a importância das pessoas na logística

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Instituto Politcnico de Setbal Escola Superior de Cincias Empresarias A importncia das pessoas na logstica

Trabalho realizado por:

A importncia das pessoas na logstica

Mrio Coelho

ndiceNDICE................................................................................2 INTRODUO.......................................................................3 CICLO DE VIDA DO PRODUTO................................................4 A IMPORTNCIA DA LOGSTICA.............................................5 GESTO DA CADEIA DE ABASTECIMENTO.............................10Estratgia na logstica..........................................................................13

OPERAES INTERNAS.......................................................15 DISTRIBUIO O ULTIMO KM............................................18 SERVIO AO CLIENTE.........................................................20 LOGSTICA INVERSA ..........................................................21 CONCLUSO......................................................................24 BIBLIOGRAFIA....................................................................25

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A importncia das pessoas na logstica

IntroduoEmbora os documentos mais antigos no evidenciem o termo Logstica de forma directa, o que um facto que a logstica existe desde sempre nas nossas vidas, e sem o bom funcionamento da Logstica a nossa vida seria definitivamente mais difcil e complexa. Jomini, autor da primeira definio de Logstica, associada Logstica militar definiu o termo em 1937, como sendo a cincia da aplicao de todas as cincias militares, uma das partes da arte da guerra e uma aplicao prtica da arte de mover os exrcitos compreendendo os meios e medidas que permitem aplicar os planos estratgicos e as tcticas. Embora o conceito j aparea em escritos no Sc. XIX, este s se tornou usual a partir da Segunda Guerra Mundial, incentivado pelo General Marshall. Uns anos mais tarde, atravs da Associao Americana de Marketing, em 1948, surge a primeira definio empresarial de Logstica: Movimento e manuteno de mercadorias do ponto de produo ao ponto de consumo ou de utilizao. Em 1962 Peter Drucker, refere-se Logstica como sendo a face obscura da economia, verdadeiro territrio a explorar e a ultima fronteira de gesto. Nos ltimos anos a Logstica tem sido um dos principais objectos de estudo da gesto, e muito se tem escrito sobre o tema. A evoluo do conceito tem sido enorme, e a importncia do tema tem crescido no seio das organizaes. A Logstica vista como um potencial de crescimento que pode conduzir as organizaes a uma eficincia e uma eficcia que permite rentabilizar as actividades. Numa das definies mais actuais adaptada de James R. Stock A Gesto da Rede Global de Abastecimento (Supply Chain Management) envolve todas as actividades associadas com o fluxo e transformao de bens, desde o estado de matrias-primas at ao utilizador final do produto acabado, bem como os fluxos de informao e a integrao destas actividades, para alcanar uma vantagem competitiva sustentada. Um dos factores mais importantes na gesto da cadeia e abastecimentos controlar eficazmente o servio ao cliente. Devido sua importncia, muitas empresas tm desenvolvido mtodos eficientes para aumentar a satisfao do cliente reduzindo os custos. Seminrio II 3

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Ciclo de vida do produtoO ciclo de vida do produto descreve as fases que um novo produto atravessa, do incio ao fim. Normalmente so considerados quatro fases do ciclo de vida do produto: Introduo Crescimento Maturidade Declinio

A curva do ciclo de vida de um produto exprime geralmente a evoluo das suas vendas, sendo a curva do lucro diferente. Enquanto o lucro do sector declina, as vendas continuam importantes. Um conhecimento profundo de cada uma das fases essencial para os profissionais de marketing, pois cada oferta de marketing requer estratgias diferentes para as suas finanas, produo, logstica e promoo em cada um dos seus ciclos de vida. A Logstica tem cada vez mais influncia no ciclo de vida do produto. Uma m estratgia logstica pode um factor inibidor do crescimento e maturidade de um produto.

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A importncia da logsticaA importncia da logstica nem sempre foi reconhecida, como o nos dias de hoje. A sua definio tem vindo a sofrer alteraes medida que se foi tornando num factor competitivo no contexto empresarial. Logstica comeou por ser definida como sendo pura distribuio fsica, onde apenas as actividades de transporte e armazenagem eram consideradas. Desde os anos 70, que o conceito sofreu alteraes considerveis, pois logstica passou a ser entendida no s como um vasto conjunto de actividades respeitantes com a movimentao eficiente de produtos acabados do fim da linha at ao consumidor, mas tambm, como integrao de actividades com o intuito de planear, implementar e controlar o fluxo eficiente de matrias-primas, bens em vias-de-fabrico e produto acabado do ponto de origem ao ponto de consumo. (Bowersox e Closs, 1996; cit. por Lus, 2001) Apesar das inmeras modificaes que a definio de logstica sofreu, esta sempre teve como principal output o servio ao cliente. A importncia da logstica pode ser avaliada a diversos nveis: a) Na organizao e na relao dentro da cadeia de abastecimento O mbito da logstica atravessa a organizao, desde a gesto de matrias primas, at disponibilizao do produto acabado, fazendo a ligao e a coordenao entre processos da organizao, dos fornecedores e clientes no pipeline, como o objectivo criar valor para todos. Em particular, nos casos em que se procura a integrao organizacional, no sentido de flexibilizar a estrutura, de forma a que a sua gesto possa ser orientada para o mercado, com enfoque no servio ao cliente como a primeira fonte de vantagem competitiva, colocam-se grandes desafios logstica. A gesto logstica tem que promover as parcerias entre todos os actores (produtores, prestadores de servios e distribuidores), para servir o mercado em ambientes competitivos, desenvolvendo aproximaes que se traduzam por ganhos bilaterais. As cadeias de abastecimento e, de uma forma mais geral as redes, permitem s empresas organizarem-se, Seminrio II 5

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potenciando a diferenciao e, consequentemente, vantagens competitivas importantes, que se traduzem por acrscimo de valor. Este valor pode ser traduzido, por exemplo, pela entrega a tempo, na quantidade e qualidade correcta, no local desejado e a um custo mnimo. b) Na competio com outras empresas Na poca altamente competitiva que se vive, as organizaes procuram outros meios para alm da tecnologia para se diferenciarem. A logstica constitui-se como a fora condutora da mudana organizacional que permite que as empresas possam enfrentar variaes rpidas dos mercados, das tecnologias e das foras competitivas. As novas regras de concorrncia assentam na competio das cadeias de abastecimento em vez da competio isolada das empresas. Neste novo paradigma, os operadores tm respondido com alteraes importantes no domnio da logstica: a) personalizando produtos; b) diminuindo o volume das cargas e melhorando o packing; c) aumentando o nmero de veculos, diminuindo-lhes a capacidade, aumentando frequncias e tendo menos transporte em vazio; d) e reorganizando fluxos e optimizando rotas. Estas so algumas formas de incrementar o servio ao cliente e de responder ao efeito da compresso do tempo, isto , do ciclo de vida dos produtos ser cada vez mais curto, dos clientes exigirem entregas just-intime e de os clientes estarem cada vez mais dispostos a aceitar um produto substituto se a sua primeira escolha no est disponvel no momento. c) Na racionalizao de processos Um dos objectivos da logstica proporcionar a reduo do inventrio, que tende a aumentar com a rigidez da estrutura funcional, o que diminui a visibilidade no pipeline, e faz com que as actividades a montante no tenham percepo da procura a jusante. Os sistemas de informao e comunicao podem dar um importante contributo para alterar esta situao. O processo logstico pretende tambm clarificar os custos ao longo do pipeline. Os custos reais associados satisfao dos diferentes clientes com diversos produtos so difceis de apurar. A organizao tradicional Seminrio II 6

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normalmente identifica os custos numa base funcional e com um nvel de agregao relativamente elevado. A contabilidade baseada nas actividades pode dar um contributo importante na avaliao do desempenho (Carvalho e Dias, 2004). Por exemplo, no que se refere ao transporte usual conhecer o custo total, mas no necessariamente como ele varia por tipo de cliente ou com as caractersticas da distribuio. d) Na avaliao do desempenho A gesto logstica particularmente adequada aos processos de avaliao de desempenho, tornando mais fcil, por exemplo, desenvolver processos de benchmarketing para comparar o desempenho com o das outras organizaes reconhecidas como leaders, no que se refere a produtos, servios, processos, prticas e qualidade da gesto. Esta anlise permite, entre outras coisas, determinar as actividades que acrescentam valor e as que acrescentam apenas custos (que podem ser eliminadas sem reduo de benefcios para o cliente), e determinar quais os processos e as entidades que tm importncia estratgica na cadeia de abastecimento. e) Na relao com os clientes Segundo alguns autores, as organizaes que sero lderes nos mercados do futuro sero aquelas que tm procurado e encontrado os dois picos de excelncia: a liderana pelos custos, tradicionalmente baseada nas economias de escala, obtidas atravs do volume de vendas; e a liderana pelo servio, por exemplo, de entrega, de ps-venda, de apoio tcnico ou de disponibilizao de um pacote financeiro, que pode constituir um processo de fomento de relaes com os clientes e uma forma de ganhar vantagens competitivas (Christopher, 1998). A grande necessidade de responder com mais servios, para ir ao encontro das necessidades dos clientes, est associada ao aumento das expectativas destes e comoditizao dos mercados, em que os clientes percepcionam pouca diferena tcnica entre distintas ofertas concorrentes. Nestes casos, a disponibilidade passa a ser um dos factores mais importantes no servio ao cliente, dando nfase logstica. Por outro lado, os clientes actuais so mais rentveis do que os novos clientes. Portanto, o primeiro objectivo dever ser a fidelizao dos clientes. A gesto logstica pode ter um papel Seminrio II 7

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fundamental na maximizao dos proveitos durante o ciclo de vida de um produto/servio, no tanto na perspectiva do aumento do valor mdio da transaco, mas mais no aumento da frequncia de compras e da expectativa temporal do ciclo de vida no cliente/consumidor, em particular oferecendo produtos/servios suplementares ao produto de base (Carvalho, 2004). f) Na resposta evoluo dos mercados e novas tendncias A globalizao da indstria e dos mercados, no sentido em que as matrias primas e os componentes so fornecidos a partir de diversas partes do mundo, os produtos so manufacturados em locais geograficamente dispersos e vendidos em diversos pases, coloca novos desafios gesto logstica. Os mercados continuam a exigir produtos diferenciados e a customizao (postponement), isto , as operaes finais de montagem, embalagem e etiquetagem de produtos, de forma a adequ-los s necessidades especficas dos mercados locais, constitui-se como uma estratgia que permite chegar a essa diferenciao, com elevado nvel de variedade e flexibilidade, permitindo optimizar custos no que se refere produo. Os factores de sucesso do passado, como as marcas fortes, os grandes oramentos de publicidade e as foras de vendas agressivas, tm vindo a alterar-se. As empresas tm agora que apelar s suas capacidades e competncias na gesto dos seus core business. O facto de as empresas se centrarem nas suas competncias e darem como outsourcing as outras actividades, d logstica um papel central como uma tarefa de gesto orientada para os processos, constituindo uma prioridade a coordenao da informao e de fluxos de materiais entre entidades na cadeia de abastecimento (Christopher, 1998). O desenvolvimento do comrcio electrnico induz importantes fluxos fsicos associados; s a adequada resposta a estes permite continuar a incrementar aquele. Alguns sectores e mercados passaram a usar a varivel tempo, para alm do preo, como varivel diferenciadora, o que levanta o problema de

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assegurar um curto tempo de resposta, a um preo concorrencial e com a mxima fiabilidade. Algumas polticas ambientais conduzem criao de fluxos logsticos fsicos contrrios aos primrios (origem/destino). Esses fluxos inversos tm que ter um funcionamento adequado. g) No transporte Na gesto do transporte, a logstica deve ponderar aspectos como: a) as caractersticas da rede, relacionadas, por exemplo, com a conectividade entre modos, com as restries, com a capacidade de fluxo e com a segurana no transporte; b) os relacionados com a operao, por exemplo, a produtividade, a informao sobre o transporte, a rentabilidade e a poluio; e c) os ligados s instalaes e equipamentos, por exemplo, as acessibilidades, o espao disponvel e a capacidade de manuseamento e de armazenagem.

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Gesto da abastecimento

cadeia

de

O negcio de retalho consiste em fazer chegar ao consumidor final produtos alimentares (carne, peixe, vegetais, massas), combinados com artigos de drogaria, perfumaria e higiene, em superfcies comerciais de tamanho varivel (de 200 a 2000m2 para supermercados) (Goulart, 2004). A nvel nacional, este segmento tem enorme cobertura a partir dos anos 90, com um mercado crescentemente internacional e cada vez mais competitivo. O aumento da concorrncia e a globalizao da oferta tornam a qualidade e o preo os factores diferenciadores de maior importncia. Assim, a forma de manter as margens praticadas ser apostar numa maior eficincia de toda a cadeia logstica, atravs da reduo dos custos da cadeia mantendo ou mesmo melhorando a qualidade do servio (Aldridge, 2000). A logstica o conjunto do planeamento, operao e controlo do fluxo de materiais, mercadorias, servios e informaes da empresa, que ao integrar e racionalizar as funes sistmicas desde a produo at entrega, asseguram vantagens competitivas na cadeia de abastecimento e a consequente satisfao dos clientes. Os conhecimentos e planeamento logstico remontam necessidade de, durante as Grandes Guerras, planear rotas tendo em conta factores como uma fonte de gua potvel prxima, transporte, armazenagem e distribuio de equipamentos e mantimentos. Nos anos 50, as empresas comeam a utilizar estes conhecimentos para satisfazer os seus clientes, sendo nos anos 70 consolidadosconceitos de planeamento de produo como MRP (Material Requirements Planning), ou a produo de acordo com a procura (Just-In-Time). Com as procuras irregulares dos novos mercados globais na dcada de 80 e at actualidade, as empresas passam a competir a nvel mundial, precisam de ser geis na sua cadeia de distribuio pelo que acabam por adoptar modelos globais de optimizao operacional (Carvalho, 2004). Neste contexto, a cadeia de distribuio de uma empresa depende de um largo espectro de aces definidas para a mesma, que se distribuem Seminrio II 10

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hierarquicamente segundo vrios horizontes temporais. Comea por um nvel estratgico, passando pelo tctico, at ao operacional: Nvel estratgico Tem um horizonte temporal de mdio, longo prazo (1 a 5 anos), consiste nas decises gerais e definio de polticas de base para a actividade da empresa. A concepo da cadeia de distribuio e suas estratgias acontece nesta etapa e tem em conta uma diversidade de questes gerais. Nvel tctico Tem um horizonte temporal de mdio prazo (6 meses a 1 ano) e consiste na tomada de decises com mais informao tcnica e operacional. Orienta o plano estratgico para a aco diria da empresa, com pequenas implementaes de projectos evolutivos. Faz anlises de custo benefcio com base na operao presente e orientada para a estratgia futura. Nvel operacional Tem um horizonte temporal imediato, consiste nas decises do dia a dia. Deve ser acompanhado por relatrios semanais e/ou mensais, que numa empresa saudvel mostram as evolues controladas das implementaes tcticas. As decises da estratgia global so aplicadas a uma sequncia operacional, que se repete nas diversas indstrias. Com toda a evoluo que a logstica tem sofrido recentemente, a cadeia de abastecimento actualmente pretende tratar os mltiplos elementos como um nico sistema integrado, que apresenta as seguintes fases: - Planeamento e compra - Transporte de matrias-primas e produtos acabados - Recepo e verificao de mercadoria - Armazenamento e operao - Expedio - Logstica inversa (reciclagem e devolues) Estas operaes logsticas esto a tentar ser definidas pelo modelo de referncia internacional SCOR, que as divide em Plan, Source, Make, Deliver e Return. Para cada uma delas tenta definir processos e estabelecer mtricas para medir o seu desempenho. Seminrio II 11

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Com o decorrer dos anos, e devido s constantes mutaes da envolvente, a definio de logstica passou, no novo milnio, a ser tida como parte do processo da cadeia de abastecimento que planeia, implementa e controla a eficincia, eficcia do fluxo e armazenagem de bens, servios e informao relacionada, entre o ponto de origem e o ponto de consumo(Council of Supply Chain Management Professionals, 2002, cit. por Lus, 2002). importante que as empresas reconheam a importncia de uma boa gesto da cadeia de abastecimento pois, apesar de se tratar de um processo complexo e contnuo, tambm, um importante factor de vantagem competitiva, que envolve todos os membros que integram a cadeia, tendo por principal objectivo a satisfao do cliente. Lambert, Stock e Ellram definem Cadeia de Abastecimento (Supply Chain Management) como: a integrao de processos de negcio desde o utilizador final aos fornecedores originais, que fornecem produtos, servios e informao que adicionam valor ao cliente.. Defendem, ainda, que a implementao de uma Supply Chain Management integrada, passa pela gesto de todos os processos de negcio-chave entre os membros da Cadeia de Abastecimento (Lambert, Stock e Ellram, 1998; cit. Por Lus, 2001). A logstica, como elemento integrador de todos os processos de negcio, assume neste contexto, um papel determinante para a eficincia da supply chain, condio base da competitividade. Com a finalidade de auxiliar os gestores na sua misso de como agirem perante problemas futuros, Anderson, Britt, e Favr (2007) compilaram alguns princpios fundamentais da Gesto da Cadeia de Abastecimento: Segmentao de clientes baseada na satisfao das necessidades dos diferentes grupos adoptando-se, e customizando-se a rede de trabalho logstica para o servio requerido, de forma mais vantajosa possvel; Diferenciao do produto mais perto do cliente e aumento da velocidade/agilidade ao longo da cadeia de abastecimento, interpretando os sinais do mercado e alinhando-os de acordo com a

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cadeia de abastecimento, assegurando previses consistentes e uma ptima alocao de recursos; Desenvolvimento de tecnologia que permita ao longo da Cadeia de Abastecimento uma estratgia que suporte mltiplos nveis de tomada de deciso e que permita uma viso clara do fluxo de produtos, servios e informao, tendo sempre presente a preocupao da reduo dos custos totais dos materiais e servios; Rejeitando a viso tradicional de uma empresa, em que as suas partes so tidas como distintas e no funcionais, os gestores aperceberam-se que a verdadeira forma de sucesso passa, pelo quo bem esto coordenadas as actividades atravs da cadeia de abastecimento para criar valor ao cliente, enquanto aumenta proveitosamente cada elo da cadeia. No plano tctico, assistimos procura constante de parceiros de negcio que possam acrescentar valor supply chain, quer pela reduo de custos operacionais libertando fluxos financeiros para I&D, quer pela melhoria dos nveis de servio ao cliente, isto atravs da partilha de informao importante para o bom funcionamento da supply chain. Neste contexto os operadores logsticos tm vindo a ganhar importncia pela possibilidade de sinergias na gesto de uma plataforma comum de fluxos multi-cliente. Em suma, a logstica passou de simples distribuio fsica, para um processo estratgico que acrescenta valor, permite diferenciao, cria vantagem competitiva, aumenta a produtividade e valoriza a organizao continuando a exercer activamente importante influncia no ciclo de vida das organizaes (Carvalho, 2004; cit. por Moura, 2006)

Estratgia na logsticaHoje em dia, a logstica apresenta-se como uma arma estratgica poderosa, face a um futuro imprevisvel e instvel, deve-o tambm ao facto de ter aprendido a encarar a empresa e a envolvente como realidades complexas. Se o sistema logstico se encontra em permanente mudana, entre estabilidade e instabilidade, pode dizer-se que componente indispensvel na organizao, para fazer face envolvente (Carvalho, 2004).

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A globalizao dos mercados associada crescente integrao econmica inaugurou uma nova dimenso para a economia que obriga os seus actores a um novo paradigma. A acelerao do ciclo de vida dos produtos, a crescente importncia do servio ao cliente e o poder dos canais de distribuio, obrigam as empresas de hoje a procurar estratgias de negcio assentes numa gesto operacional eficiente. Esta tendncia obriga, simultaneamente, a uma maior focalizao no cliente e nas suas necessidades, que vo sendo mais exigentes e dinmicas. No entanto, h que considerar o factor globalizao, onde os mercados se encontram unidos como se se tratasse de um s. Assim, com a expanso das cadeias de abastecimento e globalizao, toda a logstica, e em especial o sector do transporte e distribuio, enfrentam o desafio de ter de servir mercados muito dispersos, no homogneos e clientes exigentes, o que requer elevado nvel de coordenao, tendo como preocupao gerir custos e conseguir oferecer um servio confivel. Com o aumento da intensidade concorrencial, em consonncia com o desenvolvimento tecnolgico, reforou-se a necessidade de orientar a gesto para o mercado e o tempo como recurso de cariz estratgico (Dias, 1999). Reconhece-se assim a vital importncia da logstica para a economia em geral, por haver uma grande disperso geogrfica de fornecedores e clientes, e a consequente necessidade de compatibilizao da oferta com a procura (Moura, 2006).

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Operaes internasPara a logstica conseguir prestar um servio ao cliente mais eficaz e eficiente precisa de um conjunto de actividades logsticas que o corroborem. Essas actividades podem, segundo Ballou (2001; cit. por Rodrigues, 2004), ser divididas em grupos funcionais, podendo ser actividades primrias ou de apoio. As actividades primrias so: Transporte: Este grupo funcional tem como actividades logsticas, entre outras, a seleco da frota, a escolha de frota prpria/subcontratada circulao nacional e internacional; Gesto de stocks e controlo: Este inclui actividades como gesto de stocks de bens, gesto de inventrios e gesto do processo de compra; Gesto das infra-estruturas: Neste grupo, as actividades logsticas englobam a gesto e planeamento de infra-estruturas de armazenagem, depsito e seleco dos locais de fabrico. Alm das actividades primrias que ocorrero em todo o canal logstico, os processos logsticos so compostos por actividades de apoio que, em algumas circunstncias, so consideradas como contribuintes para a realizao dos processos logsticos. Entre elas, pode-se destacar:

RecepoA recepo uma actividade de armazm que tem como principal objectivo assegurar que o vendedor entregou no armazm o produto certo, em boas condies, nas quantidades certas e no momento certo. O departamento de recepo tem como actividades principais a marcao do momento de entrega dos materiais na doca, descarregar os materiais do veculo transportador, contar o produto, verificar a qualidade do produto, identificar as referencias (SKU), entrar com o produto no inventrio e transferi-lo para a zona de armazenagem (Mulcahy, 1994).

Armazenagem

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Segundo Quaresma Dias em 2005, A armazenagem constituda por um conjunto de funes de recepo, descarga, carregamento, arrumao e conservao de matrias-primas, produtos acabados ou semi-acabados. Uma vez que este processo envolve mercadorias, este apenas produz resultados quando realizada uma operao, nas existncias em trnsito, com o objectivo de lhes acrescentar valor. Pode-se definir a misso da armazenagem como o compromisso entre os custos e a melhor soluo para as empresas. Na prtica isto s possvel se tiver em conta todos bem os factores a que influenciam relativa os dos custos de armazenagem, como importncia mesmos

(Casadevante, 1974). Umas das maiores preocupaes de quem trabalha na rea de

armazenagem conseguir minimizar a superfcie utilizada, sem que a velocidade de expedio seja afectada.

PickingO picking, tambm conhecido por preparao de pedidos, consiste na recolha em armazm de certos produtos (podendo ser diferentes em categoria e quantidades), face a pedido de um cliente, de forma a satisfazer o mesmo (Rodrigues, 2007). O Picking tornou-se cada vez mais difcil de gerir. A dificuldade resulta da introduo de novos programas operacionais como just-in-time (JIT), reduo do tempo de ciclo e resposta rpida. A nfase renovada nas melhorias da qualidade e do servio ao cliente foraram os armazns a reexaminar a actividade de picking sob o aspecto de minimizar os danos aos produtos, reduzir os tempos de transaco e melhorar a preciso da separao.

ExpedioA expedio pode ser considerada como a ltima etapa a ser realizada no CD. Consiste basicamente na verificao e no carregamento dos produtos nos veculos determinados. Tal como a recepo, a expedio tambm realizada na maioria das vezes de forma manual. A embalagem mais uma

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vez apresenta importante papel na expedio, j que cargas unitizadas reduzem o tempo de carregamento do veculo. Este trabalho tem uma importncia significativa, por ser o ultima validao da mercadoria e do seu estado nas instalaes, por ter a seu cargo a validao. O desempenho logstico resulta de uma complexa combinao de factores fsicos, humanos e organizacionais. Como tal, os concorrentes no podem facilmente copiar a vantagem competitiva que a logstica pode proporcionar. Deste modo, ganha vantagem competitiva a empresa que conseguir executar as actividades primrias e de apoio, de uma forma mais eficiente e mais eficaz do que a concorrncia. O grande desafio no se foca na optimizao de cada uma das actividades logsticas isoladamente, mas na eficincia global do sistema, uma vez que a logstica como um todo mais complexa do que a soma das componentes que a constituem" (Moura, 2006).

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Distribuio o ultimo KMDistribuio um dos processos da logstica responsvel pela administrao dos materiais a partir da sada do produto da linha de produo at a entrega do produto no destino final (Kapoor et al., 2004, p. 2). Aps o produto pronto ele tipicamente encaminhado ao distribuidor. O distribuidor por sua vez vende o produto ou a um retalhista ou ao consumidor final. Este o processo mais comum de distribuio, porm dentro desse contexto existe uma srie de variveis e decises de trade-off a serem tomadas pelo profissional de logstica. O marketing v que a Distribuio um dos processos mais crticos, pois problemas como o atraso na entrega so refletidos diretamente no cliente. A partir do momento que o produto vendido a Distribuio se torna uma atividade de front office e ela capaz de trazer benefcios e problemas resultantes de sua atuao (Kapoor et al., 2004, p. 9).

Uma

organizao

pode

ser

divida

em

trs

processos

principais

abastecimento, produo e distribuio (Gomes et al., 2004, p. 8-9). Onde termina o processo de distribuio de uma empresa, inicia o processo de abastecimento da empresa seguinte. Como regra geral as empresas mais fortes da cadeia de distribuio so quem definem quem ser o responsvel pela entrega do material/produto. O ponto mais forte da cadeia no necessariamente aquele que tm mais dinheiro, mas sim aquele que tem a necessidade de compra menor do que a necessidade de venda do elo anterior da cadeia, ento podemos concluir que este poder de deciso pode ser transferida rapidamente entre os elos, pois a globalizao nos permite comprar um produto na china com frete FOB e ainda pagar mais barato do que uma compra em nossa regio. As empresas esto cada vez mais terceirizando suas actividades

relacionadas a distribuio e focando suas actividades no core bussiness da empresa. A distribuio tem grande importncia dentro da empresa por ser uma atividade de alto custo. Os custos de distribuio esto diretamente

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associados ao peso, volume, preo, Lead Time do cliente, importncia na Cadeia de abastecimento, fragilidade, tipo e estado fsico do material e estes aspectos influenciam ainda na escolha do modal de transporte, dos equipamentos de movimentao, da qualificao e quantidade pessoal envolvido na operao, pontos de apoio, seguro, entre outros. A palavra distribuio esta associada tambm a entrega de cargas fracionadas, neste tipo de entrega o produto/material entrega em mais de um destinatrio, aproveitando a viagem e os custos envolvidos. As entrega neste caso devem ser muito bem planejadas, pois a entrega unitizada tem um menor custo total e menor lead time, as entregas fracionadas devem ser utilizadas somente quando no for possvel a entrega direta com o veculo completamente ocupado. Este o ultimo passo na cadeia de abastecimento, e talvez o mais importante. O ultimo km do produto na cadeia, aquele que coloca um determinado produto escolha do consumidor. Aqui tudo tem de correr bem, sob pena de ser deitado abaixo todo o processo desde a matria prima at expedio do produto.

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Servio ao clienteO mercado dos operadores logsticos est em franca mudana, em especial no mbito de actividades focadas no cliente (Moura, 2006). Devido ao facto de as empresas recorrerem cada vez mais ao outsourcing das suas operaes logsticas, tem havido um enorme crescimento no negcio especializado em gesto dessas mesmas funes. O nvel de servio pode ir desde a simples gesto dos transportes at gesto de armazns, inventrio, e muito mais (Foggin, Mentzer e Monroe, 2004). Para Kotler (cit. Por Lus, 2002), os clientes so maximizadores de valor, pelo que o acrscimo no valor prestado ao cliente pode ser efectuado por duas vias: aumentando a proposta de valor da oferta (produtos, benefcios, servios) garantias). O sistema logstico deve orientar a sua actividade para o estabelecimento de um servio a clientes que oferea aos mesmos outros benefcios, para alm daqueles que j esto implcitos no produto nuclear. Os clientes no compram produtos, compram benefcios, e o servio a clientes como fonte desses mesmos benefcios, acrescenta valor ao produto nuclear (Levitt, cit. por Dias, 1999). O servio ao cliente pode constituir um importante elemento diferenciador, para dado produto, ou permitir praticar preos mais elevados no caso em que o cliente est disposto a pagar por um melhor servio (Lambert e Stock 1993, cit. por Lus, 2002). e/ou diminuindo os custos associados mesma (preo, simplificao do processo de encomenda e entrega, sob a forma de

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Logstica InversaA logstica inversa tambm conhecida por reversvel, reversa ou verde, sendo a rea da logstica que trata, genericamente, do fluxo fsico de produtos, embalagens ou outros materiais, desde o ponto de consumo at ao local de origem. Desde sempre existem os processos de logstica inversa, no eram reconhecidos e denominados como tal. Exemplo: o retorno das garrafas (vasilhame), a recolha de lixos e resduos. Na realidade actual, uma preocupao constante para todas as empresas e organizaes, tendo quatro grandes pilares de sustentao: a consciencializao dos problemas ambientais; a sobrelotao dos aterros; a escassez de matrias-primas; as polticas e a legislao ambiental. A logstica inversa trata de questes relacionadas com a recuperao de produtos, subdiviso de produtos, embalagens, materiais, de entre outros, desde o ponto de consumo at ao local de origem ou de deposio em local seguro, com o menor risco ambiental possvel. Assim, a logstica inversa trata de um tema bastante sensvel e muito oportuno, em que o desenvolvimento sustentvel e as polticas ambientais so apangio das sociedades modernas. A logstica inversa tem um papel preponderante, neste novo conceito de logstica, muito mais global e abrangente. Sintetizando, a logstica inversa tem como objectivo principal, planear, implementar e controlar de um modo eficiente e eficaz: O retorno ou a recuperao de produtos; A reduo do consumo de matrias-primas; A reciclagem, a substituio e a reutilizao de materiais; A deposio de resduos; A reparao e recuperao de produtos.

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Para Rogers e Tibben-Lembke (1998) a logstica inversa definida como O processo de planeamento, implementao e controlo da eficincia e eficcia e dos custos, dos fluxos matrias-primas, produtos em curso, produtos acabados e informao relacionada, desde o ponto de consumo at ao ponto de origem, com o objectivo de recapturar o valor ou realizar a deposio adequada Neste sentido, o circuito da cadeia de abastecimento fechado de uma forma completa, sendo o ciclo logstico completo. Esta vertente da logstica encontra-se em grande expanso pois vista como uma nova oportunidade de negcio para as empresas e organizaes, pois as politicas ambientais tendem a ser cada vez mais exigentes. Outro factor de grande importncia, e que est directamente relacionado com o grande aumento da logstica inversa a compra de produtos atravs da internet, o chamado e-commerce, rea de venda a crescer no negcio do livro. Com o fabuloso crescimento das vendas on-line, os sistemas de logstica inversa, no que diz respeito questo da gesto das devolues, tem crescido exponencialmente. A compra on-line leva a que, derivado do facto de no momento da compra, no ser possvel visualizar o produto fisicamente, de uma forma tangvel, grande parte dos produtos seja devolvida, por no corresponder s expectativas do cliente, o que faz accionar os sistemas de logstica inversa. Este sistema permite, com elevados padres de satisfao, a fidelizao dos clientes que preferem, na maioria dos casos, ter poucos fornecedores, em detrimento de vrios, mas que correspondam ou mesmo superem as suas expectativas. Como j foi referido anteriormente, a logstica inversa aplica-se a todos os fluxos fsicos inversos, isto , do ponto de consumo at origem ou deposio em local seguro de embalagens, produtos em fim de vida, devolues, etc., tendo as mais variadas reas de aplicao. Exemplos: componentes para a indstria automvel, vendas por catlogo, frigorficos, mquinas de lavar, computadores, impressoras, fotocopiadoras, baterias, revistas, jornais e livros.

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A importncia das pessoas na logstica

Os dois sistemas,

logstica directa

e logstica inversa,

integram e

acrescentam valor cadeia de abastecimento com o ciclo completo e, para poderem sobreviver, devem ser de certo modo competitivos, minimizando os custos de transporte, na medida do possvel, optimizando os veculos no retorno, com o transporte de devolues, material para reciclar, desperdcios e produtos deteriorados, permitindo rentabilizar e optimizar o transporte, minimizando os respectivos custos.

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ConclusoA importncia da logstica na cadeia de abastecimento tem sido crescente ao longo das ultimas dcadas. No entanto o modelo que tem vindo a ser adoptao pelas empresas tem sido alterado com o tempo. A logstica tem-se tornado um forte aliado no ciclo de vida do produto, sendo absolutamente essencial menores) Actualmente a logstica est a ir na direco de uma integrao na criao de valor do produto. Cada vez mais as empresas olham para a logstica quando criam um produto com vista a minimizar um custo que elevado quando no devidamente ponderado. essencial que existe uma interligao departamental nas empresas entre as areas de logstica, marketing e produo com vista a tornar a cadeia de abastecimento forte e sustentvel para a empresa. Apesar de todo o esforo ao longo da cadeia de abastecimento, essencial que no seja a distribuio e o ultimo km que faa a diferena. este que coloca o produto disposio do consumidor e como o fim da linha, uma falha pode deitar tudo a perder desde a fase de produo da matria prima. e eficaz na fase de introduo e crescimento do produto, e eficiente na sua fase de maturidade e declinio (quando as margens so

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