a sociedade de consumo e a questão ambiental · perante tantas catástrofes ambientais que atingem...
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A Sociedade de Consumo e a Questão Ambiental
Renata Fernandes da Silva
Renata Fernandes da Silva1
Aécio Rodrigues de Melo2
Resumo:
Este artigo visa apresentar os resultados obtidos com o Projeto “A Sociedade de Consumo e a Questão Ambiental”, desenvolvido no PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional, turma 2008. Tendo como objetivo refletir sobre a sociedade de consumo, que tem levado a inúmeros problemas de ordem ambiental, em especial o lixo sólido resultado de nosso consumo diário e o destino dado ao mesmo. Sendo assim, a prática deste presente projeto foi desenvolvida junto aos alunos do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Maria Dalila Pinto, em Santo Antônio da Platina – PR. Através de pesquisas bibliográficas, questionários, entrevistas, debates, trabalho de campo e divulgação dos resultados junto aos demais alunos do colégio, foi possível analisar atitudes do cotidiano que levam a produção demasiada de lixo e, verificando qual é o destino dado ao mesmo neste município. Desta forma, foram realizados debates para discutir, de forma crítica, o que seria possível fazer para amenizar esse que é um grande problema ambiental urbano. Portanto, questões como redução do consumo, reaproveitamento e reciclagem foram os temas de discussão, sempre tendo como intuito, buscar um estilo de vida mais saudável, voltado às questões ambientais e menos direcionado ao consumismo. Enfim, este trabalho foi elaborado para auxiliar em uma educação mais dinâmica, voltado para a cidadania ambiental, isto é, os conteúdos teóricos aplicados no dia a dia dos educandos, visam proporcionar uma educação de qualidade, buscam a conscientização ambiental e uma relação em equilíbrio com a natureza.
Palavras - chave: sociedade, consumismo, natureza, lixo, impactos ambientais.
1 Professora de Geografia do Colégio Estadual Maria Dalila Pinto Ensino Fundamental e Médio - Professora PDE 2008. Graduada em História pela Faculdade Estadual de Filosofia Ciências e Letras de Jacarezinho (FAFIJA) e Geografia pelas Faculdades Integradas de Ourinhos; Pós Graduada em História e Geografia pela FAFIJA.E-mail: [email protected] orientado pelo Professor Aécio Rodrigues de Melo do Departamento de Geografia da UENP – Universidade Estadual do Norte do Paraná – Campus de Cornélio Procópio.
Abstract:
This article aims to present the outcomes obtained from the Consumerism Society and the Environmental Issue, developed in the PDE- Educational Development Program, 2008 class. Aiming to reflect on the consumerism society, which has led to various environmental problems, especially the solid waste resulting from our daily consumerism and its destination. Thus, the practice of this current project has been developed along with the 2nd grade students from the Colégio Estadual Maria Dalila Pinto High School, in Santo Antônio da Platina- PR. Through bibliographical research, questionnaires, interviews, debates, fieldwork and disclosure of the results to the other students of the school, it was possible to analyze everyday attitudes which lead to over production of waste and verifying its destination in this community. Therefore, debates were held in order to discuss, in a critical way, what could be done to ease this major urban environmental issue. So, issues such as the reduction of consumerism, reuse and recycling were the themes of the discussions, always having as a target, seeking a healthier lifestyle, focused on environmental issues and less led to consumerism. At last, this assignment has been carried out to help in a more dynamic process, stressing the environmental citizenship, that means, the theoretical contents applied in the students’ routine aim to provide a qualitative education, seek the environmental awareness and a balanced relationship with the nature.
Key- words: society, consumerism, nature, waste, environmental impacts
1- Introdução
A temática deste projeto centrou-se na preocupação com os hábitos de consumo
e de como estes têm sido causa de uma série de problemas ambientais, como é o caso
dos resíduos sólidos urbanos e o destino dado aos mesmos, em especial no município
de Santo Antônio da Platina, PR. Afinal, o consumismo, item indispensável no mundo
capitalista tem provocado impactos ambientais graves, como é o caso da produção
demasiada de lixo. A sociedade precisa se envolver nesta causa, buscando novas
alternativas e atitudes que poupem e conservem a natureza.
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Perante tantas catástrofes ambientais que atingem o espaço geográfico, os seres
humanos estão mais preocupados com o futuro do meio ambiente, em um planeta onde
a sociedade é movida pela busca desenfreada, de lucro, gerando resíduos em
quantidade nunca antes vista, poluindo o espaço e colocando em risco a vida na Terra.
Se no passado os recursos naturais eram vistos como infinitos e sua exploração era
sinônimo de progresso, hoje sabemos ser impossível pensar em progresso se não
cuidarmos dos recursos naturais. É importante destacar que o planeta não possui
capacidade de sustentação e renovação suficientes para enfrentar tamanha exploração
de seus recursos.
No contexto a Educação tem papel fundamental e o espaço geográfico, objeto
de estudo da Geografia, vem sendo alvo intenso de todo tipo de poluição. Este é o
caso dos resíduos sólidos urbanos, depositados na maioria das vezes sem qualquer
cuidado, na periferia das cidades, contaminando o ambiente.
Portanto, há a necessidade de que todos se envolvam nas causas ambientais. A
motivação e a mobilização são essenciais para que o ser humano volte seus olhos para
a natureza e perceba que são uma coisa só e que a sobrevivência de um depende do
outro. Este projeto foi desenvolvido junto aos alunos do 2º ano do Ensino Médio,
período matutino, do Colégio Estadual Maria Dalila Pinto, no município de Santo
Antônio da Platina.
Consistiu na discussão sobre o ato de consumir e suas consequências ao meio
ambiente, enfocando questões presentes em nosso dia a dia e de nossos familiares,
especialmente sobre a questão do lixo e o destino dado a ele neste município.
Pretendeu-se que os alunos percebessem que os resíduos do consumo desta cidade
são depositados em locais de seu entorno, e que o fato de ser retirado das “vistas” não
quer dizer que o problema foi solucionado. Assim, foi importante verificar o quanto o lixo
polui e altera a paisagem, modificando-a, alterando o ciclo natural do solo, dos lençóis
freáticos, e com isso colocando em risco a saúde da população.
Desta maneira, este trabalho partiu de estudos e reflexões que tiveram por
base as seguintes questões:
Em que medida a sociedade de consumo pode ser responsabilizada pela
aceleração dos impactos ambientais e da produção demasiada de lixo?
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Quais a melhores estratégias nas aulas de Geografia para modificar a postura
dos jovens em relação aos hábitos de consumo e sua relação com a natureza?
Até que ponto a reciclagem pode ser considerada alternativa para a redução da
proporção do lixo gerado atualmente pela população?
Qual é o destino do lixo urbano no município de Santo Antônio da Platina?
1.2- Fundamentação Teórica
O sistema capitalista que domina e controla as nações estimula o consumismo e
com as propagandas quer levar a população a acreditar que quanto mais bens
acumular mais feliz será. E a natureza onde fica? Será que o ser humano se lembra
que faz parte do mundo natural? LAYRARGUES atesta que:
Hoje, mesmo que um determinado produto ainda esteja dentro do prazo da sua vida útil, do ponto de vista funcional, simbolicamente já está ultrapassado. A moda e a propaganda provocam um verdadeiro desvio da função primária dos produtos. Ocorre que a obsolescência planejada e a descartabilidade são hoje elementos vitais para o modo de produção capitalista, por isso encontram-se presentes tanto no plano material como no simbólico.(LAYRARGUES, 2005, p. 184).
É fundamental uma revisão dos hábitos de consumo, pois estes estão
relacionados diretamente com o equilíbrio ambiental e deste depende a qualidade de
vida na Terra. Para isso se faz necessário enfrentar o sistema econômico que rege o
mundo, o sistema capitalista, movido pela busca do lucro imediato e que pouco
considera as questões ambientais.
É importante frisar que, no decorrer do desenvolvimento deste projeto procurou-
se buscar uma maior aproximação entre sociedade e natureza, valorizando – as e
destacando que o homem também é “natureza” e dela faz parte.
Além do que, este Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola esteve
alicerçado nas Diretrizes Curriculares de Geografia para os anos finais do Ensino
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Fundamental e para o Ensino Médio (DCEs), a qual propõe “um trabalho conjunto que
vise superar a dicotomia entre Geografia Física e Humana, parte do construto histórico
com o qual os professores de Geografia convivem pedagogicamente e teoricamente há
muito tempo”. (SEED, 2008, p. 16).
Destaca-se ainda, que a estrutura deste Projeto de Intervenção Pedagógica na
Escola, desenvolvido com os alunos do 2º Ensino Médio do Colégio Estadual Maria
Dalila Pinto, esteve em concordância com os conteúdos estruturantes para o ensino da
Geografia, que são: Dimensão Econômica do Espaço Geográfico, Dimensão Política do
Espaço Geográfico, Dimensão Socioambiental do Espaço Geográfico e Dimensão
Demográfica e Cultural do Espaço Geográfico. Destacou-se o conteúdo estruturante
“Dimensão Socioambiental”, entretanto houve uma articulação permanente entre este
referido conteúdo e os demais estruturantes, pois na “realidade socioespacial eles não
se separam” (SEED, 2008, p. 35).
Cabe acrescentar que a dimensão socioambiental do espaço geográfico “permite
uma abordagem complexa do temário geográfico, porque não se restringe aos estudos
da flora e da fauna, mas à interdependência das relações entre sociedade, elementos
naturais, aspectos econômicos, sociais e culturais”. (SEED, 2008, p. 38).
Além disso, o centro de nossas discussões foi o espaço geográfico, objeto de
estudo da Geografia, criado pela sociedade, modificado por ela e fruto da complexa
relação natural, social, cultural, política e econômica vigente. Nossos jovens precisam
participar, envolver-se e buscar uma nova relação com a natureza e com o espaço em
que vivem. Segundo CAVALCANTI:
A finalidade de ensinar Geografia para crianças e jovens deve ser justamente a de os ajudar a formar raciocínios e concepções mais articulados e aprofundados a respeito do espaço. Trata-se de possibilitar aos alunos a prática de pensar os fatos e acontecimentos enquanto constituídos de múltiplos determinantes; de pensar os fatos e acontecimentos mediante várias explicações, dependendo da conjugação desses determinantes, entre os quais se encontra o espacial. A participação de crianças e jovens na vida adulta, seja no trabalho, no bairro em que moram , no lazer, nos espaços de prática política explícita, certamente será de melhor qualidade se estes conseguirem pensar sobre seu espaço de forma mais abrangente e crítica. (CAVALCANTI, 2005, p.24).
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Trazer para a sala de aula esta discussão foi e continua sendo de vital
importância para se refletir e buscar novas atitudes que contribuam para se rever à
relação entre o homem e a natureza. Assim, nas palavras de GONÇALVES, 2005, p.9
“O homem é a natureza que toma consciência de si própria e esta é uma descoberta
verdadeiramente revolucionária numa sociedade que disso se esqueceu ao se colocar
o projeto de dominação da natureza”. Portanto, na busca por um novo diálogo com o
meio ambiente a educação é caminho indispensável, e é através dela que formamos
cidadãos conscientes e críticos de seu papel em sociedade. A educação é ferramenta
fundamental na construção de uma consciência ambiental mais atuante e que vise um
futuro em condições de vida plena com uma natureza em harmonia. Assim, conforme
argumenta GONÇALVES:
A complexidade da questão ambiental decorre do fato de ela se inscrever na interface da sociedade com o seu outro, a natureza. A dificuldade em lidar com ela, nos marcos do pensamento herdado, é evidente: no mundo ocidental, natureza e sociedade são termos que se excluem. As ciências da natureza e as do homem vivem dois mundos à parte e, pior sem comunicação. Não há como tratar a questão ambiental nesses marcos”. (GONÇALVES, 2005, p. 140).
A escola é o espaço em que os jovens passam boa parte de seu tempo e sua
função não está ligada apenas ao conteúdo formal, mas sim contribuir para a vida,
através de reflexões e ações voltadas a para melhoria da qualidade de vida. Foi
pensando assim, que este trabalho esteve voltado para a busca de caminhos e
estratégias direcionadas a melhorar o ambiente em que vivemos. Desta forma, para
atingir os objetivos propostos, indagações foram feitas visando refletir sobre a
problemática do consumismo, desperdício, reaproveitamento, coleta seletiva,
reciclagem, produção de resíduos, destino do lixo e redução do consumo. Nas palavras
de Penteado.
Onde promover a conjugação destes dois aspectos: compreensão das questões ambientais enquanto questões sócio-políticas, por intermédio da análise das Ciências Sociais e a formação de uma consciência ambiental? A escola é, sem sombra de dúvida, o local ideal para se promover este processo. As disciplinas escolares são os recursos didáticos através dos quais os conhecimentos científicos de que a sociedade já dispõe são colocados ao alcance dos alunos. As aulas são o
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espaço ideal de trabalho com os conhecimentos e onde se desencadeiam experiências e vivências formadoras de consciências mais vigorosas porque alimentadas no saber. (PENTEADO, 2007,p. 16).
Assim, as referências para o desenvolvimento deste projeto, foram os espaços
mais próximos, como a escola, o bairro e a cidade, lugares de convívio de todos e
fundamentais para refletir sobre o que pode ser feito para melhorar o espaço e buscar
mais qualidade de vida. Muitos jovens não param para refletir a respeito da
necessidade de preservar o meio ambiente e o espaço em que vivem, isto não é
diferente no Colégio Estadual Maria Dalila Pinto onde foi colocado em prática o
presente projeto, com os alunos do 2º ano do Ensino Médio. Deve-se salientar também,
que a divulgação de projetos ambientais é fundamental para seu sucesso. É importante
levar para as famílias, amigos e comunidade em geral, reflexões que promovam maior
cuidado e responsabilidade com o meio ambiente. Só assim, conseguiremos
multiplicadores da causa ambiental e colheremos resultados positivos. Ou seja,
estaremos conseguindo um maior número de pessoas dispostas a adotar práticas que
colaborem com a preservação da natureza.
A sociedade tem conhecimento de que o lixo produzido nas cidades tem crescido
em proporções alarmantes gerando grande quantidade de resíduos, e o destino dado a
estes na maioria das vezes são em lixões a céu aberto na periferia das cidades,
causando inúmeros problemas de ordem ambiental. É de vital importância uma reflexão
sobre essa questão, como destaca RIBEIRO:
Um dos mais graves problemas que assola as grandes metrópoles é o destino final dos resíduos sólidos urbanos. Não existe mais espaço para depositar lixo, que muitas vezes é simplesmente jogado em um terreno sem o menor cuidado. Nestas situações é comum que o chorume, um denso e viscoso líquido que se forma pela decomposição dos resíduos orgânicos, penetre no solo chegando aos reservatórios de água subterrânea poluindo - a. Para se ter uma idéia da capacidade de poluição dessa substância, para diluir cada litro de chorume é preciso vinte litros de água. (RIBEIRO, 2003, p. 411).
Mas o que fazer para reduzir a quantidade de lixo produzido? Será que apenas
reutilizar e reciclar são suficientes? E qual a importância da redução do consumo?
Estes questionamentos foram essenciais no desenvolvimento deste projeto. Como
analisa RODRIGUES:
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O agravamento (ou conhecimento) da problemática ambiental, relacionado à ausência de espaços para o depósito de lixo e a durabilidade dos materiais da sociedade do descartável, acabou incorporando-o às preocupações quotidianas. O “monstro”, no caso do lixo, ficou mais “perto”, tornado-se uma necessidade encontrar soluções para seu acúmulo. Tornou-se necessidade pensar em formas de “acabar” com o lixo mediante incineração, reaproveitamento ou reciclagem.(RODRIGUES, 1998, p. 138).
Portanto, pretendeu-se fazer com que os alunos se situassem no espaço em que
vivem, conhecendo-o, adquirindo gosto por ele e assim tornando-se críticos buscando
valorizar e preservar o lugar em que vivem. Em especial, no caso da produção de
resíduos sólidos o que fazer para reduzi-lo, este que é um problema não somente das
grandes metrópoles, mas de todas as cidades? A reciclagem é essencial, mas não
basta reciclar, é preciso muito mais, LAYRARGUES ressalta que:
A reciclagem pode ser o traço de união entre produção e consumo, mas é também a alienação do consumismo como fator de degradação ambiental e engrenagem dos mecanismos sociais de acumulação de capital e concentração de renda. O ato de reciclar, atualmente, ainda significa muito pouco em relação à melhoria ambiental, mas isso não quer dizer que a idéia da reciclagem deva ser abandonada; ao contrário, essa constatação evidencia o tamanho do desafio que há pela frente. Enfim, essas considerações também nos permitem enfatizar que o enfrentamento da questão do lixo requer medidas tanto técnicas como políticas, estas últimas essenciais para acelerar o ritmo do metabolismo industrial e para evitar a continuidade da exploração do trabalho pelo capital. (LAYRARGUES, 2005, p. 208 -209).
Sabemos que existe uma preocupação ambiental em nossa sociedade, pois, nos
últimos anos as diversas mídias, os órgãos governamentais, ONGs, a escola, enfim,
todos têm deixado claro a grave crise ambiental que nos afeta. Entretanto, no dia a dia,
muitas vezes, os hábitos ambientais saudáveis ficam em segundo plano. Desta forma, o
objetivo deste projeto foi despertar nos jovens um interesse maior pelas causas da
natureza, refletir sobre o consumo e de como as atitudes contribuem para tornar o
ambiente mais equilibrado, a começar pelo espaço da escola. Assim, nas palavras de
Penteado:
Uma coisa é ler sobre o meu meio ambiente e ficar informado sobre ele, outra coisa é observar diretamente o meu meio ambiente, entrar em
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contato direto com os diferentes grupos sociais que o compõem, observar como as relações sociais permeiam o meio ambiente e o exploram, coletar junto às pessoas informações sobre as relações quem matêm com o meio ambiente em que vivem, enfim, apreender como a sociedade lida com ele. Agir assim é experimentar comportamentos sociais em relação ao meu meio ambiente que permitem constatar suas características e as reações dele à nossa atuação. Sabemos que “aprende-se a participar, participando”. ( PENTEADO, 2007, p. 53).
Nas aulas de Geografia a Educação Ambiental tem um papel fundamental frente
as discussões sobre os impactos ambientais causados pelo homem, ser pensante e
racional, mas que muitas vezes ao buscar conforto e riquezas materiais acaba por
afetar o meio em que vive. A busca por um convívio mais limpo com o ambiente se faz
urgente, e conseguir uma participação mais efetiva da população é de vital importância
para garantir às próximas gerações um planeta Terra que propicie condições
adequadas de vida.
Como educadora, assumindo uma postura de responsabilidade com relação à
natureza e à sociedade, justifica-se a escolha do presente projeto, que discutiu uma
questão extremamente atual e urgente, que afeta toda as pessoas preocupadas com
um meio ambiente limpo e adequado à vida humana. Sendo a Educação um dos
caminhos mais viáveis para esta prática que precisa ser pensada, frente aos impactos
ambientais visíveis e anunciados pela ciência.
2 - Implementação do Projeto
O presente projeto foi apresentado aos alunos do 2º Ensino Médio, momento
este de grande importância, onde através da leitura do mesmo, foi possível discutir a
temática do consumismo, sua relação com a questão ambiental, os objetivos e ações
propostas por este trabalho. Desta forma, deu-se início a implementação deste, com
muita disposição para a melhoria da qualidade de vida, a busca por uma relação mais
harmoniosa entre sociedade e natureza e assim, conquistar a melhoria das condições
de vida no espaço em que se vive. A questão ambiental é um tema de grande
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importância para todos, é essencial que seja feito um trabalho em prol de um ambiente
mais saudável e com mais qualidade de vida.
Com o objetivo de conhecer um pouco mais sobre o que pensam os jovens
educandos sobre as questões de ordem ambiental e sobre o tema a ser trabalhado,
foram aplicados dois questionários. De acordo com os dados levantados foi possível
planejar e direcionar com mais propriedade as ações do projeto. É necessário que o
professor PDE tenha os dados qualitativos e quantitativos, referentes aos hábitos de
consumo, produção, coleta e destino final dos resíduos sólidos. Bem como das práticas
cotidianas dos alunos em relação à questão do lixo, seu destino e das relações
sociedade e natureza,
O primeiro questionário foi direcionado ao público alvo do projeto, os alunos do 2º
ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Maria Dalila, período matutino, onde 27
alunos com idades entre 15 e 18 anos participaram respondendo as questões
propostas. Após a aplicação do mesmo, foi possível analisar os dados, e muitos pontos
causaram preocupação, um exemplo disso foi que 77,8%, infelizmente, não sabiam o
lugar de destino do lixo no município. Percebeu-se que, a preocupação com os
resíduos na maioria das pessoas termina quando elas armazenam o lixo em um
recipiente e o deixam para o caminhão da coleta recolher, não se preocupando em
saber para onde ele vai.
Outra questão que chamou a atenção foi: “Quem faz a separação do material
reciclável em sua casa?” Ao responder esta questão, 11,2% disseram que toda a
família realiza este trabalho, 66,6% citaram mãe, pai e avós e 22,2% disseram
ninguém. Notou-se que os jovens precisam participar mais ativamente das questões
ambientais, precisam buscar uma mudança de hábitos com relação ao ambiente que os
rodeia.
Também deve –se destacar o fato de que a natureza para os jovens educandos
do 2º ano do Ensino Médio é composta por uma paisagem linda, com florestas,
campos, ou seja, uma visão romântica, onde o ser humano não é parte integrante.
Como podemos confirmar em suas respostas ao questionamento: “O que é natureza
para você?”
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-É vida.-Natureza para mim é a vegetação, bichos, etc.-Para mim natureza é uma coisa muito importante. Mas tenho que me dedicar para a melhoria da natureza.-Natureza é vida.-Florestas limpas e campos.-Florestas.-É o ar que nós respiramos, são os animais, é o mundo.-A natureza, perfeita em suas leis, desequilibra-se com as ações impensadas de seres humanos negligentes.-Tudo, pois sem ela ninguém existiria no mundo, pois ela é bela e tem encantos tão lindos, é a nossa sobrevivência e dos animais e será a sobrevivência para tantas crianças que um dia vão nascer.-Pulmão do mundo, coisas lindas da vida.-Florestas.-Árvores, vento, um bom lugar para viver com muita limpeza.-É tudo que tem e que dá vida.-Amor, pássaros, água.-Natureza para mim é tudo, é vida porque sem ela não vivemos.-Uma qualidade na nossa vida, muito bonita.-Não vivemos sem ela tenho certeza, mas acho que as pessoas poderiam fazer melhor por ela.-O pulmão do mundo, as coisas lindas da vida, um lugar calmo e importante.-Algo que precisamos preservar-É um lugar cheio de árvores, flores, plantas, etc.-É um lugar maravilhoso para viver, sem poluição, sem violência, sem desmatamento.-Rios, florestas, todo o meio ambiente.-Natureza é a preservação de rios, mares, florestas e a consciência de todos para não sujar.-É uma coisa boa, só que eu acho que as pessoas deveriam cuidar mais dela.-Natureza para mim é muito importante.-É vida, é tudo.
Foi possível comprovar a grande necessidade da aproximação entre sociedade e
natureza. Percebeu-se que, quase sempre, esta relação está distante do cotidiano das
pessoas. Sabe-se que, elas lembram que a água que tomam faz parte da natureza, que
o ar que respiram é natureza, que os objetos que consomem tiveram sua matéria –
prima retirada da natureza, mas no seu cotidiano não dão o valor necessário aos bens
naturais. Constantemente desperdiçam água, poluem o ar, compram objetos
supérfluos, e assim, dilapidando cada dia mais os recursos naturais. Não se lembram
que os resíduos que produzem vão quase sempre poluir o espaço e principalmente, de
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que elas também fazem parte da natureza e esta relação é de vital importância para a
vida na Terra. As pessoas pensam que a natureza está aí apenas para servir.
Verificou-se também que 96% dos jovens não têm o hábito de levar sua própria
sacola quando vão às compras, 68% nunca utilizaram papel reciclado, e 57,7 % não
têm o hábito de reivindicar providências por parte do poder público no que se refere aos
problemas ambientais.
Ressalta-se também que, quando questionados sobre qual dos 3Rs
consideravam mais importantes, 63% responderam “reciclar”, portanto, foi possível
perceber que a cultura que impera em grande parte da sociedade é a de que reciclando
já é suficiente, quando na verdade a redução do consumo é que tem mais peso e gera
mais resultados.
Outra questão que merece ser destacada é a de que quando indagados sobre a
responsabilidade para com o meio ambiente em que vivem, 48% dos jovens do 2º ano
do Ensino Médio do Colégio Estadual Maria Dalila responderam que sim, 34% às vezes
e 18% disseram que não se sentem responsáveis por ele. Os que responderam sim
justificaram da seguinte forma:
-Pois nós que fazemos o mundo em que vivemos.-Porque todos vivemos aqui na Terra.-A maioria das coisas acontece por causa de nós mesmos.-Minhas ações, hoje, vão refletir no futuro e nas próximas gerações.-Porque se começar por mim é mais fácil, eu quero viver bem.-Mas nunca faço o que é certo.-Porque eu quero viver bem e se pelo menos eu começar vai ser menos uma árvore cortada e menos lixo no chão.-O que a gente planta hoje nossos filhos vão colher.-Porque depende de todos nós para preservar o meio ambiente.-Porque eu sou uma cidadã e tenho que procurar melhorar mais a limpeza da minha cidade.-Porque eu procuro sempre fazer as coisas da maneira certa.-Porque eu procuro preservar meu ambiente.
Um segundo questionário foi aplicado aleatoriamente em todas as classes do
Colégio Estadual Maria Dalila (diurno e noturno), com 46 alunos, com idades entre 11 e
40 anos, composto por 10 questões objetivas visando conhecer mais algumas práticas
e hábitos socioambientais como coleta seletiva, reciclagem e relação com meio
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ambiente em que vivem. Novamente foi possível comprovar a falta de informação
sobre o destino do lixo no município e perceber que a sociedade tem consciência de
que precisa colaborar com o equilíbrio do meio ambiente, pois sociedade e meio
ambiente são inseparáveis, mas na prática a questão ambiental acaba ficando em
segundo plano.
Além disso, como o tema é interdisciplinar, foi feito um paralelo com as demais
áreas do ensino, como a Biologia, relacionando produção de lixo, seu destino e a saúde
humana. Assim, foi possível perceber, através das respostas ao questionário, que
muitos sabem que lixo e doenças estão muito próximos e que para ter qualidade de
vida é preciso viver em um ambiente limpo. A questão da Dengue foi citada no
questionário, pois é uma doença extremamente preocupante e muito tem a ver com
entulhos jogados, sem nenhum cuidado, em terrenos baldios da periferia das cidades.
Afinal, a falta de cuidados com o destino do lixo está diretamente ligada a proliferação
de insetos causadores de uma série de doenças, como é o caso da dengue, onde os
mosquitos muitas vezes se reproduzem em recipientes como pneus, garrafas plásticas
entre outros objetos depositados em terrenos baldios, ocorrendo sérias epidemias em
vários municípios, como o de Santo Antônio da Platina.
Dando sequência aos trabalhos, através de observações e conversas informais
com os funcionários da limpeza, professores, direção e com os alunos do colégio
verificou-se que já era feita a separação do lixo destinado a reciclagem. Entretanto,
sempre se faz necessário parar para refletir no que pode ser feito para melhorar, e
verificou-se que havia a necessidade urgente de maior colaboração por parte dos
alunos para manter os ambientes limpos e colaborar com a separação dos resíduos.
Como já era previsto no projeto, foram providenciados mais latões de lixo com
frases e informações educativas sobre a reciclagem, a importância da redução do
consumo e de buscar ações que colaborem com a questão ambiental.Todas as salas
receberam um novo “lixinho”, e no refeitório dois latões, um para “orgânicos” e outro
para “recicláveis” e mais dois latões para recicláveis nos corredores. A decisão por
separar em orgânicos e recicláveis foi devido a facilitar a separação dos resíduos, pois
os destinados à reciclagem serão novamente selecionados quando chegarem ao local
de destino. Com o auxílio dos alunos do 2º Ensino Médio passou-se de sala em sala,
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divulgando o projeto, explicando a importância do mesmo e pedindo a participação de
todos. Pois cuidar do meio ambiente é um trabalho que necessita da participação de
todos e traz inúmeros benefícios, contribuindo para um ambiente mais saudável e
cidadãos mais conscientes da preservação do espaço e da importância do cuidado com
a natureza e seus recursos.
É Importante frisar que este projeto contou com a colaboração da chefia do
Departamento do Meio Ambiente e da Presidente do Conselho Municipal do Meio
Ambiente de Santo Antônio da Platina, fornecendo mais informações sobre a coleta e
destino do lixo no município e sempre disponíveis quando solicitadas. O meio ambiente
é responsabilidade de todos, e em seu benefício é preciso criar uma rede, onde todos
se envolvam e percebam que para termos um ambiente mais saudável faz-se
necessário um entrelaçamento de forças com o objetivo de melhorar o espaço onde
vivemos. Desta rede devem fazer parte as famílias, a escola, os órgãos públicos, enfim
toda a comunidade, pois através desta parceria é possível colher frutos que visem um
ambiente saudável.
Nesse sentido, o Departamento do Meio Ambiente, fez um convite para
participarmos de um evento anual neste município, a EFAPI (Exposição Feira
Agropecuária do Norte Pioneiro) que no ano de 2009 preparou uma exposição intitulada
“Meio Ambiente Responsabilidade de Todos”. Com a colaboração dos colegas de Artes
e dos alunos do Colégio Estadual Maria Dalila, foram confeccionados cartazes com os
dados levantados pelos questionários e suas respectivas mensagens de incentivo e
reflexão com as causas da natureza. Na ocasião da EFAPI, realizada no final do mês
de março os cartazes foram expostos no Pavilhão do Meio Ambiente. Assim, através de
parcerias, da união de todos, metas vão sendo alcançadas onde o objetivo final é a
maior conscientização ambiental e atitudes saudáveis para com o espaço em que se
vive.
Considerou-se fundamental trazer para este debate, pessoas de nosso município
que se voltam à luta pelas causas do meio ambiente, como o representante da ONG
COPADESC: Consórcio para Proteção e Desenvolvimento Sustentável e Sociocultural
da Bacia Hidrográfica do Rio das Cinzas. Organizou-se sua visita para uma conversa
informal com os alunos do 2º ano do Ensino Médio, onde estes puderam conhecer o
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trabalho da ONG e tiveram disponível um espaço para perguntas, sendo possível
conhecer os projetos que são desenvolvidos pela mesma, os objetivos de uma ONG e
sua importância para a sociedade e para o meio ambiente.
Novamente foi possível contar com a participação da chefia do Departamento do
Meio Ambiente do município de Santo Antônio da Platina, a senhora Eliane Simões,
juntamente com a Presidente do Conselho Municipal do Meio Ambiente deste
município, a professora Maria das Graças. Estas compareceram gentilmente no Colégio
Estadual Maria Dalila Pinto, dialogando com os jovens alunos sobre o processo de
recolhimento e destino final do lixo nesta cidade, detalhando os programas voltados
para as questões ambientais desenvolvidos pela prefeitura. Os alunos do 2º Ano do
Ensino Médio puderam então aprofundar seus conhecimentos a respeito desta questão
tão grave nas cidades brasileiras, que é o destino final dos resíduos urbanos.
Outro momento valioso foi visitar a Pastoral da Promoção Humana, entidade
fundada pela Igreja Católica deste município. Esta trabalha com a reciclagem de
resíduos sólidos e com a reciclagem do óleo de cozinha, através de uma parceria com
o Programa da SETI, Universidade sem Fronteiras, atuando nesta cidade com a
transformação do óleo de cozinha em sabão de excelente qualidade.
Nesta visita, o responsável pela Pastoral nos acompanhou por todos os setores e
permitiu aos jovens alunos verem de perto como é o funcionamento dos trabalhos
desde a coleta até a separação do lixo que não é lixo. Depois tomaram ciência sobre o
destino que é dado ao lixo e inclusive conversaram com os funcionários (catadores) que
trabalham na instituição, e desta forma souberam mais sobre como é a vida das
pessoas ligadas ao trabalho da reciclagem.
Perceberam também a importância desta atividade para a comunidade, a qual
gera empregos e renda para muitas famílias, além dos recursos obtidos destinados a
trabalhos sociais voltados totalmente em benefício da comunidade. Além disso, a
importância desta atividade para a conservação dos recursos naturais é inegável, pois a
quantidade de material possível de ser reciclado e reaproveitado que é recolhida por
esta entidade é imensa contribuindo para a diminuição da extração de novos recursos
da natureza.
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É importante lembrar que o trabalho de conscientização deve ser constante e
que um consumo mais saudável e até mesmo a redução deste são imprescindíveis
para o futuro da vida na Terra.
A parte culminante deste trabalho foi visitar o Aterro Sanitário de Santo Antônio
da Platina. Atividade esta que envolveu toda uma preparação anterior, como entrar em
contato com o responsável pelo aterro sanitário e com a chefia do Departamento do
Meio Ambiente deste município, a qual enviamos um ofício solicitando autorização para
a visita. Também encaminhamos um pedido de autorização para que os alunos
levassem a seus pais, e os mesmos tivessem ciência e autorizassem seus filhos a
participarem da visita. Ao chegar ao local, fomos recepcionados pelo funcionário
responsável pelo aterro que nos atendeu prontamente e nos forneceu muitas
informações sobre o funcionamento do mesmo. Percorremos toda a área, e assim foi
possível vivenciar na prática todo um trabalho teórico feito em classe, onde os jovens
alunos fizeram muitos questionamentos e perceberam como o problema do lixo é grave
e o quanto precisa ser feito para amenizar os prejuízos causados pela produção
demasiada de resíduos.
Nesta etapa, os alunos puderam então, reconhecer o local de destino final do lixo
de Santo Antônio da Platina e assim verificar a importância da separação destes
resíduos, pois através da coleta seletiva, os objetos são mais facilmente recicláveis,
como: lata, vidro, plástico, etc; que além de aumentar a vida útil dos lixões ou aterros
sanitários, estes “descartes” poderão gerar emprego e renda. Enfim, este trabalho de
campo foi muito valioso, pois um dos pontos que mais contribuíram para a verdadeira
aprendizagem e sensibilização dos jovens alunos foi poder “ver” onde realmente se
deposita o lixo de seu município.
A visita ao aterro sanitário municipal foi fundamental para a percepção da
reutilização dos produtos descartados, os quais tornam-se matérias-primas para outros
produtos, gerando empregos e produzindo renda para muitas famílias. A visita ao aterro
foi essencial para a visualização do local onde os resíduos, sobretudo orgânicos, são
depositados, e as consequências advindas desta disposição final.
Por fim, mais uma atividade foi elaborada para divulgar os cuidados com a
natureza, através de um Teatro de Fantoches, representando a história “Meio Ambiente
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Inteiro”, de Miguel Mendes apresentada pelos alunos do 2º ano aos demais alunos do
Colégio Estadual Maria Dalila. O objetivo foi divulgar de forma lúdica a importância de
rever nossas atitudes com relação ao espaço em que vivemos. Em vários momentos do
teatro os jovens alunos passaram mais informações sobre os 3 Rs (reduzir, reutilizar e
reciclar) entre outras mensagens de amor e cuidado com a natureza. Com esta
apresentação foi possível aprender mais sobre o meio ambiente, de uma maneira
alegre e divertida, passando uma mensagem que leva os jovens a refletirem mais sobre
o que cada um tem feito pelo espaço em que vivem.
Também como forma de divulgação dos resultados deste trabalho, foi elaborado
um pôster relatando todas as etapas do desenvolvimento do projeto junto aos alunos e
assim incentivando mais pessoas a refletirem sobre o meio ambiente.
Outro ponto a assinalar é que o desenvolvimento deste projeto ocorreu
paralelamente ao Grupo de Trabalho em Rede (GTR), momento muito especial de
integração e socialização entre o professor PDE e os demais professores da rede.
Através da Educação a Distância (EaD), de novembro de 2008 a junho de 2009, foi
possível socializar o referido projeto de intervenção pedagógica com os professores de
Geografia de várias localidades do estado. Enfim, permitindo o enriquecimento
pedagógico e a troca de ideias e experiências cujo objetivo maior foi alcançar a
melhoria do ensino e professores mais atualizados e aptos a uma prática pedagógica
atuante e crítica.
Além disso, a produção didática, Folhas: “Lugar de lixo é no lixo?”, produzida por
esta professora PDE, foi material de apoio indispensável no decorrer de todas as
etapas da aplicação deste projeto. A Geografia trabalhando com a interdisciplinaridade
com Biologia e História, através de uma linguagem dinâmica e atrativa para os jovens,
forneceu subsídios teóricos e atividades práticas para o sucesso deste trabalho.
3- Considerações Finais
O PDE tem como meta, a formação continuada, integrada com as Instituições de
Ensino Superior (IES) do Estado do Paraná e os professores da Educação Básica. O
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professor PDE, através de seu retorno às atividades acadêmicas de sua área de
formação, neste caso a Geografia, encontra condições de atualização e
aprofundamento de seus conhecimentos teórico-práticos, possibilitando a reflexão
teórica sobre sua prática em sala de aula. Desta forma, proporcionando a troca de
experiências entre os professores da educação básica e superior, auxiliando na busca
de mudanças na prática escolar e gerando melhorias na qualidade da educação pública
do Estado do Paraná.
Assim, o presente artigo teve por finalidade apresentar os resultados alcançados
na aplicação do projeto “A Sociedade de Consumo e a Questão Ambiental”, sendo este
parte integrante do Programa de Desenvolvimento Educacional PDE – 2008 o qual
proporciona uma política de valorização dos professores, reconhecendo-os como
produtores de saberes e conhecimentos sobre o ensino-aprendizagem.
Este projeto nos mostrou que é grande a necessidade de dedicar maior atenção
aos problemas de ordem ambiental. A questão do lixo sólido produzido pela sociedade
exige posturas sérias por parte de todos e respeito pelas leis ambientais. Entretanto,
nota-se muito descaso por parte da sociedade, esta sabe da importância da questão,
mas na prática a parcela de contribuição ainda não é a ideal.
Muitos acreditam que apenas reciclando já é suficiente, mas ressalta-se que em
muitos lares nem isso tem sido feito. A ideia de que basta colocar o lixo em um saco
plástico e deixar que o caminhão da coleta o recolha, tudo está resolvido, é a forma
como muitos pensam. Não existe o cuidado em saber qual o destino do lixo e poucos
se preocupam em saber qual é o impacto ambiental provocado por esses resíduos na
natureza. Desde que o lixo não polua o meu espaço mais próximo, desde que ele seja
levado para longe já está bom.
Ressalta-se que a reciclagem é muito importante, gera renda, contribui para a
limpeza das cidades, diminui a acumulação de lixo e auxilia na preservação dos
recursos naturais. Seus materiais podem ser utilizados novamente pela indústria,
inclusive em Santo Antônio da Platina, onde existe um trabalho excelente, como já foi
mencionado, que é o da entidade da Promoção Humana. Mas, ainda assim, apenas
reciclar não basta, como a mídia muitas vezes propaga, existe a necessidade de uma
reflexão crítica sobre os hábitos de consumo da sociedade. É claro que a reciclagem é
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essencial e jamais deverá ser descartada, mas atitudes como, pensar antes de adquirir
um produto, a redução do consumo, procurar artigos com menos embalagens, analisar
se realmente aquele item vai ser necessário, são fundamentais para a busca de um
ambiente mais saudável, para a diminuição dos resíduos, enfim, para a preservação
dos recursos naturais. Com uma revisão dos hábitos de consumo os resultados serão
mais significativos e a geração de resíduos será menor.
Nesse sentido, a Educação tem papel de destaque, motivando e mobilizando os
jovens a parar para pensar na importância da preservação do espaço em que vivem.
Os alunos do 2º ano do Ensino Médio ao conhecerem o lugar onde o lixo é depositado
neste município ficaram chocados com a grande quantidade de resíduos e preocupados
com os impactos ambientais que estes podem vir a causar ao meio ambiente. A grande
maioria não conhecia este lugar, que é o aterro sanitário municipal, localizado na
periferia desta cidade. A maioria destes jovens fazia parte daqueles que simplesmente
deixavam o lixo para o caminhão da coleta levar e consideravam o assunto resolvido.
A questão do consumismo é grave, seus impactos ao meio ambiente são
imensos e a sociedade precisa se envolver com urgência revendo seus hábitos de
consumo. A Educação Ambiental, a Geografia, ou seja, todos as áreas, pois este é um
tema interdisciplinar, devem trabalhar para a conscientização e a busca por hábitos
mais saudáveis. Lembrando que não somente a Educação, mas todos os setores da
sociedade precisam lutar por esta causa, afinal, todos somos parte da natureza e ao
destruí-la estamos automaticamente condenando nossa vida na Terra. É necessário
adotar um estilo de vida que permita condições de sobrevivência para as futuras
gerações, compreender que o ser é mais importante do que o ter e que a felicidade é
algo muito maior do que o acumulo de riquezas.
A conscientização ambiental deve estar sempre presente no cotidiano escolar, a
preservação do nosso ambiente é fundamental para uma maior qualidade de vida, e a
Educação é parte essencial deste processo.
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conhecimentos. 8.ed. Campinas, São Paulo: Papirus, 2005. (Coleção Magistério:
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RODRIGUES, Arlete Moysés. Produção e consumo do e no espaço: problemática
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