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III Seminário Internacional Cultura Material e Patrimônio de C&T 41 A TRAJETÓRIA DOS EQUIPAMENTOS DO ACORDO MEC/LESTE EUROPEU NO ENSINO E PESQUISA DE ASTROMETRIA NO OBSERVATÓRIO DO VALONGO Maria Alice Ciocca de Oliveira * Marcus Granato ** Resumo No final da década de 1960, o Governo Brasileiro assinou com as Repúblicas, Democrática Alemã e Popular da Hungria um convênio com o objetivo de adquirir para as universidades e estabelecimentos de ensino, equipamentos, máquinas, ferramentas, instrumentos de laboratório e materiais de ensino que não eram produzidos pela indústria Nacional. Este convênio, oficialmente chamado como Acordo MEC/RDA, MEC/RPH, ficou conhecido entre as instituições participantes como Acordo MEC/Leste Europeu. Entre as universidades solicitantes a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) recebeu vários equipamentos para serem usados na pesquisa e no ensino. O Observatório do Valongo, Instituto desta universidade, recebeu, entre outros, um conjunto de equipamentos composto por um telescópio astrométrico, um comparador e um medidor de placas astrométricas, fabricados pela empresa Carl Zeiss, Jena. Este conjunto foi largamente usado no ensino e na pesquisa de astrometria através de convênios de cooperação técnica entre o Observatório do Valongo e instituições nacionais e internacionais. Este trabalho tem por objetivo apresentar parte da trajetória desse conjunto de equipamentos no ensino e na pesquisa neste Observatório, que após cumprirem sua função de uso foram vistos como importantes peças dos processos científicos da instituição, somando aos valores acadêmico e científico, o de sua trajetória histórica, passando a ser parte da Coleção de Instrumentos Científicos do Observatório tornando-se representantes da memória institucional e, assim, parte do Patrimônio Científico e Tecnológico Brasileiro (C&T) no âmbito universitário. Palavras-chave: Museologia, Patrimônio Científico, Coleções, Observatório do Valongo * Universidade Federal do Rio de Janeiro, Observatório do Valongo, Lad. Pedro Antonio 43, Rio de Janeiro, RJ. 20290-080. [email protected]ária e Documentalista. Mestre e Doutoranda em Museologia e Patrimônio do curso de pós-graduação em Museologia e Patrimônio (UNIRIO/MAST). ** Museu de Astronomia e Ciências Afins, Rua Gal. Bruce 586, São Cristóvão, Rio de Janeiro, RJ, CEP: 20921-030; [email protected]. Engenheiro metalúrgico e de materiais, D.Sc., Coordenador de Museologia do MAST/MCTI, vice-coordenador e professor do curso de pós-graduação em Museologia e Patrimônio (UNIRIO/MAST).

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III Seminário Internacional Cultura Material e Patrimônio de C&T

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A TRAJETÓRIA DOS EQUIPAMENTOS DO ACORDO

MEC/LESTE EUROPEU NO ENSINO E PESQUISA

DE ASTROMETRIA NO OBSERVATÓRIO DO

VALONGO

Maria Alice Ciocca de Oliveira*

Marcus Granato**

Resumo

No final da década de 1960, o Governo Brasileiro assinou com as Repúblicas, Democrática Alemã e Popular da Hungria um convênio com o objetivo de adquirir para as universidades e estabelecimentos de ensino, equipamentos, máquinas, ferramentas, instrumentos de laboratório e materiais de ensino que não eram produzidos pela indústria Nacional. Este convênio, oficialmente chamado como Acordo MEC/RDA, MEC/RPH, ficou conhecido entre as instituições participantes como Acordo MEC/Leste Europeu. Entre as universidades solicitantes a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) recebeu vários equipamentos para serem usados na pesquisa e no ensino. O Observatório do Valongo, Instituto desta universidade, recebeu, entre outros, um conjunto de equipamentos composto por um telescópio astrométrico, um comparador e um medidor de placas astrométricas, fabricados pela empresa Carl Zeiss, Jena. Este conjunto foi largamente usado no ensino e na pesquisa de astrometria através de convênios de cooperação técnica entre o Observatório do Valongo e instituições nacionais e internacionais. Este trabalho tem por objetivo apresentar parte da trajetória desse conjunto de equipamentos no ensino e na pesquisa neste Observatório, que após cumprirem sua função de uso foram vistos como importantes peças dos processos científicos da instituição, somando aos valores acadêmico e científico, o de sua trajetória histórica, passando a ser parte da Coleção de Instrumentos Científicos do Observatório tornando-se representantes da memória institucional e, assim, parte do Patrimônio Científico e Tecnológico Brasileiro (C&T) no âmbito universitário.

Palavras-chave: Museologia, Patrimônio Científico, Coleções, Observatório do Valongo

* Universidade Federal do Rio de Janeiro, Observatório do Valongo, Lad. Pedro Antonio 43, Rio de Janeiro, RJ. 20290-080. [email protected]ária e Documentalista. Mestre e Doutoranda em Museologia e Patrimônio do curso de pós-graduação em Museologia e Patrimônio (UNIRIO/MAST). ** Museu de Astronomia e Ciências Afins, Rua Gal. Bruce 586, São Cristóvão, Rio de Janeiro, RJ, CEP:

20921-030; [email protected]. Engenheiro metalúrgico e de materiais, D.Sc., Coordenador de Museologia do MAST/MCTI, vice-coordenador e professor do curso de pós-graduação em Museologia e Patrimônio (UNIRIO/MAST).

III Seminário Internacional Cultura Material e Patrimônio de C&T

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Abstract

In the late 1960s, the Brazilian government signed an agreement with the German Democratic Republic and the Hungarian People’s Republic with the purpose of acquiring equipment, machinery, tools, laboratory instruments and teaching materials that were not produced in Brazil for its universities and schools. This agreement, officially known as the MEC/RDA, MEC/RPH Agreement, was known among the participating institutions as the MEC / Eastern Europe Agreement. One of the participating universities to receive equipment of different kinds for research and teaching activities was the Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ). Valongo Observatory, part of this university, received an astrometric telescope, a comparator and an astrograph manufactured by Carl Zeiss, Jena, among other equipment. This set of equipment was widely used in the teaching and research of astrometry through technical cooperation agreements between the observatory and national and international institutions. This work aims to present part of the trajectory of this set of equipment in the teaching and research activities undertaken at this observatory, which, after fulfilling its function, was seen as an important part of the scientific processes at the institution, whose trajectories contributed historical value to its already recognized academic and scientific value, becoming part of the observatory’s collection of scientific instruments and a legitimate representative of its institutional memory and thus part of the Brazilian science and technology heritage in the university environment.

Key-words: Museology, Scientific Heritage, Collections, Valongo’s Observatory

Introdução

A motivação para a apresentação desse trabalho advém do desenvolvimento de tese de

doutoramento em Museologia e Patrimônio1, que tem permitido produzir conhecimento,

apesar de serem ainda dados preliminares, sobre o Patrimônio da Ciência e Tecnologia

Brasileiro, mais especificamente sobre os equipamentos adquiridos, através do Acordo

MEC/Leste Europeu, para a Universidade Federal do Rio de Janeiro. O tema possibilita

levantar uma série de questões que despertam sobremaneira o interesse da aluna sobre

o assunto e estas serão problematizadas nesse texto.

O estudo foi motivado pelas pesquisas realizadas para a dissertação de mestrado,

apresentada neste mesmo Programa, sobre a Trajetória da formação da Coleção de

Objetos de Ciência e Tecnologia do Observatório do Valongo (OLIVEIRA, 2011). O

Observatório do Valongo é um dos Institutos da Universidade Federal do Rio de Janeiro e

possui, entre os objetos da Coleção estudada, um grupo que foi adquirido pelo Acordo

mencionado. Praticamente nenhuma informação sobre o tema estava disponível antes do

início dessa pesquisa.

1 Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio - PPG PMUS (UNIRIO/MAST). Disponível em: http://ppg-pmus.mast.br/inicio.htm. Acesso em: 20 de Ago. 2014.

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Com intenção de trazer um pouco de esclarecimentos sobre o acordo MEC/Leste

Europeu vamos procurar apresentar, de forma breve, alguns aspectos que

contextualizem aquele momento em relação ao ensino e a pesquisa brasileira, com

especial atenção aos pontos referentes a Reforma Universitária. Como a proposta, neste

trabalho, é buscar a compreensão, ainda inicial, do que determinou este Acordo, as

informações sobre o tema estão baseadas em fontes primárias de cunho administrativo,

como, os relatórios do Ministério da Educação, Ministério do Planejamento e

Coordenação Geral e na legislação referente ao assunto.

O processo de industrialização ocorrido no Brasil após a década de 1950, acarretou uma

demanda de profissionais que atendessem às atividades produtivas que se tornavam

cada vez mais complexas e específicas. Os cursos ministrados nas faculdades e

universidades da época não estavam preparados para formar profissionais que

atendessem às novas demandas de mercado, determinando a necessidade de reforma

universitária. Segundo Sucupira:

O esforço de desenvolvimento cria a consciência que logo se generaliza da inadequação de nossos institutos universitários à realidade sócio –cultural e econômica do país, bem como às exigências da pesquisa científica e tecnológica. A reforma se impunha como imperativo de se transformar uma instituição rotineira, limitada a formação dos clássicos profissionais liberais, numa universidade dinâmica, dedicada a investigação científica, articulada com as necessidades técnicas da insdustrialização [...] atender a expansão educacional traduzida em considerável aumento da taxa de escolarização, principalmente ao nível médio [...] de se intensificar a preparação técnico-profissional [...] Daí nascer e difundir-se a exigência de uma reforma radical da universidade brasileira, a começar pela criação de estruturas mais orgânicas e flexíveis. (SUCUPIRA, 1972, p.35-36)

A reforma universitária, então, buscava a transformação “de uma instituição

tradicionalmente acadêmica e socialmente seletiva num centro de investigação científica

e tecnológica em condições de assegurar a autonomia da expansão industrial brasileira”.

(BRASIL, 1983, p.20).

Promulgada pela Lei n. 5.540, de 28 de novembro de 1968 e complementada pelo

Decreto-Lei n. 464 de 11 de fevereiro de 1969, a Reforma Universitária possuía como

pontos principais aqueles que foram idealizados no planejamento de Darcy Ribeiro para a

Universidade de Brasília: a indissociabilidade do ensino e da pesquisa, a não duplicação

de meios para fins idênticos, a extinção da cátedra, o sistema de dedicação exclusiva

para o corpo docente, o departamento como menor fração da estrutura universitária, os

cursos de pós-graduação e os estudos básicos ( MOREL 1979, p.59).

III Seminário Internacional Cultura Material e Patrimônio de C&T

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Para sua implantação alguns projetos foram elaborados, assim como, alguns

mecanismos foram criados, entre eles a Comissão Especial para Execução do Plano de

Melhoramento e Expansão do Ensino Superior - CEPES, que era destinada a prestar

assistência técnica ao Ministério da Educação e Cultura para a elaboração do contrato a

ser firmado entre o Governo e o Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID, com

objetivo de atender o melhoramento e expansão do ensino na Universidade Federal do

Rio de Janeiro, na Universidade de São Paulo, Universidade de Brasília, na Universidade

Federal de Minas Gerais, Universidade Rural de Minas Gerais, Universidade Federal do

Ceará, na Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Federal da Bahia e

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, mediante obras, equipamento e

assistência técnica. (BRASIL, 1967a)

Entre o elenco de projetos prioritários a serem desenvolvidos para a implantação desse

Plano encontrava-se o Programa de Equipamento dos Centros Avançados e outros

Estabelecimentos de Ensino Superior, que tinha por objetivo o aparelhamento dos

estabelecimentos de ensino superior com equipamento técnico e científico.(BRASIL,

[1971], p.[20]).

Posteriormente, em 1974, a CEPES passa a denominar-se Programa de Expansão e

Melhoramento das Instalações do Ensino Superior - PREMESU (BRASIL, 1974), dando

continuidade às "ações concernentes à rede física do Sistema Universitário" e cumprindo,

entre outros, o objetivo: “[...] de gerir e coordenar, de acordo como as diretrizes do

Departamento de Assuntos Universitários, projetos especiais, relativos a obras e

equipamentos dos "campi" universitários; administrar acordos e convênios com

organismos financiadores nacionais e internacionais [...] (BRASIL, 1979, p.10), entre eles

o Acordo para aquisição de equipamentos com os países do Leste Europeu.

O Acordo MEC/Leste Europeu

Em março de 1966, a Diretoria do Ensino Industrial do MEC apresentou o relatório sobre

os estudos realizados para a justificativa do pedido de financiamentos ao Banco

Interamericano de Desenvolvimento - BID, para o melhoramento do ensino técnico

industrial. Como base para a justificativa do financiamento, foi delineado um quadro da

evolução industrial brasileira posterior a década de 1950 e um esboço das tendências do

desenvolvimento da indústria nas regiões geoeconômicas do país. Com isso, procurou

fundamentar a necessidade de ampliação e modernização do setor industrial brasileiro e

justificar os esforços para melhorar e ampliar as condições de formação da mão de obra

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para esse setor, especialmente no ensino técnico industrial, como melhor espaço físico,

equipamentos adequados e professores especializados.

Como medidas efetivas para a ampliação e modernização do setor foram indicadas a

aquisição de equipamentos mecânicos e elétricos, como também, a ampliação do

número de profissionais especializados, não só de nível superior, mas também, de

formação técnica industrial, voltados principalmente para a projeção e fabricação de

equipamentos mecânicos, elétricos e metalúrgicos. O Plano contemplava também

aqueles profissionais necessários à instalação, manutenção e reparação de máquinas e

equipamentos, com vistas à estimular o aperfeiçoamento tecnológico através de projetos

a serem desenvolvidos no país.

Com a intenção de colocar em prática o processo de ampliação e modernização do

ensino técnico industrial, foi criada uma Comissão Especial para a análise da aquisição

dos equipamentos necessários ao aperfeiçoamento de laboratórios e oficinas dos

estabelecimentos de ensino técnicos e industriais, assim como a tomada de preços dos

mesmos.2 Em outubro de 1966, a comissão apresentou o relatório com ênfase nas

diretrizes para aquisição de equipamentos não produzidos no Brasil. Após colocar o

levantamento das necessidades regionais, os critérios de prioridades para a seleção e

distribuição dos equipamentos e o estudo sobre os recursos possíveis para aquisição,

compra e pagamento do material, a Comissão concluiu que a solução mais conveniente

aos interesses do país para se efetuar a aquisição dos equipamentos era se utilizar as

disponibilidades cambiais do Brasil na área de convênios bilaterais, que poderiam ser

feitos com os países que tinham saldos no balanço de divisas, com aqueles que tinham

déficits elevados na conta-convênio, como também, conforme trecho do texto do relatório,

apresentado a seguir:

[...] qualquer outro da área socialista mesmo em provisória situação de equilíbrio, porque é grande a capacidade de absorção de produtos brasileiros pelos mesmos e suas compras no Brasil só estão limitadas pela imprevisibilidade de suas compras aqui [...] (BRASIL, 1967b, p. 115).

Foi indicada, também, a inclusão da Dinamarca que tinha elevado saldo na conta-

convênio, o que estava limitando suas compras de café brasileiro. Assim, seguindo as

normas citadas, foram contatados a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, a República

Democrática Alemã, a Polônia, a Tchecoslováquia, a Romênia e a Dinamarca. Posteriormente,

foram incluídos outros países na tomada de preços, estes, em situação diferente dos

2 Exposição de motivos n. 4, de 5 de janeiro de 1966. DOU, seção I, parte I, 7 de janeiro de 1966.

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países do Leste Europeu e da Dinamarca, que teriam as transações operadas em moeda

conversível. Assim, os países que receberam a carta-convite foram:

República Federal da Alemanha, República Popular da Hungria, União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, República Democrática Alemã, Polônia, República Socialista da Tchecoslováquia, França, Itália, Bulgária, República Socialista da Romênia, Dinamarca, Iugoslávia, Inglaterra, Espanha, Suíça e Estados Unidos. (BRASIL, 1967b, p.121)

Aos moldes da conclusão da Comissão Especial para a Execução do Plano de

Melhoramento e Expansão do Ensino Técnico Industrial, a Comissão Especial para

Execução do Plano de Melhoramento e Expansão do Ensino Superior - CEPES3 adotou

as mesmas normas para a aquisição de equipamentos para as universidades, entretanto

somente a República Democrática Alemã e a República Popular da Hungria foram

convidadas. Essa transação foi autorizada pelo Decreto-Lei 861 de 11 de setembro de

19694. O Acordo era referido oficialmente como MEC/RDA e MEC/RPH, mas ficou

conhecido como Acordo MEC/Leste Europeu.

Os Equipamentos do Acordo MEC-Leste Europeu no Observatório do Valongo

A aquisição dos equipamentos

O Observatório do Valongo foi fundado em 1881 com o nome de Observatório

Astronômico da Escola Politécnica do Rio de Janeiro com a principal missão de ser

utilizado para o ensino de Astronomia e de Geodésia dos alunos dessa Escola.

Inicialmente ficava localizado no Morro de Santo Antônio, até ser transferido na década

de 1920 para a Chácara do Valongo no Morro da Conceição, onde passou a ser

denominado Observatório do Valongo.

Com a reestruturação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, pelo decreto nº 60.455-

A de 13 de Março de 1967 (BRASIL, 1967), foi extinta a Faculdade Nacional de Filosofia

e o Curso de Astronomia foi incorporado ao Instituto de Geociências, juntamente com os

cursos de Geografia, Geologia e Meteorologia. O Observatório do Valongo foi

3 Comissão Especial para Execução do Plano de Melhoramento e Expansão do Ensino Superior (CEPES) Criada no MEC pelo Decreto nº 60.461 de 13 de março de 1967, destinada a prestar assistência técnica, na parte referente ao MEC, à elaboração do contrato a ser firmado entre a União e o BID, para melhoramento e expansão do ensino em diversas universidades brasileiras. Enquanto não fossem assinados os convênios entre o MEC e o BID, ficou estabelecido pela Portaria nº683 de 20 de novembro de 1967 que a Comissão (CEPES) adotaria as Normas regimentais nº 461 para o funcionamento da Comissão Especial para a Execução do Plano de Melhoramento e Expansão do Ensino Técnico Industrial. (BRASIL, 1968, p. 31) 4 Decreto-lei nº 861, de 11 de setembro de 1969. Autoriza a contratação de empréstimos externos, no valor global equivalente a US$30,000,000.00 em moeda-convênio, para aquisição de equipamentos e materiais de ensino na República Democrática Alemã e República Popular da Hungria, e dá outras providências.

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transformado em Órgão Suplementar do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza

da UFRJ. O Departamento do curso de Astronomia permaneceu no Instituto de

Geociências até início de 2002, quando foi incorporado ao Observatório. Contudo, ainda

que administrativamente, o curso estivesse ligado ao Instituto de Geociências, as aulas

das disciplinas do curso de Astronomia, tanto teóricas quanto práticas, sempre foram

ministradas nas instalações do Observatório.

A partir da década de 1970, o Curso de Astronomia passou por algumas reformas

curriculares que tinham por finalidade atualizar o ensino da Astronomia. As experiências

adquiridas pelos professores e a evolução dos conhecimentos da ciência astronômica e

das demais ciências afins ocasionavam uma avaliação periódica da estrutura do curso,

introduzindo novos tópicos e disciplinas. (CAMPOS, 1995, p.4). Essas reformas

curriculares tinham como principal intenção estabelecer uma constante atualização dos

conteúdos ministrados, de forma a proporcionar aos alunos uma visão das inovações

introduzidas na área da Astronomia principalmente pela informática. Essas novas

tendências científicas e o uso da automação, tanto no ensino quanto na pesquisa da

Astronomia, foram impulsionando a substituição dos equipamentos por outros mais

adequados às novas tecnologias.

Ainda no inicio da década de 1970, através do projeto para o melhoramento e expansão

das universidades brasileiras, o Observatório foi contemplado com um conjunto de

equipamentos recebidos através do Acordo MEC/Leste Europeu que, no Observatório,

foram adquiridos somente da República Democrática Alemã. O valor do financiamento foi

de aproximadamente seiscentos mil dólares5, tendo sido responsável por um importante

acréscimo em seu conjunto instrumental.

Os equipamentos solicitados foram provenientes da empresa Carl Zeiss (Jena) e

importados através da firma Deutsche Export und Importgesellschaft Feinmechanik-optik

(BRASIL, 1969) e transferidos para o Observatório por meio de um contrato em termos

de comodato firmado entre o MEC e a UFRJ.6

A solicitação foi feita em 1968. De acordo com a exposição de motivos apresentados pelo

Prof. Luiz Eduardo da Silva Machado, então diretor em exercício no Observatório, os

equipamentos escolhidos seguiram critérios que visavam atender as finalidades a que se

propunha o Observatório: ensino, pesquisa e extensão, com especial interesse em

5Relatório com esclarecimento, feito por Luiz Eduardo da Silva sobre o relatório de Jean Delhaye, em 29 maio de 1972 (cópia datilografada) (UFRJ/OV/Biblioteca). 6 DOU seção 1 parte1- 2/7/1970 - p. 4896.

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atender aos programas de observação que estavam em curso, como também, possibilitar

a realização de pesquisas na área de astrometria, através da redução de dados das

placas astrométricas, que seriam obtidas nos observatórios nos Andes, Argentino e

Chileno, e no Valongo. Para ele a aquisição desses equipamentos “colocaria a UFRJ

num plano capaz de acompanhar os recentes progressos da era astronômica e espacial”

daquele momento.7

Os equipamentos pedidos foram divididos em dois grupos, um para a observação

astronômica e outro para a redução e interpretação dos dados resultantes dessas

observações. Os de observação foram:

- um telescópio refrator Coudé, modelo 150/2250mm (Figura 1), com duas câmaras Astro

60/276, câmara solar (09x12)cm, tela de projeção para Sol e cúpula de 3m, importante

para pesquisa sobre o Sol, instalado no OV, em 1974;

- um celostato, o telescópio astrométrico modelo (400x2000)mm (Figura 2) e o de

espelhos (Cassegrain), modelo 500/2500mm, que foram instalados no Observatório de

Capricórnio (Observatório Astronômico Municipal de Campinas)8 (Figura 3);

- um telescópio de espelhos (Cassegrain) modelo 600/2400mm e acessórios, destinados

à Estação Montanha, situada no alto da Serra dos Dias, Município de Brasópolis, no

estado de Minas Gerais, onde atualmente funciona o Laboratório Nacional de Astrofísica

(LNA)9;

- um procurador de cometas modelo 110/750mm e

- quatro telescópios portáteis para uso no ensino e nos projetos de extensão

universitária10.

Os equipamentos de redução das observações astronômicas, indispensáveis ao trabalho

de interpretação dos resultados obtidos, foram:

- um comparador de placas siderais Blink - tamanho (30x30)cm (estereoscópico) (Figura

4);

7 Resumo da exposição de motivos anexada ao Processo n. 6457/68 – UFRJ. 8 Devido à falta de condições apropriadas, tanto atmosféricas quanto do terreno, esses equipamentos não puderam ser instalados no OV. Foram enviados para Campinas, S.P., onde foi construído um prédio para recebê-los no “Pico das Cabras”, uma região favorável que foi considerada favorável para a instalação, que foi realizada a partir de um convênio entre a UFRJ, a Prefeitura de Campinas, a UNICAMP e PUCC, estabelecendo um Programa de cooperação técnico-científica, principalmente em pesquisas astrométricas. 9 Esse equipamento foi adquiridos com a finalidade de serem instalados no Pico dos Dias, Brasópolis, MG. Posteriormente a posse desses equipamentos foi transferida para o Observatório Nacional. Firmando o uso do local pelas duas instituições em um acordo de cooperação técnico-científica. 10 Relatório das atividades do OV no ano de 1973 (Datilografado) (UFRJ/OV/Biblioteca).

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- um medidor de placas astrométricas modelo Ascorecord (aparelho de medição de

coordenadas -coordenatógrafo), com precisão de leitura 0,1micra (Figura 5);

- um microfotômetro GII com acessórios;

- uma objetiva acromática modelo 200/3000;

- um projetor de espectros modelo SP-II com acessórios.

Figura 1 - Instalação do telescópio refrator Coudé. Carl Zeiss Jena Década de 1970. (Foto: JB-25-10-1974).

Figura 2 - Observatório Astronômico Municipal de Campinas (Acervo OV, autor desconhecido).

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O Uso dos equipamentos adquiridos

Os equipamentos adquiridos foram usados no Observatório tanto no ensino quanto nas

pesquisas desenvolvidas, assim como nas atividades de extensão. Portanto, cumprindo

todas as previsões para as quais foram adquiridos.

Figura 5 - Medidor de Placas Ascorecord, Carl Zeiss (Foto de Marcos Fernandes,

acervo OV, 2010).

Figura 4 - Comparador de Placas Siderais Blink, Carl Zeiss (Foto de

Marcos Fernandes, acervo OV, 2010).

Figura 3 - Telescópio astrométrico Carl Zeiss Jena (Acervo OV, autor desconhecido).

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No curso de graduação, foram usados na realização de trabalhos de iniciação científica e

na pesquisa11, em projetos sobre astrometria, fotometria de asteróides e cometas, análise

semiótica de sinais fotométricos, método dos mínimos quadrados e das dependências, na

obtenção da posição precisa dos corpos celestes em placas fotográficas, cronômetros

cosmológicos e análise das órbitas estelares. Como também no mestrado em

astrometria12 desenvolvido no próprio Observatório.

Os equipamentos adquiridos para a pesquisa e o ensino da astrometria formaram um

conjunto de destaque e foram largamente usados, era composto pelo telescópio

astrométrico, pelo comparador de placas siderais Blink, pelo medidor de placas

astrométricas (coordenatógrafo).

O coordenatógrafo e o comparador de placas astrométricas operavam em conjunto com o

telescópio astrométrico, de onde eram obtidas, com grande precisão, as placas

fotográficas de registro das posições de corpos celestes. (MACHADO et al, 1984).

O telescópio astrométrico, com abertura de 400mm e distância focal 2000mm, instalado

em Campinas, permitia a obtenção das placas astrográficas com boa precisão. As placas

obtidas pelos astrônomos do OV eram trazidas para o Rio de Janeiro onde os dados

eram processados nos equipamentos de redução: o coordenatógrafo e o comparador de

placas siderais Blink. Esses equipamentos, indispensáveis para redução das

observações astrográficas, foram usados em programas observacionais de passagens

meridianas: nas ocultações totais e parciais das estrelas e dos planetas pela Lua e de

fenômenos solares.

As pesquisas foram realizadas através de convênios de cooperação técnica, a nível

nacional, entre o Observatório do Valongo e a Universidade Estadual de Campinas-

UNICAMP, a Pontifícia Universidade Católica de Campinas-PUCC e o Observatório

Astronômico Municipal de Campinas.

As pesquisas, a nível internacional, foram realizadas no European Southern Observatory

- ESO - La Silla, nos Andes Chilenos, e na Estación de Altura El Leoncito, Observatório

Astronômico da Universidade de San Juan, nos Andes Argentinos, Observatórios onde os

profissionais do Observatório do Valongo obtinham as placas astrográficas para posterior

análise e redução de dados. (DEBEHOGNE et al, 1991). Os resultados das observações

realizadas através deste acordo internacional geraram, entre 1978 e 1982, cerca de 8000

11 Ofício n. 58/87, datado de 11 de junho de 1987, da Diretoria do OV para a Reitoria da UFRJ (UFRJ/OV/Biblioteca). 23 Curso aprovado em 27 de maio de 1981 – CEPG – Curso de Mestrado em Astrometria.

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posições e mais de 50 descobertas de asteróides, entre eles, o de número 270713 que

recebeu o nome da UFRJ e o de número 2.543, que em junho de 1980 que recebeu o

nome de Luiz Eduardo da Silva Machado, então Diretor do Observatório. (MACHADO,

[1984a], p.3)

O uso desse conjunto de equipamentos gerou uma lista razoável de trabalhos publicados

em periódicos nacionais e internacionais, apresentações em seminários e congressos

nacionais e internacionais. Esses resultados foram obtidos nos projetos de ensino e

pesquisa em Astrometria, realizados tanto pelos alunos, professores e pesquisadores do

OV, quanto pelos pesquisadores das instituições citadas.14. (Figura 6)

Novo status

Esse conjunto de equipamentos foi utilizado até o inicio da década de 1990, quando as

pesquisas que os envolviam deixaram de ser realizadas. Sem uma nova atribuição,

perderam a sua função de uso ficando esquecidos em alguma sala no Observatório.

13 Ueferji (asteróide 2707) é um asteróide da cintura principal com um diâmetro de 26,47 quilómetros, a 2,7564628 UA. Possui uma excentricidade de 0,1340023 e um período orbital de 2 074,17 dias (5,68 anos). Ueferji tem uma velocidade orbital média de 16,69456321 km/s e uma inclinação de 2,68066º. Este asteróide foi descoberto em 28 de Agosto de 1981 por Henri Debehogne. Seu nome é uma homenagem a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/2707_Ueferji. Acesso: 021 de Fev. 2011. 14 Ofício n. 26/76, datado de 2 fevereiro de 1976, da Diretoria do OV para o Sub reitor de desenvolvimento da UFRJ (UFRJ/OV/Biblioteca).

Figura 6 - Documentos referentes ao uso dos equipamentos adquiridos pelo Acordo MEC/Leste Europeu no ensino e na pesquisa de astrometria

no Observatório do Valongo. (envelopes e livro com registro das observações e placa astrográfica)

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No final da década de 1990, a preocupação com a preservação dos elementos referentes

à memória institucional despertou o interesse para a recuperação dos artefatos que

representavam o passado do Observatório.

Assim, em 1996, tal como afirma Boechat-Roberty (2003), foi desenvolvido o projeto

Preservação da memória astronômica do Observatório do valongo que, entre 1997 e 2007,

recuperou instrumentos e cúpulas, além de preparar espaços para a exposição dos

instrumentos restaurados. Entre eles, inclui-se o conjunto utilizado nas pesquisas de

astrometria e os demais adquiridos pelo acordo MEC/leste europeu.

Em 2008, foi firmado um convênio com o Museu de Astronomia e Ciências Afins - Mast,

para a recuperação, identificação, documentação e organização dos objetos para

exposição.

Dessas iniciativas resultou a formação da Coleção de Instrumentos Científicos do

Observatório do Valongo, que inclui os equipamentos adquiridos pelo Acordo MEC/Leste

Europeu, agora não mais como objetos em sua função original, mas com o status de

elemento histórico, representante da memória institucional, do patrimônio universitário e da

ciência e tecnologia do Brasil.

Considerações Finais

Através do conhecimento, ainda parcial, dos processos que levaram à aquisição e uso

desse conjunto de equipamentos no ensino e na pesquisa de astrometria realizados no

Observatório do Valongo, foi possível perceber a necessidade de reflexão sobre a sua

importância, que é reivindicada não só devido aos contextos pelos quais eles passaram

ou pelo que produziram, ou mesmo pela trajetória que traçaram desde sua fabricação.

Mas, também, pelo contexto anterior à sua aquisição nas universidades brasileiras,

período importante no ensino e na pesquisa no Brasil. Adquiridos dentro dos critérios da

reforma universitária buscaram cumprir o objetivo de expandir e desenvolver o ensino

superior brasileiro.

Assim, não é só o seu uso, a sua produção acadêmica e científica que se destacam,

mas, também, a sua importância como representantes de um período marcado pela

intenção de desenvolver uma nova Universidade, que buscava se inserir na atualidade,

na exigência do uso da tecnologia no desenvolvimento do ensino e da pesquisa, no

desenvolvimento científico e tecnológico brasileiro, transformando este conjunto, assim

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como os demais adquiridos pelo Acordo MEC/Leste Europeu, em legítimos componentes

do Patrimônio de C&T Brasileiro.

Essa característica desse conjunto de artefatos, vem consolidar a idéia de musealizar os

objetos da Coleção do Observatório do Valongo (OV), através mesmo da formalização de

um museu no âmbito universitário ligado ao OV, que possa de forma mais eficaz

preservar esse conjunto (imóvel e móvel) e disponibilizá-lo para a sociedade em geral.

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