aceitação e o emprego do computador portátil na sala de aula
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Trabalho de conclusão de curso apresentado à Coordenação do Curso de Especialização Tecnologias em Educação como requisito parcial para obtenção de título de Especialista em Tecnologias em Educação.O estudo envolveu uma reflexão sobre o Projeto Um Computador por Aluno (PROUCA), sobre a integração do computador portátil e a educação, tendo como pressuposto a aceitação e o emprego do laptop educacional com a prática em sala de aula. Como objetivos, o trabalho se propôs a oportunizar aos educadores pesquisados, momentos de reflexão sobre a tecnologia e o sistema educacional na qual estão participando ativamente. A metodologia proposta, de concepção qualitativa de caráter exploratório, foi desenvolvida por meio de instrumentos denominados questionários, abrangendo a população de dezessete sujeitos e a amostra de cinco participantes. Como resultados da investigação surgiram dados referentes a uma concepção “tradicional” da estrutura da escola. Conclui-se que a ruptura entre a postura tradicional e o novo perfil que deve ser exercido pelos membros da escola com a integração do PROUCA, só será superada por meio de reflexões atualizadas, que possam ser experimentadas em sua prática profissional. Acredito que muitas transformações já se verificam na prática profissional dos educadores e gestores, entretanto deve-se buscar, cada vez mais, uma ação conjunta com toda a comunidade escolar, por meio de uma prática reflexiva com um sentido de renovação de conceitos, objetivos, metodologias e técnicas de trabalho.Palavras-chave: PROUCA, computador portátil, tecnologia, prática reflexiva.TRANSCRIPT
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Sapucaia do Sul
Novembro de 2010
Cledir Rocha Pereira
Aceitação e o emprego do computador portátil
na sala de aula
Luiz Cláudio Peixoto de Azevedo
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Cledir Rocha Pereira
Aceitação e o emprego do computador portátil na sala de aula
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Coordenação do Curso de Especialização Tecnologias em Educação como requisito parcial para obtenção de título de Especialista em Tecnologias em Educação
Orientador
Professor Luiz Cláudio Peixoto de Azevedo
Coordenação Central de Educação a Distância
Curso de Especialização Tecnologias em Educação
Sapucaia do Sul
Novembro de 2010
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem autorização do autor, do orientador e da universidade.
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Cledir Rocha Pereira
Graduado em Licenciatura Plena em Pedagogia, com Habilitação em
Supervisão Escolar e Matérias Pedagógicas do Ensino Médio em pela ULBRA
(Universidade Luterana do Brasil) em 2002 e pós-graduando em Mídias na
Educação pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Professor
do ensino fundamental (1º ao 5º ano) da Rede Pública Municipal de Sapucaia do
Sul. Lecionou em classes dos anos iniciais na Escola Municipal Justino Camboim,
entre 2004 e 2008. Coordena desde 2009, o Laboratório de Informática
Educacional da escola já citada, no referido município. Atualmente é professor do
Laboratório de Informática dos anos iniciais e das Etapas Iniciais da Educação de
Jovens e Adultos, bem como pelas manhãs, sou Supervisor Escolar na Escola
Estadual de Ensino Fundamental Miguel Gustavo, escola esta pertencente ao
Projeto Um Computador por Aluno – PROUCA.
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Dedicatória
Dedico esta aprendizagem e estas reflexões a todos aqueles que
participaram direta e indiretamente para sua finalização, em especial, aos
trabalhadores da educação da Escola Estadual de Ensino Fundamental Miguel
Gustavo, que abriu seu espaço para a realização da prática e da coleta de dados
para dar vida a este trabalho.
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Agradecimentos
Agradeço a cada professor que foi solidário a esta pesquisa e refletiu sobre
a sua ação pedagógica e a tecnologia, ao responder o questionário utilizado neste
trabalho. Ao mediador Bernardo Nunes Pereira, que constantemente estava-me
incentivando para cada vez mais aperfeiçoar minhas produções, pelos seus
pertinentes comentários em cada trabalho apresentado, estando sempre muito
presente, mesmo que virtualmente, durante a realização de toda a grade curricular,
motivando e sempre disposto a ajudar.
Ao orientador Luiz Cláudio Peixoto de Azevedo que nos iluminou para a
progressão e o sucesso da escrita deste Trabalho.
À minha família e amigos que me apoiaram durante todo o período deste
estudo.
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Resumo
O estudo envolveu uma reflexão sobre o Projeto Um Computador por
Aluno (PROUCA), sobre a integração do computador portátil e a educação, tendo
como pressuposto a aceitação e o emprego do laptop educacional com a prática
em sala de aula. Como objetivos, o trabalho se propôs a oportunizar aos
educadores pesquisados, momentos de reflexão sobre a tecnologia e o sistema
educacional na qual estão participando ativamente. A metodologia proposta, de
concepção qualitativa de caráter exploratório, foi desenvolvida por meio de
instrumentos denominados questionários, abrangendo a população de dezessete
sujeitos e a amostra de cinco participantes. Como resultados da investigação
surgiram dados referentes a uma concepção “tradicional” da estrutura da escola.
Conclui-se que a ruptura entre a postura tradicional e o novo perfil que deve ser
exercido pelos membros da escola com a integração do PROUCA, só será
superada por meio de reflexões atualizadas, que possam ser experimentadas em
sua prática profissional. Acredito que muitas transformações já se verificam na
prática profissional dos educadores e gestores, entretanto deve-se buscar, cada vez
mais, uma ação conjunta com toda a comunidade escolar, por meio de uma prática
reflexiva com um sentido de renovação de conceitos, objetivos, metodologias e
técnicas de trabalho.
Palavras-chave: PROUCA, computador portátil, tecnologia, prática
reflexiva.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..............................................................................................................
1 DESENVOLVIMENTO..............................................................................................
1.1 A ESCOLA E O PROJETO UCA.............................................................................
1.2 REFLEXÃO INICIAL..............................................................................................
1.3 UM BREVE HISTÓRICO.......................................................................................
1.4 O COMPUTADOR.................................................................................................
1.5 AS RELAÇÕES DO COMPUTADOR NO QUOTIDIANO ESCOLAR...............
1.6 A APRENDIZAGEM COLABORATIVA COM O USO DO COMPUTADOR...
1.7 REFLEXÕES SOBRE O CURRÍCULO: MUDANÇAS NECESSÁRIAS............
2 A PESQUISA NA REALIDADE ESCOLAR............................................................
2.1 METODOLOGIA....................................................................................................
2.2 PROCEDIMENTOS................................................................................................
2.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA...................................................................................
2.4 QUESTÃO DE PESQUISA......................................................................................
2.5 INSTRUMENTOS DE PESQUISA.........................................................................
2.6 RESULTADOS DA COLETA DE DADOS...........................................................
2.6.1 Caracterização do Pesquisado................................................................................
2.6.2 Foco da Pesquisa....................................................................................................
2.7 ANÁLISE DOS RESULTADOS..............................................................................
CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................
APÊNDICES..................................................................................................................
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INTRODUÇÃO
Esta pesquisa apresenta um conjunto de conhecimentos e reflexões do
processo educacional, cujo estudo possibilitará não apenas um aprendizado, mas
sim, uma apreensão mais profunda dos fatos e das percepções que envolvem a
realidade escolar vivenciada por educadores e educandos, bem como a
comunidade onde ela está integrada.
A escola está inserida em um contexto da sociedade brasileira marcada pelas
desigualdades fortalecidas pelo sistema. Compreender as relações entre esta
escola e o contexto político, econômico e social é de fundamental importância. O
que se deseja buscar nesse espaço de pesquisa, são subsídios práticos e
instrumentos de reflexão que contribuam para colocar a escola de frente para a
sociedade, no sentido de (re)conhecê-la em seus múltiplos aspectos.
Acredito então, que esse momento, a partir das observações e de investigação
no espaço pedagógico conquistado, auxiliar para uma compreensão desta escola e
do próprio Sistema Educacional, desencadeando novas práticas educacionais
vinculadas ao uso da tecnologia, alternativa à vigente.
Desta maneira, a escola, como instituição social, histórica e política, reflete as
grandes questões e problemas da sociedade e veicula as concepções da classe com
a qual está comprometida. Assim, destaco o tema desta pesquisa, sendo o uso
pedagógico de mídias na escola: práticas educativas, salientando o objetivo geral
dessa investigação, baseado em proporcionar aos educadores, um momento de
reflexão e estudo sobre a validade da utilização de um computador por aluno, no
processo de ensino e aprendizagem nas salas de aula, com vistas no aumento da
inclusão digital. Também é importante descrever os objetivos específicos, que
compreendem:
· Identificar quais as dimensões de aceitação do laptop educacional no
ambiente escolar pelos professores.
· Propor melhorias na implantação do Projeto Um Computador por Aluno,
visando uma maior aceitação por todos os envolvidos direta e indiretamente.
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· Examinar a aceitação dos profissionais da educação no uso do laptop, no
processo de ensino e aprendizagem.
· Contribuir com a instituição de ensino, através de uma reflexão/ação acerca
das relações e sentimentos, em busca de uma releitura da prática educativa.
Assim, percorremos com mais profundidade as constatações que se
originaram da minha participação em uma das escolas que integram o Projeto Um
Computador por Aluno (PROUCA) no Rio Grande do Sul. Percebi a necessidade
de explorar mais o tema e as ações que o Projeto propõe, bem como o objetivo
deste, onde se deseja “promover a inclusão digital nas escolas das redes públicas
de ensino federal, estadual, distrital e municipal ou nas escolas sem fim lucrativos
de atendimento a pessoas com deficiência” (Lei nº 12.249, que converteu em lei a
Medida Provisória que criou o projeto PROUCA), tamanhas a força e a riqueza de
abordagens. Através dessas observações emergiram possibilidades tais como:
· A oportunidade de vivenciar uma retomada dos conhecimentos adquiridos ao
longo do curso, como também o aprofundamento dos mesmos a partir da
prática;
· A focalização desse tema aguçou o olhar durante as observações, das relações
entre a ação pedagógica com a tecnológica; e
· O desafio a encontrar ações que contribuíssem para o aperfeiçoamento das
ideias e sentimentos presentes no ambiente escolar.
Para que os objetivos listados pudessem ser concretizados de maneira efetiva,
adequei a pesquisa às situações encontradas na instituição de ensino, resultando
assim, numa abrangência bastante rica e diversificada. Nesta linha de pensamento,
a aceitação do computador no sistema de ensino por parte dos usuários – neste
caso os professores – dentro de um processo de inovação, torna-se fundamental.
Depois de conversações com os docentes da Escola Estadual de Ensino
Fundamental Miguel Gustavo, localizada em Sapucaia do Sul/RS, percebi a
importância de realizar um trabalho de investigação para perceber e registrar esses
momentos de integração dos computadores à prática pedagógica. Percebe-se que a
maioria dos professores está muito satisfeita em estar integrada ao PROUCA.
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Sabem que, se pararem para observar os sistemas educacionais (municipais,
estaduais, federal e privado), com uma visão mais ampla, irão dar conta que estão
em vantagem em relação a muitas escolas distribuídas nos mais longínquos
recantos do nosso país, ou por que não dizer, do nosso planeta.
Muitas escolas do Primeiro Mundo também estão distantes da
oportunidade que a Escola Miguel Gustavo tem de integrar-se e desenvolver um
trabalho pedagógico muito mais amplo do que folhas mimeografadas, fotocópias,
muito além de livros didáticos lineares. A escola vive um momento único, apesar
de algumas dificuldades para avançar. Dificuldades essas pelo pouco ou nenhum
preparo dos educadores, pelo não aperfeiçoamento, principalmente na temática da
integração do recurso tecnológico ao quotidiano da sala de aula e das suas
metodologias.
Sabemos, nós que estamos inseridos dia após dia em escolas, que o laptop irá
beneficiar a aprendizagem, dinamizando o processo de ensino e aprendizagem.
Este recurso proporcionará importantes melhorias nos sistemas educacionais
brasileiros. Essas máquinas possibilitarão alguns aspectos essenciais na relação do
ensinar e do aprender, como:
· Aprender com por meio da tecnologia presente na escola, construindo sua
própria aprendizagem.
· Aprender a trabalhar com o não planejado, o que faz do computador um
recurso rico em situações-problemas a serem descobertas e outras a terem
tomadas de decisões pelos próprios alunos.
· Aprendizagem com mais significado, pois educandos das mais diferentes
idades estão motivados pela tecnologia presente. Assim gerará o
envolvimento cognitivo e o afetivo, pontos essenciais para um aprendizado
adequado.
Assim, as salas de aulas sofrerão uma releitura, o layout da sala de aula sofrerá
modificações. Não estou falando que deixaremos de produzir material manuscrito,
mas teremos que integrar a metodologia com as tecnologias presentes, que serão
ilimitadas. Os alunos utilizarão o laptop com a ajuda do professor como auxilio no
desenvolvimento da atividade, sempre interagindo técnica, conhecimento e
habilidades. O professor, mesmo não tendo uma formação técnica, apoiará no que
for necessário, já que tem o conhecimento pedagógico. Os recursos utilizados são
pesquisados tanto pelo professor, como pelos alunos, como softwares, atividades
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on-line e também recursos multimídia: vídeos, músicas e outros. Todo esse
conjunto oferecerá ao aluno um ambiente mais agradável e propício à
aprendizagem, onde a descoberta se faz a cada momento.
Sinto que não há, por parte do grupo, resistência para o uso dos laptops
integrados nas ações pedagógicas, mas, por outro lado, necessitam de formação
para que consigam agregar a tecnologia com as suas ações. Desta maneira, já que
a Escola está iniciando o desenvolvimento do PROUCA, levantarei as
expectativas, os anseios e o domínio do uso do computador na prática pedagógica.
Devido às preocupações dos profissionais em educação, relacionadas às
(atualmente) não tão novas tecnologias, terão a oportunidade de redescobrir o
mundo educacional (mundo este, vinculado sempre a informação e a ações de
trabalho educacional com as máquinas), explorando-as de maneira adequada para
a construção de conhecimentos, ou a reformulação de conhecimentos já
adquiridos sobre informática e educação, levando em conta à diversidade de
interesses e as possibilidades de exploração do mundo interativo com pessoas
diferentes e motivos diferentes. Assim, como um dos propósitos são as trocas de
experiências adquiridas e reformuladas, adequando-as quando necessário for, ao
seu contexto de atuação naquele momento e naquele espaço.
Enfim, exploraremos com mais profundidade as constatações observadas e
vivenciadas na Escola Estadual de Ensino Fundamental Miguel Gustavo,
localizada no município de Sapucaia do Sul/RS, envolvendo esse vínculo da
tecnologia e da sala de aula com, esse vínculo dos laptops educacionais como
ferramentas de apoio pedagógico.
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1 DESENVOLVIMENTO
1.1 A ESCOLA E O PROJETO UCA
Neste momento apresento uma breve caracterização da instituição de ensino
que é objeto de estudos do tema deste trabalho, bem como uma pequena descrição
do processo de implantação do PROUCA, pois o objetivo principal é a reflexão
sobre as alterações e a aceitação no quotidiano escolar, decorrente desta
implantação tecnológica dentro da escola.
A Escola Estadual de Ensino Fundamental Miguel Gustavo é umas das
quatorze escolas das redes públicas do Rio Grande do Sul e a única unidade da 27ª
Coordenação Regional de Educação do Estado a receber laptops educacionais, no
caso, o modelo Classmate da Intel. A escola caracteriza-se como urbana, de
ensino fundamental incompleto. Atende aproximadamente 280 alunos da pré-
escola à 5ª série, sendo destes, 50 estudantes matriculados na pré-escola
pertencentes a rede municipal, que não são contemplados com o PROUCA. A
escola está situada no Bairro Silva, uma comunidade de classe média, próxima ao
centro da cidade. O corpo docente é formado por dezessete professores, um
secretário, uma merendeira, uma funcionária para serviços gerais, e uma equipe
diretiva composta por: diretora (manhã e tarde), vice-diretora, (tarde) e um
supervisor escolar (manhã) e uma supervisora escolar (tarde).
O processo de implantação ocorre desde o primeiro semestre de 2010. O
Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) da 27ª CRE é o responsável pelas
atividades de implantação, promovendo a formação dos professores para o uso do
computador na sala de aula como recurso pedagógico.
No primeiro momento, o principal foco dos encontros foi a familiarização dos
professores com a tecnologia e o estudo de suas possibilidades pedagógicas. O
desenvolvimento desse processo de implantação não está contemplando somente
questões teóricas. Podemos constatar essa situação na fala da professora
participante do PROUCA, onde relata que “estamos em fase de descobertas,
muitas curiosidades, procurando orientações para resolver os problemas”.
(ROSANE, 2010).
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Está sendo necessário também a adaptação da infraestrutura de toda a escola
para o recebimento e o uso dos laptops. Pelo que se percebe, a escola apresenta
hoje algumas necessidades e deficiências: a instalação de um servidor, a
instalação da rede elétrica, o acesso á Internet por rede sem fio (wireless) e o
número menor de laptops comparado ao número de alunos. Lentamente os
problemas estão sendo resolvidos.
Figura 1: imagens das formações do PROUCA na escola1
Os laptops ainda não foram entregues aos educandos em virtude dos
problemas apresentados, mas no meu ponto de vista, poderiam ser entregues para
que ocorresse um processo de “saturação da tecnologia”, ou seja, desde a chegada
dos laptops na escola, os alunos deveriam estar explorando livremente, em todo o
período letivo, todos os recursos do laptop. Assim ocorreria “...um contínuo uso
dos laptops pelas crianças com vistas à plena familiarização com o equipamento,
(...) e ao descobrimento de possibilidades de utilização”. (CÂMARA DOS
DEPUTADOS, 2008, p.134)
Desta maneira, a escola poderia estar vivenciando o que se pode chamar de
imersão mais feroz da tecnologia, com um uso praticamente quotidiano dos
laptops educacionais na grande maioria das salas de aula da Escola Miguel
Gustavo. Sinto que assim o NTE Canoas está desempenhando um papel
preponderando no processo de implantação do laptop Classmate, pois atua para
garantir a visibilidade do projeto.
1.2 REFLEXÃO INICIAL
1 Fotos tiradas em 27 ago. e 13 set. respectivamente, por Eliane Laux
13
Quando se fala em tecnologia, quase sempre pensamos em programas
sofisticados e de difícil utilização, no entanto, elaborar uma pesquisa sobre a
integração da tecnologia e sua aceitação no ambiente escolar é sempre um desafio
que por sua natureza, proporciona momentos de debate e reflexão que envolvem
atitudes, crenças, experiências e posicionamentos no exercício de fazer
pedagógico dos educadores.
Desta maneira, “o laptop é uma poderosa ferramenta de aprendizagem
concebida e construída especialmente para crianças nos países em
desenvolvimento, que vivem em alguns dos ambientes mais remotos”. (ONE
LAPTOP PER CHILD).
No entanto se faz necessário uma abordagem reflexiva que abra espaços ao
diálogo e ao comprometimento da relação entre tecnologia e da educação que não
extrapolem o limite de cada uma. Neste sentido, é fundamental o papel dos
gestores escolares como dinamizadores do processo educativo através de ações e
desafios, para assim romper com os paradigmas tradicionais da relação ensino
aprendizagem.
1.3 UM BREVE HISTÓRICO DO PROUCA
O Projeto One Laptop Per Child (OLPC) foi apresentado ao governo
brasileiro no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, em janeiro de 2005.
Posteriormente, em junho daquele ano, Nicholas Negroponte, Seymour Papert e
Mary Lou Jepsen vieram ao Brasil especialmente para conversar com o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e expor a idéia com detalhes. O presidente não só
aceitou como instituiu um grupo interministerial para avaliá-la e apresentar um
relatório. Segundo a OLPC, “não é uma questão de recursos, mas de visão e
vontade política”.
Após reuniões com especialistas brasileiros para debates sobre a utilização
pedagógica intensiva das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) nas
escolas, foi formalizada uma parceria com:
· Fundação de Apoio à Capacitação em Tecnologia da Informação (FacTI)
· Funcionadora de Estudos e Projetos (FINEP)
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Esta parceria teve como objetivo a validação de solução das Organizações
OLPC. Em 2006 a FacTI chamou mais três instituições para integrar o grupo
técnico e fazer um estudo sobre a solução OLPC:
· Centro de Pesquisa Renato Archer (CenPRA)
· Fundação Centros de Referência em Tecnologia Inovadoras (CERTI)
· Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico (LSI)
Passado este momento de união de órgãos de estudos relevantes desse projeto, em
2007 foram selecionadas cinco escolas, em cinco estados, como experiências
iniciais, como visualizamos na Figura 2:
Figura 2: Escolas e municípios do pré-piloto do Projeto UCA e laptop utilizado2
Hoje, no ano de 2010, o PROUCA já está em outra fase. Esta etapa
abrangerá cerca de 300 escolas públicas, distribuídas em todas as unidades da
federação, sendo participantes no estado do Rio Grande do Sul as apresentadas na
Figura 3.
2 Disponúvel em <http://www.uca.gov.br/institucional/experimentosFase1.jsp>. Acesso em: 26 set.2010
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Figura 3: Municípios do RS beneficiados pelo PROUCA3
Destaco nesse momento as escolas, seus respectivos municípios, o número
de professores e estudantes envolvidos diretamente no PROUCA, apresentados na
tabela 1.
Tabela 1: lista dos municípios e escolas participantes do PROUCA4
ESCOLA MUNICÍPIO PROFESSORES ALUNOS
EEEF PROFESSOR DIETSHI Arroio do Sal 24 209
EMEF PROFESSORA RENY ROSA COLLARES
Bagé 23 401
EMEF NELI BETEMPS Candiota 32 375
EMEF SANTA IZABEL Candiota 14 117
EMEF HEITOR SOARES RIBEIRO
Canguçu 20 345
EEEF MANOEL ARRUDA CAMARA
Carazinho 28 435
EMEF CALDAS JUNIOR Caxias do Sul 50 450
EEEF OSVLADO ARANHA Ijuí 35 300
EMEF PRESIDENTE COSTA E SILVA
Panambi 33 513
EMEF VILA SAO JORGE Portão 28 375
3 Disponível em <http://www.uca.gov.br/institucional/escolasBeneficiadas.jsp>. Acesso em: 26 set.2010 4 Disponível em <http://www.uca.gov.br/institucional/escolasBeneficiadas.jsp> Acessado em 26 aet.2010.
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COLEGIO DE APLICACAO DA UFRGS
Porto Alegre 100 579
EEEF LUCIANA DE ABREU Porto Alegre 42 540
EEEF MADRE CATARINA LEPORI
Santo Ângelo 35 285
EEEF MIGUEL GUSTAVO Sapucaia do Sul 12 210
14 escolas 12 municípios 476 professores 5134 alunos
As definições das cerca de 300 escolas públicas que participam do
PROUCA couberam às Secretarias de Educação Estadual ou Municipal dos
Estados e à União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME).
A One Laptop per Child relata que “em quase todos os lugares, aumentou
drasticamente a frequência escolar, pois as crianças começaram a abrir suas
mentes e explorar seu próprio potencial”.
Assim, cada escola recebe os laptops para os alunos e professores,
infraestrutura para acesso à internet e “preparação da equipe de professores e
gestores para o uso pedagógico inovador das tecnologias digitais” (NTE Canoas,
2010), com isso, cada vez mais ocorrerá o crescimento e a necessidade da
desejada integração da tecnologia na escola.
1.4 O COMPUTADOR
O computador, modelo Metasys Intel, veio com o objetivo de criar
oportunidades educacionais para crianças mais pobres do mundo, proporcionando
para cada criança um laptop robusto, de baixo custo e pequeno consumo de
energia, com conteúdos e software desenhados para a colaboração, alegre com
poderes de autoaprendizagem.
Falando um pouco do que o computador contém, podemos listar
resumidamente:
· Processador: Intel Atom 1.6 GHZ
· Memória RAM: 512 MB
· Sistema Operacional: Linux Metasys
· Rede sem fio.
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· Duas entradas USB.
· Tela de LCD 7’.
· Teclado á prova d’água e com teclas de atalho.
· Touch pad tradicional com 2 botões
· Sistema Antifurto.
· Sistema de monitoramento.
· Capa para proteção.
· Alça para transporte
Figura 3: Modelo Metasys Intel, PROUCA, utilizado na EEEF Miguel Gustavo5
Comparando os computadores que temos em casa nos próprios
Laboratórios de Informática ou ainda nas lan houses, verificamos que as
configurações são mais inferiores, mas não menos especiais.
Com isso, os envolvidos nesse projeto aprendem a compartilhar, a criar e a
colaborar. “Eles ficam conectados um aos outros, ao mundo e para um futuro
melhor”. (ONE LAPTOP PER CHILD)
1.5 AS RELAÇÕES DO COMPUTADOR NO QUOTIDIANO
ESCOLAR
5 Disponível em <http://www.cceinfo.com.br/uca/> Acesso em: 26 set. 2010.
18
Em um país com imensas desigualdades e contradições, a educação se
apresenta como um fator de esperança, visando à transformação da sociedade e
condições favoráveis para o desenvolvimento integral dos envolvidos.
Nesse sentido, Perrenoud (2000) apresenta questões relevantes para a
construção de um currículo que atenta às necessidades da nossa atualidade,
insistindo em questões de competência, no desafio de educar para a cidadania
orientar trabalho em equipe, organizar estratégias de aprendizagem, envolver-se
na gestão da escola criar mecanismo para o desenvolvimento das famílias,
estimular a formação continuada dos professores e desafiar o uso de novas
tecnologias.
Tendo uma visão significativa do sistema educacional harmonicamente vamos
integrar o laptop no dia-a-dia da nossa prática docente. Dentro desse contexto, é
importante refletir sobre os valores que se quer resgatar, os que desejam
incorporar e os que se desejam mudar para o bem comum da instituição de ensino
e da sociedade. Nessa visão, Gandin (1988, p. 82) afirma que ‘’a participação é
Construção em Conjunto’’.
Assim, afirmamos, que com abertura dos portões escolares à tecnologia, a
construção conjunta citada por Gandin se fará necessária, pois os educadores estão
receosos com a utilização do computador portátil, pela destreza minimizada em
comparação aos alunos, nascidos e criados na era tecnológica. Desta maneira, as
escolas integradas no PROUCA, farão a resignificação do processo ensino e
aprendizagem.
Para que se concretize na prática este processo de participação, essa
modificação no layout do ensinar e aprender, é essencial partilhar
responsabilidades de elaboração, execução e avaliação, com a presença ativa de
todos na organização, definição dos objetivos e estratégias, bem como assumir
conflitos e situações não previstas no planejamento. Planejar nessa dimensão,
planejar integrando o computador portátil significa transformar, por isso, é
fundamental que as relações interpessoais sejam horizontais para que, desta
forma, contribuam no processo de intercâmbio de vivências, experiências e
interações entre os sujeitos e, consequentemente, no desvelamento da luta entre as
classes que tão consistentemente vem envolvendo a escola, colocando-a sempre a
serviço de uma dessas classes.
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Tudo isso, visando fundamentar um processo consistente de busca de um novo
paradigma educacional, o qual vem contrapor a escola que temos, uma escola
linear, onde o “professor é o detentor do conhecimento, escola esta marcada, pelo
favorecimento claro e domínio exclusivo de uma determinada classe social”.
(ARROYO, 1986)
Certamente, nesse processo de integração da antiga escola com o computador,
essa mutação do espaço escolar vai exigir que os educadores respeitem os saberes
do educando, onde as discussões envolvendo a familiaridade entre os saberes
curriculares fundamentais e a experiência social de cada um dos aprendizes
servirá e muito para o progresso do aprendizado, já que sabemos que a relação da
máquina e educador é um tanto quanto distanciadas. “O educador deve ter em
mente o fato de que é um ser inacabado, não obstante, esta consciência
acompanha o ser humano por si só e o leva a um estado reflexivo”. (FREIRE,
1996)
1.6 A APRENDIZAGEM COLABORATIVA COM O USO DO
COMPUTADOR
“A aprendizagem colaborativa é um processo de construção de significados a
partir de interações entre os participantes que podem ser mediadas por sistemas
computacionais.” (DILLENBOURG, 1996; STAHL et al, 2006)
Com o uso do computador, o processo é centralizado nos alunos e favorece o
estudo em grupo, com uma mediação pedagógica e inovadora do professor.
Certamente, a aprendizagem tradicional deverá ser obrigatoriamente eliminada do
ambiente escolar, ou seja, nas escolas participantes do PROUCA. Os alunos, bem
como os professores, construirão conhecimentos a partir das reflexões e das
discussões, o que desenvolverá o pensamento crítico dos envolvidos.
A construção do conhecimento em grupo (entende-se grupo aqui, todos os
envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, ou seja, alunos e professores),
tem potencial para aumentar o engajamento nas atividades educacionais e alcançar
melhores resultados do que com a individualização dos estudos.
Com o uso do computador portátil o professor deixa de ser a autoridade e se
transforma em um orientador do grupo e coordenador do processo. As principais
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diferenças entre a postura tradicional do professor e a aprendizagem colaborativa,
estão apresentadas na tabela 2 (SANTORO e PIMENTEL, 2009).
Tabela 2: ensino tradicional versus ensino com laptop integrado6
ENSINO TRADICIONAL ENSINO COM LAPTOP INTEGRADO Estudo isolado
Estudo em grupo
Professor autoridade
Professor coordenador
Aluno: recipiente a ser preenchido com informações do professor
Aprendiz: transforma informações em conhecimento através da interação social
Aprendizagem reativa e passiva
Aprendizagem ativa e investigativa
Memorização de informações
Discussões e construção do conhecimento
Seriação no tempo
Formação de grupo em função da competência
Ênfase no produto
Ênfase no processo
Avaliação pontual, somativa e realizada pelo professor
Avaliação continuada, formativa e realizada colaborativamente
Sala de aula
Ambiente computacional de aprendizagem
O uso do deste recurso tecnológico na escola terá a oportunidade da
realização de atividades tanto com objetivos cognitivos como de interação social.
“O professor atuará como um orientador, definindo e coordenando as etapas dos
estudos, os alunos refletem, formulam questões e expressam dúvidas sobre os
artefatos produzidos pelos colegas e pelo próprio grupo de trabalho.”
(FAGUNDES, 1999)
A aprendizagem integrada com o laptop educacional poderá ser
ramificada, baseada em projetos, em problemas e em discussões. Destaco aqui a
ação do professor e do aluno no processo de ensino e aprendizagem com o uso da
tecnologia, como nos revela a tabela 3 (MARQUES et al, 2010).
Tabela 3: ação do professor e aluno com o uso do laptop7.
AÇÕES ATORES
BASEADA EM PROJETO
BASEADA EM PROBLEMA
BASEADA EM DISCUSSÕES
Professor Coordenar o desenvolvimento das etapas do projeto
Definir problemas ou exercícios a serem resolvidos pela turma e coordenar as respostas
Propor temas a serem discutidos e coordenar as discussões
6 Adaptada de SANTORO, F. M. ; PIMENTEL, Mariano. . Tecnologias Computacionais para Educação. In: CHRONOS - UNIRIO, v. 1, p. 83-91, 2009.
7 MARQUES, Aline de Miranda; PIMENTEL, Mariano; SIQUEIRA, Sean. Dinâmicas Educacionais com o Uso de Blogs: Requisitos a partir de Experiências. Disponível em: <http://www.inf.pucminas.br/sbc2010/anais/pdf/wie/st04_01.pdf>. Acesso em: 15 set. 2010.
21
Aluno Apresentar parte do projeto e criticar os projetos dos colegas
Contribuir para a resolução do problema ou do exercício
Propor temas a serem discutidos e discutir os temas propostos
Com a apreciação da tabela 3, podemos perceber que a aprendizagem escolar
integrada com o uso do laptop, as posturas tanto do professor como o aluno
sofrem mudanças significativas e positivas para o progresso dos sistemas
educacionais que estão estanques, sem movimentos até hoje (na sua grande
maioria). Assim, as novas tecnologias – no caso aqui o computador portátil –
criam chances de reformular as relações entre alunos e professores e de rever a
relação da escola com o meio social, ao diversificar os espaços de construção do
conhecimento, ao revolucionar processos e metodologias de aprendizagem,
permitindo a escola a dialogicidade com os seus sujeitos e com o mundo.
Ensinar com a Internet chega a resultados significativos quando está
“integrada em um contexto estrutural de mudanças do ensino-aprendizagem, onde
professor e alunos vivenciam processos de comunicação abertos, de participação
interpessoal e grupal efetivos”. (MORAN, 1997). De outra forma, a Internet será
uma tecnologia a mais, que reforçará as formas tradicionais de ensino.
1.7 REFLEXÕES SOBRE O CURRÍCULO: MUDANÇAS
NECESSÁRIAS
Com a implantação do PROUCA ocorrerá mudanças no currículo. Essa
integração do computador impulsionará uma nova postura dos alunos e dos
professores frente as competências e as habilidades a serem desenvolvidas em sala
de aula, em relação ao currículo escolar estabelecido. Este caminho para a
mudança de postura, tanto dos docentes como dos discentes, será devido a
ampliação do acesso a informações relativas às aulas ministras. Podemos
visualizar melhor no diagrama que representa a dimensão educacional que o
PROUCA atingirá dentro da unidade escolar, como revelado na figura 4 abaixo:
22
Figura 4: diagrama da dimensão educacional na unidade escolar8
Desta maneira, o conhecimento passará a não estar somente no livro
didático, no quadro-verde ou com o professor, nesta reorganização do ambiente
escolar, cada aluno passará a ter acesso as informações diferenciadas. Esta
modificação no padrão do processo de ensino e aprendizagem desencadeará
obrigatoriamente a necessidade quase instantânea de reflexão sobre a metodologia
dos profissionais da educação.
O processo de transgressão da estrutura escolar com a implantação da tecnologia,
deverá ser marcada com:
· Busca de atividades que promovem e emancipação dos alunos;
· Busca de ações pedagógicas significativas pelos professores.
Frente a essas modificações na postura do aluno, do professor e de todo o
processo educacional, verificamos que a formação continuada deve ser integrada
ao calendário escolar, como elemento chave para o sucesso do projeto. Formação
essa, assegurada em lei, sendo:
8 Adaptação do diagrama disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ ea000135.pdf>. Acesso em: 24 set. 2010.
23
‘’Art67. Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da educação,
assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do
magistério público:
II- (...)
II- aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico
remunerado para esse fim.’’ (LDBEN, 1996)
Assim o docente que estiver inserido em uma escola participante e
praticante do PROUCA, sofrerá algumas releituras nas suas competências. Terão
que ir em busca de muita qualificação para um fazer pedagógico honesto. Veja
algumas possibilidades na figura 5:
Figura 5: diagrama da dimensão educacional dos docentes9
Além dessas proposições, posso afirmar que a formação também ocorrerá
durante o fazer pedagógico, através de trocas ou de sugestões realizadas pelo
grupo de trabalho. Também para somar as dúvidas e lidar com as dificuldades dos
educadores, que não tem sido a utilização da máquina, mas sim a nova formatação
de desenvolvimento da prática docente, através de projetos de aprendizagem e não
mais por aulas lineares.
Com a vinda do laptop educacional a Escola Miguel Gustavo, os professores
terão que repensar sua ação pedagógica, apresentando alternativas mais adequadas
a nova realidade escolar. Com contribuição a esta e as demais escolas integrantes
9 Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ea000135.pdf>. Acesso em: 24 set. 2010.
24
do PROUCA, a metodologia por projetos de trabalho é um grande passo para o
sucesso da integração entre a tecnologia e a escola.
‘’(...)um procedimento, que está em diálogo constante com o contexto, as circunstâncias e os
indivíduos envolvidos no processo, admitindo-se, assim, que este tenha modificações em
função das variáveis envolvidas.’’ (HERNANDES e VENTURA, 1998, p.61)
Ao integrar o computador ao quotidiano, várias mudanças deverão ocorrer,
em especial, no currículo, como: postura e práticas docentes; diferentes
posicionamentos frente ao conhecimento; desenvolvimento de projetos
interdisciplinares; etc.
Por fim, acredito que estas discussões sobre mudanças curriculares e a
produção de conhecimento buscarão “compreender como se processam as novas
formas de aprender, pensar, ser, sentir e viver na sociedade contemporânea.”
(SANTOS e BORGES, 2009)
Sintetizando as principais ideias sobre a utilização dos laptops na educação,
partindo das vantagens mais imediatas, finalizo com as implicações na
metodologia do trabalho de professores e de alunos, como mostra a figura 6.
(MONTEIRO e LOUREIRO, 2009)
Figura 6: os laptops permitem10
10 Disponível em: <http://eft.educom.pt/index.php/eft/article/viewFile/64/51>. Acesso em: 26 ago. 2010.
25
2 A PESQUISA NA REALIDADE ESCOLAR
A temática que estou propondo no desenvolvimento dessa pesquisa foi
baseada na aceitação e a utilização do computador portátil na sala de aula, através
de uma abordagem que foi realizada para aferir aspectos qualitativos ligados as
ações, sentimentos, relações e reflexões.
2.1 METODOLOGIA
Para a realização deste estudo será traçado um caminho, visando promover
uma sequência lógica que ligasse os dados empíricos à questão inicial e às
análises finais. Desta maneira, pretendo realizar um relato de experiência
exploratório do tema em questão, descrevendo as dúvidas, incertezas e a aceitação
dos docentes participantes voluntários e que lecionam na Escola Estadual de
Ensino Fundamental Miguel Gustavo, localizada na zona urbana do município de
Sapucaia do Sul/RS. Vejo que, para uma produção mais válida envolvendo a
utilização e a aceitação da tecnologia vinculada a educação, no caso aqui do
laptop, relatar experiências pedagógicas, é o que penso ser mais adequado, até
pela minha participação direta no dia-a-dia desta instituição de ensino.
As informações serão adquiridas através do universo da escola já citada. Os
dados serão coletados através de um questionário construído com itens abertos e
itens fechados, que deverão ser entregues pessoalmente, aos respectivos
voluntários envolvidos nessa pesquisa. O estímulo junto aos professores para sua
participação nos estudos torna-se desta maneira mais fácil e rápida, utilizando as
estratégias anteriormente descritas.
Após, em posse desses dados, os mesmo serão analisadas e incluídas dentro de
um contexto. Devo lembrar que a aplicação do questionário remete à análise
considerando alguns vieses, tais como a diferença de percepção de cada um dos
professores devido às diversas de idades; o grau de intimidade com a tecnologia; o
grau de visão pedagógica com a integração do laptop a prática docente, etc.
Também serão utilizadas entrevistas com a Multiplicadora do Curso da
Formação Continuada de Professores UCA RS, da 27ª Coordenadoria Regional de
26
Educação, localizada na cidade de Canoas/RS, para a obtenção de informações
qualitativas sobre o uso dessa tecnologia nas escolas participantes do PROUCA,
com possibilidades flexíveis de introduzir variações que se fizerem necessárias
durante a aplicação. Outro procedimento conveniente e indispensável na pesquisa
da temática é a observação direta dos atores (professores), para a obtenção de
determinados tipos de informações, julgando-as sem interferências e com
fidelidade registrando-as, que não aparecerão durante a aplicação do questionário
e da entrevista.
2.2 PROCEDIMENTOS
· Análise a documentação da escola;
· Observações diretas;
· Uso de questionário com os professores.
2.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA
· População: 17 sujeitos, participantes do dia-a-dia da escola.
· Amostra: 5 sujeitos que entregaram o questionário.
2.4 QUESTÃO DE PESQUISA
Refletindo sobre a aceitação e a utilização do computador portátil
integrado com a prática em sala de aula.
2.5 INSTRUMENTOS DE PESQUISA
Foram utilizados para a coleta de dados deste trabalho, questionários e
observações diretas, conforme recomendações da “investigação qualitativa”.
(TRIVINOS, 2001)
· Tens expectativas com o uso do laptop na sala de aula? Quais?
· Tens algum receio com a utilização do laptop na escola? Se a resposta for
positiva, quais seriam?
· Quais as adaptações no teu planejamento que farás com a integração do laptop
na sala de aula?
· Tu pensas que será interessante essa integração pedagógica e tecnológica na
escola? Explique
· Como o laptop, melhorará as atividades em sala de aula?
27
2.6 RESULTADOS DA COLETA DE DADOS
Nesta sessão, apresento os resultados da coleta de dados que foi verificado
através dos questionários devolvidos pelo grupo de professores e gestores da
escola. Assim, resultou nos seguintes resultados quantitativos.
A primeira etapa do questionário foi uma caracterização do pesquisado,
envolvendo sua historicidade profissional. Desta maneira resultou nos gráficos
abaixo:
2.6.1 Caracterização do Pesquisado
· Sexo:
0
5
0
1
2
3
4
5
M asculino Feminino
· Idade:
0
1
0
4
0
1
2
3
4
5
1 8 a 2 5 2 6 a 3 5 3 6 a 4 5 m a i s d e 4 6a n o s
· Formação11:
0 0
2
3
0
1
2
3
4
5
E n s i n oM é d i o -N o r m a l
E n s i n oS u p e r i o r -
I n c o m p l e t o
E n s i n oS u p e r i o r -C o m p l e r o
P ó s -g r a d u a ç ã o
11 Graduação: Pedagogia 1; Administração 1. Pós-graduação: Tecnologia da Informação e da Comunicação na Produção de Aprendizagem 1; Informática na Educação 1; Psicopedagogia 1; História do Rio Grande do Sul 1.
28
· Atuação12:
3
0
1
3
0
1
2
3
4
5
Anos?Séries Iniciais Séries Finais Ensino Médio Setor
· Tempo de Atuação:
0
1 1
4
00
1
2
3
4
5
0 a 5 6 a 10 11 a 20 21 a 30 mais de 31 anos
2.6.2 Foco da Pesquisa
· O sistema do laptop é fácil de usar.
0 0 0
4
1
0
1
2
3
4
5
D iscordo to talm en te D iscordo em parte N ão concord o, nemdiscord o
C oncordo em parte C oncordo to talm ente
· Eu entendo bem como mexer no laptop.
0 0 0
4
1
0
1
2
3
4
5
D is c o rd o to ta lm e n te D is c o rd o e m p a r te N ã o c o n c o rd o , n e md is c o rd o
C o n c o rd o e m p a r te C o n c o rd o to ta lm e n te
· Com o laptop, eu posso fazer mais tarefas.
0 0 0
3
2
0
1
2
3
4
5
Discordo totalmente Discordo em parte Não concordo, nemdiscordo
Concordo em parte Concordo totalmente
12 Setores: Direção 1; Vice-direção 1; Multiplicadora do NTE 1.
29
· A internet é fácil de usar.
0 0 0
2
3
0
1
2
3
4
5
Discordo totalm ente Discordo em parte Não concordo, nemdiscordo
Concordo em parte Concordo totalm ente
· Com o laptop, eu tenho mais acesso às informações que preciso para meu planejamento.
0 0 0 0
5
0
1
2
3
4
5
Discordo totalmente Discordo em parte Não concordo, nemdiscordo
Concordo em parte Concordo totalmente
· Tens expectativas com o uso do laptop na sala de aula? Quais?
4 4
2
0
1
2
3
4
5
Em riquecimento das aulas Preparação à cidadania Alunos com acesso à pesquisa
· Tens algum receio com a utilização do laptop na escola? Se a resposta for
positiva, quais seriam?
4
2
3
1
0
1
2
3
4
5
Não domínio da máquina Alunos usarem apenasMSN, Orkut, etc
Problemas técnicos Indisciplina
· Quais as adaptações no teu planejamento que farás com a integração do
laptop na sala de aula?
2
3
4
1
0
1
2
3
4
5
In te re ss e d o s a lu n o s A u la s c r ia tiv a s R e c u rs o s d o la p to p D is p o s iç ã o d a s c la s s e s
30
· Tu pensas que será interessante essa integração pedagógica e tecnológica
na escola? Explica.
4 4
0
1
2
3
4
5
Pela renovação da educação Aluno agente no processo
· Como o laptop, melhorará as atividades na sala de aula?
8
12 2
012345678
Aulas mais atraentes Maior concentração Aulas dinâmicas Ampliação doConhecimento
2.7 ANÁLISE DOS RESULTADOS
A instituição escolar, no decorrer dos tempos, vem desempenhando suas
competências carregadas ainda com um caráter tradicional, com normas e regras
que regulam seu espaço na comunidade escolar.
A escola, porém, não deve desempenhar papel intocável, para assegurar o
cumprimento de suas atribuições sócio-educativas, objetivando assim manter
“harmonia” entre o institucional e a comunidade educacional.
Nesse sentido, a escola deve perceber que seu papel, “seu real objetivo de
trabalho tem que ser a relação entre o que o professor ensina e o que o aluno
aprende” (Medina, 2002), sentindo assim, a necessidade da mudança em torno da
dinâmica pedagógica, modificando o aspecto tradicional de seus objetivos e suas
metas para uma ação baseada na reflexão, onde o processo reflexivo irá
reestruturar e impulsionar novas ações tornando assim, o computador, como parte
integrante do processo vivenciado pelo coletivo da escola, legitimando suas
atribuições.
Essa nova escola deverá assumir postura comprometida com a união da
tecnologia com a educação, posicionando-se com um aliado dos docentes, tendo
claro suas reais atribuições devendo saber a favor de quem ou contra quem está
31
exercendo seus objetivos e suas finalidades, promovendo uma ação capaz de
alterar positivamente o processo educativo, a partir da reflexão constante sobre o
quotidiano educacional baseado num referencial teórico que contraponha o
conceito conservador das suas competências já cristalizadas pelo senso comum.
A partir de estudo teórico voltado para uma ação que atue na perspectiva
de democratização do trabalho, ou seja, aquela cuja ação caracteriza-se pela
atitude reflexiva, pela ênfase no pedagógico, pela dialogicidade e pelo trabalho
coletivo, pontuando uma influência positiva da ligação do tecnológico e do
educativo, visto que a verdadeira relação educativa não se faz sem um vínculo de
mútua confiança: o professor confiando nas potencialidades do computador e o
computador proporcionando ferramentas para o trabalho do professor, construindo
assim, um ambiente escolar, onde se dá espaço para a melhoria do fazer
pedagógico do professor, onde a busca de ideias inovadoras para resolução de
problemas se faz constante, criando-se a disposição para a colaboração, virando-se
o bem comum e a melhoria da qualidade nas relações educativas. Esta postura
contrapõe-se à concepção da educação controladora, técnica que permeia sua ação
na reprodução de falas e de didáticos.
A escola desejável e necessária é, nesta perspectiva, aquela que tem
clareza de suas atribuições socioeducativas, atuando a partir de uma atitude
reflexiva, desafiando seus atores continuamente e problematizando as crenças
norteadoras da prática. Mobilizar a reflexão do professor sobre sua própria prática
e uma tarefa das mais difíceis, principalmente atingir aquela parcela de
profissionais resistentes às mudanças que os novos tempos exigem e que a Escola
Miguel Gustavo está passando, porém, a escola estará constantemente tentando,
oportunizando com formações e estudos, para que realmente ocorra essa
integração pedagógica do computador com o dia-a-dia da escola.
32
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Historicamente, os responsáveis pela política educacional decidem pela
elaboração de propostas educacionais e são surpreendidos pela grande distância
existente entre as proposições de gabinete e sua implementação à nível de unidade
escolar. Este se dá em um contexto influenciado por uma série de fatores nem
sempre previstos, o que determina, muitas vezes, a necessidade de adaptações,
seja pelas próprias escolas, seja pelos órgãos administrativos.
Com isso, entendo que as relações para a funcionalidade adequada dos
laptops educacionais dentro da escola envolvem uma cadeia de fatores internos e
externos á mesma. Por estas situações estou inclinado a acreditar que aqueles
grandes projetos de gabinetes deveriam ser substituídos por ações menos
ambiciosas, ações distanciadas da linha de poder vertical á linha mais
democrática, dialógica e participativa, mais concreta, voltada para dentro da
escola e para além dela.
O tempo que passei desenvolvendo esta pesquisa, observei que a estrutura
do poder do Governo é claramente definida: os coordenadores/dirigentes detêm
todas as informações provenientes dos órgãos centrais e as repassam aos outros
atores, no caso aqui, a Escola, na medida da necessidade.
Dito isso, afirmo que uma postura importante é estar sempre “desarmado”
ao tomar conhecimento de situações-problemas. Analisar sempre com muito
cuidado os fatos, com maior neutralidade possível, sem tirar pensamentos
precipitados é um dos caminhos. É necessário escutar e a partir daí encontrar
caminhos através da dialogicidade. Com as escutas que realizei quase todos
afirmam que o Governo tem o maior poder para resolvê-la os problemas
apresentados no PROUCA. As dificuldades enfrentadas para o início efetivo do
trabalho com o grupo de educadores e educandos então demorados, são passos
lentos para que se consiga visualizar toda a estrutura técnica e pedagógica em
condições significativas de uso.
Toda a pesquisa realizada, foi através de muita consciência e avaliação.
Respeito, confiança, honestidade e franqueza eram a base do meu relacionamento.
Com esta linha de trabalho traçado, a escola demonstrou reciprocidade para a
33
proposta. Felizmente, todo o caminho visualizado e percorrido na Escola era
legítimo, ou seja, com sentido. No tocante a questão da legitimidade, Weber,
acentuada por Bourdieu (apud CASTRO, 1994) expressava que “deve incorporar
as aspirações e interesses dos atores envolvidos no processo, não sendo utilizado
pelos seus detentores, para visualização de projetos próprios e atendimento aos
próprios interesses, em nome da coletividade”.
Desta forma, os detentores do projeto podem perder seus trunfos pelo
abuso e pela cegueira que os levam a subestimar a capacidade das pessoas que
estão sob sua coordenação ou influência. Todavia, estas intra e interrelação no
quotidiano educacional que vivenciamos, desperta uma outra atitude que colabora
muito no decorrer da implantação do PROUCA. É a vontade de saber cada vez
mais, de aprender, de estar em comunhão com a prática docente e a tecnologia já
presente no espaço escolar. Toda vez que encontrava a equipe diretiva,
educadores, funcionários e demais atores da escola, sentia a obrigação de levar
alguma coisa nova e interessante para eles. Perfeccionismo? Defeito? Orgulho
profissional? Talvez! Mas o importante é que todos se beneficiaram com isto,
inclusive eu.
Aspirei, com esta oportunidade, construir e utilizar o espaço pedagógico,
como um ligar de pesquisa interacionista. Mas para chegar a esta dinâmica, para
uma pesquisa coletiva, se fez necessário reformular o pensamento dos atores da
escola, rever sua estrutura e suas finalidades. Desta maneira, acredito que, deveria
me aproximar mais do trabalho do educador, sendo realizado em que eu, como
mais novo integrante da escola, me descobrisse como participante ativo, bem
como o grupo de educadores com quem trabalhei.
Enfim, após estudo teórico prático, posso dizer que faz necessário a
reflexão permanente da escola sobre sua prática a fim de resignifica-la, tomando
como objeto de trabalho a dinâmica escolar, afastando-se assim, a linearidade e a
hierarquização que vem sendo questionada em todas as esferas do ensino,
passando a escola a contribuir para o desenvolvimento da postura reflexiva, ao
assumir-se como sujeito do processo, saindo da postura de quem tem ações
previamente estabelecidas e colocando-se como parceira na construção de
alternativas, trabalhando e desenvolvendo com toda a comunidade escolar a sua
práxis diária visando um desempenho mais qualificado.
34
Para finalizar, homenageio a Instituição que abriu suas portas para a
realização e que construiu o sentido prático a esta investigação, instituição esta
que tenho o privilégio de conviver, e com quem muito aprendi, apesar de alguns
sobressaltos, muito ricos, diga-se de passagem, a minha aprendizagem. Mesmo
quando discordava de algumas ideias, tentava visualizar para eles a necessidade
de buscar soluções juntos, buscar uma solução para a discordância brotada, pois
afinal, estava no direito de construir novas perspectivas vinculadas a integração
tecnológica à escola. Devo aos profissionais com quem trabalhei a oportunidade
de vivenciar estas experiências em um grupo participante do Projeto UCA. Nossas
ações foram sempre complementares e se complementaram com a diversidade de
pensamentos, isto é, este trabalho só foi possível por que teve a colaboração, a
cooperação efetiva de todos da comunidade escolar, pois todos têm um saber a ser
considerado e muitas vezes a ser ainda descoberto.
35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARROYO, M. (org.), 1986. Da escola carente à escola possível. São Paulo, Loyola, (Coleção Educação Popular; 8), 183 p. BRASIL. Ministério da Educação. Grupo de Trabalho. Diagrama do Projeto UCA: um computador por aluno. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ea000135.pdf>. Acesso em: 24 set. 2010. BRASIL. Ministério da Educação. Pré-piloto. Disponível em: <http://www.uca.gov.br/institucional/experimentosFase1.jsp>. Acesso em: 26 set. 2010. BRASIL. Ministério da Educação. Escolas Beneficiadas: distribuição. Disponível em: <http://www.uca.gov.br/institucional/escolasBeneficiadas.jsp>. Acesso em: 26 set. 2010. BRASIL. Ministério da Educação. Convertida em lei a Medida Provisória que cria o projeto PROUCA: Lei nº 12.249, de 10 de junho de 2010, trata, entre outros assuntos, da criação do Programa Um Computador por Aluno - PROUCA e institui o Regime Especial de Aquisição de Computadores para Uso Educacional - RECOMPE . Disponível em: <http://www.uca.gov.br/institucional/noticiasLei12249.jsp>. Acesso em: 20 set. 2010. BRASIL. Presidência da República. Casa Civil: subchefia para assuntos jurídicos. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996: Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em: 20 set. 2010. CÂMARA DOS DEPUTADOS. Um computador por aluno: a experiência brasileira. Brasília: Câmara Dos Deputados, 2008. (Coordenação de Publicações). CASTRO, Magali de. Relações de Poder na Escola Pública de Ensino Fundamental: uma radiografia de webwe e Bourdideu. São Paulo: USP, 1994. Tese (Doutorado em Educação), Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, 1994. 3v. ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL MIGUEL GUSTAVO. Projeto UCA: parte 02. Disponível em: < http://miguelgustavoescola.blogspot.com/2010/09/projeto-uca-parte-02.html>. Acesso em: 29 set. 2010. ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL MIGUEL GUSTAVO. Projeto UCA: parte 03. Disponível em:
36
<http://miguelgustavoescola.blogspot.com/2010/10/projeto-uca-parte-03.html> Acesso em: 06 out. 2010. FAGUNDES, Léa Da Cruz; SATO, Luciane Sayuri; MAÇADA, Débora Laurino. Aprendizes do futuro: as inovações começaram. Brasilia: Proinfo/Seed/Mec, 1999. 95 p. (Coleção Informática para a Mudança na Educação). FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. 165 p. GANDIN, Danilo. Escola e transformação social. Rio de Janeiro: Vozes, 2002. 180 p. GRUPO CCE (Brasil). Conecte-se com Projeto UCA. Disponível em: <http://www.cceinfo.com.br/uca/>. Acesso em: 26 set. 2010. GRUPO CCE (Brasil). Conecte-se com Projeto UCA: Classmate – especificações. Disponível em: <http://www.cceinfo.com.br/uca/>. Acesso em: 19 set. 2010. HERNÁNDEZ, Fernando; VENTURA, Montserrat. A Organização do Currículo por Projetos de Trabalho: o conhecimento é um caleidoscópio. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998. MARQUES, Aline de Miranda; PIMENTEL, Mariano; SIQUEIRA, Sean. Dinâmicas Educacionais com o Uso de Blogs: Requisitos a partir de Experiências. Disponível em: <http://www.inf.pucminas.br/sbc2010/anais/pdf/wie/st04_01.pdf>. Acesso em: 15 set. 2010. NTE CANOAS. Mais formação UCA: Miguel Gustavo. Disponível em: < http://ntecanoas.blogspot.com/2010/09/mais-formacao-uca-miguel-gustavo.html>. Acesso em: 21 set. 2010. ONE LAPTOP PER CHILD (Cambridge, Masssachusetts, EUA). Children Countries. Disponível em: <http://laptop.org/en/children/index.shtml>. Acesso em: 19 set. 2010. ONE LAPTOP PER CHILD (Cambridge, Masssachusetts, EUA). Laptop, Hardware e Software. Disponível em: <http://laptop.org/en/laptop/index.shtml>. Acesso em: 19 set. 2010. ONE LAPTOP PER CHILD (Cambridge, Masssachusetts, EUA). Mission Education Project. Disponível em: <http://laptop.org/en/vision/index.shtml>. Acesso em: 19 set. 2010. MEDINA, Antonia da Silva. Supervisão Escolar: da ação exercida à ação repensada. 2. ed. Porto Alegre: Age, 2002. 167 p.
37
MONTEIRO, Hugo; LOUREIRO, Maria João. 30 Práticas de utilização de computadores portáteis em contexto educativo:: que impactos?. Disponível em: <http://eft.educom.pt/index.php/eft/article/viewFile/64/51>. Acesso em: 26 ago. 2010. PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000. 192 p. STAHL, Gerry; KOSCHMANN, Timothy; SUTHERS, Dan. Aprendizagem colaborativa com suporte computacional: Uma perspectiva histórica. Traduzido por: Hugo Fuks, Tatiana Escovedo. Disponível em: <http://gerrystahl.net/cscl/CSCL_Portuguese.pdf>. Acesso em: 18 set. 2010. SANTORO, F. M. ; PIMENTEL, Mariano. . Tecnologias Computacionais para Educação. In: CHRONOS - UNIRIO, v. 1, p. 83-91, 2009. SANTOS, Maximiliana B. F. Dos; BORGES, Martha Kaschny. ALTERAÇÕES NO COTIDIANO ESCOLAR DECORRENTES DA IMPLANTAÇÃO DE LAPTOPS EDUCACIONAIS. Disponível em: <http://www4.pucsp.br/ecurriculum/artigos_v_4_n_2_jun_2009/art10.pdf>. Acesso em: 26 ago. 2010. TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Teórico-metodológico da Pesquisa Qualitativa em Ciências Sócias: idéias gerais para a elaboração de um projeto de pesquisa. Porto Alegre: Ritter dos Reis, 2001. (Cadernos de Pesquisa Ritter dos Reis). MORÁN, José Manuel. Como Utilizar a Internet na Educação. Revista Ciência da Informação, Vol. 26, nº 2,: 146-153. Maio/ago. 1997.
38
APÊNDICES
(A) Instrumento utilizado para a coleta de dados:
PONTIFÍCIO UNIVERSIDADE CATÓLICA - RIO
Coordenação Central de Educação a Distância
Curso de Especialização - Tecnologias em Educação
PESQUISA: A aceitação e a emprego do computador portátil na sala de aula.
1. Caracterização do Pesquisado
1.1. Sexo:
Masculin Feminino ( ) ( )
1.2. Idade:
18 a 25 26 a 35 36 a 45 mais de 45 anos ( ) ( ) ( ) ( )
1.3. Formação:
Ensino Superior Pós-graduação Ensino Médio
Curso Normal Incompleto. Completo. Qual? Qual?
( )
1.4. Atuação:
Ensino Fundamental Setor. Educação infantil Séries Iniciais Séries Finais Qual?
( ) ( ) ( )
1.5. Tempo de Atuação:
0 a 5 6 a 10 11 a 20 21 a 30 mais de 30 ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
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2. Foco da Pesquisa
2.1. O sistema do laptop é fácil de usar. ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo em parte ( ) Não concordo, nem discordo ( ) Concordo em parte ( ) Concordo totalmente
2.2. Eu entendo bem como mexer no laptop. ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo em parte ( ) Não concordo, nem discordo ( ) Concordo em parte ( ) Concordo totalmente
2.3. Com o laptop, eu posso fazer mais tarefas. ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo em parte ( ) Não concordo, nem discordo ( ) Concordo em parte ( ) Concordo totalmente
2.4. A internet é fácil de usar. ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo em parte ( ) Não concordo, nem discordo ( ) Concordo em parte ( ) Concordo totalmente 2.5. Com o laptop, eu tenho mais acesso às informações que preciso para meu planejamento. ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo em parte ( ) Não concordo, nem discordo ( ) Concordo em parte ( ) Concordo totalmente
2.6. Tens expectativas com o uso do laptop na sala de aula? Quais?
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2.7. Tens algum receio com a utilização do laptop na escola? Se a resposta for
positiva, quais seriam?
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2.8. Quais as adaptações no teu planejamento que farás com a integração do
laptop na sala de aula?
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2.9. Tu pensas que será interessante essa integração pedagógica e tecnológica
na escola? Explica.
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2.10. Como o laptop, melhorará as atividades na sala de aula?
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