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WWW.MMCUIDADOSINTENSIVOS.COM.BR Acesso Venoso Profundo A punção venosa percutânea constitui uma prática importante nos pacientes traumatizados, em emergências cirúrgicas e doentes críticos que necessitam cuidados intensivos de ressuscitação.A cateterização venosa percutânea inicia-se com Aubaniac em 1952, puncionando a veia subclávia com agulha para raquianestesia. Em 1962 Wilson descreve a técnica de punção de subclávia utilizando cateter e agulha, porém a popularização do método decorre do trabalho de Dudrick em 1968, sobre a importância da nutrição parenteral total. A técnica de punção mais utilizada é a de Seldinger. Sabe-se que quanto maior o número de punções do profissional, menor a possibilidade de complicações. Fonte: www.webcir.org Dr. Sven-Ivor Seldinger ( Radiologista, em 1953 efetua cateterização das artérias e coração. Seu método é adaptado para acesso venoso com vantagem de fornecer maior calibre para os catéteres ). ACESSO VENOSO CENTRAL Veia Jugular interna ( técnica de Seldinger ) Veia Subclávia ( técnica de Seldinger) Femoral ( técnica de Seldinger ) Veia Jugular externa (Nesse caso pulciona com jelco e passa o fio guia) Basílica ( dissecção) Cefálica ( dissecção)

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WWW.MMCUIDADOSINTENSIVOS.COM.BR

Acesso Venoso Profundo

A punção venosa percutânea constitui uma prática importante nos pacientes traumatizados, em

emergências cirúrgicas e doentes críticos que necessitam cuidados intensivos de ressuscitação.A

cateterização venosa percutânea inicia-se com Aubaniac em 1952, puncionando a veia subclávia com

agulha para raquianestesia. Em 1962 Wilson descreve a técnica de punção de subclávia utilizando cateter

e agulha, porém a popularização do método decorre do trabalho de Dudrick em 1968, sobre a importância

da nutrição parenteral total.

A técnica de punção mais utilizada é a de Seldinger. Sabe-se que quanto maior o número de punções do

profissional, menor a possibilidade de complicações.

Fonte: www.webcir.org

Dr. Sven-Ivor Seldinger

( Radiologista, em 1953 efetua cateterização das artérias e coração. Seu método é adaptado para acesso

venoso com vantagem de fornecer maior calibre para os catéteres ).

ACESSO VENOSO CENTRAL

Veia Jugular interna ( técnica de Seldinger )

Veia Subclávia ( técnica de Seldinger)

Femoral ( técnica de Seldinger )

Veia Jugular externa (Nesse caso pulciona com jelco e passa o fio guia)

Basílica ( dissecção)

Cefálica ( dissecção)

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INDICAÇÕES:

Monitorização hemodinamica

Nutrição parenteral

Colocação de cabo de Marca-passo temporário

Inacessibilidade de veias periféricas

Hemodiálise

Manejo volêmico

Administração de soluções irritantes e concentradas

CONTRA-INDICAÇÕES:

Geral: NÃO PUNCIONAR LOCAIS: Infectados, com cirurgia prévia, com trombose prévia,

com anomalias congênitas e/ou traumáticas

JUGULAR INTERNA E SUBCLAVIA:

Pacientes portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica

Pacientes com terapêutica com anticoagulantes

Distúrbios severos da coagulação (plaquetas menor que 50.000 e atividade de protombina

menor que 50%).

Deformidades no local da punção (queimaduras, traumas, cirurgias e fraturas)

ANATOMIA DAS VEIAS PROFUNDAS

Considerações anatômicas: Continuação da veia axilar, encontra-se fixa a sua posição por conexões com

as fáscias adjacentes, ligamentos e com o periósteo, localizada abaixo do triângulo escaleno-

costoclavicular. A artéria subclávia e o plexo braquial estão em situação supero-posterior em relação à

veia. O nervo frênico e a cúpula pleural estão em contato com a junção jugular-subclávia.

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Abordagem Infraclavicular:

Colocar paciente em posição de Tredelemburg, girar cabeça para o lado contra-lateral a punção,

posicionar um coxim sob os ombros.

Escolher local de punção, embaixo e discretamente medial ao ponto médio da clavícula.

Preparar pele e colocar campos estéreis.

Anestesiar pele e tecido subcutâneo.

Introduzir agulha do cateter 2 cm abaixo da clavícula, utilizar seringa de 10 ml. Avançar agulha

lentamente e com discreta aspiração, orientada para fúrcula esternal e paralela a parede torácica,

até que ocorra refluxo de sangue, desconectar seringa e progredir cateter.

Nunca tracionar somente o cateter pois pode haver laceração do mesmo.

Conectar equipo de infusão e verificar refluxo sanguíneo.

Fixar cateter com sutura

Realizar curativo

Elevar cabeceira da cama.

Fonte: www. es.123rf.com

COMPLICAÇÕES DA PUNÇÃO DA VEIA SUBCLÁVIA.

Específicas da cateterização

Pneumotórax

Hemotórax

Punção arterial

Arritmia cardíaca

Lesão do ducto torácico

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Inespecíficas da cateterização

Infecção

Trombose venosa profunda

Embolia gasosa

Secção do cateter

Cuidados gerais pós-procedimento

1. Auscultar campos pulmonares e verificar se o murmúrio vesicular é simétrico

2. Solicitar radiografia de tórax

3. Não infundir soluções hipertônicas até que esteja comprovada a posição do cateter.

4. Realizar troca diária do curativo

POSICIONAMENTO DO CATETER: A posição correta da ponta do cateter é na porção distal da veia

inonimada ou na porção proximal da veia cava superior. Antes da realização da radiografia podemos

prever a posição do cateter utilizando os seguintes reparos:

• JUNÇÃO ESTERNO-CLAVICULAR

• Subclavia

• ÁREA MEDIA DO MANÚBRIO

• Veia inonimada

• JUNÇÃO MANUBRIO-ESTERNAL

• Cava superior

• 5CM BAIXO DO ÂNGULO DE LOUIS

• Átrio direito

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PUNÇÃO DA VEIA JUGULAR INTERNA

Veia jugular interna

A veia jugular interna situa-se ântero-lateralmente à artéria carótida interna, na sua metade proximal

sob o músculo esternocleidomastóideo e sua metade distal no triângulo formado pelas porções clavicular

e esternal do músculo esternocleidomastóideo, e pela clavícula. Une-se com a veia subclávia sob o terço

proximal da clavícula. Tem trajeto relativamente constante, porém pode sofrer variações anatômicas. deve

ser dado preferência a punção da jugular direita pelo menor risco de lesão da cúpula pleural e

impossibilidade de lesão do ducto torácico.

VJI - Veia Jugular Interna: Punção homolateral em direção ao mamilo no ápice das inserções do

esternocleiomstoideo ( ESCM ), próximo a veia jugular externa ( VJE ).

Fonte: www.mmcuidadosintensivos.com.br

Indicações

Semelhantes ao acesso de veia subclávia infra-clavicular

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Contra-indicações

Semelhantes ao acesso da veia subclávia infra-clavicular

Lesões traumáticas e queimaduras cervicais.

COMPLICAÇÕES

Específicas da cateterização

Não progressão do cateter

Punção da artéria carótida

Punção de outras estruturas

Pacientes com distúrbios de coagulação (sangramento)

Punção da jugular interna " TÉCNICAS "

Mais utilizadas a medial e posterior.

Abordagem Medial:

Colocar paciente em posição de Tredelemburg, virar cabeça para o lado contra-lateral a punção.

Colocar coxim sob ombros.

Fonte: www.mmcuidadosintensivos.com.br

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Escolher local de punção. Pedir ao paciente para levantar a cabeça, para se localizar as duas

inserções do músculo esternocleidoocciptomastoideo. Geralmente este ponto situa-se três

polpas digitais acima da clavícula. Palpar carótida.

Fonte: www.mmcuidadosintensivos.com.br

Preparar pele e colocar campo estéril.

Fonte: www.mmcuidadosintensivos.com.br

Anestesiar pele com lidocaina no local selecionado. Utilizar agulha como explorador após ter

feito ângulo de 30 graus, direcionando a ponta da agulha para o mamilo ipsilateral. Caso não

consiga punção da veia angular 5 a 10 grau em relação ao plano medial.

Fonte: www.mmcuidadosintensivos.com.br

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Introduzir agulha de cateterização, conectado a uma seringa de 5 ml, introduzir com a mesma

inclinação e profundidade da agulha exploradora. Manter aspiração até que ocorra refluxo de

sangue. Desconectar a seringa ocluindo a agulha para impedir embolia gasosas.

Fonte: www.mmcuidadosintensivos.com.br

Passe o fio guia.

Fonte: www.mmcuidadosintensivos.com.br

Passe o dilatador

Fonte: www.mmcuidadosintensivos.com.br

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Introduza cateter atraveis do guia e depois retire o guia

Fonte: www.mmcuidadosintensivos.com.br

Fixar cateter à pele usando sutura

Fonte: www.mmcuidadosintensivos.com.br

Conectar equipo de infusão e certificar que ocorre refluxo de sangue.

Realizar curativo

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Abordagem Posterior:

Mesmo posicionamento da punção medial

Escolher local de punção: cruzamento da jugular externa com o esterno-

cleidocciptomastoideo ou 5 cm acima da clavícula no bordo posterior do

esternocleidocciptomastoideo. Palpar carótida

Preparar pele e colocar campo estéril.

Anestesia da pele com lidocaina.

Introduzir agulha do cateter no ponto escolhido no passo 2. Introduzir com ângulo de 30

grau e orientando para a fúrcula esternal. Manter aspiração contínua ate que ocorra refluxo

de sangue, quando deverá ser retirada a seringa e introduzido o cateter.

Conectar sistema de infusão e verificar refluxo sanguíneo.

Fixar cateter à pele com sutura e realizar curativo.

PUNÇÃO DE VEIA FEMORAL - ACESSO INGUINAL

Indicação

Impossibilidade de acesso subclávio e jugular interno.

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Contra-indicações

Semelhante ao acesso da veia jugular interna.

COMPLICAÇÕES

Especificas da cateterização

Punção de artéria femoral comum.

Retira-se a agulha de punção e compressão digital por 10 minutos.

Inespecíficas da cateterização

Semelhante ao acesso da veia jugular interna

Rx MOSTRANDO POSICIONAMENTO CATETER

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Referência Bibliográfica

Junior e cols. Manual Teórico de Anestesiologia para o Aluno de Graduação,editora Atheneu

TAKAOKA,Flávio e cols;Anestesiologia.Página.265.São Paulo.SAESP.

Nancy H. Diepenbrock. Cuidados Intensivos. 1 ed.Rio de Janeiro:LAB,2005.

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Marcelo Marinho