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CRP: 06/5338
Mariangela Gargioni Donice Psicóloga- Analista Bioenergético (CBT)- Stress-Psicossomática-Mestrado PUC SP
Cel. 11 9911-3488 E-mail: [email protected]
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“Devemos nos lembrar de que todas as nossas ideias provisórias em psicologia partem
da premissa de que um dia ela estará baseada numa subestrutura orgânica” (Sigmund
Freud, ref. Projeto de uma psicologia biológica).
Já faz muito tempo desde que me formei na faculdade de psicologia e ao defender minha
tese em 2007 houve uma explosão de informações sobre como o cérebro funciona.
Eu escolhi fazer o curso com a Dra. Ceres de Araújo, resolvi apresentar este seminário para
o grupo, onde pude acrescentar conhecimentos da Análise Bioenergética. Nas
últimas duas ou três décadas temos testemunhado em todo mundo um boom na
neurociência.
Fundos nacionais e outros têm investido generosamente neste desenvolvimento, clínicos
psiquiatras e Psicoterapeutas tem avidamente recebido as novas descobertas neste campo
e modelos neurologicamente bem informadas do funcionamento humano e as mudanças
tornaram-se "padrão".
A 121° Conferencia Bienal Internacional IIBA,(2011) aconteceu em San Diego, que foi
dedicada, a exploração de implicações clínicas e terapêuticas das descobertas
neurocientíficas recentes para terapeutas bioenergéticos, que trabalham corporalmente com
seres humanos.
Mas o que nos interessa aqui é o fato de que existe um correlato biológico em nosso
cérebro sobre as memórias, o que, de outra forma, Reich havia intuído levando em conta o
corpo como elemento global desta memória.
1 Keynote apresentado no dia 21 de bienal IIA International Conference outubro 26-30,2011, San Diego, Caliornia-
MARGIT KOEMEDA – LUTZ- Integração Cérebro Mente e Corpo: Implicações Clínicas e Terapêuticas da
Neurociência.
A NEUROBIOLOGIA INTERPESSOAL
Daniel Siegel
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Se pensarmos que um cérebro não existe fora de um corpo, podemos pensar então que,
aquilo que diz respeito ao cérebro, diz respeito ao corpo e neste sentido, começamos a
perceber as interfaces com os conceitos de Reich.
As neurociências não são uma única ciência, mas reunião de diferentes ciências como a
Neuroanatomia, Psicologia evolutiva, Filosofia da mente, Inteligência Artificial e outras
ciências afins.
Em todas, busca-se compreender como o cérebro funciona e as respectivas implicações nas
formas de vivermos nossos cotidianos
Estes livros e textos das aulas foram tentativas de me atualizar, eu estava curiosa sobre se
havia mais coisas que eu poderia fazer na minha prática de psicoterapia para melhorar o
funcionamento de meus pacientes de uma maneira duradoura.
A neurobiologia interpessoal é uma Abordagem que examina os campos independentes de
saber, encontrando os princípios comuns que surgem a pintura da imagem do "todo maior"
da experiência humana e do desenvolvimento.
2Neurobiologia interpessoal é uma Abordagem "consiliente" ou seja, que examina os
campos independentes , encontrando o que há em comum. A tentativa da neurobiologia
Interpessoal é extrair a sabedoria de mais de uma dúzia de diferentes disciplinas da ciência,
a fim de tecer um retrato da experiência humana e do processo de mudança ao longo da
vida.
Logo a abordagem da psicoterapia interpessoal baseia-se na visão interdisciplinar em
explorar as maneiras pelas quais um indivíduo pode ajudar outros aliviar o sofrimento e se
mover na direção do bem-estar. A integração de mente, corpo e espírito são
imprescindíveis para uma boa saúde.
Conforme 3Daniel J. Siegel (2003) a “neurobiologia interpessoal" é a abordagem que
traz novos entendimentos sobre mente e desenvolvimento. Estes são configurados
pela interação de relacionamentos interpessoais e processos neurobiológicos.
A neurociência cognitiva tem revelado que processos mentais emergem da atividade do
cérebro.
2 SIEGEL, Daniel J. (2006) Psiquiátrica Anais In Press (Abril / Maio)- Uma abordagem de psicoterapia interpessoal neurobiologia: sensibilização, os neurônios-espelho, e a plasticidade neural no desenvolvimento de bem-estar
3 (SIEGEL, D. J.) Norton, London 2003 -Cap. I: An Interpersonal Neurobiology of Psychotherapy: the
developing mind and the resolution of trauma
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De acordo com 4Gaiarsa (2008, p. 11) “A criança aprende muito desde que nascem até os 6
anos de idade. A palavra está muito longe de ser o principal da educação, e a atenção
inteligente dedicada a criança permitirá que seu cérebro alcance tudo que imaginou de
melhor para ela (a criança) e nossa humanidade”.
O sistema complexo aqui em questão não se refere apenas ao cérebro situado dentro da
calota craniana, mas também ao sistema constituído pelo fluxo de energia e informação
distribuído ao longo de todo o corpo, e que permeia nossos relacionamentos.
Tal sistema pode ser graficamente representado, por um triângulo equilátero, onde cada um
de seus três ângulos é ocupado pelo cérebro, pela mente e pelos relacionamentos
interpessoais, respectivamente.
No Triângulo do Bem-Estar, cada ponto é um componente
essencial para a saúde mental. O nosso cérebro físico e o
sistema nervoso são os mecanismos pelos quais o fluxo de
energia e de informação fluem em todo o nosso ser.
Gostaria de mencionar ainda que um outro termo cunhado
pelo Dr. Dan Siegel que é: "Mindsight" utilizado para
descrever a nossa capacidade humana de perceber a mente do eu e dos outros. É uma
poderosa lente através da qual podemos entender nossas vidas interiores, com mais clareza,
integrar o cérebro e melhorar as nossas relações com os outros e dos nossos clientes.
Mindsight é um tipo de atenção focada que nos permite ver o funcionamento interno de
nossas próprias mentes. Ele nos ajuda a obter-se, fora do piloto automático de
comportamentos arraigados e respostas habituais. Ela nos permite "nomear e domar" as
emoções que estamos experimentando, ao invés de ser dominado por eles.
Mindsight: uma habilidade que pode mudar seu cérebro
Mindsight é uma habilidade que pode ser aprendida. É a habilidade básica que fundamenta
o que queremos dizer quando falamos de ter inteligência emocional e social. Quando
desenvolvemos a habilidade de visão da mente, podemos realmente mudar a estrutura física
do cérebro.
Como nos concentramos nossa atenção vai moldar a estrutura do nosso cérebro?
Esta revelação é baseada em uma das descobertas científicas mais emocionantes dos
últimos vinte anos: que o cérebro realmente apresenta uma “plasticidade", ou é moldável.
4 GAIARSA, J. A. (2008) EDUCAÇÃO FAMILIAR E ESCOLAR PARA O TERCEIRO MILÊNIO. Editora Ágora.
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Isto significa que o cérebro muda fisicamente durante todo o curso de nossas vidas, não
apenas na infância, como já se tinha previamente assumido; nos mostra que estas novas
conexões podem crescer ao longo de toda nossa vida, não apenas na infância.
Neuroplasticidade & psicoterapia
“Muitos pacientes necessitam de nós para habilitá-los a nos
utilizar” (D. Winnicott).
Neuroplasticidade é a habilidade que tem o cérebro de
mudar sua estrutura face às experiências da vida. Tais
experiências ativam os neurônios que, então, acionam os
genes a desencadear mudanças estruturais que fortalecem as conexões entre os neurônios
ativados. O fato de focar a atenção em algo é um tipo de experiência que ativa os neurônios,
aciona os genes, e produz mudanças estruturais nas conexões entre os neurônios. Dessa
maneira, o simples processo mental de focalizar a atenção pode mudar a estrutura física do
cérebro.
Quando os neurônios são ativados, eles liberam neurotransmissores (substâncias químicas
atuando nas sinapses) que, daí em diante, participam de uma sequência de ativações
neuronais desencadeando, algumas vezes, a expressão dos genes através da produção de
proteínas que, então, podem alterar a estrutura de nossos corpos e cérebros.
Definindo cada ponto do triângulo do bem-estar:
A mente pode ser definida como um processo que regula o fluxo de energia e informação.
A atividade mental é um processo contínuo, auto organizador relacionado a esse fluxo de
energia e informação tanto de modo corpóreo ou físico como relacional. A mente é um
processo contínuo auto organizador, oriundo das interações existentes entre os elementos
básicos de um sistema complexo, que modula a forma como a energia e a informação
circulam ao longo do tempo. Psicoterapia, literalmente, é a terapia da mente.
Temos como característica da mente a propriedade recursiva, pela qual os processos
retroalimentam-se entre si para reforçar seus próprios padrões de ativação, ocorrendo
tipicamente nos sistemas complexos.
A mente, portanto, não está separada de nossos corpos ou de nossos relacionamentos – ela
se origina a partir deles, bem como os regula. O fluxo da mente do paciente em relação a
complexidade máxima permite o self atingir os estados mais estáveis,flexivel, e estados de
adaptação.
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As Informação na mente fluem mais espontaneamente, permitindo uma sensação de
descoberta e conecções. A energia liberada a partir de tal fluxo emergente é vitalizante.
“O cérebro não é um órgão estático; ele muda continuamente em resposta aos desafios do
meio ambiente” (L. Cozolino)
O cérebro apresenta auto-regulação, circuitos que podem contribuir diretamente para
melhorar a forma como a mente regula o fluxo de seus dois elementos, energia e
informação.
O que molda nosso cérebro? Experiência. Mesmo em idade avançada, as nossas
experiências realmente mudam a estrutura física de nosso cérebro. Quando passamos por
uma experiência, as nossas células cerebrais chamadas neurônios se tornam ativas, ou
"disparam".
O cérebro tem cem bilhões de neurônios, cada um com uma média de 10 mil conexões com
outros neurônios. As formas pelas quais os circuitos específicos do cérebro são ativados
determinam a natureza de nossa atividade mental, que vão desde sinais e de sons, a perceber
mais o pensamento abstrato e raciocínio. Quando os neurônios disparam juntos, criam
conexões entre eles. Com o tempo, as ligações que resultam da de um cabo condutor que
leva a "religação" no cérebro. Esta é uma notícia incrivelmente excitante.
Isso significa que não somos mantidos presos o resto de nossas vidas, pela forma como
nosso cérebro funciona neste momento - nós realmente podemos reprograma-lo para que
possamos ser mais saudáveis e felizes. Isto é válido não só para as crianças e adolescentes,
mas também para cada um de nós em toda a vida.
O CÉREBRO SOCIAL
Conforme 5 L. Cozolino, “... o cérebro humano é um ‘órgão social de adaptação’ estimulado a se
desenvolver por meio de interações positivas e negativas com as outras pessoas”
O cérebro é geneticamente programado para ser social;como temos definido o "self
solitário" pode muitas vezes ser limitado ao limites da pele, se temos sido aprisionado por
adaptações rígidas para apego de qualidade inferior ou a perda ou trauma não resolvido.
O cérebro é um órgão social, ligados a outros cérebros através da sinapse social.
Os reflexos primitivos impulsionar o processo de fixação e são gradualmente substituídos
por comportamentos voluntários. A motivação para se manter conectado é impulsionado
5 COZOLINO, Louis The neuroscience of psychotherapy; healing the social brain 2nd. Cap. 10 Ed. ISBN:978-0.393-70642-0 (hardcover).
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por sistemas bioquímicos que compartilhamos com os nossos antepassados primitivos.
Embora existam vários canais de comunicação entre nós, a visão é um elo importante
através da sinapse social e um rosto expressivo é um ponto focal de informações sociais.
As teorias do desenvolvimento psicológico de Winnicott, Freud e outros nos fornecem
modelos para o desenvolvimento da mente incorporado nestes processos neurobiológicos
mais básicos. O desenvolvimento de um sentido do self requer períodos de liberdade de
ameaça externa e agitação interna. Também requer desenvolvimento de sistemas do
frontoparietal responsável pelo espaço imaginário interior. Crianças constantemente
fustigadas pelo caos externo podem ficar presas em um estado de "altruísta", onde eles são
testemunhos de impulsos internos e comportamentos externos com pouca ou nenhuma
habilidade tanto de compreender ou controlar o que eles estão fazendo.
As interações sociais acabam afetando tudo em nós, desde a nossa biologia até as nossas
faculdades mentais. Os neurocientistas estão gradativamente chegando à conclusão que
eles necessitam expandir suas observações a fim de incluir os relacionamentos.
Nós sabemos que nem o neurônio individual, nem o ser humano isolado existem na
natureza. Desde o nascimento até a morte, cada um de nós precisa das outras pessoas que
nos procuram, demonstrando interesse em descobrir quem somos nós, e nos ajudam a nos
sentirmos cuidados e seguros. Os relacionamentos interpessoais constituem nosso habitat
natural, enquanto o cérebro isolado é um conceito abstrato e descolado do nosso dia a dia.
A sinapse social é o espaço existente entre nós. Ela é também o meio pela qual nós ligamos
através de organismos mais amplos como as famílias, as tribos e as sociedades em geral. O
contato com as outras pessoas desencadeia a ativação neuronal, que influencia o ambiente
interno dos neurônios.
Uma premissa básica é que as ligações amorosas e os vínculos afetivos estáveis e seguros
acabam construindo cérebros saudáveis e resilientes, enquanto que vínculos afetivos
negligentes e inseguros resultam em cérebros vulneráveis ao estresse, à desregulação e à
doença. Durante a prática da psicoterapia, fica bem demonstrado que as experiências
positivas da vida nos equipam de sentimentos de autoafirmação e otimismo, enquanto que
nossas experiências interpessoais insatisfatórias ficam armazenadas em nossa memória até
a vida adulta, e intimamente entrelaçadas aos nossos relacionamentos, daí em diante.
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6O QUE É INTEGRAÇÃO E PORQUE É IMPORTANTE? A maioria de nós não
pensou sobre o fato de que nosso cérebro tem muitas partes diferentes, com trabalhos
diferentes. Por exemplo, você tem um lado esquerdo do cérebro que ajuda você a pensar
logicamente e organizar os pensamentos em frases, e um lado direito que ajuda você
experimentar emoções e ler sinais não verbais. Você também tem um "cérebro
reptiliano”, que lhe permite agir instintivamente e tomar decisões em frações de segundo,
em se tratando da sobrevivência e um "cérebro mamífero" que leva você a conectar e se
relacionar. Uma parte do seu cérebro é dedicada a lidar com a memória, outro para a
tomada de decisões morais e éticas. É quase como se o seu cérebro tivesse múltiplas
personalidades, um racional, uma irracional, uma reflexiva, reativa. Não admira que possa
parecer como pessoas diferentes em tempos diferentes! Integração leva a partes distintas
do seu cérebro ajudando a trabalhar como um todo.
É semelhante ao que acontece no corpo, que tem órgãos diferentes para executar diferentes
tarefas: os pulmões respiram ar, o coração bombeia o sangue, o estômago digere alimentos.
Para o corpo ser saudável, todos estes órgãos precisam ser integrados. Em outras palavras,
uma precisa fazer seu trabalho individualmente e ao mesmo tempo trabalhar juntos como
um todo.
A integração é simplesmente: ligar os diferentes elementos em conjunto para formar
um todo que funcione bem.
Assim como com o funcionamento saudável do corpo, seu cérebro não pode executar o seu
melhor, a menos que as suas diferentes partes trabalhem juntas e de forma coordenada e
equilibrada.
Isso é o que a integração faz: ela coordena e equilibra as regiões separadas do cérebro
que as liga.
É fácil perceber quando os nossos filhos e nossos clientes, não estão integrados, eles se
tornam invadidos por suas emoções, confuso e caótico. Eles não podem reagir com calma
e de forma competente na situação em questão. Birras, colapsos, agressão, e a maioria das
experiências desafiadoras de paternidade _ e da vida_ são o resultado de uma perda de
integração, também conhecido como desintegração.
Nós queremos ajudar nossos clientes a se tornar mais integrados para que possam utilizar
todo o seu cérebro de uma forma coordenada. Por exemplo, queremos que elas sejam
6 SIEGEL, Daniel The Whole-Brain Child Daniel J. Siegel- (pg. 11 e 12)
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integradas horizontalmente, de modo que seu lado esquerdo do cérebro possa trabalhar
bem com sua emoção do lado direito do cérebro.
Nós também queremos que eles estejam integrados verticalmente, de modo que as partes
fisicamente mais altas de seu cérebro, que cuidadosamente consideram suas ações,
trabalharem bem com as partes inferiores, que estão mais preocupados com o instinto,
reações viscerais, e com a sobrevivência.
A maneira que a integração ocorre realmente é fascinante, e é algo que a maioria das
pessoas não tem consciência.
O processo de conectar-e-desconectar é tudo que a integração é: proporcionando -nos
criar conecções entre diferentes partes do cérebro. Quando estas partes
colaboram,elas criam e reforçam a integração da fibras que ligam diferentes partes
do cérebro.Como resultado,elas são conectadas de uma forma mais poderosa e podem
trabalhar juntas mais equilibradas e harmoniosas.
Exatamente como um cantor solo em um coro pode entrelaçar as distintas vozes de forma
harmonica que será possível a qualquer pessoa criar, uma integração do cérebro é capaz de
fazer muito mais do que as partes individuais poderiam efetuar sozinhas.
Navegando nas Águas Entre o Caos e a Rigidez.
Deixe-me ser um pouco mais específico sobre o que parece quando uma pessoa - criança
ou adulto – esta vivendo em um estado de integração.Quando uma pessoa esta bem
integrada,ela desfruta de saúde mental e bem- estar. Mas não é exatamente fácil de definir.
De fato, embora bibliotecas inteiras tenham sido escritas, discutindo doenças mentais
saúde mental é raramente definida.
Daniel Siegel foi pioneiro na definição de saúde mental que pesquisadores e terapeutas em
todo o mundo estão agora começando a usar. Está baseada no conceito da integração e
envolve a compreensão de uma complexa dinâmica,
envolvendo relações e o cérebro.
Um jeito simples de expressá-la, ainda, é descrever
saúde mental como um “rio interno de bem-estar”.
Imagine um rio sereno correndo no campo. Que é o rio de
bem-estar. Entretanto, você está em águas, pacificamente
flutuando em sua canoa, você sente como você tem em
geral, uma boa relação com o mundo ao seu redor. Você
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tem a clara compreensão de que você mesmo e de outras pessoas e de sua vida. Você pode
ser flexível e adaptar quando a situação muda. Você está equilibrado e em paz.
Algumas vezes, embora como você flutue você se equilibra muito perto de uma das duas
margens. Isto causa problemas diferentes, dependendo de qual margem você se aproxima.
Uma margem representa o CAOS, onde fica fora do controle. Em vez de flutuar em um rio
sereno, você é apanhado e atraído por tumultuadas corredeiras, e confusão que prevalece.
Você precisa se afastar da margem do CAOS e voltar para o fluxo suave do rio.
Mas não vá muito longe ,porque a outra margem apresenta seus próprios perigos. É a
margem da RIGIDEZ, que é o oposto DO CAOS.Como oposto de estar fora de contrôle,
a rigidez é quando você impõe contrôle em tudo e em todos a sua volta . Você se torna
completamente sem voltade de adapatar-se,ter compromisso, ou negociar. Perto da margem
da rigidez, a agua cheira estagnação, e juncos e galhos de árvore impedem você sua canoa
a deslizar no rio do bem-estar.
Então em um extremo esta O CAOS, onde existe uma falta total de controle. O outro lado
extremo esta A RIGIDEZ,onde há excessivo contrôle, conduzindo a uma falta de
flexibilidade e adaptação. Nós todos estamos sendo movidos para trás e para frente entre
estas duas margens atraves de nossos dias ,tentando sobreviver e prosperar.
Quando estamos mais perto das margens do caos ou rigidez, estamos mais longe de saúde
mental e da saúde emocional. Quanto mais tempo pudermos evitar qualquer margem, mais
tempo passamos a desfrutar o rio do bem-estar.
Visto como se movendo ao longo desses caminhos - às vezes, a harmonia do fluxo de bem-
estar, mas às vezes no caos, na rigidez, ou em ziguezague para trás e para frente entre as
duas margens. A harmonia emerge da integração. O caos e a rigidez aparecem quando a
integração é bloqueada.
Mas o que acontece, na psicoterapia sob a perspectiva da neurobiologia interpessoal?
Como as relações terapêuticas pode ser vistas, para promover a cura, permitindo que os
processos auto-organização da mente se movam na direção da complexidade.
Essas idéias são provenientes de pesquisas empíricas na interconnecções entre mente,
cérebro, relações humanas e processos de desenvolvimento.
A terapia começa com a ligação, preenchido com o heroísmo de uma viagem ao
desconhecido, o paciente participa com o terapeuta em explorar o passado, vivendo
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plenamente o presente, tornando-se os autores criativos dos capítulos futuro de suas
vidas.(SIEGEL).
As conexões surgem além da díade terapêutica, liberando o paciente para explorar novos
caminhos de vida autêntica com a mente e os outros. Por fazer sentido em nossas vidas,
nos tornamos livres para participar com os outros na criação de novos níveis de significado
e de conexão.
Mas por que o corpo precisa estar envolvido na psicoterapia?
De acordo com 7Koemeda, Luz (2006),toda experiências deixa marcas (inprint; tanto os
processos de interação e comunicação social e particularmente o processo
psicoterapêutico.Nós analistas bioenergéticos em nossas intervenções corporais é um
convite para que o paciente explore somaticamente (sensação) sentimentos, significados,
representações imagéticas e representações de objetos internos.
Nós nos tornamos o outro, afinado e empático que o reflete, e que, esperamos, viverá dentro
do corpo/mente do nosso paciente e lhes damos apoio em ser quem ele é: a criança pequena
que é vulnerável, carente, tem medo, afetuosa, dura, raivosa, que tem ressentimento, que é
vítima e deseja ser salva. (8RESNECK-SANNES, 2005, p.57).
A leitura do corpo deve levar a uma maior compreensão das questões do cliente, não
somente intelectualmente, mas para acionar uma resposta empática e fazer um ajusto em
nossos próprios corpos, espelhando esta sintonia somática para processar material
emocionalmente carregado.
Nossos conhecimentos da respiração, de grounding, das maneiras de formar fronteiras
somáticas e energéticas e nosso conhecimento em formar fronteiras somáticas e energéticas
como também o conhecimento de continência afetiva permite que sejamos sensíveis a
inundação emocional.
Quando recebemos pacientes que estão sobrecarregados ou sofrendo de doenças crônicas
sendo o resultado de um sistema imunológico demasiado reativo, como fadiga crônica ou
mesmo fibromialgia, o contato físico é diferente daquele quando estamos tentando abrir um
bloqueio; embora os dois toques sejam firmes, no caso de pacientes altamente ativados.
Ainda em relação ao toque tentamos sempre manter um contato lentamente e gentilmente,
esperando que através das nossas mãos sinta a sua pulsação. É diferente quando estamos
7LUTZ - KOEMEDA, Revista Análise Bioenergética,v.16, (2006),p.161. 8 RESNECK-SANNES, Revista Análise Bioenergética 2005, p.57
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lidando com um bloqueio, enraizamos nos aprofundando através da respiração do analista
bioenergético, permitindo que sua carga se acumule, entrando em contato com a parte do
corpo que precisa de liberação, esperando que o bloqueio suavize o que nos permite entrar
em contato com o cliente que precisa de liberação, esperando que o bloqueio suavize,
emprestando o nosso corpo para que entre em contato, tornando-nos nós mesmos, os
instrumentos, no contexto de um relacionamento empático e em sintonia.
É importante ressaltar que hoje acreditamos que através de pesquisas constatamos que: nem
o insight nem as intervenções no corpo são o que os pacientes reportam como cura. Penso
que as intervenções somáticas devem ocorrer, mas no contexto do relacionamento empático
e em sintonia; o que significa que o terapeuta entre em seu consultório como ser humano.
Como cada indivíduo é unico,então cada relação terapêutica é criada individualmente pelo
terapeuta e paciente/cliente; cada um contribui com a palavra,criando mutuamente um
estado relacional que torna-se pedra angular dos estados emergentes de cada pessoa.
Desta forma, as experiências compartilhadas e mutuamente co-construida subjetivamente
tornar-se os momentos vividos que emergem como o complexo sistema de relação
terapêutica que se desenrola em cada sessão.
Gostaria ainda de ressaltar que a psicopatologia do vínculo do apego seguro atualmente
encontra suporte nas pesquisas da neurociência. (9Beaurepère(2003) .
Os achados destas pesquisas destacam a importância central de procedimentos internos e
interpessoais dos estados subjetivos no surgimento do bem-estar.
Finalizando gostaria de acrescentar que Siegel (2012), coloca que, para descrever o processo
de desenvolvimento humano dentro da terapia, podemos explorar os "Cs" da psicoterapia
que servem para organizar e comunicar os elementos essenciais dos elementos
experimentais de uma neurobiologia interpessoal da psicoterapia.
Os doze Cs são: conexão, compaixão, contingência, coesão, continuidade, coerência,
clareza, co-construçao, complexidade, consciência, criatividade e comunidade.
Ao invés de explorar cada um dos elementos sem muitos detalhes aqui, deixe-me oferecer
uma narrativa que descrevendo cada um desses aspectos da psicoterapia e como eles são,
e como cada um é descrito. A discussão mais completa deste quadro será encontrada em
outro texto (Siegel, 2002).
Como um paciente/cliente ingressa no processo de tratamento com o psicoterapeuta, uma
9 BEAUREPÈRE R.: (2003), Aspectos biológicos do stress pós-traumático- in J6M Turin, N. Baumann, Stress, pathologies et immunité,
Paris, Flammarion, Médecine-Sciences; PP.135-153
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conexão começa a se estabelecer no âmbito das relações interpessoais que emergem.
Como terapeuta, mostra a compaixão por experiência no aqui e agora na subjetividade do
paciente com o desdobramento do passado-presente-futuro "viagem mental no tempo" da
comunicação consciente autonoética 10(lugar da subjetividade, como integra isto na sua
vida - autoconhecimento) uma consciencia, contingente uma comunicação se torna parte
integrante da relação de desdobramento.
Contingência involve a habilidade de uma pessoa perceber, fazer sentido de, e responder
aos sinais da outra pessoa em um tempo oportuno. Tal forma de comunicação cria um
sentimento de comunhão, de união, no par, sintonia de ressonância da mente.
Uma sensação de confiança começa a causar essa crescente conexão e o paciente pode
experimentar uma sensação de coesão no presente.
Com o tempo, a continuidade que é criadaa partir dessas conexões eventuais, e à reparação
de suas rupturas inevitáveis, permite que o paciente experiemente um senso de coerência
entre os vários estados da mente no desdobramento da terapia comum sentimento
emergente de clareza de si mesmo e do outro.
A co-construção de experiências compartilhadas, muitas vezes sob a forma de
comunicação não verbal, bem como a co-criação de histórias tecidas no diálogo
terapêutico, aprofundando o sentido de clareza e de comunhão.
A complexidade alcançada por essa união é experimentada individualmente na forma de
múltiplas camadas de integração neural, bem como interpessoal como forma vital de
ressonância diádica.
Ressonância envolve a mútua influência de cada pessoa sobre a outra acarretara sensação
de estar presente na mente um do outro mesmo durante separações.
Presente em toda a terapia, mas intensificando uma vez que estes estados diádicos e
integração inter-hemisférica emergem a consciência do eu-enquanto-experiência começa
a se aprofundar.
O fluxo da mente do paciente em relação a complexidade máxima permite que o self
atingir os estados mais estáveis,flexivel, e estados de adaptação.
10 A consciência autonoética refere-se a um tipo especial de consciência que acompanha o ato de se lembrar, que permite que um indivíduo esteja ciente de si mesmo em um tempo subjetivo. A consciência autonoética refere-se à autoconsciência que permite ao indivíduo a reflexão do próprio conteúdo da memória episódica, (a memória episódica é a memória de eventos autobiográficos (tempo, lugar, emoções associadas, como, quem, o que, quando, onde as fontes de conhecimento)
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A cura é alcançada como eventos esmagadores e experiencias com uma qualidade inferior
do desenvolvimento codificado em diversas formas de memória, tornam-se livres de seus
modelos restritivos ou caóticos.
Informação na mente torna-se mais fluindo espontaneamente, permitindo uma sensação de
descoberta e conecções.
A energia liberada a partir de tal fluxo emergente é vitalizante. Muitas vezes o progresso
terapêutico é o associado com o surgimento da criatividade como novas combinações de
processos de representação se tornando possíveis, a imaginação é reforçada,
e o impulso inato maximiza em direção a complexidade é liberado.
Nossas mentes são criadas pelo funcionamento do nosso cérebro e o jeito em que a
informação e energia fluem conosco com os outro.
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Mariangela Gargioni Donice Psicóloga- Analista Bioenergético (CBT)- Stress-Psicossomática-Mestrado PUC SP
Cel. 11 9911-3488
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