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A PAISAGEM NA CONFIGURAÇÃO DA ARQUITETURA DOS CONDOMÍNIOS RESIDENCIAIS DE NOVA LIMA, MINAS GERAIS1
ANDRADE, ULISSES MORATO
Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa. Doutorando em Arquitetura
Área de especialidade: Teoria e Prática do Projeto [email protected]
RESUMO
A formação de condomínios residenciais horizontais fechados em torno das cidades contemporâneas é um fenômeno urbano percebido em escala global. Na região metropolitana de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, os condomínios se desenvolveram de maneira importante no território suburbano de Nova Lima, cidade que faz divisa com a capital. É tendência, entre os analistas destes empreendimentos, associá-los a conceitos indesejáveis de urbanização: “ilhas” não urbanas, segregação socioespacial, monofunção, pastiche arquitetônico, reduto de privilégios, entre outros. No entanto, para além do reconhecimento dos seus traços indesejáveis, o estudo aqui desenvolvido buscou outras leituras desses redutos residenciais. Abordando os principais componentes da arquitetura dos condomínios fechados de Nova Lima, o traçado, o logradouro, o edifício e os planos marginais, detectamos aspectos urbanísticos que se descolam dos estereótipos morfológicos habitualmente encontrados nesses assentamentos. Identificamos na paisagem local os elementos determinantes da qualificação estética, urbana e arquitetônica dos condomínios fechados. Assim, pretende-se com este estudo, alargar o campo de análise do tema, trazendo subsídios interpretativos que permitam destacar os fatores que contribuíram para a qualificação do meio ambiente construído desses empreendimentos.
Palavras-chave: Paisagem; condomínios fechados; arquitetura, estética urbana.
1 Este trabalho faz parte da pesquisa de doutorado “Arquitetura da casa contemporânea e o lugar: estratégias de
projeto nas regiões metropolitanas de Lisboa e Belo Horizonte” em desenvolvimento na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.
4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016
Introdução
Neste trabalho abordamos o fenômeno dos condôminos residenciais horizontais fechados
(CRHFs) situados no município de Nova Lima, pertencente à região metropolitana de Belo
Horizonte, Minas Gerais.
Figura 01 – Mapa da região metropolitana de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. No círculo vermelho, destaque para o município de Nova Lima, onde estão localizados os CRHFs
analisados neste trabalho.
Fonte: Editora Abril. Adaptado pelo autor. Disponível em: http://goo.gl/6KlWWD, acesso em 21/08/2016.
Os condomínios residenciais horizontais fechados, de prevalência suburbana e ocorrência
em escala global, conformam um fenômeno importante para os estudos em arquitetura e
urbanismo das cidades a partir do final do século XX. Nesse sentido, a reflexão sobre a
maneira como estes se relacionam com os contextos locais merece atenção, segundo Teresa
Madeira da Silva:
Actualmente, as questões acerca dos lugares adquiriram uma certa relevância, seja porque as cidades se alargaram de forma repentina, seja pela tomada de posição de alguns investigadores, segundo os quais o processo de globalização poderia pôr em perigo a diversidade cultural no mundo e a identidade de contextos locais e respectivos lugares. (MADEIRA DA SILVA, 2011, p. 129)
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Para além da questão da perda de identidade local, outras vicissitudes têm vindo à tona em
estudos sobre os CRHFs, tanto no Brasil quanto no exterior.
Modo geral, os apontamentos relacionam o fenômeno à segregação socioespacial,
acirramento das diferenças socioeconômicas das populações, bem como ao aumento da
criminalidade nas metrópoles. Essas áreas residências específicas são arroladas como “ilhas”
não urbanas no território das cidades, onde as classes mais privilegiadas buscam o resguardo
da violência urbana, status social, e a fuga das adversidades da vida metropolitana.
Segundo Zaida Muxí (2004), o fenômeno da formação de condomínios residenciais fechados
é uma plataforma perversa da globalização 2 que dilata o território das cidades
contemporâneas. Conforme a categorização da autora, esses “paraísos anti-urbanos" são:
Las formas que la globalización aplica en las áreas residenciales son “islas” no urbanas, con una configuración interior que utiliza el tópico de lo tradicional. Se expanden por todo el mundo proponiendo una segregación gradual que intenta legitimarse con fuertes campañas publicitarias cuyo argumento es un falso discurso de relación con el lugar” (MUXÍ, 2004, p. 61, grifo nosso).
Tereza Pires do Rio Caldeira (2003) afirma que estes espaços se configuram como “enclaves
fortificados” que se opõem peremptoriamente a vida em espaço público, no sentido da
segregação espacial e homogeneização social. Tal conformação, segundo a autora, é
expressão contraditória das práticas sociais, onde, de fato, o público e o privado se
sobrepõem. Aqui, percebe-se que há uma posição que relativiza a dicotomia rígida entre as
esferas pública e privada, geralmente presente nos estudos sobre o tema doa CRHFs.
Os pesquisadores Karina Landman e Martin Schönteich (2002) em estudo comparativo entre
CRHFs da África do Sul e Brasil apontam que estes são alternativas privadas à incapacidade
dos Estados em responder às altas taxas de criminalidade urbana, e por isso se apresentam
como solução à segurança pública via segregação espacial.
Na mesma linha de ponderação, Setha Low (2006), abordando a formação dos CRHFs, nos
Estados Unidos da América, China e América Latina, percebe no medo do crime e a na
intensificação da heterogeneidade social os fatores comuns geradores das segregações
urbanas. Assim como Muxí, o autor assevera que o nutriente desses apartados de cidade se
encontra no rescaldo do capitalismo globalizado:
2 O sentido de globalização dado pela autora remete às forças de mercado em escalas transnacionais, alienação
do estado às forças de mercado enquanto mediadora das demandas da sociedade; primazia dos setores de serviços sobre os setores produtivos, típicos das sociedades pós-industriais.
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Com o aprofundamento do fosso entre ricos e pobres, todos se sentem mais inseguros, e à medida que aumenta o anseio de status e de classe, o mesmo acontece com o desejo de viver em um lugar homogêneo e socialmente previsível. (LOW, 2006, tradução nossa).
Em análise especifica do fenômeno em Nova Lima, Costa e Rezende (2004), alinhando-se
aos enunciados dos autores aqui apresentados, asseveram que um dos grandes
empreendimentos da região, o Condomínio Alphaville Lagoa dos Ingleses, apesar de
transcender a monofunção residencial, se assemelha aos demais em termos de impacto
regional, na medida em que o caracterizam como um “[...] polo concentrador de riqueza,
símbolo de status social, reproduzindo, por um lado, o isolamento dos setores elitizados da
população da metrópole em questionáveis redomas de luxo e sofisticação.” (COSTA;
REZENDE, 2004, p. 21 e 22).
Percebe-se, portanto, que grosso modo, as análises dos CRHFs tanto no Brasil quanto no
exterior, focam nos aspectos indesejáveis de urbanidade que estas áreas estabelecem com
os territórios locais.
No entanto, face à análise encetada neste estudo que confronta a morfologia urbana dos
CRHFs de Nova Lima com a paisagem local (relevo e vegetação natural), percebe-se que
podemos extrair aspectos profícuos do desenho urbano e de parte do parque edificado.
Abordando os principais componentes da arquitetura dos CRHFs de Nova Lima, o traçado, o
logradouro, o edifício e os planos marginais, detectamos aspectos urbanísticos que se
descolam do lugar-comum em termos estéticos e espaciais.
Pretende-se neste trabalho, a partir da morfologia urbana, investigar a produção
contemporânea da arquitetura dos CRHFs de Nova Lima, considerando suas respostas ao
lugar. Arquitetura dos condomínios, aqui enquadrada no sentido lato construído por Aldo
Rossi (2001), ou seja, aquele que a considera os fenômenos da constituição das cidades
como parte de uma “grande manufatura” influenciada por “fatos urbanos”, onde as
preexistências são preponderantes na lógica de desenvolvimentos dos lugares ao longo do
tempo.
Nesse enquadramento teórico, a paisagem, natural e cultural, enquanto preexistência
determinante do ambiente construído é o elemento fundamental na parametrização da
corrente análise.
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Portanto, este estudo, ao trazer elementos interpretativos que permitem destacar fatores
ambientais cruciais à qualificação da arquitetura e urbanismo desses empreendimentos,
trabalha pelo alargamento da forma de perquirir esse fenômeno urbano contemporâneo.
Entre a estrada, a cidade racional, a cidade espontânea e a paisagem
No Brasil, de um modo geral, a formação dos CRHFs se verifica nas franjas das cidades,
impulsionados pelas migrações intrametropolitanas das classes média e alta em busca de
habitação associada à segurança, relação com a natureza, status e descentralização
(COSTA; REZENDE, 2004; SOUZA, 2005).
Os CRHFs de Nova Lima se enquadram nessa lógica de expansão urbana. Esse tipo de
ocupação na fronteira sul da capital mineira se intensificou a partir dos anos de 1980, e hoje
constitui um dos seus vetores de alargamento territorial (COSTA; REZENDE, 2004; SOUZA,
2005). Ao mesmo tempo, pode-se dizer que é o lugar da antítese da cidade em termos de
unicidade de função urbana3 (uso residencial); baixa densidade de ocupação; horizontalidade
do conjunto edificado; fechamento do perímetro de ocupação; acesso restrito, e presença
massiva de áreas verdes. Relativo ao conceito de urbanização associada às paisagens
naturais, esses condomínios dialogam, grosso modo, com as premissas desenvolvidas por
Howard no texto City Garden, que vislumbra na conjunção entre cidade e campo uma forma
avançada de civilização (HOWARD, 1996).
Considerando as limitações da monofunção urbana desses empreendimentos, a desejável
vitalidade e segurança da rua “viva”, multiuso, da cidade tradicional (JACOBS, 2000) é
deslocada para regiões exteriores aos condomínios, ou inseridas por mecanismos internos. A
segurança se estabelece por sistemas de monitoramento físico e eletrônico e as outras
funções da vida urbana estão em áreas adjacentes ou situadas nas estradas que ligam Belo
Horizonte às cidades de Nova Lima e Rio de Janeiro. Os eixos rodoviários se configuram
como uma espécie de strip4 mineira, sem neons, fazendo aqui um paralelo ao corredor
comercial de Las Vegas, orientado para o carro (VENTURI; IZENOUR; BROWN, 2003).
Assim, o acesso eficaz às escolas, ao comércio, aos serviços de educação e saúde fica
atrelado ao uso do automóvel.
3 O Condomínio Alphaville Lagoa dos Ingleses é um dos poucos casos em que o uso comercial e de
serviços foi incorporado ao empreendimento.
4 Termo usado por Venturi (2003), no texto original em inglês, para designar as ocupações comerciais
que se desenvolvem ao longo de uma estrada.
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O território de inserção desses condomínios apresenta relevo montanhoso acentuado,
cobertura vegetal significativa (bioma de Mata Atlântica) e clima subtropical úmido. O estoque
de grandes áreas livres, onde se instalaram os CRHFs, numa área tão próxima à capital
mineira se explica “[...] por ser uma região montanhosa, com os terrenos localizados em
relevos acidentados, áreas de floresta e com poucas alternativas de acesso viário.” (SOUZA,
2005). A construção de estradas de qualidade para ligar a capital à sede do munícipio de Nova
Lima (MG-030), e ao Rio de Janeiro (BR-040), foi determinante para as novas ocupações de
condomínios nessa região de fronteira com Belo Horizonte. Estas estradas, sinuosas, que
cortam montanhas e paisagens naturais exuberantes, foram um dos fatores propulsores dos
empreendimentos nesta região.
Figura 02 – Rodovia MG-030. Eixo viário que corta a paisagem da região entre Belo Horizonte e Nova Lima – MG, um dos principais acessos aos CRHFs.
Fonte: jornal Hoje em Dia Disponível em: http://goo.gl/6Q8lnM, acesso em 22/08/2016.
Situados em um território entre cidades, nas zonas suburbanas, a formação destes
condomínios é resultado do influxo simultâneo de duas formas de cidade: a cidade
espontânea, Nova Lima, e a cidade racional, Belo Horizonte. Configura-se assim, uma área de
influência de dois “elementos primários” que deram origem ao processo de urbanização em
questão: “Afirmo agora que considero o “plano” um elemento primário [...]. E que o próprio
primeiro núcleo de cidade planificada se revela como elemento primário; que dê início a um
processo urbano, ou que o caracterize [...]” (ROSSI, 2001, p. 144).
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Assim temos, por um lado, o núcleo de Belo Horizonte. Primeira cidade planejada do Brasil
que surgiu da necessidade de criar uma nova capital para suceder à antiga cidade de Ouro
Preto (Fig.03).
Fundada em 1897, fruto de um projeto modernizador, arrojado, que incorpora a ruptura com
passado colonial e aspirante à formação de uma identidade urbana relativa ao nascente Brasil
republicano (CARSALADE, 2001). Nesse aspecto, o urbanismo colonial, a arquitetura barroca
e rococó, representativos da antiga capital, foram as marcas a serem superadas no plano da
nova capital.
Figura 03 - Plano da cidade Belo Horizonte, concebido pelo engenheiro Aarão Reis. O traçado reticular preserva o conceito de rua, avenida, quarteirão, praça.
Fonte: Acervo da Comissão Construtora da Nova Capital de Minas Disponível em: http://goo.gl/ivi4Ls. Acesso em 12/08/2016
Por outro lado, há o núcleo histórico de Nova Lima enquanto área de influência e regulação
urbana dos condomínios fechados. Situada na ponta da rodovia MG-030 que parte de Belo
Horizonte, esta cidade nascida em fins do século XVII, em função do ciclo do ouro na região,
de traçado espontâneo, é uma autêntica expressão do modus operandi colonial de ocupação
do território (Fig.04).
Deste núcleo emana o modelo urbano da cidade antiga, com traçado adaptado à topografia, a
multiplicidade de usos, presença de monumentos, largos e praças.
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A sobreposição das duas culturas urbanas na morfologia dos CRHFs se verifica pelo caráter
de espaçamento edilício, típico das proposições do urbanismo moderno, e na adoção do
traçado orgânico, peculiar às vilas coloniais brasileiras. Por outro lado, o relevo e a paisagem
natural moldam de maneira inequívoca a fisionomia desses assentamentos residenciais.
Figura 04- Mapa antigo de Nova Lima. O traçado “espontâneo” da sede do município é resultante da topografia acidentada.
Fonte: As Minas Gerais Disponível em: http://goo.gl/LRTF4s, acesso em 25/08/2016
Aspectos morfológicos dos CRHFs de Nova Lima: da paisagem ao edificado
A presença da exuberante mata tropical e de grandes maciços montanhosos, aliada ao
traçado orgânico assente nos parcelamentos, conferem aos condomínios uma ambiência rica
do ponto de vista de visadas e sequências espaciais ao longo dos seus trajetos internos e
externos (acessos). Nesse sentido, reportamos a Bruno Zevi, que desenvolveu narrativa
sobre a importância do caráter dinâmico dos usuários para a boa percepção dos objetos
arquitetônicos a partir do espaço urbano e do lote (ZEVI, 1978). Aqui também relembramos o
conceito da promenade architecturale de Le Corbusier, que preconiza os percursos
diversificados e surpreendentes ao longo do tempo para valorizar a experimentação dos
objetos arquitetônicos (CUBERO, 1991). Nos condomínios em questão o fator promenade é
determinado pelo traçado urbano sinuoso (nos sentidos vertical e horizontal) e pelo
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espaçamento edilício. Essa experiência do ambiente construído torna-se potencializada pelo
uso do automóvel.
Sobre a preponderância do solo na constituição da morfologia urbana, Ressano Garcia
aponta: “É a partir do território existente e da sua topografia que se desenha ou constrói a
cidade, e começaria no “chão que se pisa” a identificar os elementos morfológicos do espaço
urbano” (LAMAS, 1993). Nos condomínios de Nova Lima, a tipificação da morfologia urbana e
arquitetônica deriva efetivamente deste “chão que se pisa”, marcado pelas grandes
formações montanhas, encobertas pelas matas tropicais.
Figura 05 – Vista panorâmica do condomínio Villa Castela, Nova Lima- MG. Traçado, topografia, paisagem e espraiamento edilício, definidores das qualidades
da ambiência urbana.
Fonte: Maria Theresa Disponível em: http://goo.gl/LhfupD, acesso em 25/08/2016
O espraiamento do parque edificado é outro elemento peculiar na configuração morfológica
dos condomínios. Aqui, as grandes dimensões dos terrenos amplia este atributo da forma
urbana. Todas as unidades construtivas são descoladas dos limites do lote, que possui
dimensões maiores em relação àqueles dos tradicionais bairros da capital mineira e da cidade
de Nova Lima. É este “vazio” entre os edifícios, e entre estes e os arruamentos, que assinala
o “ritmo” dos planos marginais, definido por edifício – vazio – edifício – vazio, assim por diante.
Nesse ritmo, as unidades edilícias quebram a ideia do plano marginal contínuo da cidade
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tradicional e oferecem a possibilidade das habitações se expressarem no aspecto plástico
volumétrico típico das urbes idealizadas pelo urbanismo moderno.
Todavia, predominam nestes conjuntos edificados partidos arquitetônicos ligados aos
modelos tradicionalistas da arquitetura residencial de influência neocolonial.
Figura 06 – Fotos de casas construídas nos condomínios de Nova Lima- MG. Modelos típicos encontrados nestas áreas.
Fonte: Páginas de Imobiliárias da região de Nova Lima, 20165. Fotos de casas nos
condomínios (da esquerda para direita): Morro do Chapéu, Villes Des Lacs, Bosque do Jambreiro, e Villa Alpina. Montagem do autor.
Em contrapartida, destaca-se dessa massa edificada um conjunto de residências com
atributos arquitetônicos reconhecidamente excepcionais, ou notórias6. Com o esgotamento
progressivo do estoque de terrenos em Belo Horizonte a partir do final do século XX, nota-se
que o território do programa da habitação unifamiliar, tradicionalmente “laboratório” de
experimentação no campo da arquitetura, desloca-se da cidade para os arrabaldes.
Nessa nova geografia da arquitetura doméstica em Belo Horizonte, jovens arquitetos, assim
como aqueles já consagrados, produziram um conjunto de residências contemporâneas
caracterizadas pela multiplicidade de expressões técnicas e formais que lhes conferem um
caráter vanguardista. É significativo o fato da maioria das casas premiadas ou laureadas com
menções honrosas pelo Departamento de Minas Gerais do Instituto de Arquitetos do Brasil,
IAB-MG, no presente século, estarem localizadas nesses condomínios.
5 Imagens disponíveis em: http://goo.gl/3joRj7, http://goo.gl/yxuTSG, http://goo.gl/wuCnOH, http://goo.gl/qb9052.
Acesso em 26/08/2016.
6 Consideramos como notória a habitação cuja obra tenha sido laureada em premiação de arquitetura e/ou
recebido publicações em mídias especializadas no Brasil ou exterior.
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Figura 07 – Fotos de casas construídas nos condomínios de Nova Lima. Modelos premiados pelo Instituto de Arquitetos do Brasil, IAB-MG.
Fonte: Premiações anuais do IAB-MG. Da esquerda para direita: Res. Bosque da Ribeira, arq. Leticia Azevedo e Equipe (Prêmio 2011); Casa da Montanha, arq. David Guerra (prêmio 2007); Res. FM, arq.
Carlos Alberto Maciel e equipe (prêmio 2010); Res. Bosque da Ribeira, arq. Anastasia Arquitetos (prêmio 2013). Montagem do autor.
Além dos prêmios, verifica-se que nos últimos anos essas casas diferenciadas construídas
em condomínios fechados de Nova Lima têm sido objeto constante de publicações em mídias
especializadas em arquitetura, no país e no exterior. Nesse sentido, sobrevém nessa região a
consolidação de um considerável parque edificado de residências unifamiliares que se
destaca por suas excepcionais qualidades de projeto.
A análise textual e gráfica desses projetos notórios demonstra que a grande referência para
concepção arquitetônica remete ao lugar, principalmente à paisagem e ao relevo. Aqui, vale
destacar o texto de Vittorio Gregotti, Território da Arquitetura (2001), que trabalha a ideia da
arquitetura enquanto resposta ao genius loci, “espirito do lugar”. Assim como Schulz (2008),
Gregotti disserta sobre a necessária consideração da paisagem e da natureza na concepção
arquitetônica. A paisagem enquanto soma de todas as coisas e de conformações passadas
que cabe a arquitetura revelar. Nesse sentido, a natureza é uma reunião de coisas materiais
franqueadas ao uso da arquitetura (NESBITT, 2008). A referência e uso de materiais
construtivos como pedra, madeira, e minério de ferro, são recorrentes na arquitetura dessas
casas notórias.
A título de exemplo daquilo que podemos denominar como projetar com o lugar, tomemos a
“Casa Galeria”, desenhada pelos arquitetos Fenando Maculan e Mariza Machado para um
terreno no Condomínio Vale dos Cristais.
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Figura 08 – Fotos da Casa Galeria, Condomínio Vale dos Cristais. Projeto dos arquitetos Fenando Maculan e Mariza Machado Coelho, 2008.
Modelo de arquitetura concebida em resposta ao lugar de inserção.
Fontes: Arcoweb (foto superior) e Archdaily Brasil (foto inferior) Foto superior: vista panorâmica frontal. Foto inferior: vista a partir do deck de lazer. Montagem do autor.
Disponíveis em: http://goo.gl/dPX7sS e http://goo.gl/VW2jO2, acesso em 26/08/2016.
Nesse modelo, o formato e disposição das fenestrações, os patamares dos decks, a presença
de mirante, o balanço volumétrico, a disposição longilínea da edificação no lote, são
rigorosamente gerados para atentar às condições das visadas para a paisagem de entorno e
ao correto assentamento da edificação no terreno. Segundo a descrição dada pelos autores
do projeto, a edificação foi definida por:
Uma variedade de ambiências, gerada por espaços com diferentes gradações de aberturas e fechamentos em relação à paisagem [...] e [...] um bloco retangular longitudinal, paralelo à via de acesso e assentado ao longo
das curvas de nível do terreno [...] (Casa Galeria / MACh Arquitetos, 2013).
Na configuração do seu desenho arquitetônico desta edificação, observa-se a premência da
adaptação da habitação à morfologia do terreno, bem como a busca de fruição do entorno
através das melhores visadas.
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A análise do discurso dos arquitetos sobre outras obras inseridas nos CRHFs reforça a
constatação da relevância do lugar na construção dos conceitos arquitetônicos dessas
habitações. No quadro 01, abaixo, retiramos dos memoriais descritivos de seis projetos
premiados pelo IAB-MG, entre 2009 e 2014, as expressões relacionadas com os sítios de
implantação utilizadas para a conceituação das obras. Constata-se que palavras como
“paisagem”, “natureza”, “montanha”, “vista”, “entorno”, “terreno”, “solo”, entre outras, são
recorrentes na estrutura do discurso sobre estas arquiteturas, denotando a importância dos
elementos da paisagem e da topografia na configuração dessas habitações.
Ampliando a análise da relação entre arquitetura e lugar, podemos dizer que a expressão da
identidade da arquitetura nacional é consoante à incorporação de aspectos locais na
concepção de suas obras. O grande reconhecimento que a arquitetura brasileira obteve, e
ainda obtém nos cenários nacional e internacional, em grande parte se deve à importância
dada ao lugar e ao contexto na formulação dos seus projetos.
O professor Edson Mahfuz, ao discorrer sobre a excepcionalidade da arquitetura moderna
brasileira afirma:
[...] longe de qualquer insensibilidade em relação ao entorno, o sítio era entendido como formalidade latente, e o projeto estabelecia estruturas relacionais em que o edifício era sempre concebido como parte de um todo maior. (MAHFUZ, 2002, p. 3).
Na expressão da arquitetura contemporânea brasileira, a resposta ao lugar mantém sua
proeminência nas formulações dos projetos. Isso se verifica na medida em que, grosso modo,
as novas gerações de arquitetos não produziram uma drástica ruptura com a herança de suas
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Quadro 01 – Projetos premiados pelo IAB-MG construídos em CRHFs de Nova Lima e as expressões definidoras de suas arquiteturas com referências ao lugar de implantação
Projeto Arquiteto (s) Expressões utilizadas para definir a arquitetura
7
Residência Robert William, (2000) – Condomínio Ville de Montagne – Prêmio IAB-MG
2009
Flávio Almada e Aline Almada
“o sentido da terra” – “a pedra local” – “referência às árvores locais” – “obra arraigada ao solo”.
Residência FM (2006) – Nova Lima, MG - Prêmio
IAB-MG 2010
Carlos Alberto Maciel e equipe
“possibilidade de usufruto de diferentes paisagens – da extensão das montanhas e das luzes da cidade”
Residência Bosque da Ribeira (2008) – Prêmio
IAB-MG 2011
Letícia de Azevedo e Eduardo França
“resposta integrada ao terreno preexistente e à intenção do aproveitamento da vista” – “articula-se tanto com o assentamento do edifício no terreno, quanto com o aproveitamento das visadas” – “vista que se descortina para a cidade de Nova Lima e para a Serra do Curral”.
Casa da Montanha (2007) – Condomínio Arvoredo – Prêmio IAB-MG 2012
David Guerra
“criar uma casa integrada à natureza que funcionasse como um grande deck de contemplação” – “se desenvolveu em um único nível voltado para as montanhas”
Residência Bosque da Ribeira (2012) – Condomínio Bosque da Ribeira – Prêmio
IAB-MG 2013
Anastasia Arquitetos
“A residência busca criar uma relação com o entorno” – “integrando-se visualmente à mata próxima” – “tornando a presença do paisagismo e vegetação nativa” – “estão voltadas para a paisagem” – “procura esta relação com o exterior exuberante”.
Casa F2 (2012) – Condomínio Ville Des Lacs -
Prêmio IAB-MG 2014
Fernanda Rabelo e Luiza Lopes
“uma região montanhosa próxima à cidade de Belo Horizonte sérvio de cenário para construção desta casa.” – “de onde se pode contemplar a vista da Serra da Moeda” – “dialoga com a dimensão do terreno” – “intensão de integrar a casa à paisagem de entorno”.
culturas arquitetônicas do século passado. Ruth Verde Zein e Maria Alice Junqueira Bastos
identificam que a partir dos anos 90, a produção das novas gerações de arquitetos brasileiros
passa a ter reconhecimento e valorização no panorama nacional através de premiações e
concursos de arquitetura, onde a característica operacional dos projetos passa pela
reabilitação da herança moderna (BASTOS; ZEIN, 2010).
7 Expressões retiradas das páginas oficiais dos arquitetos ou em depoimentos sobre seus projetos em
sites especializados.
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No presente século identifica-se que a produção arquitetônica brasileira mantem a visibilidade
internacional alçada pelas notáveis realizações do século anterior. Nesse enquadramento, as
residências contemporâneas unifamiliares notórias criadas nos CRHFs corroboram este
fenômeno8.
Paisagem, arquitetura e forma urbana nos condomínios residenciais de Nova
Lima: informação e redundância
Conforme explanação anterior, a tipologia habitacional dominante nos condomínios é definida
por linguagens arquitetônicas estereotipadas. Contudo, partindo da dialética hegeliana, a
própria realidade traz consigo os elementos da sua transformação (PADOVANI;
CASTAGNOLA, 1964). Nesse sentido, a produção residencial notória se estabelece como a
antítese aos modelos arquitetônicos dominantes nos condomínios de Nova Lima. Os “germes”
da contraposição ao parque arquitetônico estereotipado dos condomínios são exatamente a
paisagem e a topografia. Elas oferecem a matéria prima fundamental para a morfologia das
notórias casas contemporâneas, que por sua vez qualificam o aspecto figurativo 9 dos
condomínios. Se por um lado, a riqueza estética da ambiência dos condomínios é assente nas
características daquilo que não é arquitetônico, no relevo e na paisagem natural, por outro,
parte do edificado oferece atributos de qualificação da ambiência urbana. Na ausência de
monumentos, seriam estes fatos urbanos os portadores de potencial para estabelecer
referencias e permanências.
Nesta altura, vale uma reflexão sobre a informação estética a partir dos percursos do traçado
urbano, ou seja, pelas experiências visuais entre “planos marginais”. Nesse quesito cabe o
enquadramento de dois conceitos trabalhados por Abrahan Moles (1957, citado por
CAMPOS, 1974, p.180) na sua teoria da informação: redundância e informação. Segundo
Moles, a redundância na comunicação estética está relacionada aos objetos banais, que por
isso mesmo não despertam o interesse do observador. No extremo oposto está a informação,
8 As casas projetadas pelos arquitetos David Guerra, Humberto Hermeto, Alexandre Brasil, Bruno Santa Cecília,
Eduardo França, Letícia de Azevedo, Tomás Anastasia, Fernando Maculan, entre outros, foram publicadas em livros (Villas of the Wolrd, Houses in Difficult Places, Living In Style); bienais de arquitetura (Bienal Internacional de São Paulo 2009, La Biennale di Venezia 2014); revistas nacionais (Monolito, Arquitetura e Urbanismo, Projeto Design, Kaza, Arquitetura e Construção) e internacionais (Casa y Stilo Internacional, ARCHI + SCAPE!, Entre Muros Magazine, Trend Magazine) e portais internacionais de referencia em arquitetura (AchDaiy, Contemporist, Vitruvius, Freshome).
9 O aspecto figurativo da forma urbana aqui é usado segundo a definição de Ressano Garcia (Op. cit.), ou seja,
relacionado à comunicação estética.
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que é associada ao universo do excepcional, do extraordinário, e por isso “satura” o
observador, distanciando-o do prazer da experimentação.
Embora Moles trate esse argumento no campo da estética musical, a transposição teórica dos
conceitos de redundância e informação para o campo da arquitetura e urbanismo é
perfeitamente plausível.
Interessante notar é que, em essência, a teoria da informação estética de Moles se alinha às
correntes modernistas em arquitetura e confronta-se com as proposições estéticas
pós-modernas no tocante à expressão do banal, especialmente defendidas por Venturi
(2003). Por esse ângulo, da definição das fronteiras entre o banal e original, contribui a
assertiva de Ressano Garcia Lamas (1993), que afirma haver uma nítida demarcação entre
“construção civil” e “arquitetura”, onde a segunda só existe quando se ultrapassa a fase
primária da simples ligação de elementos construtivos e técnicos.
Quanto às residências notórias dos condomínios de Nova Lima, a estética arquitetônica
destas não bate o patamar da informação, mas supera a redundância, portanto fica entre uma
condição e outra, mais próxima da segunda.
Considerações finais
Aprender com a paisagem existente é, para o arquiteto, uma maneira de ser revolucionário.
Venturi, Scott Brown e Izenour
Como resultante do conjunto de fatores elencados aqui, podemos sintetizar que nos
condomínios residenciais fechados de Nova Lima um grupo específico de objetos
arquitetônicos se notabiliza pelas respostas à paisagem envolvente (natural e/ou cultural) e à
topografia dos seus sítios. Por essa ótica, as especificidades morfológicas dessas habitações,
no contexto dos condomínios, oferecem as potencialidades arquitetônicas necessárias para
se estabelecerem como “fatos urbanos” perenes ou “permanências” (ROSSI, 2001). Tomados
em conjunto, a paisagem, os edifícios notórios, e o relevo, estes elementos se configuram
como qualificadores da ambiência urbana.
Além disso, depreende-se que, concomitante ao potencial criativo dos arquitetos e urbanistas
envolvidos na construção desses espaços diferenciados, há uma parcela do público que
assim os demanda. . Nesse sentido, há que se por em causa as análises correntes que
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tomam como paradigma o caráter passivo do “consumidor” de condomínios residenciais
fechados.
Se levarmos em conta a reflexão desenvolvida neste estudo, pertinente às arquiteturas não
redundantes que brotaram da relação com o contexto local dos CHRFs de Nova Lima, bem
como às suas morfologias urbanas, nota-se que, face às forças de homogeneização
ambiental catalogadas nos empreendimentos “globalizados”, há concretização de ações
talhadas pela capacidade crítica e criativa dos seus habitantes
Este estudo revela que é exatamente pela ação de se projetar com o lugar, onde a paisagem
é fator preponderante, que emergem soluções urbanas e arquitetônicas capazes de
responder às demandas por identidade e expressão estética no âmbito do habitar.
Por fim, cabe ressaltar, os condomínios residenciais horizontais fechados de Nova Lima se
apresentam como lugares que, embora impregnados das vicissitudes recorrentes desse
modelo de ocupação do território, manifestam aspectos desejáveis ao meio ambiente
construído. O traçado “orgânico” dos arruamentos, em conformidade com o relevo, as
ambiências urbanas e arquitetônicas em diálogo com a paisagem natural e cultural, e a
presença de parque edificado qualificado, são atributos dessas paragens que merecem
destaque.
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