade de transiccedilotildees abruptas incertezas e instabilidades natildeo satildeo consideradas (Vergragt amp

Quist 2011)

10486301048626 Apresentamos aqui apenas uma breve revisatildeo dos conceitos para embasar a classicaccedilatildeo dos cenaacuterios

Existe toda uma literatura sobre o assunto com inclusive diferentes deniccedilotildees e pontos de vista sobre

o alcance da participaccedilatildeo fora do escopo deste capiacutetulo

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ato ou processo de estar envolvido Na literatura das ciecircncias sociaissignifica o ato de participaccedilatildeo ativa de grupos sociais na apreciaccedilatildeo edecisatildeo dos processos em que se encontram direta ou indiretamenteenvolvidos com conhecimentos relevantes sobre a questatildeo em jogo

conforme Stirling (1048626104862410486241048630) e Wesseling Paavola et al (1048626104862410486251048625)bull Stakeholders atores e especialistas Heijden (1048625104863310486331048630) diferencia atores

de stakeholders para fins de anaacutelises de cenaacuterios Stakeholders satildeo osinteressados no tema em discussatildeo no cenaacuterio que recebem as conse-quecircncias das accedilotildees Atores satildeo as pessoas ou organizaccedilotildees que atuamno objeto analisado porque tecircm o poder de tomar decisotildees mas natildeonecessariamente sofrem as consequecircncias das mesmas Especialistaspor outro lado satildeo pessoas com conhecimento especiacutefico ndash cientistas

profissionais burocratas etc ndash sobre algum dos aspectos relevantes aotema do cenaacuterio ou a outros a ele relacionados mas natildeo tecircm neces-sariamente poder de accedilatildeo Isto significa que os especialistas natildeo satildeoem princiacutepio diretamente interessados ou afetados pelo tema emboraeventualmente possam ser

bull Meacutetodos participativos incluem entrevistas e questionaacuterios dirigidos agrupos focais envolvendo stakeholders conforme Van Asselt Marjolein

e Rijkens-Klomp (1048626104862410486241048626) e Richards Sherlock et al (1048626104862410486241048628) Muitasdas teacutecnicas de cenaacuterios ndash especialmente no niacutevel local ndash utilizammeacutetodos baseados no denominado diagnoacutestico raacutepido participati-

vo (DRP) que consiste em teacutecnicas simples normalmente visuaisque tecircm sido utilizadas em vaacuterios contextos conforme vemos emWollenberg Edmunds et al (1048626104862410486241048624) e Evans Velarde et al (1048626104862410486241048630)Tais meacutetodos vecircm sendo amplamente empregados na Amazocircnia porONGs cientistas e oacutergatildeos governamentais aleacutem de experiecircncias de

mapeamento participativo alinhadas ao movimento socioambiental(Santos 1048626104862410486241048629) Jaacute as experiecircncias de construccedilatildeo de cenaacuterios propria-mente ditos principalmente atraveacutes de meacutetodos participativos satildeomenos comuns na Amazocircnia

bull Cenaacuterios participativos satildeo aqueles construiacutedos com o envolvimentodireto de stakeholders atraveacutes de meacutetodos participativos em que os atorese especialistas podem tomar parte de forma secundaacuteria

Recentemente tem sido dada atenccedilatildeo ao valor da inclusatildeo de meacutetodosparticipativos em anaacutelises de cenaacuterios De acordo com Wollenberg et al(1048626104862410486241048624) ldquocenaacuterios seratildeo mais poderosos em criar novos conhecimentosquando envolvem diretamente stakeholdersrdquo Em escala global os cenaacuterios

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tendem a ser do tipo exploratoacuterio focados em produzir resultados cien-tiacuteficos quantitativos e com uma construccedilatildeo de narrativas normalmentebaseada na contribuiccedilatildeo de especialistas (Parson 1048626104862410486241048632) Nesse caso osstakeholders atores e tomadores de decisatildeo satildeo mais envolvidos durante

processos de revisatildeo do que na fase de elaboraccedilatildeo dos cenaacuterios Por outrolado diversos exerciacutecios em escala local tecircm enfatizado o processo decomunicaccedilatildeo e construccedilatildeo de consenso entre stakeholders que pode acom-panhar o desenvolvimento de cenaacuterios (qualitativos) em especial na Aacutesiae Aacutefrica como indicado por Wollenberg Edmunds et al (1048626104862410486241048624) e Alcamo(1048626104862410486241048630) Mas essas diferenccedilas entre cenaacuterios globais e locais refletem apenasgrandes tendecircncias A literatura indica que eacute possiacutevel engajar stakeholders com sucesso nos niacuteveis nacional e internacional e haacute exemplos concretos

como em alguns dos estudos regionais do MEA (Kok Biggs et al 1048626104862410486241048631)As vantagens da utilizaccedilatildeo de processos participativos estatildeo relacio-

nadas agrave relevacircncia credibilidade legitimidade e criatividade (Van Vliet1048626104862410486241048633) ndash criteacuterios normalmente adotados para avaliar a qualidade de anaacutelisesde cenaacuterios (Alcamo 1048626104862410486241048632) Quatro categorias de razotildees para a utilizaccedilatildeodesse tipo de processo foram discutidas na literatura por Stirling (1048626104862410486241048630) ePatel Kok et al (1048626104862410486241048631) A primeira categoria eacute a (a) normativa a participaccedilatildeosegue princiacutepios democraacuteticos e portanto deve ser utilizada para evitar que

decisotildees sejam tomadas sem refletir os valores do puacuteblico A segunda eacute a(b) instrumental a participaccedilatildeo assegura que os cenaacuterios sejam relevantese verossiacutemeis para os usuaacuterios finais A terceira (c) substantiva atraveacutesda participaccedilatildeo obteacutem-se mais e melhor informaccedilatildeo devido agrave inclusatildeode conhecimento local Por fim o (d) aprendizado social a participaccedilatildeopode proporcionar uma arena de aprendizado para todos os envolvidose assim gerar ideias importantes e potencialmente surpreendentes

Por outro lado alguns pontos negativos devem ser assinalados comoa falta de reprodutibilidade pois existem orientaccedilotildees gerais mas natildeo me-todologias estritas Normalmente os meacutetodos satildeo propositadamente natildeoestruturados e seu resultado depende muito da seleccedilatildeo dos participantes(Kok Patel et al 1048626104862410486241048630) Outra desvantagem se encontra nas posiccedilotildees muitocontrastantes entre os stakeholders que podem afetar significativamente osdebates e decisotildees Por isso eacute necessaacuterio conhecer as predisposiccedilotildees dosparticipantes que representam diferentes grupos de interesses

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Cenaacuterio em escala uacutenica ou muacuteltipla

Os cenaacuterios ambientais tecircm sido construiacutedos em diferentes escalas63 espaciais ndash global regional local ndash com diferentes objetivos e graus deenvolvimento de stakeholders em niacuteveis diversos (Alcamo et al 1048626104862410486241048630)

As escalas temporais desses cenaacuterios tambeacutem variam os cenaacuterios globaisabrangem normalmente uma perspectiva de tempo maior ndash ateacute 1048626104862410486291048624 ou1048626104862510486241048624 tomando por base o atual ano de 1048626104862410486251048627 ndash enquanto os regionais elocais focam em periacuteodos mais curtos ndash ateacute 1048626104862410486251048629 ou 1048626104862410486261048629 Os processos efatores determinantes analisados nos cenaacuterios dependem da escala espa-cial e temporal assim como a seleccedilatildeo de stakeholders no caso de cenaacuteriosparticipativos e a escolha de modelos computacionais no caso de cenaacuterioscom modelos quantitativos

Stakeholders em diferentes niacuteveis de processos de decisatildeo ou delibe-raccedilatildeo ndash local regional nacional internacional ndash podem ter perspectivasdiferentes O equiliacutebrio de forccedilas descrito na seccedilatildeo anterior conforme apon-tado por Kok Biggs et al (1048626104862410486241048631) e Zurek e Henrichs (1048626104862410486241048631) pode diferirentre escalas enquanto conjuntos diferentes de problemas e oportunidadespodem ser destacados em diferentes escalas mesmo quando se discute ummesmo tema geral ndashuso e disponibilidade da aacutegua por exemplo

Cenaacuterios participativos multiescala visam entatildeo incorporar essas di- versas perspectivas ao processo de construccedilatildeo dos cenaacuterios Alcamo et al(1048626104862410486241048630) ao final de sua revisatildeo do estado da arte em cenaacuterios para a siacutentesedo programa Land Use and Cover Change (LUCC) (Lambin et al 1048626104862410486241048630)recomendam o desenvolvimento de cenaacuterios multiescala como uma formade aumentar a credibilidade e relevacircncia dos cenaacuterios por meio da incor-poraccedilatildeo de uma gama maior de visotildees Em outra anaacutelise recente sobre ofuturo dos cenaacuterios ambientais Parson (1048626104862410486241048630 1048626104862410486241048632) defende a existecircncia

de uma rede natildeo centralizada de cenaacuterios ambientais em diferentes escalaspara atender a diferentes necessidades Esses cenaacuterios podem se basear emndash ou interpretar ndash cenaacuterios de escalas mais globais e ligaacute-los aos contextos enecessidades de anaacutelise e apoio agrave tomada de decisatildeo em diferentes escalas

Um aspecto importante na definiccedilatildeo da metodologia de construccedilatildeo decenaacuterios multiescala eacute o modo como as relaccedilotildees de influecircncia entre escalasseratildeo tratadas em determinado estudo conforme Biggs (1048626104862410486241048631) e Kok Biggset al (1048626104862410486241048631) Essas influecircncias podem ser top-down ndash cenaacuterios globais e

10486301048627 Escala eacute a dimensatildeo espacial temporal e analiacutetica que cientistas utilizam para medir e estudar algum

objeto ou processo (Gibson Ostrom et al 2000) Todas as escalas tecircm extensatildeo e resoluccedilatildeo

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regionais contextualizando os cenaacuterios locais ndash eou bottom-up ndash cenaacuterioslocais alimentando os regionais e globais

As relaccedilotildees entre as escalas podem ser desenvolvidas de forma in-dependente ndash ou parcialmente independente ndash ou acoplada conforme as

perspectivas incertezas e fatores de uma escala informem a construccedilatildeode cenaacuterios nas demais escalas Essa decisatildeo mais uma vez depende doobjetivo do estudo levando em consideraccedilatildeo por exemplo a necessidadede comparar resultados e manter consistecircncia entre escalas em contrapo-siccedilatildeo ao fato de que o acoplamento excessivo pode atuar como limitadorda criatividade nas escalas mais locais comprometendo o resultado doscenaacuterios

Revisatildeo sobre estudos de cenaacuterios para a Amazocircnia

Dentro de um contexto complexo que envolve fronteiras agriacutecolasemissotildees de gases do efeito estufa derivadas do desmatamento impactosdas mudanccedilas climaacuteticas conservaccedilatildeo ambiental conflitos sociais orde-namento territorial e regularizaccedilatildeo fundiaacuteria vaacuterios estudos de cenaacuteriosdiscutem o futuro da Amazocircnia em diferentes escalas empregando diversasabordagens metodoloacutegicas e conjuntos de premissas

Em escala global vaacuterios cenaacuterios satildeo norteados pelo desafio de conci-liar a provisatildeo de serviccedilos ambientais de modo mais amplo agrave necessidadede suprir a crescente demanda por alimentos Tais estudos naturalmenteincluem resultados referentes agrave Amazocircnia como a Avaliaccedilatildeo Ecossistecircmica

do Milecircnio (MEA 1048626104862410486241048629) que desenvolveu quatro cenaacuterios focados nas mu-danccedilas no ecossistema e suas consequecircncias para o bem-estar social Doisdesses cenaacuterios se concentram em mudanccedilas de uso e cobertura da terrao primeiro prioriza a produccedilatildeo nacional e o segundo as tecnologias verdese alternativas econocircmicas mais ecoloacutegicas Uma ampla revisatildeo sobre cenaacute-rios globais de uso da terra pode ser encontrada em Lambin et al (1048626104862410486241048630)Recentemente projeccedilotildees espacialmente expliacutecitas sobre o uso da terra(Moss 1048626104862410486251048624) foram geradas no contexto do IPCC AR1048629 visando subsidiara nova geraccedilatildeo de modelos do sistema terrestre Tais dados foram geradospor modelos globais integrados (integrated assessment models) e consistemem projeccedilotildees de uso da terra com base em previsotildees de crescimento da

demanda por alimentos fibras e energiaPor outro lado a maior parte dos estudos espacialmente expliacutecitosrealizados na escala regional para a Amazocircnia apresenta uma abordagem

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focada em fatores intrarregionais64 em especial no papel das estradasaacutereas protegidas e accedilotildees de comando e controle Dentre eles destacam-se

bull Os cenaacuterios propostos por Laurance Cochrane et al (1048626104862410486241048625) concentra-ram suas discussotildees nos efeitos do programa Avanccedila Brasil proposto pelo

governo brasileiro entre os anos de 1048626104862410486241048624 a 1048626104862410486241048631 que previam uma seacuterie deprojetos de infraestrutura inclusive na Amazocircnia Seus cenaacuterios quantita-tivos baseados em anaacutelises espaciais extrapolam para os proacuteximos vinteanos os impactos desse aumento de infraestrutura com base nos impactosdas deacutecadas anteriores Formularam-se dois cenaacuterios um pessimista queconsiderava a manutenccedilatildeo das tendecircncias do desmatamento e um otimistano qual o desmatamento e a degradaccedilatildeo florestal seriam reduzidos atraveacutesde uma seacuterie de accedilotildees de proteccedilatildeo ambiental

bull Soares-Filho Nepstad et al (1048626104862410486241048630) discutiram a importacircncia das aacutereasprotegidas e o impacto de novas rodovias pavimentadas nas mudanccedilas deuso da terra na bacia amazocircnica Foram desenvolvidos oito cenaacuterios dosquais o mais pessimista assumia que o desmatamento iria continuar deacordo com as tendecircncias observadas ateacute entatildeo as estradas seriam pavimen-tadas as reservas legais natildeo seriam respeitadas e nem seriam criadas novasaacutereas protegidas Esses autores tambeacutem consideraram reflexos de decisotildeespoliacutetico-administrativas num cenaacuterio oposto chamado governanccedila em

que pressupunham a manutenccedilatildeo das reservas e de zonas agroecoloacutegicasde uso da terra e a criaccedilatildeo de novas aacutereas protegidas Aleacutem desses foramconsiderados seis cenaacuterios intermediaacuteriosbull O mesmo estudo considerou a contribuiccedilatildeo das aacutereas protegidas parauma possiacutevel reduccedilatildeo do desmatamento atraveacutes da construccedilatildeo de cincocenaacuterios para 1048626104862410486291048624 que incluiacuteam (a) a exclusatildeo de todas as aacutereas protegidasexistentes (b) todas as aacutereas protegidas criadas ateacute 1048626104862410486241048626 (c) as aacutereas pro-tegidas criadas ateacute 1048626104862410486241048632 exceto as treze aacutereas criadas a partir do programaAacutereas Protegidas da Amazocircnia (ARPA) (d) todas as aacutereas protegidas ateacute1048626104862410486241048632 sem exceccedilatildeo (e) as aacutereas protegidas ateacute 1048626104862410486241048626 com expansatildeo previstapelo ARPA Os cenaacuterios de uso da terra considerando estas aacutereas protegidasforam combinados com dois cenaacuterios socioeconocircmicos para crescimentoalto e moderado da agricultura

10486301048628 Em escala regional muitos modelos economeacutetricos e estatiacutesticos foram desenvolvidos para estudar as

causas do desmatamento como vemos em Reis e Guzmaacuten (1994) Andersen e Reis (1997) Pfaff (1999)

Margulis (2004) e Andersen Granger et al (2002) Aguiar Cacircmara et al (2007) apresentam uma revisatildeo

desses modelos Neste capiacutetulo enfocamos estudos que geraram resultados espacialmente expliacutecitos

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A Figura 1048628 compara as taxas de desmatamento estimadas ou ado-tadas nesses trabalhos Como pode ser observado na Figura 1048628b mesmoas projeccedilotildees mais ldquootimistasrdquo superestimaram as taxas de desmatamentoobservadas de 1048626104862410486241048628 ateacute 1048626104862410486251048626 como discutido por Dalla-Nora Aguiar et

al (1048626104862410486251048628) Esse fato de modo algum desmerece a importacircncia dos traba-lhos principalmente porque a proacutepria repercussatildeo dos estudos pode terinfluenciado decisotildees poliacutetico-administrativas de controle do processodesordenado de ocupaccedilatildeo da regiatildeo

Pesa tambeacutem sobre modelos que buscam representar processos sociaisa inerente complexidade dos fatores que os influenciam Logo decisotildeesmetodoloacutegicas devem ser tomadas durante o processo de construccedilatildeo dosmodelos que satildeo sempre uma representaccedilatildeo simplificada da realidade Como

mencionado anteriormente os cenaacuterios acima utilizam principalmentefatores intrarregionais como determinantes tanto da localizaccedilatildeo quanto daquantidade de mudanccedilas (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048628) Assim descon-sideram o contexto econocircmico e institucional nos niacuteveis global e nacionalinclusive os padrotildees de consumo as oscilaccedilotildees do mercado e as decisotildeespoliacuteticas mais amplas sendo as taxas de desmatamento determinadas peloaumento ou diminuiccedilatildeo de estradas e aacutereas protegidas

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Figura axas de desmatamento estimadas por diferentes modelos

Fonte Dalla-Nora et al ()

Subjacente a isso existe um aspecto mais sutil relacionado ao proacuteprioconceito de cenaacuterios discutidos neste capiacutetulo Os resultados dos estudos

que buscaram estimar taxas de desmatamento representam em linhasgerais um mesmo cenaacuterio BAU ndash uma visatildeo do futuro fundamentada nastendecircncias de desmatamento observadas com variaccedilotildees em termos deestradas aacutereas protegidas etc ( policy ) Dessa maneira nenhum dos tra-balhos referidos explorou de fato futuros alternativos e por consequecircncianatildeo tratou como incerteza o posicionamento do governo e da sociedadeem relaccedilatildeo agraves questotildees ambientais E a reversatildeo da trajetoacuteria da taxa dedesmatamento tem sido em grande parte creditada agraves accedilotildees de comando econtrole de restriccedilatildeo ao creacutedito rural e de sistemas de monitoramento nocontexto do Plano de Prevenccedilatildeo e Controle do Desmatamento na AmazocircniaLegal (PPCDAm) enquanto sua manutenccedilatildeo vem sendo atrelada a umanova postura dos mercados consumidores exemplificada pelos acordosdas moratoacuterias da carne e soja

Uma abordagem alternativa agrave utilizaccedilatildeo exclusiva de fatores intrar-regionais foi proposta por Aguiar (1048626104862410486241048630) na qual a quantidade de desma-

tamento era exoacutegena ao modelo como uma proxy da pressatildeo de mercadopara a expansatildeo da fronteira agropecuaacuteria Embora esse estudo natildeo pre-tendesse estimar taxas de desmatamento como os demais ele apresentavacomo diferencial sua busca por ilustrar o balanccedilo entre fatores locais e a

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pressatildeo externa do mercado Com isso enfatizou a necessidade tanto deconsiderar ambos em exerciacutecios de modelagem e em poliacuteticas de contenccedilatildeoao desmatamento quanto de interpretar toda a regiatildeo de modo holiacutesticopois caso medidas mais abrangentes natildeo fossem incorporadas ndash como

restriccedilotildees ao creacutedito rural e accedilotildees de comando e controle ndash a pressatildeo domercado poderia deslocar as fronteiras para aacutereas natildeo protegidas O modelotambeacutem introduz a representaccedilatildeo de mecanismos de comando e controlee cumprimento da lei como o Coacutedigo Florestal

Um dos principais fatores para a representaccedilatildeo dos padrotildees espaciaisde desmatamento na Amazocircnia eacute a conectividade da regiatildeo com os mer-cados nacionais devido agrave proximidade atraveacutes da rede viaacuteria Eacute a conexatildeoa mercados interagindo com fatores locais ndash como a presenccedila de aacutereas

protegidas a distacircncia de estradas assentamentos e qualidade do solo ndashque explicava os padrotildees passados de desmatamento na regiatildeo (Aguiar etal 1048626104862410486241048631) Mas mesmo nesse trabalho como ilustra a Figura 1048628 a menortaxa de desmatamento considerada eacute de 10486251048629104862410486241048624 km1048626ano

Por outro lado comeccedilaram a surgir mais recentemente trabalhos queconsideram o futuro da Amazocircnia dentro do contexto global e nacionalde pressatildeo por alimentos alinhados a estudos de cenaacuterios globais Umprimeiro exemplo para a regiatildeo foi o estudo de Lapola Schaldach et al

(1048626104862410486251048624) que explorava atraveacutes de modelos computacionais os impactos daproduccedilatildeo de biocombustiacuteveis no Brasil e seus efeitos sobre as fronteirasagriacutecolas e pecuaacuterias O estudo sugere um deslocamento da pecuaacuteria paraa Amazocircnia com uma expansatildeo de 104862510486261048625104863310486311048624 km1048626 representando mudanccedilasregionais indiretas ligadas aos contextos nacional e global e apontandopara uma tendecircncia na aacuterea de modelagem e cenaacuterios de uso da terraPoreacutem cabe ressaltar que os resultados desse estudo tampouco captamos padrotildees observados do desmatamento (Figura 1048628) Em contraponto aosestudos mencionados este privilegiou fatores globais mas simplificouos fatores intrarregionais mostrando como uma abordagem totalmentebaseada nas forccedilas de mercado natildeo seria capaz de representar a complexarealidade da regiatildeo

Nesse sentido a tendecircncia atual em novos modelos eacute tratar a regiatildeocomo um sistema aberto interconectado aos mercados globais e nacionaiscomo resumido por Dalla-Nora Aguiar et al (1048626104862410486251048628) Nesses novos mode-

los as trajetoacuterias de uso da terra na Amazocircnia passam a ser consideradasno contexto daquelas do resto do paiacutes em especial no Cerrado Por outrolado os contextos socioeconocircmico institucional e poliacutetico local interagemcom as demais escalas e devem ser representados tambeacutem Esse eacute o desafio

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que os pesquisadores da aacuterea de modelagem de mudanccedilas e uso da terraenfrentam no momento

Existem vaacuterias iniciativas em andamento que buscam combinarmodelos econocircmicos de equiliacutebrio geral ndash ou parcial ndash a modelos es-

pacialmente expliacutecitos com mais detalhe sobre o Brasil Destacam-senessa linha o projeto SIMBRASIL-1048626OPTIMAGRO desenvolvido pelaUniversidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que integra a plataformade modelagem Dinacircmica EGO (Soares-Filho Rodrigues et al 1048626104862410486241048633) aoBrazilian Land Use Model (Blum) um modelo econocircmico de equiliacutebrioparcial desenvolvido pelo Instituto de Estudos do Comeacutercio e NegociaccedilotildeesInternacionais (Icone)

No contexto do projeto de pesquisa REDD-PAC ndash uma parceria

entre o Instituto Internacional de Anaacutelise de Sistemas Aplicados (Iiasa)o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Instituo de PesquisaEconocircmica Aplicada (Ipea) ndash uma versatildeo do modelo de equiliacutebrio parcialGlobal Biosphere Management Model (Globiom) estaacute sendo adaptadopara o Brasil

Tambeacutem no Inpe estaacute em andamento a integraccedilatildeo de modelos gera-dos na plataforma LuccME (Aguiar 1048626104862410486251048626) para a Amazocircnia e o Cerrado agraveplataforma Magnet (Woltjer Kuiper et al 1048626104862410486251048627) um modelo de equiliacutebrio

geral desenvolvido no Instituto de Economia Agriacutecola da Universidade deWageningen na Holanda com base no Projeto de Anaacutelise do ComeacutercioGlobal (GTAP) da Universidade de Purdue (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048627)

Finalmente voltando agrave distinccedilatildeo entre resultados de modelos e oconceito de cenaacuterios de modo mais amplo tais projetos visam ao desen- volvimento de modelos ou arcabouccedilos computacionais Estes por sua vezpoderatildeo posteriormente ser utilizados em estudos de cenaacuterios A constru-ccedilatildeo de cenaacuterios eacute um processo longo e complexo em si particularmentese realizado de modo participativo com a presenccedila de stakeholders e emmuacuteltiplas escalas Processos participativos para a discussatildeo de cenaacuteriosnatildeo satildeo comuns no Brasil quanto menos os que almejam uma abordagemquantitativa e qualitativa Entre os estudos qualitativos realizados para aAmazocircnia cabe citarbull Goacutemes (1048626104862410486241048633) desenvolveu quatro cenaacuterios qualitativos para toda a baciaamazocircnica para 1048626104862410486261048630 baseados na participaccedilatildeo de stakeholders e atores

responsaacuteveis por tomadas de decisatildeo Esses cenaacuterios exploraram umacombinaccedilatildeo entre trecircs fontes de incerteza consideradas criacuteticas (a) o papeldas poliacuteticas puacuteblicas na regulamentaccedilatildeo do uso dos recursos naturais (b)o comportamento do mercado (c) inovaccedilatildeo ciecircncia e tecnologia

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bull Kok (1048626104862410486241048633) e Soler Kok et al (1048626104862410486241048633) utilizaram uma ferramenta semi-quantitativa ( fuzzy cognitive maps) com o objetivo de aprimorar a uniatildeode cenaacuterios quantitativos e qualitativos para capturar melhor a dinacircmicado desmatamento apresentando-a em narrativas mais consistentes e numa

maior diversidade de modelos quantitativosbull Vieira Toledo et al (1048626104862410486241048632) combinaram cenaacuterios qualitativos a um mo-delo quantitativo de multiagentes ndash a plataforma Cormas desenvolvidapor pesquisadores do Centro de Cooperaccedilatildeo Internacional de PesquisaAgronocircmica para o Desenvolvimento (Centre de Coopeacuteration Internationaleen Recherche Agronomique pour le Deacuteveloppement ndash Cirad) ndash para pro-mover um diaacutelogo entre atores locais com poder de decisatildeo e cientistas apartir da adoccedilatildeo de meacutetodos participativos

bull Os cenaacuterios do Environment Outlook in Amazonia (GEO Amazonia)(Unep 1048626104862410486241048632) satildeo qualitativos10486301048629 formulados com a participaccedilatildeo de especia-listas e stakeholders com o horizonte de tempo 1048626104862410486241048630-1048626104862410486251048630-1048626104862410486261048630 A definiccedilatildeode poliacuteticas puacuteblicas o comportamento do mercado e o desenvolvimentoda ciecircncia e da tecnologia satildeo os principais fatores determinantes e fontesde incerteza capazes de interferir no destino da Amazocircnia Com base naanaacutelise exploratoacuteria dessas incertezas foram selecionados quarto cenaacuteriosconsiderados plausiacuteveis pelos stakeholders Emergent Amazonia Inching

Along the Precipice Light and Shadows e Once-Greenhell Cabe notar quenesse processo do GEO para a Amazocircnia um cenaacuterio de sustentabilidadebaseado na melhoria da qualidade de vida da regiatildeo e utilizaccedilatildeo sustentaacuteveldos recursos naturais natildeo foi desenvolvido por ser o ideal e desejaacutevel paraa regiatildeo ndash e o processo natildeo foi normativobull Folhes (1048626104862410486251048624) e Folhes Aguiar et al (sd) adaptaram abordagens decenaacuterios participativos multiescala agrave realidade da Amazocircnia utilizando oProjeto de Assentamento Extrativista Lago Grande (PAE Lago Grande)em Santareacutem como primeiro caso de estudo Poreacutem a abordagem adota-da foi a de construccedilatildeo de cenaacuterios normativos Numa situaccedilatildeo em que oscenaacuterios podem ser qualitativos normativos participativos ou multiescalarealizado para todo o assentamento e em trecircs comunidades os stakeholders

definiram em cada escala de estudo um cenaacuterio desejado (sustentaacutevel) e umnatildeo desejado no horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-1048626104862410486261048624 O processo promoveuuma discussatildeo sobre as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o futuro sustentaacutevel

De modo mais amplo os pesquisadores buscavam entender se tal processo

10486301048629 Em outros processos de cenaacuterios do GEO como o GEO-4 modelos computacionais foram utilizados

para gerar dados quantitativos

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participativo de construccedilatildeo de cenaacuterios poderia ser efetivo como ferramentano processo de consolidaccedilatildeo de diferentes unidades territoriais da regiatildeoSeguindo uma abordagem semelhante estaacute em andamento um processoparticipativo para a formulaccedilatildeo de cenaacuterios para toda a Amazocircnia com-

binando aspectos qualitativos e quantitativos normativos e exploratoacuteriosnum horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-104862610486241048629104862466 Os cenaacuterios qualitativos seratildeorepresentados por modelos computacionais em ambiente LuccME cujosresultados estatildeo em preparaccedilatildeo (Aguiara Vieira et al sd) e rediscutidoscom os stakeholders Diferentemente do processo adotado nos cenaacuteriosda Unep (GEO Amazonia) descrito acima o objetivo mais amplo doprojeto eacute justamente discutir as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o cenaacuteriode sustentabilidade

Conclusatildeo

Este capiacutetulo revisou os conceitos de cenaacuterios e suas principais abor-dagens visando subsidiar uma anaacutelise criacutetica sobre os modelos e cenaacuteriosdesenvolvidos nas deacutecadas anteriores para a Amazocircnia e entender asnecessidades de uma nova geraccedilatildeo de modelos computacionais em desen-

volvimento Espera-se que todos esses esforccedilos produzam modelos mais

robustos que contribuam para o avanccedilo cientiacutefico sobre os processos demudanccedila de uso da terra e possam ser utilizados pela sociedade como fer-ramentas em processos de discussatildeo sobre o futuro A existecircncia de vaacuteriosgrupos desenvolvendo modelos e cenaacuterios para a Amazocircnia e Brasil combase em meacutetodos e abordagens diferentes pode tambeacutem representar umganho para a sociedade

Em assuntos que envolvem interesses conflitantes como o uso da terrana Amazocircnia eacute preciso examinar atentamente as premissas e mecanismossubjacentes a modelos quantitativos que embasam os cenaacuterios ndash em especialos que satildeo construiacutedos com o objetivo expliacutecito de subsidiar a formula-ccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Pois no desejo por vezes bem intencionado docidadatildeo-pesquisador ao alertar sobre um problema ndash ou natildeo tatildeo bemintencionado ao defender grupos de interesses ndash manipulaccedilotildees podemfacilmente ser introduzidas E em alguns casos posiccedilotildees aparentementecientiacuteficas podem camuflar visotildees e interesses de muacuteltiplos atores e setores

ndash inclusive do proacuteprio governo Os modelos possuem tal complexidade que

10486301048630 O processo estaacute sendo liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (Embrapa) e pelo

Inpe no contexto do projeto Amazalert

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se tornam impenetraacuteveis para a maior parte da sociedade ndash e mesmo parapesquisadores de outras aacutereas E por vezes resultados de modelos passama ser tratados como verdades absolutas ndash o que eacute agravado quando existesomente um modelo para uma regiatildeo ou problema como no caso dos

impactos de obras de infraestrutura ou da expansatildeo de biocombustiacuteveisNatildeo podemos esquecer a frase de George Box que consideramos a

melhor sobre modelos ldquo Models are always wrong but some are useful rdquo Aoque acrescentamos e preste atenccedilatildeo nos grupos aos quais eles satildeo uacuteteis

Referecircncias

AGUIAR A P D et al ldquoSpatial statistical analysis of land-use determinants

in the Brazilian Amazonia Exploring intra-regional heterogeneityrdquoEcological Modelling vol 104862610486241048633 n 1048626-1048628 p 104862510486301048633-104862510486321048632 1048626104862410486241048631

AGUIAR A P D et al ldquoTerraME- LuccME an open-source frameworkfor spatially explicit land use change modellingrdquo Global Land Project

News vol 1048632 p 10486261048625-10486261048627 1048626104862410486251048626AGUIAR A P D et al Anticipating a forest transition scenario in the

Brazilian Amazon carbon emission estimates using a spatially-explicit

approach (submetido)

ALCAMO J RIBEIRO T Scenarios as tools for international environmentalassessments Copenhagen European Environment Agency 1048626104862410486241048625

ALCAMO J Searching for the future of land Scenarios from the local to

global scale Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630 p104862510486271048631-104862510486291048630ALCAMO J Environmental futures the practice of environmental scenario

analysis Amsterdam Elsevier 1048626104862410486241048632ANDERSEN L et al Te dynamics of Deforestation and Economic Growth

in the Brazilian Amazon Cambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048626ANDERSEN L REIS E Deforestation development and government policy

in the Brazilian Amazon an econometric analysis (IPEA Report 10486311048630-1048625104863310486331048631)Rio de Janeiro IPEA 1048625104863310486331048631

BIGGS R et al ldquoLinking futures across scales a dialog on multiscale sce-nariosrdquo Ecology and Society vol 10486251048626 1048626104862410486241048631

BOumlRJESON L et al ldquoScenario types and techniques Towards a userrsquosguiderdquo Futures vol 10486271048632 n 1048631 p 104863110486261048627-104863110486271048633 1048626104862410486241048630

BRADFIELD R ldquoe origins and evolution of scenario techniques in longrange business planningrdquo Futures vol 10486271048631 p 104863110486331048629-104863210486251048626 1048626104862410486241048629BRIASSOULIS H Analysis of Land Use Change Teoretical and Modeling

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Approaches Morgantown Regional Research Institute West VirginiaUniversity 1048626104862410486241048624

BUARQUE S C Metodologia e teacutecnicas de construccedilatildeo de cenaacuterios globais

e regionais Rio de Janeiro IPEA 1048626104862410486241048627

CARPENTER S R et al ldquoScenarios for ecosystem services an overviewrdquoEcology and Society vol 10486251048625 n 1048625 1048626104862410486241048630

COSGROVE W J RIJSBERMAN F R World water vision LondresEarthscan Publications Ltd 1048626104862410486241048624

DALLA983085NORA E L AGUIAR A P D Lapola D M WOLTJER G 1048626104862410486251048628Why have land use change models for the Amazon failed to capture the

amount of deforestation over the last decade Land Use Policy 10486271048633 104862810486241048627-104862810486251048625DREBORG K H ldquoEssence of backcastingrdquo Futures vol 10486261048632 n 1048633 p 104863210486251048627-

104863210486261048632 1048625104863310486331048630EVANS K et al Field guide to the Future Four Ways for Communities

to Tink Ahead Nairobi Center for International Forestry Research(CIFOR) 1048626104862410486241048630 10486321048631 p

FOLHES R Cenaacuterios de mudanccedilas de uso da terra na Amazocircnia Explorando

uma abordagem participativa e multi-escala no PAE Lago Grande em

Santareacutem-Paraacute Beleacutem Universidade Federal do Paraacute 1048626104862410486251048624FOLHES R T et al Multi-scale participatory scenario methods and territorial

planning in the Brazilian Amazon (submetido)GARB Y et al ldquoScenarios in society society in scenarios toward a so-

cial scientific analysis of storyline-driven environmental modelingrdquoEnvironmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

GIBSON C et al ldquoe concept of scale and the human dimensions ofglobal change a surveyrdquo Ecological Economics v 10486271048626 p 104862610486251048631ndash104862610486271048633 1048626104862410486241048624

GIROD B ldquoe evolution of the IPCCrsquos emissions scenariosrdquo Environmental

Science amp Policy vol 10486251048626 1048626104862410486241048633GODET M ldquoe Art of Scenarios and Strategic Planning Tools and Pitfallsrdquo

echnological Forecasting and Social Change vol 10486301048629 p 1048627-10486261048626 1048626104862410486241048624GOacuteMES N ldquoe future of Amazoniardquo In Geo Amazonia 1048626104862410486241048633 p 104862610486291048629-104862610486311048630HEIJDEN K V D Scenarios the Art of Strategic Conversation Chichester

Wiley 1048625104863310486331048630JEFFERSON M ldquoShell scenarios What really happened in the 1048625104863310486311048624s and

what may be learned for current world prospectsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048633 n 1048625 p 104862510486321048630ndash104862510486331048631 1048626104862410486251048626KAHN H WIENER A Te year A framework for Speculation on the

Next Tirty-Tree Years Nova Iorque Macmillan 1048625104863310486301048631

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httpslidepdfcomreaderfullaguiar-assis-folhes-etal-2014-cenarios-e-modelos 2427

KAHN H Te next Years a scenario for America and the world NovaIorque Morrow 1048625104863310486311048630

KOK K et al ldquoMulti-scale narratives from an IA perspective Part IIParticipatory local scenario developmentrdquo Futures vol 10486271048632 1048626104862410486241048630

KOK K et al ldquoMethods for Developing Multiscale Participatory ScenariosInsights from Southern Africa and Europerdquo Ecology and Society vol 104862510486261048626104862410486241048631

KOK K ldquoe potential of Fuzzy Cognitive Maps for semi-quantitative sce-nario development with an example from Brazilrdquo Global Environmental

Change vol 10486251048633 1048626104862410486241048633KOK K et al ldquoCombining participative backcasting and exploratory scena-

rio development Experiences from the SCENES projectrdquo echnological

Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863210486271048629-104863210486291048625 1048626104862410486251048625LAMBIN E F GEIST H J Land-Use and Land-Cover Change Local

Processes and Global Impacts Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630LAPOLA D M et al ldquoIndirect land-use changes can overcome carbon

savings from biofuels in Brazilrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America vol 104862510486241048631 n 1048632 p 1048627104862710486321048632-1048627104862710486331048627 1048626104862410486251048624LAURANCE W et al ldquoe future of the Brazilian Amazonrdquo Science vol

104862610486331048625 p 104862810486271048632-104862810486271048633 1048626104862410486241048625

LEGGETT J et al Emissions Scenarios for the IPCC an Update CambridgeCambridge University Press 1048625104863310486331048626 p 10486301048633-10486331048629

MARGULIS S Causes of deforestation in Brazilian Amazon World BankWorking Paper 10486261048626 Washington World Bank 1048626104862410486241048628

MEA Ecosystems and Human Well-Being Millennium Ecosystem Assessment

Scenarios for the Future of Ecosystem Services (Millenium EcosystemAssessment) Washington Island Press 1048626104862410486241048629

MEADOWS D H et al Te Limits to Growth A Report for the Club of

Romersquos Project on the Predicament of Mankind Nova Iorque UniversityBooks 1048625104863310486311048626

METZGER M J et al ldquoe vulnerability of ecosystem services to land usechangerdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628 p 10486301048633-10486321048629 1048626104862410486241048630

MILLER R ldquoFutures Literacy A Hybrid Strategic Scenario Methodrdquo Futures vol 10486271048633 p 104862710486281048625-104862710486301048626 1048626104862410486241048631

MOSS R H E et al ldquoe next generation of scenarios for climate change

research and assessmentrdquo Nature vol 104862810486301048627 1048626104862410486251048624NAKICENOVIC N A et al Special Report on Emissions ScenariosCambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048625

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NORA E D et al Amazon conservation might not be the end of deforestation

in Brazil 1048626104862410486251048627 (submetido)OrsquoNEILL B C NAKICENOVIC N ldquoLearning from global emissions

scenariosrdquo Environonmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

PARSON E A B et al Global change scenarios Teir development and useUS Climate Change Science Program 1048626104862410486241048630

PARSON E A ldquoUseful global-change scenarios current issues and chal-lengesrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 1048626104862410486241048632

PATEL M et al ldquoParticipatory scenario construction in land use analysisAn insight into the experiences created by stakeholder involvement inthe Northern Mediterraneanrdquo Land Use Policy vol 10486261048628 1048626104862410486241048631

PFAFF A ldquoWhat drives deforestation in the Brazilian Amazon Evidence

from Satellite and Socio-economic datardquo Journal of EnvironmentalEconomics and Management vol 10486271048631 p 10486261048630-10486281048627 1048625104863310486331048633

POSTMA T J M LIEBL F ldquoHow to improve scenario analysis as a stra-tegic management toolrdquo echnological Forecasting amp Social Change vol10486311048626 p 104862510486301048625-104862510486311048627 1048626104862410486241048629

PULVER S VAN DEVEER S Global Environmental Futures - Interrogatingthe Practice and Politics of Scenarios Brown University 1048626104862410486241048631

QUIST J VERGRAGT P ldquoPast and future of backcasting e shi to

stakeholder participation and a proposal for a methodological frameworkrdquoFutures vol 10486271048632 n 1048633 p 1048625104862410486261048631-1048625104862410486281048629 1048626104862410486241048630

QUIST J et al ldquoe impact and spin-off of participatory backcasting From vision to nicherdquo echnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n1048629 p 104863210486321048627-104863210486331048631 1048626104862410486251048625

RASKIN P D et al ldquoGlobal Scenarios in Historical Perspectivesrdquo InCARPENTER S R et al (Eds) Ecosystems and human well-being scena-

rios Volume findings of the scenarios working group of the Millennium

Ecosystem Assessment Washington Island Press 1048626104862410486241048629 p10486271048629-10486281048628REIS E GUZMAacuteN R ldquoAn econometric model of Amazon Deforestationrdquo

In BROWN K PEARCE D (Eds) Te causes of tropical deforestation

the economic and statistical analysis of factors giving rise to the loss of

tropical forests Londres University College London Press 1048625104863310486331048628 p104862510486311048626-10486331048625RICHARDS C et al Practical Approaches to Participation (SERG Socio-

Economic Research Group Policy Brief ) Aberdeen eMacaulay

Institute 1048626104862410486241048628ROBINSON J B ldquoEnergy backcasting A proposed method of policy analy-sisrdquo Energy Policy vol 10486251048624 n 1048628 p 104862710486271048631-104862710486281048628 1048625104863310486321048626

ROBINSON J et al ldquoEnvisioning sustainability Recent progress in the

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use of participatory backcasting approaches for sustainability researchrdquoechnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863110486291048630-104863110486301048632 1048626104862410486251048625

SANTOS A D D Metodologias participativas caminhos para o fortaleci-

mento de espaccedilos puacuteblicos socioambientais Petroacutepolis IIEB - Instituto

Internacional de Educaccedilatildeo do Brasil 1048626104862410486241048629SOARES-FILHO B et al ldquoModeling conservation in the Amazon basinrdquo

Nature vol 1048628104862710486321048633 mar 1048626104862410486241048630SOARES-FILHO B et al Modeling Environmental Dynamics with Dinamica

EGO Belo Horizonte UFMG 1048626104862410486241048633 104862510486261048624 pSOARES-FILHO B et al ldquoRole of Brazilian Amazon protected areas in

climate change mitigationrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America 10486261048630 maio 1048626104862410486251048624

SOLER L S et al ldquoUsing fuzzy cognitive maps to describe current systemdynamics and develop land cover scenarios a case study in the BrazilianAmazonrdquo Journal of Land Use Science vol 1048631 n 1048626 p104862510486281048633-104862510486311048629 10486251048627 dez 1048626104862410486251048626

STIRLING A ldquoAnalysis participation and power justification and closurein participatory multi-criteria analysisrdquo Land Use Policy vol 10486261048627 n 1048625 p10486331048629-104862510486241048631 1048626104862410486241048630

SWART R et al ldquoStabilisation scenarios for climate impact assessmentrdquoGlobal Environmental Change vol 10486251048626 1048626104862410486241048626

UNEP Environment Outlook in the Amazonia GEO Amazonia Panama1048626104862410486241048632

UNEP Global Environment Outlook Nairobi 1048626104862410486251048626VAN ASSELT MARJOLEIN B A RIJKENS-KLOMP N ldquoA look in the

mirror reflection on participation in Integrated Assessment from amethodological perspectiverdquo Global Environmental Change vol 10486251048626 n1048627 p 104862510486301048631-104862510486321048628 1048626104862410486241048626

VAN NOTTEN P W F et al ldquoAn updated scenario typologyrdquo Futures vol10486271048629 n 1048629 p 104862810486261048627-104862810486281048627 1048626104862410486241048627

VAN VLIET M Kok K VELDKAMP T ldquoLinking stakeholders andmodellers in scenario studies the use of Fuzzy Cognitive Maps as acommunication and learning toolrdquo Futures vol 10486281048626 n 1048625 1048626104862410486241048633

VAN VUUREN D P et al ldquoScenarios in Global Environmental AssessmentsKey characteristics and lessons for future userdquo Global Environmental

Change vol 10486261048626 n 1048628 p 104863210486321048628-104863210486331048629 1048626104862410486251048626a

VAN VUUREN D P et al ldquoA proposal for a new scenario framework tosupport research and assessment in different climate research commu-nitiesrdquo Global Environmental Change vol 10486261048626 n 1048625 p 10486261048625-10486271048629 1048626104862410486251048626b

VERBURG P et al ldquoDownscaling of land use change scenarios to assess

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the dynamics of European landscapesrdquo Agriculture Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630

VERGRAGT P J QUIST J ldquoBackcasting for sustainability Introductionto the special issuerdquo echnological Forecasting and Social Change vol

10486311048632 n 1048629 p 104863110486281048631-104863110486291048629 1048626104862410486251048625VIEIRA I C G et al ldquoDeforestation and threats to the biodiversity of

Amazoniardquo Brazilian Journal of Biology vol 10486301048632 p 104863310486281048633-104863310486291048630 1048626104862410486241048632WESSELINK A et al ldquoRationales for public participation in environmental

policy and governance practitionersrsquo perspectivesrdquo Environment and

Planning A vol 10486281048627 n 10486251048625 p 1048626104863010486321048632-1048626104863110486241048628 1048626104862410486251048625WESTHOEK H J et al ldquoScenario development to explore the future of

Europersquos rural areasrdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628

p 1048631-10486261048624 1048626104862410486241048630aWesthoek H J VAN DEN BERG M BAKKES J A ldquoScenario deve-

lopment to explore the future of Europersquos rural areasrdquo Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630bWILKINSON A EIDINOW E ldquoEvolving practices in environmental

scenarios a new scenario typologyrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 p 104862410486281048629104862410486251048631 1048626104862410486241048632

WOLLENBERG E et al Anticipating Change Scenarios as a ool for Adaptive

Forest Management A Guide Bogor CIFOR 1048626104862410486241048624aWOLLENBERG E et al ldquoUsing scenarios to make decisions about the futu-

re anticipatory learning for the adaptive co-management of communityforestsrdquo Landscape and Urban Planning vol 10486281048631 n 1048625-1048626 p 10486301048629-10486311048631 1048626104862410486241048624b

WOLTJER G et al Te MAGNE model Module description Haia LEIWUR 1048626104862410486251048627

ZUREK M B HENRICHS T ldquoLinking scenarios across geographical scalesin international environmental assessmentsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048628 p 1048625104862610486321048626-1048625104862610486331048629 1048626104862410486241048631

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ato ou processo de estar envolvido Na literatura das ciecircncias sociaissignifica o ato de participaccedilatildeo ativa de grupos sociais na apreciaccedilatildeo edecisatildeo dos processos em que se encontram direta ou indiretamenteenvolvidos com conhecimentos relevantes sobre a questatildeo em jogo

conforme Stirling (1048626104862410486241048630) e Wesseling Paavola et al (1048626104862410486251048625)bull Stakeholders atores e especialistas Heijden (1048625104863310486331048630) diferencia atores

de stakeholders para fins de anaacutelises de cenaacuterios Stakeholders satildeo osinteressados no tema em discussatildeo no cenaacuterio que recebem as conse-quecircncias das accedilotildees Atores satildeo as pessoas ou organizaccedilotildees que atuamno objeto analisado porque tecircm o poder de tomar decisotildees mas natildeonecessariamente sofrem as consequecircncias das mesmas Especialistaspor outro lado satildeo pessoas com conhecimento especiacutefico ndash cientistas

profissionais burocratas etc ndash sobre algum dos aspectos relevantes aotema do cenaacuterio ou a outros a ele relacionados mas natildeo tecircm neces-sariamente poder de accedilatildeo Isto significa que os especialistas natildeo satildeoem princiacutepio diretamente interessados ou afetados pelo tema emboraeventualmente possam ser

bull Meacutetodos participativos incluem entrevistas e questionaacuterios dirigidos agrupos focais envolvendo stakeholders conforme Van Asselt Marjolein

e Rijkens-Klomp (1048626104862410486241048626) e Richards Sherlock et al (1048626104862410486241048628) Muitasdas teacutecnicas de cenaacuterios ndash especialmente no niacutevel local ndash utilizammeacutetodos baseados no denominado diagnoacutestico raacutepido participati-

vo (DRP) que consiste em teacutecnicas simples normalmente visuaisque tecircm sido utilizadas em vaacuterios contextos conforme vemos emWollenberg Edmunds et al (1048626104862410486241048624) e Evans Velarde et al (1048626104862410486241048630)Tais meacutetodos vecircm sendo amplamente empregados na Amazocircnia porONGs cientistas e oacutergatildeos governamentais aleacutem de experiecircncias de

mapeamento participativo alinhadas ao movimento socioambiental(Santos 1048626104862410486241048629) Jaacute as experiecircncias de construccedilatildeo de cenaacuterios propria-mente ditos principalmente atraveacutes de meacutetodos participativos satildeomenos comuns na Amazocircnia

bull Cenaacuterios participativos satildeo aqueles construiacutedos com o envolvimentodireto de stakeholders atraveacutes de meacutetodos participativos em que os atorese especialistas podem tomar parte de forma secundaacuteria

Recentemente tem sido dada atenccedilatildeo ao valor da inclusatildeo de meacutetodosparticipativos em anaacutelises de cenaacuterios De acordo com Wollenberg et al(1048626104862410486241048624) ldquocenaacuterios seratildeo mais poderosos em criar novos conhecimentosquando envolvem diretamente stakeholdersrdquo Em escala global os cenaacuterios

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tendem a ser do tipo exploratoacuterio focados em produzir resultados cien-tiacuteficos quantitativos e com uma construccedilatildeo de narrativas normalmentebaseada na contribuiccedilatildeo de especialistas (Parson 1048626104862410486241048632) Nesse caso osstakeholders atores e tomadores de decisatildeo satildeo mais envolvidos durante

processos de revisatildeo do que na fase de elaboraccedilatildeo dos cenaacuterios Por outrolado diversos exerciacutecios em escala local tecircm enfatizado o processo decomunicaccedilatildeo e construccedilatildeo de consenso entre stakeholders que pode acom-panhar o desenvolvimento de cenaacuterios (qualitativos) em especial na Aacutesiae Aacutefrica como indicado por Wollenberg Edmunds et al (1048626104862410486241048624) e Alcamo(1048626104862410486241048630) Mas essas diferenccedilas entre cenaacuterios globais e locais refletem apenasgrandes tendecircncias A literatura indica que eacute possiacutevel engajar stakeholders com sucesso nos niacuteveis nacional e internacional e haacute exemplos concretos

como em alguns dos estudos regionais do MEA (Kok Biggs et al 1048626104862410486241048631)As vantagens da utilizaccedilatildeo de processos participativos estatildeo relacio-

nadas agrave relevacircncia credibilidade legitimidade e criatividade (Van Vliet1048626104862410486241048633) ndash criteacuterios normalmente adotados para avaliar a qualidade de anaacutelisesde cenaacuterios (Alcamo 1048626104862410486241048632) Quatro categorias de razotildees para a utilizaccedilatildeodesse tipo de processo foram discutidas na literatura por Stirling (1048626104862410486241048630) ePatel Kok et al (1048626104862410486241048631) A primeira categoria eacute a (a) normativa a participaccedilatildeosegue princiacutepios democraacuteticos e portanto deve ser utilizada para evitar que

decisotildees sejam tomadas sem refletir os valores do puacuteblico A segunda eacute a(b) instrumental a participaccedilatildeo assegura que os cenaacuterios sejam relevantese verossiacutemeis para os usuaacuterios finais A terceira (c) substantiva atraveacutesda participaccedilatildeo obteacutem-se mais e melhor informaccedilatildeo devido agrave inclusatildeode conhecimento local Por fim o (d) aprendizado social a participaccedilatildeopode proporcionar uma arena de aprendizado para todos os envolvidose assim gerar ideias importantes e potencialmente surpreendentes

Por outro lado alguns pontos negativos devem ser assinalados comoa falta de reprodutibilidade pois existem orientaccedilotildees gerais mas natildeo me-todologias estritas Normalmente os meacutetodos satildeo propositadamente natildeoestruturados e seu resultado depende muito da seleccedilatildeo dos participantes(Kok Patel et al 1048626104862410486241048630) Outra desvantagem se encontra nas posiccedilotildees muitocontrastantes entre os stakeholders que podem afetar significativamente osdebates e decisotildees Por isso eacute necessaacuterio conhecer as predisposiccedilotildees dosparticipantes que representam diferentes grupos de interesses

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Cenaacuterio em escala uacutenica ou muacuteltipla

Os cenaacuterios ambientais tecircm sido construiacutedos em diferentes escalas63 espaciais ndash global regional local ndash com diferentes objetivos e graus deenvolvimento de stakeholders em niacuteveis diversos (Alcamo et al 1048626104862410486241048630)

As escalas temporais desses cenaacuterios tambeacutem variam os cenaacuterios globaisabrangem normalmente uma perspectiva de tempo maior ndash ateacute 1048626104862410486291048624 ou1048626104862510486241048624 tomando por base o atual ano de 1048626104862410486251048627 ndash enquanto os regionais elocais focam em periacuteodos mais curtos ndash ateacute 1048626104862410486251048629 ou 1048626104862410486261048629 Os processos efatores determinantes analisados nos cenaacuterios dependem da escala espa-cial e temporal assim como a seleccedilatildeo de stakeholders no caso de cenaacuteriosparticipativos e a escolha de modelos computacionais no caso de cenaacuterioscom modelos quantitativos

Stakeholders em diferentes niacuteveis de processos de decisatildeo ou delibe-raccedilatildeo ndash local regional nacional internacional ndash podem ter perspectivasdiferentes O equiliacutebrio de forccedilas descrito na seccedilatildeo anterior conforme apon-tado por Kok Biggs et al (1048626104862410486241048631) e Zurek e Henrichs (1048626104862410486241048631) pode diferirentre escalas enquanto conjuntos diferentes de problemas e oportunidadespodem ser destacados em diferentes escalas mesmo quando se discute ummesmo tema geral ndashuso e disponibilidade da aacutegua por exemplo

Cenaacuterios participativos multiescala visam entatildeo incorporar essas di- versas perspectivas ao processo de construccedilatildeo dos cenaacuterios Alcamo et al(1048626104862410486241048630) ao final de sua revisatildeo do estado da arte em cenaacuterios para a siacutentesedo programa Land Use and Cover Change (LUCC) (Lambin et al 1048626104862410486241048630)recomendam o desenvolvimento de cenaacuterios multiescala como uma formade aumentar a credibilidade e relevacircncia dos cenaacuterios por meio da incor-poraccedilatildeo de uma gama maior de visotildees Em outra anaacutelise recente sobre ofuturo dos cenaacuterios ambientais Parson (1048626104862410486241048630 1048626104862410486241048632) defende a existecircncia

de uma rede natildeo centralizada de cenaacuterios ambientais em diferentes escalaspara atender a diferentes necessidades Esses cenaacuterios podem se basear emndash ou interpretar ndash cenaacuterios de escalas mais globais e ligaacute-los aos contextos enecessidades de anaacutelise e apoio agrave tomada de decisatildeo em diferentes escalas

Um aspecto importante na definiccedilatildeo da metodologia de construccedilatildeo decenaacuterios multiescala eacute o modo como as relaccedilotildees de influecircncia entre escalasseratildeo tratadas em determinado estudo conforme Biggs (1048626104862410486241048631) e Kok Biggset al (1048626104862410486241048631) Essas influecircncias podem ser top-down ndash cenaacuterios globais e

10486301048627 Escala eacute a dimensatildeo espacial temporal e analiacutetica que cientistas utilizam para medir e estudar algum

objeto ou processo (Gibson Ostrom et al 2000) Todas as escalas tecircm extensatildeo e resoluccedilatildeo

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regionais contextualizando os cenaacuterios locais ndash eou bottom-up ndash cenaacuterioslocais alimentando os regionais e globais

As relaccedilotildees entre as escalas podem ser desenvolvidas de forma in-dependente ndash ou parcialmente independente ndash ou acoplada conforme as

perspectivas incertezas e fatores de uma escala informem a construccedilatildeode cenaacuterios nas demais escalas Essa decisatildeo mais uma vez depende doobjetivo do estudo levando em consideraccedilatildeo por exemplo a necessidadede comparar resultados e manter consistecircncia entre escalas em contrapo-siccedilatildeo ao fato de que o acoplamento excessivo pode atuar como limitadorda criatividade nas escalas mais locais comprometendo o resultado doscenaacuterios

Revisatildeo sobre estudos de cenaacuterios para a Amazocircnia

Dentro de um contexto complexo que envolve fronteiras agriacutecolasemissotildees de gases do efeito estufa derivadas do desmatamento impactosdas mudanccedilas climaacuteticas conservaccedilatildeo ambiental conflitos sociais orde-namento territorial e regularizaccedilatildeo fundiaacuteria vaacuterios estudos de cenaacuteriosdiscutem o futuro da Amazocircnia em diferentes escalas empregando diversasabordagens metodoloacutegicas e conjuntos de premissas

Em escala global vaacuterios cenaacuterios satildeo norteados pelo desafio de conci-liar a provisatildeo de serviccedilos ambientais de modo mais amplo agrave necessidadede suprir a crescente demanda por alimentos Tais estudos naturalmenteincluem resultados referentes agrave Amazocircnia como a Avaliaccedilatildeo Ecossistecircmica

do Milecircnio (MEA 1048626104862410486241048629) que desenvolveu quatro cenaacuterios focados nas mu-danccedilas no ecossistema e suas consequecircncias para o bem-estar social Doisdesses cenaacuterios se concentram em mudanccedilas de uso e cobertura da terrao primeiro prioriza a produccedilatildeo nacional e o segundo as tecnologias verdese alternativas econocircmicas mais ecoloacutegicas Uma ampla revisatildeo sobre cenaacute-rios globais de uso da terra pode ser encontrada em Lambin et al (1048626104862410486241048630)Recentemente projeccedilotildees espacialmente expliacutecitas sobre o uso da terra(Moss 1048626104862410486251048624) foram geradas no contexto do IPCC AR1048629 visando subsidiara nova geraccedilatildeo de modelos do sistema terrestre Tais dados foram geradospor modelos globais integrados (integrated assessment models) e consistemem projeccedilotildees de uso da terra com base em previsotildees de crescimento da

demanda por alimentos fibras e energiaPor outro lado a maior parte dos estudos espacialmente expliacutecitosrealizados na escala regional para a Amazocircnia apresenta uma abordagem

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focada em fatores intrarregionais64 em especial no papel das estradasaacutereas protegidas e accedilotildees de comando e controle Dentre eles destacam-se

bull Os cenaacuterios propostos por Laurance Cochrane et al (1048626104862410486241048625) concentra-ram suas discussotildees nos efeitos do programa Avanccedila Brasil proposto pelo

governo brasileiro entre os anos de 1048626104862410486241048624 a 1048626104862410486241048631 que previam uma seacuterie deprojetos de infraestrutura inclusive na Amazocircnia Seus cenaacuterios quantita-tivos baseados em anaacutelises espaciais extrapolam para os proacuteximos vinteanos os impactos desse aumento de infraestrutura com base nos impactosdas deacutecadas anteriores Formularam-se dois cenaacuterios um pessimista queconsiderava a manutenccedilatildeo das tendecircncias do desmatamento e um otimistano qual o desmatamento e a degradaccedilatildeo florestal seriam reduzidos atraveacutesde uma seacuterie de accedilotildees de proteccedilatildeo ambiental

bull Soares-Filho Nepstad et al (1048626104862410486241048630) discutiram a importacircncia das aacutereasprotegidas e o impacto de novas rodovias pavimentadas nas mudanccedilas deuso da terra na bacia amazocircnica Foram desenvolvidos oito cenaacuterios dosquais o mais pessimista assumia que o desmatamento iria continuar deacordo com as tendecircncias observadas ateacute entatildeo as estradas seriam pavimen-tadas as reservas legais natildeo seriam respeitadas e nem seriam criadas novasaacutereas protegidas Esses autores tambeacutem consideraram reflexos de decisotildeespoliacutetico-administrativas num cenaacuterio oposto chamado governanccedila em

que pressupunham a manutenccedilatildeo das reservas e de zonas agroecoloacutegicasde uso da terra e a criaccedilatildeo de novas aacutereas protegidas Aleacutem desses foramconsiderados seis cenaacuterios intermediaacuteriosbull O mesmo estudo considerou a contribuiccedilatildeo das aacutereas protegidas parauma possiacutevel reduccedilatildeo do desmatamento atraveacutes da construccedilatildeo de cincocenaacuterios para 1048626104862410486291048624 que incluiacuteam (a) a exclusatildeo de todas as aacutereas protegidasexistentes (b) todas as aacutereas protegidas criadas ateacute 1048626104862410486241048626 (c) as aacutereas pro-tegidas criadas ateacute 1048626104862410486241048632 exceto as treze aacutereas criadas a partir do programaAacutereas Protegidas da Amazocircnia (ARPA) (d) todas as aacutereas protegidas ateacute1048626104862410486241048632 sem exceccedilatildeo (e) as aacutereas protegidas ateacute 1048626104862410486241048626 com expansatildeo previstapelo ARPA Os cenaacuterios de uso da terra considerando estas aacutereas protegidasforam combinados com dois cenaacuterios socioeconocircmicos para crescimentoalto e moderado da agricultura

10486301048628 Em escala regional muitos modelos economeacutetricos e estatiacutesticos foram desenvolvidos para estudar as

causas do desmatamento como vemos em Reis e Guzmaacuten (1994) Andersen e Reis (1997) Pfaff (1999)

Margulis (2004) e Andersen Granger et al (2002) Aguiar Cacircmara et al (2007) apresentam uma revisatildeo

desses modelos Neste capiacutetulo enfocamos estudos que geraram resultados espacialmente expliacutecitos

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A Figura 1048628 compara as taxas de desmatamento estimadas ou ado-tadas nesses trabalhos Como pode ser observado na Figura 1048628b mesmoas projeccedilotildees mais ldquootimistasrdquo superestimaram as taxas de desmatamentoobservadas de 1048626104862410486241048628 ateacute 1048626104862410486251048626 como discutido por Dalla-Nora Aguiar et

al (1048626104862410486251048628) Esse fato de modo algum desmerece a importacircncia dos traba-lhos principalmente porque a proacutepria repercussatildeo dos estudos pode terinfluenciado decisotildees poliacutetico-administrativas de controle do processodesordenado de ocupaccedilatildeo da regiatildeo

Pesa tambeacutem sobre modelos que buscam representar processos sociaisa inerente complexidade dos fatores que os influenciam Logo decisotildeesmetodoloacutegicas devem ser tomadas durante o processo de construccedilatildeo dosmodelos que satildeo sempre uma representaccedilatildeo simplificada da realidade Como

mencionado anteriormente os cenaacuterios acima utilizam principalmentefatores intrarregionais como determinantes tanto da localizaccedilatildeo quanto daquantidade de mudanccedilas (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048628) Assim descon-sideram o contexto econocircmico e institucional nos niacuteveis global e nacionalinclusive os padrotildees de consumo as oscilaccedilotildees do mercado e as decisotildeespoliacuteticas mais amplas sendo as taxas de desmatamento determinadas peloaumento ou diminuiccedilatildeo de estradas e aacutereas protegidas

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Figura axas de desmatamento estimadas por diferentes modelos

Fonte Dalla-Nora et al ()

Subjacente a isso existe um aspecto mais sutil relacionado ao proacuteprioconceito de cenaacuterios discutidos neste capiacutetulo Os resultados dos estudos

que buscaram estimar taxas de desmatamento representam em linhasgerais um mesmo cenaacuterio BAU ndash uma visatildeo do futuro fundamentada nastendecircncias de desmatamento observadas com variaccedilotildees em termos deestradas aacutereas protegidas etc ( policy ) Dessa maneira nenhum dos tra-balhos referidos explorou de fato futuros alternativos e por consequecircncianatildeo tratou como incerteza o posicionamento do governo e da sociedadeem relaccedilatildeo agraves questotildees ambientais E a reversatildeo da trajetoacuteria da taxa dedesmatamento tem sido em grande parte creditada agraves accedilotildees de comando econtrole de restriccedilatildeo ao creacutedito rural e de sistemas de monitoramento nocontexto do Plano de Prevenccedilatildeo e Controle do Desmatamento na AmazocircniaLegal (PPCDAm) enquanto sua manutenccedilatildeo vem sendo atrelada a umanova postura dos mercados consumidores exemplificada pelos acordosdas moratoacuterias da carne e soja

Uma abordagem alternativa agrave utilizaccedilatildeo exclusiva de fatores intrar-regionais foi proposta por Aguiar (1048626104862410486241048630) na qual a quantidade de desma-

tamento era exoacutegena ao modelo como uma proxy da pressatildeo de mercadopara a expansatildeo da fronteira agropecuaacuteria Embora esse estudo natildeo pre-tendesse estimar taxas de desmatamento como os demais ele apresentavacomo diferencial sua busca por ilustrar o balanccedilo entre fatores locais e a

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pressatildeo externa do mercado Com isso enfatizou a necessidade tanto deconsiderar ambos em exerciacutecios de modelagem e em poliacuteticas de contenccedilatildeoao desmatamento quanto de interpretar toda a regiatildeo de modo holiacutesticopois caso medidas mais abrangentes natildeo fossem incorporadas ndash como

restriccedilotildees ao creacutedito rural e accedilotildees de comando e controle ndash a pressatildeo domercado poderia deslocar as fronteiras para aacutereas natildeo protegidas O modelotambeacutem introduz a representaccedilatildeo de mecanismos de comando e controlee cumprimento da lei como o Coacutedigo Florestal

Um dos principais fatores para a representaccedilatildeo dos padrotildees espaciaisde desmatamento na Amazocircnia eacute a conectividade da regiatildeo com os mer-cados nacionais devido agrave proximidade atraveacutes da rede viaacuteria Eacute a conexatildeoa mercados interagindo com fatores locais ndash como a presenccedila de aacutereas

protegidas a distacircncia de estradas assentamentos e qualidade do solo ndashque explicava os padrotildees passados de desmatamento na regiatildeo (Aguiar etal 1048626104862410486241048631) Mas mesmo nesse trabalho como ilustra a Figura 1048628 a menortaxa de desmatamento considerada eacute de 10486251048629104862410486241048624 km1048626ano

Por outro lado comeccedilaram a surgir mais recentemente trabalhos queconsideram o futuro da Amazocircnia dentro do contexto global e nacionalde pressatildeo por alimentos alinhados a estudos de cenaacuterios globais Umprimeiro exemplo para a regiatildeo foi o estudo de Lapola Schaldach et al

(1048626104862410486251048624) que explorava atraveacutes de modelos computacionais os impactos daproduccedilatildeo de biocombustiacuteveis no Brasil e seus efeitos sobre as fronteirasagriacutecolas e pecuaacuterias O estudo sugere um deslocamento da pecuaacuteria paraa Amazocircnia com uma expansatildeo de 104862510486261048625104863310486311048624 km1048626 representando mudanccedilasregionais indiretas ligadas aos contextos nacional e global e apontandopara uma tendecircncia na aacuterea de modelagem e cenaacuterios de uso da terraPoreacutem cabe ressaltar que os resultados desse estudo tampouco captamos padrotildees observados do desmatamento (Figura 1048628) Em contraponto aosestudos mencionados este privilegiou fatores globais mas simplificouos fatores intrarregionais mostrando como uma abordagem totalmentebaseada nas forccedilas de mercado natildeo seria capaz de representar a complexarealidade da regiatildeo

Nesse sentido a tendecircncia atual em novos modelos eacute tratar a regiatildeocomo um sistema aberto interconectado aos mercados globais e nacionaiscomo resumido por Dalla-Nora Aguiar et al (1048626104862410486251048628) Nesses novos mode-

los as trajetoacuterias de uso da terra na Amazocircnia passam a ser consideradasno contexto daquelas do resto do paiacutes em especial no Cerrado Por outrolado os contextos socioeconocircmico institucional e poliacutetico local interagemcom as demais escalas e devem ser representados tambeacutem Esse eacute o desafio

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que os pesquisadores da aacuterea de modelagem de mudanccedilas e uso da terraenfrentam no momento

Existem vaacuterias iniciativas em andamento que buscam combinarmodelos econocircmicos de equiliacutebrio geral ndash ou parcial ndash a modelos es-

pacialmente expliacutecitos com mais detalhe sobre o Brasil Destacam-senessa linha o projeto SIMBRASIL-1048626OPTIMAGRO desenvolvido pelaUniversidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que integra a plataformade modelagem Dinacircmica EGO (Soares-Filho Rodrigues et al 1048626104862410486241048633) aoBrazilian Land Use Model (Blum) um modelo econocircmico de equiliacutebrioparcial desenvolvido pelo Instituto de Estudos do Comeacutercio e NegociaccedilotildeesInternacionais (Icone)

No contexto do projeto de pesquisa REDD-PAC ndash uma parceria

entre o Instituto Internacional de Anaacutelise de Sistemas Aplicados (Iiasa)o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Instituo de PesquisaEconocircmica Aplicada (Ipea) ndash uma versatildeo do modelo de equiliacutebrio parcialGlobal Biosphere Management Model (Globiom) estaacute sendo adaptadopara o Brasil

Tambeacutem no Inpe estaacute em andamento a integraccedilatildeo de modelos gera-dos na plataforma LuccME (Aguiar 1048626104862410486251048626) para a Amazocircnia e o Cerrado agraveplataforma Magnet (Woltjer Kuiper et al 1048626104862410486251048627) um modelo de equiliacutebrio

geral desenvolvido no Instituto de Economia Agriacutecola da Universidade deWageningen na Holanda com base no Projeto de Anaacutelise do ComeacutercioGlobal (GTAP) da Universidade de Purdue (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048627)

Finalmente voltando agrave distinccedilatildeo entre resultados de modelos e oconceito de cenaacuterios de modo mais amplo tais projetos visam ao desen- volvimento de modelos ou arcabouccedilos computacionais Estes por sua vezpoderatildeo posteriormente ser utilizados em estudos de cenaacuterios A constru-ccedilatildeo de cenaacuterios eacute um processo longo e complexo em si particularmentese realizado de modo participativo com a presenccedila de stakeholders e emmuacuteltiplas escalas Processos participativos para a discussatildeo de cenaacuteriosnatildeo satildeo comuns no Brasil quanto menos os que almejam uma abordagemquantitativa e qualitativa Entre os estudos qualitativos realizados para aAmazocircnia cabe citarbull Goacutemes (1048626104862410486241048633) desenvolveu quatro cenaacuterios qualitativos para toda a baciaamazocircnica para 1048626104862410486261048630 baseados na participaccedilatildeo de stakeholders e atores

responsaacuteveis por tomadas de decisatildeo Esses cenaacuterios exploraram umacombinaccedilatildeo entre trecircs fontes de incerteza consideradas criacuteticas (a) o papeldas poliacuteticas puacuteblicas na regulamentaccedilatildeo do uso dos recursos naturais (b)o comportamento do mercado (c) inovaccedilatildeo ciecircncia e tecnologia

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bull Kok (1048626104862410486241048633) e Soler Kok et al (1048626104862410486241048633) utilizaram uma ferramenta semi-quantitativa ( fuzzy cognitive maps) com o objetivo de aprimorar a uniatildeode cenaacuterios quantitativos e qualitativos para capturar melhor a dinacircmicado desmatamento apresentando-a em narrativas mais consistentes e numa

maior diversidade de modelos quantitativosbull Vieira Toledo et al (1048626104862410486241048632) combinaram cenaacuterios qualitativos a um mo-delo quantitativo de multiagentes ndash a plataforma Cormas desenvolvidapor pesquisadores do Centro de Cooperaccedilatildeo Internacional de PesquisaAgronocircmica para o Desenvolvimento (Centre de Coopeacuteration Internationaleen Recherche Agronomique pour le Deacuteveloppement ndash Cirad) ndash para pro-mover um diaacutelogo entre atores locais com poder de decisatildeo e cientistas apartir da adoccedilatildeo de meacutetodos participativos

bull Os cenaacuterios do Environment Outlook in Amazonia (GEO Amazonia)(Unep 1048626104862410486241048632) satildeo qualitativos10486301048629 formulados com a participaccedilatildeo de especia-listas e stakeholders com o horizonte de tempo 1048626104862410486241048630-1048626104862410486251048630-1048626104862410486261048630 A definiccedilatildeode poliacuteticas puacuteblicas o comportamento do mercado e o desenvolvimentoda ciecircncia e da tecnologia satildeo os principais fatores determinantes e fontesde incerteza capazes de interferir no destino da Amazocircnia Com base naanaacutelise exploratoacuteria dessas incertezas foram selecionados quarto cenaacuteriosconsiderados plausiacuteveis pelos stakeholders Emergent Amazonia Inching

Along the Precipice Light and Shadows e Once-Greenhell Cabe notar quenesse processo do GEO para a Amazocircnia um cenaacuterio de sustentabilidadebaseado na melhoria da qualidade de vida da regiatildeo e utilizaccedilatildeo sustentaacuteveldos recursos naturais natildeo foi desenvolvido por ser o ideal e desejaacutevel paraa regiatildeo ndash e o processo natildeo foi normativobull Folhes (1048626104862410486251048624) e Folhes Aguiar et al (sd) adaptaram abordagens decenaacuterios participativos multiescala agrave realidade da Amazocircnia utilizando oProjeto de Assentamento Extrativista Lago Grande (PAE Lago Grande)em Santareacutem como primeiro caso de estudo Poreacutem a abordagem adota-da foi a de construccedilatildeo de cenaacuterios normativos Numa situaccedilatildeo em que oscenaacuterios podem ser qualitativos normativos participativos ou multiescalarealizado para todo o assentamento e em trecircs comunidades os stakeholders

definiram em cada escala de estudo um cenaacuterio desejado (sustentaacutevel) e umnatildeo desejado no horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-1048626104862410486261048624 O processo promoveuuma discussatildeo sobre as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o futuro sustentaacutevel

De modo mais amplo os pesquisadores buscavam entender se tal processo

10486301048629 Em outros processos de cenaacuterios do GEO como o GEO-4 modelos computacionais foram utilizados

para gerar dados quantitativos

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participativo de construccedilatildeo de cenaacuterios poderia ser efetivo como ferramentano processo de consolidaccedilatildeo de diferentes unidades territoriais da regiatildeoSeguindo uma abordagem semelhante estaacute em andamento um processoparticipativo para a formulaccedilatildeo de cenaacuterios para toda a Amazocircnia com-

binando aspectos qualitativos e quantitativos normativos e exploratoacuteriosnum horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-104862610486241048629104862466 Os cenaacuterios qualitativos seratildeorepresentados por modelos computacionais em ambiente LuccME cujosresultados estatildeo em preparaccedilatildeo (Aguiara Vieira et al sd) e rediscutidoscom os stakeholders Diferentemente do processo adotado nos cenaacuteriosda Unep (GEO Amazonia) descrito acima o objetivo mais amplo doprojeto eacute justamente discutir as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o cenaacuteriode sustentabilidade

Conclusatildeo

Este capiacutetulo revisou os conceitos de cenaacuterios e suas principais abor-dagens visando subsidiar uma anaacutelise criacutetica sobre os modelos e cenaacuteriosdesenvolvidos nas deacutecadas anteriores para a Amazocircnia e entender asnecessidades de uma nova geraccedilatildeo de modelos computacionais em desen-

volvimento Espera-se que todos esses esforccedilos produzam modelos mais

robustos que contribuam para o avanccedilo cientiacutefico sobre os processos demudanccedila de uso da terra e possam ser utilizados pela sociedade como fer-ramentas em processos de discussatildeo sobre o futuro A existecircncia de vaacuteriosgrupos desenvolvendo modelos e cenaacuterios para a Amazocircnia e Brasil combase em meacutetodos e abordagens diferentes pode tambeacutem representar umganho para a sociedade

Em assuntos que envolvem interesses conflitantes como o uso da terrana Amazocircnia eacute preciso examinar atentamente as premissas e mecanismossubjacentes a modelos quantitativos que embasam os cenaacuterios ndash em especialos que satildeo construiacutedos com o objetivo expliacutecito de subsidiar a formula-ccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Pois no desejo por vezes bem intencionado docidadatildeo-pesquisador ao alertar sobre um problema ndash ou natildeo tatildeo bemintencionado ao defender grupos de interesses ndash manipulaccedilotildees podemfacilmente ser introduzidas E em alguns casos posiccedilotildees aparentementecientiacuteficas podem camuflar visotildees e interesses de muacuteltiplos atores e setores

ndash inclusive do proacuteprio governo Os modelos possuem tal complexidade que

10486301048630 O processo estaacute sendo liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (Embrapa) e pelo

Inpe no contexto do projeto Amazalert

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se tornam impenetraacuteveis para a maior parte da sociedade ndash e mesmo parapesquisadores de outras aacutereas E por vezes resultados de modelos passama ser tratados como verdades absolutas ndash o que eacute agravado quando existesomente um modelo para uma regiatildeo ou problema como no caso dos

impactos de obras de infraestrutura ou da expansatildeo de biocombustiacuteveisNatildeo podemos esquecer a frase de George Box que consideramos a

melhor sobre modelos ldquo Models are always wrong but some are useful rdquo Aoque acrescentamos e preste atenccedilatildeo nos grupos aos quais eles satildeo uacuteteis

Referecircncias

AGUIAR A P D et al ldquoSpatial statistical analysis of land-use determinants

in the Brazilian Amazonia Exploring intra-regional heterogeneityrdquoEcological Modelling vol 104862610486241048633 n 1048626-1048628 p 104862510486301048633-104862510486321048632 1048626104862410486241048631

AGUIAR A P D et al ldquoTerraME- LuccME an open-source frameworkfor spatially explicit land use change modellingrdquo Global Land Project

News vol 1048632 p 10486261048625-10486261048627 1048626104862410486251048626AGUIAR A P D et al Anticipating a forest transition scenario in the

Brazilian Amazon carbon emission estimates using a spatially-explicit

approach (submetido)

ALCAMO J RIBEIRO T Scenarios as tools for international environmentalassessments Copenhagen European Environment Agency 1048626104862410486241048625

ALCAMO J Searching for the future of land Scenarios from the local to

global scale Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630 p104862510486271048631-104862510486291048630ALCAMO J Environmental futures the practice of environmental scenario

analysis Amsterdam Elsevier 1048626104862410486241048632ANDERSEN L et al Te dynamics of Deforestation and Economic Growth

in the Brazilian Amazon Cambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048626ANDERSEN L REIS E Deforestation development and government policy

in the Brazilian Amazon an econometric analysis (IPEA Report 10486311048630-1048625104863310486331048631)Rio de Janeiro IPEA 1048625104863310486331048631

BIGGS R et al ldquoLinking futures across scales a dialog on multiscale sce-nariosrdquo Ecology and Society vol 10486251048626 1048626104862410486241048631

BOumlRJESON L et al ldquoScenario types and techniques Towards a userrsquosguiderdquo Futures vol 10486271048632 n 1048631 p 104863110486261048627-104863110486271048633 1048626104862410486241048630

BRADFIELD R ldquoe origins and evolution of scenario techniques in longrange business planningrdquo Futures vol 10486271048631 p 104863110486331048629-104863210486251048626 1048626104862410486241048629BRIASSOULIS H Analysis of Land Use Change Teoretical and Modeling

7212019 AGUIAR ASSIS FOLHES Etal 2014 Cenaacuterios e Modelos

httpslidepdfcomreaderfullaguiar-assis-folhes-etal-2014-cenarios-e-modelos 2327

Approaches Morgantown Regional Research Institute West VirginiaUniversity 1048626104862410486241048624

BUARQUE S C Metodologia e teacutecnicas de construccedilatildeo de cenaacuterios globais

e regionais Rio de Janeiro IPEA 1048626104862410486241048627

CARPENTER S R et al ldquoScenarios for ecosystem services an overviewrdquoEcology and Society vol 10486251048625 n 1048625 1048626104862410486241048630

COSGROVE W J RIJSBERMAN F R World water vision LondresEarthscan Publications Ltd 1048626104862410486241048624

DALLA983085NORA E L AGUIAR A P D Lapola D M WOLTJER G 1048626104862410486251048628Why have land use change models for the Amazon failed to capture the

amount of deforestation over the last decade Land Use Policy 10486271048633 104862810486241048627-104862810486251048625DREBORG K H ldquoEssence of backcastingrdquo Futures vol 10486261048632 n 1048633 p 104863210486251048627-

104863210486261048632 1048625104863310486331048630EVANS K et al Field guide to the Future Four Ways for Communities

to Tink Ahead Nairobi Center for International Forestry Research(CIFOR) 1048626104862410486241048630 10486321048631 p

FOLHES R Cenaacuterios de mudanccedilas de uso da terra na Amazocircnia Explorando

uma abordagem participativa e multi-escala no PAE Lago Grande em

Santareacutem-Paraacute Beleacutem Universidade Federal do Paraacute 1048626104862410486251048624FOLHES R T et al Multi-scale participatory scenario methods and territorial

planning in the Brazilian Amazon (submetido)GARB Y et al ldquoScenarios in society society in scenarios toward a so-

cial scientific analysis of storyline-driven environmental modelingrdquoEnvironmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

GIBSON C et al ldquoe concept of scale and the human dimensions ofglobal change a surveyrdquo Ecological Economics v 10486271048626 p 104862610486251048631ndash104862610486271048633 1048626104862410486241048624

GIROD B ldquoe evolution of the IPCCrsquos emissions scenariosrdquo Environmental

Science amp Policy vol 10486251048626 1048626104862410486241048633GODET M ldquoe Art of Scenarios and Strategic Planning Tools and Pitfallsrdquo

echnological Forecasting and Social Change vol 10486301048629 p 1048627-10486261048626 1048626104862410486241048624GOacuteMES N ldquoe future of Amazoniardquo In Geo Amazonia 1048626104862410486241048633 p 104862610486291048629-104862610486311048630HEIJDEN K V D Scenarios the Art of Strategic Conversation Chichester

Wiley 1048625104863310486331048630JEFFERSON M ldquoShell scenarios What really happened in the 1048625104863310486311048624s and

what may be learned for current world prospectsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048633 n 1048625 p 104862510486321048630ndash104862510486331048631 1048626104862410486251048626KAHN H WIENER A Te year A framework for Speculation on the

Next Tirty-Tree Years Nova Iorque Macmillan 1048625104863310486301048631

7212019 AGUIAR ASSIS FOLHES Etal 2014 Cenaacuterios e Modelos

httpslidepdfcomreaderfullaguiar-assis-folhes-etal-2014-cenarios-e-modelos 2427

KAHN H Te next Years a scenario for America and the world NovaIorque Morrow 1048625104863310486311048630

KOK K et al ldquoMulti-scale narratives from an IA perspective Part IIParticipatory local scenario developmentrdquo Futures vol 10486271048632 1048626104862410486241048630

KOK K et al ldquoMethods for Developing Multiscale Participatory ScenariosInsights from Southern Africa and Europerdquo Ecology and Society vol 104862510486261048626104862410486241048631

KOK K ldquoe potential of Fuzzy Cognitive Maps for semi-quantitative sce-nario development with an example from Brazilrdquo Global Environmental

Change vol 10486251048633 1048626104862410486241048633KOK K et al ldquoCombining participative backcasting and exploratory scena-

rio development Experiences from the SCENES projectrdquo echnological

Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863210486271048629-104863210486291048625 1048626104862410486251048625LAMBIN E F GEIST H J Land-Use and Land-Cover Change Local

Processes and Global Impacts Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630LAPOLA D M et al ldquoIndirect land-use changes can overcome carbon

savings from biofuels in Brazilrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America vol 104862510486241048631 n 1048632 p 1048627104862710486321048632-1048627104862710486331048627 1048626104862410486251048624LAURANCE W et al ldquoe future of the Brazilian Amazonrdquo Science vol

104862610486331048625 p 104862810486271048632-104862810486271048633 1048626104862410486241048625

LEGGETT J et al Emissions Scenarios for the IPCC an Update CambridgeCambridge University Press 1048625104863310486331048626 p 10486301048633-10486331048629

MARGULIS S Causes of deforestation in Brazilian Amazon World BankWorking Paper 10486261048626 Washington World Bank 1048626104862410486241048628

MEA Ecosystems and Human Well-Being Millennium Ecosystem Assessment

Scenarios for the Future of Ecosystem Services (Millenium EcosystemAssessment) Washington Island Press 1048626104862410486241048629

MEADOWS D H et al Te Limits to Growth A Report for the Club of

Romersquos Project on the Predicament of Mankind Nova Iorque UniversityBooks 1048625104863310486311048626

METZGER M J et al ldquoe vulnerability of ecosystem services to land usechangerdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628 p 10486301048633-10486321048629 1048626104862410486241048630

MILLER R ldquoFutures Literacy A Hybrid Strategic Scenario Methodrdquo Futures vol 10486271048633 p 104862710486281048625-104862710486301048626 1048626104862410486241048631

MOSS R H E et al ldquoe next generation of scenarios for climate change

research and assessmentrdquo Nature vol 104862810486301048627 1048626104862410486251048624NAKICENOVIC N A et al Special Report on Emissions ScenariosCambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048625

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httpslidepdfcomreaderfullaguiar-assis-folhes-etal-2014-cenarios-e-modelos 2527

NORA E D et al Amazon conservation might not be the end of deforestation

in Brazil 1048626104862410486251048627 (submetido)OrsquoNEILL B C NAKICENOVIC N ldquoLearning from global emissions

scenariosrdquo Environonmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

PARSON E A B et al Global change scenarios Teir development and useUS Climate Change Science Program 1048626104862410486241048630

PARSON E A ldquoUseful global-change scenarios current issues and chal-lengesrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 1048626104862410486241048632

PATEL M et al ldquoParticipatory scenario construction in land use analysisAn insight into the experiences created by stakeholder involvement inthe Northern Mediterraneanrdquo Land Use Policy vol 10486261048628 1048626104862410486241048631

PFAFF A ldquoWhat drives deforestation in the Brazilian Amazon Evidence

from Satellite and Socio-economic datardquo Journal of EnvironmentalEconomics and Management vol 10486271048631 p 10486261048630-10486281048627 1048625104863310486331048633

POSTMA T J M LIEBL F ldquoHow to improve scenario analysis as a stra-tegic management toolrdquo echnological Forecasting amp Social Change vol10486311048626 p 104862510486301048625-104862510486311048627 1048626104862410486241048629

PULVER S VAN DEVEER S Global Environmental Futures - Interrogatingthe Practice and Politics of Scenarios Brown University 1048626104862410486241048631

QUIST J VERGRAGT P ldquoPast and future of backcasting e shi to

stakeholder participation and a proposal for a methodological frameworkrdquoFutures vol 10486271048632 n 1048633 p 1048625104862410486261048631-1048625104862410486281048629 1048626104862410486241048630

QUIST J et al ldquoe impact and spin-off of participatory backcasting From vision to nicherdquo echnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n1048629 p 104863210486321048627-104863210486331048631 1048626104862410486251048625

RASKIN P D et al ldquoGlobal Scenarios in Historical Perspectivesrdquo InCARPENTER S R et al (Eds) Ecosystems and human well-being scena-

rios Volume findings of the scenarios working group of the Millennium

Ecosystem Assessment Washington Island Press 1048626104862410486241048629 p10486271048629-10486281048628REIS E GUZMAacuteN R ldquoAn econometric model of Amazon Deforestationrdquo

In BROWN K PEARCE D (Eds) Te causes of tropical deforestation

the economic and statistical analysis of factors giving rise to the loss of

tropical forests Londres University College London Press 1048625104863310486331048628 p104862510486311048626-10486331048625RICHARDS C et al Practical Approaches to Participation (SERG Socio-

Economic Research Group Policy Brief ) Aberdeen eMacaulay

Institute 1048626104862410486241048628ROBINSON J B ldquoEnergy backcasting A proposed method of policy analy-sisrdquo Energy Policy vol 10486251048624 n 1048628 p 104862710486271048631-104862710486281048628 1048625104863310486321048626

ROBINSON J et al ldquoEnvisioning sustainability Recent progress in the

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httpslidepdfcomreaderfullaguiar-assis-folhes-etal-2014-cenarios-e-modelos 2627

use of participatory backcasting approaches for sustainability researchrdquoechnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863110486291048630-104863110486301048632 1048626104862410486251048625

SANTOS A D D Metodologias participativas caminhos para o fortaleci-

mento de espaccedilos puacuteblicos socioambientais Petroacutepolis IIEB - Instituto

Internacional de Educaccedilatildeo do Brasil 1048626104862410486241048629SOARES-FILHO B et al ldquoModeling conservation in the Amazon basinrdquo

Nature vol 1048628104862710486321048633 mar 1048626104862410486241048630SOARES-FILHO B et al Modeling Environmental Dynamics with Dinamica

EGO Belo Horizonte UFMG 1048626104862410486241048633 104862510486261048624 pSOARES-FILHO B et al ldquoRole of Brazilian Amazon protected areas in

climate change mitigationrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America 10486261048630 maio 1048626104862410486251048624

SOLER L S et al ldquoUsing fuzzy cognitive maps to describe current systemdynamics and develop land cover scenarios a case study in the BrazilianAmazonrdquo Journal of Land Use Science vol 1048631 n 1048626 p104862510486281048633-104862510486311048629 10486251048627 dez 1048626104862410486251048626

STIRLING A ldquoAnalysis participation and power justification and closurein participatory multi-criteria analysisrdquo Land Use Policy vol 10486261048627 n 1048625 p10486331048629-104862510486241048631 1048626104862410486241048630

SWART R et al ldquoStabilisation scenarios for climate impact assessmentrdquoGlobal Environmental Change vol 10486251048626 1048626104862410486241048626

UNEP Environment Outlook in the Amazonia GEO Amazonia Panama1048626104862410486241048632

UNEP Global Environment Outlook Nairobi 1048626104862410486251048626VAN ASSELT MARJOLEIN B A RIJKENS-KLOMP N ldquoA look in the

mirror reflection on participation in Integrated Assessment from amethodological perspectiverdquo Global Environmental Change vol 10486251048626 n1048627 p 104862510486301048631-104862510486321048628 1048626104862410486241048626

VAN NOTTEN P W F et al ldquoAn updated scenario typologyrdquo Futures vol10486271048629 n 1048629 p 104862810486261048627-104862810486281048627 1048626104862410486241048627

VAN VLIET M Kok K VELDKAMP T ldquoLinking stakeholders andmodellers in scenario studies the use of Fuzzy Cognitive Maps as acommunication and learning toolrdquo Futures vol 10486281048626 n 1048625 1048626104862410486241048633

VAN VUUREN D P et al ldquoScenarios in Global Environmental AssessmentsKey characteristics and lessons for future userdquo Global Environmental

Change vol 10486261048626 n 1048628 p 104863210486321048628-104863210486331048629 1048626104862410486251048626a

VAN VUUREN D P et al ldquoA proposal for a new scenario framework tosupport research and assessment in different climate research commu-nitiesrdquo Global Environmental Change vol 10486261048626 n 1048625 p 10486261048625-10486271048629 1048626104862410486251048626b

VERBURG P et al ldquoDownscaling of land use change scenarios to assess

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httpslidepdfcomreaderfullaguiar-assis-folhes-etal-2014-cenarios-e-modelos 2727

the dynamics of European landscapesrdquo Agriculture Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630

VERGRAGT P J QUIST J ldquoBackcasting for sustainability Introductionto the special issuerdquo echnological Forecasting and Social Change vol

10486311048632 n 1048629 p 104863110486281048631-104863110486291048629 1048626104862410486251048625VIEIRA I C G et al ldquoDeforestation and threats to the biodiversity of

Amazoniardquo Brazilian Journal of Biology vol 10486301048632 p 104863310486281048633-104863310486291048630 1048626104862410486241048632WESSELINK A et al ldquoRationales for public participation in environmental

policy and governance practitionersrsquo perspectivesrdquo Environment and

Planning A vol 10486281048627 n 10486251048625 p 1048626104863010486321048632-1048626104863110486241048628 1048626104862410486251048625WESTHOEK H J et al ldquoScenario development to explore the future of

Europersquos rural areasrdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628

p 1048631-10486261048624 1048626104862410486241048630aWesthoek H J VAN DEN BERG M BAKKES J A ldquoScenario deve-

lopment to explore the future of Europersquos rural areasrdquo Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630bWILKINSON A EIDINOW E ldquoEvolving practices in environmental

scenarios a new scenario typologyrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 p 104862410486281048629104862410486251048631 1048626104862410486241048632

WOLLENBERG E et al Anticipating Change Scenarios as a ool for Adaptive

Forest Management A Guide Bogor CIFOR 1048626104862410486241048624aWOLLENBERG E et al ldquoUsing scenarios to make decisions about the futu-

re anticipatory learning for the adaptive co-management of communityforestsrdquo Landscape and Urban Planning vol 10486281048631 n 1048625-1048626 p 10486301048629-10486311048631 1048626104862410486241048624b

WOLTJER G et al Te MAGNE model Module description Haia LEIWUR 1048626104862410486251048627

ZUREK M B HENRICHS T ldquoLinking scenarios across geographical scalesin international environmental assessmentsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048628 p 1048625104862610486321048626-1048625104862610486331048629 1048626104862410486241048631

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tendem a ser do tipo exploratoacuterio focados em produzir resultados cien-tiacuteficos quantitativos e com uma construccedilatildeo de narrativas normalmentebaseada na contribuiccedilatildeo de especialistas (Parson 1048626104862410486241048632) Nesse caso osstakeholders atores e tomadores de decisatildeo satildeo mais envolvidos durante

processos de revisatildeo do que na fase de elaboraccedilatildeo dos cenaacuterios Por outrolado diversos exerciacutecios em escala local tecircm enfatizado o processo decomunicaccedilatildeo e construccedilatildeo de consenso entre stakeholders que pode acom-panhar o desenvolvimento de cenaacuterios (qualitativos) em especial na Aacutesiae Aacutefrica como indicado por Wollenberg Edmunds et al (1048626104862410486241048624) e Alcamo(1048626104862410486241048630) Mas essas diferenccedilas entre cenaacuterios globais e locais refletem apenasgrandes tendecircncias A literatura indica que eacute possiacutevel engajar stakeholders com sucesso nos niacuteveis nacional e internacional e haacute exemplos concretos

como em alguns dos estudos regionais do MEA (Kok Biggs et al 1048626104862410486241048631)As vantagens da utilizaccedilatildeo de processos participativos estatildeo relacio-

nadas agrave relevacircncia credibilidade legitimidade e criatividade (Van Vliet1048626104862410486241048633) ndash criteacuterios normalmente adotados para avaliar a qualidade de anaacutelisesde cenaacuterios (Alcamo 1048626104862410486241048632) Quatro categorias de razotildees para a utilizaccedilatildeodesse tipo de processo foram discutidas na literatura por Stirling (1048626104862410486241048630) ePatel Kok et al (1048626104862410486241048631) A primeira categoria eacute a (a) normativa a participaccedilatildeosegue princiacutepios democraacuteticos e portanto deve ser utilizada para evitar que

decisotildees sejam tomadas sem refletir os valores do puacuteblico A segunda eacute a(b) instrumental a participaccedilatildeo assegura que os cenaacuterios sejam relevantese verossiacutemeis para os usuaacuterios finais A terceira (c) substantiva atraveacutesda participaccedilatildeo obteacutem-se mais e melhor informaccedilatildeo devido agrave inclusatildeode conhecimento local Por fim o (d) aprendizado social a participaccedilatildeopode proporcionar uma arena de aprendizado para todos os envolvidose assim gerar ideias importantes e potencialmente surpreendentes

Por outro lado alguns pontos negativos devem ser assinalados comoa falta de reprodutibilidade pois existem orientaccedilotildees gerais mas natildeo me-todologias estritas Normalmente os meacutetodos satildeo propositadamente natildeoestruturados e seu resultado depende muito da seleccedilatildeo dos participantes(Kok Patel et al 1048626104862410486241048630) Outra desvantagem se encontra nas posiccedilotildees muitocontrastantes entre os stakeholders que podem afetar significativamente osdebates e decisotildees Por isso eacute necessaacuterio conhecer as predisposiccedilotildees dosparticipantes que representam diferentes grupos de interesses

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Cenaacuterio em escala uacutenica ou muacuteltipla

Os cenaacuterios ambientais tecircm sido construiacutedos em diferentes escalas63 espaciais ndash global regional local ndash com diferentes objetivos e graus deenvolvimento de stakeholders em niacuteveis diversos (Alcamo et al 1048626104862410486241048630)

As escalas temporais desses cenaacuterios tambeacutem variam os cenaacuterios globaisabrangem normalmente uma perspectiva de tempo maior ndash ateacute 1048626104862410486291048624 ou1048626104862510486241048624 tomando por base o atual ano de 1048626104862410486251048627 ndash enquanto os regionais elocais focam em periacuteodos mais curtos ndash ateacute 1048626104862410486251048629 ou 1048626104862410486261048629 Os processos efatores determinantes analisados nos cenaacuterios dependem da escala espa-cial e temporal assim como a seleccedilatildeo de stakeholders no caso de cenaacuteriosparticipativos e a escolha de modelos computacionais no caso de cenaacuterioscom modelos quantitativos

Stakeholders em diferentes niacuteveis de processos de decisatildeo ou delibe-raccedilatildeo ndash local regional nacional internacional ndash podem ter perspectivasdiferentes O equiliacutebrio de forccedilas descrito na seccedilatildeo anterior conforme apon-tado por Kok Biggs et al (1048626104862410486241048631) e Zurek e Henrichs (1048626104862410486241048631) pode diferirentre escalas enquanto conjuntos diferentes de problemas e oportunidadespodem ser destacados em diferentes escalas mesmo quando se discute ummesmo tema geral ndashuso e disponibilidade da aacutegua por exemplo

Cenaacuterios participativos multiescala visam entatildeo incorporar essas di- versas perspectivas ao processo de construccedilatildeo dos cenaacuterios Alcamo et al(1048626104862410486241048630) ao final de sua revisatildeo do estado da arte em cenaacuterios para a siacutentesedo programa Land Use and Cover Change (LUCC) (Lambin et al 1048626104862410486241048630)recomendam o desenvolvimento de cenaacuterios multiescala como uma formade aumentar a credibilidade e relevacircncia dos cenaacuterios por meio da incor-poraccedilatildeo de uma gama maior de visotildees Em outra anaacutelise recente sobre ofuturo dos cenaacuterios ambientais Parson (1048626104862410486241048630 1048626104862410486241048632) defende a existecircncia

de uma rede natildeo centralizada de cenaacuterios ambientais em diferentes escalaspara atender a diferentes necessidades Esses cenaacuterios podem se basear emndash ou interpretar ndash cenaacuterios de escalas mais globais e ligaacute-los aos contextos enecessidades de anaacutelise e apoio agrave tomada de decisatildeo em diferentes escalas

Um aspecto importante na definiccedilatildeo da metodologia de construccedilatildeo decenaacuterios multiescala eacute o modo como as relaccedilotildees de influecircncia entre escalasseratildeo tratadas em determinado estudo conforme Biggs (1048626104862410486241048631) e Kok Biggset al (1048626104862410486241048631) Essas influecircncias podem ser top-down ndash cenaacuterios globais e

10486301048627 Escala eacute a dimensatildeo espacial temporal e analiacutetica que cientistas utilizam para medir e estudar algum

objeto ou processo (Gibson Ostrom et al 2000) Todas as escalas tecircm extensatildeo e resoluccedilatildeo

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regionais contextualizando os cenaacuterios locais ndash eou bottom-up ndash cenaacuterioslocais alimentando os regionais e globais

As relaccedilotildees entre as escalas podem ser desenvolvidas de forma in-dependente ndash ou parcialmente independente ndash ou acoplada conforme as

perspectivas incertezas e fatores de uma escala informem a construccedilatildeode cenaacuterios nas demais escalas Essa decisatildeo mais uma vez depende doobjetivo do estudo levando em consideraccedilatildeo por exemplo a necessidadede comparar resultados e manter consistecircncia entre escalas em contrapo-siccedilatildeo ao fato de que o acoplamento excessivo pode atuar como limitadorda criatividade nas escalas mais locais comprometendo o resultado doscenaacuterios

Revisatildeo sobre estudos de cenaacuterios para a Amazocircnia

Dentro de um contexto complexo que envolve fronteiras agriacutecolasemissotildees de gases do efeito estufa derivadas do desmatamento impactosdas mudanccedilas climaacuteticas conservaccedilatildeo ambiental conflitos sociais orde-namento territorial e regularizaccedilatildeo fundiaacuteria vaacuterios estudos de cenaacuteriosdiscutem o futuro da Amazocircnia em diferentes escalas empregando diversasabordagens metodoloacutegicas e conjuntos de premissas

Em escala global vaacuterios cenaacuterios satildeo norteados pelo desafio de conci-liar a provisatildeo de serviccedilos ambientais de modo mais amplo agrave necessidadede suprir a crescente demanda por alimentos Tais estudos naturalmenteincluem resultados referentes agrave Amazocircnia como a Avaliaccedilatildeo Ecossistecircmica

do Milecircnio (MEA 1048626104862410486241048629) que desenvolveu quatro cenaacuterios focados nas mu-danccedilas no ecossistema e suas consequecircncias para o bem-estar social Doisdesses cenaacuterios se concentram em mudanccedilas de uso e cobertura da terrao primeiro prioriza a produccedilatildeo nacional e o segundo as tecnologias verdese alternativas econocircmicas mais ecoloacutegicas Uma ampla revisatildeo sobre cenaacute-rios globais de uso da terra pode ser encontrada em Lambin et al (1048626104862410486241048630)Recentemente projeccedilotildees espacialmente expliacutecitas sobre o uso da terra(Moss 1048626104862410486251048624) foram geradas no contexto do IPCC AR1048629 visando subsidiara nova geraccedilatildeo de modelos do sistema terrestre Tais dados foram geradospor modelos globais integrados (integrated assessment models) e consistemem projeccedilotildees de uso da terra com base em previsotildees de crescimento da

demanda por alimentos fibras e energiaPor outro lado a maior parte dos estudos espacialmente expliacutecitosrealizados na escala regional para a Amazocircnia apresenta uma abordagem

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focada em fatores intrarregionais64 em especial no papel das estradasaacutereas protegidas e accedilotildees de comando e controle Dentre eles destacam-se

bull Os cenaacuterios propostos por Laurance Cochrane et al (1048626104862410486241048625) concentra-ram suas discussotildees nos efeitos do programa Avanccedila Brasil proposto pelo

governo brasileiro entre os anos de 1048626104862410486241048624 a 1048626104862410486241048631 que previam uma seacuterie deprojetos de infraestrutura inclusive na Amazocircnia Seus cenaacuterios quantita-tivos baseados em anaacutelises espaciais extrapolam para os proacuteximos vinteanos os impactos desse aumento de infraestrutura com base nos impactosdas deacutecadas anteriores Formularam-se dois cenaacuterios um pessimista queconsiderava a manutenccedilatildeo das tendecircncias do desmatamento e um otimistano qual o desmatamento e a degradaccedilatildeo florestal seriam reduzidos atraveacutesde uma seacuterie de accedilotildees de proteccedilatildeo ambiental

bull Soares-Filho Nepstad et al (1048626104862410486241048630) discutiram a importacircncia das aacutereasprotegidas e o impacto de novas rodovias pavimentadas nas mudanccedilas deuso da terra na bacia amazocircnica Foram desenvolvidos oito cenaacuterios dosquais o mais pessimista assumia que o desmatamento iria continuar deacordo com as tendecircncias observadas ateacute entatildeo as estradas seriam pavimen-tadas as reservas legais natildeo seriam respeitadas e nem seriam criadas novasaacutereas protegidas Esses autores tambeacutem consideraram reflexos de decisotildeespoliacutetico-administrativas num cenaacuterio oposto chamado governanccedila em

que pressupunham a manutenccedilatildeo das reservas e de zonas agroecoloacutegicasde uso da terra e a criaccedilatildeo de novas aacutereas protegidas Aleacutem desses foramconsiderados seis cenaacuterios intermediaacuteriosbull O mesmo estudo considerou a contribuiccedilatildeo das aacutereas protegidas parauma possiacutevel reduccedilatildeo do desmatamento atraveacutes da construccedilatildeo de cincocenaacuterios para 1048626104862410486291048624 que incluiacuteam (a) a exclusatildeo de todas as aacutereas protegidasexistentes (b) todas as aacutereas protegidas criadas ateacute 1048626104862410486241048626 (c) as aacutereas pro-tegidas criadas ateacute 1048626104862410486241048632 exceto as treze aacutereas criadas a partir do programaAacutereas Protegidas da Amazocircnia (ARPA) (d) todas as aacutereas protegidas ateacute1048626104862410486241048632 sem exceccedilatildeo (e) as aacutereas protegidas ateacute 1048626104862410486241048626 com expansatildeo previstapelo ARPA Os cenaacuterios de uso da terra considerando estas aacutereas protegidasforam combinados com dois cenaacuterios socioeconocircmicos para crescimentoalto e moderado da agricultura

10486301048628 Em escala regional muitos modelos economeacutetricos e estatiacutesticos foram desenvolvidos para estudar as

causas do desmatamento como vemos em Reis e Guzmaacuten (1994) Andersen e Reis (1997) Pfaff (1999)

Margulis (2004) e Andersen Granger et al (2002) Aguiar Cacircmara et al (2007) apresentam uma revisatildeo

desses modelos Neste capiacutetulo enfocamos estudos que geraram resultados espacialmente expliacutecitos

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A Figura 1048628 compara as taxas de desmatamento estimadas ou ado-tadas nesses trabalhos Como pode ser observado na Figura 1048628b mesmoas projeccedilotildees mais ldquootimistasrdquo superestimaram as taxas de desmatamentoobservadas de 1048626104862410486241048628 ateacute 1048626104862410486251048626 como discutido por Dalla-Nora Aguiar et

al (1048626104862410486251048628) Esse fato de modo algum desmerece a importacircncia dos traba-lhos principalmente porque a proacutepria repercussatildeo dos estudos pode terinfluenciado decisotildees poliacutetico-administrativas de controle do processodesordenado de ocupaccedilatildeo da regiatildeo

Pesa tambeacutem sobre modelos que buscam representar processos sociaisa inerente complexidade dos fatores que os influenciam Logo decisotildeesmetodoloacutegicas devem ser tomadas durante o processo de construccedilatildeo dosmodelos que satildeo sempre uma representaccedilatildeo simplificada da realidade Como

mencionado anteriormente os cenaacuterios acima utilizam principalmentefatores intrarregionais como determinantes tanto da localizaccedilatildeo quanto daquantidade de mudanccedilas (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048628) Assim descon-sideram o contexto econocircmico e institucional nos niacuteveis global e nacionalinclusive os padrotildees de consumo as oscilaccedilotildees do mercado e as decisotildeespoliacuteticas mais amplas sendo as taxas de desmatamento determinadas peloaumento ou diminuiccedilatildeo de estradas e aacutereas protegidas

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Figura axas de desmatamento estimadas por diferentes modelos

Fonte Dalla-Nora et al ()

Subjacente a isso existe um aspecto mais sutil relacionado ao proacuteprioconceito de cenaacuterios discutidos neste capiacutetulo Os resultados dos estudos

que buscaram estimar taxas de desmatamento representam em linhasgerais um mesmo cenaacuterio BAU ndash uma visatildeo do futuro fundamentada nastendecircncias de desmatamento observadas com variaccedilotildees em termos deestradas aacutereas protegidas etc ( policy ) Dessa maneira nenhum dos tra-balhos referidos explorou de fato futuros alternativos e por consequecircncianatildeo tratou como incerteza o posicionamento do governo e da sociedadeem relaccedilatildeo agraves questotildees ambientais E a reversatildeo da trajetoacuteria da taxa dedesmatamento tem sido em grande parte creditada agraves accedilotildees de comando econtrole de restriccedilatildeo ao creacutedito rural e de sistemas de monitoramento nocontexto do Plano de Prevenccedilatildeo e Controle do Desmatamento na AmazocircniaLegal (PPCDAm) enquanto sua manutenccedilatildeo vem sendo atrelada a umanova postura dos mercados consumidores exemplificada pelos acordosdas moratoacuterias da carne e soja

Uma abordagem alternativa agrave utilizaccedilatildeo exclusiva de fatores intrar-regionais foi proposta por Aguiar (1048626104862410486241048630) na qual a quantidade de desma-

tamento era exoacutegena ao modelo como uma proxy da pressatildeo de mercadopara a expansatildeo da fronteira agropecuaacuteria Embora esse estudo natildeo pre-tendesse estimar taxas de desmatamento como os demais ele apresentavacomo diferencial sua busca por ilustrar o balanccedilo entre fatores locais e a

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pressatildeo externa do mercado Com isso enfatizou a necessidade tanto deconsiderar ambos em exerciacutecios de modelagem e em poliacuteticas de contenccedilatildeoao desmatamento quanto de interpretar toda a regiatildeo de modo holiacutesticopois caso medidas mais abrangentes natildeo fossem incorporadas ndash como

restriccedilotildees ao creacutedito rural e accedilotildees de comando e controle ndash a pressatildeo domercado poderia deslocar as fronteiras para aacutereas natildeo protegidas O modelotambeacutem introduz a representaccedilatildeo de mecanismos de comando e controlee cumprimento da lei como o Coacutedigo Florestal

Um dos principais fatores para a representaccedilatildeo dos padrotildees espaciaisde desmatamento na Amazocircnia eacute a conectividade da regiatildeo com os mer-cados nacionais devido agrave proximidade atraveacutes da rede viaacuteria Eacute a conexatildeoa mercados interagindo com fatores locais ndash como a presenccedila de aacutereas

protegidas a distacircncia de estradas assentamentos e qualidade do solo ndashque explicava os padrotildees passados de desmatamento na regiatildeo (Aguiar etal 1048626104862410486241048631) Mas mesmo nesse trabalho como ilustra a Figura 1048628 a menortaxa de desmatamento considerada eacute de 10486251048629104862410486241048624 km1048626ano

Por outro lado comeccedilaram a surgir mais recentemente trabalhos queconsideram o futuro da Amazocircnia dentro do contexto global e nacionalde pressatildeo por alimentos alinhados a estudos de cenaacuterios globais Umprimeiro exemplo para a regiatildeo foi o estudo de Lapola Schaldach et al

(1048626104862410486251048624) que explorava atraveacutes de modelos computacionais os impactos daproduccedilatildeo de biocombustiacuteveis no Brasil e seus efeitos sobre as fronteirasagriacutecolas e pecuaacuterias O estudo sugere um deslocamento da pecuaacuteria paraa Amazocircnia com uma expansatildeo de 104862510486261048625104863310486311048624 km1048626 representando mudanccedilasregionais indiretas ligadas aos contextos nacional e global e apontandopara uma tendecircncia na aacuterea de modelagem e cenaacuterios de uso da terraPoreacutem cabe ressaltar que os resultados desse estudo tampouco captamos padrotildees observados do desmatamento (Figura 1048628) Em contraponto aosestudos mencionados este privilegiou fatores globais mas simplificouos fatores intrarregionais mostrando como uma abordagem totalmentebaseada nas forccedilas de mercado natildeo seria capaz de representar a complexarealidade da regiatildeo

Nesse sentido a tendecircncia atual em novos modelos eacute tratar a regiatildeocomo um sistema aberto interconectado aos mercados globais e nacionaiscomo resumido por Dalla-Nora Aguiar et al (1048626104862410486251048628) Nesses novos mode-

los as trajetoacuterias de uso da terra na Amazocircnia passam a ser consideradasno contexto daquelas do resto do paiacutes em especial no Cerrado Por outrolado os contextos socioeconocircmico institucional e poliacutetico local interagemcom as demais escalas e devem ser representados tambeacutem Esse eacute o desafio

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que os pesquisadores da aacuterea de modelagem de mudanccedilas e uso da terraenfrentam no momento

Existem vaacuterias iniciativas em andamento que buscam combinarmodelos econocircmicos de equiliacutebrio geral ndash ou parcial ndash a modelos es-

pacialmente expliacutecitos com mais detalhe sobre o Brasil Destacam-senessa linha o projeto SIMBRASIL-1048626OPTIMAGRO desenvolvido pelaUniversidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que integra a plataformade modelagem Dinacircmica EGO (Soares-Filho Rodrigues et al 1048626104862410486241048633) aoBrazilian Land Use Model (Blum) um modelo econocircmico de equiliacutebrioparcial desenvolvido pelo Instituto de Estudos do Comeacutercio e NegociaccedilotildeesInternacionais (Icone)

No contexto do projeto de pesquisa REDD-PAC ndash uma parceria

entre o Instituto Internacional de Anaacutelise de Sistemas Aplicados (Iiasa)o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Instituo de PesquisaEconocircmica Aplicada (Ipea) ndash uma versatildeo do modelo de equiliacutebrio parcialGlobal Biosphere Management Model (Globiom) estaacute sendo adaptadopara o Brasil

Tambeacutem no Inpe estaacute em andamento a integraccedilatildeo de modelos gera-dos na plataforma LuccME (Aguiar 1048626104862410486251048626) para a Amazocircnia e o Cerrado agraveplataforma Magnet (Woltjer Kuiper et al 1048626104862410486251048627) um modelo de equiliacutebrio

geral desenvolvido no Instituto de Economia Agriacutecola da Universidade deWageningen na Holanda com base no Projeto de Anaacutelise do ComeacutercioGlobal (GTAP) da Universidade de Purdue (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048627)

Finalmente voltando agrave distinccedilatildeo entre resultados de modelos e oconceito de cenaacuterios de modo mais amplo tais projetos visam ao desen- volvimento de modelos ou arcabouccedilos computacionais Estes por sua vezpoderatildeo posteriormente ser utilizados em estudos de cenaacuterios A constru-ccedilatildeo de cenaacuterios eacute um processo longo e complexo em si particularmentese realizado de modo participativo com a presenccedila de stakeholders e emmuacuteltiplas escalas Processos participativos para a discussatildeo de cenaacuteriosnatildeo satildeo comuns no Brasil quanto menos os que almejam uma abordagemquantitativa e qualitativa Entre os estudos qualitativos realizados para aAmazocircnia cabe citarbull Goacutemes (1048626104862410486241048633) desenvolveu quatro cenaacuterios qualitativos para toda a baciaamazocircnica para 1048626104862410486261048630 baseados na participaccedilatildeo de stakeholders e atores

responsaacuteveis por tomadas de decisatildeo Esses cenaacuterios exploraram umacombinaccedilatildeo entre trecircs fontes de incerteza consideradas criacuteticas (a) o papeldas poliacuteticas puacuteblicas na regulamentaccedilatildeo do uso dos recursos naturais (b)o comportamento do mercado (c) inovaccedilatildeo ciecircncia e tecnologia

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bull Kok (1048626104862410486241048633) e Soler Kok et al (1048626104862410486241048633) utilizaram uma ferramenta semi-quantitativa ( fuzzy cognitive maps) com o objetivo de aprimorar a uniatildeode cenaacuterios quantitativos e qualitativos para capturar melhor a dinacircmicado desmatamento apresentando-a em narrativas mais consistentes e numa

maior diversidade de modelos quantitativosbull Vieira Toledo et al (1048626104862410486241048632) combinaram cenaacuterios qualitativos a um mo-delo quantitativo de multiagentes ndash a plataforma Cormas desenvolvidapor pesquisadores do Centro de Cooperaccedilatildeo Internacional de PesquisaAgronocircmica para o Desenvolvimento (Centre de Coopeacuteration Internationaleen Recherche Agronomique pour le Deacuteveloppement ndash Cirad) ndash para pro-mover um diaacutelogo entre atores locais com poder de decisatildeo e cientistas apartir da adoccedilatildeo de meacutetodos participativos

bull Os cenaacuterios do Environment Outlook in Amazonia (GEO Amazonia)(Unep 1048626104862410486241048632) satildeo qualitativos10486301048629 formulados com a participaccedilatildeo de especia-listas e stakeholders com o horizonte de tempo 1048626104862410486241048630-1048626104862410486251048630-1048626104862410486261048630 A definiccedilatildeode poliacuteticas puacuteblicas o comportamento do mercado e o desenvolvimentoda ciecircncia e da tecnologia satildeo os principais fatores determinantes e fontesde incerteza capazes de interferir no destino da Amazocircnia Com base naanaacutelise exploratoacuteria dessas incertezas foram selecionados quarto cenaacuteriosconsiderados plausiacuteveis pelos stakeholders Emergent Amazonia Inching

Along the Precipice Light and Shadows e Once-Greenhell Cabe notar quenesse processo do GEO para a Amazocircnia um cenaacuterio de sustentabilidadebaseado na melhoria da qualidade de vida da regiatildeo e utilizaccedilatildeo sustentaacuteveldos recursos naturais natildeo foi desenvolvido por ser o ideal e desejaacutevel paraa regiatildeo ndash e o processo natildeo foi normativobull Folhes (1048626104862410486251048624) e Folhes Aguiar et al (sd) adaptaram abordagens decenaacuterios participativos multiescala agrave realidade da Amazocircnia utilizando oProjeto de Assentamento Extrativista Lago Grande (PAE Lago Grande)em Santareacutem como primeiro caso de estudo Poreacutem a abordagem adota-da foi a de construccedilatildeo de cenaacuterios normativos Numa situaccedilatildeo em que oscenaacuterios podem ser qualitativos normativos participativos ou multiescalarealizado para todo o assentamento e em trecircs comunidades os stakeholders

definiram em cada escala de estudo um cenaacuterio desejado (sustentaacutevel) e umnatildeo desejado no horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-1048626104862410486261048624 O processo promoveuuma discussatildeo sobre as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o futuro sustentaacutevel

De modo mais amplo os pesquisadores buscavam entender se tal processo

10486301048629 Em outros processos de cenaacuterios do GEO como o GEO-4 modelos computacionais foram utilizados

para gerar dados quantitativos

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participativo de construccedilatildeo de cenaacuterios poderia ser efetivo como ferramentano processo de consolidaccedilatildeo de diferentes unidades territoriais da regiatildeoSeguindo uma abordagem semelhante estaacute em andamento um processoparticipativo para a formulaccedilatildeo de cenaacuterios para toda a Amazocircnia com-

binando aspectos qualitativos e quantitativos normativos e exploratoacuteriosnum horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-104862610486241048629104862466 Os cenaacuterios qualitativos seratildeorepresentados por modelos computacionais em ambiente LuccME cujosresultados estatildeo em preparaccedilatildeo (Aguiara Vieira et al sd) e rediscutidoscom os stakeholders Diferentemente do processo adotado nos cenaacuteriosda Unep (GEO Amazonia) descrito acima o objetivo mais amplo doprojeto eacute justamente discutir as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o cenaacuteriode sustentabilidade

Conclusatildeo

Este capiacutetulo revisou os conceitos de cenaacuterios e suas principais abor-dagens visando subsidiar uma anaacutelise criacutetica sobre os modelos e cenaacuteriosdesenvolvidos nas deacutecadas anteriores para a Amazocircnia e entender asnecessidades de uma nova geraccedilatildeo de modelos computacionais em desen-

volvimento Espera-se que todos esses esforccedilos produzam modelos mais

robustos que contribuam para o avanccedilo cientiacutefico sobre os processos demudanccedila de uso da terra e possam ser utilizados pela sociedade como fer-ramentas em processos de discussatildeo sobre o futuro A existecircncia de vaacuteriosgrupos desenvolvendo modelos e cenaacuterios para a Amazocircnia e Brasil combase em meacutetodos e abordagens diferentes pode tambeacutem representar umganho para a sociedade

Em assuntos que envolvem interesses conflitantes como o uso da terrana Amazocircnia eacute preciso examinar atentamente as premissas e mecanismossubjacentes a modelos quantitativos que embasam os cenaacuterios ndash em especialos que satildeo construiacutedos com o objetivo expliacutecito de subsidiar a formula-ccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Pois no desejo por vezes bem intencionado docidadatildeo-pesquisador ao alertar sobre um problema ndash ou natildeo tatildeo bemintencionado ao defender grupos de interesses ndash manipulaccedilotildees podemfacilmente ser introduzidas E em alguns casos posiccedilotildees aparentementecientiacuteficas podem camuflar visotildees e interesses de muacuteltiplos atores e setores

ndash inclusive do proacuteprio governo Os modelos possuem tal complexidade que

10486301048630 O processo estaacute sendo liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (Embrapa) e pelo

Inpe no contexto do projeto Amazalert

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se tornam impenetraacuteveis para a maior parte da sociedade ndash e mesmo parapesquisadores de outras aacutereas E por vezes resultados de modelos passama ser tratados como verdades absolutas ndash o que eacute agravado quando existesomente um modelo para uma regiatildeo ou problema como no caso dos

impactos de obras de infraestrutura ou da expansatildeo de biocombustiacuteveisNatildeo podemos esquecer a frase de George Box que consideramos a

melhor sobre modelos ldquo Models are always wrong but some are useful rdquo Aoque acrescentamos e preste atenccedilatildeo nos grupos aos quais eles satildeo uacuteteis

Referecircncias

AGUIAR A P D et al ldquoSpatial statistical analysis of land-use determinants

in the Brazilian Amazonia Exploring intra-regional heterogeneityrdquoEcological Modelling vol 104862610486241048633 n 1048626-1048628 p 104862510486301048633-104862510486321048632 1048626104862410486241048631

AGUIAR A P D et al ldquoTerraME- LuccME an open-source frameworkfor spatially explicit land use change modellingrdquo Global Land Project

News vol 1048632 p 10486261048625-10486261048627 1048626104862410486251048626AGUIAR A P D et al Anticipating a forest transition scenario in the

Brazilian Amazon carbon emission estimates using a spatially-explicit

approach (submetido)

ALCAMO J RIBEIRO T Scenarios as tools for international environmentalassessments Copenhagen European Environment Agency 1048626104862410486241048625

ALCAMO J Searching for the future of land Scenarios from the local to

global scale Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630 p104862510486271048631-104862510486291048630ALCAMO J Environmental futures the practice of environmental scenario

analysis Amsterdam Elsevier 1048626104862410486241048632ANDERSEN L et al Te dynamics of Deforestation and Economic Growth

in the Brazilian Amazon Cambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048626ANDERSEN L REIS E Deforestation development and government policy

in the Brazilian Amazon an econometric analysis (IPEA Report 10486311048630-1048625104863310486331048631)Rio de Janeiro IPEA 1048625104863310486331048631

BIGGS R et al ldquoLinking futures across scales a dialog on multiscale sce-nariosrdquo Ecology and Society vol 10486251048626 1048626104862410486241048631

BOumlRJESON L et al ldquoScenario types and techniques Towards a userrsquosguiderdquo Futures vol 10486271048632 n 1048631 p 104863110486261048627-104863110486271048633 1048626104862410486241048630

BRADFIELD R ldquoe origins and evolution of scenario techniques in longrange business planningrdquo Futures vol 10486271048631 p 104863110486331048629-104863210486251048626 1048626104862410486241048629BRIASSOULIS H Analysis of Land Use Change Teoretical and Modeling

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Approaches Morgantown Regional Research Institute West VirginiaUniversity 1048626104862410486241048624

BUARQUE S C Metodologia e teacutecnicas de construccedilatildeo de cenaacuterios globais

e regionais Rio de Janeiro IPEA 1048626104862410486241048627

CARPENTER S R et al ldquoScenarios for ecosystem services an overviewrdquoEcology and Society vol 10486251048625 n 1048625 1048626104862410486241048630

COSGROVE W J RIJSBERMAN F R World water vision LondresEarthscan Publications Ltd 1048626104862410486241048624

DALLA983085NORA E L AGUIAR A P D Lapola D M WOLTJER G 1048626104862410486251048628Why have land use change models for the Amazon failed to capture the

amount of deforestation over the last decade Land Use Policy 10486271048633 104862810486241048627-104862810486251048625DREBORG K H ldquoEssence of backcastingrdquo Futures vol 10486261048632 n 1048633 p 104863210486251048627-

104863210486261048632 1048625104863310486331048630EVANS K et al Field guide to the Future Four Ways for Communities

to Tink Ahead Nairobi Center for International Forestry Research(CIFOR) 1048626104862410486241048630 10486321048631 p

FOLHES R Cenaacuterios de mudanccedilas de uso da terra na Amazocircnia Explorando

uma abordagem participativa e multi-escala no PAE Lago Grande em

Santareacutem-Paraacute Beleacutem Universidade Federal do Paraacute 1048626104862410486251048624FOLHES R T et al Multi-scale participatory scenario methods and territorial

planning in the Brazilian Amazon (submetido)GARB Y et al ldquoScenarios in society society in scenarios toward a so-

cial scientific analysis of storyline-driven environmental modelingrdquoEnvironmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

GIBSON C et al ldquoe concept of scale and the human dimensions ofglobal change a surveyrdquo Ecological Economics v 10486271048626 p 104862610486251048631ndash104862610486271048633 1048626104862410486241048624

GIROD B ldquoe evolution of the IPCCrsquos emissions scenariosrdquo Environmental

Science amp Policy vol 10486251048626 1048626104862410486241048633GODET M ldquoe Art of Scenarios and Strategic Planning Tools and Pitfallsrdquo

echnological Forecasting and Social Change vol 10486301048629 p 1048627-10486261048626 1048626104862410486241048624GOacuteMES N ldquoe future of Amazoniardquo In Geo Amazonia 1048626104862410486241048633 p 104862610486291048629-104862610486311048630HEIJDEN K V D Scenarios the Art of Strategic Conversation Chichester

Wiley 1048625104863310486331048630JEFFERSON M ldquoShell scenarios What really happened in the 1048625104863310486311048624s and

what may be learned for current world prospectsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048633 n 1048625 p 104862510486321048630ndash104862510486331048631 1048626104862410486251048626KAHN H WIENER A Te year A framework for Speculation on the

Next Tirty-Tree Years Nova Iorque Macmillan 1048625104863310486301048631

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KAHN H Te next Years a scenario for America and the world NovaIorque Morrow 1048625104863310486311048630

KOK K et al ldquoMulti-scale narratives from an IA perspective Part IIParticipatory local scenario developmentrdquo Futures vol 10486271048632 1048626104862410486241048630

KOK K et al ldquoMethods for Developing Multiscale Participatory ScenariosInsights from Southern Africa and Europerdquo Ecology and Society vol 104862510486261048626104862410486241048631

KOK K ldquoe potential of Fuzzy Cognitive Maps for semi-quantitative sce-nario development with an example from Brazilrdquo Global Environmental

Change vol 10486251048633 1048626104862410486241048633KOK K et al ldquoCombining participative backcasting and exploratory scena-

rio development Experiences from the SCENES projectrdquo echnological

Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863210486271048629-104863210486291048625 1048626104862410486251048625LAMBIN E F GEIST H J Land-Use and Land-Cover Change Local

Processes and Global Impacts Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630LAPOLA D M et al ldquoIndirect land-use changes can overcome carbon

savings from biofuels in Brazilrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America vol 104862510486241048631 n 1048632 p 1048627104862710486321048632-1048627104862710486331048627 1048626104862410486251048624LAURANCE W et al ldquoe future of the Brazilian Amazonrdquo Science vol

104862610486331048625 p 104862810486271048632-104862810486271048633 1048626104862410486241048625

LEGGETT J et al Emissions Scenarios for the IPCC an Update CambridgeCambridge University Press 1048625104863310486331048626 p 10486301048633-10486331048629

MARGULIS S Causes of deforestation in Brazilian Amazon World BankWorking Paper 10486261048626 Washington World Bank 1048626104862410486241048628

MEA Ecosystems and Human Well-Being Millennium Ecosystem Assessment

Scenarios for the Future of Ecosystem Services (Millenium EcosystemAssessment) Washington Island Press 1048626104862410486241048629

MEADOWS D H et al Te Limits to Growth A Report for the Club of

Romersquos Project on the Predicament of Mankind Nova Iorque UniversityBooks 1048625104863310486311048626

METZGER M J et al ldquoe vulnerability of ecosystem services to land usechangerdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628 p 10486301048633-10486321048629 1048626104862410486241048630

MILLER R ldquoFutures Literacy A Hybrid Strategic Scenario Methodrdquo Futures vol 10486271048633 p 104862710486281048625-104862710486301048626 1048626104862410486241048631

MOSS R H E et al ldquoe next generation of scenarios for climate change

research and assessmentrdquo Nature vol 104862810486301048627 1048626104862410486251048624NAKICENOVIC N A et al Special Report on Emissions ScenariosCambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048625

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NORA E D et al Amazon conservation might not be the end of deforestation

in Brazil 1048626104862410486251048627 (submetido)OrsquoNEILL B C NAKICENOVIC N ldquoLearning from global emissions

scenariosrdquo Environonmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

PARSON E A B et al Global change scenarios Teir development and useUS Climate Change Science Program 1048626104862410486241048630

PARSON E A ldquoUseful global-change scenarios current issues and chal-lengesrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 1048626104862410486241048632

PATEL M et al ldquoParticipatory scenario construction in land use analysisAn insight into the experiences created by stakeholder involvement inthe Northern Mediterraneanrdquo Land Use Policy vol 10486261048628 1048626104862410486241048631

PFAFF A ldquoWhat drives deforestation in the Brazilian Amazon Evidence

from Satellite and Socio-economic datardquo Journal of EnvironmentalEconomics and Management vol 10486271048631 p 10486261048630-10486281048627 1048625104863310486331048633

POSTMA T J M LIEBL F ldquoHow to improve scenario analysis as a stra-tegic management toolrdquo echnological Forecasting amp Social Change vol10486311048626 p 104862510486301048625-104862510486311048627 1048626104862410486241048629

PULVER S VAN DEVEER S Global Environmental Futures - Interrogatingthe Practice and Politics of Scenarios Brown University 1048626104862410486241048631

QUIST J VERGRAGT P ldquoPast and future of backcasting e shi to

stakeholder participation and a proposal for a methodological frameworkrdquoFutures vol 10486271048632 n 1048633 p 1048625104862410486261048631-1048625104862410486281048629 1048626104862410486241048630

QUIST J et al ldquoe impact and spin-off of participatory backcasting From vision to nicherdquo echnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n1048629 p 104863210486321048627-104863210486331048631 1048626104862410486251048625

RASKIN P D et al ldquoGlobal Scenarios in Historical Perspectivesrdquo InCARPENTER S R et al (Eds) Ecosystems and human well-being scena-

rios Volume findings of the scenarios working group of the Millennium

Ecosystem Assessment Washington Island Press 1048626104862410486241048629 p10486271048629-10486281048628REIS E GUZMAacuteN R ldquoAn econometric model of Amazon Deforestationrdquo

In BROWN K PEARCE D (Eds) Te causes of tropical deforestation

the economic and statistical analysis of factors giving rise to the loss of

tropical forests Londres University College London Press 1048625104863310486331048628 p104862510486311048626-10486331048625RICHARDS C et al Practical Approaches to Participation (SERG Socio-

Economic Research Group Policy Brief ) Aberdeen eMacaulay

Institute 1048626104862410486241048628ROBINSON J B ldquoEnergy backcasting A proposed method of policy analy-sisrdquo Energy Policy vol 10486251048624 n 1048628 p 104862710486271048631-104862710486281048628 1048625104863310486321048626

ROBINSON J et al ldquoEnvisioning sustainability Recent progress in the

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use of participatory backcasting approaches for sustainability researchrdquoechnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863110486291048630-104863110486301048632 1048626104862410486251048625

SANTOS A D D Metodologias participativas caminhos para o fortaleci-

mento de espaccedilos puacuteblicos socioambientais Petroacutepolis IIEB - Instituto

Internacional de Educaccedilatildeo do Brasil 1048626104862410486241048629SOARES-FILHO B et al ldquoModeling conservation in the Amazon basinrdquo

Nature vol 1048628104862710486321048633 mar 1048626104862410486241048630SOARES-FILHO B et al Modeling Environmental Dynamics with Dinamica

EGO Belo Horizonte UFMG 1048626104862410486241048633 104862510486261048624 pSOARES-FILHO B et al ldquoRole of Brazilian Amazon protected areas in

climate change mitigationrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America 10486261048630 maio 1048626104862410486251048624

SOLER L S et al ldquoUsing fuzzy cognitive maps to describe current systemdynamics and develop land cover scenarios a case study in the BrazilianAmazonrdquo Journal of Land Use Science vol 1048631 n 1048626 p104862510486281048633-104862510486311048629 10486251048627 dez 1048626104862410486251048626

STIRLING A ldquoAnalysis participation and power justification and closurein participatory multi-criteria analysisrdquo Land Use Policy vol 10486261048627 n 1048625 p10486331048629-104862510486241048631 1048626104862410486241048630

SWART R et al ldquoStabilisation scenarios for climate impact assessmentrdquoGlobal Environmental Change vol 10486251048626 1048626104862410486241048626

UNEP Environment Outlook in the Amazonia GEO Amazonia Panama1048626104862410486241048632

UNEP Global Environment Outlook Nairobi 1048626104862410486251048626VAN ASSELT MARJOLEIN B A RIJKENS-KLOMP N ldquoA look in the

mirror reflection on participation in Integrated Assessment from amethodological perspectiverdquo Global Environmental Change vol 10486251048626 n1048627 p 104862510486301048631-104862510486321048628 1048626104862410486241048626

VAN NOTTEN P W F et al ldquoAn updated scenario typologyrdquo Futures vol10486271048629 n 1048629 p 104862810486261048627-104862810486281048627 1048626104862410486241048627

VAN VLIET M Kok K VELDKAMP T ldquoLinking stakeholders andmodellers in scenario studies the use of Fuzzy Cognitive Maps as acommunication and learning toolrdquo Futures vol 10486281048626 n 1048625 1048626104862410486241048633

VAN VUUREN D P et al ldquoScenarios in Global Environmental AssessmentsKey characteristics and lessons for future userdquo Global Environmental

Change vol 10486261048626 n 1048628 p 104863210486321048628-104863210486331048629 1048626104862410486251048626a

VAN VUUREN D P et al ldquoA proposal for a new scenario framework tosupport research and assessment in different climate research commu-nitiesrdquo Global Environmental Change vol 10486261048626 n 1048625 p 10486261048625-10486271048629 1048626104862410486251048626b

VERBURG P et al ldquoDownscaling of land use change scenarios to assess

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the dynamics of European landscapesrdquo Agriculture Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630

VERGRAGT P J QUIST J ldquoBackcasting for sustainability Introductionto the special issuerdquo echnological Forecasting and Social Change vol

10486311048632 n 1048629 p 104863110486281048631-104863110486291048629 1048626104862410486251048625VIEIRA I C G et al ldquoDeforestation and threats to the biodiversity of

Amazoniardquo Brazilian Journal of Biology vol 10486301048632 p 104863310486281048633-104863310486291048630 1048626104862410486241048632WESSELINK A et al ldquoRationales for public participation in environmental

policy and governance practitionersrsquo perspectivesrdquo Environment and

Planning A vol 10486281048627 n 10486251048625 p 1048626104863010486321048632-1048626104863110486241048628 1048626104862410486251048625WESTHOEK H J et al ldquoScenario development to explore the future of

Europersquos rural areasrdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628

p 1048631-10486261048624 1048626104862410486241048630aWesthoek H J VAN DEN BERG M BAKKES J A ldquoScenario deve-

lopment to explore the future of Europersquos rural areasrdquo Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630bWILKINSON A EIDINOW E ldquoEvolving practices in environmental

scenarios a new scenario typologyrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 p 104862410486281048629104862410486251048631 1048626104862410486241048632

WOLLENBERG E et al Anticipating Change Scenarios as a ool for Adaptive

Forest Management A Guide Bogor CIFOR 1048626104862410486241048624aWOLLENBERG E et al ldquoUsing scenarios to make decisions about the futu-

re anticipatory learning for the adaptive co-management of communityforestsrdquo Landscape and Urban Planning vol 10486281048631 n 1048625-1048626 p 10486301048629-10486311048631 1048626104862410486241048624b

WOLTJER G et al Te MAGNE model Module description Haia LEIWUR 1048626104862410486251048627

ZUREK M B HENRICHS T ldquoLinking scenarios across geographical scalesin international environmental assessmentsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048628 p 1048625104862610486321048626-1048625104862610486331048629 1048626104862410486241048631

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Cenaacuterio em escala uacutenica ou muacuteltipla

Os cenaacuterios ambientais tecircm sido construiacutedos em diferentes escalas63 espaciais ndash global regional local ndash com diferentes objetivos e graus deenvolvimento de stakeholders em niacuteveis diversos (Alcamo et al 1048626104862410486241048630)

As escalas temporais desses cenaacuterios tambeacutem variam os cenaacuterios globaisabrangem normalmente uma perspectiva de tempo maior ndash ateacute 1048626104862410486291048624 ou1048626104862510486241048624 tomando por base o atual ano de 1048626104862410486251048627 ndash enquanto os regionais elocais focam em periacuteodos mais curtos ndash ateacute 1048626104862410486251048629 ou 1048626104862410486261048629 Os processos efatores determinantes analisados nos cenaacuterios dependem da escala espa-cial e temporal assim como a seleccedilatildeo de stakeholders no caso de cenaacuteriosparticipativos e a escolha de modelos computacionais no caso de cenaacuterioscom modelos quantitativos

Stakeholders em diferentes niacuteveis de processos de decisatildeo ou delibe-raccedilatildeo ndash local regional nacional internacional ndash podem ter perspectivasdiferentes O equiliacutebrio de forccedilas descrito na seccedilatildeo anterior conforme apon-tado por Kok Biggs et al (1048626104862410486241048631) e Zurek e Henrichs (1048626104862410486241048631) pode diferirentre escalas enquanto conjuntos diferentes de problemas e oportunidadespodem ser destacados em diferentes escalas mesmo quando se discute ummesmo tema geral ndashuso e disponibilidade da aacutegua por exemplo

Cenaacuterios participativos multiescala visam entatildeo incorporar essas di- versas perspectivas ao processo de construccedilatildeo dos cenaacuterios Alcamo et al(1048626104862410486241048630) ao final de sua revisatildeo do estado da arte em cenaacuterios para a siacutentesedo programa Land Use and Cover Change (LUCC) (Lambin et al 1048626104862410486241048630)recomendam o desenvolvimento de cenaacuterios multiescala como uma formade aumentar a credibilidade e relevacircncia dos cenaacuterios por meio da incor-poraccedilatildeo de uma gama maior de visotildees Em outra anaacutelise recente sobre ofuturo dos cenaacuterios ambientais Parson (1048626104862410486241048630 1048626104862410486241048632) defende a existecircncia

de uma rede natildeo centralizada de cenaacuterios ambientais em diferentes escalaspara atender a diferentes necessidades Esses cenaacuterios podem se basear emndash ou interpretar ndash cenaacuterios de escalas mais globais e ligaacute-los aos contextos enecessidades de anaacutelise e apoio agrave tomada de decisatildeo em diferentes escalas

Um aspecto importante na definiccedilatildeo da metodologia de construccedilatildeo decenaacuterios multiescala eacute o modo como as relaccedilotildees de influecircncia entre escalasseratildeo tratadas em determinado estudo conforme Biggs (1048626104862410486241048631) e Kok Biggset al (1048626104862410486241048631) Essas influecircncias podem ser top-down ndash cenaacuterios globais e

10486301048627 Escala eacute a dimensatildeo espacial temporal e analiacutetica que cientistas utilizam para medir e estudar algum

objeto ou processo (Gibson Ostrom et al 2000) Todas as escalas tecircm extensatildeo e resoluccedilatildeo

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regionais contextualizando os cenaacuterios locais ndash eou bottom-up ndash cenaacuterioslocais alimentando os regionais e globais

As relaccedilotildees entre as escalas podem ser desenvolvidas de forma in-dependente ndash ou parcialmente independente ndash ou acoplada conforme as

perspectivas incertezas e fatores de uma escala informem a construccedilatildeode cenaacuterios nas demais escalas Essa decisatildeo mais uma vez depende doobjetivo do estudo levando em consideraccedilatildeo por exemplo a necessidadede comparar resultados e manter consistecircncia entre escalas em contrapo-siccedilatildeo ao fato de que o acoplamento excessivo pode atuar como limitadorda criatividade nas escalas mais locais comprometendo o resultado doscenaacuterios

Revisatildeo sobre estudos de cenaacuterios para a Amazocircnia

Dentro de um contexto complexo que envolve fronteiras agriacutecolasemissotildees de gases do efeito estufa derivadas do desmatamento impactosdas mudanccedilas climaacuteticas conservaccedilatildeo ambiental conflitos sociais orde-namento territorial e regularizaccedilatildeo fundiaacuteria vaacuterios estudos de cenaacuteriosdiscutem o futuro da Amazocircnia em diferentes escalas empregando diversasabordagens metodoloacutegicas e conjuntos de premissas

Em escala global vaacuterios cenaacuterios satildeo norteados pelo desafio de conci-liar a provisatildeo de serviccedilos ambientais de modo mais amplo agrave necessidadede suprir a crescente demanda por alimentos Tais estudos naturalmenteincluem resultados referentes agrave Amazocircnia como a Avaliaccedilatildeo Ecossistecircmica

do Milecircnio (MEA 1048626104862410486241048629) que desenvolveu quatro cenaacuterios focados nas mu-danccedilas no ecossistema e suas consequecircncias para o bem-estar social Doisdesses cenaacuterios se concentram em mudanccedilas de uso e cobertura da terrao primeiro prioriza a produccedilatildeo nacional e o segundo as tecnologias verdese alternativas econocircmicas mais ecoloacutegicas Uma ampla revisatildeo sobre cenaacute-rios globais de uso da terra pode ser encontrada em Lambin et al (1048626104862410486241048630)Recentemente projeccedilotildees espacialmente expliacutecitas sobre o uso da terra(Moss 1048626104862410486251048624) foram geradas no contexto do IPCC AR1048629 visando subsidiara nova geraccedilatildeo de modelos do sistema terrestre Tais dados foram geradospor modelos globais integrados (integrated assessment models) e consistemem projeccedilotildees de uso da terra com base em previsotildees de crescimento da

demanda por alimentos fibras e energiaPor outro lado a maior parte dos estudos espacialmente expliacutecitosrealizados na escala regional para a Amazocircnia apresenta uma abordagem

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focada em fatores intrarregionais64 em especial no papel das estradasaacutereas protegidas e accedilotildees de comando e controle Dentre eles destacam-se

bull Os cenaacuterios propostos por Laurance Cochrane et al (1048626104862410486241048625) concentra-ram suas discussotildees nos efeitos do programa Avanccedila Brasil proposto pelo

governo brasileiro entre os anos de 1048626104862410486241048624 a 1048626104862410486241048631 que previam uma seacuterie deprojetos de infraestrutura inclusive na Amazocircnia Seus cenaacuterios quantita-tivos baseados em anaacutelises espaciais extrapolam para os proacuteximos vinteanos os impactos desse aumento de infraestrutura com base nos impactosdas deacutecadas anteriores Formularam-se dois cenaacuterios um pessimista queconsiderava a manutenccedilatildeo das tendecircncias do desmatamento e um otimistano qual o desmatamento e a degradaccedilatildeo florestal seriam reduzidos atraveacutesde uma seacuterie de accedilotildees de proteccedilatildeo ambiental

bull Soares-Filho Nepstad et al (1048626104862410486241048630) discutiram a importacircncia das aacutereasprotegidas e o impacto de novas rodovias pavimentadas nas mudanccedilas deuso da terra na bacia amazocircnica Foram desenvolvidos oito cenaacuterios dosquais o mais pessimista assumia que o desmatamento iria continuar deacordo com as tendecircncias observadas ateacute entatildeo as estradas seriam pavimen-tadas as reservas legais natildeo seriam respeitadas e nem seriam criadas novasaacutereas protegidas Esses autores tambeacutem consideraram reflexos de decisotildeespoliacutetico-administrativas num cenaacuterio oposto chamado governanccedila em

que pressupunham a manutenccedilatildeo das reservas e de zonas agroecoloacutegicasde uso da terra e a criaccedilatildeo de novas aacutereas protegidas Aleacutem desses foramconsiderados seis cenaacuterios intermediaacuteriosbull O mesmo estudo considerou a contribuiccedilatildeo das aacutereas protegidas parauma possiacutevel reduccedilatildeo do desmatamento atraveacutes da construccedilatildeo de cincocenaacuterios para 1048626104862410486291048624 que incluiacuteam (a) a exclusatildeo de todas as aacutereas protegidasexistentes (b) todas as aacutereas protegidas criadas ateacute 1048626104862410486241048626 (c) as aacutereas pro-tegidas criadas ateacute 1048626104862410486241048632 exceto as treze aacutereas criadas a partir do programaAacutereas Protegidas da Amazocircnia (ARPA) (d) todas as aacutereas protegidas ateacute1048626104862410486241048632 sem exceccedilatildeo (e) as aacutereas protegidas ateacute 1048626104862410486241048626 com expansatildeo previstapelo ARPA Os cenaacuterios de uso da terra considerando estas aacutereas protegidasforam combinados com dois cenaacuterios socioeconocircmicos para crescimentoalto e moderado da agricultura

10486301048628 Em escala regional muitos modelos economeacutetricos e estatiacutesticos foram desenvolvidos para estudar as

causas do desmatamento como vemos em Reis e Guzmaacuten (1994) Andersen e Reis (1997) Pfaff (1999)

Margulis (2004) e Andersen Granger et al (2002) Aguiar Cacircmara et al (2007) apresentam uma revisatildeo

desses modelos Neste capiacutetulo enfocamos estudos que geraram resultados espacialmente expliacutecitos

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A Figura 1048628 compara as taxas de desmatamento estimadas ou ado-tadas nesses trabalhos Como pode ser observado na Figura 1048628b mesmoas projeccedilotildees mais ldquootimistasrdquo superestimaram as taxas de desmatamentoobservadas de 1048626104862410486241048628 ateacute 1048626104862410486251048626 como discutido por Dalla-Nora Aguiar et

al (1048626104862410486251048628) Esse fato de modo algum desmerece a importacircncia dos traba-lhos principalmente porque a proacutepria repercussatildeo dos estudos pode terinfluenciado decisotildees poliacutetico-administrativas de controle do processodesordenado de ocupaccedilatildeo da regiatildeo

Pesa tambeacutem sobre modelos que buscam representar processos sociaisa inerente complexidade dos fatores que os influenciam Logo decisotildeesmetodoloacutegicas devem ser tomadas durante o processo de construccedilatildeo dosmodelos que satildeo sempre uma representaccedilatildeo simplificada da realidade Como

mencionado anteriormente os cenaacuterios acima utilizam principalmentefatores intrarregionais como determinantes tanto da localizaccedilatildeo quanto daquantidade de mudanccedilas (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048628) Assim descon-sideram o contexto econocircmico e institucional nos niacuteveis global e nacionalinclusive os padrotildees de consumo as oscilaccedilotildees do mercado e as decisotildeespoliacuteticas mais amplas sendo as taxas de desmatamento determinadas peloaumento ou diminuiccedilatildeo de estradas e aacutereas protegidas

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Figura axas de desmatamento estimadas por diferentes modelos

Fonte Dalla-Nora et al ()

Subjacente a isso existe um aspecto mais sutil relacionado ao proacuteprioconceito de cenaacuterios discutidos neste capiacutetulo Os resultados dos estudos

que buscaram estimar taxas de desmatamento representam em linhasgerais um mesmo cenaacuterio BAU ndash uma visatildeo do futuro fundamentada nastendecircncias de desmatamento observadas com variaccedilotildees em termos deestradas aacutereas protegidas etc ( policy ) Dessa maneira nenhum dos tra-balhos referidos explorou de fato futuros alternativos e por consequecircncianatildeo tratou como incerteza o posicionamento do governo e da sociedadeem relaccedilatildeo agraves questotildees ambientais E a reversatildeo da trajetoacuteria da taxa dedesmatamento tem sido em grande parte creditada agraves accedilotildees de comando econtrole de restriccedilatildeo ao creacutedito rural e de sistemas de monitoramento nocontexto do Plano de Prevenccedilatildeo e Controle do Desmatamento na AmazocircniaLegal (PPCDAm) enquanto sua manutenccedilatildeo vem sendo atrelada a umanova postura dos mercados consumidores exemplificada pelos acordosdas moratoacuterias da carne e soja

Uma abordagem alternativa agrave utilizaccedilatildeo exclusiva de fatores intrar-regionais foi proposta por Aguiar (1048626104862410486241048630) na qual a quantidade de desma-

tamento era exoacutegena ao modelo como uma proxy da pressatildeo de mercadopara a expansatildeo da fronteira agropecuaacuteria Embora esse estudo natildeo pre-tendesse estimar taxas de desmatamento como os demais ele apresentavacomo diferencial sua busca por ilustrar o balanccedilo entre fatores locais e a

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pressatildeo externa do mercado Com isso enfatizou a necessidade tanto deconsiderar ambos em exerciacutecios de modelagem e em poliacuteticas de contenccedilatildeoao desmatamento quanto de interpretar toda a regiatildeo de modo holiacutesticopois caso medidas mais abrangentes natildeo fossem incorporadas ndash como

restriccedilotildees ao creacutedito rural e accedilotildees de comando e controle ndash a pressatildeo domercado poderia deslocar as fronteiras para aacutereas natildeo protegidas O modelotambeacutem introduz a representaccedilatildeo de mecanismos de comando e controlee cumprimento da lei como o Coacutedigo Florestal

Um dos principais fatores para a representaccedilatildeo dos padrotildees espaciaisde desmatamento na Amazocircnia eacute a conectividade da regiatildeo com os mer-cados nacionais devido agrave proximidade atraveacutes da rede viaacuteria Eacute a conexatildeoa mercados interagindo com fatores locais ndash como a presenccedila de aacutereas

protegidas a distacircncia de estradas assentamentos e qualidade do solo ndashque explicava os padrotildees passados de desmatamento na regiatildeo (Aguiar etal 1048626104862410486241048631) Mas mesmo nesse trabalho como ilustra a Figura 1048628 a menortaxa de desmatamento considerada eacute de 10486251048629104862410486241048624 km1048626ano

Por outro lado comeccedilaram a surgir mais recentemente trabalhos queconsideram o futuro da Amazocircnia dentro do contexto global e nacionalde pressatildeo por alimentos alinhados a estudos de cenaacuterios globais Umprimeiro exemplo para a regiatildeo foi o estudo de Lapola Schaldach et al

(1048626104862410486251048624) que explorava atraveacutes de modelos computacionais os impactos daproduccedilatildeo de biocombustiacuteveis no Brasil e seus efeitos sobre as fronteirasagriacutecolas e pecuaacuterias O estudo sugere um deslocamento da pecuaacuteria paraa Amazocircnia com uma expansatildeo de 104862510486261048625104863310486311048624 km1048626 representando mudanccedilasregionais indiretas ligadas aos contextos nacional e global e apontandopara uma tendecircncia na aacuterea de modelagem e cenaacuterios de uso da terraPoreacutem cabe ressaltar que os resultados desse estudo tampouco captamos padrotildees observados do desmatamento (Figura 1048628) Em contraponto aosestudos mencionados este privilegiou fatores globais mas simplificouos fatores intrarregionais mostrando como uma abordagem totalmentebaseada nas forccedilas de mercado natildeo seria capaz de representar a complexarealidade da regiatildeo

Nesse sentido a tendecircncia atual em novos modelos eacute tratar a regiatildeocomo um sistema aberto interconectado aos mercados globais e nacionaiscomo resumido por Dalla-Nora Aguiar et al (1048626104862410486251048628) Nesses novos mode-

los as trajetoacuterias de uso da terra na Amazocircnia passam a ser consideradasno contexto daquelas do resto do paiacutes em especial no Cerrado Por outrolado os contextos socioeconocircmico institucional e poliacutetico local interagemcom as demais escalas e devem ser representados tambeacutem Esse eacute o desafio

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que os pesquisadores da aacuterea de modelagem de mudanccedilas e uso da terraenfrentam no momento

Existem vaacuterias iniciativas em andamento que buscam combinarmodelos econocircmicos de equiliacutebrio geral ndash ou parcial ndash a modelos es-

pacialmente expliacutecitos com mais detalhe sobre o Brasil Destacam-senessa linha o projeto SIMBRASIL-1048626OPTIMAGRO desenvolvido pelaUniversidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que integra a plataformade modelagem Dinacircmica EGO (Soares-Filho Rodrigues et al 1048626104862410486241048633) aoBrazilian Land Use Model (Blum) um modelo econocircmico de equiliacutebrioparcial desenvolvido pelo Instituto de Estudos do Comeacutercio e NegociaccedilotildeesInternacionais (Icone)

No contexto do projeto de pesquisa REDD-PAC ndash uma parceria

entre o Instituto Internacional de Anaacutelise de Sistemas Aplicados (Iiasa)o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Instituo de PesquisaEconocircmica Aplicada (Ipea) ndash uma versatildeo do modelo de equiliacutebrio parcialGlobal Biosphere Management Model (Globiom) estaacute sendo adaptadopara o Brasil

Tambeacutem no Inpe estaacute em andamento a integraccedilatildeo de modelos gera-dos na plataforma LuccME (Aguiar 1048626104862410486251048626) para a Amazocircnia e o Cerrado agraveplataforma Magnet (Woltjer Kuiper et al 1048626104862410486251048627) um modelo de equiliacutebrio

geral desenvolvido no Instituto de Economia Agriacutecola da Universidade deWageningen na Holanda com base no Projeto de Anaacutelise do ComeacutercioGlobal (GTAP) da Universidade de Purdue (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048627)

Finalmente voltando agrave distinccedilatildeo entre resultados de modelos e oconceito de cenaacuterios de modo mais amplo tais projetos visam ao desen- volvimento de modelos ou arcabouccedilos computacionais Estes por sua vezpoderatildeo posteriormente ser utilizados em estudos de cenaacuterios A constru-ccedilatildeo de cenaacuterios eacute um processo longo e complexo em si particularmentese realizado de modo participativo com a presenccedila de stakeholders e emmuacuteltiplas escalas Processos participativos para a discussatildeo de cenaacuteriosnatildeo satildeo comuns no Brasil quanto menos os que almejam uma abordagemquantitativa e qualitativa Entre os estudos qualitativos realizados para aAmazocircnia cabe citarbull Goacutemes (1048626104862410486241048633) desenvolveu quatro cenaacuterios qualitativos para toda a baciaamazocircnica para 1048626104862410486261048630 baseados na participaccedilatildeo de stakeholders e atores

responsaacuteveis por tomadas de decisatildeo Esses cenaacuterios exploraram umacombinaccedilatildeo entre trecircs fontes de incerteza consideradas criacuteticas (a) o papeldas poliacuteticas puacuteblicas na regulamentaccedilatildeo do uso dos recursos naturais (b)o comportamento do mercado (c) inovaccedilatildeo ciecircncia e tecnologia

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bull Kok (1048626104862410486241048633) e Soler Kok et al (1048626104862410486241048633) utilizaram uma ferramenta semi-quantitativa ( fuzzy cognitive maps) com o objetivo de aprimorar a uniatildeode cenaacuterios quantitativos e qualitativos para capturar melhor a dinacircmicado desmatamento apresentando-a em narrativas mais consistentes e numa

maior diversidade de modelos quantitativosbull Vieira Toledo et al (1048626104862410486241048632) combinaram cenaacuterios qualitativos a um mo-delo quantitativo de multiagentes ndash a plataforma Cormas desenvolvidapor pesquisadores do Centro de Cooperaccedilatildeo Internacional de PesquisaAgronocircmica para o Desenvolvimento (Centre de Coopeacuteration Internationaleen Recherche Agronomique pour le Deacuteveloppement ndash Cirad) ndash para pro-mover um diaacutelogo entre atores locais com poder de decisatildeo e cientistas apartir da adoccedilatildeo de meacutetodos participativos

bull Os cenaacuterios do Environment Outlook in Amazonia (GEO Amazonia)(Unep 1048626104862410486241048632) satildeo qualitativos10486301048629 formulados com a participaccedilatildeo de especia-listas e stakeholders com o horizonte de tempo 1048626104862410486241048630-1048626104862410486251048630-1048626104862410486261048630 A definiccedilatildeode poliacuteticas puacuteblicas o comportamento do mercado e o desenvolvimentoda ciecircncia e da tecnologia satildeo os principais fatores determinantes e fontesde incerteza capazes de interferir no destino da Amazocircnia Com base naanaacutelise exploratoacuteria dessas incertezas foram selecionados quarto cenaacuteriosconsiderados plausiacuteveis pelos stakeholders Emergent Amazonia Inching

Along the Precipice Light and Shadows e Once-Greenhell Cabe notar quenesse processo do GEO para a Amazocircnia um cenaacuterio de sustentabilidadebaseado na melhoria da qualidade de vida da regiatildeo e utilizaccedilatildeo sustentaacuteveldos recursos naturais natildeo foi desenvolvido por ser o ideal e desejaacutevel paraa regiatildeo ndash e o processo natildeo foi normativobull Folhes (1048626104862410486251048624) e Folhes Aguiar et al (sd) adaptaram abordagens decenaacuterios participativos multiescala agrave realidade da Amazocircnia utilizando oProjeto de Assentamento Extrativista Lago Grande (PAE Lago Grande)em Santareacutem como primeiro caso de estudo Poreacutem a abordagem adota-da foi a de construccedilatildeo de cenaacuterios normativos Numa situaccedilatildeo em que oscenaacuterios podem ser qualitativos normativos participativos ou multiescalarealizado para todo o assentamento e em trecircs comunidades os stakeholders

definiram em cada escala de estudo um cenaacuterio desejado (sustentaacutevel) e umnatildeo desejado no horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-1048626104862410486261048624 O processo promoveuuma discussatildeo sobre as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o futuro sustentaacutevel

De modo mais amplo os pesquisadores buscavam entender se tal processo

10486301048629 Em outros processos de cenaacuterios do GEO como o GEO-4 modelos computacionais foram utilizados

para gerar dados quantitativos

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participativo de construccedilatildeo de cenaacuterios poderia ser efetivo como ferramentano processo de consolidaccedilatildeo de diferentes unidades territoriais da regiatildeoSeguindo uma abordagem semelhante estaacute em andamento um processoparticipativo para a formulaccedilatildeo de cenaacuterios para toda a Amazocircnia com-

binando aspectos qualitativos e quantitativos normativos e exploratoacuteriosnum horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-104862610486241048629104862466 Os cenaacuterios qualitativos seratildeorepresentados por modelos computacionais em ambiente LuccME cujosresultados estatildeo em preparaccedilatildeo (Aguiara Vieira et al sd) e rediscutidoscom os stakeholders Diferentemente do processo adotado nos cenaacuteriosda Unep (GEO Amazonia) descrito acima o objetivo mais amplo doprojeto eacute justamente discutir as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o cenaacuteriode sustentabilidade

Conclusatildeo

Este capiacutetulo revisou os conceitos de cenaacuterios e suas principais abor-dagens visando subsidiar uma anaacutelise criacutetica sobre os modelos e cenaacuteriosdesenvolvidos nas deacutecadas anteriores para a Amazocircnia e entender asnecessidades de uma nova geraccedilatildeo de modelos computacionais em desen-

volvimento Espera-se que todos esses esforccedilos produzam modelos mais

robustos que contribuam para o avanccedilo cientiacutefico sobre os processos demudanccedila de uso da terra e possam ser utilizados pela sociedade como fer-ramentas em processos de discussatildeo sobre o futuro A existecircncia de vaacuteriosgrupos desenvolvendo modelos e cenaacuterios para a Amazocircnia e Brasil combase em meacutetodos e abordagens diferentes pode tambeacutem representar umganho para a sociedade

Em assuntos que envolvem interesses conflitantes como o uso da terrana Amazocircnia eacute preciso examinar atentamente as premissas e mecanismossubjacentes a modelos quantitativos que embasam os cenaacuterios ndash em especialos que satildeo construiacutedos com o objetivo expliacutecito de subsidiar a formula-ccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Pois no desejo por vezes bem intencionado docidadatildeo-pesquisador ao alertar sobre um problema ndash ou natildeo tatildeo bemintencionado ao defender grupos de interesses ndash manipulaccedilotildees podemfacilmente ser introduzidas E em alguns casos posiccedilotildees aparentementecientiacuteficas podem camuflar visotildees e interesses de muacuteltiplos atores e setores

ndash inclusive do proacuteprio governo Os modelos possuem tal complexidade que

10486301048630 O processo estaacute sendo liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (Embrapa) e pelo

Inpe no contexto do projeto Amazalert

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se tornam impenetraacuteveis para a maior parte da sociedade ndash e mesmo parapesquisadores de outras aacutereas E por vezes resultados de modelos passama ser tratados como verdades absolutas ndash o que eacute agravado quando existesomente um modelo para uma regiatildeo ou problema como no caso dos

impactos de obras de infraestrutura ou da expansatildeo de biocombustiacuteveisNatildeo podemos esquecer a frase de George Box que consideramos a

melhor sobre modelos ldquo Models are always wrong but some are useful rdquo Aoque acrescentamos e preste atenccedilatildeo nos grupos aos quais eles satildeo uacuteteis

Referecircncias

AGUIAR A P D et al ldquoSpatial statistical analysis of land-use determinants

in the Brazilian Amazonia Exploring intra-regional heterogeneityrdquoEcological Modelling vol 104862610486241048633 n 1048626-1048628 p 104862510486301048633-104862510486321048632 1048626104862410486241048631

AGUIAR A P D et al ldquoTerraME- LuccME an open-source frameworkfor spatially explicit land use change modellingrdquo Global Land Project

News vol 1048632 p 10486261048625-10486261048627 1048626104862410486251048626AGUIAR A P D et al Anticipating a forest transition scenario in the

Brazilian Amazon carbon emission estimates using a spatially-explicit

approach (submetido)

ALCAMO J RIBEIRO T Scenarios as tools for international environmentalassessments Copenhagen European Environment Agency 1048626104862410486241048625

ALCAMO J Searching for the future of land Scenarios from the local to

global scale Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630 p104862510486271048631-104862510486291048630ALCAMO J Environmental futures the practice of environmental scenario

analysis Amsterdam Elsevier 1048626104862410486241048632ANDERSEN L et al Te dynamics of Deforestation and Economic Growth

in the Brazilian Amazon Cambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048626ANDERSEN L REIS E Deforestation development and government policy

in the Brazilian Amazon an econometric analysis (IPEA Report 10486311048630-1048625104863310486331048631)Rio de Janeiro IPEA 1048625104863310486331048631

BIGGS R et al ldquoLinking futures across scales a dialog on multiscale sce-nariosrdquo Ecology and Society vol 10486251048626 1048626104862410486241048631

BOumlRJESON L et al ldquoScenario types and techniques Towards a userrsquosguiderdquo Futures vol 10486271048632 n 1048631 p 104863110486261048627-104863110486271048633 1048626104862410486241048630

BRADFIELD R ldquoe origins and evolution of scenario techniques in longrange business planningrdquo Futures vol 10486271048631 p 104863110486331048629-104863210486251048626 1048626104862410486241048629BRIASSOULIS H Analysis of Land Use Change Teoretical and Modeling

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Approaches Morgantown Regional Research Institute West VirginiaUniversity 1048626104862410486241048624

BUARQUE S C Metodologia e teacutecnicas de construccedilatildeo de cenaacuterios globais

e regionais Rio de Janeiro IPEA 1048626104862410486241048627

CARPENTER S R et al ldquoScenarios for ecosystem services an overviewrdquoEcology and Society vol 10486251048625 n 1048625 1048626104862410486241048630

COSGROVE W J RIJSBERMAN F R World water vision LondresEarthscan Publications Ltd 1048626104862410486241048624

DALLA983085NORA E L AGUIAR A P D Lapola D M WOLTJER G 1048626104862410486251048628Why have land use change models for the Amazon failed to capture the

amount of deforestation over the last decade Land Use Policy 10486271048633 104862810486241048627-104862810486251048625DREBORG K H ldquoEssence of backcastingrdquo Futures vol 10486261048632 n 1048633 p 104863210486251048627-

104863210486261048632 1048625104863310486331048630EVANS K et al Field guide to the Future Four Ways for Communities

to Tink Ahead Nairobi Center for International Forestry Research(CIFOR) 1048626104862410486241048630 10486321048631 p

FOLHES R Cenaacuterios de mudanccedilas de uso da terra na Amazocircnia Explorando

uma abordagem participativa e multi-escala no PAE Lago Grande em

Santareacutem-Paraacute Beleacutem Universidade Federal do Paraacute 1048626104862410486251048624FOLHES R T et al Multi-scale participatory scenario methods and territorial

planning in the Brazilian Amazon (submetido)GARB Y et al ldquoScenarios in society society in scenarios toward a so-

cial scientific analysis of storyline-driven environmental modelingrdquoEnvironmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

GIBSON C et al ldquoe concept of scale and the human dimensions ofglobal change a surveyrdquo Ecological Economics v 10486271048626 p 104862610486251048631ndash104862610486271048633 1048626104862410486241048624

GIROD B ldquoe evolution of the IPCCrsquos emissions scenariosrdquo Environmental

Science amp Policy vol 10486251048626 1048626104862410486241048633GODET M ldquoe Art of Scenarios and Strategic Planning Tools and Pitfallsrdquo

echnological Forecasting and Social Change vol 10486301048629 p 1048627-10486261048626 1048626104862410486241048624GOacuteMES N ldquoe future of Amazoniardquo In Geo Amazonia 1048626104862410486241048633 p 104862610486291048629-104862610486311048630HEIJDEN K V D Scenarios the Art of Strategic Conversation Chichester

Wiley 1048625104863310486331048630JEFFERSON M ldquoShell scenarios What really happened in the 1048625104863310486311048624s and

what may be learned for current world prospectsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048633 n 1048625 p 104862510486321048630ndash104862510486331048631 1048626104862410486251048626KAHN H WIENER A Te year A framework for Speculation on the

Next Tirty-Tree Years Nova Iorque Macmillan 1048625104863310486301048631

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KAHN H Te next Years a scenario for America and the world NovaIorque Morrow 1048625104863310486311048630

KOK K et al ldquoMulti-scale narratives from an IA perspective Part IIParticipatory local scenario developmentrdquo Futures vol 10486271048632 1048626104862410486241048630

KOK K et al ldquoMethods for Developing Multiscale Participatory ScenariosInsights from Southern Africa and Europerdquo Ecology and Society vol 104862510486261048626104862410486241048631

KOK K ldquoe potential of Fuzzy Cognitive Maps for semi-quantitative sce-nario development with an example from Brazilrdquo Global Environmental

Change vol 10486251048633 1048626104862410486241048633KOK K et al ldquoCombining participative backcasting and exploratory scena-

rio development Experiences from the SCENES projectrdquo echnological

Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863210486271048629-104863210486291048625 1048626104862410486251048625LAMBIN E F GEIST H J Land-Use and Land-Cover Change Local

Processes and Global Impacts Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630LAPOLA D M et al ldquoIndirect land-use changes can overcome carbon

savings from biofuels in Brazilrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America vol 104862510486241048631 n 1048632 p 1048627104862710486321048632-1048627104862710486331048627 1048626104862410486251048624LAURANCE W et al ldquoe future of the Brazilian Amazonrdquo Science vol

104862610486331048625 p 104862810486271048632-104862810486271048633 1048626104862410486241048625

LEGGETT J et al Emissions Scenarios for the IPCC an Update CambridgeCambridge University Press 1048625104863310486331048626 p 10486301048633-10486331048629

MARGULIS S Causes of deforestation in Brazilian Amazon World BankWorking Paper 10486261048626 Washington World Bank 1048626104862410486241048628

MEA Ecosystems and Human Well-Being Millennium Ecosystem Assessment

Scenarios for the Future of Ecosystem Services (Millenium EcosystemAssessment) Washington Island Press 1048626104862410486241048629

MEADOWS D H et al Te Limits to Growth A Report for the Club of

Romersquos Project on the Predicament of Mankind Nova Iorque UniversityBooks 1048625104863310486311048626

METZGER M J et al ldquoe vulnerability of ecosystem services to land usechangerdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628 p 10486301048633-10486321048629 1048626104862410486241048630

MILLER R ldquoFutures Literacy A Hybrid Strategic Scenario Methodrdquo Futures vol 10486271048633 p 104862710486281048625-104862710486301048626 1048626104862410486241048631

MOSS R H E et al ldquoe next generation of scenarios for climate change

research and assessmentrdquo Nature vol 104862810486301048627 1048626104862410486251048624NAKICENOVIC N A et al Special Report on Emissions ScenariosCambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048625

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NORA E D et al Amazon conservation might not be the end of deforestation

in Brazil 1048626104862410486251048627 (submetido)OrsquoNEILL B C NAKICENOVIC N ldquoLearning from global emissions

scenariosrdquo Environonmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

PARSON E A B et al Global change scenarios Teir development and useUS Climate Change Science Program 1048626104862410486241048630

PARSON E A ldquoUseful global-change scenarios current issues and chal-lengesrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 1048626104862410486241048632

PATEL M et al ldquoParticipatory scenario construction in land use analysisAn insight into the experiences created by stakeholder involvement inthe Northern Mediterraneanrdquo Land Use Policy vol 10486261048628 1048626104862410486241048631

PFAFF A ldquoWhat drives deforestation in the Brazilian Amazon Evidence

from Satellite and Socio-economic datardquo Journal of EnvironmentalEconomics and Management vol 10486271048631 p 10486261048630-10486281048627 1048625104863310486331048633

POSTMA T J M LIEBL F ldquoHow to improve scenario analysis as a stra-tegic management toolrdquo echnological Forecasting amp Social Change vol10486311048626 p 104862510486301048625-104862510486311048627 1048626104862410486241048629

PULVER S VAN DEVEER S Global Environmental Futures - Interrogatingthe Practice and Politics of Scenarios Brown University 1048626104862410486241048631

QUIST J VERGRAGT P ldquoPast and future of backcasting e shi to

stakeholder participation and a proposal for a methodological frameworkrdquoFutures vol 10486271048632 n 1048633 p 1048625104862410486261048631-1048625104862410486281048629 1048626104862410486241048630

QUIST J et al ldquoe impact and spin-off of participatory backcasting From vision to nicherdquo echnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n1048629 p 104863210486321048627-104863210486331048631 1048626104862410486251048625

RASKIN P D et al ldquoGlobal Scenarios in Historical Perspectivesrdquo InCARPENTER S R et al (Eds) Ecosystems and human well-being scena-

rios Volume findings of the scenarios working group of the Millennium

Ecosystem Assessment Washington Island Press 1048626104862410486241048629 p10486271048629-10486281048628REIS E GUZMAacuteN R ldquoAn econometric model of Amazon Deforestationrdquo

In BROWN K PEARCE D (Eds) Te causes of tropical deforestation

the economic and statistical analysis of factors giving rise to the loss of

tropical forests Londres University College London Press 1048625104863310486331048628 p104862510486311048626-10486331048625RICHARDS C et al Practical Approaches to Participation (SERG Socio-

Economic Research Group Policy Brief ) Aberdeen eMacaulay

Institute 1048626104862410486241048628ROBINSON J B ldquoEnergy backcasting A proposed method of policy analy-sisrdquo Energy Policy vol 10486251048624 n 1048628 p 104862710486271048631-104862710486281048628 1048625104863310486321048626

ROBINSON J et al ldquoEnvisioning sustainability Recent progress in the

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use of participatory backcasting approaches for sustainability researchrdquoechnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863110486291048630-104863110486301048632 1048626104862410486251048625

SANTOS A D D Metodologias participativas caminhos para o fortaleci-

mento de espaccedilos puacuteblicos socioambientais Petroacutepolis IIEB - Instituto

Internacional de Educaccedilatildeo do Brasil 1048626104862410486241048629SOARES-FILHO B et al ldquoModeling conservation in the Amazon basinrdquo

Nature vol 1048628104862710486321048633 mar 1048626104862410486241048630SOARES-FILHO B et al Modeling Environmental Dynamics with Dinamica

EGO Belo Horizonte UFMG 1048626104862410486241048633 104862510486261048624 pSOARES-FILHO B et al ldquoRole of Brazilian Amazon protected areas in

climate change mitigationrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America 10486261048630 maio 1048626104862410486251048624

SOLER L S et al ldquoUsing fuzzy cognitive maps to describe current systemdynamics and develop land cover scenarios a case study in the BrazilianAmazonrdquo Journal of Land Use Science vol 1048631 n 1048626 p104862510486281048633-104862510486311048629 10486251048627 dez 1048626104862410486251048626

STIRLING A ldquoAnalysis participation and power justification and closurein participatory multi-criteria analysisrdquo Land Use Policy vol 10486261048627 n 1048625 p10486331048629-104862510486241048631 1048626104862410486241048630

SWART R et al ldquoStabilisation scenarios for climate impact assessmentrdquoGlobal Environmental Change vol 10486251048626 1048626104862410486241048626

UNEP Environment Outlook in the Amazonia GEO Amazonia Panama1048626104862410486241048632

UNEP Global Environment Outlook Nairobi 1048626104862410486251048626VAN ASSELT MARJOLEIN B A RIJKENS-KLOMP N ldquoA look in the

mirror reflection on participation in Integrated Assessment from amethodological perspectiverdquo Global Environmental Change vol 10486251048626 n1048627 p 104862510486301048631-104862510486321048628 1048626104862410486241048626

VAN NOTTEN P W F et al ldquoAn updated scenario typologyrdquo Futures vol10486271048629 n 1048629 p 104862810486261048627-104862810486281048627 1048626104862410486241048627

VAN VLIET M Kok K VELDKAMP T ldquoLinking stakeholders andmodellers in scenario studies the use of Fuzzy Cognitive Maps as acommunication and learning toolrdquo Futures vol 10486281048626 n 1048625 1048626104862410486241048633

VAN VUUREN D P et al ldquoScenarios in Global Environmental AssessmentsKey characteristics and lessons for future userdquo Global Environmental

Change vol 10486261048626 n 1048628 p 104863210486321048628-104863210486331048629 1048626104862410486251048626a

VAN VUUREN D P et al ldquoA proposal for a new scenario framework tosupport research and assessment in different climate research commu-nitiesrdquo Global Environmental Change vol 10486261048626 n 1048625 p 10486261048625-10486271048629 1048626104862410486251048626b

VERBURG P et al ldquoDownscaling of land use change scenarios to assess

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the dynamics of European landscapesrdquo Agriculture Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630

VERGRAGT P J QUIST J ldquoBackcasting for sustainability Introductionto the special issuerdquo echnological Forecasting and Social Change vol

10486311048632 n 1048629 p 104863110486281048631-104863110486291048629 1048626104862410486251048625VIEIRA I C G et al ldquoDeforestation and threats to the biodiversity of

Amazoniardquo Brazilian Journal of Biology vol 10486301048632 p 104863310486281048633-104863310486291048630 1048626104862410486241048632WESSELINK A et al ldquoRationales for public participation in environmental

policy and governance practitionersrsquo perspectivesrdquo Environment and

Planning A vol 10486281048627 n 10486251048625 p 1048626104863010486321048632-1048626104863110486241048628 1048626104862410486251048625WESTHOEK H J et al ldquoScenario development to explore the future of

Europersquos rural areasrdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628

p 1048631-10486261048624 1048626104862410486241048630aWesthoek H J VAN DEN BERG M BAKKES J A ldquoScenario deve-

lopment to explore the future of Europersquos rural areasrdquo Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630bWILKINSON A EIDINOW E ldquoEvolving practices in environmental

scenarios a new scenario typologyrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 p 104862410486281048629104862410486251048631 1048626104862410486241048632

WOLLENBERG E et al Anticipating Change Scenarios as a ool for Adaptive

Forest Management A Guide Bogor CIFOR 1048626104862410486241048624aWOLLENBERG E et al ldquoUsing scenarios to make decisions about the futu-

re anticipatory learning for the adaptive co-management of communityforestsrdquo Landscape and Urban Planning vol 10486281048631 n 1048625-1048626 p 10486301048629-10486311048631 1048626104862410486241048624b

WOLTJER G et al Te MAGNE model Module description Haia LEIWUR 1048626104862410486251048627

ZUREK M B HENRICHS T ldquoLinking scenarios across geographical scalesin international environmental assessmentsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048628 p 1048625104862610486321048626-1048625104862610486331048629 1048626104862410486241048631

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regionais contextualizando os cenaacuterios locais ndash eou bottom-up ndash cenaacuterioslocais alimentando os regionais e globais

As relaccedilotildees entre as escalas podem ser desenvolvidas de forma in-dependente ndash ou parcialmente independente ndash ou acoplada conforme as

perspectivas incertezas e fatores de uma escala informem a construccedilatildeode cenaacuterios nas demais escalas Essa decisatildeo mais uma vez depende doobjetivo do estudo levando em consideraccedilatildeo por exemplo a necessidadede comparar resultados e manter consistecircncia entre escalas em contrapo-siccedilatildeo ao fato de que o acoplamento excessivo pode atuar como limitadorda criatividade nas escalas mais locais comprometendo o resultado doscenaacuterios

Revisatildeo sobre estudos de cenaacuterios para a Amazocircnia

Dentro de um contexto complexo que envolve fronteiras agriacutecolasemissotildees de gases do efeito estufa derivadas do desmatamento impactosdas mudanccedilas climaacuteticas conservaccedilatildeo ambiental conflitos sociais orde-namento territorial e regularizaccedilatildeo fundiaacuteria vaacuterios estudos de cenaacuteriosdiscutem o futuro da Amazocircnia em diferentes escalas empregando diversasabordagens metodoloacutegicas e conjuntos de premissas

Em escala global vaacuterios cenaacuterios satildeo norteados pelo desafio de conci-liar a provisatildeo de serviccedilos ambientais de modo mais amplo agrave necessidadede suprir a crescente demanda por alimentos Tais estudos naturalmenteincluem resultados referentes agrave Amazocircnia como a Avaliaccedilatildeo Ecossistecircmica

do Milecircnio (MEA 1048626104862410486241048629) que desenvolveu quatro cenaacuterios focados nas mu-danccedilas no ecossistema e suas consequecircncias para o bem-estar social Doisdesses cenaacuterios se concentram em mudanccedilas de uso e cobertura da terrao primeiro prioriza a produccedilatildeo nacional e o segundo as tecnologias verdese alternativas econocircmicas mais ecoloacutegicas Uma ampla revisatildeo sobre cenaacute-rios globais de uso da terra pode ser encontrada em Lambin et al (1048626104862410486241048630)Recentemente projeccedilotildees espacialmente expliacutecitas sobre o uso da terra(Moss 1048626104862410486251048624) foram geradas no contexto do IPCC AR1048629 visando subsidiara nova geraccedilatildeo de modelos do sistema terrestre Tais dados foram geradospor modelos globais integrados (integrated assessment models) e consistemem projeccedilotildees de uso da terra com base em previsotildees de crescimento da

demanda por alimentos fibras e energiaPor outro lado a maior parte dos estudos espacialmente expliacutecitosrealizados na escala regional para a Amazocircnia apresenta uma abordagem

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focada em fatores intrarregionais64 em especial no papel das estradasaacutereas protegidas e accedilotildees de comando e controle Dentre eles destacam-se

bull Os cenaacuterios propostos por Laurance Cochrane et al (1048626104862410486241048625) concentra-ram suas discussotildees nos efeitos do programa Avanccedila Brasil proposto pelo

governo brasileiro entre os anos de 1048626104862410486241048624 a 1048626104862410486241048631 que previam uma seacuterie deprojetos de infraestrutura inclusive na Amazocircnia Seus cenaacuterios quantita-tivos baseados em anaacutelises espaciais extrapolam para os proacuteximos vinteanos os impactos desse aumento de infraestrutura com base nos impactosdas deacutecadas anteriores Formularam-se dois cenaacuterios um pessimista queconsiderava a manutenccedilatildeo das tendecircncias do desmatamento e um otimistano qual o desmatamento e a degradaccedilatildeo florestal seriam reduzidos atraveacutesde uma seacuterie de accedilotildees de proteccedilatildeo ambiental

bull Soares-Filho Nepstad et al (1048626104862410486241048630) discutiram a importacircncia das aacutereasprotegidas e o impacto de novas rodovias pavimentadas nas mudanccedilas deuso da terra na bacia amazocircnica Foram desenvolvidos oito cenaacuterios dosquais o mais pessimista assumia que o desmatamento iria continuar deacordo com as tendecircncias observadas ateacute entatildeo as estradas seriam pavimen-tadas as reservas legais natildeo seriam respeitadas e nem seriam criadas novasaacutereas protegidas Esses autores tambeacutem consideraram reflexos de decisotildeespoliacutetico-administrativas num cenaacuterio oposto chamado governanccedila em

que pressupunham a manutenccedilatildeo das reservas e de zonas agroecoloacutegicasde uso da terra e a criaccedilatildeo de novas aacutereas protegidas Aleacutem desses foramconsiderados seis cenaacuterios intermediaacuteriosbull O mesmo estudo considerou a contribuiccedilatildeo das aacutereas protegidas parauma possiacutevel reduccedilatildeo do desmatamento atraveacutes da construccedilatildeo de cincocenaacuterios para 1048626104862410486291048624 que incluiacuteam (a) a exclusatildeo de todas as aacutereas protegidasexistentes (b) todas as aacutereas protegidas criadas ateacute 1048626104862410486241048626 (c) as aacutereas pro-tegidas criadas ateacute 1048626104862410486241048632 exceto as treze aacutereas criadas a partir do programaAacutereas Protegidas da Amazocircnia (ARPA) (d) todas as aacutereas protegidas ateacute1048626104862410486241048632 sem exceccedilatildeo (e) as aacutereas protegidas ateacute 1048626104862410486241048626 com expansatildeo previstapelo ARPA Os cenaacuterios de uso da terra considerando estas aacutereas protegidasforam combinados com dois cenaacuterios socioeconocircmicos para crescimentoalto e moderado da agricultura

10486301048628 Em escala regional muitos modelos economeacutetricos e estatiacutesticos foram desenvolvidos para estudar as

causas do desmatamento como vemos em Reis e Guzmaacuten (1994) Andersen e Reis (1997) Pfaff (1999)

Margulis (2004) e Andersen Granger et al (2002) Aguiar Cacircmara et al (2007) apresentam uma revisatildeo

desses modelos Neste capiacutetulo enfocamos estudos que geraram resultados espacialmente expliacutecitos

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A Figura 1048628 compara as taxas de desmatamento estimadas ou ado-tadas nesses trabalhos Como pode ser observado na Figura 1048628b mesmoas projeccedilotildees mais ldquootimistasrdquo superestimaram as taxas de desmatamentoobservadas de 1048626104862410486241048628 ateacute 1048626104862410486251048626 como discutido por Dalla-Nora Aguiar et

al (1048626104862410486251048628) Esse fato de modo algum desmerece a importacircncia dos traba-lhos principalmente porque a proacutepria repercussatildeo dos estudos pode terinfluenciado decisotildees poliacutetico-administrativas de controle do processodesordenado de ocupaccedilatildeo da regiatildeo

Pesa tambeacutem sobre modelos que buscam representar processos sociaisa inerente complexidade dos fatores que os influenciam Logo decisotildeesmetodoloacutegicas devem ser tomadas durante o processo de construccedilatildeo dosmodelos que satildeo sempre uma representaccedilatildeo simplificada da realidade Como

mencionado anteriormente os cenaacuterios acima utilizam principalmentefatores intrarregionais como determinantes tanto da localizaccedilatildeo quanto daquantidade de mudanccedilas (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048628) Assim descon-sideram o contexto econocircmico e institucional nos niacuteveis global e nacionalinclusive os padrotildees de consumo as oscilaccedilotildees do mercado e as decisotildeespoliacuteticas mais amplas sendo as taxas de desmatamento determinadas peloaumento ou diminuiccedilatildeo de estradas e aacutereas protegidas

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Figura axas de desmatamento estimadas por diferentes modelos

Fonte Dalla-Nora et al ()

Subjacente a isso existe um aspecto mais sutil relacionado ao proacuteprioconceito de cenaacuterios discutidos neste capiacutetulo Os resultados dos estudos

que buscaram estimar taxas de desmatamento representam em linhasgerais um mesmo cenaacuterio BAU ndash uma visatildeo do futuro fundamentada nastendecircncias de desmatamento observadas com variaccedilotildees em termos deestradas aacutereas protegidas etc ( policy ) Dessa maneira nenhum dos tra-balhos referidos explorou de fato futuros alternativos e por consequecircncianatildeo tratou como incerteza o posicionamento do governo e da sociedadeem relaccedilatildeo agraves questotildees ambientais E a reversatildeo da trajetoacuteria da taxa dedesmatamento tem sido em grande parte creditada agraves accedilotildees de comando econtrole de restriccedilatildeo ao creacutedito rural e de sistemas de monitoramento nocontexto do Plano de Prevenccedilatildeo e Controle do Desmatamento na AmazocircniaLegal (PPCDAm) enquanto sua manutenccedilatildeo vem sendo atrelada a umanova postura dos mercados consumidores exemplificada pelos acordosdas moratoacuterias da carne e soja

Uma abordagem alternativa agrave utilizaccedilatildeo exclusiva de fatores intrar-regionais foi proposta por Aguiar (1048626104862410486241048630) na qual a quantidade de desma-

tamento era exoacutegena ao modelo como uma proxy da pressatildeo de mercadopara a expansatildeo da fronteira agropecuaacuteria Embora esse estudo natildeo pre-tendesse estimar taxas de desmatamento como os demais ele apresentavacomo diferencial sua busca por ilustrar o balanccedilo entre fatores locais e a

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pressatildeo externa do mercado Com isso enfatizou a necessidade tanto deconsiderar ambos em exerciacutecios de modelagem e em poliacuteticas de contenccedilatildeoao desmatamento quanto de interpretar toda a regiatildeo de modo holiacutesticopois caso medidas mais abrangentes natildeo fossem incorporadas ndash como

restriccedilotildees ao creacutedito rural e accedilotildees de comando e controle ndash a pressatildeo domercado poderia deslocar as fronteiras para aacutereas natildeo protegidas O modelotambeacutem introduz a representaccedilatildeo de mecanismos de comando e controlee cumprimento da lei como o Coacutedigo Florestal

Um dos principais fatores para a representaccedilatildeo dos padrotildees espaciaisde desmatamento na Amazocircnia eacute a conectividade da regiatildeo com os mer-cados nacionais devido agrave proximidade atraveacutes da rede viaacuteria Eacute a conexatildeoa mercados interagindo com fatores locais ndash como a presenccedila de aacutereas

protegidas a distacircncia de estradas assentamentos e qualidade do solo ndashque explicava os padrotildees passados de desmatamento na regiatildeo (Aguiar etal 1048626104862410486241048631) Mas mesmo nesse trabalho como ilustra a Figura 1048628 a menortaxa de desmatamento considerada eacute de 10486251048629104862410486241048624 km1048626ano

Por outro lado comeccedilaram a surgir mais recentemente trabalhos queconsideram o futuro da Amazocircnia dentro do contexto global e nacionalde pressatildeo por alimentos alinhados a estudos de cenaacuterios globais Umprimeiro exemplo para a regiatildeo foi o estudo de Lapola Schaldach et al

(1048626104862410486251048624) que explorava atraveacutes de modelos computacionais os impactos daproduccedilatildeo de biocombustiacuteveis no Brasil e seus efeitos sobre as fronteirasagriacutecolas e pecuaacuterias O estudo sugere um deslocamento da pecuaacuteria paraa Amazocircnia com uma expansatildeo de 104862510486261048625104863310486311048624 km1048626 representando mudanccedilasregionais indiretas ligadas aos contextos nacional e global e apontandopara uma tendecircncia na aacuterea de modelagem e cenaacuterios de uso da terraPoreacutem cabe ressaltar que os resultados desse estudo tampouco captamos padrotildees observados do desmatamento (Figura 1048628) Em contraponto aosestudos mencionados este privilegiou fatores globais mas simplificouos fatores intrarregionais mostrando como uma abordagem totalmentebaseada nas forccedilas de mercado natildeo seria capaz de representar a complexarealidade da regiatildeo

Nesse sentido a tendecircncia atual em novos modelos eacute tratar a regiatildeocomo um sistema aberto interconectado aos mercados globais e nacionaiscomo resumido por Dalla-Nora Aguiar et al (1048626104862410486251048628) Nesses novos mode-

los as trajetoacuterias de uso da terra na Amazocircnia passam a ser consideradasno contexto daquelas do resto do paiacutes em especial no Cerrado Por outrolado os contextos socioeconocircmico institucional e poliacutetico local interagemcom as demais escalas e devem ser representados tambeacutem Esse eacute o desafio

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que os pesquisadores da aacuterea de modelagem de mudanccedilas e uso da terraenfrentam no momento

Existem vaacuterias iniciativas em andamento que buscam combinarmodelos econocircmicos de equiliacutebrio geral ndash ou parcial ndash a modelos es-

pacialmente expliacutecitos com mais detalhe sobre o Brasil Destacam-senessa linha o projeto SIMBRASIL-1048626OPTIMAGRO desenvolvido pelaUniversidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que integra a plataformade modelagem Dinacircmica EGO (Soares-Filho Rodrigues et al 1048626104862410486241048633) aoBrazilian Land Use Model (Blum) um modelo econocircmico de equiliacutebrioparcial desenvolvido pelo Instituto de Estudos do Comeacutercio e NegociaccedilotildeesInternacionais (Icone)

No contexto do projeto de pesquisa REDD-PAC ndash uma parceria

entre o Instituto Internacional de Anaacutelise de Sistemas Aplicados (Iiasa)o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Instituo de PesquisaEconocircmica Aplicada (Ipea) ndash uma versatildeo do modelo de equiliacutebrio parcialGlobal Biosphere Management Model (Globiom) estaacute sendo adaptadopara o Brasil

Tambeacutem no Inpe estaacute em andamento a integraccedilatildeo de modelos gera-dos na plataforma LuccME (Aguiar 1048626104862410486251048626) para a Amazocircnia e o Cerrado agraveplataforma Magnet (Woltjer Kuiper et al 1048626104862410486251048627) um modelo de equiliacutebrio

geral desenvolvido no Instituto de Economia Agriacutecola da Universidade deWageningen na Holanda com base no Projeto de Anaacutelise do ComeacutercioGlobal (GTAP) da Universidade de Purdue (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048627)

Finalmente voltando agrave distinccedilatildeo entre resultados de modelos e oconceito de cenaacuterios de modo mais amplo tais projetos visam ao desen- volvimento de modelos ou arcabouccedilos computacionais Estes por sua vezpoderatildeo posteriormente ser utilizados em estudos de cenaacuterios A constru-ccedilatildeo de cenaacuterios eacute um processo longo e complexo em si particularmentese realizado de modo participativo com a presenccedila de stakeholders e emmuacuteltiplas escalas Processos participativos para a discussatildeo de cenaacuteriosnatildeo satildeo comuns no Brasil quanto menos os que almejam uma abordagemquantitativa e qualitativa Entre os estudos qualitativos realizados para aAmazocircnia cabe citarbull Goacutemes (1048626104862410486241048633) desenvolveu quatro cenaacuterios qualitativos para toda a baciaamazocircnica para 1048626104862410486261048630 baseados na participaccedilatildeo de stakeholders e atores

responsaacuteveis por tomadas de decisatildeo Esses cenaacuterios exploraram umacombinaccedilatildeo entre trecircs fontes de incerteza consideradas criacuteticas (a) o papeldas poliacuteticas puacuteblicas na regulamentaccedilatildeo do uso dos recursos naturais (b)o comportamento do mercado (c) inovaccedilatildeo ciecircncia e tecnologia

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bull Kok (1048626104862410486241048633) e Soler Kok et al (1048626104862410486241048633) utilizaram uma ferramenta semi-quantitativa ( fuzzy cognitive maps) com o objetivo de aprimorar a uniatildeode cenaacuterios quantitativos e qualitativos para capturar melhor a dinacircmicado desmatamento apresentando-a em narrativas mais consistentes e numa

maior diversidade de modelos quantitativosbull Vieira Toledo et al (1048626104862410486241048632) combinaram cenaacuterios qualitativos a um mo-delo quantitativo de multiagentes ndash a plataforma Cormas desenvolvidapor pesquisadores do Centro de Cooperaccedilatildeo Internacional de PesquisaAgronocircmica para o Desenvolvimento (Centre de Coopeacuteration Internationaleen Recherche Agronomique pour le Deacuteveloppement ndash Cirad) ndash para pro-mover um diaacutelogo entre atores locais com poder de decisatildeo e cientistas apartir da adoccedilatildeo de meacutetodos participativos

bull Os cenaacuterios do Environment Outlook in Amazonia (GEO Amazonia)(Unep 1048626104862410486241048632) satildeo qualitativos10486301048629 formulados com a participaccedilatildeo de especia-listas e stakeholders com o horizonte de tempo 1048626104862410486241048630-1048626104862410486251048630-1048626104862410486261048630 A definiccedilatildeode poliacuteticas puacuteblicas o comportamento do mercado e o desenvolvimentoda ciecircncia e da tecnologia satildeo os principais fatores determinantes e fontesde incerteza capazes de interferir no destino da Amazocircnia Com base naanaacutelise exploratoacuteria dessas incertezas foram selecionados quarto cenaacuteriosconsiderados plausiacuteveis pelos stakeholders Emergent Amazonia Inching

Along the Precipice Light and Shadows e Once-Greenhell Cabe notar quenesse processo do GEO para a Amazocircnia um cenaacuterio de sustentabilidadebaseado na melhoria da qualidade de vida da regiatildeo e utilizaccedilatildeo sustentaacuteveldos recursos naturais natildeo foi desenvolvido por ser o ideal e desejaacutevel paraa regiatildeo ndash e o processo natildeo foi normativobull Folhes (1048626104862410486251048624) e Folhes Aguiar et al (sd) adaptaram abordagens decenaacuterios participativos multiescala agrave realidade da Amazocircnia utilizando oProjeto de Assentamento Extrativista Lago Grande (PAE Lago Grande)em Santareacutem como primeiro caso de estudo Poreacutem a abordagem adota-da foi a de construccedilatildeo de cenaacuterios normativos Numa situaccedilatildeo em que oscenaacuterios podem ser qualitativos normativos participativos ou multiescalarealizado para todo o assentamento e em trecircs comunidades os stakeholders

definiram em cada escala de estudo um cenaacuterio desejado (sustentaacutevel) e umnatildeo desejado no horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-1048626104862410486261048624 O processo promoveuuma discussatildeo sobre as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o futuro sustentaacutevel

De modo mais amplo os pesquisadores buscavam entender se tal processo

10486301048629 Em outros processos de cenaacuterios do GEO como o GEO-4 modelos computacionais foram utilizados

para gerar dados quantitativos

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participativo de construccedilatildeo de cenaacuterios poderia ser efetivo como ferramentano processo de consolidaccedilatildeo de diferentes unidades territoriais da regiatildeoSeguindo uma abordagem semelhante estaacute em andamento um processoparticipativo para a formulaccedilatildeo de cenaacuterios para toda a Amazocircnia com-

binando aspectos qualitativos e quantitativos normativos e exploratoacuteriosnum horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-104862610486241048629104862466 Os cenaacuterios qualitativos seratildeorepresentados por modelos computacionais em ambiente LuccME cujosresultados estatildeo em preparaccedilatildeo (Aguiara Vieira et al sd) e rediscutidoscom os stakeholders Diferentemente do processo adotado nos cenaacuteriosda Unep (GEO Amazonia) descrito acima o objetivo mais amplo doprojeto eacute justamente discutir as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o cenaacuteriode sustentabilidade

Conclusatildeo

Este capiacutetulo revisou os conceitos de cenaacuterios e suas principais abor-dagens visando subsidiar uma anaacutelise criacutetica sobre os modelos e cenaacuteriosdesenvolvidos nas deacutecadas anteriores para a Amazocircnia e entender asnecessidades de uma nova geraccedilatildeo de modelos computacionais em desen-

volvimento Espera-se que todos esses esforccedilos produzam modelos mais

robustos que contribuam para o avanccedilo cientiacutefico sobre os processos demudanccedila de uso da terra e possam ser utilizados pela sociedade como fer-ramentas em processos de discussatildeo sobre o futuro A existecircncia de vaacuteriosgrupos desenvolvendo modelos e cenaacuterios para a Amazocircnia e Brasil combase em meacutetodos e abordagens diferentes pode tambeacutem representar umganho para a sociedade

Em assuntos que envolvem interesses conflitantes como o uso da terrana Amazocircnia eacute preciso examinar atentamente as premissas e mecanismossubjacentes a modelos quantitativos que embasam os cenaacuterios ndash em especialos que satildeo construiacutedos com o objetivo expliacutecito de subsidiar a formula-ccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Pois no desejo por vezes bem intencionado docidadatildeo-pesquisador ao alertar sobre um problema ndash ou natildeo tatildeo bemintencionado ao defender grupos de interesses ndash manipulaccedilotildees podemfacilmente ser introduzidas E em alguns casos posiccedilotildees aparentementecientiacuteficas podem camuflar visotildees e interesses de muacuteltiplos atores e setores

ndash inclusive do proacuteprio governo Os modelos possuem tal complexidade que

10486301048630 O processo estaacute sendo liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (Embrapa) e pelo

Inpe no contexto do projeto Amazalert

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se tornam impenetraacuteveis para a maior parte da sociedade ndash e mesmo parapesquisadores de outras aacutereas E por vezes resultados de modelos passama ser tratados como verdades absolutas ndash o que eacute agravado quando existesomente um modelo para uma regiatildeo ou problema como no caso dos

impactos de obras de infraestrutura ou da expansatildeo de biocombustiacuteveisNatildeo podemos esquecer a frase de George Box que consideramos a

melhor sobre modelos ldquo Models are always wrong but some are useful rdquo Aoque acrescentamos e preste atenccedilatildeo nos grupos aos quais eles satildeo uacuteteis

Referecircncias

AGUIAR A P D et al ldquoSpatial statistical analysis of land-use determinants

in the Brazilian Amazonia Exploring intra-regional heterogeneityrdquoEcological Modelling vol 104862610486241048633 n 1048626-1048628 p 104862510486301048633-104862510486321048632 1048626104862410486241048631

AGUIAR A P D et al ldquoTerraME- LuccME an open-source frameworkfor spatially explicit land use change modellingrdquo Global Land Project

News vol 1048632 p 10486261048625-10486261048627 1048626104862410486251048626AGUIAR A P D et al Anticipating a forest transition scenario in the

Brazilian Amazon carbon emission estimates using a spatially-explicit

approach (submetido)

ALCAMO J RIBEIRO T Scenarios as tools for international environmentalassessments Copenhagen European Environment Agency 1048626104862410486241048625

ALCAMO J Searching for the future of land Scenarios from the local to

global scale Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630 p104862510486271048631-104862510486291048630ALCAMO J Environmental futures the practice of environmental scenario

analysis Amsterdam Elsevier 1048626104862410486241048632ANDERSEN L et al Te dynamics of Deforestation and Economic Growth

in the Brazilian Amazon Cambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048626ANDERSEN L REIS E Deforestation development and government policy

in the Brazilian Amazon an econometric analysis (IPEA Report 10486311048630-1048625104863310486331048631)Rio de Janeiro IPEA 1048625104863310486331048631

BIGGS R et al ldquoLinking futures across scales a dialog on multiscale sce-nariosrdquo Ecology and Society vol 10486251048626 1048626104862410486241048631

BOumlRJESON L et al ldquoScenario types and techniques Towards a userrsquosguiderdquo Futures vol 10486271048632 n 1048631 p 104863110486261048627-104863110486271048633 1048626104862410486241048630

BRADFIELD R ldquoe origins and evolution of scenario techniques in longrange business planningrdquo Futures vol 10486271048631 p 104863110486331048629-104863210486251048626 1048626104862410486241048629BRIASSOULIS H Analysis of Land Use Change Teoretical and Modeling

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httpslidepdfcomreaderfullaguiar-assis-folhes-etal-2014-cenarios-e-modelos 2327

Approaches Morgantown Regional Research Institute West VirginiaUniversity 1048626104862410486241048624

BUARQUE S C Metodologia e teacutecnicas de construccedilatildeo de cenaacuterios globais

e regionais Rio de Janeiro IPEA 1048626104862410486241048627

CARPENTER S R et al ldquoScenarios for ecosystem services an overviewrdquoEcology and Society vol 10486251048625 n 1048625 1048626104862410486241048630

COSGROVE W J RIJSBERMAN F R World water vision LondresEarthscan Publications Ltd 1048626104862410486241048624

DALLA983085NORA E L AGUIAR A P D Lapola D M WOLTJER G 1048626104862410486251048628Why have land use change models for the Amazon failed to capture the

amount of deforestation over the last decade Land Use Policy 10486271048633 104862810486241048627-104862810486251048625DREBORG K H ldquoEssence of backcastingrdquo Futures vol 10486261048632 n 1048633 p 104863210486251048627-

104863210486261048632 1048625104863310486331048630EVANS K et al Field guide to the Future Four Ways for Communities

to Tink Ahead Nairobi Center for International Forestry Research(CIFOR) 1048626104862410486241048630 10486321048631 p

FOLHES R Cenaacuterios de mudanccedilas de uso da terra na Amazocircnia Explorando

uma abordagem participativa e multi-escala no PAE Lago Grande em

Santareacutem-Paraacute Beleacutem Universidade Federal do Paraacute 1048626104862410486251048624FOLHES R T et al Multi-scale participatory scenario methods and territorial

planning in the Brazilian Amazon (submetido)GARB Y et al ldquoScenarios in society society in scenarios toward a so-

cial scientific analysis of storyline-driven environmental modelingrdquoEnvironmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

GIBSON C et al ldquoe concept of scale and the human dimensions ofglobal change a surveyrdquo Ecological Economics v 10486271048626 p 104862610486251048631ndash104862610486271048633 1048626104862410486241048624

GIROD B ldquoe evolution of the IPCCrsquos emissions scenariosrdquo Environmental

Science amp Policy vol 10486251048626 1048626104862410486241048633GODET M ldquoe Art of Scenarios and Strategic Planning Tools and Pitfallsrdquo

echnological Forecasting and Social Change vol 10486301048629 p 1048627-10486261048626 1048626104862410486241048624GOacuteMES N ldquoe future of Amazoniardquo In Geo Amazonia 1048626104862410486241048633 p 104862610486291048629-104862610486311048630HEIJDEN K V D Scenarios the Art of Strategic Conversation Chichester

Wiley 1048625104863310486331048630JEFFERSON M ldquoShell scenarios What really happened in the 1048625104863310486311048624s and

what may be learned for current world prospectsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048633 n 1048625 p 104862510486321048630ndash104862510486331048631 1048626104862410486251048626KAHN H WIENER A Te year A framework for Speculation on the

Next Tirty-Tree Years Nova Iorque Macmillan 1048625104863310486301048631

7212019 AGUIAR ASSIS FOLHES Etal 2014 Cenaacuterios e Modelos

httpslidepdfcomreaderfullaguiar-assis-folhes-etal-2014-cenarios-e-modelos 2427

KAHN H Te next Years a scenario for America and the world NovaIorque Morrow 1048625104863310486311048630

KOK K et al ldquoMulti-scale narratives from an IA perspective Part IIParticipatory local scenario developmentrdquo Futures vol 10486271048632 1048626104862410486241048630

KOK K et al ldquoMethods for Developing Multiscale Participatory ScenariosInsights from Southern Africa and Europerdquo Ecology and Society vol 104862510486261048626104862410486241048631

KOK K ldquoe potential of Fuzzy Cognitive Maps for semi-quantitative sce-nario development with an example from Brazilrdquo Global Environmental

Change vol 10486251048633 1048626104862410486241048633KOK K et al ldquoCombining participative backcasting and exploratory scena-

rio development Experiences from the SCENES projectrdquo echnological

Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863210486271048629-104863210486291048625 1048626104862410486251048625LAMBIN E F GEIST H J Land-Use and Land-Cover Change Local

Processes and Global Impacts Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630LAPOLA D M et al ldquoIndirect land-use changes can overcome carbon

savings from biofuels in Brazilrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America vol 104862510486241048631 n 1048632 p 1048627104862710486321048632-1048627104862710486331048627 1048626104862410486251048624LAURANCE W et al ldquoe future of the Brazilian Amazonrdquo Science vol

104862610486331048625 p 104862810486271048632-104862810486271048633 1048626104862410486241048625

LEGGETT J et al Emissions Scenarios for the IPCC an Update CambridgeCambridge University Press 1048625104863310486331048626 p 10486301048633-10486331048629

MARGULIS S Causes of deforestation in Brazilian Amazon World BankWorking Paper 10486261048626 Washington World Bank 1048626104862410486241048628

MEA Ecosystems and Human Well-Being Millennium Ecosystem Assessment

Scenarios for the Future of Ecosystem Services (Millenium EcosystemAssessment) Washington Island Press 1048626104862410486241048629

MEADOWS D H et al Te Limits to Growth A Report for the Club of

Romersquos Project on the Predicament of Mankind Nova Iorque UniversityBooks 1048625104863310486311048626

METZGER M J et al ldquoe vulnerability of ecosystem services to land usechangerdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628 p 10486301048633-10486321048629 1048626104862410486241048630

MILLER R ldquoFutures Literacy A Hybrid Strategic Scenario Methodrdquo Futures vol 10486271048633 p 104862710486281048625-104862710486301048626 1048626104862410486241048631

MOSS R H E et al ldquoe next generation of scenarios for climate change

research and assessmentrdquo Nature vol 104862810486301048627 1048626104862410486251048624NAKICENOVIC N A et al Special Report on Emissions ScenariosCambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048625

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NORA E D et al Amazon conservation might not be the end of deforestation

in Brazil 1048626104862410486251048627 (submetido)OrsquoNEILL B C NAKICENOVIC N ldquoLearning from global emissions

scenariosrdquo Environonmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

PARSON E A B et al Global change scenarios Teir development and useUS Climate Change Science Program 1048626104862410486241048630

PARSON E A ldquoUseful global-change scenarios current issues and chal-lengesrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 1048626104862410486241048632

PATEL M et al ldquoParticipatory scenario construction in land use analysisAn insight into the experiences created by stakeholder involvement inthe Northern Mediterraneanrdquo Land Use Policy vol 10486261048628 1048626104862410486241048631

PFAFF A ldquoWhat drives deforestation in the Brazilian Amazon Evidence

from Satellite and Socio-economic datardquo Journal of EnvironmentalEconomics and Management vol 10486271048631 p 10486261048630-10486281048627 1048625104863310486331048633

POSTMA T J M LIEBL F ldquoHow to improve scenario analysis as a stra-tegic management toolrdquo echnological Forecasting amp Social Change vol10486311048626 p 104862510486301048625-104862510486311048627 1048626104862410486241048629

PULVER S VAN DEVEER S Global Environmental Futures - Interrogatingthe Practice and Politics of Scenarios Brown University 1048626104862410486241048631

QUIST J VERGRAGT P ldquoPast and future of backcasting e shi to

stakeholder participation and a proposal for a methodological frameworkrdquoFutures vol 10486271048632 n 1048633 p 1048625104862410486261048631-1048625104862410486281048629 1048626104862410486241048630

QUIST J et al ldquoe impact and spin-off of participatory backcasting From vision to nicherdquo echnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n1048629 p 104863210486321048627-104863210486331048631 1048626104862410486251048625

RASKIN P D et al ldquoGlobal Scenarios in Historical Perspectivesrdquo InCARPENTER S R et al (Eds) Ecosystems and human well-being scena-

rios Volume findings of the scenarios working group of the Millennium

Ecosystem Assessment Washington Island Press 1048626104862410486241048629 p10486271048629-10486281048628REIS E GUZMAacuteN R ldquoAn econometric model of Amazon Deforestationrdquo

In BROWN K PEARCE D (Eds) Te causes of tropical deforestation

the economic and statistical analysis of factors giving rise to the loss of

tropical forests Londres University College London Press 1048625104863310486331048628 p104862510486311048626-10486331048625RICHARDS C et al Practical Approaches to Participation (SERG Socio-

Economic Research Group Policy Brief ) Aberdeen eMacaulay

Institute 1048626104862410486241048628ROBINSON J B ldquoEnergy backcasting A proposed method of policy analy-sisrdquo Energy Policy vol 10486251048624 n 1048628 p 104862710486271048631-104862710486281048628 1048625104863310486321048626

ROBINSON J et al ldquoEnvisioning sustainability Recent progress in the

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use of participatory backcasting approaches for sustainability researchrdquoechnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863110486291048630-104863110486301048632 1048626104862410486251048625

SANTOS A D D Metodologias participativas caminhos para o fortaleci-

mento de espaccedilos puacuteblicos socioambientais Petroacutepolis IIEB - Instituto

Internacional de Educaccedilatildeo do Brasil 1048626104862410486241048629SOARES-FILHO B et al ldquoModeling conservation in the Amazon basinrdquo

Nature vol 1048628104862710486321048633 mar 1048626104862410486241048630SOARES-FILHO B et al Modeling Environmental Dynamics with Dinamica

EGO Belo Horizonte UFMG 1048626104862410486241048633 104862510486261048624 pSOARES-FILHO B et al ldquoRole of Brazilian Amazon protected areas in

climate change mitigationrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America 10486261048630 maio 1048626104862410486251048624

SOLER L S et al ldquoUsing fuzzy cognitive maps to describe current systemdynamics and develop land cover scenarios a case study in the BrazilianAmazonrdquo Journal of Land Use Science vol 1048631 n 1048626 p104862510486281048633-104862510486311048629 10486251048627 dez 1048626104862410486251048626

STIRLING A ldquoAnalysis participation and power justification and closurein participatory multi-criteria analysisrdquo Land Use Policy vol 10486261048627 n 1048625 p10486331048629-104862510486241048631 1048626104862410486241048630

SWART R et al ldquoStabilisation scenarios for climate impact assessmentrdquoGlobal Environmental Change vol 10486251048626 1048626104862410486241048626

UNEP Environment Outlook in the Amazonia GEO Amazonia Panama1048626104862410486241048632

UNEP Global Environment Outlook Nairobi 1048626104862410486251048626VAN ASSELT MARJOLEIN B A RIJKENS-KLOMP N ldquoA look in the

mirror reflection on participation in Integrated Assessment from amethodological perspectiverdquo Global Environmental Change vol 10486251048626 n1048627 p 104862510486301048631-104862510486321048628 1048626104862410486241048626

VAN NOTTEN P W F et al ldquoAn updated scenario typologyrdquo Futures vol10486271048629 n 1048629 p 104862810486261048627-104862810486281048627 1048626104862410486241048627

VAN VLIET M Kok K VELDKAMP T ldquoLinking stakeholders andmodellers in scenario studies the use of Fuzzy Cognitive Maps as acommunication and learning toolrdquo Futures vol 10486281048626 n 1048625 1048626104862410486241048633

VAN VUUREN D P et al ldquoScenarios in Global Environmental AssessmentsKey characteristics and lessons for future userdquo Global Environmental

Change vol 10486261048626 n 1048628 p 104863210486321048628-104863210486331048629 1048626104862410486251048626a

VAN VUUREN D P et al ldquoA proposal for a new scenario framework tosupport research and assessment in different climate research commu-nitiesrdquo Global Environmental Change vol 10486261048626 n 1048625 p 10486261048625-10486271048629 1048626104862410486251048626b

VERBURG P et al ldquoDownscaling of land use change scenarios to assess

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the dynamics of European landscapesrdquo Agriculture Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630

VERGRAGT P J QUIST J ldquoBackcasting for sustainability Introductionto the special issuerdquo echnological Forecasting and Social Change vol

10486311048632 n 1048629 p 104863110486281048631-104863110486291048629 1048626104862410486251048625VIEIRA I C G et al ldquoDeforestation and threats to the biodiversity of

Amazoniardquo Brazilian Journal of Biology vol 10486301048632 p 104863310486281048633-104863310486291048630 1048626104862410486241048632WESSELINK A et al ldquoRationales for public participation in environmental

policy and governance practitionersrsquo perspectivesrdquo Environment and

Planning A vol 10486281048627 n 10486251048625 p 1048626104863010486321048632-1048626104863110486241048628 1048626104862410486251048625WESTHOEK H J et al ldquoScenario development to explore the future of

Europersquos rural areasrdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628

p 1048631-10486261048624 1048626104862410486241048630aWesthoek H J VAN DEN BERG M BAKKES J A ldquoScenario deve-

lopment to explore the future of Europersquos rural areasrdquo Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630bWILKINSON A EIDINOW E ldquoEvolving practices in environmental

scenarios a new scenario typologyrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 p 104862410486281048629104862410486251048631 1048626104862410486241048632

WOLLENBERG E et al Anticipating Change Scenarios as a ool for Adaptive

Forest Management A Guide Bogor CIFOR 1048626104862410486241048624aWOLLENBERG E et al ldquoUsing scenarios to make decisions about the futu-

re anticipatory learning for the adaptive co-management of communityforestsrdquo Landscape and Urban Planning vol 10486281048631 n 1048625-1048626 p 10486301048629-10486311048631 1048626104862410486241048624b

WOLTJER G et al Te MAGNE model Module description Haia LEIWUR 1048626104862410486251048627

ZUREK M B HENRICHS T ldquoLinking scenarios across geographical scalesin international environmental assessmentsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048628 p 1048625104862610486321048626-1048625104862610486331048629 1048626104862410486241048631

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focada em fatores intrarregionais64 em especial no papel das estradasaacutereas protegidas e accedilotildees de comando e controle Dentre eles destacam-se

bull Os cenaacuterios propostos por Laurance Cochrane et al (1048626104862410486241048625) concentra-ram suas discussotildees nos efeitos do programa Avanccedila Brasil proposto pelo

governo brasileiro entre os anos de 1048626104862410486241048624 a 1048626104862410486241048631 que previam uma seacuterie deprojetos de infraestrutura inclusive na Amazocircnia Seus cenaacuterios quantita-tivos baseados em anaacutelises espaciais extrapolam para os proacuteximos vinteanos os impactos desse aumento de infraestrutura com base nos impactosdas deacutecadas anteriores Formularam-se dois cenaacuterios um pessimista queconsiderava a manutenccedilatildeo das tendecircncias do desmatamento e um otimistano qual o desmatamento e a degradaccedilatildeo florestal seriam reduzidos atraveacutesde uma seacuterie de accedilotildees de proteccedilatildeo ambiental

bull Soares-Filho Nepstad et al (1048626104862410486241048630) discutiram a importacircncia das aacutereasprotegidas e o impacto de novas rodovias pavimentadas nas mudanccedilas deuso da terra na bacia amazocircnica Foram desenvolvidos oito cenaacuterios dosquais o mais pessimista assumia que o desmatamento iria continuar deacordo com as tendecircncias observadas ateacute entatildeo as estradas seriam pavimen-tadas as reservas legais natildeo seriam respeitadas e nem seriam criadas novasaacutereas protegidas Esses autores tambeacutem consideraram reflexos de decisotildeespoliacutetico-administrativas num cenaacuterio oposto chamado governanccedila em

que pressupunham a manutenccedilatildeo das reservas e de zonas agroecoloacutegicasde uso da terra e a criaccedilatildeo de novas aacutereas protegidas Aleacutem desses foramconsiderados seis cenaacuterios intermediaacuteriosbull O mesmo estudo considerou a contribuiccedilatildeo das aacutereas protegidas parauma possiacutevel reduccedilatildeo do desmatamento atraveacutes da construccedilatildeo de cincocenaacuterios para 1048626104862410486291048624 que incluiacuteam (a) a exclusatildeo de todas as aacutereas protegidasexistentes (b) todas as aacutereas protegidas criadas ateacute 1048626104862410486241048626 (c) as aacutereas pro-tegidas criadas ateacute 1048626104862410486241048632 exceto as treze aacutereas criadas a partir do programaAacutereas Protegidas da Amazocircnia (ARPA) (d) todas as aacutereas protegidas ateacute1048626104862410486241048632 sem exceccedilatildeo (e) as aacutereas protegidas ateacute 1048626104862410486241048626 com expansatildeo previstapelo ARPA Os cenaacuterios de uso da terra considerando estas aacutereas protegidasforam combinados com dois cenaacuterios socioeconocircmicos para crescimentoalto e moderado da agricultura

10486301048628 Em escala regional muitos modelos economeacutetricos e estatiacutesticos foram desenvolvidos para estudar as

causas do desmatamento como vemos em Reis e Guzmaacuten (1994) Andersen e Reis (1997) Pfaff (1999)

Margulis (2004) e Andersen Granger et al (2002) Aguiar Cacircmara et al (2007) apresentam uma revisatildeo

desses modelos Neste capiacutetulo enfocamos estudos que geraram resultados espacialmente expliacutecitos

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A Figura 1048628 compara as taxas de desmatamento estimadas ou ado-tadas nesses trabalhos Como pode ser observado na Figura 1048628b mesmoas projeccedilotildees mais ldquootimistasrdquo superestimaram as taxas de desmatamentoobservadas de 1048626104862410486241048628 ateacute 1048626104862410486251048626 como discutido por Dalla-Nora Aguiar et

al (1048626104862410486251048628) Esse fato de modo algum desmerece a importacircncia dos traba-lhos principalmente porque a proacutepria repercussatildeo dos estudos pode terinfluenciado decisotildees poliacutetico-administrativas de controle do processodesordenado de ocupaccedilatildeo da regiatildeo

Pesa tambeacutem sobre modelos que buscam representar processos sociaisa inerente complexidade dos fatores que os influenciam Logo decisotildeesmetodoloacutegicas devem ser tomadas durante o processo de construccedilatildeo dosmodelos que satildeo sempre uma representaccedilatildeo simplificada da realidade Como

mencionado anteriormente os cenaacuterios acima utilizam principalmentefatores intrarregionais como determinantes tanto da localizaccedilatildeo quanto daquantidade de mudanccedilas (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048628) Assim descon-sideram o contexto econocircmico e institucional nos niacuteveis global e nacionalinclusive os padrotildees de consumo as oscilaccedilotildees do mercado e as decisotildeespoliacuteticas mais amplas sendo as taxas de desmatamento determinadas peloaumento ou diminuiccedilatildeo de estradas e aacutereas protegidas

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Figura axas de desmatamento estimadas por diferentes modelos

Fonte Dalla-Nora et al ()

Subjacente a isso existe um aspecto mais sutil relacionado ao proacuteprioconceito de cenaacuterios discutidos neste capiacutetulo Os resultados dos estudos

que buscaram estimar taxas de desmatamento representam em linhasgerais um mesmo cenaacuterio BAU ndash uma visatildeo do futuro fundamentada nastendecircncias de desmatamento observadas com variaccedilotildees em termos deestradas aacutereas protegidas etc ( policy ) Dessa maneira nenhum dos tra-balhos referidos explorou de fato futuros alternativos e por consequecircncianatildeo tratou como incerteza o posicionamento do governo e da sociedadeem relaccedilatildeo agraves questotildees ambientais E a reversatildeo da trajetoacuteria da taxa dedesmatamento tem sido em grande parte creditada agraves accedilotildees de comando econtrole de restriccedilatildeo ao creacutedito rural e de sistemas de monitoramento nocontexto do Plano de Prevenccedilatildeo e Controle do Desmatamento na AmazocircniaLegal (PPCDAm) enquanto sua manutenccedilatildeo vem sendo atrelada a umanova postura dos mercados consumidores exemplificada pelos acordosdas moratoacuterias da carne e soja

Uma abordagem alternativa agrave utilizaccedilatildeo exclusiva de fatores intrar-regionais foi proposta por Aguiar (1048626104862410486241048630) na qual a quantidade de desma-

tamento era exoacutegena ao modelo como uma proxy da pressatildeo de mercadopara a expansatildeo da fronteira agropecuaacuteria Embora esse estudo natildeo pre-tendesse estimar taxas de desmatamento como os demais ele apresentavacomo diferencial sua busca por ilustrar o balanccedilo entre fatores locais e a

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pressatildeo externa do mercado Com isso enfatizou a necessidade tanto deconsiderar ambos em exerciacutecios de modelagem e em poliacuteticas de contenccedilatildeoao desmatamento quanto de interpretar toda a regiatildeo de modo holiacutesticopois caso medidas mais abrangentes natildeo fossem incorporadas ndash como

restriccedilotildees ao creacutedito rural e accedilotildees de comando e controle ndash a pressatildeo domercado poderia deslocar as fronteiras para aacutereas natildeo protegidas O modelotambeacutem introduz a representaccedilatildeo de mecanismos de comando e controlee cumprimento da lei como o Coacutedigo Florestal

Um dos principais fatores para a representaccedilatildeo dos padrotildees espaciaisde desmatamento na Amazocircnia eacute a conectividade da regiatildeo com os mer-cados nacionais devido agrave proximidade atraveacutes da rede viaacuteria Eacute a conexatildeoa mercados interagindo com fatores locais ndash como a presenccedila de aacutereas

protegidas a distacircncia de estradas assentamentos e qualidade do solo ndashque explicava os padrotildees passados de desmatamento na regiatildeo (Aguiar etal 1048626104862410486241048631) Mas mesmo nesse trabalho como ilustra a Figura 1048628 a menortaxa de desmatamento considerada eacute de 10486251048629104862410486241048624 km1048626ano

Por outro lado comeccedilaram a surgir mais recentemente trabalhos queconsideram o futuro da Amazocircnia dentro do contexto global e nacionalde pressatildeo por alimentos alinhados a estudos de cenaacuterios globais Umprimeiro exemplo para a regiatildeo foi o estudo de Lapola Schaldach et al

(1048626104862410486251048624) que explorava atraveacutes de modelos computacionais os impactos daproduccedilatildeo de biocombustiacuteveis no Brasil e seus efeitos sobre as fronteirasagriacutecolas e pecuaacuterias O estudo sugere um deslocamento da pecuaacuteria paraa Amazocircnia com uma expansatildeo de 104862510486261048625104863310486311048624 km1048626 representando mudanccedilasregionais indiretas ligadas aos contextos nacional e global e apontandopara uma tendecircncia na aacuterea de modelagem e cenaacuterios de uso da terraPoreacutem cabe ressaltar que os resultados desse estudo tampouco captamos padrotildees observados do desmatamento (Figura 1048628) Em contraponto aosestudos mencionados este privilegiou fatores globais mas simplificouos fatores intrarregionais mostrando como uma abordagem totalmentebaseada nas forccedilas de mercado natildeo seria capaz de representar a complexarealidade da regiatildeo

Nesse sentido a tendecircncia atual em novos modelos eacute tratar a regiatildeocomo um sistema aberto interconectado aos mercados globais e nacionaiscomo resumido por Dalla-Nora Aguiar et al (1048626104862410486251048628) Nesses novos mode-

los as trajetoacuterias de uso da terra na Amazocircnia passam a ser consideradasno contexto daquelas do resto do paiacutes em especial no Cerrado Por outrolado os contextos socioeconocircmico institucional e poliacutetico local interagemcom as demais escalas e devem ser representados tambeacutem Esse eacute o desafio

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que os pesquisadores da aacuterea de modelagem de mudanccedilas e uso da terraenfrentam no momento

Existem vaacuterias iniciativas em andamento que buscam combinarmodelos econocircmicos de equiliacutebrio geral ndash ou parcial ndash a modelos es-

pacialmente expliacutecitos com mais detalhe sobre o Brasil Destacam-senessa linha o projeto SIMBRASIL-1048626OPTIMAGRO desenvolvido pelaUniversidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que integra a plataformade modelagem Dinacircmica EGO (Soares-Filho Rodrigues et al 1048626104862410486241048633) aoBrazilian Land Use Model (Blum) um modelo econocircmico de equiliacutebrioparcial desenvolvido pelo Instituto de Estudos do Comeacutercio e NegociaccedilotildeesInternacionais (Icone)

No contexto do projeto de pesquisa REDD-PAC ndash uma parceria

entre o Instituto Internacional de Anaacutelise de Sistemas Aplicados (Iiasa)o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Instituo de PesquisaEconocircmica Aplicada (Ipea) ndash uma versatildeo do modelo de equiliacutebrio parcialGlobal Biosphere Management Model (Globiom) estaacute sendo adaptadopara o Brasil

Tambeacutem no Inpe estaacute em andamento a integraccedilatildeo de modelos gera-dos na plataforma LuccME (Aguiar 1048626104862410486251048626) para a Amazocircnia e o Cerrado agraveplataforma Magnet (Woltjer Kuiper et al 1048626104862410486251048627) um modelo de equiliacutebrio

geral desenvolvido no Instituto de Economia Agriacutecola da Universidade deWageningen na Holanda com base no Projeto de Anaacutelise do ComeacutercioGlobal (GTAP) da Universidade de Purdue (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048627)

Finalmente voltando agrave distinccedilatildeo entre resultados de modelos e oconceito de cenaacuterios de modo mais amplo tais projetos visam ao desen- volvimento de modelos ou arcabouccedilos computacionais Estes por sua vezpoderatildeo posteriormente ser utilizados em estudos de cenaacuterios A constru-ccedilatildeo de cenaacuterios eacute um processo longo e complexo em si particularmentese realizado de modo participativo com a presenccedila de stakeholders e emmuacuteltiplas escalas Processos participativos para a discussatildeo de cenaacuteriosnatildeo satildeo comuns no Brasil quanto menos os que almejam uma abordagemquantitativa e qualitativa Entre os estudos qualitativos realizados para aAmazocircnia cabe citarbull Goacutemes (1048626104862410486241048633) desenvolveu quatro cenaacuterios qualitativos para toda a baciaamazocircnica para 1048626104862410486261048630 baseados na participaccedilatildeo de stakeholders e atores

responsaacuteveis por tomadas de decisatildeo Esses cenaacuterios exploraram umacombinaccedilatildeo entre trecircs fontes de incerteza consideradas criacuteticas (a) o papeldas poliacuteticas puacuteblicas na regulamentaccedilatildeo do uso dos recursos naturais (b)o comportamento do mercado (c) inovaccedilatildeo ciecircncia e tecnologia

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bull Kok (1048626104862410486241048633) e Soler Kok et al (1048626104862410486241048633) utilizaram uma ferramenta semi-quantitativa ( fuzzy cognitive maps) com o objetivo de aprimorar a uniatildeode cenaacuterios quantitativos e qualitativos para capturar melhor a dinacircmicado desmatamento apresentando-a em narrativas mais consistentes e numa

maior diversidade de modelos quantitativosbull Vieira Toledo et al (1048626104862410486241048632) combinaram cenaacuterios qualitativos a um mo-delo quantitativo de multiagentes ndash a plataforma Cormas desenvolvidapor pesquisadores do Centro de Cooperaccedilatildeo Internacional de PesquisaAgronocircmica para o Desenvolvimento (Centre de Coopeacuteration Internationaleen Recherche Agronomique pour le Deacuteveloppement ndash Cirad) ndash para pro-mover um diaacutelogo entre atores locais com poder de decisatildeo e cientistas apartir da adoccedilatildeo de meacutetodos participativos

bull Os cenaacuterios do Environment Outlook in Amazonia (GEO Amazonia)(Unep 1048626104862410486241048632) satildeo qualitativos10486301048629 formulados com a participaccedilatildeo de especia-listas e stakeholders com o horizonte de tempo 1048626104862410486241048630-1048626104862410486251048630-1048626104862410486261048630 A definiccedilatildeode poliacuteticas puacuteblicas o comportamento do mercado e o desenvolvimentoda ciecircncia e da tecnologia satildeo os principais fatores determinantes e fontesde incerteza capazes de interferir no destino da Amazocircnia Com base naanaacutelise exploratoacuteria dessas incertezas foram selecionados quarto cenaacuteriosconsiderados plausiacuteveis pelos stakeholders Emergent Amazonia Inching

Along the Precipice Light and Shadows e Once-Greenhell Cabe notar quenesse processo do GEO para a Amazocircnia um cenaacuterio de sustentabilidadebaseado na melhoria da qualidade de vida da regiatildeo e utilizaccedilatildeo sustentaacuteveldos recursos naturais natildeo foi desenvolvido por ser o ideal e desejaacutevel paraa regiatildeo ndash e o processo natildeo foi normativobull Folhes (1048626104862410486251048624) e Folhes Aguiar et al (sd) adaptaram abordagens decenaacuterios participativos multiescala agrave realidade da Amazocircnia utilizando oProjeto de Assentamento Extrativista Lago Grande (PAE Lago Grande)em Santareacutem como primeiro caso de estudo Poreacutem a abordagem adota-da foi a de construccedilatildeo de cenaacuterios normativos Numa situaccedilatildeo em que oscenaacuterios podem ser qualitativos normativos participativos ou multiescalarealizado para todo o assentamento e em trecircs comunidades os stakeholders

definiram em cada escala de estudo um cenaacuterio desejado (sustentaacutevel) e umnatildeo desejado no horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-1048626104862410486261048624 O processo promoveuuma discussatildeo sobre as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o futuro sustentaacutevel

De modo mais amplo os pesquisadores buscavam entender se tal processo

10486301048629 Em outros processos de cenaacuterios do GEO como o GEO-4 modelos computacionais foram utilizados

para gerar dados quantitativos

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participativo de construccedilatildeo de cenaacuterios poderia ser efetivo como ferramentano processo de consolidaccedilatildeo de diferentes unidades territoriais da regiatildeoSeguindo uma abordagem semelhante estaacute em andamento um processoparticipativo para a formulaccedilatildeo de cenaacuterios para toda a Amazocircnia com-

binando aspectos qualitativos e quantitativos normativos e exploratoacuteriosnum horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-104862610486241048629104862466 Os cenaacuterios qualitativos seratildeorepresentados por modelos computacionais em ambiente LuccME cujosresultados estatildeo em preparaccedilatildeo (Aguiara Vieira et al sd) e rediscutidoscom os stakeholders Diferentemente do processo adotado nos cenaacuteriosda Unep (GEO Amazonia) descrito acima o objetivo mais amplo doprojeto eacute justamente discutir as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o cenaacuteriode sustentabilidade

Conclusatildeo

Este capiacutetulo revisou os conceitos de cenaacuterios e suas principais abor-dagens visando subsidiar uma anaacutelise criacutetica sobre os modelos e cenaacuteriosdesenvolvidos nas deacutecadas anteriores para a Amazocircnia e entender asnecessidades de uma nova geraccedilatildeo de modelos computacionais em desen-

volvimento Espera-se que todos esses esforccedilos produzam modelos mais

robustos que contribuam para o avanccedilo cientiacutefico sobre os processos demudanccedila de uso da terra e possam ser utilizados pela sociedade como fer-ramentas em processos de discussatildeo sobre o futuro A existecircncia de vaacuteriosgrupos desenvolvendo modelos e cenaacuterios para a Amazocircnia e Brasil combase em meacutetodos e abordagens diferentes pode tambeacutem representar umganho para a sociedade

Em assuntos que envolvem interesses conflitantes como o uso da terrana Amazocircnia eacute preciso examinar atentamente as premissas e mecanismossubjacentes a modelos quantitativos que embasam os cenaacuterios ndash em especialos que satildeo construiacutedos com o objetivo expliacutecito de subsidiar a formula-ccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Pois no desejo por vezes bem intencionado docidadatildeo-pesquisador ao alertar sobre um problema ndash ou natildeo tatildeo bemintencionado ao defender grupos de interesses ndash manipulaccedilotildees podemfacilmente ser introduzidas E em alguns casos posiccedilotildees aparentementecientiacuteficas podem camuflar visotildees e interesses de muacuteltiplos atores e setores

ndash inclusive do proacuteprio governo Os modelos possuem tal complexidade que

10486301048630 O processo estaacute sendo liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (Embrapa) e pelo

Inpe no contexto do projeto Amazalert

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se tornam impenetraacuteveis para a maior parte da sociedade ndash e mesmo parapesquisadores de outras aacutereas E por vezes resultados de modelos passama ser tratados como verdades absolutas ndash o que eacute agravado quando existesomente um modelo para uma regiatildeo ou problema como no caso dos

impactos de obras de infraestrutura ou da expansatildeo de biocombustiacuteveisNatildeo podemos esquecer a frase de George Box que consideramos a

melhor sobre modelos ldquo Models are always wrong but some are useful rdquo Aoque acrescentamos e preste atenccedilatildeo nos grupos aos quais eles satildeo uacuteteis

Referecircncias

AGUIAR A P D et al ldquoSpatial statistical analysis of land-use determinants

in the Brazilian Amazonia Exploring intra-regional heterogeneityrdquoEcological Modelling vol 104862610486241048633 n 1048626-1048628 p 104862510486301048633-104862510486321048632 1048626104862410486241048631

AGUIAR A P D et al ldquoTerraME- LuccME an open-source frameworkfor spatially explicit land use change modellingrdquo Global Land Project

News vol 1048632 p 10486261048625-10486261048627 1048626104862410486251048626AGUIAR A P D et al Anticipating a forest transition scenario in the

Brazilian Amazon carbon emission estimates using a spatially-explicit

approach (submetido)

ALCAMO J RIBEIRO T Scenarios as tools for international environmentalassessments Copenhagen European Environment Agency 1048626104862410486241048625

ALCAMO J Searching for the future of land Scenarios from the local to

global scale Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630 p104862510486271048631-104862510486291048630ALCAMO J Environmental futures the practice of environmental scenario

analysis Amsterdam Elsevier 1048626104862410486241048632ANDERSEN L et al Te dynamics of Deforestation and Economic Growth

in the Brazilian Amazon Cambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048626ANDERSEN L REIS E Deforestation development and government policy

in the Brazilian Amazon an econometric analysis (IPEA Report 10486311048630-1048625104863310486331048631)Rio de Janeiro IPEA 1048625104863310486331048631

BIGGS R et al ldquoLinking futures across scales a dialog on multiscale sce-nariosrdquo Ecology and Society vol 10486251048626 1048626104862410486241048631

BOumlRJESON L et al ldquoScenario types and techniques Towards a userrsquosguiderdquo Futures vol 10486271048632 n 1048631 p 104863110486261048627-104863110486271048633 1048626104862410486241048630

BRADFIELD R ldquoe origins and evolution of scenario techniques in longrange business planningrdquo Futures vol 10486271048631 p 104863110486331048629-104863210486251048626 1048626104862410486241048629BRIASSOULIS H Analysis of Land Use Change Teoretical and Modeling

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Approaches Morgantown Regional Research Institute West VirginiaUniversity 1048626104862410486241048624

BUARQUE S C Metodologia e teacutecnicas de construccedilatildeo de cenaacuterios globais

e regionais Rio de Janeiro IPEA 1048626104862410486241048627

CARPENTER S R et al ldquoScenarios for ecosystem services an overviewrdquoEcology and Society vol 10486251048625 n 1048625 1048626104862410486241048630

COSGROVE W J RIJSBERMAN F R World water vision LondresEarthscan Publications Ltd 1048626104862410486241048624

DALLA983085NORA E L AGUIAR A P D Lapola D M WOLTJER G 1048626104862410486251048628Why have land use change models for the Amazon failed to capture the

amount of deforestation over the last decade Land Use Policy 10486271048633 104862810486241048627-104862810486251048625DREBORG K H ldquoEssence of backcastingrdquo Futures vol 10486261048632 n 1048633 p 104863210486251048627-

104863210486261048632 1048625104863310486331048630EVANS K et al Field guide to the Future Four Ways for Communities

to Tink Ahead Nairobi Center for International Forestry Research(CIFOR) 1048626104862410486241048630 10486321048631 p

FOLHES R Cenaacuterios de mudanccedilas de uso da terra na Amazocircnia Explorando

uma abordagem participativa e multi-escala no PAE Lago Grande em

Santareacutem-Paraacute Beleacutem Universidade Federal do Paraacute 1048626104862410486251048624FOLHES R T et al Multi-scale participatory scenario methods and territorial

planning in the Brazilian Amazon (submetido)GARB Y et al ldquoScenarios in society society in scenarios toward a so-

cial scientific analysis of storyline-driven environmental modelingrdquoEnvironmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

GIBSON C et al ldquoe concept of scale and the human dimensions ofglobal change a surveyrdquo Ecological Economics v 10486271048626 p 104862610486251048631ndash104862610486271048633 1048626104862410486241048624

GIROD B ldquoe evolution of the IPCCrsquos emissions scenariosrdquo Environmental

Science amp Policy vol 10486251048626 1048626104862410486241048633GODET M ldquoe Art of Scenarios and Strategic Planning Tools and Pitfallsrdquo

echnological Forecasting and Social Change vol 10486301048629 p 1048627-10486261048626 1048626104862410486241048624GOacuteMES N ldquoe future of Amazoniardquo In Geo Amazonia 1048626104862410486241048633 p 104862610486291048629-104862610486311048630HEIJDEN K V D Scenarios the Art of Strategic Conversation Chichester

Wiley 1048625104863310486331048630JEFFERSON M ldquoShell scenarios What really happened in the 1048625104863310486311048624s and

what may be learned for current world prospectsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048633 n 1048625 p 104862510486321048630ndash104862510486331048631 1048626104862410486251048626KAHN H WIENER A Te year A framework for Speculation on the

Next Tirty-Tree Years Nova Iorque Macmillan 1048625104863310486301048631

7212019 AGUIAR ASSIS FOLHES Etal 2014 Cenaacuterios e Modelos

httpslidepdfcomreaderfullaguiar-assis-folhes-etal-2014-cenarios-e-modelos 2427

KAHN H Te next Years a scenario for America and the world NovaIorque Morrow 1048625104863310486311048630

KOK K et al ldquoMulti-scale narratives from an IA perspective Part IIParticipatory local scenario developmentrdquo Futures vol 10486271048632 1048626104862410486241048630

KOK K et al ldquoMethods for Developing Multiscale Participatory ScenariosInsights from Southern Africa and Europerdquo Ecology and Society vol 104862510486261048626104862410486241048631

KOK K ldquoe potential of Fuzzy Cognitive Maps for semi-quantitative sce-nario development with an example from Brazilrdquo Global Environmental

Change vol 10486251048633 1048626104862410486241048633KOK K et al ldquoCombining participative backcasting and exploratory scena-

rio development Experiences from the SCENES projectrdquo echnological

Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863210486271048629-104863210486291048625 1048626104862410486251048625LAMBIN E F GEIST H J Land-Use and Land-Cover Change Local

Processes and Global Impacts Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630LAPOLA D M et al ldquoIndirect land-use changes can overcome carbon

savings from biofuels in Brazilrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America vol 104862510486241048631 n 1048632 p 1048627104862710486321048632-1048627104862710486331048627 1048626104862410486251048624LAURANCE W et al ldquoe future of the Brazilian Amazonrdquo Science vol

104862610486331048625 p 104862810486271048632-104862810486271048633 1048626104862410486241048625

LEGGETT J et al Emissions Scenarios for the IPCC an Update CambridgeCambridge University Press 1048625104863310486331048626 p 10486301048633-10486331048629

MARGULIS S Causes of deforestation in Brazilian Amazon World BankWorking Paper 10486261048626 Washington World Bank 1048626104862410486241048628

MEA Ecosystems and Human Well-Being Millennium Ecosystem Assessment

Scenarios for the Future of Ecosystem Services (Millenium EcosystemAssessment) Washington Island Press 1048626104862410486241048629

MEADOWS D H et al Te Limits to Growth A Report for the Club of

Romersquos Project on the Predicament of Mankind Nova Iorque UniversityBooks 1048625104863310486311048626

METZGER M J et al ldquoe vulnerability of ecosystem services to land usechangerdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628 p 10486301048633-10486321048629 1048626104862410486241048630

MILLER R ldquoFutures Literacy A Hybrid Strategic Scenario Methodrdquo Futures vol 10486271048633 p 104862710486281048625-104862710486301048626 1048626104862410486241048631

MOSS R H E et al ldquoe next generation of scenarios for climate change

research and assessmentrdquo Nature vol 104862810486301048627 1048626104862410486251048624NAKICENOVIC N A et al Special Report on Emissions ScenariosCambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048625

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NORA E D et al Amazon conservation might not be the end of deforestation

in Brazil 1048626104862410486251048627 (submetido)OrsquoNEILL B C NAKICENOVIC N ldquoLearning from global emissions

scenariosrdquo Environonmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

PARSON E A B et al Global change scenarios Teir development and useUS Climate Change Science Program 1048626104862410486241048630

PARSON E A ldquoUseful global-change scenarios current issues and chal-lengesrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 1048626104862410486241048632

PATEL M et al ldquoParticipatory scenario construction in land use analysisAn insight into the experiences created by stakeholder involvement inthe Northern Mediterraneanrdquo Land Use Policy vol 10486261048628 1048626104862410486241048631

PFAFF A ldquoWhat drives deforestation in the Brazilian Amazon Evidence

from Satellite and Socio-economic datardquo Journal of EnvironmentalEconomics and Management vol 10486271048631 p 10486261048630-10486281048627 1048625104863310486331048633

POSTMA T J M LIEBL F ldquoHow to improve scenario analysis as a stra-tegic management toolrdquo echnological Forecasting amp Social Change vol10486311048626 p 104862510486301048625-104862510486311048627 1048626104862410486241048629

PULVER S VAN DEVEER S Global Environmental Futures - Interrogatingthe Practice and Politics of Scenarios Brown University 1048626104862410486241048631

QUIST J VERGRAGT P ldquoPast and future of backcasting e shi to

stakeholder participation and a proposal for a methodological frameworkrdquoFutures vol 10486271048632 n 1048633 p 1048625104862410486261048631-1048625104862410486281048629 1048626104862410486241048630

QUIST J et al ldquoe impact and spin-off of participatory backcasting From vision to nicherdquo echnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n1048629 p 104863210486321048627-104863210486331048631 1048626104862410486251048625

RASKIN P D et al ldquoGlobal Scenarios in Historical Perspectivesrdquo InCARPENTER S R et al (Eds) Ecosystems and human well-being scena-

rios Volume findings of the scenarios working group of the Millennium

Ecosystem Assessment Washington Island Press 1048626104862410486241048629 p10486271048629-10486281048628REIS E GUZMAacuteN R ldquoAn econometric model of Amazon Deforestationrdquo

In BROWN K PEARCE D (Eds) Te causes of tropical deforestation

the economic and statistical analysis of factors giving rise to the loss of

tropical forests Londres University College London Press 1048625104863310486331048628 p104862510486311048626-10486331048625RICHARDS C et al Practical Approaches to Participation (SERG Socio-

Economic Research Group Policy Brief ) Aberdeen eMacaulay

Institute 1048626104862410486241048628ROBINSON J B ldquoEnergy backcasting A proposed method of policy analy-sisrdquo Energy Policy vol 10486251048624 n 1048628 p 104862710486271048631-104862710486281048628 1048625104863310486321048626

ROBINSON J et al ldquoEnvisioning sustainability Recent progress in the

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use of participatory backcasting approaches for sustainability researchrdquoechnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863110486291048630-104863110486301048632 1048626104862410486251048625

SANTOS A D D Metodologias participativas caminhos para o fortaleci-

mento de espaccedilos puacuteblicos socioambientais Petroacutepolis IIEB - Instituto

Internacional de Educaccedilatildeo do Brasil 1048626104862410486241048629SOARES-FILHO B et al ldquoModeling conservation in the Amazon basinrdquo

Nature vol 1048628104862710486321048633 mar 1048626104862410486241048630SOARES-FILHO B et al Modeling Environmental Dynamics with Dinamica

EGO Belo Horizonte UFMG 1048626104862410486241048633 104862510486261048624 pSOARES-FILHO B et al ldquoRole of Brazilian Amazon protected areas in

climate change mitigationrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America 10486261048630 maio 1048626104862410486251048624

SOLER L S et al ldquoUsing fuzzy cognitive maps to describe current systemdynamics and develop land cover scenarios a case study in the BrazilianAmazonrdquo Journal of Land Use Science vol 1048631 n 1048626 p104862510486281048633-104862510486311048629 10486251048627 dez 1048626104862410486251048626

STIRLING A ldquoAnalysis participation and power justification and closurein participatory multi-criteria analysisrdquo Land Use Policy vol 10486261048627 n 1048625 p10486331048629-104862510486241048631 1048626104862410486241048630

SWART R et al ldquoStabilisation scenarios for climate impact assessmentrdquoGlobal Environmental Change vol 10486251048626 1048626104862410486241048626

UNEP Environment Outlook in the Amazonia GEO Amazonia Panama1048626104862410486241048632

UNEP Global Environment Outlook Nairobi 1048626104862410486251048626VAN ASSELT MARJOLEIN B A RIJKENS-KLOMP N ldquoA look in the

mirror reflection on participation in Integrated Assessment from amethodological perspectiverdquo Global Environmental Change vol 10486251048626 n1048627 p 104862510486301048631-104862510486321048628 1048626104862410486241048626

VAN NOTTEN P W F et al ldquoAn updated scenario typologyrdquo Futures vol10486271048629 n 1048629 p 104862810486261048627-104862810486281048627 1048626104862410486241048627

VAN VLIET M Kok K VELDKAMP T ldquoLinking stakeholders andmodellers in scenario studies the use of Fuzzy Cognitive Maps as acommunication and learning toolrdquo Futures vol 10486281048626 n 1048625 1048626104862410486241048633

VAN VUUREN D P et al ldquoScenarios in Global Environmental AssessmentsKey characteristics and lessons for future userdquo Global Environmental

Change vol 10486261048626 n 1048628 p 104863210486321048628-104863210486331048629 1048626104862410486251048626a

VAN VUUREN D P et al ldquoA proposal for a new scenario framework tosupport research and assessment in different climate research commu-nitiesrdquo Global Environmental Change vol 10486261048626 n 1048625 p 10486261048625-10486271048629 1048626104862410486251048626b

VERBURG P et al ldquoDownscaling of land use change scenarios to assess

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the dynamics of European landscapesrdquo Agriculture Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630

VERGRAGT P J QUIST J ldquoBackcasting for sustainability Introductionto the special issuerdquo echnological Forecasting and Social Change vol

10486311048632 n 1048629 p 104863110486281048631-104863110486291048629 1048626104862410486251048625VIEIRA I C G et al ldquoDeforestation and threats to the biodiversity of

Amazoniardquo Brazilian Journal of Biology vol 10486301048632 p 104863310486281048633-104863310486291048630 1048626104862410486241048632WESSELINK A et al ldquoRationales for public participation in environmental

policy and governance practitionersrsquo perspectivesrdquo Environment and

Planning A vol 10486281048627 n 10486251048625 p 1048626104863010486321048632-1048626104863110486241048628 1048626104862410486251048625WESTHOEK H J et al ldquoScenario development to explore the future of

Europersquos rural areasrdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628

p 1048631-10486261048624 1048626104862410486241048630aWesthoek H J VAN DEN BERG M BAKKES J A ldquoScenario deve-

lopment to explore the future of Europersquos rural areasrdquo Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630bWILKINSON A EIDINOW E ldquoEvolving practices in environmental

scenarios a new scenario typologyrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 p 104862410486281048629104862410486251048631 1048626104862410486241048632

WOLLENBERG E et al Anticipating Change Scenarios as a ool for Adaptive

Forest Management A Guide Bogor CIFOR 1048626104862410486241048624aWOLLENBERG E et al ldquoUsing scenarios to make decisions about the futu-

re anticipatory learning for the adaptive co-management of communityforestsrdquo Landscape and Urban Planning vol 10486281048631 n 1048625-1048626 p 10486301048629-10486311048631 1048626104862410486241048624b

WOLTJER G et al Te MAGNE model Module description Haia LEIWUR 1048626104862410486251048627

ZUREK M B HENRICHS T ldquoLinking scenarios across geographical scalesin international environmental assessmentsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048628 p 1048625104862610486321048626-1048625104862610486331048629 1048626104862410486241048631

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A Figura 1048628 compara as taxas de desmatamento estimadas ou ado-tadas nesses trabalhos Como pode ser observado na Figura 1048628b mesmoas projeccedilotildees mais ldquootimistasrdquo superestimaram as taxas de desmatamentoobservadas de 1048626104862410486241048628 ateacute 1048626104862410486251048626 como discutido por Dalla-Nora Aguiar et

al (1048626104862410486251048628) Esse fato de modo algum desmerece a importacircncia dos traba-lhos principalmente porque a proacutepria repercussatildeo dos estudos pode terinfluenciado decisotildees poliacutetico-administrativas de controle do processodesordenado de ocupaccedilatildeo da regiatildeo

Pesa tambeacutem sobre modelos que buscam representar processos sociaisa inerente complexidade dos fatores que os influenciam Logo decisotildeesmetodoloacutegicas devem ser tomadas durante o processo de construccedilatildeo dosmodelos que satildeo sempre uma representaccedilatildeo simplificada da realidade Como

mencionado anteriormente os cenaacuterios acima utilizam principalmentefatores intrarregionais como determinantes tanto da localizaccedilatildeo quanto daquantidade de mudanccedilas (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048628) Assim descon-sideram o contexto econocircmico e institucional nos niacuteveis global e nacionalinclusive os padrotildees de consumo as oscilaccedilotildees do mercado e as decisotildeespoliacuteticas mais amplas sendo as taxas de desmatamento determinadas peloaumento ou diminuiccedilatildeo de estradas e aacutereas protegidas

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Figura axas de desmatamento estimadas por diferentes modelos

Fonte Dalla-Nora et al ()

Subjacente a isso existe um aspecto mais sutil relacionado ao proacuteprioconceito de cenaacuterios discutidos neste capiacutetulo Os resultados dos estudos

que buscaram estimar taxas de desmatamento representam em linhasgerais um mesmo cenaacuterio BAU ndash uma visatildeo do futuro fundamentada nastendecircncias de desmatamento observadas com variaccedilotildees em termos deestradas aacutereas protegidas etc ( policy ) Dessa maneira nenhum dos tra-balhos referidos explorou de fato futuros alternativos e por consequecircncianatildeo tratou como incerteza o posicionamento do governo e da sociedadeem relaccedilatildeo agraves questotildees ambientais E a reversatildeo da trajetoacuteria da taxa dedesmatamento tem sido em grande parte creditada agraves accedilotildees de comando econtrole de restriccedilatildeo ao creacutedito rural e de sistemas de monitoramento nocontexto do Plano de Prevenccedilatildeo e Controle do Desmatamento na AmazocircniaLegal (PPCDAm) enquanto sua manutenccedilatildeo vem sendo atrelada a umanova postura dos mercados consumidores exemplificada pelos acordosdas moratoacuterias da carne e soja

Uma abordagem alternativa agrave utilizaccedilatildeo exclusiva de fatores intrar-regionais foi proposta por Aguiar (1048626104862410486241048630) na qual a quantidade de desma-

tamento era exoacutegena ao modelo como uma proxy da pressatildeo de mercadopara a expansatildeo da fronteira agropecuaacuteria Embora esse estudo natildeo pre-tendesse estimar taxas de desmatamento como os demais ele apresentavacomo diferencial sua busca por ilustrar o balanccedilo entre fatores locais e a

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pressatildeo externa do mercado Com isso enfatizou a necessidade tanto deconsiderar ambos em exerciacutecios de modelagem e em poliacuteticas de contenccedilatildeoao desmatamento quanto de interpretar toda a regiatildeo de modo holiacutesticopois caso medidas mais abrangentes natildeo fossem incorporadas ndash como

restriccedilotildees ao creacutedito rural e accedilotildees de comando e controle ndash a pressatildeo domercado poderia deslocar as fronteiras para aacutereas natildeo protegidas O modelotambeacutem introduz a representaccedilatildeo de mecanismos de comando e controlee cumprimento da lei como o Coacutedigo Florestal

Um dos principais fatores para a representaccedilatildeo dos padrotildees espaciaisde desmatamento na Amazocircnia eacute a conectividade da regiatildeo com os mer-cados nacionais devido agrave proximidade atraveacutes da rede viaacuteria Eacute a conexatildeoa mercados interagindo com fatores locais ndash como a presenccedila de aacutereas

protegidas a distacircncia de estradas assentamentos e qualidade do solo ndashque explicava os padrotildees passados de desmatamento na regiatildeo (Aguiar etal 1048626104862410486241048631) Mas mesmo nesse trabalho como ilustra a Figura 1048628 a menortaxa de desmatamento considerada eacute de 10486251048629104862410486241048624 km1048626ano

Por outro lado comeccedilaram a surgir mais recentemente trabalhos queconsideram o futuro da Amazocircnia dentro do contexto global e nacionalde pressatildeo por alimentos alinhados a estudos de cenaacuterios globais Umprimeiro exemplo para a regiatildeo foi o estudo de Lapola Schaldach et al

(1048626104862410486251048624) que explorava atraveacutes de modelos computacionais os impactos daproduccedilatildeo de biocombustiacuteveis no Brasil e seus efeitos sobre as fronteirasagriacutecolas e pecuaacuterias O estudo sugere um deslocamento da pecuaacuteria paraa Amazocircnia com uma expansatildeo de 104862510486261048625104863310486311048624 km1048626 representando mudanccedilasregionais indiretas ligadas aos contextos nacional e global e apontandopara uma tendecircncia na aacuterea de modelagem e cenaacuterios de uso da terraPoreacutem cabe ressaltar que os resultados desse estudo tampouco captamos padrotildees observados do desmatamento (Figura 1048628) Em contraponto aosestudos mencionados este privilegiou fatores globais mas simplificouos fatores intrarregionais mostrando como uma abordagem totalmentebaseada nas forccedilas de mercado natildeo seria capaz de representar a complexarealidade da regiatildeo

Nesse sentido a tendecircncia atual em novos modelos eacute tratar a regiatildeocomo um sistema aberto interconectado aos mercados globais e nacionaiscomo resumido por Dalla-Nora Aguiar et al (1048626104862410486251048628) Nesses novos mode-

los as trajetoacuterias de uso da terra na Amazocircnia passam a ser consideradasno contexto daquelas do resto do paiacutes em especial no Cerrado Por outrolado os contextos socioeconocircmico institucional e poliacutetico local interagemcom as demais escalas e devem ser representados tambeacutem Esse eacute o desafio

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que os pesquisadores da aacuterea de modelagem de mudanccedilas e uso da terraenfrentam no momento

Existem vaacuterias iniciativas em andamento que buscam combinarmodelos econocircmicos de equiliacutebrio geral ndash ou parcial ndash a modelos es-

pacialmente expliacutecitos com mais detalhe sobre o Brasil Destacam-senessa linha o projeto SIMBRASIL-1048626OPTIMAGRO desenvolvido pelaUniversidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que integra a plataformade modelagem Dinacircmica EGO (Soares-Filho Rodrigues et al 1048626104862410486241048633) aoBrazilian Land Use Model (Blum) um modelo econocircmico de equiliacutebrioparcial desenvolvido pelo Instituto de Estudos do Comeacutercio e NegociaccedilotildeesInternacionais (Icone)

No contexto do projeto de pesquisa REDD-PAC ndash uma parceria

entre o Instituto Internacional de Anaacutelise de Sistemas Aplicados (Iiasa)o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Instituo de PesquisaEconocircmica Aplicada (Ipea) ndash uma versatildeo do modelo de equiliacutebrio parcialGlobal Biosphere Management Model (Globiom) estaacute sendo adaptadopara o Brasil

Tambeacutem no Inpe estaacute em andamento a integraccedilatildeo de modelos gera-dos na plataforma LuccME (Aguiar 1048626104862410486251048626) para a Amazocircnia e o Cerrado agraveplataforma Magnet (Woltjer Kuiper et al 1048626104862410486251048627) um modelo de equiliacutebrio

geral desenvolvido no Instituto de Economia Agriacutecola da Universidade deWageningen na Holanda com base no Projeto de Anaacutelise do ComeacutercioGlobal (GTAP) da Universidade de Purdue (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048627)

Finalmente voltando agrave distinccedilatildeo entre resultados de modelos e oconceito de cenaacuterios de modo mais amplo tais projetos visam ao desen- volvimento de modelos ou arcabouccedilos computacionais Estes por sua vezpoderatildeo posteriormente ser utilizados em estudos de cenaacuterios A constru-ccedilatildeo de cenaacuterios eacute um processo longo e complexo em si particularmentese realizado de modo participativo com a presenccedila de stakeholders e emmuacuteltiplas escalas Processos participativos para a discussatildeo de cenaacuteriosnatildeo satildeo comuns no Brasil quanto menos os que almejam uma abordagemquantitativa e qualitativa Entre os estudos qualitativos realizados para aAmazocircnia cabe citarbull Goacutemes (1048626104862410486241048633) desenvolveu quatro cenaacuterios qualitativos para toda a baciaamazocircnica para 1048626104862410486261048630 baseados na participaccedilatildeo de stakeholders e atores

responsaacuteveis por tomadas de decisatildeo Esses cenaacuterios exploraram umacombinaccedilatildeo entre trecircs fontes de incerteza consideradas criacuteticas (a) o papeldas poliacuteticas puacuteblicas na regulamentaccedilatildeo do uso dos recursos naturais (b)o comportamento do mercado (c) inovaccedilatildeo ciecircncia e tecnologia

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bull Kok (1048626104862410486241048633) e Soler Kok et al (1048626104862410486241048633) utilizaram uma ferramenta semi-quantitativa ( fuzzy cognitive maps) com o objetivo de aprimorar a uniatildeode cenaacuterios quantitativos e qualitativos para capturar melhor a dinacircmicado desmatamento apresentando-a em narrativas mais consistentes e numa

maior diversidade de modelos quantitativosbull Vieira Toledo et al (1048626104862410486241048632) combinaram cenaacuterios qualitativos a um mo-delo quantitativo de multiagentes ndash a plataforma Cormas desenvolvidapor pesquisadores do Centro de Cooperaccedilatildeo Internacional de PesquisaAgronocircmica para o Desenvolvimento (Centre de Coopeacuteration Internationaleen Recherche Agronomique pour le Deacuteveloppement ndash Cirad) ndash para pro-mover um diaacutelogo entre atores locais com poder de decisatildeo e cientistas apartir da adoccedilatildeo de meacutetodos participativos

bull Os cenaacuterios do Environment Outlook in Amazonia (GEO Amazonia)(Unep 1048626104862410486241048632) satildeo qualitativos10486301048629 formulados com a participaccedilatildeo de especia-listas e stakeholders com o horizonte de tempo 1048626104862410486241048630-1048626104862410486251048630-1048626104862410486261048630 A definiccedilatildeode poliacuteticas puacuteblicas o comportamento do mercado e o desenvolvimentoda ciecircncia e da tecnologia satildeo os principais fatores determinantes e fontesde incerteza capazes de interferir no destino da Amazocircnia Com base naanaacutelise exploratoacuteria dessas incertezas foram selecionados quarto cenaacuteriosconsiderados plausiacuteveis pelos stakeholders Emergent Amazonia Inching

Along the Precipice Light and Shadows e Once-Greenhell Cabe notar quenesse processo do GEO para a Amazocircnia um cenaacuterio de sustentabilidadebaseado na melhoria da qualidade de vida da regiatildeo e utilizaccedilatildeo sustentaacuteveldos recursos naturais natildeo foi desenvolvido por ser o ideal e desejaacutevel paraa regiatildeo ndash e o processo natildeo foi normativobull Folhes (1048626104862410486251048624) e Folhes Aguiar et al (sd) adaptaram abordagens decenaacuterios participativos multiescala agrave realidade da Amazocircnia utilizando oProjeto de Assentamento Extrativista Lago Grande (PAE Lago Grande)em Santareacutem como primeiro caso de estudo Poreacutem a abordagem adota-da foi a de construccedilatildeo de cenaacuterios normativos Numa situaccedilatildeo em que oscenaacuterios podem ser qualitativos normativos participativos ou multiescalarealizado para todo o assentamento e em trecircs comunidades os stakeholders

definiram em cada escala de estudo um cenaacuterio desejado (sustentaacutevel) e umnatildeo desejado no horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-1048626104862410486261048624 O processo promoveuuma discussatildeo sobre as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o futuro sustentaacutevel

De modo mais amplo os pesquisadores buscavam entender se tal processo

10486301048629 Em outros processos de cenaacuterios do GEO como o GEO-4 modelos computacionais foram utilizados

para gerar dados quantitativos

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participativo de construccedilatildeo de cenaacuterios poderia ser efetivo como ferramentano processo de consolidaccedilatildeo de diferentes unidades territoriais da regiatildeoSeguindo uma abordagem semelhante estaacute em andamento um processoparticipativo para a formulaccedilatildeo de cenaacuterios para toda a Amazocircnia com-

binando aspectos qualitativos e quantitativos normativos e exploratoacuteriosnum horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-104862610486241048629104862466 Os cenaacuterios qualitativos seratildeorepresentados por modelos computacionais em ambiente LuccME cujosresultados estatildeo em preparaccedilatildeo (Aguiara Vieira et al sd) e rediscutidoscom os stakeholders Diferentemente do processo adotado nos cenaacuteriosda Unep (GEO Amazonia) descrito acima o objetivo mais amplo doprojeto eacute justamente discutir as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o cenaacuteriode sustentabilidade

Conclusatildeo

Este capiacutetulo revisou os conceitos de cenaacuterios e suas principais abor-dagens visando subsidiar uma anaacutelise criacutetica sobre os modelos e cenaacuteriosdesenvolvidos nas deacutecadas anteriores para a Amazocircnia e entender asnecessidades de uma nova geraccedilatildeo de modelos computacionais em desen-

volvimento Espera-se que todos esses esforccedilos produzam modelos mais

robustos que contribuam para o avanccedilo cientiacutefico sobre os processos demudanccedila de uso da terra e possam ser utilizados pela sociedade como fer-ramentas em processos de discussatildeo sobre o futuro A existecircncia de vaacuteriosgrupos desenvolvendo modelos e cenaacuterios para a Amazocircnia e Brasil combase em meacutetodos e abordagens diferentes pode tambeacutem representar umganho para a sociedade

Em assuntos que envolvem interesses conflitantes como o uso da terrana Amazocircnia eacute preciso examinar atentamente as premissas e mecanismossubjacentes a modelos quantitativos que embasam os cenaacuterios ndash em especialos que satildeo construiacutedos com o objetivo expliacutecito de subsidiar a formula-ccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Pois no desejo por vezes bem intencionado docidadatildeo-pesquisador ao alertar sobre um problema ndash ou natildeo tatildeo bemintencionado ao defender grupos de interesses ndash manipulaccedilotildees podemfacilmente ser introduzidas E em alguns casos posiccedilotildees aparentementecientiacuteficas podem camuflar visotildees e interesses de muacuteltiplos atores e setores

ndash inclusive do proacuteprio governo Os modelos possuem tal complexidade que

10486301048630 O processo estaacute sendo liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (Embrapa) e pelo

Inpe no contexto do projeto Amazalert

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se tornam impenetraacuteveis para a maior parte da sociedade ndash e mesmo parapesquisadores de outras aacutereas E por vezes resultados de modelos passama ser tratados como verdades absolutas ndash o que eacute agravado quando existesomente um modelo para uma regiatildeo ou problema como no caso dos

impactos de obras de infraestrutura ou da expansatildeo de biocombustiacuteveisNatildeo podemos esquecer a frase de George Box que consideramos a

melhor sobre modelos ldquo Models are always wrong but some are useful rdquo Aoque acrescentamos e preste atenccedilatildeo nos grupos aos quais eles satildeo uacuteteis

Referecircncias

AGUIAR A P D et al ldquoSpatial statistical analysis of land-use determinants

in the Brazilian Amazonia Exploring intra-regional heterogeneityrdquoEcological Modelling vol 104862610486241048633 n 1048626-1048628 p 104862510486301048633-104862510486321048632 1048626104862410486241048631

AGUIAR A P D et al ldquoTerraME- LuccME an open-source frameworkfor spatially explicit land use change modellingrdquo Global Land Project

News vol 1048632 p 10486261048625-10486261048627 1048626104862410486251048626AGUIAR A P D et al Anticipating a forest transition scenario in the

Brazilian Amazon carbon emission estimates using a spatially-explicit

approach (submetido)

ALCAMO J RIBEIRO T Scenarios as tools for international environmentalassessments Copenhagen European Environment Agency 1048626104862410486241048625

ALCAMO J Searching for the future of land Scenarios from the local to

global scale Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630 p104862510486271048631-104862510486291048630ALCAMO J Environmental futures the practice of environmental scenario

analysis Amsterdam Elsevier 1048626104862410486241048632ANDERSEN L et al Te dynamics of Deforestation and Economic Growth

in the Brazilian Amazon Cambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048626ANDERSEN L REIS E Deforestation development and government policy

in the Brazilian Amazon an econometric analysis (IPEA Report 10486311048630-1048625104863310486331048631)Rio de Janeiro IPEA 1048625104863310486331048631

BIGGS R et al ldquoLinking futures across scales a dialog on multiscale sce-nariosrdquo Ecology and Society vol 10486251048626 1048626104862410486241048631

BOumlRJESON L et al ldquoScenario types and techniques Towards a userrsquosguiderdquo Futures vol 10486271048632 n 1048631 p 104863110486261048627-104863110486271048633 1048626104862410486241048630

BRADFIELD R ldquoe origins and evolution of scenario techniques in longrange business planningrdquo Futures vol 10486271048631 p 104863110486331048629-104863210486251048626 1048626104862410486241048629BRIASSOULIS H Analysis of Land Use Change Teoretical and Modeling

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Approaches Morgantown Regional Research Institute West VirginiaUniversity 1048626104862410486241048624

BUARQUE S C Metodologia e teacutecnicas de construccedilatildeo de cenaacuterios globais

e regionais Rio de Janeiro IPEA 1048626104862410486241048627

CARPENTER S R et al ldquoScenarios for ecosystem services an overviewrdquoEcology and Society vol 10486251048625 n 1048625 1048626104862410486241048630

COSGROVE W J RIJSBERMAN F R World water vision LondresEarthscan Publications Ltd 1048626104862410486241048624

DALLA983085NORA E L AGUIAR A P D Lapola D M WOLTJER G 1048626104862410486251048628Why have land use change models for the Amazon failed to capture the

amount of deforestation over the last decade Land Use Policy 10486271048633 104862810486241048627-104862810486251048625DREBORG K H ldquoEssence of backcastingrdquo Futures vol 10486261048632 n 1048633 p 104863210486251048627-

104863210486261048632 1048625104863310486331048630EVANS K et al Field guide to the Future Four Ways for Communities

to Tink Ahead Nairobi Center for International Forestry Research(CIFOR) 1048626104862410486241048630 10486321048631 p

FOLHES R Cenaacuterios de mudanccedilas de uso da terra na Amazocircnia Explorando

uma abordagem participativa e multi-escala no PAE Lago Grande em

Santareacutem-Paraacute Beleacutem Universidade Federal do Paraacute 1048626104862410486251048624FOLHES R T et al Multi-scale participatory scenario methods and territorial

planning in the Brazilian Amazon (submetido)GARB Y et al ldquoScenarios in society society in scenarios toward a so-

cial scientific analysis of storyline-driven environmental modelingrdquoEnvironmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

GIBSON C et al ldquoe concept of scale and the human dimensions ofglobal change a surveyrdquo Ecological Economics v 10486271048626 p 104862610486251048631ndash104862610486271048633 1048626104862410486241048624

GIROD B ldquoe evolution of the IPCCrsquos emissions scenariosrdquo Environmental

Science amp Policy vol 10486251048626 1048626104862410486241048633GODET M ldquoe Art of Scenarios and Strategic Planning Tools and Pitfallsrdquo

echnological Forecasting and Social Change vol 10486301048629 p 1048627-10486261048626 1048626104862410486241048624GOacuteMES N ldquoe future of Amazoniardquo In Geo Amazonia 1048626104862410486241048633 p 104862610486291048629-104862610486311048630HEIJDEN K V D Scenarios the Art of Strategic Conversation Chichester

Wiley 1048625104863310486331048630JEFFERSON M ldquoShell scenarios What really happened in the 1048625104863310486311048624s and

what may be learned for current world prospectsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048633 n 1048625 p 104862510486321048630ndash104862510486331048631 1048626104862410486251048626KAHN H WIENER A Te year A framework for Speculation on the

Next Tirty-Tree Years Nova Iorque Macmillan 1048625104863310486301048631

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KAHN H Te next Years a scenario for America and the world NovaIorque Morrow 1048625104863310486311048630

KOK K et al ldquoMulti-scale narratives from an IA perspective Part IIParticipatory local scenario developmentrdquo Futures vol 10486271048632 1048626104862410486241048630

KOK K et al ldquoMethods for Developing Multiscale Participatory ScenariosInsights from Southern Africa and Europerdquo Ecology and Society vol 104862510486261048626104862410486241048631

KOK K ldquoe potential of Fuzzy Cognitive Maps for semi-quantitative sce-nario development with an example from Brazilrdquo Global Environmental

Change vol 10486251048633 1048626104862410486241048633KOK K et al ldquoCombining participative backcasting and exploratory scena-

rio development Experiences from the SCENES projectrdquo echnological

Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863210486271048629-104863210486291048625 1048626104862410486251048625LAMBIN E F GEIST H J Land-Use and Land-Cover Change Local

Processes and Global Impacts Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630LAPOLA D M et al ldquoIndirect land-use changes can overcome carbon

savings from biofuels in Brazilrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America vol 104862510486241048631 n 1048632 p 1048627104862710486321048632-1048627104862710486331048627 1048626104862410486251048624LAURANCE W et al ldquoe future of the Brazilian Amazonrdquo Science vol

104862610486331048625 p 104862810486271048632-104862810486271048633 1048626104862410486241048625

LEGGETT J et al Emissions Scenarios for the IPCC an Update CambridgeCambridge University Press 1048625104863310486331048626 p 10486301048633-10486331048629

MARGULIS S Causes of deforestation in Brazilian Amazon World BankWorking Paper 10486261048626 Washington World Bank 1048626104862410486241048628

MEA Ecosystems and Human Well-Being Millennium Ecosystem Assessment

Scenarios for the Future of Ecosystem Services (Millenium EcosystemAssessment) Washington Island Press 1048626104862410486241048629

MEADOWS D H et al Te Limits to Growth A Report for the Club of

Romersquos Project on the Predicament of Mankind Nova Iorque UniversityBooks 1048625104863310486311048626

METZGER M J et al ldquoe vulnerability of ecosystem services to land usechangerdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628 p 10486301048633-10486321048629 1048626104862410486241048630

MILLER R ldquoFutures Literacy A Hybrid Strategic Scenario Methodrdquo Futures vol 10486271048633 p 104862710486281048625-104862710486301048626 1048626104862410486241048631

MOSS R H E et al ldquoe next generation of scenarios for climate change

research and assessmentrdquo Nature vol 104862810486301048627 1048626104862410486251048624NAKICENOVIC N A et al Special Report on Emissions ScenariosCambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048625

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NORA E D et al Amazon conservation might not be the end of deforestation

in Brazil 1048626104862410486251048627 (submetido)OrsquoNEILL B C NAKICENOVIC N ldquoLearning from global emissions

scenariosrdquo Environonmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

PARSON E A B et al Global change scenarios Teir development and useUS Climate Change Science Program 1048626104862410486241048630

PARSON E A ldquoUseful global-change scenarios current issues and chal-lengesrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 1048626104862410486241048632

PATEL M et al ldquoParticipatory scenario construction in land use analysisAn insight into the experiences created by stakeholder involvement inthe Northern Mediterraneanrdquo Land Use Policy vol 10486261048628 1048626104862410486241048631

PFAFF A ldquoWhat drives deforestation in the Brazilian Amazon Evidence

from Satellite and Socio-economic datardquo Journal of EnvironmentalEconomics and Management vol 10486271048631 p 10486261048630-10486281048627 1048625104863310486331048633

POSTMA T J M LIEBL F ldquoHow to improve scenario analysis as a stra-tegic management toolrdquo echnological Forecasting amp Social Change vol10486311048626 p 104862510486301048625-104862510486311048627 1048626104862410486241048629

PULVER S VAN DEVEER S Global Environmental Futures - Interrogatingthe Practice and Politics of Scenarios Brown University 1048626104862410486241048631

QUIST J VERGRAGT P ldquoPast and future of backcasting e shi to

stakeholder participation and a proposal for a methodological frameworkrdquoFutures vol 10486271048632 n 1048633 p 1048625104862410486261048631-1048625104862410486281048629 1048626104862410486241048630

QUIST J et al ldquoe impact and spin-off of participatory backcasting From vision to nicherdquo echnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n1048629 p 104863210486321048627-104863210486331048631 1048626104862410486251048625

RASKIN P D et al ldquoGlobal Scenarios in Historical Perspectivesrdquo InCARPENTER S R et al (Eds) Ecosystems and human well-being scena-

rios Volume findings of the scenarios working group of the Millennium

Ecosystem Assessment Washington Island Press 1048626104862410486241048629 p10486271048629-10486281048628REIS E GUZMAacuteN R ldquoAn econometric model of Amazon Deforestationrdquo

In BROWN K PEARCE D (Eds) Te causes of tropical deforestation

the economic and statistical analysis of factors giving rise to the loss of

tropical forests Londres University College London Press 1048625104863310486331048628 p104862510486311048626-10486331048625RICHARDS C et al Practical Approaches to Participation (SERG Socio-

Economic Research Group Policy Brief ) Aberdeen eMacaulay

Institute 1048626104862410486241048628ROBINSON J B ldquoEnergy backcasting A proposed method of policy analy-sisrdquo Energy Policy vol 10486251048624 n 1048628 p 104862710486271048631-104862710486281048628 1048625104863310486321048626

ROBINSON J et al ldquoEnvisioning sustainability Recent progress in the

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use of participatory backcasting approaches for sustainability researchrdquoechnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863110486291048630-104863110486301048632 1048626104862410486251048625

SANTOS A D D Metodologias participativas caminhos para o fortaleci-

mento de espaccedilos puacuteblicos socioambientais Petroacutepolis IIEB - Instituto

Internacional de Educaccedilatildeo do Brasil 1048626104862410486241048629SOARES-FILHO B et al ldquoModeling conservation in the Amazon basinrdquo

Nature vol 1048628104862710486321048633 mar 1048626104862410486241048630SOARES-FILHO B et al Modeling Environmental Dynamics with Dinamica

EGO Belo Horizonte UFMG 1048626104862410486241048633 104862510486261048624 pSOARES-FILHO B et al ldquoRole of Brazilian Amazon protected areas in

climate change mitigationrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America 10486261048630 maio 1048626104862410486251048624

SOLER L S et al ldquoUsing fuzzy cognitive maps to describe current systemdynamics and develop land cover scenarios a case study in the BrazilianAmazonrdquo Journal of Land Use Science vol 1048631 n 1048626 p104862510486281048633-104862510486311048629 10486251048627 dez 1048626104862410486251048626

STIRLING A ldquoAnalysis participation and power justification and closurein participatory multi-criteria analysisrdquo Land Use Policy vol 10486261048627 n 1048625 p10486331048629-104862510486241048631 1048626104862410486241048630

SWART R et al ldquoStabilisation scenarios for climate impact assessmentrdquoGlobal Environmental Change vol 10486251048626 1048626104862410486241048626

UNEP Environment Outlook in the Amazonia GEO Amazonia Panama1048626104862410486241048632

UNEP Global Environment Outlook Nairobi 1048626104862410486251048626VAN ASSELT MARJOLEIN B A RIJKENS-KLOMP N ldquoA look in the

mirror reflection on participation in Integrated Assessment from amethodological perspectiverdquo Global Environmental Change vol 10486251048626 n1048627 p 104862510486301048631-104862510486321048628 1048626104862410486241048626

VAN NOTTEN P W F et al ldquoAn updated scenario typologyrdquo Futures vol10486271048629 n 1048629 p 104862810486261048627-104862810486281048627 1048626104862410486241048627

VAN VLIET M Kok K VELDKAMP T ldquoLinking stakeholders andmodellers in scenario studies the use of Fuzzy Cognitive Maps as acommunication and learning toolrdquo Futures vol 10486281048626 n 1048625 1048626104862410486241048633

VAN VUUREN D P et al ldquoScenarios in Global Environmental AssessmentsKey characteristics and lessons for future userdquo Global Environmental

Change vol 10486261048626 n 1048628 p 104863210486321048628-104863210486331048629 1048626104862410486251048626a

VAN VUUREN D P et al ldquoA proposal for a new scenario framework tosupport research and assessment in different climate research commu-nitiesrdquo Global Environmental Change vol 10486261048626 n 1048625 p 10486261048625-10486271048629 1048626104862410486251048626b

VERBURG P et al ldquoDownscaling of land use change scenarios to assess

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the dynamics of European landscapesrdquo Agriculture Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630

VERGRAGT P J QUIST J ldquoBackcasting for sustainability Introductionto the special issuerdquo echnological Forecasting and Social Change vol

10486311048632 n 1048629 p 104863110486281048631-104863110486291048629 1048626104862410486251048625VIEIRA I C G et al ldquoDeforestation and threats to the biodiversity of

Amazoniardquo Brazilian Journal of Biology vol 10486301048632 p 104863310486281048633-104863310486291048630 1048626104862410486241048632WESSELINK A et al ldquoRationales for public participation in environmental

policy and governance practitionersrsquo perspectivesrdquo Environment and

Planning A vol 10486281048627 n 10486251048625 p 1048626104863010486321048632-1048626104863110486241048628 1048626104862410486251048625WESTHOEK H J et al ldquoScenario development to explore the future of

Europersquos rural areasrdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628

p 1048631-10486261048624 1048626104862410486241048630aWesthoek H J VAN DEN BERG M BAKKES J A ldquoScenario deve-

lopment to explore the future of Europersquos rural areasrdquo Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630bWILKINSON A EIDINOW E ldquoEvolving practices in environmental

scenarios a new scenario typologyrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 p 104862410486281048629104862410486251048631 1048626104862410486241048632

WOLLENBERG E et al Anticipating Change Scenarios as a ool for Adaptive

Forest Management A Guide Bogor CIFOR 1048626104862410486241048624aWOLLENBERG E et al ldquoUsing scenarios to make decisions about the futu-

re anticipatory learning for the adaptive co-management of communityforestsrdquo Landscape and Urban Planning vol 10486281048631 n 1048625-1048626 p 10486301048629-10486311048631 1048626104862410486241048624b

WOLTJER G et al Te MAGNE model Module description Haia LEIWUR 1048626104862410486251048627

ZUREK M B HENRICHS T ldquoLinking scenarios across geographical scalesin international environmental assessmentsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048628 p 1048625104862610486321048626-1048625104862610486331048629 1048626104862410486241048631

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Figura axas de desmatamento estimadas por diferentes modelos

Fonte Dalla-Nora et al ()

Subjacente a isso existe um aspecto mais sutil relacionado ao proacuteprioconceito de cenaacuterios discutidos neste capiacutetulo Os resultados dos estudos

que buscaram estimar taxas de desmatamento representam em linhasgerais um mesmo cenaacuterio BAU ndash uma visatildeo do futuro fundamentada nastendecircncias de desmatamento observadas com variaccedilotildees em termos deestradas aacutereas protegidas etc ( policy ) Dessa maneira nenhum dos tra-balhos referidos explorou de fato futuros alternativos e por consequecircncianatildeo tratou como incerteza o posicionamento do governo e da sociedadeem relaccedilatildeo agraves questotildees ambientais E a reversatildeo da trajetoacuteria da taxa dedesmatamento tem sido em grande parte creditada agraves accedilotildees de comando econtrole de restriccedilatildeo ao creacutedito rural e de sistemas de monitoramento nocontexto do Plano de Prevenccedilatildeo e Controle do Desmatamento na AmazocircniaLegal (PPCDAm) enquanto sua manutenccedilatildeo vem sendo atrelada a umanova postura dos mercados consumidores exemplificada pelos acordosdas moratoacuterias da carne e soja

Uma abordagem alternativa agrave utilizaccedilatildeo exclusiva de fatores intrar-regionais foi proposta por Aguiar (1048626104862410486241048630) na qual a quantidade de desma-

tamento era exoacutegena ao modelo como uma proxy da pressatildeo de mercadopara a expansatildeo da fronteira agropecuaacuteria Embora esse estudo natildeo pre-tendesse estimar taxas de desmatamento como os demais ele apresentavacomo diferencial sua busca por ilustrar o balanccedilo entre fatores locais e a

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pressatildeo externa do mercado Com isso enfatizou a necessidade tanto deconsiderar ambos em exerciacutecios de modelagem e em poliacuteticas de contenccedilatildeoao desmatamento quanto de interpretar toda a regiatildeo de modo holiacutesticopois caso medidas mais abrangentes natildeo fossem incorporadas ndash como

restriccedilotildees ao creacutedito rural e accedilotildees de comando e controle ndash a pressatildeo domercado poderia deslocar as fronteiras para aacutereas natildeo protegidas O modelotambeacutem introduz a representaccedilatildeo de mecanismos de comando e controlee cumprimento da lei como o Coacutedigo Florestal

Um dos principais fatores para a representaccedilatildeo dos padrotildees espaciaisde desmatamento na Amazocircnia eacute a conectividade da regiatildeo com os mer-cados nacionais devido agrave proximidade atraveacutes da rede viaacuteria Eacute a conexatildeoa mercados interagindo com fatores locais ndash como a presenccedila de aacutereas

protegidas a distacircncia de estradas assentamentos e qualidade do solo ndashque explicava os padrotildees passados de desmatamento na regiatildeo (Aguiar etal 1048626104862410486241048631) Mas mesmo nesse trabalho como ilustra a Figura 1048628 a menortaxa de desmatamento considerada eacute de 10486251048629104862410486241048624 km1048626ano

Por outro lado comeccedilaram a surgir mais recentemente trabalhos queconsideram o futuro da Amazocircnia dentro do contexto global e nacionalde pressatildeo por alimentos alinhados a estudos de cenaacuterios globais Umprimeiro exemplo para a regiatildeo foi o estudo de Lapola Schaldach et al

(1048626104862410486251048624) que explorava atraveacutes de modelos computacionais os impactos daproduccedilatildeo de biocombustiacuteveis no Brasil e seus efeitos sobre as fronteirasagriacutecolas e pecuaacuterias O estudo sugere um deslocamento da pecuaacuteria paraa Amazocircnia com uma expansatildeo de 104862510486261048625104863310486311048624 km1048626 representando mudanccedilasregionais indiretas ligadas aos contextos nacional e global e apontandopara uma tendecircncia na aacuterea de modelagem e cenaacuterios de uso da terraPoreacutem cabe ressaltar que os resultados desse estudo tampouco captamos padrotildees observados do desmatamento (Figura 1048628) Em contraponto aosestudos mencionados este privilegiou fatores globais mas simplificouos fatores intrarregionais mostrando como uma abordagem totalmentebaseada nas forccedilas de mercado natildeo seria capaz de representar a complexarealidade da regiatildeo

Nesse sentido a tendecircncia atual em novos modelos eacute tratar a regiatildeocomo um sistema aberto interconectado aos mercados globais e nacionaiscomo resumido por Dalla-Nora Aguiar et al (1048626104862410486251048628) Nesses novos mode-

los as trajetoacuterias de uso da terra na Amazocircnia passam a ser consideradasno contexto daquelas do resto do paiacutes em especial no Cerrado Por outrolado os contextos socioeconocircmico institucional e poliacutetico local interagemcom as demais escalas e devem ser representados tambeacutem Esse eacute o desafio

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que os pesquisadores da aacuterea de modelagem de mudanccedilas e uso da terraenfrentam no momento

Existem vaacuterias iniciativas em andamento que buscam combinarmodelos econocircmicos de equiliacutebrio geral ndash ou parcial ndash a modelos es-

pacialmente expliacutecitos com mais detalhe sobre o Brasil Destacam-senessa linha o projeto SIMBRASIL-1048626OPTIMAGRO desenvolvido pelaUniversidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que integra a plataformade modelagem Dinacircmica EGO (Soares-Filho Rodrigues et al 1048626104862410486241048633) aoBrazilian Land Use Model (Blum) um modelo econocircmico de equiliacutebrioparcial desenvolvido pelo Instituto de Estudos do Comeacutercio e NegociaccedilotildeesInternacionais (Icone)

No contexto do projeto de pesquisa REDD-PAC ndash uma parceria

entre o Instituto Internacional de Anaacutelise de Sistemas Aplicados (Iiasa)o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Instituo de PesquisaEconocircmica Aplicada (Ipea) ndash uma versatildeo do modelo de equiliacutebrio parcialGlobal Biosphere Management Model (Globiom) estaacute sendo adaptadopara o Brasil

Tambeacutem no Inpe estaacute em andamento a integraccedilatildeo de modelos gera-dos na plataforma LuccME (Aguiar 1048626104862410486251048626) para a Amazocircnia e o Cerrado agraveplataforma Magnet (Woltjer Kuiper et al 1048626104862410486251048627) um modelo de equiliacutebrio

geral desenvolvido no Instituto de Economia Agriacutecola da Universidade deWageningen na Holanda com base no Projeto de Anaacutelise do ComeacutercioGlobal (GTAP) da Universidade de Purdue (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048627)

Finalmente voltando agrave distinccedilatildeo entre resultados de modelos e oconceito de cenaacuterios de modo mais amplo tais projetos visam ao desen- volvimento de modelos ou arcabouccedilos computacionais Estes por sua vezpoderatildeo posteriormente ser utilizados em estudos de cenaacuterios A constru-ccedilatildeo de cenaacuterios eacute um processo longo e complexo em si particularmentese realizado de modo participativo com a presenccedila de stakeholders e emmuacuteltiplas escalas Processos participativos para a discussatildeo de cenaacuteriosnatildeo satildeo comuns no Brasil quanto menos os que almejam uma abordagemquantitativa e qualitativa Entre os estudos qualitativos realizados para aAmazocircnia cabe citarbull Goacutemes (1048626104862410486241048633) desenvolveu quatro cenaacuterios qualitativos para toda a baciaamazocircnica para 1048626104862410486261048630 baseados na participaccedilatildeo de stakeholders e atores

responsaacuteveis por tomadas de decisatildeo Esses cenaacuterios exploraram umacombinaccedilatildeo entre trecircs fontes de incerteza consideradas criacuteticas (a) o papeldas poliacuteticas puacuteblicas na regulamentaccedilatildeo do uso dos recursos naturais (b)o comportamento do mercado (c) inovaccedilatildeo ciecircncia e tecnologia

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bull Kok (1048626104862410486241048633) e Soler Kok et al (1048626104862410486241048633) utilizaram uma ferramenta semi-quantitativa ( fuzzy cognitive maps) com o objetivo de aprimorar a uniatildeode cenaacuterios quantitativos e qualitativos para capturar melhor a dinacircmicado desmatamento apresentando-a em narrativas mais consistentes e numa

maior diversidade de modelos quantitativosbull Vieira Toledo et al (1048626104862410486241048632) combinaram cenaacuterios qualitativos a um mo-delo quantitativo de multiagentes ndash a plataforma Cormas desenvolvidapor pesquisadores do Centro de Cooperaccedilatildeo Internacional de PesquisaAgronocircmica para o Desenvolvimento (Centre de Coopeacuteration Internationaleen Recherche Agronomique pour le Deacuteveloppement ndash Cirad) ndash para pro-mover um diaacutelogo entre atores locais com poder de decisatildeo e cientistas apartir da adoccedilatildeo de meacutetodos participativos

bull Os cenaacuterios do Environment Outlook in Amazonia (GEO Amazonia)(Unep 1048626104862410486241048632) satildeo qualitativos10486301048629 formulados com a participaccedilatildeo de especia-listas e stakeholders com o horizonte de tempo 1048626104862410486241048630-1048626104862410486251048630-1048626104862410486261048630 A definiccedilatildeode poliacuteticas puacuteblicas o comportamento do mercado e o desenvolvimentoda ciecircncia e da tecnologia satildeo os principais fatores determinantes e fontesde incerteza capazes de interferir no destino da Amazocircnia Com base naanaacutelise exploratoacuteria dessas incertezas foram selecionados quarto cenaacuteriosconsiderados plausiacuteveis pelos stakeholders Emergent Amazonia Inching

Along the Precipice Light and Shadows e Once-Greenhell Cabe notar quenesse processo do GEO para a Amazocircnia um cenaacuterio de sustentabilidadebaseado na melhoria da qualidade de vida da regiatildeo e utilizaccedilatildeo sustentaacuteveldos recursos naturais natildeo foi desenvolvido por ser o ideal e desejaacutevel paraa regiatildeo ndash e o processo natildeo foi normativobull Folhes (1048626104862410486251048624) e Folhes Aguiar et al (sd) adaptaram abordagens decenaacuterios participativos multiescala agrave realidade da Amazocircnia utilizando oProjeto de Assentamento Extrativista Lago Grande (PAE Lago Grande)em Santareacutem como primeiro caso de estudo Poreacutem a abordagem adota-da foi a de construccedilatildeo de cenaacuterios normativos Numa situaccedilatildeo em que oscenaacuterios podem ser qualitativos normativos participativos ou multiescalarealizado para todo o assentamento e em trecircs comunidades os stakeholders

definiram em cada escala de estudo um cenaacuterio desejado (sustentaacutevel) e umnatildeo desejado no horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-1048626104862410486261048624 O processo promoveuuma discussatildeo sobre as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o futuro sustentaacutevel

De modo mais amplo os pesquisadores buscavam entender se tal processo

10486301048629 Em outros processos de cenaacuterios do GEO como o GEO-4 modelos computacionais foram utilizados

para gerar dados quantitativos

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participativo de construccedilatildeo de cenaacuterios poderia ser efetivo como ferramentano processo de consolidaccedilatildeo de diferentes unidades territoriais da regiatildeoSeguindo uma abordagem semelhante estaacute em andamento um processoparticipativo para a formulaccedilatildeo de cenaacuterios para toda a Amazocircnia com-

binando aspectos qualitativos e quantitativos normativos e exploratoacuteriosnum horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-104862610486241048629104862466 Os cenaacuterios qualitativos seratildeorepresentados por modelos computacionais em ambiente LuccME cujosresultados estatildeo em preparaccedilatildeo (Aguiara Vieira et al sd) e rediscutidoscom os stakeholders Diferentemente do processo adotado nos cenaacuteriosda Unep (GEO Amazonia) descrito acima o objetivo mais amplo doprojeto eacute justamente discutir as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o cenaacuteriode sustentabilidade

Conclusatildeo

Este capiacutetulo revisou os conceitos de cenaacuterios e suas principais abor-dagens visando subsidiar uma anaacutelise criacutetica sobre os modelos e cenaacuteriosdesenvolvidos nas deacutecadas anteriores para a Amazocircnia e entender asnecessidades de uma nova geraccedilatildeo de modelos computacionais em desen-

volvimento Espera-se que todos esses esforccedilos produzam modelos mais

robustos que contribuam para o avanccedilo cientiacutefico sobre os processos demudanccedila de uso da terra e possam ser utilizados pela sociedade como fer-ramentas em processos de discussatildeo sobre o futuro A existecircncia de vaacuteriosgrupos desenvolvendo modelos e cenaacuterios para a Amazocircnia e Brasil combase em meacutetodos e abordagens diferentes pode tambeacutem representar umganho para a sociedade

Em assuntos que envolvem interesses conflitantes como o uso da terrana Amazocircnia eacute preciso examinar atentamente as premissas e mecanismossubjacentes a modelos quantitativos que embasam os cenaacuterios ndash em especialos que satildeo construiacutedos com o objetivo expliacutecito de subsidiar a formula-ccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Pois no desejo por vezes bem intencionado docidadatildeo-pesquisador ao alertar sobre um problema ndash ou natildeo tatildeo bemintencionado ao defender grupos de interesses ndash manipulaccedilotildees podemfacilmente ser introduzidas E em alguns casos posiccedilotildees aparentementecientiacuteficas podem camuflar visotildees e interesses de muacuteltiplos atores e setores

ndash inclusive do proacuteprio governo Os modelos possuem tal complexidade que

10486301048630 O processo estaacute sendo liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (Embrapa) e pelo

Inpe no contexto do projeto Amazalert

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se tornam impenetraacuteveis para a maior parte da sociedade ndash e mesmo parapesquisadores de outras aacutereas E por vezes resultados de modelos passama ser tratados como verdades absolutas ndash o que eacute agravado quando existesomente um modelo para uma regiatildeo ou problema como no caso dos

impactos de obras de infraestrutura ou da expansatildeo de biocombustiacuteveisNatildeo podemos esquecer a frase de George Box que consideramos a

melhor sobre modelos ldquo Models are always wrong but some are useful rdquo Aoque acrescentamos e preste atenccedilatildeo nos grupos aos quais eles satildeo uacuteteis

Referecircncias

AGUIAR A P D et al ldquoSpatial statistical analysis of land-use determinants

in the Brazilian Amazonia Exploring intra-regional heterogeneityrdquoEcological Modelling vol 104862610486241048633 n 1048626-1048628 p 104862510486301048633-104862510486321048632 1048626104862410486241048631

AGUIAR A P D et al ldquoTerraME- LuccME an open-source frameworkfor spatially explicit land use change modellingrdquo Global Land Project

News vol 1048632 p 10486261048625-10486261048627 1048626104862410486251048626AGUIAR A P D et al Anticipating a forest transition scenario in the

Brazilian Amazon carbon emission estimates using a spatially-explicit

approach (submetido)

ALCAMO J RIBEIRO T Scenarios as tools for international environmentalassessments Copenhagen European Environment Agency 1048626104862410486241048625

ALCAMO J Searching for the future of land Scenarios from the local to

global scale Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630 p104862510486271048631-104862510486291048630ALCAMO J Environmental futures the practice of environmental scenario

analysis Amsterdam Elsevier 1048626104862410486241048632ANDERSEN L et al Te dynamics of Deforestation and Economic Growth

in the Brazilian Amazon Cambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048626ANDERSEN L REIS E Deforestation development and government policy

in the Brazilian Amazon an econometric analysis (IPEA Report 10486311048630-1048625104863310486331048631)Rio de Janeiro IPEA 1048625104863310486331048631

BIGGS R et al ldquoLinking futures across scales a dialog on multiscale sce-nariosrdquo Ecology and Society vol 10486251048626 1048626104862410486241048631

BOumlRJESON L et al ldquoScenario types and techniques Towards a userrsquosguiderdquo Futures vol 10486271048632 n 1048631 p 104863110486261048627-104863110486271048633 1048626104862410486241048630

BRADFIELD R ldquoe origins and evolution of scenario techniques in longrange business planningrdquo Futures vol 10486271048631 p 104863110486331048629-104863210486251048626 1048626104862410486241048629BRIASSOULIS H Analysis of Land Use Change Teoretical and Modeling

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httpslidepdfcomreaderfullaguiar-assis-folhes-etal-2014-cenarios-e-modelos 2327

Approaches Morgantown Regional Research Institute West VirginiaUniversity 1048626104862410486241048624

BUARQUE S C Metodologia e teacutecnicas de construccedilatildeo de cenaacuterios globais

e regionais Rio de Janeiro IPEA 1048626104862410486241048627

CARPENTER S R et al ldquoScenarios for ecosystem services an overviewrdquoEcology and Society vol 10486251048625 n 1048625 1048626104862410486241048630

COSGROVE W J RIJSBERMAN F R World water vision LondresEarthscan Publications Ltd 1048626104862410486241048624

DALLA983085NORA E L AGUIAR A P D Lapola D M WOLTJER G 1048626104862410486251048628Why have land use change models for the Amazon failed to capture the

amount of deforestation over the last decade Land Use Policy 10486271048633 104862810486241048627-104862810486251048625DREBORG K H ldquoEssence of backcastingrdquo Futures vol 10486261048632 n 1048633 p 104863210486251048627-

104863210486261048632 1048625104863310486331048630EVANS K et al Field guide to the Future Four Ways for Communities

to Tink Ahead Nairobi Center for International Forestry Research(CIFOR) 1048626104862410486241048630 10486321048631 p

FOLHES R Cenaacuterios de mudanccedilas de uso da terra na Amazocircnia Explorando

uma abordagem participativa e multi-escala no PAE Lago Grande em

Santareacutem-Paraacute Beleacutem Universidade Federal do Paraacute 1048626104862410486251048624FOLHES R T et al Multi-scale participatory scenario methods and territorial

planning in the Brazilian Amazon (submetido)GARB Y et al ldquoScenarios in society society in scenarios toward a so-

cial scientific analysis of storyline-driven environmental modelingrdquoEnvironmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

GIBSON C et al ldquoe concept of scale and the human dimensions ofglobal change a surveyrdquo Ecological Economics v 10486271048626 p 104862610486251048631ndash104862610486271048633 1048626104862410486241048624

GIROD B ldquoe evolution of the IPCCrsquos emissions scenariosrdquo Environmental

Science amp Policy vol 10486251048626 1048626104862410486241048633GODET M ldquoe Art of Scenarios and Strategic Planning Tools and Pitfallsrdquo

echnological Forecasting and Social Change vol 10486301048629 p 1048627-10486261048626 1048626104862410486241048624GOacuteMES N ldquoe future of Amazoniardquo In Geo Amazonia 1048626104862410486241048633 p 104862610486291048629-104862610486311048630HEIJDEN K V D Scenarios the Art of Strategic Conversation Chichester

Wiley 1048625104863310486331048630JEFFERSON M ldquoShell scenarios What really happened in the 1048625104863310486311048624s and

what may be learned for current world prospectsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048633 n 1048625 p 104862510486321048630ndash104862510486331048631 1048626104862410486251048626KAHN H WIENER A Te year A framework for Speculation on the

Next Tirty-Tree Years Nova Iorque Macmillan 1048625104863310486301048631

7212019 AGUIAR ASSIS FOLHES Etal 2014 Cenaacuterios e Modelos

httpslidepdfcomreaderfullaguiar-assis-folhes-etal-2014-cenarios-e-modelos 2427

KAHN H Te next Years a scenario for America and the world NovaIorque Morrow 1048625104863310486311048630

KOK K et al ldquoMulti-scale narratives from an IA perspective Part IIParticipatory local scenario developmentrdquo Futures vol 10486271048632 1048626104862410486241048630

KOK K et al ldquoMethods for Developing Multiscale Participatory ScenariosInsights from Southern Africa and Europerdquo Ecology and Society vol 104862510486261048626104862410486241048631

KOK K ldquoe potential of Fuzzy Cognitive Maps for semi-quantitative sce-nario development with an example from Brazilrdquo Global Environmental

Change vol 10486251048633 1048626104862410486241048633KOK K et al ldquoCombining participative backcasting and exploratory scena-

rio development Experiences from the SCENES projectrdquo echnological

Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863210486271048629-104863210486291048625 1048626104862410486251048625LAMBIN E F GEIST H J Land-Use and Land-Cover Change Local

Processes and Global Impacts Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630LAPOLA D M et al ldquoIndirect land-use changes can overcome carbon

savings from biofuels in Brazilrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America vol 104862510486241048631 n 1048632 p 1048627104862710486321048632-1048627104862710486331048627 1048626104862410486251048624LAURANCE W et al ldquoe future of the Brazilian Amazonrdquo Science vol

104862610486331048625 p 104862810486271048632-104862810486271048633 1048626104862410486241048625

LEGGETT J et al Emissions Scenarios for the IPCC an Update CambridgeCambridge University Press 1048625104863310486331048626 p 10486301048633-10486331048629

MARGULIS S Causes of deforestation in Brazilian Amazon World BankWorking Paper 10486261048626 Washington World Bank 1048626104862410486241048628

MEA Ecosystems and Human Well-Being Millennium Ecosystem Assessment

Scenarios for the Future of Ecosystem Services (Millenium EcosystemAssessment) Washington Island Press 1048626104862410486241048629

MEADOWS D H et al Te Limits to Growth A Report for the Club of

Romersquos Project on the Predicament of Mankind Nova Iorque UniversityBooks 1048625104863310486311048626

METZGER M J et al ldquoe vulnerability of ecosystem services to land usechangerdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628 p 10486301048633-10486321048629 1048626104862410486241048630

MILLER R ldquoFutures Literacy A Hybrid Strategic Scenario Methodrdquo Futures vol 10486271048633 p 104862710486281048625-104862710486301048626 1048626104862410486241048631

MOSS R H E et al ldquoe next generation of scenarios for climate change

research and assessmentrdquo Nature vol 104862810486301048627 1048626104862410486251048624NAKICENOVIC N A et al Special Report on Emissions ScenariosCambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048625

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NORA E D et al Amazon conservation might not be the end of deforestation

in Brazil 1048626104862410486251048627 (submetido)OrsquoNEILL B C NAKICENOVIC N ldquoLearning from global emissions

scenariosrdquo Environonmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

PARSON E A B et al Global change scenarios Teir development and useUS Climate Change Science Program 1048626104862410486241048630

PARSON E A ldquoUseful global-change scenarios current issues and chal-lengesrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 1048626104862410486241048632

PATEL M et al ldquoParticipatory scenario construction in land use analysisAn insight into the experiences created by stakeholder involvement inthe Northern Mediterraneanrdquo Land Use Policy vol 10486261048628 1048626104862410486241048631

PFAFF A ldquoWhat drives deforestation in the Brazilian Amazon Evidence

from Satellite and Socio-economic datardquo Journal of EnvironmentalEconomics and Management vol 10486271048631 p 10486261048630-10486281048627 1048625104863310486331048633

POSTMA T J M LIEBL F ldquoHow to improve scenario analysis as a stra-tegic management toolrdquo echnological Forecasting amp Social Change vol10486311048626 p 104862510486301048625-104862510486311048627 1048626104862410486241048629

PULVER S VAN DEVEER S Global Environmental Futures - Interrogatingthe Practice and Politics of Scenarios Brown University 1048626104862410486241048631

QUIST J VERGRAGT P ldquoPast and future of backcasting e shi to

stakeholder participation and a proposal for a methodological frameworkrdquoFutures vol 10486271048632 n 1048633 p 1048625104862410486261048631-1048625104862410486281048629 1048626104862410486241048630

QUIST J et al ldquoe impact and spin-off of participatory backcasting From vision to nicherdquo echnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n1048629 p 104863210486321048627-104863210486331048631 1048626104862410486251048625

RASKIN P D et al ldquoGlobal Scenarios in Historical Perspectivesrdquo InCARPENTER S R et al (Eds) Ecosystems and human well-being scena-

rios Volume findings of the scenarios working group of the Millennium

Ecosystem Assessment Washington Island Press 1048626104862410486241048629 p10486271048629-10486281048628REIS E GUZMAacuteN R ldquoAn econometric model of Amazon Deforestationrdquo

In BROWN K PEARCE D (Eds) Te causes of tropical deforestation

the economic and statistical analysis of factors giving rise to the loss of

tropical forests Londres University College London Press 1048625104863310486331048628 p104862510486311048626-10486331048625RICHARDS C et al Practical Approaches to Participation (SERG Socio-

Economic Research Group Policy Brief ) Aberdeen eMacaulay

Institute 1048626104862410486241048628ROBINSON J B ldquoEnergy backcasting A proposed method of policy analy-sisrdquo Energy Policy vol 10486251048624 n 1048628 p 104862710486271048631-104862710486281048628 1048625104863310486321048626

ROBINSON J et al ldquoEnvisioning sustainability Recent progress in the

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use of participatory backcasting approaches for sustainability researchrdquoechnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863110486291048630-104863110486301048632 1048626104862410486251048625

SANTOS A D D Metodologias participativas caminhos para o fortaleci-

mento de espaccedilos puacuteblicos socioambientais Petroacutepolis IIEB - Instituto

Internacional de Educaccedilatildeo do Brasil 1048626104862410486241048629SOARES-FILHO B et al ldquoModeling conservation in the Amazon basinrdquo

Nature vol 1048628104862710486321048633 mar 1048626104862410486241048630SOARES-FILHO B et al Modeling Environmental Dynamics with Dinamica

EGO Belo Horizonte UFMG 1048626104862410486241048633 104862510486261048624 pSOARES-FILHO B et al ldquoRole of Brazilian Amazon protected areas in

climate change mitigationrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America 10486261048630 maio 1048626104862410486251048624

SOLER L S et al ldquoUsing fuzzy cognitive maps to describe current systemdynamics and develop land cover scenarios a case study in the BrazilianAmazonrdquo Journal of Land Use Science vol 1048631 n 1048626 p104862510486281048633-104862510486311048629 10486251048627 dez 1048626104862410486251048626

STIRLING A ldquoAnalysis participation and power justification and closurein participatory multi-criteria analysisrdquo Land Use Policy vol 10486261048627 n 1048625 p10486331048629-104862510486241048631 1048626104862410486241048630

SWART R et al ldquoStabilisation scenarios for climate impact assessmentrdquoGlobal Environmental Change vol 10486251048626 1048626104862410486241048626

UNEP Environment Outlook in the Amazonia GEO Amazonia Panama1048626104862410486241048632

UNEP Global Environment Outlook Nairobi 1048626104862410486251048626VAN ASSELT MARJOLEIN B A RIJKENS-KLOMP N ldquoA look in the

mirror reflection on participation in Integrated Assessment from amethodological perspectiverdquo Global Environmental Change vol 10486251048626 n1048627 p 104862510486301048631-104862510486321048628 1048626104862410486241048626

VAN NOTTEN P W F et al ldquoAn updated scenario typologyrdquo Futures vol10486271048629 n 1048629 p 104862810486261048627-104862810486281048627 1048626104862410486241048627

VAN VLIET M Kok K VELDKAMP T ldquoLinking stakeholders andmodellers in scenario studies the use of Fuzzy Cognitive Maps as acommunication and learning toolrdquo Futures vol 10486281048626 n 1048625 1048626104862410486241048633

VAN VUUREN D P et al ldquoScenarios in Global Environmental AssessmentsKey characteristics and lessons for future userdquo Global Environmental

Change vol 10486261048626 n 1048628 p 104863210486321048628-104863210486331048629 1048626104862410486251048626a

VAN VUUREN D P et al ldquoA proposal for a new scenario framework tosupport research and assessment in different climate research commu-nitiesrdquo Global Environmental Change vol 10486261048626 n 1048625 p 10486261048625-10486271048629 1048626104862410486251048626b

VERBURG P et al ldquoDownscaling of land use change scenarios to assess

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the dynamics of European landscapesrdquo Agriculture Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630

VERGRAGT P J QUIST J ldquoBackcasting for sustainability Introductionto the special issuerdquo echnological Forecasting and Social Change vol

10486311048632 n 1048629 p 104863110486281048631-104863110486291048629 1048626104862410486251048625VIEIRA I C G et al ldquoDeforestation and threats to the biodiversity of

Amazoniardquo Brazilian Journal of Biology vol 10486301048632 p 104863310486281048633-104863310486291048630 1048626104862410486241048632WESSELINK A et al ldquoRationales for public participation in environmental

policy and governance practitionersrsquo perspectivesrdquo Environment and

Planning A vol 10486281048627 n 10486251048625 p 1048626104863010486321048632-1048626104863110486241048628 1048626104862410486251048625WESTHOEK H J et al ldquoScenario development to explore the future of

Europersquos rural areasrdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628

p 1048631-10486261048624 1048626104862410486241048630aWesthoek H J VAN DEN BERG M BAKKES J A ldquoScenario deve-

lopment to explore the future of Europersquos rural areasrdquo Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630bWILKINSON A EIDINOW E ldquoEvolving practices in environmental

scenarios a new scenario typologyrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 p 104862410486281048629104862410486251048631 1048626104862410486241048632

WOLLENBERG E et al Anticipating Change Scenarios as a ool for Adaptive

Forest Management A Guide Bogor CIFOR 1048626104862410486241048624aWOLLENBERG E et al ldquoUsing scenarios to make decisions about the futu-

re anticipatory learning for the adaptive co-management of communityforestsrdquo Landscape and Urban Planning vol 10486281048631 n 1048625-1048626 p 10486301048629-10486311048631 1048626104862410486241048624b

WOLTJER G et al Te MAGNE model Module description Haia LEIWUR 1048626104862410486251048627

ZUREK M B HENRICHS T ldquoLinking scenarios across geographical scalesin international environmental assessmentsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048628 p 1048625104862610486321048626-1048625104862610486331048629 1048626104862410486241048631

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pressatildeo externa do mercado Com isso enfatizou a necessidade tanto deconsiderar ambos em exerciacutecios de modelagem e em poliacuteticas de contenccedilatildeoao desmatamento quanto de interpretar toda a regiatildeo de modo holiacutesticopois caso medidas mais abrangentes natildeo fossem incorporadas ndash como

restriccedilotildees ao creacutedito rural e accedilotildees de comando e controle ndash a pressatildeo domercado poderia deslocar as fronteiras para aacutereas natildeo protegidas O modelotambeacutem introduz a representaccedilatildeo de mecanismos de comando e controlee cumprimento da lei como o Coacutedigo Florestal

Um dos principais fatores para a representaccedilatildeo dos padrotildees espaciaisde desmatamento na Amazocircnia eacute a conectividade da regiatildeo com os mer-cados nacionais devido agrave proximidade atraveacutes da rede viaacuteria Eacute a conexatildeoa mercados interagindo com fatores locais ndash como a presenccedila de aacutereas

protegidas a distacircncia de estradas assentamentos e qualidade do solo ndashque explicava os padrotildees passados de desmatamento na regiatildeo (Aguiar etal 1048626104862410486241048631) Mas mesmo nesse trabalho como ilustra a Figura 1048628 a menortaxa de desmatamento considerada eacute de 10486251048629104862410486241048624 km1048626ano

Por outro lado comeccedilaram a surgir mais recentemente trabalhos queconsideram o futuro da Amazocircnia dentro do contexto global e nacionalde pressatildeo por alimentos alinhados a estudos de cenaacuterios globais Umprimeiro exemplo para a regiatildeo foi o estudo de Lapola Schaldach et al

(1048626104862410486251048624) que explorava atraveacutes de modelos computacionais os impactos daproduccedilatildeo de biocombustiacuteveis no Brasil e seus efeitos sobre as fronteirasagriacutecolas e pecuaacuterias O estudo sugere um deslocamento da pecuaacuteria paraa Amazocircnia com uma expansatildeo de 104862510486261048625104863310486311048624 km1048626 representando mudanccedilasregionais indiretas ligadas aos contextos nacional e global e apontandopara uma tendecircncia na aacuterea de modelagem e cenaacuterios de uso da terraPoreacutem cabe ressaltar que os resultados desse estudo tampouco captamos padrotildees observados do desmatamento (Figura 1048628) Em contraponto aosestudos mencionados este privilegiou fatores globais mas simplificouos fatores intrarregionais mostrando como uma abordagem totalmentebaseada nas forccedilas de mercado natildeo seria capaz de representar a complexarealidade da regiatildeo

Nesse sentido a tendecircncia atual em novos modelos eacute tratar a regiatildeocomo um sistema aberto interconectado aos mercados globais e nacionaiscomo resumido por Dalla-Nora Aguiar et al (1048626104862410486251048628) Nesses novos mode-

los as trajetoacuterias de uso da terra na Amazocircnia passam a ser consideradasno contexto daquelas do resto do paiacutes em especial no Cerrado Por outrolado os contextos socioeconocircmico institucional e poliacutetico local interagemcom as demais escalas e devem ser representados tambeacutem Esse eacute o desafio

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que os pesquisadores da aacuterea de modelagem de mudanccedilas e uso da terraenfrentam no momento

Existem vaacuterias iniciativas em andamento que buscam combinarmodelos econocircmicos de equiliacutebrio geral ndash ou parcial ndash a modelos es-

pacialmente expliacutecitos com mais detalhe sobre o Brasil Destacam-senessa linha o projeto SIMBRASIL-1048626OPTIMAGRO desenvolvido pelaUniversidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que integra a plataformade modelagem Dinacircmica EGO (Soares-Filho Rodrigues et al 1048626104862410486241048633) aoBrazilian Land Use Model (Blum) um modelo econocircmico de equiliacutebrioparcial desenvolvido pelo Instituto de Estudos do Comeacutercio e NegociaccedilotildeesInternacionais (Icone)

No contexto do projeto de pesquisa REDD-PAC ndash uma parceria

entre o Instituto Internacional de Anaacutelise de Sistemas Aplicados (Iiasa)o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Instituo de PesquisaEconocircmica Aplicada (Ipea) ndash uma versatildeo do modelo de equiliacutebrio parcialGlobal Biosphere Management Model (Globiom) estaacute sendo adaptadopara o Brasil

Tambeacutem no Inpe estaacute em andamento a integraccedilatildeo de modelos gera-dos na plataforma LuccME (Aguiar 1048626104862410486251048626) para a Amazocircnia e o Cerrado agraveplataforma Magnet (Woltjer Kuiper et al 1048626104862410486251048627) um modelo de equiliacutebrio

geral desenvolvido no Instituto de Economia Agriacutecola da Universidade deWageningen na Holanda com base no Projeto de Anaacutelise do ComeacutercioGlobal (GTAP) da Universidade de Purdue (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048627)

Finalmente voltando agrave distinccedilatildeo entre resultados de modelos e oconceito de cenaacuterios de modo mais amplo tais projetos visam ao desen- volvimento de modelos ou arcabouccedilos computacionais Estes por sua vezpoderatildeo posteriormente ser utilizados em estudos de cenaacuterios A constru-ccedilatildeo de cenaacuterios eacute um processo longo e complexo em si particularmentese realizado de modo participativo com a presenccedila de stakeholders e emmuacuteltiplas escalas Processos participativos para a discussatildeo de cenaacuteriosnatildeo satildeo comuns no Brasil quanto menos os que almejam uma abordagemquantitativa e qualitativa Entre os estudos qualitativos realizados para aAmazocircnia cabe citarbull Goacutemes (1048626104862410486241048633) desenvolveu quatro cenaacuterios qualitativos para toda a baciaamazocircnica para 1048626104862410486261048630 baseados na participaccedilatildeo de stakeholders e atores

responsaacuteveis por tomadas de decisatildeo Esses cenaacuterios exploraram umacombinaccedilatildeo entre trecircs fontes de incerteza consideradas criacuteticas (a) o papeldas poliacuteticas puacuteblicas na regulamentaccedilatildeo do uso dos recursos naturais (b)o comportamento do mercado (c) inovaccedilatildeo ciecircncia e tecnologia

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bull Kok (1048626104862410486241048633) e Soler Kok et al (1048626104862410486241048633) utilizaram uma ferramenta semi-quantitativa ( fuzzy cognitive maps) com o objetivo de aprimorar a uniatildeode cenaacuterios quantitativos e qualitativos para capturar melhor a dinacircmicado desmatamento apresentando-a em narrativas mais consistentes e numa

maior diversidade de modelos quantitativosbull Vieira Toledo et al (1048626104862410486241048632) combinaram cenaacuterios qualitativos a um mo-delo quantitativo de multiagentes ndash a plataforma Cormas desenvolvidapor pesquisadores do Centro de Cooperaccedilatildeo Internacional de PesquisaAgronocircmica para o Desenvolvimento (Centre de Coopeacuteration Internationaleen Recherche Agronomique pour le Deacuteveloppement ndash Cirad) ndash para pro-mover um diaacutelogo entre atores locais com poder de decisatildeo e cientistas apartir da adoccedilatildeo de meacutetodos participativos

bull Os cenaacuterios do Environment Outlook in Amazonia (GEO Amazonia)(Unep 1048626104862410486241048632) satildeo qualitativos10486301048629 formulados com a participaccedilatildeo de especia-listas e stakeholders com o horizonte de tempo 1048626104862410486241048630-1048626104862410486251048630-1048626104862410486261048630 A definiccedilatildeode poliacuteticas puacuteblicas o comportamento do mercado e o desenvolvimentoda ciecircncia e da tecnologia satildeo os principais fatores determinantes e fontesde incerteza capazes de interferir no destino da Amazocircnia Com base naanaacutelise exploratoacuteria dessas incertezas foram selecionados quarto cenaacuteriosconsiderados plausiacuteveis pelos stakeholders Emergent Amazonia Inching

Along the Precipice Light and Shadows e Once-Greenhell Cabe notar quenesse processo do GEO para a Amazocircnia um cenaacuterio de sustentabilidadebaseado na melhoria da qualidade de vida da regiatildeo e utilizaccedilatildeo sustentaacuteveldos recursos naturais natildeo foi desenvolvido por ser o ideal e desejaacutevel paraa regiatildeo ndash e o processo natildeo foi normativobull Folhes (1048626104862410486251048624) e Folhes Aguiar et al (sd) adaptaram abordagens decenaacuterios participativos multiescala agrave realidade da Amazocircnia utilizando oProjeto de Assentamento Extrativista Lago Grande (PAE Lago Grande)em Santareacutem como primeiro caso de estudo Poreacutem a abordagem adota-da foi a de construccedilatildeo de cenaacuterios normativos Numa situaccedilatildeo em que oscenaacuterios podem ser qualitativos normativos participativos ou multiescalarealizado para todo o assentamento e em trecircs comunidades os stakeholders

definiram em cada escala de estudo um cenaacuterio desejado (sustentaacutevel) e umnatildeo desejado no horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-1048626104862410486261048624 O processo promoveuuma discussatildeo sobre as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o futuro sustentaacutevel

De modo mais amplo os pesquisadores buscavam entender se tal processo

10486301048629 Em outros processos de cenaacuterios do GEO como o GEO-4 modelos computacionais foram utilizados

para gerar dados quantitativos

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participativo de construccedilatildeo de cenaacuterios poderia ser efetivo como ferramentano processo de consolidaccedilatildeo de diferentes unidades territoriais da regiatildeoSeguindo uma abordagem semelhante estaacute em andamento um processoparticipativo para a formulaccedilatildeo de cenaacuterios para toda a Amazocircnia com-

binando aspectos qualitativos e quantitativos normativos e exploratoacuteriosnum horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-104862610486241048629104862466 Os cenaacuterios qualitativos seratildeorepresentados por modelos computacionais em ambiente LuccME cujosresultados estatildeo em preparaccedilatildeo (Aguiara Vieira et al sd) e rediscutidoscom os stakeholders Diferentemente do processo adotado nos cenaacuteriosda Unep (GEO Amazonia) descrito acima o objetivo mais amplo doprojeto eacute justamente discutir as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o cenaacuteriode sustentabilidade

Conclusatildeo

Este capiacutetulo revisou os conceitos de cenaacuterios e suas principais abor-dagens visando subsidiar uma anaacutelise criacutetica sobre os modelos e cenaacuteriosdesenvolvidos nas deacutecadas anteriores para a Amazocircnia e entender asnecessidades de uma nova geraccedilatildeo de modelos computacionais em desen-

volvimento Espera-se que todos esses esforccedilos produzam modelos mais

robustos que contribuam para o avanccedilo cientiacutefico sobre os processos demudanccedila de uso da terra e possam ser utilizados pela sociedade como fer-ramentas em processos de discussatildeo sobre o futuro A existecircncia de vaacuteriosgrupos desenvolvendo modelos e cenaacuterios para a Amazocircnia e Brasil combase em meacutetodos e abordagens diferentes pode tambeacutem representar umganho para a sociedade

Em assuntos que envolvem interesses conflitantes como o uso da terrana Amazocircnia eacute preciso examinar atentamente as premissas e mecanismossubjacentes a modelos quantitativos que embasam os cenaacuterios ndash em especialos que satildeo construiacutedos com o objetivo expliacutecito de subsidiar a formula-ccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Pois no desejo por vezes bem intencionado docidadatildeo-pesquisador ao alertar sobre um problema ndash ou natildeo tatildeo bemintencionado ao defender grupos de interesses ndash manipulaccedilotildees podemfacilmente ser introduzidas E em alguns casos posiccedilotildees aparentementecientiacuteficas podem camuflar visotildees e interesses de muacuteltiplos atores e setores

ndash inclusive do proacuteprio governo Os modelos possuem tal complexidade que

10486301048630 O processo estaacute sendo liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (Embrapa) e pelo

Inpe no contexto do projeto Amazalert

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se tornam impenetraacuteveis para a maior parte da sociedade ndash e mesmo parapesquisadores de outras aacutereas E por vezes resultados de modelos passama ser tratados como verdades absolutas ndash o que eacute agravado quando existesomente um modelo para uma regiatildeo ou problema como no caso dos

impactos de obras de infraestrutura ou da expansatildeo de biocombustiacuteveisNatildeo podemos esquecer a frase de George Box que consideramos a

melhor sobre modelos ldquo Models are always wrong but some are useful rdquo Aoque acrescentamos e preste atenccedilatildeo nos grupos aos quais eles satildeo uacuteteis

Referecircncias

AGUIAR A P D et al ldquoSpatial statistical analysis of land-use determinants

in the Brazilian Amazonia Exploring intra-regional heterogeneityrdquoEcological Modelling vol 104862610486241048633 n 1048626-1048628 p 104862510486301048633-104862510486321048632 1048626104862410486241048631

AGUIAR A P D et al ldquoTerraME- LuccME an open-source frameworkfor spatially explicit land use change modellingrdquo Global Land Project

News vol 1048632 p 10486261048625-10486261048627 1048626104862410486251048626AGUIAR A P D et al Anticipating a forest transition scenario in the

Brazilian Amazon carbon emission estimates using a spatially-explicit

approach (submetido)

ALCAMO J RIBEIRO T Scenarios as tools for international environmentalassessments Copenhagen European Environment Agency 1048626104862410486241048625

ALCAMO J Searching for the future of land Scenarios from the local to

global scale Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630 p104862510486271048631-104862510486291048630ALCAMO J Environmental futures the practice of environmental scenario

analysis Amsterdam Elsevier 1048626104862410486241048632ANDERSEN L et al Te dynamics of Deforestation and Economic Growth

in the Brazilian Amazon Cambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048626ANDERSEN L REIS E Deforestation development and government policy

in the Brazilian Amazon an econometric analysis (IPEA Report 10486311048630-1048625104863310486331048631)Rio de Janeiro IPEA 1048625104863310486331048631

BIGGS R et al ldquoLinking futures across scales a dialog on multiscale sce-nariosrdquo Ecology and Society vol 10486251048626 1048626104862410486241048631

BOumlRJESON L et al ldquoScenario types and techniques Towards a userrsquosguiderdquo Futures vol 10486271048632 n 1048631 p 104863110486261048627-104863110486271048633 1048626104862410486241048630

BRADFIELD R ldquoe origins and evolution of scenario techniques in longrange business planningrdquo Futures vol 10486271048631 p 104863110486331048629-104863210486251048626 1048626104862410486241048629BRIASSOULIS H Analysis of Land Use Change Teoretical and Modeling

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Approaches Morgantown Regional Research Institute West VirginiaUniversity 1048626104862410486241048624

BUARQUE S C Metodologia e teacutecnicas de construccedilatildeo de cenaacuterios globais

e regionais Rio de Janeiro IPEA 1048626104862410486241048627

CARPENTER S R et al ldquoScenarios for ecosystem services an overviewrdquoEcology and Society vol 10486251048625 n 1048625 1048626104862410486241048630

COSGROVE W J RIJSBERMAN F R World water vision LondresEarthscan Publications Ltd 1048626104862410486241048624

DALLA983085NORA E L AGUIAR A P D Lapola D M WOLTJER G 1048626104862410486251048628Why have land use change models for the Amazon failed to capture the

amount of deforestation over the last decade Land Use Policy 10486271048633 104862810486241048627-104862810486251048625DREBORG K H ldquoEssence of backcastingrdquo Futures vol 10486261048632 n 1048633 p 104863210486251048627-

104863210486261048632 1048625104863310486331048630EVANS K et al Field guide to the Future Four Ways for Communities

to Tink Ahead Nairobi Center for International Forestry Research(CIFOR) 1048626104862410486241048630 10486321048631 p

FOLHES R Cenaacuterios de mudanccedilas de uso da terra na Amazocircnia Explorando

uma abordagem participativa e multi-escala no PAE Lago Grande em

Santareacutem-Paraacute Beleacutem Universidade Federal do Paraacute 1048626104862410486251048624FOLHES R T et al Multi-scale participatory scenario methods and territorial

planning in the Brazilian Amazon (submetido)GARB Y et al ldquoScenarios in society society in scenarios toward a so-

cial scientific analysis of storyline-driven environmental modelingrdquoEnvironmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

GIBSON C et al ldquoe concept of scale and the human dimensions ofglobal change a surveyrdquo Ecological Economics v 10486271048626 p 104862610486251048631ndash104862610486271048633 1048626104862410486241048624

GIROD B ldquoe evolution of the IPCCrsquos emissions scenariosrdquo Environmental

Science amp Policy vol 10486251048626 1048626104862410486241048633GODET M ldquoe Art of Scenarios and Strategic Planning Tools and Pitfallsrdquo

echnological Forecasting and Social Change vol 10486301048629 p 1048627-10486261048626 1048626104862410486241048624GOacuteMES N ldquoe future of Amazoniardquo In Geo Amazonia 1048626104862410486241048633 p 104862610486291048629-104862610486311048630HEIJDEN K V D Scenarios the Art of Strategic Conversation Chichester

Wiley 1048625104863310486331048630JEFFERSON M ldquoShell scenarios What really happened in the 1048625104863310486311048624s and

what may be learned for current world prospectsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048633 n 1048625 p 104862510486321048630ndash104862510486331048631 1048626104862410486251048626KAHN H WIENER A Te year A framework for Speculation on the

Next Tirty-Tree Years Nova Iorque Macmillan 1048625104863310486301048631

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KAHN H Te next Years a scenario for America and the world NovaIorque Morrow 1048625104863310486311048630

KOK K et al ldquoMulti-scale narratives from an IA perspective Part IIParticipatory local scenario developmentrdquo Futures vol 10486271048632 1048626104862410486241048630

KOK K et al ldquoMethods for Developing Multiscale Participatory ScenariosInsights from Southern Africa and Europerdquo Ecology and Society vol 104862510486261048626104862410486241048631

KOK K ldquoe potential of Fuzzy Cognitive Maps for semi-quantitative sce-nario development with an example from Brazilrdquo Global Environmental

Change vol 10486251048633 1048626104862410486241048633KOK K et al ldquoCombining participative backcasting and exploratory scena-

rio development Experiences from the SCENES projectrdquo echnological

Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863210486271048629-104863210486291048625 1048626104862410486251048625LAMBIN E F GEIST H J Land-Use and Land-Cover Change Local

Processes and Global Impacts Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630LAPOLA D M et al ldquoIndirect land-use changes can overcome carbon

savings from biofuels in Brazilrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America vol 104862510486241048631 n 1048632 p 1048627104862710486321048632-1048627104862710486331048627 1048626104862410486251048624LAURANCE W et al ldquoe future of the Brazilian Amazonrdquo Science vol

104862610486331048625 p 104862810486271048632-104862810486271048633 1048626104862410486241048625

LEGGETT J et al Emissions Scenarios for the IPCC an Update CambridgeCambridge University Press 1048625104863310486331048626 p 10486301048633-10486331048629

MARGULIS S Causes of deforestation in Brazilian Amazon World BankWorking Paper 10486261048626 Washington World Bank 1048626104862410486241048628

MEA Ecosystems and Human Well-Being Millennium Ecosystem Assessment

Scenarios for the Future of Ecosystem Services (Millenium EcosystemAssessment) Washington Island Press 1048626104862410486241048629

MEADOWS D H et al Te Limits to Growth A Report for the Club of

Romersquos Project on the Predicament of Mankind Nova Iorque UniversityBooks 1048625104863310486311048626

METZGER M J et al ldquoe vulnerability of ecosystem services to land usechangerdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628 p 10486301048633-10486321048629 1048626104862410486241048630

MILLER R ldquoFutures Literacy A Hybrid Strategic Scenario Methodrdquo Futures vol 10486271048633 p 104862710486281048625-104862710486301048626 1048626104862410486241048631

MOSS R H E et al ldquoe next generation of scenarios for climate change

research and assessmentrdquo Nature vol 104862810486301048627 1048626104862410486251048624NAKICENOVIC N A et al Special Report on Emissions ScenariosCambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048625

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NORA E D et al Amazon conservation might not be the end of deforestation

in Brazil 1048626104862410486251048627 (submetido)OrsquoNEILL B C NAKICENOVIC N ldquoLearning from global emissions

scenariosrdquo Environonmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

PARSON E A B et al Global change scenarios Teir development and useUS Climate Change Science Program 1048626104862410486241048630

PARSON E A ldquoUseful global-change scenarios current issues and chal-lengesrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 1048626104862410486241048632

PATEL M et al ldquoParticipatory scenario construction in land use analysisAn insight into the experiences created by stakeholder involvement inthe Northern Mediterraneanrdquo Land Use Policy vol 10486261048628 1048626104862410486241048631

PFAFF A ldquoWhat drives deforestation in the Brazilian Amazon Evidence

from Satellite and Socio-economic datardquo Journal of EnvironmentalEconomics and Management vol 10486271048631 p 10486261048630-10486281048627 1048625104863310486331048633

POSTMA T J M LIEBL F ldquoHow to improve scenario analysis as a stra-tegic management toolrdquo echnological Forecasting amp Social Change vol10486311048626 p 104862510486301048625-104862510486311048627 1048626104862410486241048629

PULVER S VAN DEVEER S Global Environmental Futures - Interrogatingthe Practice and Politics of Scenarios Brown University 1048626104862410486241048631

QUIST J VERGRAGT P ldquoPast and future of backcasting e shi to

stakeholder participation and a proposal for a methodological frameworkrdquoFutures vol 10486271048632 n 1048633 p 1048625104862410486261048631-1048625104862410486281048629 1048626104862410486241048630

QUIST J et al ldquoe impact and spin-off of participatory backcasting From vision to nicherdquo echnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n1048629 p 104863210486321048627-104863210486331048631 1048626104862410486251048625

RASKIN P D et al ldquoGlobal Scenarios in Historical Perspectivesrdquo InCARPENTER S R et al (Eds) Ecosystems and human well-being scena-

rios Volume findings of the scenarios working group of the Millennium

Ecosystem Assessment Washington Island Press 1048626104862410486241048629 p10486271048629-10486281048628REIS E GUZMAacuteN R ldquoAn econometric model of Amazon Deforestationrdquo

In BROWN K PEARCE D (Eds) Te causes of tropical deforestation

the economic and statistical analysis of factors giving rise to the loss of

tropical forests Londres University College London Press 1048625104863310486331048628 p104862510486311048626-10486331048625RICHARDS C et al Practical Approaches to Participation (SERG Socio-

Economic Research Group Policy Brief ) Aberdeen eMacaulay

Institute 1048626104862410486241048628ROBINSON J B ldquoEnergy backcasting A proposed method of policy analy-sisrdquo Energy Policy vol 10486251048624 n 1048628 p 104862710486271048631-104862710486281048628 1048625104863310486321048626

ROBINSON J et al ldquoEnvisioning sustainability Recent progress in the

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use of participatory backcasting approaches for sustainability researchrdquoechnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863110486291048630-104863110486301048632 1048626104862410486251048625

SANTOS A D D Metodologias participativas caminhos para o fortaleci-

mento de espaccedilos puacuteblicos socioambientais Petroacutepolis IIEB - Instituto

Internacional de Educaccedilatildeo do Brasil 1048626104862410486241048629SOARES-FILHO B et al ldquoModeling conservation in the Amazon basinrdquo

Nature vol 1048628104862710486321048633 mar 1048626104862410486241048630SOARES-FILHO B et al Modeling Environmental Dynamics with Dinamica

EGO Belo Horizonte UFMG 1048626104862410486241048633 104862510486261048624 pSOARES-FILHO B et al ldquoRole of Brazilian Amazon protected areas in

climate change mitigationrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America 10486261048630 maio 1048626104862410486251048624

SOLER L S et al ldquoUsing fuzzy cognitive maps to describe current systemdynamics and develop land cover scenarios a case study in the BrazilianAmazonrdquo Journal of Land Use Science vol 1048631 n 1048626 p104862510486281048633-104862510486311048629 10486251048627 dez 1048626104862410486251048626

STIRLING A ldquoAnalysis participation and power justification and closurein participatory multi-criteria analysisrdquo Land Use Policy vol 10486261048627 n 1048625 p10486331048629-104862510486241048631 1048626104862410486241048630

SWART R et al ldquoStabilisation scenarios for climate impact assessmentrdquoGlobal Environmental Change vol 10486251048626 1048626104862410486241048626

UNEP Environment Outlook in the Amazonia GEO Amazonia Panama1048626104862410486241048632

UNEP Global Environment Outlook Nairobi 1048626104862410486251048626VAN ASSELT MARJOLEIN B A RIJKENS-KLOMP N ldquoA look in the

mirror reflection on participation in Integrated Assessment from amethodological perspectiverdquo Global Environmental Change vol 10486251048626 n1048627 p 104862510486301048631-104862510486321048628 1048626104862410486241048626

VAN NOTTEN P W F et al ldquoAn updated scenario typologyrdquo Futures vol10486271048629 n 1048629 p 104862810486261048627-104862810486281048627 1048626104862410486241048627

VAN VLIET M Kok K VELDKAMP T ldquoLinking stakeholders andmodellers in scenario studies the use of Fuzzy Cognitive Maps as acommunication and learning toolrdquo Futures vol 10486281048626 n 1048625 1048626104862410486241048633

VAN VUUREN D P et al ldquoScenarios in Global Environmental AssessmentsKey characteristics and lessons for future userdquo Global Environmental

Change vol 10486261048626 n 1048628 p 104863210486321048628-104863210486331048629 1048626104862410486251048626a

VAN VUUREN D P et al ldquoA proposal for a new scenario framework tosupport research and assessment in different climate research commu-nitiesrdquo Global Environmental Change vol 10486261048626 n 1048625 p 10486261048625-10486271048629 1048626104862410486251048626b

VERBURG P et al ldquoDownscaling of land use change scenarios to assess

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the dynamics of European landscapesrdquo Agriculture Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630

VERGRAGT P J QUIST J ldquoBackcasting for sustainability Introductionto the special issuerdquo echnological Forecasting and Social Change vol

10486311048632 n 1048629 p 104863110486281048631-104863110486291048629 1048626104862410486251048625VIEIRA I C G et al ldquoDeforestation and threats to the biodiversity of

Amazoniardquo Brazilian Journal of Biology vol 10486301048632 p 104863310486281048633-104863310486291048630 1048626104862410486241048632WESSELINK A et al ldquoRationales for public participation in environmental

policy and governance practitionersrsquo perspectivesrdquo Environment and

Planning A vol 10486281048627 n 10486251048625 p 1048626104863010486321048632-1048626104863110486241048628 1048626104862410486251048625WESTHOEK H J et al ldquoScenario development to explore the future of

Europersquos rural areasrdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628

p 1048631-10486261048624 1048626104862410486241048630aWesthoek H J VAN DEN BERG M BAKKES J A ldquoScenario deve-

lopment to explore the future of Europersquos rural areasrdquo Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630bWILKINSON A EIDINOW E ldquoEvolving practices in environmental

scenarios a new scenario typologyrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 p 104862410486281048629104862410486251048631 1048626104862410486241048632

WOLLENBERG E et al Anticipating Change Scenarios as a ool for Adaptive

Forest Management A Guide Bogor CIFOR 1048626104862410486241048624aWOLLENBERG E et al ldquoUsing scenarios to make decisions about the futu-

re anticipatory learning for the adaptive co-management of communityforestsrdquo Landscape and Urban Planning vol 10486281048631 n 1048625-1048626 p 10486301048629-10486311048631 1048626104862410486241048624b

WOLTJER G et al Te MAGNE model Module description Haia LEIWUR 1048626104862410486251048627

ZUREK M B HENRICHS T ldquoLinking scenarios across geographical scalesin international environmental assessmentsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048628 p 1048625104862610486321048626-1048625104862610486331048629 1048626104862410486241048631

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que os pesquisadores da aacuterea de modelagem de mudanccedilas e uso da terraenfrentam no momento

Existem vaacuterias iniciativas em andamento que buscam combinarmodelos econocircmicos de equiliacutebrio geral ndash ou parcial ndash a modelos es-

pacialmente expliacutecitos com mais detalhe sobre o Brasil Destacam-senessa linha o projeto SIMBRASIL-1048626OPTIMAGRO desenvolvido pelaUniversidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que integra a plataformade modelagem Dinacircmica EGO (Soares-Filho Rodrigues et al 1048626104862410486241048633) aoBrazilian Land Use Model (Blum) um modelo econocircmico de equiliacutebrioparcial desenvolvido pelo Instituto de Estudos do Comeacutercio e NegociaccedilotildeesInternacionais (Icone)

No contexto do projeto de pesquisa REDD-PAC ndash uma parceria

entre o Instituto Internacional de Anaacutelise de Sistemas Aplicados (Iiasa)o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Instituo de PesquisaEconocircmica Aplicada (Ipea) ndash uma versatildeo do modelo de equiliacutebrio parcialGlobal Biosphere Management Model (Globiom) estaacute sendo adaptadopara o Brasil

Tambeacutem no Inpe estaacute em andamento a integraccedilatildeo de modelos gera-dos na plataforma LuccME (Aguiar 1048626104862410486251048626) para a Amazocircnia e o Cerrado agraveplataforma Magnet (Woltjer Kuiper et al 1048626104862410486251048627) um modelo de equiliacutebrio

geral desenvolvido no Instituto de Economia Agriacutecola da Universidade deWageningen na Holanda com base no Projeto de Anaacutelise do ComeacutercioGlobal (GTAP) da Universidade de Purdue (Dalla-Nora Aguiar et al 1048626104862410486251048627)

Finalmente voltando agrave distinccedilatildeo entre resultados de modelos e oconceito de cenaacuterios de modo mais amplo tais projetos visam ao desen- volvimento de modelos ou arcabouccedilos computacionais Estes por sua vezpoderatildeo posteriormente ser utilizados em estudos de cenaacuterios A constru-ccedilatildeo de cenaacuterios eacute um processo longo e complexo em si particularmentese realizado de modo participativo com a presenccedila de stakeholders e emmuacuteltiplas escalas Processos participativos para a discussatildeo de cenaacuteriosnatildeo satildeo comuns no Brasil quanto menos os que almejam uma abordagemquantitativa e qualitativa Entre os estudos qualitativos realizados para aAmazocircnia cabe citarbull Goacutemes (1048626104862410486241048633) desenvolveu quatro cenaacuterios qualitativos para toda a baciaamazocircnica para 1048626104862410486261048630 baseados na participaccedilatildeo de stakeholders e atores

responsaacuteveis por tomadas de decisatildeo Esses cenaacuterios exploraram umacombinaccedilatildeo entre trecircs fontes de incerteza consideradas criacuteticas (a) o papeldas poliacuteticas puacuteblicas na regulamentaccedilatildeo do uso dos recursos naturais (b)o comportamento do mercado (c) inovaccedilatildeo ciecircncia e tecnologia

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bull Kok (1048626104862410486241048633) e Soler Kok et al (1048626104862410486241048633) utilizaram uma ferramenta semi-quantitativa ( fuzzy cognitive maps) com o objetivo de aprimorar a uniatildeode cenaacuterios quantitativos e qualitativos para capturar melhor a dinacircmicado desmatamento apresentando-a em narrativas mais consistentes e numa

maior diversidade de modelos quantitativosbull Vieira Toledo et al (1048626104862410486241048632) combinaram cenaacuterios qualitativos a um mo-delo quantitativo de multiagentes ndash a plataforma Cormas desenvolvidapor pesquisadores do Centro de Cooperaccedilatildeo Internacional de PesquisaAgronocircmica para o Desenvolvimento (Centre de Coopeacuteration Internationaleen Recherche Agronomique pour le Deacuteveloppement ndash Cirad) ndash para pro-mover um diaacutelogo entre atores locais com poder de decisatildeo e cientistas apartir da adoccedilatildeo de meacutetodos participativos

bull Os cenaacuterios do Environment Outlook in Amazonia (GEO Amazonia)(Unep 1048626104862410486241048632) satildeo qualitativos10486301048629 formulados com a participaccedilatildeo de especia-listas e stakeholders com o horizonte de tempo 1048626104862410486241048630-1048626104862410486251048630-1048626104862410486261048630 A definiccedilatildeode poliacuteticas puacuteblicas o comportamento do mercado e o desenvolvimentoda ciecircncia e da tecnologia satildeo os principais fatores determinantes e fontesde incerteza capazes de interferir no destino da Amazocircnia Com base naanaacutelise exploratoacuteria dessas incertezas foram selecionados quarto cenaacuteriosconsiderados plausiacuteveis pelos stakeholders Emergent Amazonia Inching

Along the Precipice Light and Shadows e Once-Greenhell Cabe notar quenesse processo do GEO para a Amazocircnia um cenaacuterio de sustentabilidadebaseado na melhoria da qualidade de vida da regiatildeo e utilizaccedilatildeo sustentaacuteveldos recursos naturais natildeo foi desenvolvido por ser o ideal e desejaacutevel paraa regiatildeo ndash e o processo natildeo foi normativobull Folhes (1048626104862410486251048624) e Folhes Aguiar et al (sd) adaptaram abordagens decenaacuterios participativos multiescala agrave realidade da Amazocircnia utilizando oProjeto de Assentamento Extrativista Lago Grande (PAE Lago Grande)em Santareacutem como primeiro caso de estudo Poreacutem a abordagem adota-da foi a de construccedilatildeo de cenaacuterios normativos Numa situaccedilatildeo em que oscenaacuterios podem ser qualitativos normativos participativos ou multiescalarealizado para todo o assentamento e em trecircs comunidades os stakeholders

definiram em cada escala de estudo um cenaacuterio desejado (sustentaacutevel) e umnatildeo desejado no horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-1048626104862410486261048624 O processo promoveuuma discussatildeo sobre as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o futuro sustentaacutevel

De modo mais amplo os pesquisadores buscavam entender se tal processo

10486301048629 Em outros processos de cenaacuterios do GEO como o GEO-4 modelos computacionais foram utilizados

para gerar dados quantitativos

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participativo de construccedilatildeo de cenaacuterios poderia ser efetivo como ferramentano processo de consolidaccedilatildeo de diferentes unidades territoriais da regiatildeoSeguindo uma abordagem semelhante estaacute em andamento um processoparticipativo para a formulaccedilatildeo de cenaacuterios para toda a Amazocircnia com-

binando aspectos qualitativos e quantitativos normativos e exploratoacuteriosnum horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-104862610486241048629104862466 Os cenaacuterios qualitativos seratildeorepresentados por modelos computacionais em ambiente LuccME cujosresultados estatildeo em preparaccedilatildeo (Aguiara Vieira et al sd) e rediscutidoscom os stakeholders Diferentemente do processo adotado nos cenaacuteriosda Unep (GEO Amazonia) descrito acima o objetivo mais amplo doprojeto eacute justamente discutir as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o cenaacuteriode sustentabilidade

Conclusatildeo

Este capiacutetulo revisou os conceitos de cenaacuterios e suas principais abor-dagens visando subsidiar uma anaacutelise criacutetica sobre os modelos e cenaacuteriosdesenvolvidos nas deacutecadas anteriores para a Amazocircnia e entender asnecessidades de uma nova geraccedilatildeo de modelos computacionais em desen-

volvimento Espera-se que todos esses esforccedilos produzam modelos mais

robustos que contribuam para o avanccedilo cientiacutefico sobre os processos demudanccedila de uso da terra e possam ser utilizados pela sociedade como fer-ramentas em processos de discussatildeo sobre o futuro A existecircncia de vaacuteriosgrupos desenvolvendo modelos e cenaacuterios para a Amazocircnia e Brasil combase em meacutetodos e abordagens diferentes pode tambeacutem representar umganho para a sociedade

Em assuntos que envolvem interesses conflitantes como o uso da terrana Amazocircnia eacute preciso examinar atentamente as premissas e mecanismossubjacentes a modelos quantitativos que embasam os cenaacuterios ndash em especialos que satildeo construiacutedos com o objetivo expliacutecito de subsidiar a formula-ccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Pois no desejo por vezes bem intencionado docidadatildeo-pesquisador ao alertar sobre um problema ndash ou natildeo tatildeo bemintencionado ao defender grupos de interesses ndash manipulaccedilotildees podemfacilmente ser introduzidas E em alguns casos posiccedilotildees aparentementecientiacuteficas podem camuflar visotildees e interesses de muacuteltiplos atores e setores

ndash inclusive do proacuteprio governo Os modelos possuem tal complexidade que

10486301048630 O processo estaacute sendo liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (Embrapa) e pelo

Inpe no contexto do projeto Amazalert

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se tornam impenetraacuteveis para a maior parte da sociedade ndash e mesmo parapesquisadores de outras aacutereas E por vezes resultados de modelos passama ser tratados como verdades absolutas ndash o que eacute agravado quando existesomente um modelo para uma regiatildeo ou problema como no caso dos

impactos de obras de infraestrutura ou da expansatildeo de biocombustiacuteveisNatildeo podemos esquecer a frase de George Box que consideramos a

melhor sobre modelos ldquo Models are always wrong but some are useful rdquo Aoque acrescentamos e preste atenccedilatildeo nos grupos aos quais eles satildeo uacuteteis

Referecircncias

AGUIAR A P D et al ldquoSpatial statistical analysis of land-use determinants

in the Brazilian Amazonia Exploring intra-regional heterogeneityrdquoEcological Modelling vol 104862610486241048633 n 1048626-1048628 p 104862510486301048633-104862510486321048632 1048626104862410486241048631

AGUIAR A P D et al ldquoTerraME- LuccME an open-source frameworkfor spatially explicit land use change modellingrdquo Global Land Project

News vol 1048632 p 10486261048625-10486261048627 1048626104862410486251048626AGUIAR A P D et al Anticipating a forest transition scenario in the

Brazilian Amazon carbon emission estimates using a spatially-explicit

approach (submetido)

ALCAMO J RIBEIRO T Scenarios as tools for international environmentalassessments Copenhagen European Environment Agency 1048626104862410486241048625

ALCAMO J Searching for the future of land Scenarios from the local to

global scale Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630 p104862510486271048631-104862510486291048630ALCAMO J Environmental futures the practice of environmental scenario

analysis Amsterdam Elsevier 1048626104862410486241048632ANDERSEN L et al Te dynamics of Deforestation and Economic Growth

in the Brazilian Amazon Cambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048626ANDERSEN L REIS E Deforestation development and government policy

in the Brazilian Amazon an econometric analysis (IPEA Report 10486311048630-1048625104863310486331048631)Rio de Janeiro IPEA 1048625104863310486331048631

BIGGS R et al ldquoLinking futures across scales a dialog on multiscale sce-nariosrdquo Ecology and Society vol 10486251048626 1048626104862410486241048631

BOumlRJESON L et al ldquoScenario types and techniques Towards a userrsquosguiderdquo Futures vol 10486271048632 n 1048631 p 104863110486261048627-104863110486271048633 1048626104862410486241048630

BRADFIELD R ldquoe origins and evolution of scenario techniques in longrange business planningrdquo Futures vol 10486271048631 p 104863110486331048629-104863210486251048626 1048626104862410486241048629BRIASSOULIS H Analysis of Land Use Change Teoretical and Modeling

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Approaches Morgantown Regional Research Institute West VirginiaUniversity 1048626104862410486241048624

BUARQUE S C Metodologia e teacutecnicas de construccedilatildeo de cenaacuterios globais

e regionais Rio de Janeiro IPEA 1048626104862410486241048627

CARPENTER S R et al ldquoScenarios for ecosystem services an overviewrdquoEcology and Society vol 10486251048625 n 1048625 1048626104862410486241048630

COSGROVE W J RIJSBERMAN F R World water vision LondresEarthscan Publications Ltd 1048626104862410486241048624

DALLA983085NORA E L AGUIAR A P D Lapola D M WOLTJER G 1048626104862410486251048628Why have land use change models for the Amazon failed to capture the

amount of deforestation over the last decade Land Use Policy 10486271048633 104862810486241048627-104862810486251048625DREBORG K H ldquoEssence of backcastingrdquo Futures vol 10486261048632 n 1048633 p 104863210486251048627-

104863210486261048632 1048625104863310486331048630EVANS K et al Field guide to the Future Four Ways for Communities

to Tink Ahead Nairobi Center for International Forestry Research(CIFOR) 1048626104862410486241048630 10486321048631 p

FOLHES R Cenaacuterios de mudanccedilas de uso da terra na Amazocircnia Explorando

uma abordagem participativa e multi-escala no PAE Lago Grande em

Santareacutem-Paraacute Beleacutem Universidade Federal do Paraacute 1048626104862410486251048624FOLHES R T et al Multi-scale participatory scenario methods and territorial

planning in the Brazilian Amazon (submetido)GARB Y et al ldquoScenarios in society society in scenarios toward a so-

cial scientific analysis of storyline-driven environmental modelingrdquoEnvironmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

GIBSON C et al ldquoe concept of scale and the human dimensions ofglobal change a surveyrdquo Ecological Economics v 10486271048626 p 104862610486251048631ndash104862610486271048633 1048626104862410486241048624

GIROD B ldquoe evolution of the IPCCrsquos emissions scenariosrdquo Environmental

Science amp Policy vol 10486251048626 1048626104862410486241048633GODET M ldquoe Art of Scenarios and Strategic Planning Tools and Pitfallsrdquo

echnological Forecasting and Social Change vol 10486301048629 p 1048627-10486261048626 1048626104862410486241048624GOacuteMES N ldquoe future of Amazoniardquo In Geo Amazonia 1048626104862410486241048633 p 104862610486291048629-104862610486311048630HEIJDEN K V D Scenarios the Art of Strategic Conversation Chichester

Wiley 1048625104863310486331048630JEFFERSON M ldquoShell scenarios What really happened in the 1048625104863310486311048624s and

what may be learned for current world prospectsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048633 n 1048625 p 104862510486321048630ndash104862510486331048631 1048626104862410486251048626KAHN H WIENER A Te year A framework for Speculation on the

Next Tirty-Tree Years Nova Iorque Macmillan 1048625104863310486301048631

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httpslidepdfcomreaderfullaguiar-assis-folhes-etal-2014-cenarios-e-modelos 2427

KAHN H Te next Years a scenario for America and the world NovaIorque Morrow 1048625104863310486311048630

KOK K et al ldquoMulti-scale narratives from an IA perspective Part IIParticipatory local scenario developmentrdquo Futures vol 10486271048632 1048626104862410486241048630

KOK K et al ldquoMethods for Developing Multiscale Participatory ScenariosInsights from Southern Africa and Europerdquo Ecology and Society vol 104862510486261048626104862410486241048631

KOK K ldquoe potential of Fuzzy Cognitive Maps for semi-quantitative sce-nario development with an example from Brazilrdquo Global Environmental

Change vol 10486251048633 1048626104862410486241048633KOK K et al ldquoCombining participative backcasting and exploratory scena-

rio development Experiences from the SCENES projectrdquo echnological

Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863210486271048629-104863210486291048625 1048626104862410486251048625LAMBIN E F GEIST H J Land-Use and Land-Cover Change Local

Processes and Global Impacts Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630LAPOLA D M et al ldquoIndirect land-use changes can overcome carbon

savings from biofuels in Brazilrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America vol 104862510486241048631 n 1048632 p 1048627104862710486321048632-1048627104862710486331048627 1048626104862410486251048624LAURANCE W et al ldquoe future of the Brazilian Amazonrdquo Science vol

104862610486331048625 p 104862810486271048632-104862810486271048633 1048626104862410486241048625

LEGGETT J et al Emissions Scenarios for the IPCC an Update CambridgeCambridge University Press 1048625104863310486331048626 p 10486301048633-10486331048629

MARGULIS S Causes of deforestation in Brazilian Amazon World BankWorking Paper 10486261048626 Washington World Bank 1048626104862410486241048628

MEA Ecosystems and Human Well-Being Millennium Ecosystem Assessment

Scenarios for the Future of Ecosystem Services (Millenium EcosystemAssessment) Washington Island Press 1048626104862410486241048629

MEADOWS D H et al Te Limits to Growth A Report for the Club of

Romersquos Project on the Predicament of Mankind Nova Iorque UniversityBooks 1048625104863310486311048626

METZGER M J et al ldquoe vulnerability of ecosystem services to land usechangerdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628 p 10486301048633-10486321048629 1048626104862410486241048630

MILLER R ldquoFutures Literacy A Hybrid Strategic Scenario Methodrdquo Futures vol 10486271048633 p 104862710486281048625-104862710486301048626 1048626104862410486241048631

MOSS R H E et al ldquoe next generation of scenarios for climate change

research and assessmentrdquo Nature vol 104862810486301048627 1048626104862410486251048624NAKICENOVIC N A et al Special Report on Emissions ScenariosCambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048625

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NORA E D et al Amazon conservation might not be the end of deforestation

in Brazil 1048626104862410486251048627 (submetido)OrsquoNEILL B C NAKICENOVIC N ldquoLearning from global emissions

scenariosrdquo Environonmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

PARSON E A B et al Global change scenarios Teir development and useUS Climate Change Science Program 1048626104862410486241048630

PARSON E A ldquoUseful global-change scenarios current issues and chal-lengesrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 1048626104862410486241048632

PATEL M et al ldquoParticipatory scenario construction in land use analysisAn insight into the experiences created by stakeholder involvement inthe Northern Mediterraneanrdquo Land Use Policy vol 10486261048628 1048626104862410486241048631

PFAFF A ldquoWhat drives deforestation in the Brazilian Amazon Evidence

from Satellite and Socio-economic datardquo Journal of EnvironmentalEconomics and Management vol 10486271048631 p 10486261048630-10486281048627 1048625104863310486331048633

POSTMA T J M LIEBL F ldquoHow to improve scenario analysis as a stra-tegic management toolrdquo echnological Forecasting amp Social Change vol10486311048626 p 104862510486301048625-104862510486311048627 1048626104862410486241048629

PULVER S VAN DEVEER S Global Environmental Futures - Interrogatingthe Practice and Politics of Scenarios Brown University 1048626104862410486241048631

QUIST J VERGRAGT P ldquoPast and future of backcasting e shi to

stakeholder participation and a proposal for a methodological frameworkrdquoFutures vol 10486271048632 n 1048633 p 1048625104862410486261048631-1048625104862410486281048629 1048626104862410486241048630

QUIST J et al ldquoe impact and spin-off of participatory backcasting From vision to nicherdquo echnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n1048629 p 104863210486321048627-104863210486331048631 1048626104862410486251048625

RASKIN P D et al ldquoGlobal Scenarios in Historical Perspectivesrdquo InCARPENTER S R et al (Eds) Ecosystems and human well-being scena-

rios Volume findings of the scenarios working group of the Millennium

Ecosystem Assessment Washington Island Press 1048626104862410486241048629 p10486271048629-10486281048628REIS E GUZMAacuteN R ldquoAn econometric model of Amazon Deforestationrdquo

In BROWN K PEARCE D (Eds) Te causes of tropical deforestation

the economic and statistical analysis of factors giving rise to the loss of

tropical forests Londres University College London Press 1048625104863310486331048628 p104862510486311048626-10486331048625RICHARDS C et al Practical Approaches to Participation (SERG Socio-

Economic Research Group Policy Brief ) Aberdeen eMacaulay

Institute 1048626104862410486241048628ROBINSON J B ldquoEnergy backcasting A proposed method of policy analy-sisrdquo Energy Policy vol 10486251048624 n 1048628 p 104862710486271048631-104862710486281048628 1048625104863310486321048626

ROBINSON J et al ldquoEnvisioning sustainability Recent progress in the

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use of participatory backcasting approaches for sustainability researchrdquoechnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863110486291048630-104863110486301048632 1048626104862410486251048625

SANTOS A D D Metodologias participativas caminhos para o fortaleci-

mento de espaccedilos puacuteblicos socioambientais Petroacutepolis IIEB - Instituto

Internacional de Educaccedilatildeo do Brasil 1048626104862410486241048629SOARES-FILHO B et al ldquoModeling conservation in the Amazon basinrdquo

Nature vol 1048628104862710486321048633 mar 1048626104862410486241048630SOARES-FILHO B et al Modeling Environmental Dynamics with Dinamica

EGO Belo Horizonte UFMG 1048626104862410486241048633 104862510486261048624 pSOARES-FILHO B et al ldquoRole of Brazilian Amazon protected areas in

climate change mitigationrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America 10486261048630 maio 1048626104862410486251048624

SOLER L S et al ldquoUsing fuzzy cognitive maps to describe current systemdynamics and develop land cover scenarios a case study in the BrazilianAmazonrdquo Journal of Land Use Science vol 1048631 n 1048626 p104862510486281048633-104862510486311048629 10486251048627 dez 1048626104862410486251048626

STIRLING A ldquoAnalysis participation and power justification and closurein participatory multi-criteria analysisrdquo Land Use Policy vol 10486261048627 n 1048625 p10486331048629-104862510486241048631 1048626104862410486241048630

SWART R et al ldquoStabilisation scenarios for climate impact assessmentrdquoGlobal Environmental Change vol 10486251048626 1048626104862410486241048626

UNEP Environment Outlook in the Amazonia GEO Amazonia Panama1048626104862410486241048632

UNEP Global Environment Outlook Nairobi 1048626104862410486251048626VAN ASSELT MARJOLEIN B A RIJKENS-KLOMP N ldquoA look in the

mirror reflection on participation in Integrated Assessment from amethodological perspectiverdquo Global Environmental Change vol 10486251048626 n1048627 p 104862510486301048631-104862510486321048628 1048626104862410486241048626

VAN NOTTEN P W F et al ldquoAn updated scenario typologyrdquo Futures vol10486271048629 n 1048629 p 104862810486261048627-104862810486281048627 1048626104862410486241048627

VAN VLIET M Kok K VELDKAMP T ldquoLinking stakeholders andmodellers in scenario studies the use of Fuzzy Cognitive Maps as acommunication and learning toolrdquo Futures vol 10486281048626 n 1048625 1048626104862410486241048633

VAN VUUREN D P et al ldquoScenarios in Global Environmental AssessmentsKey characteristics and lessons for future userdquo Global Environmental

Change vol 10486261048626 n 1048628 p 104863210486321048628-104863210486331048629 1048626104862410486251048626a

VAN VUUREN D P et al ldquoA proposal for a new scenario framework tosupport research and assessment in different climate research commu-nitiesrdquo Global Environmental Change vol 10486261048626 n 1048625 p 10486261048625-10486271048629 1048626104862410486251048626b

VERBURG P et al ldquoDownscaling of land use change scenarios to assess

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the dynamics of European landscapesrdquo Agriculture Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630

VERGRAGT P J QUIST J ldquoBackcasting for sustainability Introductionto the special issuerdquo echnological Forecasting and Social Change vol

10486311048632 n 1048629 p 104863110486281048631-104863110486291048629 1048626104862410486251048625VIEIRA I C G et al ldquoDeforestation and threats to the biodiversity of

Amazoniardquo Brazilian Journal of Biology vol 10486301048632 p 104863310486281048633-104863310486291048630 1048626104862410486241048632WESSELINK A et al ldquoRationales for public participation in environmental

policy and governance practitionersrsquo perspectivesrdquo Environment and

Planning A vol 10486281048627 n 10486251048625 p 1048626104863010486321048632-1048626104863110486241048628 1048626104862410486251048625WESTHOEK H J et al ldquoScenario development to explore the future of

Europersquos rural areasrdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628

p 1048631-10486261048624 1048626104862410486241048630aWesthoek H J VAN DEN BERG M BAKKES J A ldquoScenario deve-

lopment to explore the future of Europersquos rural areasrdquo Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630bWILKINSON A EIDINOW E ldquoEvolving practices in environmental

scenarios a new scenario typologyrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 p 104862410486281048629104862410486251048631 1048626104862410486241048632

WOLLENBERG E et al Anticipating Change Scenarios as a ool for Adaptive

Forest Management A Guide Bogor CIFOR 1048626104862410486241048624aWOLLENBERG E et al ldquoUsing scenarios to make decisions about the futu-

re anticipatory learning for the adaptive co-management of communityforestsrdquo Landscape and Urban Planning vol 10486281048631 n 1048625-1048626 p 10486301048629-10486311048631 1048626104862410486241048624b

WOLTJER G et al Te MAGNE model Module description Haia LEIWUR 1048626104862410486251048627

ZUREK M B HENRICHS T ldquoLinking scenarios across geographical scalesin international environmental assessmentsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048628 p 1048625104862610486321048626-1048625104862610486331048629 1048626104862410486241048631

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bull Kok (1048626104862410486241048633) e Soler Kok et al (1048626104862410486241048633) utilizaram uma ferramenta semi-quantitativa ( fuzzy cognitive maps) com o objetivo de aprimorar a uniatildeode cenaacuterios quantitativos e qualitativos para capturar melhor a dinacircmicado desmatamento apresentando-a em narrativas mais consistentes e numa

maior diversidade de modelos quantitativosbull Vieira Toledo et al (1048626104862410486241048632) combinaram cenaacuterios qualitativos a um mo-delo quantitativo de multiagentes ndash a plataforma Cormas desenvolvidapor pesquisadores do Centro de Cooperaccedilatildeo Internacional de PesquisaAgronocircmica para o Desenvolvimento (Centre de Coopeacuteration Internationaleen Recherche Agronomique pour le Deacuteveloppement ndash Cirad) ndash para pro-mover um diaacutelogo entre atores locais com poder de decisatildeo e cientistas apartir da adoccedilatildeo de meacutetodos participativos

bull Os cenaacuterios do Environment Outlook in Amazonia (GEO Amazonia)(Unep 1048626104862410486241048632) satildeo qualitativos10486301048629 formulados com a participaccedilatildeo de especia-listas e stakeholders com o horizonte de tempo 1048626104862410486241048630-1048626104862410486251048630-1048626104862410486261048630 A definiccedilatildeode poliacuteticas puacuteblicas o comportamento do mercado e o desenvolvimentoda ciecircncia e da tecnologia satildeo os principais fatores determinantes e fontesde incerteza capazes de interferir no destino da Amazocircnia Com base naanaacutelise exploratoacuteria dessas incertezas foram selecionados quarto cenaacuteriosconsiderados plausiacuteveis pelos stakeholders Emergent Amazonia Inching

Along the Precipice Light and Shadows e Once-Greenhell Cabe notar quenesse processo do GEO para a Amazocircnia um cenaacuterio de sustentabilidadebaseado na melhoria da qualidade de vida da regiatildeo e utilizaccedilatildeo sustentaacuteveldos recursos naturais natildeo foi desenvolvido por ser o ideal e desejaacutevel paraa regiatildeo ndash e o processo natildeo foi normativobull Folhes (1048626104862410486251048624) e Folhes Aguiar et al (sd) adaptaram abordagens decenaacuterios participativos multiescala agrave realidade da Amazocircnia utilizando oProjeto de Assentamento Extrativista Lago Grande (PAE Lago Grande)em Santareacutem como primeiro caso de estudo Poreacutem a abordagem adota-da foi a de construccedilatildeo de cenaacuterios normativos Numa situaccedilatildeo em que oscenaacuterios podem ser qualitativos normativos participativos ou multiescalarealizado para todo o assentamento e em trecircs comunidades os stakeholders

definiram em cada escala de estudo um cenaacuterio desejado (sustentaacutevel) e umnatildeo desejado no horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-1048626104862410486261048624 O processo promoveuuma discussatildeo sobre as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o futuro sustentaacutevel

De modo mais amplo os pesquisadores buscavam entender se tal processo

10486301048629 Em outros processos de cenaacuterios do GEO como o GEO-4 modelos computacionais foram utilizados

para gerar dados quantitativos

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participativo de construccedilatildeo de cenaacuterios poderia ser efetivo como ferramentano processo de consolidaccedilatildeo de diferentes unidades territoriais da regiatildeoSeguindo uma abordagem semelhante estaacute em andamento um processoparticipativo para a formulaccedilatildeo de cenaacuterios para toda a Amazocircnia com-

binando aspectos qualitativos e quantitativos normativos e exploratoacuteriosnum horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-104862610486241048629104862466 Os cenaacuterios qualitativos seratildeorepresentados por modelos computacionais em ambiente LuccME cujosresultados estatildeo em preparaccedilatildeo (Aguiara Vieira et al sd) e rediscutidoscom os stakeholders Diferentemente do processo adotado nos cenaacuteriosda Unep (GEO Amazonia) descrito acima o objetivo mais amplo doprojeto eacute justamente discutir as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o cenaacuteriode sustentabilidade

Conclusatildeo

Este capiacutetulo revisou os conceitos de cenaacuterios e suas principais abor-dagens visando subsidiar uma anaacutelise criacutetica sobre os modelos e cenaacuteriosdesenvolvidos nas deacutecadas anteriores para a Amazocircnia e entender asnecessidades de uma nova geraccedilatildeo de modelos computacionais em desen-

volvimento Espera-se que todos esses esforccedilos produzam modelos mais

robustos que contribuam para o avanccedilo cientiacutefico sobre os processos demudanccedila de uso da terra e possam ser utilizados pela sociedade como fer-ramentas em processos de discussatildeo sobre o futuro A existecircncia de vaacuteriosgrupos desenvolvendo modelos e cenaacuterios para a Amazocircnia e Brasil combase em meacutetodos e abordagens diferentes pode tambeacutem representar umganho para a sociedade

Em assuntos que envolvem interesses conflitantes como o uso da terrana Amazocircnia eacute preciso examinar atentamente as premissas e mecanismossubjacentes a modelos quantitativos que embasam os cenaacuterios ndash em especialos que satildeo construiacutedos com o objetivo expliacutecito de subsidiar a formula-ccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Pois no desejo por vezes bem intencionado docidadatildeo-pesquisador ao alertar sobre um problema ndash ou natildeo tatildeo bemintencionado ao defender grupos de interesses ndash manipulaccedilotildees podemfacilmente ser introduzidas E em alguns casos posiccedilotildees aparentementecientiacuteficas podem camuflar visotildees e interesses de muacuteltiplos atores e setores

ndash inclusive do proacuteprio governo Os modelos possuem tal complexidade que

10486301048630 O processo estaacute sendo liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (Embrapa) e pelo

Inpe no contexto do projeto Amazalert

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se tornam impenetraacuteveis para a maior parte da sociedade ndash e mesmo parapesquisadores de outras aacutereas E por vezes resultados de modelos passama ser tratados como verdades absolutas ndash o que eacute agravado quando existesomente um modelo para uma regiatildeo ou problema como no caso dos

impactos de obras de infraestrutura ou da expansatildeo de biocombustiacuteveisNatildeo podemos esquecer a frase de George Box que consideramos a

melhor sobre modelos ldquo Models are always wrong but some are useful rdquo Aoque acrescentamos e preste atenccedilatildeo nos grupos aos quais eles satildeo uacuteteis

Referecircncias

AGUIAR A P D et al ldquoSpatial statistical analysis of land-use determinants

in the Brazilian Amazonia Exploring intra-regional heterogeneityrdquoEcological Modelling vol 104862610486241048633 n 1048626-1048628 p 104862510486301048633-104862510486321048632 1048626104862410486241048631

AGUIAR A P D et al ldquoTerraME- LuccME an open-source frameworkfor spatially explicit land use change modellingrdquo Global Land Project

News vol 1048632 p 10486261048625-10486261048627 1048626104862410486251048626AGUIAR A P D et al Anticipating a forest transition scenario in the

Brazilian Amazon carbon emission estimates using a spatially-explicit

approach (submetido)

ALCAMO J RIBEIRO T Scenarios as tools for international environmentalassessments Copenhagen European Environment Agency 1048626104862410486241048625

ALCAMO J Searching for the future of land Scenarios from the local to

global scale Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630 p104862510486271048631-104862510486291048630ALCAMO J Environmental futures the practice of environmental scenario

analysis Amsterdam Elsevier 1048626104862410486241048632ANDERSEN L et al Te dynamics of Deforestation and Economic Growth

in the Brazilian Amazon Cambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048626ANDERSEN L REIS E Deforestation development and government policy

in the Brazilian Amazon an econometric analysis (IPEA Report 10486311048630-1048625104863310486331048631)Rio de Janeiro IPEA 1048625104863310486331048631

BIGGS R et al ldquoLinking futures across scales a dialog on multiscale sce-nariosrdquo Ecology and Society vol 10486251048626 1048626104862410486241048631

BOumlRJESON L et al ldquoScenario types and techniques Towards a userrsquosguiderdquo Futures vol 10486271048632 n 1048631 p 104863110486261048627-104863110486271048633 1048626104862410486241048630

BRADFIELD R ldquoe origins and evolution of scenario techniques in longrange business planningrdquo Futures vol 10486271048631 p 104863110486331048629-104863210486251048626 1048626104862410486241048629BRIASSOULIS H Analysis of Land Use Change Teoretical and Modeling

7212019 AGUIAR ASSIS FOLHES Etal 2014 Cenaacuterios e Modelos

httpslidepdfcomreaderfullaguiar-assis-folhes-etal-2014-cenarios-e-modelos 2327

Approaches Morgantown Regional Research Institute West VirginiaUniversity 1048626104862410486241048624

BUARQUE S C Metodologia e teacutecnicas de construccedilatildeo de cenaacuterios globais

e regionais Rio de Janeiro IPEA 1048626104862410486241048627

CARPENTER S R et al ldquoScenarios for ecosystem services an overviewrdquoEcology and Society vol 10486251048625 n 1048625 1048626104862410486241048630

COSGROVE W J RIJSBERMAN F R World water vision LondresEarthscan Publications Ltd 1048626104862410486241048624

DALLA983085NORA E L AGUIAR A P D Lapola D M WOLTJER G 1048626104862410486251048628Why have land use change models for the Amazon failed to capture the

amount of deforestation over the last decade Land Use Policy 10486271048633 104862810486241048627-104862810486251048625DREBORG K H ldquoEssence of backcastingrdquo Futures vol 10486261048632 n 1048633 p 104863210486251048627-

104863210486261048632 1048625104863310486331048630EVANS K et al Field guide to the Future Four Ways for Communities

to Tink Ahead Nairobi Center for International Forestry Research(CIFOR) 1048626104862410486241048630 10486321048631 p

FOLHES R Cenaacuterios de mudanccedilas de uso da terra na Amazocircnia Explorando

uma abordagem participativa e multi-escala no PAE Lago Grande em

Santareacutem-Paraacute Beleacutem Universidade Federal do Paraacute 1048626104862410486251048624FOLHES R T et al Multi-scale participatory scenario methods and territorial

planning in the Brazilian Amazon (submetido)GARB Y et al ldquoScenarios in society society in scenarios toward a so-

cial scientific analysis of storyline-driven environmental modelingrdquoEnvironmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

GIBSON C et al ldquoe concept of scale and the human dimensions ofglobal change a surveyrdquo Ecological Economics v 10486271048626 p 104862610486251048631ndash104862610486271048633 1048626104862410486241048624

GIROD B ldquoe evolution of the IPCCrsquos emissions scenariosrdquo Environmental

Science amp Policy vol 10486251048626 1048626104862410486241048633GODET M ldquoe Art of Scenarios and Strategic Planning Tools and Pitfallsrdquo

echnological Forecasting and Social Change vol 10486301048629 p 1048627-10486261048626 1048626104862410486241048624GOacuteMES N ldquoe future of Amazoniardquo In Geo Amazonia 1048626104862410486241048633 p 104862610486291048629-104862610486311048630HEIJDEN K V D Scenarios the Art of Strategic Conversation Chichester

Wiley 1048625104863310486331048630JEFFERSON M ldquoShell scenarios What really happened in the 1048625104863310486311048624s and

what may be learned for current world prospectsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048633 n 1048625 p 104862510486321048630ndash104862510486331048631 1048626104862410486251048626KAHN H WIENER A Te year A framework for Speculation on the

Next Tirty-Tree Years Nova Iorque Macmillan 1048625104863310486301048631

7212019 AGUIAR ASSIS FOLHES Etal 2014 Cenaacuterios e Modelos

httpslidepdfcomreaderfullaguiar-assis-folhes-etal-2014-cenarios-e-modelos 2427

KAHN H Te next Years a scenario for America and the world NovaIorque Morrow 1048625104863310486311048630

KOK K et al ldquoMulti-scale narratives from an IA perspective Part IIParticipatory local scenario developmentrdquo Futures vol 10486271048632 1048626104862410486241048630

KOK K et al ldquoMethods for Developing Multiscale Participatory ScenariosInsights from Southern Africa and Europerdquo Ecology and Society vol 104862510486261048626104862410486241048631

KOK K ldquoe potential of Fuzzy Cognitive Maps for semi-quantitative sce-nario development with an example from Brazilrdquo Global Environmental

Change vol 10486251048633 1048626104862410486241048633KOK K et al ldquoCombining participative backcasting and exploratory scena-

rio development Experiences from the SCENES projectrdquo echnological

Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863210486271048629-104863210486291048625 1048626104862410486251048625LAMBIN E F GEIST H J Land-Use and Land-Cover Change Local

Processes and Global Impacts Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630LAPOLA D M et al ldquoIndirect land-use changes can overcome carbon

savings from biofuels in Brazilrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America vol 104862510486241048631 n 1048632 p 1048627104862710486321048632-1048627104862710486331048627 1048626104862410486251048624LAURANCE W et al ldquoe future of the Brazilian Amazonrdquo Science vol

104862610486331048625 p 104862810486271048632-104862810486271048633 1048626104862410486241048625

LEGGETT J et al Emissions Scenarios for the IPCC an Update CambridgeCambridge University Press 1048625104863310486331048626 p 10486301048633-10486331048629

MARGULIS S Causes of deforestation in Brazilian Amazon World BankWorking Paper 10486261048626 Washington World Bank 1048626104862410486241048628

MEA Ecosystems and Human Well-Being Millennium Ecosystem Assessment

Scenarios for the Future of Ecosystem Services (Millenium EcosystemAssessment) Washington Island Press 1048626104862410486241048629

MEADOWS D H et al Te Limits to Growth A Report for the Club of

Romersquos Project on the Predicament of Mankind Nova Iorque UniversityBooks 1048625104863310486311048626

METZGER M J et al ldquoe vulnerability of ecosystem services to land usechangerdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628 p 10486301048633-10486321048629 1048626104862410486241048630

MILLER R ldquoFutures Literacy A Hybrid Strategic Scenario Methodrdquo Futures vol 10486271048633 p 104862710486281048625-104862710486301048626 1048626104862410486241048631

MOSS R H E et al ldquoe next generation of scenarios for climate change

research and assessmentrdquo Nature vol 104862810486301048627 1048626104862410486251048624NAKICENOVIC N A et al Special Report on Emissions ScenariosCambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048625

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httpslidepdfcomreaderfullaguiar-assis-folhes-etal-2014-cenarios-e-modelos 2527

NORA E D et al Amazon conservation might not be the end of deforestation

in Brazil 1048626104862410486251048627 (submetido)OrsquoNEILL B C NAKICENOVIC N ldquoLearning from global emissions

scenariosrdquo Environonmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

PARSON E A B et al Global change scenarios Teir development and useUS Climate Change Science Program 1048626104862410486241048630

PARSON E A ldquoUseful global-change scenarios current issues and chal-lengesrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 1048626104862410486241048632

PATEL M et al ldquoParticipatory scenario construction in land use analysisAn insight into the experiences created by stakeholder involvement inthe Northern Mediterraneanrdquo Land Use Policy vol 10486261048628 1048626104862410486241048631

PFAFF A ldquoWhat drives deforestation in the Brazilian Amazon Evidence

from Satellite and Socio-economic datardquo Journal of EnvironmentalEconomics and Management vol 10486271048631 p 10486261048630-10486281048627 1048625104863310486331048633

POSTMA T J M LIEBL F ldquoHow to improve scenario analysis as a stra-tegic management toolrdquo echnological Forecasting amp Social Change vol10486311048626 p 104862510486301048625-104862510486311048627 1048626104862410486241048629

PULVER S VAN DEVEER S Global Environmental Futures - Interrogatingthe Practice and Politics of Scenarios Brown University 1048626104862410486241048631

QUIST J VERGRAGT P ldquoPast and future of backcasting e shi to

stakeholder participation and a proposal for a methodological frameworkrdquoFutures vol 10486271048632 n 1048633 p 1048625104862410486261048631-1048625104862410486281048629 1048626104862410486241048630

QUIST J et al ldquoe impact and spin-off of participatory backcasting From vision to nicherdquo echnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n1048629 p 104863210486321048627-104863210486331048631 1048626104862410486251048625

RASKIN P D et al ldquoGlobal Scenarios in Historical Perspectivesrdquo InCARPENTER S R et al (Eds) Ecosystems and human well-being scena-

rios Volume findings of the scenarios working group of the Millennium

Ecosystem Assessment Washington Island Press 1048626104862410486241048629 p10486271048629-10486281048628REIS E GUZMAacuteN R ldquoAn econometric model of Amazon Deforestationrdquo

In BROWN K PEARCE D (Eds) Te causes of tropical deforestation

the economic and statistical analysis of factors giving rise to the loss of

tropical forests Londres University College London Press 1048625104863310486331048628 p104862510486311048626-10486331048625RICHARDS C et al Practical Approaches to Participation (SERG Socio-

Economic Research Group Policy Brief ) Aberdeen eMacaulay

Institute 1048626104862410486241048628ROBINSON J B ldquoEnergy backcasting A proposed method of policy analy-sisrdquo Energy Policy vol 10486251048624 n 1048628 p 104862710486271048631-104862710486281048628 1048625104863310486321048626

ROBINSON J et al ldquoEnvisioning sustainability Recent progress in the

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use of participatory backcasting approaches for sustainability researchrdquoechnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863110486291048630-104863110486301048632 1048626104862410486251048625

SANTOS A D D Metodologias participativas caminhos para o fortaleci-

mento de espaccedilos puacuteblicos socioambientais Petroacutepolis IIEB - Instituto

Internacional de Educaccedilatildeo do Brasil 1048626104862410486241048629SOARES-FILHO B et al ldquoModeling conservation in the Amazon basinrdquo

Nature vol 1048628104862710486321048633 mar 1048626104862410486241048630SOARES-FILHO B et al Modeling Environmental Dynamics with Dinamica

EGO Belo Horizonte UFMG 1048626104862410486241048633 104862510486261048624 pSOARES-FILHO B et al ldquoRole of Brazilian Amazon protected areas in

climate change mitigationrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America 10486261048630 maio 1048626104862410486251048624

SOLER L S et al ldquoUsing fuzzy cognitive maps to describe current systemdynamics and develop land cover scenarios a case study in the BrazilianAmazonrdquo Journal of Land Use Science vol 1048631 n 1048626 p104862510486281048633-104862510486311048629 10486251048627 dez 1048626104862410486251048626

STIRLING A ldquoAnalysis participation and power justification and closurein participatory multi-criteria analysisrdquo Land Use Policy vol 10486261048627 n 1048625 p10486331048629-104862510486241048631 1048626104862410486241048630

SWART R et al ldquoStabilisation scenarios for climate impact assessmentrdquoGlobal Environmental Change vol 10486251048626 1048626104862410486241048626

UNEP Environment Outlook in the Amazonia GEO Amazonia Panama1048626104862410486241048632

UNEP Global Environment Outlook Nairobi 1048626104862410486251048626VAN ASSELT MARJOLEIN B A RIJKENS-KLOMP N ldquoA look in the

mirror reflection on participation in Integrated Assessment from amethodological perspectiverdquo Global Environmental Change vol 10486251048626 n1048627 p 104862510486301048631-104862510486321048628 1048626104862410486241048626

VAN NOTTEN P W F et al ldquoAn updated scenario typologyrdquo Futures vol10486271048629 n 1048629 p 104862810486261048627-104862810486281048627 1048626104862410486241048627

VAN VLIET M Kok K VELDKAMP T ldquoLinking stakeholders andmodellers in scenario studies the use of Fuzzy Cognitive Maps as acommunication and learning toolrdquo Futures vol 10486281048626 n 1048625 1048626104862410486241048633

VAN VUUREN D P et al ldquoScenarios in Global Environmental AssessmentsKey characteristics and lessons for future userdquo Global Environmental

Change vol 10486261048626 n 1048628 p 104863210486321048628-104863210486331048629 1048626104862410486251048626a

VAN VUUREN D P et al ldquoA proposal for a new scenario framework tosupport research and assessment in different climate research commu-nitiesrdquo Global Environmental Change vol 10486261048626 n 1048625 p 10486261048625-10486271048629 1048626104862410486251048626b

VERBURG P et al ldquoDownscaling of land use change scenarios to assess

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the dynamics of European landscapesrdquo Agriculture Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630

VERGRAGT P J QUIST J ldquoBackcasting for sustainability Introductionto the special issuerdquo echnological Forecasting and Social Change vol

10486311048632 n 1048629 p 104863110486281048631-104863110486291048629 1048626104862410486251048625VIEIRA I C G et al ldquoDeforestation and threats to the biodiversity of

Amazoniardquo Brazilian Journal of Biology vol 10486301048632 p 104863310486281048633-104863310486291048630 1048626104862410486241048632WESSELINK A et al ldquoRationales for public participation in environmental

policy and governance practitionersrsquo perspectivesrdquo Environment and

Planning A vol 10486281048627 n 10486251048625 p 1048626104863010486321048632-1048626104863110486241048628 1048626104862410486251048625WESTHOEK H J et al ldquoScenario development to explore the future of

Europersquos rural areasrdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628

p 1048631-10486261048624 1048626104862410486241048630aWesthoek H J VAN DEN BERG M BAKKES J A ldquoScenario deve-

lopment to explore the future of Europersquos rural areasrdquo Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630bWILKINSON A EIDINOW E ldquoEvolving practices in environmental

scenarios a new scenario typologyrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 p 104862410486281048629104862410486251048631 1048626104862410486241048632

WOLLENBERG E et al Anticipating Change Scenarios as a ool for Adaptive

Forest Management A Guide Bogor CIFOR 1048626104862410486241048624aWOLLENBERG E et al ldquoUsing scenarios to make decisions about the futu-

re anticipatory learning for the adaptive co-management of communityforestsrdquo Landscape and Urban Planning vol 10486281048631 n 1048625-1048626 p 10486301048629-10486311048631 1048626104862410486241048624b

WOLTJER G et al Te MAGNE model Module description Haia LEIWUR 1048626104862410486251048627

ZUREK M B HENRICHS T ldquoLinking scenarios across geographical scalesin international environmental assessmentsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048628 p 1048625104862610486321048626-1048625104862610486331048629 1048626104862410486241048631

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participativo de construccedilatildeo de cenaacuterios poderia ser efetivo como ferramentano processo de consolidaccedilatildeo de diferentes unidades territoriais da regiatildeoSeguindo uma abordagem semelhante estaacute em andamento um processoparticipativo para a formulaccedilatildeo de cenaacuterios para toda a Amazocircnia com-

binando aspectos qualitativos e quantitativos normativos e exploratoacuteriosnum horizonte de tempo de 1048626104862410486251048624-104862610486241048629104862466 Os cenaacuterios qualitativos seratildeorepresentados por modelos computacionais em ambiente LuccME cujosresultados estatildeo em preparaccedilatildeo (Aguiara Vieira et al sd) e rediscutidoscom os stakeholders Diferentemente do processo adotado nos cenaacuteriosda Unep (GEO Amazonia) descrito acima o objetivo mais amplo doprojeto eacute justamente discutir as accedilotildees necessaacuterias para alcanccedilar o cenaacuteriode sustentabilidade

Conclusatildeo

Este capiacutetulo revisou os conceitos de cenaacuterios e suas principais abor-dagens visando subsidiar uma anaacutelise criacutetica sobre os modelos e cenaacuteriosdesenvolvidos nas deacutecadas anteriores para a Amazocircnia e entender asnecessidades de uma nova geraccedilatildeo de modelos computacionais em desen-

volvimento Espera-se que todos esses esforccedilos produzam modelos mais

robustos que contribuam para o avanccedilo cientiacutefico sobre os processos demudanccedila de uso da terra e possam ser utilizados pela sociedade como fer-ramentas em processos de discussatildeo sobre o futuro A existecircncia de vaacuteriosgrupos desenvolvendo modelos e cenaacuterios para a Amazocircnia e Brasil combase em meacutetodos e abordagens diferentes pode tambeacutem representar umganho para a sociedade

Em assuntos que envolvem interesses conflitantes como o uso da terrana Amazocircnia eacute preciso examinar atentamente as premissas e mecanismossubjacentes a modelos quantitativos que embasam os cenaacuterios ndash em especialos que satildeo construiacutedos com o objetivo expliacutecito de subsidiar a formula-ccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Pois no desejo por vezes bem intencionado docidadatildeo-pesquisador ao alertar sobre um problema ndash ou natildeo tatildeo bemintencionado ao defender grupos de interesses ndash manipulaccedilotildees podemfacilmente ser introduzidas E em alguns casos posiccedilotildees aparentementecientiacuteficas podem camuflar visotildees e interesses de muacuteltiplos atores e setores

ndash inclusive do proacuteprio governo Os modelos possuem tal complexidade que

10486301048630 O processo estaacute sendo liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (Embrapa) e pelo

Inpe no contexto do projeto Amazalert

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se tornam impenetraacuteveis para a maior parte da sociedade ndash e mesmo parapesquisadores de outras aacutereas E por vezes resultados de modelos passama ser tratados como verdades absolutas ndash o que eacute agravado quando existesomente um modelo para uma regiatildeo ou problema como no caso dos

impactos de obras de infraestrutura ou da expansatildeo de biocombustiacuteveisNatildeo podemos esquecer a frase de George Box que consideramos a

melhor sobre modelos ldquo Models are always wrong but some are useful rdquo Aoque acrescentamos e preste atenccedilatildeo nos grupos aos quais eles satildeo uacuteteis

Referecircncias

AGUIAR A P D et al ldquoSpatial statistical analysis of land-use determinants

in the Brazilian Amazonia Exploring intra-regional heterogeneityrdquoEcological Modelling vol 104862610486241048633 n 1048626-1048628 p 104862510486301048633-104862510486321048632 1048626104862410486241048631

AGUIAR A P D et al ldquoTerraME- LuccME an open-source frameworkfor spatially explicit land use change modellingrdquo Global Land Project

News vol 1048632 p 10486261048625-10486261048627 1048626104862410486251048626AGUIAR A P D et al Anticipating a forest transition scenario in the

Brazilian Amazon carbon emission estimates using a spatially-explicit

approach (submetido)

ALCAMO J RIBEIRO T Scenarios as tools for international environmentalassessments Copenhagen European Environment Agency 1048626104862410486241048625

ALCAMO J Searching for the future of land Scenarios from the local to

global scale Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630 p104862510486271048631-104862510486291048630ALCAMO J Environmental futures the practice of environmental scenario

analysis Amsterdam Elsevier 1048626104862410486241048632ANDERSEN L et al Te dynamics of Deforestation and Economic Growth

in the Brazilian Amazon Cambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048626ANDERSEN L REIS E Deforestation development and government policy

in the Brazilian Amazon an econometric analysis (IPEA Report 10486311048630-1048625104863310486331048631)Rio de Janeiro IPEA 1048625104863310486331048631

BIGGS R et al ldquoLinking futures across scales a dialog on multiscale sce-nariosrdquo Ecology and Society vol 10486251048626 1048626104862410486241048631

BOumlRJESON L et al ldquoScenario types and techniques Towards a userrsquosguiderdquo Futures vol 10486271048632 n 1048631 p 104863110486261048627-104863110486271048633 1048626104862410486241048630

BRADFIELD R ldquoe origins and evolution of scenario techniques in longrange business planningrdquo Futures vol 10486271048631 p 104863110486331048629-104863210486251048626 1048626104862410486241048629BRIASSOULIS H Analysis of Land Use Change Teoretical and Modeling

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Approaches Morgantown Regional Research Institute West VirginiaUniversity 1048626104862410486241048624

BUARQUE S C Metodologia e teacutecnicas de construccedilatildeo de cenaacuterios globais

e regionais Rio de Janeiro IPEA 1048626104862410486241048627

CARPENTER S R et al ldquoScenarios for ecosystem services an overviewrdquoEcology and Society vol 10486251048625 n 1048625 1048626104862410486241048630

COSGROVE W J RIJSBERMAN F R World water vision LondresEarthscan Publications Ltd 1048626104862410486241048624

DALLA983085NORA E L AGUIAR A P D Lapola D M WOLTJER G 1048626104862410486251048628Why have land use change models for the Amazon failed to capture the

amount of deforestation over the last decade Land Use Policy 10486271048633 104862810486241048627-104862810486251048625DREBORG K H ldquoEssence of backcastingrdquo Futures vol 10486261048632 n 1048633 p 104863210486251048627-

104863210486261048632 1048625104863310486331048630EVANS K et al Field guide to the Future Four Ways for Communities

to Tink Ahead Nairobi Center for International Forestry Research(CIFOR) 1048626104862410486241048630 10486321048631 p

FOLHES R Cenaacuterios de mudanccedilas de uso da terra na Amazocircnia Explorando

uma abordagem participativa e multi-escala no PAE Lago Grande em

Santareacutem-Paraacute Beleacutem Universidade Federal do Paraacute 1048626104862410486251048624FOLHES R T et al Multi-scale participatory scenario methods and territorial

planning in the Brazilian Amazon (submetido)GARB Y et al ldquoScenarios in society society in scenarios toward a so-

cial scientific analysis of storyline-driven environmental modelingrdquoEnvironmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

GIBSON C et al ldquoe concept of scale and the human dimensions ofglobal change a surveyrdquo Ecological Economics v 10486271048626 p 104862610486251048631ndash104862610486271048633 1048626104862410486241048624

GIROD B ldquoe evolution of the IPCCrsquos emissions scenariosrdquo Environmental

Science amp Policy vol 10486251048626 1048626104862410486241048633GODET M ldquoe Art of Scenarios and Strategic Planning Tools and Pitfallsrdquo

echnological Forecasting and Social Change vol 10486301048629 p 1048627-10486261048626 1048626104862410486241048624GOacuteMES N ldquoe future of Amazoniardquo In Geo Amazonia 1048626104862410486241048633 p 104862610486291048629-104862610486311048630HEIJDEN K V D Scenarios the Art of Strategic Conversation Chichester

Wiley 1048625104863310486331048630JEFFERSON M ldquoShell scenarios What really happened in the 1048625104863310486311048624s and

what may be learned for current world prospectsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048633 n 1048625 p 104862510486321048630ndash104862510486331048631 1048626104862410486251048626KAHN H WIENER A Te year A framework for Speculation on the

Next Tirty-Tree Years Nova Iorque Macmillan 1048625104863310486301048631

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KAHN H Te next Years a scenario for America and the world NovaIorque Morrow 1048625104863310486311048630

KOK K et al ldquoMulti-scale narratives from an IA perspective Part IIParticipatory local scenario developmentrdquo Futures vol 10486271048632 1048626104862410486241048630

KOK K et al ldquoMethods for Developing Multiscale Participatory ScenariosInsights from Southern Africa and Europerdquo Ecology and Society vol 104862510486261048626104862410486241048631

KOK K ldquoe potential of Fuzzy Cognitive Maps for semi-quantitative sce-nario development with an example from Brazilrdquo Global Environmental

Change vol 10486251048633 1048626104862410486241048633KOK K et al ldquoCombining participative backcasting and exploratory scena-

rio development Experiences from the SCENES projectrdquo echnological

Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863210486271048629-104863210486291048625 1048626104862410486251048625LAMBIN E F GEIST H J Land-Use and Land-Cover Change Local

Processes and Global Impacts Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630LAPOLA D M et al ldquoIndirect land-use changes can overcome carbon

savings from biofuels in Brazilrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America vol 104862510486241048631 n 1048632 p 1048627104862710486321048632-1048627104862710486331048627 1048626104862410486251048624LAURANCE W et al ldquoe future of the Brazilian Amazonrdquo Science vol

104862610486331048625 p 104862810486271048632-104862810486271048633 1048626104862410486241048625

LEGGETT J et al Emissions Scenarios for the IPCC an Update CambridgeCambridge University Press 1048625104863310486331048626 p 10486301048633-10486331048629

MARGULIS S Causes of deforestation in Brazilian Amazon World BankWorking Paper 10486261048626 Washington World Bank 1048626104862410486241048628

MEA Ecosystems and Human Well-Being Millennium Ecosystem Assessment

Scenarios for the Future of Ecosystem Services (Millenium EcosystemAssessment) Washington Island Press 1048626104862410486241048629

MEADOWS D H et al Te Limits to Growth A Report for the Club of

Romersquos Project on the Predicament of Mankind Nova Iorque UniversityBooks 1048625104863310486311048626

METZGER M J et al ldquoe vulnerability of ecosystem services to land usechangerdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628 p 10486301048633-10486321048629 1048626104862410486241048630

MILLER R ldquoFutures Literacy A Hybrid Strategic Scenario Methodrdquo Futures vol 10486271048633 p 104862710486281048625-104862710486301048626 1048626104862410486241048631

MOSS R H E et al ldquoe next generation of scenarios for climate change

research and assessmentrdquo Nature vol 104862810486301048627 1048626104862410486251048624NAKICENOVIC N A et al Special Report on Emissions ScenariosCambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048625

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NORA E D et al Amazon conservation might not be the end of deforestation

in Brazil 1048626104862410486251048627 (submetido)OrsquoNEILL B C NAKICENOVIC N ldquoLearning from global emissions

scenariosrdquo Environonmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

PARSON E A B et al Global change scenarios Teir development and useUS Climate Change Science Program 1048626104862410486241048630

PARSON E A ldquoUseful global-change scenarios current issues and chal-lengesrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 1048626104862410486241048632

PATEL M et al ldquoParticipatory scenario construction in land use analysisAn insight into the experiences created by stakeholder involvement inthe Northern Mediterraneanrdquo Land Use Policy vol 10486261048628 1048626104862410486241048631

PFAFF A ldquoWhat drives deforestation in the Brazilian Amazon Evidence

from Satellite and Socio-economic datardquo Journal of EnvironmentalEconomics and Management vol 10486271048631 p 10486261048630-10486281048627 1048625104863310486331048633

POSTMA T J M LIEBL F ldquoHow to improve scenario analysis as a stra-tegic management toolrdquo echnological Forecasting amp Social Change vol10486311048626 p 104862510486301048625-104862510486311048627 1048626104862410486241048629

PULVER S VAN DEVEER S Global Environmental Futures - Interrogatingthe Practice and Politics of Scenarios Brown University 1048626104862410486241048631

QUIST J VERGRAGT P ldquoPast and future of backcasting e shi to

stakeholder participation and a proposal for a methodological frameworkrdquoFutures vol 10486271048632 n 1048633 p 1048625104862410486261048631-1048625104862410486281048629 1048626104862410486241048630

QUIST J et al ldquoe impact and spin-off of participatory backcasting From vision to nicherdquo echnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n1048629 p 104863210486321048627-104863210486331048631 1048626104862410486251048625

RASKIN P D et al ldquoGlobal Scenarios in Historical Perspectivesrdquo InCARPENTER S R et al (Eds) Ecosystems and human well-being scena-

rios Volume findings of the scenarios working group of the Millennium

Ecosystem Assessment Washington Island Press 1048626104862410486241048629 p10486271048629-10486281048628REIS E GUZMAacuteN R ldquoAn econometric model of Amazon Deforestationrdquo

In BROWN K PEARCE D (Eds) Te causes of tropical deforestation

the economic and statistical analysis of factors giving rise to the loss of

tropical forests Londres University College London Press 1048625104863310486331048628 p104862510486311048626-10486331048625RICHARDS C et al Practical Approaches to Participation (SERG Socio-

Economic Research Group Policy Brief ) Aberdeen eMacaulay

Institute 1048626104862410486241048628ROBINSON J B ldquoEnergy backcasting A proposed method of policy analy-sisrdquo Energy Policy vol 10486251048624 n 1048628 p 104862710486271048631-104862710486281048628 1048625104863310486321048626

ROBINSON J et al ldquoEnvisioning sustainability Recent progress in the

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use of participatory backcasting approaches for sustainability researchrdquoechnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863110486291048630-104863110486301048632 1048626104862410486251048625

SANTOS A D D Metodologias participativas caminhos para o fortaleci-

mento de espaccedilos puacuteblicos socioambientais Petroacutepolis IIEB - Instituto

Internacional de Educaccedilatildeo do Brasil 1048626104862410486241048629SOARES-FILHO B et al ldquoModeling conservation in the Amazon basinrdquo

Nature vol 1048628104862710486321048633 mar 1048626104862410486241048630SOARES-FILHO B et al Modeling Environmental Dynamics with Dinamica

EGO Belo Horizonte UFMG 1048626104862410486241048633 104862510486261048624 pSOARES-FILHO B et al ldquoRole of Brazilian Amazon protected areas in

climate change mitigationrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America 10486261048630 maio 1048626104862410486251048624

SOLER L S et al ldquoUsing fuzzy cognitive maps to describe current systemdynamics and develop land cover scenarios a case study in the BrazilianAmazonrdquo Journal of Land Use Science vol 1048631 n 1048626 p104862510486281048633-104862510486311048629 10486251048627 dez 1048626104862410486251048626

STIRLING A ldquoAnalysis participation and power justification and closurein participatory multi-criteria analysisrdquo Land Use Policy vol 10486261048627 n 1048625 p10486331048629-104862510486241048631 1048626104862410486241048630

SWART R et al ldquoStabilisation scenarios for climate impact assessmentrdquoGlobal Environmental Change vol 10486251048626 1048626104862410486241048626

UNEP Environment Outlook in the Amazonia GEO Amazonia Panama1048626104862410486241048632

UNEP Global Environment Outlook Nairobi 1048626104862410486251048626VAN ASSELT MARJOLEIN B A RIJKENS-KLOMP N ldquoA look in the

mirror reflection on participation in Integrated Assessment from amethodological perspectiverdquo Global Environmental Change vol 10486251048626 n1048627 p 104862510486301048631-104862510486321048628 1048626104862410486241048626

VAN NOTTEN P W F et al ldquoAn updated scenario typologyrdquo Futures vol10486271048629 n 1048629 p 104862810486261048627-104862810486281048627 1048626104862410486241048627

VAN VLIET M Kok K VELDKAMP T ldquoLinking stakeholders andmodellers in scenario studies the use of Fuzzy Cognitive Maps as acommunication and learning toolrdquo Futures vol 10486281048626 n 1048625 1048626104862410486241048633

VAN VUUREN D P et al ldquoScenarios in Global Environmental AssessmentsKey characteristics and lessons for future userdquo Global Environmental

Change vol 10486261048626 n 1048628 p 104863210486321048628-104863210486331048629 1048626104862410486251048626a

VAN VUUREN D P et al ldquoA proposal for a new scenario framework tosupport research and assessment in different climate research commu-nitiesrdquo Global Environmental Change vol 10486261048626 n 1048625 p 10486261048625-10486271048629 1048626104862410486251048626b

VERBURG P et al ldquoDownscaling of land use change scenarios to assess

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httpslidepdfcomreaderfullaguiar-assis-folhes-etal-2014-cenarios-e-modelos 2727

the dynamics of European landscapesrdquo Agriculture Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630

VERGRAGT P J QUIST J ldquoBackcasting for sustainability Introductionto the special issuerdquo echnological Forecasting and Social Change vol

10486311048632 n 1048629 p 104863110486281048631-104863110486291048629 1048626104862410486251048625VIEIRA I C G et al ldquoDeforestation and threats to the biodiversity of

Amazoniardquo Brazilian Journal of Biology vol 10486301048632 p 104863310486281048633-104863310486291048630 1048626104862410486241048632WESSELINK A et al ldquoRationales for public participation in environmental

policy and governance practitionersrsquo perspectivesrdquo Environment and

Planning A vol 10486281048627 n 10486251048625 p 1048626104863010486321048632-1048626104863110486241048628 1048626104862410486251048625WESTHOEK H J et al ldquoScenario development to explore the future of

Europersquos rural areasrdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628

p 1048631-10486261048624 1048626104862410486241048630aWesthoek H J VAN DEN BERG M BAKKES J A ldquoScenario deve-

lopment to explore the future of Europersquos rural areasrdquo Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630bWILKINSON A EIDINOW E ldquoEvolving practices in environmental

scenarios a new scenario typologyrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 p 104862410486281048629104862410486251048631 1048626104862410486241048632

WOLLENBERG E et al Anticipating Change Scenarios as a ool for Adaptive

Forest Management A Guide Bogor CIFOR 1048626104862410486241048624aWOLLENBERG E et al ldquoUsing scenarios to make decisions about the futu-

re anticipatory learning for the adaptive co-management of communityforestsrdquo Landscape and Urban Planning vol 10486281048631 n 1048625-1048626 p 10486301048629-10486311048631 1048626104862410486241048624b

WOLTJER G et al Te MAGNE model Module description Haia LEIWUR 1048626104862410486251048627

ZUREK M B HENRICHS T ldquoLinking scenarios across geographical scalesin international environmental assessmentsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048628 p 1048625104862610486321048626-1048625104862610486331048629 1048626104862410486241048631

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se tornam impenetraacuteveis para a maior parte da sociedade ndash e mesmo parapesquisadores de outras aacutereas E por vezes resultados de modelos passama ser tratados como verdades absolutas ndash o que eacute agravado quando existesomente um modelo para uma regiatildeo ou problema como no caso dos

impactos de obras de infraestrutura ou da expansatildeo de biocombustiacuteveisNatildeo podemos esquecer a frase de George Box que consideramos a

melhor sobre modelos ldquo Models are always wrong but some are useful rdquo Aoque acrescentamos e preste atenccedilatildeo nos grupos aos quais eles satildeo uacuteteis

Referecircncias

AGUIAR A P D et al ldquoSpatial statistical analysis of land-use determinants

in the Brazilian Amazonia Exploring intra-regional heterogeneityrdquoEcological Modelling vol 104862610486241048633 n 1048626-1048628 p 104862510486301048633-104862510486321048632 1048626104862410486241048631

AGUIAR A P D et al ldquoTerraME- LuccME an open-source frameworkfor spatially explicit land use change modellingrdquo Global Land Project

News vol 1048632 p 10486261048625-10486261048627 1048626104862410486251048626AGUIAR A P D et al Anticipating a forest transition scenario in the

Brazilian Amazon carbon emission estimates using a spatially-explicit

approach (submetido)

ALCAMO J RIBEIRO T Scenarios as tools for international environmentalassessments Copenhagen European Environment Agency 1048626104862410486241048625

ALCAMO J Searching for the future of land Scenarios from the local to

global scale Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630 p104862510486271048631-104862510486291048630ALCAMO J Environmental futures the practice of environmental scenario

analysis Amsterdam Elsevier 1048626104862410486241048632ANDERSEN L et al Te dynamics of Deforestation and Economic Growth

in the Brazilian Amazon Cambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048626ANDERSEN L REIS E Deforestation development and government policy

in the Brazilian Amazon an econometric analysis (IPEA Report 10486311048630-1048625104863310486331048631)Rio de Janeiro IPEA 1048625104863310486331048631

BIGGS R et al ldquoLinking futures across scales a dialog on multiscale sce-nariosrdquo Ecology and Society vol 10486251048626 1048626104862410486241048631

BOumlRJESON L et al ldquoScenario types and techniques Towards a userrsquosguiderdquo Futures vol 10486271048632 n 1048631 p 104863110486261048627-104863110486271048633 1048626104862410486241048630

BRADFIELD R ldquoe origins and evolution of scenario techniques in longrange business planningrdquo Futures vol 10486271048631 p 104863110486331048629-104863210486251048626 1048626104862410486241048629BRIASSOULIS H Analysis of Land Use Change Teoretical and Modeling

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Approaches Morgantown Regional Research Institute West VirginiaUniversity 1048626104862410486241048624

BUARQUE S C Metodologia e teacutecnicas de construccedilatildeo de cenaacuterios globais

e regionais Rio de Janeiro IPEA 1048626104862410486241048627

CARPENTER S R et al ldquoScenarios for ecosystem services an overviewrdquoEcology and Society vol 10486251048625 n 1048625 1048626104862410486241048630

COSGROVE W J RIJSBERMAN F R World water vision LondresEarthscan Publications Ltd 1048626104862410486241048624

DALLA983085NORA E L AGUIAR A P D Lapola D M WOLTJER G 1048626104862410486251048628Why have land use change models for the Amazon failed to capture the

amount of deforestation over the last decade Land Use Policy 10486271048633 104862810486241048627-104862810486251048625DREBORG K H ldquoEssence of backcastingrdquo Futures vol 10486261048632 n 1048633 p 104863210486251048627-

104863210486261048632 1048625104863310486331048630EVANS K et al Field guide to the Future Four Ways for Communities

to Tink Ahead Nairobi Center for International Forestry Research(CIFOR) 1048626104862410486241048630 10486321048631 p

FOLHES R Cenaacuterios de mudanccedilas de uso da terra na Amazocircnia Explorando

uma abordagem participativa e multi-escala no PAE Lago Grande em

Santareacutem-Paraacute Beleacutem Universidade Federal do Paraacute 1048626104862410486251048624FOLHES R T et al Multi-scale participatory scenario methods and territorial

planning in the Brazilian Amazon (submetido)GARB Y et al ldquoScenarios in society society in scenarios toward a so-

cial scientific analysis of storyline-driven environmental modelingrdquoEnvironmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

GIBSON C et al ldquoe concept of scale and the human dimensions ofglobal change a surveyrdquo Ecological Economics v 10486271048626 p 104862610486251048631ndash104862610486271048633 1048626104862410486241048624

GIROD B ldquoe evolution of the IPCCrsquos emissions scenariosrdquo Environmental

Science amp Policy vol 10486251048626 1048626104862410486241048633GODET M ldquoe Art of Scenarios and Strategic Planning Tools and Pitfallsrdquo

echnological Forecasting and Social Change vol 10486301048629 p 1048627-10486261048626 1048626104862410486241048624GOacuteMES N ldquoe future of Amazoniardquo In Geo Amazonia 1048626104862410486241048633 p 104862610486291048629-104862610486311048630HEIJDEN K V D Scenarios the Art of Strategic Conversation Chichester

Wiley 1048625104863310486331048630JEFFERSON M ldquoShell scenarios What really happened in the 1048625104863310486311048624s and

what may be learned for current world prospectsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048633 n 1048625 p 104862510486321048630ndash104862510486331048631 1048626104862410486251048626KAHN H WIENER A Te year A framework for Speculation on the

Next Tirty-Tree Years Nova Iorque Macmillan 1048625104863310486301048631

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httpslidepdfcomreaderfullaguiar-assis-folhes-etal-2014-cenarios-e-modelos 2427

KAHN H Te next Years a scenario for America and the world NovaIorque Morrow 1048625104863310486311048630

KOK K et al ldquoMulti-scale narratives from an IA perspective Part IIParticipatory local scenario developmentrdquo Futures vol 10486271048632 1048626104862410486241048630

KOK K et al ldquoMethods for Developing Multiscale Participatory ScenariosInsights from Southern Africa and Europerdquo Ecology and Society vol 104862510486261048626104862410486241048631

KOK K ldquoe potential of Fuzzy Cognitive Maps for semi-quantitative sce-nario development with an example from Brazilrdquo Global Environmental

Change vol 10486251048633 1048626104862410486241048633KOK K et al ldquoCombining participative backcasting and exploratory scena-

rio development Experiences from the SCENES projectrdquo echnological

Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863210486271048629-104863210486291048625 1048626104862410486251048625LAMBIN E F GEIST H J Land-Use and Land-Cover Change Local

Processes and Global Impacts Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630LAPOLA D M et al ldquoIndirect land-use changes can overcome carbon

savings from biofuels in Brazilrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America vol 104862510486241048631 n 1048632 p 1048627104862710486321048632-1048627104862710486331048627 1048626104862410486251048624LAURANCE W et al ldquoe future of the Brazilian Amazonrdquo Science vol

104862610486331048625 p 104862810486271048632-104862810486271048633 1048626104862410486241048625

LEGGETT J et al Emissions Scenarios for the IPCC an Update CambridgeCambridge University Press 1048625104863310486331048626 p 10486301048633-10486331048629

MARGULIS S Causes of deforestation in Brazilian Amazon World BankWorking Paper 10486261048626 Washington World Bank 1048626104862410486241048628

MEA Ecosystems and Human Well-Being Millennium Ecosystem Assessment

Scenarios for the Future of Ecosystem Services (Millenium EcosystemAssessment) Washington Island Press 1048626104862410486241048629

MEADOWS D H et al Te Limits to Growth A Report for the Club of

Romersquos Project on the Predicament of Mankind Nova Iorque UniversityBooks 1048625104863310486311048626

METZGER M J et al ldquoe vulnerability of ecosystem services to land usechangerdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628 p 10486301048633-10486321048629 1048626104862410486241048630

MILLER R ldquoFutures Literacy A Hybrid Strategic Scenario Methodrdquo Futures vol 10486271048633 p 104862710486281048625-104862710486301048626 1048626104862410486241048631

MOSS R H E et al ldquoe next generation of scenarios for climate change

research and assessmentrdquo Nature vol 104862810486301048627 1048626104862410486251048624NAKICENOVIC N A et al Special Report on Emissions ScenariosCambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048625

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NORA E D et al Amazon conservation might not be the end of deforestation

in Brazil 1048626104862410486251048627 (submetido)OrsquoNEILL B C NAKICENOVIC N ldquoLearning from global emissions

scenariosrdquo Environonmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

PARSON E A B et al Global change scenarios Teir development and useUS Climate Change Science Program 1048626104862410486241048630

PARSON E A ldquoUseful global-change scenarios current issues and chal-lengesrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 1048626104862410486241048632

PATEL M et al ldquoParticipatory scenario construction in land use analysisAn insight into the experiences created by stakeholder involvement inthe Northern Mediterraneanrdquo Land Use Policy vol 10486261048628 1048626104862410486241048631

PFAFF A ldquoWhat drives deforestation in the Brazilian Amazon Evidence

from Satellite and Socio-economic datardquo Journal of EnvironmentalEconomics and Management vol 10486271048631 p 10486261048630-10486281048627 1048625104863310486331048633

POSTMA T J M LIEBL F ldquoHow to improve scenario analysis as a stra-tegic management toolrdquo echnological Forecasting amp Social Change vol10486311048626 p 104862510486301048625-104862510486311048627 1048626104862410486241048629

PULVER S VAN DEVEER S Global Environmental Futures - Interrogatingthe Practice and Politics of Scenarios Brown University 1048626104862410486241048631

QUIST J VERGRAGT P ldquoPast and future of backcasting e shi to

stakeholder participation and a proposal for a methodological frameworkrdquoFutures vol 10486271048632 n 1048633 p 1048625104862410486261048631-1048625104862410486281048629 1048626104862410486241048630

QUIST J et al ldquoe impact and spin-off of participatory backcasting From vision to nicherdquo echnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n1048629 p 104863210486321048627-104863210486331048631 1048626104862410486251048625

RASKIN P D et al ldquoGlobal Scenarios in Historical Perspectivesrdquo InCARPENTER S R et al (Eds) Ecosystems and human well-being scena-

rios Volume findings of the scenarios working group of the Millennium

Ecosystem Assessment Washington Island Press 1048626104862410486241048629 p10486271048629-10486281048628REIS E GUZMAacuteN R ldquoAn econometric model of Amazon Deforestationrdquo

In BROWN K PEARCE D (Eds) Te causes of tropical deforestation

the economic and statistical analysis of factors giving rise to the loss of

tropical forests Londres University College London Press 1048625104863310486331048628 p104862510486311048626-10486331048625RICHARDS C et al Practical Approaches to Participation (SERG Socio-

Economic Research Group Policy Brief ) Aberdeen eMacaulay

Institute 1048626104862410486241048628ROBINSON J B ldquoEnergy backcasting A proposed method of policy analy-sisrdquo Energy Policy vol 10486251048624 n 1048628 p 104862710486271048631-104862710486281048628 1048625104863310486321048626

ROBINSON J et al ldquoEnvisioning sustainability Recent progress in the

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use of participatory backcasting approaches for sustainability researchrdquoechnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863110486291048630-104863110486301048632 1048626104862410486251048625

SANTOS A D D Metodologias participativas caminhos para o fortaleci-

mento de espaccedilos puacuteblicos socioambientais Petroacutepolis IIEB - Instituto

Internacional de Educaccedilatildeo do Brasil 1048626104862410486241048629SOARES-FILHO B et al ldquoModeling conservation in the Amazon basinrdquo

Nature vol 1048628104862710486321048633 mar 1048626104862410486241048630SOARES-FILHO B et al Modeling Environmental Dynamics with Dinamica

EGO Belo Horizonte UFMG 1048626104862410486241048633 104862510486261048624 pSOARES-FILHO B et al ldquoRole of Brazilian Amazon protected areas in

climate change mitigationrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America 10486261048630 maio 1048626104862410486251048624

SOLER L S et al ldquoUsing fuzzy cognitive maps to describe current systemdynamics and develop land cover scenarios a case study in the BrazilianAmazonrdquo Journal of Land Use Science vol 1048631 n 1048626 p104862510486281048633-104862510486311048629 10486251048627 dez 1048626104862410486251048626

STIRLING A ldquoAnalysis participation and power justification and closurein participatory multi-criteria analysisrdquo Land Use Policy vol 10486261048627 n 1048625 p10486331048629-104862510486241048631 1048626104862410486241048630

SWART R et al ldquoStabilisation scenarios for climate impact assessmentrdquoGlobal Environmental Change vol 10486251048626 1048626104862410486241048626

UNEP Environment Outlook in the Amazonia GEO Amazonia Panama1048626104862410486241048632

UNEP Global Environment Outlook Nairobi 1048626104862410486251048626VAN ASSELT MARJOLEIN B A RIJKENS-KLOMP N ldquoA look in the

mirror reflection on participation in Integrated Assessment from amethodological perspectiverdquo Global Environmental Change vol 10486251048626 n1048627 p 104862510486301048631-104862510486321048628 1048626104862410486241048626

VAN NOTTEN P W F et al ldquoAn updated scenario typologyrdquo Futures vol10486271048629 n 1048629 p 104862810486261048627-104862810486281048627 1048626104862410486241048627

VAN VLIET M Kok K VELDKAMP T ldquoLinking stakeholders andmodellers in scenario studies the use of Fuzzy Cognitive Maps as acommunication and learning toolrdquo Futures vol 10486281048626 n 1048625 1048626104862410486241048633

VAN VUUREN D P et al ldquoScenarios in Global Environmental AssessmentsKey characteristics and lessons for future userdquo Global Environmental

Change vol 10486261048626 n 1048628 p 104863210486321048628-104863210486331048629 1048626104862410486251048626a

VAN VUUREN D P et al ldquoA proposal for a new scenario framework tosupport research and assessment in different climate research commu-nitiesrdquo Global Environmental Change vol 10486261048626 n 1048625 p 10486261048625-10486271048629 1048626104862410486251048626b

VERBURG P et al ldquoDownscaling of land use change scenarios to assess

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httpslidepdfcomreaderfullaguiar-assis-folhes-etal-2014-cenarios-e-modelos 2727

the dynamics of European landscapesrdquo Agriculture Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630

VERGRAGT P J QUIST J ldquoBackcasting for sustainability Introductionto the special issuerdquo echnological Forecasting and Social Change vol

10486311048632 n 1048629 p 104863110486281048631-104863110486291048629 1048626104862410486251048625VIEIRA I C G et al ldquoDeforestation and threats to the biodiversity of

Amazoniardquo Brazilian Journal of Biology vol 10486301048632 p 104863310486281048633-104863310486291048630 1048626104862410486241048632WESSELINK A et al ldquoRationales for public participation in environmental

policy and governance practitionersrsquo perspectivesrdquo Environment and

Planning A vol 10486281048627 n 10486251048625 p 1048626104863010486321048632-1048626104863110486241048628 1048626104862410486251048625WESTHOEK H J et al ldquoScenario development to explore the future of

Europersquos rural areasrdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628

p 1048631-10486261048624 1048626104862410486241048630aWesthoek H J VAN DEN BERG M BAKKES J A ldquoScenario deve-

lopment to explore the future of Europersquos rural areasrdquo Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630bWILKINSON A EIDINOW E ldquoEvolving practices in environmental

scenarios a new scenario typologyrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 p 104862410486281048629104862410486251048631 1048626104862410486241048632

WOLLENBERG E et al Anticipating Change Scenarios as a ool for Adaptive

Forest Management A Guide Bogor CIFOR 1048626104862410486241048624aWOLLENBERG E et al ldquoUsing scenarios to make decisions about the futu-

re anticipatory learning for the adaptive co-management of communityforestsrdquo Landscape and Urban Planning vol 10486281048631 n 1048625-1048626 p 10486301048629-10486311048631 1048626104862410486241048624b

WOLTJER G et al Te MAGNE model Module description Haia LEIWUR 1048626104862410486251048627

ZUREK M B HENRICHS T ldquoLinking scenarios across geographical scalesin international environmental assessmentsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048628 p 1048625104862610486321048626-1048625104862610486331048629 1048626104862410486241048631

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Approaches Morgantown Regional Research Institute West VirginiaUniversity 1048626104862410486241048624

BUARQUE S C Metodologia e teacutecnicas de construccedilatildeo de cenaacuterios globais

e regionais Rio de Janeiro IPEA 1048626104862410486241048627

CARPENTER S R et al ldquoScenarios for ecosystem services an overviewrdquoEcology and Society vol 10486251048625 n 1048625 1048626104862410486241048630

COSGROVE W J RIJSBERMAN F R World water vision LondresEarthscan Publications Ltd 1048626104862410486241048624

DALLA983085NORA E L AGUIAR A P D Lapola D M WOLTJER G 1048626104862410486251048628Why have land use change models for the Amazon failed to capture the

amount of deforestation over the last decade Land Use Policy 10486271048633 104862810486241048627-104862810486251048625DREBORG K H ldquoEssence of backcastingrdquo Futures vol 10486261048632 n 1048633 p 104863210486251048627-

104863210486261048632 1048625104863310486331048630EVANS K et al Field guide to the Future Four Ways for Communities

to Tink Ahead Nairobi Center for International Forestry Research(CIFOR) 1048626104862410486241048630 10486321048631 p

FOLHES R Cenaacuterios de mudanccedilas de uso da terra na Amazocircnia Explorando

uma abordagem participativa e multi-escala no PAE Lago Grande em

Santareacutem-Paraacute Beleacutem Universidade Federal do Paraacute 1048626104862410486251048624FOLHES R T et al Multi-scale participatory scenario methods and territorial

planning in the Brazilian Amazon (submetido)GARB Y et al ldquoScenarios in society society in scenarios toward a so-

cial scientific analysis of storyline-driven environmental modelingrdquoEnvironmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

GIBSON C et al ldquoe concept of scale and the human dimensions ofglobal change a surveyrdquo Ecological Economics v 10486271048626 p 104862610486251048631ndash104862610486271048633 1048626104862410486241048624

GIROD B ldquoe evolution of the IPCCrsquos emissions scenariosrdquo Environmental

Science amp Policy vol 10486251048626 1048626104862410486241048633GODET M ldquoe Art of Scenarios and Strategic Planning Tools and Pitfallsrdquo

echnological Forecasting and Social Change vol 10486301048629 p 1048627-10486261048626 1048626104862410486241048624GOacuteMES N ldquoe future of Amazoniardquo In Geo Amazonia 1048626104862410486241048633 p 104862610486291048629-104862610486311048630HEIJDEN K V D Scenarios the Art of Strategic Conversation Chichester

Wiley 1048625104863310486331048630JEFFERSON M ldquoShell scenarios What really happened in the 1048625104863310486311048624s and

what may be learned for current world prospectsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048633 n 1048625 p 104862510486321048630ndash104862510486331048631 1048626104862410486251048626KAHN H WIENER A Te year A framework for Speculation on the

Next Tirty-Tree Years Nova Iorque Macmillan 1048625104863310486301048631

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KAHN H Te next Years a scenario for America and the world NovaIorque Morrow 1048625104863310486311048630

KOK K et al ldquoMulti-scale narratives from an IA perspective Part IIParticipatory local scenario developmentrdquo Futures vol 10486271048632 1048626104862410486241048630

KOK K et al ldquoMethods for Developing Multiscale Participatory ScenariosInsights from Southern Africa and Europerdquo Ecology and Society vol 104862510486261048626104862410486241048631

KOK K ldquoe potential of Fuzzy Cognitive Maps for semi-quantitative sce-nario development with an example from Brazilrdquo Global Environmental

Change vol 10486251048633 1048626104862410486241048633KOK K et al ldquoCombining participative backcasting and exploratory scena-

rio development Experiences from the SCENES projectrdquo echnological

Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863210486271048629-104863210486291048625 1048626104862410486251048625LAMBIN E F GEIST H J Land-Use and Land-Cover Change Local

Processes and Global Impacts Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630LAPOLA D M et al ldquoIndirect land-use changes can overcome carbon

savings from biofuels in Brazilrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America vol 104862510486241048631 n 1048632 p 1048627104862710486321048632-1048627104862710486331048627 1048626104862410486251048624LAURANCE W et al ldquoe future of the Brazilian Amazonrdquo Science vol

104862610486331048625 p 104862810486271048632-104862810486271048633 1048626104862410486241048625

LEGGETT J et al Emissions Scenarios for the IPCC an Update CambridgeCambridge University Press 1048625104863310486331048626 p 10486301048633-10486331048629

MARGULIS S Causes of deforestation in Brazilian Amazon World BankWorking Paper 10486261048626 Washington World Bank 1048626104862410486241048628

MEA Ecosystems and Human Well-Being Millennium Ecosystem Assessment

Scenarios for the Future of Ecosystem Services (Millenium EcosystemAssessment) Washington Island Press 1048626104862410486241048629

MEADOWS D H et al Te Limits to Growth A Report for the Club of

Romersquos Project on the Predicament of Mankind Nova Iorque UniversityBooks 1048625104863310486311048626

METZGER M J et al ldquoe vulnerability of ecosystem services to land usechangerdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628 p 10486301048633-10486321048629 1048626104862410486241048630

MILLER R ldquoFutures Literacy A Hybrid Strategic Scenario Methodrdquo Futures vol 10486271048633 p 104862710486281048625-104862710486301048626 1048626104862410486241048631

MOSS R H E et al ldquoe next generation of scenarios for climate change

research and assessmentrdquo Nature vol 104862810486301048627 1048626104862410486251048624NAKICENOVIC N A et al Special Report on Emissions ScenariosCambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048625

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NORA E D et al Amazon conservation might not be the end of deforestation

in Brazil 1048626104862410486251048627 (submetido)OrsquoNEILL B C NAKICENOVIC N ldquoLearning from global emissions

scenariosrdquo Environonmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

PARSON E A B et al Global change scenarios Teir development and useUS Climate Change Science Program 1048626104862410486241048630

PARSON E A ldquoUseful global-change scenarios current issues and chal-lengesrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 1048626104862410486241048632

PATEL M et al ldquoParticipatory scenario construction in land use analysisAn insight into the experiences created by stakeholder involvement inthe Northern Mediterraneanrdquo Land Use Policy vol 10486261048628 1048626104862410486241048631

PFAFF A ldquoWhat drives deforestation in the Brazilian Amazon Evidence

from Satellite and Socio-economic datardquo Journal of EnvironmentalEconomics and Management vol 10486271048631 p 10486261048630-10486281048627 1048625104863310486331048633

POSTMA T J M LIEBL F ldquoHow to improve scenario analysis as a stra-tegic management toolrdquo echnological Forecasting amp Social Change vol10486311048626 p 104862510486301048625-104862510486311048627 1048626104862410486241048629

PULVER S VAN DEVEER S Global Environmental Futures - Interrogatingthe Practice and Politics of Scenarios Brown University 1048626104862410486241048631

QUIST J VERGRAGT P ldquoPast and future of backcasting e shi to

stakeholder participation and a proposal for a methodological frameworkrdquoFutures vol 10486271048632 n 1048633 p 1048625104862410486261048631-1048625104862410486281048629 1048626104862410486241048630

QUIST J et al ldquoe impact and spin-off of participatory backcasting From vision to nicherdquo echnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n1048629 p 104863210486321048627-104863210486331048631 1048626104862410486251048625

RASKIN P D et al ldquoGlobal Scenarios in Historical Perspectivesrdquo InCARPENTER S R et al (Eds) Ecosystems and human well-being scena-

rios Volume findings of the scenarios working group of the Millennium

Ecosystem Assessment Washington Island Press 1048626104862410486241048629 p10486271048629-10486281048628REIS E GUZMAacuteN R ldquoAn econometric model of Amazon Deforestationrdquo

In BROWN K PEARCE D (Eds) Te causes of tropical deforestation

the economic and statistical analysis of factors giving rise to the loss of

tropical forests Londres University College London Press 1048625104863310486331048628 p104862510486311048626-10486331048625RICHARDS C et al Practical Approaches to Participation (SERG Socio-

Economic Research Group Policy Brief ) Aberdeen eMacaulay

Institute 1048626104862410486241048628ROBINSON J B ldquoEnergy backcasting A proposed method of policy analy-sisrdquo Energy Policy vol 10486251048624 n 1048628 p 104862710486271048631-104862710486281048628 1048625104863310486321048626

ROBINSON J et al ldquoEnvisioning sustainability Recent progress in the

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use of participatory backcasting approaches for sustainability researchrdquoechnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863110486291048630-104863110486301048632 1048626104862410486251048625

SANTOS A D D Metodologias participativas caminhos para o fortaleci-

mento de espaccedilos puacuteblicos socioambientais Petroacutepolis IIEB - Instituto

Internacional de Educaccedilatildeo do Brasil 1048626104862410486241048629SOARES-FILHO B et al ldquoModeling conservation in the Amazon basinrdquo

Nature vol 1048628104862710486321048633 mar 1048626104862410486241048630SOARES-FILHO B et al Modeling Environmental Dynamics with Dinamica

EGO Belo Horizonte UFMG 1048626104862410486241048633 104862510486261048624 pSOARES-FILHO B et al ldquoRole of Brazilian Amazon protected areas in

climate change mitigationrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America 10486261048630 maio 1048626104862410486251048624

SOLER L S et al ldquoUsing fuzzy cognitive maps to describe current systemdynamics and develop land cover scenarios a case study in the BrazilianAmazonrdquo Journal of Land Use Science vol 1048631 n 1048626 p104862510486281048633-104862510486311048629 10486251048627 dez 1048626104862410486251048626

STIRLING A ldquoAnalysis participation and power justification and closurein participatory multi-criteria analysisrdquo Land Use Policy vol 10486261048627 n 1048625 p10486331048629-104862510486241048631 1048626104862410486241048630

SWART R et al ldquoStabilisation scenarios for climate impact assessmentrdquoGlobal Environmental Change vol 10486251048626 1048626104862410486241048626

UNEP Environment Outlook in the Amazonia GEO Amazonia Panama1048626104862410486241048632

UNEP Global Environment Outlook Nairobi 1048626104862410486251048626VAN ASSELT MARJOLEIN B A RIJKENS-KLOMP N ldquoA look in the

mirror reflection on participation in Integrated Assessment from amethodological perspectiverdquo Global Environmental Change vol 10486251048626 n1048627 p 104862510486301048631-104862510486321048628 1048626104862410486241048626

VAN NOTTEN P W F et al ldquoAn updated scenario typologyrdquo Futures vol10486271048629 n 1048629 p 104862810486261048627-104862810486281048627 1048626104862410486241048627

VAN VLIET M Kok K VELDKAMP T ldquoLinking stakeholders andmodellers in scenario studies the use of Fuzzy Cognitive Maps as acommunication and learning toolrdquo Futures vol 10486281048626 n 1048625 1048626104862410486241048633

VAN VUUREN D P et al ldquoScenarios in Global Environmental AssessmentsKey characteristics and lessons for future userdquo Global Environmental

Change vol 10486261048626 n 1048628 p 104863210486321048628-104863210486331048629 1048626104862410486251048626a

VAN VUUREN D P et al ldquoA proposal for a new scenario framework tosupport research and assessment in different climate research commu-nitiesrdquo Global Environmental Change vol 10486261048626 n 1048625 p 10486261048625-10486271048629 1048626104862410486251048626b

VERBURG P et al ldquoDownscaling of land use change scenarios to assess

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the dynamics of European landscapesrdquo Agriculture Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630

VERGRAGT P J QUIST J ldquoBackcasting for sustainability Introductionto the special issuerdquo echnological Forecasting and Social Change vol

10486311048632 n 1048629 p 104863110486281048631-104863110486291048629 1048626104862410486251048625VIEIRA I C G et al ldquoDeforestation and threats to the biodiversity of

Amazoniardquo Brazilian Journal of Biology vol 10486301048632 p 104863310486281048633-104863310486291048630 1048626104862410486241048632WESSELINK A et al ldquoRationales for public participation in environmental

policy and governance practitionersrsquo perspectivesrdquo Environment and

Planning A vol 10486281048627 n 10486251048625 p 1048626104863010486321048632-1048626104863110486241048628 1048626104862410486251048625WESTHOEK H J et al ldquoScenario development to explore the future of

Europersquos rural areasrdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628

p 1048631-10486261048624 1048626104862410486241048630aWesthoek H J VAN DEN BERG M BAKKES J A ldquoScenario deve-

lopment to explore the future of Europersquos rural areasrdquo Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630bWILKINSON A EIDINOW E ldquoEvolving practices in environmental

scenarios a new scenario typologyrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 p 104862410486281048629104862410486251048631 1048626104862410486241048632

WOLLENBERG E et al Anticipating Change Scenarios as a ool for Adaptive

Forest Management A Guide Bogor CIFOR 1048626104862410486241048624aWOLLENBERG E et al ldquoUsing scenarios to make decisions about the futu-

re anticipatory learning for the adaptive co-management of communityforestsrdquo Landscape and Urban Planning vol 10486281048631 n 1048625-1048626 p 10486301048629-10486311048631 1048626104862410486241048624b

WOLTJER G et al Te MAGNE model Module description Haia LEIWUR 1048626104862410486251048627

ZUREK M B HENRICHS T ldquoLinking scenarios across geographical scalesin international environmental assessmentsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048628 p 1048625104862610486321048626-1048625104862610486331048629 1048626104862410486241048631

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KAHN H Te next Years a scenario for America and the world NovaIorque Morrow 1048625104863310486311048630

KOK K et al ldquoMulti-scale narratives from an IA perspective Part IIParticipatory local scenario developmentrdquo Futures vol 10486271048632 1048626104862410486241048630

KOK K et al ldquoMethods for Developing Multiscale Participatory ScenariosInsights from Southern Africa and Europerdquo Ecology and Society vol 104862510486261048626104862410486241048631

KOK K ldquoe potential of Fuzzy Cognitive Maps for semi-quantitative sce-nario development with an example from Brazilrdquo Global Environmental

Change vol 10486251048633 1048626104862410486241048633KOK K et al ldquoCombining participative backcasting and exploratory scena-

rio development Experiences from the SCENES projectrdquo echnological

Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863210486271048629-104863210486291048625 1048626104862410486251048625LAMBIN E F GEIST H J Land-Use and Land-Cover Change Local

Processes and Global Impacts Berlim Springer Verlag 1048626104862410486241048630LAPOLA D M et al ldquoIndirect land-use changes can overcome carbon

savings from biofuels in Brazilrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America vol 104862510486241048631 n 1048632 p 1048627104862710486321048632-1048627104862710486331048627 1048626104862410486251048624LAURANCE W et al ldquoe future of the Brazilian Amazonrdquo Science vol

104862610486331048625 p 104862810486271048632-104862810486271048633 1048626104862410486241048625

LEGGETT J et al Emissions Scenarios for the IPCC an Update CambridgeCambridge University Press 1048625104863310486331048626 p 10486301048633-10486331048629

MARGULIS S Causes of deforestation in Brazilian Amazon World BankWorking Paper 10486261048626 Washington World Bank 1048626104862410486241048628

MEA Ecosystems and Human Well-Being Millennium Ecosystem Assessment

Scenarios for the Future of Ecosystem Services (Millenium EcosystemAssessment) Washington Island Press 1048626104862410486241048629

MEADOWS D H et al Te Limits to Growth A Report for the Club of

Romersquos Project on the Predicament of Mankind Nova Iorque UniversityBooks 1048625104863310486311048626

METZGER M J et al ldquoe vulnerability of ecosystem services to land usechangerdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628 p 10486301048633-10486321048629 1048626104862410486241048630

MILLER R ldquoFutures Literacy A Hybrid Strategic Scenario Methodrdquo Futures vol 10486271048633 p 104862710486281048625-104862710486301048626 1048626104862410486241048631

MOSS R H E et al ldquoe next generation of scenarios for climate change

research and assessmentrdquo Nature vol 104862810486301048627 1048626104862410486251048624NAKICENOVIC N A et al Special Report on Emissions ScenariosCambridge Cambridge University Press 1048626104862410486241048625

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NORA E D et al Amazon conservation might not be the end of deforestation

in Brazil 1048626104862410486251048627 (submetido)OrsquoNEILL B C NAKICENOVIC N ldquoLearning from global emissions

scenariosrdquo Environonmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 1048626104862410486241048632

PARSON E A B et al Global change scenarios Teir development and useUS Climate Change Science Program 1048626104862410486241048630

PARSON E A ldquoUseful global-change scenarios current issues and chal-lengesrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 1048626104862410486241048632

PATEL M et al ldquoParticipatory scenario construction in land use analysisAn insight into the experiences created by stakeholder involvement inthe Northern Mediterraneanrdquo Land Use Policy vol 10486261048628 1048626104862410486241048631

PFAFF A ldquoWhat drives deforestation in the Brazilian Amazon Evidence

from Satellite and Socio-economic datardquo Journal of EnvironmentalEconomics and Management vol 10486271048631 p 10486261048630-10486281048627 1048625104863310486331048633

POSTMA T J M LIEBL F ldquoHow to improve scenario analysis as a stra-tegic management toolrdquo echnological Forecasting amp Social Change vol10486311048626 p 104862510486301048625-104862510486311048627 1048626104862410486241048629

PULVER S VAN DEVEER S Global Environmental Futures - Interrogatingthe Practice and Politics of Scenarios Brown University 1048626104862410486241048631

QUIST J VERGRAGT P ldquoPast and future of backcasting e shi to

stakeholder participation and a proposal for a methodological frameworkrdquoFutures vol 10486271048632 n 1048633 p 1048625104862410486261048631-1048625104862410486281048629 1048626104862410486241048630

QUIST J et al ldquoe impact and spin-off of participatory backcasting From vision to nicherdquo echnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n1048629 p 104863210486321048627-104863210486331048631 1048626104862410486251048625

RASKIN P D et al ldquoGlobal Scenarios in Historical Perspectivesrdquo InCARPENTER S R et al (Eds) Ecosystems and human well-being scena-

rios Volume findings of the scenarios working group of the Millennium

Ecosystem Assessment Washington Island Press 1048626104862410486241048629 p10486271048629-10486281048628REIS E GUZMAacuteN R ldquoAn econometric model of Amazon Deforestationrdquo

In BROWN K PEARCE D (Eds) Te causes of tropical deforestation

the economic and statistical analysis of factors giving rise to the loss of

tropical forests Londres University College London Press 1048625104863310486331048628 p104862510486311048626-10486331048625RICHARDS C et al Practical Approaches to Participation (SERG Socio-

Economic Research Group Policy Brief ) Aberdeen eMacaulay

Institute 1048626104862410486241048628ROBINSON J B ldquoEnergy backcasting A proposed method of policy analy-sisrdquo Energy Policy vol 10486251048624 n 1048628 p 104862710486271048631-104862710486281048628 1048625104863310486321048626

ROBINSON J et al ldquoEnvisioning sustainability Recent progress in the

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use of participatory backcasting approaches for sustainability researchrdquoechnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863110486291048630-104863110486301048632 1048626104862410486251048625

SANTOS A D D Metodologias participativas caminhos para o fortaleci-

mento de espaccedilos puacuteblicos socioambientais Petroacutepolis IIEB - Instituto

Internacional de Educaccedilatildeo do Brasil 1048626104862410486241048629SOARES-FILHO B et al ldquoModeling conservation in the Amazon basinrdquo

Nature vol 1048628104862710486321048633 mar 1048626104862410486241048630SOARES-FILHO B et al Modeling Environmental Dynamics with Dinamica

EGO Belo Horizonte UFMG 1048626104862410486241048633 104862510486261048624 pSOARES-FILHO B et al ldquoRole of Brazilian Amazon protected areas in

climate change mitigationrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America 10486261048630 maio 1048626104862410486251048624

SOLER L S et al ldquoUsing fuzzy cognitive maps to describe current systemdynamics and develop land cover scenarios a case study in the BrazilianAmazonrdquo Journal of Land Use Science vol 1048631 n 1048626 p104862510486281048633-104862510486311048629 10486251048627 dez 1048626104862410486251048626

STIRLING A ldquoAnalysis participation and power justification and closurein participatory multi-criteria analysisrdquo Land Use Policy vol 10486261048627 n 1048625 p10486331048629-104862510486241048631 1048626104862410486241048630

SWART R et al ldquoStabilisation scenarios for climate impact assessmentrdquoGlobal Environmental Change vol 10486251048626 1048626104862410486241048626

UNEP Environment Outlook in the Amazonia GEO Amazonia Panama1048626104862410486241048632

UNEP Global Environment Outlook Nairobi 1048626104862410486251048626VAN ASSELT MARJOLEIN B A RIJKENS-KLOMP N ldquoA look in the

mirror reflection on participation in Integrated Assessment from amethodological perspectiverdquo Global Environmental Change vol 10486251048626 n1048627 p 104862510486301048631-104862510486321048628 1048626104862410486241048626

VAN NOTTEN P W F et al ldquoAn updated scenario typologyrdquo Futures vol10486271048629 n 1048629 p 104862810486261048627-104862810486281048627 1048626104862410486241048627

VAN VLIET M Kok K VELDKAMP T ldquoLinking stakeholders andmodellers in scenario studies the use of Fuzzy Cognitive Maps as acommunication and learning toolrdquo Futures vol 10486281048626 n 1048625 1048626104862410486241048633

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VAN VUUREN D P et al ldquoA proposal for a new scenario framework tosupport research and assessment in different climate research commu-nitiesrdquo Global Environmental Change vol 10486261048626 n 1048625 p 10486261048625-10486271048629 1048626104862410486251048626b

VERBURG P et al ldquoDownscaling of land use change scenarios to assess

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the dynamics of European landscapesrdquo Agriculture Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630

VERGRAGT P J QUIST J ldquoBackcasting for sustainability Introductionto the special issuerdquo echnological Forecasting and Social Change vol

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Planning A vol 10486281048627 n 10486251048625 p 1048626104863010486321048632-1048626104863110486241048628 1048626104862410486251048625WESTHOEK H J et al ldquoScenario development to explore the future of

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p 1048631-10486261048624 1048626104862410486241048630aWesthoek H J VAN DEN BERG M BAKKES J A ldquoScenario deve-

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Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630bWILKINSON A EIDINOW E ldquoEvolving practices in environmental

scenarios a new scenario typologyrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 p 104862410486281048629104862410486251048631 1048626104862410486241048632

WOLLENBERG E et al Anticipating Change Scenarios as a ool for Adaptive

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WOLTJER G et al Te MAGNE model Module description Haia LEIWUR 1048626104862410486251048627

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NORA E D et al Amazon conservation might not be the end of deforestation

in Brazil 1048626104862410486251048627 (submetido)OrsquoNEILL B C NAKICENOVIC N ldquoLearning from global emissions

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PARSON E A B et al Global change scenarios Teir development and useUS Climate Change Science Program 1048626104862410486241048630

PARSON E A ldquoUseful global-change scenarios current issues and chal-lengesrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 1048626104862410486241048632

PATEL M et al ldquoParticipatory scenario construction in land use analysisAn insight into the experiences created by stakeholder involvement inthe Northern Mediterraneanrdquo Land Use Policy vol 10486261048628 1048626104862410486241048631

PFAFF A ldquoWhat drives deforestation in the Brazilian Amazon Evidence

from Satellite and Socio-economic datardquo Journal of EnvironmentalEconomics and Management vol 10486271048631 p 10486261048630-10486281048627 1048625104863310486331048633

POSTMA T J M LIEBL F ldquoHow to improve scenario analysis as a stra-tegic management toolrdquo echnological Forecasting amp Social Change vol10486311048626 p 104862510486301048625-104862510486311048627 1048626104862410486241048629

PULVER S VAN DEVEER S Global Environmental Futures - Interrogatingthe Practice and Politics of Scenarios Brown University 1048626104862410486241048631

QUIST J VERGRAGT P ldquoPast and future of backcasting e shi to

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RASKIN P D et al ldquoGlobal Scenarios in Historical Perspectivesrdquo InCARPENTER S R et al (Eds) Ecosystems and human well-being scena-

rios Volume findings of the scenarios working group of the Millennium

Ecosystem Assessment Washington Island Press 1048626104862410486241048629 p10486271048629-10486281048628REIS E GUZMAacuteN R ldquoAn econometric model of Amazon Deforestationrdquo

In BROWN K PEARCE D (Eds) Te causes of tropical deforestation

the economic and statistical analysis of factors giving rise to the loss of

tropical forests Londres University College London Press 1048625104863310486331048628 p104862510486311048626-10486331048625RICHARDS C et al Practical Approaches to Participation (SERG Socio-

Economic Research Group Policy Brief ) Aberdeen eMacaulay

Institute 1048626104862410486241048628ROBINSON J B ldquoEnergy backcasting A proposed method of policy analy-sisrdquo Energy Policy vol 10486251048624 n 1048628 p 104862710486271048631-104862710486281048628 1048625104863310486321048626

ROBINSON J et al ldquoEnvisioning sustainability Recent progress in the

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use of participatory backcasting approaches for sustainability researchrdquoechnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863110486291048630-104863110486301048632 1048626104862410486251048625

SANTOS A D D Metodologias participativas caminhos para o fortaleci-

mento de espaccedilos puacuteblicos socioambientais Petroacutepolis IIEB - Instituto

Internacional de Educaccedilatildeo do Brasil 1048626104862410486241048629SOARES-FILHO B et al ldquoModeling conservation in the Amazon basinrdquo

Nature vol 1048628104862710486321048633 mar 1048626104862410486241048630SOARES-FILHO B et al Modeling Environmental Dynamics with Dinamica

EGO Belo Horizonte UFMG 1048626104862410486241048633 104862510486261048624 pSOARES-FILHO B et al ldquoRole of Brazilian Amazon protected areas in

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SOLER L S et al ldquoUsing fuzzy cognitive maps to describe current systemdynamics and develop land cover scenarios a case study in the BrazilianAmazonrdquo Journal of Land Use Science vol 1048631 n 1048626 p104862510486281048633-104862510486311048629 10486251048627 dez 1048626104862410486251048626

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UNEP Environment Outlook in the Amazonia GEO Amazonia Panama1048626104862410486241048632

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VERBURG P et al ldquoDownscaling of land use change scenarios to assess

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the dynamics of European landscapesrdquo Agriculture Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630

VERGRAGT P J QUIST J ldquoBackcasting for sustainability Introductionto the special issuerdquo echnological Forecasting and Social Change vol

10486311048632 n 1048629 p 104863110486281048631-104863110486291048629 1048626104862410486251048625VIEIRA I C G et al ldquoDeforestation and threats to the biodiversity of

Amazoniardquo Brazilian Journal of Biology vol 10486301048632 p 104863310486281048633-104863310486291048630 1048626104862410486241048632WESSELINK A et al ldquoRationales for public participation in environmental

policy and governance practitionersrsquo perspectivesrdquo Environment and

Planning A vol 10486281048627 n 10486251048625 p 1048626104863010486321048632-1048626104863110486241048628 1048626104862410486251048625WESTHOEK H J et al ldquoScenario development to explore the future of

Europersquos rural areasrdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628

p 1048631-10486261048624 1048626104862410486241048630aWesthoek H J VAN DEN BERG M BAKKES J A ldquoScenario deve-

lopment to explore the future of Europersquos rural areasrdquo Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630bWILKINSON A EIDINOW E ldquoEvolving practices in environmental

scenarios a new scenario typologyrdquo Environmental Research Letters vol 1048627 n 1048628 p 104862410486281048629104862410486251048631 1048626104862410486241048632

WOLLENBERG E et al Anticipating Change Scenarios as a ool for Adaptive

Forest Management A Guide Bogor CIFOR 1048626104862410486241048624aWOLLENBERG E et al ldquoUsing scenarios to make decisions about the futu-

re anticipatory learning for the adaptive co-management of communityforestsrdquo Landscape and Urban Planning vol 10486281048631 n 1048625-1048626 p 10486301048629-10486311048631 1048626104862410486241048624b

WOLTJER G et al Te MAGNE model Module description Haia LEIWUR 1048626104862410486251048627

ZUREK M B HENRICHS T ldquoLinking scenarios across geographical scalesin international environmental assessmentsrdquo echnological Forecasting

amp Social Change vol 10486311048628 p 1048625104862610486321048626-1048625104862610486331048629 1048626104862410486241048631

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use of participatory backcasting approaches for sustainability researchrdquoechnological Forecasting and Social Change vol 10486311048632 n 1048629 p 104863110486291048630-104863110486301048632 1048626104862410486251048625

SANTOS A D D Metodologias participativas caminhos para o fortaleci-

mento de espaccedilos puacuteblicos socioambientais Petroacutepolis IIEB - Instituto

Internacional de Educaccedilatildeo do Brasil 1048626104862410486241048629SOARES-FILHO B et al ldquoModeling conservation in the Amazon basinrdquo

Nature vol 1048628104862710486321048633 mar 1048626104862410486241048630SOARES-FILHO B et al Modeling Environmental Dynamics with Dinamica

EGO Belo Horizonte UFMG 1048626104862410486241048633 104862510486261048624 pSOARES-FILHO B et al ldquoRole of Brazilian Amazon protected areas in

climate change mitigationrdquo Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America 10486261048630 maio 1048626104862410486251048624

SOLER L S et al ldquoUsing fuzzy cognitive maps to describe current systemdynamics and develop land cover scenarios a case study in the BrazilianAmazonrdquo Journal of Land Use Science vol 1048631 n 1048626 p104862510486281048633-104862510486311048629 10486251048627 dez 1048626104862410486251048626

STIRLING A ldquoAnalysis participation and power justification and closurein participatory multi-criteria analysisrdquo Land Use Policy vol 10486261048627 n 1048625 p10486331048629-104862510486241048631 1048626104862410486241048630

SWART R et al ldquoStabilisation scenarios for climate impact assessmentrdquoGlobal Environmental Change vol 10486251048626 1048626104862410486241048626

UNEP Environment Outlook in the Amazonia GEO Amazonia Panama1048626104862410486241048632

UNEP Global Environment Outlook Nairobi 1048626104862410486251048626VAN ASSELT MARJOLEIN B A RIJKENS-KLOMP N ldquoA look in the

mirror reflection on participation in Integrated Assessment from amethodological perspectiverdquo Global Environmental Change vol 10486251048626 n1048627 p 104862510486301048631-104862510486321048628 1048626104862410486241048626

VAN NOTTEN P W F et al ldquoAn updated scenario typologyrdquo Futures vol10486271048629 n 1048629 p 104862810486261048627-104862810486281048627 1048626104862410486241048627

VAN VLIET M Kok K VELDKAMP T ldquoLinking stakeholders andmodellers in scenario studies the use of Fuzzy Cognitive Maps as acommunication and learning toolrdquo Futures vol 10486281048626 n 1048625 1048626104862410486241048633

VAN VUUREN D P et al ldquoScenarios in Global Environmental AssessmentsKey characteristics and lessons for future userdquo Global Environmental

Change vol 10486261048626 n 1048628 p 104863210486321048628-104863210486331048629 1048626104862410486251048626a

VAN VUUREN D P et al ldquoA proposal for a new scenario framework tosupport research and assessment in different climate research commu-nitiesrdquo Global Environmental Change vol 10486261048626 n 1048625 p 10486261048625-10486271048629 1048626104862410486251048626b

VERBURG P et al ldquoDownscaling of land use change scenarios to assess

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the dynamics of European landscapesrdquo Agriculture Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630

VERGRAGT P J QUIST J ldquoBackcasting for sustainability Introductionto the special issuerdquo echnological Forecasting and Social Change vol

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Planning A vol 10486281048627 n 10486251048625 p 1048626104863010486321048632-1048626104863110486241048628 1048626104862410486251048625WESTHOEK H J et al ldquoScenario development to explore the future of

Europersquos rural areasrdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628

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lopment to explore the future of Europersquos rural areasrdquo Ecosystems and

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the dynamics of European landscapesrdquo Agriculture Ecosystems and

Environment vol 104862510486251048628 1048626104862410486241048630

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Planning A vol 10486281048627 n 10486251048625 p 1048626104863010486321048632-1048626104863110486241048628 1048626104862410486251048625WESTHOEK H J et al ldquoScenario development to explore the future of

Europersquos rural areasrdquo Agriculture Ecosystems and Environment vol 104862510486251048628

p 1048631-10486261048624 1048626104862410486241048630aWesthoek H J VAN DEN BERG M BAKKES J A ldquoScenario deve-

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Forest Management A Guide Bogor CIFOR 1048626104862410486241048624aWOLLENBERG E et al ldquoUsing scenarios to make decisions about the futu-

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