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A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS E A PROMOÇÃO DA SAÚDE: Elementos
essenciais nas aulas de Educação Física nas séries iniciais do Ensino Médio
Ivânia Beghini Ávila Gomes1
Prof. Dr. Nelson Nardo Jr.2
Resumo
Na atualidade, os jovens, apesar de cultivarem padrões de beleza, não têm tornado
efetiva a prática de atividades físicas permanentes. Geralmente estas têm estado
associada a modismos e status. Na realidade brasileira existe um número crescente
de adolescentes e jovens adultos obesos, os quais têm em comum a convivência
com as comorbidades associadas a essa doença e problemas decorrentes de uma
vida sedentária. Apesar da Educação Física estar presente ao longo da vida desses
jovens, isto não tem possibilitado que as atividades físicas se tornem rotina ao longo
de suas vidas. Nesse sentido, acredita-se que os hábitos de vida saudável passam
pela conscientização dos jovens de que as atividades físicas assim como a
alimentação adequada fazem parte de uma melhor condição de vida. O presente
estudo objetivou desenvolver no adolescente a consciência sobre o processo de
promoção da saúde, entendendo a prática de atividades físicas como uma
necessidade básica e que deve se estender ao longo da vida. Para tanto, foi
fundamental a organização do Caderno Temático, direcionando os estudos e as
atividades contemplando teoria e prática através de pesquisas. O estudo foi
1Graduada em Educação Física pela Universidade Gama Filho-RJ; Pós graduação em Didática - Fundamentos Teóricos da Prática Pedagógica, pela Faculdade de Educação São Luis –Jaboticabal- SP; Supervisão, Orientação e Administração Escolar pela Faculdade Maringá. 2Graduado em Educação Física pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho; mestrado em Ciências da Motricidade pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1998) e doutorado em Nutrição Humana Aplicada pela Universidade de São Paulo (2005). Atualmente realiza estágio de pós-doutorado na Universidade de Ottawa-Canada na Behavioral and Metabolic Research Unit. Professor adjunto da Universidade Estadual de Maringá, Docente do Programa Associado de Pós-Graduação em Educação Física UEM/UEL, Coordenador do Núcleo de Estudos Multiprofissional da Obesidade (NEMO).
1
compartilhado com outros professores participantes do Grupo de Trabalho em Rede,
realizado pela Secretaria da Educação do Estado do Paraná durante o ano de 2011
e apresentados através de relatórios e apresentações na Feira Científica e Cultural
realizada na escola campo de intervenção em novembro de 2011.
Palavras Chave: atividades físicas; aptidão física; saúde; condição de vida;
conscientização.
1 Introdução
Os estudos sobre a importância da prática regular de atividades físicas não
são recentes. Educadores, médicos, fisioterapeutas, entre outros, têm se
preocupado com esse tema, discutindo e abordando-o através de uma vasta
bibliografia. Contudo, na prática observa-se poucos avanços* em termos de
transferir todo o conhecimento relacionado aos benefícios da pratica regular de
atividades físicas, em um hábito de vida da população em todas as faixas etárias.
O significativo avanço tecnológico e científico, ocorrido desde a Revolução
Industrial no século XIX, destacado por Frossard (2005), evidencia que a
humanidade, na busca incessante de conforto, vive da automação e cria uma
geração sedentária que reduz as atividades físicas e vive com excesso de trabalho e
pouco tempo para o lazer.
Na realidade brasileira existe um número crescente de adolescentes e jovens
adultos obesos, que convivem com problemas decorrentes de uma vida sedentária.
Isto demonstra que apesar da Educação Física estar presente ao longo da vida
desses jovens não tem possibilitado que as atividades físicas se tornem rotina ao
longo de suas vidas.
No Paraná, as Diretrizes Curriculares para Educação Física (2008), inovam
orientando o ensino de Educação Física na corporalidade, sendo elementos
articuladores o desenvolvimento corporal e a construção da saúde, para tanto a
ação docente deve pautar-se numa visão global de saúde.
2
Nesse sentido, acredita-se que os hábitos de vida saudável passam pela
conscientização dos jovens de que as atividades físicas assim como a alimentação
saudável fazem parte de uma melhor condição de vida. Portanto, a relevância do
estudo está em trazer ao adolescente, de forma didática, informações sobre o
processo de promoção da saúde, entendendo a prática de atividades físicas como
algo significativo e que deve se estender ao longo da vida. Uma dúvida: só a
atividade física ou também hábitos alimentares saudáveis?
Guedes e Guedes (2003) e Vitolo (1999), atentam ser na adolescência o
início do comportamento sedentário, sendo geralmente nesta etapa da vida que são
substituídas atividades informais, como andar de bicicleta, patins, skates, entre
outras, por atividades de origem social ou cultural, como: videogames, computador,
televisão, com baixa demanda de gasto energético. Os autores advertem que por
outro lado, esses adolescentes convivem com a oferta de alimentos altamente
calóricos, e isto tem ocasionado um aumento expressivo do peso dos adolescentes
e consequentemente das doenças associadas.
Alves (2003), ao ressaltar a prática de atividade física como integrante da
rotina para o bem estar da criança e do adulto, relata que um indivíduo fisicamente
ativo desde a infância terá um melhor controle nas áreas social e emocional, assim
como das doenças crônicas na vida adulta.
A Constituição Federal do Brasil descreve ações de promoção a saúde dos
artigos 196 ao o art. 200, contudo, entre o texto da carta magna e a realidade vivida
atualmente existe uma grande distância, pois têm se observado aumento das
doenças crônicas e má qualidade de vida. Kruger, Pinheiro e Garcia (2005),
destacam que não é só a promoção, mas também o acesso igualitário e universal, a
redução de doenças e outros agravos que externam o papel das políticas sociais e
econômicas como dever do Estado no direito à saúde. Deve-se ter em mente a
proteção, a recuperação da saúde como política social e econômica.
Pesquisadores têm ressaltado que o trabalho com atitudes positivas tem
mostrado benefícios ao estabelecimento de hábitos saudáveis e isso implica em
divulgação e conscientização desses hábitos de forma a permitir que as pessoas
adquiram um maior compromisso com sua qualidade vida.
Compartilho com Alves (2003), Guedes e Guedes (2003) e Vitolo (1999) que a
reversão de uma vida sedentária para saudável poder ter início na conscientização,
3
na educação de jovens e adolescentes para prática habitual de atividades físicas.
As reflexões sobre a forma de vida do adolescente, seus hábitos, costumes,
foram ponto de partida dessa conscientização, refletindo e discutindo no coletivo as
questões relacionadas à promoção da saúde e a melhoria da qualidade de vida.
Ao ter como objetivo a análise do estilo de vida dos adolescentes do 1° ano
do Ensino Médio da escola campo de atuação, um colégio estadual localizado na
cidade de Maringá, Paraná, pode-se ampliar a compreensão dos fatores de
promoção da saúde e também sobre os comportamentos de risco.
Durante os estudos, os estudantes identificaram hábitos, costumes, estilo de
vida, discutindo sobre a alimentação, atividades físicas, formas de lazer e rotina.
Com apoio do Caderno Temático e pesquisas realizadas, os alunos teceram
relações entre os pressupostos teóricos sobre a prática de atividades físicas
habituais como elemento essencial para promoção da saúde e as praticadas por
eles, estudantes do ensino médio.
Paralelamente ao estudo com os alunos da escola campo de atuação,
professores participavam do Grupo de Trabalho em Rede refletindo sobre a
possibilidade da conscientização dos jovens para hábitos de vida mais saudável
durante as aulas de Educação Física. A participação dos professores nos fóruns e
discussão do material de apoio apresentado aos alunos do Ensino Médio e as
discussões sobre todo o processo permitiu enriquecer ainda mais o estudo.
2 A Prática de Atividades Físicas como elemento essencial na formação, como
ação e promoção da saúde
Evidências têm comprovado que o homem contemporâneo utiliza cada vez
menos suas potencialidades corporais e o baixo nível de atividade física tem sido
fator decisivo para o desenvolvimento de doenças degenerativas, o que tem
sustentado a hipótese de ser necessário promover mudanças do estilo de vida atual
de forma a incorporar a prática habitual de atividades físicas ao seu cotidiano.
Para Souza (2001), o único meio de prevenir os males da inatividade é ter
algum grau de atividade física e mental. Isto só é possível quando se tem
4
consciência e informação sobre os cuidados com a saúde. Destaca-se que só a
movimentação corporal temporária não significa mudança de hábito. Segundo a
autora, através da consciência pode descobrir que a saúde é na maioria das vezes
um fator que podemos controlar, prevenindo o surgimento de doenças.
A busca de educar o jovem adolescente para a prática de atividades físicas
em sua rotina objetiva adultos mais saudáveis que primem pela promoção da saúde
e assim possam prevenir o surgimento de algumas doenças decorrentes de uma
vida sedentária.
O estudo realizado com os alunos do 1° Ano do Ensino Médio na escola
campo de intervenção teve como foco a saúde assim destacamos algumas reflexões
realizadas com eles a esse respeito.
2.1 Definições de Saúde
Kruger, Pinheiro e Garcia (2005) lembram que com o surgimento da
Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1946, a saúde passa a ser definida como
o completo bem-estar físico, mental e social e não apenas como ausência de
doenças ou agravos. O reconhecimento da saúde como direito fundamental de todo
ser humano independente de sua condição social, econômica, crença religiosa ou
política interferiram nas concepções de saúde emergente no século XX, incluindo a
Constituição Brasileira.
Segundo Nieman (1999), a saúde é definida como um estado de completo
bem-estar físico, mental, social e espiritual, e não somente como ausência de
doenças e enfermidades. O autor considera que pesquisas têm demonstrado a
redução dos riscos de doença coronariana, decorrente de atividades de baixa
intensidade, como por exemplo, a caminhada vigorosa realizada regularmente, pode
ser mediada pelas alterações da distribuição do colesterol ou por um aumento da
atividade fibrinolítica (dissolução de coágulos confirmar a definição..).
Em relação ao conceito de saúde, Nahas (1997) considera que estamos longe
de estabelecer consenso, mas parece que o entendimento de saúde na atualidade
universalmente não se resume apenas a ausência de doença, e sim a um paradigma
5
que não leva em conta apenas o biológico, mas o ecológico que define a saúde
como condição multidimensional que resulta de uma complexa interação de fatores
hereditários, ambientais e estilo de vida.
Chaves (2000) ao apresentar o conceito de saúde na atualidade, afirma ser
um processo social dinâmico que se relaciona com outros processos sociais, onde
em cada indivíduo, terá uma determinação particular inserida na sua realidade
social, dentro de um determinado período de tempo. Essa pesquisadora, salienta
ainda que o conceito de saúde têm relação estreita com o modelo econômico
capitalista.
É preciso não esquecer as considerações de Escoda e Lima (1992), os quais
atentam para o fato de que o conceito saúde-doença deve ser avaliado na sua
perspectiva dentro de um caráter histórico social, ou seja, vinculadas as formas
como o ser humano se organiza historicamente.
Para Kubo e Botomé (2001, p.6), saúde e doença são graus das condições de
saúde das pessoas apresentadas pela pessoa quanto a um atributo, que neste caso
é a sanidade. A escala de sanidade possui diversos graus, e ao considerar esses
graus está se considerando o fenômeno saúde e toda sua dinamicidade. Os
referidos autores consideram ainda que as variações que uma pessoa pode assumir
com suas condições de saúde dependem da combinação de vários fatores, assim
admitem que não é possível determinar com precisão absoluta, a saúde de uma
pessoa, mas apenas com aproximações prováveis, probabilísticas. Cabe aos
profissionais da saúde saber integrar os conhecimentos de diferentes áreas para a
sua atuação.
Retomando as reflexões sobre os conceitos de saúde, Souza e Carvalho
(2003) apresentam o conceito delimitado pela Organização Mundial da Saúde, a
qual propõe uma natureza multifatorial da qualidade de vida com base em cinco
dimensões: 1) saúde física, 2) saúde psicológica, 3) nível de independência (em
aspectos de mobilidade, atividades diárias, dependência de medicamentos e
cuidados médicos e capacidade laboral), 4) relações sociais; e 5) meio ambiente.
Esta forma de conceber a saúde a partir de uma visão global considera várias
dimensões do ser humano na determinação dos níveis de qualidade de vida de cada
indivíduo.
Esse conceito agrega fatores objetivos e subjetivos para a sensação de bem
6
estar do indivíduo assim, é difícil quantificá-los, pois estão atrelados às condições de
qualidade de vida, sendo a vivência que o indivíduo pode ter de si mesmo, um peso
importante para sua saúde.
2.2 Atividade física e sua relação com a saúde
Como o enfoque deste estudo é a atividade física como promotora de saúde,
esclarecemos a seguir algumas definições difundidas para atividade física. Segundo
Araújo e Araújo (2000) a atividade física pode ser entendida como qualquer
movimento produzido pela musculatura esquelética que provoque gasto calórico
acima dos níveis de repouso.
Garcia, Borragine e Brito (2009), de maneira semelhante em seu artigo
lembram que a atividade física tem sido definida na literatura como todo movimento
produzido pelo músculo esquelético e que resulte em um gasto de energia. Contudo,
esses mesmos autores advertem que esta definição tem sido contestada sob o
argumento de ser muito ampla, por incluir qualquer movimento que o ser humano é
capaz de produzir.
Uma nova definição para atividade física é apresentada por Hoffman e Harris
(2004), as quais atentam que seria um movimento intencional voluntário realizado
para alcançar um objetivo identificável, assim estariam excluídos todos os
movimentos reflexos, atentando que a atividade física deve ter um objetivo
identificável.
Vale lembrar como destaca Alves (2003), que o crescente processo de
urbanização, o excesso de veículos motorizados nas vias públicas, o extraordinário
crescimento da violência, entre outros têm restringido de forma significativa à
atividade física na infância. Segundo o referido autor uma criança hoje gasta em
média 600Kcal diárias a menos do que há 50 (cinquenta) anos atrás. As mudanças,
já repercutem nos jovens com diminuição da prática de atividade física.
Fisberg, Slater e Cintra (2002) citam Harsha (1995) destacando que a
redução na prática de exercícios pelos adolescentes podem estar relacionadas ao
uso da televisão, computador, vídeo games, que na atualidade atuam como forma
7
de diversão, frente à preocupação dos pais em relação a segurança dos filhos e o
desencontro das atividades físicas propiciadas na escola.
Daolio (1998) ressalta que é preciso reconhecer que a Educação Física para
o adolescente engloba uma reflexão sobre o comportamento corporal e uma
adaptação do esforço físico ao corpo, portanto devem ser valorizadas reflexões
sobre o assunto para que não se limite ao desenvolvimento muscular, mas leve ao
reconhecimento e a valorização sobre a forma, a dinâmica e o estilo do movimento
realizado.
Para Daolio (1998) é preciso perceber o corpo como uma totalidade que se
expressa por meio de movimentos, sentimentos e ações no mundo. Lembra ainda
que a Educação Física deve levar o adolescente a um dispêndio de energia por
meio de atividades prazerosas e recreativas, a possibilidade de perceber o corpo e
saber como controlá-lo e que permitam o relaxamento e convivência em grupo.
Cruz (2011) lembra que na atualidade os profissionais da saúde reconhecem
os benefícios do exercício físico para um bom equilíbrio psicológico e como
prevenção de numerosas doenças. Contudo, o ritmo de vida neste século XXI, faz
com que a maioria das pessoas não tenha tempo suficiente para a prática de
atividade física, além de que com os avanços tecnológicos existe cada vez menos
necessidade de nos movimentarmos em nossas rotinas, já que até compras podem
ser feitas via telefone ou internet.
Vale esclarecer que a atividade física consiste em todos os movimentos
corporais produzidos pelos músculos e requer um gasto energético. Cruz (2011)
salienta que:
“Quando o movimento é programado, estruturado, repetitivo e é realizado para melhorar ou manter a forma física, é denominado exercício físico. Quando a quantidade de atividade física não é suficiente para manter um estado saudável, falamos de sedentarismo.” (p.1)
Vale lembrar Alves (2003) para ressaltar a necessidade do corpo humano de
movimento para que mantenha uma boa saúde, tem levado organizações e
instituições de saúde em todo mundo a incluírem em suas programações o estímulo
á prática de atividades físicas diárias. É importante conhecer os limites e ter uma
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avaliação médica e física antes de iniciar qualquer programa de exercícios físicos.
Na atualidade essas questões têm levado várias organizações e instituições
governamentais a incentivarem a prática de atividades físicas. Alves (2003) destaca
que:
“A atividade física vem sendo recentemente listada como um dos principais indicadores de saúde. A Organização Mundial de Saúde (OMS) vem estimulando a participação dos profissionais de saúde, familiares (atividade física começa em casa) e a comunidade (colégio, associações, prefeituras, igrejas, etc), para que programas de estímulo à AF sejam desenvolvidos. Algumas sugestões têm sido apresentadas: - Reduzir o número de horas gasto com TV, videogame e computador; - Estimular a participação dos estudantes em competições esportivas; - Reforçar as aulas de educação física nas escolas; - Exemplaridade dos pais.” (p.3)
Barros e Santos (2011) atentam para as reflexões de Bouchard e Shephard
(1994) na 2ª Conferência Internacional sobre atividade física, realizada em Toronto
em maio de 1992, os quais salientam ser a atividade física o componente mais
variável, de todos os fatores que influenciam o gasto energético diário.
Amaral (2011) em seu artigo sobre atividade física e saúde alerta que dentre
os vários efeitos produzidos pela atividade física regular têm-se:
· aumento do tamanho dos vasos sanguíneos, da massa de eritrócitos, do volume sanguíneo e da circulação sanguínea;· melhor eficiência no retorno venoso e melhor eficiência cardíaca;· aumento da capacidade do transporte de oxigênio e maior conteúdo de oxigênio no sangue;· aumento da atividade fibrinolítica e diminuição da atividade plaquetária;· melhora da função tireoidiana, aumento da taxa de hormônio do crescimento e diminuição da ação neuro-hormonal exagerada;· diminuição da pressão arterial sistêmica, da frequência cardíaca e da vulnerabilidade à arritmia;· melhor tolerância ao estresse e, consequentemente, diminuição do estresse psíquico;· aumento de apomorfinas e diminuição da produção crônica de catecolaminas;· diminuição dos níveis lipídicos e da intolerância à glicose;· redução e prevenção da obesidade;· diminuição da depressão isquêmica para cargas semelhantes. (AMARAL, 2011, p.3)
Nesse sentido, o referido autor acima citado também apresenta os benefícios
da atividade física nos diversos distúrbios, enfermidades e incapacidades tanto na
prevenção, como no controle e melhoria da qualidade de vida.
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Guedes e Guedes (2003) atentam para adoção de um estilo de vida
fisicamente ativo, justificando a necessidade de propostas curriculares de Educação
Física comprometidas com o educar para a saúde. Em vários de seus estudos
destacam a implementação de programas de Educação Física que estejam
relacionados á promoção da saúde, nestes discutem e refletem sobre a necessidade
da Educação Física caminhar paralelamente à nutrição no sentido de tornar esta
área de conhecimento cada dia mais envolvida com a promoção da saúde humana.
A Educação física na realidade brasileira só recentemente tem discutido
novos paradigmas que contemplem a riqueza das manifestações corporais
produzidas socialmente pelos diferentes grupos humanos, reconhecendo-as como
práticas sócio-culturais e propiciando uma convivência humana mais saudável, a
qual respeita a diversidade (Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Educação
Física do Estado do Paraná, 2008, 51).
Autores como Frossard (2005), Gomes e Moreira (2002) têm salientado que
além do benefício das atividades físicas, nós seres humanos precisamos ingerir
alimentos de forma equilibrada aliando o exercício físico a uma dieta balanceada,
que contenha alimentos de todos os grupos e nas quantidades adequadas.
Nahas e Corbin (1992) em artigo sobre aptidão física e saúde nos programas
de Educação Física apresentam as principais tendências internacionais, objetivando
mostrar que apesar das mudanças com relação a esse assunto, pesquisas sobre os
fatores comportamentais associados à saúde têm destacado que o estilo de vida das
pessoas entre eles os hábitos alimentares, controle de estresse, atividade física
permanente, influenciam tanto numa possibilidade de ampliação da vida saudável
como na morte precoce.
Prosseguem Nahas e Corbin (1992) atentando que há na atualidade uma
preocupação tanto dos setores governamentais como da sociedade civil com a
promoção da conscientização e a ampliação de hábitos da prática de atividades
físicas permanentes.
Para Oliveira (2007) a qualidade de vida está estreitamente relacionada á
atividade física permanente, mas frente aos atrativos tecnológicos, a forma de vida
urbana, ao excesso de trabalho, poucos momentos destinados ao lazer, a
humanidade tem vivido cada vez mais de maneira sedentária. Desta forma, além de
motivar e conscientizar os seres humanos para a prática de atividades físicas
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permanentes faz-se necessário programas e projetos que eduquem os jovens para
que vivam de forma mais saudável, diminuindo os riscos das doenças da
modernidade e usufruindo da vida com maior qualidade.
Silva, Costa e Ribeiro (2008) em revisão bibliográfica sobre a obesidade
infantil, destacam os estudos populacionais de Ferreira (2005) e Soares (2003) os
quais apontam que 80% das crianças que tem pai e mãe obesos se tornaram
obesas. Os estudos identificam que nos casos em que apenas um dos pais é obeso
a probabilidade é de 40%, no caso de nenhum dos pais serem obesos a chance de
obesidade é reduzida a 7%.
Nesse sentido, constata-se uma forte tendência á obesidade prevalecer nas
famílias, assim a mudança de hábito pode ter início a partir da educação das
crianças e jovens, porta vozes de informações e incentivadores da concretização
dessas mudanças na família como um todo e em sua comunidade.
Os alunos da escola campo de intervenção confirmaram as pesquisas
realizadas por Rey (1997), o qual salienta que as instituições de ensino básico são
uma das maiores agentes promotoras de saúde, sem suas pesquisas observou na
prática a consolidação da disseminação de novos comportamentos para promoção
da saúde.
Para Rey (1997) através de estudos, discussão, conscientização e mudanças
de hábitos, os alunos passam a levar em consideração: higiene, alimentação,
práticas de atividades físicas e também o diálogo com sua sociedade.
Na análise dos resultados apresentados após os estudos realizados na escola
campo de intervenção, se pode comprovar mudanças de hábitos alimentares
durante o recreio e na prática de atividades físicas no seu dia a dia, evidenciando
mudança de comportamento dos alunos em relação a si e aos outros. É certo que o
trabalho não pode ser considerado concluído, pois deve ser prática constante na
escola, já que a disseminação é lenta e os modismos podem tirar o jovem dessa
condição de vida saudável, portanto deve ser um processo dialético.
2.3 Alimentação saudável
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Segundo o Ministério da Saúde (Brasil, 1999), a alimentação e nutrição
saudável devem fornecer os nutrientes indispensáveis para o funcionamento do
nosso organismo, de forma a promoverem a saúde protegendo de doenças e
possibilitando o crescimento e desenvolvimento humano com qualidade de vida e
cidadania.
Para Pinheiro (2005) as necessidades alimentares se diferem:
A alimentação saudável não se delineia enquanto uma ‘receita’ preconcebida e universal para todos, pois deve respeitar alguns atributos coletivos específicos e individuais impossíveis de serem massificados. Contudo, identificam-se alguns princípios básicos que devem reger esta relação entre as práticas alimentares e a promoção da saúde e a prevenção de doenças. (p.126)
Pinheiro (2005) aponta como princípios básicos: a) respeito e valorização
das práticas alimentares culturalmente identificadas; b) Acessibilidade física e
financeira; c) sabor; d) variedade; e) cor; f) Harmônia; g) Segurança Sanitária. Assim
admite que as práticas alimentares para serem significativas devem ter significação
social e cultural. E define a alimentação saudável:
Em síntese, uma alimentação saudável deve ser entendida enquanto um direito humano que compreende um padrão alimentar adequado às necessidades biológicas e sociais dos indivíduos de acordo com as fases do curso da vida.[…] Sob o ponto de vista coletivo, uma alimentação saudável torna-se adequada quando também compreende aspectos relativos à percepção dos sujeitos sobre os modos de vida adequados, ou seja, quando se identifica com as expectativas dos diferentes grupos sociais, que compõem a sociedade. (PINHEIRO, 2005, p. 128)
Bertin et al. (2008), consideram que na adolescência etapa evolutiva a qual
compreende a faixa etária dos 10 aos 19 anos de idade, pode ser dividida em duas
fases: 1. dos 10-14, a qual inclui o início das mudanças puberais e término do
crescimento e desenvolvimento morfológico e a 2. dos 15-19, período de elevada
demanda nutricional.
Bertin et al. (2008) lembra ainda que na adolescência ocorre um aumento da
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massa óssea o que eleva as necessidades diárias de cálcio, sendo assim, o cálcio é
importante para que os jovens completem seu pico de crescimento linear e
mineração óssea, onde sua falta pode ocasionar o aparecimento de osteoporose.
A quantidade de energia (kcal) necessária, conforme destaca Philippi et al.
(1999), vária de acordo com a idade, sexo, estatura, nível de atividade (sedentário,
ativo, muito ativo, pouco ativo). As vitaminas e minerais também desempenham
papel importante na alimentação de adolescentes, isto explica a importância de
frutas, legumes e outros alimentos que sejam fontes desses micronutrientes. Os
alimentos ricos em ferro previnem o surgimento da anemia e sua falta pode retardar
o aprendizado além de provocar fraqueza e diminuir a resistência do sistema
imunológico. O zinco é essencial para o crescimento e amadurecimento sexual.
Para Bertin et al. (2008) as proteínas atuam na reparação e construção dos
tecidos entre outras funções, portanto diretamente relacionada ao crescimento, mas
é preciso levar em conta alguns parâmetros como sexo, composição corporal,
atividade física e estágio pubertário.
Destacamos a Pirâmide alimentar apresentada por Philippi et al. (1999), os
quais ressaltam a importância da variedade, da proporcionalidade e da moderação.
Demonstrando que os alimentos que devem ser consumidos de forma moderada
estão no topo da pirâmide.
Os alimentos chamados energéticos destacados na pirâmide são os que
fornecem mais energia para as atividades do dia a dia e estão entre eles: arroz,
aveia, trigo, centeio, cevada, mandioca, inhame, batata, batata-doce, pães, massas,
biscoitos, etc.
Além de uma alimentação balanceada observando as necessidades diárias, a
variedade e moderação, os seres humanos precisam movimentar o corpo através da
prática de diferentes exercícios físicos, pois também estimulam os órgãos vitais
como ressaltamos a seguir.
O engajamento na prática de exercícios físicos deve ser encorajado, devido
aos inúmeros benefícios que traz aos adolescentes: aumento da autoestima,
socialização, adequação da composição corporal e redução dos riscos de
desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
Atletas e praticantes de atividades físicas têm necessidades adicionais de
calorias e nutrientes. Em geral, a alimentação em si já é suficiente para suprir as
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necessidades dos adolescentes esportistas. Para os atletas pode ser necessário o
emprego de suplementos alimentares, especialmente de vitaminas/minerais e os
hipercalóricos, para que sejam atendidas todas as suas necessidades, sem prejuízo
para a saúde e para a performance atlética.
O ganho de peso no adolescente praticante de atividade física é normal e é
devido ao desenvolvimento ósseo e muscular. Por este fator, o peso por si só não é
um bom parâmetro de acompanhamento para o adolescente fisicamente ativo e
outras técnicas antropométricas devem ser empregadas conjuntamente. A
monitorização constante do percentual de gordura pode fornecer indícios da conduta
a ser seguida em relação à dieta do adolescente (aumento ou redução de calorias),
uma vez que as mudanças corporais desta fase da vida e as modificações no
treinamento físico são constantes e podem tornar quase impossível o
estabelecimento de uma única conduta dietética. Baixos percentuais de gordura
corporal podem implicar em maturação sexual retardada.
Adolescentes são particularmente vulneráveis ao apelo da mídia, dos ídolos,
professores, técnicos e treinadores, portanto, deve receber orientação alimentar
correta, incentivando e estimulando o desenvolvimento de programas, para reduzir o
número de horas gasto com TV, videogame e computador, com estímulo as
competições esportivas, entre outros.
Os transtornos alimentares geralmente estão associados á pressão exercida
pela mídia e sociedade com relação ao padrão estético magro que é tido como
padrão de beleza na sociedade atual, mas aliado a isso estão os modismos
alimentares, a ansiedade, o estresse, predisposição genética entre outros que tem
feito ás pessoas sofrerem de transtornos alimentares como: Anorexia Nervosa,
bulimia nervosa, compulsão alimentar e fome oculta.
A abordagem dos transtornos alimentares foi de grande importância para os
adolescentes da escola campo de intervenção, na medida em que os jovens são
fortemente influenciados pela mídia e pelos padrões de estética estabelecidos pela
sociedade atual e a oportunidade de refletir sobre estas questões permite mudanças
de hábitos alimentares.
3 Adolescentes da escola campo de atuação e os resultados dos estudos
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Os alunos ao confrontarem os estudos realizados com a pesquisa de campo
ficaram surpresos, pois para manutenção da saúde observou-se nas reflexões
realizadas a importância de uma alimentação saudável e balanceada e a atividade
física cotidianamente.
Foi importante em um primeiro momento os alunos integrantes do Projeto da
escola campo de ação (alunos do 1° ano do Ensino Médio) entrevistarem jovens
entre 13 e 17 anos (alunos da 7ª série do Ensino Fundamental ao 3° ano do Ensino
Médio da escola campo de ação), pois pode-se verificar “in locu” que uma minoria
dos entrevistados realizavam atividades físicas frequentemente. Dos 120 (cento e
vinte) entrevistados, apenas 40 (quarenta) representando 23,5% afirmaram
praticarem alguma atividade física cotidianamente, o restante 77,5% disseram ter
uma vida sedentária que se resume a assistir tv, jogos na internet, msn, Orkut,
reafirmando a importância deste estudo para que adquiram hábitos mais saudáveis
e uma melhor qualidade de vida.
A proposta no segundo momento foi de uma caminhada no Bosque das
Grevíleas, local de caminhada situado no município de Maringá, Paraná e entrevista
ás pessoas que ali praticavam caminhadas. Foram entrevistadas 81(oitenta e uma)
pessoas. Os indivíduos foram unânimes em afirmar que após caminharem sentiram
melhora da saúde destacando uma melhor circulação, melhora na ansiedade, no
prazer e na alegria além de outros benefícios.
No Bosque das Grevíleas os entrevistados consistiram em pessoas
escolhidas aleatoriamente, mas pode-se observar que os idosos (terceira idade)
foram á maioria (trinta e cinco pessoas) com pessoas acima de 60 anos; seguidas
de (doze pessoas) com até 60 anos; (treze pessoas) até 50 anos; (onze pessoas)
até 40 anos; (dez) pessoas até 30 anos. Não foram observadas outras faixas etárias.
Os idosos representaram 43,7% da amostra e se somados aos indivíduos
com até 60 anos, esse número torna-se ainda maior (58,7%), sem contar que
possuem hábitos alimentares mais saudáveis do que os adolescentes conforme
detectou a entrevista. Na pesquisa, os idosos na grande maioria (trinta e duas
pessoas) afirmaram que praticam caminhada de um a cinco anos; (dezenove
pessoas) afirmam realizarem caminhada de seis a dez anos, com expressividade
para pessoas que realizam caminhada de onze a vinte anos (quinze pessoas) e de
vinte e um a quarenta anos (onze pessoas) e duas pessoas afirmaram realizarem
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caminhada há mais de 40 anos.
Os próprios alunos do 1° ano do Ensino Médio da escola campo de ação
sentiram-se motivados a realizarem um trabalho de conscientização na escola e
assim se propuseram a divulgar o estudo realizado na Feira Científica e Cultural do
colégio campo de intervenção realizada no dia dezessete de novembro de dois mil e
onze.
A divulgação e conscientização foram realizadas através de vídeos sobre
alimentação saudável, obesidade infantil, atividades físicas e qualidade de vida,
fotos, além da divulgação das pesquisas realizadas e confronto entre pesquisa
realizada com os adolescentes da escola campo de intervenção e idosos do Bosque
das Grevíleas. Durante a Feira Científica e Cultural foram distribuídos panfletos
orientando a alimentação saudável.
Os alunos avaliaram o estudo como extremamente esclarecedor alertando
que fez a diferença em suas vidas e de outras pessoas oportunizando a mudança de
hábitos alimentares e conscientização da necessidade de realizar qualquer atividade
física cotidianamente, pois assim como o corpo precisa da alimentação precisa
movimentar-se.
4 O Grupo de Trabalho em Rede
É importante valorizar o Grupo de Trabalho em Rede oportunizado pela
Secretaria de Estado do Paraná, na medida em que socializa os diferentes estudos
realizados no Estado todo. Durante os Fóruns e Diários, o diálogo, as sugestões e
contraposições reforçam a validação do estudo e destacam não apenas questões
referentes ao tema, mas refletem a própria mudança nas Diretrizes Curriculares para
Educação Física no estado do Paraná a qual alia a educação física, a alimentação á
uma vida saudável, que promova a saúde com uma melhor qualidade de vida.
Assim, fica o ensinamento de que no coletivo podemos construir uma educação com
maior qualidade e uma vida mais saudável.
16
5 Conclusão
A explanação fundamentada nos autores acima citados foram subsídios para
proposição de intervenção com os adolescentes e destes com o grupo social o qual
fazem parte, possibilitando que a partir dos estudos e pesquisas refletissem a forma
como a saúde e atividade física tem sido concebida na realidade brasileira e pelas
pessoas com quem convivem, possibilitando que a prática de atividades físicas seja
valorizada como promotora de qualidade de vida.
O estudo superou as expectativas iniciais envolvendo não apenas os
adolescentes do 1° ano do Ensino Médio do colégio campo de intervenção, mas a
comunidade como um todo. Os alunos mostraram-se motivados e participaram com
grande empenho nas atividades sugeridas além de buscarem novos recursos para a
conscientização e divulgação dos estudos na Feira Científica Cultural.
A mudança de hábitos nos adolescentes pode ser notada, embora para que
permaneça estes estudos devem ser um trabalho constante, pois a mídia exerce
forte influência sobre eles e esta com constantes atrativos, seja através de
embalagens, de propagandas indutoras e sedutoras, seja através da utilização de
artistas que se tornam modismos.
Pode-se observar que o jovem é fortemente influenciado pelos modismos,
mas que através de uma prática envolvente e coletiva permite-se que reflitam sobre
esses modismos de forma crítica, portanto não sejam tão facilmente seduzidos.
O confronto de pesquisa de dados entre os praticantes de caminhada no
Bosque das Grevíleas e os alunos da escola campo de intervenção permitiram
evidenciar que o idoso do município de Maringá tem uma grande preocupação com
a qualidade de vida. Os alunos da escola campo de intervenção ficaram surpresos
por não existirem jovens praticando caminhada, admitiram que para eles a
caminhada sempre acaba ficando para depois, não sendo prioridade no seu dia a
dia.
O estudo também propiciou uma interação entre jovem e idoso e oportunizou
um maior respeito e valorização destes como seres humanos que buscam uma vida
com melhor qualidade e podem oferecer ensinamentos.
Durante as pesquisas também foram discutidas as dificuldades em frequentar
17
academias para prática de atividades físicas orientadas, mas alguns alunos
disseram que após os estudos optaram pela caminhada e até incentivaram seus
familiares, por ser uma prática que não requer custo e ainda propicia um contato
com a natureza, uma vez que a cidade é rica em espaços arborizados para essa
prática, além das Academias da Terceira Idade (ATIS) em diversos pontos da cidade.
O estudo foi elemento articulador entre cultura e saúde e a exploração em
diferentes dimensões (saúde, doença, alimentação, prática de atividades físicas,
hábitos...) propiciaram aos alunos entender a saúde além do viés biológico,
possibilitando abordá-la de forma ampla a partir de uma lente crítica inserida numa
dimensão histórico social e cultural, contrária a tendência dominante de conceber a
saúde como simples querer individual.
Por ser a infância e adolescência uma etapa da vida em que os hábitos são
adquiridos a partir das oportunidades que lhe são proporcionadas e no caso do
estudante da escola pública, estes são em grande parte adquiridos no âmbito
escolar, os próprios estudantes ressaltaram que seria importante que estas reflexões
sobre a alimentação e prática de atividades físicas como condição para uma vida
saudável fossem realizadas de forma diferenciada em outras etapas da vida escolar.
Nesse sentido, acredita-se que novos estudos possam surgir a partir destas
reflexões e que este seja apenas o início de uma longa caminhada na busca de uma
vida mais saudável com menor incidência de doenças crônicas, obesidade e
sedentarismo.
A prática de atividades físicas deveria merecer maior atenção das políticas
públicas, pois segundo os jovens da escola campo de intervenção, existe um
número reduzido de espaços para estas práticas na maioria das regiões brasileiras,
na qual os jovens vivem de forma ociosa, tendo apenas o espaço escolar como
referência.
É oportuno finalizar, certos de que a proposta de refletir sobre a prática de
atividades físicas e a alimentação com adolescentes do 1° ano do Ensino Médio
propiciaram também uma reorganização coletiva do fazer pedagógico durante todo o
processo de intervenção, na medida em que além da escola campo de intervenção,
outros profissionais através do Grupo de Trabalho em Rede participaram dessa
construção podendo iniciar em seus locais de trabalho reflexões e estudos sobre o
tema, além de apresentar o que já estão realizando e divulgar o trabalho realizado
18
na Rede Estadual de Ensino do Paraná.
4 Referências
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