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ADESTRADORA DE GALINHAS
ADELICE SOUZA
ANA LUÍSA REISILUSTRADO POR
ADESTRADORA DE GALINHAS
COLEÇÃO PACTOS DE LEITURAS
ADELICE SOUZA
ANA LUÍSA REISILUSTRADO POR
Salvador – BahiaSecretaria da Educação do Estado da BahiaSecretaria de Cultura do Estado da Bahia
2014
JAQUES WAGNER
Governador da Bahia
OSVALDO BARRETO
Secretário da Educação
ALBINO RUBIN
Secretário de Cultura
ADERBAL DE CASTRO
Subsecretário da Educação
PAULO PONTES
Chefe de Gabinete
NADJA AMADO
Coordenadora do Programa Pacto com
Municípios pela Alfabetização
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP,) Brasil
S719a Souza, Adelice Adestradora de galinhas/Adelice Souza; ilustrado por Ana Luisa Reis. - Salvador: Secretaria da Educação, Secretaria de Cultura, 2014. 17 p. : il. (Coleção Pactos de Leituras) ISBN: 978-85-64531-04-8 ISBN da Coleção: 978-85-64531-03-01
1. Leitura. 2. Literatura Infantil. I. Reis, Ana Luisa. II. Título. III. Série CDU: 821(81)(0.053.3)
COMISSÃO EXECUTIVA
Carlos Vagner da Silva Matos
Claudia Antônia Oliveira Moraes
Cristiane Mary Vasconcelos
Elisa Bastos Araujo
Nadja Amado
COMISSÃO EDITORIAL
Carla de Quadros
Jorge de Souza Araújo
Milena Britto de Queiroz
Mônica Menezes Santos
Secretaria da Educação do Estado da Bahia5ª Avenida Nº550, Centro Administrativo da Bahia - CABSalvador, Bahia, BrasilCEP: 41.745-004www.educacao.ba.gov.br Secretaria de Cultura do Estado da Bahia
Secretaria de Cultura do Estado da BahiaPalácio Rio Branco, Praça Thomé de Souza, s/n - CentroSalvador, Bahia, BrasilCEP: 40.020-010www.cultura.ba.gov.br
Copyright © 2014 by Adelice Souza
AMÉLIA MARAUX
Superintendente de Desenvolvimento da
Educação Básica
ENI BASTOS
Superintendente de Acompanhamento e
Avaliação do Sistema Educacional
IRENE MAURÍCIO CAZORLA
Diretora-Geral do Instituto Anísio
Teixeira
CLÁUDIA OLIVEIRA
Assessora de Comunicação
JOSÉ FRANCISCO BARRETTO NETO
Ouvidor
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Para Deco e Fiinha, que são avós de gente, planta e galinha.
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eu ia pra casa de Voinha. Lá não tinha criança, só galinhas. Se, com lição, eu tudo aprendia (eu era tão sabida!), elas podiam aprender tudo também. Pois burro é que é burro. Galinha é galinha, não é burro. E todo mundo - até burro – aprende tudo quando tem alguém para ensinar, é o que diz a minha professora. E criei as regras:
a. eu não queria brincar sozinha;b. não havia ninguém para brincar além das galinhas;c. elas entrariam na minha.
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Era a hora de ditar as regras. Mas a língua delas era diferente de tudo, até do inglês da escola. Falei olá, falei hello e nem um alô. E o galo cantou. O segredo era cantar! Então cantei o hino do menino que também teve um bichinho.
Viva JanjãoViva JoãozinhoBeleza e purezaO rio, o meninoNo meu caminhoViva JoãozinhoViva JanjãoÉ o meu santinhoCom seu carneirinhoNo meu coração
E elas comeram do milho. E cantaram mais bonito que eu. A de crista mais alta, o galo, parecia um rei, seria o Rei Roberto. A da pena mais curta, a galinha, cantava menos e ciscava mais. Era uma rainha e sua graça se-ria Conceição. Enquanto Voinho plantava quiabos, jasmins e minhocas no jardim, peguei a mangueira e joguei aguinha na cabeça delas. Correram felizes. E assim foram batizadas, quase do mesmo jeito que eu fui.
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a mesma comida que era dada pra gente. A ração tinha gosto de nada.
como são. Para ensinar as galinhas a não comerem cocô, Voinha fazia a minha refeição e eu dava a elas um pouquinho. Eu nunca comi cocô (Deus me livre!), e minha comidinha, cheia de chameguinho de Voinha, era tão boazinha, que elas aprenderam a só querer comidinha limpinha e gostosi-nha. Como a minha.
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A casa das galinhas era um cercadinho para que elas não destruíssem as
no chão. E sorri carvão.
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-nhas. Elas gostavam de plantas. Em volta da cerca, mergulhei grãos de
Eu não queria usar uma cerca. Mas até eu, que sou muito sabida, preciso, de vez em quando, ter uma porta trancada para saber quando não posso entrar. Imagine as galinhas...
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ceram 10 ovos. Conceição era muito melhor do que a galinha dos ovos de ouro: pois dos seus ovinhos, nasciam coisinhas que se moviam no mundo. E isso devia valer muito mais do que ouro.
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da terra;
a vida é curta por demais, ao invés de chorar pelos que se foram, eu fazia
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As férias acabaram e eu ia voltar para casa. As galinhas já haviam aprendido tudo, até tristeza de férias quando acabam. No último dia
como quem dizia assim: o amor é este mistério, começa mesmo do
por elas. E sei que elas agradeceram ao seu Deus da terra, por mim.
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Tudo que está distante da gente é como se estivesse morto. Mas a gente não deixa de gostar porque está distante ou morto.
minhas galinhas. Quando a gente ama, nun-ca está sozinho, está sempre acompanha-do de quem a gente gosta, pelo carinho. Eu nunca mais seria sozinha nem estaria so-zinha, porque agora eu amava as galinhas.
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Quem fez este livro
A menina que ilustrou: Ana Luísa Reis nasceu em
Salvador (BA), é ilustradora,
artista plástica e estuda a
alfabetização no 1º ano do
Esnsino Fundamental. Sabe
fazer bolo, farofa e salada.
A moça que escreveu: Adelice Souza nasceu
em Castro Alves (BA),
é escritora, diretora
de teatro, yoguini
(que pratica yoga),
dramaturga (que escreve
peças), professora,
dançarina, sanfoneira e
atriz. Sabe fazer maçã
do amor.
Tem 39 anos e ainda não
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Foto: David Glat
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
COLEÇÃO PACTOS DE LEITURAS
A Coleção Pactos de Leituras é uma das ações adotadas pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia, por meio do Pacto com Municípios pela Alfabetização, para ampliar as práticas de leitura e contação de histórias em sala de aula. Ao mesmo tempo em que difundirá a produção literária de autoria baiana, a coleção visa fortalecer um dos dez com-promissos do programa Todos pela Escola, ao qual o Pacto está vinculado, que é o de alfabetizar, com letramento, to-das as crianças da rede pública até os oito anos de idade.