a influência de ser sede sobre os resultados esportivos nos jogos olímpicos

20
A INFLUÊNCIA DE SER SEDE SOBRE OS RESULTADOS ESPORTIVOS NOS JOGOS OLÍMPICOS www.jambosb.com.br

Upload: idel-halfen

Post on 21-Jun-2015

373 views

Category:

Sports


2 download

TRANSCRIPT

Page 1: A influência de ser sede sobre os resultados esportivos nos Jogos Olímpicos

A INFLUÊNCIA DE SER SEDE SOBRE OS RESULTADOS

ESPORTIVOS NOS JOGOS OLÍMPICOS

www.jambosb.com.br

Page 2: A influência de ser sede sobre os resultados esportivos nos Jogos Olímpicos

2

O estudo que será apresentado tem como objetivo avaliar a influência de sediar os Jogos Olímpicos sobre os resultados esportivos. Em função das maiores dificuldades de locomoção, o que inclui custo de passagem, disponibilidade de transporte e estrutura esportiva, optamos por não considerar todas as edições dos Jogos Olímpicos. Dessa forma estabelecemos como amostra os eventos de verão que ocorreram desde 1960 (Roma). Deve ser lembrado que os Jogos de 1980 (Moscou) e 1984 (Los Angeles) tiveram seus resultados influenciados pelos boicotes de alguns países, porém, para efeito de nossa análise, conseguimos minimizar eventuais desvios.

INTRODUÇÃO

Produzido e editado por Jambo Sport Business Idel Halfen SETEMBRO 2012

www.jambosb.com.br

Page 3: A influência de ser sede sobre os resultados esportivos nos Jogos Olímpicos

É importante ressaltar que o desmembramento da União Soviética no início da década de 90 elevou o nível técnico e o grau de dificuldade da competição, pois mais nações tais como Ucrânia, Kazaquistão, Lituânia, Letônia, passaram a participar com suas próprias equipes. A unificação da Alemanha poderia compensar o efeito citado, entretanto isso não ocorreu, até porque mais desmembramentos ocorreram em outros países, tais como Tchecoslováquia e Iugoslávia, por exemplo.

INTRODUÇÃO

www.jambosb.com.br

Page 4: A influência de ser sede sobre os resultados esportivos nos Jogos Olímpicos

NÚMEROS

Page 5: A influência de ser sede sobre os resultados esportivos nos Jogos Olímpicos

Para se chegar às conclusões que serão mostradas a seguir, analisamos detalhadamente os resultados dos Jogos Olímpicos de 1960 a 2012. Dados como quantidade de atletas participantes, medalhas conquistadas, esportes que trouxeram medalhas e número de países, entre outros, foram avaliados numa linha de tempo que permitiu identificar as variações e desvios ocorridos. Realizamos também cruzamentos entre os números apurados, tanto em termos absolutos como percentuais, além de estudos de correlação entre os mesmos. Para que a apresentação não ficasse muito extensa, optamos por publicar os principais números que embasaram nossa análise num outro estudo, denominado Números Olímpicos dos Países Sedes - http://www.slideshare.net/jambosb/nmeros-olmpicos-

dos-pases-sedes

NÚMEROS

www.jambosb.com.br

Page 6: A influência de ser sede sobre os resultados esportivos nos Jogos Olímpicos

CONCLUSÕES

Page 7: A influência de ser sede sobre os resultados esportivos nos Jogos Olímpicos

Apesar de algumas exceções, como o Canadá que não conquistou medalha de ouro em Montreal 1976 e os EUA em Atlanta 1996, que conquistou 7 medalhas a menos no geral do que em Barcelona 1992, os países que sediam os Jogos têm sempre um incremento natural no número de medalhas conquistadas. São duas as razões principais desse feito: 1 – Maior quantidade de atletas representando o país, pois o fato de ser sede dá o direito a participar de todas as modalidades esportivas daquela edição. 2 – O fator torcida: inúmeros são os relatos de atletas da casa creditando a superação ao incentivo dos torcedores.

CONCLUSÕES

www.jambosb.com.br

Page 8: A influência de ser sede sobre os resultados esportivos nos Jogos Olímpicos

Outra razão que por vezes influencia os resultados é a inclusão de esportes tradicionais do país sede. Entre os exemplos que podem ilustrar essa afirmação, citamos o Judô e o Voleibol em Tokyo 1964, o Nado Sincronizado em Los Angeles 1984, o Tênis de Mesa em Seul 1988, o Judô feminino em Barcelona 1992, o Voleibol de Praia em Atlanta 1996 e mais recentemente o Triathlon em Sydney 2000. Todos esses renderam medalhas ao país sede. Obviamente o incremento no número de medalhas conquistadas variará em função do quão estruturada está a política esportiva do país, há quanto tempo que ela vem sendo implementada e das modalidades que a nação prioriza. É sabido que certos esportes colocam em disputa mais de 100 medalhas, como é o caso do Atletismo e da Natação, enquanto outros como o Basquete premiam apenas 6 equipes. Essas características nos levaram a desenhar um modelo em que tanto os países como os esportes fossem segmentados.

CONCLUSÕES

www.jambosb.com.br

Page 9: A influência de ser sede sobre os resultados esportivos nos Jogos Olímpicos

O aumento de medalhas de ouro por país costuma variar entre 1,75 ponto percentual (p.p.) e 4,02 p.p. em relação ao percentual de ouro sobre o total dos Jogos anteriores. O Brasil, por exemplo, conquistou 3 ouros em Londres, o equivalente a 0,97% das medalhas de 1º lugar em disputa. Caso o aumento seja de 1,75 p.p. ele conquistará 2,72% das medalhas de ouro em 2016. Supondo que a quantidade total no Rio tenha o mesmo aumento percentual que Londres teve em relação a Beijing (2,65%), os países brigarão por 318 medalhas de ouro . Aplicando 2,72% sobre 318, a tendência é que o pais conquiste 7,67 ouros, que

arredondando chega a 8, no cenário mais conservador possível.

Essas medalhas viriam de 6 esportes. Considerando os tipos de esporte nos quais o Brasil vem se destacando, não acreditamos que um aumento de 4,02 p.p. seja possível, mas 2,5 p.p. é bem

plausível, o que representaria 11 medalhas de ouro.

CONCLUSÕES

www.jambosb.com.br

Page 10: A influência de ser sede sobre os resultados esportivos nos Jogos Olímpicos

Já o incremento no número total de medalhas (ouro + prata + bronze) varia entre 1,15 p.p. e 1,79 p.p. em relação ao percentual do que foi conquistado nos Jogos anteriores. No cenário mais conservador, o Brasil, que obteve 17 medalhas em Londres, 1,77% das 963 distribuídas, chegaria a 2,92 % e, aplicando o mesmo percentual sobre o total de medalhas que ocorreu de 2012

em relação a 2008 (0,52%), somaria 28,2 medalhas.

Essas medalhas seriam oriundas de 12 modalidades. Uma simulação bem otimista – aumento de 1,79 p.p. – elevaria

para 34 o número total de medalhas.

É importante deixar bastante claro que as conclusões quantitativas não podem ser consideradas definitivas, posto que em esporte tudo pode acontecer, porém, baseados no histórico dos Jogos e na análise das nações sede, os valores estimados são bastante factíveis.

CONCLUSÕES

www.jambosb.com.br

Page 11: A influência de ser sede sobre os resultados esportivos nos Jogos Olímpicos

CONSIDERAÇÕES

Page 12: A influência de ser sede sobre os resultados esportivos nos Jogos Olímpicos

A tarefa de analisar o desempenho esportivo das nações que sediaram Jogos Olímpicos não é das mais fáceis, ao contrário do que alguns querem fazer crer. Inicialmente é mandatório tecer algumas reflexões. A primeira diz respeito ao número de medalhas que as modalidades esportivas colocam em disputa, ou seja, uma nação que invista a maior parte de sua verba num só esporte que distribua muitas medalhas como Atletismo e Natação, pode vir a ter um desempenho no quadro de medalhas melhor do que outro que pulverize sua verba entre várias modalidades que não sejam férteis em medalhas. Será que isso pode significar que uma nação tem um desenvolvimento esportivo superior a outra? Não existe uma resposta absolutamente certa para tal questão, pois tudo dependerá do critério de avaliação convencionado entre os participantes. Outra reflexão deve ser direcionada à diferença entre as nações, não sendo justo comparar o desempenho dos EUA quando foi sede com o do México na mesma situação.

CONSIDERAÇÕES

www.jambosb.com.br

Page 13: A influência de ser sede sobre os resultados esportivos nos Jogos Olímpicos

Assim classificamos as modalidades de acordo com a quantidade de medalhas que foram colocadas em disputa nos Jogos de Londres: A – as modalidades que tinham mais de 100 medalhas em disputas B – as que distribuíram de 45 a 99 medalhas C – os esportes que tinham de 21 a 44 medalhas em disputa D – de 11 a 20 medalhas E – menos de 10 medalhas, incluindo-se aqui todos os esportes coletivos. Já as nações foram segmentadas segundo o histórico de conquistas. G1 – classificada pelo menos duas vezes entre as TOP 3, não considerando aqui a edição na qual foi sede: EUA, URSS/RÚSSIA, ALEMANHA e CHINA G2 – em alguma das edições da amostra ficaram entre as TOP 5, não considerando aqui a edição na qual foi sede: ITÁLIA, JAPÃO, AUSTRÁLIA e GRÃ BRETANHA G3 – classificada pelo menos uma vez entre as TOP 10:CORÉIA DO SUL G4 – tenham conquistado no mínimo 20 medalhas de ouro ao longo da trajetória olímpica: CANADÁ, ESPANHA, GRÉCIA e BRASIL G5 – que não se enquadre nos grupos anteriores: MÉXICO

CONSIDERAÇÕES

www.jambosb.com.br

Page 14: A influência de ser sede sobre os resultados esportivos nos Jogos Olímpicos

Deve ser ainda considerado que alguns dos países da amostra já haviam sediado os Jogos Olímpicos anteriormente, como é o caso de Alemanha (1936), Londres (1908 e 1948), Grécia (1896), Austrália (1956) e EUA (1904 e 1932). Mesmo que distante da amostra utilizada e com características diferentes das edições em estudo, não há como negar que esse fato pode trazer influência na cultura esportiva do país. Por fim, convém lembrar que no decorrer dos Jogos, várias modalidades foram incluídas e excluídas, assim como provas, o que, sem dúvida, pode vir a influenciar a avaliação sob o prisma quantidade de medalhas.

CONSIDERAÇÕES

www.jambosb.com.br

Page 15: A influência de ser sede sobre os resultados esportivos nos Jogos Olímpicos

O desenvolvimento desse estudo permitiu identificar o alto grau de complexidade exigido para elaboração dos diversos cenários acerca da performance do Brasil em 2016. Infelizmente, a grande maioria dos “futurólogos” preferem, sabe-se lá por quais motivos, prever um desempenho catastrófico ao invés de se aprofundarem nos números. Entre os argumentos utilizados, a performance em Londres é uma das mais presentes. De fato, a edição que antecede aos Jogos que se sedia costuma ser um bom parâmetro de previsão, no entanto, a história mostra que reviravoltas acontecem. O México veio de uma 53ª colocação em 1964 para a 15ª em 1968 quando foi sede. A Espanha obteve o 6º lugar em Barcelona 1992, depois de amargar um 25º em Seul 1988.

CONSIDERAÇÕES

www.jambosb.com.br

Page 16: A influência de ser sede sobre os resultados esportivos nos Jogos Olímpicos

Outra crítica bastante comum é a que tenta traçar uma correlação entre o valor investido no esporte e o número de medalhas conquistadas. Esse tipo de cálculo só poderia ter algum tipo de valia se fossem considerados os investimentos das outras nações. De nada adianta, para efeito das conclusões que se desejam auferir, saber que verbas vultuosas foram aplicadas no esporte e isso resultou em poucas medalhas, pois as demais nações podem ter investido mais. Além do que, nações mais desenvolvidas requerem menos investimento do que as que estão se estruturando. Portanto, a análise retorno de Medalhas vs. Investimento só terá algum sentido se vierem inseridas num contexto de proporcionalidade.

CONSIDERAÇÕES

www.jambosb.com.br

Page 17: A influência de ser sede sobre os resultados esportivos nos Jogos Olímpicos

A falta de embasamento leva ainda a argumentações absurdamente frágeis por parte dos “profetas do apocalipse”, mas que aos ouvidos da opinião pública podem ganhar relevância descabida. Um desses discursos enaltece o desempenho atual da Grã Bretanha, de fato fantástico, comparando-o com Atlanta 1996 quando foi 36ª colocada. Entretanto, esse mesmo discurso oculta que a performance em Atlanta foi um mero acidente e que, fora essa edição, o país esteve entre 1960 e 2004 trafegando entre a 9ª e 13ª colocação. Mas o que mais chama a atenção é que toda essa previsão de catástrofe e críticas às estratégias adotadas têm origem no 22º lugar obtido pelo Brasil em Londres, ao passo que o quadro que será mostrado a seguir, no qual o Brasil é o 88º em IDH – índice de desenvolvimento humano não causa nenhuma comoção aos críticos.

CONSIDERAÇÕES

www.jambosb.com.br

Page 18: A influência de ser sede sobre os resultados esportivos nos Jogos Olímpicos

CONSIDERAÇÕES

www.jambosb.com.br

O quadro ao lado tem como intenção avaliar como os países que se classificaram entre os 10 primeiros nos Jogos Olímpicos de Londres, mais os que foram ou serão sede no intervalo 1960-2016, se saem quando se utilizam como parâmetro de comparação: i) PIB per capita, o que, em tese, dá uma

pequena noção da possibilidade de distribuição de renda.

ii) IDH – o índice de desenvolvimento humano das nações, o qual é calculado em função da expectativa de vida, educação, renda e padrão de vida.

Entre todos os países analisados, somente Austrália e Grécia têm classificações melhores do que às do desempenho olímpico

Londres 2012

PIB per capita FMI 2011

IDH - 2011

EUA 1 14 4

China 2 88 101

Grã Bretanha 3 22 28

Rússia 4 52 66

Coréia do Sul 5 34 15

Alemanha 6 20 9

França 7 16 20

Itália 8 25 24

Hungria 9 47 38

Austrália 10 6 2

Japão 11 18 12

Espanha 21 26 23

Brasil 22 53 88

México 39 62 57

Grécia 69 29 29

Page 19: A influência de ser sede sobre os resultados esportivos nos Jogos Olímpicos

Essas considerações não pretendem negar que muito precisa ser feito na política esportiva no país, investir na base é uma delas, assim como convencer a iniciativa privada das vantagens que se pode auferir ao investir na atividade. Por fim, deve-se focar para que todo esforço para o desenvolvimento do esporte não pare em 2016 e que o legado dos Jogos Olímpicos seja aproveitado não só pelo aspecto de estrutura física, mas, principalmente, para o fortalecimento de uma cultura esportiva, que venha a servir como agente educativo de formação.

CONSIDERAÇÕES

www.jambosb.com.br

Page 20: A influência de ser sede sobre os resultados esportivos nos Jogos Olímpicos

Centro Empresarial CittàAmérica

Av. das Américas 700 - Bl. 6 - Sl. 124

Barra da Tijuca - Rio de Janeiro - RJ

Idel Halfen - [email protected]