a inclusão de deficientes visuais na sociedade
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A Inclusão de Pessoas Cegas no Mundo Digital e na
Sociedade
“São nas pequenas ações que podemos
fazer a grande diferença e, não apenas,
olhar o ‘diferente’ que está perto de
nós... a inclusão é nossa!!! ”
(Luciane M. M. Barbosa)
Grupo Interação
Formação - Augusto Francisco
Teixeira- Eliane Martinez Arevalos- Gabriel Galiego Neto- Márcia Cristina da Silva
Souza- Maria Madalena Ribeiro
Moleiro- Sérgio Alencar
Semensato
ElaboraçãoM. Madalena R. Moleiro
Cegueira Total
Definição
• Uma delimitação de deficientes visuais, cegos e portadores de visão
subnormal, se dá por duas escalas oftalmológicas: acuidade visual,
aquilo que se enxerga a determinada distância e campo visual, a amplitude
da área alcançada pela visão.
Causas da Cegueira
• Em geral, as causas mais freqüentes que levam à cegueira infantil são
glaucoma congênito, a retinopatia da prematuridade, a rubéola, a catarata
congênita, a toxoplasmose congênita, a hipovitaminose A, a oncocercose,
o sarampo e o tracoma. A OMS recomenda tratamentos precoces de várias
doenças oculares, as quais são preveníveis ou tratáveis com a devida
intervenção oftalmológica.
Em adultos especialmente são outros fatores que podem causar a cegueira,
cada um deles, com suas implicações psicológicas e emocionais. Entre os
mais freqüentes estão a catarata, diabetes, descolamento de retina,
glaucoma, retinopatias e causas acidentais entre outras.
Tratamento
• São recomendados trabalhos de educação especial para quem tem
diferentes problemas com deficiência visual. Pedagogicamente, o cego é
aquele que, mesmo possuindo visão subnormal, necessita de
conhecimento
da escrita Braille (sistema de escrita por pontos em relevo) e como
portador de visão subnormal aquele que lê tipos impressos ampliados ou
com o auxílio de potentes recursos ópticos.
Além disso, vários outros recursos podem ser colocados em prática para a
inserção ou reinserção de indivíduos com deficiência visual. São trabalhos
que dependem de conhecimento específico e sobretudo de profissionais
habilitados e especializados em cegueira.
Os Deficientes eram considerados inválidos
• A idéia de integração surgiu para derrubar a
prática de exclusão social a que foram submetidas
as pessoas deficientes por vários séculos. A exclusão
ocorria em seu sentido total, ou seja, as pessoas
portadoras de deficiências eram excluídas da sociedade
para qualquer atividade porque antigamente elas eram
consideradas inválidas, sem utilidade para a sociedade
e incapazes para trabalhar, características estas
atribuídas indistintamente a todos que tivessem alguma
deficiência.
Criação de Internatos e Institutos
• A atenção formal às pessoas com deficiência
iniciou-se com a criação de internatos, ainda
no século XVII, idéia importada da Europa, no
Período imperial.
• O primeiro foi o Imperial Instituto dos
Meninos Cegos, atual Instituto Benjamin
Constant (I.B.C.). Este foi criado no Rio de
Janeiro, pelo Imperador D. Pedro II, através
do Decreto Imperial n° 1.428, de 12/09/1854.
Os Cegos Começam a Conquistar seu Espaço na Sociedade
• A verdadeira inclusão busca proporcionar
a pessoa com deficiência visual maior
independência, qualidade de vida e
inclusão social, através da ampliação de
sua
Comunicação, mobilidade, controle de seu
Ambiente, habilidades de seu aprendizado,
Trabalho e integração com a família, amigos
e sociedade.
O Sol Brilha Para Todos
• Os cegos começam a ingressar nas Escolas Públicas e a conquistar seu espaço;
• Três cegos, após cursarem o Instituto Benjamin Constant, conseguem ingressar na Faculdade de Direito de São Paulo;
• São inaugurados outros vários Institutos para cegos no Brasil: em São Paulo, na Bahia, no Rio Grande do Sul e no Ceará;
• A Constituição estabelece e garante os Direitos dos cegos.
somos todos filhos de Deus; somos todos diferentes; somos todos iguais perante a lei
O Dia Nacional do Cego, celebrado em 13 de dezembro, tem um
significado especial para mais de 16,6 milhões de deficientes
visuais em todo o Brasil. Criada há 47 anos para homenagear a
data da morte de José Álvares de Azevedo. O jovem cego que introduziu o sistema Braille no Brasil, em 1850,
depois de aprendê-lo na França. Instituída para preservar o direito à igualdade e solidariedade
entre todos da mesma sociedade, a data representou um primeiro
passo, embora ainda seja longo o caminho a percorrer para se
fazer cumprir os direitos não só dos cegos, como das pessoas com
qualquer tipo de deficiência.
Inclusão dos Cegos
Não é possível negar que existem muitas dificuldades para se elaborar sistemas que possibilitem a inclusão de cegos. São barreiras que vão desde os altos custos até a falta de pessoal especializado na matéria. De todas as formas, também é inegável que avanços estão ocorrendo com uma velocidade bastante apreciável.Melhor ainda: muitos destes avanços têm origem nos esforços realizados por pesquisadores brasileiros. O mais importante de tudo, entretanto, é dar prosseguimento à divulgação destas idéias. Com isto, cria-se a possibilidade de que cada vez mais pessoas e instituições tomem consciência desta realidade e dos novos caminhos que surgem, a fim de que possamos ter uma educação cada vez mais inclusiva, abrindo as portas do mundo para pessoas com diversos tipos e graus de dificuldades e de habilidades.
Orientação e Mobilidade x Cidadania
• A orientação e mobilidade têm como um dos objetivos a busca da cidadania, ou seja, a independência de ir e vir, participando do gozo dos direitos civis, sociais e políticos de um estado, a partir de sua habilitação. É com esse ideal, que a Sociedade de Assistência aos Cegos - SAC vem orientando e ajudando os deficientes visuais a mudarem esse quadro social, demonstrando que é possível ver através da escuridão.
Grafia Braille
“Semeando Leitores e Escritores
Competentes”
O Braille é um sistema de leitura com o tato para cegos inventado pelo francês Louis Braille. L. BRAILLE perdeu a visão aos três anos. Quatro anos depois, ele ingressou no Instituto de Cegos de Paris. Em 1827, então com dezoito anos, tornou-se professor desse instituto. Ao ouvir falar de um sistema de pontos e buracos inventado por um oficial para ler mensagens durante a noite em lugares onde seria perigoso acender a luz, L. BRAILLE fez algumas adaptações no sistema de pontos em relevo.
Grafia Braille
Alfabeto em Braille
Materiais de Escrita Braille
Impressora Braille
A tecnologia quando está a serviço do ser humano, é capaz de produzir
fatos prodigiosos. O exemplo concreto disso é o DOSVOX, que a partir da
interatividade (perguntas e respostas faladas) proporciona aos portadores
de deficiência visual a oportunidade do acesso ao computador de forma
semelhante aos videntes.
- Ler e escrever cartas, textos, livros e jornais;
- Imprimir em negro e Braille;
- Acesso aos recursos de multimídia, disquete e CD;
- Entretenimento através de diversos jogos;
- Fazer cálculos, cheques, formulários e apresentações;
- Ter agenda de telefone e de compromissos;
- Acessar e escrever página para
internet, enviar mensagem e
realizar bate-papo.
O DOSVOX Possibilita
São diversas as chaves que provocaram um sucesso extraordinário
deste projeto, que hoje é utilizado por mais de 500 cegos de todo Brasil:
. custo muito baixo;
. a tecnologia de produção é muito simples, e viável para as indústrias
Nacionais;
. o sistema fala e lê em português;
. o diálogo homem-máquina é feito de forma simples;
. o sistema obedece às restrições e características da maioria das pessoas
cegas leigas;
. o sistema utiliza padrões internacionais de computação, e assim, o
DOSVOX pode ser lido e ler dados e textos gerados por programas e
sistemas de uso comum em informática.
O projeto tem um grande impacto social pelo benefício que ele traz aos
deficientes visuais, abrindo novas perspectivas de trabalho e de comunicação.
• O Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, criou o sistema DOSVOX, destinado a auxiliar os deficientes visuais a
usar o computador, executando tarefas como edição de textos (com
impressão comum ou Braille) leitura/audição de textos anteriormente
transcritos, utilização de ferramentas de produtividade faladas (calculadora,
agenda, etc.), além de diversos jogos. O sistema fala através de um
sintetizador de som de baixo custo, que é acoplado a um microcomputador
tipo IBM-PC.
O sistema DOSVOX evoluiu a partir do trabalho de Marcelo Pimentel,
estudante de informática totalmente cego, e que desenvolveu o editor de
textos do sistema. Marcelo é hoje programador do NCE, onde trabalha sob
orientação acadêmica do prof.Antonio Borges, responsável pela coordenação
do projeto DOSVOX.
• O Projeto Cão-Guia de Cego visa à integração do portador de necessidades especiais à sociedade, facilitando a sua locomoção e estimulando a sua independência.• Os cães utilizados para serem guias de deficientes visuais são geralmente pastores alemães, labradores e golden retrievers. • Com Quase 2 milhões de deficientes visuais, o Brasil tem apenas 60 cães guias.
Caminhar sem Medo e sem Mito
Locomoção com Cães-guia
• O cão guia representa outro recurso de OM, mas exige do seu usuário idade
própria, conhecimentos prévios de OM e condições para a realização dos
cuidados e manutenção da sobrevivência, saúde e higiene do cão. O uso
deste recurso não é recomendado para crianças, pois a tendência para
brincadeiras com este animal é intensa nesta fase e a criança tem dificuldade
para entender que o cão está ao seu lado para desenvolver um trabalho de
orientação e facilitação da sua mobilidade e não para brincar.
Técnicas com Bengala Longa
• Dentre os recursos utilizados pelos deficientes visuais para locomoção, a bengala longa apresenta-se como um dos mais seguros, isto é, quando manipulado corretamente. Para esse manuseio correto da bengala é necessário destreza motora, boa percepção tátil-cinestésico, vivências pré-bengala, conhecimento e manipulação com a bengala para introduzir-se as técnicas que são: Varredura, técnica diagonal (utilizada somente em ambientes internos), detecção de objetos, passagem por portas, rastreamento com técnica diagonal, subir e descer escadas, técnicas de toque, técnica de toque e deslize, técnica de deslize, rastreamento com técnica de toque, rastreamento em três pontos.
Técnicas com Guia Vidente
São técnicas utilizadas com o deficiente visual
para o mesmo andar com máxima segurança,
quando estiver acompanhado. Observa-se
desde a postura correta de segurá-lo, dentre
outras, como: Mudança de direção, passagens
estreitas, troca de lado, subir e descer escadas,
aceitar e recusar ajuda, sentar-se (cadeiras/
bancos) e passagens por portas.
Dicas de Relacionamento
Se encontrar algum deficiente visual que precise de ajuda, identifique-se, faça-o perceber que você está falando com ele e ofereça auxílio;
Caso sua ajuda como guia seja aceita, coloque a mão da pessoa no seu cotovelo dobrado. Ela irá acompanhar o movimento do seu corpo enquanto você vai andando. Importante: À medida que surgirem obstáculos no caminho, deve-se informar antecipadamente ao deficiente visual;
Para ajudar uma pessoa cega a sentar-se, você deve guiá-lo até a cadeira e colocar a mão dela sobre o encosto da mesma, informando se esta tem braço ou não. Importante: Deixe que a pessoa sente-se sozinha.
Materiais Adaptados
SOROBÃ
ANDREA BOCELLI DORINA NOWILL (Líder no Campo da Cegueira)
Danieli Haloten e seu cão guia
Stevie Wonder
Cantores de Angola, grupo de cantores cegos
“É a realização de um sonho de 20 anos", afirma o novo desembargador.Ricardo Tadeu Marques da Fonseca
• O universo dos mais de 16,5 milhões de deficientes visuais do país, antes
desconhecido por parte da população, vem ganhando espaço na mídia e
com isso conscientizando as pessoas sobre a necessidade de inclusão na
sociedade. Algumas questões como livros em Braille, computadores com
programas especiais, qualificação profissional e oportunidades no mercado
de trabalho ainda impedem que a maioria deles leve uma vida com
qualidade.
O cego pode trabalhar viver, ter todos os prazeres sexuais, emocionais e
intelectuais que todos podem ter.
O maior problema não está entre os cegos e a cegueira e sim entre os
cegos e a sociedade. Há sempre uma barreira que impede que os cegos
sejam respeitados em suas diferenças e em suas igualdades.