a influÊncia das cores no estado psicolÓgico dos pacientes em ambientes hospitalares
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CESUMAR – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ
PÓS-GRADUAÇÃO EM PROJETO DE INTERIORES
VANIA COSTA GUSMÃO
A INFLUÊNCIA DAS CORES NO ESTADO PSICOLÓGICO DOS PACIENTES EM
AMBIENTES HOSPITALARES
MARINGÁ
2010
VANIA COSTA GUSMÃO
A INFLUÊNCIA DAS CORES NO ESTADO PSICOLÓGICO DOS PACIENTES EM
AMBIENTES HOSPITALARES
Artigo apresentado ao Centro Universitário de
Maringá, como requisito parcial para obtenção
do título de Especialista em Projeto de
Interiores.
Orientação: Profª. Dr.ª Rachel Brotherhood
MARINGÁ
2010
A INFLUÊNCIA DAS CORES NO ESTADO PSICOLÓGICO DOS PACIENTES EM
AMBIENTES HOSPITALARES
Vania Costa Gusmão¹ Rachel Brotherhood²
RESUMO
A humanização do ambiente físico hospitalar, tendência atual dos projetos de
arquitetura, ao mesmo tempo em que colabora com o processo terapêutico do
paciente, contribui para a qualidade dos serviços de saúde prestados pelos
profissionais envolvidos. As cores são consideradas coadjuvantes do processo
terapêutico, atuando no equilíbrio do corpo e da mente. Assim sendo, sua utilização
deve ser planejada nos estabelecimentos de saúde. Este estudo tem como propósito
investigar os efeitos das cores nos aspectos físicos e emocionais das pessoas que
convivem em ambientes hospitalares e propor a utilização das cores de forma a
promover o bem-estar desses indivíduos.
Palavras Chave: Cores, Psicologia ambiental, Cromoterapia
ABSTRACT
The hospital human physical environment, the current trend of architectural projects,
while that collaborates with the patient's therapeutic process contributes to the quality
of health services provided by the professionals involved. The colors are considered
therapeutic process facilitating, acting on a balance of body and mind. Thus, its use
should be planned in health establishments. This study aims to investigate the effects
of colors in the physical and emotional aspects of people that live in hospital
environments and propose the use of colors in order to promote the well-being of
individuals.
Key words: Colours, Environmental Psichology, Cromotherapy
¹ Acadêmica do Programa de Pós-graduação em Projeto de Interiores do CESUMAR – Centro Universitário de Maringá; Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Estadual de Maringá em 2006. E-mail: [email protected] ² Professora de Metodologia Científica do CESUMAR – Centro Universitário de Maringá; Pedagoga, doutora em Psicologia Escolar pelo IP/USP. E-mail: [email protected]
1. INTRODUÇÃO
Atualmente a medicina vem se preocupando com a humanização dos
ambientes ambulatoriais com o propósito de minimizar o sofrimento e o desgaste
psicológico causado nos pacientes e acompanhantes, o que auxilia no tratamento e
na recuperação. Para tanto, torna-se necessário que os profissionais da área da
saúde e os profissionais responsáveis pelo tratamento dos interiores dos
estabelecimentos de saúde aliem-se na busca pelo equilíbrio entre a assepsia
aparente sem frieza e o aconchego de ambientes mais humanizados.
Este artigo tem como propósito oferecer uma contribuição a essa área
temática tão carente de assistência e sempre tão cheia de desafios que é a de
buscar consolo para as dores humanas. E a arquitetura hospitalar apresenta-se
como aliada nessa busca ao proporcionar espaços e estabelecimentos de
assistência à saúde que prestem suporte psicossocial aos seus usuários, tendo em
vista que o objetivo daqueles que trabalham em tais espaços é o aumento da
qualidade de vida do homem.
Segundo Foucault, a arquitetura pode ser considerada elemento chave para a
criação de um ambiente hospitalar adequado ao processo de cura:
A arquitetura hospitalar é um instrumento de cura do mesmo estatuto
que um regime alimentar, uma sangria ou um gesto médico. O
espaço hospitalar é medicalizado em sua função e em seus efeitos.
Esta é a primeira característica da transformação do hospital no final
do século XVIII. (Foucault, 1979, p.109)
Por parte do arquiteto, o desafio consiste em transformar o ambiente
hospitalar, por vezes hostil e sem vida, em um lugar que se identifique com o
usuário. Cabe ao profissional, portanto, conceber espaços funcionais e ao mesmo
tempo acolhedores, com conotação de familiaridade e conforto para pacientes e
funcionários, por meio de um sentido estético que remeta a sensações de segurança
e bem-estar. O estímulo dessas sensações visa ao melhor restabelecimento do
paciente e à minimização de seu sofrimento. Nesse sentido, a cor pode ser vista
como um elemento que participa dessa mudança uma vez que representa papel
estético e funcional muito marcantes.
O ser humano é influenciado por três aspectos fundamentais: físico, cognitivo
e psíquico. A associação adequada desses fatores permite projetar ambientes
seguros, confortáveis e eficientes. Dentro de um ambiente hospitalar, onde
geralmente ocorrem privações sensoriais, principalmente em relação à
agradabilidade visual, a estética torna-se um importante complemento ambiental e
de satisfação.
Estudos indicam que a cor interfere no estado emocional, na produtividade e
na qualidade das atividades desenvolvidas. A cromoterapia, segundo Amber (2000,
p.13), é “a ciência que emprega as diferentes cores para alterar ou manter as
vibrações do corpo naquela freqüência que resulta em saúde, bem-estar e
harmonia”.
Para Boccanera et al. (2007), a cor é um fator importante no conforto do
paciente e deve ser corretamente aplicada nas paredes, no piso, no teto, na mobília
e demais acessórios, para tornar o ambiente hospitalar mais aconchegante para o
paciente e funcionários. Lacy (2000) reforça essa idéia ao mencionar as melhores
condições de trabalho dos profissionais que atuam em ambientes cromaticamente
bem concebidos e dos efeitos psicológicos e organicamente positivos na
recuperação dos pacientes.
A cor é a parte mais emotiva do processo visual. Seu potencial de expressar e
reforçar a informação visual constitui uma poderosa força do ponto de vista
sensorial. A cor carrega consigo significados universalmente compartilhados através
da experiência, bem como significados que se lhe adicionam simbolicamente. Pode
ser explorada para diversas finalidades funcionais, psicológicas, simbólicas,
mercadológicas, cromoterápicas, entre outras (GOMES FILHO, 2000).
No tratamento e prevenção de doenças, o uso das cores fundamenta-se no
fato de que os órgãos sensoriais têm grande influência na mente, sendo permeáveis
ao ser humano de acordo com as informações que recebem (BOCCANERA et al.,
2007). As variações sobre a retina afetam as atividades musculares, nervosas e
mentais. A ação da cor é específica, e cada uma reage e atrai para o corpo uma
corrente de energia vital extraída do próprio ambiente.
Em resumo, as sensações provocadas pela ação da luz sobre a visão quando
se varia a quantidade, a intensidade, a forma e o posicionamento das áreas
coloridas provocam diferentes respostas, muito particulares a cada indivíduo. A
composição dos espaços deve ser pensada em razão, não só da sua funcionalidade,
mas também levando em consideração as particularidades de seus usuários.
Diante do exposto, o objetivo deste estudo é avaliar o aspecto psicológico das
pessoas que frequentam hospitais e/ou clínicas a fim de propor uma forma de
amenizar a carga emocional com uma ambientação adequada através das cores.
2. METODOLOGIA
O desenvolvimento desse artigo foi fundamentado em um estudo descritivo
exploratório com uma abordagem quanti-qualitativa envolvendo 64 pacientes em
tratamento no setor de hemodiálise do Hospital Santa Rita de Maringá, durante a
segunda semana do mês de janeiro de 2010. Esses pacientes freqüentam as
sessões de hemodiálise, que têm duração de 3 horas e meia, 3 vezes por semana.
Para a realização dessa pesquisa foram realizadas entrevistas semi-
estruturadas através de um formulário padronizado com questões dissertativas e de
múltipla escolha, aplicadas nos pacientes, individualmente, em horários disponíveis.
Esse tipo de abordagem foi o que se mostrou mais funcional por permitir que as
questões fossem explicadas com clareza, gerando um controle maior da amostra ao
direcionar as respostas para o tema principal do estudo (MARCONI e LAKATOS,
1996).
Também foram apontadas observações dirigidas com o propósito de
identificar as cores predominantes nas paredes, forros, piso e mobiliário do setor de
hemodiálise, sala de espera e recepção.
Foram incluídos na amostra funcionários e pacientes adultos, conscientes,
orientados e que se dispuseram a participar da pesquisa.
3. HISTÓRICO
Não há, ainda, uma explicação científica totalmente aceita sobre como as
cores atuam na saúde do ser humano, mas sabe-se que desde a antiguidade elas
são usadas com o propósito de auxiliar no tratamento de doenças. Segundo Walker
(1995) a luz era usada na terapia no Antigo Egito, onde se distinguia a luz "ativa" do
sol e a luz "calmante" da lua. Templos adornados de cores e luz eram construídos
para os doentes. Também os povos gregos, egípcios, druidas (que habitavam a Grã-
Bretanha) e até mesmo os alquimistas medievais notavam que as cores interferiam
no comportamento humano e as utilizavam não apenas para tratamento, mas
também no diagnóstico de doenças.
Na índia foi que o uso das cores no tratamento de doenças mais se
aperfeiçoou. A tal ponto que os postulados da velha medicina hindu forneceram as
bases para o trabalho de muitos cromoterapeutas atuais. Os holistas, por exemplo,
crêem que a cor, quando aplicada sobre determinados pontos do corpo humano,
influencia no ponto de vista físico e mental, auxiliando no equilíbrio energético
desgastado pelo stress, falta de exercícios, dieta alimentar inadequada, emoções
negativas, etc. Ao restituir a harmonia, a Cromoterapia daria condições ao
organismo de combater os males do corpo e da alma. (AMBER, 1995)
Albert Szent-Györgyi, ganhador do prêmio Nobel, fez experiências cromáticas
com alguns importantes resultados. Na sua pesquisa, expôs certas enzimas e
hormônios a diferentes cores e verificou que algumas causavam mudanças
moleculares nas enzimas e hormônios. (FROTA, s.d.)
Outro renomado estudioso do efeito das cores sobre a psiquê humana foi o
poeta e cientista alemão Goethe, autor de Fausto (1806). Por 40 anos ele investigou
as impressões que a cor produzia na parte psíquica do ser humano. Em suas
observações constam que o vermelho agita, o azul dá serenidade, o amarelo gera
alegria e o verde é relaxante, sensações que poderiam ser intensificados ou
atenuados dependendo da tonalidade usada. (BATTISTELLA, 2003)
Algumas pesquisas mais atuais demonstraram que certas cores interferem na
atividade metabólica de grupos de células de animais, melhoram a circulação do
sangue, aceleram os processos metabólicos, ativam o processo regenerativo,
estabilizam a membrana celular, normalizam arritmias cardíacas, ativam a função
oxidante do sangue, e têm efeito imuno-modulativo e imuno-estabilizante no
organismo. Enquanto o vermelho dilata os vasos sanguíneos, o azul os contrai.
Pacientes ansiosos, por exemplo, necessitam do azul e do verde; já os deprimidos,
se sentiriam melhor na presença da cor vermelha. (PEREZ e GOMEZ, 2001).
Walker (1995) cita ainda o exemplo dos animais, que assim como os
humanos, apresentam sensibilidade às cores. O touro, o cachorro, o cavalo, o galo
e algumas espécies de insetos são fortemente excitados pelo vermelho. Acrescenta
que estábulos pintados de azul favorecem a engorda e a produção de leite dos
animais.
Os estudiosos de Psicologia Ambiental dedicaram a maior parte de suas
pesquisas, na década de 70, voltadas à influência do ambiente sobre as pessoas,
atribuindo, inclusive, à sua formação a influência da Arquitetura e do Planejamento
Urbano. Pinheiro (1997) menciona as contribuições de autores como Robert
Sommer, Kevin Lynch e Terence Lee, que se interessavam pela ação dos espaços
edificados sobre o comportamento humano. Dentre outros temas da Psicologia,
surgiu a avaliação social da edificação e a preocupação com o ponto de vista e a
participação do usuário no processo de planejamento e avaliação ambientais.
Ainda há ressalvas por parte dos organismos médicos oficiais quanto a esses
estudos a respeito da interferência das cores no funcionamento do organismo
humano, mas é crescente o número de estudiosos e pesquisadores que vêm,
gradativamente, comprovando seus benefícios.
O fato é que a cor nunca foi tão explorada como no século atual. A
cromoterapia vem sendo utilizada em hospitais, escolas e, inclusive, em presídios,
para melhorar a qualidade desses ambientes. Isso porque o papel das cores quando
“bem coordenadas psicologicamente proporciona mais segurança e maiores
estímulos e satisfação no desenvolvimento das atividades” (BATISTELLA, 2003)
4. A FISIOLOGIA DAS CORES
Cor, para Lida (2002), é uma resposta subjetiva para um estímulo luminoso
que penetra nos olhos. Quando a luz incide sobre um objeto, parte das ondas
luminosas é refletida e parte é absorvida. A cor que enxergamos é, na verdade, a
refletida por esse objeto, após a incidência da luz, e que penetrou nos olhos
provocando o estímulo e a resposta a ele. São os órgãos de recepção denominados
cones, localizados na fóvea, que permitem que o homem perceba e identifique as
cores que são refletidas. A percepção das cores depende, portanto, da luz incidente;
se natural, mais branca; se artificial, mais avermelhada. Uma luz verde incidindo
sobre uma parede branca será vista como uma parede verde. A cor depende então
da presença da luz, variando de acordo com a sua fonte. Sem luz não há cor. A luz
natural é considerada o melhor tipo para uma adequada percepção das cores, pela
composição de seu espectro, resultando uma boa qualidade na percepção dos
objetos.
Os principais elementos de percepção das cores são: matiz, saturação e
claridade; Matiz é a proporção de cada uma das cores percebidas: vermelho,
amarelo, verde e azul; Claridade é o atributo segundo o qual uma área aparenta
emitir mais ou menos luz; Saturação é a proporção de croma de uma cor em relação
à sua claridade (mais ou menos cinza) (AZEVEDO, SANTOS E OLIVEIRA, s.d.).
As cores primárias da luz são o vermelho, o verde e o azul. As demais cores
são obtidas aditivamente: magenta é o vermelho com azul; amarelo é vermelho com
verde e o cian é azul com verde. As três cores primárias, juntas, formam a luz
branca. Cores complementares são as que se anulam mutuamente, produzindo o
branco. São contrastantes entre si e estão diametralmente opostas no círculo das
cores.
A questão da harmonia cromática está relacionada ao efeito que as cores
produzem quando colocadas próximas umas das outras. Para Schulte (2003)
harmonia é a composição equilibrada das cores. Goetthe (1993 apud BATISTELLA,
2003) acrescenta que “a harmonia surge quando dois fenômenos polarizados se
reúnem produzindo uma totalidade”.
Para Neves, Pereira e Gonçalves (s.d.) a harmonização da cor expressa o
equilíbrio entre uma cor dominante (a que ocupa maior extensão no conjunto), uma
cor tônica (coloração vibrante que, por ação de contraste complementar, dá o tom ao
conjunto) e uma cor intermediária (coloração que forma passagem, meio-termo entre
a dominante e a tônica). As cores necessitam de uma ordenação para se tornarem
agradáveis.
Lida (2002) diz ainda que a cor atrai a atenção de acordo com a sua
visibilidade e depende do contraste e da sua pureza. Para que elas se tornem
atrativas visualmente, devem ser usadas juntamente com as suas complementares,
entretanto suavizadas (adicionando o branco) ou escurecidas (acrescentando o
preto).
Walker (1995) define os esquemas de combinações cromáticas em cores
harmoniosas, correlatas e contrastantes, de forma que: as cores harmoniosas são
as próximas em sensações de calor e frio; as correlatas podem ser monocromáticas
(tonalidades diferentes da mesma cor) ou análogas (próximas na roda das cores); e
as contrastantes são as complementares. Segundo esse mesmo autor, o esquema
harmonioso é mais fácil de agradar, porque causa sensação de relaxamento. Já o
esquema contrastante produz um efeito mais dinâmico e vibrante, por isso deve ser
bem dosado para não causar sensações desagradáveis.
O grau de reflexão das cores nos ambientes é muito importante, tanto para o
poder da visão quanto para o conforto visual e, se a distribuição de densidade
luminosa (brilho) for formada por contrastes intensos, pode provocar grande
desconforto, conforme alerta Cunha (2004). O autor orienta a trabalhar os objetos de
maior destaque no campo visual com a mesma intensidade de brilho.
De modo geral, em um ambiente interno, a escolha de qualquer das
composições harmônicas ou esquema de cores deverá ser feita em função de sua
escala, de sua finalidade e da iluminação, bem como dos usuários e suas
características psicológicas (NEVES, PEREIRA e GONÇALVES, s.d.).
5. A PSICOLOGIA DAS CORES
A luz pode aumentar ou diminuir elementos do ambiente edificados, revelando
formas, sombras, espaços, ritmos, texturas e proporções que podem evocar diversas
sensações, tanto individuais – que dependem e variam de acordo com a emoção
particular, cultural, experiências individuais, etc. – como coletivas, constituindo um
clima de magia, dramaticidade, mistério, agradabilidade, repugnância, etc., (NEVES,
PEREIRA e GONÇALVES, s.d.).
Costi (2002) considera a cor um poderoso estimulante psíquico que pode
afetar o humor, a sensibilidade e produzir impressões, emoções e reflexos
sensoriais muito importantes, podendo perturbar o estado de consciência,
impulsionar um desejo, criar uma sensação de ambiente, ativar a imaginação ou
produzir um sentimento de simpatia ou repulsa, atuando como uma energia
estimulante ou tranqüilizante.
Pela sua expressividade, a cor é um elemento importante na transmissão de
idéias. O homem reage à linguagem cromática a partir de suas condições físicas e
de suas influências culturais (NEVES, PEREIRA e GONÇALVES, s.d.). Lacy (2000)
comenta que as cores do ambiente podem alterar a comunicação, as atitudes e a
aparência das pessoas presentes; a cor pode tranqüilizar, diminuir o estresse e a
violência ou aumentar a vitalidade e a energia. Entende-se que cada grupo de
pacientes e profissionais sofre um tipo de influência das cores de acordo com suas
necessidades.
Algumas cores sugerem calor, entusiasmo, alegria, como o laranja, o amarelo
e o vermelho. Costi (2002) acrescenta que Goethe as considerava cores positivas,
por serem estimulantes, vivazes e altivas. Lacy (2000) especifica tais aspectos
positivos, desta forma: o vermelho transmite força e coragem; o laranja, expressão
criativa e comunicação; o amarelo, clareza e idéias; o amarelo claro, idéias
filosóficas; o verde, equilíbrio e harmonia; o verde claro, juventude eterna; o azul dá
abertura aos nossos sentimentos e pensamentos mais elaborados; o azul claro,
relaxa e libera as tensões; o violeta estimula a intuição; o violeta claro conduz à
consciência espiritual; o pêssego, à consciência artística; o rosa, afeto e atenção; o
rosa claro, aconchega e relaxa. Entretanto, cores como o verde e o azul, tendem
para o lado negativo, por estimularem a inquietação, a nostalgia. O preto, sozinho,
pode deprimir, já que desperta a melancolia.
Pelo enfoque científico, Valdir (2005) explica que a conotação das cores em
frias e quentes tem a ver tanto com os fatores emocionais quanto com o processo de
reflexão de energia, luz e calor. As superfícies claras refletem a luz enquanto que as
escuras a absorve. Os comprimentos de onda das cores quentes, especialmente o
vermelho, são muito próximos do infravermelho que transmite calor. Desta forma, as
cores quentes atraem a visão e excitam as emoções, também elevam a temperatura
corporal por estimularem a circulação sanguínea, ao contrário do que acontece com
as cores frias, que diminuem o metabolismo e tranqüilizam, baixando a temperatura
do corpo. O autor cita o “período azul” das pinturas de Pablo Picasso, como exemplo
do efeito opressivo e melancólico que o excesso das cores frias pode provocar.
Lida (2002) relaciona as principais associações feitas com as cores:
Vermelho: cor quente, saliente, estimulante, dinâmica. Deve ser usada
para criar ambientes quentes e acolhedores. Junto com o verde, sua
cor complementar, forma um par muito vibrante;
Amarelo: cor luminosa que representa o calor, energia, claridade;
Verde: cor passiva, que sugere imobilidade, alivia tensões, equilibra o
sistema nervoso. É simbolicamente associado à esperança, felicidade;
Azul: cor fria, que acalma, repousante, um pouco sonífera. Sugere
indiferença, passividade. Sua visão ampla sugere frescor;
Laranja: cor muito quente, viva e acolhedora. Evoca o fogo, o sol, o
calor. Seu poder de dispersão amplia a área do ambientes;
Branco: cor da pureza, simboliza a paz, nascimento, morte. Conduz à
ausência;
Preto: cor deprimente, evoca sombra, frio, caos, angústia, tristeza, o
inconsciente, o nada;
6. O EFEITO TERAPÊUTICO DAS CORES
A eficácia da Cromoterapia enquanto medicina alternativa foi reconhecida
pela Organização Mundial de Saúde em 1976. Essa ciência está fundamentada na
física, com suas pesquisas com as transmutações genéticas, principalmente no que
se refere à compreensão da natureza da luz, na medicina, no poder curativo e na
bioenergética, que estuda as transformações de energia nos seres vivos. Baseia-se
no princípio bioativo restaurador do equilíbrio energético, que harmoniza a circulação
da energia no corpo humano. (BORROWSKI, 2005)
As primeiras análises que demonstram o efeito terapêutico das cores
surgiram há cerca de trinta e cinco anos e, aproximadamente em 1980, começaram
as primeiras experiências clínicas, segundo o modelo científico de pesquisadores
como Niels Bohr, E. Shredinger e I. Peigozhin, ganhadores do prêmio Nobel.
A Cromoterapia é uma terapia natural, recomendada como complemento da
medicina tradicional, que leva em conta todos os níveis do ser humano (físico,
mental, emocional, energético e espiritual), e não apenas os sintomas físicos, já que
corpo e mente encontram-se intimamente interligados. A técnica consiste na
atribuição de significados às cores que podem reverter problemas de saúde,
promovendo o alívio sintomático através da cor absorvida pelo corpo. Isso se dá
pelo eletromagnetismo, ou seja, o corpo recebe diferentes campos eletromagnéticos
da luz e o corpo os absorve em um padrão de vibração interpretado pelo
cromoterapeuta, desenvolvendo o equilíbrio energético.
As principais propriedades usadas na cromoterapia estão relacionadas
abaixo:
Vermelho: É a cor mais poderosa e deve ser usada com prudência. Estimula
o sangue e libera adrenalina. Combate resfriados sem febre e ameniza dores
reumáticas. Intensifica as funções do corpo ao estimular o sistema nervoso e
fortalecer a atividade do fígado. É eficaz em distúrbios relacionados à pele e ao
sangue. Produz calor, que revitaliza o corpo físico. É responsável por tudo que o
corpo absorve, por agir como catalisador de ionização (os íons são os condutores de
energia eletromagnética). Retrata a saúde e a ação construtiva, mas também a
raiva, o mau-humor, o perigo e a destruição.
Walker (1990) diz que quando uma pessoa é exposta ao vermelho há um
sinal químico transmitido da glândula pituitária até a glândula adrenal e ocorre a
liberação da epinefrina, causando alterações fisiológicas com efeitos metabólicos. O
resultado é o aumento da pressão sanguínea, da freqüência respiratória, do olfato e
do apetite, há uma predominância do sistema autônomo e as reações tornam-se
automáticas.
Bontempo (1998) recomenda utilizar essa cor para ativar o sistema digestivo
e combater a depressão, hipocondria, neurastelia e paralisia parcial ou total. De
acordo com o autor, a cor vermelha exerce um efeito tônico, estimula as células
cerebrais e a combatitividade. Recomenda usá-la em períodos de competições
desportivas ou de esforços grandes.
Laranja: É a cor da alegria, do calor, da vontade e do poder temporal.
Tonifica, combate a fadiga, estimula o sistema respiratório e fixa o cálcio no
organismo. É antidepressivo, aumenta o otimismo, estimula o apetite, promove a
boa digestão, beneficia a maior parte do sistema metabólico, rejuvenesce e vitaliza,
e pode elevar a pressão sanguínea. Associa-se às glândulas supra-renais e aos
órgãos sexuais. Esta cor é a combinação dos raios vermelhos e amarelos, e seu
poder de equilíbrio é maior que o das duas cores isoladas. É estimulante e
expansivo. Combina a energia física com as qualidades mentais, libera a energia,
aviva as emoções e origina bem-estar e satisfação. Simboliza a cordialidade e a
prosperidade (BORROWSKI, 2005).
Amarelo: É estimulante, energizante, purificador e eliminador. Estimula a
percepção, o intelecto e o sistema nervoso central. Desperta esperança em doentes
que desistiram da cura, fortalece os olhos e os ouvidos, ajuda na cura da artrite e na
regeneração de problemas ósseos, combate à prisão de ventre, potencializa o
fósforo e o sódio. Indicado para obter concentração mental e fixar informações. Deve
ser usado com outras cores, pois o excesso pode gerar tensão. Isolado, pode causar
a perda de estabilidade, proteção, meta ou foco, o que estimula o nervosismo e a
incerteza. É uma vibração positiva que sugere alegria e divertimento. Auxilia nas
situações de desespero e melancolia (BORROWSKI, 2005).
De acordo com Farina (1990), a cor amarela age sobre o sistema nervoso
simpático e parassimpático aumentando a pressão arterial e os índices de pulsação
e respiração. Seu excesso pode levar a indigestões, gastrite e úlceras gástricas. A
psicopedagoga Denilde Moraes Lourenço diz ainda que o amarelo auxilia quem
sofre com intestino preso e com problemas renais: “A cor funciona como um raio
forte de sol, que esquenta e derrete as pedras nos rins” (LOURENÇO in PAPALI,
2009).
Verde: É uma cor analgésica. Ajuda no equilíbrio hormonal, estimula órgãos
digestivos, é refrescante e antiinfecciosa. Deve ser utilizada com muito cuidado, pois
pode ser fatigante e estimular a depressão quando usada em excesso. Pode ser
aplicada para desequilibrar as vibrações causadas por uma doença. Útil em
problemas de coração, úlceras, dores de cabeça, casos de câncer etc. Alivia a
insônia. Associada afetivamente à paz, à natureza, à saúde, à abundância, à
tranqüilidade, ao equilíbrio, à esperança e à juventude. Harmoniza flutuações do
estado de espírito e casos de insatisfação e impaciência (BORROWSKI, 2005).
Papali (2009) afirma que o verde é a cor que ajuda a equilibrar a imunidade, por isso
é muito usado em hospitais e clínicas. O uso da cor verde também alcançou bons
resultados em certas psicopatias, furunculoses, incontinências urinárias, sífilis e
câncer, segundo Bontempo (1998).
Azul: É a cor do equilíbrio, da harmonia e da expansão espiritual. Tem efeito
relaxante, calmante e analgésico. Atua no sistema nervoso, nos vasos sangüíneos,
e em todo o sistema muscular. Ameniza as inflamações, auxilia na cura do eczema
(glândula tireóide), em casos de dores de cabeça, enxaquecas e asma. Serve como
fortificante da pele. Aumenta o metabolismo e promove o crescimento. Por ser a cor
mais curativa, é indicada nas infecções com febre (BORROWSKI, 2005).
Já para Amber (2000), o azul é a cor da depressão e da tristeza por ser fria,
sedativa e adstringente. O autor menciona ainda que ela não cansa os olhos quando
usada em grandes extensões e auxilia no tratamento de sinusite, laringite,
amigdalite, insônia, terrores noturnos (na infância), enxaquecas, disenterias e cólera.
Índigo: Atua na corrente sangüínea, e é coagulante. É uma cor elétrica, fria e
adstringente. Funciona como anestésico e chega a causar total insensibilidade.
Estimula os sentidos e a intuição (BORROWSKI, 2005).
Violeta: Tem ação calmante e é purificadora do sangue. Previne processos
infecciosos, elimina toxinas e estimula a produção de leucócitos. Recomendada nos
casos de pneumonia, tosse seca, asma, irritação da pele e dor ciática. Reduz medos
e angústias. Traz estabilidade, equilíbrio da consciência, dignidade e divindade.
Relaciona-se à mentalidade humana e pode remeter a uma integração com o
espaço, com a concentração voltada para um fim específico (oração ou meditação).
Devolve o ritmo da glândula pineal, purifica o organismo, acalma os músculos e a
superexcitação nervosa (BORROWSKI, 2005).
Branco: Para Farina (1990) o branco é sempre positivo e afirmativo. É a
soma de todas as cores e o símbolo do absoluto. A cor que apresenta maior
sensibilidade na presença da luz. Está associada à ordem, estabilidade, paz e
harmonia. Permite boa iluminação, uma vez que absorve pouca luz e transmite
pouco calor ao ambiente interno, permitindo, desta forma, um maior conforto.
Magenta: Borrowski (2005) afirma que esta cor fortifica a aura e as radio-
emanações do corpo químico. Leva à consciência espiritual, auxilia como
equilibradora emocional e é estimulante supra-renal. (BORROWSKI, 2005).
Preto: Segundo o mesmo autor, funciona como um isolante e atrai todas as
vibrações para si. É a cor da auto-negação. Para Lacy (2000) é considerada uma cor
impotente, quando usada com outra cor, do contrário pode provocar
inacessibilidade, prepotência e indiferença.
Marrom: Para Farina (1990), o marrom está relacionado ao pesar, à
melancolia e ao desconforto. Por outro lado, Borrowski (2005) acredita ser a cor da
integração e do oferecimento. Associa o marrom a outono, doenças, terra,
melancolia e orações.
7. O USO DAS CORES NO AMBIENTE HOSPITALAR
Assim como na arte, o uso das cores em arquitetura pode favorecer, realçar,
esconder, provocar alterações na percepção de forma, espaço, tamanho e
movimento. Mas dentre todas essas características a influência psicológica dos
espaços edificados é certamente a mais importante dentro de um ambiente
hospitalar, já que se trata de um lugar onde as pessoas lidam constantemente com
fortes emoções: doença, morte, nascimento e reabilitação.
A maioria dos estabelecimentos de saúde comporta espaços com pouca ou
nenhuma iluminação natural, paredes brancas e pisos escuros. Vários relatos
constatam a predominância do monocromatismo nos ambientes hospitalares, o que
seria uma possível causa do estresse ambiental. De acordo com Boccanera et al.
(2004), o contato apenas com cores monótonas pode interferir na avaliação física e
nos aspectos emocionais e psicológicos de forma consciente ou inconsciente.
Para amenizar a sensação de clausura, Cunha (2004) recomenda que se
utilizem corem claras e iluminação artificial. Para manter os pacientes despertos e os
funcionários com boa produtividade, indica o uso predominante de cores quentes,
não excessivamente estimulantes.
De acordo com Boccanera et al. (2004), seria interessante que o hospital
fosse um local que se assemelhasse à casa dos pacientes e profissionais e a cor
pode auxiliar nessa sensação de familiaridade.
8. RESULTADOS E DISCUSSÕES
O setor de hemodiálise do Hospital Bom Samaritano de Maringá atende,
atualmente, 102 pacientes que freqüentam o local três vezes por semana e ali
permanecem por um período de três horas, pelo menos. As sessões são realizadas
em três turnos diários, com 34 pacientes sendo atendidos em cada turno. Pela
dificuldade de acesso à sala de diálise, os pacientes só puderam ser entrevistados
no início ou final de cada sessão, portanto a amostra não conseguiu abranger a
todos.
O tratamento acontece em um salão amplo e subdividido, através de paredes
de gesso acartonado, em salas menores que comportam, além dos pacientes, a
equipe de funcionários e os equipamentos de apoio. Para os pacientes entrevistados
o espaço da sala de hemodiálise é restrito, segmentado e um tanto claustrofóbico,
fatores que interferem no estado emocional provocando cansaço, estresse e
irritação. Já em relação às cores dos ambientes os entrevistados acreditam que elas
tenham pouca influência sobre eles. Dizem, entretanto, que gostam das cores das
paredes – tons claros de verde - e se sentem confortáveis e acolhidos naquele local
e que, apesar do incômodo tratamento e da própria condição debilitada em que se
encontram, sentem que o ambiente é amistoso e pacífico.
A maior parte dos pacientes entrevistados (84%) diz estar satisfeita com as
cores do local e não as mudaria. E embora acreditem não serem influenciados pelas
cores, quando questionados sobre suas preferências, todos eles citaram expressões
tais como: “tons alegres”, “cores calmas”, “pintura cansativa”. Referem que os tons
claros de verde das paredes, e do branco do piso, teto e mobiliários foram bem
aplicados por serem cores suaves e, portanto, não cansarem. Alguns (16%)
sugeriram tons mais vivos, mas ainda mantendo o verde.
Esse resultado reforça a tese de alguns autores já mencionados. Lacy (2000)
afirma que o verde é a cor da harmonia e do equilíbrio, ajuda a reduzir a tensão e o
estresse. Para Borroswki (2005) remete à paz, à natureza e à refrescância, é
analgésica e atenua a ansiedade causada pela flutuação do estado de espírito na
doença. Por fim, Papali (2009) e Bontempo (1998) relatam a eficácia do uso do
verde em ambientes hospitalares no tratamento de algumas enfermidades.
Costi (2002) sugere formas para uso desta cor:
Verde: adequado para alta concentração, meditação. Se usado no forro: leva
ao sentimento de proteção, porém se refletido na pele pode causar
desconforto; nas paredes: é frio, porém seguro, calmo e passivo, mas irritante
se brilhante; no piso: natural (acima de certo grau de saturação), relaxante,
frio (se próximo do azul).
O azul claro e o amarelo também foram mencionados pelos pacientes (21%)
como sendo cores que poderiam substituir as paredes da sala principal. Mais uma
vez esse é um dado que confirma a literatura estudada: Farina (1990) acredita que o
azul confere ao paciente uma sensação de calma, tranquilidade e bem-estar; é a cor
mais curativa segundo Borrowski (2005). Para Lida (2002) o amarelo transmite
energia, Papali (2009) ressalta seu auxílio especialmente para pacientes com
problemas renais e Borrowski (2005) acrescenta os que perderam a esperança de
cura.
Algumas sugestões de uso, segundo Costi (2002):
Amarelo: adequado para ambientes pouco iluminados. Quando usado no
forro: luminoso, estimulante; nas paredes: quente (quando próximo do
laranja), mas excitante tendendo para irritante se altamente saturado; no piso:
elevado, divertido.
Azul: tende a ser desagradável e frio se usado em grandes áreas ou longos
corredores, causando desconforto às pessoas em ambientes de longa
permanência. Se utilizado em tons médios e carregados, pode ser
confortável, mas apenas para permanência transitória. Usado no forro:
celestial, frio e dá a sensação de profundidade (quando suave), pesado e
opressivo (quando escuro); nas paredes: em tons suaves é frio e distante; em
tons escuros é estimulante e profundo; no piso: facilita movimento de esforço
quando claro e dá sensação de solidez quando escuro.
O branco teve predominância (82%) como preferência dos entrevistados, que
sugeriram o branco gelo como a cor ideal para as paredes, piso e teto do ambiente
hospitalar. Farina (1990) atenta para o fato de que o branco, por refletir
intensamente a luz, causa ofuscamento e, por conseqüência, sensação de cansaço.
Outros autores citados também alegam a monotonia do monocromatismo. Já os
pacientes atribuem à cor branca a sensação de asseio, paz e serenidade, o mesmo
que afirmam Lida (2002) e Farina (1990).
Novamente, Costi (2002) aponta os usos e as sensações que o branco
confere:
Branco: não deve ser a cor dominante. Usado no forro remete ao vazio,
deserto, porém auxilia a difusão da luz e reduz sombras; usado nas paredes é
neutro, sem energia; no piso: inibe o toque;
Um dos pacientes sugeriu o uso de madeira nas paredes, por remeter à idéia
de lar. Outro seguiu o mesmo raciocínio ao sugerir a inserção de plantas no
ambiente e mais aberturas que possibilitem visão para o jardim. Esse dado é
importante porque reforça a idéia de que o ambiente de tratamento deve se
assemelhar à casa dos pacientes, como sugere Boccanera et al. (2004).
9. CONCLUSÃO
O papel da medicina não é só garantir a saúde, mas promover a qualidade de
vida do paciente. O arquiteto compartilha desse mesmo princípio ao buscar projetar
espaços personalizados, onde o usuário possa se identificar e se sentir acolhido,
confortável, e consequentemente, bem (física e psicologicamente).
As cores são consideradas coadjuvantes não agressivos do processo
terapêutico e, fazendo parte da natureza e, portanto, da própria vida, elas devem
também estar presentes em todo o processo saúde-doença, principalmente em
ambientes hospitalares (BOCCANERA, et al. 2004). Elas carregam significados e
produzem efeitos emocionais, devendo o arquiteto, ao planejar tais espaços, estar
atento às particularidades de seus usuários.
No caso estudado percebeu-se como o emprego adequado das cores (o
verde em tons suaves e o branco) é capaz de dar ao ambiente hospitalar o aspecto
de limpeza necessário, porém sem tirar o conforto visual e psicológico dos
envolvidos. De posse dos dados levantados, é possível manter a qualidade do
ambiente e ainda acrescentar elementos que a enfatizem, como objetos de
decoração, tais quais as plantas, ou texturas e materiais diferenciados que propiciem
conforto e proximidade com o lar dos pacientes.
Pesquisas como esta podem ser de grande ajuda na concepção de um
ambiente hospitalar, bem como colaborar para promover uma nova visão de
assistência terapêutica, relacionando também às cores o conforto e o bem-estar
daqueles que estão em reabilitação.
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