À glÓria do g a d u - abemdaordem.com.br · namento da maçonaria frente a mudança dos valores...
TRANSCRIPT
Caros Irmãos:
Aqui estamos novamente de retorno a vossa fraterna convivência com uma
nova edição do Boletim da Chico para continuarmos a divulgar nossa cultura
maçônica.
Um tema recorrente e que tem tomado muitos encontros da Loja Maçônica
Fraternidade Brazileira de estudos e Pesquisas, de Juiz de Fora – MG, nos dias
19 e 20 de outubro de 2018, organizado pelo seu Departamento de Membros Cor-
respondentes, não se apresenta diferente nesse que será o XXV Encontro de
Estudos e Pesquisa “Jubileu de Prata”, onde vai estar se buscando um posicio-
namento da Maçonaria frente a mudança dos valores sociais.
A Maçonaria é uma instituição originada nas tradições dos Maçons operati-
vos da Idade Média que em 1717, com a fundação da Grande Loja de Londres e
Westminster, se apresentou oficialmente na condição de especulativa, embora
já se tenha notícias de Lojas especulativas bem antes deste período.
Com seus mais de 300 anos de existência, ainda exerce um enorme poder de
atração, tendo como seus membros indivíduos dos mais diferentes segmentos
sociais que buscam, pelo aperfeiçoamento do caráter, se transformar em pesso-
as melhores.
Enfrentar desafios não é algo desconhecido pela Ordem, que por séculos
sempre soube encontrar soluções de continuidade e crescer e não será diferen-
te nesta época marcada pela velocidade espantosa dos acontecimentos e onde
as mudanças fazem parte importante da sobrevivência.
Parafraseando o Irmão Thomas W. Jackson, de que “o futuro da Ordem de-
penderá da visão de nossas lideranças de hoje e de amanhã”,isto nos preocupa.
Assim disponibilizamos mais uma edição de nosso Boletim da Chico da Boti-
ca, para levar conhecimentos e cultura maçônica para nossos Irmãos, e sempre
com a esperança que seja útil e que agregue valor aos nossos conhecimentos
sobre a Ordem.
Um TFA a todos
Loja Francisco Xavier de Pesquisas Maçônicas - GORGS
EDITORIAL: “Encontrar Soluções de Continuidade e Crescer ”
INFORMATIVO CHICO DA BOTICA Registro na ABIM nº. 18-B
AUG :. RESP :. LOJ :. “FRANCISCO XAVIER FERREIRA
DE PESQUISAS MAÇÔNICAS”AO GORGS
Ano 14, Edição nº. 123 Data: 31 de Jul de 2018
Editorial:“Encontrar Solu-ções de Continuidade e Crescer ”
S ONETOS DE 4ª FEI-
RA: JERÔNIMO, RI-
CO DIAMANTE!; E AGO-
RA?; FRATERNIDADE na
FRATERNIDADE; GRATI-
DÃO - Irmão Adilson Zo-
tovici - Pág. 2
1
C ORRUPÇÃO: UMA
ABORDAGEM MA-
ÇÔNICA - Irmão Danilo
Bruno Louro de Oliveira
- Pág. 3 a 6
2
S ESSÕES DE INSTRU-
ÇÃO - Irmão José
Carlos de Araújo Pág.6 e 7
3
U MA CARTA DE MA-
ÇOM PARA SEU
FILHO - Autor desconheci-
do - Colabora Irmão José
Airton de Carvalho - Pág. 7
4
D úvidas de um Apren-
diz Maçom - Irmão
Charles Evaldo Boller
- Pág. 8 a 11
5
Nesta edição:
À GLÓRIA DO GA DU
Fundada em 19 de novembro de 1995
Especiais: Chico Social Reflexões Conhecimento Notícias Rapidinhas
"Alguns ouvem com as orelhas, outros com o estômago,
outros ainda com o bolso e há aqueles que não ouvem
absolutamente nada". (Kalil Gibran)
Página 2
Informativo
CHICO DA BOTICA
ojá Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
CONHECIMENTO: Comunicado:
Data: 4 de julho de 2018 Assunto: Jerônimo Borges foi ao Oriente Eterno Partiu hoje ao Oriente Eterno nosso Mestre "Jerônimo Bor-ges" ! ... Triste sim, por não tê-lo mais aqui com seus ensinamentos, com seu carisma de um Grande Mes-tre, com quem aprendi muito, a quem tenho a mais profunda Gra-tidão mas, conformado com a decisão do GADU, que o Criou e nos deu o privilégio de sermos seu contemporâneo, levando-o ao Oriente Eterno, onde, por cer-to, terá lugar de destaque entre os espíritos evoluídos, e descan-sado, seguir sua obra ... Segue seu caminho Amado Irmão Jerô-nimo , com nossa eterna gratidão e admiração, com a Graça do Grande Arquiteto do Universo !!!!
Fraternalmente e consternado Ir:. Adilson Zotovici
Obs.: Irmão Jerônimo Borges cri-ador e editor por muitos anos do Informativo JB News e Membro Correspondente da Chico da Boti-ca, nossa homenagem.
SONETOS DE 4ª FEIRA Adilson Zotovici
ARLS Chequer Nassif-169
JERÔNIMO, RICO DIAMANTE !
Rogamos ao Grande Arquiteto
Conduzi o irmão viajante
Ao Eterno Oriente com afeto
Que aqui o tornou tão brilhante
De glórias seu curso é repleto
Nas sendas do bem atuante
Entre os iguais, o predileto
Em nossa memória...marcante
Seguindo infinito projeto
Levará sua obra adiante
Um Templo de amor tão concreto
Brilhará qual estrela, distante
Rica pedra, irmão mui dileto
Jerônimo...rico diamante !
” FRATERNIDADE na FRATER-
NIDADE “
Liberdade e igualdade ...
Da tríade que tem magia
Que vinda de muita ansiedade
Hoje de paz e nossa guia !
Por ela e com equidade,
Com empenho e sabedoria
Levamos à humanidade
Concórdia, amor e alegria
Mas, resta o terceiro em verdade
Abrangente na confraria
De tolerância e bondade
Usado com tenacidade
Na acepção, dia a dia,
O verbete “ Fraternidade “ !
E AGORA ?
Após tanto desbastado
Do meio dia à aurora
De neófito ao mestrado
Paira a pergunta;... e agora ?
Quiçá mesmo embaraçado
Que não questionado outrora
Inda que me empenhado
Para chegar essa hora
Disse um mestre calejado
Que nos serve de escora
Algo bem apropriado:
Segue em frente, sem demora,
Que eterno o aprendizado,
Serve o saber que te aflora !
GRATIDÃO
Há o tempo da ansiedade
Também da inebriacão
Tempo de curiosidade
Como o de transformação
Tempo de ambiguidade
E também o da criação
Por vezes o da saudade
Da grande realização
Mas há algo na irmandade
Que não suplanta a razão
Do Ser Interior unidade
Que vem desde a iniciação
Ao Grande Arquiteto em verdade
Perene e eterna Gratidão !
AGOSTO
- Ir.·. Efetivo:
12 - João Lauro Desidério Alves
- IIr.·. Correspondentes:
13 - Luis Arthur Aveline de
Oliveira
27 - Claiton Ghiggi
31 - Henrique de Santana
Aos Aniversariantes!
Nossas Felicitações!!!
Página 3 Informativo CHICO DA BOTICA
- Ano 14 Edição 123 - 31 Jul 2018 - ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
INTRODUÇÃO
Apesar de a corrupção frequentar diuturnamente nos-
sos jornais e noticiários, é salutar que iniciemos nossa dis-
sertação conceituando-a para um melhor entendimento do
tema.
Corrupção é o efeito ou ato de corromper alguém ou
algo, com a finalidade de obter vantagens em relação aos
outros por meios considerados ilegais ou ilícitos.
Etimologicamente, o termo "corrupção" surgiu a partir
do latim corruptus, que significa o "ato de quebrar aos pe-
daços", ou seja, decompor e deteriorar algo.
Como Maçons, Pedreiros Livres e Construtores Sociais,
devemos, em toda e qualquer oportunidade, manifestarmo-
nos fervorosamente e de maneira atuante contra qualquer
tipo de corrupção, pois os ensinamentos transmitidos em
nossos rituais são frontalmente contrários a qualquer tipo
de desvio ou malfeito, portanto, não coadunam com cor-
rupção em qualquer nível.
Isto porque, apesar de ser confortável limitarmos os
corruptos à classe política, não devemos olvidar as
“pequenas” corrupções diárias que assolam nossa comuni-
dade e contribuem para esse sentimento generalizado de
impunidade e obtenção de vantagens sem considerar a
ética, moral ou mesmo a honestidade.
Apesar de clichê devemos lembrar que furar filas, em-
bolsar o troco entregue erroneamente a maior, desrespei-
tar as leis de trânsito, enfim levar vantagem sempre que
possível contribui para uma viciosa cultura na qual nosso
País está imerso. Atitudes estas que reverberam para os
desvios de milhões que frequentam diariamente os jornais
e chocam a população que não percebe que dos malfeitos
diários e “tolerados” surgem as quadrilhas e os grandes
desvios.
Assim, o Maçom deve policiar seu comportamento nas
mínimas ações diárias, ressaltando que agindo assim seus
efeitos e consequências perpassarão sua individualidade e
contribuirão para uma substancial melhora do ambiente
que nos cerca; imaginemos quão maravilhosa seria uma
Loja Maçônica modificando toda uma cidade e, quiçá, uma
Obediência modificando todo um Estado, até mudarmos a
cultura de nossa Nação, tão necessitada de bons exem-
plos.
Apesar de aparentemente difícil, não devemos olvidar
que as evoluções são sempre precedidas de árduos sacri-
fícios, estes necessitam de lideranças que tirem do papel
e do mundo das ideias os anseios de toda uma sociedade
oprimida e carente de recursos básicos como saúde, edu-
cação e segurança que não são satisfatoriamente ofereci-
dos porque são desviados nos grandes esquemas de cor-
rupção.
Também a Maçonaria é chamada a servir de exemplo
concreto e tangível de comportamento justo e decoroso,
ético e moral no tocante à administração pública, isto por-
que seus Membros são reconhecidamente destacados na
sociedade não por ostentação ou opulência material, mas
por serem retos e honestos, características essas tão es-
cassas em nossa sociedade hodierna.
Para essa nobre missão, a Maçonaria reúne predica-
dos importantes que auxiliam sobremaneira este papel de
destaque, pois reúne Obreiros capacitados em diversas
áreas que potencializam enormemente essas habilidades
ao iniciar em Graus ricos em ensinamentos de todas as
matizes: filosóficos, éticos, morais, espirituais... Iniciações
estas que somadas ao quanto vivenciados em nossa vida
profana nos credenciam a ser protagonistas dessa emprei-
tada.
Também possui a tolerância como sua base, aceitando
membros com pensamentos, opiniões e conceitos mais
diversos, mas mantendo uma unidade básica de crenças,
condutas e costumes que contribuem para o ingresso de
homens conscientes de seu papel social e engajados em
se tornar melhores para buscar a felicidade da humanida-
de, que passa ao largo de todo e qualquer malfeito, de
toda e qualquer corrupção.
Difícil? O Labor Maçônico nunca deve ser fácil ou con-
veniente, devemos sempre nos espelhar em nossos ante-
cessores que conseguiram modificar um status quo rei-
nante para inspirarmos até os dias atuais.
CORRUPÇÃO
Analisando o conceito de corrupção acima descrito,
percebemos que sua origem etimológica remonta ao ato
de “decompor e deteriorar algo”. Ou seja, temos uma situ-
ação ou algum bem material que contém virtudes aptas a
CORRUPÇÃO: UMA ABORDAGEM MAÇÔNICA
*Irmão Danilo Bruno Louro de Oliveira
Página 4
Informativo CHICO DA BOTICA
- Ano 14 Edição 123 - 31 Jul 2018 -
ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
servir à população, porém estas são desvirtuadas para
beneficiar apenas um particular, sempre em detrimento do
coletivo ocorrendo, assim, a famigerada corrupção.
Conforme descrito acima, o ato corruptor envolve vá-
rias pessoas, classicamente definidas como corruptor e
corrompido.
O corruptor seria quem, conscientemente, propõe al-
guma ilegalidade para benefício próprio ou de terceiros,
podendo ser dinheiro, favores ou qualquer vantagem in-
devida.
Já o corrompido seria aquele que aceita consciente-
mente essas vantagens indevidas para proporcionar o
benefício, ressaltando-se que esta aceitação ocorre com
consciência de infração legal.
Ressalte-se que nosso Código Penal possui um Título
apenas para tipificar os Crimes contra a Administração
Pública, possuindo exatamente sessenta e quatro (64)
delitos tipificados.
Por tudo quanto expostos, percebe-se que a corrupção
passa, necessariamente, pela primazia dos interesses
individuais ante os coletivos, pois quando consideramos
nossas necessidades superiores às do nosso meio; quan-
do acreditamos que devemos ser satisfeitos antes e me-
lhor que nossos semelhantes; quando temos certeza que
o feito comumente às escondidas passa a ser o correto
apoiado na imunidade; estaremos, então, contribuindo
para degradação de nosso interior, de nosso meio, de
nosso País.
Esta atitude é ainda mais perversa porque a prática da
corrupção impacta, principalmente, a camada mais pobre
da população, as pessoas que possuem maior dependên-
cia dos serviços públicos, restando cruelmente desassisti-
das ante o monumental desvio de verba pública, carentes
de serviços básicos como infraestrutura, saúde, educa-
ção, previdência, moradia, entre outros. Isto porque os
recursos existem e até são alocados, porém escorrem
pelas negociatas e propinas, chegando apenas uma pe-
quena parte ao destino final.
Quando a corrupção é a “pequena” do dia a dia, ocorre
a perenização dos maus costumes, o fortalecimento da
impunidade e a degradação ética e moral que tanto nos
aflige e deve ser o campo do bom combate da Maçonaria,
que embasada nas atitudes e exemplos de seus membros
pode modificar esse difícil cenário que enfrentamos hodier-
namente.
Como preceitua Hermes Trimegisto em seu Segundo
Princípio, o da Correspondência, “O que está em cima é
como o que está em baixo, e o que está embaixo é como o
que está em cima”. Assim, os malefícios do “pequeno” des-
vio, do “mínimo” malfeito, da “comum” propina são como o
“grande” escândalo, os “bilhões” desviados, as “milhares”
de vítimas do precário sistema de saúde.
Como Maçons, é nosso dever o diuturno combate a es-
sa postura, para que essa correspondência perniciosa e
viciosa seja substituída por virtude e evolução.
ATUAÇÃO MAÇÔNICA
Sabemos que a Maçonaria é uma associação discreta,
universalmente difundida que adota, dentre outros princí-
pios, os da Fraternidade, Filantropia e Difusão de conheci-
mento. A iniciação de novos membros é sempre ritualística,
com grande carga onde a moral, a fraternidade e a retidão
são valorizadas e incentivadas.
A Maçonaria não é religião ou seita religiosa, embora o
ateísmo seja impedimento para iniciação, pois os Maçons
professam a crença em um Ser Criador, estando o Maçom
livre para praticar a religião que melhor se coaduna com
seus princípios ou mesmo não professar qualquer religião,
mas ter em seu coração e mente a certeza de um Princípio
Criador.
Como dito acima, a Maçonaria aceita o praticante de
toda e qualquer religião, característica esta que permite a
conhecida longevidade e a ampla difusão da Ordem Maçô-
nica nos mais variados Países com a complexidade e quan-
tidade de costumes tão diversos que encontramos hoje em
nosso planeta.
Tal característica também reafirma a importância e o
respeito que goza a Maçonaria ante tantos cenários de into-
lerância, perseguição e discriminação religiosa que, infeliz-
mente, ainda estampam as manchetes.
Por tudo quanto explanado e consciente da necessidade
de diuturno combate contra a corrupção e da responsabili-
dade de todo e qualquer cidadão o fazer, a Maçonaria tem
papel preponderante no combate a este terrível mal que
assola todos os setores de nossa sociedade.
O Maçom não pode ser corruptor, não pode sequer con-
siderar situações onde o desrespeito à legislação, a moral
Cont.: CORRUPÇÃO: UMA ABORDAGEM MAÇÔNICA
Página 5
Informativo CHICO DA BOTICA
- Ano 14 Edição 123 - 31 Jul 2018 -
ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
e/ou a ética seria a resposta; deve pagar seus impostos
com honestidade; deve respeitar diligentemente as leis do
País; deve ser um exemplo em seu ambiente de comporta-
mento probo e honesto; deve refutar qualquer oportunida-
de de oferecer qualquer vantagem indevida para obter be-
nefício próprio.
O Maçom não pode ser corrompido, devendo ter cons-
ciência das nefastas consequências do recebimento de
qualquer vantagem mediante corrupção; Deve considerar
a cultura de impunidade que impera por conta das
“pequenas” corrupções diárias e que possuem o desidera-
to de influenciar o pensamento e os costumes de toda uma
nação; Deve considerar o status de “terceiro mundo” im-
posto a nossa grande Nação, farta de recursos naturais e
humanos, mas vítima da malversação destes que são des-
viados para o proveito de poucos enquanto grande parcela
da sociedade enfrenta necessidades básicas.
Agindo dessa maneira, o Maçom torna-se um exemplo
próximo e tangível da possibilidade de manter uma postura
honesta e decente em meio as constantes notícias de des-
caminho e malfeitos, agindo assim de maneira coletiva, a
Loja Maçônica e, quiçá, as Grandes Lojas e Grandes Ori-
entes podem liderar uma mudança tão buscada por todas
as parcelas de nossa Nação, pode mostrar que a probida-
de e o reto proceder não devem ser exceções, mas a re-
gra do convívio social para que todos sejam beneficiados.
Tal pensamento não destoa do quanto ensinado nos
Templos Maçônicos, para que nossa missão de tornar feliz
a humanidade seja plenamente alcançada, as atitudes
elencadas acima devem ser corriqueiras para todos os
Obreiros, pois devemos ser a mudança que queremos,
devemos carregar a herança virtuosa da Maçonaria e ex-
pandi-la com orgulho e diligência.
Agindo assim, certamente poderemos nos felicitar por
ter combatido o bom combate, por ter colaborado para um
País mais decente, probo e honesto.
ATITUDES SUGERIDAS
A publicação desta Obra pelo Grande Oriente do Brasil
– Minas Gerais é um grande exemplo de atuação Maçôni-
ca no combate a corrupção, pois fomentar o estudo e a
discussão sobre esse importante tema apoiando-se no
amplo campo de trabalho e estudo os Obreiros da Maço-
naria, a diversidade de textos e ideias contribuirá, sobre-
maneira, para o amadurecimento desta discussão que se
tornou importantíssima.
Campanhas capitaneadas por Obediências e Lojas tam-
bém possuem o desiderato de amenizar os malefícios da
corrupção: Projetos de Lei; Palestras acerca do tema;
Campanhas de Conscientização; Visitas a Escolas, todas
essas atividades estão sendo realizadas em vários Estados
e nos alegra saber que a Maçonaria continua atuante e
profícua, sempre combatendo as mazelas que impedem
um justo e perfeito crescimento social.
O trabalho com as Ordens Para Maçônicas também é
essencial, inculcar valores éticos e morais, reforçar os ma-
lefícios de todo e qualquer atitude corrupta ou corruptora
são deveres dos Maçons que trabalham com a juventude;
desse labor depende uma formação sólida e virtuosa que
colaborará de maneira efetiva para evolução constante da
juventude que, não custa repetir, será o futuro do País.
Como acima explanado e reforçado, o campo de atua-
ção Maçônica é amplo e abarca os interesses e áreas de
atuação e/ou estudo de todos os Irmãos, assim sendo, to-
dos são chamados a contribuir para o combate a corrupção
e as melhoras instantâneas advindas de uma melhor cons-
ciência pessoal e coletiva que advirá dessa evolução moral
e ética da sociedade.
Isto porque a Ordem Maçônica carrega um legado virtu-
oso de combate pelo avanço da sociedade, possuindo ca-
ráter visionário e progressista expressamente previsto em
Rituais e essencial ao próprio labor Maçônico. Consideran-
do essa rica história, esse pujante presente e este virtuoso
futuro, mais uma vez os Maçons são chamados a sua dig-
na missão: Tornar Feliz a Humanidade.
E para conseguir esse intento, necessária é a extirpa-
ção desse mal chamado de corrupção que assola nosso
ambiente e impede a plena realização do ser humano e,
logicamente, da sociedade.
CONCLUSÃO
Após produzir essa peça de arquitetura pude refletir
ainda mais sobre esse importante tema, avançando além
das conversas rotineiras e ideias pré-concebidas pude re-
fletir acerca de minha diuturna atuação como cidadão e
compará-la com o que desejo, e o que desejam de mim,
como Maçom.
Cont.: CORRUPÇÃO: UMA ABORDAGEM MAÇÔNICA
Página 6
Informativo CHICO DA BOTICA
- Ano 14 Edição 123 - 31 Jul 2018 -
ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
Tive certeza do muito que preciso avançar para alcançar
a tão desejada perfeição, tive que aceitar o pouco que sei e
tenho a transmitir ante o quanto tenho a aprender e absor-
ver; Que pouco tenho a mostrar de exemplo ante seres ilu-
minados que me rodeiam e teimam a inspirar-me e conce-
der-me com exemplos abnegados a esperança em dias
melhores.
Mas essa é a função da Maçonaria, fazer-nos melhores,
contribuir para nossa evolução, despertar em nós uma apu-
rada consciência para que possamos retribuir reverberar e
contribuição para a missão maçônica por excelência: Tor-
nar feliz a humanidade.
Missão essa que rechaça qualquer modalidade de cor-
rupção, visto ser incompatível com o bem-estar da popula-
ção e servir apenas a poucos em detrimento da grande par-
cela da população que clama por melhores serviços, que
clama por atendimento digno, justiça e direitos mínimos.
A missão é árdua, porém devemos honrar o nome e his-
tória de nossa instituição e efetivamente, fazermos a dife-
rença ante nossa necessitada sociedade.
Cont.: CORRUPÇÃO: UMA ABORDAGEM MAÇÔNICA
As instruções Maçônicas do Grande Oriente do Paraná
(COMAB) podem ser também, analisadas sob o enfoque de
três vertentes: de planejamento administrativo da Loja, das
Sessões Ordinárias Ritualísticas e de alternativas estratégi-
cas para Sessão de Instrução.
É também obrigação da Loja, dedicar todo empenho à
instrução e ao aperfeiçoamento moral e intelectual dos
membros de seu Quadro, realizando Sessões de Instrução
sobre Historia, Legislação Maçônicas, Simbologia e Filosofia
Maçônicas, sem prejuízo de outros temas.
Compete aos Vigilantes instruírem os Maçons de suas
respectivas Colunas, ou ainda por um irmão que o Venerá-
vel Mestre indicar, conforme seus conhecimentos maçôni-
cos.
Também, tanto o Aprendiz quanto o Companheiro so-
mente serão colados, nos respectivos Graus superiores, se
tiverem frequentado, no mínimo, uma porcentagem das
Sessões Ordinárias de sua Loja, fazer um mínimo de
visitas em outras Lojas, apresentar trabalhos do respecti-
vo Grau e responder um questionário, submetido pelos
irmãos Venerável Mestre os Vigilantes, Orador e Secre-
tário, além do interstício.
Articuladores maçônicos tem-se manifestado a res-
peito do Tempo de Estudos. Dentre os mais recentes
consta (Oliveira - 2006), que mencionou: Conveniente
seria a supressão na sequência da Sessão Simbólica do
trabalho de assuntos administrativos, para a franca per-
missibilidade do alargamento e do aprofundamento do
ensino e do aprendizado maçônico, e bem poderia isso
ser efetivado por especial e modificadora projeção legis-
lativa.
Em uma determinada Loja, um irmão fez uma pes-
quisa sobre duração das Sessões no Grau de Aprendiz,
terem cerca de 2 horas, o Tempo de Estudos 20 minutos
(17%) e os assuntos administrativos e ritualístico 01 hora
e 40 minutos (83%). Estas médias resultaram de tempos
aferidos por irmãos Maçons da Loja durante 10 Sessões.
As Sessões Ordinárias duram em torno de duas
horas, e os períodos de estudos ou de instrução, quando
utilizados, duram de cinco a quinze minutos. Como capa-
citar em tempo tão exíguo? Se um irmão apresenta um
Trabalho mais elaborado, a insatisfação é notória, sob a
alegação que vai atrapalhar o andamento da Sessão,
“vai atrapalhar o Ágape” (Coelho 2008).
Cursos sobre Maçonaria estão sendo realizados em
Lojas, nas Obediências e nas Universidades. Nestas,
teses sobre maçonologia são defendidas em Cursos de
Pós-Graduação, na Universidade de Campinas, nas fe-
derais de Minas Gerais, de Juiz de Fora, do Rio de Ja-
neiro e do Rio Grande do Sul.
Toda Loja Maçônica, além do que prevê o Ritual,
deve organizar um currículo, dispor de uma política pe-
dagógica, fazendo valer a função de escola do conheci-
mento; Schüler (2007).
Disciplinas universitárias maçonológicas foram mi-
nistradas no Brasil. A primeira delas consta do GUIA A-
CADÊMICO 1983, parte V – Estudos Interdisciplinares,
da Universidade de Caxias do Sul. O Dr. Mário Gardelin,
Vice-Reitor desta instituição, lecionou no primeiro se-
mestre daquele ano “A Maçonaria na História do Brasil”.
Também, na Pontifícia Universidade do Rio Grande
do Sul (PUC – RS- Porto Alegre) estavam sendo minis-
SESSÕES DE INSTRUÇÃO
*Irmão José Carlos de Araújo
Cont.: SESSÕES DE INSTRUÇÃO
Página 7
Informativo CHICO DA BOTICA
- Ano 14 Edição 123 - 31 Jul 2018 -
ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
tradas disciplinas maçonológica (Benimelli e Alberto,
1991).
Em São Paulo – SP, Torloni (1987) propõe a criação
de um Conselho Pedagógico dos Mestres Maçons para
que, uma vez por semana, Mestres deste Conselho minis-
trem aulas de um programa previamente elaborado para
Aprendizes e Companheiros.
Recentemente foi realizado em Curitiba – PR, o SE-
MAC 2012, Seminário de Aprendizes e Companheiros, é
apresentado vários trabalhos de diversas Lojas, previa-
mente estabelecidas uma oportunidade ideal para que os
irmãos questionem e deem sua opinião sobre uma visão
prática e aplicada dos ensinamentos da Sublime Ordem.
Lamentavelmente este ano não comparecemos, no
SEMAC do ano 2010, a Loja Renovação Londrinense 141
– Londrina – PR, participaram com um trabalho sobre o
Rito Brasileiro.
As Lojas como Escolas do Conhecimento, devem ter
cursos embasados no aperfeiçoamento moral e intelectual
dos Obreiros, estes se constituiriam em um contingente de
formadores de opiniões.
Capacitar os homens a se auto lapidarem, a verda-
deira missão Maçônica, não é simplesmente ensinar os
homens sobre moral, política, sociologia ou qualquer ou-
tra ciência, mas ensinar-lhes antes de tudo a aprender
sozinho, ensinar-lhes que eles precisam aprender a apren-
der, ou seja, a se auto aprimorar com o objetivo de pode-
rem ser assentados com perfeição, como pedras bem es-
quadrejadas e polidas, no edifício social em construção.
*Irmão José Carlos de Araújo - Lojas Pesquisa
Brasil 45/Renovação Londrinense 141 - Oriente de Londri-
na - PR.
Obs.: (enviado por E mail em 02 de maio de 2013)
Bibliografia:
Planejamento Estratégico para Reuniões Maçônicas.
Editora A Trolha, Londrina 2012.
Constituição do Grande Oriente do Paraná. Confede-
ração Maçônica do Brasil (COMAB), Curitiba – PR.
Coelho, Gilmar Hiron. O despertar maçônico. O Pru-
mo, Florianópolis, 2008.
Schüler, Ilson Carlos. O projeto político pedagógico
na Maçonaria. 2ª parte. O Prumo, Florianópolis.
Meu Filho.
Quando você parar de me contar – como ainda você faz –
as suas brincadeiras e as suas coisas pessoais; quando vo-
cê não tiver mais medo da “escuridão” e decidir abrir, final-
mente, as páginas desses livros desconhecidos que hoje
você somente olha, talvez mal ajeitados, na estante do meu
escritório, e que conservo com muito carinho; quando for
adulto, aproxime-se desses senhores que hoje você acha
misteriosos e que, se bem não te desagradam, te merecem
tão somente certa indiferença.
Procura essas pessoas que, frequentemente, me ligam ou
me visitam e com quem compartilho algumas horas, a cada
semana, nesses dias que você me vê chegar mais tarde em
casa. Sim, procura esses homens que a sociedade identifica
como “Os Maçons” e que eu chamo, orgulhosamente de,
“Meus Irmãos”. Tantas vezes você os viu e ouviu que, prova-
velmente, já conheça todos eles.
A maioria são jovens; alguns, homens maduros; e outros,
com as suas testas coroadas por cabelos grisalhos, do mes-
mo jeito que algumas montanhas mostram seus cumes, co-
bertos pelo branco da neve. Mas todos eles me permitiram
beber da fonte da sabedoria.
Todos, por igual, abriram seus peitos como se abre uma
cesta para receber as confidências, a alegria, os infortúnios e
decepções, os projetos e as ilusões do melhor amigo.
Sim, procura essas pessoas, sem importar o longo cami-
nho a ser percorrido, nem quantos os obstáculos que devam
ser vencidos.
Decidido a procurá-los, o Ser Supremo vai lhe mostrar o
caminho. E quando souber o que é que eles fazem, como
pensam e o que pretendem, desde que o seu espírito esteja
satisfeito, e achadas todas as suas respostas, junte-se a eles
e siga-os. Mas, se mesmo depois de analisar os seus princí-
pios, as suas dúvidas continuarem sem resposta, então, meu
Filho, saia do caminho, com a decência de um homem bem
nascido.
Se eu ainda for vivo, baterei palmas à sua decisão, a acei-
tarei, pois você terá estudado antes de definir e porque con-
seguiu analisar a sua escolha, ou seja, terá decidido por vo-
cê mesmo, após ter pensado e raciocinado.
E, caso eu tiver passado para o Oriente Eterno, vou pedir
ao Grande Arquiteto do Universo para enfeitar a sua vida
com os atributos que sempre procurei para você e que, Ma-
çom ou não, o Mundo lhe reconheça como sendo um homem
honesto, virtuoso, justo, respeitável, oposto a todo gênero de
opressão e com um profundo amor pela humanidade.
Seu Pai é Maçom com muita Honra...
(Desconheço autor) E-mail 31 de dezembro 2017
Cont.: SESSÕES DE INSTRUÇÃO
UMA CARTA DE MAÇOM PARA SEU FILHO
Colaboração Irmão José Airton de Carvalho
Página 8
Informativo CHICO DA BOTICA
- Ano 14 Edição 123 - 31 Jul 2018 -
ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
1 - Aonde começou a Maçonaria, foi no Egito?
Existem registros que existiram organizações de pe-
dreiros desde tempos imemoriais, inclusive especulações
que tenha existido uma no Jardim do Éden, mas associar
isto com Maçonaria não passa de fantasia de escritores de
ficção bem criativos. Sem fatos e dados documentais não
se valida a história do homem, mesmo que esta sempre
sofra um pouco da influência do historiador, por mais técni-
co que seja.
Por conta de historiadores, técnicos sérios, chegaram
até nossos dias informações e fatos, devidamente compro-
vados, que a ordem maçônica vem se desenvolvendo a
partir de grupos profissionais que trabalhavam com a pe-
dra, pedreiros, organizados em entidades semelhantes aos
atuais sindicatos.
O século das luzes, 1650-1750, foi o berço da Maço-
naria - o resto é lenda, meras conjecturas ou considera-
ções românticas. O Egito possuía cabedal na construção
da pedra, haja vista as grandes obras que chegaram até
nossos dias, mas de forma alguma é origem da Maçonaria.
2 - Os rituais são os mesmos em todas as Lojas
Maçônicas. Se não, por quê?
Os rituais deveriam ser todos iguais, mas não são.
Faz tempo que tentam unificar os rituais das grandes lojas
do Brasil e nenhum é igual ao outro. Há quem diga serem
diferenças de pequena importância, mas independente do
que se caracterize diferença os rituais não são os mesmos,
idênticos.
Acima de qualquer discussão que os homens do alto
escalão façam, nem aqui cabe criticar algo que está vincu-
lado à vontade e limitações das relações exteriores entre
as obediências, vale considerar que aos dirigentes é dado
criar potências, lojas, mas nunca alterar ritos com tradição
histórica e esparsos pelo mundo. Como funciona a socie-
dade, assim funciona a Maçonaria, ela é o reflexo da socie-
dade humana em constantes convulsões em busca de en-
tendimento e equilíbrio; nunca perfeição ou igualdade.
A perfeição é um ideal, sonho, meta. Igualdade nunca
existiu ou existirá; observe-se como o laboratório de socie-
dade igualitária da Maçonaria é composto pela desigualda-
de em muitos sentidos. Diferenças sempre existirão porque
é assim que caminha a humanidade. No Universo rege a
diferença e não a igualdade, tudo muda assim como nunca
é possível vadear o mesmo rio em tempos diferentes. Se
tão somente o homem mudar para melhor já é de grande
valia, e se para isto os rituais forem diferentes, mas efici-
entes, quer bem maior?
O importante é que mesmo com rituais, homens e
ideologias diferentes se construa futuro promissor e feliz
para a sociedade humana.
3 - Porque existe a Grande Loja do Paraná e o
Grande Oriente do Paraná?
Existem em cada estado da federação diferentes
grandes lojas e grandes orientes, às quais se denomina
obediência, diversificação existente pela mesma razão
que existem dentro de uma universidade ou num shopping
center diversos departamentos.
A Maçonaria é um sistema de aprimoramento do ho-
mem. Não é escola, religião, universidade, muito menos
shopping center. Todos os clientes das diversas obediên-
cias buscam o mesmo alimento: melhorar sua condição
humana. Mesmo com todas as diferenças vigentes no le-
que de interesses, a Maçonaria mantém uniformidade de
pretensão no objetivo de: ao mudar o homem muda-se a
sociedade para melhor; cria-se plêiade de homens de es-
col para, na diversidade e complexidade crescentes, focar
a sociedade em direção a evolução e conscientização na-
tural.
Atente-se que as separações ocorrem por questões
de opinião, filosofia e não em face de crimes e imoralida-
des. Numa separação de loja ou oriente, mesmo que a
motivação não seja lá muito fraterna, resultado de sede de
poder ou vaidade, a cada divisão o sistema da Maçonaria
fica mais forte porque continuará albergando pessoas nor-
mais, diferentes, com todos os seus defeitos e virtudes;
que possuam em si, de forma latente, a motivação de me-
lhorarem sua condição humana, de se auto-educarem pe-
lo sistema natural da Maçonaria.
4 - É a maçonaria aceita em todos os países do
mundo?
Não! Ela não é aceita ou desejada. É tolerada em
alguns países e combatida em outros, mas nunca aceita.
Isto é devido ao fato dela ter segredos, ser discreta. Fo-
menta o livre pensamento, a liberdade de culto e de ex-
pressão e a maioria dos regimes existentes por aí não
combinam com estas diretrizes. Muito perseguida pelos
poderes políticos mancomunados com a ICAR, Igreja Ca-
tólica Apostólica Romana, a qual através de seus líderes e
ao longo dos tempos nunca compreendeu que a Maçona-
Dúvidas de um Aprendiz Maçom
*Irmão Charles Evaldo Boller
Página 9
Informativo CHICO DA BOTICA
- Ano 14 Edição 123 - 31 Jul 2018 -
ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
ria está comprometida com o estabelecimento da liberdade
do homem em todas as instancias e nunca teve a preten-
são de substituí-la como religião.
Diversas bulas de Papas proscreveram a Maçonaria.
Entretanto, os piores inimigos da Maçonaria nasceram em
seu seio, irmãos perjuros que divulgaram supostos segre-
dos com o vil objetivo de obter ganho financeiro, fama ou
poder em todas as suas formas.
As pessoas têm medo daquilo que desconhecem daí
a rejeição natural ao desconhecido e velado. Isto numa
primeira instância. São os déspotas que mais temem a
ação dos maçons, porque contra eles não existe lei que os
impeçam de agir. Sempre foi assim. Como o perigo emana
do maçom e não da ordem maçônica que os organiza e
possibilita desenvolverem em pensamento, os extremistas
matam maçons pelo perigo que representam como ho-
mens que possuem língua e mente treinada para se opor a
todas as formas de escravidão e obscurantismo.
Governos e religiões desejam escravos, servos, e o
maçom diligente é livre pensador. O homem que pensa e
age conforme dita seu intelecto é temido, um terror para os
déspotas.
5 - Porque a maçonaria não aceita a mulher como
membro da Ordem?
Porque é especificação da lei básica da ordem maçô-
nica: os landmarks. A Maçonaria encontra-se engessada
pelas leis herdadas das Guildas, sindicatos de profissionais
da pedra da Idade Média, conhecidos como maçons opera-
tivos. As "Old Charges", leis dos maçons operativos, traba-
lhadores dos antigos canteiros de obra foram usadas para
a construção da estrutura legal e organizacional dos ma-
çons especulativos da Maçonaria hodierna.
Na época, 1650-1750, a mulher não trabalhava nos
canteiros de obra e por motivos óbvios os aleijados tam-
bém não. Hoje aquela realidade social pode até ser questi-
onada porque se vive em tempos onde a mulher, antes
tratada como patrimônio, com auxílio da Maçonaria, obteve
igualdade de tratamento perante a lei. Adicionalmente, a
tecnologia permite a vida quase normal de pessoas que
possuem limitações em virtude de traumatismos ou doen-
ças degenerativas.
Para ser reconhecida como regular uma loja maçônica
deve aderir ao que estabelece a obediência a que ela se
submete. No entanto, nada a impede de submeter-se a
outra obediência que segue outras leis fundamentais, só
que então ela perde reconhecimento e regularidade de
parte da Maçonaria Universal.
6 - Como um aprendiz maçom deve praticar a Ma-
çonaria?
Procurando absorver o máximo de conhecimento pa-
ra formar a base de seu templo interno de virtudes que o
farão cidadão melhor. A Maçonaria provoca o maçom a
usar de seu livre arbítrio e mudar a si mesmo, e com isto,
de forma indireta, muda-se a sociedade. Deve trabalhar os
aspectos materiais desta construção, pois nos graus se-
guintes, com auxílio das ferramentas simbólicas do grau
de aprendiz maçom, lapidará esta base filosófica em ou-
tros aspectos, entre eles destaca-se a espiritualidade.
Pelo conhecimento o maçom constrói pensamento
que prima pela redução de dogmas, incremento da morali-
dade e defesa da evolução. Pelo amor desenvolve tolerân-
cia onde abre a mente para realizar a caminhada simbóli-
ca para a perfeição, a despeito da natural imperfeição hu-
mana que lhe é característica. É uma viagem simbólica
por uma escada que conduz: da escuridão a luz; do oci-
dente ao oriente; da materialidade a espiritualidade; do
esquadro ao compasso.
O objetivo deve consistir em desenvolver-se em sa-
bedoria tendo por alicerce virtudes que de sua parte estão
apoiadas em: conhecimento, amor e ação. O maçom não
absorve a educação natural para tornar-se pomba de ter-
nura, que vive de elogios mútuos e cócegas aos ouvidos,
ele é uma cobra peçonhenta contra toda e qualquer ação
que vilipendie o homem.
Por força de seus estudos e convivência constrói per-
sonalidade evoluída, um cavaleiro armado com sua língua,
a espada da palavra e protegido com o escudo do pensa-
mento livre de crendices.
7 - Por que razão o numero três é o mais impor-
tante dos números?
Nenhum número é mais importante que o outro. To-
dos têm atributos e interpretações simbólicas importantes.
Destacar um número, que é apenas uma ideia, um símbo-
lo, não tem significado lógico.
Atribuir maior ou menor importância a um símbolo
não tem nexo. Senão, quem tem mais importância, um
triângulo ou um quadrado? O símbolo "1" tem menor valor
que o "3", mas nenhum deles é mais importante que o ou-
tro. Um dos significados filosóficos do número 1 é a causa
primeira do Universo, o Grande Arquiteto do Universo e
nem por isso é este símbolo o mais importante. O número
"3" é filosoficamente a representação da harmonia, do
mundo divino, da eternidade, do Universo, e intelectual-
mente considerado a riqueza espiritual, mas isto não faz
Cont.: Dúvidas de um Aprendiz Maçom
Página 10
Informativo CHICO DA BOTICA
- Ano 14 Edição 123 - 31 Jul 2018 -
ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
dele o mais importante, antes o subordina ao "1", sem o
qual o "3" nem existiria.
8 - Quais as virtudes que a Maçonaria acredita se-
rem as mais importantes para um Maçom?
Todas são importantes se consideradas a partir da
disposição de comportamento adquirida por meio da vonta-
de e do hábito, e que se caracteriza por buscar o equilíbrio,
a justa medida na experiência dos afetos, em oposição a
paixões extremas e descontroladas. Masmorras aos vícios
e templos às virtudes, diz a sabedoria maçônica.
9 - Como Aprendiz Maçom o que devo estudar pa-
ra compreender melhor o que é a Ordem Maçônica?
Deve estudar a si mesmo. O "conhece-te a ti mesmo",
de Sócrates. Todo o resto é automaticamente acrescenta-
do. Existe aquele que assume ar de intelectual, procura
exibir um repertório cultural acima dos outros; é vaidade.
Tem aquele que exige dos outros cidadãos, ou da própria
Maçonaria, como instituição, façam alguma coisa enquanto
ele não faz nada; é terceirização.
A ação maçônica está edificada sobre a mudança do
indivíduo. A Maçonaria provoca o homem, tira-o da zona
de conforto e leva-o a lapidar a pedra por toda a sua exis-
tência biológica. O obreiro só compreende o que é a ordem
maçônica pela convivência. Esta convivência não significa
aderir a todas as festas e atividades sociais do grupo, mas
a de não faltar às atividades litúrgicas de sua loja. É pouco,
ou um quase nada de novo, o que seja possível ensinar ao
maçom. A maior parte do conhecimento já está no cérebro
das pessoas.
O que ocorre é o homem mudar a si mesmo pela auto
-educação quando devidamente provocado para tal pela
força que emana do grupo social com o qual convive. Tan-
to o aprendiz como o mestre maçom são iguais no que diz
respeito ao conhecimento.
O que um irmão colado no grau 33 do Rito Escocês
Antigo e Aceito possui não é mais conhecimento, é mais
experiência e sabedoria em resultado do investimento que
fez em si próprio, entretanto, isto não significa nada para
os outros que o rodeiam, apenas tem valor para ele pró-
prio. É por isso que a Maçonaria ensaia uma sociedade
igualitária - maçons são iguais respeitando rigorosamente
suas diferenças. Todos os iniciados já têm muitos conheci-
mentos antes de entrarem na Maçonaria. O que o sistema
da ordem maçônica faz é a promoção da auto-educação,
um processo natural de aprendizagem que nada tem de
especial ou sofisticado.
Parte-se do princípio que é impossível educar al-
guém. Em virtude da manifestação do livre arbítrio só exis-
te auto-educação. E como a Maçonaria promove a liberda-
de com responsabilidade em todas as suas formas, então
nunca comprimiria os maçons numa mesma forma ideoló-
gica. Os resultados bem sucedidos têm origem no trabalho
persistente em si mesmo, dentro e fora dos templos da
Maçonaria. Toda vez que o maçom participa de uma ses-
são onde são tratados assuntos que o humanizam, seja
ordinária ou magna, esta convivência transforma seu co-
nhecimento a priori em valores e conhecimentos novos.
Só vale para o individuo.
É só observar que a cada iniciação, mesmo que já se
tenha participado dela em vezes anteriores, adquirem-se
outros significados a cada nova participação. Os símbolos
e o ritual são os mesmos, mas a interpretação e aplicação
dos mesmos são dinâmicas com o passar do tempo e em
resultado da convivência.
10 - Qual a importância das três grandes colunas
e por quê?
Sabedoria é o resultado do trabalhar inteligente em
si mesmo para o bem. São objetivo e resultado das ativi-
dades desenvolvidas dentro da ordem maçônica. É a luz
do conhecimento que o profano vem implorar às portas do
templo e a Maçonaria lhe concede mediante a aplicação
de seu sistema, basta perseverar. É a atuação do pensa-
mento no fomento da liberdade universal do homem. É o
cimento que une amor, conhecimento e ação.
Força é a energia necessária para colocar em ação
todo o conhecimento. De nada adianta inteligência e es-
perteza sem atuação da força para colocar decisões proa-
tivas em ação. Proativas porque o maçom trabalha seu
futuro, o presente passa num piscar de olhos e o passado
é história. O tempero para a ação é o amor fraterno, aque-
le que desarma a todos e faculta pelo livre arbítrio a vida
em paz no Universo. Amor é a força, a energia dinâmica
por detrás da ação que visa prever problemas futuros, a
única solução para todos os problemas que assolam as
relações do homem com seus iguais e a natureza. É a
capacidade de produzir trabalho bom, liberada de uma
semente que brota no coração, cresce no intelecto e frutifi-
ca em forma de felicidade para todos os tripulantes desta
nave espacial chamada Terra.
Beleza torna atrativa toda ação do homem em si
mesmo e na natureza. Mesmo que o círculo perfeito exista
apenas na mente do homem, as tentativas de reproduzi-lo
com perfeição e nas mais diferentes formas demonstram a
Cont.: Dúvidas de um Aprendiz Maçom
Templo : Leonello Paulo Paludo
Centro Templário - 3º andar
Rua Aureliano de Figueiredo Pinto, 945
Dia da Oficina: 3º Sábado de cada mês
Hora: 10:00 h
AUG :. RESP :. LOJ :.
“FRANCISCO XAVIER FERREIRA
DE PESQUISAS MAÇÔNICAS”
JURISDICIONADA AO GORGS
Página 11 Informativo CHICO DA BOTICA
- Ano 14 Edição 123 - 31 Jul 2018 -
Informativo Virtual Destaca:
Organização
Mês de agosto : Agosto, do latim augustus, é o oitavo mês do calen-
dário gregoriano. É assim chamado por decreto em honra do impe-
rador César Augusto. Antes dessa mudança, agosto era denominado
Sextilis ou Sextil, visto que era o sexto mês no calendário de Rômulo
Segundo Domingo de Agosto: Dia dos Pais; - Dia 20 - Dia do Maçom
NOTÍCIAS RAPIDINHAS DA CHICO
1. REUNIÃO DA CHICO DA BOTICA No mês de julho, dia 16, ocorreu a tradi-cional reunião da Loja “Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas”, tendo por local o Templo Leonello Paulo Paludo, Centro Templário - 3º andar, na Rua Aure-liano de Figueiredo Pinto, 945, como de costume no terceiro sábado, as 10:00h. Ainda na ausência, por motivo de via-gem de estudos do Venerável Mestre Afrâ-nio Marques Correa, a reunião transcor-reu tendo por pauta assuntos administrati-vos sob a Presidência do Irmão 1º Vig. Francisco Roberto de Oliveira, e onde os Mestre, se reencontraram num fraternal convívio. A alegria do encontro teve tam-bém por mote, o retorno no Venerável Ir-mão Afrânio previsto para o próximo mês de agosto. Assuntos diversos tratados ainda leva-ram a discussão sobre o momento atual em que vive a Maçonaria no Brasil e a pró-pria situação difícil por que passa o país, com a proximidade das eleições, nos ní-veis estaduais e federal. 2. PUBLICAÇÕES NA CHICO DA BOTI-
CA - Contatar:
- Marco Antonio Perottoni: e-mail: marcoape-
[email protected] - Artêmio Gelci Hoffmann: e-mail: [email protected]
Obs.: textos publicados são de inteira responsabilidade dos seus autores
busca da perfeição. É com a beleza no intelecto do homem que este al-
cança a perfeição que lhe é negada na convivência. Ao estudar a evolução
aprende-se que para aproximar-se da verdade o homem deve abandonar
sua ideologia de perfeição e aceitar toda a criação como resultado de pro-
cessos imperfeitos, de falhas da natureza que provocaram mudanças, até
chegar ao estágio atual. Todas as criaturas imersas na biosfera são resul-
tado de imperfeição, acidentes, mutações. O Universo é resultado de im-
perfeições, de desequilíbrios - equilíbrio é inatividade e esta é característi-
ca da morte. As criaturas são produto de assimetrias nas entrelinhas do
código oculto da Natureza. E se o Grande Arquiteto do Universo usa da
imperfeição para evoluir suas criaturas, porque o homem não usa deste
mesmo expediente para gerar beleza a partir do disforme, irregular e tos-
co? A natureza demonstra que da imperfeição aflora a perfeição. A Maço-
naria é uma sociedade de homens imperfeitos em busca da perfeição,
mesmo que o maçom nunca a alcance o que vale é fazer tudo tendendo
para a perfeição. A beleza é importante pelo fato de, mesmo usando da
imperfeição, a natureza é bela e fulgurante quando retrata a intenção e o
resultado perfeitos dos projetos do Grande Arquiteto do Universo.
*Charles Evaldo Boller - ARLS “Apóstolo da Caridade, 21”. Grande
Loja do Paraná
Bibliografia:
ALMEIDA, João Ferreira de, Bíblia Sagrada, ISBN 978-85-311-1134-1, Soci-
edade Bíblica do Brasil, 1268 páginas, Barueri, 2009.
COSTA, Cristina, Sociologia, Introdução à Ciência da Sociedade, ISBN 85-
16-04810-1, 3ª edição, Editora Moderna Ltda., 416 páginas, São Paulo, 2005.
FERREIRA, Antônio do Carmo, A Função do Maçom na Sociedade, ISBN
978-85-7252-272-4, 1ª edição, Editora Maçônica a Trolha Ltda., 148 páginas,
Londrina, 2009.
GERAIS, Grande Loja de Minas, Antigas Constituições, 36 páginas, Belo
Horizonte.
GLEISER, Marcelo, Criação Imperfeita, ISBN 978-85-01-08977-7, 1ª edição,
Editora Record, 366 páginas, São Paulo, 2010.
ISRAEL, Jonathan I., Iluminismo Radical a Filosofia e a Construção da Mo-
dernidade 1650-1750, Radical Enlighttenment, Philosofy, Making of Modernity,
1650-1750, tradução: Cláudio Blanc, ISBN 978-85-370-0432-6, 1ª edição, Ma-
dras Editora Ltda., 878 páginas, São Paulo, 2009.
PORTO, A. Campos, A Igreja Católica e a Maçonaria, 3ª edição, Editora Au-
rora Ltda., 320 páginas, Rio de Janeiro.
RODRIGUES, Raimundo, Cartilha do Rito Escocês, ISBN 978-85-7252-276-
2, 1ª edição, Editora Maçônica a Trolha Ltda., 176 páginas, Londrina, 2100.
ROHDEN, Humberto, Educação do Homem Integral, 1ª edição, Martin Cla-
ret, 140 páginas, São Paulo, 2007.
Cont.: Dúvidas de um Aprendiz Maçom
"É muito mais fácil reconhecer o erro
do que encontrar a verdade; aquele está
na superfície e por isso é fácil erradicá-
lo; esta repousa no fundo, e não é qual-
quer um que pode investigá-la.”
(GOETHE)