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A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA: UNIDADE OU DIVERSIDADE? Os casos da Bélgica, França, Inglaterra e Portugal Inês Sofia Palma Raimundo Provas destinadas à obtenção do grau de Mestre em Ciências da Educação Especialização em Supervisão Pedagógica Outubro de 2016 Versão Definitiva

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A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA

EUROPA: UNIDADE OU

DIVERSIDADE?

Os casos da Bélgica, França, Inglaterra e

Portugal

Inês Sofia Palma Raimundo

Provas destinadas à obtenção do grau de Mestre em Ciências da Educação

– Especialização em Supervisão Pedagógica

Outubro de 2016

Versão Definitiva

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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS

Escola de Educação

Provas para obtenção do grau de Mestre em Ciências da Educação –

Especialização em Supervisão Pedagógica

A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA: UNIDADE OU

DIVERSIDADE?

Os casos da Bélgica, França, Inglaterra e Portugal

Autora: Inês Sofia Palma Raimundo

Orientador: Professora Doutora Ana Patrícia Almeida

Outubro de 2016

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iii

Agradecimentos

É com grande satisfação que concluo este mestrado, na certeza de poder utilizar

todos os conhecimentos adquiridos, ao longo do processo.

Agradeço a todos os professores que me formaram e a todos aqueles familiares e

amigos, que me apoiaram e acreditaram em mim, nesta caminhada. Agradeço todo o

apoio direto e indireto, incansável, que sempre demonstraram e pela sua quase infinita

paciência.

À minha orientadora a Sra. Professora Doutora Ana Patrícia Almeida um

agradecimento especial. Sem o seu apoio incansável, a sua disponibilidade e as

orientações que me forneceu, não teria sido possível cortar a meta.

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v

Epígrafe

Quando se afirma que as instituições são

universais, apenas devemos tomar essa

característica como válida, pelo facto de as

instituições serem uma realidade que acontece

numa sociedade minimamente organizada.

De resto, as instituições sociais são eivadas de

normas, de valores e contêm uma ideologia,

ou seja, as instituições têm toda a capacidade

de influenciar as relações sociais de modo a

controlá-las por processos de socialização.

Jorge Pité

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vii

Resumo

Esta investigação foi fruto de uma motivação profissional e pessoal, o que levou a que

se fosse refletindo sobre o que se passa em Portugal.

A presente dissertação é o resultado de um estudo sobre a formação em Osteopatia na

Europa.

Esta investigação tinha como objetivo primordial empreender uma cartografia do

panorama geral da formação em Osteopatia ao nível Europeu.

Deste modo, este estudo propôs-se a conhecer qual a situação da formação em

Osteopatia na Europa, através da análise de planos de estudo de vários cursos em

Osteopatia, desenvolvidos em várias instituições, em diferentes países europeus.

Pretendia-se com o mesmo produzir e contribuir para aumentar o conhecimento sobre o

ensino geral da Osteopatia na Europa, partindo da realidade de um conjunto de escolas

situadas em 4 países europeus (Bélgica, França, Inglaterra e Portugal). O propósito foi

caracterizar as semelhanças e diferenças entre os vários planos de formação e

compreender até que ponto as ofertas formativas nesta área são equivalentes

(relativamente ao tipo e natureza da formação; estrutura curricular; duração da

formação).

Para o efeito e com o intuito de contextualizar o objeto de análise desta investigação,

importa referir que se desenvolveu um estudo exploratório, que envolveu a participação

de 20 instituições de 4 países europeus, com base numa recolha e análise documental e

pesquisa arquivística exaustiva e aprofundada.

O estudo permitiu perceber que existem diferenças consideráveis no que respeita ao

nível de formação, à tipologia de instituição, ao número de anos de formação e à carga

horária dos cursos em Osteopatia nestes países europeus. Esta investigação possibilitou

compreender, ainda, que relativamente à estrutura curricular de cada escola, no que

respeita às áreas de formação, existe uma grande diferença não só entre os diferentes

países europeus em estudo, como também dentro de cada país existem particularidades

específicas de cada instituição.

Palavras-chave: Osteopatia; Formação em Osteopatia; Contexto Europeu

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ix

Abstract

This dissertation is the result of a study about osteopathy education in Europe.

The research main objective is to give a generic panorama of the generic training and

education of osteopathy within certain european countries and compare it to Portugal.

Trough the analysis of the curriculum of several european institution it will be clarified

the situation across 4 european countries: Belgium, France, England and Portugal as

well as characterised the diferences and similarities over multiple curriculums. The

main objective of this comparison is to understand how equivalent the structure,

duration and nature of the programes are.

In order to contextualize this research, an exploratory study was done with 20

education institutions across the four countries through deep research and by also

checking historical data.

The study allowed us to find considerable differences with regards the level of

formation, typology, length and tuition time. The study concludes that there are major

differences not only between European countries but that within each country itself

there are major differences specific to each institution.

Keywords: Osteophaty, European Context, Portugal Osteopathy

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xi

Abreviaturas, Siglas e Acrónimos

ACPO - Associação Colegial Portuguesa de Osteopatas

ACSS - Administração Central do Sistema de Saúde

AFAQ - Assurance Française pour la Qualité

AFNOR – Association française de normalisation

ANO - Associação Nacional de Osteopatas

AR - Assembleia da República

AROP - Associação e Registo dos Osteopatas de Portugal

ATM - Articulação Temporo-Mandibular

ATMS - Académie de Thérapie Manuelle et Sportive

B.Ost - Bachelor of Osteopathy

BCNO - British College of Naturopathy and Osteopathy

BCOM - British College of Osteopathic Medicine

BELSO - The Belgian School of Osteopathy

BSc (Hons) - Bachelor of Science degree with honours

BSO – THE BRISTISH SCHOLL OF OSTEOPATHY

CHR - Centre Hospitalier Régional

COFRAC - Commission Française d’Accréditation

CSO - CONSERVATOIRE SUPÉRIEURE D’OSTÉOPATHIE

CSOF - Formation des professionnels de santé

D.O. - Diploma de Osteopata

E.S.M.O.T. - Escola Superior de Medicina Oriental e Terapêuticas

EAN - Estudos Avançados de Naturologia

ECTS - European Credit Transfer System

EPHAD - Les maisons de retraite médicalisées

ERASMUS - Programa Europeu para a Mobilidade de Estudantes Universitários

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xii

ERISA - Escola Superior de Saúde Ribeiro Sanches

ESO - European School of Osteopathy

ESO PARIS SUPOSTEO - Ecole Supérieure d'Ostéopathie

ESSCVP - Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa

ESTeSL - Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa

EUVG - Escola Universitária Vasco da Gama

F.E.R.O. - Federal European Register of Osteopaths

FEOP - Federação dos Osteopatas de Portugal

FNESO - Fédération Nationale de l'Enseignement Supérieur en Ostéopathie

FORE - FORUM FOR OSTEOPATHIC REGULATION IN EUROPE

FPO - Federação Portuguesa de Osteopatas

FPS - Formation des professions de santé

GOsC - General Osteopathic Council

HIV - Human Immunodeficiency Virus (Vírus de Imunodeficiência Humana – VIH)

HOLISTÉA - Collège Ostéopathique Européen

I.M.T. - Instituto de Medicina Tradicional

IdHE - INSTITUT D’OSTÉOPATHIE

IPN - Instituto Português de Naturologia

ISEC - Instituto Superior de Educação e Ciências

ISLA – Universidade Europeia

ISO - Organisation internationale de normalisation

ITS - Instituto de Técnicas de Saúde

L’EO PARIS - Ecole d’Ostéopathie Paris

LRO - Laboratoire de Recherche Ostéopathique

M.Ost - Master of Osteopathy

NESCOT - North East Surrey College of Technology

OMS – Organização Mundial da Saúde

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OSEAN - Osteopathic European Academic Network

OSTEOPAT - Associação Portuguesa dos Profissionais de Osteopatia

QAA - Quality Assurance Agency for Higher Education

RNCP - Répertoire national des Certifications Professionnelles

RQ - Recognised Qualification

SIDA - Síndroma de Imunodeficiência Adquirida

TGO - Módulo de tratamento geral osteopático (GOT)

TNC - Terapêuticas Não Convencionais

U.K.O. - Union des Kinésitherapeutes-Ostéopathes diplômés

UE – União Europeia

UFP - Universidade Fernando Pessoa

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xv

Índice geral

Agradecimentos ............................................................................................................................ iii

Epígrafe ......................................................................................................................................... v

Resumo ........................................................................................................................................ vii

Abstract ........................................................................................................................................ ix

Abreviaturas, Siglas e Acrónimos ................................................................................................ xi

Índice de tabelas ........................................................................................................................ xvii

Índice de figuras ......................................................................................................................... xix

Introdução ..................................................................................................................................... 1

CAPÍTULO 1 – ENQUADRAMENTO TEÓRICO ..................................................................... 3

Teoria Curricular ........................................................................................................... 3 1.1.

1.1.1. Conceito de Currículo – Definição de currículo.................................................... 3

1.1.2. Definição de Programa .......................................................................................... 8

1.1.3. Definição de Programação .................................................................................. 10

1.1.4. Marco Teórico Geral ........................................................................................... 12

1.1.5. Caraterísticas do Currículo .................................................................................. 14

1.1.6. Teoria e Desenvolvimento Curricular ................................................................. 15

1.1.7. Papel da Teoria Curricular .................................................................................. 18

1.1.8. As Teorias Curriculares ....................................................................................... 19

1.1.9. A Investigação Curricular ................................................................................... 27

1.1.9.1. Modelos, Tradições, Paradigmas e Metodologia ........................................ 27

1.1.9.2. O Professor Investigador ............................................................................. 29

1.1.10. Pressupostos Curriculares ................................................................................... 31

1.1.10.1. Análise/Contributo da Sociedade ................................................................ 32

1.1.10.2. Análise/Contributo da Cultura ..................................................................... 33

1.1.10.3. Análise/Contributo do Aluno ...................................................................... 34

1.1.10.4. Análise/Contributo da Ideologia ................................................................. 36

1.1.11. Natureza e Âmbito do Desenvolvimento Curricular ........................................... 38

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Osteopatia .................................................................................................................... 42 1.2.

1.2.1. Osteopatia – conceitos e definições /Para a definição da osteopatia ................... 42

1.2.2. Evolução histórica da Osteopatia ........................................................................ 46

1.2.3. Entrada em Portugal ............................................................................................ 50

1.2.3.1. Osteopatia em Portugal ............................................................................... 50

1.2.3.2. Importância da Osteopatia em Portugal ...................................................... 52

1.2.3.3. A formação em Osteopatia em Portugal ...................................................... 54

1.2.4. Osteopatia na União Europeia ............................................................................. 54

1.2.5. A Osteopatia em Portugal ................................................................................... 61

CAPÍTULO 2 – METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO ........................................................ 65

Problematização .......................................................................................................... 65 2.1.

Objetivos e questões de pesquisa ................................................................................ 65 2.2.

Estudo empírico........................................................................................................... 66 2.3.

2.3.1. Características do estudo ..................................................................................... 66

2.3.2. Participantes ........................................................................................................ 71

2.3.2.1. Bélgica ......................................................................................................... 73

2.3.2.2. França .......................................................................................................... 74

2.3.2.3. Inglaterra ..................................................................................................... 79

2.3.2.4. Portugal ....................................................................................................... 85

Percurso metodológico ................................................................................................ 92 2.4.

2.4.1. Fases do estudo empírico .................................................................................... 92

2.4.2. Técnicas e instrumentos de recolha de dados ...................................................... 95

2.4.3. Análise de dados .................................................................................................. 98

CAPÍTULO 3 – APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS ...................................... 101

CAPÍTULO 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 123

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 129

ANEXOS................................................................................................................................... 133

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Índice de tabelas

Tabela 1: Instituições participantes no estudo ............................................................................. 72

Tabela 2: 1º Nível de análise da formação em Osteopatia por Instituição .................................. 94

Tabela 3: 2º Nível de análise da formação em Osteopatia por Instituição .................................. 94

Tabela 4: Plano de estudos do Colégio Belga de Osteopatia .................................................... 107

Tabela 5: Plano de estudos do The Belgian School of Osteopathy ........................................... 108

Tabela 6: Plano de estudos das 6 Instituições francesas – 1º Ano – PRIMEIRO CICLO ........ 110

Tabela 7:Plano de estudos das 6 Instituições francesas – 2º Ano – PRIMEIRO CICLO ......... 111

Tabela 8: Plano de estudos das 6 Instituições francesas – 3º Ano – PRIMEIRO CICLO ........ 112

Tabela 9: Plano de estudos das 6 Instituições francesas – 4º Ano – SEGUNDO CICLO ........ 113

Tabela 10: Plano de estudos das 6 Instituições francesas – 5º Ano – SEGUNDO CICLO ...... 113

Tabela 11: Plano de estudos da Escola Superior de Saúde Ribeiro Sanches/ERISA ................ 115

Tabela 12: Plano de estudos da E.S.M.O.T. – 1º Ano e 2º Ano ................................................ 116

Tabela 13: Plano de estudos da E.S.M.O.T. – 3º Ano e 4º Ano ................................................ 117

Tabela 14: Plano de estudos I.M.T. – 1º Ano ............................................................................ 117

Tabela 15: Plano de estudos do I.M.T. – 2º Ano, 3º Ano e 4º Ano ........................................... 118

Tabela 16: Plano de estudos do IPN – 1º Ano e 2º Ano ............................................................ 120

Tabela 17: Plano de estudos do IPN – 3º Ano .......................................................................... 121

Tabela 18: Plano de estudos do ITS .......................................................................................... 121

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xix

Índice de figuras

Figura 1: Fases do Percurso Metodológico ................................................................................. 92

Figura 2: Gráfico do Nível de Formação .................................................................................. 103

Figura 3: Gráfico do Número de Anos de Formação ................................................................ 104

Figura 4: Gráfico da Carga Horária Total ................................................................................. 105

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1

Introdução

Pretendia-se, com este trabalho, construir uma cartografia europeia da formação em

Osteopatia como instrumento para um melhor conhecimento da situação atual desta

formação no nosso continente, a partir da análise dos planos de estudo adotados nas

respetivas instituições docentes. E, formulou-se como hipótese de partida, que se propõe

ver-se validada pelas conclusões finais deste estudo, o seguinte: Apesar de partilharem

um conceito comum de Osteopatia, os projetos de formação das instituições europeias

nesta área, apresentam várias diferenças. A confirmação desta hipótese pressupõe

igualmente a impossibilidade da existência dum modelo ou escola europeia de formação

em Osteopatia.

O trabalho desenvolveu-se segundo uma estrutura que segue com a maior aproximação

possível a estruturação seguida nas investigações em Ciências Sociais iniciando-se, no

âmbito do seu Quadro Teórico, com uma Revisão da Literatura que valoriza e

aprofunda, tanto quanto a economia do texto o permite, duas questões: a Teoria

Curricular e a Osteopatia enquanto Ciência e Instituição, com vocação terapêutica.

Na fase da Problematização importava indicar em primeiro lugar os países europeus

escolhidos para o estudo (Bélgica, França, Inglaterra e Portugal) e esclarecer as razões

subjacentes e/ou responsáveis para a sua escolha. Considerou-se, antes de mais, o

prestígio geralmente reconhecido da formação, em Osteopatia, assegurado pelas

instituições formadoras nacionais. Depois, os avanços verificados nestes países, em

termos programáticos e curriculares, nos sistemas de formação nesta área. Em seguida,

a longa experiência de estudos e prática da Osteopatia nestes países e a riqueza da

informação que ela transmite.

Considerando-se que Portugal seria uma escolha óbvia para este estudo, dispensando-se

por isso qualquer explicação para o facto, foram ainda razões para a escolha feita e,

exógenas à própria Osteopatia, a facilidade e disponibilidade encontradas para a recolha

de informações pertinentes para este trabalho e a possibilidade de utilização corrente das

línguas usadas, o inglês e o francês.

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2

Metodologicamente empregaram-se as opções e seguiram-se os percursos habituais, ou

de regra, neste tipo de investigação. Em primeiro lugar identificaram-se as 20

instituições dos 4 países europeus participantes neste estudo; seguidamente indicaram-

se o percurso e as tarefas a executar para cumprimento do proceder metodológico

indispensável à sequência das fases da investigação empírica; por fim, a descrição das

técnicas e instrumentos da recolha de dados preparou e antecedeu, naturalmente, a

análise destes dados.

Importa referir, ainda que brevemente, o percurso metodológico seguido, de estudo

empírico, para chegar à informação pretendida sobre as práticas e conteúdos formativos

das instituições de formação participantes nesta investigação. Assim, num percurso

metodológico compreendendo 5 fases distintas – análise exploratória, seleção das

instituições, definição de critérios de análise, análise e construção de tabelas e redução

de dados - parece ser útil, como valorização do aspeto claramente instrumental do

método de trabalho utilizado, indicar os parâmetros escolhidos para a definição dos

critérios a usar na análise das instituições, nas vertentes a conhecer.

Foram os seguintes os parâmetros escolhidos: nível de formação, superior ou não, e que

tipo de instituição assegura esta formação; duração da formação e tipos de carga letiva;

unidades e estrutura curricular e eventuais estágios e respetivas modalidades; tipo de

formação, semestral ou anual; tempo de trabalho; créditos.

O espaço habitualmente destinado à introdução na totalidade do texto do trabalho não

permite particular desenvolvimento de qualquer dos temas aqui usados, na construção

duma narrativa cuja finalidade é preparar a abordagem e a leitura do processo

investigatório que constitui a substância do estudo realizado, e assim apresentado. Deve

no entanto acrescentar-se, para melhor informação introdutória, que os parâmetros

referentes aos aspetos curriculares são, na fase de Definição de Critérios, muito ricos em

subquestões ou subtemas indispensáveis para a correta fixação deste critério.

As conclusões aparecem muito mais como questões abertas, a suscitar o prolongamento

da investigação ou a abertura de novos espaços de estudo. Para além da informação

factual obtida, a confirmação de muitas e diversas diferenças entre a formação

assegurada pelas instituições participantes e entre as lógicas (possíveis) dos sistemas

nacionais de formação em Osteopatia, parece ser a conclusão final mais segura a que a

presente investigação permite formular.

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3

CAPÍTULO 1 – ENQUADRAMENTO TEÓRICO

Este estudo centra-se em duas vertentes "temáticas", a questão curricular e a prática da

Osteopatia enquanto parte das Ciências Médicas. Neste sentido, importa neste capítulo

de enquadramento teórico abordar todos estes temas de forma mais ou menos integrada.

Os temas que irão ser seguidamente tratados dividem-se em dois grandes grupos: uma

primeira parte sobre a Teoria Curricular, uma segunda parte onde será abordada a

temática da Osteopatia. Relativamente à Teoria Curricular, estará dividida nos seguintes

subtemas: conceito/definição de currículo, definição de programa, definição de

programação, marco teórico geral, características do currículo, teoria e desenvolvimento

curricular, papel da teoria curricular, as teorias curriculares, a investigação curricular,

pressupostos curriculares e natureza e âmbito do desenvolvimento curricular. No que se

refere à temática da Osteopatia pretende-se conhecer o seu contexto, onde se

desenvolveu a sua definição, a sua evolução histórica, a sua entrada em Portugal e a

Osteopatia na União Europeia.

Como já foi referido na introdução, o objetivo principal deste estudo prende-se com a

realização de uma cartografia do panorama geral da formação em Osteopatia ao nível

europeu. Pretende-se obter um conhecimento sobre qual a situação da formação em

Osteopatia na Europa, a partir da análise de planos de estudo em vários países europeus

e em diferentes instituições. Desta forma, esta investigação possui como objetivo a

obtenção e a produção de um conhecimento sobre o ensino geral da Osteopatia na

Europa, partindo da realidade de um conjunto de escolas em 4 países europeus.

Teoria Curricular 1.1.

1.1.1. Conceito de Currículo – Definição de currículo

O termo currículo é utilizado com variados e diferentes significados na linguagem

educativa. No campo da educação atual, a palavra currículo é uma grande palavra e uma

palavra-mito (Zabalza, 1992). Este conceito de currículo tem vindo a adquirir uma

pertinência gradual ao nível da educação (tanto em estruturas organizacionais escolares

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4

como em estruturas organizacionais não escolares), sendo usado por professores,

políticos, alunos, encarregados de educação, entre outros (Pacheco, 2007).

O currículo é um conjunto de pressupostos de partida, de objetivos que se desejam

alcançar e do caminho que é necessário seguir para os alcançar. É também um conjunto

de saberes, aptidões, atitudes que são fundamentais para serem trabalhados no contexto

escolar, ano após ano. Compreende-se, assim, o interesse do conceito de currículo sob o

ponto de vista prático. No entanto, durante muitos anos, a noção de currículo referia-se

ao que era ou deveria ser um Plano de Estudos (que incluía a inserção de determinadas

matérias num curso, diversos temas num Programa), sendo os arquitetos da estrutura do

ensino aqueles que trabalhavam no currículo propriamente dito. Os professores apenas

desenvolviam as suas previsões, ou seja constituíam os “peões” dessa obra (Zabalza,

1992). Nos últimos anos, apesar de se ter vulgarizado o termo currículo na linguagem

educativa, utiliza-se com bastantes e diversas aceções, sendo utilizado pelos

professores.

Segundo Wulf e Schave (1984, citado por Zabalza, 1992), “os professores têm prática

como consumidores de currículo, ainda que não a tenham como elaboradores. (…) Isto

é, ainda não estão habituados a elaborar esboços ou “projectos curriculares” como se

exigia na abertura dos concursos” (p. 12).

Paralelamente ao ter alcançado uma gradual relevância na educação, também é certo

que o currículo provocou uma grande confusão terminológica que exacerbou as

discordâncias existentes no pensamento curricular. É importante perceber que o

conceito de currículo é bastante polissémico e ambíguo, o que significa que não tem um

sentido claro e evidente, sendo confrontado de diferentes formas. Sendo o currículo um

conceito polissémico, repleto de ambiguidade, deve identificar-se como afirma Ribeiro

(1990, citado por Pacheco, 2007), “na diversidade de funções e de conceitos em função

das perspectivas que se adoptam, o que vem a traduzir-se, por vezes, em alguma

imprecisão acerca da natureza e âmbito do currículo” (p. 15).

Do ponto de vista da falta de precisão do termo currículo, Huebner (1985, citado por

Pacheco, 2007), refere que a “palavra aponta para diversas, e inclusive paradoxais,

intenções dos educadores; está carregada de ambiguidade, falta-lhe precisão, refere-se,

de um modo geral, a programas educativos das escolas” (p. 15).

Existe uma grande discussão teórica das questões curriculares devido ao facto deste

domínio de conhecimento ser ainda pouco desenvolvido e pouco preciso, não existindo

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5

uma intervenção prática direcionada para a resolução de problemas ou para a seleção

das melhores opções (Pacheco, 2007).

A palavra currículo tem origem no étimo latino currere, que tem como significado

percurso, caminhada, trajetória a seguir, englobando assim, duas ideias primordiais:

uma de sequência ordenada e outra de noção de totalidade de estudos. Surge, assim,

uma definição de currículo mais definida do ponto de vista de projeto, integrado em

planos de intenções que se fundamentam através de experiências educativas (de uma

forma geral) e de experiências de aprendizagem (de uma forma particular). Desta forma,

o currículo (da educação formal ou informal) é o projeto que cumpre intenções bem

definidas. É bastante complexo o processo de definição de currículo, devido à sua

própria natureza e proporção (Pacheco, 2007).

Tendo por base a discordância e o espectro da instabilidade conceptual do termo,

existem duas definições de currículo que se contrapõem, uma formal (plano

antecipadamente estruturado a partir de fins e finalidades) e outra informal (processo

resultante da utilização do referido plano). No currículo formal existem conteúdos a

ensinar e planos de ação pedagógica previamente organizados, no currículo informal

não existe uma estrutura predefinida (Pacheco, 2007).

Segundo Tanner e Tanner (1987, citado por Pacheco, 2007),

(…) o currículo, enquanto projecto educativo e projecto didáctico, encerra três ideias-

chave: de um propósito educativo planificado no tempo e no espaço em função de

finalidades; de um processo de ensino-aprendizagem, como referência a conteúdos e

actividades; de um contexto específico – o da escola ou organização formativa (p.16).

Apesar da divergência que existe na definição de currículo, é importante ter em

consideração que o currículo deve ser algo previamente bem planificado, que será

posteriormente implementado tendo por base o cumprimento dos objetivos previstos.

De acordo com esta perspetiva, currículo e programa retratam a mesma realidade,

surgindo, particularmente na tradição latino-europeia, como sinónimos. O conceito de

programa será abordado mais à frente no quadro teórico deste trabalho.

Segundo Contreras (1990, citado por Pacheco, 2007),

dentro da complexidade do que significa definir currículo, qualquer tentativa de

sistematização passa necessariamente pela observação e interrogação destes

dualismos: O currículo deve propor o que se deve ensinar ou aquilo que os alunos

devem aprender? O currículo é o que se deve ensinar e aprender ou é também o que se

ensina e aprende na prática? O currículo é o que se deve ensinar e aprender ou inclui

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também a metodologia (as estratégias, métodos) e os processos de ensino? O currículo

é algo especificado, delimitado e acabado que logo se aplica ou é de igual modo algo

aberto que se delimita no próprio processo de aplicação? (p. 17).

Para se responder a estas questões, que expõem várias incertezas, dificilmente se

conseguirá obter uma resposta decisiva, atendendo a que o conceito de currículo é

complexo e não existe conformidade. O único consenso que subsiste está relacionado

com o objeto de estudo, que é de carácter prático e ligado à educação e à metodologia, e

que é de natureza interdisciplinar no quadro das Ciências Sociais e Humanas.

É essencial que se determinem as relações do Currículo com a Sociedade e os seus

valores intrínsecos, assim como as conceções do Homem, Mundo e Informação, para se

poder criar uma base idêntica de diálogo e debate. É de salientar que o currículo é um

propósito que não é neutro no que se refere à informação, porque esta informação é

proveniente de diferentes níveis e é transmitida por agentes curriculares distintos, dentro

do contexto de vários condicionalismos. Desta forma, é possível compreender que o

currículo adequa um conjunto de propósitos, dispostos no continuum, que vai da

máxima globalidade à máxima execução, traduzidas por uma relação de comunicação

que transmite significados social e historicamente válidos (Pacheco, 2007).

Todas estas intenções são diferentes de sociedade para sociedade, tendo como suporte

uma matriz civilizacional que define padrões globais de representação cultural, razão

pela qual, segundo Grundy (1987, citado por Pacheco, 2007), o currículo não é um

conceito mas uma estrutura cultural: “o currículo não é, no entanto, um conceito; é uma

construção cultural, isto é, não é um conceito abstracto que possui alguma existência

exterior e alguma experiência humana. Pelo contrário, é um modo de organizar um

conjunto de práticas educacionais humanas” (p. 18).

Segundo Gimeno (1988, citado por Pacheco, 2007), “o currículo é uma intersecção de

práticas diversas, funcionando como um sistema no qual se integram vários

subsistemas” (p. 18). Neste sentido, a proposta curricular é uma construção social

historizada. Também é possível olhar para o currículo numa dimensão política da

educação, o que significa que pode ser visto como uma ferramenta que espelha tanto as

relações sempre presentes entre escola e sociedade, como os interesses individuais e os

de grupo, como ainda os interesses políticos e os ideológicos.

O currículo, é assim, uma formação permanente de práticas, com uma significação

grandemente cultural e social, sendo uma ferramenta indispensável para a análise e

aperfeiçoamento das decisões educativas.

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Analisando as divergências segundo alguns autores anteriormente mencionados, é

possível concluir que o currículo, apesar das diversas perspetivas e dos diferentes

dualismos é definido como um projeto que tem por base um procedimento de

construção e evolução interativo, que envolve unidade, continuidade e interdependência

entre o que se determina ao nível do plano normativo, ou oficial, e ao nível do plano

real, ou do processo de ensino-aprendizagem. O currículo, é também, uma prática

pedagógica resultante da interação e convergência de diversas estruturas (políticas,

administrativas, económicas culturais, sociais, escolares, entre outras), que têm na sua

construção interesses consistentes e responsabilidades partilhadas (Pacheco, 2007).

É de salientar que a essência do currículo pode tornar-se mais clara quando se relaciona

o termo "Currículo" com o ensino, nas suas atividades escolares ou curriculares e

extracurriculares. Assim, é também importante, realizar-se a distinção entre currículo

formal (ou prescrito), informal, real (ou realizado) e oculto (ou escondido).

A ideia de currículo formal (ou prescrito) e de currículo real (ou realizado) passa

fundamentalmente pela existência de uma oposição entre o mundo dos textos e das

representações e o mundo das práticas pedagógicas e do trabalho escolar. Existe uma

diferenciação entre o que está nos programas e o que se faz nas aulas.

O currículo formal, corresponde ao plano de ensino-aprendizagem que inclui os

objetivos, conteúdos e atividades, solicitando assim, as aprendizagens formais dos

alunos (experiências curriculares). Este currículo representa o dever formal do

professor, através da execução de um horário letivo semanal para os alunos e para o

professor, assim como no cumprimento de programas previamente concebidos. Ou seja,

o currículo formal identifica-se com o oficialmente aprovado pelas entidades

responsáveis pelo sistema educativo.

O currículo informal está relacionado com todas as atividades estruturadas ou não

estruturadas que resultem para além das atividades letivas dos alunos (experiências

extracurriculares). Desta forma, atividades como visitas de estudo, atividades

desportivas, cívicas culturais que decorrem na escola como atividades extracurriculares,

podem considerar-se como parte integrante do currículo informal. No sistema educativo

atual podem ser considerados como exemplos, os clubes escolares, o desporto escolar,

as associações de estudantes, entre outros. Porém, é muito importante que estas

atividades informais não se dissociem das atividades formais, para que não prejudiquem

o desenvolvimento das atividades formais.

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O currículo real (ou realizado) é o que se pode efetivamente caracterizar como sendo o

que se pratica nas escolas e nas salas de aula. Consequentemente, este pretende ser a

tradução e transposição pragmática do currículo formal (prescrito), oficial, cuja

apresentação é da responsabilidade do professor. Assim, o contraste entre as dimensões

formal e real do currículo retrata a distância entre uma “intenção declarada” e a

“realidade prática” por detrás dessa declaração oficial, entre o currículo afirmado e o

praticado.

O currículo oculto (ou escondido) é aquele que corresponde a projetos educativos

pessoais que não coincidem com o currículo formal, ficando perante o registo do desvio

da norma. Este conceito de currículo designa então, as aprendizagens obtidas pelos

alunos que não se encontram explicitamente definidas no currículo formal, assim como

as aprendizagens que correspondem à aquisição de valores, atitudes, processos de

socialização em que estão envolvidos. Ou seja, o escondido não é então o não-sabido, o

não-pensado, mas simplesmente o não-dito, porque existem aprendizagens

imprevisíveis com consequências visíveis na prática diária, apesar de serem muitas

vezes ignoradas.

1.1.2. Definição de Programa

Ao longo do desenvolvimento do quadro teórico relativamente à teoria curricular, foi

abordado anteriormente o conceito de currículo, no entanto é de referir que falar de

currículo implica falar de programa e programação. Estes conceitos apesar de serem

conceitos diferenciados são conceitos complementares e muitas vezes confundidos.

Programa é o documento oficial de carácter nacional ou autonómico onde é mencionado

o conjunto de conteúdos e objetivos, a considerar num determinado nível.

O Programa representa o ponto de partida e de referência inicial para qualquer professor

que deseje refletir sobre o que deve ser o seu trabalho. Desta forma, o programa

considera o marco geral comum a que se deve adequar o ensino sendo por isso uma das

suas características a prescrição, o caráter normativo e obrigatório das suas previsões. O

programa é assim importante como marco geral de referência.

Do ponto de vista prescritivo, o programa refere-se ao conjunto de experiências de

aprendizagem, pelo qual devem passar todas as crianças de um sistema escolar.

Contudo, por vezes, os programas são apresentados apenas em termos orientativos.

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Em modo de conclusão, é possível compreender que o programa representa os mínimos

comuns a toda uma sociedade, compondo assim, a “estrutura comum de uma cultura” e

as previsões gerais relativamente às necessidades de formação e de desenvolvimento

cultural e técnico dessa mesma sociedade (Zabalza, 1992).

Segundo Reynolds e Skillbeck (1976, citado por Zabalza, 1992), “o objetivo peculiar de

um Programa nacional é constituir o sentido de uma comunidade, desenvolvendo um

sentido dos valores comuns pela via do desenvolvimento de experiências escolares

adequadas e comuns a todos” (p. 13).

Ao abordar esta temática relacionada com o programa, é de salientar e questionar quais

são as funções e qual é a lógica que o programa tem em relação ao desenvolvimento

curricular, relativamente ao desempenho quotidiano do fazer educativo-didático no

interior de uma escola.

Para responder e ajudar na compreensão de algumas destas questões, Scurati (1982)

identificou alguns dos sentidos desses programas e organizou-os de acordo com os

destinatários-beneficiários dos mesmos.

Existem vários tipos de funções relacionadas com o programa mas irei abordar,

sucintamente, apenas os dois que me parecem mais pertinentes para o desenvolvimento

deste estudo – funções referidas aos professores e funções referidas aos alunos.

Relativamente às funções referidas aos professores, estas podem ser de vários tipos:

função de controlo (facilita o professor ao verificar se as aprendizagens dos alunos no

fim de um período escolar, cumprem minimamente os requisitos exigidos); função de

comparação (ajuda e sossega o professor no momento em que precisa de fazer uma

comparação entre o que desenvolveu e conseguiu na sala de aula e o que foi

desenvolvido e conseguido noutras aulas); função de proteção (permite ao professor ter

garantias relativas a possíveis exigências que possam eventualmente ultrapassar o que o

próprio programa exige, mesmo que essas exigências sejam de tipo administrativo);

função de contrato (torna efetivo o compromisso de trabalho do professor, deliberando o

que lhe é imposto oficialmente); função de profissionalização (inspira de forma clara e

de acordo com as exigências temáticas e metodológicas que levanta o sentido a dar à

formação dos professores que o irão trabalhar, tanto no que se refere à formação inicial

como à formação em serviço).

Em relação às funções referidas aos alunos é de salientar que os alunos não têm

conhecimento relativamente às aprendizagens que se pretende que desenvolvam ao

longo do seu trajeto escolar, assim como não sabem qual é motivo da existência de

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determinadas áreas, em vez de outras. Neste sentido, o programa possibilita exercer para

os alunos uma função de indicação do compromisso que se lhes exige. De acordo com a

idade e o nível de maturidade do aluno, a partir do esboço do desenvolvimento escolar

que o programa oferece ao aluno, este programa permite-lhe uma consciencialização do

sentido e da direção do processo formativo que lhe é exigido e consequentemente para

que seja possível um bom êxito é necessária a sua colaboração (Zabalza, 1992).

Pensando no programa como um esboço daquilo que é o percurso formativo para o

conjunto dos alunos, este, forma uma peça fundamental no modelo curricular de uma

determinada sociedade. Assim, o programa representa desde o início um primeiro passo

para o desenvolvimento curricular. Ou seja, segundo este ponto de vista, é a ideia do

desenvolvimento curricular como um continuum que se desenvolve em fases sucessivas

e a diferentes níveis do sistema escolar: Administração Central, Regiões, escolas,

turmas concretas (Zabalza, 1992).

1.1.3. Definição de Programação

A programação refere-se ao projeto educativo-didático específico desenvolvido pelos

professores para um grupo de alunos concreto, numa situação concreta e para uma ou

várias disciplinas (Zabalza, 1992).

Segundo Lodini (citado por Zabalza, 1992), a programação define-se do seguinte modo:

Representa o principal instrumento para possibilitar que um projecto geral, exatamente

o que constitui os Programas nacionais e que se caracteriza por uma dimensão

institucional precisa, possa ir descendo, pouco a pouco, à situação concreta

representada por cada uma das escolas, situada num determinado contexto geográfico

e social, com um determinado corpo docente, com alunos e estruturas particulares (...).

A programação é, portanto, uma série de operações que os professores, em conjunto

ou em grupos de dimensões mais reduzidas (por secções na escola maternal, por ciclos

na escola elementar ou por cursos na escola média), levam a efeito para organizar, a

nível concreto, a actividade didáctica e, dessa forma, porem em prática aquelas

experiências de aprendizagem que constituirão o currículo efetivamente seguido pelos

alunos (p. 18).

Assim, é possível compreender que através da programação territorializam-se os

pressupostos gerais do programa, ou seja, programa e programação são, pois aspetos

que não se excluem.

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Para assumir o programa mediatizado pela própria programação em relação ao ensino e

à função da escola, é necessária uma nova atitude e um novo estilo por parte da

comunidade educativa (instituição, professores, pais, autarquias). Ou seja, o Programa

funciona como marco de referência permanente, como catálogo de mínimos e código de

especificações do direito de cada aluno. A Programação possui como função completar

apenas o Programa, isto é, aproximá-lo da realidade em que se vai desenvolver, adaptá-

lo a essa mesma realidade, incluindo um enriquecimento com dimensões diferenciais

dessa realidade, que o Programa geral tal como é, não pode ter nas suas previsões. A

Programação, é também, um compromisso do conjunto dos docentes. É necessário que

se aceite a situação geral, estrutural ou conjuntural, de cada escola e do grupo de alunos

com os quais se deseja trabalhar. Desta forma, o que é apresentado como proposta geral,

vai ser posteriormente traduzido por um projeto curricular adequado a uma situação

concreta, com características próprias.

De acordo com as características anteriormente mencionadas, é expectável uma maior

qualidade do ensino (Zabalza, 1992).

Segundo Wulf e Schave (citado por Zabalza, 1992), salientam o incremento da eficácia

das escolas como um motivo importante para o desenvolvimento local do Programa

geral. Estes dois especialistas comprovam que as escolas eficazes caracterizam-se por:

um mais forte sentido de vinculação à comunidade; objectivos partilhados pela

maioria; alto nível de expectativas relativamente às realizações dos estudantes e dos

dirigentes escolares; trabalho conjunto de planificação, elaboração de projectos,

avaliação e preparação de materiais. E, em última instância, a tomada de decisões ao

nível do colectivo (p. 19).

Conclui-se, portanto, que programa e programação constituem duas fases consecutivas e

interdependentes do desenvolvimento curricular. Cada uma destas realidades, no

desenvolvimento da atividade docente, cumpre a função que lhe é própria,

complementando-se e fechando o círculo daquilo que constitui o “projeto curricular” a

desenvolver na aula. A relação que existe em cada situação entre o Programa e a

Programação, representa um dos pontos principais da inovação educativa, da

contextualização e protagonismo de cada escola na configuração de um modo próprio

de fazer o ensino. Existe uma forma tradicional, concordante e mimética de fazer

ensino.

De uma forma geral, a programação representa a caminhada percorrida por cada escola

a partir do Programa, tendo como objetivo conseguir responder às necessidades

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educativas dos seus alunos e colaborar no desenvolvimento comunitário de todo o grupo

social ao qual pertence. É necessário desenvolver programações adequadas para cada

situação (Zabalza, 1992).

1.1.4. Marco Teórico Geral

Existe uma distinção que se deve fazer em relação ao termo currículo. Segundo

Stenhouse (citado por Zabalza, 1992), destaca uma dupla aceção de currículo:

o currículo como esquema ou como projecto de ensino (quer dizer, o que se pode ou

se pretende fazer) e, por outro lado, o currículo como esquema ou como marco de

análise do que realmente se está fazendo ou já se fez (p. 25).

É importante reforçar a definição de currículo no enquadramento deste marco teórico

geral. Segundo Scurati (citado por Zabalza, 1992), define o currículo como “um

projecto educativo e didáctico realizado em situação escolar através de comportamentos

de tipo profissional” (p. 26).

Atendendo a que uma das temáticas primordiais no desenvolvimento deste estudo é o

desenvolvimento curricular, é necessário falar dos princípios básicos para o

desenvolvimento curricular. Para descrever estes princípios irei basear-me em Scurati

acerca dos princípios que orientam um bom desenvolvimento da ideia curricular. Scurati

distingue oito princípios:

- O Princípio de Realidade, significa a essência burocrática, formal, jurisdicista e

“científica” dos programas oficiais que deve dar lugar à magnificência de matizes, à

proximidade, à própria provisionalidade, inclusivamente à irregularidade, da

programação realizada na escola e para os alunos da escola.

- O Princípio de Racionalidade, que se baseia na ideia de que o currículo tem o papel de

iluminar a prática do docente e também a atividade do aluno, de forma a que um e o

outro tenham conhecimento em relação ao objetivo com que fazem cada coisa concreta

e para que saibam qual é o sentido que essa atividade isolada tem relativamente ao

resultado global que se pretende atingir.

- O Princípio de Sociabilidade, pretende encontrar o consenso (evitando divergências

entre pais e professores, entre professores, entre dirigentes), planeia obter pontos de

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acordo que hão-de sobressair em relação a outros que suponham divergências no âmbito

da comunidade educativa.

- O Princípio de Publicidade, entende que a programação curricular permite tornar

explícito o marco de intenções, o curso previsto para as ações.

- O Princípio de Intencionalidade, que considera duas aceções de currículo: o currículo

“de planificação” (onde aparece apenas o que se decidiu que faça parte dele, de forma

consciente, reflexiva e através da utilização de critérios explícitos); o princípio “de

investigação” (juntamente com os elementos intencionais, regista o aparecimento de

efeitos de qualquer outra componente não prevista inicialmente, tornando-se desta

forma explícito o currículo oculto que é entendido como o conjunto de componentes

curriculares inicialmente não previstos).

- O Princípio de Organização ou Sistemacidade, considera que a programação curricular

supõe uma organização de tipo funcional das partes constitutivas do currículo.

- O Princípio de Seletividade, que coloca como questão primordial de toda a

programação curricular “que fazer?”, “que aprendizagem desenvolver?” como um

processo de seleção entre a grande variedade dos possíveis. Essa seleção deve

corresponder a critérios de valor, oportunidade, congruência e funcionalidade

situacional. Segundo Jenkins e Shipman (1976, citado por Zabalza, 1992),

a programação curricular corresponde à intenção de seleccionar, de entre todos os

objectivos que podem ser perseguidos, um grupo deles a que a escola dê valor ou que

entenda constituírem uma parte essencial do mandato social que ela desempenha em

cada momento. O mesmo poderia dizer-se dos conteúdos, actividades, etc (p. 31).

- O Princípio de Decisionalidade, que torna percetível a necessidade de quebrar as

fronteiras que diferenciam tradicionalmente os diversos níveis de participação e as

diferentes formas de implicação no desenvolvimento da programação curricular.

Segundo Fernández Huerta (1976, citado por Zabalza, 1992),

fazer didáctica não é senão tomar decisões. Todo o arco didáctico (objectivos,

conteúdos, gestão da aula, avaliação, construção ou manipulação de materiais, etc.)

constitui um complexo e encadeado processo de tomada de decisões, pré-instrutivas

e/ou instrutivas, por parte da comunidade escolar no seu conjunto ou, no mínimo, por

parte do próprio professor (p. 32).

- O Princípio de Hipoteticidade propõe que não se assegure, que se formule hipóteses.

Desta forma, é importante que a escola e o professor se situem de forma a introduzir

tantas modificações quantas forem necessárias para manter ou alterar o rumo dos

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acontecimentos. É de referir que toda a decisão, proposta, projeto ou análise didática

tem por base a assunção da sua natureza dialética, não submetida a regularidades fixas.

1.1.5. Caraterísticas do Currículo

Depois de esclarecer e clarificar conceitos centrais como currículo, programa e

programação, importa agora recentrar a atenção sobre o conceito de currículo e sobre as

suas características. Assim sendo, emergem características como: o facto de ser

centrado na escola; de se relacionar com os recursos do meio ambiente; de ser

consensual; de ter incidência direta ou indireta em todo o leque de experiências dos

alunos; e de ser “clarificador” para professores, pais e alunos. É sobre estas

características que nos vamos debruçar agora.

Relativamente à característica de o currículo ser centrado na escola, é de notar que a

escola funciona como um eixo vertebrador da programação, assim como de adaptação

das prescrições do Programa às conjunturas sociais e culturais e às necessidades mais

pertinentes da situação. Ou seja, a noção a reter é, conjuntamente, a de um currículo

centralizado (o Programa) e de uma programação descentralizada e participada a nível

de cada escola. Este posicionamento excede aquilo que é a pura dimensão didática para

abranger temas relacionados com o financiamento e sustentação que tornem praticável

essa relativa autonomia funcional de cada escola.

No que se refere à característica de se relacionar com os recursos do meio ambiente, ela

constitui uma consequência prática da característica de o currículo ser centrado na

escola. A escola serve-se de todos os recursos (pessoais, laborais, institucionais,

culturais e desportivos) da sua zona, ficando assim com um interesse de que cada dia

seja melhor, recorrendo a alguma pressão social para que isso aconteça. É também

utilizada, em simultâneo, como um recurso cultural e formativo pelos vizinhos e

organizações dessa localidade, ou bairro, ou lugar. Desta forma, surge um cruzamento

de influências (por vezes, também, de conflitos) mas, essencialmente, concebe-se uma

dinâmica social e cultural na qual a escola deixa de ser vista como um edifício no meio

de um território, mas passa a ser encarada como uma agência cultural à disposição desse

território.

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A característica de ser consensual está relacionada com a ideia de que um currículo que

seja fundamentado na programação a nível de cada escola proporciona a dinâmica desta.

Exige um empenho fulcral por parte dos professores, o que termina com a tradição de

“competência profissional exclusiva” em questões escolares. É importante ter em

consideração que, atendendo a que nem os pais nem as forças sociais possuem

experiência, assim como nem os professores estão preparados para esse tipo de

colaboração, é possível que, inicialmente, a participação não seja tão rica quanto seria

de desejar. Contudo, cada escola descobrirá gradualmente o seu próprio caminho de

cooperação, desde que o princípio seja aceite e se acredite que essa colaboração possa

ser um recurso para ultrapassar o atual afastamento da escola.

Relativamente à característica de ter incidência direta ou indireta em todo o leque de

experiências dos alunos, a ação escolar relaciona-se e está empenhada com todo o

conjunto de “oportunidades de formação” exequíveis num determinado meio. É

importante que se incorpore num projeto formativo que junte e harmonize o escolar com

o pré-escolar e extra-escolar, o cognitivo com o afetivo, a dinâmica social com a

dinâmica institucional da própria escola.

No que se refere à característica de ser “clarificador” para professores, pais e alunos, o

currículo consensual a nível de cada escola é transformado, por um lado, num género de

maqueta prévia que assinala claramente (apresentando o que vai ser esse curso ou

projeto didático) e, por outro lado, integra uma espécie de contrato mútuo no qual

figuram os acordos a que se chegou. Nesse currículo consta o que cada parte tem para

executar: o que deve ensinar o professor, e como ensinar; o que deve aprender o aluno;

que recursos, experiências e colaboração se devem esperar da coletividade social.

Assim, alguém que se interesse pelas questões educativas conhece tudo o que se pratica

na escola da localidade e o que se espera da população. Existe um documento público,

que é a programação renovada anualmente (ou periodicamente) no qual estão

individualizadas quais são as necessidades, a nível da formação dos jovens, mais

importantes nessa comunidade, como se pretende dar-lhes respostas e com que

prioridades (Zabalza, 1992).

1.1.6. Teoria e Desenvolvimento Curricular

Segundo Contreras (1990, citado por Pacheco, 2007),

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a origem do currículo como campo de estudo e investigação não é fruto de um

interesse meramente académico mas de uma preocupação social e política por tratar e

resolver necessidades e problemas educativos; é uma conveniência administrativa e

não uma necessidade intelectual (p. 21).

Do ponto de vista histórico, o campo curricular sempre foi propósito de atenção e isso

desde que surgiram os primeiros escritos sobre educação. Contudo, devido em certo

modo, à pressão que a sociedade industrial foi desempenhando sobre a necessidade de a

escolarização cumprir finalidades bem explícitas, o campo especializado de

conhecimento educativo remonta ao século XIX. Desta forma, o termo currículo inicia

no vocabulário educacional a partir do momento em que a escolarização é transformada

numa atividade organizada, em função de interesses sociais, culturais, económicos e

políticos (Pacheco, 2007).

É relevante questionarmo-nos sobre que estatuto ocupam os estudos sobre currículo na

matriz dos grupos disciplinares das Ciências da Educação? Para responder a esta

questão é importante ter por base uma análise da natureza e âmbito tanto da educação

como do currículo. Assim, se a educação é de natureza prática e de âmbito

multifacetado, o currículo também é de natureza prática, enquanto mecanismo de

escolarização, que existe em função de um sistema educativo. Segundo Kemmis (1988,

citado por Pacheco, 2007), “um terreno prático, socialmente construído, historicamente

formado” (p. 23). Este autor concebe a ideia de que a prática do currículo é um processo

de representação, formação e transformação da vida social que deve ser entendido como

um todo.

A relação teoria-prática representa um problema que está sempre presente nas teorias

humanas e sociais, sendo necessária a sua resolução para que se dê a emergência de um

novo campo disciplinar. No caso do currículo, o objeto de estudo é de natureza prática,

porque está relacionado com a resolução de problemas educativos. O objeto da

identidade conceptual da Teoria e Desenvolvimento Curricular engloba os estudos sobre

o currículo com a metodologia inerente às Ciências Sociais e Humanas, dentro do ramo

de conhecimento da Educação ou das Ciências da Educação (Pacheco, 2007).

É de notar que é o conhecimento curricular que estabelece uma relação estreita e

racional entre o projeto socioeducativo e o projeto didático. Compreende-se, assim, que

o conhecimento curricular se constitui num corpo disciplinar próprio (teoria e

desenvolvimento curricular), situando-se no campo teórico e prático do conhecimento

educativo. Segundo Januário (1988, citado por Pacheco, 2007),

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A nossa posição é que a Teoria e Desenvolvimento Curricular engloba os aspectos

reflexivos e de ordem valorativa, oriundos da Filosofia da Educação, que analisam as

decisões curriculares de projecto; abrange os trabalhos no âmbito da inovação

pedagógica, que estudam os aspectos relativos à elaboração e construção de

programas, e a sua difusão, implementação e adopção; e, finalmente, os aspectos

explicativos e prescritivos de aplicação no quadro escolar, no tocante às questões do

planeamento do Processo Ensino-Aprendizagem pelos professores (p. 24).

A Didática é uma disciplina que elucida sobre os processos de ensino-aprendizagem

para propor a sua realização consequente com as finalidades educativas, cujo objeto é

constituído pela inter-relação que se organiza entre um professor, um aluno e um saber,

num determinado contexto escolar e num dado momento. O ato didático corresponde ao

currículo em ação a partir dos seus elementos substantivos: planificação, objetivos,

conteúdos, atividades, recursos (e materiais) e avaliação. É possível analisar a relação

da Didática com o Currículo, como uma questão de sentido histórico e como uma

questão de sentido académico.

O termo Desenvolvimento Curricular é utilizado para se manifestar uma prática,

dinâmica e complexa, que se processa em vários momentos e em diferentes fases, de

forma a compor um conjunto estruturado, integrando quatro componentes primordiais:

justificação teórica, elaboração/planeamento, operacionalização e avaliação (Pacheco,

2007).

Em síntese desta temática da Teoria e Desenvolvimento Curricular, é possível concluir

que para além de investigar origens é fundamental descrever também a natureza do

pensamento científico curricular. Desta forma, é possível considerar uma teoria e uma

práxis relativamente a uma realidade que se objetiva racionalizar e explicar e que, em

oposição à Sociologia da Educação ou à Psicologia da Educação, não deriva de

disciplinas afins, visto que tem o seu foco nos problemas que são especificamente

educativos.

Segundo Gimeno (1992, citado por Pacheco, 2007),

reforça que o currículo tem um carácter prático e nitidamente educativo, não

dependendo de uma disciplina concreta, tão-só da própria realidade que o define:

solução de problemas práticos, relacionados com intervenções na realidade (política,

administrativa, escolar, didática) e em relação aos quais se podem lançar discussões e

interrogações, desde que previamente haja uma intervenção (p. 26).

Desta forma, é possível compreender que a Teoria e Desenvolvimento Curricular expõe

uma dupla abordagem no que se refere às áreas de conhecimento educativo: por um

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lado, a discussão das habilidades/competências de análise curricular (exigidas tanto aos

professores como aos especialistas curriculares). Por outro lado, a tomada de decisões

didáticas (ou seja, as decisões que o formador tem de tomar perante uma situação de

ensino e aprendizagem pré-ativas, interativas e pós-ativas. Assim, o objeto de estudo da

Teoria e Desenvolvimento Curricular incorpora três dimensões primordiais, tais como:

teorias curriculares (técnica, prática e crítica); fundamentos ou bases para o

planeamento curricular ao nível da análise da sociedade, do aluno, da cultura e da

ideologia; contextos de decisão curricular (político/administrativo, de gestão e de

realização). Fala-se de Didática Geral neste último nível de decisão curricular (Pacheco,

2007).

1.1.7. Papel da Teoria Curricular

Uma teoria organiza e estabelece decisões epistemológicas. Segundo McClutcheon

(1982, citado por Pacheco, 2007), a teoria curricular corresponde a um “conjunto

organizado de análises, interpretações e compreensões dos fenómenos curriculares” (p.

31).

Taba (1983, citado por Pacheco, 2007), também reforça esta ideia de sistematização da

teoria curricular definindo-a como “um modo de organizar o pensamento sobre todos os

assuntos que são relevantes para a sua evolução” (p. 31). Zais (1976, citado por

Pacheco, 2007), delimita a ideia de sistematização da teoria curricular como “um

conjunto generalizado de definições, conceitos, proposições e outros construtos

logicamente inter-relacionados que representam uma visão sistemática dos fenómenos

curriculares” (p. 31).

Nesta perspetiva, a teoria curricular tem como função descrever, explicar e compreender

os fenómenos curriculares, o que possibilita servir de programa para orientar as

atividades resultantes da prática objetivando a sua melhoria. Assim, propõe Reid (1979,

citado por Pacheco, 2007), “que se aceite como premissa que o objecto da abordagem

dos estudos curriculares e da teorização curricular tem por finalidade a melhoria da

prática” (p. 31). Desta forma, é possível compreender que a teoria possui como função

retratar os problemas curriculares assim como clarificá-los em termos de territórios.

Consequentemente, a teoria curricular responde a várias questões (relacionadas com a

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prática e com diferentes formas de as conceptualizar) e proporciona também um modelo

de representação do real que se pretende organizado e problematizado. Neste sentido,

segundo Kemmis (1988, citado por Pacheco, 2007), a teoria surge como uma

metateoria, cujo “problema central deve ser entendido como o duplo problema das

relações entre teoria e prática, por um lado, e as relações entre educação e sociedade,

por outro” (p. 32). Contudo, a teoria não traduz uma perspetiva acabada e sólida para

expor os fenómenos curriculares, necessitando assim de uma ampla referência histórica

e social, porque o currículo é um produto da história humana e social. Apesar da

existência de diversas teorias curriculares, inclusive contraditórias, não significa que

diminua a importância dos estudos curriculares, nem que só coloque a necessidade de

uma teoria unificadora mas, pelo contrário, é um argumento a favor da diversidade e

problemática do respetivo campo de estudo (Pacheco 2007).

Qualquer teorização sobre o currículo tem que estar diretamente ligada à prática

curricular, expondo assim, propostas por um lado de a formalizar, explicar e interpretar,

como também por outro lado de resolver os problemas existentes. Neste caso, segundo

Gimeno (1988, citado por Pacheco, 2007), “as teorias curriculares convertem-se em

diferentes abordagens das concepções sobre a realidade que abarcam e passam a ser

formas, ainda que indirectamente, de abordar os problemas práticos da educação” (p.

32).

Conclui-se, assim, que as teorias curriculares são mais do que simplesmente conceções,

descrições e representações, ou seja, são discursos e perspetivas.

1.1.8. As Teorias Curriculares

No âmbito curricular, as escolhas teóricas dão origem a várias classificações, apesar de

serem de certa forma coincidentes em alguns momentos e, constituem tentativas de

abordagem das conceções de currículo através das quais se distinguem formas

diferentes de relacionar a teoria com a prática e a escola com a sociedade. Por este

motivo, existem diversos ângulos de abordagem no campo da definição das teorias

curriculares que o tornam ainda mais complexo e local de contínuo debate e reflexão,

fundamentalmente perante uma situação em que não se pode falar de um consenso em

relação à definição de currículo. Estas teorias são, consequentemente, classificações ou

sínteses das diversas conceções de currículo, tendo como objetivo uma facilitação da

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compreensão da complexidade curricular, sendo por isso apresentadas tanto sob a forma

de orientações, ideologias, conceções, como sob a forma de processos de legitimação e

de modelos de conhecimento (Pacheco, 2007).

Segundo Eisner e Vallance (1974, citado por Pacheco, 2007),

as orientações curriculares na tentativa de ensaiar a construção de uma proposta

curricular, correspondem a diferentes conceções sobre a natureza do conhecimento

escolar, nomeadamente: a) Currículo como desenvolvimento dos processos cognitivos,

onde existe uma maior preocupação com o aperfeiçoamento das operações intelectuais

do que com os conteúdos; b) Currículo como tecnologia, no qual existe uma

preocupação com o como se aprende e não tanto com o quê atendendo a que o currículo

é visto como um processo tecnológico ou um meio para organizar a aprendizagem; c)

Currículo como auto-realização ou como experiência consumatória, centrada no aluno

e nos conteúdos de aprendizagem e orientada para a sua autonomia e desenvolvimento

pessoal; d) Currículo como reconstrução social, onde existe uma inquietação com a

visão social da aprendizagem; e) Racionalismo académico, no qual ocorre uma

valorização da aprendizagem de conteúdos organizados em disciplinas (pp. 33-34).

Ainda neste âmbito, McNeil (1977, citado por Pacheco, 2007), “fala de quatro

concepções de currículo: humanista; reconstrução social; tecnológica; e académica”

(p. 34).

Mais resumidamente, De Landsheere (1992, citado por Pacheco, 2007), “questiona três

orientações fundamentais ou três diferentes tipos de currículo: centrado no saber a

adquirir, no aluno e na sociedade” (p. 34).

Segundo Lundgren (1983, citado por Pacheco, 2007), “se o currículo é um projecto

formativo, em articulação com normas administrativas e jurídicas, a sua concepção e

implementação ultrapassa o âmbito dos professores e engloba, de igual modo, os

contextos de gestão e político-administrativo” (p. 34). Desta forma, torna-se possível

que as teorias abordem os processos de legitimação do currículo já que existe uma

ideologia subjacente a qualquer decisão curricular. Neste contexto, Meyer (citado por U.

Hameyer, 1991) identifica três tipos de legitimação diferentes:

normativa (ênfase nas decisões político/administrativas ou no que deve ser ensinado);

processual (valorização do currículo como um projeto que depende do seu processo de

desenvolvimento e do significado da interação); e discursiva (construção do currículo

de acordo com os sujeitos intervenientes na base da deliberação social) (p. 21).

Em contrapartida, segundo Schiro (citado por Gimeno, 1988), é possível distinguir as

seguintes ideologias curriculares ou conceções básicas relativamente à função da escola:

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“académica (centrada nas disciplinas); de eficiência social; centrada no aluno; de

reconstrução social” (p. 45).

Tendo como propósito a abordagem dos modelos teóricos e das práticas existem,

segundo Gimeno (1988, citado por Pacheco, 2007), quatro orientações ou conceções

básicas em torno do termo currículo: “como súmula de exigências académicas; como

base de experiências; como legado tecnológico e eficiente; como configuração da

prática” (p. 34).

É de salientar que as teorias curriculares podem versar o conteúdo, ou o conhecimento,

do currículo enquanto projeto de formação.

Através da questão “que conhecimento é mais valioso?”, Holmes & Mclean (1992,

citado por Pacheco, 2007), falam dos quatro modelos de currículo seguintes:

“essencialismo; enciclopedismo; politecnicismo; e pragmatismo” (p. 35).

É desta forma e a partir destes contributos teóricos e inseridos na complexidade do

campo curricular que surgem as teorias curriculares, propostas por Kemmis (1988).

A - TEORIA TÉCNICA

Hoje em dia, a teoria técnica é a que possui mais tradição nos estudos curriculares e a

que tem uma influência que se faz sentir ainda nos dias de hoje. Um interesse técnico

pode caracterizar-se, segundo Kemmis (1988, citado por Pacheco, 2007), “por um

discurso científico, por uma organização burocrática e por uma acção tecnicista” (p. 35),

que estabelecem uma relação hierárquica na relação teoria/prática. No que se refere à

sua natureza, o currículo é definido como um produto, um resultado, diversas

experiências de aprendizagem dos alunos, organizadas pela escola em função de um

plano previamente determinado. Desta forma, compreende-se que nos apresentamos

perante a lógica burocrática do desenvolvimento curricular, onde existe uma primazia

da mentalidade técnica, apresentando-se ligada aos especialistas curriculares que se

filiam no grupo dos tradicionalistas, atendendo a que é salvaguardada a legitimidade

normativa da estruturação curricular. Assim, é possível incluir nesta teoria as seguintes

conceções de currículo propostas por Gimeno (citado por Pacheco, 2007): “como

súmula de exigências académicas; como base de experiências; como tecnologia e

eficiência” (p. 35).

A primeira conceção, súmula de exigências académicas, tem uma ascendência do

racionalismo académico, apresentando raízes que se estendem à Idade Média – Trivium

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(Gramática, Retórica e Lógica) e Quadrivium (Música, Astronomia, Geometria e

Aritmética) – e que se retêm com a especialização do conhecimento, dividido pelas

disciplinas e áreas científicas. É privilegiada a transmissão dos conteúdos com base nas

correntes filosóficas do essencialismo e do perenialismo que valorizam a dimensão

estática e permanente do conhecimento. Contudo, é importante ter em consideração que

o currículo é sinónimo de conteúdos ou de programas das diversas disciplinas e

apresenta como orientação primordial o racionalismo académico.

A segunda conceção, com base de experiências, relaciona-se por um lado com as ideias

roussianas do século XVIII e por outro lado com alguns movimentos pedagógicos dos

finais do século XIX e da “escola nova” e “progressista” de Dewey, no século XX. O

currículo constitui um meio de promoção da auto-realização dos alunos, uma vez que os

conteúdos são apenas modos de pensar e organizar a aprendizagem, assim como na

orientação da auto-realização como experiência consumatória, que possibilitem a

valorização das configurações metodológicas do conhecimento.

Na terceira conceção, o currículo como tecnologia e eficiência, proveniente do

movimento americano de renovação curricular da década de sessenta, o currículo é

definido como um plano para a aprendizagem, um plano de ação pedagógica, um

conjunto de experiências planificadas na escola é uma série estruturada de resultados

pretendidos de aprendizagem.

É de mencionar que todas estas definições possuem como denominador comum uma

orientação tecnológica que se prende com o que deve ser ensinado e, por vezes, como

deve ser implementado (Pacheco, 2007).

Em modo de síntese, estas três conceções acima descritas, segundo D’Hainaut (1980,

citado por Pacheco, 2007),

fazem do currículo um plano de acção pedagógica que compreende não somente

programas, para as diferentes matérias, mas também uma definição da educação

pretendida, uma especificação das actividades de ensino e de aprendizagem, o que

implica os conteúdos do programa e, finalmente, indicações precisas sobre as maneiras

como o ensino ou o aluno serão avaliados (p. 37).

Assim, o conceito mais corrente de currículo está ligado a um plano estruturado de

aprendizagem centrado nos conteúdos ou nos alunos ou ainda nos objetivos previamente

formulados.

B - TEORIA PRÁTICA

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Segundo Kemmis (1988, citado por Pacheco, 2007),

a teoria prática pode caracterizar-se por um discurso humanista, uma organização liberal

e uma prática racional e está ligada às discussões curriculares da década de 70,

sobretudo à questão colocada pelos empiristas conceptuais que perspectivam o currículo

como uma prática que resulta, não só de uma relação entre especialistas curriculares e

professores, mas também das condições reais dessa mesma prática (p. 38).

No entanto, existe legitimidade processual, racionalidade prática e ação pragmática na

construção do currículo.

De acordo com o pensamento curricular de Schwab (1985, citado por Pacheco, 2007),

“parte dos quatro elementos que propõe na construção e definição de um currículo –

alunos, professores, meio e conteúdos – que se conjugam através da emergência da

prática” (p. 38).

Este autor é pertinente nesta temática, porque mais do que centrar o debate no lado da

teoria, desloca-o antes para o lado da prática, justificando este raciocínio através da

necessidade de um estudo empírico das situações e reações na aula. Ou seja, pretende

um estudo que não seja apenas uma base para estudos teóricos sobre a natureza do

processo ensino-aprendizagem, mas também para que se veja o que está a ser feito e

qual o objetivo que se pretende, assim como que tipo de mudanças é que são necessárias

e se podem obter.

Desta forma, os problemas curriculares não são passíveis de solução teórica mas sim de

solução prática, porque o currículo constitui um vasto corpo de factos relativamente aos

quais a distração teórica guarda silêncio, que deve ser procurado pela aplicação do

método deliberativo. É de referir que Schwab ao garantir que o campo curricular estava

moribundo, sugeria uma urgente renovação mediante a linguagem, propondo o discurso

da prática que concedia uma maior dedicação em relação ao que se executa e menor

relativamente ao que se projeta realizar. Contudo, para que isso seja possível, o

currículo deve equacionar-se maioritariamente pela “arte da prática” e pela “deliberação

prática” do que propriamente pela teoria (Pacheco, 2007).

Stenhouse (1984), assim como Reid (1980), é um dos sucessores da linha iniciada por

Schwab, ao potencializar o pragmatismo curricular e ao explicá-lo como uma prática e

como um processo de investigação, que deve organizar a conexão entre o propósito e a

realidade. Ou seja, o currículo deve permitir um princípio de procedimento para o

professor, mais do que apenas o produto ou resultado programado, atendendo a que é

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entendido como algo em construção e inacabado ou como um ferramenta que pode ser

usada de várias formas distintas. Segundo Stenhouse (1984, citado por Pacheco, 2007),

“Um currículo é uma tentativa de comunicar os princípios e aspectos essenciais de um

propósito educativo, de modo que permaneça aberto a uma discussão crítica e possa ser

efectivamente realizado” (p. 39).

Neste raciocínio de argumentação curricular, a teoria prática fortalece a conceção do

currículo como processo e não como produto. O currículo enquanto processo é definido

como uma proposta que pode ser explicada pelos professores de diversas formas e

adotada em diferentes contextos. Assim, o currículo constitui uma prática

constantemente em deliberação e em negociação. Segundo Grundy (1987, citado por

Pacheco, 2007),

falar de currículo como prática é falar da interacção entre alunos e professores, daí que

os participantes sejam considerados como sujeitos e não como objectos, o que implica a

tomada de decisões sobre os propósitos, o conteúdo e a conduta do currículo (p. 39).

Desta forma, é possível concluir que a busca deste sentido prático, resultante da

interação do leitor (professor) e autor (especialista curricular) leva à posição de

Stenhouse (1984), para quem o currículo constitui uma proposta, uma hipótese que

exige ser provada e investigada.

C - TEORIA CRÍTICA

A teoria crítica possui como enquadramento muitas das ideias neomarxistas,

fenomenológicas e existencialistas, inserindo-se numa perspetiva emancipadora de

currículo, distanciando-se em termos conceptuais, das teorias técnica e prática. O

currículo não constitui o resultado nem dos especialistas nem do professor individual

mas sim dos professores agrupados e portadores de uma consciência crítica e agrupados

segundo interesses críticos. A teoria crítica caracteriza-se, segundo Kemmis (1988,

citado por Pacheco, 2007), “por um discurso dialéctico, por uma organização

participativa, democrática e comunitária e por uma acção emancipatória” (p. 40).

Esta teoria oferece visões críticas do currículo, sendo assim possível, que este seja

definido como um interesse emancipatório, resultante dos interesses e das experiências

pretendidas por todos quantos participam nas atividades escolares. Desta forma, é

importante perceber o quanto nos distanciamos da aceção curricular técnica, admitindo-

se, no entanto, a existência de uma proximidade com a aceção prática. O que as

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diferencia, está relacionado com o conceito de práxis ligado ao interesse cognitivo

crítico e que é representado pela ação e reflexão. Segundo Grundy (1987, citado por

Pacheco, 2007),

a práxis conduz, por um lado, à emancipação, e esta só ocorre em condições de justiça e

de igualdade dos vários intervenientes no currículo e, por outro, à crítica da ideologia,

que enforma todo o projecto curricular, tornando-se só possível pela reflexividade e pela

acção autónoma (p. 41).

É importante referir que quando os elementos da práxis são aplicados à natureza do

currículo, Pacheco (2007) organiza cinco princípios, nomeadamente: um primeiro

princípio em que os elementos constituintes da práxis são a ação e a reflexão; um

segundo princípio onde a práxis tem lugar no real, não no mundo hipotético; um terceiro

princípio no qual a práxis trabalha no mundo da interação, do social e do cultural; um

quarto princípio onde o mundo da práxis é o mundo construído, não o mundo natural; e

um quinto princípio em que a práxis assume o processo de fazedor de sentido, que

reconhece o significado como construção social (este princípio segue o anterior).

Em modo de síntese e visionando de forma comparativa as três teorias (técnica, prática

e crítica) é possível compreender que a definição de currículo irá questionar-se sempre à

luz destes diferentes panoramas que se interligam e complementam. É de referir, que

atendendo a que o currículo não se resume a um conjunto de postulados que se aceitam

ou rejeitam, aquilo que se tornará mais contestável e até mesmo impossível, é

analisarmos a prática curricular à luz dos mesmos panoramas. Desta forma, as teorias

propostas por um lado afastam-se, como por outro também se antagonizam e

incompatibilizam. Por exemplo, professores com uma função mais ativa têm reflexos

muito profundos na estrutura curricular. A teoria prática oferece poucas indicações

relativamente à imprescindibilidade da teoria e relativamente à restrição das intenções

curriculares. A teoria crítica rejeita liminarmente uma prática curricular determinada e

especificada em propósitos (Pacheco, 2007).

O debate sobre teorização curricular reúne a imprescindível problematização do âmbito

da própria teoria e que Kliebard (1985, citado por Pacheco, 2007), destaca nas seguintes

quatro questões: “Porque devemos ensinar isto e não outra coisa? Quem deve ter acesso

a que conhecimentos? Que regras devem guiar o ensino? Como se devem inter-

relacionar as distintas partes do currículo de modo a obter-se um conjunto coerente?” (p.

42).

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As respostas a estas questões indicam, certamente, o objeto de estudo da Teoria e

Desenvolvimento Curricular.

É de salientar que segundo o dizer de De Landsheere (1992, citado por Pacheco, 2007),

a primeira formulação moderna da construção do currículo pode-se encontrar nos Basic

Principles of curriculum and instruction de Tyler (1949), assim apresentados: “Que

objectivos educacionais deve a Escola procurar atingir? Que experiências educacionais

podem ser proporcionados para que seja possível atingir esses objectivos? Como podem

essas experiências educacionais ser eficazmente organizadas? Como podemos

determinar se esses objectivos estão a ser atingidos?” (p. 42).

Estamos perante um método racional de construção do currículo, que é visto como um

plano estruturado que pretende prestar a aprendizagem aos alunos e que é grandemente

burocrático e técnico, pois concedido aos especialistas que o elaboram para os

professores, que exigiu uma tecnologia específica do desenvolvimento curricular.

Segundo Kemmis (1988, citado por Pacheco, 2007), “a construção do currículo a partir

da prática é uma segunda formulação, menos formalizada, da teorização curricular, já

que perfilha que os professores devem participar activamente na tomada de decisões

educativas e aceitar a responsabilidade pelo facto de o fazerem” (p. 43).

É possível concluir que a complexidade das questões curriculares deve-se à variante dos

argumentos e à exuberante teorização para resolução de questões, que são por natureza

práticas e que são parte constitutiva de um projeto de formação. Neste contexto, o

estudo currículo relaciona-se com temas como a justificação, realização e comprovação

do projeto educativo. Este projeto educativo, consequentemente abrange diferentes

inquietações, tais como: didáticas, organizativas, sociais, políticas e filosóficas

(Pacheco, 2007).

Segundo Gimeno (1988, citado por Pacheco, 2007),

Partindo-se de uma acepção de currículo como projecto em (des) construção, é, assim,

possível encontrar os critérios para a fundamentação do campo de estudos da realidade

curricular ou do seu terreno epistemológico: a organização da aprendizagem dos alunos

faz-se em função de um projecto cultural; o projecto cultural ocorre no contexto de

determinadas condições políticas, administrativas e institucionais e o currículo não tem

valor senão em função das condições reais em que se desenvolve; o projecto cultural,

origem de todo o currículo e das mesmas condições escolares, está condicionado pelos

pressupostos, ideias e valores (p.43).

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1.1.9. A Investigação Curricular

1.1.9.1. Modelos, Tradições, Paradigmas e Metodologia

É importante compreender que não existe uma definição única e verdadeira de currículo

pelo que tem sido um contínuo campo de discussão e investigação.

Segundo Doyle (1922, citado por Pacheco, 2007), “a investigação curricular depende

muito das teorias curriculares e estas evoluíram em dois sentidos: determinar o

conhecimento que é ensinado (postura filosófica); estruturar as formas de organização

do currículo (engenharia curricular)” (p. 46).

Apesar da existência da variedade conceitual, o estudo do currículo tem acompanhado

genericamente o padrão das Ciências Naturais e das Ciências Sociais, de onde existem

duas tradições primordiais: a científica ou empírico-analítica (Darling-Hammond e

Snyder, 1992) e a humanista (Lincoln, 1992).

A primeira tradição (a científica ou empírico-analítica), de acordo com a lógica do

positivismo e da explicação causal, manifesta-se, de uma forma geral, pela adoção de

um método hipotético-dedutivo e pela crença de que a educação traduz um fenómeno

que, assim como os fenómenos das Ciências Exatas e Naturais, é passível de

generalizações, de uma orientação nomotética, em que a sapiência se inquire através de

hipóteses causais e estatisticamente comprovadas.

Segundo Darling-Hammond e Snyder (1992, citado por Pacheco, 2007),

Inserem-se nesta tradição os paradigmas processo-produto e presságio-produto com

vista ao estudo científico da aprendizagem como fundamentação do currículo. Deste

modo, privilegiam-se duas perspectivas: uma behaviourista – cuja incidência se fez

notar na programação e individualização do ensino e no reforço da aprendizagem; outra

cognitiva estruturalista – que reconhece o papel da associação, repetição e reforço da

aprendizagem ao mesmo tempo que reconhece que toda a aprendizagem implica

processos mentais activos e sistemáticos que constroem mapas cognitivos de orientação

(pp. 46-47).

No fundo, trata-se de duas perspetivas diferentes, uma vez que enquanto a perspetiva

behaviourista cinge-se à organização das situações de aprendizagem numa relação de

causa-efeito, a perspetiva cognitiva valoriza a índole da aprendizagem e do processo

mental que a delibera. Assim, é possível entender que a investigação curricular se tenha

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direcionado prioritariamente para os seguintes aspetos: motivação dos alunos;

organização dos modelos e métodos de ensino; organização dos recursos e materiais

didáticos; aferição de critérios e parâmetros de avaliação; estruturação dos conteúdos.

De acordo com os fundamentos da interpretação e da hermenêutica, a segunda tradição

(a humanista), é apresentada através de uma investigação das ideias, da descoberta dos

significados peculiares ao próprio indivíduo, atendendo a que ele constitui a base de

toda a indagação. Desta forma, a teoria ocorre a posteriori dos factos e a através da

análise dos dados, tendo como fundamento a observação dos sujeitos, na sua exposição

e significados próprios e não nas ideias prévias do investigador que, estatisticamente, as

evidenciaria e generalizaria. Neste contexto estabelecem-se os paradigmas, pensamento

do professor, mediacional centrado no aluno e ecológico. É importante referir que

prevalece a perspetiva do processamento de informação, ou seja, a valorização das

estruturas cognitivas no desenvolvimento de ensino-aprendizagem. Por este motivo é

possível compreender que é fundamental que se aceite que a investigação curricular

privilegie tanto o pensamento e o desempenho dos professores e alunos, numa vertente

de resolução prática de problemas, como uma visão crítica do papel das escolas

(Pacheco, 2007).

A metodologia a que se recorre na investigação curricular relaciona-se com a natureza

das tradições de indagação e, essencialmente, com o debate quantitativo/qualitativo que

as sucessivas edições do Handbook of research on teaching (1963, 1973, 1986 e 2001)

têm designado como referentes metodológicos principais no estudo do objeto das

Ciências da Educação. No entanto, apesar da existência de uma variante metodológica

da investigação educativa, a investigação curricular possui uma característica que a

pormenoriza: usa uma diversidade de técnicas que melhor se adequa no núcleo do

problema atendendo a que é de índole prática e tem um propósito formativo. Assim,

estamos perante uma metodologia de investigação que se centra na prática e que

responde a uma deliberação (um questionamento que pretende problematizar a ação

correta), que requer a formulação de um problema, uma avaliação de intenções e uma

solução negociada e repartida. Ou seja, este percurso exige, por exemplo, estudos de

casos, observação participante e estruturada, entrevistas, análise de documentos, entre

outros (Pacheco, 2007).

Segundo Walker (1992, citado por Pacheco, 2007),

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A dificuldade principal está precisamente na escolha das técnicas que melhor se

adaptam à especificidade do problema e ainda à generalização dos resultados, visto que

a investigação curricular deve ser justificada na sua relação com o contexto, contexto

este que ditará, pelo menos, estas quatro questões: Como é que podemos estudar as

práticas curriculares em relação ao seu contexto em vez dos factores isolados e

independentes? Como é que podemos ser imparciais na investigação de diferentes

valores, interesses e perspectivas de todos aqueles que estão envolvidos nas práticas

curriculares? Como é que se reúnem as necessidades práticas encontradas na

investigação para o estudo detalhado das práticas de um dado currículo com os

tradicionais standards metodológicos e com as estruturas e os procedimentos

institucionais de uma comunidade de investigação? Como é que podemos identificar os

objectivos quando se estudam as práticas curriculares? (pp. 47-48).

1.1.9.2. O Professor Investigador

Independentemente do paradigma em que se situe, na prática, o professor representa o

protagonista primordial do desenvolvimento do currículo, dependendo os resultados

conseguidos do seu empenhamento, como observa Kelly (1980, citado por Pacheco,

2007), “não pode haver desenvolvimento de currículo sem desenvolvimento do

professor, e quanto mais responsabilidade se der aos professores pelo desenvolvimento

do currículo mais importante será dar-lhes toda a espécie de apoio desse tipo” (p. 48).

Desta forma, surge a necessidade do professor se “curricularizar” segundo Zabalza

(1987b, citado por Pacheco, 2007), “ou seja, pensar o seu trabalho em termos de

currículo porque isso lhe oferece uma perspectiva diferente daquilo que ele faz na sala

de aula” (p. 48).

Na base desta premência profissional existe o requisito de que o professor não

represente unicamente o operário do currículo, mas também um dos seus arquitetos.

Assim, consequentemente, a sua responsabilidade iniciará pelo posicionamento perante

os níveis de decisão curricular. Numa situação em que assume uma função de

implementador do programa, como um conjunto de matérias prescritas, tornar-se-á o

executor, o operário ou o consumidor; numa situação em que assume uma função

prática e de reflexão sobre o programa, salientando de forma crítica o trabalho que

desempenha e abrangendo as necessidades dos alunos, tornar-se-á o construtor, o

arquiteto e o investigador prático.

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O movimento do professor investigador tem conquistado prestígio, nos últimos anos,

como solução a esta última exigência curricular. É com o principal inspirador do

movimento, Stenhouse, que ocorre a ideia de introduzir a investigação no trabalho

profissional do professor, principalmente depois dos resultados positivos alcançados

com o Humanities curriculum project, assim como a de vincular a um modelo

processual de progressão do currículo, porque de acordo como afirma Stenhouse (1984,

citado por Pacheco, 2007), “é necessário não outorgar ao que desenvolve o currículo

papel de criador ou de pessoa com uma missão, senão o de investigador (...) o que

pedimos de um currículo não é que seja correcto ou bom, mas inteligente e penetrante”

(pp. 48-49).

O investigador não é aquele professor que investiga no sentido exclusivo do termo,

através do cumprimento dos cânones da investigação, mas nomeia-se investigador, o

professor que aceita uma atitude indagadora para o estudo do seu próprio trabalho, com

o apoio de outros, de forma a esclarecer problemas práticos com que se depara.

De uma forma geral, colocam-se duas questões ao movimento do professor como

investigador relativamente ao processo ensino-aprendizagem: a recuperação da

profissionalidade docente e a recuperação do sentido artístico do ensino.

A noção de profissionalismo sugerida por Stenhouse está relacionada com a

independência das decisões do professor, aquando da mediação no processo didático, e

com o dever do professor em relação a todos os outros intervenientes no currículo

(Pacheco, 2007).

Ao defender o ensino baseado na investigação, Stenhouse (1984, citado por Pacheco,

2007), sugere três implicações:

a) Que cada aula seja um laboratório e cada professor um membro da comunidade

científica; b) que o currículo seja uma pauta ordenadora da prática do ensino e não um

conjunto de materiais; c) que a especificação do currículo conduza a uma investigação e

a um programa de desenvolvimento pessoal por parte do professor, mediante o qual este

aumente progressivamente a compreensão do seu próprio trabalho e aperfeiçoe o seu

ensino (p. 49).

Para que o professor se possa tornar num investigador é solicitado a este que aglomere

as aptidões de um profissional vasto (em oposição a um profissional restrito) e prove

uma atitude investigativa, assim caracterizadas por Stenhouse (1984, citado por

Pacheco, 2007):

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As características mais destacadas do profissional “amplo” são: uma capacidade para o

autodesenvolvimento profissional autónomo, mediante uma sistemática auto-análise, o

estudo do trabalho de outros professores e a comprovação da ideia mediante

procedimentos de investigação na aula [...] Denomino atitude investigativa uma

disposição para examinar com sentido crítico e sistematicamente a própria actividade

prática (p. 49).

O restabelecimento do sentido artístico do ensino está associado ao conceito de didática,

conceito este, de múltipla interpretação, que se descreve também como uma ciência,

tecnologia e arte que orienta a práxis educativa e regula o processo de ensino com o

objetivo de atingir determinados propósitos educativos. Sendo o ato educativo um ato

intencional e sistematizado, o ato didático é definido através de um carácter prático e

normativo, o que conjetura um conjunto de regras e normas que o professor utiliza no

contexto da normatividade didática.

1.1.10. Pressupostos Curriculares

Atendendo a que hoje em dia não é possível ensinar-se tudo a todos, o currículo é um

projeto de formação que possui necessariamente uma aceção social e política, cujas

conjeturas se encontram presentes nas fontes apontadas por Tyler para a identificação

dos objetivos educacionais: cultura, sociedade e aluno. Torna-se importante

percebermos quais as contribuições/tipo de contributo da sociedade, da cultura, do aluno

e da ideologia para o estudo do currículo.

A política educativa é responsável pelo conjunto de decisões originárias do sistema

político, abrangendo os propósitos e metodologias deliberadas pelos critérios

ideológicos e pelas necessidades reconhecidas como socialmente eficazes. Segundo D’

Hainaut (1980, citado por Pacheco, 2007), uma política educativa

não nasce do nada, ela inscreve-se no quadro mais largo de uma filosofia da educação e

é o resultado de múltiplas influências em interacções, provenientes dos sistemas sociais

que agem sobre o sistema educativo e que eles mesmos estão sob a influência do

contexto filosófico, ético e religioso, do contexto histórico do quadro geográfico e

físico, assim como do contexto sociocultural onde se situa o sistema educativo

considerado (p. 51).

Ainda segundo D’ Hainaut (1980, citado por Pacheco, 2007),

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a política e o currículo podem encontrar uma justificação em razão de duas ordens:

filosóficas, por um lado, e pragmáticas, por outro. As razões filosóficas, religiosas,

culturais ou políticas podem ter três fontes de justificação: a concepção de Homem, a

concepção de sociedade e a concepção de cultura (p. 51).

Seguidamente, para que seja possível uma melhor compreensão das bases de uma

justificação curricular será feita uma análise e estudo do currículo à luz destas

abordagens: social, cultural, individual e ideológica.

1.1.10.1. Análise/Contributo da Sociedade

De acordo como sugerem V. De Landsheere e G. De Landsheere (1983, citados por

Pacheco, 2007), ao tentarem fundamentar a seleção dos alvos da educação, a prioridade

deve ir para a análise das exigências da sociedade:

Começando a educação formalizada por ser filha de uma sociedade antes de se vir

transformar, eventualmente, num agente de transformação dessa mesma sociedade, a

análise das exigências da sociedade mãe constitui o primeiro tempo da definição dos

alvos da educação (p. 52).

Desta forma, não será uma tarefa simples determinar o que a sociedade pretende da

educação e vice-versa, fundamentalmente numa sociedade tecnológica em permanente

mutação, em que a repercussão da técnica e da ciência exigem novos desafios à

educação. Consequentemente, em termos curriculares, além de outros aspetos tais como

o enquadramento social e político e os fatores de controlo e de influência da sociedade

sobre o currículo, discute-se a função social da Escola, descrita por Ribeiro (1990,

citado por Pacheco, 2007), nos três seguintes aspetos:

a) Que aptidões, atitudes e conhecimentos propostos pelo currículo ajudam os membros

da comunidade social a funcionar, de modo competente, nos seus papéis e funções

sociais? b) Que relação pode existir entre aqueles e a análise dos principais papéis e

funções sociais a desempenhar pelos membros da sociedade? c) Que domínios de

actuação/contextos ou áreas de actividade social e correspondentes perfis funcionais se

devem considerar para a concepção e elaboração de currículos e programas? (p. 52).

A relação escola/sociedade, historicamente determinada com maior insistência com a

revolução industrial, serve um conjunto distinto e complexo de interesses tendo como

base comum a preparação social dos indivíduos. Neste contexto, o sistema educativo

constitui um subsistema social. Nesta relação sistémica, atendendo a que a escola e a

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sociedade estão intrinsecamente interligadas, o currículo perspetiva-se como um

instrumento socialmente válido.

No entanto, a relação escola/sociedade exige uma outra interpretação: a da legitimação

das desigualdades sociais ou da sua correção e atenuação. De acordo com Brennan

(1985, citado por Pacheco, 2007), “os alunos não entram na escola como folhas em

branco nas quais os professores escrevem colectivamente a educação. Trazem atitudes e

valores assimilados no seio familiar e no meio social” (p. 53).

O currículo depende ainda das condicionantes económicas existentes numa determinada

sociedade: os recursos educativos; a valorização da carreira dos professores; as

expectativas profissionais dos alunos; as opções curriculares dos alunos; a pressão dos

grupos económicos na escolha das áreas de conhecimento, entre outros (Pacheco, 2007).

1.1.10.2. Análise/Contributo da Cultura

É importante termos a noção de que um currículo não se organiza no vazio nem sequer

se estabelece facultativamente. Gimeno (1988, citado por Pacheco, 2007), refere-o

como a “selecção cultural estruturada sob condições pisco-pedagógicas dessa cultura

que se oferece como projecto para a instituição escolar” (p. 53).

Desta forma, o currículo constitui, um projeto de escolarização que repercute a

conceção de conhecimento e a função cultural da escola. De acordo como sustenta

Lawton (1986, citado por Pacheco, 2007), “a construção do currículo começa por fazer-

se na base de conteúdos, que são a condição lógica do ensino” (p. 53).

Assim, o currículo retrata o universo do conhecimento onde não se pode deixar de

reconhecer o contributo da Filosofia da Educação, com as correntes do essencialismo,

perenialismo, progressivismo e reconstrucionismo. O essencialismo e o perenialismo de

acordo com o princípio da continuidade preservam a perenidade e imutabilidade da

transmissão da cultura. O progressivismo e o reconstrucionismo, perante o princípio da

inovação e da reconstrução, invocam a educação como um sistema em progressão e em

transformação.

É de referir, que a função cultural da escola é outra das inferências educativas retiradas

da análise cultural, que pode ser perspetivada a partir de diferentes orientações (Peshkin,

1992; Forquin, 1996).

A partir da ideia da educação escolar como um agente de mudança, Taba (1983, citado

por Pacheco, 2007), sugere que “o currículo deve incluir os processos de interpretação,

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discussão e consideração da mudança, sendo tarefa do docente capacitar o indivíduo

para reconhecer situações novas e resolvê-las inteligentemente” (p. 53).

Para que esta situação seja possível, determina a escola como organismo socializador

compensatório, transformando-se na proteção dos valores morais e caracterológicos

como a responsabilidade e o respeito pelo próximo, no avigoramento da individualidade

e na assunção de um carácter de modificação.

Na individuação da função cultural da escola, relacionada com os conhecimentos que

esta deve fomentar, Tanner e Tanner (1987, citados por Pacheco, 2007), concedem-lhe

quatro funções:

de educação geral (universo comum de discurso, compreensão e competência); de

educação especializada (referente às especialidades do conhecimento através das

disciplinas); de educação exploratória (adaptada aos interesses especiais dos alunos); de

educação de enriquecimento (para aprofundar a experiência educativa do aluno) (p. 54).

De uma forma geral, sendo essa a tradição que tem sido seguida, de acordo como

recomenda Phenix (1962, citado por Fernando Machado e Maria Gonçalves, 1991), a

construção curricular executa-se no estrito cumprimento da disciplina, com a sua

estrutura e lógica interna:

Em poucas palavras, a minha tese é que todo o conteúdo do currículo devia ser extraído

das disciplinas, ou, dito de outro modo, só o conhecimento contido nas disciplinas é

apropriado para o currículo [...] Precisamos de recuperar o significado essencial de uma

disciplina como um corpo de saber que instrui. Compreendido isto, as disciplinas serão

vistas como guias de um bom ensino e aprendizagem, e o carácter de ser instrutivo será

visto como marca de uma boa disciplina (pp. 131-133).

1.1.10.3. Análise/Contributo do Aluno

Na análise curricular uma das abordagens indispensáveis é a análise do sujeito e do seu

processo de aprendizagem. Segundo Taba (1983, citado por Pacheco, 2007), “o

conhecimento sobre o aluno e sobre a aprendizagem é relevante para a adopção de uma

quantidade de decisões acerca do currículo”, atendendo a que é uma dimensão

psicológica, isto é, a essência e a progressão do indivíduo que aprende e a natureza e as

condições do processo de aprendizagem (p. 54).

Taba (1983, citado por Pacheco, 2007), afirma que os currículos “estão estruturados de

modo que os estudantes possam aprender” (p. 55).

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Considerando este aspeto significa que se procede à valorização da individualidade do

indivíduo e da sua cognição, dos comportamentos e valores, ao respeito pelas diferenças

individuais e em busca de um desenvolvimento global e constante. O emprego destes

fundamentos presume, no mínimo um duplo requisito: por um lado, a proteção dos

benefícios dos alunos, por outro, a elucidação de pré-requisitos de aprendizagem, ou

seja, de indicadores dos graus de evolução do aluno.

É de notar que diferenciar e escolher matérias curriculares que defendam os interesses

dos alunos, não constitui uma tarefa fácil, como comprova Kelly (1980, citado por

Pacheco, 2007),

Argumenta-se que uma consideração dos interesses das crianças é central não só a uma

metodologia eficaz como também ao conteúdo educacional de nosso currículo [...] Tal

abordagem cria muitos problemas práticos para os professores e outras pessoas em

questão como de organização do trabalho em classe, planejamento e localização de

exames públicos, e o resto [...] Há, entretanto, várias dificuldades de tipo mais teórico

com relação a essa perspectiva [...] Em primeiro lugar, a identificação dos interesses das

crianças não é coisa tão simples como à primeira vista pode parecer. Distinguir entre um

interesse permanente e um capricho passageiro ou coqueluche momentânea, mesmo em

nível conceitual, não é fácil, e está claro que devemos primeiramente saber que vêm a

ser os interesses para usarmos como base de nosso planejamento curricular [...] Em

segundo lugar, precisamos saber mais sobre a origem dos interesses das crianças e

precisamos refletir um pouco sobre isso antes de aceitá-los sem maiores reservas com

base para a sua educação. Uma criança com um background no lar muito limitado

provavelmente não terá uma gama de interesses muito ampla e talvez não lhes

estejamos fazendo o maior dos favores ao subscrever tais limitações (p. 55).

Relativamente à natureza e método de aprendizagem destacam-se duas questões

importantes: por um lado abordam-se os tipos de aprendizagem (analisados pelas

diferentes teorias que em Psicologia se têm oferecido numa perspetiva nem sempre

padronizada e lógica) e, por outro lado aborda-se o ambiente de aprendizagem nos seus

múltiplos aspetos.

O modelo de aprendizagem com mais tradição curricular é o que foi proposto pelo

behaviourismo (Pavlov, Thordnik, Skinner, entre outros) e de que Tyler foi um legítimo

representante quando menciona que educar significa modificar as formas de conduta

humana. Assim, o vocábulo conduta pode traduzir-se num sentido mais vasto que

abrange o pensamento e o sentimento e ainda a ação manifesta.

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No entanto, torna-se importante referir, que devido à cooperação dos paradigmas

cognitivo e ecológico/contextual aparece uma nova visão de aprendizagem através do

conceito de aprendizagem significativa ou de perspetiva construtivista, que foi revista

por Coll (1987).

Relativamente ao ambiente de aprendizagem existe uma situação que nem sempre é

ponderada nos estudos curriculares e que, no entanto, é de extrema importância:

analisam-se as determinantes contextuais e ecológicas que estão presentes na relação

tripartida entre professores-alunos-conteúdos (Pacheco, 2007).

Segundo Gimeno (1988, citado por Pacheco, 2007), o currículo “ocorre num ambiente

que é, por si mesmo, um elemento modelador e mediatizador das aprendizagens e ainda

fonte de estímulos originais e independentes do próprio projecto cultural curricular,

formando, no seu conjunto, o projecto educativo e socializador da instituição” (p. 57).

Desta forma, o processo de aprendizagem será esclarecido através dos seguintes itens de

análise: o conjunto arquitetónico das escolas, os aspetos materiais e tecnológicos, os

sistemas simbólicos e de informação (que é o aspeto mais genuíno do currículo), as

destrezas do professor, os alunos e outro tipo de pessoal, as componentes

organizacionais e de poder da instituição escolar e os parâmetros específicos para

planificar a aprendizagem e a avaliação (Pacheco, 2007).

Em modo de conclusão, ainda se espera bastante da dimensão psicológica do currículo,

especialmente quando, no momento atual, escreve Coll (1987, citado por Pacheco,

2007),

a Psicologia da Educação não dispõe ainda de um quadro teórico unificado e coerente

que permita dar conta dos múltiplos e complexos aspectos implicados nos processos de

crescimento pessoal e da influência que sobre eles exercem as actividades educativas

escolares (p. 57).

1.1.10.4. Análise/Contributo da Ideologia

É importante percebermos que na qualidade de projeto cultural, social e político, o

currículo só pode ser construído através do apoio de ideologias ou de sistemas de ideias,

valores, atitudes, crenças, tudo isto repartido por um grupo de pessoas com um peso

expressivo na sua organização.

Por isso, Apple (1979, citado por Pacheco, 2007), considera que

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a ideologia serve os interesses da classe dominante porque distorce a realidade do

quadro social. Mesmo sendo um dos conceitos mais indefiníveis nas Ciências Sociais, a

ideologia utiliza-se para designar as relações de poder ou as práticas que socialmente

contribuem para a formação de crenças e rituais, isto é, um sistema de representações

que é colectivamente partilhado (pp. 57-58).

É de referir que ao conceito de ideologia relaciona-se também o de supremacia, que é

despertado através de Gramsci (1971), quando faz alusão à predominância de um grupo

social específico que delibera a relação entre dominadores e dominados.

Segundo Eisner (1992, citado por Pacheco, 2007), “com o advento do estado moderno,

o currículo torna-se num instrumento ideológico, com diferentes orientações, que regula

as relações entre a sociedade e a escolarização” (p. 58). Por este motivo, explica

Kemmis (1988, citado por Pacheco, 2007),

o currículo é do interesse do Estado e a escolarização é um assunto público, enredada

em enormes sistemas burocráticos para controlar todo o sistema educativo porque os

professores numa escola de massas, já não seriam facilmente controlados como

acontecia numa escola de elites (p. 58).

Assim é possível esclarecer, que o currículo constitua um mecanismo de diferenciação

que impõe, sugere-o Apple (1979), uma associação de três parâmetros: a escola como

instituição; as formas de conhecimento; o educador/professor.

A escola enquanto instituição conduz e sugere certos valores que o Estado pretende

executar. No entanto, por outro lado, a prática leva a valores que raramente são

conjeturados a nível oficial.

Esta função da escola (que se tanto se apoia como se critica) verifica-se também pelos

conteúdos e formas de conhecimento. Segundo Apple (1979, citado por Pacheco, 2007),

a escola constitui uma força ativa que legitima ideologias, formas económicas e sociais

que lhe estão intimamente relacionadas:

A escola não controla só pessoas; ajuda também a controlar significados. Como

conserva e distribui o que se entende como “conhecimento legítimo – o conhecimento

que todos devemos ter -, a escola confere legitimidade cultural ao conhecimento de

grupos específicos”. Contudo, isto não é tudo, pois a capacidade que um grupo tem para

converter o seu conhecimento em “conhecimento para todos” está em relação com o

poder desse grupo na arena política e económica mais ampla (p. 58).

É importante referir que as decisões curriculares, quer seja por parte do estado, ou seja

por parte dos professores e outros grupos são debatidas como problemas ideológicos e

não como questões apenas educativas.

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Desta forma, o professor surge como agente de ideologização do currículo, quer através

do seu pensamento e ação, quer através da sua dimensão social e humana.

Em modo de conclusão, relativamente à discussão da escola como instrumento

ideológico de reprodução da vida social, política e económica, podem surgir, na opinião

de Kemmis (1988, citado por Pacheco, 2007), dois riscos:

o do determinismo – “consiste em considerar a natureza e os problemas da

escolarização como sendo determinados pelo Estado, vendo a escola unicamente como

produto deste” – e o da objectivização – “consiste em considerar a escola e o Estado

como se de coisas se tratasses, como se fossem coisas reais capazes de produzir efeitos

por si mesmas [...] A escola é um conjunto de relações sociais. De maneira semelhante,

o Estado não é um edifício, um território ou uma estrutura constitucional, mas uma

complicadíssima rede de relações (p. 59).

Existem diversas ideologias a dominar o currículo que de acordo com Torres (1995,

citado por Pacheco, 2007),

têm as suas liturgias, técnicas e tácticas próprias na medida em que “a ideologia

manifesta-se tanto nas ideias como nas práticas das pessoas, não é um conceito de uso

restrito aos estudos de correntes filosóficas ou à reflexão mais ou menos abstracta (p.

59).

É neste contexto que o currículo é não só uma construção cultural (Grundy, 1987), mas

também uma construção social (Goodson, 1997), que responde a várias questões

relacionadas com o conhecimento sendo a mais pertinente “de quem é o conhecimento

mais valioso?” (Apple, 1999 a).

Segundo Fourquin (2000, citado por Pacheco, 2007), “qualquer resposta relativa ao

conhecimento só pode ser encontrada no entendimento de que o currículo é um projecto

marcado tanto pelo universalismo quanto pelo relativismo do que realmente é

aprendido” (p. 59).

1.1.11. Natureza e Âmbito do Desenvolvimento Curricular

Kliebard (1985, citado por Pacheco, 2007), afirma que “não há nada raro e misterioso

sobre o desenvolvimento do currículo, nem requer um elevado grau de especialização

técnica nem está reservado exclusivamente aos consagrados, mas representa, sem

dúvida, uma questão muito complexa” (p. 63).

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A sua conceituação é uma complexidade inicial. A noção de desenvolvimento curricular

provém da noção perfilhada de currículo, assim como a existência das diferenças nas

teorias curriculares.

Relativamente à teoria técnica, os projetos de currículo como um plano de ação

pedagógica ou como um produto que se reserva à aquisição de resultados de

aprendizagem elaborados no enquadramento da escola, conjeturam um desenvolvimento

repartido em três momentos primordiais: elaboração, implementação e avaliação, tudo

conciliando-se numa racionalização dos meios em função dos objetivos e dos

resultados, resultando a denominada “consciência tecnológica” (Giroux, 1981) ou

“racionalidade técnica” (Schön, 1983; 1987).

Na teoria prática quando se espera do currículo como um projeto que é produto de uma

“racionalidade prática”, nesse caso, despreza-se a divisão entre os três momentos

referidos anteriormente no que se refere à teoria técnica defendendo-se que o processo

consiste num empreendimento compartilhado e que as opções dos professores não são

necessárias, mas apenas unicamente inevitáveis.

Na teoria crítica, ainda mais se potencializa a correlação do processo de

desenvolvimento do currículo que deve ser percebido como uma problemática

reconhecendo-se, tanto aos professores como aos alunos, o direito de proceder conforme

lhes pareça para negociar e demarcar os conteúdos curriculares, insistindo-se assim, na

ideia de incorporar os professores em comunidades críticas, atendendo a que as escolas

estariam formadas para aprendizagem reflexiva (Grundy, 1987; Kemmis, 1988).

Todavia, e apesar das diversas conceções de currículo, segundo Gay (1991, citado por

Pacheco, 2007),

reconhece-se que o desenvolvimento curricular é um processo de construção que

envolve pessoas e procedimentos acerca destas interrogações: quem toma decisões

acerca das questões curriculares? Que escolhas são feitas e que decisões são tomadas?

Como é que estas decisões são implementadas? (p. 64).

Com base em trabalhos de Taba, Klein e Gay (1983) (1985) (1991) Pacheco refere que,

Pela sua própria natureza, o desenvolvimento do currículo pode ser caracterizado por

estes aspectos: a) é um processo interpessoal que reúne vários actores com diferentes

pontos de vista sobre o ensino e aprendizagem e com poderes, explícitos ou implícitos,

de decisão curricular; b) é um processo político que se traduz na tomada de decisões a

nível nacional, regional e local e que conta com a influência de vários grupos que

dispõem de poder de negociação curricular; c) é um empreendimento social que envolve

pessoas no desempenho de papéis – com as potencialidades, disponibilidades e

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obstáculos inerentes – de acordo com diferentes interesses, valores e ideologias; d) é um

processo de colaboração e cooperação entre os diversos intervenientes que tomam

decisões curriculares; e) é um sistema desarticulado da prática de tomada de decisões:

não é um processo puramente racional e cientificamente objectivo nem um processo

nitidamente sequenciado e sistemático; depende de um método prático e simples, pois

as decisões curriculares são frequentemente tomadas através de movimentos pequenos e

progressivos ou sobre problemas específicos e não propriamente através de reformas

globais (p. 64).

Na medida em que a ideia de currículo engloba sobretudo as noções de um objetivo, de

um processo de formação (ou processo de ensino e aprendizagem) e de um contexto

delimitado (na educação formal ou informal), em contrapartida, a ideia de

desenvolvimento curricular expõe-se essencialmente ao seu processo de construção, ou

seja, à conceção, implementação e avaliação.

Nesta situação, numa receção prolongada, o desenvolvimento curricular explica-se,

segundo Ribeiro (1990, citado por Pacheco, 2007),

como um processo dinâmico e contínuo que engloba diferentes fases, desde a

justificação do currículo até à sua avaliação e passando necessariamente pelos

momentos de concepção-elaboração e de implementação. Num sentido mais restrito,

que na linguagem corrente aparece como o mais comum, o desenvolvimento curricular

identificar-se-ia apenas com a construção (isto é, desenvolvimento) do plano curricular,

tendo presente o contexto e justificação que o suportam bem como as condições da sua

execução. Seguir-se-ia, depois, a fase de implementação dos planos e programas na

situação concreta de ensino e, concomitantemente, o processo de avaliação da respetiva

execução (p. 64).

Desta forma, o desenvolvimento curricular constitui um processo difícil e dinâmico que

corresponde a uma re(construção) de tomada de decisões de forma a instituir-se, na base

de princípios reais, uma ligação entre o propósito e a realidade, ou melhor, entre o

projeto socioeducativo e o projeto didático, uma vez que o desenvolvimento curricular

equivale não só ao momento da construção do currículo, assim como ao momento da

sua implementação.

Existem algumas dicotomias propostas: currículo/instrução (Johnson, 1967);

design/implementação (Zais, 1981); currículo/planificação do currículo (Lawton, 1986).

De acordo com Goodlad (1979, citado por Pacheco, 2007),

De certo modo, podemos considerar que os estudos sobre o desenvolvimento curricular,

no intento de definir a sua natureza ou o seu âmbito, referem-se – quase

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obrigatoriamente – às estruturas ou aos aspectos interdependentes de um dado projecto:

substantivos que se reportam aos elementos nucleares do currículo (objectivos,

conteúdos, actividades, recursos e avaliação); sociopolíticos que definem a abrangência

das decisões presentes no currículo; técnico-profissionais que se relacionam com a

metodologia e modos de operacionalização curricular (p. 65).

Consequentemente, e mesmo que os agentes sejam desiguais, não existe espaço a uma

incompatibilidade entre o design (planeamento) do currículo e a implementação do

mesmo atendendo a que constituem ocasiões interligadas, que procedem do modelo

pensado na política curricular e da vigilância e autonomia existentes nas decisões

curriculares.

É de referir, que mesmo que se admita como dominante a “racionalidade técnica”, a

realidade acaba por sustentar que o currículo constitui uma prática que consiste segundo

Varela Freitas (1988, citado por Pacheco, 2007), numa “tarefa que compete a muitos

profissionais. O mais exposto, e por isso mesmo o que aparece com maior responsável,

é o professor. Mas ele é apenas o último executor de todo o plano, pelo que há

responsabilidades a partilhar” (p. 65).

Consequentemente, o conceito de desenvolvimento curricular requer um processo de

design ou de conceção da ação pedagógica, que sucede nos mais variados âmbitos de

decisão e que faz parte das circunstâncias efetivas, dos meios e restrições existentes.

Assim, o design pode denotar tanto o planeamento curricular como a programação e a

planificação didática e que num modelo tecnológico equivalem a momentos variados,

com participantes que possuem competências bastante distintas.

Neste sentido, o exercício de progredir o currículo constitui uma ação que combina uma

intencionalidade dependente de uma estratégia de planificação na linha da sua abertura

ou do seu fechamento aos diversos intervenientes. Independentemente do seu grau de

complexidade, o currículo deve ser determinado numa perspetiva orientadora e não

determinante da prática.

Segundo Gay (1991, citado por Pacheco, 2007), “a questão central para compreender a

dinâmica do desenvolvimento do currículo consiste em saber quem controla o processo

de tomada de decisões e de que forma esse controlo é exercido” (p. 66).

De acordo com Elmore e Sykes (1992, citado por Pacheco, 2007), “ora, tudo depende

do controlo organizacional de uma dada política curricular que, formalmente,

corresponde ao conjunto de leis e regulamentações que dizem respeito ao que deve ser

ensinado nas escolas” (p. 66).

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Não obstante, a política curricular constitui uma ação simbólica, que exprime um

conjunto de ideias para a organização da autoridade, que envolve tanto as decisões das

instâncias políticas como as decisões dos contextos escolares sendo executada através

de três modelos de instrumentos: normativos explícitos e objetivos (leis, decretos-leis,

portarias, despachos normativos); normativos interpretativos e subjetivos (circulares e

ofícios circulares); documentos de orientação e de apoio (textos de apoio, documentos

internos da escola).

Desta forma, é possível compreender, que são diversas as forças que influenciam o

processo de desenvolvimento do currículo, tais como forças de influência formal e

informal. O currículo resulta do entrelaçamento de todas estas forças de influência

formais e informais, possuindo como clientes e atores os empregadores, as instituições

de formação, os encarregados de educação, os órgãos de decisão política e educativa, os

professores, os alunos, entre outros, que admitem entre si uma função comparticipante

no sentido de cooperar para a aprendizagem dos alunos.

As decisões curriculares ocorrem sobre objetivos, conteúdos, experiências de

aprendizagem (atividades), recursos e avaliação, independentemente de qual o nível de

planificação.

A forma como se conjugam estas decisões e a autonomia que é permitida aos

intervenientes diretos no desenvolvimento do currículo, sobretudo aos professores,

depende tanto do modelo de organização curricular, como da inter-relação entre o

currículo formal e o oculto.

Osteopatia 1.2.

1.2.1. Osteopatia – conceitos e definições /Para a definição da osteopatia

Interpretado no sentido literal da palavra, Osteopatia significa “transformação

patológica do osso”, no entanto esta definição pode ocasionar mal entendidos. Assim

sendo, Still (1885) escolheu este nome para o seu conceito terapêutico, pois tinha

principiado as suas investigações com o osso e, no início, tinha-se centralizado na

normalização do esqueleto. Este, também reconheceu a importância de um

funcionamento correto do sistema músculo-esquelético para o bem-estar total do

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individuo. O sistema músculo-esquelético abrange 60% do organismo humano, é o meio

pelo qual exercemos e expressámos a nossa existência humana. Por este motivo uniu os

termos osso (“osteo”) e sofrimento, doença (“pathos”), adquirindo a palavra

“osteopatia”.

A Osteopatia é um conceito filosófico e terapêutico muito específico que se baseia em

alguns fundamentos simples, inteiramente ignorados pela medicina da época de Still e

ainda muitas vezes, hoje-em-dia (Tricot, 2003).

O organismo é uma máquina vital, uma estrutura anatómica com funções fisiológicas,

que permanecerá são enquanto a estrutura permanecer normal, mas se a estrutura se

alterar haverá um efeito adverso sobre o seu funcionamento.

A Osteopatia é uma medicina suave e gentil, quando é exercida por mãos inteligentes e

é adequada tanto para crianças e adultos, como para os idosos e desportistas. E se ainda

assim continua a ser marginalizada da medicina tradicional, tem no entanto, devido aos

seus bons resultados, conseguido obter, dia a dia, as suas cartas de excelência. A falta de

compreensão do que tem sido a matéria constitui, frequentemente, o resultado do

desconhecimento, da falta de comunicação entre as diversas correntes da medicina ou,

simplesmente uma divergência de interesses. Todavia, é de referir que o paciente deve

ter a capacidade de usufruir inteiramente de qualquer forma possível de tratamento

(Roulier, 1995).

É importante percebermos que se a Osteopatia não constitui nem um suposto remédio

universal para todos os males físicos e morais, nem constitui uma solução milagrosa

para tudo, possibilita porém, uma resposta face a determinadas fraquezas que

apresentam os métodos convencionais (Roulier, 1995).

O raciocínio que orienta esta prática médica fundamenta-se na pesquisa da relação causa

e efeito entre as perturbações mecânicas dos ossos, músculos e órgãos e nas doenças

(lesões osteopáticas) que eles causam. O tratamento osteopático pretende reequilibrar as

estruturas do corpo, através da utilização de determinadas técnicas precisas objetivando

o retorno da circulação normal de fluidos e energia nervosa.

Segundo Roulier (1995), “a mudança da relação do homem com a sua saúde, entendida

como uma maior responsabilidade pessoal, passa necessariamente pelo conhecimento

elementar de noções de anatomia, fisiologia e as relações entre o homem e o seu

ambiente” (p. 18).

Ainda segundo Roulier (1995),

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a osteopatia requer um olhar diferente sobre nós, sobre os outros e com o meio ambiente

e apela a uma evolução da ciência médica no sentido de um maior bem-estar dos seres

humanos, ou seja, no sentido de combater as causas da doença (p. 18).

É de salientar que para que seja possível a realização destes objetivos é necessário

assegurar ao nosso corpo a atenção que ele merece.

A Osteopatia é uma verdadeira medicina alternativa que complementa e enriquece a

medicina tradicional dando resposta à maioria dos males do nosso tempo, uma vez que

possui uma abordagem simples e coerente, acessível para todos e oferece um leque de

várias técnicas específicas adaptáveis a cada caso particular (Roulier, 1995).

Ao longo do tempo foram realizadas várias tentativas para definir a Osteopatia numa

única frase que fosse em simultâneo simples de compreender e completa o suficiente

para possibilitar entender do que na realidade se trata. Desta forma surgiram diversas

definições, sem que nenhuma fosse plenamente suficiente para todas as partes

interessadas (e é de notar que algumas delas nem sequer são completamente

compreensíveis sem algum tipo de elucidação adicional) (Stone, 1999).

A Osteopatia é muito difícil de descrever de forma sucinta e, por conseguinte a melhor

forma de apresentar o tema a potenciais estudantes ou a quem queira compreender a

natureza da prática osteopática será através de uma descrição ilustrativa, dando

exemplos práticos que possam servir de orientação para uma posterior análise mais

pormenorizada (Stone, 1999).

Segundo Stone (1999),

A osteopatia integra elementos de medicina, biomecânica e traumatologia. Do ponto de

vista clínico, normalmente, os osteopatas têm interesse nas seguintes áreas: Medicina:

pacientes com uma grande variedade de patologias podem ser ajudadas através da

Osteopatia. Biomecânica: os osteopatas têm grande interesse na área da biomecânica, uma

vez que relacionam a forma/estrutura com a função, apresentando uma variedade de

opiniões relevantes acerca do que constitui a postura correta e o movimento normal das

diversas partes do corpo e a forma como a atividade de uma parte afeta o funcionamento de

todas as outras. Traumatologia: Para além da ajuda direta a pacientes com problemas

médicos os osteopatas têm um grande interesse no campo da traumatologia e da

reabilitação, desde lesões pequenas em tecidos moles até grandes lesões em tecidos moles e

mesmo ósseas (p. 1).

Os osteopatas, geralmente, são mais conhecidos pelo seu trabalho na área da

Traumatologia, em especial no que concerne a lesões ligeiras dos tecidos moles.

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Alguns osteopatas aceitam esta redução do seu âmbito de atuação, mas outros têm

interesses mais vastos e defendem uma prática mais abrangente (alcançando todas as

áreas acima apresentadas).

Todos os osteopatas têm um interesse especial pela área da biomecânica, realizando o

tratamento pelo meio do toque e da manipulação (Stone, 1999).

A Osteopatia é um sistema médico de técnicas manuais: emprega o movimento do

corpo humano para ajudar a manter e restabelecer o normal (ou o mais normal possível)

funcionamento do organismo, de forma a que o corpo seja capaz de melhor se regenerar

de qualquer stress/trauma/doença, a que possa estar exposto ou desenvolver (Stone,

1999).

As técnicas manuais podem ser aplicadas em qualquer patologia ou situação (com

resultados finais variados). Qualquer que seja a causa ou a etiologia da condição, existe

sempre um papel a desempenhar por parte do osteopata. Este pode variar desde a

resolução completa do problema e cura da patologia subjacente até à melhoria da

condição de vida do paciente mesmo dadas as suas condições de saúde (Stone, 1999).

Para Stone (1999),

Estas diferentes opiniões acerca da osteopatia surgiram porque os osteopatas acreditam

que alterações na dinâmica de movimentos/restrições ao movimento normal das partes

móveis do corpo e alterações de tónus, capacidade de contração e de elasticidade dos

tecidos moles do corpo podem originar alterações fisiológicas e mentais/emocionais (p.

3).

Em muitos casos estas alterações antecedem alterações de processos fisiológicos ou

emocionais e podem ser consideradas a etiologia destas disfunções. A situação oposta

também se verifica; alterações a processos mentais/emocionais e fisiológicos podem

causar disfunções no tónus ou textura dos tecidos moles. Estas alterações afetam as

propriedades biomecânicas dos tecidos e dos órgãos das quais estes fazem parte.

Subsequentemente, são afetadas as funções normais da área afetada e de outras áreas do

corpo ao longo do tempo, pois o organismo tentará compensar a falha. Desta forma, a

causa e o efeito encontram-se interligados (Stone, 1999).

Segundo Stone (1999),

É geralmente aceite pelos osteopatas que a presença de restrições ao movimento e

tensões nos tecidos moles pode ter interferência na forma como o corpo se adapta,

reage, e trata de forma autónoma os diversos tipos de patologias e traumas (p. 3).

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Do ponto de vista clínico, considera-se que a melhoria dos movimentos corporais terá

um efeito positivo na saúde mental/emocional dos pacientes e na eficiência fisiológica,

melhorando assim o estado geral de saúde (Stone, 1999).

Sob esta perspetiva, os osteopatas acreditam por isso, que podem ter influência direta no

estado de saúde dos pacientes, ao invés de apenas tratarem os efeitos da doença ou a

disfunção apresentada (Stone, 1999).

1.2.2. Evolução histórica da Osteopatia

A Osteopatia foi fundada e desenvolvida por um médico americano que viveu no século

passado: Andrew Taylor Still (1828-1917). Andrew Taylor Still nasceu a 06 de agosto

de 1828, em Jonesville. Era filho de Abraham Still que exercia funções comuns daquela

época, tais como, funções de um missionário, pregador, médico, pastor metodista e

agricultor. A sua mãe, Martha Poague Moore, uma mulher austera, criou os seus filhos

num ambiente fortemente religioso. Foi a partir deste princípio que Still foi

desenvolvendo uma forte crença em Deus como o Criador perfeito de todas as coisas.

Desta forma, aumentou a sua crença de que toda a criação era perfeita, incluindo o

corpo humano. Ele proclamou que um corpo perfeito seria capaz de se curar a si mesmo

e iria conter em si os meios necessários para o fazer (DiGiovanna, Schiowitz &

Dowling, 2005).

Naquela época, o médico das almas também era frequentemente o médico dos corpos.

Still (pai da Osteopatia) recebeu uma educação baseada nos valores tradicionais

religiosos e sociais. A sua educação metodista despertou-o na procura da perfeição e na

recusa do álcool e frivolidades. A sua vida permitiu-lhe ter uma convivência próxima e

prolongada com a natureza, o que lhe possibilitou descobrir a vida na sua expressão

mais natural. Desde cedo apaixonado pela vida animal, revelou ter descoberto a

anatomia através da dissecação de animais mortos o que lhe permitiu obter uma

aprendizagem grande sobre a organização do corpo vivo. Sendo um caçador, como a

maioria dos homens na fronteira foram, Andrew Still tirava a pele dos animais que

matava, o que lhe permitiu assim desenvolver um fascínio com os seus músculos, ossos

e articulações. Still nunca abandonou o seu estudo da anatomia e sempre instruiu os

seus alunos no sentido de uma forte e sólida experiência e conhecimento em anatomia

como base para diagnóstico e tratamento (Tricot, 2003).

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A partir da década de 1850 Still ajudou o seu pai e exerceu a dupla atividade de

agricultor e médico. Entusiasta por mecânica usou os seus conhecimentos para melhorar

máquinas agrícolas, vivendo algum tempo da comercialização das suas criações. Desta

forma, a paixão de Still pela mecânica fez com que observasse e estudasse o organismo

humano como uma máquina (Tricot, 2003).

Apesar de Still ser anti-escravidão, ainda se juntou aos confederados/aliados durante a

Guerra Civil (1861-1865). Foi um médico e cirurgião e ao longo desse tempo obteve

uma grande experiência na área da anatomia e fisiologia do homem vivo.

Descobriu também a relativa impotência do médico contra o sofrimento humano,

porque nem sempre consegue ter resposta para todas as situações. Ainda descobriu, com

surpresa, que existia uma menor mortalidade infantil em populações onde os médicos

eram raros. A descoberta de que as pessoas sobreviviam melhor sem médicos propõe a

existência de um potencial intrínseco ao homem que lhe possibilita ultrapassar a doença

e recuperar a saúde (Tricot, 2003).

Na década de 1860 (Still tinha mais de trinta anos) praticou essas atividades distintas,

particularmente a de agricultor e a de médico. O ano de 1865 assinalou um ponto de

viragem na sua vida, porque perdeu três dos seus filhos e a sua jovem mulher durante

uma epidemia de meningite cerebrospinal. Como consequência desta situação, Still

ficou traumatizado devido à sua impotência como um médico contra a doença e

permaneceu obcecado pela forma mais eficaz de encontrar a cura para a enfermidade.

Porém, não desistiu, iniciou um período de recolhimento para reflexão (junto dos índios

Shawnee, Kansas). Desta forma, desenvolveu um estudo intensivo do corpo humano,

dando atenção à maravilha que a saúde pode ser, em vez de se concentrar na doença

(Tricot, 2003).

A partir do descontentamento que Still sentia com a medicina que se praticava nessa

época e com as excessivas prescrições de medicamentos, sangrias entre outros métodos

da medicina da época, desenvolveu um sistema médico totalmente novo e integral, ao

qual denominou Osteopatia. Mas só em 1885 nasce o termo Osteopatia (até essa altura

apelidava-se de “terapeuta magnético” ou “manipulador de ossos relaxante”.

Em 1874, viveu uma experiência decisiva no desenvolvimento da Osteopatia: durante

uma epidemia, curou uma criança que sofria de uma disenteria (infeção intestinal, que

provoca dores abdominais, diarreia dolorosa com presença de sangue, de pus e de muco,

quase sempre mortal naquela época). Foi a primeira vez que ele colocou em prática as

suas observações e trabalhos anteriores. Still tratou de todos os casos que lhe foram

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entregues, dezassete no total. Em 22 de junho revelou nas suas notas pessoais ter criado

a Osteopatia. Assim, no ano 1874 surgiram publicamente e pela primeira vez os

fundamentos filosóficos e práticos da Osteopatia, após anos de trabalho e estudo

(Tricot, 2003).

A partir dessa altura, como qualquer inovador, posteriormente, Still deparou-se com

grandes obstáculos, porque teve que enfrentar o afastamento dos seus colegas médicos e

do clero. Foi julgado como um seguidor do diabo, uma vez que tinha a capacidade de

curar manualmente todos os tipos de doenças, envolvendo algumas consideradas

incuráveis. Grande parte da família de Still também se separou dele. Consequentemente,

como ele não queria receber nenhuma remuneração por uma atividade que era

considerada experimental, acabou por se defrontar com grandes dificuldades

económicas (Tricot, 2003).

Entre 1878 e 1885 Still praticou uma Osteopatia sob a forma de vendedor de rua e foi

retirando de forma progressiva a aplicação de medicamentos. Foram centenas de

pessoas que reclamaram os seus cuidados. Naquele tempo, acabou por ganhar uma

reputação que ultrapassou as fronteiras de estados vizinhos. No final de 1880 Still

começou a formar os seus filhos, porque não conseguia atender todas as pessoas que

apareciam e queriam ser examinadas por ele. Desta forma, os filhos de Still foram os

primeiros osteopatas formados, o que permitiu provar que a Osteopatia não é um dom

inato, mas pode ser ensinada e transmitida (Tricot, 2003).

Em 1892, fundou a primeira escola de Osteopatia no mundo, a Escola Americana de

Osteopatia (American School of Osteopathy) situada em Kirksville, Missouri, onde se

ensinava além das ciências básicas, anatomia e fisiologia, as suas teorias de saúde e

doença e o método que ele tinha aperfeiçoado. E para diferenciar o seu ensino daquele

que é ensinado nas universidades de medicina alopática (D. M.), criou um doutorado de

Medicina Osteopática (D. O.). Entre 1892 e 1900 o movimento osteopático teve um

grande desenvolvimento nos Estados Unidos. Desde 1898 A.T. Still foi

progressivamente removido da educação e prática da Osteopatia, começando assim a

escrever (Autobiografia, Filosofia da Osteopatia e Pesquisa e Prática). Ou seja, resumiu

o seu pensamento em três obras: escreveu em 1899 – Phylosophy of osteopathy; em

1908 – Autobiography; em 1910 – Osteopathy research and practice. A partir de 1914,

Still esteva doente e ainda viveu na aposentação. Ainda assim, continuou a ser célebre,

prezado e estimado quer pelos seus alunos, quer pelos seus compatriotas.

Denominavam-no como "o velho médico" e A.T. Still acabou por falecer em 1917, com

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89 anos, seis meses após uma estátua ter sido revelada em sua homenagem na praça do

tribunal Kirksville, onde está hoje, tendo deixado atrás de si uma herança muito

importante para as terapias médicas. Coincidiu, em simultâneo, com o regresso a

Londres de um dos seus alunos, J. M. Little John, natural da Grã-Bretanha, que alargou

o campo da Osteopatia, concentrando-se não só na anatomia mas salientando também o

aspeto fisiológico, fundando assim, a British School of Osteopathy. Essa Escola

representou a fonte de toda uma corrente osteopática na Europa. Desta forma, é possível

compreender que através de J. M. Little John, a Osteopatia entrou na Europa, fundando-

se a primeira Escola de Osteopatia em Inglaterra, em 1917: The British School of

Osteopathy, que existe, hoje, em Londres e foi a primeira instituição de educação

osteopática fora dos Estados Unidos (Tricot, 2003).

Na mesma época, nasceu uma nova corrente da Osteopatia, graças a William Garner

Sutherland (1880 – 1954). Sutherland estudou a anatomia do crânio durante mais de 30

anos. Ele é o pai da Osteopatia Sacro-Craniana. Foi também aluno de A. T. Still em

1895. Com 25 anos, Sutherland deixou a sua profissão de jornalista para estudar com

Dr. A. T. Still em Kirksville/Missouri. Após ter finalizado com sucesso os estudos,

obteve em 1900 o título de “Doutor em Osteopatia” (Ricard, Sallé, 2003).

Atualmente, outros osteopatas, aprofundaram a base científica e técnica da Osteopatia,

com o objetivo de evitar o empirismo e oferecer-lhe a base científica necessária. É

importante referir Werhman, Jones, Mitchell, Brooks, Frymann, Magoun, Becker, o

fisiologista I. Koor, Fryette, Hoover, Upledger, entre outros (Ricard, Sallé, 2003).

Em 1957, sob a direção de Paul Geny, instituiu-se a “Ecole Française d’Osteopathie”,

que, devido às retaliações governamentais, foi transferida para Inglaterra em 1960,

convertendo-se na “Europeen School of Osteopathy” em Maidstone. Desde os anos

oitenta, a Osteopatia vem alcançando cada vez maior relevância na Europa, abrindo

vários institutos de formação e ampliação de estudos.

Nos mais de 120 anos que se passaram desde que Still fundou a Osteopatia, a profissão

que ele começou tornou-se numa disciplina mundial. A Osteopatia conseguiu o

reconhecimento dos seus estatutos e constitui uma parte do sistema de saúde em muitos

países, nomeadamente nos de língua inglesa. Nos anos 90, assistiu-se ao crescimento de

uma nova abordagem da saúde do homem, a qual é encarada numa perspetiva holística.

Isto acontece, como resultado do aumento das investigações científicas e do aumento de

comunicação entre as diferentes terapias médicas. Trabalhar em conjunto é a chave para

um novo desenvolvimento nas ciências médicas.

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1.2.3. Entrada em Portugal

1.2.3.1. Osteopatia em Portugal

A Osteopatia foi estabelecida em Portugal no ano de 1978, através do Doutor em

Osteopatia Mário Alberto Borges de Sousa, que veio da África do Sul. O Doutor Borges

de Sousa licenciou-se no ano de 1960 em Osteopatia, na África do Sul, através da

Faculdade de Osteopatas do Lindlaher College of Natural Therapeuthic of South África.

Inscreveu-se nos Serviços de Saúde de Pretória como Clínico Osteopata, com o número

14/2/5 (362) tendo praticado clínica osteopática, em Johannesburg, até finais de 1977.

É de salientar, que o Doutor Borges de Sousa é o único osteopata em Portugal que

realizou um Exame de Competência Profissional em Osteopatia (Processo nº.

6/SS/COMP, de 1986).

Através do seu curso superior de Osteopatia conseguiu uma equiparação que lhe

possibilitou realizar um Mestrado em Portugal pela, Universidade Moderna de Lisboa.

Defendeu a seguinte tese em 1998: “Medicinas Complementares e o seu

Desenvolvimento no Contexto Económico e Social: importância do Enquadramento

destas Medicinas no Serviço Nacional de Saúde Português”. Este trabalho académico e

científico, que motivou o reconhecimento das seis Terapias não Convencionais, pelo

Parlamento Português, Lei 45/2003 de 22 de Agosto.

Foi nos finais dos anos 70, que o Doutor Borges de Sousa inseriu e implementou a

Osteopatia em Portugal (é de notar que nessa altura a Osteopatia não era conhecida,

nem murmurada em Portugal) tendo-se acabado por incorporar numa equipa de

ortopedistas, durante um período de 9 anos e meio.

Através do Doutor Borges de Sousa, foi possível propagar e fazer progredir a

Osteopatia: como osteopata profissional (Clínica Osteopática Dr. Borges de Sousa em

Lisboa); com dezenas de palestras e conferências em Universidades e Escolas

Superiores de Saúde; e como Diretor e responsável pelos cursos Superiores de

Osteopatia, em Lisboa, da Oxford Brookes University de 1998 a 2005.

Este desenvolveu, também, a atividade como Coordenador dos Cursos de Formação em

Osteopatia da Universidade Lusíada de Lisboa, de 2005 até 2009 e, atualmente

desenvolve a atividade como Diretor do Instituto de Técnicas de Saúde (ITS) – Colégio

de Formação Profissional de Osteopatas, com a existência de Centro de Estágios, onde

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se preparam e formam osteopatas. Este Centro de Estágios do ITS oferece, ainda,

tratamentos osteopáticos gratuitos a pessoas com dores osteomusculares e com

dificuldades económicas tendo desta forma já efetuado cerca de 7 milhares de

tratamentos em Lisboa e também na cidade do Porto.

Com o Doutor Borges de Sousa, foram concebidas várias associações, tais como: a

ANO (Associação Nacional de Osteopatas), que foi a primeira associação de osteopatas,

criada em Portugal em 1983; posteriormente foi criada a ACPO (Associação Colegial

Portuguesa de Osteopatas) sendo a segunda associação de osteopatas gerada em

Portugal. Fundou, seguidamente, o ITS (Instituto de Técnicas de Saúde), que constitui

uma associação profissional de osteopatas, que integra o Colégio de Formação

Profissional de Osteopatas e desta forma, com estas associações permitiu ao Doutor

Borges de Sousa fundar a FPO (Federação Portuguesa de Osteopatas), em 2001, na qual

foi Presidente da direção até fins de 2005. Desta forma, o ITS desvinculou-se da FPO e

o Douto Borges de Sousa, com outros osteopatas fundaram a OSTEOPAT, Associação

Portuguesa dos Profissionais de Osteopatia, que com o ITS e a AROP (Associação e

Registo dos Osteopatas de Portugal) fundaram a federação FEOP (Federação dos

Osteopatas de Portugal), federação esta, que se encontra registada na ACSS

(Administração Central do Sistema de Saúde).

O objetivo de tudo isto é por um lado possibilitar o desenvolvimento e o conhecimento,

ao mundo da osteopatia, bem como da sua credibilidade e do seu desenvolvimento, em

Portugal. Por outro lado, pretende-se enfatizar o facto de o ITS ter vindo a formar

osteopatas bem qualificados para o mercado de trabalho.

O Doutor Borges de Sousa convidou várias personalidades bastante conhecidas,

mundialmente, na área da Osteopatia, a vir a Portugal administrar seminários e

workshops, como por exemplo, Eyal Lederman, Jose Kunzler (em Clínica Osteopática),

Laurence Charles Butler (professor de neurologia aplicada à osteopatia da British

School of Osteopathy), Valéria Ferreira (professora na British School of Osteopathy de

Osteopatia Visceral), Jean Pierre Hyspa (médico e professor em escolas osteopáticas –

Collège Osteopathique de Provence, França e outros), Averille Morgan (com o

seminário “A Osteopatia na gravidez e parto”), M.Walter Lieweollyn McKone

(professor na British School com 15 anos de prática de Clinica desportiva e com 5

publicações editadas em língua inglesa e língua alemã), Fabiano da Silva (Clínico

Osteopata de crianças no Osteopathic Center for Children, Londres), Cristina Gioja

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(professora na Academia Superior di Medicina Osteopatica, Roma), Jason Haxton

(Diretor do Museu da A.T. Still University de Kirksville, Estados Unidos). 11

1.2.3.2. Importância da Osteopatia em Portugal

No século XX foi possível haver uma melhoria progressiva da longevidade, porque os

benefícios médico-sociais, económicos, políticos e culturais progrediram

expressivamente. Desta forma, conseguiu-se promover o bem-estar social e a qualidade

de vida das pessoas, contribuindo ainda para uma alteração demográfica e,

consecutivamente a um aumento da esperança média da vida.

É importante termos em consideração que no século atual, a longevidade atinge uma

esperança de vida, em média de 70 a 80 anos, tendo assim a possibilidade de constituir

um fator fundamental para o desenvolvimento económico e social das sociedades

modernas.

A conciliação da autonomia das pessoas idosas, com a sua participação ativa na

sociedade constitui um dos desafios primordiais que se expõem à sociedade do século

XXI. Desta forma, é possível compreender que este novo padrão de referência do

envelhecimento, ademais de ter em consideração os idosos como participantes ativos na

sociedade, proporciona o alicerce para uma nova promoção de saúde e para uma

melhoria no conjunto das condições para o bem-estar de um indivíduo. Contudo, é de

notar, que aquilo que se vê na sociedade atual, é o repelir/ignorar da experiência da vida

do idoso, desprezando uma competência prolífica que poderá ser muito relevante para a

harmonia e para a estrutura social dessa mesma sociedade. Esta situação é bastante

evidente na sociedade portuguesa, uma vez que frequentemente os idosos estão sentados

em bancos de jardins ou inativos em frente à televisão ou, ainda a viver em lares da

terceira idade.

Atendendo a que Portugal possui um índice de envelhecimento considerável, torna-se

essencial haver uma modificação da sua política de saúde em favor da precaução e por

consequência da manutenção da saúde da população.

É importante referir que segundo especialistas, as doenças osteomusculares são as

patologias crónicas, que para além de terem um maior impacto negativo na qualidade de

vida do indivíduo, são também a primeira causa de consumo de cuidados de saúde e de

1 http://www.osteopatiaemportugal.com.pt/pt/acerca-da-osteopatia-em-portugal

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incapacidade nos indivíduos, com maior longevidade. É de notar que estas doenças

afetam o dia-a-dia em cerca de 80% dos doentes, que vão à consulta externa.

Assim, Portugal deverá começar a pesquisar outras formas de tratamento eficientes para

estas patologias. Isto significa, que é importante possibilitar o recurso a outro tipo de

terapias aos idosos, com o objetivo de proporcionar à população envelhecida o melhor

bem-estar, através de terapias que atuem no mecanismo osteomuscular degenerado e

que sejam menos agressivas.

Desta forma, é neste contexto que a Osteopatia pode proporcionar um benefício em

relação à população, atendendo a que o seu objetivo perante a população é de executar a

prevenção e o retardamento das degenerações osteomusculares de origem mecânica,

oferecer melhor mobilidade articular e eliminar as dores articulares.

É de notar, que o tratamento osteopático é diferente de qualquer outra terapia, é menos

agressivo e melhor tolerado, pretendendo melhorar a qualidade de vida do indivíduo.

Possui vários benefícios, tais como: pode ter aplicação em qualquer idade; permite

melhorar a postura; retarda os sintomas de desgaste articular; elimina a dor nos

problemas osteomusculares de origem mecânica; melhora a mobilidade articular;

estimula a força e a flexibilidade;

No entanto, como qualquer outra terapia, a Osteopatia também possui algumas

contraindicações, como por exemplo: tumores; quadros articulares agudos como artrite

reumatóide; lúpus; espondilite anquilosante; artropatias traumáticas recentes; anquilose;

insuficiências circulatórias localizadas; síndroma vertebro-basilar; hérnia discal

extrusada; e estados infeciosos.

Prevê-se que o futuro dos cuidados de saúde possibilite dar cumprimento à Lei nº.

45/2003 de 22/8 que regulamenta as Terapias Não Convencionais onde a Osteopatia

está integrada. Esta temática torna-se mais difícil se tivermos em conta os constituintes

que compõem os cuidados de saúde - preço e qualidade - além de que a Osteopatia

constitui um método terapêutico muito barato, devido a recorrer a testes simples como

meio de diagnóstico, não utiliza consumíveis (medicamentos, injetáveis, etc.) e usa

como tratamento as mãos como instrumento de trabalho.

Desta forma é possível concluir que a Osteopatia, apesar de não constituir a resposta

para todas as enfermidades, é um tratamento essencial para os problemas

osteomusculares, com um resultado muito significativo, no benefício à população em

geral e particularmente à idosa, como uma manutenção de saúde e bem-estar, de forma a

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manterem a sua dignidade e colaborar para um envelhecimento ativo, com autonomia e

independência. 2

1.2.3.3. A formação em Osteopatia em Portugal

A profissão de osteopata tem tido um desenvolvimento célere em Portugal e em toda a

Europa. Esta profissão foi estabelecida pelo Doutor Borges de Sousa, natural da África

do Sul, no ano de 1978.

É de salientar que a Osteopatia constitui uma Terapia Não Convencional regulamentada

em Portugal pela Lei nº. 71/2013 de 2 de Setembro que regulamenta a Lei nº.45/2003 de

22 de Agosto.

A Osteopatia compreende uma diversidade de especializações essenciais, tais como a

Osteopatia Pediátrica, a Osteopatia Desportiva, a Osteopatia Visceral e a Osteopatia

Craniana.

O ITS (Instituto de Técnicas de Saúde) foi a primeira Escola a ter algumas dessas

especializações (particularmente pediátrica, desportiva e visceral), administradas por

professores de escolas inglesas.

É importante termos o conhecimento de que o estatuto da Osteopatia em Portugal é

validado pelas seguintes instituições: ITS (Instituto de Técnicas de Saúde); Instituto

Piaget; Escola Superior de Saúde CRUZ VERMELHA PORTUGUESA; Escola

Superior de Saúde – Instituto Politécnico de Portalegre. 3

1.2.4. Osteopatia na União Europeia

Na União Europeia, a Osteopatia tem uma diversidade muito grande e por isso é que,

provavelmente, se justifica uma imprecisão em relação à Osteopatia (ao exercício da

profissão e à sua formação).

Na Europa, a formação de osteopatas é um pouco diferente, na medida em que a

regulamentação da profissão está agora a ser definida pelos vários países membros da

União Europeia, excetuando Inglaterra, onde os osteopatas são totalmente reconhecidos

como profissionais de saúde, integrando os Serviços de Saúde Oficiais. Isto significa

que, excluindo o Reino Unido, que é um país considerado um dos líderes mundiais na

2 http://www.osteopatiaemportugal.com.pt/pt/importancia-da-osteopatia-no-envelhecimento

3 http://www.osteopatiaemportugal.com.pt/pt/onde-se-formam-os-osteopatas-em-portugal

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área da saúde, no qual subsiste há décadas uma regulamentação completa da

Osteopatia/Medicina Osteopática, o título de Osteopata, Médico Osteopata, Osteopata

Registado, ou qualquer outro relacionado, estão protegidos por Lei. É de notar que

alguns países da União Europeia, na mesma direção, começaram há uns anos a

compreender o que era a autêntica osteopatia.

É importante termos em consideração que a Osteopatia é distinta de outras profissões

(como por exemplo, as profissões das Terapêuticas Convencionais), exceto no que diz

respeito às melhores relações possíveis para benefício dos utentes, porque a Osteopatia

constitui uma área única e específica do conhecimento, sendo desta forma uma

profissão autónoma, na qual todos os seus profissionais praticam com total

independência técnica e deontológica. Assim é indispensável que exista um crescimento

e se realize investigação científica nesta profissão, quer a nível doutoral como a nível

pós-doutoral, tal como acontece nos países desenvolvidos onde a Osteopatia/Medicina

Osteopática e Cirurgia está plenamente regulamentada.

É de salientar que se Portugal, em algum momento, proceder de um modo dispare, não

existe qualquer tipo de pretexto possível, uma vez que as Leis aprovadas na Assembleia

da República (AR) para o efeito assim o apontam - a Excelência.

No que diz respeito à Legislação Europeia (a ter efeitos e entrar em vigor a partir de

janeiro de 2016) é de salientar a atenção para a Diretiva 2013/55/UE do Parlamento

Europeu e do Conselho, de 20 de novembro de 2013, que modifica a Diretiva

2005/36/CE, referente ao reconhecimento de qualificações profissionais e o

Regulamento (UE) n.º 1024/2012, relativo à cooperação administrativa através do

Sistema de Informação do Mercado Interno («Regulamento IMI»). 4

É, então, possível entender que dentro da União Europeia não existe uma formação

uniformizada ou um quadro regulamentar para osteopatas, mas que tentativas estão a ser

realizadas para coordenar/regulamentar a profissão dentro da UE, pois existe um

conflito entre o princípio da livre circulação dos trabalhadores e o direito de praticar

Osteopatia em diferentes Estados membros.

É de referir, que existe um Fórum de Regulação Osteopática na Europa, que pretende

progredir no que diz respeito à proteção dos doentes na Europa promovendo um

4 http://www.osteopata-augustojhenriques.com/content/view/15/34/lang,portuguese/

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reconhecimento mais amplo e uma regulação de osteopatas, assim como elevados

padrões de tratamento osteopático: este Fórum é o FORE (FORUM FOR

OSTEOPATHIC REGULATION IN EUROPE). 5

O FORE agrupa associações de osteopatia, registos voluntários e reguladores

reconhecidos pelo governo objetivando melhorar as normas de cuidados de osteopatia

em toda a Europa. A ideia do FORE é suportada pelos seguintes objetivos estratégicos:

promover o reconhecimento e regulação da Osteopatia, como uma profissão de saúde

autónoma; garantir que as normas de saúde da osteopatia em toda a Europa sejam cada

vez mais consistentes; promover uma maior consciência da osteopatia e como esta,

devidamente regulamentada, pode oferecer um contributo considerável para a melhoria

da saúde dos cidadãos europeus; facultar um fórum inclusivo e transparente para

simplificar a tomada de decisão eficaz por membros FORE; contribuir com outras

organizações que compartilham os objetivos do FORE. 6

Presentemente, a Osteopatia é regulada em oito países europeus: Finlândia, França,

Islândia, Lichtenstein, Malta, Portugal, Suíça e Reino Unido. 7

EUROPEAN STANDARD – DRAFT prEN 16686

Osteopathic healthcare provision

Mais recentemente, em 2013 foi lançado o primeiro draft das normas europeias sobre a

osteopatia que aborda a questão do treino dos osteopatas e como a formação deve ser

organizada. Ou seja, este draft constitui uma orientação para programas de formação na

área da Osteopatia.

Segundo este EUROPEAN STANDARD – DRAFT prEN 16686 é importante termos

em consideração que um osteopata ou médico osteopata precisa de ter obtido um grau

de conhecimentos e competências, através da educação e formação que atenda as

características, que irão ser descritas seguidamente.

5 http://www.forewards.eu/

6 http://www.forewards.eu/about-us

7 http://www.forewards.eu/regulation

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Do ponto de vista das formas e/ou categorias de educação numa perspetiva geral existe

a regulamentação da prática da osteopatia e prevenção da prática por profissionais não

qualificados que exige um sistema apropriado de instrução, análise e licenciamento.

É de salientar, que existem Benchmarks para a educação que devem ter em consideração

os seguintes aspetos: conteúdos da formação; métodos da formação; a quem a instrução

deve ser fornecida e por quem; as funções e responsabilidades do futuro praticante; o

nível de escolaridade exigido, a fim de participar na formação da Osteopatia.

Existem dois tipos de instrução, dependendo da formação anterior e da experiência

clínica dos formandos: a) Tipo I - programas de formação que se destinam a pessoas

com pouca ou nenhuma instrução anterior em saúde, mas que tenham concluído o

ensino médio ou equivalente; b) Tipo II - programas de formação que são aplicados a

pessoas com formação prévia, como profissionais de saúde.

Algumas das características comuns de ambos os programas de formação (programas do

tipo I e programas do tipo II) são as seguintes: o tratamento manual de osteopatia

constitui um elemento distintivo da osteopatia, o que exige, por isso, competências não

só cognitivas como sensoriomotoras, requerendo tempo e prática para a aquisição dos

conhecimentos e para o desenvolvimento destas competências clínicas. A prática clínica

osteopática supervisionada torna-se um constituinte essencial da formação dos

profissionais de osteopatia. Esta deverá ser realizada num ambiente clínico e osteopático

adequado, para que se possa ministrar um ensino e suporte clínico de alta qualidade.

Relativamente às competências osteopáticas e ao ensino do exame físico deve ser dado

através de contato direto. No que se refere a outro tipo de conteúdo curricular

académico, já pode ser fornecido em diversos formatos de formação. É de referir, que é

essencial, que todos os programas envolvam um mínimo de 1.000 horas de prática

clínica osteopática supervisionada. Os prestadores de ensino e formação osteopática

deverão assegurar que o quadro de funcionários clínico e académico possuam, por um

lado, conhecimento profissional e educacional adequado, e por outro, competências e

experiência, preservadas com o crescimento profissional contínuo.

Relativamente aos programas do tipo I, especificamente, os modelos de ensino superior

(abrangendo as definições de ensino, a aprendizagem e as horas de contacto) variam

entre os países da Europa. Os requisitos para um programa do tipo I devem cumprir dois

dos três requisitos seguintes: não inferior a 4800 horas; não menos do que 240 European

Credit Transfer System (ECTS) créditos, com um mínimo de 60 créditos ECTS ao nível

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do segundo ciclo; uma qualificação de nível mestrado (precedida ou não de qualificação

de nível de bacharelado em separado).

No que se refere aos programas do tipo II, exclusivamente, a duração e o conteúdo de

um programa do tipo II devem ser ajustados de acordo com a avaliação da formação

antecedente, instrução e experiência do aluno.

É importante ter em consideração que os resultados que se adquirem da aprendizagem

osteopática para um programa do tipo II e para um programa do tipo I são os mesmos.

Os programas do tipo II devem compreender competências osteopáticas essenciais,

abrangendo conhecimento, compreensão e aplicação dos modelos de osteopatia. É de

notar que os graduados dos programas do tipo II, independentemente de qualquer

formação anterior, educação e experiência, devem revelar igualmente as mesmas

competências práticas de osteopatia, envolvendo aptidões sensoriomotoras e a utilização

dos princípios osteopáticos em tratamento clínico, tal como os graduados dos programas

do tipo I.

Os praticantes de osteopatia compartilham um conjunto de competências primárias que

os direcionam no diagnóstico, gestão e tratamento dos seus pacientes e criam o

fundamento para a abordagem osteopática nos cuidados de saúde. As competências

essenciais para a prática osteopática em quaisquer programas de formação são as

seguintes: história osteopática, princípios e abordagem nos cuidados de saúde; ciências

básicas importantes para a prática osteopática; diagnóstico diferencial e plano de

tratamento; conhecimento dos mecanismos de ação de intervenções terapêuticas

manuais, da bioquímica e da resposta anatómica celular e peculiar ao tratamento;

capacidade de avaliar a literatura médica e científica de forma crítica e integrar

informações pertinentes e atuais na prática; competência nas capacidades palpatórias e

clínicas fundamentais para o diagnóstico das disfunções do corpo, com realce no

diagnóstico osteopático; competência numa vasta gama de habilidades osteopáticas;

mestria no exame físico e na interpretação de testes e dados importantes, incluindo o

diagnóstico por imagem e os resultados laboratoriais; entendimento e prática no

diagnóstico e tratamento osteopático empregando os modelos osteopáticos;

conhecimento detalhado das indicações para tratamento osteopático e das

contraindicações para técnicas osteopáticas específicas; aspetos éticos e legais dos

cuidados de saúde; um conhecimento básico habitualmente utilizado na medicina

convencional e na medicina complementar e alternativa; um conhecimento da prática,

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da gestão financeira e de dados e da regulamentação pertinente para a prática

osteopática.

As competências essenciais no contexto do ensino osteopático resumem-se no seguinte:

Ciências Básicas (história e filosofia das ciências da saúde; anatomia geral e funcional,

abrangendo a embriologia, a compreensão e tratamento osteopático, a neuroanatomia e

a anatomia visceral; microbiologia, bioquímica e fisiologia celular; fisiologia,

biomecânica e cinética); Ciências Clínicas (os modelos de saúde e da doença; segurança

e ética; patologia e fisiopatologia do sistema nervoso, músculo-esquelético, psicológico,

cardiovascular, pulmonar, gastrointestinal, reprodutor, génito-urinário, imunológico,

endócrino e otorrinolaringologia; o diagnóstico diferencial; radiologia e resultados

laboratoriais; nutrição; conhecimento adequado de farmacologia); Ciências Osteopáticas

(história e filosofia da osteopatia; modelos osteopáticos para as inter-relações

estrutura/função; biomecânica clínica, fisiologia articular e visceral e cinética;

mecanismos de ação para as técnicas de osteopatia; princípios aplicados); Competências

Clínicas (obtenção e utilização de um histórico do paciente; exame físico e clínico;

diagnóstico osteopático e diagnóstico diferencial do sistema nervoso, músculo-

esquelético, psicológico, cardiovascular, pulmonar, gastrointestinal, endócrino, génito-

urinário, imunológico, reprodutor e otorrinolaringologia; síntese geral do laboratório

básico e dos dados de imagem; raciocínio e resolução de problemas clínicos;

compreensão da pesquisa pertinente e atual e a sua integração na prática; comunicação e

entrevista; documentação clínica; suporte básico de vida e cuidados de primeiros

socorros; o tratamento osteopático; ampla gama de técnicas de osteopatia).

O ensino e a aprendizagem dos programas de Osteopatia devem ser realizados através

de uma combinação dos seguintes contextos: palestras; workshops e seminários;

tutoriais; autogestão ou autoaprendizagem.

A aquisição de competências osteopáticas práticas exige que os alunos trabalhem em

pares, para que possam experimentar técnicas ensinadas como "modelos".

O ensino e a supervisão das técnicas práticas de osteopatia são realizados por osteopatas

devidamente qualificados, inscritos no registo nacional ou autoridade competente, caso

existam.

É fundamental que a experiência de aprendizagem clínica proporcione oportunidades

adequadas para que os alunos possam, não só desenvolver a avaliação do paciente e

aptidões de tratamento, mas também possam fortalecer com confiança a capacidade de

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reconhecimento de patologias de referência e contraindicações para as técnicas

osteopáticas específicas.

Algumas das modalidades de educação clínica osteopática, que devem existir e que são

de se esperar, são as seguintes: Perspetivas adequadas de aprendizagem para o

desenvolvimento de competências profissionais com pacientes reais, prestando a devida

atenção à anamnese, ao exame, à avaliação e ao diagnóstico diferencial, ao tratamento e

ao desenvolvimento de planos de tratamento, à manutenção de registos, ao

acompanhamento e ao encaminhamento; Oportunidades de integração do aluno e

desenvolvimento de competências práticas dentro do encontro clínico terapêutico;

Números apropriados de pacientes para cada aluno de novo; cada aluno deve ser capaz

de tratar pelo menos 100 pacientes diferentes durante a sua formação; Ocasiões

adaptadas para que os alunos mais novos possam aprender a partir da observação da

prática dos estudantes mais velhos e, para que os estudantes mais avançados possam

assumir gradualmente uma maior responsabilidade e desenvolver uma maior autonomia

na assistência ao paciente; Configurações ajustadas para a educação clínica dentro de

uma clínica de formação; Infraestruturas administrativas clínicas adequadas para apoiar

a aprendizagem dos alunos e a assistência ao paciente; Regime de avaliação contínua e

feedback de vários tutores clínicos; Oportunidades para aumentar as faculdades

intelectuais de competências de práticas de gestão; Mecanismos eficazes para o

acompanhamento individual do estudante no atendimento clínico, no número de casos e

na lista de perfis de pacientes; Mecanismos eficientes que garantam elevados padrões de

tratamento osteopático e a segurança dos pacientes e que são mantidos pela orientação,

pelo desenvolvimento e acompanhamento da conduta profissional dos estudantes que

tratam pacientes; Momentos apropriados de participação em avaliações de pacientes

com os pares, sob supervisão, para desenvolver competências de análise pelos pares.

Relativamente à avaliação, existem uma série de estratégias de avaliação que terão que

ser aplicadas. Estas estratégias de avaliação podem incluir: demonstração da

competência e da prática clínica; exames práticos; exames escritos; dissertações ou

outros trabalhos escritos.

Outras estratégias de avaliação e métodos que podem ser utilizados compreendem:

portefólios; ensaios e outros cursos; avaliações baseadas em computadores;

apresentações e análises de estudos de caso; apresentações orais; exercícios analíticos.8

8 ES prEN 16686

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1.2.5. A Osteopatia em Portugal

Em Portugal temos a existência da Lei n.º 71/2013 de 2-9-2013, Diário da República, 1.ª

série — N.º 168 — 2 de setembro de 2013.

Esta Lei regula a Lei n.º 45/2003, de 22 de agosto, em relação ao exercício profissional

das atividades de aplicação de Terapêuticas Não Convencionais (TNC), onde a

Osteopatia está inserida.

O trabalho do Doutor Borges de Sousa é reconhecido pelos maiores organismos e

personalidades de Osteopatia do mundo, tendo recebido, em Outubro 2012, uma

homenagem do Prof. Doutor Jack Magruder, Presidente da A.T.Still University,

Kirksville, Estados Unidos, a maior e a mais conceituada Universidade de Osteopatia

do, mundo.

É o Doutor Borges de Sousa que, ao longo de 35 anos a praticar clínica osteopática, em

Portugal e durante 31 anos a ensinar Osteopatia, mais tem contribuído para que a

Osteopatia fosse conhecida e credível. Para que isso tenha sido possível, tem vindo a

realizar conferências desde a década de 90, tanto em Portugal como no estrangeiro. Ele

explicou bem a diferença entre a filosofia, os fundamentos e os conceitos osteopáticos e

os fundamentos e os conceitos da medicina, em palestras realizadas, em Universidades

estrangeiras. Como por exemplo: na Faculdade de Biologia, em Barcelona este abordou

o assunto a “Osteopatia e as dores de cabeça”; e em Universidades portuguesas, entre

elas na Faculdade de Medicina de Lisboa, na Escola Superior de Fisioterapia de

Coimbra, na Escola Superior de Saúde Vale do Ave em Famalicão, nas Faculdades de

Enfermagem Gulbenkian, na Faculdade de Farmácia de Lisboa, entre outras. Em

fevereiro de 2012 realizou um colóquio e um workshop na Universidade de Aveiro e foi

ainda convidado para integrar a reunião dos membros científicos desse evento. Realizou

também várias palestras e foi ele, que impulsionou o 1º Congresso Internacional de

Osteopatia concretizado em fevereiro de 2011, em Lisboa, tendo este sido um sucesso,

com a presença de mais de 200 osteopatas portugueses e estrangeiros.

Apresentou, também o Dia da Osteopatia em maio de 2014, onde estiveram várias

personalidades em osteopatia internacionais e nacionais, com uma aderência de mais de

400 osteopatas. Em 30 de maio de 2015 ocorreu a 2ª edição do Dia da Osteopatia, com

as seguintes temáticas em debate, como: Osteopatia novas abordagens, Osteopatia

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métodos e técnicas, Osteopatia e mecanismos neurofisiológicos, novas profissões de

saúde e do ensino, Osteopatia uma Profissão de Futuro.

O Doutor Borges de Sousa tem vindo a escrever diferentes artigos sobre a Osteopatia.

O Instituto de Técnicas de Saúde é uma Escola de Osteopatia nos moldes utilizados nas

melhores escolas de Osteopatia estrangeiras progredindo, continuamente, com a

educação da Osteopatia, com centro de investigação. Este ensino tem sido desenvolvido

tanto pela prática do Doutor Borges de Sousa, com 50 anos a realizar clínica e 30 anos a

ensinar Osteopatia, como pelo seu corpo docente formado por osteopatas licenciados em

Osteopatia, sendo alguns deles mestres e doutorados.

O Doutor Borges de Sousa é o Diretor do Instituto de Técnicas de Saúde, que possui

parcerias com as escolas de ensino superior de Portugal (públicas e privadas). Este foi,

também, Coordenador das Pós-Graduações em Osteopatia em várias Universidades e

Escolas Superiores, tais como: a Universidade Lusíada; a Universidade Vasco da Gama;

a Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Politécnico de Lisboa e, atualmente, na

Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa (ESSCVP) e no Instituto Jean

Piaget (Gaia e Viseu). 9

Em sequência, da regulamentação das Terapias Não Convencionais, em Portugal, onde

a Osteopatia está inserida foram entregues as primeiras cédulas profissionais no dia 1 de

outubro de 2015, pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

Desta forma, no dia 1 de outubro de 2015, a ACSS deu as primeiras cédulas a

profissionais das Terapêuticas Não Convencionais (TNC), entre elas, as primeiras

cédulas a osteopatas. Estas foram as primeiras cédulas profissionais oficiais para

osteopatas.

A atribuição das cédulas representou uma ocasião em que se relembrou o passado,

observou-se o presente e delineou-se o futuro destas novas profissões de saúde.

Ao longo das três últimas décadas tem sido reconhecida a cooperação dos profissionais

das Terapias Não Convencionais nos avanços estruturais em saúde obtidos no nosso

país. Desta forma, realizou-se um ato de reconhecimento e justiça ao Doutor Borges de

Sousa tendo-lhe sido conferida nesta cerimónia, a cédula definitiva de osteopata.

Solidificou-se, assim, uma etapa completa na luta pela classe profissional, que teve

início na década de 80 pelo Doutor Borges de Sousa ao ser o precursor na

9 http://www.osteopatiaemportugal.com.pt/pt/osteopatia/osteopatia-em-portugal

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implementação e desenvolvimento da Osteopatia em Portugal, pesquisando

reconhecimento do valor dos profissionais da osteopatia ao lado das prestigiadas

instituições públicas e privadas. Esta luta que durou 35 anos finalizou-se então neste

dia, ao realizar-se a consolidação da Osteopatia como uma profissão regulamentada na

área da de saúde, através da ACSS.

É importante termos em consideração que as lutas profissionais não subsistem por si,

nem os resultados ou valores são instituídos por decreto, mas dependem sim de pessoas.

Esta cerimónia concedeu homenagem e gratidão a todos os que cooperaram para este

marco histórico, na área da saúde. 10

10 http://www.osteopatiaemportugal.com.pt/pt/osteopatia/regulamentacao-da-osteopatia-em-portugal

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65

CAPÍTULO 2 – METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO

Problematização 2.1.

Com este estudo pretendia-se realizar uma cartografia do panorama geral da formação

em Osteopatia ao nível europeu. Pretendia-se conhecer qual a situação da formação em

Osteopatia na Europa, através da análise de planos de estudo, em vários países europeus

e em diferentes instituições. Desta forma, esta investigação tinha como objetivo a

obtenção e a produção de um conhecimento sobre o ensino geral da Osteopatia na

Europa, partindo da realidade de um conjunto de escolas em 4 países europeus.

Pretendeu-se, desta forma, conhecer a oferta de planos de formação ao nível europeu e

caracterizar as semelhanças ou diferenças, que existem entre os diferentes países e

instituições, com vista a compreender até que ponto as ofertas formativas nesta área são

equivalentes (no que respeita ao tipo e natureza da formação; estrutura curricular;

duração da formação, etc.). Para dar resposta a estas inquietações e objetivos da

investigação, empreendeu-se um estudo exploratório.

Importa referir, que este estudo surge previamente à criação de licenciaturas em

Osteopatia em Portugal. Com efeito, a partir da publicação da Lei nº 71/2013 de 2 de

setembro, que regula o acesso às profissões no âmbito das terapêuticas não

convencionais, o panorama nacional da formação em Osteopatia foi alterado, obrigando

aos futuros profissionais a adquirir o grau de licenciatura para poder aceder à profissão.

Esta obrigatoriedade, que entrou em vigor a partir de março de 2016 levou à criação de

um conjunto de licenciaturas em diferentes instituições de ensino superior ao nível

nacional e que entrarão em funcionamento no ano letivo 2016/2017. Por esta razão, este

estudo não faz alusão a esta nova realidade, baseando os seus resultados na situação de

formação em Osteopatia em vigor até à presente data.

Objetivos e questões de pesquisa 2.2.

É importante percebermos que investigar consiste em colocar questões e procurar

respostas a essas questões, de forma sistemática e o mais objetiva possível. Toda a

investigação se baseia numa questão inicial.

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Quando se inica o processo de investigação, a primeira etapa consiste em formular o

problema ou a questão orientadora da pesquisa. É de referir, que as questões

orientadoras da pesquisa necessitam de ser relevantes e significantes, passíveis de se

medir (ser quantificáveis) e éticas.

Este estudo tem como objetivo (ou seja, é o que se pretende com este estudo) produzir

uma cartografia do panorama geral da formação em Osteopatia ao nível europeu. As

questões orientadoras de investigação são, por isso, as seguintes:

- Como se caracteriza a formação em Osteopatia, na Europa?

- Quais as semelhanças e diferenças na formação em Osteopatia, nos diferentes países

europeus?

Numa primeira fase pretende-se dar a conhecer e caracterizar a formação em Osteopatia

a nível europeu, numa segunda fase o objetivo é comparar a formação em Osteopatia ao

nível europeu e numa terceira fase identificar quais são as tendências ao nível da

formação em Osteopatia. Estamos perante um estudo exploratório, baseado na recolha e

análise documental e qualitativo (o que significa que é descritivo, as informações

obtidas não podem ser quantificáveis e os dados obtidos são analisados indutivamente).

Estudo empírico 2.3.

2.3.1. Características do estudo

Um Paradigma é um modelo mental, um modo de pensar e uma forma de ver as coisas e

os fenómenos, constitui também um conjunto de crenças e convicções através das quais

se compreende o mundo, ou ainda uma crença que é comum entre um grupo de pessoas.

É importante percebermos, que a investigação necessita de paradigmas e que os

paradigmas não têm que ser estanques, porque pode existir uma mudança de Paradigma

a fim de existir uma mudança na forma de pensar, por outra, isto é, uma revolução e

modificação originada por agentes de mudança.

Cada paradigma tem requisitos específicos ao investigador, envolvendo as questões que

formula e as representações que faz dos problemas (Aires, 2015).

Guba (1990, citado por Aires, 2015), considera o paradigma, ou esquema interpretativo,

“um conjunto de crenças que orientam a acção” (p. 18).

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67

Existem diferentes tipos de Paradigmas na Investigação Educacional, nomeadamente: o

Paradigma Positivista (de caráter racionalista e cariz quantitativo), o Paradigma

Construtivista/Interpretativo (de tendência naturalista e cariz qualitativo) e o Paradigma

Crítico/Sociocrítico (Aires, 2015).

Para Denzin e Lincoln (1994, citados por Aires, 2015), “os paradigmas positivista e

póspositivista actuam no seio de ontologias realistas e crítico-realistas, de

epistemologias e de metodologias experimentais e quase-experimentais” (p. 18).

Segundo Denzin e Lincoln (1994, citados por Aires, 2015),

O paradigma construtivista, por seu lado, assume uma ontologia relativista (existem

múltiplas realidades), uma epistemologia subjectiva (investigador e sujeito criam

compreensões, conhecimento) e um conjunto naturalista de procedimentos

metodológicos (no mundo natural). Conceitos como credibilidade, transferibilidade,

dependência e confirmabilidade substituem os critérios positivistas de validade interna

e externa, fiabilidade e objectividade (pp. 18-19).

No caso deste estudo, em especial, este enquadra-se num Paradigma

Construtivista/Interpretativo ou qualitativo porque tem como base o naturalismo e os

processos qualitativos, devido a vários fatores, como por exemplo:

- os seus fundamentos e abordagem são baseados na fenomenologia e na teoria

interpretativa (pretende-se neste estudo compreender e interpretar a realidade);

- a sua natureza da realidade é encarada como dinâmica, múltipla, intangível, holística,

construída e divergente;

- os seus critérios de qualidade são de credibilidade, confirmação e transferibilidade;

- as suas técnicas são através de instrumentos, as estratégias são do tipo qualitativos,

descritivos, onde o investigador constitui o instrumento principal e as perspetivas são

participantes;

- a sua análise de dados é do tipo qualitativo.

É importante deixar uma ressalva de ter em atenção relativamente aos dados que são

organizados e apresentados num registo interpretativo, a partir de um estudo que se

enquadra num Paradigma Interpretativo (como é o caso deste estudo): Segundo Wolcott

(1994, citado por Afonso, 2005), “o principal risco de uma estratégia dominantemente

interpretativa consiste na tentação de levar a interpretação longe de mais, resvalando

para uma deriva especulativa, construindo significados e identificando implicações que

os dados recolhidos não sustentam” (p. 115).

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68

Posteriormente à definição do paradigma no qual se insere a investigação e se direcionar

para um problema empírico concreto, o investigador orienta-se, então, para a fase

subsequente do método de pesquisa (Aires, 2015).

Existem diversas tipologias da investigação, vários tipos de estudo, conforme o enfoque

dado pelo respetivo autor e as áreas científicas em causa.

Sendo a osteopatia uma área que cruza aspetos ligados às ciências sociais e humanas

com aspetos ligados às ciências naturais e às próprias ciências exatas, pode tornar-se

difícil adotar apenas uma dessas tipologias, na medida em que elas são sobretudo

complementares.

A investigação qualitativa pretende obter o melhor entendimento possível do

comportamento e experiência humana. Assim, tenta compreender o procedimento

através do qual as pessoas constroem significados e relatar em que consistem estes

mesmos significados. Recorre, por isso, à observação empírica por ter em consideração

que é em função de instâncias concretas do comportamento humano, que é possível

pensar com maior clareza e profundidade sobre a condição humana (Bogdan & Biklen,

1994).

A investigação qualitativa caracteriza-se por cinco caraterísticas fundamentais.

Contudo, é de referir que nem todos os estudos que se consideram qualitativos

apresentam estas características na sua íntegra, porque não se trata de algo estanque,

atendendo a que todos os estudos apresentam mais ou menos características de uma

forma flexível. Alguns deles são, além disso, inteiramente desprovidos de uma ou mais

das características. Trata-se, por isso, de uma discussão de grau e não tanto se uma

determinada investigação é ou não absolutamente qualitativa. Considerando as cinco

características de que nos falam Bogdan & Biklen:

- Segundo Bogdan & Biklen (1994), “na investigação qualitativa a fonte direta de dados

é o ambiente natural, constituindo o investigador o instrumento principal” (p. 47). Isto

significa que na investigação qualitativa, os investigadores frequentam os lugares de

estudo atendendo a que se preocupam com o contexto e percebem que as ações podem

ser melhor compreendidas, quando são estudadas no seu ambiente habitual de

ocorrência. Desta forma, os locais necessitam de ser percebidos na conjuntura da

história das instituições a que pertencem. Por exemplo, quando os dados em análise são

criados por sujeitos, como na circunstância de registos oficiais, os investigadores

tencionam saber como e em que contextos é que eles foram preparados. Este estudo

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apresenta esta característica, uma vez que o investigador é nitidamente o instrumento

principal é a partir dele, que todo o estudo se desenvolve no seu ambiente natural.

- Segundo Bogdan & Biklen (1994), “a investigação qualitativa é descritiva” (p. 48). Ou

seja, os dados recolhidos são sob o formato de palavras ou imagens e não de números,

para que os resultados escritos da investigação incluam citações produzidas, com

suporte nos dados a fim de ilustrar e reforçar a apresentação. É de referir, que os dados

contêm transcrições de entrevistas, notas de campo, fotografias, vídeos, documentos

pessoais, memorandos e outros registos oficiais. Neste tipo de investigação, durante a

sua busca de conhecimento, não se diminuem as muitas páginas que abrangem

narrativas e outros dados a símbolos numéricos, mas são realizadas tentativas de análise

dos dados na sua plena riqueza, honrando, tanto quanto os possíveis, o modo como estes

foram registados ou transcritos. Assim, é possível compreender que perante uma

investigação qualitativa, ao efetuar a recolha de dados descritivos é feita uma

abordagem do mundo de uma forma minuciosa. A conduta dos investigadores

qualitativos requer, desta forma, que o mundo seja observado com a noção de que nada

é banal, que tudo beneficia de um potencial para formar uma pista que nos possibilite

estabelecer uma perceção mais elucidativa do nosso objeto de estudo. Por este motivo,

nada é ponderado como um dado adquirido e nada foge à apreciação. Esta característica

também está claramente presente neste estudo, porque consegue-se perceber que

existem questões orientadoras de investigação descritivas, como por exemplo: Como se

caracteriza a formação em Osteopatia na Europa? Verifica-se que a descrição funciona

bem como processo de recolha de dados, quando se deseja que nenhuma particularidade

escape à investigação, tal como é o caso deste estudo.

- Segundo Bogdan & Biklen (1994), “os investigadores qualitativos interessam-se mais

pelo processo do que simplesmente pelos resultados ou produtos” (p. 49). São colocadas

questões do tipo: Qual é a história inata de uma determinada atividade ou ocorrência

que se quer estudar? Neste estudo também se constata esta particularidade, uma vez que

são empregues questões do tipo: Qual o panorama da formação em Osteopatia ao nível

europeu? Este tipo de estudo concentra-se na forma como as definições (as definições

das características da formação em Osteopatia a nível europeu) se constituem.

De acordo com Rosenthal e Jacobson (1968, citados por Bogdan & Biklen, 1994), “a

ênfase qualitativa no processo tem sido particularmente útil na investigação

educacional, ao clarificar a “profecia autorrealizada”, a ideia de que o desempenho

cognitivo dos alunos é afetado pelas expectativas dos professores” (p. 49).

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- Segundo Bogdan & Biklen (1994), “os investigadores qualitativos tendem a analisar

os seus dados de forma indutiva” (p. 50). De acordo com esta característica da

investigação qualitativa, não são recolhidos dados ou provas com o propósito de

verificar ou invalidar conjeturas antecipadamente elaboradas porém, contrariamente, as

abstrações são construídas à medida que os dados peculiares que foram recolhidos se

vão juntando. É de salientar, que para um investigador qualitativo que projete a

organização de uma teoria quanto ao seu objeto de estudo, o caminho desta só inicia a

sua elaboração depois da recolha dos dados e o passar de tempo com os sujeitos.

Consegue-se, então, perceber que está a ser criado um quadro que vai adquirindo forma

à medida que se recolhem e analisam as partes. Esta característica é, igualmente, muito

visível neste estudo, atendendo a que existe uma perspetiva de recolha e uma perspetiva

de análise e a recolha é feita em função da análise, o que significa que uma acompanha

a outra de uma forma muito próxima. O método de análise dos dados é como um funil,

isto é, as coisas estão abertas numa fase inicial (ou no topo, onde se define a área de

interesse) e vão-se tornando mais fechadas e particulares no extremo (onde se definem

conceitos-chave). O investigador qualitativo estrutura usar parte do estudo para

compreender quais são as questões mais relevantes, tal como se verifica neste estudo.

Em suma, relativamente à forma de abordagem, o tipo de pesquisa deste estudo é uma

pesquisa qualitativa, porque como já foi referido anteriormente, uma pesquisa

qualitativa distingue-se através de algumas características, que estão presentes neste

estudo em particular, tais como, por exemplo: as questões de investigação serem

focalizadas em aspetos qualitativos de experiências humanas, ser descritiva, as

informações obtidas não poderem ser quantificáveis, os dados obtidos serem analisados

indutivamente, a interpretação dos fenómenos e a atribuição de significados serem

básicos no processo de pesquisa qualitativa (existe uma compreensão e descrição dos

fenómenos).

No que se refere ao tipo de estudo e às modalidades de investigação trata-se de uma

pesquisa exploratória, que tem como objetivo a caracterização inicial do problema, a sua

classificação e a sua definição, o que permite proporcionar uma maior familiaridade

com o problema. A pesquisa exploratória constitui o primeiro estágio de toda a pesquisa

científica.

O estudo enquadra-se numa investigação descritiva. Com os estudos descritivos, como o

próprio nome indica e como se constata neste estudo, pretende-se descrever, ou

conhecer, uma determinada realidade, o que significa que se trata de descrever as coisas

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tal como elas são, que no caso deste estudo em particular objetiva-se a obtenção de um

conhecimento sobre o ensino geral da Osteopatia na Europa.

Identificada que está a natureza metodológica deste estudo, importa agora descrever de

forma concreta as opções metodológicas e o percurso metodológico deste estudo

empírico. Em primeiro lugar far-se-á uma identificação dos participantes no estudo;

posteriormente realizar-se-á o percurso metodológico, no qual se identificam e

descrevem inicialmente as fases da investigação/fases do estudo empírico;

seguidamente faz-se a descrição das técnicas e instrumentos de recolha de dados; e no

final, termina, com a análise de dados.

2.3.2. Participantes

De seguida, neste capítulo vai ser feita uma descrição dos participantes que neste estudo

são as instituições que serviram de base para o estudo, ou seja, vão ser apresentadas e

descritas as várias escolas do estudo.

Participaram neste estudo 20 instituições de 4 países europeus diferentes: Bélgica,

França, Inglaterra e Portugal. Importa justificar o porquê da escolha destes 4 países

europeus e não de outros. Os motivos pelos quais se escolheram estes 4 países foram os

seguintes:

- pelo prestígio que tem a formação em Osteopatia ao longo dos anos nos países

selecionados;

- os avanços que alguns destes países têm vindo a presenciar-se no âmbito da formação

em Osteopatia;

- a experiência da Osteopatia ao longo dos anos;

- a disponibilidade de informação;

- a facilidade linguística ou da língua inglesa ou da língua francesa.

Na tabela que se segue, apresentam-se estes países acima mencionados:

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Tabela 1: Instituições participantes no estudo

Bélgica 2 Instituições

Le Collège Belge D’Ostéopathie

The Belgian School of

Osteopathy (BELSO)

França 6 Instituições

ESO PARIS SUPOSTEO

HOLISTÉA

IdHE

Institut Supérieur D’Ostéopathie

Paris

Ecole d’Ostéopathie Paris (L’EO

PARIS)

CONSERVATOIRE

SUPÉRIEURE

D’OSTÉOPATHIE (CSO)

Inglaterra 5 Instituições

British College of Osteopathic

Medicine (BCOM)

BRISTISH SCHOLL OF

OSTEOPATHY (BSO)

OXFORD BROOKES

UNIVERSITY

The College of Osteopaths

The Surrey Institute of

Osteopathic Medicine

(NESCOT)

Portugal 7 Instituições

Estudos Avançados de

Naturologia (EAN)

Escola Superior de Saúde Ribeiro

Sanches/ERISA

Escola Superior de Medicina

Oriental e Terapêuticas

(E.S.M.O.T.)

Instituto de Medicina Tradicional

(I.M.T.)

Instituto Kiros Portugal

Instituto Português de

Naturologia (IPN)

Instituto de Técnicas de Saúde

(ITS)

Total 20 Instituições

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2.3.2.1. Bélgica

O Colégio Belga de Osteopatia (Le Collège Belge D’Ostéopathie) possui uma vasta

experiência na formação de profissionais de saúde, com um elevado nível de

responsabilidade. O Colégio é liderado por profissionais formados no Reino Unido, que

é considerado o berço da Osteopatia europeia. O tipo de ensino que esta instituição

oferece é um ensino de 3º nível de Pós-Graduação. Este Colégio é ainda um membro

belga do “Osteopathic European Academic Network” (OSEAN), que reúne 14

faculdades de ensino em Osteopatia em 11 países europeus e possui parceria académica

completa com a European School of Osteopathy (ESO, Maidstone), o que permite um

obter um ensino exigente e cursos e seminários ministrados em Inglaterra.

O ensino do Colégio Belga de Osteopatia é credenciado pela Sociedade Belga de

Osteopatia e tem em consideração os padrões rigorosos instituídos pela Academia de

Osteopatia, na Bélgica. Esta instituição está em conformidade com os requisitos

europeus, para a formação de profissionais de saúde de elevado nível de

responsabilidade.11

The Belgian School of Osteopathy (BELSO) é a Instituição que teve a primeira

formação belga de osteopatia fundada em 1981.

Naquela época, os cursos de reciclagem e especialização em Fisioterapia agruparam os

primeiros osteopatas belgas formados em Paris e Londres, tendo sido concebido a

primeira formação belga BELSO, "The Belgian School of Osteopathy".

No ano de 2015, este Colégio possui uma grande equipa de professores belgas e

estrangeiros de renome com grande conhecimento, que permite assegurar uma formação

de alto nível científico e educacional. Presentemente, a BELSO administra centros de

formação na Bélgica, Gand e Charleroi e trabalha no estrangeiro com Itália (Accademia

Superiore de Medicina Osteopatica – Roma) e Brasil (ATMS - São Paulo).

A nível europeu, a Escola Belga de Osteopatia (BELSO) está presente por sua aderência

no Federal European Register of Osteopaths (F.E.R.O.). Nacionalmente, a BELSO é

reconhecida pela U.K.O.- Union des Kinésitherapeutes-Ostéopathes diplômés.12

11

http://www.c-b-o.org/index.php?option=com_content&view=article&id=19&Itemid=150 12

http://www.belso.be/index-FR.html

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2.3.2.2. França

A ESO PARIS SUPOSTEO, Escola Superior de Osteopatia, é uma Instituição de ensino

superior privado que tem sido sempre precursora, ao constituir uma iniciativa de

formalizar o seu grau de Osteopatia pelo Ministério do Trabalho, ao mais alto nível de

reconhecimento profissional. O Nível de saída do Diploma ESO que é emitido é de

Nível I. O título de osteopata emitido é oficialmente reconhecido como BAC+5 e

registado no Répertoire des Certifications Professionnelles (RNCP).

A Escola Superior de Osteopatia nasceu em abril de 1990, por iniciativa do atual

Presidente e Diretor de estudos, Roger Caporossi, osteopata graduado da Société

d’Enseignement, d’Études & de Recherches des Techniques Ostéopathiques, sendo um

especialista na área da formação e práticas relacionadas com esta disciplina.

É de referir que a ESO é um estabelecimento de ensino superior privado registrado com

o Reitor da Académie de Créteil – Chancellerie des Universités, certificado pelo

Ministério da Saúde por um decreto de 9 de agosto de 2007, sendo a missão da ESO

formar praticantes exclusivos, responsáveis e competentes de acordo com as

recomendações da Sociedade Internacional de Osteopatia e da Organização Mundial de

Saúde, relativamente à prevenção e preservação da saúde.

O ESO constitui a escola histórica da formação dos osteopatas, após o bacharel em

França. Na realidade, é desde a conceção desta Instituição que tem existido uma

abordagem precursora para a formação em Osteopatia por ser a primeira a:

disponibilizar, em França, após o bacharelado ou equivalente, um curso completo de

tipo universitário, ou 5 anos de formação inicial em Osteopatia a tempo integral; pedir à

Direção de Ação de Saúde e Social para a legalidade de uma formação inicial em

Osteopatia após o Bachelor (1990); requerer o registo das suas atividades de ensino

superior com o Ministério da Educação (1992); apropriar o ensino para os padrões

estabelecidos pela União Europeia em Bolonha (2001); estabelecer um exame de

seleção no final do primeiro ano do curso, preparatório integrado (2003); obter registro

do seu diploma, o Diplôme Français d'Ostéopathie, o Répertoire National des

Certifications Professionnelles (diplôme certifié de niveau II, arrêté du 10 avril 2009 - J.

O. du 21 avril 2009). Em 2014, foi assegurada a inscrição do diploma de Nível I

(Decreto Ministerial de 20 de janeiro de 2014) da ESO.

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A ESO é também e, especialmente a primeira Escola de Osteopatia a ser certificada pela

ISO 9001, em maio de 2003, devido à sua qualidade de ensino, à sua organização e

gestão, pela Lloyd’s Register Quality Assurance, que é a organização mundial n.º1 para

a certificação de acordo com os padrões internacionais de qualidade. Esta certificação é

confirmada pela Commission Française d’Accréditation (COFRAC), em 13 de maio de

2003. Desta forma, a qualidade do currículo proposto pela ESO, a sua organização, o

seu conteúdo e a sua duração constituem para a profissão, uma referência de formação

inicial em Osteopatia, ou seja, é um padrão que inspira as instituições de ensino mais

exigentes em França e na Europa.13

O HOLISTÉA é uma Instituição de ensino superior privada registrada com o Reitor da

Academia de Versailles sob, o número 0952040 B desde 2002.

O HOLISTÉA (Collège Ostéopathique Européen) do departamento de formação de

Medicina Osteopática da Facultés Humanis (Faculté Libre des Sciences et Médicines de

L’Humain) é uma Escola europeia, que forma osteopatas desde 1989. Em França esta

formação iniciou-se em 1987 e na Alemanha em 1989.

Em França, o HOLISTÉA localiza-se em Cergy Pontoise desde 1995, tendo-se se

estabelecido a sua formação inicial em 2002.

Na Alemanha, este Colégio está sediado em Munique desde 1989, tendo-se se

estabelecido a sua formação inicial em 2008.

Nos seus dois centros europeus, o HOLISTÉA proporciona uma formação ligada aos

profissionais de saúde e uma formação inicial para graduados.

Em França, estas duas formações, após cinco anos de estudo permitem o acesso ao

título de Ostéopathe D.O. enregistré au RNCP niveau I.

Na Alemanha, a formação inicial após o ensino médio possibilita a obtenção do título de

Ostéopathe D.O. et le diplôme de Heilpratiker.

Presentemente, o HOLISTÉA congratula-se por ter mais de 800 estudantes em

formação em Cergy e Munique.

Assim, com a existência de dois centros de ensino em França (em Cergy Pontoise) e na

Alemanha (em Munique), o HOLISTÉA possui uma verdadeira dimensão europeia.

A existência da Carta ERASMUS possibilita o desenvolvimento da mobilidade de

professores e alunos. O projeto deste Colégio é facilitar o desenvolvimento da

13 http://eso-suposteo.fr/?q=ecole-osteopathie-presentation-generale#.V1FmmZErLIU

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mobilidade para os estudantes, que desejam realizar parte dos seus estudos no

estrangeiro.

O HOLISTÉA submeteu-se a um processo de avaliação da qualidade das suas

formações. Desde 2007 tem obtido, continuamente, a aprovação do Ministério da

Saúde, a qualificação ISO 9001, ISO 29990 instituições de formação específica e

inscrição no RNCP no Nível I.

Este Colégio é aprovado pelo Ministério da Saúde, desde 2007 para a sua formação

inicial e para a formação FPS (Professions de santé).

Por decreto de 9 de julho de 2015, o HOLISTÉA renovou a sua acreditação para as suas

duas formações, com uma capacidade de 700 lugares.

O HOLISTÉA é a primeira Escola de Osteopatia a ter conseguido registo do seu título

no Répertoire National des Certifications Professionnelles au niveau I (Bac+5, master

II) pelas suas duas formações (tanto a formação inicial como a formação para

profissionais de saúde), em 2011 e renovado em 2014 por cinco anos.14

O IdHE (INSTITUT D’OSTÉOPATHIE) é uma Escola de Osteopatia de ensino

superior que é membro da FNESO (Fédération Nationale de l'Enseignement Supérieur

en Ostéopathie), aprovado em 9 de agosto de 2007 pelo Ministério da Saúde e registrada

no RNCP niveau I (Répertoire National de Certification Professionnelles) desde 2011.

Desta forma, este Instituto concede um diploma de Osteopatia registrado no niveau I do

Répertoire National des Certifications Professionnelles (RNCP).

O IdHEO Nantes renovou esta certificação por 5 anos, a 7 de julho de 2015.

É um Instituto sob acordo de parceria com a Universidade de Nantes para a sua

formação e pesquisa em Osteopatia. Desta forma, IdHEO Nantes é a primeira Escola de

Osteopatia, sob Convenção Universitária.

A 30 de agosto de 2011, o IdHEO e a Universidade de Nantes assinaram um acordo de

parceria para a excelência no ensino e pesquisa da Osteopatia. Como consequência,

desenvolveu-se um forte envolvimento da Universidade de Nantes na educação básica e

médica da formação em Osteopatia. Da mesma forma, muitas parcerias com

laboratórios de universidades credenciadas permitiram o desenvolvimento de programas

de investigação auspiciosos.

14 http://www.holistea.fr/une-ecole-europeenne/

http://www.holistea.fr/les-accreditations/

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Este Instituto oferece programas que se encontram em estrita conformidade com o

Decreto n.º 2014-1505 de 12 de dezembro de 2014, relativamente à formação em

Osteopatia.

Os estudos em Osteopatia deste Instituto decorrem ao longo de cinco anos e

compreendem a aquisição de um elevado nível de conhecimentos básicos e médicos.

Durante a formação decorre a aprendizagem de diferentes técnicas de osteopatia,

decorre também o exercício clínico por 1500 horas de consultas realizadas durante a

formação, sob a supervisão de um praticante experiente no centro de consultas da

Escola.

É de referir que o IdHEO Nantes cumpre as Normas de Qualidade ISO 9001 e que é

detentor do Charte Universitaire ERASMUS+.

O IdHEO Nantes, ainda, criou em 2008 um Laboratoire de Recherche Ostéopathique

(LRO), que colabora com os universitários e osteopatas formados em investigação.15

O Institut Supérieur D’Ostéopathie Paris é uma Instituição de ensino superior privada

credenciada pelo Ministério dos Assuntos Sociais, Saúde e Direitos das Mulheres por

Decisão Ministerial n.º 2015-21 de 7 de julho de 2015.

Este Instituto oferece uma educação em tempo integral de elevado nível de qualidade,

que se encontra em conformidade com o Decreto 2007-437, de 25 de março de 2007.

As certificações ISO 9001 e ISO 29990 constituem as garantias da procura de um

ensino de qualidade e da sua orientação e supervisão de excelência.16

A Ecole d’Ostéopathie Paris (L’EO PARIS) é uma Escola de Osteopatia de ensino

superior credenciada em primeira instância a 11 de outubro de 2011, pelo Ministério da

Saúde, da Juventude e do Desporto. Esta aprovação possibilita à Escola a entrega do

Diploma de Osteopata (D.O.), o que permite a utilização do título de osteopata e a

prática privada da profissão. O Ministério da Saúde, da Juventude e do Desporto

renovou por um período de 5 anos a aprovação da L’EO PARIS, 9 de julho de 2015,

encontrando-se desta forma este ensino em plena conformidade com as novas

disposições dos decretos n.º 2014-1043 e n.º 2014-1505, que dirigem o ensino da

Osteopatia em França.

15 http://www.idheo.com/ecole-agreee-et-certifiee.html

16 http://www.paris-osteopathie.com/wp/osteopathie/cadre-officiel/

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Esta Escola foi criada pela combinação e fusão de duas instituições históricas, pioneiras

da disciplina: por um lado ao longo de 40 anos de experiência pelo Collège

Ostéopathique Sutherland de Paris, e por outro lado, mais de 30 anos pelo Institut Privé

d’Enseignement Ostéopathique.

A L’EO PARIS promove a integração dos seus alunos para o sistema de saúde através

de parcerias de renome com unidades de saúde públicas e privadas, tais como o Institut

Médico-Educatif de la Fondation Hospitalière Sainte Marie (Paris 18e) – apoio a

crianças com autismo; o CHR Orléans, hôpital public – Serviços de Reumatologia,

Ginecologia e Obstetrícia; EPHAD Résidence du Marais – Gerontologia; Université

Paris-Descartes - cours de dissections residence.

A Escola possui uma clínica, que é uma clínica osteopática aberta ao público e que

funciona como um gabinete liberal clássico.17

O CONSERVATOIRE SUPÉRIEURE D’OSTÉOPATHIE (CSO) foi fundado em 1983

e forma, há mais de 30 anos, fisioterapeutas e médicos osteopatas. As medidas

legislativas e regulamentares permitem, desde 2007, o acesso dos graduados para um

ensino altamente qualificado. Por este motivo, o CSO abriu a sua escola para estudantes

de post-bac, com o objetivo de formar profissionais eficientes e responsáveis.

O CSO é distinguido pelas especificidades do seu projeto educativo que refletem as suas

particularidades, tais como: ser uma instituição de ensino superior privada, com um

tempo de formação de 5 anos após o bacharel, de acordo com os decretos promulgados

em 2007, pelo Ministério da Saúde. É de salientar, que este estabelecimento de ensino

se encontra de acordo com os padrões de qualidade definidos pela OMS; atendendo a

que a escola honra o conceito de globalidade, acaba por promover uma educação

diversificada e completa, rejeitando assim uma prática reduzida baseada somente em

algumas técnicas estruturais; favorece uma abordagem multidisciplinar sustentada pela

excelência do seu corpo docente, cujos membros vêm de diferentes países e são

formados nas melhores instituições, o que permite, assim, a fama e reputação do CSO; o

rigor da oferta educativa possibilita ao CSO manter uma dimensão humana e

acompanhar cada um dos seus alunos, encorajando-os a estudar para que se possam

destacar; criou-se um elemento-chave/característica fundamental de estratégia por parte

do CSO, desde que foi estabelecida a abertura para o ensino internacional, visando o

17 http://www.ecole-osteopathie-paris.fr/presentation/

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incentivo à mobilidade dos estudantes e o fortalecimento da base científica da

Osteopatia, pelo desenvolvimento de programas de investigação.

O CSO é um estabelecimento registado na reitoria da academia de Versailles, sob o

número 092 2680 N para a sua formação inicial e o número 092 2679 M para a sua

formação dos profissionais de saúde (CSOF).

Esta Escola é considerada como a líder da formação para os profissionais, a CSOF foi a

primeira a ser aprovada pelo Ministério da Saúde, depois do parecer com o Comité

Nacional de Acreditação.

O CSO é, ainda, autorizado desde 25 de abril de 2011 pelo Ministério do Trabalho,

Emprego e Saúde e possui um processo de Qualidade que é certificado ISO 9001

Version 2008 pela AFAQ AFNOR, pela sua dupla formação e pela formação inicial.

É desde 22 de janeiro de 2013 que o CSO Paris se diferencia de muitas outras escolas de

Osteopatia, devido ao facto de estar inscrito no Niveau I, no Registre National des

Certifications Professionnelles (RNCP).

Este estabelecimento de ensino é também titular da Charte Universitaire Erasmus, desde

23 de dezembro de 2009, o que permite validar a experiência académica do CSO a nível

europeu.18

2.3.2.3. Inglaterra

O British College of Osteopathic Medicine (BCOM), para além de ser uma Instituição

de ensino superior, é também uma Instituição de caridade registrada em Inglaterra e no

País de Gales (312907). Desta forma, este Colégio não só apresenta uma educação

osteopática graduada e pós-graduada, como também faculta acesso aos cuidados de

osteopatia para a comunidade e fomenta ainda a investigação em Osteopatia.

O BCOM proporciona a uma comunidade repleta de pacientes de todas as idades e com

uma vasta gama de condições, o serviço da naturopatia e da medicina osteopática de

uma forma holística. O Colégio fornece ainda uma clínica infantil gratuita e consultas

de concessão ou livres para outros grupos etários. É de referir, que em 2012-2013 foram

dadas pelo BCOM mais de 4 400 consultas gratuitas ou de concessão.

18 http://www.osteo.fr/presentation-cso

http://www.osteo.fr/agrements-certifications

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O BCOM trabalha ainda com outros estabelecimentos de caridade, acompanhando

também grandes eventos como a Maratona de Londres, onde proporciona cuidados aos

seus corredores depois da prova.

Este Colégio já recebeu dois “Recognised Qualification” reports ‘with no conditions’ do

Quality Assurance Agency for Higher Education (QAA), o que possibilita demostrar a

elevada qualidade de ensino e o apoio aos estudantes.

É de mencionar, que a abordagem holística para a Osteopatia é primordial para a

filosofia do colégio.

O objetivo dos cursos de graduação do BCOM é de orientar os estudantes de

Osteopatia, através da aquisição de conhecimentos de ciências básicas e técnicas

osteopáticas no sentido de conseguirem realizar uma avaliação clínica integrada dos

pacientes. Isto permite a formulação de planos de tratamento seguros, eficazes, racionais

e cuidadosos para que se possam obter resultados o mais benéficos possível, em cada

situação.

Constituem alguns dos objetivos deste colégio: garantir que os formandos obtenham

competência clínica apropriada através de uma abordagem de autocrítica integrada e de

competências aprendidas; promover uma atitude de investigação e manutenção desta

mesma postura na vida profissional para que os estudantes/profissionais se possam

manter sempre a par dos conhecimentos atuais; fornecer profissionais de osteopatia

holística seguros e competentes ao público em geral, através do General Osteopathic

Council no Reino Unido, assim como num contexto europeu mais amplo.

Para além da integração de competências académicas, práticas e clínicas, os cursos da

BCOM fomentam a sensibilização e a compreensão da relevância de uma base de

investigação, para que se possa dar continuidade à evolução da Osteopatia.19

A BRISTISH SCHOOL OF OSTEOPATHY (BSO) é a maior e mais antiga Escola de

Osteopatia no Reino Unido, fundada em 1917, com o objetivo de fornecer formação

graduada e pós-graduada em Osteopatia. É uma Escola muito estimada em todo o

mundo, por fornecer excelência em cuidados de saúde, educação e pesquisa.

Os alunos da BSO podem beneficiar dos seguintes aspetos: uma educação osteopática

com cursos credenciados pelo General Osteopathic Council; um ensino de excelência

lecionado por uma faculdade que compreende as principais figuras em Osteopatia, tanto

19 http://www.bcom.ac.uk/about-bcom/bcom-as-a-charity

http://www.bcom.ac.uk/about-bcom/mission-statement

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na pesquisa como na prática clínica; o acesso à biblioteca da escola, que possui a maior

coleção de livros de Osteopatia e revistas, na Europa.

A BSO tem uma clínica que é a maior clínica osteopática na Europa usufruindo de um

centro clínico completamente acessível, sendo por isso, a clínica aberta ao público e os

pacientes podem receber tratamento subsidiado. Existem também clínicas

especializadas para tratamento de pacientes com necessidades específicas, tais como:

crianças e bebés, indivíduos infetados com o HIV/SIDA, indivíduos sem-abrigo,

indivíduos com lesões desportivas, pessoas idosas e mulheres grávidas.

A missão desta Escola é proporcionar continuamente uma educação e pesquisa de

excelência, objetivando sempre, em qualquer circunstância, oferecer os melhores

cuidados de saúde, para cada paciente.

Os quatro principais objetivos estratégicos da BSO são: fornecer qualidade do ensino

superior (a escola defende benchmarks reconhecidos de qualidade na sua atividade de

ensino, de aprendizagem, de pesquisa e de empresa); oferecer qualidade nos cuidados de

saúde (a escola está empenhada em oferecer cuidados de saúde com evidência de alta

qualidade a preços acessíveis); possibilitar um acesso justo à educação osteopática (a

BSO pretende proporcionar uma educação de elevada qualidade a preços acessíveis);

compromisso com sustentabilidade (a BSO encontra-se comprometida com a

sustentabilidade, gestão dos seus ativos financeiros e propriedades a longo prazo).

É importante mencionar, que a BSO para além de ser uma Instituição de ensino

superior, é também uma Instituição de caridade isenta. O trabalho de caridade engloba a

educação dos estudantes e osteopatas, assim como o acesso aos cuidados de saúde

dentro da comunidade.20

A OXFORD BROOKES UNIVERSITY é uma Universidade, que ao longo dos últimos

25 anos desenvolveu uma fama pela qualidade do seu ensino (sustentado por excelência

da investigação), que tem sido avaliada externamente pelo Quality Assurance Agency

(QAA).

A fim de expandir o acesso para estudar em Oxford Brookes tem sido desenvolvido,

continuamente, o ensino à distância para cursos de graduação, pós-graduação e

profissionais.

20 http://www.bso.ac.uk/

http://www.bso.ac.uk/about-the-bso/our-organisation/the-bso;-an-exempt-charity/

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Esta Universidade teve início como a Oxford School of Art em 1865, quando ocupava

um quarto no andar térreo do Taylor Institution, no centro da cidade. Cinco anos mais

tarde, a Faculdade de Ciências foi integrada, proporcionando uma ampla gama de

disciplinas científicas e aulas técnicas à noite no Museu da Universidade. Em 1891, a

Escola foi assumida pelo Oxford City Council’s Technical Instruction Committee e

renomeado Oxford City Technical School.21

O The College of Osteopaths é especializado no fornecimento de programas de

Osteopatia a tempo parcial flexível, desde 1948.

Os programas deste Colégio são centrados no aluno e são concebidos a fim de satisfazer

as necessidades de uma vasta audiência. Uma parte considerável do programa é dada ao

fim de semana, o que possibilita aos alunos estruturar a sua formação em torno da

família, do trabalho e das atividades sociais.

O College of Osteopaths foi premiado com o Recognised Qualification (RQ), condição

esta, dada pelo General Osteopathic Council and Privy Council para os programas do

M.Ost/B.Ost em Londres e em Staffordshire, com renovação RQ, em abril de 2017.

Este Colégio traça as suas origens imediatas por volta de 1948, quando a Osteopatia

procurou restabelecer-se depois da guerra.

Em 1961 foi apresentado um curso de diploma de dois anos para estudantes maduros

que trabalhavam no campo da medicina, foi constituído um corpo profissional que veio

posteriormente a ser conhecido, como The College of Osteopaths.

Em 1978, Joseph Goodman, um graduado da BCNO, foi nomeado Reitor da Faculdade

e, consequentemente o Diploma de Curso de Osteopatia foi desenvolvido cada vez

mais. Ele manteve o seu foco no estudante maduro, estimulado pela popularidade e

sucesso da Open University.

Na sequência do relatório de 1988 sobre a educação osteopática preparado pelo British

Accreditation Council, o Presidente do Colégio dessa altura, Jane Langer, tornou-se um

dos poucos osteopatas envolvidos com o King's Fund Working Party on Osteopathy

(1989-1991). Algumas evoluções importantes seguiram-se, tais como: a constituição da

Osteopaths Act (1993) e a formação do General Osteopathic Council (GOsC), em que

Jane Langer permaneceu ativo até 2006.

21 http://www.brookes.ac.uk/about-brookes/history/

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Em 1997, o Diploma de Curso apresentado pela Faculdade foi autenticado pela

Middlesex University, como um programa de estudo de cinco anos BSc (Hons). Em

2001, sob a orientação da Diretora dessa época, Caroline Stone, o curso conquistou o

Recognised Qualification (RQ).

Durante 2002-2003, o Colégio forneceu um programa de formação RQ para aqueles que

tinham sido impossibilitados de entrar no registo de praticantes do GOsC's. Os

graduados receberam, então, um Certificate in Osteopathic Competence e tiveram,

posteriormente, a capacidade de se registar. Seguidamente, em 2005, o Diretor do

Colégio, Mark Lawrence, procurou retificar a desigualdade geográfica que existia na

oferta de formação, através da projeção de um programa pioneiro, em Staffordshire

(programa esse que foi o único desse género norte de Inglaterra). O programa BSc

(Hons) foi validado com sucesso pela Keele University, em 2005 e, consequentemente

ganhou a condição RQ, em 2008. Desta forma, o The College of Osteopaths tornou-se o

único entre as Instituições de Ensino Osteopático, a proporcionar um caminho para a

profissão de norte a sul do país.

A Diretora atual, Pat Hamilton, graduada pela London School of Osteopathy utilizou a

sua perícia e a sua experiência, na pesquisa das ciências da educação e das ciências

sociais juntamente com uma valiosa experiência de trabalho de parceria, no sector do

ensino superior. Pat Hamilton tem vindo a orientar o currículo do Colégio à vanguarda

do progresso profissional, por meio da inserção de uma forte vertente empresarial e de

empregabilidade e, alargando, também, o foco no que se refere a competências de

pesquisa a todos os níveis do programa.

Assim, é possível compreender que este Colégio tem tido um desenvolvimento histórico

e um papel ativo na formação e desenvolvimento da profissão de osteopata, sendo

especialista em formação em Osteopatia a tempo parcial, objetivando sempre a procura

da excelência na formação e nos cuidados de saúde.22

O The Surrey Institute of Osteopathic Medicine (NESCOT) teve início, tal como Ewell

County Technical College, através dos primeiros estudantes. Iniciou os seus cursos em

setembro de 1953 e o estabelecimento foi formalmente aberto no mês de março

seguinte.

22 http://www.collegeofosteopaths.ac.uk/history.html

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Esta Faculdade foi reconhecida como a pioneira na "educação liberal". Em meados da

década de 1960, os estudantes ocupavam as tardes de quarta-feira com cursos

complementares desde náutica a danças folclóricas. Esta foi também uma das primeiras

escolas técnicas, a nomear um membro da equipa responsável pelo bem-estar do

estudante. Presentemente, essa equipa inclui: aconselhamento e orientação,

financiamento estudantil, serviço de aconselhamento, uma enfermeira no local,

acolhimento de crianças, uma equipa de segurança e apoio especializado para

estudantes.

No primeiro ano letivo, existiram 789 alunos, com áreas repartidas em três

departamentos do edifício, Ciência e Ensino Geral.

Em 1975, Ewell County Technical College modificou o seu nome para NESCOT e em

1988, o Colégio adquiriu a antiga Epsom High School. O teatro em NESCOT foi eleito

depois de Adrian Mann, o primeiro Presidente do Colégio de Governadores, que se

aposentou como Presidente em 1963 porém, continuou como Governador por mais uma

década, antes de se tornar Governador Emérito.

A NESCOT já serviu de palco de artistas, nomeadamente os Queen, The Beatles,

Genesis, Black Sabbath, The Nice e Elvis Costello. Em 1977, a Faculdade funcionou

como um hospital psiquiátrico, quando Sheperton Studios passou um dia a filmar cenas

para o Revenge of the Pink Panther. O filme apresentou Peter Sellers como Inspector

Clouseau.

O Naturalista David Bellamy estudou na Faculdade e mais tarde trabalhou como técnico

de laboratório. O Cartunista Frank Hampson, que desenhou o Dan Dare comic strips e

que foi eleito o melhor ilustrador de comic do mundo no pós-guerra em 1975, era um

técnico na Faculdade. O Dr. Guy Vine, pai de Jeremy e Tim Vine, doutorou-se em

Engenharia Civil e Estrutural na Nescot.

Ao longo dos anos, os cursos da NESCOT têm compreendido as seguintes áreas:

Advanced Domestic Cookery; Air Conditioning Design; Animal Pathology;

Bacteriology; Biblical and Religious Studies; Certificate in Home Economics; Flower

Arrangement; Drug Toxicity; Law; Nursing; Guest House Management; aulas e aulas

de revisão em estenografia e dactilografia.23

23 http://www.nescot.ac.uk/about-nescot/nescot-past-present-future/ewell-county-technical-college/

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2.3.2.4.Portugal

A Instituição Estudos Avançados de Naturologia (EAN) é uma Instituição que pretende

oferecer a promoção do ensino, formação, investigação e difusão de conhecimentos no

domínio da Naturologia, com padrões de qualidade que satisfaçam a procura e as

imposições sempre graduais dos futuros naturólogos, de nível europeu.

Nesta Instituição existe um Curso de nível avançado de Medicinas Não Convencionais,

que é dado por professores experientes com elevado nível de saberes. Para além desta

formação de nível avançado, a EAN dispõe ainda de cursos prático-profissionalizantes

de ingresso livre em diferentes áreas, tais como a Massagem Terapêutica

(Quiromassagem), a Podo–Reflexologia, o Shiatsu, a Massagem Ayurvédica, a

Massagem Geotermal ou a Cozinha Macrobiótica.

Esta Instituição proporciona também uma convenção de colaboração com a

Universidade Chinesa de Zhejiang - Zhejiang University of Chinese Traditional

Medicine, objetivando, assim, um intercâmbio de conhecimentos e saberes.

É de salientar, que atualmente as terapias complementares da área da Naturopatia, da

Acupunctura, da Homeopatia, da Osteopatia, da Fitoterapia e da Quiropraxia já estão

legisladas e publicadas em Diário da República, o que se torna desta forma necessário

que a EAN seja exigente e rigorosa, relativamente à formação de profissionais para

estes domínios de atividade.24

A Escola Superior de Saúde Ribeiro Sanches/ERISA possui doze anos de experiência,

fornecendo vários Cursos de diferentes tipos, como por exemplo: Cursos de

Licenciatura em Análises Clínicas e Saúde Pública, em Enfermagem, em Farmácia e em

Radiologia, Pós-Graduações e Especializações, designadamente na área das

Terapêuticas Não Convencionais, assim como diferentes Cursos Livres, que contribuem

para o desenvolvimento de distintos perfis profissionais, pretendendo fomentar a

investigação científica e a propagação de conhecimento. Desta forma, esta Escola

constitui, presentemente, uma Instituição de referência na formação de profissionais de

Ciências e Tecnologias da Saúde, em Portugal.

Esta Escola assegura uma formação pré e pós-graduada de formas diferenciadas,

nomeadamente, através do suporte baseado na particularização do ensino, na maior

24 http://ean.pt/?s=instituicao

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flexibilidade dos trajetos académicos, na primazia da avaliação contínua e no

fortalecimento do modo de interação docentes/estudantes, tendo em consideração os

valores da pessoa e com base em Normas de Qualidade e Segurança evidentes, que

pretendem a melhoria constante das intervenções.

O principal objetivo da Escola Superior de Saúde Ribeiro Sanches/ERISA é ter uma

formação de qualidade de profissionais de saúde. É de notar que esta Escola constitui

ainda um agente formativo do ensino Superior Politécnico.

É ainda de salientar que a Escola Superior de Saúde Ribeiro Sanches/ERISA

estabeleceu um departamento específico de coordenação na formação académica e

cientifica das Terapêuticas Não Convencionais (TNCs), no âmbito da Lei 45/2003 de 22

de agosto (Lei do enquadramento base das Terapêuticas Não Convencionais).

Esta Escola disponibiliza Cursos Livres, na área da Medicina Tradicional Chinesa, da

Naturopatia, da Osteopatia e da Acupuntura.

De acordo com as orientações da Organização Mundial de Saúde para o ensino destas

terapêuticas, o departamento que foi criado para dar suporte à formação académica e

científica das TNCs, baseia-se na exigente experiência académica desta Escola, com o

objetivo de proporcionar aos alunos as competências seguras no desempenho das suas

futuras profissões.25

A Escola Superior de Medicina Oriental e Terapêuticas (E.S.M.O.T.) é uma Instituição

de ensino particular reconhecido pela Associação Portuguesa de Acupuntores

Osteopatas e Técnicas Manipulativas.

Esta Escola encontra-se direcionada para a formação profissional, no âmbito da área de

saúde com abordagem na Medicina Oriental. Numa fase inicial, foi fundado em 1999

um departamento de formação da Corpus Clinic - Clínica Escola e em 2007 foi criada a

E.S.M.O.T. Em Lisboa, esta oferece instalações adequadas e de qualidade,

convenientemente equipadas.

A E.S.M.O.T. é administrada pelo Dr. José Duarte e pela Prof. Marina Duarte,

disponibilizando cursos conduzidos por formadores qualificados e com uma vasta

experiência profissional. A E.S.M.O.T. estabeleceu horários amplos, como por exemplo

o Regime de Formação Geral (em dias úteis), o Regime Noturno e o Regime Intensivo

(ao fim-de-semana), porque pretende facultar a todos os interessados a frequência dos

25 http://www.erisa.pt/a-escola/26-a-escola

http://www.erisa.pt/ensino/cursos-terapeuticas-nao-convencionais

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seus cursos. No final do Curso de Acupuntura, Medicina Tradicional Chinesa e

Osteopatia, os alunos terão acesso a um possível Estágio, nas Clínicas da Escola.

É missão desta Escola produzir e propagar conhecimentos e saberes de Saúde, de

Medicina Oriental, de Osteopatia e de outras Terapêuticas Não Convencionais, que

possam cooperar para o progresso científico dos profissionais desta área, objetivando

assim, a melhoria da saúde da população. Por isso, a E.S.M.O.T. pretende constituir

profissionais com um elevado nível de competência técnico-científica e clínica, dando

prioridade e valorizando a integralidade, a interdisciplinaridade, a liderança e a

integração entre ensino, investigação e extensão.

São valores desta escola o crescimento de um método de trabalho democrático

empenhado com valores éticos, e humanistas, num ambiente organizacional solidário e

construtivo, sustentado em parcerias e na cooperação interna e externa, honrando os

princípios da missão.26

O Instituto de Medicina Tradicional (I.M.T.) é um Instituto que iniciou à sua atividade

formativa em maio de 1998, através de várias ações de formação em Kinesiologia

Aplicada, concretizadas em parceria com a Associación Española de Kinesiologia.

Foram abertas instalações próprias no centro da cidade de Lisboa no final de outubro de

2000, possibilitando o aumento do seu leque de ofertas formativas com os Cursos de

Acupuntura e de Massoterapia. Devido a esta diversificação e consequente

desenvolvimento foi criada uma delegação no Porto, em 2003.

Posteriormente, o I.M.T. deu início aos cursos com duração de 3 e 4 anos, de acordo

com os modelos do ensino superior, particularmente, o Curso Geral de Naturopatia e

Ciências Tradicionais Holísticas, o Curso Geral de Homeopatia, o Curso Geral de

Osteopatia e o Curso Geral de Acupuntura, Moxabustão e Fitoterapia Chinesa.

Em 2009 foi realizada uma parceria estratégica com a Instituição privada, mais antiga,

de ensino superior em Portugal, o ISLA Lisboa. Com esta parceria foi possível

apresentar uma formação pós-graduada nas áreas de Osteopatia Visceral, Acupuntura,

Homeopatia e Naturopatia, sendo desta forma um caso inovador em Portugal.

É ainda de referir que o IMT possibilita o ingresso ao grau de licenciatura britânica em

Osteopatia, BSc (Hons), a partir de uma cooperação com a BCOM – British College of

Osteopathic Medicine, desde o ano letivo 2012-2103.

26 http://www.esmot.com/escola/

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Desta forma, este Instituto constitui-se a partir da necessidade de oferecer formação

credível e de qualidade no domínio das Terapêuticas Não Convencionais, sendo por isso

a missão do I.M.T. formar terapeutas com sentido ético e bem preparados, quer do

ponto de vista técnico, quer do ponto de vista profissional, para que possam marcar

diferença no mercado de trabalho.27

O Instituto Kiros Portugal teve início com a sua atividade na área das Terapias Naturais,

em Espanha (Sevilha), em 1977. Este Instituto tem constituído um local de referência,

através de alguns dos seus Cursos, nomeadamente, o Curso de Osteopatia, o Curso de

Quiromassagem, o Curso de Reflexologia Podal e Kinesiologia Aplicada. Tem sido

através da sua reconhecida formação no domínio das medicinas alternativas que tem

sido possível uma expansão de todo o seu conhecimento a outros locais de formação

diversos, não só no território espanhol, mas também em Portugal, sendo desta forma

que surgiu o Instituto Kiros Portugal.

O Instituto Kiros Portugal é um Instituto de formação na área da saúde, orientado para

as terapias manuais, fazendo parte da sua oferta curricular o Curso de Osteopatia, o

Curso de Quiromassagem, o Curso de Reflexologia Podal e Kinesiologia Aplicada.

O objetivo do Instituto Kiros Portugal é habilitar todos os seus alunos para a adaptação

ao mercado de trabalho, apelando à inovação das abordagens e a soluções adequadas às

necessidades de cada um, distinguindo-se sempre pela qualidade, rigor e

profissionalismo.28

O Instituto Português de Naturologia (IPN) é uma Organização formadora acreditada,

com aptidão formativa identificada na área da Medicina Natural, que constitui um

projeto ponderado na área da Medicina Natural, compreendendo formação na área das

Terapêuticas Não Convencionais e também em todas as vertentes do bem-estar, como

por exemplo Técnicas de Hidroterapia, Massagem, Estética Natural, Atividade Física,

entre outras.

O IPN nasceu no ano de 1999, através de um plano educativo muito bem determinado e

fundamentado no paradigma da saúde como requisito primário da felicidade,

constituindo assim uma ambição desta Instituição levar, a um maior número de pessoas

27 http://www.imt.pt/percurso-imt.php

28 http://www.institutokirosportugal.com/

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possível, a alegria de viver saudável. Para que tal seja possível, torna-se necessário um

trabalho constante de formação, investigação, dedicação e comunicação.

Alguma da evolução histórica do IPN é fundamentada nos seguintes anos:

- 1999, o ano de fundação do IPN como entidade formadora na área da Medicina

Natural com abertura da primeira clínica IPN: Centro Hipócrates de Terapias Naturais.

- 2000, o ano do desenvolvimento e implementação de novos Cursos e Clínicas

(abertura da segunda clínica IPN: Foz Vital - Clínica de Bioterapias e Longevidade) e

definição de quatro Departamentos na estrutura do IPN: Departamento de Ciências da

Vida, Departamento da Medicina Chinesa, Departamento de Técnicas Manuais e

Departamento de Estudos Especializados.

- 2001, o ano de introdução de novos Cursos convidando especialistas estrangeiros (os

Professores Armando Aflallo Ginard, Joan Martínez Guijarro, A. Torti e Enrique S.

Bascunana).

- 2002, o ano de abertura de novos Cursos: Reflexoterapia, Monitor de Chi Kung,

Termoterapia, Drenagem Linfática, Imagiologia.

- 2003, o ano de consolidação dos Cursos em funcionamento e preparação de formações

em Espanha.

- 2004, o ano de consolidação de alguns protocolos.

- 2005, o ano de início do período de expansão com abertura do Pólo de Braga, com o

funcionamento dos Cursos de Medicina Chinesa, Massagem, Auriculoterapia, Shiatsu e

Reflexoterapia e introdução de outros novos cursos e congressos.

- 2006, o ano de abertura do Pólo de Ovar em protocolo com a Santa Casa da

Misericórdia, com os Cursos de Massagem, Medicina Chinesa, Auriculoterapia e

Reflexologia e abertura da terceira clínica IPN: Braga Vital - Clínica de Bioterapias e

Longevidade.

- 2007, o ano de abertura do Pólo de Coimbra com Cursos de Medicina Chinesa,

Massagem, Auriculoterapia, Shiatsu e Reflexoterapia, abertura da quarta clínica IPN,

em Ovar, em protocolo com a Santa Casa da Misericórdia e abertura da quinta clínica

IPN: Dr. Marcos Blood Diet Clinic – Franchising.

- 2008, o ano de abertura do Pólo de Lisboa com Cursos de Medicina Chinesa,

Massagem, Auriculoterapia, Shiatsu e Reflexoterapia, abertura da sexta clínica IPN:

Arca D`Água - Clínica de Bioterapias e Longevidade e abertura da sétima clínica IPN,

em Coimbra: Coimbra Vital - Clínica de Bioterapias e Longevidade.

- 2009, o ano de expansão da formação para a empresa e para a sociedade.

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- 2010, o ano de diversificação das formas de ensino.

- 2011, o ano de consolidação e reforço da investigação e abertura da oitava clínica IPN:

Lisboa Vital - Clínica de Bioterapias e Longevidade.

- 2012, o ano de uma estrutura em movimento.

- 2014, o ano em que os Profs. Doutores M. Manuela N. Costa Maia Silva (Presidente

do Conselho de Direção e Diretora Geral do IPN) e António Marcos (Presidente do

IPN) foram indigitados pela ACSS, junto do Ministro da Saúde, como elementos do

Conselho Consultivo para as TNC, previsto nos arts. 17 e 18 da Lei n.º 71/2013, de 2 de

setembro.

- 2015, o ano de celebração de um Acordo de Cooperação Académica entre o IPN -

Instituto Português de Naturologia e a UFP - Universidade Fernando Pessoa - Escola

Superior de Saúde, para a definição das linhas estratégicas a nível pedagógico, científico

e clínico, das licenciaturas em TNC.29

O Instituto de Técnicas de Saúde (ITS) é uma Instituição que disponibiliza Cursos de

Osteopatia, em parcerias com a Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa

e com o Instituto Piaget, sob a Coordenação do Doutor Borges de Sousa, que durante 35

anos lançou, implementou e desenvolveu a Osteopatia em Portugal.

O ITS tem vindo sempre a ser a maior Escola de ensino osteopático em Portugal,

provido de instalações adequadas para as aulas teóricas e práticas, laboratório, centro de

estágio, sala de investigação e biblioteca.

Esta Instituição é uma referência a nível nacional e europeu, sendo líder na formação de

osteopatas em Portugal, porque possui 35 anos de prática na preparação de osteopatas,

sob a orientação do Doutor M. A. Borges de Sousa, que desempenhou as seguintes

funções históricas preponderantes para o ensino da Osteopatia:

- Foi Diretor e Professor entre 1986 e 1998 dos Cursos de Osteopatia da Oxford School

of Osteopathy;

- De 1998 a 2005 foi Diretor, Coordenador e Professor dos Cursos dados em Portugal

através dos Cursos Superiores de Osteopatia da Oxford Brookes University;

- Entre 2005 e 2009 desempenhou funções de coordenação dos Cursos de Osteopatia da

Universidade Lusíada de Lisboa;

29 http://www.ipnaturologia.com/valores-e-projecto-educativo-ipn.html

http://www.ipnaturologia.com/historia-ipn.html

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- Tem vindo a ter funções como Diretor do ITS, administrando e coordenando os Cursos

de Osteopatia com as suas Clínicas de Osteopatia em Portugal, que se encontram em

atividade total;

- De 2005 a 2009 foi Coordenador dos Cursos de Osteopatia, da Universidade Lusíada

de Lisboa;

- Foi também Coordenador das Pós-Graduações em Osteopatia da Escola Universitária

Vasco da Gama (EUVG), Coordenador das Pós-Graduações em Osteopatia do Instituto

Superior de Educação e Ciências de Lisboa (ISEC) e Coordenador das Pós-Graduações

de Terapias Manipulativas e Osteopáticas da Escola Superior de Tecnologia da Saúde

de Lisboa (ESTeSL);

- Em 2012 teve funções coordenação da Escola Universitária Vasco da Gama de

Coimbra;

- No ano de 2013 desempenhou a função de Coordenador do Instituto Superior de

Educação e Ciências de Lisboa.

- Foi ainda Coordenador da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, do

Instituto Politécnico de Lisboa.

A missão do ITS é a estima pelos profissionais na área da saúde, através da oferta de

conhecimentos atualizados, para que possam alcançar um excelente nível profissional

para um melhor atendimento aos utentes. É de salientar, que a estratégia de formação do

ITS tem início na experiência dos anos de ensino, objetivando o fortalecimento do

projeto formativo.

Esta Instituição possui como objetivo o desenvolvimento de forma suportada da

passagem do ensino profissional administrado no ITS para o ensino superior em

consonância com a nova a Portaria n.º 172-E/2015, de 5 de junho, possibilitando desta

forma, que os novos alunos e os atuais alunos favoreçam de progressão de estudos para

a futura licenciatura de Osteopatia.

É de referir, que o ITS tem parcerias nacionais e internacionais com instituições de

ensino superior de saúde, públicas e privadas, o que certifica a qualidade do seu

trabalho.30

30 http://itsaude.com.pt/o-instituto-its/o-instituto-its

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92

Percurso metodológico 2.4.

2.4.1. Fases do estudo empírico

O caminho que tem vindo a ser feito até chegar aqui, passou por 5 fases diferentes, que

foram as seguintes:

Figura 1: Fases do Percurso Metodológico

- Na 1ª fase foi realizada uma análise exploratória das instituições de ensino de

Osteopatia, em diferentes países da Europa, ou seja ao nível europeu;

- Na 2ª fase, efetuou-se uma seleção das instituições a incluir no estudo. Esta escolha

das instituições foi baseada em alguns fatores que foram surgindo, nomeadamente, a

escassa informação para ter possibilidade do ponto de vista de investigação de abarcar

todas as escolas, em alguns casos a informação obtida não era suficiente para fazer parte

do estudo e/ou não cumpriam os requisitos e critérios que foram definidos para fazer

parte do estudo. Por outro lado, é ainda de referir que o tempo dedicado ao estudo não

ser mais extensível a mais instituições e a escolha foi baseada na informação disponível

para o tipo de análise que se queria fazer.

- Na 3ª fase, fez-se uma definição dos critérios de análise das instituições de ensino da

Osteopatia e do próprio ensino. Esta checklist teve como base os seguintes parâmetros:

1. Pré-requisitos

2. Nível de formação:

- Formação superior

- Formação não superior

Que tipo de instituições faz essa formação?

1ª fase: Análise Exploratória

2ª fase: Seleção das Instituições

3ª fase: Definição dos Critérios de

Análise

4ª fase: Análise e Construção

de Tabelas

5ª fase: Redução dos

Dados

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93

Ex: nível superior – Faculdade de Medicina

3. Duração:

- Anos

- Carga letiva total

- Carga letiva prática

4. Unidades curriculares – Anatomia, Fisiologia, Fisiopatologia …

5. Estrutura curricular:

a) Domínios de formação/área científica – quantos planos de formação na área

das ciências biomorfológicas (anatomia…), semiologia, ciências humanas,

ciências sociais, ciências do comportamento e desenvolvimento humano,

ciências do movimento humano, osteopatia, prática osteopática, ética,

deontologia…

b) Estágios que existem:

- existe – é curricular? – carga horária, orientação…

- não existe – não é curricular – quais são as modalidades que existem

6. Tipo – semestral, anual

7. Tempo de trabalho (horas):

Total

Contato

8. Créditos

- Na 4ª fase, procedeu-se à análise e construção de uma tabela inicial sobre as

instituições de ensino e formação em Osteopatia, de acordo com os critérios definidos

na checklist, para o estudo. A análise e reflexão sobre esta tabela inicial, acabou por

levar ao desdobramento em duas tabelas. Na tabela 2 (ver Anexo 1), os itens dizem

respeito ao nível de formação (quais os seus pré-requisitos, se a formação é de nível

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94

superior ou não superior e qual o tipo de instituições que realiza a formação) e a duração

dessa mesma formação (o número de anos, a carga letiva total e a carga letiva prática).

Tabela 2: 1º Nível de análise da formação em Osteopatia por Instituição

A tabela 3 (ver anexo 2) tinha como objetivo fazer emergir informação mais detalhada

relativamente ao plano curricular propriamente dito (solicita informações relativas às

unidades curriculares, aos domínios de formação/área científica, ao estágio, ao tipo, ao

tempo de trabalho em horas e aos créditos).

Tabela 3: 2º Nível de análise da formação em Osteopatia por Instituição

- Na 5ª fase, concretizou-se uma redução dos dados e construção de gráficos e

descrições (a partir das tabelas 2 e 3 acima ilustradas), que permitiram fazer emergir

várias considerações relativamente ao nível de formação, à tipologia de instituição, ao

número de anos de formação e à carga horária total, para uma amostra de 15 tabelas

(T=15). É de referir, que apesar de terem participado no total 20 instituições de ensino

dos diferentes países anteriormente citados, foram construídas apenas 15 tabelas

(considera-se a tabela inicial que se desdobrou nas tabelas 2 e 3, como uma apenas). Isto

porque para as instituições de ensino de França foi suficiente a construção de uma única

tabela, uma vez que o preenchimento da mesma para as diferentes instituições era igual.

Por este motivo foi construída apenas uma única tabela para França perfazendo, assim,

Nível de Formação Duração

Pré-Requisitos Formação

Superior

Formação

não

Superior

Tipo de instituições Anos Carga letiva

Total

Carga

letiva

Prática

Unidades Curriculares Domínios de

Formação / Área

Científica

Estágio Tipo Tempo de

Trabalho (horas)

Créditos

Curricular Não

Curricular

Total Contacto

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95

um total de 15 tabelas no total (2 tabelas para a Bélgica, 1 tabela para França, 5 tabelas

para Inglaterra e 7 tabelas para Portugal), em vez de 20 tabelas.

Deste modo, foram construídos, 3 gráficos diferentes a partir das 15 tabelas, um relativo

ao nível de formação, um outro referente ao número de anos de formação e ainda um

outro alusivo à carga horária total. Relativamente à tipologia de instituição não foi

construído nenhum gráfico, porque no que diz respeito ao tipo de instituições é

necessário ter em conta a diferente natureza e os tipos de instituições ao nível europeu,

que são de naturezas desiguais. Desta forma, não permite fazer emergir uma tipologia

fechada e por este motivo, encontram-se assim, algumas instituições equivalentes ao

ensino universitário (como por exemplo: O Colégio Belga de Osteopatia - Le Collège

Belge D’Ostéopathie e o The Surrey Institute of Osteopathic Medicine - NESCOT),

outras formações ao nível superior (como por exemplo: The Belgian School of

Osteopathy (BELSO), ESO PARIS SUPOSTEO, Escola Superior de Osteopatia e IdHE

- INSTITUT D’OSTÉOPATHIE) e outro tipo de instituições como em Portugal.31

2.4.2. Técnicas e instrumentos de recolha de dados

A escolha das técnicas a usar durante o processo de pesquisa forma um estádio que o

investigador não pode desvalorizar, uma vez que é destas que depende a realização dos

objetivos do trabalho de campo. Esta fase possui um carácter aberto e interativo (Aires,

2015).

É importante salientar, que este estudo foi centrado, de uma forma muito clara, na

análise documental, existindo sempre uma perspetiva de recolha (como por exemplo nas

fases do estudo empírico) e uma perspetiva de análise (como por exemplo na análise dos

dados que se expõe seguidamente). No fundo tem havido sempre ao longo do estudo

uma recolha em função da análise, onde estes dois parâmetros andam lado a lado.

A recolha documental/construção dos instrumentos de recolha de dados foi sendo

realizada à medida que o volume de informações ia aumentando e que o tipo de

informações assim o exigia. A tabela de recolha de dados e de observação indireta não

foi totalmente construída a priori, ela foi sofrendo alterações e adaptações ao longo do

processo investigativo. Se se partiu de um conjunto de indicadores que serviram de base

31 É importante relembrar que o estudo foi feito numa altura antes do nascer de novos panoramas a nível

nacional da osteopatia e antes de existir a aprovação e consequente abertura de licenciaturas em

osteopatia em Portugal.

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ao primeiro esboço de tabela, à medida que se avançou na investigação e na análise

prévia dos dados, o investigador foi sentido a necessidade de reformular e reconstruir o

seu instrumento de recolha de dados.

As técnicas de recolha de dados mais frequentemente usadas no quadro da investigação

naturalista, que se insere num Paradigma Construtivista/Interpretativo ou qualitativo,

são as seguintes: pesquisa arquivística, a observação, a entrevista e o inquérito por

questionário (Afonso, 2005).

Neste estudo, a técnica utilizada foi a pesquisa arquivística, que consiste num tipo de

design de estudo dentro da análise documental, na qual houve um grande foco de uma

forma muito clara e evidente no presente estudo.

A pesquisa arquivística resume-se na utilização de informação presente em documentos

previamente organizados, com a intenção de adquirir dados importantes para responder

às questões de investigação. Neste campo de ação, o investigador não tem necessidade

de recolher e reunir a informação original. Desta forma, restringe-se simplesmente a

examinar a informação que foi anteriormente estruturada com finalidades exclusivas,

em geral, distintas dos objetos de pesquisa (Afonso, 2005).

Segundo Lee (2003, citado por Afonso, 2005),

Uma das grandes vantagens desta técnica de recolha de dados reside no facto de poder

ser utilizada como metodologia não interferente, isto é, como uma abordagem não

reactiva em que os dados são obtidos por processos que não envolvem recolha directa

de informação a partir dos sujeitos investigados [evitando] problemas causados pela

presença do investigador. Como refere o mesmo autor, os dados recolhidos desta

maneira evitam problemas de qualidade resultantes de as pessoas saberem que estão a

ser estudadas, em consequência do que, muitas vezes, mudam o seu comportamento

(pp. 88-89).

Atendendo a que se está a definir o que é a pesquisa arquivística e as suas principais

vantagens é igualmente essencial compreender qual é a natureza dos documentos a

investigar. Assim, é importante perceber que na pesquisa arquivística ou documental

(relembrando o que já foi dito anteriormente, esta pesquisa é um tipo de design de

estudo, que se insere dentro da análise documental), no que se refere à natureza dos

documentos a investigar, é necessário diferenciar entre documentos oficiais,

documentos públicos e documentos privados. Sucintamente, segue-se uma pequena

descrição sobre cada um deles.

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97

Para Aires (2015), “os documentos oficiais (internos e externos) proporcionam

informação sobre as organizações, a aplicação da autoridade, o poder das instituições

educativas, estilos de liderança, forma de comunicação com os diferentes actores da

comunidade educativa, etc” (p. 42). Por este motivo, os documentos oficiais podem-se

encontrar nos arquivos das diferentes secções da administração pública, particularmente

do Ministério da Educação, e formam um registo da atividade quotidiana da

administração educacional, como por exemplo arquivos de expediente, processos de

pessoal, de aquisição de bens e serviços, registos contabilísticos, propostas, pareceres,

despachos, ordens de serviço, entre outros (Afonso, 2005). Ou seja, tudo o que seja

legislação constitui um documento oficial. No que se refere a este estudo, um bom

exemplo de um documento oficial utilizado foi o documento preparatório da União

Europeia sobre os standards, que devem informar a formação e prática em Osteopatia

ao nível europeu.

Relativamente aos documentos públicos, de acordo com Afonso (2005),

Na categoria dos documentos públicos inclui-se a imprensa, cujo estudo se reveste de

um duplo interesse, podendo ser abordada quer como objecto de investigação quer

como fonte de informação. Para além das notícias e artigos sobre educação e formação,

são habitualmente relevantes as cartas ao director e a publicidade (pedidos de emprego,

avisos de concursos de admissão de pessoal, anúncios de explicações, de cursos de

formação, etc.) (p. 90).

É de salientar, que também se inclui nesta categoria dos documentos públicos, a

documentação distribuída ou vendida, isto é, está relacionada com todo o tipo de

informação publicitária ou de propaganda política, associativa ou sindical, assim como

também de anuários, livros, designadamente os manuais escolares e as obras literárias,

quando contêm documentos ou testemunhos de experiências pertinentes no que diz

respeito à educação, à formação, à vida escolar ou à política e administração de

educação (Afonso, 2005). Assim, é possível perceber que tudo o que sejam

regulamentos internos, sites, planos de estudo, entre outros constituem documentos

públicos. No caso específico deste estudo, temos como documentos públicos por

exemplo, os sites, os planos de estudo/conteúdos programáticos de algumas instituições,

o General Osteopathic Council (GOsC) e o Quality Assurance Agency (QAA).

Os documentos privados são geralmente de acesso mais limitado, nos quais se incluem

os arquivos de empresas, escolas particulares, partidos políticos, sindicatos, associações

científicas ou profissionais, movimentos pedagógicos, entre outros (Afonso, 2005).

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98

Para Afonso (2005),

Um tipo especial de arquivos privados são os arquivos de sondagens e inquéritos

públicos, conduzidos pelas empresas especializadas para órgãos de comunicação social

ou para empresas de marketing, contendo informação relevante sobre tendências da

opinião pública a respeito de questões gerais ou específicas, nomeadamente de política

educativa (p. 90).

É no âmbito da documentação privada que aparecem os documentos pessoais. Segundo

Aires (2015), “os documentos pessoais integram as narrações produzidas pelos sujeitos

que descrevem as suas próprias acções, experiências, crenças, etc” (p. 42).

Segundo Lee (2003, citado por Afonso, 2005),

O desenvolvimento da Internet e da World Wide Web tem vindo a alargar sensivelmente

o campo de actuação da pesquisa arquivística, numa lógica “não interferente”, em que é

possível estudar atitudes, representações e comportamentos, identificando estratégias e

lógicas de acção, através, por exemplo, dos conteúdos das páginas web, e dos registos

de navegação dos respectivos visitantes (p. 91).

É importante referir, que para além de todos os materiais usados neste estudo,

mencionados anteriormente (nos documentos oficiais e nos documentos públicos)

existiram, também, vários livros consultados em diversos idiomas (tais como Português,

Inglês e Espanhol).

Em modo de conclusão e como redige Afonso (2005),

A recolha de dados constitui apenas a fase inicial do trabalho empírico. A efectiva

concretização da finalidade da pesquisa (a produção de conhecimento científico)

decorre com a organização e tratamento desses dados, tarefas mais exigentes e

complexas que a recolha de informação (p. 111).

2.4.3. Análise de dados

A análise da informação é um campo fulcral e também problemático do processo de

investigação (Aires, 2015). Segundo Miles & Huberman, (1994, citados por Aires,

2015), “o investigador dispõe de diversos métodos de recolha de material empírico que

vão da entrevista à observação directa, à análise de artefactos, documentos, registos

culturais, registos visuais ou experiências pessoais” (p. 43). Todavia, esta variedade de

métodos e técnicas abrange um enorme detalhe no processo analítico empregue à

informação recolhida (Aires, 2015).

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99

Todo este estudo foi baseado numa análise documental. Inicialmente foi feita uma

análise documental referente à revisão de literatura (que constitui um processo contínuo,

ao longo do trabalho de pesquisa), com o objetivo de num primeiro momento a revisão

da literatura ajudar a fundamentar o interesse e a necessidade deste estudo,

proporcionando assim, os argumentos para defesa e justificação da forma como se

apresenta o problema/questão orientadora. Num segundo momento, esta revisão de

literatura, serviu de sustentáculo às opções metodológicas propostas a seguir. Serviu,

por exemplo, para justificar a opção por um dado instrumento, ou por certos

procedimentos.

A revisão de literatura foi ainda importante, porque depois de concluído o trabalho de

campo e tratados os dados, esta facilitou posteriormente a discussão dos resultados,

confrontando-os com os que foram obtidos por outros investigadores, quando existem

estudos anteriores relativos à questão do presente estudo, e ajudando desta forma a

interpretá-los e a tirar as necessárias conclusões. No caso deste estudo, em particular,

pensa-se que as questões não foram respondidas ainda em estudos anteriores, por isso

não é possível existir um conhecimento sobre o que é que outros já

“descobriram/aprenderam”, que possa ajudar a responder às questões apresentadas nos

objetivos e questões de pesquisa.

Todo o processo de análise e revisão bibliográfica possibilitou igualmente a realização

da redação final do capítulo de fundamentação teórica, tornando-o assim, coerente e

consistente com os restantes capítulos.

Ou seja, é importante referir que com o capítulo da revisão da literatura não se

pretendeu aqui mostrar tudo o que foi lido e o que ainda se lê sobre o assunto, nem

compilar essa informação em forma de manual, mas antes resumir o suporte

fundamental das opções, procedimentos, interpretações e conclusões. Com isto,

pretende-se elucidar que a revisão da literatura não é só uma simples recolha de

informação, esta pressupõe uma leitura crítica dessa informação, para que as opções

tomadas tenham uma base sólida, visto que nem toda a informação escrita em revistas,

livros, entre outras, é válida, do ponto de vista do rigor científico.

A análise documental referente à revisão de literatura deste estudo teve várias

dimensões, baseando-se em duas grandes partes. Uma primeira parte, sobre a Teoria

Curricular, onde se falou sobre o conceito/definição de currículo, definição de programa

e de programação, marco teórico geral, características do currículo, teoria e

desenvolvimento curricular, papel da teoria curricular, as teorias curriculares, a

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100

investigação curricular, pressupostos curriculares e natureza e âmbito do

desenvolvimento curricular. Uma segunda parte sobre a Osteopatia, que teve como

objetivo dar a conhecer o contexto da Osteopatia e onde se desenvolveu a sua definição,

a sua evolução histórica, a sua entrada em Portugal e na União Europeia.

Posteriormente, e ainda dentro da revisão de literatura, atendendo às mudanças que se

fazem sentir na área da Osteopatia e da formação em Osteopatia em particular, foi

central nesta análise documental a análise de um documento preparatório da União

Europeia sobre os standards, que devem informar a formação e prática em Osteopatia,

ao nível europeu. Este documento preparatório é importante, uma vez que aborda a

questão do treino dos osteopatas e o modo como a formação deve ser organizada,

constituindo assim, uma orientação para programas de formação na área da Osteopatia.

Importa referir que algumas das motivações que levaram a este estudo, foram

constituídas a partir deste documento.

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CAPÍTULO 3 – APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS

Este capítulo tem por objetivo fazer emergir o panorama da formação em Osteopatia na

Europa (ao nível europeu) e de uma forma particular nas instituições que serviram de

base ao estudo.

A forma como os dados vão ser apresentados decorre, por um lado, das questões que

estiveram na base do estudo e, por outro, da forma como o percurso metodológico foi

empreendido.

Segundo Lofland (1974, citado por Bogdan & Biklen, 1994), “os investigadores

qualitativos têm a sorte de não terem um modo único de apresentar os resultados” (p.

255), existindo mesmo determinadas escolas de investigação qualitativa que concebem

manuscritos com um estilo muito próprio, conseguindo ser reconhecidas pelas frases

que empregam. Predomina, assim, a diversidade (Bogdan & Biklen, 1994).

Nos modelos de apresentação mais tradicionais, como é o caso deste estudo, os

resultados ou as perspetivas são normalmente apresentados em modos didáticos. De

acordo com Bogdan & Biklen (1994),

O autor anuncia algures na introdução aquilo que o artigo, o capítulo, o livro ou a

dissertação discutirá e prossegue, apresentando aos leitores os aspetos essenciais dessa

perspetiva, documentando-os com exemplos extraídos dos dados. Curiosamente, neste

estilo, os dados são descobertos indutivamente, embora sejam apresentados

dedutivamente, de forma que o autor tem de fazer um esforço real para mostrar que não

os recolheu com o intuito de provar um ponto de vista já assumido (p. 256).

Desta forma e atendendo a tudo isto que acabei de dizer, a apresentação dos resultados

vai ser feita a partir dos gráficos, que ilustram os resultados obtidos. Com base em

gráficos e tabelas é possível ilustrar os resultados obtidos, através da análise realizada

junto das instituições de formação.

Recordando o que foi dito anteriormente, este estudo tem como objetivo produzir uma

cartografia do panorama geral da formação em Osteopatia ao nível europeu, pretende

descrever a formação da Osteopatia, na Europa. Relembra-se, desta forma, que as

questões orientadoras de investigação já mencionadas na metodologia são, por isso, as

seguintes:

- Como se caracteriza a formação em Osteopatia, na Europa?

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- Quais as semelhanças e diferenças na formação em Osteopatia nos diferentes países

europeus?

Estes são os objetivos deste estudo, ou seja, é aquilo que interessa saber.

Em seguida, neste capítulo são apresentados de forma pormenorizada todos os

resultados. Recordando o que já foi dito no capítulo da metodologia, particularmente

sobre as fases do estudo empírico: na 4ª fase (análise e construção de tabelas),

procedeu-se à análise e construção de uma tabela inicial sobre as instituições de ensino e

formação em Osteopatia, de acordo com os critérios definidos na checklist (3ª fase) para

o estudo. A análise e reflexão sobre esta tabela inicial acabou por originar o

desdobramento em duas tabelas. Posteriormente, entrou-se na 5ª fase com o objetivo de

fazer uma redução dos dados, através de uma construção de gráficos e descrições (a

partir das tabelas construídas na 4ª fase), que permitiram fazer emergir várias

considerações relativamente ao nível de formação, à tipologia de instituição, ao número

de anos de formação e à carga horária total, para uma amostra de 15 tabelas (T=15). É

de relembrar, tal como já foi referido na metodologia, que relativamente à tipologia de

instituição não foi construído nenhum gráfico, porque no que diz respeito ao tipo de

instituições é necessário ter em conta a diferente natureza e os tipos de instituições ao

nível europeu, que são de naturezas muito diferentes. Assim, não é possível fazer

emergir uma tipologia fechada e por este motivo, encontram-se desta forma, algumas

instituições equivalentes ao ensino universitário (como por exemplo: O Colégio Belga

de Osteopatia - Le Collège Belge D’Ostéopathie e o The Surrey Institute of Osteopathic

Medicine - NESCOT), outras instituições com formações ao nível superior (como por

exemplo: The Belgian School of Osteopathy (BELSO), ESO PARIS SUPOSTEO,

Escola Superior de Osteopatia e IdHE - INSTITUT D’OSTÉOPATHIE) e outro tipo de

instituições como em Portugal.

É a partir destes gráficos relativos ao nível de formação, ao número de anos de

formação e à carga horária total, que os resultados vão ser apresentados seguidamente.

Na Figura 2, encontram-se os resultados do nível de formação das diferentes instituições

de ensino ao nível dos 4 países em estudo (Bélgica, França, Inglaterra e Portugal).

Desta forma, do ponto de vista do nível de formação, obtiveram-se 7 escolas de

formação não superior (que equivale a 47%) e 8 escolas de formação superior (que

corresponde a 53%). Apesar desta diferença de percentagem não ser muito grande

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103

verifica-se, assim, que se obteve um maior número de escolas de formação de nível

superior com 53%, em relação ao número de escolas de formação de nível não superior

com 47%.

Figura 2: Gráfico do Nível de Formação

Na Figura 3, apresentam-se os resultados do número de anos de formação das diferentes

instituições de ensino ao nível dos 4 países em estudo.

No que se refere ao número de anos de formação, verificou-se que existe 1 escola com

um ano de formação, 1 escola com três anos de formação, 9 escolas com quatro anos de

formação e 4 escolas com cinco anos de formação. Obteve-se, então, um maior número

de escolas com quatro anos de formação com 60%, seguida das escolas com 5 anos de

formação com 27%. As escolas com um número de anos de formação inferior foram as

que se obteve um número mais reduzido, sendo que com um ano de formação equivale a

7% e com três anos de formação equivale a 6%. Sobressaem, assim, as escolas com

quatro anos de formação com uma predominância de 60%.

Formação Superior

8 53%

Formação não

Superior 7

47%

Nível de Formação (T=15)

FormaçãoSuperiorFormação nãoSuperior

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104

Figura 3: Gráfico do Número de Anos de Formação

Na Figura 4 encontram-se os resultados relativos à carga horária total das diferentes

instituições de ensino ao nível dos 4 países em estudo.

Relativamente à carga horária total, foram definidos intervalos e averiguou-se que

existem 2 escolas com carga horária total até 1.500h, 1 escola com carga horária total

entre 1.501h e 3.000h, 3 escolas com carga horária total entre 3.001h e 5.000h, 3 escolas

com mais de 5.000h de carga horária total e 6 escolas de carga horária total

desconhecida, isto é não havia essa informação. Obteve-se, então, um número maior de

escolas de carga horária total desconhecida (escolas essas onde não existia essa

informação) com 40%, seguida das escolas com mais de 5.000h de carga horária total e

das escolas com carga horária total entre 3.001h e 5.000h com 20%. Nas escolas com

carga horária total até 1.500h e nas escolas com carga horária total entre 1.501h e

3.000h foram nas que se obteve um número mais reduzido de escolas com 13% e 7%,

respetivamente. Assim, é possível perceber que apesar de 40% das escolas não

apresentarem a informação da carga horária total, há 20% das escolas que sobressai nas

horas porque tem mais horas, como é o caso das escolas com mais de 5.000h de carga

horária total e há outros 20% que também sobressaem nas horas como se verifica nas

escolas com carga horária total entre 3.001h e 5.000h.

5 Anos 4

27%

4 Anos 9

60%

3 Anos 1

6%

1 Ano1

7%

Número de Anos de Formação (T=15)

5 Anos

4 Anos

3 Anos

1 Ano

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105

Figura 4: Gráfico da Carga Horária Total

O principal objetivo deste estudo foi descrever a formação da Osteopatia na Europa,

começando inicialmente de uma forma mais geral e à medida que se foram criando os

critérios de análise foi-se avançando, progressivamente para um caminho mais

específico. Tal como já foi referido várias vezes ao longo deste estudo, pretendeu-se

com o mesmo produzir conhecimento sobre o ensino geral da Osteopatia na Europa,

partindo da realidade de um conjunto de escolas situadas em 4 países europeus

(Portugal, Inglaterra, França e Bélgica) e no sentido de caracterizar as semelhanças e

diferenças entre os vários planos de formação e de compreender até que ponto as ofertas

formativas nesta área são equivalentes (relativamente ao tipo e natureza da formação;

estrutura curricular; duração da formação).

Com a apresentação destes resultados acima descritos e ilustrados é possível perceber,

que existem diferenças consideráveis no que respeita ao nível de formação, à tipologia

de instituição, ao número de anos de formação e à carga horária total dos cursos em

Osteopatia nestes países europeus.

Relativamente à estrutura curricular de cada escola, no que respeita às áreas de

formação, existe uma grande diferença nos diferentes países europeus em estudo. Por

Até 1.500h

2 13%

1.501h-3.000h

1 7%

3.001h-5.000h

3 20%

Mais de 5.000h

3 20%

Desconhecida 6

40%

Carga Horária Total (T=15)

Até 1.500h

1.501h-3.000h

3.001h-5.000h

Mais de 5.000h

Desconhecida

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106

este motivo, esta análise e apresentação serão seguidamente realizadas de forma

diferenciada por país.

Para a Bélgica foram selecionadas duas instituições, uma equivalente ao ensino

universitário (O Colégio Belga de Osteopatia - Le Collège Belge D’Ostéopathie) e outra

com formação ao nível superior (The Belgian School of Osteopathy - BELSO), que

mostram algumas diferenças nas unidades curriculares e na apresentação do seu plano

de estudos: a primeira Instituição apresenta as unidades curriculares por módulos

distribuídos ao longo de 5 anos de formação e a segunda Instituição apresenta as

unidades curriculares e os respetivos domínios de formação. Apesar de ambas as

formações serem de nível superior, estas diferenças na apresentação dos planos de

estudos podem estar relacionadas, por um lado com o facto do tipo de instituição ser

diferente e, por outro lado devido ao facto de que no Colégio Belga de Osteopatia se

obtém um grau de Pós-Graduação (sendo um curso destinado a médicos, fisioterapeutas,

graduados e pós-graduados) e no The Belgian School of Osteopathy obtém-se um grau

de Licenciatura em Osteopatia (sendo um curso que possui como pré-requisito ser

fisioterapeuta).

Seguidamente vão ser apresentados os planos de estudos destas duas Instituições, para

que torne mais clara esta exposição:

- O Colégio Belga de Osteopatia - Le Collège Belge D’Ostéopathie, possui a sua

formação dividida em Módulos ao longo de 5 anos, que se apresentam da seguinte

forma:

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Tabela 4: Plano de estudos do Colégio Belga de Osteopatia

1º Ano:

Módulo de tratamento geral osteopático TGO

(GOT)

Módulo de Anatomia e Palpação

Módulo de Biomecânica

Módulo da Bacia

Módulo do Membro Inferior

Módulo da Coluna Lombar

Módulo da Osteopatia Funcional

Módulo de Fisiologia

Módulo de Semiologia Médica

Módulo de Radiologia e Imagem Médica

2º Ano:

Módulo de tratamento geral osteopático TGO

(GOT)

Módulo de Anatomia e Palpação

Módulo de Biomecânica

Módulo da Osteopatia Funcional

Módulo da Coluna Lombar, Torácica e

classificações

Módulo da Cintura Escapular e Membro Superior

Módulo da História e Filosofia

Módulo de Complemento de Neurofisiologia

3º Ano:

Módulo de Anatomia e Palpação

Módulo de Biomecânica

Módulo da Osteopatia Funcional

Módulo Funcional Cranio-sacral

Módulo de Osteopatia Visceral

Módulo de Coluna Cervical

Módulo de Semiologia Médica

Módulo de Radiologia e Imagem Médica

4º Ano:

Módulo de Anatomia e Palpação

Módulo de Embriologia

Módulo de Nutrição

Módulo da Osteopatia Funcional

Módulo Funcional Cranio-sacral

Módulo de Osteopatia Visceral

Módulo de Síntese em Osteopatia Estrutural

Módulo de Administração do Gabinete

Módulo de Complemento de Neurofisiologia

Módulo de Semiologia Médica

Módulo de Radiologia e Imagem Médica

5º Ano:

Módulo de Anatomia e Palpação

Módulo da Osteopatia Funcional

Módulo Funcional Cranio-sacral

Módulo de Osteopatia Visceral

Módulo de Nutrição

Módulo de Semiologia Médica

Síntese e revisão de abertura nas escolas europeias

Módulo de Clínica

Júri TFE

Júri Clínica

Currículo na ESO:

Módulo Maidstone

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- O The Belgian School of Osteopathy - BELSO, possui a sua formação dividida em

unidades curriculares com os seus respetivos domínios de formação:

Tabela 5: Plano de estudos do The Belgian School of Osteopathy

Com esta apresentação dos dois planos de estudo destas duas Instituições é possível

verificar que existem alguns módulos/unidades curriculares comuns (apesar da

denominação não ser totalmente igual), outros diferentes e outros específicos de cada

Instituição.

No que se refere às semelhanças nas duas Instituições, temos por exemplo: ao nível das

Ciências Humanas, a História e Filosofia da Osteopatia; inseridas nas Ciências Básicas

no conceito e técnicas osteopáticas, a Embriologia e a Fisiologia; dentro das Ciências

Médicas como parte da abordagem osteopática, os Exames/Técnicas Médicas e a

Semiologia; ao nível da Arte da Osteopatia, conceito e técnica osteopática, a

Unidades Curriculares

- História da osteopatia (limites e alcances) - Legislação – Ética

- Embriologia;

- Histologia;

- Biologia;

- Fisiologia da criança e do adulto

- Exames/Técnicas Médicas;

- Semiótica da criança e do adulto;

- Endocrinologia

- Biomecânica (parietal, cranial e visceral);

- Posturologia;

- Anatomia palpatória e técnica palpatória,

- Exame clínico e testes;

- Teorias e práticas osteopáticas;

- Teoria e prática dos tratamentos osteopáticos específicos

- Trabalhos práticos, casos clínicos, formação interna dirigida, preparação

clínica.

-. Revisões para aprofundar as práticas técnicas e síntese

- Estágio Clínico num gabinete

Domínios de Formação / Área Científica

Ciências Humanas

Ciências Básicas no conceito e técnicas

osteopáticas:

Ciências Médicas como parte da abordagem

osteopática

Arte da osteopatia, conceito e técnica

osteopática

Clínica Osteopática na Escola

Estágio Clínico num gabinete

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Biomecânica, a Anatomia palpatória, o Exame clínico e testes, as Teorias e práticas

osteopáticas e a Teoria e prática dos tratamentos osteopáticos específicos; inseridos na

Clínica osteopática, os Trabalhos práticos, casos clínicos e a prática clínica (Módulo de

Clínica).

Relativamente às diferenças nestas mesmas Instituições são fundamentalmente nos

Módulos de Complemento de Neurofisiologia, de Administração do Gabinete, de

Nutrição, na Síntese e revisão de abertura nas escolas europeias e no Módulo Maidstone

do Colégio Belga de Osteopatia - Le Collège Belge D’Ostéopathie e na Unidade

Curricular de Estágio Clínico num gabinete do The Belgian School of Osteopathy –

BELSO. Apesar destas pequenas diferenças ao nível dos planos de estudos, consegue-se

perceber que ambas as formações têm na sua base um conteúdo semelhante.

Relativamente às instituições francesas, participaram 6 Instituições maioritariamente

instituições com formações ao nível superior, como por exemplo: ESO PARIS

SUPOSTEO e IdHE - INSTITUT D’OSTÉOPATHIE. Ou seja, são na sua maioria

instituições de ensino superior. Verificou-se que o plano de estudos é igual nestas 6

instituições francesas.

Apesar deste plano de estudos ser mais extenso, apresenta algumas semelhanças (quer

nas unidades curriculares, quer nos domínios de formação) com os dois planos de

estudo das instituições belgas, anteriormente apresentadas. O plano de estudos destas 6

instituições francesas possui 11 domínios de formação diferentes (nos quais se incluem

determinadas unidades curriculares), ao longo de 5 anos de formação, que são os

seguintes:

Ciências básicas

Osteopatia: fundamentos e modelos

Prática osteopática

Métodos e ferramentas de trabalho

Formação prática clínica

Semiologia das alterações do estado de saúde

Ciências humanas, ciências sociais, gestão

Osteopatia: fundamentos e modelos

Métodos e ferramentas de trabalho

Desenvolvimento de competências

Memória

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Seguidamente vai ser apresentado, de forma detalhada, o plano de estudos destas 6

Instituições francesas ao longo dos 5 anos de formação, onde se consegue verificar que

existe uma forte componente de formação prática clínica.

Tabela 6: Plano de estudos das 6 Instituições francesas – 1º Ano – PRIMEIRO CICLO

1º Ano – PRIMEIRO CICLO

Unidades Curriculares - Domínios de Formação / Área Científica

Biologia celular - Ciências básicas

Histologia – Embriologia – Genética - Ciências básicas

Biofísica e biomecânica - Ciências básicas

Anatomia e fisiologia geral - Ciências básicas

Anatomia e fisiologia do sistema nervoso - Ciências básicas

Anatomia e fisiologia do sistema músculo-esquelético - Ciências básicas

Anatomia e fisiologia do sistema cardiovascular e respiratório - Ciências básicas

Anatomia e fisiologia dos sistemas digestivo, endócrino e genitourinario - Ciências básicas

Anatomia e fisiologia dos sistemas tegumentar e sensorial - Ciências básicas

Os modelos conceptuais da osteopatia - Osteopatia: fundamentos e modelos

Anatomia palpatória - Prática osteopática

Palpação osteopática - Prática osteopática

Aprendizagem dos meios de diagnóstico, dos tratamentos osteopáticos e das técnicas apropriadas – Região

apendicular inferior - Prática osteopática

Aprendizagem dos meios de diagnóstico, dos tratamentos osteopáticos e das técnicas apropriadas – Região

lombar, pélvica e abdominal - Prática osteopática

Aprendizagem dos meios de diagnóstico, dos tratamentos osteopáticos e das técnicas apropriadas – Região

apendicular superior - Prática osteopática

Aprendizagem dos meios de diagnóstico, dos tratamentos osteopáticos e das técnicas apropriadas – Região

cervico-cefálica - Prática osteopática

Metodologia de comunicação oral e escrita – métodos de trabalho - Métodos e ferramentas de trabalho

Conceção e condução de um projeto de intervenção osteopática - Formação prática clínica

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Tabela 7:Plano de estudos das 6 Instituições francesas – 2º Ano – PRIMEIRO CICLO

2º Ano – PRIMEIRO CICLO

Unidades Curriculares - Domínios de Formação / Área Científica

Hematologia – Imunologia - Ciências básicas

Biofísica e biomecânica - Ciências básicas

Anatomia e fisiologia do sistema nervoso - Ciências básicas

Anatomia e fisiologia do sistema músculo-esquelético - Ciências básicas

Anatomia e fisiologia do sistema cardiovascular e respiratório - Ciências básicas

Anatomia e fisiologia dos sistemas digestivo, endócrino e genitourinario - Ciências básicas

Infecciologia/Doenças Infecciosas - Semiologia das alterações do estado de saúde

Semiologia em condições músculo-esqueléticas - Semiologia das alterações do estado de saúde

Semiologia em condições cárdio vasculares e respiratórias - Semiologia das alterações do estado de saúde

Psicologia e psicossomática - Ciências humanas, ciências sociais, gestão

As bases de diagnóstico e tratamento osteopático - Osteopatia: fundamentos e modelos

Raciocínio e abordagem clínica osteopática - Osteopatia: fundamentos e modelos

Anatomia palpatória - Prática osteopática

Palpação osteopática - Prática osteopática

Métodos e meios de diagnóstico de oportunidade - Prática osteopática

Aprendizagem dos meios de diagnóstico, dos tratamentos osteopáticos e das técnicas apropriadas – Região

lombar, pélvica e abdominal - Prática osteopática

Aprendizagem dos meios de diagnóstico, dos tratamentos osteopáticos e das técnicas apropriadas – Região

torácica e escapular - Prática osteopática

Aprendizagem dos meios de diagnóstico, dos tratamentos osteopáticos e das técnicas apropriadas – Região

apendicular superior - Prática osteopática

Aprendizagem dos meios de diagnóstico, dos tratamentos osteopáticos e das técnicas apropriadas – Região

cervico-cefálica - Prática osteopática

Gestos e cuidados de emergência - Prática osteopática

Formação prática clínica - Formação prática clínica

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Tabela 8: Plano de estudos das 6 Instituições francesas – 3º Ano – PRIMEIRO CICLO

3º Ano – PRIMEIRO CICLO

Unidades Curriculares - Domínios de Formação / Área Científica

Anatomia e fisiologia do sistema nervoso - Ciências básicas

Exames clínicos - Semiologia das alterações do estado de saúde

Semiologia em condições do sistema nervoso - Semiologia das alterações do estado de saúde

Semiologia em condições músculo-esqueléticas - Semiologia das alterações do estado de saúde

Semiologia em condições do sistema digestivo e endócrino - Semiologia das alterações do estado de saúde

Semiologia em condições do sistema genitourinario - Semiologia das alterações do estado de saúde

Psicologia e psicossomática - Ciências humanas, ciências sociais, gestão

Sociologia geral e sociologia da saúde - Ciências humanas, ciências sociais, gestão

Saúde pública - Ciências humanas, ciências sociais, gestão

Raciocínio e abordagem clínica osteopática - Osteopatia: fundamentos e modelos

Métodos e meios de diagnóstico de oportunidade - Prática osteopática

Implementação dos meios de diagnóstico e de tratamento em diferentes situações - Prática osteopática

Aprendizagem dos meios de diagnóstico, dos tratamentos osteopáticos e das técnicas apropriadas – Região

apendicular inferior - Prática osteopática

Aprendizagem dos meios de diagnóstico, dos tratamentos osteopáticos e das técnicas apropriadas – Região

lombar, pélvica e abdominal - Prática osteopática

Aprendizagem dos meios de diagnóstico, dos tratamentos osteopáticos e das técnicas apropriadas – Região

torácica e escapular - Prática osteopática

Aprendizagem dos meios de diagnóstico, dos tratamentos osteopáticos e das técnicas apropriadas – Região

cervico-cefálica - Prática osteopática

Relacionamento e comunicação no contexto de intervenção osteopática - Prática osteopática

Diagnóstico de oportunidade: como proceder em consulta - Prática osteopática

Metodologia e análise de artigos de pesquisa documental - Métodos e ferramentas de trabalho

Inglês científico e profissional - Métodos e ferramentas de trabalho

Realização de uma intervenção osteopática e orientação da relação num contexto de intervenção osteopática -

Desenvolvimento de competências

Formação prática clínica - Formação prática clínica

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Tabela 9: Plano de estudos das 6 Instituições francesas – 4º Ano – SEGUNDO CICLO

Tabela 10: Plano de estudos das 6 Instituições francesas – 5º Ano – SEGUNDO CICLO

4º Ano – SEGUNDO CICLO

Unidades Curriculares - Domínios de Formação / Área Científica

Farmacologia geral - Semiologia das alterações do estado de saúde

Exames clínicos - Semiologia das alterações do estado de saúde

Semiologia em condições do sistema nervoso - Semiologia das alterações do estado de saúde

Semiologia e fisiologia dos sistemas tegumentar e sensorial - Semiologia das alterações do estado de saúde

Semiologia das doenças do sistema imunológico e hematológico - Semiologia das alterações do estado de saúde

Semiologia em condições psiquiátricas - Semiologia das alterações do estado de saúde

Semiologia em condições pediátricas - Semiologia das alterações do estado de saúde

Dor - Semiologia das alterações do estado de saúde

Psicologia e psicossomática - Ciências humanas, ciências sociais, gestão

Raciocínio e abordagem clínica osteopática - Osteopatia: fundamentos e modelos

Diagnóstico de oportunidade: como proceder em consulta - Prática osteopática

Implementação dos meios de diagnóstico e de tratamento em diferentes situações - Prática osteopática

Metodologias de pesquisa e avaliação em osteopatia - Métodos e ferramentas de trabalho

Inglês científico e profissional - Métodos e ferramentas de trabalho

Avaliar uma situação e desenvolver um diagnóstico osteopático - Desenvolvimento de competências do osteopata

Conceção e condução de um projeto de intervenção osteopática - Desenvolvimento de competências do osteopata

Formação prática clínica - Formação prática clínica

5º Ano – SEGUNDO CICLO

Unidades Curriculares - Domínios de Formação / Área Científica

Semiologia em condições geriátricas - Semiologia das alterações do estado de saúde

Semiologia em condições desportivas - Semiologia das alterações do estado de saúde

Dietética e nutrição - Semiologia das alterações do estado de saúde

Legislação - Ciências humanas, ciências sociais, gestão

Ética e deontologia - Ciências humanas, ciências sociais, gestão

Gestão - Ciências humanas, ciências sociais, gestão

Metodologia de análise da prática profissional - Métodos e ferramentas de trabalho

Inglês científico e profissional - Métodos e ferramentas de trabalho

Analisar e desenvolver a prática profissional - Desenvolvimento de competências do osteopata

Preparar a instalação profissional - Desenvolvimento de competências do osteopata

Formação prática clínica - Formação prática clínica

Memória - Memória

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114

No que se refere às Instituições inglesas, participaram 5 Instituições neste estudo, que

apresentam planos de estudo com algumas semelhanças (por exemplo, todas possuem

uma componente de prática clínica), mas a estrutura dos planos de estudo e as suas

unidades curriculares são diferentes em todas as Instituições. É importante salientar, que

nestas Instituições inglesas existem dois tipos de curso que são o Bachelor of

Osteopathy (B.Ost) e o Master of Osteopathy (M.Ost), sendo que numa das Instituições

(The Surrey Institute of Osteopathic Medicine - NESCOT), que é equivalente ao ensino

universitário existe um grau de Bachelor of Osteopathic Medicine e um grau de Master

Osteopathic Medicine. O programa do B.Ost e do M.Ost normalmente é o mesmo,

sendo que o que os difere é essencialmente as unidades curriculares extra no último ano,

geralmente existe mais um ano ou mais um nível e o projeto de pesquisa. Todas as

Instituições têm 4 anos de formação, exceto o The College of Osteopaths, que apresenta

5 anos no caso do Bachelor of Osteopathy e 6 anos no caso do Master of Osteopathy e

exceto a BRISTISH SCHOLL OF OSTEOPATHY (BSO), que para além que ter o M.

Ost de 4 anos em full-time, tem também o M.Ost de 5 anos, em part-time.

A BRISTISH SCHOLL OF OSTEOPATHY (BSO) possui mais de 1.000 horas de

prática clínica na maior e mais movimentada clínica de Osteopatia da Europa.

Na Oxford Brookes University, os estágios clínicos são auditados pela Faculdade e os

alunos têm a oportunidade de realizar 1.000 horas de prática clínica supervisionada na

própria Universidade. Todos os Cursos destas Instituições possuem uma componente de

prática clínica.

Uma característica fundamental do programa do B.Ost e o M.Ost da Instituição

NESCOT (The Surrey Institute of Osteopathic Medicine) é a clínica de estudante, na

qual os alunos estão envolvidos desde o 1º ano e onde têm que completar pelo menos

1.000 horas de formação.

Para Portugal foram selecionadas 7 Instituições, que tal como já foi referido

anteriormente, constituem outro tipo de Instituições diferente daquelas que são

equivalentes ao ensino universitário ou com formação ao nível superior. Todas estas

Instituições são muito divergentes nas unidades curriculares que constituem os seus

planos de estudos.

Para tornar mais clara esta exposição será abordada, de forma sucinta, cada Instituição

individualmente:

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115

- A Instituição Estudos Avançados de Naturologia oferece uma formação com módulos

de formação de Anatomofisiologia, Filosofia Osteopática, Técnicas Manipulativas,

Diagnóstico Osteopático, Semiologia, Patologia/Diagnóstico Diferencial,

Biomecânica/Avaliação Ortopédica, Clínica Osteopática e Seminários. O estágio não é

curricular.

- A Escola Superior de Saúde Ribeiro Sanches/ERISA já apresenta uma formação

completamente diferente da Instituição anterior. A formação da ERISA está dividida em

IV Níveis diferentes ao longo de 8 semestres e apresenta Estágio I, II, III e IV, todos

eles, estágios curriculares supervisionados integrados no plano de formação.

Tabela 11: Plano de estudos da Escola Superior de Saúde Ribeiro Sanches/ERISA

ERISA

Nível I - Unidades Curriculares

Anatomia Funcional I

Biologia Celular e Molecular

Biofísica

Química Biológica

Inglês Técnico

Fundamentos de Osteopatia

Teoria e Métodos Osteopáticos I

Anatomia Funcional II

Fisiologia Humana I

Bioética e Deontologia

Histologia e Embriologia

Biomecânica e Cinesiologia Aplicada

Teoria e Métodos Osteopáticos II

ERISA

Nível II - Unidades Curriculares

Fisiologia Humana II

Fundamentos de Investigação em Saúde

Bioquímica Geral

Psicologia em Prática Clínica

Ergonomia

Teoria e Métodos Osteopáticos III

Semiologia Clínica e Laboratorial

Neuroanatomia Funcional

Patologia Geral

Saúde Pública e Epidemiologia

Fundamentos e Investigação em Saúde II

Dermatologia

Teoria e Métodos Osteopáticos IV

ERISA

Nível III - Unidades Curriculares

Farmacologia Geral

Neuropatias

Nutrição e Alimentação

Ginecologia e Obstetrícia

Teoria e Métodos Osteopáticos V

Estágio I

Toxicologia

Reumatologia

Ortopedia e Traumatologia

Teoria e Métodos Osteopáticos VI

Estágio II

ERISA

Nível VI - Unidades Curriculares

Exames Complementares de Diagnóstico I

Emergência e Suporte Básico de Vida

Monografia

Teoria e Métodos Osteopáticos VII

Estágio III

Gestão e Administração de Unidades de Saúde

Exames Complementares de Diagnóstico II

Teoria e Métodos Osteopáticos VIII

Seminários Temáticos em Osteopatia

Estágio IV

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116

- A Escola Superior de Medicina Oriental e Terapêuticas (E.S.M.O.T.) possui uma

estrutura de formação e um plano de formação distribuído ao longo de 4 anos diferente

dos anteriormente apresentados. O estágio é no 4º ano e é curricular.

Tabela 12: Plano de estudos da E.S.M.O.T. – 1º Ano e 2º Ano

E.S.M.O.T

1º Ano - Unidades Curriculares

Osteopatia I prática estrutural: História e

princípios da Osteopatia

Osteopatia I prática estrutural: Pélvis: Sacro e

coxis

Osteopatia I prática estrutural: Pélvis: Coluna

lombar

Posturologia / Cinesiologia

Cadeias musculares dos membros inferiores

Anatomia I – Osteologia / Artrologia

Psicologia I

Nutrição I

Fitoterapia Ocidental I

Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho

Princípios Deontológicos

Desenvolvimento Pessoal e Cívico

Técnicas de Estudo e Metodologia do Trabalho

Científico I

Bioquímica

Citologia

Setembro Revisões / Avaliações

Horas Creditadas - Horas de Trabalho

Científico

E.S.M.O.T

2º Ano - Unidades Curriculares

Osteopatia II prática estrutural: Quadril

Osteopatia II prática estrutural: Joelho

Osteopatia II prática estrutural: Pé / Tornozelo

Osteopatia II prática estrutural: Coluna dorsal

Osteopatia II prática estrutural: Coluna cervical

Cadeias musculares dos membros superiores

Nutrição II

Fitoterapia Ocidental II

Anatomia II – Miologia

Fisiologia I

Psicologia II

Imagiologia I

Técnicas de Estudo e Metodologia do Trabalho

Científico II

Farmacologia

Suporte Básico de Vida

Setembro Revisões / Avaliações

Horas Creditadas - Horas de Trabalho Científico

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Tabela 13: Plano de estudos da E.S.M.O.T. – 3º Ano e 4º Ano

- O Instituto de Medicina Tradicional (I.M.T.) apresenta um plano de estudos com 4

anos de formação e uma estrutura curricular diferente das acima apresentadas. Possui

prática clínica, em todos os anos e um estágio curricular de 500 horas.

Tabela 14: Plano de estudos I.M.T. – 1º Ano

E.S.M.O.T

3º Ano - Unidades Curriculares

Osteopatia III prática estrutural: Ombro

Osteopatia III prática estrutural: Cotovelo

Osteopatia III prática estrutural: Pulso/Mão

Osteopatia Craneal: Temporal / etmóide /

frontal / occipital

Osteopatia Craneal: Sistema fascial

Osteopatia Craneal: Técnicas funcionais

Nutrição III

Fitoterapia Ocidental III

Fisiologia II

Psicologia III

Exames Complementares de Diagnóstico I

Imagiologia II

Geriatria e Gerontologia

Setembro Revisões / Avaliações

Horas Creditadas - Horas de Trabalho

Científico

E.S.M.O.T

4º Ano - Unidades Curriculares

Osteopatia IV: Técnicas com Thrust

Osteopatia IV: Kinesiologia Aplicada

Terapia Taping: Dor e sensação de perturbação

Terapia Taping: Reduzir rigidez do músculo e

contracção

Terapia Taping: Ajustar a postura

Terapia Taping: Reduzir edema e inflamação

Terapia Taping: Reeducação do músculo e

propriocepção

Massoterapia

Pediatria

Psicologia IV

Exames Complementares de Diagnóstico II

Imagiologia III

Gestão

Setembro Revisões / Avaliações

Horas Creditadas - Horas de Trabalho

Científico

Formação em Contexto de Trabalho - Estágio

I.M.T.

1º Ano - Unidades Curriculares

- Anatomia e Fisiologia I - Biologia I

- Bioquímica I - Biomecânica I

- História da Saúde e da Medicina - Introdução ao Estudo de MT/MCA

- Radiologia / Imagiologia I - Prática Clínica I

- Osteopatia I - Diagnóstico Osteopático I

- Bio-informática - Técnica de Tecidos Moles I

- Anatomia e Fisiologia II - Biologia II

- Bioquímica II - Biomecânica II

- Radiologia / Imagiologia II - Prática Clínica I

- Filosofia Holística - Osteopatia II

- Diagnóstico Osteopático II - Testes de Avaliação Muscular I

- Técnica de Tecidos Moles II

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118

Tabela 15: Plano de estudos do I.M.T. – 2º Ano, 3º Ano e 4º Ano

I.M.T.

2º Ano - Unidades Curriculares

Anatomia e Fisiologia III

Biomecânica III

Testes de Avaliação Muscular II

Prática Clínica III

Microbiologia

Osteopatia III

Diagnóstico Osteopático III

Psicologia da Saúde

Psicossomática I

Bioterapias

Suporte Básico de Vida

Biomecânica IV

Radiologia / Imagiologia III

Anatomia e Fisiologia IV

Prática Clínica IV

Farmacologia

Imunologia

Osteopatia IV

Diagnóstico Osteopático IV

Ortopedia

Psicossomática II

I.M.T.

3º Ano - Unidades Curriculares

Biomecânica V

Radiologia / Imagiologia IV

Prática Clínica V

Fisiopatologia / Medicina Interna I

Osteopatia V

Diagnóstico Osteopático V

Semiologia aplicada à Osteopatia I

Neurofisiologia

Reumatologia

Ergonomia

Biomecânica VI

Prática Clínica VI

Fisiopatologia / Medicina Interna II

Osteopatia VI

Diagnóstico Osteopático VI

Bioestatística e Prot. de Investigação

Deontologia e Ética

Semiologia aplicada à Osteopatia II

Neurofisiopatologia

Testes Neuromusculares

I.M.T.

4º Ano - Unidades Curriculares

Prática Clínica VII

Osteopatia Sacrocraniana I

Osteopatia Visceral

Diagnóstico Osteopático Integral I

Plano de Negócios I

Prática Clínica VIII

Osteopatia Sacrocraniana II

Diagnóstico Osteopático Integral II

Osteopatia Pediátrica

Plano de Negócios II

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119

- O Instituto Kiros Portugal possui um programa curricular com 4 anos de formação,

também, muito diferente dos anteriores. Estes 4 anos de formação estão organizados da

seguinte forma:

1º ano: Técnicas de Tratamento Tecido Mole / Introdução às Técnicas de Avaliação

Articular

Enquadramento anatómico e fisiológico do corpo humano

Definição e efeitos das técnicas de tratamento de tecido mole

Indicações e contraindicações das técnicas de tratamento de tecido mole

Manipulação, tratamentos específicos e tratamentos complementares

Digitopressão e técnica de Jones

Anatomia palpatória

Protocolo de trabalho em consulta

Introdução à Osteopatia Estrutural

Avaliação neurológica

2º ano: Osteopatia Estrutural I

Introdução (Bases e Fundamentos)

Ilíacos

Sacro/Cóccix

Coluna lombar

Pé e Tornozelo

Joelho

Anca (Articulação Coxo-Femoral)

3º ano: Osteopatia Estrutural II

Coluna dorsal

Costelas

Coluna cervical

ATM e Hióide

Ombro

Cotovelo

Mão e Punho

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120

4º ano:

Osteopatia Visceral

Módulo 1: Introdução à Osteopatia Visceral. Pontos de palpação profunda,

Dermalgias reflexas anteriores e posteriores

Módulo 2: Fígado e Vesícula Biliar. Protocolo Visceral

Módulo 3: Estômago, Baço e Pâncreas

Módulo 4: Duodeno, Intestino Delgado, Intestino Grosso

Módulo 5: Diafragma, Caixa Torácica e Pulmões

Módulo 6: Rim, Ureter e Bexiga

Módulo 7: Osteopatia Ginecológica (Útero-Ovários-Trompas). Aparelho Genito

Urológico masculino

Osteopatia Cranial

Módulo 1: Introdução à Osteopatia Cranial / Protocolo Cranial / Nervos Craniais

Módulo 2: SEB (Esfenóide e Occipital)

Módulo 3: Temporais, Parietais e Frontal

Módulo 4: Viscero-Crânio (Etmóide, Vómer, Malar, Palatinos, Nasais, Unguis,

Maxilar Superior e Mandíbula)

Módulo 5: Crânio do bebé

É importante salientar que este curso tem estágio curricular de 500 horas.

- O Instituto Português de Naturologia (IPN) oferece um plano de estudos com 6

semestres ao longo de 3 anos de formação e tem estágio curricular incluído no 3º ano.

Tal como os outros planos de estudo, este apresenta uma estrutura e organização

curricular própria e diferente das outras.

Tabela 16: Plano de estudos do IPN – 1º Ano e 2º Ano

IPN

1º e 2º Semestre (1º Ano) - Unidades Curriculares

Anatomia Sistemática I e II

Biologia Molecular, Bioquímica e Fisiologia Celular

Ergonomia e Biomecânica

Teoria Básica e Fundamentos de Osteopatia

Técnicas Complementares de osteopatia

Técnicas e Diagnóstico Osteopático I e II

IPN

3º e 4º Semestre (2º Ano) - Unidades Curriculares

Fisiologia e Genética Humana

Técnicas e Diagnóstico Osteopático III e IV

Imagiologia

Anatomia Sistemática III e IV

Patologias em Osteopatia

Noções de Emergência Médica

Fisiopatologia

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121

Tabela 17: Plano de estudos do IPN – 3º Ano

- Para finalizar as Instituições portuguesas, temos o Instituto de Técnicas de Saúde

(ITS) que apresenta o seu plano de estudos, também, muito próprio e diferente de todos

os outros ao longo de 4 anos de formação. Este Curso possui estágio curricular e casos

clínicos supervisionados.

Tabela 18: Plano de estudos do ITS

ITS

3º Ano - Unidades Curriculares

Bioética e Saúde

Imagem

Ortopedia/Reumatologia/Traumatologia

Clínica Osteopática

Nutrição

Investigação e Análise de Dados

Suporte Básico de Vida

Clinica Pediátrica

ITS

4º Ano - Unidades Curriculares

Clínica Radiológica

Técnicas de Anatomia Palpatória e Terapia Miofascial

Introdução à Patologia

Marketing em Osteopatia

Clínica Osteopática

Casos Clínicos Supervisionados

IPN

5º e 6º Semestre (3º Ano) - Unidades Curriculares

Dietética e Nutrição

Semiologia

Farmacologia e Toxicologia

Anatomia Sistemática IV e V

Ética, Deontologia e Legislação em Saúde

Técnicas e Diagnóstico Osteopático V e VI

Metodologia Científica, Investigação e Trabalho Monográfico

Técnicas de Observação e Psicologia Terapêutica

Ensino Clinico

Trabalho Clinico e Estágio Profissional

ITS

1º Ano - Unidades Curriculares

Anatomofisiologia

Anatomia Palpatória e Manipulação aos Tecidos Moles

Osteopatia I

Microbiologia/imunologia

Introdução ao Diagnostico Osteopático

Biomecânica

Técnicas de Avaliação Osteomuscular

ITS

2º Ano - Unidades Curriculares

Fisiopatologia Clínica

Neurofisiologia

OSTEOPATIA II

Psicologia Clinica

Semiologia e Métodos de Diagnóstico

Bioquímica e Farmacologia

Fisiologia Neuromuscular

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Terminada a apresentação da estrutura curricular de cada Escola, no que respeita às

áreas de formação, é possível concluir que existe uma grande diferença não só entre os

diferentes países europeus em estudo, como também dentro de cada país existem

particularidades específicas de cada Instituição, sendo Portugal, o país que apresenta

maior discrepância nos planos de estudo de cada Instituição.

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123

CAPÍTULO 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo teve como objetivo primordial empreender uma cartografia do panorama

geral da formação em Osteopatia ao nível europeu.

Este capítulo pretende retomar e relembrar quais foram as motivações pessoais e

profissionais e o contexto do tema deste estudo, bem como sublinhar as grandes

conclusões e resultados deste trabalho. Pretende, ainda, fazer sobressair a mais-valia

deste estudo e o que este trabalho traz de novo para o leitor e para a comunidade

científica.

Segundo Bogdan & Biklen (1994), “muitos autores referem que a escrita auxilia o

pensamento. Contudo, este não constitui a única razão da escrita” (p. 259).

É importante voltar a referir estes autores neste capítulo que se irá desenvolver, porque

de acordo com a citação acima e segundo aquilo que é minha convicção não nos

devemos afastar, em momento algum, da publicação do nosso trabalho devido a numa

fase inicial possuirmos uma posição de investigação inexperiente. Conseguir uma

proximidade com a publicação do nosso trabalho nem sempre é fácil, principalmente

para quem se encontra num estatuto de investigação inexperiente.

Ainda segundo Bogdan & Biklen (1994), “a maior parte das pessoas escreve para obter

um produto – um manuscrito que partilha com os outros” (p. 259). É a partir desta ideia

que podemos retomar as motivações do tema deste trabalho. Um dos objetivos era

precisamente não escrever só por escrever para obter um produto, antes pelo contrário,

pretendia com este estudo trazer algo de útil e novo não só para mim, mas também para

a comunidade científica, para os colegas osteopatas e para outros leitores com interesse

nesta matéria. No fundo um dos objetivos era que este estudo fosse útil e não fosse mais

um trabalho que iria passar a existir no meio de tantos outros, sem qualquer

aplicabilidade e valor.

É, então, possível perceber que uma das tarefas mais importantes do investigador

qualitativo é a escrita (Bogdan & Biklen, 1994).

Retomando, este estudo propôs-se conhecer a situação da formação em Osteopatia na

Europa, através da análise de planos de estudo de vários Cursos em Osteopatia,

desenvolvidos em várias instituições, em diferentes países europeus. Pretendeu-se com

o mesmo produzir conhecimento sobre o ensino geral da Osteopatia na Europa, partindo

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124

da realidade de um conjunto de escolas situadas em 4 países europeus (Bélgica, França,

Inglaterra e Portugal), no sentido de caracterizar as semelhanças e diferenças entre os

vários planos de formação e de compreender até que ponto as ofertas formativas nesta

área são equivalentes (relativamente ao tipo e natureza da formação; estrutura

curricular; duração da formação). Ou seja, pretendeu-se, desta forma, conhecer a oferta

de planos de formação ao nível europeu e caracterizar as semelhanças ou diferenças que

existem entre os diferentes países e instituições, com vista a compreender até que ponto

as ofertas formativas nesta área são equivalentes (no que respeita ao tipo e natureza da

formação; estrutura curricular; duração da formação, etc).

Importa recordar, que este estudo surge previamente à criação de licenciaturas em

Osteopatia em Portugal, que foi muito recente e que estão a ter início neste presente ano

letivo de 2016/2017. Por esta razão, este estudo não faz alusão a esta nova realidade,

baseando os seus resultados na situação de formação em Osteopatia, em vigor até à

presente data.

A presente dissertação que se desenvolveu através de um estudo exploratório, que

envolveu a participação de 20 instituições de 4 países europeus e que, com base numa

recolha documental e pesquisa arquivística exaustiva e aprofundada permitiu verificar a

existência de diferenças consideráveis no que respeita ao nível de formação, à tipologia

de instituição, ao número de anos de formação e à carga horária dos cursos em

Osteopatia, nestes países europeus.

Com efeito, as grandes conclusões e resultados deste trabalho, que se desenvolveu ao

longo do ano foram as seguintes:

- Por um lado foi possível perceber que existem diferenças consideráveis no que

respeita ao nível de formação (apesar da diferença não ser grande, existe um maior

número de escolas com formação de nível superior, quando comparado com o número

de escolas de nível não superior), à tipologia da instituição (algumas instituições são

equivalentes ao ensino universitário, outras instituições possuem formações ao nível

superior e, existe ainda outro tipo de instituições como em Portugal), ao número de anos

de formação (sobressaem, por exemplo, as escolas com quatro anos de formação em

comparação com as escolas de um, de três e de cinco anos de formação) e à carga

horária total (existe um maior número de escolas de carga horária total desconhecida em

comparação com as restantes escolas), dos cursos em Osteopatia nestes países europeus.

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125

- Por outro lado constatou-se e concluiu-se que relativamente à estrutura curricular de

cada escola, no que respeita às áreas de formação, existe uma grande diferença não só

entre os diferentes países europeus em estudo, como também dentro de cada país

existem particularidades específicas de cada instituição, sendo Portugal, o país que

apresenta maior discrepância nos planos de estudo de cada instituição.

Desta forma, podemos concluir que o que este trabalho traz de novo é a possibilidade de

o leitor ficar, por um lado com um panorama geral da formação em Osteopatia ao nível

europeu e, por outro lado com uma descrição da formação em Osteopatia na Europa,

especialmente relativamente aos quatro países em estudo (Bélgica, França, Inglaterra e

Portugal). Com este estudo foi possível caracterizar as semelhanças e diferenças entre

os vários planos de formação e compreender até que ponto as ofertas formativas nesta

área são equivalentes (relativamente ao tipo e natureza da formação; estrutura

curricular; duração da formação).

4.1. Limitações da dissertação

Importa mencionar que esta, como qualquer outra investigação, está sempre em

constante construção e em permanente melhoria.

Segundo Bogdan & Biklen (1994),

mais tarde, pode sempre rescrever ou modificar o que fez. A designação de “rascunho”

é um truque que avalia a tensão, uma forma de suspender a leitura excessivamente

crítica daquilo que escreveu, uma maneira de pôr de lado os sentimentos de

incompetência. Muito frequentemente, acrescentando ou apagando algumas palavras, os

“rascunhos” são facilmente convertidos em produtos finais (p. 258).

Ou seja, ao longo do desenvolvimento da investigação é normal que esta vá sofrendo

construções, melhorias e alterações constantes.

Era objetivo da presente dissertação, como já foi referido várias vezes ao longo deste

trabalho, realizar uma cartografia do panorama geral da formação em Osteopatia ao

nível europeu. Apesar de o investigador ter conseguido superar as barreiras é importante

referir que existiram algumas limitações ao longo deste trabalho.

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126

Uma das grandes limitações deste estudo e que não permitiu que o mesmo fosse mais

aprofundado encontra-se na escassa informação, que ainda hoje se sente na área da

formação da Osteopatia.

Outra dificuldade encontrada na presente dissertação está relacionada com o facto de

este estudo ter tido uma necessidade de procurar em diferentes países e em diferentes

contextos, mas dificuldade esta que o investigador conseguiu ultrapassar. No entanto,

não deixou de ser uma limitação e atrasar o trabalho.

Outra das limitações deste estudo está relacionada por um lado com a diversidade que

existe na formação em Osteopatia (no que diz respeito ao tipo e à natureza) e por outro

lado com as diferenças que existem relativamente à estrutura curricular, ao nível de

formação, à tipologia da instituição (por exemplo ser superior ou não, ou de outro tipo),

ao número de anos de formação e à carga horária dos Cursos em Osteopatia, nestes

países europeus. Esta limitação com que nos deparámos criou diversas dúvidas e

dificuldades à investigação. É de salientar, que apesar disto se conseguiu atingir uma

leitura homogénea e encontrar sentido no meio de coisas tão diferentes.

Para finalizar e apesar do número de participantes no estudo, é importante sublinhar que

este não tinha como pretensão generalizar os resultados à realidade da formação em

Osteopatia, na Europa. No entanto, considera-se que constituiu um marco importante

numa leitura alargada sobre esta realidade e como uma antecipação do que passa na

formação em Osteopatia, na Europa. Podemos, então, concluir que temos a noção que

este estudo não sendo exaustivo, não garante que todas as instituições com formação em

Osteopatia percorram estas características, uma vez que o estudo revela que há muitas

diferenças.

4.2. Sugestão de trabalhos futuros/Recomendações e ideias de futuras investigações

O desenvolvimento deste estudo permitiu uma reflexão mais alargada sobre a realidade

da formação em Osteopatia em Portugal e na Europa e, nesse sentido, permitiu também

o desenhar de novas questões de investigação e de novos estudos neste domínio. Como

já foi referido anteriormente na metodologia, a escolha dos países e das instituições em

estudo foi baseada em alguns fatores que foram surgindo ao longo do desenvolvimento

do trabalho. Recordando alguns desses fatores temos, por exemplo, por um lado a

escassa informação para ter possibilidade do ponto de vista de investigação de abarcar

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127

todas as escolas, em alguns casos a informação obtida não era suficiente para fazer parte

do estudo e/ou não cumpriam os requisitos e critérios que foram definidos para fazer

parte do estudo. Por outro lado, é ainda de relembrar que o tempo dedicado ao estudo

não foi mais extensível a outras instituições e que a escolha foi baseada na informação

disponível, para o tipo de análise que se queria fazer.

Seria importante que estudos próximos procurassem estender o estudo a mais países da

União Europeia e sugere-se uma ampliação da análise de forma a abranger um maior

número de instituições de ensino.

Com a criação de um conjunto de licenciaturas, em diferentes instituições de ensino

superior ao nível nacional e que entrarão em funcionamento no ano letivo 2016/2017,

sugere-se igualmente uma avaliação da implementação das licenciaturas no contexto

nacional, que também seria interessante aprofundar em estudos próximos.

Além disso e, ainda no contexto nacional seria também pertinente e interessante que

futuros trabalhos estudassem e acompanhassem quais as possibilidades de progredir

com os estudos académicos em Osteopatia e de implementar estudos Pós-Graduados,

Mestrados e Doutoramentos.

Sendo Inglaterra o país europeu de maior tradição no ensino da Osteopatia e, existindo

um grande prestígio da Escola Inglesa de Osteopatia (sendo possivelmente a British

School of Osteopathy a maior referência), sugere-se, também, um estudo que nos parece

bastante relevante e que está relacionado com quais os requisitos necessários para que

as licenciaturas em Portugal sejam equivalentes às de outros países europeus e,

consequentemente para que se possa trabalhar em qualquer parte da Europa.

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129

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Afonso, N. (2005). Investigação Naturalista em Educação. Um guia prático e crítico.

(7ª ed.). Porto: Edições ASA.

Aires, L. (2015). Paradigma Qualitativo e Práticas de Investigação Educacional. (1ª

ed.). Lisboa: Universidade Aberta.

Bogdan, R., & Biklen, S. (1994). Investigação Qualitativa em Educação. Uma

Introdução à Teoria e aos Métodos. Porto: Porto Editora.

DiGiovanna, E.L, Schiowitz, S., Dowling, D.J. (2005). An Osteopathic Approach to

Diagnosis and Treatment. (3rd ed.). United States of America: Lippincott

Williams & Wilrins.

Pacheco, J. A. (2007). Currículo: Teoria e Práxis. (3ª ed.). Porto: Porto Editora.

Pité, J. (1997). Dicionário Breve de Sociologia. (1ª ed.). Barcarena: Editorial Presença.

Ricard, F., Sallé, J.L. (2003). Tratado de Osteopatía. (3ª ed.). Madrid: Editorial Medica

panamericana.

Roulier, G. (1995). La Práctica De La Osteopatía: Principios, técnicas e indicaciones

terapéuticas. (1ª ed.). Madrid: EDAF.

Stone, C. (1999). Science in the Art of Osteopathy: Osteopathic principles and practice.

(1ª ed.). Cheltenham: Stanley Thornes.

Tricot, P. (2003). Osteopatía: Una terapia por descubrir. (1ª ed.). Barcelona: Editorial

Paidotribo.

Zabalza, M. A. (1992). Planificação e Desenvolvimento Curricular na Escola. (1ª ed.).

Rio Tinto: Edições ASA.

Fontes:

a) Relatórios

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130

EU (2013). Osteopathic healthcare provision. European Standard prEN 16686.

Disponível em:

https://standards.cen.eu/dyn/www/f?p=204:110:0::::FSP_PROJECT:38396&cs=1DA46

E80D2786674FD7B18206E8642D71

b) Instituições

BRISTISH SCHOLL OF OSTEOPATHY (BSO) - http://www.bso.ac.uk/

British College of Osteopathic Medicine (BCOM) - http://www.bcom.ac.uk/

CONSERVATOIRE SUPÉRIEURE D’OSTÉOPATHIE (CSO) - http://www.osteo.fr/

Ecole d’Ostéopathie Paris (L’EO PARIS) - http://www.ecole-osteopathie-paris.fr/

Escola Superior de Medicina Oriental e Terapêuticas (E.S.M.O.T.) -

http://www.esmot.com/

Escola Superior de Saúde Ribeiro Sanches/ERISA - http://www.erisa.pt/

ESO PARIS SUPOSTEO - http://eso-suposteo.fr/

Estudos Avançados de Naturologia (EAN) - http://ean.pt/

HOLISTÉA (Collège Ostéopathique Européen) - http://www.holistea.fr/

IdHE (INSTITUT D’OSTÉOPATHIE) - http://www.idheo.com/

Institut Supérieur D’Ostéopathie Paris - http://www.paris-osteopathie.com/wp/

Instituto de Medicina Tradicional (I.M.T.) - http://www.imt.pt/

Instituto de Técnicas de Saúde (ITS) - http://itsaude.com.pt/

Instituto Kiros Portugal - http://www.institutokirosportugal.com/

Instituto Português de Naturologia (IPN) - http://www.ipnaturologia.com/

Le Collège Belge D’Ostéopathie - http://www.c-b-o.org/

OXFORD BROOKES UNIVERSITY - http://www.brookes.ac.uk/homepage/

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131

The Belgian School of Osteopathy (BELSO) - http://www.belso.be/

The College of Osteopaths - http://www.collegeofosteopaths.ac.uk/

The Surrey Institute of Osteopathic Medicine (NESCOT) - http://www.nescot.ac.uk/

c) Outras fontes

Forum for Osteopathic Regulation in Europe - http://www.forewards.eu/

General Osteopathic Council (GOsC) - http://www.osteopathy.org.uk/home/

Osteopata Augusto J Henriques - http://www.osteopata-augustojhenriques.com/

OSTEOPATIA EM PORTUGAL - http://www.osteopatiaemportugal.com.pt

Quality Assurance Agency for Higher Education (QAA) - http://www.qaa.ac.uk/en

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ANEXOS

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ANEXO 1:

1º Nível de Análise da formação em Osteopatia por Instituição

Colégio Belga de Osteopatia (Le Collège Belge D’Ostéopathie)

Nível de Formação Duração

Pré-Requisitos Formação

Superior

Formação não

Superior

Tipo de instituições Anos Carga letiva Total Carga letiva

Prática

Médicos, graduação, pós-graduação

e Mestrado em Fisioterapia

X Colégio Belga de Osteopatia - Faculdade 5 Anos 2052 horas (1632

horas de aulas,

350 horas de

pesquisa e

trabalho de final

de estudo e 70

horas de estágio)

The Belgian School of Osteopathy (BELSO)

Nível de Formação Duração

Pré-Requisitos Formação

Superior

Formação não

Superior

Tipo de instituições Anos Carga letiva Total Carga letiva

Prática

Fisioterapeuta X Escola Belga de Osteopatia 5 Anos 1500 horas

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ESO PARIS SUPOSTEO / HOLISTÉA / IdHE (INSTITUT D’OSTÉOPATHIE) / Institut Supérieur D’Ostéopathie Paris / Ecole d’Ostéopathie Paris (L’EO

PARIS) / CONSERVATOIRE SUPÉRIEURE D'OSTÉOPATHIE (CSO)

Nível de Formação Duração

Pré-Requisitos Formação

Superior

Formação não

Superior

Tipo de instituições Anos Carga letiva

Total

Carga letiva

Prática

Admissão ao 1º ano para titulares

de licenciatura ou grau equivalente

de bacharel; Admissões paralelas;

Mudança de escola de Osteopatia

X ESO – Escola Superior de Osteopatia

Holistéa – Instituição de Ensino superior

privada

IdHE – Escola de Osteopatia de Ensino

Superior

Institut Supérieur D’Ostéopathie Paris -

Instituição de Ensino superior privada

L’EO PARIS - Escola de Osteopatia de

Ensino Superior

CSO - Estabelecimento de ensino superior

privado

5 anos (+1 ano

de

especialização

voluntária

opcional)

4860h 1500h

British College of Osteopathic Medicine (BCOM)

Nível de Formação Duração

Pré-Requisitos Formação

Superior

Formação não

Superior

Tipo de instituições Anos Carga

letiva

Total

Carga letiva

Prática

X O Colégio Britânico de Medicina Osteopática

(BCOM) é reconhecido internacionalmente

como uma instituição de ensino osteopático

especialista líder

O Diploma em

Osteopatia (DO) é

um programa de

tempo integral de

quatro anos

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BRITISH SCHOOL OF OSTEOPATHY (BSO)

Nível de Formação Duração

Pré-Requisitos Formação

Superior

Formação não

Superior

Tipo de instituições Anos Carga letiva Total Carga letiva

Prática

BBC com nota B em Biologia X Escola Britânica de Osteopatia Estudo

em

tempo

integral,

4 Anos

OXFORD BROOKES UNIVERSITY

Nível de Formação Duração

Pré-Requisitos Formação

Superior

Formação não

Superior

Tipo de instituições Anos Carga letiva

Total

Carga letiva

Prática

·BBB no nível A: deve incluir Biologia/Biologia Humana.

·BB no nível A (deve incluir Biologia/Biologia Humana), além

de BB na AS- nível.

·GNVQ avançada: módulos com um perfil distinção além de A-

nível da série B.

·Outros módulos GNVQ não sobrepostos também com um perfil

de distinção.

·Dupla premiação VCE (12 unidades) em Ciência, grau BB com

a não sobreposição de A- nível da série B.

·Prémio VCE duplo (12 unidades) em Saúde e Assistência Social

no BB com o grau de nível A- base Biologia

B.

·Diplomas BTEC nacionais, HNC e HND, com a biologia como

um tema central - perfil distinção no ano final.

·Diploma Avançado no grau B, incluindo nível A

Biologia/Biologia Humana no grau C, GCSE Ciência no grau C.

· Scottish Highers : mínimo de 5 disciplinas (incluindo Biologia,

Matemática e Inglês)

X Oxford Brookes University 4 Anos

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The College of Osteopaths

Nível de Formação Duração

Pré-Requisitos Formação

Superior

Formação

não

Superior

Tipo de instituições Anos Carga

letiva Total

Carga

letiva

Prática

- 5 GCSE assuntos graus A-C incluindo Matemática e Inglês

e 2 qualificações de nível avançado ou equivalentes

profissional (de preferência em disciplinas de ciências) ou,

- Um Diploma Nacional BTEC no assunto relevante ou,

- Um acesso a H.E. Certificado ou Diploma ou módulos Open

University relevantes

- O Colégio também reconhece qualificações equivalentes

internacionais, como o International Baccalaureate, e graus de

outras disciplinas.

- Os candidatos sem requisitos mínimos de entrada ou

qualificações não-científicos pode ser oferecida a

oportunidade de concluir curso de fundação da Academia.

X Colégio de Osteopatia - 5 Anos (Bachelor of

Osteopathy Pathway)

- 6 Anos (Master of

Osteopathy Pathway)

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The Surrey Institute of Osteopathic Medicine (NESCOT)

Nível de Formação Duração

Pré-Requisitos Formação

Superior

Formação não

Superior

Tipo de instituições Anos Carga

letiva

Total

Carga

letiva

Prática

As qualificações mínimas de entrada para o programa são:

- 240 UCAS pontos ou:

- De níveis A: 3 a níveis em grau C, incluindo 2 disciplinas com base científica

- BTEC: MMM em BTEC National Diploma

- Acesso Diploma: Acesso ao Ensino Superior (Science base): perfil Mérito

-Plus: GCSE (A * C): mínimo de cinco temas, incluindo Matemática e Inglês.

- São consideraradas uma série de qualificações alternativas ou experiência que é

equivalente à oferta típica. As candidaturas de estudantes internacionais com

qualificações equivalentes são bem vindas.

- A pontuação IELTS mínimo de 6 em geral, sem qualquer elemento inferior a 5,5,

ou equivalente é necessário para aqueles para quem o Inglês não é sua primeira

língua.

- Divulgação e serviço de restrição de apuramento (DBS) é necessária.

X Faculdade 4 Anos

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Estudos Avançados de Naturologia (EAN)

Nível de Formação Duração

Pré-Requisitos Formação

Superior

Formação não

Superior

Tipo de instituições Anos Carga letiva Total Carga letiva

Prática

Técnico de Saúde/Terapeuta – por

exemplo: Naturólogos,

fisioterapeutas, médicos,

enfermeiros, massagistas

desportivos, auxiliares de

Fisioterapeuta, Licenciados em

Ciências do Desporto-Educação

Física e Desporto, e outros

profissionais de saúde interessados

em osteopatia.

X

(Curso de

Formação - ação

de formação

avançada,

desenvolvida

para

profissionais de

saúde e

indivíduos com

conhecimentos

das terapias

corporais)

Instituição de Estudos Avançados de Naturologia 13 meses 300 h

Escola Superior de Saúde Ribeiro Sanches/ERISA

Nível de Formação Duração

Pré-Requisitos Formação

Superior

Formação não

Superior

Tipo de instituições Anos Carga letiva Total Carga letiva

Prática

12º Ano ou equivalente; Profissão

na área da saúde

X

(Curso Livre de

Osteopatia)

Escola Superior de Saúde 4 anos

(240

ECTS)

3415h num total

de 6000h

2000h

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Escola Superior de Medicina Oriental e Terapêuticas (E.S.M.O.T.)

Nível de Formação Duração

Pré-Requisitos Formação

Superior

Formação não

Superior

Tipo de instituições Anos Carga letiva Total Carga

letiva

Prática

Ter concluído 12º ano X Escola Superior de Medicina Oriental e

Terapêuticas

8

semestres

letivos

Regime de Formação

Geral – 3586 horas

Regime Intensivo de

Formação Geral – 3080

horas

Instituto de Medicina Tradicional (I.M.T.)

Nível de Formação Duração

Pré-Requisitos Formação

Superior

Formação não

Superior

Tipo de instituições Anos Carga letiva Total Carga

letiva

Prática

Candidatos com 12º ano de

escolaridade.

Candidatos sem o 12º ano de

escolaridade sujeitos a prova de

acesso e entrevista.

X Instituição de Qualificação Formadora –

Entidade privada

Instituto de Medicina Tradicional

4 anos

letivos

5960h distribuídas da

seguinte forma:

• 2400h de Creditação de

Horas de

Contacto – CHC

• 3560h de Creditação de

Horas de

Auto-Estudo Orientado -

CHAEO

2070h

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Instituto Kiros Portugal

Nível de Formação Duração

Pré-Requisitos Formação

Superior

Formação não

Superior

Tipo de instituições Anos Carga letiva Total Carga letiva

Prática

12º Ano X Escola Profissional certificada pela DGERT –

Instituto de formação na área da saúde,

vocacionado para a Área das Terapias Manuais

4 anos 5745h 1630h

Instituto Português de Naturologia (IPN)

Nível de Formação Duração

Pré-Requisitos Formação

Superior

Formação não

Superior

Tipo de instituições Anos Carga letiva Total Carga letiva

Prática

12º ano de escolaridade. A seleção

será feita tendo em conta as

habilitações, uma entrevista e

prioridade de inscrição. Adesão de

candidaturas especiais para maiores

de 23 anos sem 12º ano de

escolaridade.

X Instituição particular 6

semestres

(com

estágio

incluído) –

3 anos

3100h (horas

letivas e não

letivas, de acordo

com o horário e

calendarização

entregue ao aluno

no início de cada

ano letivo)

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Instituto de Técnicas de Saúde (ITS)

Nível de Formação Duração

Pré-Requisitos Formação

Superior

Formação não

Superior

Tipo de instituições Anos Carga letiva Total Carga letiva

Prática

12º Ano X Instituição que ministra cursos de Osteopatia em

parcerias com: Escola Superior de Saúde da Cruz

Vermelha Portuguesa (ESSCVP) e o Instituto

Piaget

4 anos

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ANEXO 2:

2º Nível de Análise da formação em Osteopatia por Instituição

Colégio Belga de Osteopatia (Le Collège Belge D’Ostéopathie)

Unidades Curriculares Domínios de Formação

/ Área Científica

Estágio Tipo Tempo de Trabalho

(horas)

Créditos

Curricular Não

Curricular

Total Contacto

1º Ano

Módulo de tratamento geral osteopático TGO (GOT)

Módulo de Anatomia e Palpação

Módulo de Biomecânica

Módulo da Bacia

Módulo do Membro Inferior

Módulo da Coluna Lombar

Módulo da Osteopatia Funcional

Módulo de Fisiologia

Módulo de Semiologia Médica

Módulo de Radiologia e Imagem Médica

2º Ano

Módulo de tratamento geral osteopático TGO (GOT)

Módulo de Anatomia e Palpação

Módulo de Biomecânica

Módulo da Osteopatia Funcional

Módulo da Coluna Lombar, Torácica e classificações

Módulo da Cintura Escapular e Membro Superior

Módulo da História e Filosofia

Módulo de Complemento de Neurofisiologia

3º Ano

Módulo de Anatomia e Palpação

Módulo de Biomecânica

Módulo da Osteopatia Funcional

Módulo Funcional Cranio-sacral

Page 169: A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA …...A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA: UNIDADE OU DIVERSIDADE? Os casos da Bélgica, França, Inglaterra e Portugal Inês Sofia Palma Raimundo

Módulo de Osteopatia Visceral

Módulo de Coluna Cervical

Módulo de Semiologia Médica

Módulo de Radiologia e Imagem Médica

4º Ano

Módulo de Anatomia e Palpação

Módulo de Embriologia

Módulo de Nutrição

Módulo da Osteopatia Funcional

Módulo Funcional Cranio-sacral

Módulo de Osteopatia Visceral

Módulo de Síntese em Osteopatia Estrutural

Módulo de Administração do Gabinete

Módulo de Complemento de Neurofisiologia

Módulo de Semiologia Médica

Módulo de Radiologia e Imagem Médica

5º Ano

Módulo de Anatomia e Palpação

Módulo da Osteopatia Funcional

Módulo Funcional Cranio-sacral

Módulo de Osteopatia Visceral

Módulo de Nutrição

Módulo de Semiologia Médica

Síntese e revisão de abertura nas escolas europeias

Módulo de Clínica

Júri TFE

Júri Clínica

Currículo

na ESO

Módulo Maidstone

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The Belgian School of Osteopathy (BELSO)

Unidades Curriculares Domínios de Formação /

Área Científica

Estágio Tipo Tempo de Trabalho (horas) Créditos

Curricular Não Curricular Total Contacto

História da osteopatia (limites e

alcances) - Legislação - Ética

Ciências Humanas 6

- Embriologia;

- Histologia;

- Biologia;

- Fisiologia da criança e do adulto

Ciências Básicas no

conceito e técnicas

osteopáticas:

200 (40 por ano letivo)

- Exames/Técnicas Médicas;

- Semiótica da criança e do adulto;

- Endocrinologia

Ciências Médicas como

parte da abordagem

osteopática

230 (46 por ano letivo)

- Biomecânica (parietal, cranial e

visceral);

- Posturologia;

- Anatomia palpatória e técnica

palpatória,

- Exame clínico e testes;

- Teorias e práticas osteopáticas;

- Teoria e prática dos tratamentos

osteopáticos específicos

Arte da osteopatia, conceito

e técnica osteopática

470 (94 por ano letivo)

- Trabalhos práticos, casos clínicos,

formação interna dirigida, preparação

clínica.

-. Revisões para aprofundar as

práticas técnicas e síntese

Clínica Osteopática na

Escola

190 (38 por ano letivo)

Estágio Clínico num gabinete Estágio Clínico num

gabinete

250 (50 horas no

terceiro ano e 100

horas por ano letivo no

4º e 5º ano)

Page 171: A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA …...A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA: UNIDADE OU DIVERSIDADE? Os casos da Bélgica, França, Inglaterra e Portugal Inês Sofia Palma Raimundo

ESO PARIS SUPOSTEO / HOLISTÉA / IdHE (INSTITUT D’OSTÉOPATHIE) / Institut Supérieur D’Ostéopathie Paris / Ecole d’Ostéopathie Paris (L’EO

PARIS) / CONSERVATOIRE SUPÉRIEURE D'OSTÉOPATHIE (CSO)

Unidades Curriculares Domínios de Formação / Área

Científica

Estágio Tipo Tempo de Trabalho

(horas)

Créditos

Curricular Não

Curricular

Total Contacto

1º Ano –

PRIMEIRO

CICLO

Biologia celular Ciências básicas 60

Histologia – Embriologia – Genética Ciências básicas 70

Biofísica e biomecânica Ciências básicas 60

Anatomia e fisiologia geral Ciências básicas 20

Anatomia e fisiologia do sistema

nervoso

Ciências básicas 40

Anatomia e fisiologia do sistema

músculo-esquelético

Ciências básicas 92

Anatomia e fisiologia do sistema

cardiovascular e respiratório

Ciências básicas 40

Anatomia e fisiologia dos sistemas

digestivo, endócrino e genitourinario

Ciências básicas 40

Anatomia e fisiologia dos sistemas

tegumentar e sensorial

Ciências básicas 40

Os modelos conceptuais da osteopatia Osteopatia: fundamentos e modelos 40

Anatomia palpatória Prática osteopática 120

Palpação osteopática Prática osteopática 20

Aprendizagem dos meios de

diagnóstico, dos tratamentos

osteopáticos e das técnicas apropriadas –

Região apendicular inferior

Prática osteopática 60

Aprendizagem dos meios de

diagnóstico, dos tratamentos

osteopáticos e das técnicas apropriadas –

Região lombar, pélvica e abdominal

Prática osteopática 90

1º Ano –

PRIMEIRO

CICLO

Aprendizagem dos meios de

diagnóstico, dos tratamentos

osteopáticos e das técnicas apropriadas –

Região apendicular superior

Prática osteopática 30

Page 172: A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA …...A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA: UNIDADE OU DIVERSIDADE? Os casos da Bélgica, França, Inglaterra e Portugal Inês Sofia Palma Raimundo

Aprendizagem dos meios de

diagnóstico, dos tratamentos

osteopáticos e das técnicas apropriadas –

Região cervico-cefálica

Prática osteopática 60

Metodologia de comunicação oral e

escrita – métodos de trabalho

Métodos e ferramentas de trabalho 20

Conceção e condução de um projeto de

intervenção osteopática

Formação prática clínica 50

2º Ano –

PRIMEIRO

CICLO

Hematologia - Imunologia Ciências básicas 60

Biofísica e biomecânica Ciências básicas 40

Anatomia e fisiologia do sistema

nervoso

Ciências básicas 60

Anatomia e fisiologia do sistema

músculo-esquelético

Ciências básicas 48

Anatomia e fisiologia do sistema

cardiovascular e respiratório

Ciências básicas 30

Anatomia e fisiologia dos sistemas

digestivo, endócrino e genitourinario

Ciências básicas 40

Infecciologia/Doenças Infecciosas Semiologia das alterações do estado

de saúde

20

Semiologia em condições músculo-

esqueléticas

Semiologia das alterações do estado

de saúde

70

Semiologia em condições cárdio

vasculares e respiratórias

Semiologia das alterações do estado

de saúde

50

2º Ano –

PRIMEIRO

CICLO

Psicologia e psicossomática Ciências humanas, ciências sociais,

gestão

20

As bases de diagnóstico e tratamento

osteopático

Osteopatia: fundamentos e modelos 40

Raciocínio e abordagem clínica

osteopática

Osteopatia: fundamentos e modelos 20

Anatomia palpatória Prática osteopática 30

Palpação osteopática Prática osteopática 36

Métodos e meios de diagnóstico de

oportunidade

Prática osteopática 20

Aprendizagem dos meios de Prática osteopática 100

Page 173: A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA …...A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA: UNIDADE OU DIVERSIDADE? Os casos da Bélgica, França, Inglaterra e Portugal Inês Sofia Palma Raimundo

diagnóstico, dos tratamentos

osteopáticos e das técnicas apropriadas –

Região lombar, pélvica e abdominal

Aprendizagem dos meios de

diagnóstico, dos tratamentos

osteopáticos e das técnicas apropriadas –

Região torácica e escapular

Prática osteopática 100

Aprendizagem dos meios de

diagnóstico, dos tratamentos

osteopáticos e das técnicas apropriadas –

Região apendicular superior

Prática osteopática 50

Aprendizagem dos meios de

diagnóstico, dos tratamentos

osteopáticos e das técnicas apropriadas –

Região cervico-cefálica

Prática osteopática 80

Gestos e cuidados de emergência Prática osteopática 12

Formação prática clínica Formação prática clínica 70

3º Ano –

PRIMEIRO

CICLO

Anatomia e fisiologia do sistema

nervoso

Ciências básicas 20

Exames clínicos Semiologia das alterações do estado

de saúde

20

Semiologia em condições do sistema

nervoso

Semiologia das alterações do estado

de saúde

50

Semiologia em condições músculo-

esqueléticas

Semiologia das alterações do estado

de saúde

50

Semiologia em condições do sistema

digestivo e endócrino

Semiologia das alterações do estado

de saúde

46

Semiologia em condições do sistema

genitourinario

Semiologia das alterações do estado

de saúde

42

Psicologia e psicossomática Ciências humanas, ciências sociais,

gestão

12

Sociologia geral e sociologia da saúde Ciências humanas, ciências sociais,

gestão

16

Saúde pública Ciências humanas, ciências sociais,

gestão

16

Page 174: A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA …...A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA: UNIDADE OU DIVERSIDADE? Os casos da Bélgica, França, Inglaterra e Portugal Inês Sofia Palma Raimundo

Raciocínio e abordagem clínica

osteopática

Osteopatia: fundamentos e modelos 40

Métodos e meios de diagnóstico de

oportunidade

Prática osteopática 58

Implementação dos meios de

diagnóstico e de tratamento em

diferentes situações

Prática osteopática 20

Aprendizagem dos meios de

diagnóstico, dos tratamentos

osteopáticos e das técnicas apropriadas –

Região apendicular inferior

Prática osteopática 20

3º Ano –

PRIMEIRO

CICLO

Aprendizagem dos meios de

diagnóstico, dos tratamentos

osteopáticos e das técnicas apropriadas –

Região lombar, pélvica e abdominal

Prática osteopática 40

Aprendizagem dos meios de

diagnóstico, dos tratamentos

osteopáticos e das técnicas apropriadas –

Região torácica e escapular

Prática osteopática 80

Aprendizagem dos meios de

diagnóstico, dos tratamentos

osteopáticos e das técnicas apropriadas –

Região cervico-cefálica

Prática osteopática 40

Relacionamento e comunicação no

contexto de intervenção osteopática

Prática osteopática 20

Diagnóstico de oportunidade: como

proceder em consulta

Prática osteopática 70

Metodologia e análise de artigos de

pesquisa documental

Métodos e ferramentas de trabalho 30

Inglês científico e profissional Métodos e ferramentas de trabalho 20

Realização de uma intervenção

osteopática e orientação da relação num

contexto de intervenção osteopática

Desenvolvimento de competências 50

Formação prática clínica Formação prática clínica 210

4º Ano – Farmacologia geral Semiologia das alterações do estado 40

Page 175: A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA …...A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA: UNIDADE OU DIVERSIDADE? Os casos da Bélgica, França, Inglaterra e Portugal Inês Sofia Palma Raimundo

SEGUNDO

CICLO

de saúde

4º Ano –

SEGUNDO

CICLO

Exames clínicos Semiologia das alterações do estado

de saúde

40

Semiologia em condições do sistema

nervoso

Semiologia das alterações do estado

de saúde

20

Semiologia e fisiologia dos sistemas

tegumentar e sensorial

Semiologia das alterações do estado

de saúde

40

Semiologia das doenças do sistema

imunológico e hematológico

Semiologia das alterações do estado

de saúde

20

Semiologia em condições psiquiátricas Semiologia das alterações do estado

de saúde

24

Semiologia em condições pediátricas Semiologia das alterações do estado

de saúde

28

Dor Semiologia das alterações do estado

de saúde

20

Psicologia e psicossomática Ciências humanas, ciências sociais,

gestão

40

Raciocínio e abordagem clínica

osteopática

Osteopatia: fundamentos e modelos 20

Diagnóstico de oportunidade: como

proceder em consulta

Prática osteopática 60

Implementação dos meios de

diagnóstico e de tratamento em

diferentes situações

Prática osteopática 50

Metodologias de pesquisa e avaliação

em osteopatia

Métodos e ferramentas de trabalho 24

Inglês científico e profissional Métodos e ferramentas de trabalho 20

Avaliar uma situação e desenvolver um

diagnóstico osteopático

Desenvolvimento de competências

do osteopata

50

Conceção e condução de um projeto de

intervenção osteopática

Desenvolvimento de competências

do osteopata

30

Formação prática clínica Formação prática clínica 450

5º Ano –

SEGUNDO

Semiologia em condições geriátricas Semiologia das alterações do estado

de saúde

20

Page 176: A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA …...A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA: UNIDADE OU DIVERSIDADE? Os casos da Bélgica, França, Inglaterra e Portugal Inês Sofia Palma Raimundo

CICLO Semiologia em condições desportivas Semiologia das alterações do estado

de saúde

12

Dietética e nutrição Semiologia das alterações do estado

de saúde

20

Legislação Ciências humanas, ciências sociais,

gestão

16

Ética e deontologia Ciências humanas, ciências sociais,

gestão

20

Gestão Ciências humanas, ciências sociais,

gestão

20

Metodologia de análise da prática

profissional

Métodos e ferramentas de trabalho 24

Inglês científico e profissional Métodos e ferramentas de trabalho 30

Analisar e desenvolver a prática

profissional

Desenvolvimento de competências

do osteopata

48

Preparar a instalação profissional Desenvolvimento de competências

do osteopata

16

Formação prática clínica Formação prática clínica 720

Memória Memória 20

Page 177: A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA …...A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA: UNIDADE OU DIVERSIDADE? Os casos da Bélgica, França, Inglaterra e Portugal Inês Sofia Palma Raimundo

British College of Osteopathic Medicine (BCOM)

Unidades Curriculares Domínios de

Formação /

Área Científica

Estágio Tipo Tempo de Trabalho (horas) Créditos

Curricular Não Curricular Total Contacto

1º Ano –

Palestras/Seminários

- Anatomia: Osteologia e Artrologia

- Fisiologia Cardio-respiratória

- Anatomia: Neurologia

- Anatomia: Miologia

- Nutrição e Bioquímica

- Fisiologia Gastrointestinal, Renal e Endócrina

- Princípios da Osteopatia

1º Ano – Aulas

Práticas

- Anatomia: A Dissecação e o Colégio Real de

Cirurgiões (The Royal College of Surgeons)

- Técnica de Osteopatia

- Técnica de tecidos moles

2º Ano –

Palestras/Seminários

- Anatomia Integrada

- Diagnóstico

- A Mecânica da Coluna Vertebral

- Nutrição Clínica e Dietética

- Fisiologia

- Patologia

- Fisiologia do Exercício

Page 178: A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA …...A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA: UNIDADE OU DIVERSIDADE? Os casos da Bélgica, França, Inglaterra e Portugal Inês Sofia Palma Raimundo

2º Ano – Aulas

Práticas

- Anatomia: A Dissecação e o Colégio Real de

Cirurgiões (The Royal College of Surgeons)

- Teoria clínica e observação

- Fisiologia do Exercício

- Métodos Clínicos

- Diagnóstico e Técnica Osteopática

- Técnicas clínicas de tecidos moles

- Técnica de Osteopatia

3º Ano –

Palestras/Seminários

- Diagnóstico Diferencial

- Reumatologia, Ortopedia e Imagem

- Psicologia

- Pediatria

- Metodologia de Pesquisa

- A Mecânica Periférica

- Terapêutica Natural Aplicada

- Farmacologia Aplicada

3º Ano – Aulas

Práticas

Prática Clínica

4º Ano –

Palestras/Seminários

- Reumatologia, Ortopedia e Imagem Clínica

- Obstetrícia e Ginecologia Clínica

- Dermatologia e Gerontologia

- Psicossomática Clínica

- Práticas de Gestão e Auditoria

4º Ano – Aulas

Práticas

- Técnicas de Osteopatia

- Prática Clínica

Page 179: A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA …...A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA: UNIDADE OU DIVERSIDADE? Os casos da Bélgica, França, Inglaterra e Portugal Inês Sofia Palma Raimundo

BRITISH SCHOOL OF OSTEOPATHY (BSO)

Unidades Curriculares Domínios de Formação / Área

Científica

Estágio Tipo Tempo de Trabalho

(horas)

Créditos

Curricular Não

Curricular

Total Contacto

1º Ano –

Palestras/Seminários

- Desenvolvimento da biologia e da

embriologia

- Anatomia humana

- Anatomia aplicada

- Filosofia da ciência

- Fisiologia

- Base conceptual da osteopatia

- Psicologia

- Sociologia

- Pensamento crítico

1º Ano – Aulas

Práticas

- Palestras técnicas

- Tutoriais técnicas

- Técnica aplicada (incluindo

manual e recursos multimédia)

1º Ano – Experiência

clínica/tutoriais

- 2 ou 3 sessões de observação

clínica de meio dia cada prazo

- História da osteopatia

- Gestão

- O papel do SNS e da osteopatia na

área da saúde

- Competências de comunicação

- Competências no exame do

paciente

Page 180: A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA …...A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA: UNIDADE OU DIVERSIDADE? Os casos da Bélgica, França, Inglaterra e Portugal Inês Sofia Palma Raimundo

2º Ano –

Palestras/Seminários

- Anatomia da cabeça e do pescoço

- Desenvolvimento da criança

- Desenvolvimento da biologia e da

embriologia

- Gravidez e parto

- Base conceptual da osteopatia

- Psicologia

- Dor e gestão da dor

- Patologia

- Idade adulta e velhice

- Sistema neuro-músculo-

esquelético

- Neurologia

- Métodos de pesquisa

- Estatística

2º Ano – Aulas

Práticas

- Palestras técnicas

- Tutoriais técnicas

- Técnica aplicada (incluindo

manual e recursos multimédia)

- Introdução à técnica complementar

- Introdução aos estudos de

movimento involuntário - técnica

cranial

Page 181: A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA …...A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA: UNIDADE OU DIVERSIDADE? Os casos da Bélgica, França, Inglaterra e Portugal Inês Sofia Palma Raimundo

2º Ano – Experiência

clínica/tutoriais

- Meio dia de observação clínica e

história clínica da sessão semanal (2

termos)

- Competências no exame do

paciente

- Ética

- Competências de comunicação

- Desenvolvimento do profissional

- Prática clínica de diagnóstico

- Avaliação e diagnóstico

osteopático

- 2-4 semanas de prática clínica nas

férias

3º Ano –

Palestras/Seminários

- Neurologia clínica

- Ortopedia e reumatologia

- Sistema neuro-músculo-

esquelético

- Conceitos da osteopatia em

ambiente clínico

- Estudos de pesquisa

3º Ano – Aulas

Práticas

- Palestras técnicas

- Tutoriais técnicas

- Técnica aplicada (incluindo

manual e recursos multimédia)

- Reabilitação clínica

- Introdução à técnica visceral

Page 182: A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA …...A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA: UNIDADE OU DIVERSIDADE? Os casos da Bélgica, França, Inglaterra e Portugal Inês Sofia Palma Raimundo

OXFORD BROOKES UNIVERSITY

Unidades Curriculares Domínios de Formação / Área

Científica

Estágio Tipo Tempo de Trabalho

(horas)

Créditos

Curricular Não

Curricular

Total Contacto

1º Ano

Estrutura em Saúde e Doença 1 45

Função na saúde e na doença 1 30

Filosofia osteopática e princípios 15

Prática Clínica Osteopática 1 15

Parcerias 1: Introdução à utilização de

evidências no profissional

15

2º Ano

Parcerias 2: Desenvolvimento de práticas

eficazes de trabalho

15

Estrutura em Saúde e Doença 2 45

Função na saúde e na doença 2 45

Prática Clínica Osteopática 2 15

3º Ano

Osteopática Avaliação e Gestão de

Pacientes 1

45

Prática Clínica Osteopática 3 60

Parcerias 3: Gestão de Colaboração 15

Projetos de Pesquisa Avançada 20

Dissertação 60

4º Ano

Avaliação Osteopática Avançada e

Gestão de Pacientes

20

Gestão da incerteza clínica 20

Prática Clínica Osteopática Avançada 40

Gestão de Finanças em Saúde e

Assistência Social

20

Page 183: A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA …...A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA: UNIDADE OU DIVERSIDADE? Os casos da Bélgica, França, Inglaterra e Portugal Inês Sofia Palma Raimundo

The College of Osteopaths

Page 184: A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA …...A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA: UNIDADE OU DIVERSIDADE? Os casos da Bélgica, França, Inglaterra e Portugal Inês Sofia Palma Raimundo
Page 185: A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA …...A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA: UNIDADE OU DIVERSIDADE? Os casos da Bélgica, França, Inglaterra e Portugal Inês Sofia Palma Raimundo

The Surrey Institute of Osteopathic Medicine (NESCOT)

Unidades Curriculares Domínios de Formação / Área

Científica

Estágio Tipo Tempo de Trabalho

(horas)

Créditos

Curricular Não

Curricular

Total Contacto

1º Ano

(Nível 4)

Estrutura e função anatómica 60

Princípios osteopáticos e Técnica 1 30

Introdução à Prática Profissional 30

2º Ano

(Nível 5)

Doença humana e Disfunção 30

Estudos de diagnóstico 30

Princípios osteopáticos e Técnica 2 30

Fundação na prática profissional 30

3º Ano

(Nível 6)

Diagnóstico diferencial 30

Desenvolver âmbito da prática 30

Princípios osteopáticos e Técnica 3 30

Desenvolvimento da Prática Profissional 30

4º Ano

(Nível 6)

Proposta de pesquisa 60

Medicina Osteopática Aplicada 30

Desenvolvimento Profissional Autónomo 30

Page 186: A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA …...A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA: UNIDADE OU DIVERSIDADE? Os casos da Bélgica, França, Inglaterra e Portugal Inês Sofia Palma Raimundo

Estudos Avançados de Naturologia (EAN)

Unidades Curriculares Domínios de Formação / Área

Científica

Estágio Tipo Tempo de Trabalho

(horas)

Créditos

Curricular Não

Curricular

Total Contacto

Módulos

de

Formação

Anatomofisiologia 20

Filosofia Osteopática 20

Técnicas Manipulativas 60

Diagnóstico Osteopático 54

Semiologia 22

Patologia/Diagnóstico Diferencial 42

Biomecânica/Avaliação Ortopédica 40

Clínica Osteopática 18

Seminários 17

Estágio Não Curricular

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Escola Superior de Saúde Ribeiro Sanches/ERISA

Unidades Curriculares Domínios de Formação / Área

Científica

Estágio Tipo Tempo de Trabalho

(horas)

Créditos

Curricular Não

Curricular

Total Contacto

Nível I

Anatomia Funcional I I / S1 5

Biologia Celular e Molecular I / S1 4

Biofísica I / S1 4

Química Biológica I / S1 4

Inglês Técnico I / S1 4

Fundamentos de Osteopatia I / S1 4

Teoria e Métodos Osteopáticos I I / S1 5

Anatomia Funcional II I / S2 5

Fisiologia Humana I I / S2 5

Bioética e Deontologia I / S2 4

Histologia e Embriologia I / S2 5

Biomecânica e Cinesiologia Aplicada I / S2 5

Teoria e Métodos Osteopáticos II I / S2 6

Nível II

Fisiologia Humana II II / S1 5

Fundamentos de Investigação em Saúde II / S1 5

Bioquímica Geral I / S1 5

Psicologia em Prática Clínica II / S1 4

Ergonomia II / S1 5

Teoria e Métodos Osteopáticos III II / S1 6

Semiologia Clínica e Laboratorial II / S2 4

Neuroanatomia Funcional II / S2 4

Patologia Geral II / S2 5

Saúde Pública e Epidemiologia II / S2 4

Fundamentos e Investigação em Saúde II II / S2 4

Dermatologia II / S2 3

Teoria e Métodos Osteopáticos IV II / S2 6

Nível III Farmacologia Geral III / S1 5

Page 188: A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA …...A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA: UNIDADE OU DIVERSIDADE? Os casos da Bélgica, França, Inglaterra e Portugal Inês Sofia Palma Raimundo

Neuropatias III / S1 5

Nutrição e Alimentação III / S1 4

Ginecologia e Obstetrícia III / S1 3

Teoria e Métodos Osteopáticos V III / S1 5

Estágio I Estágio Curricular

supervisionado

III / S1 8

Toxicologia III / S2 3

Reumatologia III / S2 5

Ortopedia e Traumatologia III / S2 5

Teoria e Métodos Osteopáticos VI III / S2 6

Estágio II Estágio Curricular

supervisionado

III / S2 11

Nível IV

Exames Complementares de Diagnóstico

I

IV / S1 4

Emergência e Suporte Básico de Vida IV / S1 3

Monografia IV / S1 6

Teoria e Métodos Osteopáticos VII IV / S1 6

Estágio III Estágio Curricular

supervisionado

IV / S1 11

Gestão e Administração de Unidades de

Saúde

IV / S2 4

Exames Complementares de Diagnóstico

II

IV / S2 4

Teoria e Métodos Osteopáticos VIII IV / S2 6

Seminários Temáticos em Osteopatia IV / S2 2

Estágio IV Estágio Curricular

supervisionado

IV / S2 14

Page 189: A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA …...A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA: UNIDADE OU DIVERSIDADE? Os casos da Bélgica, França, Inglaterra e Portugal Inês Sofia Palma Raimundo

Escola Superior de Medicina Oriental e Terapêuticas (E.S.M.O.T.)

Unidades Curriculares Domínios de Formação / Área

Científica

Estágio Tipo Tempo de Trabalho

(horas)

Créditos

Curricular Não

Curricular

Total Contacto

1º Ano

Osteopatia I prática estrutural: História e

princípios da Osteopatia

Ciências Médicas Ocidentais 4 Teórico-

prática

Osteopatia I prática estrutural: Pélvis:

Sacro e coxis

Ciências Médicas Ocidentais 64 Teórico-

prática

Osteopatia I prática estrutural: Pélvis:

Coluna lombar

Ciências Médicas Ocidentais 70 Teórico-

prática

Posturologia / Cinesiologia Ciências Gerais 6 Teórica

Cadeias musculares dos membros

inferiores

Ciências Gerais 6 Teórica

Anatomia I – Osteologia / Artrologia Ciências Médicas 34 Teórica

Psicologia I Ciências Gerais 20 Teórica

Nutrição I Ciências Médicas Ocidentais 20 Teórica

Fitoterapia Ocidental I Ciências Gerais 26 Teórica

Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho Ciências Gerais 24 Teórica

Princípios Deontológicos Ciências Gerais 14 Teórica

Desenvolvimento Pessoal e Cívico Formação Geral 12 Teórica

Técnicas de Estudo e Metodologia do

Trabalho Científico I

Formação Geral 8 Teórica

Bioquímica Ciências Gerais 10 Teórica

Citologia Ciências Gerais 8 Teórica

Setembro Revisões / Avaliações 50 Teórico-

prática

Horas Creditadas - Horas de Trabalho

Científico

250 Teórica

2º Ano

Osteopatia II prática estrutural: Quadril Ciências Médicas Ocidentais 24 Teórico-

prática

Osteopatia II prática estrutural: Joelho Ciências Médicas Ocidentais 20 Teórico-

prática

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Osteopatia II prática estrutural: Pé /

Tornozelo

Ciências Médicas Ocidentais 20 Teórico-

prática

Osteopatia II prática estrutural: Coluna

dorsal

Ciências Médicas Ocidentais 40 Teórico-

prática

Osteopatia II prática estrutural: Coluna

cervical

Ciências Médicas Ocidentais 40 Teórico-

prática

Cadeias musculares dos membros

superiores

Ciências Gerais 6 Teórica

Nutrição II Ciências Médicas Ocidentais 24 Teórica

Fitoterapia Ocidental II Ciências Gerais 20 Teórica

Anatomia II – Miologia Ciências Médicas Ocidentais 18 Teórica

Fisiologia I Ciências Médicas Ocidentais 28 Teórica

Psicologia II Ciências Gerais 22 Teórica

Imagiologia I Ciências Médicas Ocidentais 26 Teórica

Técnicas de Estudo e Metodologia do

Trabalho Científico II

Formação Geral 6 Teórica

Farmacologia Ciências Gerais 10 Teórica

Suporte Básico de Vida Ciências Médicas Ocidentais 12 Teórico-

prática

Setembro Revisões / Avaliações 50 Teórico-

prática

Horas Creditadas - Horas de Trabalho

Científico

250 Teórica

3º Ano Osteopatia III prática estrutural: Ombro Ciências Médicas Ocidentais 26 Teórico-

prática

Osteopatia III prática estrutural: Cotovelo Ciências Médicas Ocidentais 24 Teórico-

prática

Osteopatia III prática estrutural:

Pulso/Mão

Ciências Médicas Ocidentais 26 Teórico-

prática

Osteopatia Craneal: Temporal / etmóide /

frontal / occipital

Ciências Médicas Ocidentais 24 Teórico-

prática

Osteopatia Craneal: Sistema fascial Ciências Médicas Ocidentais 26 Teórico-

prática

Osteopatia Craneal: Técnicas funcionais Ciências Médicas Ocidentais 24 Teórico-

Page 191: A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA …...A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA: UNIDADE OU DIVERSIDADE? Os casos da Bélgica, França, Inglaterra e Portugal Inês Sofia Palma Raimundo

3º Ano

prática

Nutrição III Ciências Médicas Ocidentais 16 Teórica

Fitoterapia Ocidental III Ciências Gerais 20 Teórica

Fisiologia II Ciências Médicas Ocidentais 30 Teórica

Psicologia III Ciências Gerais 28 Teórica

Exames Complementares de Diagnóstico

I

Ciências Médicas Ocidentais 18 Teórica

Imagiologia II Ciências Médicas Ocidentais 24 Teórica

Geriatria e Gerontologia Ciências Médicas Ocidentais 20 Teórico-

prática

Setembro Revisões / Avaliações 50 Teórico-

prática

Horas Creditadas - Horas de Trabalho

Científico

250 Teórica

4º Ano

Osteopatia IV: Técnicas com Thrust Ciências Médicas Ocidentais 94 Teórico-

prática

Osteopatia IV: Kinesiologia Aplicada Ciências Médicas Ocidentais 12 Teórico-

prática

Terapia Taping: Dor e sensação de

perturbação

Ciências Gerais 12 Teórico-

prática

4º Ano

Terapia Taping: Reduzir rigidez do

músculo e contracção

Ciências Gerais 8 Teórico-

prática

Terapia Taping: Ajustar a postura Ciências Gerais 8 Teórico-

prática

Terapia Taping: Reduzir edema e

inflamação

Ciências Gerais 8 Teórico-

prática

Terapia Taping: Reeducação do músculo

e propriocepção

Ciências Gerais 8 Teórico-

prática

Massoterapia Formação Geral 20 Teórico-

prática

Pediatria Ciências Médicas Ocidentais 26 Teórica

Psicologia IV Ciências Gerais 12 Teórica

Exames Complementares de Diagnóstico

II

Ciências Médicas Ocidentais 10 Teórica

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Imagiologia III Ciências Médicas Ocidentais 10 Teórica

Gestão Formação Geral 30 Teórica

Setembro Revisões / Avaliações 50 Teórico-

prática

Horas Creditadas - Horas de Trabalho

Científico

420 Teórica

Formação em Contexto de Trabalho -

Estágio

750 Teórica

Estágio Curricular

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Instituto de Medicina Tradicional (I.M.T.)

Unidades Curriculares Domínios de Formação / Área

Científica

Estágio Tipo Tempo de Trabalho

(horas)

Créditos

Curricular Não

Curricular

Total Contacto

1º Ano

Anatomia e Fisiologia I 1º Sem. 30T

Biologia I 1º Sem. 30T

Bioquímica I 1º Sem. 30T

Biomecânica I 1º Sem. 15T

História da Saúde e da Medicina 1º Sem. 15T

Introdução ao Estudo de MT/MCA 1º Sem. 15T

Radiologia / Imagiologia I 1º Sem. 15TP

Prática Clínica I 1º Sem. 30P

Osteopatia I 1º Sem. 30T

Diagnóstico Osteopático I 1º Sem. 30TP

Bio-informática 1º Sem. 30TP

Técnica de Tecidos Moles I 1º Sem. 30TP

Anatomia e Fisiologia II 2º Sem. 30T

Biologia II 2º Sem. 30T

Bioquímica II 2º Sem. 30T

Biomecânica II 2º Sem. 15T

Radiologia / Imagiologia II 2º Sem. 15TP

Prática Clínica I 2º Sem. 45P

Filosofia Holística 2º Sem. 15T

Osteopatia II 2º Sem. 30T

Diagnóstico Osteopático II 2º Sem. 30TP

Testes de Avaliação Muscular I 2º Sem. 30TP

Técnica de Tecidos Moles II 2º Sem. 30TP

2º Ano Anatomia e Fisiologia III 1º Sem. 30T

Biomecânica III 1º Sem. 15T

Testes de Avaliação Muscular II 1º Sem. 30TP

Prática Clínica III 1º Sem. 60P

Microbiologia 1º Sem. 30T

Page 194: A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA …...A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA: UNIDADE OU DIVERSIDADE? Os casos da Bélgica, França, Inglaterra e Portugal Inês Sofia Palma Raimundo

Osteopatia III 1º Sem. 30T

Diagnóstico Osteopático III 1º Sem. 30TP

Psicologia da Saúde 1º Sem. 30T

Psicossomática I 1º Sem. 15T

Bioterapias 1º Sem. 30T

Suporte Básico de Vida 2º Sem. 15TP

Biomecânica IV 2º Sem. 15T

Radiologia / Imagiologia III 2º Sem. 30TP

Anatomia e Fisiologia IV 2º Sem. 30T

Prática Clínica IV 2º Sem. 60P

Farmacologia 2º Sem. 15T

Imunologia 2º Sem. 30T

Osteopatia IV 2º Sem. 30T

Diagnóstico Osteopático IV 2º Sem. 30TP

Ortopedia 2º Sem. 30T

Psicossomática II 2º Sem. 15T

3º Ano Biomecânica V 1º Sem. 15T

Radiologia / Imagiologia IV 1º Sem. 15TP

Prática Clínica V 1º Sem. 75P

Fisiopatologia / Medicina Interna I 1º Sem. 30T

Osteopatia V 1º Sem. 30T

Diagnóstico Osteopático V 1º Sem. 30TP

Semiologia aplicada à Osteopatia I 1º Sem. 30T

Neurofisiologia 1º Sem. 30T

Reumatologia 1º Sem. 30T

Ergonomia 1º Sem. 15T

Biomecânica VI 2º Sem. 15T

Prática Clínica VI 2º Sem. 75P

Fisiopatologia / Medicina Interna II 2º Sem. 30T

Osteopatia VI 2º Sem. 30T

Diagnóstico Osteopático VI 2º Sem. 30TP

Bioestatística e Prot. de Investigação 2º Sem. 30T

Deontologia e Ética 2º Sem. 15T

Semiologia aplicada à Osteopatia II 2º Sem. 30T

Page 195: A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA …...A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA: UNIDADE OU DIVERSIDADE? Os casos da Bélgica, França, Inglaterra e Portugal Inês Sofia Palma Raimundo

Neurofisiopatologia 2º Sem. 30T

Testes Neuromusculares 2º Sem. 15TP

4º Ano

Prática Clínica VII 1º Sem. 195P

Osteopatia Sacrocraniana I 1º Sem. 30TP

Osteopatia Visceral 1º Sem. 30TP

Diagnóstico Osteopático Integral I 1º Sem. 30TP

Plano de Negócios I 1º Sem. 15T

Prática Clínica VIII 2º Sem. 195P

Osteopatia Sacrocraniana II 2º Sem. 30TP

Diagnóstico Osteopático Integral II 2º Sem. 30TP

Osteopatia Pediátrica 2º Sem. 30T

Plano de Negócios II 2º Sem. 15T

Estágio curricular 500h

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Instituto Kiros Portugal

Unidades Curriculares Domínios de

Formação / Área

Científica

Estágio Tipo Tempo de Trabalho

(horas)

Créditos

Curricular Não

Curricular

Total Contacto

1º ano:

Técnicas de

Tratamento

Tecido Mole

/ Introdução

às Técnicas

de

Avaliação

Articular

- Enquadramento anatómico e fisiológico do corpo

humano

- Definição e efeitos das técnicas de tratamento de

tecido mole

- Indicações e contra-indicações das técnicas de

tratamento de tecido mole

- Manipulações, tratamentos e tratamentos

complementares

- Digitopressão e técnica de Jones

- Anatomia palpatória

- Protocolo de trabalho em consulta

- Introdução à Osteopatia Estrutural

- Avaliação neurológica

2º ano:

Osteopatia

Estrutural I

- Introdução (Bases e Fundamentos)

- Ilíacos

- Sacro/Cóccix

- Coluna lombar

- Pé e Tornozelo

- Joelho

- Anca (articulação Coxo-Femoral)

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3º ano:

Osteopatia

Estrutural

II

- Coluna dorsal

- Costelas

- Coluna cervical

- ATM e Hióide

- Ombro

- Cotovelo

- Mão e Punho

4º ano:

Osteopatia

Visceral

Módulo 1: Pontos de palpação profunda, Dermalgias

reflexas anteriores e posteriores

Módulo 2: Protocolo Visceral, Fígado e Vesícula Biliar

Módulo 3: Estômago, Baço e Pâncreas

Módulo 4: Duodeno, Intestino Delgado, Intestino

Grosso

Módulo 5: Protocolo Torácico, Diafragma e Caixa

Torácica

Módulo 6: Rim, Ureter e Bexiga

Módulo 7: Osteopatia Ginecológica (Útero-Ovários-

Trompas). Aparelho Genito-Urológico masculino

4º ano:

Osteopatia

Cranial

Módulo 1: Protocolo Cranial e Nervos Craniais

Módulo 2: SEB (Esfenóides e Occipital)

Módulo 3: Temporais, Parientais e Suturas do Crânio

Módulo 4: Frontal, Etmóide, Vómer e Palatinoso

Módulo 5: Malares, Nasais, Unguis, Maxilar Superior e

Maxilar Inferior

Módulo 6: Viscero-Crânio e o Crânio do bebé

Estágio Curricular –

500h

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Instituto Português de Naturologia (IPN)

Unidades Curriculares Domínios de Formação /

Área Científica

Estágio Tipo Tempo de Trabalho

(horas)

Créditos

Curricular Não

Curricular

Total Contacto

1º e 2º

Semestre

(1º ano)

Anatomia Sistemática I e II

Biologia Molecular, Bioquímica e Fisiologia Celular

Ergonomia e Biomecânica

Teoria Básica e Fundamentos de Osteopatia

Técnicas Complementares de osteopatia

Técnicas e Diagnóstico Osteopático I e II

3º e 4º

Semestre

(2º ano)

Fisiologia e Genética Humana

Técnicas e Diagnóstico Osteopático III e IV

Imagiologia

Anatomia Sistemática III e IV

Patologias em Osteopatia

Noções de Emergência Médica

Fisiopatologia

5º e 6º

Semestre

(3º ano)

Dietética e Nutrição

Semiologia

Farmacologia e Toxicologia

Anatomia Sistemática IV e V

Ética, Deontologia e Legislação em Saúde

Técnicas e Diagnóstico Osteopático V e VI

Metodologia Científica, Investigação e Trabalho

Monográfico

Técnicas de Observação e Psicologia Terapêutica

Ensino Clinico

Trabalho Clinico e Estágio Profissional

Estágio Curricular

Page 199: A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA …...A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA: UNIDADE OU DIVERSIDADE? Os casos da Bélgica, França, Inglaterra e Portugal Inês Sofia Palma Raimundo

Instituto de Técnicas de Saúde (ITS)

Unidades Curriculares Domínios de Formação / Área

Científica

Estágio Tipo Tempo de Trabalho

(horas)

Créditos

Curricular Não

Curricular

Total Contacto

1º Ano

Anatomofisiologia 54

Anatomia Palpatória e Manipulação aos

Tecidos Moles

295

Osteopatia I 202

Microbiologia/imunologia 91

Introdução ao Diagnostico Osteopático 91

Biomecânica 91

Técnicas de Avaliação Osteomuscular 91

2º Ano

Fisiopatologia Clínica 91

Neurofisiologia 182

OSTEOPATIA II 209

Psicologia Clinica 91

Semiologia e Métodos de Diagnóstico 91

Bioquímica e Farmacologia 79

Fisiologia Neuromuscular 91

3º Ano

Bioética e Saúde 67

Imagem 67

Ortopedia/Reumatologia/Traumatologia 115

Clínica Osteopática 256

Nutrição 67

Investigação e Análise de Dados 91

Suporte Básico de Vida 67

Clinica Pediátrica 91

4º Ano Clínica Radiológica 152

Técnicas de Anatomia Palpatória e Terapia 152

Page 200: A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA …...A FORMAÇÃO EM OSTEOPATIA NA EUROPA: UNIDADE OU DIVERSIDADE? Os casos da Bélgica, França, Inglaterra e Portugal Inês Sofia Palma Raimundo

Miofascial

Introdução à Patologia 67

Marketing em Osteopatia 67

Clínica Osteopática 256

Casos Clínicos Supervisionados 91

Estágio Curricular