ademir ifanger - alicerces da fé, um estudo da doutrina bíblica sobre finanças

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Discipulado e a Vida da Igreja Série Estudos Bíblicos Nº 5 O Discipulado e a Vida da Igreja Alicerces da Fé Um Estudo da Doutrina Bíblica Sobre Finanças Ademir Ifanger

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Page 1: Ademir Ifanger - Alicerces Da Fé, Um Estudo Da Doutrina Bíblica Sobre Finanças

O

Discipulado e a

Vida da Igreja

Um Estudo da Doutrina

Bíblica Sobre Finanças e

Alicerces da Fé

Ademir Ifanger

Série Estudos Bíblicos Nº 5

O

Discipulado

e a Vida da

Igreja

Alicerces da Fé

Um Estudo da Doutrina

Bíblica Sobre Finanças

Ademir Ifanger

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Índice

I - Doutrina Bíblica Sobre Finanças................................................

1. As diferentes Reações Sobre o Ponto de Vista da História da Igreja.............. 2. Situação dos Tempos Atuais...........................................................................

03

03 04

II - O Dinheiro - Sua Origem e Natureza.........................................

1. Referencias Gerais do Novo Testamento....................................................... 2. As Faces Ambivalentes do Dinheiro...............................................................

04

04 05

III - O Reino de Deus e a Aplicação das Riquezas...........................

1. Entendendo a Graça de Dar........................................................................... 2. Usando as Riquezas Para Fazer Amigos..........................................................

06

06 07

IV - Como Subjugar as Potestades que Estão por Detrás do Dinheiro e das Riquezas.................................................................

1. Não ter Receio de Encarar o Assunto Honestamente.................................... 2. Olhar Para a situação dos Menos Favorecidos............................................... 3. Escolher Viver no Princípio da Simplicidade...................................................

08

08 08 09

V - O Dízimo nas Escrituras............................................................

1. O Dízimo é Para Nossos Dias.......................................................................... 2. Princípios de Dar............................................................................................. 3. O Dízimo é Santo............................................................................................ 4. O Dízimo Como Primícias...............................................................................

09

09 09 10 10

VI - Os Dízimos e Ofertas e o Governo da Igreja...........................

1. A igreja do Velho Testamento está representada pelo Tabernáculo de Moisés e pelo Templo construído por Salomão................................................. 2. No Velho Testamento, o serviço na casa de Deus eram realizados por dois grupos especiais................................................................................................. 3. A validade atual dos dízimos para sustento dos presbíteros......................... 4. Circunstâncias Permissivas Para um Presbítero Trabalhar Securlamente...... 5. O Sustento dos Peregrinos............................................................................ 6. A Igreja e as Necessidades de Seus Membros................................................

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Conclusão....................................................................................... 16

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I - Doutrina Bíblica Sobre Finanças 1 Timóteo 6:10 “Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores.” 1 Timóteo 6:17-19 “Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento; que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir; que acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida.

O objetivo deste estudo é oferecer uma visão bíblica e equilibrada sobre finanças e sua aplicação na comunidade cristã. “...raiz de todos os males” (1Tm 6:10); “...para o nosso aprazimento” (1Tm 6:19). São expressões aparentemente contraditórias no ensino paulino acerca do dinheiro e das riquezas. Só uma visão de fé mais profunda e uma revelação do contexto geral das escrituras pode nos conduzir ao necessário.

1. AS DIFERENTES REAÇÕES SOB O PONTO DE VISTA DA HISTÓRIA DA IGREJA

A igreja da Idade Média se corrompeu pelas riquezas. Venda de indulgencias, posse de terras, construções de grandes catedrais, etc. Tornaram-na corrupta e comprometida com o sistema.

Voto de Pobreza: Esta foi uma reação dos monges que tinham em Francisco de Assis, o defensor mor, contra os valores prevalecentes da época. Precisamos aprender a renunciar aos bens materiais, se não quisermos ser dominados por eles (conferir Lc 14:33). É claro, a posição dos monges foi de extremismo, porém possivelmente necessária para chocar, confrontar aquela situação histórica.

Diligência e Moderação: Os puritanos com sua ênfase sobre santidade de vida rejeitavam a separação entre o secular e o sagrado. O trabalho fazia parte da vocação de Deus como meio para glorificá-lo e servir ao próximo. Para evitar, entretanto a inércia ou a intemperança sua ênfase recaia na diligência, porém com moderação.

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A finalidade última do trabalho não era ganhar dinheiro, mas honrar a Deus. Trabalhar de mais pode ser um mal tão grande quanto trabalhar pouco. Por este aspecto, todo trabalho que serve ao próximo é uma vocação de Deus (conferir Ef 4:28). 2. SITUAÇÃO DOS TEMPOS ATUAIS Intemperança: Em nossos dias existe uma compulsão para gastar incentivada pelos meios de comunicação e pela sociedade consumista na qual vivemos. Os apelos incentivam os desejos carnais inerentes a natureza humana decaída. Jesus advertiu que este seria um dos princípios prevalecentes que antecederiam sua segunda vinda (conferir Lc 17:22-37). Avareza: Noutro extremo está o convite a poupança, igualmente incentivada pelo sistema financeiro e por uma sociedade que confia na instabilidade das riquezas. Isto contradiz o ensino de Jesus e de seus apóstolos (conferir Mt 6:19-21; 1Tm 6:17-19; 2Co 9:6-15; Lc 12:13-21).

Os cristãos modernos de um modo geral, não estão reagindo a esta situação. Estão se adaptando a ela e correndo o risco em cair na condenação de Deus (conferir Ez 16:49; Ez 18:12-13; Ez 22:7, 12; Am 5:9-12; Mq 2:1-2).

II - O Dinheiro - Sua Origem e Natureza 1. REFERÊNCIAS GERAIS NO NOVO TESTAMENTO

Judas, apóstolo caiu por amor ao dinheiro (Jo 12:4-8; Jo 13:27; Mt 26:14-16; Mt 27:3-10; At 1:25).

Ananias e Safira (At 5:1-10). Satanás entrou em cena quando o espírito de doação estava entre o povo.

Simão, o mágico (At 8:14-24). O pecado de simonia consiste em tentar comprar dom de Deus com dinheiro. Ap 13:16-18 duas palavras que no grego igualam-se à 666 são riqueza e tradição, estão ligadas ao poder de comprar e vender.

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2. AS FACES AMBIVALENTES DO DINHEIRO Muitos evangélicos comumente adotam duas atitudes igualmente erradas quando falam dos dízimos e ofertas na igreja:

Restrição Manipuladora: Falar de forma indireta, com medo de não parecerem íntegros. A reputação pessoal, não abençoar o povo de Deus, é o que está em jogo.

Indiscrição Manipuladora: São ministros que comercializam as bênçãos, e com isto mercadejando a palavra de Deus, através do uso indevido de versículos avulsos. Neste caso, o que importa é o êxito ministerial, quando não charlatanismo puro.

Existe, contudo, uma teologia bíblica que traz equilíbrio e que realmente abençoa o povo de Deus, a qual precisamos conhecer:

O dinheiro pode ameaçar nosso relacionamento com Deus e uns com os outros. O ensino de Jesus quanto a este aspecto é radical (conferir Lc 6:24; Lc 16; Lc 12:15; Mt 19:24; etc.).

O dinheiro é uma potestade. O demônio que está por detrás do dinheiro é a cobiça. Em Mt 6:24, Jesus concede uma natureza pessoal e espiritual ao dinheiro. “Mamom” não é neutro, é um Deus rival que exige devoção. O método atual de evangelizar e depois ensinar mordomia não era a estratégia de Jesus. Temos que virar as costas ao deus dinheiro para seguir Jesus, o verdadeiro Senhor (conferir Lc 14:33). Isto não se aplica somente as pessoas ricas desonestas (conferir Lc18: 18-30; Lc 16:19-31; Lc 12:16:21).

O dinheiro pode ser usado para intensificar nosso relacionamento com Deus e com o próximo (conferir Lc 19:1-10; Lc 6:38 Mt 26:6-12; Lc 7:36-50; Jo 12:1-8; Lc 8:1-3; 1Tm 6:17-19).

Interpretações distorcidas:

A abundância de bens constitui sinal absoluto das bênçãos de Deus, e a pobreza um sinal de desagrado.

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Jesus não aprova este ensino no Novo Testamento (conferir Lc 6:24; Lc 12:15-34 conferir com Fp 4:11-13, o testemunho de Paulo).

O dinheiro é neutro e nós somos meros mordomos. A ênfase neste caso é como usar o dinheiro, o que também não está de acordo com o ensino de Jesus em Mt 6:24, onde as riquezas são consideradas uma potestade. Não podemos manipular as potestades, temos que dominá-las.

III - O Reino de Deus e a Aplicação das Riquezas Não podemos servir a senhora riqueza, nem a senhora pobreza, nas duas atitudes existem espíritos dominadores por detrás. O Velho e o Novo Testamento dão-nos exemplos de homens e mulheres de posse abençoados por Deus: Abraão (Gn 13:2); Isaque (Gn 26:12-17); Jó (Jó 1:1; Jó 42:10); Salomão (1Rs 10:23); Zaqueu (Lc 19:8); As mulheres de posse que ajudaram Jesus em seu ministério terreno (Lc 8:2-3); José de Arimatéia (Mt 27:57-61); Nicodemos (Jo 19:38-42); Barnabé (At 4:36-37) e Lidia (At 16:14). Deus nos abençoa para que sejamos um povo alegre (Dt 16:15; 1Tm 6:17-19). A prosperidade não é um direito por natureza como senhor absoluto. Deus colocou limites sobre a capacidade do individuo de acumular terras ou riquezas (Dt 14:28-29; Ex 23:11; Lv 25:23). Precisamos reconhecer o domínio e soberania de Deus (Ex 19:5; Sl 24:1). 1. Entendendo a graça de dar. Repartindo com o faminto, pobres e desabrigados (Is 58:6-7). A comunidade primitiva entendeu este princípio ensinado por Jesus (Lc 6:38 comparar com At 4:32-37). Usando como um dom espiritual (Rm 12:6-8). Tendo visão de controle e uso para a glória de Deus. Restituição total pode não ser a forma adequada para ajudar os pobres. Cristãos sábios, temperantes e disciplinados podem encontrar melhores maneiras e oportunidades de ajuda. A parábola dos talentos ensina este princípio (conferir Mt 25:14-30). Abraão, Salomão, Nicodemos, Jó, Barnabé, Davi, souberam usar suas posições para a glória de Deus.

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2. Usando as riquezas para fazer amigos (Lc 16:1-13). Nesta parábola Jesus usa o ato desonesto de um administrador infiel para ensinar uma verdade espiritual. Ele não recomenda a desonestidade, mas quer através desta nos ensinar uma verdade espiritual, quando diz que os filhos do mundo são mais hábeis na sua geração (sistema) do que os filhos da luz (Lc 16:8). O que o Senhor está querendo ilustrar á a sagacidade do administrador infiel de usar recursos econômicos para fins não econômicos isto é, investir nas pessoas. Assim quando o dinheiro nos faltar, ainda tenhamos a quem recorrer (conferir Lc 16:9). Duas verdades nesta parábola:

O dinheiro e as riquezas têm origem iníqua. Devemos aplicá-los para fazer amigos.

No primeiro caso, o dinheiro não é inofensivo. Tem um valor que excede ao seu poder aquisitivo. Ele pode ser usado para intimidar, comprar prestigio, honra e poder. Pode ser usado para aplicar e corromper pessoas, mesmo quando se trata de uma atitude religiosa (conferir At 5:1-4; At 8:18-20). No segundo caso, Jesus nos ensina a tomá-lo e usá-lo para os propósitos do reino, isto é, fazer amigos. É precisamente isto o ensino em Mt 6:19-21. O uso apropriado do dinheiro não é termos um alto padrão aqui, mas investirmos o máximo em pessoas, para que tenhamos um tesouro nos céus. Ao cristão é concedida a elevada vocação de usar as riquezas sem servir a elas. Deus, não o dinheiro deve determinar nossas decisões econômicas. Fazendo a alegria de outros como motivação central na aplicação das riquezas: Após ensinar sobre as implicações de ser um discípulo, Jesus concluiu: “assim todo aquele que entre vós que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo” (Lc 14:33).

Nas parábolas seguintes, o tema central é a alegria dos outros:

“...haverá maior júbilo no céu... (Lc 15:7).

“...alegrai-vos comigo...” (Lc 15:6).

“...comamos e regozijemos...” (Lc 15:23).

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O princípio contido nas três parábolas diz respeito a aplicação das riquezas, que na parábola do administrador infiel é fazer amigos (conferir Lc 16:11). Isto tudo está implícito na reprovação de Jesus contra a avareza dos fariseus (conferir Lc 16:14-15).

IV - Como Subjugar as Potestades que Estão por Detrás do Dinheiro e das Riquezas 1. Não ter receio de encarar o assunto honestamente (Lc 19:8). Qual é a nossa posição pessoal acerca do dinheiro e das riquezas: Amamos o dinheiro? Temos medo dele? O que ele produz em nós: Orgulho ou vergonha? Precisamos confessar o pecado de avareza (Sl 73). Dar ouvidos ao que a Bíblia diz sobre o assunto, isto é, as faces ambivalentes do dinheiro e das riquezas. Existe uma face positiva (Lc 16:11) e uma face negativa (conferir Mt 6:19; Lc 16:19-30).

2. Olhar para a situação dos menos favorecidos e necessitados

(Gl 2:10 Mc 10:21), devemos planejar nossos orçamentos com sensibilidade a solicitude de Deus para com os pobres (At 4:32-35). Incentivar pelo exemplo e palavra os outros a viverem uma vida de fé e doação (conferir Hb 10:24; At 4:32-35; 2Co 9:6-12). Viver no contexto de comunidade. O dinheiro pode nos deixar solitários e isolados. O espírito de comunidade nos leva a apreciar as necessidades de outros (At 2:44-45). Orar uns pelos outros para pedir limitação da ganância e da cobiça e a libertação da generosidade e liberalidade. Colocar assim as potestades que estão por detrás do dinheiro, sob o senhorio de Jesus Cristo (conferir Mt 6:19-21, 24). Valorizar as pessoas em lugar do dinheiro e das coisas:

Não explorando a desgraça alheia (Ex 22:25).

Vendo as necessidades alheias (Dt 24:14-15).

Não fazendo acepção de pessoas (Tg 2:1-4)

Não comprar e vender frivolamente, segundo modismos (Lc 17:28).

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3. Escolher viver no princípio da simplicidade:

Unicidade de coração e singeleza de propósito (Mt 6:21).

Regozijo pela boa criação de Deus. Receber as coisas como dádivas de Deus (1Tm 6:17).

Contentamento com confiança (Fp 4:6-11; 2Co 6:10; Hb 13:5-6).

Libertação das garras da cobiça (At 20:33).

Viver com modéstia e temperança (Tt 1:8).

Receber a provisão material com gratidão (Is 1:19).

Dar alegre e generosamente (2Co 8:5). Esta é a maneira de destronar o deus dinheiro. Ele foi feito (daí sua origem iníqua) para ser ganho, negociado, manipulado, mas não para ser dado. Ao dar, destruímos sua natureza e a ação energizadora das potestades que se encontram por detrás dele.

Compreender o propósito de Deus em nos abençoar (Pv 11:24; 2Co 8:1-5; 2Co 9:1-15).

V - O Dízimo nas Escrituras 1. O dízimo é para nossos dias. O dízimo antes da Lei:

Abraão (Gn 14:18-20)

Jacó (Gn 28:22)

O dízimo sob a lei:

A aliança mosaica (Lv 27:30-33; Nm 18:20-32)

O dízimo sob a graça:

Mt 23:23; Lc 11:42; Lc 18:12; Hb 7:1-21.

2. Princípios de dar:

Primeiramente ao Senhor (2Co 8:5; Gn 4:4).

De boa vontade (2Co 8:3-12).

Com alegria (2Co 9:7).

Com generosidade e liberalidade (2Co 8:2; 2Co 9:13)

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Proporcionalmente (2Co 8:14-15; 2Co 9:6)

Regularmente (1Co 16:1-2).

Sistematicamente (2Co 9:7)

Com amor (2Co 8:24)

Como ministração ao Senhor e aos seus santos (2Co 9:12-13) 3. O dízimo é santo:

Deus é santo (Is 6:3)

Os profetas são santos (Lc 1:70)

O povo de Deus é santo (1Pe 2:9)

As escrituras são santas (2Tm 3:14-15)

O dízimo também é santo (Lv 27:30, 33) Todas as pessoas e coisas que pertencem ao Senhor são santas, e Deus zela por aquele que lhe pertence.

Deus zela pelo seu nome (Lv 22:2-3; Dt 28:58-59; Is 29:23; Is 57:15).

Deus zela pelos seus profetas (1Cr 16:22; Sl 105:15).

Deus zela pelas escrituras (Ap 22:18-19).

Deus zela pelo seu povo (1Co 3:16-17).

Deus zela pelos seus dízimos (Ml 3:8-9). 4. O dízimo como primícias:

Rm 11:16 “E, se forem santas as primícias da massa, igualmente o será a sua totalidade; se for santa a raiz, também os ramos o serão.”

Pv 3:9-10 “Honra ao SENHOR com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda; e se encherão fartamente os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares.”

Ao dizimar estamos honrando a Deus, e santificando toda a nossa renda.

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Em Gn 4:1-7, vemos a história de Caim e Abel. A interpretação corrente que Deus rejeitou a oferta de Caim por ser simples fruto da terra, não encontra apoio nas escrituras. Ambos ofertaram do fruto do seu trabalho. A palavra hebraica para oferta nesta narrativa é “ulah” que aparece em outros lugares no Velho Testamento para descrever ofertas (conferir Gn 35:14; Lv 2:1), todas aceitáveis pelo Senhor, ainda que não eram sangue. A diferença está no fato que Abel ofereceu “das primícias” enquanto Caim “depois de uns tempos”, isto é, um ato de mera religiosidade para alcançar o favor de Deus, não adoração verdadeira. Assim como Deus aceitou antes Abel, depois sua oferta, Deus nos aceita na base da aceitação primeiro de Cristo, que é nossas primícias (1Cr 16:20-23).

VI - Os Dízimos e Ofertas e o Governo da Igreja Neste estudo vamos falar de quatro aplicações aos dízimos e ofertas de acordo com Dt 26:12-14:

Sustento aos levitas

Sustento dos peregrinos

Amparo dos órfãos e viúvas

Existe uma aplicação prática desta ordem no Novo Testamento:

1. A igreja do Velho Testamento está representada pelo Tabernáculo de Moisés e pelo Templo construído por Salomão.

Estevão se refere ao povo de Deus como igreja (conferir At 7:38). Devemos ter em mente que o Velho Testamento constitui uma sombra do que haveria de vir (conferir Hb 9, 10:1-18). Sendo assim, os serviços no Tabernáculo e no Templo eram temporais e transitórios e apontavam para uma verdade maior e eterna (conferir Hb 7, 8, 9 e 10).

2. No Velho Testamento, o serviço na casa de Deus eram realizados por dois grupos especiais:

Os sacerdotes

Os levitas

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Os primeiros cuidavam do serviço do altar e da adoração. Os segundos cuidavam do Tabernáculo propriamente dito; eram divididos em Coatitas, Gersonitas e Meraritas (Conferir Nm 4). Moisés Arão Itamar Gersonitas Meraritas Moisés, Josué, Arão, Eleazar e Itamar, tinham um ministério de supervisão, representa o serviço presbiterial (palavra e oração - At 6). Os Coatitas, Gersonitas e Meraritas, cuidavam do Tabernáculo (Nm 3:6-10), que representa o serviço diaconal (cuidado com a igreja e ministério ao povo (2Cr 31:11-19; At 6). Os dízimos no Velho Testamento, eram para o sustento do ministério na casa do Senhor (Nm 8:21-32; Dt 18:1-8; Dt 14:22-29; 2Cr 31:4-6).

3. A validade atual dos dízimos para sustento dos presbíteros:

O levita não tinha herança entre as tribos. Sua herança vinha do serviço prestado no Tabernáculo. Eles eram sustentados pela ofertas e dízimos que o povo trazia (Js 13:14; Js 18:1-7; 2Cr 31:4). O autor de Hebreus (Paulo?) mostra que o levita tem ordem de de recolher de forma superior a ordem da lei mosaica, apontando para um sacerdócio maior (Hb 7:5). O dízimo e sua aplicação tem caráter permanente (perpétuo). A lei regulamente sua prática iniciada por Abraão (Nm 18:8, 26, 28). O sacerdote do Velho Testamento devia se alimentar do próprio altar (Lv 24:5-10; 1Sm 21:4-6; Mt 12:4). Paulo faz referência a lei como prova de que o presbítero deve ser sustentado pelo seu trabalho, no sentido de viver do evangelho.

Josué

Eleazar

Coatitas

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A palavra direito usada por Paulo, lembra a lei que regulamenta o sustento dos levitas. Aqui havia um direito duplo. Ele havia gerado aquele grupo e vivia do evangelho (1Co 9:1-14). Paulo lembra que viver do evangelho é uma ordem para aqueles separados especialmente para esse ministério (1Co 9:14 comparar com Mt 10:9-10 nele o Senhor diz que o trabalhador deve viver do seu trabalho). O presbítero deve receber da igreja, e os que presidem bem, e se afadigam no ministério da palavra, são dignos de dobrados honorários (1Tm 5:17-18). Dentro do princípio de associação (conferir 1Co 9:11 e Gl 6:6), os presbíteros devem receber para abençoar o povo (conferir Ne 13:13-14; Ml 3:10-12; Fp 4:10-19). Os dízimos e ofertas devem ser entregues aos presbíteros dentro do princípio da fidelidade (2Cr 31:5-10; 2Cr 34:8-13; 2Cr 31:4). 4. Circunstâncias permissivas para um presbítero trabalhar secularmente:

- Ne 13:10, ensina que no caso de infidelidade do povo. Nestes casos os levitas foram cuidar dos seus (conferir 1Tm 5:8). Esta situação não deve ser regra. Logo Neemias exortou o povo, e ele voltou a contribuir sendo que os próprios levitas poderiam fazer isto (Ne 13:11-12). Em 2Cr 29, 32 Ezequias restabelece o serviço no Templo, pois o povo estava distante dos sacrifícios e do Senhor. O rei chamou os sacerdotes para se dedicarem ao ministério, e depois chamou o povo para contribuir para o sustento dos levitas (conferir 2Cr 31:4). - Na ausência de um povo que o sustente (At 18:1-3). Quando Silas e Timóteo chegam com as ofertas da igreja da Macedônia, liberam Paulo para dedicar-se exclusivamente ao ministério da palavra (conferir 1Ts 2:6; 2Co 11:9; Fp 4:15). - Para auxiliar aos necessitados (At 20:31-35; 2Tm 3:17), diz que a palavra de Deus é apta para nos preparar para toda boa obra. - Como exemplo a homens que se intitulam ministros de Deus e exploram o povo (2Ts 3:6-13; 2Co 11:5-10). - Para não ser excessivamente pesado (1Ts 2:6-9).

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O sustento do obreiro não pode ser motivo de opressão para a igreja ou para o obreiro. 5. O sustento dos peregrinos: Existem dois tipos de peregrinos na Bíblia:

- O que saiu da sua terra por perseguição, deve ser recolhido pelos habitantes da terra. A Bíblia ordena não afligir ou oprimir o estrangeiro (Lv 19:34; Lv 25:35; Dt 27:19; Jr 7:5-6; Mt 25:35). A hospitalidade é uma virtude que deve ser cultivada pela igreja, e é uma das qualificações do presbítero (Rm 12:13; Tt 1:8; 1Tm 3:2). No Novo Testamento, a palavra “xenos” em Mt 25:35, é traduzida por forasteiro. “...era xenos (forasteiro) e me xenizo (hospedastes)”. Nos textos de Tito e Timóteo a palavra é “philoxenos” que significa “amigo de estrangeiros”. 1Pe 4:9, diz que devemos amar ao estrangeiro sem murmuração, isto é, hospedar no coração.

- O segundo tipo de peregrino é descrito por Jesus em Mc 10:2-10. São pessoas que tudo deixaram por amor de Jesus e do evangelho. São aqueles que saíram para pregar a palavra, sendo recebidos e abrigados nas cidades para onde foram enviados. O peregrino de Dt 26:12-14, é um peregrino que sai comissionado pelo Senhor para este ministério. No nosso tempo seria apóstolo, profeta ou evangelista (conferir At 8:5; At 13:1-3).

Exemplos bíblicos:

- Tito 3:13 - Apolo e Zenas deveriam ser encaminhados com diligência, e que fossem supridos com cuidado. Romanos 15:27-29 - Os romanos deveriam enviar Paulo à Espanha, isto é, suprir financeiramente.

- 3 João 1:5-8 - Devemos acolher os estrangeiros que saíram por amor a Jesus, para que nos tornemos cooperadores com a verdade. Gaio que agora hospedava (3Jo 1:5-8), havia feito o mesmo com Paulo (conferir Rm 16:23). - Deuteronômio 18:5-8 - Os levitas que ministravam a Israel de forma itinerante deveriam receber porção igual aos que eram fixos em suas cidades, além da venda do patrimônio, no caso de mudança, como no texto deveriam ser acolhidos com generosidade.

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Em 1Sm 7:15-17, Samuel julgava em Ramá e de ano em ano fazia uma volta pela terra. Os profetas andavam por Israel, falando a palavra do Senhor (2Rs 4:9).

6. A igreja e as necessidades de seus membros:

At 4:32-35 - Não havia nenhum necessitado entre os irmãos da comunidade primitiva. Gl 2:10 - Paulo foi recomendado acerca dos pobres. Pobre é aquele que vive em estado de necessidade. Jesus mesmo assumiu a condição de pobre (conferir Mt 8:20). Ele era sustentado por pessoas que tinham mais que o suficiente. Os judeus tinham muito claro, que o cuidado com os pobres não podia ser negligenciado Lv 23:22 (a lei da espiga); Ex 23:10-11 (a lei da colheita do sétimo ano); Dt 15:7; Lv 25:39-43 (não oprimir o pobre); Is 58:7 (repartir o pão); Is 58:10 (abrir a alma ao faminto e abrigar o necessitado). Quando o Espírito Santo foi derramado no pentecostes, a lei foi avivada no coração dos discípulos. O povo aprendeu a viver dentro da lei de Deus, isto é, não deixar o pobre desabrigado, vestir o nu; alimentar ao faminto e suprir o necessitado. Quando a igreja da Judéia passou por aflições, outras igrejas se prontificaram a ajudar. No caso de umas, ajudaram além de suas posses (conferir 2Co 8:1-5) Em At 10:4, duas coisas subiram diante de Deus na vida de Cornélio:

Oração

Esmolas

Rm 15:25-27; Ef 4:28; 1Tm 6:17-18; Tg 1:27. A responsabilidade de cuidar dos necessitados está explícita nestes textos, e Tiago diz que a religião pura e sem mácula, é aquela que cuida dos órfãos e viúvas, nas suas necessidades, além de uma vida santa.

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Conclusão: Não esgotamos o assunto neste estudo. Precisamos estar alertas para as revelações e motivações de fé inspiradas pelo Espírito Santo. A soberania de Deus sobre nossas finanças está muito além de nosso controle e orçamento. O que precisamos, entretanto, é conservar em mente os princípios claros de aplicação do dinheiro e das riquezas, em estreita dependência do Senhor e de seus propósitos na edificação de Seu reino sobre a face da terra. Não é a capitalização que nos vai dar um futuro tranqüilo, mas estar dentro da vontade do Senhor. 1 João 2:17 “Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.” Oséias 14:9 “Quem é sábio, que entenda estas coisas; quem é prudente, que as saiba, porque os caminhos do SENHOR são retos, e os justos andarão neles, mas os transgressores neles cairão.”

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