acao_de_choque_-_nr_8_-_2009

Upload: carlos-a-de-paiva

Post on 18-Oct-2015

18 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • Somos a forja da tropa blindada do Brasil!Somos a forja da tropa blindada do Brasil!Santa Maria/RSAno 2009 N 008SantaSanta Maria/RSAnoMaria/RSAno 20092009 NN 008008

    Nesta edio:Possibilidades e limitaes da VBC M60 em

    relao VBC Leopard 1 A5

    PossibilidadesPossibilidades ee limitaeslimitaes dada VBCVBC M60M60 emem

    relaorelao VBCVBC LeopardLeopard 11 A5A5

    e mais:Blindados E Doutrina Delta no Combate

    Urbano. Uma combinao possvel

    Planejamento e Caractersticas do emprego de

    Blindados na Misso das Naes Unidas para a

    Estabilizao doHaiti(MINUSTAH)

    ee mais:Blindados E Doutrina Delta no Combate

    mais:Blindados E Doutrina Delta no Combate

    Urbano. Uma combinao possvelUrbano. Uma combinao possvel

    Planejamento e Caractersticas do emprego dePlanejamento e Caractersticas do emprego de

    Blindados na Misso das Naes Unidas para aBlindados na Misso das Naes Unidas para a

    Estabilizao doHaiti(MINUSTAH)Estabilizao doHaiti(MINUSTAH)

  • CHOQUE

    AO DE

    -Editorial................................................02

    - lindados e outrina elta no combate

    urbano Uma combinao possvel.......03

    - Possibilidades e limitaes da VBC M 60 em

    relao VBC Leopard 1 A 5.......................17

    B D D

    .

    -Planejamento e Caractersticas do emprego

    de Blindados na Misso das Naes Unidas

    para a Estabilizao do Haiti(MINUSTAH)....08

    NN DD II CC EE

    COMANDANTE DO CI Bld

    SUBCOMANDANTE DO CI Bld

    EDITORES

    REVISO TEXTUAL

    ADMINISTRAO, REDAO E

    DISTRIBUIO

    FOTOLITO E IMPRESSO

    Ten Cel Cav Giovany Carrio de Freitas

    Ten Cel Inf Gerson Ferreira Pinto

    Maj Cav Carlos Alexandre Geovanini dos

    Santos

    Cap Inf Glucio Francisco Pereira Costa

    CMSM

    CI Bld - Seo de Doutrina:

    Av do Exrcito, S/Nr Santa Maria RS

    CEP 97030-110

    Tel: (55) 3212-5505 R: 213

    (55) 3212-5474

    www.cibld.ensino.eb.br

    e-mail: [email protected]

    CRIAO, ARTE FINAL

    Cap Inf Glucio Francisco Pereira Costa

    Cap QCO Jones Luiz Aires da Silva

    Os conceitos emitidos nas matrias assinaladas so de

    exclusiva responsabilidade dos autores , no refletindo,

    necessariamente, a opinio do CI Bld. A revista no se

    responsabiliza pelos dados cujas fontes estejam citadas. Salvo

    expressa disposio em contrrio, permitida a reproduo

    total ou parcial das matrias publicadas, desde que

    mencionados o autor e a fonte. Aceita-se intercmbio com

    publicaes nacionais e estrangeiras. Os originais devero ser

    produzidos em arquivo digital, acompanhados de foto do autor

    com uniforme 3 D 1 ou 4 A, sntese do currculo, resumo do

    artigo, palavras chave e endereo postal. Solicita-se a

    compreenso para a deciso, a cargo dos responsveis pela

    revista, sobre a publicao dos artigos enviados para o CI Bld.

    As referncias bibliogrficas devem ser feitas de acordo comas

    normas daAssociaoBrasileira deNormasTcnicas (ABNT).

    Por imposio do espao o texto poder sofrer

    pequenas alteraes, semque seja alterado o seu contedo.

    Publicao sem fins lucrativos.

    Escreva para o Centro de Instruo de Blindados!

    Envie sua opinio sobre as matrias apresentadas. No prximo

    nmero das Ao de Choque estaremos criando uma seo de

    comentrios a respeito da revista.

    Se quiser enviar matrias para serem publicadas na revista sobre

    tcnicas, ttica e experincias adquiridas no emprego de blindados,

    entre emcontato tambm!

    CENTRO DE INSTRUO DE BLINDADOS

    Avenida do Exrcito S/Nr Boi Morto - Santa Maria - RS

    CEP: 97030-110

    Tel.: (55) 3212-5505 R.: 213 ( Sec Dout)

    E-mail: [email protected]

  • O Centro de Instruo de Blindados, criado em 11 de outubro de 1996, nasceu com a designao

    histrica de Centro General Walter Pires, homenageando um insigne chefe militar, grande entusiasta das

    tropas blindadas e mecanizadas. Est sediado na cidade de Santa Maria- RS.

    Neste ano especializamos mais de duas centenas de oficiais e sargentos do Exrcito Brasileiro e de

    Naes Amigas, bem como atendemos grande nmero de militares em Pedido de Cooperao de

    Instruo.

    O CIBld completou 13 anos em 2009, ano este em que nosso Estabelecimento de Ensino consolidou

    seu lugar no contexto do Exrcito Brasileiro, como uma escola que combina o ensino tcnico de

    blindados, capacitando militares no uso nas viaturas de combate orgnicas de todas as armas e o ensino

    ttico, no emprego de viaturas sobre lagartas e sobre rodas, no Pel de Exploradores e para comandantes

    de OM blindadas e mecanizadas.

    Nesta edio, selecionamos matrias que esto relacionadas com a combinao do uso de blindados

    e Doutrina Delta no combate urbano, o planejamento e caractersticas do emprego de blindados no Haiti

    e um estudo comparativo das possibilidades e limitaes da VBC M60 em relao VBC Leopard 1 A5 .

    So matrias que, de acordo com a filosofia desta publicao, no pretendem constituir-se em

    documentos doutrinrios, mas sim, em subsdios para a reflexo daqueles que acompanham a evoluo

    da arte da guerra e identificam-se com este moderno meio de combate, o blindado.

    Ainda no corrente ano, durante a execuo das reunies do Conselho de Ensino, planejamos a

    reestruturao do CIBld a ser iniciada no ano de 2010, fruto da aquisio dos novos Carros de Combate

    Leopard 1 A5, cujas aes subseqentes iro resultar na mudana de mentalidade de manuteno e

    futura necessidade de instruir oficiais e sargentos na operao desta moderna viatura. A par das

    dificuldades, surge uma enorme motivao no emprego desta VBC por nossa tropa blindada. Mantendo a

    vanguarda em inovaes de adestramento, o CIBld prossegue nas atividades de melhorias e evolues

    na rea de simulao e assessorando os escales comprometidos com a implementao da Nova

    Famlia de Blindados Sobre Rodas (NFBSR).

    Apesar de ser jovem, o CIBld j conta com uma histria prpria, cujas lembranas mantemos vivas e

    presentes para no desviarmos da meta a que todos aspiramos, esta consiste em, prosseguir no

    caminho como um EE comprometido com a profissionalizao da tropa blindada brasileira e com uma

    viso de futuro destinado a atender plenamente todas as necessidades de recursos humanos de que esta

    tropa de elite necessita.

    Prossigamos nos desafios que nos motivam a manter-nos homens especializados na tcnica de

    blindados, nas operaes militares desta natureza, de pesquisas e inovaes. AO!BOINAPRETA! BRASIL!

    Palavras do Comandante

    EE DD II TT OO RR II AA LL

    Ten Cel Giovany Carrio de Freitas

    Comandante do Centro de Instruo de Blindados Gen Walter Pires

  • AlexAlexandreMesquita

    AO

    03CHOQUE

    DE

    1. INTRODUO

    Falar em guerra moderna sem se referir a combate urbano

    praticamente impossvel e combater em localidade sem considerar o

    emprego demeios blindados umadeciso extremamente temerria.

    A Arma Blindada foi concebida e empregada ao longo do sculo

    passado predominantemente em largas frentes e horizontes profundos.

    Seu armamento principal evoluiu dos canhes de 57mm para outros de

    120mm e com munio cintica de alta velocidade. As suas lunetas e

    periscpios deram lugar a modernos sistemas de gerao de imagem

    termal e hoje a guarnio habita em torres com giro eltrico-hidrulico e

    chassis com sistemas anti-incndio. Mas estariam esses instrumentos de

    guerra aptos a se confrontarem com os desafios atuais do combate

    terrestre?

    Esses desafios esto ligados ao combate urbano, uma realidade

    atual em funo da franca urbanizao quemundo est enfrentando desde

    a dcada de 1950. A migrao para as reas urbanas, provenientes de

    reas rurais uma clara tendncia atual. Combinado a isso a populao

    vem crescendo exponencialmente nos ltimos 25 anos, criando

    concentraes urbanas desordenadas. Esse cenrio indica que muito

    difcil que em conflitos modernos seja possvel evitar que foras terrestres

    conduzam operaes dentro ou nos subrbios de reas urbanas, como foi

    atestado naOperao Liberdade do Iraque.

    Em termos de Exrcito Brasileiro, o combate em ambiente urbano

    permeia todos os tipos de hiptese de emprego do nosso exrcito, pois ele

    pode ocorrer nos diversos tipos de ambiente operacional do subcontinente

    sul-americano e tambm extra-continetalmente. Para o combate

    convencional em rea Operacional do Continente (AOC) o EME editou em

    1996 as Instrues Provisrias 100-1 (IP 100-1), que so a base

    Doutrinria para qualquer estudo que envolva o combate em ambiente

    urbano, nombito daForaTerrestre.

    Coerente com as novas necessidades impostas pelo combate moderno

    e consciente da imperativa necessidade de atualizar os conceitos

    Doutrinrios orientadores do preparo e do emprego da ForaTerrestre (F

    Ter), dentro da viso dinmico-evolutiva da doutrina, o EME identificou a

    necessidade do estabelecimento de novos fundamentos que, a ttulo

    experimental, orientaro a atuao da F Ter no cumprimento de suas

    misses constitucionais, em particular, quando atuando em combate

    convencional no mbito da defesa externa, em rea Operacional do

    Continente (AOC) "exceto a rea estratgica daAMAZNIA".

    Um exemplo atual a atuao brasileira na MINUSTAH.

    Bases para a Modernizao da Doutrina de Emprego da Fora Terrestre Doutrina Delta.Brasil.

    Exrcito. Estado-Maior do Exrcito. IP 100-1: Bases para a Modernizao da Doutrina de

    O autor Major de Cavalaria da

    Emprego da Fora Terrestre (Doutrina Delta).1. ed. Braslia, DF, 1996. p 1-2

    turma de 1992 daAMAN, cursou

    a Escola de Aperfeioamento de

    Oficiais em 2000 e a Escola de

    Comando e Estado Maior do

    Exrcito em2007-2008.Possu o

    curso de oficial de manuteno

    da Escola de Material Blico e o

    Estgio Ttico de Blindados.

    Teve uma passagem como

    instrutor do CIBld entre 2003 e

    2006. Atualmente desempenha

    a funo de chefe da 1 Seo da

    1

    1 Diviso deExrcito.

    1

    a

    a

    2

    BLINDADOS E DOUTRINA DELTA NOCOMBATE URBANO. UMA COMBINAO

    POSSVEL

    BLINDADOSBLINDADOS EE DOUTRINA DELTA NODOUTRINA DELTA NOCOMBATECOMBATE URBANO.URBANO. UMA COMBINAOUMA COMBINAO

    POSSVELPOSSVEL

    2

  • AO

    04CHOQUE

    DE

    Assim, este texto analisar a possibilidade

    de emprego de meios blindados em ambiente

    urbano, dentro do contexto daDoutrinaDelta.

    Os meios blindados, quer sejam sobre

    lagartas ou sobre rodas, quer sejam veculos

    blindados de combate ou de transporte de tropa,

    tem como uma das suas principais caractersticas

    a rapidez de deslocamento. Essa rapidez est

    relacionada no s motorizao, mas tambm

    proteo blindada, que ir permitir ao veculo

    transpor resistncias com maior facilidade no se

    detendo por tempo excessivo na tarefa de reduzi-

    las. Essa rapidez desejvel em todo e qualquer

    ambiente de combate, contudo, em ambiente

    urbano ela essencial para manter a

    agressividade e diminuir o tempo de exposio ao

    inimigo, garantindo a segurana da tropa.

    A proteo blindada tambm outro fator

    que diferencia o combate blindado embarcado do

    combate desembarcado. O combate urbano tem

    como uma das suas caractersticas a variedade de

    armamentos que podem ser utilizados e, muitas

    das vezes at mesmo fora do seu emprego

    padronizado. Os conflitos ocorridos a partir da

    guerra na Chechnia mostram que em ambiente

    urbano, normalmente so utilizados armamentos

    anti-carro portteis, atiradores de elite e

    armamento automtico, do tipo fuzil e

    metralhadora. Os diferentes tipos e nveis de

    proteo blindada contribuem decisivamente para

    reduzir as baixas causadas por esses armamentos

    favorecendo a conduo do combate.

    Outra caracterstica essencial em ambiente

    urbano a mobilidade. Amobilidade tambm est

    relacionada rapidez de deslocamento e

    alcanada principalmente pela aptido que o

    veculo tem de superar obstculos, tanto

    obstculos verticais, quanto horizontais. Nesse

    vanta

    2. OS MEIOS BLINDADOS E O COMBATE

    URBANO

    mister os veculos sobre lagarta apresentam

    gem sobre os veculos sobre rodas, inclusi-

    ve emambiente urbano. Normalmente os veculos

    sobre lagarta so mais manobrveis do que os

    veculos sobre rodas, por realizarem curvas com

    raios menores e por vezes realizarem o

    pivoteamento. Soma-se a isso o fato de os trens de

    rolamento serem menos vulnerveis por serem

    constitudos de lagartas.

    Os veculos blindados modernos, em sua

    maioria, contam com instrumentos de direo e

    controle de tiro que os tornam maquinas

    extremamente letais. Esses instrumentos

    permitem identificar o alvo compouca ou nenhuma

    luminosidade, calcular a distncia e a precesso

    do alvo, no caso do mesmo estar em

    deslocamento, engajar um alvo com grande

    rapidez, graas a torres servo-assistidas e

    empregar munies, do tipo munio de exerccio,

    que mantm a ao de choque, por meio da

    potncia de fogo, contribuindo para a reduo de

    danos. Todas essas possibil idades so

    extremamente desejveis a um sistema de armas

    que seja empregado emambiente urbano.

    No se pode deixar de considerar que as

    prprias caractersticas desses meios impem um

    efeito psicolgico extremamente favorvel a quem

    os emprega, principalmente em funo da sua

    ao de choque. Essa situao cria uma condio

    dissuasria determinante para o sucesso do

    combate em ambiente urbano, permitindo

    inclusive um desengajmento mais fcil de tropas

    p que estejam face de tropas com armamento

    automtico, por exemplo.

    A assertiva anterior confirmada pelos

    principais exrcitos domundo , como foi o exemplo

    do norte-americano que empregou uma brigada

    blindada na conquista de Bagd, em 2003, em

    detrimento do emprego de foras leves. Essas

    ltimas, embora extremamente aptas ao combate

    casa-a-casa no possuem poder de fogo

    suficiente para garantir-lhes a ao de choque

    necessria deciso do combate nomenor tempo

    possvel. Alm disso, a pouca ou nenhuma

    proteo blindada as tornam vulnerveis a

    pequenas resistncias, como ocorrido em

    Mogadsicio, em1992.

    Acitao desse conflito se justifica pelo fato de o mesmo, juntamente com a derrota americana na

    Somlia, ser uma refernciamoderna de combate urbano.

    Giro sobre o eixo vertical

    Mesmo considerando o fato de os veculos sobre rodas, em sua maioria, serem dotado de pneus

    , seus trens de rolamento so muito mais vulnerveis a estilhaos e a armamento

    automtico, do que os veculos sobre lagarta.

    Alm do Exrcito Norte-americano, o Exrcito de Israel prioriza o emprego de foras blindadas

    nvel brigadapara combaterememGazae naCisjordnia.

    Sniper.

    run flat

    BOWDEN,Mark. Falco Negro em perigo Ahistria de uma guerra moderna. 1. ed. So Paulo: Landscape,

    3

    2001.

    3

    4

    4

    5

    5

    6

    6

    7

    7

    8

    8

  • AO

    05CHOQUE

    DE

    A partir do apresentado at o presente

    momento, pode-se concluir parcialmente que as

    caractersticas dos meios blindados, de uma

    maneira geral e abrangente, fornecem condies

    muito boas para o emprego desses meios em

    ambiente urbano, considerando, claro, a

    interveno dos fatores da deciso.

    A Doutrina Delta, como comumente

    conhecida a IP 100-1 Bases para aModernizao

    daDoutrina deEmprego daForaTerrestre, trouxe

    para o EB uma nova concepo relativa ao

    combate convencional e mesmo tendo sido

    editada a mais e de uma dcada ainda guarda

    conceitos aplicveis nosdias atuais.

    A Doutrina Delta, quando aborda as

    caractersticas dos conflitos modernos, compara a

    concepo anterior com os pressupostos da sua

    concepo geral. A concepo anterior de

    combate preconizava o combate linear em frente e

    profundidade, conduzido por meio de operaes

    seqenciadas e diurnas, com a preponderncia de

    aes frontais e com um ritmo excessivamente

    lento. Esse cenrio pode ser identificado na

    segunda tentativa Russa de conquistar Grozny,

    em 1994 e representa muito bem o combate

    urbano tradicional.

    Os manuais do EB que tratam de forma

    mais detalhada o tema combate em localidade, C

    31-50 Combate em Zonas Fortificadas e

    Edificadas, o C 7-20 Batalhes de Infantaria e o C

    17-20 Foras Tarefas Blindadas ainda possuem

    um vis que vai ao encontro da concepo dita

    anterior pela Doutrina Delta. At mesmo a prpria

    Doutrina Delta estabelece que a tropa mais apta

    ao combate em reas urbanas a Infantaria a p.

    Esta situao justificvel uma vez que os

    manuais mais modernos foram concebidos sob os

    auspcios dos revezes russos emGrozny e no no

    sucesso norte-americano emBagd.

    Analisando aConcepoGeral prevista nas

    IP 100-1, reproduzida na figura n 1 pode-se

    chegar a algumas concluses que permitem

    justificar o emprego de meios blindados em

    ambiente urbano.

    3.ADOUTRINADELTAEOCOMBATEURBANO

    O emprego de meios blindados, de

    preferncia organizados emForasTarefas,

    contribui para que o combate seja conduzido com

    grande mpeto valorizando a manobra e tambm

    favorecendo a execuo do combate no linear.

    Impor essa situao ao inimigo que defende uma

    localidade condio para desequilibrar o poder

    de combate em benefcio do atacante. Dessa

    forma lcito entender que os meios blindados

    como um dos instrumentos de execuo da

    Doutrina Delta tm plenas condies de empreg-

    la emambiente urbano.

    As caractersticas das fraes blindadas

    permitem ainda conduzir o combate no linear,

    empregando o mximo poder de combate no local

    e momento decisivo, buscando sempre valorizar a

    rapidez das aes, da ofensiva e da surpresa. O

    defensor que confrontado com essas condies,

    em uma localidade, tem reduzida a sua

    capacidade de resistir. Dessa forma o emprego de

    meios blindados continua sendo um fator de

    sucesso no combate urbano.

    9

    9Brasil. Exrcito. Estado-Maior do Exrcito. IP 100-1: Bases para a Modernizao da Doutrina de

    Emprego daForaTerrestre (DoutrinaDelta).1. ed. Braslia, DF, 1996. p 5-1.

    Figura 1

  • AO

    06CHOQUE

    DE

    Ao empregar os meios blindados no

    combate dentro da localidade o decisor estar

    tambmcontribuindo para atender os princpios da

    ofensiva, da manobra, da massa e principalmente

    o princpio da surpresa, uma vez que o senso

    comum no indica o emprego de meios blindados

    em ambiente urbano. A doutrina militar terrestre

    brasileira tambm no prioriza o emprego desses

    meios nesse tipo de ambiente. Assim sendo, ao

    empregar fraes blindadas de forma judiciosa, no

    investimento a uma localidade o princpio da

    surpresa estar sendo amplamente valorizado.

    No resta dvida de que empregados de

    maneira correta os meios blindados contribuiro

    para a deciso da campanha nomais curto prazo e

    por possurem fuzileiros essas fraes

    possibilitam grande flexibilidade de emprego pois

    os mesmos podem combater desembarcados,

    caso necessrio.Alm disso a proteo blindada e

    a preciso dos sistemas de conduo de tiro

    embarcados contribuem para a minimizar as

    perdas e reduzir os danos desnecessrios

    Desta forma possvel concluir de forma

    parcial que o emprego dos meios blindados est

    intimamente relacionado ao que prescreve a

    Doutrina Delta, em especial a sua Concepo

    Geral e esta doutrina plenamente aplicvel ao

    combate emambiente urbano.

    As circunstncias que regem o combate

    moderno impem um aumento na necessidade de

    se combater em cidades e aomesmo tempo essas

    circunstncias indicam os diversos benefcios de

    se empregar meios blindados nesse tipo de

    ambiente.

    Em sntese as caractersticas dos meios

    blindados atuais podem ser aproveitadas de forma

    bastante eficiente no combate em ambiente

    urbano, principalmente atentando para o que

    prescreve aConcepoGeral daDoutrinaDelta.

    Osmeios blindados oferecemaproteo e

    a potncia de fogo necessrias dissuaso

    alcanada por meio da ao de choque, alm de

    permitirem rpidos desengajamentos, o que em

    ambiente urbano pode ser o fator que determinar

    o aumento do atrito de combate.

    4.CONCLUSO

    Essas concluses so reforadas pelo fato

    De que exrcitos de renomada competncia,

    como o dos Estados Unidos e de Israel no

    prescindem do emprego desses meios,

    organizados em grandes unidades, para

    combateremdentro de cidades, como foi o caso de

    Bagd e Gaza. Essa opo est relacionada ao

    fato de que as tropas leves no possuem as

    caractersticas desejveis a execuo de aes

    rpidas e agressivas, imprescindveis a qualquer

    tipo de combate e emespecial ao combate urbano.

    Por fim, no que se refere ao Exrcito

    Brasileiro, no resta dvida de que os meios

    blindados so um dos principais instrumentos de

    execuo da Doutrina Delta e que seu emprego de

    forma judiciosa contempla de satisfatoriamente os

    requisitos previstos na Concepo Geral da

    mesma.

    Assim, conclui-se que o emprego demeios

    blindados em ambiente urbano nos dias atuais,

    antes de ser uma opo uma necessidade e no

    caso do EB devem ser utilizados dentro do que

    preconiza a IP 100 1 Bases para a Modernizao

    da Doutrina de Emprego da Fora Terrestre

    (DoutrinaDelta).

    BOWDEN, Mark.

    . 1. ed. So

    Paulo: Landscape, 2001.

    Brasil. Exrcito. Estado-Maior do Exrcito.

    . 3. ed. Braslia, DF, 2003.

    ______. . 3.

    ed. Braslia, DF, 2002.

    ______.

    .1. ed. Braslia, DF, 1996.

    BRASIL. Ministrio do Exrcito. Estado Maior do

    Exrcito.

    . 1. ed. Braslia, DF,

    1976.

    HANN II, Robert F. O Combate Urbano e o

    Combatente Urbano de 2025. ,

    Fort Leavenworth, KA, v 81, n. 2, p.36-46, 2.

    quadrim 2001.

    INTERCMBIO DE COOPERAO DE

    ESPECIALISTAS BRASIL / EUA, 1., 2003 Rio de

    Janeiro. . Rio de Janeiro:

    Referncias

    Falco Negro em perigo A

    histria de uma guerra moderna

    C 7-20:

    Batalhesde Infantaria

    C 17-20: Foras Tarefas Blindadas

    IP 100-1: Bases para a Modernizao

    da Doutrina de Emprego da Fora Terrestre

    (DoutrinaDelta)

    C 31-50 Combate em Zonas

    Fortificadas e Edificadas

    Military Review

    Tropas Mecanizadas

    Os Fuz combatero prioritariamente embarcados, protegidos pela blindagem de suas VBTP ou10

    VBCI. Contudo, podero desembarcar para reduzir resistncias especficas sVtr Bld.

    10

  • 07CHOQUE

    AO D

    AC

    E

    INTERCMBIO DE COOPERAO DE

    ESPECIALISTAS BRASIL / ISRAEL, 1., 2005, Tel

    Aviv.

    . TelAviv. Israel, 2005.

    ______.

    O Corpo Blindado das Foras de Defesa

    de Israel

    US National Presentation Urban

    LessonsLearned.

    I N T ERNAT IONAL MASTER GUNNER

    CONFERENCE / DINAMARCA, 2004, Copenhagen.

    Copenhagen.Dinamarca, 2004.

    ______.

    Copenhagen.Dinamarca, 2004

    ______. .

    Copenhagen.Dinamarca, 2004.

    ______.

    Copenhagen.Dinamarca, 2004.

    Copenhagen.Dinamarca, 2004.

    KEEGAN, John. 1.ed. Rio de

    Janeiro:Biblioteca doExrcitoEditora, 2005.

    LACEY, Jim.

    . 1.ed. Maryland:

    Naval Institute Press, 2007.

    SPEYER,Arthur L. III. Preparing

    for Urban Operations in the Twenty-First Century:

    Proceedings of the RAND Arroyo-TRADOC-MCWL-

    OSD Urban Operations Conference held in Santa

    Monica,CA22-23March 2000

    ZUCCHINO, David.

    . 1. ed. New York: Grove

    Press, 2003.

    ChechnyaBrief.

    Israeli Army in Urban Operations.

    Israeli Urban Ops Lessons Learned1

    Russian Lessons from Grozny (F).

    A Guerra do Iraque.

    Take Down: the 3 Infantry Divisions

    twenty-one day assault on Baghdad

    The sides of Grozny.

    Thunder Run: the armored

    rd

    strike to capture Baghdad

  • 08CHOQU

    E

    AO D

    1. INTRODUO

    E

    2.AMBIENTAOHISTRICA

    Durante o ano de 2007, oExrcito Brasileiro iniciou os preparativos

    para a composio do 9 contingente militar brasileiro na misso das

    Naes Unidas para a estabilizao do Haiti (MINUSTAH - sigla derivada

    do ).

    Desta forma, coube ao Comando Militar da Amaznia (CMA) o

    encargo pela seleo, planejamento e preparao da tropa que comporia

    oBatalhoBrasileiro de Infantaria deFora dePaz.

    Alm do ineditismo da misso para as tropas da Amaznia, seria a

    primeira vez que soldados oriundos de diferentes rinces amaznicos

    participariam de uma misso de paz em solo estrangeiro sob a gide da

    Organizao dasNaesUnidas (ONU).

    Neste contexto, visando contribuir comoBatalho brasileiro na tarefa

    de manuteno da paz no Haiti, tambm foi formada a nica tropa de

    Cavalaria participante da misso, o Esquadro de Fuzileiros Mecanizado

    deForadePaz.

    Em funo da diferenciada constituio e dotao em meios, do

    emprego especfico nas operaes em ambiente urbano e da

    peculiaridade do planejamento e execuo de misses no

    convencionais, o Esquadro de Fuzileiros Mecanizado tornou-se uma

    subunidade singular nombito doExrcitoBrasileiro.

    Assim sendo, este texto abordar aspectos operacionais

    vivenciados, adaptados e praticados no tocante ao planejamento e s

    caractersticas do emprego de blindados pelo Esquadro de Fuzileiros

    Mecanizado do Batalho de Infantaria de Fora de Paz do 9 contingente

    militar brasileiro noHaiti.

    De 01 de janeiro de 1804, data de sua independncia, aos dias

    atuais, o Haiti vivenciou inmeros conflitos internos que contriburam para

    o agravamento da instabilidade poltica e geraram uma atmosfera de

    conturbao da paz social e de entrave ao desenvolvimento econmico do

    pas.

    Em 1991, em virtude do golpe militar que deps o presidente eleito

    Jean-Bertrand Aristide, o pas passa a sofrer diferentes embargos e

    boicotes da comunidade internacional, fragilizando aindamais a economia

    em funo da grande dependncia externa. Entre 1991 e 1994, a

    instabilidade poltica, econmica e social torna-se gradativamente maior

    emdecorrncia das diferentes juntas governamentais que se revezavam

    Mi N U sta Hssion des ations nies pour la bilisation en atifrancs:

    Ricardo Augusto do Amaral Peixoto

    O autor Major de Cavalaria da

    turma de 1991 daAMAN, cursou

    a Escola de Aperfeioamento de

    Oficiais em 1999. .Possu os

    cursos de operaes na selva,

    instrutor de educao fsica e de

    paraquedismo, entre outros. Foi

    c

    . Atualmente aluno da

    Escola de Comando e Estado-

    Maior doExrcito (ECEME).

    omandante do Esquadro de

    Fuzileiros Mecanizado de Fora

    de Paz (Esqd Fuz Mec F Paz) do

    9 contingente militar brasileiro

    no Haiti

    Planejamento e Caractersticas doEmprego de Blindados na misso dasNaes Unidas para a estabilizao do

    Haiti (MINUSTAH)

    PlanejamentoPlanejamento ee CaractersticasCaractersticas dodoEmpregoEmprego dede BlindadosBlindados nana missomisso dasdasNaesNaes UnidasUnidas parapara aa estabilizaoestabilizao dodo

    HaitiHaiti (MINUSTAH)(MINUSTAH)

  • no poder, fazendo com que o pas mais uma vez

    enfrentasse um panorama de iminente convulso

    social.

    Assim, merc da instabilidade interna e da

    falta de apoio externo, o pas passa a registrar

    alarmantes ndices de corrupo, baixas taxas de

    crescimento econmico, elevado nvel de

    desemprego, carncia de produtos bsicos,

    boicotes eleitorais em diferentes provncias e

    manifestaes populares violentas ao longo de

    seu territrio. Tudo isto contribui para um grave

    contexto de perturbao da ordem pblica e de

    profunda tensopoltica e econmica.

    Dessa forma, diante desse quadro de

    iminente colapso, aONU iniciou o primeiro esforo

    conjunto comoobjetivo de promover a paz social e

    de propiciar um ambiente favorvel estabilidade

    e aodesenvolvimento do pas.

    No ano de 1994, o Conselho de Segurana

    (CS) da ONU autorizou o desdobramento de uma

    fora multinacional com cerca de 20 mil militares

    para facilitar o retorno rpido ao poder das

    autoridades haitianas legtimas, promover a

    segurana interna e a estabilidade do pas e

    fomentar e garantir a implementao do estado de

    direito. De 1994 at 2001, sucessivas misses da

    ONUestiverampresentes noHaiti, a comear pela

    MINUHA (Misso das Naes Unidas no Haiti),

    MANUH (Misso de Apoio das Naes Unidas ao

    Haiti), MITNUH (Misso de Transio das Naes

    Unidas no Haiti) e MIPONUH (Misso de Polcia

    Civil dasNaesUnidas noHaiti).

    Em 2003, o Haiti vivencia mais um

    conturbado perodo de crise poltica interna que

    culminou com a renncia do reempossado

    presidente Jean-Bertrand Aristide. Com isto, o

    presidente da corte suprema haitiana, Boniface

    Alexandre, ao assumir interinamente a

    presidncia do pas, formaliza novo pedido de

    ajuda e assistncia ONU. Em funo deste

    pedido, o CS da ONU autoriza o deslocamento de

    uma fora multinacional de estabilizao para

    fomentar o desenvolvimento de um processo

    poltico pacfico e constitucional e para promover a

    manuteno das condies de segurana e

    e s t a b i l i d a d e n e c e s s r i a s a o p l e n o

    desenvolvimento do pas.

    Nesse contexto, em junho de 2004, a fora

    multinacional existente foi substituda pela Misso

    das Naes Unidas para a Estabilizao do Haiti

    (MINUSTAH).

    CHOQUE

    AO DE

    3.PARTICIPAO BRASILEIRA

    09

    AMINUSTAH tem como principal objetivo a

    manuteno de um ambiente seguro e estvel no

    Haiti. Esta estabilidade visa estimular e propiciar

    meios para que o prprio pas possa fomentar

    seu desenvolvimento poltico e econmico e

    tambmpromover sua paz social.

    A participao do componente militar

    brasileiro na MINUSTAH teve incio em junho de

    2004. Do incio da misso brasileira aos dias

    atuais, o efetivo militar empregado tem sido, com

    pequenas variaes entre os contingentes, o de

    um batalho quaternrio do Exrcito Brasileiro

    acrescido de um Grupamento Operativo do

    Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil.

    Assim, cerca de 1.050 homens compem o

    efetivo do Batalho Brasileiro de Infantaria de

    Fora de Paz (B I F Paz /Braz i l i an

    Battalion/BRABATT) em Porto Prncipe no Haiti.

    Deste efetivo, o Exrcito Brasileiro possui cerca

    de 850 homens e a Marinha do Brasil cerca de

    200 homens.

    Almdessa tropa, o Brasil ainda participa da

    MINUSTAH com uma Companhia de Engenharia

    de Fora dePaz (CiaEng FPaz). No entanto, no

    existe subordinao entre a Cia Eng e o

    BRABATT, pois a tropa de engenharia est

    diretamente subordinada MINUSTAHe tem seu

    emprego direcionado para aes assistenciais

    em todoo territrio haitiano.

    O B I F Paz possui uma constituio

    diferenciada dos demais batalhes brasileiros

    em funo de seu emprego operacional

    especfico em ambiente urbano, com foco em

    manuteno da paz. Desta forma, composto

    por quatro subunidades operacionais e uma

    subunidade de apoio administrativo, alm do

    efetivo daMarinha doBrasil.

    Das quatro subunidades operacionais, trs

    so da arma de Infantaria, denominadas

    Companhias de Fuzileiros de Fora de Paz (Cia

    Fuz F Paz), e uma da arma de Cavalaria,

    denominada Esquadro de Fuzi le i ros

    Mecanizado de Fora de Paz (Esqd Fuz Mec F

    Paz)

    A rotina das fraes da arma de Cavalaria

    no ambiente operacional haitiano apresenta

    carac te r s t i cas d is t in tas da dout r ina

    convencional, bem como diferenciaes quanto

    dotao de seus meios. Com isto, notrio o

    peculiar emprego doEsqdFuzMec, o que

  • Propicia oportunidades para o aperfeioamento e

    estudo do planejamento e da utilizao de

    blindados emoperaes urbanas.

    Singular em sua constituio e dotao, o

    Esqd Fuz Mec F Paz orgnico do B I F Paz

    apresenta caractersticas distintas das demais

    subunidades da arma de Cavalaria do Exrcito

    Brasileiro.

    Possui quatro pelotes como peas de

    manobra com diferenciaes quanto forma de

    emprego de seus meios, pois cada peloto

    dotado de cinco Viaturas Blindadas de Transporte

    dePessoal (VBTPEE-11Urutu).

    Por possuir apenas um tipo de viatura

    blindada, algumas caractersticas clssicas da

    arma de Cavalaria, como potncia de fogo e ao

    de choque, em um primeiro momento podem

    parecer minimizadas. No entanto, em virtude das

    peculiaridades das operaes urbanas e da

    similaridade do emprego commisses deGarantia

    da Lei e da Ordem (GLO), verifica-se na prtica

    que uma forma eficiente e adequada para o

    emprego do binmio homem-carro de combate

    neste tipo de contexto operacional.

    Com grande impacto dissuasivo, a tropa

    dotada de viaturas blindadas apresenta vantagens

    e possibilidades para o emprego em operaes

    urbanas, como flexibilidade, mobilidade, ao de

    choque junto a qualquer manifestao, robustez

    necessria para abrir brechas ou passagens em

    obstculos ou barricadas e proteo blindada

    tropa desembarcada.

    Aprimeira grande diferenciao em relao

    tropa convencional diz respeito constituio das

    f r a e s d e c a d a v i a t u r a b l i n d a d a .

    Convencionalmente, tanto os Pelotes de

    Cavalaria Mecanizados (Pel C Mec), orgnicos de

    um Esquadro de Cavalaria Mecanizado (Esqd C

    Mec), quanto os Pelotes de Fuzileiros Blindados

    (Pel Fuz Bld), orgnicos de um Esquadro de

    Fuzileiros Blindado (Esqd Fuz Bld), possuem

    Grupos de Combate (GC) em sua estrutura

    organizacional.

    4 .ESQUADRO DE FUZ ILE IROS

    MECANIZADODEFORADEPAZ

    5.ORGANIZAO, CONSTITUIO E

    CARACTERSTICAS DAS FRAES DE

    EMPREGO

    O GC convencional nestas tropas de

    cavalaria composto por 11 homens, com 01

    comandante de grupo, 01 motorista da viatura

    blindada, 01 atirador da metralhadora .50 e duas

    esquadras com04homens cada.

    Em funo do patrulhamento ora embarcado

    ora desembarcado nas ruas haitianas, a frao de

    cada viatura tem emprego semelhante ao do GC,

    porm, em muitas ocasies, com autonomia

    prpria, visando maior abrangncia diria no

    patrulhamento ostensivo e a conciliao do efetivo

    de cada peloto com o nmero de viaturas e

    misses existentes.

    Assim, o Grupo Operacional ou Guarnio

    Operacional (GO) do Peloto de Fuzileiros

    Mecanizado de Fora de Paz (Pel FuzMec FPaz),

    orgnico do Esqd Fuz Mec F Paz, foi constitudo

    por 06 homens, sendo 01 comandante de grupo,

    01 motorista, 01 atirador da metralhadora e 03

    fuzileiros. Portanto, cada peloto possui cinco

    GruposOperacionais.

    Essa adaptao foi realizada por duas

    razes principais e teve a finalidade de otimizar o

    emprego de cada grupo no contexto operacional

    urbano doHaiti.

    A pr imeira razo diz respei to ao

    pat ru lhamento embarcado. Durante o

    deslocamento mecanizado, cada militar ocupava

    uma posio pr-definida nas escotilhas da VBTP

    Urutu, provendo uma segurana em todas as

    direes da viatura. Desta maneira, cada militar

    possua um setor de tiro e os setores individuais se

    complementavam, provendo um setor de tiro

    coletivo de 360. Alm disso, o atirador da

    metralhadora embarcada tambm realizava a

    observao no plano vertical, contribuindo, assim,

    para que haja uma proteo em todas as direes

    e ngulos da viatura durante o seu deslocamento.

    A segunda principal razo diz respeito ao

    comando e controle quando os militares esto

    desembarcados realizando o patrulhamento. Com

    o objetivo de facilitar as ordens e o controle do

    comandante de grupo das aes de sua guarnio

    no ambiente urbano do Haiti, somente os quatro

    m i l i t a r e s que e s t o na s e s co t i l h a s

    desembarcavam para o patrulhamento ostensivo.

    O motorista do blindado e o atirador da

    metralhadora permaneciam embarcados

    acompanhando o deslocamento da frao com o

    carro. Assim, colaboravam com o apoio ou reforo

    imediato mesma, possibilitando o emprego do

    binmio carro-fuzileiro.

    CHOQUE

    AO DE

    10

  • reserva que trabalhava em frequncia HF. Sendo

    assim, em caso de falncia do sistema principal

    (VHF) todos os centros de comunicaes (CCom)

    convergiam automaticamente para o sistema

    secundrio (HF).

    As viaturas blindadas possuam ainda um

    sistema de localizao por satlite que

    possibilitava ao CCom do Esqd Fuz Mec saber a

    posio exata do blindado em qualquer ponto da

    rea Operacional de Responsabilidade (AOR) do

    batalho.

    A AOR do BIF Paz no 9 contingente

    brasileiro da MINUSTAH abrangia a regio da

    capital do pas, Porto Prncipe, e algumas reas

    adjacentes.

    Dentro da AOR do B I F Paz, trs grandes

    sub-regies ou distritos se inseriam no permetro

    de atuao das tropas brasileiras: Cit Soleil, Bel

    Air eCitMilitaire.

    Como o B I F Paz possua quatro

    subunidades operacionais e ainda um

    Grupamento Operativo do Corpo de Fuzileiros

    Navais (G Op CFN), estas trs reas eram

    divididas, para fins de responsabilidade e

    emprego de cada subunidade, entre as trs

    companhias de Infantaria e o G Op CFN. Neste

    contexto, o Esqd Fuz Mec, nica subunidade de

    Cavalaria e blindada do BRABATT, atuava como

    fora de reao, como fora de ao rpida e

    como reserva em proveito do batalho e em

    reforo ou substituio s demais subunidades.

    Para isso, o Esqd Fuz Mec realizava

    diuturnamente o patrulhamento ostensivo em toda

    AORdobatalho.

    Dessa forma, por possuir maior rea de

    abrangncia, o Esqd Fuz Mec F Paz atuava no

    patrulhamento de maneira coordenada com as

    demais subunidades nas zonas de ao destas

    (AOR/SU).Contudo, alm do patrulhamento

    dirio, cabe ressaltar que o Esqd Fuz Mec

    mantinha um de seus pelotes sempre em

    condies de reforar qualquer eventual ao em

    diferentes pontos da AOR/B I F Paz.Assim, dos

    quatro pelotes existentes, diariamente trs

    realizavam o patrulhamento ostensivo nas ruas,

    sendo que um destes ainda contribua com os

    servios dirios, e um encontrava-se na base do

    batalho como fora de reao imediata.

    7.PLANEJAMENTO DO EMPREGO DE

    BLINDADOS

    6. APRESTAMENTO DA GUARNIO

    OPERACIONAL

    Alm da adaptao do armamento coletivo, o

    aprestamento da guarnio e de cada militar

    tambmapresentouevolues.

    O principal armamento de dotao de cada

    militar do GO era o fuzil Imbel calibre 7,62mm

    modelo M964 (Parafal). No entanto, alm do fuzil,

    t o d o s o s g r u p o s p o s s u a m d u a s

    escopetas/espingardasmodelo pump calibre .12

    e um lanador de munio no letal modelo AM-

    600 calibre 37/38.

    Como dotao de munio 7,62mm, cada

    militar transportava consigo cinco carregadores

    com vinte tiros cada, perfazendo um total de cem

    tiros por homem.Alm disto, trs militares de cada

    GO ainda portavam as duas escopetas e o

    lanador demunies no letais.

    Todas as guarnies operacionais eram

    dotadas de um kit de munies no letais com os

    seguintes tipos, calibres e quantidades de

    munies:

    CHOQUE

    AO DE

    12

    No tocante s comunicaes, a principal

    rede rdio do B I F Paz era explorada em VHF. As

    viaturas e grupos se comunicavam entre si,

    prioritariamente, utilizando o sistema ponto-a-

    ponto por meio de rdios portteis ou, de forma

    alternativa, por meio da telefonia celular. As

    ligaes entre as guarnies operacionais e suas

    bases ou entre viaturas distantes mais de 08 km

    eram realizadas por intermdio de antenas

    repetidoras, que possuam abrangncia e canais

    pr-selecionados para cada sub-regio de Porto

    Prncipe.Alm das repetidoras, o B I F Paz

    contava com um sistema de comunicaes

  • CHOQUE

    AO DE

    Contudo, estas adaptaes no diminuam

    11

    o poder de fogo nem a flexibilidade do GO frente

    ao GC convencional, pois o mais comum era o

    emprego conjunto de, no mnimo, dois Grupos

    Operacionais durante o patrulhamento

    ostensivo ou em operaes, totalizando pelo

    menos 12 homens e 02 blindados.Assim sendo,

    uma viatura provia a proteo blindada e o apoio

    direto para sua guarnio e para a outra viatura,

    respectivamente, durante o deslocamento

    embarcado e as duas guarnies se somavam

    quando dopatrulhamento desembarcado.

    Mot

    Cmt GOSd Fuz

    Sd FuzCb Aux

    Sd At Mtr

    DISPOSITIVO DO GRUPO OPERACIONAL

    EMBARCADO

    Em decorrncia do emprego em rea

    urbana, outra diferenciao entre o GC e o GO

    diz respeito ao tipo de armamento coletivo da

    frao. Pelas caractersticas do ambiente

    operacional do Haiti, todos os GO eram dotados

    de uma metralhadora Mag 7,62mm, enquanto

    que cada GC convencional dotado de uma

    metralhadoraBrowning .50.

    Almdas adequaes operacionais, para o

    emprego em ambiente urbano, tambm houve a

    necessidade de adaptaes tcnicas na

    estrutura fsica dos blindados. Desta forma, a

    VBTP Urutu no Haiti incorporou trs acessrios

    principais: a cabine de proteo blindada do

    motorista, a cabine de proteo balstica do

    atirador da metralhadora e a lmina frontal para

    remoo de obstculos, tambm conhecida

    como removedora de barricadas ou limpa-trilho.

  • CHOQUE

    AO DE

    daquela populao e da aceitao do trabalho da

    13

    tropa brasileira naquela rea.O patrulhamento

    dirio de cada peloto era planejado de maneira a

    permitir que todos os grupos operacionais

    estivessem presentes em diferentes clulas de

    uma sub-regio emhorrios diversos naquele dia.

    Como cada patrulha tinha a durao de

    aproximadamente trs horas e trinta minutos,

    semanalmente todos os grupos operacionais de

    um peloto conseguiam percorrer e patrulhar a

    totalidade daquela sub-regio.

    Cabe ressa l ta r a impor tnc ia do

    patrulhamento desembarcado como forma de

    maior interao com a populao e otimizao da

    busca de dados. Desta maneira, em funo da

    aproximao com o povo, a tropa por estar

    ostensivamente nas ruas e consequentemente

    por angariar maior confiana dos populares,

    conseguia maior nmero de informaes que

    promoviam um complemento fidedigno aos dados

    de inteligncia.

    Com essa atitude, tornava-se crescente o

    contato da populao comosmilitares e tambma

    procura e a solicitao de civis pela presena dos

    soldados na tentativa de solucionar problemas

    relativos segurana emsuas reas.

    Portanto, como o patrulhamento era

    realizado 24 horas por dia e durante todos os dias

    da semana, o Esqd Fuz Mec F Paz empregava

    trs pelotes nas ruas de Porto Prncipe em

    sistemade rodzio dirio

    Como existem trs sub-regies na

    AOR/BRABATT, semanalmente cada peloto era

    responsvel pelo patrulhamento emumadelas.

    Para fins de planejamento, cada sub-regio

    era dividida e mapeada em clulas e cada peloto

    tinha a responsabilidade de realizar o

    patrulhamento em diferentes clulas diariamente.

    Como cada peloto possui cinco Grupos

    Operacionais e geralmente cada patrulha era

    realizada por dois grupos, com esta sequncia de

    planejamento o peloto conseguia patrulhar mais

    de uma vez a mesma clula durante a semana em

    que dada sub-regio esteve sob sua

    responsabilidade

    .Assim, baseado no rodzio dirio e

    semanal, o Esqd Fuz Mec F Paz obtinha uma

    presena constante ao longo de toda a

    AOR/BRABATT. Esta permeabilidade nas sub-

    regies existentes era reforada pelas aes de

    patrulhamento das demais companhias de

    Infantaria e do G Op CFN, que se limitavam s

    reas sob suas responsabilidades.

    Isso fazia com que o B I F Paz estivesse

    diuturnamente presente em toda a sua rea

    operacional, promovendo a manuteno de um

    ambiente seguro e estvel emPortoPrncipe.

    O planejamento do emprego dos pelotes

    nas clulas das sub-regies Cit Soleil, BelAir ou

    Cit Militaire era determinado pelos dados

    provenientes dos canais de inteligncia naquele

    momento.

    Dessa forma, dentro de cada sub-regio,

    existiam reas commaior e commenor incidncia

    de delitos ou problemas. Isto direcionava o

    planejamento dirio e semanal das patrulhas, com

    o objetivo de promover a segurana e a harmonia

    nestas reas.

    Alm das informaes fornecidas pelos

    canais de inteligncia, tambm se somavam a

    estes dados os resultados dos trabalhos da

    equipe de operaes psicolgicas do batalho,

    que mensalmente realizava a tarefa de

    mapeamento das clulas de cada sub-regio,

    fazendo umdiagnstico das principais demandas

    8.PATRULHAMENTO OSTENSIVO

    9.ATIVIDADES ROTINEIRAS NA MISSO DE

    PAZ

    O emprego das subunidades operacionais

    do BRABATT no estava direcionado apenas

    para a questo da manuteno da segurana

    pblica na capital haitiana. O BRABATT realizava

    muitas vezes trabalhos de cunho social,

    humanitrio e assistencial que indiretamente se

    relacionavam e contribuam com o quesito da

    segurana interna.

  • CHOQUE

    AO DE

    Nesse contexto, por inmeras vezes as

    14

    subunidades estavam envolvidas em trabalhos de

    assistncia populao, como aes cvico-

    sociais (ACISO), distribuio de gua e alimentos

    e socorro s vtimas de calamidades pblicas.

    Essa face do trabalho na misso exercia um

    papel fundamental no tocante insero da tropa

    brasileira junto populao haitiana, pois o

    trabalho humanitrio funcionava como facilitador

    da questo operacional, uma vez que tambm

    possibilitava a aproximao com a populao civil,

    principalmente amais carente.

    podemos destacar as operaes de cerco e

    vasculhamento, check points, static points,

    segurana de instalaes e operaes de controle

    de distrbios. Estas operaes eram planejadas e

    alimentadas Estas operaes eram planejadas e

    alimentadas baseadas em dados provenientes

    dos canais de inteligncia e muitas vezes tinham

    objetivos pontuais quanto presena da tropa

    numa regio emdeterminadomomento.

    Como na maioria das atividades cotidianas o

    peloto era empregado descentralizadamente, ou

    seja, os GO tinham autonomia e liberdade de ao

    conforme o julgamento do comandante da cena

    operacional naquele momento, alguns atributos

    da rea afetiva eram necessrios e fundamentais

    nestasmisses.

    Assim sendo, o Comandante do Esquadro,

    os de Peloto, os Adjuntos de Pelotes e os

    Comandantes deGOexerciam fundamental papel

    na conduo, no comando e no controle de suas

    fraes. E isto tornou-se patente e contribuiu na

    prtica para o aprimoramento dos quesitos

    liderana militar e ao de comando entre cada

    comandante e seu grupo, pois todas as vezes que

    as fraes saam da base do batalho para o

    patrulhamento ou outras misses, estas eram

    reais.

    O controle e a ao de comando em cada

    frao, baseados nos atributos citados, ficaram

    evidenciados em inmeras situaes ao longo da

    misso.

    Como exemplo, pode-se citar o fato ocorrido

    namadrugada do dia 19 de junho de 2008, em que

    um dos tenentes comandante de peloto, frente

    de dois GO, realizava um check point na regio

    deBaixo Solino, emBelAir.Assim, ao parar alguns

    veculos, um cidado haitiano, sem receber ordem

    para tal, desceu de um deles empunhando uma

    pistola.A tropa ao ser alertada do incidente por um

    de seus militares que observou o fato,

    imediatamente tomou a posio de tiro em

    condies de engajar o indivduo, empunhando

    seus fuzis na direo do mesmo. Neste momento,

    como o haitiano no largou sua arma, houve uma

    rpida negociao entre o tenente e o civil e, aps

    rpido impasse, este aceitou colocar sua arma

    sobre o cap do veculo para que as verificaes

    de rotina ocorressem.

    Nessa situao, ntido o resultado do

    treinamento e da ao de comando do lder de

    frao sobre seus homens, pois, alm do

    autocontrole de cadamilitar, a confiana na

    A tropa do 9 contingente brasileiro da

    MINUSTAH atuou no Haiti amparada pelo captulo

    VI da Carta das Organizaes das Naes Unidas,

    ou seja, o emprego da tropa estava direcionado

    manuteno da paz. Por isso, todo o trabalho da

    tropa nas ruas era regido pelas regras de

    engajamento (rules of engagement - ROE)

    adotadas pelaONU.

    Tais regras sintetizavam quando se deve ou

    no utilizar a fora armada (letal ou no letal), bem

    como a gradao do uso desta fora para a

    resoluo de conflitos ou qualquer ato de agresso.

    Baseadas no princpio da proporcionalidade, as

    regras de engajamento amparavam a resposta

    proporcional da tropa a qualquer inteno ou ato

    hostil de uma fora adversa.

    Nessas circunstncias, no tocante parte

    operacional, alm do patrulhamento dirio

    ostensivo, principal atividade realizada pelo

    esquadro, outras misses operacionais tambm

    faziamparte da rotina da tropa.Dentre estas,

  • atuao e nas ordens do comandante do grupo

    corroborou para que no houvesse qualquer

    atitude precipitada por parte dos integrantes

    daquela frao.

    Outro exemplo ocorreu na resoluo dos

    distrbios da tarde do dia 06 de agosto de 2008, na

    regio do Ponto Forte 16 (PF 16), localizado no

    cruzamento da avenida Soleil com a rua Soleil 9,

    emCit Soleil. Nessa ocasio, aps a deteno de

    dois haitianos por militares do BRABATT,

    incitadores conclamaram a populao local a se

    concentrar nos arredores do PF para pedir a

    liberao dos detidos. Com a concentrao

    popular, houve o acirramento dos nimos e o incio

    das hostilidades verbais contra a tropa. Em

    sequncia, alguns populares passaram a lanar

    objetos e pedras nas instalaes ocupadas pela

    tropa brasileira.

    Ento, devido crescente aglomerao civil

    e possibilidade de escalada da crise, o Esqd Fuz

    Mec F Paz foi acionado como fora de reao e

    deslocou-se para a posio do incidente com o

    efetivo de dois pelotes. Ao chegar ao local,

    verificou-se que a multido inflamada apedrejava

    deliberadamente as instalaes do PF 16 e, por

    isso, coube Cavalaria e seus blindados a misso

    de dispersar a populao. Assim, em funo da

    ao de choque e da presena dissuasria das

    viaturas blindadas, o Esqd FuzMec foi disposto no

    terreno com oito urutus ou oito GO a comando do

    Cmt Esqd. Destas viaturas, trs permaneceram

    em reserva a comando de um tenente e cinco

    avanaram na direo da turba para canalizar o

    escoamento dos civis e facilitar o processo de

    negociao que j estava em andamento. Com o

    avano da tropa, houve o apedrejamento das

    viaturas at que a linha do cerco fosse rompida e

    neste processo houve a necessidade de disparos

    de armas no letais e o lanamento de granadas

    de efeito moral para aumentar a disperso dos

    populares.

    No entanto, durante toda a ocorrncia, no

    houve qualquer disparo precipitado, acidental ou

    com munio real. E isto ficou caracterizado pelo

    fato de somente terem ocorrido disparos aps o

    recebimento de ordem para tal e aps o primeiro

    tiro ter sido dado pelo comandante ttico presente

    na viatura precursora.

    Outra situao crtica vivida pela tropa

    ocorreu de forma inopinada na noite de 10 de

    agosto de 2008. Na avenida Nacional N 1, no

    trecho compreendido entre a avenidaBoulevard

    CHOQUE

    AO DE

    des Industries e a rua Lysius Salomon, em

    15

    Cit Soleil, dois GO, a comando de um2 sargento

    de Cavalaria se deslocavam para a regio a ser

    patrulhada quando, por coincidncia, se

    depararam com um GC de uma subunidade de

    Infantaria cercado por uma multido de populares

    que gritavampalavras em tomdeameaa tropa.

    Ao avistarem a aproximao das fraes

    mecanizadas, os populares se evadiram da rua e

    buscaram posies altas e cobertas nas lajes das

    casas circunvizinhas e comearam a atirar

    garrafas, pedras e outros objetos em ambas as

    tropas. Contudo, em funo da pouca

    luminosidade do local, no era possvel saber o

    que alguns civis portavam consigo. No entanto, de

    imediato e em resposta ao ocorrido, houve o

    embate com o emprego do armamento e da

    munio no letal existente emcada viatura.

    Aps ter cessado a agresso tropa, ocorreu

    um rpido cerco e vasculhamento na rea

    problema com os prprios militares de Infantaria e

    Cavalaria que estavam participando da ao. Ao

    final desta ocorrncia, doze civis foram detidos

    para averiguao e houve a apreenso de uma

    pistola calibre .380 e um artefato de fabricao

    caseira que funcionava como um tipo de pistola

    rudimentar.

    Esses exemplos ressaltam o valor do uso

    consciente da fora e da liderana e ao de

    comando do comandante de frao. Tais fatos e

    circunstncias evidenciam o porqu da no

    existncia de danos colaterais e tampouco

    militares feridos nas aes realizadas pelas tropas

    do 9 contingente brasileiro daMINUSTAH.

    A autonomia de cada lder de frao em uma

    situao real faz crescer a responsabilidade do

    comandante sobre seus homens, no apenas pela

    coerncia nas ordens e atitudes, mas tambm

    pelo zelo com o bem estar e a integridade do

    subordinado. Estes valores devem ser externados

    ainda durante o processo de seleo e

    treinamento para que os militares que ocupem as

    funes de comando nas diferentes fraes

    operacionais possam realmente ser os mais

    capacitados para este tipo demisso.

    Dessa forma, atuando em misses

    operacionais e assistenciais, o Esqd Fuz Mec F

    Paz colaborou com a misso do BRABATT em

    PortoPrncipe.

    Portanto, em virtude da amplitude e da gama

    de misses desempenhadas pelo batalho, quer

    seja de cunho operacional ou de cunho

    ,

  • CHOQUE

    AO DE

    assistencial e humanitrio, e pela qualidade e

    profissionalismo do soldado daAmaznia na execuo

    das tarefas, a soma dos resultados atingidos por cada

    frao das subunidades foi reconhecidamente positiva

    e contribuiu sobremaneira para o xito do BRABATT na

    misso de manuteno de um ambiente seguro e

    estvel noHaiti.

    O emprego de militares e tropas brasileiras em

    misses de paz temsido uma realidade desde o trmino

    da IIGuerraMundial.

    No contexto atual, a participao militar brasileira

    em misses da ONU tem colaborado com a projeo

    poltica do pas no cenrio internacional. Alm desta

    projeo, a experincia adquirida pela fora terrestre no

    emprego convencional e no convencional soma-se

    experincia individual adquirida pelos militares que

    tiveram o privilgio de integrar uma misso desta

    magnitude.

    No mbito das misses de paz com tropa, a no

    convencionalidade do emprego nas tarefas rotineiras

    tem se apresentado como um desafio e tambm como

    uma fonte inesgotvel de ensinamentos para estudos e

    pesquisas, com o objetivo de aprimorar a doutrina

    existente face atual conjuntura nacional e

    internacional.

    Assim, passados mais de quatro anos do incio da

    participao brasileira na MINUSTAH, pode-se

    constatar uma eficaz e gradual evoluo do quesito

    segurana social no Haiti principal objetivo da misso

    do BRABATT que, invariavelmente, tem sido fruto do

    trabalho diuturno de planejamento e emprego de sua

    tropa emdiferentes frentes deatuao.

    Nesse contexto de manuteno da paz com a

    participao de tropas regulares, constata-se tambm

    uma aplicao diferenciada da arma de Cavalaria, com

    seus homens e meios, propiciando oportunidades para

    o aprimoramento e para o estudo do emprego de

    blindados emambiente operacional urbano.

    10.CONCLUSO

    OBRABATT um tipo especial de tropa, difcil

    de encontrar em misses de paz da ONU, por sua

    postura, seriedade e, ao mesmo tempo, pelo

    relacionamento cordial com a populao. Trata-se

    deuma tropaque inspira grande confiana aquema

    conheceou temcontato comela.

    DAVIDHARLAND

    Diretor de operaes para Europa e Amrica

    Latina do Escritrio de Operaes do Departamento de

    Misses dePaz daONU (Julho 08) AC

    16

  • 17CHOQUE

    AO D

    1. INTRODUO

    E

    2.DESENVOLVIMENTO

    No final da dcada de 1990, o Exrcito brasileiro (EB) adquiriu

    seus primeiros carros de combate pesados, ou principais de batalha,

    segundo traduo literal do termo MBT . Os blindados escolhidos

    foram o M 60 A3 TTS e o Leopard 1A1, sendo o primeiro adquirido em

    forma de leasing dos Estados Unidos e o segundo comprado da

    Blgica.

    A famlia de carros de combate M60 de origem americana foi

    concebida a partir do chassis da viatura M48, com os primeiros

    prottipos construdos em 1958. Possui as variantesM60A1,M60A2 e

    M60 A3. A verso A1 foi empregada com xito na Guerra do Golfo em

    1991.Altima verso teve sua produo finalizada em1987, obtendo a

    notvel marca de mais de 15000 veculos produzidos, tendo grande

    aceitao no mercado internacional. Alm do Brasil, Egito, Grcia, Ir,

    Israel, Jordnia, Marrocos, Oman, Portugal, Arbia Saudita, Espanha,

    Taiwan, Tailndia, Tunsia, Turquia e Imen utilizaram ou utilizam a

    viatura.

    O desenvolvimento dos veculos da srie Leopard 1 data do final

    dos anos 1950, tendo iniciado sua produo em 1963 pela empresa

    alemKrauss-Maffei. Dispe das verses Leopard 1A1A1,A2,A3,A4e

    A5. A verso mais moderna encerrou sua linha de produo em 1984.

    Brasil, Austrlia, Blgica, Canad, Chile, Dinamarca, Grcia, Itlia,

    Noruega eTurquia soou foramusurios da viatura.

    Passada mais de uma dcada de utilizao das viaturas,

    inevitveis so as comparaes entre ambas no que se refere sua

    letalidade, trafegabilidade, capacidade de sobrevivncia e

    manuteno.

    A seguir, ser procedida uma breve comparao das possibilidades e

    limitaes do M 60, particularmente da verso adquirida pelo EB, em

    relao ao Leopard 1 A5, concluindo sobre as possibilidades do

    blindado americano.

    a.

    O M60 A3 TTS (verso nacional) dispe de blindagem de ao,

    face endurecida, com espessura mxima de 120mm, o que lhe confere

    grau de proteo blindada superior mdia dos carros de combate em

    operao atualmente no teatro de operaes sul-americano. A

    blindagemdoLeopard 1A5, dematerial semelhante ao doM60, de 70

    mmdeespessuramxima.

    Consideraesquantoaoempregooperacional

    1

    Carlos Alexandre Geovanini dos Santos

    e

    Aldio Alves da Cruz Jnior

    O autor Major de Cavalaria da

    turma de 1995 da AMAN, possui

    mest rado em Operaes

    Mil i tares pela Escola de

    Aperfeioamento de Oficiais e

    cursa o mestrado de Relaes

    I n t e r n a c i o n a i s p e l a

    Universidade Federal de Santa

    Maria. Teve uma passagem

    como instrutor do CIBld entre

    2000 e 2002. Atualmente

    desempenha a funo de chefe

    daSeodeDoutrina doCIBld.

    O autor 1 Sargento de

    Cavalaria da turma de 1994 da

    Escola da Sargentos das

    Armas (ESA). Est no CIBld

    desde 2002 desempenhando

    as misses de Monitor do

    Mdulo M 60 A3 TTS nos

    Estgios Tcnicos e Mdulos

    Pel CC e Se Cmdo nos

    Estgios Tticos. Atualmente

    desempenha a funo de

    Auxiliar daSeo deDoutrina.

    Possibilidades e Limitaes da VBC M 60em relao a VBC Leopard 1A5

    PossibilidadesPossibilidades ee LimitaesLimitaes dada VBCVBC MM 6060emem relaorelao aa VBCVBC LeopardLeopard 1A51A5

  • 18CHOQUE

    AO DE

    Concebido na poca da Guerra Fria, o M60

    A3 TTS possui silhueta elevada, o que lhe

    proporciona boa capacidade de explorar a

    realizao de tiro com a depresso mxima do

    canho. Esta caracterstica faz com que a Vtr

    apresente excelentes condies de ocupar

    posies de tiro em terrenos como o que

    predomina na regio sul do Brasil. Ademais,

    permitem seu emprego em boas condies em

    operaes defensivas e movimentos retrgrados,

    onde a VBC necessitaria ocupar posies de tiro

    emreasde comandamento.

    para o transporte ferrovirio da viatura por conta

    de impedimentos como tneis e obstculos

    laterais nas ferrovias. Assim, fica prejudicada a

    concentrao estratgica dessa VBC em relao

    outra.

    O consumo de combustvel doM60A3TTS

    bem superior ao verificado na VBC Leopard 1 A5,

    fazendo com que esta tenha mais de 100 km a

    mais deautonomia final.

    O M60 dispe de dispositivo gerador de

    fumaa, alm dos tubos lanadores de granadas

    fumgenas, o que proporciona cobertura maior do

    que a proporcionada pelo similar instalado no

    Leopard 1A5.

    Os alcances de utilizao dos armamentos

    orgnicos da Vtr so, respectivamente, 4000m

    para o canho M68, 2000m para a metralhadora

    M85 de calibre .50 e de 800m para a metralhadora

    7,62mm M-240. Em termos comparativos, a VBC

    Leopard 1A1 e A5 possui Can L7 de alcance

    semelhante e duas metralhadoras 7,62mm, sendo

    uma coaxial e outra antiarea, registrando alcance

    til de 900m. Isto posto, verifica-se amaior aptido

    da VBC M60A3 TTS para o engajamento de alvos

    terrestres levemente blindados a distncias

    compreendidas entre 1000 e 2000m, alm de

    melhor capacidade de realizar autodefesa

    antiarea. Tais caractersticas, aliadas facilidade

    de operao da metralhadora .50 guarnecida pelo

    Cmt da Vtr, aumentam a letalidade da VBC, bem

    como sua capacidade de abater alvos areos.

    O M60 apresenta capac idade de

    empaiolamento total de 63 munies de 105mm,

    contra 60 e 55 das VBC Leopard1 A1 e A5

    respectivamente. No interior da torre, inseridas em

    posio que viabilizam o carregamento do canho,

    oM60A3TTSdispe de 37 cartuchosde 105mm.

    No quesito trafegabilidade, o M 60 apresenta

    desempenho inferior ao Leopard 1 A5, devido,

    sobretudo, ao motor general Dynamics que lhe

    confere 750 hp. Com peso pronto para o combate

    de 52617 kg, a relao potncia-peso da Vtr de

    14,2 hp por tonelada. Diferentemente, a VBC

    alem possui motor MTUMB838CaM500 de 830

    hp, com peso em ordem de marcha de 42400 kg.

    Dessa forma, sua relao potncia-peso de 19,6

    hp. O peso superior no M60 faz com que a Vtr

    necessite de pontes de classe 55 para suportar a

    passagem segura do blindado. O Leopard 1 A5

    necessita de pontes de classe 45. Logo, torna-se

    mais difcil a passagem do primeiro por pontes de

    pequena capacidade, muito comuns na zona rural

    do pas.

    Ainda no quesito acima, o M60 inferior ao

    Leopard 1 A5 na capacidade de transposio de

    fossos e obstculos verticais e relao potncia-

    peso (vide tabela comparativa). Adicione-se a

    ausncia nessa viatura de limpadores de

    periscpio, diferentemente do Leopard A5, o que

    prejudica a conduo do blindado com escotilha

    fechada.

    Asmaiores dimenses (altura e largura) doM

    60em relao ao Leopard 1A5geramdificuldades

    VBC M 60

    VBC Leopard 1 A5

  • AO

    19CHOQUE

    DE

    Comparativamente, os Leopard1A1 eA5 tm

    somente 14 e 13 respectivamente. Dessa forma, o

    primeiro, em tese, consegue realizarmais do que o

    dobro de disparos do segundo modelo sem

    precisar realizar parada para remanejamento de

    munies de forma a torn-las aptas a serem

    carregadas no canho.

    O sistema de conduo de tiro do M 60 A3

    TTS permite o engajamento de alvos com muito

    boa preciso, inclusive na situao de alvo e carro

    emmovimento. Tecnologicamente, se equivale em

    poca de produo ao sistema EMES 18 da VBC

    Leopard 1 A5, com vantagem para o da viatura

    alem por possuir colimador de paralaxe,

    dispositivo que permite o alinhamento da

    aparelhagem de pontaria com mais preciso e em

    locais deespao reduzido como zonasde reunio.

    mdia do teatro de operaes sul-americano,

    alm de proporcionar boas condies de

    segurana para a guarnio.

    De acordo com a concepo do projeto da

    viatura, a VBCM60A3TTS de simples operao,

    requerendo quantidade menor de carga horria

    para a formao dos integrantes da guarnio do

    carro de combate.

    Com relao capacidade de combate

    noturno, o M 60 A3 TTS possui sistema de viso

    termal para o comandante e atirador da Vtr com

    alcance aproximado de 2500m, o que lhe confere

    capacidade semelhante ao do Leopard 1 A5.

    Contudo, na viatura alem, adimite-se apenas a

    visada noturna ou diurna, diferentemente do M60,

    que permite ambas simultaneamente. Alm disso,

    o amplificador de luz residual para o motorista

    confere ao primeiro muito boa capacidade de

    trafegabilidade em condies de visibilidade

    restrita, sendo, nesse item especfico, superior ao

    segundo. Assim, a tecnologia embarcada no M 60

    permite capacidade de combate noturno acimada

    AVBC M60 A3 TTS dotada de sistema de

    proteoQBN composto de filtros emscaras com

    respirao ventilada pela prpria viatura. Esta

    caracterstica permite s guarnies do M60 de

    conduzir operaes em ambiente contaminado

    por agentes qumicos e nucleares, diferentemente

    da VBC Leopard, que dispe de proteo apenas

    para abandonar a rea contaminada.

    b.

    A verso do M60 adquirida pelo EB foi

    produzida entre os anos de 1984 e 1988.Tendo em

    vista sua recente fabricao, em tese, os custos de

    manuteno sero inferiores s viaturas

    produzidas nadcada de 1970.

    Todos os componentes optrnicos da viatura

    so pressurizados com gs nitrognio, conferindo

    maior durabilidade e grande confiabilidade aos

    instrumentos ticos.

    Consideraes quanto manuteno

    daVBC

    Colimador de paralaxe

    Termal do Leopard 1A5

    Termal do M 60

  • 20CHOQUE

    AO DE

    Durante a implantao da VBC M 60A3 TTS

    no EB, destaca-se o trabalho realizado pelo Pq R

    Mnt 5, que acumulou vasta experincia na

    manuteno dos diversos sistemas da Vtr.

    Inclusive, houve a implantao de eficiente

    sistema de apoio de manuteno mvel, o qual

    este Centro usufrui desde que recebeu as viaturas

    em 2001, ainda na guarnio do Rio de Janeiro, e

    que seestende at os dias atuais emSantaMaria.

    Avulta de importncia o esforo empreendido

    por aquela OM de apoio no sentido de buscar alto

    ndice de nacionalizao de componentes. Dessa

    forma, itens como filtros de ar, combustvel e leo,

    bem como partes do trem de rolamento

    (almofadas e rodas de apoio) puderam ser

    produzidos pela indstria nacional, atenuando a

    dependncia externa no setor. Maior aporte de

    investimentos facilitaria sobremaneira a

    continuao desseprocesso.

    Tendo em vista a menor complexidade do

    motor doM 60 em comparao com os veculos da

    famlia Leopard, a formao de mecnicos fica

    facilitada, requerendomenor carga horria.

    A VBC M 60 A3 TTS comprada pelo EB no

    final da dcada de 1990 a versomais atualizada

    da sr ie. De maneira geral , equivale

    tecnologicamente VBC Leopard 1 A5. Teve

    nmeros de produo considerveis e ampla

    aceitao em vrios pases, com destaque para

    Israel, Portugal eTurquia.

    Em sntese, verifica-se que o M60 superior

    no quesito armamento e proteo blindada.

    Entretanto, o sistema de direcionamento de tiro do

    Leopard 1 A5 ligeiramente superior. A viatura

    alem apresenta trafegabilidade maior que a do

    primeiro, bem como tem sua concentrao

    estratgica facilitada. Com relao capacidade

    de combate noturno, ambas se equivalem, com

    pequena vantagem para o M60 no que se refere

    aos instrumentos de viso noturna disposio do

    motorista.

    Com relao ao emprego operacional,

    aspectos como alto grau de proteo blindada,

    muito boa capacidade de engajamento de alvos

    terrestres e areos, possibilidade de executar 37

    disparos antes de parar para remanejar a munio

    no interior da torre e facilidadede operao tornam

    3.CONCLUSO

    o M60 A3 TTS um veculo de alta letalidade e

    capacidade de sobrevivncia no campo de

    batalha.

    Alm disso, sua capacidade de combate

    noturno, aliada adequabilidade ao terreno no

    qual previsto seu emprego, ampliam as

    capacidades de utilizao do carro de combate

    em vrias tipos de operaes militares de carter

    ofensivo edefensivo.

    No tocante manuteno da viatura,

    destacam-se a facilidade de formao de

    mecnicos e a vasta experincia acumulada pelo

    Pq R Mnt 5, obtendo, inclusive, alto ndice de

    nacional izao de componentes. Essa

    caracterstica se mostra desejvel por reduzir a

    dependncia externa no setor defesa.

    Em face do exposto, conclui-se que a VBC

    M60 A3 TTS possui caractersticas que oferecem

    grande possibilidade deemprego da viatura.AC

  • 21

    AO

    CHOQUE

    D

    TABELA COMPARATIVA ENTRE AS VBC M60 A3 TTS E LEOPARD 1 A5

    E

    Item VBC M60 A3 TTS VBC LEOPARD 1 A5

    Armamento Can 105mm

    1X metralhadora .50

    1X metralhadora 7,62mm

    Can 105 mm

    2 X metralhadoras 7,62mm (1 AAe)

    Auto defesa 6 tubos lanadores de fumgenos e

    dispositivo gerador de fumaa.

    8 tubos lanadores de fumgenos.

    Capacidade de

    Empaiolamento

    63 X 105 mm

    900 X .50

    5 950 X 7,62mm

    55 X 105mm

    5500 X 7,62mm

    Quantidade de disparos

    antes de parar para

    remanejar munio na torre

    37 13

    Peso em ordem de marcha 52617 kg 42400 kg

    Relao potncia-peso 14,24 hp/ton 19,57 hp/ton

    Presso sobre o solo 0.87 kg/cm2 0,88kg/cm2

    Potncia do Motor 750 hp 830 hp

    Maneabilidade no terreno Apresenta restries Muito boa

    Altura 3,27 m 2,76 m

    Largura 3,63 m 3,25 m

    Velocidade mxima 48,2 km/h 65 km/h

    Autonomia mxima 480 km 600 km

    Capacidade do tanque de

    combustvel

    1457,2 l 985 lt

    Vau 2,40 m (com preparao) 2,25 m (com preparao)

    Degrau 0,914 m 1.15 m

    Fosso 2,59 m 3,0 m

    Blindagem 120 mm 70 mm

    Operao simplificada complexa

    Manuteno simplificada complexa

    Formao de RH simplificada complexa

    Infraestrutura nas OM Maior gasto com obras para suportar

    peso superior da viatura.

    Menor gasto com obras devido ao

    peso inferior da viatura.

    Experincia de Combate Guerra do Golfo (verso A1).

    Excelente desempenho.

    Conflito do Afeganisto (verso C2,

    utilizada pelo Canad). Excelente

    desempenho.

    Pases que utilizam (dados

    de 2006)

    Brasil, Egito, Grcia, Ir, Israel,

    Jordnia, Marrocos, Oman, Portugal ,

    Arbia Saudita, Espanha, Taiwan,

    Tailndia, Tunsia, Turquia e Imen

    Austrlia, Bgica, Brasi l, Canad,

    Chile, Dinamarca, Grcia, Itlia,

    Noruega e Turquia.

  • Centro de Instruo de Blindados General Walter Pires

    www.cibld.ensino.eb.br

    Pgina 1Pgina 2Pgina 3Pgina 4Pgina 5Pgina 6Pgina 7Pgina 8Pgina 9Pgina 10Pgina 11Pgina 12Pgina 13Pgina 14Pgina 15Pgina 16Pgina 17Pgina 18Pgina 19Pgina 20Pgina 21Pgina 22Pgina 23