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Universidade Federal de Santa Catarina Centro Sócio Econômico Departamento de Ciências Econômicas Curso de Graduação em Ciências Econômicas DANIEL DANIELI NETO A RELAÇÃO NEGATIVA ENTRE INFLAÇÃO E CRESCIMENTO: EXPERIÊNCIA DA ECONOMIA DO BRASIL NO PERÍODO DE 1995 A 2010 Florianópolis 2011

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Esta monografia estrutura-se na teoria dos Ciclos Reais de Negócios e aplica ummodelo vetor auto-regressivo (VAR) com o emprego da função impulso-respostageneralizada e evidencia a relação entre inflação e crescimento para a experiência daeconomia do Brasil no período entre 1995 a 2010. Para explicar tal relação, a taxa decâmbio real é empregada como uma variável endógena no modelo. A modelagem VARtem um alto poder preditivo e permite a identificação de fontes de choques e controle defatores exógenos. Para experimentos empíricos de extensão: a cotação internacional dopetróleo e M1 são testadas como variáveis exógenas prováveis fontes de choques sobrea inflação. Os resultados do modelo estimado na monografia mostram a relaçãonegativa entre inflação e crescimento para a experiência da economia do Brasil e que ataxa de câmbio real tem influências sobre a relação. Resultados comparáveis ao modelode referência que analisa a relação entre inflação e crescimento para a experiência daeconomia da Turquia.Palavras-chave: curva de Phillips, ciclos reais de negócios, Brasil, taxa de câmbio real,inflação e crescimento.

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Universidade Federal de Santa Catarina Centro Scio Econmico Departamento de Cincias Econmicas Curso de Graduao em Cincias Econmicas DANIEL DANIELI NETO A RELAO NEGATIVA ENTRE INFLAO E CRESCIMENTO: EXPERINCIA DA ECONOMIA DO BRASIL NO PERODO DE 1995 A 2010 Florianpolis 2011 1 DANIEL DANIELI NETO A RELAO NEGATIVA ENTRE INFLAO E CRESCIMENTO: EXPERINCIA DA ECONOMIA DO BRASIL NO PERODO DE 1995 A 2010 Monografiasubmetidaaodepartamentode CinciasEconmicasdaUniversidadeFederal deSantaCatarinaparaaobtenodacarga horrianadisciplinaCMN5420Monografia, comorequisitoobrigatrioparaaobtenodo grau de Grau de bacharel. Orientador: Prof. Dr. Maurcio Simiano Nunes Florianpolis 20112 DANIEL DANIELI NETO A RELAO NEGATIVA ENTRE INFLAO E CRESCIMENTO: EXPERINCIA DA ECONOMIA DO BRASIL NO PERODO DE 1995 A 2010

Abancaexaminadoraresolveuatribuiranota__aoalunoDanielDanieliNetona disciplina CNM 5420 Monografia, como requisito obrigatrio para a obteno do grau debacharelemCinciasEconmicas.Monografiasubmetidaaodepartamentode Cincias Econmicas da Universidade Federal de Santa Catarina. Banca Examinadora: Prof. Dr. Maurcio Simiano Nunes OrientadorUFSC Prof. Dr. Eraldo Srgio Barbosa da Silva UFSC Prof. Dr. Jaylson Jair da Silveira UFSC Florianpolis, julho de 2011. 3 RESUMO Estamonografiaestrutura-senateoriadosCiclosReaisdeNegcioseaplicaum modelovetorauto-regressivo(VAR)comoempregodafunoimpulso-resposta generalizadaeevidenciaarelaoentreinflaoecrescimentoparaaexperinciada economiadoBrasilnoperodoentre1995a2010.Paraexplicartalrelao,ataxade cmbio real empregada como uma varivel endgena no modelo. A modelagem VAR tem um alto poder preditivo e permite a identificao de fontes de choques e controle de fatores exgenos. Para experimentos empricos de extenso: a cotao internacional do petrleo e M1 so testadas como variveis exgenas provveis fontes de choques sobre ainflao.Osresultadosdomodeloestimadonamonografiamostramarelao negativa entre inflao e crescimento para a experincia da economia do Brasil e que a taxa de cmbio real tem influncias sobre a relao. Resultados comparveis ao modelo derefernciaqueanalisaarelaoentreinflaoecrescimentoparaaexperinciada economia da Turquia. Palavras-chave: curva de Phillips, ciclos reais de negcios, Brasil, taxa de cmbio real, inflao e crescimento. 4 ABSTRACT This monograph is based on the Real Business Cycles theories and brings evidence of a negativerelationshipbetweeninflationandgrowthforthecaseoftheexperienceof Brazils economy in the period 1995 to 2010. This monograph employs a VAR model. TheVARenabletoidentifythesourcesoftheshocksandcontrolexternalfactors, moreover,haveahighpredictivepowerandenabletoobservetheimpulseresponse functions. The monograph employs functions Generalized Impulses Response Analysis. Intheempiricalexperiments,theinternationaloilprices,M1havebeentakenasthe likelydeterminantsofinflation.Themodelshowsthatthereisanegativerelationship between inflation and growth in Brazil, and that the underlying explanatory factor is the real exchange rate. Keywords:Phillipscurve,RealBusinessCycles,Brazil,inflation,growth,real exchange rate. 5 SUMRIO 1 INTRODUO .............................................................................................................. 7 1.1 Tema e problema ................................................................................................ 7 1.2 Objetivos ........................................................................................................... 10 1.2.1 Objetivo geral ........................................................................................... 10 1.2.2 Objetivos especficos ............................................................................... 10 1.3 Metodologia ...................................................................................................... 11 1.4 Estrutura de trabalho ...................................................................................... 11 2 REFERENCIAL TERICO ....................................................................................... 12 2.1 Ciclos reais de negcios .................................................................................... 12 2.2 Reviso emprica .............................................................................................. 14 2.3 Modelo de referncia para a anlise emprica ............................................... 17 2.4 Anlise conjuntural de variveis macroeconmicas para o Brasil .............. 21 3 METODOLOGIA ......................................................................................................... 28 3.1 Correlao Cruzada ......................................................................................... 28 3.2 VAR ................................................................................................................... 29 3.2.1 Funo impulso-resposta ......................................................................... 31 3.2.2 Funo impulso-resposta generalizada .................................................... 34 6 4 ANLISE EMPRICA ................................................................................................. 38 4.1 Base de dados e variveis ................................................................................. 38 4.2 Correlao cruzada entre inflao e crescimento ......................................... 40 4.3 Anlise de impulso-resposta generalizada ..................................................... 42 4.3.1 Modelo de referncia .................................................................................. 44 4.3.2 Experimentos de extenso .......................................................................... 46 5 CONCLUSO ............................................................................................................... 51 REFERNCIAS .............................................................................................................. 52 ANEXOS .......................................................................................................................... 55 A.1 Ordem de integrao das variveis ......................................................................... 55 A.2 Estacionariedade das variveis ................................................................................ 55 A.3 Tabela VAR (Equao dos Resduos) .................................................................. 57 7 1 INTRODUO 1.1 Tema e problema ConformeBerumentetal.(2008),apesquisatericaeempricaqueinvestigaa relaoentreinflaoecrescimentotemevoludoemtornodeduaslinhasdistintas.A primeira linha parte da hiptese de Friedman (1977) de que a inflao nominal aumenta aincertezainflacionriaetendeainvestigararelaoentreainflao,aincerteza inflacionria,ocrescimentoeaincertezadecrescimento.Asegundalinhainvestigaa relaoentreinflaoecrescimentosemrefernciaaincertezasobreainflaoea incertezasobreocrescimento.Isto,aabordagemdamacroeconomiacontempornea tradicional. Nestasegundalinha,hdoiscamposdepesquisasdistintosecomprevises opostassobrearelaoentreinflaoecrescimento.Oprimeirocampodepesquisas fundamenta a argumentao em torno da curva de Phillips1 e hiato do produto2 e postula que h uma relao positiva entre inflao e crescimento, com a intuio subjacente de queseoprodutorealseelevaracimadoprodutopotencialorigina-seumapresso crescentesobreossalriosnomercadodetrabalhoquelevaraumprodutomaior.O segundocampodepesquisasbaseiaasuaargumentaonateoriadosciclosreaisde negcioseafirmaquehumarelaonegativaentreinflaoecrescimento,coma intuiosubjacentedequeumaquedanadepreciaodataxadecmbiorealreduza taxa de inflao e estimula o crescimento do produto. KydlandePrescott(1990)trazemosfatosdosciclosreaisdenegciosluzda teoria neoclssica de crescimento estabelecida e realizam um dos principais estudos que investigaarelaonegativaentreinflaoecrescimento,aoestimarqueonvelde preos seja anticclico (sinal negativo) e no pr-cclico (sinal positivo). Isto , a partir dacondiodeflexibilidadedepreosestimamqueoschoquesdeinovaoda 1 Originalmente, analisa-se a relao negativa entre as taxas de inflao salarial e o nvel de desemprego. 2 Definido como a diferena entre produto real e potencial. 8 produtividadetornemospreosanticclicos,enquantooschoquesdedemandatornam os preos pr-cclicos. Assim, evidenciam que em um ambiente com preos rgidos, os choquesdedemandaaumentamaproduoenquantoospreossemovempouco, sobretudo, se a produo est no caminho de sua tendncia, os preos podem aumentar e umacorrelaonegativaentreestasvariveisigualmentepodeserobservada,mesmo que um choque de demanda seja o responsvel pela variao dos preos (KYDLAND; PRESCOTT, 1990). Berument et al. (2008) destacam que esta evidncia permite medir que seja negativa a relao entre inflaoe crescimento, ao contrrio do que as teorias da curva de Phillips esto orientadas para prever. Contemporaneamente,diversaspublicaestericaseempricasapontamparaa relaonegativaentreinflaoecrescimento(porexemplo,KYDLAN;PRESCOTT, 1990; DE GREGORIO, 1993; JONES; MANUELLI, 1993; FISCHER, 1993; GHOSH; PHILLIPS, 1998b; FARIA; CARNEIRO, 2001; KHAN; SENHADJI, 2001; GILLMAN etal.,2004;KHAN,2005;HODGE,2006;KREMERetal.2008,FREIRE; BERUMENTetal.,2008;LINHARES,2009).OartigodeBerumentetal.(2008) demonstraatravsdeumVARarelaonegativaentreinflaoecrescimentoemum modeloaplicadoaocasodaexperinciadaeconomiadaTurquiaparaoperodoentre 1988 a 2006. ApartirdaestruturadomodelodeBerumentetal.(2008)constri-seaanlise empricadestamonografia.Estaanliseempricaestudaaexperinciadaeconomiado Brasil entre 1995 e 2010. O Brasil possui uma economia aberta e em desenvolvimento, sem pesadas regulamentaes governamentais, em que possvel observar os efeitos da evoluodosmercadosfinanceirossobreodesempenhoeconmico.Emtaleconomia nosltimosquinzeanosforamrealizadosalgunsexperimentosinteressantescomo objetivodecontrolarataxadeinflao.Almdisso,houvemomentosdetaxade cmbioflutuanteedetaxadecmbioadministrada.E,houveoscilaesnataxade crescimentodoprodutoreal(PIB).Assim,paraumaanliseatravsdamodelagemde sriestemporaisinter-relacionadas,taleconomiadenotaumaestruturaapropriadapara observar interaes entre a taxa de cmbio real, inflao e o crescimento do produto real (PIB).Ento,amodelagemaplicadaaosdadosdasvariveisdaexperinciada economiadoBrasilpermitemedirarelaoentreinflaoecrescimentoe,ainda, estimarataxadecmbiorealcomoumavarivelexplicativaparatalrelao.Por determinadoscanaisemecanismosasflutuaesnainflaoenoprodutopodemser 9 explicadaspelataxadecmbioreal.Ouseja,oaumento(depreciao)nataxade cmbio real provoca choques no lado da oferta com a acelerao da inflao em paralelo reduodocrescimentoeconmico,enquantoapreciaesnataxadecmbioreal aumentam a taxa decrescimento do produto reale diminuem a inflao.Emsntese, o modelopermiteexaminarumapossvelrelaonegativaentreinflaoecrescimento, umaassociaonegativa,devido,talvez,aoefeitodataxadecmbioreal.Apartirde Berumentetal.(2008)destacam-sealgunsdosefeitosdataxadecmbiorealsobrea produo: i.Arigideznaeconomia:Compreosinflexveis,umaeventualdesvalorizao diminui os salrios reais, enfraquece a demanda e a produo;ii.Adinmicadadvida:Comumadesvalorizao,opassivodadvidaexterna emmoedaestrangeiraaumenta.Consequentemente,oaumentonopassivo poderfazerosagentesaajustarosseusoramentosebalanos,comprovvel reduodegastos.Eainda,osbancosreduziroosseuscrditoseasempresas podero incorrer em perdas, o que poderia resultar na diminuio da produo;iii.Aconfianadoconsumidor:Umadesvalorizaoafetaoajustedepreosde longo-prazo,aumentaoscustosdeproduoeainflaoesperadaaumenta. Logo,aconfianadoconsumidordiminuiocasionandoumcortenosgastose, paralelamente, diminui a produo;iv.Assadasdecapital:Umadesvalorizao,ouumannciodedesvalorizao, ocasionarassadasdecapitalestrangeiro.Oquepodeprovocarcrises econmicas;v.A distribuio de renda: Os efeitos de uma desvalorizao sobre a distribuio derendasoimprecisos.Masaoafetarnegativamenteosgruposcomalta propenso marginal a consumir, h a diminuio da produo;vi.Aspolticaseconmicas:Apsumadesvalorizao,podemsernecessrias polticascontracionistasparaconterainflao.Taispolticaspodemlevarao declnio da produo;vii.Osproblemasdoladodaoferta:Umadesvalorizaoaumentaoscustosde produocominsumosimportados,oquelevaaumdesviodacurvadeoferta agregada e, consequentemente, a diminuio da produo. 10 Assim,peranteotemaeproblemaexpostospode-seobservararelevnciaem estudar a economia do Brasil, recente, atravs desta abordagem. 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo geral AplicaromodelodeBerumentetal.(2008)paraaanlisedarelaoentre inflaoecrescimentoparaaexperinciadaeconomiadoBrasilentre1995e2010,e comparar os resultados com o caso da economia da Turquia.

1.2.2 Objetivos especficos i.Realizarumdiagnsticoterico-empricodarelaoentreinflaoe crescimento,analisaromodelodeBerumentetal.(2008)econjunturade variveiseconmicas(taxadeinflao,taxadecmbiorealetaxade crescimento do produto real) para a economia do Brasil; ii.Analisar a funo impulso-resposta generalizada em um VAR;iii.Verificar a relao entre inflao e crescimento para a experincia da economia do Brasil, entre 1995 a 2010. 11 1.3 Metodologia A metodologia utilizada ser um modelo matemtico-estatstico. Emprega-se a um vetor auto-regressivo (VAR) que tem um alto poder preditivo e permite o uso da anlise defunesimpulso-respostageneralizada.Paraummodeloquetestaahipteseda existnciadeumarelaonegativaentreinflaoecrescimentoeahiptesedequea taxa de cmbio real possa ser considerada um fator explicativo para esta relao. Alm disso, para experimentos empricos de extenso, so estimadas como variveis exgenas provveis fontes de choques sobre a inflao: a cotao internacional do petrleo e M1. 1.4 Estrutura de trabalho A presente monografia est estruturada em cinco captulos: O primeiro captulo introdutrioeapresentaocontextoeobjetivosdepesquisa.Osegundocaptulotraza reviso da literatura com exposio da teoria onde so fundamentados os conceitos teis finalidadedeatingirosobjetivosdepesquisa.Oterceirocaptulotrazomodelo matemtico-estatsticoutilizadonapesquisa.Noquartocaptulorealiza-seaanlise emprica(especificaodomodelo)comaobtenodosdados,aestimaodos parmetros e a projeo das estimativas obtidas. Por fim, o quinto captulo apresenta as concluses da monografia. 12 2 REFERENCIAL TERICO Opresentereferencialtericodivide-seemtrssees.Naseo2.1expe-se sobreateoriadosciclosreaisdenegcios.Enquanto,naseo2.2faz-seumareviso empricaacercademodelosqueevidenciamarelaonegativaentreinflaoe crescimento.Jnaseo2.3faz-seumaexposiodomodeloderefernciade Berument et al. (2008), utilizado na anlise emprica da monografia. Porfim, na seo 2.4faz-seumaanliseconjunturaldasvariveis:taxadecrescimentodoprodutoreal, inflao e taxa de cmbio real para a economia do Brasil. 2.1 Ciclos reais de negcios Nestaseofaz-seumabreveexposioacercadateoriadosciclosreaisde negcios,contempornea.Omodeloneoclssicodecrescimentotoacomoarqutipo paraapresentarasregularidadesempricas,isto,osfatosestilizadosdateoriados ciclos reais de negcios, a partir de uma funo de produo agregada3. KydlandePrescott(1990)destacamqueduranteosprimeirosquarentaanosdo sculovintehouveumaintensaatividadedepesquisaqueobjetivavadocumentaras propriedadesestatsticasdasflutuaescclicascomaspropriedadesdateoria econmica,sustentamaindaqueMeasuringBusinessCyclesdeBurnseMitchell (1946) representa o marco terico fundamental para a abordagem de ciclos de negcios. Kydland e Prescott (1982) partem de uma verso modificada do modelo neoclssico de crescimentoeadotammtodosnumricospararesolverummodelodeequilbriogeral dinmicoeestocsticoondecapturamestruturasdecorrelaoeautocorrelaoentre 3 Para detalhes do modelo neoclssico de crescimento, vede Jones (2000). 13 variveiseconmicasparaconfrontarosatributosestatsticosdassriesgeradaspelo modelo com as sries similares reais4. Conforme Teles et al. (2005): Desdeo trabalho influente deHodrick ePrescott (1980), temsido comumacaracterizaodasvariveismacroeconmicassobre ciclosatravsdautilizaodediversasestatsticasafimde sumarizar os fatos dos ciclos de negcios. Tal compilao torna-se importante para fornecer um resumo dos complexos movimentos dasvariveisduranteoscicloseconmicosalmdeproverum conjuntodevalorescapazesdefundamentarumaavaliaode modelos tericos. Entretanto, o exame emprico dos ciclos depende crucialmentedoprocessodefiltragemdasrie.Talprocesso encontra um primeiro problema na prpria definio de tendncia, que no consensual. JnoartigodeKydlandePrescott(1990)traz-seumadefiniodeciclode negcios(nosentidodeflutuaesrecorrentes)comoosdesviosdoprodutointerno bruto(PIB)emtornodesuatendnciadelongoprazo,entooqueguiaoconceitode tendnciasendooestadoestacionrionomodeloneoclssicodecrescimento. Sobretudo,salientamquequalquerdefiniodecicloetendnciasejameramente estatstica, e que a decomposio seja uma representao dos dados. Uma representao til, se luz da teoria, revelar alguns padres interessantes nos dados.Algo que pode serrepresentvelestatisticamentepelopadrodecomportamentoqueassries individualmente tomam5. Para anlises, isolam o componente cclico atravs da extrao da tendncia estocstica com a suavizao temporal pelo filtro HP6.Emsntese,ateoriadosciclosreaisdenegciossugerequeasflutuaesdo produto so originadas dos efeitos de choques nos mercados competitivos com preos e salriosflexveis,equetodasasflutuaesdoprodutosomovimentosdoseunvel 4Magalhes(2005)trazumaanlisedaevoluodosmodelosdeciclosreaisdenegciosdeprimeira gerao. 5OqueaparececomoaceitoemKidlandePrescott(1990)comonortedetendnciaoestado estacionrionomodelodeCass-Koopmans(ondeotrabalhoumavarivelendgena),ondeoproduto per capita e a razo capital-trabalho crescem paralelamente taxa do progresso tecnolgico, ao longo de uma trajetria temporal de crescimento equilibrado. 6OnomefiltroHPummnemnicoparaHodrickePrescott,mentoresdofiltro.Umfiltropadrona literaturadeciclosreaisdenegcios.(COOLEYePRESCOTT,1995apudANGELIS,2004).Uma ferramenta popular para separar ciclos, tendncias e irregularidades presentes nas sries. Tal filtro tem a funoderemoverasflutuaesdebaixafrequncianassries.ConformeAngelis(2004)tendnciae ciclo fazem referncia a propriedades espectrais diferentes em relao frequncia. O ciclo associado, normalmente, a frequncias entre 4 e 32 trimestres e a tendncia associada sfrequncias menores nas sries. Tal filtro uma adaptao do mtodo Whittaker-Henderson tipo A, utilizado em cincias atuariais (HODRICK; PRESCOTT, 1997). 14 natural,queosmovimentosdoprodutoderivamdoprogressotecnolgicoemedida quesurgeminovaesaprodutividadedocapitalaumentaeoprodutocresce (KYDLAND; PRESCOTT, 1990). Os modelos de ciclos reais de negcios destacam os choquesdeoferta,outecnolgicos,comofontesqueoriginamasflutuaes econmicas,admitindo,naturalmente,omodeloneoclssicodecrescimentoparao comportamento de longo prazo da economia (TELES et al., 2005).ConformeBerumentetal.(2008),KydlandePrescott(1990)realizamumdos principais estudos que investiga a relao negativa entre inflao e crescimento. A partir dacondiodeflexibilidadedepreos,estimamqueoschoquesdeinovaoda produtividadetornaospreosanticclicosenquantooschoquesdedemandatornamos preos pr-cclicos. Evidenciam que em um ambiente com preos rgidos os choques de demandaaumentamaproduoenquantoospreossemovempouco,sobretudosea produoestnocaminhodesuatendnciaeospreospodemaumentarentouma correlaonegativaentreessasvariveistambmpodeserobservada,mesmoqueum choque de demanda seja o responsvel pela variao dos preos. 2.2 Reviso emprica Taismodelosempricosquedestacamarelaesnegativasentreinflaoe crescimentonormalmenteapontampararelaesnolinearesentreestasvariveis. Khan(2005)eFreireeLinhares(2009)referemaFischer(1993)comotalvezo primeiro a reconhecer uma relao linear entre estas variveis. Freire e Linhares (2009) destacam que no h convergncia nos resultados dos modelos que destacam a relao entre inflao e crescimento que apontem para um ponto timo da quebra da inflao, a partirdovalordasestimativas,quandoosefeitosnocivosdainflaosurgemsobrea taxa de crescimento econmico, argumentam ainda que a relao negativa entre inflao e crescimento no longo-prazo seria negativa somente a partir de certo nvel inflacionrio (o denominado efeito limiar treshold).15 Gregorio(1991)trazummodelodecrescimentoendgenoparaumaanlisede um conjunto de pases da Amrica Latina e testa a relao entre inflao e crescimento delongoprazo;osefeitosdainflaosobreaprodutividadedocapitaletaxade acumulao de capital, os custos da inflao, alm de as altas taxas de inflao. O autor destacaacrisedadvidaevriosanosdedesequilbriomacroeconmicocomofatores agravantesaosproblemasdainflaoemmuitosdestespasesedemonstrauma correlaonegativaentreinflaoecrescimentopercapita.Talmodeloilustraos efeitosdainflaosobreasfamliasefirmas.Osresultadosapontamqueainflao persistentereduziuasperspectivasdecrescimentonaAmricaLatinaequeos desequilbrios fiscais estavam no centro das experincias de alta inflao.Gillmanetal.(2004)apresentamummodeloeconomtrico,monetrioede crescimentoendgeno.Omodelosugereumarelaonegativadoefeitodainflao sobreocrescimentoeoutroefeitoquemaisforte(positivo)emmenoresnveisde inflao, para o perodo 1961-1997. A avaliao emprica do modelo baseada em trs painis:Umpara29pasesdaOCDE,outropara18pasesmembrosdaAPEC,eum terceiro incluindo as duas amostras7. Para os mecanismos de transmisso dos efeitos da inflaosobreoproduto,omodeloeconmicoutilizaaestruturadosmodelosde crescimento endgeno, empregam microfundamentos e explicam o crescimento atravs defatoresquerefletemoretornocapitalfsicoehumano,supemqueataxade inflao,comoumimposto,reduzataxaderetornosobreocapital,tantofsicocomo humano. Alm disso, trabalham com dinmica de transio da taxa de crescimento entre ospasesdospainiseosefeitosdainflaosobreatrajetriadecrescimento equilibrado. Concluem que para o grupo de pases da OCDE h um consenso do efeito negativoenolineardainflao,independentedatcnicadeestimao.Quandoa inflao estem um nvel baixo, o consumidor usa principalmente o dinheiro e apenas uma quantidade decrdito, com a intuio de que aelasticidade-juros dademanda por moeda menor (ou inelstica) em baixas taxas de inflao e que se torna mais elstica comoaumentodataxadeinflao.Apontamqueahiptesedoefeitonegativoda inflaofoiencontradademodoabrangenteparaospasesmembrosdaOCDEeque 7 Pases da OCDE (Austrlia, ustria, Alemanha, Blgica, Canada, Chile, Dinamarca Eslovnia, Estnia, Espanha,EstadosUnidos,Finlndia,Finlndia,Frana,Grcia,Hungria,Irlanda,Israel,Itlia,Japo, Coria,Luxemburgo,Mxico,Holanda,NovaZelndia,Noruega,Polnia,Portugal,RepblicaTcheca, Sucia,Sua,Turquia,IslndiaeInglaterra).PasesdaAPEC(Austrlia,Brunei,Canad,Indonsia, Japo,Malsia,NovaZelndia,Filipinas,Cingapura,CoriadoSul,Tailndia,EstadosUnidos,China, Hong Kong, Taiwan, Mxico, Papua Nova Guin e Chile). 16 para os pases da APEC fora diagnosticado um comportamento semelhante. Sobretudo, salientam que o efeito negativo da taxa de inflao mais forte no painel da OCDE, e que a no linearidade entre inflao e crescimento emerge para os trs painis de dados. Khan (2005) analisa a relao entre inflao ecrescimento em uma amostra para ospasesdaMCD8.Sustentaquearelaoentreinflaoecrescimentonegativano longoprazo.Apontaqueemnveisbaixosdeinflaoarelaopodeserpositivaou nula,enquantoemnveisaltosdeinflaoarelaotorna-senegativa.Defendea estimaodonvelmnimodeinflaoondeosinalentreainflaoeocrescimento mudaria de positivo (ou zero) para negativo. Ainda argumenta sobre o pequeno nmero de estudos centrados na avaliao do nvel de threshold, onde a inflao passa a ter um impactonegativosobreocrescimento.Destaca,ento,spossibilidadesdeanlise empricademetasdeinflaocomoobjetivode,talvez,fornecerorientaesaos responsveispelaspolticaseconmicassobreasformas,escolhaseimplicaesde atingirasmetasdeinflao.Osresultadosapontaramparaumacorrelaonegativa entreainflao(log)eocrescimentorealdoPIB,emumaequaolinear.Apsa anliselinear,aevidnciadarelaonolinear(quadrtica)apontaqueemnveis baixosdeinflaoarelaopositivaeemaltastaxasdeinflaoarelaotorna-se negativa.Onveltimodeinflaoencontradofoide3%(efeitodonveldeinflao sobre o crescimento), enquanto o oposto (custo) foi de 8% (quando a inflao atinge 8% o seu efeito sobre o crescimento torna-se negativo). Concluiu que uma inflaoabaixo de6%poderiasermelhorparaminimizaroseuimpactonegativosobreocrescimento de longo prazo e aponta que a inflao mdia nos pases da MCD entre 2002 a 2005 foi de 6,7%, ou seja, acima do nvel de threshold.ParaocasodoBrasil.CarneiroeFaria(2001)analisamoimpactodainflao sobreocrescimentoeaproduodaeconomiabrasileiranoperodo1980-1995,num contexto de alta inflao. Conjecturam que a inflao no afeta o produto real no longo prazoequenocurtoprazoainflaoafetanegativamenteoproduto.Investigandoa neutralidadedamoedadelongoprazonoperodo,utilizamcomometodologiaum modelodedecomposiodeBlanchardeQuah(1989).Entreosresultados,apontam que a inflao e crescimento no esto relacionados de forma confivel no longo prazo, tambm demonstram que h um impacto negativo da inflao sobre o produto no curto prazo. 8 Grupo de pases do Oriente Mdio e sia Central. 17 ArajoeCunha(2003)usamdadosanuaisde1850-2000eanalisamo comportamentodainflaoedocrescimento(PIB)noBrasil,utilizandometodologias economtricas aplicadas literatura de ciclos econmicos, sugerem que a relao entre a inflao e o crescimento seja negativa.JFreireeLinhares(2009)analisamaexperinciadeefeitosnolinearesna relaodelongoprazoentreinflaoecrescimentonoBrasilparaoperodode1948-2006,empregandomodelosdeefeitothresholdencontramindciosdeumarelao negativaentreinflaoecrescimentoeconmicono(mdio)longo-prazo.Explicitam quearelaoserianegativaapenasacimadecertonvelinflacionrio;eessarelao seria amortecida quanto maiores fossem os nveis de inflao. 2.3 Modelo de referncia para a anlise emprica Omodeloderefernciautilizadonaanliseempricadestamonografiaode Berumentetal.(2008).Talmodeloexaminaarelaoempricaentreinflaoe crescimentoparaocasodaexperinciadaeconomiadaTurquia.Paraomodelo,os autoresdestacamqueaTurquiaenfrentougraveschoquesexternosedepoltica econmica,especialmentemonetria,numperodorecente,comumainflaoaltae voltil, uma produo voltil e uma elevada variabilidade na taxa de cmbio real. Para experimentosempricosempregamamodelagemVARcomafunoimpulso-resposta generalizada. Estimam a taxa de cmbio, o preo internacional do petrleo, a oferta de moeda,osgastosdogovernoeosimpostos,comovariveisrelacionveiscoma inflao e crescimento. Ento, em uma anlise preliminar dos dados apontam para uma relaonegativaentreinflaoecrescimentoe,ainda,queataxadecmbiorealum fatorexplicativoparaestarelaonegativa.Salientamqueaexperinciadestes fenmenos nica e s pode ser comparada com a experincia da economia do Brasil9. Estimamahiptesedequeataxadecmbiorealafetaarelaoentreinflaoe 9 Inicialmente pode-se estabelecer uma anlise de comparao a partir da prxima subseo, e em seguida a partir dos resultados da aplicao do modelo para a economia do Brasil, em relao Turquia. 18 crescimentoequepordeterminadoscanaisemecanismoselapodeexplicaras flutuaes da inflao e do produto10. Argumentam que depreciaes ou apreciaes da taxa de cmbio real podem provocar choques do lado da oferta: A depreciao cambial acelerariaainflaocomadesaceleraodocrescimentoeconmicoeaapreciao cambial aumentaria a taxa de crescimento do produto e reduziria a inflao.Apontam que os dados da economia da Turquia demonstrem exatamente o oposto do que as teorias da curva de Phillips esto orientadas para prever. Argumentam que os perodos de inflao alta sobrepem-se aos perodos de baixas taxas de crescimento da produo real agregada. ParaomovimentohistricodainflaoecrescimentodoPIBreal(corrigidosde sazonalidade) destacam que as duas sries se moveram em direes opostas. A inflao atingiu um outlier em 1994 quando houve uma crise financeira na Turquia e com queda drstica do PIB posteriormente, flutuaes nas duas sries diminuem. Sustentam que a queda da inflao aconteceu aps um programa de estabilizao de 2000, sobretudo que tal programa terminou com a ocorrncia de duas crises financeiras e o aumento intenso dainflao,paralelamente,aodeclniodaproduo.Apsascrises,taleconomia experimentouaumaumentoconstantedaproduocomumadiminuioconstanteda taxadeinflao.JosmovimentoshistricosdocrescimentodoPIBrealetaxade cmbiorealnaeconomiadaTurquiaapontaramqueasdesvalorizaesforam acompanhadasdegrandesdeclniosnaproduo,oqueosfezsugerirumarelao negativaentreestassries.Osmovimentoshistricosdataxadeinflaoetaxade cmbiorealapontaramqueoaumentodataxadeinflaoestavavinculados desvalorizaesdataxadecmbioreal,enquantoosperodosdedesinflaoestavam vinculados com apreciaes reais.Para evidenciar estatisticamente a relao negativa entre inflao e crescimento do produto, primeiro calcularam a correlao cruzada entre estas variveis. Para o perodo 1988-2007.Osresultadosentreasvriasformasdohiatodoprodutoeinflaopara diferentesligaesedefasagens(ondeonmerodedefasagensindicouonmerode trimestresemqueohiatodoprodutoestavadefasadoemrelaoaonvel contemporneodeinflao)apontaramparaacorrelaonegativaentreinflaoeas vrias formas do PIB na maioria dos casos. O hiato do produto pelo filtro H-P e log do 10Canaisemecanismoantecipados,pontuadoseexplicados,nopenltimopargrafodaintroduo(em problema): A rigidez na economia, a dinmica da dvida, a confiana do consumidor, as sadas de capital, a distribuio de renda, as polticas econmicas e os problemas do lado da oferta.19 PIBemnvelseapresentaramsemprenegativamentecorrelacionadoscomainflao. Salientamqueemboraquasetodososmtodosmostremacorrelaonegativa,a inflaocorrenteestavarelacionadacomumvalordefasadodaproduoemtrs perodos frente do PIB. Paraumaanlisemaisclaradacorrelaonegativa,estimaramumaequaoem mnimos quadrados ordinrios:

;(2.1) emqueofoiutilizadoparaainflaoefoiutilizadoparaoproduto.Como resultadosdaestimativa,paraosefeitosdainflaosobreaproduoemdefinies diferentes,observaramqueoscoeficientessonegativoseestatisticamente significativos(nonveldesignificnciade10%)paraastrsprimeirasdefasagensdo crescimentodaproduo.Umcrescimentomaiordaproduoreduzainflao.Tal anliselhessugeriuumarelaonegativaentreinflaoecrescimento,e,ainda,quea taxadecmbiorealpareceserumfatorexplicativoparaestarelao.Apartirdisso, adotaram um modelo VAR para poder identificar as fontes de choques e serem capazes decontrolaraimportnciadechoquesexgenos.Noutilizandoomtododefuno impulso-resposta(ortogonal)comoargumentodesercriticadoporqueosresultados vm a depender do pressuposto de ortogonalidade e, alm disso, de diferir de acordo comaordenaodassries,empregaramafunoimpulso-respostageneralizada (GIR)11.NomodeloincludoataxadecrescimentorealdoPIBeinflao.No importandoaordenaoaoutilizaroGIR.Foiacrescentadaataxadecmbiorealno modeloparaobservarcomoasvariveisreagemaoschoques.Eestendendoomodelo paraoschoquesexgenoscomoacrscimodopreodopetrleo,M2,osgastosdo governoeasreceitasfiscais.Utilizamdadostrimestraisecincocomoordemde defasagem.Os autores elaboraram quatro verses de anlise: No primeiro modelo alternativo acrescentaram os preos do petrleo, j que eles podem ter efeitos significativos sobre a inflaoecrescimento(umchoquedevidoaumefeitodiretodofornecimento).Na 11 A metodologia VAR aplicada no modelo desta publicao esto referenciadas na subseo 3.2.2. 20 segundaverso,ampliaramomodeloacrescentandoM2,noobjetivodecapturaros canaismonetriosqueafetamainflao,aproduoeataxadecmbioreal.Jna terceiraverso,acrescentaramosgastosdogoverno,umavezqueestavarivel influentenainflaoeproduto.Porfim,naquartaversoacrescentamasreceitas fiscais. Estesexperimentosestendidosforamverificados,primeiro,paraomodelode referncia, e em seguida, verificado, incluindo a taxa de cmbio real, para o modelo de extenso. A resposta ao impulso do modelo de referncia foi obtida pelo mtodo GIR e foiestimadacomintervalosdeconfianade90%(omtododesimulaodeMonte Carlo foi utilizado para calcular os erros-padro com 1.000 iteraes).A magnitude dos choques foi um desvio-padro e as respostas foram normalizadas por um desvio-padro. TendoumVARderefernciacom2variveisendgenasetrazendo4funesde resposta ao impulso.A anlise do modelo de referncia mostra que o choque de um desvio-padro para o crescimento reduziu a inflao nos cinco primeiros perodos. J o choque da inflao diminuiuocrescimentodaproduoinstantaneamente.Entoomodelodereferncia sugeriuumarelaonegativaentreinflaoecrescimento.Ainda,podendoocorrero efeito da taxa de cmbio real no sistema, ento trazem o modelo de referncia estendido com a anlise do impulso da taxa de cmbio real. A extenso do modelo de referncia utilizando a taxa de cmbio real mostra que o choquedeumdesvio-padrodocrescimentodiminuiuainflao.Poroutrolado,o choquedeumdesvio-padrodataxadecrescimentodiminuiuainflao instantaneamente,enquantoataxadecmbiorealsedepreciouinicialmente12.Do mesmo modo, o choque de um desvio-padro da taxa de cmbio real aumentou a taxa de inflaoeocrescimentodiminuiuimediatamente.Jumainovaopositivado crescimentodiminuiuainflaoeumainovaopositivadainflaodiminuio crescimento. Sobretudo,a inovao da taxa de cmbio real diminuiu o crescimento e a inflaoaumentou.Assim,acorrelaoentreinflaoecrescimentofoinegativae constataramqueaapreciaoreallevaaumadiminuiodainflaoeaomaior crescimento. 12Definiodataxadecmbiorealporelesutilizadacalculadacombasenacestadataxadecmbio nominaldoBancoCentraldaTurquia,deflacionadapelospreosdomsticosemultiplicadaporpreos externos (Marco alemo at a adaptao ao Euro e Dlar). 21 Nosexperimentosestendidosdomodeloderefernciaforamacrescentadasas outras variveis exgenas em que os choques podem afetar a inflao e o crescimento. Na ordem: o preo do petrleo, M2, os gastos do governo e as receitas fiscais. O preo dopetrleo:Ochoquenegativodecrescimentodoprodutosobreainflaoentofoi vlido quando os preos do petrleo so considerados. E o resultado foi compatvel com a hiptese de que a varivel subjacente para a relao negativa a taxa de cmbio real. Aofertademoeda:Concluiramquearelaonegativaentreinflaoecrescimentose manteve quando a oferta de moeda foi includa no modelo. Para o modelo estendido de referncia:Comumchoquededepreciaodataxadecmbiorealocrescimento diminuiu enquanto aumentou a inflao. Para as demais variveis exgenas permanece a relaonegativaentreinflaoecrescimento,cominflunciadataxadecmbioreal sobre a relao. Como resultados: salientam que, definitivamente, em contraste com a previso da curva de Phillips. H uma relao negativa entre inflao e crescimento, e isso se deve aosmovimentosnataxa decmbioreal.Umresultadoquenomudoumesmoquando os choques nos preos do petrleo, oferta de moeda,gastos de governo e impostos so contabilizados. 2.4 Anlise conjuntural de variveis macroeconmicas para o Brasil Apartirdejulhode1994aeconomiadoBrasilexperimentaaestabilidade monetriacomoPlanoReal.Posterioraessemomento,em1995,observvela reduo da volatilidade da taxa de cmbio real (e valorizao da mesma), com reduo dataxadeinflaoeequilbrionataxadecrescimentodoprodutoreal(PIB).Como PlanoReal,entre1995a2010,aeconomiadoBrasilexperimentaumconjuntode choqueseconmicosinternacionaisenacionaiscomimpactossobreaflutuaodos dadosdataxadecmbioreal,taxadeinflaoecrescimento.Destacam-se,como principais fontes de choques e oscilaes, as crises cambiais e financeiras no Mxico em 22 1994 (com efeitos sobre a economia do Brasil em 1995), no Leste Asitico em 1997, na Rssia em 1998 e na Argentina em 2001. Alm de os atentados terroristas em 2001 e a criseapartirdomercadoimobilirioSubprime13em2008,nosEstadosUnidos. Internamente,acrisecambialocorridaem1998eefeitodaseleiespresidenciaisem 2002.Taismomentosdechoqueseoscilaesexternaseinternasconduzirama movimentosdeajustesnapolticaeconmicaduranteoperodoemanlisecom mudanasnadinmicadataxadecmbiorealecomreflexosnasdemaissries macroeconmicas.Orestantedestaseotrazumabrevecontextualizaoconjuntural quevemadestacaraalgunsdosprincipaismomentosdeflutuaoetalvezeventuais quebras estruturais das variveis macroeconmicas em questo.Inicialmente,afigura1mostraarelaoentreataxadecmbiorealeinflao. Emseguida,socontextualizadososprincipaismomentosqueapontemparamaiores oscilaes nas duas sries. Figura 1: Movimento histrico da taxa de cmbio real e inflao para a economia do Brasil no perodo de 1995 T1 a 2010 T4 (trimestral) Fonte:IPEADATA. Nota:Figuraelaboradapelo autor.A srietaxa decmbio real estem primeiradiferenalogartmica(eixoatribudodireita)enquantoataxadeinflaoestem nvel (eixo atribudo esquerda). A figura traz a sobreposio cruzada das linhas com o objetivo deilustrarosefeitosconvergentesemalgunsmomentossobreadireotomadapelassries durante o andamento do Plano Real. Adotou-senaeconomiadoBrasilduranteosanosiniciaisdoPlanoRealuma espciedencoracambialcurrencypegtendoamanutenodataxadecmbio apreciada em um determinado patamar finalidade de conter as presses inflacionrias 13 Definio adotada como crdito de risco concedido a um tomador que no oferece garantias suficientes para se beneficiar da taxa de juros. -0.50.00.51.01.5-.2.0.2.41995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010Taxa de cmbio real Inflao23 e a taxa de juros utilidade de mecanismo com a funo de atrair capital e estabilizar o balanodepagamentos(CALDAS;PORTUGAL,2010).Ataxadejurostornava-se aindaummecanismocapazdemanipularataxadeinflao(SILVAFILHOetal., 2006). Entre 1995 a 1999 houve a estabilidade da taxa de cmbio real. Aps as crises no Mxico,Leste Asitico e Rssia, aeconomia doBrasilestava sem reservas suficientes para manter a paridade cambial no patamar estvel. Durante o espalhamento dos efeitos dacrisecambialefinanceiraocorridanoMxicohouveumajustenapolticacambial originriadaimplantaodoPlanoReal.Isto,noprimeirotrimestrede1995foi implantado o regime debandas cambiais administrado pelo Banco Central14. Entre distintosaspectos,talajustesurtiuefeitosimediatoscomomedidadedefesacontraos efeitos do espalhamento da crise no Mxico por meio da reduo da sada de dlares e daperdadedivisas.Apsesseevento,duranteapropagaodosefeitosdacriseno LesteAsitico(CoriadoSul,Hong-Kong,Indonsia,MalsiaeTailndia)destaca-se que a adoo de algumas medidas que somadas ao nvel de reservas cambiais de ento proporcionaramamanutenodoregimedebandascambiaiseaconsequente estabilidade na taxa de cmbio. Entretanto, contguo moratria e exploso da crise na Rssiaecrisedeliquideznomercadointernacionalhouvesignificativasadade capitaisediminuiodovolumedecrditooferecidopelasinstituiesfinanceiras privadasdopas.Assim,em1998ocorreacrisenoregimedebandascambiais implantado no primeiro trimestre de 1995. Aopassoqueduranteoperododoregimedebandascambiaisataxade inflaomedidapeloIPCAreduziu-se,emboravoltil,mostrandoumpadroque apontaparamenoresdgitosnosegundotrimestredecadaanoemaiores,emboracom defasagem,noinciodosanos.Afigura1sugerequeduranteoregimedecmbio administrado a taxa de inflao aparenta acompanhar a variao da taxa de cmbio real no intervalo da banda. No ltimo trimestre do ano de 1998 e primeiro trimestre de 1999 acontece uma intensa depreciao na taxa de cmbio, momento em que h uma anloga elevao da taxa de inflao. vista disso, h uma quebra estrutural na srie taxa de cmbiorealovershootingequerefleteamudananoregimecambial.Ento,a partirdoprimeirotrimestrede1999oregimedebandascambiaisfoisubstitudoe 14 Um regime adotado para a taxa de cmbio e modificvel atravs de pequenas faixas de variao dentro de um intervalo (variao pormeio de comprase vendasnosmercadosvista e futuros). 24 instaura-seoregimecambialflutuantesujo15.Paralelamente,teveincioosistemade metasdeinflao16.Novidadesfacultadaspormeiodatransformaodosobjetivos dos instrumentos utilizados pelo Banco Central do Brasil que denota o momento em que osdadosdasriedetaxadecmbiorealpassamaflutuarlivrementeeataxadejuros passaaserutilizadacomoummecanismoparatentarmanterataxadeinflaosobre controle.Isto,avariaodataxabsicadejurosSelicpassaaserutilizvel especialmentecomouminstrumentoparaconteroexcessodedemandaeconsequente elevao do nvel de preos. transio para o regime de livre flutuao foi perturbada devido s incertezas nomercadodiantedetalregimee,consequentemente,ataxadecmbiorealoscilou durante o ano de 1999; contguo a observveis movimentos de acompanhamento da taxa de inflao sobretudo a meta para a taxa de inflao no ano fora atingida.Entre1999a2010oregimedecmbioflutuantefoiafetadopeloschoquese oscilaes da crise na economia da Argentina, atentados terroristas nos Estados Unidos, eleiespresidenciaisnoBrasilecrisedosistemaSubprimenosEstadosUnidos.Paralelamenteataiseventoshouveavolatilidadedataxadecmbiorealcomo acompanhamentonamesmadireodataxadeinflao,excetoduranteochoqueda crise do Subprime. Destaca-se que as expectativas de mercado se acalmam com a nova poltica monetria adotada e a partir do ano 2000 a estabilidade na taxa de cmbio real. Porm, em 2001 ocorre a crise cambial e financeira na Argentina personificada atravs da moratria e declnio do sistema currency board de paridade fixa entre a moeda da Argentina e a moeda dos Estados Unidos, tal crise paira no mundo como um indicador de fragilidade sobre os pases emergentes e como uma grande ameaa para a economia doBrasil.Portanto,noBrasil,houveumaumentogradualdataxadejurosparatentar conterosefeitosdoespalhamentodochoquedestacriseeaotentarevitarsadade capitaiseestabilizarataxadecmbio.Aomesmotempo,aeconomiadosEstados Unidosjestavaemdesaceleraoquandoocorremosataquesterroristasea paralizaomomentneadosmercadosfinanceiroseposteriorqueda(apartirda reaberturadosmesmos)nosprincipaisndicesfinanceirosdaquelaeconomiaecom 15O BancoCentralfazpequenasintervenes nomercado cambial paraconter flutuaes excessivas,apreciaes ou depreciaesinsustentveisna taxa de cmbio. 16Talregimepriorizaaestabilidadedepreoseprocuratornarpblicaataxadeinflaoaseratingida peloBancoCentral,bemcomoosinstrumentosaseremutilizadosparaesteobjetivoeasanlisesque fundamentamestasdecises.SendoescolhidooIPCAporserumndicemenosexpostoflutuao cambial. 25 efeitosdiretossobreoutraseconomias.Assim,comoespalhamentodesteschoques houve a depreciao cambial no Brasil, acompanhada da flutuao no mesmo sentido da taxa de inflao.No fim de 2001 houve uma apreciao na taxa de cmbio real e queda na taxa de inflao, isto , antes do efeito das eleies presidenciais no Brasil. Ento, no primeiro trimestrede2002ataxadecmbiorealsedepreciaeataxadeinflaoseeleva.No segundo trimestre de 2002 ocorre uma elevada depreciao na taxa de cmbio real um outlier na srie posteriormente, no terceiro trimestre, sucede o maior pico na taxa de inflaoocorridoduranteosistemademetasdeinflao.Talflutuaodassries resultante da possibilidade de mudana na poltica econmica como fruto da eleio do governodeLuizIncioLuladaSilvapeloPartidodosTrabalhadores,denominado Efeito Lula para a economia do Brasil. Um efeito definido pela expectativa dos agentes econmicosreferenteprobabilidadedeumaposturaintervencionistadogovernona economiaedecontroledomercadodecapitais.Oquenoveioaseconfirmarecom posteriorreaoanmicapositivadomercado.Almdisso,defende-sequeem2000, 2001e2003asmetasestabelecidasparaataxadeinflaonoforamatingidasem decorrncia da elevada depreciaocambia. Em 2003 a taxa de cmbio real apreciava-se no primeiro trimestre quando gradativamente passa a se depreciar durante o resto do ano, acompanhada do aumento da taxa de inflao. Ento, a partir do segundo trimestre de2004inicia-seumperododerelativaestabilidadenataxadecmbiorealetaxade inflao.Apsisso,houveumaumentodataxaSeliccomaapreciaodocmbio durante 2005. Em sntese, entre 2004 a 2008 h relativa estabilidade na taxa de cmbio real e as metas de inflao so atingidas.Porm, em 2008 quando a crise de crdito (hipotecas) de alto risco Subprime naeconomiadosEstadosUnidosdesencadeiaumagrandecrisefinanceiraglobale espalha-sesobreaseconomiasemergentescomefeitossobreaeconomiadoBrasil. Comoconsequncia,houveadepreciaodataxadecmbioesemoaumentodataxa de inflao no momento do choque sobre a economia.CabereferirqueCaldasePortugal(2010)calculamqueataxadecmbioreal permaneceuprximadoseuvalordeequilbrioentre1999e2008,apesardea volatilidadedataxasermaiordoqueentre1994a1998.J,entre2009e2010a volatilidadedestasrieumpoucomaior,enquantoataxadeinflaomanteve-sena meta estabelecida em 2009 e em 2010.26 Afigura2mostraarelaoentreataxadeinflaoeataxadecrescimentodo produto real (PIB). Figura 2: Movimento histrico da taxa de inflao e da taxa decrescimento do produto real (PIB) para a economia do Brasil no perodo de 1995 T1 a 2010 T4 (trimestral) Fonte: IPEADATA. Nota: Figura elaborada pelo autor. A taxa de inflao est em nvel (eixo atribudo direita) enquanto a srie taxa de crescimento do produto real (PIB) est deflacionada pelo IPCA, com ajuste sazonal, e em primeira diferena logartmica (eixo atribudo esquerda). Afiguramostraasobreposiodaslinhascomoobjetivodeilustrarosefeitosdaoscilao oposta em vrias observaesna direo tomada pelas sries. Destaca-seumaobservveleprovvelrelaonegativaentreinflaoe crescimentoapartirdomovimentoemdireesopostasemvriosmomentosno comportamento de flutuao das duas sries.No incio de 1995 houve um aumento do PIBparaleloapreciaocambial,enquantoataxadeinflaodeclina.Nofinalde 1995 terminados os efeitos do espalhamento da crise ocorrida na economia do Mxico, houve o aumento da taxa de crescimento econmico at o final de 1996 (embora menor doqueoocorridonametadedoano),enquantoainflaoteveumcomportamento oposto.Apsoterceirotrimestrede1997,paralelamenteaosobjetivosdeparalisaros efeitosdacriseasitica,houveumareduonataxadecrescimentocomaumentona taxadeinflao.Jnosegundotrimestrede1998comosefeitosdoespalhamentoda criseocorridanaRssiahouveumareduodoPIBatoprimeirotrimestrede1999, comaumentonataxadeinflao.Ento,apartirdosegundotrimestrede1999houve um aumento contnuo na taxa de crescimento at o final de tal ano, com reduo na taxa deinflao.Depoisdisso,houveumcrescimentoequilibradoat2001,pormcom interrupoapartirdochoquedoespalhamentodacrisenaArgentinaerecessona economia norte-americana. Ento, aps 2002 a taxa de crescimento volta a um patamar -.08-.04.00.04.08-0.50.00.51.01.51995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010Inflao Crescimento27 estvelatoeventointernodaseleiespresidenciais,quandohouveumavertiginosa queda do produto durante o resto de 2002, e aumento na taxa de inflao. J entre 2003 a2008humaestabilidadenataxadecrescimentoeconmico(nosmomentosondea taxa de inflao aparece menor observa-se um aumento, com defasagem, no produto) e queveioaserinterrompidocomochoquedacrisedoSubprimenosEstadosUnidos, momentoondeocorreuaquedadoprodutoesemaumentoproporcionaldataxade inflao. Em 2009 a economia do Brasil veio a fecharcom o pior desempenho na taxa decrescimentodoprodutoreal(PIB),naamostra.Commelhoraem2010.Porfim, destaca-sequeentre1995a2010ataxadecrescimentodoprodutoreal(PIB)ficou abaixode6%emtodososanos.Tendoficadoacimade5%emapenastrsocasies: 2004, 2007 e 2008.A figura 3 mostra a relao entre a taxa de cmbio real e a taxa de crescimento do produto real (PIB). Figura 3: Movimento histrico da taxa de cmbio real e da taxa de crescimento do produto real (PIB) para a economia do Brasil no perodo de 1995 T1 a 2010 T3 (trimestral) Fonte:IPEADATA. Nota: Figuraelaboradapelo autor.A srietaxa decmbio real estem primeiradiferenalogartmica(eixoatribudodireita),assimcomoataxadecrescimento do produto real (PIB) (eixo atribudo esquerda). Nodebateacercadasimplicaesdataxadecmbiorealsobreocrescimentoe inflao,ento,paraocasodoBrasil,apartirdafigura3,nota-sequeaapreciaoda taxa de cmbio real temum impacto positivo sobre o crescimento, e queo impacto de curto-prazopareceacabarproporoqueataxadecmbiorealseestabilizaemum novo patamar.-.08-.04.00.04.08-.2.0.2.41995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010Taxa de cmbio real Crescimento28 3 METODOLOGIA Nestecaptulofazem-seosfundamentosdemodelosmatemtico-estatsticosa seremutilizadosnaanliseempricadocaptuloposterior.Aseo3.1trazaequao paraoclculodecorrelaocruzada.Aseo3.2trazovetorauto-regressivo(VAR), enquanto as subsees 3.2.1 e 3.2.2 demonstramduas abordagens distintasdecorrentes destemtodo:afunoimpulso-resposta(ortogonal)eafunoimpulso-resposta generalizada. 3.1 Correlao Cruzada Ocoeficientedecorrelao,,podeserutilizadoparaestimararelaoentre inflao e crescimento17, ao aplicar as sries temporais de taxa de inflao e de taxa de crescimento do produto real (PIB) seguinte equao18:

(3.1) ondeoutilizadoparaasriedataxadeinflaoemnveleoutilizadoparaa sriedaprimeiradiferenalogartmicadoproduto,isto,aformautilizadapara representar o componente cclico da taxa de crescimento do produto real (PIB). Comotendoumintervalodevariaoentre-1e1(comovaloresextremos). Assim,seocoeficientedecorrelaoresultarigualamenosum,arelao perfeitamentenegativa.E,seresultarigualaum,arelaoperfeitamentepositiva. Ento,seresultarigualazero,nohrelaoalguma.Sobretudo,normalmenteos 17 Berument, et al. (2008) fazem isso. 18 Equao de correlao cruzada,conforme Samohyl(2005, captulo 03). 29 resultadosdestescoeficientesnocaemnosvaloresextremosevariamnointervalo considerado. Acorrelaocruzadaentreestassriesdesignaamedidadograudeassociao entreinflaoeproduto,entoacorrelaocruzadaincluiosvaloresdefasados, contemporneoefuturos(indicadoresdelagedelead).Ondeacorrelaocruzada obtidaaocaptaradefasagemdetempoentreasalteraesdosdadosdassries.A ordemdedefasagensindicaonmerodetrimestresemqueocomponentecclicodo produtoestdefasadoemrelaotaxadeinflaocontempornea.Talanlisetemo objetivodetentarcaptarcomoainflaosemovimentatemporalmenteemrelaoa este componente cclico de produto, estimado. 3.2 VAR OVARcomometodologiaeconomtricapossibilitaaexpressodemodelos econmicoscompletos.Permiteaestimaodosparmetrosestruturaisdeummodelo econmico atravs do estudo, definio, e uso de restries entre as equaes presentes no VAR especificado. Esta metodologia pode ser utilizada para a previso, sistemas de sries temporais inter-relacionadas e para a anlise de choques aleatrios em sistemas de variveis (BUENO, 2008). Tal mtodo pode ser especificado como:

(3.2) emqueseexpressaummodeloautoregressivodeordempporumvetorcomn variveis endgenas

que esto vinculadas entre si por meio de uma matriz A. O A umamatrizquedeterminaasrestriescontemporneasentreasvariveisque compemovetor,Xt.Enquanto,B0umvetordeconstantes.Bi so matrizesn .E,Bumamatrizdiagonaldedesvios-padro,enquantoum vetordeperturbaesaleatriasnocorrelacionadasentresicontemporneaou temporalmente,i.e.,

(BUENO, 2008, p. 162). Esta forma estrutural 30 expressa a relaes entre as variveis endgenas de um modelo. Os choques

afetam, individualmente,acadaumadasvariveisendgenas,aindependnciadoschoques ocorresemaperdadegeneralidade,easinter-relaesentreoschoquessocaptadas indiretamente pela matrizA (BUENO, 2008). Ento, em sua forma reduzida (porque da endogeneidade das variveis):

Em que,

, i = o, 1, ..., pe o

. Enders (2004, p. 294) apud Bueno (2008) ao observar este modelo atravs de um exemplo bivariado de ordem 1 toma:

;

. Umaespecificaoondeasvariveissoinfluenciadasmutuamenteumapela outra,contemporaneamente,epordefasagensdeseusvalores(

oefeito contemporneodeumamudanaunitriadeztemyt).Ummodelonoestimvel diretamente,porque,respectivamente,asvariveiscontemporneasyt eztso individualmentecorrelacionadascomoserros

.Entooefeitofeedback sucedeporqueyt ezt(afetamumaooutro)possuemumainterdependncia contempornea(BUENO,2008).AssimoVARtentasuperaraestaquestoaotalvez permitirencontraratrajetriadavariveldeinteresseapartirdoschoquesestruturais noserros.Omtodoadmiteashiptesesdeque

e

sejamsriesestacionriasou cointegradas,oserrossejamrudobranco(

e

)equeas sries no sejam autocorrelacionadas

(

).Aps tirar as matrizes do exemplo bivariado de ordem 1: 31 [

] [

][

] [

] [

] [

] [

]

Pode-se escrever a forma reduzida deste modelo simplificado:

(3.3)

E para esta especificao, a condio de estabilidade ter os autovalores de (

fora do crculo unitrio.JumVARcompletodeordempquepermiteainter-relaodevariveis estacionriasenoestacionriastomadasemnvel(SIMS,1980;SIMS,STOCK; WATSON, 1990) apud (BUENO, 2008) pode ter a representao:

,(3.4) emque

umvetordevariveisendgenas,umamatrizdecoeficientes ,

umvetordevariveisexgenas(equepodeincluirvariveis determinsticas).Sugere-setransformarumVAR(p)emumVAR(1)quandosequer obterafunoimpulso-respostadecorrentedeumchoqueestrutural,ouainda,para descobrir se uma determinada estrutura multivariada estacionria.O VAR procura responder qual a trajetria de uma ou um conjunto de sries aps umchoqueestruturalaoapresentarotempoaqueumchoqueafetaumasrieeasua mudana de patamar. Podendo ainda ser usado para a previso. 3.2.1 Funo impulso-resposta 32 A funo impulso-resposta possibilita a anlise do comportamento individual das variveisdeumsistemaapartirdoschoquesedesvios-padronasinovaesdeum modelo. Objetiva analisar a sensibilidade das variveis econmicas atravs dos choques especficos ocorridos num perodo de anlise. Cada coeficienteapresentaa resposta de umavariveldomodeloparaumainovaoespecfica,deixandoconstantesasdemais inovaesnosoutrosperodos.Oschoquesocorridosnomodelotornam-seortogonais peladecomposiodeCholesky.Eaordenaodasvariveisexerceumpapel fundamental sobre o desempenho do modelo. Sims (1980) apud Bueno (2008) traz a especificao de um sistema recursivo para identificarummodelo,impequealgunscoeficientesconformeargumentos econmicossejamiguaisazeroeopinaqueoefeitofeedbacksejalimitado.Por exemplo, um modelo bivariado com a imposio de que

resulta em:

Tal restrio torna os parmetros estruturais identificveis:

[

] [

][

] [

] [

] [

] [

] [

] [

] [

]. Com

,entooserrosreduzidosficam:[

][

],de modo que:

Taisequaes,maisasseguintes,servemparaaidentificaodosparmetros estruturaisdomodelo:

.A decomposio de Choleski uma maneira triangular de decompor os resduos e pode ser generalizada para um vetor com n variveis endgenas. No caso de n variveis endgenastorna-sededimensoamatrizdecovarincia.Enecessriacomo condiodeidentificaoaimposiode

restries.ParaBueno(2008) esta decomposio triangular e fora que a poro superior da diagonal tenha zeros, o 33 queequivaleimposiodasrestriesrequeridas.Oproblemadessaimposioa definiodeordenaodasvariveisquenormalmentearbitrria.Entoaordenao dasvariveisdefineoformatodasrestriesdemodoquediferentesordenaes originamdistintasrestries.Ento,seosautovaloresdapolinomial

estiveremforadocrculounitriopossvelestimarumVAR(p)emumvetorde mdiasmveisinfinitoVMA().Porexemplo,oVAR(1)bivariadoexpostopor Bueno (2008):

[

] [

] Em que

a mdia de longo prazo. Aps a definio da matriz:

[

] De maneira que:

[

][

]

Onde,oselementosdamatriz

soosmultiplicadoresdeimpactodeum choque sobre as variveis endgenas (BUENO, 2008, p. 183). De modo que o impacto totaldeumchoquede

sobre

originadopelasomadoscoeficientes

, E,tambm,sobre

somam-seoscoeficientes

. Ento quando se desenham os coeficientes contra i gera-se a funo impulso-resposta, e, asomadoscoeficientescontraidesenhadaemumgrficooriginaafunoimpulso-respostaacumulada.Porfim,ointervalodeconfianapodesercalculadopelo software utilizado (BUENO, 2008). 34 3.2.2 Funo impulso-resposta generalizada Omtododeanliseconvencionaldeimpulso-respostacriticadoporqueos resultados dependem do pressuposto de ortogonalidade alm de os resultados diferirem deacordocomaordenaodasvariveis.Omtododefunoimpulso-resposta generalizadadesenvolvidoporKoopetal.(1996)ePesaraneShin(1997)tema seguintevantagememrelaoanlisedefunoimpulso-resposta(ortogonal).Ao contrriodopressupostodeortogonalidadenousodadecomposiodeCholesky,a funo impulso-resposta generalizada invariante ordenao das variveis escolhidas pelopesquisadorqueseapresentamnaanlisepadroeprovumainterpretao significativa do impacto inicial dos choques. Pesaran e Shin (1997, p.1) trazem o seguinte VAR aumentado:

(3.5) emque

umvetor devariveisconjuntamente dependentes,

umvetordevariveisdeterminsticas(e)ouexgenas.Enquanto

e so matrizes de coeficientes e . Ao assumir as hipteses de que: (1)

para todo t,

uma matriz positiva e definida ,

para todoe

|

; (2) E tambm que |

| todas as razes se situem fora do crculo unitrio;

(3)Eaindaque

nosejamperfeitamente colineares. Atravs da hiptese (2),

tem covarincia estacionria e (3.5) pode ser reescrito com a representao de mdias mveis infinito VMA (): 35

, (3.6) em que

denota as matrizes de coeficiente que podem ser obtidas a partir das relaes recursivas:

, (3.7) com

e

,para,e

. ParaPesaraneShin(1997,p.2)umafunoimpulso-respostamedeoperfil temporal do efeito de choques em um determinado momento sobre os valores esperados efuturosdevariveisdeumsistemadinmico.Omododedescreverumimpulso-respostaobserv-locomoresultadodeumexperimentoemprico,porexemplo,o efeitotemporaldeumhipotticovetor comchoquesdemagnitude

ao atingir a economia em um tempote comparvel com a projeo dalinhatemporal,dadaahistriadaeconomia,comnfaseatrsquestes principais:ostiposdechoquesqueatingemaeconomiaemt,oestadodaeconomia antes dos choques , e os tipos de choques que ocorrem de a . Pesaran e Shin(1997)denotamaconhecidahistriadaeconomiaat comooconjuntode informaes:

.Afunoimpulso-respostageneralizadade

nohorizonten definida por:

(

|

)

|

(3.8) PesaraneShin(1997)colocam(3.7)em(3.5)eobtm

, independente de

e dependente da composio dos choques definida por. Ento a escolha relevante de essencial para as propriedades da funo impulso-resposta. Paralelamente,conformePesaraneShin(1997),paracalcularafunoimpulso-resposta(ortogonal)bastaescolherousandoadecomposiodeCholeskyde ,ondeumamatriztriangularinferior .Ento(3.6)podeserescrito como:

,36 t = 1, 2, , T, tal que,

so ortogonais, i.e., (

)

. Assim, o vetor da funo impulso-resposta(ortogonal)deumchoqueunitrionaj-simaequaosobre

dado por:

,n = 0, 1, 2, ..., onde

umvetordeseleo comaunidadenoj-simoelementoezeronos demais. ParaPesaraneShin(1997)umaabordagemalternativautilizar(3.8) diretamente, ao impor choques de todos os elementos

.Outra abordagem optar por apenasumelementodechoque,oj-simoelemento,eintegrarosefeitosdosdemais choques usando uma presumida ou historicamente observada distribuio de erros. Para este caso:

(

|

)

|

.(3.9) Assumindo que

tenha distribuio normal multivariada: (

|

)(

)

Destemodo,ovetor (semescala)dafunoimpulso-respostageneralizadade efeitos de um choque na j-sima equao, no instante t, a propsito de

dado por: (

) (

) (3.10)

Aodefinir(otamanhodochoqueemumdesvio-padro)

obtm-seo dimensionamento da funo impulso-resposta generalizada por:

,n = 0, 1, 2,..., (3.11)37 quemensuraoefeitodeumchoquedeumdesvio-padrodeerrosnaj-simaequao no instante t e nos valores esperados de x no instante.Para Pesaran e Shin (1997), funo impulso-resposta generalizada

e funo impulso-resposta(ortogonal)

diferememdiversosaspectos.Afunoimpulso-respostageneralizadainvarianteordenaodasvariveisnoVAR,oqueno acontecenafunoimpulso-resposta(ortogonal).Existeminmerasalternativasde reparametrizaesempregveisparacalcularafunoimpulso-resposta(ortogonal), pormnovemaocorrerumaorientaoclaradequandoumadasparametrizaes passveis seja empregada. Ento, em contraste, as respostas da funo impulso-resposta generalizadasonicaselevaminteiramenteemcontaospadreshistricosde correlaoobservadosentrediferenteschoques.Comaproposiodequeafuno impulso-respostageneralizadaeafunoimpulso-resposta(ortogonal)coincidemse diagonal. No caso de no ser diagonal, ento:

para j = 2, 3, ..., m, easduasfunesdeimpulso-respostacoincidemapenasparaj=1.Aprova matemticadestaproposioquefogeaoescopodestamonografiaapresentadaem Pesaran e Shin (1997, p. 4).

38 4 ANLISE EMPRICA Este captulo tem a finalidade de trazer a especificao do modelo economtrico e os principais resultados obtidos. A seo 4.1 informa a base de dados utilizada, as sries empregadaseatransformaodasmesmas.Aseo4.2trazumaanlisepreliminar subjacenteaosdados.Aseo4.3evidenciaacorrelaocruzadaentreinflaoe crescimento.Aseo4.4trazasestimativasapartirdaanlisedefunoimpulso-resposta generalizada para os dados das sries temporais. 4.1 Base de dados e variveis Osdadosutilizadosnaanliseempricadomodeloestimadonestamonografia foramcoletadosnabasededadosdoInstitutodePesquisaEconmicaAplicada (IPEADATA) 19 e compreendem a 64 observaes trimestrais que remontam o perodo de1995T1(trimestreum)a2010T420(trimestrequatro).Soempregadastrssries temporais endgenas: a taxa de cmbio real, a taxa de inflao e a taxa de crescimento doprodutoreal(PIB).E,duassriestemporaisexgenas,paraexperimentosde extenso: a cotao internacional do petrleo e M121.Asrietaxadecmbiorealfoiobtidacombasenataxadecmbionominal (R$/US$),trimestral(mdia),comercialparaavenda,multiplicadapelarazoentreo logaritmo de um ndice de preos para o consumidor externo e um ndice de preos para oconsumidorinterno,foramutilizadas,respectivamente,comoproxyparaonvelde preos externo e interno: o ndice de Preos ao Consumidor norte-americano (CPI) e o ndicedePreosaoConsumidorAmplo(IPCA).Paraataxadeinflao:foiutilizada 19 Sries temporais disponveis emwww.ipeadata.gov.br. 20AanlisenocompreendeosprimeirosmesesdoPlanoRealporqueataxadeinflaoapresenta-se, nos dados, demasiado elevada. Decorrente da expectativa do aumento das taxas de inflao pelos agentes econmicos. 21 O pacote estatstico empregado foi o Eviews 5.1. 39 comomedidaondicenacionaldepreosaoconsumidoramplo(IPCA),umndice atualmentederefernciaparaosistemademetasdeinflao,equetemaunidade expressa em percentual (% a.m.). A taxa de crescimento do produto real remonta srie originaldeProdutoInternoBruto(PIB)apreosdemercado,umasriedeflacionada peloIPCA(para,ento,captarasvariaesemtermosreais)ecomumajustesazonal atravs de mdias mveis (com a funo de extrair os traos de sazonalidade), em reais (R$).O preo internacional do petrleo, que expresso em dlar americano (US$), foi transformado para reais (R$) conforme a cotao da taxa de cmbio nominal (R$/US$) deflacionadapeloIPCAparaostrimestrescorrespondentes.Porfim,M1refere-se parceladosmeiosdepagamento(mdia),segundooconceitorestritodemoeda22;esta srieestdeflacionadapeloIPCAecombaseemmarode2011.Todasasvariveis esto com base em maro de 2011.Apsadefiniodassriestemporais,iniciou-seotratamentoeconomtricodas mesmas.Primeiro,extraiu-seologaritmonaturaldosdadosdassrieseparaataxade inflaoextraiu-seosemi-log23.Emseguida,comaanlisedetestesde estacionariedadeverificou-seaexistncia,ouno,derazesunitriasnassries empregadasnomodelo.UmaanliseconformeostestesdeDickey-Fulleraumentado (ADF), Phillips-Perron (PP) e Kwiatkowski, Phillips, Schmidt e Shin (KPSS)24.Assim, a anlise dos testes de raiz unitria revela que apenas a taxa de inflao estacionriaemnvelI(0),isto,nocontmraizunitria.Enquantoasdemaissries apresentam processos no estacionrios em nvel e sendo integradas de ordem um I(1), a partir dos testes ADF e PP. Ento, conforme o valor crtico de 1% dos testes ADF, PP e KPSStaissriesapresentam-seestacionriasemprimeiradiferenaI(1)25,logartmica. Sobretudo,pelotesteKPSSnoserejeitaahiptesenuladeestacionaridadedasrie taxa de cmbio real (um resultado, ento, desconsiderado). A partir destes resultados, as 22 Definio conforme o site do IPEADATA. 23Isto,paraataxadeinflaofoitiradoologaritmoapenasnasobservaescomvaloresmaioresdo que um.Ento para: 1995 (T1, T2, T3 e T4), 2000 (T3), 2002 (T4) e 2003 (T1). Exceto para1996 (T2) e 2000 (T3). Tal procedimento foi adotadoporreduzir o desvio-padro da srie de0.47030para0.25916e o coeficiente de curtose de4.1215para0.81306, alm de tambm diminuir o enviesamento.24 O critrio de seleo de defasagens para os testes PP e KPSS empregados foram realizados conforme a seleoautomticadeNewey-WestemtododeestimaoespectraldeBartlettKernel,presentesno pacote estatstico Eviews. Para detalhes, vede Bueno (2008, captulo 03) e referncia.25 Isto , primeira diferena como um filtro a partir da ordem de integrao da srie, sendo o componente cclicoaparteestacionarizadadasrie.Ouseja,Aoverificaraordemdeintegraodasriefaz-sea ordemdediferena,ondeoresultadodadiferenaocomponentecclico.Ento,aosuporumasrie integradadeordemumI(1),

podeserdenotadapor

ondesedefineatendnciapor

a a estimao de

dada por

(TELES et al., 2005, p. 300).40 sriestemporaisdomodelosoestimadasemprimeiradiferenalogartmica,com exceoparaataxadeinflaoestimadaemsemi-log26.Ainda,paraumposterior clculoadicionaldecorrelaocruzadaentreinflaoecrescimento,utilizadauma srieparadesignarocrescimentoobtidaatravsdohiatodoprodutoapartirdofiltro HP, extrado da srie do logartmo do PIB a preos de mercado, deflacionada pelo IPCA e com um ajuste sazonal atravs de mdias mveis. Porfim,foioriginadaumasrieartificial:dummydeimpulso.Estasriefoi geradaapartirdaanlisegrficadosresduosdassriesendgenasempregadasno modeloVAR.Adummyobtidaapartirdarelaoentreinflaoecrescimento,e,a partirdaextensodestarelao,ouseja,apartirdarelaoentretaxadecmbioreal, inflao e crescimento. Tal dummy tem o objetivo de destacar eventuais outliers, a partir dechoques,sobreassries,tratadosnaseo4.4,eidentificadosnomodelo.Tendoa representao de 1 paraas observaes significativas e 0 paraas observaes normais. Inicialmentefoitestadaindividualmenteasignificnciadeoutliers,choquesexternos, nonormalidadeeheteroscedasticidadesobrecadaumadastrssriesendgenase entoasrepresentaesestatisticamentesignificativasforamincludasemumanica variveldummyparaomodelo.Procedimentoadotadocomointuitodenoconsumir muitos graus de liberdade. 4.2 Correlao cruzada entre inflao e crescimento Para tentar obter uma possvel correlao negativa entre inflao ecrescimento calculada a correlao cruzada entre as sries analisadas. Para este clculo utilizada a primeiradiferenalogartmicadataxadecrescimentodoprodutoreal(PIB), deflacionadapeloIPCA,estedesviodenotaumaformadecomponentecclicodo produto. Alm disso, tambm utilizado o hiato do produtoobtido a partir do filtro HP extradodasriedologartmodoPIBapreosdemercado,deflacionadapeloIPCAe 26EmANEXOSapresentadoumquadro-resumocomaordemdeintegraodassriestemporais empregadaseumatabelacomosresultadosdostestesdeestacionariedademencionadosparaassries temporais do modelo desta monografia. 41 comumajustesazonalatravsdemdiasmveis.Enquanto,paraataxadeinflao utilizada a medida pelo IPCA (tirado o semi-log). Aps isso, acrescentada a estimativa de uma correlao cruzada adicional: onde, a primeira diferena logartmica (retorno) da taxadecmbiorealcalculadanolugardataxadeinflao,paraefeitosde comparao.Taissriesabrangemoperodoentre1995T1a2010T4.Combaseno primeiro trimestre de 2011. Assim,astabelas1e2apresentamosresultadosdaaplicaodaequao(3.1) paraaestimaodoscoeficientesdecorrelaocruzadaentreinflao,retornodataxa de cmbioreal ecrescimento, para o perodo entre 1995 T1a 2010T4. Para o clculo de correlaocruzada,aordem de defasagens selecionada foi quatro. Ento, as tabelas decorrelaocruzadaincluemosvaloresdefasados,correnteefuturo(indicadoresde lagde-4a-1edeleadde1at4),deformasdecrescimentoemrelaoinflaoe retorno da taxa de cmbio real. Para tentar captar como a inflao e retorno da taxa de cmbio real se movimentam em relao ao crescimento. Tabela 1: Correlao cruzada entre a taxa de inflao em nvel e primeira diferena logartmica do produto real (PIB) e hiato do produdo a partir do filtro HP extrado do produto Defasagem Primeira diferena logartmica do produto real (PIB)HP-4 -0.3965 -0.2649-30.1293 -0.1340-20.23410.1410-1 -0.14050.06300 -0.2044 -0.117310.10810.049420.06540.15953 -0.2414 -0.06944 -0.1883 -0.2357Fonte: IPEADATA. Nota: Tabela elaborada pelo autor. Comoresultadosdatabela1.Emboranemtodososcoeficientesdecorrelao mostremacorrelaonegativaentreainflaoecrescimento.Ainflaocorrente mostrou-secorrelacionadapositivamentecomvaloresdefasadosdaprimeiradiferena logartmica do produto real (PIB) para os trimestres dois e trs, alm de o trimestre um e doisfrente.E,contemporaneamentenegativamentecorrelacionadaparaumarelao entreataxadeinflaoehiatodoprodutoobtidoaparirdofiltroHP,e comumsinal diferente para a primeira defasagem em comparao outra anlise. Tal anlise sugere 42 umarelaocontemporneanegativaentreinflaoecrescimento,masqueainflao est positivamente relacionada com valores defasados da produo.Amatrizdecorrelaoentreainflaoeaprimeiradiferenalogartmicado produtoreal(PIB)der=-0.20435330,deacordocomahiptesenuladeno correlao:t(61)=-1.63046,comp-valorbilateral=0.1082.Enquantoamatrizde correlao entre a inflao e hiato do produto do produto traz um r = - 0.11728972, de acordo com a hiptese nula de no correlao: t (61) = - 0.929959, com p-valor bilateral= 0.3560. Tabela2:Correlaocruzadaentreoretornodataxadecmbiorealeprimeiradiferena logartmica do produto real (PIB) e filtro H-P extrado do produto DefasagemPrimeira diferena logartmica do produto real (PIB)Hiato do produto-4 -0.2777 -0.2649-30.2123 -0.1340-20.29030.1410-1 -0.09470.06300 -0.2726 -0.11731 -0.21240.04942 -0.18700.159530.1056 -0.06944 -0.0152 -0.2357Fonte: IPEADATA. Nota: Tabela elaborada pelo autor. A matriz de correlao cruzada entre o retorno da taxa de cmbio e produto igual 0.27255471, de acordo com a hiptese nula de nocorrelao:t(61)=-2.21248,comp-valorbilateral=0.0307.Enquanto,amatrizde correlao cruzada entre o retorno da taxa de cmbio e hiato do produto igual 0,06972429, de acordocomahiptesenuladenocorrelao:t(61)=0,545893,comp-valorbilateral= 0,5871. Resultadosquesugeremumarelaonegativaentreinflaoecrescimento.Emboranomuitoalta.E,queoretornodataxadecmbiorealpodeterinfluncias sobre a relao. Sobretudo, a correlao simples no considera a dinmica da inflao e crescimento,paraisto,emseguida,estima-seomodeloVARcomanlisedefunes impulso-resposta generalizada. 4.3 Anlise de impulso-resposta generalizada 43 Aanlisepreliminarrealizadanasubseoanteriorsugerequehumarelao negativaentreinflaoecrescimento.Almdisso,aoavaliaratrajetriadestassries temporais, a taxa de cmbio real aparenta ser um fator influente sobre a relao negativa entre inflao e crescimento. Assim, esta subseo traz estimativas de um modelo VAR, irrestrito, com o emprego da anlise de funes impulso-resposta generalizada (GIR). Inicialmente,omodeloderefernciaBenchmarkincluiduasvariveis endgenas: a taxa de inflao e a taxa de crescimento do produto real (PIB). A ordem de seleodasvariveisnoimportaparaaanliseGIR.Ento,sefazaextensodo modeloderefernciacomainclusodataxadecmbiorealcomoumavarivel endgena,istocomoobjetivodeevidenciarcomoataxadeinflaoeataxade crescimentodoprodutoreal(PIB)reagemachoquesestruturais.Parafinalizar, realizam-seexperimentosdeextensocomoacrscimodevariveisexgenas:preo internacional do petrleo e M1; no modelo. Paraasestimativas,utiliza-secomocomponentecclicoaparteestacionriadas sries: a taxa de inflao expressa em nvel, enquanto as demais sries esto expressas pormeiodofiltrodeprimeiradiferenalogartmica.Adescriodassriesutilizadas est na subseo 4.1. O modelo inclui um componente determinstico por meio de uma varivel dummy de impulso, para o perodo de 1997 T4 a 2000 T1, 2000 T4, 2001 T2, 2002 T2 a 2003 T3 e 2008 T3 a 2008 T4, sugerida pela anlise grfica dos resduos das variveisendgenasdomodelo.Aordemdedefasagemescolhidaparaomodelode refernciafoiquatro,apartirdosresultadossugeridospelocritriodeAkaike27e Hannan-Quinn;enquantoaordemindicadapelocritriodeSchwarzfoizero. Identicamente, para o modelo de referncia com o acrscimo da taxa de cmbio real, a ordem de defasagem escolhida foi quatro conforme o resultado sugerido pelo critrio de Akaike,enquantoaordemsugeridapelosoutrosdoiscritriosmencionadosfoizero. Cabe destacar que a escolha da ordem de defasagens melhor expressa o perodo de um ano.ParaaanliseGIR,simulaesdeMonte-Carlocom1.000repetiesforam utilizadas para calcular os erros-padroe a magnitude dos choques estruturais de um desvio-padro. 27 Esta ordem de defasagem foi escolhida por se adequarmelhor ao modelo de referncia e extenso. No esquecendoqueocritriodeAkaikesuperestimaassintticamenteaordemdoVAR(conformeBueno, 2008).Sobretudoaoutilizartrsoudoiscomoordemdedefasagem,alternativas,aanlisemantm-se comcaractersticassemelhantes.44 4.3.1 Modelo de referncia O modelo de referncia traz quatro funes de impulso-resposta generalizada para duas variveis endgenas: crescimento e inflao. Assim, a figura 4 mostra a anlise de oitotrimestresparaasrespostasgeneralizadasdechoquesestruturaisdeinovaesde um desvio-padro das sries. Figura 4: Funes impulso-resposta generalizada perodo: 1995 T1 a 2010 T4 (trimestral) Fonte:IPEADATA.Nota:Figuraelaboradapeloautor.Respostasgeneralizadasparaa inovao de um desvio-padro, 2 S.E. -.01.00.01.021 2 3 4 5 6 7 8Respostasdocrescimentoaocrescimento-.01.00.01.021 2 3 4 5 6 7 8Respostasdocrescimentoinflao-.2-.1.0.1.2.31 2 3 4 5 6 7 8Respostasdainflaoaocrescimento-.2-.1.0.1.2.31 2 3 4 5 6 7 8Respostasdainflaoinflao45 Aanlisedeimpulso-respostadainflaosugerequeavariaodestasrie respondenegativamenteachoquesdataxadecrescimentodoprodutorealnosdois primeirostrimestres,positivamentenostrimestrestrsequatro,enegativamentenos trimestres cinco e seis. J a taxa de crescimento, mais sensvel, responde negativamente achoquespositivosdataxadeinflao.Portanto,pode-seinferirqueomodelode refernciasugereumarelaonegativaentreinflaoecrescimento.Emseguida,a anlise do efeito da taxa de cmbio real sobre esta relao realizada. A figura 5 estende o modelo de referncia com o acrscimo da taxa de cmbio real como uma varivel endgena. Figura 5: Funes impulso-resposta perodo: 1995 T1 a 2010 T4 (trimestral)

Fonte: IPEADATA. Nota: Figura elaborada pelo autor. Respostas generalizadas para a inovao de um desvio-padro, 2 S.E.-.01.00.01.021 2 3 4 5 6 7 8 9 10Respostas docrescimento ao crescimento-.01.00.01.021 2 3 4 5 6 7 8 9 10Respostasdo crescimento inflao-.01.00.01.021 2 3 4 5 6 7 8 9 10Respostasdocrescimento taxade cmbio real-.2-.1.0.1.2.31 2 3 4 5 6 7 8 9 10Respostasda inflao ao crescimento-.2-.1.0.1.2.31 2 3 4 5 6 7 8 9 10Respostas da inflao inflao-.2-.1.0.1.2.31 2 3 4 5 6 7 8 9 10Respostasda inflao taxa de cmbio real-.04.00.04.081 2 3 4 5 6 7 8 9 10Respostas da taxade cmbio realaocrescimento-.04.00.04.081 2 3 4 5 6 7 8 9 10Respostas da taxa decmbio real inflao-.04.00.04.081 2 3 4 5 6 7 8 9 10Respostasda taxade cmbio real taxadecmbi oreal46 Observa-se na figura 5 que com o acrscimo da taxa de cmbio real, a resposta da inflaosugerequeavariaodestasrierespondepositivamenteachoquesde diminuio do crescimento nos quatro primeiros perodos, e responde negativamente ao aumento da taxa de crescimento do produto real, enquanto a resposta da taxa de cmbio realparaocrescimentoapresentaumcomportamentosemelhanteinflao(pormo efeito se dissipa aps o sexto trimestre). Enquanto, a resposta do crescimento sugere que avariaodestasrierespondepositivamenteparaadiminuiodainflao,ea respostadataxadecmbiorealparaainflaosedissipaapsosegundotrimestre.E aindaarespostadataxadecrescimentodoprodutorealsugerequeavariaodesta srierespondenegativamenteparaadepreciaocambial,e,ainda,queestarelao parece depender da resposta da taxa de inflao para a taxa de cmbio real. 4.3.2 Experimentos de extenso Nosexperimentosdeextensosoincludasasvariveisexgenas,emqueos choques,talvezpossamterefeitossobrearelaoentreinflaoecrescimento.Ento soadicionadasetestadas,individualmente,asvariveisexgenasnaseguinteordem: preo internacional do petrleo e M1. Com o preo internacional do petrleo como uma varivel exgena, a volatilidade do preo internacional do petrleo pode ter um impacto de influncia sobre a economia doBrasilporcontribuirparaoscustosdeproduo.Jquealgunsdosrecursos derivados desta matria prima so mensurados como preos administrados com um peso de5,51%noIPCA,dispostosem4,14%paragasolina,1,21%paraobotijodegse 0,16% para leo diesel e leo para motores, e com a alterao deste preo internacional tendo influncias indiretas atravs de os preos dos derivados de petrleo, por exemplo, sobreapassagemdenibus,avio,energiaeltrica,entreoutros.Sobretudo,uma autoridade reguladora determina o preo nacional do petrleo para a equivalncia com o preointernacional,emreais;equivalnciaquepossuiumafrequnciadeajustes 47 irregular,isto,peridica,ecomdefasagensnorepasse.Assim,avolatilidadeda cotaointernacional(R$/barril)noinstantaneamentetransmitidaparaopreodos derivadosdepetrleonoatacado28.Ento,analisa-seopreointernacionaldopetrleo como uma varivel exgena no modelo de referncia. Figura 6: Funes impulso-resposta generalizada perodo: 1995 T1 a 2010 T4 (trimestral) Fonte:IPEADATA.Nota:Figuraelaboradapeloautor.Respostasgeneralizadasparaa inovaodeumdesvio-padro, 2S.E.-Preointernacionaldopetrleocomovarivel exgena. Observa-se na figura 6 que o comportamento das 4 GIR so similares do modelo de referncia, com exceo para o perodo 7 onde a crescimento apresenta-se menor. 28 Disponvel em:http://www4.bcb.gov.br/pec/gci/port/focus/FAQ05-Pre%C3%A7os%20Administrados.pdf. -.010-.005.000.005.010.015.020.0251 2 3 4 5 6 7 8Respostasdocrescimentoaocrescimento-.010-.005.000.005.010.015.020.0251 2 3 4 5 6 7 8Respostasdocrescimentoinflao-.2-.1.0.1.2.31 2 3 4 5 6 7 8Respostasdainflaoaocrescimento-.2-.1.0.1.2.31 2 3 4 5 6 7 8Respostasdainflaoinflao48 Figura 7: Funes impulso-resposta generalizada perodo: 1995 T1 a 2010 T4 (trimestral) Fonte:IPEADATA.Nota:Figuraelaboradapeloautor.Respostasgeneralizadasparaa inovaodeumdesvio-padro, 2S.E.-Preointernacionaldopetrleocomovarivel exgena. Com o acrscimo da taxa de cmbio real no modelo, observa-se na figura 7 que as respostas da taxa de cmbio real ao crescimento passam a se dissipar em torno de zero a partirdosextosemestre,equeasrespostasdataxadecmbiorealinflaoagora positivo no quinto trimestre. A relao negativa entre inflao e crescimento foi vlida quando os preos do petrleo so considerados. M1denotaaparceladosmeiosdepagamento,segundooconceitorestritode moedaeenquadraosdepsitosvistaefetivamentemovimentveis,talsrieum conceito restrito de liquidez da economia e relaciona-se s reservas bancrias e soma de papel emitido pelo governo, ou seja, a base monetria. A base monetria um indicador -.01.00.01.021 2 3 4 5 6 7 8 9 10Respostas docrescimento ao crescimento-.01.00.01.021 2 3 4 5 6 7 8 9 10Respostasdo crescimento inflao-.01.00.01.021 2 3 4 5 6 7 8 9 10Respostasdocrescimento taxade cmbio real-.2-.1.0.1.2.31 2 3 4 5 6 7 8 9 10Respostasda inflao ao crescimento-.2-.1.0.1.2.31 2 3 4 5 6 7 8 9 10Respostas da inflao inflao-.2-.1.0.1.2.31 2 3 4 5 6 7 8 9 10Respostasda inflao taxa de cmbio real-.04.00.04.081 2 3 4 5 6 7 8 9 10Respostas da taxade cmbio realaocrescimento-.04.00.04.081 2 3 4 5 6 7 8 9 10Respostas da taxa decmbio real inflao-.04.00.04.081 2 3 4 5 6 7 8 9 10Respostasda taxadecmbio real taxadecmbi oreal49 daliquidezdaeconomiaporserumdosdeterminantesdamoedaemcirculao. Liquidez elevada denota a presses inflacionrias, por outro lado, baixa liquidez denota a restries na demanda e na oferta, isto , a queda no produto. Logo, a variao de M1 pode ter impactos significativos sobre as variveis endgenas do modelo. Figura 8: Funes impulso-resposta generalizada perodo: 1995 T1 a 2010 T4 (trimestral) Fonte:IPEADATA.Nota:Figuraelaboradapeloautor.Respostasgeneralizadasparaa inovao de um desvio-padro, 2 S.E. - M1 como varivel exgena. Observa-senafigura8queM1comovarivelexgenanoteveinfluncias significativasnoschoquesdarelaoentreinflaoecrescimento,poisomodelode referncia permanece idntico. -.01.00.01.021 2 3 4 5 6 7 8Respostasdocrescimentoaocrescimento-.01.00.01.021 2 3 4 5 6 7 8Respostasdocrescimentoinflao-.2-.1.0.1.2.31 2 3 4 5 6 7 8Respostasdainflaoaocrescimento-.2-.1.0.1.2.31 2 3 4 5 6 7 8Respostasdainflaoinflao50 Figura 9: Funes impulso-resposta generalizada perodo: 1995 T1 a 2010 T4 (trimestral) Fonte:IPEADATA.Nota:Figuraelaboradapeloautor.Respostasgeneralizadasparaa inovao de um desvio-padro, 2 S.E. - M1 como varivel exgena. Observa-se na figura 9 que a nica mudana em relao anlise GIR expressa na figura5queexcetoparapequenasvariaesdasrespostasdataxadecmbioreal inflao, mas no mesmo sentido, tudo o mais permanece semelhante. -.01.00.01.021 2 3 4 5 6 7 8 9 10Respostas docrescimento ao crescimento-.01.00.01.021 2 3 4 5 6 7 8 9 10Respostasdo crescimento inflao-.01.00.01.021 2 3 4 5 6 7 8 9 10Respostasdocrescimento taxade cmbio real-.2-.1.0.1.2.31 2 3 4 5 6 7 8 9 10Respostasda inflao ao crescimento-.2-.1.0.1.2.31 2 3 4 5 6 7 8 9 10Respostas da inflao inflao-.2-.1.0.1.2.31 2 3 4 5 6 7 8 9 10Respostasda inflao taxa de cmbio real-.04.00.04.081 2 3 4 5 6 7 8 9 10Respostas da taxade cmbio realaocrescimento-.04.00.04.081 2 3 4 5 6 7 8 9 10Respostas da taxa decmbio real inflao-.04.00.04.081 2 3 4 5 6 7 8 9 10Respostasda taxadecmbio real taxadecmbi oreal51 5 CONCLUSO Estamonografiacumpriuoobjetivodeanalisararelaoentreinflaoe crescimentoparaaexperinciadaeconomiadoBrasilnoperodoentre1995a2010. Paraanalisarestarelaorealizou-seumaapreciaoterico-empricadomodelo neoclssicodecrescimento,dateoriadosciclosreaisdenegcios,dateoriado crescimento endgeno a partir do modelo de Romer (1990) e modelo de Berument et al. (2008)paraaanliseemprica.Almdisso,fez-seumaanliseconjunturalparaa inflao,taxadecrescimentodoprodutoreal(PIB)etaxadecmbioreal,paraa experinciadaeconomiadoBrasilentre1995e2010.Bemcomo,concretizou-seuma descriodomtodomatemtico-estatsticodefunodecorrelaocruzadaede funo de impulso-resposta em um VAR, empregados. Para, enfim, efetivar-se a anlise empricacomahiptesederelaonegativainflaoecrescimento,ecomahiptese adicional de efeitos da taxa de cmbio real sobre tal relao. Comoresultados,emcontrastecomaprevisodacurvadePhillips,aanlise emprica sugeriu com a matriz de correlao uma relao negativa entre inflao e taxa decrescimentodoprodutoreal.Enquantoafunodecorrelaocruzadasugeriuuma relaocontemporneanegativaentreinflaoecrescimentoe,entretaxadecmbio realecrescimento,sobretudoparavaloresdefasadosdainflaoetaxadecmbioreal hmomentosderelaopositiva.Ento,comaanlisedeimpulso-resposta generalizada confirma-se a hiptese da relao negativa entre inflao e crescimento, e com o acrscimo da taxa de cmbio real ao modelo confirma-se a hiptese de que esta srie seja um fator com influncias sobre tal relao. Para os experimentos empricos de extenso,asvariveisexgenasadicionadas:preointernacionaldopetrleoeM1 tiveramumainflunciapoucosignificativasobreocomportamentodasvariveis endgenas do modelo VAR.

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A.2 Estacionariedade das variveis 56 Tabela A.1: Testes de estacionariedade (ADF, PP e KPSS) para as sries temporais, trimestrais, do modelo 1995 (T1) a 2010 (T4) Variveist-ADFDefasagemt-PPLargura da banda t-PP LM-KPSS Largura da banda t-KPSS IPCA-3.011161 (0.0394)* (1) 2 -6.449931 (0.000) (1) 3

0.204652 (1) 4 TCR-6.214815 (0.0000) (0) 0-6.094763 (0.0000) (0) 50,086805 (2) 8 PIB-6.582277 (0.0000) (0) 0-6.589108 (0.0000) (0) 1 0.493102 (1) 12 PIP-5,568974 (0,0000) (0) 0-5,501003 (0,0000) (0) 3 0,117786 (1) 2 M1-9.601574 (0.0000) (1) 1 -8.235986 (0.0000) (1) 61 0.451139 (1) 55 GG-4,676001 (0,0000) (1) 3 -20.2905 (0,0000) (0) 14 0.321885 (0) 12 RF-7.475686 (0.0000) (1) 2 -13.79643 (0.0000) (0) 4 0.145575 (0) 18 Fonte de dados: www.ipeadata.gov.br.Notas:Figura elaborada pelo autor.(I) Para valores depmenores que0,05entorejeitamosahiptesenulade noestacionariedadeparaostestes ADF e PP, e, assim, a srie considerada estacionria. Significativa a 5%. O mesmo vale para o valorcrticode1%,quandosurgemvaloresabaixode0,01.Assim,seovalordep significativoa1%,consequentementetambma5%e10%.ParaotesteKPSS,tambm considerado o valor crtico de 5%. O valor da estatsticattem que ser menor que o valor crtico de5%,paraseaceitarahiptesenuladeestacionariedade,assimasrieconsiderada estacionria.Ovalorde5%tomadocomoreferncia,aoseanalisarsehouve,ouno,a rejeio da hiptese nula, ainda que, na tabela, estejam especificados os valores crticos de 1%, 5% e 10%. A hiptese nula para o teste KPSS a de estacionariedade, ento ao se rejeitar a hiptese nula a srie em nvel possui raiz unitria. (II) Os valores entre parnteses referem-se probabilidade:(1)Constantesignificativa.(2)Constanteetendnciasignificativas.(0) Nenhum dos dois, ou constante e tendncia no possuem t significativos em KPSS. *: Nvel de 5% de significncia. 57 A.3 Tabela VAR (Equao dos Resduos) Vector Autoregression Estimates Date: 06/01/11 Time: 15:34 Sample (adjusted): 1996Q2 2010Q4 Included observations: 59 after adjustments Standard errors in ( ) & t-statistics in [ ] LY1DASLIPCA LY1DAS(-1)-0.152272-1.520805 (0.12328) (1.40465) [-1.23518][-1.08270] LY1DAS(-2)-0.251148 1.697046 (0.12018) (1.36933) [-2.08977][ 1.239