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Page 1: A EDUCAÇÃO SUPERIOR NO BRASILflacso.org.br/files/2015/09/me002311.pdfCARLOS BENEDITO MARTINS é professor do Departamento de Sociologia da UnB — Universidade de Brasília. Diretor-científico

ARASELA CAMPOS OLIVEN eacute professora do Programa

de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sociologia e do Programa de

Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo da UFRGS mdash Universidade

Federal do Rio Grande do Sul

BERNADETE DA SILVA RIBEIRO BATISTA eacute mestre em

Sociologia pela UFMG mdash Universidade Federal de Minas

Gerais Bolsista do Convecircnio Capes-Unesco 2002

CARLOS BENEDITO MARTINS eacute professor do Departamento

de Sociologia da UnB mdash Universidade de Brasiacutelia

Diretor-cientiacutefico do Nesub mdash Nuacutecleo de Estudos

sobre Ensino Superior da Universidade de Brasiacutelia

CLARISSA ECKERT BAETA NEVES eacute professora do Departamento

de Sociologia e do Programa em Sociologia da UFRGS

Coordena este Programa (2001-2002) e o Grupo de Estudos

sobre Universidade (GEUUFRGS) Pesquisadora 1-C do CNPq

Membro do Conselho Editorial do BIBAnpocs da Revista

Sociologiacuteas e do Anuaacuterio de Educaccedilatildeo Tempo Brasileiro

DENISE BALARINE CAVALHEIRO LEITE eacute doutor em

Ciecircncias Humanas pela UFRGS e realizou poacutes-doutorado

no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra

Professora do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo

da UFRGS Pesquisadora CNPq e do Grupo de Estudos

sobre Universidade (GEUUFRGS) Autora dos livros

Inovaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo na universidade impacto e mudanccedila

na missatildeo das universidades contemporacircneas e Universidade

futurante produccedilatildeo do ensino e inovaccedilatildeo

JACQUES SCHWARTZMANN PhD Candidate University

of Pittsburgh 1976 Professor Adjunto IV do Departamento

de Ciecircncias Econocircmicas pela Faculdade de Ciecircncias

Econocircmicas da Universidade Federal de Minas Gerais

aposentado em 2002 Membro do Conselho Nacional

A E D U C A Ccedil Atilde O SUPERIOR NO BRASIL

E D U C A Ccedil Atilde O S U P E R I O R N O B R A S I L

M A R I A S U S A N A A R R O S A S O A R E S

C O O R D E N A D O R A

A R A B E L A C A M P O S O L I V E N

B E R N A D E T E D A S I L V A R I B E I R O B A T I S T A

C A R L O S B E N E D I T O M A R T I N S

C L A R I S S A ECKERT BAETA N E V E S

D E N I S E LE ITE

J A C Q U E S S C H W A R T Z M A N N

JOSEacute M A N U E L M O R A N COSTAS

M A R I A ESTELA D A L PAI F R A N C O

M A R I A B E A T R I Z A C C O R S I

M I C H E L A N G E L O T R I G U E I R O

Capes Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo - Anexos I e II - 2deg andar Caixa Postal 365 - CEP 70359-970 - Brasilia - DF

Telefone (61)410-8860 - E-mail ccdcapesgovbr

IESALC-Unesco Instituto Internacional para Educaccedilatildeo Superior na Ameacuterica Latina e no Caribe

Apartado 68394 Caracas - Venezuela 1062-A

GEU Grupo de Estudos sobre Universidade

Instituto de Filosofia e Ciecircncias Humanas - UFRGS Av Bento Gonccedilalves 9500

Telefone (51 ) 3316-6644 - E-mail ssoaresorionufrgsbr

Susana Arrosa A Educaccedilatildeo Superior no Brasil Maria Susana Arrosa Soares (Org) Arabela Campos Olien Bernadete da Silva Ribeiro Batista Carlos Benedito Martins Clarissa Eckert Baeta Neves Denise Leite Jacques Schwartzmann Joseacute Manuel Moran Costas Maria Esteia Dal Pai Franco Maria Beatriz Accorsi Michelangelo Trigueiro - Brasiacutelia Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior 2002 304 p il 24 cm

ISBN-85-88468-09-3

CDU 378014

Capa Projeto Graacutefico Homem de Melo amp Troia Design

Editoraccedilatildeo Eletrocircnica Eduardo Peraacutecio - DPE Studio

Distribuiccedilatildeo e Cadastro de Assinaturas Catarina Glograveria de Arauacutejo Neves - CCDCAPES

Brasilia DF - Dezembro 2002

Apresentaccedilatildeo

No iniacutecio do mecircs de agosto do corrente ano a Capes recebeu o convite do IESALCUNESCO para organizar um informe sobre o ensino superior no paiacutes como parte do projeto Observatoacuterio da Educaccedilatildeo Superior na Ameacuterica Latina e do Caribe coordenado por aquele organismo O objetivo do IESALCUNESCO ao propor a realizaccedilatildeo deste estudo no Brasil bem como em outros paiacuteses da Ameacuterica Latina e do Caribe foi de contribuir ao muacutetuo conhecimento dos sistemas de educaccedilatildeo superior da regiatildeo Pretende-se posteriormente agrave partir dos diversos informes que seratildeo realizados em vaacuterios paiacuteses da regiatildeo a elaboraccedilatildeo de uma anaacutelise comparativa de situaccedilotildees tendecircncias e perspectivas da educaccedilatildeo superior na regiatildeo latino-americana e caribenha

Uma segunda razatildeo que levou a IESALCUNESCO a solicitar a realizaccedilatildeo de informes sobre os sistemas nacionais de ensino superior foi a de preparar a contribuiccedilatildeo desse organismo para a realizaccedilatildeo da Conferecircncia Internacional de Avaliaccedilatildeo e Acompanhamento da Conferecircncia Mundial de Educaccedilatildeo Superior (CMES + 5) que ocorreraacute na sede da Organizaccedilatildeo em junho de 2003 cujo objetivo seraacute medir o impacto da Conferecircncia Mundial de 1998 na transformaccedilatildeo e desenvolvimento da educaccedilatildeo superior em niacutevel mundial a partir da anaacutelise das diversas experiecircncias em processos de reforma realizados nos uacuteltimos ano

Nesse sentido a Capes considerou de grande oportunidade a realizaccedilatildeo do presente informe numa eacutepoca em que uma troca de informaccedilotildees sobre os distintos sistemas nacionais de ensino superior eacute de fundamental importacircncia para o desenvolvimento dos paiacuteses dessa regiatildeo e de sua integraccedilatildeo social cultural e educacional

A CAPES diante de tatildeo importantes objetivos e em resposta ao honroso convite para colaborar com a UNESCO no desenvolvimento do estudo sobre a educaccedilatildeo superior brasileira aceitou o desafio de realizaacute-lo Para tanto convidou alguns dos mais destacados especialistas da aacuterea que sob a coordenaccedilatildeo do grupo de Estudos sobre Universidade da Universidade Federal do Rio Grande do Sui elaboraram um conjunto de documentos que abordam desde os antecedentes histoacutericos ateacute as caracteriacutesticas atuais da educaccedilatildeo superior tanto do ponto de vista organizacional seu funcionamento financiamento produtividade e inserccedilatildeo internacional bem como do perfil de seus atores

E portanto com grande satisfaccedilatildeo que a Capes traz agrave puacuteblico o presente estudo sobre A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

A CAPES ao publicar este trabalho tem a certeza de estar dando uma importante contribuiccedilatildeo para um maior conhecimento da educaccedilatildeo superior brasileira no acircmbito nacional regional e mundial e ao mesmo tempo de contribuir para o debate internacional sobre o papel da educaccedilatildeo superior nos processos de desenvolvimento na Sociedade da Informaccedilatildeo

Abiacutelio Baeta Neves Presidente da Capes

Participantes bull ARABELA CAMPOS OLIVEN eacute professora do programa de

Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sociologia e do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

ARABELA CAMPOS OLIVEN eacute professora do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sociologia e do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

BERNADETE DA SILVA RIBEIRO BATISTA eacute mestre em Sociologia pela Universidade Federal de Minas Gerais Bolsista do Conshyvecircnio CAPES-UNESCO 2002

bull CARLOS BENEDITO MARTINS eacute professor do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasiacutelia Diretor-cientiacutefico do Nesub (Nuacutecleo de Estudos sobre Ensino Superior da Universidade de Brasiacutelia)

bull CLARISSA ECKERT BAETA NEVES eacute professora do Deshypartamento de Sociologia e do Programa em Sociologia da UFRGS Coordena este Programa (2001-2002) e o Grupo de Estudos sobre Universidade - GEUUFRGS Pesquisadora I-C do CNPq Membro do Conselho Editorial do BIBAnpocs da Revista Sociologiacuteas e do Anuaacuterio de Educaccedilatildeo Tempo Brasileiro

DENISE BALARINE CAVALHEIRO LEITE eacute professora do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo da UFRGS Pesquisadora CNPq e do Grupo de Estudos sobre Universidade - GEUUFRGS Doutor em Ciecircncias Humanas pela UFRGS e realizou poacutes-doutorado no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra

bull JACQUES SCHWARTZMAN PhD Candidate University of Pittsburgh 1976 Professor Adjunto IV do Departamento de Ciecircncias Econocircmicas da Faculdade de Ciecircncias Econocircmicas da Universidade Federal de Minas Geraisaposentado em Junho de 2002 Membro do Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Cacircmara de Educaccedilatildeo Superior a parshytir de 112001 Diretor Executivo da Fundaccedilatildeo de Desenvolvimento da Pesquisa - FUNDEP - marccedilo de 1998 a fevereiro de 2002

bull JOSEacute MANUEL MORAN eacute doutor em Comunicaccedilatildeo pela USP Professor de Novas Tecnologias na PUC-SP Assessor do Ministeacuterio de Educaccedilatildeo para avaliaccedilatildeo de cursos superiores agrave distacircncia

bull MARIA ESTELA DAL PAI FRANCO eacute Professor Titular (CC) da UFRGSPrograma de Poacutes Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo e Coordenadora do Grupo de Estudos sobre Universidade - GEU - IpesqEduUFRGS

bull MARIA BEATRIZ ACCORSI licenciada em Matemaacutetica Bolsista de AP do CNPq 1995 Bolsista do Convecircnio CAPES-UNESCO 2002

bull MARIA SUSANA ARROSA SOARES eacute professora do Departashymento de Sociologia do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sociologia e Co-

ordenadora do Mestrado em Relaccedilotildees Internacionais da UFRGS Realizou poacutes-doutorado na EHESS Paris Diretora do Centro Brasileiro de Docushymentaccedilatildeo e Estudos da Bacia do Prata (CEDEP) e do Centro de Estudos Sociais da UFRGS Pesquisadora do CNPq

MICHELANGELO GIOTTO SANTORO TRIGUEIRO eacute doushytor em Sociologia e professor do Departamento de Sociologia da UnB Decano de Ensino de Graduaccedilatildeo da UnB Chefe da Assessoria de Plashynejamento e Avaliaccedilatildeo Institucional da Universidade de Brasiacutelia entre 1993 e 1995

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Sumaacuterio

Apresentaccedilatildeo 03 Participantes 05 Lista de quadros figuras tabelas e graacuteficos 13 1 Histoacuterico da educaccedilatildeo superior no Brasil 31

11 O Seacuteculo XIX as primeiras faculdades 31 12 As etapas do desenvolvimento da educaccedilatildeo

superior no Brasil 33 121 A Repuacuteblica Velha e o debate sobre

universidade (1889-1930) 33 122 A Nova Repuacuteblica e a criaccedilatildeo

de universidades (1930 a 1964) 34 123 Os governos militares a expansatildeo do sistema

e desenvolvimento da pesquisa (1964-1985) 39 1231 Reforma universitaacuteria expansatildeo e segmentaccedilatildeo

do sistema de ensino superior 39 1232 A poacutes-graduacatildeo e o desenvolvimento

da pesquisa 40 124 A redemocratizaccedilatildeo politica a nova dinacircmica

do sistema de educaccedilatildeo superior (1985-2002) 41 1241 Constituiccedilatildeo Federal de 1988 41 1242 Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional

Lei ndeg 939496 42 2 A estrutura e o funcionamento do ensino superior no Brasil 43

21 Tipologia das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior 46 22 Instituiccedilotildees universitaacuterias e natildeo-universitaacuterias 48

221 A oferta diferenciada de cursos e programas de formaccedilatildeo superior 50

23 Caracterizaccedilatildeo das instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas 54 24 Normas e leis que regem a estrutura

e o funcionamento do ensino superior 61 25 Organismos de coordenaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior63

251 Organismos governamentais 63 252 Organismos natildeo-governamentais 68

26 A formaccedilatildeo do sistema nacional de poacutes-graduacatildeo 70 261 A estrutura da Poacutes-Graduaccedilatildeo 71 262 O funcionamento 78

27 Sistemas de avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees de ensino superior no Brasil 87 271 Normas instrumentos e estrateacutegias para avaliaccedilatildeo

das instituiccedilotildees de ensino superior 89 2711 Avaliaccedilatildeo para ingresso no ensino superior

Exame Nacional do Ensino Meacutedio (ENEM) e Exame Vestibular 90

2712 Auto-avaliaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo interna das IES 90 2713 Avaliaccedilatildeo da graduaccedilatildeo avaliaccedilatildeo do MEC 91 2714 Avaliaccedilatildeo da poacutes-graduacatildeo avaliaccedilatildeo CAPES 94

272 As relaccedilotildees entre auto-avaliaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo externa Niacutevel puacuteblico e privado 96

273 Sistema nacional de avaliaccedilatildeo 97 274 O processo de criaccedilatildeo e credenciamento de novas

instituiccedilotildees de ensino superior no Brasil 99 275 Periodicidade dos processos de avaliaccedilatildeo e

credenciamento das instituiccedilotildees de ensino superior 104 3 O acesso agrave educaccedilatildeo superior e sua cobertura demograacutefica 107

31 Requisitos e praacuteticas de acesso agrave educaccedilatildeo superior 107 32 O acesso agrave educaccedilatildeo superior 107 33 Cobertura demograacutefica 111

331 As taxas de escolaridade entre 17 e 24 anos 111 332 A evoluccedilatildeo da escolarizaccedilatildeo na

educaccedilatildeo superior 19902000 113 34 As exigecircncias de escolaridade anos e

tempo meacutedio de estudo 115 35 As estrateacutegias das instituiccedilotildees de ensino

superior e a competitividade no mercado de oferta e demanda educativa 115

36 As novas ofertas educativas nacionais e internacionais 119

4 Governo e gestatildeo da educaccedilatildeo superior 121 Introduccedilatildeo 121 41 Tipos de governo das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo

superior 122 411 Governo colegiado ou natildeo-colegiado 122 412 Nomeaccedilatildeo ou eleiccedilatildeo de autoridades das

instituiccedilotildees de ensino superior 126 413 As relaccedilotildees entre as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo

superior e o Estado 128 414 Os procedimentos e praacuteticas de prestaccedilatildeo de contas

das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior 133

415 A participaccedilatildeo de outros atores no governo das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior 139

5 Os principais atores da educaccedilatildeo superior no Brasil 145 51 Os estudantes caracteriacutesticas e evoluccedilatildeo 145

511 A populaccedilatildeo estudantil classificada por sexo aacuterea de conhecimento niacutevel de estudo e tipo de instituiccedilatildeo 145

512 A evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo estudantil entre 1990 e 2000 148

513 Os organismos representativos dos estudantes 153 514 Os programas de assistecircncia ao estudante 154

52 O pessoal docente 155 521 O Pessoal docente classificado por sexo e

tipo de instituiccedilatildeo 155 522 A evoluccedilatildeo do pessoal docente entre 1990 e 2000 157 523 Os organismos representativos do pessoal docente161 524 Os mecanismos e normas de recrutamento

seleccedilatildeo e promoccedilatildeo do pessoal docente 163 525 Os programas de melhoria e desenvolvimento

do pessoal docente bdquo 164 53 O pessoal de apoio 165

531 O pessoal de apoio classificado por sexo e tipo de instituiccedilatildeo 165

532 A evoluccedilatildeo do pessoal de apoio entre 1990 e 2000 166 533 Os organismos representativos dos servidores

teacutecnico-administrativos 168 534 Os programas de melhoria e desenvolvimento

do pessoal de apoio 169 6 O sistema de apoio agraves atividades das instituiccedilotildees de ensino superior 173

61 As bibliotecas 173 62 O Portal de perioacutedicos da CAPES 173 63 COMUT - Programa de Comutaccedilatildeo Bibliograacutefica 174 64 As bibliotecas virtuais 174 65 As editoras universitaacuterias 175 66 Grau de conectividade agrave Internet das instituiccedilotildees

de educaccedilatildeo superior 175 661 A Rede Nacional de Ensino e Pesquisa 175 662 O Instituto Brasileiro de Informaccedilatildeo

em Ciecircncia e Tecnologia (IBICT) 176 663 O Comitecirc Gestor InternetBrasil 176 664 O Prossiga 176

7 O Financiamento do ensino superior no Brasil na deacutecada de 90 179

71 As fontes de financia men to das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior 179

72 Os procedimentos de distribuiccedilatildeo de recursos pelo Estado 181 721 O Governo Federal 181 722 O setor estadual 183 723 Custo das matriacuteculas e bolsas de estudo nas

instituiccedilotildees de ensino superior privadas 184 73 As estrateacutegias de gestatildeo e de utilizaccedilatildeo dos

recursos financeiros em nivel institucional e nacional 188 731 Aposentados e pensionistas 192 732 Fundaccedilotildees de apoio 193 733 Hospitais Universitaacuterios 194

74 Fundos nacionais de financiamento da educaccedilatildeo superior 195

75 Os gastos em educaccedilatildeo superior em relaccedilatildeo ao Orccedilamento nacional e ao PIB 197

76 Financiamento eficiecircncia e equumlidade 201 8 Ciecircncia e Tecnologia no Brasil 205

81 A Organizaccedilatildeo Institucional da Ciecircncia e Tecnologia 205 811 O complexo nacional de CTampI no Brasil 205 812 A poliacutetica de CampT 207 813 O MCT e os organismos vinculados 208 814 CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento

Cientiacutefico e Tecnoloacutegico 210 815 FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos 211 816 Outros organismos de apoio agraves atividades de CampT212

82 O fomento agraves atividades de CampT 213 821 Instrumentos e mecanismos de apoio 213 822 Origem dos recursos 213 823 Os Fundos Setoriais um novo modelo de

financiamento 215 824 Investimentos em Ciecircncia e Tecnologia 218

83 A pesquisa cientiacutefica e tecnoloacutegica no Brasil 225 831 O Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq 226 832 A produccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica 233

84 Os centros e nuacutecleos de investigaccedilatildeo sobre a educaccedilatildeo superior 237

9 A educaccedilatildeo superior a distacircncia no Brasil 251 91 Os programas de educaccedilatildeo virtual a distacircncia

na educaccedilatildeo superior e sua relaccedilatildeo com a educaccedilatildeo presencial 252

92 Os tipos de programas de educaccedilatildeo virtual 254 921 Cursos de niacutevel superior em parceria 259 922 Principais instituiccedilotildees de ensino superior em EAD261

93 Estimativa do volume de estudantes e professores270 94 As metodologias e os recursos utilizados na

educaccedilatildeo virtual 270 95 As plataformas informaacuteticas de ensino e

aprendizagem na educaccedilatildeo virtual 271 96 Os serviccedilos telemaacuteticos utilizados na

educaccedilatildeo virtual 272 97 A relaccedilatildeo entre educaccedilatildeo presencial e natildeo-presencial 272

10 A relaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior com a sociedade 275 101 A relaccedilatildeo com o conjunto do sistema educativo 275 102 A relaccedilatildeo com o sistema econocircmico 276 103 A relaccedilatildeo com o sistema social e cultural 279

11 Globalizaccedilatildeo internacionalizaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo interinstitucional 281

111 A presenccedila das instituiccedilotildees nacionais em outros paiacuteses 282

112 A internacionalizaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior e o reconhecimento de tiacutetulos diplomas e certificados de estudo 282

113 A mobilidade internacional de estudantes 284 1131 O volume e o objeto dos intercacircmbios estudantis284 1132 As principais aacutereas do conhecimento

especialidades ou setores de estudo dos intercacircmbios 285 1133 Os convecircnios de intercacircmbio estudantil 290

114 A mobilidade internacional de docentes e de pesquisadores 293 1141 O volume e o objeto dos intercacircmbios 293 1142 As principais aacutereas do conhecimento

especialidades ou setores de estudos dos intercacircmbios 295 115 As unidades e as estruturas da cooperaccedilatildeo

internacional 296 116 Os convecircnios de cooperaccedilatildeo institucional

nacional regional e internacional 298 12 Mudanccedilas e perspectivas do ensino superior no Brasil 301

Lista de quadros figuras tabelas e graacuteficos

Quadro 21 Estrutura do Sistema Educativo Brasileiro 44

Quadro 22 Educaccedilatildeo superior organizaccedilatildeo acadecircmica 47

Quadro 23 Educaccedilatildeo superior cursos e niacuteveisdiplomas e certificados 51

Quadro 24 Principais dispositivos regulamentados pelos decretos portarias e resoluccedilotildees do ensino superior 62

Quadro 25 Organismos governamentais de coordenaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Superior 64

Quadro 81 Organograma do Complexo de Ciecircncia e Tecnologia 212

Quadro 82 Estrutura organizacional do Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia (MCT) 215

Quadro 83 Principais grupos e nuacutecleos de pesquisa sobre o ensino superior no Brasil 245

Quadro 84 Redes de Pesquisa em educaccedilatildeo superior 247

Quadro 85 A investigaccedilatildeo sobre ensinoeducaccedilatildeo superior no Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq - Versatildeo 41 248

Quadro 101 Tipos de mecanismos de Interaccedilatildeo Universidade-Empresa existentes no Brasil 280

Quadro 102 Tipos de praacuteticas de extensatildeo desenvolvidas nas universidades brasileiras 282

Quadro 111 Programas de Cooperaccedilatildeo Internacional com a Mediaccedilatildeo da CAPES e inscriccedilotildees 294

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Quadro 112 Brasil Convecircnios bilaterais que incluem programas em Educaccedilatildeo Superior eou CampT 303

Figura 21 Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Superior no Brasil 90

Tabela 21 Instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior segundo a natureza administrativa e a organizaccedilatildeo acadecircmica - Brasil2000 58

Tabela 22 Instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior por organizaccedilatildeo acadecircmica e natureza administrativa - Brasil2000 58

Tabela 23 Nuacutemero de Instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo Superior por Organizaccedilatildeo Acadecircmica e a Natureza Administrativa - Brasil2000 59

Tabela 24 Nuacutemero de Instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo Superior por Organizaccedilatildeo Acadecircmica e Natureza Administrativa - Brasil1990-2000 60

Tabela 25 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo 82

Tabela 26 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo por Dependecircncia Administrativa 83

Tabela 27 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo por Grande Aacuterea (Mestrado) 83

Tabela 28 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo por Grande Aacuterea (Doutorado) 84

Tabela 29 Conceitos dos Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo - 19982000 84

Tabela 210 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo por Regiatildeo (Mestrado) 84

Tabela 211 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo por Regiatildeo (Doutorado) 85

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Tabela 212 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Alunos Matriculados e Titulados na Poacutes-Graduaccedilatildeo 1987-2001 85

Tabela 213 Concessatildeo de Bolsas no Paiacutes segundo Grande Aacuterea do ConhecimentoCAPES - 1991-2002 (Mestrado) 86

Tabela 215 Concessatildeo de Bolsas no Paiacutes segundo Grande Aacuterea do ConhecimentoCAPES 1991-2002 (Doutorado) 86

Tabela 217 Bolsas no Exterior - Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Bolsistas - 1996-2001 87

Tabela 218 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Docentes da Poacutes-Graduaccedilatildeo - 1987-2000 87

Tabela 219 Concessatildeo de Bolsas no Paiacutes segundo Grande Aacuterea do ConhecimentoCNPq - 1997-2000 (Mestrado) 88

Tabela 220 Concessatildeo de Bolsas no Paiacutes segundo Grande Aacuterea do ConhecimentoCNPq - 1997-2000 (Doutorado) 88

Tabela 31 Inscritos no exame vestibular por dependecircncia administrativa - 1990-2000 110

Tabela 32 Inscritos em vestibular por regiotildees 110

Tabela 33 Vagas oferecidas em vestibular por dependecircncia administrativa 111

Tabela 34 Taxa de crescimento das vagas oferecidas em vestibular - 1990 e 2000 112

Tabela 35 Relaccedilatildeo candidatovaga em vestibular e outros processos seletivos 112

Tabela 36 Inscritos no vestibular por aacuterea de conhecimento e regiotildees - 1998 113

Tabela 37 Inscritos no vestibular por aacuterea de conhecimento segundo as regiotildees - 1998 () 114

Tabela 38 Taxa (bruta) de Escolaridade - 1991-2000 114

Tabela 39 Populaccedilatildeo em idade de ingressar na universidade - 1991 115

Tabela 310 Populaccedilatildeo em idade de ingressar na universidade - 2000 116

Tabela 51 Populaccedilatildeo estudantil em cursos de graduaccedilatildeo por sexo - 2000 149

Tabela 52 Matriacuteculas na graduaccedilatildeo por aacutereas de conhecimento em 2000 150

Tabela 53 Alunos por niacutevel de estudo e regiotildees - 2000 151

Tabela 54 Percentual de alunos por niacutevel de estudo e regiotildees - 2000 151

Tabela 55 Evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo estudantil dos cursos de graduaccedilatildeo segundo o sexo - 1987-2000 152

Tabela 56 Evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo estudantil por tipo de instituiccedilatildeo - 1990-2000 153

Tabela 57 Evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo discente em cursos de graduaccedilatildeo por Aacuterea de Conhecimento - 1995-1999 153

Tabela 58 Evoluccedilatildeo do nuacutemero de Concluintes de cursos de graduaccedilatildeo por tipo de instituiccedilatildeo - 1990-2000 154

Tabela 59 Taxa de crescimento dos Concluintes dos cursos de graduaccedilatildeo por tipo de instituiccedilatildeo - 1990-2000 155

Tabela 510 Evoluccedilatildeo da matriacutecula no ensino superior por niacutevel de estudo - 1991-2000 155

Tabela 511 Alunos de Mestrado por Aacuterea de Conhecimento - 1990-2001 156

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Tabela 512 Alunos de Doutorado por Aacuterea de Conhecimento - 1990-2001 157

Tabela 513 Docentes segundo o sexo e tipo de instituiccedilatildeo - 2000 160

Tabela 514 Nuacutemero de docentes por tipo de instituiccedilatildeo e grau de formaccedilatildeo - 2000 161

Tabela 515 Nuacutemero de docentes por dependecircncia administrativa e regiatildeo - 1999 162

Tabela 516 Docentes segundo tipo de instituiccedilatildeo - 1990-2000 163

Tabela 517 Docente em exerciacutecio segundo o grau de formaccedilatildeo e as regiotildees - 1990 e 2000 164

Tabela 518 Docentes em exerciacutecio segundo o grau de formaccedilatildeo e as regiotildees - 1990 e 2000 () 164

Tabela 519 Docentes por regime de trabalho 165

Tabela 520 Docentes por regime de trabalho () 166

Tabela 521 Funcionaacuterios por sexo 171

Tabela 522 Funcionaacuterios por grau de formaccedilatildeo - 2000 172

Tabela 523 Funcionaacuterios teacutecnico-administrativos em exerciacutecio segundo as regiotildees - 1991-2000 173

Tabela 524 Funcionaacuterios teacutecnico-administrativos em exerciacutecio segundo as regiotildees -1991-2000 () 173

Tabela 525 Nuacutemero de servidores nas universidades federais 174

Tabela 71 MEC Distribuiccedilatildeo percentual do gasto total por programa (1993-1999) 188

Tabela 72 IFES Gastos com pessoal ativo e inativo - 1994-2001 (em milhotildees de reais de 2001) 188

Tabela 73 EFES Despesas de OCC efetuadas com Recursos do Tesouro e Proacuteprios 197

Tabela 74 Bolsas do CNPq de Produtividade em Pesquisa 2000 202

Tabela 75 Gasto Puacuteblico em Educaccedilatildeo (1997-1998 - Brasil) 204

Tabela 76 IFES Despesas efetuadas com recursos do Tesouro e proacuteprios (1994-2001) 204

Tabela 81 MCT Recursos do Governo Federal aplicados em Ciecircncia e Tecnologia (CampT) por modalidade (Brasil 1991-2001) 225

Tabela 82 CNPq Investimentos realizados em bolsas e no fomento agrave pesquisa - 19902001 227

Tabela 83 Recursos dos Governos Estaduais aplicados em Ciecircncia e Tecnologia (CampT) Brasil1990-2000 229

Tabela 84 FAPESP Dispecircndio e execuccedilatildeo da pesquisa no Estado de Satildeo Paulo por fonte de recursos e perfil institucional dos usuaacuterios (1995-1998) 230

Tabela 85 Nuacutemero de bolsas de formaccedilatildeo e de pesquisa concedidas no paiacutes e no exterior por agecircncias federais e modalidades - 2000 231

Tabela 86 Distribuiccedilatildeo de grupos de pesquisa linhas pesquisadores pesquisadores-doutores e instituiccedilotildees partiacutecipes por versotildees do DGPB 234

Tabela 87 Distribuiccedilatildeo dos pesquisadores por titulaccedilatildeo segundo as regiotildees - 2002 235

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Tabela 88 Distribuiccedilatildeo dos grupos de pesquisa nas 21 instituiccedilotildees com maior nuacutemero de grupos 2002 236

Tabela 89 Distribuiccedilatildeo dos grupos de pesquisa nas 10 aacutereas do conhecimento com maior nuacutemero de grupos - 2002 238

Tabela 810 Produccedilatildeo Cientiacutefica dos grupos de pesquisa por versotildees do DGPB 241

Tabela 811 Produccedilatildeo Bibliograacutefica segundo grande aacuterea predominante do grupo para pesquisadores - 1998-2001 242

Tabela 812 Produccedilatildeo Teacutecnica dos grupos do Diretoacuterio do CNPq - versotildees 30 e 41 242

Tabela 91 Tecnologias utilizadas em cursos a distacircncia e semipresenciais 273

Tabela l l l CAPES Bolsistas no exterior por modalidade de bolsa (1996-2002) 286

Tabela 112 CNPq Bolsas de poacutes-graduacatildeo no exterior por modalidade e ano () 287

Tabela 113 CAPES Bolsistas no exterior por grande aacuterea do conhecimento 1996-2002 288

Tabela 114 CNPq Bolsas no exterior (alunos) por aacuterea de conhecimento e modalidade 1997-2000 289

Tabela 115 CAPES Paiacutes de destino dos bolsistas brasileiros por modalidade de bolsa (2002) 290

Tabela 116 CNPq Nuacutemero de bolsas no exterior (alunos) por paiacutes de destino e modalidade (2000) 291

Tabela 117 Bolsas da cooperaccedilatildeo Fulbright-Brasil por aacuterea ano e modalidades 292

Tabela 118 CNPq Nuacutemero de Bolsas no exterior (docentespesquisadores) e fomento (curta duraccedilatildeoprojetos) por modalidade e ano () 297

Tabela 119 CNPq Nuacutemero de Bolsas no Brasil para visitantes e fomento de atividades por modalidade e ano () 297

Tabela 1110 CNPq Bolsas no exterior (docentes) por aacuterea de conhecimento e modalidade (1997-2000) () 299

Tabela 1111 Nuacutemero de universidades brasileiras com Assessorias Internacionais (AI) (2002) 301

Graacutefico 31 Evoluccedilatildeo da matriacutecula na graduaccedilatildeo por dependecircncia administrativa - 1990-2000 116

Graacutefico 32 Matriacuteculas em cursos de mestrado ao final do ano - 1996-2001117

Graacutefico 33 Matriacutecula em cursos de doutorado ao final do ano - 1996-2001117

Graacutefico 51 Alunos de graduaccedilatildeo por aacuterea de conhecimento - 2000 150

Graacutefico 52 Populaccedilatildeo estudantil por tipo de instituiccedilatildeo - 2000 152

Graacutefico 53 Matriacuteculas em cursos noturnos por tipo de instituiccedilatildeo - 1991 e 2000 () 157

Graacutefico 54 Corpo docente por tipo de instituiccedilatildeo - 2000 161

Graacutefico 81 MCT Recursos do Governo Federal aplicados em Ciecircncia e Tecnologia (CampT) segundo Ministeacuterios (Brasil 1999) 225

Graacutefico 82 Recursos do Governo Federal aplicados em Ciecircncia e Tecnologia (CampT) pelo Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Brasil1991-2001 226

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Graacutefico 83 CAPES Dotaccedilatildeo Orccedilamentaacuteria e Despesa Realizada - 1995-2002 228

Graacutefico 84 CAPES Investimentos realizados em Bolsas - 1995-2002 228

Graacutefico 85 Distribuiccedilatildeo dos grupos de pesquisa em 2002 segundo o ano de criaccedilatildeo 233

Graacutefico 86 Distribuiccedilatildeo percentual dos grupos de pesquisa por regiatildeo - 1993 e 2002 235

Graacutefico 87 Distribuiccedilatildeo dos grupos de pesquisa segundo as grandes aacutereas do conhecimento - 2002 237

Graacutefico 88 Distribuiccedilatildeo dos grandes grupos de pesquisa segundo as grandes aacutereas do conhecimento - 2002 238

Graacutefico 89 Percentual de pesquisadores-doutores segundo as grandes aacutereas do conhecimento - 1993 e 2002 239

Graacutefico 810 Crescimento da Produccedilatildeo por Aacuterea Cientiacutefica do Brasil e do Mundo - Periacuteodo 1981-2000 240

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Lista de siglas INSTITUICcedilOtildeES DE ENSINO EE - Escola de Engenharia FURB - Universidade Regional de Blumenau FURG - Fundaccedilatildeo Universidade de Rio Grande IES - Instituiccedilotildees de Ensino Superior IFES - Instituiccedilotildees Federais de Ensino PUCCAMP - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Campinas PUCPR - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Paranaacute PUCRS - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio Grande do Sul PUCRJ - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro PUCSP - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo UCB - Universidade Catoacutelica de Brasiacutelia UCDB - Universidade Catoacutelica Dom Bosco UCLA - Universidade da Califoacuternia - Los Angeles UCPel - Universidade Catoacutelica de Pelotas UCS - Universidade de Caxias do Sul UEL - Universidade Estadual de Londrina UERN - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa UEM - Universidade Estadual de Maringaacute UFBa - Universidade Federal da Bahia UFG - Universidade Federal de Goiaacutes UFMG - Universidade de Minas Gerais UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso UFPA - Universidade Federal do Paraacute UFPE - Universidade Federal de Pernambuco UFPR - Universidade Federal do Paranaacute UFPel - Universidade Federal de Pelotas UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco UFS - Universidade Federal de Sergipe UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina UFSCar - Universidade Federal de Satildeo Carlos UFSM - Universidade Federal de Santa Maria UFU - Universidade Federal de Uberlacircndia ULBRA - Universidade Luterana do Brasil UnB - Universidade de Brasiacutelia UNESP - Universidade Estadual Paulista UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas

UNICRUZ - Universidade de Cruz Alta UNIJUIacute - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande

do Sul UNIMEP - Universidade Metodista de Piracicaba UNIP - Universidade Paulista UNIR - Universidade Federal de Rondocircnia UNISC - Universidade de Santa Cruz do Sul UNISINOS - Universidade do Vale do Rio dos Sinos UNISO - Universidade de Sorocaba UNITINS - Universidade do Tocantins UNIVERSO - Universidade Salgado de Oliveira UNOPAR - Universidade Norte do Paranaacute UPA - Universidade de Porto Alegre UPE - Universidade de Pernambuco UPF - Universidade de Passo Fundo UR (Uruguai) - Universidad de la Republica URCAMP - Universidade Regional da Campanha URI - Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missotildees USF - Universidade Satildeo Francisco USM - Universidade de Santa Maria USP - Universidade de Satildeo Paulo UT - Universidade Teacutecnica UT (EUA) - Universidade do Texas UVA-RJ - Universidade Veiga de Almeida - Rio de Janeiro

ASSOCIACcedilOtildeESAGEcircNCIASOacuteRGAtildeOS ABC - Agecircncia Brasileira de Cooperaccedilatildeo ligada ao MRE AI - Assessoria Internacional oacutergatildeos ligados agraves universidades ALADI - Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ALCA - Aacuterea de Livre Comeacutercio das Ameacutericas ASCIN - Assessoria de Cooperaccedilatildeo Internacional do CNPq AUGM - Associaccedilatildeo de Universidades Grupo Montevideacuteu BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento BIRD - Banco Mundial BNDE - Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico CAI - Comissatildeo de Assuntos Internacionais do MEC CAPES - Fundaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de

Ensino Superior CCT - Conselho Nacional de Ciecircncia e Tecnologia MCT CDI - Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento Institucional ligado agrave CAPES CDR - Comissatildeo de Desenvolvimento Regional ligado ao CCT CENEN - Comissatildeo Nacional de Energia Nuclear

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

CES - Conselho de Ensino Superior CFE - Conselho Federal de Educaccedilatildeo CGC1 - Coordenadoria Geral de Cooperaccedilatildeo Internacional da CAPES CNE - Conselho Nacional de Educaccedilatildeo CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico

e Tecnoloacutegico COFECUB (Franccedila) - Comitecirc Francecircs de Avaliaccedilatildeo da Cooperaccedilatildeo

Universitaacuteria com o Brasil COFIEX - Comissatildeo de Financiamentos Externos ligada ao MP CONSUN - Conselho Superior das Universidades CPICI - Comissatildeo de Prospectiva Informaccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo

Internacional do CCT CPLP - Comunidade dos Paiacuteses de Liacutengua Portuguesa CRUB - Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras DASP - Departamento de Administraccedilatildeo do Serviccedilo Puacuteblico DCT - Departamento de Cooperaccedilatildeo Cientifica e Tecnoloacutegica do MRE FACED - Faculdade de Educaccedilatildeo FAPERGS - Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado do Rio Grande

do Sul FAPERJ - Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado do Rio

de Janeiro FAPESP - Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Satildeo Paulo FAPMIG - Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa de Minas Gerais FAPs - Fundaccedilotildees (estaduais) de Amparo agrave Pesquisa FAUBAI - Foacuterum das Assessorias Internacionais das Universidades

Brasileiras FCC - Fundaccedilatildeo Carlos Chagas FGV - Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo GEU - Grupo de Estudos Sobre UniversidadeUFRGS GTC - Grupo Teacutecnico Consultivo da CAPES GTL - Grupo de Trabalho sobre Licenciatura HCPA - Hospital de Cliacutenicas de Porto Alegre IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Naturais Renovaacuteveis IGLU - Instituto de Gestatildeo e Lideranccedila Universitaacuteria INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais INRIA - Centro de Pesquisa francecircs IRBr - Instituto Rio Branco academia para formaccedilatildeo de diplomatas do

Itamaraty IUPERJ - Instituto Universitaacuterio de Pesquisa do Rio de Janeiro

LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional MCT - Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia MEC - Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura MECUsaid - United States Agency for International Development

Equipe de Planejamento do Ensino Superior do MEC MECD (Espanha) - Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Cultura e Esporte da

Espanha MERCOSUL - Mercado Comum do Sul MES (Cuba) - Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Superior de Cuba MIT - Instituto de Tecnologia de Massachussets MP - Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo MRE - Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores NAFTA - North American Free Trade Agreement OEA - Organizaccedilatildeo dos Estados Americanos OEI - Organizaccedilatildeo dos Estados Ibero-Americanos OMC - Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio ONU - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas OUI - Organizaccedilatildeo Universitaacuteria Interamericana PBDCT - Plano Baacutesico de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico PICD - Programa Institucional de Capacitaccedilatildeo Docente PND - Plano Nacional de Desenvolvimento PNDU - Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento PNPG - Programa Nacional de Poacutes-Graduaccedilatildeo PPCD - Plano Plurianual de Capacitaccedilatildeo Docente PROANTAR - Programa Antaacutertico Brasileiro RECYT - Reuniatildeo Especializada de Ciecircncia e Tecnologia do Mercosul REDUC - Red Latinoamericana de Informacioacuten y Documentacioacuten en

Educacioacuten SBPC - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciecircncia SEAIN - Secretaria de Assuntos Internacionais do MP SESu - Secretaria da Educaccedilatildeo Superior do MEC SIGEF - Sistema Gerencial de Fomento do CNPq UNESCO - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo

a Ciecircncia e a Cultura UNICEF - Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia USAID - United States Agency International Development

OUTROS AEV - Amparo agrave Especialista Visitante CNPq APE - Aperfeiccediloamento CNPq APV - Amparo a Pesquisador Visitante CNPq CampT - Ciecircncia e Tecnologia

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

DOU - Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Dec - Decreto Dec Fed - Decreto Federal DIBCT - Dispecircndio Interno Bruto em CampT Doc - Documento ESN - Estaacutegio Secircnior no Exterior CNPq EUA (USA) - Estados Unidos da Ameacuterica GDE - Doutorado CNPq Hab - Habilitaccedilatildeo IC - Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica PADCT - Programa de Apoio ao Desenvolvimento Cientiacutefico e

Tecnoloacutegico Par - Parecer PDE - Poacutes-Doutorado CNPq PG - Poacutes-Graduaccedilatildeo PGEdu - Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo PIB - Produto Interno Bruto Port - Portaria Port Min - Portaria Ministerial PPGEdu - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Res - Resoluccedilatildeo RH - Recursos Humanos SPE - EstaacutegioEspecializaccedilatildeo CNPq SWE - Doutorado Sanduiacuteche CNPq

ACORDOS DE COOPERACcedilAtildeO AAP - American Airlines Program Comissatildeo Fulbright ALFA-BRACARA - Rede de estudos e desenvolvimento da gestatildeo

acadecircmica e administrativa de universidades europeacuteias e latino-americanas

ANTORCHAS - Programa de Cooperaccedilatildeo Cientifico-Acadecircmica Argentina-Brasil-Chile

BC (Reino Unido) - Conselho Britacircnico British Council CAS (China) - Academia de Ciecircncias da China CEE (China) - Centro de Estudos Estrateacutegicos CefiSfere (Franccedila) - Comiteacute dEtude sur les Formations dIngeacutenieurs

Socieacuteteacute Franccedilaise dExportation de Ressources Educatives CEM - Organizaccedilatildeo Europeacuteia de Pesquisa Nuclear CESMAT (Franccedila) - Centre dEtudes Supeacuterieures de Matiegraveres Premieres CF (EUA) - Comissatildeo Fulbright CIDA (Canadaacute) - Agecircncia de Desenvolvimento Internacional do Canadaacute CIHR (Canadaacute) - Conselho de Pesquisas Meacutedicas do Canadaacute

CNRS (Franccedila) - Centro Nacional de Pesquisa Cientiacutefica COLCIENCIAS (Colocircmbia) - Fundo Colombiano de Investigaccedilotildees

Cientiacuteficas e Projetos Especiais Francisco Joseacute de Caldas CONACYT (Meacutexico) - Conselho Nacional de Ciecircncia e Tecnologia CONICIT (Costa Rica) - Comissatildeo Nacional de Investigaccedilotildees

Cientiacuteficas e Tecnoloacutegicas CONICIT (Uruguai) - Comissatildeo Nacional de Investigaccedilotildees Cientiacuteficas

e Tecnoloacutegicas CONICYT (Chile) - Comissatildeo Nacional de Investigaccedilotildees Cientiacuteficas

e Tecnoloacutegicas CPES (Espanha) - Center for Power Eletronic Systems CRIMA - Rede de Integraccedilatildeo e Mobilidade Acadecircmica CRN (Itaacutelia) - Conselho Nacional de Pesquisa da Itaacutelia CSIC (Espanha) - Conselho Superior de Investigaccedilotildees Cientiacuteficas CTPD - Cooperaccedilatildeo Teacutecnica entre Paiacuteses em Desenvolvimento CTRB - Cooperaccedilatildeo Teacutecnica Recebida Bilateral CTRM - Cooperaccedilatildeo Teacutecnica Recebida Multilateral CYTED (Espanha) - Programa Ibero-Americano de Ciecircncia e

Tecnologia para o Desenvolvimento DAAD (Alemanha) - Serviccedilo Alematildeo de Intercacircmbio Acadecircmico DFG (Alemanha) - Sociedade Alematilde de Pesquisa DLR (Alemanha) - Deustche Forschungsanstalt fuuml Luft und Raumfahrt FIPSE (EUA) - Programa de Consoacutercio em Educaccedilatildeo Superior Fund

for the Improvement of Post Secondary Education - Dep of Education dos Estados Unidos da Ameacuterica EUA (USA)

FONACIT (Venezuela) - Fundo Nacional de Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo

FRNS (Beacutelgica) - Centro Nacional da Pesquisa Cientiacutefica FUNDACYT (Equador) - Fundaccedilatildeo para a Ciecircncia e a Tecnologia GMDDLR (Alemanha) - International Bureau for the Federal

Ministry of Education Science research and tecnology HHH - Hubert H Humprey Comissatildeo Fulbright Humboldt (Alemanha) - Fundaccedilatildeo Alexander von Humboldt IAS (Franccedila) - Instituto Aeronaacuteutico e Espacial ICCTI (Itaacutelia) - Instituto de Cooperaccedilatildeo Cientiacutefica e Tecnoloacutegica

Internacional ICCTI (Portugal) - Instituto de Cooperaccedilatildeo Cientiacutefica e Tecnoloacutegica

Internacional IFP (Estados Unidos) - International Fellowship (Amdrom Program)

Comissatildeo Fulbright IFP (Estados Unidos) - International Fellowship Program Fundaccedilatildeo Ford INSERM (Franccedila) - Instituto Nacional da Sauacutede e da Pesquisa Meacutedica

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

IRD (Franccedila) - Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento JSPS (Japatildeo) - Sociedade Japonesa para a Promoccedilatildeo da Ciecircncia KFADLR (Alemanha) - Centro de Pesquisa de Juumllich KRUPP (Alemanha) - Alfriacuteed Krupp von Bohlen un Halbach Strung LTER (EUA) - Long Term Ecological Research MINTER (Brasil) - Programa Mestrado Interinstitucional da CAPES MISTRAL - Programa Ibero-americano de Mobilidade Interuniversitaria

em Ramos Avanccedilados da Licenciatura MONBUSCHO (Japatildeo) - Ministeacuterio da Educaccedilatildeo do JapatildeoPrograma

de Formaccedilatildeo de Recursos Humanos MST (China) - Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia NSF (EUA) - Fundaccedilatildeo Nacional da Ciecircncia PCI (Espanha) - Programa de Cooperaccedilatildeo Interuniversitaria PECPG (Brasil) - Programa de Estudantes Convecircnio Poacutes-Graduaccedilatildeo PELD (EUA) - Pesquisas Ecoloacutegicas de Longa Duraccedilatildeo PICDT - Programa Institucional de Capacitaccedilatildeo Docente e Teacutecnica PNE (Reino Unido) - Programa de Plantas do Nordeste Plantas Locais

para a Populaccedilatildeo Local PQI - Programa de Qualificaccedilatildeo Institucional CAPES PROBAL - Projeto de Pesquisa Internacional Brasil-Alemanha PROCAD (Brasil) - Programa Nacional de Cooperaccedilatildeo Acadecircmica

da CAPES Projeto Columbia - Centro de Formaccedilatildeo e Pesquisa Psicanalitica da

Universidade de Columbia Rede Deusto - Rede de Universidades Espanholas RS (Reino Unido) - Royal Society SEPCIP (Argentina) - Projetos Conjuntos de Pesquisa - Grupos

Vinculados agrave Poacutes-Graduaccedilatildeo SPU (Argentina) - Secretaria de Poliacuteticas Universitaacuterias do Ministeacuterio

da Educaccedilatildeo e Cultura da Argentina TWAS (Itaacutelia) - Academia de Ciecircncias do Terceiro Mundo UNI BR AL - Parcerias Universitaacuterias Brasil-Alemanha Intercacircmbio de

Estudantes de Graduaccedilatildeo Brasil-Alemanha UNU (Japatildeo) - Universidade das Naccedilotildees Unidas

Histoacuterico da educaccedilatildeo superior no Brasil

Arabela Campos Olive

11 O Seacuteculo XIX as primeiras faculdades

com relaccedilatildeo agraves suas origens e caracteriacutesticas o desenvolvimento do sistema de educaccedilatildeo superior no Brasil pode ser considerado um caso atiacutepico no contexto latino-americano Desde o seacuteculo XVI os espanhoacuteis fundaram universidades em suas possessotildees na Ameacuterica as quais eram instituiccedilotildees religiosas que recebiam a autorizaccedilatildeo do Sumo Pontiacutefice atraveacutes de Bula Papal O Brasil Colocircnia por sua vez natildeo criou instituiccedilotildees de ensino superior em seu territoacuterio ateacute iniacutecio do seacuteculo XIX ou seja quase trecircs seacuteculos mais tarde

Para graduarem-se os estudantes da elite colonial portuguesa considerados portugueses nascidos no Brasil tinham de se deslocar ateacute a metroacutepole Na Colocircnia o ensino formal esteve a cargo da Companhia de Jesus os jesuiacutetas dedicavam-se desde a cristianizaccedilatildeo dos indiacutegenas organizados em aldeamentos ateacute a formaccedilatildeo do clero em seminaacuterios teoloacutegicos e a educaccedilatildeo dos filhos da classe dominante nos coleacutegios reais Nesses uacuteltimos era oferecida uma educaccedilatildeo medieval latina com elementos de grego a qual preparava seus estudantes por meio dos estudos menores afim de poderem frequumlentar a Universidade de Coimbra em Portugal

Essa universidade confiada agrave Ordem Jesuiacutetica no seacuteculo XVI tinha como uma de suas missotildees a unificaccedilatildeo cultural do Impeacuterio portuguecircs Dentro do espiacuterito da Contra-Reforma ela acolhia os filhos da elite portuguesa que nasciam nas colocircnias visando a desenvolver uma homogeneidade cultural avessa a questionamentos agrave feacute Catoacutelica e agrave superioridade da Metroacutepole em relaccedilatildeo agrave Colocircnia A Universidade de Coimbra no dizer de Aniacutesio Teixeira foi a primeira universidade nela se graduaram em Teologia Direito Canogravenico Direito Civil Medicina e Filosofia durante os primeiros trecircs seacuteculos de nossa histoacuteria mais de 2500 jovens nascidos no Brasil1

I Teixeira Aniacutesio Ensino Superior no Brasil Anaacutelise e interpretaccedilatildeo de sua evoluccedilatildeo ateacute 1969 Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas 1989

Em 1808 a Familia Real Portuguesa fugiu de Lisboa rumo ao Brasil para escapar das tropas napoleocircnicas que haviam invadido Portugal Quando chegou na Bahia Dom Joatildeo VI entatildeo Priacutencipe Regente recebeu a solicitaccedilatildeo dos comerciantes locais no sentido de ser criada uma universidade no Brasil para tanto dispunham-se a colaborar com uma significativa ajuda financeira Em vez de universidade Salvador passou a sediar o Curso de Cirurgia Anatomia e Obstetriacutecia com a transferecircncia da Corte para o Rio de Janeiro foram criados nessa cidade uma Escola de Cirurgia aleacutem de Academias Militares e a Escola de Belas Artes bem como o Museu Nacional a Biblioteca Nacional e o Jardim Botacircnico

Quando o Brasil tornou-se independente em 1822 assumiu o poder o Imperador Dom Pedro I da Famiacutelia Real Portuguesa o qual mais tarde renunciou ao trono brasileiro para assumir como Dom Pedro IV o reino de Portugal Em seu lugar permaneceu no Brasil seu primogecircnito ainda menor de idade Dom Pedro 11

Durante o periacuteodo da Regecircncia foram criados em 1827 dois cursos de Direito um em Olinda na regiatildeo nordeste e outro em Satildeo Paulo no sudeste Aleacutem desses cursos a Escola de Minas foi criada na cidade de Ouro Preto que como o nome indica situava-se na regiatildeo de extraccedilatildeo de ouro Embora a criaccedilatildeo dessa Escola date de 1832 ela foi instalada somente 34 anos mais tarde

As primeiras faculdades brasileiras - Medicina Direito e Politeacutecnica - eram independentes umas das outras localizadas em cidades importantes e possuiacuteam uma orientaccedilatildeo profissional bastante elitista Seguiam o modelo das Grandes Escolas francesas instituiccedilotildees seculares mais voltadas ao ensino do que agrave pesquisa Tanto sua organizaccedilatildeo didaacutetica como sua estrutura de poder baseavam-se em caacutetedras vitaliacutecias o catedraacutetico lente proprietaacuterio era aquele que dominava um campo de saber escolhia seus assistentes e permanecia no topo da hierarquia acadecircmica durante toda a sua vida

No periacuteodo imperial apesar das vaacuterias propostas apresentadas2 natildeo foi criada uma universidade no Brasil Isto talvez se deva ao alto conceito da Universidade de Coimbra o que dificultava a sua substituiccedilatildeo por uma instituiccedilatildeo do jovem paiacutes Assim sendo os novos cursos superiores de orientaccedilatildeo profissional que se foram estabelecendo no territoacuterio brasileiro eram vistos como substitutos agrave universidade

2 Aniacutesio Teixeira refere-se a 24 projetos de universidade apresentados durante o periacuteodo que vai de 1808 a 1889 e chama a atenccedilatildeo para o fato de que em quase meio seacuteculo de reinado do segundo imperador natildeo foram criadas novas faculdades aleacutem daquelas criadas pelos soberanos nas primeiras deacutecadas do seacuteculo XVIII e uma em 1839

12 As etapas do desenvolvimento da educaccedilatildeo superior no Brasil

121 A Repuacuteblica Velha e o debate sobre universidade (1889-1930)

A influecircncia do ideaacuterio positivista no grupo de oficiais que proclamou a Repuacuteblica foi um fator que contribuiu sobremaneira para o atraso na criaccedilatildeo de universidades no Brasil como instituiccedilatildeo medieval e adaptada agraves necessidades do Velho Continente a universidade era considerada pelos liacutederes poliacuteticos da Primeira Repuacuteblica (1989-1930) uma instituiccedilatildeo ultrapassada e anacrocircnica para as necessidades do Novo Mundo Em funccedilatildeo disso eram francamente favoraacuteveis agrave criaccedilatildeo de cursos laicos de orientaccedilatildeo teacutecnica profissionalizante3

A primeira universidade brasileira foi criada em 1920 data proacutexima das comemoraccedilotildees do Centenaacuterio da Independecircncia (1922) Resultado do Decreto ndeg 14343 a Universidade do Rio de Janeiro reunia administrativamente Faculdades profissionais preacute-existentes sem contudo oferecer uma alternativa diversa do sistema ela era mais voltada ao ensino do que agrave pesquisa elitista conservando a orientaccedilatildeo profissional dos seus cursos e a autonomia das faculdades Comentava-se agrave eacutepoca que uma das razotildees da criaccedilatildeo dessa Universidade localizada na capital do paiacutes devia-se agrave visita que o Rei da Beacutelgica empreenderia ao paiacutes por ocasiatildeo dos festejos do Centenaacuterio da Independecircncia havendo interesse poliacutetico em outorgar-lhe o tiacutetulo de Doutor Honoris Causa O Brasil no entanto carecia de uma instituiccedilatildeo apropriada ou seja uma universidade4

A Escola Politeacutecnica do Rio de Janeiro no iniacutecio do seacuteculo XX representou uma reaccedilatildeo antipositivista que tomou maior corpo com a fundaccedilatildeo em 1916 da Academia Brasileira de Ciecircncias Nesses ciacuterculos acadecircmicos eram debatidas questotildees referentes agrave pesquisa e ao ensino superior no Brasil A criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo (ABE) em 1924 igualmente deu continuidade a tais discussotildees culminando com a publicaccedilatildeo de O problema universitaacuterio brasileiro um livro baseado em entrevistas com professores de ensino superior de diversos estados A Associaccedilatildeo tinha como uma de suas bandeiras a criaccedilatildeo do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo5

3 Aproveitando a descentralizaccedilatildeo poliacutetica que caracterizou esse periacuteodo alguns estados Paranaacute Satildeo Paulo c Amazonas criaram universidades no iniacutecio do seacuteculo XX que foram logo descontinuadas 4 FAacuteVERO Maria de Lourdes Universidade amp Poder Rio de Janeiro Achiameacute 1980 5 SCHWARTZMAN Simon (org) Universidades e instituiccedilotildees cientiacuteficas no Rio de Janeiro Brasiacutelia CNPq 1982

122 A Nova Repuacuteblica e a criaccedilatildeo de universidades (1930 a 1964)

O presidente Getuacutelio Vargas6 (1930-45) criou o Ministeacuterio de Educaccedilatildeo e Sauacutede Em 1931 com Francisco Campos seu primeiro titular foi aprovado o Estatuto das Universidades Brasileiras que vigorou ateacute 1961 a universidade poderia ser oficial ou seja puacuteblica (federal estadual ou municipal) ou livre isto eacute particular deveria tambeacutem incluir trecircs dos seguintes cursos Direito Medicina Engenharia Educaccedilatildeo Ciecircncias e Letras Essas faculdades seriam ligadas por meio de uma reitoria por viacutenculos administrativos mantendo no entanto a sua autonomia juriacutedica

Os educadores da ABE desapontaram-se com as poliacuteticas do novo Ministeacuterio A ecircnfase dada agrave criaccedilatildeo de uma Faculdade de Educaccedilatildeo nas universidades para formar professores do ensino secundaacuterio respondia muito mais aos planos de Francisco Campos (que priorizava o ensino meacutedio) do que aos anseios dos educadores preocupados com a criaccedilatildeo de uma universidade voltada agraves atividades de pesquisa

O Distrito Federal configurou-se na arena onde se defrontaram diferentes grupos defensores de distintos projetos para a universidade brasileira Em poucos anos foram criadas trecircs universidades que expressaram clivagens ideoloacutegicas entre educadores poliacuteticos e liacutederes religiosos da eacutepoca Os principais pontos da discoacuterdia relacionavam-se

- ao papel do governo federal como normatizador do ensino superior e - agrave atuaccedilatildeo da Igreja Catoacutelica como formadora do caraacuteter humanista da elite brasileira

Em 1935 Aniacutesio Teixeira entatildeo Diretor de Instruccedilatildeo do Distrito Federal criou atraveacutes de um Decreto Municipal a Universidade do Distrito Federal voltada especialmente agrave renovaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo da cultura e aos estudos desinteressados Mesmo enfrentando escassez de recursos econocircmicos as atividades de pesquisa foram estimuladas com o aproveitamento de laboratoacuterios jaacute existentes e o apoio de professores simpaacuteticos agrave iniciativa Essa foi uma vitoacuteria do grupo de educadores liberais liderados por Aniacutesio Teixeira disciacutepulo de Dewey e grande defensor da escola puacuteblica leiga gratuita e para todos Em funccedilatildeo de seu posicionamento apaixonadamente liberal Aniacutesio natildeo contou com apoios que dessem sustentabilidade a seu projeto universitaacuterio

6 A Revoluccedilatildeo de 1930 que levou Getuacutelio Vargas ao poder foi liderada por fraccedilotildees dissidentes da oligarquia e atacou as bases de dominaccedilatildeo dos cafeicultores As reformas sociais e econocircmicas levadas a efeito a partir de 1930 criaram as preacute condiccedilotildees para a expansatildeo do capitalismo no Brasil

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Devido ao clima poliacutetico autoritaacuterio reinante no paiacutes a Universidade do Distrito Federal careceu da simpatia do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e por ingerecircncia direta do governo federal teve uma breve existecircncia em janeiro de 1939 menos de quatro anos depois foi extinta por decreto presidencial Seus cursos foram transferidos para a Universidade do Brasil nome que foi dado a nossa primeira universidade a antiga Universidade do Rio de Janeiro criada em 1920 Gustavo Capanema Ministro da Educaccedilatildeo e Sauacutede do governo de Getuacutelio Vargas no periacuteodo de 193745 aproveitou o autoritarismo do Estado Novo para implantar seu projeto universitaacuterio a criaccedilatildeo da Universidade do Brasil que serviria como modelo uacutenico de ensino superior em todo o territoacuterio nacional Essa realizaccedilatildeo constitui-se no exemplo mais significativo da centralizaccedilatildeo autoritaacuteria do ensino superior brasileiro7

A Universidade do Distrito Federal foi tambeacutem muito criticada pelos setores conservadores ligados agrave Igreja Catoacutelica os quais temiam a influecircncia negativa do liberalismo norte-americano materialista individualista e protestante sobre os valores catoacutelicos humanistas e personalistas considerados essenciais na cultura brasileira

Para as lideranccedilas religiosas os problemas do Brasil eram resultantes da crise moral desencadeada com a separaccedilatildeo da Igreja do Estado iniciada com a proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica em 1889 quando a primeira perdeu a influecircncia que ateacute entatildeo vinha exercendo nos ciacuterculos de poder Aproveitando o interesse em obter o apoio da Igreja que caracterizou o governo de Vargas entre 1930 e 1945 as lideranccedilas catoacutelicas passaram a desenvolver um intenso trabalho pedagoacutegico visando agrave recristianizaccedilatildeo das elites do paiacutes

Desde 1934 no primeiro congresso catoacutelico de educaccedilatildeo realizado no Rio de Janeiro a Igreja manifestara seu interesse na criaccedilatildeo de uma universidade subordinada agrave hierarquia eclesiaacutestica e independente do Estado tanto assim que jaacute havia criado cursos nas aacutereas humanas e sociais com o objetivo de ressocializar as elites brasileiras com base nos princiacutepios eacutetico-religiosos da moral catoacutelica Coube aos jesuiacutetas a incumbecircncia de organizar administrar e orientar pedagogicamente a futura a instituiccedilatildeo universitaacuteria Em 1946 satisfeitos os preacute-requisitos legais com o Decreto ndeg 8681 de 15346 surgiu a primeira universidade catoacutelica do Brasil No ano seguinte foi-lhe outorgado pela Santa Seacute o tiacutetulo de Pontifiacutecia Similar a outras congecircneres no mundo ela introduziu em seus curriacuteculos a frequumlecircncia ao curso de cultura religiosa e tornou-se referecircncia para a criaccedilatildeo de outras universidades catoacutelicas no paiacutes8

7 SCHWARTZMAN Simon (org) op cil s Ibidem

Ao contraacuterio do Distrito Federal o estado de Satildeo Paulo construiu agrave eacutepoca um projeto poliacutetico no bojo do qual se inseria a criaccedilatildeo de uma universidade de alto padratildeo acadeacutemico-cientiacutefico Este estado maior centro cafeicultor do Brasil perdera poder poliacutetico em niacutevel nacional devido agrave crise econocircmica do cafeacute O movimento para a criaccedilatildeo da universidade liderado por Fernando de Azevedo e incentivado pelo jornal O Estado de Satildeo Paulo recebeu o apoio do governo estadual Por ser o estado mais rico do paiacutes criou sua proacutepria universidade puacuteblica estadual livre do controle direto do governo federal constituindo-se numa tentativa de reconquistar a hegemonia poliacutetica que gozara ateacute a Revoluccedilatildeo de 1930

A Universidade de Satildeo Paulo criada em 1934 representou um divisor de aacuteguas na histoacuteria do sistema brasileiro de educaccedilatildeo superior Para concretizar esse plano poliacutetico foram reunidas faculdades tradicionais e independentes dando origem agrave nova Faculdade de Filosofia Ciecircncias e Letras que contou com professores pesquisadores estrangeiros principalmente da Europa A USP tornou-se o maior centro de pesquisa do Brasil concretizando o ideal de seus fundadores

Na esfera organizacional a ideacuteia inovadora foi fazer da nova Faculdade de Filosofia o eixo central da universidade que viria a promover a integraccedilatildeo dos diversos cursos e das atividades de ensino e pesquisa Esse plano natildeo se efetivou em grande parte face agrave resistecircncia das faculdades tradicionais as quais natildeo queriam abrir matildeo do processo de seleccedilatildeo e formaccedilatildeo de seus alunos desde o ingresso na universidade ateacute a formatura Natildeo obstante a alta qualificaccedilatildeo do corpo docente vindo da Europa foi pequena a demanda aos cursos oferecidos por essa instituiccedilatildeo A elite paulista continuava a dar preferecircncia aos cursos profissionais de Medicina Engenharia e Direito9

A partir da deacutecada de 40 com a expansatildeo da rede de ensino de niacutevel meacutedio e a maior aceitaccedilatildeo da participaccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho principalmente no magisteacuterio novos cursos pertencentes agraves Faculdades de Filosofia passaram a ser frequumlentados pelas moccedilas que ingressavam na universidade e aspiravam dedicar-se ao magisteacuterio de niacutevel meacutedio Essas Faculdades disseminaram-se pelo paiacutes sendo que a maioria delas natildeo passava de um aglomerado de escolas nas quais cada curso preparava um tipo especiacutefico de professor de histoacuteria de matemaacutetica de quiacutemica etc A escassez de recursos materiais e humanos limitou esses cursos agraves atividades de ensino sem qualquer comprometimento com a pesquisa

9 AZEVEDO Fernando de Educaccedilatildeo entre dois mundos Satildeo Paulo Melhoramentos

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Embora as faculdades profissionais resistissem pois natildeo desejavam perder a autonomia ocorreu no periacuteodo populista (194564) um processo de integraccedilatildeo do ensino superior como resultado dele ocorreram o surgimento de universidades que vincularam administrativamente faculdades preexistentes e a federalizaccedilatildeo de grande parte delas No final desse periacuteodo as matriacuteculas no ensino superior estavam concentradas principalmente em universidades atingindo o percentual de 65l0

Durante a Nova Repuacuteblica foram criadas 22 universidades federais constituindo-se o sistema de universidades puacuteblicas federais Cada unidade da federaccedilatildeo passou a contar em suas respectivas capitais com uma universidade puacuteblica federal Durante esse mesmo periacuteodo foram tambeacutem criadas 9 universidades religiosas 8 catoacutelicas e 1 presbiteriana Concomitantemente a esse processo de integraccedilatildeo ocorreu uma expressiva expansatildeo das matriacuteculas acentuando-se com isso a mobilizaccedilatildeo dos universitaacuterios que tiveram na criaccedilatildeo da UNE (Uniatildeo Nacional dos Estudantes)12 em 1938 um elemento importante para a sua organizaccedilatildeo

Os anos 30 marcaram a consolidaccedilatildeo da sociedade urbano-industrial brasileira e a criaccedilatildeo de novos empregos urbanos tanto no setor puacuteblico como no privado O aumento da demanda de ensino superior levou agrave expansatildeo das matriacuteculas Paralelamente pressotildees internas do sistema educacional tambeacutem se faziam sentir e resultavam da expansatildeo do ensino meacutedio e da lei da equivalecircncia de 1953 que equiparou os cursos meacutedios teacutecnicos aos acadecircmicos possibilitando aos alunos os mesmos direitos de prestarem vestibular13 para qualquer curso universitaacuterio um privileacutegio que antes era exclusivo dos portadores de diplomas dos cursos meacutedios acadecircmicos

Em 1961 apoacutes um periacuteodo de 14 anos de tramitaccedilatildeo no Congresso Nacional foi promulgada a Lei ndeg 4024 a primeira Lei de Diretrizes e

10 CUNHA Luiz Antocircnio A Universidade Criacutetica Rio de Janeiro Francisco Alves 1983 11 SAMPAIO Helena Ensino Superior no Brasil o setor privado Satildeo Paulo Hucitec FAPESP 2000 12 FAacuteVERO Maria de Lourdes A UNE em tempos de autoritarismo Rio de Janeiro UFRJ 1994 13 Em 1911 foi criada uma espeacutecie de Exame de Estado com o objetivo de selecionar aqueles que desejassem ingressar no ensino superior em 1915 esse exame foi chamado de vestibular Durante a maior parte do seacuteculo XX o vestibular foi criteacuterio uacutenico de seleccedilatildeo e alocaccedilatildeo dos estudantes nos cursos superiores Ver GUIMARAtildeES Socircnia como se faz a induacutestria do Vestibular Petroacutepolis Vozes 1984

Bases da Educaccedilatildeo Brasileira Mesmo possibilitando certa flexibilidade na sua implementaccedilatildeo na praacutetica essa lei reforccedilou o modelo tradicional de instituiccedilotildees de ensino superior vigente no paiacutes Em termos organizacionais deixou ilesas a caacutetedra vitaliacutecia as faculdades isoladas e a universidade composta por simples justaposiccedilatildeo de escolas profissionais aleacutem disso manteve maior preocupaccedilatildeo com o ensino sem focalizar o desenvolvimento da pesquisa Ao conceder expressiva autoridade ao Conselho Federal de Educaccedilatildeo com poder para autorizar e fiscalizar novos cursos de graduaccedilatildeo e deliberar sobre o curriacuteculo miacutenimo de cada curso superior a nova Lei fortaleceu a centralizaccedilatildeo do sistema de educaccedilatildeo superior como novidade assegurou a representaccedilatildeo estudantil nos colegiados natildeo especificando no entanto a respectiva proporccedilatildeo

A ineacutercia do sistema universitaacuterio sob o controle de catedraacuteticos vitaliacutecios natildeo favoreceu a concretizaccedilatildeo de novas experiecircncias de caraacuteter mais formal e duradouro No iniacutecio dos anos 60 paradoxalmente a essa ineacutercia formal a universidade brasileira viveu um momento de grande vitalidade quando a accedilatildeo da comunidade acadecircmica extravasou aos muros da universidade Nessa ocasiatildeo foram criados os Centros Populares de Cultura e desenvolvidas Campanhas de Alfabetizaccedilatildeo de Adultos agraves quais envolviam jovens professores e alunos universitaacuterios procurando contrapor ao projeto elitista herdado do passado um novo ensino superior mais nacional e democraacutetico

Em foacuteruns acadecircmicos como as reuniotildees da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciecircncia (SBPC) assim como em revistas especializadas professores e pesquisadores universitaacuterios defendiam uma modernizaccedilatildeo institucional Muitos deles com experiecircncia de poacutes-graduacatildeo no exterior buscavam implantar uma universidade voltada para a pesquisa seguindo o modelo de Humboldt da Alemanha ou o norte-americano

com a transferecircncia da capital do Rio de Janeiro para Brasiacutelia foi criada em 1961 a Universidade de Brasiacutelia cujos principais objetivos eram o desenvolvimento de uma cultura e de uma tecnologia nacionais ligadas ao projeto desenvolvimentista Essa foi a primeira universidade brasileira que natildeo foi criada a partir da aglutinaccedilatildeo de faculdades preacute-existentes sua estrutura era integrada flexiacutevel e moderna e contrapunha-se agrave universidade segmentada em cursos profissionalizantes Seguindo o modelo norte-americano organizou-se na forma de fundaccedilatildeo e os departamentos substituiacuteram as caacutetedras

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

123 Os governos militares a expansatildeo do sistema e deshysenvolvimento da pesquisa (1964-1985)

Apoacutes a tomada do poder pelos militares em 1964 as universidades passaram a ser objeto de uma ingerecircncia direta do governo federal foi afastado um grande nuacutemero de professores principalmente na Universidade Brasiacutelia tambeacutem foram criadas as Assessorias de Informaccedilatildeo nas instituiccedilotildees federais de ensino superior com a intenccedilatildeo de coibir as atividades de caraacuteter subversivo tanto de professores quanto de alunos

1231 Reforma universitaacuteria expansatildeo e segmentaccedilatildeo do sisshytema de ensino superior

Apoacutes longos anos de penumbra - nos quais a reforma universitaacuteria era debatida exclusivamente nos fechados gabinetes da burocracia estatal - iniciou-se em 1968 uma nova discussatildeo O Congresso Nacional aprovou a Lei da Reforma Universitaacuteria (Lei ndeg 554068) que criava os departamentos o sistema de creacuteditos o vestibular classificatograverio os cursos de curta duraccedilatildeo o ciclo baacutesico dentre outras inovaccedilotildees A partir daiacute os departamentos substituiacuteram as antigas caacutetedras passando as respectivas chefias a ter caraacuteter rotativo14 O exame vestibular por sua vez deixou de ser eliminatoacuterio assumindo uma funccedilatildeo classificatograveria

Ao estabelecer a indissociabilidade das atividades de ensino pesquisa e extensatildeo o regime de tempo integral e a dedicaccedilatildeo exclusiva dos professores valorizando sua titulaccedilatildeo e a produccedilatildeo cientiacutefica essa Reforma possibilitou a profissionalizaccedilatildeo dos docentes e criou as condiccedilotildees propiacutecias para o desenvolvimento tanto da poacutes graduaccedilatildeo como das atividades cientiacuteficas no paiacutes A Lei ndeg 554068 da Reforma Universitaacuteria dirigia-se agraves IFES (Instituiccedilotildees Federais de Ensino Superior) Entretanto como grande parte do setor privado dependia de subsiacutedios governamentais seu alcance ultrapassou as fronteiras do sistema puacuteblico federal atingindo as instituiccedilotildees privadas que procuraram adaptar-se a algumas de suas orientaccedilotildees

como a pressatildeo pelo aumento de vagas tornava-se cada vez mais forte logo apoacutes 1968 ocorreu uma expansatildeo do setor privado que criou inuacutemeras faculdades isoladas nas regiotildees onde havia maior demanda ou seja na periferia das grandes metroacutepoles e nas cidades de porte meacutedio do

14 OLIVEN Arabcla Campos Resgatando o significado do Departamento na Universidade brasileira in MRTINS Carlos Benedito Ensino Superior Brasileiro Satildeo Paulo Perspectiva 1989

interior dos estados mais desenvolvidos Essa expansatildeo do sistema ocorreu com a aquiescecircncia do governo e no ano de 1980 mais da metade dos alunos de terceiro grau estava matriculada em estabelecimentos isolados de ensino superior sendo 86 em faculdades privadas

No ano de 1981 o Brasil contava com 65 universidades sete delas com mais de 20000 alunos Nesse mesmo ano o nuacutemero de estabelecimentos isolados de ensino superior excedia a oitocentos duzentos e cinquumlenta dos quais com menos de 300 alunos As novas faculdades isoladas natildeo eram locus de atividades de pesquisa dedicando-se exclusivamente ao ensino

O setor puacuteblico foi o responsaacutevel pelo desenvolvimento da poacutes-graduacatildeo e das atividades de pesquisa e modernizou um segmento importante do sistema universitaacuterio brasileiro

1232 A poacutes-graduacatildeo e o desenvolvimento da pesquisa

Para atingir o objetivo de seguranccedila e desenvolvimento os governos militares viam com bons olhos a expansatildeo do setor privado em niacutevel de graduaccedilatildeo Segundo sua oacutetica a pulverizaccedilatildeo de faculdades isoladas dificultava a mobilizaccedilatildeo poliacutetica dos estudantes Por outro lado as universidades puacuteblicas consideradas centros de subversatildeo sofreram um processo de limpeza ideoloacutegica por meio das cassaccedilotildees de professores

A importacircncia dada ao desenvolvimento econocircmico fez com que os militares brasileiros incentivassem a formaccedilatildeo de recursos humanos de alto niacutevel para atender agraves novas demandas decorrentes do avanccedilo do processo de modernizaccedilatildeo da sociedade as universidades puacuteblicas foram as escolhidas para atingir esse fim Nelas principalmente nas maiores e mais tradicionais foram criados cursos de mestrado e mais tarde de doutorado Aleacutem disso foram estimuladas as atividades de pesquisa O desenvolvimento da poacutes graduaccedilatildeo no Brasil foi o resultado dos seguintes fatores

a) a valorizaccedilatildeo de recursos humanos de alto niacutevel principalmente nas aacutereas teacutecnicas visando agrave implantaccedilatildeo do projeto de modernizaccedilatildeo conservadora15 sustentado pelos governos militares

b) liberaccedilatildeo de verbas para o desenvolvimento de programas de poacutes-graduacatildeo strictu senso6 no Brasil Num primeiro momento as bolsas de mestrado e doutorado destinavam-se a formar docentes pesquisadores no exterior e mais tarde para estudantes de poacutes-graduacatildeo em programas nacionais

15 O Brasil chegou a ser a oitava economia do mundo cm termos do volume de seu PIB e ao mesmo tempo apresentava o mais alto iacutendice de concentraccedilatildeo de renda entre os paiacuteses que calculam essa medida atraveacutes do iacutendice de Gini 16 Corresponde a cursos de mestrado e doutorado

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

c) a atuaccedilatildeo de agecircncias de fomento ao desenvolvimento cientiacutefico a CAPES (Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal do Ensino Superior) voltada agrave formaccedilatildeo do magisteacuterio de niacutevel superior e o CNPq (Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento) voltado ao desenvolvimento da ciecircncia e da tecnologia ambos criados em 1951

d) a escolha das universidades puacuteblicas como o locus principal das atividades de pesquisa ateacute entatildeo incipientes no paiacutes A carreira docente no setor puacuteblico passou a estimular a titulaccedilatildeo e a produccedilatildeo cientiacutefica dos professores universitaacuterios sendo a sua profissionalizaccedilatildeo assegurada pela possibilidade de virem a obter o Regime de Tempo Integral e Dedicaccedilatildeo Exclusiva Essas medidas tornaram a carreira do magisteacuterio universitaacuterio puacuteblico suficientemente compensadora para atrair jovens mestres e doutores para as atividades acadecircmicas

e) a autonomia administrativa dos programas de mestrado e doutorado A flexibilidade ou desinstitucionalizaccedilatildeo foi uma caracteriacutestica dos programas e facilitou o seu desenvolvimento

f) o processo de avaliaccedilatildeo sistemaacutetico dos cursos de mestrado e doutorado iniciado pela CAPES em 1972 que serviu de orientaccedilatildeo agraves suas poliacuteticas

g) Criaccedilatildeo de inuacutemeras associaccedilotildees nacionais de pesquisa e poacutes-graduacatildeo em vaacuterios ramos do conhecimento Os Encontros Anuais dessas associaccedilotildees apoiados financeiramente por agecircncias governamentais de fomento agrave pesquisa propiciaram a integraccedilatildeo da comunidade cientiacutefica de aacutereas afins oriundas de diferentes regiotildees e universidades do paiacutes

Na atualidade o Brasil conta com um sistema que jaacute eacute considerado referecircncia entre os paiacuteses em desenvolvimento

124 A redemocratizaccedilatildeo poliacutetica a nova dinacircmica do sisshytema de educaccedilatildeo superior (1985-2002)

1241 Constituiccedilatildeo Federal de 1988

Nos debates que antecederam a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo Brasileira de 1988 vaacuterias associaccedilotildees da sociedade civil estiveram presentes De um lado estavam aquelas que se identificavam com os interesses da educaccedilatildeo puacuteblica que se opunham aos grupos privatistas Sua luta procurava assegurar verbas puacuteblicas exclusivamente para as instituiccedilotildees puacuteblicas governamentais Esse grupo posicionava-se a favor do ensino puacuteblico laico e gratuito em todos os niacuteveis De outro lado os grupos ligados ao setor privado interessados em obter acesso agraves verbas puacuteblicas e diminuir a interferecircncia do Estado nos negoacutecios educacionais

A Constituiccedilatildeo Federal estabeleceu um miacutenimo de 18 da receita anual resultante de impostos da Uniatildeo para a manutenccedilatildeo e o desenvolvimento do ensino assegurou tambeacutem a gratuidade do ensino puacuteblico nos estabelecimentos oficiais em todos os niacuteveis e criou o Regime Juriacutedico Uacutenico estabelecendo pagamento igual para as mesmas funccedilotildees e aposentadoria integral para funcionaacuterios federais Em seu artigo 207 reafirmou a indissociabilidade das atividades de ensino pesquisa e extensatildeo em niacutevel universitaacuterio bem como a autonomia das universidades

1242 Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional Lei ndeg 939496

Promulgada a Constituiccedilatildeo Federal iniciou-se o debate sobre a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional que veio a ser aprovada no final do ano de 19 sob o ndeg 939496 Ela previa variados graus de abrangecircncia ou especializaccedilatildeo nos estabelecimentos de ensino superior puacuteblicos ou privados

Essa nova Lei introduziu o processo regular e sistemaacutetico de avaliaccedilatildeo dos cursos de graduaccedilatildeo e das proacuteprias instituiccedilotildees de ensino superior condicionando seus respectivos credenciamentos e recredenciamentos ao desempenho mensurado por essa avaliaccedilatildeo Em caso de serem apontadas deficiecircncias ela estabelece um prazo para sanaacute-las caso isso natildeo ocorra poderaacute haver descredenciamento das IES

As atividades de ensino pesquisa e extensatildeo indissociaacuteveis nas universidades em instituiccedilotildees de ensino superior natildeo universitaacuterias natildeo satildeo consideradas indissociaacuteveis Tambeacutem na nova LDBN foi estabelecido que para que uma instituiccedilatildeo possa ser considerada universidade e portanto gozar de autonomia para abrir ou fechar cursos estabelecer nuacutemero de vagas planejar atividades etc ela deve ter no miacutenimo um terccedilo do seu corpo docente com titulaccedilatildeo de mestre ou doutor e um terccedilo contratado em tempo integral Assim a melhoria da qualificaccedilatildeo do corpo docente e de suas condiccedilotildees de trabalho aliada a avaliaccedilotildees perioacutedicas e ao credenciamento condicional das instituiccedilotildees por tempo determinado foram fatores que levaram agrave institucionalizaccedilatildeo da pesquisa

O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo deu iniacutecio ao processo de avaliaccedilatildeo a partir dos cursos de graduaccedilatildeo detentores do maior nuacutemero de matriacuteculas Os formandos dos vaacuterios cursos avaliados satildeo submetidos a um teste de conhecimentos relacionado ao seu curso O Provatildeo como ficou conhecida essa avaliaccedilatildeo natildeo faz parte do curriacuteculo dos alunos apenas representa um instrumento para avaliar a qualidade do ensino oferecido pelo curso Da mesma forma a instituiccedilatildeo eacute avaliada quanto agrave situaccedilatildeo das bibliotecas laboratoacuterios e qualificaccedilatildeo dos professores A comparaccedilatildeo das meacutedias de desempenho dos alunos tem apontado que os cursos das universidades puacuteblicas vecircm apresentando os melhores resultados

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

A estrutura e o funcionamento do ensino superior no Brasil

Clarissa Eckert Baeta Neves

A Repuacuteblica Federativa do Brasil eacute formada pela uniatildeo indissoluacutevel dos Estados Municiacutepios e do Distrito Federal constituindo-se num Estado Democraacutetico de Direito tendo como fundamentos a soberania a cidadania a dignidade da pessoa humana os valores sociais do trabalho da livre iniciativa e pluralismo poliacutetico (art 1o da Constituiccedilatildeo Federal do Brasil 1988)

Na Constituiccedilatildeo Federal (em seu art 5o) fica igualmente estabelecido que a educaccedilatildeo - um direito de todos e dever do Estado e da famiacutelia - seraacute promovida e incentivada com a colaboraccedilatildeo da sociedade visando ao pleno desenvolvimento da pessoa ao seu preparo para o exerciacutecio da cidadania e agrave sua qualificaccedilatildeo para o trabalho O ensino por sua vez deveraacute ser ministrado com base nos princiacutepios de igualdade de condiccedilotildees para o acesso e permanecircncia na escola com coexistecircncia de instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas garantindo a gratuidade e gestatildeo democraacutetica do ensino puacuteblico (art 206 inciso I a VII)

Os sistemas de ensino no Brasil satildeo organizados em regime de colaboraccedilatildeo entre a Uniatildeo os Estados e o Distrito Federal (art 211 sect 1 a 4) agrave Uniatildeo cabe a organizaccedilatildeo do sistema de ensino federal e dos Territoacuterios financiando as instituiccedilotildees puacuteblicas federais e exercendo era mateacuteria educacional funccedilatildeo redistributiva e supletiva de forma a garantir equalizaccedilatildeo de oportunidades educacionais e padratildeo miacutenimo de qualidade mediante assistecircncia teacutecnica e financeira aos Estados ao Distrito Federal e aos Municiacutepios aos Municiacutepios cabe a responsabilidade de atuarem prioritariamente no ensino fundamental e na educaccedilatildeo infantil os Estados e o Distrito Federal atuam principalmente no ensino fundamental e meacutedio definindo formas de colaboraccedilatildeo de modo a assegurar a universalizaccedilatildeo do ensino obrigatoacuterio Nos uacuteltimos anos Estados e Municiacutepios passaram a atuar tambeacutem no niacutevel superior

Aleacutem dos princiacutepios gerais estabelecidos pela Constituiccedilatildeo o sistema educativo brasileiro foi redefinido pela nova Lei de Diretrizes e Bases Nacional (LDBN) Lei ndeg 939496 na qual ficaram estabelecidos os niacuteveis escolares e as modalidades de educaccedilatildeo e ensino bem como suas respectivas finalidades conforme o ilustrado no Quadro 21

Quadro 21

Estrutura do Sistema Educativo Brasileiro

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Os niveis escolares dividem-se em Educaccedilatildeo Baacutesica - cuja finalidade eacute desenvolver o educando assegurar-lhe a formaccedilatildeo comum indispensaacutevel para o exerciacutecio da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores E composta pela educaccedilatildeo infantil ensino fundamental e ensino meacutedio e Educaccedilatildeo Superior - ministrada em instituiccedilotildees de ensino superior (puacuteblicas ou privadas) com variados graus de abrangecircncia ou especializaccedilatildeo abertas a candidatos que tenham concluiacutedo o ensino meacutedio ou equivalente e aprovados em respectivo processo seletivo As modalidades de educaccedilatildeo e ensino complementam o processo de educaccedilatildeo formal por meio de Educaccedilatildeo de jovens e adultos Educaccedilatildeo profissional Educaccedilatildeo especial Ensino presencial Ensino semipresencial Educaccedilatildeo a distacircncia e Educaccedilatildeo continuada

A educaccedilatildeo superior no Brasil abarca hoje um sistema complexo e diversificado de instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas com diferentes tipos de cursos e programas incluindo vaacuterios niacuteveis de ensino desde a graduaccedilatildeo ateacute a poacutes-graduacatildeo lato e stricto sensu

A normatizaccedilatildeo atual desse amplo sistema encontra-se formalizada na Constituiccedilatildeo bem como na LDBN96 acrescida de um conjunto amplo de Decretos Regulamentos e Portarias complementares (ver 24)

A base da atual estrutura e funcionamento da educaccedilatildeo brasileira teve a sua definiccedilatildeo num momento histoacuterico importante com a aprovaccedilatildeo da Lei ndeg 554068 da Reforma Universitaacuteria Muitas das medidas adotadas pela reforma de 1968 continuam ainda hoje a orientar e conformar a organizaccedilatildeo desse niacutevel de ensino Destacamos abaixo os dispositivos mais importantes por ela implementados

bull a organizaccedilatildeo das universidades passou a atender agraves seguintes caracteriacutesticas extinccedilatildeo do antigo sistema de caacutetedras e introduccedilatildeo da estrutura fundada em departamentos unidade de patrimocircnio e administraccedilatildeo estrutura orgacircnica com base em departamentos reunidos ou natildeo em unidades mais amplas unidade de funccedilotildees de ensino e pesquisa vedada a duplicaccedilatildeo de meios para fins idecircnticos ou equivalentes e estabelecida a racionalidade de organizaccedilatildeo com plena utilizaccedilatildeo dos recursos materiais e humanos universalidade de campo pelo cultivo das aacutereas fundamentais dos conhecimentos humanos flexibilidade de meacutetodos e criteacuterios com vistas agraves diferenccedilas individuais dos alunos agraves peculiaridades regionais e agraves possibilidades de combinaccedilatildeo dos conhecimentos para novos cursos e programas de pesquisa

bull o departamento passou a constituirse na menor fraccedilatildeo da estrutura universitaacuteria para todos os efeitos de organizaccedilatildeo administrativa didaacutetico-cientiacutefica e de distribuiccedilatildeo de pessoal devendo englobar as disciplinas afins Os cargos e funccedilotildees de magisteacuterio mesmo os jaacute criados ou providos devem ser desvinculados de campos especiacuteficos de conhecimentos

bull a introduccedilatildeo da matriacutecula semestral por disciplinas e do sistema de creacuteditos

m a institucionalizaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo stricto sensu por meio dos cursos de mestrado e doutorado no paiacutes

a instituiccedilatildeo do vestibular unificado e classificatograverio como forma de racionalizar a oferta de vagas

A reforma universitaacuteria preconizava que o ensino superior deveria ser ministrado em universidades e excepcionalmente em estabelecimentos isolados organizados como instituiccedilotildees de direito puacuteblico ou privado As universidades deveriam oferecer ensino pesquisa e extensatildeo No entanto o que ocorreu na deacutecada de 1970 foi a expansatildeo do sistema de ensino superior em funccedilatildeo do aumento do nuacutemero de instituiccedilotildees privadas e estabelecimentos isolados (ver dados em 31)

Da mesma forma a partir dessa Reforma as universidades deveriam ter autonomia didaacutetico-cientiacutefica disciplinar administrativa e financeira exercida conforme a Lei e seus estatutos Entretanto as universidades puacuteblicas federais ateacute o presente momento ainda natildeo gozam a autonomia financeira e de gestatildeo de pessoal

21 Tipologia das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior

A tipologia das IES no Brasil foi redefinida pela LDBN Lei ndeg 939496 que trouxe inovaccedilotildees no sistema de ensino superior principalmente quanto agrave natureza e dependecircncia administrativa No que concerne agrave natureza acadecircmica constata-se que ela foi definida por decretos complementares tais como os Decretos ndeg 386001 e 240697 (ver 24)

No niacutevel das instituiccedilotildees isto eacute no plano vertical aleacutem das jaacute existentes foram criados mais dois novos tipos a universidade especializada e os centros universitaacuterios (ver Quadro 22) No plano horizontal criaram-se novos tipos de cursos e programas tais como os cursos sequumlenciais (no niacutevel da graduaccedilatildeo) os mestrados profissionais (no niacutevel da poacutes-graduacatildeo) e a regulamentaccedilatildeo da educaccedilatildeo a distacircncia (ver Quadro 23)

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Quadro 22 Educaccedilatildeo superior organizaccedilatildeo acadecircmica

A tipologia de instituiccedilotildees superiores indicada pela IESALC ( Instituto Internacional Para la Educacioacuten Superior en Ameacuterica Latina y el Caribe) natildeo corresponde agrave forma como satildeo definidas as IES no Brasil como tambeacutem ocorre em outros paiacuteses participantes deste informe

Autocircnomas a autonomia consagrada na Constituiccedilatildeo para as universidades puacuteblicas e privadas natildeo foi ainda implementada no que se refere agrave autonomia financeira das universidades puacuteblicas federais As universidades puacuteblicas estaduais em Satildeo Paulo e Paranaacute por sua vez jaacute contam com essa prerrogativa pelo menos em estaacutegio mais avanccedilado do que as federais As universidades privadas garantem sua autonomia por contar com recursos proacuteprios

Empresariais no Brasil esta categoria existe unicamente entre as instituiccedilotildees privadas em funccedilatildeo da especificidade da instituiccedilatildeo mantenedora ou seja satildeo mantidas por grupos empresariais ou empresaacuterios como instituiccedilotildees lucrativas

Religiosas eacute no campo privado que aparecem as instituiccedilotildees que no Brasil satildeo denominadas confessionais vinculadas a uma Diocese ordem religiosa (jesuiacuteta salesiana marista etc) ou ainda a uma denominaccedilatildeo religiosa (tais como Luterana Metodista etc)

Teacutecnicas A este tipo corresponderiam no Brasil as IES especializadas quando estruturadas com ecircnfase em aacutereas de engenharia e tecnoloacutegicas em geral como eacute o caso da Universidade Federal de Itajubaacute Aleacutem disso de acordo com a legislaccedilatildeo a oferta de formaccedilatildeo

tecnologravegica concentra-se nos Centros Federais de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica (CEFETS) e nos Centros de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica (CETS)

Militares natildeo existem universidades militares em nosso paiacutes No entanto poder-se-ia mencionar aqui os institutos ligados ao exeacutercito brasileiro (Instituto Militar de EngenhariaIME) e agrave aeronaacuteutica- (Instituto Tecnoloacutegico da AeronaacuteuticaITA) - que formam recursos humanos em diferentes especialidades no campo da engenharia

22 Instituiccedilotildees universitaacuterias e natildeo-universitaacuterias

Na LDBN bem como nos decretos posteriores especiacuteficos (apresentados no item 24) estatildeo definidas as atribuiccedilotildees de cada instituiccedilatildeo universitaacuteria e natildeo-universitaacuteria que oferece educaccedilatildeo superior

As instituiccedilotildees universitaacuterias classificam-se em Universidades instituiccedilotildees pluridisciplinares que se

caracterizam pela indissociabilidade das atividades de ensino pesquisa e de extensatildeo e por terem obrigatoriamente em seu quadro docente 13 de professores com titulaccedilatildeo de mestrado e doutorado e 13 de professores em regime de trabalho integral (art 52 da Lei 939496) As universidades gozam de autonomia didaacutetico-cientiacutefica administrativa e de gestatildeo financeira e patrimonial1 devendo obedecer ao princiacutepio de indissociabilidade entre ensino pesquisa e extensatildeo Eacute conferida agraves universidades autonomia para criar organizar e extinguir cursos e programas de educaccedilatildeo superior fixar os curriacuteculos de seus cursos e programas aumentar ou diminuir o nuacutemero de vagas de acordo com a capacidade de atendimento e as exigecircncias do seu meio contratar e dispensar professores estabelecer planos de carreira docente elaborar e formar seus estatutos e regimentos de acordo com as normas gerais em vigor estabelecer programas de pesquisa cientiacutefica produccedilatildeo artiacutestica e atividades de extensatildeo celebrar contratos como entidade juriacutedica administrar receita puacuteblica e privada e receber doaccedilotildees e heranccedilas

Universidade Especializada caracteriza-se por concentrar suas atividades de ensino e pesquisa num campo do saber tanto em aacutereas baacutesicas como nas aplicadas pressupondo a existecircncia de uma aacuterea de conhecimento ou formaccedilatildeo especializada dos quadros profissionais de niacutevel superior Eacute o caso por exemplo das instituiccedilotildees

1 Cabe lembrar que as universidades puacuteblicas federais ainda natildeo gozam a autonomia financeira e patrimonial

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

que se especializaram na aacuterea da sauacutede ou das ciecircncias agraacuterias com forte tradiccedilatildeo no campo do ensino e da pesquisa Somente instituiccedilotildees de excelecircncia em sua aacuterea de concentraccedilatildeo poderatildeo ser credenciadas como universidades especializadas2 (ver art 8ordm sect 2deg do Decreto 386001)

Os Centros Universitaacuterios configuram-se como uma nova modalidade de instituiccedilatildeo de ensino superior pluricurricular (criados a partir do Decreto ndeg 386001 ) Caracterizam-se pela oferta de ensino de graduaccedilatildeo qualificaccedilatildeo do seu corpo docente e pelas condiccedilotildees de trabalho acadecircmico proporcionadas agrave comunidade escolar Estes Centros tanto quanto as universidades gozam de algumas prerrogativas de autonomia podendo criar organizar e extinguir em sua sede cursos e programas de educaccedilatildeo superior assim como remanejar ou ampliar vagas nos cursos jaacute existentes Natildeo estatildeo obrigados a manter atividades de pesquisa e extensatildeo Os centros universitaacuterios satildeo criados somente por credenciamento de IES jaacute credenciadas e em funcionamento regular (Decreto ndeg 386001 art 11)

As instituiccedilotildees natildeo-universitaacuterias atuam numa aacuterea especiacutefica de conhecimento ou de formaccedilatildeo profissional A criaccedilatildeo de novos cursos superiores depende da autorizaccedilatildeo do poder executivo (Decreto ndeg 386001 art 13) Satildeo compostas pelas Faculdades Integradas Faculdades Centros Federais de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica (CEFETS) e por dois novos tipos de IES os Institutos Superiores de Educaccedilatildeo e os Centros de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica (CETS) As Faculdades Integradas satildeo instituiccedilotildees com propostas curriculares que abrangem mais de uma aacuterea de conhecimento organizadas para atuar com regimento comum e comando unificado (Decreto ndeg 386001 ) Compreendem vaacuterios cursos pautados por um uacutenico estatuto e regimento juriacutedico possuindo conselhos superiores e diretorias acadecircmicas e administrativas Essas faculdades natildeo satildeo necessariamente pluricurriculares nem satildeo obrigados a desenvolver a pesquisa e a extensatildeo como ocorre com as universidades

2 como exemplo pode-se citar a UNIFESP - Universidade Federal do Estado de Satildeo Paulo especializada na aacuterea meacutedica e biomeacutedica a Universidade Federal de Viccedilosa (Minas Gerais) na aacuterea de agronomia e a Universidade Federal de Itajubaacute (Minas Gerais) na aacuterea de engenharias

Os Centros de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica e os Centros Federais de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica3 satildeo instituiccedilotildees especializadas de educaccedilatildeo profissional poacutes-secundaacuteria puacuteblicas ou privadas com a finalidade de qualificar profissionais nos vaacuterios niacuteveis e modalidades de ensino para os diversos setores da economia bem como realizar atividades de Pesquisa amp Desenvolvimento produtos e serviccedilos em estreita articulaccedilatildeo com os setores produtivos e a sociedade oferecendo mecanismos para a educaccedilatildeo continuada (Decreto ndeg 240697 art 2o)

Os cinco CEFETS originalmente criados Paranaacute Bahia Rio de Janeiro Maranhatildeo e Minas Gerais natildeo sofriam as restriccedilotildees de vocaccedilatildeo institucional estabelecidas para os+ novos CETS Por exemplo o CEFET do Paranaacute oferece hoje ateacute cursos de doutorado

Os Institutos Superiores de Educaccedilatildeo visam agrave formaccedilatildeo inicial continuada e complementar para o magisteacuterio da educaccedilatildeo baacutesica podendo oferecer os seguintes cursos e programas curso Normal Superior para licenciatura de profissionais para a educaccedilatildeo infantil e seacuteries iniciais do ensino fundamental curso de licenciatura para a formaccedilatildeo de docentes dos anos finais do ensino fundamental e do ensino meacutedio programas de formaccedilatildeo continuada para atualizaccedilatildeo de profissionais da educaccedilatildeo baacutesica nos diversos niacuteveis programas especiais de formaccedilatildeo pedagoacutegica para graduados em outras aacutereas que desejem ensinar em aacutereas especiacuteficas das seacuteries finais do ensino fundamental e do ensino meacutedio e poacutes-graduaccedilatildeo de caraacuteter profissional para a educaccedilatildeo baacutesica

Os Institutos Superiores de Educaccedilatildeo poderatildeo ser organizados como unidades acadecircmicas de IES jaacute credenciadas devendo neste caso definir planos de desenvolvimento acadecircmico (LDBN96 e Parecer CP ndeg 5399)

Os estabelecimentos isolados ou faculdades isoladas satildeo instituiccedilotildees que em geral desenvolvem um ou mais cursos com estatutos proacuteprios e distintos para cada um deles

221 A oferta diferenciada de cursos e programas de forshymaccedilatildeo superior

Aos cursos e programas tradicionais de graduaccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e extensatildeo abrangidos pela legislaccedilatildeo anterior a nova LDBN e os decretos especiacuteficos acrescentaram a figura dos cursos sequumlenciais

3 Os Centros Federais de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica foram criados a partir da Lei ndeg 8948 de 08121994 e egulamentados pelo Decreto ndeg 240697

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

por campos do saber e os mestrados profissionais (ver quadro 23) A caracterizaccedilatildeo mais detalhada dos cursos sequumlenciais assim como as suas regras de funcionamento encontram-se normatizadas no Parecer CES ndeg 96898 Os mestrados profissionais por seu lado estatildeo regulamentados pela Portaria CAPES ndeg 08098

Os cursos e programas regulares conferem Diplomas de bacharel licenciado ou tecnogravelogo (no niacutevel da graduaccedilatildeo) e mestre e doutor (no niacutevel da poacutes-graduaccedilatildeo strido sensu) enquanto que os cursos e programas eventuais tais como os de especializaccedilatildeo educaccedilatildeo continuada e cursos sequumlenciais de complementaccedilatildeo de estudos conferem Certificados

Quadro 23 Educaccedilatildeo superior cursos e niacuteveisdiplomas e certificados

A seguir sao relacionadas as caracteriacutesticas dos cursos (niacuteveis) e programas de formaccedilatildeo superior

- os cursos de graduaccedilatildeo satildeo abertos a candidatos que tenham concluiacutedo o ensino meacutedio ou equivalente e se classificado em processo seletivo - os cursos de poacutes-graduaccedilatildeo satildeo abertos a candidatos diplomados em cursos de graduaccedilatildeo e distinguem-se em

1 poacutes-graduaccedilatildeo stricto sensu

Eacute integrada pelo mestrado e doutorado e constituiacuteda pelo ciclo de estudos regulares em seguimento agrave graduaccedilatildeo visando a desenvolver e aprofundar a formaccedilatildeo conduzindo agrave obtenccedilatildeo de grau acadecircmico de mestre e doutor Mestrado mesmo tomado como etapa preliminar para obtenccedilatildeo do grau de doutor (embora natildeo seja condiccedilatildeo indispensaacutevel agrave inscriccedilatildeo no curso de doutorado) constitui grau terminal com duraccedilatildeo miacutenima de um ano exigecircncia de dissertaccedilatildeo em determinada aacuterea de concentraccedilatildeo na qual revele domiacutenio do tema e capacidade de concentraccedilatildeo conferindo o diploma de Mestre

Mestrado profissional dirige-se agrave formaccedilatildeo profissional com estrutura curricular clara e consistentemente vinculada agrave sua especificidade articulando o ensino com a aplicaccedilatildeo profissional de forma diferenciada e flexiacutevel Ele admite o regime de dedicaccedilatildeo parcial exigindo a apresentaccedilatildeo de trabalho final sob a forma de dissertaccedilatildeo projeto anaacutelise de casos performance produccedilatildeo artiacutestica desenvolvimento de instrumentos equipamentos protoacutetipos entre outras conforme a natureza da aacuterea e os fins do curso Doutorado constitui-se no segundo niacutevel de formaccedilatildeo poacutes-graduada tendo por fim proporcionar formaccedilatildeo cientiacutefica ou cultural ampla e aprofundada Desenvolve a capacidade de pesquisa com duraccedilatildeo miacutenima de dois anos exigecircncia de defesa de tese em determinada aacuterea de concentraccedilatildeo que contenha trabalho de pesquisa com real contribuiccedilatildeo para o conhecimento do tema conferindo o diploma de Doutor

2 poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu

Os cursos de especializaccedilatildeo satildeo oferecidos a candidatos que tenham concluiacutedo a graduaccedilatildeo com duraccedilatildeo miacutenima de 360

horas nao computando o tempo de estudo individual ou em grupo (sem assistecircncia docente) bem como o tempo destinado agrave elaboraccedilatildeo de monografia ou trabalho de conclusatildeo de curso Oferecidos aos portadores de diploma de curso superior tecircm usualmente um objetivo teacutecnico profissional especiacutefico natildeo abrangendo o campo total do saber na qual se insere Os cursos sequumlenciais configuram-se em uma nova modalidade de curso normatizados na LDBN organizados por campo de saber de diferentes niacuteveis de abrangecircncia sujeitos agrave autorizaccedilatildeo e reconhecimento abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos pelas instituiccedilotildees de ensino aleacutem de serem portadores de certificados de niacutevel meacutedio Destinam-se agrave obtenccedilatildeo ou atualizaccedilatildeo de qualificaccedilotildees teacutecnicas profissionais ou ainda acadecircmicas ou de horizontes intelectuais em campos das ciecircncias das humanidades e das artes Esses cursos distinguem-se em

Cursos sequumlenciais de formaccedilatildeo especiacutefica com destinaccedilatildeo coletiva conduzem a obtenccedilatildeo de diploma Tecircm como objetivo assegurar uma formaccedilatildeo baacutesica adequada num campo de saber Sua respectiva carga horaacuteria natildeo poderaacute ser inferior a 1600 horas a serem integralizadas em prazo nunca inferior a 400 dias letivos As disciplinas nele cursadas podem ser aproveitadas em cursos de graduaccedilatildeo Cursos sequumlenciais de complementaccedilatildeo de estudos com destinaccedilatildeo coletiva ou individual dirigidos exclusivamente para egressos ou matriculados em cursos de graduaccedilatildeo conduzindo a obtenccedilatildeo de certificado

Sequumlenciais de complementaccedilatildeo de estudos com destinaccedilatildeo individual eacute o proacuteprio candidato quem apresenta sua proposta de sequumlecircncia de disciplinas a serem cursadas Caberaacute agraves IES entatildeo avaliarem a coerecircncia e a loacutegica interna da proposta bem como a existecircncia de vagas nas disciplinas requeridas (as quais jaacute satildeo ofertadas em cursos de graduaccedilatildeo reconhecidos) Sequumlenciais de complementaccedilatildeo de estudos com destinaccedilatildeo coletiva eacute a instituiccedilatildeo que elabora a proposta curricular do curso bem como a respectiva carga horaacuteria e prazo de integralizaccedilatildeo Esses cursos aproveitam vagas ociosas em disciplinas de cursos de graduaccedilatildeo reconhecidos e permitem ainda que os alunos de graduaccedilatildeo que evadiram e que tenham cursado disciplinas em um determinado campo do saber possam requerer um certificado

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Aleacutem disso esse curso permite que as disciplinas nele cursadas sejam aproveitadas pelo aluno no caso de ele se matricular em um curso de graduaccedilatildeo (desde que os curriacuteculos das disciplinas sejam equivalentes) Os Programas de Extensatildeo satildeo abertos agrave comunidade em geral A extensatildeo eacute entendida como uma praacutetica acadecircmica que interliga a universidade nas suas atividades de ensino e de pesquisa com as necessidades da populaccedilatildeo possibilitando a formaccedilatildeo do profissional-cidadatildeo A consolidaccedilatildeo da praacutetica da extensatildeo permite a constante busca do equiliacutebrio entre as demandas socialmente exigidas e as inovaccedilotildees que surgem do trabalho acadecircmico

23 Caracterizaccedilatildeo das instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas

As IES estatildeo vinculadas ao sistema federal de ensino ou aos sistemas estaduais e municipais

0 sistema federal de ensino compreende (art 16 Lei 939496) 1 - as instituiccedilotildees de ensino mantidas pela Uniatildeo II- as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior criadas pela iniciativa privada III - os oacutergatildeos federais de educaccedilatildeo As IES puacuteblicas federais satildeo subordinadas agrave Uniatildeo podendo se

organizar como autarquias (em regime especial4) ou fundaccedilotildees puacuteblicas As IES privadas satildeo mantidas e administradas por pessoas fiacutesicas

ou juriacutedicas de direito privado podendo ser classificadas em

- Particulares instituiacutedas e mantidas por uma ou mais pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas de direito privado natildeo tendo as caracteriacutesticas das demais apresentadas a seguir - comunitaacuterias instituiacutedas por grupos de pessoas fiacutesicas ou por uma ou mais pessoas juriacutedicas inclusive cooperativas de professores e alunos Devem incluir na sua entidade mantenedora representante de comunidade - confessionais instituiacutedas por grupos de pessoas fiacutesicas ou por uma ou mais pessoas juriacutedicas que atendam agrave orientaccedilatildeo

4 Atualmente alguns autores diferenciam autarquias estaduais e autarquias em regime especial As primeiras natildeo estariam sujeitas agraves normas legais sobre pessoal e as disposiccedilotildees de caraacuteter geral relativas agrave administraccedilatildeo interna dos entes federais

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

confessional e ideologravegica especiacutefica e ao disposto no item anterior - filantroacutepicas na forma da lei satildeo as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo ou de assistecircncia social que prestam os serviccedilos para os quais instituiacutedas colocando-os agrave disposiccedilatildeo da populaccedilatildeo em geral em caraacuteter complementar agraves atividades do Estado sem qualquer remuneraccedilatildeo (art 20 Lei 939496)

Os sistemas estaduais e municipais compreendem as instituiccedilotildees de ensino superior

- Estaduais no caso de serem mantidas pelos governos dos Estados ou do Distrito Federal com a possibilidade de tomar as formas determinadas pelos respectivos sistemas - Municipais quando providas pelas prefeituras municipais (art 19 da Lei 939496)

No Brasil as mantenedoras das IES satildeo pessoas juriacutedicas de direito puacuteblico ou privado ou ainda pessoas fiacutesicas que provecircm os recursos necessaacuterios ao seu funcionamento Segundo o Regime Juriacutedico Uacutenico as mantenedoras das instituiccedilotildees de ensino superior do paiacutes classificam-se em

As pessoas juriacutedicas de direito puacuteblico mantenedoras das IES puacuteblicas podem ser5

- da administraccedilatildeo direta - da Uniatildeo dos Estados ou Distrito Federal e dos municiacutepios - da administraccedilatildeo indireta - podem assumir a forma de autarquias (da Uniatildeo dos Estados ou DF e dos municiacutepios) ou fundaccedilotildees (da Uniatildeo dos Estados ou DF e dos municiacutepios) As associaccedilotildees distinguem-se das fundaccedilotildees sob dois aspectos 1) os requisitos integrantes das associaccedilotildees satildeo a pluralidade de pessoas e o escopo comum que as anima os requisitos das fundaccedilotildees satildeo o patrimocircnio e sua destinaccedilatildeo a

5 As instituiccedilotildees de ensino puacuteblicas ao serem criadas como entes da administraccedilatildeo puacuteblica descentralizada devem ser dotadas de personalidade juriacutedica proacutepria nos termos do que dispotildee o art 4 inciso 11 do Decreto-Lei ndeg 20067 com as alteraccedilotildees introduzidas pela Lei ndeg 7596 de 10 de abril de 1987 A obrigatoriedade de criaccedilatildeo por Lei com estrutura formal de autarquia ou de fundaccedilatildeo puacuteblica dota essas instituiccedilotildees de responsabilidade plena que caracteriza a autonomia patrimonial financeira e administrativa que lhes eacute atribuiacuteda frente agrave pessoa de direito puacuteblico mantenedora

um fim 2) o patrimocircnio nas associaccedilotildees tem funccedilatildeo instrumental representa um meio para a consecuccedilatildeo dos fins colimados pelos soacutecios o patrimocircnio nas fundaccedilotildees constitui o elemento essencial juntamente com o objetivo a que ele se destina (Sampaio 2000)

As pessoas juriacutedicas de direito privado mantenedoras de instituiccedilotildees de ensino superior privadas podem assumir qualquer das formas admitidas em direito de natureza civil ou comercial e quando constituiacutedas como fundaccedilatildeo seratildeo regidas pelo disposto no art 24 do Coacutedigo Civil Brasileiro (art 3o Decreto ndeg 38602001) Podem ter as seguintes finalidades

- com fins lucrativos de natureza comercial ou civil tomando a forma de Sociedade Mercantil como tal submetem-se agrave legislaccedilatildeo que rege as sociedades mercantis especialmente no que se refere aos encargos fiscais parafiscais e trabalhistas Deveratildeo elaborar e publicai- demonstraccedilotildees financeiras atestadas por profissionais competentes (art 6o Decreto ndeg 38602001)

- sem fins lucrativos satildeo aqueles que podem se organizar sob a fornia de sociedade (civil religiosa pia moral cientiacutefica ou literaacuteria) Deveratildeo publicar para cada ano civil suas demonstraccedilotildees financeiras certificadas por auditores independentes devendo ainda quando determinado pelo MEC submeter-se agrave auditoria e comprovar a aplicaccedilatildeo de seus excedentes financeiros e a natildeo remuneraccedilatildeo ou concessatildeo de vantagens ou benefiacutecios por qualquer forma ou tiacutetulo a seus instituidores dirigentes soacutecios conselheiros ou equivalentes (Decreto ndeg 38602001 )

As universidades puacuteblicas ocupam posiccedilatildeo fundamental no cenaacuterio acadecircmico nacional detendo papel estrateacutegico no processo de desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico do paiacutes Certamente existem diferenccedilas quanto ao formato institucional agrave vocaccedilatildeo acadecircmica agraves demandas e agraves expectativas profissionais

As universidades puacuteblicas federais surgiram antes da deacutecada de 1970 Em 2000 haviam 39 IFES em todos os estados brasileiros As IFES satildeo atualmente consideradas multifuncionais mesmo com diferenccedilas entre elas Desenvolvem atividades de ensino e extensatildeo aleacutem de principalmente estarem concentrando parte substancial da capacidade de pesquisa instalada no paiacutes

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

As universidades puacuteblicas estaduais cresceram significativamente apoacutes os anos 80 O estado de Satildeo Paulo criou na deacutecada de 1930 um sistema de instituiccedilotildees proacuteprio com grande autonomia diante do poder federal As universidades estaduais paulistas concentram parcela significativa da pesquisa e da poacutes-graduaccedilatildeo do paiacutes especialmente no niacutevel de doutorado6

Analisando-se o total de cursos de mestrado e doutorado oferecidos nas universidades estaduais eacute possiacutevel constatar que as universidades paulistas satildeo responsaacuteveis pela oferta de 907 dos cursos de mestrado e 971 dos cursos de doutorado (CAPES 2000)

As universidades estaduais ao contraacuterio das federais e particulares encontram-se fora da alccedilada do MEC uma vez que satildeo financiadas e supervisionadas pelos respectivos estados

O sistema das universidades estaduais eacute bastante heterogecircneo quanto agrave vocaccedilatildeo acadecircmica institucional carreiras oferecidas integraccedilatildeo ensino-pesquisa e qualificaccedilatildeo docente Novamente as universidades paulistas satildeo exceccedilatildeo pois formam um sistema homogecircneo altamente qualificado em todos os setores

A diversidade institucional entretanto estaacute presente especialmente no campo das instituiccedilotildees privadas integradas pelas instituiccedilotildees comunitaacuterias confessionais e pelos estabelecimentos de perfil mais empresarial

As universidades comunitaacuterias autodenominam-se puacuteblicas natildeo-estatais e caracterizam-se por manter um elevado grau de interaccedilatildeo no contexto social Satildeo criadas e mantidas por conselhos integrados por membros da comunidade municipal e estadual Voltam-se muito mais paia as atividades de ensino e de extensatildeo

Outro perfil marcante no campo privado eacute constituiacutedo pelas IES laicas gerenciadas por uma loacutegica de mercado e um acentuado ethos empresarial

Natildeo se pode lanccedilar um acurado olhar sobre o sistema de instituiccedilotildees de ensino superior brasileiro sem ressaltar alguns aspectos fundamentais

O sistema era formado em 2000 por 1180 IES das quais 176 satildeo puacuteblicas e 1004 privadas Os estabelecimentos de ensino superior puacuteblicos apresentam uma distribuiccedilatildeo homogecircnea com relaccedilatildeo agrave sua natureza administrativa em 2000347 eram federais 347 estaduais e 306 municipais A grande parte das IES estaduais e federais satildeo universidades (491 e 639 respectivamente) enquanto as faculdades escolas e institutos constituem a maioria das instituiccedilotildees municipais (907 delas)

6 Analisando-se o total de cursos de mestrado e doutorado oferecidos nas universidades estaduais eacute possiacutevel constatar que as universidades paulistas satildeo responsaacuteveis pela oferta de 907 dos cursos de mestrado e 971 dos cursos de doutorado (CAPES 2000)

Dentre as IES do setor privado a maior parte satildeo particulares representando 695 delas Tanto as particulares (821) quanto as sem fins lucrativos (683) satildeo predominantemente estabelecimentos isolados (faculdades escolas e institutos)

No conjunto as universidades estatildeo numericamente muito aqueacutem dos demais tipos existentes representando apenas 15 do total Entretanto trata-se neste caso de instituiccedilotildees que concentram o ensino de melhor qualidade aleacutem de parte substancial de pesquisa e poacutes-graduaccedilatildeo (Tabela 21)

Tabela 21 Instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior segundo a natureza administrativa e a organizaccedilatildeo acadecircmica - Brasil2000

Natureza Administrativa

Publicas

Federal

Estadual

Municipal

Privada

Particular

Sem fins lucrativos

Total Geral

Total Geral

176

61

61

54

1004

698

306

1180

Universidades

71

39

30

2

85

27

58

156

Centros Universitaacuterios

1

--1

49

32

17

50

Faculdades Integradas

2

-2

88

66

22

90

Faculdades Escolase Institutos

83

11

13

49

782

573

209

865

Centros de Educaccedilatildeo

Tecnoloacutegica

19

11

8

----

19

Fonte MECINEPSinopse Estatiacutestica da Educaccedilatildeo Supcrior2000

Tabela 22 Instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior por organizaccedilatildeo acadecircmica e

natureza administrativa - Brasil2000

Natureza Administrativa

Brasil

Puacuteblica

Privada

Total Geral

Fr

1180

176

1004

100

149

851

Universishydades

Fr

156

71

85

100

455

545

Centros Universitaacuterios

Fr

50

1

49

100

2

98

Faculdades Integradas

Fr

90

2

88

100

22

978

Faculdades Escolas e Institutos

Fr

865

83

782

100

96

904

Centros de Educaccedilatildeo

Tecnoloacutegica

Fr

19

19

-

100

100

-

Fonte MECINEPSinopse Estatiacutestica da Educaccedilatildeo Superior2000

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

A tabela acima indica que no setor puacuteblico concentram-se especialmente as universidades (45) e os centros de educaccedilatildeo tecnoloacutegica (100) no setor privado por sua vez aleacutem do nuacutemero significativo de universidades (55) a diversidade institucional estaacute muito mais presente satildeo 49 centros universitaacuterios 88 faculdades integradas e 782 estabelecimentos isolados

A concentraccedilatildeo regional continua acentuada como revela a tabela abaixo

Tabela 23 Nuacutemero de Instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo Superior por Organizaccedilatildeo

Acadecircmica e Natureza Administrativa - Brasil2000

Natureza Administrati

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

Total

Total Geral

a

Fr

46

157

667

176

134

1180

39

133

565

149

114

100

Universidades

Fr

9

28

71

36

12

156

58

179

455

231

77

100

Centros Universitaacuterios

Fr

2

2

37

6

3

50

4

4

74

12

6

100

Faculdades Integradas

Fr

3

3

60

8

16

90

33

33

667

89

178

100

Faculdades Escolas c Institutos

Fr

32

120

488

123

102

865

37

139

564

142

118

100

Centros de Educaccedilatildeo

Tecnoloacutegica

Fr

-4

11

3

1

19

-

21

579

158

53

100

Fonte MECINEPSinopse Estatiacutestica da Educaccedilatildeo Superior2000

Na regiatildeo Sudeste localizam-se 56 das IES na regiatildeo Sul 15 na regiatildeo Nordeste 13 enquanto na regiatildeo Centro-Oeste haacute 11 e a regiatildeo Norte apenas 4 As universidades natildeo obstante a maior concentraccedilatildeo na regiatildeo sudeste (45) tambeacutem tecircm presenccedila importante no Sul (23) e no nordeste (18) Jaacute os demais tipos de IES estatildeo concentrados na grande maioria na regiatildeo sudeste 74 dos centros universitaacuterios 67 das faculdades integradas 57 dos estabelecimentos isolados e 58 dos centros de educaccedilatildeo tecnoloacutegica

Eacute importante chamar a atenccedilatildeo para uma mudanccedila que vem ocorrendo na morfologia do ensino superior atual ou seja a diminuiccedilatildeo da representatividade do nuacutemero de faculdades integradas e estabelecimentos isolados pelo reagrupamento desses estabelecimentos em outros tipos de IES como centros universitaacuterios ou ateacute mesmo universidades

Tabela 24 Nuacutemero de Instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo Superior por Organizaccedilatildeo

Acadecircmica e Natureza Administrativa - Brasil1990-2000

Aro

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

Total

918

893

893

873

851

894

922

900

973

1097

1180

Universidades

P uacute b l i c a

55

59

60

61

68

72

72

77

77

72

71

Rivada

40

40

46

53

59

63

64

73

76

83

85

Fac Integradas

Centros Universitaacuterios

Puacutebl ica

0

3

3

3

3

10

11

1

0

2

3

Rivada

74

82

81

85

84

101

132

90

93

111

bullbull137

Faculdades Escolas Institutos

Puacutebl ica

167

160

164

157

147

128

128

133

132

102

83

Rivada

582

549

539

514

490

520

515

526

595

711

782

Centros de Educaccedilatildeo

Tecnoloacutegica

Puacutebl ica

-

-

-

-

-

-

-

-

-

16

19

Rivada

-

-

-

-

-

-

-

-

-

0

0

39 Centros Universitaacuterios 01 Centro Universitaacuterio A 4 9 Centros Universitaacuterios

Fonte wwwinepgovbr I Sinopse Estatiacutestica da Educaccedilatildeo Superior Evoluccedilatildeo 1980-1998

No ano de 2000 como indica a Tabela 24 havia apenas 2 faculdades integradas e 1 centro universitaacuterio puacuteblicos e 88 faculdades integradas privadas e 49 centros universitaacuterios privados Observa-se um decreacutescimo no nuacutemero de faculdades e escolas isoladas puacuteblicas em 2000 para 83 Somente no setor privado continua alto o nuacutemero de estabelecimentos iexclsolados em nuacutemero de 782

24 Normas e leis que regem a estrutura e o funcionashymento do ensino superior

A estrutura e o funcionamento do ensino superior satildeo definidos e regidos por um conjunto de normas e dispositivos legais estabelecidos pela Constituiccedilatildeo Federal de 1988 pela nova Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional (Lei ndeg 939496) como tambeacutem pela Lei ndeg 913595 que criou o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo aleacutem de vaacuterios outros Decretos Portarias e Resoluccedilotildees O anexo conteacutem as principais normas que podem ser acessadas atraveacutes de link

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Na Constituiccedilatildeo Federal de 1988 a educaccedilatildeo superior eacute tratada na seccedilatildeo 1 do capiacutetulo 3 do Tiacutetulo VIII - Da Ordem Social nos artigos 206 ateacute 214

Nesses dispositivos define-se que a oferta de ensino superior eacute livre agrave iniciativa privada atendidas as condiccedilotildees de cumprimento das normas gerais da educaccedilatildeo nacional e avaliaccedilatildeo de qualidade pelo Poder Puacuteblico as atividades universitaacuterias de pesquisa e extensatildeo poderatildeo receber apoio financeiro do Poder Puacuteblico Na Constituiccedilatildeo igualmente fica determinado o dever do estado em garantir o acesso aos niacuteveis mais elevados de ensino e pesquisa e eacute estabelecido que as universidades gozam de autonomia didaacutetico-cientiacutefica administrativa e de gestatildeo financeira e patrimonial devendo ainda obedecer ao princiacutepio de indissociabilidade entre ensino pesquisa e extensatildeo Quanto aos recursos puacuteblicos esses seratildeo destinados agraves escolas puacuteblicas podendo ser dirigidos agraves escolas comunitaacuterias confessionais ou filantroacutepicas definidas em lei

A Constituiccedilatildeo ainda estabelece que o ensino seraacute ministrado com base nos princiacutepios de igualdade de condiccedilotildees para o acesso e permanecircncia na escola pluralismo de ideacuteias gestatildeo democraacutetica do ensino puacuteblico e valorizaccedilatildeo dos profissionais do ensino

A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional trata da educaccedilatildeo superior no capiacutetulo IV nos artigos 43deg a 57deg Estabelece por finalidade do ensino superior estimular a criaccedilatildeo cultural e o desenvolvimento do espiacuterito cientiacutefico e do pensamento reflexivo formar diplomados nas diferentes aacutereas de conhecimento incentivar o trabalho de pesquisa e investigaccedilatildeo cientiacutefica promover a divulgaccedilatildeo de conhecimentos culturais cientiacuteficos e teacutecnicos suscitar o desejo de aperfeiccediloamento cultural e profissional estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente em particular os nacionais e regionais promover a extensatildeo dentre outros (a iacutentegra do texto encontra-se no anexo)

A LDBN ao mesmo tempo fixou as regras de funcionamento do ensino superior tais como a frequumlecircncia obrigatoacuteria de alunos e professores nos cursos salvo nos programas de educaccedilatildeo a distacircncia a deliberaccedilatildeo das universidades quanto agraves normas de seleccedilatildeo devendo levar em conta os efeitos dos criteacuterios por ela estabelecidos sobre a orientaccedilatildeo do ensino meacutedio a obrigatoriedade da oferta de cursos noturnos nas IES puacuteblicas o estabelecimento do periacuteodo letivo de 200 dias o fornecimento das informaccedilotildees obrigatoacuterias que devem ser disponibilizadas aos alunos antes de cada periacuteodo letivo a definiccedilatildeo da carga horaacuteria miacutenima de 8 horas semanais de aula para os docentes das IES puacuteblicas e a exigecircncia de que os professores do ensino superior devam ter poacutes-graduaccedilatildeo prioritariamente o mestrado e o doutorado

A Lei ndeg 913195 define as atribuiccedilotildees do MEC do CNE das Cacircmaras de Educaccedilatildeo Baacutesica e de Educaccedilatildeo Superior institui tambeacutem o

Exame Nacional de Cursos como um dos procedimentos para avaliaccedilatildeo dos cursos de graduaccedilatildeo extingue os mandatos dos membros do Conselho Federal de Educaccedilatildeo e estipula um prazo de 90 dias para a instalaccedilatildeo do CNE

A Lei ndeg 919295 altera dispositivos da Lei ndeg 5540 de 28 de novembro de 1968 que regulamenta o processo de escolha dos dirigentes universitaacuterios

Os principais toacutepicos do conjunto de Decretos e Portarias que normatizam o ensino superior estatildeo relacionados no quadro abaixo e podem ser acessados atraveacutes de link constante no anexo

Quadro 24 Principais dispositivos regulamentados pelos decretos portarias e

resoluccedilotildees do ensino superior Dispositivos

Procedimentos e criteacuterios para autorizaccedilatildeo e reconhecimento de cursos (dentro e fora da sede)

Procedimentos e criteacuterios para credenciamento e recredenciamento de IES

Procedimentos operacionais para avaliaccedilatildeo dos cursos programas e o desempenho individual de IES c oacutergatildeos responsaacuteveis

Organizaccedilatildeo do Ensino Superior

(Natureza juriacutedica acadecircmica e mantenedoras das IES)

Entidades Mantenedoras das IES

Decretos e portarias

Decretos ndegs 240697 e 386001 e Portarias nJs 61299 63997 64097 64197 75297 8097 87797 94697 97197 167999 217597 229798 e 240201

Decreto ndeg 386001 e Portarias ndegs 30298 63797 63997 64097 75297 94697 167999 204097 204197 c 229798 Resoluccedilatildeo CESCNE ndeg 1002

Decretos ndegs 240697 e 386001 c Portarias ndegs 3029897297 e 229798

Decretos ndegs 240697 c 386001 e Portarias 204097 c 204197

Decreto nordm386001

25 Organismos de coordenaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior

251 Organismos governamentais

O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) eacute o oacutergatildeo do poder puacuteblico federal responsaacutevel pela aacuterea da educaccedilatildeo tendo como atribuiccedilotildees formular e avaliar a poliacutetica nacional de educaccedilatildeo zelar pela qualidade do ensino superior e velar pelo cumprimento das leis que o regem Suas aacutereas de competecircncia satildeo a poliacutetica nacional de educaccedilatildeo a educaccedilatildeo infantil educaccedilatildeo em geral compreendendo ensino fundamental ensino meacutedio ensino supletivo educaccedilatildeo tecnoloacutegica educaccedilatildeo superior educaccedilatildeo de jovens e adultos educaccedilatildeo profissional educaccedilatildeo especial e educaccedilatildeo a distacircncia exceto ensino militar a avaliaccedilatildeo informaccedilatildeo e pesquisa educacional a pesquisa e extensatildeo universitaacuterias o magisteacuterio e a coordenaccedilatildeo de programas de atenccedilatildeo integral a crianccedilas e adolescentes

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

No tocante ao sistema de ensino superior o MEC eacute o organismo responsaacutevel pela sua coordenaccedilatildeo cabendo-lhe o controle normativo do sistema o financiamento das instituiccedilotildees de ensino superior puacuteblicas federais (IFES) e a fiscalizaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo tanto destas uacuteltimas quanto das IES privadas Essa forma de coordenaccedilatildeo centralizada em um uacutenico oacutergatildeo estatal persiste desde a criaccedilatildeo das primeiras faculdades no paiacutes em detrimento das mudanccedilas ocorridas na organizaccedilatildeo e atribuiccedilatildeo dos seus oacutergatildeos assessores e nas relaccedilotildees estabelecidas com a comunidade acadecircmica e o mercado decorrentes de uma maior complexificaccedilatildeo do sistema

Quadro 25 Organismos governamentais de coordenaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Superior

bullcabe lembrar que as universidades puacuteblicas estaduais estatildeo sob a jurisdiccedilatildeo dos respectivos sistemas estaduais Fonte Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

A principal mudanccedila ocorrida na organizaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos foi a incorporaccedilatildeo da presenccedila de representantes da comunidade acadecircmica como eacute o caso do Conselho Nacional de Educaccedilatildeo (CNE) e da Secretaria de Ensino Superior (SESu) Natildeo obstante a centralizaccedilatildeo o MEC tambeacutem tem incentivado alguns mecanismos que permitem ao mercado a regulaccedilatildeo da oferta da procura por vagas no ensino superior ao conferir autonomia agraves universidades e centros universitaacuterios privados tanto para abrir novos cursos como para ampliar e remanejar vagas (Sampaio 2000)

O controle normativo do MEC eacute exercido por meio de uma vasta legislaccedilatildeo relativa agrave estrutura e funcionamento do sistema (detalhada na seccedilatildeo anterior) elaborada pelo Conselho Nacional de Educaccedilatildeo (CNE) ou pela Secretaria de Ensino Superior (SESu)

O Conselho Nacional de Educaccedilatildeo foi criado pela Lei ndeg 9131 95 substituindo o entatildeo extinto Conselho Federal de Educaccedilatildeo possuindo atribuiccedilotildees normativas deliberativas e de assessoramento ao MEC Esse novo conselho passou a ser composto por duas Cacircmaras representativas a do Ensino Baacutesico e a do Ensino Superior Cada uma delas eacute composta por 12 conselheiros sendo que a metade deles satildeo indicados pelo Presidente da Repuacuteblica e os demais satildeo representantes da sociedade civil Especificamente em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da Cacircmara de Educaccedilatildeo Superior definiu-se que metade dela devia ser composta por conselheiros indicados a partir de uma lista formulada por entidades nacionais puacuteblicas e particulares que congreguem os reitores de universidades diretores de instituiccedilotildees isoladas docentes estudantes e segmentos representativos da sociedade civil conforme o artigo 8deg da Lei ndeg 913595 Os outros conselheiros satildeo indicados pelo Presidente da Repuacuteblica incluindo o Secretaacuterio de Educaccedilatildeo Superior - membro nato dessa instituiccedilatildeo

O CNE tem como atribuiccedilotildees subsidiar a elaboraccedilatildeo e acompanhar a execuccedilatildeo do Plano Nacional de Educaccedilatildeo manifestar-se sobre questotildees que abranjam mais de um niacutevel ou modalidade de ensino assessorar o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo no diagnoacutestico dos problemas bem como deliberar sobre medidas para aperfeiccediloar os sistemas de ensino especialmente no que diz respeito agrave integraccedilatildeo dos seus diferentes niacuteveis e modalidades emitir pareceres sobre assuntos da aacuterea educacional por iniciativa de seus conselheiros ou mediante solicitaccedilatildeo do Ministro da Educaccedilatildeo manter intercacircmbio com os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal analisar e emitir parecer sobre questotildees relativas agrave aplicaccedilatildeo da legislaccedilatildeo educacional no que concerne agrave integraccedilatildeo entre os diferentes niacuteveis e modalidades de ensino analisar anualmente as estatiacutesticas da educaccedilatildeo oferecendo

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

subsiacutedios ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo promover seminaacuterios sobre os grandes temas da educaccedilatildeo brasileira e elaborar o seu regimento a ser aprovado pelo Ministro da Educaccedilatildeo

A Cacircmara de Educaccedilatildeo Superior tem as seguintes atribuiccedilotildees de caraacuteter deliberativo e de assessoramento ao MEC analisar e emitir pareceres sobre os processos de avaliaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior deliberar sobre o reconhecimento de cursos de graduaccedilatildeo mestrado e doutorado assim como o credenciamentorecredenciamento de IES analisar questotildees relativas agrave aplicaccedilatildeo da legislaccedilatildeo referente agrave educaccedilatildeo superior deliberar sobre as diretrizes curriculares propostas pelo MEC para os cursos de graduaccedilatildeo oferecer sugestotildees para a elaboraccedilatildeo do Plano Nacional de Educaccedilatildeo e acompanhar sua execuccedilatildeo e deliberar sobre os estatutos das universidades e o regimento das demais instituiccedilotildees

Aleacutem do controle normativo a SESU subsidia o processo de formulaccedilatildeo e implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional para o ensino superior aleacutem de participar ativamente por meio da sua comissatildeo de especialistas no processo de supervisatildeo e avaliaccedilatildeo das IES com a finalidade de credenciamento ou recredenciamento Aleacutem disso participa da elaboraccedilatildeo de programas e projetos voltados agrave reforma do sistema federal de ensino zela pelo cumprimento da legislaccedilatildeo educacional no acircmbito da educaccedilatildeo superior apoia teacutecnica e financeiramente as IFES e elabora e dissemina estudos sobre a educaccedilatildeo superior e sua relaccedilatildeo com a sociedade Promove tambeacutem o intercacircmbio com entidades nacionais estrangeiras e internacionais sobre mateacuteria de sua competecircncia

Outros dois oacutergatildeos importantes na esfera da coordenaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior no paiacutes satildeo a Fundaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP)

A CAPES foi criada em 1951 tendo sido instituiacuteda como Fundaccedilatildeo em 1992 Eacute uma agencia de fomento da poacutes-graduaccedilatildeo subsidia o MEC na formulaccedilatildeo de poliacuteticas da poacutes-graduaccedilatildeo coordenando e estimulando a formaccedilatildeo de recursos humanos altamente qualificados para a docecircncia em grau superior a pesquisa e o atendimento da demanda por profissionais dos setores puacuteblicos e privados Ela tem as seguintes finalidades elaborar a proposta do Plano Nacional de Poacutes-graduaccedilatildeo acompanhando e coordenando a sua respectiva execuccedilatildeo elaborar planos de atuaccedilatildeo setoriais ou regionais promover estudos e avaliaccedilotildees necessaacuterios ao desempenho de suas atividades apoiar o processo de desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico nacional manter intercacircmbio e contato com outros oacutergatildeos da Administraccedilatildeo Puacuteblica ou entidades privadas nacionais e internacionais

O INEP por seu lado foi transformado em autarquia federal pela Lei ndeg 994897 quando passou a assumir novamente um papel estrateacutegico no desenvolvimento da educaccedilatildeo tendo as seguintes atribuiccedilotildees Organizar e manter o sistema de informaccedilotildees e estatiacutesticas educacionais planejar orientar e coordenar o desenvolvimento de sistemas e projetos de avaliaccedilatildeo educacional visando ao estabelecimento de indicadores de desempenho das atividades de ensino no paiacutes apoiar os Estados o Distrito Federal e os municiacutepios no desenvolvimento de sistemas e projetos de avaliaccedilatildeo educacional desenvolver e implementar na aacuterea educacional sistemas de informaccedilatildeo e documentaccedilatildeo que abranjam estatiacutesticas avaliaccedilotildees educacionais praacuteticas pedagoacutegicas e de gestatildeo de poliacuteticas educacionais subsidiar a formulaccedilatildeo de poliacuteticas na aacuterea da educaccedilatildeo mediante a elaboraccedilatildeo de diagnoacutesticos e recomendaccedilotildees decorrentes da avaliaccedilatildeo da educaccedilatildeo baacutesica e superior coordenar o processo de avaliaccedilatildeo dos cursos de graduaccedilatildeo em conformidade com a legislaccedilatildeo vigente definir e propor paracircmetros criteacuterios e mecanismos para a realizaccedilatildeo de exames de acesso ao ensino superior e promover a disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre avaliaccedilatildeo da educaccedilatildeo baacutesica e superior (Relatoacuterio de Atividades do INEP -2000)

Nesse novo contexto o INEP tem desempenhado um papel importante para o monitoramento da qualidade do ensino em todos os niacuteveis e modalidades por meio da realizaccedilatildeo de 3 tipos de avaliaccedilotildees todas implantadas na deacutecada de 90

- Sistema de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica - Saeb -avaliaccedilatildeo da educaccedilatildeo baacutesica realizada em larga escala desde 1995 Abrange o levantamento de dados de trecircs seacuteries associadas ao fim de um periacuteodo ou ciclo escolar 4a e 8a seacuteries do ensino fundamental e 3a seacuterie do ensino meacutedio Na 4a e 8a

seacuteries sao avaliadas as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Matemaacutetica Ciecircncias Geografia e Histoacuteria e na 3a seacuterie do ensino meacutedio as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Matemaacutetica Biologia Fiacutesica e Matemaacutetica

- Exame Nacional do Ensino Meacutedio - ENEM - Instituiacutedo em 1988 este exame avalia as competecircncias e rendimento escolar dos alunos ao final da educaccedilatildeo baacutesica Representa um instrumento importante na avaliaccedilatildeo do ensino meacutedio e seus resultados podem se constituir em criteacuterio de seleccedilatildeo para o ingresso em instituiccedilotildees de ensino superior

- Exame Nacional de Cursos - ENC - tambeacutem conhecido como Provatildeo foi criado em 1995 pela Lei ndeg 913195 fazendo parte das avaliaccedilotildees perioacutedicas das instituiccedilotildees de

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

educaccedilatildeo superior Seu objetivo especiacutefico eacute avaliar os conhecimentos e habilidades adquiridas pelos alunos que concluem a graduaccedilatildeo com esse instrumento eacute possiacutevel realizar avaliaccedilatildeo comparativa entre o desempenho de um mesmo curso oferecido em diferentes IES aleacutem de permitir o acompanhamento da evoluccedilatildeo de desempenho dos cursos dentro de uma seacuterie temporal

Aleacutem dessas avaliaccedilotildees essa instituiccedilatildeo ainda tem produzido estatiacutesticas baacutesicas da educaccedilatildeo nacional por intermeacutedio do levantamento de dados com a realizaccedilatildeo dos Censos da Educaccedilatildeo Baacutesica da Educaccedilatildeo Superior e outros censos especiais (educaccedilatildeo infantil educaccedilatildeo profissional e o censo de financiamento da educaccedilatildeo) Esses censos tecircm contribuiacutedo para levantar informaccedilotildees importantes para realizar diagnoacutesticos e identificar tendecircncias da educaccedilatildeo nacional nos seus diversos niacuteveis e modalidades

A revitalizaccedilatildeo do INEP tem se mostrado assim fundamental para o desenvolvimento de um sistema de informaccedilotildees educacionais moderno cujos dados tecircm sido amplamente disseminados por meio de publicaccedilotildees relatoacuterios seacuteries documentais bem como a disponibilizaccedilatildeo via internet

252 Organismos natildeo-governamentais

A diversificaccedilatildeo institucional do sistema de ensino superior tem propiciado a emergecircncia de novos atores poliacuteticos bem como uma fragmentaccedilatildeo e reorganizaccedilatildeo de seus oacutergatildeos representativos Observa-se de acordo com Helena Sampaio (2000) que a natureza e composiccedilatildeo dos associados dessas organizaccedilotildees tecircm conduzido a duas formas baacutesicas de atuaccedilatildeo Enquanto as organizaccedilotildees que representam instituiccedilotildees de uma uacutenica categoria (puacuteblica ou privada) tecircm como objetivo reforccedilar a sua identidade e os seus interesses especiacuteficos as outras (integradas por representantes de ambas categorias) buscam construir estrateacutegias e planos de accedilatildeo que atendam aos interesses gerais dos seus associados

A seguir satildeo apresentados os principais organismos natildeo-governamentais que atuam em acircmbito nacional e que de forma direta ou indireta interveacutem nos rumos da poliacutetica do ensino superior

CRUB - Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras Criado em 1966 o CRUB eacute composto pelos Reitores de todas as

universidades brasileiras puacuteblicas e privadas reconhecidas pelo MEC No seu conselho deliberativo haacute -dentre outros representantes - dois membros de cada uma das seguintes associaccedilotildees Associaccedilatildeo Nacional dos Dirigentes das Instituiccedilotildees Federais de Ensino Superior (ANDIFES) Associaccedilatildeo Brasileira de Universidades Estaduais e Municipais

(ABRUEM) Associaccedilatildeo Brasileira das Universidades Comunitaacuterias (ABRUC) e Associaccedilatildeo Brasileira de Universidades Particulares (ANUP)

A heterogeneidade de sua composiccedilatildeo marcada pela congregaccedilatildeo de instituiccedilotildees diferentes e a diversidade de interesses dificulta ou impede a tomada de uma posiccedilatildeo da entidade em relaccedilatildeo aos pontos estrateacutegicos das poliacuteticas para o ensino superior Isso restringe significativamente a sua atuaccedilatildeo nesse campo dependendo principalmente da importacircncia que o seu presidente venha a ter na arena poliacutetica e decisograveria desse niacutevel de ensino

ABMES - Associaccedilatildeo Brasileira de Mantenedoras de Instituiccedilotildees Superiores

A ABMES diferentemente do CRUB congrega atores de uma mesma natureza representando as mantenedoras das instituiccedilotildees de ensino superior privadas Tendo sido fundada em 1982 essa associaccedilatildeo congrega hoje cerca de 309 mantenedoras a ela filiadas responsaacuteveis pelo financiamento de 448 IES com representaccedilatildeo no CRUB no CNE e em comissotildees instituiacutedas pelo MEC (Educaccedilatildeo a distacircncia e Fundo de Apoio ao Estudante) sua principal forma de atuaccedilatildeo tem sido a realizaccedilatildeo de uma revisatildeo juriacutedica das leis implementadas pelo MEC principalmente aquelas dirigidas agraves IES privadas A associaccedilatildeo tambeacutem promove vaacuterios seminaacuterios debates e parcerias com oacutergatildeos governamentais visando agrave qualificaccedilatildeo de docentes para o ensino superior Ao mesmo tempo dissemina informaccedilotildees relativas a esse niacutevel de ensino mantendo seus associados inteirados das mudanccedilas nele ocorridas Suas principais demandas referem-se ao controle do Estado sobre assuntos de natureza acadecircmica e agrave autonomia administrativo-financeiradas instituiccedilotildees (Sampaio 2000)

ABRUC - Associaccedilatildeo Brasileira das Universidades Comunitaacuterias

Criada em 1995 a ABRUC resulta de um grupo antes inserido na ABESC (Associaccedilatildeo Brasileira de Escolas Superiores Catoacutelicas) ou da ANUP (Associaccedilatildeo Nacional das Universidades Privadas) congregando atualmente 29 universidades comunitaacuterias ( 18 confessionais e 11 laicas) Conta com representaccedilatildeo no CRUB

como estrateacutegia de atuaccedilatildeo esse organismo busca realccedilar sua identidade enfatizando o que distingue as suas associadas das outras IES particulares destacando o seu caraacuteter comunitaacuterio Pretende com isso reclamar exclusivamente para as IES comunitaacuterias o total dos recursos puacuteblicos destinados agraves IES particulares Aleacutem dessa demanda a revitalizaccedilatildeo do creacutedito educativo e a ampliaccedilatildeo da concepccedilatildeo de avaliaccedilatildeo considerada pelo MEC satildeo as outras questotildees fundamentais para essa associaccedilatildeo

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

ANDIFES - Associaccedilatildeo Nacional dos Dirigentes das Instituiccedilotildees Federais de Ensino Superior

Fundada em 1989 a organizaccedilatildeo engloba 52 IES puacuteblicas sendo 39 iniversidades e 13 escolas superiores especializadas detendo representaccedilatildeo no CRUB Eacute a representante oficial das IFES na interlocuccedilatildeo com o governo federal e oacutergatildeos representativos de professores estudantes e funcionaacuterios A entidade busca desenvolver estudos estrateacutegias e instrumentos de apoio ao planejamento administraccedilatildeo e avaliaccedilatildeo das IES Suas principais demandas dizem respeito em grande parte ao financiamento das instituiccedilotildees puacuteblicas e agrave autonomia universitaacuteria

ANUP - Associaccedilatildeo Nacional das Universidades Privadas Essa associaccedilatildeo foi criada em 1989 e hoje possui 39 associadas

Seus objetivos principais satildeo defender a autonomia das Universidades e a livre atuaccedilatildeo da iniciativa privada na aacuterea educacional bem como e o desenvolver programas de aprimoramento do ensino superior em parceria com o poder puacuteblico e as instituiccedilotildees de ensino superior

ANACEU - Associaccedilatildeo Nacional dos Centros Universitaacuterios Criada em 08121999 possui hoje 54 centros universitaacuterios

associados A entidade busca defender a livre atuaccedilatildeo do setor privado e os direitos do centro universitaacuterio (permanecircncia na estrutura dos centros universitaacuterios da figura do Reitor e manutenccedilatildeo do direito de uso da sigla UNI) Suas principais reivindicaccedilotildees satildeo o fortalecimento da imagem do Centro Universitaacuterio e a inclusatildeo da sua figura na Constituiccedilatildeo Federal

Conselhos Profissionais Federais Os conselhos regulamentam e fiscalizam as profissotildees de niacutevel

superior exercendo o controle da qualidade teacutecnica e do comportamento eacutetico dos profissionais Alguns conselhos realizam o exame da Ordem (suficiecircncia) como requisito para a concessatildeo do registro profissional tal como a Ordem dos Advogados (OAB) e o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) A criaccedilatildeo de cursos de Direito eacute tambeacutem submetida agrave autorizaccedilatildeo preacutevia da OAB assim como os cursos da aacuterea de sauacutede (medicina psicologia e odontologia) devem ser primeiramente autorizados pelo Conselho Nacional de Sauacutede7

7 De acordo com informaccedilotildees divulgadas na Folha de Satildeo Paulo (06102002) as autorizaccedilotildees de cursos nas aacutereas de Direito e Medicina carreiras muito disputadas no vestibular satildeo inferiores a 20 dos pedidos o que revela um controle rigoroso dessas instituiccedilotildees na oferta de vagas

26 A formaccedilatildeo do sistema nacional de poacutes-graduaccedilatildeo

Carlos Benedito Martins

Ao longo das uacuteltimas trecircs deacutecadas o Brasil construiu um sistema de poacutes-graduaccedilatildeo que constitui a parte mais exitosa do seu sistema de ensino sendo considerado de forma unacircnime como o maior e melhor da Ameacuterica Latina Esse fato natildeo deixa de ser surpreendente quando se tem em conta o caraacuteter tardio do surgimento do ensino superior no paiacutes e particularmente da instituiccedilatildeo universitaacuteria no seu contexto8

uma constelaccedilatildeo de fenocircmenos sociais econocircmicos poliacuteticos e acadecircmicos contribuiacuteram para a formaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo no paiacutes A sua construccedilatildeo derivou de um complexo empreendimento coletivo que contou com a participaccedilatildeo do Estado de organismos representativos da comunidade cientiacutefica do corpo docente das instituiccedilotildees de ensino e pesquisa envolvidas com esse niacutevel de ensino De certa forma a emergecircncia da poacutes-graduaccedilatildeo eacute o resultado de uma longa e tortuosa luta desencadeada por esses atores visando a superaccedilatildeo de um padratildeo de organizaccedilatildeo do ensino superior no paiacutes que historicamente se constituiacutera atraveacutes de escolas isoladas voltadas basicamente para a formaccedilatildeo de profissionais liberais e dissociados da atividade de pesquisa

261 A estrutura da Poacutes-Graduaccedilatildeo

Os cursos de poacutes-graduaccedilatildeo receberam uma referecircncia expliacutecita na Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo de 1961 quando em seu artigo 69 dispunha que nos estabelecimentos de ensino superior podem ser ministrados os seguintes cursos a) de graduaccedilatildeo abertos agrave matriacutecula de candidatos que hajam concluiacutedo o ciclo colegial ou equivalente e obtido classificaccedilatildeo em concurso de habilitaccedilatildeo b) de poacutes-graduaccedilatildeo abertos agrave matriacutecula de candidatos que hajam concluiacutedo a graduaccedilatildeo e obtido os respectivos diplomas c) de especializaccedilatildeo aperfeiccediloamento e extensatildeo

8 com relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo brasileira no contexto latino-americano ver Ricardo Lucio Poliacuteticas de posgrado en Ameacuterica Latina in Los temas criacuteticos de ia educacioacuten superior en Ameacuterica Latina expansion privada evaluacioacuten y posgradopp 165-213 Rollin Kent (org) Fondo de Cultura Econogravemica Mexico 1997 Ver tambeacutem Carmen Garcia-Guadilla El valor de la pertinencia en las dinaacutemicas de transformacioacuten de la educaciioacuten superior en America Latina pp 47-81in La educacioacuten Superior en el siglo XXI visioacuten de America Latina y el Caribe CresalcUnescoCaracas1997 Ver tambeacutem o trabalhos de Virgilio Aragoacuten Poacutes-Graduaccedilatildeo na Ameacuterica Latina situaccedilatildeo e caracteristicas in InfoCAPES Vol 6 ndeg 3 julho-setembro Brasiacutelia 1998

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

ou quaisquer outros a juiacutezo do respectivo instituto de ensino abertos a candidatos com preparo e os requisitos que vierem a ser exigidos como pode-se perceber o artigo 69 da LDB de 1961 elaborava uma formulaccedilatildeo bastante geneacuterica com relaccedilatildeo agrave poacutes-graduaccedilatildeo deixando aos oacutergatildeos acadecircmicos competentes as definiccedilotildees necessaacuterias9

Em 1965 o Ministro da Educaccedilatildeo Suplicy de Lacerda solicitou ao Conselho Federal de Educaccedilatildeo uma definiccedilatildeo e regulamentaccedilatildeo dos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo expressa no artigo 69 da LDB Segundo o seu entendimento a poacutes-graduaccedilatildeo deveria estimular natildeo apenas a formaccedilatildeo de pesquisadores mas tambeacutem assegurar treinamento eficaz e de alto padratildeo a teacutecnicos e trabalhadores intelectuais para fazer face ao desenvolvimento nacional em todos os setores O aviso ministerial assinalava que a poacutes-graduaccedilatildeo deveria servir para garantir a elevaccedilatildeo dos niacuteveis de qualidade das instituiccedilotildees de ensino jaacute existentes e para atender agrave possiacutevel expansatildeo quantitativa do ensino de terceiro grau que efetivamente veio a ocorrer nos anos seguintes Deve-se assinalar tambeacutem que o Ministro da Educaccedilatildeo manifestava claramente a sua preferecircncia pela poacutes-graduaccedilatildeo realizada em dois ciclos sucessivos equivalentes aos graus de Master e de Doctor de acordo com o sistema de poacutes-graduaccedilatildeo americana

A manifestaccedilatildeo da Cacircmara do Ensino Superior atraveacutes do Parecer ndeg 97765 seraacute de importancia fundamental para a construccedilatildeo conceituai dos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo e para a progravepria configuraccedilatildeo desse niacutevel de ensino no paiacutes Foi elaborado enquanto uma resposta de uma demanda do governo para a implantaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo com vistas a atender agraves necessidades do desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico

Tendo como Relator Newton Sucupira o referido Parecer veio a definir e caracterizar os cursos de poacutes-graduaccedilatildeo Em seu entendimento interpretando o espiacuterito da LDB o artigo 69 da LDB na aliacutenea b que separou os cursos de poacutes-graduaccedilatildeo dos de especializaccedilatildeo aperfeiccediloamento e extensatildeo a poacutes-graduaccedilatildeo tenha caracteriacutesticas proacuteprias Esse Parecer distinguiu dois tipos de poacutes-graduaccedilatildeo os cursos de stricto sensu e os de lato sensu Na primeira categoria incluiu o mestrado e o doutorado cujo objetivo seria de natureza acadecircmica de pesquisa e de cultura tendo como compromisso o avanccedilo do saber Esses cursos na medida em que estariam ligados agrave essecircncia da universidade deveriam constituir atividades regulares e permanentes e conferir diplomas de mestre e de doutor sendo que esse uacuteltimo corresponderia ao niacutevel

9 Congresso Nacional Lei ndeg 4024 Diaacuterio Oficial 22 de dezembro de 1961

mais elevado na hierarquia dos cursos superiores Por sua vez o Parecer ndeg 97765 atribuiacutea agrave poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu um objetivo eminentemente praacutetico enquanto a poacutes-graduaccedilatildeo stricto-sensu conferiria grau acadecircmico a poacutes-graduaccedilatildeo lato-sensu concederia certificado Deve-se assinalar que o Parecer ndeg 97765 foi elaborado com razoaacutevel grau de flexibilidade de modo que os cursos de poacutes-graduaccedilatildeo pudessem passar por variaccedilotildees em funccedilatildeo das particularidades de cada aacuterea do conhecimento e da margem de iniciativa das instituiccedilotildees de ensino10

A implantaccedilatildeo dos cursos de mestrado e de doutorado que viria a ocorrer em seguida seria em larga medida moldada pela conceituaccedilatildeo de poacutes-graduaccedilatildeo expressa pelo Parecer ndeg 97765 e pelas normas de organizaccedilatildeo e credenciamento estabelecidas pelo Parecer ndeg 7769 do CFE Nos primeiros cinco anos de vigecircncia do Parecer ndeg 7769 foram analisados 202 pleitos de credenciamento de cursos sendo que destes 101 foram colocados sob diligecircncia pelo CFE a maioria deles era proveniente de instituiccedilotildees com poacutes-graduaccedilatildeo previamente existente e que natildeo se enquadrava nas novas normas estabelecidas pelo CFE

Em 1968 outro documento oficial voltaria a referir-se agrave poacutes-graduaccedilatildeo Trata-se do Relatoacuterio do Grupo de Trabalho da Reforma Universitaacuteria que retoma e reafirma vaacuterias passagens do Parecer 977 65 cujo Relator integrou tambeacutem esse grupo de trabalho12

O Grupo de Trabalho assinalava tambeacutem que na medida em que a poacutes-graduaccedilatildeo deveria ser o lugar por excelecircncia da formaccedilatildeo dos

10 A Cacircmara do Ensino Superior do CFE que aprovou o Parecer 97765 era constituiacuteda pelos seguintes membros Antocircnio Almeida Junior (Presidente) Nwton Sucupira (Relator) Clovis Salgado Joseacute Barreto Filho Mauricio Rocha e Silva Dumerval Trigueiro Alceu Amoroso Lima Aniacutesio Teixeira Valnir Chagas e Rubens Maciel Numa de suas passagens o Parecer 97765 afirma que embora o mestrado e o doutorado represente um escalonamento da poacutes-graduaccedilatildeo esses cursos podem ser considerados como relativamente autocircnomos Isto eacute o mestrado natildeo constitui obrigatoriamente requisito preacutevio para inscriccedilatildeo no curso do doutorado Eacute admissiacutevel que em certos campos do saber ou da profissatildeo se ofereccedilam apenas programas de doutorado In Legislaccedilatildeo e Normas da poacutes-graduaccedilatildeo brasileira p239 Funadesp Brasiacutelia2001 Quanto ao papel desempenhado por Newton Sucupira Relator do Parecer 97765 na educaccedilatildeo superior do paiacutes ver Helena Bomeacuteny Newton Sucupira e os rumos da educaccedilatildeo superior CAPES Biblioteca Aniacutesio Teixeira Editora Paralelo 15 Brasiacutelia 2001

11 O Parecer 7769 foi elaborado por Newton Sucupira o mesmo autor do Parecer 97765 Estabelecia que o credenciamento dos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo seria concedido mediante Parecer do Conselho Federal de Educaccedilatildeo aprovado pela maioria de seus membros e homologado pelo Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura Contemplava os requisitos baacutesicos para a organizaccedilatildeo e funcionamento dos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo tais como a qualificaccedilatildeo do corpo docente sua produccedilatildeo cientiacutefica traduccedilatildeo de ensino e pesquisa do grupo disponibilidade de recursos materiais etc A propoacutesito do Parecer 7769 consultar Revista Documenta nordm 98 pp 130-132 Fevereiro 1969 Brasiacutelia 1969

12 Para uma apreciaccedilatildeo critica do documento elaborado pelo Grupo da Reforma Universitaacuteria ver Florestan Fernandes Universidade Brasileira Reforma ou revoluccedilatildeo Editora Alfa-ocircmega Satildeo Paulo 1975

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

docentes mais qualificados academicamente do ensino superior a sua existecircncia seria fundamental para melhorar os cursos de graduaccedilatildeo Face ao caraacuteter inovador que a poacutes-graduaccedilatildeo deveria ocupar no contexto do ensino superior o GT destacava a necessidade de se promover uma poliacutelica nacional de poacutes-graduaccedilatildeo capaz de coordenar os esforccedilos e de mobilizar recursos materiais e humanos para viabiliza-la A execuccedilatildeo dessa poliacutetica deveria ser de iniciativa e responsabilidade do governo federal em funccedilatildeo do volume de recursos necessaacuterios e do impacto que se desejava alcanccedilar no contexto do ensino superior no paiacutes

Reconhecendo as dificuldades para a implantaccedilatildeo do sistema de poacutes-graduaccedilatildeo no Brasil devido a escassez de instituiccedilotildees capazes de oferecer esse niacutevel de ensino e do nuacutemero restrito de professores qualificado academicamente o Grupo de Trabalho sugeriu a instalaccedilatildeo de Centros Regionais de Poacutes-Graduaccedilatildeo onde seriam escolhidas universidades nas quais certas aacutereas que jaacute tivessem atingido a massa criacutetica necessaacuteria a um programa de poacutes-graduaccedilatildeo Nestas universidades seriam instituiacutedos cursos de mestrado ou doutorado para os quais convergiriam recursos materiais e humanos sendo que esses cursos constituiriam centros de poacutes-graduaccedilatildeo para tocircda regiatildeo Esses centros estariam sob a coordenaccedilatildeo de uma Comissatildeo Nacional subordinada ao Departamento de Assuntos Universitaacuterios (DAU) e segundo alguns de seus formuladores baseava-se no princiacutepio da descentralizaccedilatildeo articulada No entanto a experiecircncia dos Centros Regionais de Poacutes-Graduaccedilatildeo natildeo efetivou-se com exceccedilatildeo da regiatildeo Sul que reuniu seis universidades14

As propostas do Grupo de Trabalho da Reforma Universitaacuteria foram formalizadas na Lei ndeg 554068 que fixou as normas de organizaccedilatildeo e funcionamento do ensino superior

13 De acordo com Newton Sucupira um de seus formuladores o sistema dos Centros Regionais de Poacutes-Graduaccedilatildeo baseava-se no princiacutepio da descentralizaccedilatildeo articulada Em outros termos escentralizava-se a execuccedilatildeo estabelecendo-se uma primeira articulaccedilatildeo em niacutevel regional ao mesmo empo que se garantia a unidade de poliacutetica e de planejamento mediante a coordenaccedilatildeo cm niacutevel nacional Em paiacutes de dimensotildees continentais abrangendo regiotildees bem distintas e desigualmente desenvolvidas parecia aconselhaacutevel efetuar uma distribuiccedilatildeo raciona] de recursos de poacutes-graduaccedilatildeo tentando-se reduzir as disparidades regionais acentuadas Newton Sucupira A poacutes-graduaccedilatildeo entre a autenticidade e a alienaccedilatildeo p44 Projeto Educaccedilatildeo tomo IV Senado Federal Universidade de Brasiacutelia 1979

14 A ideacuteia da criaccedilatildeo dos Centros Regionais de poacutes-graduaccedilatildeo conduziu um significativo esforccedilo de definiccedilatildeo legal ensejando vaacuterios decretos o de ndeg 63343 de dezembro de 1968 dispunha sobre a criaccedilatildeo dos mesmos um outro de ndeg 64085 de fevereiro de 1969 constituiacutea uma Comissatildeo Executiva do Programa de Implantaccedilatildeo dos Centros e o de ndeg 67350 de outubro de 1970 sobre a implantaccedilatildeo em si A respeito dos Centros Regionais de Poacutes-Graduaccedilatildeo consultar Maria de Azevedo Brandatildeo A constituiccedilatildeo da poliacutetica de poacutes-graduaccedilatildeo no Brasil 19651975 Revista Ciecircncia e Cultura 29 (4) 1977 Ver tambeacutem sobre esse assunto neste volume os depoimentos de Darcy Closs e Edson Machado de Sousa

Ao regulamentar os cursos de poacutes-graduaccedilatildeo a Lei ndeg 554068 em vaacuterios de seus artigos incorporou os princiacutepios e recomendaccedilotildees que encontravam-se contidas no Parecer ndeg 97765 Dessa forma por exemplo o artigo 17 separou claramente os cursos de poacutes-graduaccedilatildeo stricto sensu da modalidade dos cursos de especializaccedilatildeo e aperfeiccediloamento que foram incluiacutedos na categoria lato sensu Nessa mesma direccedilatildeo o artigo 24 fortaleceu o papel legal do Conselho Federal de Educaccedilatildeo com relaccedilatildeo agrave regulamentaccedilatildeo e supervisatildeo dos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo strido sensu nos termos propostos pela 16a conclusatildeo do Parecer ndeg 9776515

Se os Pareceres ndegs 97765 e 7769 tiveram uma importacircncia na definiccedilatildeo conceituai e na moldura legal da poacutes-graduaccedilatildeo os Planos Nacionais de Poacutes-Graduaccedilatildeo constituiacuteram um outro elemento crucial na construccedilatildeo do sistema imprimindo uma direccedilatildeo para sua consolidaccedilatildeo e institucionalizaccedilatildeo Atraveacutes deles realizaram-se diagnoacutesticos sobre a situaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo e foi formulado um conjunto de metas e de accedilotildees que em grande parte foram cumpridas Eacute no contexto da execuccedilatildeo desse planos que a CAPES que se transfere para Brasiacutelia em 1974 se conformaria e fortaleceria enquanto agecircncia de fomento da poacutes-graduaccedilatildeo16

Deve-se assinalar que o I PNPG foi elaborado num momento de abundacircncia de recursos provenientes do FNDCT do qual a FINEP era a Secretaria Executiva e executora de fomento sendo a CAPES e o CNPq seus usuaacuterios Esses recursos permitiriam a expansatildeo dos programas de bolsas de estudo e a criaccedilatildeo de inuacutemeros cursos de poacutes graduaccedilatildeo

O IPNPG partia da constataccedilatildeo de que o processo de expansatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo havia sido ateacute entatildeo parcialmente espontacircneo pressionado por motivos conjunturais e que a partir daquele momento deveria se tornar objeto de planejamento estatal considerando a poacutes-graduaccedilatildeo como subsistema do sistema universitaacuterio e este por sua vez como parte integrante do sistema educacional Deveria estar

15 A 16ordf conclusatildeo do Parecer 97765 assinalava que os cursos de poacutes-graduaccedilatildeo devem ser aprovados pelo Conselho Federal de Educaccedilatildeo para que seus diplomas sejam registrados no Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e possam produzir efeitos legais Para isso o Conselho Federal baixaraacute normas fixando criteacuterios de provaccedilatildeo dos cursos Parecer 97765Legislaccedilatildeo e Normas da poacutes-graduaccedilatildeo Brasileira p 242 Funadesp Brasiacutelia 2001 As normas para o funcionamento da poacutes-graduaccedilatildeo no paiacutes foram estabelecidas em 1969 pelo Parecer 7769 do CFE 16 com relaccedilatildeo a importacircncia dos PNPGs na construccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo nacional e sua articulaccedilatildeo com o sistema de macro-planejamento instaurado no periacuteodo poacutes-64 ver Ricardo Maritns A poacutes-graduaccedilatildeo no Brasil situaccedilatildeo e perspectivas Nuacutecleo de Estudos sobre o Ensino Superior da Universidade de Brasiacutelia (Nesub) Brasiacuteia 1999

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

articulado com as poliacuteticas de desenvolvimento traccediladas pelo II Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) bem como pelo II Plano Baacutesico de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (PBDCT)

Destacam-se duas questotildees centrais nesse primeiro plano o desenvolvimento econocircmico do paiacutes necessitava de recursos humanos de niacutevel superior para alavancar os setores modernos da economia e a necessidade de integraccedilatildeo das atividades da poacutes-graduaccedilatildeo dentro da proacutepria universidade A capacitaccedilatildeo docente era fundamental na medida em que o ensino superior era considerado um setor de formaccedilatildeo de recursos humanos para os demais niacuteveis de ensino e para a sociedade enquanto que agrave poacutes-graduaccedilatildeo cabia a formaccedilatildeo de recursos humanos para o ensino superior Tambeacutem a integraccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo na universidade era essencial dado o isolamento e a desarticulaccedilatildeo das suas atividades iniciais em funccedilatildeo da diversidade de fontes e formas de financiamento geralmente externos ao orccedilamento da universidade

como o objetivo central era a expansatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo visando a capacitaccedilatildeo docente das instituiccedilotildees de ensino superior as metas principais eram o aumento da titulaccedilatildeo e de vagas nos cursos de mestrado e de doutorado Tambeacutem ressaltava-se que na distribuiccedilatildeo regional e setorial dos novos cursos deveria ser considerado o papel estrateacutegico representado pelas aacutereas cientiacuteficas baacutesicas das quais dependeria toda a potencialidade do ensino superior e da produccedilatildeo cientiacutefica Para a execuccedilatildeo dessas metas eram propostos a concessatildeo de bolsas de tempo integral para alunos a criaccedilatildeo do Programa Institucional de Capacitaccedilatildeo Docente (PICD) e a admissatildeo de docentes de forma regular e programada pelas instituiccedilotildees universitaacuterias em funccedilatildeo da ampliaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo

O contexto de elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo do II PNPG (1982-1985) coincide com uma forte crise econocircmica no paiacutes o que implicou numa retraccedilatildeo de recursos de financiamento da poacutes-graduaccedilatildeo Apenas para se ter uma referecircncia no ano de 1983 o PIB caiu 5 e a inflaccedilatildeo atingiu o patamar de 211 O Fundo Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico foi esvaziando-se gradativamente de tal modo que houve um comprometimento da distribuiccedilatildeo de recursos que se fazia anteriormente no sistema CAPESCNPqFINEP de tal maneira que num certo momento a CAPES passou a natildeo receber mais nenhum recurso proveniente do FNDCT17 Nesse sentido ele distanciou-se da estrateacutegia expansionista do Plano anterior

Seria oportuno assinalar que o II PNPG contou com a decisiva participaccedilatildeo do Conselho Teacutecnico Cientiacutefico da CAPES formado pelos

17 Sobre o esgotamento dos recursos para a aacuterea de ciecircncia e tecnologia durante a deacutecada de 80 ver neste volume o depoimento de Edson Machado de Souza

entatildeo denominados presidentes das Comissotildees de Consultores Cientiacuteficos O II PNPG foi elaborado em consonacircncia com as orientaccedilotildees do IN Plano Nacional de Desenvolvimento(PND) e do III Plano Baacutesico de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (PBDCT) A sua ecircnfase recai sobre a qualidade do ensino superior e mais especificamente da proacutepria poacutes-graduaccedilatildeo Propotildee-se a consolidaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo que jaacute existia desde 1976 e a participaccedilatildeo da comunidade cientiacutefica nas decisotildees sobre a poliacutetica de poacutes-graduaccedilatildeo e no processo de avaliaccedilatildeo visando a criaccedilatildeo de bases seguras para o desenvolvimento futuro da poacutes-graduaccedilatildeo A ecircnfase na qualidade dependeria do aumento gradativo da eficiecircncia e confiabilidade dos sistemas de informaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do desempenho dos programas de poacutes graduaccedilatildeo bem como do estabelecimento de criteacuterios e de mecanismos de avaliaccedilatildeo conhecidos e aceitos pela comunidade cientiacutefica18

O segundo problema que o II PNPG plano pretendia solucionar era a adequaccedilatildeo do sistema agraves necessidades do paiacutes seja em termos de sua produccedilatildeo cientiacutefica seja em funccedilatildeo do aumento da capacidade tecnoloacutegica e produtiva aparecendo pela primeira vez no planejamento da poacutes-graduaccedilatildeo a vinculaccedilatildeo com a questatildeo tecnoloacutegica e com o setor produtivo O sistema deveria melhor se dimensionar tendo em vista as especificidades de cada aacuterea de conhecimento os tipos de qualificaccedilatildeo requeridas e as necessidades regionais Aleacutem de manifestar uma preocupaccedilatildeo com a formaccedilatildeo de recursos humanos para o mercado de trabalho natildeo-acadecircmico o II PNPG dava uma certa ecircnfase nos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu nas diferentes aacutereas com o objetivo de criar alternativas para os alunos e para atender a demanda de matildeo-de-obra altamente especializada

18 Ao explicitar a questatildeo da qualidade como dos um problemas centrais a ser enfrentado o documento do II PNPG assinala que Todos os esforccedilos de consolidaccedilatildeo c de desenvolvimento impliacutecitos neste Plano tecircm como meta o aumento qualitativo do desempenho do sistema como um todo criando estiacutemulos e condiccedilotildees favoraacuteveis bem como acionando mecanismos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo A ecircnfase na qualidade dependeraacute na sua operacionalizaccedilatildeo do aumento gradativo da eficiecircncia e confiabilidade dos sistemas de informaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo quanto ao desempenho dos programas de poacutes-graduaccedilatildeo do estabelecimento de criteacuterios e de mecanismos de avaliaccedilatildeo conhecidose aceitos como legiacutetimos pela comunidadePara a consolidaccedilatildeo e a melhoria dos sistemas de informaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo eacute fundamental a participaccedilatildeo direta c ativa da comunidade acadecircmica e cientiacutefica em geral e das universidades e centros de poacutes-graduaccedilatildeo em particular II Plano Nacional de Poacutes-Graduaccedilatildeo p8-9 Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Brasiacutelia 1982 Quanto agrave implantaccedilatildeo do sistema de avaliaccedilatildeo da CAPES e o seu esenvolvimento ateacute meados da deacutecada de oitenta consultar Ricardo Martins El sistema de acompantildeamiento y evaluaiacuteon de 1a CAPES notas criacuteticas sobre su evolucioacuten in La evaluacioacuten de Programas de Posgrado Instituto Colombiano para el Fomento de 1a Educacioacuten Supperior Bogotaacute 1985

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

A consolidaccedilatildeo do processo de avaliaccedilatildeo que efetivamente veio a ocorrer constitui ao lado da moldura legal dos Pareceres 97765 e 77 69 dos Planos nacionais de poacutes-graduaccedilatildeo um outro fator fundamental na configuraccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo nacional

A implementaccedilatildeo do II PNPG conseguiu consolidar o processo de avaliaccedilatildeo que desde entatildeo vem passando por constantes aprimoramentos A esse propoacutesito deve-se destacar que o processo de avaliaccedilatildeo eacute realizado por consultores cientiacuteficos que satildeo indicados agrave CAPES apoacutes ampla consulta pelos programas das diferentes aacutereas de conhecimento Esses consultores que atuam como docentes nos programas de poacutes-graduaccedilatildeo formam o Comitecirc de Avaliaccedilatildeo das diferentes aacutereas de conhecimento que eacute renovado periodicamente O fato da avaliaccedilatildeo ser realizada pelos pares e natildeo pelos segmentos burocraacuteticos do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo tem contribuiacutedo para conferir um elevado grau de legitimidade desse processo de avaliaccedilatildeo pela comunidade acadecircmica nacional

Se o II PNPG conseguiu consolidar o processo de avaliaccedilatildeo natildeo obteve o mesmo ecircxito para resolver a falta de articulaccedilatildeo entre as diferentes agecircncias de fomento nacionais voltadas para a poacutes-graduaccedilatildeo problema esse que se agravou ao longo da deacutecada de oitenta O III PNPG (1986-1989) alertava justamente para a necessidade de uma maior articulaccedilatildeo entre agecircncias de fomento governamentais com interface agrave poacutes-graduaccedilatildeo especialmente CAPES e CNPq Acrescentava tambeacutem a necessidade de institucionalizaccedilatildeo da pesquisa como elemento indissociaacutevel da poacutes-graduaccedilatildeo e sua integraccedilatildeo ao sistema nacional de ciecircncia e tecnologia Estabelecia tambeacutem a universidade como ambiente privilegiado para a produccedilatildeo de conhecimento enfatizando-se o seu papel no desenvolvimento nacional Os objetivos do IH PNPG eram a consolidaccedilatildeo e a melhoria do desempenho dos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo a institucionalizaccedilatildeo da pesquisa nas universidades para assegurar o funcionamento da poacutes-graduaccedilatildeo e a sua integraccedilatildeo ao setor produtivo19

19 Entre as diretrizes gerais do III PNPG destacavam-se a) estimular e apoiar as atividades de investigaccedilatildeo cientifica e tecnoloacutegica que deveriam transcender o processo de capacitaccedilatildeo de pessoal de alto niacutevel e se constituir em condiccedilatildeo necessaacuteria para a realizaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo como parte essencial do sistema de ciecircncia e tecnologia b) consolidar as instituiccedilotildees universitaacuterias enquanto ambientes privilegiados de ensino e de geraccedilatildeo de conhecimento e promover a institucionalizaccedilatildeo da pesquisa e da poacutes-graduaccedilatildeo atraveacutes de verbas orccedilamentaacuterias especiacuteficas As estrateacutegias propostas visavam aperfeiccediloar o sistema de acompanhamento e avaliaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo promover a integraccedilatildeo entre as atividades de pesquisa e de poacutes-graduaccedilatildeo com a graduaccedilatildeo valorizar a poacutes-graduaccedilatildeo lato-sensu para atender a heterogeneidade de demanda das aacutereas e do mercado de trabalho aumentar a oferta de bolsas e o seu poder aquisitivo reforccedilar o programa de bolsas no exterior atraveacutes de uma poliacutetica seletiva de concessatildeo desta demanda considerando a situaccedilatildeo de cada subaacuterea e a capacidade de formaccedilatildeo interna apoiar revistas cientiacuteficas brasileiras que tivessem padratildeo internacional assegurar a diversidade de fontes de financiamento para aquisiccedilatildeo de perioacutedicos cientiacuteficos a fim de garantir os recursos bibliograacuteficos indispensaacuteveis aos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo Para uma anaacutelise das principais questotildees colocadas pelos Planos Nacionais de Poacutes-Graduaccedilatildeo consultar Fernanda Fonseca Sobral Para onde vai a poacutes-graduaccedilatildeo brasileira in A Alavanca de Arquimedes cecircncia e tecnologia na virada do seacuteculo pp27-43 Editora Paralelo 15 Brasiacutelia 1997

Entre outros resultados as accedilotildees implementadas pelos Pnpgs possibilitaram a construccedilatildeo de um amplo sistema de bolsas no paiacutes e no exterior que contribuiu de forma efetiva para a capacitaccedilatildeo de docentes e de pesquisadores que atuam no ensino superior do paiacutes bem como a organizaccedilatildeo de uma poliacutetica de auxiacutelio financeiro aos programas de poacutes-graduaccedilatildeo No bojo das recomendaccedilotildees desses Planos ocorreu tambeacutem a implantaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo gradativa das comissotildees de consultores cientiacuteficos para apreciar o meacuterito das solicitaccedilotildees e agrave avaliaccedilatildeo dos programas de poacutes-graduaccedilatildeo pleitos das aacutereas o que tem implicado numa continua e constante interaccedilatildeo da CAPES com a comunidade acadecircmica nacional

262 O funcionamento

A poacutes-graduaccedilatildeo cresceu de forma mais planejada e orientada como exemplo mencionemos a existecircncia dos Planos Nacionais de Poacutes-Graduaccedilatildeo20 que traccedilaram rumos bem-definidos para a sua expansatildeo e a seu lado os oacutergatildeos de fomento nacionais e internacionais investiram de forma sistemaacutetica na implantaccedilatildeo desse niacutevel de ensino Diferentemente do ensino de graduaccedilatildeo a expansatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo foi o resultado de uma poliacutetica indutiva orientada e conduzida pelo poder central

um dos ecircxitos desse sistema deve-se agrave montagem de um eficiente meacutetodo de credenciamento no qual se analisa natildeo apenas a pertinecircncia da abertura dos cursos mas suas condiccedilotildees acadecircmicas de funcionamento procurando detectar e sanar suas possiacuteveis falhas

A estrutura acadecircmica da poacutes-graduaccedilatildeo foi construiacuteda a partir de procedimentos bem-definidos Acoplou-se o ensino agrave pesquisa estabeleceu-se um nuacutemero limitado de disciplinas articuladas com as respectivas linhas de pesquisa dos cursos Ao mesmo tempo criou-se um sistema eficiente de orientaccedilatildeo de dissertaccedilotildees e teses O resultado dessa estrutura acadecircmica tem permitido um forte crescimento da produccedilatildeo cientiacutefica que em vaacuterias aacutereas do conhecimento tem possibilitado a renovaccedilatildeo de campos especiacuteficos do saber e contribuiacutedo para a introduccedilatildeo de novas questotildees para investigaccedilatildeo A poacutes-graduaccedilatildeo por outro lado liga a vida acadecircmica nacional a centros relevantes da produccedilatildeo cientiacutefica internacional

O ecircxito da poacutes-graduaccedilatildeo nacional pode ser constatado atraveacutes do exame de dados existentes sobre determinadas dimensotildees desse sistema que

20 Ateacute o presente momento existiram ires PNPGs o I PNPG (1975-1980) II PNPG (1982-1985) e III PNPG (1986-1989) Para uma apreciaccedilatildeo detalhada desses planos e seus impactos na montagem de um sistema nacional de poacutes-graduaccedilatildeo consultar o trabalho do Barros (1998 115-161)

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

satildeo apresentados em anexo As informaccedilotildees disponiacuteveis indicam uma signi ficativa expansatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo stricto sensu No ano de 1976 existiam no paiacutes 561 cursos de mestrado e 200 de doutorado Jaacute no ano de 2000 o paiacutes contava com 1453 cursos de mestrado e 821 cursos de doutorado e 37 mestrados profissionalizantes No periacuteodo 19952000 ocorreu um crescimento da ordem de 25 nos mestrados e de 33 nos cursos de doutorado (Tabela ndeg 25)

Quando analisa-se a dependecircncia administrativa dos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo (Tabela ndeg 26) constata-se um niacutetido predomiacutenio das instituiccedilotildees puacuteblicas que em 2000 absorviam 89 do total dos cursos de mestrado e 92 dos doutorados As universidades estaduais respondiam em 2000 por 30 dos mestrados e por 40 dos doutorado e a rede federal absorvia no mesmo periacuteodo 57 dos cursos de mestrado e 52 dos doutorados existentes no paiacutes Deve-se destacar que durante o periacuteodo 19952000 os cursos de doutorado nas universidades estaduais tiveram um crescimento de 20 e nas federais atingiu a ordem de 49 Ao contraacuterio do que ocorre nos cursos de graduaccedilatildeo nos quais verifica-se um niacutetido predomiacutenio quantitativo dos cursos da aacuterea de ciecircncias sociais aplicadas constata-se na poacutes-graduaccedilatildeo um relativo equiliacutebrio na distribuiccedilatildeo dos cursos de mestrado e de doutorado entre as diversas aacutereas do conhecimento (Tabelas ndeg 27 e 23)

Quando analisam-se os resultados da avaliaccedilatildeo dos Programas relativa ao periacuteodo 19982000 constata-se que a expansatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo nacional ocorrida nos uacuteltimos anos ocorreu dentro de paracircmetros de qualidade acadecircmica Deve-se relembrar que a partir de 1998 o processo de avaliaccedilatildeo passou atribuir notas aos Programas (e natildeo aos cursos individualmente) sendo que 7 (sete) passou a ser a nota maacutexima para Programas que possuem mestrado e doutorado e 5 (cinco) para os Programas que possuem apenas o mestrado Quando observam-se os dados contidos na tabela ndeg 29 verifica-se que 56 dos mestrados e 72 dos doutorados situam-se entre os conceitos 4 e 5 indicando uma adequada consolidaccedilatildeo dos Programas existentes Por outro lado deve-se chamar a atenccedilatildeo que o esforccedilo de discriminai a qualidade acadecircmica dos programas apresentou resultados satisfatoacuterios uma vez que apenas 95 dos mestrados e 17 dos doutorados situaram-se entre os conceitos 6 e 7

Deve-se registrar que apesar da existecircncia de uma seacuterie de iniciativas institucionais colocadas em praacutetica pelas agecircncias de fomento nacionais e estaduais com o objetivo de atenuar a existecircncia da concentraccedilatildeo regional dos programas de poacutes-graduaccedilatildeo constata-se a persistecircncia de acentuado desequiliacutebrio na sua distribuiccedilatildeo no paiacutes A regiatildeo sudeste concentrava no ano de 2000 60 dos programas de mestrado e 71 de doutorado ao passo que a regiatildeo norte detinha apenas 2 dos mestrados e 15 dos cursos de doutorado existentes no paiacutes (Tabelas 210 e 211)

Paralelamente agrave expansatildeo do nuacutemero de cursos de poacutes-graduaccedilatildeo ocorreu um expressivo crescimento das matriacuteculas e titulaccedilotildees No ano de 2001 a poacutes-graduaccedilatildeo nacional absorvia um total de 94739 estudantes No mestrado passou-se de 29273 alunos existentes em 1987 para 61928 em 2001 no doutorado no mesmo periacuteodo passou-se de 7960 alunos para 35102 No periacuteodo 1995-2001 as matriacuteculas no mestrado tiveram um acreacutescimo de 436 e o doutorado experimentou uma expansatildeo na ordem de 80 Os dados indicam que ocorreu tambeacutem um expressivo aumento de alunos titulados No ano de 2001 a poacutes-graduaccedilatildeo titulou um total de 26028 estudantes Em 1987 o mestrado titulou 3653 alunos nuacutemero que saltou para 19630 no ano de 2001 no mesmo periacuteodo as titulaccedilotildees no doutorado passaram de 872 para 6042 Entre 1995 e 2001 ocorreu uma expansatildeo de 1085 nas titulaccedilotildees do mestrado e de 142 no doutorado (Tabela ndeg 212)

Essa expansatildeo do sistema nacional de poacutes-graduaccedilatildeo e o consequumlente crescimento do contigente de novos mestres e doutores nacional deriva em grande medida da existecircncia de programas mantidos pelas agecircncias de fomento nacionais e estaduais visando o fortalecimento dos cursos existentes e a manutenccedilatildeo dos programas de bolsas de estudos Somente a CAPES no ano de 2002 oferecia um total de 21309 bolsas no paiacutes sendo 11927 para mestrado e 9382 para doutorado Deve-se tambeacutem acrescentar que aleacutem das bolsas no paiacutes a CAPES no ano de 2001 manteve 1503 bolsistas no exterior (Tabela 217)

Tambeacutem o CNPq teve uma importante atuaccedilatildeo na formaccedilatildeo de recursos humanos poacutes-graduados mediante a concessatildeo de bolsas de mestrado e de doutorado No ano de 2001 foram concedidas 5798 bolsas de mestrado e 5842 de doutorado

As bolsas todavia distribuem-se de forma diferente entre as aacutereas e segundo seja o niacutevel doutorado ou mestrado No ano de 2000 as bolsas de mestrado de ambas agecircncias concentraram-se principalmente em trecircs grandes aacutereas Ciecircncias Humanas Sociais Aplicadas e Engenharias e Informaacutetica No doutorado aleacutem dessas grandes aacutereas tambeacutem as Ciecircncias da Sauacutede e Exatas e da Terra receberam maior nuacutemero de bolsas (Tabelas 212 a 216) Seria oportuno tambeacutem destacar a evoluccedilatildeo positiva registrada com relaccedilatildeo a qualificaccedilatildeo formal dos docentes que atuam nesse sistema Em 1987 apenas 728 dos docentes que atuavam nos programas de poacutes-graduaccedilatildeo eram doutores ao passo que em 2000977 do corpo docente possuiacuteam o tiacutetulo de doutor (Tabela 218)

Nesses uacuteltimos trinta anos a poacutes-graduaccedilatildeo tem se constituiacutedo o instrumento fundamental de modernizaccedilatildeo do ensino superior no paiacutes contribuindo de forma decisiva para alterar profundamente a sua fisionomia e forma de ser Atraveacutes de sua atuaccedilatildeo instalou-se uma competecircncia acadecircmica por todo o pais e na sua esteira ocorreu tambeacutem o processo de institucionalizaccedilatildeo

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

da pesquisa no interior de determinadas universidades Certamente satildeo vaacuterios os desafiacuteos que o sistema de poacutes-graduaccedilatildeo deve enfrentar tais como a persistencia de forte desequilibrio regional na distribuiccedilatildeo dos cursos de mestrado e doutorado a intensificaccedilatildeo da qualificaccedilatildeo de quadros docentes para atuar tanto no ensino puacuteblico quanto no privado a sua plena integraccedilatildeo com a graduaccedilatildeo e com todas as interfaces da universidade onde encontra-se instalada a flexibilizaccedilatildeo de sua forma de funcionamento de tal modo que ela seja capaz de oferecer ao paiacutes os recursos humanos diversificados para meios socaacuteis e demandas profissionais igualmente diferentes etc Natildeo seria incorreto dizer que a poacutes-graduaccedilatildeo pelos resultados apresentados e pelo seu padratildeo de qualidade constitui a dimensatildeo mais exitosa do sistema de ensino no paiacutes

Aleacutem de bolsas de mestrado doutorado poacutes-doutorado e sanduiacuteche a CAPES manteacutem programas de apoio agrave pesquisa e agrave cooperaccedilatildeo institucional e internacional

Tabela 25 Evoluccedilatildeo do nuacutemero de cursos de poacutes graduaccedilatildeo

Ano 1976

1977

1978

1979

1980

1981

1982

1983

1984

1985 1986

1987

1988 1989

1990

1991

1992

1993 1994

1995

1996 1997

1998

1999

2000

Mestrado

561 618 664 703 726 736 760 777 792 820 829 861 899 936 964 982 1018

1039

1119

1159

1186

1249

1291

1388

1453

Doutorado

200 219 235 252 277 285 301 314 333 346 353 385 402 430 450 466 502 524 594 616 629 658 695 752 821

Prof -----------------------18 37

Total

761 837 899 955 1003 1021

1061

1091

1125 1166

1182

1246

1301

1366

1414

1448 1520

1563

1713

1775

1815 1907

1986

2158

2311

Fonte CAPESMEC

Tabela 26 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo

por Dependecircncia Administrativa

Ano

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1 996

1997

1998

1999

2(XXJ

Part icular

M

79

83

89

94

95

90

97

110

112

102

115

121

148

174

D

33

37

42

44

45

46

47

54

54

52

55

60

65

69

Estadual

M

279

290

302

310

323

333

338

364

365

382

396

400

426

441

D

193

202

215

221

228

234

246

267

274

283

287

293

309

323

Federal

M

503

562

545

547

563

595

604

645

682

702

738

770

811

835

D

159

163

173

184

199

222

231

273

288

294

316

342

377

428

Municipal

M

0

0

0

0 0 0

0

0

0

0

0

0

3

3

D

0

0

0

0

0

0 0

0

0

II

0

0

1

1

Total

1246

1337

1366

1400

1453

1520

1563

1713

1775

1815

1907

1986

2140

2274

Fonte CAPES

Tabela 27 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo por

Grande Aacuterea (Mestrado)

Grande Aacuterea

Ciecircncias Agraacuterias

Ciecircncias Bioloacutegicas

Ciecircncias da Sauacutede

Ciecircncias Exatas e da Terra

Ciecircncias Humanas

Ciecircncias Sociais Aplicadas

Engenharias

Letras e Artes

Multidiscishyplinar

1987

101

91

189

118

129

83

87

48

1

1988

111

98

203

123

140

76

93

51

2

1989

118

103

216

127

142

78

95

55

2

1990

124

105

222

128

146

83

97

56

3

1991

125

108

229

130

146

83

101

57

3

1992

130

109

243

133

150

85

105

59

4

1993

134

111

247

134

152

85

109

62

5

1994

137

120

270

141

163

91

119

65

13

1995

140

123

273

147

167

100

125

65

19

1996

145

123

275

153

166

100

126

66

32

1997

155

126

284

160

174

105

138

68

39

1998

159

135

298

160

177

III

147

70

34

1999

167

139

306

172

196

130

155

76

47

2000

174

142

316

177

205

147

158

80

54

Fonte CAPESMEC

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Tabela 28 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo

por Grande Aacuterea (Doutorado) Grande Aacuterea

Ciecircncias Agrarias

Ciencias Bioloacutegicas

Ciecircncias da Sauacutede Ciencias Exatas e da Terra Ciencias Humanas

Ciencias Sociais Aplicadas

Engenharias Letras e Artes

Multidiscishyplinar

1987

29

47

107

58

39

22

42

26

0

1988

32

52

122

61

41

22

44

28

0

1989

39

53

130

65

44

22

49

28

0

1990

42

55

137

69

45

23

50

29

0

1991

44

57

141

74

48

23

51

30

0

1992

48

61

147

81

57

25

53

29

0

1993

49

67

149

82

59

28

55

34

1

1994

53

79

172

86

73

31

58

35

7

1995

55

81

174

90

76

34

61

36

9

1996

58

81

176

91

82

33

61

36

11

1997

64

84

183

94

83

36

63

39

12

1998

66

89

195

95

89

42

65

44

10

1999

77

94

197

104

96

50

74

47

13

2000

88

100

212

109

104

56

85

51

16

Tabela 29 Conceitos dos Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo - 19982000

Profissionalizante

Mestrado

Doutorado

0

0

7

2

1

0

9

3

2

2

53

13

3

27

450

75

4

12

499

296

5

12

357

322

6

6

98

100

7

0

49

49

Fonte CAPESMEC

Tabela 210 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo

por Regiatildeo (Mestrado)

Centro-Oeste

Nordeste

Norte

Sudeste

Sul

1987

36

119

18

574

114

1988

40

130 18

599

12

1989

42

124

18

624

126

1990

42

126

18

645

131

1991

43

128

18

657

136

1992 44

140

20

670

144

1993

48

145

21

677

148

1994

52

160

24

712

171

1995

57

164

25

731

182

1996

58

172

27

738

191

1997

64

179

27

772

207

1998

68

186

27

791

219

1999

73

202

28

842

243

2000

80

211

32

872

258

Fonte CAPESMEC

Fonte CAPESMEC

Tabela 211 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo

por Regiatildeo (Doutorado)

Centro-Oeste

Nordeste

Norte

Sudeste

Sul

1187

4

10

5

340

26

I98S

5

10

5

352

30

1989

7

13

5

373

32

1990

10

14

5

385

36

1991

10

18

5

397

38

1992

11

22

6

415

48

1993

13

26

6

431

51

1994

14

35

8 477

60

1995

15

36

8

493

64

1996

16

37

8

498

70

1997

18

42

8

514

7iacute

1998

20

49

8

531

87

1999

21

60

8

555

108

2000

24

76

11

582

128

Fonte CAPESMEC

Tabela 212 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Alunos Matriculados e Titulados

na Poacutes-Graduaccedilatildeo 1987-2001

Ano

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995 1996

1997

1998

1999

2000

2001

Matriculados (em dezembro)

Mestrado

29273

30990

31992

35727

37428

37813

38414

41084

43121

45622

47788

50816

56182

61735

61928

Doutorado

7960

8345

9148

10496 12095

13764

15556

17464

19492

19492

22198

26828

29998

33004

35102

Prof

_ -

-_ ----_ 0 0

862

1879

2978

Total

37233

39335

41140

46223

49523

51577

53970

58548

62613

67820

72316

77644

87042

96618

100oos

Mestrado

3653

3845

4597

5452

6799

7380

7554

7627

8982

10499

11922

12681

15324

18132

19630

Titulados

Doutorado

872

915

1000

1222

I4VII

1780

1792

2081

2497

2985

3620

3949

4853

5335

6042

Prof

_ _ _ _ _

_ _ _ _ 0

0

56

241

356

Total

4525

4760

5597

6674

8289

9160

9346

9708

11479

13484

15542

16630

20233

23708

26028

Fonte CAPESCGADEM

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Tabela 213 Concessatildeo de Bolsas no Paiacutes segundo Grande Aacuterea do

ConhecimentoCAPES 1991-2002 (Mestrado)

Grande Aacuterea

Ciecircncias Exatas e da Terra

Ciencias Bioloacutegicas

Engenharias

Ciecircncias da Sauacutede

Ciencias Agraacuterias

Ciecircncias Sociais Aplicadas

Ciecircncias Humanas

Letras e Artes

Multidisci plinar

Outros

Total

I99|

926

874

1909

1469

11975

15255

17665

763

34

0

10465

1992

937

907

17885

15055

13035

1460

1662

7$0

37

0

1993

11345

9975

18945

17405

1478

14295

2234

818

55

0

10351 11782

1994

1171

1099

1945

1844

1571

1432

2227

8215

64

0

12173

1995

1134

1000

1866

1918

1377

14515

2164

821

73

0

11805

1996

1311

11005

1977

1913

14985

14515

2237

8425

109

0

12440

199 7

1420

1176

2094

20915

16495

1498

2328

887

156

0

13300

1998

12885

1074

19435

1751

1581

13375

20985

781

164

0

12019

1999

13215

10665

18985

1626

1574

1192

19435

700

216

0

11538

2000

1410

1066

1895

1630

1636

11305

1886

671

271

0

11596

2001

1563

1153

2010

1621

1703

1087

1847

641

310

0

11935

2002

1528

1147

1899

1481

1687

1184

2022

635

344

0

11927

Fonte CAPESMEC

Tabela 215 Concessatildeo de Bolsas no Paiacutes segundo Grande Aacuterea do

ConhecimentoCAPES 1991-2002 (Doutorado) Grande Arca

Ciecircncias Exatas e da Terra Ciecircncias Bioloacutegicas

Engenharias Ciecircncias da Sauacutede Ciecircncias Agraacuteria-Ciecircncia-Sociais Aplicadas Ciecircncias Humanas Letras e Ar tes Multidiscishyplinar

Outros

Total

1991

269$

4315

413

5135

403

6725

326

297

0

0

3326

1992

3205

4o35

4425

582

527

696

3$3

344

0

0

37285

1993

724$

623

9345

7595

503

358$

8585

3015

3

0

5066

1994

8155

7005

1054

819

583

414

9635

317

8

0

5675

1995

9365

826

1152

9455

68$$

484

11065

338

21

0

6495

1996

986

884

1154

10735

7285

$47$

1224

361

40

0

69985

1997

9895

930$

1162

12285

809

$83

1350

409

475

0

7509

1998

918

931

11475

1127

792

5745

13885

388

565

0

7323

1999

9425

9935

1178

12745

870

582

15415

468

113

0

7963

2000

1036

995

1229

14035

946

6285

1608

498

975

0

84415

2001

1100

1054

1286

1522

1024

64$

1690

$38

121

0

8980

2002

1150

1061

1177

1610

1135

711

1811

$73

154

0

9382

Fonte CAPESMEC

Tabela 217 Bolsas no Exterior - Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de

Bolsistas - 1996-2001

Ano

1996

1997

1998

1999

2000

2001

Total

1279

1456

1501

1553

1518

1503

Doutorado Pleno

943

955

945

848

761

70S

Doutorado Sanduiacuteche

154

235

252

275

309

356

Especializaccedilatildeo

19

52

73

71

46

Graduaccedilatildeo Sanduiacuteche

79

223 262

Mestrado

48

37

18

8

11

19

Poacutes-Doutorado

115

177

134

128

129

197

Fonte CAPESMEC

Tabela 218 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Docentes da

Poacutes-Graduaccedilatildeo - 1987-2000

Ano

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

Total

14838

17236

18985

19900

20188

20715

21314

22345

22384

21899

23475

22835

24375

25663

25941

Doutores

10814

13148

14757

15799

16393

17185

17998

19643

19890

19604

21342

21670

23503

25061

255X7

Doutores ()

728

763

777

794

812

830

845

880

889

895

909

949

964

977

986

Fonte CAPES

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Tabela 219 Concessatildeo de Bolsas no Paiacutes segundo Grande Aacuterea do

ConhecimentoCNPq 1997-2000 (Mestrado)

Grande Aacuterea

Ciecircncias Exatas e da Terra

Ciencias Bioloacutegicas

Engenharias

Ciencias da Sauacutede

Ciencias Agrarias

Ciencias Sociais Aplicadas

Ciencias Humanas

Letras e Artes

Total

1997

1015

866

1633

790

975

798

1280

384

7741

1998

843

734

1294

624

806

642

1017

294

6254

1999

800

714

1161

518

716

581

906

271

5667

2000

787

71

1163

446

715

550

900

267

5539

Fonte CNPq

Tabela 220 Concessatildeo de Bolsas no Paiacutes segundo Grande Aacuterea do

ConhecimentoCNPq - 1997-2000 (Doutorado)

Grande Aacuterea

Ciecircncias Exatas e da Terra

Ciecircncias Bioloacutegicas

Engenharias

Ciecircncias da Sauacutede

Ciecircncias Agraacuterias

Ciecircncias Sociais Aplicadas

Ciecircncias Humanas

Letras e Artes

Total

1997

1040

701

872

566

577

289

728

237

5010

1998

1085

820

972

528

548

247

740

254

5194

1999

1078

850

1072

469

580

228

782

240

5299

2000

1126

916

1059

457

646

255

824

246

5529

Fonte CNPq

27 Sistemas de avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees de ensino sushyperior no Brasil

Denise Leite

A avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior no Brasil constitui um processo que vem se desenvolvendo desde os anos 70 no que diz respeito ao sistema de poacutes-graduaccedilatildeo e pesquisa Mais recente poreacutem dos anos 90 pra caacute eacute o processo de avaliaccedilatildeo global das

instituiccedilotildees o qual pode-se dizer vem desafiando as relaccedilotildees estado-universidade-sociedade tendo em vista suas caracteriacutesticas intriacutensecas e seus efeitos sobre os sistemas de educaccedilatildeo superior

Entre 1992 e 1996 inuacutemeros atores entraram em cena quando os paiacuteses europeus notadamente a Inglaterra estabeleceram seus sistemas nacionais de avaliaccedilatildeo para a melhora da qualidade eficiecircncia eficaacutecia e prestaccedilatildeo de contas do ensino superior agrave sociedade No Brasil os reitores das universidades puacuteblicas federais por intermeacutedio de sua associaccedilatildeo (Andifes) com o apoio das associaccedilotildees de docentes (Andes) propuseram ao Ministeacuterio de Educaccedilatildeo um programa de avaliaccedilatildeo calcado na experiecircncia CAPES e no modelo holandecircs que teve ampla repercussatildeo no meio acadecircmico mundial Universidades docentes discentes e corporaccedilotildees como as da aacuterea meacutedica puseram-se em campo para discutir os princiacutepios e interesses envolvidos nesse processo avaliatoacuterio A aacuterea meacutedica executou um programa proacuteprio de avaliaccedilatildeo exclusivo das faculdades de Medicina (Cinaem) O Estado como ator principal fez-se presente nessa discussatildeo mediante a implantaccedilatildeo de um sistema de avaliaccedilatildeo que inicialmente foi liderado pela Secretaria de Ensino Superior (SesuMEC) e atualmente estaacute ao encargo do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) Mais recentemente colocaram-se em cena os reitores do CRUB representando preferencialmente os interesses das universidades privadas e confessionais apresentando um modelo de avaliaccedilatildeo que desejando ser independente no geral segue a proposta inicial da Andifes

como mostra Kells (1996) a intensa movimentaccedilatildeo de diferentes atores colocou o Brasil agrave frente do que ocorria na Ameacuterica Latina nos anos 90 tornando o paiacutes que ofereceu maior contribuiccedilatildeo ao desenvolvimento da histoacuteria organizada da avaliaccedilatildeo institucional nesta parte do mundo especialmente devido agrave experiecircncia acumulada na CAPES agecircncia estatal que estabeleceu um programa de avaliaccedilatildeo indiscutivelmente pioneiro

Contudo a diversidade do sistema de educaccedilatildeo superior brasileiro com seu grande nuacutemero de universidades e instituiccedilotildees privadas autocircnomas e com um complexo conjunto de universidades e instituiccedilotildees puacuteblicas apenas parcialmente autocircnomas dificultou a manutenccedilatildeo de um processo unitaacuterio de avaliaccedilatildeo Soma-se a isso a dimensatildeo do sistema de educaccedilatildeo superior cujo nuacutemero de matriacuteculas cresceu 42 em apenas 5 anos (1994-1999) distribuiacutedas em um territoacuterio semelhante ao da Europa Tendo em vista a diversidade a complexidade e o tamanho do sistema muitos satildeo os interesses representados resultando assim em variados formatos avaliativos que foram sendo introduzidos

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

para compor o sistema que veio a se estabelecer nos uacuteltimos seis anos agora sob a coordenaccedilatildeo do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

A Figura 21 abaixo ilustra o modelo nacional de avaliaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior no Brasil Considerando as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior como caixas-pretas o sistema de avaliaccedilatildeo que se iniciou em 1977 e ampliou-se a partir de 1994 e 1996 engloba procedimentos diversos e diferenciados atendendo agrave complexidade do sistema Os processos de certificaccedilatildeo que visam a reconhecer os cursos e instituiccedilotildees nutrem-se dos resultados de tais processos avaliatoacuterios como se apresenta a seguir

Figura 21 Avaliaccedilatildeo do Ensino Superior no Brasil

271 Normas instrumentos e estrateacutegias para avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees de ensino superior

como evidenciado na Figura 21 o sistema de avaliaccedilatildeo das IES brasileiras organiza-se em diferentes etapas numa tentativa de abranger a totalidade do processo de formaccedilatildeo universitaacuteria da graduaccedilatildeo agrave poacutes-graduaccedilatildeo inicia com as provas de ingresso ou vestibulares que podem ser precedidas pelos exames do Ensino Meacutedio desenvolvendo-se em diversas etapas cujas normas procedimentos e estrateacutegias satildeo descritas a seguir destacando-se as articulaccedilotildees entre avaliaccedilotildees internas (ou auto-avaliaccedilotildees) e externas

2711 Avaliaccedilatildeo para ingresso no ensino superior Exame Nacional do Ensino Meacutedio (ENEM) e Exame Vestibular

Para ingresso no ensino superior puacuteblico ou privado o candidato deveraacute realizar exame de ingresso o chamado Exame Vestibular Cada universidade organiza seu processo de avaliaccedilatildeo individualmente ou em conjunto com outras IES Haacute notas miacutenimas de aprovaccedilatildeo e as provas abrangem as mateacuterias constantes dos curriacuteculos do ensino meacutedio O sistema incluindo as instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas oferece anualmente 1216287 mil vagas (2000) sendo que a relaccedilatildeo candidato-vaga oscila entre 37 como meacutedia ateacute 12 ou mais candidatosvaga nas grandes universidades puacuteblicas21 Algumas IES aceitam como parte das condiccedilotildees de ingresso aos seus cursos superiores os resultados obtidos pelos candidatos no Exame Nacional de Ensino Meacutedio (ENEM) dirigido aos alunos da 31 seacuterie do ensino meacutedio e realizado anualmente sob a coordenaccedilatildeo do Ministeacuterio de Educaccedilatildeo que natildeo eacute obrigatoacuterio e tem como objetivo regular a oferta de ensino visando ao ingresso nos cursos superiores Destina-se preferencialmente agravequeles estudantes que querem conhecer suas possibilidades individuais apoacutes cursar o niacutevel meacutedio Em 2001 230 instituiccedilotildees aceitaram seus resultados como requisito parcial ou natildeo associado ao vestibular vaacutelido para ingresso no ensino superior Recebeu nesse ano 13 milhatildeo de inscriccedilotildees sendo um exame pago pelo aluno com algumas exceccedilotildees (alunos de escolas puacuteblicas carentes e outros) reguladas pela Portaria ndeg 1952001

2712 Auto-avaliaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo interna das IES

A avaliaccedilatildeo do desempenho individual e institucional das IES eacute realizada pelo MEC e pela proacutepria instituiccedilatildeo mediante sua auto-avaliaccedilatildeo Os seguintes itens devem compor o relatoacuterio de desempenho individual e institucional da IES como subsiacutedio necessaacuterio aos processos de credenciamento ou reconhecimento grau de autonomia assegurado pelas mantenedoras (IES privadas fundamentalmente) PDI - Plano de Desenvolvimento Institucional a independecircncia acadecircmica dos colegiados acesso agraves redes eletrocircnicas de comunicaccedilatildeo estrutura curricular de cursos criteacuterios adotados na avaliaccedilatildeo educacional das aprendizagens (rendimento escolar) programas de extensatildeo desenvolvidos em accedilotildees de integraccedilatildeo com a sociedade produccedilatildeo cientiacutefica tecnoloacutegica e cultural condiccedilotildees de trabalho e qualificaccedilatildeo dos docentes demonstraccedilatildeo de providecircncias adotadas para sanear deficiecircncias identificadas na auto-avaliaccedilatildeo e

21 Carreiras como medicina e direito podem ter uma relaccedilatildeo candidato-vaga nas grandes universidades puacuteblicas trecircs a quatro vecirczes maior do que a meacutedia nacional

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

resultados obtidos pela IES na avaliaccedilatildeo nacional de cursos (art 17 Cap IV Lei ndeg 38602001) A auto-avaliaccedilatildeo da IES pode ser desenvolvida conforme o modelo PAIUB atualmente em sua segunda versatildeo (a primeira seguia o modelo proposto pela Andifes) ou outro modelo CRUP ou ainda outro modelo de sua livre escolha

2713 Avaliaccedilatildeo da graduaccedilatildeo avaliaccedilatildeo do MEC

A avaliaccedilatildeo dos cursos de graduaccedilatildeo eacute realizada anualmente por meio do Exame Nacional de Cursos (ENC) o Provatildeo Implantado por uma Medida Provisoacuteria em 1995 (MP ndeg 10181995) explicitado na Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional Lei ndeg 93941996 regulamentado pela Portaria ndeg 2491996 e pelo Decreto ndeg 20261996 o Provatildeo adquiriu seu formato atual mediante o disposto no Decreto ndeg 38602001 do Poder Executivo Federal Seu objetivo fundamental eacute medir a aprendizagem realizada em cada curso pelos estudantes de uacuteltimo ano com a finalidade de avaliar o curso externamente e natildeo o aluno em si Eacute aplicado em todo o paiacutes em geral no mecircs de junho de cada ano configurando-se num processo que paulatinamente vem avaliando as carreiras profissionais sempre integrando novos cursos ao processo E um exame obrigatoacuterio entretanto o aluno pode recusar-se a responder agraves questotildees mas natildeo pode deixar de comparecer agrave prova pois se isto acontecer natildeo receberaacute seu diploma e consequumlentemente prejudicaraacute seu curso deixando-o mal posicionado no ranking nacional As provas satildeo organizadas por docentes reconhecidos sendo que os programas dos conteuacutedos que delas faratildeo parte satildeo publicados com antecedecircncia e os alunos costumam recebecirc-los em casa juntamente com as orientaccedilotildees sobre a prova e um questionaacuterio sobre o seu curso e instituiccedilatildeo de ensino A Diretoria de Avaliaccedilatildeo e Acesso ao Ensino Superior do INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo-puacuteblica uma revista de divulgaccedilatildeo denominada Revista do Provatildeo que traz todas as orientaccedilotildees sobre os exames A paacutegina Web do MEC INEP (httpwwwinepgovbrencprovao) da mesma forma divulga dados sobre o Provatildeo e todas as informaccedilotildees para sua realizaccedilatildeo As IES e as direccedilotildees de faculdades e cursos recebem material informativo sobre o exame As diretrizes para as provas de cada curso satildeo definidas por Comissotildees de Especialistas indicados pela proacutepria comunidade acadecircmica dentre seus pares Nas diretrizes constam uma Introduccedilatildeo sobre as principais caracteriacutesticas do curso o nome dos membros da Comissatildeo e suas instituiccedilotildees de origem a duraccedilatildeo e o formato da prova os conteuacutedos e as habilidades ou saberes e competecircncias que seratildeo medidos

Os exames satildeo realizados em diferentes locais do paiacutes ao mesmo tempo e seus resultados satildeo vaacutelidos para o curso frequumlentado pelo aluno sendo expressos da seguinte forma conceito A (cursos com desempenho acima de um desvio-padratildeo da meacutedia geral) conceito B (cursos com desempenho no intervalo entre o meio e um desvio padratildeo acima da meacutedia) conceito C (cursos com desempenho no intervalo em torno de meio desvio padratildeo da meacutedia geral) conceito D (para cursos com desempenho no intervalo entre meio e um desvio padratildeo abaixo da meacutedia geral) conceito E (cursos com desempenho abaixo de um desvio-padratildeo da meacutedia geral)

Esses conceitos do Provatildeo aliados aos da avaliaccedilatildeo das Condiccedilotildees de Oferta (CO) compotildeem o Ranking Nacional das Instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo Superior do paiacutes Segundo a Revista do Provatildeo (2001) em 5 anos participaram do ENC 191 mil alunos sendo avaliados 2888 cursos de 18 carreiras acadecircmicas Em 2001 foram avaliados 4 mil cursos de 20 carreiras profissionais e 278668 alunos prestaram provas As seguintes profissotildees vecircm sendo avaliadas Direito Administraccedilatildeo Psicologia Economia Jornalismo Letras Pedagogia Engenharia Civil Engenharia Quiacutemica Engenharia Eleacutetrica Engenharia Mecacircnica Quiacutemica Matemaacutetica Fiacutesica Biologia Agronomia Medicina Medicina Veterinaacuteria Odontologia Farmaacutecia

Aleacutem dos resultados do Provatildeo e as listas de classificaccedilatildeo serem amplamente divulgados na imprensa nacional os dirigentes das IES que foram submetidas ao Provatildeo recebem o Relatoacuterio da Instituiccedilatildeo o qual apresenta os resultados por ela obtidos face ao exame prestado por seus alunos e as opiniotildees dos mesmos sobre seus respectivos cursos Cada Relatoacuterio traz o conceito dos cursos os resultados das questotildees de muacuteltipla-escolha das questotildees discursivas e do questionaacuterio-pesquisa aleacutem de breve avaliaccedilatildeo dos itens daquela prova segundo a visatildeo dos coordenadores Via de regra os alunos consideram que as provas satildeo faacuteceis e estimulantes mas tratam de temas agraves vezes jaacute esquecidos por terem sido vistos nos primeiros anos dos cursos Aos alunos com melhor colocaccedilatildeo nos exames gerais o MEC oferece a cada ano bolsas de estudo para Poacutes-Graduaccedilatildeo

Paralelamente ao exame nacional o MEC reativou as Comissotildees de Especialistas por Aacuterea de Conhecimento que estabelecem para cada curso profissional as definiccedilotildees relativas agraves provas com o objetivo de orientar os verificadores Satildeo seus Especialistas que realizam tambeacutem a avaliaccedilatildeo externa in loco das chamadas Condiccedilotildees de Oferta de Ensino (CO) Anualmente para essa verificaccedilatildeo a Secretaria de Ensino Superior do Ministeacuterio treina aproximadamente 300 especialistas docentes acadecircmicos os quais

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

satildeo enviados a todo paiacutes para observar as condiccedilotildees locais coletar e encaminhar dados que auxiliaratildeo na composiccedilatildeo da classificaccedilatildeo nacional de cursos de graduaccedilatildeo juntamente com os resultados do Provatildeo As comissotildees a partir de um conjunto de indicadores avaliam (a) organizaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica de cada curso (b) adequaccedilatildeo das instalaccedilotildees fiacutesicas (c) adequaccedilatildeo das instalaccedilotildees especiais (laboratoacuterios oficinas salas-ambiente e outros) (d) qualificaccedilatildeo do corpo docente (titulaccedilatildeo regime de trabalho plano de cargos e salaacuterios - PDI - produccedilatildeo e produtividade intelectual experiecircncia profissional relaccedilotildees professor-aluno e outros) (e) bibliotecas (acervo livros perioacutedicos acesso a redes adequaccedilatildeo ambiental) Os resultados dessas verificaccedilotildees satildeo expressos em conceitos CMB - Condiccedilotildees Muito Boas CB - Condiccedilotildees Boas CR - Condiccedilotildees Regulares Cl - Condiccedilotildees Insuficientes A mateacuteria eacute amplamente divulgada na paacutegina web do MEC (httpwwwgovbr SesuAvaliacaolnstrumentalshtm2000) onde consta o instrumental pertinente a cada curso conforme a aacuterea de conhecimento e os resultados dos cursos avaliados As condiccedilotildees de oferta de ensino vecircm sendo estudadas desde 1997 seguindo a realizaccedilatildeo dos exames nacionais de curso Assim gradativamente a cada ano esse formato avaliativo incorpora um nuacutemero maior de visitas locais Ateacute o ano 2000 foram avaliadas 18 aacutereas do conhecimento correspondendo aos cursos de Direito Economia Jornalismo Medicina Medicina Veterinaacuteria Odontologia Psicologia Agronomia Biologia Quiacutemica Fiacutesica Letras Administraccedilatildeo Engenharia Civil Engenharia Eleacutetrica Engenharia MECacircnica e Engenharia Quiacutemica

Aleacutem desses procedimentos e estrateacutegias previstos para avaliar o desempenho de alunos cursos e instituiccedilotildees o sistema avalia os corpos docente e teacutecnico de ensino superior das instituiccedilotildees puacuteblicas natildeo autocircnomas que estatildeo sob a supervisatildeo direta do Ministeacuterio Os docentes satildeo avaliados anualmente recebendo uma pontuaccedilatildeo correspondente agraves suas atividades de docecircncia - maior pontuaccedilatildeo para sala de aula de graduaccedilatildeo pesquisa e extensatildeo - mediante a concessatildeo da GED Gratificaccedilatildeo de Estiacutemulo agrave Docecircncia instituiacuteda no acircmbito do magisteacuterio das instituiccedilotildees federais de ensino superior pela Lei ndeg 96781998 regulamentada pelo Decreto ndeg 26681998 Esse formato avaliativo correspondendo ao sistema merit pay adotado em vaacuterios paiacuteses atribui ateacute 140 pontos ao docente considerando sua atividade principal a docecircncia seu regime de trabalho categoria e titulaccedilatildeo Em 2000 representou de 50 a 65 da remuneraccedilatildeo global dos docentes A GED possui uma pontuaccedilatildeo fixa poreacutem a distribuiccedilatildeo dos pontos em quesitos concerne a cada universidade cuja aprovaccedilatildeo se daacute com referendum

do Conselho Universitaacuterio o mais alto oacutergatildeo de gestatildeo das universidades O instrumento avaliativo eacute preenchido pelo proacuteprio professor revisado em seu departamento de origem e encaminhado agrave comissatildeo central da GED de cada universidade

A avaliaccedilatildeo dos teacutecnicos de niacutevel superior funcionaacuterios das universidades puacuteblicas federais ainda natildeo atingiu toda a comunidade administrativa Contudo a GDAE Gratificaccedilatildeo de Desempenho por Atividade Administrativa significou em 2000 um acreacutescimo de ateacute 42 na remuneraccedilatildeo de alguns funcionaacuterios graduados

2714 Avaliaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo avaliaccedilatildeo CAPES

A CAPES Fundaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo e Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo iniciou suas atividades em 1951 entatildeo como uma Coordenaccedilatildeo Passou a desenvolver suas praacuteticas de avaliaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo a partir dos anos 1970 mediante um sistema que caracterizava o desempenho de cursos de mestrado e doutorado separadamente As avaliaccedilotildees com criteacuterios estabelecidos por pares indicados pela comunidade tinham periodicidade anual e depois bi-anual Sendo de conhecimento dos cursos os criteacuterios de avaliaccedilatildeo alcanccedilados permitiam obter uma classificaccedilatildeo pontuada por conceitos A B C D e E hierarquizada do melhor ao pior desempenho Essa experiecircncia consolidou-se ao longo dos anos sempre em diaacutelogo com as IES em 1980 iniciaram-se as visitas de pares aos programas de poacutes-graduaccedilatildeo em 1982 os resultados das avaliaccedilotildees deixaram de ser reservados passando a ser divulgados individualmente em 1984 os cursos adquiriram o direito de solicitar reconsideraccedilatildeo de suas avaliaccedilotildees em caso de se julgarem prejudicados com o conceito obtido em 1985 os conceitos foram divulgados para todos os cursos e natildeo apenas para aqueles que haviam sido avaliados em 1988 os recursos da informaacutetica permitiram que a avaliaccedilatildeo fosse em parte realizada por meio eletrocircnico em 1992 as comissotildees de pares acadecircmicos passaram a receber amplo material de apoio incluindo indicadores qualitativos e quantitativos para realizar a avaliaccedilatildeo externa com visitas in loco em 1994 as avaliaccedilotildees passaram a ser feitas em duas etapas em 1998 o sistema foi modificado tendo em vista a estabilidade atingida -79 dos cursos de mestrado e 90 dos doutoramentos atingiram classificaccedilatildeo A ou B (Polidori 2001 )

Apoacutes essa modificaccedilatildeo os procedimentos de avaliaccedilatildeo passaram a incluir novos e mais ajustados criteacuterios de afericcedilatildeo da qualidade dos programas de poacutes-graduaccedilatildeo Ou seja satildeo avaliados em seu conjunto - cursos de mestrado e doutorado - tendo como paracircmetro

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

o niacutevel de excelecircncia internacional As avaliaccedilotildees satildeo expressas em nuacutemeros numa escala de 1 a7 sendo 5 a nota maacutexima para mestrados e 7 a maacutexima para doutorados compondo o conceito final do programa

Observa-se que o formato avaliativo CAPES foi construiacutedo ao longo dos anos em sintonia com a comunidade acadecircmica e vem sendo efetivado com o concurso de pares acadecircmicos Inclui diagnoacutesticos quali-quantitativos tendo como base para anaacutelise os referentes preestabelecidos gerais e das aacutereas do conhecimento assim como a identidade e caracteriacutesticas proacuteprias de cada programa A produtividade do sistema eacute aferida centralmente sobre o NRD6 corpo docente fixo do programa em avaliaccedilatildeo As inter-relaccedilotildees entre a proposta do programa corpo docente corpo discente atividades de pesquisa atividades de formaccedilatildeo produccedilatildeo intelectual teses e dissertaccedilotildees constituem os principais quesitos de avaliaccedilatildeo Os procedimentos baacutesicos para a avaliaccedilatildeo com paracircmetro maacuteximo ou seja a avaliaccedilatildeo final pela CAPES apoacutes anaacutelises e visitas dos pares envolvem 4 momentos

Io) anaacutelise pelas Comissotildees de Aacuterea do conjunto de programas de poacutes-graduaccedilatildeo do paiacutes com enquadramento de 1 a 5

2o) anaacutelise dos programas 5 submetendo-os aos referenciais de excelecircncia 5 a 7 considerando desempenho diferenciado compatiacutevel com similar internacional competitividade com programas similares internacionais demonstraccedilatildeo de lideranccedila na comunidade cientiacutefica

3o) apreciaccedilatildeo pelo Conselho Teacutecnico Cientiacutefico da CAPES dos resultados de cada aacuterea e grande aacuterea do conhecimento com homologaccedilatildeo dos resultados finais

4o) divulgaccedilatildeo dos resultados finais

Cada aacuterea do conhecimento - 44 no total - possui orientaccedilotildees proacuteprias de avaliaccedilatildeo traccediladas pela respectiva comunidade cientiacutefica cujos instrumentos de avaliaccedilatildeo estatildeo especificados e disponiacuteveis em paacutegina Web O sistema CAPES avaliou 2357 cursos no ano 2000 dentre eles 135 obtiveram conceitos 6 ou 7 57 conceitos 34 e 5 295 conceitos 1 ou 2 Por suas estrateacutegias e procedimentos na integraccedilatildeo aos outros procedimentos de afericcedilatildeo da qualidade e com o concurso das poliacuteticas puacuteblicas esse formato avaliativo contribui para desenvolver uma poacutes-graduaccedilatildeo de qualidade ou mesmo de excelecircncia Ao longo dos anos a seriedade a severidade e a competecircncia dos criteacuterios

procedimentais tecircm sido ressaltadas a tal ponto que passaram a se constituir num sistema cujo modelo vem tendo ressonacircncia aleacutem das fronteiras do paiacutes

272 As relaccedilotildees entre auto-avaliaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo extershyna Niacutevel puacuteblico e privado

Sumariando o sistema de avaliaccedilatildeo tomado em seu conjunto parte descrita neste capiacutetulo deparamos com a integraccedilatildeo entre os diferentes procedimentos O MEC responsaacutevel pelo sistema de supervisatildeo das IES puacuteblicas e privadas utiliza (a) avaliaccedilatildeo de indicadores do sistema (por regiatildeo unidade da federaccedilatildeo aacutereas do conhecimento e classificaccedilatildeo das IES) (b) avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees (auto-avaliaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo MEC) (c) avaliaccedilatildeo de cursos de graduaccedilatildeo (Exame Nacional e condiccedilotildees de oferta de cursos) (d) avaliaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo (avaliaccedilatildeo CAPES)

Os principais formatos avaliativos os instrumentos e as estrateacutegias utilizados nessas avaliaccedilotildees satildeo um Censo Anual do Ensino Superior responsaacutevel pelo levantamento global de dados permitindo traccedilar poliacuteticas e comparaccedilotildees nacionais e internacionais um Exame Nacional de Cursos (ENCPROVAtildeO) aplicado a todos os alunos Concluintes de cursos de graduaccedilatildeo uma anaacutelise in loco das condiccedilotildees de ensino ofertadas pelas instituiccedilotildees cujos alunos realizaram o exame geral (avaliaccedilatildeo externa das condiccedilotildees de oferta ou AVALIACcedilAtildeO POR ESPECIALISTAS) Em conjunto esses dois uacuteltimos formatos efetivados a cada ano para IES puacuteblicas e privadas produzem uma classificaccedilatildeo nacional das instituiccedilotildees encarregadas da formaccedilatildeo profissional em niacutevel de graduaccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo natildeo compulsoacuteria incluindo formato peer review examina os programas de poacutes-graduaccedilatildeo (AVALIACcedilAtildeO CAPES) tomando puacuteblicos os conceitos atribuiacutedos aos melhores e piores desempenhos um formato avaliativo tipo merit pay cujos criteacuterios satildeo internamente estabelecidos em cada IES avalia anualmente os docentes da rede federal de instituiccedilotildees (GED) sendo seus resultados transformados em ganhos salariais Completa o design do sistema um processo de avaliaccedilatildeo interna das instituiccedilotildees que quiserem buscar seu autoconhecimento A AVALIACcedilAtildeO INTERNA tem por paracircmetro modelos proacuteprios ou aqueles referendados pelo PAIUB ou pelo CRUB preparando a IES para a AVALIACcedilAtildeO EXTERNA dos Especialistas (caso da Graduaccedilatildeo) ou dos peer revie (caso da Poacutes-Graduaccedilatildeo) Todo o complexo processo estaacute regulado pela legislaccedilatildeo pertinente e integrado aos tracircmites de credenciamento autorizaccedilatildeo e reconhecimento de cursos e instituiccedilotildees (Constituiccedilatildeo Federal de 1988 art84 Incisos IV e VI Lei ndeg 40241961 Lei ndeg 91311995 Lei ndeg 93941996 e Decreto ndeg 38602001)

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Os processos de avaliaccedilatildeo interna e auto-avaliaccedilatildeo das IES guardam relaccedilatildeo com as avaliaccedilotildees externas Todo o conjunto de estrateacutegias e procedimentos de reconhecimento de cursos ou recredenciamento de instituiccedilotildees e os processos de avaliaccedilatildeo estatildeo interligados tanto no niacutevel puacuteblico quanto no niacutevel privado sendo referendados por legislaccedilatildeo especiacutefica que obriga as IES a realizarem os processos previstos em lei

273 Sistema nacional de avaliaccedilatildeo

Costuma-se afirmar que a avaliaccedilatildeo das universidades aleacutem de ser datada no seacuteculo 20 eacute um fenocircmeno gestado na Ameacuterica do Norte e revivido na Inglaterra sob o governo de Margareth Tatcher Essas origens de per si parecem colocar na avaliaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior um veacuteu liberalizante ou neo-conservador Poreacutem outros matizes podem ser encontrados denotando variadas orientaccedilotildees nessa avaliaccedilatildeo Xue (1996) confirma que a avaliaccedilatildeo mais antiga de que se tem notiacutecia na China processou-se por muitos seacuteculos mediante a realizaccedilatildeo de exames puacuteblicos os academic achievement tests Desde 1985 neste paiacutes tambeacutem se desenvolvem avaliaccedilotildees institucionais das universidades Na mesma eacutepoca na Europa Continental Franccedila e Holanda lideraram processos nacionais de avaliaccedilatildeo que objetivavam contrapor-se agraves possibilidades regulatoacuterias ou neo-conservadoras trazidas pelos programas ingleses de avaliaccedilatildeo estilo tatcheriano

Na Ameacuterica do Sul anteciparam-se as universidades puacuteblicas para propor modelos de avaliaccedilatildeo natildeo reguladores menos conservadores do que aqueles conhecidos dando ecircnfase aos modelos de supervisatildeo do estado No Brasil os reitores das IES puacuteblicas criaram um sistema de avaliaccedilatildeo que guardava a autonomia do modelo CAPES e buscava aproximaccedilotildees com os modelos francecircs e holandecircs Surgiu assim em 1994 o programa de avaliaccedilatildeo institucional das universidades brasileiras o PAIUB Teria sido esse modelo o primeiro contato das IES nacionais com um procedimento institucional de avaliaccedilatildeo salvo exceccedilotildees -universidades puacuteblicas como UNICAMP UFPR dentre outras que individualmente criaram seus projetos avaliativos Quando em 1995 um novo governo implantou o exame nacional de cursos poucos acadecircmicos acreditariam que se estava originando com ele um novo sistema nacional de avaliaccedilatildeo

com efeito com o arrefecimento do apoio ao programa PAIUB e a forte ecircnfase no Provatildeo a classificaccedilatildeo nacional de cursos as anaacutelises locais das condiccedilotildees de ensino a avaliaccedilatildeo de docentes o que hoje se

fale de um sistema de avaliaccedilatildeo que abrange todas as instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas todos os niacuteveis de educaccedilatildeo superior e se processa em todo territoacuterio nacional Eacute um sistema de avaliaccedilatildeo agrave medida que metodologicamente abrange todas as esferas da educaccedilatildeo superior verificando desde o ingresso do estudante ateacute a sua saiacuteda segundo o padratildeo traccedilado para a graduaccedilatildeo e mantendo o controle dos programas de poacutes-graduaccedilatildeo com conexotildees e viacutenculos dessas avaliaccedilotildees regulados normativamente pela legislaccedilatildeo especiacutefica com os processos de credenciamento autorizaccedilatildeo e reconhecimento de cursos Ou seja as afericcedilotildees produzem resultados que vatildeo constituir os insumos para o credenciamento e reconhecimento de cursos e instituiccedilotildees

A integraccedilatildeo das diferentes modalidades de avaliaccedilatildeo tem o objetivo publicamente expresso de melhorar a qualidade (no singular) da educaccedilatildeo superior nacional O sistema criado ainda eacute recente Entretanto natildeo resta duacutevida que vem induzindo a um novo perfil da educaccedilatildeo brasileira - igualou em termos de resultados do Provatildeo a pequena instituiccedilatildeo privada com a grande instituiccedilatildeo de pesquisa a instituiccedilatildeo puacuteblica e a privada diferenciando-as pela oferta de poacutes-graduacatildeo22 De certa forma o sistema de avaliaccedilatildeo vem conseguindo expor cursos e instituiccedilotildees a caixa preta de seu interior ao divulgar na miacutedia as classificaccedilotildees obtidas pelas IES Eacute um sistema caro e sua aceitaccedilatildeo na comunidade acadecircmica estaacute indefinida pois atua de fora para dentro naturalizando o ranking Pode sofrer modificaccedilotildees fruto da luta poliacutetica quer no acircmbito interno no confronto com os estudantes e os acadecircmicos das universidades puacuteblicas quer no acircmbito externo do parlamento que vota as verbas da educaccedilatildeo ou decide o orccedilamento estatal ou ainda no acircmbito dos recursos tomados aos bancos internacionais Por outro lado como um sistema novo que agregou elementos do sistema CAPES pode perder parte da credibilidade que hoje desfruta junto agrave opiniatildeo puacuteblica geral se o poder executivo natildeo proceder agraves reformas em determinados cursos das IES puacuteblicas que tecircm desempenho inferior nas avaliaccedilotildees e por isso necessitam mais recursos financeiros Pode perder credibilidade

22 Amaral e Polidori (1999) fazem interessante anaacutelise dos resultados do Provatildeo comparando os resultados de conceito A obtidos por cursos de Direito c de Administraccedilatildeo de Empresas de uma pequena escola privada onde os professores dedicam 10hssemana ao ensino e os resultados de uma grande universidade puacuteblica onde os profesores tecircm dedicaccedilatildeo integral ao ensino e agrave pesquisa Questionam a comparaccedilatildeo entre a qualidade da formaccedilatildeo dada em uma escola de ensino e uma escola de ensino e pesquisa This is a very clear victory of the minister who is willing to trade some of the traditional freedom to teach and to learn in exchange for a system that will increase the participation rates of the citizens while displaying publicly a deep concern about quality

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

se o mau desempenho de algumas IES privadas natildeo for corrigido ou efetivamente natildeo resultar em puniccedilatildeo descredenciamentos como quer a lei Por outro lado o sistema pode ainda vir a sofrer com seu gigantismo proacuteprio - ao abarcar desde o credenciamento de centenas de cursos e instituiccedilotildees novas que surgem a cada ano um exame nacional para muitos alunos a avaliaccedilatildeo de um docente ou teacutecnico de uma especiacutefica universidade- pode atingir seu proacuteprio autolimite de controle e execuccedilatildeo

como indutor da qualidade da educaccedilatildeo superior no paiacutes pode-se confirmar uma certa homogeneizaccedilatildeo do sistema com ampliaccedilatildeo de matriacuteculas crescimento da produccedilatildeo intelectual dos docentes aumento da inserccedilatildeo dos autores nacionais na produccedilatildeo mundial maior nuacutemero de mestres e doutores maior informatizaccedilatildeo das IES enfim universidades mais aacutegeis e eficientes com acircnimo renovado (MEC1995-2001)

274 O processo de criaccedilatildeo e credenciamento de novas instituiccedilotildees de ensino superior no Brasil

Quanto agrave sua organizaccedilatildeo acadecircmica as instituiccedilotildees de ensino superior do sistema nacional classificam-se em universidades centros universitaacuterios faculdades integradas faculdades institutos ou escolas superiores podendo ser puacuteblicas quando criadas ou incorporadas mantidas e administradas pelo poder puacuteblico (federal estadual ou municipal) e privadas quando mantidas e administradas por pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas de direito privado A cada uma das modalidades de oferta de ensino superior incluindo cursos fora da sede e de educaccedilatildeo a distacircncia correspondem normas para autorizaccedilatildeo de funcionamento reconhecimento credenciamento e outras estabelecidas em legislaccedilatildeo especiacutefica (Decreto ndeg 38602001) com execuccedilatildeo pelo poder executivo e natildeo por uma agecircncia externa de acreditaccedilatildeo

Todo procedimento de credenciamento eacute temporaacuterio (art 46 da Lei ndeg 93941996) O recredenciamento por sua vez eacute obtido somente depois que a instituiccedilatildeo de educaccedilatildeo superior for avaliada em processo regular realizado pelo INEP As universidades podem criar cursos superiores a partir da decisatildeo dos colegiados competentes Os cursos autorizados por sua vez solicitaratildeo reconhecimento quando jaacute tiverem realizado pelo menos 23 da duraccedilatildeo total prevista Os cursos de graduaccedilatildeo com duraccedilatildeo de 5 anos por exemplo poderatildeo solicitar ao Ministeacuterio seu reconhecimento a partir do terceiro ano de funcionamento

No Brasil convivem muitas vezes agindo sinergicamente variados procedimentos de controle da expansatildeo e da qualidade do sistema Contudo natildeo se pode afirmar que jaacute exista um processo de acreditaccedilatildeo de IES tal como ele eacute entendido em vaacuterias partes do mundo Para a agecircncia norte-americana CHEA (Council for Higher Education Accreditation) por exemplo a Acreditaccedilatildeo envolve um processo externo de revisatildeo da qualidade empregado para examinar em profundidade os colleges as universidades e os programas de educaccedilatildeo superior visando agrave garantia e desenvolvimento da qualidade resultando do mesmo uma accredited institution (EUA) ou recognized bodies (UK) Esse Conselho aponta diferenccedilas de conceituaccedilatildeo na Ameacuterica UK Europa Ocidental e Aacutefrica do Sul Entende a acreditaccedilatildeo como um processo que assegura a qualidade da educaccedilatildeo enquanto um produto que deva ser mostrado agrave sociedade visando a obter confianccedila no seu uso A instituiccedilatildeo que oferece o produto educativo eacute o que promete ser e uma agecircncia externa independente assegura-o e certifica-o para o puacuteblico interessado (CHEA 2002)23

Poreacutem em alguns paiacuteses latino-americanos (como o Chile) considera-se acreditada uma instituiccedilatildeo que adquiriu autonomia apoacutes superar a etapa fundacional na qual a supervisatildeo do estado realizada pelo poder executivo concedeu-lhe a autorizaccedilatildeo de funcionamento a etapa de funcionamento (a prova) na qual a supervisatildeo verificou o cumprimento das normas e concedeu o Licenciamento ou a Autonomia e a etapa de funcionamento autocircnomo quando a supervisatildeo verificou o cumprimento de normas com atenccedilatildeo aos reclamos com isso acreditam-se as instituiccedilotildees e programas entendendo-se que a supervisatildeo do Estado estaacute orientada para o cumprimento das normas e a busca de qualidade da educaccedilatildeo superior pela regulaccedilatildeo O processo tem por finalidade a proteccedilatildeo do usuaacuterio (Gonzaacuteles 2001)

Tomando o criteacuterio linguumliacutestico como referecircncia depara-se que a palavra Acreditaccedilatildeo ainda natildeo foi inserida nos dicionaacuterios de liacutengua portuguesa Contudo o termo acreditado existe significando aquele que tem creacutedito ou merece confianccedila e em caso de relaccedilotildees internacionais

23 Nos EUA existem 6 associaccedilotildees regionais de acreditaccedilatildeo (Middle State Association of Colleges and Schools New England Association North Central Association Northwest Association Southern Association Western Association of Schools and Colleges) e cerca de 80 associaccedilotildees profissionais com autoridade para acreditar escolas especializadas ou departamentos especiacuteficos Para as profissotildees chamadas de risco social muitas vezes a acreditaccedilatildeo profissional pode ser mais importante do que a da sua universidade Existem ainda 2 agecircncias que reconhecem as agecircncias acreditadoras o Dept of Education -Bureau of Post Secondary Education e a CHEA - Council for Higher Education Accreditation

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

corresponde ao embaixador que estaacute autorizado ou reconhecido para representar uma naccedilatildeo junto a outra (Holanda 1999)

Na ausecircncia de criteacuterios claros que delimitem as fronteiras entre Acreditaccedilatildeo credenciamento e reconhecimento de instituiccedilotildees tomamos a presenccedila do agente externo natildeo pertencente ao Estado como diferencial tendo por base a referecircncia norte-americana cujas agecircncias acreditadoras atuam desde as primeiras deacutecadas do seacuteculo passado com esse entendimento no Brasil natildeo desenvolvemos processos de Acreditaccedilatildeo no ensino superior

Ainda que natildeo se possa falar em Acreditaccedilatildeo confirma-se a ideacuteia de que as IES credenciadas e recredenciadas merecem confianccedila pois foram alvo por parte do governo sob o olhar dos pares acadecircmicos especialistas de um cuidadoso e escalonado processo de supervisatildeo e avaliaccedilatildeo legalmente instituiacutedo para assegurar uma certa uniformidade e qualidade miacutenima ao sistema puacuteblico e privado Atuam no cumprimento do processo de forma integrada o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo (CNE) por meio da Cacircmara de Educaccedilatildeo Superior o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) pela Secretaria de Ensino Superior (SESu) com a colaboraccedilatildeo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP) encarregado das avaliaccedilotildees da Graduaccedilatildeo e com a CAPES oacutergatildeo do MEC responsaacutevel peias das avaliaccedilotildees da Poacutes-Graduaccedilatildeo A criaccedilatildeo de cursos de Graduaccedilatildeo em Medicina Odontologia e Psicologia nas IES em geral mesmo nas universidades exige tambeacutem a manifestaccedilatildeo do Conselho Nacional de Sauacutede o qual deveraacute enviar parecer ao MEC em prazo natildeo superior a 120 dias (art 27 Decreto-Lei ndeg 386001) Para os cursos juriacutedicos a criaccedilatildeo e o reconhecimento satildeo submetidos igualmente agrave manifestaccedilatildeo do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (art 28 Decreto-Lei ndeg 386001 ) Os processos de solicitaccedilatildeo das IES satildeo orientados pelo Ministeacuterio sendo que os manuais e informaccedilotildees estatildeo disponiacuteveis on line (wwwmecgovbr Sesucredencshtm) e os processos satildeo acompanhados da mesma forma mediante o Sapiens sistema que permite consultas e entradas tambeacutem on line

O processo de supervisatildeo das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior pelo estado24 eacute objeto de um processo de Credenciamento o qual deveraacute ser renovado a cada 5 anos vindo a constituir o Recredenciamento da instituiccedilatildeo junto ao MEC Credenciar significa apresentar credenciais

24 Esta secccedilatildeo contou com a colaboraccedilatildeo e revisatildeo da Teacutecnica cm Assuntos Educacionais da UFRGS Denise Oliva

junto agrave autoridade visando ao reconhecimento das mesmas A Resoluccedilatildeo CNECES ndeg 10 (280102) especifica que as IES que pretendem credenciar-se para oferecer educaccedilatildeo superior ou recredenciar-se devem apresentar a documentaccedilatildeo pertinente e incluir um PDI Plano de Desenvolvimento Institucional para 5 anos o qual seraacute o respectivo termo de compromisso com o MEC Nele a IES deveraacute demonstrar como seraacute desenvolvido seu projeto para assegurar o atendimento aos criteacuterios e padrotildees de qualidade previstos inclusive evidenciando os procedimentos de avaliaccedilatildeo interna executados Por sua importacircncia no processo de controle de qualidade destaca-se que um PDI contempla

- objetivos da IES - projeto de qualificaccedilatildeo do corpo docente - poliacutetica de atualizaccedilatildeo e renovaccedilatildeo do acervo

bibliograacutefico e das redes de informaccedilatildeo - projeto de expansatildeo e melhoria da infra-estrutura

Para os Centros Universitaacuterios exige-se

- formas de fomento e melhoria permanente da qualidade do ensino de graduaccedilatildeo e das atividades de extensatildeo

Para as Universidades exige-se

- formas de fomento e incentivo agrave pesquisa poacutes-graduaccedilatildeo graduaccedilatildeo (Portarias CNECES 63797 63997 e 64097 expressam os criteacuterios)

As novas universidades ao solicitarem credenciamento como tal deveratildeo comprovar em seu PDI a oferta regular de ensino pesquisa e extensatildeo de cursos de Graduaccedilatildeo e programas de Poacutes-Graduaccedilatildeo uma nova universidade soacute poderaacute ser criada a partir do credenciamento de cada uma das IES ou cursos que passaratildeo a integraacute-la e que receberam avaliaccedilotildees positivas do INEP e CAPES (Cap3deg arts 7ordme 3o do Decreto ndeg 386001) Observa-se que mesmo a IES antiga credenciada e recredenciada ao oferecer novas modalidades de cursos como Cursos a Distacircncia deveraacute solicitar credenciamento para tal

A Autorizaccedilatildeo de funcionamento dos cursos superiores ou carreiras universitaacuterias que integram uma IES ou satildeo isolados eacute um ato que permite o ingresso de alunos a realizaccedilatildeo de um exame vestibular Eacute objeto de um Ato proacuteprio da SESuMEC uma vez aceita

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

(1) a documentaccedilatildeo pertinente (2) ocorrer a verificaccedilatildeo in loco (3) comprovar-se a viabilidade institucional de implantaccedilatildeo do projeto do curso A autorizaccedilatildeo concedida implica uma nova verificaccedilatildeo na instituiccedilatildeo apoacutes o iniacutecio de funcionamento dos cursos Mesmo a instituiccedilatildeo antiga e credenciada ao abrir novos cursos deveraacute solicitar autorizaccedilatildeo para tal apresentando seus PDIs e a previsatildeo de criaccedilatildeo de tal curso Observa-se que as IES que tenham conceitos inferiores agrave meacutedia nas avaliaccedilotildees do governo (ENC e CO) natildeo poderatildeo solicitar a autorizaccedilatildeo de novos cursos ateacute que apresentem uma avaliaccedilatildeo positiva Cuidado especial oferece a autorizaccedilatildeo de funcionamento dos cursos considerados de risco social prerrogativa do estado como Medicina Psicologia Odontologia e Direito como referido sua autorizaccedilatildeo de funcionamento precisa ser submetida agraves ordens profissionais respectivas

No caso das universidades autocircnomas por lei a criaccedilatildeo e autorizaccedilatildeo de funcionamento de um novo curso eacute objeto de um processo interno que habilita para realizaccedilatildeo de vestibular A diplomaccedilatildeo no entanto soacute ocorreraacute quando o curso for reconhecido pelo MEC-CNE

O Reconhecimento de Cursos eacute um ato indispensaacutevel para a validade da colaccedilatildeo de grau e diplomaccedilatildeo A Renovaccedilatildeo de Reconhecimento dos cursos superiores necessita das avaliaccedilotildees do poder executivo especialmente os resultados do Provatildeo e da anaacutelise das Condiccedilotildees de Oferta (CO) Em todas as etapas do processo de supervisatildeo e controle da oferta educativa o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo conta com os dados oriundos dos processos de avaliaccedilatildeo realizados pelo INEP e pela CAPES O Reconhecimento de cursos nas Universidades ocorre depois de cumpridos 2 3 do tempo de sua realizaccedilatildeo poacutes-Autorizaccedilatildeo sendo concedido por tempo limitado O Reconhecimento dos cursos pertencentes aos Centros Universitaacuterios incluindo-se os Centros Tecnoloacutegicos de Educaccedilatildeo Superior ocorrem igualmente depois da Autorizaccedilatildeo Cursos de graduaccedilatildeo pertencentes a Faculdades Institutos Superiores e Faculdades Isoladas dependem da sua duraccedilatildeo e do prazo de validade do ato anterior de Autorizaccedilatildeo Todo Reconhecimento eacute concedido por tempo limitado Os processos de avaliaccedilatildeo anuais podem modificar a proacutexima licenccedila e por isso os pedidos de Renovaccedilatildeo de Reconhecimento satildeo periodicamente realizados A Renovaccedilatildeo do Reconhecimento obedece ao prazo de 4 anos estando sempre vinculada aos processos puacuteblicos governamentais de avaliaccedilatildeo

Os procedimentos a serem realizados pelas IES demandando credenciamento ou recredenciamento e dos cursos demandando autorizaccedilatildeo reconhecimento e renovaccedilatildeo de reconhecimento estatildeo especificados em leis e decretos (como o Decreto ndeg 38602001) Atos Resoluccedilotildees e Portarias do CNECSE (como a Resoluccedilatildeo ndeg 10 de 28 0102) os quais dispotildeem sobre as normas de supervisatildeo do sistema de educaccedilatildeo superior

Estatildeo igualmente previstas em lei as sanccedilotildees para deficiecircncias ou irregularidades que implicariam suspensatildeo do reconhecimento desativaccedilatildeo de cursos superiores e suspensatildeo temporaacuteria de prerrogativas de autonomia de universidades e centros universitaacuterios um baixo e continuado desempenho nas avaliaccedilotildees oficiais por exemplo poderia caracterizar as deficiecircncias e a consequumlente aplicaccedilatildeo das puniccedilotildees citadas A reprovaccedilatildeo de um curso por 3 anos consecutivos no ENC e CO por exemplo caracterizaria desempenho insuficiente e levaria agrave suspensatildeo de seu reconhecimento Saneadas as deficiecircncias um curso poderaacute apoacutes o prazo de um ano solicitar novo reconhecimento Tratando-se de uma instituiccedilatildeo credenciada como um centro universitaacuterio por exemplo poderaacute vir a perder sua autonomia caso obtiver desempenho insuficiente no ENC e nas demais avaliaccedilotildees realizadas pelo INEP A sanccedilatildeo poderaacute ser levantada e a IES voltaraacute a solicitar recredenciamento A intervenccedilatildeo na instituiccedilatildeo eou seu descredenciamento deveraacute ser estudada caso a caso tendo explicitada sua amplitude prazo e condiccedilotildees de execuccedilatildeo pelo MEC ouvida a Cacircmara de Educaccedilatildeo Superior e com o acompanhamento do dirigente pro tempore da instituiccedilatildeo No caso de desativaccedilatildeo de uma IES ou descredenciamento a entidade mantenedora deveraacute resguardar os direitos dos alunos dos docentes e teacutecnicos Aos alunos satildeo assegurados a convalidaccedilatildeo de estudos e o registro de diploma se estiverem em periacuteodo de conclusatildeo de curso Nesses casos o MEC tem o papel de garantir as medidas que resguardem seus direitos

275 Periodicidade dos processos de avaliaccedilatildeo e credenciamento das instituiccedilotildees de ensino superior

Os processos de avaliaccedilatildeo como o ENC e a GED satildeo realizados anualmente para cursos reconhecidos Os processos de reconhecimento datildeo-se aos 23 de funcionamento do curso a renovaccedilatildeo de reconhecimento daacute-se a cada 4 anos o recredenciamento de uma instituiccedilatildeo deve ser feito a cada 5 anos

REFEREcircNCIAS

AMARAL A POLIDORI M Quality evaluation in Brazil a competency based approach Higher Education Policy London vl2n2p 177-199 1999

BRASIL Leis e Decretos Decreto ndeg 2026 de 10 de outubro de 1996 Estabelece procedimentos para o processo de avaliaccedilatildeo dos cursos e instituiccedilotildees de ensino superior Brasiacutelia DO 1996

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

BRASIL Leis e Decretos Decreto ndeg 3860 de 9 de julho de 2001 Dispotildee sobre a organizaccedilatildeo do ensino superior a avaliaccedilatildeo de cursos e instituiccedilotildees e daacute outras providecircncias Brasiacutelia DO 10072001

BRASIL Leis e Decretos Lei ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Estabelece as Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional Brasiacutelia DO 23121996

BRASIL Leis e Decretos Lei ndeg 9678 de 3 de julho de 1998 Institui a gratificaccedilatildeo de estiacutemulo agrave docecircncia no Magisteacuterio Superior e daacute outras providecircncias Brasiacutelia DO 1998

BRASIL MEC Educaccedilatildeo no Brasil 1995-2001 Brasiacutelia setembro 2001

BRASIL MEC CNE CES Resoluccedilatildeo ndeg 10 de 28 de janeiro de 2002 Dispotildee sobre o credenciamento transferecircncia de mantenccedila estatutos e regimentos de IES autorizaccedilatildeo de cursos de graduaccedilatildeo reconhecimento e renovaccedilatildeo de reconhecimento de cursos superiores normas e criteacuterios para supervisatildeo do ensino superior do sistema Federal de Educaccedilatildeo Superior Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial 2002

BRASIL MEC INEP DAAES Revista do Provatildeo Brasiacutelia Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Provatildeo 2001 Avaliaccedilatildeo e qualidade ndeg 6 2001

CAVALCANTE Joseneide Franklin Educaccedilatildeo Superior conceitos definiccedilotildees e classificaccedilotildees Brasiacutelia Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais 2000

CHEA Glossary of key terms in quality assurance and accreditation Cap 08042002 Disponiacutevel em lthttp wwwcheaorginternationalinter_glossaryO 1 htmlgt

DINIZ Cristovam Wanderley Picanccedilo GUERRA Renato Borges Assimetrias da Educaccedilatildeo Superior Brasileira vaacuterios brasis e suas consequumlecircncias Beleacutem EDUFPA 2000

GONZAacuteLES Luis Eduardo Acreditacioacuten y fomento de la calidad la experiencia chilena de las uacuteltimas deacutecadas Grupo de trabajo Universidad y Sociedad XX Asamblea General de Guadalajara Meacutexico CLACSO Noviembre 2001

GUIMARAtildeES Reinaldo et al A pesquisa no Brasil Ciencia Hoje Sao Paulo SBPC v 19 n 110 p 96-115 jun 1995

KELLS H R Higher education evaluation systems for Latin America an analysis of recent experiences and the formulation of

a generalized model Higher education evaluation in Latin America London IAUP 1996 p239-253

KELLS H R Stepping back to examine national higher education evaluation systems an analysis and some propositions for the research and policy void ANNUAL CONSORTIUM OF HIGHER EDUCATION RESEARCHERS 11 1998 Kassel Germany Paper Kassel [sn] 1998

LEITE D FIGUEIREDO M The evaluation of higher education systems in Latin America In COWEN R (Ed) World yearbook of education London Kogan Page 1996

NEVES RAMOS Mozart SAMPAIO Yony O ensino superior e a experiecircncia de avaliaccedilatildeo institucional no Brasil In DURHAM Eunice SAMPAIO Helena (Orgs) O ensino superior em transformaccedilatildeo Satildeo Paulo USPNUPES 2001

POLIDORl M Avaliaccedilatildeo do ensino superior uma visatildeo geral e uma anaacutelise comparativa entre os contextos brasileiro e portuguecircs 2000 547 f Tese (doutorado) - Faculdade de Psicologia e de Ciecircncias da Educaccedilatildeo Universidade do Porto

RAMOS M SAMPAIO Y O ensino superior e a experiecircncia de avaliaccedilatildeo institucional no Brasil In DURHAM E SAMPAIO H (Orgs) O ensino superior em transformaccedilatildeo Satildeo Paulo USPNUPES 2001

SAMPAIO Helena Maria SantAna O ensino superior no Brasil o setor privado Satildeo Paulo Hucitec FAPESP 2000

XUE Tianxiang The evaluation of the education system in the Peoples Republic of China In COWEN R (Ed) World yearbook of education London Kogan Page 1996

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

O acesso agrave educaccedilatildeo superior e sua cobertura demograacutefica

Maria Susana Arrosa Soares

31 Requisitos e praacuteticas de acesso agrave educaccedilatildeo superior

O ingresso agrave educaccedilatildeo superior no Brasil tradicionalmente ocorria somente atraveacutes do Exame Vestibular realizado anualmente em cada universidade e o nuacutemero de vagas para cada curso satildeo estabelecidas pela administraccedilatildeo de cada instituiccedilatildeo de ensino superior puacuteblica ou particular O vestibular eacute constituiacutedo por provas que cobrem as disciplinas cursadas no ensino meacutedio (liacutengua portuguesa e literatura brasileira matemaacutetica biologia fiacutesica quiacutemica histoacuteria e geografia) uma liacutengua estrangeira moderna (inglecircs francecircs espanhol ou alematildeo) e uma prova de redaccedilatildeo

Atualmente outras formas de acesso tecircm sido introduzidas pelas universidades o ENEM a avaliaccedilatildeo seriada no Ensino Meacutedio teste ou provas de conhecimentos ou avaliaccedilatildeo de dados pessoais ou profissionais entrevistas ou exame curricular do histoacuterico escolar

32 O acesso agrave educaccedilatildeo superior

Para ingressar num curso superior o estudante deve haver concluiacutedo a educaccedilatildeo secundaacuteria e ser aprovado no exame vestibular ou haver sido aprovado em processo de seleccedilatildeo estabelecido pela instituiccedilatildeo na qual pretende realizar seus estudos

O crescimento do nuacutemero de inscritos no vestibular na rede de ensino superior brasileira entre os anos 1990 e 2000 segundo a dependecircncia administrativa foi bastante diacutespar Enquanto nas instituiccedilotildees federais e estaduais ele foi respectivamente de 155 e 154 nas privadas foi de 64 sendo que nas municipais ocorreu um decreacutescimo de 10 (Tabela 31)

Tabela 31 Inscritos no exame vestibular por dependecircncia

administrativa- 1990-2000

ANO

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

FEDERAL

442943

563623

569367

614435

682977

737585

740520

752431

857281

956259

1129749

ESTADUAL

373471

383618

398955

441968

523750

565847

549318

577669

629801

772716

951594

DEPENDEcircNCIA

MUNICIPAL

65147

68006

76539

78496

85642

95660

94805

95682

104201

77233

59044

PRIVADA

1023937

970578

791998

894624

944654

1254761

1163434

1285994

1266733

1538065

1685906

TOTAL

1905498

1985825

1836859

2029523

2237023

2653853

2548077

2711776

2858016

3344273

3826293

Fonte INEP wwwinepgovbr)

Tabela 32 Inscritos em vestibular por regiotildees

ANO

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

NORTE

71592

86243

85688

94496

113367

111592

118115

126030

161352

206232

NORDESTE

304151

328403

279331

320137

358569

457077

429567

421109

615712

701598

SUL

302305

332349

274987

315232

334039

433955

420844

477925

527746

601744

633154

REGIAtildeO

SUDESTE

1084593

1094952

1069983

1157756

1270142

1466585

1399304

1456799

1482139

1689318

1950585

CENTRO-OESTE

142857

143878

126870

141902

160906

184644

180247

229913

237240

276147

334724

TOTAL

1905498

1985825

1836859

2029523

2237023

2653853

2548077

2711776

2858016

3344273

3826293

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

O nuacutemero de inscritos no vestibular todavia eacute muito diferente nas cinco regiotildees do paiacutes O aumento mais significativo ocorreu na regiatildeo Norte (188) seguido da Centro-Oeste (134) Nordeste (130) Sul (109) e Sudeste (80) (Tabela 32)

Tabela 33 Vagas oferecidas em vestibular por dependecircncia administrativa

Ano

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

Federal Total ()

70881 (149)

78502(151)

80411 (150)

81462(144)

85017(148)

84814(138)

84197(132)

88704(126)

90788(116)

99973(111)

115272(94)

Estadual Total ()

55323(110)

53313(103)

56292(105)

52500 (95)

58501(101)

61352(100)

63603(100)

64323(919)

70670(91)

85488 (95)

94441 (77)

Dependecircncia

Municipal Total ()

28896(57)

30691 (59)

34345 (64)

33665(61)

33935 (59)

31979(52)

35713(56)

40794 (58)

44267 (57)

33128(3 7)

28269(23)

Privada Total ()

347775(691)

354157(685)

363799 (680)

377051 (687)

396682 (699)

432210(708)

450723(710)

505377 (722)

570306 (734)

675801 (754)

862242(708)

Total ()

502784(100)

516663(100)

534847(100)

548678(100)

574135(100)

610355(100)

634236(100)

699198(100)

776031 (100)

894390(100)

1216287(100)

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

Apesar de haver ocorrido na deacutecada dos 90 um significativo aumento de vagas no vestibular na rede puacuteblica de ensino foi na rede privada que ele atingiu o maior percentual de aumento 1479 Tal fato indica que um significativo nuacutemero de jovens natildeo tem acesso ao ensino puacuteblico e gratuito restando-lhe somente a opccedilatildeo de pagar seus estudos de niacutevel superior A rede privada desde 1990 oferece aproximadamente 70 das vagas no vestibular e o conjunto da rede puacuteblica 30 (Tabela 33)

Tabela 34 Taxa de crescimento das vagas oferecidas

em vestibular - 1990 e 2000

DEPENDEcircNCIA ADMINISTRATIVA

FEDERAL

ESTADUAL

MUNICIPAL

PRIVADA

TAXA DE CRESCIMENTO ()

626

707

-21

1479

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

Inversamente ao ocorrido com o oferecimento de vagas a relaccedilatildeo candidato vaga aumentou na rede puacuteblica e diminuiu na privada Ou seja a disputa por vagas acirrou-se nas instituiccedilotildees de niacutevel superior puacuteblicas e diminuiu nas privadas Em 1990 nas instituiccedilotildees federais havia 62 alunos por vaga e nas privadas 20 Dez anos depois nas primeiras essa relaccedilatildeo subiu para 96 e nas particulares decresceu para 19

A grande expansatildeo da oferta de vagas na rede privada ocorrida nos anos 90 explica tal fato com a continuidade dessa expansatildeo a disputa por vagas em cursos oferecidos por essas instituiccedilotildees tenderaacute a diminuir

Tabela 35 Relaccedilatildeo candidatovaga em vestibular e outros processos seletivos

Ano

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

Instituiccedilatildeo Federal

62

71

70

75

80

86

87

84

94

96

96

Instituiccedilatildeo Estadual

67

71

70

78

89

107

86

89

89

90

100

Instituiccedilatildeo Municipal

22

22

22

23

25

29

26

23

23

23

21

Instituiccedilatildeo Privada

29

27

21

23

23

29

25

25

2 2

23

19

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

A anaacutelise da distribuiccedilatildeo das inscriccedilotildees no vestibular de 1998 uacutenico ano no qual haacute essa informaccedilatildeo segundo as aacutereas de conhecimento e as regiotildees aponta alguns fatos que merecem destaque Em primeiro lugar o maior nuacutemero de inscritos no vestibular em todas as regiotildees do paiacutes ocorreu nas aacutereas de Ciecircncias Sociais Aplicadas e Ciecircncias Humanas (53) Em segundo lugar os cursos das aacutereas de Ciecircncias Bioloacutegicas e da Sauacutede tiveram metade da procura (25) dos anteriores e finalmente os cursos das aacutereas de Ciecircncias Exatas e EngenhariaTecnologia (15) foram os menos procurados

Esses dados apontam uma situaccedilatildeo preocupante haacute um reduzido nuacutemero de jovens que se formaratildeo nas universidades brasileiras em aacutereas que internacionalmente satildeo consideradas estrateacutegicas para o desenvolvimento econocircmico dos paiacuteses As universidades estatildeo formando poucos profissionais para atuarem em aacutereas hoje consideradas de ponta seja na pesquisa seja em setores que deveriam ser estrateacutegicos na economia nacional

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Tabela 36 Inscritos no vestibular por aacuterea de conhecimento e regiotildees - 1998

Grande Aacuterea

ExatasTerra

Bioloacutegicas

EngTecnol

Sauacutede

Agraacuterias

Sociais Aplicadas

Humanas

Letras Arles

Ciclo Baacutesico

Total

Brasil

241863

55947

190686

659520

87409

1169782

334102

118305

402

2858016

Norte

14093

3373

7880

20686

5230

48746

27690

8349

136047

Reg Nordeste

36123

10041

23631

97861

11723

187888

81015

26562

474844

atildeo Sul

119474

27391

115908

375438

42669

611659

137615

51803

182

1482139

Sudeste

44330

8947

35541

127091

19037

216166

56438

20196

527746

Centro-Oeste

27843

6195

7726

38444

8750

105323

31344

11395

220

237240

Fonie INEP wwwinepgovbr)

Tabela 37 Inscritos no vestibular por aacuterea de conhecimento

segundo as regiotildees - 1998 ()

Grande Aacuterea

ExatasTerra

Bioloacutegicas

EngTecnol

Sauacutede

Agrarias

Sociais Aplicadas

Humanas

Letras Artes

Ciclo Baacutesico

Total

Brasil

85

19

67

230

30

410

117

41

01

1000

Norte

103

25

58

152

38

358

203

63

-1000

Regiatildeo

Nordeste

76

21

49

206

25

396

171

56

-1000

Sul

80

18

78

253

28

412

92

34

05

1000

Sudeste

84

17

67

241

36

410

107

38

1000

Centro-Oeste

117

26

32

162

36

443

132

48

04

1000

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

33 Cobertura demograacutefica

331 As taxas de escolaridade entre 17 e 24 anos

Entre os Censos de 1991 e de 2000 ocorreu um aumento de 29 na populaccedilatildeo em idade de cursar o ensino superior (17 a 24 anos) O nuacutemero de inscritos nos cursos superiores existentes no paiacutes experimentou um acreacutescimo muito maior (95) significando um aumento da taxa de escolaridade de 52

Tabela 38 Taxa (bruta) de Escolaridade - 1991-2000

ANO

1991

2000

ESTUDANTES

1375742

2694245

POPULACcedilAtildeO DE 17 A 24 ANOS DE IDADE

19658210

25418206

TAXA DE ESCOLARIDADE

0069

0105

bullEstudantes matriculados em curso superior Fonte IBGE - Censo Demograacutefico wwwsidraibgegovbr)

Ao comparar-se a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo na faixa de 17 a 24 anos e dos inscritos no exame vestibular nas diversas regiotildees entre 1991 e 2000 constata-se que natildeo haacute uma relaccedilatildeo direta entre ambas variaacuteveis Enquanto o crescimento no nuacutemero de jovens nessa faixa foi de 51 (Norte) 42 (Nordeste) 24 (Sudeste) 15 (Sul) e de 14 (Centro-Oeste) o nuacutemero de inscritos no Vestibular foi

Regiatildeo Norte 5 Regiatildeo Nordeste 18 Regiatildeo Sudeste 51 Regiatildeo Sul 17 Regiatildeo Centro-Oeste 9

Essa demanda todavia eacute apenas potencial A relaccedilatildeo entre o nuacutemero de egressos do ensino meacutedio em 1999 e o nuacutemero de vagas oferecidas no vestibular no ano seguinte eacute que permite dimensionar a demanda efetiva Em 2000 por exemplo essa relaccedilatildeo era de 5 candidatos por vaga ou seja de cada cinco candidatos apenas um tinha chance de ingressar no ensino superior

Tabela 39 Populaccedilatildeo em idade de ingressar na universidade - 1991

IDADE

17

18

19

20 A 24

TOTAL

BRASIL

2621318

2624618

2499443

11912831

19658210

NORTE

192373

189097

174419

784742

13406631

NORDESTE

717204

695649

631242

2802995

4847090

SUL

405850

407779

397104

1947867

3158600

SUDESTE

1116007

1141878

1113985

5496432

8868302

CENTRO OESTE

405850

190215

182693

880795

1659553

Fonte wwwibgegovbr

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Tabela 310 Populaccedilatildeo em idade de ingressar na universidade - 2000

IDADE

17

18

19

20 A 24

TOTAL

BRASIL

3501990

3559052

3 101363

15055801

25418206

NORTE

288617

289999

263264

1188192

2030072

NORDESTE

1023170

1013009

919083

3934079

6889341

SUL

502753

508898

466229

2157080

3634960

SUDESTE

1439174

1491403

1413435

6634686

10978698

CENTRO-OESTE

248276

255743

239352

1141764

1885135

Fonte wwwibgegovbr

332 A evoluccedilatildeo da escolarizaccedilatildeo na educaccedilatildeo superior 19902000

A anaacutelise da evoluccedilatildeo da matriacutecula em cursos de graduaccedilatildeo oferecidos pelas instituiccedilotildees de ensino superior brasileiras entre os anos 90 e 2000 revela um crescimento de 75 sendo entretanto decrescente a participaccedilatildeo da rede federal O resultado disso foi que chegado o ano 2000 apenas 33 dos alunos universitaacuterios estavam ligados a universidades publicas Por outro lado foi marcante o crescimento das redes estaduais e privadas cujas matriacuteculas aumentaram 71 e 88 respectivamente

Graacutefico 31 Evoluccedilatildeo da matriacutecula na graduaccedilatildeo por dependecircncia

administrativa- 1990-2000

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

Graacutefico 32 Matriacuteculas em cursos de mestrado ao final do ano - 1996-2001

Graacutefico 33 Matriacutecula em cursos de doutorado ao final do ano - 1996-2001

Fonte CAPESMEC

Fonte CAPESMEC

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

As matriacuteculas no ensino de poacutes-graduaccedilatildeo ao contraacuterio do que ocorre na graduaccedilatildeo concentram-se desde 1996 nas instituiccedilotildees federais e nas estaduais Nas primeiras estatildeo matriculados 50 dos alunos de mestrado Nesse ano 54 dos doutorandos estavam matriculados em instituiccedilotildees estaduais mas a partir de entatildeo essa percentagem foi decrescendo enquanto que nas federais aumentou Em 2001 46 e 44 dos doutorandos estavam matriculados respectivamente em instituiccedilotildees estaduais ou federais A participaccedilatildeo dos programas de poacutes-graduaccedilatildeo das instituiccedilotildees privadas eacute pequena Pouco significativa eacute sua oferta de cursos de mestrado (18 em 2001) e de doutorado (9 no mesmo ano)

34 As exigecircncias de escolaridade anos e tempo meacutedio de estudo

O ensino superior brasileiro oferece duas principais opccedilotildees de cursos de niacutevel superior os cursos sequumlenciais com ateacute dois anos de duraccedilatildeo e os cursos de graduaccedilatildeo a maioria com duraccedilatildeo de quatro anos Aleacutem desses satildeo oferecidos tambeacutem cursos de formaccedilatildeo tecnoloacutegica com dois ou trecircs anos de duraccedilatildeo e cursos com cinco anos ou seis anos como os de engenharia de medicina e direito

35 As estrateacutegias das instituiccedilotildees de ensino superior e a competitividade no mercado de oferta e demanda educativa

A demanda por ensino superior no Brasil voltou a crescer nos uacuteltimos anos apoacutes ter permanecido estagnada na deacutecada de 80 um dos indicadores desse aumento eacute a progressatildeo do nuacutemero candidatos inscritos no vestibular cujo nuacutemero dobrou soacute na uacuteltima deacutecada passando de 1905293 em 1990 para 3826293 em 2000 De acordo com Schwartzman (2000) e outros estudiosos do tema1 os principais fatores que explicam a explosatildeo dessa demanda satildeo a quase universalizaccedilatildeo do ensino fundamental e o aumento das taxas de promoccedilatildeo e conclusatildeo do ensino meacutedio as exigecircncias do mercado de trabalho por niacuteveis mais elevados de escolaridade e as vantagens sociais e econocircmicas proporcionadas pela obtenccedilatildeo de um diploma de curso superior

1 Ver a este respeito os textos de Carlos Benedito Martins O Ensino Superior no Brasil (2001) e de Cid Santos Cursos Sequumlenciais (2001)

Conforme dados anteriores mostraram grande parte dessa demanda ainda natildeo pocircde ser atendida pelo sistema2 apesar das matriacuteculas no ensino superior brasileiro terem apresentado uma taxa de crescimento da ordem de 75 no periacuteodo 19902000 Pode assim parecer paradoxal que existam vagas ociosas no sistema Dados a esse respeito revelam que em 2000 havia 10825 vagas disponiacuteveis nas IES puacuteblicas (826 delas nas estaduais e municipais) contra 259693 nas IES privadas Isso indica que a dificuldade de acesso a esse niacutevel de educaccedilatildeo natildeo estaacute apenas na incapacidade do sistema em absorver a demanda mas estaacute tambeacutem associado ao baixo desempenho acadecircmico dos alunos nas provas de seleccedilatildeo e agrave incapacidade dos mesmos de custearem seus estudos em escolas privadas

De fato a existecircncia de vagas ociosas se explica por uma inversatildeo na oferta e procura por cursos poacutes-secundaacuterios puacuteblicos e privados Enquanto o setor privado segue sendo o principal responsaacutevel pela ampliaccedilatildeo do nuacutemero de matriacuteculas na graduaccedilatildeo ela cresce muito lentamente nas instituiccedilotildees puacuteblicas Em 2000 os estabelecimentos privados respondiam por 671 das matriacuteculas ao passo que o ensino superior puacuteblico respondia por apenas 329 delas A situaccedilatildeo se altera quando se trata do ensino de poacutes-graduaccedilatildeo Nele os maiores investimentos satildeo feitos pelas IES puacuteblicas que concentram 853 das matriacuteculas 56 oferecidas por instituiccedilotildees federais3

Os dados sobre a demanda e a oferta educativa de ensino superior assim como sobre a complementariedade dos sistemas de educaccedilatildeo puacuteblico e privado em relaccedilatildeo agrave oferta de matriacuteculas no ensino de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo leva agrave seguinte conclusatildeo natildeo existe competiccedilatildeo entre as instituiccedilotildees puacuteblicas e as privadas por alunos Grande parte da clientela das IES privadas faz parte de uma demanda natildeo atendida pela rede puacuteblica A competiccedilatildeo por alunos ocorre pois basicamente entre as proacuteprias IES privadas que tecircm procurado garantir ou ampliar a sua participaccedilatildeo num mercado no qual tem-se reduzido drasticamente a demanda por ensino pago

De acordo com um estudo sobre as IES privadas no Brasil realizado por Helena Sampaio (2000) na disputa mercadoloacutegica as instituiccedilotildees privadas tecircm utilizado novos atrativos para seduzir a clientela Essas estrateacutegias tecircm sido diversas e envolvem desde o investimento em propaganda ateacute facilidades na forma de ingresso agrave instituiccedilatildeo

2 O Brasil apresenta hoje uma baixiacutessima taxa de escolarizaccedilatildeo do ensino superior de forma que apenas 115 dos seus jovens de 17 a 24 anos encontram-se matriculados em algum curso de graduaccedilatildeo Essa taxa de atendimento eacute uma das mais baixas ateacute mesmo dentro da Ameacuterica Latina 3 wwwCAPESgovbr Estatiacutesticas da Poacutes-Graduaccedilatildeo2001 Matriacuteculas no iniacutecio do ano

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Relativamente agrave propaganda essa autora identifica algumas mudanccedilas decorrentes principalmente das novas exigecircncias normativas colocadas pela nova LDB e pela Portaria Ministerial ndeg 878 de 30-07-1997 Segundo o artigo 47 sect 1o da nova LDB

As IES deveratildeo informar aos interessados antes de cada periacuteodo letivo os programas dos cursos e demais componentes curriculares sua duraccedilatildeo requisitos qualificaccedilatildeo de professores recursos disponiacuteveis e criteacuterios de avaliaccedilatildeo

A Portaria Ministerial ndeg 878 prevecirc que

Art 1o As instituiccedilotildees de ensino superior deveratildeo tornar puacuteblico ateacute o dia 30 de setembro de cada ano atraveacutes de cataacutelogo as condiccedilotildees de oferta dos cursos quando da divulgaccedilatildeo dos criteacuterios de seleccedilatildeo de novos alunos Paraacutegrafo uacutenico Das condiccedilotildees de oferta dos cursos deveratildeo

constar as seguintes informaccedilotildees I - relaccedilatildeo dos dirigentes da instituiccedilatildeo inclusive coordenadores de cursos e programas indicando titulaccedilatildeo e ou qualificaccedilatildeo profissional e regime de trabalho I I - relaccedilatildeo nominal do corpo docente da instituiccedilatildeo indicando aacuterea de conhecimento titulaccedilatildeo qualificaccedilatildeo profissional e regime de trabalho I I I - descriccedilatildeo da biblioteca quanto ao seu acervo de livros e perioacutedicos por aacuterea de conhecimento poliacutetica de atualizaccedilatildeo e informatizaccedilatildeo aacuterea fiacutesica disponiacutevel e formas de acesso e utilizaccedilatildeo IV - descriccedilatildeo dos laboratoacuterios instalados por aacuterea de conhecimento a que se destinam aacuterea fiacutesica disponiacutevel e equipamentos instalados V - relaccedilatildeo de computadores agrave disposiccedilatildeo dos cursos e descriccedilatildeo das formas de acesso agraves redes de informaccedilatildeo VI - nuacutemero maacuteximo de alunos por turma VIII - relaccedilatildeo de cursos reconhecidos citando o ato legal de seu reconhecimento e dos cursos em processo de reconhecimento citando o ato legal de sua autorizaccedilatildeo IX - conceitos obtidos nas uacuteltimas avaliaccedilotildees realizadas pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e do Desporto quando houver X - valor corrente das mensalidades por curso ou habilitaccedilatildeo XI - valor corrente das taxas de matriacutecula e outros encargos financeiros a serem assumidos pelos alunos XII - formas de reajuste vigente dos encargos financeiros citados nos incisos X e XI

Em funccedilatildeo dessas novas exigecircncias Sampaio descreve as seguintes mudanccedilas ocorridas nas formas da propaganda adotadas pelas IES privadas

- a propaganda impressa passa a se apresentar basicamente na forma de cataacutelogos institucionais que diferentemente dos folders principal forma desse tipo de propaganda no iniacutecio da deacutecada de 90 satildeo muito mais sofisticados contendo em meacutedia 10 a 30 paacuteginas - o foco da propaganda deixa de ter como centro o aluno e passa a girar em torno da proacutepria instituiccedilatildeo havendo nesse sentido um fortalecimento do marketing institucional De um modo geral as propagandas comeccedilam entatildeo a veicular imagens eou informaccedilotildees sobre a infra-estrutura da instituiccedilatildeo suas atividades escolares seus alunos ou ex-alunos a qualificaccedilatildeo do seu corpo docente e resultados obtidos em avaliaccedilotildees realizadas pelo MEC - mudanccedilas tambeacutem ocorrem com relaccedilatildeo ao puacuteblico-alvo da propaganda deixando esta de ser dirigida apenas aos vestibulandos e direcionando-se para todos os atores do sistema Ou seja a propaganda tambeacutem busca demonstrar ao MEC e aos avaliadores das IES o cumprimento das exigecircncias legais

Aleacutem da propaganda outras iniciativas estrateacutegicas que tecircm sido utilizadas pelas IES privadas satildeo

- a oferta de novas especialidades dentro das carreiras tradicionais - a opccedilatildeo de novas formas de ingresso diferentes do vestibular ou seja a avaliaccedilatildeo dos candidatos atraveacutes da anaacutelise de seu histoacuterico escolar cartas de recomendaccedilatildeo de professores ou entrevistas com o candidato4 Tem sido adotada ainda a realizaccedilatildeo de vestibular unificado reunindo vaacuterias instituiccedilotildees Nesse caso o aluno ao realizar a inscriccedilatildeo indica sua primeira opccedilatildeo institucional mas concorre agraves vagas existentes no curso escolhido em todas as IES - a gratuidade da inscriccedilatildeo para o vestibular - a oferta de descontos significativos no valor de cursos de graduaccedilatildeo principalmente os de licenciatura

4 De acordo com Sampaio (2000) boa parte das IES natildeo tecircm utilizado apenas um desses instrumentos em suas avaliaccedilotildees do candidato mas sim dois ou trecircs deles

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

- a realizaccedilatildeo de feiras para promover as instituiccedilotildees por meio de viacutedeos paineacuteis e promoccedilotildees - a concentraccedilatildeo da oferta de vagas em cursos nas aacutereas de Ciecircncias Humanas e Sociais Os custos operacionais nessas aacutereas do conhecimento natildeo requerem altos investimentos para serem criados e mantidos e tecircm alta demanda no mercado - a criaccedilatildeo de cursos superiores em cidades do interior visando aacutereas geograacuteficas ainda natildeo saturadas na oferta de vagas cerca de 625 das IES privadas localizam-se nessas cidades - a oferta de novas modalidades de ensino como a educaccedilatildeo a distacircncia A iniciativa nesse campo eacute contudo ainda muito tiacutemida existindo poucas IacuteES oferecendo esse tipo de curso5

Observa-se contudo um interesse nas IFES de publicizar sua excelecircncia acadecircmica medida principalmente atraveacutes do Provatildeo No acircmbito da poacutes-graduaccedilatildeo ocorre uma certa competitividade por recursos entre elas na medida em que o financiamento de bolsas aos estudantes estaacute associado ao desempenho dos cursos nas avaliaccedilotildees realizadas pela CAPES

36 As novas ofertas educativas nacionais e internacionais

As novas ofertas educativas surgem como uma forma de ampliar a oferta de matriacuteculas e a diversificaccedilatildeo do sistema para responder agrave crescente demanda por ensino superior ocorrida com a explosatildeo das taxas de conclusatildeo do ensino meacutedio Essas iniciativas foram regulamentadas ou incentivadas pela nova LDBN com a Lei ndeg 939496

No que se refere agrave criaccedilatildeo de cursos essa lei introduziu novos tipos dentre eles os cursos sequumlenciais de formaccedilatildeo especiacutefica e de complementaccedilatildeo de estudos e uma nova modalidade a implementaccedilatildeo de cursos a distacircncia (ver 24)

A LDBN tambeacutem abriu caminho para a diversificaccedilatildeo das IES A partir dela e de outros decretos do MECCNE foram criados novos tipos institucionais como os Centros Universitaacuterios as Universidades

5 Ver a este respeito os trabalhos de Joatildeo Vianney Universidade Virtual A virtualizaccedilatildeo dos serviccedilos acadecircmicos no ensino presencial e a criaccedilatildeo de um novo conceito para o ensino superior a distacircncia e de Jose Manuel Moran A educaccedilatildeo a distancia no Brasil - Lugar c Papel das novas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo na educaccedilatildeo superior

Especializadas os Institutos de Educaccedilatildeo Superior e os Centros de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica (ver 24)

No acircmbito da poacutes-graduaccedilatildeo stricto e lato sensu a novidade eacute a criaccedilatildeo dos mestrados profissionais oferecidos pelos Centros de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica e Centros Federais de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica e os cursos de especializaccedilatildeo denominados Master Business Administration (MBAS)

Outra oferta educativa satildeo os cursos oferecidos pelas universidades corporativas os quais satildeo realizados pelas proacuteprias empresas a fim de conceder uma formaccedilatildeo continuada a seus funcionaacuterios clientes ou fornecedores Esses cursos dispensam credenciamento ou reconhecimento oficial seu reconhecimento eacute pelo mercado Os diplomas natildeo necessitam de registro e os cursos e programas satildeo livres atendendo agraves necessidades das pessoas que integram as organizaccedilotildees wwwguiarhcombrp6htm)

A oferta de cursos de poacutes-graduaccedilatildeo stricto sensu oferecidos no Brasil por instituiccedilotildees estrangeiras diretamente ou mediante convecircnio com instituiccedilotildees nacionais foi proibida pela Resoluccedilatildeo CNECES ndeg 02 de 03042001 em seu artigo 1ordm que determinou a imediata suspensatildeo do processo de admissatildeo de novos alunos

REFEREcircNCIAS

SCHWARTZMAN Simon A revoluccedilatildeo silenciosa do ensino superior In DURHAM E SAMPAIO H (Orgs) O ensino superior em transformaccedilatildeo Satildeo Paulo USPNUPES 2001

GESTEIRA Cid Santos Cursos sequumlenciais In DURHAM E SAMPAIO H (Orgs) O ensino superior em transformaccedilatildeo Satildeo Paulo USPNUPES 2001

SAMPAIO Helena Maria SantAna O ensino superior no Brasil o setor privado Satildeo Paulo Hucitec FAPESP 2000

VIANNEY Joatildeo Universidade virtual a virtualizaccedilatildeo dos serviccedilos acadecircmicos no ensino presencial e a criaccedilatildeo de um novo conceito para o ensino superior a distacircncia In In DURHAM E SAMPAIO H (Orgs) O ensino superior em transformaccedilatildeo Satildeo Paulo USPNUPES 2001

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Governo e gestatildeo da educaccedilatildeo superior

Michelangelo Giotto Santoro Trigueiro

Introduccedilatildeo

Tema de grande relevacircncia no momento presente o ensino superior tem ocupado parte importante das anaacutelises e preocupaccedilotildees dos estudiosos da educaccedilatildeo e dos responsaacuteveis pela formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave aacuterea

Natildeo obstante em que pesem os muitos estudos desenvolvidos e as estatiacutesticas produzidas pelos mais diversos oacutergatildeos e setores da vida puacuteblica e privada no Paiacutes o ensino superior ainda carece de informaccedilotildees precisas e diagnoacutesticos que decircem conta das transformaccedilotildees operadas nos uacuteltimos anos nesse campo da vida em sociedade Satildeo mudanccedilas importantes verificadas especialmente na uacuteltima deacutecada e que se relacionam de modo geral com os novos processos e relaccedilotildees advindos do impacto do desenvolvimento cientifico-tecnoloacutegico recente do aprofundamento da chamada globalizaccedilatildeo e da crescente democratizaccedilatildeo das sociedades

Nesse contexto amplo de transformaccedilotildees surgem novas oportunidades de atuaccedilatildeo profissional em campos ineacuteditos e constata-se forte pressatildeo social pelo acesso agraves inovaccedilotildees e pelo conhecimento capaz de conferir melhores condiccedilotildees de competitividade aos grupos empresas e indiviacuteduos em diferentes situaccedilotildees da vida contemporacircnea

Eacute nesse cenaacuterio que se localiza o panorama atual do ensino superior no Paiacutes evidenciando o surgimento de novos atores e a proliferaccedilatildeo de instituiccedilotildees as mais variadas compondo quadro bastante heterogecircneo e complexo

Ademais a formulaccedilatildeo e o avanccedilo de poliacuteticas consequumlentes provenientes do Governo Federal voltadas agrave melhoria da qualidade e ampliaccedilatildeo do ensino meacutedio e do fundamental nos uacuteltimos anos tem contribuiacutedo tambeacutem para o aumento da demanda por novas vagas e pelo acesso ao ensino superior no Brasil

Tudo isto sinaliza para uma situaccedilatildeo de muitos obstaacuteculos considerando as particularidades da estrutura burocraacutetica e administrativa das instituiccedilotildees mais tradicionais notadamente as universidades puacuteblicas brasileiras as quais satildeo permanentemente desafiadas seja pelas medidas provenientes do Governo Federal - especialmente aquelas relacionadas ao tema da avaliaccedilatildeo - forccedilando a que tais instituiccedilotildees busquem a melhoria e a reformulaccedilatildeo de antigos padrotildees de funcionamento e organizaccedilatildeo acadecircmica e administrativa seja pelo aparecimento de novos concorrentes - sobretudo as instituiccedilotildees particulares - constituindo diversificada teia de interesses e eventuais confrontos de posiccedilotildees

O quadro geral eacute de muitas duacutevidas e o momento presente acentua o caraacuteter ainda transitoacuterio de muitas situaccedilotildees concernentes agrave estrutura e funcionamento do governo e da gestatildeo das diversas instituiccedilotildees de ensino superior no Paiacutes o que ressalta a necessidade de novos estudos No presente trabalho tenciona-se em linhas gerais apontar aspectos relacionados a esta problemaacutetica considerando ainda o niacutevel preliminar desta abordagem em face da realidade ainda pouco consolidada do ensino superior brasileiro e em razatildeo de sua grande heterogeneidade e complexidade

41 Tipos de governo das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior

411 Governo colegiado ou natildeo-colegiado

com a reforma universitaacuteria em 1968 as universidades sofreram modificaccedilotildees em sua estrutura acadecircmica e administrativa A esse respeito destacam-se a aboliccedilatildeo do regime de caacutetedras - que estimulou a progressatildeo na carreira docente baseada na titulaccedilatildeo e no meacuterito acadecircmico a instituiccedilatildeo do departamento como unidade uacutenica de ensino e pesquisa a institucionalizaccedilatildeo da pesquisa e a centralizaccedilatildeo da tomada de decisatildeo na esfera federal dos oacutergatildeos de administraccedilatildeo A lei tornou ainda facultativa a existecircncia de niacuteveis estruturais entre os Departamentos e a Administraccedilatildeo superior

Na Lei ndeg 554068 jaacute consta a definiccedilatildeo do processo decisograverio para dirigentes das Universidades Federais atraveacutes de oacutergatildeos colegiados tendo como base estatutos e regimentos Esta lei estabelecia ainda que o Reitor e o Diretor de universidade unidade universitaacuteria ou estabelecimento isolado de caraacuteter particular seratildeo escolhidos na forma dos respectivos estatutos e regimentos (Lei ndeg 554068 Par III)

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Assim a partir da legislaccedilatildeo de 1968 as universidades federais passaram a ser estruturadas pelos seguintes oacutergatildeos1

Oacutergatildeos supervisores - Conselho Universitaacuterio - CUN - oacutergatildeo colegiado obrigatoacuterio

vinculado agrave administraccedilatildeo superior - composto pelo reitor vice-reitor ex-reitor decano dos reitores proacute-reitores representantes docentes e discentes diretores das unidades de ensino e representantes da comunidade acadecircmica e dos diferentes setores da sociedade

- Conselho de Curadores - oacutergatildeo obrigatoacuterio nas universidades estruturadas sob a forma da Autarquia - responsaacutevel pela fiscalizaccedilatildeo da execuccedilatildeo econocircmica e financeira (funccedilatildeo de auditoria) composto por representantes da comunidade acadecircmica do setor produtivo do Estado-sede da instituiccedilatildeo e por um representante do MEC

- Conselho Diretor - oacutergatildeo da administraccedilatildeo superior existente nas universidades organizadas sob a forma juriacutedica de Fundaccedilatildeo - que desempenha funccedilotildees de natureza administrativa e fiscal

- Conselho de Ensino Pesquisa e Extensatildeo - CEPE - oacutergatildeo de supervisatildeo e coordenaccedilatildeo das atividades de ensino e pesquisa em niacutevel de administraccedilatildeo superior composto pelo reitor vice-reitor proacute-reitores de aacutereas representantes de cada uma das unidades universitaacuterias docentes de todas as categorias e representantes discentes

- Reitoria - oacutergatildeo que dirige todas as atividades universitaacuterias tanto administrativas como acadecircmicas em niacutevel executivo Seu poder eacute exercido pelo reitor vice-reitor e proacute-reitores

Oacutergatildeos Setoriais

- Centros (ou faculdadesInstitutosescolas) - de caraacuteter facultativo - resultante da fusatildeo de institutos e faculdades com a funccedilatildeo de coordenar os departamentos

- Conselho Departamental - de caraacuteter deliberativo e consultivo - constituiacutedo pelo diretor e vice-diretor da unidade acadecircmica chefes de departamentos acadecircmicos representantes do corpo docente nas diversas categorias e por representantes discentes

- Diretoria - oacutergatildeo executivo - que dirige coordena fiscaliza e superintende as atividades das unidades acadecircmicas e administrativas

O governo colegiado eacute aquele que se apoia em oacutergatildeos colegiados uma boa maneira de caracterizar esse tipo governo eacute tomar como exemplo o caso de uma instituiccedilatildeo federal de ensino superior Na Universidade de Brasiacutelia por exemplo os principais oacutergatildeos isto eacute os

1 Vahl T Rogeacuterio (1990) e Lei ndeg 554068 de 281168

oacutergatildeos colegiados superiores satildeo o CONSUNI seguido pelo Conselho de Ensino Pesquisa e Extensatildeo - CEPE (na praacutetica funciona atraveacutes de cacircmaras especiacuteficas de poacutes-graduaccedilatildeo de ensino de graduaccedilatildeo e de extensatildeo) e o Conselho de Administraccedilatildeo - CAD - que envolve diretores de institutos e faculdades No estatuto da UnB esses oacutergatildeos satildeo definidos da seguinte forma O CONSUNI eacute o oacutergatildeo final deliberativo da universidade para traccedilar a poliacutetica universitaacuteria e funcionar como instacircncia de recurso Eacute composto por membros do Conselho de Administraccedilatildeo e do Conselho de Ensino e Pesquisa representantes da comunidade e representante da Associaccedilatildeo de Ex-alunos O CEPE por sua vez eacute o oacutergatildeo superior deliberativo e consultivo da Universidade em mateacuteria de ensino pesquisa e extensatildeo E constituiacutedo pelo reitor vice-reitor e pelos decanos de graduaccedilatildeo de pesquisa e poacutes-graduaccedilatildeo e de extensatildeo Finalmente o CAD eacute constituiacutedo por oacutergatildeo superior deliberativo e consultivo da Universidade em mateacuteria administrativa Dele fazem parte o reitor o vice-reitor os decanos de assuntos administrativos e financeiros e de assuntos comunitaacuterios diretores de faculdades diretores de oacutergatildeo suplementar e representantes do corpo discente

A UnB tem ainda uma especificidade que geralmente natildeo eacute encontrada em outras federais o Conselho Diretor da Fundaccedilatildeo Universidade Brasiacutelia - FUB eacute responsaacutevel pelo gerenciamento do patrimocircnio e das receitas e despesas da UnB mas natildeo trata de questotildees acadecircmicas A FUB representa o que se pode considerar em seu estatuto de criaccedilatildeo a mantenedora da UnB

Nas IES privadas a mantenedora deve garante o patrimocircnio fiacutesico-financeiro e o orccedilamento da instituiccedilatildeo No caso das comunitaacuterias ou confessionais isso geralmente eacute verdade entretanto nas particulares de sentido estrito essa funccedilatildeo assume outra conotaccedilatildeo a mantenedora eacute na verdade a donada instituiccedilatildeo A mantenedora supostamente manteacutem a universidade ou faculdade mas de fato satildeo estas que mantecircm a mantenedora As particulares de sentido estrito em geral natildeo tecircm oacutergatildeos colegiados superiores e quando os tecircm geralmente satildeo compostos de membros nomeados pelo mantenedor ou pelo reitor que por sua vez eacute nomeado pelo mantenedor Muitas vezes o reitor natildeo tem mandato sendo demissiacutevel ad nutum isto eacute segundo a vontade do mantenedor Nas particulares o governo de fato geralmente natildeo eacute colegiado e muitas vezes sequer os estatutos prevecircem oacutergatildeos colegiados Quer dizer a autonomia acadecircmica e pedagoacutegica passa a ser secundarizada pela vontade da mantenedora ou do donoda escola ou faculdade conforme jaacute mencionado (Trigueiro 2000 p59)

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

O Parecer ndeg 600972 do entatildeo conselheiro Jacques Velloso sobre a autonomia acadecircmica das universidades pretendia exatamente estabelecer que as universidades privadas tivessem oacutergatildeos colegiados de direito e de fato com as atribuiccedilotildees acadecircmicas que a LDB especifica no art 52 Este Parecer baseia-se principalmente no paraacutegrafo uacutenico do art 53 da LDB que concerne agrave autonomia didaacutetico-cientiacutefica Segundo o citado paraacutegrafo

Para garantir a autonomia didaacutetico-cientiacutefica das universidades caberaacute aos seus colegiados de ensino e pesquisa decidir dentro dos recursos orccedilamentaacuterios disponiacuteveis sobre I - criaccedilatildeo expansatildeo modificaccedilatildeo e extinccedilatildeo de cursos I I - ampliaccedilatildeo e diminuiccedilatildeo de vagas III - elaboraccedilatildeo da programaccedilatildeo dos cursos IV - programaccedilatildeo das pesquisas e das atividades de extensatildeo V - contrataccedilatildeo e dispensa de professores VI - plano de carreira docente

como destaca o Parecer 60097 caberaacute aos seus colegiados de ensino e pesquisa decidiras atribuiccedilotildees do colegiado Desta forma a Lei atribui aos colegiados de ensino e pesquisa das universidades -sempre dentro dos recursos orccedilamentaacuterios disponiacuteveis - a competecircncia para deliberar a respeito de cada uma e do conjunto de mateacuterias que satildeo essenciais para a vida acadecircmica da instituiccedilatildeo Portanto para o relator do Parecer em pauta os oacutergatildeos colegiados de ensino e pesquisa tecircm plena autonomia para deliberar a respeito da mateacuteria em epiacutegrafe tendo como uacutenica restriccedilatildeo agrave autonomia didaacutetico-cientiacutefica as limitaccedilotildees orccedilamentaacuterias da instituiccedilatildeo

O relator argumenta que universidades puacuteblicas aleacutem de obedecerem ao princiacutepio da gestatildeo colegiada tambeacutem devem submeter-se ao princiacutepio da gestatildeo democraacutetica conforme o art 56 da nova LDB Jaacute as particulares na forma da lei precisam apenas submeter-se ao princiacutepio da gestatildeo colegiada autocircnoma Argumenta ainda que tambeacutem no caso de instituiccedilotildees privadas quando os dirigentes satildeo nomeados fora de listas muacuteltiplas sua presenccedila nos colegiados natildeo pode ser computada como representaccedilatildeo docente Este parecer foi aprovado no CNE mas o ministro da educaccedilatildeo natildeo o homologou

2 Cacircmara de Educaccedilatildeo Superior do Conselho Nacional de Educaccedilatildeo CESCNE Parecer 600 97 de autoria de Jacques Velloso

412 Nomeaccedilatildeo ou eleiccedilatildeo de autoridades das instituiccedilotildees de ensino superior

O processo de escolha de dirigentes das universidades puacuteblicas caminhou na direccedilatildeo da abertura poliacutetica iniciada em 1985 Tal e qual a escolha de Presidente da Repuacuteblica pretendia-se escolher os dirigentes universitaacuterios pelo voto universal e esgotar o processo de escolha no acircmbito da universidade Os conselhos superiores por lei deveriam elaborar listas de candidatos e aos dirigentes federais caberia apenas referendar as decisotildees da comunidade(Schwartzman 1991 p17) Tratava-se desse modo de deslocar para a comunidade de alunos professores e funcionaacuterios a responsabilidade da escolha dos dirigentes

Schwartzman (1991) chama a atenccedilatildeo para os problemas decorrentes deste esse tipo de processo decisoacuterio Do ponto de vista interno jaacute natildeo se garante mais que os dirigentes sejam escolhidos predominantemente por aqueles professores que possuem as melhores condiccedilotildees para fazecirc-lo dada a sua experiecircncia acadecircmica e titulaccedilatildeo Eacute tambeacutem notoacuterio que se excluem do processo eleitoral aqueles docentes que embora dotados de meacuterito acadecircmico e capacidade administrativa natildeo possuem os atributos necessaacuterios ao embate poliacutetico-eleitoral Nessa linha de preocupaccedilotildees argumenta o conhecido socioacutelogo eacute possiacutevel tambeacutem que ao longo do processo poliacutetico se faccedilam compromissos de natureza corporativista com determinados segmentos estranhos a atividade acadecircmica (Schwartzman 1991 p 17)

com a regulamentaccedilatildeo da Lei ndeg 9192 de 21 de dezembro de 1995 o princiacutepio da escolha de dirigentes foi consagrado com a predominacircncia do peso da comunidade interna definindo o colegiado com setenta por cento de membros do corpo docente Esta lei em seu artigo 16 estabelece para o caso da as IFES que

I - o reitor e o vice-reitor de universidade federal seratildeo nomeados pelo Presidente da Repuacuteblica e escolhidos entre professores dos dois niacuteveis mais elevados da carreira ou que possuam tiacutetulo de doutor cujos nomes figurem em listas triacuteplices organizadas pelo respectivo colegiado maacuteximo ou outro colegiado que o englobe instituiacutedo especificamente para este fim sendo a votaccedilatildeo uninominal II - os colegiados a que se refere o inciso anterior constituiacutedos de representantes dos diversos segmentos da comunidade universitaacuteria e da sociedade observaratildeo o miacutenimo de setenta por cento de membros do corpo docente no total de sua composiccedilatildeo

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

III - em caso de consulta preacutevia agrave comunidade universitaacuteria nos termos estabelecidos pelo colegiado maacuteximo da instituiccedilatildeo prevaleceratildeo a votaccedilatildeo uninominal e o peso de setenta por cento para a manifestaccedilatildeo do pessoal docente em relaccedilatildeo agraves demais categorias

Para o caso de estabelecimento isolado de ensino superior mantido pela Uniatildeo conforme o Paraacutegrafo V desta lei as regras satildeo idecircnticas ou seja o diretor e o vice satildeo tambeacutem nomeados pelo Presidente da Repuacuteblica escolhidos em lista triacuteplice preparada pelo colegiado maacuteximo Jaacute para as IES natildeo mantidas pela Uniatildeo o Paraacutegrafo VII estabelece que a escolha do dirigente dar-se-aacute por meio de estatutos e regimentos proacuteprios

Conforme o art 1ordm da lei acima citada em nenhuma universidade puacuteblica haacute eleiccedilotildees pode haver e geralmente haacute consultas preacutevias para a escolha ou indicaccedilatildeo de dirigentes mediante indicaccedilatildeo do colegiado maacuteximo de cada universidade federal ou do colegiado especialmente constituiacutedo para este fim Estes colegiados elaboram listas triacuteplices e o reitor e vice satildeo nomeados pelo Presidente da Repuacuteblica De fato o Ministro da Educaccedilatildeo escolhe quem vai ser nomeado e leva os nomes para o Presidente eacute entatildeo editado um decreto assinado pelo Presidente da Repuacuteblica

De forma geral segundo Rangel Jr (1996) identificam-se trecircs processos de escolha de dirigentes o autocraacutetico no qual o detentor de poder do mando (governador prefeito proprietaacuterio) escolhe e nomeia o dirigente da IES o indireto no qual o dirigente eacute escolhido por um coleacutegio eleitoral representante da comunidade (agraves vezes apenas o segmento docente) que apenas indica uma lista para a escolha e nomeaccedilatildeo pela autoridade competente e direto no qual embora a nomeaccedilatildeo do eleito dependa de autoridade superior a escolha do dirigente se daacute com a participaccedilatildeo e o voto direto da comunidade universitaacuteria O autor identifica tambeacutem trecircs formas de votaccedilatildeo para eleiccedilotildees diretas a universalidade -pela qual todos os votantes tecircm o mesmo peso na votaccedilatildeo independente do segmento ao qual pertenccedilam e de seu nuacutemero a proporcionalidade -quando os indiviacuteduos participam em seu conjunto e o peso de seus votos eacute calculado de acordo com o segmento a que pertenccedila cada um e a paridade - na qual a partir do entendimento de que os segmentos satildeo numericamente diferenciados atribui-se peso igual aos trecircs segmentos que compotildeem a comunidade acadecircmica

uma vez escolhido o dirigente a nomeaccedilatildeo eacute amplamente normatizada pelas leis e decretos apresentados Ao que tudo indica a insatisfaccedilatildeo das instituiccedilotildees ocorre justamente quando por motivos

variados o dirigente nomeado natildeo corresponde ao primeiro nome indicado pela comunidade embora essa nomeaccedilatildeo tenha amplo respaldo na Lei um exemplo de conflito dessa ordem pode ser visto em episoacutedio recente na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UMESB Segundo notiacutecia veiculada no Jornal da Ciecircncia3 a comunidade acadecircmica da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia foi surpreendidano dia trecircs de maio com a nomeaccedilatildeo de um reitor proacute-tempore sem consulta preacutevia agraves instacircncias superiores (CONSU) passando por cima de uma deliberaccedilatildeo do Conselho Superior que jaacute havia indicado no dia 24 de abril um nome para assumir a funccedilatildeo de reitor interino com o objetivo de viabilizar as eleiccedilotildees Ainda segundo o jornal citado a atitude do Governador desencadeou um processo de mobilizaccedilatildeo e as trecircs categorias tentam impedir a entrada do interventor na instituiccedilatildeo

Haacute tambeacutem a preocupaccedilatildeo na composiccedilatildeo do colegiado quanto ao corporativismo de alguns dos segmentos o que poderia acarretar empecilhos ao processo democraacutetico De acordo com documento da COPEA (1998) tanto na carreira universitaacuteria como na escolha de dirigentes a hierarquia do meacuterito e da excelecircncia acadecircmica devem prevalecer sobre o corporativismo () A avaliaccedilatildeo por pares com predominacircncia de elementos externos deve ser a base do julgamento do meacuterito em ensino pesquisa e extensatildeo para a progressatildeo na carreira e para o ingresso e permanecircncia no regime de dedicaccedilatildeo exclusiva(COPEA 1998)4

413 As relaccedilotildees entre as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior e o Estado

As relaccedilotildees entre as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior e o Estado quanto agrave nomeaccedilatildeo de autoridades notadamente das instituiccedilotildees puacuteblicas passa natildeo apenas pela simples homologaccedilatildeo dos dirigentes mas por processo amplo de conflitos e tensotildees de tocircda ordem Vaacuterios satildeo os atores envolvidos nesse processo os quais direta ou indiretamente condicionam as decisotildees finais Assim reduzir esse assunto agrave esfera do executivo eacute abordar apenas parcialmente a problemaacutetica supracitada Esta requer examinar igualmente um conjunto de atores que fazem parte de todo o jogo de poder que se estabelece entre o Estado e a sociedade civil atingindo os partidos poliacuteticos os movimentos sociais as comunidades cientiacuteficas e assim por diante O que natildeo significa que todos esses atores tenham o mesmo grau de influecircncia na escolha final dos dirigentes

3 Jornal da Ciecircncia e-mail 2030 de 10 de Maio de 2002 4 Documento da Coordenaccedilatildeo de Programas de Estudos Avanccedilados da UFRJ - COPEA em 29 e 30 de maio de 1998

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

maacuteximos das IES bem como de outros dirigentes destas instituiccedilotildees tampouco significa que o poder do Presidente seja com isso minimizado mas que se trata de uma problemaacutetica extremamente complexa a qual natildeo pode ser conduzida apenas do ponto de vista de uma loacutegica estritamente formal

Ademais faz-se mister ultrapassar neste ponto a mera relaccedilatildeo existente entre o Estado e as IES no tema do nomeaccedilatildeo e a eleiccedilatildeo de autoridades abordando a proacutepria conduccedilatildeo e formulaccedilatildeo de poliacuteticas voltadas para o ensino superior no Paiacutes Ao se fazer isto tenciona-se enfocar num certo sentido o cenaacuterio mais amplo poliacutetico que perpassa no acircmbito do Estado a nomeaccedilatildeo e mais que isso a estabilizaccedilatildeo de nomes aprovados para a direccedilatildeo das IES

A esse respeito em termos mais concretos tem-se vaacuterios setores envolvidos do poder executivo destacando-se a Secretaria de Ensino Superior do MEC (SESU) o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo (CNE) e o Instituto Nacional de Estudos Pedagoacutegicos (INEP) tendo este uacuteltimo papel fundamental na implementaccedilatildeo de tocircda a poliacutetica de avaliaccedilatildeo do ensino superior no momento

Embora a SESU tenha um papel mais ligado agrave supervisatildeo e implementaccedilatildeo das poliacuteticas relacionadas agrave educaccedilatildeo superior no Paiacutes na praacutetica acaba sendo o verdadeiro formulador das poliacuteticas que quase sempre satildeo referendadas pelo Ministro Nos uacuteltimos anos a atuaccedilatildeo do oacutergatildeo se expandiu uma vez que apoacutes a LDB muitas questotildees passaram a necessitar de normatizaccedilatildeo Desta forma a SESU passou a produzir decretos e portarias que acabaram direcionando os rumos do Ensino Superior Para dar um exemplo as IES privadas para ofertarem cursos de graduaccedilatildeo dependem de permissatildeo do oacutergatildeo

No acircmbito da SESU diversos mecanismos especiacuteficos satildeo criados para as IES tais como credenciamento da Instituiccedilatildeo e autorizaccedilatildeo e reconhecimento de cursos Eacute nesse momento que haacute um contato mais proacuteximo das IES com o poder puacuteblico pois elas precisam apresentar projetos de cursos adequando-se a uma seacuterie de exigecircncias As exigecircncias tecircm sido bem conduzidas pela SESU que criou padrotildees de qualidade a serem atendidos pelas IES O oacutergatildeo tambeacutem manteacutem um contato estreito com o CNE um exemplo eacute a atual revisatildeo da Legislaccedilatildeo para os cursos sequumlenciais Haacute tambeacutem a questatildeo do orccedilamento das IFES que eacute submetido agrave SESU A esse respeito as pressotildees por parte das IFES satildeo grandes especialmente no que concerne agraves reivindicaccedilotildees por maiores salaacuterios e recursos os quais a SESU natildeo tem como ampliaacute-los uma vez que os repasses dependem de decisotildees da aacuterea econocircmica e de autorizaccedilatildeo da Uniatildeo

Finalmente podem-se destacar algumas poliacuteticas que estatildeo ligadas mais diretamente agrave SESU

- conduccedilatildeo do processo de discussatildeo e implementaccedilatildeo das Diretrizes Curriculares para os Cursos de Graduaccedilatildeo

- estabelecimento dos padrotildees de qualidade para os cursos de niacutevel superior

- implementaccedilatildeo ou supervisatildeo de programas especiais como o Programa Especial de Treinamento (PET) e o Programa para Melhoria do Ensino Superior (recursos para as IES e financiamento de equipamentos)

- sistematizaccedilatildeo da Legislaccedilatildeo criando procedimentos para normas fixadas pela LDB (exemplo os cursos sequumlenciais criados pela LDB estabelecendo-se paracircmetros e procedimentos especiacuteficos)

- supervisatildeo e fiscalizaccedilatildeo de IES sobretudo no que tange agrave Avaliaccedilatildeo das Condiccedilotildees de Oferta dos cursos por meio da constituiccedilatildeo das Comissotildees de Especialistas

um outro oacutergatildeo importante na conduccedilatildeo da Poliacutetica de ensino superior do Paiacutes eacute o INEP Historicamente esse oacutergatildeo foi criado para desenvolver pesquisas e reflexotildees sobre a educaccedilatildeo Entretanto nas uacuteltimas deacutecadas seu papel tem sido cada vez mais diversificado e ampliado Primeiro consolidou-se como um produtor de dados sobre a educaccedilatildeo realizando os censos dos diversos niacuteveis educacionais Segundo mais recentemente com a introduccedilatildeo dos novos mecanismos de avaliaccedilatildeo a exemplo do Exame nacional de Cursos

Finalmente o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo eacute um oacutergatildeo praticamente independente Possui autonomia suficiente para criar poliacuteticas para o ensino Todavia em uacuteltima instacircncia depende da chancela do Ministro O CNE de modo geral funciona da seguinte forma determinada mateacuteria recebe apreciaccedilatildeo do CNE O oacutergatildeo discute e emite um parecer Esse parecer natildeo eacute vaacutelido oficialmente mas passa a exercer grande influecircncia no cotidiano das IES Ou seja o ambiente acadecircmico e as IES passam a considerar as disposiccedilotildees descritas em tais pareceres Posteriormente o parecer eacute encaminhado ao MEC e pode ser homologado ou natildeo Se for homologado passa a se constituir em resoluccedilatildeo e a ter forccedila de lei Assim o periacuteodo de espera para o homologo de um parecer pode demorar muito e acaba ocorrendo que pela falta de normas ateacute essa decisatildeo final o CNE fica legislando autonomamente durante algum tempo

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

O termo autonomia sempre significou coisas bem distintas para os vaacuterios grupos que compotildeem o ambiente das IES uma mesma palavra empregada com sentidos bem diversos Este fato dificultou o entendimento e a formaccedilatildeo de consenso sobre o tema seja na direccedilatildeo de um apoio efetivo seja na perspectiva oposta Muitos foacuteruns mesas redondas e seminaacuterios foram criados nas IES e entidades ligadas ao ensino superior do Paiacutes buscando esclarecer as duacutevidas e ampliar o consenso sobre a autonomia

O ponto de partida para essa discussatildeo pode ser abordar o proacuteprio anteprojeto de lei apresentado pelo MEC agraves universidades (datado de abril de 1999)5 Nele estaacute bem evidenciada a intenccedilatildeo do Ministeacuterio de implementar um programa de mudanccedilas profundas nas instituiccedilotildees universitaacuterias brasileiras O documento eacute dirigido especificamente para as instituiccedilotildees puacuteblicas distinguindo a autonomia acadecircmica da econocircmica (administrativa e de gestatildeo patrimonial e financeira) que alcanccedila de modos bastante diversos as universidades puacuteblicas e as particulares (p 4) Na sua justificativa para a distinccedilatildeo do alcance das medidas propostas o documento argumenta que enquanto as universidades puacuteblicas estatildeo sujeitas aos princiacutepios e regras inerentes ao Direito Puacuteblico (art 37 caput da Constituiccedilatildeo Federal legalidade impessoalidade moralidade e publicidade) as particulares estatildeo sob a regecircncia do Direito Privado em mateacuteria econocircmica a elas se aplicando a noccedilatildeo privatista de que tudo que natildeo eacute proibido pelo texto legal eacute liacutecito (p 4)

Quer dizer o aspecto central dessa proposta do MEC refere-se agrave gestatildeo patrimonial e financeira e agrave autonomia administrativa considerando inalteraacutevel a prerrogativa da autonomia didaacutetico-cientiacutefica jaacute garantida no Artigo 207 da Constituiccedilatildeo6

O que chama a atenccedilatildeo no entanto eacute que nesse mesmo Artigo tambeacutem eacute estabelecida a autonomia administrativa e de gestatildeo financeira e patrimonial Aliaacutes eacute seguindo esse questionamento que muitos membros e dirigentes da comunidade universitaacuteria tecircm se voltado argumentando que uma exigecircncia para a autonomia eacute a revogaccedilatildeo de toda a legislaccedilatildeo infraconstitucional que trata da universidade Nesse sentido o 18deg

5 O que se estaacute chamando anteprojeto de lei tem como cabeccedilalho no documento oficial o seguinte Autonomia Universitaacuteria fundamentos para uma lei que regule a autonomia das universidades federais nos termos do que estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Superior assim como disponha sobre a possibilidade de ampliaccedilatildeo da autonomia mediante contrato de desenvolvimento institucional 6 O texto Constitucional define a Autonomia Universitaacuteria nos seguintes termos As universidades gozam de autonomia didaacutetico-cientiacutefica administrativa e de gestatildeo financeira e patrimonial e obedeceratildeo ao princiacutepio de indissociabilidade entre ensino pesquisa e extensatildeo

Congresso da ANDES reafirmou a defesa da auto-aplicabilidade do referido Artigo da Constituiccedilatildeo embora insistindo na necessidade de ampliar o debate sobre o assunto com sociedade

O MEC justifica essa necessidade de distinccedilatildeo ressaltando que

Embora o art 207 da Constituiccedilatildeo Federal tivesse tratado da autonomia universitaacuteria diversas outras disposiccedilotildees tanto constitucionais quanto de niacutevel ordinaacuterio impedem o pleno exerciacutecio dessa prerrogativa Tais impedimentos dizem respeito agrave administraccedilatildeo de recursos humanos e agrave vinculaccedilatildeo orccedilamentaacuteria e financeira comuns a toda a administraccedilatildeo puacuteblica As peculiaridades das organizaccedilotildees universitaacuterias e suas finalidades acadecircmicas acabam encontrando nestes fatores forte impacto restritivo

Em resumo trata-se de uma proposta que busca fundamentalmente dar condiccedilotildees juriacutedicas agraves universidades puacuteblicas para exercer com maior liberdade o gerenciamento dos seus recursos humanos financeiros e patrimoniais podendo dispor de muito maior flexibilidade para definir criteacuterios proacuteprios de indicadores de desempenho remanejamento de quadros de funcionaacuterios e recrutamento permanente e temporaacuterio de pessoal aleacutem de poder assumir prerrogativas relevantes como dispensa de licitaccedilatildeo em situaccedilotildees especiacuteficas possibilidades de alienaccedilatildeo e oneraccedilatildeo de bens patrimoniais incorporaccedilatildeo de excedentes financeiros de cada exerciacutecio sem repercussatildeo para o periacuteodo seguinte e o remanejamento de recursos entre rubricas programas ou categorias de despesa

Deixando um pouco de lado os aspectos propriamente juriacutedicos e semacircnticos relacionados agrave autonomia das IES o que se depreende do conjunto de poliacuteticas puacuteblicas relacionadas ao ensino superior no Brasil eacute que o exerciacutecio efetivo de autonomia nas IES eacute algo que depende natildeo soacute da legislaccedilatildeo e dos aspectos propriamente formais mas de todo um conjunto de aspectos relacionados envolvendo a histoacuteria a cultura interna a estrutura organizacional e o contexto soacutecio-econocircmico mais abrangente no qual se localiza a IES algo que precisa ser examinado conjuntamente

Em termos gerais a autonomia didaacutetico-cientiacutefica e a possibilidade de criaccedilatildeo de novos cursos eacute prevista em lei conforme mencionado neste ponto do texto e no anterior ao se comentar as definiccedilotildees atinentes a cada tipo de instituiccedilatildeo assim por exemplo uma universidade e um centro universitaacuterio

Verifica-se nesse dispositivo legal a extensatildeo da autonomia universitaacuteria aos Centros Universitaacuterios definindo limites a estes no plano

-4 Educaccedilatildeo Superior no Brasil

de desenvolvimento da Instituiccedilatildeo O Parecer CNE ndeg 60097 abaixo transcrito parcialmente reconhece essa extensatildeo

A nova LDB prevecirc a extensatildeo de prerrogativas de autonomia universitaacuteria a outras instituiccedilotildees que comprovem alta qualificaccedilatildeo para o ensino ou para a pesquisa com base em avaliaccedilatildeo realizada pelo Poder Puacuteblico (art 54 sect 2o) Tal hipoacutetese ganhou vida na figura dos Centros Universitaacuterios estabelecida inicialmente pelo Dec ndeg 2207 de 16 de abril de 1997 e posteriormente nos arts 8o e 12 do Dec ndeg 2306 de 19 de agosto do mesmo ano que lhes atribuiu prerrogativas de autonomia didaacutetico-cientiacutefica aleacutem de outras que possam ser estabelecidas em seu credenciamento Os Centros Universitaacuterios gozando de prerrogativas da autonomia universitaacuteria devem pautar a organizaccedilatildeo e composiccedilatildeo de seus colegiados de ensino e pesquisa pelas mesmas diretrizes que regem anaacutelogos oacutergatildeos nas universidades (Parecer CNE ndeg 60097) Gozam de alto grau de autonomia relativamente a estes aspectos acadecircmicos

Por outro lado no que tange agrave gestatildeo orccedilamentaacuteria edos recursos humanos as chamadas instituiccedilotildees particulares dispotildeem de maior grau de autonomia que suas congecircneres puacuteblicas Considere-se ainda que num amplo espectro de possibilidades de autonomia agraves IES as universidades comunitaacuterias apresentam condiccedilotildees importantes para um exerciacutecio efetivo de autonomia seja esta acadecircmica ou administrativa mesmo considerando que seu funcionamento eacute pautado por decisotildees de conselhos e colegiados

Para se compreender melhor as especificidades da autonomia em cada tipo de IES seraacute discutida a seguir a estrutura interna de governo e o processo decisograverio nessas instituiccedilotildees

414 Os procedimentos e praacuteticas de prestaccedilatildeo de contas das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior

A Instruccedilatildeo Nonnativa SFMF ndeg 02 de 20 de dezembro de 2000 define em seu art 2o item IX o processo de prestaccedilatildeo de contas como

processo formalizado pelo titular da entidade da administraccedilatildeo indireta compreendendo as autarquias fundaccedilotildees instituiacutedas e mantidas pela Uniatildeo empresas puacuteblicas

sociedades de economia mista e demais empresas controladas direta ou indiretamente pela Uniatildeo bem como empresas encampadas ou sob intervenccedilatildeo federal oacutergatildeos e entidades que arrecadem ou gerenciem contribuiccedilotildees parafiscals de investimentos e outros fundos e dos oacutergatildeos ou entidades administradas sob contrato de gestatildeo A Prestaccedilatildeo de Contas seraacute elaborada com suporte da unidade de contabilidade analiacutetica da entidade com objetivo de demonstrar a boa e regular aplicaccedilatildeo dos recursos utilizados e os resultados obtidos na conformidade das leis regulamentos e normas emanadas das autoridades administrativas competentes e conteraacute dados e informaccedilotildees pertinentes aos atos de gestatildeo orccedilamentaacuteria financeira patrimonial e operacional e agrave guarda de bens e valores puacuteblicos devendo ser encaminhada agrave respectiva unidade de controle interno pelo titular da entidade

A Prestaccedilatildeo de Contas ainda de acordo com o item supracitado poderaacute ser

1) Anual - levantada ao final do correspondente exerciacutecio financeiro ateacute setenta e cinco dias contados da data do encerramento do correspondente exerciacutecio financeiro

2) Extraordinaacuteria - quando ocorrer a extinccedilatildeo cisatildeo fusatildeo incorporaccedilatildeo transformaccedilatildeo liquidaccedilatildeo ou privatizaccedilatildeo de entidades da administraccedilatildeo indireta inclusive das fundaccedilotildees instituiacutedas eou mantidas pelo Poder Puacuteblico Federal ateacute noventa dias contados da data de extinccedilatildeo cisatildeo dissoluccedilatildeo transformaccedilatildeo liquidaccedilatildeo privatizaccedilatildeo fusatildeo ou incorporaccedilatildeo

De maneira geral os processos de tomada e de prestaccedilatildeo de contas satildeo constituiacutedos por 1) rol de responsaacuteveis 2) demonstraccedilotildees financeiras exigidas em lei 3) relatoacuterio de gestatildeo e 4) relatoacuterio de auditoria

As prestaccedilotildees de contas das autarquias e fundaccedilotildees puacuteblicas estatildeo regulamentadas pela Medida Provisoacuteria ndeg 2087-29 de 22 de fevereiro de 2001 atualizando a legislaccedilatildeo pertinente

O art 1ordm desta Medida Provisoacuteria prevecirc que os recursos financeiros de todas as fontes de receitas da Uniatildeo e de suas autarquias e fundaccedilotildees puacuteblicas nas quais se incluem as IES seratildeo depositados e movimentados exclusivamente por intermeacutedio dos mecanismos da conta uacutenica do Tesouro Nacional A MP estabelece tambeacutem no art 2o as regras para aplicaccedilatildeo de financeira dos recursos

Art 2o - A partir de 01 de janeiro de 1999 os recursos dos fundos das autarquias e das fundaccedilotildees puacuteblicas federais natildeo poderatildeo ser aplicados no mercado financeiro

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Jaacute no Paraacutegrafo 4deg deste artigo abre-se exceccedilatildeo no que se refere agraves receitas proacuteprias

sect 4o As autarquias e fundaccedilotildees puacuteblicas os fundos por elas administrados bem como os oacutergatildeos da Administraccedilatildeo Puacuteblica Federal direta poderatildeo manter na conta uacutenica do Tesouro Nacional em aplicaccedilotildees a prazo fixo disponibilidades financeiras decorrentes de arrecadaccedilatildeo de receitas proacuteprias na forma regulamentada pelo Ministeacuterio da Fazenda

No que se refere agraves mantenedoras de instituiccedilotildees de ensino superior sem finalidade lucrativa o artigo 5o do Decreto ndeg 3860 de 9 de julho de 2001 diz que estas publicaratildeo para cada ano civil suas demonstraccedilotildees financeiras certificadas por auditores independentes e com parecer do respectivo conselho fiscal

Este conjunto normativo estabelece portanto a forma e o criteacuterio que rege o processo de prestaccedilatildeo de contas das IES como instituiccedilotildees puacuteblicas especialmente no que concerne a parte propriamente orccedilamentaacuteria de tal processo Contudo haacute muitos outros aspectos que precisam ser igualmente considerados e atinge todo o ambiente do ensino superior brasileiro no momento

Trata-se da prestaccedilatildeo de contas dos serviccedilos realizados e dos resultados dos trabalhos sob a responsabilidade de tais instituiccedilotildees O que estaacute em questatildeo nesse sentido eacute algo que vai aleacutem do aspecto meramente orccedilamentaacuterio e juriacutedico atingindo a qualidade do ensino a formaccedilatildeo dos recursos humanos e o emprego adequado dos recursos financeiros em atividades de pesquisa e extensatildeo

A esse respeito tem sido fundamental o trabalho de acompanhamento e avaliaccedilatildeo desenvolvido pelo MEC conforme jaacute mencionado anteriormente condicionando toda a poliacutetica de recredenciamento de cursos e de criaccedilatildeo de novas IES O Exame Nacional de Cursos mais conhecido como provatildeo vem assumindo papel de grande importacircncia a esses respeito condicionando muitas mudanccedilas e correccedilotildees no funcionamento e na estrutura interna das vaacuterias IES sobretudo no segmento das particulares forccedilando-as a rever curriacuteculos e a melhorar a condiccedilatildeo de seu quadro docente bem como as atividades de pesquisa e extensatildeo

Dessa forma pode-se dizer que as vaacuterias IES estatildeo passando por um grande processo de modificaccedilotildees internas natildeo sem muitas resistecircncias no processo mais amplo de prestaccedilatildeo de contas agrave sociedade e ao Estado brasileiro tendo na sistemaacutetica de avaliaccedilatildeo o seu vetor mais importante

Atualmente aleacutem do Exame Nacional de Cursos o INEP tem procurado implementar a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees de ensino no acircmbito dos diferentes cursos em voga no Paiacutes e mais recentemente inaugurado nova etapa na chamada avaliaccedilatildeo institucional

Em resumo muito tem sido feito neste sentido e sejam instituiccedilotildees puacuteblicas sejam as particulares em suas mais diferentes formas estruturas e configuraccedilotildees juriacutedicas todas estas tecircm envidado esforccedilos importantes na busca pela melhoria da qualidade Processo este que ainda estaacute em seus momentos iniciais

O resultado de todo esse esforccedilo que atinge a gestatildeo das IES e que acaba por condicionar toda a qualidade dos resultados ali gerados depende outrossim de fatores e da interveniecircncia de muitos outros atores num campo de muitos conflitos e tensotildees

Natildeo obstante a tocircnica eacute a discussatildeo mais aberta de grandes temas e questotildees que dizem respeito aos interesses comuns no sentido de centrar forccedila em accedilotildees mais coesas de reivindicaccedilatildeo junto aos oacutergatildeos do governo O que requer explicitar problemas e apresentar eventuais encaminhamentos de soluccedilotildees

Seguindo essa argumentaccedilatildeo se a reivindicaccedilatildeo para a especificidade e a natildeo comparabilidade entre as vaacuterias instituiccedilotildees privadas eacute uma tocircnica segundo muitos depoimentos de dirigentes de IES particulares existe na verdade uma preocupaccedilatildeo comum com a formaccedilatildeo superior e com o papel que essas instituiccedilotildees desempenham na sociedade o que apontam como um serviccedilo agrave populaccedilatildeo e ao paiacutes Nesse sentido dizem estes todas as IES satildeo puacuteblicas nao haacute essa grande separaccedilatildeo puacuteblico-privado mas instituiccedilotildees boas ou natildeo seacuterias ou picaretas

Afora essas ressalvas haacute na maior parte dos discursos evidenciados na grande miacutedia uma preocupaccedilatildeo com a generalizaccedilatildeo de criteacuterios de avaliaccedilatildeo de formas niveladorasde conduccedilatildeo da poliacutetica superior por parte do MEC embora reconheccedilam a importacircncia das uacuteltimas medidas incluindo - com todas as inuacutemeras restriccedilotildees apontadas - o Exame Nacional de Cursos

Entretanto de um modo geral nota-se nitidamente um clima de grandes mudanccedilas no interior das IES puacuteblicas e privadas conforme jaacute se comentou e nas suas relaccedilotildees com outros setores da sociedade especialmente com os oacutergatildeos responsaacuteveis por essa poliacutetica no Paiacutes

Poder-se-ia dizer que vivenciamos uma grande fase de transiccedilatildeo em nosso ensino superior sobretudo entre as instituiccedilotildees particulares apontando para mudanccedilas maiores na estrutura e funcionamento dessas instituiccedilotildees embora o esboccedilo final desse cenaacuterio ainda natildeo esteja suficientemente claro E ainda muito imprevisiacutevel o quadro que viraacute das

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

transformaccedilotildees que ora presenciamos nesse setor da vida brasileira Contudo satildeo bastante evidentes os sinais de grandes alteraccedilotildees na educaccedilatildeo superior do paiacutes a julgar pelo que pode-se perceber ainda que em caraacuteter incipiente em termos de anseios de mudanccedilas por parte dos dirigentes bem como de accedilotildees concretas jaacute iniciadas Tudo isto poderaacute apontar para uma modificaccedilatildeo na relaccedilatildeo puacuteblico-privado - e na divisatildeo de trabalhoe definiccedilatildeo de novas especializaccedilotildees entre as instituiccedilotildees ligadas agrave educaccedilatildeo superior no Brasil

As oportunidades de novas frentes de atuaccedilatildeo para as IES particulares satildeo muitas implicando possibilidades de aumento da diferenciaccedilatildeo no conjunto dessas instituiccedilotildees no paiacutes e intensificaccedilatildeo do processo competitivo natildeo apenas no grupo das particulares mas entre este e o das instituiccedilotildees puacuteblicas Entretanto as consequumlecircncias desse possiacutevel acirramento no jogo concorrencial entre as IES do Paiacutes no futuro proacuteximo ainda satildeo muito imprevisiacuteveis

Entre novas oportunidades para as IES destacam-se as inuacutemeras parcerias que vecircm sendo desenvolvidas com organizaccedilotildees natildeo-governamentais - envolvendo por exemplo a problemaacutetica ambiental - com secretarias municipais e estaduais - incluindo a participaccedilatildeo conjunta em programas de alfabetizaccedilatildeo de adultos de atendimento odontoloacutegico e hospitalar e no controle e prevenccedilatildeo de doenccedilas - e com vaacuterias empresas e induacutestrias sobretudo as pequenas e micros interessadas nos conhecimentos produzidos e disponiacuteveis nas IES

Muitas vezes as empresas e outras organizaccedilotildees da sociedade procuram preferencialmente as IES particulares por estas apresentarem maior velocidade nas respostas agraves demandas que lhe satildeo dirigidas e menos burocracia comparativamente agraves instituiccedilotildees puacuteblicas facilitando a accedilatildeo conjunta e a realizaccedilatildeo de novas parcerias com essas empresas e organizaccedilotildees A esse respeito algumas IES privadas apontam que determinadas ONGsmanifestam claramente que tecircm preferido realizar convecircnios com essas instituiccedilotildees por considerarem muito restritivasas possibilidades de acordo com as puacuteblicas Significando tais restriccedilotildees o que consideram um forte academicismoe uma visatildeo muito teoacuterica presente nas IES puacuteblicas de difiacutecil aplicaccedilatildeo na realidade concreta Ou seja as particulares estariam em melhores condiccedilotildees de responderem a essas demandas da sociedade segundo tais interpretaccedilotildees a despeito de natildeo possuiacuterem em geral o mesmo escopo de conhecimentos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos das IES puacuteblicas especialmente as federais Essa eacute uma sinalizaccedilatildeo importante para o campo da disputa que se apresenta proacuteximamente entre as IES do Paiacutes

Natildeo obstante as possibilidades apontadas anteriormente resultados provenientes de pesquisas anteriores junto agraves universidades

puacuteblicas revelam que eacute muito forte a marcade uma instituiccedilatildeo deste tipo junto a importantes setores da sociedade especialmente o meio empresarial desejoso de estabelecer contatos e realizar convecircnios com instituiccedilotildees de reconhecido nome e peso cientiacutefico e acadecircmico Ou seja empresaacuterios e organizaccedilotildees da sociedade natildeo estatildeo interessados apenas no conhecimento necessaacuterio agrave soluccedilatildeo de seus problemas concretos mas sobretudo na chancela no nomeda instituiccedilatildeo E nesse caso muitas universidades puacuteblicas ainda levam certa vantagem competitiva em relaccedilatildeo agraves particulares

Diante dessas consideraccedilotildees e levando em conta ainda o grande potencial de pesquisa e ensino instalado nas IES puacuteblicas bem como do quadro de docentes em geral bem qualificado eacute difiacutecil sustentar que as particulares tomaratildeo o lugar das puacuteblicas pelo menos no curto ou meacutedio prazo modificando as hegemonias atuais Sem duacutevida que novos espaccedilos de concorrecircncia e especializaccedilatildeo ocupados por IES particulares poderatildeo alterar algumas posiccedilotildees no conjunto e afetar o jogo de disputa poreacutem nenhuma evidecircncia empiacuterica parece sustentar o fim das puacuteblicase a hegemonia das instituiccedilotildees privadas

Talvez no ensino e na extensatildeo as particulares possam adquirir maior visibilidade e importacircncia comparativamente agrave situaccedilatildeo atual e no confronto com as IES puacuteblicas Estas ainda permanecem com grande peso e importacircncia no campo da pesquisa brasileira e apesar da crise atual das restriccedilotildees orccedilamentaacuterias dos crescentes custos da ciecircncia contemporacircnea dos problemas decorrentes de uma limitada transferecircncia de conhecimentos das universidades para amplos setores da sociedade a base cientiacutefico-tecnoloacutegica jaacute consolidada nessas instituiccedilotildees ainda representa um diferencial importante nesse campo de atividades acadecircmicas Entretanto mesmo essa vantagem comparativa poderaacute natildeo se manter ou ser inviabilizada caso essas instituiccedilotildees natildeo iniciem programas amplos de reformas e mudanccedilas estruturais sobretudo em sua gestatildeo que passam pela necessidade de formulaccedilatildeo de projetos de desenvolvimento institucional e de direcionamento estrateacutegico a fim de lidar com um ambiente altamente competitivo e diferenciado

Por outro lado as particulares que poderatildeo dispor de novas oportunidades e benefiacutecios provenientes de um ambiente mais dinacircmico tecircm a enfrentar especialmente no curto prazo um conjunto de importantes desafios oriundos de pressotildees as mais diversas Entre estas destacam-se o que parecem ser as principais preocupaccedilotildees dos dirigentes das IES privadas as exigecircncias e restriccedilotildees decorrentes do novo aparato normativo e da legislaccedilatildeo recente voltada ao ensino superior especialmente a atual LDB bem como problemas apontados nas relaccedilotildees com o MEC

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

415 A participaccedilatildeo de outros atores no governo das instishytuiccedilotildees de educaccedilatildeo superior

Este tema requer o exame de aspectos relacionados agrave estrutura organizacional agrave cultura e as tradiccedilotildees dos diferentes tipos de IES no Paiacutes

Inicialmente no que concerne agrave estrutura organizacional e ao funcionamento interno as instituiccedilotildees privadas em geral satildeo bem mais leves aacutegeis e flexiacuteveis que as Instituiccedilotildees de Ensino Superior (IES) puacuteblicas Por levesquer-se dizer menos burocratizadas com menos colegiados e mais simples do ponto de vista da complexidade e da diferenciaccedilatildeo interna ou seja haacute menos setores departamentos e instacircncias administrativas e acadecircmicas bem como niacuteveis hieraacuterquicos e decisoacuterios comparativamente com as puacuteblicas

Verifica-se de um modo geral maior centralizaccedilatildeo e concentraccedilatildeo do poder nas IES privadas que em suas congecircneres do setor puacuteblico Nestas uacuteltimas constata-se uma certa ambiguumlidade na distribuiccedilatildeo interna do poder ora se concentrando em determinados setores em uma proacute-reitoria ou unidade administrativa - segundo o assunto ou a aacuterea de interesse - ora se diluindo e dispersando em uma multiplicidade de esferas decisoacuterias colegiados e grupos de interesses O mesmo natildeo se constata nas IES privadas onde as principais decisotildees estatildeo nas matildeos de poucos indiviacuteduos

Se por um lado a maior concentraccedilatildeo e centralizaccedilatildeo do poder nas IES privadas comparativamente agraves puacuteblicas possibilita maior agilidade e flexibilidade agraves primeiras por outro lado esse fato tende a diminuir o comprometimento institucional no grupo das particulares Isto significa que em geral a participaccedilatildeo nas decisotildees e o envolvimento sobretudo de docentes nas IES particulares eacute limitado repercutindo na comunicaccedilatildeo entre a administraccedilatildeo superior e as bases acadecircmicas

Outro aspecto distintivo entre os dois grandes grupos de instituiccedilotildees refere-se agraves hierarquias Nas puacuteblicas tem-se um nuacutemero acentuado de hierarquias muitas delas se superpondo atinentes agrave titulaccedilatildeo agrave visibilidade e prestiacutegio no campo cientiacutefico - entre os pares docentescientistas - ao tempo de casa aos cargos formais e a demais posiccedilotildees honoriacuteficas todos esses niacuteveis hieraacuterquicos tornam extremamente complexos os processos decisoacuterios e comunicativos nessas instituiccedilotildees por sua vez as IES privadas possuem poucos niacuteveis e tipos de hierarquias favorecendo a articulaccedilatildeo entre diferentes setores e indiviacuteduos sejam estes teacutecnicos ou docentes o que se reflete numa menor possibilidade de resistecircncias a mudanccedilas e a inovaccedilotildees bem como numa maior disposiccedilatildeo para incorporar novos valores provenientes de grupos emergentes e de outros natildeo identificados diretamente com o ethosacadecircmico propriamente dito O que pode representar um aspecto importante no momento presente

em que se verificam profundas alteraccedilotildees no modo de produccedilatildeo e difusatildeo do conhecimento especialmente na relaccedilatildeo entre as instituiccedilotildees de ensino superior e a sociedade Aleacutem disso a menor quantidade de tipos de hierarquias no contexto das IES privadas comparativamente agraves puacuteblicas implica uma maior possibilidade de cumprimento de normas e decisotildees das instacircncias superiores e menor desviosna implementaccedilatildeo das decisotildees uma vez que nestas uacuteltimas as decisotildees superiores satildeo sempre condicionadas e dependentes da aprovaccedilatildeo dos vaacuterios centros e instacircncias paralelas de poder

No que concerne ao papel dos conselhos superiores nas IES particulares embora tenha se verificado a sua existecircncia na grande maioria das instituiccedilotildees visitadas constata-se tambeacutem que esses conselhos natildeo tecircm o mesmo peso nem importacircncia que tecircm nas IES puacuteblicas Para estas quase nenhuma decisatildeo mesmo aquelas que natildeo satildeo tatildeo importantes e que poderiam ser deixadas nas instacircncias locais e nos niacuteveis hieraacuterquicos inferiores deixa de passar pelos conselhos maacuteximos e mais do que isso estando sujeitas a resultados os mais diversos considerando a grande complexidade de interesses na maior parte das vezes natildeo alinhados e mesmo conflitantes Nessa complexa teia de relaccedilotildees e interesses natildeo eacute raro nas IES puacuteblicas posiccedilotildees e expectativas de decisatildeo do reitor serem rejeitada por interesses de grupos contraacuterios a sua orientaccedilatildeo o que tende a intensificar as negociaccedilotildees e alianccedilas entre os vaacuterios membros dos conselhos superiores da instituiccedilatildeo Comparativamente nas particulares a dinacircmica e a atuaccedilatildeo desses conselhos eacute bem diferente primeiro eacute muito comum encontrarmos o comentaacuterio entre membros e dirigentes das IES privadas que os conselhos satildeo em geral meramente instacircncias formais com pouco poder para alterar as iniciativas do reitor ou da administraccedilatildeo superior da instituiccedilatildeo segundo os conselhos superiores nessas IES satildeo normalmente pouco numerosos e nem sempre representam todas as correntes e tendecircncias presentes nessas instituiccedilotildees o que leva a se constituir basicamente num espaccedilo de confirmaccedilatildeo e de consagraccedilatildeo de tocircda uma orientaccedilatildeo estrateacutegica e praacutetica oriunda dos reitores e mantenedores da organizaccedilatildeo

Esse fato leva a uma outra importante caracteriacutestica das IES particulares A forte influecircncia dos mantenedores os donos das instituiccedilotildees muitas vezes acumulando ou revezando com os soacutecios a condiccedilatildeo de reitor ou vice-reitor com a de presidente da mantenedora

Se a natildeo interferecircncia da mantenedora na instituiccedilatildeo mantidaeacute vista como uma condiccedilatildeo para a autonomia e liberdade acadecircmica das IES privadas na praacutetica isso quase nunca ocorre E muito grande a influecircncia da mantenedora natildeo apenas nos assuntos administrativos e financeiros o que parece ateacute razoaacutevel mas sobretudo em decisotildees

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

acadecircmicas ou afetas agraves atividades de ensino e pesquisa na criaccedilatildeo de novas disciplinas nas reformas curriculares e na abertura ou fechamento de novos cursos por exemplo Quer dizer a autonomia acadecircmica e pedagoacutegica passa a ser secundarizada pela vontade da mantenedora ou do donoda escola ou faculdade Esse fato tem trazido alguns conflitos de orientaccedilatildeo no cotidiano das IES particulares colocando lado a alado duas loacutegicas distintas e nem sempre conciliaacuteveis - a do lucro e do mercado e a pedagoacutegica e acadecircmica

Natildeo se pretende criar nenhum tipo de oposiccedilatildeo forte entre essas duas perspectivas de orientaccedilatildeo de conduta mas eacute sabido que os seus princiacutepios nem sempre se conciliam evidenciando-se uma situaccedilatildeo problemaacutetica para as IES Os conflitos daiacute decorrentes via de regra satildeo tomados mais agudos e sensiacuteveis nos momentos de elaboraccedilatildeo de projetos pedagoacutegicos e de desenvolvimento institucional bem como nas atividades de avaliaccedilatildeo sejam estas provenientes do MEC e de outras agecircncias federais ou mesmo de iniciativa interna

Junto com essas preocupaccedilotildees que acentuam a forte marca individual - dos donos dos estabelecimentos - no cotidiano das IES verifica-se o grande predomiacutenio de um padratildeo familiar na gestatildeo e conduccedilatildeo dessas instituiccedilotildees Ou seja antigos proprietaacuterios de escolas secundaacuterias que passaram a ampliar seus negoacutecios para o ramo do ensino superior tendo seus filhos esposa e outros familiares envolvidos nessa nova atividade empresarial prosseguiram em geral com as mesmas estrateacutegias praacuteticas e visotildees trazidas de suas experiecircncias anteriores centralizando decisotildees e dando um caraacuteter possivelmente muito tradicional agraves gestotildees de suas faculdades ou universidades E em muitos casos constata-se que esse modo familiar de gerenciar os negoacutecios tem se confrontado com praacuteticas calcadas em procedimentos mais racionais e formais fundadas na impessoalidade na transparecircncia orccedilamentaacuteria na atribuiccedilatildeo de funccedilotildees segundo criteacuterios de competecircncia teacutecnica na definiccedilatildeo de direitos e responsabilidades de cada cargo e nas accedilotildees administrativas baseadas em regulamentos escritos e previamente definidos em suma no funcionamento burocraacutetico moderno

Satildeo assim duas orientaccedilotildees de conduta que passam a se defrontar no campo das IES privadas a tradicional e a burocraacutetica ou a familiar e a gestatildeo racional-formal implicando em tensotildees internas consideraacuteveis especialmente no momento atual em que pressotildees competitivas crescentes levam a que muitas instituiccedilotildees privadas procurem aprimorar o seu processo decisoacuterio os mecanismos de avaliaccedilatildeo e de planejamento - vistos como instrumentos de gestatildeo e de correccedilatildeo de rumos - e a estrutura e funcionamento geral da organizaccedilatildeo Contudo a marca pessoal do proprietaacuterio das IES particulares - em geral indiviacuteduos

realizadores e com grande influecircncia carismaacutetica - e de sua famiacutelia ainda eacute muito evidente implicando em muitas situaccedilotildees dificuldades para se avanccedilar em determinadas mudanccedilas percebidas por diversos membros da instituiccedilatildeo como necessaacuterias especialmente as que dizem respeito agrave administraccedilatildeo dos recursos humanos e agrave formulaccedilatildeo de planos estrateacutegicos mais abrangentes

O trabalho de construccedilatildeo de uma nova condiccedilatildeo institucional e de gestatildeo das IES no Paiacutes eacute dos mais sensiacuteveis e difiacuteceis no momento pois envolve natildeo apenas a formulaccedilatildeo de modelos e discussotildees teacutecnicas como aquelas afetas ao planejamento e agrave avaliaccedilatildeo mas principalmente porque precisam ser amplamente negociados e discutidos com toda a comunidade interna e externa

Cada tipo de instituiccedilatildeo se puacuteblica ou privada comunitaacuteria ou natildeo estadual federal ou municipal e assim por diante possui seus proacuteprios desafios e especificidades nesse processo de discussatildeo e negociaccedilatildeo de novas propostas de desenvolvimento institucional

Sem entrar em muitos pormenores o tema da gestatildeo nas particulares eacute o que se pode considerar uma verdadeira caixa preta Principalmente entre aquelas dirigidas por um padratildeo tradicional e familiar a inovaccedilatildeo organizacional incluindo-se a implementaccedilatildeo de adequados sistemas de informaccedilotildees gerenciais de planejamento e avaliaccedilatildeo esbarra em grandes entraves sobretudo decorrentes de um forte personalismo e centralismo que impedem novas iniciativas ou as cerceiam procurando ajustaacute-las ao desejo dos proprietaacuterios da instituiccedilatildeo conforme analisei anteriormente

Poreacutem natildeo apenas nessas instituiccedilotildees familiares mas na grande maioria das IES particulares a gestatildeo e administraccedilatildeo eficiente eacute um grande problema As informaccedilotildees gerenciais satildeo precaacuterias e pouco confiaacuteveis o planejamento eacute praticamente inexistente e a avaliaccedilatildeo ainda estaacute em seus primeiros passos quando natildeo ausente Decisotildees satildeo tomadas intuitivamente ou baseadas apenas em procedimentos convencionais histoacutericos nem sempre fundamentados em razotildees teacutecnicas

A criatividade se de um lado eacute apontada como mais promissora entre as particulares em razatildeo de uma estrutura menos burocratizada e formal que as IES puacuteblicas por outro lado enfrenta tambeacutem as duras resistecircncias do centralismo e dos processos autoritaacuterios os quais estabelecem a priori o que deve ser feito e seguido pelas bases acadecircmicas Estas natildeo envolvidas nas decisotildees principais da instituiccedilatildeo tambeacutem natildeo fazem muito esforccedilo em alterar essa situaccedilatildeo A condiccedilatildeo de horistas de grande parte dos quadros docentes nessas instituiccedilotildees eacute um dos fatores que corrobora esse quadro de omissatildeo outro fator eacute o

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

risco sempre presente da perda do emprego em decorrecircncia de eventuais enfrentamentos com a alta administraccedilatildeo

Desse modo o planejamento e os processos de avaliaccedilatildeo tendem a ficar muito concentrados na cuacutepula das instituiccedilotildees particulares o que implica dificuldades na implementaccedilatildeo de novas medidas e na construccedilatildeo de um novo projeto de desenvolvimento institucional que tenha a efetiva participaccedilatildeo e o comprometimento dos docentes e teacutecnicos das IES particulares

O dilema entatildeo eacute agir sempre verticalmente independente de criacuteticas e omissotildees ou abrir-se ao diaacutelogo e apoiar iniciativas das bases acadecircmicas e dos teacutecnicos estimulando essa participaccedilatildeo e favorecendo a um maior comprometimento dos membros da instituiccedilatildeo em novos projetos de largo alcance

As chamadas instituiccedilotildees comunitaacuterias parecem ser as que mais avanccedilam nessa segunda perspectiva construindo um espaccedilo interno de maior interlocuccedilatildeo e construccedilatildeo de propostas mais participativas e criativas na gestatildeo da organizaccedilatildeo Satildeo muitas iniciativas que poderiam servir de base para vaacuterias outras instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior no Brasil incluindo as puacuteblicas No extremo oposto as IES com maiores dificuldades de implementar novos projetos de desenvolvimento institucional e de gestatildeo estrateacutegica satildeo as chamadas escolas isoladas especialmente aquelas em que predominam os padrotildees familiares de administraccedilatildeo

REFEREcircNCIAS

RANGEL Jr ANTOcircNIO G Eleiccedilotildees nas universidades um debate atual Universidade e Sociedade Sao Paulo ANDES v 6 ndeg10 19

SCHWARTZMAN J O processo decisograverio e a gestatildeo das universidades federais brasileiras Revista do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras Brasiacutelia v 13 ndeg 26 1991

TAVARES H Autonomia a experiecircncia das universidades paulistas Universidade e Sociedade Satildeo Paulo ANDES v 8 ndeg 17 1998

TRIGUEIRO M O ensino superior privado no Brasil Satildeo Paulo Paralelo 15Marco Zero 2000

VAHL T R Educaccedilatildeo Brasileira Revista do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras Brasiacutelia v 12 ndeg 25 1990

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Os principais atores da educaccedilatildeo superior no Brasil

Maria Susana Arrosa Soares

51 Os estudantes caracteriacutesticas e evoluccedilatildeo

511 A populaccedilatildeo estudantil classificada por sexo aacuterea de conhecimento niacutevel de estudo e tipo de instituiccedilatildeo

Os dados relativos agrave populaccedilatildeo discente matriculada em cursos de graduaccedilatildeo nas universidades brasileiras revelam uma significativa superioridade do sexo feminino As mulheres representam 562 do total da populaccedilatildeo estudantil Nas instituiccedilotildees federais a diferenccedila eacute pequena mas nos demais tipos de instituiccedilotildees a feminilizaccedilatildeo do ensino universitaacuterio eacute marcante

Tabela 51 Populaccedilatildeo estudantil em cursos de graduaccedilatildeo por sexo - 2000

Sexo

Feminino

Masculino

Total

Total ()

562

438

1000

Instituiccedilatildeo Federal

506

494

1000

Instituiccedilatildeo Estadual

579

421

1000

Instituiccedilatildeo Municipal

569

431

1000

Instituiccedilatildeo Particular

574

426

1000

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

A distribuiccedilatildeo dos alunos de graduaccedilatildeo por aacutereas de conhecimento no ano de 2000 apontava uma elevada concentraccedilatildeo da matriacutecula na Aacuterea de Ciecircncias Humanas na qual estavam matriculados aproximadamente 67 dos alunos Nas demais aacutereas eacute baixa a percentagem de alunos com exceccedilatildeo da Aacuterea de Sauacutede na qual havia apenas 12 de alunos realizando seus cursos

Tabela 52 Matriacuteculas na graduaccedilatildeo por aacutereas de conhecimento em 2000

Aacuterea de Conhecimento

Educaccedilatildeo

Humanidades e Artes

C Sociais Negoacutecios e Direito

C Matemaacutetica e Computaccedilatildeo

Engenharia Produccedilatildeo e Construccedilatildeo

Agricultura e Veterinaacuteria

Sauacutede e Bem Estar Social

Serviccedilos

Total

584664

88559

1122142

233726

234497

63260

323196

44201

Instituiccedilatildeo Federal 99477

35905

117488

58582

69721

28562

70167

2848

Instituiccedilatildeo Estadual 143662

15326

66153

bull 27054

35402

11889

31222

1396

Instituiccedilatildeo Municipal

22177

1291

31540

5409

4796

1148

5357

454

Instituiccedilatildeo Privada 319348

36037

906961

142681

124578

21661

216450

39503

Fonte MECINEPDAES

Graacutefico 51 Alunos de graduaccedilatildeo por aacuterea de conhecimento - 2000

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Do total de 2788984 de estudantes matriculados nas universidades brasileiras no ano de 2000 966 frequumlentavam cursos de graduaccedilatildeo e os restantes distribuiacuteam-se entre os cursos de mestrado e de doutorado

Tabela 53 Alunos por niacutevel de estudo e regiotildees - 2000

Ano 2000

Graduaccedilatildeo

Mestrado

Doutorado

Total de Matriculas

Brasil

2694245

61735

33004

2788984

None

115058

816

210

115966

Nordeste

413709

6460

1839

421364

Sul

542435

13226

4298

556437

Sudeste

1398039

38440

25873

1459277

Centro-Oeste

225004

2793

784

228052

Total

966

22

12

1000

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

As regiotildees tecircm uma participaccedilatildeo contrastante nas matriacuteculas nos trecircs niacuteveis de ensino Segundo as regiotildees as matriculas distribuem-se da seguinte forma

Tabela 54 Percentual de alunos por niacutevel de estudo e regiotildees - 2000

Regiatildeo

Sudeste

Sul

Nordeste

Centro-Oeste

Norte

graduaccedilatildeo ()

519

201

153

84

43

Matriculas (Alunos)

Mestrado ()

653

182

109

42

13

Doutorado ()

804

120

48

23

05

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

A populaccedilatildeo estudantil dos cursos de graduaccedilatildeo concentrava-se no ano de 2000 em instituiccedilotildees privadas 67 dos universitaacuterios brasileiros No mesmo ano as instituiccedilotildees puacuteblicas federais atendiam 179 dos alunos e as estaduais 123 O processo de expansatildeo da matriacutecula nas instituiccedilotildees particulares acelerou-se a partir da deacutecada de 90 quando tambeacutem ocorreu a retraccedilatildeo da oferta de vagas no ensino puacuteblico federal

Graacutefico 52 Populaccedilatildeo estudantil por tipo de instituiccedilatildeo - 2000

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

512 A evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo estudantil entre 1990 e 2000

A feminilizaccedilatildeo da matriacutecula universitaacuteria eacute um processo crescente no Brasil Em 1987as mulheres representavam 53 da matricula universitaacuteria e no ano de 2000 esse percentual atingiu 56 As mulheres estatildeo chegando agrave universidade em maior nuacutemero conquistando dessa forma maiores oportunidades profissionais do que os jovens do sexo masculino

Tabela 55 Evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo estudantil dos cursos de graduaccedilatildeo

segundo o sexo - 1987-2000

Ano

1987

1996

2000

Sexo Feminino

528356

520867

1514165

Sexo Masculino

475743

440459

1180079

Total

1004099

961326

2694244

Fonte INEP wwwinepgovbr) SIDRA (IBGE)

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Tabela 56 Evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo estudantil por tipo de instituiccedilatildeo - 1990-2000

ANO

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

Federal ()

308867 (200)

320135(204)

325884 (212)

344387(215)

363543(218)

367531 (208)

388987 (208)

395833 (203)

408640(192)

442562(186)

482750(179)

Estadual ()

94417(106)

202315(129)

210133(136)

216535(135)

231936(139)

239215(135)

243101 (130)

253678(130)

274934(129)

302380(127)

332104(120)

Municipal ()

75341 (48)

83286(53)

93645 (60)

92594 (58)

94971 (57)

93794(53)

103339(55)

109671 (56)

121155(56)

87080 (36)

72172(26)

Privada ()

961455(624)

959320(612)

906126(590)

914152(573)

970584 (584)

1059163(601)

1133102(606)

1186433(606)

1321229(621)

1537923(648)

1807219(670)

Total ()

1540080(100)

1565056(100)

1534788(100)

1567668(100)

1661034(100)

1759703(100)

1868529(100)

1945615(100)

2125958(100)

2369945(100)

2694245(100)

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

Tabela 57 -Evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo discente em cursos de graduaccedilatildeo

por Aacuterea de Conhecimento - 1995-1999

Area de Conhecimento

Ciecircncias Exatas e da Terra

Ciecircncias Bioloacutegicas

EngenhariaTecnologia

Ciecircncias da Sauacutede

Ciecircncias Agraacuterias

Ciecircncias Sociais Aplicadas

Ciecircncias Humanas

Liacutenguas Letras e Artes

Total

1995()

99

17

67

133

22

379

208

75

1000

1996()

103

16

86

123

27

426

155

64

1000

1998()

126

18

78

91

27

442

153

65

1000

1999 ()

100

19

75

127

26

433

154

66

1000

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

A distribuiccedilatildeo das matriacuteculas pelas aacutereas de conhecimento manteve-se quase inalterada nos uacuteltimos anos Entre 1995 e 1999 ocorreu uma acentuada concentraccedilatildeo das matriacuteculas nas Aacutereas de Ciecircncias Humanas e Sociais e um decreacutescimo do nuacutemero de alunos nos cursos de Engenharia Tecnologia Tal situaccedilatildeo eacute semelhante agrave verificada nos cursos de mestrado e doutorado nos quais o ano de 2001 tambeacutem havia uma elevada concentraccedilatildeo de alunos nas aacutereas de Ciecircncias Humanas e Sociais Aplicadas 36 dos mestrandos e 27 dos doutorandos

Tabela 58 Evoluccedilatildeo do nuacutemero de Concluintes de cursos de

graduaccedilatildeo por tipo de instituiccedilatildeo 1990-2000

Ano

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

Federal

38594

38634

39133

41420

42753

46187

49667

51419

-52787

59098

Dependecircncia

Estadual

26777

28031

26934

29219

31138

33714

34693

38731

-40725

43757

Municipal

12483

14606

14123

14243

13971

15050

15460

15932

-11848

9596

Privada

152352

155106

154077

155387

158025

159450

160404

168302

-195401

212283

Fonte MECINEPSEEC

O nuacutemero de egressos das instituiccedilotildees de ensino superior entre os anos de 1990 e 2000 revela uma realidade oposta agrave da oferta do nuacutemero da vagas As instituiccedilotildees de ensino superior privadas foram as que mais expandiram a oferta de vagas (1479) seguidas das estaduais (707) e as federais (626) Entretanto o nuacutemero de alunos que nelas concluiu os cursos universitaacuterios eacute proporcionalmente menor dos que nas instituiccedilotildees puacuteblicas estaduais e federais

Tabela 59 Taxa de crescimento dos Concluintes dos cursos de graduaccedilatildeo por

tipo de intituiccedilatildeo 1990-2000

Tipo de Instituiccedilatildeo

Federal

Estadual

Municipal

Privada

Taxa de Crescimento ()

531

634

-231

393

Fonte MECINEPSEEC

Entre os anos de 1991 e 2000 houve uma expansatildeo de 95 no conjunto da matriacutecula no ensino superior nacional Essa mesma expansatildeo ocorreu no ensino de graduaccedilatildeo tambeacutem os cursos de mestrado e de doutorado tiveram uma significativo aumento em suas matriacuteculas os primeiros 63 e os uacuteltimos 70 Em outras palavras o sistema de ensino superior vem apresentando um dinamismo importante respondendo

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

ao aumento da demanda decorrente da demanda do crescente nuacutemero de egressos do ensino meacutedio

Tabela 510 Evoluccedilatildeo da matriacutecula no ensino superior por niacutevel de

estudo-1991-2000

Ano

1991

1994

1996

1998

1999

2000

Graduaccedilatildeo

1375742

1661034

1868529

2125958

2369945

2694245

Mestrado

37865

460X6

45622

50931

56911

61735

Doutorado

12219

18907

22198

26810

29940

33004

Total de Matriculas

1425826

1726027

1936349

2203699

2456796

2788984

Fontes IBGE - Censo Demograacutefico (wwwibgegovbr) INEP (wwwinepgovbr)

Quanto ao comportamento das matriacuteculas em cursos de mestrado entre 1990 e 2001 observa-se que permaneceu inalterado o nuacutemero de alunos que realizaram cursos nas distintas aacutereas de conhecimento Os cursos que concentravam a maior parte das matriacuteculas eram os das Aacutereas Humanas Sociais Aplicadas e Engenharias os cursos com menor demanda eram os que pertenciam agraves Aacutereas das Ciecircncias Agraacuterias Bioloacutegicas e Letras e Artes todos com menos de 10 das matriacuteculas

Tabela 511 Alunos de Mestrado por Aacuterea de Conhecimento - 1990-2001

Ano

1990

1991 1992

1993 1994

1995

1996 1997

1998 1999

2000 2001

CAg

3612

3437 3517

3685

4111

3988 3872

3939 4594

4940

5166 5463

C Bio

2553

2575 2801

2910

3245 3462

2751

2872

3618 3824

3885

4081

CSau

4752

4885 5107

5240

5631

6382

6113 6334 7464

7921 7979

8143

CETerra

4202

4232 3850

4103

4295 4725 4077

4250

4636 5394

5819 6058

C Hum

7938

7676 7799

7854

8584

9085 7634

7566 8742 9548

10132

10822

C Soc Apl

6288

6209

6098 6410

6523 6919

6773

7231 8177

9607

10604

11085

Eng

5985 6074

6720 6450

7579 7496

7080 7804

8693 9259

11873

9675

Letras e Artes

2459 2777

2437

2643

3091

3281 3045

3159

3515 3800

3924

4068

Total

37789

37865

38329 39295

43059

45338 41345

43155

49439 54293

59382 59395

Fonte CAPES (wwwcapesgovbr)

Situaccedilatildeo diferente eacute a que verificava-se nos cursos de doutorado Em 1990 os cursos com maior nuacutemero de alunos eram os das Aacutereas das Ciecircncias Exatas e da Terra da Sauacutede Humanas e Engenharias Mas no final do periacuteodo ocorreu uma alteraccedilatildeo significativa nessa situaccedilatildeo

Decresceram as matriacuteculas nos cursos das duas primeiras aacutereas e aumentaram nos doutorados das outras duas bem como os cursos das Ciecircncias Agraacuterias

Tabela 512 Alunos de Doutorado por Aacuterea de Conhecimento - 1990-2001

Ano

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

C Ag

958

820

1194

1307

1730

1807

1941

2136

2452

2833

3319

3681

C Bio

1441

1496

1734

11973

2224

2470

2383

2593

3295

3596

3864

4238

CSau

1807

1873

2125

2432

3001

3209

3225

3633

4239

4685

4856

5099

CE Terra

1905

2076

2210

2632

2837

3231

3149

3364

3900

4134

4338

4522

C Hum

1653

1915

2038

2445

2677

3229

3598

3945

4693

5220

5871

6222

C Soc Apl

1170

1345

1174

1330

1324

1579

1770

1925

2276

2605

2868

3305

Bag 1469

1780

2399

2512

2998

3314

3477

3814

4189

4830

5506

5395

Letras e Artes

807

914

815

972

1023

1059

1231

1328

1488

1671

1889

2051

Total

11210

12219

13689

25603

17891

19898

20774

22738

26532

29574

32511

34513

Fonte CAPES (wwwcapesgovbr)

Graacutefico 53 Matriacuteculas em cursos noturnos por tipo de instituiccedilatildeo

- 1991 e 2000()

Federal Estadual Municipal Privada

bull 1991 bull 2000

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Entre os anos de 1991 e 2000 a matriacutecula em cursos noturnos teve uma pequena ampliaccedilatildeo passando de 551 para 56 do total das matriacuteculas dos sistema ensino superior Esse aumento todavia foi pouco significativo principalmente quando comparado ao aumento do total da matriacutecula 72 A maior oferta de cursos noturnos foi na rede privada responsaacutevel em 1991 e 2000 por 755 e 791 das matriacuteculas em cursos noturnos no paiacutes A rede puacuteblica oferecia nesses anos 245 e 209 desses cursos A oferta por parte das instituiccedilotildees federais passou de 58 para 73 as estaduais passaram de 11 para 10 e as municipais de 77 para 36

513 Os organismos representativos dos estudantes

Desde 1937 ano de criaccedilatildeo da Uniatildeo Nacional de Estudantes os estudantes universitaacuterios brasileiros tecircm assegurada sua representaccedilatildeo estudantil nas universidades Na Lei ndeg 7395 de 31 de outubro de 1985 que dispocircs sobre os oacutergatildeos de representaccedilatildeo dos estudantes de niacutevel superior foram estabelecidas as seguintes instancias de representaccedilatildeo

- as Uniotildees Estaduais de Estudantes representam os estudantes universitaacuterios de cada Estado e do Distrito Federal - os Diretoacuterios Centrais dos Estudantes representam os estudantes de cada instituiccedilatildeo de ensino superior - os Diretoacuterios Acadecircmicos representam os alunos de unidades que congreguem vaacuterios cursos - os Centros Acadecircmicos satildeo as entidades de base do movimento estudantil e representam os alunos de cada curso

No acircmbito das universidades os alunos tecircm garantida por lei sua representaccedilatildeo em todos os oacutergatildeos colegiados e nos conselhos superiores

A Lei ndeg 4024 de 20 de dezembro de 1961 em seu art 78 e a Lei ndeg 5540 de 28 de novembro de 1968 no art 38 estabelecem

Art 78 O corpo discente teraacute representaccedilatildeo com direito a voto nos conselhos universitaacuterios nas congregaccedilotildees e nos conselhos departamentais das universidades e escolas superiores isoladas na forma dos estatutos das referidas entidades Art 38 O corpo discente teraacute representaccedilatildeo com direito a voz e voto nos oacutergatildeos colegiados das universidades e dos estabelecimentos isolados de ensino superior bem como em comissotildees instituiacutedas na forma dos estatutos e regimentos

sect 1ordm A representaccedilatildeo estudantil teraacute por objetivo a cooperaccedilatildeo entre administradores professores e alunos no trabalho universitaacuterio sect 2o A escolha dos representantes estudantis seraacute feita por meio de eleiccedilotildees do corpo discente e segundo criteacuterios que incluam o aproveitamento escolar dos candidatos de acordo com os estatutos e regimentos sect 3o A representaccedilatildeo estudantil natildeo poderaacute exceder de um quinto do total dos membros dos colegiados e comissotildees

Os alunos regularmente inscritos em cursos de poacutes-graduaccedilatildeo tecircm em cada instituiccedilatildeo de ensino superior uma Associaccedilatildeo de Poacutes-Graduandos que os representa junto aos oacutergatildeos colegiados das respectivas instituiccedilotildees de ensino Elas tecircm por finalidade representar o conjunto dos estudantes de poacutes-graduaccedilatildeo stricto sensu de cada instituiccedilatildeo defendendo seus direitos e interesses A niacutevel nacional a Associaccedilatildeo Nacional de Poacutes-Graduandos eacute a entidade legiacutetima de representaccedilatildeo dos poacutes-graduandos de todo o paiacutes

514 Os programas de assistecircncia ao estudante

1 O Programa de Financiamento Estudantil - FIES criado atraveacutes da Lei ndeg 10260 de 12 de julho de 2001 tem como objetivo auxiliar estudantes em situaccedilatildeo econocircmica menos privilegiada na realizaccedilatildeo de curso de graduaccedilatildeo natildeo-gratuito devidamente cadastrado no programa e com avaliaccedilatildeo positiva nos processos realizados pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo

O percentual de financiamento eacute escolhido pelo estudante e o prazo maacuteximo de utilizaccedilatildeo do financiamento eacute igual ao periacuteodo remanescente para a conclusatildeo do curso pelo estudante agrave eacutepoca de seu ingresso na FIES

2 O Programa Especial de Treinamento - PET foi criado e implementado em 1979 pela CAPES com os seguintes objetivos a melhoria do ensino de graduaccedilatildeo a formaccedilatildeo acadecircmica ampla do aluno a interdisciplinaridadea atuaccedilatildeo coletiva e o planejamento e a execuccedilatildeo em grupos sob tutoria de um programa diversificado de atividades acadecircmicas No ano de 2000 3405 estudantes receberam essa bolsa da CAPES Este Programa na atualidade natildeo integra os programas da CAPES

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

3 O Programa de Estudante-Convecircnio de graduaccedilatildeo PEC-G administrado pelo Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores e pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo eacute uma atividade de cooperaccedilatildeo e destina-se aos cidadatildeos de paiacuteses em desenvolvimento com os quais o Brasil manteacutem acordos educacionais e culturais a realizarem cursos de graduaccedilatildeo no paiacutes

52 O pessoal docente

527 O Pessoal docente classificado por sexo e tipo de instituiccedilatildeo

O corpo docente universitaacuterio eacute predominantemente integrado por professores do sexo masculino Em todas as instituiccedilotildees de ensino superior mais de 60 do corpo docente eacute constituiacutedo por professores do sexo masculino Apesar de ser pequena a diferenccedila constata-se que no corpo docente das universidades puacuteblicas predominam os homens (60) e nas particulares as mulheres (58)

Tabela 513 Docentes segundo o sexo e tipo de instituiccedilatildeo - 2000

Sexo

Feminino

Masculino

Total

Instituiccedilatildeo Federal

20095

30070

50165

Instituiccedilatildeo Estadual

13253

20477

33730

Instituiccedilatildeo Municipal

1646

2613

4259

Instituiccedilatildeo Privada

45743

63815

109558

409

591

1000

Total

80737

116975

197712

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

O corpo docente do sistema do ensino superior brasileiro no ano de 2000 estava integrado por 52 de docentes poacutes-graduados sendo 31 Mestres e 21 Doutores Essas percentagens todavia eram significativamente diferentes segundo fossem as instituiccedilotildees puacuteblicas ou privadas As federais e estaduais eram as que contavam com corpos docentes mais titulados e em conjunto tinham 69 de docentes com tiacutetulo de doutor As instituiccedilotildees privadas e municipais ainda tinham um nuacutemero reduzido de docentes com doutorado Tal situaccedilatildeo tende a alterar-se dada a exigecircncia estabelecida na Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional de que um terccedilo dos docentes deve ter titulo de doutor ou de mestre

Tabela 514 Nuacutemero de docentes por tipo de instituiccedilatildeo

e grau de formaccedilatildeo - 2000

Grau de Formaccedilatildeo

Sem Poacutes-Graduaccedilatildeo

Especializaccedilatildeo

Mestrado

Doutorado

Total

Federal ()

7896(16)

8201 (16)

17321 05)

16747(33)

50165(100)

Estadual ()

4975(15)

9025(27)

8578 (25)

11152(33)

33730 (100)

Municipal ()

695(16)

2111 (49)

1046 (24)

407(11)

4259(100)

Privada()

17813(16)

44166(40)

35178(32)

12401(12)

109558(100)

Total ()

31379(16)

63503 (32)

62123(31)

40707(21)

197712(100)

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

Graacutefico 54

A distribuiccedilatildeo dos docentes pelo conjunto do sistema deacute ensino superior no ano de 2000 revelava uma grande concentraccedilatildeo na rede privada na qual trabalhavam 56 dos docentes como foi visto anteriormente tambeacutem concentravam-se na rede privada as matriacuteculas em cursos de graduaccedilatildeo (67) Ou seja a grande expansatildeo da rede privada de ensino superior principalmente nas Regiotildees Sudeste e Sul levou agrave ocorrecircncia de uma expansatildeo equivalente no nuacutemero de docentes

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

A anaacutelise mais detalhada da distribuiccedilatildeo do corpo docente por dependecircncia administrativa em cada uma das regiotildees lanccedila informaccedilotildees muito importantes para a caracterizaccedilatildeo do ensino superior em cada uma delas No conjunto do sistema de ensino superior brasileiro 51 dos docentes em 1999 estava vinculada a instituiccedilotildees privadas os demais distribuiacuteam-se entre as federais (27) as estaduais (17) e as municipais (5)

Nas regiotildees todavia essas proporccedilotildees invertiam-se Nas IES das regiotildees Norte e Nordeste a maioria dos docentes trabalhava em instituiccedilotildees federais e nas demais em instituiccedilotildees privadas Ou seja nas regiotildees com menor poder aquisitivo havia maior nuacutemero de alunos de graduaccedilatildeo e de docentes nas instituiccedilotildees federais e nas regiotildees com maior poder aquisitivo eles concentram-se na rede privada de ensino

Tabela 515 Nuacutemero de docentes por dependecircncia administrativa e regiatildeo - 1999

Regiatildeo

Brasil

Norte

Nordeste

Sul

Sudeste

Centro-Oeste

Total

173836

6689

26890

36068

91328

12861

Federal

46687

3772

13061

9008

16643

4203

Estadual

29141

1034

6977

5355

14358

1417

Municipal

5055

59

493

1924

2360

219

Privada

92953

1824

6359

19781

57967

7022

Fonte MECINEPSEEC

522 A evoluccedilatildeo do pessoal docente entre 1990 e 2000

O nuacutemero de docente do ensino superior entre os anos de 1990 e 2000 experimentou um crescimento de 50 aumento importante para um periacuteodo de dez anos Esse processo em grande medida resultou da grande expansatildeo das matriacuteculas na rede privada (88) e estadual (252) de ensino superior Em 200056 do corpo docente do ensino superior atuava na rede privada e o nuacutemero de docentes da rede federal de ensino teve um aumento pouco expressivo (13) A reduzida expansatildeo da oferta de novos cursos de graduaccedilatildeo de cursos noturnos o elevado nuacutemero de aposentadorias ocorridas no periacuteodo e os baixos salaacuterios dos professores podem ser apontados como os principais motivos da tendecircncia agrave estagnaccedilatildeo verificada no nuacutemero de docentes nas instituiccedilotildees puacuteblicas federais

Tabela 516 Docentes segundo tipo de instituiccedilatildeo - 1990-2000

Ano

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

Federal

44344

43404

41564

42304

43556

44486

42110

50059

45611

46687

50165

Estadual

23224

23784

24554

23963

25239

25932

26064

27714

30621

29141

33730

Dependecircncia

Municipal

4336

4935

6124

6327

6490

5850

6492

6818

7506

5055

4259

Privada

59737

61012

62161

64562

66197

69022

73654

81373

81384

92953

109558

Total

131641

133135

134403

137156

141482

145290

148320

165964

165122

173836

197712

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

A titulaccedilatildeo do pessoal docente entre os anos de 1990 e 2000 mudou significativamente nas instituiccedilotildees de niacutevel superior em todo o paiacutes Em dez anos o nuacutemero de docentes sem curso de poacutes-graduaccedilatildeo reduziu-se agrave metade Processo inverso ocorreu com o nuacutemero de mestres e de doutores que se natildeo chegou a duplicar-se em algumas regiotildees do paiacutes em outras quase duplicou-se

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Tabela 517 Docente em exerciacutecio segundo o grau de formaccedilatildeo e

as regiotildees - 1990 e 2000

Grau de formaccedilatildeo

Sem Poacutes-Graduaccedilatildeo

Especializaccedilatildeo

Mestrado

Doutorado

Total

Grau de formaccedilatildeo

Sem Poacutes-Graduaccedilatildeo

Especializaccedilatildeo

Mestrado

Doutorado

Total

None

1629

1395

885

242

4151

Norte

1518

3209

2422

712

7911

Nordeste

8771

630S

5422

1795

22293

Nordeste

5423

10733

10083

4472

30981

1990

Sul

7808

9797

4991

1971

24567

Sudeste

24396

21363

14997

12265

73021

2000

Sul

5615

13859

13625

7068

40167

Sudeste

15699

29820

31221

25906

102646

Centro-Oeste

2748

2737

1458

666

7609

Centro-Oeste

3054

5882

4772

2219

15927

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

Tabela 518 Docentes em exerciacutecio segundo o grau de formaccedilatildeo e

as regiotildees - 1990 e 2000 ()

Grau de formaccedilatildeo

Sem Poacutes-Graduaccedilatildeo

Especializaccedilatildeo

Mestrado

Doutorado

Total

Grau de formaccedilatildeo

Sem Poacutes -graduaccedilatildeo

Especializaccedilatildeo

Mestrado

Doutorado

Total

Norte

39

34

21

6

100

Norte

20

40

30

10

100

Nordeste

39

28

24

9

100

Nordeste

17

35

32

16

100

1990()

Sul

32

39

23

6

100

Sudeste

33

29

20

18

100

2000()

Sul

14

34

34

18

100

Sudeste

15

29

30

26

100

Centro-Oeste

36

36

19

9

100

Centro-Oeste

19

37

30

14

100

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

O nuacutemero de docentes em tempo parcial ainda eacute maior do que aquele com tempo integral Em 1995 e 2000 o percentual era de 56 e 57 respectivamente Nas instituiccedilotildees superiores localizadas nas diversas regiotildees entretanto haacute diferenccedilas significativas Enquanto no Norte e Nordeste aproximadamente 70 dos docentes trabalham em regime integral na regiatildeo Sul e Centro-Oeste esse percentual eacute proacuteximo a 45 e na Sudeste 35

Tabela 519 Docentes por regime de trabalho

Brasil e Regiotildees

Brasil

Norte

Nordeste

Sul

Sudeste

Centro-Oeste

Total

Regime de Trabalho

Integral

Parcial

Integral

Parcial

Integral

Parcial

Integra)

Parcial

Integral

Parcial

Integral

Parcial

1995

63525

81765

3667

1602

15751

8288

11318

17365

28498

49438

4281

5072

145290

1996

65425

82895

3796

1971

15553

8191

13025

17151

28267

50485

4784

5097

148320

1997

74041

91923

5256

2198

17204

8321

14590

18146

30842

58067

6149

5191

165964

1998

73263

36235

3870

2115

16507

4779

14619

7138

32041

19845

6226

2358

109498

1999

73675

39933

4321

2368

15702

11188

14587

21481

32624

58704

6441

6420

173836

2000

84845

112867

5235

2756

18772

12209

17583

22584

35984

66662

7271

8656

197712

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

Tabela 520 Docentes por regime de trabalho ()

Brasil e Regiotildees

Brasil

Norte

Nordeste

Sul

Sudeste

Centro-Oeste

Regime de Trabalho

Integral

Parcial

Integral

Parcial

integral

Parcial

Integral

Parcial

Integral

Parcial

Integral

Parcial

1995

437

563

696

304

655

345

394

606

366

634

477

543

1996

441

559

658

342

655

345

432

568

359

641

484

516

1997

446

554

705

295

674

326

446

554

347

653

542

458

1998

669

331

646

354

775

225

672

328

617

383

725

275

1999

649

351

646

354

584

416

404

596

357

643

501

499

2000

429

571

655

345

606

394

438

562

35

65

456

544

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

523 Os organismos representativos do pessoal docente

1 Organismos sindicais

Os docentes das instituiccedilotildees de ensino superior puacuteblicas e privadas tecircm como oacutergatildeo maacuteximo de representaccedilatildeo sindical a Associaccedilatildeo Nacional de Docentes criada a 19 de fevereiro de 1981 como pessoa juriacutedica de direito privado A partir de 1988 constitui-se em Sindicato Nacional dos Docentes das Instituiccedilotildees de Ensino Superior com a denominaccedilatildeo de ANDES - Sindicato Nacional

Cada IES tem uma Seccedilatildeo Sindical (Ads-SENDs) constituiacuteda por

- Assembleacuteia Geral - Diretoria - Outros oacutergatildeos constituiacutedos nos seu interior nos limites do Estatuto da ANDES e de seu Regimento

2 Sociedades Profissionais e Associaccedilotildees Sociedades

- Sociedade Astronocircmica Brasileira - Sociedade Botacircnica do Brasil - Sociedade Brasileira de Agrometeorologia - Sociedade Brasileira de Ciecircncia dos Solos - Sociedade Brasileira de Computaccedilatildeo - Sociedade Brasileira de Eletromagnetismo - Sociedade Brasileira de Engenharia Agriacutecola - Sociedade Brasileira de Engenharia Biomeacutedica - Sociedade Brasileira de Entomologia - Sociedade Brasileira Espeleologia - Sociedade Brasileira de Estudos Claacutessicos - Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da

Comunicaccedilatildeo - Sociedade Brasileira de Farmacologia e Terapecircutica

Experimental - Sociedade Brasileira de Fiacutesica - Sociedade Brasileira de Fisiologia - Sociedade Brasileira de Geneacutetica - Sociedade Brasileira de Geofiacutesica

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

- Sociedade Brasileira de Geologia - Sociedade Brasileira de Ictiologiacutea - Sociedade Brasileira de Imunologia - Sociedade Brasileira de Limnologia - Sociedade Brasileira de Matemaacutetica - Sociedade Brasileira de Matemaacutetica Aplicada e

Computacional - Sociedade Brasileira de Meteorologia - Sociedade Brasileira de Microbiologia - Sociedade Brasileira de Microondas e Optoeletrocircnica - Sociedade Brasileira de Parasitologiacutea - Sociedade Brasileira de Psicologia - Sociedade Brasileira de Psicanaacutelise - Sociedade Brasileira de Quiacutemica - Sociedade Brasileira de Sociologia - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciecircncia

3 Associaccedilotildees

- Academia Brasileira de Ciecircncias - Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas - Associaccedilatildeo Brasileira de Antropologia - Associaccedilatildeo Brasileira de Bioquiacutemica e Biologia

Molecular - Associaccedilatildeo Brasileira de Ciecircncia Poliacutetica - Associaccedilatildeo Brasileira de Editores Cientiacuteficos - Associaccedilatildeo Brasileira de Enfermagem - Associaccedilatildeo Brasileira de Estatiacutestica - Associaccedilatildeo Brasileira de Fiacutesica Medica - Associaccedilatildeo Brasileira de Linguumliacutestica - Academia Brasileira de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede

Coletiva - Associaccedilatildeo Brasileira de Psicanaacutelise - Associaccedilatildeo de Estudos Populacionais - Associaccedilatildeo dos Geoacutegrafos Brasileiros - Associaccedilatildeo Nacional de Histoacuteria - Associaccedilatildeo Nacional de Pesquisa e Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Ciecircncias da Informaacutetica - Associaccedilatildeo Nacional de Pesquisa e Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Ciecircncias Sociais - Associaccedilatildeo Nacional de PG e Pesquisa em Educaccedilatildeo

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

- Associaccedilatildeo Nacional de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Letras e Pesquisa em Letras e Linguumliacutestica

- Academia Nacional de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional

- Federaccedilatildeo das Sociedades de Biologia Experimental

524 Os mecanismos e normas de recrutamento seleccedilatildeo e promoccedilatildeo do pessoal docente

O ingresso em IFES por integrarem o serviccedilo puacuteblico federal eacute regulamentado pelo Artigo 37 da Constituiccedilatildeo Federal que estabelece no Item II a investidura em cargo ou emprego publico depende de aprovaccedilatildeo preacutevia em concurso puacuteblico de provas ou de provas e tiacutetulos ressalvadas as nomeaccedilotildees para cargo em comissatildeo declarado em lei de livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo

O ingresso em instituiccedilotildees particulares segue criteacuterios estabelecidos por cada uma delas Eles satildeo objeto de regulamentaccedilatildeo pelos oacutergatildeos correspondentes da Administraccedilatildeo Superior e respondem agraves caracteriacutesticas e o niacutevel dos cursos por elas oferecidos

A progressatildeo nas carreiras do Magisteacuterio Puacuteblico Federal segundo o estabelecido no artigo 16 do Decreto ndeg 94664 de 23 de julho de 1987 somente poderaacute ocorrer por titulaccedilatildeo ou desempenho Por titulaccedilatildeo quando o docente obtiver tiacutetulo de Mestre ou de Doutor Por desempenho quando o resultado da avaliaccedilatildeo realizada pelo departamento no qual estaacute lotado o docente for favoraacutevel a sua mudanccedila de niacutevel

Art 16 A progressatildeo nas carreiras do Magisteacuterio poderaacute ocorrer exclusivamente por titulaccedilatildeo e desempenho acadecircmico nos termos das normas regulamentares a serem expedidas pelo Ministro de Estado da Educaccedilatildeo I - de um niacutevel para outro imediatamente superior dentro da mesma classe II - de uma para outra classe exceto para a de Professor Titular 1ordm A progressatildeo de que trata o item I seraacute feita apoacutes o cumprimento pelo docente do interstiacutecio de dois anos no niacutevel respectivo mediante avaliaccedilatildeo de desempenho ou interstiacutecio de quatro anos de atividade em oacutergatildeo puacuteblico 2o A progressatildeo prevista no item II far-se-aacute sem interstiacutecio por titulaccedilatildeo ou mediante avaliaccedilatildeo de desempenho acadecircmico do docente que natildeo obtiver a titulaccedilatildeo necessaacuteria mas que esteja

no miacutenimo haacute dois anos no niacutevel 4 da respectiva classe ou com interstiacutecio de quatro anos de atividade em oacutergatildeo puacuteblico

525 Os programas de melhoria e desenvolvimento do pesshysoal docente

Haacute no Brasil vaacuterios programas destinados agrave melhoria das condiccedilotildees do trabalho docente bem como das atividades de pesquisa Entre os primeiros encontram-se os Programas da CAPES destinados agrave formaccedilatildeo de novos docentes ou agrave qualificaccedilatildeo daqueles que jaacute se encontram em exerciacutecio nas instituiccedilotildees de ensino superior Os programas do CNPq destinam-se principalmente a incentivar o desenvolvimento da pesquisa sendo o principal o Programa de Bolsas de Produtividade em Pesquisa

Os Programas da CAPES destinados agrave qualificaccedilatildeo institucional satildeo os seguintes

1 PQI - Programa de Qualificaccedilatildeo Institucional eacute um programa de apoio a missotildees de estudo e de trabalho voltado agrave formaccedilatildeo de docentes de Instituiccedilotildees Puacuteblicas de Ensino Superior vinculado a projetos conjuntos de pesquisa e poacutes-graduaccedilatildeo entre equipes de diferentes regiotildees do Paiacutes ou de diferentes cidades da mesma regiatildeo e de diferentes Instituiccedilotildees

O PQI visa a promover o desenvolvimento acadecircmico das IES puacuteblicas atraveacutes

- do estiacutemulo agrave elaboraccedilatildeo e implementaccedilatildeo de estrateacutegias de melhoria do ensino e da pesquisa desde o niacutevel departamental ateacute o institucional

- da qualificaccedilatildeo de docentes e excepcionalmente de teacutecnicos preferencialmente em niacutevel de doutorado no acircmbito de projetos de pesquisa em cooperaccedilatildeo com outras instituiccedilotildees do paiacutes e

- do apoio a poliacuteticas de desenvolvimento das atividades de ensino e pesquisa dos docentes receacutem-qualificados

O Programa de Qualificaccedilatildeo Docente destina-se a complementar os recursos aplicados anualmente por instituiccedilotildees de ensino superior privado na qualificaccedilatildeo do seu corpo docente

2 O Programa Mestrado Interinstitucional - MINTER foi implementado em 1996 com o principal objetivo de atender a um contingente de professores de instituiccedilotildees de ensino superior localizadas fora dos grandes centros de ensino e pesquisa

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

3 PICDTec - Programa Institucional de Capacitaccedilatildeo Docente apoia exclusivamente a formaccedilatildeo de docentes das Escolas Teacutecnicas e Agroteacutecnicas Federais - EFT e EAFT - e dos Centros Federais de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegicas - CEFET em niacutevel de mestrado

Bolsas de Pesquisa do CNPq - A Bolsa de Produtividade em Pesquisa do CNPq destina a estimular a produccedilatildeo cientiacutefica dos pesquisadores brasileiros tem como objetivos

- Estimular o desenvolvimento da atividade de pesquisa de maneira regular e contiacutenua

- Contribuir para a geraccedilatildeo de conhecimentos e formaccedilatildeo de pessoal qualificado visando ao desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico do paiacutes

- Possibilitar maior integraccedilatildeo entre pesquisa ensino e formaccedilatildeo de recursos humanos

A bolsa cuja duraccedilatildeo eacute de ateacute 24 meses pode ser renovada desde que a produtividade do pesquisador durante esse periacuteodo seja devidamente comprovada e avaliada pelo Comitecirc da respectiva Aacuterea de Conhecimento

53 O pessoal de apoio

531 O pessoal de apoio classificado por sexo e tipo de instituiccedilatildeo

O pessoal de apoio teacutecnico-administrativo das instituiccedilotildees de ensino superior no ano de 2000 era integrado por 202888 pessoas sendo 487 mulheres e 513 homens O maior contingente de funcionaacuterios concentrava-se em universidades da Regiatildeo Sudeste nas quais trabalha 57 desse pessoal logo a seguir vinham as universidades da Regiatildeo Sul com 17 e a Regiatildeo Nordeste com 16

A distribuiccedilatildeo por sexo dos funcionaacuterios eacute bastante equilibrada Em quase todas as universidades das diversas regiotildees o nuacutemero de homens e mulheres era aproximadamente o mesmo

Tabela 521 Funcionaacuterios por sexo

Local

Brasil

Norte

Nordeste

Sul

Sudeste

Centro-Oeste

1999

Feminino

97158

3675

16234

16677

55452

5480

504

498

499

520

503

488

Masculino

95869

3698

16271

15374

54786

5740

496

502

501

480

497

512

Total

193387

7373

32505

32051

110238

11220

100

100

100

100

100

100

Feminino

98872

3339

16488

18832

53788

494

487

518

520

545

467

506

2000

Masculino

104016

3410

16475

16398

61214

6519

513

482

480

455

533

494

Total

202888

6442

31703

34535

115002

12686

100

100

100

100

100

KW

Fonte MECINEPDAES

Os dados relativos ao niacutevel de formaccedilatildeo dos funcionaacuterios no ano de 2000 aponta situaccedilotildees muito dispares No conjunto das universidades haacute contingentes elevados de funcionaacuterios com primeiro grau incompleto ou completo como nos casos das Regiotildees Sul e Sudeste Por outro lado aproximadamente um quarto dos funcionaacuterios tinha niacutevel superior completo e entre 58 e 92 cursos de poacutes-graduaccedilatildeo

Tabela 522 Funcionaacuterios por grau de formaccedilatildeo - 2000

Local

Brasil

Norte

Nordeste

Sul

Sudeste

Centro-Oeste

1ordmG Incompl Total ()

34378(173)

872(132)

4084(123)

5788(164)

21842(189)

1792(138)

1ordmG Compl Total ()

0639(151)

1047(155)

4086(126)

5873(166)

17 657 ( 153)

1976(152)

2ordm Grau Total ()

74139(365)

2939 (435)

14275 (433)

12267(348)

39171(346)

5487(423)

Grad Total ()

1087(251)

1490(220)

8803 (267)

8085 (229)

9846 (259)

2863(221)

Especial

Total ()

8901 (43)

319(47)

388 (42)

581(73)

961 (34)

652(50)

Mest Total ()

2834(13)

66 (09)

285(08)

537(15)

1801 (15)

145(11)

Dout Total ()

910(04)

16(02)

42(01)

99(05)

724(041

29(05)

Total ()

202888(100)

6749(100)

32963(100)

35230(100)

115002(100)

12944(100)

Fonte MECINEPDAES

532 A evoluccedilatildeo do pessoal de apoio entre 1990 e 2000

O nuacutemero de funcionaacuterios teacutecnico-administrativos das universidades entre 1991 e 2000 teve uma expansatildeo pequena que natildeo acompanhou a ocorrida no nuacutemero de alunos e de docentes Enquanto o nuacutemero de alunos em cursos de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo cresceu 95 e o de docentes 50 o pessoal de apoio aumentou apenas 10 Tal defasagem trouxe seacuterios inconvenientes agrave administraccedilatildeo das instituiccedilotildees de ensino superior particularmente agraves federais cujo nuacutemero de funcionaacuterios teacutecnico-administrativos decresceu 31

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

O crescimento regional do nuacutemero de funcionaacuterios foi bastante diferente Enquanto na Regiatildeo Sul ele atingiu 31 na Regiatildeo Centro-Oeste foi de 18 na Regiatildeo Norte 16 na Regiatildeo Sudeste 9 e na Regiatildeo Nordeste ele foi de -8

Tabela 523 Funcionaacuterios teacutecnico-administrativos em exerciacutecio

segundo as regiotildees - 1991-2000

Ano

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000

Regiatildeo

Norte

5794 6630 7139 7109 8505 7611 7504 6405 7373 6749

Nordeste

35693 36706 39396 41878 40316 40533 37138 32344 32505 32963

Sul

26802 28326 29580 30685 31931 35290 32241 33207 32051 35230

Sudeste

105695 111875 116601 119548 123333 125479 122330 106775 110238 115002

Centro-Oeste

10944 11271 12218 12397 14000 13289 11473 11158 11220 12944

Total

184928 194808 204934 211617 218085 222202 210686 189889 193387 202888

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

Tabela 524 Funcionaacuterios teacutecnico-administrativos em exerciacutecio

segundo as regiotildees - 1991-2000 ()

Ano

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

Regiatildeo

Norte

31

34

35

33

39

34

35

34

38

33

Nordeste

193

188

192

198

185

182

176

170

168

162

Sul

145

144

144

146

146

159

153

175

166

174

Sudeste

571

574

569

565

565

565

581

562

570

567

Centro-Oeste

60

24

60

58

65

60

55

59

58

64

Total

100

100

100

100

100

100

100

100

100

100

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

um fato que merece ser destacado eacute a reduccedilatildeo ocorrida no nuacutemero de servidores das universidades federais Entre 1995 e 2000 houve um decreacutescimo de 31 no numero de servidores passando de 100517 a 69 411 Tal diminuiccedilatildeo em certa medida resultou do grande nuacutemero de aposentadorias ocorridas no periacuteodo e agrave nao abertura de concursos puacuteblicos para preenchimento das vagas delas resultantes

Tabela 525 Nuacutemero de servidores nas universidades federais

Ano

1995

1996

1997

1998

1999

2000

Total

100517

98058

91042

75122

-

69411

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

533 Os organismos representativos dos servidores teacutecnishyco-administrativos

Organismos sindicais

Os servidores das instituiccedilotildees de ensino superior brasileiras tecircm como organismo de representaccedilatildeo sindical a FEDERACcedilAtildeO DE SINDICATOS DE TRABALHADORES DAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS (FASUBRA-SINDICAL) fundada em 19 de dezembro de 1978 sob a denominaccedilatildeo de FEDERACcedilAtildeO DAS ASSOCIACcedilOtildeES DE SERVIDORES DAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS Ela tem personalidade juriacutedica como sociedade civil de direito privado sem fins lucrativos e sua sede juriacutedica e administrativa localiza-se em Brasiacutelia - DF

A FASUBRA-SINDICAL tem como principais objetivos

I - representar sindicalmente em niacutevel nacional o conjunto da categoria junto agraves Entidades e Instituiccedilotildees privadas ou puacuteblicas abrangidas

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

as esferas Federal Estaduais e Municipais observando as prerrogativas das entidades filiadas no acircmbito de sua base territorial

I I - defender os interesses e os direitos coletivos e individuais dos membros da categoria profissional observadas as disposiccedilotildees estatutaacuterias e legais

I I I promover medidas atinentes agrave orientaccedilatildeo informaccedilatildeo e proteccedilatildeo juriacutedica e teacutecnica agraves entidades filiadas

IV - promover a integraccedilatildeo permanente entre as entidades filiadas e representa-las judicial e extra-judicialmente

V - estudar e buscar soluccedilatildeo para todos os assuntos submetidos agrave sua apreciaccedilatildeo e que se relacionem com os trabalhadores da base das entidades filiadas

VI - manter intercacircmbio com as demais organizaccedilotildees de representaccedilatildeo do ramo de atividade econocircmica - Educaccedilatildeo - em particular e as demais de forma geral

VII - desenvolver atividades culturais sociais e esportivas pugnando desse modo pela elevaccedilatildeo do niacutevel soacutecio-cultural da categoria

VITI - pugnar pela manutenccedilatildeo da dignidade dos trabalhadores das IES e pelo aperfeiccediloamento e administraccedilatildeo universitaacuteria bem como da qualidade do ensino da pesquisa e da extensatildeo produzidos nas IES

IX - pugnar pela integraccedilatildeo com os movimentos e entidades nacionais e internacionais que lutam em defesa dos interesses do conjunto da classe trabalhadora em geral e dos trabalhadores em educaccedilatildeo em especial

A FASUBRA-SINDICAL eacute integrada pelos sindicatos de trabalhadores nas IES nas Instituiccedilotildees vinculadas ao ensino de 3o grau legalmente constituiacutedas e que requeiram a sua filiaccedilatildeo

534 Os programas de melhoria e desenvolvimento do pesshysoal de apoio

O Ministeacuterio do Planejamento desenvolve manteacutem dois projetos que visam a valorizaccedilatildeo e a qualificaccedilatildeo dos servidores puacuteblicos federais FORMAR e HABILITAR Ambos satildeo iniciativas da Secretaria de Recursos Humanos - SRHMP cujos objetivos satildeo aumentar o niacutevel de escolarizaccedilatildeo qualificaccedilatildeo e requalificaccedilatildeo funcional e profissional extra serviccedilo puacuteblico e melhoria do ambiente de trabalho no acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica Federal direta autaacuterquica e fundacional - APE

O Projeto FORMAR visa propiciar a todos os servidores da Administraccedilatildeo Puacuteblica Federal alcanccedilarem a escolaridade de niacutevel meacutedio A partir da escolarizaccedilatildeo o Projeto FORMAR tem ainda os objetivos

- satisfazer as necessidades baacutesicas de aprendizagem dos servidores aumentando seu acesso aos programas de capacitaccedilatildeo - elevar o grau de satisfaccedilatildeo do servidor com o seu trabalho e com a sua qualidade de vida e - possibilitar ao servidor ampliar a sua empregabilidade

Projeto HABILITAR tem como meta proporcionar condiccedilotildees de profissionalizaccedilatildeo a ateacute 60 dos servidores dos oacutergatildeos setoriais seccionais da administraccedilatildeo direta autaacuterquica e fundacional que se enquadrarem nos criteacuterios de elegibilidade do Projeto

A Progressatildeo funcional dos servidores teacutecnico-administrativos das universidades federais assim como dos demais servidores eacute regulamentada pelo Decreto ndeg 94664 de 23 de julho de 1987 e a Portaria ndeg 475 de 26 de agosto de 1987 do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo No artigo 25 o Decreto estabelece

Art 25 A progressatildeo funcional dos servidores teacutecnico-administrativos e teacutecnico-mariacutetimos ocorreraacute I - por permanecircncia no cargo ou emprego automaticamente para o niacutevel imediatamente superior ao em que se encontrar a cada interstiacutecio de quatro anos de efetivo exerciacutecio II - por meacuterito para o niacutevel imediatamente superior ao que se encontrar apoacutes o periacuteodo de dois anos contados da data de sua admissatildeo da ascensatildeo funcional da uacuteltima progressatildeo por meacuterito ou do afastamento III - por titulaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo automaticamente e de acordo com os criteacuterios a serem estabelecidos nas normas complementares Paraacutegrafo uacutenico A progressatildeo funcional ocorreraacute de forma independente e cumulativa dentro do mesmo cargo ou emprego

A Portaria ndeg 475 no art 23 estabelece como criteacuterios para a progressatildeo funcional por titulaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo

Art 23 A progressatildeo funcional por titulaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dar-se-aacute de acordo com os seguintes criteacuterios I - habilitaccedilatildeo do servidor em cursos de educaccedilatildeo formal (1ordm 2o 3o e 4o Graus) sem relaccedilatildeo direta com o cargo ou emprego ocupado e que excede agraves suas exigecircncias daraacute direito a um niacutevel

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

II - os tiacutetulos que tenham relaccedilatildeo direta com o cargo ou emprego ocupado e que excedam agraves suas exigecircncias considerados para esse efeito os cursos de treinamento ou educaccedilatildeo formal e respectivas cargas horaacuterias previstos no Anexo III desta Portaria daratildeo direito ao nuacutemero de niacuteveis estabelecidos para cada caso no mesmo Anexo sect 1ordm - Os cursos que tenham relaccedilatildeo direta com o cargo ou emprego do servidor deveratildeo ter sua validade reconhecida pelo oacutergatildeo de Recursos Humanos com parecer preacutevio da CPPTA para efeito da progressatildeo por titulaccedilatildeo sect 2o- uma vez comprovada a realizaccedilatildeo de determinado curso para fins de progressatildeo funcional o mesmo natildeo teraacute validade para efeito de novas progressotildees sect 3o - Na progressatildeo funcional por titulaccedilatildeo poderatildeo ser obtidos ateacute 3 (trecircs) niacuteveis dentro do mesmo Grupo e ateacute 5 (cinco) niacuteveis ao longo da vida funcional do servidor em Grupos diferentes

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

O sistema de apoio agraves atividades das instituiccedilotildees de ensino superior

Maria Susana Arrosa Soares

61 As bibliotecas

As bibliotecas das instituiccedilotildees de ensino superior tecircm desenvolvido projetos de expansatildeo e qualificaccedilatildeo de seus acervos como forma de dar resposta agraves diferentes necessidades decorrentes da criaccedilatildeo de cursos de graduaccedilatildeo em novas aacutereas de conhecimento como tambeacutem da expansatildeo do ensino de poacutes-graduaccedilatildeo

Do mesmo modo nas avaliaccedilotildees regulares empreendidas pelo MEC a situaccedilatildeo das bibliotecas eacute objeto de acurada atenccedilatildeo por parte dos avaliadores

Ambos processos tecircm resultado numa significativa melhoria na oferta de livros perioacutedicos e acesso agrave Internet tanto para os alunos de graduaccedilatildeo como para os da poacutes-graduaccedilatildeo

Os mais expressivos investimentos tecircm sido feitos pelas universidades puacuteblicas e pelos grandes estabelecimentos privados de ensino

62 O Portal de perioacutedicos da CAPES

O Portal perioacutedicos oferece acesso aos textos completos de artigos de mais de 2400 revistas internacionais nacionais e estrangeiras e as bases de dados com referecircncias e resumos de documentos em todas as aacutereas do conhecimento Inclui tambeacutem indicaccedilotildees de importantes fontes de informaccedilatildeo com acesso gratuito na Internet Professores pesquisadores alunos e funcionaacuterios de 97 instituiccedilotildees de ensino superior e de pesquisa em todo o Paiacutes tecircm acesso imediato agrave produccedilatildeo cientiacutefica mundial atualizada atraveacutes deste serviccedilo oferecido pela CAPES

O uso do Portai eacute livre e gratuito O acesso eacute feito a partir de qualquer terminal ligado agrave Internet atraveacutes das instituiccedilotildees participantes Todos os programas de poacutes-graduaccedilatildeo de pesquisa e de graduaccedilatildeo do Paiacutes ganham em qualidade produtividade e competitividade com a utilizaccedilatildeo do Portal que estaacute em permanente desenvolvimento (wwwperiodicosCAPESgovbr)

63 COMUT - Programa de Comutaccedilatildeo Bibliograacutefica

Para que o Brasil pudesse contar com mais um mecanismo eficiente de acesso agrave informaccedilatildeo o MEC - por intermeacutedio da CAPES -criou em 1980 o Programa de Comutaccedilatildeo Bibliograacutefica (COMUT) o qual posteriormente (mediante Portaria Interministerial) passou a ser integrado pelo IBICT pelo SESU e pelo FINEP

O COMUT permite agraves comunidades acadecircmicas e de pesquisa o acesso a documentos relativos a todas as aacutereas do conhecimento (coacutepias de artigos de revistas teacutecnico-cientiacuteficas teses e anais de congressos) exclusivamente para fins acadecircmicos e de pesquisa com respeito rigoroso agrave Lei de Direitos Autorais Para isso atua por meio de uma rede de bibliotecas denominadas bibliotecas-bases com recursos bibliograacuteficos humanos e tecnoloacutegicos adequados para o atendimento agraves solicitaccedilotildees de seus usuaacuterios

O COMUT estaacute disponiacutevel via Internet para usuaacuterios cadastrados no sistema com coacutedigo e senha de acesso

64 As bibliotecas virtuais

O Comitecirc Gestor da InternetBrasil criou vaacuterios Grupos de Trabalho (GTs) para atuarem em diferentes aacutereas de aplicaccedilotildees dos serviccedilos de Internet de interesse da sociedade O GT Bibliotecas Virtuais coordenado pelo Instituto Brasileiro de Informaccedilatildeo em Ciecircncia e Tecnologia (IBICT) foi criado em 1996 e ateacute hoje continua a ser o uacutenico que vem acompanhando o crescimento das bibliotecas na Internet cadastrando e disseminando as informaccedilotildees das bibliotecas na Rede

Desde 1995 muitas Bibliotecas Virtuais tecircm sido criadas nas universidades escolas bibliotecas puacuteblicas bem como em centros de estudos e pesquisas especializados

Na atualidade existem 88 Bibliotecas Virtuais universitaacuterias no Brasil sendo 72 ligadas a universidades puacuteblicas e as demais a universidades e centros privados de pesquisa

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

65 As editoras universitaacuterias

O Brasil possui hoje um total de 88 Editoras Universitaacuterias as quais integram a Associaccedilatildeo Brasileira das Editoras Universitaacuterias (ABEU) criada em 2 de setembro de 1987 com o objetivo de promover o desenvolvimento das editoras universitaacuterias e contribuir para o aperfeiccediloamento dos processos de produccedilatildeo comercializaccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da produccedilatildeo de suas associadas realizar atividades de aperfeiccediloamento de recursos humanos no campo da editoraccedilatildeo destinadas prioritariamente a suas associadas manter serviccedilos de informaccedilotildees comerciais juriacutedicas e bibliograacuteficas aos associados fomentar o intercacircmbio entre as associadas e entidades congecircneres no Brasil e no exterior colaborar com as associadas para ampliar sua participaccedilatildeo em feiras exposiccedilotildees e bienais do livro no paiacutes e no exterior e promover ou participar de campanhas que incentivem o haacutebito da leitura e o gosto pelo livro

66 Grau de conectividade agrave Internet das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior

661 A Rede Nacional de Ensino e Pesquisa

O acesso agrave Internet no Brasil foi muito raacutepido principalmente nas universidades puacuteblicas Em 1989 o Ministeacuterio de Ciecircncia e Tecnologia lanccedilou formalmente o projeto da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) a fim de propiciar a integraccedilatildeo dos esforccedilos jaacute existentes em grandes universidades e centros de pesquisa no Rio de Janeiro Satildeo Paulo e Porto Alegre - com vistas ao estabelecimento da interligaccedilatildeo com os Estados Unidos

A RNP tem como objetivo principal a implantaccedilatildeo de um serviccedilo de redes Internet para a comunidade de ensino e pesquisa que atenda aos seguintes requisitos

- alta qualidade para o traacutefego de produccedilatildeo Internet - suporte a aplicaccedilotildees de educaccedilatildeo superior em especial

Bibliotecas Digitais - interligaccedilatildeo das redes metropolitanas de alta velocidade

(ReMAVs) para experimentos de novas tecnologias

Em maio de 2000 foi inaugurado o novo backbone RNP2 o qual atinge os 27 estados da federaccedilatildeo com capacidade de conexatildeo de ateacute 155 Mbps A conexatildeo agrave Internet2 foi estabelecida em agosto de 2001 por meio de um canal de 45 Mbps cedido pelo projeto

AMPATH Desde janeiro de 2001 a RNP vem operando um link internacional de 155 Mbps o qual seraacute conectado ao principal backbone da Internet2 o Abilene

662 O Instituto Brasileiro de Informaccedilatildeo em Ciecircncia e Tecnologia (IBICT)

O Instituto Brasileiro de Informaccedilatildeo em Ciecircncia e Tecnologia (IBICT) criado na deacutecada de 50 procura promover o desenvolvimento do setor de informaccedilatildeo mediante proposiccedilatildeo de poliacuteticas execuccedilatildeo de pesquisas e difusatildeo de inovaccedilotildees capazes de contribuir para o avanccedilo da ciecircncia e competitividade da tecnologia brasileira

O Instituto atualmente acompanha e internaliza as novas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo estimulando o empreendedorismo e a inovaccedilatildeo

663 O Comitecirc Gestor InternetBrasil

O Comitecirc Gestor da Internet do Brasil foi criado com a participaccedilatildeo do Ministeacuterio de Comunicaccedilotildees e do Ministeacuterio de Ciecircncia e Tecnologia pela Portaria Interministerial ndeg 147 de 31 de maio de 1995 com o propoacutesito de coordenar e integrar todas as iniciativas de serviccedilos Internet no paiacutes bem como assegurar a qualidade e a eficiecircncia dos serviccedilos ofertados resguardar a justa e a livre competiccedilatildeo entre provedores e garantir a manutenccedilatildeo de adequados padrotildees de conduta de usuaacuterios e provedores O Comitecirc Gestor tem como atribuiccedilotildees principais

- fomentar o desenvolvimento de serviccedilos Internet no Brasil - recomendar padrotildees e procedimentos teacutecnicos e

operacionais para a Internet no Brasil - coordenar a atribuiccedilatildeo de endereccedilos Internet o registro

de nomes de domiacutenios e a interconexatildeo de espinhas dorsais

- coletar organizar e disseminar informaccedilotildees sobre os serviccedilos Internet

664 O Prossiga

O projeto de bibliotecas virtuais PROSSIGAREI (wwwprossigabr) do CNPq constituiu-se por diversas bibliotecas temaacuteticas construiacutedas de acordo com a pesquisa no paiacutes aleacutem daquelas baseadas em grandes pesquisadores

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Criado em 1995 o programa Prossiga tem por objetivo promover a criaccedilatildeo e o uso de serviccedilos de informaccedilatildeo na Internet voltados para as aacutereas prioritaacuterias do Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia assim como estimular o uso de veiacuteculos eletrocircnicos de comunicaccedilatildeo pelas comunidades dessas aacutereas

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

O financiamento do ensino superior no Brasil na deacutecada de 90

Visando ao alcance do objetivo proposto o Prossiga na aacuterea de CT amp I fortalece a presenccedila da informaccedilatildeo brasileira na Rede atribuindo-lhe maior visibilidade e acessibilidade e estimulando a criaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de comunidades virtuais

Jacques Schwartzman

71 As fontes de financiamento das instituiccedilotildees de edushycaccedilatildeo superior

O governo federal eacute o mantenedor de 39 universidades 11 Faculdades e 11 Centros de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica num total de 482 750 alunos de graduaccedilatildeo a sua grande maioria (459 011) nas Universidades O governo federal eacute o seu principal mantenedor jaacute que nelas o ensino eacute gratuito e somente cerca de 35 do orccedilamento global eacute constituiacutedo por recursos por elas diretamente arrecadados

As instituiccedilotildees estaduais em nuacutemero de 61 satildeo constituiacutedas por 30 universidades 23 Faculdades e 8 Centros de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica No total elas abrigam 332 mil estudantes de graduaccedilatildeo O seu principal financiador satildeo os governos estaduais e o ensino eacute tambeacutem gratuito Nem todos os estados possuem universidades estaduais e eacute bastante heterogecircnea a sua qualidade e sua distribuiccedilatildeo espacial Destaca-se o sistema estadual paulista constituiacutedo por trecircs grandes universidades que eacute o maior e de melhor qualidade do paiacutes Outros Estados que possuem sistemas importantes satildeo Santa Catarina (com 3 campi) Paranaacute (5 unidades) Rio de Janeiro (2 universidades) Cearaacute (3 universidades) e Bahia (4 universidades)

As Universidades puacuteblicas matriculam a grande maioria dos quase 100 mil alunos de Mestrado e Doutorado Elas tambeacutem satildeo responsaacuteveis por vaacuterios cursos de poacutes-graduaccedilatildeo lato-sensu mas as estatiacutesticas nesta aacuterea ainda satildeo precaacuterias

As instituiccedilotildees privadas satildeo em nuacutemero de 1004 com 18 milhotildees de alunos de graduaccedilatildeo correspondendo a 23 do alunado do paiacutes neste niacutevel de ensino Destas 85 satildeo Universidades que matriculam 102 milhatildeo de estudantes e as outras satildeo centros universitaacuterios faculdades integradas e unidades isoladas Entre as universidades 27 satildeo particulares e as demais satildeo comunitaacuterias confessionais (a maioria catoacutelicas) e filantroacutepicas O que distingue este uacuteltimo grupo satildeo as isenccedilotildees fiscais que usufruem por se caracterizarem por serem sem fins lucrativos Isto significa que os resultados positivos de suas atividades devem ser reinvestidos nelas mesmas natildeo podendo haver distribuiccedilatildeo de lucros Dois satildeo os principais tipos de isenccedilatildeo fiscal do imposto de renda para instituiccedilotildees educacionais sem fins lucrativos e das contribuiccedilotildees para fins de seguridade social para as instituiccedilotildees educacionais consideradas beneficentes de utilidade puacuteblica e que apliquem integralmente seus resultados operacionais na manutenccedilatildeo e desenvolvimento de seus objetivos institucionais A beneficecircncia se caracteriza pela concessatildeo de vagas integral e gratuitamente a alunos considerados carentes

De outro lado a atual Constituiccedilatildeo Federal (CF art 213) veda a alocaccedilatildeo de recursos puacuteblicos a instituiccedilotildees de educaccedilatildeo privadas que natildeo sejam comunitaacuterias confessionais ou filantroacutepicas Esta regra natildeo se aplica a atividades universitaacuterias de pesquisa e extensatildeo que podem receber apoio financeiro do Poder Puacuteblico mas que ainda tem reduzida participaccedilatildeo no orccedilamento delas devido agrave sua menor capacidade de concorrer com instituiccedilotildees puacuteblicas

O setor privado de ensino superior jaacute atingiu uma dimensatildeo respeitaacutevel em termos de movimentaccedilatildeo de recursos financeiros Tomando como referencia a anuidade meacutedia praticada em contratos do FIES (Fundo de Financiamento ao Estudante de Ensino Superior) em 2001 (R$ 54 mil) podemos estimar que somente a receita com alunos de graduaccedilatildeo gera um faturamento de 103 bilhotildees de reais o que eacute quase o dobro do que o governo federal gasta com suas IFES (excluiacutedos os inativos)

O Financiamento Puacuteblico - De acordo com a Constituiccedilatildeo brasileira (CF art 212) a Uniatildeo aplicaraacute anualmente nunca menos de dezoito e os Estados o Distrito Federal e os Municiacutepios vinte e cinco por cento no miacutenimo da receita resultante de impostos compreendida a proveniente de transferencias na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino Aleacutem disso outros recursos provenientes de contribuiccedilotildees sociais e do salaacuterio educaccedilatildeo (25 da folha salarial das empresas) satildeo destinados ao ensino fundamental O Governo Federal aleacutem de ser

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo de 61 unidades aplica recursos nos programas de merenda escolar livro didaacutetico e no Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental todos eles direcionados aos niacuteveis baacutesicos Os Estados aplicam seus recursos no ensino fundamental e meacutedio com crescente importacircncia deste uacuteltimo sendo que alguns estados possuem significativos sistemas estaduais de universidades Os municiacutepios investem prioritariamente em ensino fundamental e no preacute-escolar

72 Os procedimentos de distribuiccedilatildeo de recursos pelo Estado

721 O Governo Federal

como natildeo poderia deixar de ser eacute no Ministeacuterio da Educaccedilatildeo que se concentra o maior volume de gastos federais com educaccedilatildeo superior No entanto eacute significativa a contribuiccedilatildeo de oacutergatildeos como a FINEP o CNPq o MCT e de algumas Fundaccedilotildees de Amparo agrave Pesquisa no acircmbito estadual para o financiamento da pesquisa e da poacutes-graduaccedilatildeo existentes nas universidades federais A anaacutelise dos gastos do MEC (Tabela 71) leva-nos a algumas conclusotildees

1 Os gastos totais do MEC em termos agregados sofreram uma reduccedilatildeo de cerca de 10 se compararmos o biecircnio 1994-5 com o quadriecircnio 1996-1999

2 As despesas com ensino fundamental apresentam tendecircncia crescente por duas razotildees a primeira de natureza contaacutebil pois a partir de 1997 os gastos com merenda escolar que eram computados no Programa Sauacutede passam a integrar o programa Ensino Fundamental A segunda explicaccedilatildeo se encontra nos gastos dos programas de descentralizaccedilatildeo do governo federal em especial o FUNDEF (Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental)

3 Eacute niacutetida a queda absoluta e percentual com gastos para o ensino meacutedio

4 Os recursos para as Instituiccedilotildees Federais de Ensino Superior (IFES) tambeacutem diminuem ao compararmos o biecircnio 1994-1995 com o quadriecircnio 1996-1999Este movimento certamente esta relacionado agrave reposiccedilatildeo parcial de servidores das IFES agrave contenccedilatildeo dos salaacuterios e a supressatildeo de diversas vantagensdos servidores a partir de 1995 Por outro lado crescem em termos absolutos e proporcionais os gastos com inativos e pensionistas

(incluiacutedos no orccedilamento das IFES)

Tabela 71 MEC Distribuiccedilatildeo percentual do gasto total

por programa (1993-1999)

Programas

Administraccedilatildeo do MEC

Ensino Fundamental

Ensino Meacutedio

Educaccedilatildeo Superior

Sauacutede

Previdecircncia

Outros

Total MEC

Em R$ de dez 99

1993

251

1318

705

4600

1315

1494

317

1000

100305

1994

166

1601

512

4419

1219

1657

426

1000

138751

1995

152

1282

556

4536

1378

1620

477

1000

138401

1996

174

1409

477

4486

1255

1751

447

1000

125591

1997

578

1733

464

4474

475

1863

412

1000

120173

1998

589

2339

431

3983

475

1829

354

1000

129887

1999

370

2030

476

4552

189

1942

440

1000

122856

Fonte Ribeiro Joseacute Aparecido C Financiamento e Gasto do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo nos anos 90 Em Aberto Brasiacutelia vol 18 dezembro de 2001 p33-42

Em relaccedilatildeo aos gastos previdenciaacuterios vale a pena destacar sua importacircncia na composiccedilatildeo dos orccedilamentos das IFES atingindo a mais de 30 da folha total de pessoal Enquanto no periacuteodo analisado os gastos com pessoal ativo nas IFES diminuiacuteram em termos reais os dispendios com inativos e pensionistas se elevaram

Tabela 72 IFES Gastos com pessoal ativo e inativo - 1994-2001

(em milhotildees de reais de 2001 )

Anos

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

Ativos

47756

4 0053

37611

3 7615

42454

42992

40089

Inativos

1 4166

18581

17627

18081

19449

2 1310

20212

Natildeo inclui precatoacuterios Fonte MEC

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Pode-se examinar ainda a questatildeo do financiamento pelo MEC de outros acircngulos um deles eacute de se saber se o gastos com o ensino superior satildeo adequados considerando-se os gastos miacutenimos determinados pela Constituiccedilatildeo Em 1995 de acordo com Negri estimava-se que os gastos miacutenimos (18 dos impostos federais deduzidas as transferencias da Uniatildeo para Estados e municiacutepios) do governo federal com educaccedilatildeo deveriam se situar em 54 bilhotildees de reais Comparando-se este nuacutemero com os gastos das IFES neste mesmo ano de 53 bilhotildees e com os gastos totais do MEC de bilhotildees) chega-se ao resultado de que o governo federal esta gastando com educaccedilatildeo bem mais do que o exigido por lei e que somente os gastos com as IFES atingem aquele percentual miacutenimo

722 O setor estadual

Vaacuterios satildeo os Estados brasileiros que possuem suas proacuteprias instituiccedilotildees de ensino superior Da mesma forma que ocorre no sistema federal os governos estaduais satildeo os principais mantenedores pois a cobranccedila de mensalidades natildeo eacute permitida No entanto em alguns poucos casos a forma de financiamento pode diferir Algumas universidades tecircm seu orccedilamento vinculado ao do Estado (Santa Catarina Pernambuco Rio de Janeiro) ou a um determinado imposto como o ICMS (caso do sistema paulista) A vantagem deste sistema para as universidades eacute a de permitir uma certa previsibilidade orccedilamentaacuteria embora sujeita agraves flutuaccedilotildees do ciclo econocircmico No entanto espera-se que os bons tempos possam compensar os anos mais difiacuteceis A fixaccedilatildeo do percentual de vinculaccedilatildeo eacute tambeacutem importante Em Satildeo Paulo inicialmente o percentual do ICMS teve como referecircncia os orccedilamentos passados de cada uma das trecircs universidades Posteriormente o governo estadual procurou estabelecer um teto alegando que em periacuteodos de crescimento econocircmico os recursos vinculados eram excessivos No entanto nada se estabeleceu para as eacutepocas de recessatildeo Em outras situaccedilotildees o percentual eacute muito elevado (caso do Rio de Janeiro) e o governo natildeo libera a totalidade dos recursos e em outros (Pernambuco) o percentual eacute baixo e o governo estadual complementa No entanto poucas satildeo as situaccedilotildees em que a vinculaccedilatildeo do orccedilamento esta associada ao orccedilamento global ou agrave liberdade de implementar a poliacutetica de pessoal Para a maioria das instituiccedilotildees estaduais a forma de financiamento eacute a tradicional em ambientes puacuteblicos A folha de pessoal eacute paga geralmente em dia mas os salaacuterios estatildeo quase sempre defasados em relaccedilatildeo ao mercado Os recursos para custeio satildeo liberados com atraso e satildeo reduzidos os investimentos Eacute comum a pressatildeo pela apresentaccedilatildeo de emendas ao orccedilamento estadual com a finalidade de elevar os recursos para as Universidades No entanto mesmo quando aprovadas pelo Legislativo natildeo implicam em efetivo desembolso jaacute que o orccedilamento eacute apenas autorizativo

As universidades estaduais tambeacutem utilizam fundaccedilotildees de apoio (a USP tem 29) para flexibilizar procedimentos burocraacuteticos sendo elas tambeacutem meio de captaccedilatildeo adicional de recursos atraveacutes de cursos de extensatildeo e prestaccedilatildeo de serviccedilos Algumas conseguem tambeacutem financiamento de agecircncias federais para pesquisa e poacutes-graduaccedilatildeo como eacute o caso do sistema paulista do Paranaacute e Rio de Janeiro

A questatildeo de pessoal como na esfera federal ainda eacute a mais problemaacutetica seja porque na maioria dos casos eles satildeo estatutaacuterios e os graus de liberdade para uma efetiva poliacutetica de recursos humanos satildeo reduzidos seja porque a questatildeo dos inativos natildeo foi bem equacionada O fato eacute que a poliacutetica de pessoal para os aposentados eacute determinada no acircmbito do funcionalismo estadual mas geralmente o pagamento eacute feto com recursos orccedilamentaacuterios das universidades No caso do sistema paulista por exemplo natildeo se previu o grande nuacutemero de aposentadorias ocorrido no iniacutecio da deacutecada de 90 o que forccedilou novas negociaccedilotildees em relaccedilatildeo ao percentual do ICMS que deveria ser transferido

723 Custo das matriacuteculas e bolsas de estudo nas instituishyccedilotildees de ensino superior privadas

O seu financiamento baseia-se fortemente na cobranccedila de mensalidades (inclusive de cursos de poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu) estando entre 95 e 100 dos recursos captados com a possiacutevel exceccedilatildeo de algumas PUCs que conseguem algum financiamento puacuteblico como vimos as instituiccedilotildees privadas natildeo podem receber recursos puacuteblicos a serem consignados em seus orccedilamentos mas podem competir por recursos para a pesquisa e para a poacutes-graduaccedilatildeo No entanto a taxa de sucesso tem sido muito baixa devido agrave concorrecircncia com universidades de maior tradiccedilatildeo do setor puacuteblico

0 setor privado vem crescendo muito fortemente nos uacuteltimos anos Entre 1994 e 2000 o nuacutemero de alunos cresceu em 86 a maior parte deles matriculados em Universidades Estas tambeacutem foram criadas com muita rapidez atraveacutes do credenciamento de faculdades integradas jaacute existentes Elas passaram de 40 em 1990-91 para 85 em 2000 Vaacuterios satildeo os problemas que vem afetando as financcedilas do setor privado com tendecircncia de agravamento nos proacuteximos anos Satildeo eles

1 - Crescimento da Demanda e da Oferta

A grande expansatildeo ocorrida no ensino meacutedio nos uacuteltimos anos certamente elevou a procura por cursos superiores Os Concluintes deste niacutevel de ensino passaram de 993 mil em 1994 para 2234 mil em 2000 e espera-se que continuem crescendo ateacute 2005 No entanto o aumento de

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

matriacuteculas no ensino meacutedio deu-se mais fortemente em estabelecimentos estaduais e no turno da noite Portanto satildeo alunos de baixa renda que jaacute necessitam trabalhar ainda no ensino meacutedio e que tem pouca probabilidade de ingressarem em cursos superiores gratuitos A sua permanecircncia no terceiro grau vai depender de sua capacidade de pagamento da existecircncia de creacutedito educativo e da sua convicccedilatildeo ao longo do curso em relaccedilatildeo agrave efetivaccedilatildeo do retorno do investimento que vem sendo realizado As estatiacutesticas mostram uma grande evasatildeo no sistema privado A relaccedilatildeo matriacuteculavagas situa-se em 17 quando se deveria esperar algo como 4 para cursos que duram em meacutedia 4 anos Esta evasatildeo constitui-se numa importante perda de receita para os estabelecimentos privados A soluccedilatildeo encontrada tem sido a de manter elevadas as vagas iniciais por turma que hoje dificilmente satildeo inferiores a 50captar alunos via transferecircncia e fundir turmas dos uacuteltimos periacuteodos No entanto as vagas oferecidas pelo setor privado parecem crescer mais rapidamente do que a demanda apesar do significativo crescimento do ensino meacutedio Em 2000 das 862242 abertas pelo setor privado apenas 664 mil foram preenchidas criando uma enorme capacidade ociosa A reaccedilatildeo das entidades privadas tem sido a de acirrar a concorrecircncia entre elas o que se manifesta atraveacutes de agressivas campanhas publicitaacuterias rebaixamento do valor das mensalidades localizaccedilatildeo das unidades de ensino perto do trabalho ou da residecircncia dos alunos facilidades no processo seletivo e algumas poucas instituiccedilotildees tentando atrair alunos pela qualidade do ensino Assim o sistema parece caminhar para um periacuteodo de ajustes onde provavelmente ocorreratildeo fusotildees vendas e desativaccedilatildeo de cursos e programas pois o tamanho do mercado com uma oferta que ainda natildeo parou de crescer natildeo parece comportar lugar para todos uma informaccedilatildeo mais recente do ano de 2002 daacute conta de que estatildeo protocolados no MEC mais de 1000 pedidos de autorizaccedilatildeo para abertura de novos cursos

2 - O creacutedito educativo

Constitui-se hoje num mecanismo potencialmente fundamental para a sobrevivecircncia de parte significativa do setor privado como vimos as tendecircncias aqui esboccediladas para o setor privado tendem a se agravar no futuro natildeo preenchimento das vagas oferecidas para ingresso elevados iacutendices de evasatildeo ao longo do curso crescente inadimplecircncia dos alunos e participaccedilatildeo cada vez maior de estudantes oriundos de classes de renda mais baixas A manutenccedilatildeo de alunos mais pobres nas escolas de niacutevel superior natildeo soacute eacute importante para as instituiccedilotildees educacionais privadas como tambeacutem para o cumprimento das metas do Plano Nacional de Educaccedilatildeo que propotildee uma taxa de escolarizaccedilatildeo da populaccedilatildeo de 19-24 anos para 30 em dez anos sendo que hoje ela se situa em menos de

12 Isso significaria aumentar as atuais 27 milhotildees de matriacuteculas no ensino superior para cerca de 5 milhotildees em 2008 Eacute interessante observar que o Plano menciona que o setor privado teria importante papel a desempenhar mas natildeo detalha os meios para se chegar a este resultado O atual programa de creacutedito educativo agora denominado FIES estaacute longe de atingir as necessidades e muito menos ao crescimento da demanda que se verificaraacute O orccedilamento anual do FIES provenientes na sua grande maioria de recursos da Loteria Federal situa-se em torno de 200 milhotildees anuais permite a contrataccedilatildeo de apenas cerca de 53 mil novos contratos por ano incluindo-se novos beneficiaacuterios e aditamentos Entre o segundo semestre de 1999 e o segundo semestre de 2001 o FIES efetivou apenas 151511 novos contratos e dados os recursos atuais natildeo poderaacute crescer muito aleacutem disso mesmo com o iniacutecio do reembolso Se supusermos que ao menos 25 dos estudantes do ensino particular satildeo carentes precisariacuteamos de atender 500 mil estudantes o que teria um custo adicional de cerca de 19 bilhotildees de reais Este valor sobrepuja largamente as possibilidades orccedilamentaacuterias do MEC e teria que provir de outras fontes que jaacute vem sendo consideradas Entre elas podemos citar a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos do Fundo de Garantia de Tempo de Serviccedilo dos depoacutesitos compulsoacuterios dos Bancos de parte das aplicaccedilotildees das entidades de caraacuteter filantroacutepico e a entrada das proacuteprias instituiccedilotildees privadas complementando os recursos atuais

Aleacutem da insuficiecircncia de recursos o atual creacutedito educativo padece de alguns dos males de seus antecessores O seu agente financeiro a Caixa Econocircmica Federal natildeo se empenha o suficiente para recuperar os empreacutestimos o creacutedito eacute dado agraves instituiccedilotildees e natildeo aos alunos elevada concentraccedilatildeo dos beneficiaacuterios em cursos tradicionais como Direito e Administraccedilatildeo concentraccedilatildeo nas regiotildees mais ricas do paiacutes (Sul e Sudeste) Enfim O FIES reproduz a mesma estrutura de cursos inclusive de natureza regional perdendo uma boa oportunidade de realizar algum tipo de induccedilatildeo no sistema

3 - A questatildeo da inadimplecircncia

A crescente participaccedilatildeo de alunos de menor poder aquisitivo tem elevado os iacutendices de inadimplecircncia a aproximadamente 20 ao longo do semestre dependendo da instituiccedilatildeo A legislaccedilatildeo em vigor veda agrave instituiccedilatildeo impedir que os alunos nesta situaccedilatildeo assistam agraves aulas ou deixem de prestar exames Ademais a universidade natildeo pode negar aos alunos em atraso os documentos necessaacuterios agrave sua transferecircncia ao final do periacuteodo letivo o que implica na possibilidade de sua saiacuteda sem a quitaccedilatildeo da diacutevida O uacutenico recurso legal da instituiccedilatildeo eacute o de natildeo recontratar com o aluno inadimplente no semestre seguinte e cobrar a diacutevida na Justiccedila No entanto vaacuterias satildeo as instituiccedilotildees que preferem

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

negociar com seus alunos em dificuldades com a finalidade de mantecirc-los na escola e natildeo agravar os iacutendices de evasatildeo De qualquer forma os custos da inadimplecircncia existem seja por atrasos ou falta de pagamento e tem sido cada vez mais um item importante na determinaccedilatildeo dos resultados de uma empresa educacional

4 - O incerto futuro das universidades privadas

como vimos na deacutecada de 90 aumentou muito o nuacutemero de Universidades privadas Duas satildeo as principais razotildees para esta evoluccedilatildeo A primeira eacute o alto status conferido ao termo quando comparado com faculdade centro universitaacuterio ou Escola que traacutes inclusive um importante fator de marketing A segunda eacute a possibilidade determinada em Lei de maior autonomia acadecircmica e administrativa inclusive a da liberdade de criar novos cursos na sua sede e a possibilidade de fazecirc-lo tambeacutem fora de sua sede (no limite da unidade da federaccedilatildeo onde esta localizada) e aumentar vagas em cursos jaacute existentes Por outro lado a LDB prevecirc que para se tornar uma universidade e se manter como tal eacute preciso que haja produccedilatildeo intelectual institucionalizada um terccedilo do corpo docente pelo menos com titulaccedilatildeo acadecircmica de mestrado ou doutorado e um terccedilo do corpo docente em regime de tempo integral As Disposiccedilotildees Transitoacuterias da LDB estabelecem que o prazo para que as universidades cumpram os requisitos acima eacute de oito anos encerrando-se portanto em 2004 O setor privado jaacute percebeu que os Centros Universitaacuterios satildeo uma opccedilatildeo mais apropriada aacutes suas possibilidades financeiras e que as Universidades de pesquisa satildeo para poucos Desde 1987 o Governo Federal credenciou apenas 8 universidades e 60 Centros Universitaacuterios

Neste contexto avizinha-se uma outra dificuldade relativa ao financiamento que eacute a de manter professores qualificados em tempo integral e realizando atividades de pesquisa que possam passar pelo crivo dos vaacuterios comitecircs acadecircmicos que se formam nas agecircncias de fomento Eacute provaacutevel tambeacutem a ocorrecircncia de pressotildees pela abertura de cursos de poacutes-graduaccedilatildeo de mestrado e doutorado(com custos bem mais elevados do que os de cursos de graduaccedilatildeo) que geralmente estatildeo associados a um ambiente de pesquisa A questatildeo eacute que as mensalidades de cursos de graduaccedilatildeo a fonte quase exclusiva de receitas natildeo tecircm como manter estas atividades Para tanto seria necessaacuterio aumentaacute-las o que eacute inviaacutevel no contexto competitivo acima referido onde a tendecircncia mais provaacutevel eacute a sua diminuiccedilatildeo A outra possibilidade eacute a busca de recursos para pesquisa junto agraves agecircncias puacuteblicas de fomento mas aqui enfrentaratildeo a concorrecircncia de universidades e centros de pesquisa puacuteblicos e algumas confessionais sem fins lucrativos mais bem dotadas e de maior tradiccedilatildeo Haacute poucas saiacutedas para esta situaccedilatildeo uma delas eacute a de reverter para a condiccedilatildeo de Centro Universitaacuterio que tem quase as mesmas prerrogativas

de autonomia das universidades mas que tem como exigencia apenas a qualidade do ensino de graduaccedilatildeo com consequumlecircncias negativas para o marketing da instituiccedilatildeo A outra especialmente no caso das particulares (em nuacutemero de 27) eacute a de dedicar proporccedilotildees maiores do lucro para as instituiccedilotildees mantidas procurando tornaacute-las mais competitivas na captaccedilatildeo de alunos de graduaccedilatildeo e no fortalecimento das atividades de pesquisa ateacute que adquiram maior grau de autonomia Finalmente certamente ocorreratildeo adaptaccedilotildees tais como atribuir uma elevada carga de aulas e atividades administrativas aos professores em tempo integral alugar professores titulados de outras instituiccedilotildees e procurar meios de convencer sobre a relevacircncia da pesquisa realizada Em relaccedilatildeo agraves universidades comunitaacuterias confessionais e filantroacutepicas(em nuacutemero de 58) os graus de liberdade satildeo menores Elas jaacute aplicam seus resultados na proacutepria instituiccedilatildeo e a maioria delas jaacute cobra mensalidades mais baixas em virtude de suas isenccedilotildees e imunidades Ocorre tambeacutem que algumas universidades filantroacutepicas estatildeo a ponto de perder suas isenccedilotildees tributaacuterias em virtude de recentes mudanccedilas na lei

73 As estrateacutegias de gestatildeo e de utilizaccedilatildeo dos recursos financeiros em niacutevel institucional e nacional

Ateacute o iniacutecio da deacutecada de 90 pode-se dizer que a alocaccedilatildeo de recursos do MEC entre as IFES se baseava fortemente em criteacuterios histoacutericos ou seja o orccedilamento de um ano tendia a repetir o do ano anterior salvo interferecircncias de ordem poliacutetica que podiam favorecer esta ou aquela instituiccedilatildeo em determinado momento A principal razatildeo para a existecircncia de orccedilamentos automaacuteticos estava na rigidez da folha de pessoal que corresponde a mais de 90 dos recursos do Tesouro repassados agraves IFES Os recursos para pessoal sempre foram transferidos pontualmente e correspondiam agraves necessidades dos quadros existentes nas IFES Em relaccedilatildeo aos recursos de OCC (Outros Custeios e Capital) cada IFES recebia um teto em relaccedilatildeo ao qual os mesmos eram distribuiacutedos pelas vaacuterias rubricas Este valor maacuteximo tendia a repetir o do ano anterior mas o seu repasse natildeo tinha a mesma regularidade de liberaccedilatildeo como ocorria com a folha de pessoal ficando ao sabor da disponibilidade orccedilamentaacuteria e financeira do Governo Federal o que provocava perdas importantes em eacutepocas de inflaccedilatildeo mais elevada como resultado ao longo de muitos anos os recursos de OCC repassados pelo Tesouro se mantiveram constantes em termos reais ou mesmo declinantes apesar

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

do crescimento do nuacutemero de IFES do nuacutemero de alunos e da expansatildeo da aacuterea fiacutesica que ocorreram nas deacutecadas de 70 e 80

A soluccedilatildeo para esta diminuiccedilatildeo de recursos para OCC que foi praticada ateacute o final de 1995 ocorreu atraveacutes de mecanismos informais somente possiacuteveis em eacutepocas de inflaccedilatildeo e de controle pouco riacutegido das despesas de pessoal As IFES por sua proacutepria iniciativa ou induzidas pela burocracia do MEC elevavam a requisiccedilatildeo mensal para pagamento de pessoal dentro de faixas razoavelmente aceitas e que estavam respaldados nas possibilidades de aumentos provocados por promoccedilotildees abono de feacuterias mudanccedilas de regime de trabalho etc Os recursos natildeo utilizados para pagamento de pessoal eram entatildeo aplicados no mercado financeiro e obtinham elevados rendimentos nominais devido agrave forte inflaccedilatildeo do periacuteodo Eram entatildeo transformados em receitas proacuteprias e usados em despesas de OCC No final do ano os recursos de pessoal natildeo utilizados para este fim deveriam ser devolvidos ao Tesouro mas o acerto era feito em termos nominais

Este mecanismo informal de financiamento de OCC aliado a orccedilamentos automaacuteticos para Pessoal geraram importantes distorccedilotildees Em relaccedilatildeo ao Pessoal nunca houve uma sinalizaccedilatildeo para qualquer tipo de incentivo para racionalizar a folha de pessoal Por um lado excessos de contingente pessoal natildeo eram combatidos pelas IFES seja porque elas sempre tiveram enormes dificuldades legais e poliacuteticas para demitir seja porque economias em pessoal redundariam apenas em menores orccedilamentos de pessoal natildeo sendo possiacutevel o aproveitamento dessa economia para outras finalidades Por outro lado o que se conseguia introduzir no orccedilamento de pessoal (mais servidores mais professores em tempo integral mais promoccedilotildees) tendia a permanecer devido agrave rigidez da poliacutetica de pessoal

Esta atitude foi particularmente notaacutevel com a poliacutetica de concessatildeo de dedicaccedilatildeo exclusiva a docentes A IFES recebia autorizaccedilatildeo para preencher um cargo de professor (e natildeo os recursos financeiros correspondentes) que poderia ser contratado em tempo parcial ou integral como os recursos para pessoal eram pagos pelo Tesouro havia o incentivo para que todos fossem contratados em dedicaccedilatildeo exclusiva jaacute que era melhor para a IFES e nada lhe custava (O percentual de professores em DE passou de 198 em 1973 para 85 atualmente) Da mesma forma as promoccedilotildees eram facilitadas as causas trabalhistas tinham suas defesas relaxadas e quanto mais servidores administrativos se pudesse introduzir melhor jaacute que se evitaria gastos de OCC com a terceirizaccedilatildeo de serviccedilos O resultado eacute que o administrador universitaacuterio tinha incentivo para aumentar os gastos com pessoal e natildeo os tinha para diminuiacute-los

introduzindo-se o que descrevemos como a racionalidade da ineficiecircncia (Schwartzman J 1991)

Quanto aos recursos proacuteprios para OCC a grande distorccedilatildeo estava na alocaccedilatildeo desses recursos entre as IFES Havia aquelas que se recusavam a utilizar do mecanismo de inflar a folha de pessoal e portanto enfrentavam seacuterias dificuldades financeiras e outras que chegavam a exagerar na criaccedilatildeo de saldos O volume de saldos gerados em cada IFES dependia mais da capacidade teacutecnica de criaacute-los de forma convincente e da teia de relaccedilotildees pessoais entre os burocratas do MEC que aprovavam o montante solicitado e das IFES do que de avaliaccedilotildees de necessidade ou meacuterito conduzidas pelos responsaacuteveis pela poliacutetica de ensino superior do MEC No iniacutecio da deacutecada de 90 houve a primeira tentativa consistente de distribuir os recursos baseados em criteacuterios objetivos tais como o nuacutemero de alunos formados aacuterea utilizada qualidade da poacutes-graduaccedilatildeo e outros No entanto esta matriz natildeo poderia abranger o orccedilamento de pessoal devido agraves rigidezes jaacute apontadas ficando limitada agrave OCC Ainda assim devido agrave pressotildees poliacuteticas daqueles que perdiam com a nova loacutegica de distribuiccedilatildeo e o fato de prosseguirem inalteradas as praacuteticas de geraccedilatildeo de saldos de pessoal esta matriz nunca foi utilizada para alocar mais do que 10 do OCC No final da deacutecada de 90 apoacutes a eliminaccedilatildeo da possibilidade de se continuar gerando saldos financeiros com a folha de pessoal institui-se uma nova matriz de distribuiccedilatildeo de recursos que aloca 100 do OCC e eacute tambeacutem utilizada para distribuiccedilatildeo de alguns outros eventuais recursos existentes no MEC para programas especiais Esta nova Matriz considera variaacuteveis de pesquisa (15 do peso) e ensino (85) tais como a eficiecircncia na diplomaccedilatildeo de alunos o turno em que os cursos satildeo oferecidos a aacuterea de conhecimento dos Cursos o volume e a avaliaccedilatildeo qualitativa da poacutes-graduaccedilatildeo Embora as matrizes ateacute agora soacute tenham sido utilizadas para distribuir pequena parte do orccedilamento total elas tecircm sido importantes para introduzir uma cultura de avaliaccedilatildeo e cobranccedila de resultados o que tende a tornar mais racional a alocaccedilatildeo de recursos entre as IFES

O principal problema do financiamento das IFES foi e permanece sendo a questatildeo da distribuiccedilatildeo de recursos para pessoal nem que seja pela magnitude desse item O governo federal tem o diagnoacutestico que haacute um excesso de pessoal mas possui recursos administrativos limitados para tratar desta questatildeo Os instrumentos de que dispotildee para enfrentaacute-la satildeo dois a reposiccedilatildeo parcial dos servidores que se exoneram por demissatildeo ou aposentadoria e uma

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poliacutetica salarial que natildeo repotildee totalmente as perdas provocadas pela inflaccedilatildeo Ocorre que estes instrumentos tecircm sido aplicados de forma linear sem contemplar necessidades setoriais e peculiaridades das IFES trazendo enormes dificuldades para determinados setores das IFES como veremos mais adiante

Outro grande problema eacute o da necessidade que as IFES tecircm de gerar mais recursos para OCC em virtude do esgotamento do modelo anterior baseado na aplicaccedilatildeo financeira dos excessos da folha de pessoal Na deacutecada de 90 especialmente a partir de 1995 os recursos proacuteprios para OCC comeccedilam a declinar e natildeo satildeo compensados completamente por repasses do Tesouro como pode-se ver na Tabela 73

Tabela 73 IFES Despesas de OCC efetuadas com Recursos do

Tesouro e Proacuteprios (Em milhotildees de reais de 2001)

Ano

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

Tesouro

702

1080

1058

1067

1101

1165

1003

Proacuteprios

775

802

633

579

512

274

277

A partir de 1999 o faturamento dos Hospitais de Ensino junto ao SUS deixou de ser classificado como receita proacutepria e passou a ser executado na forma de destaque do Fundo Nacional de Sauacutede Estes recursos representavam cerca de R$ 300 milhotildees por ano ateacute 1998 Fonte MEC

Outra importante questatildeo do financiamento refere-se ao tratamento dado a aposentados e pensionistas tanto no que se refere agrave sua manutenccedilatildeo no orccedilamento das IFES como da sua relaccedilatildeo com a poliacutetica de pessoal dos servidores ativos Examinaremos ainda a atuaccedilatildeo da Fundaccedilotildees de Apoio a situaccedilatildeo especial vivida pelos Hospitais de Ensino devido agrave sua importacircncia nas contas das IFES e o importante papel exercido por outras fontes de financiamento governamentais Para concluir analisaremos as implicaccedilotildees na perspectiva da equidade do financiamento de alunos das IFES atraveacutes do ensino gratuito

731 Aposentados e pensionistas

A folha de inativos das IFES cresceu espetacularmente a partir de 1991 com a introduccedilatildeo do Regime Juriacutedico Uacutenico (RJU) em 1990Em 1992os inativos absorviam 96 da folha em 1993 2338 e em 2000 chegou a 317

Ateacute a introduccedilatildeo do RJU a maioria dos servidores encontrava-se sob o regime da CLT e poucos eram os denominados estatutaacuteriosOs que se aposentavam pela CLT tinham seus proventos limitados a um teto que variou de 10 a 20 salaacuterios miacutenimosdependendo do periacuteodo De qualquer forma a responsabilidade pelo pagamento cabia ao INSS para onde se dirigiam as contribuiccedilotildees providenciariacuteas dos celetistas sendo que estes valores natildeo compunham o orccedilamento das IFES Quanto aos estatutaacuterios em nuacutemero bem menor os seus benefiacutecios correspondiam a uma aposentadoria com os mesmos salaacuterios da ativa (aposentadoria integral) e os valores respectivos integravam os orccedilamentos das EFES com a implantaccedilatildeo do RJU todos os celetistas tornaram-se estatutaacuterios e estaacuteveis e passaram a ter direito agrave aposentadoria integral Inicialmente pensou-se que este natildeo seria um ocircnus excessivo pois o governo federal deixaria de recolher os 8 correspondentes ao FGTS e os outros encargos da folha e os servidores passariam a contribuir para o Plano de Seguridade Social do governo federal em torno de 11 do salaacuterio A expectativa de implantaccedilatildeo do RJU fez com que muitos servidores aguardassem este momento para efetivar suas aposentadorias o que de fato ocorreu a partir de 1991 A combinaccedilatildeo de proventos integrais e ateacute superiores aos salaacuterios da ativa (a lei determinava uma promoccedilatildeo na passagem para a inatividade) com aposentadorias precoces (30 anos para homens e 25 para mulheres prazos que na realidade podiam ser ateacute inferiores) tornou a aposentadoria extremamente atrativa e provocou uma enxurrada de exoneraccedilotildees A inclusatildeo deste item no orccedilamento das IFES traz pelo menos duas grandes questotildees A primeira eacute a de que gastos com inativos representam despesas providenciariacuteas e natildeo gastos com a manutenccedilatildeo de ensino provocando seacuterias distorccedilotildees em analises comparativas Deveria haver o correto financiamento de tal sorte que os gastos com inativos fossem cobertos por fontes bem definidas ensejando o equiliacutebrio atuarial No entanto os recursos arrecadados para este fim a contribuiccedilatildeo de cerca de 11 do salaacuterio dos servidores ativos aleacutem de natildeo constarem como receita das IFES natildeo suporta os gastos de uma aposentadoria integral e precoce Neste sentido algumas tentativas foram feitas visando reverter a situaccedilatildeo tais como o aumento do tempo de serviccedilo para a aposentadoria a proposta ainda em exame no Congresso de cobrar contribuiccedilatildeo dos aposentados a eliminaccedilatildeo da promoccedilatildeo por ocasiatildeo da

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

aposentadoria a ainda inconclusa criaccedilatildeo dos empregos puacuteblicos(que prevecirc a aposentadoria pelo INSS) e a revogaccedilatildeo da possibilidade de transformar licenccedilas precircmio em tempo para aposentadoria Tocircdas estas medidas algumas ainda dependendo de aprovaccedilatildeo pelo Congresso Nacional soacute surtiratildeo efeito no meacutedio e longo prazo e ainda de forma parcial A segunda questatildeo eacute a de que estes gastos satildeo volumosos representando mais de 30 dos gastos totais com pessoal e estatildeo cristalizados por diversos dispositivos legais A uacutenica poliacutetica possiacutevel para baixar os gastos com este item a curto prazo eacute a da natildeo reposiccedilatildeo integral de salaacuterios que atinge indistintamente ativos e inativos Isso ocorre porque a Constituiccedilatildeo Federal natildeo permite iacutendices diferentes de correccedilatildeo salarial entre as duas classes levando a uma pressatildeo por iacutendices mais baixos de correccedilatildeo e introduzindo seacuterios problemas no mercado de trabalho de docentes e demais servidores Em suma a poliacutetica salarial dos ativos tem sido determinada em boa parte pelo seu atrelamento juriacutedico aos inativos a ateacute aos pensionistas

732 Fundaccedilotildees de apoio

As Fundaccedilotildees de Apoio agraves Universidades federais comeccedilaram a ser criadas ainda na deacutecada de 70 visando a obtenccedilatildeo de maior autonomia administrativa especialmente no gerenciamento de atividades de pesquisa Por serem de direito privado podiam atuar com mais liberdade na aacuterea de compras inclusive importaccedilotildees contrataccedilatildeo de pessoal celetista e prestaccedilatildeo de contas conferindo maior agilidade e melhor qualidade de serviccedilos Em anos mais recentes especialmente na deacutecada de 90 passaram tambeacutem a ser importantes veiacuteculos de captaccedilatildeo de recursos que tinham como principal objetivo a complementaccedilatildeo de salaacuterios de servidores e de Unidades e Departamentos Esta foi a resposta encontrada para a crescente dificuldade de recursos de OCC e para a contenccedilatildeo salarial De fato hoje existem mais de 100 fundaccedilotildees ligadas agraves IFES que se tornaram um essencial suporte na captaccedilatildeo de recursos extras principalmente aqueles oriundos da prestaccedilatildeo de serviccedilos e do oferecimento de cursos de extensatildeo Na maior parte das vezes esses recursos natildeo passam pelos orccedilamentos das IFES sendo receitas e despesas contabilizadas somente nas Fundaccedilotildees Estes e outros procedimentos tem sido objeto de acompanhamento pelo Tribunal de Contas da Uniatildeo e outros oacutergatildeos de fiscalizaccedilatildeo mas ainda sem uma definiccedilatildeo clara das praacuteticas que devem ser adotadas

Aleacutem de subestimarem o verdadeiro orccedilamento das IFES existe sempre o perigo de que as atividades que captam recursos se sobreponham em importacircncia a outras de natureza acadecircmica competindo

com cursos de graduaccedilatildeo tempo para pesquisa e orientaccedilatildeo de alunos Este natildeo eacute um problema a ser resolvido pela Fundaccedilatildeo jaacute que esta eacute apenas o meio de que se utiliza a Universidade cabendo a esta uacuteltima o acompanhamento das atividades de seus servidores Isto eacute perfeitamente possiacutevel jaacute que a direccedilatildeo das Fundaccedilotildees na sua grande maioria eacute exercida por pessoas de confianccedila da direccedilatildeo das IFES No entanto este acompanhamento nem sempre eacute feito ou bem feito dando margem ao aparecimento de distorccedilotildees na alocaccedilatildeo do tempo dos servidores que passa a competir com atividades mais acadecircmicas sem retorno financeiro

Natildeo existem estatiacutesticas consolidadas sobre o volume de recursos geridos por Fundaccedilotildees Eles variam muito dependendo do tamanho da Fundaccedilatildeo e da IFES mas em certos casos podem movimentar recursos vaacuterias vezes superiores aos aportados a tiacutetulo de OCC pelo Tesouro Em consequumlecircncia uma completa anaacutelise financeira das IFES somente seraacute atingida quando se conhecerem os recursos utilizados pelas IFES atraveacutes de suas fundaccedilotildees mas que natildeo integram seus orccedilamentos

733 Hospitais universitaacuterios

Funcionam nas IFES 45 hospitais universitaacuterios com 32 mil servidores (cerca de 36 do total de servidores das IFES) aleacutem de 13 300 celetistas e 6620 terciarizados 3500 meacutedicos residentes aleacutem de docentes de vaacuterios departamentos que ali exercem atividades de ensino pesquisa e assistecircnciaOs Hospitais atendem basicamente (mais de 70) pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) tendo recebido recursos deste sistema da ordem de 539 milhotildees de reais em 2000Outras fontes de receita satildeo aquelas provenientes dos segurados de planos de sauacutede e particulares mas que natildeo chegam a atingir 20 do total das receitas na maior parte dos casos O sistema de financiamento dos HU natildeo deveria ser problemaacutetico ainda que coexistindo com todas as dificuldades e ineficiecircncias do RJU e com a rigidez burocraacutetica do serviccedilo puacuteblico numa unidade prestadora de serviccedilos De fato os HU dispotildeem de servidores teacutecnico-administrativos docentes e residentes pagos na folha das EFES pelo MEC e ainda recebem pagamento pelo atendimento ao SUS e aos convecircnios e particulares estes uacuteltimos em proporccedilotildees muito variaacuteveis dependendo da IFES Por outro lado o HU se responsabiliza pelos insumos necessaacuterios ao atendimento dos pacientes tais como medicamentos e pelos serviccedilos de manutenccedilatildeo predial e de equipamentos Ainda que a tabela de pagamentos por procedimento do SUS na maior parte dos casos natildeo cubra totalmente os custos era de se esperar que o resultado fosse positivo No entanto durante a deacutecada de 90com exceccedilatildeo de uma onda de contrataccedilotildees ocorrida em 1995 o MEC natildeo repocircs adequadamente

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

os servidores que se exoneravam obrigando os HU a substituiacute-los por profissionais contratados (via Fundaccedilotildees geralmente) em CLT Essas substituiccedilotildees eram necessaacuterias pois a sua natildeo efetivaccedilatildeo poderia implicar na suspensatildeo de alguma prestaccedilatildeo de serviccedilo como de fato tambeacutem ocorreu em algumas situaccedilotildees como se viu satildeo mais de 13 mil os contratados para suprir estas faltas como resultado muitos Hus passaram a apresentar deacuteficitsoperacionais pressionando o orccedilamento das IFES em valores significativos ou gerando inadimplecircncia com fornecedores ou forccedilando as Fundaccedilotildees a financiar estes gastos ou alguma combinaccedilatildeo entre as trecircs possibilidades

Embora a natildeo reposiccedilatildeo de funcionaacuterios tenha tido como referencia relaccedilotildees padratildeo de funcionaacuterio por leito e outros indicadores relevantes eacute preciso reconhecer que o inchaccedilode pessoal tinha a ver com a rigidez burocraacutetica e a falta de autonomia Funcionaacuterios desmotivados ou ineficientes eram colocados de lado (jaacute que natildeo podiam ser demitidos) e outros eram chamados para substituiacute-los Dessa forma o sistema vem se aproximando mais dos indicadores internacionais mas com uma eficaacutecia mais reduzida em termos de produccedilatildeo alcanccedilada

74 Fundos nacionais de financiamento da educaccedilatildeo sushyperior

O MEC eacute o mais importante mas natildeo o uacutenico financiador das IFES Desde a sua criaccedilatildeo na deacutecada de 60 os cursos de poacutes-graduaccedilatildeo assim como as atividades de pesquisa contavam com recursos de outras agecircncias governamentais tais como a CAPES o CNPq a FINEP o BNDE aleacutem de Fundaccedilotildees de Apoio agrave Pesquisa que foram sendo criadas pelos Estados Essas agecircncias financiavam cursos de poacutes-graduaccedilatildeo atraveacutes de bolsas de manutenccedilatildeo para seus alunos e recursos para seu funcionamento treinamento no paiacutes e no exterior para professores auxiacutelio agrave pesquisa bolsas para professores pesquisadores e apoio institucional uma importante caracteriacutestica da atuaccedilatildeo dessas agecircncias eacute que a distribuiccedilatildeo dos recursos baseava-se fundamentalmente em avaliaccedilotildees pelos pares Todas elas contavam com comitecircs formados por professores e pesquisadores que analisavam os pleitos baseados em projetos Aleacutem disso a CAPES vem promovendo uma sistemaacutetica e contiacutenua avaliaccedilatildeo dos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo cujo resultado influencia a alocaccedilatildeo de recursos entre as instituiccedilotildees O acesso agrave estes financiamentos natildeo estaacute

limitado a instituiccedilotildees puacuteblicas (com a exceccedilatildeo de algumas Fundaccedilotildees de Apoio estaduais que discriminam o setor particular) mas o setor privado de universidades tem tido poucas chances na concorrecircncia com as universidades puacuteblicas Assim a maior parte dos recursos concentra-se nas universidades federais e no sistema puacuteblico de Satildeo Paulo O que torna o sistema interessante eacute que ele natildeo conteacutem orccedilamentos automaacuteticos que se repetem a cada anoCom a exceccedilatildeo dos recursos aportados pela FINEP de apoio institucional (atualmente desativado) o sistema aloca recursos aos melhores programas e aos pesquisadoresprofessores mais bem avaliados criando dessa forma um ambiente competitivo na busca de excelecircncia no ensino de poacutes-graduaccedilatildeo e na pesquisa No entanto um efeito colateral negativo vem sendo apontado que seria o suposto desinteresse pelas atividades de graduaccedilatildeo que natildeo datildeo o mesmo retorno acadecircmico e financeiro aos professores De qualquer forma satildeo recursos significativos que nem sempre satildeo orccedilados (a maior parte deles ingressa atraveacutes das Fundaccedilotildees) que induzem um interessante processo competitivo em nada semelhante agraves praticas usuais dos demais setores das Universidades

Em 1997 as despesas executadas pela FINEP CNPq e CAPES chegaram a 16 bilhotildees de reais sendo que 878 milhotildees corresponderam a diversos tipos de bolsa para alunos e professores do ensino superior Para efeito de comparaccedilatildeo lembremos que os gastos do Tesouro com as IFES no mesmo ano foi de 58 bilhotildees de reais A Tabela 74 apresenta as instituiccedilotildees que receberam o maior nuacutemero de bolsas de produtividade em pesquisa destinada a pesquisadores de alto niacutevel

Tabela 74 Bolsas do CNPq de Produtividade em Pesquisa 2000

UFRJ

UFMG

PUCRJ

PUCSP

PUCRGS

USP

UNICAMP

UFRGS

UNESP

766

380

154

44

43

1343

544

406

357

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Constata-se que essa distribuiccedilatildeo de bolsas coincide com o entendimento generalizado de que estas Universidades satildeo as de melhor qualidade de pesquisa em suas respectivas esferas e que as universidades paulistas estatildeo agrave frente das federais e que as privadas estatildeo no fim da lista Este eacute um forte indiacutecio da correta alocaccedilatildeo de recursos pelas agecircncias de fomento no que tange ao criteacuterio de meacuterito

75 Os gastos em educaccedilatildeo superior em relaccedilatildeo ao orccedilashymento nacional e ao PIB

Estima-se que no Brasil o gasto puacuteblico com educaccedilatildeo esteja entre 453 (Negri para 1995) e 52 do PIB (PNUD 1999) Esta uacuteltima percentagem deve estar mais proacutexima da realidade pois os dados de Negri estatildeo assumidamente subestimados por considerarem apenas os gastos miacutenimos obrigatoacuterios Estes valores satildeo comparaacuteveis a paiacuteses com renda per capita bem mais elevadas como a Suiacuteccedila (53) Reino Unido (54) ou Estados Unidos (54) Este indicador poreacutem esconde o fato de que o gasto per capita no Brasil eacute muito menor (249 doacutelares) comparado aos mesmos paiacuteses 2282 1127 e 1570 doacutelares respectivamente Em relaccedilatildeo a outros paiacuteses com niacuteveis de renda per capita semelhantes o Meacutexico gasta 181 o Uruguai 202 e a Argentina 313

Em relaccedilatildeo ao ensino superior 262 dos gastos puacuteblicos totais com educaccedilatildeo satildeo alocados naquele niacutevel de ensino o que estaacute um pouco acima dos padrotildees internacionais Isto pode ser parcialmente explicado por termos no Brasil um sistema universitaacuterio puacuteblico (incluindo universidades federais e algumas estaduais) relativamente caro Assim o gasto por aluno matriculado em instituiccedilotildees federais eacute de cerca de 15 vezes o de matriculados em instituiccedilotildees estaduais e municipais de ensino fundamental e meacutedio Esta grande diferenccedila pode ser explicada tambeacutem pelos baixos niacuteveis salariais de docentes e funcionaacuterios do ensino fundamental Esta grande discrepacircncia eacute corroborada em outro estudo(Arcia et al) que mostra para o Brasil em 1990 um gasto puacuteblico por aluno universitaacuterio 10 vezes superior ao despendido num aluno de ensino fundamental sendo a mesma relaccedilatildeo de 3 para os Estados Unidos de 19 para a Argentina de 6 para a Colocircmbia e de 32 para o Equador

Tabela 75 Gasto Puacuteblico em Educaccedilatildeo (1997-1998 - Brasil)

Ano

1997

1998

dos gastos em relaccedilatildeo ao PIB

47

52

Gasto meacutedio por aluno (em RS)

Infantil

733

877

Fundamental

542

668

Meacutedio

670

701

Superior

9399

9789

Fonte MECINEP - IBGE

Pode-se analisar esta questatildeo tambeacutem pela oacutetica de se os gastos com as IFES satildeo suficientes para determinar uma boa qualidade de ensino Neste sentido pode-se comparar a evoluccedilatildeo dos gastos com as IFES com o crescimento do nuacutemero de estudantes da pesquisa da extensatildeo e da qualidade do ensino

A Tabela 76 apresenta as despesas efetuadas pelas IFES com recursos do Tesouro e Proacuteprios Ao deflacionarmos os valores apresentados verificamos uma queda real para as duas fontes quando tomamos como referencia o ano de 1995

Tabela 76 IFES Despesas efetuadas com recursos do Tesouro e proacuteprios (1994-2001) (em milhotildees de reais de 2001)

Ano

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

Tesouro

5602

8073

7038

7076

7064

7810

7649

7256

Proacuteprios

775

802

633

579

512

274

277

292 Fonte MEC

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Satildeo vaacuterias as explicaccedilotildees para esta reduccedilatildeo

Deixaram de ser importantes (a partir do final de 1995) as praacuteticas de gerar saldos financeiros que podiam ser aplicados no mercado gerando uma receita inflacionaria para as IFES que era transformada em recursos proacuteprios como veremos abaixo de fato satildeo recursos do Tesouro que se transformam em proacuteprios Aleacutem destes podemos encontrar nesta rubrica parte dos recursos transferidos pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) aleacutem de pequenas taxas inclusive as do Vestibular

O enquadramento de todas as instituiccedilotildees do MEC no SIAPE (Sistema Integrado de Administraccedilatildeo de Pessoal) desde outubro de 1977 tornou mais centralizada a administraccedilatildeo de pessoal repassando-se para as IFES o estritamente necessaacuterio agrave cobertura das despesas com pessoal

A poliacutetica salarial foi a de contenccedilatildeo apesar de que mesmo no periacuteodo do real (junho de 1994 a junho de 2000) a inflaccedilatildeo tenha sido de 883 quando medida pelo IPCA do IBGE Vaacuterias medidas foram adotadas pelo Governo Federal no sentido de reduzir vantagens dos servidores podendo destacar-se as restriccedilotildees agrave incorporaccedilotildees de chefias a eliminaccedilatildeo da progressatildeo funcional por ocasiatildeo da aposentadoria a eliminaccedilatildeo da compra compulsoacuteria de feacuterias o congelamento da gratificaccedilatildeo por tempo de serviccedilo o aumento do tempo de serviccedilo para aposentadoria e outras de menor importacircncia

Em 1994 foi concedido aumento geral ao funcionalismo puacuteblico que veio a repercutir na folha do ano seguinte razatildeo pela qual 1995 eacute o ano de pico da seacuterie A partir daiacute somente em julho de 1998 tivemos um aumento para docentes (criaccedilatildeo da GED - Gratificaccedilatildeo de Estiacutemulo agrave Docecircncia) que atingiu apenas parcialmente os inativos Em Janeiro de 2001 a GED foi reajustada Quanto aos funcionaacuterios estes tiveram uma gratificaccedilatildeo semelhante (GDAE) que ocorreu apenas em maio de 2000 embora alguns setores das EFES tenham se beneficiado de ajustes nas carreiras como foi o caso dos procuradores

4 As autoridades do MEC entendiam que o sistema federal tinha problemas de eficiecircncia e custos e que as relaccedilotildees alunoprofessor e alunofuncionaacuterio precisavam ser ampliadas ateacute atingirem padrotildees internacionais Por estas razotildees a reposiccedilatildeo de servidores que se aposentavam ou se exoneravam foi feita apenas parcialmente A reduccedilatildeo do quadro de docentes foi de 48416 em 1990 para 42619 em 2000 (-2) e a de teacutecnicos administrativos de 97543 em 1966 para 86888 em 2000 (-17) Por outro lado no periacuteodo 1994-2000 a matriacutecula em cursos de graduaccedilatildeo elevou-se em 33 e na poacutes-graduaccedilatildeo em 106 Em consequumlecircncia a relaccedilatildeo alunoprofessor aumentou de 73 em 1990 para 121 em 2000 (esse caacutelculo inclui alunos de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo)

E como a substituiccedilatildeo (parcial) dos docentes foi feita em sua maior parte nos niacuteveis mais altos da carreira como professores adjuntos o iacutendice de titulaccedilatildeo melhorou significativamente dobrando o nuacutemero de docentes com o tiacutetulo de Doutor ao longo da deacutecada

como resultado destas poliacuteticas em especial a contenccedilatildeo da folha de pessoal e o aumento da matriacutecula na graduaccedilatildeo e na poacutes-graduaccedilatildeo observamos uma queda no gasto por aluno na deacutecada de 90 quando comparado as deacutecadas anteriores (Schwartzman J 1999 p 132) Na deacutecada de 70 o gasto por aluno aumentou em aproximadamente 40 coincidindo com a implantaccedilatildeo da dedicaccedilatildeo exclusiva para docentes Na deacutecada de 80 o gasto chegou a dobrar se comparado aos primeiros anos da deacutecada com 1989 ano de pico da seacuterie Este movimento de alta na deacutecada de 80 estaacute possivelmente relacionado agrave poliacutetica salarial da eacutepoca que atrelava os salaacuterios agrave inflaccedilatildeo sendo que em alguns anos o reajuste salarial chegou a ser mensal Houve tambeacutem expressivos aumentos na contrataccedilatildeo de professores e funcionaacuterios Jaacute na deacutecada de 90 observamos uma queda no gasto por aluno que em valores constantes de 2001 apresenta uma reduccedilatildeo de 24 entre 1995 e 2000 passando de 178 mil para 138 mil reais O que se discute hoje eacute se este movimento de queda ainda tem espaccedilo para prosseguir ou se jaacute esta comeccedilando a afetar a qualidade do ensino atraveacutes de turmas maiores mais ingressantes menos qualificados com dificuldades para acompanhar os estudos aumento da carga de aulas por professor e a necessidade de buscar recursos extras por meio de atividades de extensatildeo

Pode-se concluir que os gastos do poder puacuteblico federal com educaccedilatildeo superior satildeo elevados quando comparados agrave paiacuteses de renda per capita semelhante e quando comparados aos outros niacuteveis de ensino No entanto o diagnoacutestico do Governo que assumiu em 1995 era de que ainda havia desperdiacutecios o que se evidenciava em baixas relaccedilotildees aluno professor e funcionaacuterio e altos custos por aluno Este entendimento levou a uma reduccedilatildeo dos recursos aportados pelo governo federal para as IFES Mas pode-se afirmar que estes gastos satildeo compatiacuteveis com uma melhor qualidade do ensino e da pesquisa Pode-se dizer que os recursos alocados estatildeo sendo utilizados de maneira eficiente

Em relaccedilatildeo agrave qualidade do ensino e da pesquisa nos estabelecimentos federais os dados mostram resultados bem expressivos No sistema federal em 2000 37 dos professores tem doutorado (em 1994 eram 21 ) comparados com 22 do total dos professores do ensino superior em geral O Brasil tem tido participaccedilatildeo crescente na produccedilatildeo cientiacutefica mundial nos uacuteltimos anos Em 1985 esta participaccedilatildeo era de apenas 048 da produccedilatildeo cientiacutefica mundial com 23 mil artigos indexados Em 2000 o paiacutes estava na 21a posiccedilatildeo com 133 de

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

participaccedilatildeo e 95 mil artigos indexados A grande maioria destes artigos foram produzidos em Universidades puacuteblicas incluindo-se com destaque o sistema estadual paulista mas tambeacutem com significativa participaccedilatildeo das IFES (Fatos sobre a educaccedilatildeo no Brasil 1994-2001) Quanto agrave qualidade do ensino pode-se recorrer ao Exame Nacional de Cursos implantado em 1996 e que procura aferir a qualidade de cursos de graduaccedilatildeo No primeiro ano os cursos das federais avaliados (46) obtiveram 500 de A e B Jaacute em 2000 esses mesmos conceitos foram atingidos por 578 dos 329 cursos avaliados Os resultados da avaliaccedilatildeo para a poacutes-graduaccedilatildeo realizados pela CAPES mostram resultados igualmente bons para as federais

76 Financiamento eficiecircncia e equumlidade

O volume e a forma pela qual se faz o financiamento do ensino superior tem repercussotildees sobre a melhor aplicaccedilatildeo dos recursos e sobre a distribuiccedilatildeo de renda e oportunidade de acesso ao ensino superior Podemos distinguir dois tipos de financiamento o que se faz aos alunos e suas famiacutelias e o que se dirige agraves instituiccedilotildees

No primeiro caso encontra-se o creacutedito educativo o ensino gratuito nas escolas puacuteblicas e a deduccedilatildeo de gastos com educaccedilatildeo para efeitos do Imposto de Renda Pessoa Fiacutesica

O antigo CREDUC e o atual FIES apresentam problemas na aacuterea da eficiecircncia Eles notoriamente nunca atenderam agrave demanda demonstrando que haacute mais alunos carentes do que os recursos disponiacuteveis para atendecirc-los Neste caso faria mais sentido escolher dentre os carentes aqueles que atendessem simultaneamente outros requisitos como o de ter mais disponibilidade para os estudos (curso diurno) frequumlentar cursos mais estrateacutegicos para a economia do paiacutes privilegiar cursos e instituiccedilotildees de melhor qualidade favorecer regiotildees mais pobres e finalmente conceder o creacutedito ao aluno (e natildeo agrave instituiccedilatildeo) antes do mesmo se matricular e desta forma aumentar a concorrecircncia entre as instituiccedilotildees pelos alunos com creacutedito A distribuiccedilatildeo de creacutedito ao aluno permitiria tambeacutem que se selecionasse entre os carentes os de maior potencial No entanto tradicionalmente a concessatildeo de creacutedito educativo segue o mesmo padratildeo da demanda concentrando-se em cursos na aacuterea de Ciecircncias Sociais (Direito e Administraccedilatildeo) nas regiotildees Sudeste e Sul (765 dos contratos) e em alunos de cursos noturnos

O ensino gratuito em estabelecimentos oficiais de ensino como vimos anteriormente piora ainda mais o nosso elevado grau de concentraccedilatildeo de renda um estudo do IPEA (Barros e Foguel) mostra que dos serviccedilos e programas educacionais puacuteblicos analisados (que

incluem o programa de creche merenda escolar livro didaacutetico e todos os niacuteveis de ensino) a educaccedilatildeo superior eacute sem duacutevida o que possui o pior grau de focalizaccedilatildeo com um quasi-Gini (coeficiente bastante semelhante ao iacutendice de Gini) de 066sendo inclusive superior ao coeficiente de Gini de distribuiccedilatildeo de renda Assim pode-se dizer que o acesso agrave educaccedilatildeo superior puacuteblica esta pior distribuiacutedo que a proacutepria renda familiar

uma terceira fonte de iniquumlidade embora ainda natildeo adequadamente mensurada esta na deduccedilatildeo de parte das despesas com instruccedilatildeo do contribuinte e seus dependentes para efeito de caacutelculo do Imposto de Renda Pessoa Fiacutesica Esta deduccedilatildeo tem um caraacuteter nitidamente regressivo pois somente atinge os que frequumlentam escolas privadas e que ao mesmo tempo possuem renda suficiente para serem contribuintes do Imposto de Renda No caso do ensino superior este argumento fica reforccedilado jaacute que os que buscam o ensino superior privado estatildeo nos niacuteveis mais elevados da piracircmide de renda Em suma a renuacutencia fiscal que essa reduccedilatildeo representa favorece mais os de maior poder aquisitivo prejudicando potencialmente outros programas destinados agrave populaccedilotildees carentes

A forma de financiamento do setor federal e de boa parte do setor estadual induz como vimos anteriormente comportamentos ineficientes por parte dos administradores universitaacuterios e do proacuteprio governo especialmente em relaccedilatildeo agrave poliacutetica de pessoal Natildeo se pode entretanto dizer que eles ajam sem racionalidade pois estatildeo procurando o que eacute melhor para a sua unidade Ocorre que a soma desses comportamentos leva a indicadores indesejaacuteveis tais como uma baixa relaccedilatildeo alunoprofessor elevado custo por aluno excesso de professores em dedicaccedilatildeo exclusiva etc A soluccedilatildeo para esta situaccedilatildeo esta na adoccedilatildeo da autonomia pelas IFES Este foi um tema recorrente na deacutecada de 90mas sempre esbarrou em duas grandes resistecircncias do lado do governo a dificuldade em garantir orccedilamentos previsiacuteveis sob a forma de vinculaccedilotildees ou correccedilotildees automaacuteticas do lado dos dirigentes universitaacuterios em particular um significativo grupo de reitores das federais a dificuldade de aceitarem o fim do regime juriacutedico uacutenico introduzindo planos de carreira regionais flexibilidade de contrataccedilatildeo demissatildeo e promoccedilatildeo Sem esta mudanccedila mais de 90 do orccedilamento continuaraacute sendo gerenciado da forma distorcida jaacute comentada mais acima

Os poucos incentivos fiscais existentes para as instituiccedilotildees privadas tambeacutem apresentam suas ineficiecircncias Existe a imunidade tributaacuteria prevista no art 150 da CF para instituiccedilotildees educacionais sem fins lucrativos A principal isenccedilatildeo federal eacute a do Imposto de

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Renda e a estadual eacute o ICMS Para se conseguir a imunidade basta ser uma instituiccedilatildeo educacional e alocar seus eventuais lucros na proacutepria atividade Em princiacutepio elas poderiam consequentemente cobrar mensalidades menores e oferecer ensino de melhor qualidade No entanto a imunidade eacute indiscriminada em relaccedilatildeo a quem se aproveita de menores preccedilos nem haacute preocupaccedilatildeo de se conhecer o niacutevel e a relevacircncia do ensino ministrado

Algo semelhante acontece com a isenccedilatildeo da contribuiccedilatildeo para fins de seguridade social que eacute uma obrigaccedilatildeo patronal sobre os salaacuterio aleacutem do PIS do COF1NS e ateacute do salaacuterio educaccedilatildeo Satildeo agraciadas instituiccedilotildees consideradas beneficentes de utilidade puacuteblica e que apliquem integralmente o seu eventual resultado operacional na manutenccedilatildeo e desenvolvimento de seus objetivos Na aacuterea de educaccedilatildeo a beneficecircncia se caracteriza pela concessatildeo de bolsas integral e gratuitamente a alunos considerados carentes A isenccedilatildeo se caracteriza como uma poliacutetica de redistribuiccedilatildeo de renda atraveacutes da renuacutencia fiscal No entanto natildeo se verifica o potencial dos alunos carentes beneficiados e nem se indaga a respeito da qualidade dos cursos que frequumlentam nem a sua importacircncia para o paiacutes

Alguns resultados positivos proveacutem das formas de financiamento da poacutes-graduaccedilatildeo e da pesquisa pelas agecircncias de fomento federais e Fundaccedilotildees de Apoio agrave Pesquisa a niacutevel estadual da introduccedilatildeo da avaliaccedilatildeo de cursos e instituiccedilotildees que vem sendo efetivada pela SESu INEP e CAPES e pela recente introduccedilatildeo de uma matriz para distribuiccedilatildeo de recursos de OCC para as IFES Cada vez fica mais aceito o princiacutepio de que a alocaccedilatildeo de recursos deve estar combinada com avaliaccedilotildees de qualidade eficiecircncia e eficaacutecia Os orccedilamentos automaacuteticos baseados em paracircmetros histoacutericos comeccedilam a perder sua importacircncia Este movimento atinge tambeacutem o setor privado que enxerga maacutes avaliaccedilotildees como um fator negativo de marketinge que causa mais dificuldades na busca de recursos de fomento

REFEREcircNCIAS

ARCIA G ALVAREZC SCOBIE T O financiamento da educaccedilatildeo e a reforma educacional um marco para a sustentabilidade In Financiamento da Educaccedilatildeo na Ameacuterica Latina Rio de Janeiro FGV 1999 p 125-158

BARROS Ricardo P FOGUEL Miguel N Focalizaccedilatildeo dos gastos puacuteblicos sociais em educaccedilatildeo e erradicaccedilatildeo da pobreza no Brasil In MEC NER Financiamento da Educaccedilatildeo no Brasil Brasilia INEPMEC 2001 V18 p106-120

NEGRI B Financiamento da Educaccedilatildeo no Brasil Brasiacutelia MEC INEP 1997 (Textos para discussatildeo l)

SCHWARTZMAN J A administraccedilatildeo de universidades puacuteblicas a racionalidade da ineficiecircncia Educaccedilatildeo Brasileira Brasiacutelia v 13n26p ll-27janjun 1991

SCHWARTZMAN J Universidades federais no Brasil uma avaliaccedilatildeo de suas trajetoacuterias (deacutecadas de 70 e 80) Educaccedilatildeo Brasileira Brasiacutelia v 15 n 31 p 59-106 2 Semestre 1993

Ciencia e Tecnologia no Brasil

Clarissa Eckert Baeta Neves

81 A Organizaccedilatildeo Institucional da Ciecircncia e Tecnologia

811 O complexo nacional de CTampl no Brasil A proficiecircncia brasileira atual no campo cientiacutefico caracteriza-

se pela constituiccedilatildeo de importante infra-estrutura cientiacutefica tecnoloacutegica e educacional bem como pelo amplo e qualificado sistema de poacutes-graduaccedilatildeo (Livro Branco2002 p24)

O complexo1 nacional de Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo apresenta-se hoje bastante diversificado abrangendo diferentes organismos governamentais ou natildeo todos atuando na promoccedilatildeo do desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico os organismos federais e estaduais fomentam as atividades de pesquisa cientiacutefica tecnoloacutegica e de formaccedilatildeo de recursos humanos e as universidades e institutos de pesquisa puacuteblicos e privados por sua vez incubem-se de produzir o conhecimento cientiacutefico e tecnoloacutegico

Atuam nesse complexo na esfera federal os Ministeacuterios de Ciecircncia e Tecnologia (MCT) da Educaccedilatildeo (MEC) com suas respectivas agecircncias de fomento (Financiadora de Estudos e Pesquisas Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico e a Fundaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior) e ainda os Ministeacuterios da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento da Sauacutede do Meio Ambiente e do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior por meio dos respectivos institutos empresas estatais e oacutergatildeos vinculados (ver Quadro 81)

1 No presente texto optou-se por adotar o termo complexo nacional em vez de sistema especialmente por considerar que ele melhor representa a amplitude do setor de ciecircncia e tecnologia brasileiro integrado por diferentes oacutergatildeos agecircncias e demais instituiccedilotildees - os quais nem sempre atuam de forma coordenada tal como ocorre no caso de um sistema

Na esfera estadual por sua vez atuam na coordenaccedilatildeo das poliacuteticas e no fomento as Secretarias Estaduais de CampT e as Fundaccedilotildees de Amparo agrave Pesquisa (FAPS) O setor privado tem participado de modo muito reduzido no fomento agrave CampT

Quadro 81 Organograma do Complexo de Ciecircncia e Tecnologia

MCT Ministeacuterio da Ciecircncia e da Tecnologia MEC Ministeacuterio da Educaccedilatildeo MA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento OM Outros ministeacuterios que desenvolvem atividades de Ciecircncia e Tecnologia Ministeacuterio do DesenvolvimentoInduacutestria e Comeacutercio ExteriorMeio Ambiente Sauacutede e outros Fapesp Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do estado de Satildeo Paulo Faps Fundaccedilotildees de Amparo existentes em 15 estados brasileiros EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

812 A politica de CampT O Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia (MCT) foi criado em

1985 cabendo-lhe a coordenaccedilatildeo e articulaccedilatildeo dos diferentes oacutergatildeos promotores do desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico como tambeacutem a elaboraccedilatildeo das poliacuteticas estrateacutegicas para o setor Para definir a nova poliacutetica esse Ministeacuterio juntamente com a Academia Brasileira de Ciecircncias promoveu em 2001 uma conferecircncia nacional que reuniu pesquisadores empresaacuterios teacutecnicos do setor puacuteblico e legisladores para discutirem os avanccedilos alcanccedilados e os obstaacuteculos a serem vencidos na implantaccedilatildeo de um efetivo sistema de ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo Os resultados desse trabalho estatildeo contidos no Livro Verde da CampT publicado em 2001 e no Livro Branco - Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo de junho de 2002 os quais apresentam os principais desafios bem como os objetivos e diretrizes estrateacutegicas para a aacuterea com projeccedilatildeo ateacute 2012

Os principais objetivos da nova poliacutetica nacional de desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico satildeo criar um ambiente favoraacutevel agrave inovaccedilatildeo que contribua para a competitividade das empresas e o melhor aproveitamento da capacidade instalada em CTampI ampliar a capacidade de inovaccedilatildeo e expandir a base cientiacutefica e tecnoloacutegica aperfeiccediloar consolidar e modernizar o aparato institucional de CTampI promover a integraccedilatildeo de todas as regiotildees brasileiras para o esforccedilo nacional de desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico fortalecendo suas oportunidades e possibilidades de usufruir dos resultados alcanccedilados conquistar amplo apoio para essa poliacutetica e incorporar a dimensatildeo de ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo como elemento estrateacutegico da poliacutetica nacional de desenvolvimento (Livro Branco 2002 p36)

Para o alcance desses objetivos foram estabelecidas as seguintes diretrizes estrateacutegicas implantar um efetivo Sistema Nacional de Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo promover a inovaccedilatildeo para aumentar a competitividade e a inserccedilatildeo internacional das empresas brasileiras ampliar de forma sustentada os investimentos em Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo expandir e modernizar o sistema de formaccedilatildeo de pessoal para Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo ampliar diversificar e consolidar a capacidade de pesquisa baacutesica no paiacutes modernizar e consolidar instituiccedilotildees e procedimentos de gestatildeo da poliacutetica de Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo e os mecanismos de articulaccedilatildeo com as demais poliacuteticas puacuteblicas educar para a sociedade do conhecimento intensificar e explorar novas oportunidades da cooperaccedilatildeo internacional em Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo ampliar a dimensatildeo estrateacutegica das atividades de Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo (Idem p 49)

813 O MCT e os organismos vinculados A estrutura organizacional do MCT (ver Quadro 82) eacute

composta de oacutergatildeos de assistecircncia direta ao Ministro de Estado aleacutem de trecircs secretarias responsaacuteveis por poliacuteticas setoriais e uma secretaria de coordenaccedilatildeo das unidades de pesquisa Eacute tambeacutem assessorado por quatro oacutergatildeos colegiados de caraacuteter consultivo o Conselho Nacional de Ciecircncia e Tecnologia (CCT) o Conselho Nacional de Informaacutetica e Automaccedilatildeo (CONIN) a Comissatildeo Teacutecnica Nacional de Biosseguranccedila (CTNBio) e a Comissatildeo de Coordenaccedilatildeo das Atividades de Metereologia Climatologia e Hidrologia (CMCH)

O CCT eacute integrado pelo Presidente da Repuacuteblica que o preside por oito Ministros de Estado (Ministros da Defesa do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior da Educaccedilatildeo da Fazenda da Integraccedilatildeo Nacional do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo e das Relaccedilotildees Exteriores) aleacutem do Ministro da Ciecircncia e Tecnologia (Secretaacuterio do Conselho) e oito representantes da comunidade cientiacutefica e do setor empresarial Esse Conselho eacute diretamente responsaacutevel pela assessoria ao Presidente da Repuacuteblica na formulaccedilatildeo e implementaccedilatildeo da poliacutetica nacional de desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico2

Sob a responsabilidade direta do MCT estatildeo duas grandes agecircncias federais fomentadoras a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) aleacutem de duas entidades recentemente a ele incorporadas a Agecircncia Espacial Brasileira (AEB) e a Comissatildeo Nacional de Energia Nuclear (CNEM) Ao mesmo Ministeacuterio tambeacutem estatildeo subordinadas 16 unidades de pesquisa voltadas para aacutereas especiacuteficas de conhecimento tais como o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazocircnia (INPA) o Instituto de Matemaacutetica Pura e Aplicada (IMPA) o Laboratoacuterio Nacional de Astrofiacutesica (LNA) dentre outras (ver Quadro 82) Essas unidades de pesquisa agora coordenadas por uma mesma secretaria tiveram a sua missatildeo institucional submetida a um processo de reavaliaccedilatildeo A outra grande mudanccedila ocorrida na estrutura do MCT em 2001 foi a criaccedilatildeo do Centro de Gestatildeo e Estudos Estrateacutegicos para realizar estudos estrateacutegicos de caraacuteter prospectivo na aacuterea de CampT e avaliar os impactos de programas e projetos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos

2 Nesse intuito jaacute desenvolveu os seguintes estudos como subsiacutedios para a elaboraccedilatildeo das poliacuteticas de CampT Situaccedilatildeo Atual da Ciecircncia e da Tecnologia no Brasil (1997) e Formaccedilatildeo da Sociedade da Informaccedilatildeo no Brasil (1998)

Quadro 82 Estrutura organizacional do Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia (MCT)

814 CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico Criado em 1951 e transformado em fundaccedilatildeo vinte trecircs anos

depois no ano de 1974 o CNPq constitui-se na agecircncia de fomento que oferece a maior diversidade de modalidades de apoio agrave ciecircncia e agrave tecnologia no paiacutes Sua esfera de atuaccedilatildeo foi ampliada recentemente com a possibilidade de mobilizar recursos provenientes de outros Ministeacuterios e dos Fundos Setoriais aliada agrave responsabilidade pela coordenaccedilatildeoexecuccedilatildeo de uma seacuterie de programas importantes dentre eles o PADCT3 o Pronex4e o Milecircnio5 O CNPq atua sob duas formas principais o fomento e a formaccedilatildeo de recursos humanos qualificados para a pesquisa Na primeira categoria a agecircncia atua fundamentalmente sob a forma de programas que se classificam em baacutesicos e especiais Os programas baacutesicos destinam-se ao atendimento das demandas nas diversas aacutereas do conhecimento mediante criteacuterios de meacuterito ou tambeacutem de acordo com as prioridades de investimento estabelecidas pelo oacutergatildeo Os programas especiais atendem a aacutereas consideradas estrateacutegicas por meio de mecanismos de induccedilatildeo da articulaccedilatildeo interinstitucional e da incorporaccedilatildeo de criteacuterios relevantes Desde o ano de 2000 os investimentos do CNPq nesses programas tecircm sido realizados em consonacircncia com o Programa Plurianual de Governo (PPA) Em 2001 foram executados 10 programas de acordo com o PPA e mais quatro programas pertencentes a outros ministeacuterios

3 Criado em 1984 com o objetivo de ampliar o apoio financeiro agrave pesquisa esse programa constitui-se hoje numa fonte importante de recursos agrave investigaccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica 4 O Programa de Apoio a Nuacutecleos de Excelecircncia - PRONEX criado em 1996 tem como objetivo a consolidaccedilatildeo do processo de desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico por meio do apoio a nuacutecleos de pesquisadores com comprovada competecircncia teacutecnico-cientiacutefica e tradiccedilatildeo na sua aacuterea de atuaccedilatildeoAteacute o momento (Janeiro de 2002) 206 grupos foram selecionados (80 deles na aacuterea da Ciecircncia da Vida 55 nas Ciecircncias Exatas 24 nas Ciecircncias Humanas e 47 na aacuterea de Tecnologia) oriundos de 14 estados brasileiros envolvendo um total de 40 instituiccedilotildees de pesquisa

5 O Programa Institutos do Milecircnio (MSI) eacute inovador criado em 1998 pelo MCT em conjunto com o CNPq e gerenciado pelo Grupo Consultivo de Ciecircncia e Tecnologia(GCCT) do PADCT III O objetivo principal do programa eacute aumentar a competecircncia cientiacutefica brasileira em aacutereas importantes da ciecircncia e tecnologia mediante o apoio e capacitaccedilatildeo de centros de pesquisa e laboratoacuterios de alta qualidade cientiacutefica eou atuantes em aacutereas estrateacutegicas para o desenvolvimento do paiacutes Os institutos apoiados pelo Programa dividem-se em 2 tipos Grupo 1 - Institutos com excepcional niacutevel cientiacutefico e tecnoloacutegico dentro do qual seratildeo apoiados 20 projetos e Grupo 2 - Institutos que atuam em aacutereas estrateacutegicas (Ciecircncias do Mar Ciecircncias do Amazonas Ciecircncias do Semi-aacuterido) A operacionalizaccedilatildeo do programa prevecirc a articulaccedilatildeo de redes cientiacuteficas e tecnoloacutegicas e a integraccedilatildeo com centros internacionais de pesquisa o estiacutemulo agrave inovaccedilatildeo tecnoloacutegica a promoccedilatildeo de projetos inter e multidisciplinares e a desconcentraccedilatildeo do conhecimento em benefiacutecio das regiotildees brasileiras com menor desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico (wwwmclgovbr)

O investimento na formaccedilatildeo qualificada de recursos humanos para a pesquisa daacute-se principalmente mediante a concessatildeo de bolsas de diversas modalidades (ver dados no item investimento em ciecircncia e tecnologia)

no paiacutes bull iniciaccedilatildeo agrave pesquisa cientiacutefica bull formaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo de pesquisadores (estaacutegio

especializaccedilatildeo aperfeiccediloamento mestrado doutorado e poacutes-doutorado)

bull bolsas de estiacutemulo agrave pesquisa (produtividade em pesquisa desenvolvimento cientiacutefico e regional receacutem-doutor pesquisador visitante pesquisador estrangeiro desenvolvimento de gestatildeo institucional especialista visitante institucional e apoio teacutecnico)

bull bolsas de desenvolvimento tecnoloacutegico empresarial

no exterior bull bolsas de aperfeiccediloamento estaacutegioespecializaccedilatildeo doutorado

doutorado sanduiacuteche poacutes-doutorado estaacutegio secircnior e convecircnios e apoios institucionais

815 FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos como agecircncia federal criada em marccedilo de 1965 a FINEP foi

constituiacuteda inicialmente como um fundo - o Fundo de Financiamento de Estudos e Projetos e Programas Em 1969 com a criaccedilatildeo do Fundo Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (FNDCT) ela passou a ser a sua secretaria executiva oficial Nesse periacuteodo a FINEP exerceu um importante papel no fomento da pesquisa acadecircmica estimulando a implantaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da pesquisa nos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem do apoio dado a grupos e instituiccedilotildees de pesquisa

Em 1973 essa agecircncia passou a ser tambeacutem um instrumento de incentivo ao desenvolvimento tecnoloacutegico empresarial Entretanto somente nos anos 90 passou a ter seu papel completamente redefinido deixando de apoiar a pesquisa acadecircmica para ser a agecircncia federal da inovaccedilatildeo tecnoloacutegica favorecendo principalmente a produccedilatildeo de novas tecnologias em empresas e outras instituiccedilotildees que investem em pesquisa e desenvolvimento

Na promoccedilatildeo do desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico a FINEP tem buscado articular diferentes instrumentos na forma de concessatildeo de bolsas apoio agrave pesquisa financiamento em condiccedilotildees adequadas ao desenvolvimento tecnoloacutegico e inovativo aportes de capital de risco incentivos fiscais e creacutedito com participaccedilatildeo nos resultados6

6 wwwfmepgovbr Relatoacuterio de gestatildeo 2001

Atualmente as operaccedilotildees da FINEP satildeo organizadas com base em 3 eixos operacionais

- fomento agrave inovaccedilatildeo em grandes empresas e empresas liacutederes - apoio agrave inovaccedilatildeo e agrave difusatildeo tecnoloacutegica em arranjos produtivos locais e - apoio a instituiccedilotildees de pesquisa e a empresas de base tecnoloacutegica

816 Outros organismos de apoio agraves atividades de CampT Vaacuterios organismos natildeo vinculados diretamente ao MCT tambeacutem

integram o complexo nacional de CampT Em niacutevel federal a Fundaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento

de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES) oacutergatildeo vinculado ao MEC eacute responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo e implementaccedilatildeo da poliacutetica de poacutes-graduaccedilatildeo mantendo o maior programa de bolsas de mestrado e doutorado no paiacutes

As principais linhas de atuaccedilatildeo dessa entidade satildeo

- A concessatildeo de bolsas no paiacutes e no exterior - Fomento agrave investigaccedilatildeo por meio do apoio a eventos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e culturais de curta duraccedilatildeo no paiacutes promovidos por associaccedilotildees e sociedades cientiacuteficas bem como de apoio agrave apresentaccedilatildeo de trabalhos de professores e pesquisadores doutores em eventos no exterior - Avaliaccedilatildeo dos programas de poacutes-graduaccedilatildeo residecircncia meacutedica e administraccedilatildeo - A execuccedilatildeo do PADCT - A cooperaccedilatildeo internacional

Da mesma forma fazem parte desse complexo de CampT as grandes universidades principalmente as federais que concentram volume consideraacutevel de grupos de pesquisa e laboratoacuterios e as fundaccedilotildees universitaacuterias a elas vinculadas No acircmbito federal existem os centros de pesquisa das maiores empresas estatais - em aeronaacuteutica e espaccedilo telecomunicaccedilotildees energia exploraccedilatildeo de petroacuteleo e petroquiacutemica agropecuaacuteria sauacutede dentre outros tais como a Petrobraacutes a Eletrobraacutes a Embraer e a EMBRAPA

Em niacutevel estadual existem as Secretarias de Ciecircncia e Tecnologia em vaacuterios estados brasileiros e agecircncias fomentadoras em 15 deles - as Fundaccedilotildees de Amparo agrave Pesquisa - sendo as mais expressivas a de Satildeo Paulo Rio Grande do Sul Minas Gerais e Rio de Janeiro Existem

ainda os conselhos e instituiccedilotildees tecnoloacutegicas atuando em vaacuterios estados sobretudo nas aacutereas de sauacutede e agricultura

Por fim tem-se no acircmbito do setor privado institutos e centros de pesquisa e empresas privadas que desenvolvem atividades de pesquisa e desenvolvimento alguns deles associados agrave Associaccedilatildeo Brasileira de Institutos de Pesquisa Tecnoloacutegicos (ABIPTI) ou agrave Associaccedilatildeo Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Industriais (ANPEI) como a USIMINAS o Instituto Mauaacute de Tecnologia a Petroquiacutemica do Sul e a Sadia dentre outros

82 O fomento agraves atividades de CampT

821 instrumentos e mecanismos de apoio O apoio ao desenvolvimento das atividades de CampT e de

formaccedilatildeo de recursos humanos daacute-se mediante um conjunto de instrumentos e de mecanismos coordenados pelas agecircncias de fomento Os instrumentos satildeo

- Bolsas de apoio agraves atividades de pesquisa distinguindo-se em iniciaccedilatildeo cientiacutefica apoio teacutecnico bolsas produtividade para o pesquisador aleacutem das bolsas de formaccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo (mestrado e doutorado) e poacutes-doutorado - Recursos financeiros de apoio a projetos de pesquisa - Os mecanismos e procedimentos da execuccedilatildeo do fomento dividem-se em - Editais (publicaccedilatildeo dos regulamentos da participaccedilatildeo no diaacuterio oficial) - Cronograma com calendaacuterio afixado pelas agecircncias para apresentaccedilatildeo de projetos - Fluxo contiacutenuo (o chamado atendimento de balcatildeo com entrada contiacutenua de pedidos de apoio)

822 Origem dos recursos Os recursos financeiros que datildeo suporte agraves atividades de CampT

provecircm das seguintes fontes

- Orccedilamentaacuterios originaacuterios do Tesouro Nacional que compotildeem os orccedilamentos ordinaacuterios das agecircncias - Recursos oriundos de Fundos provenientes de recursos orccedilamentaacuterios mas principalmente de recursos extraordinaacuterios Exemplo FNDCT PADCT e os Fundos Setoriais - Recursos privados originaacuterios do investimento de empresas privadas

A grande expansatildeo do complexo de ciecircncia e tecnologia brasileiro ocorreu na deacutecada de 1970 quando as poliacuteticas para esse setor surgiram mais explicitamente como objeto da poliacutetica desenvolvimentista do Estado O modelo de desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico integrava-se assim aos planos estrateacutegicos econocircmicos do governo cuja principal diretriz era a poliacutetica de auto-suficiecircncia industrial mediante a construccedilatildeo de um parque cientiacutefico e tecnoloacutegico avanccedilado7

Muito embora as principais agecircncias de fomento tenham sido criadas na deacutecada de 1950 (como o CNPq e a CAPES) somente a partir da deacutecada de 1970 satildeo criados os principais instrumentos e programas que instalaram e consolidaram uma base cientiacutefica e tecnoloacutegica no paiacutes

A criaccedilatildeo de uma estrutura de financiamento proacutepria para a ciecircncia e tecnologia daacute-se inicialmente com a criaccedilatildeo do Fundo Nacional de Tecnologia (FND) com investimentos do BNDES o qual mais tarde foi substituiacutedo pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Ciecircncia e da Tecnologia (FNDCT) que passou a fazer parte do orccedilamento federal

Aleacutem dos recursos orccedilamentaacuterios do Tesouro compunham esse Fundo os recursos provenientes dos incentivos fiscais empreacutestimos de instituiccedilotildees financeiras e outras entidades contribuiccedilotildees e doaccedilotildees de entidades puacuteblicas e privadas aleacutem de recursos de diferentes fontes (art 2o do Decreto-Lei ndeg 719 de 310769) A responsabilidade pela gestatildeo de tais recursos coube agrave FINEP

O FNDCT foi praticamente a uacutenica fonte de financiamento agrave ciecircncia e tecnologia no Brasil nos anos 70 tendo contribuiacutedo sobremaneira para a institucionalizaccedilatildeo da pesquisa cientiacutefica e tecnoloacutegica especialmente no campo da poacutes-graduaccedilatildeo

Entre os anos 1980 e 1990 as atividades de CampT viveram um momento de crise face agraves instabilidades orccedilamentaacuterias para o setor como tambeacutem agrave crescente burocratizaccedilatildeo que caracterizou o funcionamento das mais importantes agecircncias e oacutergatildeos de fomento aleacutem da ausecircncia de uma poliacutetica mais especiacutefica para esse campo com isso o papel de agente financiador do FNDCT ficou bastante reduzido

Em 1984 foi criado o 1ordm Programa de Apoio ao Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (PADCT) como um meio de ampliar o apoio financeiro agrave pesquisa e de racionalizar o sistema de financiamento (Guimaratildees 1994)

7 Alguns autores indicam contradiccedilotildees na articulaccedilatildeo entre a poliacutetica governamental do periacuteodo e a poliacutetica cientiacutefica e tecnoloacutegica De forma que a auto-suficiecircncia nacional em termos tecnoloacutegicos soacute foi realmente incentivada nesse periacuteodo em setores especiacuteficos como a microeletrocircnica Contudo a vinculaccedilatildeo entre essas duas poliacuteticas acrescidos alguns fatores como uma base fiscal em expansatildeo e o apoio da comunidade cientiacutefica constituiacuteram-se em aspectos importantes na expansatildeo do parque cientiacutefico e tecnoloacutegico na deacutecada de 70 (Schwartzaman 1993)

Inicialmente planejado como uma fonte complementar de recursos agrave investigaccedilatildeo em CampT o referido Programa consolidou-se como um instrumento importante na garantia de um patamar necessaacuterio de investimentos no campo cientiacutefico e tecnoloacutegico Tanto assim que hoje representa uma das principais fontes de recursos ao fomento nessa aacuterea

Os recursos do PADCT satildeo co-financiados pelo Banco MundialBIRD mediante realizaccedilatildeo de trecircs acordos de empreacutestimo financeiro entre esse oacutergatildeo e o governo brasileiro A cada um desses acordos fumados corresponde uma fase especiacutefica do programa (Quadro 81)

Os PADCT I e II financiaram um total de 4500 projetos representando um investimento final de US$ 470 milhotildees de doacutelares Quanto aos recursos do PADCT III resultantes da renovaccedilatildeo do programa em 1998 o orccedilamento estimado gira em torno de US$ 300 milhotildees de doacutelares - metade deles financiada pelo BIRD e o restante pelo Tesouro do governo brasileiro O PADCT III eacute coordenado pela Secretaria de Coordenaccedilatildeo e Gerenciamento SGC do MCT que tem entre outras atribuiccedilotildees a articulaccedilatildeo entre os seus oacutergatildeos executores -CNPq CAPES e FINEP - agecircncias responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo gestatildeo financeira acompanhamento e avaliaccedilatildeo dos projetos do programa Divide-se hoje em 3 componentes o de Ciecircncia e Tecnologia CCT que atua no financiamento de projetos de PampD e de formaccedilatildeo de recursos humanos o de Desenvolvimento TecnoloacutegicoCDT com a promoccedilatildeo do desenvolvimento tecnoloacutegico das empresas e o aumento dos investimentos privados em CampT e o de Suporte SetorialCSS com a promoccedilatildeo e financiamento de atividades voltadas para a prestaccedilatildeo de serviccedilos (Reforma e Aperfeiccediloamento do setor de suporte teacutecnico e financiamento agraves accedilotildees relativas agrave tecnologia industrial baacutesica - TIB)

823 Os Fundos Setoriais um novo modelo de financiamento A atual poliacutetica brasileira de desenvolvimento cientiacutefico e

tecnoloacutegico estaacute alicerccedilada em um novo modelo de financiamento os Fundos Setoriais criados com o objetivo de contribuir para a formaccedilatildeo de uma poliacutetica nacional de CampT de longo prazo Visam a ampliar e fortalecer dois grandes esforccedilos incentivar o desenvolvimento tecnoloacutegico empresarial (um dos pontos centrais da agenda de CT ampI) e oferecer um novo padratildeo de financiamento adequado agraves necessidades de investimentos em CT ampI inclusive com novas fontes de recursos

Os Fundos Setoriais surgiram no acircmbito do processo de privatizaccedilatildeo e desregulamentaccedilatildeo das atividades de infra-estrutura no paiacutes sendo oriundos de contribuiccedilotildees incidentes sobre o faturamento de empresas eou sobre o resultado da exploraccedilatildeo de recursos naturais pertencentes agrave Uniatildeo

Hoje mais do que nunca existe a consciecircncia da necessidade de haver novas fontes de financiamento que nao as dependentes do Tesouro Nacional para promover o desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico Os Fundos Setoriais passam a compor uma nova fonte de recursos no campo da CampT originaacuteria basicamente de receitas fiscais adicionais resultantes de processos de concessotildees em determinados setores assim como da contribuiccedilatildeo de empresas privadas face ao imposto de renda sobre royalites e de licenccedilas autorizaccedilotildees e parcelas das receitas das empresas beneficiadas com incentivos fiscais

Os recursos dos fundos setoriais sao alocados no FNDCT operado pela FINEP e satildeo orientados por diretrizes e planos anuais de investimentos definidos pelos Comitecircs Gestores Existem hoje 14 Fundos Setoriais

- CT-PETRO - Fundo de Petroacuteleo e Gaacutes Natural - CT-INFRA - Fundo de Infra-estrutura - CT-ENERG - Fundo de Energia - CT-H1DRO - Fundo de Recursos Hiacutedricos - CT-TRANSPO - Fundo de Transportes - CT-MINERAL - Fundo Setorial de Recursos Minerais - VERDE-AMARELO - Interaccedilatildeo Universidade Empresa - CT-ESPACIAL - Fundo Espacial de Ciecircncia e Tecnologia - CT-INFO - Fundo de Tecnologia da Informaccedilatildeo - FUNTTEL - Fundo para o Desenvolvimento Tecnoloacutegico

das Telecomunicaccedilotildees - CT-Biotecnologia - CT-Agronegoacutecio - CT-Aeronaacuteutico - CT-Sauacutede

Os quatorze fundos setoriais atualmente em funcionamento (com exceccedilatildeo do Fundo para o Desenvolvimento Tecnoloacutegico das Telecomunicaccedilotildees) passam a compor o antigo FNDCT com os novos recursos provenientes dos fundos setoriais o FNDCT passa novamente a assumir uma importacircncia como agente financiador no sistema de CampT contando agora com recursos estaacuteveis natildeo sujeitos a cortes orccedilamentaacuterios

A poliacutetica de fomento dos Fundos eacute estabelecida pelos comitecircs gestores integrados compostos por representantes do MCT dos demais ministeacuterios de agecircncias reguladoras setoriais da comunidade cientiacutefica e da iniciativa privada A Secretaria Executiva do FNDCT - FINEP -

exerce a funccedilatildeo de agente teacutecnico-operacional e financeiro dos fundos cabendo-lhe as seguintes atribuiccedilotildees

- subsidiar o Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia na elaboraccedilatildeo dos documentos relativos ao acompanhamento agrave avaliaccedilatildeo anual e agrave elaboraccedilatildeo e atualizaccedilatildeo do Plano Plurianual de Investimentos a serem submetidos ao Comitecirc

- aplicar os recursos do FNDCT em conformidade com o Manual Operativo

- constituir comitecircs teacutecnicos com a finalidade de analisar e opinar sobre projetos de amparo agrave pesquisa cientiacutefica e ao desenvolvimento tecnoloacutegico

- solicitar sempre que necessaacuterio apoio teacutecnico de representantes das agecircncias governamentais

- elaborar o Manual Operativo para apreciaccedilatildeo dos Comitecircs Gestores e posterior aprovaccedilatildeo pelo Ministro de Ciecircncia e Tecnologia

- coordenar os trabalhos de preacute-qualificaccedilatildeo das operaccedilotildees elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo dos editais de convocaccedilatildeo de propostas seleccedilatildeo e contrataccedilatildeo de consultores ad hoc nos termos definidos pelo Manual Operativo

- convocar os comitecircs teacutecnicos - acompanhar e avaliar as operaccedilotildees contratadas com recursos

do FNDCT - divulgar dados sobre os fundos bem como prestar as

informaccedilotildees que vierem a ser solicitadas pelos poderes competentes sobre a aplicaccedilatildeo dos recursos

Entre as diretrizes baacutesicas dos Fundos Setoriais estatildeo a desconcentraccedilatildeo regional das atividades de CampT e uma maior integraccedilatildeo entre os diversos atores do sistema Para tanto estaacute prevista a aplicaccedilatildeo de 20 dos recursos totais dos Fundos na implantaccedilatildeo recuperaccedilatildeo e modernizaccedilatildeo da infra-estrutura das instituiccedilotildees puacuteblicas de ensino superior e pesquisa8 (por meio do CT-INFRA) e 30 desses nas regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste menos desenvolvidas no acircmbito cientiacutefico e tecnoloacutegico

8 O CT-Infra foi instituiacutedo pela Lei no 10197 de 14022001 Aleacutem das Instituiccedilotildees puacuteblicas de ensino superior e pesquisa tambeacutem podem receber recursos desse Fundo as organizaccedilotildees sociais que desenvolvam atividades de pesquisa cientiacutefica e que tenbam firmado contrato de gestatildeo com o MCT ou com o MEC (wwwfinepgovbrfundos_setoriais ctJnfra_publico_alvoasp)

Segundo informaccedilotildees divulgadas pelo governo brasileiro essa nova fonte deveraacute gerar um acreacutescimo anual de R$ 1 bilhatildeo de reais ao orccedilamento federal de fomento agrave ciecircncia e tecnologia Dados atuais mostram contudo que do orccedilamento do FNDCT de R$725 milhotildees em 2001 composto basicamente por recursos oriundos dos Fundos apenas R$3343 milhotildees foram executados e desses R$3141 milhotildees liberados para a realizaccedilatildeo de convecircnios (wwwfinepgovbrRelatorio de Gestatildeo2001)

824 Investimentos em Ciecircncia e Tecnologia Em 1999 o percentual de investimentos em CampT no Brasil

correspondia a cerca de 135 do PIB e o investimento em PampD a 087 Os gastos em CampT em relaccedilatildeo ao PIB satildeo portanto ainda muito pequenos se comparados aos dos paiacuteses que mais investem na aacuterea e cujos dispendios giram em torno de 2 a 3 do seu respectivo produto interno bruto

A maior parte dos recursos destinados agrave promoccedilatildeo de atividades de CampT provecircm do governo federal que no ano de 1999 aplicou R$27 bilhotildees tendo sido o responsaacutevel por mais de 60 dos investimentos na aacuterea Tais recursos satildeo alocados entre os ministeacuterios que investem em CampT seja diretamente ou via empresas e instituiccedilotildees a eles vinculados O MCT recebeu a maior parte dos recursos em 1999 (477) sendo o restante distribuiacutedo entre os Ministeacuterios da Educaccedilatildeo (208) da Agricultura (189) Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (38) Sauacutede (27) Meio Ambiente (22) e outros (39) (Graacutefico 81)

Graacutefico 81 MCT Recursos do Governo Federal aplicados em Ciecircncia e

Tecnologia (CampT) segundo Ministeacuterios (Brasil 1999)

Fonte MCTLivro Verde 2001

Nos dados da Tabela 81 venfica-se que na ultima deacutecada os dispendios realizados pelo governo federal sofreram grandes oscilaccedilotildees apresentando aumento significativo entre os anos de 1992 a 1996 e um decreacutescimo no periodo de 1997 a 1999 Tais investimentos demonstraram sinais de recuperaccedilatildeo voltando a crescemos anos seguintes (2000-2001) em decorrecircncia da criaccedilatildeo dos Fundos Setoriais Relativamente aos investimentos por modalidade de atividades de CampT nota-se uma priorizaccedilatildeo dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento uma modalidade que ao longo do periacuteodo considerado sempre recebeu maior quantidade de recursos

Tabela 81 MCT Recursos do Governo Federal aplicados em Ciecircncia e

Tecnologia (CampT) por modalidade (Brasil 1991-2001)

Ano

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

Valor Total

26625868

19652132

24725599

31597437

32453337

33556680

30753906

27751576

27533136

28066943

39870228

Pesquisas e Desenvolvimento (PampD)

Valor

13372311

10352102

14475469

20717091

21493563

20623043

18556000

15552135

15856276

-

-

502

527

585

656

662

615

603

560

576

-

-

Atividades Cientiacuteficas e Teacutecnicas Correlatas (ACTC)

Valor

13253557

9300030

10250130

10880346

10959774

12933637

12197906

12199441

11676860

-

-

498

473

415

344

338

385

397

440

424

-

-Fonie Sistema de Administraccedilatildeo Financeira do Governo Federal (Siafi) Extraccedilatildeo especial realizada pelo Serviccedilo Federal de Processamento de Dados (Serpro) Elaboraccedilatildeo Coordenaccedilatildeo de Estatiacutesticas e Indicadores - Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Notas valores atualizados pelo IGP - Dl da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Para a atualizaccedilatildeo monetaacuteria levou-se em conta a execuccedilatildeo mensal dos recursos orccedilamentaacuterios cujos valores a preccedilos de 1999 foram acumulados anualmente para compor esses indicadores As informaccedilotildees para 1999 e anos posteriores natildeo satildeo estritamente comparaacuteveis com as demais tendo em vista que a partir daquele ano foram incorporadas ao Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia instituiccedilotildees anteriormente subordinadas ao Ministeacuterio Extraordinaacuterio de Programas Especiais (1) Valores a preccedilos correntes de 2000 (2) Informaccedilotildees obtidas na Lei Orccedilamentaacuteria para 2001 Valores correntes

O Ministeacuterio da Ciecircncia e da Tecnologia como oacutergatildeo coordenador do complexo de atividades de CampT no paiacutes eacute o principal canal de investimento absorvendo a maior parte dos recursos do governo federal destinados ao setor Entre os anos de 1991 e 1998 o MCT investiu

aproximadamente um bilhatildeo de reais ao ano em ciecircncia e tecnologia A partir de 2000 observa-se um aumento consideraacutevel no niacutevel de investimento decorrente em grande parte da inclusatildeo no orccedilamento de recursos provenientes dos fundos setoriais e de outra da incorporaccedilatildeo de instituiccedilotildees anteriormente subordinadas a outros ministeacuterios

Graacutefico 82 Recursos do Governo Federal aplicados em Ciecircncia e Tecnologia (CampT) pelo Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Brasil1991-2001

Fonte Sistema Integrado de Administraccedilatildeo Financeira do Governo Federal (Siafi) Extraccedilatildeo especial realizada pelo Serviccedilo Federal de Processamento de Dados (Serpro) Elaboraccedilatildeo Coordenaccedilatildeo de Estatiacutesticas e Indicadores - Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Notas Valores monetaacuterios expressos em R$ 1000000 de 1999 atualizados pelo iacutendice Geral de Preccedilos - Disponibilidade Interna (IGP-DI) da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas (FGV) Para a atualizaccedilatildeo monetaacuteria levou-se em conta a execuccedilatildeo mensal dos recursos orccedilamentaacuterios cujos valores foram atualizados mensalmente para preccedilos meacutedios de 1999 e acumulados anualmente

1) Informaccedilotildees obtidas no Balanccedilo Geral da Uniatildeo de 2000 Valores correntes 2) Informaccedilotildees obtidas na Lei Orccedilamentaacuteria para 2001 Valores Correntes

Entre as principais agecircncias de fomento agrave pesquisa e formaccedilatildeo de recursos humanos estatildeo o CNPq e a FINEP ligados ao MCT e a CAPES ligada ao MEC

O desembolso com bolsas de estudo e pesquisa continua sendo a principal fonte de aplicaccedilatildeo e o mais importante meio de operacionalizaccedilatildeo das atividades do CNPq Em 2001 703 dos gastos do CNPq nas duas linhas baacutesicas de atuaccedilatildeo foram destinados aos dispendios com bolsas Desde 1995 observa-se uma niacutetida reduccedilatildeo no financiamento desse item resultante da queda no volume total dos recursos aplicados pela agecircncia que vecircm decrescendo desde o ano de 1994 passando de um total de R$ 8467 milhotildees nesse ano para R$ 5454 milhotildees em 2000 Em 2001 esse volume voltou a crescer apresentando

um aumento de 88 em relaccedilatildeo ao ano anterior (Tabela 82) Por outro lado os recursos destinados agraves atividade de fomento

vecircm crescendo nos uacuteltimos dois anos (2000 e 2001 ) dos recursos aplicados em bolsas e fomento a participaccedilatildeo deste uacuteltimo elevou-se de 113 em 1999 para 297 em 2001 Tal aumento decorre especialmente de dois fatores o aporte de recursos oriundos dos fundos setoriais e a execuccedilatildeo de novos programas como o Pronex e os Institutos do Milecircnio

Tabela 82 CNPq Investimentos realizados em bolsas e no fomento

agrave pesquisa-19902001

Ano

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001(3)

Bolsas no Pais ( 1 )

RS

252632

273414

265293

344480

670774

720560

662856

603227

503515

434629

383816

377208

Part

5S3

nd

nd

nd

792

827

821

809

846

785

704

636

Bolsas no Exterior ( 1 ) RS

86948

113516

167959

128096

96568

85739

65747

46637

37605

56652

48805

40007

Pan

201

nd

nd

nd

114

98

81

63

63

102

89

67

Subtotal

RS

339580

386929

433252

472577

767342

806298

728603

649865

541120

491281

432622

417215

Pan

783

nd

nd

nd

906

9 2 5

903

872

909

887

793

703

Fomento agrave Pesquisa (2)

RS

93894

nd

nd

nd

79399

64939

78395

95470

54367

62696

112792

176097

Partdego

217

nd

nd

nd

94

75

97

128

91

113

207

297

Total

RS

433474

nd

nd

nd

846740

871237

806998

745334

595487

553978

545413

593312

Part

03

nd

nd

nd

nd

2 9

-74

-76

-201

-70

-15

88

Fonte CNPqDADAEI(dados primaacuterios obtidos do Sistema Gerencial de Fomento - SIGEF) ( DRelat_AtTotba_94-01 ) Notas A partir de 1997 estatildeo computados os recursos referentes a convecircnios e apoios institucionais Fonte Tesouro da Uniatildeo Inclui recursos dos fundos setoriais em 2000 e 2001 As concessotildees operacionalizadas pelo sistema de fluxo contiacutenuo foram consideradas no fomento agrave pesquisa () 1990-00 valores corrigidos para preccedilos meacutedios de 2001 pelo IGP-DI 2001 valores correntes (1) Recursos relativos agraves folhas de pagamento de janeiro a dezembro (mecircs de competecircncia) de cada ano (2) Recursos pagos no exerciacutecio (mesmo que empenhados em exerciacutecio anteriores) atraveacutes das Solicitaccedilotildees de Liberaccedilatildeo de Recursos - SLRs (3) Dados preliminares

O histoacuterico da evoluccedilatildeo dos dispendios realizados pela CAPES ( 1995 a 2002) revela um crescimento dos investimentos os quais passaram de aproximadamente RS 418 milhotildees em 1995 para cerca de RS 516 milhotildees em 2002 Desses recursos mais de 80 foram destinados agrave

formaccedilatildeo de recursos humanos mediante o programa de bolsas de estudos (Graacutefico 84) O restante dos recursos foi aplicado no fomento agraves atividades dos programas de poacutes-graduaccedilatildeo

Graacutefico 83 CAPES Dotaccedilatildeo Orccedilamentaacuteria e Despesa Realizada - 1995-2002

(em R$ milhotildees correntes)

Fonte wwwcapesgovbr

Graacutefico 84 CAPES Investimentos realizados em Bolsas - 1995-2002

(em R$ milhotildees correntes)

Fonte wwwcapesgovbr

Outra fonte de financiamento agraves atividades de CampT satildeo os recursos provenientes dos governos estaduais cujos investimentos no setor tecircm girado em terno de 1 bilhatildeo de reais desde 1996 A distribuiccedilatildeo desses recursos por regiatildeo revela uma disparidade nos investimentos a

maior parte provem da regiatildeo Sudeste que sozinha respondeu por 733 do total aplicado em 2000 sendo o estado de Satildeo Paulo o responsaacutevel pela maior parte dos recursos Aleacutem da distribuiccedilatildeo fortemente desigual dos investimentos tem-se ainda uma expressiva oscilaccedilatildeo nos dispendios realizados no desenvolvimento de atividades cientiacuteficas e tecnoloacutegicas pelas regiotildees com frequumlentes decreacutescimos e elevaccedilotildees no periacuteodo analisado (Tabela 83)

Tabela 83 Recursos dos Governos Estaduais aplicados em Ciecircncia

e Tecnologia (CampT) Brasil1990-2000

Grandes Regiotildees e

Unidades da Federaccedilatildeo

Total

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

1990

663674

24006

70392

425432

115161

28662

1991

867037

24057

119909

631572

78909

12589

1992

832479

3187

69765

582444

131863

45220

1993

1007302

10031

80238

776730

106554

33749

1994

971864

15599

85055

632921

160818

77470

1995

886068

3527

93939

483404

255069

50129

1996

1106826

2015

99391

741197

222700

41522

1997

1209840

8545

127838

793088

239903

40466

1998

1203473

9807

139576

784414

231780

37895

1999

1125153

6643

97663

832332

158102

30413

2000

1036640

23106

68401

759926

152513

32694

Fonte Balanccedilos Gerais dos Estados e levantamentos realizados pelas Secretarias Estaduais de Ciecircncia e Tecnologia ou instituiccedilotildees afins Elaboraccedilatildeo Coordenaccedilatildeo de Estatiacutesticas e Indicadores - Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Notas Valores monetaacuterios expressos em R$ 1000 de 1999 atualizados pelo iacutendice Geral de Preccedilos - Disponibilidade Interna - IGP-DI - (meacutedias anuais) da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas (FGV) (1) Em 2000 dados preliminares

As Fundaccedilotildees de Amparo agrave Pesquisa de acircmbito regional (FAPS) apoiam financeiramente projetos de pesquisa ensino e extensatildeo apresentados por pesquisadores das universidades e centros de pesquisa pertencentes aos respectivos estados Aleacutem disso tambeacutem promovem financeiramente a realizaccedilatildeo de eventos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos a capacitaccedilatildeo de recursos humanos a realizaccedilatildeo de trabalhos cientiacuteficos culturais e artiacutesticos bem como projetos de desenvolvimento institucional cientiacutefico e tecnoloacutegico das instituiccedilotildees puacuteblicas

Natildeo existem dados agregados relativos ao volume de recursos aplicados por todas as FAPS Apresenta-se a seguir dados referentes agrave evoluccedilatildeo dos dispendios realizados pela FAPESP a FAP mais atuante no Brasil No periacuteodo de 1995 a 1998 a FAPESP realizou um investimento meacutedio de U$ 219 milhotildees em instituiccedilotildees universidades e empresas que desenvolvem pesquisa Nesse periacuteodo a maior parte dos recursos da agecircncia foi destinada agraves universidades estaduais paulistas que concentram grande nuacutemero de pesquisadores e grupos de pesquisas (ver Tabela 84)

Tabela 84 FAPESP Dispecircndio e execuccedilatildeo da pesquisa no Estado de Satildeo Paulo por fonte de recursos e perfil institucional dos usuaacuterios (1995-1998)

Em USS 1000 de 1998

Setor de execuccedilatildeo

Setor Puacuteblico Institutos Pesquisa Federais

Institutos Pesquisa Estaduais Universidades Federais

Universidades Estaduais

Outras instituiccedilotildees Puacuteblicas

Setor Privado

Universidades Privadas

Outras Inst s fins lucrativos

Empresas (1)

Pessoas fiacutesicas Outros(2)

Total s Total

1995

us$ 230437

13183

20541

196713

-

9252

6448

168

2637

-

239689

-

961

55

86

821

-

39 27

01

11 --

100

150

1996

US$ 213590

11559

23185

178845

-

9134

5613

267

3252

-bull

222721

961

55

86

S21

-

39

27

01

11 --

100

141

1997

US$ 219241

15773

26637

176505

326

13400

7863

395

3583 1559

-232641

-

942

68

115 759

01

58

34

02

15

07

-100 138

1998

US$ 214125

15247

-

23363 175394

121

18473

9920

439

3946

4167

13869 246467

-

869

62

-

95

712

00

75

40

02

18 17

56

100 163

Para a FAPESP a categoria universidades federais engloba na verdade aleacutem das IES institutos de pesquisa federais O mesmo ocorre com a categoria universidades privadas que engloba aleacutem das IES instituiccedilotildees privadas de pesquisa 11 ) Trata-se de recursos captados pelas empresas no setor puacuteblico Natildeo incluem incentivos fiscais nem recursos proacuteprios das empresas em PampD ou PampDampE (2) No caso do CNPq corresponde a bolsas no exterior e da FAPESP a recursos liberados e natildeo alocados Fonte Ipen Inpe ITI CPqD Embrapa UFSCar Secretaria da Fazenda do Estado de Satildeo Paulo IPT USP Unicamp Unesp CNPq FINEP FAPESP (1995 1996 1997 e 1998a b) MCT (1997 e 1998) Salles-Filho et ai (2000) Mello (2000) CAPES (2000) Elaboraccedilatildeo equipe de pesquisa (GeopiUnicamp)

Em 1998 as empresas privadas brasileiras responderam por 357 dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento percentual de gastos que coloca o paiacutes agrave frente de paiacuteses como o Meacutexico e Portugal mas disshytante de paiacuteses como a Coreacuteia Japatildeo e Irlanda cujos investimentos no setor situaram-se em torno de 70 nesse mesmo ano (OECD Main Science and Technology Indicators nl 2000) um dos indicadores da capacidade de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica de um paiacutes eacute o niacutevel de participaccedilatildeo do setor privado nos dispendios nacionais de ciecircncia e tecnologia Quanto maior for essa participaccedilatildeo maior seraacute o esforccedilo do paiacutes em ampliar sua capacidade inovadora Considerando-se essa relaccedilatildeo verifica-se assim que o aumento da nossa capacidade de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica dependeraacute largamente do crescimento significativo dos investimentos em ciecircncia e tecnologia por parte das empresas brasileiras

83 A pesquisa cientiacutefica e tecnologica no Brasil Natildeo obstante o ainda reduzido investimento brasileiro em Ciecircncia e

Tecnologia (09 do PIB) se comparado com o de paiacuteses como a Coreacuteia (30) nosso paiacutes vem apresentando um crescimento significativo em todos os indicadores de desempenho nessa aacuterea destacando-se principalmente

- aumento da qualificaccedilatildeo de recursos humanos via titulaccedilatildeo de mestres e doutores e do ineacutedito programa de apoio agrave iniciaccedilatildeo cientiacutefica - crescimento do sistema de Poacutes-Graduaccedilatildeo - crescimento das atividades de pesquisa indicado pelos dados do Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa CNPq - a evoluccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica

Mesmo jaacute tendo sido apresentados no item 26 deste informe com referecircncia aos indicadores de crescimento do sistema e do desempenho da Poacutes-Graduaccedilatildeo cabe assinalar a tiacutetulo de ilustraccedilatildeo o nuacutemero de bolsas concedido por esse sistema conforme Tabela 85

Tabela 85 -Nuacutemero de bolsas de formaccedilatildeo e de pesquisa concedidas no

paiacutes e no exterior por agecircncias federais e modalidades - 2000

Bolsas concedidas no pais

Mestrado

Doutorado

Iniciaccedilatildeo cientifica

Iniciaccedilatildeo tecnoloacutegica industrial

Bolsas concedidas no exterior

Doutorado

Doutorado sanduiacuteche

Poacutes-doutorado

Total

17251

14016

18483

1367

Total

1152

376

233

Capes

11 679

8158

-Capes

761

309

129

Cnpq

5572

5858

18483

1367

Cnpq

391

67

104

Fonte MCTLivro Verde2001

Eacute de grande relevacircncia o desenvolvimento do programa que busca iniciar estudantes de graduaccedilatildeo na investigaccedilatildeo cientiacutefica e contribuir para a institucionalizaccedilatildeo da pesquisa nas universidades brasileiras Este programa eacute desenvolvido pelo CNPq de duas formas por meio de quotas institucionais pelo Programa de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica (PIBIC) e mediante a concessatildeo direta ao pesquisador (IC) no acircmbito dos Projetos Integrados de Pesquisa (Relatoacuterio Institucional do CNPq 2001) O PIBIC concedeu um total de 15573 bolsas em 2001 e o IC

3190 As bolsas sao concedidas a cada estudante como incentivo agrave participaccedilatildeo nas pesquisas O programa tem alcanccedilado alguns dos objetivos propostos como mostram alguns indicadores destacados no relatoacuterio institucional do CNPq2001

os ex-bolsistas do PIBIC demoram 12 ano para o ingresso no mestrado apoacutes a conclusatildeo da graduaccedilatildeo contra 68 anos daqueles que natildeo tiveram nenhum tipo de bolsa 75 dos egressos do PIBIC que ingressam no mestrado satildeo selecionados para receber bolsa CNPq ou CAPES 61 dos bolsistas do PIBIC publicaram como autor ou co-autor o programa estimulou o envolvimento de novos pesquisadores na atividade de formaccedilatildeo o PIBIC tem contribuiacutedo para a diminuiccedilatildeo das disparidades regionais na alocaccedilatildeo de bolsas de iniciaccedilatildeo cientiacutefica9

831 O Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq Outro indicativo do crescimento da pesquisa cientiacutefica e

tecnoloacutegica no Brasil eacute o aumento expressivo do nuacutemero de pesquisadores e grupos de pesquisa verificado a partir dos dados disponibilizados pelo Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq (DGPB)

O DGPB fornece informaccedilotildees atualizadas e sistematizadas sobre as atividades de investigaccedilatildeo cientiacutefica desenvolvida por grupos de pesquisa localizados em aproximadamente 268 instituiccedilotildees em todo o paiacutes Implementada pelo CNPq em conjunto com o MCT a primeira versatildeo dessa base de dados foi definida em 1993 Atualmente ela vem se aprimorando e jaacute estaacute em sua 5 versatildeo a qual abrange dados referentes ao periacuteodo de 1998 a 2001 O conteuacutedo que integra essa base de dados (grupos de pesquisa linhas de pesquisa em atuaccedilatildeo recursos humanos envolvidos aacutereas do conhecimento dentre outras informaccedilotildees) tem como unidade de anaacutelise os grupos de pesquisa atuantes no paiacutes nas instituiccedilotildees pesquisadas Denomina-se como grupo de pesquisa o conjunto de indiviacuteduos organizados hierarquicamente onde o fundamento organizador dessa hierarquia eacute a experiecircncia o destaque e a lideranccedila no terreno cientiacutefico e tecnoloacutegico em que haacute envolvimento profissional e permanente com atividades de pesquisa no qual o trabalho se organiza em torno de linhas comuns de pesquisa e que em algum grau compartilha instalaccedilotildees e equipamentos (wwwcnpqbr diretoacuterio dos grupos de pesquisa2002 versatildeo 50) Os dados sobre os grupos de pesquisa podem ser acessados por meio do endereccedilo eletrocircnico wwwcnpqbr

9 httpwwwcnpqbr

uma caracteriacutestica marcante na investigaccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica atual em nosso paiacutes eacute a de sua produccedilatildeo anteriormente exercida principalmente por pesquisadores isolados passar a se organizar fundamentalmente sob a forma de grupos de pesquisa e redes acadecircmicas Essas novas formas de produccedilatildeo associativas resultam em sua maioria de cooperaccedilotildees institucionais e integram equipes multidisciplinares cuja produccedilatildeo cientiacutefica eacute resultado de um esforccedilo coletivo e da soma de experiecircncias e conhecimentos dos seus componentes (Dal Pai Franco 2001 Neves 1998)

A anaacutelise dos dados disponiacuteveis no Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq fornece-nos uma ideacuteia da magnitude dessa nova tendecircncia de organizaccedilatildeo Entre 1982 e 2002 haacute um crescimento significativo do nuacutemero de grupos de pesquisa (GE) principalmente a partir de 1990 de 939 grupos em 1982 conta-se hoje com 15158 (Graacutefico 85)

Graacutefico 85 Distribuiccedilatildeo dos grupos de pesquisa em 2002

segundo o ano de criaccedilatildeo

Fonte Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa no CNPqversatildeo 502002

O diretoacuterio do CNPq identificou para o ano de 2002 em 268 instituiccedilotildees 15158 grupos envolvendo um total de 56891 pesquisadores dos quais 33947 (60) satildeo doutores Comparativamente ao ano de 1993 pode-se dizer que o sistema de pesquisa expandiu-se bastante jaacute que em apenas nove anos houve um crescimento significativo no nuacutemero de grupos (244) pesquisadores (164) doutores (209) e instituiccedilotildees (171)

Tabela 86 Distribuiccedilatildeo de grupos de pesquisa linhas pesquisadores

pesquisadores-doutores e instituiccedilotildees partiacutecipes por versotildees do DGPB

DGPB

Versatildeo 50 (2002)

Versatildeo 41(2000)

Versatildeo 30 (1997)

Versatildeo 20 (1995)

Versatildeo 10(1993)

Grupos

15158

11760

8544

7271

4402

Pesquisadores

56891

48500

35090

33273

21541

Doutores

33947

27662

18724

14308

10994

Instituiccedilotildees

268

224

181

158

99

Fonte Home page httpwwwcnpqbr dados do Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa no Brasi todas as versotildees CNPqSUP Coletado outubro2002 Nota parcela significativa da tendecircncia de crescimento observada decorre do aumento do nuacutemero de instituiccedilotildees incluiacutedas no levantamento c da taxa de cobertura do levantamento no acircmbito das instituiccedilotildees

A anaacutelise da distribuiccedilatildeo geograacutefica dos grupos revela a permanecircncia da disparidade regional a maioria dos grupos (52) concentra-se na regiatildeo Sudeste sendo 29 soacute na cidade de Satildeo Paulo Para se ter uma ideacuteia dessa concentraccedilatildeo basta observar que as regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste juntas satildeo responsaacuteveis por apenas 24 dos grupos percentual igual ao da regiatildeo Sul Entretanto comparativamente a 1993 observa-se uma tendecircncia agrave desconcentraccedilatildeo regional com um decreacutescimo percentual dos grupos na regiatildeo Sudeste e aumento desses nas demais regiotildees (Graacutefico 86)

A concentraccedilatildeo dos grupos acompanha a concentraccedilatildeo dos recursos humanos em pesquisa A Tabela 87 configura as desigualdades regionais considerando-se a proporccedilatildeo de pesquisadores por niacutevel de formaccedilatildeo Novamente tem-se uma concentraccedilatildeo na regiatildeo Sudeste onde encontram-se 49 dos pesquisadores brasileiros nos diversos niacuteveis de formaccedilatildeo nela estatildeo 56 dos doutores 34 dos mestres e 42 dos especialistas e graduados

Graacutefico 86 Distribuiccedilatildeo percentual dos grupos de pesquisa

por regiatildeo- 1993 e 2002

Fonte Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa no CNPqversatildeo 502002

Um aspecto importante revelado na anaacutelise de outros dados divulgados pelo Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa eacute que natildeo obstante tais disparidades observadas nas regiotildees em todas elas haacute um maior percentual de pesquisadores doutores Nas regiotildees Sudeste e Centro-Oeste este percentual chega a representar mais de 60 dos pesquisadores existentes

Dessas tendecircncias de concentraccedilatildeo dos grupos e seus pesquisadores decorrem outras desigualdades regionais tais como a concentraccedilatildeo de recursos financeiros e de formaccedilatildeo de recursos humanos a concentraccedilatildeo de cursos de poacutes-graduaccedilatildeo bem como a maior representaccedilatildeo da regiatildeo Sudeste nos conselhos teacutecnico-cientiacuteficos (Dinis e Guerra 2000)

Regiatildeo

Sudeste

Sul

Nordeste

Centro-Oeste

Norte

Brasil

Pesquisadores

28935

488

14225

240

9547

161

3948

67

2591

44

59249

100

Doutores Mestres

20266

563

7110

197

5103

142

2390

66

1142

32

36011

100

5346

345

4940

318

3160

204

1092

70

976

63

15514

100

Especialistas

2672

421

1845

291

1077

169

376

59

378

60

6348

100

1376 natildeo informaram a formaccedilatildeo Fonte Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq2002versagraveo 50

Tabela 87 Distribuiccedilatildeo dos pesquisadores por titulaccedilatildeo segundo as regiotildees - 2002

A pesquisa cientiacutefica e tecnoloacutegica no Brasil tem se desenvolvido basicamente em universidades cerca de 70 dos grupos desenvolvem atividades de pesquisa em universidades quase todas puacuteblicas Os dados revelam ainda que apenas 10 instituiccedilotildees concentram 36 dos grupos de pesquisa e dessas soacute a Universidade de Satildeo Paulo eacute responsaacutevel por 9 deles Essa concentraccedilatildeo institucional apresenta-se bem menos acentuada em relaccedilatildeo a anos anteriores quando apenas 8 instituiccedilotildees eram responsaacuteveis por 50 dos grupos (Ciecircncia Hoje 1995)

Tabela 88 Distribuiccedilatildeo dos grupos de pesquisa nas 21 instituiccedilotildees

com maior nuacutemero de grupos 2002

Instituiccedilatildeo

USP

UFRJ

UNICAMP

UNESP

UFRGS

UFMG

UFSC

UFPE

UFPB

UNB

UFPR

UFF

EMBRAPA

UFBA

PUCRS

FIOCRUZ

UFSM

UFSCAR

UERJ

UEM

UFV

Total(2)

Grupos

1350

750

614

593

489

445

350

334

265

259

240

236

234

225

210

202

202

200

198

196

190

7788

Grupos

89

50

41

39

32

29

23

22

18

17

16

16

15

15

14

13

13

13

13

13

13

514

Pesquisadores(1 )

5085

2312

2263

2440

2021

1743

1553

1349

1109

1191

1011

888

1757

1060

709

973

735

723

1063

781

711

31477

Doutores

4173

1854

1969

1954

1421

1343

1057

978

745

940

732

638

1169

630

404

613

437

624

768

532

568

23549

Fonte Diretoacuterio dos grupos de pesquisa do CNPq2002versatildeo 50 Foram relacionadas apenas as instituiccedilotildees com pelo menos 150 doutores cadastrados (10)Natildeo haacute dupla contagem de pesquisadores e de doutores no acircmbito de cada instituiccedilatildeo (2)Total obtido por soma (haacute dupla contagem de pesquisadores e de doutores tendo em vista que o pesquisador que participa de grupos localizados em mais de uma instituiccedilatildeo foi contado uma vez em cada instituiccedilatildeo)

O diretoacuterio do CNPq classifica ainda os GP em 8 Grandes Aacutereas 76 Aacutereas e 334 subaacutereas do conhecimento As grandes aacutereas satildeo Ciecircncias da Natureza (Engenharias e Ciecircncias da Computaccedilatildeo e Ciecircncias Exatas e da Terra) Ciecircncias da Vida (Ciecircncias da Sauacutede Ciecircncias Bioloacutegicas e Ciecircncias Agraacuterias) e Humanidades (Ciecircncias Humanas Ciecircncias Sociais Aplicadas e Linguumliacutestica Letras e Artes)

De acordo com essa classificaccedilatildeo tem-se a seguinte distribuiccedilatildeo dos grupos por Grande Aacuterea do Conhecimento as Ciecircncias da Vida aacuterea com grande tradiccedilatildeo no desenvolvimento de pesquisas possuem o maior percentual de GPcom 42 (Ciecircncias da Sauacutede com 17 Ciecircncias Bioloacutegicas 14 e Ciecircncias Agraacuterias 11) em seguida vecircm as Humanidades com 30 (Ciecircncias Humanas com 16 Ciecircncias Sociais Aplicadas 9 e Linguumliacutestica Letras e Artes 5) e as Ciecircncias da Natureza com 28 (Engenharia e Ciecircncias da Computaccedilatildeo com 15 e as Ciecircncias Exatas e da Terra com 13)

Quanto agraves Aacutereas do Conhecimento as 10 aacutereas com maior nuacutemero de GP satildeo medicina educaccedilatildeo quiacutemica agronomia fiacutesica geociecircncias ciecircncias da computaccedilatildeo sauacutede coletiva psicologia e odontologia Essas aacutereas satildeo responsaacuteveispor 38 dos grupos hoje existentes (Tabela 89)

Graacutefico 87 Distribuiccedilatildeo dos grupos de pesquisa segundo as grandes

aacutereas do conhecimento - 2002

Fonte Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq2002versatildeo50

Tabela 89 Distribuiccedilatildeo dos grupos de pesquisa nas 10 aacutereas do conhecimento com maior nuacutemero de grupos - 2002

Aacutereas do conhecimento

Medicina

Educaccedilatildeo

Quiacutemica

Agronomia

Fiacutesica

Ciecircncia da Computaccedilatildeo

Geociecircncias

Psicologia

Sauacutede Coletiva

Odontologia

Total

Grupos de Pesquisa

925

899

685

666

538

425

404

397

388

375

5702

61

59

45

44

36

28

27

26

26

25

377

acumulado

61

120

165

209

245

273

300

326

352

377

-Fonte Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq2002vcrsatildeo 50

Graacutefico 88 Distribuiccedilatildeo dos grandes grupos de pesquisa segundo as grandes

aacutereas do conhecimento - 2002

Fonte Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq2002versatildeo 50

Graacutefico 89 Percentual de pesquisadores-doutores segundo as grandes aacutereas

do conhecimento - 1993 e 2002

Fonte Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq2002versagraveo 50

Considerando a composiccedilatildeo dos grupos em niacutevel dos seus recursos humanos nota-se que tem ocorrido um crescimento da proporccedilatildeo de doutores em relaccedilatildeo ao total de pesquisadores passando de 51 em 1993 para 60 em 2002 Esse fato eacute observado em todas as Grandes Aacutereas do Conhecimento com exceccedilatildeo das Ciecircncias Humanas e Sociais Aplicadas que apresentaram reduccedilatildeo na proporccedilatildeo de doutores pesquisadores Essas Aacutereas satildeo tambeacutem as que contecircm menor percentual de pesquisadores com essa titulaccedilatildeo Merecem destaque as Aacutereas de Ciecircncias Exatas da Terra Bioloacutegicas Engenharias e Ciecircncias da Computaccedilatildeo cujo percentual de pesquisadores doutores ultrapassa 60

832 A produccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica A produccedilatildeo cientiacutefica brasileira cresceu segundo demonstram

Guimaratildees e Gomes em trabalhos recentes (2001 e 2002) a um niacutevel incomparaacutevel Entre 1981 e 2000 ocorreu um crescimento significativo (50) confirmado pelas publicaccedilotildees cientiacuteficas qualificadas indexadas no

Institut for Scientific Information (ISI Philadelphia USA) representando trecircs vezes o crescimento mundial que foi de apenas 1610 (Graacutefico 810)

Graacutefico 810 Crescimento da Produccedilatildeo por Aacuterea Cientiacutefica do Brasil

e do Mundo - Periacuteodo 1981 -2000

com esse desempenho no ano de 2000 o Brasil passou a contribuir com 133 do total mundial de trabalhos completos publicados em revistas indexadas no ISI assumindo posiccedilatildeo destacada no ranking da produccedilatildeo cientiacutefica mundial (Guimaratildees e Gomes 2002)

O crescimento da produccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica fica evidenciado tambeacutem a partir dos dados comparativos entre as versotildees do diretoacuterio dos GR do CNPq Os dados atuais fornecidos pela versatildeo 50 indicam que houve um aumento expressivo em todos os tipos de produccedilatildeo bibliograacutefica A publicaccedilatildeo de artigos em perioacutedicos nacionais e estrangeiros constitui a forma predominante dessa produccedilatildeo dos cientistas integrantes dos GP equivalendo a 42 do total (Tabela 810) Merece destaque o crescimento das publicaccedilotildees em perioacutedicos estrangeiros que representou 49 da produccedilatildeo de artigos praticamente equiparando-se em termos percentuais ao total de artigos publicados em perioacutedicos nacionais

10 Os autores nos trabalhos mencionados apontam que na deacutecada de 1960 a produccedilatildeo cientiacutefica brasileira meacutedia restringia-se a 52 artigos cientiacuteficos anuais publicados cm perioacutedicos indexados na base de dados do ISI Em 1970 esse total passou para apenas 68 artigos representando 0017 da produccedilatildeo mundial No ano de 2000 a produccedilatildeo brasileira catalogada na base de dados do ISI atingiu 9511 artigos completos chegando a um total de 12667 (se incluiacutedas as outras publicaccedilotildees) significando um crescimento de 140 vezes das nossas publicaccedilotildees qualificadas Isso corresponde a 60 vezes o crescimento da produccedilatildeo mundial que foi de apenas 31 no periacuteodo essa uacuteltima passou de um total de 377381 em 1970 para 1164595 publicaccedilotildees totais (dos quais 714171 de artigos completos) no ano 2000

O segundo maior volume de produccedilatildeo bibliograacutefica abarcou a publicaccedilatildeo de trabalhos em anais de eventos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e artiacutesticos com um percentual de 310 Registra-se ainda uma elevaccedilatildeo no nuacutemero de dissertaccedilotildees e teses (orientadas por pesquisadores dos GR) defendidas no trienio 1998 a 2001

Tabela 810 Produccedilatildeo Cientiacutefica dos grupos de pesquisa por versotildees do DGPB

Tipo de Produccedilatildeo

Artigos Publicados Perioacutedicos Nacionais

Perioacutedicos Estrangeiros

Livros

Capiacutetulos de Livros

Dissertaccedilotildees

Teses

Trabalhos publicados em anais de eventos

Total

Versatildeo 20

20629

14772

2049

4793

8561

2735

53539

Versatildeo 30

28188

23877

5324

12026

17895

5792

2047

95149

Versatildeo 41

82023

73855

8472

29943

--

125396

319689

Versatildeo 50

110164

107586

11167

45692

66476

19960

162471

523516

Fonte httpwwwcnpqbr dados do Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa no Brasil versotildees 20 (1995) 30 (1997) e 41 (2000) e 50 (2002) CNPqSUP Nota produccedilatildeo dos pesquisadores () dado natildeo informado

O exame da distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo bibliograacutefica por Grande Aacuterea do Conhecimento revela uma variaccedilatildeo entre elas conforme o tipo de produccedilatildeo As Aacutereas de Ciecircncias Agraacuterias seguidas das Aacutereas de Ciecircncias da Sauacutede e das Humanas foram as responsaacuteveis pela publicaccedilatildeo do maior nuacutemero de artigos em perioacutedicos nacionais com percentuais de 24 23 e 16 respectivamente Relativamente agrave publicaccedilatildeo de artigos em perioacutedicos estrangeiros o que se verifica eacute uma baixa produccedilatildeo da Grande Aacuterea das Humanidades (Ciecircncias Humanas Ciecircncias Sociais Aplicadas Linguumliacutestica Letras e Artes) -ou seja 48 do total e uma maior produccedilatildeo das aacutereas de Ciecircncias Exatas e da Terra (305) e das Ciecircncias Bioloacutegicas (255)

Por outro lado as Ciecircncias Humanas tecircm se destacado na produccedilatildeo de livros e capiacutetulos de livros (em relaccedilatildeo a esse tipo de produccedilatildeo as Ciecircncias da Sauacutede tambeacutem publicaram um nuacutemero expressivo) aleacutem de outras publicaccedilotildees bibliograacuteficas (Tabela 811)

Na produccedilatildeo de trabalhos em anais de eventos as Aacutereas que mais se projetaram foram as Engenharias e as Ciecircncias da Computaccedilatildeo (35) Ciecircncias Agraacuterias (17) e Ciecircncias Exatas e da Terra (13)

Tabela 811 Produccedilatildeo Bibliograacutefica segundo grande aacuterea predominante do

grupo para pesquisadores - 1998-2001

Grande Aacuterea

Ciecircncias Agraacuterias

Ciecircncias Bioloacutegicas

Ciecircncias Exatas e da Terra

Ciecircncias Humanas

Ciecircncias Sociais Aplicadas

Ciecircncias da Sauacutede

Engenharias e Ciecircncia da Computaccedilatildeo

Letras e Artes

Total

Total de Autores

7031

7709

7217

8971

4539

9103

7833

2400

54803

Artigos completos publicados em perioacutedicos

especializados

Circulaccedilatildeo Nacional

(D

31280

14853

9246

20888

10469

30964

8544

6054

132298

Circulaccedilatildeo Internacional

(2)

10633

29230

34909

3138

1460

19033

15272

864

114539

Trabalhos completos em

anais de eventos

33543

12984

24452

17842

14935

17361

66988

4601

192706

Livros ou Capiacutetulos de Livros publicados

Livros

1710

872

830

3968

1959

1986

988

1136

13449

Capiacutetulos de Livros

6611

6271

3147

12084

4878

12322

3756

3501

52570

Outras Publicaccedilotildees

13158

5673

4995

18890

11874

10761

7862

6427

79640

Natildeo haacute dupla contagem nos quantitativos da produccedilatildeo na dimensatildeo mais desagregada da informaccedilatildeo excetuando-se os trabalhos de co-autorias entre pesquisadores participantes do Diretoacuterio Fonte Diretoacuterio dos Grupos do CNPq versatildeo 50 Plano Tabular (1) Publicados em portuguecircs em Revistas teacutecnico-cientiacuteficas e Perioacutedicos especializados (Inclui aqueles sem informaccedilatildeo sobre o idioma) (2) Publicados em outro idioma que natildeo o portuguecircs em Revistas teacutecnico cientiacuteficas e Perioacutedicos especializados

Tabela 812 Produccedilatildeo Teacutecnica dos grupos do Diretoacuterio do CNPq

- versotildees 30 e 41

Produccedilatildeo teacutecnica

Versatildeo 30

Versatildeo 41

Softwares

com registro ou

patente

104

136

Sem registro ou patente

1354

3525

Produtos tecnoloacutegicos

com registro

ou patente

288

469

Sem registro ou

patente

1133

2539

Processos tecnoloacutegicos

com cataacutelogoregistro

175

1085

Sem cataacutelago

registro

367

232

A versatildeo nova do Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq versatildeo 50 ainda natildeo disponibilizou dados referentes aos tipos de produccedilatildeo teacutecnica Fonte Diretoacuterio dos Grupos do CNPq versotildees 301997 e 412000

Ao se investigar comparativamente a produccedilatildeo teacutecnica constante nas versotildees 30 e 41 depara-se com um crescimento da produccedilatildeo tanto de softwares como de produtos e processos tecnoloacutegicos excetuando-se os processos sem cataacutelogoregistro Observa-se poreacutem um pequeno crescimento na produccedilatildeo de softwares e produtos tecnoloacutegicos com registro ou patente o que sinaliza um baixo desenvolvimento dos grupos de pesquisa brasileiros na produccedilatildeo de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas

Haacute que se destacar por seu turno que esses dois tipos de produccedilatildeo teacutecnica apresentaram um destacado aumento no seu volume de produtos sem registro ou patente Situaccedilatildeo inversa ocorreu com a produccedilatildeo de processos tecnoloacutegicos que no periacuteodo analisado apresentou um expressivo crescimento da produccedilatildeo de processos com cataacutelogo ou registro e um decreacutescimo daqueles sem registro ou cataacutelogo

84 Os centros e nuacutecleos de investigaccedilatildeo sobre a educaccedilatildeo superior

Ateacute a deacutecada de 1980 as pesquisas e anaacutelises sobre o Ensino Superior eram muito mais fruto do trabalho isolado de um ou outro pesquisador e a maior parte era de cunho histoacuterico

No final dos anos 1980 comeccedilaram a surgir grupos de pesquisa institucionais voltados especificamente para um conjunto de questotildees vinculadas agrave educaccedilatildeo superior em particular para a anaacutelise do sistema de ensino brasileiro sua evoluccedilatildeo sua diversidade institucional e regional bem como a orientaccedilatildeo das suas respectivas poliacuteticas

Os grupos de pesquisa agregam pesquisadores de diferentes aacutereas revelando em muitos um caraacuteter interdisciplinar O ponto em comum entre eles tem sido a preocupaccedilatildeo com o desenvolvimento da pesquisa cientifica nessa aacuterea e a formaccedilatildeo das novas geraccedilotildees mediante a orientaccedilatildeo de bolsistas de iniciaccedilatildeo cientiacutefica mestrandos e doutorandos

Outra caracteriacutestica desse trabalho vem sendo a constituiccedilatildeo de parceiros entre os nuacutecleos e a formaccedilatildeo de redes de pesquisadores nacionais e internacionais (Dossiecirc Educaccedilatildeo Superior 2002)

Os nuacutecleos e grupos de pesquisa divulgam sua vasta produccedilatildeo cientiacutefica em seminaacuterios nacionais e internacionais como tambeacutem em publicaccedilotildees proacuteprias (Cadernos e Revistas) ou ainda em artigos e livros (essa produccedilatildeo pode ser acessada via Curriculo Lattes dos pesquisadores no site wwwcnpqbr)

11 Dados referentes agraves putcnies registradas no Escritoacuterio de Patentes Norte- Americano segundo alguns paiacuteses selecionados confirmam a baixa capacidade de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica brasileira De acordo com esses dados mesmo tendo aumentado seu nuacutemero de patentes registradas cm relaccedilatildeo a anos anteriores o Brasil apresentou desenvolvimento iacutenfimo nesse setor se comparado a paiacuteses como a Coreacuteia do Sul que em 2000 regisrrou 3472 patentes quando o Brasil registrou somente 113 Por outro lado o nuacutemero de patentes brasileiras registradas foi superior ao do Meacutexico e da Argentina (Livro VerdeMCTBrasiacuteliaJulho de 2001)

A criaccedilatildeo e expansatildeo dos grupos de pesquisa em torno da temaacutetica do Ensino Superior podem ser acompanhadas pelas informaccedilotildees apresentadas no Diretoacuterio dos Grupos de PesquisaCNPq12

Nesse diretoacuterio (versatildeo 4lbase de dados 2000) identificou-se a existecircncia de 64 grupos que tecircm como uma de suas linhas de pesquisa a educaccedilatildeo superior (Quadro 85) Os dados ali contidos mostram que tais grupos encontram-se vinculados a universidades das diversas regiotildees do paiacutes e em diferentes aacutereas de estudo Parte expressiva deles localiza-se contudo em universidades puacuteblicas e pertencem agrave Aacuterea de Ciecircncias Humanas com clara preponderacircncia de grupos da Area de Educaccedilatildeo

Apenas dois grupos de pesquisa surgiram na deacutecada de 1970 outros trecircs no final da deacutecada de 1980 os demais 42 grupos de pesquisa nos anos 1990 e 17 no ano 2000 Os principais temas relacionados ao ensino superior objeto de estudo desses grupos satildeo formaccedilatildeo de professores docecircncia poliacuteticas puacuteblicas avaliaccedilatildeo institucional e educaccedilatildeo teacutecnica universidade ciecircncia e tecnologia ensino e aprendizagempedagogia universitaacuteria histoacuteria do ensino superior estudos comparados planejamento e organizaccedilatildeo do ensino superior administraccedilatildeo e gestatildeo das universidades formaccedilatildeo no sistema de educaccedilatildeo superior perfil dos alunos democratizaccedilatildeo expansatildeo e acesso estudos comparados e tendecircncias

Trecircs importantes grupos de pesquisa vecircm desenvolvendo estudos e pesquisas nesse campo o Nuacutecleo de Estudos Superiores da Universidade de Brasiacutelia (NESUB) o Grupo de Estudos da Educaccedilatildeo Superior (GEESU) ligado agrave Faculdade de Educaccedilatildeo da UFMG e o Programa de Estudos e Desenvolvimento sobre Educaccedilatildeo e Sociedade (PROEDES) que juntamente com o Grupo de Estudos sobre Universidade (GEU)14 e o Nuacutecleo de Pesquisas sobre Ensino Superior (NUPES)15 cujos fatores relevantes da sua importacircncia para a investigaccedilatildeo nessa aacuterea satildeo o volume de publicaccedilotildees o fato de terem como objeto exclusivo de estudo o ensino superior e congregarem membros ou pesquisadores liacutederes reconhecidos e ainda existecircncia de centros de documentaccedilatildeo e um editorial de publicaccedilotildees proacuteprio relativos ao tema Deve-se ressaltar que esses grupos cumprem uma fundamental funccedilatildeo na formaccedilatildeo de novos pesquisadores sobre o ensino superior e na articulaccedilatildeo e disseminaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea

12 wwwcnpqbr I Plataforma Lattes Grupos de pesquisa 13 Os dados satildeo relativos agrave versatildeo 412000 do Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq pois a versatildeo atual (502002) ainda natildeo disponibilizou a busca textual dos grupos por linha de pesquisa 14 Esse grupo criado em 1988 foi desdobrado em dois em 1995 - GEUSOCIOLGIA E GEUEDUCACcedilAtildeO E INOVACcedilAtildeO NA UNIVERSIDADE Em 2001 o GEUEDUCACcedilAtildeO desmembrou-se em dois o original e o GEU Educaccedilatildeo Universidade Pesquisa e Inovaccedilatildeo -GEU-Ipesq (diretoacuterio dos grupos do CNPq texto enviado para a versatildeo 502002) 15 Em relaccedilatildeo ao NUPES cabe mencionar tambeacutem que ele conta com outras particularidades que o enquadram entre os principais grupos de estudo sobre ensino superior o importante papel que desenvolveu nos estudos e pesquisas que promoveram as bases teoacutericas e conceituais das poliacuteticas puacuteblicas para o ensino superior e a participaccedilatildeo significativa de seus principais quadros em postos chaves do MEC (Palharini 1998)

Quadro 83 Principais grupos e nuacutecleos de pesquisa sobre o ensino superior no Brasi]

GrupoAno de Formaccedilatildeo

Nesub1996

Geu1988 Sociologia

Geu1990 Educaccedilatildeo

Geuunipesq 2002

Nupes1989

Instituiccedilatildeo de Vinculaccedilatildeo

Universidade de brasiacutelia

Universidade federal do rio grande do Sul

Universidade federal do rio grande do Sul Universidade federal do rio grande do Sul

Universidade de satildeo paulo

Linhas de PesquisaPesquisas Desenvolvidas

Formaccedilatildeo e trabalho dos egressos do mestrado e doutores no pais Inserccedilatildeo acadecircmica de doutores formados no pais e no exterior 0 fomento aacute pesquisa do cnpq e os programas prioritaacuterios do plano Plurianual de accedilotildees (ppa) do met 20002002 Anaacutelise dos resultados do programa institucional de bolsas de iniciaccedilatildeo cientiacutefica - pibic Estudo do perfil socioeconogravemico dos candidatos ao concurso de admissatildeo agrave carreira de diplomata A produccedilatildeo cientifica sobre ensino superior no brasil 1995-2000 Educaccedilatildeo superior processo de internacionalizaccedilatildeo integraccedilatildeo e experiecircncias comparadas Ensino superior transformaccedilotildees e perspectivas das universidades contemporacircneas Sociedade ciecircncia e tecnologia Sociologia e educaccedilatildeo o novo diaacutelogo Inovaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo na universidade Pedagogia universitaacuteria

Universidade pesquisa e inovaccedilatildeo Educaccedilatildeo superior pedagogia e mudanccedila Produccedilatildeo acadecircmica sobre ensino superior Situaccedilotildees e perspectivas do ensino superior Acompanhamento do processo legislativo sobre ensino superior Estudo comparativo sobre poliacuteticas de educaccedilatildeo superior na america latina Fluxos demograacuteficos do sistema educacional brasileiro The anthropology and ecology of the knowledge production system Destino dos alunos da usp Estudo da evasatildeo dos alunos na universidade de satildeo paulo (usp) e na universidade federal de Utilizaccedilatildeo de tecnologia da informaccedilatildeo na gestatildeo de instituiccedilatildeo de ensino superior Indicadores de desempenho e planejamento em instituiccedilotildees de ensino superior Estudo de custos unitaacuterios custo de aluno e custo graduado na usp e nas instituiccedilotildees federais de ensino superior por cursos Equumlidade e inequumlidade no ensino superior - populaccedilotildees negras e o ensino superior no brasil e o estudante negro nos cursos de formaccedilatildeo de professores O ensino de graduaccedilatildeo na universidade de satildeo paulo Politica cientiacutefica em transferecircncia e gerenciamento de tecnologia Profissatildeo acadecircmica no brasil evoluccedilatildeo recente e perspectivas futuras

Ndegde PesoEst

Pesq22

Pesq03 Est 08

Pesq07 Est 09

Pesq06 Est 12

Pesq07

Quadro 83 Principais grupos e nuacutecleos de pesquisa sobre o ensino superior no Brasil

(Continuaccedilatildeo)

PROEDES 1994

GEESU 1996

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Universidade Federai de Minas Gerais

Histoacuteria das Instituiccedilotildees Educacionais e Cientiacuteficas no pais c seus atores Construccedilatildeo do Pensamento Educacional Brasileiro 0 curriacuteculo da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo do UFRJ 0 curso de Pedagogia da UFRJ visto pelos egressos A Universidade do Distrito Federal revisitada Ensino com pesquisa da utopia individual agrave realidade institucional Multiculturalismo e educaccedilatildeo perpectivas internacionais c a experiecircncia brasileira A universidade do Brasil 0 Grande Projeto Universitaacuterio Doutores em Educaccedilatildeo pela UFRJ leses defendidas correlatas e a vida profissional Criadores e legitimadores de instituiccedilotildees educacionais no Brasil suas accedilotildees e textos UNIVERSITAS A produccedilatildeo cientifica sobre educaccedilatildeo superior no Brasil 0 IESAE contruccedilatildeo desenvolvimento e extinccedilatildeo Evasatildeo de alunos no ciclo baacutesico da Universidade Federal de Minas Gerais nas aacutereas de ciecircncias exatas humanas e bioloacutegicas A produccedilatildeo cientiacutefica sobre educaccedilatildeo superior no Brasil -avaliaccedilatildeo e perspectivas 19682000 Trajetoacuteria profissional dos graduados na UFMG Quiacutemica e Engenharia Formaccedilatildeo trabalho e inserccedilatildeo acadecircmica de poacutes-graduados titulados no pais e no exterior

Pesq07 Est 16

Pcsq04 Est 02

Fonte Diretoacuterio dos Grupos do CNPq Informaccedilotildees enviadas para a versatildeo 502002 Caderno do NUPES - O Nuacutecleo de Pesquisas sobre Ensino Superior da Universidade de Satildeo Paulo O Primeiro Ano e informaccedilotildees coletadas junto aos pesquisadores dos grupos

Aleacutem da organizaccedilatildeo na forma de grupos de pesquisa a investigaccedilatildeo no campo do ensino superior tambeacutem tem se manifestado sob a forma de redes acadecircmicas Essa nova organizaccedilatildeo da pesquisa ganhou impulso com os processos de globalizaccedilatildeo e revoluccedilatildeo tecnoloacutegica os quais permitiram a superaccedilatildeo dos obstaacuteculos de caraacuteter geograacutefico e temporal tornando assim os processos de compartilhamento de informaccedilotildees e de socializaccedilatildeo da produccedilatildeo do conhecimento mais raacutepidos mais faacuteceis e menos dispendiosos

como uma nova forma de cooperaccedilatildeo interinstitucional as redes estabelecem um elo entre pesquisadores e estudiosos de temas especiacuteficos mediante o intercacircmbio de informaccedilotildees do desenvolvimento de projetos integrados de pesquisa e do compartilhamento ou natildeo de uma mesma estrutura institucional

Alguns exemplos de redes acadecircmicas satildeo a Rede de Pesquisa Institucional Universitaacuteria (UniversidadeMercosul) a Rede de Pesquisa

Associativa (GestatildeoAnpae) a Rede de Pesquisa de Associaccedilatildeo Acadecircmica (UniversitasANPed) e a Rede de Pesquisa Institucional Universitaria (UniversidadePesquisa)

A Rede UniversidadeMercosul e UniversidadePesquisa satildeo redes vinculadas agraves universidades e envolvem pesquisadores da educaccedilatildeo superioruniversidade e professores de IES As outras duas redes (Gestatildeo Anpae e UniversitasANPed) foram constituiacutedas num momento de reorganizaccedilatildeo de suas respectivas associaccedilotildees e seus pesquisadores estatildeo vinculados a associaccedilotildees cientiacutefico-profissionais (Franco e Morosini 2001) (Quadro 84)

como jaacute foi visto anteriormente o campo de estudos sobre o ensino superior no Brasil tem se diversificado e se consolidado nos uacuteltimos anos Aleacutem do volume da produccedilatildeo sobre o tema considerado por Guadilla (2001) o maior da Ameacuterica Latina tecircm contribuiacutedo para essa consolidaccedilatildeo a institucionalizaccedilatildeo de formas associativas de investigaccedilatildeo sobre o assunto por meio da criaccedilatildeo de grupos de pesquisa em diversas universidades brasileiras e a formaccedilatildeo de redes acadecircmicas Essas duas instacircncias de produccedilatildeo do conhecimento tecircm exercido um papel importante na formaccedilatildeo de novos pesquisadores sobre esse niacutevel de ensino e na aglutinaccedilatildeodifusatildeo do conhecimento que se produz na aacuterea natildeo soacute em niacutevel regional ou nacional como tambeacutem internacional

Por fim cabe mencionar o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) oacutergatildeo vinculado ao MEC que tem concorrido para o fortalecimento da pesquisa cientiacutefica nesse campo por meio da elaboraccedilatildeo de estatiacutesticas anuais e estudos nacionais aleacutem de diversas publicaccedilotildees sobre a educaccedilatildeo superior (Item 25 e o site wwwinepgovbr)

Quadro 84 Redes de Pesquisa em educaccedilatildeo superior

Rede

UniversishydadeMershycosul

Gestatildeo An pae Associaccedilatildeo Nacional de Poliacutetica e Adminisshytraccedilatildeo da Educaccedilatildeo

Universi -tasAnped Grupo de Trabalho Poliacutetica de Educaccedilatildeo Superior

Pesquisa Universishydade

ElosAmplitude

Regional Internacional (Grupos de pesquisa -BrasilUruguai Argentina Paraguai

Nacional Regional Membros da associaccedilatildeo nas regiotildees brasileiras

Nacional Regional Membros do GT seniors e pesquisadores de diferentes regiotildees

Estadual Professores de universidades do Rio Grande do Sul

Objetivos

Inserccedilatildeo competitiva do Mercosul no processo de globalizaccedilatildeo Conhecimento de sistemas de educaccedilatildeo superior Formaccedilatildeo de recursos humanos Formaccedilatildeo de cultura integracionista

Produccedilatildeo do conhecimento Redefiniccedilatildeo da identidade associativa Melhoria da gestatildeo via socializaccedilatildeo de conhecimentos e subsiacutedios poliacuteticos Fortalecimentoreonstruccedilatildeo da Anpae

Produccedilatildeo do conhecimento Fortalecimento do GT Subsiacutedios a poliacuteticas puacuteblicas de educaccedilatildeo superior

Desenvolvimento de condiccedilotildees de pesquisa no Rio Grande do Sul Produccedilatildeo de conhecimento Formaccedilatildeo de recursos humanos Formaccedilatildeo de Cultura

Temaacutetica da Investigaccedilatildeo Papel da universidade no processo de integraccedilatildeo estudos das poliacuteticas e accedilotildees universitaacuterias adotadas ou propostas Criaccedilatildeo de um banco de dados sobre os diferentes sistemas de educaccedilatildeo superior

Situaccedilotildees e Perspectivas da Administraccedilatildeo da Educaccedilatildeo no Brasil Criaccedilatildeo de um banco de informaccedilotildees contendo resumos sobre pesquisa em administraccedilatildeo da educaccedilatildeo no brasil c estado da arte sobre pesquisa em poliacutetica e gestatildeo da educaccedilatildeo

Panorama da produccedilatildeo cientiacutefica sobre a educaccedilatildeo superior no Brasil 1968-1996 Avaliaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica (1988-2001)

A pesquisa nas universidades condiccedilotildees mediaccedilotildees modos de cooperaccedilatildeo e inovadores de organizaccedilatildeo associativa

Estrateacutegia

-Construccedilatildeo de projeto conjunto -Organizaccedilatildeo de seminarias participaccedilatildeo em encontros internacionais e publicaccedilotildees

-rede como estrateacutegia -construccedilatildeo conjunta -assimilaccedilatildeo do espontacircneo Utilizaccedilatildeo de estrutura pessoal -projetos locais e especiacuteficos -assembleacuteia legitimadora -Imp Motivaccedilatildeo da vice-presidecircncia -Capacitaccedilatildeo dos membros -Centralizaccedilatildeo (orientaccedilatildeo comum) -Assimilaccedilatildeo de novos grupos -Objetivos realizaacuteveis

-Participaccedilatildeo no projeto desde estaacutegios iniciais -Estaacutegios diferenciados na produccedilatildeo da pesquisa -Diferenciaccedilatildeo de papeacuteis

Fonte Quadro adaptado Maria Esteia Dal Pai Franco e Mariacutelia Costa Morosini2001

Quadro 85 A investigaccedilatildeo sobre ensinoeducaccedilatildeo superior no Diretoacuterio

dos Grupos de Pesquisa do CNPq - Versatildeo 41

Grupo

Grupo de Pesquisa sobre Ensino Superior

Laboratoacuterio de Pesquisa

Geotecnia de Grandes Aacutereas

GEU - Grupo de Estudos sobre a Universidade

NUPES-Nuacutecleo de Pesquisas sobre Ensino Superior GEU - Grupo de Estudos sobre a Universidade -Educaccedilatildeo e Inovaccedilatildeo na Universidade

Educaccedilatildeo e Sociedade

Grupo de estudos e pesquisas em educaccedilatildeo superior

NEART-Nuacutecleo de Estudos em Educaccedilatildeo e Ane Processos comportamenta is cm produccedilatildeo de conhecimento cientiacutefico e em planejamento de ensino e instituiccedilotildees

Ano de Formaccedilatildeo

1976

1979

1986

1988

1989

1990

1992

1992

1993

1993

Arca Predominante

Ciecircncias sociais aplicadas ciecircncia da informaccedilatildeo

Ciecircncias Bioloacutegicas Geneacutetica

Engenharias Engenharia Civil

CH sociologia

CH educaccedilatildeo

C R educaccedilatildeo

CH sociologia

C R educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

C R psicologia

Instituiccedilatildeo

UEL

UFRJ

UFSC

UFRGS

USP

UFRGS

UFPE

UNICAMP

UFSM

UFSCAR

Linhas de Pesquisa

- ensino de biblioteconomia -avaliaccedilatildeo

- Eacutetica e ciecircncia Educaccedilatildeo Superior - Evoluccedilatildeo distribuiccedilatildeo mundial e Migraccedilatildeo de doutores e engenheiros - Ensino da Geotecnia em Niacutevel Superior e em niacutevel Teacutecnico - Ciecircncia e tecnologia e ensino superior - educaccedilatildeo superior processo de internacionalizaccedilatildeo integraccedilatildeo c experiecircncias comparadas -Poliacuteticas de Ciecircncia e Tecnologia - Relaccedilotildees cruzadas estrutura e gestatildeo das universidades contemporacircneas

- estudo do sistema de ensino superior brasileiro

- inovaccedilatildeo e administraccedilatildeo da universidade bull inovaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo na universidade - inovaccedilatildeo e pesquisa na universidade - pedagogia universitaacuteria -Avaliaccedilatildeo Institucional do ensino superior -Egressos da Poacutes-graduacatildeo -Universidade e sociedade - administraccedilatildeo universitaacuteria - curriacuteculos da educaccedilatildeo superior - educaccedilatildeo superior - filosofia da universidade - formaccedilatildeo de docentes para a educaccedilatildeo superior - planejamento do ensino superior - Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Superior - Avaliaccedilatildeo Institucional

-avaliaccedilatildeo dos cursos superiores de artes Campo Grande - Mato Grosso do Sul - Arte Educaccedilatildeo e Trabalho

- Processos comportamentais baacutesicos de ensino-aprendizagem em niacutevel superior

Ndegde PesqEst

D01 M01 E01 G01

D04 M01

D03

D09 M05 G02

D04

DI6 M11 E04 G10

D03 M03

D10 M04 G01

DO

D04

Grupo

Ensino Superior

Psicologia e Educaccedilatildeo Superior

Ensino aprendizagem em enfermagem Estudos Sociais de Ciecircncia e Tecnologia Poliacuteticas Puacuteblicas e Educaccedilatildeo Superior Formaccedilatildeo Baacutesica e Continuada de Professores Grupo de estudos sobre educaccedilatildeo superior Nuacutecleo de Estudos de Fenomenologia em Educaccedilatildeo Fiacutesica

A linguagem da Construccedilatildeo do Conhecimento

Desenvolvimen to Rural e Agroecollogia

Ensino e Mudanccedila Social

Estudos em Educaccedilatildeo

GEES-Educaccedilatildeo Superior

Grupo de Avaliaccedilatildeo e Medidas Educacionais

Ano de Formaccedilatildeo

1995

1995

1996

1996

1996

1996

1996

1997

1997

1997

1997

1997

1997

Aacuterea Predominante

CH educaccedilatildeo

C R educaccedilatildeo

Ciecircncias da sauacutede enfermagem

C R sociologia

C H educaccedilatildeo

C R educaccedilatildeo

Ciecircncias da Sauacutede educaccedilatildeo fiacutesica

Linguumliacutestica Letras e Artes Linguumliacutestica

C Agraacuterias Agronomia

C R educaccedilatildeo

CR sociologia

C R educaccedilatildeo

C R educaccedilatildeo

Instituiccedilatildeo

UEL

UNICAMP

USP

FURG

UFSCAR

UFMG

UFSCAR

FURB

UNESP

PUCCAMP

UFRJ

ULBRA

UFMG

Linhas de Pesquisa

avaliaccedilatildeo no ensino superior -metodologia da problematizaccedilatildeo no desenvolvimento do pensamento critico dos alunos dos cursos de enfermagem e arquitetura e urbanismo -as|xvtos motivacionais que influem sobre o comportamento dos alunos do ensinos superior

- Educaccedilatildeo Superior - processos de natureza pedagogica presentes nas IES

-ensino aprendizagem em enfermagem

- Condicionantes Sociais de CampT -Educaccedilatildeo Superior - Poliacuteticas e gestatildeo de Ciecircncia e Tecnologia -Sociedade Universidade e Produccedilatildeo do Conhecimento

- formaccedilatildeo baacutesica de professores do ensino fundamental meacutedio e superior

- Poliacuteticas Puacuteblicas e Educaccedilatildeo - Evasatildeo no ciclo baacutesico de cursos de graduaccedilatildeo

- Curriacuteculos e formaccedilatildeo profissional em educaccedilatildeo fiacutesica

- O discurso da construccedilatildeo do saber - A sociointeraccedilatildeo no ensinar c no aprender

-Educaccedilatildeo Teacutecnica e Superior em Ciencias Agraacuterias

-docecircncia em ensino superior -universidade e a formaccedilatildeo de professores para o ensino meacutedio e fundamental - tendecircncias do ensino superior brasileiro -depoimentos de professores emeacuteritos Universidade do Brasil

-Educaccedilatildeo Superior - Teoria e Praacutetica

-Docecircncia no ensino superior e avaliaccedilatildeo - Poliacuteticas Puacuteblicas e Educaccedilatildeo

Nordmde PesqEst

D02 M05 G01

DIO M07 G02

D02 M03

D02 M01

D03

D02 M01 E01

DO MOI

D02 M09

D02 M01 G01 D04 M02 G02

DO G06

D07 M08 G04

D04

Grupo

Laboratograverio de Avaliaccedilatildeo Psicoloacutegica e Educacional -LabAPE Praacuteticas Pedagoacutegicas no Ensino Superior

Educaccedilatildeo c Psicologia

Educaccedilatildeo cm Ciecircncias e Sauacutede Educaccedilatildeo Sociedade e Cultura Ensino e Educaccedilatildeo em Quiacutemica Grupo de Pesquisa cm Formaccedilatildeo c Praacutetica Pedagoacutegica do Educador PACTO -Pesquisa em Aprendizagem Colaborativa com tecnologia interativa

Poliacuteticas Puacuteblicas de Ensino Superior

Qualidade do Ensino Superior Ambientes informatizados de Aprendizagem-AIA Contribuiccedilotildees Interdisciplinar es da Agronomia Educaccedilatildeo Institucionaliza da Educaccedilatildeo Comunicaccedilatildeo e Tecnologias Estudos Soacutecio-poliacuteticos e Histoacutericos do Ensino Superior

Anode Formaccedilatildeo

1997

1997

1998

1998

1998

1998

1998

1998

1998

1998

1999

1999

1999

1999

1999

Arca Predominante

C H psicologia

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

C Exatas e da Terra Quiacutemica

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH psicologia

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH histoacuteria

Instituiccedilatildeo

USF

USP

UFMT

UEL

UFG

UNICAMP

UERN

PUC- PR

UNB

PUCCAMP

UCS

UFPR

PUC-SP

UFBA

UNESP

Linhas de Pesquisa

- avaliaccedilatildeo das muacuteltiplas dimensotildees da vivecircncia acadecircmica

- capacitaccedilatildeo docente do professor de ensino superior

Representaccedilotildees sociais do professor da UFMT em relaccedilatildeo agrave praacutetica docente

-Avaliaccedilatildeo cm instituiccedilotildees de ensino

- Estado e Politica educacional Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Superior

- Ensino e Educaccedilatildeo cm Quiacutemica

- novas perspectivas teoacuterico-pedagoacutegicas de formaccedilatildeo docente

- Teoria e praacutetica pedagoacutegica na educaccedilatildeo superior

- Poliacuteticas puacuteblicas de ensino superior

- Ensino Superior docecircncia avaliaccedilatildeo formaccedilatildeo c capacitaccedilatildeo de professores

-Formaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica do professor do ensino superior - Metodologia do Ensino Superior

-Formaccedilatildeo de professores para a docecircncia do ensino superior em FTTOTECNIA e suas interfaces

Formaccedilatildeo docente no ensino superior

Universidade e Tecnologias contemporacircneas

-Representaccedilotildees soacutecio-poliacuteticas c histoacutericas do ensino superior

Ndegde PesaEst

D02 M02

D01 G02

D02 MIO

M03 E02

D04 M02

D01

M02 E04

D05 M01 E01

D14 M01 E01 G02

D06 M03

M01

D01

D02

E01

D04 M01 G01

Grupo

Formaccedilatildeo do Professor Universitaacuterio

Fundamentos Eacutetico-poliacuteticos da Educaccedilatildeo Superior

Gestatildeo c Poliacuteticas Puacuteblicas no Ensino Superior

Metodologia do Ensino e Avaliaccedilatildeo na Educaccedilatildeo Superior

Nuacutecleo de estudos das Poliacuteticas Puacuteblicas da Educaccedilatildeo no estado do Tocan ti s

0 processo Ensino c Aprendizagem na Escola e a Formaccedilatildeo de Professores

Organizaccedilatildeo e Planejamento de Estaacutegios

Paradigmas Educacionais e a Formaccedilatildeo de Professores (Grupo 1 -PAED)

Poliacuteticas Puacuteblicas Gestatildeo Escolar c Formaccedilatildeo de Professores

Ano de Formaccedilatildeo

1999

1999

1999

1999

1999

1999

1999

1999

1999

Arca Predominante

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

Instituiccedilatildeo

PUC-SP

ULBRA

PUC-PR

PUC-PR

UNITINS

UCDB

PUC-PR

PUC-PR

UCDB

Linhas de Pesquisa

- a universidade brasileira e a formaccedilatildeo do professor universitaacuterio -concepccedilotildees educacionais e processos pedagoacutegicos no ensino superior -o ensino universitaacuterio e a formaccedilatildeo do professor universitaacuterio -fundamentos psicoloacutegicos e epistemoloacutegicos no processo de produccedilatildeo do conhecimento na universidade

- Fundamentos da Instituiccedilatildeo Universitaacuteria

- administraccedilatildeo da educaccedilatildeo superior

-Teoria e praacutetica pedagoacutegica na educaccedilatildeo superior

- Flexibilizaccedilatildeo do acesso agraves IES - lei no939496 e as experiecircncias implantadas na UNTTTNS Temaacuteticas democratizaccedilatildeo expansatildeo qualidade acesso financiamento puacuteblico privado

- ensino e aprendizagem e a formaccedilatildeo de professores

- administraccedilatildeo da educaccedilatildeo superior

- Teoria e praacutetica pedagoacutegica da educaccedilatildeo superior

-Gestatildeo escolar como forma de agregar conhecimentos voltados para a administraccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares do ensino baacutesico c superior - Poliacuteticas educacionais -processo de formaccedilatildeo de professores no ensino baacutesico e superior

N deg d e PesqEst

D06 E04

D04

EXM M05

D04 M04 E02

M06 G03

D04 M09 E01

D01 M03 G01

D02 M09

D03 M01

Grupo

Centro Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Educaccedilatildeo -CEPED Desenvolvimen to e Poliacuteticas Puacuteblicas

Educaccedilatildeo Histoacuteria e contexto socioloacutegico

Educaccedilatildeo Trabalho e Educaccedilatildeo Profissional Estado e Educaccedilatildeo na Amazocircnia -(GESTAMAZO N Estudos Avanccedilados de Universidade GEU-UPF-Grupode Estudos sobre Universidade -Passo Fundo Grupo de Estudos de Serviccedilo Social

( impo de Estudos c Pesquisa em Ensino Superior

Grupo de Estudos em Eacutetica e Bioeacutetica Grupo de Estudos em Psicologia da Educaccedilatildeo

Grupo de Pesquisa em Terapia Ocupacional

Ano de Formaccedilatildeo

2000

2000

2000

2000

2000

2000

2000

2000

2000

2000

2000

2000

Area Predominante

CH educaccedilatildeo

Ciecircncias Sociais aplicadas Economia

CH histoacuteria

CH Educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

Ciecircncias sociais aplicadas Serviccedilo social

CH educaccedilatildeo

CH Educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

Ciecircncias da sauacutede fisioterapia c terapia ocupacional

Instituiccedilatildeo

UNIR

UFU

UPF

UFS

UFPA

UVA-RJ

UPF

UEPG

UEM

UPE

UFRPE

UNISO

Linhas de Pesquisa

Poliacuteticas Puacuteblicas c ensino superior na Amazocircnia

Poliacutetica Educacional de ensino superior

- Processo de formaccedilatildeo de docentes - centrado na questotildees do ensino superior -origens e desenvolvimen -tos das universidades do Rio Grande do Sul

-Escola Curriacuteculo e Construccedilatildeo do Conhecimento

-universidade na Amazocircnia

- universidade e tecnologia -universidade conceito papel e imaginaacuterio - Trajetoacuteria acadecircmica e formaccedilatildeo docente -Universidade c sociedade - Trajetoacuteria c dinacircmica da vida escolar dos alunos

- ensino superior e avaliaccedilatildeo institucional

-histoacuteria historiografia e ensino superior -planejamento organizaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees de ensino superior -poliacuteticas puacuteblicas e ensino superior

-Conhecimentos Atitudes e Praticas Eacuteticas e Bioeacuteticas

- Perfil de alunos Concluintes de Programas de Poacutes-Graduaccedilatildeo

- Teorias meacutetodos c teacutecnicas de ensino de graduaccedilatildeo em terapia ocupacional

Nordm de PesqFst

M05 EOI

D01

D01 M03

D02

M01 E01

D01

D02 M05 E01

D01 E01

D01 M02

D02 M02

M06

D01 MOI E02

Grupo

MODEM-Modelagern Matemaacutetica no Ensino Pesquisa e Estudo Avanccedilado em Administraccedilatildeo Poliacuteticas e Metodologias em Avaliaccedilatildeo Educacional Recursos Tecnoloacutegicos e Teacutecnicas Didaacuteticas Aplicadas atildeo Ensino Superior Saber e Praacutetica Docente

Ano de Formaccedilatildeo

2000

2000

2000

2000

2000

Area Predominante

Ciecircncias Exatas e da Terra -Matemagravetica

e Sociais Aplicadas Administrashyccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

Instituiccedilatildeo

FURB

UNOPAR

UCB-DF

UNIVERSO

USP

Linhas de Pesquisa

- Modelagem matemaacutetica no ensino superior

- Anaacutelise e Inovaccedilotildees no Sistema de Ensino Superior

- Politica e avaliaccedilatildeo do ensino superior

- Teacutecnicas didaacuteticas utilizadas no

- Processos de aperfeiccediloamento da docecircncia no ensino superior

N deg d e

PesqEst D02 M01 E01

MOI E02

D01 M02

D01 M02

D07

Fonte httpw

2000 Pesquisadores

wwcnpqbr Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa - Versatildeo 41 Base de Dados

D=Doutor M=Mestre G=Graduaccedilatildeo E= Estudante

REFERENCIAS

BRASIL Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Livro Branco ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo Brasiacutelia MCT 2002

BRASIL Ministeacuterio da Ciecircncia e da Tecnologia Academia Brasileira de Ciecircncias Livro verde ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo desafio para a sociedade brasileira Brasiacutelia MCT 2001

CADERNOS NUPES O Nuacutecleo de Pesquisas sobre Ensino Superior da Universidade de Satildeo Paulo O primeiro ano Satildeo Paulo Universidade de Satildeo PauloNUPES

DOSSIEcirc Poliacuteticas Publicas de Ensino Superior Educaccedilatildeo em Revista Belo Horizonte Faculdade de Educaccedilatildeo da UFMG jul 2002

GUADILLA Carmen Garcia La Cooperacioacuten e la Construccioacuten del Campo de Estudio de Educacioacuten Superior en America Latina In FRANCO Maria Estela Dal Pai MOROSINI Mariacutelia Costa (Orgs) Redes Acadecircmicas e produccedilatildeo do conhecimento em educaccedilatildeo superior Brasiacutelia Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais 2001

GUIMARAtildeES Jorge Almeida GOMES Janaiacutena Capacitaccedilatildeo desempenho e conhecimento acumulado indicam oportunidades em aacutereas de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica no Brasil In SIMPOacuteSIO DE GESTAtildeO DA INOVACcedilAtildeO TECNOLOacuteGICA 22 2002 Salvador Paper apresentado Salvador Nuacutecleo PGTUSP 2002

Duas deacutecadas de desempenho cientiacutefico excepcional na Ameacuterica Latina In TROSSERO AP Los laberintos del futuro Santa Feacute Argentina Universidad del Litoral 2001

GUIMARAtildeES Reinaldo Avaliaccedilatildeo e fomento de eampT no Brasil propostas para os anos 90 Brasiacutelia MCTCNPq 1994

MOROSINI Mariacutelia FRANCO Maria Estela Dal Pai Gestatildeo de Redes de Pesquisa em Educaccedilatildeo Superior questatildeo de Princiacutepios e Ethos In FRANCO Maria Estela Dal Pai MOROSINI Mariacutelia Costa (Orgs) Redes Acadecircmicas e produccedilatildeo do conhecimento em educaccedilatildeo superior Brasiacutelia Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais 2001

NEVES Clarissa Eckert Baeta Institucionalizaccedilatildeo da pesquisa e sistemas decisoacuterios In FRANCO Maria Esteia Dal Pai MOROSINI Mariacutelia Costa (Orgs) Universidade e pesquisa poliacuteticas discursos e praacuteticas Passo Fundo UPF 1999

PALHARINI Francisco de Assis Cadernos NUPES o novo protagonista na formulaccedilatildeo teoacuterica da poliacutetica para o ensino superior In MOROSINI Mariacutelia SGUISSARDI Valdemar (Orgs) A educaccedilatildeo superior em perioacutedicos nacionais Vitoacuteria FCAA UFES 1998

SCHWARTZMAN Simon et ai Ciecircncia e Tecnologia no Brasil uma nova poliacutetica para um mundo global 1993 Disponiacutevel em ltwwwairbrasilorgbrSimon

A educaccedilatildeo superior a distacircncia no Brasil

Joseacute Manuel Moran

A educaccedilatildeo superior a distacircncia vive um periacuteodo de grandes mudanccedilas O avanccedilo da Internet estaacute facilitando o acesso a cursos onshyline de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo principalmente de especializaccedilatildeo A LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo (1996) em especial nos seus artigos 80 e 87 reconhece a educaccedilatildeo a distacircncia e a partir de aiacute se intensificam os cursos nos vaacuterios niacuteveis Ateacute entatildeo os cursos eram esporaacutedicos e se concentravam mais no seu caraacuteter supletivo (telecursos) e soacute a Universidade de Brasiacutelia vinha oferecendo alguns cursos de especializaccedilatildeo e extensatildeo por correspondecircncia O primeiro curso de graduaccedilatildeo a distacircncia criado foi o de Pedagogia de 1aa 4a seacuterie ela Universidade Federal do Mato Grosso em caraacuteter experimental a partir de 1995 para professores em serviccedilo da rede puacuteblica estadual e municipal

A educaccedilatildeo a distacircncia foi identificada num primeiro momento com o ensino por correspondecircncia porque era baseada em textos e exerciacutecios transportados pelo correio A segunda geraccedilatildeo da educaccedilatildeo a distacircncia na universidade comeccedilou na deacutecada de 80 com o uso da televisatildeo e do viacutedeo cassete para os telecursos profissionalizantes e formadores de estudantes do ensino meacutedio e fundamental A terceira fase dessa que promete ser uma revoluccedilatildeo no ensino brasileiro comeccedilou no final da deacutecada de 90 Haacute cinco anos apenas 200 mil pessoas no paiacutes estudavam pelo meacutetodo de educaccedilatildeo a distacircncia Hoje com a Internet satildeo cerca de 12 milhotildees de estudantes

A partir de 1998 observa-se um crescente envolvimento de Instituiccedilotildees de Ensino Superior com cursos de educaccedilatildeo a distacircncia As solicitaccedilotildees de autorizaccedilatildeo ao Ministeacuterio de Educaccedilatildeo foram em sua grande maioria 80 para cursos de graduaccedilatildeo de formaccedilatildeo de professores principalmente de Pedagogia e Normal Superior Os atuais professores do ensino fundamental satildeo o puacuteblico alvo principal destes cursos na medida em que sejam afetados pelo artigo 87 sect 4o da LDB o qual estabelece que ateacute o final da Deacutecada da Educaccedilatildeo ou seja 2006 somente seratildeo admitidos professores habilitados em niacutevel superior ou

formados por treinamento em serviccedilo Estima-se que essa exigecircncia legal tenha motivado uma demanda pontual da ordem de 700 mil novas vagas As instituiccedilotildees superiores de ensino estatildeo finalmente comeccedilando a atuar de forma clara e decidida em educaccedilatildeo a distacircncia O avanccedilo da Internet estaacute trazendo grandes mudanccedilas para a educaccedilatildeo presencial ao introduzir momentos e teacutecnicas de educaccedilatildeo a distacircncia E a educaccedilatildeo a distacircncia comeccedila a aproximar-se da presencial a sair do nicho em que se encontrava Na medida em que cada instituiccedilatildeo desenvolve sozinha ou em rede cursos de graduaccedilatildeo de especializaccedilatildeo de extensatildeo e agora de Poacutes strido sensu vai adquirindo competecircncia atraindo novos alunos e mercados perdendo o medo de arriscar e legitimando essa modalidade de educaccedilatildeo

91 Os programas de educaccedilatildeo virtual a distacircncia na educaccedilatildeo superior e sua relaccedilatildeo com a educaccedilatildeo presencial

A educaccedilatildeo presencial domina praticamente todas as modalidades de ensino superior Temos aproximadamente 30 cursos de graduaccedilatildeo em funcionamento ou aprovados 81 Instituiccedilotildees de Ensino Superior desenvolvem algum tipo de cursos a distacircncia a maioria de extensatildeo de curta duraccedilatildeo Aumentam os cursos de especializaccedilatildeo (20 aproximadamente entre os aprovados e em fase de aprovaccedilatildeo pelo MEC) Mas haacute cursos de especializaccedilatildeo dirigidos a empresas (principalmente na aacuterea de Administraccedilatildeo e Economia) e que natildeo buscam certificaccedilatildeo oficial

O panorama atual eacute muito dinacircmico Haacute uma efervescecircncia de projetos em todas as aacutereas niacuteveis e mercados As empresas estatildeo buscando processos de capacitaccedilatildeo contiacutenua fazendo parcerias com as melhores universidades As Secretarias de Educaccedilatildeo tambeacutem procuram estas instituiccedilotildees superiores para convecircnios e cursos Os 40 mil alunos matriculados em educaccedilatildeo superior a distacircncia (graduaccedilatildeo) e o potencial de alunos que pretende inscrever-se em novos cursos fazem prever um raacutepido crescimento das instituiccedilotildees mais competentes

Neste momento temos uma grande diversidade de cursos Haacute cursos de curta e de longa duraccedilatildeo haacute cursos para poucos alunos (menos de 30) e cursos com mais de 15 mil alunos Haacute cursos totalmente on-line virtuais e outros impressos que utilizam soacute correio Haacute cursos que satildeo pacotes de conteuacutedo com pouca interaccedilatildeo e outros com muito intercacircmbio troca onde se criam comunidades de aprendizagem Estaacute avanccedilando a utilizaccedilatildeo dos meios telemaacuteticos no ensino superior pela liberdade de acesso baixo custo e facilidade de comunicaccedilatildeo

Em termos institucionais a oferta de cursos superiores a distacircncia poderia ser classificada dentro das seguintes trecircs grandes tendecircncias

bull Instituiccedilotildees isoladas - Satildeo Universidades e Faculdades de Ensino Superior que jaacute atuam na educaccedilatildeo presencial e agora oferecem cursos a distacircncia Em geral comeccedilam com cursos de extensatildeo depois com cursos de especializaccedilatildeo e atualmente estatildeo organizando cursos de graduaccedilatildeo

bull Associaccedilotildees e Consoacutercios - Satildeo Instituiccedilotildees de Ensino Superior brasileiras que unem seus esforccedilos para oferecer cursos a distacircncia em vaacuterios niacuteveis Haacute associaccedilotildees que satildeo pontuais temporaacuterias para um curso ou projeto especiacutefico como por ex o Projeto Veredas que reuacutene a convite da Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo de Minas Gerais dezoito Instituiccedilotildees de Ensino Superior para oferecer um Curso de Pedagogia nas seacuteries iniciais para professores em serviccedilo que natildeo tecircm niacutevel superior Essa parceria eacute feita para este curso e se esgota ao seu teacutermino Haacute associaccedilotildees que pretendem ser duradouras para juntar os melhores professores cursos e recursos das instituiccedilotildees Satildeo tambeacutem importantes para oferecer apoio local a alunos em todo o Brasil Alguns exemplos UNIREDE (Rede de universidades puacuteblicas) CEDERJ (Centro de Educaccedilatildeo Superior do Rio de Janeiro que reuacutene as cinco Universidades puacuteblicas do Estado do Rio de Janeiro) RICESU (Rede de Universidades Catoacutelicas de Ensino Superior) IUVB - Instituto Universidade Virtual Brasileira - Consoacutercio de 10 universidades privadas que formam uma nova instituiccedilatildeo para cursos a distacircncia

bull Instituiccedilotildees exclusivamente virtuais - Instituiccedilotildees criadas exclusivamente para oferecer cursos a distacircncia operando no momento apenas em cursos de extensatildeo No Brasil natildeo temos o modelo Open University ou UNED da Espanha instituiccedilotildees que soacute existem para Educaccedilatildeo a Distacircncia Temos portais ou sites que funcionam como um campus virtual como o Univir (wwwunivirbr) em geral oferecendo cursos de extensatildeo

A Portaria ndeg 2253 do MEC de 18102001 permite que o curriacuteculo de cursos superiores reconhecidos possa ser oferecido a distacircncia ateacute vinte por cento da sua carga horaacuteria total como eacute uma Portaria recente as universidades estatildeo comeccedilando a encontrar formas de aplicaacute-lo Algumas instituiccedilotildees como a Anhembi-Morumbi a Unisul a UNB a UNAMA - Universidade da Amazocircnia estatildeo incentivando os professores

a colocar algumas disciplinas on-line A Unisul de Santa Catarina tinha em marccedilo de 2002 82 disciplinas cadastradas como apoio on-line Algumas universidades comeccedilaram com alguns cursos de recuperaccedilatildeo total ou parcialmente a distacircncia

As universidades estatildeo incentivando tambeacutem o uso da Internet em disciplinas comuns a vaacuterios cursos e que podem ser aplicadas a maior nuacutemero de alunos Em geral os professores mais familiarizados com as tecnologias e os que atuam em educaccedilatildeo a distacircncia satildeo os que se dispotildeem a experimentar e isso iraacute criando a cultura do virtual o conhecimento dentro de cada instituiccedilatildeo para avanccedilar para propostas curriculares mais complexas integradas e flexiacuteveis ateacute encontrar em cada aacuterea de conhecimento e em cada instituiccedilatildeo qual eacute o ponto de equiliacutebrio entre o presencial e o virtual

O vinte por cento eacute uma etapa inicial de criaccedilatildeo de cultura on-line Natildeo pode-se definir a priori urna porcentagem aplicaacutevel de forma generalizada a todas as situaccedilotildees Algumas disciplinas necessitam de maior presenccedila fiacutesica como as que utilizam laboratoacuterio as que precisam de interaccedilatildeo corporal (danccedila teatro) O importante eacute experimentar diversas soluccedilotildees para diversos cursos Todos estatildeo aprendendo Nenhuma instituiccedilatildeo estaacute muito na frente no ensino superior inovador on-line

Dentro de poucos anos esta discussatildeo do presencial e a distacircncia teraacute muito menos importacircncia Caminha-se para uma integraccedilatildeo dos nuacutecleos de educaccedilatildeo a distacircncia com os atuais nuacutecleos ou coordenaccedilotildees pedagoacutegicas dos cursos presenciais A maioria dos cursos de graduaccedilatildeo e de poacutes-graduaccedilatildeo seraacute semi-presencial e os cursos a distacircncia teratildeo muitas formas de aproximaccedilatildeo presencial-virtual (maior contato audiovisual entre os participantes)

92 Os tipos de programas de educaccedilatildeo virtual A ecircnfase nestes uacuteltimos anos nos cursos de graduaccedilatildeo a distacircncia

se daacute na formaccedilatildeo de professores principalmente em serviccedilo -professores sem diploma universitaacuterio Satildeo cursos de licenciatura predominantemente nas seacuteries iniciais (noventa por cento dos cursos de graduaccedilatildeo a distacircncia)

Pela lista de cursos autorizados pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo pode-se visualizar melhor quais satildeo as Instituiccedilotildees credenciadas e os cursos superiores a distacircncia existentes neste momento

bull Universidade Estadual do Norte Fluminense Licenciatura em Ciecircncias Bioloacutegicas (Cederj)

1 Pesquisa feita em julho de 2002 na paacutegina do MEC wwwmecgovbr

bull Universidade Federal Fluminense Licenciatura em Matemaacutetica (Cederj)

bull Universidade Federal do Paraacute Bacharelado e Licenciatura em Matemaacutetica

bull Universidade Federal de Mato Grosso Educaccedilatildeo Baacutesica 1ordm a 4o seacuteries Licenciatura Plena

bull Universidade Federal do Paranaacute Graduaccedilatildeo em Pedagogia licenciatura plena com as habilitaccedilotildees Magisteacuterio dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e Magisteacuterio da Educaccedilatildeo Infantil

bull Universidade do Estado de Santa Catarina Licenciatura plena em Pedagogia

bull Universidade Federal do Mato Grosso do Sul Pedagogia licenciatura plena com habilitaccedilatildeo em Formaccedilatildeo de Professores para os anos iniciais do Ensino Fundamental Poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu - Orientadores pedagoacutegicos em educaccedilatildeo a distacircncia

bull Faculdade de Administraccedilatildeo de Brasiacutelia Bacharelado em Administraccedilatildeo Geral

bull Universidade Federal do Espiacuterito Santo Lienciatura em Pedagogia nas Seacuteries Iniciais do Ensino Fundamental

bull Universidade Estadual do Maranhatildeo Licenciatura Plena em Magisteacuterio das Seacuteries Iniciais do Ensino Fundamental Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio Grande do Sul -Engenharia Quiacutemica

bull Universidade Federal de Ouro Preto Licenciatura em Educaccedilatildeo Baacutesica - Anos Iniciais

bull Faculdade de Educaccedilatildeo Satildeo Luis em Jaboticabal- SP - Poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu em Didaacutetica Metodologia do Ensino em Liacutengua Portuguesa Aprendizagem Matemaacutetica Aprendizagem em Geografia Psico-Pedagogia

bull Universidade Braz Cubas Especializaccedilatildeo em Direito Civil e em Direito Penal

A lista das instituiccedilotildees credenciadas e de cursos autorizados para a oferta de cursos superiores a distacircncia encontra-se em wwwmecgovbr

Eacute crescente o nuacutemero de cursos de graduaccedilatildeo e lato sensu a distacircncia enviados ao MEC para autorizaccedilatildeo Entre eles parecem importantes o Projeto Veredas Curso Especial de Graduaccedilatildeo em Pedagogia promovido pela Secretaria de Educaccedilatildeo de Minas Gerais com 19 instituiccedilotildees de ensino superior para formaccedilatildeo de professores em serviccedilos do Estado A Universidade de Brasiacutelia tambeacutem estaacute comeccedilando

um curso de graduaccedilatildeo a distacircncia de Pedagogia para Professores em exerciacutecio no iniacutecio de Escolarizaccedilatildeo em convecircnio com a Secretaria de Educaccedilatildeo do Distrito Federal O Instituto IUVB - um consoacutercio de dez universidades privadas brasileiras - estaacute pedindo autorizaccedilatildeo para oferecer cinco cursos de graduaccedilatildeo a distacircncia na aacuterea de humanas A Unisul - de Santa Catarina - estaacute pleiteando cursos de graduaccedilatildeo e de especializaccedilatildeo assim como a UNOPAR de Londrina a FACINTER de Curitiba a Universidade Federal de Alagoas a UNOESC da Bahia entre outras

um fenocircmeno importante em educaccedilatildeo a distacircncia eacute a organizaccedilatildeo em redes consoacutercios ou associaccedilotildees Os principais consoacutercios redes ou associaccedilotildees de instituiccedilotildees para oferta de cursos de niacutevel superior no Brasil satildeo os seguintes

bull CEDERJ - Centro de Educaccedilatildeo Superior do Rio de Janeiro www ceder) rj gov br

O Consoacutercio Centro de Educaccedilatildeo a Distacircncia do Estado do Rio de Janeiro - CEDERJ eacute uma iniciativa das Universidades Puacuteblicas do Estado do Rio de Janeiro com a Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia e prefeituras municipais para capacitar a distacircncia professores em serviccedilo sem niacutevel superior e abrir as diversas licenciaturas para futuros professores fixando-os no interior do Estado As universidades satildeo

Universidade Estadual do Norte Fluminense - UENF Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ Universidade Federal Fluminense - UFF Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ Universidade do Rio de Janeiro - UNIRIO

Neste momento existem duas licenciaturas a distacircncia em funcionamento - Matemaacutetica e Ciecircncias Bioloacutegicas com aproximadamente 800 alunos - e estatildeo sendo autorizada a licenciatura em Pedagogia e em outras aacutereas de conhecimento Os cursos alternam momentos presenciais e a distacircncia e utilizam material didaacutetico impresso CD-ROM Internet tutoria presencial e a distacircncia em poacutelos regionais organizados em escolas em convecircnio com Prefeituras equipadas com laboratoacuterios bibliotecas computadores Internet As avaliaccedilotildees satildeo feitas a distacircncia e presencialmente

bull Instituto UVB - Universidade Virtual Brasileira wwwuvbbr

A Rede Brasileira de Ensino a Distacircncia eacute o resultado da associaccedilatildeo de 10 instituiccedilotildees de ensino superior do paiacutes que formaram o Instituto IUVBBR

A Rede tem 10 instituiccedilotildees em vaacuterias regiotildees do paiacutes congrega mais de 6 mil professores e mais de 100 mil alunos no ensino presencial com cursos em todas as aacutereas da ciecircncia As instituiccedilotildees satildeo

Universidade Anhembi Morumbi - Anhembi Morumbi Unicentro Newton Paiva - Newton Paiva Universidade Potiguar - UNP Universidade da Amazocircnia - UNAMA Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Regiatildeo do Pantanal - UNIDERP Centro Universitaacuterio Monte Serracirct - UNIMONTE Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL Centro Universitaacuterio do Triacircngulo - UNIT Universidade Veiga de Almeida - UVA Centro Universitaacuterio Vila Velha -UVV

O Instituto IUVB oferece cursos de extensatildeo de especializaccedilatildeo e estaacute pedindo autorizaccedilatildeo ao MEC para oferecer cinco cursos de graduaccedilatildeo a distacircncia A ecircnfase eacute nos cursos on-line atraveacutes da Internet na aacuterea de humanas (Administraccedilatildeo Economia Turismo) Os professores dos principais cursos costumam fazer parte dos quadros das universidades conveniadas principalmente da Anhembi-Morumbi como Instituto pode oferecer cursos de graduaccedilatildeo como uma entidade autocircnoma sem precisar do credenciamento de cada universidade especificamente para educaccedilatildeo a distacircncia

bull UniRede - Universidade Virtual Puacuteblica do Brasil wwwuniredebr

A UniRede eacute um consoacutercio que reuacutene 68 instituiccedilotildees puacuteblicas de ensino superior e conta com o apoio do Ministeacuterio de Educaccedilatildeo o de Ciecircncia e Tecnologia e do FINEP Ela possibilita que as melhores instituiccedilotildees puacuteblicas unam competecircncias para um trabalho em rede baseado no uso intensivo de tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo evitando iniciativas duplicadoras e a dispersatildeo de recursos Atualmente desenvolvem alguns cursos de graduaccedilatildeo de especializaccedilatildeo e de extensatildeo O potencial eacute imenso As dificuldades estatildeo em agilizar o gerenciamento de universidades burocraacuteticas lentas diante da competitividade das instituiccedilotildees privadas

A UNIREDE desenvolve o Programa ProDocecircncia cujo objetivo eacute oferecer cursos de licenciaturas de 1 a 4a seacuteries e de Ciecircncias aos mais de 800 mil docentes brasileiros sem graduaccedilatildeo Ateacute agora satildeo seis as universidades que estatildeo oferecendo cursos de graduaccedilatildeo para professores em serviccedilo que natildeo possuem niacutevel superior

Satildeo elas Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) Universidade Federal de Ouro Preto Universidade Federal do Espiacuterito Santo (UFES) Universidade Federal do Maranhatildeo (UFMA) Universidade

do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Universidade Estadual de Maringaacute (UEM)

O grande problema das universidades puacuteblicas eacute a dependecircncia de financiamento governamental pois natildeo podem cobrar do aluno Mas em julho de 2002 foi aprovada no Projeto de Lei de Diretrizes Orccedilamentaacuterias (LDO) para 2003 uma emenda que autoriza o repasse de verbas para a criaccedilatildeo de 180 mil vagas no ensino a distacircncia para a qualificaccedilatildeo de professores que natildeo tecircm curso superior

bull UniVirCO - Universidade Virtual do Centro-Oeste WWW universidadevirtual brunivirco_index htm

Eacute um consoacutercio de cooperaccedilatildeo teacutecnica cientiacutefica e acadecircmica formada por sete (7) universidades estaduais e federais puacuteblicas da Regiatildeo Centro-Oeste

As Instituiccedilotildees conveniadas satildeo Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul - UEMS Universidade Federal de Goiaacutes - UFG Virtual Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - UFMS Universidade Federal do Mato Grosso -UFMT Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT Universidade de Brasiacutelia - UnB Virtual

A UniVirCO pretende incentivar pesquisas em grupo e projetos coletivos pesquisar novas formas de aprendizagem em ambientes onshyline novas estrateacutegias de planejamento desenvolvimento e de avaliaccedilatildeo possibilitar a formaccedilatildeo inicial e permanente dos professores e profissionais de diferentes segmentos da sociedade visando a ampliaccedilatildeo do conhecimento

com a criaccedilatildeo da UNIREDE parece pouco definida a atuaccedilatildeo especiacutefica da UniVirCO como uma rede menor (Centro-Oeste) dentro da rede nacional

bull RICESU - Rede de Instituiccedilotildees Catoacutelicas de Ensino Superior www ricesu com br

Estaacute se formando uma rede de instituiccedilotildees catoacutelicas para atuar no Ensino Superior a Distacircncia As Instituiccedilotildees conveniadas satildeo Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Campinas - PUC-Campinas Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Paranaacute - PUC-PR Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio Grande do Sul - PUC-RS Universidade Catoacutelica de Brasiacutelia - UCB Universidade Catoacutelica de Pernambuco - UNICAP Universidade Catoacutelica de Santos - UNISANTOS Universidade do Vale

do Rio dos Sinos - UNISINOS Universidade Catoacutelica de Salvador UCSAL Universidade Catoacutelica Dom Bosco - UCDB e o Centro Universitario La Salle - UN1LASALLE

Em uma primeira etapa as instituiccedilotildees catoacutelicas criaram a revista eletrocircnica Colaborreg dedicada a temas de ensino-aprendizagem principalmente a distacircncia cujo primeiro nuacutemero comeccedilou em agosto de 2001

A segunda iniciativa da rede eacute a organizaccedilatildeo de uma biblioteca digital com o acervo das universidades associadas Atualmente a RICESU estaacute definindo a poliacutetica de educaccedilatildeo contiacutenua a integraccedilatildeo de cursos e recursos humanos e tecnoloacutegicos

921 Cursos de niacutevel superior em parceria

Projeto Veredas

Curso de Formaccedilatildeo Superior de Professores www veredas educaccedilatildeo mg go v br

O Curso da Secretaria de Educaccedilatildeo de Minas Gerais comeccedila a ser ministrado em parceria com 18 universidades centros universitaacuterios e outras instituiccedilotildees de ensino superior com experiecircncia em formaccedilatildeo de professores Foram oferecidas 15000 vagas destinadas a professores em exerciacutecio nos quatro anos iniciais do ensino fundamental sendo 12000 para a rede estadual e 3000 para as redes municipais de ensino (para professores em exerciacutecio que natildeo possuem niacutevel superior) Essas vagas foram distribuiacutedas em 21 poacutelos regionais e 29 Sub-Poacutelos (lotes) para possibilitar aos professores cursistas participar das atividades do curso sem se afastarem de suas atividades de ensino

bull PEC - Programa Especial de Formaccedilatildeo Universitaacuteria de Professores

Programa da Secretaria de Educaccedilatildeo de Satildeo Paulo em convecircnio com a USP a UNESP e a PUC-SPTrata-se de um programa especial de Licenciatura plena para professores das seacuteries inicias do Ensino Fundamental Comeccedilou em junho de 2001 e eacute coordenado pelas universidades PUC-SP USP e UNESP e conta atualmente com 6235 alunos professores efetivos da rede puacuteblica de ensino em todo o estado de Satildeo Paulo distribuiacutedos em trecircs periacuteodos e agrupados em 46 Ambientes de Aprendizagem distribuiacutedos em 34 localidades no Estado de Satildeo Paulo A grande maioria destes docentes (5815) estaacute em exerciacutecio como professores em escolas da rede puacuteblica estadual Os iacutendices de desistecircncia e evasatildeo do curso satildeo baixos de 645 A carga horaacuteria miacutenima eacute de 3100 horas de trabalho estabelecida pela Deliberaccedilatildeo 1201 do Conselho Estadual de Educaccedilatildeo sendo

bull 1600 horas de atividades de aulas bull 400 horas de atividades complementares bull 300 horas de vivecircncias educadoras na escola e bull 800 horas de reconhecimento de exerciacutecio profissional

associado ao trabalho

O uso combinado de tecnologias e do trabalho presencial vem possibilitando o desenvolvimento das seguintes modalidades de atividades

gt Teleconferecircncias aulas ministradas por convidados especiais que atraveacutes de exposiccedilotildees anaacutelises de mateacuterias gravadas e debates discutem os temas centrais do programa Satildeo transmitidas para todos os alunos simultaneamente a partir de um estuacutedio montado na TV Cultura Os alunos interagem atraveacutes do uso de fax e e-mail

gt Videoconferecircncias aulas ministradas por docentes das Universidades que abordam o referencial teoacuterico-conceitual do curso Cada videoconferecircncia pode ser transmitida para 4 5 salas de aula de cerca de 40 alunos permitindo a interaccedilatildeo dos diferentes grupos em tempo real O programa desenvolveu uma sistemaacutetica de treinamento e um manual de referecircncia para os professores que se utilizam das tecnologias envolvidas visando explorar ao maacuteximo seu potencial pedagoacutegico

gt Trabalhos Monitorados apoio agrave aprendizagem mediante aprofundamento dos temas trabalhados nas teleconferecircncias e videoconferecircncias As sessotildees de trabalho monitorado satildeo de trecircs tipos sessotildees on-line (orientadas por professores assistentes via intranet) sessotildees off-line (apoiadas pelos professores-tutores de forma presencial) e sessotildees de suporte (desenvolvidas autonomamente pelos alunos-professores a partir de atividades previamente designadas) Para estas modalidades os docentes estatildeo desenvolvendo um material de apoio especiacutefico para o programa tanto para circulaccedilatildeo na WEB quanto impresso O programa jaacute produziu com formato editorial proacuteprio 1859 paacuteginas de conteuacutedos impressos de apoio ao estudo e aprendizado e 16 sessotildees de LearnigSpace ambiente de aprendizagem utilizado para o desenvolvimento dos trabalhos on-line Existe tambeacutem um programa proacuteprio de capacitaccedilatildeo para os professores-assistentes (que interagem on-line) e de acompanhamento e avaliaccedilatildeo das possibilidades de trabalho e interaccedilatildeo suscitadas pelo trabalho monitorado on-line

gt Vivecircncias Educadoras atividades praacuteticas pedagoacutegicas que acompanham o processo de formaccedilatildeo propondo a articulaccedilatildeo dos referenciais teoacuterico-conceituais com a praacutetica dos professores Neste momento do curso concentram-se em torno do tratamento didaacutetico do estudo das diferentes aacutereas curriculares

gt Oficinas Culturais atividades que objetivam ampliar o universo cultural dos alunos-professores no que diz respeito aos diferentes usos da leitura e da escrita e agraves vaacuterias manifestaccedilotildees artiacutesticas

922 Principais instituiccedilotildees de ensino superior em EAD Sao muitas as instituiccedilotildees que estatildeo desenvolvendo cursos

superiores no Brasil Praticamente todas as Instituiccedilotildees tecircm um Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia e oferecem alguns cursos interna e externamente de curta meacutedia ou longa duraccedilatildeo Indicamos a seguir algumas instituiccedilotildees - entre muitas outras que poderiam ser citadas - que estatildeo se destacando atualmente em EAD e estatildeo contribuindo com novos cursos ou novas metodologias de ensino-aprendizagem

bull MT - Universidade Federal do Mato Grosso wwwufmtbr

A UFMT eacute ligada agrave UNIREDE e a UniVirCO

A Universidade Federal do Mato Grosso em Cuiabaacute eacute uma das universidades pioneiras em educaccedilatildeo a distacircncia no Brasil principalmente no ensino superior O curso Educaccedilatildeo Baacutesica 1ordm a 4o seacuteries na modalidade Licenciatura Plena iniciou seu funcionamento no ano de 1995 em caraacuteter experimental em convecircnio com a Secretaria de Educaccedilatildeo do Estado de Mato Grosso e algumas prefeituras do poacutelo regional de Coliacuteder MT com 352 alunos iniciais dos quais 290 concluiacuteram o curso entre 1999 e 2001 Foi realizado em 1999 um segundo vestibular com o preenchimento de 2164 vagas distribuiacutedas em 05 poacutelos regionais nas cidades de Coliacuteder Diamantino Juara Juina e Terra Nova Atualmente continuam matriculados 2067 alunos com uma evasatildeo meacutedia nos dois uacuteltimos anos de 44

Em cada Poacutelo haacute ainda uma estrutura administrativo-pedagoacutegica com pessoal de apoio agraves atividades de secretaria e uma equipe de orientadores acadecircmicos responsaacuteveis pelo acompanhamento e orientaccedilatildeo do processo de aprendizagem dos alunos dos vaacuterios municiacutepios sob sua jurisdiccedilatildeo Em cada poacutelo haacute ainda um coordenador eleito dentre os orientadores Esses orientadores desempenham funccedilotildees no acircmbito do processo de ensinoaprendizagem e da avaliaccedilatildeo curricular Cada

Centro Regional conta com uma equipe de Orientadores Acadecircmicos na proporccedilatildeo de 20 alunos por orientador Os alunos recebem materiais impressos e CD-ROMs Os poacutelos regionais e os centros locais em escolas das Prefeituras estatildeo equipados com computadores FAX e Internet

A UFMT desenvolve tambeacutem um curso de Poacutes Lato Sensu sobre Formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo a Distacircncia

bull PUCCAMP - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Campinas wwwpuc-campinasbredmc

O Ensino a Distacircncia vem sendo oferecido desde 1998 tendo seu iniacutecio com o Curso de Mestrado em Informaacutetica A PUC de Campinas eacute conveniada agrave RICESU Rede de Instituiccedilotildees Catoacutelicas de Ensino Superior Possui um ambiente proacuteprio na Internet

Oferece os seguintes cursos

Poacutes-Graduaccedilatildeo - Strictu Sensu (Mestrado) Gerenciamento em Sistemas de Informaccedilatildeo Sistemas de Computaccedilatildeo Sistemas de Telecomunicaccedilatildeo e Informaacutetica

2 Poacutes-Graduaccedilatildeo - Lato Sensu Arquitetura Cliente Servidor Gestatildeo Educacional Perspectivas da Praxis Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo de Recursos Humanos

3 Cursos Sequumlenciais Formaccedilatildeo Especiacutefica em Administraccedilatildeo de Recursos e Produccedilatildeo Formaccedilatildeo Especiacutefica em Tecnologia de Informaccedilatildeo Aplicada a Instituiccedilotildees Financeiras

A PUC eacute junto com a Universidade Federal de Santa Catarina pioneira em cursos de mestrado a distacircncia A PUC implantou em marccedilo de 1998 um projeto-piloto de Educaccedilatildeo a Distacircncia Mediada por Computador - EDMC - como opccedilatildeo dentro do Mestrado em Informaacutetica envolvendo oito alunos localizados a grandes distacircncias de Campinas ou seja Rondonoacutepolis-MT Uberaba-MG Vitoacuteria-ES Goiacircnia-GO Salvador-BA entre outras Os alunos frequumlentam aulas presenciais numa proporccedilatildeo de um quarto com relaccedilatildeo agraves aulas virtuais estas realizadas por meio de um a combinaccedilatildeo de aulas remotas siacutencronas (do tipo sala de discussatildeo ou chat) e assiacutencronas (do tipo news-group) atraveacutes da Internet onde cada disciplina disponibiliza seu material didaacutetico em Home-Page especialmente projetada para o Curso de Mestrado (wwwmestradonarpuc-campinasbr)

bull Universidade Anhembi Morumbi wwwanhembibrei

Conveniada ao Instituto Universidade Virtual Brasileira Tem ambiente proacuteprio para EAD e utiliza tambeacutem o ambiente

Blackboard Na Universidade Anhembi Morumbi o Ensino Interativo (El)

que teve iniacutecio em 1995 com o primeiro curso de Moda on-line do Brasil faz parte do Departamento de Ensino Interativo a Distacircncia e oferece cursos de extensatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu a distacircncia e cursos de graduaccedilatildeo como apoio ao presencial

1 Graduaccedilatildeo (apoio ao presencial) Projeto Cliacutenicos On-line (para os alunos do 1ordm semestre da Universidade como complemento nas aacutereas de Matemaacutetica e Liacutengua Portuguesa carga horaacuteria 34 horas em oito semanas) Adaptaccedilotildees e Dependecircncias Orientadas pela Internet (oferece as disciplinas Metodologia da Pesquisa Cientiacutefica Histoacuteria das Ciecircncias Filosofia Psicologia Ciecircncias Sociais Comunicaccedilatildeo e Expressatildeo e Nutriccedilatildeo Materno-infantil) 2 Poacutes Graduaccedilatildeo - Lato Sensu Moda em Comunicaccedilatildeo (com Habilitaccedilatildeo em Arte e Cultura Marketing ou Design de Moda)

bull UNIFESP - Universidade Federal de Satildeo Paulo EPM - Escola Paulista de Medicina wwwvirtualepmbr

Conveniada agrave UNIREDE

O Laboratoacuterio de Ensino a Distacircncia (LED) do Departamento de Informaacutetica em Sauacutede (DIS) foi formalizado em 2000 e eacute responsaacutevel pelos projetos em educaccedilatildeo a distacircncia da UNIFESP Virtual O LED tem ambiente na Internet proacuteprio

Oferece os seguintes cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo Lato Sensu

bull Especializaccedilatildeo em Dependecircncia Quiacutemica bull Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica

Entre os cursos de Extensatildeo se destacam Baacutesico de Atualizaccedilatildeo em Dependecircncias Revisatildeo sistemaacutetica e metanaacutelise Teacutecnica Operatograveria e Cirurgia Experimental Simulaccedilatildeo de Desastre Atualizaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica - Moacutedulo I Atualizaccedilatildeo em Enfermagem em Nefrologia

Baacutesico de Dermatologia para Meacutedicos Cliacutenicos Atualizaccedilatildeo para Professores e Tutores de Cursos a Distacircncia em Sauacutede Introduccedilatildeo a EAD para o Mestrado em Oftalmologia

Oferece algumas disciplinas de Graduaccedilatildeo on-line nos cursos de Biomedicina de Medicina de Tecnologia Oftaacutelmica e de Fonoaudiologia

bull PUC RS - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio Grande do Sul www eadpucrs br Conveniada agrave RICESU

Em 1997 o reitor da PUC RS criou um grupo de trabalho visando agrave criaccedilatildeo de uma Universidade Virtual Em 1999 o projeto de credenciamento da PUC RS Virtual foi encaminhado ao MEC para aprovaccedilatildeo junto com o curso de Engenharia quiacutemica a distacircncia Em 2000 inaugura-se oficialmente a PUC RS Virtual

Eacute uma das universidades melhor equipadas para Educaccedilatildeo a Distacircncia Oferece aulas por viacutedeo e teleconferecircncia Internet e material impresso

Oferece cursos de extensatildeo graduaccedilatildeo e lato sensu

1 A PUC-RS estaacute oferecendo o primeiro curso de graduaccedilatildeo em engenharia quiacutemica a distacircncia em parceria com a OPP Petroquiacutemica SA

2 Em 20012002 estaacute desenvolvendo 13 cursos de especializaccedilatildeo e 6 cursos de extensatildeo com uma meacutedia de 3000 alunos

Em Especializaccedilatildeo destacam-se os cursos de

bull Direito Processual Civil (360hs- abril 2002julho 2003) bull Educaccedilatildeo Especial (380hs- maio 2002junho 2003) bull Gestatildeo Empresarial (375hs- abril 2002julho 2003) bull Gestatildeo em Sauacutede ecircnfase hospitalar (375hs- abril 2002

dezembro 2002) bull Marketing Poliacutetico e Persuasatildeo Eleitoral (360hs- junho 2002

julho 2003) bull Orientaccedilatildeo Educacional bull Psicologia nos Processos Educacionais (360hs + trabalho de

conclusatildeo - abril 2002julho 2003)

bull Psicologia nas Organizaccedilotildees (360hs + trabalho de conclusatildeo - abril 2002julho 2003)

bull Psicologia na Comunicaccedilatildeo (360hs + trabalho de conclusatildeo -20022003)

bull Psicooncologia (375hs + trabalho de conclusatildeo - maio 2002 julho 2003)

bull Supervisatildeo Escolar (375hs + trabalho de conclusatildeo - abril 2002 junho 2003)

bull Tecnologias de Informaccedilatildeo e de Comunicaccedilatildeo em Educaccedilatildeo (390hs- agosto 2002julho 2003) UNB - Universidade de Brasiacutelia wwwnedunbbr

A Universidade de Brasiacutelia eacute uma das pioneiras em Educaccedilatildeo a Distacircncia principalmente em especializaccedilatildeo desde a deacutecada de oitenta Eacute uma das coordenadoras da Unirede e da UniVirCo Alguns cursos utilizam mais a miacutedia impressa outros a Internet

Atualmente a UNB estaacute desenvolvendo um curso especial de graduaccedilatildeo a distacircncia de Pedagogia para Professores em exerciacutecio no iniacutecio de Escolarizaccedilatildeo que estaacute sendo autorizado pelo MEC a pedido da Secretaria de Educaccedilatildeo do Distrito Federal O Curso dura 03 (trecircs) anos com carga horaacuteria de 3210 horas integralizadas com 1284 (40) presenciais e 1926 horas (60) natildeo presenciais trabalhadas com recursos de tecnologia multimiacutedia textos impressos viacutedeos e interaccedilotildees da INTERNET Iniciou em 2001 com 1000 alunos - professores em serviccedilo - por semestre ateacute completar 5000 no primeiro semestre de 2003 A UNB estaacute organizando 6 (seis) Centros Regionais Informatizados para a Educaccedilatildeo destinados a atender os cursistas e os monitores no desenvolvimento de tarefas presenciais e dar apoio agraves atividades desenvolvidas on line

Cursos oferecidos em Poacutes-Graduaccedilatildeo Lato Sensu Avaliaccedilatildeo Institucional Ensino de Ciecircncias sob o Prisma da Educaccedilatildeo Ambiental Capacitaccedilatildeo em Serviccedilo Social e Poliacutetica Social Odontologia em Sauacutede Coletiva E desenvolve muitos cursos de extensatildeo entre eles A Redaccedilatildeo como Libertaccedilatildeo Educaccedilatildeo Municiacutepio e Cidadania Ensino de Ciecircncias sob o Prisma da Educaccedilatildeo Ambiental Formaccedilatildeo em Agente Indiacutegena em Sauacutede Bucal Freud Pensamento e Accedilatildeo Introduccedilatildeo Criacutetica ao Direito Introduccedilatildeo Criacutetica ao Direito do Trabalho Jean-Jacques Rousseau Manual de Criaccedilatildeo e Elaboraccedilatildeo de Materiais para Educaccedilatildeo a Distacircncia O Pensamento Inquieto Poliacutetica Social Prevenccedilatildeo ao Uso Indevido de Drogas - Diga SIM agrave Vida

bull UFPR - Universidade Federal do Paranaacute wwwneadufprbr

Conveniada agrave UNIREDE

Em meados de setembro de 1998 foi criada a Comissatildeo Intersetorial encarregada de desenvolver uma preacute-proposta de criaccedilatildeo de um nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia na Universidade Em 28 de janeiro de 1999 o Conselho Universitaacuterio aprovou por unanimidade a institucionalizaccedilatildeo da EAD na UFPR e a Portaria ndeg 37099 da Reitoria de 10 de fevereiro de 1999 cria o NE AD - Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia

1 Graduaccedilatildeo

Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia - Seacuteries Iniciais do Ensino Fundamental (3240hs sendo 2368 a distacircncia e 872 presenciais) credenciado e aprovado pelo MEC Abriu no primeiro vestibular em maio de 2000 600 vagas sendo duzentas para a regiatildeo de Pato Branco (PR) duzentas para a regiatildeo de Apucarana (PR) e mais duzentas vagas para uma entidade religiosa Todos os candidatos que realizaram o processo seletivo satildeo professores que estatildeo atuando na educaccedilatildeo infantil eou seacuteries iniciais do Ensino Fundamental e estatildeo vinculados agraves entidades conveniadas Realizou ateacute agora dois vestibulares e conta com mais de 800 alunos

2 Poacutes-Graduaccedilatildeo

Curso UNIREDE de Formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo a Distacircncia Curso de 480h correspondentes a moacutedulos que podem ser cursados de forma independente eou complementar proporcionando diferentes niacuteveis de certificaccedilatildeo

gt Extensatildeo (45h a 150h) gt Aperfeiccediloamento (180h a 300h) gt Especializaccedilatildeo Latu Sensu (480h) - incluindo monografia

O curso eacute realizado predominantemente atraveacutes da Internet com a consolidaccedilatildeo de grupos colaborativos de aprendizagem (chats foacuteruns e listas de discussatildeo) e suporte de material impresso viacutedeo e teleconferecircncia

Curso de Formaccedilatildeo de Professores (360hs sendo 33 presencial 20 por tutoria e 47 a distacircncia) e Curso de Miacutedias Integradas (360hs sendo 33 presencial 20 por tutoria e 47 a distacircncia)

bull AIEC - Associaccedilatildeo Internacional de Educaccedilatildeo Continuada Faculdade de Administraccedilatildeo de Brasiacutelia wwwaiecbr

A Associaccedilatildeo Internacional de Educaccedilatildeo Continuada - AIEC eacute a primeira Faculdade a implantar um curso de graduaccedilatildeo em administraccedilatildeo a distacircncia no Brasil Eacute mantida pela FAAB Tem atualmente aproximadamente 800 alunos Manteacutem Centros Regionais de apoio em salas da Associaccedilatildeo dos Funcionaacuterios do Banco do Brasil Nesses centros satildeo realizadas as verificaccedilotildees de aprendizagem as reuniotildees de trabalho em grupo debates de filmes ou palestras e atendimento de Secretaria Cada Centro dispotildee de um Coordenador Regional que exerce a supervisatildeo administrativa das atividades do curso

bull UFMS - Universidade Federal do Mato Grosso do Sul www ead ufms br Vinculada agrave UNIREDE e agrave UniVirCO

Desenvolve o Curso de Graduaccedilatildeo de Pedagogia na modalidade Licenciatura Plena com habilitaccedilatildeo em Formaccedilatildeo de Professores para os anos iniciais do Ensino Fundamental autorizado pelo MEC

com duraccedilatildeo miacutenima de 4 (quatro) anos e maacutexima de 5 (cinco) anos o curso tem 50 da carga horaacuteria presencial e 50 da carga horaacuteria agrave distacircncia para professores e alunos do Mato Grosso do Sul Utiliza material impresso proacuteprio e Internet Realizou o primeiro vestibular

Outros cursos importantes de Poacutes Graduaccedilatildeo Lato Sensu Orientadores Pedagoacutegicos em Educaccedilatildeo a Distacircncia Educaccedilatildeo Profissional na aacuterea de Sauacutede Enfermagem Poliacuteticas e Gestatildeo Educacional Educaccedilatildeo em Arte e as novas Tecnologias

bull UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina www led ufsc br www ufsc br

A Universidade Federal eacute uma das pioneiras em cursos que utilizam videoconferecircncia e Internet a distacircncia a partir do LED -Laboratoacuterio de Educaccedilatildeo a Distacircncia do Curso de Engenharia de Produccedilatildeo Atualmente o LED se separou do Departamento de Engenharia de Produccedilatildeo Os cursos principais de Poacutes - Lato Sensu satildeo Empreendedorismo Engenharia e Gestatildeo Rural e Agroindustrial Engenharia de Produccedilatildeo Gestatildeo Rural e Agroindustrial Gestatildeo de Ensino Teacutecnico Gestatildeo Fazendaacuteria Planejamento Estrateacutegico ecircnfase em Agrobusiness Marketing para Gestatildeo Empresarial E em educaccedilatildeo

continuada Introduccedilatildeo agrave educaccedilatildeo a distacircncia Gestatildeo escolar Criaccedilatildeo de empresas Jovens empreendedores Educaccedilatildeo ambiental

bull UDESC - Universidade Estadual de Santa Catarina httpvirtualudescbr Vinculada agrave Unirede

O curso principal de Graduaccedilatildeo a Distacircncia eacute o de Pedagogia A UDESC Virtual esta levando a EAD a 136 Municiacutepios Catarinenses atendendo a aproximadamente 15 mil alunos A carga horaacuteria do Curso eacute de 3210 horasaulaatividade correspondentes a 214 creacuteditos Deste total de horas 2565 (171 creacuteditos - 80) satildeo desenvolvidas na modalidade de Educaccedilatildeo a Distacircncia e 645 (43 creacuteditos - 20) satildeo reservadas para encontros presenciais Estes encontros satildeo realizados semanalmente nos Nuacutecleos de Formaccedilatildeo com a presenccedila de um tutor A percentagem miacutenima de frequumlecircncia nos momentos presenciais em cada disciplina do curso eacute de 75 Aleacutem disso uma das avaliaccedilotildees da disciplina eacute uma prova escrita de caraacuteter individual em que o aluno tambeacutem deve estar presente

Curso de Poacutes Graduaccedilatildeo - Especializaccedilatildeo em Gestatildeo Escolar que visa capacitar as equipes de gestatildeo das escolas puacuteblicas estaduais e outros profissionais envolvidos com a mesma O curso estaacute sendo oferecido em Santa Catarina e Cearaacute (Convecircnio com a Universidade Estadual do Cearaacute e a Secretaria do Estado do Cearaacute)

bull UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul wwwufrgsbr

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul desenvolve um curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo Lato Sensu a distacircncia sobre Informaacutetica na Educaccedilatildeo Entre os cursos de Extensatildeo a Distacircncia destacam-se Administraccedilatildeo Municipal eficaz com Responsabilidade Fiscal Design de Superfiacutecie Fundamentos e Teacutecnicas de Groupware Planejamento Estrateacutegico em Sauacutede Na Graduaccedilatildeo eacute oferecida a distacircncia a disciplina Sistemas de Informaccedilatildeo Gerencial A URGS utiliza os ambientes virtuais NAVI e Aulanet entre outros

bull UFES - Universidade Federal do Espiacuterito Santo wwwneaadufesbr

Conveniada agrave UNIREDE Oferece os seguintes cursos

1 Graduaccedilatildeo

Pedagogia em seacuteries iniciais do Ensino Fundamental habilitaccedilatildeo em Licenciatura Plena em Educaccedilatildeo a Distacircncia credenciado pelo MEC Estaacute preparando os cursos Administraccedilatildeo e Gestatildeo Puacuteblica e Formaccedilatildeo Pedagoacutegica

2 Poacutes-Graduaccedilatildeo

A UFES oferece um curso de especializaccedilatildeo em EAD em Seguranccedila do Trabalho e de aperfeiccediloamento em EAD para Orientadores Acadecircmicos Especializaccedilatildeo em Seguranccedila do Trabalho Aperfeiccediloamento em EAD Aperfeiccediloamento em EAD - Orientadores Acadecircmicos Aperfeiccediloamento em Esporte Educacional

Atua na Coordenaccedilatildeo do Nuacutecleo de Oferta Regional do Curso de Extensatildeo TV na Escola e os Desafios de Hoje promovido pela UNIREDE e Secretaria de Ensino a Distacircncia do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

Os cursos propostos na modalidade de EAD satildeo estruturados atraveacutes da combinaccedilatildeo das modalidades de Ensino a Distacircncia e Presencial numa praacutetica bimodal ou semipresencial um terccedilo das atividades acadecircmicas satildeo realizadas presencialmente por meio de teleconferecircncias abertas orientaccedilatildeo acadecircmica individual ou para grupos e a apresentaccedilatildeo de seminaacuterios temaacuteticos semestrais As provas satildeo realizadas presencialmente

bull FGV - Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas wwwfg vsp brgvnet

O ambiente virtual eacute o WebCT Oferece principalmente o curso de Especializaccedilatildeo em Negoacutecios

para Executivos (396hs 2 ou 3 semestres) com algumas aulas presenciais videoconferecircncias atividades siacutencronas atraveacutes de chats e atividades assiacutencronas pela WEB

bull UCB - Universidade Catoacutelica de Brasiacutelia wwwcatolicavirtualbr

Desenvolve cursos de Lato Sensu em Turismo Filosofia e Existecircncia Educaccedilatildeo a Distacircncia

Tem ambiente proacuteprio e em alguns cursos o Universiteacute Alguns cursos satildeo pela Internet como o de Turismo Outros como o de Educaccedilatildeo a Distacircncia utilizam mais material impresso com apoio da Internet

Desenvolve tambeacutem um curso on-line para professores universitaacuterios de instituiccedilotildees salesianas do Brasil e de vaacuterios paiacuteses latino-americanos e europeus sobre Aprendizagem cooperativa e tecnologia educacional na Universidade

bull UFPE - Universidade Federal de Pernambuco www virtus ufpe br

Vinculada agrave UNIREDE

A Universidade Federal de Pernambuco desenvolve o ambiente Virtus desde 1996 Atualmente desenvolve os cursos de Lato Sensu Gestatildeo do patrimocircnio cultural integrado Hipermiacutedia Dos cursos de extensatildeo destacam-se E-learning para desenvolvimento de RH Gestatildeo da informaccedilatildeo em ambiente WEB Internet e educaccedilatildeo - criando sua comunidade virtual de aprendizagem Introduccedilatildeo agrave informaacutetica na educaccedilatildeo Introduccedilatildeo ao jornalismo on-line Introduccedilatildeo agrave programaccedilatildeo com aplicativos em JAVA Jornalismo investigativo na WEB Miacutedia aplicada agrave educaccedilatildeo

Outra instituiccedilatildeo que estaacute crescendo rapidamente em educaccedilatildeo a distacircncia eacute a PUC-MG com cursos de especializaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo ( httpvirtual 1 pucminas brdefault htm)

93 Estimativa do volume de estudantes e professores

um estudo ainda ineacutedito da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas estima que atualmente haacute 40 mil alunos em cursos de graduaccedilatildeo a distacircncia e 39 mil em cursos de formaccedilatildeo de professores Natildeo haacute nuacutemeros confiaacuteveis sobre o total de alunos em cursos de especializaccedilatildeo e de extensatildeo Haacute estimativas de um total de 200 mil alunos participando em algum momento de processos de educaccedilatildeo a distacircncia no niacutevel superior O potencial atual de alunos a distacircncia no niacutevel superior eacute de 700 mil Estima-se tambeacutem que estejam envolvidos atualmente ao redor de 4 mil professores orientadores e tutores em cursos a distacircncia no Brasil Esse nuacutemero tenderaacute a crescer significativamente nos proacuteximos anos

94 As metodologias e os recursos utilizados na educaccedilatildeo virtual

A maior parte dos cursos presenciais e a distacircncia continua focada no conteuacutedo na informaccedilatildeo no professor no aluno individualmente e na

interaccedilatildeo com o professortutor Alguns cursos a distacircncia comeccedilam a ser focados na construccedilatildeo do conhecimento e na interaccedilatildeo no equiliacutebrio entre o individual e o grupai entre o conteuacutedo e a interaccedilatildeo (aprendizagem cooperativa) sendo o conteuacutedo em parte preparado e em parte construiacutedo ao longo do curso

Os cursos presenciais comeccedilam a ser combinados com tempos e espaccedilos natildeo presenciais Comeccedila-se a sair em determinados momentos da sala de aula e a aprender tambeacutem em ambientes virtuais combinaacutendoshyos com os presenciais E na educaccedilatildeo a distacircncia com a comunicaccedilatildeo on-line haacute mais encontros saindo-se do isolamento que costumava existir

Tabela 91 Tecnologias utilizadas em cursos a distacircncia e semipresenciais

Tecnologias

Internet

TV

Raacutedio

CD-ROM

JornalImpressos

Videoconferecircncia

Viacutedeo

Total Midias

Norte

3

1

1

1

6

Nordeste

12

4

3

3

3

25

Sudeste

43

1

2

7

8

5

66

Centro-Oeste

9

1

4

1

1

16

Sul

14

3

1

3

4

4

3

32

Total

81

9

2

6

18

17

12

145

Nas universidades haacute um investimento claro na utilizaccedilatildeo da Internet Todas as universidades comeccedilam a adotar estrateacutegias de educaccedilatildeo on-line de forma mais instrucional ou interativa Muitos cursos focam o conteuacutedo disponibilizado na WEB sem tratamento inovador Outros preparam os materiais com cuidado atividades estudos de caso com metodologias mais participativas

95 As plataformas informaacuteticas de ensino e aprendizagem na educaccedilatildeo virtual

Sobre as plataformas natildeo haacute dados conclusivos Haacute universidades que possuem vaacuterias plataformas dependendo do Departamento Aacuterea de Conhecimento ou Projeto de Pesquisa Outras estatildeo migrando de plataforma O ambiente Blackboard soacute recentemente comeccedilou a se difundir no Brasil um bom nuacutemero de universidades estaacute desenvolvendo ambiente proacuteprio Por outro lado a uacuteltima versatildeo do Teleduc da Unicamp eacute multiplataforma e gratuita e provavelmente se expandiraacute rapidamente

Na atualidade predomina o uso das seguintes plataformas ou ambientes virtuais2 WebCT 10 IUVB 10 Aulanet 07 Teleduc 06

Learning Space 05 Ambiente proacuteprio 25 Universiteacute 03 Outros (Virtus Eureka Blackboard) 09

As ferramentas de comunicaccedilatildeo virtual ateacute agora satildeo predominantemente escritas e vias de transformarem-se em audiovisuais Por enquanto escrevemos mensagens respostas simulamos uma comunicaccedilatildeo falada Esses chats e foacuteruns permitem contatos a distacircncia podem ser uacuteteis mas soacute eles natildeo levaratildeo a uma grande revoluccedilatildeo automaticamente Depende muito do professor do grupo de sua maturidade sua motivaccedilatildeo do tempo disponiacutevel da facilidade de acesso Alguns alunos se comunicam bem no virtual outros natildeo Alguns satildeo raacutepidos na escrita e no raciociacutenio outros natildeo Alguns tentam monopolizar as falas (como no presencial) outros soacute observam Por isso eacute importante experimentar novas metodologia da educaccedilatildeo on-line desenvolvendo atividades pesquisas projetos formas de comunicaccedilatildeo em ambientes presenciais e virtuais

96 Os serviccedilos telemaacuteticos utilizados na educaccedilatildeo virtual

Os serviccedilos mais utilizados satildeo o correio eletrocircnico em 90 dos cursos superiores A WEB eacute a miacutedia que mais cresce na Educaccedilatildeo a Distacircncia no Brasil (81 instituiccedilotildees de ensino superior a utilizam nos seus cursos) O foacuterum eacute uma ferramenta que aparece em pelo menos 50 dos cursos O chat existe na maior parte dos ambientes mas a sua utilizaccedilatildeo eacute menos frequumlente Haacute criacuteticas agrave falta de ferramentas de gestatildeo de chat agrave dificuldade de reunir um nuacutemero grande de alunos de forma adequada Mas aos poucos os chats vatildeo incorporando recursos (como cores figuras sons e imagens) que os tornam mais atraentes

97 A relaccedilatildeo entre a educaccedilatildeo presencial e natildeo-presencial

As instituiccedilotildees de ensino superior se preocupam fundamentalmente com a educaccedilatildeo presencial A cultura predominante eacute a presencial e os alunos procuram em primeiro lugar os cursos regulares presenciais A educaccedilatildeo a distacircncia eacute procurada principalmente por formados ou por aqueles que perderam o prazo regular de realizar um curso superior Comeccedilam agora os cursos parcialmente a distacircncia dentro da educaccedilatildeo presencial O nuacutemero de disciplinas parcial ou totalmente a distacircncia dentro de cursos presenciais estaacute comeccedilando a aparecer mas eacute iacutenfimo em relaccedilatildeo ao peso da sala de aula A educaccedilatildeo a distacircncia sempre foi vista como supletiva emergencial ou complementar com a

LDB e com a Internet adquire uma dimensatildeo pedagoacutegica e mercadoloacutegica cada vez mais relevante

com a expansatildeo das redes de banda larga eacute possiacutevel acessar rapidamente as informaccedilotildees dos cursos a carregar viacutedeos e aacuteudios a visualizar o professor e os grupos de alunos em tempo real e a um custo relativamente baixo Tanto os cursos regulares presenciais como os a distacircncia vatildeo se aproximar do ponto de vista teacutecnico e metodoloacutegico Predominaratildeo nos proacuteximos anos os cursos semi-presenciais aproveitando o melhor do estar juntos e o melhor de estar conectados

Caminha-se para uma flexibilizaccedilatildeo forte de cursos tempos espaccedilos gerenciamento interaccedilatildeo metodologias tecnologias avaliaccedilatildeo Isso obriga a experimentar pessoal e institucionalmente modelos de cursos de aulas de teacutecnicas de pesquisa de comunicaccedilatildeo Todas as universidades e organizaccedilotildees educacionais em todos os niacuteveis precisam experimentar formas de integrar o presencial e o virtual garantindo a aprendizagem significativa Eacute importante que os nuacutecleos de educaccedilatildeo a distacircncia das universidades saiam do seu isolamento e se aproximem dos departamentos e grupos de professores interessados em flexibilizar suas aulas que facilitem o tracircnsito entre o presencial e o virtual

REFEREcircNCIAS

ALAVA Seacuteraphin (Org) Ciberspaccedilo e formaccedilotildees abertas rumo a novas praacuteticas educacionais Porto Alegre Artmed 2002

ALMEIDA M E B Projeto uma nova cultura de aprendizagem Disponiacutevel em ltwwwproinfogovbrgt Acesso em 25 mar 2002

AZEVEDO W A vanguarda (tecnoloacutegica) do atraso (pedagoacutegico) impressotildees de um educador online a partir do uso de ferramentas de courseware Disponiacutevel em ltwwwaquifoliumcombr educacionalartigosvanguardahtmlgt Acesso em 31 mar 2002

AZEVEDO W Comunidades virtuais precisam de animadores da inteligecircncia coletiva entrevista concedida ao portal da UVB (Universidade Virtual Brasileira) Disponiacutevel em ltwwwaquifoliumcombreducacionalartigosentruvbhtmlgt Acesso em 04 abr 2002

AZEVEDO W Muito aleacutem do jardim de infacircncia o desafio do preparo de alunos e professores on-line Disponiacutevel em

ltwwwaquifoliumcombreducacionalartigosmuitoalemhtmlgt Acesso em 04 abr 2002

BELLONI M L Educaccedilatildeo a distacircncia Campinas Autores Associados 1999

CASTELLS Manuel A sociedade em rede Rio de Janeiro Paz e Terra 1999

ESTEVES Antonia Petrowa OLIVEIRA Gabriella Dias de (Org) Educaccedilatildeo agrave distacircncia experiecircncias universitaacuterias Rio de Janeiro UERJ Centro de Tecnologia educacional 2001

HEIDE Ann STILBORNE Linda Guia do professor para a Internet Porto Alegre Artmed 2000

LANDIM Claudia Maria Ferreira Educaccedilatildeo a distacircncia algumas consideraccedilotildees Rio de Janeiro [sn] 1997

LITWIN Edith (Org) Educaccedilatildeo a distacircncia temas para o debate de uma nova agenda educativa Porto Alegre Artmed 2000

LUCENA Carlos FUKS Hugo A educaccedilatildeo na era da Internet Rio de Janeiro Clube do Futuro 2000

LUCENA Marisa um modelo de escola aberta na Internet kidlink no Brasil Rio de Janeiro Brasport 1997

MAIA Carmem Guia Brasileiro de educaccedilatildeo a distacircncia 2002-2003 Satildeo Paulo Esfera 2002

MORAES Maria Cacircndida (Org) Educaccedilatildeo a Distacircncia fundamentos e praacuteticas Campinas UNICAMPNIED 2002

Novas tendecircncias para o uso das tecnologias da informaccedilatildeo na educaccedilatildeo Disponiacutevel em ltwwwproinfogovbrgt Acesso em 06 abr 2002

MORAN Joseacute Manuel MASETTO Marcos BEHRENS Marilda Novas tecnologias e mediaccedilatildeo pedagoacutegica 4a ed Satildeo Paulo Papirus 2001

MORAN Joseacute Manuel Internet no ensino Comunicaccedilatildeo amp Educaccedilatildeo Satildeo Paulo v5 n14 p 17-26 janabr 1999

Textos sobre Tecnologias e Comunicaccedilatildeo Disponiacutevel em lthttp wwwecauspbrprofmorangt Acesso em 11 nov 2002

VALENTE J A Diferentes abordagens de educaccedilatildeo a distacircncia Disponiacutevel em ltwwwproinfogovbrgt Acesso em 23 mar 2002

A relaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior com a sociedade

Bernadete da Silva Ribeiro Batista

101 A relaccedilatildeo com o conjunto do sistema educativo

O sistema de ensino superior brasileiro relaciona-se com a sociedade por meio de muacuteltiplos canais a formaccedilatildeo de docentes e profissionais para a educaccedilatildeo basica o desenvolvimento de atividades de extensatildeo como tambeacutem atraveacutes de interaccedilotildees diversas com as empresas

A articulaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior com o restante do sistema educativo eacute ainda tenuemente consolidada e institucionalizada no Brasil Existem hoje escassos programas ou diretrizes legais destinados a promover uma maior interaccedilatildeo entre esses dois niacuteveis de ensino a qual restringe-se agrave formaccedilatildeo de docentes e profissionais para a educaccedilatildeo baacutesica

Conforme o previsto no artigo 62 da LDBN a formaccedilatildeo de docentes daacute-se mediante a oferta de cursos de niacutevel superiorlicenciatura plena em universidades ou institutos superiores de educaccedilatildeo Em seu art 63 prevecirc que Os institutos superiores de educaccedilatildeo manteratildeo cursos formadores de profissionais para a educaccedilatildeo baacutesica inclusive o Curso Normal Superior para formaccedilatildeo de docentes para a Educaccedilatildeo Infantil e quatro primeiras seacuteries do ensino fundamental programas de formaccedilatildeo pedagoacutegica para portadores de diploma de educaccedilatildeo superior que queiram se dedicar agrave educaccedilatildeo baacutesica programas de educaccedilatildeo continuada para os profissionais de educaccedilatildeo de diversos niacuteveis

A formaccedilatildeo de profissionais para a educaccedilatildeo baacutesica nas aacutereas de administraccedilatildeo planejamento inspeccedilatildeo supervisatildeo e orientaccedilatildeo educacional eacute oferecida em cursos de graduaccedilatildeo em Pedagogia ou em cursos de poacutes-graduaccedilatildeo segundo prevecirc o artigo 64 da LDBN

com relaccedilatildeo ao ingresso de estudantes nas universidades o artigo 51 prevecirc a autonomia das universidades no estabelecimento de criteacuterios que regeratildeo o processo de seleccedilatildeo Nesse sentido a LDBN estimula uma maior integraccedilatildeo entre o ensino meacutedio e o ensino superior que deveraacute ao estabelecer esses criteacuterios levar em consideraccedilatildeo as caracteriacutesticas

do ensino meacutedio responsaacuteveis pela preparaccedilatildeo dos candidatos para o ingresso na educaccedilatildeo poacutes-secundaacuteria Algumas faculdades e universidades tecircm estimulado essa integraccedilatildeo incorporando os resultados alcanccedilados pelos estudantes no ENEM (Exame Nacional do Ensino Meacutedio) como um dos criteacuterios para admissatildeo aos cursos de graduaccedilatildeo

102 A relaccedilatildeo com o sistema econocircmico

A interaccedilatildeo universidade-empresa constitui-se nos dia de hoje num instrumento importante de promoccedilatildeo do desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico dos paiacuteses representando uma experiecircncia largamente incentivada e desenvolvida nos Estados Unidos Coreacuteia Canadaacute Franccedila e Japatildeo No caso do Brasil os mecanismos de interaccedilatildeo mais complexos entre esses dois setores comeccedilaram a se desenvolver a partir da deacutecada de 90

Em fevereiro de 1992 foi criado o Instituto Uniemp (Foacuterum Permanente das Relaccedilotildees Universidade-Empresa) uma entidade com atuaccedilatildeo em niacutevel nacional com o objetivo de promover de forma sistemaacutetica a transferecircncia de conhecimentos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos da Universidade para a Empresa e a realizaccedilatildeo de pesquisas conjuntas num modelo de cooperaccedilatildeo comum nas economias mais desenvolvidas

Outras importantes iniciativas nessa aacuterea satildeo o Programa FINEP TEC e o Fundo Setorial Verde-Amarelo desenvolvidos pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e os Programas para Inovaccedilatildeo Tecnoloacutegica financiados pela Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Satildeo Paulo (FAPESP)

Criado em 1995 o FINEP-Tec (Programa de Apoio agrave Parceria Tecnoloacutegica Universidade - Empresa) atualmente desativado tinha como objetivos incentivar a participaccedilatildeo das unidades de pesquisa das universidades em projetos e programas de desenvolvimento tecnoloacutegico de empresas industriais ou agropecuaacuterias estimular a destinaccedilatildeo de recursos privados para as universidades apoiar o direcionamento das atividades de pesquisa para as reais necessidades das empresas e ampliar a capacidade da FINEP em atender a sua clientela de empresas e universidades Resultou desse Programa a criaccedilatildeo de escritoacuterios de transferecircncia de tecnologia em 12 universidades brasileiras

O Fundo Setorial Verde-Amarelo foi criado pela Lei ndeg 10168 de 29122000 regulamentado pelo Decreto ndeg 4195 de 11042002 e modificado pela Lei ndeg 10332 de 19122001 Esse Fundo destina-se

1 wwwunicmpbr

basicamente a Utilizar o patrimogravenio de conhecimento que o paiacutes vem construindo nas universidades e institutos tecnoloacutegicos para atender agraves demandas sociais um de seus eixos estrateacutegicos eacute a Cooperaccedilatildeo Tecnoloacutegica para a Inovaccedilatildeo o que apoia projetos cooperativos e esforccedilos coletivos de inovaccedilatildeo realizados entre os setores produtivos as instituiccedilotildees de pesquisa e as instituiccedilotildees de ensino superior (wwwfinepgovbr relatoacuterio de gestatildeo dos fundos setoriais 2001)

No estado de Satildeo Paulo a FAPESP desenvolve dois programas o ConSITec (Consoacutercios Setoriais para a Inovaccedilatildeo Tecnoloacutegica) que envolve a parceria dessa instituiccedilatildeo com uma equipe de pesquisa e um conglomerado de empresas e o PITE (Programa para a Inovaccedilatildeo Tecnoloacutegica) criado em 1995 que apoia projetos de pesquisa de novos produtos com alto conteuacutedo tecnoloacutegico desenvolvidos conjuntamente por empresas e algum instituto de pesquisa do estado de Satildeo Paulo (wwwfapespbrprogrdma de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica)

Quadro 101 Tipos de mecanismos de Interaccedilatildeo Universidade-Empresa

existentes no Brasil

Mecanismo

Centros de Inovaccedilatildeo

Tecnoloacutegica

Centros de Pesquisa

Incubadoras de Empresas de Base Tecnoloacutegica

Empresas Juacutenior

Escritoacuterios de Transferecircncia de Tecnologia

Fundaccedilotildees para o Desenvolvimento Tecnoloacutegico

Parques e Poacutelos Tecnoloacutegicos

Tecnoacutepole

Grandes Programas Cooperativos

DescriccedilatildeoObjetivos

Satildeo centros de desenvolvimento de pesquisas criados por iniciativa das universidades cujos principais objetivos satildeo estabelecer contato com empresas favoraacuteveis agrave interaccedilatildeo ajudar pesquisadores nas negociaccedilotildees com os empresaacuterios e buscar financiamentos para os projetos da universidade Eacute o caso do Conselho Regional de Inovaccedilatildeo e Transferecircncia - C R I T T - de Juiz de Fora

Criados geralmente para desenvolver pesquisas tecnoloacutegicas nas aacutereas de ceracircmica poliacutemeros telecomunicaccedilotildees novos materiais engenharia de processo dentre outros A universidade fornece o espaccedilo fisico e equipamentos reduz custos de projetos de pesquisa da empresas associadas e estimula a participaccedilatildeo de docentes por meio de incentivos na carreira acadecircmica

Destinadas ao desenvolvimento de novas empresas produtoras de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Pode ser um programa ou segmento da instituiccedilatildeo As empresas incubadas satildeo oferecidos instalaccedilatildeo Tiacutesica contato com universidades e institutos de pesquisa serviccedilos contaacutebeis juriacutedicos de secretaria telefone fax e isenccedilatildeo de aluguel e impostos por um determinado periacuteodo de tempo As primeiras experiecircncias de implantaccedilatildeo de incubadoras no pais datam de 19881989 Segundo dados da Anprotec2002 existem hoje 183 incubadoras em operaccedilatildeo 45 9 delas na regiatildeo Sul e a maior parte atuando nas aacutereas de softwareinformaacutetica eletroeletroacutenico Internet E-commerce mecacircnica design telecomunicaccedilotildees quiacutemica farmaacutecia cosmeacuteticos biotecnologia couro alimento confecccedilotildees e outros

Satildeo organizaccedilotildees sem Fins lucrativos constituidas por alunos de graduaccedilatildeo de diferentes cursos de universidades ou faculdades brasileiras sob a supervisatildeo teacutecnica de professores universitaacuterios O principal objetivo eacute contribuir para a formaccedilatildeo do graduando por meio da prestaccedilatildeo de serviccedilos de consultoria aacute sociedade a preccedilos mais acessiacuteveis Estima-se que existam hoje aproximadamente 400 empresas-juacutenior das diversas aacutereas e campos do conhecimento

Prestam serviccedilos de gestatildeo e monitoramento continuo das atividades de interaccedilatildeo entre a universidade e a empresa principalmente em relaccedilatildeo aacute transferecircncia dos resultados de pesquisas comercializaccedilatildeo de tecnologia licenciamentos e patentes Geralmente os F I T S encontram-se vinculados aacute Proacute-Reitoria de Extensatildeo ou de Poacutes-Graduaccedilatildeo das universidades brasileiras A Universidade de Satildeo Paulo foi a primeira a implementar esse tipo de iniciativa por meio da criaccedilatildeo da Coordenadoria Executiva de Cooperaccedilatildeo Universitaacuteria e de Atividades Especiais (CECAE) em 1991 Existem hoje cerca de 30 escritoacuterios de transferecircncia de tecnologia no pais

Foram criadas com o intuito de facilitar a conduccedilatildeo das interaccedilotildees entre as universidades e as empresas O fato de ser uma instituiccedilatildeo de direito privado permite u ma maior agilidade na execuccedilatildeo das rotinas administrativas na formaccedilatildeo de equipes de execuccedilatildeo de projetos no cumprimento de prazos na aquisiccedilatildeo de equipamentos e na oferta de subsiacutedios necessaacuterios aacute realizaccedilatildeo da interaccedilatildeo com o meio empresarial

Os poacutelos tecnoloacutegicos satildeo regiotildees consideradas de intenso potencial no setor em decorrecircncia da concentraccedilatildeo espacial de universidades institutos de pesquisa e de empresas de tecnologia de ponta da maior preacute-disposiccedilatildeo de intercacircmbio entre esses e da existecircncia de arranjos institucionais mais aacutegeis para facilitar a transferecircncia e difusatildeo tecnoloacutegica O parque tecnoloacutegico configura-se como um tipo de poacutelo tecnoloacutegico As principais experiecircncias brasileiras desse tipo foram implementadas em cidades do estado de Satildeo Paulo Santa Catarina Parana Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro

Considerada como uma regiatildeo que busca a inovaccedilatildeo a tecnoacutepole tem o objetivo de estabelecer os fluxos de conhecimento que virtualmente colocam uma cidade e sua regiatildeo no estaacutegio de poacutelo de difusatildeo de ciecircncia e tecnologia como exemplo tem se o Projeto Porto Alegre Tecnoacutelope desenvolvido na capital do Rio Grande do Sul

Associaccedilatildeo de vaacuterias empresas a uma universidade ou a vaacuterias formando uma cooperativa cora o objetivo de desenvolver pesquisas de Interesse de todos os integrantes ou de solucionar problemas comuns

Fonte Quadro elaborado a partir do estudo desenvolvido por Neila Viana da Cunha MECanismos de Interaccedilatildeo Universidade-Empresa e seus Agentes o Gate Keeper e o Agente Universitaacuterio de Interaccedilatildeo

103 A relaccedilatildeo com o sistema social e cultural

A relaccedilatildeo do sistema de ensino superior com o sistema social e cultural eacute mediada principalmente pelo desenvolvimento de praacuteticas extensionistas

Legalmente o termo extensatildeo universitaacuteria foi adotado pela primeira vez na Reforma Francisco Campos (Decreto-Lei ndeg 19851 de U041931) Nesse Decreto a extensatildeo universitaria destinava-se agrave difusatildeo de conhecimentos filosoacuteficos artiacutesticos literaacuterios e cientiacuteficos em benefiacutecio do aperfeiccediloamento individual e coletivo cursos intra e extra-universitaacuterios conferecircncias

Entretanto foi somente com a promulgaccedilatildeo da Reforma do Ensino Superior (Lei ndeg 5540) em 1968 que as atividades de ensino pesquisa e extensatildeo passaram a ter caraacuteter indissoluacutevel nas universidades brasileiras as quais desde entatildeo passaram a promover praacuteticas extensionistas

Na nova LDB (Lei ndeg 939496) a extensatildeo eacute definida como uma das finalidades da universidade com o intuito de democratizar as conquistas e benefiacutecios resultantes da criaccedilatildeo cultural e da pesquisa cientiacutefica e tecnoloacutegica gerada na instituiccedilatildeo um passo importante na consolidaccedilatildeo das atividades de extensatildeo universitaacuteria em nosso paiacutes foi dado com o desenvolvimento do Plano Nacional de Extensatildeo elaborado pelos proacute-reitores das universidades puacuteblicas brasileiras e hoje apoiado pelo MEC De acordo com esse documento a extensatildeo eacute uma praacutetica acadecircmica que interliga a Universidade nas suas atividades de ensino e de pesquisa com as demandas da maioria da populaccedilatildeo possibilita a formaccedilatildeo do profissional cidadatildeo e se credencia cada vez mais junto agrave sociedade como espaccedilo privilegiado de produccedilatildeo do conhecimento significativo para a superaccedilatildeo das desigualdades sociais existentes Satildeo objetivos desse Plano

Dar prioridade agraves praacuteticas voltadas ao atendimento de necessidades sociais emergentes como as relacionadas com a aacuterea de educaccedilatildeo sauacutede e habitaccedilatildeo produccedilatildeo de alimentos geraccedilatildeo de emprego e ampliaccedilatildeo da renda Enfatizar a utilizaccedilatildeo da tecnologia disponiacutevel para ampliar a oferta de oportunidades e melhorar a qualidade da educaccedilatildeo aiacute incluindo a educaccedilatildeo continuada a distacircncia Considerar as atividades voltadas para a produccedilatildeo e preservaccedilatildeo cultural e artiacutestica como relevantes para o desenvolvimento nacional e regional Estimular a inclusatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental e do Desenvolvimento Sustentaacutevel como componentes da atividade extensionista

Valorizar programas de EXTENSAtildeO interinstitucionais sob a forma de consoacutercios redes ou parcerias e as atividades voltadas para o intercacircmbio e para a solidariedade nacional e internacional Tornar permanente a avaliaccedilatildeo institucional das atividades de EXTENSAtildeO universitaacuteria como um dos paracircmetros de avaliaccedilatildeo da proacutepria Universidade Criar condiccedilotildees para a participaccedilatildeo da Universidade na elaboraccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas voltadas para a maioria da populaccedilatildeo bem como para se constituir em organismo legiacutetimo para acompanhar e avaliar a implementaccedilatildeo das mesmas Possibilitar novos meios e processos de produccedilatildeo inovaccedilatildeo e transferecircncia de conhecimentos permitindo a ampliaccedilatildeo do acesso ao saber e do desenvolvimento tecnoloacutegico e social do paiacutes Viabilizar a prestaccedilatildeo de serviccedilos como produto de interesse acadecircmico cientiacutefico filosoacutefico tecnoloacutegico e artiacutestico do Ensino Pesquisa e Extensatildeo (wwwmecgovbr)

Quadro 102 Tipos de praacuteticas de extensatildeo desenvolvidas

nas universidades brasileiras

Praacuteticas de Extensatildeo

Prestaccedilatildeo de Serviccedilos

Assistecircncia Teacutecnica

Ensino de Extensatildeo

Difusatildeo Cultural

Descriccedilatildeo Eacute a forma como a universidade procura atender aacutes demandas atraveacutes de atividades de ensino pesquisa consultoria assistecircncia teacutecnica e profissional utilizando a disponibilidade de seus recursos humanos e materiais em parcerias com entidades puacuteblicas ou privadas por meio de convecircnios acordos contratos ou outros instrumentos legais e recebendo a devida contrapartida pecuniaacuteria para ressarcimento de seus custos e captaccedilatildeo de recursos para o fomento de suas atividades Eacute a forma como a universidade busca atender as necessidades da comunidade ou agrave demanda especiacutefica por meio de atividades teacutecnicas especializadas sem contrapartida pecuniaacuteria pois utiliza a disponibilidade de seus recursos humanos e materiais Atividades desenvolvidas sob a forma de programas de educaccedilatildeo continuada cursos ou apresentaccedilatildeo de palestras conferecircncias discursos em eventos (encontros congressos simpoacutesios jornadas coloquios oficinas de trabalho seminaacuterios ciclos de palestras convenccedilotildees debates ou outros) estaacutegios curriculares Atividades desenvolvidas sob a forma de exposiccedilotildees espetaacuteculos recitais exibiccedilotildees concertos performances ou audiccedilotildees de cunho cientiacutefico tecnoloacutegico desportivo filosoacutefico social educacional artiacutestico e cultural

Fonte Ecircnio Waldir da Silva A extensatildeo universitaacuteria concepccedilotildees e praacuteticas Tese de Doutorado Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sociologia UFRGS Porto Alegre

Globalizaccedilatildeo internacionalizaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo interinstitucional

Maria Estela Dal Pai Franco

O intercambio de conhecimentos teacutecnicos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e culturais eacute uma praacutetica em franca ascensatildeo no mundo globalizado e certamente instrumento de promoccedilatildeo do desenvolvimento dos paiacuteses de aproximaccedilatildeo e de entendimento no enfrentamento de tensotildees externas e no estreitamento de laccedilos poliacutetico-econocircmicos A cooperaccedilatildeo internacional nas uacuteltimas deacutecadas no Brasil cresceu nos niacuteveis governamental e institucional e tem acompanhado pari passu a trajetoacuteria da educaccedilatildeo superior brasileira

Foi na segunda metade do seacuteculo XX que a cooperaccedilatildeo ampliou-se e teve repercussotildees na educaccedilatildeo superior A partir dos anos de 1960 ocorreram trecircs processos cujos resultados merecem destaque a ampliaccedilatildeo dos convecircnios e dos estudantes-convecircnio e o movimento da reforma da universidade brasileira

Quanto agrave ampliaccedilatildeo de convecircnios o Brasil finalizou a deacutecada de 1960 tendo firmado acordos culturais com paiacuteses diversos1 A deacutecada de 1970 trouxe um novo movimento de ampliaccedilatildeo das parcerias estrateacutegicas brasileiras como o Acordo Nuclear com a Alemanha em 1975 e as parcerias com paiacuteses em desenvolvimento eou com interesses semelhantes (Aacutefrica Oriente Meacutedio e Aacutesia)

O crescimento da demanda de cursos de graduaccedilatildeo por estudantes especialmente latino-americanos levou agrave promulgaccedilatildeo do decreto2 que torna obrigatoacuterio o registro de estudantes estrangeiros

1 Ver a indicaccedilatildeo dos respectivos decretos em CARVALHO Guido Ivan de Ensino Superior legislaccedilatildeo e jurisprudecircncia Rio de Janeiro Cia Melhoramentos 1969 489p (pp 436-438) Acordos foram firmados com Argentina Beacutelgica Boliacutevia Chile China Colocircmbia Coreacuteia Costa Rica Dinamarca Repuacuteblica Dominicana El Salvador Equador Espanha Estados Unidos da Ameacuterica Franccedila Guiana Gratilde-Bretanha Irlanda do Norte Honduras iacutendia Iratilde Israel Itaacutelia Japatildeo Liacutebano Meacutexico Nicaraacutegua Paiacuteses Baixos Panamaacute Paquistatildeo Paraguai Peru Polocircnia Portugal Repuacuteblica Aacuterabe Unida Senegal Tuniacutesia Uruguai e Venezuela 2 BRASIL Presidecircncia da Repuacuteblica Decreto ndeg 55613 de 20 de janeiro de 1965 Torna obrigatoacuterio o registro de estudantes estrangeiros beneficiados por convecircnios culturais (estudantes-convecircnios) e daacute outras providecircncias

beneficiados por convecircnios culturais (estudantes-convecircnios) e daacute outras providecircncias entre elas a obrigaccedilatildeo do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura fixar o nuacutemero de vagas para estes

No que diz respeito aos movimentos de reforma da universidade brasileira deve-se destacar oacordo MEC-Usaid pela influecircncia que teve na Reforma Universitaacuteria3 de 1968

O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e do Desporto e o Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia desenvolvem atividades de cooperaccedilatildeo internacional em estreita colaboraccedilatildeo e sob a coordenaccedilatildeoarticulaccedilatildeo do Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE)

111 A presenccedila das instituiccedilotildees nacionais em outros paiacuteses

As instituiccedilotildees brasileiras de ensino superior operam apenas no territoacuterio nacional Entretanto a participaccedilatildeo internacional de professores pesquisadores brasileiros se faz presente em projetos e consultorias em acircmbito internacional e em organismos internacionais de cooperaccedilatildeo

112 A internacionalizaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior e o reconhecimento de tiacutetulos diplomas e certificados de estudo

Duas questotildees devem ser destacadas com relaccedilatildeo agrave internacionalizaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior o reconhecimento de cursos oferecidos por instituiccedilotildees estrangeiras e a revalidaccedilatildeo de tiacutetulos diplomas e certificados obtidos no exterior

Os cursos promovidos por instituiccedilotildees estrangeiras no Brasil associados ou natildeo a uma instituiccedilatildeo brasileira satildeo normatizados pela Portaria ndeg 228 do MEC de 150396 e pela Resoluccedilatildeo ndeg 1 do CNE CES de 260297 A Resoluccedilatildeo dispotildee que

Art 1deg Natildeo seratildeo revalidados nem reconhecidos para quaisquer fins legais diplomas de graduaccedilatildeo e de Poacutes-graduaccedilatildeo em niacuteveis de Mestrado e Doutorado obtidos atraveacutes de cursos ministrados no Brasil oferecidos por instituiccedilotildees

3 BRASIL Congresso Nacional Lei ndeg 5540 de 28 de novembro de 1968 Fixa normas de organizaccedilatildeo e funcionamento do ensino superior e sua articulaccedilatildeo com a escola meacutedia e daacute outras providecircncias Pelo Decreto ndeg 63913 de 26 de dezembro de 1968 eacute instituiacuteda a CAI - Comissatildeo de Assuntos Internacionais no Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura

estrangeiras especialmente nas modalidades semipresencial ou agrave distacircncia diretamente ou mediante qualquer forma de associaccedilatildeo com instituiccedilotildees brasileiras sem a devida autorizaccedilatildeo do Poder Puacuteblico nos termos estabelecidos pelo artigo 2091 e II da Constituiccedilatildeo Federal

A Lei ndeg 939496 em seu art 48 estabelece que Os diplomas de cursos superiores reconhecidos quando registrados teratildeo validade nacional como prova da formaccedilatildeo recebida por seu titular Os Paraacutegrafos 1ordm e 2o dispotildeem que

sect 2o Os diplomas de graduaccedilatildeo expedidos por universidades estrangeiras seratildeo revalidados por universidades puacuteblicas que tenham curso do mesmo niacutevel e aacuterea ou equivalente respeitando-se os acordos internacionais de reciprocidade ou equiparaccedilatildeo sect 3o Os diplomas de Mestrado e de Doutorado expedidos por universidades estrangeiras soacute poderatildeo ser reconhecidos por universidades que possuam cursos de poacutes-graduaccedilatildeo reconhecidos e avaliados na mesma aacuterea de conhecimento e em niacutevel equivalente ou superior

como os criteacuterios e procedimentos de revalidaccedilatildeo satildeo definidos pelas universidades no exerciacutecio de sua autonomia observadas as normas pertinentes algumas delas somente apreciam solicitaccedilotildees quando se trata de cursos efetivamente frequumlentados no exterior e cuja documentaccedilatildeo contenha prova inequiacutevoca de tal situaccedilatildeo Os diplomas provenientes dos paiacuteses que integram o Mercosul em que pese o Decreto ndeg 3196 de 19994 tambeacutem estatildeo sujeitos ao exame de reconhecimento

Na atualidade jaacute haacute discussotildees que transcendem os limites do paiacutes e sobre o reconhecimento de cursos e validaccedilatildeo de diplomas obtidos nos paiacuteses integrantes do Mercosul5

4 BRASILPresidecircncia da Repuacuteblica Decreto ndeg 3196 de 5 de outubro de 1999 Promulga o Protocolo de Integraccedilatildeo Educacional para Prosseguimento de Estudos de poacutes-graduaccedilatildeo nas Universidades dos Paiacuteses-Membros do Mercosul concluiacutedo em Fortaleza em 16 de dezembro de 1996 DOU ndeg 192 de 6 de outubro -10-1999 pag 12 5 O GEU-UFRGS haacute anos em desenvolvido projetos para a discussatildeo de criteacuterios conjuntos no acircmbito do Mercosul sobre reconhecimento de instituiccedilotildeescursos e validaccedilatildeo de diplomas Outrossim pesquisadores brasileiros tecircm participado de projetos da Uniatildeo Europeacuteia que direta ou indiretamente colaboram no estabelecimento de pontos comuns na questatildeo o projeto ALFA-BRACARA (UEAlfa) coordenado pelo CRUP (Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas) e o projeto Alfa-Acro coordenado por Joseacute-Gines Mora da Universidade de Valencia

113 A mobilidade internacional de estudantes

A CAPES eacute a principal agecircncia brasileira de fomento agrave qualificaccedilatildeo de quadros de pessoal Estimula a cooperaccedilatildeo atraveacutes da concessatildeo de bolsas para estudantes brasileiros no exterior para estudantes estrangeiros em universidades brasileiras e outras modalidades O CNPq eacute a principal agecircncia de fomento agrave pesquisa com atuaccedilatildeo na cooperaccedilatildeo internacional Concede menos bolsas para estudantes no exterior do que a CAPES agecircncia que objetiva a qualificaccedilatildeo

1131 O volume e o objeto dos intercacircmbios estudantis A CAPES promove o intercacircmbio internacional de estudantes

atraveacutes da concessatildeo de bolsas de poacutes-graduaccedilatildeo (modalidades de Doutorado Doutorado Sanduiacuteche Mestrado e Especializaccedilatildeo) e de Graduaccedilatildeo (Graduaccedilatildeo Sanduiacuteche) oferecida a partir de 2000 No ano de 2002 a CAPES concedeu 1533 bolsas nas vaacuterias modalidades Em relaccedilatildeo agrave 1996 houve um aumento de 364 Comparando com as concedidas em 19981743 bolsas houve um decreacutescimo de 12 (Tabela 111) As bolsas de poacutes-graduaccedilatildeo aumentaram 1712 na modalidade Doutorado Sanduiacuteche passando de 146 para 396 no periacuteodo 1996-2002 As bolsas de Mestrado passaram de 53 para 14 num decreacutescimo de 749 As bolsas de Doutorado tiveram uma queda de 173 No ano 2002 elas representaram 445 das bolsas concedidas As bolsas de Graduaccedilatildeo Sanduiacuteche constituiacuteram 131 do total das bolsas A diminuiccedilatildeo de bolsas de Mestrado e de Doutorado deve-se em parte agrave expansatildeo dos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo stricto sensu que hoje integram o consolidado sistema de poacutes-graduaccedilatildeo brasileiro

Tabela 111 CAPES Bolsistas no Exterior por modalidade de bolsa (1996-2002)

NiveisModalidade

DocentesPoacutes- Doutorado

Poacutes-graduaccedilatildeo

Doutorado

Doutorado Sanduiacuteche

Mestrado

Especializaccedilatildeo

graduaccedilatildeo Sanduiacuteche

Total

1996

104(82)

1174(918)

960(751)

146(114)

53(41)

15(12)

-1278(100)

Ano

1998

172(114)

1334(886)

974 (647)

258(171)

24(16)

78 (52)

-1506(100)

2000

138(8)

1167(669)

794 (455)

307(176)

8(05)

58 (33)

438(251)

1743(100)

2002

229(149)

1104(72)

681 (445)

396 (258)

14(09)

13(08)

200(131)

1533(100)

crescimento 9602

1202

-596

-29

171

-749

-133

-543

199

Fonte CAPES Boletins Estatiacutesticos httpwwwCAPESgovbr acesso em 18 de julho de 2002 Percentual de crescimento entre 2000 e 2002 Obs Todos os dados satildeo referentes ao mecircs de janeiro dos respectivos anos indicados

Tabela 112 CNPq Bolsas de poacutes-graduaccedilatildeo no exterior por modalidade e ano ()

Modalidade

Aperfeiccediloamento- APE

EstaacutegioEspecializaccedilatildeo -SPE

Mestrado - GME

Doutorado - GDE

Doutorado sanduiche-SWE

Total

1995

13

(01)

327

(18)

46

(03)

14552

(811)

3007

(167)

17945

1996

45

(03)

402

(28)

05

(01)

11180

(805)

2273

(163)

13905

1997

59

(06)

233

(25)

00

8034

(855)

1067

(114)

9393

1998

31

(05)

76

(11)

05

(01)

5718

(862)

803

(121)

6633

1999

58

(11)

33

(06)

04

(01)

4614

(891)

469

(91)

5178

2000

15

(03)

55

(13)

0

3908

(840)

673

(144)

4651

de crescimento

9600

-75

-875

-100

-651

-705

-665

Fonte CNPq wmvcnpqbr acesso em 8 de julho de 2002 CNPqSUPAElCOAV (dados primaacuterios obtidos do Sistema Gerencial de Fomento - SIGEF)

A Tabela 112 mostra o nuacutemero de bolsas concedidas pelo CNPq no exterior por modalidade-ano Em 2000 o CNPq concedeu 4651 bolsas As bolsas de Doutorado (GDE) representaram 84 do total Seguem-se as bolsas Doutorado Sanduiacuteche com 144 Entre 1995 e 2000 todas as modalidades apresentaram reduccedilatildeo no nuacutemero de bolsas O total de bolsas caiu 665 passando de 17949 em 1995 para as 4651 em 2000 A modalidade Mestrado jaacute baixa em 1995 (03) no decorrer do periacuteodo foi extinta Entretanto a maior reduccedilatildeo constatada entre 1996 e 2000 foi na modalidade estaacutegioespecializaccedilatildeo (SPE) que caiu 875 seguida da modalidade Aperfeiccediloamento (APE) com queda de 75 doutorado sanduiacuteche (SWE) com queda de 705 e Doutorado (GDE) com queda de 651 Isso deriva em parte da proacutepria expansatildeo da oferta de cursos de poacutes-graduaccedilatildeo no paiacutes que cobre os distintos campos do saber cientiacutefico

1132 As principais aacutereas do conhecimento especialidades ou setores de estudo dos intercacircmbios A CAPES concede bolsas no exterior em todas as aacutereas do

conhecimento A Tabela 113 mostra que no ano 2002 a aacuterea de Engenharias e Ciecircncias da Computaccedilatildeo foi a que mais recebeu bolsas num total de 238 Logo a seguir estatildeo as Ciecircncias Humanas com 153 as Ciecircncias Sociais Aplicadas com 15 e as Ciecircncias Exatas e da Terra com 143 Pode-se perceber tambeacutem uma mudanccedila nas aacutereas mais contempladas Entre 1996 e 1998 Engenharias e Ciecircncias da

Computaccedilatildeo apareciam em quarto lugar e Ciecircncias Exatas e da Terra juntamente com Ciecircncias Humanas estavam entre as que recebiam maior nuacutemero de bolsas

Tabela 113 CAPES Bolsistas no exterior por grande aacuterea

do conhecimento 1996-2002

Grande Aacuterea de Conhecimento

Ciecircncias Exatas e da terra

Ciecircncias Bioloacutegicas

Engenharias e e Computaccedilatildeo

Ciecircncias da Sauacutede

Ciecircncias Agraacuterias

Ciecircncias Sociais Aplicadas

Ciecircncias Humanas

Linguumlistica Letras e Artes

Multidisciplinar

Total

1996

225(176)

80 (62)

185(145)

106(83)

104(81)

208(163)

222(174)

148(116)

-1278(100)

1998

258(172)

108(72)

193(128)

150(99)

122(82)

209(139)

239(158)

227(15)

-1506(100)

2000

197(113)

118(68)

581 (333)

1(15(61)

168 (96)

191(109)

192(111)

191 (109)

-1743(100)

2002

220(143)

111(72)

363 (238)

100(65)

121 (79)

230(15)

235 (153)

150(98)

3 (02)

1533(100)

Fonte CAPES Boletins Estatiacutesticos httpwwwCAPESgovbr acesso em 18 de julho de 2002 Obs Todos os dados satildeo referentes ao mecircs de janeiro dos respectivos anos indicados

O CNPq diminuiu em todas as aacutereas o nuacutemero de bolsas no exterior sendo mais acentuado o decreacutescimo nas Aacutereas das Ciecircncias da Sauacutede nas Ciecircncias Humanas nas Ciecircncias Sociais Aplicadas e na Linguumliacutestica Letras e Artes No ano 2000 a Aacuterea de Engenharia e Informaacutetica concentrou 312 das bolsas seguida das Ciecircncias Exatas e da Terra (213) Nota-se a concentraccedilatildeo de bolsas nas aacutereas de tecnologia ciecircncias agraacuterias e bioloacutegicas que somam 736 das quotas concedidas As demais somam apenas 264 das quotas O CNPq ao longo dos anos em todas as aacutereas tem concedido mais bolsas de doutorado do que nas demais modalidades (Tabela 114)

Tabela 114 CNPq Bolsas no exterior (alunos) por aacuterea de conhecimento

e modalidade 1997-2000 Grande aacuterea ( 1 ) Modalidade

Ciecircncias Agraacuterias Doutorado Doutorado Sanduiacuteche EstaacutegioEspecializaccedilatildeo

Ciecircncias Bioloacutegicas Doutorado Doutorado Sanduiche EstaacutecioEspecializaccedilatildeo

Ciecircncias da Sauacutede Aperfeiccediloamento

Doutorado Doutorado Sanduiche EstaacutegioEspecializaccedilatildeo

Ciecircncias Exatas e da Terra Aperfeiccediloamento

Doutorado Doutorado Sanduiche Estaacutegio Especializaccedilatildeo

Ciecircncias Humanas Aperfeiccediloamento

Doutorado Doutorado Sanduiche

Ciecircncias Sociais Aplicadas Aperfeiccediloamento Doutorado Doutorado Sanduiacuteche EstaacutecioEspecializaccedilatildeo

Mestrado Engenharias e Informaacutetica

Aperfeiccediloamento Doutorado Doutorado Sanduiacuteche EstaacutegioEspecializaccedilatildeo

Linguiacutestica Letras e Artes Aperfeiccediloamento

Doutorado Doutorado Sanduiacuteche

Total

1997 930(102) 887 (955)

43 (45)

-713(78)

532 (746) 110(154)

71(10) 567 (63)

13(23) 436 (769) 110(194)

08(14) 1112(122)

02 (03) 917(824)

193(173)

-1146(126)

33 (29) 996 (869) 117(102)

1028(106)

-972 (945)

51 (50)

05 (05)

3039(333) 08 (03)

2737(901) 228 (75)

66(21) 630 (7)

05 (08)

547 (868) 78(124)

9165(100)

Nuacutemero de bolsas (2) 1998

707(107)

667 (943) 38 (54)

02 (03) 524 (79)

423 (807) 83(159)

18(34) 278(421

192(691) 83 (298) 03(11)

905(137)

742(819) 163(181)

-765(116)

33 (46) 672 (8761

60(78) 707(107)

-629 (88lgt)

68 (97)

05 (07) 05 (07)

2335 (354)

-2064 (884)

233 (99) 38(17)

379 (58) 03 (08)

329 (864) 47(124)

6600(100)

1999 527(102) 513(973)

11 (22) 03 (05)

474 (92) 427(901)

39 (82) 08(17)

169(33) 03(18)

128 (758) 38 (224)

-938(182)

-806 (859) 132(141)

551 (107) 48 (87)

480(871) 23 (42)

418(81)

377 (902) 32(76)

05(12) 04(1)

1829(355)

-16S6(922)

125(68)

18(1) 246 (48) 07 (28)

198(805) 41 (167)

5152(100)

2000 471 (101) 448(951)

23 (49)

-513(11)

457(890) 52(101)

04 (09) 199(43) 13(65)

134(673) 52 (262)

-993(213)

-823 (828)

157(154) 13(18)

490(105)

-394 (804) 96(196) 354 (76)

03 (08) 287(812)

59(166) 05(14)

-1449(312)

-123 (853) 180(124)

33 (23) 184(4)

-130(706) 54 (294)

4653 (100)

Fonte CNPq wwwcnpqbr acesso em 8 de julho de 2002 CNPqSUPAEl (dados primaacuterios obtidos do Sistema Gerencial de Fomento - S1GEF) Percentual em relaccedilatildeo ao total geral (1) Aacutereas vigentes no CNPq (2) Cada bolsa equumlivale a 12 (doze) mensalidades pagas por ano para 1 (um) ou mais bolsistas

A Tabela 115 destaca os paiacuteses que receberam o maior nuacutemero de bolsistas da CAPES Eacute interessante observar que das 1533 bolsas concedidas pela CAPES em 2002 a maior parte 868 ou 572 foram direcionadas aos Estados Unidos e agrave Franccedila Tecircm um lugar de destaque a Gratilde-Bretanha e a Alemanha com 106 e 101 das quotas respectivamente

Tabela 115 CARES Paiacutes de destino dos bolsistas brasileiros por modalidade de bolsa (2002)

Pais

Estados Unidos

Franccedila Gratilde-Bretanha

Alemanha Espanha

Portugal Canadaacute

Itaacutelia Austraacutelia Holanda

Suiccedila Outros Paiacuteses Total

Total

458 419

163 152

78

68 67

33

26 25

11 33

1533

Doutorado

223

134

126 24

55

23 31

11 18 19

5

1ordf 681

Modalidade Doutorado Sanduiacuteche

123 117

25 19

11 36 17

15 6

5

6 16

396

Especializaccedilatildeo Mestrado-M

14(M)3

3 1

3

- 1 1

-

1 14 (M) 13

Grad Sand

99

-101

-- ---

200

Poacutes Doutor

95

66

11 5

12 9

18

6 2

1

-4

229 Fonte CAPES Boletins Estatiacutesticos httpwwwCAPESgovbr acesso em 18 de julho de 2002 Obs Os dados satildeo referentes ao mecircs de janeiro de 2002 Outros Paiacuteses Beacutelgica Argentina Meacutexico Irlanda Nova Zelacircndia Aacuteustria Dinamarca Costa do Marfim Israel Japatildeo Noruega Repuacuteblica Dominicana Sueacutecia e Uruguai

A Tabela 116 destaca as bolsas concedidas pelo CNPq nas modalidades de Doutorado (3977) e Doutorado Sanduiacuteche (689) por paiacutes de destino Em 2000 20 paiacuteses receberam bolsistas brasileiros Os mais procurados foram EUA Inglaterra Franccedila Alemanha e o Canadaacute que juntos contemplam 836 das quotas

Tabela 116 CNPq Nuacutemero de bolsas no exterior (alunos)

por paiacutes de destino e modalidade (2000)

Pais

Alemanha Austraacutelia Beacutelgica

Canadaacute Escoacutecia Espanha Estados Unidos Finlacircndia Franccedila Holanda Inglaterra Itaacutelia Suiccedila Outros Paiacuteses Total

Doutorado Bolsas 187 [5ordm]

101 47

207 [4ordm] 74

146 1663 [1ordm]

03 444 [3]

78 866 [2o]

33 46 82

3977(10

47 25 12 52

2 36 42

01 112

2 212 08 15

2

0)

Modalidade Doutorado Sanduiacuteche

Bolsas 66 17 18 42

-36

235

-121 20 60 25 29 20

101 29

3 59

45 335

174 31 86 33 75

3 689(100)

Total Bolsas

253 [41 118 65

249 [5o] 74

182 1914 [1deg]

03 565 [3ordm]

98 926[2ordm]

58 75

100 4682(10

54 25 13 53 15

4 41

01 12

19 20 12

16 21

0) Fonte CNPqBusca Tabular httpwwwcnpqbr acesso em 1607 de 2002 Ano base 2000 Foram concedidas 16 quotas de aperfeiccediloamento nos EUA [Posiccedilatildeo do paiacutes quanto ao nuacutemero de Bolsas] Outros Paiacuteses Finlacircndia Aacuteustria Dinamarca Japatildeo Nova Zelacircndia Paiacutes de Gales Portugal e Sueacutecia

A Fulbright eacute outro organismoprograma que favorece a mobilidade estudantil Programa de Intercacircmbio Educacional e Cultural do Governo dos Estados Unidos a Fulbrigth6 prioriza as aacutereas de Ciecircncias Humanas e Sociais A Comissatildeo brasileira criada em 1957 promove o intercacircmbio atraveacutes da concessatildeo de bolsas para estudantes brasileiros nos Estados Unidos e americanos no Brasil Entre 1999-2001 a Fulbright concedeu 49 bolsas para estudantes brasileiros realizarem cursos em Universidades dos EUA Em 1999 foram concedidas 13 bolsas distribuiacutedas nas modalidades de Doutorado Poacutes-doutorado e Scholar-in-Residence (Tabela 117) Em 2000 foram distribuiacutedas 10 bolsas de doutorado e em 2001 26 bolsas

Tabela 117 Bolsas da cooperaccedilatildeo Fulbright-Brasil por aacuterea ano e modalidades

Aacuterea de Conhecimento

Ciecircncias Exatas e da Terra

Ciecircncias Bioloacutegicas

Engenharias CComputaccedilatildeo

Ciecircncias da Sauacutede

CSociais Aplic

Ciecircncias Humanas

Linguistica Letras e Artes

Totais Modalidade

Total por Ano

D

--I

3

1

5

1999

PD

-1

2

1 2

6

M

SR

1

1

-2

An

2000

D

1

3

1

1

2

2

id

10

oModa idades

D

-

1

1

2

5 2

11

PD

-

2001

filili

-1

- 3

2

-6

Fiec

3

3

26

(AP)

AAP

--

1

1(AP)1

1

1

l(AP)4

Total

1

2 7

3

16

15

5

49 49

Fonte Comissatildeo Fulbright BrasiacuteliaDF Brasil 2002 Legenda D Doutorado PD Poacutes-doutorado SR Scholar-in-Residence Program HHH Hubert H Humphrey Fiec FiecFulbright Program AP IFP International Fellowship (Amcham Program) AAP American Airlines Program

Dos 49 bolsistas brasileiros da Fulbright no periacuteodo de 1999-2001 36 deles (818) eram oriundos de universidades e 8 (182) de outras instituiccedilotildees oacutergatildeos puacuteblicos e centros de pesquisa Outrossim 817 das quotas foram concedidas para as regiotildees Sul ( 16 bolsas363) e Sudeste (20 bolsas454)

6 A Fulbright foi estabelecida em 1946 por lei de autoria do Senador J William Fulbright com objetivo de ampliar entendimento entre paiacuteses com os Estados Unidos jaacute concedeu cerca de 223000 bolsas de estudo pesquisa e docecircncia abarcando aproximadamente 150 paiacuteses Para fins administrativos a Fulbright faz uso de comissotildees binacionais compostas por cidadatildeos norte-americanos residentes no paiacutes e cidadatildeos locais No Brasil satildeo designados pelo Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores e tem uma diretoria executiva sediada em Brasiacutelia Conta com o apoio de um Escritoacuterio de Consultas Educacionais no Rio de Janeiro e mais dezessete escritoacuterios situados em diversas cidades brasileiras atendendo a mais de 55000 pedidos por ano

No ano de 2001 tambeacutem foram concedidas 14 bolsas Fulbright para alunos norte americanos virem ao Brasil Tais alunos localizaram-se predominantemente em grandes centros e em poucas universidades 12 deles no eixo Satildeo Paulo-Rio de Janeiro e 50 (7) para as Ciecircncias Humanas os demais para as aacutereas de Linguumliacutestica Letras e Artes Ciecircncias Bioloacutegicas e Ciecircncias Sociais Aplicadas

A Fundaccedilatildeo Ford7 eacute outra instituiccedilatildeo cujo programa de bolsas custeia cursos de poacutes-graduaccedilatildeo nos EUA para pessoas que pertenccedilam a grupos com acesso restrito ao ensino superior No ano de 2001 a entidade teve uma demanda de 1506 pedidos especialmente para bolsas de Mestrado e Doutorado e concedeu 11 bolsas de Doutorado (26) e 31 de Mestrado (74) Destas 23 (55) foram outorgadas a mulheres 90 para negrosindiacutegenas e 714 distribuiacutedas nas regiotildees Centro-Oeste Nordeste e Norte Os preacute-projetos selecionados convergiam para temas como Geraccedilatildeo de Recursos e Desenvolvimento Comunitaacuterio (36) Educaccedilatildeo Miacutedia Artes e Cultura (36) e Paz e Justiccedila Social (28)

O British Council8 tambeacutem oferece diversas modalidades de bolsas de estudos para brasileiros no Reino Unido Ele oferece serviccedilos de orientaccedilatildeo e informaccedilatildeo sobre educaccedilatildeo e sistema educacional britacircnico e promove a realizaccedilatildeo de projetos e pesquisas em parceria com universidades e instituiccedilotildees brasileiras assim como eventos em arte e cultura httpwwwbritishcouncilorgbr acesso em 10072002)

1133 Os convecircnios de intercacircmbio estudantil A CAPES no acircmbito da cooperaccedilatildeo internacional e em relaccedilatildeo

aos estudantes desenvolve diferentes tipos de programas as Missotildees de Estudo (intercacircmbio de alunos) as Parcerias Universitaacuterias Bi nacionais as bolsas de Mestrado e Doutorado e bolsas do Programa PECPG para estudantes dos paiacuteses de liacutengua portuguesa Aacutefrica Aacutesia Ameacuterica Latina Caribe e Oceania

7 A Fundaccedilatildeo Ford foi criada em 1936 atuando o como entidade filantroacutepica no estado de Michigan (EUA) ateacute 1950 quando ampliou sua accedilatildeo no acircmbito nacional e iacutenternaciol Seus recursos originalmente eram fruto das accedilotildees da Companhia Automobiliacutestica Ford doadas por Henry e Edsel Ford No Brasil o escritoacuterio fica localizado na cidade do Rio de Janeiro e eacute um dos mais antigos dos treze escritoacuterios que a Fundaccedilatildeo possui no mundo Para fins de seleccedilatildeo de bolsas no Brasil a entidade conta com o serviccedilo da Fundaccedilatildeo Carlos Chagas

8 O British Council eacute o organismo que tem como objetivo promover o conhecimento do Reino Unido e a liacutengua inglesa Suas aacutereas prioritaacuterias satildeosociedade aprendizagem informaccedilatildeoartes eampT e governo

O Quadro 111 registra os programas de cooperaccedilatildeo da CAPES com 13 paiacuteses entre 2001 e 2002

Quadro 111 Programas de Cooperaccedilatildeo Internacional com a Mediaccedilatildeo

da CAPES e inscriccedilotildees

Pais

Alemanha

Alemanha

Alemanha

Argentina

Argentina

Chile

China

Cuba Espanha

Espanha

Estados Unidos

Estados Unidos

Estados Unidos

Franccedila

Inglaterra

Itaacutelia

Portugal

Uruguai

ProgramaAgecircncia

Organismo

CAPESProbal

CAPESDaad

CAPESDaadUnibral

CAPESFundaccedilatildeo Antorchas SCYT

CAPESSetcip

CAPESConicyt

CAPESCEE

CAPESMES

CAPESPCI

CAPESMECD

CAPESFipse

CAPESUniversidade do Texas

Fulbright

CAPESCofecub

British Council

ICCTI CAPESlCCTI

CAPESUniversidade de 1ordf Republica Uruguai

Inscriccedilotildees 2001-2002

072001

Fluxo continuo

01042002

30062001

032002

Marccedilo a junho

31072001

Fluxo continuo

2002

31032002

042002

052002

2002

062001

2002

2002

31072001

Fluxo contiacutenuo

Fonte httpwwwcapesgovbrcooperacaoindexhtml Acesso em 27 de agosto de 2002

Os programas da CAPES destinam-se a estudantes e docentes O acordo DAAD oferece bolsas de estudo na Alemanha para

candidatos brasileiros eou naturalizados O programa Probal apoia projetos conjuntos de pesquisa e cooperaccedilatildeo cientiacutefica de Instituiccedilotildees de Ensino Superior do Brasil e da Alemanha que promovam a formaccedilatildeo em niacutevel de poacutes-graduaccedilatildeo (doutorado sanduiacuteche e Poacutes-doutorado) e o aperfeiccediloamento de docentes e pesquisadores A Unibral-Parcerias Universitaacuterias Brasil Alemanha ligada ao acordo CAPESDAAD fomenta associaccedilotildees universitaacuterias visando a criaccedilatildeo de parcerias e maior mobilidade de estudantes de poacutes-graduaccedilatildeo e graduaccedilatildeo e reconhecimento automaacutetico de creacuteditos e adaptaccedilatildeo reciacuteproca de curriacuteculos

A Rede Santos Dumont criada em julho de 1994 na cidade de Toulouse (Franccedila) promove o intercacircmbio de doutorandos e poacutes-doutorandos A Rede eacute constituiacuteda de 56 universidades e instituiccedilotildees das quais 26 satildeo brasileiras e 30 francesas e eacute coordenada pela Universiteacute Paul Sabatier Toulouse III O acordo prevecirc tambeacutem a realizaccedilatildeo de teses em co-tutela e com dupla diplomaccedilatildeo

A Espanha e o Brasil atraveacutes da CAPES manteacutem cooperaccedilatildeo atraveacutes do PCI - Programa de Cooperaccedilatildeo Interuniversitaria - promovido pela Agecircncia Espanhola de Cooperaccedilatildeo Internacional -

AECI A CAPES oferece bolsas de estudos para os estudantes e professores interessados em realizar estaacutegios na Espanha As vagas para estudantes destinam-se a alunos de poacutes-graduaccedilatildeo ou de uacuteltimo ano de graduaccedilatildeo Tambeacutem com a Espanha haacute um acordo para incentivar o desenvolvimento de projetos conjuntos de pesquisa e de cooperaccedilatildeo cientiacutefica entre Instituiccedilotildees de Ensino Superior do Brasil e da Espanha que ofereccedilam formaccedilatildeo em niacutevel de poacutes-graduaccedilatildeo (doutorado doutorado sanduiacuteche e Poacutes-doutorado) e aperfeiccediloamento de docentes e pesquisadores Programa similar eacute desenvolvido com Portugal atraveacutes do ICCTI para a realizaccedilatildeo de projetos conjuntos de pesquisa e de formaccedilatildeo poacutes-graduada

O Brasil oferece bolsas a estudantesdocentes estrangeiros para realizarem cursos em instituiccedilotildees brasileiras Entre eles destacam-se a) o Protocolo Adicional ao Convecircnio de Intercacircmbio Cultural para a formaccedilatildeo de recursos humanos em niacutevel de poacutes-graduaccedilatildeo firmado entre Argentina e Brasil com a participaccedilatildeo da SPU (Secretaria de Poliacuteticas Universitaacuterias do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura da Argentina) e da CAPES que oferece bolsas de doutorado no Brasil b) os Doutorados Alematildees para os quais a CAPES oferece bolsas a estudantes alematildees realizarem suas teses de doutorado no Brasil e) o convecircnio de intercacircmbio MES (Cuba) e CAPES atraveacutes do qual a agecircncia brasileira oferece bolsas a docentes vinculados a instituiccedilotildees de ensino superior e de pesquisa cubanas em niacutevel de doutorado pleno sanduiacuteche e Poacutes-doutorado no Brasil ou para professor visitante

O PECPG9 - Programa de Estudantes Convecircnio Poacutes-graduaccedilatildeo criado em 1981 eacute o mais importante acordo multinacional brasileiro que visa o aumento da qualificaccedilatildeo de professores universitaacuterios pesquisadores e profissionais graduados do ensino superior dos paiacuteses em desenvolvimento com os quais o Brasil manteacutem Acordo de Cooperaccedilatildeo Cultural Cientiacutefica e Tecnoloacutegica possibilitando o acesso aos melhores cursos de poacutes-graduaccedilatildeo brasileiros http wwwCAPESgovbrcooperaccedilatildeo acesso em 23052002) As bolsas PECPG satildeo concedidas a alunos de todas todas as aacutereas de conhecimento nas quais existam programas de Poacutes-Graduaccedilatildeo que emitam diplomas de validade nacional

9 O PECPG programa do Governo Brasileiro cujo protocolo de criaccedilatildeo foi assinado em 12 de agosto de 1981 tendo as atividades acadecircmicas iniciadas em 1983 Ele congrega as principais agecircncias do sistema de eampT CNPq e Fundaccedilatildeo CAPES e conta com a participaccedilatildeo do Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) Foi criado com o fito de incrementar o intercacircmbio educacional e a cooperaccedilatildeo cientiacutefica com a Ameacuterica Latina Caribe e Aacutefrica com os quais o Brasil manteacutem Acordos de cooperaccedilatildeo Cultural Cientiacutefica e Tecnoloacutegica

114 A mobilidade internacional de docentes e de pesquisadores

Os programas de cooperaccedilatildeo que favorecem a mobilidade de pessoal docente e pesquisadores tecircm na CAPES e no CNPq as principais agecircncias de fomento Aleacutem delas fundaccedilotildees de amparo a pesquisa no acircmbito dos estados da federaccedilatildeo destinam auxiacutelios para modalidades cooperativas especialmente de curta duraccedilatildeo10

1141 O volume e o objeto dos intercacircmbios A CAPES promove programas de cooperaccedilatildeo internacional para

docentes e pesquisadores atraveacutes de bolsas de Poacutes-doutorado cujo aumento de 104 para 229 bolsas (1202) no periacuteodo 1996-2002

O CNPq no mesmo periacuteodo diminuiu o nuacutemero de bolsas no exterior para docentes pesquisadores Enquanto em 1995 elas atingiram 2061 bolsas em 2000 diminuiacuteram para 1109 A Tabela 118 apresenta o nuacutemero de bolsas no exterior concedidas na modalidades de Poacutes-doutorado (PDE) e Estaacutegio Secircnior no exterior (ESN) O Poacutes-doutorado abarca a maior parte destas bolsas em 1995 e 2000 respectivamente 942 e 936 enquanto o Estaacutegio Secircnior obteve 58 e 64 nos referidos anos

A Tabela 118 tambeacutem permite observar o nuacutemero de bolsas concedidas a projetos de curta duraccedilatildeo A Participaccedilotildees em Eventos representa 797 do total em 2000 Nos projetos de curta duraccedilatildeo tambeacutem se observa a reduccedilatildeo de 15 entre 1995 e 2000 Em 1997 eles atingiram 3308 auxiacutelios decaindo para 897 em 1999 voltando a crescer em 2000 com o total de 1531 auxiacutelios

10 Entre elas destacam-se a Fapesp -Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Satildeo Paulo a FAPERJ- Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro a Fapergs Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul

Tabela 118 CNPq Nuacutemero de Bolsas no exterior (docentespesquisadores) e fomento (curta duraccedilatildeoprojetos) por modalidade e ano ()

Tipo de Bolsa Fomento no Exterior

Bolsas

Poacutes-doutorado (PDE)

Estaacutegio Secircnior exterior (ESN)

Projetos de Fomento (Curta duraccedilatildeo)

Estaacutegio no Exterior

Participaccedilatildeo em Eventos

1995

3061

2883 (942)

178 (58) 1800 657

(365)

1143 (635)

1996

2643

2540 (961)

103 (39) 1379

802 (581)

577 (419)

1997

1703

1655 (972)

48 (28) 3308

1666 (504)

1642 (496)

1998

1456

1387 (952)

69 (48) 1124

578 (514)

546 (486)

1999

915

872 (953)

4 3 (47)

897 270

(301)

627 699)

2000

1109

1036 (936)

73 (64)

1531 311

(203)

1220 (797)

Fonte CNPq wwwcnpqbr acesso em 8 de julho de 2002 CNPqSUPAE1COAV (dados primaacuterios obtidos do Sistema Gerencial de Fomento - SIGEF) Incluiacutedos eventos nacionais e no exterior

A Tabela 119 apresenta o nuacutemero de bolsas do CNPq para professores visitantes estrangeiros A modalidade Pesquisador Visitante Estrangeiro praticamente extinguiu-se As bolsas de curta duraccedilatildeo registraram queda de 305 passando de 580 em 1995 para 403 em 2000 Das atuais 403 bolsas 591 satildeo da modalidade Especialista Visitante (AEV) e 409 da modalidade Pesquisador Visitante (APV)

Tabela 119 CNPq Nuacutemero de Bolsas no Brasil para visitantes e fomento

de atividades por modalidade e ano ()

Modalidade

Bolsa

Pesquisador visitante estrangeiro

Projetos de Fomento (Curta duraccedilatildeo)

Especialista visitante (AEV)

Pesquisador visitante (APV)

1995

922

922

580

346 (596)

234 (404)

1996

1558

1558

750

502 (669)

248

(331)

1997

931

931

1312

970

(739)

342

(261)

1998

268

268

756

587

(776)

169

(224)

1999

46

46

418

318

(761)

100

(239)

2000

09

09

403

238

(591)

165

(409)

Fonte CNPq wwwcnpqbr acesso em 8 de julho de 2002 CNPqSUPAEICOAV (dados primaacuterios obtidos do Sistema Gerencial de Fomento - SIGEF) Incluiacutedos nacionais e estrangeiros

A Fulbright tem modalidades de bolsas dirigidas a professores universitaacuterios e a pesquisadores Em 1999 foram concedidas seis bolsas de Poacutes-doutorado e duas bolsas de Scholar-in-Residence para docentes brasileiros em universidades norte americanas Em 2001 foram tambeacutem

distribuiacutedas 13 bolsas para a vinda de docentes americanos a universidadescentros de pesquisa brasileiros

1142 As principais aacutereas do conhecimento especialidades ou setores de estudos dos intercacircmbios Da Tabela 1110 constam as bolsas no exterior concedidas pelo

CNPq aos docentespesquisadores segundo as aacutereas de conhecimento Nas modalidades de Poacutes-doutorado e Estaacutegio Secircnior no ano de 2000 destacaram-se as aacutereas das Ciecircncias Exatas e da Terra (395) Ciecircncias Bioloacutegicas (168) Engenharias e Informaacutetica (15) e Ciecircncias Humanas (12) Predomina as bolsas de Poacutes-Doutorado em meacutedia sempre superior a 866 (Engenharias e Informaacutetica) e em alguns casos chegando a 100 (Ciecircncias Agraacuterias Ciecircncias da Sauacutede Ciecircncias Sociais Aplicadas e Linguumliacutestica Letras e Artes) Entre 1997 e 2000 ocorreu uma reduccedilatildeo de bolsas concedidas agraves aacutereas de Ciecircncias Bioloacutegicas e Ciecircncias da Sauacutede

As bolsas do CNPq em 2000 para docentespesquisadores nas modalidades de Estaacutegio Secircnior e Poacutes-Doutorado tinham como principais destinos os EUA (444) a Franccedila (176) e a Inglaterra (113)

Tabela 1110 CNPq Bolsas no exterior (docentes) por aacuterea de conhecimento e

modalidade (1997-2000) () Grande Aacuterea (1) Modalidade

Ciecircncias Agraacuterias

Poacutes-doutorado

Ciecircncias Bioloacutegicas

Estaacutegio Secircnior

Poacutes-doutorado

Ciencias da Sauacutede

Esligio Secircnior

Poacutes-doutorado

Ciecircncias Exalas e da Terra

Estaacutegio Secircnior Poacutes-doutorado

Ciecircncias Humanas

Estaacutegio Secircnior

Poacutes-doutorado

Ciecircncias Sociais Aplicadas

Poacutes-doutorado

Engenharias e Informaacutetica

Estaacutegio Secircnior

Poacutes-doutorado

Linguumliacutestica Letras e Artes

Estaacutegio Secircnior

Poacutes-doutorado

Total

1997

74 (45)

74(100)

382 (2253)

382(100)

218 (13)

-218(100)

591 (345)

15(25)

576 (975)

169(95)

33(195)

136(805)

76(45)

76(100)

168(10)

168(100)

25(15)

-25 (100)

1703(100)

Nuacutemero de bolsas (2)

1998

72 (5)

72(100)

236(16)

08 (34)

228 (966)

198(135)

10(55)

188(945)

464(315)

24(52)

440(948)

127 187)

15(118)

112(882)

93 (63)

93(100)

237(1651

17 (72)

220(928)

37 (256)

03(81)

34(919)

1464(100)

1999

43 (47)

4 3(100)

127(138)

04(31)

123(969)

55(6)

55(100)

375 (408)

18(48)

357 (952)

90(98)

03 (33)

87 (964)

35 (38)

35 (100)

159(173)

17 (106)

142(894)

35(38)

03 (86)

32(914)

919(100)

2000

53 (47)

53(100)

184(168)

06 (33)

178(965)

46 (42)

4 6(100)

438 (395)

33(75)

405 (925)

133(12)

10(75)

123(925)

68 (62)

68(100)

169(15)

23 (136)

146 (866)

18(16)

18(100)

1109(100)

Fonte CNPq wwwcnpqbr acesso em 8 de julho de 2002 CNPqSUPAEI (dados primaacuterios obtidos do Sistema Gerencial de Fomento - SIGEF) (1) Aacutereas vigente no CNPq (2) Cada bolsa equivale a 12 (doze) mensalidades pagas por ano para 1 (um) ou mais bolsistas

A Fundaccedilatildeo Alexander von Humboldt da Alemanha atraveacutes do acordo firmado com a CAPES oferece programas de apoio a projetos de pesquisa em todas as aacutereas do conhecimento desenvolvidos por pesquisadores e docentes brasileiros na Alemanha

O acordo CAPESCofecub de cooperaccedilatildeo universitaacuteria entre Brasil e Franccedila assinado em 1982 tem como objetivo criar um sistema de cooperaccedilatildeo e de intercacircmbio estimular a elaboraccedilatildeo de pesquisas conjuntas a formaccedilatildeo e o aperfeiccediloamento de professores-pesquisadores As principais modalidades satildeo a preparaccedilatildeo de doutorados Poacutes-doutorados atroca de informaccedilotildees cientiacuteficas de documentaccedilotildees especializadas e de publicaccedilotildees O convecircnio teve trecircs fases a etapa inicial de 1979 a 1985 a etapa de consolidaccedilatildeo de 1986 a 1993 e a etapa de cooperaccedilatildeo bilateral a partir de 1994

O acordo firmado entre o Inria e o CNPq em novembro de 1997 com o objetivo de criar uma rede de comunicaccedilatildeo em alta velocidade entre Brasil e Franccedila visou tambeacutem aumentar o fluxo de alunos para realizarem cursos de doutorado e desenvolverem pesquisas projetos industriais e acadecircmicos sobretudo nas aacutereas de Ciecircncia da Computaccedilatildeo e Matemaacutetica Aplicada

O CNPq eacute responsaacutevel pelo financiamento de Expediccedilotildees Cientiacuteficas isto eacute atividade de cooperaccedilatildeo envolvendo o intercacircmbio entre instituiccedilotildees brasileiras e estrangeiras por meio de projetos conjuntos de pesquisa cientiacutefica e desenvolvimento tecnoloacutegico

115 As unidades e as estruturas da cooperaccedilatildeo internacional

A formalizaccedilatildeo de acordos de cooperaccedilatildeo teacutecnica oficial eacute coordenada pela Agecircncia Brasileira de Cooperaccedilatildeo (ABC) do MRE O Departamento de Cooperaccedilatildeo Cientiacutefica e Tecnoloacutegica (DCT) tambeacutem do MRE coordena a cooperaccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica As duas primeiras modalidades tendem a envolver governo (s) de outros paiacuteses ou organismos internacionais sendo reguladas por acordos entre governos ou Governo brasileiro e organismo12

11 BRASIL Presidecircncia da Repuacuteblica Decreto ndeg 98830 de 1990 Regulamenta a autorizaccedilatildeo e o acompanhamento das Expediccedilotildees Cientiacuteficas por parte do Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia BRASIL MCT Portaria ndeg 55 de 1990 Regulamenta a autorizaccedilatildeo e o acompanhamento das Expediccedilotildees Cientiacuteficas por parte do Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia 12 A Comissatildeo de Financiamentos Externos (Cofiex) do Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo (MP) eacute responsaacutevel pela anaacutelise aprovaccedilatildeo e negociaccedilatildeo da modalidade de cooperaccedilatildeo financeira mas a coordenaccedilatildeo cabe agrave Secretaria de Assuntos Internacionais (Seain)

O Ministeacuterio de Educaccedilatildeo conta com uma Assessoria Internacional do Gabinete do Ministro mas tem na CAPES e respectiva Coordenaccedilatildeo Geral de Cooperaccedilatildeo Internacional-CGClCAPES o principal suporte para assuntos relacionados agrave formaccedilatildeo poacutes-graduada e agrave formaccedilatildeo cientiacutefico-tecnoloacutegica dos quadros de ensino superior no Brasil e agrave cooperaccedilatildeo com organismos de outros paiacuteses

Ao Ministeacuterio de Ciecircncia e Tecnologia vincula-se o CNPq -Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico - sua principal agecircncia de fomento e de cooperaccedilatildeo internacional No CNPq cabe agrave Assessoria de Cooperaccedilatildeo Internacional - Ascin - a responsabilidade do gerenciamento das atividades de colaboraccedilatildeo com agecircncias estrangeiras de fomento cientiacutefico e tecnoloacutegico Participa tambeacutem de organismos internacionais de desenvolvimento regional como Aladi Mercosul-Recyt Reale Cyted de Comissotildees Mistas e Organismos Internacionais

A Tabela 118 mostra que a presenccedila de Assessorias Internacionais (AI) nas universidades brasileiras

Tabela 1111 Nuacutemero de universidades brasileiras com Assessorias

Internacionais (AI) (2002)

Regiotildees

None

Nordeste

Centro-Oeste

Sudeste

Sul

Total

Instituiccedilotildees de Ensino Superior (IES)

Universidades

9 (55) (105)

29(185) (10)

12(75) (6)

73(46) (8)

36 (225) (13)

159(100)

Outras Instituiccedilotildees

76 (5) (895)

255(16) (90)

191(12) (94)

829 (52) (92)

243(15) (87)

1594(100)

Total IES

85(5)

284(16)

203(115)

902(515)

279(16)

1753(100)

Ndeg IES com setor de Assessoria Internacional

Universidades

7(6) (875)

24(21) (100) 9(8)

(100) 45 (395)

(94) 29 (255)

(100)

114(100)

bullOutras

1(25) (125)

-

-

3 (75) (6)

-

4(100)

Total de IES com

setor de AI

8(7)

24 (205)

9 (75)

48 (405)

29 (245)

118 (100)

Fonte INEP httpwwweducacaosuperiorinepgovbrinst_pesq_regiaostm acesso em 20082002 Fonte Diretoacuterio dos Assessores Internacionais das Universidades Brasileiras (Faubai) maio de 2002 Observaccedilatildeo Primeiro () expressa a distribuiccedilatildeo por Regiatildeo (vertical) Outros Instituiccedilotildees Isoladas e Centros Universitaacuterios

116 Os convenios de cooperaccedilatildeo institucional nacional regional e internacional

O Brasil manteacutem acordos com varios Organismos Internacionais a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU PNUD - Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento) a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (Unesco)1 a Organizaccedilatildeo dos Estados Americanos (OEA) a Organizaccedilatildeo dos Estados Ibero-americanos para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (OEI) a Comunidade dos Paiacuteses de Liacutengua Portuguesa (CPLP)14 o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial (Bird) Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio OMC

O Brasil tambeacutem participa de foacuteruns internacionais que promovem a integraccedilatildeo dos paiacuteses na aacuterea educacional Reuniatildeo de Ministros da Educaccedilatildeo dos Paiacuteses Membros do Mercosul a Reuniatildeo de Ministros da Educaccedilatildeo da Comunidade dos Paiacuteses de Liacutengua Portuguesa a Reuniatildeo de Ministros da Educaccedilatildeo do Conselho Interamericano de Desenvolvimento Integral da OEA a Conferecircncia Ibero-americana de Educaccedilatildeo da OEI a Cuacutepula das Ameacutericas e o Mercosul Educativo15

(MEC-SESu)

13 A Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento Unesco criada em Londres em 1945com sede em Paris tem como objetivo contribuir para a paz e a seguranccedila estreitando mediante a educaccedilatildeo a ciecircncia e a cultura a colaboraccedilatildeo entre as Naccedilotildees dentro dos ditames da Carta das Naccedilotildees Unidas Integram a Unesco 188 paiacuteses dos quais o Brasil desde 4 de novembro de 1946 Suas atividades satildeo financiadas por meio das contribuiccedilotildees dos Governos dos Estados Membros As Caacutetedras da Unesco satildeo alguns de seus importantes veiacuteculos de cooperaccedilatildeo e objetivam a educaccedilatildeo (cursos professores visitantes etc) a investigaccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo Em 1992 foram criadas 17 Caacutetedras perfazendo hoje480 Caacutetedras instaladas em mais de 500 instituiccedilotildees universitaacuterias de 112 paiacuteses No Brasil uma das caacutetedras estaacute localizada na Universidade Metodista de Satildeo Paulo desde maio de 1996 A sediada na Universidad de 1ordf Republica eacute vinculada ao AUGM -Associaccedilatildeo de Universidades Grupo Montevideo (1998) Dela participam assessores brasileiros entre os quais Denise BCLeite (UFRGS)

14 A CPLP eacute uma organizaccedilatildeo internacional criada em 17 de Julho de 1996 com sede em Lisboa Satildeo paiacuteses membros da CPLP Angola Brasil Cabo Verde Guineacute Bissau Moccedilambique Satildeo Tomeacute e Priacutencipe e Portugal A CPLP objetiva a articulaccedilatildeo poliacutetico-diplomaacutetica entre seus Estados Membros em mateacuteria de relaccedilotildees internacionais a cooperaccedilatildeo particularmente nos campos econocircmico social cultural juriacutedico e teacutecnico-cientiacutefico e a difusatildeo da Liacutengua Portuguesa (Instituto Internacional da Liacutengua Portuguesa e Fundo Bibliograacutefico) A ela estatildeo ligados o Conselho de Ministros e a Conferecircncia de Chefes de Estado e de Governo

15 Em 16 de dezembro de 1996 o Presidente da Repuacuteblica Federativa do Brasil Fernando Henrique Cardoso promulga em Fortaleza - CE o Protocolo de Integraccedilatildeo Educacional para Prosseguimento de Estudos de poacutes-graduaccedilatildeo nas Universidades dos Paiacuteses-Membros do Mercosul

Quadro 112 Brasil Convenios bilaterais que incluem programas em

Educaccedilatildeo Superior eou eampT

PaisContinente

Aacutefrica Paiacuteses Africanos ( 2 2 )

Europa

Alemanha

BEacuteLGICA

Espanha

Franccedila

Itaacutelia Portugal Reino Unido Suiacuteccedila

Ameacuterica do Norte

Estados Unidos

Canadaacute

Aacutesia China

Japatildeo Ameacuterica Latina Caribe e Oceania

Argentina Chile Colocircmbia Costa Rica Equador Uruguai

Venezuela Meacutexico Cuba

Outros paiacuteses (15)

Totais

Tipo de convecircnioacordosprogramas

Promovidos por outros paiacuteses

--30 programas

DaadCAPES Krup KfaDLR DFG GMDDLRIbamaDLR Unibra Proba Humboldt Biotec-biociecircncias (10)

FNRS(1) MECD Cpes CSIC Cyted (4) CofecubCefiSferc IAS Cesmat CNRS lnserm IRD (7) CNR TWAS ICCTICAPES (3) ICCTI(l) RS PNE Britsh Council (3)

CERN(l) 8 programas Lter PELD NSF Fulbright UTCAPES FipseCAPES (6) CIDA CIHR (2) 6 programas

CEE CAS MST (3) JSPS Monbusho UNU (3) 13 programas ScytAntorchas Conicet SPU Seteip (4) ConicyCAPESt(l)

Colcienas ( 1 ) Conicit(l) Fundacyt (1) Conicit URCAPES (2)

Fonacit (1)

Conacyt(l) MES(l)

-56 acordos com 21 paises em 55 programas

Promovido pelo Brasil

1 programa (22) PECPG (1)

-

--

---- - 1 programa (24) PECPG (1) PECPGU ) PECPGU) PECPGU)

PECPGU) PECPGU) PECPGU)

PECPGU) PECPGU) PECPGU)

46 acordos com 46 paises

Fonte Dados primaacuterios CNPq httpwwwcnpqbrcooperacao_internacional acesso em 08072002 CAPES httpwwwCAPESgovbrcooperacaointemacional acesso em 23 052002 Obs (1) Dados primaacuterios organizados num quadro geral base para o presente (2) Ver Lista de siglas Legenda Pessoal vai para o exterior pessoal vem para o Brasil PECPG Programa de Estudantes Convecircnio(Brasileiro) UNU Universidade das Naccedilotildees Unidades (ONU-Multilateral) incluida (CNPq) como parceria Brasil-Japacirco bull bull bull Paiacuteses da Aacutefrica e Aacutesia Angola Barbuda Cabo Verde Camarotildees Costa do Marfim Gabatildeo Gana Guine Bissau Mali Marrocos Moccedilambique Namiacutebia Nigeacuteria Quecircnia Republica do Congo San Tomeacute e Priacutencipe Senegal Togo Tuniacutesia iquestlambia Suriname e Zimbabue bullbullbullbullAmeacuterica Latina Caribe e Oceania o PECPG eacute desenvolvido com Antigua

BoliacuteviaBenin El Salvador Guatemala Guiana Haiti Honduras Jamaica Panamaacute Paraguai Peru Repuacuteblica Dominicana Timor Leste Trinidad e Tobago

O Quadro 112 registra dois tipos de acordosprogramas os promovidos por outros paiacuteses e os promovidos pelo Brasil No primeiro tipo encontram-se 57 acordosconvecircnios com 21 paiacuteses perfazendo 57 programas No segundo tipo encontra-se o PECPG promovido pelo Brasil que jaacute deu origem a acordos com 46 paiacuteses especialmente da Aacutefrica da Ameacuterica Latina e Caribe

Os Acordos Bilaterais satildeo os principais instrumentos de cooperaccedilatildeo internacional promovidos pela CAPES

Mudanccedilas e perspectivas do ensino superior no Brasil

Neste Informe foram apresentadas e analisadas as principais transformaccedilotildees ocorridas na educaccedilatildeo superior brasileira na uacuteltima deacutecada as quais reverteram-se em profundas mudanccedilas tanto na sua estrutura como no seu

As principais delas foram

- A expansatildeo da matriacutecula no niacutevel superior resultante do crescimento do ensino meacutedio bem como da pressatildeo vinda de uma clientela formada por adultos (jaacute integrados ao mercado de trabalho) que busca melhorar suas oportunidades profissionais por meio da obtenccedilatildeo de um tiacutetulo de niacutevel superior - Atualizaccedilatildeo da legislaccedilatildeo pertinente agrave educaccedilatildeo superior como reflexo da nova LDBN96 e dos decretos e regulamentos dela decorrentes como tambeacutem a criaccedilatildeo do novo Conselho Nacional de Educaccedilatildeo e sua respectiva Cacircmara de Educaccedilatildeo Superior - A implantaccedilatildeo e aprimoramento do processo de avaliaccedilatildeo no sistema de educaccedilatildeo superior a criaccedilatildeo do Exame Nacional de Cursos e da avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees das ofertas institucionais somadas agrave jaacute tradicional avaliaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo possibilitaram a acurada mensuraccedilatildeo da eficiecircncia e da produtividade do sistema Tais praacuteticas avaliativas cujos procedimentos ainda satildeo alvo de constantes discussotildees acabaram por angariar credibilidade tanto dentro como fora do proacuteprio sistema de ensino superior - Processo de diversificaccedilatildeo institucional natildeo somente em termos de natureza eou dependecircncia administrativa como tambeacutem quanto aos perfis organizacionais e vocaccedilotildees acadecircmicas criou novas perspectivas profissionais para os estudantes - A consolidaccedilatildeo do sistema nacional de poacutes-graduaccedilatildeo stricto sensu

- A pesquisa especialmente nas instituiccedilotildees de ensino superior federais em grande medida estimulada pelos oacutergatildeos de fomento mediante a concessatildeo de bolsas de formaccedilatildeo e de pesquisa experimentou grande avanccedilo e significativo crescimento na produccedilatildeo cientiacutefica oferecendo uma valiosa contribuiccedilatildeo agrave qualificaccedilatildeo de recursos humanos - O fortalecimento do complexo nacional de eampT mediante a criaccedilatildeo dos Fundos Setoriais com vistas ao financiamento das atividades no setor como tambeacutem a introduccedilatildeo de dois sistemas de coleta e disseminaccedilatildeo de dados relativos agrave produccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica quais sejam o Diretoacuterio dos Grupos de PesquisaCNPq e o Curriculum Lattes - O aumento da inserccedilatildeo internacional dos pesquisadores brasileiros as bolsas para realizaccedilatildeo de cursos de poacutes-graduaccedilatildeo estaacutegios e intercacircmbio acadecircmico concedidas pelos oacutergatildeos de fomento (CAPES e CNPq) criaram as condiccedilotildees favoraacuteveis para que a pesquisa e os pesquisadores brasileiros se tornassem mais conhecidos integrando-os agraves redes mundiais de pesquisadores e aumentando a cooperaccedilatildeo internacional - Portal de Perioacutedicos da CAPES ampliou e democratizou o acesso agrave informaccedilatildeo cientiacutefica pelos estudantes docentes e pesquisadores - A expansatildeo do nuacutemero de instituiccedilotildees de ensino superior que oferecem cursos a distacircncia alargou o acesso de um expressivo nuacutemero de pessoas de todas as regiotildees do paiacutes a um amplo leque de cursos de formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo - O aumento e a diversificaccedilatildeo das atividades de extensatildeo nas instituiccedilotildees de ensino superior tanto privadas como puacuteblicas abriram novas oportunidades de socializaccedilatildeo dos resultados das pesquisas e dos estudos nelas desenvolvidos - A ampla e raacutepida conexatildeo agrave Internet das instituiccedilotildees de ensino superior por meio da Rede Nacional de Pesquisa possibilitou-lhes a incorporaccedilatildeo no desenvolvimento de suas atividades cientificas e administrativas das novas tecnologias da informaccedilatildeo

O ensino superior do Brasil apoacutes periacuteodo de estagnaccedilatildeo e crise nos anos 80 viveu na deacutecada de 90 o que Schwartzman classificou como uma revoluccedilatildeo silenciosaEsta todavia deveraacute enfrentar nos proacuteximos anos quatro grandes desafios a expansatildeo a diferenciaccedilatildeo a qualificaccedilatildeo e o financiamento do sistema

A nova expansatildeo do ensino superior deveraacute articular iniciativas dos setores puacuteblico e privado buscando desenvolver poliacuteticas diferenciadas de estiacutemulo ao acesso por parte de diferentes grupos sociais ao ensino superior e uma mais adequada distribuiccedilatildeo regional da oferta e das oportunidades educacionais Tal expansatildeo dependeraacute sem duacutevida de uma ampla reestruturaccedilatildeo das relaccedilotildees entre o Estado e os sistema de educaccedilatildeo superior natildeo podendo em funccedilatildeo disso ser presidida exclusivamente pela loacutegica de mercado Caberaacute ao Estado garantir (direta ou indiretamente) a democratizaccedilatildeo do acesso agrave educaccedilatildeo superior mediante o crescimento do setor puacuteblico a revitalizaccedilatildeo do creacutedito educativo e um eficiente sistema de bolsas

Outro desafio reside em articular e regulamentar a grande diversidade ocorrida na oferta educacional reflexo da crescente diversificaccedilatildeo do sistema de ensino superior Os novos perfis das instituiccedilotildees (universidades especializadas centros universitaacuterios institutos superiores de educaccedilatildeo e centros de educaccedilatildeo tecnoloacutegica) os novos cursos programas (cursos sequumlenciais e mestrados profissionalizantes) assim como as novas modalidades de ensino (educaccedilatildeo a distacircncia) deveratildeo merecer acompanhamento e avaliaccedilatildeo como forma de garantir o seu aprimoramento e difusatildeo

O terceiro desafio relaciona-se agrave qualificaccedilatildeo Para que o sistema em seu conjunto melhore tanto no acircmbito da qualidade como da eficiecircncia eacute de fundamental importacircncia incentivar a qualificaccedilatildeo dos docentes Nesse campo na uacuteltima deacutecada houve um exitoso esforccedilo das instituiccedilotildees de ensino superior com vistas agrave titulaccedilatildeo de seus professores o que refletiu-se em uma modificaccedilatildeo do perfil do corpo docente das instituiccedilotildees de ensino superior especialmente as puacuteblicas Entretanto muito deve-se avanccedilar nessa direccedilatildeo

Igualmente de faz necessaacuterio melhorar a relaccedilatildeo ingressantes Concluintes como tambeacutem a relaccedilatildeo professoraluno nas instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas

Finalmente as respostas aos desafios apontados em grande medida dependeratildeo da adoccedilatildeo de uma adequada estrutura de financiamento que considere as exigecircncias de um ensino de qualidade a disponibilidade de recursos puacuteblicos e as precaacuterias condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas de uma expressiva parcela da populaccedilatildeo Sem duacutevida caberaacute ao Estado uma fraccedilatildeo fundamental da responsabilidade (direta ou indireta) de obter o financiamento do processo de transformaccedilatildeo e expansatildeo no acircmbito do ensino superior

Outros participantes deveratildeo da mesma forma incorporar-se a esse esforccedilo e compartir os custos da referida revoluccedilatildeo Num quadro de dificuldades e de controle de gastos puacuteblicos impotildee-se a racionalizaccedilatildeo

no uso dos recursos e o esforccedilo de maximizaccedilatildeo dos resultados bem como uma accedilatildeo mais articulada junto agrave iniciativa privada com a qual jaacute existem muitas parcerias com excelentes resultados Os diversos instrumentos que na uacuteltima deacutecada foram criados para ampliar a interaccedilatildeo entre estes dois setores (as Fundaccedilotildees de Apoio os Escritoacuterios de Interaccedilatildeo Universidade-Empresa e as empresas juacuteniores) teratildeo um importante papel a cumprir

Em siacutentese o grande desafio a ser enfrentado pela educaccedilatildeo superior brasileira eacute o estabelecimento e a implementaccedilatildeo de uma poliacutetica que tenha como alvo o conjunto do sistema e natildeo apenas uma parte dele Tal poliacutetica deveraacute atentar para as caracteriacutesticas desse sistema multifacetado composto por instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas com diferentes formatos organizacionais muacuteltiplos papeis e funccedilotildees locais regionais nacionais e internacionais

Natildeo obstante todos esses desafios e as dificuldades a serem enfrentadas - a escassez de recursos puacuteblicos para ampliar as fontes de financiamento do ensino e da pesquisa a incipiente diversificaccedilatildeo e regulamentaccedilatildeo de cursos de curta duraccedilatildeo o baixo poder aquisitivo da populaccedilatildeo brasileira para custear um ensino privado a evasatildeo e a inadimplecircncia no ensino superior privado a excessiva concentraccedilatildeo da matriacutecula em cursos natildeo relacionados ao desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e agrave inovaccedilatildeo e o reduzido nuacutemero de patentes registradas pelo Brasil - eacute possiacutevel ainda ser otimista Dadas as tendecircncias identificadas as conquistas e os resultados atingidos natildeo seria previsiacutevel uma reversatildeo no quadro atual

Aleacutem disso os novos desafios colocados pelo avanccedilo da globalizaccedilatildeo tecnoloacutegica econocircmica e cultural estatildeo a exigir dos atores sociais e poliacuteticos envolvidos com a educaccedilatildeo superior a responsabilidade de viabilizarem as reformas necessaacuterias para consolidaccedilatildeo da universidade brasileira no cenaacuterio nacional e ampliar sua presenccedila internacional

de Educaccedilatildeo Cacircmara de Educaccedilatildeo Superior a partir de

2001 Diretor Executivo da Fundep mdash Fundaccedilatildeo de

Desenvolvimento da Pesquisa de 1998 a 2002

JOSEacute M A N U E L M O R A N COSTAS eacute doutor em Comunicaccedilatildeo

pela Universidade de Satildeo Paulo Professor de Novas

Tecnologias na PUC-SP Assessor do Ministeacuterio de Educaccedilatildeo

para avaliaccedilatildeo de cursos superiores agrave distacircncia Autor do

livro Mudanccedilas na comunicaccedilatildeo pessoal

M A R I A ESTELA DAL PAI FRANCO eacute professor titular (CC)

da UFRGS Programa de Poacutes graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo e

Coordenadora do Grupo de Estudos sobre Universidade mdash

GEU mdash IpesqEduUFRGS Consultora Ad-Hoc com o

CNPq CAPES FAPERGS

M A R I A BEATRIZ ACCORSI eacute licenciada em Matemaacutetica

Bolsista de AP do CNPq 1995 Bolsista do Convecircnio

Capes-Unesco 2002

M A R I A SUSANA ARROSA SOARES eacute professora do

Departamento de Sociologia do Programa de

Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sociologia e Coordenadora do

Mestrado em Relaccedilotildees Internacionais da UFRGS

Realizou poacutes-doutorado na EHESS Paris Diretora do

Centro Brasileiro de Documentaccedilatildeo e Estudos da

Bacia do Prata (CEDEP) e do Centro de Estudos Sociais

da UFRGS Pesquisadora do CNPq e doutora em

Estudos Latino-Americanos pela UNAM (Meacutexico)

Membro do Comitecirc Multidisciplinar da CAPES

MICHELANGELO GIOTTO SANTORO TRIGUEIRO eacute doutor em

Sociologia e professor do Departamento de Sociologia

da UnB Decano de Ensino de Graduaccedilatildeo da UnB Chefe da

Assessoria de Planejamento e Avaliaccedilatildeo Institucional

da Universidade de Brasiacutelia entre 1993 e 1995

Page 2: A EDUCAÇÃO SUPERIOR NO BRASILflacso.org.br/files/2015/09/me002311.pdfCARLOS BENEDITO MARTINS é professor do Departamento de Sociologia da UnB — Universidade de Brasília. Diretor-científico

A E D U C A Ccedil Atilde O SUPERIOR NO BRASIL

E D U C A Ccedil Atilde O S U P E R I O R N O B R A S I L

M A R I A S U S A N A A R R O S A S O A R E S

C O O R D E N A D O R A

A R A B E L A C A M P O S O L I V E N

B E R N A D E T E D A S I L V A R I B E I R O B A T I S T A

C A R L O S B E N E D I T O M A R T I N S

C L A R I S S A ECKERT BAETA N E V E S

D E N I S E LE ITE

J A C Q U E S S C H W A R T Z M A N N

JOSEacute M A N U E L M O R A N COSTAS

M A R I A ESTELA D A L PAI F R A N C O

M A R I A B E A T R I Z A C C O R S I

M I C H E L A N G E L O T R I G U E I R O

Capes Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo - Anexos I e II - 2deg andar Caixa Postal 365 - CEP 70359-970 - Brasilia - DF

Telefone (61)410-8860 - E-mail ccdcapesgovbr

IESALC-Unesco Instituto Internacional para Educaccedilatildeo Superior na Ameacuterica Latina e no Caribe

Apartado 68394 Caracas - Venezuela 1062-A

GEU Grupo de Estudos sobre Universidade

Instituto de Filosofia e Ciecircncias Humanas - UFRGS Av Bento Gonccedilalves 9500

Telefone (51 ) 3316-6644 - E-mail ssoaresorionufrgsbr

Susana Arrosa A Educaccedilatildeo Superior no Brasil Maria Susana Arrosa Soares (Org) Arabela Campos Olien Bernadete da Silva Ribeiro Batista Carlos Benedito Martins Clarissa Eckert Baeta Neves Denise Leite Jacques Schwartzmann Joseacute Manuel Moran Costas Maria Esteia Dal Pai Franco Maria Beatriz Accorsi Michelangelo Trigueiro - Brasiacutelia Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior 2002 304 p il 24 cm

ISBN-85-88468-09-3

CDU 378014

Capa Projeto Graacutefico Homem de Melo amp Troia Design

Editoraccedilatildeo Eletrocircnica Eduardo Peraacutecio - DPE Studio

Distribuiccedilatildeo e Cadastro de Assinaturas Catarina Glograveria de Arauacutejo Neves - CCDCAPES

Brasilia DF - Dezembro 2002

Apresentaccedilatildeo

No iniacutecio do mecircs de agosto do corrente ano a Capes recebeu o convite do IESALCUNESCO para organizar um informe sobre o ensino superior no paiacutes como parte do projeto Observatoacuterio da Educaccedilatildeo Superior na Ameacuterica Latina e do Caribe coordenado por aquele organismo O objetivo do IESALCUNESCO ao propor a realizaccedilatildeo deste estudo no Brasil bem como em outros paiacuteses da Ameacuterica Latina e do Caribe foi de contribuir ao muacutetuo conhecimento dos sistemas de educaccedilatildeo superior da regiatildeo Pretende-se posteriormente agrave partir dos diversos informes que seratildeo realizados em vaacuterios paiacuteses da regiatildeo a elaboraccedilatildeo de uma anaacutelise comparativa de situaccedilotildees tendecircncias e perspectivas da educaccedilatildeo superior na regiatildeo latino-americana e caribenha

Uma segunda razatildeo que levou a IESALCUNESCO a solicitar a realizaccedilatildeo de informes sobre os sistemas nacionais de ensino superior foi a de preparar a contribuiccedilatildeo desse organismo para a realizaccedilatildeo da Conferecircncia Internacional de Avaliaccedilatildeo e Acompanhamento da Conferecircncia Mundial de Educaccedilatildeo Superior (CMES + 5) que ocorreraacute na sede da Organizaccedilatildeo em junho de 2003 cujo objetivo seraacute medir o impacto da Conferecircncia Mundial de 1998 na transformaccedilatildeo e desenvolvimento da educaccedilatildeo superior em niacutevel mundial a partir da anaacutelise das diversas experiecircncias em processos de reforma realizados nos uacuteltimos ano

Nesse sentido a Capes considerou de grande oportunidade a realizaccedilatildeo do presente informe numa eacutepoca em que uma troca de informaccedilotildees sobre os distintos sistemas nacionais de ensino superior eacute de fundamental importacircncia para o desenvolvimento dos paiacuteses dessa regiatildeo e de sua integraccedilatildeo social cultural e educacional

A CAPES diante de tatildeo importantes objetivos e em resposta ao honroso convite para colaborar com a UNESCO no desenvolvimento do estudo sobre a educaccedilatildeo superior brasileira aceitou o desafio de realizaacute-lo Para tanto convidou alguns dos mais destacados especialistas da aacuterea que sob a coordenaccedilatildeo do grupo de Estudos sobre Universidade da Universidade Federal do Rio Grande do Sui elaboraram um conjunto de documentos que abordam desde os antecedentes histoacutericos ateacute as caracteriacutesticas atuais da educaccedilatildeo superior tanto do ponto de vista organizacional seu funcionamento financiamento produtividade e inserccedilatildeo internacional bem como do perfil de seus atores

E portanto com grande satisfaccedilatildeo que a Capes traz agrave puacuteblico o presente estudo sobre A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

A CAPES ao publicar este trabalho tem a certeza de estar dando uma importante contribuiccedilatildeo para um maior conhecimento da educaccedilatildeo superior brasileira no acircmbito nacional regional e mundial e ao mesmo tempo de contribuir para o debate internacional sobre o papel da educaccedilatildeo superior nos processos de desenvolvimento na Sociedade da Informaccedilatildeo

Abiacutelio Baeta Neves Presidente da Capes

Participantes bull ARABELA CAMPOS OLIVEN eacute professora do programa de

Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sociologia e do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

ARABELA CAMPOS OLIVEN eacute professora do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sociologia e do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

BERNADETE DA SILVA RIBEIRO BATISTA eacute mestre em Sociologia pela Universidade Federal de Minas Gerais Bolsista do Conshyvecircnio CAPES-UNESCO 2002

bull CARLOS BENEDITO MARTINS eacute professor do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasiacutelia Diretor-cientiacutefico do Nesub (Nuacutecleo de Estudos sobre Ensino Superior da Universidade de Brasiacutelia)

bull CLARISSA ECKERT BAETA NEVES eacute professora do Deshypartamento de Sociologia e do Programa em Sociologia da UFRGS Coordena este Programa (2001-2002) e o Grupo de Estudos sobre Universidade - GEUUFRGS Pesquisadora I-C do CNPq Membro do Conselho Editorial do BIBAnpocs da Revista Sociologiacuteas e do Anuaacuterio de Educaccedilatildeo Tempo Brasileiro

DENISE BALARINE CAVALHEIRO LEITE eacute professora do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo da UFRGS Pesquisadora CNPq e do Grupo de Estudos sobre Universidade - GEUUFRGS Doutor em Ciecircncias Humanas pela UFRGS e realizou poacutes-doutorado no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra

bull JACQUES SCHWARTZMAN PhD Candidate University of Pittsburgh 1976 Professor Adjunto IV do Departamento de Ciecircncias Econocircmicas da Faculdade de Ciecircncias Econocircmicas da Universidade Federal de Minas Geraisaposentado em Junho de 2002 Membro do Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Cacircmara de Educaccedilatildeo Superior a parshytir de 112001 Diretor Executivo da Fundaccedilatildeo de Desenvolvimento da Pesquisa - FUNDEP - marccedilo de 1998 a fevereiro de 2002

bull JOSEacute MANUEL MORAN eacute doutor em Comunicaccedilatildeo pela USP Professor de Novas Tecnologias na PUC-SP Assessor do Ministeacuterio de Educaccedilatildeo para avaliaccedilatildeo de cursos superiores agrave distacircncia

bull MARIA ESTELA DAL PAI FRANCO eacute Professor Titular (CC) da UFRGSPrograma de Poacutes Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo e Coordenadora do Grupo de Estudos sobre Universidade - GEU - IpesqEduUFRGS

bull MARIA BEATRIZ ACCORSI licenciada em Matemaacutetica Bolsista de AP do CNPq 1995 Bolsista do Convecircnio CAPES-UNESCO 2002

bull MARIA SUSANA ARROSA SOARES eacute professora do Departashymento de Sociologia do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sociologia e Co-

ordenadora do Mestrado em Relaccedilotildees Internacionais da UFRGS Realizou poacutes-doutorado na EHESS Paris Diretora do Centro Brasileiro de Docushymentaccedilatildeo e Estudos da Bacia do Prata (CEDEP) e do Centro de Estudos Sociais da UFRGS Pesquisadora do CNPq

MICHELANGELO GIOTTO SANTORO TRIGUEIRO eacute doushytor em Sociologia e professor do Departamento de Sociologia da UnB Decano de Ensino de Graduaccedilatildeo da UnB Chefe da Assessoria de Plashynejamento e Avaliaccedilatildeo Institucional da Universidade de Brasiacutelia entre 1993 e 1995

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Sumaacuterio

Apresentaccedilatildeo 03 Participantes 05 Lista de quadros figuras tabelas e graacuteficos 13 1 Histoacuterico da educaccedilatildeo superior no Brasil 31

11 O Seacuteculo XIX as primeiras faculdades 31 12 As etapas do desenvolvimento da educaccedilatildeo

superior no Brasil 33 121 A Repuacuteblica Velha e o debate sobre

universidade (1889-1930) 33 122 A Nova Repuacuteblica e a criaccedilatildeo

de universidades (1930 a 1964) 34 123 Os governos militares a expansatildeo do sistema

e desenvolvimento da pesquisa (1964-1985) 39 1231 Reforma universitaacuteria expansatildeo e segmentaccedilatildeo

do sistema de ensino superior 39 1232 A poacutes-graduacatildeo e o desenvolvimento

da pesquisa 40 124 A redemocratizaccedilatildeo politica a nova dinacircmica

do sistema de educaccedilatildeo superior (1985-2002) 41 1241 Constituiccedilatildeo Federal de 1988 41 1242 Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional

Lei ndeg 939496 42 2 A estrutura e o funcionamento do ensino superior no Brasil 43

21 Tipologia das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior 46 22 Instituiccedilotildees universitaacuterias e natildeo-universitaacuterias 48

221 A oferta diferenciada de cursos e programas de formaccedilatildeo superior 50

23 Caracterizaccedilatildeo das instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas 54 24 Normas e leis que regem a estrutura

e o funcionamento do ensino superior 61 25 Organismos de coordenaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior63

251 Organismos governamentais 63 252 Organismos natildeo-governamentais 68

26 A formaccedilatildeo do sistema nacional de poacutes-graduacatildeo 70 261 A estrutura da Poacutes-Graduaccedilatildeo 71 262 O funcionamento 78

27 Sistemas de avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees de ensino superior no Brasil 87 271 Normas instrumentos e estrateacutegias para avaliaccedilatildeo

das instituiccedilotildees de ensino superior 89 2711 Avaliaccedilatildeo para ingresso no ensino superior

Exame Nacional do Ensino Meacutedio (ENEM) e Exame Vestibular 90

2712 Auto-avaliaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo interna das IES 90 2713 Avaliaccedilatildeo da graduaccedilatildeo avaliaccedilatildeo do MEC 91 2714 Avaliaccedilatildeo da poacutes-graduacatildeo avaliaccedilatildeo CAPES 94

272 As relaccedilotildees entre auto-avaliaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo externa Niacutevel puacuteblico e privado 96

273 Sistema nacional de avaliaccedilatildeo 97 274 O processo de criaccedilatildeo e credenciamento de novas

instituiccedilotildees de ensino superior no Brasil 99 275 Periodicidade dos processos de avaliaccedilatildeo e

credenciamento das instituiccedilotildees de ensino superior 104 3 O acesso agrave educaccedilatildeo superior e sua cobertura demograacutefica 107

31 Requisitos e praacuteticas de acesso agrave educaccedilatildeo superior 107 32 O acesso agrave educaccedilatildeo superior 107 33 Cobertura demograacutefica 111

331 As taxas de escolaridade entre 17 e 24 anos 111 332 A evoluccedilatildeo da escolarizaccedilatildeo na

educaccedilatildeo superior 19902000 113 34 As exigecircncias de escolaridade anos e

tempo meacutedio de estudo 115 35 As estrateacutegias das instituiccedilotildees de ensino

superior e a competitividade no mercado de oferta e demanda educativa 115

36 As novas ofertas educativas nacionais e internacionais 119

4 Governo e gestatildeo da educaccedilatildeo superior 121 Introduccedilatildeo 121 41 Tipos de governo das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo

superior 122 411 Governo colegiado ou natildeo-colegiado 122 412 Nomeaccedilatildeo ou eleiccedilatildeo de autoridades das

instituiccedilotildees de ensino superior 126 413 As relaccedilotildees entre as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo

superior e o Estado 128 414 Os procedimentos e praacuteticas de prestaccedilatildeo de contas

das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior 133

415 A participaccedilatildeo de outros atores no governo das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior 139

5 Os principais atores da educaccedilatildeo superior no Brasil 145 51 Os estudantes caracteriacutesticas e evoluccedilatildeo 145

511 A populaccedilatildeo estudantil classificada por sexo aacuterea de conhecimento niacutevel de estudo e tipo de instituiccedilatildeo 145

512 A evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo estudantil entre 1990 e 2000 148

513 Os organismos representativos dos estudantes 153 514 Os programas de assistecircncia ao estudante 154

52 O pessoal docente 155 521 O Pessoal docente classificado por sexo e

tipo de instituiccedilatildeo 155 522 A evoluccedilatildeo do pessoal docente entre 1990 e 2000 157 523 Os organismos representativos do pessoal docente161 524 Os mecanismos e normas de recrutamento

seleccedilatildeo e promoccedilatildeo do pessoal docente 163 525 Os programas de melhoria e desenvolvimento

do pessoal docente bdquo 164 53 O pessoal de apoio 165

531 O pessoal de apoio classificado por sexo e tipo de instituiccedilatildeo 165

532 A evoluccedilatildeo do pessoal de apoio entre 1990 e 2000 166 533 Os organismos representativos dos servidores

teacutecnico-administrativos 168 534 Os programas de melhoria e desenvolvimento

do pessoal de apoio 169 6 O sistema de apoio agraves atividades das instituiccedilotildees de ensino superior 173

61 As bibliotecas 173 62 O Portal de perioacutedicos da CAPES 173 63 COMUT - Programa de Comutaccedilatildeo Bibliograacutefica 174 64 As bibliotecas virtuais 174 65 As editoras universitaacuterias 175 66 Grau de conectividade agrave Internet das instituiccedilotildees

de educaccedilatildeo superior 175 661 A Rede Nacional de Ensino e Pesquisa 175 662 O Instituto Brasileiro de Informaccedilatildeo

em Ciecircncia e Tecnologia (IBICT) 176 663 O Comitecirc Gestor InternetBrasil 176 664 O Prossiga 176

7 O Financiamento do ensino superior no Brasil na deacutecada de 90 179

71 As fontes de financia men to das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior 179

72 Os procedimentos de distribuiccedilatildeo de recursos pelo Estado 181 721 O Governo Federal 181 722 O setor estadual 183 723 Custo das matriacuteculas e bolsas de estudo nas

instituiccedilotildees de ensino superior privadas 184 73 As estrateacutegias de gestatildeo e de utilizaccedilatildeo dos

recursos financeiros em nivel institucional e nacional 188 731 Aposentados e pensionistas 192 732 Fundaccedilotildees de apoio 193 733 Hospitais Universitaacuterios 194

74 Fundos nacionais de financiamento da educaccedilatildeo superior 195

75 Os gastos em educaccedilatildeo superior em relaccedilatildeo ao Orccedilamento nacional e ao PIB 197

76 Financiamento eficiecircncia e equumlidade 201 8 Ciecircncia e Tecnologia no Brasil 205

81 A Organizaccedilatildeo Institucional da Ciecircncia e Tecnologia 205 811 O complexo nacional de CTampI no Brasil 205 812 A poliacutetica de CampT 207 813 O MCT e os organismos vinculados 208 814 CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento

Cientiacutefico e Tecnoloacutegico 210 815 FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos 211 816 Outros organismos de apoio agraves atividades de CampT212

82 O fomento agraves atividades de CampT 213 821 Instrumentos e mecanismos de apoio 213 822 Origem dos recursos 213 823 Os Fundos Setoriais um novo modelo de

financiamento 215 824 Investimentos em Ciecircncia e Tecnologia 218

83 A pesquisa cientiacutefica e tecnoloacutegica no Brasil 225 831 O Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq 226 832 A produccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica 233

84 Os centros e nuacutecleos de investigaccedilatildeo sobre a educaccedilatildeo superior 237

9 A educaccedilatildeo superior a distacircncia no Brasil 251 91 Os programas de educaccedilatildeo virtual a distacircncia

na educaccedilatildeo superior e sua relaccedilatildeo com a educaccedilatildeo presencial 252

92 Os tipos de programas de educaccedilatildeo virtual 254 921 Cursos de niacutevel superior em parceria 259 922 Principais instituiccedilotildees de ensino superior em EAD261

93 Estimativa do volume de estudantes e professores270 94 As metodologias e os recursos utilizados na

educaccedilatildeo virtual 270 95 As plataformas informaacuteticas de ensino e

aprendizagem na educaccedilatildeo virtual 271 96 Os serviccedilos telemaacuteticos utilizados na

educaccedilatildeo virtual 272 97 A relaccedilatildeo entre educaccedilatildeo presencial e natildeo-presencial 272

10 A relaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior com a sociedade 275 101 A relaccedilatildeo com o conjunto do sistema educativo 275 102 A relaccedilatildeo com o sistema econocircmico 276 103 A relaccedilatildeo com o sistema social e cultural 279

11 Globalizaccedilatildeo internacionalizaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo interinstitucional 281

111 A presenccedila das instituiccedilotildees nacionais em outros paiacuteses 282

112 A internacionalizaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior e o reconhecimento de tiacutetulos diplomas e certificados de estudo 282

113 A mobilidade internacional de estudantes 284 1131 O volume e o objeto dos intercacircmbios estudantis284 1132 As principais aacutereas do conhecimento

especialidades ou setores de estudo dos intercacircmbios 285 1133 Os convecircnios de intercacircmbio estudantil 290

114 A mobilidade internacional de docentes e de pesquisadores 293 1141 O volume e o objeto dos intercacircmbios 293 1142 As principais aacutereas do conhecimento

especialidades ou setores de estudos dos intercacircmbios 295 115 As unidades e as estruturas da cooperaccedilatildeo

internacional 296 116 Os convecircnios de cooperaccedilatildeo institucional

nacional regional e internacional 298 12 Mudanccedilas e perspectivas do ensino superior no Brasil 301

Lista de quadros figuras tabelas e graacuteficos

Quadro 21 Estrutura do Sistema Educativo Brasileiro 44

Quadro 22 Educaccedilatildeo superior organizaccedilatildeo acadecircmica 47

Quadro 23 Educaccedilatildeo superior cursos e niacuteveisdiplomas e certificados 51

Quadro 24 Principais dispositivos regulamentados pelos decretos portarias e resoluccedilotildees do ensino superior 62

Quadro 25 Organismos governamentais de coordenaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Superior 64

Quadro 81 Organograma do Complexo de Ciecircncia e Tecnologia 212

Quadro 82 Estrutura organizacional do Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia (MCT) 215

Quadro 83 Principais grupos e nuacutecleos de pesquisa sobre o ensino superior no Brasil 245

Quadro 84 Redes de Pesquisa em educaccedilatildeo superior 247

Quadro 85 A investigaccedilatildeo sobre ensinoeducaccedilatildeo superior no Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq - Versatildeo 41 248

Quadro 101 Tipos de mecanismos de Interaccedilatildeo Universidade-Empresa existentes no Brasil 280

Quadro 102 Tipos de praacuteticas de extensatildeo desenvolvidas nas universidades brasileiras 282

Quadro 111 Programas de Cooperaccedilatildeo Internacional com a Mediaccedilatildeo da CAPES e inscriccedilotildees 294

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Quadro 112 Brasil Convecircnios bilaterais que incluem programas em Educaccedilatildeo Superior eou CampT 303

Figura 21 Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Superior no Brasil 90

Tabela 21 Instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior segundo a natureza administrativa e a organizaccedilatildeo acadecircmica - Brasil2000 58

Tabela 22 Instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior por organizaccedilatildeo acadecircmica e natureza administrativa - Brasil2000 58

Tabela 23 Nuacutemero de Instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo Superior por Organizaccedilatildeo Acadecircmica e a Natureza Administrativa - Brasil2000 59

Tabela 24 Nuacutemero de Instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo Superior por Organizaccedilatildeo Acadecircmica e Natureza Administrativa - Brasil1990-2000 60

Tabela 25 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo 82

Tabela 26 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo por Dependecircncia Administrativa 83

Tabela 27 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo por Grande Aacuterea (Mestrado) 83

Tabela 28 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo por Grande Aacuterea (Doutorado) 84

Tabela 29 Conceitos dos Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo - 19982000 84

Tabela 210 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo por Regiatildeo (Mestrado) 84

Tabela 211 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo por Regiatildeo (Doutorado) 85

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Tabela 212 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Alunos Matriculados e Titulados na Poacutes-Graduaccedilatildeo 1987-2001 85

Tabela 213 Concessatildeo de Bolsas no Paiacutes segundo Grande Aacuterea do ConhecimentoCAPES - 1991-2002 (Mestrado) 86

Tabela 215 Concessatildeo de Bolsas no Paiacutes segundo Grande Aacuterea do ConhecimentoCAPES 1991-2002 (Doutorado) 86

Tabela 217 Bolsas no Exterior - Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Bolsistas - 1996-2001 87

Tabela 218 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Docentes da Poacutes-Graduaccedilatildeo - 1987-2000 87

Tabela 219 Concessatildeo de Bolsas no Paiacutes segundo Grande Aacuterea do ConhecimentoCNPq - 1997-2000 (Mestrado) 88

Tabela 220 Concessatildeo de Bolsas no Paiacutes segundo Grande Aacuterea do ConhecimentoCNPq - 1997-2000 (Doutorado) 88

Tabela 31 Inscritos no exame vestibular por dependecircncia administrativa - 1990-2000 110

Tabela 32 Inscritos em vestibular por regiotildees 110

Tabela 33 Vagas oferecidas em vestibular por dependecircncia administrativa 111

Tabela 34 Taxa de crescimento das vagas oferecidas em vestibular - 1990 e 2000 112

Tabela 35 Relaccedilatildeo candidatovaga em vestibular e outros processos seletivos 112

Tabela 36 Inscritos no vestibular por aacuterea de conhecimento e regiotildees - 1998 113

Tabela 37 Inscritos no vestibular por aacuterea de conhecimento segundo as regiotildees - 1998 () 114

Tabela 38 Taxa (bruta) de Escolaridade - 1991-2000 114

Tabela 39 Populaccedilatildeo em idade de ingressar na universidade - 1991 115

Tabela 310 Populaccedilatildeo em idade de ingressar na universidade - 2000 116

Tabela 51 Populaccedilatildeo estudantil em cursos de graduaccedilatildeo por sexo - 2000 149

Tabela 52 Matriacuteculas na graduaccedilatildeo por aacutereas de conhecimento em 2000 150

Tabela 53 Alunos por niacutevel de estudo e regiotildees - 2000 151

Tabela 54 Percentual de alunos por niacutevel de estudo e regiotildees - 2000 151

Tabela 55 Evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo estudantil dos cursos de graduaccedilatildeo segundo o sexo - 1987-2000 152

Tabela 56 Evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo estudantil por tipo de instituiccedilatildeo - 1990-2000 153

Tabela 57 Evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo discente em cursos de graduaccedilatildeo por Aacuterea de Conhecimento - 1995-1999 153

Tabela 58 Evoluccedilatildeo do nuacutemero de Concluintes de cursos de graduaccedilatildeo por tipo de instituiccedilatildeo - 1990-2000 154

Tabela 59 Taxa de crescimento dos Concluintes dos cursos de graduaccedilatildeo por tipo de instituiccedilatildeo - 1990-2000 155

Tabela 510 Evoluccedilatildeo da matriacutecula no ensino superior por niacutevel de estudo - 1991-2000 155

Tabela 511 Alunos de Mestrado por Aacuterea de Conhecimento - 1990-2001 156

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Tabela 512 Alunos de Doutorado por Aacuterea de Conhecimento - 1990-2001 157

Tabela 513 Docentes segundo o sexo e tipo de instituiccedilatildeo - 2000 160

Tabela 514 Nuacutemero de docentes por tipo de instituiccedilatildeo e grau de formaccedilatildeo - 2000 161

Tabela 515 Nuacutemero de docentes por dependecircncia administrativa e regiatildeo - 1999 162

Tabela 516 Docentes segundo tipo de instituiccedilatildeo - 1990-2000 163

Tabela 517 Docente em exerciacutecio segundo o grau de formaccedilatildeo e as regiotildees - 1990 e 2000 164

Tabela 518 Docentes em exerciacutecio segundo o grau de formaccedilatildeo e as regiotildees - 1990 e 2000 () 164

Tabela 519 Docentes por regime de trabalho 165

Tabela 520 Docentes por regime de trabalho () 166

Tabela 521 Funcionaacuterios por sexo 171

Tabela 522 Funcionaacuterios por grau de formaccedilatildeo - 2000 172

Tabela 523 Funcionaacuterios teacutecnico-administrativos em exerciacutecio segundo as regiotildees - 1991-2000 173

Tabela 524 Funcionaacuterios teacutecnico-administrativos em exerciacutecio segundo as regiotildees -1991-2000 () 173

Tabela 525 Nuacutemero de servidores nas universidades federais 174

Tabela 71 MEC Distribuiccedilatildeo percentual do gasto total por programa (1993-1999) 188

Tabela 72 IFES Gastos com pessoal ativo e inativo - 1994-2001 (em milhotildees de reais de 2001) 188

Tabela 73 EFES Despesas de OCC efetuadas com Recursos do Tesouro e Proacuteprios 197

Tabela 74 Bolsas do CNPq de Produtividade em Pesquisa 2000 202

Tabela 75 Gasto Puacuteblico em Educaccedilatildeo (1997-1998 - Brasil) 204

Tabela 76 IFES Despesas efetuadas com recursos do Tesouro e proacuteprios (1994-2001) 204

Tabela 81 MCT Recursos do Governo Federal aplicados em Ciecircncia e Tecnologia (CampT) por modalidade (Brasil 1991-2001) 225

Tabela 82 CNPq Investimentos realizados em bolsas e no fomento agrave pesquisa - 19902001 227

Tabela 83 Recursos dos Governos Estaduais aplicados em Ciecircncia e Tecnologia (CampT) Brasil1990-2000 229

Tabela 84 FAPESP Dispecircndio e execuccedilatildeo da pesquisa no Estado de Satildeo Paulo por fonte de recursos e perfil institucional dos usuaacuterios (1995-1998) 230

Tabela 85 Nuacutemero de bolsas de formaccedilatildeo e de pesquisa concedidas no paiacutes e no exterior por agecircncias federais e modalidades - 2000 231

Tabela 86 Distribuiccedilatildeo de grupos de pesquisa linhas pesquisadores pesquisadores-doutores e instituiccedilotildees partiacutecipes por versotildees do DGPB 234

Tabela 87 Distribuiccedilatildeo dos pesquisadores por titulaccedilatildeo segundo as regiotildees - 2002 235

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Tabela 88 Distribuiccedilatildeo dos grupos de pesquisa nas 21 instituiccedilotildees com maior nuacutemero de grupos 2002 236

Tabela 89 Distribuiccedilatildeo dos grupos de pesquisa nas 10 aacutereas do conhecimento com maior nuacutemero de grupos - 2002 238

Tabela 810 Produccedilatildeo Cientiacutefica dos grupos de pesquisa por versotildees do DGPB 241

Tabela 811 Produccedilatildeo Bibliograacutefica segundo grande aacuterea predominante do grupo para pesquisadores - 1998-2001 242

Tabela 812 Produccedilatildeo Teacutecnica dos grupos do Diretoacuterio do CNPq - versotildees 30 e 41 242

Tabela 91 Tecnologias utilizadas em cursos a distacircncia e semipresenciais 273

Tabela l l l CAPES Bolsistas no exterior por modalidade de bolsa (1996-2002) 286

Tabela 112 CNPq Bolsas de poacutes-graduacatildeo no exterior por modalidade e ano () 287

Tabela 113 CAPES Bolsistas no exterior por grande aacuterea do conhecimento 1996-2002 288

Tabela 114 CNPq Bolsas no exterior (alunos) por aacuterea de conhecimento e modalidade 1997-2000 289

Tabela 115 CAPES Paiacutes de destino dos bolsistas brasileiros por modalidade de bolsa (2002) 290

Tabela 116 CNPq Nuacutemero de bolsas no exterior (alunos) por paiacutes de destino e modalidade (2000) 291

Tabela 117 Bolsas da cooperaccedilatildeo Fulbright-Brasil por aacuterea ano e modalidades 292

Tabela 118 CNPq Nuacutemero de Bolsas no exterior (docentespesquisadores) e fomento (curta duraccedilatildeoprojetos) por modalidade e ano () 297

Tabela 119 CNPq Nuacutemero de Bolsas no Brasil para visitantes e fomento de atividades por modalidade e ano () 297

Tabela 1110 CNPq Bolsas no exterior (docentes) por aacuterea de conhecimento e modalidade (1997-2000) () 299

Tabela 1111 Nuacutemero de universidades brasileiras com Assessorias Internacionais (AI) (2002) 301

Graacutefico 31 Evoluccedilatildeo da matriacutecula na graduaccedilatildeo por dependecircncia administrativa - 1990-2000 116

Graacutefico 32 Matriacuteculas em cursos de mestrado ao final do ano - 1996-2001117

Graacutefico 33 Matriacutecula em cursos de doutorado ao final do ano - 1996-2001117

Graacutefico 51 Alunos de graduaccedilatildeo por aacuterea de conhecimento - 2000 150

Graacutefico 52 Populaccedilatildeo estudantil por tipo de instituiccedilatildeo - 2000 152

Graacutefico 53 Matriacuteculas em cursos noturnos por tipo de instituiccedilatildeo - 1991 e 2000 () 157

Graacutefico 54 Corpo docente por tipo de instituiccedilatildeo - 2000 161

Graacutefico 81 MCT Recursos do Governo Federal aplicados em Ciecircncia e Tecnologia (CampT) segundo Ministeacuterios (Brasil 1999) 225

Graacutefico 82 Recursos do Governo Federal aplicados em Ciecircncia e Tecnologia (CampT) pelo Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Brasil1991-2001 226

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Graacutefico 83 CAPES Dotaccedilatildeo Orccedilamentaacuteria e Despesa Realizada - 1995-2002 228

Graacutefico 84 CAPES Investimentos realizados em Bolsas - 1995-2002 228

Graacutefico 85 Distribuiccedilatildeo dos grupos de pesquisa em 2002 segundo o ano de criaccedilatildeo 233

Graacutefico 86 Distribuiccedilatildeo percentual dos grupos de pesquisa por regiatildeo - 1993 e 2002 235

Graacutefico 87 Distribuiccedilatildeo dos grupos de pesquisa segundo as grandes aacutereas do conhecimento - 2002 237

Graacutefico 88 Distribuiccedilatildeo dos grandes grupos de pesquisa segundo as grandes aacutereas do conhecimento - 2002 238

Graacutefico 89 Percentual de pesquisadores-doutores segundo as grandes aacutereas do conhecimento - 1993 e 2002 239

Graacutefico 810 Crescimento da Produccedilatildeo por Aacuterea Cientiacutefica do Brasil e do Mundo - Periacuteodo 1981-2000 240

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Lista de siglas INSTITUICcedilOtildeES DE ENSINO EE - Escola de Engenharia FURB - Universidade Regional de Blumenau FURG - Fundaccedilatildeo Universidade de Rio Grande IES - Instituiccedilotildees de Ensino Superior IFES - Instituiccedilotildees Federais de Ensino PUCCAMP - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Campinas PUCPR - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Paranaacute PUCRS - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio Grande do Sul PUCRJ - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro PUCSP - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo UCB - Universidade Catoacutelica de Brasiacutelia UCDB - Universidade Catoacutelica Dom Bosco UCLA - Universidade da Califoacuternia - Los Angeles UCPel - Universidade Catoacutelica de Pelotas UCS - Universidade de Caxias do Sul UEL - Universidade Estadual de Londrina UERN - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa UEM - Universidade Estadual de Maringaacute UFBa - Universidade Federal da Bahia UFG - Universidade Federal de Goiaacutes UFMG - Universidade de Minas Gerais UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso UFPA - Universidade Federal do Paraacute UFPE - Universidade Federal de Pernambuco UFPR - Universidade Federal do Paranaacute UFPel - Universidade Federal de Pelotas UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco UFS - Universidade Federal de Sergipe UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina UFSCar - Universidade Federal de Satildeo Carlos UFSM - Universidade Federal de Santa Maria UFU - Universidade Federal de Uberlacircndia ULBRA - Universidade Luterana do Brasil UnB - Universidade de Brasiacutelia UNESP - Universidade Estadual Paulista UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas

UNICRUZ - Universidade de Cruz Alta UNIJUIacute - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande

do Sul UNIMEP - Universidade Metodista de Piracicaba UNIP - Universidade Paulista UNIR - Universidade Federal de Rondocircnia UNISC - Universidade de Santa Cruz do Sul UNISINOS - Universidade do Vale do Rio dos Sinos UNISO - Universidade de Sorocaba UNITINS - Universidade do Tocantins UNIVERSO - Universidade Salgado de Oliveira UNOPAR - Universidade Norte do Paranaacute UPA - Universidade de Porto Alegre UPE - Universidade de Pernambuco UPF - Universidade de Passo Fundo UR (Uruguai) - Universidad de la Republica URCAMP - Universidade Regional da Campanha URI - Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missotildees USF - Universidade Satildeo Francisco USM - Universidade de Santa Maria USP - Universidade de Satildeo Paulo UT - Universidade Teacutecnica UT (EUA) - Universidade do Texas UVA-RJ - Universidade Veiga de Almeida - Rio de Janeiro

ASSOCIACcedilOtildeESAGEcircNCIASOacuteRGAtildeOS ABC - Agecircncia Brasileira de Cooperaccedilatildeo ligada ao MRE AI - Assessoria Internacional oacutergatildeos ligados agraves universidades ALADI - Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ALCA - Aacuterea de Livre Comeacutercio das Ameacutericas ASCIN - Assessoria de Cooperaccedilatildeo Internacional do CNPq AUGM - Associaccedilatildeo de Universidades Grupo Montevideacuteu BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento BIRD - Banco Mundial BNDE - Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico CAI - Comissatildeo de Assuntos Internacionais do MEC CAPES - Fundaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de

Ensino Superior CCT - Conselho Nacional de Ciecircncia e Tecnologia MCT CDI - Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento Institucional ligado agrave CAPES CDR - Comissatildeo de Desenvolvimento Regional ligado ao CCT CENEN - Comissatildeo Nacional de Energia Nuclear

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

CES - Conselho de Ensino Superior CFE - Conselho Federal de Educaccedilatildeo CGC1 - Coordenadoria Geral de Cooperaccedilatildeo Internacional da CAPES CNE - Conselho Nacional de Educaccedilatildeo CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico

e Tecnoloacutegico COFECUB (Franccedila) - Comitecirc Francecircs de Avaliaccedilatildeo da Cooperaccedilatildeo

Universitaacuteria com o Brasil COFIEX - Comissatildeo de Financiamentos Externos ligada ao MP CONSUN - Conselho Superior das Universidades CPICI - Comissatildeo de Prospectiva Informaccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo

Internacional do CCT CPLP - Comunidade dos Paiacuteses de Liacutengua Portuguesa CRUB - Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras DASP - Departamento de Administraccedilatildeo do Serviccedilo Puacuteblico DCT - Departamento de Cooperaccedilatildeo Cientifica e Tecnoloacutegica do MRE FACED - Faculdade de Educaccedilatildeo FAPERGS - Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado do Rio Grande

do Sul FAPERJ - Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado do Rio

de Janeiro FAPESP - Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Satildeo Paulo FAPMIG - Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa de Minas Gerais FAPs - Fundaccedilotildees (estaduais) de Amparo agrave Pesquisa FAUBAI - Foacuterum das Assessorias Internacionais das Universidades

Brasileiras FCC - Fundaccedilatildeo Carlos Chagas FGV - Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo GEU - Grupo de Estudos Sobre UniversidadeUFRGS GTC - Grupo Teacutecnico Consultivo da CAPES GTL - Grupo de Trabalho sobre Licenciatura HCPA - Hospital de Cliacutenicas de Porto Alegre IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Naturais Renovaacuteveis IGLU - Instituto de Gestatildeo e Lideranccedila Universitaacuteria INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais INRIA - Centro de Pesquisa francecircs IRBr - Instituto Rio Branco academia para formaccedilatildeo de diplomatas do

Itamaraty IUPERJ - Instituto Universitaacuterio de Pesquisa do Rio de Janeiro

LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional MCT - Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia MEC - Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura MECUsaid - United States Agency for International Development

Equipe de Planejamento do Ensino Superior do MEC MECD (Espanha) - Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Cultura e Esporte da

Espanha MERCOSUL - Mercado Comum do Sul MES (Cuba) - Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Superior de Cuba MIT - Instituto de Tecnologia de Massachussets MP - Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo MRE - Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores NAFTA - North American Free Trade Agreement OEA - Organizaccedilatildeo dos Estados Americanos OEI - Organizaccedilatildeo dos Estados Ibero-Americanos OMC - Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio ONU - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas OUI - Organizaccedilatildeo Universitaacuteria Interamericana PBDCT - Plano Baacutesico de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico PICD - Programa Institucional de Capacitaccedilatildeo Docente PND - Plano Nacional de Desenvolvimento PNDU - Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento PNPG - Programa Nacional de Poacutes-Graduaccedilatildeo PPCD - Plano Plurianual de Capacitaccedilatildeo Docente PROANTAR - Programa Antaacutertico Brasileiro RECYT - Reuniatildeo Especializada de Ciecircncia e Tecnologia do Mercosul REDUC - Red Latinoamericana de Informacioacuten y Documentacioacuten en

Educacioacuten SBPC - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciecircncia SEAIN - Secretaria de Assuntos Internacionais do MP SESu - Secretaria da Educaccedilatildeo Superior do MEC SIGEF - Sistema Gerencial de Fomento do CNPq UNESCO - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo

a Ciecircncia e a Cultura UNICEF - Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia USAID - United States Agency International Development

OUTROS AEV - Amparo agrave Especialista Visitante CNPq APE - Aperfeiccediloamento CNPq APV - Amparo a Pesquisador Visitante CNPq CampT - Ciecircncia e Tecnologia

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

DOU - Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Dec - Decreto Dec Fed - Decreto Federal DIBCT - Dispecircndio Interno Bruto em CampT Doc - Documento ESN - Estaacutegio Secircnior no Exterior CNPq EUA (USA) - Estados Unidos da Ameacuterica GDE - Doutorado CNPq Hab - Habilitaccedilatildeo IC - Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica PADCT - Programa de Apoio ao Desenvolvimento Cientiacutefico e

Tecnoloacutegico Par - Parecer PDE - Poacutes-Doutorado CNPq PG - Poacutes-Graduaccedilatildeo PGEdu - Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo PIB - Produto Interno Bruto Port - Portaria Port Min - Portaria Ministerial PPGEdu - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Res - Resoluccedilatildeo RH - Recursos Humanos SPE - EstaacutegioEspecializaccedilatildeo CNPq SWE - Doutorado Sanduiacuteche CNPq

ACORDOS DE COOPERACcedilAtildeO AAP - American Airlines Program Comissatildeo Fulbright ALFA-BRACARA - Rede de estudos e desenvolvimento da gestatildeo

acadecircmica e administrativa de universidades europeacuteias e latino-americanas

ANTORCHAS - Programa de Cooperaccedilatildeo Cientifico-Acadecircmica Argentina-Brasil-Chile

BC (Reino Unido) - Conselho Britacircnico British Council CAS (China) - Academia de Ciecircncias da China CEE (China) - Centro de Estudos Estrateacutegicos CefiSfere (Franccedila) - Comiteacute dEtude sur les Formations dIngeacutenieurs

Socieacuteteacute Franccedilaise dExportation de Ressources Educatives CEM - Organizaccedilatildeo Europeacuteia de Pesquisa Nuclear CESMAT (Franccedila) - Centre dEtudes Supeacuterieures de Matiegraveres Premieres CF (EUA) - Comissatildeo Fulbright CIDA (Canadaacute) - Agecircncia de Desenvolvimento Internacional do Canadaacute CIHR (Canadaacute) - Conselho de Pesquisas Meacutedicas do Canadaacute

CNRS (Franccedila) - Centro Nacional de Pesquisa Cientiacutefica COLCIENCIAS (Colocircmbia) - Fundo Colombiano de Investigaccedilotildees

Cientiacuteficas e Projetos Especiais Francisco Joseacute de Caldas CONACYT (Meacutexico) - Conselho Nacional de Ciecircncia e Tecnologia CONICIT (Costa Rica) - Comissatildeo Nacional de Investigaccedilotildees

Cientiacuteficas e Tecnoloacutegicas CONICIT (Uruguai) - Comissatildeo Nacional de Investigaccedilotildees Cientiacuteficas

e Tecnoloacutegicas CONICYT (Chile) - Comissatildeo Nacional de Investigaccedilotildees Cientiacuteficas

e Tecnoloacutegicas CPES (Espanha) - Center for Power Eletronic Systems CRIMA - Rede de Integraccedilatildeo e Mobilidade Acadecircmica CRN (Itaacutelia) - Conselho Nacional de Pesquisa da Itaacutelia CSIC (Espanha) - Conselho Superior de Investigaccedilotildees Cientiacuteficas CTPD - Cooperaccedilatildeo Teacutecnica entre Paiacuteses em Desenvolvimento CTRB - Cooperaccedilatildeo Teacutecnica Recebida Bilateral CTRM - Cooperaccedilatildeo Teacutecnica Recebida Multilateral CYTED (Espanha) - Programa Ibero-Americano de Ciecircncia e

Tecnologia para o Desenvolvimento DAAD (Alemanha) - Serviccedilo Alematildeo de Intercacircmbio Acadecircmico DFG (Alemanha) - Sociedade Alematilde de Pesquisa DLR (Alemanha) - Deustche Forschungsanstalt fuuml Luft und Raumfahrt FIPSE (EUA) - Programa de Consoacutercio em Educaccedilatildeo Superior Fund

for the Improvement of Post Secondary Education - Dep of Education dos Estados Unidos da Ameacuterica EUA (USA)

FONACIT (Venezuela) - Fundo Nacional de Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo

FRNS (Beacutelgica) - Centro Nacional da Pesquisa Cientiacutefica FUNDACYT (Equador) - Fundaccedilatildeo para a Ciecircncia e a Tecnologia GMDDLR (Alemanha) - International Bureau for the Federal

Ministry of Education Science research and tecnology HHH - Hubert H Humprey Comissatildeo Fulbright Humboldt (Alemanha) - Fundaccedilatildeo Alexander von Humboldt IAS (Franccedila) - Instituto Aeronaacuteutico e Espacial ICCTI (Itaacutelia) - Instituto de Cooperaccedilatildeo Cientiacutefica e Tecnoloacutegica

Internacional ICCTI (Portugal) - Instituto de Cooperaccedilatildeo Cientiacutefica e Tecnoloacutegica

Internacional IFP (Estados Unidos) - International Fellowship (Amdrom Program)

Comissatildeo Fulbright IFP (Estados Unidos) - International Fellowship Program Fundaccedilatildeo Ford INSERM (Franccedila) - Instituto Nacional da Sauacutede e da Pesquisa Meacutedica

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

IRD (Franccedila) - Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento JSPS (Japatildeo) - Sociedade Japonesa para a Promoccedilatildeo da Ciecircncia KFADLR (Alemanha) - Centro de Pesquisa de Juumllich KRUPP (Alemanha) - Alfriacuteed Krupp von Bohlen un Halbach Strung LTER (EUA) - Long Term Ecological Research MINTER (Brasil) - Programa Mestrado Interinstitucional da CAPES MISTRAL - Programa Ibero-americano de Mobilidade Interuniversitaria

em Ramos Avanccedilados da Licenciatura MONBUSCHO (Japatildeo) - Ministeacuterio da Educaccedilatildeo do JapatildeoPrograma

de Formaccedilatildeo de Recursos Humanos MST (China) - Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia NSF (EUA) - Fundaccedilatildeo Nacional da Ciecircncia PCI (Espanha) - Programa de Cooperaccedilatildeo Interuniversitaria PECPG (Brasil) - Programa de Estudantes Convecircnio Poacutes-Graduaccedilatildeo PELD (EUA) - Pesquisas Ecoloacutegicas de Longa Duraccedilatildeo PICDT - Programa Institucional de Capacitaccedilatildeo Docente e Teacutecnica PNE (Reino Unido) - Programa de Plantas do Nordeste Plantas Locais

para a Populaccedilatildeo Local PQI - Programa de Qualificaccedilatildeo Institucional CAPES PROBAL - Projeto de Pesquisa Internacional Brasil-Alemanha PROCAD (Brasil) - Programa Nacional de Cooperaccedilatildeo Acadecircmica

da CAPES Projeto Columbia - Centro de Formaccedilatildeo e Pesquisa Psicanalitica da

Universidade de Columbia Rede Deusto - Rede de Universidades Espanholas RS (Reino Unido) - Royal Society SEPCIP (Argentina) - Projetos Conjuntos de Pesquisa - Grupos

Vinculados agrave Poacutes-Graduaccedilatildeo SPU (Argentina) - Secretaria de Poliacuteticas Universitaacuterias do Ministeacuterio

da Educaccedilatildeo e Cultura da Argentina TWAS (Itaacutelia) - Academia de Ciecircncias do Terceiro Mundo UNI BR AL - Parcerias Universitaacuterias Brasil-Alemanha Intercacircmbio de

Estudantes de Graduaccedilatildeo Brasil-Alemanha UNU (Japatildeo) - Universidade das Naccedilotildees Unidas

Histoacuterico da educaccedilatildeo superior no Brasil

Arabela Campos Olive

11 O Seacuteculo XIX as primeiras faculdades

com relaccedilatildeo agraves suas origens e caracteriacutesticas o desenvolvimento do sistema de educaccedilatildeo superior no Brasil pode ser considerado um caso atiacutepico no contexto latino-americano Desde o seacuteculo XVI os espanhoacuteis fundaram universidades em suas possessotildees na Ameacuterica as quais eram instituiccedilotildees religiosas que recebiam a autorizaccedilatildeo do Sumo Pontiacutefice atraveacutes de Bula Papal O Brasil Colocircnia por sua vez natildeo criou instituiccedilotildees de ensino superior em seu territoacuterio ateacute iniacutecio do seacuteculo XIX ou seja quase trecircs seacuteculos mais tarde

Para graduarem-se os estudantes da elite colonial portuguesa considerados portugueses nascidos no Brasil tinham de se deslocar ateacute a metroacutepole Na Colocircnia o ensino formal esteve a cargo da Companhia de Jesus os jesuiacutetas dedicavam-se desde a cristianizaccedilatildeo dos indiacutegenas organizados em aldeamentos ateacute a formaccedilatildeo do clero em seminaacuterios teoloacutegicos e a educaccedilatildeo dos filhos da classe dominante nos coleacutegios reais Nesses uacuteltimos era oferecida uma educaccedilatildeo medieval latina com elementos de grego a qual preparava seus estudantes por meio dos estudos menores afim de poderem frequumlentar a Universidade de Coimbra em Portugal

Essa universidade confiada agrave Ordem Jesuiacutetica no seacuteculo XVI tinha como uma de suas missotildees a unificaccedilatildeo cultural do Impeacuterio portuguecircs Dentro do espiacuterito da Contra-Reforma ela acolhia os filhos da elite portuguesa que nasciam nas colocircnias visando a desenvolver uma homogeneidade cultural avessa a questionamentos agrave feacute Catoacutelica e agrave superioridade da Metroacutepole em relaccedilatildeo agrave Colocircnia A Universidade de Coimbra no dizer de Aniacutesio Teixeira foi a primeira universidade nela se graduaram em Teologia Direito Canogravenico Direito Civil Medicina e Filosofia durante os primeiros trecircs seacuteculos de nossa histoacuteria mais de 2500 jovens nascidos no Brasil1

I Teixeira Aniacutesio Ensino Superior no Brasil Anaacutelise e interpretaccedilatildeo de sua evoluccedilatildeo ateacute 1969 Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas 1989

Em 1808 a Familia Real Portuguesa fugiu de Lisboa rumo ao Brasil para escapar das tropas napoleocircnicas que haviam invadido Portugal Quando chegou na Bahia Dom Joatildeo VI entatildeo Priacutencipe Regente recebeu a solicitaccedilatildeo dos comerciantes locais no sentido de ser criada uma universidade no Brasil para tanto dispunham-se a colaborar com uma significativa ajuda financeira Em vez de universidade Salvador passou a sediar o Curso de Cirurgia Anatomia e Obstetriacutecia com a transferecircncia da Corte para o Rio de Janeiro foram criados nessa cidade uma Escola de Cirurgia aleacutem de Academias Militares e a Escola de Belas Artes bem como o Museu Nacional a Biblioteca Nacional e o Jardim Botacircnico

Quando o Brasil tornou-se independente em 1822 assumiu o poder o Imperador Dom Pedro I da Famiacutelia Real Portuguesa o qual mais tarde renunciou ao trono brasileiro para assumir como Dom Pedro IV o reino de Portugal Em seu lugar permaneceu no Brasil seu primogecircnito ainda menor de idade Dom Pedro 11

Durante o periacuteodo da Regecircncia foram criados em 1827 dois cursos de Direito um em Olinda na regiatildeo nordeste e outro em Satildeo Paulo no sudeste Aleacutem desses cursos a Escola de Minas foi criada na cidade de Ouro Preto que como o nome indica situava-se na regiatildeo de extraccedilatildeo de ouro Embora a criaccedilatildeo dessa Escola date de 1832 ela foi instalada somente 34 anos mais tarde

As primeiras faculdades brasileiras - Medicina Direito e Politeacutecnica - eram independentes umas das outras localizadas em cidades importantes e possuiacuteam uma orientaccedilatildeo profissional bastante elitista Seguiam o modelo das Grandes Escolas francesas instituiccedilotildees seculares mais voltadas ao ensino do que agrave pesquisa Tanto sua organizaccedilatildeo didaacutetica como sua estrutura de poder baseavam-se em caacutetedras vitaliacutecias o catedraacutetico lente proprietaacuterio era aquele que dominava um campo de saber escolhia seus assistentes e permanecia no topo da hierarquia acadecircmica durante toda a sua vida

No periacuteodo imperial apesar das vaacuterias propostas apresentadas2 natildeo foi criada uma universidade no Brasil Isto talvez se deva ao alto conceito da Universidade de Coimbra o que dificultava a sua substituiccedilatildeo por uma instituiccedilatildeo do jovem paiacutes Assim sendo os novos cursos superiores de orientaccedilatildeo profissional que se foram estabelecendo no territoacuterio brasileiro eram vistos como substitutos agrave universidade

2 Aniacutesio Teixeira refere-se a 24 projetos de universidade apresentados durante o periacuteodo que vai de 1808 a 1889 e chama a atenccedilatildeo para o fato de que em quase meio seacuteculo de reinado do segundo imperador natildeo foram criadas novas faculdades aleacutem daquelas criadas pelos soberanos nas primeiras deacutecadas do seacuteculo XVIII e uma em 1839

12 As etapas do desenvolvimento da educaccedilatildeo superior no Brasil

121 A Repuacuteblica Velha e o debate sobre universidade (1889-1930)

A influecircncia do ideaacuterio positivista no grupo de oficiais que proclamou a Repuacuteblica foi um fator que contribuiu sobremaneira para o atraso na criaccedilatildeo de universidades no Brasil como instituiccedilatildeo medieval e adaptada agraves necessidades do Velho Continente a universidade era considerada pelos liacutederes poliacuteticos da Primeira Repuacuteblica (1989-1930) uma instituiccedilatildeo ultrapassada e anacrocircnica para as necessidades do Novo Mundo Em funccedilatildeo disso eram francamente favoraacuteveis agrave criaccedilatildeo de cursos laicos de orientaccedilatildeo teacutecnica profissionalizante3

A primeira universidade brasileira foi criada em 1920 data proacutexima das comemoraccedilotildees do Centenaacuterio da Independecircncia (1922) Resultado do Decreto ndeg 14343 a Universidade do Rio de Janeiro reunia administrativamente Faculdades profissionais preacute-existentes sem contudo oferecer uma alternativa diversa do sistema ela era mais voltada ao ensino do que agrave pesquisa elitista conservando a orientaccedilatildeo profissional dos seus cursos e a autonomia das faculdades Comentava-se agrave eacutepoca que uma das razotildees da criaccedilatildeo dessa Universidade localizada na capital do paiacutes devia-se agrave visita que o Rei da Beacutelgica empreenderia ao paiacutes por ocasiatildeo dos festejos do Centenaacuterio da Independecircncia havendo interesse poliacutetico em outorgar-lhe o tiacutetulo de Doutor Honoris Causa O Brasil no entanto carecia de uma instituiccedilatildeo apropriada ou seja uma universidade4

A Escola Politeacutecnica do Rio de Janeiro no iniacutecio do seacuteculo XX representou uma reaccedilatildeo antipositivista que tomou maior corpo com a fundaccedilatildeo em 1916 da Academia Brasileira de Ciecircncias Nesses ciacuterculos acadecircmicos eram debatidas questotildees referentes agrave pesquisa e ao ensino superior no Brasil A criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo (ABE) em 1924 igualmente deu continuidade a tais discussotildees culminando com a publicaccedilatildeo de O problema universitaacuterio brasileiro um livro baseado em entrevistas com professores de ensino superior de diversos estados A Associaccedilatildeo tinha como uma de suas bandeiras a criaccedilatildeo do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo5

3 Aproveitando a descentralizaccedilatildeo poliacutetica que caracterizou esse periacuteodo alguns estados Paranaacute Satildeo Paulo c Amazonas criaram universidades no iniacutecio do seacuteculo XX que foram logo descontinuadas 4 FAacuteVERO Maria de Lourdes Universidade amp Poder Rio de Janeiro Achiameacute 1980 5 SCHWARTZMAN Simon (org) Universidades e instituiccedilotildees cientiacuteficas no Rio de Janeiro Brasiacutelia CNPq 1982

122 A Nova Repuacuteblica e a criaccedilatildeo de universidades (1930 a 1964)

O presidente Getuacutelio Vargas6 (1930-45) criou o Ministeacuterio de Educaccedilatildeo e Sauacutede Em 1931 com Francisco Campos seu primeiro titular foi aprovado o Estatuto das Universidades Brasileiras que vigorou ateacute 1961 a universidade poderia ser oficial ou seja puacuteblica (federal estadual ou municipal) ou livre isto eacute particular deveria tambeacutem incluir trecircs dos seguintes cursos Direito Medicina Engenharia Educaccedilatildeo Ciecircncias e Letras Essas faculdades seriam ligadas por meio de uma reitoria por viacutenculos administrativos mantendo no entanto a sua autonomia juriacutedica

Os educadores da ABE desapontaram-se com as poliacuteticas do novo Ministeacuterio A ecircnfase dada agrave criaccedilatildeo de uma Faculdade de Educaccedilatildeo nas universidades para formar professores do ensino secundaacuterio respondia muito mais aos planos de Francisco Campos (que priorizava o ensino meacutedio) do que aos anseios dos educadores preocupados com a criaccedilatildeo de uma universidade voltada agraves atividades de pesquisa

O Distrito Federal configurou-se na arena onde se defrontaram diferentes grupos defensores de distintos projetos para a universidade brasileira Em poucos anos foram criadas trecircs universidades que expressaram clivagens ideoloacutegicas entre educadores poliacuteticos e liacutederes religiosos da eacutepoca Os principais pontos da discoacuterdia relacionavam-se

- ao papel do governo federal como normatizador do ensino superior e - agrave atuaccedilatildeo da Igreja Catoacutelica como formadora do caraacuteter humanista da elite brasileira

Em 1935 Aniacutesio Teixeira entatildeo Diretor de Instruccedilatildeo do Distrito Federal criou atraveacutes de um Decreto Municipal a Universidade do Distrito Federal voltada especialmente agrave renovaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo da cultura e aos estudos desinteressados Mesmo enfrentando escassez de recursos econocircmicos as atividades de pesquisa foram estimuladas com o aproveitamento de laboratoacuterios jaacute existentes e o apoio de professores simpaacuteticos agrave iniciativa Essa foi uma vitoacuteria do grupo de educadores liberais liderados por Aniacutesio Teixeira disciacutepulo de Dewey e grande defensor da escola puacuteblica leiga gratuita e para todos Em funccedilatildeo de seu posicionamento apaixonadamente liberal Aniacutesio natildeo contou com apoios que dessem sustentabilidade a seu projeto universitaacuterio

6 A Revoluccedilatildeo de 1930 que levou Getuacutelio Vargas ao poder foi liderada por fraccedilotildees dissidentes da oligarquia e atacou as bases de dominaccedilatildeo dos cafeicultores As reformas sociais e econocircmicas levadas a efeito a partir de 1930 criaram as preacute condiccedilotildees para a expansatildeo do capitalismo no Brasil

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Devido ao clima poliacutetico autoritaacuterio reinante no paiacutes a Universidade do Distrito Federal careceu da simpatia do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e por ingerecircncia direta do governo federal teve uma breve existecircncia em janeiro de 1939 menos de quatro anos depois foi extinta por decreto presidencial Seus cursos foram transferidos para a Universidade do Brasil nome que foi dado a nossa primeira universidade a antiga Universidade do Rio de Janeiro criada em 1920 Gustavo Capanema Ministro da Educaccedilatildeo e Sauacutede do governo de Getuacutelio Vargas no periacuteodo de 193745 aproveitou o autoritarismo do Estado Novo para implantar seu projeto universitaacuterio a criaccedilatildeo da Universidade do Brasil que serviria como modelo uacutenico de ensino superior em todo o territoacuterio nacional Essa realizaccedilatildeo constitui-se no exemplo mais significativo da centralizaccedilatildeo autoritaacuteria do ensino superior brasileiro7

A Universidade do Distrito Federal foi tambeacutem muito criticada pelos setores conservadores ligados agrave Igreja Catoacutelica os quais temiam a influecircncia negativa do liberalismo norte-americano materialista individualista e protestante sobre os valores catoacutelicos humanistas e personalistas considerados essenciais na cultura brasileira

Para as lideranccedilas religiosas os problemas do Brasil eram resultantes da crise moral desencadeada com a separaccedilatildeo da Igreja do Estado iniciada com a proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica em 1889 quando a primeira perdeu a influecircncia que ateacute entatildeo vinha exercendo nos ciacuterculos de poder Aproveitando o interesse em obter o apoio da Igreja que caracterizou o governo de Vargas entre 1930 e 1945 as lideranccedilas catoacutelicas passaram a desenvolver um intenso trabalho pedagoacutegico visando agrave recristianizaccedilatildeo das elites do paiacutes

Desde 1934 no primeiro congresso catoacutelico de educaccedilatildeo realizado no Rio de Janeiro a Igreja manifestara seu interesse na criaccedilatildeo de uma universidade subordinada agrave hierarquia eclesiaacutestica e independente do Estado tanto assim que jaacute havia criado cursos nas aacutereas humanas e sociais com o objetivo de ressocializar as elites brasileiras com base nos princiacutepios eacutetico-religiosos da moral catoacutelica Coube aos jesuiacutetas a incumbecircncia de organizar administrar e orientar pedagogicamente a futura a instituiccedilatildeo universitaacuteria Em 1946 satisfeitos os preacute-requisitos legais com o Decreto ndeg 8681 de 15346 surgiu a primeira universidade catoacutelica do Brasil No ano seguinte foi-lhe outorgado pela Santa Seacute o tiacutetulo de Pontifiacutecia Similar a outras congecircneres no mundo ela introduziu em seus curriacuteculos a frequumlecircncia ao curso de cultura religiosa e tornou-se referecircncia para a criaccedilatildeo de outras universidades catoacutelicas no paiacutes8

7 SCHWARTZMAN Simon (org) op cil s Ibidem

Ao contraacuterio do Distrito Federal o estado de Satildeo Paulo construiu agrave eacutepoca um projeto poliacutetico no bojo do qual se inseria a criaccedilatildeo de uma universidade de alto padratildeo acadeacutemico-cientiacutefico Este estado maior centro cafeicultor do Brasil perdera poder poliacutetico em niacutevel nacional devido agrave crise econocircmica do cafeacute O movimento para a criaccedilatildeo da universidade liderado por Fernando de Azevedo e incentivado pelo jornal O Estado de Satildeo Paulo recebeu o apoio do governo estadual Por ser o estado mais rico do paiacutes criou sua proacutepria universidade puacuteblica estadual livre do controle direto do governo federal constituindo-se numa tentativa de reconquistar a hegemonia poliacutetica que gozara ateacute a Revoluccedilatildeo de 1930

A Universidade de Satildeo Paulo criada em 1934 representou um divisor de aacuteguas na histoacuteria do sistema brasileiro de educaccedilatildeo superior Para concretizar esse plano poliacutetico foram reunidas faculdades tradicionais e independentes dando origem agrave nova Faculdade de Filosofia Ciecircncias e Letras que contou com professores pesquisadores estrangeiros principalmente da Europa A USP tornou-se o maior centro de pesquisa do Brasil concretizando o ideal de seus fundadores

Na esfera organizacional a ideacuteia inovadora foi fazer da nova Faculdade de Filosofia o eixo central da universidade que viria a promover a integraccedilatildeo dos diversos cursos e das atividades de ensino e pesquisa Esse plano natildeo se efetivou em grande parte face agrave resistecircncia das faculdades tradicionais as quais natildeo queriam abrir matildeo do processo de seleccedilatildeo e formaccedilatildeo de seus alunos desde o ingresso na universidade ateacute a formatura Natildeo obstante a alta qualificaccedilatildeo do corpo docente vindo da Europa foi pequena a demanda aos cursos oferecidos por essa instituiccedilatildeo A elite paulista continuava a dar preferecircncia aos cursos profissionais de Medicina Engenharia e Direito9

A partir da deacutecada de 40 com a expansatildeo da rede de ensino de niacutevel meacutedio e a maior aceitaccedilatildeo da participaccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho principalmente no magisteacuterio novos cursos pertencentes agraves Faculdades de Filosofia passaram a ser frequumlentados pelas moccedilas que ingressavam na universidade e aspiravam dedicar-se ao magisteacuterio de niacutevel meacutedio Essas Faculdades disseminaram-se pelo paiacutes sendo que a maioria delas natildeo passava de um aglomerado de escolas nas quais cada curso preparava um tipo especiacutefico de professor de histoacuteria de matemaacutetica de quiacutemica etc A escassez de recursos materiais e humanos limitou esses cursos agraves atividades de ensino sem qualquer comprometimento com a pesquisa

9 AZEVEDO Fernando de Educaccedilatildeo entre dois mundos Satildeo Paulo Melhoramentos

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Embora as faculdades profissionais resistissem pois natildeo desejavam perder a autonomia ocorreu no periacuteodo populista (194564) um processo de integraccedilatildeo do ensino superior como resultado dele ocorreram o surgimento de universidades que vincularam administrativamente faculdades preexistentes e a federalizaccedilatildeo de grande parte delas No final desse periacuteodo as matriacuteculas no ensino superior estavam concentradas principalmente em universidades atingindo o percentual de 65l0

Durante a Nova Repuacuteblica foram criadas 22 universidades federais constituindo-se o sistema de universidades puacuteblicas federais Cada unidade da federaccedilatildeo passou a contar em suas respectivas capitais com uma universidade puacuteblica federal Durante esse mesmo periacuteodo foram tambeacutem criadas 9 universidades religiosas 8 catoacutelicas e 1 presbiteriana Concomitantemente a esse processo de integraccedilatildeo ocorreu uma expressiva expansatildeo das matriacuteculas acentuando-se com isso a mobilizaccedilatildeo dos universitaacuterios que tiveram na criaccedilatildeo da UNE (Uniatildeo Nacional dos Estudantes)12 em 1938 um elemento importante para a sua organizaccedilatildeo

Os anos 30 marcaram a consolidaccedilatildeo da sociedade urbano-industrial brasileira e a criaccedilatildeo de novos empregos urbanos tanto no setor puacuteblico como no privado O aumento da demanda de ensino superior levou agrave expansatildeo das matriacuteculas Paralelamente pressotildees internas do sistema educacional tambeacutem se faziam sentir e resultavam da expansatildeo do ensino meacutedio e da lei da equivalecircncia de 1953 que equiparou os cursos meacutedios teacutecnicos aos acadecircmicos possibilitando aos alunos os mesmos direitos de prestarem vestibular13 para qualquer curso universitaacuterio um privileacutegio que antes era exclusivo dos portadores de diplomas dos cursos meacutedios acadecircmicos

Em 1961 apoacutes um periacuteodo de 14 anos de tramitaccedilatildeo no Congresso Nacional foi promulgada a Lei ndeg 4024 a primeira Lei de Diretrizes e

10 CUNHA Luiz Antocircnio A Universidade Criacutetica Rio de Janeiro Francisco Alves 1983 11 SAMPAIO Helena Ensino Superior no Brasil o setor privado Satildeo Paulo Hucitec FAPESP 2000 12 FAacuteVERO Maria de Lourdes A UNE em tempos de autoritarismo Rio de Janeiro UFRJ 1994 13 Em 1911 foi criada uma espeacutecie de Exame de Estado com o objetivo de selecionar aqueles que desejassem ingressar no ensino superior em 1915 esse exame foi chamado de vestibular Durante a maior parte do seacuteculo XX o vestibular foi criteacuterio uacutenico de seleccedilatildeo e alocaccedilatildeo dos estudantes nos cursos superiores Ver GUIMARAtildeES Socircnia como se faz a induacutestria do Vestibular Petroacutepolis Vozes 1984

Bases da Educaccedilatildeo Brasileira Mesmo possibilitando certa flexibilidade na sua implementaccedilatildeo na praacutetica essa lei reforccedilou o modelo tradicional de instituiccedilotildees de ensino superior vigente no paiacutes Em termos organizacionais deixou ilesas a caacutetedra vitaliacutecia as faculdades isoladas e a universidade composta por simples justaposiccedilatildeo de escolas profissionais aleacutem disso manteve maior preocupaccedilatildeo com o ensino sem focalizar o desenvolvimento da pesquisa Ao conceder expressiva autoridade ao Conselho Federal de Educaccedilatildeo com poder para autorizar e fiscalizar novos cursos de graduaccedilatildeo e deliberar sobre o curriacuteculo miacutenimo de cada curso superior a nova Lei fortaleceu a centralizaccedilatildeo do sistema de educaccedilatildeo superior como novidade assegurou a representaccedilatildeo estudantil nos colegiados natildeo especificando no entanto a respectiva proporccedilatildeo

A ineacutercia do sistema universitaacuterio sob o controle de catedraacuteticos vitaliacutecios natildeo favoreceu a concretizaccedilatildeo de novas experiecircncias de caraacuteter mais formal e duradouro No iniacutecio dos anos 60 paradoxalmente a essa ineacutercia formal a universidade brasileira viveu um momento de grande vitalidade quando a accedilatildeo da comunidade acadecircmica extravasou aos muros da universidade Nessa ocasiatildeo foram criados os Centros Populares de Cultura e desenvolvidas Campanhas de Alfabetizaccedilatildeo de Adultos agraves quais envolviam jovens professores e alunos universitaacuterios procurando contrapor ao projeto elitista herdado do passado um novo ensino superior mais nacional e democraacutetico

Em foacuteruns acadecircmicos como as reuniotildees da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciecircncia (SBPC) assim como em revistas especializadas professores e pesquisadores universitaacuterios defendiam uma modernizaccedilatildeo institucional Muitos deles com experiecircncia de poacutes-graduacatildeo no exterior buscavam implantar uma universidade voltada para a pesquisa seguindo o modelo de Humboldt da Alemanha ou o norte-americano

com a transferecircncia da capital do Rio de Janeiro para Brasiacutelia foi criada em 1961 a Universidade de Brasiacutelia cujos principais objetivos eram o desenvolvimento de uma cultura e de uma tecnologia nacionais ligadas ao projeto desenvolvimentista Essa foi a primeira universidade brasileira que natildeo foi criada a partir da aglutinaccedilatildeo de faculdades preacute-existentes sua estrutura era integrada flexiacutevel e moderna e contrapunha-se agrave universidade segmentada em cursos profissionalizantes Seguindo o modelo norte-americano organizou-se na forma de fundaccedilatildeo e os departamentos substituiacuteram as caacutetedras

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

123 Os governos militares a expansatildeo do sistema e deshysenvolvimento da pesquisa (1964-1985)

Apoacutes a tomada do poder pelos militares em 1964 as universidades passaram a ser objeto de uma ingerecircncia direta do governo federal foi afastado um grande nuacutemero de professores principalmente na Universidade Brasiacutelia tambeacutem foram criadas as Assessorias de Informaccedilatildeo nas instituiccedilotildees federais de ensino superior com a intenccedilatildeo de coibir as atividades de caraacuteter subversivo tanto de professores quanto de alunos

1231 Reforma universitaacuteria expansatildeo e segmentaccedilatildeo do sisshytema de ensino superior

Apoacutes longos anos de penumbra - nos quais a reforma universitaacuteria era debatida exclusivamente nos fechados gabinetes da burocracia estatal - iniciou-se em 1968 uma nova discussatildeo O Congresso Nacional aprovou a Lei da Reforma Universitaacuteria (Lei ndeg 554068) que criava os departamentos o sistema de creacuteditos o vestibular classificatograverio os cursos de curta duraccedilatildeo o ciclo baacutesico dentre outras inovaccedilotildees A partir daiacute os departamentos substituiacuteram as antigas caacutetedras passando as respectivas chefias a ter caraacuteter rotativo14 O exame vestibular por sua vez deixou de ser eliminatoacuterio assumindo uma funccedilatildeo classificatograveria

Ao estabelecer a indissociabilidade das atividades de ensino pesquisa e extensatildeo o regime de tempo integral e a dedicaccedilatildeo exclusiva dos professores valorizando sua titulaccedilatildeo e a produccedilatildeo cientiacutefica essa Reforma possibilitou a profissionalizaccedilatildeo dos docentes e criou as condiccedilotildees propiacutecias para o desenvolvimento tanto da poacutes graduaccedilatildeo como das atividades cientiacuteficas no paiacutes A Lei ndeg 554068 da Reforma Universitaacuteria dirigia-se agraves IFES (Instituiccedilotildees Federais de Ensino Superior) Entretanto como grande parte do setor privado dependia de subsiacutedios governamentais seu alcance ultrapassou as fronteiras do sistema puacuteblico federal atingindo as instituiccedilotildees privadas que procuraram adaptar-se a algumas de suas orientaccedilotildees

como a pressatildeo pelo aumento de vagas tornava-se cada vez mais forte logo apoacutes 1968 ocorreu uma expansatildeo do setor privado que criou inuacutemeras faculdades isoladas nas regiotildees onde havia maior demanda ou seja na periferia das grandes metroacutepoles e nas cidades de porte meacutedio do

14 OLIVEN Arabcla Campos Resgatando o significado do Departamento na Universidade brasileira in MRTINS Carlos Benedito Ensino Superior Brasileiro Satildeo Paulo Perspectiva 1989

interior dos estados mais desenvolvidos Essa expansatildeo do sistema ocorreu com a aquiescecircncia do governo e no ano de 1980 mais da metade dos alunos de terceiro grau estava matriculada em estabelecimentos isolados de ensino superior sendo 86 em faculdades privadas

No ano de 1981 o Brasil contava com 65 universidades sete delas com mais de 20000 alunos Nesse mesmo ano o nuacutemero de estabelecimentos isolados de ensino superior excedia a oitocentos duzentos e cinquumlenta dos quais com menos de 300 alunos As novas faculdades isoladas natildeo eram locus de atividades de pesquisa dedicando-se exclusivamente ao ensino

O setor puacuteblico foi o responsaacutevel pelo desenvolvimento da poacutes-graduacatildeo e das atividades de pesquisa e modernizou um segmento importante do sistema universitaacuterio brasileiro

1232 A poacutes-graduacatildeo e o desenvolvimento da pesquisa

Para atingir o objetivo de seguranccedila e desenvolvimento os governos militares viam com bons olhos a expansatildeo do setor privado em niacutevel de graduaccedilatildeo Segundo sua oacutetica a pulverizaccedilatildeo de faculdades isoladas dificultava a mobilizaccedilatildeo poliacutetica dos estudantes Por outro lado as universidades puacuteblicas consideradas centros de subversatildeo sofreram um processo de limpeza ideoloacutegica por meio das cassaccedilotildees de professores

A importacircncia dada ao desenvolvimento econocircmico fez com que os militares brasileiros incentivassem a formaccedilatildeo de recursos humanos de alto niacutevel para atender agraves novas demandas decorrentes do avanccedilo do processo de modernizaccedilatildeo da sociedade as universidades puacuteblicas foram as escolhidas para atingir esse fim Nelas principalmente nas maiores e mais tradicionais foram criados cursos de mestrado e mais tarde de doutorado Aleacutem disso foram estimuladas as atividades de pesquisa O desenvolvimento da poacutes graduaccedilatildeo no Brasil foi o resultado dos seguintes fatores

a) a valorizaccedilatildeo de recursos humanos de alto niacutevel principalmente nas aacutereas teacutecnicas visando agrave implantaccedilatildeo do projeto de modernizaccedilatildeo conservadora15 sustentado pelos governos militares

b) liberaccedilatildeo de verbas para o desenvolvimento de programas de poacutes-graduacatildeo strictu senso6 no Brasil Num primeiro momento as bolsas de mestrado e doutorado destinavam-se a formar docentes pesquisadores no exterior e mais tarde para estudantes de poacutes-graduacatildeo em programas nacionais

15 O Brasil chegou a ser a oitava economia do mundo cm termos do volume de seu PIB e ao mesmo tempo apresentava o mais alto iacutendice de concentraccedilatildeo de renda entre os paiacuteses que calculam essa medida atraveacutes do iacutendice de Gini 16 Corresponde a cursos de mestrado e doutorado

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

c) a atuaccedilatildeo de agecircncias de fomento ao desenvolvimento cientiacutefico a CAPES (Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal do Ensino Superior) voltada agrave formaccedilatildeo do magisteacuterio de niacutevel superior e o CNPq (Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento) voltado ao desenvolvimento da ciecircncia e da tecnologia ambos criados em 1951

d) a escolha das universidades puacuteblicas como o locus principal das atividades de pesquisa ateacute entatildeo incipientes no paiacutes A carreira docente no setor puacuteblico passou a estimular a titulaccedilatildeo e a produccedilatildeo cientiacutefica dos professores universitaacuterios sendo a sua profissionalizaccedilatildeo assegurada pela possibilidade de virem a obter o Regime de Tempo Integral e Dedicaccedilatildeo Exclusiva Essas medidas tornaram a carreira do magisteacuterio universitaacuterio puacuteblico suficientemente compensadora para atrair jovens mestres e doutores para as atividades acadecircmicas

e) a autonomia administrativa dos programas de mestrado e doutorado A flexibilidade ou desinstitucionalizaccedilatildeo foi uma caracteriacutestica dos programas e facilitou o seu desenvolvimento

f) o processo de avaliaccedilatildeo sistemaacutetico dos cursos de mestrado e doutorado iniciado pela CAPES em 1972 que serviu de orientaccedilatildeo agraves suas poliacuteticas

g) Criaccedilatildeo de inuacutemeras associaccedilotildees nacionais de pesquisa e poacutes-graduacatildeo em vaacuterios ramos do conhecimento Os Encontros Anuais dessas associaccedilotildees apoiados financeiramente por agecircncias governamentais de fomento agrave pesquisa propiciaram a integraccedilatildeo da comunidade cientiacutefica de aacutereas afins oriundas de diferentes regiotildees e universidades do paiacutes

Na atualidade o Brasil conta com um sistema que jaacute eacute considerado referecircncia entre os paiacuteses em desenvolvimento

124 A redemocratizaccedilatildeo poliacutetica a nova dinacircmica do sisshytema de educaccedilatildeo superior (1985-2002)

1241 Constituiccedilatildeo Federal de 1988

Nos debates que antecederam a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo Brasileira de 1988 vaacuterias associaccedilotildees da sociedade civil estiveram presentes De um lado estavam aquelas que se identificavam com os interesses da educaccedilatildeo puacuteblica que se opunham aos grupos privatistas Sua luta procurava assegurar verbas puacuteblicas exclusivamente para as instituiccedilotildees puacuteblicas governamentais Esse grupo posicionava-se a favor do ensino puacuteblico laico e gratuito em todos os niacuteveis De outro lado os grupos ligados ao setor privado interessados em obter acesso agraves verbas puacuteblicas e diminuir a interferecircncia do Estado nos negoacutecios educacionais

A Constituiccedilatildeo Federal estabeleceu um miacutenimo de 18 da receita anual resultante de impostos da Uniatildeo para a manutenccedilatildeo e o desenvolvimento do ensino assegurou tambeacutem a gratuidade do ensino puacuteblico nos estabelecimentos oficiais em todos os niacuteveis e criou o Regime Juriacutedico Uacutenico estabelecendo pagamento igual para as mesmas funccedilotildees e aposentadoria integral para funcionaacuterios federais Em seu artigo 207 reafirmou a indissociabilidade das atividades de ensino pesquisa e extensatildeo em niacutevel universitaacuterio bem como a autonomia das universidades

1242 Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional Lei ndeg 939496

Promulgada a Constituiccedilatildeo Federal iniciou-se o debate sobre a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional que veio a ser aprovada no final do ano de 19 sob o ndeg 939496 Ela previa variados graus de abrangecircncia ou especializaccedilatildeo nos estabelecimentos de ensino superior puacuteblicos ou privados

Essa nova Lei introduziu o processo regular e sistemaacutetico de avaliaccedilatildeo dos cursos de graduaccedilatildeo e das proacuteprias instituiccedilotildees de ensino superior condicionando seus respectivos credenciamentos e recredenciamentos ao desempenho mensurado por essa avaliaccedilatildeo Em caso de serem apontadas deficiecircncias ela estabelece um prazo para sanaacute-las caso isso natildeo ocorra poderaacute haver descredenciamento das IES

As atividades de ensino pesquisa e extensatildeo indissociaacuteveis nas universidades em instituiccedilotildees de ensino superior natildeo universitaacuterias natildeo satildeo consideradas indissociaacuteveis Tambeacutem na nova LDBN foi estabelecido que para que uma instituiccedilatildeo possa ser considerada universidade e portanto gozar de autonomia para abrir ou fechar cursos estabelecer nuacutemero de vagas planejar atividades etc ela deve ter no miacutenimo um terccedilo do seu corpo docente com titulaccedilatildeo de mestre ou doutor e um terccedilo contratado em tempo integral Assim a melhoria da qualificaccedilatildeo do corpo docente e de suas condiccedilotildees de trabalho aliada a avaliaccedilotildees perioacutedicas e ao credenciamento condicional das instituiccedilotildees por tempo determinado foram fatores que levaram agrave institucionalizaccedilatildeo da pesquisa

O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo deu iniacutecio ao processo de avaliaccedilatildeo a partir dos cursos de graduaccedilatildeo detentores do maior nuacutemero de matriacuteculas Os formandos dos vaacuterios cursos avaliados satildeo submetidos a um teste de conhecimentos relacionado ao seu curso O Provatildeo como ficou conhecida essa avaliaccedilatildeo natildeo faz parte do curriacuteculo dos alunos apenas representa um instrumento para avaliar a qualidade do ensino oferecido pelo curso Da mesma forma a instituiccedilatildeo eacute avaliada quanto agrave situaccedilatildeo das bibliotecas laboratoacuterios e qualificaccedilatildeo dos professores A comparaccedilatildeo das meacutedias de desempenho dos alunos tem apontado que os cursos das universidades puacuteblicas vecircm apresentando os melhores resultados

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

A estrutura e o funcionamento do ensino superior no Brasil

Clarissa Eckert Baeta Neves

A Repuacuteblica Federativa do Brasil eacute formada pela uniatildeo indissoluacutevel dos Estados Municiacutepios e do Distrito Federal constituindo-se num Estado Democraacutetico de Direito tendo como fundamentos a soberania a cidadania a dignidade da pessoa humana os valores sociais do trabalho da livre iniciativa e pluralismo poliacutetico (art 1o da Constituiccedilatildeo Federal do Brasil 1988)

Na Constituiccedilatildeo Federal (em seu art 5o) fica igualmente estabelecido que a educaccedilatildeo - um direito de todos e dever do Estado e da famiacutelia - seraacute promovida e incentivada com a colaboraccedilatildeo da sociedade visando ao pleno desenvolvimento da pessoa ao seu preparo para o exerciacutecio da cidadania e agrave sua qualificaccedilatildeo para o trabalho O ensino por sua vez deveraacute ser ministrado com base nos princiacutepios de igualdade de condiccedilotildees para o acesso e permanecircncia na escola com coexistecircncia de instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas garantindo a gratuidade e gestatildeo democraacutetica do ensino puacuteblico (art 206 inciso I a VII)

Os sistemas de ensino no Brasil satildeo organizados em regime de colaboraccedilatildeo entre a Uniatildeo os Estados e o Distrito Federal (art 211 sect 1 a 4) agrave Uniatildeo cabe a organizaccedilatildeo do sistema de ensino federal e dos Territoacuterios financiando as instituiccedilotildees puacuteblicas federais e exercendo era mateacuteria educacional funccedilatildeo redistributiva e supletiva de forma a garantir equalizaccedilatildeo de oportunidades educacionais e padratildeo miacutenimo de qualidade mediante assistecircncia teacutecnica e financeira aos Estados ao Distrito Federal e aos Municiacutepios aos Municiacutepios cabe a responsabilidade de atuarem prioritariamente no ensino fundamental e na educaccedilatildeo infantil os Estados e o Distrito Federal atuam principalmente no ensino fundamental e meacutedio definindo formas de colaboraccedilatildeo de modo a assegurar a universalizaccedilatildeo do ensino obrigatoacuterio Nos uacuteltimos anos Estados e Municiacutepios passaram a atuar tambeacutem no niacutevel superior

Aleacutem dos princiacutepios gerais estabelecidos pela Constituiccedilatildeo o sistema educativo brasileiro foi redefinido pela nova Lei de Diretrizes e Bases Nacional (LDBN) Lei ndeg 939496 na qual ficaram estabelecidos os niacuteveis escolares e as modalidades de educaccedilatildeo e ensino bem como suas respectivas finalidades conforme o ilustrado no Quadro 21

Quadro 21

Estrutura do Sistema Educativo Brasileiro

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Os niveis escolares dividem-se em Educaccedilatildeo Baacutesica - cuja finalidade eacute desenvolver o educando assegurar-lhe a formaccedilatildeo comum indispensaacutevel para o exerciacutecio da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores E composta pela educaccedilatildeo infantil ensino fundamental e ensino meacutedio e Educaccedilatildeo Superior - ministrada em instituiccedilotildees de ensino superior (puacuteblicas ou privadas) com variados graus de abrangecircncia ou especializaccedilatildeo abertas a candidatos que tenham concluiacutedo o ensino meacutedio ou equivalente e aprovados em respectivo processo seletivo As modalidades de educaccedilatildeo e ensino complementam o processo de educaccedilatildeo formal por meio de Educaccedilatildeo de jovens e adultos Educaccedilatildeo profissional Educaccedilatildeo especial Ensino presencial Ensino semipresencial Educaccedilatildeo a distacircncia e Educaccedilatildeo continuada

A educaccedilatildeo superior no Brasil abarca hoje um sistema complexo e diversificado de instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas com diferentes tipos de cursos e programas incluindo vaacuterios niacuteveis de ensino desde a graduaccedilatildeo ateacute a poacutes-graduacatildeo lato e stricto sensu

A normatizaccedilatildeo atual desse amplo sistema encontra-se formalizada na Constituiccedilatildeo bem como na LDBN96 acrescida de um conjunto amplo de Decretos Regulamentos e Portarias complementares (ver 24)

A base da atual estrutura e funcionamento da educaccedilatildeo brasileira teve a sua definiccedilatildeo num momento histoacuterico importante com a aprovaccedilatildeo da Lei ndeg 554068 da Reforma Universitaacuteria Muitas das medidas adotadas pela reforma de 1968 continuam ainda hoje a orientar e conformar a organizaccedilatildeo desse niacutevel de ensino Destacamos abaixo os dispositivos mais importantes por ela implementados

bull a organizaccedilatildeo das universidades passou a atender agraves seguintes caracteriacutesticas extinccedilatildeo do antigo sistema de caacutetedras e introduccedilatildeo da estrutura fundada em departamentos unidade de patrimocircnio e administraccedilatildeo estrutura orgacircnica com base em departamentos reunidos ou natildeo em unidades mais amplas unidade de funccedilotildees de ensino e pesquisa vedada a duplicaccedilatildeo de meios para fins idecircnticos ou equivalentes e estabelecida a racionalidade de organizaccedilatildeo com plena utilizaccedilatildeo dos recursos materiais e humanos universalidade de campo pelo cultivo das aacutereas fundamentais dos conhecimentos humanos flexibilidade de meacutetodos e criteacuterios com vistas agraves diferenccedilas individuais dos alunos agraves peculiaridades regionais e agraves possibilidades de combinaccedilatildeo dos conhecimentos para novos cursos e programas de pesquisa

bull o departamento passou a constituirse na menor fraccedilatildeo da estrutura universitaacuteria para todos os efeitos de organizaccedilatildeo administrativa didaacutetico-cientiacutefica e de distribuiccedilatildeo de pessoal devendo englobar as disciplinas afins Os cargos e funccedilotildees de magisteacuterio mesmo os jaacute criados ou providos devem ser desvinculados de campos especiacuteficos de conhecimentos

bull a introduccedilatildeo da matriacutecula semestral por disciplinas e do sistema de creacuteditos

m a institucionalizaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo stricto sensu por meio dos cursos de mestrado e doutorado no paiacutes

a instituiccedilatildeo do vestibular unificado e classificatograverio como forma de racionalizar a oferta de vagas

A reforma universitaacuteria preconizava que o ensino superior deveria ser ministrado em universidades e excepcionalmente em estabelecimentos isolados organizados como instituiccedilotildees de direito puacuteblico ou privado As universidades deveriam oferecer ensino pesquisa e extensatildeo No entanto o que ocorreu na deacutecada de 1970 foi a expansatildeo do sistema de ensino superior em funccedilatildeo do aumento do nuacutemero de instituiccedilotildees privadas e estabelecimentos isolados (ver dados em 31)

Da mesma forma a partir dessa Reforma as universidades deveriam ter autonomia didaacutetico-cientiacutefica disciplinar administrativa e financeira exercida conforme a Lei e seus estatutos Entretanto as universidades puacuteblicas federais ateacute o presente momento ainda natildeo gozam a autonomia financeira e de gestatildeo de pessoal

21 Tipologia das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior

A tipologia das IES no Brasil foi redefinida pela LDBN Lei ndeg 939496 que trouxe inovaccedilotildees no sistema de ensino superior principalmente quanto agrave natureza e dependecircncia administrativa No que concerne agrave natureza acadecircmica constata-se que ela foi definida por decretos complementares tais como os Decretos ndeg 386001 e 240697 (ver 24)

No niacutevel das instituiccedilotildees isto eacute no plano vertical aleacutem das jaacute existentes foram criados mais dois novos tipos a universidade especializada e os centros universitaacuterios (ver Quadro 22) No plano horizontal criaram-se novos tipos de cursos e programas tais como os cursos sequumlenciais (no niacutevel da graduaccedilatildeo) os mestrados profissionais (no niacutevel da poacutes-graduacatildeo) e a regulamentaccedilatildeo da educaccedilatildeo a distacircncia (ver Quadro 23)

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Quadro 22 Educaccedilatildeo superior organizaccedilatildeo acadecircmica

A tipologia de instituiccedilotildees superiores indicada pela IESALC ( Instituto Internacional Para la Educacioacuten Superior en Ameacuterica Latina y el Caribe) natildeo corresponde agrave forma como satildeo definidas as IES no Brasil como tambeacutem ocorre em outros paiacuteses participantes deste informe

Autocircnomas a autonomia consagrada na Constituiccedilatildeo para as universidades puacuteblicas e privadas natildeo foi ainda implementada no que se refere agrave autonomia financeira das universidades puacuteblicas federais As universidades puacuteblicas estaduais em Satildeo Paulo e Paranaacute por sua vez jaacute contam com essa prerrogativa pelo menos em estaacutegio mais avanccedilado do que as federais As universidades privadas garantem sua autonomia por contar com recursos proacuteprios

Empresariais no Brasil esta categoria existe unicamente entre as instituiccedilotildees privadas em funccedilatildeo da especificidade da instituiccedilatildeo mantenedora ou seja satildeo mantidas por grupos empresariais ou empresaacuterios como instituiccedilotildees lucrativas

Religiosas eacute no campo privado que aparecem as instituiccedilotildees que no Brasil satildeo denominadas confessionais vinculadas a uma Diocese ordem religiosa (jesuiacuteta salesiana marista etc) ou ainda a uma denominaccedilatildeo religiosa (tais como Luterana Metodista etc)

Teacutecnicas A este tipo corresponderiam no Brasil as IES especializadas quando estruturadas com ecircnfase em aacutereas de engenharia e tecnoloacutegicas em geral como eacute o caso da Universidade Federal de Itajubaacute Aleacutem disso de acordo com a legislaccedilatildeo a oferta de formaccedilatildeo

tecnologravegica concentra-se nos Centros Federais de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica (CEFETS) e nos Centros de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica (CETS)

Militares natildeo existem universidades militares em nosso paiacutes No entanto poder-se-ia mencionar aqui os institutos ligados ao exeacutercito brasileiro (Instituto Militar de EngenhariaIME) e agrave aeronaacuteutica- (Instituto Tecnoloacutegico da AeronaacuteuticaITA) - que formam recursos humanos em diferentes especialidades no campo da engenharia

22 Instituiccedilotildees universitaacuterias e natildeo-universitaacuterias

Na LDBN bem como nos decretos posteriores especiacuteficos (apresentados no item 24) estatildeo definidas as atribuiccedilotildees de cada instituiccedilatildeo universitaacuteria e natildeo-universitaacuteria que oferece educaccedilatildeo superior

As instituiccedilotildees universitaacuterias classificam-se em Universidades instituiccedilotildees pluridisciplinares que se

caracterizam pela indissociabilidade das atividades de ensino pesquisa e de extensatildeo e por terem obrigatoriamente em seu quadro docente 13 de professores com titulaccedilatildeo de mestrado e doutorado e 13 de professores em regime de trabalho integral (art 52 da Lei 939496) As universidades gozam de autonomia didaacutetico-cientiacutefica administrativa e de gestatildeo financeira e patrimonial1 devendo obedecer ao princiacutepio de indissociabilidade entre ensino pesquisa e extensatildeo Eacute conferida agraves universidades autonomia para criar organizar e extinguir cursos e programas de educaccedilatildeo superior fixar os curriacuteculos de seus cursos e programas aumentar ou diminuir o nuacutemero de vagas de acordo com a capacidade de atendimento e as exigecircncias do seu meio contratar e dispensar professores estabelecer planos de carreira docente elaborar e formar seus estatutos e regimentos de acordo com as normas gerais em vigor estabelecer programas de pesquisa cientiacutefica produccedilatildeo artiacutestica e atividades de extensatildeo celebrar contratos como entidade juriacutedica administrar receita puacuteblica e privada e receber doaccedilotildees e heranccedilas

Universidade Especializada caracteriza-se por concentrar suas atividades de ensino e pesquisa num campo do saber tanto em aacutereas baacutesicas como nas aplicadas pressupondo a existecircncia de uma aacuterea de conhecimento ou formaccedilatildeo especializada dos quadros profissionais de niacutevel superior Eacute o caso por exemplo das instituiccedilotildees

1 Cabe lembrar que as universidades puacuteblicas federais ainda natildeo gozam a autonomia financeira e patrimonial

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

que se especializaram na aacuterea da sauacutede ou das ciecircncias agraacuterias com forte tradiccedilatildeo no campo do ensino e da pesquisa Somente instituiccedilotildees de excelecircncia em sua aacuterea de concentraccedilatildeo poderatildeo ser credenciadas como universidades especializadas2 (ver art 8ordm sect 2deg do Decreto 386001)

Os Centros Universitaacuterios configuram-se como uma nova modalidade de instituiccedilatildeo de ensino superior pluricurricular (criados a partir do Decreto ndeg 386001 ) Caracterizam-se pela oferta de ensino de graduaccedilatildeo qualificaccedilatildeo do seu corpo docente e pelas condiccedilotildees de trabalho acadecircmico proporcionadas agrave comunidade escolar Estes Centros tanto quanto as universidades gozam de algumas prerrogativas de autonomia podendo criar organizar e extinguir em sua sede cursos e programas de educaccedilatildeo superior assim como remanejar ou ampliar vagas nos cursos jaacute existentes Natildeo estatildeo obrigados a manter atividades de pesquisa e extensatildeo Os centros universitaacuterios satildeo criados somente por credenciamento de IES jaacute credenciadas e em funcionamento regular (Decreto ndeg 386001 art 11)

As instituiccedilotildees natildeo-universitaacuterias atuam numa aacuterea especiacutefica de conhecimento ou de formaccedilatildeo profissional A criaccedilatildeo de novos cursos superiores depende da autorizaccedilatildeo do poder executivo (Decreto ndeg 386001 art 13) Satildeo compostas pelas Faculdades Integradas Faculdades Centros Federais de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica (CEFETS) e por dois novos tipos de IES os Institutos Superiores de Educaccedilatildeo e os Centros de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica (CETS) As Faculdades Integradas satildeo instituiccedilotildees com propostas curriculares que abrangem mais de uma aacuterea de conhecimento organizadas para atuar com regimento comum e comando unificado (Decreto ndeg 386001 ) Compreendem vaacuterios cursos pautados por um uacutenico estatuto e regimento juriacutedico possuindo conselhos superiores e diretorias acadecircmicas e administrativas Essas faculdades natildeo satildeo necessariamente pluricurriculares nem satildeo obrigados a desenvolver a pesquisa e a extensatildeo como ocorre com as universidades

2 como exemplo pode-se citar a UNIFESP - Universidade Federal do Estado de Satildeo Paulo especializada na aacuterea meacutedica e biomeacutedica a Universidade Federal de Viccedilosa (Minas Gerais) na aacuterea de agronomia e a Universidade Federal de Itajubaacute (Minas Gerais) na aacuterea de engenharias

Os Centros de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica e os Centros Federais de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica3 satildeo instituiccedilotildees especializadas de educaccedilatildeo profissional poacutes-secundaacuteria puacuteblicas ou privadas com a finalidade de qualificar profissionais nos vaacuterios niacuteveis e modalidades de ensino para os diversos setores da economia bem como realizar atividades de Pesquisa amp Desenvolvimento produtos e serviccedilos em estreita articulaccedilatildeo com os setores produtivos e a sociedade oferecendo mecanismos para a educaccedilatildeo continuada (Decreto ndeg 240697 art 2o)

Os cinco CEFETS originalmente criados Paranaacute Bahia Rio de Janeiro Maranhatildeo e Minas Gerais natildeo sofriam as restriccedilotildees de vocaccedilatildeo institucional estabelecidas para os+ novos CETS Por exemplo o CEFET do Paranaacute oferece hoje ateacute cursos de doutorado

Os Institutos Superiores de Educaccedilatildeo visam agrave formaccedilatildeo inicial continuada e complementar para o magisteacuterio da educaccedilatildeo baacutesica podendo oferecer os seguintes cursos e programas curso Normal Superior para licenciatura de profissionais para a educaccedilatildeo infantil e seacuteries iniciais do ensino fundamental curso de licenciatura para a formaccedilatildeo de docentes dos anos finais do ensino fundamental e do ensino meacutedio programas de formaccedilatildeo continuada para atualizaccedilatildeo de profissionais da educaccedilatildeo baacutesica nos diversos niacuteveis programas especiais de formaccedilatildeo pedagoacutegica para graduados em outras aacutereas que desejem ensinar em aacutereas especiacuteficas das seacuteries finais do ensino fundamental e do ensino meacutedio e poacutes-graduaccedilatildeo de caraacuteter profissional para a educaccedilatildeo baacutesica

Os Institutos Superiores de Educaccedilatildeo poderatildeo ser organizados como unidades acadecircmicas de IES jaacute credenciadas devendo neste caso definir planos de desenvolvimento acadecircmico (LDBN96 e Parecer CP ndeg 5399)

Os estabelecimentos isolados ou faculdades isoladas satildeo instituiccedilotildees que em geral desenvolvem um ou mais cursos com estatutos proacuteprios e distintos para cada um deles

221 A oferta diferenciada de cursos e programas de forshymaccedilatildeo superior

Aos cursos e programas tradicionais de graduaccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e extensatildeo abrangidos pela legislaccedilatildeo anterior a nova LDBN e os decretos especiacuteficos acrescentaram a figura dos cursos sequumlenciais

3 Os Centros Federais de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica foram criados a partir da Lei ndeg 8948 de 08121994 e egulamentados pelo Decreto ndeg 240697

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

por campos do saber e os mestrados profissionais (ver quadro 23) A caracterizaccedilatildeo mais detalhada dos cursos sequumlenciais assim como as suas regras de funcionamento encontram-se normatizadas no Parecer CES ndeg 96898 Os mestrados profissionais por seu lado estatildeo regulamentados pela Portaria CAPES ndeg 08098

Os cursos e programas regulares conferem Diplomas de bacharel licenciado ou tecnogravelogo (no niacutevel da graduaccedilatildeo) e mestre e doutor (no niacutevel da poacutes-graduaccedilatildeo strido sensu) enquanto que os cursos e programas eventuais tais como os de especializaccedilatildeo educaccedilatildeo continuada e cursos sequumlenciais de complementaccedilatildeo de estudos conferem Certificados

Quadro 23 Educaccedilatildeo superior cursos e niacuteveisdiplomas e certificados

A seguir sao relacionadas as caracteriacutesticas dos cursos (niacuteveis) e programas de formaccedilatildeo superior

- os cursos de graduaccedilatildeo satildeo abertos a candidatos que tenham concluiacutedo o ensino meacutedio ou equivalente e se classificado em processo seletivo - os cursos de poacutes-graduaccedilatildeo satildeo abertos a candidatos diplomados em cursos de graduaccedilatildeo e distinguem-se em

1 poacutes-graduaccedilatildeo stricto sensu

Eacute integrada pelo mestrado e doutorado e constituiacuteda pelo ciclo de estudos regulares em seguimento agrave graduaccedilatildeo visando a desenvolver e aprofundar a formaccedilatildeo conduzindo agrave obtenccedilatildeo de grau acadecircmico de mestre e doutor Mestrado mesmo tomado como etapa preliminar para obtenccedilatildeo do grau de doutor (embora natildeo seja condiccedilatildeo indispensaacutevel agrave inscriccedilatildeo no curso de doutorado) constitui grau terminal com duraccedilatildeo miacutenima de um ano exigecircncia de dissertaccedilatildeo em determinada aacuterea de concentraccedilatildeo na qual revele domiacutenio do tema e capacidade de concentraccedilatildeo conferindo o diploma de Mestre

Mestrado profissional dirige-se agrave formaccedilatildeo profissional com estrutura curricular clara e consistentemente vinculada agrave sua especificidade articulando o ensino com a aplicaccedilatildeo profissional de forma diferenciada e flexiacutevel Ele admite o regime de dedicaccedilatildeo parcial exigindo a apresentaccedilatildeo de trabalho final sob a forma de dissertaccedilatildeo projeto anaacutelise de casos performance produccedilatildeo artiacutestica desenvolvimento de instrumentos equipamentos protoacutetipos entre outras conforme a natureza da aacuterea e os fins do curso Doutorado constitui-se no segundo niacutevel de formaccedilatildeo poacutes-graduada tendo por fim proporcionar formaccedilatildeo cientiacutefica ou cultural ampla e aprofundada Desenvolve a capacidade de pesquisa com duraccedilatildeo miacutenima de dois anos exigecircncia de defesa de tese em determinada aacuterea de concentraccedilatildeo que contenha trabalho de pesquisa com real contribuiccedilatildeo para o conhecimento do tema conferindo o diploma de Doutor

2 poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu

Os cursos de especializaccedilatildeo satildeo oferecidos a candidatos que tenham concluiacutedo a graduaccedilatildeo com duraccedilatildeo miacutenima de 360

horas nao computando o tempo de estudo individual ou em grupo (sem assistecircncia docente) bem como o tempo destinado agrave elaboraccedilatildeo de monografia ou trabalho de conclusatildeo de curso Oferecidos aos portadores de diploma de curso superior tecircm usualmente um objetivo teacutecnico profissional especiacutefico natildeo abrangendo o campo total do saber na qual se insere Os cursos sequumlenciais configuram-se em uma nova modalidade de curso normatizados na LDBN organizados por campo de saber de diferentes niacuteveis de abrangecircncia sujeitos agrave autorizaccedilatildeo e reconhecimento abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos pelas instituiccedilotildees de ensino aleacutem de serem portadores de certificados de niacutevel meacutedio Destinam-se agrave obtenccedilatildeo ou atualizaccedilatildeo de qualificaccedilotildees teacutecnicas profissionais ou ainda acadecircmicas ou de horizontes intelectuais em campos das ciecircncias das humanidades e das artes Esses cursos distinguem-se em

Cursos sequumlenciais de formaccedilatildeo especiacutefica com destinaccedilatildeo coletiva conduzem a obtenccedilatildeo de diploma Tecircm como objetivo assegurar uma formaccedilatildeo baacutesica adequada num campo de saber Sua respectiva carga horaacuteria natildeo poderaacute ser inferior a 1600 horas a serem integralizadas em prazo nunca inferior a 400 dias letivos As disciplinas nele cursadas podem ser aproveitadas em cursos de graduaccedilatildeo Cursos sequumlenciais de complementaccedilatildeo de estudos com destinaccedilatildeo coletiva ou individual dirigidos exclusivamente para egressos ou matriculados em cursos de graduaccedilatildeo conduzindo a obtenccedilatildeo de certificado

Sequumlenciais de complementaccedilatildeo de estudos com destinaccedilatildeo individual eacute o proacuteprio candidato quem apresenta sua proposta de sequumlecircncia de disciplinas a serem cursadas Caberaacute agraves IES entatildeo avaliarem a coerecircncia e a loacutegica interna da proposta bem como a existecircncia de vagas nas disciplinas requeridas (as quais jaacute satildeo ofertadas em cursos de graduaccedilatildeo reconhecidos) Sequumlenciais de complementaccedilatildeo de estudos com destinaccedilatildeo coletiva eacute a instituiccedilatildeo que elabora a proposta curricular do curso bem como a respectiva carga horaacuteria e prazo de integralizaccedilatildeo Esses cursos aproveitam vagas ociosas em disciplinas de cursos de graduaccedilatildeo reconhecidos e permitem ainda que os alunos de graduaccedilatildeo que evadiram e que tenham cursado disciplinas em um determinado campo do saber possam requerer um certificado

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Aleacutem disso esse curso permite que as disciplinas nele cursadas sejam aproveitadas pelo aluno no caso de ele se matricular em um curso de graduaccedilatildeo (desde que os curriacuteculos das disciplinas sejam equivalentes) Os Programas de Extensatildeo satildeo abertos agrave comunidade em geral A extensatildeo eacute entendida como uma praacutetica acadecircmica que interliga a universidade nas suas atividades de ensino e de pesquisa com as necessidades da populaccedilatildeo possibilitando a formaccedilatildeo do profissional-cidadatildeo A consolidaccedilatildeo da praacutetica da extensatildeo permite a constante busca do equiliacutebrio entre as demandas socialmente exigidas e as inovaccedilotildees que surgem do trabalho acadecircmico

23 Caracterizaccedilatildeo das instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas

As IES estatildeo vinculadas ao sistema federal de ensino ou aos sistemas estaduais e municipais

0 sistema federal de ensino compreende (art 16 Lei 939496) 1 - as instituiccedilotildees de ensino mantidas pela Uniatildeo II- as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior criadas pela iniciativa privada III - os oacutergatildeos federais de educaccedilatildeo As IES puacuteblicas federais satildeo subordinadas agrave Uniatildeo podendo se

organizar como autarquias (em regime especial4) ou fundaccedilotildees puacuteblicas As IES privadas satildeo mantidas e administradas por pessoas fiacutesicas

ou juriacutedicas de direito privado podendo ser classificadas em

- Particulares instituiacutedas e mantidas por uma ou mais pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas de direito privado natildeo tendo as caracteriacutesticas das demais apresentadas a seguir - comunitaacuterias instituiacutedas por grupos de pessoas fiacutesicas ou por uma ou mais pessoas juriacutedicas inclusive cooperativas de professores e alunos Devem incluir na sua entidade mantenedora representante de comunidade - confessionais instituiacutedas por grupos de pessoas fiacutesicas ou por uma ou mais pessoas juriacutedicas que atendam agrave orientaccedilatildeo

4 Atualmente alguns autores diferenciam autarquias estaduais e autarquias em regime especial As primeiras natildeo estariam sujeitas agraves normas legais sobre pessoal e as disposiccedilotildees de caraacuteter geral relativas agrave administraccedilatildeo interna dos entes federais

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

confessional e ideologravegica especiacutefica e ao disposto no item anterior - filantroacutepicas na forma da lei satildeo as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo ou de assistecircncia social que prestam os serviccedilos para os quais instituiacutedas colocando-os agrave disposiccedilatildeo da populaccedilatildeo em geral em caraacuteter complementar agraves atividades do Estado sem qualquer remuneraccedilatildeo (art 20 Lei 939496)

Os sistemas estaduais e municipais compreendem as instituiccedilotildees de ensino superior

- Estaduais no caso de serem mantidas pelos governos dos Estados ou do Distrito Federal com a possibilidade de tomar as formas determinadas pelos respectivos sistemas - Municipais quando providas pelas prefeituras municipais (art 19 da Lei 939496)

No Brasil as mantenedoras das IES satildeo pessoas juriacutedicas de direito puacuteblico ou privado ou ainda pessoas fiacutesicas que provecircm os recursos necessaacuterios ao seu funcionamento Segundo o Regime Juriacutedico Uacutenico as mantenedoras das instituiccedilotildees de ensino superior do paiacutes classificam-se em

As pessoas juriacutedicas de direito puacuteblico mantenedoras das IES puacuteblicas podem ser5

- da administraccedilatildeo direta - da Uniatildeo dos Estados ou Distrito Federal e dos municiacutepios - da administraccedilatildeo indireta - podem assumir a forma de autarquias (da Uniatildeo dos Estados ou DF e dos municiacutepios) ou fundaccedilotildees (da Uniatildeo dos Estados ou DF e dos municiacutepios) As associaccedilotildees distinguem-se das fundaccedilotildees sob dois aspectos 1) os requisitos integrantes das associaccedilotildees satildeo a pluralidade de pessoas e o escopo comum que as anima os requisitos das fundaccedilotildees satildeo o patrimocircnio e sua destinaccedilatildeo a

5 As instituiccedilotildees de ensino puacuteblicas ao serem criadas como entes da administraccedilatildeo puacuteblica descentralizada devem ser dotadas de personalidade juriacutedica proacutepria nos termos do que dispotildee o art 4 inciso 11 do Decreto-Lei ndeg 20067 com as alteraccedilotildees introduzidas pela Lei ndeg 7596 de 10 de abril de 1987 A obrigatoriedade de criaccedilatildeo por Lei com estrutura formal de autarquia ou de fundaccedilatildeo puacuteblica dota essas instituiccedilotildees de responsabilidade plena que caracteriza a autonomia patrimonial financeira e administrativa que lhes eacute atribuiacuteda frente agrave pessoa de direito puacuteblico mantenedora

um fim 2) o patrimocircnio nas associaccedilotildees tem funccedilatildeo instrumental representa um meio para a consecuccedilatildeo dos fins colimados pelos soacutecios o patrimocircnio nas fundaccedilotildees constitui o elemento essencial juntamente com o objetivo a que ele se destina (Sampaio 2000)

As pessoas juriacutedicas de direito privado mantenedoras de instituiccedilotildees de ensino superior privadas podem assumir qualquer das formas admitidas em direito de natureza civil ou comercial e quando constituiacutedas como fundaccedilatildeo seratildeo regidas pelo disposto no art 24 do Coacutedigo Civil Brasileiro (art 3o Decreto ndeg 38602001) Podem ter as seguintes finalidades

- com fins lucrativos de natureza comercial ou civil tomando a forma de Sociedade Mercantil como tal submetem-se agrave legislaccedilatildeo que rege as sociedades mercantis especialmente no que se refere aos encargos fiscais parafiscais e trabalhistas Deveratildeo elaborar e publicai- demonstraccedilotildees financeiras atestadas por profissionais competentes (art 6o Decreto ndeg 38602001)

- sem fins lucrativos satildeo aqueles que podem se organizar sob a fornia de sociedade (civil religiosa pia moral cientiacutefica ou literaacuteria) Deveratildeo publicar para cada ano civil suas demonstraccedilotildees financeiras certificadas por auditores independentes devendo ainda quando determinado pelo MEC submeter-se agrave auditoria e comprovar a aplicaccedilatildeo de seus excedentes financeiros e a natildeo remuneraccedilatildeo ou concessatildeo de vantagens ou benefiacutecios por qualquer forma ou tiacutetulo a seus instituidores dirigentes soacutecios conselheiros ou equivalentes (Decreto ndeg 38602001 )

As universidades puacuteblicas ocupam posiccedilatildeo fundamental no cenaacuterio acadecircmico nacional detendo papel estrateacutegico no processo de desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico do paiacutes Certamente existem diferenccedilas quanto ao formato institucional agrave vocaccedilatildeo acadecircmica agraves demandas e agraves expectativas profissionais

As universidades puacuteblicas federais surgiram antes da deacutecada de 1970 Em 2000 haviam 39 IFES em todos os estados brasileiros As IFES satildeo atualmente consideradas multifuncionais mesmo com diferenccedilas entre elas Desenvolvem atividades de ensino e extensatildeo aleacutem de principalmente estarem concentrando parte substancial da capacidade de pesquisa instalada no paiacutes

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

As universidades puacuteblicas estaduais cresceram significativamente apoacutes os anos 80 O estado de Satildeo Paulo criou na deacutecada de 1930 um sistema de instituiccedilotildees proacuteprio com grande autonomia diante do poder federal As universidades estaduais paulistas concentram parcela significativa da pesquisa e da poacutes-graduaccedilatildeo do paiacutes especialmente no niacutevel de doutorado6

Analisando-se o total de cursos de mestrado e doutorado oferecidos nas universidades estaduais eacute possiacutevel constatar que as universidades paulistas satildeo responsaacuteveis pela oferta de 907 dos cursos de mestrado e 971 dos cursos de doutorado (CAPES 2000)

As universidades estaduais ao contraacuterio das federais e particulares encontram-se fora da alccedilada do MEC uma vez que satildeo financiadas e supervisionadas pelos respectivos estados

O sistema das universidades estaduais eacute bastante heterogecircneo quanto agrave vocaccedilatildeo acadecircmica institucional carreiras oferecidas integraccedilatildeo ensino-pesquisa e qualificaccedilatildeo docente Novamente as universidades paulistas satildeo exceccedilatildeo pois formam um sistema homogecircneo altamente qualificado em todos os setores

A diversidade institucional entretanto estaacute presente especialmente no campo das instituiccedilotildees privadas integradas pelas instituiccedilotildees comunitaacuterias confessionais e pelos estabelecimentos de perfil mais empresarial

As universidades comunitaacuterias autodenominam-se puacuteblicas natildeo-estatais e caracterizam-se por manter um elevado grau de interaccedilatildeo no contexto social Satildeo criadas e mantidas por conselhos integrados por membros da comunidade municipal e estadual Voltam-se muito mais paia as atividades de ensino e de extensatildeo

Outro perfil marcante no campo privado eacute constituiacutedo pelas IES laicas gerenciadas por uma loacutegica de mercado e um acentuado ethos empresarial

Natildeo se pode lanccedilar um acurado olhar sobre o sistema de instituiccedilotildees de ensino superior brasileiro sem ressaltar alguns aspectos fundamentais

O sistema era formado em 2000 por 1180 IES das quais 176 satildeo puacuteblicas e 1004 privadas Os estabelecimentos de ensino superior puacuteblicos apresentam uma distribuiccedilatildeo homogecircnea com relaccedilatildeo agrave sua natureza administrativa em 2000347 eram federais 347 estaduais e 306 municipais A grande parte das IES estaduais e federais satildeo universidades (491 e 639 respectivamente) enquanto as faculdades escolas e institutos constituem a maioria das instituiccedilotildees municipais (907 delas)

6 Analisando-se o total de cursos de mestrado e doutorado oferecidos nas universidades estaduais eacute possiacutevel constatar que as universidades paulistas satildeo responsaacuteveis pela oferta de 907 dos cursos de mestrado e 971 dos cursos de doutorado (CAPES 2000)

Dentre as IES do setor privado a maior parte satildeo particulares representando 695 delas Tanto as particulares (821) quanto as sem fins lucrativos (683) satildeo predominantemente estabelecimentos isolados (faculdades escolas e institutos)

No conjunto as universidades estatildeo numericamente muito aqueacutem dos demais tipos existentes representando apenas 15 do total Entretanto trata-se neste caso de instituiccedilotildees que concentram o ensino de melhor qualidade aleacutem de parte substancial de pesquisa e poacutes-graduaccedilatildeo (Tabela 21)

Tabela 21 Instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior segundo a natureza administrativa e a organizaccedilatildeo acadecircmica - Brasil2000

Natureza Administrativa

Publicas

Federal

Estadual

Municipal

Privada

Particular

Sem fins lucrativos

Total Geral

Total Geral

176

61

61

54

1004

698

306

1180

Universidades

71

39

30

2

85

27

58

156

Centros Universitaacuterios

1

--1

49

32

17

50

Faculdades Integradas

2

-2

88

66

22

90

Faculdades Escolase Institutos

83

11

13

49

782

573

209

865

Centros de Educaccedilatildeo

Tecnoloacutegica

19

11

8

----

19

Fonte MECINEPSinopse Estatiacutestica da Educaccedilatildeo Supcrior2000

Tabela 22 Instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior por organizaccedilatildeo acadecircmica e

natureza administrativa - Brasil2000

Natureza Administrativa

Brasil

Puacuteblica

Privada

Total Geral

Fr

1180

176

1004

100

149

851

Universishydades

Fr

156

71

85

100

455

545

Centros Universitaacuterios

Fr

50

1

49

100

2

98

Faculdades Integradas

Fr

90

2

88

100

22

978

Faculdades Escolas e Institutos

Fr

865

83

782

100

96

904

Centros de Educaccedilatildeo

Tecnoloacutegica

Fr

19

19

-

100

100

-

Fonte MECINEPSinopse Estatiacutestica da Educaccedilatildeo Superior2000

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

A tabela acima indica que no setor puacuteblico concentram-se especialmente as universidades (45) e os centros de educaccedilatildeo tecnoloacutegica (100) no setor privado por sua vez aleacutem do nuacutemero significativo de universidades (55) a diversidade institucional estaacute muito mais presente satildeo 49 centros universitaacuterios 88 faculdades integradas e 782 estabelecimentos isolados

A concentraccedilatildeo regional continua acentuada como revela a tabela abaixo

Tabela 23 Nuacutemero de Instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo Superior por Organizaccedilatildeo

Acadecircmica e Natureza Administrativa - Brasil2000

Natureza Administrati

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

Total

Total Geral

a

Fr

46

157

667

176

134

1180

39

133

565

149

114

100

Universidades

Fr

9

28

71

36

12

156

58

179

455

231

77

100

Centros Universitaacuterios

Fr

2

2

37

6

3

50

4

4

74

12

6

100

Faculdades Integradas

Fr

3

3

60

8

16

90

33

33

667

89

178

100

Faculdades Escolas c Institutos

Fr

32

120

488

123

102

865

37

139

564

142

118

100

Centros de Educaccedilatildeo

Tecnoloacutegica

Fr

-4

11

3

1

19

-

21

579

158

53

100

Fonte MECINEPSinopse Estatiacutestica da Educaccedilatildeo Superior2000

Na regiatildeo Sudeste localizam-se 56 das IES na regiatildeo Sul 15 na regiatildeo Nordeste 13 enquanto na regiatildeo Centro-Oeste haacute 11 e a regiatildeo Norte apenas 4 As universidades natildeo obstante a maior concentraccedilatildeo na regiatildeo sudeste (45) tambeacutem tecircm presenccedila importante no Sul (23) e no nordeste (18) Jaacute os demais tipos de IES estatildeo concentrados na grande maioria na regiatildeo sudeste 74 dos centros universitaacuterios 67 das faculdades integradas 57 dos estabelecimentos isolados e 58 dos centros de educaccedilatildeo tecnoloacutegica

Eacute importante chamar a atenccedilatildeo para uma mudanccedila que vem ocorrendo na morfologia do ensino superior atual ou seja a diminuiccedilatildeo da representatividade do nuacutemero de faculdades integradas e estabelecimentos isolados pelo reagrupamento desses estabelecimentos em outros tipos de IES como centros universitaacuterios ou ateacute mesmo universidades

Tabela 24 Nuacutemero de Instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo Superior por Organizaccedilatildeo

Acadecircmica e Natureza Administrativa - Brasil1990-2000

Aro

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

Total

918

893

893

873

851

894

922

900

973

1097

1180

Universidades

P uacute b l i c a

55

59

60

61

68

72

72

77

77

72

71

Rivada

40

40

46

53

59

63

64

73

76

83

85

Fac Integradas

Centros Universitaacuterios

Puacutebl ica

0

3

3

3

3

10

11

1

0

2

3

Rivada

74

82

81

85

84

101

132

90

93

111

bullbull137

Faculdades Escolas Institutos

Puacutebl ica

167

160

164

157

147

128

128

133

132

102

83

Rivada

582

549

539

514

490

520

515

526

595

711

782

Centros de Educaccedilatildeo

Tecnoloacutegica

Puacutebl ica

-

-

-

-

-

-

-

-

-

16

19

Rivada

-

-

-

-

-

-

-

-

-

0

0

39 Centros Universitaacuterios 01 Centro Universitaacuterio A 4 9 Centros Universitaacuterios

Fonte wwwinepgovbr I Sinopse Estatiacutestica da Educaccedilatildeo Superior Evoluccedilatildeo 1980-1998

No ano de 2000 como indica a Tabela 24 havia apenas 2 faculdades integradas e 1 centro universitaacuterio puacuteblicos e 88 faculdades integradas privadas e 49 centros universitaacuterios privados Observa-se um decreacutescimo no nuacutemero de faculdades e escolas isoladas puacuteblicas em 2000 para 83 Somente no setor privado continua alto o nuacutemero de estabelecimentos iexclsolados em nuacutemero de 782

24 Normas e leis que regem a estrutura e o funcionashymento do ensino superior

A estrutura e o funcionamento do ensino superior satildeo definidos e regidos por um conjunto de normas e dispositivos legais estabelecidos pela Constituiccedilatildeo Federal de 1988 pela nova Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional (Lei ndeg 939496) como tambeacutem pela Lei ndeg 913595 que criou o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo aleacutem de vaacuterios outros Decretos Portarias e Resoluccedilotildees O anexo conteacutem as principais normas que podem ser acessadas atraveacutes de link

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Na Constituiccedilatildeo Federal de 1988 a educaccedilatildeo superior eacute tratada na seccedilatildeo 1 do capiacutetulo 3 do Tiacutetulo VIII - Da Ordem Social nos artigos 206 ateacute 214

Nesses dispositivos define-se que a oferta de ensino superior eacute livre agrave iniciativa privada atendidas as condiccedilotildees de cumprimento das normas gerais da educaccedilatildeo nacional e avaliaccedilatildeo de qualidade pelo Poder Puacuteblico as atividades universitaacuterias de pesquisa e extensatildeo poderatildeo receber apoio financeiro do Poder Puacuteblico Na Constituiccedilatildeo igualmente fica determinado o dever do estado em garantir o acesso aos niacuteveis mais elevados de ensino e pesquisa e eacute estabelecido que as universidades gozam de autonomia didaacutetico-cientiacutefica administrativa e de gestatildeo financeira e patrimonial devendo ainda obedecer ao princiacutepio de indissociabilidade entre ensino pesquisa e extensatildeo Quanto aos recursos puacuteblicos esses seratildeo destinados agraves escolas puacuteblicas podendo ser dirigidos agraves escolas comunitaacuterias confessionais ou filantroacutepicas definidas em lei

A Constituiccedilatildeo ainda estabelece que o ensino seraacute ministrado com base nos princiacutepios de igualdade de condiccedilotildees para o acesso e permanecircncia na escola pluralismo de ideacuteias gestatildeo democraacutetica do ensino puacuteblico e valorizaccedilatildeo dos profissionais do ensino

A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional trata da educaccedilatildeo superior no capiacutetulo IV nos artigos 43deg a 57deg Estabelece por finalidade do ensino superior estimular a criaccedilatildeo cultural e o desenvolvimento do espiacuterito cientiacutefico e do pensamento reflexivo formar diplomados nas diferentes aacutereas de conhecimento incentivar o trabalho de pesquisa e investigaccedilatildeo cientiacutefica promover a divulgaccedilatildeo de conhecimentos culturais cientiacuteficos e teacutecnicos suscitar o desejo de aperfeiccediloamento cultural e profissional estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente em particular os nacionais e regionais promover a extensatildeo dentre outros (a iacutentegra do texto encontra-se no anexo)

A LDBN ao mesmo tempo fixou as regras de funcionamento do ensino superior tais como a frequumlecircncia obrigatoacuteria de alunos e professores nos cursos salvo nos programas de educaccedilatildeo a distacircncia a deliberaccedilatildeo das universidades quanto agraves normas de seleccedilatildeo devendo levar em conta os efeitos dos criteacuterios por ela estabelecidos sobre a orientaccedilatildeo do ensino meacutedio a obrigatoriedade da oferta de cursos noturnos nas IES puacuteblicas o estabelecimento do periacuteodo letivo de 200 dias o fornecimento das informaccedilotildees obrigatoacuterias que devem ser disponibilizadas aos alunos antes de cada periacuteodo letivo a definiccedilatildeo da carga horaacuteria miacutenima de 8 horas semanais de aula para os docentes das IES puacuteblicas e a exigecircncia de que os professores do ensino superior devam ter poacutes-graduaccedilatildeo prioritariamente o mestrado e o doutorado

A Lei ndeg 913195 define as atribuiccedilotildees do MEC do CNE das Cacircmaras de Educaccedilatildeo Baacutesica e de Educaccedilatildeo Superior institui tambeacutem o

Exame Nacional de Cursos como um dos procedimentos para avaliaccedilatildeo dos cursos de graduaccedilatildeo extingue os mandatos dos membros do Conselho Federal de Educaccedilatildeo e estipula um prazo de 90 dias para a instalaccedilatildeo do CNE

A Lei ndeg 919295 altera dispositivos da Lei ndeg 5540 de 28 de novembro de 1968 que regulamenta o processo de escolha dos dirigentes universitaacuterios

Os principais toacutepicos do conjunto de Decretos e Portarias que normatizam o ensino superior estatildeo relacionados no quadro abaixo e podem ser acessados atraveacutes de link constante no anexo

Quadro 24 Principais dispositivos regulamentados pelos decretos portarias e

resoluccedilotildees do ensino superior Dispositivos

Procedimentos e criteacuterios para autorizaccedilatildeo e reconhecimento de cursos (dentro e fora da sede)

Procedimentos e criteacuterios para credenciamento e recredenciamento de IES

Procedimentos operacionais para avaliaccedilatildeo dos cursos programas e o desempenho individual de IES c oacutergatildeos responsaacuteveis

Organizaccedilatildeo do Ensino Superior

(Natureza juriacutedica acadecircmica e mantenedoras das IES)

Entidades Mantenedoras das IES

Decretos e portarias

Decretos ndegs 240697 e 386001 e Portarias nJs 61299 63997 64097 64197 75297 8097 87797 94697 97197 167999 217597 229798 e 240201

Decreto ndeg 386001 e Portarias ndegs 30298 63797 63997 64097 75297 94697 167999 204097 204197 c 229798 Resoluccedilatildeo CESCNE ndeg 1002

Decretos ndegs 240697 e 386001 c Portarias ndegs 3029897297 e 229798

Decretos ndegs 240697 c 386001 e Portarias 204097 c 204197

Decreto nordm386001

25 Organismos de coordenaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior

251 Organismos governamentais

O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) eacute o oacutergatildeo do poder puacuteblico federal responsaacutevel pela aacuterea da educaccedilatildeo tendo como atribuiccedilotildees formular e avaliar a poliacutetica nacional de educaccedilatildeo zelar pela qualidade do ensino superior e velar pelo cumprimento das leis que o regem Suas aacutereas de competecircncia satildeo a poliacutetica nacional de educaccedilatildeo a educaccedilatildeo infantil educaccedilatildeo em geral compreendendo ensino fundamental ensino meacutedio ensino supletivo educaccedilatildeo tecnoloacutegica educaccedilatildeo superior educaccedilatildeo de jovens e adultos educaccedilatildeo profissional educaccedilatildeo especial e educaccedilatildeo a distacircncia exceto ensino militar a avaliaccedilatildeo informaccedilatildeo e pesquisa educacional a pesquisa e extensatildeo universitaacuterias o magisteacuterio e a coordenaccedilatildeo de programas de atenccedilatildeo integral a crianccedilas e adolescentes

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

No tocante ao sistema de ensino superior o MEC eacute o organismo responsaacutevel pela sua coordenaccedilatildeo cabendo-lhe o controle normativo do sistema o financiamento das instituiccedilotildees de ensino superior puacuteblicas federais (IFES) e a fiscalizaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo tanto destas uacuteltimas quanto das IES privadas Essa forma de coordenaccedilatildeo centralizada em um uacutenico oacutergatildeo estatal persiste desde a criaccedilatildeo das primeiras faculdades no paiacutes em detrimento das mudanccedilas ocorridas na organizaccedilatildeo e atribuiccedilatildeo dos seus oacutergatildeos assessores e nas relaccedilotildees estabelecidas com a comunidade acadecircmica e o mercado decorrentes de uma maior complexificaccedilatildeo do sistema

Quadro 25 Organismos governamentais de coordenaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Superior

bullcabe lembrar que as universidades puacuteblicas estaduais estatildeo sob a jurisdiccedilatildeo dos respectivos sistemas estaduais Fonte Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

A principal mudanccedila ocorrida na organizaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos foi a incorporaccedilatildeo da presenccedila de representantes da comunidade acadecircmica como eacute o caso do Conselho Nacional de Educaccedilatildeo (CNE) e da Secretaria de Ensino Superior (SESu) Natildeo obstante a centralizaccedilatildeo o MEC tambeacutem tem incentivado alguns mecanismos que permitem ao mercado a regulaccedilatildeo da oferta da procura por vagas no ensino superior ao conferir autonomia agraves universidades e centros universitaacuterios privados tanto para abrir novos cursos como para ampliar e remanejar vagas (Sampaio 2000)

O controle normativo do MEC eacute exercido por meio de uma vasta legislaccedilatildeo relativa agrave estrutura e funcionamento do sistema (detalhada na seccedilatildeo anterior) elaborada pelo Conselho Nacional de Educaccedilatildeo (CNE) ou pela Secretaria de Ensino Superior (SESu)

O Conselho Nacional de Educaccedilatildeo foi criado pela Lei ndeg 9131 95 substituindo o entatildeo extinto Conselho Federal de Educaccedilatildeo possuindo atribuiccedilotildees normativas deliberativas e de assessoramento ao MEC Esse novo conselho passou a ser composto por duas Cacircmaras representativas a do Ensino Baacutesico e a do Ensino Superior Cada uma delas eacute composta por 12 conselheiros sendo que a metade deles satildeo indicados pelo Presidente da Repuacuteblica e os demais satildeo representantes da sociedade civil Especificamente em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da Cacircmara de Educaccedilatildeo Superior definiu-se que metade dela devia ser composta por conselheiros indicados a partir de uma lista formulada por entidades nacionais puacuteblicas e particulares que congreguem os reitores de universidades diretores de instituiccedilotildees isoladas docentes estudantes e segmentos representativos da sociedade civil conforme o artigo 8deg da Lei ndeg 913595 Os outros conselheiros satildeo indicados pelo Presidente da Repuacuteblica incluindo o Secretaacuterio de Educaccedilatildeo Superior - membro nato dessa instituiccedilatildeo

O CNE tem como atribuiccedilotildees subsidiar a elaboraccedilatildeo e acompanhar a execuccedilatildeo do Plano Nacional de Educaccedilatildeo manifestar-se sobre questotildees que abranjam mais de um niacutevel ou modalidade de ensino assessorar o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo no diagnoacutestico dos problemas bem como deliberar sobre medidas para aperfeiccediloar os sistemas de ensino especialmente no que diz respeito agrave integraccedilatildeo dos seus diferentes niacuteveis e modalidades emitir pareceres sobre assuntos da aacuterea educacional por iniciativa de seus conselheiros ou mediante solicitaccedilatildeo do Ministro da Educaccedilatildeo manter intercacircmbio com os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal analisar e emitir parecer sobre questotildees relativas agrave aplicaccedilatildeo da legislaccedilatildeo educacional no que concerne agrave integraccedilatildeo entre os diferentes niacuteveis e modalidades de ensino analisar anualmente as estatiacutesticas da educaccedilatildeo oferecendo

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

subsiacutedios ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo promover seminaacuterios sobre os grandes temas da educaccedilatildeo brasileira e elaborar o seu regimento a ser aprovado pelo Ministro da Educaccedilatildeo

A Cacircmara de Educaccedilatildeo Superior tem as seguintes atribuiccedilotildees de caraacuteter deliberativo e de assessoramento ao MEC analisar e emitir pareceres sobre os processos de avaliaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior deliberar sobre o reconhecimento de cursos de graduaccedilatildeo mestrado e doutorado assim como o credenciamentorecredenciamento de IES analisar questotildees relativas agrave aplicaccedilatildeo da legislaccedilatildeo referente agrave educaccedilatildeo superior deliberar sobre as diretrizes curriculares propostas pelo MEC para os cursos de graduaccedilatildeo oferecer sugestotildees para a elaboraccedilatildeo do Plano Nacional de Educaccedilatildeo e acompanhar sua execuccedilatildeo e deliberar sobre os estatutos das universidades e o regimento das demais instituiccedilotildees

Aleacutem do controle normativo a SESU subsidia o processo de formulaccedilatildeo e implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional para o ensino superior aleacutem de participar ativamente por meio da sua comissatildeo de especialistas no processo de supervisatildeo e avaliaccedilatildeo das IES com a finalidade de credenciamento ou recredenciamento Aleacutem disso participa da elaboraccedilatildeo de programas e projetos voltados agrave reforma do sistema federal de ensino zela pelo cumprimento da legislaccedilatildeo educacional no acircmbito da educaccedilatildeo superior apoia teacutecnica e financeiramente as IFES e elabora e dissemina estudos sobre a educaccedilatildeo superior e sua relaccedilatildeo com a sociedade Promove tambeacutem o intercacircmbio com entidades nacionais estrangeiras e internacionais sobre mateacuteria de sua competecircncia

Outros dois oacutergatildeos importantes na esfera da coordenaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior no paiacutes satildeo a Fundaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP)

A CAPES foi criada em 1951 tendo sido instituiacuteda como Fundaccedilatildeo em 1992 Eacute uma agencia de fomento da poacutes-graduaccedilatildeo subsidia o MEC na formulaccedilatildeo de poliacuteticas da poacutes-graduaccedilatildeo coordenando e estimulando a formaccedilatildeo de recursos humanos altamente qualificados para a docecircncia em grau superior a pesquisa e o atendimento da demanda por profissionais dos setores puacuteblicos e privados Ela tem as seguintes finalidades elaborar a proposta do Plano Nacional de Poacutes-graduaccedilatildeo acompanhando e coordenando a sua respectiva execuccedilatildeo elaborar planos de atuaccedilatildeo setoriais ou regionais promover estudos e avaliaccedilotildees necessaacuterios ao desempenho de suas atividades apoiar o processo de desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico nacional manter intercacircmbio e contato com outros oacutergatildeos da Administraccedilatildeo Puacuteblica ou entidades privadas nacionais e internacionais

O INEP por seu lado foi transformado em autarquia federal pela Lei ndeg 994897 quando passou a assumir novamente um papel estrateacutegico no desenvolvimento da educaccedilatildeo tendo as seguintes atribuiccedilotildees Organizar e manter o sistema de informaccedilotildees e estatiacutesticas educacionais planejar orientar e coordenar o desenvolvimento de sistemas e projetos de avaliaccedilatildeo educacional visando ao estabelecimento de indicadores de desempenho das atividades de ensino no paiacutes apoiar os Estados o Distrito Federal e os municiacutepios no desenvolvimento de sistemas e projetos de avaliaccedilatildeo educacional desenvolver e implementar na aacuterea educacional sistemas de informaccedilatildeo e documentaccedilatildeo que abranjam estatiacutesticas avaliaccedilotildees educacionais praacuteticas pedagoacutegicas e de gestatildeo de poliacuteticas educacionais subsidiar a formulaccedilatildeo de poliacuteticas na aacuterea da educaccedilatildeo mediante a elaboraccedilatildeo de diagnoacutesticos e recomendaccedilotildees decorrentes da avaliaccedilatildeo da educaccedilatildeo baacutesica e superior coordenar o processo de avaliaccedilatildeo dos cursos de graduaccedilatildeo em conformidade com a legislaccedilatildeo vigente definir e propor paracircmetros criteacuterios e mecanismos para a realizaccedilatildeo de exames de acesso ao ensino superior e promover a disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre avaliaccedilatildeo da educaccedilatildeo baacutesica e superior (Relatoacuterio de Atividades do INEP -2000)

Nesse novo contexto o INEP tem desempenhado um papel importante para o monitoramento da qualidade do ensino em todos os niacuteveis e modalidades por meio da realizaccedilatildeo de 3 tipos de avaliaccedilotildees todas implantadas na deacutecada de 90

- Sistema de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica - Saeb -avaliaccedilatildeo da educaccedilatildeo baacutesica realizada em larga escala desde 1995 Abrange o levantamento de dados de trecircs seacuteries associadas ao fim de um periacuteodo ou ciclo escolar 4a e 8a seacuteries do ensino fundamental e 3a seacuterie do ensino meacutedio Na 4a e 8a

seacuteries sao avaliadas as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Matemaacutetica Ciecircncias Geografia e Histoacuteria e na 3a seacuterie do ensino meacutedio as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Matemaacutetica Biologia Fiacutesica e Matemaacutetica

- Exame Nacional do Ensino Meacutedio - ENEM - Instituiacutedo em 1988 este exame avalia as competecircncias e rendimento escolar dos alunos ao final da educaccedilatildeo baacutesica Representa um instrumento importante na avaliaccedilatildeo do ensino meacutedio e seus resultados podem se constituir em criteacuterio de seleccedilatildeo para o ingresso em instituiccedilotildees de ensino superior

- Exame Nacional de Cursos - ENC - tambeacutem conhecido como Provatildeo foi criado em 1995 pela Lei ndeg 913195 fazendo parte das avaliaccedilotildees perioacutedicas das instituiccedilotildees de

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

educaccedilatildeo superior Seu objetivo especiacutefico eacute avaliar os conhecimentos e habilidades adquiridas pelos alunos que concluem a graduaccedilatildeo com esse instrumento eacute possiacutevel realizar avaliaccedilatildeo comparativa entre o desempenho de um mesmo curso oferecido em diferentes IES aleacutem de permitir o acompanhamento da evoluccedilatildeo de desempenho dos cursos dentro de uma seacuterie temporal

Aleacutem dessas avaliaccedilotildees essa instituiccedilatildeo ainda tem produzido estatiacutesticas baacutesicas da educaccedilatildeo nacional por intermeacutedio do levantamento de dados com a realizaccedilatildeo dos Censos da Educaccedilatildeo Baacutesica da Educaccedilatildeo Superior e outros censos especiais (educaccedilatildeo infantil educaccedilatildeo profissional e o censo de financiamento da educaccedilatildeo) Esses censos tecircm contribuiacutedo para levantar informaccedilotildees importantes para realizar diagnoacutesticos e identificar tendecircncias da educaccedilatildeo nacional nos seus diversos niacuteveis e modalidades

A revitalizaccedilatildeo do INEP tem se mostrado assim fundamental para o desenvolvimento de um sistema de informaccedilotildees educacionais moderno cujos dados tecircm sido amplamente disseminados por meio de publicaccedilotildees relatoacuterios seacuteries documentais bem como a disponibilizaccedilatildeo via internet

252 Organismos natildeo-governamentais

A diversificaccedilatildeo institucional do sistema de ensino superior tem propiciado a emergecircncia de novos atores poliacuteticos bem como uma fragmentaccedilatildeo e reorganizaccedilatildeo de seus oacutergatildeos representativos Observa-se de acordo com Helena Sampaio (2000) que a natureza e composiccedilatildeo dos associados dessas organizaccedilotildees tecircm conduzido a duas formas baacutesicas de atuaccedilatildeo Enquanto as organizaccedilotildees que representam instituiccedilotildees de uma uacutenica categoria (puacuteblica ou privada) tecircm como objetivo reforccedilar a sua identidade e os seus interesses especiacuteficos as outras (integradas por representantes de ambas categorias) buscam construir estrateacutegias e planos de accedilatildeo que atendam aos interesses gerais dos seus associados

A seguir satildeo apresentados os principais organismos natildeo-governamentais que atuam em acircmbito nacional e que de forma direta ou indireta interveacutem nos rumos da poliacutetica do ensino superior

CRUB - Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras Criado em 1966 o CRUB eacute composto pelos Reitores de todas as

universidades brasileiras puacuteblicas e privadas reconhecidas pelo MEC No seu conselho deliberativo haacute -dentre outros representantes - dois membros de cada uma das seguintes associaccedilotildees Associaccedilatildeo Nacional dos Dirigentes das Instituiccedilotildees Federais de Ensino Superior (ANDIFES) Associaccedilatildeo Brasileira de Universidades Estaduais e Municipais

(ABRUEM) Associaccedilatildeo Brasileira das Universidades Comunitaacuterias (ABRUC) e Associaccedilatildeo Brasileira de Universidades Particulares (ANUP)

A heterogeneidade de sua composiccedilatildeo marcada pela congregaccedilatildeo de instituiccedilotildees diferentes e a diversidade de interesses dificulta ou impede a tomada de uma posiccedilatildeo da entidade em relaccedilatildeo aos pontos estrateacutegicos das poliacuteticas para o ensino superior Isso restringe significativamente a sua atuaccedilatildeo nesse campo dependendo principalmente da importacircncia que o seu presidente venha a ter na arena poliacutetica e decisograveria desse niacutevel de ensino

ABMES - Associaccedilatildeo Brasileira de Mantenedoras de Instituiccedilotildees Superiores

A ABMES diferentemente do CRUB congrega atores de uma mesma natureza representando as mantenedoras das instituiccedilotildees de ensino superior privadas Tendo sido fundada em 1982 essa associaccedilatildeo congrega hoje cerca de 309 mantenedoras a ela filiadas responsaacuteveis pelo financiamento de 448 IES com representaccedilatildeo no CRUB no CNE e em comissotildees instituiacutedas pelo MEC (Educaccedilatildeo a distacircncia e Fundo de Apoio ao Estudante) sua principal forma de atuaccedilatildeo tem sido a realizaccedilatildeo de uma revisatildeo juriacutedica das leis implementadas pelo MEC principalmente aquelas dirigidas agraves IES privadas A associaccedilatildeo tambeacutem promove vaacuterios seminaacuterios debates e parcerias com oacutergatildeos governamentais visando agrave qualificaccedilatildeo de docentes para o ensino superior Ao mesmo tempo dissemina informaccedilotildees relativas a esse niacutevel de ensino mantendo seus associados inteirados das mudanccedilas nele ocorridas Suas principais demandas referem-se ao controle do Estado sobre assuntos de natureza acadecircmica e agrave autonomia administrativo-financeiradas instituiccedilotildees (Sampaio 2000)

ABRUC - Associaccedilatildeo Brasileira das Universidades Comunitaacuterias

Criada em 1995 a ABRUC resulta de um grupo antes inserido na ABESC (Associaccedilatildeo Brasileira de Escolas Superiores Catoacutelicas) ou da ANUP (Associaccedilatildeo Nacional das Universidades Privadas) congregando atualmente 29 universidades comunitaacuterias ( 18 confessionais e 11 laicas) Conta com representaccedilatildeo no CRUB

como estrateacutegia de atuaccedilatildeo esse organismo busca realccedilar sua identidade enfatizando o que distingue as suas associadas das outras IES particulares destacando o seu caraacuteter comunitaacuterio Pretende com isso reclamar exclusivamente para as IES comunitaacuterias o total dos recursos puacuteblicos destinados agraves IES particulares Aleacutem dessa demanda a revitalizaccedilatildeo do creacutedito educativo e a ampliaccedilatildeo da concepccedilatildeo de avaliaccedilatildeo considerada pelo MEC satildeo as outras questotildees fundamentais para essa associaccedilatildeo

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

ANDIFES - Associaccedilatildeo Nacional dos Dirigentes das Instituiccedilotildees Federais de Ensino Superior

Fundada em 1989 a organizaccedilatildeo engloba 52 IES puacuteblicas sendo 39 iniversidades e 13 escolas superiores especializadas detendo representaccedilatildeo no CRUB Eacute a representante oficial das IFES na interlocuccedilatildeo com o governo federal e oacutergatildeos representativos de professores estudantes e funcionaacuterios A entidade busca desenvolver estudos estrateacutegias e instrumentos de apoio ao planejamento administraccedilatildeo e avaliaccedilatildeo das IES Suas principais demandas dizem respeito em grande parte ao financiamento das instituiccedilotildees puacuteblicas e agrave autonomia universitaacuteria

ANUP - Associaccedilatildeo Nacional das Universidades Privadas Essa associaccedilatildeo foi criada em 1989 e hoje possui 39 associadas

Seus objetivos principais satildeo defender a autonomia das Universidades e a livre atuaccedilatildeo da iniciativa privada na aacuterea educacional bem como e o desenvolver programas de aprimoramento do ensino superior em parceria com o poder puacuteblico e as instituiccedilotildees de ensino superior

ANACEU - Associaccedilatildeo Nacional dos Centros Universitaacuterios Criada em 08121999 possui hoje 54 centros universitaacuterios

associados A entidade busca defender a livre atuaccedilatildeo do setor privado e os direitos do centro universitaacuterio (permanecircncia na estrutura dos centros universitaacuterios da figura do Reitor e manutenccedilatildeo do direito de uso da sigla UNI) Suas principais reivindicaccedilotildees satildeo o fortalecimento da imagem do Centro Universitaacuterio e a inclusatildeo da sua figura na Constituiccedilatildeo Federal

Conselhos Profissionais Federais Os conselhos regulamentam e fiscalizam as profissotildees de niacutevel

superior exercendo o controle da qualidade teacutecnica e do comportamento eacutetico dos profissionais Alguns conselhos realizam o exame da Ordem (suficiecircncia) como requisito para a concessatildeo do registro profissional tal como a Ordem dos Advogados (OAB) e o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) A criaccedilatildeo de cursos de Direito eacute tambeacutem submetida agrave autorizaccedilatildeo preacutevia da OAB assim como os cursos da aacuterea de sauacutede (medicina psicologia e odontologia) devem ser primeiramente autorizados pelo Conselho Nacional de Sauacutede7

7 De acordo com informaccedilotildees divulgadas na Folha de Satildeo Paulo (06102002) as autorizaccedilotildees de cursos nas aacutereas de Direito e Medicina carreiras muito disputadas no vestibular satildeo inferiores a 20 dos pedidos o que revela um controle rigoroso dessas instituiccedilotildees na oferta de vagas

26 A formaccedilatildeo do sistema nacional de poacutes-graduaccedilatildeo

Carlos Benedito Martins

Ao longo das uacuteltimas trecircs deacutecadas o Brasil construiu um sistema de poacutes-graduaccedilatildeo que constitui a parte mais exitosa do seu sistema de ensino sendo considerado de forma unacircnime como o maior e melhor da Ameacuterica Latina Esse fato natildeo deixa de ser surpreendente quando se tem em conta o caraacuteter tardio do surgimento do ensino superior no paiacutes e particularmente da instituiccedilatildeo universitaacuteria no seu contexto8

uma constelaccedilatildeo de fenocircmenos sociais econocircmicos poliacuteticos e acadecircmicos contribuiacuteram para a formaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo no paiacutes A sua construccedilatildeo derivou de um complexo empreendimento coletivo que contou com a participaccedilatildeo do Estado de organismos representativos da comunidade cientiacutefica do corpo docente das instituiccedilotildees de ensino e pesquisa envolvidas com esse niacutevel de ensino De certa forma a emergecircncia da poacutes-graduaccedilatildeo eacute o resultado de uma longa e tortuosa luta desencadeada por esses atores visando a superaccedilatildeo de um padratildeo de organizaccedilatildeo do ensino superior no paiacutes que historicamente se constituiacutera atraveacutes de escolas isoladas voltadas basicamente para a formaccedilatildeo de profissionais liberais e dissociados da atividade de pesquisa

261 A estrutura da Poacutes-Graduaccedilatildeo

Os cursos de poacutes-graduaccedilatildeo receberam uma referecircncia expliacutecita na Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo de 1961 quando em seu artigo 69 dispunha que nos estabelecimentos de ensino superior podem ser ministrados os seguintes cursos a) de graduaccedilatildeo abertos agrave matriacutecula de candidatos que hajam concluiacutedo o ciclo colegial ou equivalente e obtido classificaccedilatildeo em concurso de habilitaccedilatildeo b) de poacutes-graduaccedilatildeo abertos agrave matriacutecula de candidatos que hajam concluiacutedo a graduaccedilatildeo e obtido os respectivos diplomas c) de especializaccedilatildeo aperfeiccediloamento e extensatildeo

8 com relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo brasileira no contexto latino-americano ver Ricardo Lucio Poliacuteticas de posgrado en Ameacuterica Latina in Los temas criacuteticos de ia educacioacuten superior en Ameacuterica Latina expansion privada evaluacioacuten y posgradopp 165-213 Rollin Kent (org) Fondo de Cultura Econogravemica Mexico 1997 Ver tambeacutem Carmen Garcia-Guadilla El valor de la pertinencia en las dinaacutemicas de transformacioacuten de la educaciioacuten superior en America Latina pp 47-81in La educacioacuten Superior en el siglo XXI visioacuten de America Latina y el Caribe CresalcUnescoCaracas1997 Ver tambeacutem o trabalhos de Virgilio Aragoacuten Poacutes-Graduaccedilatildeo na Ameacuterica Latina situaccedilatildeo e caracteristicas in InfoCAPES Vol 6 ndeg 3 julho-setembro Brasiacutelia 1998

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

ou quaisquer outros a juiacutezo do respectivo instituto de ensino abertos a candidatos com preparo e os requisitos que vierem a ser exigidos como pode-se perceber o artigo 69 da LDB de 1961 elaborava uma formulaccedilatildeo bastante geneacuterica com relaccedilatildeo agrave poacutes-graduaccedilatildeo deixando aos oacutergatildeos acadecircmicos competentes as definiccedilotildees necessaacuterias9

Em 1965 o Ministro da Educaccedilatildeo Suplicy de Lacerda solicitou ao Conselho Federal de Educaccedilatildeo uma definiccedilatildeo e regulamentaccedilatildeo dos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo expressa no artigo 69 da LDB Segundo o seu entendimento a poacutes-graduaccedilatildeo deveria estimular natildeo apenas a formaccedilatildeo de pesquisadores mas tambeacutem assegurar treinamento eficaz e de alto padratildeo a teacutecnicos e trabalhadores intelectuais para fazer face ao desenvolvimento nacional em todos os setores O aviso ministerial assinalava que a poacutes-graduaccedilatildeo deveria servir para garantir a elevaccedilatildeo dos niacuteveis de qualidade das instituiccedilotildees de ensino jaacute existentes e para atender agrave possiacutevel expansatildeo quantitativa do ensino de terceiro grau que efetivamente veio a ocorrer nos anos seguintes Deve-se assinalar tambeacutem que o Ministro da Educaccedilatildeo manifestava claramente a sua preferecircncia pela poacutes-graduaccedilatildeo realizada em dois ciclos sucessivos equivalentes aos graus de Master e de Doctor de acordo com o sistema de poacutes-graduaccedilatildeo americana

A manifestaccedilatildeo da Cacircmara do Ensino Superior atraveacutes do Parecer ndeg 97765 seraacute de importancia fundamental para a construccedilatildeo conceituai dos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo e para a progravepria configuraccedilatildeo desse niacutevel de ensino no paiacutes Foi elaborado enquanto uma resposta de uma demanda do governo para a implantaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo com vistas a atender agraves necessidades do desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico

Tendo como Relator Newton Sucupira o referido Parecer veio a definir e caracterizar os cursos de poacutes-graduaccedilatildeo Em seu entendimento interpretando o espiacuterito da LDB o artigo 69 da LDB na aliacutenea b que separou os cursos de poacutes-graduaccedilatildeo dos de especializaccedilatildeo aperfeiccediloamento e extensatildeo a poacutes-graduaccedilatildeo tenha caracteriacutesticas proacuteprias Esse Parecer distinguiu dois tipos de poacutes-graduaccedilatildeo os cursos de stricto sensu e os de lato sensu Na primeira categoria incluiu o mestrado e o doutorado cujo objetivo seria de natureza acadecircmica de pesquisa e de cultura tendo como compromisso o avanccedilo do saber Esses cursos na medida em que estariam ligados agrave essecircncia da universidade deveriam constituir atividades regulares e permanentes e conferir diplomas de mestre e de doutor sendo que esse uacuteltimo corresponderia ao niacutevel

9 Congresso Nacional Lei ndeg 4024 Diaacuterio Oficial 22 de dezembro de 1961

mais elevado na hierarquia dos cursos superiores Por sua vez o Parecer ndeg 97765 atribuiacutea agrave poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu um objetivo eminentemente praacutetico enquanto a poacutes-graduaccedilatildeo stricto-sensu conferiria grau acadecircmico a poacutes-graduaccedilatildeo lato-sensu concederia certificado Deve-se assinalar que o Parecer ndeg 97765 foi elaborado com razoaacutevel grau de flexibilidade de modo que os cursos de poacutes-graduaccedilatildeo pudessem passar por variaccedilotildees em funccedilatildeo das particularidades de cada aacuterea do conhecimento e da margem de iniciativa das instituiccedilotildees de ensino10

A implantaccedilatildeo dos cursos de mestrado e de doutorado que viria a ocorrer em seguida seria em larga medida moldada pela conceituaccedilatildeo de poacutes-graduaccedilatildeo expressa pelo Parecer ndeg 97765 e pelas normas de organizaccedilatildeo e credenciamento estabelecidas pelo Parecer ndeg 7769 do CFE Nos primeiros cinco anos de vigecircncia do Parecer ndeg 7769 foram analisados 202 pleitos de credenciamento de cursos sendo que destes 101 foram colocados sob diligecircncia pelo CFE a maioria deles era proveniente de instituiccedilotildees com poacutes-graduaccedilatildeo previamente existente e que natildeo se enquadrava nas novas normas estabelecidas pelo CFE

Em 1968 outro documento oficial voltaria a referir-se agrave poacutes-graduaccedilatildeo Trata-se do Relatoacuterio do Grupo de Trabalho da Reforma Universitaacuteria que retoma e reafirma vaacuterias passagens do Parecer 977 65 cujo Relator integrou tambeacutem esse grupo de trabalho12

O Grupo de Trabalho assinalava tambeacutem que na medida em que a poacutes-graduaccedilatildeo deveria ser o lugar por excelecircncia da formaccedilatildeo dos

10 A Cacircmara do Ensino Superior do CFE que aprovou o Parecer 97765 era constituiacuteda pelos seguintes membros Antocircnio Almeida Junior (Presidente) Nwton Sucupira (Relator) Clovis Salgado Joseacute Barreto Filho Mauricio Rocha e Silva Dumerval Trigueiro Alceu Amoroso Lima Aniacutesio Teixeira Valnir Chagas e Rubens Maciel Numa de suas passagens o Parecer 97765 afirma que embora o mestrado e o doutorado represente um escalonamento da poacutes-graduaccedilatildeo esses cursos podem ser considerados como relativamente autocircnomos Isto eacute o mestrado natildeo constitui obrigatoriamente requisito preacutevio para inscriccedilatildeo no curso do doutorado Eacute admissiacutevel que em certos campos do saber ou da profissatildeo se ofereccedilam apenas programas de doutorado In Legislaccedilatildeo e Normas da poacutes-graduaccedilatildeo brasileira p239 Funadesp Brasiacutelia2001 Quanto ao papel desempenhado por Newton Sucupira Relator do Parecer 97765 na educaccedilatildeo superior do paiacutes ver Helena Bomeacuteny Newton Sucupira e os rumos da educaccedilatildeo superior CAPES Biblioteca Aniacutesio Teixeira Editora Paralelo 15 Brasiacutelia 2001

11 O Parecer 7769 foi elaborado por Newton Sucupira o mesmo autor do Parecer 97765 Estabelecia que o credenciamento dos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo seria concedido mediante Parecer do Conselho Federal de Educaccedilatildeo aprovado pela maioria de seus membros e homologado pelo Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura Contemplava os requisitos baacutesicos para a organizaccedilatildeo e funcionamento dos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo tais como a qualificaccedilatildeo do corpo docente sua produccedilatildeo cientiacutefica traduccedilatildeo de ensino e pesquisa do grupo disponibilidade de recursos materiais etc A propoacutesito do Parecer 7769 consultar Revista Documenta nordm 98 pp 130-132 Fevereiro 1969 Brasiacutelia 1969

12 Para uma apreciaccedilatildeo critica do documento elaborado pelo Grupo da Reforma Universitaacuteria ver Florestan Fernandes Universidade Brasileira Reforma ou revoluccedilatildeo Editora Alfa-ocircmega Satildeo Paulo 1975

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

docentes mais qualificados academicamente do ensino superior a sua existecircncia seria fundamental para melhorar os cursos de graduaccedilatildeo Face ao caraacuteter inovador que a poacutes-graduaccedilatildeo deveria ocupar no contexto do ensino superior o GT destacava a necessidade de se promover uma poliacutelica nacional de poacutes-graduaccedilatildeo capaz de coordenar os esforccedilos e de mobilizar recursos materiais e humanos para viabiliza-la A execuccedilatildeo dessa poliacutetica deveria ser de iniciativa e responsabilidade do governo federal em funccedilatildeo do volume de recursos necessaacuterios e do impacto que se desejava alcanccedilar no contexto do ensino superior no paiacutes

Reconhecendo as dificuldades para a implantaccedilatildeo do sistema de poacutes-graduaccedilatildeo no Brasil devido a escassez de instituiccedilotildees capazes de oferecer esse niacutevel de ensino e do nuacutemero restrito de professores qualificado academicamente o Grupo de Trabalho sugeriu a instalaccedilatildeo de Centros Regionais de Poacutes-Graduaccedilatildeo onde seriam escolhidas universidades nas quais certas aacutereas que jaacute tivessem atingido a massa criacutetica necessaacuteria a um programa de poacutes-graduaccedilatildeo Nestas universidades seriam instituiacutedos cursos de mestrado ou doutorado para os quais convergiriam recursos materiais e humanos sendo que esses cursos constituiriam centros de poacutes-graduaccedilatildeo para tocircda regiatildeo Esses centros estariam sob a coordenaccedilatildeo de uma Comissatildeo Nacional subordinada ao Departamento de Assuntos Universitaacuterios (DAU) e segundo alguns de seus formuladores baseava-se no princiacutepio da descentralizaccedilatildeo articulada No entanto a experiecircncia dos Centros Regionais de Poacutes-Graduaccedilatildeo natildeo efetivou-se com exceccedilatildeo da regiatildeo Sul que reuniu seis universidades14

As propostas do Grupo de Trabalho da Reforma Universitaacuteria foram formalizadas na Lei ndeg 554068 que fixou as normas de organizaccedilatildeo e funcionamento do ensino superior

13 De acordo com Newton Sucupira um de seus formuladores o sistema dos Centros Regionais de Poacutes-Graduaccedilatildeo baseava-se no princiacutepio da descentralizaccedilatildeo articulada Em outros termos escentralizava-se a execuccedilatildeo estabelecendo-se uma primeira articulaccedilatildeo em niacutevel regional ao mesmo empo que se garantia a unidade de poliacutetica e de planejamento mediante a coordenaccedilatildeo cm niacutevel nacional Em paiacutes de dimensotildees continentais abrangendo regiotildees bem distintas e desigualmente desenvolvidas parecia aconselhaacutevel efetuar uma distribuiccedilatildeo raciona] de recursos de poacutes-graduaccedilatildeo tentando-se reduzir as disparidades regionais acentuadas Newton Sucupira A poacutes-graduaccedilatildeo entre a autenticidade e a alienaccedilatildeo p44 Projeto Educaccedilatildeo tomo IV Senado Federal Universidade de Brasiacutelia 1979

14 A ideacuteia da criaccedilatildeo dos Centros Regionais de poacutes-graduaccedilatildeo conduziu um significativo esforccedilo de definiccedilatildeo legal ensejando vaacuterios decretos o de ndeg 63343 de dezembro de 1968 dispunha sobre a criaccedilatildeo dos mesmos um outro de ndeg 64085 de fevereiro de 1969 constituiacutea uma Comissatildeo Executiva do Programa de Implantaccedilatildeo dos Centros e o de ndeg 67350 de outubro de 1970 sobre a implantaccedilatildeo em si A respeito dos Centros Regionais de Poacutes-Graduaccedilatildeo consultar Maria de Azevedo Brandatildeo A constituiccedilatildeo da poliacutetica de poacutes-graduaccedilatildeo no Brasil 19651975 Revista Ciecircncia e Cultura 29 (4) 1977 Ver tambeacutem sobre esse assunto neste volume os depoimentos de Darcy Closs e Edson Machado de Sousa

Ao regulamentar os cursos de poacutes-graduaccedilatildeo a Lei ndeg 554068 em vaacuterios de seus artigos incorporou os princiacutepios e recomendaccedilotildees que encontravam-se contidas no Parecer ndeg 97765 Dessa forma por exemplo o artigo 17 separou claramente os cursos de poacutes-graduaccedilatildeo stricto sensu da modalidade dos cursos de especializaccedilatildeo e aperfeiccediloamento que foram incluiacutedos na categoria lato sensu Nessa mesma direccedilatildeo o artigo 24 fortaleceu o papel legal do Conselho Federal de Educaccedilatildeo com relaccedilatildeo agrave regulamentaccedilatildeo e supervisatildeo dos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo strido sensu nos termos propostos pela 16a conclusatildeo do Parecer ndeg 9776515

Se os Pareceres ndegs 97765 e 7769 tiveram uma importacircncia na definiccedilatildeo conceituai e na moldura legal da poacutes-graduaccedilatildeo os Planos Nacionais de Poacutes-Graduaccedilatildeo constituiacuteram um outro elemento crucial na construccedilatildeo do sistema imprimindo uma direccedilatildeo para sua consolidaccedilatildeo e institucionalizaccedilatildeo Atraveacutes deles realizaram-se diagnoacutesticos sobre a situaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo e foi formulado um conjunto de metas e de accedilotildees que em grande parte foram cumpridas Eacute no contexto da execuccedilatildeo desse planos que a CAPES que se transfere para Brasiacutelia em 1974 se conformaria e fortaleceria enquanto agecircncia de fomento da poacutes-graduaccedilatildeo16

Deve-se assinalar que o I PNPG foi elaborado num momento de abundacircncia de recursos provenientes do FNDCT do qual a FINEP era a Secretaria Executiva e executora de fomento sendo a CAPES e o CNPq seus usuaacuterios Esses recursos permitiriam a expansatildeo dos programas de bolsas de estudo e a criaccedilatildeo de inuacutemeros cursos de poacutes graduaccedilatildeo

O IPNPG partia da constataccedilatildeo de que o processo de expansatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo havia sido ateacute entatildeo parcialmente espontacircneo pressionado por motivos conjunturais e que a partir daquele momento deveria se tornar objeto de planejamento estatal considerando a poacutes-graduaccedilatildeo como subsistema do sistema universitaacuterio e este por sua vez como parte integrante do sistema educacional Deveria estar

15 A 16ordf conclusatildeo do Parecer 97765 assinalava que os cursos de poacutes-graduaccedilatildeo devem ser aprovados pelo Conselho Federal de Educaccedilatildeo para que seus diplomas sejam registrados no Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e possam produzir efeitos legais Para isso o Conselho Federal baixaraacute normas fixando criteacuterios de provaccedilatildeo dos cursos Parecer 97765Legislaccedilatildeo e Normas da poacutes-graduaccedilatildeo Brasileira p 242 Funadesp Brasiacutelia 2001 As normas para o funcionamento da poacutes-graduaccedilatildeo no paiacutes foram estabelecidas em 1969 pelo Parecer 7769 do CFE 16 com relaccedilatildeo a importacircncia dos PNPGs na construccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo nacional e sua articulaccedilatildeo com o sistema de macro-planejamento instaurado no periacuteodo poacutes-64 ver Ricardo Maritns A poacutes-graduaccedilatildeo no Brasil situaccedilatildeo e perspectivas Nuacutecleo de Estudos sobre o Ensino Superior da Universidade de Brasiacutelia (Nesub) Brasiacuteia 1999

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

articulado com as poliacuteticas de desenvolvimento traccediladas pelo II Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) bem como pelo II Plano Baacutesico de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (PBDCT)

Destacam-se duas questotildees centrais nesse primeiro plano o desenvolvimento econocircmico do paiacutes necessitava de recursos humanos de niacutevel superior para alavancar os setores modernos da economia e a necessidade de integraccedilatildeo das atividades da poacutes-graduaccedilatildeo dentro da proacutepria universidade A capacitaccedilatildeo docente era fundamental na medida em que o ensino superior era considerado um setor de formaccedilatildeo de recursos humanos para os demais niacuteveis de ensino e para a sociedade enquanto que agrave poacutes-graduaccedilatildeo cabia a formaccedilatildeo de recursos humanos para o ensino superior Tambeacutem a integraccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo na universidade era essencial dado o isolamento e a desarticulaccedilatildeo das suas atividades iniciais em funccedilatildeo da diversidade de fontes e formas de financiamento geralmente externos ao orccedilamento da universidade

como o objetivo central era a expansatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo visando a capacitaccedilatildeo docente das instituiccedilotildees de ensino superior as metas principais eram o aumento da titulaccedilatildeo e de vagas nos cursos de mestrado e de doutorado Tambeacutem ressaltava-se que na distribuiccedilatildeo regional e setorial dos novos cursos deveria ser considerado o papel estrateacutegico representado pelas aacutereas cientiacuteficas baacutesicas das quais dependeria toda a potencialidade do ensino superior e da produccedilatildeo cientiacutefica Para a execuccedilatildeo dessas metas eram propostos a concessatildeo de bolsas de tempo integral para alunos a criaccedilatildeo do Programa Institucional de Capacitaccedilatildeo Docente (PICD) e a admissatildeo de docentes de forma regular e programada pelas instituiccedilotildees universitaacuterias em funccedilatildeo da ampliaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo

O contexto de elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo do II PNPG (1982-1985) coincide com uma forte crise econocircmica no paiacutes o que implicou numa retraccedilatildeo de recursos de financiamento da poacutes-graduaccedilatildeo Apenas para se ter uma referecircncia no ano de 1983 o PIB caiu 5 e a inflaccedilatildeo atingiu o patamar de 211 O Fundo Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico foi esvaziando-se gradativamente de tal modo que houve um comprometimento da distribuiccedilatildeo de recursos que se fazia anteriormente no sistema CAPESCNPqFINEP de tal maneira que num certo momento a CAPES passou a natildeo receber mais nenhum recurso proveniente do FNDCT17 Nesse sentido ele distanciou-se da estrateacutegia expansionista do Plano anterior

Seria oportuno assinalar que o II PNPG contou com a decisiva participaccedilatildeo do Conselho Teacutecnico Cientiacutefico da CAPES formado pelos

17 Sobre o esgotamento dos recursos para a aacuterea de ciecircncia e tecnologia durante a deacutecada de 80 ver neste volume o depoimento de Edson Machado de Souza

entatildeo denominados presidentes das Comissotildees de Consultores Cientiacuteficos O II PNPG foi elaborado em consonacircncia com as orientaccedilotildees do IN Plano Nacional de Desenvolvimento(PND) e do III Plano Baacutesico de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (PBDCT) A sua ecircnfase recai sobre a qualidade do ensino superior e mais especificamente da proacutepria poacutes-graduaccedilatildeo Propotildee-se a consolidaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo que jaacute existia desde 1976 e a participaccedilatildeo da comunidade cientiacutefica nas decisotildees sobre a poliacutetica de poacutes-graduaccedilatildeo e no processo de avaliaccedilatildeo visando a criaccedilatildeo de bases seguras para o desenvolvimento futuro da poacutes-graduaccedilatildeo A ecircnfase na qualidade dependeria do aumento gradativo da eficiecircncia e confiabilidade dos sistemas de informaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do desempenho dos programas de poacutes graduaccedilatildeo bem como do estabelecimento de criteacuterios e de mecanismos de avaliaccedilatildeo conhecidos e aceitos pela comunidade cientiacutefica18

O segundo problema que o II PNPG plano pretendia solucionar era a adequaccedilatildeo do sistema agraves necessidades do paiacutes seja em termos de sua produccedilatildeo cientiacutefica seja em funccedilatildeo do aumento da capacidade tecnoloacutegica e produtiva aparecendo pela primeira vez no planejamento da poacutes-graduaccedilatildeo a vinculaccedilatildeo com a questatildeo tecnoloacutegica e com o setor produtivo O sistema deveria melhor se dimensionar tendo em vista as especificidades de cada aacuterea de conhecimento os tipos de qualificaccedilatildeo requeridas e as necessidades regionais Aleacutem de manifestar uma preocupaccedilatildeo com a formaccedilatildeo de recursos humanos para o mercado de trabalho natildeo-acadecircmico o II PNPG dava uma certa ecircnfase nos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu nas diferentes aacutereas com o objetivo de criar alternativas para os alunos e para atender a demanda de matildeo-de-obra altamente especializada

18 Ao explicitar a questatildeo da qualidade como dos um problemas centrais a ser enfrentado o documento do II PNPG assinala que Todos os esforccedilos de consolidaccedilatildeo c de desenvolvimento impliacutecitos neste Plano tecircm como meta o aumento qualitativo do desempenho do sistema como um todo criando estiacutemulos e condiccedilotildees favoraacuteveis bem como acionando mecanismos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo A ecircnfase na qualidade dependeraacute na sua operacionalizaccedilatildeo do aumento gradativo da eficiecircncia e confiabilidade dos sistemas de informaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo quanto ao desempenho dos programas de poacutes-graduaccedilatildeo do estabelecimento de criteacuterios e de mecanismos de avaliaccedilatildeo conhecidose aceitos como legiacutetimos pela comunidadePara a consolidaccedilatildeo e a melhoria dos sistemas de informaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo eacute fundamental a participaccedilatildeo direta c ativa da comunidade acadecircmica e cientiacutefica em geral e das universidades e centros de poacutes-graduaccedilatildeo em particular II Plano Nacional de Poacutes-Graduaccedilatildeo p8-9 Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Brasiacutelia 1982 Quanto agrave implantaccedilatildeo do sistema de avaliaccedilatildeo da CAPES e o seu esenvolvimento ateacute meados da deacutecada de oitenta consultar Ricardo Martins El sistema de acompantildeamiento y evaluaiacuteon de 1a CAPES notas criacuteticas sobre su evolucioacuten in La evaluacioacuten de Programas de Posgrado Instituto Colombiano para el Fomento de 1a Educacioacuten Supperior Bogotaacute 1985

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

A consolidaccedilatildeo do processo de avaliaccedilatildeo que efetivamente veio a ocorrer constitui ao lado da moldura legal dos Pareceres 97765 e 77 69 dos Planos nacionais de poacutes-graduaccedilatildeo um outro fator fundamental na configuraccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo nacional

A implementaccedilatildeo do II PNPG conseguiu consolidar o processo de avaliaccedilatildeo que desde entatildeo vem passando por constantes aprimoramentos A esse propoacutesito deve-se destacar que o processo de avaliaccedilatildeo eacute realizado por consultores cientiacuteficos que satildeo indicados agrave CAPES apoacutes ampla consulta pelos programas das diferentes aacutereas de conhecimento Esses consultores que atuam como docentes nos programas de poacutes-graduaccedilatildeo formam o Comitecirc de Avaliaccedilatildeo das diferentes aacutereas de conhecimento que eacute renovado periodicamente O fato da avaliaccedilatildeo ser realizada pelos pares e natildeo pelos segmentos burocraacuteticos do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo tem contribuiacutedo para conferir um elevado grau de legitimidade desse processo de avaliaccedilatildeo pela comunidade acadecircmica nacional

Se o II PNPG conseguiu consolidar o processo de avaliaccedilatildeo natildeo obteve o mesmo ecircxito para resolver a falta de articulaccedilatildeo entre as diferentes agecircncias de fomento nacionais voltadas para a poacutes-graduaccedilatildeo problema esse que se agravou ao longo da deacutecada de oitenta O III PNPG (1986-1989) alertava justamente para a necessidade de uma maior articulaccedilatildeo entre agecircncias de fomento governamentais com interface agrave poacutes-graduaccedilatildeo especialmente CAPES e CNPq Acrescentava tambeacutem a necessidade de institucionalizaccedilatildeo da pesquisa como elemento indissociaacutevel da poacutes-graduaccedilatildeo e sua integraccedilatildeo ao sistema nacional de ciecircncia e tecnologia Estabelecia tambeacutem a universidade como ambiente privilegiado para a produccedilatildeo de conhecimento enfatizando-se o seu papel no desenvolvimento nacional Os objetivos do IH PNPG eram a consolidaccedilatildeo e a melhoria do desempenho dos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo a institucionalizaccedilatildeo da pesquisa nas universidades para assegurar o funcionamento da poacutes-graduaccedilatildeo e a sua integraccedilatildeo ao setor produtivo19

19 Entre as diretrizes gerais do III PNPG destacavam-se a) estimular e apoiar as atividades de investigaccedilatildeo cientifica e tecnoloacutegica que deveriam transcender o processo de capacitaccedilatildeo de pessoal de alto niacutevel e se constituir em condiccedilatildeo necessaacuteria para a realizaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo como parte essencial do sistema de ciecircncia e tecnologia b) consolidar as instituiccedilotildees universitaacuterias enquanto ambientes privilegiados de ensino e de geraccedilatildeo de conhecimento e promover a institucionalizaccedilatildeo da pesquisa e da poacutes-graduaccedilatildeo atraveacutes de verbas orccedilamentaacuterias especiacuteficas As estrateacutegias propostas visavam aperfeiccediloar o sistema de acompanhamento e avaliaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo promover a integraccedilatildeo entre as atividades de pesquisa e de poacutes-graduaccedilatildeo com a graduaccedilatildeo valorizar a poacutes-graduaccedilatildeo lato-sensu para atender a heterogeneidade de demanda das aacutereas e do mercado de trabalho aumentar a oferta de bolsas e o seu poder aquisitivo reforccedilar o programa de bolsas no exterior atraveacutes de uma poliacutetica seletiva de concessatildeo desta demanda considerando a situaccedilatildeo de cada subaacuterea e a capacidade de formaccedilatildeo interna apoiar revistas cientiacuteficas brasileiras que tivessem padratildeo internacional assegurar a diversidade de fontes de financiamento para aquisiccedilatildeo de perioacutedicos cientiacuteficos a fim de garantir os recursos bibliograacuteficos indispensaacuteveis aos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo Para uma anaacutelise das principais questotildees colocadas pelos Planos Nacionais de Poacutes-Graduaccedilatildeo consultar Fernanda Fonseca Sobral Para onde vai a poacutes-graduaccedilatildeo brasileira in A Alavanca de Arquimedes cecircncia e tecnologia na virada do seacuteculo pp27-43 Editora Paralelo 15 Brasiacutelia 1997

Entre outros resultados as accedilotildees implementadas pelos Pnpgs possibilitaram a construccedilatildeo de um amplo sistema de bolsas no paiacutes e no exterior que contribuiu de forma efetiva para a capacitaccedilatildeo de docentes e de pesquisadores que atuam no ensino superior do paiacutes bem como a organizaccedilatildeo de uma poliacutetica de auxiacutelio financeiro aos programas de poacutes-graduaccedilatildeo No bojo das recomendaccedilotildees desses Planos ocorreu tambeacutem a implantaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo gradativa das comissotildees de consultores cientiacuteficos para apreciar o meacuterito das solicitaccedilotildees e agrave avaliaccedilatildeo dos programas de poacutes-graduaccedilatildeo pleitos das aacutereas o que tem implicado numa continua e constante interaccedilatildeo da CAPES com a comunidade acadecircmica nacional

262 O funcionamento

A poacutes-graduaccedilatildeo cresceu de forma mais planejada e orientada como exemplo mencionemos a existecircncia dos Planos Nacionais de Poacutes-Graduaccedilatildeo20 que traccedilaram rumos bem-definidos para a sua expansatildeo e a seu lado os oacutergatildeos de fomento nacionais e internacionais investiram de forma sistemaacutetica na implantaccedilatildeo desse niacutevel de ensino Diferentemente do ensino de graduaccedilatildeo a expansatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo foi o resultado de uma poliacutetica indutiva orientada e conduzida pelo poder central

um dos ecircxitos desse sistema deve-se agrave montagem de um eficiente meacutetodo de credenciamento no qual se analisa natildeo apenas a pertinecircncia da abertura dos cursos mas suas condiccedilotildees acadecircmicas de funcionamento procurando detectar e sanar suas possiacuteveis falhas

A estrutura acadecircmica da poacutes-graduaccedilatildeo foi construiacuteda a partir de procedimentos bem-definidos Acoplou-se o ensino agrave pesquisa estabeleceu-se um nuacutemero limitado de disciplinas articuladas com as respectivas linhas de pesquisa dos cursos Ao mesmo tempo criou-se um sistema eficiente de orientaccedilatildeo de dissertaccedilotildees e teses O resultado dessa estrutura acadecircmica tem permitido um forte crescimento da produccedilatildeo cientiacutefica que em vaacuterias aacutereas do conhecimento tem possibilitado a renovaccedilatildeo de campos especiacuteficos do saber e contribuiacutedo para a introduccedilatildeo de novas questotildees para investigaccedilatildeo A poacutes-graduaccedilatildeo por outro lado liga a vida acadecircmica nacional a centros relevantes da produccedilatildeo cientiacutefica internacional

O ecircxito da poacutes-graduaccedilatildeo nacional pode ser constatado atraveacutes do exame de dados existentes sobre determinadas dimensotildees desse sistema que

20 Ateacute o presente momento existiram ires PNPGs o I PNPG (1975-1980) II PNPG (1982-1985) e III PNPG (1986-1989) Para uma apreciaccedilatildeo detalhada desses planos e seus impactos na montagem de um sistema nacional de poacutes-graduaccedilatildeo consultar o trabalho do Barros (1998 115-161)

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

satildeo apresentados em anexo As informaccedilotildees disponiacuteveis indicam uma signi ficativa expansatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo stricto sensu No ano de 1976 existiam no paiacutes 561 cursos de mestrado e 200 de doutorado Jaacute no ano de 2000 o paiacutes contava com 1453 cursos de mestrado e 821 cursos de doutorado e 37 mestrados profissionalizantes No periacuteodo 19952000 ocorreu um crescimento da ordem de 25 nos mestrados e de 33 nos cursos de doutorado (Tabela ndeg 25)

Quando analisa-se a dependecircncia administrativa dos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo (Tabela ndeg 26) constata-se um niacutetido predomiacutenio das instituiccedilotildees puacuteblicas que em 2000 absorviam 89 do total dos cursos de mestrado e 92 dos doutorados As universidades estaduais respondiam em 2000 por 30 dos mestrados e por 40 dos doutorado e a rede federal absorvia no mesmo periacuteodo 57 dos cursos de mestrado e 52 dos doutorados existentes no paiacutes Deve-se destacar que durante o periacuteodo 19952000 os cursos de doutorado nas universidades estaduais tiveram um crescimento de 20 e nas federais atingiu a ordem de 49 Ao contraacuterio do que ocorre nos cursos de graduaccedilatildeo nos quais verifica-se um niacutetido predomiacutenio quantitativo dos cursos da aacuterea de ciecircncias sociais aplicadas constata-se na poacutes-graduaccedilatildeo um relativo equiliacutebrio na distribuiccedilatildeo dos cursos de mestrado e de doutorado entre as diversas aacutereas do conhecimento (Tabelas ndeg 27 e 23)

Quando analisam-se os resultados da avaliaccedilatildeo dos Programas relativa ao periacuteodo 19982000 constata-se que a expansatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo nacional ocorrida nos uacuteltimos anos ocorreu dentro de paracircmetros de qualidade acadecircmica Deve-se relembrar que a partir de 1998 o processo de avaliaccedilatildeo passou atribuir notas aos Programas (e natildeo aos cursos individualmente) sendo que 7 (sete) passou a ser a nota maacutexima para Programas que possuem mestrado e doutorado e 5 (cinco) para os Programas que possuem apenas o mestrado Quando observam-se os dados contidos na tabela ndeg 29 verifica-se que 56 dos mestrados e 72 dos doutorados situam-se entre os conceitos 4 e 5 indicando uma adequada consolidaccedilatildeo dos Programas existentes Por outro lado deve-se chamar a atenccedilatildeo que o esforccedilo de discriminai a qualidade acadecircmica dos programas apresentou resultados satisfatoacuterios uma vez que apenas 95 dos mestrados e 17 dos doutorados situaram-se entre os conceitos 6 e 7

Deve-se registrar que apesar da existecircncia de uma seacuterie de iniciativas institucionais colocadas em praacutetica pelas agecircncias de fomento nacionais e estaduais com o objetivo de atenuar a existecircncia da concentraccedilatildeo regional dos programas de poacutes-graduaccedilatildeo constata-se a persistecircncia de acentuado desequiliacutebrio na sua distribuiccedilatildeo no paiacutes A regiatildeo sudeste concentrava no ano de 2000 60 dos programas de mestrado e 71 de doutorado ao passo que a regiatildeo norte detinha apenas 2 dos mestrados e 15 dos cursos de doutorado existentes no paiacutes (Tabelas 210 e 211)

Paralelamente agrave expansatildeo do nuacutemero de cursos de poacutes-graduaccedilatildeo ocorreu um expressivo crescimento das matriacuteculas e titulaccedilotildees No ano de 2001 a poacutes-graduaccedilatildeo nacional absorvia um total de 94739 estudantes No mestrado passou-se de 29273 alunos existentes em 1987 para 61928 em 2001 no doutorado no mesmo periacuteodo passou-se de 7960 alunos para 35102 No periacuteodo 1995-2001 as matriacuteculas no mestrado tiveram um acreacutescimo de 436 e o doutorado experimentou uma expansatildeo na ordem de 80 Os dados indicam que ocorreu tambeacutem um expressivo aumento de alunos titulados No ano de 2001 a poacutes-graduaccedilatildeo titulou um total de 26028 estudantes Em 1987 o mestrado titulou 3653 alunos nuacutemero que saltou para 19630 no ano de 2001 no mesmo periacuteodo as titulaccedilotildees no doutorado passaram de 872 para 6042 Entre 1995 e 2001 ocorreu uma expansatildeo de 1085 nas titulaccedilotildees do mestrado e de 142 no doutorado (Tabela ndeg 212)

Essa expansatildeo do sistema nacional de poacutes-graduaccedilatildeo e o consequumlente crescimento do contigente de novos mestres e doutores nacional deriva em grande medida da existecircncia de programas mantidos pelas agecircncias de fomento nacionais e estaduais visando o fortalecimento dos cursos existentes e a manutenccedilatildeo dos programas de bolsas de estudos Somente a CAPES no ano de 2002 oferecia um total de 21309 bolsas no paiacutes sendo 11927 para mestrado e 9382 para doutorado Deve-se tambeacutem acrescentar que aleacutem das bolsas no paiacutes a CAPES no ano de 2001 manteve 1503 bolsistas no exterior (Tabela 217)

Tambeacutem o CNPq teve uma importante atuaccedilatildeo na formaccedilatildeo de recursos humanos poacutes-graduados mediante a concessatildeo de bolsas de mestrado e de doutorado No ano de 2001 foram concedidas 5798 bolsas de mestrado e 5842 de doutorado

As bolsas todavia distribuem-se de forma diferente entre as aacutereas e segundo seja o niacutevel doutorado ou mestrado No ano de 2000 as bolsas de mestrado de ambas agecircncias concentraram-se principalmente em trecircs grandes aacutereas Ciecircncias Humanas Sociais Aplicadas e Engenharias e Informaacutetica No doutorado aleacutem dessas grandes aacutereas tambeacutem as Ciecircncias da Sauacutede e Exatas e da Terra receberam maior nuacutemero de bolsas (Tabelas 212 a 216) Seria oportuno tambeacutem destacar a evoluccedilatildeo positiva registrada com relaccedilatildeo a qualificaccedilatildeo formal dos docentes que atuam nesse sistema Em 1987 apenas 728 dos docentes que atuavam nos programas de poacutes-graduaccedilatildeo eram doutores ao passo que em 2000977 do corpo docente possuiacuteam o tiacutetulo de doutor (Tabela 218)

Nesses uacuteltimos trinta anos a poacutes-graduaccedilatildeo tem se constituiacutedo o instrumento fundamental de modernizaccedilatildeo do ensino superior no paiacutes contribuindo de forma decisiva para alterar profundamente a sua fisionomia e forma de ser Atraveacutes de sua atuaccedilatildeo instalou-se uma competecircncia acadecircmica por todo o pais e na sua esteira ocorreu tambeacutem o processo de institucionalizaccedilatildeo

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

da pesquisa no interior de determinadas universidades Certamente satildeo vaacuterios os desafiacuteos que o sistema de poacutes-graduaccedilatildeo deve enfrentar tais como a persistencia de forte desequilibrio regional na distribuiccedilatildeo dos cursos de mestrado e doutorado a intensificaccedilatildeo da qualificaccedilatildeo de quadros docentes para atuar tanto no ensino puacuteblico quanto no privado a sua plena integraccedilatildeo com a graduaccedilatildeo e com todas as interfaces da universidade onde encontra-se instalada a flexibilizaccedilatildeo de sua forma de funcionamento de tal modo que ela seja capaz de oferecer ao paiacutes os recursos humanos diversificados para meios socaacuteis e demandas profissionais igualmente diferentes etc Natildeo seria incorreto dizer que a poacutes-graduaccedilatildeo pelos resultados apresentados e pelo seu padratildeo de qualidade constitui a dimensatildeo mais exitosa do sistema de ensino no paiacutes

Aleacutem de bolsas de mestrado doutorado poacutes-doutorado e sanduiacuteche a CAPES manteacutem programas de apoio agrave pesquisa e agrave cooperaccedilatildeo institucional e internacional

Tabela 25 Evoluccedilatildeo do nuacutemero de cursos de poacutes graduaccedilatildeo

Ano 1976

1977

1978

1979

1980

1981

1982

1983

1984

1985 1986

1987

1988 1989

1990

1991

1992

1993 1994

1995

1996 1997

1998

1999

2000

Mestrado

561 618 664 703 726 736 760 777 792 820 829 861 899 936 964 982 1018

1039

1119

1159

1186

1249

1291

1388

1453

Doutorado

200 219 235 252 277 285 301 314 333 346 353 385 402 430 450 466 502 524 594 616 629 658 695 752 821

Prof -----------------------18 37

Total

761 837 899 955 1003 1021

1061

1091

1125 1166

1182

1246

1301

1366

1414

1448 1520

1563

1713

1775

1815 1907

1986

2158

2311

Fonte CAPESMEC

Tabela 26 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo

por Dependecircncia Administrativa

Ano

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1 996

1997

1998

1999

2(XXJ

Part icular

M

79

83

89

94

95

90

97

110

112

102

115

121

148

174

D

33

37

42

44

45

46

47

54

54

52

55

60

65

69

Estadual

M

279

290

302

310

323

333

338

364

365

382

396

400

426

441

D

193

202

215

221

228

234

246

267

274

283

287

293

309

323

Federal

M

503

562

545

547

563

595

604

645

682

702

738

770

811

835

D

159

163

173

184

199

222

231

273

288

294

316

342

377

428

Municipal

M

0

0

0

0 0 0

0

0

0

0

0

0

3

3

D

0

0

0

0

0

0 0

0

0

II

0

0

1

1

Total

1246

1337

1366

1400

1453

1520

1563

1713

1775

1815

1907

1986

2140

2274

Fonte CAPES

Tabela 27 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo por

Grande Aacuterea (Mestrado)

Grande Aacuterea

Ciecircncias Agraacuterias

Ciecircncias Bioloacutegicas

Ciecircncias da Sauacutede

Ciecircncias Exatas e da Terra

Ciecircncias Humanas

Ciecircncias Sociais Aplicadas

Engenharias

Letras e Artes

Multidiscishyplinar

1987

101

91

189

118

129

83

87

48

1

1988

111

98

203

123

140

76

93

51

2

1989

118

103

216

127

142

78

95

55

2

1990

124

105

222

128

146

83

97

56

3

1991

125

108

229

130

146

83

101

57

3

1992

130

109

243

133

150

85

105

59

4

1993

134

111

247

134

152

85

109

62

5

1994

137

120

270

141

163

91

119

65

13

1995

140

123

273

147

167

100

125

65

19

1996

145

123

275

153

166

100

126

66

32

1997

155

126

284

160

174

105

138

68

39

1998

159

135

298

160

177

III

147

70

34

1999

167

139

306

172

196

130

155

76

47

2000

174

142

316

177

205

147

158

80

54

Fonte CAPESMEC

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Tabela 28 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo

por Grande Aacuterea (Doutorado) Grande Aacuterea

Ciecircncias Agrarias

Ciencias Bioloacutegicas

Ciecircncias da Sauacutede Ciencias Exatas e da Terra Ciencias Humanas

Ciencias Sociais Aplicadas

Engenharias Letras e Artes

Multidiscishyplinar

1987

29

47

107

58

39

22

42

26

0

1988

32

52

122

61

41

22

44

28

0

1989

39

53

130

65

44

22

49

28

0

1990

42

55

137

69

45

23

50

29

0

1991

44

57

141

74

48

23

51

30

0

1992

48

61

147

81

57

25

53

29

0

1993

49

67

149

82

59

28

55

34

1

1994

53

79

172

86

73

31

58

35

7

1995

55

81

174

90

76

34

61

36

9

1996

58

81

176

91

82

33

61

36

11

1997

64

84

183

94

83

36

63

39

12

1998

66

89

195

95

89

42

65

44

10

1999

77

94

197

104

96

50

74

47

13

2000

88

100

212

109

104

56

85

51

16

Tabela 29 Conceitos dos Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo - 19982000

Profissionalizante

Mestrado

Doutorado

0

0

7

2

1

0

9

3

2

2

53

13

3

27

450

75

4

12

499

296

5

12

357

322

6

6

98

100

7

0

49

49

Fonte CAPESMEC

Tabela 210 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo

por Regiatildeo (Mestrado)

Centro-Oeste

Nordeste

Norte

Sudeste

Sul

1987

36

119

18

574

114

1988

40

130 18

599

12

1989

42

124

18

624

126

1990

42

126

18

645

131

1991

43

128

18

657

136

1992 44

140

20

670

144

1993

48

145

21

677

148

1994

52

160

24

712

171

1995

57

164

25

731

182

1996

58

172

27

738

191

1997

64

179

27

772

207

1998

68

186

27

791

219

1999

73

202

28

842

243

2000

80

211

32

872

258

Fonte CAPESMEC

Fonte CAPESMEC

Tabela 211 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo

por Regiatildeo (Doutorado)

Centro-Oeste

Nordeste

Norte

Sudeste

Sul

1187

4

10

5

340

26

I98S

5

10

5

352

30

1989

7

13

5

373

32

1990

10

14

5

385

36

1991

10

18

5

397

38

1992

11

22

6

415

48

1993

13

26

6

431

51

1994

14

35

8 477

60

1995

15

36

8

493

64

1996

16

37

8

498

70

1997

18

42

8

514

7iacute

1998

20

49

8

531

87

1999

21

60

8

555

108

2000

24

76

11

582

128

Fonte CAPESMEC

Tabela 212 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Alunos Matriculados e Titulados

na Poacutes-Graduaccedilatildeo 1987-2001

Ano

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995 1996

1997

1998

1999

2000

2001

Matriculados (em dezembro)

Mestrado

29273

30990

31992

35727

37428

37813

38414

41084

43121

45622

47788

50816

56182

61735

61928

Doutorado

7960

8345

9148

10496 12095

13764

15556

17464

19492

19492

22198

26828

29998

33004

35102

Prof

_ -

-_ ----_ 0 0

862

1879

2978

Total

37233

39335

41140

46223

49523

51577

53970

58548

62613

67820

72316

77644

87042

96618

100oos

Mestrado

3653

3845

4597

5452

6799

7380

7554

7627

8982

10499

11922

12681

15324

18132

19630

Titulados

Doutorado

872

915

1000

1222

I4VII

1780

1792

2081

2497

2985

3620

3949

4853

5335

6042

Prof

_ _ _ _ _

_ _ _ _ 0

0

56

241

356

Total

4525

4760

5597

6674

8289

9160

9346

9708

11479

13484

15542

16630

20233

23708

26028

Fonte CAPESCGADEM

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Tabela 213 Concessatildeo de Bolsas no Paiacutes segundo Grande Aacuterea do

ConhecimentoCAPES 1991-2002 (Mestrado)

Grande Aacuterea

Ciecircncias Exatas e da Terra

Ciencias Bioloacutegicas

Engenharias

Ciecircncias da Sauacutede

Ciencias Agraacuterias

Ciecircncias Sociais Aplicadas

Ciecircncias Humanas

Letras e Artes

Multidisci plinar

Outros

Total

I99|

926

874

1909

1469

11975

15255

17665

763

34

0

10465

1992

937

907

17885

15055

13035

1460

1662

7$0

37

0

1993

11345

9975

18945

17405

1478

14295

2234

818

55

0

10351 11782

1994

1171

1099

1945

1844

1571

1432

2227

8215

64

0

12173

1995

1134

1000

1866

1918

1377

14515

2164

821

73

0

11805

1996

1311

11005

1977

1913

14985

14515

2237

8425

109

0

12440

199 7

1420

1176

2094

20915

16495

1498

2328

887

156

0

13300

1998

12885

1074

19435

1751

1581

13375

20985

781

164

0

12019

1999

13215

10665

18985

1626

1574

1192

19435

700

216

0

11538

2000

1410

1066

1895

1630

1636

11305

1886

671

271

0

11596

2001

1563

1153

2010

1621

1703

1087

1847

641

310

0

11935

2002

1528

1147

1899

1481

1687

1184

2022

635

344

0

11927

Fonte CAPESMEC

Tabela 215 Concessatildeo de Bolsas no Paiacutes segundo Grande Aacuterea do

ConhecimentoCAPES 1991-2002 (Doutorado) Grande Arca

Ciecircncias Exatas e da Terra Ciecircncias Bioloacutegicas

Engenharias Ciecircncias da Sauacutede Ciecircncias Agraacuteria-Ciecircncia-Sociais Aplicadas Ciecircncias Humanas Letras e Ar tes Multidiscishyplinar

Outros

Total

1991

269$

4315

413

5135

403

6725

326

297

0

0

3326

1992

3205

4o35

4425

582

527

696

3$3

344

0

0

37285

1993

724$

623

9345

7595

503

358$

8585

3015

3

0

5066

1994

8155

7005

1054

819

583

414

9635

317

8

0

5675

1995

9365

826

1152

9455

68$$

484

11065

338

21

0

6495

1996

986

884

1154

10735

7285

$47$

1224

361

40

0

69985

1997

9895

930$

1162

12285

809

$83

1350

409

475

0

7509

1998

918

931

11475

1127

792

5745

13885

388

565

0

7323

1999

9425

9935

1178

12745

870

582

15415

468

113

0

7963

2000

1036

995

1229

14035

946

6285

1608

498

975

0

84415

2001

1100

1054

1286

1522

1024

64$

1690

$38

121

0

8980

2002

1150

1061

1177

1610

1135

711

1811

$73

154

0

9382

Fonte CAPESMEC

Tabela 217 Bolsas no Exterior - Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de

Bolsistas - 1996-2001

Ano

1996

1997

1998

1999

2000

2001

Total

1279

1456

1501

1553

1518

1503

Doutorado Pleno

943

955

945

848

761

70S

Doutorado Sanduiacuteche

154

235

252

275

309

356

Especializaccedilatildeo

19

52

73

71

46

Graduaccedilatildeo Sanduiacuteche

79

223 262

Mestrado

48

37

18

8

11

19

Poacutes-Doutorado

115

177

134

128

129

197

Fonte CAPESMEC

Tabela 218 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Docentes da

Poacutes-Graduaccedilatildeo - 1987-2000

Ano

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

Total

14838

17236

18985

19900

20188

20715

21314

22345

22384

21899

23475

22835

24375

25663

25941

Doutores

10814

13148

14757

15799

16393

17185

17998

19643

19890

19604

21342

21670

23503

25061

255X7

Doutores ()

728

763

777

794

812

830

845

880

889

895

909

949

964

977

986

Fonte CAPES

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Tabela 219 Concessatildeo de Bolsas no Paiacutes segundo Grande Aacuterea do

ConhecimentoCNPq 1997-2000 (Mestrado)

Grande Aacuterea

Ciecircncias Exatas e da Terra

Ciencias Bioloacutegicas

Engenharias

Ciencias da Sauacutede

Ciencias Agrarias

Ciencias Sociais Aplicadas

Ciencias Humanas

Letras e Artes

Total

1997

1015

866

1633

790

975

798

1280

384

7741

1998

843

734

1294

624

806

642

1017

294

6254

1999

800

714

1161

518

716

581

906

271

5667

2000

787

71

1163

446

715

550

900

267

5539

Fonte CNPq

Tabela 220 Concessatildeo de Bolsas no Paiacutes segundo Grande Aacuterea do

ConhecimentoCNPq - 1997-2000 (Doutorado)

Grande Aacuterea

Ciecircncias Exatas e da Terra

Ciecircncias Bioloacutegicas

Engenharias

Ciecircncias da Sauacutede

Ciecircncias Agraacuterias

Ciecircncias Sociais Aplicadas

Ciecircncias Humanas

Letras e Artes

Total

1997

1040

701

872

566

577

289

728

237

5010

1998

1085

820

972

528

548

247

740

254

5194

1999

1078

850

1072

469

580

228

782

240

5299

2000

1126

916

1059

457

646

255

824

246

5529

Fonte CNPq

27 Sistemas de avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees de ensino sushyperior no Brasil

Denise Leite

A avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior no Brasil constitui um processo que vem se desenvolvendo desde os anos 70 no que diz respeito ao sistema de poacutes-graduaccedilatildeo e pesquisa Mais recente poreacutem dos anos 90 pra caacute eacute o processo de avaliaccedilatildeo global das

instituiccedilotildees o qual pode-se dizer vem desafiando as relaccedilotildees estado-universidade-sociedade tendo em vista suas caracteriacutesticas intriacutensecas e seus efeitos sobre os sistemas de educaccedilatildeo superior

Entre 1992 e 1996 inuacutemeros atores entraram em cena quando os paiacuteses europeus notadamente a Inglaterra estabeleceram seus sistemas nacionais de avaliaccedilatildeo para a melhora da qualidade eficiecircncia eficaacutecia e prestaccedilatildeo de contas do ensino superior agrave sociedade No Brasil os reitores das universidades puacuteblicas federais por intermeacutedio de sua associaccedilatildeo (Andifes) com o apoio das associaccedilotildees de docentes (Andes) propuseram ao Ministeacuterio de Educaccedilatildeo um programa de avaliaccedilatildeo calcado na experiecircncia CAPES e no modelo holandecircs que teve ampla repercussatildeo no meio acadecircmico mundial Universidades docentes discentes e corporaccedilotildees como as da aacuterea meacutedica puseram-se em campo para discutir os princiacutepios e interesses envolvidos nesse processo avaliatoacuterio A aacuterea meacutedica executou um programa proacuteprio de avaliaccedilatildeo exclusivo das faculdades de Medicina (Cinaem) O Estado como ator principal fez-se presente nessa discussatildeo mediante a implantaccedilatildeo de um sistema de avaliaccedilatildeo que inicialmente foi liderado pela Secretaria de Ensino Superior (SesuMEC) e atualmente estaacute ao encargo do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) Mais recentemente colocaram-se em cena os reitores do CRUB representando preferencialmente os interesses das universidades privadas e confessionais apresentando um modelo de avaliaccedilatildeo que desejando ser independente no geral segue a proposta inicial da Andifes

como mostra Kells (1996) a intensa movimentaccedilatildeo de diferentes atores colocou o Brasil agrave frente do que ocorria na Ameacuterica Latina nos anos 90 tornando o paiacutes que ofereceu maior contribuiccedilatildeo ao desenvolvimento da histoacuteria organizada da avaliaccedilatildeo institucional nesta parte do mundo especialmente devido agrave experiecircncia acumulada na CAPES agecircncia estatal que estabeleceu um programa de avaliaccedilatildeo indiscutivelmente pioneiro

Contudo a diversidade do sistema de educaccedilatildeo superior brasileiro com seu grande nuacutemero de universidades e instituiccedilotildees privadas autocircnomas e com um complexo conjunto de universidades e instituiccedilotildees puacuteblicas apenas parcialmente autocircnomas dificultou a manutenccedilatildeo de um processo unitaacuterio de avaliaccedilatildeo Soma-se a isso a dimensatildeo do sistema de educaccedilatildeo superior cujo nuacutemero de matriacuteculas cresceu 42 em apenas 5 anos (1994-1999) distribuiacutedas em um territoacuterio semelhante ao da Europa Tendo em vista a diversidade a complexidade e o tamanho do sistema muitos satildeo os interesses representados resultando assim em variados formatos avaliativos que foram sendo introduzidos

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

para compor o sistema que veio a se estabelecer nos uacuteltimos seis anos agora sob a coordenaccedilatildeo do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

A Figura 21 abaixo ilustra o modelo nacional de avaliaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior no Brasil Considerando as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior como caixas-pretas o sistema de avaliaccedilatildeo que se iniciou em 1977 e ampliou-se a partir de 1994 e 1996 engloba procedimentos diversos e diferenciados atendendo agrave complexidade do sistema Os processos de certificaccedilatildeo que visam a reconhecer os cursos e instituiccedilotildees nutrem-se dos resultados de tais processos avaliatoacuterios como se apresenta a seguir

Figura 21 Avaliaccedilatildeo do Ensino Superior no Brasil

271 Normas instrumentos e estrateacutegias para avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees de ensino superior

como evidenciado na Figura 21 o sistema de avaliaccedilatildeo das IES brasileiras organiza-se em diferentes etapas numa tentativa de abranger a totalidade do processo de formaccedilatildeo universitaacuteria da graduaccedilatildeo agrave poacutes-graduaccedilatildeo inicia com as provas de ingresso ou vestibulares que podem ser precedidas pelos exames do Ensino Meacutedio desenvolvendo-se em diversas etapas cujas normas procedimentos e estrateacutegias satildeo descritas a seguir destacando-se as articulaccedilotildees entre avaliaccedilotildees internas (ou auto-avaliaccedilotildees) e externas

2711 Avaliaccedilatildeo para ingresso no ensino superior Exame Nacional do Ensino Meacutedio (ENEM) e Exame Vestibular

Para ingresso no ensino superior puacuteblico ou privado o candidato deveraacute realizar exame de ingresso o chamado Exame Vestibular Cada universidade organiza seu processo de avaliaccedilatildeo individualmente ou em conjunto com outras IES Haacute notas miacutenimas de aprovaccedilatildeo e as provas abrangem as mateacuterias constantes dos curriacuteculos do ensino meacutedio O sistema incluindo as instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas oferece anualmente 1216287 mil vagas (2000) sendo que a relaccedilatildeo candidato-vaga oscila entre 37 como meacutedia ateacute 12 ou mais candidatosvaga nas grandes universidades puacuteblicas21 Algumas IES aceitam como parte das condiccedilotildees de ingresso aos seus cursos superiores os resultados obtidos pelos candidatos no Exame Nacional de Ensino Meacutedio (ENEM) dirigido aos alunos da 31 seacuterie do ensino meacutedio e realizado anualmente sob a coordenaccedilatildeo do Ministeacuterio de Educaccedilatildeo que natildeo eacute obrigatoacuterio e tem como objetivo regular a oferta de ensino visando ao ingresso nos cursos superiores Destina-se preferencialmente agravequeles estudantes que querem conhecer suas possibilidades individuais apoacutes cursar o niacutevel meacutedio Em 2001 230 instituiccedilotildees aceitaram seus resultados como requisito parcial ou natildeo associado ao vestibular vaacutelido para ingresso no ensino superior Recebeu nesse ano 13 milhatildeo de inscriccedilotildees sendo um exame pago pelo aluno com algumas exceccedilotildees (alunos de escolas puacuteblicas carentes e outros) reguladas pela Portaria ndeg 1952001

2712 Auto-avaliaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo interna das IES

A avaliaccedilatildeo do desempenho individual e institucional das IES eacute realizada pelo MEC e pela proacutepria instituiccedilatildeo mediante sua auto-avaliaccedilatildeo Os seguintes itens devem compor o relatoacuterio de desempenho individual e institucional da IES como subsiacutedio necessaacuterio aos processos de credenciamento ou reconhecimento grau de autonomia assegurado pelas mantenedoras (IES privadas fundamentalmente) PDI - Plano de Desenvolvimento Institucional a independecircncia acadecircmica dos colegiados acesso agraves redes eletrocircnicas de comunicaccedilatildeo estrutura curricular de cursos criteacuterios adotados na avaliaccedilatildeo educacional das aprendizagens (rendimento escolar) programas de extensatildeo desenvolvidos em accedilotildees de integraccedilatildeo com a sociedade produccedilatildeo cientiacutefica tecnoloacutegica e cultural condiccedilotildees de trabalho e qualificaccedilatildeo dos docentes demonstraccedilatildeo de providecircncias adotadas para sanear deficiecircncias identificadas na auto-avaliaccedilatildeo e

21 Carreiras como medicina e direito podem ter uma relaccedilatildeo candidato-vaga nas grandes universidades puacuteblicas trecircs a quatro vecirczes maior do que a meacutedia nacional

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

resultados obtidos pela IES na avaliaccedilatildeo nacional de cursos (art 17 Cap IV Lei ndeg 38602001) A auto-avaliaccedilatildeo da IES pode ser desenvolvida conforme o modelo PAIUB atualmente em sua segunda versatildeo (a primeira seguia o modelo proposto pela Andifes) ou outro modelo CRUP ou ainda outro modelo de sua livre escolha

2713 Avaliaccedilatildeo da graduaccedilatildeo avaliaccedilatildeo do MEC

A avaliaccedilatildeo dos cursos de graduaccedilatildeo eacute realizada anualmente por meio do Exame Nacional de Cursos (ENC) o Provatildeo Implantado por uma Medida Provisoacuteria em 1995 (MP ndeg 10181995) explicitado na Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional Lei ndeg 93941996 regulamentado pela Portaria ndeg 2491996 e pelo Decreto ndeg 20261996 o Provatildeo adquiriu seu formato atual mediante o disposto no Decreto ndeg 38602001 do Poder Executivo Federal Seu objetivo fundamental eacute medir a aprendizagem realizada em cada curso pelos estudantes de uacuteltimo ano com a finalidade de avaliar o curso externamente e natildeo o aluno em si Eacute aplicado em todo o paiacutes em geral no mecircs de junho de cada ano configurando-se num processo que paulatinamente vem avaliando as carreiras profissionais sempre integrando novos cursos ao processo E um exame obrigatoacuterio entretanto o aluno pode recusar-se a responder agraves questotildees mas natildeo pode deixar de comparecer agrave prova pois se isto acontecer natildeo receberaacute seu diploma e consequumlentemente prejudicaraacute seu curso deixando-o mal posicionado no ranking nacional As provas satildeo organizadas por docentes reconhecidos sendo que os programas dos conteuacutedos que delas faratildeo parte satildeo publicados com antecedecircncia e os alunos costumam recebecirc-los em casa juntamente com as orientaccedilotildees sobre a prova e um questionaacuterio sobre o seu curso e instituiccedilatildeo de ensino A Diretoria de Avaliaccedilatildeo e Acesso ao Ensino Superior do INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo-puacuteblica uma revista de divulgaccedilatildeo denominada Revista do Provatildeo que traz todas as orientaccedilotildees sobre os exames A paacutegina Web do MEC INEP (httpwwwinepgovbrencprovao) da mesma forma divulga dados sobre o Provatildeo e todas as informaccedilotildees para sua realizaccedilatildeo As IES e as direccedilotildees de faculdades e cursos recebem material informativo sobre o exame As diretrizes para as provas de cada curso satildeo definidas por Comissotildees de Especialistas indicados pela proacutepria comunidade acadecircmica dentre seus pares Nas diretrizes constam uma Introduccedilatildeo sobre as principais caracteriacutesticas do curso o nome dos membros da Comissatildeo e suas instituiccedilotildees de origem a duraccedilatildeo e o formato da prova os conteuacutedos e as habilidades ou saberes e competecircncias que seratildeo medidos

Os exames satildeo realizados em diferentes locais do paiacutes ao mesmo tempo e seus resultados satildeo vaacutelidos para o curso frequumlentado pelo aluno sendo expressos da seguinte forma conceito A (cursos com desempenho acima de um desvio-padratildeo da meacutedia geral) conceito B (cursos com desempenho no intervalo entre o meio e um desvio padratildeo acima da meacutedia) conceito C (cursos com desempenho no intervalo em torno de meio desvio padratildeo da meacutedia geral) conceito D (para cursos com desempenho no intervalo entre meio e um desvio padratildeo abaixo da meacutedia geral) conceito E (cursos com desempenho abaixo de um desvio-padratildeo da meacutedia geral)

Esses conceitos do Provatildeo aliados aos da avaliaccedilatildeo das Condiccedilotildees de Oferta (CO) compotildeem o Ranking Nacional das Instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo Superior do paiacutes Segundo a Revista do Provatildeo (2001) em 5 anos participaram do ENC 191 mil alunos sendo avaliados 2888 cursos de 18 carreiras acadecircmicas Em 2001 foram avaliados 4 mil cursos de 20 carreiras profissionais e 278668 alunos prestaram provas As seguintes profissotildees vecircm sendo avaliadas Direito Administraccedilatildeo Psicologia Economia Jornalismo Letras Pedagogia Engenharia Civil Engenharia Quiacutemica Engenharia Eleacutetrica Engenharia Mecacircnica Quiacutemica Matemaacutetica Fiacutesica Biologia Agronomia Medicina Medicina Veterinaacuteria Odontologia Farmaacutecia

Aleacutem dos resultados do Provatildeo e as listas de classificaccedilatildeo serem amplamente divulgados na imprensa nacional os dirigentes das IES que foram submetidas ao Provatildeo recebem o Relatoacuterio da Instituiccedilatildeo o qual apresenta os resultados por ela obtidos face ao exame prestado por seus alunos e as opiniotildees dos mesmos sobre seus respectivos cursos Cada Relatoacuterio traz o conceito dos cursos os resultados das questotildees de muacuteltipla-escolha das questotildees discursivas e do questionaacuterio-pesquisa aleacutem de breve avaliaccedilatildeo dos itens daquela prova segundo a visatildeo dos coordenadores Via de regra os alunos consideram que as provas satildeo faacuteceis e estimulantes mas tratam de temas agraves vezes jaacute esquecidos por terem sido vistos nos primeiros anos dos cursos Aos alunos com melhor colocaccedilatildeo nos exames gerais o MEC oferece a cada ano bolsas de estudo para Poacutes-Graduaccedilatildeo

Paralelamente ao exame nacional o MEC reativou as Comissotildees de Especialistas por Aacuterea de Conhecimento que estabelecem para cada curso profissional as definiccedilotildees relativas agraves provas com o objetivo de orientar os verificadores Satildeo seus Especialistas que realizam tambeacutem a avaliaccedilatildeo externa in loco das chamadas Condiccedilotildees de Oferta de Ensino (CO) Anualmente para essa verificaccedilatildeo a Secretaria de Ensino Superior do Ministeacuterio treina aproximadamente 300 especialistas docentes acadecircmicos os quais

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

satildeo enviados a todo paiacutes para observar as condiccedilotildees locais coletar e encaminhar dados que auxiliaratildeo na composiccedilatildeo da classificaccedilatildeo nacional de cursos de graduaccedilatildeo juntamente com os resultados do Provatildeo As comissotildees a partir de um conjunto de indicadores avaliam (a) organizaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica de cada curso (b) adequaccedilatildeo das instalaccedilotildees fiacutesicas (c) adequaccedilatildeo das instalaccedilotildees especiais (laboratoacuterios oficinas salas-ambiente e outros) (d) qualificaccedilatildeo do corpo docente (titulaccedilatildeo regime de trabalho plano de cargos e salaacuterios - PDI - produccedilatildeo e produtividade intelectual experiecircncia profissional relaccedilotildees professor-aluno e outros) (e) bibliotecas (acervo livros perioacutedicos acesso a redes adequaccedilatildeo ambiental) Os resultados dessas verificaccedilotildees satildeo expressos em conceitos CMB - Condiccedilotildees Muito Boas CB - Condiccedilotildees Boas CR - Condiccedilotildees Regulares Cl - Condiccedilotildees Insuficientes A mateacuteria eacute amplamente divulgada na paacutegina web do MEC (httpwwwgovbr SesuAvaliacaolnstrumentalshtm2000) onde consta o instrumental pertinente a cada curso conforme a aacuterea de conhecimento e os resultados dos cursos avaliados As condiccedilotildees de oferta de ensino vecircm sendo estudadas desde 1997 seguindo a realizaccedilatildeo dos exames nacionais de curso Assim gradativamente a cada ano esse formato avaliativo incorpora um nuacutemero maior de visitas locais Ateacute o ano 2000 foram avaliadas 18 aacutereas do conhecimento correspondendo aos cursos de Direito Economia Jornalismo Medicina Medicina Veterinaacuteria Odontologia Psicologia Agronomia Biologia Quiacutemica Fiacutesica Letras Administraccedilatildeo Engenharia Civil Engenharia Eleacutetrica Engenharia MECacircnica e Engenharia Quiacutemica

Aleacutem desses procedimentos e estrateacutegias previstos para avaliar o desempenho de alunos cursos e instituiccedilotildees o sistema avalia os corpos docente e teacutecnico de ensino superior das instituiccedilotildees puacuteblicas natildeo autocircnomas que estatildeo sob a supervisatildeo direta do Ministeacuterio Os docentes satildeo avaliados anualmente recebendo uma pontuaccedilatildeo correspondente agraves suas atividades de docecircncia - maior pontuaccedilatildeo para sala de aula de graduaccedilatildeo pesquisa e extensatildeo - mediante a concessatildeo da GED Gratificaccedilatildeo de Estiacutemulo agrave Docecircncia instituiacuteda no acircmbito do magisteacuterio das instituiccedilotildees federais de ensino superior pela Lei ndeg 96781998 regulamentada pelo Decreto ndeg 26681998 Esse formato avaliativo correspondendo ao sistema merit pay adotado em vaacuterios paiacuteses atribui ateacute 140 pontos ao docente considerando sua atividade principal a docecircncia seu regime de trabalho categoria e titulaccedilatildeo Em 2000 representou de 50 a 65 da remuneraccedilatildeo global dos docentes A GED possui uma pontuaccedilatildeo fixa poreacutem a distribuiccedilatildeo dos pontos em quesitos concerne a cada universidade cuja aprovaccedilatildeo se daacute com referendum

do Conselho Universitaacuterio o mais alto oacutergatildeo de gestatildeo das universidades O instrumento avaliativo eacute preenchido pelo proacuteprio professor revisado em seu departamento de origem e encaminhado agrave comissatildeo central da GED de cada universidade

A avaliaccedilatildeo dos teacutecnicos de niacutevel superior funcionaacuterios das universidades puacuteblicas federais ainda natildeo atingiu toda a comunidade administrativa Contudo a GDAE Gratificaccedilatildeo de Desempenho por Atividade Administrativa significou em 2000 um acreacutescimo de ateacute 42 na remuneraccedilatildeo de alguns funcionaacuterios graduados

2714 Avaliaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo avaliaccedilatildeo CAPES

A CAPES Fundaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo e Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo iniciou suas atividades em 1951 entatildeo como uma Coordenaccedilatildeo Passou a desenvolver suas praacuteticas de avaliaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo a partir dos anos 1970 mediante um sistema que caracterizava o desempenho de cursos de mestrado e doutorado separadamente As avaliaccedilotildees com criteacuterios estabelecidos por pares indicados pela comunidade tinham periodicidade anual e depois bi-anual Sendo de conhecimento dos cursos os criteacuterios de avaliaccedilatildeo alcanccedilados permitiam obter uma classificaccedilatildeo pontuada por conceitos A B C D e E hierarquizada do melhor ao pior desempenho Essa experiecircncia consolidou-se ao longo dos anos sempre em diaacutelogo com as IES em 1980 iniciaram-se as visitas de pares aos programas de poacutes-graduaccedilatildeo em 1982 os resultados das avaliaccedilotildees deixaram de ser reservados passando a ser divulgados individualmente em 1984 os cursos adquiriram o direito de solicitar reconsideraccedilatildeo de suas avaliaccedilotildees em caso de se julgarem prejudicados com o conceito obtido em 1985 os conceitos foram divulgados para todos os cursos e natildeo apenas para aqueles que haviam sido avaliados em 1988 os recursos da informaacutetica permitiram que a avaliaccedilatildeo fosse em parte realizada por meio eletrocircnico em 1992 as comissotildees de pares acadecircmicos passaram a receber amplo material de apoio incluindo indicadores qualitativos e quantitativos para realizar a avaliaccedilatildeo externa com visitas in loco em 1994 as avaliaccedilotildees passaram a ser feitas em duas etapas em 1998 o sistema foi modificado tendo em vista a estabilidade atingida -79 dos cursos de mestrado e 90 dos doutoramentos atingiram classificaccedilatildeo A ou B (Polidori 2001 )

Apoacutes essa modificaccedilatildeo os procedimentos de avaliaccedilatildeo passaram a incluir novos e mais ajustados criteacuterios de afericcedilatildeo da qualidade dos programas de poacutes-graduaccedilatildeo Ou seja satildeo avaliados em seu conjunto - cursos de mestrado e doutorado - tendo como paracircmetro

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

o niacutevel de excelecircncia internacional As avaliaccedilotildees satildeo expressas em nuacutemeros numa escala de 1 a7 sendo 5 a nota maacutexima para mestrados e 7 a maacutexima para doutorados compondo o conceito final do programa

Observa-se que o formato avaliativo CAPES foi construiacutedo ao longo dos anos em sintonia com a comunidade acadecircmica e vem sendo efetivado com o concurso de pares acadecircmicos Inclui diagnoacutesticos quali-quantitativos tendo como base para anaacutelise os referentes preestabelecidos gerais e das aacutereas do conhecimento assim como a identidade e caracteriacutesticas proacuteprias de cada programa A produtividade do sistema eacute aferida centralmente sobre o NRD6 corpo docente fixo do programa em avaliaccedilatildeo As inter-relaccedilotildees entre a proposta do programa corpo docente corpo discente atividades de pesquisa atividades de formaccedilatildeo produccedilatildeo intelectual teses e dissertaccedilotildees constituem os principais quesitos de avaliaccedilatildeo Os procedimentos baacutesicos para a avaliaccedilatildeo com paracircmetro maacuteximo ou seja a avaliaccedilatildeo final pela CAPES apoacutes anaacutelises e visitas dos pares envolvem 4 momentos

Io) anaacutelise pelas Comissotildees de Aacuterea do conjunto de programas de poacutes-graduaccedilatildeo do paiacutes com enquadramento de 1 a 5

2o) anaacutelise dos programas 5 submetendo-os aos referenciais de excelecircncia 5 a 7 considerando desempenho diferenciado compatiacutevel com similar internacional competitividade com programas similares internacionais demonstraccedilatildeo de lideranccedila na comunidade cientiacutefica

3o) apreciaccedilatildeo pelo Conselho Teacutecnico Cientiacutefico da CAPES dos resultados de cada aacuterea e grande aacuterea do conhecimento com homologaccedilatildeo dos resultados finais

4o) divulgaccedilatildeo dos resultados finais

Cada aacuterea do conhecimento - 44 no total - possui orientaccedilotildees proacuteprias de avaliaccedilatildeo traccediladas pela respectiva comunidade cientiacutefica cujos instrumentos de avaliaccedilatildeo estatildeo especificados e disponiacuteveis em paacutegina Web O sistema CAPES avaliou 2357 cursos no ano 2000 dentre eles 135 obtiveram conceitos 6 ou 7 57 conceitos 34 e 5 295 conceitos 1 ou 2 Por suas estrateacutegias e procedimentos na integraccedilatildeo aos outros procedimentos de afericcedilatildeo da qualidade e com o concurso das poliacuteticas puacuteblicas esse formato avaliativo contribui para desenvolver uma poacutes-graduaccedilatildeo de qualidade ou mesmo de excelecircncia Ao longo dos anos a seriedade a severidade e a competecircncia dos criteacuterios

procedimentais tecircm sido ressaltadas a tal ponto que passaram a se constituir num sistema cujo modelo vem tendo ressonacircncia aleacutem das fronteiras do paiacutes

272 As relaccedilotildees entre auto-avaliaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo extershyna Niacutevel puacuteblico e privado

Sumariando o sistema de avaliaccedilatildeo tomado em seu conjunto parte descrita neste capiacutetulo deparamos com a integraccedilatildeo entre os diferentes procedimentos O MEC responsaacutevel pelo sistema de supervisatildeo das IES puacuteblicas e privadas utiliza (a) avaliaccedilatildeo de indicadores do sistema (por regiatildeo unidade da federaccedilatildeo aacutereas do conhecimento e classificaccedilatildeo das IES) (b) avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees (auto-avaliaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo MEC) (c) avaliaccedilatildeo de cursos de graduaccedilatildeo (Exame Nacional e condiccedilotildees de oferta de cursos) (d) avaliaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo (avaliaccedilatildeo CAPES)

Os principais formatos avaliativos os instrumentos e as estrateacutegias utilizados nessas avaliaccedilotildees satildeo um Censo Anual do Ensino Superior responsaacutevel pelo levantamento global de dados permitindo traccedilar poliacuteticas e comparaccedilotildees nacionais e internacionais um Exame Nacional de Cursos (ENCPROVAtildeO) aplicado a todos os alunos Concluintes de cursos de graduaccedilatildeo uma anaacutelise in loco das condiccedilotildees de ensino ofertadas pelas instituiccedilotildees cujos alunos realizaram o exame geral (avaliaccedilatildeo externa das condiccedilotildees de oferta ou AVALIACcedilAtildeO POR ESPECIALISTAS) Em conjunto esses dois uacuteltimos formatos efetivados a cada ano para IES puacuteblicas e privadas produzem uma classificaccedilatildeo nacional das instituiccedilotildees encarregadas da formaccedilatildeo profissional em niacutevel de graduaccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo natildeo compulsoacuteria incluindo formato peer review examina os programas de poacutes-graduaccedilatildeo (AVALIACcedilAtildeO CAPES) tomando puacuteblicos os conceitos atribuiacutedos aos melhores e piores desempenhos um formato avaliativo tipo merit pay cujos criteacuterios satildeo internamente estabelecidos em cada IES avalia anualmente os docentes da rede federal de instituiccedilotildees (GED) sendo seus resultados transformados em ganhos salariais Completa o design do sistema um processo de avaliaccedilatildeo interna das instituiccedilotildees que quiserem buscar seu autoconhecimento A AVALIACcedilAtildeO INTERNA tem por paracircmetro modelos proacuteprios ou aqueles referendados pelo PAIUB ou pelo CRUB preparando a IES para a AVALIACcedilAtildeO EXTERNA dos Especialistas (caso da Graduaccedilatildeo) ou dos peer revie (caso da Poacutes-Graduaccedilatildeo) Todo o complexo processo estaacute regulado pela legislaccedilatildeo pertinente e integrado aos tracircmites de credenciamento autorizaccedilatildeo e reconhecimento de cursos e instituiccedilotildees (Constituiccedilatildeo Federal de 1988 art84 Incisos IV e VI Lei ndeg 40241961 Lei ndeg 91311995 Lei ndeg 93941996 e Decreto ndeg 38602001)

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Os processos de avaliaccedilatildeo interna e auto-avaliaccedilatildeo das IES guardam relaccedilatildeo com as avaliaccedilotildees externas Todo o conjunto de estrateacutegias e procedimentos de reconhecimento de cursos ou recredenciamento de instituiccedilotildees e os processos de avaliaccedilatildeo estatildeo interligados tanto no niacutevel puacuteblico quanto no niacutevel privado sendo referendados por legislaccedilatildeo especiacutefica que obriga as IES a realizarem os processos previstos em lei

273 Sistema nacional de avaliaccedilatildeo

Costuma-se afirmar que a avaliaccedilatildeo das universidades aleacutem de ser datada no seacuteculo 20 eacute um fenocircmeno gestado na Ameacuterica do Norte e revivido na Inglaterra sob o governo de Margareth Tatcher Essas origens de per si parecem colocar na avaliaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior um veacuteu liberalizante ou neo-conservador Poreacutem outros matizes podem ser encontrados denotando variadas orientaccedilotildees nessa avaliaccedilatildeo Xue (1996) confirma que a avaliaccedilatildeo mais antiga de que se tem notiacutecia na China processou-se por muitos seacuteculos mediante a realizaccedilatildeo de exames puacuteblicos os academic achievement tests Desde 1985 neste paiacutes tambeacutem se desenvolvem avaliaccedilotildees institucionais das universidades Na mesma eacutepoca na Europa Continental Franccedila e Holanda lideraram processos nacionais de avaliaccedilatildeo que objetivavam contrapor-se agraves possibilidades regulatoacuterias ou neo-conservadoras trazidas pelos programas ingleses de avaliaccedilatildeo estilo tatcheriano

Na Ameacuterica do Sul anteciparam-se as universidades puacuteblicas para propor modelos de avaliaccedilatildeo natildeo reguladores menos conservadores do que aqueles conhecidos dando ecircnfase aos modelos de supervisatildeo do estado No Brasil os reitores das IES puacuteblicas criaram um sistema de avaliaccedilatildeo que guardava a autonomia do modelo CAPES e buscava aproximaccedilotildees com os modelos francecircs e holandecircs Surgiu assim em 1994 o programa de avaliaccedilatildeo institucional das universidades brasileiras o PAIUB Teria sido esse modelo o primeiro contato das IES nacionais com um procedimento institucional de avaliaccedilatildeo salvo exceccedilotildees -universidades puacuteblicas como UNICAMP UFPR dentre outras que individualmente criaram seus projetos avaliativos Quando em 1995 um novo governo implantou o exame nacional de cursos poucos acadecircmicos acreditariam que se estava originando com ele um novo sistema nacional de avaliaccedilatildeo

com efeito com o arrefecimento do apoio ao programa PAIUB e a forte ecircnfase no Provatildeo a classificaccedilatildeo nacional de cursos as anaacutelises locais das condiccedilotildees de ensino a avaliaccedilatildeo de docentes o que hoje se

fale de um sistema de avaliaccedilatildeo que abrange todas as instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas todos os niacuteveis de educaccedilatildeo superior e se processa em todo territoacuterio nacional Eacute um sistema de avaliaccedilatildeo agrave medida que metodologicamente abrange todas as esferas da educaccedilatildeo superior verificando desde o ingresso do estudante ateacute a sua saiacuteda segundo o padratildeo traccedilado para a graduaccedilatildeo e mantendo o controle dos programas de poacutes-graduaccedilatildeo com conexotildees e viacutenculos dessas avaliaccedilotildees regulados normativamente pela legislaccedilatildeo especiacutefica com os processos de credenciamento autorizaccedilatildeo e reconhecimento de cursos Ou seja as afericcedilotildees produzem resultados que vatildeo constituir os insumos para o credenciamento e reconhecimento de cursos e instituiccedilotildees

A integraccedilatildeo das diferentes modalidades de avaliaccedilatildeo tem o objetivo publicamente expresso de melhorar a qualidade (no singular) da educaccedilatildeo superior nacional O sistema criado ainda eacute recente Entretanto natildeo resta duacutevida que vem induzindo a um novo perfil da educaccedilatildeo brasileira - igualou em termos de resultados do Provatildeo a pequena instituiccedilatildeo privada com a grande instituiccedilatildeo de pesquisa a instituiccedilatildeo puacuteblica e a privada diferenciando-as pela oferta de poacutes-graduacatildeo22 De certa forma o sistema de avaliaccedilatildeo vem conseguindo expor cursos e instituiccedilotildees a caixa preta de seu interior ao divulgar na miacutedia as classificaccedilotildees obtidas pelas IES Eacute um sistema caro e sua aceitaccedilatildeo na comunidade acadecircmica estaacute indefinida pois atua de fora para dentro naturalizando o ranking Pode sofrer modificaccedilotildees fruto da luta poliacutetica quer no acircmbito interno no confronto com os estudantes e os acadecircmicos das universidades puacuteblicas quer no acircmbito externo do parlamento que vota as verbas da educaccedilatildeo ou decide o orccedilamento estatal ou ainda no acircmbito dos recursos tomados aos bancos internacionais Por outro lado como um sistema novo que agregou elementos do sistema CAPES pode perder parte da credibilidade que hoje desfruta junto agrave opiniatildeo puacuteblica geral se o poder executivo natildeo proceder agraves reformas em determinados cursos das IES puacuteblicas que tecircm desempenho inferior nas avaliaccedilotildees e por isso necessitam mais recursos financeiros Pode perder credibilidade

22 Amaral e Polidori (1999) fazem interessante anaacutelise dos resultados do Provatildeo comparando os resultados de conceito A obtidos por cursos de Direito c de Administraccedilatildeo de Empresas de uma pequena escola privada onde os professores dedicam 10hssemana ao ensino e os resultados de uma grande universidade puacuteblica onde os profesores tecircm dedicaccedilatildeo integral ao ensino e agrave pesquisa Questionam a comparaccedilatildeo entre a qualidade da formaccedilatildeo dada em uma escola de ensino e uma escola de ensino e pesquisa This is a very clear victory of the minister who is willing to trade some of the traditional freedom to teach and to learn in exchange for a system that will increase the participation rates of the citizens while displaying publicly a deep concern about quality

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

se o mau desempenho de algumas IES privadas natildeo for corrigido ou efetivamente natildeo resultar em puniccedilatildeo descredenciamentos como quer a lei Por outro lado o sistema pode ainda vir a sofrer com seu gigantismo proacuteprio - ao abarcar desde o credenciamento de centenas de cursos e instituiccedilotildees novas que surgem a cada ano um exame nacional para muitos alunos a avaliaccedilatildeo de um docente ou teacutecnico de uma especiacutefica universidade- pode atingir seu proacuteprio autolimite de controle e execuccedilatildeo

como indutor da qualidade da educaccedilatildeo superior no paiacutes pode-se confirmar uma certa homogeneizaccedilatildeo do sistema com ampliaccedilatildeo de matriacuteculas crescimento da produccedilatildeo intelectual dos docentes aumento da inserccedilatildeo dos autores nacionais na produccedilatildeo mundial maior nuacutemero de mestres e doutores maior informatizaccedilatildeo das IES enfim universidades mais aacutegeis e eficientes com acircnimo renovado (MEC1995-2001)

274 O processo de criaccedilatildeo e credenciamento de novas instituiccedilotildees de ensino superior no Brasil

Quanto agrave sua organizaccedilatildeo acadecircmica as instituiccedilotildees de ensino superior do sistema nacional classificam-se em universidades centros universitaacuterios faculdades integradas faculdades institutos ou escolas superiores podendo ser puacuteblicas quando criadas ou incorporadas mantidas e administradas pelo poder puacuteblico (federal estadual ou municipal) e privadas quando mantidas e administradas por pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas de direito privado A cada uma das modalidades de oferta de ensino superior incluindo cursos fora da sede e de educaccedilatildeo a distacircncia correspondem normas para autorizaccedilatildeo de funcionamento reconhecimento credenciamento e outras estabelecidas em legislaccedilatildeo especiacutefica (Decreto ndeg 38602001) com execuccedilatildeo pelo poder executivo e natildeo por uma agecircncia externa de acreditaccedilatildeo

Todo procedimento de credenciamento eacute temporaacuterio (art 46 da Lei ndeg 93941996) O recredenciamento por sua vez eacute obtido somente depois que a instituiccedilatildeo de educaccedilatildeo superior for avaliada em processo regular realizado pelo INEP As universidades podem criar cursos superiores a partir da decisatildeo dos colegiados competentes Os cursos autorizados por sua vez solicitaratildeo reconhecimento quando jaacute tiverem realizado pelo menos 23 da duraccedilatildeo total prevista Os cursos de graduaccedilatildeo com duraccedilatildeo de 5 anos por exemplo poderatildeo solicitar ao Ministeacuterio seu reconhecimento a partir do terceiro ano de funcionamento

No Brasil convivem muitas vezes agindo sinergicamente variados procedimentos de controle da expansatildeo e da qualidade do sistema Contudo natildeo se pode afirmar que jaacute exista um processo de acreditaccedilatildeo de IES tal como ele eacute entendido em vaacuterias partes do mundo Para a agecircncia norte-americana CHEA (Council for Higher Education Accreditation) por exemplo a Acreditaccedilatildeo envolve um processo externo de revisatildeo da qualidade empregado para examinar em profundidade os colleges as universidades e os programas de educaccedilatildeo superior visando agrave garantia e desenvolvimento da qualidade resultando do mesmo uma accredited institution (EUA) ou recognized bodies (UK) Esse Conselho aponta diferenccedilas de conceituaccedilatildeo na Ameacuterica UK Europa Ocidental e Aacutefrica do Sul Entende a acreditaccedilatildeo como um processo que assegura a qualidade da educaccedilatildeo enquanto um produto que deva ser mostrado agrave sociedade visando a obter confianccedila no seu uso A instituiccedilatildeo que oferece o produto educativo eacute o que promete ser e uma agecircncia externa independente assegura-o e certifica-o para o puacuteblico interessado (CHEA 2002)23

Poreacutem em alguns paiacuteses latino-americanos (como o Chile) considera-se acreditada uma instituiccedilatildeo que adquiriu autonomia apoacutes superar a etapa fundacional na qual a supervisatildeo do estado realizada pelo poder executivo concedeu-lhe a autorizaccedilatildeo de funcionamento a etapa de funcionamento (a prova) na qual a supervisatildeo verificou o cumprimento das normas e concedeu o Licenciamento ou a Autonomia e a etapa de funcionamento autocircnomo quando a supervisatildeo verificou o cumprimento de normas com atenccedilatildeo aos reclamos com isso acreditam-se as instituiccedilotildees e programas entendendo-se que a supervisatildeo do Estado estaacute orientada para o cumprimento das normas e a busca de qualidade da educaccedilatildeo superior pela regulaccedilatildeo O processo tem por finalidade a proteccedilatildeo do usuaacuterio (Gonzaacuteles 2001)

Tomando o criteacuterio linguumliacutestico como referecircncia depara-se que a palavra Acreditaccedilatildeo ainda natildeo foi inserida nos dicionaacuterios de liacutengua portuguesa Contudo o termo acreditado existe significando aquele que tem creacutedito ou merece confianccedila e em caso de relaccedilotildees internacionais

23 Nos EUA existem 6 associaccedilotildees regionais de acreditaccedilatildeo (Middle State Association of Colleges and Schools New England Association North Central Association Northwest Association Southern Association Western Association of Schools and Colleges) e cerca de 80 associaccedilotildees profissionais com autoridade para acreditar escolas especializadas ou departamentos especiacuteficos Para as profissotildees chamadas de risco social muitas vezes a acreditaccedilatildeo profissional pode ser mais importante do que a da sua universidade Existem ainda 2 agecircncias que reconhecem as agecircncias acreditadoras o Dept of Education -Bureau of Post Secondary Education e a CHEA - Council for Higher Education Accreditation

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

corresponde ao embaixador que estaacute autorizado ou reconhecido para representar uma naccedilatildeo junto a outra (Holanda 1999)

Na ausecircncia de criteacuterios claros que delimitem as fronteiras entre Acreditaccedilatildeo credenciamento e reconhecimento de instituiccedilotildees tomamos a presenccedila do agente externo natildeo pertencente ao Estado como diferencial tendo por base a referecircncia norte-americana cujas agecircncias acreditadoras atuam desde as primeiras deacutecadas do seacuteculo passado com esse entendimento no Brasil natildeo desenvolvemos processos de Acreditaccedilatildeo no ensino superior

Ainda que natildeo se possa falar em Acreditaccedilatildeo confirma-se a ideacuteia de que as IES credenciadas e recredenciadas merecem confianccedila pois foram alvo por parte do governo sob o olhar dos pares acadecircmicos especialistas de um cuidadoso e escalonado processo de supervisatildeo e avaliaccedilatildeo legalmente instituiacutedo para assegurar uma certa uniformidade e qualidade miacutenima ao sistema puacuteblico e privado Atuam no cumprimento do processo de forma integrada o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo (CNE) por meio da Cacircmara de Educaccedilatildeo Superior o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) pela Secretaria de Ensino Superior (SESu) com a colaboraccedilatildeo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP) encarregado das avaliaccedilotildees da Graduaccedilatildeo e com a CAPES oacutergatildeo do MEC responsaacutevel peias das avaliaccedilotildees da Poacutes-Graduaccedilatildeo A criaccedilatildeo de cursos de Graduaccedilatildeo em Medicina Odontologia e Psicologia nas IES em geral mesmo nas universidades exige tambeacutem a manifestaccedilatildeo do Conselho Nacional de Sauacutede o qual deveraacute enviar parecer ao MEC em prazo natildeo superior a 120 dias (art 27 Decreto-Lei ndeg 386001) Para os cursos juriacutedicos a criaccedilatildeo e o reconhecimento satildeo submetidos igualmente agrave manifestaccedilatildeo do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (art 28 Decreto-Lei ndeg 386001 ) Os processos de solicitaccedilatildeo das IES satildeo orientados pelo Ministeacuterio sendo que os manuais e informaccedilotildees estatildeo disponiacuteveis on line (wwwmecgovbr Sesucredencshtm) e os processos satildeo acompanhados da mesma forma mediante o Sapiens sistema que permite consultas e entradas tambeacutem on line

O processo de supervisatildeo das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior pelo estado24 eacute objeto de um processo de Credenciamento o qual deveraacute ser renovado a cada 5 anos vindo a constituir o Recredenciamento da instituiccedilatildeo junto ao MEC Credenciar significa apresentar credenciais

24 Esta secccedilatildeo contou com a colaboraccedilatildeo e revisatildeo da Teacutecnica cm Assuntos Educacionais da UFRGS Denise Oliva

junto agrave autoridade visando ao reconhecimento das mesmas A Resoluccedilatildeo CNECES ndeg 10 (280102) especifica que as IES que pretendem credenciar-se para oferecer educaccedilatildeo superior ou recredenciar-se devem apresentar a documentaccedilatildeo pertinente e incluir um PDI Plano de Desenvolvimento Institucional para 5 anos o qual seraacute o respectivo termo de compromisso com o MEC Nele a IES deveraacute demonstrar como seraacute desenvolvido seu projeto para assegurar o atendimento aos criteacuterios e padrotildees de qualidade previstos inclusive evidenciando os procedimentos de avaliaccedilatildeo interna executados Por sua importacircncia no processo de controle de qualidade destaca-se que um PDI contempla

- objetivos da IES - projeto de qualificaccedilatildeo do corpo docente - poliacutetica de atualizaccedilatildeo e renovaccedilatildeo do acervo

bibliograacutefico e das redes de informaccedilatildeo - projeto de expansatildeo e melhoria da infra-estrutura

Para os Centros Universitaacuterios exige-se

- formas de fomento e melhoria permanente da qualidade do ensino de graduaccedilatildeo e das atividades de extensatildeo

Para as Universidades exige-se

- formas de fomento e incentivo agrave pesquisa poacutes-graduaccedilatildeo graduaccedilatildeo (Portarias CNECES 63797 63997 e 64097 expressam os criteacuterios)

As novas universidades ao solicitarem credenciamento como tal deveratildeo comprovar em seu PDI a oferta regular de ensino pesquisa e extensatildeo de cursos de Graduaccedilatildeo e programas de Poacutes-Graduaccedilatildeo uma nova universidade soacute poderaacute ser criada a partir do credenciamento de cada uma das IES ou cursos que passaratildeo a integraacute-la e que receberam avaliaccedilotildees positivas do INEP e CAPES (Cap3deg arts 7ordme 3o do Decreto ndeg 386001) Observa-se que mesmo a IES antiga credenciada e recredenciada ao oferecer novas modalidades de cursos como Cursos a Distacircncia deveraacute solicitar credenciamento para tal

A Autorizaccedilatildeo de funcionamento dos cursos superiores ou carreiras universitaacuterias que integram uma IES ou satildeo isolados eacute um ato que permite o ingresso de alunos a realizaccedilatildeo de um exame vestibular Eacute objeto de um Ato proacuteprio da SESuMEC uma vez aceita

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

(1) a documentaccedilatildeo pertinente (2) ocorrer a verificaccedilatildeo in loco (3) comprovar-se a viabilidade institucional de implantaccedilatildeo do projeto do curso A autorizaccedilatildeo concedida implica uma nova verificaccedilatildeo na instituiccedilatildeo apoacutes o iniacutecio de funcionamento dos cursos Mesmo a instituiccedilatildeo antiga e credenciada ao abrir novos cursos deveraacute solicitar autorizaccedilatildeo para tal apresentando seus PDIs e a previsatildeo de criaccedilatildeo de tal curso Observa-se que as IES que tenham conceitos inferiores agrave meacutedia nas avaliaccedilotildees do governo (ENC e CO) natildeo poderatildeo solicitar a autorizaccedilatildeo de novos cursos ateacute que apresentem uma avaliaccedilatildeo positiva Cuidado especial oferece a autorizaccedilatildeo de funcionamento dos cursos considerados de risco social prerrogativa do estado como Medicina Psicologia Odontologia e Direito como referido sua autorizaccedilatildeo de funcionamento precisa ser submetida agraves ordens profissionais respectivas

No caso das universidades autocircnomas por lei a criaccedilatildeo e autorizaccedilatildeo de funcionamento de um novo curso eacute objeto de um processo interno que habilita para realizaccedilatildeo de vestibular A diplomaccedilatildeo no entanto soacute ocorreraacute quando o curso for reconhecido pelo MEC-CNE

O Reconhecimento de Cursos eacute um ato indispensaacutevel para a validade da colaccedilatildeo de grau e diplomaccedilatildeo A Renovaccedilatildeo de Reconhecimento dos cursos superiores necessita das avaliaccedilotildees do poder executivo especialmente os resultados do Provatildeo e da anaacutelise das Condiccedilotildees de Oferta (CO) Em todas as etapas do processo de supervisatildeo e controle da oferta educativa o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo conta com os dados oriundos dos processos de avaliaccedilatildeo realizados pelo INEP e pela CAPES O Reconhecimento de cursos nas Universidades ocorre depois de cumpridos 2 3 do tempo de sua realizaccedilatildeo poacutes-Autorizaccedilatildeo sendo concedido por tempo limitado O Reconhecimento dos cursos pertencentes aos Centros Universitaacuterios incluindo-se os Centros Tecnoloacutegicos de Educaccedilatildeo Superior ocorrem igualmente depois da Autorizaccedilatildeo Cursos de graduaccedilatildeo pertencentes a Faculdades Institutos Superiores e Faculdades Isoladas dependem da sua duraccedilatildeo e do prazo de validade do ato anterior de Autorizaccedilatildeo Todo Reconhecimento eacute concedido por tempo limitado Os processos de avaliaccedilatildeo anuais podem modificar a proacutexima licenccedila e por isso os pedidos de Renovaccedilatildeo de Reconhecimento satildeo periodicamente realizados A Renovaccedilatildeo do Reconhecimento obedece ao prazo de 4 anos estando sempre vinculada aos processos puacuteblicos governamentais de avaliaccedilatildeo

Os procedimentos a serem realizados pelas IES demandando credenciamento ou recredenciamento e dos cursos demandando autorizaccedilatildeo reconhecimento e renovaccedilatildeo de reconhecimento estatildeo especificados em leis e decretos (como o Decreto ndeg 38602001) Atos Resoluccedilotildees e Portarias do CNECSE (como a Resoluccedilatildeo ndeg 10 de 28 0102) os quais dispotildeem sobre as normas de supervisatildeo do sistema de educaccedilatildeo superior

Estatildeo igualmente previstas em lei as sanccedilotildees para deficiecircncias ou irregularidades que implicariam suspensatildeo do reconhecimento desativaccedilatildeo de cursos superiores e suspensatildeo temporaacuteria de prerrogativas de autonomia de universidades e centros universitaacuterios um baixo e continuado desempenho nas avaliaccedilotildees oficiais por exemplo poderia caracterizar as deficiecircncias e a consequumlente aplicaccedilatildeo das puniccedilotildees citadas A reprovaccedilatildeo de um curso por 3 anos consecutivos no ENC e CO por exemplo caracterizaria desempenho insuficiente e levaria agrave suspensatildeo de seu reconhecimento Saneadas as deficiecircncias um curso poderaacute apoacutes o prazo de um ano solicitar novo reconhecimento Tratando-se de uma instituiccedilatildeo credenciada como um centro universitaacuterio por exemplo poderaacute vir a perder sua autonomia caso obtiver desempenho insuficiente no ENC e nas demais avaliaccedilotildees realizadas pelo INEP A sanccedilatildeo poderaacute ser levantada e a IES voltaraacute a solicitar recredenciamento A intervenccedilatildeo na instituiccedilatildeo eou seu descredenciamento deveraacute ser estudada caso a caso tendo explicitada sua amplitude prazo e condiccedilotildees de execuccedilatildeo pelo MEC ouvida a Cacircmara de Educaccedilatildeo Superior e com o acompanhamento do dirigente pro tempore da instituiccedilatildeo No caso de desativaccedilatildeo de uma IES ou descredenciamento a entidade mantenedora deveraacute resguardar os direitos dos alunos dos docentes e teacutecnicos Aos alunos satildeo assegurados a convalidaccedilatildeo de estudos e o registro de diploma se estiverem em periacuteodo de conclusatildeo de curso Nesses casos o MEC tem o papel de garantir as medidas que resguardem seus direitos

275 Periodicidade dos processos de avaliaccedilatildeo e credenciamento das instituiccedilotildees de ensino superior

Os processos de avaliaccedilatildeo como o ENC e a GED satildeo realizados anualmente para cursos reconhecidos Os processos de reconhecimento datildeo-se aos 23 de funcionamento do curso a renovaccedilatildeo de reconhecimento daacute-se a cada 4 anos o recredenciamento de uma instituiccedilatildeo deve ser feito a cada 5 anos

REFEREcircNCIAS

AMARAL A POLIDORI M Quality evaluation in Brazil a competency based approach Higher Education Policy London vl2n2p 177-199 1999

BRASIL Leis e Decretos Decreto ndeg 2026 de 10 de outubro de 1996 Estabelece procedimentos para o processo de avaliaccedilatildeo dos cursos e instituiccedilotildees de ensino superior Brasiacutelia DO 1996

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

BRASIL Leis e Decretos Decreto ndeg 3860 de 9 de julho de 2001 Dispotildee sobre a organizaccedilatildeo do ensino superior a avaliaccedilatildeo de cursos e instituiccedilotildees e daacute outras providecircncias Brasiacutelia DO 10072001

BRASIL Leis e Decretos Lei ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Estabelece as Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional Brasiacutelia DO 23121996

BRASIL Leis e Decretos Lei ndeg 9678 de 3 de julho de 1998 Institui a gratificaccedilatildeo de estiacutemulo agrave docecircncia no Magisteacuterio Superior e daacute outras providecircncias Brasiacutelia DO 1998

BRASIL MEC Educaccedilatildeo no Brasil 1995-2001 Brasiacutelia setembro 2001

BRASIL MEC CNE CES Resoluccedilatildeo ndeg 10 de 28 de janeiro de 2002 Dispotildee sobre o credenciamento transferecircncia de mantenccedila estatutos e regimentos de IES autorizaccedilatildeo de cursos de graduaccedilatildeo reconhecimento e renovaccedilatildeo de reconhecimento de cursos superiores normas e criteacuterios para supervisatildeo do ensino superior do sistema Federal de Educaccedilatildeo Superior Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial 2002

BRASIL MEC INEP DAAES Revista do Provatildeo Brasiacutelia Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Provatildeo 2001 Avaliaccedilatildeo e qualidade ndeg 6 2001

CAVALCANTE Joseneide Franklin Educaccedilatildeo Superior conceitos definiccedilotildees e classificaccedilotildees Brasiacutelia Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais 2000

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NEVES RAMOS Mozart SAMPAIO Yony O ensino superior e a experiecircncia de avaliaccedilatildeo institucional no Brasil In DURHAM Eunice SAMPAIO Helena (Orgs) O ensino superior em transformaccedilatildeo Satildeo Paulo USPNUPES 2001

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SAMPAIO Helena Maria SantAna O ensino superior no Brasil o setor privado Satildeo Paulo Hucitec FAPESP 2000

XUE Tianxiang The evaluation of the education system in the Peoples Republic of China In COWEN R (Ed) World yearbook of education London Kogan Page 1996

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

O acesso agrave educaccedilatildeo superior e sua cobertura demograacutefica

Maria Susana Arrosa Soares

31 Requisitos e praacuteticas de acesso agrave educaccedilatildeo superior

O ingresso agrave educaccedilatildeo superior no Brasil tradicionalmente ocorria somente atraveacutes do Exame Vestibular realizado anualmente em cada universidade e o nuacutemero de vagas para cada curso satildeo estabelecidas pela administraccedilatildeo de cada instituiccedilatildeo de ensino superior puacuteblica ou particular O vestibular eacute constituiacutedo por provas que cobrem as disciplinas cursadas no ensino meacutedio (liacutengua portuguesa e literatura brasileira matemaacutetica biologia fiacutesica quiacutemica histoacuteria e geografia) uma liacutengua estrangeira moderna (inglecircs francecircs espanhol ou alematildeo) e uma prova de redaccedilatildeo

Atualmente outras formas de acesso tecircm sido introduzidas pelas universidades o ENEM a avaliaccedilatildeo seriada no Ensino Meacutedio teste ou provas de conhecimentos ou avaliaccedilatildeo de dados pessoais ou profissionais entrevistas ou exame curricular do histoacuterico escolar

32 O acesso agrave educaccedilatildeo superior

Para ingressar num curso superior o estudante deve haver concluiacutedo a educaccedilatildeo secundaacuteria e ser aprovado no exame vestibular ou haver sido aprovado em processo de seleccedilatildeo estabelecido pela instituiccedilatildeo na qual pretende realizar seus estudos

O crescimento do nuacutemero de inscritos no vestibular na rede de ensino superior brasileira entre os anos 1990 e 2000 segundo a dependecircncia administrativa foi bastante diacutespar Enquanto nas instituiccedilotildees federais e estaduais ele foi respectivamente de 155 e 154 nas privadas foi de 64 sendo que nas municipais ocorreu um decreacutescimo de 10 (Tabela 31)

Tabela 31 Inscritos no exame vestibular por dependecircncia

administrativa- 1990-2000

ANO

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

FEDERAL

442943

563623

569367

614435

682977

737585

740520

752431

857281

956259

1129749

ESTADUAL

373471

383618

398955

441968

523750

565847

549318

577669

629801

772716

951594

DEPENDEcircNCIA

MUNICIPAL

65147

68006

76539

78496

85642

95660

94805

95682

104201

77233

59044

PRIVADA

1023937

970578

791998

894624

944654

1254761

1163434

1285994

1266733

1538065

1685906

TOTAL

1905498

1985825

1836859

2029523

2237023

2653853

2548077

2711776

2858016

3344273

3826293

Fonte INEP wwwinepgovbr)

Tabela 32 Inscritos em vestibular por regiotildees

ANO

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

NORTE

71592

86243

85688

94496

113367

111592

118115

126030

161352

206232

NORDESTE

304151

328403

279331

320137

358569

457077

429567

421109

615712

701598

SUL

302305

332349

274987

315232

334039

433955

420844

477925

527746

601744

633154

REGIAtildeO

SUDESTE

1084593

1094952

1069983

1157756

1270142

1466585

1399304

1456799

1482139

1689318

1950585

CENTRO-OESTE

142857

143878

126870

141902

160906

184644

180247

229913

237240

276147

334724

TOTAL

1905498

1985825

1836859

2029523

2237023

2653853

2548077

2711776

2858016

3344273

3826293

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

O nuacutemero de inscritos no vestibular todavia eacute muito diferente nas cinco regiotildees do paiacutes O aumento mais significativo ocorreu na regiatildeo Norte (188) seguido da Centro-Oeste (134) Nordeste (130) Sul (109) e Sudeste (80) (Tabela 32)

Tabela 33 Vagas oferecidas em vestibular por dependecircncia administrativa

Ano

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

Federal Total ()

70881 (149)

78502(151)

80411 (150)

81462(144)

85017(148)

84814(138)

84197(132)

88704(126)

90788(116)

99973(111)

115272(94)

Estadual Total ()

55323(110)

53313(103)

56292(105)

52500 (95)

58501(101)

61352(100)

63603(100)

64323(919)

70670(91)

85488 (95)

94441 (77)

Dependecircncia

Municipal Total ()

28896(57)

30691 (59)

34345 (64)

33665(61)

33935 (59)

31979(52)

35713(56)

40794 (58)

44267 (57)

33128(3 7)

28269(23)

Privada Total ()

347775(691)

354157(685)

363799 (680)

377051 (687)

396682 (699)

432210(708)

450723(710)

505377 (722)

570306 (734)

675801 (754)

862242(708)

Total ()

502784(100)

516663(100)

534847(100)

548678(100)

574135(100)

610355(100)

634236(100)

699198(100)

776031 (100)

894390(100)

1216287(100)

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

Apesar de haver ocorrido na deacutecada dos 90 um significativo aumento de vagas no vestibular na rede puacuteblica de ensino foi na rede privada que ele atingiu o maior percentual de aumento 1479 Tal fato indica que um significativo nuacutemero de jovens natildeo tem acesso ao ensino puacuteblico e gratuito restando-lhe somente a opccedilatildeo de pagar seus estudos de niacutevel superior A rede privada desde 1990 oferece aproximadamente 70 das vagas no vestibular e o conjunto da rede puacuteblica 30 (Tabela 33)

Tabela 34 Taxa de crescimento das vagas oferecidas

em vestibular - 1990 e 2000

DEPENDEcircNCIA ADMINISTRATIVA

FEDERAL

ESTADUAL

MUNICIPAL

PRIVADA

TAXA DE CRESCIMENTO ()

626

707

-21

1479

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

Inversamente ao ocorrido com o oferecimento de vagas a relaccedilatildeo candidato vaga aumentou na rede puacuteblica e diminuiu na privada Ou seja a disputa por vagas acirrou-se nas instituiccedilotildees de niacutevel superior puacuteblicas e diminuiu nas privadas Em 1990 nas instituiccedilotildees federais havia 62 alunos por vaga e nas privadas 20 Dez anos depois nas primeiras essa relaccedilatildeo subiu para 96 e nas particulares decresceu para 19

A grande expansatildeo da oferta de vagas na rede privada ocorrida nos anos 90 explica tal fato com a continuidade dessa expansatildeo a disputa por vagas em cursos oferecidos por essas instituiccedilotildees tenderaacute a diminuir

Tabela 35 Relaccedilatildeo candidatovaga em vestibular e outros processos seletivos

Ano

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

Instituiccedilatildeo Federal

62

71

70

75

80

86

87

84

94

96

96

Instituiccedilatildeo Estadual

67

71

70

78

89

107

86

89

89

90

100

Instituiccedilatildeo Municipal

22

22

22

23

25

29

26

23

23

23

21

Instituiccedilatildeo Privada

29

27

21

23

23

29

25

25

2 2

23

19

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

A anaacutelise da distribuiccedilatildeo das inscriccedilotildees no vestibular de 1998 uacutenico ano no qual haacute essa informaccedilatildeo segundo as aacutereas de conhecimento e as regiotildees aponta alguns fatos que merecem destaque Em primeiro lugar o maior nuacutemero de inscritos no vestibular em todas as regiotildees do paiacutes ocorreu nas aacutereas de Ciecircncias Sociais Aplicadas e Ciecircncias Humanas (53) Em segundo lugar os cursos das aacutereas de Ciecircncias Bioloacutegicas e da Sauacutede tiveram metade da procura (25) dos anteriores e finalmente os cursos das aacutereas de Ciecircncias Exatas e EngenhariaTecnologia (15) foram os menos procurados

Esses dados apontam uma situaccedilatildeo preocupante haacute um reduzido nuacutemero de jovens que se formaratildeo nas universidades brasileiras em aacutereas que internacionalmente satildeo consideradas estrateacutegicas para o desenvolvimento econocircmico dos paiacuteses As universidades estatildeo formando poucos profissionais para atuarem em aacutereas hoje consideradas de ponta seja na pesquisa seja em setores que deveriam ser estrateacutegicos na economia nacional

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Tabela 36 Inscritos no vestibular por aacuterea de conhecimento e regiotildees - 1998

Grande Aacuterea

ExatasTerra

Bioloacutegicas

EngTecnol

Sauacutede

Agraacuterias

Sociais Aplicadas

Humanas

Letras Arles

Ciclo Baacutesico

Total

Brasil

241863

55947

190686

659520

87409

1169782

334102

118305

402

2858016

Norte

14093

3373

7880

20686

5230

48746

27690

8349

136047

Reg Nordeste

36123

10041

23631

97861

11723

187888

81015

26562

474844

atildeo Sul

119474

27391

115908

375438

42669

611659

137615

51803

182

1482139

Sudeste

44330

8947

35541

127091

19037

216166

56438

20196

527746

Centro-Oeste

27843

6195

7726

38444

8750

105323

31344

11395

220

237240

Fonie INEP wwwinepgovbr)

Tabela 37 Inscritos no vestibular por aacuterea de conhecimento

segundo as regiotildees - 1998 ()

Grande Aacuterea

ExatasTerra

Bioloacutegicas

EngTecnol

Sauacutede

Agrarias

Sociais Aplicadas

Humanas

Letras Artes

Ciclo Baacutesico

Total

Brasil

85

19

67

230

30

410

117

41

01

1000

Norte

103

25

58

152

38

358

203

63

-1000

Regiatildeo

Nordeste

76

21

49

206

25

396

171

56

-1000

Sul

80

18

78

253

28

412

92

34

05

1000

Sudeste

84

17

67

241

36

410

107

38

1000

Centro-Oeste

117

26

32

162

36

443

132

48

04

1000

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

33 Cobertura demograacutefica

331 As taxas de escolaridade entre 17 e 24 anos

Entre os Censos de 1991 e de 2000 ocorreu um aumento de 29 na populaccedilatildeo em idade de cursar o ensino superior (17 a 24 anos) O nuacutemero de inscritos nos cursos superiores existentes no paiacutes experimentou um acreacutescimo muito maior (95) significando um aumento da taxa de escolaridade de 52

Tabela 38 Taxa (bruta) de Escolaridade - 1991-2000

ANO

1991

2000

ESTUDANTES

1375742

2694245

POPULACcedilAtildeO DE 17 A 24 ANOS DE IDADE

19658210

25418206

TAXA DE ESCOLARIDADE

0069

0105

bullEstudantes matriculados em curso superior Fonte IBGE - Censo Demograacutefico wwwsidraibgegovbr)

Ao comparar-se a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo na faixa de 17 a 24 anos e dos inscritos no exame vestibular nas diversas regiotildees entre 1991 e 2000 constata-se que natildeo haacute uma relaccedilatildeo direta entre ambas variaacuteveis Enquanto o crescimento no nuacutemero de jovens nessa faixa foi de 51 (Norte) 42 (Nordeste) 24 (Sudeste) 15 (Sul) e de 14 (Centro-Oeste) o nuacutemero de inscritos no Vestibular foi

Regiatildeo Norte 5 Regiatildeo Nordeste 18 Regiatildeo Sudeste 51 Regiatildeo Sul 17 Regiatildeo Centro-Oeste 9

Essa demanda todavia eacute apenas potencial A relaccedilatildeo entre o nuacutemero de egressos do ensino meacutedio em 1999 e o nuacutemero de vagas oferecidas no vestibular no ano seguinte eacute que permite dimensionar a demanda efetiva Em 2000 por exemplo essa relaccedilatildeo era de 5 candidatos por vaga ou seja de cada cinco candidatos apenas um tinha chance de ingressar no ensino superior

Tabela 39 Populaccedilatildeo em idade de ingressar na universidade - 1991

IDADE

17

18

19

20 A 24

TOTAL

BRASIL

2621318

2624618

2499443

11912831

19658210

NORTE

192373

189097

174419

784742

13406631

NORDESTE

717204

695649

631242

2802995

4847090

SUL

405850

407779

397104

1947867

3158600

SUDESTE

1116007

1141878

1113985

5496432

8868302

CENTRO OESTE

405850

190215

182693

880795

1659553

Fonte wwwibgegovbr

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Tabela 310 Populaccedilatildeo em idade de ingressar na universidade - 2000

IDADE

17

18

19

20 A 24

TOTAL

BRASIL

3501990

3559052

3 101363

15055801

25418206

NORTE

288617

289999

263264

1188192

2030072

NORDESTE

1023170

1013009

919083

3934079

6889341

SUL

502753

508898

466229

2157080

3634960

SUDESTE

1439174

1491403

1413435

6634686

10978698

CENTRO-OESTE

248276

255743

239352

1141764

1885135

Fonte wwwibgegovbr

332 A evoluccedilatildeo da escolarizaccedilatildeo na educaccedilatildeo superior 19902000

A anaacutelise da evoluccedilatildeo da matriacutecula em cursos de graduaccedilatildeo oferecidos pelas instituiccedilotildees de ensino superior brasileiras entre os anos 90 e 2000 revela um crescimento de 75 sendo entretanto decrescente a participaccedilatildeo da rede federal O resultado disso foi que chegado o ano 2000 apenas 33 dos alunos universitaacuterios estavam ligados a universidades publicas Por outro lado foi marcante o crescimento das redes estaduais e privadas cujas matriacuteculas aumentaram 71 e 88 respectivamente

Graacutefico 31 Evoluccedilatildeo da matriacutecula na graduaccedilatildeo por dependecircncia

administrativa- 1990-2000

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

Graacutefico 32 Matriacuteculas em cursos de mestrado ao final do ano - 1996-2001

Graacutefico 33 Matriacutecula em cursos de doutorado ao final do ano - 1996-2001

Fonte CAPESMEC

Fonte CAPESMEC

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

As matriacuteculas no ensino de poacutes-graduaccedilatildeo ao contraacuterio do que ocorre na graduaccedilatildeo concentram-se desde 1996 nas instituiccedilotildees federais e nas estaduais Nas primeiras estatildeo matriculados 50 dos alunos de mestrado Nesse ano 54 dos doutorandos estavam matriculados em instituiccedilotildees estaduais mas a partir de entatildeo essa percentagem foi decrescendo enquanto que nas federais aumentou Em 2001 46 e 44 dos doutorandos estavam matriculados respectivamente em instituiccedilotildees estaduais ou federais A participaccedilatildeo dos programas de poacutes-graduaccedilatildeo das instituiccedilotildees privadas eacute pequena Pouco significativa eacute sua oferta de cursos de mestrado (18 em 2001) e de doutorado (9 no mesmo ano)

34 As exigecircncias de escolaridade anos e tempo meacutedio de estudo

O ensino superior brasileiro oferece duas principais opccedilotildees de cursos de niacutevel superior os cursos sequumlenciais com ateacute dois anos de duraccedilatildeo e os cursos de graduaccedilatildeo a maioria com duraccedilatildeo de quatro anos Aleacutem desses satildeo oferecidos tambeacutem cursos de formaccedilatildeo tecnoloacutegica com dois ou trecircs anos de duraccedilatildeo e cursos com cinco anos ou seis anos como os de engenharia de medicina e direito

35 As estrateacutegias das instituiccedilotildees de ensino superior e a competitividade no mercado de oferta e demanda educativa

A demanda por ensino superior no Brasil voltou a crescer nos uacuteltimos anos apoacutes ter permanecido estagnada na deacutecada de 80 um dos indicadores desse aumento eacute a progressatildeo do nuacutemero candidatos inscritos no vestibular cujo nuacutemero dobrou soacute na uacuteltima deacutecada passando de 1905293 em 1990 para 3826293 em 2000 De acordo com Schwartzman (2000) e outros estudiosos do tema1 os principais fatores que explicam a explosatildeo dessa demanda satildeo a quase universalizaccedilatildeo do ensino fundamental e o aumento das taxas de promoccedilatildeo e conclusatildeo do ensino meacutedio as exigecircncias do mercado de trabalho por niacuteveis mais elevados de escolaridade e as vantagens sociais e econocircmicas proporcionadas pela obtenccedilatildeo de um diploma de curso superior

1 Ver a este respeito os textos de Carlos Benedito Martins O Ensino Superior no Brasil (2001) e de Cid Santos Cursos Sequumlenciais (2001)

Conforme dados anteriores mostraram grande parte dessa demanda ainda natildeo pocircde ser atendida pelo sistema2 apesar das matriacuteculas no ensino superior brasileiro terem apresentado uma taxa de crescimento da ordem de 75 no periacuteodo 19902000 Pode assim parecer paradoxal que existam vagas ociosas no sistema Dados a esse respeito revelam que em 2000 havia 10825 vagas disponiacuteveis nas IES puacuteblicas (826 delas nas estaduais e municipais) contra 259693 nas IES privadas Isso indica que a dificuldade de acesso a esse niacutevel de educaccedilatildeo natildeo estaacute apenas na incapacidade do sistema em absorver a demanda mas estaacute tambeacutem associado ao baixo desempenho acadecircmico dos alunos nas provas de seleccedilatildeo e agrave incapacidade dos mesmos de custearem seus estudos em escolas privadas

De fato a existecircncia de vagas ociosas se explica por uma inversatildeo na oferta e procura por cursos poacutes-secundaacuterios puacuteblicos e privados Enquanto o setor privado segue sendo o principal responsaacutevel pela ampliaccedilatildeo do nuacutemero de matriacuteculas na graduaccedilatildeo ela cresce muito lentamente nas instituiccedilotildees puacuteblicas Em 2000 os estabelecimentos privados respondiam por 671 das matriacuteculas ao passo que o ensino superior puacuteblico respondia por apenas 329 delas A situaccedilatildeo se altera quando se trata do ensino de poacutes-graduaccedilatildeo Nele os maiores investimentos satildeo feitos pelas IES puacuteblicas que concentram 853 das matriacuteculas 56 oferecidas por instituiccedilotildees federais3

Os dados sobre a demanda e a oferta educativa de ensino superior assim como sobre a complementariedade dos sistemas de educaccedilatildeo puacuteblico e privado em relaccedilatildeo agrave oferta de matriacuteculas no ensino de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo leva agrave seguinte conclusatildeo natildeo existe competiccedilatildeo entre as instituiccedilotildees puacuteblicas e as privadas por alunos Grande parte da clientela das IES privadas faz parte de uma demanda natildeo atendida pela rede puacuteblica A competiccedilatildeo por alunos ocorre pois basicamente entre as proacuteprias IES privadas que tecircm procurado garantir ou ampliar a sua participaccedilatildeo num mercado no qual tem-se reduzido drasticamente a demanda por ensino pago

De acordo com um estudo sobre as IES privadas no Brasil realizado por Helena Sampaio (2000) na disputa mercadoloacutegica as instituiccedilotildees privadas tecircm utilizado novos atrativos para seduzir a clientela Essas estrateacutegias tecircm sido diversas e envolvem desde o investimento em propaganda ateacute facilidades na forma de ingresso agrave instituiccedilatildeo

2 O Brasil apresenta hoje uma baixiacutessima taxa de escolarizaccedilatildeo do ensino superior de forma que apenas 115 dos seus jovens de 17 a 24 anos encontram-se matriculados em algum curso de graduaccedilatildeo Essa taxa de atendimento eacute uma das mais baixas ateacute mesmo dentro da Ameacuterica Latina 3 wwwCAPESgovbr Estatiacutesticas da Poacutes-Graduaccedilatildeo2001 Matriacuteculas no iniacutecio do ano

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Relativamente agrave propaganda essa autora identifica algumas mudanccedilas decorrentes principalmente das novas exigecircncias normativas colocadas pela nova LDB e pela Portaria Ministerial ndeg 878 de 30-07-1997 Segundo o artigo 47 sect 1o da nova LDB

As IES deveratildeo informar aos interessados antes de cada periacuteodo letivo os programas dos cursos e demais componentes curriculares sua duraccedilatildeo requisitos qualificaccedilatildeo de professores recursos disponiacuteveis e criteacuterios de avaliaccedilatildeo

A Portaria Ministerial ndeg 878 prevecirc que

Art 1o As instituiccedilotildees de ensino superior deveratildeo tornar puacuteblico ateacute o dia 30 de setembro de cada ano atraveacutes de cataacutelogo as condiccedilotildees de oferta dos cursos quando da divulgaccedilatildeo dos criteacuterios de seleccedilatildeo de novos alunos Paraacutegrafo uacutenico Das condiccedilotildees de oferta dos cursos deveratildeo

constar as seguintes informaccedilotildees I - relaccedilatildeo dos dirigentes da instituiccedilatildeo inclusive coordenadores de cursos e programas indicando titulaccedilatildeo e ou qualificaccedilatildeo profissional e regime de trabalho I I - relaccedilatildeo nominal do corpo docente da instituiccedilatildeo indicando aacuterea de conhecimento titulaccedilatildeo qualificaccedilatildeo profissional e regime de trabalho I I I - descriccedilatildeo da biblioteca quanto ao seu acervo de livros e perioacutedicos por aacuterea de conhecimento poliacutetica de atualizaccedilatildeo e informatizaccedilatildeo aacuterea fiacutesica disponiacutevel e formas de acesso e utilizaccedilatildeo IV - descriccedilatildeo dos laboratoacuterios instalados por aacuterea de conhecimento a que se destinam aacuterea fiacutesica disponiacutevel e equipamentos instalados V - relaccedilatildeo de computadores agrave disposiccedilatildeo dos cursos e descriccedilatildeo das formas de acesso agraves redes de informaccedilatildeo VI - nuacutemero maacuteximo de alunos por turma VIII - relaccedilatildeo de cursos reconhecidos citando o ato legal de seu reconhecimento e dos cursos em processo de reconhecimento citando o ato legal de sua autorizaccedilatildeo IX - conceitos obtidos nas uacuteltimas avaliaccedilotildees realizadas pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e do Desporto quando houver X - valor corrente das mensalidades por curso ou habilitaccedilatildeo XI - valor corrente das taxas de matriacutecula e outros encargos financeiros a serem assumidos pelos alunos XII - formas de reajuste vigente dos encargos financeiros citados nos incisos X e XI

Em funccedilatildeo dessas novas exigecircncias Sampaio descreve as seguintes mudanccedilas ocorridas nas formas da propaganda adotadas pelas IES privadas

- a propaganda impressa passa a se apresentar basicamente na forma de cataacutelogos institucionais que diferentemente dos folders principal forma desse tipo de propaganda no iniacutecio da deacutecada de 90 satildeo muito mais sofisticados contendo em meacutedia 10 a 30 paacuteginas - o foco da propaganda deixa de ter como centro o aluno e passa a girar em torno da proacutepria instituiccedilatildeo havendo nesse sentido um fortalecimento do marketing institucional De um modo geral as propagandas comeccedilam entatildeo a veicular imagens eou informaccedilotildees sobre a infra-estrutura da instituiccedilatildeo suas atividades escolares seus alunos ou ex-alunos a qualificaccedilatildeo do seu corpo docente e resultados obtidos em avaliaccedilotildees realizadas pelo MEC - mudanccedilas tambeacutem ocorrem com relaccedilatildeo ao puacuteblico-alvo da propaganda deixando esta de ser dirigida apenas aos vestibulandos e direcionando-se para todos os atores do sistema Ou seja a propaganda tambeacutem busca demonstrar ao MEC e aos avaliadores das IES o cumprimento das exigecircncias legais

Aleacutem da propaganda outras iniciativas estrateacutegicas que tecircm sido utilizadas pelas IES privadas satildeo

- a oferta de novas especialidades dentro das carreiras tradicionais - a opccedilatildeo de novas formas de ingresso diferentes do vestibular ou seja a avaliaccedilatildeo dos candidatos atraveacutes da anaacutelise de seu histoacuterico escolar cartas de recomendaccedilatildeo de professores ou entrevistas com o candidato4 Tem sido adotada ainda a realizaccedilatildeo de vestibular unificado reunindo vaacuterias instituiccedilotildees Nesse caso o aluno ao realizar a inscriccedilatildeo indica sua primeira opccedilatildeo institucional mas concorre agraves vagas existentes no curso escolhido em todas as IES - a gratuidade da inscriccedilatildeo para o vestibular - a oferta de descontos significativos no valor de cursos de graduaccedilatildeo principalmente os de licenciatura

4 De acordo com Sampaio (2000) boa parte das IES natildeo tecircm utilizado apenas um desses instrumentos em suas avaliaccedilotildees do candidato mas sim dois ou trecircs deles

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

- a realizaccedilatildeo de feiras para promover as instituiccedilotildees por meio de viacutedeos paineacuteis e promoccedilotildees - a concentraccedilatildeo da oferta de vagas em cursos nas aacutereas de Ciecircncias Humanas e Sociais Os custos operacionais nessas aacutereas do conhecimento natildeo requerem altos investimentos para serem criados e mantidos e tecircm alta demanda no mercado - a criaccedilatildeo de cursos superiores em cidades do interior visando aacutereas geograacuteficas ainda natildeo saturadas na oferta de vagas cerca de 625 das IES privadas localizam-se nessas cidades - a oferta de novas modalidades de ensino como a educaccedilatildeo a distacircncia A iniciativa nesse campo eacute contudo ainda muito tiacutemida existindo poucas IacuteES oferecendo esse tipo de curso5

Observa-se contudo um interesse nas IFES de publicizar sua excelecircncia acadecircmica medida principalmente atraveacutes do Provatildeo No acircmbito da poacutes-graduaccedilatildeo ocorre uma certa competitividade por recursos entre elas na medida em que o financiamento de bolsas aos estudantes estaacute associado ao desempenho dos cursos nas avaliaccedilotildees realizadas pela CAPES

36 As novas ofertas educativas nacionais e internacionais

As novas ofertas educativas surgem como uma forma de ampliar a oferta de matriacuteculas e a diversificaccedilatildeo do sistema para responder agrave crescente demanda por ensino superior ocorrida com a explosatildeo das taxas de conclusatildeo do ensino meacutedio Essas iniciativas foram regulamentadas ou incentivadas pela nova LDBN com a Lei ndeg 939496

No que se refere agrave criaccedilatildeo de cursos essa lei introduziu novos tipos dentre eles os cursos sequumlenciais de formaccedilatildeo especiacutefica e de complementaccedilatildeo de estudos e uma nova modalidade a implementaccedilatildeo de cursos a distacircncia (ver 24)

A LDBN tambeacutem abriu caminho para a diversificaccedilatildeo das IES A partir dela e de outros decretos do MECCNE foram criados novos tipos institucionais como os Centros Universitaacuterios as Universidades

5 Ver a este respeito os trabalhos de Joatildeo Vianney Universidade Virtual A virtualizaccedilatildeo dos serviccedilos acadecircmicos no ensino presencial e a criaccedilatildeo de um novo conceito para o ensino superior a distacircncia e de Jose Manuel Moran A educaccedilatildeo a distancia no Brasil - Lugar c Papel das novas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo na educaccedilatildeo superior

Especializadas os Institutos de Educaccedilatildeo Superior e os Centros de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica (ver 24)

No acircmbito da poacutes-graduaccedilatildeo stricto e lato sensu a novidade eacute a criaccedilatildeo dos mestrados profissionais oferecidos pelos Centros de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica e Centros Federais de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica e os cursos de especializaccedilatildeo denominados Master Business Administration (MBAS)

Outra oferta educativa satildeo os cursos oferecidos pelas universidades corporativas os quais satildeo realizados pelas proacuteprias empresas a fim de conceder uma formaccedilatildeo continuada a seus funcionaacuterios clientes ou fornecedores Esses cursos dispensam credenciamento ou reconhecimento oficial seu reconhecimento eacute pelo mercado Os diplomas natildeo necessitam de registro e os cursos e programas satildeo livres atendendo agraves necessidades das pessoas que integram as organizaccedilotildees wwwguiarhcombrp6htm)

A oferta de cursos de poacutes-graduaccedilatildeo stricto sensu oferecidos no Brasil por instituiccedilotildees estrangeiras diretamente ou mediante convecircnio com instituiccedilotildees nacionais foi proibida pela Resoluccedilatildeo CNECES ndeg 02 de 03042001 em seu artigo 1ordm que determinou a imediata suspensatildeo do processo de admissatildeo de novos alunos

REFEREcircNCIAS

SCHWARTZMAN Simon A revoluccedilatildeo silenciosa do ensino superior In DURHAM E SAMPAIO H (Orgs) O ensino superior em transformaccedilatildeo Satildeo Paulo USPNUPES 2001

GESTEIRA Cid Santos Cursos sequumlenciais In DURHAM E SAMPAIO H (Orgs) O ensino superior em transformaccedilatildeo Satildeo Paulo USPNUPES 2001

SAMPAIO Helena Maria SantAna O ensino superior no Brasil o setor privado Satildeo Paulo Hucitec FAPESP 2000

VIANNEY Joatildeo Universidade virtual a virtualizaccedilatildeo dos serviccedilos acadecircmicos no ensino presencial e a criaccedilatildeo de um novo conceito para o ensino superior a distacircncia In In DURHAM E SAMPAIO H (Orgs) O ensino superior em transformaccedilatildeo Satildeo Paulo USPNUPES 2001

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Governo e gestatildeo da educaccedilatildeo superior

Michelangelo Giotto Santoro Trigueiro

Introduccedilatildeo

Tema de grande relevacircncia no momento presente o ensino superior tem ocupado parte importante das anaacutelises e preocupaccedilotildees dos estudiosos da educaccedilatildeo e dos responsaacuteveis pela formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave aacuterea

Natildeo obstante em que pesem os muitos estudos desenvolvidos e as estatiacutesticas produzidas pelos mais diversos oacutergatildeos e setores da vida puacuteblica e privada no Paiacutes o ensino superior ainda carece de informaccedilotildees precisas e diagnoacutesticos que decircem conta das transformaccedilotildees operadas nos uacuteltimos anos nesse campo da vida em sociedade Satildeo mudanccedilas importantes verificadas especialmente na uacuteltima deacutecada e que se relacionam de modo geral com os novos processos e relaccedilotildees advindos do impacto do desenvolvimento cientifico-tecnoloacutegico recente do aprofundamento da chamada globalizaccedilatildeo e da crescente democratizaccedilatildeo das sociedades

Nesse contexto amplo de transformaccedilotildees surgem novas oportunidades de atuaccedilatildeo profissional em campos ineacuteditos e constata-se forte pressatildeo social pelo acesso agraves inovaccedilotildees e pelo conhecimento capaz de conferir melhores condiccedilotildees de competitividade aos grupos empresas e indiviacuteduos em diferentes situaccedilotildees da vida contemporacircnea

Eacute nesse cenaacuterio que se localiza o panorama atual do ensino superior no Paiacutes evidenciando o surgimento de novos atores e a proliferaccedilatildeo de instituiccedilotildees as mais variadas compondo quadro bastante heterogecircneo e complexo

Ademais a formulaccedilatildeo e o avanccedilo de poliacuteticas consequumlentes provenientes do Governo Federal voltadas agrave melhoria da qualidade e ampliaccedilatildeo do ensino meacutedio e do fundamental nos uacuteltimos anos tem contribuiacutedo tambeacutem para o aumento da demanda por novas vagas e pelo acesso ao ensino superior no Brasil

Tudo isto sinaliza para uma situaccedilatildeo de muitos obstaacuteculos considerando as particularidades da estrutura burocraacutetica e administrativa das instituiccedilotildees mais tradicionais notadamente as universidades puacuteblicas brasileiras as quais satildeo permanentemente desafiadas seja pelas medidas provenientes do Governo Federal - especialmente aquelas relacionadas ao tema da avaliaccedilatildeo - forccedilando a que tais instituiccedilotildees busquem a melhoria e a reformulaccedilatildeo de antigos padrotildees de funcionamento e organizaccedilatildeo acadecircmica e administrativa seja pelo aparecimento de novos concorrentes - sobretudo as instituiccedilotildees particulares - constituindo diversificada teia de interesses e eventuais confrontos de posiccedilotildees

O quadro geral eacute de muitas duacutevidas e o momento presente acentua o caraacuteter ainda transitoacuterio de muitas situaccedilotildees concernentes agrave estrutura e funcionamento do governo e da gestatildeo das diversas instituiccedilotildees de ensino superior no Paiacutes o que ressalta a necessidade de novos estudos No presente trabalho tenciona-se em linhas gerais apontar aspectos relacionados a esta problemaacutetica considerando ainda o niacutevel preliminar desta abordagem em face da realidade ainda pouco consolidada do ensino superior brasileiro e em razatildeo de sua grande heterogeneidade e complexidade

41 Tipos de governo das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior

411 Governo colegiado ou natildeo-colegiado

com a reforma universitaacuteria em 1968 as universidades sofreram modificaccedilotildees em sua estrutura acadecircmica e administrativa A esse respeito destacam-se a aboliccedilatildeo do regime de caacutetedras - que estimulou a progressatildeo na carreira docente baseada na titulaccedilatildeo e no meacuterito acadecircmico a instituiccedilatildeo do departamento como unidade uacutenica de ensino e pesquisa a institucionalizaccedilatildeo da pesquisa e a centralizaccedilatildeo da tomada de decisatildeo na esfera federal dos oacutergatildeos de administraccedilatildeo A lei tornou ainda facultativa a existecircncia de niacuteveis estruturais entre os Departamentos e a Administraccedilatildeo superior

Na Lei ndeg 554068 jaacute consta a definiccedilatildeo do processo decisograverio para dirigentes das Universidades Federais atraveacutes de oacutergatildeos colegiados tendo como base estatutos e regimentos Esta lei estabelecia ainda que o Reitor e o Diretor de universidade unidade universitaacuteria ou estabelecimento isolado de caraacuteter particular seratildeo escolhidos na forma dos respectivos estatutos e regimentos (Lei ndeg 554068 Par III)

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Assim a partir da legislaccedilatildeo de 1968 as universidades federais passaram a ser estruturadas pelos seguintes oacutergatildeos1

Oacutergatildeos supervisores - Conselho Universitaacuterio - CUN - oacutergatildeo colegiado obrigatoacuterio

vinculado agrave administraccedilatildeo superior - composto pelo reitor vice-reitor ex-reitor decano dos reitores proacute-reitores representantes docentes e discentes diretores das unidades de ensino e representantes da comunidade acadecircmica e dos diferentes setores da sociedade

- Conselho de Curadores - oacutergatildeo obrigatoacuterio nas universidades estruturadas sob a forma da Autarquia - responsaacutevel pela fiscalizaccedilatildeo da execuccedilatildeo econocircmica e financeira (funccedilatildeo de auditoria) composto por representantes da comunidade acadecircmica do setor produtivo do Estado-sede da instituiccedilatildeo e por um representante do MEC

- Conselho Diretor - oacutergatildeo da administraccedilatildeo superior existente nas universidades organizadas sob a forma juriacutedica de Fundaccedilatildeo - que desempenha funccedilotildees de natureza administrativa e fiscal

- Conselho de Ensino Pesquisa e Extensatildeo - CEPE - oacutergatildeo de supervisatildeo e coordenaccedilatildeo das atividades de ensino e pesquisa em niacutevel de administraccedilatildeo superior composto pelo reitor vice-reitor proacute-reitores de aacutereas representantes de cada uma das unidades universitaacuterias docentes de todas as categorias e representantes discentes

- Reitoria - oacutergatildeo que dirige todas as atividades universitaacuterias tanto administrativas como acadecircmicas em niacutevel executivo Seu poder eacute exercido pelo reitor vice-reitor e proacute-reitores

Oacutergatildeos Setoriais

- Centros (ou faculdadesInstitutosescolas) - de caraacuteter facultativo - resultante da fusatildeo de institutos e faculdades com a funccedilatildeo de coordenar os departamentos

- Conselho Departamental - de caraacuteter deliberativo e consultivo - constituiacutedo pelo diretor e vice-diretor da unidade acadecircmica chefes de departamentos acadecircmicos representantes do corpo docente nas diversas categorias e por representantes discentes

- Diretoria - oacutergatildeo executivo - que dirige coordena fiscaliza e superintende as atividades das unidades acadecircmicas e administrativas

O governo colegiado eacute aquele que se apoia em oacutergatildeos colegiados uma boa maneira de caracterizar esse tipo governo eacute tomar como exemplo o caso de uma instituiccedilatildeo federal de ensino superior Na Universidade de Brasiacutelia por exemplo os principais oacutergatildeos isto eacute os

1 Vahl T Rogeacuterio (1990) e Lei ndeg 554068 de 281168

oacutergatildeos colegiados superiores satildeo o CONSUNI seguido pelo Conselho de Ensino Pesquisa e Extensatildeo - CEPE (na praacutetica funciona atraveacutes de cacircmaras especiacuteficas de poacutes-graduaccedilatildeo de ensino de graduaccedilatildeo e de extensatildeo) e o Conselho de Administraccedilatildeo - CAD - que envolve diretores de institutos e faculdades No estatuto da UnB esses oacutergatildeos satildeo definidos da seguinte forma O CONSUNI eacute o oacutergatildeo final deliberativo da universidade para traccedilar a poliacutetica universitaacuteria e funcionar como instacircncia de recurso Eacute composto por membros do Conselho de Administraccedilatildeo e do Conselho de Ensino e Pesquisa representantes da comunidade e representante da Associaccedilatildeo de Ex-alunos O CEPE por sua vez eacute o oacutergatildeo superior deliberativo e consultivo da Universidade em mateacuteria de ensino pesquisa e extensatildeo E constituiacutedo pelo reitor vice-reitor e pelos decanos de graduaccedilatildeo de pesquisa e poacutes-graduaccedilatildeo e de extensatildeo Finalmente o CAD eacute constituiacutedo por oacutergatildeo superior deliberativo e consultivo da Universidade em mateacuteria administrativa Dele fazem parte o reitor o vice-reitor os decanos de assuntos administrativos e financeiros e de assuntos comunitaacuterios diretores de faculdades diretores de oacutergatildeo suplementar e representantes do corpo discente

A UnB tem ainda uma especificidade que geralmente natildeo eacute encontrada em outras federais o Conselho Diretor da Fundaccedilatildeo Universidade Brasiacutelia - FUB eacute responsaacutevel pelo gerenciamento do patrimocircnio e das receitas e despesas da UnB mas natildeo trata de questotildees acadecircmicas A FUB representa o que se pode considerar em seu estatuto de criaccedilatildeo a mantenedora da UnB

Nas IES privadas a mantenedora deve garante o patrimocircnio fiacutesico-financeiro e o orccedilamento da instituiccedilatildeo No caso das comunitaacuterias ou confessionais isso geralmente eacute verdade entretanto nas particulares de sentido estrito essa funccedilatildeo assume outra conotaccedilatildeo a mantenedora eacute na verdade a donada instituiccedilatildeo A mantenedora supostamente manteacutem a universidade ou faculdade mas de fato satildeo estas que mantecircm a mantenedora As particulares de sentido estrito em geral natildeo tecircm oacutergatildeos colegiados superiores e quando os tecircm geralmente satildeo compostos de membros nomeados pelo mantenedor ou pelo reitor que por sua vez eacute nomeado pelo mantenedor Muitas vezes o reitor natildeo tem mandato sendo demissiacutevel ad nutum isto eacute segundo a vontade do mantenedor Nas particulares o governo de fato geralmente natildeo eacute colegiado e muitas vezes sequer os estatutos prevecircem oacutergatildeos colegiados Quer dizer a autonomia acadecircmica e pedagoacutegica passa a ser secundarizada pela vontade da mantenedora ou do donoda escola ou faculdade conforme jaacute mencionado (Trigueiro 2000 p59)

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

O Parecer ndeg 600972 do entatildeo conselheiro Jacques Velloso sobre a autonomia acadecircmica das universidades pretendia exatamente estabelecer que as universidades privadas tivessem oacutergatildeos colegiados de direito e de fato com as atribuiccedilotildees acadecircmicas que a LDB especifica no art 52 Este Parecer baseia-se principalmente no paraacutegrafo uacutenico do art 53 da LDB que concerne agrave autonomia didaacutetico-cientiacutefica Segundo o citado paraacutegrafo

Para garantir a autonomia didaacutetico-cientiacutefica das universidades caberaacute aos seus colegiados de ensino e pesquisa decidir dentro dos recursos orccedilamentaacuterios disponiacuteveis sobre I - criaccedilatildeo expansatildeo modificaccedilatildeo e extinccedilatildeo de cursos I I - ampliaccedilatildeo e diminuiccedilatildeo de vagas III - elaboraccedilatildeo da programaccedilatildeo dos cursos IV - programaccedilatildeo das pesquisas e das atividades de extensatildeo V - contrataccedilatildeo e dispensa de professores VI - plano de carreira docente

como destaca o Parecer 60097 caberaacute aos seus colegiados de ensino e pesquisa decidiras atribuiccedilotildees do colegiado Desta forma a Lei atribui aos colegiados de ensino e pesquisa das universidades -sempre dentro dos recursos orccedilamentaacuterios disponiacuteveis - a competecircncia para deliberar a respeito de cada uma e do conjunto de mateacuterias que satildeo essenciais para a vida acadecircmica da instituiccedilatildeo Portanto para o relator do Parecer em pauta os oacutergatildeos colegiados de ensino e pesquisa tecircm plena autonomia para deliberar a respeito da mateacuteria em epiacutegrafe tendo como uacutenica restriccedilatildeo agrave autonomia didaacutetico-cientiacutefica as limitaccedilotildees orccedilamentaacuterias da instituiccedilatildeo

O relator argumenta que universidades puacuteblicas aleacutem de obedecerem ao princiacutepio da gestatildeo colegiada tambeacutem devem submeter-se ao princiacutepio da gestatildeo democraacutetica conforme o art 56 da nova LDB Jaacute as particulares na forma da lei precisam apenas submeter-se ao princiacutepio da gestatildeo colegiada autocircnoma Argumenta ainda que tambeacutem no caso de instituiccedilotildees privadas quando os dirigentes satildeo nomeados fora de listas muacuteltiplas sua presenccedila nos colegiados natildeo pode ser computada como representaccedilatildeo docente Este parecer foi aprovado no CNE mas o ministro da educaccedilatildeo natildeo o homologou

2 Cacircmara de Educaccedilatildeo Superior do Conselho Nacional de Educaccedilatildeo CESCNE Parecer 600 97 de autoria de Jacques Velloso

412 Nomeaccedilatildeo ou eleiccedilatildeo de autoridades das instituiccedilotildees de ensino superior

O processo de escolha de dirigentes das universidades puacuteblicas caminhou na direccedilatildeo da abertura poliacutetica iniciada em 1985 Tal e qual a escolha de Presidente da Repuacuteblica pretendia-se escolher os dirigentes universitaacuterios pelo voto universal e esgotar o processo de escolha no acircmbito da universidade Os conselhos superiores por lei deveriam elaborar listas de candidatos e aos dirigentes federais caberia apenas referendar as decisotildees da comunidade(Schwartzman 1991 p17) Tratava-se desse modo de deslocar para a comunidade de alunos professores e funcionaacuterios a responsabilidade da escolha dos dirigentes

Schwartzman (1991) chama a atenccedilatildeo para os problemas decorrentes deste esse tipo de processo decisoacuterio Do ponto de vista interno jaacute natildeo se garante mais que os dirigentes sejam escolhidos predominantemente por aqueles professores que possuem as melhores condiccedilotildees para fazecirc-lo dada a sua experiecircncia acadecircmica e titulaccedilatildeo Eacute tambeacutem notoacuterio que se excluem do processo eleitoral aqueles docentes que embora dotados de meacuterito acadecircmico e capacidade administrativa natildeo possuem os atributos necessaacuterios ao embate poliacutetico-eleitoral Nessa linha de preocupaccedilotildees argumenta o conhecido socioacutelogo eacute possiacutevel tambeacutem que ao longo do processo poliacutetico se faccedilam compromissos de natureza corporativista com determinados segmentos estranhos a atividade acadecircmica (Schwartzman 1991 p 17)

com a regulamentaccedilatildeo da Lei ndeg 9192 de 21 de dezembro de 1995 o princiacutepio da escolha de dirigentes foi consagrado com a predominacircncia do peso da comunidade interna definindo o colegiado com setenta por cento de membros do corpo docente Esta lei em seu artigo 16 estabelece para o caso da as IFES que

I - o reitor e o vice-reitor de universidade federal seratildeo nomeados pelo Presidente da Repuacuteblica e escolhidos entre professores dos dois niacuteveis mais elevados da carreira ou que possuam tiacutetulo de doutor cujos nomes figurem em listas triacuteplices organizadas pelo respectivo colegiado maacuteximo ou outro colegiado que o englobe instituiacutedo especificamente para este fim sendo a votaccedilatildeo uninominal II - os colegiados a que se refere o inciso anterior constituiacutedos de representantes dos diversos segmentos da comunidade universitaacuteria e da sociedade observaratildeo o miacutenimo de setenta por cento de membros do corpo docente no total de sua composiccedilatildeo

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

III - em caso de consulta preacutevia agrave comunidade universitaacuteria nos termos estabelecidos pelo colegiado maacuteximo da instituiccedilatildeo prevaleceratildeo a votaccedilatildeo uninominal e o peso de setenta por cento para a manifestaccedilatildeo do pessoal docente em relaccedilatildeo agraves demais categorias

Para o caso de estabelecimento isolado de ensino superior mantido pela Uniatildeo conforme o Paraacutegrafo V desta lei as regras satildeo idecircnticas ou seja o diretor e o vice satildeo tambeacutem nomeados pelo Presidente da Repuacuteblica escolhidos em lista triacuteplice preparada pelo colegiado maacuteximo Jaacute para as IES natildeo mantidas pela Uniatildeo o Paraacutegrafo VII estabelece que a escolha do dirigente dar-se-aacute por meio de estatutos e regimentos proacuteprios

Conforme o art 1ordm da lei acima citada em nenhuma universidade puacuteblica haacute eleiccedilotildees pode haver e geralmente haacute consultas preacutevias para a escolha ou indicaccedilatildeo de dirigentes mediante indicaccedilatildeo do colegiado maacuteximo de cada universidade federal ou do colegiado especialmente constituiacutedo para este fim Estes colegiados elaboram listas triacuteplices e o reitor e vice satildeo nomeados pelo Presidente da Repuacuteblica De fato o Ministro da Educaccedilatildeo escolhe quem vai ser nomeado e leva os nomes para o Presidente eacute entatildeo editado um decreto assinado pelo Presidente da Repuacuteblica

De forma geral segundo Rangel Jr (1996) identificam-se trecircs processos de escolha de dirigentes o autocraacutetico no qual o detentor de poder do mando (governador prefeito proprietaacuterio) escolhe e nomeia o dirigente da IES o indireto no qual o dirigente eacute escolhido por um coleacutegio eleitoral representante da comunidade (agraves vezes apenas o segmento docente) que apenas indica uma lista para a escolha e nomeaccedilatildeo pela autoridade competente e direto no qual embora a nomeaccedilatildeo do eleito dependa de autoridade superior a escolha do dirigente se daacute com a participaccedilatildeo e o voto direto da comunidade universitaacuteria O autor identifica tambeacutem trecircs formas de votaccedilatildeo para eleiccedilotildees diretas a universalidade -pela qual todos os votantes tecircm o mesmo peso na votaccedilatildeo independente do segmento ao qual pertenccedilam e de seu nuacutemero a proporcionalidade -quando os indiviacuteduos participam em seu conjunto e o peso de seus votos eacute calculado de acordo com o segmento a que pertenccedila cada um e a paridade - na qual a partir do entendimento de que os segmentos satildeo numericamente diferenciados atribui-se peso igual aos trecircs segmentos que compotildeem a comunidade acadecircmica

uma vez escolhido o dirigente a nomeaccedilatildeo eacute amplamente normatizada pelas leis e decretos apresentados Ao que tudo indica a insatisfaccedilatildeo das instituiccedilotildees ocorre justamente quando por motivos

variados o dirigente nomeado natildeo corresponde ao primeiro nome indicado pela comunidade embora essa nomeaccedilatildeo tenha amplo respaldo na Lei um exemplo de conflito dessa ordem pode ser visto em episoacutedio recente na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UMESB Segundo notiacutecia veiculada no Jornal da Ciecircncia3 a comunidade acadecircmica da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia foi surpreendidano dia trecircs de maio com a nomeaccedilatildeo de um reitor proacute-tempore sem consulta preacutevia agraves instacircncias superiores (CONSU) passando por cima de uma deliberaccedilatildeo do Conselho Superior que jaacute havia indicado no dia 24 de abril um nome para assumir a funccedilatildeo de reitor interino com o objetivo de viabilizar as eleiccedilotildees Ainda segundo o jornal citado a atitude do Governador desencadeou um processo de mobilizaccedilatildeo e as trecircs categorias tentam impedir a entrada do interventor na instituiccedilatildeo

Haacute tambeacutem a preocupaccedilatildeo na composiccedilatildeo do colegiado quanto ao corporativismo de alguns dos segmentos o que poderia acarretar empecilhos ao processo democraacutetico De acordo com documento da COPEA (1998) tanto na carreira universitaacuteria como na escolha de dirigentes a hierarquia do meacuterito e da excelecircncia acadecircmica devem prevalecer sobre o corporativismo () A avaliaccedilatildeo por pares com predominacircncia de elementos externos deve ser a base do julgamento do meacuterito em ensino pesquisa e extensatildeo para a progressatildeo na carreira e para o ingresso e permanecircncia no regime de dedicaccedilatildeo exclusiva(COPEA 1998)4

413 As relaccedilotildees entre as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior e o Estado

As relaccedilotildees entre as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior e o Estado quanto agrave nomeaccedilatildeo de autoridades notadamente das instituiccedilotildees puacuteblicas passa natildeo apenas pela simples homologaccedilatildeo dos dirigentes mas por processo amplo de conflitos e tensotildees de tocircda ordem Vaacuterios satildeo os atores envolvidos nesse processo os quais direta ou indiretamente condicionam as decisotildees finais Assim reduzir esse assunto agrave esfera do executivo eacute abordar apenas parcialmente a problemaacutetica supracitada Esta requer examinar igualmente um conjunto de atores que fazem parte de todo o jogo de poder que se estabelece entre o Estado e a sociedade civil atingindo os partidos poliacuteticos os movimentos sociais as comunidades cientiacuteficas e assim por diante O que natildeo significa que todos esses atores tenham o mesmo grau de influecircncia na escolha final dos dirigentes

3 Jornal da Ciecircncia e-mail 2030 de 10 de Maio de 2002 4 Documento da Coordenaccedilatildeo de Programas de Estudos Avanccedilados da UFRJ - COPEA em 29 e 30 de maio de 1998

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

maacuteximos das IES bem como de outros dirigentes destas instituiccedilotildees tampouco significa que o poder do Presidente seja com isso minimizado mas que se trata de uma problemaacutetica extremamente complexa a qual natildeo pode ser conduzida apenas do ponto de vista de uma loacutegica estritamente formal

Ademais faz-se mister ultrapassar neste ponto a mera relaccedilatildeo existente entre o Estado e as IES no tema do nomeaccedilatildeo e a eleiccedilatildeo de autoridades abordando a proacutepria conduccedilatildeo e formulaccedilatildeo de poliacuteticas voltadas para o ensino superior no Paiacutes Ao se fazer isto tenciona-se enfocar num certo sentido o cenaacuterio mais amplo poliacutetico que perpassa no acircmbito do Estado a nomeaccedilatildeo e mais que isso a estabilizaccedilatildeo de nomes aprovados para a direccedilatildeo das IES

A esse respeito em termos mais concretos tem-se vaacuterios setores envolvidos do poder executivo destacando-se a Secretaria de Ensino Superior do MEC (SESU) o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo (CNE) e o Instituto Nacional de Estudos Pedagoacutegicos (INEP) tendo este uacuteltimo papel fundamental na implementaccedilatildeo de tocircda a poliacutetica de avaliaccedilatildeo do ensino superior no momento

Embora a SESU tenha um papel mais ligado agrave supervisatildeo e implementaccedilatildeo das poliacuteticas relacionadas agrave educaccedilatildeo superior no Paiacutes na praacutetica acaba sendo o verdadeiro formulador das poliacuteticas que quase sempre satildeo referendadas pelo Ministro Nos uacuteltimos anos a atuaccedilatildeo do oacutergatildeo se expandiu uma vez que apoacutes a LDB muitas questotildees passaram a necessitar de normatizaccedilatildeo Desta forma a SESU passou a produzir decretos e portarias que acabaram direcionando os rumos do Ensino Superior Para dar um exemplo as IES privadas para ofertarem cursos de graduaccedilatildeo dependem de permissatildeo do oacutergatildeo

No acircmbito da SESU diversos mecanismos especiacuteficos satildeo criados para as IES tais como credenciamento da Instituiccedilatildeo e autorizaccedilatildeo e reconhecimento de cursos Eacute nesse momento que haacute um contato mais proacuteximo das IES com o poder puacuteblico pois elas precisam apresentar projetos de cursos adequando-se a uma seacuterie de exigecircncias As exigecircncias tecircm sido bem conduzidas pela SESU que criou padrotildees de qualidade a serem atendidos pelas IES O oacutergatildeo tambeacutem manteacutem um contato estreito com o CNE um exemplo eacute a atual revisatildeo da Legislaccedilatildeo para os cursos sequumlenciais Haacute tambeacutem a questatildeo do orccedilamento das IFES que eacute submetido agrave SESU A esse respeito as pressotildees por parte das IFES satildeo grandes especialmente no que concerne agraves reivindicaccedilotildees por maiores salaacuterios e recursos os quais a SESU natildeo tem como ampliaacute-los uma vez que os repasses dependem de decisotildees da aacuterea econocircmica e de autorizaccedilatildeo da Uniatildeo

Finalmente podem-se destacar algumas poliacuteticas que estatildeo ligadas mais diretamente agrave SESU

- conduccedilatildeo do processo de discussatildeo e implementaccedilatildeo das Diretrizes Curriculares para os Cursos de Graduaccedilatildeo

- estabelecimento dos padrotildees de qualidade para os cursos de niacutevel superior

- implementaccedilatildeo ou supervisatildeo de programas especiais como o Programa Especial de Treinamento (PET) e o Programa para Melhoria do Ensino Superior (recursos para as IES e financiamento de equipamentos)

- sistematizaccedilatildeo da Legislaccedilatildeo criando procedimentos para normas fixadas pela LDB (exemplo os cursos sequumlenciais criados pela LDB estabelecendo-se paracircmetros e procedimentos especiacuteficos)

- supervisatildeo e fiscalizaccedilatildeo de IES sobretudo no que tange agrave Avaliaccedilatildeo das Condiccedilotildees de Oferta dos cursos por meio da constituiccedilatildeo das Comissotildees de Especialistas

um outro oacutergatildeo importante na conduccedilatildeo da Poliacutetica de ensino superior do Paiacutes eacute o INEP Historicamente esse oacutergatildeo foi criado para desenvolver pesquisas e reflexotildees sobre a educaccedilatildeo Entretanto nas uacuteltimas deacutecadas seu papel tem sido cada vez mais diversificado e ampliado Primeiro consolidou-se como um produtor de dados sobre a educaccedilatildeo realizando os censos dos diversos niacuteveis educacionais Segundo mais recentemente com a introduccedilatildeo dos novos mecanismos de avaliaccedilatildeo a exemplo do Exame nacional de Cursos

Finalmente o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo eacute um oacutergatildeo praticamente independente Possui autonomia suficiente para criar poliacuteticas para o ensino Todavia em uacuteltima instacircncia depende da chancela do Ministro O CNE de modo geral funciona da seguinte forma determinada mateacuteria recebe apreciaccedilatildeo do CNE O oacutergatildeo discute e emite um parecer Esse parecer natildeo eacute vaacutelido oficialmente mas passa a exercer grande influecircncia no cotidiano das IES Ou seja o ambiente acadecircmico e as IES passam a considerar as disposiccedilotildees descritas em tais pareceres Posteriormente o parecer eacute encaminhado ao MEC e pode ser homologado ou natildeo Se for homologado passa a se constituir em resoluccedilatildeo e a ter forccedila de lei Assim o periacuteodo de espera para o homologo de um parecer pode demorar muito e acaba ocorrendo que pela falta de normas ateacute essa decisatildeo final o CNE fica legislando autonomamente durante algum tempo

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

O termo autonomia sempre significou coisas bem distintas para os vaacuterios grupos que compotildeem o ambiente das IES uma mesma palavra empregada com sentidos bem diversos Este fato dificultou o entendimento e a formaccedilatildeo de consenso sobre o tema seja na direccedilatildeo de um apoio efetivo seja na perspectiva oposta Muitos foacuteruns mesas redondas e seminaacuterios foram criados nas IES e entidades ligadas ao ensino superior do Paiacutes buscando esclarecer as duacutevidas e ampliar o consenso sobre a autonomia

O ponto de partida para essa discussatildeo pode ser abordar o proacuteprio anteprojeto de lei apresentado pelo MEC agraves universidades (datado de abril de 1999)5 Nele estaacute bem evidenciada a intenccedilatildeo do Ministeacuterio de implementar um programa de mudanccedilas profundas nas instituiccedilotildees universitaacuterias brasileiras O documento eacute dirigido especificamente para as instituiccedilotildees puacuteblicas distinguindo a autonomia acadecircmica da econocircmica (administrativa e de gestatildeo patrimonial e financeira) que alcanccedila de modos bastante diversos as universidades puacuteblicas e as particulares (p 4) Na sua justificativa para a distinccedilatildeo do alcance das medidas propostas o documento argumenta que enquanto as universidades puacuteblicas estatildeo sujeitas aos princiacutepios e regras inerentes ao Direito Puacuteblico (art 37 caput da Constituiccedilatildeo Federal legalidade impessoalidade moralidade e publicidade) as particulares estatildeo sob a regecircncia do Direito Privado em mateacuteria econocircmica a elas se aplicando a noccedilatildeo privatista de que tudo que natildeo eacute proibido pelo texto legal eacute liacutecito (p 4)

Quer dizer o aspecto central dessa proposta do MEC refere-se agrave gestatildeo patrimonial e financeira e agrave autonomia administrativa considerando inalteraacutevel a prerrogativa da autonomia didaacutetico-cientiacutefica jaacute garantida no Artigo 207 da Constituiccedilatildeo6

O que chama a atenccedilatildeo no entanto eacute que nesse mesmo Artigo tambeacutem eacute estabelecida a autonomia administrativa e de gestatildeo financeira e patrimonial Aliaacutes eacute seguindo esse questionamento que muitos membros e dirigentes da comunidade universitaacuteria tecircm se voltado argumentando que uma exigecircncia para a autonomia eacute a revogaccedilatildeo de toda a legislaccedilatildeo infraconstitucional que trata da universidade Nesse sentido o 18deg

5 O que se estaacute chamando anteprojeto de lei tem como cabeccedilalho no documento oficial o seguinte Autonomia Universitaacuteria fundamentos para uma lei que regule a autonomia das universidades federais nos termos do que estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Superior assim como disponha sobre a possibilidade de ampliaccedilatildeo da autonomia mediante contrato de desenvolvimento institucional 6 O texto Constitucional define a Autonomia Universitaacuteria nos seguintes termos As universidades gozam de autonomia didaacutetico-cientiacutefica administrativa e de gestatildeo financeira e patrimonial e obedeceratildeo ao princiacutepio de indissociabilidade entre ensino pesquisa e extensatildeo

Congresso da ANDES reafirmou a defesa da auto-aplicabilidade do referido Artigo da Constituiccedilatildeo embora insistindo na necessidade de ampliar o debate sobre o assunto com sociedade

O MEC justifica essa necessidade de distinccedilatildeo ressaltando que

Embora o art 207 da Constituiccedilatildeo Federal tivesse tratado da autonomia universitaacuteria diversas outras disposiccedilotildees tanto constitucionais quanto de niacutevel ordinaacuterio impedem o pleno exerciacutecio dessa prerrogativa Tais impedimentos dizem respeito agrave administraccedilatildeo de recursos humanos e agrave vinculaccedilatildeo orccedilamentaacuteria e financeira comuns a toda a administraccedilatildeo puacuteblica As peculiaridades das organizaccedilotildees universitaacuterias e suas finalidades acadecircmicas acabam encontrando nestes fatores forte impacto restritivo

Em resumo trata-se de uma proposta que busca fundamentalmente dar condiccedilotildees juriacutedicas agraves universidades puacuteblicas para exercer com maior liberdade o gerenciamento dos seus recursos humanos financeiros e patrimoniais podendo dispor de muito maior flexibilidade para definir criteacuterios proacuteprios de indicadores de desempenho remanejamento de quadros de funcionaacuterios e recrutamento permanente e temporaacuterio de pessoal aleacutem de poder assumir prerrogativas relevantes como dispensa de licitaccedilatildeo em situaccedilotildees especiacuteficas possibilidades de alienaccedilatildeo e oneraccedilatildeo de bens patrimoniais incorporaccedilatildeo de excedentes financeiros de cada exerciacutecio sem repercussatildeo para o periacuteodo seguinte e o remanejamento de recursos entre rubricas programas ou categorias de despesa

Deixando um pouco de lado os aspectos propriamente juriacutedicos e semacircnticos relacionados agrave autonomia das IES o que se depreende do conjunto de poliacuteticas puacuteblicas relacionadas ao ensino superior no Brasil eacute que o exerciacutecio efetivo de autonomia nas IES eacute algo que depende natildeo soacute da legislaccedilatildeo e dos aspectos propriamente formais mas de todo um conjunto de aspectos relacionados envolvendo a histoacuteria a cultura interna a estrutura organizacional e o contexto soacutecio-econocircmico mais abrangente no qual se localiza a IES algo que precisa ser examinado conjuntamente

Em termos gerais a autonomia didaacutetico-cientiacutefica e a possibilidade de criaccedilatildeo de novos cursos eacute prevista em lei conforme mencionado neste ponto do texto e no anterior ao se comentar as definiccedilotildees atinentes a cada tipo de instituiccedilatildeo assim por exemplo uma universidade e um centro universitaacuterio

Verifica-se nesse dispositivo legal a extensatildeo da autonomia universitaacuteria aos Centros Universitaacuterios definindo limites a estes no plano

-4 Educaccedilatildeo Superior no Brasil

de desenvolvimento da Instituiccedilatildeo O Parecer CNE ndeg 60097 abaixo transcrito parcialmente reconhece essa extensatildeo

A nova LDB prevecirc a extensatildeo de prerrogativas de autonomia universitaacuteria a outras instituiccedilotildees que comprovem alta qualificaccedilatildeo para o ensino ou para a pesquisa com base em avaliaccedilatildeo realizada pelo Poder Puacuteblico (art 54 sect 2o) Tal hipoacutetese ganhou vida na figura dos Centros Universitaacuterios estabelecida inicialmente pelo Dec ndeg 2207 de 16 de abril de 1997 e posteriormente nos arts 8o e 12 do Dec ndeg 2306 de 19 de agosto do mesmo ano que lhes atribuiu prerrogativas de autonomia didaacutetico-cientiacutefica aleacutem de outras que possam ser estabelecidas em seu credenciamento Os Centros Universitaacuterios gozando de prerrogativas da autonomia universitaacuteria devem pautar a organizaccedilatildeo e composiccedilatildeo de seus colegiados de ensino e pesquisa pelas mesmas diretrizes que regem anaacutelogos oacutergatildeos nas universidades (Parecer CNE ndeg 60097) Gozam de alto grau de autonomia relativamente a estes aspectos acadecircmicos

Por outro lado no que tange agrave gestatildeo orccedilamentaacuteria edos recursos humanos as chamadas instituiccedilotildees particulares dispotildeem de maior grau de autonomia que suas congecircneres puacuteblicas Considere-se ainda que num amplo espectro de possibilidades de autonomia agraves IES as universidades comunitaacuterias apresentam condiccedilotildees importantes para um exerciacutecio efetivo de autonomia seja esta acadecircmica ou administrativa mesmo considerando que seu funcionamento eacute pautado por decisotildees de conselhos e colegiados

Para se compreender melhor as especificidades da autonomia em cada tipo de IES seraacute discutida a seguir a estrutura interna de governo e o processo decisograverio nessas instituiccedilotildees

414 Os procedimentos e praacuteticas de prestaccedilatildeo de contas das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior

A Instruccedilatildeo Nonnativa SFMF ndeg 02 de 20 de dezembro de 2000 define em seu art 2o item IX o processo de prestaccedilatildeo de contas como

processo formalizado pelo titular da entidade da administraccedilatildeo indireta compreendendo as autarquias fundaccedilotildees instituiacutedas e mantidas pela Uniatildeo empresas puacuteblicas

sociedades de economia mista e demais empresas controladas direta ou indiretamente pela Uniatildeo bem como empresas encampadas ou sob intervenccedilatildeo federal oacutergatildeos e entidades que arrecadem ou gerenciem contribuiccedilotildees parafiscals de investimentos e outros fundos e dos oacutergatildeos ou entidades administradas sob contrato de gestatildeo A Prestaccedilatildeo de Contas seraacute elaborada com suporte da unidade de contabilidade analiacutetica da entidade com objetivo de demonstrar a boa e regular aplicaccedilatildeo dos recursos utilizados e os resultados obtidos na conformidade das leis regulamentos e normas emanadas das autoridades administrativas competentes e conteraacute dados e informaccedilotildees pertinentes aos atos de gestatildeo orccedilamentaacuteria financeira patrimonial e operacional e agrave guarda de bens e valores puacuteblicos devendo ser encaminhada agrave respectiva unidade de controle interno pelo titular da entidade

A Prestaccedilatildeo de Contas ainda de acordo com o item supracitado poderaacute ser

1) Anual - levantada ao final do correspondente exerciacutecio financeiro ateacute setenta e cinco dias contados da data do encerramento do correspondente exerciacutecio financeiro

2) Extraordinaacuteria - quando ocorrer a extinccedilatildeo cisatildeo fusatildeo incorporaccedilatildeo transformaccedilatildeo liquidaccedilatildeo ou privatizaccedilatildeo de entidades da administraccedilatildeo indireta inclusive das fundaccedilotildees instituiacutedas eou mantidas pelo Poder Puacuteblico Federal ateacute noventa dias contados da data de extinccedilatildeo cisatildeo dissoluccedilatildeo transformaccedilatildeo liquidaccedilatildeo privatizaccedilatildeo fusatildeo ou incorporaccedilatildeo

De maneira geral os processos de tomada e de prestaccedilatildeo de contas satildeo constituiacutedos por 1) rol de responsaacuteveis 2) demonstraccedilotildees financeiras exigidas em lei 3) relatoacuterio de gestatildeo e 4) relatoacuterio de auditoria

As prestaccedilotildees de contas das autarquias e fundaccedilotildees puacuteblicas estatildeo regulamentadas pela Medida Provisoacuteria ndeg 2087-29 de 22 de fevereiro de 2001 atualizando a legislaccedilatildeo pertinente

O art 1ordm desta Medida Provisoacuteria prevecirc que os recursos financeiros de todas as fontes de receitas da Uniatildeo e de suas autarquias e fundaccedilotildees puacuteblicas nas quais se incluem as IES seratildeo depositados e movimentados exclusivamente por intermeacutedio dos mecanismos da conta uacutenica do Tesouro Nacional A MP estabelece tambeacutem no art 2o as regras para aplicaccedilatildeo de financeira dos recursos

Art 2o - A partir de 01 de janeiro de 1999 os recursos dos fundos das autarquias e das fundaccedilotildees puacuteblicas federais natildeo poderatildeo ser aplicados no mercado financeiro

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Jaacute no Paraacutegrafo 4deg deste artigo abre-se exceccedilatildeo no que se refere agraves receitas proacuteprias

sect 4o As autarquias e fundaccedilotildees puacuteblicas os fundos por elas administrados bem como os oacutergatildeos da Administraccedilatildeo Puacuteblica Federal direta poderatildeo manter na conta uacutenica do Tesouro Nacional em aplicaccedilotildees a prazo fixo disponibilidades financeiras decorrentes de arrecadaccedilatildeo de receitas proacuteprias na forma regulamentada pelo Ministeacuterio da Fazenda

No que se refere agraves mantenedoras de instituiccedilotildees de ensino superior sem finalidade lucrativa o artigo 5o do Decreto ndeg 3860 de 9 de julho de 2001 diz que estas publicaratildeo para cada ano civil suas demonstraccedilotildees financeiras certificadas por auditores independentes e com parecer do respectivo conselho fiscal

Este conjunto normativo estabelece portanto a forma e o criteacuterio que rege o processo de prestaccedilatildeo de contas das IES como instituiccedilotildees puacuteblicas especialmente no que concerne a parte propriamente orccedilamentaacuteria de tal processo Contudo haacute muitos outros aspectos que precisam ser igualmente considerados e atinge todo o ambiente do ensino superior brasileiro no momento

Trata-se da prestaccedilatildeo de contas dos serviccedilos realizados e dos resultados dos trabalhos sob a responsabilidade de tais instituiccedilotildees O que estaacute em questatildeo nesse sentido eacute algo que vai aleacutem do aspecto meramente orccedilamentaacuterio e juriacutedico atingindo a qualidade do ensino a formaccedilatildeo dos recursos humanos e o emprego adequado dos recursos financeiros em atividades de pesquisa e extensatildeo

A esse respeito tem sido fundamental o trabalho de acompanhamento e avaliaccedilatildeo desenvolvido pelo MEC conforme jaacute mencionado anteriormente condicionando toda a poliacutetica de recredenciamento de cursos e de criaccedilatildeo de novas IES O Exame Nacional de Cursos mais conhecido como provatildeo vem assumindo papel de grande importacircncia a esses respeito condicionando muitas mudanccedilas e correccedilotildees no funcionamento e na estrutura interna das vaacuterias IES sobretudo no segmento das particulares forccedilando-as a rever curriacuteculos e a melhorar a condiccedilatildeo de seu quadro docente bem como as atividades de pesquisa e extensatildeo

Dessa forma pode-se dizer que as vaacuterias IES estatildeo passando por um grande processo de modificaccedilotildees internas natildeo sem muitas resistecircncias no processo mais amplo de prestaccedilatildeo de contas agrave sociedade e ao Estado brasileiro tendo na sistemaacutetica de avaliaccedilatildeo o seu vetor mais importante

Atualmente aleacutem do Exame Nacional de Cursos o INEP tem procurado implementar a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees de ensino no acircmbito dos diferentes cursos em voga no Paiacutes e mais recentemente inaugurado nova etapa na chamada avaliaccedilatildeo institucional

Em resumo muito tem sido feito neste sentido e sejam instituiccedilotildees puacuteblicas sejam as particulares em suas mais diferentes formas estruturas e configuraccedilotildees juriacutedicas todas estas tecircm envidado esforccedilos importantes na busca pela melhoria da qualidade Processo este que ainda estaacute em seus momentos iniciais

O resultado de todo esse esforccedilo que atinge a gestatildeo das IES e que acaba por condicionar toda a qualidade dos resultados ali gerados depende outrossim de fatores e da interveniecircncia de muitos outros atores num campo de muitos conflitos e tensotildees

Natildeo obstante a tocircnica eacute a discussatildeo mais aberta de grandes temas e questotildees que dizem respeito aos interesses comuns no sentido de centrar forccedila em accedilotildees mais coesas de reivindicaccedilatildeo junto aos oacutergatildeos do governo O que requer explicitar problemas e apresentar eventuais encaminhamentos de soluccedilotildees

Seguindo essa argumentaccedilatildeo se a reivindicaccedilatildeo para a especificidade e a natildeo comparabilidade entre as vaacuterias instituiccedilotildees privadas eacute uma tocircnica segundo muitos depoimentos de dirigentes de IES particulares existe na verdade uma preocupaccedilatildeo comum com a formaccedilatildeo superior e com o papel que essas instituiccedilotildees desempenham na sociedade o que apontam como um serviccedilo agrave populaccedilatildeo e ao paiacutes Nesse sentido dizem estes todas as IES satildeo puacuteblicas nao haacute essa grande separaccedilatildeo puacuteblico-privado mas instituiccedilotildees boas ou natildeo seacuterias ou picaretas

Afora essas ressalvas haacute na maior parte dos discursos evidenciados na grande miacutedia uma preocupaccedilatildeo com a generalizaccedilatildeo de criteacuterios de avaliaccedilatildeo de formas niveladorasde conduccedilatildeo da poliacutetica superior por parte do MEC embora reconheccedilam a importacircncia das uacuteltimas medidas incluindo - com todas as inuacutemeras restriccedilotildees apontadas - o Exame Nacional de Cursos

Entretanto de um modo geral nota-se nitidamente um clima de grandes mudanccedilas no interior das IES puacuteblicas e privadas conforme jaacute se comentou e nas suas relaccedilotildees com outros setores da sociedade especialmente com os oacutergatildeos responsaacuteveis por essa poliacutetica no Paiacutes

Poder-se-ia dizer que vivenciamos uma grande fase de transiccedilatildeo em nosso ensino superior sobretudo entre as instituiccedilotildees particulares apontando para mudanccedilas maiores na estrutura e funcionamento dessas instituiccedilotildees embora o esboccedilo final desse cenaacuterio ainda natildeo esteja suficientemente claro E ainda muito imprevisiacutevel o quadro que viraacute das

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

transformaccedilotildees que ora presenciamos nesse setor da vida brasileira Contudo satildeo bastante evidentes os sinais de grandes alteraccedilotildees na educaccedilatildeo superior do paiacutes a julgar pelo que pode-se perceber ainda que em caraacuteter incipiente em termos de anseios de mudanccedilas por parte dos dirigentes bem como de accedilotildees concretas jaacute iniciadas Tudo isto poderaacute apontar para uma modificaccedilatildeo na relaccedilatildeo puacuteblico-privado - e na divisatildeo de trabalhoe definiccedilatildeo de novas especializaccedilotildees entre as instituiccedilotildees ligadas agrave educaccedilatildeo superior no Brasil

As oportunidades de novas frentes de atuaccedilatildeo para as IES particulares satildeo muitas implicando possibilidades de aumento da diferenciaccedilatildeo no conjunto dessas instituiccedilotildees no paiacutes e intensificaccedilatildeo do processo competitivo natildeo apenas no grupo das particulares mas entre este e o das instituiccedilotildees puacuteblicas Entretanto as consequumlecircncias desse possiacutevel acirramento no jogo concorrencial entre as IES do Paiacutes no futuro proacuteximo ainda satildeo muito imprevisiacuteveis

Entre novas oportunidades para as IES destacam-se as inuacutemeras parcerias que vecircm sendo desenvolvidas com organizaccedilotildees natildeo-governamentais - envolvendo por exemplo a problemaacutetica ambiental - com secretarias municipais e estaduais - incluindo a participaccedilatildeo conjunta em programas de alfabetizaccedilatildeo de adultos de atendimento odontoloacutegico e hospitalar e no controle e prevenccedilatildeo de doenccedilas - e com vaacuterias empresas e induacutestrias sobretudo as pequenas e micros interessadas nos conhecimentos produzidos e disponiacuteveis nas IES

Muitas vezes as empresas e outras organizaccedilotildees da sociedade procuram preferencialmente as IES particulares por estas apresentarem maior velocidade nas respostas agraves demandas que lhe satildeo dirigidas e menos burocracia comparativamente agraves instituiccedilotildees puacuteblicas facilitando a accedilatildeo conjunta e a realizaccedilatildeo de novas parcerias com essas empresas e organizaccedilotildees A esse respeito algumas IES privadas apontam que determinadas ONGsmanifestam claramente que tecircm preferido realizar convecircnios com essas instituiccedilotildees por considerarem muito restritivasas possibilidades de acordo com as puacuteblicas Significando tais restriccedilotildees o que consideram um forte academicismoe uma visatildeo muito teoacuterica presente nas IES puacuteblicas de difiacutecil aplicaccedilatildeo na realidade concreta Ou seja as particulares estariam em melhores condiccedilotildees de responderem a essas demandas da sociedade segundo tais interpretaccedilotildees a despeito de natildeo possuiacuterem em geral o mesmo escopo de conhecimentos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos das IES puacuteblicas especialmente as federais Essa eacute uma sinalizaccedilatildeo importante para o campo da disputa que se apresenta proacuteximamente entre as IES do Paiacutes

Natildeo obstante as possibilidades apontadas anteriormente resultados provenientes de pesquisas anteriores junto agraves universidades

puacuteblicas revelam que eacute muito forte a marcade uma instituiccedilatildeo deste tipo junto a importantes setores da sociedade especialmente o meio empresarial desejoso de estabelecer contatos e realizar convecircnios com instituiccedilotildees de reconhecido nome e peso cientiacutefico e acadecircmico Ou seja empresaacuterios e organizaccedilotildees da sociedade natildeo estatildeo interessados apenas no conhecimento necessaacuterio agrave soluccedilatildeo de seus problemas concretos mas sobretudo na chancela no nomeda instituiccedilatildeo E nesse caso muitas universidades puacuteblicas ainda levam certa vantagem competitiva em relaccedilatildeo agraves particulares

Diante dessas consideraccedilotildees e levando em conta ainda o grande potencial de pesquisa e ensino instalado nas IES puacuteblicas bem como do quadro de docentes em geral bem qualificado eacute difiacutecil sustentar que as particulares tomaratildeo o lugar das puacuteblicas pelo menos no curto ou meacutedio prazo modificando as hegemonias atuais Sem duacutevida que novos espaccedilos de concorrecircncia e especializaccedilatildeo ocupados por IES particulares poderatildeo alterar algumas posiccedilotildees no conjunto e afetar o jogo de disputa poreacutem nenhuma evidecircncia empiacuterica parece sustentar o fim das puacuteblicase a hegemonia das instituiccedilotildees privadas

Talvez no ensino e na extensatildeo as particulares possam adquirir maior visibilidade e importacircncia comparativamente agrave situaccedilatildeo atual e no confronto com as IES puacuteblicas Estas ainda permanecem com grande peso e importacircncia no campo da pesquisa brasileira e apesar da crise atual das restriccedilotildees orccedilamentaacuterias dos crescentes custos da ciecircncia contemporacircnea dos problemas decorrentes de uma limitada transferecircncia de conhecimentos das universidades para amplos setores da sociedade a base cientiacutefico-tecnoloacutegica jaacute consolidada nessas instituiccedilotildees ainda representa um diferencial importante nesse campo de atividades acadecircmicas Entretanto mesmo essa vantagem comparativa poderaacute natildeo se manter ou ser inviabilizada caso essas instituiccedilotildees natildeo iniciem programas amplos de reformas e mudanccedilas estruturais sobretudo em sua gestatildeo que passam pela necessidade de formulaccedilatildeo de projetos de desenvolvimento institucional e de direcionamento estrateacutegico a fim de lidar com um ambiente altamente competitivo e diferenciado

Por outro lado as particulares que poderatildeo dispor de novas oportunidades e benefiacutecios provenientes de um ambiente mais dinacircmico tecircm a enfrentar especialmente no curto prazo um conjunto de importantes desafios oriundos de pressotildees as mais diversas Entre estas destacam-se o que parecem ser as principais preocupaccedilotildees dos dirigentes das IES privadas as exigecircncias e restriccedilotildees decorrentes do novo aparato normativo e da legislaccedilatildeo recente voltada ao ensino superior especialmente a atual LDB bem como problemas apontados nas relaccedilotildees com o MEC

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

415 A participaccedilatildeo de outros atores no governo das instishytuiccedilotildees de educaccedilatildeo superior

Este tema requer o exame de aspectos relacionados agrave estrutura organizacional agrave cultura e as tradiccedilotildees dos diferentes tipos de IES no Paiacutes

Inicialmente no que concerne agrave estrutura organizacional e ao funcionamento interno as instituiccedilotildees privadas em geral satildeo bem mais leves aacutegeis e flexiacuteveis que as Instituiccedilotildees de Ensino Superior (IES) puacuteblicas Por levesquer-se dizer menos burocratizadas com menos colegiados e mais simples do ponto de vista da complexidade e da diferenciaccedilatildeo interna ou seja haacute menos setores departamentos e instacircncias administrativas e acadecircmicas bem como niacuteveis hieraacuterquicos e decisoacuterios comparativamente com as puacuteblicas

Verifica-se de um modo geral maior centralizaccedilatildeo e concentraccedilatildeo do poder nas IES privadas que em suas congecircneres do setor puacuteblico Nestas uacuteltimas constata-se uma certa ambiguumlidade na distribuiccedilatildeo interna do poder ora se concentrando em determinados setores em uma proacute-reitoria ou unidade administrativa - segundo o assunto ou a aacuterea de interesse - ora se diluindo e dispersando em uma multiplicidade de esferas decisoacuterias colegiados e grupos de interesses O mesmo natildeo se constata nas IES privadas onde as principais decisotildees estatildeo nas matildeos de poucos indiviacuteduos

Se por um lado a maior concentraccedilatildeo e centralizaccedilatildeo do poder nas IES privadas comparativamente agraves puacuteblicas possibilita maior agilidade e flexibilidade agraves primeiras por outro lado esse fato tende a diminuir o comprometimento institucional no grupo das particulares Isto significa que em geral a participaccedilatildeo nas decisotildees e o envolvimento sobretudo de docentes nas IES particulares eacute limitado repercutindo na comunicaccedilatildeo entre a administraccedilatildeo superior e as bases acadecircmicas

Outro aspecto distintivo entre os dois grandes grupos de instituiccedilotildees refere-se agraves hierarquias Nas puacuteblicas tem-se um nuacutemero acentuado de hierarquias muitas delas se superpondo atinentes agrave titulaccedilatildeo agrave visibilidade e prestiacutegio no campo cientiacutefico - entre os pares docentescientistas - ao tempo de casa aos cargos formais e a demais posiccedilotildees honoriacuteficas todos esses niacuteveis hieraacuterquicos tornam extremamente complexos os processos decisoacuterios e comunicativos nessas instituiccedilotildees por sua vez as IES privadas possuem poucos niacuteveis e tipos de hierarquias favorecendo a articulaccedilatildeo entre diferentes setores e indiviacuteduos sejam estes teacutecnicos ou docentes o que se reflete numa menor possibilidade de resistecircncias a mudanccedilas e a inovaccedilotildees bem como numa maior disposiccedilatildeo para incorporar novos valores provenientes de grupos emergentes e de outros natildeo identificados diretamente com o ethosacadecircmico propriamente dito O que pode representar um aspecto importante no momento presente

em que se verificam profundas alteraccedilotildees no modo de produccedilatildeo e difusatildeo do conhecimento especialmente na relaccedilatildeo entre as instituiccedilotildees de ensino superior e a sociedade Aleacutem disso a menor quantidade de tipos de hierarquias no contexto das IES privadas comparativamente agraves puacuteblicas implica uma maior possibilidade de cumprimento de normas e decisotildees das instacircncias superiores e menor desviosna implementaccedilatildeo das decisotildees uma vez que nestas uacuteltimas as decisotildees superiores satildeo sempre condicionadas e dependentes da aprovaccedilatildeo dos vaacuterios centros e instacircncias paralelas de poder

No que concerne ao papel dos conselhos superiores nas IES particulares embora tenha se verificado a sua existecircncia na grande maioria das instituiccedilotildees visitadas constata-se tambeacutem que esses conselhos natildeo tecircm o mesmo peso nem importacircncia que tecircm nas IES puacuteblicas Para estas quase nenhuma decisatildeo mesmo aquelas que natildeo satildeo tatildeo importantes e que poderiam ser deixadas nas instacircncias locais e nos niacuteveis hieraacuterquicos inferiores deixa de passar pelos conselhos maacuteximos e mais do que isso estando sujeitas a resultados os mais diversos considerando a grande complexidade de interesses na maior parte das vezes natildeo alinhados e mesmo conflitantes Nessa complexa teia de relaccedilotildees e interesses natildeo eacute raro nas IES puacuteblicas posiccedilotildees e expectativas de decisatildeo do reitor serem rejeitada por interesses de grupos contraacuterios a sua orientaccedilatildeo o que tende a intensificar as negociaccedilotildees e alianccedilas entre os vaacuterios membros dos conselhos superiores da instituiccedilatildeo Comparativamente nas particulares a dinacircmica e a atuaccedilatildeo desses conselhos eacute bem diferente primeiro eacute muito comum encontrarmos o comentaacuterio entre membros e dirigentes das IES privadas que os conselhos satildeo em geral meramente instacircncias formais com pouco poder para alterar as iniciativas do reitor ou da administraccedilatildeo superior da instituiccedilatildeo segundo os conselhos superiores nessas IES satildeo normalmente pouco numerosos e nem sempre representam todas as correntes e tendecircncias presentes nessas instituiccedilotildees o que leva a se constituir basicamente num espaccedilo de confirmaccedilatildeo e de consagraccedilatildeo de tocircda uma orientaccedilatildeo estrateacutegica e praacutetica oriunda dos reitores e mantenedores da organizaccedilatildeo

Esse fato leva a uma outra importante caracteriacutestica das IES particulares A forte influecircncia dos mantenedores os donos das instituiccedilotildees muitas vezes acumulando ou revezando com os soacutecios a condiccedilatildeo de reitor ou vice-reitor com a de presidente da mantenedora

Se a natildeo interferecircncia da mantenedora na instituiccedilatildeo mantidaeacute vista como uma condiccedilatildeo para a autonomia e liberdade acadecircmica das IES privadas na praacutetica isso quase nunca ocorre E muito grande a influecircncia da mantenedora natildeo apenas nos assuntos administrativos e financeiros o que parece ateacute razoaacutevel mas sobretudo em decisotildees

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

acadecircmicas ou afetas agraves atividades de ensino e pesquisa na criaccedilatildeo de novas disciplinas nas reformas curriculares e na abertura ou fechamento de novos cursos por exemplo Quer dizer a autonomia acadecircmica e pedagoacutegica passa a ser secundarizada pela vontade da mantenedora ou do donoda escola ou faculdade Esse fato tem trazido alguns conflitos de orientaccedilatildeo no cotidiano das IES particulares colocando lado a alado duas loacutegicas distintas e nem sempre conciliaacuteveis - a do lucro e do mercado e a pedagoacutegica e acadecircmica

Natildeo se pretende criar nenhum tipo de oposiccedilatildeo forte entre essas duas perspectivas de orientaccedilatildeo de conduta mas eacute sabido que os seus princiacutepios nem sempre se conciliam evidenciando-se uma situaccedilatildeo problemaacutetica para as IES Os conflitos daiacute decorrentes via de regra satildeo tomados mais agudos e sensiacuteveis nos momentos de elaboraccedilatildeo de projetos pedagoacutegicos e de desenvolvimento institucional bem como nas atividades de avaliaccedilatildeo sejam estas provenientes do MEC e de outras agecircncias federais ou mesmo de iniciativa interna

Junto com essas preocupaccedilotildees que acentuam a forte marca individual - dos donos dos estabelecimentos - no cotidiano das IES verifica-se o grande predomiacutenio de um padratildeo familiar na gestatildeo e conduccedilatildeo dessas instituiccedilotildees Ou seja antigos proprietaacuterios de escolas secundaacuterias que passaram a ampliar seus negoacutecios para o ramo do ensino superior tendo seus filhos esposa e outros familiares envolvidos nessa nova atividade empresarial prosseguiram em geral com as mesmas estrateacutegias praacuteticas e visotildees trazidas de suas experiecircncias anteriores centralizando decisotildees e dando um caraacuteter possivelmente muito tradicional agraves gestotildees de suas faculdades ou universidades E em muitos casos constata-se que esse modo familiar de gerenciar os negoacutecios tem se confrontado com praacuteticas calcadas em procedimentos mais racionais e formais fundadas na impessoalidade na transparecircncia orccedilamentaacuteria na atribuiccedilatildeo de funccedilotildees segundo criteacuterios de competecircncia teacutecnica na definiccedilatildeo de direitos e responsabilidades de cada cargo e nas accedilotildees administrativas baseadas em regulamentos escritos e previamente definidos em suma no funcionamento burocraacutetico moderno

Satildeo assim duas orientaccedilotildees de conduta que passam a se defrontar no campo das IES privadas a tradicional e a burocraacutetica ou a familiar e a gestatildeo racional-formal implicando em tensotildees internas consideraacuteveis especialmente no momento atual em que pressotildees competitivas crescentes levam a que muitas instituiccedilotildees privadas procurem aprimorar o seu processo decisoacuterio os mecanismos de avaliaccedilatildeo e de planejamento - vistos como instrumentos de gestatildeo e de correccedilatildeo de rumos - e a estrutura e funcionamento geral da organizaccedilatildeo Contudo a marca pessoal do proprietaacuterio das IES particulares - em geral indiviacuteduos

realizadores e com grande influecircncia carismaacutetica - e de sua famiacutelia ainda eacute muito evidente implicando em muitas situaccedilotildees dificuldades para se avanccedilar em determinadas mudanccedilas percebidas por diversos membros da instituiccedilatildeo como necessaacuterias especialmente as que dizem respeito agrave administraccedilatildeo dos recursos humanos e agrave formulaccedilatildeo de planos estrateacutegicos mais abrangentes

O trabalho de construccedilatildeo de uma nova condiccedilatildeo institucional e de gestatildeo das IES no Paiacutes eacute dos mais sensiacuteveis e difiacuteceis no momento pois envolve natildeo apenas a formulaccedilatildeo de modelos e discussotildees teacutecnicas como aquelas afetas ao planejamento e agrave avaliaccedilatildeo mas principalmente porque precisam ser amplamente negociados e discutidos com toda a comunidade interna e externa

Cada tipo de instituiccedilatildeo se puacuteblica ou privada comunitaacuteria ou natildeo estadual federal ou municipal e assim por diante possui seus proacuteprios desafios e especificidades nesse processo de discussatildeo e negociaccedilatildeo de novas propostas de desenvolvimento institucional

Sem entrar em muitos pormenores o tema da gestatildeo nas particulares eacute o que se pode considerar uma verdadeira caixa preta Principalmente entre aquelas dirigidas por um padratildeo tradicional e familiar a inovaccedilatildeo organizacional incluindo-se a implementaccedilatildeo de adequados sistemas de informaccedilotildees gerenciais de planejamento e avaliaccedilatildeo esbarra em grandes entraves sobretudo decorrentes de um forte personalismo e centralismo que impedem novas iniciativas ou as cerceiam procurando ajustaacute-las ao desejo dos proprietaacuterios da instituiccedilatildeo conforme analisei anteriormente

Poreacutem natildeo apenas nessas instituiccedilotildees familiares mas na grande maioria das IES particulares a gestatildeo e administraccedilatildeo eficiente eacute um grande problema As informaccedilotildees gerenciais satildeo precaacuterias e pouco confiaacuteveis o planejamento eacute praticamente inexistente e a avaliaccedilatildeo ainda estaacute em seus primeiros passos quando natildeo ausente Decisotildees satildeo tomadas intuitivamente ou baseadas apenas em procedimentos convencionais histoacutericos nem sempre fundamentados em razotildees teacutecnicas

A criatividade se de um lado eacute apontada como mais promissora entre as particulares em razatildeo de uma estrutura menos burocratizada e formal que as IES puacuteblicas por outro lado enfrenta tambeacutem as duras resistecircncias do centralismo e dos processos autoritaacuterios os quais estabelecem a priori o que deve ser feito e seguido pelas bases acadecircmicas Estas natildeo envolvidas nas decisotildees principais da instituiccedilatildeo tambeacutem natildeo fazem muito esforccedilo em alterar essa situaccedilatildeo A condiccedilatildeo de horistas de grande parte dos quadros docentes nessas instituiccedilotildees eacute um dos fatores que corrobora esse quadro de omissatildeo outro fator eacute o

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

risco sempre presente da perda do emprego em decorrecircncia de eventuais enfrentamentos com a alta administraccedilatildeo

Desse modo o planejamento e os processos de avaliaccedilatildeo tendem a ficar muito concentrados na cuacutepula das instituiccedilotildees particulares o que implica dificuldades na implementaccedilatildeo de novas medidas e na construccedilatildeo de um novo projeto de desenvolvimento institucional que tenha a efetiva participaccedilatildeo e o comprometimento dos docentes e teacutecnicos das IES particulares

O dilema entatildeo eacute agir sempre verticalmente independente de criacuteticas e omissotildees ou abrir-se ao diaacutelogo e apoiar iniciativas das bases acadecircmicas e dos teacutecnicos estimulando essa participaccedilatildeo e favorecendo a um maior comprometimento dos membros da instituiccedilatildeo em novos projetos de largo alcance

As chamadas instituiccedilotildees comunitaacuterias parecem ser as que mais avanccedilam nessa segunda perspectiva construindo um espaccedilo interno de maior interlocuccedilatildeo e construccedilatildeo de propostas mais participativas e criativas na gestatildeo da organizaccedilatildeo Satildeo muitas iniciativas que poderiam servir de base para vaacuterias outras instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior no Brasil incluindo as puacuteblicas No extremo oposto as IES com maiores dificuldades de implementar novos projetos de desenvolvimento institucional e de gestatildeo estrateacutegica satildeo as chamadas escolas isoladas especialmente aquelas em que predominam os padrotildees familiares de administraccedilatildeo

REFEREcircNCIAS

RANGEL Jr ANTOcircNIO G Eleiccedilotildees nas universidades um debate atual Universidade e Sociedade Sao Paulo ANDES v 6 ndeg10 19

SCHWARTZMAN J O processo decisograverio e a gestatildeo das universidades federais brasileiras Revista do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras Brasiacutelia v 13 ndeg 26 1991

TAVARES H Autonomia a experiecircncia das universidades paulistas Universidade e Sociedade Satildeo Paulo ANDES v 8 ndeg 17 1998

TRIGUEIRO M O ensino superior privado no Brasil Satildeo Paulo Paralelo 15Marco Zero 2000

VAHL T R Educaccedilatildeo Brasileira Revista do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras Brasiacutelia v 12 ndeg 25 1990

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Os principais atores da educaccedilatildeo superior no Brasil

Maria Susana Arrosa Soares

51 Os estudantes caracteriacutesticas e evoluccedilatildeo

511 A populaccedilatildeo estudantil classificada por sexo aacuterea de conhecimento niacutevel de estudo e tipo de instituiccedilatildeo

Os dados relativos agrave populaccedilatildeo discente matriculada em cursos de graduaccedilatildeo nas universidades brasileiras revelam uma significativa superioridade do sexo feminino As mulheres representam 562 do total da populaccedilatildeo estudantil Nas instituiccedilotildees federais a diferenccedila eacute pequena mas nos demais tipos de instituiccedilotildees a feminilizaccedilatildeo do ensino universitaacuterio eacute marcante

Tabela 51 Populaccedilatildeo estudantil em cursos de graduaccedilatildeo por sexo - 2000

Sexo

Feminino

Masculino

Total

Total ()

562

438

1000

Instituiccedilatildeo Federal

506

494

1000

Instituiccedilatildeo Estadual

579

421

1000

Instituiccedilatildeo Municipal

569

431

1000

Instituiccedilatildeo Particular

574

426

1000

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

A distribuiccedilatildeo dos alunos de graduaccedilatildeo por aacutereas de conhecimento no ano de 2000 apontava uma elevada concentraccedilatildeo da matriacutecula na Aacuterea de Ciecircncias Humanas na qual estavam matriculados aproximadamente 67 dos alunos Nas demais aacutereas eacute baixa a percentagem de alunos com exceccedilatildeo da Aacuterea de Sauacutede na qual havia apenas 12 de alunos realizando seus cursos

Tabela 52 Matriacuteculas na graduaccedilatildeo por aacutereas de conhecimento em 2000

Aacuterea de Conhecimento

Educaccedilatildeo

Humanidades e Artes

C Sociais Negoacutecios e Direito

C Matemaacutetica e Computaccedilatildeo

Engenharia Produccedilatildeo e Construccedilatildeo

Agricultura e Veterinaacuteria

Sauacutede e Bem Estar Social

Serviccedilos

Total

584664

88559

1122142

233726

234497

63260

323196

44201

Instituiccedilatildeo Federal 99477

35905

117488

58582

69721

28562

70167

2848

Instituiccedilatildeo Estadual 143662

15326

66153

bull 27054

35402

11889

31222

1396

Instituiccedilatildeo Municipal

22177

1291

31540

5409

4796

1148

5357

454

Instituiccedilatildeo Privada 319348

36037

906961

142681

124578

21661

216450

39503

Fonte MECINEPDAES

Graacutefico 51 Alunos de graduaccedilatildeo por aacuterea de conhecimento - 2000

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Do total de 2788984 de estudantes matriculados nas universidades brasileiras no ano de 2000 966 frequumlentavam cursos de graduaccedilatildeo e os restantes distribuiacuteam-se entre os cursos de mestrado e de doutorado

Tabela 53 Alunos por niacutevel de estudo e regiotildees - 2000

Ano 2000

Graduaccedilatildeo

Mestrado

Doutorado

Total de Matriculas

Brasil

2694245

61735

33004

2788984

None

115058

816

210

115966

Nordeste

413709

6460

1839

421364

Sul

542435

13226

4298

556437

Sudeste

1398039

38440

25873

1459277

Centro-Oeste

225004

2793

784

228052

Total

966

22

12

1000

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

As regiotildees tecircm uma participaccedilatildeo contrastante nas matriacuteculas nos trecircs niacuteveis de ensino Segundo as regiotildees as matriculas distribuem-se da seguinte forma

Tabela 54 Percentual de alunos por niacutevel de estudo e regiotildees - 2000

Regiatildeo

Sudeste

Sul

Nordeste

Centro-Oeste

Norte

graduaccedilatildeo ()

519

201

153

84

43

Matriculas (Alunos)

Mestrado ()

653

182

109

42

13

Doutorado ()

804

120

48

23

05

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

A populaccedilatildeo estudantil dos cursos de graduaccedilatildeo concentrava-se no ano de 2000 em instituiccedilotildees privadas 67 dos universitaacuterios brasileiros No mesmo ano as instituiccedilotildees puacuteblicas federais atendiam 179 dos alunos e as estaduais 123 O processo de expansatildeo da matriacutecula nas instituiccedilotildees particulares acelerou-se a partir da deacutecada de 90 quando tambeacutem ocorreu a retraccedilatildeo da oferta de vagas no ensino puacuteblico federal

Graacutefico 52 Populaccedilatildeo estudantil por tipo de instituiccedilatildeo - 2000

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

512 A evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo estudantil entre 1990 e 2000

A feminilizaccedilatildeo da matriacutecula universitaacuteria eacute um processo crescente no Brasil Em 1987as mulheres representavam 53 da matricula universitaacuteria e no ano de 2000 esse percentual atingiu 56 As mulheres estatildeo chegando agrave universidade em maior nuacutemero conquistando dessa forma maiores oportunidades profissionais do que os jovens do sexo masculino

Tabela 55 Evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo estudantil dos cursos de graduaccedilatildeo

segundo o sexo - 1987-2000

Ano

1987

1996

2000

Sexo Feminino

528356

520867

1514165

Sexo Masculino

475743

440459

1180079

Total

1004099

961326

2694244

Fonte INEP wwwinepgovbr) SIDRA (IBGE)

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Tabela 56 Evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo estudantil por tipo de instituiccedilatildeo - 1990-2000

ANO

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

Federal ()

308867 (200)

320135(204)

325884 (212)

344387(215)

363543(218)

367531 (208)

388987 (208)

395833 (203)

408640(192)

442562(186)

482750(179)

Estadual ()

94417(106)

202315(129)

210133(136)

216535(135)

231936(139)

239215(135)

243101 (130)

253678(130)

274934(129)

302380(127)

332104(120)

Municipal ()

75341 (48)

83286(53)

93645 (60)

92594 (58)

94971 (57)

93794(53)

103339(55)

109671 (56)

121155(56)

87080 (36)

72172(26)

Privada ()

961455(624)

959320(612)

906126(590)

914152(573)

970584 (584)

1059163(601)

1133102(606)

1186433(606)

1321229(621)

1537923(648)

1807219(670)

Total ()

1540080(100)

1565056(100)

1534788(100)

1567668(100)

1661034(100)

1759703(100)

1868529(100)

1945615(100)

2125958(100)

2369945(100)

2694245(100)

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

Tabela 57 -Evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo discente em cursos de graduaccedilatildeo

por Aacuterea de Conhecimento - 1995-1999

Area de Conhecimento

Ciecircncias Exatas e da Terra

Ciecircncias Bioloacutegicas

EngenhariaTecnologia

Ciecircncias da Sauacutede

Ciecircncias Agraacuterias

Ciecircncias Sociais Aplicadas

Ciecircncias Humanas

Liacutenguas Letras e Artes

Total

1995()

99

17

67

133

22

379

208

75

1000

1996()

103

16

86

123

27

426

155

64

1000

1998()

126

18

78

91

27

442

153

65

1000

1999 ()

100

19

75

127

26

433

154

66

1000

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

A distribuiccedilatildeo das matriacuteculas pelas aacutereas de conhecimento manteve-se quase inalterada nos uacuteltimos anos Entre 1995 e 1999 ocorreu uma acentuada concentraccedilatildeo das matriacuteculas nas Aacutereas de Ciecircncias Humanas e Sociais e um decreacutescimo do nuacutemero de alunos nos cursos de Engenharia Tecnologia Tal situaccedilatildeo eacute semelhante agrave verificada nos cursos de mestrado e doutorado nos quais o ano de 2001 tambeacutem havia uma elevada concentraccedilatildeo de alunos nas aacutereas de Ciecircncias Humanas e Sociais Aplicadas 36 dos mestrandos e 27 dos doutorandos

Tabela 58 Evoluccedilatildeo do nuacutemero de Concluintes de cursos de

graduaccedilatildeo por tipo de instituiccedilatildeo 1990-2000

Ano

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

Federal

38594

38634

39133

41420

42753

46187

49667

51419

-52787

59098

Dependecircncia

Estadual

26777

28031

26934

29219

31138

33714

34693

38731

-40725

43757

Municipal

12483

14606

14123

14243

13971

15050

15460

15932

-11848

9596

Privada

152352

155106

154077

155387

158025

159450

160404

168302

-195401

212283

Fonte MECINEPSEEC

O nuacutemero de egressos das instituiccedilotildees de ensino superior entre os anos de 1990 e 2000 revela uma realidade oposta agrave da oferta do nuacutemero da vagas As instituiccedilotildees de ensino superior privadas foram as que mais expandiram a oferta de vagas (1479) seguidas das estaduais (707) e as federais (626) Entretanto o nuacutemero de alunos que nelas concluiu os cursos universitaacuterios eacute proporcionalmente menor dos que nas instituiccedilotildees puacuteblicas estaduais e federais

Tabela 59 Taxa de crescimento dos Concluintes dos cursos de graduaccedilatildeo por

tipo de intituiccedilatildeo 1990-2000

Tipo de Instituiccedilatildeo

Federal

Estadual

Municipal

Privada

Taxa de Crescimento ()

531

634

-231

393

Fonte MECINEPSEEC

Entre os anos de 1991 e 2000 houve uma expansatildeo de 95 no conjunto da matriacutecula no ensino superior nacional Essa mesma expansatildeo ocorreu no ensino de graduaccedilatildeo tambeacutem os cursos de mestrado e de doutorado tiveram uma significativo aumento em suas matriacuteculas os primeiros 63 e os uacuteltimos 70 Em outras palavras o sistema de ensino superior vem apresentando um dinamismo importante respondendo

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

ao aumento da demanda decorrente da demanda do crescente nuacutemero de egressos do ensino meacutedio

Tabela 510 Evoluccedilatildeo da matriacutecula no ensino superior por niacutevel de

estudo-1991-2000

Ano

1991

1994

1996

1998

1999

2000

Graduaccedilatildeo

1375742

1661034

1868529

2125958

2369945

2694245

Mestrado

37865

460X6

45622

50931

56911

61735

Doutorado

12219

18907

22198

26810

29940

33004

Total de Matriculas

1425826

1726027

1936349

2203699

2456796

2788984

Fontes IBGE - Censo Demograacutefico (wwwibgegovbr) INEP (wwwinepgovbr)

Quanto ao comportamento das matriacuteculas em cursos de mestrado entre 1990 e 2001 observa-se que permaneceu inalterado o nuacutemero de alunos que realizaram cursos nas distintas aacutereas de conhecimento Os cursos que concentravam a maior parte das matriacuteculas eram os das Aacutereas Humanas Sociais Aplicadas e Engenharias os cursos com menor demanda eram os que pertenciam agraves Aacutereas das Ciecircncias Agraacuterias Bioloacutegicas e Letras e Artes todos com menos de 10 das matriacuteculas

Tabela 511 Alunos de Mestrado por Aacuterea de Conhecimento - 1990-2001

Ano

1990

1991 1992

1993 1994

1995

1996 1997

1998 1999

2000 2001

CAg

3612

3437 3517

3685

4111

3988 3872

3939 4594

4940

5166 5463

C Bio

2553

2575 2801

2910

3245 3462

2751

2872

3618 3824

3885

4081

CSau

4752

4885 5107

5240

5631

6382

6113 6334 7464

7921 7979

8143

CETerra

4202

4232 3850

4103

4295 4725 4077

4250

4636 5394

5819 6058

C Hum

7938

7676 7799

7854

8584

9085 7634

7566 8742 9548

10132

10822

C Soc Apl

6288

6209

6098 6410

6523 6919

6773

7231 8177

9607

10604

11085

Eng

5985 6074

6720 6450

7579 7496

7080 7804

8693 9259

11873

9675

Letras e Artes

2459 2777

2437

2643

3091

3281 3045

3159

3515 3800

3924

4068

Total

37789

37865

38329 39295

43059

45338 41345

43155

49439 54293

59382 59395

Fonte CAPES (wwwcapesgovbr)

Situaccedilatildeo diferente eacute a que verificava-se nos cursos de doutorado Em 1990 os cursos com maior nuacutemero de alunos eram os das Aacutereas das Ciecircncias Exatas e da Terra da Sauacutede Humanas e Engenharias Mas no final do periacuteodo ocorreu uma alteraccedilatildeo significativa nessa situaccedilatildeo

Decresceram as matriacuteculas nos cursos das duas primeiras aacutereas e aumentaram nos doutorados das outras duas bem como os cursos das Ciecircncias Agraacuterias

Tabela 512 Alunos de Doutorado por Aacuterea de Conhecimento - 1990-2001

Ano

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

C Ag

958

820

1194

1307

1730

1807

1941

2136

2452

2833

3319

3681

C Bio

1441

1496

1734

11973

2224

2470

2383

2593

3295

3596

3864

4238

CSau

1807

1873

2125

2432

3001

3209

3225

3633

4239

4685

4856

5099

CE Terra

1905

2076

2210

2632

2837

3231

3149

3364

3900

4134

4338

4522

C Hum

1653

1915

2038

2445

2677

3229

3598

3945

4693

5220

5871

6222

C Soc Apl

1170

1345

1174

1330

1324

1579

1770

1925

2276

2605

2868

3305

Bag 1469

1780

2399

2512

2998

3314

3477

3814

4189

4830

5506

5395

Letras e Artes

807

914

815

972

1023

1059

1231

1328

1488

1671

1889

2051

Total

11210

12219

13689

25603

17891

19898

20774

22738

26532

29574

32511

34513

Fonte CAPES (wwwcapesgovbr)

Graacutefico 53 Matriacuteculas em cursos noturnos por tipo de instituiccedilatildeo

- 1991 e 2000()

Federal Estadual Municipal Privada

bull 1991 bull 2000

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Entre os anos de 1991 e 2000 a matriacutecula em cursos noturnos teve uma pequena ampliaccedilatildeo passando de 551 para 56 do total das matriacuteculas dos sistema ensino superior Esse aumento todavia foi pouco significativo principalmente quando comparado ao aumento do total da matriacutecula 72 A maior oferta de cursos noturnos foi na rede privada responsaacutevel em 1991 e 2000 por 755 e 791 das matriacuteculas em cursos noturnos no paiacutes A rede puacuteblica oferecia nesses anos 245 e 209 desses cursos A oferta por parte das instituiccedilotildees federais passou de 58 para 73 as estaduais passaram de 11 para 10 e as municipais de 77 para 36

513 Os organismos representativos dos estudantes

Desde 1937 ano de criaccedilatildeo da Uniatildeo Nacional de Estudantes os estudantes universitaacuterios brasileiros tecircm assegurada sua representaccedilatildeo estudantil nas universidades Na Lei ndeg 7395 de 31 de outubro de 1985 que dispocircs sobre os oacutergatildeos de representaccedilatildeo dos estudantes de niacutevel superior foram estabelecidas as seguintes instancias de representaccedilatildeo

- as Uniotildees Estaduais de Estudantes representam os estudantes universitaacuterios de cada Estado e do Distrito Federal - os Diretoacuterios Centrais dos Estudantes representam os estudantes de cada instituiccedilatildeo de ensino superior - os Diretoacuterios Acadecircmicos representam os alunos de unidades que congreguem vaacuterios cursos - os Centros Acadecircmicos satildeo as entidades de base do movimento estudantil e representam os alunos de cada curso

No acircmbito das universidades os alunos tecircm garantida por lei sua representaccedilatildeo em todos os oacutergatildeos colegiados e nos conselhos superiores

A Lei ndeg 4024 de 20 de dezembro de 1961 em seu art 78 e a Lei ndeg 5540 de 28 de novembro de 1968 no art 38 estabelecem

Art 78 O corpo discente teraacute representaccedilatildeo com direito a voto nos conselhos universitaacuterios nas congregaccedilotildees e nos conselhos departamentais das universidades e escolas superiores isoladas na forma dos estatutos das referidas entidades Art 38 O corpo discente teraacute representaccedilatildeo com direito a voz e voto nos oacutergatildeos colegiados das universidades e dos estabelecimentos isolados de ensino superior bem como em comissotildees instituiacutedas na forma dos estatutos e regimentos

sect 1ordm A representaccedilatildeo estudantil teraacute por objetivo a cooperaccedilatildeo entre administradores professores e alunos no trabalho universitaacuterio sect 2o A escolha dos representantes estudantis seraacute feita por meio de eleiccedilotildees do corpo discente e segundo criteacuterios que incluam o aproveitamento escolar dos candidatos de acordo com os estatutos e regimentos sect 3o A representaccedilatildeo estudantil natildeo poderaacute exceder de um quinto do total dos membros dos colegiados e comissotildees

Os alunos regularmente inscritos em cursos de poacutes-graduaccedilatildeo tecircm em cada instituiccedilatildeo de ensino superior uma Associaccedilatildeo de Poacutes-Graduandos que os representa junto aos oacutergatildeos colegiados das respectivas instituiccedilotildees de ensino Elas tecircm por finalidade representar o conjunto dos estudantes de poacutes-graduaccedilatildeo stricto sensu de cada instituiccedilatildeo defendendo seus direitos e interesses A niacutevel nacional a Associaccedilatildeo Nacional de Poacutes-Graduandos eacute a entidade legiacutetima de representaccedilatildeo dos poacutes-graduandos de todo o paiacutes

514 Os programas de assistecircncia ao estudante

1 O Programa de Financiamento Estudantil - FIES criado atraveacutes da Lei ndeg 10260 de 12 de julho de 2001 tem como objetivo auxiliar estudantes em situaccedilatildeo econocircmica menos privilegiada na realizaccedilatildeo de curso de graduaccedilatildeo natildeo-gratuito devidamente cadastrado no programa e com avaliaccedilatildeo positiva nos processos realizados pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo

O percentual de financiamento eacute escolhido pelo estudante e o prazo maacuteximo de utilizaccedilatildeo do financiamento eacute igual ao periacuteodo remanescente para a conclusatildeo do curso pelo estudante agrave eacutepoca de seu ingresso na FIES

2 O Programa Especial de Treinamento - PET foi criado e implementado em 1979 pela CAPES com os seguintes objetivos a melhoria do ensino de graduaccedilatildeo a formaccedilatildeo acadecircmica ampla do aluno a interdisciplinaridadea atuaccedilatildeo coletiva e o planejamento e a execuccedilatildeo em grupos sob tutoria de um programa diversificado de atividades acadecircmicas No ano de 2000 3405 estudantes receberam essa bolsa da CAPES Este Programa na atualidade natildeo integra os programas da CAPES

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

3 O Programa de Estudante-Convecircnio de graduaccedilatildeo PEC-G administrado pelo Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores e pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo eacute uma atividade de cooperaccedilatildeo e destina-se aos cidadatildeos de paiacuteses em desenvolvimento com os quais o Brasil manteacutem acordos educacionais e culturais a realizarem cursos de graduaccedilatildeo no paiacutes

52 O pessoal docente

527 O Pessoal docente classificado por sexo e tipo de instituiccedilatildeo

O corpo docente universitaacuterio eacute predominantemente integrado por professores do sexo masculino Em todas as instituiccedilotildees de ensino superior mais de 60 do corpo docente eacute constituiacutedo por professores do sexo masculino Apesar de ser pequena a diferenccedila constata-se que no corpo docente das universidades puacuteblicas predominam os homens (60) e nas particulares as mulheres (58)

Tabela 513 Docentes segundo o sexo e tipo de instituiccedilatildeo - 2000

Sexo

Feminino

Masculino

Total

Instituiccedilatildeo Federal

20095

30070

50165

Instituiccedilatildeo Estadual

13253

20477

33730

Instituiccedilatildeo Municipal

1646

2613

4259

Instituiccedilatildeo Privada

45743

63815

109558

409

591

1000

Total

80737

116975

197712

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

O corpo docente do sistema do ensino superior brasileiro no ano de 2000 estava integrado por 52 de docentes poacutes-graduados sendo 31 Mestres e 21 Doutores Essas percentagens todavia eram significativamente diferentes segundo fossem as instituiccedilotildees puacuteblicas ou privadas As federais e estaduais eram as que contavam com corpos docentes mais titulados e em conjunto tinham 69 de docentes com tiacutetulo de doutor As instituiccedilotildees privadas e municipais ainda tinham um nuacutemero reduzido de docentes com doutorado Tal situaccedilatildeo tende a alterar-se dada a exigecircncia estabelecida na Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional de que um terccedilo dos docentes deve ter titulo de doutor ou de mestre

Tabela 514 Nuacutemero de docentes por tipo de instituiccedilatildeo

e grau de formaccedilatildeo - 2000

Grau de Formaccedilatildeo

Sem Poacutes-Graduaccedilatildeo

Especializaccedilatildeo

Mestrado

Doutorado

Total

Federal ()

7896(16)

8201 (16)

17321 05)

16747(33)

50165(100)

Estadual ()

4975(15)

9025(27)

8578 (25)

11152(33)

33730 (100)

Municipal ()

695(16)

2111 (49)

1046 (24)

407(11)

4259(100)

Privada()

17813(16)

44166(40)

35178(32)

12401(12)

109558(100)

Total ()

31379(16)

63503 (32)

62123(31)

40707(21)

197712(100)

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

Graacutefico 54

A distribuiccedilatildeo dos docentes pelo conjunto do sistema deacute ensino superior no ano de 2000 revelava uma grande concentraccedilatildeo na rede privada na qual trabalhavam 56 dos docentes como foi visto anteriormente tambeacutem concentravam-se na rede privada as matriacuteculas em cursos de graduaccedilatildeo (67) Ou seja a grande expansatildeo da rede privada de ensino superior principalmente nas Regiotildees Sudeste e Sul levou agrave ocorrecircncia de uma expansatildeo equivalente no nuacutemero de docentes

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

A anaacutelise mais detalhada da distribuiccedilatildeo do corpo docente por dependecircncia administrativa em cada uma das regiotildees lanccedila informaccedilotildees muito importantes para a caracterizaccedilatildeo do ensino superior em cada uma delas No conjunto do sistema de ensino superior brasileiro 51 dos docentes em 1999 estava vinculada a instituiccedilotildees privadas os demais distribuiacuteam-se entre as federais (27) as estaduais (17) e as municipais (5)

Nas regiotildees todavia essas proporccedilotildees invertiam-se Nas IES das regiotildees Norte e Nordeste a maioria dos docentes trabalhava em instituiccedilotildees federais e nas demais em instituiccedilotildees privadas Ou seja nas regiotildees com menor poder aquisitivo havia maior nuacutemero de alunos de graduaccedilatildeo e de docentes nas instituiccedilotildees federais e nas regiotildees com maior poder aquisitivo eles concentram-se na rede privada de ensino

Tabela 515 Nuacutemero de docentes por dependecircncia administrativa e regiatildeo - 1999

Regiatildeo

Brasil

Norte

Nordeste

Sul

Sudeste

Centro-Oeste

Total

173836

6689

26890

36068

91328

12861

Federal

46687

3772

13061

9008

16643

4203

Estadual

29141

1034

6977

5355

14358

1417

Municipal

5055

59

493

1924

2360

219

Privada

92953

1824

6359

19781

57967

7022

Fonte MECINEPSEEC

522 A evoluccedilatildeo do pessoal docente entre 1990 e 2000

O nuacutemero de docente do ensino superior entre os anos de 1990 e 2000 experimentou um crescimento de 50 aumento importante para um periacuteodo de dez anos Esse processo em grande medida resultou da grande expansatildeo das matriacuteculas na rede privada (88) e estadual (252) de ensino superior Em 200056 do corpo docente do ensino superior atuava na rede privada e o nuacutemero de docentes da rede federal de ensino teve um aumento pouco expressivo (13) A reduzida expansatildeo da oferta de novos cursos de graduaccedilatildeo de cursos noturnos o elevado nuacutemero de aposentadorias ocorridas no periacuteodo e os baixos salaacuterios dos professores podem ser apontados como os principais motivos da tendecircncia agrave estagnaccedilatildeo verificada no nuacutemero de docentes nas instituiccedilotildees puacuteblicas federais

Tabela 516 Docentes segundo tipo de instituiccedilatildeo - 1990-2000

Ano

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

Federal

44344

43404

41564

42304

43556

44486

42110

50059

45611

46687

50165

Estadual

23224

23784

24554

23963

25239

25932

26064

27714

30621

29141

33730

Dependecircncia

Municipal

4336

4935

6124

6327

6490

5850

6492

6818

7506

5055

4259

Privada

59737

61012

62161

64562

66197

69022

73654

81373

81384

92953

109558

Total

131641

133135

134403

137156

141482

145290

148320

165964

165122

173836

197712

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

A titulaccedilatildeo do pessoal docente entre os anos de 1990 e 2000 mudou significativamente nas instituiccedilotildees de niacutevel superior em todo o paiacutes Em dez anos o nuacutemero de docentes sem curso de poacutes-graduaccedilatildeo reduziu-se agrave metade Processo inverso ocorreu com o nuacutemero de mestres e de doutores que se natildeo chegou a duplicar-se em algumas regiotildees do paiacutes em outras quase duplicou-se

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Tabela 517 Docente em exerciacutecio segundo o grau de formaccedilatildeo e

as regiotildees - 1990 e 2000

Grau de formaccedilatildeo

Sem Poacutes-Graduaccedilatildeo

Especializaccedilatildeo

Mestrado

Doutorado

Total

Grau de formaccedilatildeo

Sem Poacutes-Graduaccedilatildeo

Especializaccedilatildeo

Mestrado

Doutorado

Total

None

1629

1395

885

242

4151

Norte

1518

3209

2422

712

7911

Nordeste

8771

630S

5422

1795

22293

Nordeste

5423

10733

10083

4472

30981

1990

Sul

7808

9797

4991

1971

24567

Sudeste

24396

21363

14997

12265

73021

2000

Sul

5615

13859

13625

7068

40167

Sudeste

15699

29820

31221

25906

102646

Centro-Oeste

2748

2737

1458

666

7609

Centro-Oeste

3054

5882

4772

2219

15927

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

Tabela 518 Docentes em exerciacutecio segundo o grau de formaccedilatildeo e

as regiotildees - 1990 e 2000 ()

Grau de formaccedilatildeo

Sem Poacutes-Graduaccedilatildeo

Especializaccedilatildeo

Mestrado

Doutorado

Total

Grau de formaccedilatildeo

Sem Poacutes -graduaccedilatildeo

Especializaccedilatildeo

Mestrado

Doutorado

Total

Norte

39

34

21

6

100

Norte

20

40

30

10

100

Nordeste

39

28

24

9

100

Nordeste

17

35

32

16

100

1990()

Sul

32

39

23

6

100

Sudeste

33

29

20

18

100

2000()

Sul

14

34

34

18

100

Sudeste

15

29

30

26

100

Centro-Oeste

36

36

19

9

100

Centro-Oeste

19

37

30

14

100

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

O nuacutemero de docentes em tempo parcial ainda eacute maior do que aquele com tempo integral Em 1995 e 2000 o percentual era de 56 e 57 respectivamente Nas instituiccedilotildees superiores localizadas nas diversas regiotildees entretanto haacute diferenccedilas significativas Enquanto no Norte e Nordeste aproximadamente 70 dos docentes trabalham em regime integral na regiatildeo Sul e Centro-Oeste esse percentual eacute proacuteximo a 45 e na Sudeste 35

Tabela 519 Docentes por regime de trabalho

Brasil e Regiotildees

Brasil

Norte

Nordeste

Sul

Sudeste

Centro-Oeste

Total

Regime de Trabalho

Integral

Parcial

Integral

Parcial

Integral

Parcial

Integra)

Parcial

Integral

Parcial

Integral

Parcial

1995

63525

81765

3667

1602

15751

8288

11318

17365

28498

49438

4281

5072

145290

1996

65425

82895

3796

1971

15553

8191

13025

17151

28267

50485

4784

5097

148320

1997

74041

91923

5256

2198

17204

8321

14590

18146

30842

58067

6149

5191

165964

1998

73263

36235

3870

2115

16507

4779

14619

7138

32041

19845

6226

2358

109498

1999

73675

39933

4321

2368

15702

11188

14587

21481

32624

58704

6441

6420

173836

2000

84845

112867

5235

2756

18772

12209

17583

22584

35984

66662

7271

8656

197712

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

Tabela 520 Docentes por regime de trabalho ()

Brasil e Regiotildees

Brasil

Norte

Nordeste

Sul

Sudeste

Centro-Oeste

Regime de Trabalho

Integral

Parcial

Integral

Parcial

integral

Parcial

Integral

Parcial

Integral

Parcial

Integral

Parcial

1995

437

563

696

304

655

345

394

606

366

634

477

543

1996

441

559

658

342

655

345

432

568

359

641

484

516

1997

446

554

705

295

674

326

446

554

347

653

542

458

1998

669

331

646

354

775

225

672

328

617

383

725

275

1999

649

351

646

354

584

416

404

596

357

643

501

499

2000

429

571

655

345

606

394

438

562

35

65

456

544

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

523 Os organismos representativos do pessoal docente

1 Organismos sindicais

Os docentes das instituiccedilotildees de ensino superior puacuteblicas e privadas tecircm como oacutergatildeo maacuteximo de representaccedilatildeo sindical a Associaccedilatildeo Nacional de Docentes criada a 19 de fevereiro de 1981 como pessoa juriacutedica de direito privado A partir de 1988 constitui-se em Sindicato Nacional dos Docentes das Instituiccedilotildees de Ensino Superior com a denominaccedilatildeo de ANDES - Sindicato Nacional

Cada IES tem uma Seccedilatildeo Sindical (Ads-SENDs) constituiacuteda por

- Assembleacuteia Geral - Diretoria - Outros oacutergatildeos constituiacutedos nos seu interior nos limites do Estatuto da ANDES e de seu Regimento

2 Sociedades Profissionais e Associaccedilotildees Sociedades

- Sociedade Astronocircmica Brasileira - Sociedade Botacircnica do Brasil - Sociedade Brasileira de Agrometeorologia - Sociedade Brasileira de Ciecircncia dos Solos - Sociedade Brasileira de Computaccedilatildeo - Sociedade Brasileira de Eletromagnetismo - Sociedade Brasileira de Engenharia Agriacutecola - Sociedade Brasileira de Engenharia Biomeacutedica - Sociedade Brasileira de Entomologia - Sociedade Brasileira Espeleologia - Sociedade Brasileira de Estudos Claacutessicos - Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da

Comunicaccedilatildeo - Sociedade Brasileira de Farmacologia e Terapecircutica

Experimental - Sociedade Brasileira de Fiacutesica - Sociedade Brasileira de Fisiologia - Sociedade Brasileira de Geneacutetica - Sociedade Brasileira de Geofiacutesica

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

- Sociedade Brasileira de Geologia - Sociedade Brasileira de Ictiologiacutea - Sociedade Brasileira de Imunologia - Sociedade Brasileira de Limnologia - Sociedade Brasileira de Matemaacutetica - Sociedade Brasileira de Matemaacutetica Aplicada e

Computacional - Sociedade Brasileira de Meteorologia - Sociedade Brasileira de Microbiologia - Sociedade Brasileira de Microondas e Optoeletrocircnica - Sociedade Brasileira de Parasitologiacutea - Sociedade Brasileira de Psicologia - Sociedade Brasileira de Psicanaacutelise - Sociedade Brasileira de Quiacutemica - Sociedade Brasileira de Sociologia - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciecircncia

3 Associaccedilotildees

- Academia Brasileira de Ciecircncias - Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas - Associaccedilatildeo Brasileira de Antropologia - Associaccedilatildeo Brasileira de Bioquiacutemica e Biologia

Molecular - Associaccedilatildeo Brasileira de Ciecircncia Poliacutetica - Associaccedilatildeo Brasileira de Editores Cientiacuteficos - Associaccedilatildeo Brasileira de Enfermagem - Associaccedilatildeo Brasileira de Estatiacutestica - Associaccedilatildeo Brasileira de Fiacutesica Medica - Associaccedilatildeo Brasileira de Linguumliacutestica - Academia Brasileira de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede

Coletiva - Associaccedilatildeo Brasileira de Psicanaacutelise - Associaccedilatildeo de Estudos Populacionais - Associaccedilatildeo dos Geoacutegrafos Brasileiros - Associaccedilatildeo Nacional de Histoacuteria - Associaccedilatildeo Nacional de Pesquisa e Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Ciecircncias da Informaacutetica - Associaccedilatildeo Nacional de Pesquisa e Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Ciecircncias Sociais - Associaccedilatildeo Nacional de PG e Pesquisa em Educaccedilatildeo

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

- Associaccedilatildeo Nacional de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Letras e Pesquisa em Letras e Linguumliacutestica

- Academia Nacional de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional

- Federaccedilatildeo das Sociedades de Biologia Experimental

524 Os mecanismos e normas de recrutamento seleccedilatildeo e promoccedilatildeo do pessoal docente

O ingresso em IFES por integrarem o serviccedilo puacuteblico federal eacute regulamentado pelo Artigo 37 da Constituiccedilatildeo Federal que estabelece no Item II a investidura em cargo ou emprego publico depende de aprovaccedilatildeo preacutevia em concurso puacuteblico de provas ou de provas e tiacutetulos ressalvadas as nomeaccedilotildees para cargo em comissatildeo declarado em lei de livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo

O ingresso em instituiccedilotildees particulares segue criteacuterios estabelecidos por cada uma delas Eles satildeo objeto de regulamentaccedilatildeo pelos oacutergatildeos correspondentes da Administraccedilatildeo Superior e respondem agraves caracteriacutesticas e o niacutevel dos cursos por elas oferecidos

A progressatildeo nas carreiras do Magisteacuterio Puacuteblico Federal segundo o estabelecido no artigo 16 do Decreto ndeg 94664 de 23 de julho de 1987 somente poderaacute ocorrer por titulaccedilatildeo ou desempenho Por titulaccedilatildeo quando o docente obtiver tiacutetulo de Mestre ou de Doutor Por desempenho quando o resultado da avaliaccedilatildeo realizada pelo departamento no qual estaacute lotado o docente for favoraacutevel a sua mudanccedila de niacutevel

Art 16 A progressatildeo nas carreiras do Magisteacuterio poderaacute ocorrer exclusivamente por titulaccedilatildeo e desempenho acadecircmico nos termos das normas regulamentares a serem expedidas pelo Ministro de Estado da Educaccedilatildeo I - de um niacutevel para outro imediatamente superior dentro da mesma classe II - de uma para outra classe exceto para a de Professor Titular 1ordm A progressatildeo de que trata o item I seraacute feita apoacutes o cumprimento pelo docente do interstiacutecio de dois anos no niacutevel respectivo mediante avaliaccedilatildeo de desempenho ou interstiacutecio de quatro anos de atividade em oacutergatildeo puacuteblico 2o A progressatildeo prevista no item II far-se-aacute sem interstiacutecio por titulaccedilatildeo ou mediante avaliaccedilatildeo de desempenho acadecircmico do docente que natildeo obtiver a titulaccedilatildeo necessaacuteria mas que esteja

no miacutenimo haacute dois anos no niacutevel 4 da respectiva classe ou com interstiacutecio de quatro anos de atividade em oacutergatildeo puacuteblico

525 Os programas de melhoria e desenvolvimento do pesshysoal docente

Haacute no Brasil vaacuterios programas destinados agrave melhoria das condiccedilotildees do trabalho docente bem como das atividades de pesquisa Entre os primeiros encontram-se os Programas da CAPES destinados agrave formaccedilatildeo de novos docentes ou agrave qualificaccedilatildeo daqueles que jaacute se encontram em exerciacutecio nas instituiccedilotildees de ensino superior Os programas do CNPq destinam-se principalmente a incentivar o desenvolvimento da pesquisa sendo o principal o Programa de Bolsas de Produtividade em Pesquisa

Os Programas da CAPES destinados agrave qualificaccedilatildeo institucional satildeo os seguintes

1 PQI - Programa de Qualificaccedilatildeo Institucional eacute um programa de apoio a missotildees de estudo e de trabalho voltado agrave formaccedilatildeo de docentes de Instituiccedilotildees Puacuteblicas de Ensino Superior vinculado a projetos conjuntos de pesquisa e poacutes-graduaccedilatildeo entre equipes de diferentes regiotildees do Paiacutes ou de diferentes cidades da mesma regiatildeo e de diferentes Instituiccedilotildees

O PQI visa a promover o desenvolvimento acadecircmico das IES puacuteblicas atraveacutes

- do estiacutemulo agrave elaboraccedilatildeo e implementaccedilatildeo de estrateacutegias de melhoria do ensino e da pesquisa desde o niacutevel departamental ateacute o institucional

- da qualificaccedilatildeo de docentes e excepcionalmente de teacutecnicos preferencialmente em niacutevel de doutorado no acircmbito de projetos de pesquisa em cooperaccedilatildeo com outras instituiccedilotildees do paiacutes e

- do apoio a poliacuteticas de desenvolvimento das atividades de ensino e pesquisa dos docentes receacutem-qualificados

O Programa de Qualificaccedilatildeo Docente destina-se a complementar os recursos aplicados anualmente por instituiccedilotildees de ensino superior privado na qualificaccedilatildeo do seu corpo docente

2 O Programa Mestrado Interinstitucional - MINTER foi implementado em 1996 com o principal objetivo de atender a um contingente de professores de instituiccedilotildees de ensino superior localizadas fora dos grandes centros de ensino e pesquisa

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

3 PICDTec - Programa Institucional de Capacitaccedilatildeo Docente apoia exclusivamente a formaccedilatildeo de docentes das Escolas Teacutecnicas e Agroteacutecnicas Federais - EFT e EAFT - e dos Centros Federais de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegicas - CEFET em niacutevel de mestrado

Bolsas de Pesquisa do CNPq - A Bolsa de Produtividade em Pesquisa do CNPq destina a estimular a produccedilatildeo cientiacutefica dos pesquisadores brasileiros tem como objetivos

- Estimular o desenvolvimento da atividade de pesquisa de maneira regular e contiacutenua

- Contribuir para a geraccedilatildeo de conhecimentos e formaccedilatildeo de pessoal qualificado visando ao desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico do paiacutes

- Possibilitar maior integraccedilatildeo entre pesquisa ensino e formaccedilatildeo de recursos humanos

A bolsa cuja duraccedilatildeo eacute de ateacute 24 meses pode ser renovada desde que a produtividade do pesquisador durante esse periacuteodo seja devidamente comprovada e avaliada pelo Comitecirc da respectiva Aacuterea de Conhecimento

53 O pessoal de apoio

531 O pessoal de apoio classificado por sexo e tipo de instituiccedilatildeo

O pessoal de apoio teacutecnico-administrativo das instituiccedilotildees de ensino superior no ano de 2000 era integrado por 202888 pessoas sendo 487 mulheres e 513 homens O maior contingente de funcionaacuterios concentrava-se em universidades da Regiatildeo Sudeste nas quais trabalha 57 desse pessoal logo a seguir vinham as universidades da Regiatildeo Sul com 17 e a Regiatildeo Nordeste com 16

A distribuiccedilatildeo por sexo dos funcionaacuterios eacute bastante equilibrada Em quase todas as universidades das diversas regiotildees o nuacutemero de homens e mulheres era aproximadamente o mesmo

Tabela 521 Funcionaacuterios por sexo

Local

Brasil

Norte

Nordeste

Sul

Sudeste

Centro-Oeste

1999

Feminino

97158

3675

16234

16677

55452

5480

504

498

499

520

503

488

Masculino

95869

3698

16271

15374

54786

5740

496

502

501

480

497

512

Total

193387

7373

32505

32051

110238

11220

100

100

100

100

100

100

Feminino

98872

3339

16488

18832

53788

494

487

518

520

545

467

506

2000

Masculino

104016

3410

16475

16398

61214

6519

513

482

480

455

533

494

Total

202888

6442

31703

34535

115002

12686

100

100

100

100

100

KW

Fonte MECINEPDAES

Os dados relativos ao niacutevel de formaccedilatildeo dos funcionaacuterios no ano de 2000 aponta situaccedilotildees muito dispares No conjunto das universidades haacute contingentes elevados de funcionaacuterios com primeiro grau incompleto ou completo como nos casos das Regiotildees Sul e Sudeste Por outro lado aproximadamente um quarto dos funcionaacuterios tinha niacutevel superior completo e entre 58 e 92 cursos de poacutes-graduaccedilatildeo

Tabela 522 Funcionaacuterios por grau de formaccedilatildeo - 2000

Local

Brasil

Norte

Nordeste

Sul

Sudeste

Centro-Oeste

1ordmG Incompl Total ()

34378(173)

872(132)

4084(123)

5788(164)

21842(189)

1792(138)

1ordmG Compl Total ()

0639(151)

1047(155)

4086(126)

5873(166)

17 657 ( 153)

1976(152)

2ordm Grau Total ()

74139(365)

2939 (435)

14275 (433)

12267(348)

39171(346)

5487(423)

Grad Total ()

1087(251)

1490(220)

8803 (267)

8085 (229)

9846 (259)

2863(221)

Especial

Total ()

8901 (43)

319(47)

388 (42)

581(73)

961 (34)

652(50)

Mest Total ()

2834(13)

66 (09)

285(08)

537(15)

1801 (15)

145(11)

Dout Total ()

910(04)

16(02)

42(01)

99(05)

724(041

29(05)

Total ()

202888(100)

6749(100)

32963(100)

35230(100)

115002(100)

12944(100)

Fonte MECINEPDAES

532 A evoluccedilatildeo do pessoal de apoio entre 1990 e 2000

O nuacutemero de funcionaacuterios teacutecnico-administrativos das universidades entre 1991 e 2000 teve uma expansatildeo pequena que natildeo acompanhou a ocorrida no nuacutemero de alunos e de docentes Enquanto o nuacutemero de alunos em cursos de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo cresceu 95 e o de docentes 50 o pessoal de apoio aumentou apenas 10 Tal defasagem trouxe seacuterios inconvenientes agrave administraccedilatildeo das instituiccedilotildees de ensino superior particularmente agraves federais cujo nuacutemero de funcionaacuterios teacutecnico-administrativos decresceu 31

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

O crescimento regional do nuacutemero de funcionaacuterios foi bastante diferente Enquanto na Regiatildeo Sul ele atingiu 31 na Regiatildeo Centro-Oeste foi de 18 na Regiatildeo Norte 16 na Regiatildeo Sudeste 9 e na Regiatildeo Nordeste ele foi de -8

Tabela 523 Funcionaacuterios teacutecnico-administrativos em exerciacutecio

segundo as regiotildees - 1991-2000

Ano

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000

Regiatildeo

Norte

5794 6630 7139 7109 8505 7611 7504 6405 7373 6749

Nordeste

35693 36706 39396 41878 40316 40533 37138 32344 32505 32963

Sul

26802 28326 29580 30685 31931 35290 32241 33207 32051 35230

Sudeste

105695 111875 116601 119548 123333 125479 122330 106775 110238 115002

Centro-Oeste

10944 11271 12218 12397 14000 13289 11473 11158 11220 12944

Total

184928 194808 204934 211617 218085 222202 210686 189889 193387 202888

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

Tabela 524 Funcionaacuterios teacutecnico-administrativos em exerciacutecio

segundo as regiotildees - 1991-2000 ()

Ano

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

Regiatildeo

Norte

31

34

35

33

39

34

35

34

38

33

Nordeste

193

188

192

198

185

182

176

170

168

162

Sul

145

144

144

146

146

159

153

175

166

174

Sudeste

571

574

569

565

565

565

581

562

570

567

Centro-Oeste

60

24

60

58

65

60

55

59

58

64

Total

100

100

100

100

100

100

100

100

100

100

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

um fato que merece ser destacado eacute a reduccedilatildeo ocorrida no nuacutemero de servidores das universidades federais Entre 1995 e 2000 houve um decreacutescimo de 31 no numero de servidores passando de 100517 a 69 411 Tal diminuiccedilatildeo em certa medida resultou do grande nuacutemero de aposentadorias ocorridas no periacuteodo e agrave nao abertura de concursos puacuteblicos para preenchimento das vagas delas resultantes

Tabela 525 Nuacutemero de servidores nas universidades federais

Ano

1995

1996

1997

1998

1999

2000

Total

100517

98058

91042

75122

-

69411

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

533 Os organismos representativos dos servidores teacutecnishyco-administrativos

Organismos sindicais

Os servidores das instituiccedilotildees de ensino superior brasileiras tecircm como organismo de representaccedilatildeo sindical a FEDERACcedilAtildeO DE SINDICATOS DE TRABALHADORES DAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS (FASUBRA-SINDICAL) fundada em 19 de dezembro de 1978 sob a denominaccedilatildeo de FEDERACcedilAtildeO DAS ASSOCIACcedilOtildeES DE SERVIDORES DAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS Ela tem personalidade juriacutedica como sociedade civil de direito privado sem fins lucrativos e sua sede juriacutedica e administrativa localiza-se em Brasiacutelia - DF

A FASUBRA-SINDICAL tem como principais objetivos

I - representar sindicalmente em niacutevel nacional o conjunto da categoria junto agraves Entidades e Instituiccedilotildees privadas ou puacuteblicas abrangidas

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

as esferas Federal Estaduais e Municipais observando as prerrogativas das entidades filiadas no acircmbito de sua base territorial

I I - defender os interesses e os direitos coletivos e individuais dos membros da categoria profissional observadas as disposiccedilotildees estatutaacuterias e legais

I I I promover medidas atinentes agrave orientaccedilatildeo informaccedilatildeo e proteccedilatildeo juriacutedica e teacutecnica agraves entidades filiadas

IV - promover a integraccedilatildeo permanente entre as entidades filiadas e representa-las judicial e extra-judicialmente

V - estudar e buscar soluccedilatildeo para todos os assuntos submetidos agrave sua apreciaccedilatildeo e que se relacionem com os trabalhadores da base das entidades filiadas

VI - manter intercacircmbio com as demais organizaccedilotildees de representaccedilatildeo do ramo de atividade econocircmica - Educaccedilatildeo - em particular e as demais de forma geral

VII - desenvolver atividades culturais sociais e esportivas pugnando desse modo pela elevaccedilatildeo do niacutevel soacutecio-cultural da categoria

VITI - pugnar pela manutenccedilatildeo da dignidade dos trabalhadores das IES e pelo aperfeiccediloamento e administraccedilatildeo universitaacuteria bem como da qualidade do ensino da pesquisa e da extensatildeo produzidos nas IES

IX - pugnar pela integraccedilatildeo com os movimentos e entidades nacionais e internacionais que lutam em defesa dos interesses do conjunto da classe trabalhadora em geral e dos trabalhadores em educaccedilatildeo em especial

A FASUBRA-SINDICAL eacute integrada pelos sindicatos de trabalhadores nas IES nas Instituiccedilotildees vinculadas ao ensino de 3o grau legalmente constituiacutedas e que requeiram a sua filiaccedilatildeo

534 Os programas de melhoria e desenvolvimento do pesshysoal de apoio

O Ministeacuterio do Planejamento desenvolve manteacutem dois projetos que visam a valorizaccedilatildeo e a qualificaccedilatildeo dos servidores puacuteblicos federais FORMAR e HABILITAR Ambos satildeo iniciativas da Secretaria de Recursos Humanos - SRHMP cujos objetivos satildeo aumentar o niacutevel de escolarizaccedilatildeo qualificaccedilatildeo e requalificaccedilatildeo funcional e profissional extra serviccedilo puacuteblico e melhoria do ambiente de trabalho no acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica Federal direta autaacuterquica e fundacional - APE

O Projeto FORMAR visa propiciar a todos os servidores da Administraccedilatildeo Puacuteblica Federal alcanccedilarem a escolaridade de niacutevel meacutedio A partir da escolarizaccedilatildeo o Projeto FORMAR tem ainda os objetivos

- satisfazer as necessidades baacutesicas de aprendizagem dos servidores aumentando seu acesso aos programas de capacitaccedilatildeo - elevar o grau de satisfaccedilatildeo do servidor com o seu trabalho e com a sua qualidade de vida e - possibilitar ao servidor ampliar a sua empregabilidade

Projeto HABILITAR tem como meta proporcionar condiccedilotildees de profissionalizaccedilatildeo a ateacute 60 dos servidores dos oacutergatildeos setoriais seccionais da administraccedilatildeo direta autaacuterquica e fundacional que se enquadrarem nos criteacuterios de elegibilidade do Projeto

A Progressatildeo funcional dos servidores teacutecnico-administrativos das universidades federais assim como dos demais servidores eacute regulamentada pelo Decreto ndeg 94664 de 23 de julho de 1987 e a Portaria ndeg 475 de 26 de agosto de 1987 do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo No artigo 25 o Decreto estabelece

Art 25 A progressatildeo funcional dos servidores teacutecnico-administrativos e teacutecnico-mariacutetimos ocorreraacute I - por permanecircncia no cargo ou emprego automaticamente para o niacutevel imediatamente superior ao em que se encontrar a cada interstiacutecio de quatro anos de efetivo exerciacutecio II - por meacuterito para o niacutevel imediatamente superior ao que se encontrar apoacutes o periacuteodo de dois anos contados da data de sua admissatildeo da ascensatildeo funcional da uacuteltima progressatildeo por meacuterito ou do afastamento III - por titulaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo automaticamente e de acordo com os criteacuterios a serem estabelecidos nas normas complementares Paraacutegrafo uacutenico A progressatildeo funcional ocorreraacute de forma independente e cumulativa dentro do mesmo cargo ou emprego

A Portaria ndeg 475 no art 23 estabelece como criteacuterios para a progressatildeo funcional por titulaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo

Art 23 A progressatildeo funcional por titulaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dar-se-aacute de acordo com os seguintes criteacuterios I - habilitaccedilatildeo do servidor em cursos de educaccedilatildeo formal (1ordm 2o 3o e 4o Graus) sem relaccedilatildeo direta com o cargo ou emprego ocupado e que excede agraves suas exigecircncias daraacute direito a um niacutevel

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

II - os tiacutetulos que tenham relaccedilatildeo direta com o cargo ou emprego ocupado e que excedam agraves suas exigecircncias considerados para esse efeito os cursos de treinamento ou educaccedilatildeo formal e respectivas cargas horaacuterias previstos no Anexo III desta Portaria daratildeo direito ao nuacutemero de niacuteveis estabelecidos para cada caso no mesmo Anexo sect 1ordm - Os cursos que tenham relaccedilatildeo direta com o cargo ou emprego do servidor deveratildeo ter sua validade reconhecida pelo oacutergatildeo de Recursos Humanos com parecer preacutevio da CPPTA para efeito da progressatildeo por titulaccedilatildeo sect 2o- uma vez comprovada a realizaccedilatildeo de determinado curso para fins de progressatildeo funcional o mesmo natildeo teraacute validade para efeito de novas progressotildees sect 3o - Na progressatildeo funcional por titulaccedilatildeo poderatildeo ser obtidos ateacute 3 (trecircs) niacuteveis dentro do mesmo Grupo e ateacute 5 (cinco) niacuteveis ao longo da vida funcional do servidor em Grupos diferentes

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

O sistema de apoio agraves atividades das instituiccedilotildees de ensino superior

Maria Susana Arrosa Soares

61 As bibliotecas

As bibliotecas das instituiccedilotildees de ensino superior tecircm desenvolvido projetos de expansatildeo e qualificaccedilatildeo de seus acervos como forma de dar resposta agraves diferentes necessidades decorrentes da criaccedilatildeo de cursos de graduaccedilatildeo em novas aacutereas de conhecimento como tambeacutem da expansatildeo do ensino de poacutes-graduaccedilatildeo

Do mesmo modo nas avaliaccedilotildees regulares empreendidas pelo MEC a situaccedilatildeo das bibliotecas eacute objeto de acurada atenccedilatildeo por parte dos avaliadores

Ambos processos tecircm resultado numa significativa melhoria na oferta de livros perioacutedicos e acesso agrave Internet tanto para os alunos de graduaccedilatildeo como para os da poacutes-graduaccedilatildeo

Os mais expressivos investimentos tecircm sido feitos pelas universidades puacuteblicas e pelos grandes estabelecimentos privados de ensino

62 O Portal de perioacutedicos da CAPES

O Portal perioacutedicos oferece acesso aos textos completos de artigos de mais de 2400 revistas internacionais nacionais e estrangeiras e as bases de dados com referecircncias e resumos de documentos em todas as aacutereas do conhecimento Inclui tambeacutem indicaccedilotildees de importantes fontes de informaccedilatildeo com acesso gratuito na Internet Professores pesquisadores alunos e funcionaacuterios de 97 instituiccedilotildees de ensino superior e de pesquisa em todo o Paiacutes tecircm acesso imediato agrave produccedilatildeo cientiacutefica mundial atualizada atraveacutes deste serviccedilo oferecido pela CAPES

O uso do Portai eacute livre e gratuito O acesso eacute feito a partir de qualquer terminal ligado agrave Internet atraveacutes das instituiccedilotildees participantes Todos os programas de poacutes-graduaccedilatildeo de pesquisa e de graduaccedilatildeo do Paiacutes ganham em qualidade produtividade e competitividade com a utilizaccedilatildeo do Portal que estaacute em permanente desenvolvimento (wwwperiodicosCAPESgovbr)

63 COMUT - Programa de Comutaccedilatildeo Bibliograacutefica

Para que o Brasil pudesse contar com mais um mecanismo eficiente de acesso agrave informaccedilatildeo o MEC - por intermeacutedio da CAPES -criou em 1980 o Programa de Comutaccedilatildeo Bibliograacutefica (COMUT) o qual posteriormente (mediante Portaria Interministerial) passou a ser integrado pelo IBICT pelo SESU e pelo FINEP

O COMUT permite agraves comunidades acadecircmicas e de pesquisa o acesso a documentos relativos a todas as aacutereas do conhecimento (coacutepias de artigos de revistas teacutecnico-cientiacuteficas teses e anais de congressos) exclusivamente para fins acadecircmicos e de pesquisa com respeito rigoroso agrave Lei de Direitos Autorais Para isso atua por meio de uma rede de bibliotecas denominadas bibliotecas-bases com recursos bibliograacuteficos humanos e tecnoloacutegicos adequados para o atendimento agraves solicitaccedilotildees de seus usuaacuterios

O COMUT estaacute disponiacutevel via Internet para usuaacuterios cadastrados no sistema com coacutedigo e senha de acesso

64 As bibliotecas virtuais

O Comitecirc Gestor da InternetBrasil criou vaacuterios Grupos de Trabalho (GTs) para atuarem em diferentes aacutereas de aplicaccedilotildees dos serviccedilos de Internet de interesse da sociedade O GT Bibliotecas Virtuais coordenado pelo Instituto Brasileiro de Informaccedilatildeo em Ciecircncia e Tecnologia (IBICT) foi criado em 1996 e ateacute hoje continua a ser o uacutenico que vem acompanhando o crescimento das bibliotecas na Internet cadastrando e disseminando as informaccedilotildees das bibliotecas na Rede

Desde 1995 muitas Bibliotecas Virtuais tecircm sido criadas nas universidades escolas bibliotecas puacuteblicas bem como em centros de estudos e pesquisas especializados

Na atualidade existem 88 Bibliotecas Virtuais universitaacuterias no Brasil sendo 72 ligadas a universidades puacuteblicas e as demais a universidades e centros privados de pesquisa

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

65 As editoras universitaacuterias

O Brasil possui hoje um total de 88 Editoras Universitaacuterias as quais integram a Associaccedilatildeo Brasileira das Editoras Universitaacuterias (ABEU) criada em 2 de setembro de 1987 com o objetivo de promover o desenvolvimento das editoras universitaacuterias e contribuir para o aperfeiccediloamento dos processos de produccedilatildeo comercializaccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da produccedilatildeo de suas associadas realizar atividades de aperfeiccediloamento de recursos humanos no campo da editoraccedilatildeo destinadas prioritariamente a suas associadas manter serviccedilos de informaccedilotildees comerciais juriacutedicas e bibliograacuteficas aos associados fomentar o intercacircmbio entre as associadas e entidades congecircneres no Brasil e no exterior colaborar com as associadas para ampliar sua participaccedilatildeo em feiras exposiccedilotildees e bienais do livro no paiacutes e no exterior e promover ou participar de campanhas que incentivem o haacutebito da leitura e o gosto pelo livro

66 Grau de conectividade agrave Internet das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior

661 A Rede Nacional de Ensino e Pesquisa

O acesso agrave Internet no Brasil foi muito raacutepido principalmente nas universidades puacuteblicas Em 1989 o Ministeacuterio de Ciecircncia e Tecnologia lanccedilou formalmente o projeto da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) a fim de propiciar a integraccedilatildeo dos esforccedilos jaacute existentes em grandes universidades e centros de pesquisa no Rio de Janeiro Satildeo Paulo e Porto Alegre - com vistas ao estabelecimento da interligaccedilatildeo com os Estados Unidos

A RNP tem como objetivo principal a implantaccedilatildeo de um serviccedilo de redes Internet para a comunidade de ensino e pesquisa que atenda aos seguintes requisitos

- alta qualidade para o traacutefego de produccedilatildeo Internet - suporte a aplicaccedilotildees de educaccedilatildeo superior em especial

Bibliotecas Digitais - interligaccedilatildeo das redes metropolitanas de alta velocidade

(ReMAVs) para experimentos de novas tecnologias

Em maio de 2000 foi inaugurado o novo backbone RNP2 o qual atinge os 27 estados da federaccedilatildeo com capacidade de conexatildeo de ateacute 155 Mbps A conexatildeo agrave Internet2 foi estabelecida em agosto de 2001 por meio de um canal de 45 Mbps cedido pelo projeto

AMPATH Desde janeiro de 2001 a RNP vem operando um link internacional de 155 Mbps o qual seraacute conectado ao principal backbone da Internet2 o Abilene

662 O Instituto Brasileiro de Informaccedilatildeo em Ciecircncia e Tecnologia (IBICT)

O Instituto Brasileiro de Informaccedilatildeo em Ciecircncia e Tecnologia (IBICT) criado na deacutecada de 50 procura promover o desenvolvimento do setor de informaccedilatildeo mediante proposiccedilatildeo de poliacuteticas execuccedilatildeo de pesquisas e difusatildeo de inovaccedilotildees capazes de contribuir para o avanccedilo da ciecircncia e competitividade da tecnologia brasileira

O Instituto atualmente acompanha e internaliza as novas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo estimulando o empreendedorismo e a inovaccedilatildeo

663 O Comitecirc Gestor InternetBrasil

O Comitecirc Gestor da Internet do Brasil foi criado com a participaccedilatildeo do Ministeacuterio de Comunicaccedilotildees e do Ministeacuterio de Ciecircncia e Tecnologia pela Portaria Interministerial ndeg 147 de 31 de maio de 1995 com o propoacutesito de coordenar e integrar todas as iniciativas de serviccedilos Internet no paiacutes bem como assegurar a qualidade e a eficiecircncia dos serviccedilos ofertados resguardar a justa e a livre competiccedilatildeo entre provedores e garantir a manutenccedilatildeo de adequados padrotildees de conduta de usuaacuterios e provedores O Comitecirc Gestor tem como atribuiccedilotildees principais

- fomentar o desenvolvimento de serviccedilos Internet no Brasil - recomendar padrotildees e procedimentos teacutecnicos e

operacionais para a Internet no Brasil - coordenar a atribuiccedilatildeo de endereccedilos Internet o registro

de nomes de domiacutenios e a interconexatildeo de espinhas dorsais

- coletar organizar e disseminar informaccedilotildees sobre os serviccedilos Internet

664 O Prossiga

O projeto de bibliotecas virtuais PROSSIGAREI (wwwprossigabr) do CNPq constituiu-se por diversas bibliotecas temaacuteticas construiacutedas de acordo com a pesquisa no paiacutes aleacutem daquelas baseadas em grandes pesquisadores

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Criado em 1995 o programa Prossiga tem por objetivo promover a criaccedilatildeo e o uso de serviccedilos de informaccedilatildeo na Internet voltados para as aacutereas prioritaacuterias do Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia assim como estimular o uso de veiacuteculos eletrocircnicos de comunicaccedilatildeo pelas comunidades dessas aacutereas

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

O financiamento do ensino superior no Brasil na deacutecada de 90

Visando ao alcance do objetivo proposto o Prossiga na aacuterea de CT amp I fortalece a presenccedila da informaccedilatildeo brasileira na Rede atribuindo-lhe maior visibilidade e acessibilidade e estimulando a criaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de comunidades virtuais

Jacques Schwartzman

71 As fontes de financiamento das instituiccedilotildees de edushycaccedilatildeo superior

O governo federal eacute o mantenedor de 39 universidades 11 Faculdades e 11 Centros de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica num total de 482 750 alunos de graduaccedilatildeo a sua grande maioria (459 011) nas Universidades O governo federal eacute o seu principal mantenedor jaacute que nelas o ensino eacute gratuito e somente cerca de 35 do orccedilamento global eacute constituiacutedo por recursos por elas diretamente arrecadados

As instituiccedilotildees estaduais em nuacutemero de 61 satildeo constituiacutedas por 30 universidades 23 Faculdades e 8 Centros de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica No total elas abrigam 332 mil estudantes de graduaccedilatildeo O seu principal financiador satildeo os governos estaduais e o ensino eacute tambeacutem gratuito Nem todos os estados possuem universidades estaduais e eacute bastante heterogecircnea a sua qualidade e sua distribuiccedilatildeo espacial Destaca-se o sistema estadual paulista constituiacutedo por trecircs grandes universidades que eacute o maior e de melhor qualidade do paiacutes Outros Estados que possuem sistemas importantes satildeo Santa Catarina (com 3 campi) Paranaacute (5 unidades) Rio de Janeiro (2 universidades) Cearaacute (3 universidades) e Bahia (4 universidades)

As Universidades puacuteblicas matriculam a grande maioria dos quase 100 mil alunos de Mestrado e Doutorado Elas tambeacutem satildeo responsaacuteveis por vaacuterios cursos de poacutes-graduaccedilatildeo lato-sensu mas as estatiacutesticas nesta aacuterea ainda satildeo precaacuterias

As instituiccedilotildees privadas satildeo em nuacutemero de 1004 com 18 milhotildees de alunos de graduaccedilatildeo correspondendo a 23 do alunado do paiacutes neste niacutevel de ensino Destas 85 satildeo Universidades que matriculam 102 milhatildeo de estudantes e as outras satildeo centros universitaacuterios faculdades integradas e unidades isoladas Entre as universidades 27 satildeo particulares e as demais satildeo comunitaacuterias confessionais (a maioria catoacutelicas) e filantroacutepicas O que distingue este uacuteltimo grupo satildeo as isenccedilotildees fiscais que usufruem por se caracterizarem por serem sem fins lucrativos Isto significa que os resultados positivos de suas atividades devem ser reinvestidos nelas mesmas natildeo podendo haver distribuiccedilatildeo de lucros Dois satildeo os principais tipos de isenccedilatildeo fiscal do imposto de renda para instituiccedilotildees educacionais sem fins lucrativos e das contribuiccedilotildees para fins de seguridade social para as instituiccedilotildees educacionais consideradas beneficentes de utilidade puacuteblica e que apliquem integralmente seus resultados operacionais na manutenccedilatildeo e desenvolvimento de seus objetivos institucionais A beneficecircncia se caracteriza pela concessatildeo de vagas integral e gratuitamente a alunos considerados carentes

De outro lado a atual Constituiccedilatildeo Federal (CF art 213) veda a alocaccedilatildeo de recursos puacuteblicos a instituiccedilotildees de educaccedilatildeo privadas que natildeo sejam comunitaacuterias confessionais ou filantroacutepicas Esta regra natildeo se aplica a atividades universitaacuterias de pesquisa e extensatildeo que podem receber apoio financeiro do Poder Puacuteblico mas que ainda tem reduzida participaccedilatildeo no orccedilamento delas devido agrave sua menor capacidade de concorrer com instituiccedilotildees puacuteblicas

O setor privado de ensino superior jaacute atingiu uma dimensatildeo respeitaacutevel em termos de movimentaccedilatildeo de recursos financeiros Tomando como referencia a anuidade meacutedia praticada em contratos do FIES (Fundo de Financiamento ao Estudante de Ensino Superior) em 2001 (R$ 54 mil) podemos estimar que somente a receita com alunos de graduaccedilatildeo gera um faturamento de 103 bilhotildees de reais o que eacute quase o dobro do que o governo federal gasta com suas IFES (excluiacutedos os inativos)

O Financiamento Puacuteblico - De acordo com a Constituiccedilatildeo brasileira (CF art 212) a Uniatildeo aplicaraacute anualmente nunca menos de dezoito e os Estados o Distrito Federal e os Municiacutepios vinte e cinco por cento no miacutenimo da receita resultante de impostos compreendida a proveniente de transferencias na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino Aleacutem disso outros recursos provenientes de contribuiccedilotildees sociais e do salaacuterio educaccedilatildeo (25 da folha salarial das empresas) satildeo destinados ao ensino fundamental O Governo Federal aleacutem de ser

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo de 61 unidades aplica recursos nos programas de merenda escolar livro didaacutetico e no Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental todos eles direcionados aos niacuteveis baacutesicos Os Estados aplicam seus recursos no ensino fundamental e meacutedio com crescente importacircncia deste uacuteltimo sendo que alguns estados possuem significativos sistemas estaduais de universidades Os municiacutepios investem prioritariamente em ensino fundamental e no preacute-escolar

72 Os procedimentos de distribuiccedilatildeo de recursos pelo Estado

721 O Governo Federal

como natildeo poderia deixar de ser eacute no Ministeacuterio da Educaccedilatildeo que se concentra o maior volume de gastos federais com educaccedilatildeo superior No entanto eacute significativa a contribuiccedilatildeo de oacutergatildeos como a FINEP o CNPq o MCT e de algumas Fundaccedilotildees de Amparo agrave Pesquisa no acircmbito estadual para o financiamento da pesquisa e da poacutes-graduaccedilatildeo existentes nas universidades federais A anaacutelise dos gastos do MEC (Tabela 71) leva-nos a algumas conclusotildees

1 Os gastos totais do MEC em termos agregados sofreram uma reduccedilatildeo de cerca de 10 se compararmos o biecircnio 1994-5 com o quadriecircnio 1996-1999

2 As despesas com ensino fundamental apresentam tendecircncia crescente por duas razotildees a primeira de natureza contaacutebil pois a partir de 1997 os gastos com merenda escolar que eram computados no Programa Sauacutede passam a integrar o programa Ensino Fundamental A segunda explicaccedilatildeo se encontra nos gastos dos programas de descentralizaccedilatildeo do governo federal em especial o FUNDEF (Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental)

3 Eacute niacutetida a queda absoluta e percentual com gastos para o ensino meacutedio

4 Os recursos para as Instituiccedilotildees Federais de Ensino Superior (IFES) tambeacutem diminuem ao compararmos o biecircnio 1994-1995 com o quadriecircnio 1996-1999Este movimento certamente esta relacionado agrave reposiccedilatildeo parcial de servidores das IFES agrave contenccedilatildeo dos salaacuterios e a supressatildeo de diversas vantagensdos servidores a partir de 1995 Por outro lado crescem em termos absolutos e proporcionais os gastos com inativos e pensionistas

(incluiacutedos no orccedilamento das IFES)

Tabela 71 MEC Distribuiccedilatildeo percentual do gasto total

por programa (1993-1999)

Programas

Administraccedilatildeo do MEC

Ensino Fundamental

Ensino Meacutedio

Educaccedilatildeo Superior

Sauacutede

Previdecircncia

Outros

Total MEC

Em R$ de dez 99

1993

251

1318

705

4600

1315

1494

317

1000

100305

1994

166

1601

512

4419

1219

1657

426

1000

138751

1995

152

1282

556

4536

1378

1620

477

1000

138401

1996

174

1409

477

4486

1255

1751

447

1000

125591

1997

578

1733

464

4474

475

1863

412

1000

120173

1998

589

2339

431

3983

475

1829

354

1000

129887

1999

370

2030

476

4552

189

1942

440

1000

122856

Fonte Ribeiro Joseacute Aparecido C Financiamento e Gasto do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo nos anos 90 Em Aberto Brasiacutelia vol 18 dezembro de 2001 p33-42

Em relaccedilatildeo aos gastos previdenciaacuterios vale a pena destacar sua importacircncia na composiccedilatildeo dos orccedilamentos das IFES atingindo a mais de 30 da folha total de pessoal Enquanto no periacuteodo analisado os gastos com pessoal ativo nas IFES diminuiacuteram em termos reais os dispendios com inativos e pensionistas se elevaram

Tabela 72 IFES Gastos com pessoal ativo e inativo - 1994-2001

(em milhotildees de reais de 2001 )

Anos

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

Ativos

47756

4 0053

37611

3 7615

42454

42992

40089

Inativos

1 4166

18581

17627

18081

19449

2 1310

20212

Natildeo inclui precatoacuterios Fonte MEC

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Pode-se examinar ainda a questatildeo do financiamento pelo MEC de outros acircngulos um deles eacute de se saber se o gastos com o ensino superior satildeo adequados considerando-se os gastos miacutenimos determinados pela Constituiccedilatildeo Em 1995 de acordo com Negri estimava-se que os gastos miacutenimos (18 dos impostos federais deduzidas as transferencias da Uniatildeo para Estados e municiacutepios) do governo federal com educaccedilatildeo deveriam se situar em 54 bilhotildees de reais Comparando-se este nuacutemero com os gastos das IFES neste mesmo ano de 53 bilhotildees e com os gastos totais do MEC de bilhotildees) chega-se ao resultado de que o governo federal esta gastando com educaccedilatildeo bem mais do que o exigido por lei e que somente os gastos com as IFES atingem aquele percentual miacutenimo

722 O setor estadual

Vaacuterios satildeo os Estados brasileiros que possuem suas proacuteprias instituiccedilotildees de ensino superior Da mesma forma que ocorre no sistema federal os governos estaduais satildeo os principais mantenedores pois a cobranccedila de mensalidades natildeo eacute permitida No entanto em alguns poucos casos a forma de financiamento pode diferir Algumas universidades tecircm seu orccedilamento vinculado ao do Estado (Santa Catarina Pernambuco Rio de Janeiro) ou a um determinado imposto como o ICMS (caso do sistema paulista) A vantagem deste sistema para as universidades eacute a de permitir uma certa previsibilidade orccedilamentaacuteria embora sujeita agraves flutuaccedilotildees do ciclo econocircmico No entanto espera-se que os bons tempos possam compensar os anos mais difiacuteceis A fixaccedilatildeo do percentual de vinculaccedilatildeo eacute tambeacutem importante Em Satildeo Paulo inicialmente o percentual do ICMS teve como referecircncia os orccedilamentos passados de cada uma das trecircs universidades Posteriormente o governo estadual procurou estabelecer um teto alegando que em periacuteodos de crescimento econocircmico os recursos vinculados eram excessivos No entanto nada se estabeleceu para as eacutepocas de recessatildeo Em outras situaccedilotildees o percentual eacute muito elevado (caso do Rio de Janeiro) e o governo natildeo libera a totalidade dos recursos e em outros (Pernambuco) o percentual eacute baixo e o governo estadual complementa No entanto poucas satildeo as situaccedilotildees em que a vinculaccedilatildeo do orccedilamento esta associada ao orccedilamento global ou agrave liberdade de implementar a poliacutetica de pessoal Para a maioria das instituiccedilotildees estaduais a forma de financiamento eacute a tradicional em ambientes puacuteblicos A folha de pessoal eacute paga geralmente em dia mas os salaacuterios estatildeo quase sempre defasados em relaccedilatildeo ao mercado Os recursos para custeio satildeo liberados com atraso e satildeo reduzidos os investimentos Eacute comum a pressatildeo pela apresentaccedilatildeo de emendas ao orccedilamento estadual com a finalidade de elevar os recursos para as Universidades No entanto mesmo quando aprovadas pelo Legislativo natildeo implicam em efetivo desembolso jaacute que o orccedilamento eacute apenas autorizativo

As universidades estaduais tambeacutem utilizam fundaccedilotildees de apoio (a USP tem 29) para flexibilizar procedimentos burocraacuteticos sendo elas tambeacutem meio de captaccedilatildeo adicional de recursos atraveacutes de cursos de extensatildeo e prestaccedilatildeo de serviccedilos Algumas conseguem tambeacutem financiamento de agecircncias federais para pesquisa e poacutes-graduaccedilatildeo como eacute o caso do sistema paulista do Paranaacute e Rio de Janeiro

A questatildeo de pessoal como na esfera federal ainda eacute a mais problemaacutetica seja porque na maioria dos casos eles satildeo estatutaacuterios e os graus de liberdade para uma efetiva poliacutetica de recursos humanos satildeo reduzidos seja porque a questatildeo dos inativos natildeo foi bem equacionada O fato eacute que a poliacutetica de pessoal para os aposentados eacute determinada no acircmbito do funcionalismo estadual mas geralmente o pagamento eacute feto com recursos orccedilamentaacuterios das universidades No caso do sistema paulista por exemplo natildeo se previu o grande nuacutemero de aposentadorias ocorrido no iniacutecio da deacutecada de 90 o que forccedilou novas negociaccedilotildees em relaccedilatildeo ao percentual do ICMS que deveria ser transferido

723 Custo das matriacuteculas e bolsas de estudo nas instituishyccedilotildees de ensino superior privadas

O seu financiamento baseia-se fortemente na cobranccedila de mensalidades (inclusive de cursos de poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu) estando entre 95 e 100 dos recursos captados com a possiacutevel exceccedilatildeo de algumas PUCs que conseguem algum financiamento puacuteblico como vimos as instituiccedilotildees privadas natildeo podem receber recursos puacuteblicos a serem consignados em seus orccedilamentos mas podem competir por recursos para a pesquisa e para a poacutes-graduaccedilatildeo No entanto a taxa de sucesso tem sido muito baixa devido agrave concorrecircncia com universidades de maior tradiccedilatildeo do setor puacuteblico

0 setor privado vem crescendo muito fortemente nos uacuteltimos anos Entre 1994 e 2000 o nuacutemero de alunos cresceu em 86 a maior parte deles matriculados em Universidades Estas tambeacutem foram criadas com muita rapidez atraveacutes do credenciamento de faculdades integradas jaacute existentes Elas passaram de 40 em 1990-91 para 85 em 2000 Vaacuterios satildeo os problemas que vem afetando as financcedilas do setor privado com tendecircncia de agravamento nos proacuteximos anos Satildeo eles

1 - Crescimento da Demanda e da Oferta

A grande expansatildeo ocorrida no ensino meacutedio nos uacuteltimos anos certamente elevou a procura por cursos superiores Os Concluintes deste niacutevel de ensino passaram de 993 mil em 1994 para 2234 mil em 2000 e espera-se que continuem crescendo ateacute 2005 No entanto o aumento de

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

matriacuteculas no ensino meacutedio deu-se mais fortemente em estabelecimentos estaduais e no turno da noite Portanto satildeo alunos de baixa renda que jaacute necessitam trabalhar ainda no ensino meacutedio e que tem pouca probabilidade de ingressarem em cursos superiores gratuitos A sua permanecircncia no terceiro grau vai depender de sua capacidade de pagamento da existecircncia de creacutedito educativo e da sua convicccedilatildeo ao longo do curso em relaccedilatildeo agrave efetivaccedilatildeo do retorno do investimento que vem sendo realizado As estatiacutesticas mostram uma grande evasatildeo no sistema privado A relaccedilatildeo matriacuteculavagas situa-se em 17 quando se deveria esperar algo como 4 para cursos que duram em meacutedia 4 anos Esta evasatildeo constitui-se numa importante perda de receita para os estabelecimentos privados A soluccedilatildeo encontrada tem sido a de manter elevadas as vagas iniciais por turma que hoje dificilmente satildeo inferiores a 50captar alunos via transferecircncia e fundir turmas dos uacuteltimos periacuteodos No entanto as vagas oferecidas pelo setor privado parecem crescer mais rapidamente do que a demanda apesar do significativo crescimento do ensino meacutedio Em 2000 das 862242 abertas pelo setor privado apenas 664 mil foram preenchidas criando uma enorme capacidade ociosa A reaccedilatildeo das entidades privadas tem sido a de acirrar a concorrecircncia entre elas o que se manifesta atraveacutes de agressivas campanhas publicitaacuterias rebaixamento do valor das mensalidades localizaccedilatildeo das unidades de ensino perto do trabalho ou da residecircncia dos alunos facilidades no processo seletivo e algumas poucas instituiccedilotildees tentando atrair alunos pela qualidade do ensino Assim o sistema parece caminhar para um periacuteodo de ajustes onde provavelmente ocorreratildeo fusotildees vendas e desativaccedilatildeo de cursos e programas pois o tamanho do mercado com uma oferta que ainda natildeo parou de crescer natildeo parece comportar lugar para todos uma informaccedilatildeo mais recente do ano de 2002 daacute conta de que estatildeo protocolados no MEC mais de 1000 pedidos de autorizaccedilatildeo para abertura de novos cursos

2 - O creacutedito educativo

Constitui-se hoje num mecanismo potencialmente fundamental para a sobrevivecircncia de parte significativa do setor privado como vimos as tendecircncias aqui esboccediladas para o setor privado tendem a se agravar no futuro natildeo preenchimento das vagas oferecidas para ingresso elevados iacutendices de evasatildeo ao longo do curso crescente inadimplecircncia dos alunos e participaccedilatildeo cada vez maior de estudantes oriundos de classes de renda mais baixas A manutenccedilatildeo de alunos mais pobres nas escolas de niacutevel superior natildeo soacute eacute importante para as instituiccedilotildees educacionais privadas como tambeacutem para o cumprimento das metas do Plano Nacional de Educaccedilatildeo que propotildee uma taxa de escolarizaccedilatildeo da populaccedilatildeo de 19-24 anos para 30 em dez anos sendo que hoje ela se situa em menos de

12 Isso significaria aumentar as atuais 27 milhotildees de matriacuteculas no ensino superior para cerca de 5 milhotildees em 2008 Eacute interessante observar que o Plano menciona que o setor privado teria importante papel a desempenhar mas natildeo detalha os meios para se chegar a este resultado O atual programa de creacutedito educativo agora denominado FIES estaacute longe de atingir as necessidades e muito menos ao crescimento da demanda que se verificaraacute O orccedilamento anual do FIES provenientes na sua grande maioria de recursos da Loteria Federal situa-se em torno de 200 milhotildees anuais permite a contrataccedilatildeo de apenas cerca de 53 mil novos contratos por ano incluindo-se novos beneficiaacuterios e aditamentos Entre o segundo semestre de 1999 e o segundo semestre de 2001 o FIES efetivou apenas 151511 novos contratos e dados os recursos atuais natildeo poderaacute crescer muito aleacutem disso mesmo com o iniacutecio do reembolso Se supusermos que ao menos 25 dos estudantes do ensino particular satildeo carentes precisariacuteamos de atender 500 mil estudantes o que teria um custo adicional de cerca de 19 bilhotildees de reais Este valor sobrepuja largamente as possibilidades orccedilamentaacuterias do MEC e teria que provir de outras fontes que jaacute vem sendo consideradas Entre elas podemos citar a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos do Fundo de Garantia de Tempo de Serviccedilo dos depoacutesitos compulsoacuterios dos Bancos de parte das aplicaccedilotildees das entidades de caraacuteter filantroacutepico e a entrada das proacuteprias instituiccedilotildees privadas complementando os recursos atuais

Aleacutem da insuficiecircncia de recursos o atual creacutedito educativo padece de alguns dos males de seus antecessores O seu agente financeiro a Caixa Econocircmica Federal natildeo se empenha o suficiente para recuperar os empreacutestimos o creacutedito eacute dado agraves instituiccedilotildees e natildeo aos alunos elevada concentraccedilatildeo dos beneficiaacuterios em cursos tradicionais como Direito e Administraccedilatildeo concentraccedilatildeo nas regiotildees mais ricas do paiacutes (Sul e Sudeste) Enfim O FIES reproduz a mesma estrutura de cursos inclusive de natureza regional perdendo uma boa oportunidade de realizar algum tipo de induccedilatildeo no sistema

3 - A questatildeo da inadimplecircncia

A crescente participaccedilatildeo de alunos de menor poder aquisitivo tem elevado os iacutendices de inadimplecircncia a aproximadamente 20 ao longo do semestre dependendo da instituiccedilatildeo A legislaccedilatildeo em vigor veda agrave instituiccedilatildeo impedir que os alunos nesta situaccedilatildeo assistam agraves aulas ou deixem de prestar exames Ademais a universidade natildeo pode negar aos alunos em atraso os documentos necessaacuterios agrave sua transferecircncia ao final do periacuteodo letivo o que implica na possibilidade de sua saiacuteda sem a quitaccedilatildeo da diacutevida O uacutenico recurso legal da instituiccedilatildeo eacute o de natildeo recontratar com o aluno inadimplente no semestre seguinte e cobrar a diacutevida na Justiccedila No entanto vaacuterias satildeo as instituiccedilotildees que preferem

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

negociar com seus alunos em dificuldades com a finalidade de mantecirc-los na escola e natildeo agravar os iacutendices de evasatildeo De qualquer forma os custos da inadimplecircncia existem seja por atrasos ou falta de pagamento e tem sido cada vez mais um item importante na determinaccedilatildeo dos resultados de uma empresa educacional

4 - O incerto futuro das universidades privadas

como vimos na deacutecada de 90 aumentou muito o nuacutemero de Universidades privadas Duas satildeo as principais razotildees para esta evoluccedilatildeo A primeira eacute o alto status conferido ao termo quando comparado com faculdade centro universitaacuterio ou Escola que traacutes inclusive um importante fator de marketing A segunda eacute a possibilidade determinada em Lei de maior autonomia acadecircmica e administrativa inclusive a da liberdade de criar novos cursos na sua sede e a possibilidade de fazecirc-lo tambeacutem fora de sua sede (no limite da unidade da federaccedilatildeo onde esta localizada) e aumentar vagas em cursos jaacute existentes Por outro lado a LDB prevecirc que para se tornar uma universidade e se manter como tal eacute preciso que haja produccedilatildeo intelectual institucionalizada um terccedilo do corpo docente pelo menos com titulaccedilatildeo acadecircmica de mestrado ou doutorado e um terccedilo do corpo docente em regime de tempo integral As Disposiccedilotildees Transitoacuterias da LDB estabelecem que o prazo para que as universidades cumpram os requisitos acima eacute de oito anos encerrando-se portanto em 2004 O setor privado jaacute percebeu que os Centros Universitaacuterios satildeo uma opccedilatildeo mais apropriada aacutes suas possibilidades financeiras e que as Universidades de pesquisa satildeo para poucos Desde 1987 o Governo Federal credenciou apenas 8 universidades e 60 Centros Universitaacuterios

Neste contexto avizinha-se uma outra dificuldade relativa ao financiamento que eacute a de manter professores qualificados em tempo integral e realizando atividades de pesquisa que possam passar pelo crivo dos vaacuterios comitecircs acadecircmicos que se formam nas agecircncias de fomento Eacute provaacutevel tambeacutem a ocorrecircncia de pressotildees pela abertura de cursos de poacutes-graduaccedilatildeo de mestrado e doutorado(com custos bem mais elevados do que os de cursos de graduaccedilatildeo) que geralmente estatildeo associados a um ambiente de pesquisa A questatildeo eacute que as mensalidades de cursos de graduaccedilatildeo a fonte quase exclusiva de receitas natildeo tecircm como manter estas atividades Para tanto seria necessaacuterio aumentaacute-las o que eacute inviaacutevel no contexto competitivo acima referido onde a tendecircncia mais provaacutevel eacute a sua diminuiccedilatildeo A outra possibilidade eacute a busca de recursos para pesquisa junto agraves agecircncias puacuteblicas de fomento mas aqui enfrentaratildeo a concorrecircncia de universidades e centros de pesquisa puacuteblicos e algumas confessionais sem fins lucrativos mais bem dotadas e de maior tradiccedilatildeo Haacute poucas saiacutedas para esta situaccedilatildeo uma delas eacute a de reverter para a condiccedilatildeo de Centro Universitaacuterio que tem quase as mesmas prerrogativas

de autonomia das universidades mas que tem como exigencia apenas a qualidade do ensino de graduaccedilatildeo com consequumlecircncias negativas para o marketing da instituiccedilatildeo A outra especialmente no caso das particulares (em nuacutemero de 27) eacute a de dedicar proporccedilotildees maiores do lucro para as instituiccedilotildees mantidas procurando tornaacute-las mais competitivas na captaccedilatildeo de alunos de graduaccedilatildeo e no fortalecimento das atividades de pesquisa ateacute que adquiram maior grau de autonomia Finalmente certamente ocorreratildeo adaptaccedilotildees tais como atribuir uma elevada carga de aulas e atividades administrativas aos professores em tempo integral alugar professores titulados de outras instituiccedilotildees e procurar meios de convencer sobre a relevacircncia da pesquisa realizada Em relaccedilatildeo agraves universidades comunitaacuterias confessionais e filantroacutepicas(em nuacutemero de 58) os graus de liberdade satildeo menores Elas jaacute aplicam seus resultados na proacutepria instituiccedilatildeo e a maioria delas jaacute cobra mensalidades mais baixas em virtude de suas isenccedilotildees e imunidades Ocorre tambeacutem que algumas universidades filantroacutepicas estatildeo a ponto de perder suas isenccedilotildees tributaacuterias em virtude de recentes mudanccedilas na lei

73 As estrateacutegias de gestatildeo e de utilizaccedilatildeo dos recursos financeiros em niacutevel institucional e nacional

Ateacute o iniacutecio da deacutecada de 90 pode-se dizer que a alocaccedilatildeo de recursos do MEC entre as IFES se baseava fortemente em criteacuterios histoacutericos ou seja o orccedilamento de um ano tendia a repetir o do ano anterior salvo interferecircncias de ordem poliacutetica que podiam favorecer esta ou aquela instituiccedilatildeo em determinado momento A principal razatildeo para a existecircncia de orccedilamentos automaacuteticos estava na rigidez da folha de pessoal que corresponde a mais de 90 dos recursos do Tesouro repassados agraves IFES Os recursos para pessoal sempre foram transferidos pontualmente e correspondiam agraves necessidades dos quadros existentes nas IFES Em relaccedilatildeo aos recursos de OCC (Outros Custeios e Capital) cada IFES recebia um teto em relaccedilatildeo ao qual os mesmos eram distribuiacutedos pelas vaacuterias rubricas Este valor maacuteximo tendia a repetir o do ano anterior mas o seu repasse natildeo tinha a mesma regularidade de liberaccedilatildeo como ocorria com a folha de pessoal ficando ao sabor da disponibilidade orccedilamentaacuteria e financeira do Governo Federal o que provocava perdas importantes em eacutepocas de inflaccedilatildeo mais elevada como resultado ao longo de muitos anos os recursos de OCC repassados pelo Tesouro se mantiveram constantes em termos reais ou mesmo declinantes apesar

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

do crescimento do nuacutemero de IFES do nuacutemero de alunos e da expansatildeo da aacuterea fiacutesica que ocorreram nas deacutecadas de 70 e 80

A soluccedilatildeo para esta diminuiccedilatildeo de recursos para OCC que foi praticada ateacute o final de 1995 ocorreu atraveacutes de mecanismos informais somente possiacuteveis em eacutepocas de inflaccedilatildeo e de controle pouco riacutegido das despesas de pessoal As IFES por sua proacutepria iniciativa ou induzidas pela burocracia do MEC elevavam a requisiccedilatildeo mensal para pagamento de pessoal dentro de faixas razoavelmente aceitas e que estavam respaldados nas possibilidades de aumentos provocados por promoccedilotildees abono de feacuterias mudanccedilas de regime de trabalho etc Os recursos natildeo utilizados para pagamento de pessoal eram entatildeo aplicados no mercado financeiro e obtinham elevados rendimentos nominais devido agrave forte inflaccedilatildeo do periacuteodo Eram entatildeo transformados em receitas proacuteprias e usados em despesas de OCC No final do ano os recursos de pessoal natildeo utilizados para este fim deveriam ser devolvidos ao Tesouro mas o acerto era feito em termos nominais

Este mecanismo informal de financiamento de OCC aliado a orccedilamentos automaacuteticos para Pessoal geraram importantes distorccedilotildees Em relaccedilatildeo ao Pessoal nunca houve uma sinalizaccedilatildeo para qualquer tipo de incentivo para racionalizar a folha de pessoal Por um lado excessos de contingente pessoal natildeo eram combatidos pelas IFES seja porque elas sempre tiveram enormes dificuldades legais e poliacuteticas para demitir seja porque economias em pessoal redundariam apenas em menores orccedilamentos de pessoal natildeo sendo possiacutevel o aproveitamento dessa economia para outras finalidades Por outro lado o que se conseguia introduzir no orccedilamento de pessoal (mais servidores mais professores em tempo integral mais promoccedilotildees) tendia a permanecer devido agrave rigidez da poliacutetica de pessoal

Esta atitude foi particularmente notaacutevel com a poliacutetica de concessatildeo de dedicaccedilatildeo exclusiva a docentes A IFES recebia autorizaccedilatildeo para preencher um cargo de professor (e natildeo os recursos financeiros correspondentes) que poderia ser contratado em tempo parcial ou integral como os recursos para pessoal eram pagos pelo Tesouro havia o incentivo para que todos fossem contratados em dedicaccedilatildeo exclusiva jaacute que era melhor para a IFES e nada lhe custava (O percentual de professores em DE passou de 198 em 1973 para 85 atualmente) Da mesma forma as promoccedilotildees eram facilitadas as causas trabalhistas tinham suas defesas relaxadas e quanto mais servidores administrativos se pudesse introduzir melhor jaacute que se evitaria gastos de OCC com a terceirizaccedilatildeo de serviccedilos O resultado eacute que o administrador universitaacuterio tinha incentivo para aumentar os gastos com pessoal e natildeo os tinha para diminuiacute-los

introduzindo-se o que descrevemos como a racionalidade da ineficiecircncia (Schwartzman J 1991)

Quanto aos recursos proacuteprios para OCC a grande distorccedilatildeo estava na alocaccedilatildeo desses recursos entre as IFES Havia aquelas que se recusavam a utilizar do mecanismo de inflar a folha de pessoal e portanto enfrentavam seacuterias dificuldades financeiras e outras que chegavam a exagerar na criaccedilatildeo de saldos O volume de saldos gerados em cada IFES dependia mais da capacidade teacutecnica de criaacute-los de forma convincente e da teia de relaccedilotildees pessoais entre os burocratas do MEC que aprovavam o montante solicitado e das IFES do que de avaliaccedilotildees de necessidade ou meacuterito conduzidas pelos responsaacuteveis pela poliacutetica de ensino superior do MEC No iniacutecio da deacutecada de 90 houve a primeira tentativa consistente de distribuir os recursos baseados em criteacuterios objetivos tais como o nuacutemero de alunos formados aacuterea utilizada qualidade da poacutes-graduaccedilatildeo e outros No entanto esta matriz natildeo poderia abranger o orccedilamento de pessoal devido agraves rigidezes jaacute apontadas ficando limitada agrave OCC Ainda assim devido agrave pressotildees poliacuteticas daqueles que perdiam com a nova loacutegica de distribuiccedilatildeo e o fato de prosseguirem inalteradas as praacuteticas de geraccedilatildeo de saldos de pessoal esta matriz nunca foi utilizada para alocar mais do que 10 do OCC No final da deacutecada de 90 apoacutes a eliminaccedilatildeo da possibilidade de se continuar gerando saldos financeiros com a folha de pessoal institui-se uma nova matriz de distribuiccedilatildeo de recursos que aloca 100 do OCC e eacute tambeacutem utilizada para distribuiccedilatildeo de alguns outros eventuais recursos existentes no MEC para programas especiais Esta nova Matriz considera variaacuteveis de pesquisa (15 do peso) e ensino (85) tais como a eficiecircncia na diplomaccedilatildeo de alunos o turno em que os cursos satildeo oferecidos a aacuterea de conhecimento dos Cursos o volume e a avaliaccedilatildeo qualitativa da poacutes-graduaccedilatildeo Embora as matrizes ateacute agora soacute tenham sido utilizadas para distribuir pequena parte do orccedilamento total elas tecircm sido importantes para introduzir uma cultura de avaliaccedilatildeo e cobranccedila de resultados o que tende a tornar mais racional a alocaccedilatildeo de recursos entre as IFES

O principal problema do financiamento das IFES foi e permanece sendo a questatildeo da distribuiccedilatildeo de recursos para pessoal nem que seja pela magnitude desse item O governo federal tem o diagnoacutestico que haacute um excesso de pessoal mas possui recursos administrativos limitados para tratar desta questatildeo Os instrumentos de que dispotildee para enfrentaacute-la satildeo dois a reposiccedilatildeo parcial dos servidores que se exoneram por demissatildeo ou aposentadoria e uma

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poliacutetica salarial que natildeo repotildee totalmente as perdas provocadas pela inflaccedilatildeo Ocorre que estes instrumentos tecircm sido aplicados de forma linear sem contemplar necessidades setoriais e peculiaridades das IFES trazendo enormes dificuldades para determinados setores das IFES como veremos mais adiante

Outro grande problema eacute o da necessidade que as IFES tecircm de gerar mais recursos para OCC em virtude do esgotamento do modelo anterior baseado na aplicaccedilatildeo financeira dos excessos da folha de pessoal Na deacutecada de 90 especialmente a partir de 1995 os recursos proacuteprios para OCC comeccedilam a declinar e natildeo satildeo compensados completamente por repasses do Tesouro como pode-se ver na Tabela 73

Tabela 73 IFES Despesas de OCC efetuadas com Recursos do

Tesouro e Proacuteprios (Em milhotildees de reais de 2001)

Ano

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

Tesouro

702

1080

1058

1067

1101

1165

1003

Proacuteprios

775

802

633

579

512

274

277

A partir de 1999 o faturamento dos Hospitais de Ensino junto ao SUS deixou de ser classificado como receita proacutepria e passou a ser executado na forma de destaque do Fundo Nacional de Sauacutede Estes recursos representavam cerca de R$ 300 milhotildees por ano ateacute 1998 Fonte MEC

Outra importante questatildeo do financiamento refere-se ao tratamento dado a aposentados e pensionistas tanto no que se refere agrave sua manutenccedilatildeo no orccedilamento das IFES como da sua relaccedilatildeo com a poliacutetica de pessoal dos servidores ativos Examinaremos ainda a atuaccedilatildeo da Fundaccedilotildees de Apoio a situaccedilatildeo especial vivida pelos Hospitais de Ensino devido agrave sua importacircncia nas contas das IFES e o importante papel exercido por outras fontes de financiamento governamentais Para concluir analisaremos as implicaccedilotildees na perspectiva da equidade do financiamento de alunos das IFES atraveacutes do ensino gratuito

731 Aposentados e pensionistas

A folha de inativos das IFES cresceu espetacularmente a partir de 1991 com a introduccedilatildeo do Regime Juriacutedico Uacutenico (RJU) em 1990Em 1992os inativos absorviam 96 da folha em 1993 2338 e em 2000 chegou a 317

Ateacute a introduccedilatildeo do RJU a maioria dos servidores encontrava-se sob o regime da CLT e poucos eram os denominados estatutaacuteriosOs que se aposentavam pela CLT tinham seus proventos limitados a um teto que variou de 10 a 20 salaacuterios miacutenimosdependendo do periacuteodo De qualquer forma a responsabilidade pelo pagamento cabia ao INSS para onde se dirigiam as contribuiccedilotildees providenciariacuteas dos celetistas sendo que estes valores natildeo compunham o orccedilamento das IFES Quanto aos estatutaacuterios em nuacutemero bem menor os seus benefiacutecios correspondiam a uma aposentadoria com os mesmos salaacuterios da ativa (aposentadoria integral) e os valores respectivos integravam os orccedilamentos das EFES com a implantaccedilatildeo do RJU todos os celetistas tornaram-se estatutaacuterios e estaacuteveis e passaram a ter direito agrave aposentadoria integral Inicialmente pensou-se que este natildeo seria um ocircnus excessivo pois o governo federal deixaria de recolher os 8 correspondentes ao FGTS e os outros encargos da folha e os servidores passariam a contribuir para o Plano de Seguridade Social do governo federal em torno de 11 do salaacuterio A expectativa de implantaccedilatildeo do RJU fez com que muitos servidores aguardassem este momento para efetivar suas aposentadorias o que de fato ocorreu a partir de 1991 A combinaccedilatildeo de proventos integrais e ateacute superiores aos salaacuterios da ativa (a lei determinava uma promoccedilatildeo na passagem para a inatividade) com aposentadorias precoces (30 anos para homens e 25 para mulheres prazos que na realidade podiam ser ateacute inferiores) tornou a aposentadoria extremamente atrativa e provocou uma enxurrada de exoneraccedilotildees A inclusatildeo deste item no orccedilamento das IFES traz pelo menos duas grandes questotildees A primeira eacute a de que gastos com inativos representam despesas providenciariacuteas e natildeo gastos com a manutenccedilatildeo de ensino provocando seacuterias distorccedilotildees em analises comparativas Deveria haver o correto financiamento de tal sorte que os gastos com inativos fossem cobertos por fontes bem definidas ensejando o equiliacutebrio atuarial No entanto os recursos arrecadados para este fim a contribuiccedilatildeo de cerca de 11 do salaacuterio dos servidores ativos aleacutem de natildeo constarem como receita das IFES natildeo suporta os gastos de uma aposentadoria integral e precoce Neste sentido algumas tentativas foram feitas visando reverter a situaccedilatildeo tais como o aumento do tempo de serviccedilo para a aposentadoria a proposta ainda em exame no Congresso de cobrar contribuiccedilatildeo dos aposentados a eliminaccedilatildeo da promoccedilatildeo por ocasiatildeo da

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aposentadoria a ainda inconclusa criaccedilatildeo dos empregos puacuteblicos(que prevecirc a aposentadoria pelo INSS) e a revogaccedilatildeo da possibilidade de transformar licenccedilas precircmio em tempo para aposentadoria Tocircdas estas medidas algumas ainda dependendo de aprovaccedilatildeo pelo Congresso Nacional soacute surtiratildeo efeito no meacutedio e longo prazo e ainda de forma parcial A segunda questatildeo eacute a de que estes gastos satildeo volumosos representando mais de 30 dos gastos totais com pessoal e estatildeo cristalizados por diversos dispositivos legais A uacutenica poliacutetica possiacutevel para baixar os gastos com este item a curto prazo eacute a da natildeo reposiccedilatildeo integral de salaacuterios que atinge indistintamente ativos e inativos Isso ocorre porque a Constituiccedilatildeo Federal natildeo permite iacutendices diferentes de correccedilatildeo salarial entre as duas classes levando a uma pressatildeo por iacutendices mais baixos de correccedilatildeo e introduzindo seacuterios problemas no mercado de trabalho de docentes e demais servidores Em suma a poliacutetica salarial dos ativos tem sido determinada em boa parte pelo seu atrelamento juriacutedico aos inativos a ateacute aos pensionistas

732 Fundaccedilotildees de apoio

As Fundaccedilotildees de Apoio agraves Universidades federais comeccedilaram a ser criadas ainda na deacutecada de 70 visando a obtenccedilatildeo de maior autonomia administrativa especialmente no gerenciamento de atividades de pesquisa Por serem de direito privado podiam atuar com mais liberdade na aacuterea de compras inclusive importaccedilotildees contrataccedilatildeo de pessoal celetista e prestaccedilatildeo de contas conferindo maior agilidade e melhor qualidade de serviccedilos Em anos mais recentes especialmente na deacutecada de 90 passaram tambeacutem a ser importantes veiacuteculos de captaccedilatildeo de recursos que tinham como principal objetivo a complementaccedilatildeo de salaacuterios de servidores e de Unidades e Departamentos Esta foi a resposta encontrada para a crescente dificuldade de recursos de OCC e para a contenccedilatildeo salarial De fato hoje existem mais de 100 fundaccedilotildees ligadas agraves IFES que se tornaram um essencial suporte na captaccedilatildeo de recursos extras principalmente aqueles oriundos da prestaccedilatildeo de serviccedilos e do oferecimento de cursos de extensatildeo Na maior parte das vezes esses recursos natildeo passam pelos orccedilamentos das IFES sendo receitas e despesas contabilizadas somente nas Fundaccedilotildees Estes e outros procedimentos tem sido objeto de acompanhamento pelo Tribunal de Contas da Uniatildeo e outros oacutergatildeos de fiscalizaccedilatildeo mas ainda sem uma definiccedilatildeo clara das praacuteticas que devem ser adotadas

Aleacutem de subestimarem o verdadeiro orccedilamento das IFES existe sempre o perigo de que as atividades que captam recursos se sobreponham em importacircncia a outras de natureza acadecircmica competindo

com cursos de graduaccedilatildeo tempo para pesquisa e orientaccedilatildeo de alunos Este natildeo eacute um problema a ser resolvido pela Fundaccedilatildeo jaacute que esta eacute apenas o meio de que se utiliza a Universidade cabendo a esta uacuteltima o acompanhamento das atividades de seus servidores Isto eacute perfeitamente possiacutevel jaacute que a direccedilatildeo das Fundaccedilotildees na sua grande maioria eacute exercida por pessoas de confianccedila da direccedilatildeo das IFES No entanto este acompanhamento nem sempre eacute feito ou bem feito dando margem ao aparecimento de distorccedilotildees na alocaccedilatildeo do tempo dos servidores que passa a competir com atividades mais acadecircmicas sem retorno financeiro

Natildeo existem estatiacutesticas consolidadas sobre o volume de recursos geridos por Fundaccedilotildees Eles variam muito dependendo do tamanho da Fundaccedilatildeo e da IFES mas em certos casos podem movimentar recursos vaacuterias vezes superiores aos aportados a tiacutetulo de OCC pelo Tesouro Em consequumlecircncia uma completa anaacutelise financeira das IFES somente seraacute atingida quando se conhecerem os recursos utilizados pelas IFES atraveacutes de suas fundaccedilotildees mas que natildeo integram seus orccedilamentos

733 Hospitais universitaacuterios

Funcionam nas IFES 45 hospitais universitaacuterios com 32 mil servidores (cerca de 36 do total de servidores das IFES) aleacutem de 13 300 celetistas e 6620 terciarizados 3500 meacutedicos residentes aleacutem de docentes de vaacuterios departamentos que ali exercem atividades de ensino pesquisa e assistecircnciaOs Hospitais atendem basicamente (mais de 70) pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) tendo recebido recursos deste sistema da ordem de 539 milhotildees de reais em 2000Outras fontes de receita satildeo aquelas provenientes dos segurados de planos de sauacutede e particulares mas que natildeo chegam a atingir 20 do total das receitas na maior parte dos casos O sistema de financiamento dos HU natildeo deveria ser problemaacutetico ainda que coexistindo com todas as dificuldades e ineficiecircncias do RJU e com a rigidez burocraacutetica do serviccedilo puacuteblico numa unidade prestadora de serviccedilos De fato os HU dispotildeem de servidores teacutecnico-administrativos docentes e residentes pagos na folha das EFES pelo MEC e ainda recebem pagamento pelo atendimento ao SUS e aos convecircnios e particulares estes uacuteltimos em proporccedilotildees muito variaacuteveis dependendo da IFES Por outro lado o HU se responsabiliza pelos insumos necessaacuterios ao atendimento dos pacientes tais como medicamentos e pelos serviccedilos de manutenccedilatildeo predial e de equipamentos Ainda que a tabela de pagamentos por procedimento do SUS na maior parte dos casos natildeo cubra totalmente os custos era de se esperar que o resultado fosse positivo No entanto durante a deacutecada de 90com exceccedilatildeo de uma onda de contrataccedilotildees ocorrida em 1995 o MEC natildeo repocircs adequadamente

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

os servidores que se exoneravam obrigando os HU a substituiacute-los por profissionais contratados (via Fundaccedilotildees geralmente) em CLT Essas substituiccedilotildees eram necessaacuterias pois a sua natildeo efetivaccedilatildeo poderia implicar na suspensatildeo de alguma prestaccedilatildeo de serviccedilo como de fato tambeacutem ocorreu em algumas situaccedilotildees como se viu satildeo mais de 13 mil os contratados para suprir estas faltas como resultado muitos Hus passaram a apresentar deacuteficitsoperacionais pressionando o orccedilamento das IFES em valores significativos ou gerando inadimplecircncia com fornecedores ou forccedilando as Fundaccedilotildees a financiar estes gastos ou alguma combinaccedilatildeo entre as trecircs possibilidades

Embora a natildeo reposiccedilatildeo de funcionaacuterios tenha tido como referencia relaccedilotildees padratildeo de funcionaacuterio por leito e outros indicadores relevantes eacute preciso reconhecer que o inchaccedilode pessoal tinha a ver com a rigidez burocraacutetica e a falta de autonomia Funcionaacuterios desmotivados ou ineficientes eram colocados de lado (jaacute que natildeo podiam ser demitidos) e outros eram chamados para substituiacute-los Dessa forma o sistema vem se aproximando mais dos indicadores internacionais mas com uma eficaacutecia mais reduzida em termos de produccedilatildeo alcanccedilada

74 Fundos nacionais de financiamento da educaccedilatildeo sushyperior

O MEC eacute o mais importante mas natildeo o uacutenico financiador das IFES Desde a sua criaccedilatildeo na deacutecada de 60 os cursos de poacutes-graduaccedilatildeo assim como as atividades de pesquisa contavam com recursos de outras agecircncias governamentais tais como a CAPES o CNPq a FINEP o BNDE aleacutem de Fundaccedilotildees de Apoio agrave Pesquisa que foram sendo criadas pelos Estados Essas agecircncias financiavam cursos de poacutes-graduaccedilatildeo atraveacutes de bolsas de manutenccedilatildeo para seus alunos e recursos para seu funcionamento treinamento no paiacutes e no exterior para professores auxiacutelio agrave pesquisa bolsas para professores pesquisadores e apoio institucional uma importante caracteriacutestica da atuaccedilatildeo dessas agecircncias eacute que a distribuiccedilatildeo dos recursos baseava-se fundamentalmente em avaliaccedilotildees pelos pares Todas elas contavam com comitecircs formados por professores e pesquisadores que analisavam os pleitos baseados em projetos Aleacutem disso a CAPES vem promovendo uma sistemaacutetica e contiacutenua avaliaccedilatildeo dos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo cujo resultado influencia a alocaccedilatildeo de recursos entre as instituiccedilotildees O acesso agrave estes financiamentos natildeo estaacute

limitado a instituiccedilotildees puacuteblicas (com a exceccedilatildeo de algumas Fundaccedilotildees de Apoio estaduais que discriminam o setor particular) mas o setor privado de universidades tem tido poucas chances na concorrecircncia com as universidades puacuteblicas Assim a maior parte dos recursos concentra-se nas universidades federais e no sistema puacuteblico de Satildeo Paulo O que torna o sistema interessante eacute que ele natildeo conteacutem orccedilamentos automaacuteticos que se repetem a cada anoCom a exceccedilatildeo dos recursos aportados pela FINEP de apoio institucional (atualmente desativado) o sistema aloca recursos aos melhores programas e aos pesquisadoresprofessores mais bem avaliados criando dessa forma um ambiente competitivo na busca de excelecircncia no ensino de poacutes-graduaccedilatildeo e na pesquisa No entanto um efeito colateral negativo vem sendo apontado que seria o suposto desinteresse pelas atividades de graduaccedilatildeo que natildeo datildeo o mesmo retorno acadecircmico e financeiro aos professores De qualquer forma satildeo recursos significativos que nem sempre satildeo orccedilados (a maior parte deles ingressa atraveacutes das Fundaccedilotildees) que induzem um interessante processo competitivo em nada semelhante agraves praticas usuais dos demais setores das Universidades

Em 1997 as despesas executadas pela FINEP CNPq e CAPES chegaram a 16 bilhotildees de reais sendo que 878 milhotildees corresponderam a diversos tipos de bolsa para alunos e professores do ensino superior Para efeito de comparaccedilatildeo lembremos que os gastos do Tesouro com as IFES no mesmo ano foi de 58 bilhotildees de reais A Tabela 74 apresenta as instituiccedilotildees que receberam o maior nuacutemero de bolsas de produtividade em pesquisa destinada a pesquisadores de alto niacutevel

Tabela 74 Bolsas do CNPq de Produtividade em Pesquisa 2000

UFRJ

UFMG

PUCRJ

PUCSP

PUCRGS

USP

UNICAMP

UFRGS

UNESP

766

380

154

44

43

1343

544

406

357

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Constata-se que essa distribuiccedilatildeo de bolsas coincide com o entendimento generalizado de que estas Universidades satildeo as de melhor qualidade de pesquisa em suas respectivas esferas e que as universidades paulistas estatildeo agrave frente das federais e que as privadas estatildeo no fim da lista Este eacute um forte indiacutecio da correta alocaccedilatildeo de recursos pelas agecircncias de fomento no que tange ao criteacuterio de meacuterito

75 Os gastos em educaccedilatildeo superior em relaccedilatildeo ao orccedilashymento nacional e ao PIB

Estima-se que no Brasil o gasto puacuteblico com educaccedilatildeo esteja entre 453 (Negri para 1995) e 52 do PIB (PNUD 1999) Esta uacuteltima percentagem deve estar mais proacutexima da realidade pois os dados de Negri estatildeo assumidamente subestimados por considerarem apenas os gastos miacutenimos obrigatoacuterios Estes valores satildeo comparaacuteveis a paiacuteses com renda per capita bem mais elevadas como a Suiacuteccedila (53) Reino Unido (54) ou Estados Unidos (54) Este indicador poreacutem esconde o fato de que o gasto per capita no Brasil eacute muito menor (249 doacutelares) comparado aos mesmos paiacuteses 2282 1127 e 1570 doacutelares respectivamente Em relaccedilatildeo a outros paiacuteses com niacuteveis de renda per capita semelhantes o Meacutexico gasta 181 o Uruguai 202 e a Argentina 313

Em relaccedilatildeo ao ensino superior 262 dos gastos puacuteblicos totais com educaccedilatildeo satildeo alocados naquele niacutevel de ensino o que estaacute um pouco acima dos padrotildees internacionais Isto pode ser parcialmente explicado por termos no Brasil um sistema universitaacuterio puacuteblico (incluindo universidades federais e algumas estaduais) relativamente caro Assim o gasto por aluno matriculado em instituiccedilotildees federais eacute de cerca de 15 vezes o de matriculados em instituiccedilotildees estaduais e municipais de ensino fundamental e meacutedio Esta grande diferenccedila pode ser explicada tambeacutem pelos baixos niacuteveis salariais de docentes e funcionaacuterios do ensino fundamental Esta grande discrepacircncia eacute corroborada em outro estudo(Arcia et al) que mostra para o Brasil em 1990 um gasto puacuteblico por aluno universitaacuterio 10 vezes superior ao despendido num aluno de ensino fundamental sendo a mesma relaccedilatildeo de 3 para os Estados Unidos de 19 para a Argentina de 6 para a Colocircmbia e de 32 para o Equador

Tabela 75 Gasto Puacuteblico em Educaccedilatildeo (1997-1998 - Brasil)

Ano

1997

1998

dos gastos em relaccedilatildeo ao PIB

47

52

Gasto meacutedio por aluno (em RS)

Infantil

733

877

Fundamental

542

668

Meacutedio

670

701

Superior

9399

9789

Fonte MECINEP - IBGE

Pode-se analisar esta questatildeo tambeacutem pela oacutetica de se os gastos com as IFES satildeo suficientes para determinar uma boa qualidade de ensino Neste sentido pode-se comparar a evoluccedilatildeo dos gastos com as IFES com o crescimento do nuacutemero de estudantes da pesquisa da extensatildeo e da qualidade do ensino

A Tabela 76 apresenta as despesas efetuadas pelas IFES com recursos do Tesouro e Proacuteprios Ao deflacionarmos os valores apresentados verificamos uma queda real para as duas fontes quando tomamos como referencia o ano de 1995

Tabela 76 IFES Despesas efetuadas com recursos do Tesouro e proacuteprios (1994-2001) (em milhotildees de reais de 2001)

Ano

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

Tesouro

5602

8073

7038

7076

7064

7810

7649

7256

Proacuteprios

775

802

633

579

512

274

277

292 Fonte MEC

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Satildeo vaacuterias as explicaccedilotildees para esta reduccedilatildeo

Deixaram de ser importantes (a partir do final de 1995) as praacuteticas de gerar saldos financeiros que podiam ser aplicados no mercado gerando uma receita inflacionaria para as IFES que era transformada em recursos proacuteprios como veremos abaixo de fato satildeo recursos do Tesouro que se transformam em proacuteprios Aleacutem destes podemos encontrar nesta rubrica parte dos recursos transferidos pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) aleacutem de pequenas taxas inclusive as do Vestibular

O enquadramento de todas as instituiccedilotildees do MEC no SIAPE (Sistema Integrado de Administraccedilatildeo de Pessoal) desde outubro de 1977 tornou mais centralizada a administraccedilatildeo de pessoal repassando-se para as IFES o estritamente necessaacuterio agrave cobertura das despesas com pessoal

A poliacutetica salarial foi a de contenccedilatildeo apesar de que mesmo no periacuteodo do real (junho de 1994 a junho de 2000) a inflaccedilatildeo tenha sido de 883 quando medida pelo IPCA do IBGE Vaacuterias medidas foram adotadas pelo Governo Federal no sentido de reduzir vantagens dos servidores podendo destacar-se as restriccedilotildees agrave incorporaccedilotildees de chefias a eliminaccedilatildeo da progressatildeo funcional por ocasiatildeo da aposentadoria a eliminaccedilatildeo da compra compulsoacuteria de feacuterias o congelamento da gratificaccedilatildeo por tempo de serviccedilo o aumento do tempo de serviccedilo para aposentadoria e outras de menor importacircncia

Em 1994 foi concedido aumento geral ao funcionalismo puacuteblico que veio a repercutir na folha do ano seguinte razatildeo pela qual 1995 eacute o ano de pico da seacuterie A partir daiacute somente em julho de 1998 tivemos um aumento para docentes (criaccedilatildeo da GED - Gratificaccedilatildeo de Estiacutemulo agrave Docecircncia) que atingiu apenas parcialmente os inativos Em Janeiro de 2001 a GED foi reajustada Quanto aos funcionaacuterios estes tiveram uma gratificaccedilatildeo semelhante (GDAE) que ocorreu apenas em maio de 2000 embora alguns setores das EFES tenham se beneficiado de ajustes nas carreiras como foi o caso dos procuradores

4 As autoridades do MEC entendiam que o sistema federal tinha problemas de eficiecircncia e custos e que as relaccedilotildees alunoprofessor e alunofuncionaacuterio precisavam ser ampliadas ateacute atingirem padrotildees internacionais Por estas razotildees a reposiccedilatildeo de servidores que se aposentavam ou se exoneravam foi feita apenas parcialmente A reduccedilatildeo do quadro de docentes foi de 48416 em 1990 para 42619 em 2000 (-2) e a de teacutecnicos administrativos de 97543 em 1966 para 86888 em 2000 (-17) Por outro lado no periacuteodo 1994-2000 a matriacutecula em cursos de graduaccedilatildeo elevou-se em 33 e na poacutes-graduaccedilatildeo em 106 Em consequumlecircncia a relaccedilatildeo alunoprofessor aumentou de 73 em 1990 para 121 em 2000 (esse caacutelculo inclui alunos de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo)

E como a substituiccedilatildeo (parcial) dos docentes foi feita em sua maior parte nos niacuteveis mais altos da carreira como professores adjuntos o iacutendice de titulaccedilatildeo melhorou significativamente dobrando o nuacutemero de docentes com o tiacutetulo de Doutor ao longo da deacutecada

como resultado destas poliacuteticas em especial a contenccedilatildeo da folha de pessoal e o aumento da matriacutecula na graduaccedilatildeo e na poacutes-graduaccedilatildeo observamos uma queda no gasto por aluno na deacutecada de 90 quando comparado as deacutecadas anteriores (Schwartzman J 1999 p 132) Na deacutecada de 70 o gasto por aluno aumentou em aproximadamente 40 coincidindo com a implantaccedilatildeo da dedicaccedilatildeo exclusiva para docentes Na deacutecada de 80 o gasto chegou a dobrar se comparado aos primeiros anos da deacutecada com 1989 ano de pico da seacuterie Este movimento de alta na deacutecada de 80 estaacute possivelmente relacionado agrave poliacutetica salarial da eacutepoca que atrelava os salaacuterios agrave inflaccedilatildeo sendo que em alguns anos o reajuste salarial chegou a ser mensal Houve tambeacutem expressivos aumentos na contrataccedilatildeo de professores e funcionaacuterios Jaacute na deacutecada de 90 observamos uma queda no gasto por aluno que em valores constantes de 2001 apresenta uma reduccedilatildeo de 24 entre 1995 e 2000 passando de 178 mil para 138 mil reais O que se discute hoje eacute se este movimento de queda ainda tem espaccedilo para prosseguir ou se jaacute esta comeccedilando a afetar a qualidade do ensino atraveacutes de turmas maiores mais ingressantes menos qualificados com dificuldades para acompanhar os estudos aumento da carga de aulas por professor e a necessidade de buscar recursos extras por meio de atividades de extensatildeo

Pode-se concluir que os gastos do poder puacuteblico federal com educaccedilatildeo superior satildeo elevados quando comparados agrave paiacuteses de renda per capita semelhante e quando comparados aos outros niacuteveis de ensino No entanto o diagnoacutestico do Governo que assumiu em 1995 era de que ainda havia desperdiacutecios o que se evidenciava em baixas relaccedilotildees aluno professor e funcionaacuterio e altos custos por aluno Este entendimento levou a uma reduccedilatildeo dos recursos aportados pelo governo federal para as IFES Mas pode-se afirmar que estes gastos satildeo compatiacuteveis com uma melhor qualidade do ensino e da pesquisa Pode-se dizer que os recursos alocados estatildeo sendo utilizados de maneira eficiente

Em relaccedilatildeo agrave qualidade do ensino e da pesquisa nos estabelecimentos federais os dados mostram resultados bem expressivos No sistema federal em 2000 37 dos professores tem doutorado (em 1994 eram 21 ) comparados com 22 do total dos professores do ensino superior em geral O Brasil tem tido participaccedilatildeo crescente na produccedilatildeo cientiacutefica mundial nos uacuteltimos anos Em 1985 esta participaccedilatildeo era de apenas 048 da produccedilatildeo cientiacutefica mundial com 23 mil artigos indexados Em 2000 o paiacutes estava na 21a posiccedilatildeo com 133 de

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

participaccedilatildeo e 95 mil artigos indexados A grande maioria destes artigos foram produzidos em Universidades puacuteblicas incluindo-se com destaque o sistema estadual paulista mas tambeacutem com significativa participaccedilatildeo das IFES (Fatos sobre a educaccedilatildeo no Brasil 1994-2001) Quanto agrave qualidade do ensino pode-se recorrer ao Exame Nacional de Cursos implantado em 1996 e que procura aferir a qualidade de cursos de graduaccedilatildeo No primeiro ano os cursos das federais avaliados (46) obtiveram 500 de A e B Jaacute em 2000 esses mesmos conceitos foram atingidos por 578 dos 329 cursos avaliados Os resultados da avaliaccedilatildeo para a poacutes-graduaccedilatildeo realizados pela CAPES mostram resultados igualmente bons para as federais

76 Financiamento eficiecircncia e equumlidade

O volume e a forma pela qual se faz o financiamento do ensino superior tem repercussotildees sobre a melhor aplicaccedilatildeo dos recursos e sobre a distribuiccedilatildeo de renda e oportunidade de acesso ao ensino superior Podemos distinguir dois tipos de financiamento o que se faz aos alunos e suas famiacutelias e o que se dirige agraves instituiccedilotildees

No primeiro caso encontra-se o creacutedito educativo o ensino gratuito nas escolas puacuteblicas e a deduccedilatildeo de gastos com educaccedilatildeo para efeitos do Imposto de Renda Pessoa Fiacutesica

O antigo CREDUC e o atual FIES apresentam problemas na aacuterea da eficiecircncia Eles notoriamente nunca atenderam agrave demanda demonstrando que haacute mais alunos carentes do que os recursos disponiacuteveis para atendecirc-los Neste caso faria mais sentido escolher dentre os carentes aqueles que atendessem simultaneamente outros requisitos como o de ter mais disponibilidade para os estudos (curso diurno) frequumlentar cursos mais estrateacutegicos para a economia do paiacutes privilegiar cursos e instituiccedilotildees de melhor qualidade favorecer regiotildees mais pobres e finalmente conceder o creacutedito ao aluno (e natildeo agrave instituiccedilatildeo) antes do mesmo se matricular e desta forma aumentar a concorrecircncia entre as instituiccedilotildees pelos alunos com creacutedito A distribuiccedilatildeo de creacutedito ao aluno permitiria tambeacutem que se selecionasse entre os carentes os de maior potencial No entanto tradicionalmente a concessatildeo de creacutedito educativo segue o mesmo padratildeo da demanda concentrando-se em cursos na aacuterea de Ciecircncias Sociais (Direito e Administraccedilatildeo) nas regiotildees Sudeste e Sul (765 dos contratos) e em alunos de cursos noturnos

O ensino gratuito em estabelecimentos oficiais de ensino como vimos anteriormente piora ainda mais o nosso elevado grau de concentraccedilatildeo de renda um estudo do IPEA (Barros e Foguel) mostra que dos serviccedilos e programas educacionais puacuteblicos analisados (que

incluem o programa de creche merenda escolar livro didaacutetico e todos os niacuteveis de ensino) a educaccedilatildeo superior eacute sem duacutevida o que possui o pior grau de focalizaccedilatildeo com um quasi-Gini (coeficiente bastante semelhante ao iacutendice de Gini) de 066sendo inclusive superior ao coeficiente de Gini de distribuiccedilatildeo de renda Assim pode-se dizer que o acesso agrave educaccedilatildeo superior puacuteblica esta pior distribuiacutedo que a proacutepria renda familiar

uma terceira fonte de iniquumlidade embora ainda natildeo adequadamente mensurada esta na deduccedilatildeo de parte das despesas com instruccedilatildeo do contribuinte e seus dependentes para efeito de caacutelculo do Imposto de Renda Pessoa Fiacutesica Esta deduccedilatildeo tem um caraacuteter nitidamente regressivo pois somente atinge os que frequumlentam escolas privadas e que ao mesmo tempo possuem renda suficiente para serem contribuintes do Imposto de Renda No caso do ensino superior este argumento fica reforccedilado jaacute que os que buscam o ensino superior privado estatildeo nos niacuteveis mais elevados da piracircmide de renda Em suma a renuacutencia fiscal que essa reduccedilatildeo representa favorece mais os de maior poder aquisitivo prejudicando potencialmente outros programas destinados agrave populaccedilotildees carentes

A forma de financiamento do setor federal e de boa parte do setor estadual induz como vimos anteriormente comportamentos ineficientes por parte dos administradores universitaacuterios e do proacuteprio governo especialmente em relaccedilatildeo agrave poliacutetica de pessoal Natildeo se pode entretanto dizer que eles ajam sem racionalidade pois estatildeo procurando o que eacute melhor para a sua unidade Ocorre que a soma desses comportamentos leva a indicadores indesejaacuteveis tais como uma baixa relaccedilatildeo alunoprofessor elevado custo por aluno excesso de professores em dedicaccedilatildeo exclusiva etc A soluccedilatildeo para esta situaccedilatildeo esta na adoccedilatildeo da autonomia pelas IFES Este foi um tema recorrente na deacutecada de 90mas sempre esbarrou em duas grandes resistecircncias do lado do governo a dificuldade em garantir orccedilamentos previsiacuteveis sob a forma de vinculaccedilotildees ou correccedilotildees automaacuteticas do lado dos dirigentes universitaacuterios em particular um significativo grupo de reitores das federais a dificuldade de aceitarem o fim do regime juriacutedico uacutenico introduzindo planos de carreira regionais flexibilidade de contrataccedilatildeo demissatildeo e promoccedilatildeo Sem esta mudanccedila mais de 90 do orccedilamento continuaraacute sendo gerenciado da forma distorcida jaacute comentada mais acima

Os poucos incentivos fiscais existentes para as instituiccedilotildees privadas tambeacutem apresentam suas ineficiecircncias Existe a imunidade tributaacuteria prevista no art 150 da CF para instituiccedilotildees educacionais sem fins lucrativos A principal isenccedilatildeo federal eacute a do Imposto de

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Renda e a estadual eacute o ICMS Para se conseguir a imunidade basta ser uma instituiccedilatildeo educacional e alocar seus eventuais lucros na proacutepria atividade Em princiacutepio elas poderiam consequentemente cobrar mensalidades menores e oferecer ensino de melhor qualidade No entanto a imunidade eacute indiscriminada em relaccedilatildeo a quem se aproveita de menores preccedilos nem haacute preocupaccedilatildeo de se conhecer o niacutevel e a relevacircncia do ensino ministrado

Algo semelhante acontece com a isenccedilatildeo da contribuiccedilatildeo para fins de seguridade social que eacute uma obrigaccedilatildeo patronal sobre os salaacuterio aleacutem do PIS do COF1NS e ateacute do salaacuterio educaccedilatildeo Satildeo agraciadas instituiccedilotildees consideradas beneficentes de utilidade puacuteblica e que apliquem integralmente o seu eventual resultado operacional na manutenccedilatildeo e desenvolvimento de seus objetivos Na aacuterea de educaccedilatildeo a beneficecircncia se caracteriza pela concessatildeo de bolsas integral e gratuitamente a alunos considerados carentes A isenccedilatildeo se caracteriza como uma poliacutetica de redistribuiccedilatildeo de renda atraveacutes da renuacutencia fiscal No entanto natildeo se verifica o potencial dos alunos carentes beneficiados e nem se indaga a respeito da qualidade dos cursos que frequumlentam nem a sua importacircncia para o paiacutes

Alguns resultados positivos proveacutem das formas de financiamento da poacutes-graduaccedilatildeo e da pesquisa pelas agecircncias de fomento federais e Fundaccedilotildees de Apoio agrave Pesquisa a niacutevel estadual da introduccedilatildeo da avaliaccedilatildeo de cursos e instituiccedilotildees que vem sendo efetivada pela SESu INEP e CAPES e pela recente introduccedilatildeo de uma matriz para distribuiccedilatildeo de recursos de OCC para as IFES Cada vez fica mais aceito o princiacutepio de que a alocaccedilatildeo de recursos deve estar combinada com avaliaccedilotildees de qualidade eficiecircncia e eficaacutecia Os orccedilamentos automaacuteticos baseados em paracircmetros histoacutericos comeccedilam a perder sua importacircncia Este movimento atinge tambeacutem o setor privado que enxerga maacutes avaliaccedilotildees como um fator negativo de marketinge que causa mais dificuldades na busca de recursos de fomento

REFEREcircNCIAS

ARCIA G ALVAREZC SCOBIE T O financiamento da educaccedilatildeo e a reforma educacional um marco para a sustentabilidade In Financiamento da Educaccedilatildeo na Ameacuterica Latina Rio de Janeiro FGV 1999 p 125-158

BARROS Ricardo P FOGUEL Miguel N Focalizaccedilatildeo dos gastos puacuteblicos sociais em educaccedilatildeo e erradicaccedilatildeo da pobreza no Brasil In MEC NER Financiamento da Educaccedilatildeo no Brasil Brasilia INEPMEC 2001 V18 p106-120

NEGRI B Financiamento da Educaccedilatildeo no Brasil Brasiacutelia MEC INEP 1997 (Textos para discussatildeo l)

SCHWARTZMAN J A administraccedilatildeo de universidades puacuteblicas a racionalidade da ineficiecircncia Educaccedilatildeo Brasileira Brasiacutelia v 13n26p ll-27janjun 1991

SCHWARTZMAN J Universidades federais no Brasil uma avaliaccedilatildeo de suas trajetoacuterias (deacutecadas de 70 e 80) Educaccedilatildeo Brasileira Brasiacutelia v 15 n 31 p 59-106 2 Semestre 1993

Ciencia e Tecnologia no Brasil

Clarissa Eckert Baeta Neves

81 A Organizaccedilatildeo Institucional da Ciecircncia e Tecnologia

811 O complexo nacional de CTampl no Brasil A proficiecircncia brasileira atual no campo cientiacutefico caracteriza-

se pela constituiccedilatildeo de importante infra-estrutura cientiacutefica tecnoloacutegica e educacional bem como pelo amplo e qualificado sistema de poacutes-graduaccedilatildeo (Livro Branco2002 p24)

O complexo1 nacional de Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo apresenta-se hoje bastante diversificado abrangendo diferentes organismos governamentais ou natildeo todos atuando na promoccedilatildeo do desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico os organismos federais e estaduais fomentam as atividades de pesquisa cientiacutefica tecnoloacutegica e de formaccedilatildeo de recursos humanos e as universidades e institutos de pesquisa puacuteblicos e privados por sua vez incubem-se de produzir o conhecimento cientiacutefico e tecnoloacutegico

Atuam nesse complexo na esfera federal os Ministeacuterios de Ciecircncia e Tecnologia (MCT) da Educaccedilatildeo (MEC) com suas respectivas agecircncias de fomento (Financiadora de Estudos e Pesquisas Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico e a Fundaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior) e ainda os Ministeacuterios da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento da Sauacutede do Meio Ambiente e do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior por meio dos respectivos institutos empresas estatais e oacutergatildeos vinculados (ver Quadro 81)

1 No presente texto optou-se por adotar o termo complexo nacional em vez de sistema especialmente por considerar que ele melhor representa a amplitude do setor de ciecircncia e tecnologia brasileiro integrado por diferentes oacutergatildeos agecircncias e demais instituiccedilotildees - os quais nem sempre atuam de forma coordenada tal como ocorre no caso de um sistema

Na esfera estadual por sua vez atuam na coordenaccedilatildeo das poliacuteticas e no fomento as Secretarias Estaduais de CampT e as Fundaccedilotildees de Amparo agrave Pesquisa (FAPS) O setor privado tem participado de modo muito reduzido no fomento agrave CampT

Quadro 81 Organograma do Complexo de Ciecircncia e Tecnologia

MCT Ministeacuterio da Ciecircncia e da Tecnologia MEC Ministeacuterio da Educaccedilatildeo MA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento OM Outros ministeacuterios que desenvolvem atividades de Ciecircncia e Tecnologia Ministeacuterio do DesenvolvimentoInduacutestria e Comeacutercio ExteriorMeio Ambiente Sauacutede e outros Fapesp Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do estado de Satildeo Paulo Faps Fundaccedilotildees de Amparo existentes em 15 estados brasileiros EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

812 A politica de CampT O Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia (MCT) foi criado em

1985 cabendo-lhe a coordenaccedilatildeo e articulaccedilatildeo dos diferentes oacutergatildeos promotores do desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico como tambeacutem a elaboraccedilatildeo das poliacuteticas estrateacutegicas para o setor Para definir a nova poliacutetica esse Ministeacuterio juntamente com a Academia Brasileira de Ciecircncias promoveu em 2001 uma conferecircncia nacional que reuniu pesquisadores empresaacuterios teacutecnicos do setor puacuteblico e legisladores para discutirem os avanccedilos alcanccedilados e os obstaacuteculos a serem vencidos na implantaccedilatildeo de um efetivo sistema de ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo Os resultados desse trabalho estatildeo contidos no Livro Verde da CampT publicado em 2001 e no Livro Branco - Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo de junho de 2002 os quais apresentam os principais desafios bem como os objetivos e diretrizes estrateacutegicas para a aacuterea com projeccedilatildeo ateacute 2012

Os principais objetivos da nova poliacutetica nacional de desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico satildeo criar um ambiente favoraacutevel agrave inovaccedilatildeo que contribua para a competitividade das empresas e o melhor aproveitamento da capacidade instalada em CTampI ampliar a capacidade de inovaccedilatildeo e expandir a base cientiacutefica e tecnoloacutegica aperfeiccediloar consolidar e modernizar o aparato institucional de CTampI promover a integraccedilatildeo de todas as regiotildees brasileiras para o esforccedilo nacional de desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico fortalecendo suas oportunidades e possibilidades de usufruir dos resultados alcanccedilados conquistar amplo apoio para essa poliacutetica e incorporar a dimensatildeo de ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo como elemento estrateacutegico da poliacutetica nacional de desenvolvimento (Livro Branco 2002 p36)

Para o alcance desses objetivos foram estabelecidas as seguintes diretrizes estrateacutegicas implantar um efetivo Sistema Nacional de Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo promover a inovaccedilatildeo para aumentar a competitividade e a inserccedilatildeo internacional das empresas brasileiras ampliar de forma sustentada os investimentos em Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo expandir e modernizar o sistema de formaccedilatildeo de pessoal para Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo ampliar diversificar e consolidar a capacidade de pesquisa baacutesica no paiacutes modernizar e consolidar instituiccedilotildees e procedimentos de gestatildeo da poliacutetica de Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo e os mecanismos de articulaccedilatildeo com as demais poliacuteticas puacuteblicas educar para a sociedade do conhecimento intensificar e explorar novas oportunidades da cooperaccedilatildeo internacional em Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo ampliar a dimensatildeo estrateacutegica das atividades de Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo (Idem p 49)

813 O MCT e os organismos vinculados A estrutura organizacional do MCT (ver Quadro 82) eacute

composta de oacutergatildeos de assistecircncia direta ao Ministro de Estado aleacutem de trecircs secretarias responsaacuteveis por poliacuteticas setoriais e uma secretaria de coordenaccedilatildeo das unidades de pesquisa Eacute tambeacutem assessorado por quatro oacutergatildeos colegiados de caraacuteter consultivo o Conselho Nacional de Ciecircncia e Tecnologia (CCT) o Conselho Nacional de Informaacutetica e Automaccedilatildeo (CONIN) a Comissatildeo Teacutecnica Nacional de Biosseguranccedila (CTNBio) e a Comissatildeo de Coordenaccedilatildeo das Atividades de Metereologia Climatologia e Hidrologia (CMCH)

O CCT eacute integrado pelo Presidente da Repuacuteblica que o preside por oito Ministros de Estado (Ministros da Defesa do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior da Educaccedilatildeo da Fazenda da Integraccedilatildeo Nacional do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo e das Relaccedilotildees Exteriores) aleacutem do Ministro da Ciecircncia e Tecnologia (Secretaacuterio do Conselho) e oito representantes da comunidade cientiacutefica e do setor empresarial Esse Conselho eacute diretamente responsaacutevel pela assessoria ao Presidente da Repuacuteblica na formulaccedilatildeo e implementaccedilatildeo da poliacutetica nacional de desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico2

Sob a responsabilidade direta do MCT estatildeo duas grandes agecircncias federais fomentadoras a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) aleacutem de duas entidades recentemente a ele incorporadas a Agecircncia Espacial Brasileira (AEB) e a Comissatildeo Nacional de Energia Nuclear (CNEM) Ao mesmo Ministeacuterio tambeacutem estatildeo subordinadas 16 unidades de pesquisa voltadas para aacutereas especiacuteficas de conhecimento tais como o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazocircnia (INPA) o Instituto de Matemaacutetica Pura e Aplicada (IMPA) o Laboratoacuterio Nacional de Astrofiacutesica (LNA) dentre outras (ver Quadro 82) Essas unidades de pesquisa agora coordenadas por uma mesma secretaria tiveram a sua missatildeo institucional submetida a um processo de reavaliaccedilatildeo A outra grande mudanccedila ocorrida na estrutura do MCT em 2001 foi a criaccedilatildeo do Centro de Gestatildeo e Estudos Estrateacutegicos para realizar estudos estrateacutegicos de caraacuteter prospectivo na aacuterea de CampT e avaliar os impactos de programas e projetos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos

2 Nesse intuito jaacute desenvolveu os seguintes estudos como subsiacutedios para a elaboraccedilatildeo das poliacuteticas de CampT Situaccedilatildeo Atual da Ciecircncia e da Tecnologia no Brasil (1997) e Formaccedilatildeo da Sociedade da Informaccedilatildeo no Brasil (1998)

Quadro 82 Estrutura organizacional do Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia (MCT)

814 CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico Criado em 1951 e transformado em fundaccedilatildeo vinte trecircs anos

depois no ano de 1974 o CNPq constitui-se na agecircncia de fomento que oferece a maior diversidade de modalidades de apoio agrave ciecircncia e agrave tecnologia no paiacutes Sua esfera de atuaccedilatildeo foi ampliada recentemente com a possibilidade de mobilizar recursos provenientes de outros Ministeacuterios e dos Fundos Setoriais aliada agrave responsabilidade pela coordenaccedilatildeoexecuccedilatildeo de uma seacuterie de programas importantes dentre eles o PADCT3 o Pronex4e o Milecircnio5 O CNPq atua sob duas formas principais o fomento e a formaccedilatildeo de recursos humanos qualificados para a pesquisa Na primeira categoria a agecircncia atua fundamentalmente sob a forma de programas que se classificam em baacutesicos e especiais Os programas baacutesicos destinam-se ao atendimento das demandas nas diversas aacutereas do conhecimento mediante criteacuterios de meacuterito ou tambeacutem de acordo com as prioridades de investimento estabelecidas pelo oacutergatildeo Os programas especiais atendem a aacutereas consideradas estrateacutegicas por meio de mecanismos de induccedilatildeo da articulaccedilatildeo interinstitucional e da incorporaccedilatildeo de criteacuterios relevantes Desde o ano de 2000 os investimentos do CNPq nesses programas tecircm sido realizados em consonacircncia com o Programa Plurianual de Governo (PPA) Em 2001 foram executados 10 programas de acordo com o PPA e mais quatro programas pertencentes a outros ministeacuterios

3 Criado em 1984 com o objetivo de ampliar o apoio financeiro agrave pesquisa esse programa constitui-se hoje numa fonte importante de recursos agrave investigaccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica 4 O Programa de Apoio a Nuacutecleos de Excelecircncia - PRONEX criado em 1996 tem como objetivo a consolidaccedilatildeo do processo de desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico por meio do apoio a nuacutecleos de pesquisadores com comprovada competecircncia teacutecnico-cientiacutefica e tradiccedilatildeo na sua aacuterea de atuaccedilatildeoAteacute o momento (Janeiro de 2002) 206 grupos foram selecionados (80 deles na aacuterea da Ciecircncia da Vida 55 nas Ciecircncias Exatas 24 nas Ciecircncias Humanas e 47 na aacuterea de Tecnologia) oriundos de 14 estados brasileiros envolvendo um total de 40 instituiccedilotildees de pesquisa

5 O Programa Institutos do Milecircnio (MSI) eacute inovador criado em 1998 pelo MCT em conjunto com o CNPq e gerenciado pelo Grupo Consultivo de Ciecircncia e Tecnologia(GCCT) do PADCT III O objetivo principal do programa eacute aumentar a competecircncia cientiacutefica brasileira em aacutereas importantes da ciecircncia e tecnologia mediante o apoio e capacitaccedilatildeo de centros de pesquisa e laboratoacuterios de alta qualidade cientiacutefica eou atuantes em aacutereas estrateacutegicas para o desenvolvimento do paiacutes Os institutos apoiados pelo Programa dividem-se em 2 tipos Grupo 1 - Institutos com excepcional niacutevel cientiacutefico e tecnoloacutegico dentro do qual seratildeo apoiados 20 projetos e Grupo 2 - Institutos que atuam em aacutereas estrateacutegicas (Ciecircncias do Mar Ciecircncias do Amazonas Ciecircncias do Semi-aacuterido) A operacionalizaccedilatildeo do programa prevecirc a articulaccedilatildeo de redes cientiacuteficas e tecnoloacutegicas e a integraccedilatildeo com centros internacionais de pesquisa o estiacutemulo agrave inovaccedilatildeo tecnoloacutegica a promoccedilatildeo de projetos inter e multidisciplinares e a desconcentraccedilatildeo do conhecimento em benefiacutecio das regiotildees brasileiras com menor desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico (wwwmclgovbr)

O investimento na formaccedilatildeo qualificada de recursos humanos para a pesquisa daacute-se principalmente mediante a concessatildeo de bolsas de diversas modalidades (ver dados no item investimento em ciecircncia e tecnologia)

no paiacutes bull iniciaccedilatildeo agrave pesquisa cientiacutefica bull formaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo de pesquisadores (estaacutegio

especializaccedilatildeo aperfeiccediloamento mestrado doutorado e poacutes-doutorado)

bull bolsas de estiacutemulo agrave pesquisa (produtividade em pesquisa desenvolvimento cientiacutefico e regional receacutem-doutor pesquisador visitante pesquisador estrangeiro desenvolvimento de gestatildeo institucional especialista visitante institucional e apoio teacutecnico)

bull bolsas de desenvolvimento tecnoloacutegico empresarial

no exterior bull bolsas de aperfeiccediloamento estaacutegioespecializaccedilatildeo doutorado

doutorado sanduiacuteche poacutes-doutorado estaacutegio secircnior e convecircnios e apoios institucionais

815 FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos como agecircncia federal criada em marccedilo de 1965 a FINEP foi

constituiacuteda inicialmente como um fundo - o Fundo de Financiamento de Estudos e Projetos e Programas Em 1969 com a criaccedilatildeo do Fundo Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (FNDCT) ela passou a ser a sua secretaria executiva oficial Nesse periacuteodo a FINEP exerceu um importante papel no fomento da pesquisa acadecircmica estimulando a implantaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da pesquisa nos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem do apoio dado a grupos e instituiccedilotildees de pesquisa

Em 1973 essa agecircncia passou a ser tambeacutem um instrumento de incentivo ao desenvolvimento tecnoloacutegico empresarial Entretanto somente nos anos 90 passou a ter seu papel completamente redefinido deixando de apoiar a pesquisa acadecircmica para ser a agecircncia federal da inovaccedilatildeo tecnoloacutegica favorecendo principalmente a produccedilatildeo de novas tecnologias em empresas e outras instituiccedilotildees que investem em pesquisa e desenvolvimento

Na promoccedilatildeo do desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico a FINEP tem buscado articular diferentes instrumentos na forma de concessatildeo de bolsas apoio agrave pesquisa financiamento em condiccedilotildees adequadas ao desenvolvimento tecnoloacutegico e inovativo aportes de capital de risco incentivos fiscais e creacutedito com participaccedilatildeo nos resultados6

6 wwwfmepgovbr Relatoacuterio de gestatildeo 2001

Atualmente as operaccedilotildees da FINEP satildeo organizadas com base em 3 eixos operacionais

- fomento agrave inovaccedilatildeo em grandes empresas e empresas liacutederes - apoio agrave inovaccedilatildeo e agrave difusatildeo tecnoloacutegica em arranjos produtivos locais e - apoio a instituiccedilotildees de pesquisa e a empresas de base tecnoloacutegica

816 Outros organismos de apoio agraves atividades de CampT Vaacuterios organismos natildeo vinculados diretamente ao MCT tambeacutem

integram o complexo nacional de CampT Em niacutevel federal a Fundaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento

de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES) oacutergatildeo vinculado ao MEC eacute responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo e implementaccedilatildeo da poliacutetica de poacutes-graduaccedilatildeo mantendo o maior programa de bolsas de mestrado e doutorado no paiacutes

As principais linhas de atuaccedilatildeo dessa entidade satildeo

- A concessatildeo de bolsas no paiacutes e no exterior - Fomento agrave investigaccedilatildeo por meio do apoio a eventos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e culturais de curta duraccedilatildeo no paiacutes promovidos por associaccedilotildees e sociedades cientiacuteficas bem como de apoio agrave apresentaccedilatildeo de trabalhos de professores e pesquisadores doutores em eventos no exterior - Avaliaccedilatildeo dos programas de poacutes-graduaccedilatildeo residecircncia meacutedica e administraccedilatildeo - A execuccedilatildeo do PADCT - A cooperaccedilatildeo internacional

Da mesma forma fazem parte desse complexo de CampT as grandes universidades principalmente as federais que concentram volume consideraacutevel de grupos de pesquisa e laboratoacuterios e as fundaccedilotildees universitaacuterias a elas vinculadas No acircmbito federal existem os centros de pesquisa das maiores empresas estatais - em aeronaacuteutica e espaccedilo telecomunicaccedilotildees energia exploraccedilatildeo de petroacuteleo e petroquiacutemica agropecuaacuteria sauacutede dentre outros tais como a Petrobraacutes a Eletrobraacutes a Embraer e a EMBRAPA

Em niacutevel estadual existem as Secretarias de Ciecircncia e Tecnologia em vaacuterios estados brasileiros e agecircncias fomentadoras em 15 deles - as Fundaccedilotildees de Amparo agrave Pesquisa - sendo as mais expressivas a de Satildeo Paulo Rio Grande do Sul Minas Gerais e Rio de Janeiro Existem

ainda os conselhos e instituiccedilotildees tecnoloacutegicas atuando em vaacuterios estados sobretudo nas aacutereas de sauacutede e agricultura

Por fim tem-se no acircmbito do setor privado institutos e centros de pesquisa e empresas privadas que desenvolvem atividades de pesquisa e desenvolvimento alguns deles associados agrave Associaccedilatildeo Brasileira de Institutos de Pesquisa Tecnoloacutegicos (ABIPTI) ou agrave Associaccedilatildeo Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Industriais (ANPEI) como a USIMINAS o Instituto Mauaacute de Tecnologia a Petroquiacutemica do Sul e a Sadia dentre outros

82 O fomento agraves atividades de CampT

821 instrumentos e mecanismos de apoio O apoio ao desenvolvimento das atividades de CampT e de

formaccedilatildeo de recursos humanos daacute-se mediante um conjunto de instrumentos e de mecanismos coordenados pelas agecircncias de fomento Os instrumentos satildeo

- Bolsas de apoio agraves atividades de pesquisa distinguindo-se em iniciaccedilatildeo cientiacutefica apoio teacutecnico bolsas produtividade para o pesquisador aleacutem das bolsas de formaccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo (mestrado e doutorado) e poacutes-doutorado - Recursos financeiros de apoio a projetos de pesquisa - Os mecanismos e procedimentos da execuccedilatildeo do fomento dividem-se em - Editais (publicaccedilatildeo dos regulamentos da participaccedilatildeo no diaacuterio oficial) - Cronograma com calendaacuterio afixado pelas agecircncias para apresentaccedilatildeo de projetos - Fluxo contiacutenuo (o chamado atendimento de balcatildeo com entrada contiacutenua de pedidos de apoio)

822 Origem dos recursos Os recursos financeiros que datildeo suporte agraves atividades de CampT

provecircm das seguintes fontes

- Orccedilamentaacuterios originaacuterios do Tesouro Nacional que compotildeem os orccedilamentos ordinaacuterios das agecircncias - Recursos oriundos de Fundos provenientes de recursos orccedilamentaacuterios mas principalmente de recursos extraordinaacuterios Exemplo FNDCT PADCT e os Fundos Setoriais - Recursos privados originaacuterios do investimento de empresas privadas

A grande expansatildeo do complexo de ciecircncia e tecnologia brasileiro ocorreu na deacutecada de 1970 quando as poliacuteticas para esse setor surgiram mais explicitamente como objeto da poliacutetica desenvolvimentista do Estado O modelo de desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico integrava-se assim aos planos estrateacutegicos econocircmicos do governo cuja principal diretriz era a poliacutetica de auto-suficiecircncia industrial mediante a construccedilatildeo de um parque cientiacutefico e tecnoloacutegico avanccedilado7

Muito embora as principais agecircncias de fomento tenham sido criadas na deacutecada de 1950 (como o CNPq e a CAPES) somente a partir da deacutecada de 1970 satildeo criados os principais instrumentos e programas que instalaram e consolidaram uma base cientiacutefica e tecnoloacutegica no paiacutes

A criaccedilatildeo de uma estrutura de financiamento proacutepria para a ciecircncia e tecnologia daacute-se inicialmente com a criaccedilatildeo do Fundo Nacional de Tecnologia (FND) com investimentos do BNDES o qual mais tarde foi substituiacutedo pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Ciecircncia e da Tecnologia (FNDCT) que passou a fazer parte do orccedilamento federal

Aleacutem dos recursos orccedilamentaacuterios do Tesouro compunham esse Fundo os recursos provenientes dos incentivos fiscais empreacutestimos de instituiccedilotildees financeiras e outras entidades contribuiccedilotildees e doaccedilotildees de entidades puacuteblicas e privadas aleacutem de recursos de diferentes fontes (art 2o do Decreto-Lei ndeg 719 de 310769) A responsabilidade pela gestatildeo de tais recursos coube agrave FINEP

O FNDCT foi praticamente a uacutenica fonte de financiamento agrave ciecircncia e tecnologia no Brasil nos anos 70 tendo contribuiacutedo sobremaneira para a institucionalizaccedilatildeo da pesquisa cientiacutefica e tecnoloacutegica especialmente no campo da poacutes-graduaccedilatildeo

Entre os anos 1980 e 1990 as atividades de CampT viveram um momento de crise face agraves instabilidades orccedilamentaacuterias para o setor como tambeacutem agrave crescente burocratizaccedilatildeo que caracterizou o funcionamento das mais importantes agecircncias e oacutergatildeos de fomento aleacutem da ausecircncia de uma poliacutetica mais especiacutefica para esse campo com isso o papel de agente financiador do FNDCT ficou bastante reduzido

Em 1984 foi criado o 1ordm Programa de Apoio ao Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (PADCT) como um meio de ampliar o apoio financeiro agrave pesquisa e de racionalizar o sistema de financiamento (Guimaratildees 1994)

7 Alguns autores indicam contradiccedilotildees na articulaccedilatildeo entre a poliacutetica governamental do periacuteodo e a poliacutetica cientiacutefica e tecnoloacutegica De forma que a auto-suficiecircncia nacional em termos tecnoloacutegicos soacute foi realmente incentivada nesse periacuteodo em setores especiacuteficos como a microeletrocircnica Contudo a vinculaccedilatildeo entre essas duas poliacuteticas acrescidos alguns fatores como uma base fiscal em expansatildeo e o apoio da comunidade cientiacutefica constituiacuteram-se em aspectos importantes na expansatildeo do parque cientiacutefico e tecnoloacutegico na deacutecada de 70 (Schwartzaman 1993)

Inicialmente planejado como uma fonte complementar de recursos agrave investigaccedilatildeo em CampT o referido Programa consolidou-se como um instrumento importante na garantia de um patamar necessaacuterio de investimentos no campo cientiacutefico e tecnoloacutegico Tanto assim que hoje representa uma das principais fontes de recursos ao fomento nessa aacuterea

Os recursos do PADCT satildeo co-financiados pelo Banco MundialBIRD mediante realizaccedilatildeo de trecircs acordos de empreacutestimo financeiro entre esse oacutergatildeo e o governo brasileiro A cada um desses acordos fumados corresponde uma fase especiacutefica do programa (Quadro 81)

Os PADCT I e II financiaram um total de 4500 projetos representando um investimento final de US$ 470 milhotildees de doacutelares Quanto aos recursos do PADCT III resultantes da renovaccedilatildeo do programa em 1998 o orccedilamento estimado gira em torno de US$ 300 milhotildees de doacutelares - metade deles financiada pelo BIRD e o restante pelo Tesouro do governo brasileiro O PADCT III eacute coordenado pela Secretaria de Coordenaccedilatildeo e Gerenciamento SGC do MCT que tem entre outras atribuiccedilotildees a articulaccedilatildeo entre os seus oacutergatildeos executores -CNPq CAPES e FINEP - agecircncias responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo gestatildeo financeira acompanhamento e avaliaccedilatildeo dos projetos do programa Divide-se hoje em 3 componentes o de Ciecircncia e Tecnologia CCT que atua no financiamento de projetos de PampD e de formaccedilatildeo de recursos humanos o de Desenvolvimento TecnoloacutegicoCDT com a promoccedilatildeo do desenvolvimento tecnoloacutegico das empresas e o aumento dos investimentos privados em CampT e o de Suporte SetorialCSS com a promoccedilatildeo e financiamento de atividades voltadas para a prestaccedilatildeo de serviccedilos (Reforma e Aperfeiccediloamento do setor de suporte teacutecnico e financiamento agraves accedilotildees relativas agrave tecnologia industrial baacutesica - TIB)

823 Os Fundos Setoriais um novo modelo de financiamento A atual poliacutetica brasileira de desenvolvimento cientiacutefico e

tecnoloacutegico estaacute alicerccedilada em um novo modelo de financiamento os Fundos Setoriais criados com o objetivo de contribuir para a formaccedilatildeo de uma poliacutetica nacional de CampT de longo prazo Visam a ampliar e fortalecer dois grandes esforccedilos incentivar o desenvolvimento tecnoloacutegico empresarial (um dos pontos centrais da agenda de CT ampI) e oferecer um novo padratildeo de financiamento adequado agraves necessidades de investimentos em CT ampI inclusive com novas fontes de recursos

Os Fundos Setoriais surgiram no acircmbito do processo de privatizaccedilatildeo e desregulamentaccedilatildeo das atividades de infra-estrutura no paiacutes sendo oriundos de contribuiccedilotildees incidentes sobre o faturamento de empresas eou sobre o resultado da exploraccedilatildeo de recursos naturais pertencentes agrave Uniatildeo

Hoje mais do que nunca existe a consciecircncia da necessidade de haver novas fontes de financiamento que nao as dependentes do Tesouro Nacional para promover o desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico Os Fundos Setoriais passam a compor uma nova fonte de recursos no campo da CampT originaacuteria basicamente de receitas fiscais adicionais resultantes de processos de concessotildees em determinados setores assim como da contribuiccedilatildeo de empresas privadas face ao imposto de renda sobre royalites e de licenccedilas autorizaccedilotildees e parcelas das receitas das empresas beneficiadas com incentivos fiscais

Os recursos dos fundos setoriais sao alocados no FNDCT operado pela FINEP e satildeo orientados por diretrizes e planos anuais de investimentos definidos pelos Comitecircs Gestores Existem hoje 14 Fundos Setoriais

- CT-PETRO - Fundo de Petroacuteleo e Gaacutes Natural - CT-INFRA - Fundo de Infra-estrutura - CT-ENERG - Fundo de Energia - CT-H1DRO - Fundo de Recursos Hiacutedricos - CT-TRANSPO - Fundo de Transportes - CT-MINERAL - Fundo Setorial de Recursos Minerais - VERDE-AMARELO - Interaccedilatildeo Universidade Empresa - CT-ESPACIAL - Fundo Espacial de Ciecircncia e Tecnologia - CT-INFO - Fundo de Tecnologia da Informaccedilatildeo - FUNTTEL - Fundo para o Desenvolvimento Tecnoloacutegico

das Telecomunicaccedilotildees - CT-Biotecnologia - CT-Agronegoacutecio - CT-Aeronaacuteutico - CT-Sauacutede

Os quatorze fundos setoriais atualmente em funcionamento (com exceccedilatildeo do Fundo para o Desenvolvimento Tecnoloacutegico das Telecomunicaccedilotildees) passam a compor o antigo FNDCT com os novos recursos provenientes dos fundos setoriais o FNDCT passa novamente a assumir uma importacircncia como agente financiador no sistema de CampT contando agora com recursos estaacuteveis natildeo sujeitos a cortes orccedilamentaacuterios

A poliacutetica de fomento dos Fundos eacute estabelecida pelos comitecircs gestores integrados compostos por representantes do MCT dos demais ministeacuterios de agecircncias reguladoras setoriais da comunidade cientiacutefica e da iniciativa privada A Secretaria Executiva do FNDCT - FINEP -

exerce a funccedilatildeo de agente teacutecnico-operacional e financeiro dos fundos cabendo-lhe as seguintes atribuiccedilotildees

- subsidiar o Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia na elaboraccedilatildeo dos documentos relativos ao acompanhamento agrave avaliaccedilatildeo anual e agrave elaboraccedilatildeo e atualizaccedilatildeo do Plano Plurianual de Investimentos a serem submetidos ao Comitecirc

- aplicar os recursos do FNDCT em conformidade com o Manual Operativo

- constituir comitecircs teacutecnicos com a finalidade de analisar e opinar sobre projetos de amparo agrave pesquisa cientiacutefica e ao desenvolvimento tecnoloacutegico

- solicitar sempre que necessaacuterio apoio teacutecnico de representantes das agecircncias governamentais

- elaborar o Manual Operativo para apreciaccedilatildeo dos Comitecircs Gestores e posterior aprovaccedilatildeo pelo Ministro de Ciecircncia e Tecnologia

- coordenar os trabalhos de preacute-qualificaccedilatildeo das operaccedilotildees elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo dos editais de convocaccedilatildeo de propostas seleccedilatildeo e contrataccedilatildeo de consultores ad hoc nos termos definidos pelo Manual Operativo

- convocar os comitecircs teacutecnicos - acompanhar e avaliar as operaccedilotildees contratadas com recursos

do FNDCT - divulgar dados sobre os fundos bem como prestar as

informaccedilotildees que vierem a ser solicitadas pelos poderes competentes sobre a aplicaccedilatildeo dos recursos

Entre as diretrizes baacutesicas dos Fundos Setoriais estatildeo a desconcentraccedilatildeo regional das atividades de CampT e uma maior integraccedilatildeo entre os diversos atores do sistema Para tanto estaacute prevista a aplicaccedilatildeo de 20 dos recursos totais dos Fundos na implantaccedilatildeo recuperaccedilatildeo e modernizaccedilatildeo da infra-estrutura das instituiccedilotildees puacuteblicas de ensino superior e pesquisa8 (por meio do CT-INFRA) e 30 desses nas regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste menos desenvolvidas no acircmbito cientiacutefico e tecnoloacutegico

8 O CT-Infra foi instituiacutedo pela Lei no 10197 de 14022001 Aleacutem das Instituiccedilotildees puacuteblicas de ensino superior e pesquisa tambeacutem podem receber recursos desse Fundo as organizaccedilotildees sociais que desenvolvam atividades de pesquisa cientiacutefica e que tenbam firmado contrato de gestatildeo com o MCT ou com o MEC (wwwfinepgovbrfundos_setoriais ctJnfra_publico_alvoasp)

Segundo informaccedilotildees divulgadas pelo governo brasileiro essa nova fonte deveraacute gerar um acreacutescimo anual de R$ 1 bilhatildeo de reais ao orccedilamento federal de fomento agrave ciecircncia e tecnologia Dados atuais mostram contudo que do orccedilamento do FNDCT de R$725 milhotildees em 2001 composto basicamente por recursos oriundos dos Fundos apenas R$3343 milhotildees foram executados e desses R$3141 milhotildees liberados para a realizaccedilatildeo de convecircnios (wwwfinepgovbrRelatorio de Gestatildeo2001)

824 Investimentos em Ciecircncia e Tecnologia Em 1999 o percentual de investimentos em CampT no Brasil

correspondia a cerca de 135 do PIB e o investimento em PampD a 087 Os gastos em CampT em relaccedilatildeo ao PIB satildeo portanto ainda muito pequenos se comparados aos dos paiacuteses que mais investem na aacuterea e cujos dispendios giram em torno de 2 a 3 do seu respectivo produto interno bruto

A maior parte dos recursos destinados agrave promoccedilatildeo de atividades de CampT provecircm do governo federal que no ano de 1999 aplicou R$27 bilhotildees tendo sido o responsaacutevel por mais de 60 dos investimentos na aacuterea Tais recursos satildeo alocados entre os ministeacuterios que investem em CampT seja diretamente ou via empresas e instituiccedilotildees a eles vinculados O MCT recebeu a maior parte dos recursos em 1999 (477) sendo o restante distribuiacutedo entre os Ministeacuterios da Educaccedilatildeo (208) da Agricultura (189) Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (38) Sauacutede (27) Meio Ambiente (22) e outros (39) (Graacutefico 81)

Graacutefico 81 MCT Recursos do Governo Federal aplicados em Ciecircncia e

Tecnologia (CampT) segundo Ministeacuterios (Brasil 1999)

Fonte MCTLivro Verde 2001

Nos dados da Tabela 81 venfica-se que na ultima deacutecada os dispendios realizados pelo governo federal sofreram grandes oscilaccedilotildees apresentando aumento significativo entre os anos de 1992 a 1996 e um decreacutescimo no periodo de 1997 a 1999 Tais investimentos demonstraram sinais de recuperaccedilatildeo voltando a crescemos anos seguintes (2000-2001) em decorrecircncia da criaccedilatildeo dos Fundos Setoriais Relativamente aos investimentos por modalidade de atividades de CampT nota-se uma priorizaccedilatildeo dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento uma modalidade que ao longo do periacuteodo considerado sempre recebeu maior quantidade de recursos

Tabela 81 MCT Recursos do Governo Federal aplicados em Ciecircncia e

Tecnologia (CampT) por modalidade (Brasil 1991-2001)

Ano

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

Valor Total

26625868

19652132

24725599

31597437

32453337

33556680

30753906

27751576

27533136

28066943

39870228

Pesquisas e Desenvolvimento (PampD)

Valor

13372311

10352102

14475469

20717091

21493563

20623043

18556000

15552135

15856276

-

-

502

527

585

656

662

615

603

560

576

-

-

Atividades Cientiacuteficas e Teacutecnicas Correlatas (ACTC)

Valor

13253557

9300030

10250130

10880346

10959774

12933637

12197906

12199441

11676860

-

-

498

473

415

344

338

385

397

440

424

-

-Fonie Sistema de Administraccedilatildeo Financeira do Governo Federal (Siafi) Extraccedilatildeo especial realizada pelo Serviccedilo Federal de Processamento de Dados (Serpro) Elaboraccedilatildeo Coordenaccedilatildeo de Estatiacutesticas e Indicadores - Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Notas valores atualizados pelo IGP - Dl da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Para a atualizaccedilatildeo monetaacuteria levou-se em conta a execuccedilatildeo mensal dos recursos orccedilamentaacuterios cujos valores a preccedilos de 1999 foram acumulados anualmente para compor esses indicadores As informaccedilotildees para 1999 e anos posteriores natildeo satildeo estritamente comparaacuteveis com as demais tendo em vista que a partir daquele ano foram incorporadas ao Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia instituiccedilotildees anteriormente subordinadas ao Ministeacuterio Extraordinaacuterio de Programas Especiais (1) Valores a preccedilos correntes de 2000 (2) Informaccedilotildees obtidas na Lei Orccedilamentaacuteria para 2001 Valores correntes

O Ministeacuterio da Ciecircncia e da Tecnologia como oacutergatildeo coordenador do complexo de atividades de CampT no paiacutes eacute o principal canal de investimento absorvendo a maior parte dos recursos do governo federal destinados ao setor Entre os anos de 1991 e 1998 o MCT investiu

aproximadamente um bilhatildeo de reais ao ano em ciecircncia e tecnologia A partir de 2000 observa-se um aumento consideraacutevel no niacutevel de investimento decorrente em grande parte da inclusatildeo no orccedilamento de recursos provenientes dos fundos setoriais e de outra da incorporaccedilatildeo de instituiccedilotildees anteriormente subordinadas a outros ministeacuterios

Graacutefico 82 Recursos do Governo Federal aplicados em Ciecircncia e Tecnologia (CampT) pelo Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Brasil1991-2001

Fonte Sistema Integrado de Administraccedilatildeo Financeira do Governo Federal (Siafi) Extraccedilatildeo especial realizada pelo Serviccedilo Federal de Processamento de Dados (Serpro) Elaboraccedilatildeo Coordenaccedilatildeo de Estatiacutesticas e Indicadores - Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Notas Valores monetaacuterios expressos em R$ 1000000 de 1999 atualizados pelo iacutendice Geral de Preccedilos - Disponibilidade Interna (IGP-DI) da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas (FGV) Para a atualizaccedilatildeo monetaacuteria levou-se em conta a execuccedilatildeo mensal dos recursos orccedilamentaacuterios cujos valores foram atualizados mensalmente para preccedilos meacutedios de 1999 e acumulados anualmente

1) Informaccedilotildees obtidas no Balanccedilo Geral da Uniatildeo de 2000 Valores correntes 2) Informaccedilotildees obtidas na Lei Orccedilamentaacuteria para 2001 Valores Correntes

Entre as principais agecircncias de fomento agrave pesquisa e formaccedilatildeo de recursos humanos estatildeo o CNPq e a FINEP ligados ao MCT e a CAPES ligada ao MEC

O desembolso com bolsas de estudo e pesquisa continua sendo a principal fonte de aplicaccedilatildeo e o mais importante meio de operacionalizaccedilatildeo das atividades do CNPq Em 2001 703 dos gastos do CNPq nas duas linhas baacutesicas de atuaccedilatildeo foram destinados aos dispendios com bolsas Desde 1995 observa-se uma niacutetida reduccedilatildeo no financiamento desse item resultante da queda no volume total dos recursos aplicados pela agecircncia que vecircm decrescendo desde o ano de 1994 passando de um total de R$ 8467 milhotildees nesse ano para R$ 5454 milhotildees em 2000 Em 2001 esse volume voltou a crescer apresentando

um aumento de 88 em relaccedilatildeo ao ano anterior (Tabela 82) Por outro lado os recursos destinados agraves atividade de fomento

vecircm crescendo nos uacuteltimos dois anos (2000 e 2001 ) dos recursos aplicados em bolsas e fomento a participaccedilatildeo deste uacuteltimo elevou-se de 113 em 1999 para 297 em 2001 Tal aumento decorre especialmente de dois fatores o aporte de recursos oriundos dos fundos setoriais e a execuccedilatildeo de novos programas como o Pronex e os Institutos do Milecircnio

Tabela 82 CNPq Investimentos realizados em bolsas e no fomento

agrave pesquisa-19902001

Ano

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001(3)

Bolsas no Pais ( 1 )

RS

252632

273414

265293

344480

670774

720560

662856

603227

503515

434629

383816

377208

Part

5S3

nd

nd

nd

792

827

821

809

846

785

704

636

Bolsas no Exterior ( 1 ) RS

86948

113516

167959

128096

96568

85739

65747

46637

37605

56652

48805

40007

Pan

201

nd

nd

nd

114

98

81

63

63

102

89

67

Subtotal

RS

339580

386929

433252

472577

767342

806298

728603

649865

541120

491281

432622

417215

Pan

783

nd

nd

nd

906

9 2 5

903

872

909

887

793

703

Fomento agrave Pesquisa (2)

RS

93894

nd

nd

nd

79399

64939

78395

95470

54367

62696

112792

176097

Partdego

217

nd

nd

nd

94

75

97

128

91

113

207

297

Total

RS

433474

nd

nd

nd

846740

871237

806998

745334

595487

553978

545413

593312

Part

03

nd

nd

nd

nd

2 9

-74

-76

-201

-70

-15

88

Fonte CNPqDADAEI(dados primaacuterios obtidos do Sistema Gerencial de Fomento - SIGEF) ( DRelat_AtTotba_94-01 ) Notas A partir de 1997 estatildeo computados os recursos referentes a convecircnios e apoios institucionais Fonte Tesouro da Uniatildeo Inclui recursos dos fundos setoriais em 2000 e 2001 As concessotildees operacionalizadas pelo sistema de fluxo contiacutenuo foram consideradas no fomento agrave pesquisa () 1990-00 valores corrigidos para preccedilos meacutedios de 2001 pelo IGP-DI 2001 valores correntes (1) Recursos relativos agraves folhas de pagamento de janeiro a dezembro (mecircs de competecircncia) de cada ano (2) Recursos pagos no exerciacutecio (mesmo que empenhados em exerciacutecio anteriores) atraveacutes das Solicitaccedilotildees de Liberaccedilatildeo de Recursos - SLRs (3) Dados preliminares

O histoacuterico da evoluccedilatildeo dos dispendios realizados pela CAPES ( 1995 a 2002) revela um crescimento dos investimentos os quais passaram de aproximadamente RS 418 milhotildees em 1995 para cerca de RS 516 milhotildees em 2002 Desses recursos mais de 80 foram destinados agrave

formaccedilatildeo de recursos humanos mediante o programa de bolsas de estudos (Graacutefico 84) O restante dos recursos foi aplicado no fomento agraves atividades dos programas de poacutes-graduaccedilatildeo

Graacutefico 83 CAPES Dotaccedilatildeo Orccedilamentaacuteria e Despesa Realizada - 1995-2002

(em R$ milhotildees correntes)

Fonte wwwcapesgovbr

Graacutefico 84 CAPES Investimentos realizados em Bolsas - 1995-2002

(em R$ milhotildees correntes)

Fonte wwwcapesgovbr

Outra fonte de financiamento agraves atividades de CampT satildeo os recursos provenientes dos governos estaduais cujos investimentos no setor tecircm girado em terno de 1 bilhatildeo de reais desde 1996 A distribuiccedilatildeo desses recursos por regiatildeo revela uma disparidade nos investimentos a

maior parte provem da regiatildeo Sudeste que sozinha respondeu por 733 do total aplicado em 2000 sendo o estado de Satildeo Paulo o responsaacutevel pela maior parte dos recursos Aleacutem da distribuiccedilatildeo fortemente desigual dos investimentos tem-se ainda uma expressiva oscilaccedilatildeo nos dispendios realizados no desenvolvimento de atividades cientiacuteficas e tecnoloacutegicas pelas regiotildees com frequumlentes decreacutescimos e elevaccedilotildees no periacuteodo analisado (Tabela 83)

Tabela 83 Recursos dos Governos Estaduais aplicados em Ciecircncia

e Tecnologia (CampT) Brasil1990-2000

Grandes Regiotildees e

Unidades da Federaccedilatildeo

Total

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

1990

663674

24006

70392

425432

115161

28662

1991

867037

24057

119909

631572

78909

12589

1992

832479

3187

69765

582444

131863

45220

1993

1007302

10031

80238

776730

106554

33749

1994

971864

15599

85055

632921

160818

77470

1995

886068

3527

93939

483404

255069

50129

1996

1106826

2015

99391

741197

222700

41522

1997

1209840

8545

127838

793088

239903

40466

1998

1203473

9807

139576

784414

231780

37895

1999

1125153

6643

97663

832332

158102

30413

2000

1036640

23106

68401

759926

152513

32694

Fonte Balanccedilos Gerais dos Estados e levantamentos realizados pelas Secretarias Estaduais de Ciecircncia e Tecnologia ou instituiccedilotildees afins Elaboraccedilatildeo Coordenaccedilatildeo de Estatiacutesticas e Indicadores - Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Notas Valores monetaacuterios expressos em R$ 1000 de 1999 atualizados pelo iacutendice Geral de Preccedilos - Disponibilidade Interna - IGP-DI - (meacutedias anuais) da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas (FGV) (1) Em 2000 dados preliminares

As Fundaccedilotildees de Amparo agrave Pesquisa de acircmbito regional (FAPS) apoiam financeiramente projetos de pesquisa ensino e extensatildeo apresentados por pesquisadores das universidades e centros de pesquisa pertencentes aos respectivos estados Aleacutem disso tambeacutem promovem financeiramente a realizaccedilatildeo de eventos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos a capacitaccedilatildeo de recursos humanos a realizaccedilatildeo de trabalhos cientiacuteficos culturais e artiacutesticos bem como projetos de desenvolvimento institucional cientiacutefico e tecnoloacutegico das instituiccedilotildees puacuteblicas

Natildeo existem dados agregados relativos ao volume de recursos aplicados por todas as FAPS Apresenta-se a seguir dados referentes agrave evoluccedilatildeo dos dispendios realizados pela FAPESP a FAP mais atuante no Brasil No periacuteodo de 1995 a 1998 a FAPESP realizou um investimento meacutedio de U$ 219 milhotildees em instituiccedilotildees universidades e empresas que desenvolvem pesquisa Nesse periacuteodo a maior parte dos recursos da agecircncia foi destinada agraves universidades estaduais paulistas que concentram grande nuacutemero de pesquisadores e grupos de pesquisas (ver Tabela 84)

Tabela 84 FAPESP Dispecircndio e execuccedilatildeo da pesquisa no Estado de Satildeo Paulo por fonte de recursos e perfil institucional dos usuaacuterios (1995-1998)

Em USS 1000 de 1998

Setor de execuccedilatildeo

Setor Puacuteblico Institutos Pesquisa Federais

Institutos Pesquisa Estaduais Universidades Federais

Universidades Estaduais

Outras instituiccedilotildees Puacuteblicas

Setor Privado

Universidades Privadas

Outras Inst s fins lucrativos

Empresas (1)

Pessoas fiacutesicas Outros(2)

Total s Total

1995

us$ 230437

13183

20541

196713

-

9252

6448

168

2637

-

239689

-

961

55

86

821

-

39 27

01

11 --

100

150

1996

US$ 213590

11559

23185

178845

-

9134

5613

267

3252

-bull

222721

961

55

86

S21

-

39

27

01

11 --

100

141

1997

US$ 219241

15773

26637

176505

326

13400

7863

395

3583 1559

-232641

-

942

68

115 759

01

58

34

02

15

07

-100 138

1998

US$ 214125

15247

-

23363 175394

121

18473

9920

439

3946

4167

13869 246467

-

869

62

-

95

712

00

75

40

02

18 17

56

100 163

Para a FAPESP a categoria universidades federais engloba na verdade aleacutem das IES institutos de pesquisa federais O mesmo ocorre com a categoria universidades privadas que engloba aleacutem das IES instituiccedilotildees privadas de pesquisa 11 ) Trata-se de recursos captados pelas empresas no setor puacuteblico Natildeo incluem incentivos fiscais nem recursos proacuteprios das empresas em PampD ou PampDampE (2) No caso do CNPq corresponde a bolsas no exterior e da FAPESP a recursos liberados e natildeo alocados Fonte Ipen Inpe ITI CPqD Embrapa UFSCar Secretaria da Fazenda do Estado de Satildeo Paulo IPT USP Unicamp Unesp CNPq FINEP FAPESP (1995 1996 1997 e 1998a b) MCT (1997 e 1998) Salles-Filho et ai (2000) Mello (2000) CAPES (2000) Elaboraccedilatildeo equipe de pesquisa (GeopiUnicamp)

Em 1998 as empresas privadas brasileiras responderam por 357 dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento percentual de gastos que coloca o paiacutes agrave frente de paiacuteses como o Meacutexico e Portugal mas disshytante de paiacuteses como a Coreacuteia Japatildeo e Irlanda cujos investimentos no setor situaram-se em torno de 70 nesse mesmo ano (OECD Main Science and Technology Indicators nl 2000) um dos indicadores da capacidade de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica de um paiacutes eacute o niacutevel de participaccedilatildeo do setor privado nos dispendios nacionais de ciecircncia e tecnologia Quanto maior for essa participaccedilatildeo maior seraacute o esforccedilo do paiacutes em ampliar sua capacidade inovadora Considerando-se essa relaccedilatildeo verifica-se assim que o aumento da nossa capacidade de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica dependeraacute largamente do crescimento significativo dos investimentos em ciecircncia e tecnologia por parte das empresas brasileiras

83 A pesquisa cientiacutefica e tecnologica no Brasil Natildeo obstante o ainda reduzido investimento brasileiro em Ciecircncia e

Tecnologia (09 do PIB) se comparado com o de paiacuteses como a Coreacuteia (30) nosso paiacutes vem apresentando um crescimento significativo em todos os indicadores de desempenho nessa aacuterea destacando-se principalmente

- aumento da qualificaccedilatildeo de recursos humanos via titulaccedilatildeo de mestres e doutores e do ineacutedito programa de apoio agrave iniciaccedilatildeo cientiacutefica - crescimento do sistema de Poacutes-Graduaccedilatildeo - crescimento das atividades de pesquisa indicado pelos dados do Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa CNPq - a evoluccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica

Mesmo jaacute tendo sido apresentados no item 26 deste informe com referecircncia aos indicadores de crescimento do sistema e do desempenho da Poacutes-Graduaccedilatildeo cabe assinalar a tiacutetulo de ilustraccedilatildeo o nuacutemero de bolsas concedido por esse sistema conforme Tabela 85

Tabela 85 -Nuacutemero de bolsas de formaccedilatildeo e de pesquisa concedidas no

paiacutes e no exterior por agecircncias federais e modalidades - 2000

Bolsas concedidas no pais

Mestrado

Doutorado

Iniciaccedilatildeo cientifica

Iniciaccedilatildeo tecnoloacutegica industrial

Bolsas concedidas no exterior

Doutorado

Doutorado sanduiacuteche

Poacutes-doutorado

Total

17251

14016

18483

1367

Total

1152

376

233

Capes

11 679

8158

-Capes

761

309

129

Cnpq

5572

5858

18483

1367

Cnpq

391

67

104

Fonte MCTLivro Verde2001

Eacute de grande relevacircncia o desenvolvimento do programa que busca iniciar estudantes de graduaccedilatildeo na investigaccedilatildeo cientiacutefica e contribuir para a institucionalizaccedilatildeo da pesquisa nas universidades brasileiras Este programa eacute desenvolvido pelo CNPq de duas formas por meio de quotas institucionais pelo Programa de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica (PIBIC) e mediante a concessatildeo direta ao pesquisador (IC) no acircmbito dos Projetos Integrados de Pesquisa (Relatoacuterio Institucional do CNPq 2001) O PIBIC concedeu um total de 15573 bolsas em 2001 e o IC

3190 As bolsas sao concedidas a cada estudante como incentivo agrave participaccedilatildeo nas pesquisas O programa tem alcanccedilado alguns dos objetivos propostos como mostram alguns indicadores destacados no relatoacuterio institucional do CNPq2001

os ex-bolsistas do PIBIC demoram 12 ano para o ingresso no mestrado apoacutes a conclusatildeo da graduaccedilatildeo contra 68 anos daqueles que natildeo tiveram nenhum tipo de bolsa 75 dos egressos do PIBIC que ingressam no mestrado satildeo selecionados para receber bolsa CNPq ou CAPES 61 dos bolsistas do PIBIC publicaram como autor ou co-autor o programa estimulou o envolvimento de novos pesquisadores na atividade de formaccedilatildeo o PIBIC tem contribuiacutedo para a diminuiccedilatildeo das disparidades regionais na alocaccedilatildeo de bolsas de iniciaccedilatildeo cientiacutefica9

831 O Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq Outro indicativo do crescimento da pesquisa cientiacutefica e

tecnoloacutegica no Brasil eacute o aumento expressivo do nuacutemero de pesquisadores e grupos de pesquisa verificado a partir dos dados disponibilizados pelo Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq (DGPB)

O DGPB fornece informaccedilotildees atualizadas e sistematizadas sobre as atividades de investigaccedilatildeo cientiacutefica desenvolvida por grupos de pesquisa localizados em aproximadamente 268 instituiccedilotildees em todo o paiacutes Implementada pelo CNPq em conjunto com o MCT a primeira versatildeo dessa base de dados foi definida em 1993 Atualmente ela vem se aprimorando e jaacute estaacute em sua 5 versatildeo a qual abrange dados referentes ao periacuteodo de 1998 a 2001 O conteuacutedo que integra essa base de dados (grupos de pesquisa linhas de pesquisa em atuaccedilatildeo recursos humanos envolvidos aacutereas do conhecimento dentre outras informaccedilotildees) tem como unidade de anaacutelise os grupos de pesquisa atuantes no paiacutes nas instituiccedilotildees pesquisadas Denomina-se como grupo de pesquisa o conjunto de indiviacuteduos organizados hierarquicamente onde o fundamento organizador dessa hierarquia eacute a experiecircncia o destaque e a lideranccedila no terreno cientiacutefico e tecnoloacutegico em que haacute envolvimento profissional e permanente com atividades de pesquisa no qual o trabalho se organiza em torno de linhas comuns de pesquisa e que em algum grau compartilha instalaccedilotildees e equipamentos (wwwcnpqbr diretoacuterio dos grupos de pesquisa2002 versatildeo 50) Os dados sobre os grupos de pesquisa podem ser acessados por meio do endereccedilo eletrocircnico wwwcnpqbr

9 httpwwwcnpqbr

uma caracteriacutestica marcante na investigaccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica atual em nosso paiacutes eacute a de sua produccedilatildeo anteriormente exercida principalmente por pesquisadores isolados passar a se organizar fundamentalmente sob a forma de grupos de pesquisa e redes acadecircmicas Essas novas formas de produccedilatildeo associativas resultam em sua maioria de cooperaccedilotildees institucionais e integram equipes multidisciplinares cuja produccedilatildeo cientiacutefica eacute resultado de um esforccedilo coletivo e da soma de experiecircncias e conhecimentos dos seus componentes (Dal Pai Franco 2001 Neves 1998)

A anaacutelise dos dados disponiacuteveis no Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq fornece-nos uma ideacuteia da magnitude dessa nova tendecircncia de organizaccedilatildeo Entre 1982 e 2002 haacute um crescimento significativo do nuacutemero de grupos de pesquisa (GE) principalmente a partir de 1990 de 939 grupos em 1982 conta-se hoje com 15158 (Graacutefico 85)

Graacutefico 85 Distribuiccedilatildeo dos grupos de pesquisa em 2002

segundo o ano de criaccedilatildeo

Fonte Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa no CNPqversatildeo 502002

O diretoacuterio do CNPq identificou para o ano de 2002 em 268 instituiccedilotildees 15158 grupos envolvendo um total de 56891 pesquisadores dos quais 33947 (60) satildeo doutores Comparativamente ao ano de 1993 pode-se dizer que o sistema de pesquisa expandiu-se bastante jaacute que em apenas nove anos houve um crescimento significativo no nuacutemero de grupos (244) pesquisadores (164) doutores (209) e instituiccedilotildees (171)

Tabela 86 Distribuiccedilatildeo de grupos de pesquisa linhas pesquisadores

pesquisadores-doutores e instituiccedilotildees partiacutecipes por versotildees do DGPB

DGPB

Versatildeo 50 (2002)

Versatildeo 41(2000)

Versatildeo 30 (1997)

Versatildeo 20 (1995)

Versatildeo 10(1993)

Grupos

15158

11760

8544

7271

4402

Pesquisadores

56891

48500

35090

33273

21541

Doutores

33947

27662

18724

14308

10994

Instituiccedilotildees

268

224

181

158

99

Fonte Home page httpwwwcnpqbr dados do Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa no Brasi todas as versotildees CNPqSUP Coletado outubro2002 Nota parcela significativa da tendecircncia de crescimento observada decorre do aumento do nuacutemero de instituiccedilotildees incluiacutedas no levantamento c da taxa de cobertura do levantamento no acircmbito das instituiccedilotildees

A anaacutelise da distribuiccedilatildeo geograacutefica dos grupos revela a permanecircncia da disparidade regional a maioria dos grupos (52) concentra-se na regiatildeo Sudeste sendo 29 soacute na cidade de Satildeo Paulo Para se ter uma ideacuteia dessa concentraccedilatildeo basta observar que as regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste juntas satildeo responsaacuteveis por apenas 24 dos grupos percentual igual ao da regiatildeo Sul Entretanto comparativamente a 1993 observa-se uma tendecircncia agrave desconcentraccedilatildeo regional com um decreacutescimo percentual dos grupos na regiatildeo Sudeste e aumento desses nas demais regiotildees (Graacutefico 86)

A concentraccedilatildeo dos grupos acompanha a concentraccedilatildeo dos recursos humanos em pesquisa A Tabela 87 configura as desigualdades regionais considerando-se a proporccedilatildeo de pesquisadores por niacutevel de formaccedilatildeo Novamente tem-se uma concentraccedilatildeo na regiatildeo Sudeste onde encontram-se 49 dos pesquisadores brasileiros nos diversos niacuteveis de formaccedilatildeo nela estatildeo 56 dos doutores 34 dos mestres e 42 dos especialistas e graduados

Graacutefico 86 Distribuiccedilatildeo percentual dos grupos de pesquisa

por regiatildeo- 1993 e 2002

Fonte Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa no CNPqversatildeo 502002

Um aspecto importante revelado na anaacutelise de outros dados divulgados pelo Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa eacute que natildeo obstante tais disparidades observadas nas regiotildees em todas elas haacute um maior percentual de pesquisadores doutores Nas regiotildees Sudeste e Centro-Oeste este percentual chega a representar mais de 60 dos pesquisadores existentes

Dessas tendecircncias de concentraccedilatildeo dos grupos e seus pesquisadores decorrem outras desigualdades regionais tais como a concentraccedilatildeo de recursos financeiros e de formaccedilatildeo de recursos humanos a concentraccedilatildeo de cursos de poacutes-graduaccedilatildeo bem como a maior representaccedilatildeo da regiatildeo Sudeste nos conselhos teacutecnico-cientiacuteficos (Dinis e Guerra 2000)

Regiatildeo

Sudeste

Sul

Nordeste

Centro-Oeste

Norte

Brasil

Pesquisadores

28935

488

14225

240

9547

161

3948

67

2591

44

59249

100

Doutores Mestres

20266

563

7110

197

5103

142

2390

66

1142

32

36011

100

5346

345

4940

318

3160

204

1092

70

976

63

15514

100

Especialistas

2672

421

1845

291

1077

169

376

59

378

60

6348

100

1376 natildeo informaram a formaccedilatildeo Fonte Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq2002versagraveo 50

Tabela 87 Distribuiccedilatildeo dos pesquisadores por titulaccedilatildeo segundo as regiotildees - 2002

A pesquisa cientiacutefica e tecnoloacutegica no Brasil tem se desenvolvido basicamente em universidades cerca de 70 dos grupos desenvolvem atividades de pesquisa em universidades quase todas puacuteblicas Os dados revelam ainda que apenas 10 instituiccedilotildees concentram 36 dos grupos de pesquisa e dessas soacute a Universidade de Satildeo Paulo eacute responsaacutevel por 9 deles Essa concentraccedilatildeo institucional apresenta-se bem menos acentuada em relaccedilatildeo a anos anteriores quando apenas 8 instituiccedilotildees eram responsaacuteveis por 50 dos grupos (Ciecircncia Hoje 1995)

Tabela 88 Distribuiccedilatildeo dos grupos de pesquisa nas 21 instituiccedilotildees

com maior nuacutemero de grupos 2002

Instituiccedilatildeo

USP

UFRJ

UNICAMP

UNESP

UFRGS

UFMG

UFSC

UFPE

UFPB

UNB

UFPR

UFF

EMBRAPA

UFBA

PUCRS

FIOCRUZ

UFSM

UFSCAR

UERJ

UEM

UFV

Total(2)

Grupos

1350

750

614

593

489

445

350

334

265

259

240

236

234

225

210

202

202

200

198

196

190

7788

Grupos

89

50

41

39

32

29

23

22

18

17

16

16

15

15

14

13

13

13

13

13

13

514

Pesquisadores(1 )

5085

2312

2263

2440

2021

1743

1553

1349

1109

1191

1011

888

1757

1060

709

973

735

723

1063

781

711

31477

Doutores

4173

1854

1969

1954

1421

1343

1057

978

745

940

732

638

1169

630

404

613

437

624

768

532

568

23549

Fonte Diretoacuterio dos grupos de pesquisa do CNPq2002versatildeo 50 Foram relacionadas apenas as instituiccedilotildees com pelo menos 150 doutores cadastrados (10)Natildeo haacute dupla contagem de pesquisadores e de doutores no acircmbito de cada instituiccedilatildeo (2)Total obtido por soma (haacute dupla contagem de pesquisadores e de doutores tendo em vista que o pesquisador que participa de grupos localizados em mais de uma instituiccedilatildeo foi contado uma vez em cada instituiccedilatildeo)

O diretoacuterio do CNPq classifica ainda os GP em 8 Grandes Aacutereas 76 Aacutereas e 334 subaacutereas do conhecimento As grandes aacutereas satildeo Ciecircncias da Natureza (Engenharias e Ciecircncias da Computaccedilatildeo e Ciecircncias Exatas e da Terra) Ciecircncias da Vida (Ciecircncias da Sauacutede Ciecircncias Bioloacutegicas e Ciecircncias Agraacuterias) e Humanidades (Ciecircncias Humanas Ciecircncias Sociais Aplicadas e Linguumliacutestica Letras e Artes)

De acordo com essa classificaccedilatildeo tem-se a seguinte distribuiccedilatildeo dos grupos por Grande Aacuterea do Conhecimento as Ciecircncias da Vida aacuterea com grande tradiccedilatildeo no desenvolvimento de pesquisas possuem o maior percentual de GPcom 42 (Ciecircncias da Sauacutede com 17 Ciecircncias Bioloacutegicas 14 e Ciecircncias Agraacuterias 11) em seguida vecircm as Humanidades com 30 (Ciecircncias Humanas com 16 Ciecircncias Sociais Aplicadas 9 e Linguumliacutestica Letras e Artes 5) e as Ciecircncias da Natureza com 28 (Engenharia e Ciecircncias da Computaccedilatildeo com 15 e as Ciecircncias Exatas e da Terra com 13)

Quanto agraves Aacutereas do Conhecimento as 10 aacutereas com maior nuacutemero de GP satildeo medicina educaccedilatildeo quiacutemica agronomia fiacutesica geociecircncias ciecircncias da computaccedilatildeo sauacutede coletiva psicologia e odontologia Essas aacutereas satildeo responsaacuteveispor 38 dos grupos hoje existentes (Tabela 89)

Graacutefico 87 Distribuiccedilatildeo dos grupos de pesquisa segundo as grandes

aacutereas do conhecimento - 2002

Fonte Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq2002versatildeo50

Tabela 89 Distribuiccedilatildeo dos grupos de pesquisa nas 10 aacutereas do conhecimento com maior nuacutemero de grupos - 2002

Aacutereas do conhecimento

Medicina

Educaccedilatildeo

Quiacutemica

Agronomia

Fiacutesica

Ciecircncia da Computaccedilatildeo

Geociecircncias

Psicologia

Sauacutede Coletiva

Odontologia

Total

Grupos de Pesquisa

925

899

685

666

538

425

404

397

388

375

5702

61

59

45

44

36

28

27

26

26

25

377

acumulado

61

120

165

209

245

273

300

326

352

377

-Fonte Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq2002vcrsatildeo 50

Graacutefico 88 Distribuiccedilatildeo dos grandes grupos de pesquisa segundo as grandes

aacutereas do conhecimento - 2002

Fonte Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq2002versatildeo 50

Graacutefico 89 Percentual de pesquisadores-doutores segundo as grandes aacutereas

do conhecimento - 1993 e 2002

Fonte Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq2002versagraveo 50

Considerando a composiccedilatildeo dos grupos em niacutevel dos seus recursos humanos nota-se que tem ocorrido um crescimento da proporccedilatildeo de doutores em relaccedilatildeo ao total de pesquisadores passando de 51 em 1993 para 60 em 2002 Esse fato eacute observado em todas as Grandes Aacutereas do Conhecimento com exceccedilatildeo das Ciecircncias Humanas e Sociais Aplicadas que apresentaram reduccedilatildeo na proporccedilatildeo de doutores pesquisadores Essas Aacutereas satildeo tambeacutem as que contecircm menor percentual de pesquisadores com essa titulaccedilatildeo Merecem destaque as Aacutereas de Ciecircncias Exatas da Terra Bioloacutegicas Engenharias e Ciecircncias da Computaccedilatildeo cujo percentual de pesquisadores doutores ultrapassa 60

832 A produccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica A produccedilatildeo cientiacutefica brasileira cresceu segundo demonstram

Guimaratildees e Gomes em trabalhos recentes (2001 e 2002) a um niacutevel incomparaacutevel Entre 1981 e 2000 ocorreu um crescimento significativo (50) confirmado pelas publicaccedilotildees cientiacuteficas qualificadas indexadas no

Institut for Scientific Information (ISI Philadelphia USA) representando trecircs vezes o crescimento mundial que foi de apenas 1610 (Graacutefico 810)

Graacutefico 810 Crescimento da Produccedilatildeo por Aacuterea Cientiacutefica do Brasil

e do Mundo - Periacuteodo 1981 -2000

com esse desempenho no ano de 2000 o Brasil passou a contribuir com 133 do total mundial de trabalhos completos publicados em revistas indexadas no ISI assumindo posiccedilatildeo destacada no ranking da produccedilatildeo cientiacutefica mundial (Guimaratildees e Gomes 2002)

O crescimento da produccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica fica evidenciado tambeacutem a partir dos dados comparativos entre as versotildees do diretoacuterio dos GR do CNPq Os dados atuais fornecidos pela versatildeo 50 indicam que houve um aumento expressivo em todos os tipos de produccedilatildeo bibliograacutefica A publicaccedilatildeo de artigos em perioacutedicos nacionais e estrangeiros constitui a forma predominante dessa produccedilatildeo dos cientistas integrantes dos GP equivalendo a 42 do total (Tabela 810) Merece destaque o crescimento das publicaccedilotildees em perioacutedicos estrangeiros que representou 49 da produccedilatildeo de artigos praticamente equiparando-se em termos percentuais ao total de artigos publicados em perioacutedicos nacionais

10 Os autores nos trabalhos mencionados apontam que na deacutecada de 1960 a produccedilatildeo cientiacutefica brasileira meacutedia restringia-se a 52 artigos cientiacuteficos anuais publicados cm perioacutedicos indexados na base de dados do ISI Em 1970 esse total passou para apenas 68 artigos representando 0017 da produccedilatildeo mundial No ano de 2000 a produccedilatildeo brasileira catalogada na base de dados do ISI atingiu 9511 artigos completos chegando a um total de 12667 (se incluiacutedas as outras publicaccedilotildees) significando um crescimento de 140 vezes das nossas publicaccedilotildees qualificadas Isso corresponde a 60 vezes o crescimento da produccedilatildeo mundial que foi de apenas 31 no periacuteodo essa uacuteltima passou de um total de 377381 em 1970 para 1164595 publicaccedilotildees totais (dos quais 714171 de artigos completos) no ano 2000

O segundo maior volume de produccedilatildeo bibliograacutefica abarcou a publicaccedilatildeo de trabalhos em anais de eventos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e artiacutesticos com um percentual de 310 Registra-se ainda uma elevaccedilatildeo no nuacutemero de dissertaccedilotildees e teses (orientadas por pesquisadores dos GR) defendidas no trienio 1998 a 2001

Tabela 810 Produccedilatildeo Cientiacutefica dos grupos de pesquisa por versotildees do DGPB

Tipo de Produccedilatildeo

Artigos Publicados Perioacutedicos Nacionais

Perioacutedicos Estrangeiros

Livros

Capiacutetulos de Livros

Dissertaccedilotildees

Teses

Trabalhos publicados em anais de eventos

Total

Versatildeo 20

20629

14772

2049

4793

8561

2735

53539

Versatildeo 30

28188

23877

5324

12026

17895

5792

2047

95149

Versatildeo 41

82023

73855

8472

29943

--

125396

319689

Versatildeo 50

110164

107586

11167

45692

66476

19960

162471

523516

Fonte httpwwwcnpqbr dados do Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa no Brasil versotildees 20 (1995) 30 (1997) e 41 (2000) e 50 (2002) CNPqSUP Nota produccedilatildeo dos pesquisadores () dado natildeo informado

O exame da distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo bibliograacutefica por Grande Aacuterea do Conhecimento revela uma variaccedilatildeo entre elas conforme o tipo de produccedilatildeo As Aacutereas de Ciecircncias Agraacuterias seguidas das Aacutereas de Ciecircncias da Sauacutede e das Humanas foram as responsaacuteveis pela publicaccedilatildeo do maior nuacutemero de artigos em perioacutedicos nacionais com percentuais de 24 23 e 16 respectivamente Relativamente agrave publicaccedilatildeo de artigos em perioacutedicos estrangeiros o que se verifica eacute uma baixa produccedilatildeo da Grande Aacuterea das Humanidades (Ciecircncias Humanas Ciecircncias Sociais Aplicadas Linguumliacutestica Letras e Artes) -ou seja 48 do total e uma maior produccedilatildeo das aacutereas de Ciecircncias Exatas e da Terra (305) e das Ciecircncias Bioloacutegicas (255)

Por outro lado as Ciecircncias Humanas tecircm se destacado na produccedilatildeo de livros e capiacutetulos de livros (em relaccedilatildeo a esse tipo de produccedilatildeo as Ciecircncias da Sauacutede tambeacutem publicaram um nuacutemero expressivo) aleacutem de outras publicaccedilotildees bibliograacuteficas (Tabela 811)

Na produccedilatildeo de trabalhos em anais de eventos as Aacutereas que mais se projetaram foram as Engenharias e as Ciecircncias da Computaccedilatildeo (35) Ciecircncias Agraacuterias (17) e Ciecircncias Exatas e da Terra (13)

Tabela 811 Produccedilatildeo Bibliograacutefica segundo grande aacuterea predominante do

grupo para pesquisadores - 1998-2001

Grande Aacuterea

Ciecircncias Agraacuterias

Ciecircncias Bioloacutegicas

Ciecircncias Exatas e da Terra

Ciecircncias Humanas

Ciecircncias Sociais Aplicadas

Ciecircncias da Sauacutede

Engenharias e Ciecircncia da Computaccedilatildeo

Letras e Artes

Total

Total de Autores

7031

7709

7217

8971

4539

9103

7833

2400

54803

Artigos completos publicados em perioacutedicos

especializados

Circulaccedilatildeo Nacional

(D

31280

14853

9246

20888

10469

30964

8544

6054

132298

Circulaccedilatildeo Internacional

(2)

10633

29230

34909

3138

1460

19033

15272

864

114539

Trabalhos completos em

anais de eventos

33543

12984

24452

17842

14935

17361

66988

4601

192706

Livros ou Capiacutetulos de Livros publicados

Livros

1710

872

830

3968

1959

1986

988

1136

13449

Capiacutetulos de Livros

6611

6271

3147

12084

4878

12322

3756

3501

52570

Outras Publicaccedilotildees

13158

5673

4995

18890

11874

10761

7862

6427

79640

Natildeo haacute dupla contagem nos quantitativos da produccedilatildeo na dimensatildeo mais desagregada da informaccedilatildeo excetuando-se os trabalhos de co-autorias entre pesquisadores participantes do Diretoacuterio Fonte Diretoacuterio dos Grupos do CNPq versatildeo 50 Plano Tabular (1) Publicados em portuguecircs em Revistas teacutecnico-cientiacuteficas e Perioacutedicos especializados (Inclui aqueles sem informaccedilatildeo sobre o idioma) (2) Publicados em outro idioma que natildeo o portuguecircs em Revistas teacutecnico cientiacuteficas e Perioacutedicos especializados

Tabela 812 Produccedilatildeo Teacutecnica dos grupos do Diretoacuterio do CNPq

- versotildees 30 e 41

Produccedilatildeo teacutecnica

Versatildeo 30

Versatildeo 41

Softwares

com registro ou

patente

104

136

Sem registro ou patente

1354

3525

Produtos tecnoloacutegicos

com registro

ou patente

288

469

Sem registro ou

patente

1133

2539

Processos tecnoloacutegicos

com cataacutelogoregistro

175

1085

Sem cataacutelago

registro

367

232

A versatildeo nova do Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq versatildeo 50 ainda natildeo disponibilizou dados referentes aos tipos de produccedilatildeo teacutecnica Fonte Diretoacuterio dos Grupos do CNPq versotildees 301997 e 412000

Ao se investigar comparativamente a produccedilatildeo teacutecnica constante nas versotildees 30 e 41 depara-se com um crescimento da produccedilatildeo tanto de softwares como de produtos e processos tecnoloacutegicos excetuando-se os processos sem cataacutelogoregistro Observa-se poreacutem um pequeno crescimento na produccedilatildeo de softwares e produtos tecnoloacutegicos com registro ou patente o que sinaliza um baixo desenvolvimento dos grupos de pesquisa brasileiros na produccedilatildeo de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas

Haacute que se destacar por seu turno que esses dois tipos de produccedilatildeo teacutecnica apresentaram um destacado aumento no seu volume de produtos sem registro ou patente Situaccedilatildeo inversa ocorreu com a produccedilatildeo de processos tecnoloacutegicos que no periacuteodo analisado apresentou um expressivo crescimento da produccedilatildeo de processos com cataacutelogo ou registro e um decreacutescimo daqueles sem registro ou cataacutelogo

84 Os centros e nuacutecleos de investigaccedilatildeo sobre a educaccedilatildeo superior

Ateacute a deacutecada de 1980 as pesquisas e anaacutelises sobre o Ensino Superior eram muito mais fruto do trabalho isolado de um ou outro pesquisador e a maior parte era de cunho histoacuterico

No final dos anos 1980 comeccedilaram a surgir grupos de pesquisa institucionais voltados especificamente para um conjunto de questotildees vinculadas agrave educaccedilatildeo superior em particular para a anaacutelise do sistema de ensino brasileiro sua evoluccedilatildeo sua diversidade institucional e regional bem como a orientaccedilatildeo das suas respectivas poliacuteticas

Os grupos de pesquisa agregam pesquisadores de diferentes aacutereas revelando em muitos um caraacuteter interdisciplinar O ponto em comum entre eles tem sido a preocupaccedilatildeo com o desenvolvimento da pesquisa cientifica nessa aacuterea e a formaccedilatildeo das novas geraccedilotildees mediante a orientaccedilatildeo de bolsistas de iniciaccedilatildeo cientiacutefica mestrandos e doutorandos

Outra caracteriacutestica desse trabalho vem sendo a constituiccedilatildeo de parceiros entre os nuacutecleos e a formaccedilatildeo de redes de pesquisadores nacionais e internacionais (Dossiecirc Educaccedilatildeo Superior 2002)

Os nuacutecleos e grupos de pesquisa divulgam sua vasta produccedilatildeo cientiacutefica em seminaacuterios nacionais e internacionais como tambeacutem em publicaccedilotildees proacuteprias (Cadernos e Revistas) ou ainda em artigos e livros (essa produccedilatildeo pode ser acessada via Curriculo Lattes dos pesquisadores no site wwwcnpqbr)

11 Dados referentes agraves putcnies registradas no Escritoacuterio de Patentes Norte- Americano segundo alguns paiacuteses selecionados confirmam a baixa capacidade de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica brasileira De acordo com esses dados mesmo tendo aumentado seu nuacutemero de patentes registradas cm relaccedilatildeo a anos anteriores o Brasil apresentou desenvolvimento iacutenfimo nesse setor se comparado a paiacuteses como a Coreacuteia do Sul que em 2000 regisrrou 3472 patentes quando o Brasil registrou somente 113 Por outro lado o nuacutemero de patentes brasileiras registradas foi superior ao do Meacutexico e da Argentina (Livro VerdeMCTBrasiacuteliaJulho de 2001)

A criaccedilatildeo e expansatildeo dos grupos de pesquisa em torno da temaacutetica do Ensino Superior podem ser acompanhadas pelas informaccedilotildees apresentadas no Diretoacuterio dos Grupos de PesquisaCNPq12

Nesse diretoacuterio (versatildeo 4lbase de dados 2000) identificou-se a existecircncia de 64 grupos que tecircm como uma de suas linhas de pesquisa a educaccedilatildeo superior (Quadro 85) Os dados ali contidos mostram que tais grupos encontram-se vinculados a universidades das diversas regiotildees do paiacutes e em diferentes aacutereas de estudo Parte expressiva deles localiza-se contudo em universidades puacuteblicas e pertencem agrave Aacuterea de Ciecircncias Humanas com clara preponderacircncia de grupos da Area de Educaccedilatildeo

Apenas dois grupos de pesquisa surgiram na deacutecada de 1970 outros trecircs no final da deacutecada de 1980 os demais 42 grupos de pesquisa nos anos 1990 e 17 no ano 2000 Os principais temas relacionados ao ensino superior objeto de estudo desses grupos satildeo formaccedilatildeo de professores docecircncia poliacuteticas puacuteblicas avaliaccedilatildeo institucional e educaccedilatildeo teacutecnica universidade ciecircncia e tecnologia ensino e aprendizagempedagogia universitaacuteria histoacuteria do ensino superior estudos comparados planejamento e organizaccedilatildeo do ensino superior administraccedilatildeo e gestatildeo das universidades formaccedilatildeo no sistema de educaccedilatildeo superior perfil dos alunos democratizaccedilatildeo expansatildeo e acesso estudos comparados e tendecircncias

Trecircs importantes grupos de pesquisa vecircm desenvolvendo estudos e pesquisas nesse campo o Nuacutecleo de Estudos Superiores da Universidade de Brasiacutelia (NESUB) o Grupo de Estudos da Educaccedilatildeo Superior (GEESU) ligado agrave Faculdade de Educaccedilatildeo da UFMG e o Programa de Estudos e Desenvolvimento sobre Educaccedilatildeo e Sociedade (PROEDES) que juntamente com o Grupo de Estudos sobre Universidade (GEU)14 e o Nuacutecleo de Pesquisas sobre Ensino Superior (NUPES)15 cujos fatores relevantes da sua importacircncia para a investigaccedilatildeo nessa aacuterea satildeo o volume de publicaccedilotildees o fato de terem como objeto exclusivo de estudo o ensino superior e congregarem membros ou pesquisadores liacutederes reconhecidos e ainda existecircncia de centros de documentaccedilatildeo e um editorial de publicaccedilotildees proacuteprio relativos ao tema Deve-se ressaltar que esses grupos cumprem uma fundamental funccedilatildeo na formaccedilatildeo de novos pesquisadores sobre o ensino superior e na articulaccedilatildeo e disseminaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea

12 wwwcnpqbr I Plataforma Lattes Grupos de pesquisa 13 Os dados satildeo relativos agrave versatildeo 412000 do Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq pois a versatildeo atual (502002) ainda natildeo disponibilizou a busca textual dos grupos por linha de pesquisa 14 Esse grupo criado em 1988 foi desdobrado em dois em 1995 - GEUSOCIOLGIA E GEUEDUCACcedilAtildeO E INOVACcedilAtildeO NA UNIVERSIDADE Em 2001 o GEUEDUCACcedilAtildeO desmembrou-se em dois o original e o GEU Educaccedilatildeo Universidade Pesquisa e Inovaccedilatildeo -GEU-Ipesq (diretoacuterio dos grupos do CNPq texto enviado para a versatildeo 502002) 15 Em relaccedilatildeo ao NUPES cabe mencionar tambeacutem que ele conta com outras particularidades que o enquadram entre os principais grupos de estudo sobre ensino superior o importante papel que desenvolveu nos estudos e pesquisas que promoveram as bases teoacutericas e conceituais das poliacuteticas puacuteblicas para o ensino superior e a participaccedilatildeo significativa de seus principais quadros em postos chaves do MEC (Palharini 1998)

Quadro 83 Principais grupos e nuacutecleos de pesquisa sobre o ensino superior no Brasi]

GrupoAno de Formaccedilatildeo

Nesub1996

Geu1988 Sociologia

Geu1990 Educaccedilatildeo

Geuunipesq 2002

Nupes1989

Instituiccedilatildeo de Vinculaccedilatildeo

Universidade de brasiacutelia

Universidade federal do rio grande do Sul

Universidade federal do rio grande do Sul Universidade federal do rio grande do Sul

Universidade de satildeo paulo

Linhas de PesquisaPesquisas Desenvolvidas

Formaccedilatildeo e trabalho dos egressos do mestrado e doutores no pais Inserccedilatildeo acadecircmica de doutores formados no pais e no exterior 0 fomento aacute pesquisa do cnpq e os programas prioritaacuterios do plano Plurianual de accedilotildees (ppa) do met 20002002 Anaacutelise dos resultados do programa institucional de bolsas de iniciaccedilatildeo cientiacutefica - pibic Estudo do perfil socioeconogravemico dos candidatos ao concurso de admissatildeo agrave carreira de diplomata A produccedilatildeo cientifica sobre ensino superior no brasil 1995-2000 Educaccedilatildeo superior processo de internacionalizaccedilatildeo integraccedilatildeo e experiecircncias comparadas Ensino superior transformaccedilotildees e perspectivas das universidades contemporacircneas Sociedade ciecircncia e tecnologia Sociologia e educaccedilatildeo o novo diaacutelogo Inovaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo na universidade Pedagogia universitaacuteria

Universidade pesquisa e inovaccedilatildeo Educaccedilatildeo superior pedagogia e mudanccedila Produccedilatildeo acadecircmica sobre ensino superior Situaccedilotildees e perspectivas do ensino superior Acompanhamento do processo legislativo sobre ensino superior Estudo comparativo sobre poliacuteticas de educaccedilatildeo superior na america latina Fluxos demograacuteficos do sistema educacional brasileiro The anthropology and ecology of the knowledge production system Destino dos alunos da usp Estudo da evasatildeo dos alunos na universidade de satildeo paulo (usp) e na universidade federal de Utilizaccedilatildeo de tecnologia da informaccedilatildeo na gestatildeo de instituiccedilatildeo de ensino superior Indicadores de desempenho e planejamento em instituiccedilotildees de ensino superior Estudo de custos unitaacuterios custo de aluno e custo graduado na usp e nas instituiccedilotildees federais de ensino superior por cursos Equumlidade e inequumlidade no ensino superior - populaccedilotildees negras e o ensino superior no brasil e o estudante negro nos cursos de formaccedilatildeo de professores O ensino de graduaccedilatildeo na universidade de satildeo paulo Politica cientiacutefica em transferecircncia e gerenciamento de tecnologia Profissatildeo acadecircmica no brasil evoluccedilatildeo recente e perspectivas futuras

Ndegde PesoEst

Pesq22

Pesq03 Est 08

Pesq07 Est 09

Pesq06 Est 12

Pesq07

Quadro 83 Principais grupos e nuacutecleos de pesquisa sobre o ensino superior no Brasil

(Continuaccedilatildeo)

PROEDES 1994

GEESU 1996

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Universidade Federai de Minas Gerais

Histoacuteria das Instituiccedilotildees Educacionais e Cientiacuteficas no pais c seus atores Construccedilatildeo do Pensamento Educacional Brasileiro 0 curriacuteculo da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo do UFRJ 0 curso de Pedagogia da UFRJ visto pelos egressos A Universidade do Distrito Federal revisitada Ensino com pesquisa da utopia individual agrave realidade institucional Multiculturalismo e educaccedilatildeo perpectivas internacionais c a experiecircncia brasileira A universidade do Brasil 0 Grande Projeto Universitaacuterio Doutores em Educaccedilatildeo pela UFRJ leses defendidas correlatas e a vida profissional Criadores e legitimadores de instituiccedilotildees educacionais no Brasil suas accedilotildees e textos UNIVERSITAS A produccedilatildeo cientifica sobre educaccedilatildeo superior no Brasil 0 IESAE contruccedilatildeo desenvolvimento e extinccedilatildeo Evasatildeo de alunos no ciclo baacutesico da Universidade Federal de Minas Gerais nas aacutereas de ciecircncias exatas humanas e bioloacutegicas A produccedilatildeo cientiacutefica sobre educaccedilatildeo superior no Brasil -avaliaccedilatildeo e perspectivas 19682000 Trajetoacuteria profissional dos graduados na UFMG Quiacutemica e Engenharia Formaccedilatildeo trabalho e inserccedilatildeo acadecircmica de poacutes-graduados titulados no pais e no exterior

Pesq07 Est 16

Pcsq04 Est 02

Fonte Diretoacuterio dos Grupos do CNPq Informaccedilotildees enviadas para a versatildeo 502002 Caderno do NUPES - O Nuacutecleo de Pesquisas sobre Ensino Superior da Universidade de Satildeo Paulo O Primeiro Ano e informaccedilotildees coletadas junto aos pesquisadores dos grupos

Aleacutem da organizaccedilatildeo na forma de grupos de pesquisa a investigaccedilatildeo no campo do ensino superior tambeacutem tem se manifestado sob a forma de redes acadecircmicas Essa nova organizaccedilatildeo da pesquisa ganhou impulso com os processos de globalizaccedilatildeo e revoluccedilatildeo tecnoloacutegica os quais permitiram a superaccedilatildeo dos obstaacuteculos de caraacuteter geograacutefico e temporal tornando assim os processos de compartilhamento de informaccedilotildees e de socializaccedilatildeo da produccedilatildeo do conhecimento mais raacutepidos mais faacuteceis e menos dispendiosos

como uma nova forma de cooperaccedilatildeo interinstitucional as redes estabelecem um elo entre pesquisadores e estudiosos de temas especiacuteficos mediante o intercacircmbio de informaccedilotildees do desenvolvimento de projetos integrados de pesquisa e do compartilhamento ou natildeo de uma mesma estrutura institucional

Alguns exemplos de redes acadecircmicas satildeo a Rede de Pesquisa Institucional Universitaacuteria (UniversidadeMercosul) a Rede de Pesquisa

Associativa (GestatildeoAnpae) a Rede de Pesquisa de Associaccedilatildeo Acadecircmica (UniversitasANPed) e a Rede de Pesquisa Institucional Universitaria (UniversidadePesquisa)

A Rede UniversidadeMercosul e UniversidadePesquisa satildeo redes vinculadas agraves universidades e envolvem pesquisadores da educaccedilatildeo superioruniversidade e professores de IES As outras duas redes (Gestatildeo Anpae e UniversitasANPed) foram constituiacutedas num momento de reorganizaccedilatildeo de suas respectivas associaccedilotildees e seus pesquisadores estatildeo vinculados a associaccedilotildees cientiacutefico-profissionais (Franco e Morosini 2001) (Quadro 84)

como jaacute foi visto anteriormente o campo de estudos sobre o ensino superior no Brasil tem se diversificado e se consolidado nos uacuteltimos anos Aleacutem do volume da produccedilatildeo sobre o tema considerado por Guadilla (2001) o maior da Ameacuterica Latina tecircm contribuiacutedo para essa consolidaccedilatildeo a institucionalizaccedilatildeo de formas associativas de investigaccedilatildeo sobre o assunto por meio da criaccedilatildeo de grupos de pesquisa em diversas universidades brasileiras e a formaccedilatildeo de redes acadecircmicas Essas duas instacircncias de produccedilatildeo do conhecimento tecircm exercido um papel importante na formaccedilatildeo de novos pesquisadores sobre esse niacutevel de ensino e na aglutinaccedilatildeodifusatildeo do conhecimento que se produz na aacuterea natildeo soacute em niacutevel regional ou nacional como tambeacutem internacional

Por fim cabe mencionar o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) oacutergatildeo vinculado ao MEC que tem concorrido para o fortalecimento da pesquisa cientiacutefica nesse campo por meio da elaboraccedilatildeo de estatiacutesticas anuais e estudos nacionais aleacutem de diversas publicaccedilotildees sobre a educaccedilatildeo superior (Item 25 e o site wwwinepgovbr)

Quadro 84 Redes de Pesquisa em educaccedilatildeo superior

Rede

UniversishydadeMershycosul

Gestatildeo An pae Associaccedilatildeo Nacional de Poliacutetica e Adminisshytraccedilatildeo da Educaccedilatildeo

Universi -tasAnped Grupo de Trabalho Poliacutetica de Educaccedilatildeo Superior

Pesquisa Universishydade

ElosAmplitude

Regional Internacional (Grupos de pesquisa -BrasilUruguai Argentina Paraguai

Nacional Regional Membros da associaccedilatildeo nas regiotildees brasileiras

Nacional Regional Membros do GT seniors e pesquisadores de diferentes regiotildees

Estadual Professores de universidades do Rio Grande do Sul

Objetivos

Inserccedilatildeo competitiva do Mercosul no processo de globalizaccedilatildeo Conhecimento de sistemas de educaccedilatildeo superior Formaccedilatildeo de recursos humanos Formaccedilatildeo de cultura integracionista

Produccedilatildeo do conhecimento Redefiniccedilatildeo da identidade associativa Melhoria da gestatildeo via socializaccedilatildeo de conhecimentos e subsiacutedios poliacuteticos Fortalecimentoreonstruccedilatildeo da Anpae

Produccedilatildeo do conhecimento Fortalecimento do GT Subsiacutedios a poliacuteticas puacuteblicas de educaccedilatildeo superior

Desenvolvimento de condiccedilotildees de pesquisa no Rio Grande do Sul Produccedilatildeo de conhecimento Formaccedilatildeo de recursos humanos Formaccedilatildeo de Cultura

Temaacutetica da Investigaccedilatildeo Papel da universidade no processo de integraccedilatildeo estudos das poliacuteticas e accedilotildees universitaacuterias adotadas ou propostas Criaccedilatildeo de um banco de dados sobre os diferentes sistemas de educaccedilatildeo superior

Situaccedilotildees e Perspectivas da Administraccedilatildeo da Educaccedilatildeo no Brasil Criaccedilatildeo de um banco de informaccedilotildees contendo resumos sobre pesquisa em administraccedilatildeo da educaccedilatildeo no brasil c estado da arte sobre pesquisa em poliacutetica e gestatildeo da educaccedilatildeo

Panorama da produccedilatildeo cientiacutefica sobre a educaccedilatildeo superior no Brasil 1968-1996 Avaliaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica (1988-2001)

A pesquisa nas universidades condiccedilotildees mediaccedilotildees modos de cooperaccedilatildeo e inovadores de organizaccedilatildeo associativa

Estrateacutegia

-Construccedilatildeo de projeto conjunto -Organizaccedilatildeo de seminarias participaccedilatildeo em encontros internacionais e publicaccedilotildees

-rede como estrateacutegia -construccedilatildeo conjunta -assimilaccedilatildeo do espontacircneo Utilizaccedilatildeo de estrutura pessoal -projetos locais e especiacuteficos -assembleacuteia legitimadora -Imp Motivaccedilatildeo da vice-presidecircncia -Capacitaccedilatildeo dos membros -Centralizaccedilatildeo (orientaccedilatildeo comum) -Assimilaccedilatildeo de novos grupos -Objetivos realizaacuteveis

-Participaccedilatildeo no projeto desde estaacutegios iniciais -Estaacutegios diferenciados na produccedilatildeo da pesquisa -Diferenciaccedilatildeo de papeacuteis

Fonte Quadro adaptado Maria Esteia Dal Pai Franco e Mariacutelia Costa Morosini2001

Quadro 85 A investigaccedilatildeo sobre ensinoeducaccedilatildeo superior no Diretoacuterio

dos Grupos de Pesquisa do CNPq - Versatildeo 41

Grupo

Grupo de Pesquisa sobre Ensino Superior

Laboratoacuterio de Pesquisa

Geotecnia de Grandes Aacutereas

GEU - Grupo de Estudos sobre a Universidade

NUPES-Nuacutecleo de Pesquisas sobre Ensino Superior GEU - Grupo de Estudos sobre a Universidade -Educaccedilatildeo e Inovaccedilatildeo na Universidade

Educaccedilatildeo e Sociedade

Grupo de estudos e pesquisas em educaccedilatildeo superior

NEART-Nuacutecleo de Estudos em Educaccedilatildeo e Ane Processos comportamenta is cm produccedilatildeo de conhecimento cientiacutefico e em planejamento de ensino e instituiccedilotildees

Ano de Formaccedilatildeo

1976

1979

1986

1988

1989

1990

1992

1992

1993

1993

Arca Predominante

Ciecircncias sociais aplicadas ciecircncia da informaccedilatildeo

Ciecircncias Bioloacutegicas Geneacutetica

Engenharias Engenharia Civil

CH sociologia

CH educaccedilatildeo

C R educaccedilatildeo

CH sociologia

C R educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

C R psicologia

Instituiccedilatildeo

UEL

UFRJ

UFSC

UFRGS

USP

UFRGS

UFPE

UNICAMP

UFSM

UFSCAR

Linhas de Pesquisa

- ensino de biblioteconomia -avaliaccedilatildeo

- Eacutetica e ciecircncia Educaccedilatildeo Superior - Evoluccedilatildeo distribuiccedilatildeo mundial e Migraccedilatildeo de doutores e engenheiros - Ensino da Geotecnia em Niacutevel Superior e em niacutevel Teacutecnico - Ciecircncia e tecnologia e ensino superior - educaccedilatildeo superior processo de internacionalizaccedilatildeo integraccedilatildeo c experiecircncias comparadas -Poliacuteticas de Ciecircncia e Tecnologia - Relaccedilotildees cruzadas estrutura e gestatildeo das universidades contemporacircneas

- estudo do sistema de ensino superior brasileiro

- inovaccedilatildeo e administraccedilatildeo da universidade bull inovaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo na universidade - inovaccedilatildeo e pesquisa na universidade - pedagogia universitaacuteria -Avaliaccedilatildeo Institucional do ensino superior -Egressos da Poacutes-graduacatildeo -Universidade e sociedade - administraccedilatildeo universitaacuteria - curriacuteculos da educaccedilatildeo superior - educaccedilatildeo superior - filosofia da universidade - formaccedilatildeo de docentes para a educaccedilatildeo superior - planejamento do ensino superior - Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Superior - Avaliaccedilatildeo Institucional

-avaliaccedilatildeo dos cursos superiores de artes Campo Grande - Mato Grosso do Sul - Arte Educaccedilatildeo e Trabalho

- Processos comportamentais baacutesicos de ensino-aprendizagem em niacutevel superior

Ndegde PesqEst

D01 M01 E01 G01

D04 M01

D03

D09 M05 G02

D04

DI6 M11 E04 G10

D03 M03

D10 M04 G01

DO

D04

Grupo

Ensino Superior

Psicologia e Educaccedilatildeo Superior

Ensino aprendizagem em enfermagem Estudos Sociais de Ciecircncia e Tecnologia Poliacuteticas Puacuteblicas e Educaccedilatildeo Superior Formaccedilatildeo Baacutesica e Continuada de Professores Grupo de estudos sobre educaccedilatildeo superior Nuacutecleo de Estudos de Fenomenologia em Educaccedilatildeo Fiacutesica

A linguagem da Construccedilatildeo do Conhecimento

Desenvolvimen to Rural e Agroecollogia

Ensino e Mudanccedila Social

Estudos em Educaccedilatildeo

GEES-Educaccedilatildeo Superior

Grupo de Avaliaccedilatildeo e Medidas Educacionais

Ano de Formaccedilatildeo

1995

1995

1996

1996

1996

1996

1996

1997

1997

1997

1997

1997

1997

Aacuterea Predominante

CH educaccedilatildeo

C R educaccedilatildeo

Ciecircncias da sauacutede enfermagem

C R sociologia

C H educaccedilatildeo

C R educaccedilatildeo

Ciecircncias da Sauacutede educaccedilatildeo fiacutesica

Linguumliacutestica Letras e Artes Linguumliacutestica

C Agraacuterias Agronomia

C R educaccedilatildeo

CR sociologia

C R educaccedilatildeo

C R educaccedilatildeo

Instituiccedilatildeo

UEL

UNICAMP

USP

FURG

UFSCAR

UFMG

UFSCAR

FURB

UNESP

PUCCAMP

UFRJ

ULBRA

UFMG

Linhas de Pesquisa

avaliaccedilatildeo no ensino superior -metodologia da problematizaccedilatildeo no desenvolvimento do pensamento critico dos alunos dos cursos de enfermagem e arquitetura e urbanismo -as|xvtos motivacionais que influem sobre o comportamento dos alunos do ensinos superior

- Educaccedilatildeo Superior - processos de natureza pedagogica presentes nas IES

-ensino aprendizagem em enfermagem

- Condicionantes Sociais de CampT -Educaccedilatildeo Superior - Poliacuteticas e gestatildeo de Ciecircncia e Tecnologia -Sociedade Universidade e Produccedilatildeo do Conhecimento

- formaccedilatildeo baacutesica de professores do ensino fundamental meacutedio e superior

- Poliacuteticas Puacuteblicas e Educaccedilatildeo - Evasatildeo no ciclo baacutesico de cursos de graduaccedilatildeo

- Curriacuteculos e formaccedilatildeo profissional em educaccedilatildeo fiacutesica

- O discurso da construccedilatildeo do saber - A sociointeraccedilatildeo no ensinar c no aprender

-Educaccedilatildeo Teacutecnica e Superior em Ciencias Agraacuterias

-docecircncia em ensino superior -universidade e a formaccedilatildeo de professores para o ensino meacutedio e fundamental - tendecircncias do ensino superior brasileiro -depoimentos de professores emeacuteritos Universidade do Brasil

-Educaccedilatildeo Superior - Teoria e Praacutetica

-Docecircncia no ensino superior e avaliaccedilatildeo - Poliacuteticas Puacuteblicas e Educaccedilatildeo

Nordmde PesqEst

D02 M05 G01

DIO M07 G02

D02 M03

D02 M01

D03

D02 M01 E01

DO MOI

D02 M09

D02 M01 G01 D04 M02 G02

DO G06

D07 M08 G04

D04

Grupo

Laboratograverio de Avaliaccedilatildeo Psicoloacutegica e Educacional -LabAPE Praacuteticas Pedagoacutegicas no Ensino Superior

Educaccedilatildeo c Psicologia

Educaccedilatildeo cm Ciecircncias e Sauacutede Educaccedilatildeo Sociedade e Cultura Ensino e Educaccedilatildeo em Quiacutemica Grupo de Pesquisa cm Formaccedilatildeo c Praacutetica Pedagoacutegica do Educador PACTO -Pesquisa em Aprendizagem Colaborativa com tecnologia interativa

Poliacuteticas Puacuteblicas de Ensino Superior

Qualidade do Ensino Superior Ambientes informatizados de Aprendizagem-AIA Contribuiccedilotildees Interdisciplinar es da Agronomia Educaccedilatildeo Institucionaliza da Educaccedilatildeo Comunicaccedilatildeo e Tecnologias Estudos Soacutecio-poliacuteticos e Histoacutericos do Ensino Superior

Anode Formaccedilatildeo

1997

1997

1998

1998

1998

1998

1998

1998

1998

1998

1999

1999

1999

1999

1999

Arca Predominante

C H psicologia

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

C Exatas e da Terra Quiacutemica

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH psicologia

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH histoacuteria

Instituiccedilatildeo

USF

USP

UFMT

UEL

UFG

UNICAMP

UERN

PUC- PR

UNB

PUCCAMP

UCS

UFPR

PUC-SP

UFBA

UNESP

Linhas de Pesquisa

- avaliaccedilatildeo das muacuteltiplas dimensotildees da vivecircncia acadecircmica

- capacitaccedilatildeo docente do professor de ensino superior

Representaccedilotildees sociais do professor da UFMT em relaccedilatildeo agrave praacutetica docente

-Avaliaccedilatildeo cm instituiccedilotildees de ensino

- Estado e Politica educacional Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Superior

- Ensino e Educaccedilatildeo cm Quiacutemica

- novas perspectivas teoacuterico-pedagoacutegicas de formaccedilatildeo docente

- Teoria e praacutetica pedagoacutegica na educaccedilatildeo superior

- Poliacuteticas puacuteblicas de ensino superior

- Ensino Superior docecircncia avaliaccedilatildeo formaccedilatildeo c capacitaccedilatildeo de professores

-Formaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica do professor do ensino superior - Metodologia do Ensino Superior

-Formaccedilatildeo de professores para a docecircncia do ensino superior em FTTOTECNIA e suas interfaces

Formaccedilatildeo docente no ensino superior

Universidade e Tecnologias contemporacircneas

-Representaccedilotildees soacutecio-poliacuteticas c histoacutericas do ensino superior

Ndegde PesaEst

D02 M02

D01 G02

D02 MIO

M03 E02

D04 M02

D01

M02 E04

D05 M01 E01

D14 M01 E01 G02

D06 M03

M01

D01

D02

E01

D04 M01 G01

Grupo

Formaccedilatildeo do Professor Universitaacuterio

Fundamentos Eacutetico-poliacuteticos da Educaccedilatildeo Superior

Gestatildeo c Poliacuteticas Puacuteblicas no Ensino Superior

Metodologia do Ensino e Avaliaccedilatildeo na Educaccedilatildeo Superior

Nuacutecleo de estudos das Poliacuteticas Puacuteblicas da Educaccedilatildeo no estado do Tocan ti s

0 processo Ensino c Aprendizagem na Escola e a Formaccedilatildeo de Professores

Organizaccedilatildeo e Planejamento de Estaacutegios

Paradigmas Educacionais e a Formaccedilatildeo de Professores (Grupo 1 -PAED)

Poliacuteticas Puacuteblicas Gestatildeo Escolar c Formaccedilatildeo de Professores

Ano de Formaccedilatildeo

1999

1999

1999

1999

1999

1999

1999

1999

1999

Arca Predominante

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

Instituiccedilatildeo

PUC-SP

ULBRA

PUC-PR

PUC-PR

UNITINS

UCDB

PUC-PR

PUC-PR

UCDB

Linhas de Pesquisa

- a universidade brasileira e a formaccedilatildeo do professor universitaacuterio -concepccedilotildees educacionais e processos pedagoacutegicos no ensino superior -o ensino universitaacuterio e a formaccedilatildeo do professor universitaacuterio -fundamentos psicoloacutegicos e epistemoloacutegicos no processo de produccedilatildeo do conhecimento na universidade

- Fundamentos da Instituiccedilatildeo Universitaacuteria

- administraccedilatildeo da educaccedilatildeo superior

-Teoria e praacutetica pedagoacutegica na educaccedilatildeo superior

- Flexibilizaccedilatildeo do acesso agraves IES - lei no939496 e as experiecircncias implantadas na UNTTTNS Temaacuteticas democratizaccedilatildeo expansatildeo qualidade acesso financiamento puacuteblico privado

- ensino e aprendizagem e a formaccedilatildeo de professores

- administraccedilatildeo da educaccedilatildeo superior

- Teoria e praacutetica pedagoacutegica da educaccedilatildeo superior

-Gestatildeo escolar como forma de agregar conhecimentos voltados para a administraccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares do ensino baacutesico c superior - Poliacuteticas educacionais -processo de formaccedilatildeo de professores no ensino baacutesico e superior

N deg d e PesqEst

D06 E04

D04

EXM M05

D04 M04 E02

M06 G03

D04 M09 E01

D01 M03 G01

D02 M09

D03 M01

Grupo

Centro Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Educaccedilatildeo -CEPED Desenvolvimen to e Poliacuteticas Puacuteblicas

Educaccedilatildeo Histoacuteria e contexto socioloacutegico

Educaccedilatildeo Trabalho e Educaccedilatildeo Profissional Estado e Educaccedilatildeo na Amazocircnia -(GESTAMAZO N Estudos Avanccedilados de Universidade GEU-UPF-Grupode Estudos sobre Universidade -Passo Fundo Grupo de Estudos de Serviccedilo Social

( impo de Estudos c Pesquisa em Ensino Superior

Grupo de Estudos em Eacutetica e Bioeacutetica Grupo de Estudos em Psicologia da Educaccedilatildeo

Grupo de Pesquisa em Terapia Ocupacional

Ano de Formaccedilatildeo

2000

2000

2000

2000

2000

2000

2000

2000

2000

2000

2000

2000

Area Predominante

CH educaccedilatildeo

Ciecircncias Sociais aplicadas Economia

CH histoacuteria

CH Educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

Ciecircncias sociais aplicadas Serviccedilo social

CH educaccedilatildeo

CH Educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

Ciecircncias da sauacutede fisioterapia c terapia ocupacional

Instituiccedilatildeo

UNIR

UFU

UPF

UFS

UFPA

UVA-RJ

UPF

UEPG

UEM

UPE

UFRPE

UNISO

Linhas de Pesquisa

Poliacuteticas Puacuteblicas c ensino superior na Amazocircnia

Poliacutetica Educacional de ensino superior

- Processo de formaccedilatildeo de docentes - centrado na questotildees do ensino superior -origens e desenvolvimen -tos das universidades do Rio Grande do Sul

-Escola Curriacuteculo e Construccedilatildeo do Conhecimento

-universidade na Amazocircnia

- universidade e tecnologia -universidade conceito papel e imaginaacuterio - Trajetoacuteria acadecircmica e formaccedilatildeo docente -Universidade c sociedade - Trajetoacuteria c dinacircmica da vida escolar dos alunos

- ensino superior e avaliaccedilatildeo institucional

-histoacuteria historiografia e ensino superior -planejamento organizaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees de ensino superior -poliacuteticas puacuteblicas e ensino superior

-Conhecimentos Atitudes e Praticas Eacuteticas e Bioeacuteticas

- Perfil de alunos Concluintes de Programas de Poacutes-Graduaccedilatildeo

- Teorias meacutetodos c teacutecnicas de ensino de graduaccedilatildeo em terapia ocupacional

Nordm de PesqFst

M05 EOI

D01

D01 M03

D02

M01 E01

D01

D02 M05 E01

D01 E01

D01 M02

D02 M02

M06

D01 MOI E02

Grupo

MODEM-Modelagern Matemaacutetica no Ensino Pesquisa e Estudo Avanccedilado em Administraccedilatildeo Poliacuteticas e Metodologias em Avaliaccedilatildeo Educacional Recursos Tecnoloacutegicos e Teacutecnicas Didaacuteticas Aplicadas atildeo Ensino Superior Saber e Praacutetica Docente

Ano de Formaccedilatildeo

2000

2000

2000

2000

2000

Area Predominante

Ciecircncias Exatas e da Terra -Matemagravetica

e Sociais Aplicadas Administrashyccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

Instituiccedilatildeo

FURB

UNOPAR

UCB-DF

UNIVERSO

USP

Linhas de Pesquisa

- Modelagem matemaacutetica no ensino superior

- Anaacutelise e Inovaccedilotildees no Sistema de Ensino Superior

- Politica e avaliaccedilatildeo do ensino superior

- Teacutecnicas didaacuteticas utilizadas no

- Processos de aperfeiccediloamento da docecircncia no ensino superior

N deg d e

PesqEst D02 M01 E01

MOI E02

D01 M02

D01 M02

D07

Fonte httpw

2000 Pesquisadores

wwcnpqbr Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa - Versatildeo 41 Base de Dados

D=Doutor M=Mestre G=Graduaccedilatildeo E= Estudante

REFERENCIAS

BRASIL Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Livro Branco ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo Brasiacutelia MCT 2002

BRASIL Ministeacuterio da Ciecircncia e da Tecnologia Academia Brasileira de Ciecircncias Livro verde ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo desafio para a sociedade brasileira Brasiacutelia MCT 2001

CADERNOS NUPES O Nuacutecleo de Pesquisas sobre Ensino Superior da Universidade de Satildeo Paulo O primeiro ano Satildeo Paulo Universidade de Satildeo PauloNUPES

DOSSIEcirc Poliacuteticas Publicas de Ensino Superior Educaccedilatildeo em Revista Belo Horizonte Faculdade de Educaccedilatildeo da UFMG jul 2002

GUADILLA Carmen Garcia La Cooperacioacuten e la Construccioacuten del Campo de Estudio de Educacioacuten Superior en America Latina In FRANCO Maria Estela Dal Pai MOROSINI Mariacutelia Costa (Orgs) Redes Acadecircmicas e produccedilatildeo do conhecimento em educaccedilatildeo superior Brasiacutelia Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais 2001

GUIMARAtildeES Jorge Almeida GOMES Janaiacutena Capacitaccedilatildeo desempenho e conhecimento acumulado indicam oportunidades em aacutereas de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica no Brasil In SIMPOacuteSIO DE GESTAtildeO DA INOVACcedilAtildeO TECNOLOacuteGICA 22 2002 Salvador Paper apresentado Salvador Nuacutecleo PGTUSP 2002

Duas deacutecadas de desempenho cientiacutefico excepcional na Ameacuterica Latina In TROSSERO AP Los laberintos del futuro Santa Feacute Argentina Universidad del Litoral 2001

GUIMARAtildeES Reinaldo Avaliaccedilatildeo e fomento de eampT no Brasil propostas para os anos 90 Brasiacutelia MCTCNPq 1994

MOROSINI Mariacutelia FRANCO Maria Estela Dal Pai Gestatildeo de Redes de Pesquisa em Educaccedilatildeo Superior questatildeo de Princiacutepios e Ethos In FRANCO Maria Estela Dal Pai MOROSINI Mariacutelia Costa (Orgs) Redes Acadecircmicas e produccedilatildeo do conhecimento em educaccedilatildeo superior Brasiacutelia Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais 2001

NEVES Clarissa Eckert Baeta Institucionalizaccedilatildeo da pesquisa e sistemas decisoacuterios In FRANCO Maria Esteia Dal Pai MOROSINI Mariacutelia Costa (Orgs) Universidade e pesquisa poliacuteticas discursos e praacuteticas Passo Fundo UPF 1999

PALHARINI Francisco de Assis Cadernos NUPES o novo protagonista na formulaccedilatildeo teoacuterica da poliacutetica para o ensino superior In MOROSINI Mariacutelia SGUISSARDI Valdemar (Orgs) A educaccedilatildeo superior em perioacutedicos nacionais Vitoacuteria FCAA UFES 1998

SCHWARTZMAN Simon et ai Ciecircncia e Tecnologia no Brasil uma nova poliacutetica para um mundo global 1993 Disponiacutevel em ltwwwairbrasilorgbrSimon

A educaccedilatildeo superior a distacircncia no Brasil

Joseacute Manuel Moran

A educaccedilatildeo superior a distacircncia vive um periacuteodo de grandes mudanccedilas O avanccedilo da Internet estaacute facilitando o acesso a cursos onshyline de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo principalmente de especializaccedilatildeo A LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo (1996) em especial nos seus artigos 80 e 87 reconhece a educaccedilatildeo a distacircncia e a partir de aiacute se intensificam os cursos nos vaacuterios niacuteveis Ateacute entatildeo os cursos eram esporaacutedicos e se concentravam mais no seu caraacuteter supletivo (telecursos) e soacute a Universidade de Brasiacutelia vinha oferecendo alguns cursos de especializaccedilatildeo e extensatildeo por correspondecircncia O primeiro curso de graduaccedilatildeo a distacircncia criado foi o de Pedagogia de 1aa 4a seacuterie ela Universidade Federal do Mato Grosso em caraacuteter experimental a partir de 1995 para professores em serviccedilo da rede puacuteblica estadual e municipal

A educaccedilatildeo a distacircncia foi identificada num primeiro momento com o ensino por correspondecircncia porque era baseada em textos e exerciacutecios transportados pelo correio A segunda geraccedilatildeo da educaccedilatildeo a distacircncia na universidade comeccedilou na deacutecada de 80 com o uso da televisatildeo e do viacutedeo cassete para os telecursos profissionalizantes e formadores de estudantes do ensino meacutedio e fundamental A terceira fase dessa que promete ser uma revoluccedilatildeo no ensino brasileiro comeccedilou no final da deacutecada de 90 Haacute cinco anos apenas 200 mil pessoas no paiacutes estudavam pelo meacutetodo de educaccedilatildeo a distacircncia Hoje com a Internet satildeo cerca de 12 milhotildees de estudantes

A partir de 1998 observa-se um crescente envolvimento de Instituiccedilotildees de Ensino Superior com cursos de educaccedilatildeo a distacircncia As solicitaccedilotildees de autorizaccedilatildeo ao Ministeacuterio de Educaccedilatildeo foram em sua grande maioria 80 para cursos de graduaccedilatildeo de formaccedilatildeo de professores principalmente de Pedagogia e Normal Superior Os atuais professores do ensino fundamental satildeo o puacuteblico alvo principal destes cursos na medida em que sejam afetados pelo artigo 87 sect 4o da LDB o qual estabelece que ateacute o final da Deacutecada da Educaccedilatildeo ou seja 2006 somente seratildeo admitidos professores habilitados em niacutevel superior ou

formados por treinamento em serviccedilo Estima-se que essa exigecircncia legal tenha motivado uma demanda pontual da ordem de 700 mil novas vagas As instituiccedilotildees superiores de ensino estatildeo finalmente comeccedilando a atuar de forma clara e decidida em educaccedilatildeo a distacircncia O avanccedilo da Internet estaacute trazendo grandes mudanccedilas para a educaccedilatildeo presencial ao introduzir momentos e teacutecnicas de educaccedilatildeo a distacircncia E a educaccedilatildeo a distacircncia comeccedila a aproximar-se da presencial a sair do nicho em que se encontrava Na medida em que cada instituiccedilatildeo desenvolve sozinha ou em rede cursos de graduaccedilatildeo de especializaccedilatildeo de extensatildeo e agora de Poacutes strido sensu vai adquirindo competecircncia atraindo novos alunos e mercados perdendo o medo de arriscar e legitimando essa modalidade de educaccedilatildeo

91 Os programas de educaccedilatildeo virtual a distacircncia na educaccedilatildeo superior e sua relaccedilatildeo com a educaccedilatildeo presencial

A educaccedilatildeo presencial domina praticamente todas as modalidades de ensino superior Temos aproximadamente 30 cursos de graduaccedilatildeo em funcionamento ou aprovados 81 Instituiccedilotildees de Ensino Superior desenvolvem algum tipo de cursos a distacircncia a maioria de extensatildeo de curta duraccedilatildeo Aumentam os cursos de especializaccedilatildeo (20 aproximadamente entre os aprovados e em fase de aprovaccedilatildeo pelo MEC) Mas haacute cursos de especializaccedilatildeo dirigidos a empresas (principalmente na aacuterea de Administraccedilatildeo e Economia) e que natildeo buscam certificaccedilatildeo oficial

O panorama atual eacute muito dinacircmico Haacute uma efervescecircncia de projetos em todas as aacutereas niacuteveis e mercados As empresas estatildeo buscando processos de capacitaccedilatildeo contiacutenua fazendo parcerias com as melhores universidades As Secretarias de Educaccedilatildeo tambeacutem procuram estas instituiccedilotildees superiores para convecircnios e cursos Os 40 mil alunos matriculados em educaccedilatildeo superior a distacircncia (graduaccedilatildeo) e o potencial de alunos que pretende inscrever-se em novos cursos fazem prever um raacutepido crescimento das instituiccedilotildees mais competentes

Neste momento temos uma grande diversidade de cursos Haacute cursos de curta e de longa duraccedilatildeo haacute cursos para poucos alunos (menos de 30) e cursos com mais de 15 mil alunos Haacute cursos totalmente on-line virtuais e outros impressos que utilizam soacute correio Haacute cursos que satildeo pacotes de conteuacutedo com pouca interaccedilatildeo e outros com muito intercacircmbio troca onde se criam comunidades de aprendizagem Estaacute avanccedilando a utilizaccedilatildeo dos meios telemaacuteticos no ensino superior pela liberdade de acesso baixo custo e facilidade de comunicaccedilatildeo

Em termos institucionais a oferta de cursos superiores a distacircncia poderia ser classificada dentro das seguintes trecircs grandes tendecircncias

bull Instituiccedilotildees isoladas - Satildeo Universidades e Faculdades de Ensino Superior que jaacute atuam na educaccedilatildeo presencial e agora oferecem cursos a distacircncia Em geral comeccedilam com cursos de extensatildeo depois com cursos de especializaccedilatildeo e atualmente estatildeo organizando cursos de graduaccedilatildeo

bull Associaccedilotildees e Consoacutercios - Satildeo Instituiccedilotildees de Ensino Superior brasileiras que unem seus esforccedilos para oferecer cursos a distacircncia em vaacuterios niacuteveis Haacute associaccedilotildees que satildeo pontuais temporaacuterias para um curso ou projeto especiacutefico como por ex o Projeto Veredas que reuacutene a convite da Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo de Minas Gerais dezoito Instituiccedilotildees de Ensino Superior para oferecer um Curso de Pedagogia nas seacuteries iniciais para professores em serviccedilo que natildeo tecircm niacutevel superior Essa parceria eacute feita para este curso e se esgota ao seu teacutermino Haacute associaccedilotildees que pretendem ser duradouras para juntar os melhores professores cursos e recursos das instituiccedilotildees Satildeo tambeacutem importantes para oferecer apoio local a alunos em todo o Brasil Alguns exemplos UNIREDE (Rede de universidades puacuteblicas) CEDERJ (Centro de Educaccedilatildeo Superior do Rio de Janeiro que reuacutene as cinco Universidades puacuteblicas do Estado do Rio de Janeiro) RICESU (Rede de Universidades Catoacutelicas de Ensino Superior) IUVB - Instituto Universidade Virtual Brasileira - Consoacutercio de 10 universidades privadas que formam uma nova instituiccedilatildeo para cursos a distacircncia

bull Instituiccedilotildees exclusivamente virtuais - Instituiccedilotildees criadas exclusivamente para oferecer cursos a distacircncia operando no momento apenas em cursos de extensatildeo No Brasil natildeo temos o modelo Open University ou UNED da Espanha instituiccedilotildees que soacute existem para Educaccedilatildeo a Distacircncia Temos portais ou sites que funcionam como um campus virtual como o Univir (wwwunivirbr) em geral oferecendo cursos de extensatildeo

A Portaria ndeg 2253 do MEC de 18102001 permite que o curriacuteculo de cursos superiores reconhecidos possa ser oferecido a distacircncia ateacute vinte por cento da sua carga horaacuteria total como eacute uma Portaria recente as universidades estatildeo comeccedilando a encontrar formas de aplicaacute-lo Algumas instituiccedilotildees como a Anhembi-Morumbi a Unisul a UNB a UNAMA - Universidade da Amazocircnia estatildeo incentivando os professores

a colocar algumas disciplinas on-line A Unisul de Santa Catarina tinha em marccedilo de 2002 82 disciplinas cadastradas como apoio on-line Algumas universidades comeccedilaram com alguns cursos de recuperaccedilatildeo total ou parcialmente a distacircncia

As universidades estatildeo incentivando tambeacutem o uso da Internet em disciplinas comuns a vaacuterios cursos e que podem ser aplicadas a maior nuacutemero de alunos Em geral os professores mais familiarizados com as tecnologias e os que atuam em educaccedilatildeo a distacircncia satildeo os que se dispotildeem a experimentar e isso iraacute criando a cultura do virtual o conhecimento dentro de cada instituiccedilatildeo para avanccedilar para propostas curriculares mais complexas integradas e flexiacuteveis ateacute encontrar em cada aacuterea de conhecimento e em cada instituiccedilatildeo qual eacute o ponto de equiliacutebrio entre o presencial e o virtual

O vinte por cento eacute uma etapa inicial de criaccedilatildeo de cultura on-line Natildeo pode-se definir a priori urna porcentagem aplicaacutevel de forma generalizada a todas as situaccedilotildees Algumas disciplinas necessitam de maior presenccedila fiacutesica como as que utilizam laboratoacuterio as que precisam de interaccedilatildeo corporal (danccedila teatro) O importante eacute experimentar diversas soluccedilotildees para diversos cursos Todos estatildeo aprendendo Nenhuma instituiccedilatildeo estaacute muito na frente no ensino superior inovador on-line

Dentro de poucos anos esta discussatildeo do presencial e a distacircncia teraacute muito menos importacircncia Caminha-se para uma integraccedilatildeo dos nuacutecleos de educaccedilatildeo a distacircncia com os atuais nuacutecleos ou coordenaccedilotildees pedagoacutegicas dos cursos presenciais A maioria dos cursos de graduaccedilatildeo e de poacutes-graduaccedilatildeo seraacute semi-presencial e os cursos a distacircncia teratildeo muitas formas de aproximaccedilatildeo presencial-virtual (maior contato audiovisual entre os participantes)

92 Os tipos de programas de educaccedilatildeo virtual A ecircnfase nestes uacuteltimos anos nos cursos de graduaccedilatildeo a distacircncia

se daacute na formaccedilatildeo de professores principalmente em serviccedilo -professores sem diploma universitaacuterio Satildeo cursos de licenciatura predominantemente nas seacuteries iniciais (noventa por cento dos cursos de graduaccedilatildeo a distacircncia)

Pela lista de cursos autorizados pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo pode-se visualizar melhor quais satildeo as Instituiccedilotildees credenciadas e os cursos superiores a distacircncia existentes neste momento

bull Universidade Estadual do Norte Fluminense Licenciatura em Ciecircncias Bioloacutegicas (Cederj)

1 Pesquisa feita em julho de 2002 na paacutegina do MEC wwwmecgovbr

bull Universidade Federal Fluminense Licenciatura em Matemaacutetica (Cederj)

bull Universidade Federal do Paraacute Bacharelado e Licenciatura em Matemaacutetica

bull Universidade Federal de Mato Grosso Educaccedilatildeo Baacutesica 1ordm a 4o seacuteries Licenciatura Plena

bull Universidade Federal do Paranaacute Graduaccedilatildeo em Pedagogia licenciatura plena com as habilitaccedilotildees Magisteacuterio dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e Magisteacuterio da Educaccedilatildeo Infantil

bull Universidade do Estado de Santa Catarina Licenciatura plena em Pedagogia

bull Universidade Federal do Mato Grosso do Sul Pedagogia licenciatura plena com habilitaccedilatildeo em Formaccedilatildeo de Professores para os anos iniciais do Ensino Fundamental Poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu - Orientadores pedagoacutegicos em educaccedilatildeo a distacircncia

bull Faculdade de Administraccedilatildeo de Brasiacutelia Bacharelado em Administraccedilatildeo Geral

bull Universidade Federal do Espiacuterito Santo Lienciatura em Pedagogia nas Seacuteries Iniciais do Ensino Fundamental

bull Universidade Estadual do Maranhatildeo Licenciatura Plena em Magisteacuterio das Seacuteries Iniciais do Ensino Fundamental Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio Grande do Sul -Engenharia Quiacutemica

bull Universidade Federal de Ouro Preto Licenciatura em Educaccedilatildeo Baacutesica - Anos Iniciais

bull Faculdade de Educaccedilatildeo Satildeo Luis em Jaboticabal- SP - Poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu em Didaacutetica Metodologia do Ensino em Liacutengua Portuguesa Aprendizagem Matemaacutetica Aprendizagem em Geografia Psico-Pedagogia

bull Universidade Braz Cubas Especializaccedilatildeo em Direito Civil e em Direito Penal

A lista das instituiccedilotildees credenciadas e de cursos autorizados para a oferta de cursos superiores a distacircncia encontra-se em wwwmecgovbr

Eacute crescente o nuacutemero de cursos de graduaccedilatildeo e lato sensu a distacircncia enviados ao MEC para autorizaccedilatildeo Entre eles parecem importantes o Projeto Veredas Curso Especial de Graduaccedilatildeo em Pedagogia promovido pela Secretaria de Educaccedilatildeo de Minas Gerais com 19 instituiccedilotildees de ensino superior para formaccedilatildeo de professores em serviccedilos do Estado A Universidade de Brasiacutelia tambeacutem estaacute comeccedilando

um curso de graduaccedilatildeo a distacircncia de Pedagogia para Professores em exerciacutecio no iniacutecio de Escolarizaccedilatildeo em convecircnio com a Secretaria de Educaccedilatildeo do Distrito Federal O Instituto IUVB - um consoacutercio de dez universidades privadas brasileiras - estaacute pedindo autorizaccedilatildeo para oferecer cinco cursos de graduaccedilatildeo a distacircncia na aacuterea de humanas A Unisul - de Santa Catarina - estaacute pleiteando cursos de graduaccedilatildeo e de especializaccedilatildeo assim como a UNOPAR de Londrina a FACINTER de Curitiba a Universidade Federal de Alagoas a UNOESC da Bahia entre outras

um fenocircmeno importante em educaccedilatildeo a distacircncia eacute a organizaccedilatildeo em redes consoacutercios ou associaccedilotildees Os principais consoacutercios redes ou associaccedilotildees de instituiccedilotildees para oferta de cursos de niacutevel superior no Brasil satildeo os seguintes

bull CEDERJ - Centro de Educaccedilatildeo Superior do Rio de Janeiro www ceder) rj gov br

O Consoacutercio Centro de Educaccedilatildeo a Distacircncia do Estado do Rio de Janeiro - CEDERJ eacute uma iniciativa das Universidades Puacuteblicas do Estado do Rio de Janeiro com a Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia e prefeituras municipais para capacitar a distacircncia professores em serviccedilo sem niacutevel superior e abrir as diversas licenciaturas para futuros professores fixando-os no interior do Estado As universidades satildeo

Universidade Estadual do Norte Fluminense - UENF Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ Universidade Federal Fluminense - UFF Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ Universidade do Rio de Janeiro - UNIRIO

Neste momento existem duas licenciaturas a distacircncia em funcionamento - Matemaacutetica e Ciecircncias Bioloacutegicas com aproximadamente 800 alunos - e estatildeo sendo autorizada a licenciatura em Pedagogia e em outras aacutereas de conhecimento Os cursos alternam momentos presenciais e a distacircncia e utilizam material didaacutetico impresso CD-ROM Internet tutoria presencial e a distacircncia em poacutelos regionais organizados em escolas em convecircnio com Prefeituras equipadas com laboratoacuterios bibliotecas computadores Internet As avaliaccedilotildees satildeo feitas a distacircncia e presencialmente

bull Instituto UVB - Universidade Virtual Brasileira wwwuvbbr

A Rede Brasileira de Ensino a Distacircncia eacute o resultado da associaccedilatildeo de 10 instituiccedilotildees de ensino superior do paiacutes que formaram o Instituto IUVBBR

A Rede tem 10 instituiccedilotildees em vaacuterias regiotildees do paiacutes congrega mais de 6 mil professores e mais de 100 mil alunos no ensino presencial com cursos em todas as aacutereas da ciecircncia As instituiccedilotildees satildeo

Universidade Anhembi Morumbi - Anhembi Morumbi Unicentro Newton Paiva - Newton Paiva Universidade Potiguar - UNP Universidade da Amazocircnia - UNAMA Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Regiatildeo do Pantanal - UNIDERP Centro Universitaacuterio Monte Serracirct - UNIMONTE Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL Centro Universitaacuterio do Triacircngulo - UNIT Universidade Veiga de Almeida - UVA Centro Universitaacuterio Vila Velha -UVV

O Instituto IUVB oferece cursos de extensatildeo de especializaccedilatildeo e estaacute pedindo autorizaccedilatildeo ao MEC para oferecer cinco cursos de graduaccedilatildeo a distacircncia A ecircnfase eacute nos cursos on-line atraveacutes da Internet na aacuterea de humanas (Administraccedilatildeo Economia Turismo) Os professores dos principais cursos costumam fazer parte dos quadros das universidades conveniadas principalmente da Anhembi-Morumbi como Instituto pode oferecer cursos de graduaccedilatildeo como uma entidade autocircnoma sem precisar do credenciamento de cada universidade especificamente para educaccedilatildeo a distacircncia

bull UniRede - Universidade Virtual Puacuteblica do Brasil wwwuniredebr

A UniRede eacute um consoacutercio que reuacutene 68 instituiccedilotildees puacuteblicas de ensino superior e conta com o apoio do Ministeacuterio de Educaccedilatildeo o de Ciecircncia e Tecnologia e do FINEP Ela possibilita que as melhores instituiccedilotildees puacuteblicas unam competecircncias para um trabalho em rede baseado no uso intensivo de tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo evitando iniciativas duplicadoras e a dispersatildeo de recursos Atualmente desenvolvem alguns cursos de graduaccedilatildeo de especializaccedilatildeo e de extensatildeo O potencial eacute imenso As dificuldades estatildeo em agilizar o gerenciamento de universidades burocraacuteticas lentas diante da competitividade das instituiccedilotildees privadas

A UNIREDE desenvolve o Programa ProDocecircncia cujo objetivo eacute oferecer cursos de licenciaturas de 1 a 4a seacuteries e de Ciecircncias aos mais de 800 mil docentes brasileiros sem graduaccedilatildeo Ateacute agora satildeo seis as universidades que estatildeo oferecendo cursos de graduaccedilatildeo para professores em serviccedilo que natildeo possuem niacutevel superior

Satildeo elas Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) Universidade Federal de Ouro Preto Universidade Federal do Espiacuterito Santo (UFES) Universidade Federal do Maranhatildeo (UFMA) Universidade

do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Universidade Estadual de Maringaacute (UEM)

O grande problema das universidades puacuteblicas eacute a dependecircncia de financiamento governamental pois natildeo podem cobrar do aluno Mas em julho de 2002 foi aprovada no Projeto de Lei de Diretrizes Orccedilamentaacuterias (LDO) para 2003 uma emenda que autoriza o repasse de verbas para a criaccedilatildeo de 180 mil vagas no ensino a distacircncia para a qualificaccedilatildeo de professores que natildeo tecircm curso superior

bull UniVirCO - Universidade Virtual do Centro-Oeste WWW universidadevirtual brunivirco_index htm

Eacute um consoacutercio de cooperaccedilatildeo teacutecnica cientiacutefica e acadecircmica formada por sete (7) universidades estaduais e federais puacuteblicas da Regiatildeo Centro-Oeste

As Instituiccedilotildees conveniadas satildeo Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul - UEMS Universidade Federal de Goiaacutes - UFG Virtual Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - UFMS Universidade Federal do Mato Grosso -UFMT Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT Universidade de Brasiacutelia - UnB Virtual

A UniVirCO pretende incentivar pesquisas em grupo e projetos coletivos pesquisar novas formas de aprendizagem em ambientes onshyline novas estrateacutegias de planejamento desenvolvimento e de avaliaccedilatildeo possibilitar a formaccedilatildeo inicial e permanente dos professores e profissionais de diferentes segmentos da sociedade visando a ampliaccedilatildeo do conhecimento

com a criaccedilatildeo da UNIREDE parece pouco definida a atuaccedilatildeo especiacutefica da UniVirCO como uma rede menor (Centro-Oeste) dentro da rede nacional

bull RICESU - Rede de Instituiccedilotildees Catoacutelicas de Ensino Superior www ricesu com br

Estaacute se formando uma rede de instituiccedilotildees catoacutelicas para atuar no Ensino Superior a Distacircncia As Instituiccedilotildees conveniadas satildeo Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Campinas - PUC-Campinas Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Paranaacute - PUC-PR Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio Grande do Sul - PUC-RS Universidade Catoacutelica de Brasiacutelia - UCB Universidade Catoacutelica de Pernambuco - UNICAP Universidade Catoacutelica de Santos - UNISANTOS Universidade do Vale

do Rio dos Sinos - UNISINOS Universidade Catoacutelica de Salvador UCSAL Universidade Catoacutelica Dom Bosco - UCDB e o Centro Universitario La Salle - UN1LASALLE

Em uma primeira etapa as instituiccedilotildees catoacutelicas criaram a revista eletrocircnica Colaborreg dedicada a temas de ensino-aprendizagem principalmente a distacircncia cujo primeiro nuacutemero comeccedilou em agosto de 2001

A segunda iniciativa da rede eacute a organizaccedilatildeo de uma biblioteca digital com o acervo das universidades associadas Atualmente a RICESU estaacute definindo a poliacutetica de educaccedilatildeo contiacutenua a integraccedilatildeo de cursos e recursos humanos e tecnoloacutegicos

921 Cursos de niacutevel superior em parceria

Projeto Veredas

Curso de Formaccedilatildeo Superior de Professores www veredas educaccedilatildeo mg go v br

O Curso da Secretaria de Educaccedilatildeo de Minas Gerais comeccedila a ser ministrado em parceria com 18 universidades centros universitaacuterios e outras instituiccedilotildees de ensino superior com experiecircncia em formaccedilatildeo de professores Foram oferecidas 15000 vagas destinadas a professores em exerciacutecio nos quatro anos iniciais do ensino fundamental sendo 12000 para a rede estadual e 3000 para as redes municipais de ensino (para professores em exerciacutecio que natildeo possuem niacutevel superior) Essas vagas foram distribuiacutedas em 21 poacutelos regionais e 29 Sub-Poacutelos (lotes) para possibilitar aos professores cursistas participar das atividades do curso sem se afastarem de suas atividades de ensino

bull PEC - Programa Especial de Formaccedilatildeo Universitaacuteria de Professores

Programa da Secretaria de Educaccedilatildeo de Satildeo Paulo em convecircnio com a USP a UNESP e a PUC-SPTrata-se de um programa especial de Licenciatura plena para professores das seacuteries inicias do Ensino Fundamental Comeccedilou em junho de 2001 e eacute coordenado pelas universidades PUC-SP USP e UNESP e conta atualmente com 6235 alunos professores efetivos da rede puacuteblica de ensino em todo o estado de Satildeo Paulo distribuiacutedos em trecircs periacuteodos e agrupados em 46 Ambientes de Aprendizagem distribuiacutedos em 34 localidades no Estado de Satildeo Paulo A grande maioria destes docentes (5815) estaacute em exerciacutecio como professores em escolas da rede puacuteblica estadual Os iacutendices de desistecircncia e evasatildeo do curso satildeo baixos de 645 A carga horaacuteria miacutenima eacute de 3100 horas de trabalho estabelecida pela Deliberaccedilatildeo 1201 do Conselho Estadual de Educaccedilatildeo sendo

bull 1600 horas de atividades de aulas bull 400 horas de atividades complementares bull 300 horas de vivecircncias educadoras na escola e bull 800 horas de reconhecimento de exerciacutecio profissional

associado ao trabalho

O uso combinado de tecnologias e do trabalho presencial vem possibilitando o desenvolvimento das seguintes modalidades de atividades

gt Teleconferecircncias aulas ministradas por convidados especiais que atraveacutes de exposiccedilotildees anaacutelises de mateacuterias gravadas e debates discutem os temas centrais do programa Satildeo transmitidas para todos os alunos simultaneamente a partir de um estuacutedio montado na TV Cultura Os alunos interagem atraveacutes do uso de fax e e-mail

gt Videoconferecircncias aulas ministradas por docentes das Universidades que abordam o referencial teoacuterico-conceitual do curso Cada videoconferecircncia pode ser transmitida para 4 5 salas de aula de cerca de 40 alunos permitindo a interaccedilatildeo dos diferentes grupos em tempo real O programa desenvolveu uma sistemaacutetica de treinamento e um manual de referecircncia para os professores que se utilizam das tecnologias envolvidas visando explorar ao maacuteximo seu potencial pedagoacutegico

gt Trabalhos Monitorados apoio agrave aprendizagem mediante aprofundamento dos temas trabalhados nas teleconferecircncias e videoconferecircncias As sessotildees de trabalho monitorado satildeo de trecircs tipos sessotildees on-line (orientadas por professores assistentes via intranet) sessotildees off-line (apoiadas pelos professores-tutores de forma presencial) e sessotildees de suporte (desenvolvidas autonomamente pelos alunos-professores a partir de atividades previamente designadas) Para estas modalidades os docentes estatildeo desenvolvendo um material de apoio especiacutefico para o programa tanto para circulaccedilatildeo na WEB quanto impresso O programa jaacute produziu com formato editorial proacuteprio 1859 paacuteginas de conteuacutedos impressos de apoio ao estudo e aprendizado e 16 sessotildees de LearnigSpace ambiente de aprendizagem utilizado para o desenvolvimento dos trabalhos on-line Existe tambeacutem um programa proacuteprio de capacitaccedilatildeo para os professores-assistentes (que interagem on-line) e de acompanhamento e avaliaccedilatildeo das possibilidades de trabalho e interaccedilatildeo suscitadas pelo trabalho monitorado on-line

gt Vivecircncias Educadoras atividades praacuteticas pedagoacutegicas que acompanham o processo de formaccedilatildeo propondo a articulaccedilatildeo dos referenciais teoacuterico-conceituais com a praacutetica dos professores Neste momento do curso concentram-se em torno do tratamento didaacutetico do estudo das diferentes aacutereas curriculares

gt Oficinas Culturais atividades que objetivam ampliar o universo cultural dos alunos-professores no que diz respeito aos diferentes usos da leitura e da escrita e agraves vaacuterias manifestaccedilotildees artiacutesticas

922 Principais instituiccedilotildees de ensino superior em EAD Sao muitas as instituiccedilotildees que estatildeo desenvolvendo cursos

superiores no Brasil Praticamente todas as Instituiccedilotildees tecircm um Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia e oferecem alguns cursos interna e externamente de curta meacutedia ou longa duraccedilatildeo Indicamos a seguir algumas instituiccedilotildees - entre muitas outras que poderiam ser citadas - que estatildeo se destacando atualmente em EAD e estatildeo contribuindo com novos cursos ou novas metodologias de ensino-aprendizagem

bull MT - Universidade Federal do Mato Grosso wwwufmtbr

A UFMT eacute ligada agrave UNIREDE e a UniVirCO

A Universidade Federal do Mato Grosso em Cuiabaacute eacute uma das universidades pioneiras em educaccedilatildeo a distacircncia no Brasil principalmente no ensino superior O curso Educaccedilatildeo Baacutesica 1ordm a 4o seacuteries na modalidade Licenciatura Plena iniciou seu funcionamento no ano de 1995 em caraacuteter experimental em convecircnio com a Secretaria de Educaccedilatildeo do Estado de Mato Grosso e algumas prefeituras do poacutelo regional de Coliacuteder MT com 352 alunos iniciais dos quais 290 concluiacuteram o curso entre 1999 e 2001 Foi realizado em 1999 um segundo vestibular com o preenchimento de 2164 vagas distribuiacutedas em 05 poacutelos regionais nas cidades de Coliacuteder Diamantino Juara Juina e Terra Nova Atualmente continuam matriculados 2067 alunos com uma evasatildeo meacutedia nos dois uacuteltimos anos de 44

Em cada Poacutelo haacute ainda uma estrutura administrativo-pedagoacutegica com pessoal de apoio agraves atividades de secretaria e uma equipe de orientadores acadecircmicos responsaacuteveis pelo acompanhamento e orientaccedilatildeo do processo de aprendizagem dos alunos dos vaacuterios municiacutepios sob sua jurisdiccedilatildeo Em cada poacutelo haacute ainda um coordenador eleito dentre os orientadores Esses orientadores desempenham funccedilotildees no acircmbito do processo de ensinoaprendizagem e da avaliaccedilatildeo curricular Cada

Centro Regional conta com uma equipe de Orientadores Acadecircmicos na proporccedilatildeo de 20 alunos por orientador Os alunos recebem materiais impressos e CD-ROMs Os poacutelos regionais e os centros locais em escolas das Prefeituras estatildeo equipados com computadores FAX e Internet

A UFMT desenvolve tambeacutem um curso de Poacutes Lato Sensu sobre Formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo a Distacircncia

bull PUCCAMP - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Campinas wwwpuc-campinasbredmc

O Ensino a Distacircncia vem sendo oferecido desde 1998 tendo seu iniacutecio com o Curso de Mestrado em Informaacutetica A PUC de Campinas eacute conveniada agrave RICESU Rede de Instituiccedilotildees Catoacutelicas de Ensino Superior Possui um ambiente proacuteprio na Internet

Oferece os seguintes cursos

Poacutes-Graduaccedilatildeo - Strictu Sensu (Mestrado) Gerenciamento em Sistemas de Informaccedilatildeo Sistemas de Computaccedilatildeo Sistemas de Telecomunicaccedilatildeo e Informaacutetica

2 Poacutes-Graduaccedilatildeo - Lato Sensu Arquitetura Cliente Servidor Gestatildeo Educacional Perspectivas da Praxis Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo de Recursos Humanos

3 Cursos Sequumlenciais Formaccedilatildeo Especiacutefica em Administraccedilatildeo de Recursos e Produccedilatildeo Formaccedilatildeo Especiacutefica em Tecnologia de Informaccedilatildeo Aplicada a Instituiccedilotildees Financeiras

A PUC eacute junto com a Universidade Federal de Santa Catarina pioneira em cursos de mestrado a distacircncia A PUC implantou em marccedilo de 1998 um projeto-piloto de Educaccedilatildeo a Distacircncia Mediada por Computador - EDMC - como opccedilatildeo dentro do Mestrado em Informaacutetica envolvendo oito alunos localizados a grandes distacircncias de Campinas ou seja Rondonoacutepolis-MT Uberaba-MG Vitoacuteria-ES Goiacircnia-GO Salvador-BA entre outras Os alunos frequumlentam aulas presenciais numa proporccedilatildeo de um quarto com relaccedilatildeo agraves aulas virtuais estas realizadas por meio de um a combinaccedilatildeo de aulas remotas siacutencronas (do tipo sala de discussatildeo ou chat) e assiacutencronas (do tipo news-group) atraveacutes da Internet onde cada disciplina disponibiliza seu material didaacutetico em Home-Page especialmente projetada para o Curso de Mestrado (wwwmestradonarpuc-campinasbr)

bull Universidade Anhembi Morumbi wwwanhembibrei

Conveniada ao Instituto Universidade Virtual Brasileira Tem ambiente proacuteprio para EAD e utiliza tambeacutem o ambiente

Blackboard Na Universidade Anhembi Morumbi o Ensino Interativo (El)

que teve iniacutecio em 1995 com o primeiro curso de Moda on-line do Brasil faz parte do Departamento de Ensino Interativo a Distacircncia e oferece cursos de extensatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu a distacircncia e cursos de graduaccedilatildeo como apoio ao presencial

1 Graduaccedilatildeo (apoio ao presencial) Projeto Cliacutenicos On-line (para os alunos do 1ordm semestre da Universidade como complemento nas aacutereas de Matemaacutetica e Liacutengua Portuguesa carga horaacuteria 34 horas em oito semanas) Adaptaccedilotildees e Dependecircncias Orientadas pela Internet (oferece as disciplinas Metodologia da Pesquisa Cientiacutefica Histoacuteria das Ciecircncias Filosofia Psicologia Ciecircncias Sociais Comunicaccedilatildeo e Expressatildeo e Nutriccedilatildeo Materno-infantil) 2 Poacutes Graduaccedilatildeo - Lato Sensu Moda em Comunicaccedilatildeo (com Habilitaccedilatildeo em Arte e Cultura Marketing ou Design de Moda)

bull UNIFESP - Universidade Federal de Satildeo Paulo EPM - Escola Paulista de Medicina wwwvirtualepmbr

Conveniada agrave UNIREDE

O Laboratoacuterio de Ensino a Distacircncia (LED) do Departamento de Informaacutetica em Sauacutede (DIS) foi formalizado em 2000 e eacute responsaacutevel pelos projetos em educaccedilatildeo a distacircncia da UNIFESP Virtual O LED tem ambiente na Internet proacuteprio

Oferece os seguintes cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo Lato Sensu

bull Especializaccedilatildeo em Dependecircncia Quiacutemica bull Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica

Entre os cursos de Extensatildeo se destacam Baacutesico de Atualizaccedilatildeo em Dependecircncias Revisatildeo sistemaacutetica e metanaacutelise Teacutecnica Operatograveria e Cirurgia Experimental Simulaccedilatildeo de Desastre Atualizaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica - Moacutedulo I Atualizaccedilatildeo em Enfermagem em Nefrologia

Baacutesico de Dermatologia para Meacutedicos Cliacutenicos Atualizaccedilatildeo para Professores e Tutores de Cursos a Distacircncia em Sauacutede Introduccedilatildeo a EAD para o Mestrado em Oftalmologia

Oferece algumas disciplinas de Graduaccedilatildeo on-line nos cursos de Biomedicina de Medicina de Tecnologia Oftaacutelmica e de Fonoaudiologia

bull PUC RS - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio Grande do Sul www eadpucrs br Conveniada agrave RICESU

Em 1997 o reitor da PUC RS criou um grupo de trabalho visando agrave criaccedilatildeo de uma Universidade Virtual Em 1999 o projeto de credenciamento da PUC RS Virtual foi encaminhado ao MEC para aprovaccedilatildeo junto com o curso de Engenharia quiacutemica a distacircncia Em 2000 inaugura-se oficialmente a PUC RS Virtual

Eacute uma das universidades melhor equipadas para Educaccedilatildeo a Distacircncia Oferece aulas por viacutedeo e teleconferecircncia Internet e material impresso

Oferece cursos de extensatildeo graduaccedilatildeo e lato sensu

1 A PUC-RS estaacute oferecendo o primeiro curso de graduaccedilatildeo em engenharia quiacutemica a distacircncia em parceria com a OPP Petroquiacutemica SA

2 Em 20012002 estaacute desenvolvendo 13 cursos de especializaccedilatildeo e 6 cursos de extensatildeo com uma meacutedia de 3000 alunos

Em Especializaccedilatildeo destacam-se os cursos de

bull Direito Processual Civil (360hs- abril 2002julho 2003) bull Educaccedilatildeo Especial (380hs- maio 2002junho 2003) bull Gestatildeo Empresarial (375hs- abril 2002julho 2003) bull Gestatildeo em Sauacutede ecircnfase hospitalar (375hs- abril 2002

dezembro 2002) bull Marketing Poliacutetico e Persuasatildeo Eleitoral (360hs- junho 2002

julho 2003) bull Orientaccedilatildeo Educacional bull Psicologia nos Processos Educacionais (360hs + trabalho de

conclusatildeo - abril 2002julho 2003)

bull Psicologia nas Organizaccedilotildees (360hs + trabalho de conclusatildeo - abril 2002julho 2003)

bull Psicologia na Comunicaccedilatildeo (360hs + trabalho de conclusatildeo -20022003)

bull Psicooncologia (375hs + trabalho de conclusatildeo - maio 2002 julho 2003)

bull Supervisatildeo Escolar (375hs + trabalho de conclusatildeo - abril 2002 junho 2003)

bull Tecnologias de Informaccedilatildeo e de Comunicaccedilatildeo em Educaccedilatildeo (390hs- agosto 2002julho 2003) UNB - Universidade de Brasiacutelia wwwnedunbbr

A Universidade de Brasiacutelia eacute uma das pioneiras em Educaccedilatildeo a Distacircncia principalmente em especializaccedilatildeo desde a deacutecada de oitenta Eacute uma das coordenadoras da Unirede e da UniVirCo Alguns cursos utilizam mais a miacutedia impressa outros a Internet

Atualmente a UNB estaacute desenvolvendo um curso especial de graduaccedilatildeo a distacircncia de Pedagogia para Professores em exerciacutecio no iniacutecio de Escolarizaccedilatildeo que estaacute sendo autorizado pelo MEC a pedido da Secretaria de Educaccedilatildeo do Distrito Federal O Curso dura 03 (trecircs) anos com carga horaacuteria de 3210 horas integralizadas com 1284 (40) presenciais e 1926 horas (60) natildeo presenciais trabalhadas com recursos de tecnologia multimiacutedia textos impressos viacutedeos e interaccedilotildees da INTERNET Iniciou em 2001 com 1000 alunos - professores em serviccedilo - por semestre ateacute completar 5000 no primeiro semestre de 2003 A UNB estaacute organizando 6 (seis) Centros Regionais Informatizados para a Educaccedilatildeo destinados a atender os cursistas e os monitores no desenvolvimento de tarefas presenciais e dar apoio agraves atividades desenvolvidas on line

Cursos oferecidos em Poacutes-Graduaccedilatildeo Lato Sensu Avaliaccedilatildeo Institucional Ensino de Ciecircncias sob o Prisma da Educaccedilatildeo Ambiental Capacitaccedilatildeo em Serviccedilo Social e Poliacutetica Social Odontologia em Sauacutede Coletiva E desenvolve muitos cursos de extensatildeo entre eles A Redaccedilatildeo como Libertaccedilatildeo Educaccedilatildeo Municiacutepio e Cidadania Ensino de Ciecircncias sob o Prisma da Educaccedilatildeo Ambiental Formaccedilatildeo em Agente Indiacutegena em Sauacutede Bucal Freud Pensamento e Accedilatildeo Introduccedilatildeo Criacutetica ao Direito Introduccedilatildeo Criacutetica ao Direito do Trabalho Jean-Jacques Rousseau Manual de Criaccedilatildeo e Elaboraccedilatildeo de Materiais para Educaccedilatildeo a Distacircncia O Pensamento Inquieto Poliacutetica Social Prevenccedilatildeo ao Uso Indevido de Drogas - Diga SIM agrave Vida

bull UFPR - Universidade Federal do Paranaacute wwwneadufprbr

Conveniada agrave UNIREDE

Em meados de setembro de 1998 foi criada a Comissatildeo Intersetorial encarregada de desenvolver uma preacute-proposta de criaccedilatildeo de um nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia na Universidade Em 28 de janeiro de 1999 o Conselho Universitaacuterio aprovou por unanimidade a institucionalizaccedilatildeo da EAD na UFPR e a Portaria ndeg 37099 da Reitoria de 10 de fevereiro de 1999 cria o NE AD - Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia

1 Graduaccedilatildeo

Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia - Seacuteries Iniciais do Ensino Fundamental (3240hs sendo 2368 a distacircncia e 872 presenciais) credenciado e aprovado pelo MEC Abriu no primeiro vestibular em maio de 2000 600 vagas sendo duzentas para a regiatildeo de Pato Branco (PR) duzentas para a regiatildeo de Apucarana (PR) e mais duzentas vagas para uma entidade religiosa Todos os candidatos que realizaram o processo seletivo satildeo professores que estatildeo atuando na educaccedilatildeo infantil eou seacuteries iniciais do Ensino Fundamental e estatildeo vinculados agraves entidades conveniadas Realizou ateacute agora dois vestibulares e conta com mais de 800 alunos

2 Poacutes-Graduaccedilatildeo

Curso UNIREDE de Formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo a Distacircncia Curso de 480h correspondentes a moacutedulos que podem ser cursados de forma independente eou complementar proporcionando diferentes niacuteveis de certificaccedilatildeo

gt Extensatildeo (45h a 150h) gt Aperfeiccediloamento (180h a 300h) gt Especializaccedilatildeo Latu Sensu (480h) - incluindo monografia

O curso eacute realizado predominantemente atraveacutes da Internet com a consolidaccedilatildeo de grupos colaborativos de aprendizagem (chats foacuteruns e listas de discussatildeo) e suporte de material impresso viacutedeo e teleconferecircncia

Curso de Formaccedilatildeo de Professores (360hs sendo 33 presencial 20 por tutoria e 47 a distacircncia) e Curso de Miacutedias Integradas (360hs sendo 33 presencial 20 por tutoria e 47 a distacircncia)

bull AIEC - Associaccedilatildeo Internacional de Educaccedilatildeo Continuada Faculdade de Administraccedilatildeo de Brasiacutelia wwwaiecbr

A Associaccedilatildeo Internacional de Educaccedilatildeo Continuada - AIEC eacute a primeira Faculdade a implantar um curso de graduaccedilatildeo em administraccedilatildeo a distacircncia no Brasil Eacute mantida pela FAAB Tem atualmente aproximadamente 800 alunos Manteacutem Centros Regionais de apoio em salas da Associaccedilatildeo dos Funcionaacuterios do Banco do Brasil Nesses centros satildeo realizadas as verificaccedilotildees de aprendizagem as reuniotildees de trabalho em grupo debates de filmes ou palestras e atendimento de Secretaria Cada Centro dispotildee de um Coordenador Regional que exerce a supervisatildeo administrativa das atividades do curso

bull UFMS - Universidade Federal do Mato Grosso do Sul www ead ufms br Vinculada agrave UNIREDE e agrave UniVirCO

Desenvolve o Curso de Graduaccedilatildeo de Pedagogia na modalidade Licenciatura Plena com habilitaccedilatildeo em Formaccedilatildeo de Professores para os anos iniciais do Ensino Fundamental autorizado pelo MEC

com duraccedilatildeo miacutenima de 4 (quatro) anos e maacutexima de 5 (cinco) anos o curso tem 50 da carga horaacuteria presencial e 50 da carga horaacuteria agrave distacircncia para professores e alunos do Mato Grosso do Sul Utiliza material impresso proacuteprio e Internet Realizou o primeiro vestibular

Outros cursos importantes de Poacutes Graduaccedilatildeo Lato Sensu Orientadores Pedagoacutegicos em Educaccedilatildeo a Distacircncia Educaccedilatildeo Profissional na aacuterea de Sauacutede Enfermagem Poliacuteticas e Gestatildeo Educacional Educaccedilatildeo em Arte e as novas Tecnologias

bull UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina www led ufsc br www ufsc br

A Universidade Federal eacute uma das pioneiras em cursos que utilizam videoconferecircncia e Internet a distacircncia a partir do LED -Laboratoacuterio de Educaccedilatildeo a Distacircncia do Curso de Engenharia de Produccedilatildeo Atualmente o LED se separou do Departamento de Engenharia de Produccedilatildeo Os cursos principais de Poacutes - Lato Sensu satildeo Empreendedorismo Engenharia e Gestatildeo Rural e Agroindustrial Engenharia de Produccedilatildeo Gestatildeo Rural e Agroindustrial Gestatildeo de Ensino Teacutecnico Gestatildeo Fazendaacuteria Planejamento Estrateacutegico ecircnfase em Agrobusiness Marketing para Gestatildeo Empresarial E em educaccedilatildeo

continuada Introduccedilatildeo agrave educaccedilatildeo a distacircncia Gestatildeo escolar Criaccedilatildeo de empresas Jovens empreendedores Educaccedilatildeo ambiental

bull UDESC - Universidade Estadual de Santa Catarina httpvirtualudescbr Vinculada agrave Unirede

O curso principal de Graduaccedilatildeo a Distacircncia eacute o de Pedagogia A UDESC Virtual esta levando a EAD a 136 Municiacutepios Catarinenses atendendo a aproximadamente 15 mil alunos A carga horaacuteria do Curso eacute de 3210 horasaulaatividade correspondentes a 214 creacuteditos Deste total de horas 2565 (171 creacuteditos - 80) satildeo desenvolvidas na modalidade de Educaccedilatildeo a Distacircncia e 645 (43 creacuteditos - 20) satildeo reservadas para encontros presenciais Estes encontros satildeo realizados semanalmente nos Nuacutecleos de Formaccedilatildeo com a presenccedila de um tutor A percentagem miacutenima de frequumlecircncia nos momentos presenciais em cada disciplina do curso eacute de 75 Aleacutem disso uma das avaliaccedilotildees da disciplina eacute uma prova escrita de caraacuteter individual em que o aluno tambeacutem deve estar presente

Curso de Poacutes Graduaccedilatildeo - Especializaccedilatildeo em Gestatildeo Escolar que visa capacitar as equipes de gestatildeo das escolas puacuteblicas estaduais e outros profissionais envolvidos com a mesma O curso estaacute sendo oferecido em Santa Catarina e Cearaacute (Convecircnio com a Universidade Estadual do Cearaacute e a Secretaria do Estado do Cearaacute)

bull UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul wwwufrgsbr

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul desenvolve um curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo Lato Sensu a distacircncia sobre Informaacutetica na Educaccedilatildeo Entre os cursos de Extensatildeo a Distacircncia destacam-se Administraccedilatildeo Municipal eficaz com Responsabilidade Fiscal Design de Superfiacutecie Fundamentos e Teacutecnicas de Groupware Planejamento Estrateacutegico em Sauacutede Na Graduaccedilatildeo eacute oferecida a distacircncia a disciplina Sistemas de Informaccedilatildeo Gerencial A URGS utiliza os ambientes virtuais NAVI e Aulanet entre outros

bull UFES - Universidade Federal do Espiacuterito Santo wwwneaadufesbr

Conveniada agrave UNIREDE Oferece os seguintes cursos

1 Graduaccedilatildeo

Pedagogia em seacuteries iniciais do Ensino Fundamental habilitaccedilatildeo em Licenciatura Plena em Educaccedilatildeo a Distacircncia credenciado pelo MEC Estaacute preparando os cursos Administraccedilatildeo e Gestatildeo Puacuteblica e Formaccedilatildeo Pedagoacutegica

2 Poacutes-Graduaccedilatildeo

A UFES oferece um curso de especializaccedilatildeo em EAD em Seguranccedila do Trabalho e de aperfeiccediloamento em EAD para Orientadores Acadecircmicos Especializaccedilatildeo em Seguranccedila do Trabalho Aperfeiccediloamento em EAD Aperfeiccediloamento em EAD - Orientadores Acadecircmicos Aperfeiccediloamento em Esporte Educacional

Atua na Coordenaccedilatildeo do Nuacutecleo de Oferta Regional do Curso de Extensatildeo TV na Escola e os Desafios de Hoje promovido pela UNIREDE e Secretaria de Ensino a Distacircncia do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

Os cursos propostos na modalidade de EAD satildeo estruturados atraveacutes da combinaccedilatildeo das modalidades de Ensino a Distacircncia e Presencial numa praacutetica bimodal ou semipresencial um terccedilo das atividades acadecircmicas satildeo realizadas presencialmente por meio de teleconferecircncias abertas orientaccedilatildeo acadecircmica individual ou para grupos e a apresentaccedilatildeo de seminaacuterios temaacuteticos semestrais As provas satildeo realizadas presencialmente

bull FGV - Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas wwwfg vsp brgvnet

O ambiente virtual eacute o WebCT Oferece principalmente o curso de Especializaccedilatildeo em Negoacutecios

para Executivos (396hs 2 ou 3 semestres) com algumas aulas presenciais videoconferecircncias atividades siacutencronas atraveacutes de chats e atividades assiacutencronas pela WEB

bull UCB - Universidade Catoacutelica de Brasiacutelia wwwcatolicavirtualbr

Desenvolve cursos de Lato Sensu em Turismo Filosofia e Existecircncia Educaccedilatildeo a Distacircncia

Tem ambiente proacuteprio e em alguns cursos o Universiteacute Alguns cursos satildeo pela Internet como o de Turismo Outros como o de Educaccedilatildeo a Distacircncia utilizam mais material impresso com apoio da Internet

Desenvolve tambeacutem um curso on-line para professores universitaacuterios de instituiccedilotildees salesianas do Brasil e de vaacuterios paiacuteses latino-americanos e europeus sobre Aprendizagem cooperativa e tecnologia educacional na Universidade

bull UFPE - Universidade Federal de Pernambuco www virtus ufpe br

Vinculada agrave UNIREDE

A Universidade Federal de Pernambuco desenvolve o ambiente Virtus desde 1996 Atualmente desenvolve os cursos de Lato Sensu Gestatildeo do patrimocircnio cultural integrado Hipermiacutedia Dos cursos de extensatildeo destacam-se E-learning para desenvolvimento de RH Gestatildeo da informaccedilatildeo em ambiente WEB Internet e educaccedilatildeo - criando sua comunidade virtual de aprendizagem Introduccedilatildeo agrave informaacutetica na educaccedilatildeo Introduccedilatildeo ao jornalismo on-line Introduccedilatildeo agrave programaccedilatildeo com aplicativos em JAVA Jornalismo investigativo na WEB Miacutedia aplicada agrave educaccedilatildeo

Outra instituiccedilatildeo que estaacute crescendo rapidamente em educaccedilatildeo a distacircncia eacute a PUC-MG com cursos de especializaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo ( httpvirtual 1 pucminas brdefault htm)

93 Estimativa do volume de estudantes e professores

um estudo ainda ineacutedito da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas estima que atualmente haacute 40 mil alunos em cursos de graduaccedilatildeo a distacircncia e 39 mil em cursos de formaccedilatildeo de professores Natildeo haacute nuacutemeros confiaacuteveis sobre o total de alunos em cursos de especializaccedilatildeo e de extensatildeo Haacute estimativas de um total de 200 mil alunos participando em algum momento de processos de educaccedilatildeo a distacircncia no niacutevel superior O potencial atual de alunos a distacircncia no niacutevel superior eacute de 700 mil Estima-se tambeacutem que estejam envolvidos atualmente ao redor de 4 mil professores orientadores e tutores em cursos a distacircncia no Brasil Esse nuacutemero tenderaacute a crescer significativamente nos proacuteximos anos

94 As metodologias e os recursos utilizados na educaccedilatildeo virtual

A maior parte dos cursos presenciais e a distacircncia continua focada no conteuacutedo na informaccedilatildeo no professor no aluno individualmente e na

interaccedilatildeo com o professortutor Alguns cursos a distacircncia comeccedilam a ser focados na construccedilatildeo do conhecimento e na interaccedilatildeo no equiliacutebrio entre o individual e o grupai entre o conteuacutedo e a interaccedilatildeo (aprendizagem cooperativa) sendo o conteuacutedo em parte preparado e em parte construiacutedo ao longo do curso

Os cursos presenciais comeccedilam a ser combinados com tempos e espaccedilos natildeo presenciais Comeccedila-se a sair em determinados momentos da sala de aula e a aprender tambeacutem em ambientes virtuais combinaacutendoshyos com os presenciais E na educaccedilatildeo a distacircncia com a comunicaccedilatildeo on-line haacute mais encontros saindo-se do isolamento que costumava existir

Tabela 91 Tecnologias utilizadas em cursos a distacircncia e semipresenciais

Tecnologias

Internet

TV

Raacutedio

CD-ROM

JornalImpressos

Videoconferecircncia

Viacutedeo

Total Midias

Norte

3

1

1

1

6

Nordeste

12

4

3

3

3

25

Sudeste

43

1

2

7

8

5

66

Centro-Oeste

9

1

4

1

1

16

Sul

14

3

1

3

4

4

3

32

Total

81

9

2

6

18

17

12

145

Nas universidades haacute um investimento claro na utilizaccedilatildeo da Internet Todas as universidades comeccedilam a adotar estrateacutegias de educaccedilatildeo on-line de forma mais instrucional ou interativa Muitos cursos focam o conteuacutedo disponibilizado na WEB sem tratamento inovador Outros preparam os materiais com cuidado atividades estudos de caso com metodologias mais participativas

95 As plataformas informaacuteticas de ensino e aprendizagem na educaccedilatildeo virtual

Sobre as plataformas natildeo haacute dados conclusivos Haacute universidades que possuem vaacuterias plataformas dependendo do Departamento Aacuterea de Conhecimento ou Projeto de Pesquisa Outras estatildeo migrando de plataforma O ambiente Blackboard soacute recentemente comeccedilou a se difundir no Brasil um bom nuacutemero de universidades estaacute desenvolvendo ambiente proacuteprio Por outro lado a uacuteltima versatildeo do Teleduc da Unicamp eacute multiplataforma e gratuita e provavelmente se expandiraacute rapidamente

Na atualidade predomina o uso das seguintes plataformas ou ambientes virtuais2 WebCT 10 IUVB 10 Aulanet 07 Teleduc 06

Learning Space 05 Ambiente proacuteprio 25 Universiteacute 03 Outros (Virtus Eureka Blackboard) 09

As ferramentas de comunicaccedilatildeo virtual ateacute agora satildeo predominantemente escritas e vias de transformarem-se em audiovisuais Por enquanto escrevemos mensagens respostas simulamos uma comunicaccedilatildeo falada Esses chats e foacuteruns permitem contatos a distacircncia podem ser uacuteteis mas soacute eles natildeo levaratildeo a uma grande revoluccedilatildeo automaticamente Depende muito do professor do grupo de sua maturidade sua motivaccedilatildeo do tempo disponiacutevel da facilidade de acesso Alguns alunos se comunicam bem no virtual outros natildeo Alguns satildeo raacutepidos na escrita e no raciociacutenio outros natildeo Alguns tentam monopolizar as falas (como no presencial) outros soacute observam Por isso eacute importante experimentar novas metodologia da educaccedilatildeo on-line desenvolvendo atividades pesquisas projetos formas de comunicaccedilatildeo em ambientes presenciais e virtuais

96 Os serviccedilos telemaacuteticos utilizados na educaccedilatildeo virtual

Os serviccedilos mais utilizados satildeo o correio eletrocircnico em 90 dos cursos superiores A WEB eacute a miacutedia que mais cresce na Educaccedilatildeo a Distacircncia no Brasil (81 instituiccedilotildees de ensino superior a utilizam nos seus cursos) O foacuterum eacute uma ferramenta que aparece em pelo menos 50 dos cursos O chat existe na maior parte dos ambientes mas a sua utilizaccedilatildeo eacute menos frequumlente Haacute criacuteticas agrave falta de ferramentas de gestatildeo de chat agrave dificuldade de reunir um nuacutemero grande de alunos de forma adequada Mas aos poucos os chats vatildeo incorporando recursos (como cores figuras sons e imagens) que os tornam mais atraentes

97 A relaccedilatildeo entre a educaccedilatildeo presencial e natildeo-presencial

As instituiccedilotildees de ensino superior se preocupam fundamentalmente com a educaccedilatildeo presencial A cultura predominante eacute a presencial e os alunos procuram em primeiro lugar os cursos regulares presenciais A educaccedilatildeo a distacircncia eacute procurada principalmente por formados ou por aqueles que perderam o prazo regular de realizar um curso superior Comeccedilam agora os cursos parcialmente a distacircncia dentro da educaccedilatildeo presencial O nuacutemero de disciplinas parcial ou totalmente a distacircncia dentro de cursos presenciais estaacute comeccedilando a aparecer mas eacute iacutenfimo em relaccedilatildeo ao peso da sala de aula A educaccedilatildeo a distacircncia sempre foi vista como supletiva emergencial ou complementar com a

LDB e com a Internet adquire uma dimensatildeo pedagoacutegica e mercadoloacutegica cada vez mais relevante

com a expansatildeo das redes de banda larga eacute possiacutevel acessar rapidamente as informaccedilotildees dos cursos a carregar viacutedeos e aacuteudios a visualizar o professor e os grupos de alunos em tempo real e a um custo relativamente baixo Tanto os cursos regulares presenciais como os a distacircncia vatildeo se aproximar do ponto de vista teacutecnico e metodoloacutegico Predominaratildeo nos proacuteximos anos os cursos semi-presenciais aproveitando o melhor do estar juntos e o melhor de estar conectados

Caminha-se para uma flexibilizaccedilatildeo forte de cursos tempos espaccedilos gerenciamento interaccedilatildeo metodologias tecnologias avaliaccedilatildeo Isso obriga a experimentar pessoal e institucionalmente modelos de cursos de aulas de teacutecnicas de pesquisa de comunicaccedilatildeo Todas as universidades e organizaccedilotildees educacionais em todos os niacuteveis precisam experimentar formas de integrar o presencial e o virtual garantindo a aprendizagem significativa Eacute importante que os nuacutecleos de educaccedilatildeo a distacircncia das universidades saiam do seu isolamento e se aproximem dos departamentos e grupos de professores interessados em flexibilizar suas aulas que facilitem o tracircnsito entre o presencial e o virtual

REFEREcircNCIAS

ALAVA Seacuteraphin (Org) Ciberspaccedilo e formaccedilotildees abertas rumo a novas praacuteticas educacionais Porto Alegre Artmed 2002

ALMEIDA M E B Projeto uma nova cultura de aprendizagem Disponiacutevel em ltwwwproinfogovbrgt Acesso em 25 mar 2002

AZEVEDO W A vanguarda (tecnoloacutegica) do atraso (pedagoacutegico) impressotildees de um educador online a partir do uso de ferramentas de courseware Disponiacutevel em ltwwwaquifoliumcombr educacionalartigosvanguardahtmlgt Acesso em 31 mar 2002

AZEVEDO W Comunidades virtuais precisam de animadores da inteligecircncia coletiva entrevista concedida ao portal da UVB (Universidade Virtual Brasileira) Disponiacutevel em ltwwwaquifoliumcombreducacionalartigosentruvbhtmlgt Acesso em 04 abr 2002

AZEVEDO W Muito aleacutem do jardim de infacircncia o desafio do preparo de alunos e professores on-line Disponiacutevel em

ltwwwaquifoliumcombreducacionalartigosmuitoalemhtmlgt Acesso em 04 abr 2002

BELLONI M L Educaccedilatildeo a distacircncia Campinas Autores Associados 1999

CASTELLS Manuel A sociedade em rede Rio de Janeiro Paz e Terra 1999

ESTEVES Antonia Petrowa OLIVEIRA Gabriella Dias de (Org) Educaccedilatildeo agrave distacircncia experiecircncias universitaacuterias Rio de Janeiro UERJ Centro de Tecnologia educacional 2001

HEIDE Ann STILBORNE Linda Guia do professor para a Internet Porto Alegre Artmed 2000

LANDIM Claudia Maria Ferreira Educaccedilatildeo a distacircncia algumas consideraccedilotildees Rio de Janeiro [sn] 1997

LITWIN Edith (Org) Educaccedilatildeo a distacircncia temas para o debate de uma nova agenda educativa Porto Alegre Artmed 2000

LUCENA Carlos FUKS Hugo A educaccedilatildeo na era da Internet Rio de Janeiro Clube do Futuro 2000

LUCENA Marisa um modelo de escola aberta na Internet kidlink no Brasil Rio de Janeiro Brasport 1997

MAIA Carmem Guia Brasileiro de educaccedilatildeo a distacircncia 2002-2003 Satildeo Paulo Esfera 2002

MORAES Maria Cacircndida (Org) Educaccedilatildeo a Distacircncia fundamentos e praacuteticas Campinas UNICAMPNIED 2002

Novas tendecircncias para o uso das tecnologias da informaccedilatildeo na educaccedilatildeo Disponiacutevel em ltwwwproinfogovbrgt Acesso em 06 abr 2002

MORAN Joseacute Manuel MASETTO Marcos BEHRENS Marilda Novas tecnologias e mediaccedilatildeo pedagoacutegica 4a ed Satildeo Paulo Papirus 2001

MORAN Joseacute Manuel Internet no ensino Comunicaccedilatildeo amp Educaccedilatildeo Satildeo Paulo v5 n14 p 17-26 janabr 1999

Textos sobre Tecnologias e Comunicaccedilatildeo Disponiacutevel em lthttp wwwecauspbrprofmorangt Acesso em 11 nov 2002

VALENTE J A Diferentes abordagens de educaccedilatildeo a distacircncia Disponiacutevel em ltwwwproinfogovbrgt Acesso em 23 mar 2002

A relaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior com a sociedade

Bernadete da Silva Ribeiro Batista

101 A relaccedilatildeo com o conjunto do sistema educativo

O sistema de ensino superior brasileiro relaciona-se com a sociedade por meio de muacuteltiplos canais a formaccedilatildeo de docentes e profissionais para a educaccedilatildeo basica o desenvolvimento de atividades de extensatildeo como tambeacutem atraveacutes de interaccedilotildees diversas com as empresas

A articulaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior com o restante do sistema educativo eacute ainda tenuemente consolidada e institucionalizada no Brasil Existem hoje escassos programas ou diretrizes legais destinados a promover uma maior interaccedilatildeo entre esses dois niacuteveis de ensino a qual restringe-se agrave formaccedilatildeo de docentes e profissionais para a educaccedilatildeo baacutesica

Conforme o previsto no artigo 62 da LDBN a formaccedilatildeo de docentes daacute-se mediante a oferta de cursos de niacutevel superiorlicenciatura plena em universidades ou institutos superiores de educaccedilatildeo Em seu art 63 prevecirc que Os institutos superiores de educaccedilatildeo manteratildeo cursos formadores de profissionais para a educaccedilatildeo baacutesica inclusive o Curso Normal Superior para formaccedilatildeo de docentes para a Educaccedilatildeo Infantil e quatro primeiras seacuteries do ensino fundamental programas de formaccedilatildeo pedagoacutegica para portadores de diploma de educaccedilatildeo superior que queiram se dedicar agrave educaccedilatildeo baacutesica programas de educaccedilatildeo continuada para os profissionais de educaccedilatildeo de diversos niacuteveis

A formaccedilatildeo de profissionais para a educaccedilatildeo baacutesica nas aacutereas de administraccedilatildeo planejamento inspeccedilatildeo supervisatildeo e orientaccedilatildeo educacional eacute oferecida em cursos de graduaccedilatildeo em Pedagogia ou em cursos de poacutes-graduaccedilatildeo segundo prevecirc o artigo 64 da LDBN

com relaccedilatildeo ao ingresso de estudantes nas universidades o artigo 51 prevecirc a autonomia das universidades no estabelecimento de criteacuterios que regeratildeo o processo de seleccedilatildeo Nesse sentido a LDBN estimula uma maior integraccedilatildeo entre o ensino meacutedio e o ensino superior que deveraacute ao estabelecer esses criteacuterios levar em consideraccedilatildeo as caracteriacutesticas

do ensino meacutedio responsaacuteveis pela preparaccedilatildeo dos candidatos para o ingresso na educaccedilatildeo poacutes-secundaacuteria Algumas faculdades e universidades tecircm estimulado essa integraccedilatildeo incorporando os resultados alcanccedilados pelos estudantes no ENEM (Exame Nacional do Ensino Meacutedio) como um dos criteacuterios para admissatildeo aos cursos de graduaccedilatildeo

102 A relaccedilatildeo com o sistema econocircmico

A interaccedilatildeo universidade-empresa constitui-se nos dia de hoje num instrumento importante de promoccedilatildeo do desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico dos paiacuteses representando uma experiecircncia largamente incentivada e desenvolvida nos Estados Unidos Coreacuteia Canadaacute Franccedila e Japatildeo No caso do Brasil os mecanismos de interaccedilatildeo mais complexos entre esses dois setores comeccedilaram a se desenvolver a partir da deacutecada de 90

Em fevereiro de 1992 foi criado o Instituto Uniemp (Foacuterum Permanente das Relaccedilotildees Universidade-Empresa) uma entidade com atuaccedilatildeo em niacutevel nacional com o objetivo de promover de forma sistemaacutetica a transferecircncia de conhecimentos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos da Universidade para a Empresa e a realizaccedilatildeo de pesquisas conjuntas num modelo de cooperaccedilatildeo comum nas economias mais desenvolvidas

Outras importantes iniciativas nessa aacuterea satildeo o Programa FINEP TEC e o Fundo Setorial Verde-Amarelo desenvolvidos pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e os Programas para Inovaccedilatildeo Tecnoloacutegica financiados pela Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Satildeo Paulo (FAPESP)

Criado em 1995 o FINEP-Tec (Programa de Apoio agrave Parceria Tecnoloacutegica Universidade - Empresa) atualmente desativado tinha como objetivos incentivar a participaccedilatildeo das unidades de pesquisa das universidades em projetos e programas de desenvolvimento tecnoloacutegico de empresas industriais ou agropecuaacuterias estimular a destinaccedilatildeo de recursos privados para as universidades apoiar o direcionamento das atividades de pesquisa para as reais necessidades das empresas e ampliar a capacidade da FINEP em atender a sua clientela de empresas e universidades Resultou desse Programa a criaccedilatildeo de escritoacuterios de transferecircncia de tecnologia em 12 universidades brasileiras

O Fundo Setorial Verde-Amarelo foi criado pela Lei ndeg 10168 de 29122000 regulamentado pelo Decreto ndeg 4195 de 11042002 e modificado pela Lei ndeg 10332 de 19122001 Esse Fundo destina-se

1 wwwunicmpbr

basicamente a Utilizar o patrimogravenio de conhecimento que o paiacutes vem construindo nas universidades e institutos tecnoloacutegicos para atender agraves demandas sociais um de seus eixos estrateacutegicos eacute a Cooperaccedilatildeo Tecnoloacutegica para a Inovaccedilatildeo o que apoia projetos cooperativos e esforccedilos coletivos de inovaccedilatildeo realizados entre os setores produtivos as instituiccedilotildees de pesquisa e as instituiccedilotildees de ensino superior (wwwfinepgovbr relatoacuterio de gestatildeo dos fundos setoriais 2001)

No estado de Satildeo Paulo a FAPESP desenvolve dois programas o ConSITec (Consoacutercios Setoriais para a Inovaccedilatildeo Tecnoloacutegica) que envolve a parceria dessa instituiccedilatildeo com uma equipe de pesquisa e um conglomerado de empresas e o PITE (Programa para a Inovaccedilatildeo Tecnoloacutegica) criado em 1995 que apoia projetos de pesquisa de novos produtos com alto conteuacutedo tecnoloacutegico desenvolvidos conjuntamente por empresas e algum instituto de pesquisa do estado de Satildeo Paulo (wwwfapespbrprogrdma de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica)

Quadro 101 Tipos de mecanismos de Interaccedilatildeo Universidade-Empresa

existentes no Brasil

Mecanismo

Centros de Inovaccedilatildeo

Tecnoloacutegica

Centros de Pesquisa

Incubadoras de Empresas de Base Tecnoloacutegica

Empresas Juacutenior

Escritoacuterios de Transferecircncia de Tecnologia

Fundaccedilotildees para o Desenvolvimento Tecnoloacutegico

Parques e Poacutelos Tecnoloacutegicos

Tecnoacutepole

Grandes Programas Cooperativos

DescriccedilatildeoObjetivos

Satildeo centros de desenvolvimento de pesquisas criados por iniciativa das universidades cujos principais objetivos satildeo estabelecer contato com empresas favoraacuteveis agrave interaccedilatildeo ajudar pesquisadores nas negociaccedilotildees com os empresaacuterios e buscar financiamentos para os projetos da universidade Eacute o caso do Conselho Regional de Inovaccedilatildeo e Transferecircncia - C R I T T - de Juiz de Fora

Criados geralmente para desenvolver pesquisas tecnoloacutegicas nas aacutereas de ceracircmica poliacutemeros telecomunicaccedilotildees novos materiais engenharia de processo dentre outros A universidade fornece o espaccedilo fisico e equipamentos reduz custos de projetos de pesquisa da empresas associadas e estimula a participaccedilatildeo de docentes por meio de incentivos na carreira acadecircmica

Destinadas ao desenvolvimento de novas empresas produtoras de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Pode ser um programa ou segmento da instituiccedilatildeo As empresas incubadas satildeo oferecidos instalaccedilatildeo Tiacutesica contato com universidades e institutos de pesquisa serviccedilos contaacutebeis juriacutedicos de secretaria telefone fax e isenccedilatildeo de aluguel e impostos por um determinado periacuteodo de tempo As primeiras experiecircncias de implantaccedilatildeo de incubadoras no pais datam de 19881989 Segundo dados da Anprotec2002 existem hoje 183 incubadoras em operaccedilatildeo 45 9 delas na regiatildeo Sul e a maior parte atuando nas aacutereas de softwareinformaacutetica eletroeletroacutenico Internet E-commerce mecacircnica design telecomunicaccedilotildees quiacutemica farmaacutecia cosmeacuteticos biotecnologia couro alimento confecccedilotildees e outros

Satildeo organizaccedilotildees sem Fins lucrativos constituidas por alunos de graduaccedilatildeo de diferentes cursos de universidades ou faculdades brasileiras sob a supervisatildeo teacutecnica de professores universitaacuterios O principal objetivo eacute contribuir para a formaccedilatildeo do graduando por meio da prestaccedilatildeo de serviccedilos de consultoria aacute sociedade a preccedilos mais acessiacuteveis Estima-se que existam hoje aproximadamente 400 empresas-juacutenior das diversas aacutereas e campos do conhecimento

Prestam serviccedilos de gestatildeo e monitoramento continuo das atividades de interaccedilatildeo entre a universidade e a empresa principalmente em relaccedilatildeo aacute transferecircncia dos resultados de pesquisas comercializaccedilatildeo de tecnologia licenciamentos e patentes Geralmente os F I T S encontram-se vinculados aacute Proacute-Reitoria de Extensatildeo ou de Poacutes-Graduaccedilatildeo das universidades brasileiras A Universidade de Satildeo Paulo foi a primeira a implementar esse tipo de iniciativa por meio da criaccedilatildeo da Coordenadoria Executiva de Cooperaccedilatildeo Universitaacuteria e de Atividades Especiais (CECAE) em 1991 Existem hoje cerca de 30 escritoacuterios de transferecircncia de tecnologia no pais

Foram criadas com o intuito de facilitar a conduccedilatildeo das interaccedilotildees entre as universidades e as empresas O fato de ser uma instituiccedilatildeo de direito privado permite u ma maior agilidade na execuccedilatildeo das rotinas administrativas na formaccedilatildeo de equipes de execuccedilatildeo de projetos no cumprimento de prazos na aquisiccedilatildeo de equipamentos e na oferta de subsiacutedios necessaacuterios aacute realizaccedilatildeo da interaccedilatildeo com o meio empresarial

Os poacutelos tecnoloacutegicos satildeo regiotildees consideradas de intenso potencial no setor em decorrecircncia da concentraccedilatildeo espacial de universidades institutos de pesquisa e de empresas de tecnologia de ponta da maior preacute-disposiccedilatildeo de intercacircmbio entre esses e da existecircncia de arranjos institucionais mais aacutegeis para facilitar a transferecircncia e difusatildeo tecnoloacutegica O parque tecnoloacutegico configura-se como um tipo de poacutelo tecnoloacutegico As principais experiecircncias brasileiras desse tipo foram implementadas em cidades do estado de Satildeo Paulo Santa Catarina Parana Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro

Considerada como uma regiatildeo que busca a inovaccedilatildeo a tecnoacutepole tem o objetivo de estabelecer os fluxos de conhecimento que virtualmente colocam uma cidade e sua regiatildeo no estaacutegio de poacutelo de difusatildeo de ciecircncia e tecnologia como exemplo tem se o Projeto Porto Alegre Tecnoacutelope desenvolvido na capital do Rio Grande do Sul

Associaccedilatildeo de vaacuterias empresas a uma universidade ou a vaacuterias formando uma cooperativa cora o objetivo de desenvolver pesquisas de Interesse de todos os integrantes ou de solucionar problemas comuns

Fonte Quadro elaborado a partir do estudo desenvolvido por Neila Viana da Cunha MECanismos de Interaccedilatildeo Universidade-Empresa e seus Agentes o Gate Keeper e o Agente Universitaacuterio de Interaccedilatildeo

103 A relaccedilatildeo com o sistema social e cultural

A relaccedilatildeo do sistema de ensino superior com o sistema social e cultural eacute mediada principalmente pelo desenvolvimento de praacuteticas extensionistas

Legalmente o termo extensatildeo universitaacuteria foi adotado pela primeira vez na Reforma Francisco Campos (Decreto-Lei ndeg 19851 de U041931) Nesse Decreto a extensatildeo universitaria destinava-se agrave difusatildeo de conhecimentos filosoacuteficos artiacutesticos literaacuterios e cientiacuteficos em benefiacutecio do aperfeiccediloamento individual e coletivo cursos intra e extra-universitaacuterios conferecircncias

Entretanto foi somente com a promulgaccedilatildeo da Reforma do Ensino Superior (Lei ndeg 5540) em 1968 que as atividades de ensino pesquisa e extensatildeo passaram a ter caraacuteter indissoluacutevel nas universidades brasileiras as quais desde entatildeo passaram a promover praacuteticas extensionistas

Na nova LDB (Lei ndeg 939496) a extensatildeo eacute definida como uma das finalidades da universidade com o intuito de democratizar as conquistas e benefiacutecios resultantes da criaccedilatildeo cultural e da pesquisa cientiacutefica e tecnoloacutegica gerada na instituiccedilatildeo um passo importante na consolidaccedilatildeo das atividades de extensatildeo universitaacuteria em nosso paiacutes foi dado com o desenvolvimento do Plano Nacional de Extensatildeo elaborado pelos proacute-reitores das universidades puacuteblicas brasileiras e hoje apoiado pelo MEC De acordo com esse documento a extensatildeo eacute uma praacutetica acadecircmica que interliga a Universidade nas suas atividades de ensino e de pesquisa com as demandas da maioria da populaccedilatildeo possibilita a formaccedilatildeo do profissional cidadatildeo e se credencia cada vez mais junto agrave sociedade como espaccedilo privilegiado de produccedilatildeo do conhecimento significativo para a superaccedilatildeo das desigualdades sociais existentes Satildeo objetivos desse Plano

Dar prioridade agraves praacuteticas voltadas ao atendimento de necessidades sociais emergentes como as relacionadas com a aacuterea de educaccedilatildeo sauacutede e habitaccedilatildeo produccedilatildeo de alimentos geraccedilatildeo de emprego e ampliaccedilatildeo da renda Enfatizar a utilizaccedilatildeo da tecnologia disponiacutevel para ampliar a oferta de oportunidades e melhorar a qualidade da educaccedilatildeo aiacute incluindo a educaccedilatildeo continuada a distacircncia Considerar as atividades voltadas para a produccedilatildeo e preservaccedilatildeo cultural e artiacutestica como relevantes para o desenvolvimento nacional e regional Estimular a inclusatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental e do Desenvolvimento Sustentaacutevel como componentes da atividade extensionista

Valorizar programas de EXTENSAtildeO interinstitucionais sob a forma de consoacutercios redes ou parcerias e as atividades voltadas para o intercacircmbio e para a solidariedade nacional e internacional Tornar permanente a avaliaccedilatildeo institucional das atividades de EXTENSAtildeO universitaacuteria como um dos paracircmetros de avaliaccedilatildeo da proacutepria Universidade Criar condiccedilotildees para a participaccedilatildeo da Universidade na elaboraccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas voltadas para a maioria da populaccedilatildeo bem como para se constituir em organismo legiacutetimo para acompanhar e avaliar a implementaccedilatildeo das mesmas Possibilitar novos meios e processos de produccedilatildeo inovaccedilatildeo e transferecircncia de conhecimentos permitindo a ampliaccedilatildeo do acesso ao saber e do desenvolvimento tecnoloacutegico e social do paiacutes Viabilizar a prestaccedilatildeo de serviccedilos como produto de interesse acadecircmico cientiacutefico filosoacutefico tecnoloacutegico e artiacutestico do Ensino Pesquisa e Extensatildeo (wwwmecgovbr)

Quadro 102 Tipos de praacuteticas de extensatildeo desenvolvidas

nas universidades brasileiras

Praacuteticas de Extensatildeo

Prestaccedilatildeo de Serviccedilos

Assistecircncia Teacutecnica

Ensino de Extensatildeo

Difusatildeo Cultural

Descriccedilatildeo Eacute a forma como a universidade procura atender aacutes demandas atraveacutes de atividades de ensino pesquisa consultoria assistecircncia teacutecnica e profissional utilizando a disponibilidade de seus recursos humanos e materiais em parcerias com entidades puacuteblicas ou privadas por meio de convecircnios acordos contratos ou outros instrumentos legais e recebendo a devida contrapartida pecuniaacuteria para ressarcimento de seus custos e captaccedilatildeo de recursos para o fomento de suas atividades Eacute a forma como a universidade busca atender as necessidades da comunidade ou agrave demanda especiacutefica por meio de atividades teacutecnicas especializadas sem contrapartida pecuniaacuteria pois utiliza a disponibilidade de seus recursos humanos e materiais Atividades desenvolvidas sob a forma de programas de educaccedilatildeo continuada cursos ou apresentaccedilatildeo de palestras conferecircncias discursos em eventos (encontros congressos simpoacutesios jornadas coloquios oficinas de trabalho seminaacuterios ciclos de palestras convenccedilotildees debates ou outros) estaacutegios curriculares Atividades desenvolvidas sob a forma de exposiccedilotildees espetaacuteculos recitais exibiccedilotildees concertos performances ou audiccedilotildees de cunho cientiacutefico tecnoloacutegico desportivo filosoacutefico social educacional artiacutestico e cultural

Fonte Ecircnio Waldir da Silva A extensatildeo universitaacuteria concepccedilotildees e praacuteticas Tese de Doutorado Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sociologia UFRGS Porto Alegre

Globalizaccedilatildeo internacionalizaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo interinstitucional

Maria Estela Dal Pai Franco

O intercambio de conhecimentos teacutecnicos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e culturais eacute uma praacutetica em franca ascensatildeo no mundo globalizado e certamente instrumento de promoccedilatildeo do desenvolvimento dos paiacuteses de aproximaccedilatildeo e de entendimento no enfrentamento de tensotildees externas e no estreitamento de laccedilos poliacutetico-econocircmicos A cooperaccedilatildeo internacional nas uacuteltimas deacutecadas no Brasil cresceu nos niacuteveis governamental e institucional e tem acompanhado pari passu a trajetoacuteria da educaccedilatildeo superior brasileira

Foi na segunda metade do seacuteculo XX que a cooperaccedilatildeo ampliou-se e teve repercussotildees na educaccedilatildeo superior A partir dos anos de 1960 ocorreram trecircs processos cujos resultados merecem destaque a ampliaccedilatildeo dos convecircnios e dos estudantes-convecircnio e o movimento da reforma da universidade brasileira

Quanto agrave ampliaccedilatildeo de convecircnios o Brasil finalizou a deacutecada de 1960 tendo firmado acordos culturais com paiacuteses diversos1 A deacutecada de 1970 trouxe um novo movimento de ampliaccedilatildeo das parcerias estrateacutegicas brasileiras como o Acordo Nuclear com a Alemanha em 1975 e as parcerias com paiacuteses em desenvolvimento eou com interesses semelhantes (Aacutefrica Oriente Meacutedio e Aacutesia)

O crescimento da demanda de cursos de graduaccedilatildeo por estudantes especialmente latino-americanos levou agrave promulgaccedilatildeo do decreto2 que torna obrigatoacuterio o registro de estudantes estrangeiros

1 Ver a indicaccedilatildeo dos respectivos decretos em CARVALHO Guido Ivan de Ensino Superior legislaccedilatildeo e jurisprudecircncia Rio de Janeiro Cia Melhoramentos 1969 489p (pp 436-438) Acordos foram firmados com Argentina Beacutelgica Boliacutevia Chile China Colocircmbia Coreacuteia Costa Rica Dinamarca Repuacuteblica Dominicana El Salvador Equador Espanha Estados Unidos da Ameacuterica Franccedila Guiana Gratilde-Bretanha Irlanda do Norte Honduras iacutendia Iratilde Israel Itaacutelia Japatildeo Liacutebano Meacutexico Nicaraacutegua Paiacuteses Baixos Panamaacute Paquistatildeo Paraguai Peru Polocircnia Portugal Repuacuteblica Aacuterabe Unida Senegal Tuniacutesia Uruguai e Venezuela 2 BRASIL Presidecircncia da Repuacuteblica Decreto ndeg 55613 de 20 de janeiro de 1965 Torna obrigatoacuterio o registro de estudantes estrangeiros beneficiados por convecircnios culturais (estudantes-convecircnios) e daacute outras providecircncias

beneficiados por convecircnios culturais (estudantes-convecircnios) e daacute outras providecircncias entre elas a obrigaccedilatildeo do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura fixar o nuacutemero de vagas para estes

No que diz respeito aos movimentos de reforma da universidade brasileira deve-se destacar oacordo MEC-Usaid pela influecircncia que teve na Reforma Universitaacuteria3 de 1968

O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e do Desporto e o Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia desenvolvem atividades de cooperaccedilatildeo internacional em estreita colaboraccedilatildeo e sob a coordenaccedilatildeoarticulaccedilatildeo do Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE)

111 A presenccedila das instituiccedilotildees nacionais em outros paiacuteses

As instituiccedilotildees brasileiras de ensino superior operam apenas no territoacuterio nacional Entretanto a participaccedilatildeo internacional de professores pesquisadores brasileiros se faz presente em projetos e consultorias em acircmbito internacional e em organismos internacionais de cooperaccedilatildeo

112 A internacionalizaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior e o reconhecimento de tiacutetulos diplomas e certificados de estudo

Duas questotildees devem ser destacadas com relaccedilatildeo agrave internacionalizaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior o reconhecimento de cursos oferecidos por instituiccedilotildees estrangeiras e a revalidaccedilatildeo de tiacutetulos diplomas e certificados obtidos no exterior

Os cursos promovidos por instituiccedilotildees estrangeiras no Brasil associados ou natildeo a uma instituiccedilatildeo brasileira satildeo normatizados pela Portaria ndeg 228 do MEC de 150396 e pela Resoluccedilatildeo ndeg 1 do CNE CES de 260297 A Resoluccedilatildeo dispotildee que

Art 1deg Natildeo seratildeo revalidados nem reconhecidos para quaisquer fins legais diplomas de graduaccedilatildeo e de Poacutes-graduaccedilatildeo em niacuteveis de Mestrado e Doutorado obtidos atraveacutes de cursos ministrados no Brasil oferecidos por instituiccedilotildees

3 BRASIL Congresso Nacional Lei ndeg 5540 de 28 de novembro de 1968 Fixa normas de organizaccedilatildeo e funcionamento do ensino superior e sua articulaccedilatildeo com a escola meacutedia e daacute outras providecircncias Pelo Decreto ndeg 63913 de 26 de dezembro de 1968 eacute instituiacuteda a CAI - Comissatildeo de Assuntos Internacionais no Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura

estrangeiras especialmente nas modalidades semipresencial ou agrave distacircncia diretamente ou mediante qualquer forma de associaccedilatildeo com instituiccedilotildees brasileiras sem a devida autorizaccedilatildeo do Poder Puacuteblico nos termos estabelecidos pelo artigo 2091 e II da Constituiccedilatildeo Federal

A Lei ndeg 939496 em seu art 48 estabelece que Os diplomas de cursos superiores reconhecidos quando registrados teratildeo validade nacional como prova da formaccedilatildeo recebida por seu titular Os Paraacutegrafos 1ordm e 2o dispotildeem que

sect 2o Os diplomas de graduaccedilatildeo expedidos por universidades estrangeiras seratildeo revalidados por universidades puacuteblicas que tenham curso do mesmo niacutevel e aacuterea ou equivalente respeitando-se os acordos internacionais de reciprocidade ou equiparaccedilatildeo sect 3o Os diplomas de Mestrado e de Doutorado expedidos por universidades estrangeiras soacute poderatildeo ser reconhecidos por universidades que possuam cursos de poacutes-graduaccedilatildeo reconhecidos e avaliados na mesma aacuterea de conhecimento e em niacutevel equivalente ou superior

como os criteacuterios e procedimentos de revalidaccedilatildeo satildeo definidos pelas universidades no exerciacutecio de sua autonomia observadas as normas pertinentes algumas delas somente apreciam solicitaccedilotildees quando se trata de cursos efetivamente frequumlentados no exterior e cuja documentaccedilatildeo contenha prova inequiacutevoca de tal situaccedilatildeo Os diplomas provenientes dos paiacuteses que integram o Mercosul em que pese o Decreto ndeg 3196 de 19994 tambeacutem estatildeo sujeitos ao exame de reconhecimento

Na atualidade jaacute haacute discussotildees que transcendem os limites do paiacutes e sobre o reconhecimento de cursos e validaccedilatildeo de diplomas obtidos nos paiacuteses integrantes do Mercosul5

4 BRASILPresidecircncia da Repuacuteblica Decreto ndeg 3196 de 5 de outubro de 1999 Promulga o Protocolo de Integraccedilatildeo Educacional para Prosseguimento de Estudos de poacutes-graduaccedilatildeo nas Universidades dos Paiacuteses-Membros do Mercosul concluiacutedo em Fortaleza em 16 de dezembro de 1996 DOU ndeg 192 de 6 de outubro -10-1999 pag 12 5 O GEU-UFRGS haacute anos em desenvolvido projetos para a discussatildeo de criteacuterios conjuntos no acircmbito do Mercosul sobre reconhecimento de instituiccedilotildeescursos e validaccedilatildeo de diplomas Outrossim pesquisadores brasileiros tecircm participado de projetos da Uniatildeo Europeacuteia que direta ou indiretamente colaboram no estabelecimento de pontos comuns na questatildeo o projeto ALFA-BRACARA (UEAlfa) coordenado pelo CRUP (Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas) e o projeto Alfa-Acro coordenado por Joseacute-Gines Mora da Universidade de Valencia

113 A mobilidade internacional de estudantes

A CAPES eacute a principal agecircncia brasileira de fomento agrave qualificaccedilatildeo de quadros de pessoal Estimula a cooperaccedilatildeo atraveacutes da concessatildeo de bolsas para estudantes brasileiros no exterior para estudantes estrangeiros em universidades brasileiras e outras modalidades O CNPq eacute a principal agecircncia de fomento agrave pesquisa com atuaccedilatildeo na cooperaccedilatildeo internacional Concede menos bolsas para estudantes no exterior do que a CAPES agecircncia que objetiva a qualificaccedilatildeo

1131 O volume e o objeto dos intercacircmbios estudantis A CAPES promove o intercacircmbio internacional de estudantes

atraveacutes da concessatildeo de bolsas de poacutes-graduaccedilatildeo (modalidades de Doutorado Doutorado Sanduiacuteche Mestrado e Especializaccedilatildeo) e de Graduaccedilatildeo (Graduaccedilatildeo Sanduiacuteche) oferecida a partir de 2000 No ano de 2002 a CAPES concedeu 1533 bolsas nas vaacuterias modalidades Em relaccedilatildeo agrave 1996 houve um aumento de 364 Comparando com as concedidas em 19981743 bolsas houve um decreacutescimo de 12 (Tabela 111) As bolsas de poacutes-graduaccedilatildeo aumentaram 1712 na modalidade Doutorado Sanduiacuteche passando de 146 para 396 no periacuteodo 1996-2002 As bolsas de Mestrado passaram de 53 para 14 num decreacutescimo de 749 As bolsas de Doutorado tiveram uma queda de 173 No ano 2002 elas representaram 445 das bolsas concedidas As bolsas de Graduaccedilatildeo Sanduiacuteche constituiacuteram 131 do total das bolsas A diminuiccedilatildeo de bolsas de Mestrado e de Doutorado deve-se em parte agrave expansatildeo dos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo stricto sensu que hoje integram o consolidado sistema de poacutes-graduaccedilatildeo brasileiro

Tabela 111 CAPES Bolsistas no Exterior por modalidade de bolsa (1996-2002)

NiveisModalidade

DocentesPoacutes- Doutorado

Poacutes-graduaccedilatildeo

Doutorado

Doutorado Sanduiacuteche

Mestrado

Especializaccedilatildeo

graduaccedilatildeo Sanduiacuteche

Total

1996

104(82)

1174(918)

960(751)

146(114)

53(41)

15(12)

-1278(100)

Ano

1998

172(114)

1334(886)

974 (647)

258(171)

24(16)

78 (52)

-1506(100)

2000

138(8)

1167(669)

794 (455)

307(176)

8(05)

58 (33)

438(251)

1743(100)

2002

229(149)

1104(72)

681 (445)

396 (258)

14(09)

13(08)

200(131)

1533(100)

crescimento 9602

1202

-596

-29

171

-749

-133

-543

199

Fonte CAPES Boletins Estatiacutesticos httpwwwCAPESgovbr acesso em 18 de julho de 2002 Percentual de crescimento entre 2000 e 2002 Obs Todos os dados satildeo referentes ao mecircs de janeiro dos respectivos anos indicados

Tabela 112 CNPq Bolsas de poacutes-graduaccedilatildeo no exterior por modalidade e ano ()

Modalidade

Aperfeiccediloamento- APE

EstaacutegioEspecializaccedilatildeo -SPE

Mestrado - GME

Doutorado - GDE

Doutorado sanduiche-SWE

Total

1995

13

(01)

327

(18)

46

(03)

14552

(811)

3007

(167)

17945

1996

45

(03)

402

(28)

05

(01)

11180

(805)

2273

(163)

13905

1997

59

(06)

233

(25)

00

8034

(855)

1067

(114)

9393

1998

31

(05)

76

(11)

05

(01)

5718

(862)

803

(121)

6633

1999

58

(11)

33

(06)

04

(01)

4614

(891)

469

(91)

5178

2000

15

(03)

55

(13)

0

3908

(840)

673

(144)

4651

de crescimento

9600

-75

-875

-100

-651

-705

-665

Fonte CNPq wmvcnpqbr acesso em 8 de julho de 2002 CNPqSUPAElCOAV (dados primaacuterios obtidos do Sistema Gerencial de Fomento - SIGEF)

A Tabela 112 mostra o nuacutemero de bolsas concedidas pelo CNPq no exterior por modalidade-ano Em 2000 o CNPq concedeu 4651 bolsas As bolsas de Doutorado (GDE) representaram 84 do total Seguem-se as bolsas Doutorado Sanduiacuteche com 144 Entre 1995 e 2000 todas as modalidades apresentaram reduccedilatildeo no nuacutemero de bolsas O total de bolsas caiu 665 passando de 17949 em 1995 para as 4651 em 2000 A modalidade Mestrado jaacute baixa em 1995 (03) no decorrer do periacuteodo foi extinta Entretanto a maior reduccedilatildeo constatada entre 1996 e 2000 foi na modalidade estaacutegioespecializaccedilatildeo (SPE) que caiu 875 seguida da modalidade Aperfeiccediloamento (APE) com queda de 75 doutorado sanduiacuteche (SWE) com queda de 705 e Doutorado (GDE) com queda de 651 Isso deriva em parte da proacutepria expansatildeo da oferta de cursos de poacutes-graduaccedilatildeo no paiacutes que cobre os distintos campos do saber cientiacutefico

1132 As principais aacutereas do conhecimento especialidades ou setores de estudo dos intercacircmbios A CAPES concede bolsas no exterior em todas as aacutereas do

conhecimento A Tabela 113 mostra que no ano 2002 a aacuterea de Engenharias e Ciecircncias da Computaccedilatildeo foi a que mais recebeu bolsas num total de 238 Logo a seguir estatildeo as Ciecircncias Humanas com 153 as Ciecircncias Sociais Aplicadas com 15 e as Ciecircncias Exatas e da Terra com 143 Pode-se perceber tambeacutem uma mudanccedila nas aacutereas mais contempladas Entre 1996 e 1998 Engenharias e Ciecircncias da

Computaccedilatildeo apareciam em quarto lugar e Ciecircncias Exatas e da Terra juntamente com Ciecircncias Humanas estavam entre as que recebiam maior nuacutemero de bolsas

Tabela 113 CAPES Bolsistas no exterior por grande aacuterea

do conhecimento 1996-2002

Grande Aacuterea de Conhecimento

Ciecircncias Exatas e da terra

Ciecircncias Bioloacutegicas

Engenharias e e Computaccedilatildeo

Ciecircncias da Sauacutede

Ciecircncias Agraacuterias

Ciecircncias Sociais Aplicadas

Ciecircncias Humanas

Linguumlistica Letras e Artes

Multidisciplinar

Total

1996

225(176)

80 (62)

185(145)

106(83)

104(81)

208(163)

222(174)

148(116)

-1278(100)

1998

258(172)

108(72)

193(128)

150(99)

122(82)

209(139)

239(158)

227(15)

-1506(100)

2000

197(113)

118(68)

581 (333)

1(15(61)

168 (96)

191(109)

192(111)

191 (109)

-1743(100)

2002

220(143)

111(72)

363 (238)

100(65)

121 (79)

230(15)

235 (153)

150(98)

3 (02)

1533(100)

Fonte CAPES Boletins Estatiacutesticos httpwwwCAPESgovbr acesso em 18 de julho de 2002 Obs Todos os dados satildeo referentes ao mecircs de janeiro dos respectivos anos indicados

O CNPq diminuiu em todas as aacutereas o nuacutemero de bolsas no exterior sendo mais acentuado o decreacutescimo nas Aacutereas das Ciecircncias da Sauacutede nas Ciecircncias Humanas nas Ciecircncias Sociais Aplicadas e na Linguumliacutestica Letras e Artes No ano 2000 a Aacuterea de Engenharia e Informaacutetica concentrou 312 das bolsas seguida das Ciecircncias Exatas e da Terra (213) Nota-se a concentraccedilatildeo de bolsas nas aacutereas de tecnologia ciecircncias agraacuterias e bioloacutegicas que somam 736 das quotas concedidas As demais somam apenas 264 das quotas O CNPq ao longo dos anos em todas as aacutereas tem concedido mais bolsas de doutorado do que nas demais modalidades (Tabela 114)

Tabela 114 CNPq Bolsas no exterior (alunos) por aacuterea de conhecimento

e modalidade 1997-2000 Grande aacuterea ( 1 ) Modalidade

Ciecircncias Agraacuterias Doutorado Doutorado Sanduiacuteche EstaacutegioEspecializaccedilatildeo

Ciecircncias Bioloacutegicas Doutorado Doutorado Sanduiche EstaacutecioEspecializaccedilatildeo

Ciecircncias da Sauacutede Aperfeiccediloamento

Doutorado Doutorado Sanduiche EstaacutegioEspecializaccedilatildeo

Ciecircncias Exatas e da Terra Aperfeiccediloamento

Doutorado Doutorado Sanduiche Estaacutegio Especializaccedilatildeo

Ciecircncias Humanas Aperfeiccediloamento

Doutorado Doutorado Sanduiche

Ciecircncias Sociais Aplicadas Aperfeiccediloamento Doutorado Doutorado Sanduiacuteche EstaacutecioEspecializaccedilatildeo

Mestrado Engenharias e Informaacutetica

Aperfeiccediloamento Doutorado Doutorado Sanduiacuteche EstaacutegioEspecializaccedilatildeo

Linguiacutestica Letras e Artes Aperfeiccediloamento

Doutorado Doutorado Sanduiacuteche

Total

1997 930(102) 887 (955)

43 (45)

-713(78)

532 (746) 110(154)

71(10) 567 (63)

13(23) 436 (769) 110(194)

08(14) 1112(122)

02 (03) 917(824)

193(173)

-1146(126)

33 (29) 996 (869) 117(102)

1028(106)

-972 (945)

51 (50)

05 (05)

3039(333) 08 (03)

2737(901) 228 (75)

66(21) 630 (7)

05 (08)

547 (868) 78(124)

9165(100)

Nuacutemero de bolsas (2) 1998

707(107)

667 (943) 38 (54)

02 (03) 524 (79)

423 (807) 83(159)

18(34) 278(421

192(691) 83 (298) 03(11)

905(137)

742(819) 163(181)

-765(116)

33 (46) 672 (8761

60(78) 707(107)

-629 (88lgt)

68 (97)

05 (07) 05 (07)

2335 (354)

-2064 (884)

233 (99) 38(17)

379 (58) 03 (08)

329 (864) 47(124)

6600(100)

1999 527(102) 513(973)

11 (22) 03 (05)

474 (92) 427(901)

39 (82) 08(17)

169(33) 03(18)

128 (758) 38 (224)

-938(182)

-806 (859) 132(141)

551 (107) 48 (87)

480(871) 23 (42)

418(81)

377 (902) 32(76)

05(12) 04(1)

1829(355)

-16S6(922)

125(68)

18(1) 246 (48) 07 (28)

198(805) 41 (167)

5152(100)

2000 471 (101) 448(951)

23 (49)

-513(11)

457(890) 52(101)

04 (09) 199(43) 13(65)

134(673) 52 (262)

-993(213)

-823 (828)

157(154) 13(18)

490(105)

-394 (804) 96(196) 354 (76)

03 (08) 287(812)

59(166) 05(14)

-1449(312)

-123 (853) 180(124)

33 (23) 184(4)

-130(706) 54 (294)

4653 (100)

Fonte CNPq wwwcnpqbr acesso em 8 de julho de 2002 CNPqSUPAEl (dados primaacuterios obtidos do Sistema Gerencial de Fomento - S1GEF) Percentual em relaccedilatildeo ao total geral (1) Aacutereas vigentes no CNPq (2) Cada bolsa equumlivale a 12 (doze) mensalidades pagas por ano para 1 (um) ou mais bolsistas

A Tabela 115 destaca os paiacuteses que receberam o maior nuacutemero de bolsistas da CAPES Eacute interessante observar que das 1533 bolsas concedidas pela CAPES em 2002 a maior parte 868 ou 572 foram direcionadas aos Estados Unidos e agrave Franccedila Tecircm um lugar de destaque a Gratilde-Bretanha e a Alemanha com 106 e 101 das quotas respectivamente

Tabela 115 CARES Paiacutes de destino dos bolsistas brasileiros por modalidade de bolsa (2002)

Pais

Estados Unidos

Franccedila Gratilde-Bretanha

Alemanha Espanha

Portugal Canadaacute

Itaacutelia Austraacutelia Holanda

Suiccedila Outros Paiacuteses Total

Total

458 419

163 152

78

68 67

33

26 25

11 33

1533

Doutorado

223

134

126 24

55

23 31

11 18 19

5

1ordf 681

Modalidade Doutorado Sanduiacuteche

123 117

25 19

11 36 17

15 6

5

6 16

396

Especializaccedilatildeo Mestrado-M

14(M)3

3 1

3

- 1 1

-

1 14 (M) 13

Grad Sand

99

-101

-- ---

200

Poacutes Doutor

95

66

11 5

12 9

18

6 2

1

-4

229 Fonte CAPES Boletins Estatiacutesticos httpwwwCAPESgovbr acesso em 18 de julho de 2002 Obs Os dados satildeo referentes ao mecircs de janeiro de 2002 Outros Paiacuteses Beacutelgica Argentina Meacutexico Irlanda Nova Zelacircndia Aacuteustria Dinamarca Costa do Marfim Israel Japatildeo Noruega Repuacuteblica Dominicana Sueacutecia e Uruguai

A Tabela 116 destaca as bolsas concedidas pelo CNPq nas modalidades de Doutorado (3977) e Doutorado Sanduiacuteche (689) por paiacutes de destino Em 2000 20 paiacuteses receberam bolsistas brasileiros Os mais procurados foram EUA Inglaterra Franccedila Alemanha e o Canadaacute que juntos contemplam 836 das quotas

Tabela 116 CNPq Nuacutemero de bolsas no exterior (alunos)

por paiacutes de destino e modalidade (2000)

Pais

Alemanha Austraacutelia Beacutelgica

Canadaacute Escoacutecia Espanha Estados Unidos Finlacircndia Franccedila Holanda Inglaterra Itaacutelia Suiccedila Outros Paiacuteses Total

Doutorado Bolsas 187 [5ordm]

101 47

207 [4ordm] 74

146 1663 [1ordm]

03 444 [3]

78 866 [2o]

33 46 82

3977(10

47 25 12 52

2 36 42

01 112

2 212 08 15

2

0)

Modalidade Doutorado Sanduiacuteche

Bolsas 66 17 18 42

-36

235

-121 20 60 25 29 20

101 29

3 59

45 335

174 31 86 33 75

3 689(100)

Total Bolsas

253 [41 118 65

249 [5o] 74

182 1914 [1deg]

03 565 [3ordm]

98 926[2ordm]

58 75

100 4682(10

54 25 13 53 15

4 41

01 12

19 20 12

16 21

0) Fonte CNPqBusca Tabular httpwwwcnpqbr acesso em 1607 de 2002 Ano base 2000 Foram concedidas 16 quotas de aperfeiccediloamento nos EUA [Posiccedilatildeo do paiacutes quanto ao nuacutemero de Bolsas] Outros Paiacuteses Finlacircndia Aacuteustria Dinamarca Japatildeo Nova Zelacircndia Paiacutes de Gales Portugal e Sueacutecia

A Fulbright eacute outro organismoprograma que favorece a mobilidade estudantil Programa de Intercacircmbio Educacional e Cultural do Governo dos Estados Unidos a Fulbrigth6 prioriza as aacutereas de Ciecircncias Humanas e Sociais A Comissatildeo brasileira criada em 1957 promove o intercacircmbio atraveacutes da concessatildeo de bolsas para estudantes brasileiros nos Estados Unidos e americanos no Brasil Entre 1999-2001 a Fulbright concedeu 49 bolsas para estudantes brasileiros realizarem cursos em Universidades dos EUA Em 1999 foram concedidas 13 bolsas distribuiacutedas nas modalidades de Doutorado Poacutes-doutorado e Scholar-in-Residence (Tabela 117) Em 2000 foram distribuiacutedas 10 bolsas de doutorado e em 2001 26 bolsas

Tabela 117 Bolsas da cooperaccedilatildeo Fulbright-Brasil por aacuterea ano e modalidades

Aacuterea de Conhecimento

Ciecircncias Exatas e da Terra

Ciecircncias Bioloacutegicas

Engenharias CComputaccedilatildeo

Ciecircncias da Sauacutede

CSociais Aplic

Ciecircncias Humanas

Linguistica Letras e Artes

Totais Modalidade

Total por Ano

D

--I

3

1

5

1999

PD

-1

2

1 2

6

M

SR

1

1

-2

An

2000

D

1

3

1

1

2

2

id

10

oModa idades

D

-

1

1

2

5 2

11

PD

-

2001

filili

-1

- 3

2

-6

Fiec

3

3

26

(AP)

AAP

--

1

1(AP)1

1

1

l(AP)4

Total

1

2 7

3

16

15

5

49 49

Fonte Comissatildeo Fulbright BrasiacuteliaDF Brasil 2002 Legenda D Doutorado PD Poacutes-doutorado SR Scholar-in-Residence Program HHH Hubert H Humphrey Fiec FiecFulbright Program AP IFP International Fellowship (Amcham Program) AAP American Airlines Program

Dos 49 bolsistas brasileiros da Fulbright no periacuteodo de 1999-2001 36 deles (818) eram oriundos de universidades e 8 (182) de outras instituiccedilotildees oacutergatildeos puacuteblicos e centros de pesquisa Outrossim 817 das quotas foram concedidas para as regiotildees Sul ( 16 bolsas363) e Sudeste (20 bolsas454)

6 A Fulbright foi estabelecida em 1946 por lei de autoria do Senador J William Fulbright com objetivo de ampliar entendimento entre paiacuteses com os Estados Unidos jaacute concedeu cerca de 223000 bolsas de estudo pesquisa e docecircncia abarcando aproximadamente 150 paiacuteses Para fins administrativos a Fulbright faz uso de comissotildees binacionais compostas por cidadatildeos norte-americanos residentes no paiacutes e cidadatildeos locais No Brasil satildeo designados pelo Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores e tem uma diretoria executiva sediada em Brasiacutelia Conta com o apoio de um Escritoacuterio de Consultas Educacionais no Rio de Janeiro e mais dezessete escritoacuterios situados em diversas cidades brasileiras atendendo a mais de 55000 pedidos por ano

No ano de 2001 tambeacutem foram concedidas 14 bolsas Fulbright para alunos norte americanos virem ao Brasil Tais alunos localizaram-se predominantemente em grandes centros e em poucas universidades 12 deles no eixo Satildeo Paulo-Rio de Janeiro e 50 (7) para as Ciecircncias Humanas os demais para as aacutereas de Linguumliacutestica Letras e Artes Ciecircncias Bioloacutegicas e Ciecircncias Sociais Aplicadas

A Fundaccedilatildeo Ford7 eacute outra instituiccedilatildeo cujo programa de bolsas custeia cursos de poacutes-graduaccedilatildeo nos EUA para pessoas que pertenccedilam a grupos com acesso restrito ao ensino superior No ano de 2001 a entidade teve uma demanda de 1506 pedidos especialmente para bolsas de Mestrado e Doutorado e concedeu 11 bolsas de Doutorado (26) e 31 de Mestrado (74) Destas 23 (55) foram outorgadas a mulheres 90 para negrosindiacutegenas e 714 distribuiacutedas nas regiotildees Centro-Oeste Nordeste e Norte Os preacute-projetos selecionados convergiam para temas como Geraccedilatildeo de Recursos e Desenvolvimento Comunitaacuterio (36) Educaccedilatildeo Miacutedia Artes e Cultura (36) e Paz e Justiccedila Social (28)

O British Council8 tambeacutem oferece diversas modalidades de bolsas de estudos para brasileiros no Reino Unido Ele oferece serviccedilos de orientaccedilatildeo e informaccedilatildeo sobre educaccedilatildeo e sistema educacional britacircnico e promove a realizaccedilatildeo de projetos e pesquisas em parceria com universidades e instituiccedilotildees brasileiras assim como eventos em arte e cultura httpwwwbritishcouncilorgbr acesso em 10072002)

1133 Os convecircnios de intercacircmbio estudantil A CAPES no acircmbito da cooperaccedilatildeo internacional e em relaccedilatildeo

aos estudantes desenvolve diferentes tipos de programas as Missotildees de Estudo (intercacircmbio de alunos) as Parcerias Universitaacuterias Bi nacionais as bolsas de Mestrado e Doutorado e bolsas do Programa PECPG para estudantes dos paiacuteses de liacutengua portuguesa Aacutefrica Aacutesia Ameacuterica Latina Caribe e Oceania

7 A Fundaccedilatildeo Ford foi criada em 1936 atuando o como entidade filantroacutepica no estado de Michigan (EUA) ateacute 1950 quando ampliou sua accedilatildeo no acircmbito nacional e iacutenternaciol Seus recursos originalmente eram fruto das accedilotildees da Companhia Automobiliacutestica Ford doadas por Henry e Edsel Ford No Brasil o escritoacuterio fica localizado na cidade do Rio de Janeiro e eacute um dos mais antigos dos treze escritoacuterios que a Fundaccedilatildeo possui no mundo Para fins de seleccedilatildeo de bolsas no Brasil a entidade conta com o serviccedilo da Fundaccedilatildeo Carlos Chagas

8 O British Council eacute o organismo que tem como objetivo promover o conhecimento do Reino Unido e a liacutengua inglesa Suas aacutereas prioritaacuterias satildeosociedade aprendizagem informaccedilatildeoartes eampT e governo

O Quadro 111 registra os programas de cooperaccedilatildeo da CAPES com 13 paiacuteses entre 2001 e 2002

Quadro 111 Programas de Cooperaccedilatildeo Internacional com a Mediaccedilatildeo

da CAPES e inscriccedilotildees

Pais

Alemanha

Alemanha

Alemanha

Argentina

Argentina

Chile

China

Cuba Espanha

Espanha

Estados Unidos

Estados Unidos

Estados Unidos

Franccedila

Inglaterra

Itaacutelia

Portugal

Uruguai

ProgramaAgecircncia

Organismo

CAPESProbal

CAPESDaad

CAPESDaadUnibral

CAPESFundaccedilatildeo Antorchas SCYT

CAPESSetcip

CAPESConicyt

CAPESCEE

CAPESMES

CAPESPCI

CAPESMECD

CAPESFipse

CAPESUniversidade do Texas

Fulbright

CAPESCofecub

British Council

ICCTI CAPESlCCTI

CAPESUniversidade de 1ordf Republica Uruguai

Inscriccedilotildees 2001-2002

072001

Fluxo continuo

01042002

30062001

032002

Marccedilo a junho

31072001

Fluxo continuo

2002

31032002

042002

052002

2002

062001

2002

2002

31072001

Fluxo contiacutenuo

Fonte httpwwwcapesgovbrcooperacaoindexhtml Acesso em 27 de agosto de 2002

Os programas da CAPES destinam-se a estudantes e docentes O acordo DAAD oferece bolsas de estudo na Alemanha para

candidatos brasileiros eou naturalizados O programa Probal apoia projetos conjuntos de pesquisa e cooperaccedilatildeo cientiacutefica de Instituiccedilotildees de Ensino Superior do Brasil e da Alemanha que promovam a formaccedilatildeo em niacutevel de poacutes-graduaccedilatildeo (doutorado sanduiacuteche e Poacutes-doutorado) e o aperfeiccediloamento de docentes e pesquisadores A Unibral-Parcerias Universitaacuterias Brasil Alemanha ligada ao acordo CAPESDAAD fomenta associaccedilotildees universitaacuterias visando a criaccedilatildeo de parcerias e maior mobilidade de estudantes de poacutes-graduaccedilatildeo e graduaccedilatildeo e reconhecimento automaacutetico de creacuteditos e adaptaccedilatildeo reciacuteproca de curriacuteculos

A Rede Santos Dumont criada em julho de 1994 na cidade de Toulouse (Franccedila) promove o intercacircmbio de doutorandos e poacutes-doutorandos A Rede eacute constituiacuteda de 56 universidades e instituiccedilotildees das quais 26 satildeo brasileiras e 30 francesas e eacute coordenada pela Universiteacute Paul Sabatier Toulouse III O acordo prevecirc tambeacutem a realizaccedilatildeo de teses em co-tutela e com dupla diplomaccedilatildeo

A Espanha e o Brasil atraveacutes da CAPES manteacutem cooperaccedilatildeo atraveacutes do PCI - Programa de Cooperaccedilatildeo Interuniversitaria - promovido pela Agecircncia Espanhola de Cooperaccedilatildeo Internacional -

AECI A CAPES oferece bolsas de estudos para os estudantes e professores interessados em realizar estaacutegios na Espanha As vagas para estudantes destinam-se a alunos de poacutes-graduaccedilatildeo ou de uacuteltimo ano de graduaccedilatildeo Tambeacutem com a Espanha haacute um acordo para incentivar o desenvolvimento de projetos conjuntos de pesquisa e de cooperaccedilatildeo cientiacutefica entre Instituiccedilotildees de Ensino Superior do Brasil e da Espanha que ofereccedilam formaccedilatildeo em niacutevel de poacutes-graduaccedilatildeo (doutorado doutorado sanduiacuteche e Poacutes-doutorado) e aperfeiccediloamento de docentes e pesquisadores Programa similar eacute desenvolvido com Portugal atraveacutes do ICCTI para a realizaccedilatildeo de projetos conjuntos de pesquisa e de formaccedilatildeo poacutes-graduada

O Brasil oferece bolsas a estudantesdocentes estrangeiros para realizarem cursos em instituiccedilotildees brasileiras Entre eles destacam-se a) o Protocolo Adicional ao Convecircnio de Intercacircmbio Cultural para a formaccedilatildeo de recursos humanos em niacutevel de poacutes-graduaccedilatildeo firmado entre Argentina e Brasil com a participaccedilatildeo da SPU (Secretaria de Poliacuteticas Universitaacuterias do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura da Argentina) e da CAPES que oferece bolsas de doutorado no Brasil b) os Doutorados Alematildees para os quais a CAPES oferece bolsas a estudantes alematildees realizarem suas teses de doutorado no Brasil e) o convecircnio de intercacircmbio MES (Cuba) e CAPES atraveacutes do qual a agecircncia brasileira oferece bolsas a docentes vinculados a instituiccedilotildees de ensino superior e de pesquisa cubanas em niacutevel de doutorado pleno sanduiacuteche e Poacutes-doutorado no Brasil ou para professor visitante

O PECPG9 - Programa de Estudantes Convecircnio Poacutes-graduaccedilatildeo criado em 1981 eacute o mais importante acordo multinacional brasileiro que visa o aumento da qualificaccedilatildeo de professores universitaacuterios pesquisadores e profissionais graduados do ensino superior dos paiacuteses em desenvolvimento com os quais o Brasil manteacutem Acordo de Cooperaccedilatildeo Cultural Cientiacutefica e Tecnoloacutegica possibilitando o acesso aos melhores cursos de poacutes-graduaccedilatildeo brasileiros http wwwCAPESgovbrcooperaccedilatildeo acesso em 23052002) As bolsas PECPG satildeo concedidas a alunos de todas todas as aacutereas de conhecimento nas quais existam programas de Poacutes-Graduaccedilatildeo que emitam diplomas de validade nacional

9 O PECPG programa do Governo Brasileiro cujo protocolo de criaccedilatildeo foi assinado em 12 de agosto de 1981 tendo as atividades acadecircmicas iniciadas em 1983 Ele congrega as principais agecircncias do sistema de eampT CNPq e Fundaccedilatildeo CAPES e conta com a participaccedilatildeo do Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) Foi criado com o fito de incrementar o intercacircmbio educacional e a cooperaccedilatildeo cientiacutefica com a Ameacuterica Latina Caribe e Aacutefrica com os quais o Brasil manteacutem Acordos de cooperaccedilatildeo Cultural Cientiacutefica e Tecnoloacutegica

114 A mobilidade internacional de docentes e de pesquisadores

Os programas de cooperaccedilatildeo que favorecem a mobilidade de pessoal docente e pesquisadores tecircm na CAPES e no CNPq as principais agecircncias de fomento Aleacutem delas fundaccedilotildees de amparo a pesquisa no acircmbito dos estados da federaccedilatildeo destinam auxiacutelios para modalidades cooperativas especialmente de curta duraccedilatildeo10

1141 O volume e o objeto dos intercacircmbios A CAPES promove programas de cooperaccedilatildeo internacional para

docentes e pesquisadores atraveacutes de bolsas de Poacutes-doutorado cujo aumento de 104 para 229 bolsas (1202) no periacuteodo 1996-2002

O CNPq no mesmo periacuteodo diminuiu o nuacutemero de bolsas no exterior para docentes pesquisadores Enquanto em 1995 elas atingiram 2061 bolsas em 2000 diminuiacuteram para 1109 A Tabela 118 apresenta o nuacutemero de bolsas no exterior concedidas na modalidades de Poacutes-doutorado (PDE) e Estaacutegio Secircnior no exterior (ESN) O Poacutes-doutorado abarca a maior parte destas bolsas em 1995 e 2000 respectivamente 942 e 936 enquanto o Estaacutegio Secircnior obteve 58 e 64 nos referidos anos

A Tabela 118 tambeacutem permite observar o nuacutemero de bolsas concedidas a projetos de curta duraccedilatildeo A Participaccedilotildees em Eventos representa 797 do total em 2000 Nos projetos de curta duraccedilatildeo tambeacutem se observa a reduccedilatildeo de 15 entre 1995 e 2000 Em 1997 eles atingiram 3308 auxiacutelios decaindo para 897 em 1999 voltando a crescer em 2000 com o total de 1531 auxiacutelios

10 Entre elas destacam-se a Fapesp -Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Satildeo Paulo a FAPERJ- Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro a Fapergs Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul

Tabela 118 CNPq Nuacutemero de Bolsas no exterior (docentespesquisadores) e fomento (curta duraccedilatildeoprojetos) por modalidade e ano ()

Tipo de Bolsa Fomento no Exterior

Bolsas

Poacutes-doutorado (PDE)

Estaacutegio Secircnior exterior (ESN)

Projetos de Fomento (Curta duraccedilatildeo)

Estaacutegio no Exterior

Participaccedilatildeo em Eventos

1995

3061

2883 (942)

178 (58) 1800 657

(365)

1143 (635)

1996

2643

2540 (961)

103 (39) 1379

802 (581)

577 (419)

1997

1703

1655 (972)

48 (28) 3308

1666 (504)

1642 (496)

1998

1456

1387 (952)

69 (48) 1124

578 (514)

546 (486)

1999

915

872 (953)

4 3 (47)

897 270

(301)

627 699)

2000

1109

1036 (936)

73 (64)

1531 311

(203)

1220 (797)

Fonte CNPq wwwcnpqbr acesso em 8 de julho de 2002 CNPqSUPAE1COAV (dados primaacuterios obtidos do Sistema Gerencial de Fomento - SIGEF) Incluiacutedos eventos nacionais e no exterior

A Tabela 119 apresenta o nuacutemero de bolsas do CNPq para professores visitantes estrangeiros A modalidade Pesquisador Visitante Estrangeiro praticamente extinguiu-se As bolsas de curta duraccedilatildeo registraram queda de 305 passando de 580 em 1995 para 403 em 2000 Das atuais 403 bolsas 591 satildeo da modalidade Especialista Visitante (AEV) e 409 da modalidade Pesquisador Visitante (APV)

Tabela 119 CNPq Nuacutemero de Bolsas no Brasil para visitantes e fomento

de atividades por modalidade e ano ()

Modalidade

Bolsa

Pesquisador visitante estrangeiro

Projetos de Fomento (Curta duraccedilatildeo)

Especialista visitante (AEV)

Pesquisador visitante (APV)

1995

922

922

580

346 (596)

234 (404)

1996

1558

1558

750

502 (669)

248

(331)

1997

931

931

1312

970

(739)

342

(261)

1998

268

268

756

587

(776)

169

(224)

1999

46

46

418

318

(761)

100

(239)

2000

09

09

403

238

(591)

165

(409)

Fonte CNPq wwwcnpqbr acesso em 8 de julho de 2002 CNPqSUPAEICOAV (dados primaacuterios obtidos do Sistema Gerencial de Fomento - SIGEF) Incluiacutedos nacionais e estrangeiros

A Fulbright tem modalidades de bolsas dirigidas a professores universitaacuterios e a pesquisadores Em 1999 foram concedidas seis bolsas de Poacutes-doutorado e duas bolsas de Scholar-in-Residence para docentes brasileiros em universidades norte americanas Em 2001 foram tambeacutem

distribuiacutedas 13 bolsas para a vinda de docentes americanos a universidadescentros de pesquisa brasileiros

1142 As principais aacutereas do conhecimento especialidades ou setores de estudos dos intercacircmbios Da Tabela 1110 constam as bolsas no exterior concedidas pelo

CNPq aos docentespesquisadores segundo as aacutereas de conhecimento Nas modalidades de Poacutes-doutorado e Estaacutegio Secircnior no ano de 2000 destacaram-se as aacutereas das Ciecircncias Exatas e da Terra (395) Ciecircncias Bioloacutegicas (168) Engenharias e Informaacutetica (15) e Ciecircncias Humanas (12) Predomina as bolsas de Poacutes-Doutorado em meacutedia sempre superior a 866 (Engenharias e Informaacutetica) e em alguns casos chegando a 100 (Ciecircncias Agraacuterias Ciecircncias da Sauacutede Ciecircncias Sociais Aplicadas e Linguumliacutestica Letras e Artes) Entre 1997 e 2000 ocorreu uma reduccedilatildeo de bolsas concedidas agraves aacutereas de Ciecircncias Bioloacutegicas e Ciecircncias da Sauacutede

As bolsas do CNPq em 2000 para docentespesquisadores nas modalidades de Estaacutegio Secircnior e Poacutes-Doutorado tinham como principais destinos os EUA (444) a Franccedila (176) e a Inglaterra (113)

Tabela 1110 CNPq Bolsas no exterior (docentes) por aacuterea de conhecimento e

modalidade (1997-2000) () Grande Aacuterea (1) Modalidade

Ciecircncias Agraacuterias

Poacutes-doutorado

Ciecircncias Bioloacutegicas

Estaacutegio Secircnior

Poacutes-doutorado

Ciencias da Sauacutede

Esligio Secircnior

Poacutes-doutorado

Ciecircncias Exalas e da Terra

Estaacutegio Secircnior Poacutes-doutorado

Ciecircncias Humanas

Estaacutegio Secircnior

Poacutes-doutorado

Ciecircncias Sociais Aplicadas

Poacutes-doutorado

Engenharias e Informaacutetica

Estaacutegio Secircnior

Poacutes-doutorado

Linguumliacutestica Letras e Artes

Estaacutegio Secircnior

Poacutes-doutorado

Total

1997

74 (45)

74(100)

382 (2253)

382(100)

218 (13)

-218(100)

591 (345)

15(25)

576 (975)

169(95)

33(195)

136(805)

76(45)

76(100)

168(10)

168(100)

25(15)

-25 (100)

1703(100)

Nuacutemero de bolsas (2)

1998

72 (5)

72(100)

236(16)

08 (34)

228 (966)

198(135)

10(55)

188(945)

464(315)

24(52)

440(948)

127 187)

15(118)

112(882)

93 (63)

93(100)

237(1651

17 (72)

220(928)

37 (256)

03(81)

34(919)

1464(100)

1999

43 (47)

4 3(100)

127(138)

04(31)

123(969)

55(6)

55(100)

375 (408)

18(48)

357 (952)

90(98)

03 (33)

87 (964)

35 (38)

35 (100)

159(173)

17 (106)

142(894)

35(38)

03 (86)

32(914)

919(100)

2000

53 (47)

53(100)

184(168)

06 (33)

178(965)

46 (42)

4 6(100)

438 (395)

33(75)

405 (925)

133(12)

10(75)

123(925)

68 (62)

68(100)

169(15)

23 (136)

146 (866)

18(16)

18(100)

1109(100)

Fonte CNPq wwwcnpqbr acesso em 8 de julho de 2002 CNPqSUPAEI (dados primaacuterios obtidos do Sistema Gerencial de Fomento - SIGEF) (1) Aacutereas vigente no CNPq (2) Cada bolsa equivale a 12 (doze) mensalidades pagas por ano para 1 (um) ou mais bolsistas

A Fundaccedilatildeo Alexander von Humboldt da Alemanha atraveacutes do acordo firmado com a CAPES oferece programas de apoio a projetos de pesquisa em todas as aacutereas do conhecimento desenvolvidos por pesquisadores e docentes brasileiros na Alemanha

O acordo CAPESCofecub de cooperaccedilatildeo universitaacuteria entre Brasil e Franccedila assinado em 1982 tem como objetivo criar um sistema de cooperaccedilatildeo e de intercacircmbio estimular a elaboraccedilatildeo de pesquisas conjuntas a formaccedilatildeo e o aperfeiccediloamento de professores-pesquisadores As principais modalidades satildeo a preparaccedilatildeo de doutorados Poacutes-doutorados atroca de informaccedilotildees cientiacuteficas de documentaccedilotildees especializadas e de publicaccedilotildees O convecircnio teve trecircs fases a etapa inicial de 1979 a 1985 a etapa de consolidaccedilatildeo de 1986 a 1993 e a etapa de cooperaccedilatildeo bilateral a partir de 1994

O acordo firmado entre o Inria e o CNPq em novembro de 1997 com o objetivo de criar uma rede de comunicaccedilatildeo em alta velocidade entre Brasil e Franccedila visou tambeacutem aumentar o fluxo de alunos para realizarem cursos de doutorado e desenvolverem pesquisas projetos industriais e acadecircmicos sobretudo nas aacutereas de Ciecircncia da Computaccedilatildeo e Matemaacutetica Aplicada

O CNPq eacute responsaacutevel pelo financiamento de Expediccedilotildees Cientiacuteficas isto eacute atividade de cooperaccedilatildeo envolvendo o intercacircmbio entre instituiccedilotildees brasileiras e estrangeiras por meio de projetos conjuntos de pesquisa cientiacutefica e desenvolvimento tecnoloacutegico

115 As unidades e as estruturas da cooperaccedilatildeo internacional

A formalizaccedilatildeo de acordos de cooperaccedilatildeo teacutecnica oficial eacute coordenada pela Agecircncia Brasileira de Cooperaccedilatildeo (ABC) do MRE O Departamento de Cooperaccedilatildeo Cientiacutefica e Tecnoloacutegica (DCT) tambeacutem do MRE coordena a cooperaccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica As duas primeiras modalidades tendem a envolver governo (s) de outros paiacuteses ou organismos internacionais sendo reguladas por acordos entre governos ou Governo brasileiro e organismo12

11 BRASIL Presidecircncia da Repuacuteblica Decreto ndeg 98830 de 1990 Regulamenta a autorizaccedilatildeo e o acompanhamento das Expediccedilotildees Cientiacuteficas por parte do Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia BRASIL MCT Portaria ndeg 55 de 1990 Regulamenta a autorizaccedilatildeo e o acompanhamento das Expediccedilotildees Cientiacuteficas por parte do Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia 12 A Comissatildeo de Financiamentos Externos (Cofiex) do Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo (MP) eacute responsaacutevel pela anaacutelise aprovaccedilatildeo e negociaccedilatildeo da modalidade de cooperaccedilatildeo financeira mas a coordenaccedilatildeo cabe agrave Secretaria de Assuntos Internacionais (Seain)

O Ministeacuterio de Educaccedilatildeo conta com uma Assessoria Internacional do Gabinete do Ministro mas tem na CAPES e respectiva Coordenaccedilatildeo Geral de Cooperaccedilatildeo Internacional-CGClCAPES o principal suporte para assuntos relacionados agrave formaccedilatildeo poacutes-graduada e agrave formaccedilatildeo cientiacutefico-tecnoloacutegica dos quadros de ensino superior no Brasil e agrave cooperaccedilatildeo com organismos de outros paiacuteses

Ao Ministeacuterio de Ciecircncia e Tecnologia vincula-se o CNPq -Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico - sua principal agecircncia de fomento e de cooperaccedilatildeo internacional No CNPq cabe agrave Assessoria de Cooperaccedilatildeo Internacional - Ascin - a responsabilidade do gerenciamento das atividades de colaboraccedilatildeo com agecircncias estrangeiras de fomento cientiacutefico e tecnoloacutegico Participa tambeacutem de organismos internacionais de desenvolvimento regional como Aladi Mercosul-Recyt Reale Cyted de Comissotildees Mistas e Organismos Internacionais

A Tabela 118 mostra que a presenccedila de Assessorias Internacionais (AI) nas universidades brasileiras

Tabela 1111 Nuacutemero de universidades brasileiras com Assessorias

Internacionais (AI) (2002)

Regiotildees

None

Nordeste

Centro-Oeste

Sudeste

Sul

Total

Instituiccedilotildees de Ensino Superior (IES)

Universidades

9 (55) (105)

29(185) (10)

12(75) (6)

73(46) (8)

36 (225) (13)

159(100)

Outras Instituiccedilotildees

76 (5) (895)

255(16) (90)

191(12) (94)

829 (52) (92)

243(15) (87)

1594(100)

Total IES

85(5)

284(16)

203(115)

902(515)

279(16)

1753(100)

Ndeg IES com setor de Assessoria Internacional

Universidades

7(6) (875)

24(21) (100) 9(8)

(100) 45 (395)

(94) 29 (255)

(100)

114(100)

bullOutras

1(25) (125)

-

-

3 (75) (6)

-

4(100)

Total de IES com

setor de AI

8(7)

24 (205)

9 (75)

48 (405)

29 (245)

118 (100)

Fonte INEP httpwwweducacaosuperiorinepgovbrinst_pesq_regiaostm acesso em 20082002 Fonte Diretoacuterio dos Assessores Internacionais das Universidades Brasileiras (Faubai) maio de 2002 Observaccedilatildeo Primeiro () expressa a distribuiccedilatildeo por Regiatildeo (vertical) Outros Instituiccedilotildees Isoladas e Centros Universitaacuterios

116 Os convenios de cooperaccedilatildeo institucional nacional regional e internacional

O Brasil manteacutem acordos com varios Organismos Internacionais a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU PNUD - Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento) a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (Unesco)1 a Organizaccedilatildeo dos Estados Americanos (OEA) a Organizaccedilatildeo dos Estados Ibero-americanos para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (OEI) a Comunidade dos Paiacuteses de Liacutengua Portuguesa (CPLP)14 o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial (Bird) Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio OMC

O Brasil tambeacutem participa de foacuteruns internacionais que promovem a integraccedilatildeo dos paiacuteses na aacuterea educacional Reuniatildeo de Ministros da Educaccedilatildeo dos Paiacuteses Membros do Mercosul a Reuniatildeo de Ministros da Educaccedilatildeo da Comunidade dos Paiacuteses de Liacutengua Portuguesa a Reuniatildeo de Ministros da Educaccedilatildeo do Conselho Interamericano de Desenvolvimento Integral da OEA a Conferecircncia Ibero-americana de Educaccedilatildeo da OEI a Cuacutepula das Ameacutericas e o Mercosul Educativo15

(MEC-SESu)

13 A Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento Unesco criada em Londres em 1945com sede em Paris tem como objetivo contribuir para a paz e a seguranccedila estreitando mediante a educaccedilatildeo a ciecircncia e a cultura a colaboraccedilatildeo entre as Naccedilotildees dentro dos ditames da Carta das Naccedilotildees Unidas Integram a Unesco 188 paiacuteses dos quais o Brasil desde 4 de novembro de 1946 Suas atividades satildeo financiadas por meio das contribuiccedilotildees dos Governos dos Estados Membros As Caacutetedras da Unesco satildeo alguns de seus importantes veiacuteculos de cooperaccedilatildeo e objetivam a educaccedilatildeo (cursos professores visitantes etc) a investigaccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo Em 1992 foram criadas 17 Caacutetedras perfazendo hoje480 Caacutetedras instaladas em mais de 500 instituiccedilotildees universitaacuterias de 112 paiacuteses No Brasil uma das caacutetedras estaacute localizada na Universidade Metodista de Satildeo Paulo desde maio de 1996 A sediada na Universidad de 1ordf Republica eacute vinculada ao AUGM -Associaccedilatildeo de Universidades Grupo Montevideo (1998) Dela participam assessores brasileiros entre os quais Denise BCLeite (UFRGS)

14 A CPLP eacute uma organizaccedilatildeo internacional criada em 17 de Julho de 1996 com sede em Lisboa Satildeo paiacuteses membros da CPLP Angola Brasil Cabo Verde Guineacute Bissau Moccedilambique Satildeo Tomeacute e Priacutencipe e Portugal A CPLP objetiva a articulaccedilatildeo poliacutetico-diplomaacutetica entre seus Estados Membros em mateacuteria de relaccedilotildees internacionais a cooperaccedilatildeo particularmente nos campos econocircmico social cultural juriacutedico e teacutecnico-cientiacutefico e a difusatildeo da Liacutengua Portuguesa (Instituto Internacional da Liacutengua Portuguesa e Fundo Bibliograacutefico) A ela estatildeo ligados o Conselho de Ministros e a Conferecircncia de Chefes de Estado e de Governo

15 Em 16 de dezembro de 1996 o Presidente da Repuacuteblica Federativa do Brasil Fernando Henrique Cardoso promulga em Fortaleza - CE o Protocolo de Integraccedilatildeo Educacional para Prosseguimento de Estudos de poacutes-graduaccedilatildeo nas Universidades dos Paiacuteses-Membros do Mercosul

Quadro 112 Brasil Convenios bilaterais que incluem programas em

Educaccedilatildeo Superior eou eampT

PaisContinente

Aacutefrica Paiacuteses Africanos ( 2 2 )

Europa

Alemanha

BEacuteLGICA

Espanha

Franccedila

Itaacutelia Portugal Reino Unido Suiacuteccedila

Ameacuterica do Norte

Estados Unidos

Canadaacute

Aacutesia China

Japatildeo Ameacuterica Latina Caribe e Oceania

Argentina Chile Colocircmbia Costa Rica Equador Uruguai

Venezuela Meacutexico Cuba

Outros paiacuteses (15)

Totais

Tipo de convecircnioacordosprogramas

Promovidos por outros paiacuteses

--30 programas

DaadCAPES Krup KfaDLR DFG GMDDLRIbamaDLR Unibra Proba Humboldt Biotec-biociecircncias (10)

FNRS(1) MECD Cpes CSIC Cyted (4) CofecubCefiSferc IAS Cesmat CNRS lnserm IRD (7) CNR TWAS ICCTICAPES (3) ICCTI(l) RS PNE Britsh Council (3)

CERN(l) 8 programas Lter PELD NSF Fulbright UTCAPES FipseCAPES (6) CIDA CIHR (2) 6 programas

CEE CAS MST (3) JSPS Monbusho UNU (3) 13 programas ScytAntorchas Conicet SPU Seteip (4) ConicyCAPESt(l)

Colcienas ( 1 ) Conicit(l) Fundacyt (1) Conicit URCAPES (2)

Fonacit (1)

Conacyt(l) MES(l)

-56 acordos com 21 paises em 55 programas

Promovido pelo Brasil

1 programa (22) PECPG (1)

-

--

---- - 1 programa (24) PECPG (1) PECPGU ) PECPGU) PECPGU)

PECPGU) PECPGU) PECPGU)

PECPGU) PECPGU) PECPGU)

46 acordos com 46 paises

Fonte Dados primaacuterios CNPq httpwwwcnpqbrcooperacao_internacional acesso em 08072002 CAPES httpwwwCAPESgovbrcooperacaointemacional acesso em 23 052002 Obs (1) Dados primaacuterios organizados num quadro geral base para o presente (2) Ver Lista de siglas Legenda Pessoal vai para o exterior pessoal vem para o Brasil PECPG Programa de Estudantes Convecircnio(Brasileiro) UNU Universidade das Naccedilotildees Unidades (ONU-Multilateral) incluida (CNPq) como parceria Brasil-Japacirco bull bull bull Paiacuteses da Aacutefrica e Aacutesia Angola Barbuda Cabo Verde Camarotildees Costa do Marfim Gabatildeo Gana Guine Bissau Mali Marrocos Moccedilambique Namiacutebia Nigeacuteria Quecircnia Republica do Congo San Tomeacute e Priacutencipe Senegal Togo Tuniacutesia iquestlambia Suriname e Zimbabue bullbullbullbullAmeacuterica Latina Caribe e Oceania o PECPG eacute desenvolvido com Antigua

BoliacuteviaBenin El Salvador Guatemala Guiana Haiti Honduras Jamaica Panamaacute Paraguai Peru Repuacuteblica Dominicana Timor Leste Trinidad e Tobago

O Quadro 112 registra dois tipos de acordosprogramas os promovidos por outros paiacuteses e os promovidos pelo Brasil No primeiro tipo encontram-se 57 acordosconvecircnios com 21 paiacuteses perfazendo 57 programas No segundo tipo encontra-se o PECPG promovido pelo Brasil que jaacute deu origem a acordos com 46 paiacuteses especialmente da Aacutefrica da Ameacuterica Latina e Caribe

Os Acordos Bilaterais satildeo os principais instrumentos de cooperaccedilatildeo internacional promovidos pela CAPES

Mudanccedilas e perspectivas do ensino superior no Brasil

Neste Informe foram apresentadas e analisadas as principais transformaccedilotildees ocorridas na educaccedilatildeo superior brasileira na uacuteltima deacutecada as quais reverteram-se em profundas mudanccedilas tanto na sua estrutura como no seu

As principais delas foram

- A expansatildeo da matriacutecula no niacutevel superior resultante do crescimento do ensino meacutedio bem como da pressatildeo vinda de uma clientela formada por adultos (jaacute integrados ao mercado de trabalho) que busca melhorar suas oportunidades profissionais por meio da obtenccedilatildeo de um tiacutetulo de niacutevel superior - Atualizaccedilatildeo da legislaccedilatildeo pertinente agrave educaccedilatildeo superior como reflexo da nova LDBN96 e dos decretos e regulamentos dela decorrentes como tambeacutem a criaccedilatildeo do novo Conselho Nacional de Educaccedilatildeo e sua respectiva Cacircmara de Educaccedilatildeo Superior - A implantaccedilatildeo e aprimoramento do processo de avaliaccedilatildeo no sistema de educaccedilatildeo superior a criaccedilatildeo do Exame Nacional de Cursos e da avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees das ofertas institucionais somadas agrave jaacute tradicional avaliaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo possibilitaram a acurada mensuraccedilatildeo da eficiecircncia e da produtividade do sistema Tais praacuteticas avaliativas cujos procedimentos ainda satildeo alvo de constantes discussotildees acabaram por angariar credibilidade tanto dentro como fora do proacuteprio sistema de ensino superior - Processo de diversificaccedilatildeo institucional natildeo somente em termos de natureza eou dependecircncia administrativa como tambeacutem quanto aos perfis organizacionais e vocaccedilotildees acadecircmicas criou novas perspectivas profissionais para os estudantes - A consolidaccedilatildeo do sistema nacional de poacutes-graduaccedilatildeo stricto sensu

- A pesquisa especialmente nas instituiccedilotildees de ensino superior federais em grande medida estimulada pelos oacutergatildeos de fomento mediante a concessatildeo de bolsas de formaccedilatildeo e de pesquisa experimentou grande avanccedilo e significativo crescimento na produccedilatildeo cientiacutefica oferecendo uma valiosa contribuiccedilatildeo agrave qualificaccedilatildeo de recursos humanos - O fortalecimento do complexo nacional de eampT mediante a criaccedilatildeo dos Fundos Setoriais com vistas ao financiamento das atividades no setor como tambeacutem a introduccedilatildeo de dois sistemas de coleta e disseminaccedilatildeo de dados relativos agrave produccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica quais sejam o Diretoacuterio dos Grupos de PesquisaCNPq e o Curriculum Lattes - O aumento da inserccedilatildeo internacional dos pesquisadores brasileiros as bolsas para realizaccedilatildeo de cursos de poacutes-graduaccedilatildeo estaacutegios e intercacircmbio acadecircmico concedidas pelos oacutergatildeos de fomento (CAPES e CNPq) criaram as condiccedilotildees favoraacuteveis para que a pesquisa e os pesquisadores brasileiros se tornassem mais conhecidos integrando-os agraves redes mundiais de pesquisadores e aumentando a cooperaccedilatildeo internacional - Portal de Perioacutedicos da CAPES ampliou e democratizou o acesso agrave informaccedilatildeo cientiacutefica pelos estudantes docentes e pesquisadores - A expansatildeo do nuacutemero de instituiccedilotildees de ensino superior que oferecem cursos a distacircncia alargou o acesso de um expressivo nuacutemero de pessoas de todas as regiotildees do paiacutes a um amplo leque de cursos de formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo - O aumento e a diversificaccedilatildeo das atividades de extensatildeo nas instituiccedilotildees de ensino superior tanto privadas como puacuteblicas abriram novas oportunidades de socializaccedilatildeo dos resultados das pesquisas e dos estudos nelas desenvolvidos - A ampla e raacutepida conexatildeo agrave Internet das instituiccedilotildees de ensino superior por meio da Rede Nacional de Pesquisa possibilitou-lhes a incorporaccedilatildeo no desenvolvimento de suas atividades cientificas e administrativas das novas tecnologias da informaccedilatildeo

O ensino superior do Brasil apoacutes periacuteodo de estagnaccedilatildeo e crise nos anos 80 viveu na deacutecada de 90 o que Schwartzman classificou como uma revoluccedilatildeo silenciosaEsta todavia deveraacute enfrentar nos proacuteximos anos quatro grandes desafios a expansatildeo a diferenciaccedilatildeo a qualificaccedilatildeo e o financiamento do sistema

A nova expansatildeo do ensino superior deveraacute articular iniciativas dos setores puacuteblico e privado buscando desenvolver poliacuteticas diferenciadas de estiacutemulo ao acesso por parte de diferentes grupos sociais ao ensino superior e uma mais adequada distribuiccedilatildeo regional da oferta e das oportunidades educacionais Tal expansatildeo dependeraacute sem duacutevida de uma ampla reestruturaccedilatildeo das relaccedilotildees entre o Estado e os sistema de educaccedilatildeo superior natildeo podendo em funccedilatildeo disso ser presidida exclusivamente pela loacutegica de mercado Caberaacute ao Estado garantir (direta ou indiretamente) a democratizaccedilatildeo do acesso agrave educaccedilatildeo superior mediante o crescimento do setor puacuteblico a revitalizaccedilatildeo do creacutedito educativo e um eficiente sistema de bolsas

Outro desafio reside em articular e regulamentar a grande diversidade ocorrida na oferta educacional reflexo da crescente diversificaccedilatildeo do sistema de ensino superior Os novos perfis das instituiccedilotildees (universidades especializadas centros universitaacuterios institutos superiores de educaccedilatildeo e centros de educaccedilatildeo tecnoloacutegica) os novos cursos programas (cursos sequumlenciais e mestrados profissionalizantes) assim como as novas modalidades de ensino (educaccedilatildeo a distacircncia) deveratildeo merecer acompanhamento e avaliaccedilatildeo como forma de garantir o seu aprimoramento e difusatildeo

O terceiro desafio relaciona-se agrave qualificaccedilatildeo Para que o sistema em seu conjunto melhore tanto no acircmbito da qualidade como da eficiecircncia eacute de fundamental importacircncia incentivar a qualificaccedilatildeo dos docentes Nesse campo na uacuteltima deacutecada houve um exitoso esforccedilo das instituiccedilotildees de ensino superior com vistas agrave titulaccedilatildeo de seus professores o que refletiu-se em uma modificaccedilatildeo do perfil do corpo docente das instituiccedilotildees de ensino superior especialmente as puacuteblicas Entretanto muito deve-se avanccedilar nessa direccedilatildeo

Igualmente de faz necessaacuterio melhorar a relaccedilatildeo ingressantes Concluintes como tambeacutem a relaccedilatildeo professoraluno nas instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas

Finalmente as respostas aos desafios apontados em grande medida dependeratildeo da adoccedilatildeo de uma adequada estrutura de financiamento que considere as exigecircncias de um ensino de qualidade a disponibilidade de recursos puacuteblicos e as precaacuterias condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas de uma expressiva parcela da populaccedilatildeo Sem duacutevida caberaacute ao Estado uma fraccedilatildeo fundamental da responsabilidade (direta ou indireta) de obter o financiamento do processo de transformaccedilatildeo e expansatildeo no acircmbito do ensino superior

Outros participantes deveratildeo da mesma forma incorporar-se a esse esforccedilo e compartir os custos da referida revoluccedilatildeo Num quadro de dificuldades e de controle de gastos puacuteblicos impotildee-se a racionalizaccedilatildeo

no uso dos recursos e o esforccedilo de maximizaccedilatildeo dos resultados bem como uma accedilatildeo mais articulada junto agrave iniciativa privada com a qual jaacute existem muitas parcerias com excelentes resultados Os diversos instrumentos que na uacuteltima deacutecada foram criados para ampliar a interaccedilatildeo entre estes dois setores (as Fundaccedilotildees de Apoio os Escritoacuterios de Interaccedilatildeo Universidade-Empresa e as empresas juacuteniores) teratildeo um importante papel a cumprir

Em siacutentese o grande desafio a ser enfrentado pela educaccedilatildeo superior brasileira eacute o estabelecimento e a implementaccedilatildeo de uma poliacutetica que tenha como alvo o conjunto do sistema e natildeo apenas uma parte dele Tal poliacutetica deveraacute atentar para as caracteriacutesticas desse sistema multifacetado composto por instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas com diferentes formatos organizacionais muacuteltiplos papeis e funccedilotildees locais regionais nacionais e internacionais

Natildeo obstante todos esses desafios e as dificuldades a serem enfrentadas - a escassez de recursos puacuteblicos para ampliar as fontes de financiamento do ensino e da pesquisa a incipiente diversificaccedilatildeo e regulamentaccedilatildeo de cursos de curta duraccedilatildeo o baixo poder aquisitivo da populaccedilatildeo brasileira para custear um ensino privado a evasatildeo e a inadimplecircncia no ensino superior privado a excessiva concentraccedilatildeo da matriacutecula em cursos natildeo relacionados ao desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e agrave inovaccedilatildeo e o reduzido nuacutemero de patentes registradas pelo Brasil - eacute possiacutevel ainda ser otimista Dadas as tendecircncias identificadas as conquistas e os resultados atingidos natildeo seria previsiacutevel uma reversatildeo no quadro atual

Aleacutem disso os novos desafios colocados pelo avanccedilo da globalizaccedilatildeo tecnoloacutegica econocircmica e cultural estatildeo a exigir dos atores sociais e poliacuteticos envolvidos com a educaccedilatildeo superior a responsabilidade de viabilizarem as reformas necessaacuterias para consolidaccedilatildeo da universidade brasileira no cenaacuterio nacional e ampliar sua presenccedila internacional

de Educaccedilatildeo Cacircmara de Educaccedilatildeo Superior a partir de

2001 Diretor Executivo da Fundep mdash Fundaccedilatildeo de

Desenvolvimento da Pesquisa de 1998 a 2002

JOSEacute M A N U E L M O R A N COSTAS eacute doutor em Comunicaccedilatildeo

pela Universidade de Satildeo Paulo Professor de Novas

Tecnologias na PUC-SP Assessor do Ministeacuterio de Educaccedilatildeo

para avaliaccedilatildeo de cursos superiores agrave distacircncia Autor do

livro Mudanccedilas na comunicaccedilatildeo pessoal

M A R I A ESTELA DAL PAI FRANCO eacute professor titular (CC)

da UFRGS Programa de Poacutes graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo e

Coordenadora do Grupo de Estudos sobre Universidade mdash

GEU mdash IpesqEduUFRGS Consultora Ad-Hoc com o

CNPq CAPES FAPERGS

M A R I A BEATRIZ ACCORSI eacute licenciada em Matemaacutetica

Bolsista de AP do CNPq 1995 Bolsista do Convecircnio

Capes-Unesco 2002

M A R I A SUSANA ARROSA SOARES eacute professora do

Departamento de Sociologia do Programa de

Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sociologia e Coordenadora do

Mestrado em Relaccedilotildees Internacionais da UFRGS

Realizou poacutes-doutorado na EHESS Paris Diretora do

Centro Brasileiro de Documentaccedilatildeo e Estudos da

Bacia do Prata (CEDEP) e do Centro de Estudos Sociais

da UFRGS Pesquisadora do CNPq e doutora em

Estudos Latino-Americanos pela UNAM (Meacutexico)

Membro do Comitecirc Multidisciplinar da CAPES

MICHELANGELO GIOTTO SANTORO TRIGUEIRO eacute doutor em

Sociologia e professor do Departamento de Sociologia

da UnB Decano de Ensino de Graduaccedilatildeo da UnB Chefe da

Assessoria de Planejamento e Avaliaccedilatildeo Institucional

da Universidade de Brasiacutelia entre 1993 e 1995

Page 3: A EDUCAÇÃO SUPERIOR NO BRASILflacso.org.br/files/2015/09/me002311.pdfCARLOS BENEDITO MARTINS é professor do Departamento de Sociologia da UnB — Universidade de Brasília. Diretor-científico

E D U C A Ccedil Atilde O S U P E R I O R N O B R A S I L

M A R I A S U S A N A A R R O S A S O A R E S

C O O R D E N A D O R A

A R A B E L A C A M P O S O L I V E N

B E R N A D E T E D A S I L V A R I B E I R O B A T I S T A

C A R L O S B E N E D I T O M A R T I N S

C L A R I S S A ECKERT BAETA N E V E S

D E N I S E LE ITE

J A C Q U E S S C H W A R T Z M A N N

JOSEacute M A N U E L M O R A N COSTAS

M A R I A ESTELA D A L PAI F R A N C O

M A R I A B E A T R I Z A C C O R S I

M I C H E L A N G E L O T R I G U E I R O

Capes Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo - Anexos I e II - 2deg andar Caixa Postal 365 - CEP 70359-970 - Brasilia - DF

Telefone (61)410-8860 - E-mail ccdcapesgovbr

IESALC-Unesco Instituto Internacional para Educaccedilatildeo Superior na Ameacuterica Latina e no Caribe

Apartado 68394 Caracas - Venezuela 1062-A

GEU Grupo de Estudos sobre Universidade

Instituto de Filosofia e Ciecircncias Humanas - UFRGS Av Bento Gonccedilalves 9500

Telefone (51 ) 3316-6644 - E-mail ssoaresorionufrgsbr

Susana Arrosa A Educaccedilatildeo Superior no Brasil Maria Susana Arrosa Soares (Org) Arabela Campos Olien Bernadete da Silva Ribeiro Batista Carlos Benedito Martins Clarissa Eckert Baeta Neves Denise Leite Jacques Schwartzmann Joseacute Manuel Moran Costas Maria Esteia Dal Pai Franco Maria Beatriz Accorsi Michelangelo Trigueiro - Brasiacutelia Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior 2002 304 p il 24 cm

ISBN-85-88468-09-3

CDU 378014

Capa Projeto Graacutefico Homem de Melo amp Troia Design

Editoraccedilatildeo Eletrocircnica Eduardo Peraacutecio - DPE Studio

Distribuiccedilatildeo e Cadastro de Assinaturas Catarina Glograveria de Arauacutejo Neves - CCDCAPES

Brasilia DF - Dezembro 2002

Apresentaccedilatildeo

No iniacutecio do mecircs de agosto do corrente ano a Capes recebeu o convite do IESALCUNESCO para organizar um informe sobre o ensino superior no paiacutes como parte do projeto Observatoacuterio da Educaccedilatildeo Superior na Ameacuterica Latina e do Caribe coordenado por aquele organismo O objetivo do IESALCUNESCO ao propor a realizaccedilatildeo deste estudo no Brasil bem como em outros paiacuteses da Ameacuterica Latina e do Caribe foi de contribuir ao muacutetuo conhecimento dos sistemas de educaccedilatildeo superior da regiatildeo Pretende-se posteriormente agrave partir dos diversos informes que seratildeo realizados em vaacuterios paiacuteses da regiatildeo a elaboraccedilatildeo de uma anaacutelise comparativa de situaccedilotildees tendecircncias e perspectivas da educaccedilatildeo superior na regiatildeo latino-americana e caribenha

Uma segunda razatildeo que levou a IESALCUNESCO a solicitar a realizaccedilatildeo de informes sobre os sistemas nacionais de ensino superior foi a de preparar a contribuiccedilatildeo desse organismo para a realizaccedilatildeo da Conferecircncia Internacional de Avaliaccedilatildeo e Acompanhamento da Conferecircncia Mundial de Educaccedilatildeo Superior (CMES + 5) que ocorreraacute na sede da Organizaccedilatildeo em junho de 2003 cujo objetivo seraacute medir o impacto da Conferecircncia Mundial de 1998 na transformaccedilatildeo e desenvolvimento da educaccedilatildeo superior em niacutevel mundial a partir da anaacutelise das diversas experiecircncias em processos de reforma realizados nos uacuteltimos ano

Nesse sentido a Capes considerou de grande oportunidade a realizaccedilatildeo do presente informe numa eacutepoca em que uma troca de informaccedilotildees sobre os distintos sistemas nacionais de ensino superior eacute de fundamental importacircncia para o desenvolvimento dos paiacuteses dessa regiatildeo e de sua integraccedilatildeo social cultural e educacional

A CAPES diante de tatildeo importantes objetivos e em resposta ao honroso convite para colaborar com a UNESCO no desenvolvimento do estudo sobre a educaccedilatildeo superior brasileira aceitou o desafio de realizaacute-lo Para tanto convidou alguns dos mais destacados especialistas da aacuterea que sob a coordenaccedilatildeo do grupo de Estudos sobre Universidade da Universidade Federal do Rio Grande do Sui elaboraram um conjunto de documentos que abordam desde os antecedentes histoacutericos ateacute as caracteriacutesticas atuais da educaccedilatildeo superior tanto do ponto de vista organizacional seu funcionamento financiamento produtividade e inserccedilatildeo internacional bem como do perfil de seus atores

E portanto com grande satisfaccedilatildeo que a Capes traz agrave puacuteblico o presente estudo sobre A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

A CAPES ao publicar este trabalho tem a certeza de estar dando uma importante contribuiccedilatildeo para um maior conhecimento da educaccedilatildeo superior brasileira no acircmbito nacional regional e mundial e ao mesmo tempo de contribuir para o debate internacional sobre o papel da educaccedilatildeo superior nos processos de desenvolvimento na Sociedade da Informaccedilatildeo

Abiacutelio Baeta Neves Presidente da Capes

Participantes bull ARABELA CAMPOS OLIVEN eacute professora do programa de

Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sociologia e do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

ARABELA CAMPOS OLIVEN eacute professora do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sociologia e do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

BERNADETE DA SILVA RIBEIRO BATISTA eacute mestre em Sociologia pela Universidade Federal de Minas Gerais Bolsista do Conshyvecircnio CAPES-UNESCO 2002

bull CARLOS BENEDITO MARTINS eacute professor do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasiacutelia Diretor-cientiacutefico do Nesub (Nuacutecleo de Estudos sobre Ensino Superior da Universidade de Brasiacutelia)

bull CLARISSA ECKERT BAETA NEVES eacute professora do Deshypartamento de Sociologia e do Programa em Sociologia da UFRGS Coordena este Programa (2001-2002) e o Grupo de Estudos sobre Universidade - GEUUFRGS Pesquisadora I-C do CNPq Membro do Conselho Editorial do BIBAnpocs da Revista Sociologiacuteas e do Anuaacuterio de Educaccedilatildeo Tempo Brasileiro

DENISE BALARINE CAVALHEIRO LEITE eacute professora do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo da UFRGS Pesquisadora CNPq e do Grupo de Estudos sobre Universidade - GEUUFRGS Doutor em Ciecircncias Humanas pela UFRGS e realizou poacutes-doutorado no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra

bull JACQUES SCHWARTZMAN PhD Candidate University of Pittsburgh 1976 Professor Adjunto IV do Departamento de Ciecircncias Econocircmicas da Faculdade de Ciecircncias Econocircmicas da Universidade Federal de Minas Geraisaposentado em Junho de 2002 Membro do Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Cacircmara de Educaccedilatildeo Superior a parshytir de 112001 Diretor Executivo da Fundaccedilatildeo de Desenvolvimento da Pesquisa - FUNDEP - marccedilo de 1998 a fevereiro de 2002

bull JOSEacute MANUEL MORAN eacute doutor em Comunicaccedilatildeo pela USP Professor de Novas Tecnologias na PUC-SP Assessor do Ministeacuterio de Educaccedilatildeo para avaliaccedilatildeo de cursos superiores agrave distacircncia

bull MARIA ESTELA DAL PAI FRANCO eacute Professor Titular (CC) da UFRGSPrograma de Poacutes Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo e Coordenadora do Grupo de Estudos sobre Universidade - GEU - IpesqEduUFRGS

bull MARIA BEATRIZ ACCORSI licenciada em Matemaacutetica Bolsista de AP do CNPq 1995 Bolsista do Convecircnio CAPES-UNESCO 2002

bull MARIA SUSANA ARROSA SOARES eacute professora do Departashymento de Sociologia do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sociologia e Co-

ordenadora do Mestrado em Relaccedilotildees Internacionais da UFRGS Realizou poacutes-doutorado na EHESS Paris Diretora do Centro Brasileiro de Docushymentaccedilatildeo e Estudos da Bacia do Prata (CEDEP) e do Centro de Estudos Sociais da UFRGS Pesquisadora do CNPq

MICHELANGELO GIOTTO SANTORO TRIGUEIRO eacute doushytor em Sociologia e professor do Departamento de Sociologia da UnB Decano de Ensino de Graduaccedilatildeo da UnB Chefe da Assessoria de Plashynejamento e Avaliaccedilatildeo Institucional da Universidade de Brasiacutelia entre 1993 e 1995

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Sumaacuterio

Apresentaccedilatildeo 03 Participantes 05 Lista de quadros figuras tabelas e graacuteficos 13 1 Histoacuterico da educaccedilatildeo superior no Brasil 31

11 O Seacuteculo XIX as primeiras faculdades 31 12 As etapas do desenvolvimento da educaccedilatildeo

superior no Brasil 33 121 A Repuacuteblica Velha e o debate sobre

universidade (1889-1930) 33 122 A Nova Repuacuteblica e a criaccedilatildeo

de universidades (1930 a 1964) 34 123 Os governos militares a expansatildeo do sistema

e desenvolvimento da pesquisa (1964-1985) 39 1231 Reforma universitaacuteria expansatildeo e segmentaccedilatildeo

do sistema de ensino superior 39 1232 A poacutes-graduacatildeo e o desenvolvimento

da pesquisa 40 124 A redemocratizaccedilatildeo politica a nova dinacircmica

do sistema de educaccedilatildeo superior (1985-2002) 41 1241 Constituiccedilatildeo Federal de 1988 41 1242 Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional

Lei ndeg 939496 42 2 A estrutura e o funcionamento do ensino superior no Brasil 43

21 Tipologia das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior 46 22 Instituiccedilotildees universitaacuterias e natildeo-universitaacuterias 48

221 A oferta diferenciada de cursos e programas de formaccedilatildeo superior 50

23 Caracterizaccedilatildeo das instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas 54 24 Normas e leis que regem a estrutura

e o funcionamento do ensino superior 61 25 Organismos de coordenaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior63

251 Organismos governamentais 63 252 Organismos natildeo-governamentais 68

26 A formaccedilatildeo do sistema nacional de poacutes-graduacatildeo 70 261 A estrutura da Poacutes-Graduaccedilatildeo 71 262 O funcionamento 78

27 Sistemas de avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees de ensino superior no Brasil 87 271 Normas instrumentos e estrateacutegias para avaliaccedilatildeo

das instituiccedilotildees de ensino superior 89 2711 Avaliaccedilatildeo para ingresso no ensino superior

Exame Nacional do Ensino Meacutedio (ENEM) e Exame Vestibular 90

2712 Auto-avaliaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo interna das IES 90 2713 Avaliaccedilatildeo da graduaccedilatildeo avaliaccedilatildeo do MEC 91 2714 Avaliaccedilatildeo da poacutes-graduacatildeo avaliaccedilatildeo CAPES 94

272 As relaccedilotildees entre auto-avaliaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo externa Niacutevel puacuteblico e privado 96

273 Sistema nacional de avaliaccedilatildeo 97 274 O processo de criaccedilatildeo e credenciamento de novas

instituiccedilotildees de ensino superior no Brasil 99 275 Periodicidade dos processos de avaliaccedilatildeo e

credenciamento das instituiccedilotildees de ensino superior 104 3 O acesso agrave educaccedilatildeo superior e sua cobertura demograacutefica 107

31 Requisitos e praacuteticas de acesso agrave educaccedilatildeo superior 107 32 O acesso agrave educaccedilatildeo superior 107 33 Cobertura demograacutefica 111

331 As taxas de escolaridade entre 17 e 24 anos 111 332 A evoluccedilatildeo da escolarizaccedilatildeo na

educaccedilatildeo superior 19902000 113 34 As exigecircncias de escolaridade anos e

tempo meacutedio de estudo 115 35 As estrateacutegias das instituiccedilotildees de ensino

superior e a competitividade no mercado de oferta e demanda educativa 115

36 As novas ofertas educativas nacionais e internacionais 119

4 Governo e gestatildeo da educaccedilatildeo superior 121 Introduccedilatildeo 121 41 Tipos de governo das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo

superior 122 411 Governo colegiado ou natildeo-colegiado 122 412 Nomeaccedilatildeo ou eleiccedilatildeo de autoridades das

instituiccedilotildees de ensino superior 126 413 As relaccedilotildees entre as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo

superior e o Estado 128 414 Os procedimentos e praacuteticas de prestaccedilatildeo de contas

das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior 133

415 A participaccedilatildeo de outros atores no governo das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior 139

5 Os principais atores da educaccedilatildeo superior no Brasil 145 51 Os estudantes caracteriacutesticas e evoluccedilatildeo 145

511 A populaccedilatildeo estudantil classificada por sexo aacuterea de conhecimento niacutevel de estudo e tipo de instituiccedilatildeo 145

512 A evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo estudantil entre 1990 e 2000 148

513 Os organismos representativos dos estudantes 153 514 Os programas de assistecircncia ao estudante 154

52 O pessoal docente 155 521 O Pessoal docente classificado por sexo e

tipo de instituiccedilatildeo 155 522 A evoluccedilatildeo do pessoal docente entre 1990 e 2000 157 523 Os organismos representativos do pessoal docente161 524 Os mecanismos e normas de recrutamento

seleccedilatildeo e promoccedilatildeo do pessoal docente 163 525 Os programas de melhoria e desenvolvimento

do pessoal docente bdquo 164 53 O pessoal de apoio 165

531 O pessoal de apoio classificado por sexo e tipo de instituiccedilatildeo 165

532 A evoluccedilatildeo do pessoal de apoio entre 1990 e 2000 166 533 Os organismos representativos dos servidores

teacutecnico-administrativos 168 534 Os programas de melhoria e desenvolvimento

do pessoal de apoio 169 6 O sistema de apoio agraves atividades das instituiccedilotildees de ensino superior 173

61 As bibliotecas 173 62 O Portal de perioacutedicos da CAPES 173 63 COMUT - Programa de Comutaccedilatildeo Bibliograacutefica 174 64 As bibliotecas virtuais 174 65 As editoras universitaacuterias 175 66 Grau de conectividade agrave Internet das instituiccedilotildees

de educaccedilatildeo superior 175 661 A Rede Nacional de Ensino e Pesquisa 175 662 O Instituto Brasileiro de Informaccedilatildeo

em Ciecircncia e Tecnologia (IBICT) 176 663 O Comitecirc Gestor InternetBrasil 176 664 O Prossiga 176

7 O Financiamento do ensino superior no Brasil na deacutecada de 90 179

71 As fontes de financia men to das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior 179

72 Os procedimentos de distribuiccedilatildeo de recursos pelo Estado 181 721 O Governo Federal 181 722 O setor estadual 183 723 Custo das matriacuteculas e bolsas de estudo nas

instituiccedilotildees de ensino superior privadas 184 73 As estrateacutegias de gestatildeo e de utilizaccedilatildeo dos

recursos financeiros em nivel institucional e nacional 188 731 Aposentados e pensionistas 192 732 Fundaccedilotildees de apoio 193 733 Hospitais Universitaacuterios 194

74 Fundos nacionais de financiamento da educaccedilatildeo superior 195

75 Os gastos em educaccedilatildeo superior em relaccedilatildeo ao Orccedilamento nacional e ao PIB 197

76 Financiamento eficiecircncia e equumlidade 201 8 Ciecircncia e Tecnologia no Brasil 205

81 A Organizaccedilatildeo Institucional da Ciecircncia e Tecnologia 205 811 O complexo nacional de CTampI no Brasil 205 812 A poliacutetica de CampT 207 813 O MCT e os organismos vinculados 208 814 CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento

Cientiacutefico e Tecnoloacutegico 210 815 FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos 211 816 Outros organismos de apoio agraves atividades de CampT212

82 O fomento agraves atividades de CampT 213 821 Instrumentos e mecanismos de apoio 213 822 Origem dos recursos 213 823 Os Fundos Setoriais um novo modelo de

financiamento 215 824 Investimentos em Ciecircncia e Tecnologia 218

83 A pesquisa cientiacutefica e tecnoloacutegica no Brasil 225 831 O Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq 226 832 A produccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica 233

84 Os centros e nuacutecleos de investigaccedilatildeo sobre a educaccedilatildeo superior 237

9 A educaccedilatildeo superior a distacircncia no Brasil 251 91 Os programas de educaccedilatildeo virtual a distacircncia

na educaccedilatildeo superior e sua relaccedilatildeo com a educaccedilatildeo presencial 252

92 Os tipos de programas de educaccedilatildeo virtual 254 921 Cursos de niacutevel superior em parceria 259 922 Principais instituiccedilotildees de ensino superior em EAD261

93 Estimativa do volume de estudantes e professores270 94 As metodologias e os recursos utilizados na

educaccedilatildeo virtual 270 95 As plataformas informaacuteticas de ensino e

aprendizagem na educaccedilatildeo virtual 271 96 Os serviccedilos telemaacuteticos utilizados na

educaccedilatildeo virtual 272 97 A relaccedilatildeo entre educaccedilatildeo presencial e natildeo-presencial 272

10 A relaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior com a sociedade 275 101 A relaccedilatildeo com o conjunto do sistema educativo 275 102 A relaccedilatildeo com o sistema econocircmico 276 103 A relaccedilatildeo com o sistema social e cultural 279

11 Globalizaccedilatildeo internacionalizaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo interinstitucional 281

111 A presenccedila das instituiccedilotildees nacionais em outros paiacuteses 282

112 A internacionalizaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior e o reconhecimento de tiacutetulos diplomas e certificados de estudo 282

113 A mobilidade internacional de estudantes 284 1131 O volume e o objeto dos intercacircmbios estudantis284 1132 As principais aacutereas do conhecimento

especialidades ou setores de estudo dos intercacircmbios 285 1133 Os convecircnios de intercacircmbio estudantil 290

114 A mobilidade internacional de docentes e de pesquisadores 293 1141 O volume e o objeto dos intercacircmbios 293 1142 As principais aacutereas do conhecimento

especialidades ou setores de estudos dos intercacircmbios 295 115 As unidades e as estruturas da cooperaccedilatildeo

internacional 296 116 Os convecircnios de cooperaccedilatildeo institucional

nacional regional e internacional 298 12 Mudanccedilas e perspectivas do ensino superior no Brasil 301

Lista de quadros figuras tabelas e graacuteficos

Quadro 21 Estrutura do Sistema Educativo Brasileiro 44

Quadro 22 Educaccedilatildeo superior organizaccedilatildeo acadecircmica 47

Quadro 23 Educaccedilatildeo superior cursos e niacuteveisdiplomas e certificados 51

Quadro 24 Principais dispositivos regulamentados pelos decretos portarias e resoluccedilotildees do ensino superior 62

Quadro 25 Organismos governamentais de coordenaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Superior 64

Quadro 81 Organograma do Complexo de Ciecircncia e Tecnologia 212

Quadro 82 Estrutura organizacional do Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia (MCT) 215

Quadro 83 Principais grupos e nuacutecleos de pesquisa sobre o ensino superior no Brasil 245

Quadro 84 Redes de Pesquisa em educaccedilatildeo superior 247

Quadro 85 A investigaccedilatildeo sobre ensinoeducaccedilatildeo superior no Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq - Versatildeo 41 248

Quadro 101 Tipos de mecanismos de Interaccedilatildeo Universidade-Empresa existentes no Brasil 280

Quadro 102 Tipos de praacuteticas de extensatildeo desenvolvidas nas universidades brasileiras 282

Quadro 111 Programas de Cooperaccedilatildeo Internacional com a Mediaccedilatildeo da CAPES e inscriccedilotildees 294

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Quadro 112 Brasil Convecircnios bilaterais que incluem programas em Educaccedilatildeo Superior eou CampT 303

Figura 21 Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Superior no Brasil 90

Tabela 21 Instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior segundo a natureza administrativa e a organizaccedilatildeo acadecircmica - Brasil2000 58

Tabela 22 Instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior por organizaccedilatildeo acadecircmica e natureza administrativa - Brasil2000 58

Tabela 23 Nuacutemero de Instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo Superior por Organizaccedilatildeo Acadecircmica e a Natureza Administrativa - Brasil2000 59

Tabela 24 Nuacutemero de Instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo Superior por Organizaccedilatildeo Acadecircmica e Natureza Administrativa - Brasil1990-2000 60

Tabela 25 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo 82

Tabela 26 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo por Dependecircncia Administrativa 83

Tabela 27 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo por Grande Aacuterea (Mestrado) 83

Tabela 28 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo por Grande Aacuterea (Doutorado) 84

Tabela 29 Conceitos dos Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo - 19982000 84

Tabela 210 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo por Regiatildeo (Mestrado) 84

Tabela 211 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo por Regiatildeo (Doutorado) 85

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Tabela 212 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Alunos Matriculados e Titulados na Poacutes-Graduaccedilatildeo 1987-2001 85

Tabela 213 Concessatildeo de Bolsas no Paiacutes segundo Grande Aacuterea do ConhecimentoCAPES - 1991-2002 (Mestrado) 86

Tabela 215 Concessatildeo de Bolsas no Paiacutes segundo Grande Aacuterea do ConhecimentoCAPES 1991-2002 (Doutorado) 86

Tabela 217 Bolsas no Exterior - Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Bolsistas - 1996-2001 87

Tabela 218 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Docentes da Poacutes-Graduaccedilatildeo - 1987-2000 87

Tabela 219 Concessatildeo de Bolsas no Paiacutes segundo Grande Aacuterea do ConhecimentoCNPq - 1997-2000 (Mestrado) 88

Tabela 220 Concessatildeo de Bolsas no Paiacutes segundo Grande Aacuterea do ConhecimentoCNPq - 1997-2000 (Doutorado) 88

Tabela 31 Inscritos no exame vestibular por dependecircncia administrativa - 1990-2000 110

Tabela 32 Inscritos em vestibular por regiotildees 110

Tabela 33 Vagas oferecidas em vestibular por dependecircncia administrativa 111

Tabela 34 Taxa de crescimento das vagas oferecidas em vestibular - 1990 e 2000 112

Tabela 35 Relaccedilatildeo candidatovaga em vestibular e outros processos seletivos 112

Tabela 36 Inscritos no vestibular por aacuterea de conhecimento e regiotildees - 1998 113

Tabela 37 Inscritos no vestibular por aacuterea de conhecimento segundo as regiotildees - 1998 () 114

Tabela 38 Taxa (bruta) de Escolaridade - 1991-2000 114

Tabela 39 Populaccedilatildeo em idade de ingressar na universidade - 1991 115

Tabela 310 Populaccedilatildeo em idade de ingressar na universidade - 2000 116

Tabela 51 Populaccedilatildeo estudantil em cursos de graduaccedilatildeo por sexo - 2000 149

Tabela 52 Matriacuteculas na graduaccedilatildeo por aacutereas de conhecimento em 2000 150

Tabela 53 Alunos por niacutevel de estudo e regiotildees - 2000 151

Tabela 54 Percentual de alunos por niacutevel de estudo e regiotildees - 2000 151

Tabela 55 Evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo estudantil dos cursos de graduaccedilatildeo segundo o sexo - 1987-2000 152

Tabela 56 Evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo estudantil por tipo de instituiccedilatildeo - 1990-2000 153

Tabela 57 Evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo discente em cursos de graduaccedilatildeo por Aacuterea de Conhecimento - 1995-1999 153

Tabela 58 Evoluccedilatildeo do nuacutemero de Concluintes de cursos de graduaccedilatildeo por tipo de instituiccedilatildeo - 1990-2000 154

Tabela 59 Taxa de crescimento dos Concluintes dos cursos de graduaccedilatildeo por tipo de instituiccedilatildeo - 1990-2000 155

Tabela 510 Evoluccedilatildeo da matriacutecula no ensino superior por niacutevel de estudo - 1991-2000 155

Tabela 511 Alunos de Mestrado por Aacuterea de Conhecimento - 1990-2001 156

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Tabela 512 Alunos de Doutorado por Aacuterea de Conhecimento - 1990-2001 157

Tabela 513 Docentes segundo o sexo e tipo de instituiccedilatildeo - 2000 160

Tabela 514 Nuacutemero de docentes por tipo de instituiccedilatildeo e grau de formaccedilatildeo - 2000 161

Tabela 515 Nuacutemero de docentes por dependecircncia administrativa e regiatildeo - 1999 162

Tabela 516 Docentes segundo tipo de instituiccedilatildeo - 1990-2000 163

Tabela 517 Docente em exerciacutecio segundo o grau de formaccedilatildeo e as regiotildees - 1990 e 2000 164

Tabela 518 Docentes em exerciacutecio segundo o grau de formaccedilatildeo e as regiotildees - 1990 e 2000 () 164

Tabela 519 Docentes por regime de trabalho 165

Tabela 520 Docentes por regime de trabalho () 166

Tabela 521 Funcionaacuterios por sexo 171

Tabela 522 Funcionaacuterios por grau de formaccedilatildeo - 2000 172

Tabela 523 Funcionaacuterios teacutecnico-administrativos em exerciacutecio segundo as regiotildees - 1991-2000 173

Tabela 524 Funcionaacuterios teacutecnico-administrativos em exerciacutecio segundo as regiotildees -1991-2000 () 173

Tabela 525 Nuacutemero de servidores nas universidades federais 174

Tabela 71 MEC Distribuiccedilatildeo percentual do gasto total por programa (1993-1999) 188

Tabela 72 IFES Gastos com pessoal ativo e inativo - 1994-2001 (em milhotildees de reais de 2001) 188

Tabela 73 EFES Despesas de OCC efetuadas com Recursos do Tesouro e Proacuteprios 197

Tabela 74 Bolsas do CNPq de Produtividade em Pesquisa 2000 202

Tabela 75 Gasto Puacuteblico em Educaccedilatildeo (1997-1998 - Brasil) 204

Tabela 76 IFES Despesas efetuadas com recursos do Tesouro e proacuteprios (1994-2001) 204

Tabela 81 MCT Recursos do Governo Federal aplicados em Ciecircncia e Tecnologia (CampT) por modalidade (Brasil 1991-2001) 225

Tabela 82 CNPq Investimentos realizados em bolsas e no fomento agrave pesquisa - 19902001 227

Tabela 83 Recursos dos Governos Estaduais aplicados em Ciecircncia e Tecnologia (CampT) Brasil1990-2000 229

Tabela 84 FAPESP Dispecircndio e execuccedilatildeo da pesquisa no Estado de Satildeo Paulo por fonte de recursos e perfil institucional dos usuaacuterios (1995-1998) 230

Tabela 85 Nuacutemero de bolsas de formaccedilatildeo e de pesquisa concedidas no paiacutes e no exterior por agecircncias federais e modalidades - 2000 231

Tabela 86 Distribuiccedilatildeo de grupos de pesquisa linhas pesquisadores pesquisadores-doutores e instituiccedilotildees partiacutecipes por versotildees do DGPB 234

Tabela 87 Distribuiccedilatildeo dos pesquisadores por titulaccedilatildeo segundo as regiotildees - 2002 235

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Tabela 88 Distribuiccedilatildeo dos grupos de pesquisa nas 21 instituiccedilotildees com maior nuacutemero de grupos 2002 236

Tabela 89 Distribuiccedilatildeo dos grupos de pesquisa nas 10 aacutereas do conhecimento com maior nuacutemero de grupos - 2002 238

Tabela 810 Produccedilatildeo Cientiacutefica dos grupos de pesquisa por versotildees do DGPB 241

Tabela 811 Produccedilatildeo Bibliograacutefica segundo grande aacuterea predominante do grupo para pesquisadores - 1998-2001 242

Tabela 812 Produccedilatildeo Teacutecnica dos grupos do Diretoacuterio do CNPq - versotildees 30 e 41 242

Tabela 91 Tecnologias utilizadas em cursos a distacircncia e semipresenciais 273

Tabela l l l CAPES Bolsistas no exterior por modalidade de bolsa (1996-2002) 286

Tabela 112 CNPq Bolsas de poacutes-graduacatildeo no exterior por modalidade e ano () 287

Tabela 113 CAPES Bolsistas no exterior por grande aacuterea do conhecimento 1996-2002 288

Tabela 114 CNPq Bolsas no exterior (alunos) por aacuterea de conhecimento e modalidade 1997-2000 289

Tabela 115 CAPES Paiacutes de destino dos bolsistas brasileiros por modalidade de bolsa (2002) 290

Tabela 116 CNPq Nuacutemero de bolsas no exterior (alunos) por paiacutes de destino e modalidade (2000) 291

Tabela 117 Bolsas da cooperaccedilatildeo Fulbright-Brasil por aacuterea ano e modalidades 292

Tabela 118 CNPq Nuacutemero de Bolsas no exterior (docentespesquisadores) e fomento (curta duraccedilatildeoprojetos) por modalidade e ano () 297

Tabela 119 CNPq Nuacutemero de Bolsas no Brasil para visitantes e fomento de atividades por modalidade e ano () 297

Tabela 1110 CNPq Bolsas no exterior (docentes) por aacuterea de conhecimento e modalidade (1997-2000) () 299

Tabela 1111 Nuacutemero de universidades brasileiras com Assessorias Internacionais (AI) (2002) 301

Graacutefico 31 Evoluccedilatildeo da matriacutecula na graduaccedilatildeo por dependecircncia administrativa - 1990-2000 116

Graacutefico 32 Matriacuteculas em cursos de mestrado ao final do ano - 1996-2001117

Graacutefico 33 Matriacutecula em cursos de doutorado ao final do ano - 1996-2001117

Graacutefico 51 Alunos de graduaccedilatildeo por aacuterea de conhecimento - 2000 150

Graacutefico 52 Populaccedilatildeo estudantil por tipo de instituiccedilatildeo - 2000 152

Graacutefico 53 Matriacuteculas em cursos noturnos por tipo de instituiccedilatildeo - 1991 e 2000 () 157

Graacutefico 54 Corpo docente por tipo de instituiccedilatildeo - 2000 161

Graacutefico 81 MCT Recursos do Governo Federal aplicados em Ciecircncia e Tecnologia (CampT) segundo Ministeacuterios (Brasil 1999) 225

Graacutefico 82 Recursos do Governo Federal aplicados em Ciecircncia e Tecnologia (CampT) pelo Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Brasil1991-2001 226

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Graacutefico 83 CAPES Dotaccedilatildeo Orccedilamentaacuteria e Despesa Realizada - 1995-2002 228

Graacutefico 84 CAPES Investimentos realizados em Bolsas - 1995-2002 228

Graacutefico 85 Distribuiccedilatildeo dos grupos de pesquisa em 2002 segundo o ano de criaccedilatildeo 233

Graacutefico 86 Distribuiccedilatildeo percentual dos grupos de pesquisa por regiatildeo - 1993 e 2002 235

Graacutefico 87 Distribuiccedilatildeo dos grupos de pesquisa segundo as grandes aacutereas do conhecimento - 2002 237

Graacutefico 88 Distribuiccedilatildeo dos grandes grupos de pesquisa segundo as grandes aacutereas do conhecimento - 2002 238

Graacutefico 89 Percentual de pesquisadores-doutores segundo as grandes aacutereas do conhecimento - 1993 e 2002 239

Graacutefico 810 Crescimento da Produccedilatildeo por Aacuterea Cientiacutefica do Brasil e do Mundo - Periacuteodo 1981-2000 240

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Lista de siglas INSTITUICcedilOtildeES DE ENSINO EE - Escola de Engenharia FURB - Universidade Regional de Blumenau FURG - Fundaccedilatildeo Universidade de Rio Grande IES - Instituiccedilotildees de Ensino Superior IFES - Instituiccedilotildees Federais de Ensino PUCCAMP - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Campinas PUCPR - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Paranaacute PUCRS - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio Grande do Sul PUCRJ - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro PUCSP - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo UCB - Universidade Catoacutelica de Brasiacutelia UCDB - Universidade Catoacutelica Dom Bosco UCLA - Universidade da Califoacuternia - Los Angeles UCPel - Universidade Catoacutelica de Pelotas UCS - Universidade de Caxias do Sul UEL - Universidade Estadual de Londrina UERN - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa UEM - Universidade Estadual de Maringaacute UFBa - Universidade Federal da Bahia UFG - Universidade Federal de Goiaacutes UFMG - Universidade de Minas Gerais UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso UFPA - Universidade Federal do Paraacute UFPE - Universidade Federal de Pernambuco UFPR - Universidade Federal do Paranaacute UFPel - Universidade Federal de Pelotas UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco UFS - Universidade Federal de Sergipe UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina UFSCar - Universidade Federal de Satildeo Carlos UFSM - Universidade Federal de Santa Maria UFU - Universidade Federal de Uberlacircndia ULBRA - Universidade Luterana do Brasil UnB - Universidade de Brasiacutelia UNESP - Universidade Estadual Paulista UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas

UNICRUZ - Universidade de Cruz Alta UNIJUIacute - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande

do Sul UNIMEP - Universidade Metodista de Piracicaba UNIP - Universidade Paulista UNIR - Universidade Federal de Rondocircnia UNISC - Universidade de Santa Cruz do Sul UNISINOS - Universidade do Vale do Rio dos Sinos UNISO - Universidade de Sorocaba UNITINS - Universidade do Tocantins UNIVERSO - Universidade Salgado de Oliveira UNOPAR - Universidade Norte do Paranaacute UPA - Universidade de Porto Alegre UPE - Universidade de Pernambuco UPF - Universidade de Passo Fundo UR (Uruguai) - Universidad de la Republica URCAMP - Universidade Regional da Campanha URI - Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missotildees USF - Universidade Satildeo Francisco USM - Universidade de Santa Maria USP - Universidade de Satildeo Paulo UT - Universidade Teacutecnica UT (EUA) - Universidade do Texas UVA-RJ - Universidade Veiga de Almeida - Rio de Janeiro

ASSOCIACcedilOtildeESAGEcircNCIASOacuteRGAtildeOS ABC - Agecircncia Brasileira de Cooperaccedilatildeo ligada ao MRE AI - Assessoria Internacional oacutergatildeos ligados agraves universidades ALADI - Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ALCA - Aacuterea de Livre Comeacutercio das Ameacutericas ASCIN - Assessoria de Cooperaccedilatildeo Internacional do CNPq AUGM - Associaccedilatildeo de Universidades Grupo Montevideacuteu BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento BIRD - Banco Mundial BNDE - Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico CAI - Comissatildeo de Assuntos Internacionais do MEC CAPES - Fundaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de

Ensino Superior CCT - Conselho Nacional de Ciecircncia e Tecnologia MCT CDI - Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento Institucional ligado agrave CAPES CDR - Comissatildeo de Desenvolvimento Regional ligado ao CCT CENEN - Comissatildeo Nacional de Energia Nuclear

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

CES - Conselho de Ensino Superior CFE - Conselho Federal de Educaccedilatildeo CGC1 - Coordenadoria Geral de Cooperaccedilatildeo Internacional da CAPES CNE - Conselho Nacional de Educaccedilatildeo CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico

e Tecnoloacutegico COFECUB (Franccedila) - Comitecirc Francecircs de Avaliaccedilatildeo da Cooperaccedilatildeo

Universitaacuteria com o Brasil COFIEX - Comissatildeo de Financiamentos Externos ligada ao MP CONSUN - Conselho Superior das Universidades CPICI - Comissatildeo de Prospectiva Informaccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo

Internacional do CCT CPLP - Comunidade dos Paiacuteses de Liacutengua Portuguesa CRUB - Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras DASP - Departamento de Administraccedilatildeo do Serviccedilo Puacuteblico DCT - Departamento de Cooperaccedilatildeo Cientifica e Tecnoloacutegica do MRE FACED - Faculdade de Educaccedilatildeo FAPERGS - Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado do Rio Grande

do Sul FAPERJ - Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado do Rio

de Janeiro FAPESP - Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Satildeo Paulo FAPMIG - Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa de Minas Gerais FAPs - Fundaccedilotildees (estaduais) de Amparo agrave Pesquisa FAUBAI - Foacuterum das Assessorias Internacionais das Universidades

Brasileiras FCC - Fundaccedilatildeo Carlos Chagas FGV - Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo GEU - Grupo de Estudos Sobre UniversidadeUFRGS GTC - Grupo Teacutecnico Consultivo da CAPES GTL - Grupo de Trabalho sobre Licenciatura HCPA - Hospital de Cliacutenicas de Porto Alegre IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Naturais Renovaacuteveis IGLU - Instituto de Gestatildeo e Lideranccedila Universitaacuteria INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais INRIA - Centro de Pesquisa francecircs IRBr - Instituto Rio Branco academia para formaccedilatildeo de diplomatas do

Itamaraty IUPERJ - Instituto Universitaacuterio de Pesquisa do Rio de Janeiro

LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional MCT - Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia MEC - Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura MECUsaid - United States Agency for International Development

Equipe de Planejamento do Ensino Superior do MEC MECD (Espanha) - Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Cultura e Esporte da

Espanha MERCOSUL - Mercado Comum do Sul MES (Cuba) - Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Superior de Cuba MIT - Instituto de Tecnologia de Massachussets MP - Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo MRE - Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores NAFTA - North American Free Trade Agreement OEA - Organizaccedilatildeo dos Estados Americanos OEI - Organizaccedilatildeo dos Estados Ibero-Americanos OMC - Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio ONU - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas OUI - Organizaccedilatildeo Universitaacuteria Interamericana PBDCT - Plano Baacutesico de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico PICD - Programa Institucional de Capacitaccedilatildeo Docente PND - Plano Nacional de Desenvolvimento PNDU - Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento PNPG - Programa Nacional de Poacutes-Graduaccedilatildeo PPCD - Plano Plurianual de Capacitaccedilatildeo Docente PROANTAR - Programa Antaacutertico Brasileiro RECYT - Reuniatildeo Especializada de Ciecircncia e Tecnologia do Mercosul REDUC - Red Latinoamericana de Informacioacuten y Documentacioacuten en

Educacioacuten SBPC - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciecircncia SEAIN - Secretaria de Assuntos Internacionais do MP SESu - Secretaria da Educaccedilatildeo Superior do MEC SIGEF - Sistema Gerencial de Fomento do CNPq UNESCO - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo

a Ciecircncia e a Cultura UNICEF - Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia USAID - United States Agency International Development

OUTROS AEV - Amparo agrave Especialista Visitante CNPq APE - Aperfeiccediloamento CNPq APV - Amparo a Pesquisador Visitante CNPq CampT - Ciecircncia e Tecnologia

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

DOU - Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Dec - Decreto Dec Fed - Decreto Federal DIBCT - Dispecircndio Interno Bruto em CampT Doc - Documento ESN - Estaacutegio Secircnior no Exterior CNPq EUA (USA) - Estados Unidos da Ameacuterica GDE - Doutorado CNPq Hab - Habilitaccedilatildeo IC - Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica PADCT - Programa de Apoio ao Desenvolvimento Cientiacutefico e

Tecnoloacutegico Par - Parecer PDE - Poacutes-Doutorado CNPq PG - Poacutes-Graduaccedilatildeo PGEdu - Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo PIB - Produto Interno Bruto Port - Portaria Port Min - Portaria Ministerial PPGEdu - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Res - Resoluccedilatildeo RH - Recursos Humanos SPE - EstaacutegioEspecializaccedilatildeo CNPq SWE - Doutorado Sanduiacuteche CNPq

ACORDOS DE COOPERACcedilAtildeO AAP - American Airlines Program Comissatildeo Fulbright ALFA-BRACARA - Rede de estudos e desenvolvimento da gestatildeo

acadecircmica e administrativa de universidades europeacuteias e latino-americanas

ANTORCHAS - Programa de Cooperaccedilatildeo Cientifico-Acadecircmica Argentina-Brasil-Chile

BC (Reino Unido) - Conselho Britacircnico British Council CAS (China) - Academia de Ciecircncias da China CEE (China) - Centro de Estudos Estrateacutegicos CefiSfere (Franccedila) - Comiteacute dEtude sur les Formations dIngeacutenieurs

Socieacuteteacute Franccedilaise dExportation de Ressources Educatives CEM - Organizaccedilatildeo Europeacuteia de Pesquisa Nuclear CESMAT (Franccedila) - Centre dEtudes Supeacuterieures de Matiegraveres Premieres CF (EUA) - Comissatildeo Fulbright CIDA (Canadaacute) - Agecircncia de Desenvolvimento Internacional do Canadaacute CIHR (Canadaacute) - Conselho de Pesquisas Meacutedicas do Canadaacute

CNRS (Franccedila) - Centro Nacional de Pesquisa Cientiacutefica COLCIENCIAS (Colocircmbia) - Fundo Colombiano de Investigaccedilotildees

Cientiacuteficas e Projetos Especiais Francisco Joseacute de Caldas CONACYT (Meacutexico) - Conselho Nacional de Ciecircncia e Tecnologia CONICIT (Costa Rica) - Comissatildeo Nacional de Investigaccedilotildees

Cientiacuteficas e Tecnoloacutegicas CONICIT (Uruguai) - Comissatildeo Nacional de Investigaccedilotildees Cientiacuteficas

e Tecnoloacutegicas CONICYT (Chile) - Comissatildeo Nacional de Investigaccedilotildees Cientiacuteficas

e Tecnoloacutegicas CPES (Espanha) - Center for Power Eletronic Systems CRIMA - Rede de Integraccedilatildeo e Mobilidade Acadecircmica CRN (Itaacutelia) - Conselho Nacional de Pesquisa da Itaacutelia CSIC (Espanha) - Conselho Superior de Investigaccedilotildees Cientiacuteficas CTPD - Cooperaccedilatildeo Teacutecnica entre Paiacuteses em Desenvolvimento CTRB - Cooperaccedilatildeo Teacutecnica Recebida Bilateral CTRM - Cooperaccedilatildeo Teacutecnica Recebida Multilateral CYTED (Espanha) - Programa Ibero-Americano de Ciecircncia e

Tecnologia para o Desenvolvimento DAAD (Alemanha) - Serviccedilo Alematildeo de Intercacircmbio Acadecircmico DFG (Alemanha) - Sociedade Alematilde de Pesquisa DLR (Alemanha) - Deustche Forschungsanstalt fuuml Luft und Raumfahrt FIPSE (EUA) - Programa de Consoacutercio em Educaccedilatildeo Superior Fund

for the Improvement of Post Secondary Education - Dep of Education dos Estados Unidos da Ameacuterica EUA (USA)

FONACIT (Venezuela) - Fundo Nacional de Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo

FRNS (Beacutelgica) - Centro Nacional da Pesquisa Cientiacutefica FUNDACYT (Equador) - Fundaccedilatildeo para a Ciecircncia e a Tecnologia GMDDLR (Alemanha) - International Bureau for the Federal

Ministry of Education Science research and tecnology HHH - Hubert H Humprey Comissatildeo Fulbright Humboldt (Alemanha) - Fundaccedilatildeo Alexander von Humboldt IAS (Franccedila) - Instituto Aeronaacuteutico e Espacial ICCTI (Itaacutelia) - Instituto de Cooperaccedilatildeo Cientiacutefica e Tecnoloacutegica

Internacional ICCTI (Portugal) - Instituto de Cooperaccedilatildeo Cientiacutefica e Tecnoloacutegica

Internacional IFP (Estados Unidos) - International Fellowship (Amdrom Program)

Comissatildeo Fulbright IFP (Estados Unidos) - International Fellowship Program Fundaccedilatildeo Ford INSERM (Franccedila) - Instituto Nacional da Sauacutede e da Pesquisa Meacutedica

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

IRD (Franccedila) - Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento JSPS (Japatildeo) - Sociedade Japonesa para a Promoccedilatildeo da Ciecircncia KFADLR (Alemanha) - Centro de Pesquisa de Juumllich KRUPP (Alemanha) - Alfriacuteed Krupp von Bohlen un Halbach Strung LTER (EUA) - Long Term Ecological Research MINTER (Brasil) - Programa Mestrado Interinstitucional da CAPES MISTRAL - Programa Ibero-americano de Mobilidade Interuniversitaria

em Ramos Avanccedilados da Licenciatura MONBUSCHO (Japatildeo) - Ministeacuterio da Educaccedilatildeo do JapatildeoPrograma

de Formaccedilatildeo de Recursos Humanos MST (China) - Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia NSF (EUA) - Fundaccedilatildeo Nacional da Ciecircncia PCI (Espanha) - Programa de Cooperaccedilatildeo Interuniversitaria PECPG (Brasil) - Programa de Estudantes Convecircnio Poacutes-Graduaccedilatildeo PELD (EUA) - Pesquisas Ecoloacutegicas de Longa Duraccedilatildeo PICDT - Programa Institucional de Capacitaccedilatildeo Docente e Teacutecnica PNE (Reino Unido) - Programa de Plantas do Nordeste Plantas Locais

para a Populaccedilatildeo Local PQI - Programa de Qualificaccedilatildeo Institucional CAPES PROBAL - Projeto de Pesquisa Internacional Brasil-Alemanha PROCAD (Brasil) - Programa Nacional de Cooperaccedilatildeo Acadecircmica

da CAPES Projeto Columbia - Centro de Formaccedilatildeo e Pesquisa Psicanalitica da

Universidade de Columbia Rede Deusto - Rede de Universidades Espanholas RS (Reino Unido) - Royal Society SEPCIP (Argentina) - Projetos Conjuntos de Pesquisa - Grupos

Vinculados agrave Poacutes-Graduaccedilatildeo SPU (Argentina) - Secretaria de Poliacuteticas Universitaacuterias do Ministeacuterio

da Educaccedilatildeo e Cultura da Argentina TWAS (Itaacutelia) - Academia de Ciecircncias do Terceiro Mundo UNI BR AL - Parcerias Universitaacuterias Brasil-Alemanha Intercacircmbio de

Estudantes de Graduaccedilatildeo Brasil-Alemanha UNU (Japatildeo) - Universidade das Naccedilotildees Unidas

Histoacuterico da educaccedilatildeo superior no Brasil

Arabela Campos Olive

11 O Seacuteculo XIX as primeiras faculdades

com relaccedilatildeo agraves suas origens e caracteriacutesticas o desenvolvimento do sistema de educaccedilatildeo superior no Brasil pode ser considerado um caso atiacutepico no contexto latino-americano Desde o seacuteculo XVI os espanhoacuteis fundaram universidades em suas possessotildees na Ameacuterica as quais eram instituiccedilotildees religiosas que recebiam a autorizaccedilatildeo do Sumo Pontiacutefice atraveacutes de Bula Papal O Brasil Colocircnia por sua vez natildeo criou instituiccedilotildees de ensino superior em seu territoacuterio ateacute iniacutecio do seacuteculo XIX ou seja quase trecircs seacuteculos mais tarde

Para graduarem-se os estudantes da elite colonial portuguesa considerados portugueses nascidos no Brasil tinham de se deslocar ateacute a metroacutepole Na Colocircnia o ensino formal esteve a cargo da Companhia de Jesus os jesuiacutetas dedicavam-se desde a cristianizaccedilatildeo dos indiacutegenas organizados em aldeamentos ateacute a formaccedilatildeo do clero em seminaacuterios teoloacutegicos e a educaccedilatildeo dos filhos da classe dominante nos coleacutegios reais Nesses uacuteltimos era oferecida uma educaccedilatildeo medieval latina com elementos de grego a qual preparava seus estudantes por meio dos estudos menores afim de poderem frequumlentar a Universidade de Coimbra em Portugal

Essa universidade confiada agrave Ordem Jesuiacutetica no seacuteculo XVI tinha como uma de suas missotildees a unificaccedilatildeo cultural do Impeacuterio portuguecircs Dentro do espiacuterito da Contra-Reforma ela acolhia os filhos da elite portuguesa que nasciam nas colocircnias visando a desenvolver uma homogeneidade cultural avessa a questionamentos agrave feacute Catoacutelica e agrave superioridade da Metroacutepole em relaccedilatildeo agrave Colocircnia A Universidade de Coimbra no dizer de Aniacutesio Teixeira foi a primeira universidade nela se graduaram em Teologia Direito Canogravenico Direito Civil Medicina e Filosofia durante os primeiros trecircs seacuteculos de nossa histoacuteria mais de 2500 jovens nascidos no Brasil1

I Teixeira Aniacutesio Ensino Superior no Brasil Anaacutelise e interpretaccedilatildeo de sua evoluccedilatildeo ateacute 1969 Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas 1989

Em 1808 a Familia Real Portuguesa fugiu de Lisboa rumo ao Brasil para escapar das tropas napoleocircnicas que haviam invadido Portugal Quando chegou na Bahia Dom Joatildeo VI entatildeo Priacutencipe Regente recebeu a solicitaccedilatildeo dos comerciantes locais no sentido de ser criada uma universidade no Brasil para tanto dispunham-se a colaborar com uma significativa ajuda financeira Em vez de universidade Salvador passou a sediar o Curso de Cirurgia Anatomia e Obstetriacutecia com a transferecircncia da Corte para o Rio de Janeiro foram criados nessa cidade uma Escola de Cirurgia aleacutem de Academias Militares e a Escola de Belas Artes bem como o Museu Nacional a Biblioteca Nacional e o Jardim Botacircnico

Quando o Brasil tornou-se independente em 1822 assumiu o poder o Imperador Dom Pedro I da Famiacutelia Real Portuguesa o qual mais tarde renunciou ao trono brasileiro para assumir como Dom Pedro IV o reino de Portugal Em seu lugar permaneceu no Brasil seu primogecircnito ainda menor de idade Dom Pedro 11

Durante o periacuteodo da Regecircncia foram criados em 1827 dois cursos de Direito um em Olinda na regiatildeo nordeste e outro em Satildeo Paulo no sudeste Aleacutem desses cursos a Escola de Minas foi criada na cidade de Ouro Preto que como o nome indica situava-se na regiatildeo de extraccedilatildeo de ouro Embora a criaccedilatildeo dessa Escola date de 1832 ela foi instalada somente 34 anos mais tarde

As primeiras faculdades brasileiras - Medicina Direito e Politeacutecnica - eram independentes umas das outras localizadas em cidades importantes e possuiacuteam uma orientaccedilatildeo profissional bastante elitista Seguiam o modelo das Grandes Escolas francesas instituiccedilotildees seculares mais voltadas ao ensino do que agrave pesquisa Tanto sua organizaccedilatildeo didaacutetica como sua estrutura de poder baseavam-se em caacutetedras vitaliacutecias o catedraacutetico lente proprietaacuterio era aquele que dominava um campo de saber escolhia seus assistentes e permanecia no topo da hierarquia acadecircmica durante toda a sua vida

No periacuteodo imperial apesar das vaacuterias propostas apresentadas2 natildeo foi criada uma universidade no Brasil Isto talvez se deva ao alto conceito da Universidade de Coimbra o que dificultava a sua substituiccedilatildeo por uma instituiccedilatildeo do jovem paiacutes Assim sendo os novos cursos superiores de orientaccedilatildeo profissional que se foram estabelecendo no territoacuterio brasileiro eram vistos como substitutos agrave universidade

2 Aniacutesio Teixeira refere-se a 24 projetos de universidade apresentados durante o periacuteodo que vai de 1808 a 1889 e chama a atenccedilatildeo para o fato de que em quase meio seacuteculo de reinado do segundo imperador natildeo foram criadas novas faculdades aleacutem daquelas criadas pelos soberanos nas primeiras deacutecadas do seacuteculo XVIII e uma em 1839

12 As etapas do desenvolvimento da educaccedilatildeo superior no Brasil

121 A Repuacuteblica Velha e o debate sobre universidade (1889-1930)

A influecircncia do ideaacuterio positivista no grupo de oficiais que proclamou a Repuacuteblica foi um fator que contribuiu sobremaneira para o atraso na criaccedilatildeo de universidades no Brasil como instituiccedilatildeo medieval e adaptada agraves necessidades do Velho Continente a universidade era considerada pelos liacutederes poliacuteticos da Primeira Repuacuteblica (1989-1930) uma instituiccedilatildeo ultrapassada e anacrocircnica para as necessidades do Novo Mundo Em funccedilatildeo disso eram francamente favoraacuteveis agrave criaccedilatildeo de cursos laicos de orientaccedilatildeo teacutecnica profissionalizante3

A primeira universidade brasileira foi criada em 1920 data proacutexima das comemoraccedilotildees do Centenaacuterio da Independecircncia (1922) Resultado do Decreto ndeg 14343 a Universidade do Rio de Janeiro reunia administrativamente Faculdades profissionais preacute-existentes sem contudo oferecer uma alternativa diversa do sistema ela era mais voltada ao ensino do que agrave pesquisa elitista conservando a orientaccedilatildeo profissional dos seus cursos e a autonomia das faculdades Comentava-se agrave eacutepoca que uma das razotildees da criaccedilatildeo dessa Universidade localizada na capital do paiacutes devia-se agrave visita que o Rei da Beacutelgica empreenderia ao paiacutes por ocasiatildeo dos festejos do Centenaacuterio da Independecircncia havendo interesse poliacutetico em outorgar-lhe o tiacutetulo de Doutor Honoris Causa O Brasil no entanto carecia de uma instituiccedilatildeo apropriada ou seja uma universidade4

A Escola Politeacutecnica do Rio de Janeiro no iniacutecio do seacuteculo XX representou uma reaccedilatildeo antipositivista que tomou maior corpo com a fundaccedilatildeo em 1916 da Academia Brasileira de Ciecircncias Nesses ciacuterculos acadecircmicos eram debatidas questotildees referentes agrave pesquisa e ao ensino superior no Brasil A criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo (ABE) em 1924 igualmente deu continuidade a tais discussotildees culminando com a publicaccedilatildeo de O problema universitaacuterio brasileiro um livro baseado em entrevistas com professores de ensino superior de diversos estados A Associaccedilatildeo tinha como uma de suas bandeiras a criaccedilatildeo do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo5

3 Aproveitando a descentralizaccedilatildeo poliacutetica que caracterizou esse periacuteodo alguns estados Paranaacute Satildeo Paulo c Amazonas criaram universidades no iniacutecio do seacuteculo XX que foram logo descontinuadas 4 FAacuteVERO Maria de Lourdes Universidade amp Poder Rio de Janeiro Achiameacute 1980 5 SCHWARTZMAN Simon (org) Universidades e instituiccedilotildees cientiacuteficas no Rio de Janeiro Brasiacutelia CNPq 1982

122 A Nova Repuacuteblica e a criaccedilatildeo de universidades (1930 a 1964)

O presidente Getuacutelio Vargas6 (1930-45) criou o Ministeacuterio de Educaccedilatildeo e Sauacutede Em 1931 com Francisco Campos seu primeiro titular foi aprovado o Estatuto das Universidades Brasileiras que vigorou ateacute 1961 a universidade poderia ser oficial ou seja puacuteblica (federal estadual ou municipal) ou livre isto eacute particular deveria tambeacutem incluir trecircs dos seguintes cursos Direito Medicina Engenharia Educaccedilatildeo Ciecircncias e Letras Essas faculdades seriam ligadas por meio de uma reitoria por viacutenculos administrativos mantendo no entanto a sua autonomia juriacutedica

Os educadores da ABE desapontaram-se com as poliacuteticas do novo Ministeacuterio A ecircnfase dada agrave criaccedilatildeo de uma Faculdade de Educaccedilatildeo nas universidades para formar professores do ensino secundaacuterio respondia muito mais aos planos de Francisco Campos (que priorizava o ensino meacutedio) do que aos anseios dos educadores preocupados com a criaccedilatildeo de uma universidade voltada agraves atividades de pesquisa

O Distrito Federal configurou-se na arena onde se defrontaram diferentes grupos defensores de distintos projetos para a universidade brasileira Em poucos anos foram criadas trecircs universidades que expressaram clivagens ideoloacutegicas entre educadores poliacuteticos e liacutederes religiosos da eacutepoca Os principais pontos da discoacuterdia relacionavam-se

- ao papel do governo federal como normatizador do ensino superior e - agrave atuaccedilatildeo da Igreja Catoacutelica como formadora do caraacuteter humanista da elite brasileira

Em 1935 Aniacutesio Teixeira entatildeo Diretor de Instruccedilatildeo do Distrito Federal criou atraveacutes de um Decreto Municipal a Universidade do Distrito Federal voltada especialmente agrave renovaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo da cultura e aos estudos desinteressados Mesmo enfrentando escassez de recursos econocircmicos as atividades de pesquisa foram estimuladas com o aproveitamento de laboratoacuterios jaacute existentes e o apoio de professores simpaacuteticos agrave iniciativa Essa foi uma vitoacuteria do grupo de educadores liberais liderados por Aniacutesio Teixeira disciacutepulo de Dewey e grande defensor da escola puacuteblica leiga gratuita e para todos Em funccedilatildeo de seu posicionamento apaixonadamente liberal Aniacutesio natildeo contou com apoios que dessem sustentabilidade a seu projeto universitaacuterio

6 A Revoluccedilatildeo de 1930 que levou Getuacutelio Vargas ao poder foi liderada por fraccedilotildees dissidentes da oligarquia e atacou as bases de dominaccedilatildeo dos cafeicultores As reformas sociais e econocircmicas levadas a efeito a partir de 1930 criaram as preacute condiccedilotildees para a expansatildeo do capitalismo no Brasil

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Devido ao clima poliacutetico autoritaacuterio reinante no paiacutes a Universidade do Distrito Federal careceu da simpatia do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e por ingerecircncia direta do governo federal teve uma breve existecircncia em janeiro de 1939 menos de quatro anos depois foi extinta por decreto presidencial Seus cursos foram transferidos para a Universidade do Brasil nome que foi dado a nossa primeira universidade a antiga Universidade do Rio de Janeiro criada em 1920 Gustavo Capanema Ministro da Educaccedilatildeo e Sauacutede do governo de Getuacutelio Vargas no periacuteodo de 193745 aproveitou o autoritarismo do Estado Novo para implantar seu projeto universitaacuterio a criaccedilatildeo da Universidade do Brasil que serviria como modelo uacutenico de ensino superior em todo o territoacuterio nacional Essa realizaccedilatildeo constitui-se no exemplo mais significativo da centralizaccedilatildeo autoritaacuteria do ensino superior brasileiro7

A Universidade do Distrito Federal foi tambeacutem muito criticada pelos setores conservadores ligados agrave Igreja Catoacutelica os quais temiam a influecircncia negativa do liberalismo norte-americano materialista individualista e protestante sobre os valores catoacutelicos humanistas e personalistas considerados essenciais na cultura brasileira

Para as lideranccedilas religiosas os problemas do Brasil eram resultantes da crise moral desencadeada com a separaccedilatildeo da Igreja do Estado iniciada com a proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica em 1889 quando a primeira perdeu a influecircncia que ateacute entatildeo vinha exercendo nos ciacuterculos de poder Aproveitando o interesse em obter o apoio da Igreja que caracterizou o governo de Vargas entre 1930 e 1945 as lideranccedilas catoacutelicas passaram a desenvolver um intenso trabalho pedagoacutegico visando agrave recristianizaccedilatildeo das elites do paiacutes

Desde 1934 no primeiro congresso catoacutelico de educaccedilatildeo realizado no Rio de Janeiro a Igreja manifestara seu interesse na criaccedilatildeo de uma universidade subordinada agrave hierarquia eclesiaacutestica e independente do Estado tanto assim que jaacute havia criado cursos nas aacutereas humanas e sociais com o objetivo de ressocializar as elites brasileiras com base nos princiacutepios eacutetico-religiosos da moral catoacutelica Coube aos jesuiacutetas a incumbecircncia de organizar administrar e orientar pedagogicamente a futura a instituiccedilatildeo universitaacuteria Em 1946 satisfeitos os preacute-requisitos legais com o Decreto ndeg 8681 de 15346 surgiu a primeira universidade catoacutelica do Brasil No ano seguinte foi-lhe outorgado pela Santa Seacute o tiacutetulo de Pontifiacutecia Similar a outras congecircneres no mundo ela introduziu em seus curriacuteculos a frequumlecircncia ao curso de cultura religiosa e tornou-se referecircncia para a criaccedilatildeo de outras universidades catoacutelicas no paiacutes8

7 SCHWARTZMAN Simon (org) op cil s Ibidem

Ao contraacuterio do Distrito Federal o estado de Satildeo Paulo construiu agrave eacutepoca um projeto poliacutetico no bojo do qual se inseria a criaccedilatildeo de uma universidade de alto padratildeo acadeacutemico-cientiacutefico Este estado maior centro cafeicultor do Brasil perdera poder poliacutetico em niacutevel nacional devido agrave crise econocircmica do cafeacute O movimento para a criaccedilatildeo da universidade liderado por Fernando de Azevedo e incentivado pelo jornal O Estado de Satildeo Paulo recebeu o apoio do governo estadual Por ser o estado mais rico do paiacutes criou sua proacutepria universidade puacuteblica estadual livre do controle direto do governo federal constituindo-se numa tentativa de reconquistar a hegemonia poliacutetica que gozara ateacute a Revoluccedilatildeo de 1930

A Universidade de Satildeo Paulo criada em 1934 representou um divisor de aacuteguas na histoacuteria do sistema brasileiro de educaccedilatildeo superior Para concretizar esse plano poliacutetico foram reunidas faculdades tradicionais e independentes dando origem agrave nova Faculdade de Filosofia Ciecircncias e Letras que contou com professores pesquisadores estrangeiros principalmente da Europa A USP tornou-se o maior centro de pesquisa do Brasil concretizando o ideal de seus fundadores

Na esfera organizacional a ideacuteia inovadora foi fazer da nova Faculdade de Filosofia o eixo central da universidade que viria a promover a integraccedilatildeo dos diversos cursos e das atividades de ensino e pesquisa Esse plano natildeo se efetivou em grande parte face agrave resistecircncia das faculdades tradicionais as quais natildeo queriam abrir matildeo do processo de seleccedilatildeo e formaccedilatildeo de seus alunos desde o ingresso na universidade ateacute a formatura Natildeo obstante a alta qualificaccedilatildeo do corpo docente vindo da Europa foi pequena a demanda aos cursos oferecidos por essa instituiccedilatildeo A elite paulista continuava a dar preferecircncia aos cursos profissionais de Medicina Engenharia e Direito9

A partir da deacutecada de 40 com a expansatildeo da rede de ensino de niacutevel meacutedio e a maior aceitaccedilatildeo da participaccedilatildeo da mulher no mercado de trabalho principalmente no magisteacuterio novos cursos pertencentes agraves Faculdades de Filosofia passaram a ser frequumlentados pelas moccedilas que ingressavam na universidade e aspiravam dedicar-se ao magisteacuterio de niacutevel meacutedio Essas Faculdades disseminaram-se pelo paiacutes sendo que a maioria delas natildeo passava de um aglomerado de escolas nas quais cada curso preparava um tipo especiacutefico de professor de histoacuteria de matemaacutetica de quiacutemica etc A escassez de recursos materiais e humanos limitou esses cursos agraves atividades de ensino sem qualquer comprometimento com a pesquisa

9 AZEVEDO Fernando de Educaccedilatildeo entre dois mundos Satildeo Paulo Melhoramentos

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Embora as faculdades profissionais resistissem pois natildeo desejavam perder a autonomia ocorreu no periacuteodo populista (194564) um processo de integraccedilatildeo do ensino superior como resultado dele ocorreram o surgimento de universidades que vincularam administrativamente faculdades preexistentes e a federalizaccedilatildeo de grande parte delas No final desse periacuteodo as matriacuteculas no ensino superior estavam concentradas principalmente em universidades atingindo o percentual de 65l0

Durante a Nova Repuacuteblica foram criadas 22 universidades federais constituindo-se o sistema de universidades puacuteblicas federais Cada unidade da federaccedilatildeo passou a contar em suas respectivas capitais com uma universidade puacuteblica federal Durante esse mesmo periacuteodo foram tambeacutem criadas 9 universidades religiosas 8 catoacutelicas e 1 presbiteriana Concomitantemente a esse processo de integraccedilatildeo ocorreu uma expressiva expansatildeo das matriacuteculas acentuando-se com isso a mobilizaccedilatildeo dos universitaacuterios que tiveram na criaccedilatildeo da UNE (Uniatildeo Nacional dos Estudantes)12 em 1938 um elemento importante para a sua organizaccedilatildeo

Os anos 30 marcaram a consolidaccedilatildeo da sociedade urbano-industrial brasileira e a criaccedilatildeo de novos empregos urbanos tanto no setor puacuteblico como no privado O aumento da demanda de ensino superior levou agrave expansatildeo das matriacuteculas Paralelamente pressotildees internas do sistema educacional tambeacutem se faziam sentir e resultavam da expansatildeo do ensino meacutedio e da lei da equivalecircncia de 1953 que equiparou os cursos meacutedios teacutecnicos aos acadecircmicos possibilitando aos alunos os mesmos direitos de prestarem vestibular13 para qualquer curso universitaacuterio um privileacutegio que antes era exclusivo dos portadores de diplomas dos cursos meacutedios acadecircmicos

Em 1961 apoacutes um periacuteodo de 14 anos de tramitaccedilatildeo no Congresso Nacional foi promulgada a Lei ndeg 4024 a primeira Lei de Diretrizes e

10 CUNHA Luiz Antocircnio A Universidade Criacutetica Rio de Janeiro Francisco Alves 1983 11 SAMPAIO Helena Ensino Superior no Brasil o setor privado Satildeo Paulo Hucitec FAPESP 2000 12 FAacuteVERO Maria de Lourdes A UNE em tempos de autoritarismo Rio de Janeiro UFRJ 1994 13 Em 1911 foi criada uma espeacutecie de Exame de Estado com o objetivo de selecionar aqueles que desejassem ingressar no ensino superior em 1915 esse exame foi chamado de vestibular Durante a maior parte do seacuteculo XX o vestibular foi criteacuterio uacutenico de seleccedilatildeo e alocaccedilatildeo dos estudantes nos cursos superiores Ver GUIMARAtildeES Socircnia como se faz a induacutestria do Vestibular Petroacutepolis Vozes 1984

Bases da Educaccedilatildeo Brasileira Mesmo possibilitando certa flexibilidade na sua implementaccedilatildeo na praacutetica essa lei reforccedilou o modelo tradicional de instituiccedilotildees de ensino superior vigente no paiacutes Em termos organizacionais deixou ilesas a caacutetedra vitaliacutecia as faculdades isoladas e a universidade composta por simples justaposiccedilatildeo de escolas profissionais aleacutem disso manteve maior preocupaccedilatildeo com o ensino sem focalizar o desenvolvimento da pesquisa Ao conceder expressiva autoridade ao Conselho Federal de Educaccedilatildeo com poder para autorizar e fiscalizar novos cursos de graduaccedilatildeo e deliberar sobre o curriacuteculo miacutenimo de cada curso superior a nova Lei fortaleceu a centralizaccedilatildeo do sistema de educaccedilatildeo superior como novidade assegurou a representaccedilatildeo estudantil nos colegiados natildeo especificando no entanto a respectiva proporccedilatildeo

A ineacutercia do sistema universitaacuterio sob o controle de catedraacuteticos vitaliacutecios natildeo favoreceu a concretizaccedilatildeo de novas experiecircncias de caraacuteter mais formal e duradouro No iniacutecio dos anos 60 paradoxalmente a essa ineacutercia formal a universidade brasileira viveu um momento de grande vitalidade quando a accedilatildeo da comunidade acadecircmica extravasou aos muros da universidade Nessa ocasiatildeo foram criados os Centros Populares de Cultura e desenvolvidas Campanhas de Alfabetizaccedilatildeo de Adultos agraves quais envolviam jovens professores e alunos universitaacuterios procurando contrapor ao projeto elitista herdado do passado um novo ensino superior mais nacional e democraacutetico

Em foacuteruns acadecircmicos como as reuniotildees da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciecircncia (SBPC) assim como em revistas especializadas professores e pesquisadores universitaacuterios defendiam uma modernizaccedilatildeo institucional Muitos deles com experiecircncia de poacutes-graduacatildeo no exterior buscavam implantar uma universidade voltada para a pesquisa seguindo o modelo de Humboldt da Alemanha ou o norte-americano

com a transferecircncia da capital do Rio de Janeiro para Brasiacutelia foi criada em 1961 a Universidade de Brasiacutelia cujos principais objetivos eram o desenvolvimento de uma cultura e de uma tecnologia nacionais ligadas ao projeto desenvolvimentista Essa foi a primeira universidade brasileira que natildeo foi criada a partir da aglutinaccedilatildeo de faculdades preacute-existentes sua estrutura era integrada flexiacutevel e moderna e contrapunha-se agrave universidade segmentada em cursos profissionalizantes Seguindo o modelo norte-americano organizou-se na forma de fundaccedilatildeo e os departamentos substituiacuteram as caacutetedras

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

123 Os governos militares a expansatildeo do sistema e deshysenvolvimento da pesquisa (1964-1985)

Apoacutes a tomada do poder pelos militares em 1964 as universidades passaram a ser objeto de uma ingerecircncia direta do governo federal foi afastado um grande nuacutemero de professores principalmente na Universidade Brasiacutelia tambeacutem foram criadas as Assessorias de Informaccedilatildeo nas instituiccedilotildees federais de ensino superior com a intenccedilatildeo de coibir as atividades de caraacuteter subversivo tanto de professores quanto de alunos

1231 Reforma universitaacuteria expansatildeo e segmentaccedilatildeo do sisshytema de ensino superior

Apoacutes longos anos de penumbra - nos quais a reforma universitaacuteria era debatida exclusivamente nos fechados gabinetes da burocracia estatal - iniciou-se em 1968 uma nova discussatildeo O Congresso Nacional aprovou a Lei da Reforma Universitaacuteria (Lei ndeg 554068) que criava os departamentos o sistema de creacuteditos o vestibular classificatograverio os cursos de curta duraccedilatildeo o ciclo baacutesico dentre outras inovaccedilotildees A partir daiacute os departamentos substituiacuteram as antigas caacutetedras passando as respectivas chefias a ter caraacuteter rotativo14 O exame vestibular por sua vez deixou de ser eliminatoacuterio assumindo uma funccedilatildeo classificatograveria

Ao estabelecer a indissociabilidade das atividades de ensino pesquisa e extensatildeo o regime de tempo integral e a dedicaccedilatildeo exclusiva dos professores valorizando sua titulaccedilatildeo e a produccedilatildeo cientiacutefica essa Reforma possibilitou a profissionalizaccedilatildeo dos docentes e criou as condiccedilotildees propiacutecias para o desenvolvimento tanto da poacutes graduaccedilatildeo como das atividades cientiacuteficas no paiacutes A Lei ndeg 554068 da Reforma Universitaacuteria dirigia-se agraves IFES (Instituiccedilotildees Federais de Ensino Superior) Entretanto como grande parte do setor privado dependia de subsiacutedios governamentais seu alcance ultrapassou as fronteiras do sistema puacuteblico federal atingindo as instituiccedilotildees privadas que procuraram adaptar-se a algumas de suas orientaccedilotildees

como a pressatildeo pelo aumento de vagas tornava-se cada vez mais forte logo apoacutes 1968 ocorreu uma expansatildeo do setor privado que criou inuacutemeras faculdades isoladas nas regiotildees onde havia maior demanda ou seja na periferia das grandes metroacutepoles e nas cidades de porte meacutedio do

14 OLIVEN Arabcla Campos Resgatando o significado do Departamento na Universidade brasileira in MRTINS Carlos Benedito Ensino Superior Brasileiro Satildeo Paulo Perspectiva 1989

interior dos estados mais desenvolvidos Essa expansatildeo do sistema ocorreu com a aquiescecircncia do governo e no ano de 1980 mais da metade dos alunos de terceiro grau estava matriculada em estabelecimentos isolados de ensino superior sendo 86 em faculdades privadas

No ano de 1981 o Brasil contava com 65 universidades sete delas com mais de 20000 alunos Nesse mesmo ano o nuacutemero de estabelecimentos isolados de ensino superior excedia a oitocentos duzentos e cinquumlenta dos quais com menos de 300 alunos As novas faculdades isoladas natildeo eram locus de atividades de pesquisa dedicando-se exclusivamente ao ensino

O setor puacuteblico foi o responsaacutevel pelo desenvolvimento da poacutes-graduacatildeo e das atividades de pesquisa e modernizou um segmento importante do sistema universitaacuterio brasileiro

1232 A poacutes-graduacatildeo e o desenvolvimento da pesquisa

Para atingir o objetivo de seguranccedila e desenvolvimento os governos militares viam com bons olhos a expansatildeo do setor privado em niacutevel de graduaccedilatildeo Segundo sua oacutetica a pulverizaccedilatildeo de faculdades isoladas dificultava a mobilizaccedilatildeo poliacutetica dos estudantes Por outro lado as universidades puacuteblicas consideradas centros de subversatildeo sofreram um processo de limpeza ideoloacutegica por meio das cassaccedilotildees de professores

A importacircncia dada ao desenvolvimento econocircmico fez com que os militares brasileiros incentivassem a formaccedilatildeo de recursos humanos de alto niacutevel para atender agraves novas demandas decorrentes do avanccedilo do processo de modernizaccedilatildeo da sociedade as universidades puacuteblicas foram as escolhidas para atingir esse fim Nelas principalmente nas maiores e mais tradicionais foram criados cursos de mestrado e mais tarde de doutorado Aleacutem disso foram estimuladas as atividades de pesquisa O desenvolvimento da poacutes graduaccedilatildeo no Brasil foi o resultado dos seguintes fatores

a) a valorizaccedilatildeo de recursos humanos de alto niacutevel principalmente nas aacutereas teacutecnicas visando agrave implantaccedilatildeo do projeto de modernizaccedilatildeo conservadora15 sustentado pelos governos militares

b) liberaccedilatildeo de verbas para o desenvolvimento de programas de poacutes-graduacatildeo strictu senso6 no Brasil Num primeiro momento as bolsas de mestrado e doutorado destinavam-se a formar docentes pesquisadores no exterior e mais tarde para estudantes de poacutes-graduacatildeo em programas nacionais

15 O Brasil chegou a ser a oitava economia do mundo cm termos do volume de seu PIB e ao mesmo tempo apresentava o mais alto iacutendice de concentraccedilatildeo de renda entre os paiacuteses que calculam essa medida atraveacutes do iacutendice de Gini 16 Corresponde a cursos de mestrado e doutorado

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

c) a atuaccedilatildeo de agecircncias de fomento ao desenvolvimento cientiacutefico a CAPES (Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal do Ensino Superior) voltada agrave formaccedilatildeo do magisteacuterio de niacutevel superior e o CNPq (Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento) voltado ao desenvolvimento da ciecircncia e da tecnologia ambos criados em 1951

d) a escolha das universidades puacuteblicas como o locus principal das atividades de pesquisa ateacute entatildeo incipientes no paiacutes A carreira docente no setor puacuteblico passou a estimular a titulaccedilatildeo e a produccedilatildeo cientiacutefica dos professores universitaacuterios sendo a sua profissionalizaccedilatildeo assegurada pela possibilidade de virem a obter o Regime de Tempo Integral e Dedicaccedilatildeo Exclusiva Essas medidas tornaram a carreira do magisteacuterio universitaacuterio puacuteblico suficientemente compensadora para atrair jovens mestres e doutores para as atividades acadecircmicas

e) a autonomia administrativa dos programas de mestrado e doutorado A flexibilidade ou desinstitucionalizaccedilatildeo foi uma caracteriacutestica dos programas e facilitou o seu desenvolvimento

f) o processo de avaliaccedilatildeo sistemaacutetico dos cursos de mestrado e doutorado iniciado pela CAPES em 1972 que serviu de orientaccedilatildeo agraves suas poliacuteticas

g) Criaccedilatildeo de inuacutemeras associaccedilotildees nacionais de pesquisa e poacutes-graduacatildeo em vaacuterios ramos do conhecimento Os Encontros Anuais dessas associaccedilotildees apoiados financeiramente por agecircncias governamentais de fomento agrave pesquisa propiciaram a integraccedilatildeo da comunidade cientiacutefica de aacutereas afins oriundas de diferentes regiotildees e universidades do paiacutes

Na atualidade o Brasil conta com um sistema que jaacute eacute considerado referecircncia entre os paiacuteses em desenvolvimento

124 A redemocratizaccedilatildeo poliacutetica a nova dinacircmica do sisshytema de educaccedilatildeo superior (1985-2002)

1241 Constituiccedilatildeo Federal de 1988

Nos debates que antecederam a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo Brasileira de 1988 vaacuterias associaccedilotildees da sociedade civil estiveram presentes De um lado estavam aquelas que se identificavam com os interesses da educaccedilatildeo puacuteblica que se opunham aos grupos privatistas Sua luta procurava assegurar verbas puacuteblicas exclusivamente para as instituiccedilotildees puacuteblicas governamentais Esse grupo posicionava-se a favor do ensino puacuteblico laico e gratuito em todos os niacuteveis De outro lado os grupos ligados ao setor privado interessados em obter acesso agraves verbas puacuteblicas e diminuir a interferecircncia do Estado nos negoacutecios educacionais

A Constituiccedilatildeo Federal estabeleceu um miacutenimo de 18 da receita anual resultante de impostos da Uniatildeo para a manutenccedilatildeo e o desenvolvimento do ensino assegurou tambeacutem a gratuidade do ensino puacuteblico nos estabelecimentos oficiais em todos os niacuteveis e criou o Regime Juriacutedico Uacutenico estabelecendo pagamento igual para as mesmas funccedilotildees e aposentadoria integral para funcionaacuterios federais Em seu artigo 207 reafirmou a indissociabilidade das atividades de ensino pesquisa e extensatildeo em niacutevel universitaacuterio bem como a autonomia das universidades

1242 Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional Lei ndeg 939496

Promulgada a Constituiccedilatildeo Federal iniciou-se o debate sobre a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional que veio a ser aprovada no final do ano de 19 sob o ndeg 939496 Ela previa variados graus de abrangecircncia ou especializaccedilatildeo nos estabelecimentos de ensino superior puacuteblicos ou privados

Essa nova Lei introduziu o processo regular e sistemaacutetico de avaliaccedilatildeo dos cursos de graduaccedilatildeo e das proacuteprias instituiccedilotildees de ensino superior condicionando seus respectivos credenciamentos e recredenciamentos ao desempenho mensurado por essa avaliaccedilatildeo Em caso de serem apontadas deficiecircncias ela estabelece um prazo para sanaacute-las caso isso natildeo ocorra poderaacute haver descredenciamento das IES

As atividades de ensino pesquisa e extensatildeo indissociaacuteveis nas universidades em instituiccedilotildees de ensino superior natildeo universitaacuterias natildeo satildeo consideradas indissociaacuteveis Tambeacutem na nova LDBN foi estabelecido que para que uma instituiccedilatildeo possa ser considerada universidade e portanto gozar de autonomia para abrir ou fechar cursos estabelecer nuacutemero de vagas planejar atividades etc ela deve ter no miacutenimo um terccedilo do seu corpo docente com titulaccedilatildeo de mestre ou doutor e um terccedilo contratado em tempo integral Assim a melhoria da qualificaccedilatildeo do corpo docente e de suas condiccedilotildees de trabalho aliada a avaliaccedilotildees perioacutedicas e ao credenciamento condicional das instituiccedilotildees por tempo determinado foram fatores que levaram agrave institucionalizaccedilatildeo da pesquisa

O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo deu iniacutecio ao processo de avaliaccedilatildeo a partir dos cursos de graduaccedilatildeo detentores do maior nuacutemero de matriacuteculas Os formandos dos vaacuterios cursos avaliados satildeo submetidos a um teste de conhecimentos relacionado ao seu curso O Provatildeo como ficou conhecida essa avaliaccedilatildeo natildeo faz parte do curriacuteculo dos alunos apenas representa um instrumento para avaliar a qualidade do ensino oferecido pelo curso Da mesma forma a instituiccedilatildeo eacute avaliada quanto agrave situaccedilatildeo das bibliotecas laboratoacuterios e qualificaccedilatildeo dos professores A comparaccedilatildeo das meacutedias de desempenho dos alunos tem apontado que os cursos das universidades puacuteblicas vecircm apresentando os melhores resultados

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

A estrutura e o funcionamento do ensino superior no Brasil

Clarissa Eckert Baeta Neves

A Repuacuteblica Federativa do Brasil eacute formada pela uniatildeo indissoluacutevel dos Estados Municiacutepios e do Distrito Federal constituindo-se num Estado Democraacutetico de Direito tendo como fundamentos a soberania a cidadania a dignidade da pessoa humana os valores sociais do trabalho da livre iniciativa e pluralismo poliacutetico (art 1o da Constituiccedilatildeo Federal do Brasil 1988)

Na Constituiccedilatildeo Federal (em seu art 5o) fica igualmente estabelecido que a educaccedilatildeo - um direito de todos e dever do Estado e da famiacutelia - seraacute promovida e incentivada com a colaboraccedilatildeo da sociedade visando ao pleno desenvolvimento da pessoa ao seu preparo para o exerciacutecio da cidadania e agrave sua qualificaccedilatildeo para o trabalho O ensino por sua vez deveraacute ser ministrado com base nos princiacutepios de igualdade de condiccedilotildees para o acesso e permanecircncia na escola com coexistecircncia de instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas garantindo a gratuidade e gestatildeo democraacutetica do ensino puacuteblico (art 206 inciso I a VII)

Os sistemas de ensino no Brasil satildeo organizados em regime de colaboraccedilatildeo entre a Uniatildeo os Estados e o Distrito Federal (art 211 sect 1 a 4) agrave Uniatildeo cabe a organizaccedilatildeo do sistema de ensino federal e dos Territoacuterios financiando as instituiccedilotildees puacuteblicas federais e exercendo era mateacuteria educacional funccedilatildeo redistributiva e supletiva de forma a garantir equalizaccedilatildeo de oportunidades educacionais e padratildeo miacutenimo de qualidade mediante assistecircncia teacutecnica e financeira aos Estados ao Distrito Federal e aos Municiacutepios aos Municiacutepios cabe a responsabilidade de atuarem prioritariamente no ensino fundamental e na educaccedilatildeo infantil os Estados e o Distrito Federal atuam principalmente no ensino fundamental e meacutedio definindo formas de colaboraccedilatildeo de modo a assegurar a universalizaccedilatildeo do ensino obrigatoacuterio Nos uacuteltimos anos Estados e Municiacutepios passaram a atuar tambeacutem no niacutevel superior

Aleacutem dos princiacutepios gerais estabelecidos pela Constituiccedilatildeo o sistema educativo brasileiro foi redefinido pela nova Lei de Diretrizes e Bases Nacional (LDBN) Lei ndeg 939496 na qual ficaram estabelecidos os niacuteveis escolares e as modalidades de educaccedilatildeo e ensino bem como suas respectivas finalidades conforme o ilustrado no Quadro 21

Quadro 21

Estrutura do Sistema Educativo Brasileiro

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Os niveis escolares dividem-se em Educaccedilatildeo Baacutesica - cuja finalidade eacute desenvolver o educando assegurar-lhe a formaccedilatildeo comum indispensaacutevel para o exerciacutecio da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores E composta pela educaccedilatildeo infantil ensino fundamental e ensino meacutedio e Educaccedilatildeo Superior - ministrada em instituiccedilotildees de ensino superior (puacuteblicas ou privadas) com variados graus de abrangecircncia ou especializaccedilatildeo abertas a candidatos que tenham concluiacutedo o ensino meacutedio ou equivalente e aprovados em respectivo processo seletivo As modalidades de educaccedilatildeo e ensino complementam o processo de educaccedilatildeo formal por meio de Educaccedilatildeo de jovens e adultos Educaccedilatildeo profissional Educaccedilatildeo especial Ensino presencial Ensino semipresencial Educaccedilatildeo a distacircncia e Educaccedilatildeo continuada

A educaccedilatildeo superior no Brasil abarca hoje um sistema complexo e diversificado de instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas com diferentes tipos de cursos e programas incluindo vaacuterios niacuteveis de ensino desde a graduaccedilatildeo ateacute a poacutes-graduacatildeo lato e stricto sensu

A normatizaccedilatildeo atual desse amplo sistema encontra-se formalizada na Constituiccedilatildeo bem como na LDBN96 acrescida de um conjunto amplo de Decretos Regulamentos e Portarias complementares (ver 24)

A base da atual estrutura e funcionamento da educaccedilatildeo brasileira teve a sua definiccedilatildeo num momento histoacuterico importante com a aprovaccedilatildeo da Lei ndeg 554068 da Reforma Universitaacuteria Muitas das medidas adotadas pela reforma de 1968 continuam ainda hoje a orientar e conformar a organizaccedilatildeo desse niacutevel de ensino Destacamos abaixo os dispositivos mais importantes por ela implementados

bull a organizaccedilatildeo das universidades passou a atender agraves seguintes caracteriacutesticas extinccedilatildeo do antigo sistema de caacutetedras e introduccedilatildeo da estrutura fundada em departamentos unidade de patrimocircnio e administraccedilatildeo estrutura orgacircnica com base em departamentos reunidos ou natildeo em unidades mais amplas unidade de funccedilotildees de ensino e pesquisa vedada a duplicaccedilatildeo de meios para fins idecircnticos ou equivalentes e estabelecida a racionalidade de organizaccedilatildeo com plena utilizaccedilatildeo dos recursos materiais e humanos universalidade de campo pelo cultivo das aacutereas fundamentais dos conhecimentos humanos flexibilidade de meacutetodos e criteacuterios com vistas agraves diferenccedilas individuais dos alunos agraves peculiaridades regionais e agraves possibilidades de combinaccedilatildeo dos conhecimentos para novos cursos e programas de pesquisa

bull o departamento passou a constituirse na menor fraccedilatildeo da estrutura universitaacuteria para todos os efeitos de organizaccedilatildeo administrativa didaacutetico-cientiacutefica e de distribuiccedilatildeo de pessoal devendo englobar as disciplinas afins Os cargos e funccedilotildees de magisteacuterio mesmo os jaacute criados ou providos devem ser desvinculados de campos especiacuteficos de conhecimentos

bull a introduccedilatildeo da matriacutecula semestral por disciplinas e do sistema de creacuteditos

m a institucionalizaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo stricto sensu por meio dos cursos de mestrado e doutorado no paiacutes

a instituiccedilatildeo do vestibular unificado e classificatograverio como forma de racionalizar a oferta de vagas

A reforma universitaacuteria preconizava que o ensino superior deveria ser ministrado em universidades e excepcionalmente em estabelecimentos isolados organizados como instituiccedilotildees de direito puacuteblico ou privado As universidades deveriam oferecer ensino pesquisa e extensatildeo No entanto o que ocorreu na deacutecada de 1970 foi a expansatildeo do sistema de ensino superior em funccedilatildeo do aumento do nuacutemero de instituiccedilotildees privadas e estabelecimentos isolados (ver dados em 31)

Da mesma forma a partir dessa Reforma as universidades deveriam ter autonomia didaacutetico-cientiacutefica disciplinar administrativa e financeira exercida conforme a Lei e seus estatutos Entretanto as universidades puacuteblicas federais ateacute o presente momento ainda natildeo gozam a autonomia financeira e de gestatildeo de pessoal

21 Tipologia das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior

A tipologia das IES no Brasil foi redefinida pela LDBN Lei ndeg 939496 que trouxe inovaccedilotildees no sistema de ensino superior principalmente quanto agrave natureza e dependecircncia administrativa No que concerne agrave natureza acadecircmica constata-se que ela foi definida por decretos complementares tais como os Decretos ndeg 386001 e 240697 (ver 24)

No niacutevel das instituiccedilotildees isto eacute no plano vertical aleacutem das jaacute existentes foram criados mais dois novos tipos a universidade especializada e os centros universitaacuterios (ver Quadro 22) No plano horizontal criaram-se novos tipos de cursos e programas tais como os cursos sequumlenciais (no niacutevel da graduaccedilatildeo) os mestrados profissionais (no niacutevel da poacutes-graduacatildeo) e a regulamentaccedilatildeo da educaccedilatildeo a distacircncia (ver Quadro 23)

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Quadro 22 Educaccedilatildeo superior organizaccedilatildeo acadecircmica

A tipologia de instituiccedilotildees superiores indicada pela IESALC ( Instituto Internacional Para la Educacioacuten Superior en Ameacuterica Latina y el Caribe) natildeo corresponde agrave forma como satildeo definidas as IES no Brasil como tambeacutem ocorre em outros paiacuteses participantes deste informe

Autocircnomas a autonomia consagrada na Constituiccedilatildeo para as universidades puacuteblicas e privadas natildeo foi ainda implementada no que se refere agrave autonomia financeira das universidades puacuteblicas federais As universidades puacuteblicas estaduais em Satildeo Paulo e Paranaacute por sua vez jaacute contam com essa prerrogativa pelo menos em estaacutegio mais avanccedilado do que as federais As universidades privadas garantem sua autonomia por contar com recursos proacuteprios

Empresariais no Brasil esta categoria existe unicamente entre as instituiccedilotildees privadas em funccedilatildeo da especificidade da instituiccedilatildeo mantenedora ou seja satildeo mantidas por grupos empresariais ou empresaacuterios como instituiccedilotildees lucrativas

Religiosas eacute no campo privado que aparecem as instituiccedilotildees que no Brasil satildeo denominadas confessionais vinculadas a uma Diocese ordem religiosa (jesuiacuteta salesiana marista etc) ou ainda a uma denominaccedilatildeo religiosa (tais como Luterana Metodista etc)

Teacutecnicas A este tipo corresponderiam no Brasil as IES especializadas quando estruturadas com ecircnfase em aacutereas de engenharia e tecnoloacutegicas em geral como eacute o caso da Universidade Federal de Itajubaacute Aleacutem disso de acordo com a legislaccedilatildeo a oferta de formaccedilatildeo

tecnologravegica concentra-se nos Centros Federais de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica (CEFETS) e nos Centros de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica (CETS)

Militares natildeo existem universidades militares em nosso paiacutes No entanto poder-se-ia mencionar aqui os institutos ligados ao exeacutercito brasileiro (Instituto Militar de EngenhariaIME) e agrave aeronaacuteutica- (Instituto Tecnoloacutegico da AeronaacuteuticaITA) - que formam recursos humanos em diferentes especialidades no campo da engenharia

22 Instituiccedilotildees universitaacuterias e natildeo-universitaacuterias

Na LDBN bem como nos decretos posteriores especiacuteficos (apresentados no item 24) estatildeo definidas as atribuiccedilotildees de cada instituiccedilatildeo universitaacuteria e natildeo-universitaacuteria que oferece educaccedilatildeo superior

As instituiccedilotildees universitaacuterias classificam-se em Universidades instituiccedilotildees pluridisciplinares que se

caracterizam pela indissociabilidade das atividades de ensino pesquisa e de extensatildeo e por terem obrigatoriamente em seu quadro docente 13 de professores com titulaccedilatildeo de mestrado e doutorado e 13 de professores em regime de trabalho integral (art 52 da Lei 939496) As universidades gozam de autonomia didaacutetico-cientiacutefica administrativa e de gestatildeo financeira e patrimonial1 devendo obedecer ao princiacutepio de indissociabilidade entre ensino pesquisa e extensatildeo Eacute conferida agraves universidades autonomia para criar organizar e extinguir cursos e programas de educaccedilatildeo superior fixar os curriacuteculos de seus cursos e programas aumentar ou diminuir o nuacutemero de vagas de acordo com a capacidade de atendimento e as exigecircncias do seu meio contratar e dispensar professores estabelecer planos de carreira docente elaborar e formar seus estatutos e regimentos de acordo com as normas gerais em vigor estabelecer programas de pesquisa cientiacutefica produccedilatildeo artiacutestica e atividades de extensatildeo celebrar contratos como entidade juriacutedica administrar receita puacuteblica e privada e receber doaccedilotildees e heranccedilas

Universidade Especializada caracteriza-se por concentrar suas atividades de ensino e pesquisa num campo do saber tanto em aacutereas baacutesicas como nas aplicadas pressupondo a existecircncia de uma aacuterea de conhecimento ou formaccedilatildeo especializada dos quadros profissionais de niacutevel superior Eacute o caso por exemplo das instituiccedilotildees

1 Cabe lembrar que as universidades puacuteblicas federais ainda natildeo gozam a autonomia financeira e patrimonial

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

que se especializaram na aacuterea da sauacutede ou das ciecircncias agraacuterias com forte tradiccedilatildeo no campo do ensino e da pesquisa Somente instituiccedilotildees de excelecircncia em sua aacuterea de concentraccedilatildeo poderatildeo ser credenciadas como universidades especializadas2 (ver art 8ordm sect 2deg do Decreto 386001)

Os Centros Universitaacuterios configuram-se como uma nova modalidade de instituiccedilatildeo de ensino superior pluricurricular (criados a partir do Decreto ndeg 386001 ) Caracterizam-se pela oferta de ensino de graduaccedilatildeo qualificaccedilatildeo do seu corpo docente e pelas condiccedilotildees de trabalho acadecircmico proporcionadas agrave comunidade escolar Estes Centros tanto quanto as universidades gozam de algumas prerrogativas de autonomia podendo criar organizar e extinguir em sua sede cursos e programas de educaccedilatildeo superior assim como remanejar ou ampliar vagas nos cursos jaacute existentes Natildeo estatildeo obrigados a manter atividades de pesquisa e extensatildeo Os centros universitaacuterios satildeo criados somente por credenciamento de IES jaacute credenciadas e em funcionamento regular (Decreto ndeg 386001 art 11)

As instituiccedilotildees natildeo-universitaacuterias atuam numa aacuterea especiacutefica de conhecimento ou de formaccedilatildeo profissional A criaccedilatildeo de novos cursos superiores depende da autorizaccedilatildeo do poder executivo (Decreto ndeg 386001 art 13) Satildeo compostas pelas Faculdades Integradas Faculdades Centros Federais de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica (CEFETS) e por dois novos tipos de IES os Institutos Superiores de Educaccedilatildeo e os Centros de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica (CETS) As Faculdades Integradas satildeo instituiccedilotildees com propostas curriculares que abrangem mais de uma aacuterea de conhecimento organizadas para atuar com regimento comum e comando unificado (Decreto ndeg 386001 ) Compreendem vaacuterios cursos pautados por um uacutenico estatuto e regimento juriacutedico possuindo conselhos superiores e diretorias acadecircmicas e administrativas Essas faculdades natildeo satildeo necessariamente pluricurriculares nem satildeo obrigados a desenvolver a pesquisa e a extensatildeo como ocorre com as universidades

2 como exemplo pode-se citar a UNIFESP - Universidade Federal do Estado de Satildeo Paulo especializada na aacuterea meacutedica e biomeacutedica a Universidade Federal de Viccedilosa (Minas Gerais) na aacuterea de agronomia e a Universidade Federal de Itajubaacute (Minas Gerais) na aacuterea de engenharias

Os Centros de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica e os Centros Federais de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica3 satildeo instituiccedilotildees especializadas de educaccedilatildeo profissional poacutes-secundaacuteria puacuteblicas ou privadas com a finalidade de qualificar profissionais nos vaacuterios niacuteveis e modalidades de ensino para os diversos setores da economia bem como realizar atividades de Pesquisa amp Desenvolvimento produtos e serviccedilos em estreita articulaccedilatildeo com os setores produtivos e a sociedade oferecendo mecanismos para a educaccedilatildeo continuada (Decreto ndeg 240697 art 2o)

Os cinco CEFETS originalmente criados Paranaacute Bahia Rio de Janeiro Maranhatildeo e Minas Gerais natildeo sofriam as restriccedilotildees de vocaccedilatildeo institucional estabelecidas para os+ novos CETS Por exemplo o CEFET do Paranaacute oferece hoje ateacute cursos de doutorado

Os Institutos Superiores de Educaccedilatildeo visam agrave formaccedilatildeo inicial continuada e complementar para o magisteacuterio da educaccedilatildeo baacutesica podendo oferecer os seguintes cursos e programas curso Normal Superior para licenciatura de profissionais para a educaccedilatildeo infantil e seacuteries iniciais do ensino fundamental curso de licenciatura para a formaccedilatildeo de docentes dos anos finais do ensino fundamental e do ensino meacutedio programas de formaccedilatildeo continuada para atualizaccedilatildeo de profissionais da educaccedilatildeo baacutesica nos diversos niacuteveis programas especiais de formaccedilatildeo pedagoacutegica para graduados em outras aacutereas que desejem ensinar em aacutereas especiacuteficas das seacuteries finais do ensino fundamental e do ensino meacutedio e poacutes-graduaccedilatildeo de caraacuteter profissional para a educaccedilatildeo baacutesica

Os Institutos Superiores de Educaccedilatildeo poderatildeo ser organizados como unidades acadecircmicas de IES jaacute credenciadas devendo neste caso definir planos de desenvolvimento acadecircmico (LDBN96 e Parecer CP ndeg 5399)

Os estabelecimentos isolados ou faculdades isoladas satildeo instituiccedilotildees que em geral desenvolvem um ou mais cursos com estatutos proacuteprios e distintos para cada um deles

221 A oferta diferenciada de cursos e programas de forshymaccedilatildeo superior

Aos cursos e programas tradicionais de graduaccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e extensatildeo abrangidos pela legislaccedilatildeo anterior a nova LDBN e os decretos especiacuteficos acrescentaram a figura dos cursos sequumlenciais

3 Os Centros Federais de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica foram criados a partir da Lei ndeg 8948 de 08121994 e egulamentados pelo Decreto ndeg 240697

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

por campos do saber e os mestrados profissionais (ver quadro 23) A caracterizaccedilatildeo mais detalhada dos cursos sequumlenciais assim como as suas regras de funcionamento encontram-se normatizadas no Parecer CES ndeg 96898 Os mestrados profissionais por seu lado estatildeo regulamentados pela Portaria CAPES ndeg 08098

Os cursos e programas regulares conferem Diplomas de bacharel licenciado ou tecnogravelogo (no niacutevel da graduaccedilatildeo) e mestre e doutor (no niacutevel da poacutes-graduaccedilatildeo strido sensu) enquanto que os cursos e programas eventuais tais como os de especializaccedilatildeo educaccedilatildeo continuada e cursos sequumlenciais de complementaccedilatildeo de estudos conferem Certificados

Quadro 23 Educaccedilatildeo superior cursos e niacuteveisdiplomas e certificados

A seguir sao relacionadas as caracteriacutesticas dos cursos (niacuteveis) e programas de formaccedilatildeo superior

- os cursos de graduaccedilatildeo satildeo abertos a candidatos que tenham concluiacutedo o ensino meacutedio ou equivalente e se classificado em processo seletivo - os cursos de poacutes-graduaccedilatildeo satildeo abertos a candidatos diplomados em cursos de graduaccedilatildeo e distinguem-se em

1 poacutes-graduaccedilatildeo stricto sensu

Eacute integrada pelo mestrado e doutorado e constituiacuteda pelo ciclo de estudos regulares em seguimento agrave graduaccedilatildeo visando a desenvolver e aprofundar a formaccedilatildeo conduzindo agrave obtenccedilatildeo de grau acadecircmico de mestre e doutor Mestrado mesmo tomado como etapa preliminar para obtenccedilatildeo do grau de doutor (embora natildeo seja condiccedilatildeo indispensaacutevel agrave inscriccedilatildeo no curso de doutorado) constitui grau terminal com duraccedilatildeo miacutenima de um ano exigecircncia de dissertaccedilatildeo em determinada aacuterea de concentraccedilatildeo na qual revele domiacutenio do tema e capacidade de concentraccedilatildeo conferindo o diploma de Mestre

Mestrado profissional dirige-se agrave formaccedilatildeo profissional com estrutura curricular clara e consistentemente vinculada agrave sua especificidade articulando o ensino com a aplicaccedilatildeo profissional de forma diferenciada e flexiacutevel Ele admite o regime de dedicaccedilatildeo parcial exigindo a apresentaccedilatildeo de trabalho final sob a forma de dissertaccedilatildeo projeto anaacutelise de casos performance produccedilatildeo artiacutestica desenvolvimento de instrumentos equipamentos protoacutetipos entre outras conforme a natureza da aacuterea e os fins do curso Doutorado constitui-se no segundo niacutevel de formaccedilatildeo poacutes-graduada tendo por fim proporcionar formaccedilatildeo cientiacutefica ou cultural ampla e aprofundada Desenvolve a capacidade de pesquisa com duraccedilatildeo miacutenima de dois anos exigecircncia de defesa de tese em determinada aacuterea de concentraccedilatildeo que contenha trabalho de pesquisa com real contribuiccedilatildeo para o conhecimento do tema conferindo o diploma de Doutor

2 poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu

Os cursos de especializaccedilatildeo satildeo oferecidos a candidatos que tenham concluiacutedo a graduaccedilatildeo com duraccedilatildeo miacutenima de 360

horas nao computando o tempo de estudo individual ou em grupo (sem assistecircncia docente) bem como o tempo destinado agrave elaboraccedilatildeo de monografia ou trabalho de conclusatildeo de curso Oferecidos aos portadores de diploma de curso superior tecircm usualmente um objetivo teacutecnico profissional especiacutefico natildeo abrangendo o campo total do saber na qual se insere Os cursos sequumlenciais configuram-se em uma nova modalidade de curso normatizados na LDBN organizados por campo de saber de diferentes niacuteveis de abrangecircncia sujeitos agrave autorizaccedilatildeo e reconhecimento abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos pelas instituiccedilotildees de ensino aleacutem de serem portadores de certificados de niacutevel meacutedio Destinam-se agrave obtenccedilatildeo ou atualizaccedilatildeo de qualificaccedilotildees teacutecnicas profissionais ou ainda acadecircmicas ou de horizontes intelectuais em campos das ciecircncias das humanidades e das artes Esses cursos distinguem-se em

Cursos sequumlenciais de formaccedilatildeo especiacutefica com destinaccedilatildeo coletiva conduzem a obtenccedilatildeo de diploma Tecircm como objetivo assegurar uma formaccedilatildeo baacutesica adequada num campo de saber Sua respectiva carga horaacuteria natildeo poderaacute ser inferior a 1600 horas a serem integralizadas em prazo nunca inferior a 400 dias letivos As disciplinas nele cursadas podem ser aproveitadas em cursos de graduaccedilatildeo Cursos sequumlenciais de complementaccedilatildeo de estudos com destinaccedilatildeo coletiva ou individual dirigidos exclusivamente para egressos ou matriculados em cursos de graduaccedilatildeo conduzindo a obtenccedilatildeo de certificado

Sequumlenciais de complementaccedilatildeo de estudos com destinaccedilatildeo individual eacute o proacuteprio candidato quem apresenta sua proposta de sequumlecircncia de disciplinas a serem cursadas Caberaacute agraves IES entatildeo avaliarem a coerecircncia e a loacutegica interna da proposta bem como a existecircncia de vagas nas disciplinas requeridas (as quais jaacute satildeo ofertadas em cursos de graduaccedilatildeo reconhecidos) Sequumlenciais de complementaccedilatildeo de estudos com destinaccedilatildeo coletiva eacute a instituiccedilatildeo que elabora a proposta curricular do curso bem como a respectiva carga horaacuteria e prazo de integralizaccedilatildeo Esses cursos aproveitam vagas ociosas em disciplinas de cursos de graduaccedilatildeo reconhecidos e permitem ainda que os alunos de graduaccedilatildeo que evadiram e que tenham cursado disciplinas em um determinado campo do saber possam requerer um certificado

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Aleacutem disso esse curso permite que as disciplinas nele cursadas sejam aproveitadas pelo aluno no caso de ele se matricular em um curso de graduaccedilatildeo (desde que os curriacuteculos das disciplinas sejam equivalentes) Os Programas de Extensatildeo satildeo abertos agrave comunidade em geral A extensatildeo eacute entendida como uma praacutetica acadecircmica que interliga a universidade nas suas atividades de ensino e de pesquisa com as necessidades da populaccedilatildeo possibilitando a formaccedilatildeo do profissional-cidadatildeo A consolidaccedilatildeo da praacutetica da extensatildeo permite a constante busca do equiliacutebrio entre as demandas socialmente exigidas e as inovaccedilotildees que surgem do trabalho acadecircmico

23 Caracterizaccedilatildeo das instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas

As IES estatildeo vinculadas ao sistema federal de ensino ou aos sistemas estaduais e municipais

0 sistema federal de ensino compreende (art 16 Lei 939496) 1 - as instituiccedilotildees de ensino mantidas pela Uniatildeo II- as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior criadas pela iniciativa privada III - os oacutergatildeos federais de educaccedilatildeo As IES puacuteblicas federais satildeo subordinadas agrave Uniatildeo podendo se

organizar como autarquias (em regime especial4) ou fundaccedilotildees puacuteblicas As IES privadas satildeo mantidas e administradas por pessoas fiacutesicas

ou juriacutedicas de direito privado podendo ser classificadas em

- Particulares instituiacutedas e mantidas por uma ou mais pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas de direito privado natildeo tendo as caracteriacutesticas das demais apresentadas a seguir - comunitaacuterias instituiacutedas por grupos de pessoas fiacutesicas ou por uma ou mais pessoas juriacutedicas inclusive cooperativas de professores e alunos Devem incluir na sua entidade mantenedora representante de comunidade - confessionais instituiacutedas por grupos de pessoas fiacutesicas ou por uma ou mais pessoas juriacutedicas que atendam agrave orientaccedilatildeo

4 Atualmente alguns autores diferenciam autarquias estaduais e autarquias em regime especial As primeiras natildeo estariam sujeitas agraves normas legais sobre pessoal e as disposiccedilotildees de caraacuteter geral relativas agrave administraccedilatildeo interna dos entes federais

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

confessional e ideologravegica especiacutefica e ao disposto no item anterior - filantroacutepicas na forma da lei satildeo as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo ou de assistecircncia social que prestam os serviccedilos para os quais instituiacutedas colocando-os agrave disposiccedilatildeo da populaccedilatildeo em geral em caraacuteter complementar agraves atividades do Estado sem qualquer remuneraccedilatildeo (art 20 Lei 939496)

Os sistemas estaduais e municipais compreendem as instituiccedilotildees de ensino superior

- Estaduais no caso de serem mantidas pelos governos dos Estados ou do Distrito Federal com a possibilidade de tomar as formas determinadas pelos respectivos sistemas - Municipais quando providas pelas prefeituras municipais (art 19 da Lei 939496)

No Brasil as mantenedoras das IES satildeo pessoas juriacutedicas de direito puacuteblico ou privado ou ainda pessoas fiacutesicas que provecircm os recursos necessaacuterios ao seu funcionamento Segundo o Regime Juriacutedico Uacutenico as mantenedoras das instituiccedilotildees de ensino superior do paiacutes classificam-se em

As pessoas juriacutedicas de direito puacuteblico mantenedoras das IES puacuteblicas podem ser5

- da administraccedilatildeo direta - da Uniatildeo dos Estados ou Distrito Federal e dos municiacutepios - da administraccedilatildeo indireta - podem assumir a forma de autarquias (da Uniatildeo dos Estados ou DF e dos municiacutepios) ou fundaccedilotildees (da Uniatildeo dos Estados ou DF e dos municiacutepios) As associaccedilotildees distinguem-se das fundaccedilotildees sob dois aspectos 1) os requisitos integrantes das associaccedilotildees satildeo a pluralidade de pessoas e o escopo comum que as anima os requisitos das fundaccedilotildees satildeo o patrimocircnio e sua destinaccedilatildeo a

5 As instituiccedilotildees de ensino puacuteblicas ao serem criadas como entes da administraccedilatildeo puacuteblica descentralizada devem ser dotadas de personalidade juriacutedica proacutepria nos termos do que dispotildee o art 4 inciso 11 do Decreto-Lei ndeg 20067 com as alteraccedilotildees introduzidas pela Lei ndeg 7596 de 10 de abril de 1987 A obrigatoriedade de criaccedilatildeo por Lei com estrutura formal de autarquia ou de fundaccedilatildeo puacuteblica dota essas instituiccedilotildees de responsabilidade plena que caracteriza a autonomia patrimonial financeira e administrativa que lhes eacute atribuiacuteda frente agrave pessoa de direito puacuteblico mantenedora

um fim 2) o patrimocircnio nas associaccedilotildees tem funccedilatildeo instrumental representa um meio para a consecuccedilatildeo dos fins colimados pelos soacutecios o patrimocircnio nas fundaccedilotildees constitui o elemento essencial juntamente com o objetivo a que ele se destina (Sampaio 2000)

As pessoas juriacutedicas de direito privado mantenedoras de instituiccedilotildees de ensino superior privadas podem assumir qualquer das formas admitidas em direito de natureza civil ou comercial e quando constituiacutedas como fundaccedilatildeo seratildeo regidas pelo disposto no art 24 do Coacutedigo Civil Brasileiro (art 3o Decreto ndeg 38602001) Podem ter as seguintes finalidades

- com fins lucrativos de natureza comercial ou civil tomando a forma de Sociedade Mercantil como tal submetem-se agrave legislaccedilatildeo que rege as sociedades mercantis especialmente no que se refere aos encargos fiscais parafiscais e trabalhistas Deveratildeo elaborar e publicai- demonstraccedilotildees financeiras atestadas por profissionais competentes (art 6o Decreto ndeg 38602001)

- sem fins lucrativos satildeo aqueles que podem se organizar sob a fornia de sociedade (civil religiosa pia moral cientiacutefica ou literaacuteria) Deveratildeo publicar para cada ano civil suas demonstraccedilotildees financeiras certificadas por auditores independentes devendo ainda quando determinado pelo MEC submeter-se agrave auditoria e comprovar a aplicaccedilatildeo de seus excedentes financeiros e a natildeo remuneraccedilatildeo ou concessatildeo de vantagens ou benefiacutecios por qualquer forma ou tiacutetulo a seus instituidores dirigentes soacutecios conselheiros ou equivalentes (Decreto ndeg 38602001 )

As universidades puacuteblicas ocupam posiccedilatildeo fundamental no cenaacuterio acadecircmico nacional detendo papel estrateacutegico no processo de desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico do paiacutes Certamente existem diferenccedilas quanto ao formato institucional agrave vocaccedilatildeo acadecircmica agraves demandas e agraves expectativas profissionais

As universidades puacuteblicas federais surgiram antes da deacutecada de 1970 Em 2000 haviam 39 IFES em todos os estados brasileiros As IFES satildeo atualmente consideradas multifuncionais mesmo com diferenccedilas entre elas Desenvolvem atividades de ensino e extensatildeo aleacutem de principalmente estarem concentrando parte substancial da capacidade de pesquisa instalada no paiacutes

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

As universidades puacuteblicas estaduais cresceram significativamente apoacutes os anos 80 O estado de Satildeo Paulo criou na deacutecada de 1930 um sistema de instituiccedilotildees proacuteprio com grande autonomia diante do poder federal As universidades estaduais paulistas concentram parcela significativa da pesquisa e da poacutes-graduaccedilatildeo do paiacutes especialmente no niacutevel de doutorado6

Analisando-se o total de cursos de mestrado e doutorado oferecidos nas universidades estaduais eacute possiacutevel constatar que as universidades paulistas satildeo responsaacuteveis pela oferta de 907 dos cursos de mestrado e 971 dos cursos de doutorado (CAPES 2000)

As universidades estaduais ao contraacuterio das federais e particulares encontram-se fora da alccedilada do MEC uma vez que satildeo financiadas e supervisionadas pelos respectivos estados

O sistema das universidades estaduais eacute bastante heterogecircneo quanto agrave vocaccedilatildeo acadecircmica institucional carreiras oferecidas integraccedilatildeo ensino-pesquisa e qualificaccedilatildeo docente Novamente as universidades paulistas satildeo exceccedilatildeo pois formam um sistema homogecircneo altamente qualificado em todos os setores

A diversidade institucional entretanto estaacute presente especialmente no campo das instituiccedilotildees privadas integradas pelas instituiccedilotildees comunitaacuterias confessionais e pelos estabelecimentos de perfil mais empresarial

As universidades comunitaacuterias autodenominam-se puacuteblicas natildeo-estatais e caracterizam-se por manter um elevado grau de interaccedilatildeo no contexto social Satildeo criadas e mantidas por conselhos integrados por membros da comunidade municipal e estadual Voltam-se muito mais paia as atividades de ensino e de extensatildeo

Outro perfil marcante no campo privado eacute constituiacutedo pelas IES laicas gerenciadas por uma loacutegica de mercado e um acentuado ethos empresarial

Natildeo se pode lanccedilar um acurado olhar sobre o sistema de instituiccedilotildees de ensino superior brasileiro sem ressaltar alguns aspectos fundamentais

O sistema era formado em 2000 por 1180 IES das quais 176 satildeo puacuteblicas e 1004 privadas Os estabelecimentos de ensino superior puacuteblicos apresentam uma distribuiccedilatildeo homogecircnea com relaccedilatildeo agrave sua natureza administrativa em 2000347 eram federais 347 estaduais e 306 municipais A grande parte das IES estaduais e federais satildeo universidades (491 e 639 respectivamente) enquanto as faculdades escolas e institutos constituem a maioria das instituiccedilotildees municipais (907 delas)

6 Analisando-se o total de cursos de mestrado e doutorado oferecidos nas universidades estaduais eacute possiacutevel constatar que as universidades paulistas satildeo responsaacuteveis pela oferta de 907 dos cursos de mestrado e 971 dos cursos de doutorado (CAPES 2000)

Dentre as IES do setor privado a maior parte satildeo particulares representando 695 delas Tanto as particulares (821) quanto as sem fins lucrativos (683) satildeo predominantemente estabelecimentos isolados (faculdades escolas e institutos)

No conjunto as universidades estatildeo numericamente muito aqueacutem dos demais tipos existentes representando apenas 15 do total Entretanto trata-se neste caso de instituiccedilotildees que concentram o ensino de melhor qualidade aleacutem de parte substancial de pesquisa e poacutes-graduaccedilatildeo (Tabela 21)

Tabela 21 Instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior segundo a natureza administrativa e a organizaccedilatildeo acadecircmica - Brasil2000

Natureza Administrativa

Publicas

Federal

Estadual

Municipal

Privada

Particular

Sem fins lucrativos

Total Geral

Total Geral

176

61

61

54

1004

698

306

1180

Universidades

71

39

30

2

85

27

58

156

Centros Universitaacuterios

1

--1

49

32

17

50

Faculdades Integradas

2

-2

88

66

22

90

Faculdades Escolase Institutos

83

11

13

49

782

573

209

865

Centros de Educaccedilatildeo

Tecnoloacutegica

19

11

8

----

19

Fonte MECINEPSinopse Estatiacutestica da Educaccedilatildeo Supcrior2000

Tabela 22 Instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior por organizaccedilatildeo acadecircmica e

natureza administrativa - Brasil2000

Natureza Administrativa

Brasil

Puacuteblica

Privada

Total Geral

Fr

1180

176

1004

100

149

851

Universishydades

Fr

156

71

85

100

455

545

Centros Universitaacuterios

Fr

50

1

49

100

2

98

Faculdades Integradas

Fr

90

2

88

100

22

978

Faculdades Escolas e Institutos

Fr

865

83

782

100

96

904

Centros de Educaccedilatildeo

Tecnoloacutegica

Fr

19

19

-

100

100

-

Fonte MECINEPSinopse Estatiacutestica da Educaccedilatildeo Superior2000

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

A tabela acima indica que no setor puacuteblico concentram-se especialmente as universidades (45) e os centros de educaccedilatildeo tecnoloacutegica (100) no setor privado por sua vez aleacutem do nuacutemero significativo de universidades (55) a diversidade institucional estaacute muito mais presente satildeo 49 centros universitaacuterios 88 faculdades integradas e 782 estabelecimentos isolados

A concentraccedilatildeo regional continua acentuada como revela a tabela abaixo

Tabela 23 Nuacutemero de Instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo Superior por Organizaccedilatildeo

Acadecircmica e Natureza Administrativa - Brasil2000

Natureza Administrati

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

Total

Total Geral

a

Fr

46

157

667

176

134

1180

39

133

565

149

114

100

Universidades

Fr

9

28

71

36

12

156

58

179

455

231

77

100

Centros Universitaacuterios

Fr

2

2

37

6

3

50

4

4

74

12

6

100

Faculdades Integradas

Fr

3

3

60

8

16

90

33

33

667

89

178

100

Faculdades Escolas c Institutos

Fr

32

120

488

123

102

865

37

139

564

142

118

100

Centros de Educaccedilatildeo

Tecnoloacutegica

Fr

-4

11

3

1

19

-

21

579

158

53

100

Fonte MECINEPSinopse Estatiacutestica da Educaccedilatildeo Superior2000

Na regiatildeo Sudeste localizam-se 56 das IES na regiatildeo Sul 15 na regiatildeo Nordeste 13 enquanto na regiatildeo Centro-Oeste haacute 11 e a regiatildeo Norte apenas 4 As universidades natildeo obstante a maior concentraccedilatildeo na regiatildeo sudeste (45) tambeacutem tecircm presenccedila importante no Sul (23) e no nordeste (18) Jaacute os demais tipos de IES estatildeo concentrados na grande maioria na regiatildeo sudeste 74 dos centros universitaacuterios 67 das faculdades integradas 57 dos estabelecimentos isolados e 58 dos centros de educaccedilatildeo tecnoloacutegica

Eacute importante chamar a atenccedilatildeo para uma mudanccedila que vem ocorrendo na morfologia do ensino superior atual ou seja a diminuiccedilatildeo da representatividade do nuacutemero de faculdades integradas e estabelecimentos isolados pelo reagrupamento desses estabelecimentos em outros tipos de IES como centros universitaacuterios ou ateacute mesmo universidades

Tabela 24 Nuacutemero de Instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo Superior por Organizaccedilatildeo

Acadecircmica e Natureza Administrativa - Brasil1990-2000

Aro

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

Total

918

893

893

873

851

894

922

900

973

1097

1180

Universidades

P uacute b l i c a

55

59

60

61

68

72

72

77

77

72

71

Rivada

40

40

46

53

59

63

64

73

76

83

85

Fac Integradas

Centros Universitaacuterios

Puacutebl ica

0

3

3

3

3

10

11

1

0

2

3

Rivada

74

82

81

85

84

101

132

90

93

111

bullbull137

Faculdades Escolas Institutos

Puacutebl ica

167

160

164

157

147

128

128

133

132

102

83

Rivada

582

549

539

514

490

520

515

526

595

711

782

Centros de Educaccedilatildeo

Tecnoloacutegica

Puacutebl ica

-

-

-

-

-

-

-

-

-

16

19

Rivada

-

-

-

-

-

-

-

-

-

0

0

39 Centros Universitaacuterios 01 Centro Universitaacuterio A 4 9 Centros Universitaacuterios

Fonte wwwinepgovbr I Sinopse Estatiacutestica da Educaccedilatildeo Superior Evoluccedilatildeo 1980-1998

No ano de 2000 como indica a Tabela 24 havia apenas 2 faculdades integradas e 1 centro universitaacuterio puacuteblicos e 88 faculdades integradas privadas e 49 centros universitaacuterios privados Observa-se um decreacutescimo no nuacutemero de faculdades e escolas isoladas puacuteblicas em 2000 para 83 Somente no setor privado continua alto o nuacutemero de estabelecimentos iexclsolados em nuacutemero de 782

24 Normas e leis que regem a estrutura e o funcionashymento do ensino superior

A estrutura e o funcionamento do ensino superior satildeo definidos e regidos por um conjunto de normas e dispositivos legais estabelecidos pela Constituiccedilatildeo Federal de 1988 pela nova Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional (Lei ndeg 939496) como tambeacutem pela Lei ndeg 913595 que criou o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo aleacutem de vaacuterios outros Decretos Portarias e Resoluccedilotildees O anexo conteacutem as principais normas que podem ser acessadas atraveacutes de link

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Na Constituiccedilatildeo Federal de 1988 a educaccedilatildeo superior eacute tratada na seccedilatildeo 1 do capiacutetulo 3 do Tiacutetulo VIII - Da Ordem Social nos artigos 206 ateacute 214

Nesses dispositivos define-se que a oferta de ensino superior eacute livre agrave iniciativa privada atendidas as condiccedilotildees de cumprimento das normas gerais da educaccedilatildeo nacional e avaliaccedilatildeo de qualidade pelo Poder Puacuteblico as atividades universitaacuterias de pesquisa e extensatildeo poderatildeo receber apoio financeiro do Poder Puacuteblico Na Constituiccedilatildeo igualmente fica determinado o dever do estado em garantir o acesso aos niacuteveis mais elevados de ensino e pesquisa e eacute estabelecido que as universidades gozam de autonomia didaacutetico-cientiacutefica administrativa e de gestatildeo financeira e patrimonial devendo ainda obedecer ao princiacutepio de indissociabilidade entre ensino pesquisa e extensatildeo Quanto aos recursos puacuteblicos esses seratildeo destinados agraves escolas puacuteblicas podendo ser dirigidos agraves escolas comunitaacuterias confessionais ou filantroacutepicas definidas em lei

A Constituiccedilatildeo ainda estabelece que o ensino seraacute ministrado com base nos princiacutepios de igualdade de condiccedilotildees para o acesso e permanecircncia na escola pluralismo de ideacuteias gestatildeo democraacutetica do ensino puacuteblico e valorizaccedilatildeo dos profissionais do ensino

A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional trata da educaccedilatildeo superior no capiacutetulo IV nos artigos 43deg a 57deg Estabelece por finalidade do ensino superior estimular a criaccedilatildeo cultural e o desenvolvimento do espiacuterito cientiacutefico e do pensamento reflexivo formar diplomados nas diferentes aacutereas de conhecimento incentivar o trabalho de pesquisa e investigaccedilatildeo cientiacutefica promover a divulgaccedilatildeo de conhecimentos culturais cientiacuteficos e teacutecnicos suscitar o desejo de aperfeiccediloamento cultural e profissional estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente em particular os nacionais e regionais promover a extensatildeo dentre outros (a iacutentegra do texto encontra-se no anexo)

A LDBN ao mesmo tempo fixou as regras de funcionamento do ensino superior tais como a frequumlecircncia obrigatoacuteria de alunos e professores nos cursos salvo nos programas de educaccedilatildeo a distacircncia a deliberaccedilatildeo das universidades quanto agraves normas de seleccedilatildeo devendo levar em conta os efeitos dos criteacuterios por ela estabelecidos sobre a orientaccedilatildeo do ensino meacutedio a obrigatoriedade da oferta de cursos noturnos nas IES puacuteblicas o estabelecimento do periacuteodo letivo de 200 dias o fornecimento das informaccedilotildees obrigatoacuterias que devem ser disponibilizadas aos alunos antes de cada periacuteodo letivo a definiccedilatildeo da carga horaacuteria miacutenima de 8 horas semanais de aula para os docentes das IES puacuteblicas e a exigecircncia de que os professores do ensino superior devam ter poacutes-graduaccedilatildeo prioritariamente o mestrado e o doutorado

A Lei ndeg 913195 define as atribuiccedilotildees do MEC do CNE das Cacircmaras de Educaccedilatildeo Baacutesica e de Educaccedilatildeo Superior institui tambeacutem o

Exame Nacional de Cursos como um dos procedimentos para avaliaccedilatildeo dos cursos de graduaccedilatildeo extingue os mandatos dos membros do Conselho Federal de Educaccedilatildeo e estipula um prazo de 90 dias para a instalaccedilatildeo do CNE

A Lei ndeg 919295 altera dispositivos da Lei ndeg 5540 de 28 de novembro de 1968 que regulamenta o processo de escolha dos dirigentes universitaacuterios

Os principais toacutepicos do conjunto de Decretos e Portarias que normatizam o ensino superior estatildeo relacionados no quadro abaixo e podem ser acessados atraveacutes de link constante no anexo

Quadro 24 Principais dispositivos regulamentados pelos decretos portarias e

resoluccedilotildees do ensino superior Dispositivos

Procedimentos e criteacuterios para autorizaccedilatildeo e reconhecimento de cursos (dentro e fora da sede)

Procedimentos e criteacuterios para credenciamento e recredenciamento de IES

Procedimentos operacionais para avaliaccedilatildeo dos cursos programas e o desempenho individual de IES c oacutergatildeos responsaacuteveis

Organizaccedilatildeo do Ensino Superior

(Natureza juriacutedica acadecircmica e mantenedoras das IES)

Entidades Mantenedoras das IES

Decretos e portarias

Decretos ndegs 240697 e 386001 e Portarias nJs 61299 63997 64097 64197 75297 8097 87797 94697 97197 167999 217597 229798 e 240201

Decreto ndeg 386001 e Portarias ndegs 30298 63797 63997 64097 75297 94697 167999 204097 204197 c 229798 Resoluccedilatildeo CESCNE ndeg 1002

Decretos ndegs 240697 e 386001 c Portarias ndegs 3029897297 e 229798

Decretos ndegs 240697 c 386001 e Portarias 204097 c 204197

Decreto nordm386001

25 Organismos de coordenaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior

251 Organismos governamentais

O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) eacute o oacutergatildeo do poder puacuteblico federal responsaacutevel pela aacuterea da educaccedilatildeo tendo como atribuiccedilotildees formular e avaliar a poliacutetica nacional de educaccedilatildeo zelar pela qualidade do ensino superior e velar pelo cumprimento das leis que o regem Suas aacutereas de competecircncia satildeo a poliacutetica nacional de educaccedilatildeo a educaccedilatildeo infantil educaccedilatildeo em geral compreendendo ensino fundamental ensino meacutedio ensino supletivo educaccedilatildeo tecnoloacutegica educaccedilatildeo superior educaccedilatildeo de jovens e adultos educaccedilatildeo profissional educaccedilatildeo especial e educaccedilatildeo a distacircncia exceto ensino militar a avaliaccedilatildeo informaccedilatildeo e pesquisa educacional a pesquisa e extensatildeo universitaacuterias o magisteacuterio e a coordenaccedilatildeo de programas de atenccedilatildeo integral a crianccedilas e adolescentes

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

No tocante ao sistema de ensino superior o MEC eacute o organismo responsaacutevel pela sua coordenaccedilatildeo cabendo-lhe o controle normativo do sistema o financiamento das instituiccedilotildees de ensino superior puacuteblicas federais (IFES) e a fiscalizaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo tanto destas uacuteltimas quanto das IES privadas Essa forma de coordenaccedilatildeo centralizada em um uacutenico oacutergatildeo estatal persiste desde a criaccedilatildeo das primeiras faculdades no paiacutes em detrimento das mudanccedilas ocorridas na organizaccedilatildeo e atribuiccedilatildeo dos seus oacutergatildeos assessores e nas relaccedilotildees estabelecidas com a comunidade acadecircmica e o mercado decorrentes de uma maior complexificaccedilatildeo do sistema

Quadro 25 Organismos governamentais de coordenaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Superior

bullcabe lembrar que as universidades puacuteblicas estaduais estatildeo sob a jurisdiccedilatildeo dos respectivos sistemas estaduais Fonte Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

A principal mudanccedila ocorrida na organizaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos foi a incorporaccedilatildeo da presenccedila de representantes da comunidade acadecircmica como eacute o caso do Conselho Nacional de Educaccedilatildeo (CNE) e da Secretaria de Ensino Superior (SESu) Natildeo obstante a centralizaccedilatildeo o MEC tambeacutem tem incentivado alguns mecanismos que permitem ao mercado a regulaccedilatildeo da oferta da procura por vagas no ensino superior ao conferir autonomia agraves universidades e centros universitaacuterios privados tanto para abrir novos cursos como para ampliar e remanejar vagas (Sampaio 2000)

O controle normativo do MEC eacute exercido por meio de uma vasta legislaccedilatildeo relativa agrave estrutura e funcionamento do sistema (detalhada na seccedilatildeo anterior) elaborada pelo Conselho Nacional de Educaccedilatildeo (CNE) ou pela Secretaria de Ensino Superior (SESu)

O Conselho Nacional de Educaccedilatildeo foi criado pela Lei ndeg 9131 95 substituindo o entatildeo extinto Conselho Federal de Educaccedilatildeo possuindo atribuiccedilotildees normativas deliberativas e de assessoramento ao MEC Esse novo conselho passou a ser composto por duas Cacircmaras representativas a do Ensino Baacutesico e a do Ensino Superior Cada uma delas eacute composta por 12 conselheiros sendo que a metade deles satildeo indicados pelo Presidente da Repuacuteblica e os demais satildeo representantes da sociedade civil Especificamente em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da Cacircmara de Educaccedilatildeo Superior definiu-se que metade dela devia ser composta por conselheiros indicados a partir de uma lista formulada por entidades nacionais puacuteblicas e particulares que congreguem os reitores de universidades diretores de instituiccedilotildees isoladas docentes estudantes e segmentos representativos da sociedade civil conforme o artigo 8deg da Lei ndeg 913595 Os outros conselheiros satildeo indicados pelo Presidente da Repuacuteblica incluindo o Secretaacuterio de Educaccedilatildeo Superior - membro nato dessa instituiccedilatildeo

O CNE tem como atribuiccedilotildees subsidiar a elaboraccedilatildeo e acompanhar a execuccedilatildeo do Plano Nacional de Educaccedilatildeo manifestar-se sobre questotildees que abranjam mais de um niacutevel ou modalidade de ensino assessorar o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo no diagnoacutestico dos problemas bem como deliberar sobre medidas para aperfeiccediloar os sistemas de ensino especialmente no que diz respeito agrave integraccedilatildeo dos seus diferentes niacuteveis e modalidades emitir pareceres sobre assuntos da aacuterea educacional por iniciativa de seus conselheiros ou mediante solicitaccedilatildeo do Ministro da Educaccedilatildeo manter intercacircmbio com os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal analisar e emitir parecer sobre questotildees relativas agrave aplicaccedilatildeo da legislaccedilatildeo educacional no que concerne agrave integraccedilatildeo entre os diferentes niacuteveis e modalidades de ensino analisar anualmente as estatiacutesticas da educaccedilatildeo oferecendo

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

subsiacutedios ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo promover seminaacuterios sobre os grandes temas da educaccedilatildeo brasileira e elaborar o seu regimento a ser aprovado pelo Ministro da Educaccedilatildeo

A Cacircmara de Educaccedilatildeo Superior tem as seguintes atribuiccedilotildees de caraacuteter deliberativo e de assessoramento ao MEC analisar e emitir pareceres sobre os processos de avaliaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior deliberar sobre o reconhecimento de cursos de graduaccedilatildeo mestrado e doutorado assim como o credenciamentorecredenciamento de IES analisar questotildees relativas agrave aplicaccedilatildeo da legislaccedilatildeo referente agrave educaccedilatildeo superior deliberar sobre as diretrizes curriculares propostas pelo MEC para os cursos de graduaccedilatildeo oferecer sugestotildees para a elaboraccedilatildeo do Plano Nacional de Educaccedilatildeo e acompanhar sua execuccedilatildeo e deliberar sobre os estatutos das universidades e o regimento das demais instituiccedilotildees

Aleacutem do controle normativo a SESU subsidia o processo de formulaccedilatildeo e implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional para o ensino superior aleacutem de participar ativamente por meio da sua comissatildeo de especialistas no processo de supervisatildeo e avaliaccedilatildeo das IES com a finalidade de credenciamento ou recredenciamento Aleacutem disso participa da elaboraccedilatildeo de programas e projetos voltados agrave reforma do sistema federal de ensino zela pelo cumprimento da legislaccedilatildeo educacional no acircmbito da educaccedilatildeo superior apoia teacutecnica e financeiramente as IFES e elabora e dissemina estudos sobre a educaccedilatildeo superior e sua relaccedilatildeo com a sociedade Promove tambeacutem o intercacircmbio com entidades nacionais estrangeiras e internacionais sobre mateacuteria de sua competecircncia

Outros dois oacutergatildeos importantes na esfera da coordenaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior no paiacutes satildeo a Fundaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP)

A CAPES foi criada em 1951 tendo sido instituiacuteda como Fundaccedilatildeo em 1992 Eacute uma agencia de fomento da poacutes-graduaccedilatildeo subsidia o MEC na formulaccedilatildeo de poliacuteticas da poacutes-graduaccedilatildeo coordenando e estimulando a formaccedilatildeo de recursos humanos altamente qualificados para a docecircncia em grau superior a pesquisa e o atendimento da demanda por profissionais dos setores puacuteblicos e privados Ela tem as seguintes finalidades elaborar a proposta do Plano Nacional de Poacutes-graduaccedilatildeo acompanhando e coordenando a sua respectiva execuccedilatildeo elaborar planos de atuaccedilatildeo setoriais ou regionais promover estudos e avaliaccedilotildees necessaacuterios ao desempenho de suas atividades apoiar o processo de desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico nacional manter intercacircmbio e contato com outros oacutergatildeos da Administraccedilatildeo Puacuteblica ou entidades privadas nacionais e internacionais

O INEP por seu lado foi transformado em autarquia federal pela Lei ndeg 994897 quando passou a assumir novamente um papel estrateacutegico no desenvolvimento da educaccedilatildeo tendo as seguintes atribuiccedilotildees Organizar e manter o sistema de informaccedilotildees e estatiacutesticas educacionais planejar orientar e coordenar o desenvolvimento de sistemas e projetos de avaliaccedilatildeo educacional visando ao estabelecimento de indicadores de desempenho das atividades de ensino no paiacutes apoiar os Estados o Distrito Federal e os municiacutepios no desenvolvimento de sistemas e projetos de avaliaccedilatildeo educacional desenvolver e implementar na aacuterea educacional sistemas de informaccedilatildeo e documentaccedilatildeo que abranjam estatiacutesticas avaliaccedilotildees educacionais praacuteticas pedagoacutegicas e de gestatildeo de poliacuteticas educacionais subsidiar a formulaccedilatildeo de poliacuteticas na aacuterea da educaccedilatildeo mediante a elaboraccedilatildeo de diagnoacutesticos e recomendaccedilotildees decorrentes da avaliaccedilatildeo da educaccedilatildeo baacutesica e superior coordenar o processo de avaliaccedilatildeo dos cursos de graduaccedilatildeo em conformidade com a legislaccedilatildeo vigente definir e propor paracircmetros criteacuterios e mecanismos para a realizaccedilatildeo de exames de acesso ao ensino superior e promover a disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre avaliaccedilatildeo da educaccedilatildeo baacutesica e superior (Relatoacuterio de Atividades do INEP -2000)

Nesse novo contexto o INEP tem desempenhado um papel importante para o monitoramento da qualidade do ensino em todos os niacuteveis e modalidades por meio da realizaccedilatildeo de 3 tipos de avaliaccedilotildees todas implantadas na deacutecada de 90

- Sistema de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica - Saeb -avaliaccedilatildeo da educaccedilatildeo baacutesica realizada em larga escala desde 1995 Abrange o levantamento de dados de trecircs seacuteries associadas ao fim de um periacuteodo ou ciclo escolar 4a e 8a seacuteries do ensino fundamental e 3a seacuterie do ensino meacutedio Na 4a e 8a

seacuteries sao avaliadas as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Matemaacutetica Ciecircncias Geografia e Histoacuteria e na 3a seacuterie do ensino meacutedio as disciplinas de Liacutengua Portuguesa Matemaacutetica Biologia Fiacutesica e Matemaacutetica

- Exame Nacional do Ensino Meacutedio - ENEM - Instituiacutedo em 1988 este exame avalia as competecircncias e rendimento escolar dos alunos ao final da educaccedilatildeo baacutesica Representa um instrumento importante na avaliaccedilatildeo do ensino meacutedio e seus resultados podem se constituir em criteacuterio de seleccedilatildeo para o ingresso em instituiccedilotildees de ensino superior

- Exame Nacional de Cursos - ENC - tambeacutem conhecido como Provatildeo foi criado em 1995 pela Lei ndeg 913195 fazendo parte das avaliaccedilotildees perioacutedicas das instituiccedilotildees de

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

educaccedilatildeo superior Seu objetivo especiacutefico eacute avaliar os conhecimentos e habilidades adquiridas pelos alunos que concluem a graduaccedilatildeo com esse instrumento eacute possiacutevel realizar avaliaccedilatildeo comparativa entre o desempenho de um mesmo curso oferecido em diferentes IES aleacutem de permitir o acompanhamento da evoluccedilatildeo de desempenho dos cursos dentro de uma seacuterie temporal

Aleacutem dessas avaliaccedilotildees essa instituiccedilatildeo ainda tem produzido estatiacutesticas baacutesicas da educaccedilatildeo nacional por intermeacutedio do levantamento de dados com a realizaccedilatildeo dos Censos da Educaccedilatildeo Baacutesica da Educaccedilatildeo Superior e outros censos especiais (educaccedilatildeo infantil educaccedilatildeo profissional e o censo de financiamento da educaccedilatildeo) Esses censos tecircm contribuiacutedo para levantar informaccedilotildees importantes para realizar diagnoacutesticos e identificar tendecircncias da educaccedilatildeo nacional nos seus diversos niacuteveis e modalidades

A revitalizaccedilatildeo do INEP tem se mostrado assim fundamental para o desenvolvimento de um sistema de informaccedilotildees educacionais moderno cujos dados tecircm sido amplamente disseminados por meio de publicaccedilotildees relatoacuterios seacuteries documentais bem como a disponibilizaccedilatildeo via internet

252 Organismos natildeo-governamentais

A diversificaccedilatildeo institucional do sistema de ensino superior tem propiciado a emergecircncia de novos atores poliacuteticos bem como uma fragmentaccedilatildeo e reorganizaccedilatildeo de seus oacutergatildeos representativos Observa-se de acordo com Helena Sampaio (2000) que a natureza e composiccedilatildeo dos associados dessas organizaccedilotildees tecircm conduzido a duas formas baacutesicas de atuaccedilatildeo Enquanto as organizaccedilotildees que representam instituiccedilotildees de uma uacutenica categoria (puacuteblica ou privada) tecircm como objetivo reforccedilar a sua identidade e os seus interesses especiacuteficos as outras (integradas por representantes de ambas categorias) buscam construir estrateacutegias e planos de accedilatildeo que atendam aos interesses gerais dos seus associados

A seguir satildeo apresentados os principais organismos natildeo-governamentais que atuam em acircmbito nacional e que de forma direta ou indireta interveacutem nos rumos da poliacutetica do ensino superior

CRUB - Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras Criado em 1966 o CRUB eacute composto pelos Reitores de todas as

universidades brasileiras puacuteblicas e privadas reconhecidas pelo MEC No seu conselho deliberativo haacute -dentre outros representantes - dois membros de cada uma das seguintes associaccedilotildees Associaccedilatildeo Nacional dos Dirigentes das Instituiccedilotildees Federais de Ensino Superior (ANDIFES) Associaccedilatildeo Brasileira de Universidades Estaduais e Municipais

(ABRUEM) Associaccedilatildeo Brasileira das Universidades Comunitaacuterias (ABRUC) e Associaccedilatildeo Brasileira de Universidades Particulares (ANUP)

A heterogeneidade de sua composiccedilatildeo marcada pela congregaccedilatildeo de instituiccedilotildees diferentes e a diversidade de interesses dificulta ou impede a tomada de uma posiccedilatildeo da entidade em relaccedilatildeo aos pontos estrateacutegicos das poliacuteticas para o ensino superior Isso restringe significativamente a sua atuaccedilatildeo nesse campo dependendo principalmente da importacircncia que o seu presidente venha a ter na arena poliacutetica e decisograveria desse niacutevel de ensino

ABMES - Associaccedilatildeo Brasileira de Mantenedoras de Instituiccedilotildees Superiores

A ABMES diferentemente do CRUB congrega atores de uma mesma natureza representando as mantenedoras das instituiccedilotildees de ensino superior privadas Tendo sido fundada em 1982 essa associaccedilatildeo congrega hoje cerca de 309 mantenedoras a ela filiadas responsaacuteveis pelo financiamento de 448 IES com representaccedilatildeo no CRUB no CNE e em comissotildees instituiacutedas pelo MEC (Educaccedilatildeo a distacircncia e Fundo de Apoio ao Estudante) sua principal forma de atuaccedilatildeo tem sido a realizaccedilatildeo de uma revisatildeo juriacutedica das leis implementadas pelo MEC principalmente aquelas dirigidas agraves IES privadas A associaccedilatildeo tambeacutem promove vaacuterios seminaacuterios debates e parcerias com oacutergatildeos governamentais visando agrave qualificaccedilatildeo de docentes para o ensino superior Ao mesmo tempo dissemina informaccedilotildees relativas a esse niacutevel de ensino mantendo seus associados inteirados das mudanccedilas nele ocorridas Suas principais demandas referem-se ao controle do Estado sobre assuntos de natureza acadecircmica e agrave autonomia administrativo-financeiradas instituiccedilotildees (Sampaio 2000)

ABRUC - Associaccedilatildeo Brasileira das Universidades Comunitaacuterias

Criada em 1995 a ABRUC resulta de um grupo antes inserido na ABESC (Associaccedilatildeo Brasileira de Escolas Superiores Catoacutelicas) ou da ANUP (Associaccedilatildeo Nacional das Universidades Privadas) congregando atualmente 29 universidades comunitaacuterias ( 18 confessionais e 11 laicas) Conta com representaccedilatildeo no CRUB

como estrateacutegia de atuaccedilatildeo esse organismo busca realccedilar sua identidade enfatizando o que distingue as suas associadas das outras IES particulares destacando o seu caraacuteter comunitaacuterio Pretende com isso reclamar exclusivamente para as IES comunitaacuterias o total dos recursos puacuteblicos destinados agraves IES particulares Aleacutem dessa demanda a revitalizaccedilatildeo do creacutedito educativo e a ampliaccedilatildeo da concepccedilatildeo de avaliaccedilatildeo considerada pelo MEC satildeo as outras questotildees fundamentais para essa associaccedilatildeo

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

ANDIFES - Associaccedilatildeo Nacional dos Dirigentes das Instituiccedilotildees Federais de Ensino Superior

Fundada em 1989 a organizaccedilatildeo engloba 52 IES puacuteblicas sendo 39 iniversidades e 13 escolas superiores especializadas detendo representaccedilatildeo no CRUB Eacute a representante oficial das IFES na interlocuccedilatildeo com o governo federal e oacutergatildeos representativos de professores estudantes e funcionaacuterios A entidade busca desenvolver estudos estrateacutegias e instrumentos de apoio ao planejamento administraccedilatildeo e avaliaccedilatildeo das IES Suas principais demandas dizem respeito em grande parte ao financiamento das instituiccedilotildees puacuteblicas e agrave autonomia universitaacuteria

ANUP - Associaccedilatildeo Nacional das Universidades Privadas Essa associaccedilatildeo foi criada em 1989 e hoje possui 39 associadas

Seus objetivos principais satildeo defender a autonomia das Universidades e a livre atuaccedilatildeo da iniciativa privada na aacuterea educacional bem como e o desenvolver programas de aprimoramento do ensino superior em parceria com o poder puacuteblico e as instituiccedilotildees de ensino superior

ANACEU - Associaccedilatildeo Nacional dos Centros Universitaacuterios Criada em 08121999 possui hoje 54 centros universitaacuterios

associados A entidade busca defender a livre atuaccedilatildeo do setor privado e os direitos do centro universitaacuterio (permanecircncia na estrutura dos centros universitaacuterios da figura do Reitor e manutenccedilatildeo do direito de uso da sigla UNI) Suas principais reivindicaccedilotildees satildeo o fortalecimento da imagem do Centro Universitaacuterio e a inclusatildeo da sua figura na Constituiccedilatildeo Federal

Conselhos Profissionais Federais Os conselhos regulamentam e fiscalizam as profissotildees de niacutevel

superior exercendo o controle da qualidade teacutecnica e do comportamento eacutetico dos profissionais Alguns conselhos realizam o exame da Ordem (suficiecircncia) como requisito para a concessatildeo do registro profissional tal como a Ordem dos Advogados (OAB) e o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) A criaccedilatildeo de cursos de Direito eacute tambeacutem submetida agrave autorizaccedilatildeo preacutevia da OAB assim como os cursos da aacuterea de sauacutede (medicina psicologia e odontologia) devem ser primeiramente autorizados pelo Conselho Nacional de Sauacutede7

7 De acordo com informaccedilotildees divulgadas na Folha de Satildeo Paulo (06102002) as autorizaccedilotildees de cursos nas aacutereas de Direito e Medicina carreiras muito disputadas no vestibular satildeo inferiores a 20 dos pedidos o que revela um controle rigoroso dessas instituiccedilotildees na oferta de vagas

26 A formaccedilatildeo do sistema nacional de poacutes-graduaccedilatildeo

Carlos Benedito Martins

Ao longo das uacuteltimas trecircs deacutecadas o Brasil construiu um sistema de poacutes-graduaccedilatildeo que constitui a parte mais exitosa do seu sistema de ensino sendo considerado de forma unacircnime como o maior e melhor da Ameacuterica Latina Esse fato natildeo deixa de ser surpreendente quando se tem em conta o caraacuteter tardio do surgimento do ensino superior no paiacutes e particularmente da instituiccedilatildeo universitaacuteria no seu contexto8

uma constelaccedilatildeo de fenocircmenos sociais econocircmicos poliacuteticos e acadecircmicos contribuiacuteram para a formaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo no paiacutes A sua construccedilatildeo derivou de um complexo empreendimento coletivo que contou com a participaccedilatildeo do Estado de organismos representativos da comunidade cientiacutefica do corpo docente das instituiccedilotildees de ensino e pesquisa envolvidas com esse niacutevel de ensino De certa forma a emergecircncia da poacutes-graduaccedilatildeo eacute o resultado de uma longa e tortuosa luta desencadeada por esses atores visando a superaccedilatildeo de um padratildeo de organizaccedilatildeo do ensino superior no paiacutes que historicamente se constituiacutera atraveacutes de escolas isoladas voltadas basicamente para a formaccedilatildeo de profissionais liberais e dissociados da atividade de pesquisa

261 A estrutura da Poacutes-Graduaccedilatildeo

Os cursos de poacutes-graduaccedilatildeo receberam uma referecircncia expliacutecita na Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo de 1961 quando em seu artigo 69 dispunha que nos estabelecimentos de ensino superior podem ser ministrados os seguintes cursos a) de graduaccedilatildeo abertos agrave matriacutecula de candidatos que hajam concluiacutedo o ciclo colegial ou equivalente e obtido classificaccedilatildeo em concurso de habilitaccedilatildeo b) de poacutes-graduaccedilatildeo abertos agrave matriacutecula de candidatos que hajam concluiacutedo a graduaccedilatildeo e obtido os respectivos diplomas c) de especializaccedilatildeo aperfeiccediloamento e extensatildeo

8 com relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo brasileira no contexto latino-americano ver Ricardo Lucio Poliacuteticas de posgrado en Ameacuterica Latina in Los temas criacuteticos de ia educacioacuten superior en Ameacuterica Latina expansion privada evaluacioacuten y posgradopp 165-213 Rollin Kent (org) Fondo de Cultura Econogravemica Mexico 1997 Ver tambeacutem Carmen Garcia-Guadilla El valor de la pertinencia en las dinaacutemicas de transformacioacuten de la educaciioacuten superior en America Latina pp 47-81in La educacioacuten Superior en el siglo XXI visioacuten de America Latina y el Caribe CresalcUnescoCaracas1997 Ver tambeacutem o trabalhos de Virgilio Aragoacuten Poacutes-Graduaccedilatildeo na Ameacuterica Latina situaccedilatildeo e caracteristicas in InfoCAPES Vol 6 ndeg 3 julho-setembro Brasiacutelia 1998

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

ou quaisquer outros a juiacutezo do respectivo instituto de ensino abertos a candidatos com preparo e os requisitos que vierem a ser exigidos como pode-se perceber o artigo 69 da LDB de 1961 elaborava uma formulaccedilatildeo bastante geneacuterica com relaccedilatildeo agrave poacutes-graduaccedilatildeo deixando aos oacutergatildeos acadecircmicos competentes as definiccedilotildees necessaacuterias9

Em 1965 o Ministro da Educaccedilatildeo Suplicy de Lacerda solicitou ao Conselho Federal de Educaccedilatildeo uma definiccedilatildeo e regulamentaccedilatildeo dos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo expressa no artigo 69 da LDB Segundo o seu entendimento a poacutes-graduaccedilatildeo deveria estimular natildeo apenas a formaccedilatildeo de pesquisadores mas tambeacutem assegurar treinamento eficaz e de alto padratildeo a teacutecnicos e trabalhadores intelectuais para fazer face ao desenvolvimento nacional em todos os setores O aviso ministerial assinalava que a poacutes-graduaccedilatildeo deveria servir para garantir a elevaccedilatildeo dos niacuteveis de qualidade das instituiccedilotildees de ensino jaacute existentes e para atender agrave possiacutevel expansatildeo quantitativa do ensino de terceiro grau que efetivamente veio a ocorrer nos anos seguintes Deve-se assinalar tambeacutem que o Ministro da Educaccedilatildeo manifestava claramente a sua preferecircncia pela poacutes-graduaccedilatildeo realizada em dois ciclos sucessivos equivalentes aos graus de Master e de Doctor de acordo com o sistema de poacutes-graduaccedilatildeo americana

A manifestaccedilatildeo da Cacircmara do Ensino Superior atraveacutes do Parecer ndeg 97765 seraacute de importancia fundamental para a construccedilatildeo conceituai dos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo e para a progravepria configuraccedilatildeo desse niacutevel de ensino no paiacutes Foi elaborado enquanto uma resposta de uma demanda do governo para a implantaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo com vistas a atender agraves necessidades do desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico

Tendo como Relator Newton Sucupira o referido Parecer veio a definir e caracterizar os cursos de poacutes-graduaccedilatildeo Em seu entendimento interpretando o espiacuterito da LDB o artigo 69 da LDB na aliacutenea b que separou os cursos de poacutes-graduaccedilatildeo dos de especializaccedilatildeo aperfeiccediloamento e extensatildeo a poacutes-graduaccedilatildeo tenha caracteriacutesticas proacuteprias Esse Parecer distinguiu dois tipos de poacutes-graduaccedilatildeo os cursos de stricto sensu e os de lato sensu Na primeira categoria incluiu o mestrado e o doutorado cujo objetivo seria de natureza acadecircmica de pesquisa e de cultura tendo como compromisso o avanccedilo do saber Esses cursos na medida em que estariam ligados agrave essecircncia da universidade deveriam constituir atividades regulares e permanentes e conferir diplomas de mestre e de doutor sendo que esse uacuteltimo corresponderia ao niacutevel

9 Congresso Nacional Lei ndeg 4024 Diaacuterio Oficial 22 de dezembro de 1961

mais elevado na hierarquia dos cursos superiores Por sua vez o Parecer ndeg 97765 atribuiacutea agrave poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu um objetivo eminentemente praacutetico enquanto a poacutes-graduaccedilatildeo stricto-sensu conferiria grau acadecircmico a poacutes-graduaccedilatildeo lato-sensu concederia certificado Deve-se assinalar que o Parecer ndeg 97765 foi elaborado com razoaacutevel grau de flexibilidade de modo que os cursos de poacutes-graduaccedilatildeo pudessem passar por variaccedilotildees em funccedilatildeo das particularidades de cada aacuterea do conhecimento e da margem de iniciativa das instituiccedilotildees de ensino10

A implantaccedilatildeo dos cursos de mestrado e de doutorado que viria a ocorrer em seguida seria em larga medida moldada pela conceituaccedilatildeo de poacutes-graduaccedilatildeo expressa pelo Parecer ndeg 97765 e pelas normas de organizaccedilatildeo e credenciamento estabelecidas pelo Parecer ndeg 7769 do CFE Nos primeiros cinco anos de vigecircncia do Parecer ndeg 7769 foram analisados 202 pleitos de credenciamento de cursos sendo que destes 101 foram colocados sob diligecircncia pelo CFE a maioria deles era proveniente de instituiccedilotildees com poacutes-graduaccedilatildeo previamente existente e que natildeo se enquadrava nas novas normas estabelecidas pelo CFE

Em 1968 outro documento oficial voltaria a referir-se agrave poacutes-graduaccedilatildeo Trata-se do Relatoacuterio do Grupo de Trabalho da Reforma Universitaacuteria que retoma e reafirma vaacuterias passagens do Parecer 977 65 cujo Relator integrou tambeacutem esse grupo de trabalho12

O Grupo de Trabalho assinalava tambeacutem que na medida em que a poacutes-graduaccedilatildeo deveria ser o lugar por excelecircncia da formaccedilatildeo dos

10 A Cacircmara do Ensino Superior do CFE que aprovou o Parecer 97765 era constituiacuteda pelos seguintes membros Antocircnio Almeida Junior (Presidente) Nwton Sucupira (Relator) Clovis Salgado Joseacute Barreto Filho Mauricio Rocha e Silva Dumerval Trigueiro Alceu Amoroso Lima Aniacutesio Teixeira Valnir Chagas e Rubens Maciel Numa de suas passagens o Parecer 97765 afirma que embora o mestrado e o doutorado represente um escalonamento da poacutes-graduaccedilatildeo esses cursos podem ser considerados como relativamente autocircnomos Isto eacute o mestrado natildeo constitui obrigatoriamente requisito preacutevio para inscriccedilatildeo no curso do doutorado Eacute admissiacutevel que em certos campos do saber ou da profissatildeo se ofereccedilam apenas programas de doutorado In Legislaccedilatildeo e Normas da poacutes-graduaccedilatildeo brasileira p239 Funadesp Brasiacutelia2001 Quanto ao papel desempenhado por Newton Sucupira Relator do Parecer 97765 na educaccedilatildeo superior do paiacutes ver Helena Bomeacuteny Newton Sucupira e os rumos da educaccedilatildeo superior CAPES Biblioteca Aniacutesio Teixeira Editora Paralelo 15 Brasiacutelia 2001

11 O Parecer 7769 foi elaborado por Newton Sucupira o mesmo autor do Parecer 97765 Estabelecia que o credenciamento dos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo seria concedido mediante Parecer do Conselho Federal de Educaccedilatildeo aprovado pela maioria de seus membros e homologado pelo Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura Contemplava os requisitos baacutesicos para a organizaccedilatildeo e funcionamento dos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo tais como a qualificaccedilatildeo do corpo docente sua produccedilatildeo cientiacutefica traduccedilatildeo de ensino e pesquisa do grupo disponibilidade de recursos materiais etc A propoacutesito do Parecer 7769 consultar Revista Documenta nordm 98 pp 130-132 Fevereiro 1969 Brasiacutelia 1969

12 Para uma apreciaccedilatildeo critica do documento elaborado pelo Grupo da Reforma Universitaacuteria ver Florestan Fernandes Universidade Brasileira Reforma ou revoluccedilatildeo Editora Alfa-ocircmega Satildeo Paulo 1975

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

docentes mais qualificados academicamente do ensino superior a sua existecircncia seria fundamental para melhorar os cursos de graduaccedilatildeo Face ao caraacuteter inovador que a poacutes-graduaccedilatildeo deveria ocupar no contexto do ensino superior o GT destacava a necessidade de se promover uma poliacutelica nacional de poacutes-graduaccedilatildeo capaz de coordenar os esforccedilos e de mobilizar recursos materiais e humanos para viabiliza-la A execuccedilatildeo dessa poliacutetica deveria ser de iniciativa e responsabilidade do governo federal em funccedilatildeo do volume de recursos necessaacuterios e do impacto que se desejava alcanccedilar no contexto do ensino superior no paiacutes

Reconhecendo as dificuldades para a implantaccedilatildeo do sistema de poacutes-graduaccedilatildeo no Brasil devido a escassez de instituiccedilotildees capazes de oferecer esse niacutevel de ensino e do nuacutemero restrito de professores qualificado academicamente o Grupo de Trabalho sugeriu a instalaccedilatildeo de Centros Regionais de Poacutes-Graduaccedilatildeo onde seriam escolhidas universidades nas quais certas aacutereas que jaacute tivessem atingido a massa criacutetica necessaacuteria a um programa de poacutes-graduaccedilatildeo Nestas universidades seriam instituiacutedos cursos de mestrado ou doutorado para os quais convergiriam recursos materiais e humanos sendo que esses cursos constituiriam centros de poacutes-graduaccedilatildeo para tocircda regiatildeo Esses centros estariam sob a coordenaccedilatildeo de uma Comissatildeo Nacional subordinada ao Departamento de Assuntos Universitaacuterios (DAU) e segundo alguns de seus formuladores baseava-se no princiacutepio da descentralizaccedilatildeo articulada No entanto a experiecircncia dos Centros Regionais de Poacutes-Graduaccedilatildeo natildeo efetivou-se com exceccedilatildeo da regiatildeo Sul que reuniu seis universidades14

As propostas do Grupo de Trabalho da Reforma Universitaacuteria foram formalizadas na Lei ndeg 554068 que fixou as normas de organizaccedilatildeo e funcionamento do ensino superior

13 De acordo com Newton Sucupira um de seus formuladores o sistema dos Centros Regionais de Poacutes-Graduaccedilatildeo baseava-se no princiacutepio da descentralizaccedilatildeo articulada Em outros termos escentralizava-se a execuccedilatildeo estabelecendo-se uma primeira articulaccedilatildeo em niacutevel regional ao mesmo empo que se garantia a unidade de poliacutetica e de planejamento mediante a coordenaccedilatildeo cm niacutevel nacional Em paiacutes de dimensotildees continentais abrangendo regiotildees bem distintas e desigualmente desenvolvidas parecia aconselhaacutevel efetuar uma distribuiccedilatildeo raciona] de recursos de poacutes-graduaccedilatildeo tentando-se reduzir as disparidades regionais acentuadas Newton Sucupira A poacutes-graduaccedilatildeo entre a autenticidade e a alienaccedilatildeo p44 Projeto Educaccedilatildeo tomo IV Senado Federal Universidade de Brasiacutelia 1979

14 A ideacuteia da criaccedilatildeo dos Centros Regionais de poacutes-graduaccedilatildeo conduziu um significativo esforccedilo de definiccedilatildeo legal ensejando vaacuterios decretos o de ndeg 63343 de dezembro de 1968 dispunha sobre a criaccedilatildeo dos mesmos um outro de ndeg 64085 de fevereiro de 1969 constituiacutea uma Comissatildeo Executiva do Programa de Implantaccedilatildeo dos Centros e o de ndeg 67350 de outubro de 1970 sobre a implantaccedilatildeo em si A respeito dos Centros Regionais de Poacutes-Graduaccedilatildeo consultar Maria de Azevedo Brandatildeo A constituiccedilatildeo da poliacutetica de poacutes-graduaccedilatildeo no Brasil 19651975 Revista Ciecircncia e Cultura 29 (4) 1977 Ver tambeacutem sobre esse assunto neste volume os depoimentos de Darcy Closs e Edson Machado de Sousa

Ao regulamentar os cursos de poacutes-graduaccedilatildeo a Lei ndeg 554068 em vaacuterios de seus artigos incorporou os princiacutepios e recomendaccedilotildees que encontravam-se contidas no Parecer ndeg 97765 Dessa forma por exemplo o artigo 17 separou claramente os cursos de poacutes-graduaccedilatildeo stricto sensu da modalidade dos cursos de especializaccedilatildeo e aperfeiccediloamento que foram incluiacutedos na categoria lato sensu Nessa mesma direccedilatildeo o artigo 24 fortaleceu o papel legal do Conselho Federal de Educaccedilatildeo com relaccedilatildeo agrave regulamentaccedilatildeo e supervisatildeo dos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo strido sensu nos termos propostos pela 16a conclusatildeo do Parecer ndeg 9776515

Se os Pareceres ndegs 97765 e 7769 tiveram uma importacircncia na definiccedilatildeo conceituai e na moldura legal da poacutes-graduaccedilatildeo os Planos Nacionais de Poacutes-Graduaccedilatildeo constituiacuteram um outro elemento crucial na construccedilatildeo do sistema imprimindo uma direccedilatildeo para sua consolidaccedilatildeo e institucionalizaccedilatildeo Atraveacutes deles realizaram-se diagnoacutesticos sobre a situaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo e foi formulado um conjunto de metas e de accedilotildees que em grande parte foram cumpridas Eacute no contexto da execuccedilatildeo desse planos que a CAPES que se transfere para Brasiacutelia em 1974 se conformaria e fortaleceria enquanto agecircncia de fomento da poacutes-graduaccedilatildeo16

Deve-se assinalar que o I PNPG foi elaborado num momento de abundacircncia de recursos provenientes do FNDCT do qual a FINEP era a Secretaria Executiva e executora de fomento sendo a CAPES e o CNPq seus usuaacuterios Esses recursos permitiriam a expansatildeo dos programas de bolsas de estudo e a criaccedilatildeo de inuacutemeros cursos de poacutes graduaccedilatildeo

O IPNPG partia da constataccedilatildeo de que o processo de expansatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo havia sido ateacute entatildeo parcialmente espontacircneo pressionado por motivos conjunturais e que a partir daquele momento deveria se tornar objeto de planejamento estatal considerando a poacutes-graduaccedilatildeo como subsistema do sistema universitaacuterio e este por sua vez como parte integrante do sistema educacional Deveria estar

15 A 16ordf conclusatildeo do Parecer 97765 assinalava que os cursos de poacutes-graduaccedilatildeo devem ser aprovados pelo Conselho Federal de Educaccedilatildeo para que seus diplomas sejam registrados no Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e possam produzir efeitos legais Para isso o Conselho Federal baixaraacute normas fixando criteacuterios de provaccedilatildeo dos cursos Parecer 97765Legislaccedilatildeo e Normas da poacutes-graduaccedilatildeo Brasileira p 242 Funadesp Brasiacutelia 2001 As normas para o funcionamento da poacutes-graduaccedilatildeo no paiacutes foram estabelecidas em 1969 pelo Parecer 7769 do CFE 16 com relaccedilatildeo a importacircncia dos PNPGs na construccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo nacional e sua articulaccedilatildeo com o sistema de macro-planejamento instaurado no periacuteodo poacutes-64 ver Ricardo Maritns A poacutes-graduaccedilatildeo no Brasil situaccedilatildeo e perspectivas Nuacutecleo de Estudos sobre o Ensino Superior da Universidade de Brasiacutelia (Nesub) Brasiacuteia 1999

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

articulado com as poliacuteticas de desenvolvimento traccediladas pelo II Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) bem como pelo II Plano Baacutesico de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (PBDCT)

Destacam-se duas questotildees centrais nesse primeiro plano o desenvolvimento econocircmico do paiacutes necessitava de recursos humanos de niacutevel superior para alavancar os setores modernos da economia e a necessidade de integraccedilatildeo das atividades da poacutes-graduaccedilatildeo dentro da proacutepria universidade A capacitaccedilatildeo docente era fundamental na medida em que o ensino superior era considerado um setor de formaccedilatildeo de recursos humanos para os demais niacuteveis de ensino e para a sociedade enquanto que agrave poacutes-graduaccedilatildeo cabia a formaccedilatildeo de recursos humanos para o ensino superior Tambeacutem a integraccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo na universidade era essencial dado o isolamento e a desarticulaccedilatildeo das suas atividades iniciais em funccedilatildeo da diversidade de fontes e formas de financiamento geralmente externos ao orccedilamento da universidade

como o objetivo central era a expansatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo visando a capacitaccedilatildeo docente das instituiccedilotildees de ensino superior as metas principais eram o aumento da titulaccedilatildeo e de vagas nos cursos de mestrado e de doutorado Tambeacutem ressaltava-se que na distribuiccedilatildeo regional e setorial dos novos cursos deveria ser considerado o papel estrateacutegico representado pelas aacutereas cientiacuteficas baacutesicas das quais dependeria toda a potencialidade do ensino superior e da produccedilatildeo cientiacutefica Para a execuccedilatildeo dessas metas eram propostos a concessatildeo de bolsas de tempo integral para alunos a criaccedilatildeo do Programa Institucional de Capacitaccedilatildeo Docente (PICD) e a admissatildeo de docentes de forma regular e programada pelas instituiccedilotildees universitaacuterias em funccedilatildeo da ampliaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo

O contexto de elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo do II PNPG (1982-1985) coincide com uma forte crise econocircmica no paiacutes o que implicou numa retraccedilatildeo de recursos de financiamento da poacutes-graduaccedilatildeo Apenas para se ter uma referecircncia no ano de 1983 o PIB caiu 5 e a inflaccedilatildeo atingiu o patamar de 211 O Fundo Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico foi esvaziando-se gradativamente de tal modo que houve um comprometimento da distribuiccedilatildeo de recursos que se fazia anteriormente no sistema CAPESCNPqFINEP de tal maneira que num certo momento a CAPES passou a natildeo receber mais nenhum recurso proveniente do FNDCT17 Nesse sentido ele distanciou-se da estrateacutegia expansionista do Plano anterior

Seria oportuno assinalar que o II PNPG contou com a decisiva participaccedilatildeo do Conselho Teacutecnico Cientiacutefico da CAPES formado pelos

17 Sobre o esgotamento dos recursos para a aacuterea de ciecircncia e tecnologia durante a deacutecada de 80 ver neste volume o depoimento de Edson Machado de Souza

entatildeo denominados presidentes das Comissotildees de Consultores Cientiacuteficos O II PNPG foi elaborado em consonacircncia com as orientaccedilotildees do IN Plano Nacional de Desenvolvimento(PND) e do III Plano Baacutesico de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (PBDCT) A sua ecircnfase recai sobre a qualidade do ensino superior e mais especificamente da proacutepria poacutes-graduaccedilatildeo Propotildee-se a consolidaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo que jaacute existia desde 1976 e a participaccedilatildeo da comunidade cientiacutefica nas decisotildees sobre a poliacutetica de poacutes-graduaccedilatildeo e no processo de avaliaccedilatildeo visando a criaccedilatildeo de bases seguras para o desenvolvimento futuro da poacutes-graduaccedilatildeo A ecircnfase na qualidade dependeria do aumento gradativo da eficiecircncia e confiabilidade dos sistemas de informaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do desempenho dos programas de poacutes graduaccedilatildeo bem como do estabelecimento de criteacuterios e de mecanismos de avaliaccedilatildeo conhecidos e aceitos pela comunidade cientiacutefica18

O segundo problema que o II PNPG plano pretendia solucionar era a adequaccedilatildeo do sistema agraves necessidades do paiacutes seja em termos de sua produccedilatildeo cientiacutefica seja em funccedilatildeo do aumento da capacidade tecnoloacutegica e produtiva aparecendo pela primeira vez no planejamento da poacutes-graduaccedilatildeo a vinculaccedilatildeo com a questatildeo tecnoloacutegica e com o setor produtivo O sistema deveria melhor se dimensionar tendo em vista as especificidades de cada aacuterea de conhecimento os tipos de qualificaccedilatildeo requeridas e as necessidades regionais Aleacutem de manifestar uma preocupaccedilatildeo com a formaccedilatildeo de recursos humanos para o mercado de trabalho natildeo-acadecircmico o II PNPG dava uma certa ecircnfase nos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu nas diferentes aacutereas com o objetivo de criar alternativas para os alunos e para atender a demanda de matildeo-de-obra altamente especializada

18 Ao explicitar a questatildeo da qualidade como dos um problemas centrais a ser enfrentado o documento do II PNPG assinala que Todos os esforccedilos de consolidaccedilatildeo c de desenvolvimento impliacutecitos neste Plano tecircm como meta o aumento qualitativo do desempenho do sistema como um todo criando estiacutemulos e condiccedilotildees favoraacuteveis bem como acionando mecanismos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo A ecircnfase na qualidade dependeraacute na sua operacionalizaccedilatildeo do aumento gradativo da eficiecircncia e confiabilidade dos sistemas de informaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo quanto ao desempenho dos programas de poacutes-graduaccedilatildeo do estabelecimento de criteacuterios e de mecanismos de avaliaccedilatildeo conhecidose aceitos como legiacutetimos pela comunidadePara a consolidaccedilatildeo e a melhoria dos sistemas de informaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo eacute fundamental a participaccedilatildeo direta c ativa da comunidade acadecircmica e cientiacutefica em geral e das universidades e centros de poacutes-graduaccedilatildeo em particular II Plano Nacional de Poacutes-Graduaccedilatildeo p8-9 Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Brasiacutelia 1982 Quanto agrave implantaccedilatildeo do sistema de avaliaccedilatildeo da CAPES e o seu esenvolvimento ateacute meados da deacutecada de oitenta consultar Ricardo Martins El sistema de acompantildeamiento y evaluaiacuteon de 1a CAPES notas criacuteticas sobre su evolucioacuten in La evaluacioacuten de Programas de Posgrado Instituto Colombiano para el Fomento de 1a Educacioacuten Supperior Bogotaacute 1985

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

A consolidaccedilatildeo do processo de avaliaccedilatildeo que efetivamente veio a ocorrer constitui ao lado da moldura legal dos Pareceres 97765 e 77 69 dos Planos nacionais de poacutes-graduaccedilatildeo um outro fator fundamental na configuraccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo nacional

A implementaccedilatildeo do II PNPG conseguiu consolidar o processo de avaliaccedilatildeo que desde entatildeo vem passando por constantes aprimoramentos A esse propoacutesito deve-se destacar que o processo de avaliaccedilatildeo eacute realizado por consultores cientiacuteficos que satildeo indicados agrave CAPES apoacutes ampla consulta pelos programas das diferentes aacutereas de conhecimento Esses consultores que atuam como docentes nos programas de poacutes-graduaccedilatildeo formam o Comitecirc de Avaliaccedilatildeo das diferentes aacutereas de conhecimento que eacute renovado periodicamente O fato da avaliaccedilatildeo ser realizada pelos pares e natildeo pelos segmentos burocraacuteticos do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo tem contribuiacutedo para conferir um elevado grau de legitimidade desse processo de avaliaccedilatildeo pela comunidade acadecircmica nacional

Se o II PNPG conseguiu consolidar o processo de avaliaccedilatildeo natildeo obteve o mesmo ecircxito para resolver a falta de articulaccedilatildeo entre as diferentes agecircncias de fomento nacionais voltadas para a poacutes-graduaccedilatildeo problema esse que se agravou ao longo da deacutecada de oitenta O III PNPG (1986-1989) alertava justamente para a necessidade de uma maior articulaccedilatildeo entre agecircncias de fomento governamentais com interface agrave poacutes-graduaccedilatildeo especialmente CAPES e CNPq Acrescentava tambeacutem a necessidade de institucionalizaccedilatildeo da pesquisa como elemento indissociaacutevel da poacutes-graduaccedilatildeo e sua integraccedilatildeo ao sistema nacional de ciecircncia e tecnologia Estabelecia tambeacutem a universidade como ambiente privilegiado para a produccedilatildeo de conhecimento enfatizando-se o seu papel no desenvolvimento nacional Os objetivos do IH PNPG eram a consolidaccedilatildeo e a melhoria do desempenho dos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo a institucionalizaccedilatildeo da pesquisa nas universidades para assegurar o funcionamento da poacutes-graduaccedilatildeo e a sua integraccedilatildeo ao setor produtivo19

19 Entre as diretrizes gerais do III PNPG destacavam-se a) estimular e apoiar as atividades de investigaccedilatildeo cientifica e tecnoloacutegica que deveriam transcender o processo de capacitaccedilatildeo de pessoal de alto niacutevel e se constituir em condiccedilatildeo necessaacuteria para a realizaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo como parte essencial do sistema de ciecircncia e tecnologia b) consolidar as instituiccedilotildees universitaacuterias enquanto ambientes privilegiados de ensino e de geraccedilatildeo de conhecimento e promover a institucionalizaccedilatildeo da pesquisa e da poacutes-graduaccedilatildeo atraveacutes de verbas orccedilamentaacuterias especiacuteficas As estrateacutegias propostas visavam aperfeiccediloar o sistema de acompanhamento e avaliaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo promover a integraccedilatildeo entre as atividades de pesquisa e de poacutes-graduaccedilatildeo com a graduaccedilatildeo valorizar a poacutes-graduaccedilatildeo lato-sensu para atender a heterogeneidade de demanda das aacutereas e do mercado de trabalho aumentar a oferta de bolsas e o seu poder aquisitivo reforccedilar o programa de bolsas no exterior atraveacutes de uma poliacutetica seletiva de concessatildeo desta demanda considerando a situaccedilatildeo de cada subaacuterea e a capacidade de formaccedilatildeo interna apoiar revistas cientiacuteficas brasileiras que tivessem padratildeo internacional assegurar a diversidade de fontes de financiamento para aquisiccedilatildeo de perioacutedicos cientiacuteficos a fim de garantir os recursos bibliograacuteficos indispensaacuteveis aos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo Para uma anaacutelise das principais questotildees colocadas pelos Planos Nacionais de Poacutes-Graduaccedilatildeo consultar Fernanda Fonseca Sobral Para onde vai a poacutes-graduaccedilatildeo brasileira in A Alavanca de Arquimedes cecircncia e tecnologia na virada do seacuteculo pp27-43 Editora Paralelo 15 Brasiacutelia 1997

Entre outros resultados as accedilotildees implementadas pelos Pnpgs possibilitaram a construccedilatildeo de um amplo sistema de bolsas no paiacutes e no exterior que contribuiu de forma efetiva para a capacitaccedilatildeo de docentes e de pesquisadores que atuam no ensino superior do paiacutes bem como a organizaccedilatildeo de uma poliacutetica de auxiacutelio financeiro aos programas de poacutes-graduaccedilatildeo No bojo das recomendaccedilotildees desses Planos ocorreu tambeacutem a implantaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo gradativa das comissotildees de consultores cientiacuteficos para apreciar o meacuterito das solicitaccedilotildees e agrave avaliaccedilatildeo dos programas de poacutes-graduaccedilatildeo pleitos das aacutereas o que tem implicado numa continua e constante interaccedilatildeo da CAPES com a comunidade acadecircmica nacional

262 O funcionamento

A poacutes-graduaccedilatildeo cresceu de forma mais planejada e orientada como exemplo mencionemos a existecircncia dos Planos Nacionais de Poacutes-Graduaccedilatildeo20 que traccedilaram rumos bem-definidos para a sua expansatildeo e a seu lado os oacutergatildeos de fomento nacionais e internacionais investiram de forma sistemaacutetica na implantaccedilatildeo desse niacutevel de ensino Diferentemente do ensino de graduaccedilatildeo a expansatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo foi o resultado de uma poliacutetica indutiva orientada e conduzida pelo poder central

um dos ecircxitos desse sistema deve-se agrave montagem de um eficiente meacutetodo de credenciamento no qual se analisa natildeo apenas a pertinecircncia da abertura dos cursos mas suas condiccedilotildees acadecircmicas de funcionamento procurando detectar e sanar suas possiacuteveis falhas

A estrutura acadecircmica da poacutes-graduaccedilatildeo foi construiacuteda a partir de procedimentos bem-definidos Acoplou-se o ensino agrave pesquisa estabeleceu-se um nuacutemero limitado de disciplinas articuladas com as respectivas linhas de pesquisa dos cursos Ao mesmo tempo criou-se um sistema eficiente de orientaccedilatildeo de dissertaccedilotildees e teses O resultado dessa estrutura acadecircmica tem permitido um forte crescimento da produccedilatildeo cientiacutefica que em vaacuterias aacutereas do conhecimento tem possibilitado a renovaccedilatildeo de campos especiacuteficos do saber e contribuiacutedo para a introduccedilatildeo de novas questotildees para investigaccedilatildeo A poacutes-graduaccedilatildeo por outro lado liga a vida acadecircmica nacional a centros relevantes da produccedilatildeo cientiacutefica internacional

O ecircxito da poacutes-graduaccedilatildeo nacional pode ser constatado atraveacutes do exame de dados existentes sobre determinadas dimensotildees desse sistema que

20 Ateacute o presente momento existiram ires PNPGs o I PNPG (1975-1980) II PNPG (1982-1985) e III PNPG (1986-1989) Para uma apreciaccedilatildeo detalhada desses planos e seus impactos na montagem de um sistema nacional de poacutes-graduaccedilatildeo consultar o trabalho do Barros (1998 115-161)

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

satildeo apresentados em anexo As informaccedilotildees disponiacuteveis indicam uma signi ficativa expansatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo stricto sensu No ano de 1976 existiam no paiacutes 561 cursos de mestrado e 200 de doutorado Jaacute no ano de 2000 o paiacutes contava com 1453 cursos de mestrado e 821 cursos de doutorado e 37 mestrados profissionalizantes No periacuteodo 19952000 ocorreu um crescimento da ordem de 25 nos mestrados e de 33 nos cursos de doutorado (Tabela ndeg 25)

Quando analisa-se a dependecircncia administrativa dos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo (Tabela ndeg 26) constata-se um niacutetido predomiacutenio das instituiccedilotildees puacuteblicas que em 2000 absorviam 89 do total dos cursos de mestrado e 92 dos doutorados As universidades estaduais respondiam em 2000 por 30 dos mestrados e por 40 dos doutorado e a rede federal absorvia no mesmo periacuteodo 57 dos cursos de mestrado e 52 dos doutorados existentes no paiacutes Deve-se destacar que durante o periacuteodo 19952000 os cursos de doutorado nas universidades estaduais tiveram um crescimento de 20 e nas federais atingiu a ordem de 49 Ao contraacuterio do que ocorre nos cursos de graduaccedilatildeo nos quais verifica-se um niacutetido predomiacutenio quantitativo dos cursos da aacuterea de ciecircncias sociais aplicadas constata-se na poacutes-graduaccedilatildeo um relativo equiliacutebrio na distribuiccedilatildeo dos cursos de mestrado e de doutorado entre as diversas aacutereas do conhecimento (Tabelas ndeg 27 e 23)

Quando analisam-se os resultados da avaliaccedilatildeo dos Programas relativa ao periacuteodo 19982000 constata-se que a expansatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo nacional ocorrida nos uacuteltimos anos ocorreu dentro de paracircmetros de qualidade acadecircmica Deve-se relembrar que a partir de 1998 o processo de avaliaccedilatildeo passou atribuir notas aos Programas (e natildeo aos cursos individualmente) sendo que 7 (sete) passou a ser a nota maacutexima para Programas que possuem mestrado e doutorado e 5 (cinco) para os Programas que possuem apenas o mestrado Quando observam-se os dados contidos na tabela ndeg 29 verifica-se que 56 dos mestrados e 72 dos doutorados situam-se entre os conceitos 4 e 5 indicando uma adequada consolidaccedilatildeo dos Programas existentes Por outro lado deve-se chamar a atenccedilatildeo que o esforccedilo de discriminai a qualidade acadecircmica dos programas apresentou resultados satisfatoacuterios uma vez que apenas 95 dos mestrados e 17 dos doutorados situaram-se entre os conceitos 6 e 7

Deve-se registrar que apesar da existecircncia de uma seacuterie de iniciativas institucionais colocadas em praacutetica pelas agecircncias de fomento nacionais e estaduais com o objetivo de atenuar a existecircncia da concentraccedilatildeo regional dos programas de poacutes-graduaccedilatildeo constata-se a persistecircncia de acentuado desequiliacutebrio na sua distribuiccedilatildeo no paiacutes A regiatildeo sudeste concentrava no ano de 2000 60 dos programas de mestrado e 71 de doutorado ao passo que a regiatildeo norte detinha apenas 2 dos mestrados e 15 dos cursos de doutorado existentes no paiacutes (Tabelas 210 e 211)

Paralelamente agrave expansatildeo do nuacutemero de cursos de poacutes-graduaccedilatildeo ocorreu um expressivo crescimento das matriacuteculas e titulaccedilotildees No ano de 2001 a poacutes-graduaccedilatildeo nacional absorvia um total de 94739 estudantes No mestrado passou-se de 29273 alunos existentes em 1987 para 61928 em 2001 no doutorado no mesmo periacuteodo passou-se de 7960 alunos para 35102 No periacuteodo 1995-2001 as matriacuteculas no mestrado tiveram um acreacutescimo de 436 e o doutorado experimentou uma expansatildeo na ordem de 80 Os dados indicam que ocorreu tambeacutem um expressivo aumento de alunos titulados No ano de 2001 a poacutes-graduaccedilatildeo titulou um total de 26028 estudantes Em 1987 o mestrado titulou 3653 alunos nuacutemero que saltou para 19630 no ano de 2001 no mesmo periacuteodo as titulaccedilotildees no doutorado passaram de 872 para 6042 Entre 1995 e 2001 ocorreu uma expansatildeo de 1085 nas titulaccedilotildees do mestrado e de 142 no doutorado (Tabela ndeg 212)

Essa expansatildeo do sistema nacional de poacutes-graduaccedilatildeo e o consequumlente crescimento do contigente de novos mestres e doutores nacional deriva em grande medida da existecircncia de programas mantidos pelas agecircncias de fomento nacionais e estaduais visando o fortalecimento dos cursos existentes e a manutenccedilatildeo dos programas de bolsas de estudos Somente a CAPES no ano de 2002 oferecia um total de 21309 bolsas no paiacutes sendo 11927 para mestrado e 9382 para doutorado Deve-se tambeacutem acrescentar que aleacutem das bolsas no paiacutes a CAPES no ano de 2001 manteve 1503 bolsistas no exterior (Tabela 217)

Tambeacutem o CNPq teve uma importante atuaccedilatildeo na formaccedilatildeo de recursos humanos poacutes-graduados mediante a concessatildeo de bolsas de mestrado e de doutorado No ano de 2001 foram concedidas 5798 bolsas de mestrado e 5842 de doutorado

As bolsas todavia distribuem-se de forma diferente entre as aacutereas e segundo seja o niacutevel doutorado ou mestrado No ano de 2000 as bolsas de mestrado de ambas agecircncias concentraram-se principalmente em trecircs grandes aacutereas Ciecircncias Humanas Sociais Aplicadas e Engenharias e Informaacutetica No doutorado aleacutem dessas grandes aacutereas tambeacutem as Ciecircncias da Sauacutede e Exatas e da Terra receberam maior nuacutemero de bolsas (Tabelas 212 a 216) Seria oportuno tambeacutem destacar a evoluccedilatildeo positiva registrada com relaccedilatildeo a qualificaccedilatildeo formal dos docentes que atuam nesse sistema Em 1987 apenas 728 dos docentes que atuavam nos programas de poacutes-graduaccedilatildeo eram doutores ao passo que em 2000977 do corpo docente possuiacuteam o tiacutetulo de doutor (Tabela 218)

Nesses uacuteltimos trinta anos a poacutes-graduaccedilatildeo tem se constituiacutedo o instrumento fundamental de modernizaccedilatildeo do ensino superior no paiacutes contribuindo de forma decisiva para alterar profundamente a sua fisionomia e forma de ser Atraveacutes de sua atuaccedilatildeo instalou-se uma competecircncia acadecircmica por todo o pais e na sua esteira ocorreu tambeacutem o processo de institucionalizaccedilatildeo

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

da pesquisa no interior de determinadas universidades Certamente satildeo vaacuterios os desafiacuteos que o sistema de poacutes-graduaccedilatildeo deve enfrentar tais como a persistencia de forte desequilibrio regional na distribuiccedilatildeo dos cursos de mestrado e doutorado a intensificaccedilatildeo da qualificaccedilatildeo de quadros docentes para atuar tanto no ensino puacuteblico quanto no privado a sua plena integraccedilatildeo com a graduaccedilatildeo e com todas as interfaces da universidade onde encontra-se instalada a flexibilizaccedilatildeo de sua forma de funcionamento de tal modo que ela seja capaz de oferecer ao paiacutes os recursos humanos diversificados para meios socaacuteis e demandas profissionais igualmente diferentes etc Natildeo seria incorreto dizer que a poacutes-graduaccedilatildeo pelos resultados apresentados e pelo seu padratildeo de qualidade constitui a dimensatildeo mais exitosa do sistema de ensino no paiacutes

Aleacutem de bolsas de mestrado doutorado poacutes-doutorado e sanduiacuteche a CAPES manteacutem programas de apoio agrave pesquisa e agrave cooperaccedilatildeo institucional e internacional

Tabela 25 Evoluccedilatildeo do nuacutemero de cursos de poacutes graduaccedilatildeo

Ano 1976

1977

1978

1979

1980

1981

1982

1983

1984

1985 1986

1987

1988 1989

1990

1991

1992

1993 1994

1995

1996 1997

1998

1999

2000

Mestrado

561 618 664 703 726 736 760 777 792 820 829 861 899 936 964 982 1018

1039

1119

1159

1186

1249

1291

1388

1453

Doutorado

200 219 235 252 277 285 301 314 333 346 353 385 402 430 450 466 502 524 594 616 629 658 695 752 821

Prof -----------------------18 37

Total

761 837 899 955 1003 1021

1061

1091

1125 1166

1182

1246

1301

1366

1414

1448 1520

1563

1713

1775

1815 1907

1986

2158

2311

Fonte CAPESMEC

Tabela 26 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo

por Dependecircncia Administrativa

Ano

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1 996

1997

1998

1999

2(XXJ

Part icular

M

79

83

89

94

95

90

97

110

112

102

115

121

148

174

D

33

37

42

44

45

46

47

54

54

52

55

60

65

69

Estadual

M

279

290

302

310

323

333

338

364

365

382

396

400

426

441

D

193

202

215

221

228

234

246

267

274

283

287

293

309

323

Federal

M

503

562

545

547

563

595

604

645

682

702

738

770

811

835

D

159

163

173

184

199

222

231

273

288

294

316

342

377

428

Municipal

M

0

0

0

0 0 0

0

0

0

0

0

0

3

3

D

0

0

0

0

0

0 0

0

0

II

0

0

1

1

Total

1246

1337

1366

1400

1453

1520

1563

1713

1775

1815

1907

1986

2140

2274

Fonte CAPES

Tabela 27 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo por

Grande Aacuterea (Mestrado)

Grande Aacuterea

Ciecircncias Agraacuterias

Ciecircncias Bioloacutegicas

Ciecircncias da Sauacutede

Ciecircncias Exatas e da Terra

Ciecircncias Humanas

Ciecircncias Sociais Aplicadas

Engenharias

Letras e Artes

Multidiscishyplinar

1987

101

91

189

118

129

83

87

48

1

1988

111

98

203

123

140

76

93

51

2

1989

118

103

216

127

142

78

95

55

2

1990

124

105

222

128

146

83

97

56

3

1991

125

108

229

130

146

83

101

57

3

1992

130

109

243

133

150

85

105

59

4

1993

134

111

247

134

152

85

109

62

5

1994

137

120

270

141

163

91

119

65

13

1995

140

123

273

147

167

100

125

65

19

1996

145

123

275

153

166

100

126

66

32

1997

155

126

284

160

174

105

138

68

39

1998

159

135

298

160

177

III

147

70

34

1999

167

139

306

172

196

130

155

76

47

2000

174

142

316

177

205

147

158

80

54

Fonte CAPESMEC

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Tabela 28 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo

por Grande Aacuterea (Doutorado) Grande Aacuterea

Ciecircncias Agrarias

Ciencias Bioloacutegicas

Ciecircncias da Sauacutede Ciencias Exatas e da Terra Ciencias Humanas

Ciencias Sociais Aplicadas

Engenharias Letras e Artes

Multidiscishyplinar

1987

29

47

107

58

39

22

42

26

0

1988

32

52

122

61

41

22

44

28

0

1989

39

53

130

65

44

22

49

28

0

1990

42

55

137

69

45

23

50

29

0

1991

44

57

141

74

48

23

51

30

0

1992

48

61

147

81

57

25

53

29

0

1993

49

67

149

82

59

28

55

34

1

1994

53

79

172

86

73

31

58

35

7

1995

55

81

174

90

76

34

61

36

9

1996

58

81

176

91

82

33

61

36

11

1997

64

84

183

94

83

36

63

39

12

1998

66

89

195

95

89

42

65

44

10

1999

77

94

197

104

96

50

74

47

13

2000

88

100

212

109

104

56

85

51

16

Tabela 29 Conceitos dos Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo - 19982000

Profissionalizante

Mestrado

Doutorado

0

0

7

2

1

0

9

3

2

2

53

13

3

27

450

75

4

12

499

296

5

12

357

322

6

6

98

100

7

0

49

49

Fonte CAPESMEC

Tabela 210 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo

por Regiatildeo (Mestrado)

Centro-Oeste

Nordeste

Norte

Sudeste

Sul

1987

36

119

18

574

114

1988

40

130 18

599

12

1989

42

124

18

624

126

1990

42

126

18

645

131

1991

43

128

18

657

136

1992 44

140

20

670

144

1993

48

145

21

677

148

1994

52

160

24

712

171

1995

57

164

25

731

182

1996

58

172

27

738

191

1997

64

179

27

772

207

1998

68

186

27

791

219

1999

73

202

28

842

243

2000

80

211

32

872

258

Fonte CAPESMEC

Fonte CAPESMEC

Tabela 211 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo

por Regiatildeo (Doutorado)

Centro-Oeste

Nordeste

Norte

Sudeste

Sul

1187

4

10

5

340

26

I98S

5

10

5

352

30

1989

7

13

5

373

32

1990

10

14

5

385

36

1991

10

18

5

397

38

1992

11

22

6

415

48

1993

13

26

6

431

51

1994

14

35

8 477

60

1995

15

36

8

493

64

1996

16

37

8

498

70

1997

18

42

8

514

7iacute

1998

20

49

8

531

87

1999

21

60

8

555

108

2000

24

76

11

582

128

Fonte CAPESMEC

Tabela 212 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Alunos Matriculados e Titulados

na Poacutes-Graduaccedilatildeo 1987-2001

Ano

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995 1996

1997

1998

1999

2000

2001

Matriculados (em dezembro)

Mestrado

29273

30990

31992

35727

37428

37813

38414

41084

43121

45622

47788

50816

56182

61735

61928

Doutorado

7960

8345

9148

10496 12095

13764

15556

17464

19492

19492

22198

26828

29998

33004

35102

Prof

_ -

-_ ----_ 0 0

862

1879

2978

Total

37233

39335

41140

46223

49523

51577

53970

58548

62613

67820

72316

77644

87042

96618

100oos

Mestrado

3653

3845

4597

5452

6799

7380

7554

7627

8982

10499

11922

12681

15324

18132

19630

Titulados

Doutorado

872

915

1000

1222

I4VII

1780

1792

2081

2497

2985

3620

3949

4853

5335

6042

Prof

_ _ _ _ _

_ _ _ _ 0

0

56

241

356

Total

4525

4760

5597

6674

8289

9160

9346

9708

11479

13484

15542

16630

20233

23708

26028

Fonte CAPESCGADEM

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Tabela 213 Concessatildeo de Bolsas no Paiacutes segundo Grande Aacuterea do

ConhecimentoCAPES 1991-2002 (Mestrado)

Grande Aacuterea

Ciecircncias Exatas e da Terra

Ciencias Bioloacutegicas

Engenharias

Ciecircncias da Sauacutede

Ciencias Agraacuterias

Ciecircncias Sociais Aplicadas

Ciecircncias Humanas

Letras e Artes

Multidisci plinar

Outros

Total

I99|

926

874

1909

1469

11975

15255

17665

763

34

0

10465

1992

937

907

17885

15055

13035

1460

1662

7$0

37

0

1993

11345

9975

18945

17405

1478

14295

2234

818

55

0

10351 11782

1994

1171

1099

1945

1844

1571

1432

2227

8215

64

0

12173

1995

1134

1000

1866

1918

1377

14515

2164

821

73

0

11805

1996

1311

11005

1977

1913

14985

14515

2237

8425

109

0

12440

199 7

1420

1176

2094

20915

16495

1498

2328

887

156

0

13300

1998

12885

1074

19435

1751

1581

13375

20985

781

164

0

12019

1999

13215

10665

18985

1626

1574

1192

19435

700

216

0

11538

2000

1410

1066

1895

1630

1636

11305

1886

671

271

0

11596

2001

1563

1153

2010

1621

1703

1087

1847

641

310

0

11935

2002

1528

1147

1899

1481

1687

1184

2022

635

344

0

11927

Fonte CAPESMEC

Tabela 215 Concessatildeo de Bolsas no Paiacutes segundo Grande Aacuterea do

ConhecimentoCAPES 1991-2002 (Doutorado) Grande Arca

Ciecircncias Exatas e da Terra Ciecircncias Bioloacutegicas

Engenharias Ciecircncias da Sauacutede Ciecircncias Agraacuteria-Ciecircncia-Sociais Aplicadas Ciecircncias Humanas Letras e Ar tes Multidiscishyplinar

Outros

Total

1991

269$

4315

413

5135

403

6725

326

297

0

0

3326

1992

3205

4o35

4425

582

527

696

3$3

344

0

0

37285

1993

724$

623

9345

7595

503

358$

8585

3015

3

0

5066

1994

8155

7005

1054

819

583

414

9635

317

8

0

5675

1995

9365

826

1152

9455

68$$

484

11065

338

21

0

6495

1996

986

884

1154

10735

7285

$47$

1224

361

40

0

69985

1997

9895

930$

1162

12285

809

$83

1350

409

475

0

7509

1998

918

931

11475

1127

792

5745

13885

388

565

0

7323

1999

9425

9935

1178

12745

870

582

15415

468

113

0

7963

2000

1036

995

1229

14035

946

6285

1608

498

975

0

84415

2001

1100

1054

1286

1522

1024

64$

1690

$38

121

0

8980

2002

1150

1061

1177

1610

1135

711

1811

$73

154

0

9382

Fonte CAPESMEC

Tabela 217 Bolsas no Exterior - Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de

Bolsistas - 1996-2001

Ano

1996

1997

1998

1999

2000

2001

Total

1279

1456

1501

1553

1518

1503

Doutorado Pleno

943

955

945

848

761

70S

Doutorado Sanduiacuteche

154

235

252

275

309

356

Especializaccedilatildeo

19

52

73

71

46

Graduaccedilatildeo Sanduiacuteche

79

223 262

Mestrado

48

37

18

8

11

19

Poacutes-Doutorado

115

177

134

128

129

197

Fonte CAPESMEC

Tabela 218 Evoluccedilatildeo do Nuacutemero de Docentes da

Poacutes-Graduaccedilatildeo - 1987-2000

Ano

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

Total

14838

17236

18985

19900

20188

20715

21314

22345

22384

21899

23475

22835

24375

25663

25941

Doutores

10814

13148

14757

15799

16393

17185

17998

19643

19890

19604

21342

21670

23503

25061

255X7

Doutores ()

728

763

777

794

812

830

845

880

889

895

909

949

964

977

986

Fonte CAPES

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Tabela 219 Concessatildeo de Bolsas no Paiacutes segundo Grande Aacuterea do

ConhecimentoCNPq 1997-2000 (Mestrado)

Grande Aacuterea

Ciecircncias Exatas e da Terra

Ciencias Bioloacutegicas

Engenharias

Ciencias da Sauacutede

Ciencias Agrarias

Ciencias Sociais Aplicadas

Ciencias Humanas

Letras e Artes

Total

1997

1015

866

1633

790

975

798

1280

384

7741

1998

843

734

1294

624

806

642

1017

294

6254

1999

800

714

1161

518

716

581

906

271

5667

2000

787

71

1163

446

715

550

900

267

5539

Fonte CNPq

Tabela 220 Concessatildeo de Bolsas no Paiacutes segundo Grande Aacuterea do

ConhecimentoCNPq - 1997-2000 (Doutorado)

Grande Aacuterea

Ciecircncias Exatas e da Terra

Ciecircncias Bioloacutegicas

Engenharias

Ciecircncias da Sauacutede

Ciecircncias Agraacuterias

Ciecircncias Sociais Aplicadas

Ciecircncias Humanas

Letras e Artes

Total

1997

1040

701

872

566

577

289

728

237

5010

1998

1085

820

972

528

548

247

740

254

5194

1999

1078

850

1072

469

580

228

782

240

5299

2000

1126

916

1059

457

646

255

824

246

5529

Fonte CNPq

27 Sistemas de avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees de ensino sushyperior no Brasil

Denise Leite

A avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior no Brasil constitui um processo que vem se desenvolvendo desde os anos 70 no que diz respeito ao sistema de poacutes-graduaccedilatildeo e pesquisa Mais recente poreacutem dos anos 90 pra caacute eacute o processo de avaliaccedilatildeo global das

instituiccedilotildees o qual pode-se dizer vem desafiando as relaccedilotildees estado-universidade-sociedade tendo em vista suas caracteriacutesticas intriacutensecas e seus efeitos sobre os sistemas de educaccedilatildeo superior

Entre 1992 e 1996 inuacutemeros atores entraram em cena quando os paiacuteses europeus notadamente a Inglaterra estabeleceram seus sistemas nacionais de avaliaccedilatildeo para a melhora da qualidade eficiecircncia eficaacutecia e prestaccedilatildeo de contas do ensino superior agrave sociedade No Brasil os reitores das universidades puacuteblicas federais por intermeacutedio de sua associaccedilatildeo (Andifes) com o apoio das associaccedilotildees de docentes (Andes) propuseram ao Ministeacuterio de Educaccedilatildeo um programa de avaliaccedilatildeo calcado na experiecircncia CAPES e no modelo holandecircs que teve ampla repercussatildeo no meio acadecircmico mundial Universidades docentes discentes e corporaccedilotildees como as da aacuterea meacutedica puseram-se em campo para discutir os princiacutepios e interesses envolvidos nesse processo avaliatoacuterio A aacuterea meacutedica executou um programa proacuteprio de avaliaccedilatildeo exclusivo das faculdades de Medicina (Cinaem) O Estado como ator principal fez-se presente nessa discussatildeo mediante a implantaccedilatildeo de um sistema de avaliaccedilatildeo que inicialmente foi liderado pela Secretaria de Ensino Superior (SesuMEC) e atualmente estaacute ao encargo do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) Mais recentemente colocaram-se em cena os reitores do CRUB representando preferencialmente os interesses das universidades privadas e confessionais apresentando um modelo de avaliaccedilatildeo que desejando ser independente no geral segue a proposta inicial da Andifes

como mostra Kells (1996) a intensa movimentaccedilatildeo de diferentes atores colocou o Brasil agrave frente do que ocorria na Ameacuterica Latina nos anos 90 tornando o paiacutes que ofereceu maior contribuiccedilatildeo ao desenvolvimento da histoacuteria organizada da avaliaccedilatildeo institucional nesta parte do mundo especialmente devido agrave experiecircncia acumulada na CAPES agecircncia estatal que estabeleceu um programa de avaliaccedilatildeo indiscutivelmente pioneiro

Contudo a diversidade do sistema de educaccedilatildeo superior brasileiro com seu grande nuacutemero de universidades e instituiccedilotildees privadas autocircnomas e com um complexo conjunto de universidades e instituiccedilotildees puacuteblicas apenas parcialmente autocircnomas dificultou a manutenccedilatildeo de um processo unitaacuterio de avaliaccedilatildeo Soma-se a isso a dimensatildeo do sistema de educaccedilatildeo superior cujo nuacutemero de matriacuteculas cresceu 42 em apenas 5 anos (1994-1999) distribuiacutedas em um territoacuterio semelhante ao da Europa Tendo em vista a diversidade a complexidade e o tamanho do sistema muitos satildeo os interesses representados resultando assim em variados formatos avaliativos que foram sendo introduzidos

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

para compor o sistema que veio a se estabelecer nos uacuteltimos seis anos agora sob a coordenaccedilatildeo do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

A Figura 21 abaixo ilustra o modelo nacional de avaliaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior no Brasil Considerando as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior como caixas-pretas o sistema de avaliaccedilatildeo que se iniciou em 1977 e ampliou-se a partir de 1994 e 1996 engloba procedimentos diversos e diferenciados atendendo agrave complexidade do sistema Os processos de certificaccedilatildeo que visam a reconhecer os cursos e instituiccedilotildees nutrem-se dos resultados de tais processos avaliatoacuterios como se apresenta a seguir

Figura 21 Avaliaccedilatildeo do Ensino Superior no Brasil

271 Normas instrumentos e estrateacutegias para avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees de ensino superior

como evidenciado na Figura 21 o sistema de avaliaccedilatildeo das IES brasileiras organiza-se em diferentes etapas numa tentativa de abranger a totalidade do processo de formaccedilatildeo universitaacuteria da graduaccedilatildeo agrave poacutes-graduaccedilatildeo inicia com as provas de ingresso ou vestibulares que podem ser precedidas pelos exames do Ensino Meacutedio desenvolvendo-se em diversas etapas cujas normas procedimentos e estrateacutegias satildeo descritas a seguir destacando-se as articulaccedilotildees entre avaliaccedilotildees internas (ou auto-avaliaccedilotildees) e externas

2711 Avaliaccedilatildeo para ingresso no ensino superior Exame Nacional do Ensino Meacutedio (ENEM) e Exame Vestibular

Para ingresso no ensino superior puacuteblico ou privado o candidato deveraacute realizar exame de ingresso o chamado Exame Vestibular Cada universidade organiza seu processo de avaliaccedilatildeo individualmente ou em conjunto com outras IES Haacute notas miacutenimas de aprovaccedilatildeo e as provas abrangem as mateacuterias constantes dos curriacuteculos do ensino meacutedio O sistema incluindo as instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas oferece anualmente 1216287 mil vagas (2000) sendo que a relaccedilatildeo candidato-vaga oscila entre 37 como meacutedia ateacute 12 ou mais candidatosvaga nas grandes universidades puacuteblicas21 Algumas IES aceitam como parte das condiccedilotildees de ingresso aos seus cursos superiores os resultados obtidos pelos candidatos no Exame Nacional de Ensino Meacutedio (ENEM) dirigido aos alunos da 31 seacuterie do ensino meacutedio e realizado anualmente sob a coordenaccedilatildeo do Ministeacuterio de Educaccedilatildeo que natildeo eacute obrigatoacuterio e tem como objetivo regular a oferta de ensino visando ao ingresso nos cursos superiores Destina-se preferencialmente agravequeles estudantes que querem conhecer suas possibilidades individuais apoacutes cursar o niacutevel meacutedio Em 2001 230 instituiccedilotildees aceitaram seus resultados como requisito parcial ou natildeo associado ao vestibular vaacutelido para ingresso no ensino superior Recebeu nesse ano 13 milhatildeo de inscriccedilotildees sendo um exame pago pelo aluno com algumas exceccedilotildees (alunos de escolas puacuteblicas carentes e outros) reguladas pela Portaria ndeg 1952001

2712 Auto-avaliaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo interna das IES

A avaliaccedilatildeo do desempenho individual e institucional das IES eacute realizada pelo MEC e pela proacutepria instituiccedilatildeo mediante sua auto-avaliaccedilatildeo Os seguintes itens devem compor o relatoacuterio de desempenho individual e institucional da IES como subsiacutedio necessaacuterio aos processos de credenciamento ou reconhecimento grau de autonomia assegurado pelas mantenedoras (IES privadas fundamentalmente) PDI - Plano de Desenvolvimento Institucional a independecircncia acadecircmica dos colegiados acesso agraves redes eletrocircnicas de comunicaccedilatildeo estrutura curricular de cursos criteacuterios adotados na avaliaccedilatildeo educacional das aprendizagens (rendimento escolar) programas de extensatildeo desenvolvidos em accedilotildees de integraccedilatildeo com a sociedade produccedilatildeo cientiacutefica tecnoloacutegica e cultural condiccedilotildees de trabalho e qualificaccedilatildeo dos docentes demonstraccedilatildeo de providecircncias adotadas para sanear deficiecircncias identificadas na auto-avaliaccedilatildeo e

21 Carreiras como medicina e direito podem ter uma relaccedilatildeo candidato-vaga nas grandes universidades puacuteblicas trecircs a quatro vecirczes maior do que a meacutedia nacional

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

resultados obtidos pela IES na avaliaccedilatildeo nacional de cursos (art 17 Cap IV Lei ndeg 38602001) A auto-avaliaccedilatildeo da IES pode ser desenvolvida conforme o modelo PAIUB atualmente em sua segunda versatildeo (a primeira seguia o modelo proposto pela Andifes) ou outro modelo CRUP ou ainda outro modelo de sua livre escolha

2713 Avaliaccedilatildeo da graduaccedilatildeo avaliaccedilatildeo do MEC

A avaliaccedilatildeo dos cursos de graduaccedilatildeo eacute realizada anualmente por meio do Exame Nacional de Cursos (ENC) o Provatildeo Implantado por uma Medida Provisoacuteria em 1995 (MP ndeg 10181995) explicitado na Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional Lei ndeg 93941996 regulamentado pela Portaria ndeg 2491996 e pelo Decreto ndeg 20261996 o Provatildeo adquiriu seu formato atual mediante o disposto no Decreto ndeg 38602001 do Poder Executivo Federal Seu objetivo fundamental eacute medir a aprendizagem realizada em cada curso pelos estudantes de uacuteltimo ano com a finalidade de avaliar o curso externamente e natildeo o aluno em si Eacute aplicado em todo o paiacutes em geral no mecircs de junho de cada ano configurando-se num processo que paulatinamente vem avaliando as carreiras profissionais sempre integrando novos cursos ao processo E um exame obrigatoacuterio entretanto o aluno pode recusar-se a responder agraves questotildees mas natildeo pode deixar de comparecer agrave prova pois se isto acontecer natildeo receberaacute seu diploma e consequumlentemente prejudicaraacute seu curso deixando-o mal posicionado no ranking nacional As provas satildeo organizadas por docentes reconhecidos sendo que os programas dos conteuacutedos que delas faratildeo parte satildeo publicados com antecedecircncia e os alunos costumam recebecirc-los em casa juntamente com as orientaccedilotildees sobre a prova e um questionaacuterio sobre o seu curso e instituiccedilatildeo de ensino A Diretoria de Avaliaccedilatildeo e Acesso ao Ensino Superior do INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo-puacuteblica uma revista de divulgaccedilatildeo denominada Revista do Provatildeo que traz todas as orientaccedilotildees sobre os exames A paacutegina Web do MEC INEP (httpwwwinepgovbrencprovao) da mesma forma divulga dados sobre o Provatildeo e todas as informaccedilotildees para sua realizaccedilatildeo As IES e as direccedilotildees de faculdades e cursos recebem material informativo sobre o exame As diretrizes para as provas de cada curso satildeo definidas por Comissotildees de Especialistas indicados pela proacutepria comunidade acadecircmica dentre seus pares Nas diretrizes constam uma Introduccedilatildeo sobre as principais caracteriacutesticas do curso o nome dos membros da Comissatildeo e suas instituiccedilotildees de origem a duraccedilatildeo e o formato da prova os conteuacutedos e as habilidades ou saberes e competecircncias que seratildeo medidos

Os exames satildeo realizados em diferentes locais do paiacutes ao mesmo tempo e seus resultados satildeo vaacutelidos para o curso frequumlentado pelo aluno sendo expressos da seguinte forma conceito A (cursos com desempenho acima de um desvio-padratildeo da meacutedia geral) conceito B (cursos com desempenho no intervalo entre o meio e um desvio padratildeo acima da meacutedia) conceito C (cursos com desempenho no intervalo em torno de meio desvio padratildeo da meacutedia geral) conceito D (para cursos com desempenho no intervalo entre meio e um desvio padratildeo abaixo da meacutedia geral) conceito E (cursos com desempenho abaixo de um desvio-padratildeo da meacutedia geral)

Esses conceitos do Provatildeo aliados aos da avaliaccedilatildeo das Condiccedilotildees de Oferta (CO) compotildeem o Ranking Nacional das Instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo Superior do paiacutes Segundo a Revista do Provatildeo (2001) em 5 anos participaram do ENC 191 mil alunos sendo avaliados 2888 cursos de 18 carreiras acadecircmicas Em 2001 foram avaliados 4 mil cursos de 20 carreiras profissionais e 278668 alunos prestaram provas As seguintes profissotildees vecircm sendo avaliadas Direito Administraccedilatildeo Psicologia Economia Jornalismo Letras Pedagogia Engenharia Civil Engenharia Quiacutemica Engenharia Eleacutetrica Engenharia Mecacircnica Quiacutemica Matemaacutetica Fiacutesica Biologia Agronomia Medicina Medicina Veterinaacuteria Odontologia Farmaacutecia

Aleacutem dos resultados do Provatildeo e as listas de classificaccedilatildeo serem amplamente divulgados na imprensa nacional os dirigentes das IES que foram submetidas ao Provatildeo recebem o Relatoacuterio da Instituiccedilatildeo o qual apresenta os resultados por ela obtidos face ao exame prestado por seus alunos e as opiniotildees dos mesmos sobre seus respectivos cursos Cada Relatoacuterio traz o conceito dos cursos os resultados das questotildees de muacuteltipla-escolha das questotildees discursivas e do questionaacuterio-pesquisa aleacutem de breve avaliaccedilatildeo dos itens daquela prova segundo a visatildeo dos coordenadores Via de regra os alunos consideram que as provas satildeo faacuteceis e estimulantes mas tratam de temas agraves vezes jaacute esquecidos por terem sido vistos nos primeiros anos dos cursos Aos alunos com melhor colocaccedilatildeo nos exames gerais o MEC oferece a cada ano bolsas de estudo para Poacutes-Graduaccedilatildeo

Paralelamente ao exame nacional o MEC reativou as Comissotildees de Especialistas por Aacuterea de Conhecimento que estabelecem para cada curso profissional as definiccedilotildees relativas agraves provas com o objetivo de orientar os verificadores Satildeo seus Especialistas que realizam tambeacutem a avaliaccedilatildeo externa in loco das chamadas Condiccedilotildees de Oferta de Ensino (CO) Anualmente para essa verificaccedilatildeo a Secretaria de Ensino Superior do Ministeacuterio treina aproximadamente 300 especialistas docentes acadecircmicos os quais

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

satildeo enviados a todo paiacutes para observar as condiccedilotildees locais coletar e encaminhar dados que auxiliaratildeo na composiccedilatildeo da classificaccedilatildeo nacional de cursos de graduaccedilatildeo juntamente com os resultados do Provatildeo As comissotildees a partir de um conjunto de indicadores avaliam (a) organizaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica de cada curso (b) adequaccedilatildeo das instalaccedilotildees fiacutesicas (c) adequaccedilatildeo das instalaccedilotildees especiais (laboratoacuterios oficinas salas-ambiente e outros) (d) qualificaccedilatildeo do corpo docente (titulaccedilatildeo regime de trabalho plano de cargos e salaacuterios - PDI - produccedilatildeo e produtividade intelectual experiecircncia profissional relaccedilotildees professor-aluno e outros) (e) bibliotecas (acervo livros perioacutedicos acesso a redes adequaccedilatildeo ambiental) Os resultados dessas verificaccedilotildees satildeo expressos em conceitos CMB - Condiccedilotildees Muito Boas CB - Condiccedilotildees Boas CR - Condiccedilotildees Regulares Cl - Condiccedilotildees Insuficientes A mateacuteria eacute amplamente divulgada na paacutegina web do MEC (httpwwwgovbr SesuAvaliacaolnstrumentalshtm2000) onde consta o instrumental pertinente a cada curso conforme a aacuterea de conhecimento e os resultados dos cursos avaliados As condiccedilotildees de oferta de ensino vecircm sendo estudadas desde 1997 seguindo a realizaccedilatildeo dos exames nacionais de curso Assim gradativamente a cada ano esse formato avaliativo incorpora um nuacutemero maior de visitas locais Ateacute o ano 2000 foram avaliadas 18 aacutereas do conhecimento correspondendo aos cursos de Direito Economia Jornalismo Medicina Medicina Veterinaacuteria Odontologia Psicologia Agronomia Biologia Quiacutemica Fiacutesica Letras Administraccedilatildeo Engenharia Civil Engenharia Eleacutetrica Engenharia MECacircnica e Engenharia Quiacutemica

Aleacutem desses procedimentos e estrateacutegias previstos para avaliar o desempenho de alunos cursos e instituiccedilotildees o sistema avalia os corpos docente e teacutecnico de ensino superior das instituiccedilotildees puacuteblicas natildeo autocircnomas que estatildeo sob a supervisatildeo direta do Ministeacuterio Os docentes satildeo avaliados anualmente recebendo uma pontuaccedilatildeo correspondente agraves suas atividades de docecircncia - maior pontuaccedilatildeo para sala de aula de graduaccedilatildeo pesquisa e extensatildeo - mediante a concessatildeo da GED Gratificaccedilatildeo de Estiacutemulo agrave Docecircncia instituiacuteda no acircmbito do magisteacuterio das instituiccedilotildees federais de ensino superior pela Lei ndeg 96781998 regulamentada pelo Decreto ndeg 26681998 Esse formato avaliativo correspondendo ao sistema merit pay adotado em vaacuterios paiacuteses atribui ateacute 140 pontos ao docente considerando sua atividade principal a docecircncia seu regime de trabalho categoria e titulaccedilatildeo Em 2000 representou de 50 a 65 da remuneraccedilatildeo global dos docentes A GED possui uma pontuaccedilatildeo fixa poreacutem a distribuiccedilatildeo dos pontos em quesitos concerne a cada universidade cuja aprovaccedilatildeo se daacute com referendum

do Conselho Universitaacuterio o mais alto oacutergatildeo de gestatildeo das universidades O instrumento avaliativo eacute preenchido pelo proacuteprio professor revisado em seu departamento de origem e encaminhado agrave comissatildeo central da GED de cada universidade

A avaliaccedilatildeo dos teacutecnicos de niacutevel superior funcionaacuterios das universidades puacuteblicas federais ainda natildeo atingiu toda a comunidade administrativa Contudo a GDAE Gratificaccedilatildeo de Desempenho por Atividade Administrativa significou em 2000 um acreacutescimo de ateacute 42 na remuneraccedilatildeo de alguns funcionaacuterios graduados

2714 Avaliaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo avaliaccedilatildeo CAPES

A CAPES Fundaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo e Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo iniciou suas atividades em 1951 entatildeo como uma Coordenaccedilatildeo Passou a desenvolver suas praacuteticas de avaliaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo a partir dos anos 1970 mediante um sistema que caracterizava o desempenho de cursos de mestrado e doutorado separadamente As avaliaccedilotildees com criteacuterios estabelecidos por pares indicados pela comunidade tinham periodicidade anual e depois bi-anual Sendo de conhecimento dos cursos os criteacuterios de avaliaccedilatildeo alcanccedilados permitiam obter uma classificaccedilatildeo pontuada por conceitos A B C D e E hierarquizada do melhor ao pior desempenho Essa experiecircncia consolidou-se ao longo dos anos sempre em diaacutelogo com as IES em 1980 iniciaram-se as visitas de pares aos programas de poacutes-graduaccedilatildeo em 1982 os resultados das avaliaccedilotildees deixaram de ser reservados passando a ser divulgados individualmente em 1984 os cursos adquiriram o direito de solicitar reconsideraccedilatildeo de suas avaliaccedilotildees em caso de se julgarem prejudicados com o conceito obtido em 1985 os conceitos foram divulgados para todos os cursos e natildeo apenas para aqueles que haviam sido avaliados em 1988 os recursos da informaacutetica permitiram que a avaliaccedilatildeo fosse em parte realizada por meio eletrocircnico em 1992 as comissotildees de pares acadecircmicos passaram a receber amplo material de apoio incluindo indicadores qualitativos e quantitativos para realizar a avaliaccedilatildeo externa com visitas in loco em 1994 as avaliaccedilotildees passaram a ser feitas em duas etapas em 1998 o sistema foi modificado tendo em vista a estabilidade atingida -79 dos cursos de mestrado e 90 dos doutoramentos atingiram classificaccedilatildeo A ou B (Polidori 2001 )

Apoacutes essa modificaccedilatildeo os procedimentos de avaliaccedilatildeo passaram a incluir novos e mais ajustados criteacuterios de afericcedilatildeo da qualidade dos programas de poacutes-graduaccedilatildeo Ou seja satildeo avaliados em seu conjunto - cursos de mestrado e doutorado - tendo como paracircmetro

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

o niacutevel de excelecircncia internacional As avaliaccedilotildees satildeo expressas em nuacutemeros numa escala de 1 a7 sendo 5 a nota maacutexima para mestrados e 7 a maacutexima para doutorados compondo o conceito final do programa

Observa-se que o formato avaliativo CAPES foi construiacutedo ao longo dos anos em sintonia com a comunidade acadecircmica e vem sendo efetivado com o concurso de pares acadecircmicos Inclui diagnoacutesticos quali-quantitativos tendo como base para anaacutelise os referentes preestabelecidos gerais e das aacutereas do conhecimento assim como a identidade e caracteriacutesticas proacuteprias de cada programa A produtividade do sistema eacute aferida centralmente sobre o NRD6 corpo docente fixo do programa em avaliaccedilatildeo As inter-relaccedilotildees entre a proposta do programa corpo docente corpo discente atividades de pesquisa atividades de formaccedilatildeo produccedilatildeo intelectual teses e dissertaccedilotildees constituem os principais quesitos de avaliaccedilatildeo Os procedimentos baacutesicos para a avaliaccedilatildeo com paracircmetro maacuteximo ou seja a avaliaccedilatildeo final pela CAPES apoacutes anaacutelises e visitas dos pares envolvem 4 momentos

Io) anaacutelise pelas Comissotildees de Aacuterea do conjunto de programas de poacutes-graduaccedilatildeo do paiacutes com enquadramento de 1 a 5

2o) anaacutelise dos programas 5 submetendo-os aos referenciais de excelecircncia 5 a 7 considerando desempenho diferenciado compatiacutevel com similar internacional competitividade com programas similares internacionais demonstraccedilatildeo de lideranccedila na comunidade cientiacutefica

3o) apreciaccedilatildeo pelo Conselho Teacutecnico Cientiacutefico da CAPES dos resultados de cada aacuterea e grande aacuterea do conhecimento com homologaccedilatildeo dos resultados finais

4o) divulgaccedilatildeo dos resultados finais

Cada aacuterea do conhecimento - 44 no total - possui orientaccedilotildees proacuteprias de avaliaccedilatildeo traccediladas pela respectiva comunidade cientiacutefica cujos instrumentos de avaliaccedilatildeo estatildeo especificados e disponiacuteveis em paacutegina Web O sistema CAPES avaliou 2357 cursos no ano 2000 dentre eles 135 obtiveram conceitos 6 ou 7 57 conceitos 34 e 5 295 conceitos 1 ou 2 Por suas estrateacutegias e procedimentos na integraccedilatildeo aos outros procedimentos de afericcedilatildeo da qualidade e com o concurso das poliacuteticas puacuteblicas esse formato avaliativo contribui para desenvolver uma poacutes-graduaccedilatildeo de qualidade ou mesmo de excelecircncia Ao longo dos anos a seriedade a severidade e a competecircncia dos criteacuterios

procedimentais tecircm sido ressaltadas a tal ponto que passaram a se constituir num sistema cujo modelo vem tendo ressonacircncia aleacutem das fronteiras do paiacutes

272 As relaccedilotildees entre auto-avaliaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo extershyna Niacutevel puacuteblico e privado

Sumariando o sistema de avaliaccedilatildeo tomado em seu conjunto parte descrita neste capiacutetulo deparamos com a integraccedilatildeo entre os diferentes procedimentos O MEC responsaacutevel pelo sistema de supervisatildeo das IES puacuteblicas e privadas utiliza (a) avaliaccedilatildeo de indicadores do sistema (por regiatildeo unidade da federaccedilatildeo aacutereas do conhecimento e classificaccedilatildeo das IES) (b) avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees (auto-avaliaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo MEC) (c) avaliaccedilatildeo de cursos de graduaccedilatildeo (Exame Nacional e condiccedilotildees de oferta de cursos) (d) avaliaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo (avaliaccedilatildeo CAPES)

Os principais formatos avaliativos os instrumentos e as estrateacutegias utilizados nessas avaliaccedilotildees satildeo um Censo Anual do Ensino Superior responsaacutevel pelo levantamento global de dados permitindo traccedilar poliacuteticas e comparaccedilotildees nacionais e internacionais um Exame Nacional de Cursos (ENCPROVAtildeO) aplicado a todos os alunos Concluintes de cursos de graduaccedilatildeo uma anaacutelise in loco das condiccedilotildees de ensino ofertadas pelas instituiccedilotildees cujos alunos realizaram o exame geral (avaliaccedilatildeo externa das condiccedilotildees de oferta ou AVALIACcedilAtildeO POR ESPECIALISTAS) Em conjunto esses dois uacuteltimos formatos efetivados a cada ano para IES puacuteblicas e privadas produzem uma classificaccedilatildeo nacional das instituiccedilotildees encarregadas da formaccedilatildeo profissional em niacutevel de graduaccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo natildeo compulsoacuteria incluindo formato peer review examina os programas de poacutes-graduaccedilatildeo (AVALIACcedilAtildeO CAPES) tomando puacuteblicos os conceitos atribuiacutedos aos melhores e piores desempenhos um formato avaliativo tipo merit pay cujos criteacuterios satildeo internamente estabelecidos em cada IES avalia anualmente os docentes da rede federal de instituiccedilotildees (GED) sendo seus resultados transformados em ganhos salariais Completa o design do sistema um processo de avaliaccedilatildeo interna das instituiccedilotildees que quiserem buscar seu autoconhecimento A AVALIACcedilAtildeO INTERNA tem por paracircmetro modelos proacuteprios ou aqueles referendados pelo PAIUB ou pelo CRUB preparando a IES para a AVALIACcedilAtildeO EXTERNA dos Especialistas (caso da Graduaccedilatildeo) ou dos peer revie (caso da Poacutes-Graduaccedilatildeo) Todo o complexo processo estaacute regulado pela legislaccedilatildeo pertinente e integrado aos tracircmites de credenciamento autorizaccedilatildeo e reconhecimento de cursos e instituiccedilotildees (Constituiccedilatildeo Federal de 1988 art84 Incisos IV e VI Lei ndeg 40241961 Lei ndeg 91311995 Lei ndeg 93941996 e Decreto ndeg 38602001)

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Os processos de avaliaccedilatildeo interna e auto-avaliaccedilatildeo das IES guardam relaccedilatildeo com as avaliaccedilotildees externas Todo o conjunto de estrateacutegias e procedimentos de reconhecimento de cursos ou recredenciamento de instituiccedilotildees e os processos de avaliaccedilatildeo estatildeo interligados tanto no niacutevel puacuteblico quanto no niacutevel privado sendo referendados por legislaccedilatildeo especiacutefica que obriga as IES a realizarem os processos previstos em lei

273 Sistema nacional de avaliaccedilatildeo

Costuma-se afirmar que a avaliaccedilatildeo das universidades aleacutem de ser datada no seacuteculo 20 eacute um fenocircmeno gestado na Ameacuterica do Norte e revivido na Inglaterra sob o governo de Margareth Tatcher Essas origens de per si parecem colocar na avaliaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior um veacuteu liberalizante ou neo-conservador Poreacutem outros matizes podem ser encontrados denotando variadas orientaccedilotildees nessa avaliaccedilatildeo Xue (1996) confirma que a avaliaccedilatildeo mais antiga de que se tem notiacutecia na China processou-se por muitos seacuteculos mediante a realizaccedilatildeo de exames puacuteblicos os academic achievement tests Desde 1985 neste paiacutes tambeacutem se desenvolvem avaliaccedilotildees institucionais das universidades Na mesma eacutepoca na Europa Continental Franccedila e Holanda lideraram processos nacionais de avaliaccedilatildeo que objetivavam contrapor-se agraves possibilidades regulatoacuterias ou neo-conservadoras trazidas pelos programas ingleses de avaliaccedilatildeo estilo tatcheriano

Na Ameacuterica do Sul anteciparam-se as universidades puacuteblicas para propor modelos de avaliaccedilatildeo natildeo reguladores menos conservadores do que aqueles conhecidos dando ecircnfase aos modelos de supervisatildeo do estado No Brasil os reitores das IES puacuteblicas criaram um sistema de avaliaccedilatildeo que guardava a autonomia do modelo CAPES e buscava aproximaccedilotildees com os modelos francecircs e holandecircs Surgiu assim em 1994 o programa de avaliaccedilatildeo institucional das universidades brasileiras o PAIUB Teria sido esse modelo o primeiro contato das IES nacionais com um procedimento institucional de avaliaccedilatildeo salvo exceccedilotildees -universidades puacuteblicas como UNICAMP UFPR dentre outras que individualmente criaram seus projetos avaliativos Quando em 1995 um novo governo implantou o exame nacional de cursos poucos acadecircmicos acreditariam que se estava originando com ele um novo sistema nacional de avaliaccedilatildeo

com efeito com o arrefecimento do apoio ao programa PAIUB e a forte ecircnfase no Provatildeo a classificaccedilatildeo nacional de cursos as anaacutelises locais das condiccedilotildees de ensino a avaliaccedilatildeo de docentes o que hoje se

fale de um sistema de avaliaccedilatildeo que abrange todas as instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas todos os niacuteveis de educaccedilatildeo superior e se processa em todo territoacuterio nacional Eacute um sistema de avaliaccedilatildeo agrave medida que metodologicamente abrange todas as esferas da educaccedilatildeo superior verificando desde o ingresso do estudante ateacute a sua saiacuteda segundo o padratildeo traccedilado para a graduaccedilatildeo e mantendo o controle dos programas de poacutes-graduaccedilatildeo com conexotildees e viacutenculos dessas avaliaccedilotildees regulados normativamente pela legislaccedilatildeo especiacutefica com os processos de credenciamento autorizaccedilatildeo e reconhecimento de cursos Ou seja as afericcedilotildees produzem resultados que vatildeo constituir os insumos para o credenciamento e reconhecimento de cursos e instituiccedilotildees

A integraccedilatildeo das diferentes modalidades de avaliaccedilatildeo tem o objetivo publicamente expresso de melhorar a qualidade (no singular) da educaccedilatildeo superior nacional O sistema criado ainda eacute recente Entretanto natildeo resta duacutevida que vem induzindo a um novo perfil da educaccedilatildeo brasileira - igualou em termos de resultados do Provatildeo a pequena instituiccedilatildeo privada com a grande instituiccedilatildeo de pesquisa a instituiccedilatildeo puacuteblica e a privada diferenciando-as pela oferta de poacutes-graduacatildeo22 De certa forma o sistema de avaliaccedilatildeo vem conseguindo expor cursos e instituiccedilotildees a caixa preta de seu interior ao divulgar na miacutedia as classificaccedilotildees obtidas pelas IES Eacute um sistema caro e sua aceitaccedilatildeo na comunidade acadecircmica estaacute indefinida pois atua de fora para dentro naturalizando o ranking Pode sofrer modificaccedilotildees fruto da luta poliacutetica quer no acircmbito interno no confronto com os estudantes e os acadecircmicos das universidades puacuteblicas quer no acircmbito externo do parlamento que vota as verbas da educaccedilatildeo ou decide o orccedilamento estatal ou ainda no acircmbito dos recursos tomados aos bancos internacionais Por outro lado como um sistema novo que agregou elementos do sistema CAPES pode perder parte da credibilidade que hoje desfruta junto agrave opiniatildeo puacuteblica geral se o poder executivo natildeo proceder agraves reformas em determinados cursos das IES puacuteblicas que tecircm desempenho inferior nas avaliaccedilotildees e por isso necessitam mais recursos financeiros Pode perder credibilidade

22 Amaral e Polidori (1999) fazem interessante anaacutelise dos resultados do Provatildeo comparando os resultados de conceito A obtidos por cursos de Direito c de Administraccedilatildeo de Empresas de uma pequena escola privada onde os professores dedicam 10hssemana ao ensino e os resultados de uma grande universidade puacuteblica onde os profesores tecircm dedicaccedilatildeo integral ao ensino e agrave pesquisa Questionam a comparaccedilatildeo entre a qualidade da formaccedilatildeo dada em uma escola de ensino e uma escola de ensino e pesquisa This is a very clear victory of the minister who is willing to trade some of the traditional freedom to teach and to learn in exchange for a system that will increase the participation rates of the citizens while displaying publicly a deep concern about quality

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

se o mau desempenho de algumas IES privadas natildeo for corrigido ou efetivamente natildeo resultar em puniccedilatildeo descredenciamentos como quer a lei Por outro lado o sistema pode ainda vir a sofrer com seu gigantismo proacuteprio - ao abarcar desde o credenciamento de centenas de cursos e instituiccedilotildees novas que surgem a cada ano um exame nacional para muitos alunos a avaliaccedilatildeo de um docente ou teacutecnico de uma especiacutefica universidade- pode atingir seu proacuteprio autolimite de controle e execuccedilatildeo

como indutor da qualidade da educaccedilatildeo superior no paiacutes pode-se confirmar uma certa homogeneizaccedilatildeo do sistema com ampliaccedilatildeo de matriacuteculas crescimento da produccedilatildeo intelectual dos docentes aumento da inserccedilatildeo dos autores nacionais na produccedilatildeo mundial maior nuacutemero de mestres e doutores maior informatizaccedilatildeo das IES enfim universidades mais aacutegeis e eficientes com acircnimo renovado (MEC1995-2001)

274 O processo de criaccedilatildeo e credenciamento de novas instituiccedilotildees de ensino superior no Brasil

Quanto agrave sua organizaccedilatildeo acadecircmica as instituiccedilotildees de ensino superior do sistema nacional classificam-se em universidades centros universitaacuterios faculdades integradas faculdades institutos ou escolas superiores podendo ser puacuteblicas quando criadas ou incorporadas mantidas e administradas pelo poder puacuteblico (federal estadual ou municipal) e privadas quando mantidas e administradas por pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas de direito privado A cada uma das modalidades de oferta de ensino superior incluindo cursos fora da sede e de educaccedilatildeo a distacircncia correspondem normas para autorizaccedilatildeo de funcionamento reconhecimento credenciamento e outras estabelecidas em legislaccedilatildeo especiacutefica (Decreto ndeg 38602001) com execuccedilatildeo pelo poder executivo e natildeo por uma agecircncia externa de acreditaccedilatildeo

Todo procedimento de credenciamento eacute temporaacuterio (art 46 da Lei ndeg 93941996) O recredenciamento por sua vez eacute obtido somente depois que a instituiccedilatildeo de educaccedilatildeo superior for avaliada em processo regular realizado pelo INEP As universidades podem criar cursos superiores a partir da decisatildeo dos colegiados competentes Os cursos autorizados por sua vez solicitaratildeo reconhecimento quando jaacute tiverem realizado pelo menos 23 da duraccedilatildeo total prevista Os cursos de graduaccedilatildeo com duraccedilatildeo de 5 anos por exemplo poderatildeo solicitar ao Ministeacuterio seu reconhecimento a partir do terceiro ano de funcionamento

No Brasil convivem muitas vezes agindo sinergicamente variados procedimentos de controle da expansatildeo e da qualidade do sistema Contudo natildeo se pode afirmar que jaacute exista um processo de acreditaccedilatildeo de IES tal como ele eacute entendido em vaacuterias partes do mundo Para a agecircncia norte-americana CHEA (Council for Higher Education Accreditation) por exemplo a Acreditaccedilatildeo envolve um processo externo de revisatildeo da qualidade empregado para examinar em profundidade os colleges as universidades e os programas de educaccedilatildeo superior visando agrave garantia e desenvolvimento da qualidade resultando do mesmo uma accredited institution (EUA) ou recognized bodies (UK) Esse Conselho aponta diferenccedilas de conceituaccedilatildeo na Ameacuterica UK Europa Ocidental e Aacutefrica do Sul Entende a acreditaccedilatildeo como um processo que assegura a qualidade da educaccedilatildeo enquanto um produto que deva ser mostrado agrave sociedade visando a obter confianccedila no seu uso A instituiccedilatildeo que oferece o produto educativo eacute o que promete ser e uma agecircncia externa independente assegura-o e certifica-o para o puacuteblico interessado (CHEA 2002)23

Poreacutem em alguns paiacuteses latino-americanos (como o Chile) considera-se acreditada uma instituiccedilatildeo que adquiriu autonomia apoacutes superar a etapa fundacional na qual a supervisatildeo do estado realizada pelo poder executivo concedeu-lhe a autorizaccedilatildeo de funcionamento a etapa de funcionamento (a prova) na qual a supervisatildeo verificou o cumprimento das normas e concedeu o Licenciamento ou a Autonomia e a etapa de funcionamento autocircnomo quando a supervisatildeo verificou o cumprimento de normas com atenccedilatildeo aos reclamos com isso acreditam-se as instituiccedilotildees e programas entendendo-se que a supervisatildeo do Estado estaacute orientada para o cumprimento das normas e a busca de qualidade da educaccedilatildeo superior pela regulaccedilatildeo O processo tem por finalidade a proteccedilatildeo do usuaacuterio (Gonzaacuteles 2001)

Tomando o criteacuterio linguumliacutestico como referecircncia depara-se que a palavra Acreditaccedilatildeo ainda natildeo foi inserida nos dicionaacuterios de liacutengua portuguesa Contudo o termo acreditado existe significando aquele que tem creacutedito ou merece confianccedila e em caso de relaccedilotildees internacionais

23 Nos EUA existem 6 associaccedilotildees regionais de acreditaccedilatildeo (Middle State Association of Colleges and Schools New England Association North Central Association Northwest Association Southern Association Western Association of Schools and Colleges) e cerca de 80 associaccedilotildees profissionais com autoridade para acreditar escolas especializadas ou departamentos especiacuteficos Para as profissotildees chamadas de risco social muitas vezes a acreditaccedilatildeo profissional pode ser mais importante do que a da sua universidade Existem ainda 2 agecircncias que reconhecem as agecircncias acreditadoras o Dept of Education -Bureau of Post Secondary Education e a CHEA - Council for Higher Education Accreditation

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

corresponde ao embaixador que estaacute autorizado ou reconhecido para representar uma naccedilatildeo junto a outra (Holanda 1999)

Na ausecircncia de criteacuterios claros que delimitem as fronteiras entre Acreditaccedilatildeo credenciamento e reconhecimento de instituiccedilotildees tomamos a presenccedila do agente externo natildeo pertencente ao Estado como diferencial tendo por base a referecircncia norte-americana cujas agecircncias acreditadoras atuam desde as primeiras deacutecadas do seacuteculo passado com esse entendimento no Brasil natildeo desenvolvemos processos de Acreditaccedilatildeo no ensino superior

Ainda que natildeo se possa falar em Acreditaccedilatildeo confirma-se a ideacuteia de que as IES credenciadas e recredenciadas merecem confianccedila pois foram alvo por parte do governo sob o olhar dos pares acadecircmicos especialistas de um cuidadoso e escalonado processo de supervisatildeo e avaliaccedilatildeo legalmente instituiacutedo para assegurar uma certa uniformidade e qualidade miacutenima ao sistema puacuteblico e privado Atuam no cumprimento do processo de forma integrada o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo (CNE) por meio da Cacircmara de Educaccedilatildeo Superior o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) pela Secretaria de Ensino Superior (SESu) com a colaboraccedilatildeo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP) encarregado das avaliaccedilotildees da Graduaccedilatildeo e com a CAPES oacutergatildeo do MEC responsaacutevel peias das avaliaccedilotildees da Poacutes-Graduaccedilatildeo A criaccedilatildeo de cursos de Graduaccedilatildeo em Medicina Odontologia e Psicologia nas IES em geral mesmo nas universidades exige tambeacutem a manifestaccedilatildeo do Conselho Nacional de Sauacutede o qual deveraacute enviar parecer ao MEC em prazo natildeo superior a 120 dias (art 27 Decreto-Lei ndeg 386001) Para os cursos juriacutedicos a criaccedilatildeo e o reconhecimento satildeo submetidos igualmente agrave manifestaccedilatildeo do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (art 28 Decreto-Lei ndeg 386001 ) Os processos de solicitaccedilatildeo das IES satildeo orientados pelo Ministeacuterio sendo que os manuais e informaccedilotildees estatildeo disponiacuteveis on line (wwwmecgovbr Sesucredencshtm) e os processos satildeo acompanhados da mesma forma mediante o Sapiens sistema que permite consultas e entradas tambeacutem on line

O processo de supervisatildeo das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior pelo estado24 eacute objeto de um processo de Credenciamento o qual deveraacute ser renovado a cada 5 anos vindo a constituir o Recredenciamento da instituiccedilatildeo junto ao MEC Credenciar significa apresentar credenciais

24 Esta secccedilatildeo contou com a colaboraccedilatildeo e revisatildeo da Teacutecnica cm Assuntos Educacionais da UFRGS Denise Oliva

junto agrave autoridade visando ao reconhecimento das mesmas A Resoluccedilatildeo CNECES ndeg 10 (280102) especifica que as IES que pretendem credenciar-se para oferecer educaccedilatildeo superior ou recredenciar-se devem apresentar a documentaccedilatildeo pertinente e incluir um PDI Plano de Desenvolvimento Institucional para 5 anos o qual seraacute o respectivo termo de compromisso com o MEC Nele a IES deveraacute demonstrar como seraacute desenvolvido seu projeto para assegurar o atendimento aos criteacuterios e padrotildees de qualidade previstos inclusive evidenciando os procedimentos de avaliaccedilatildeo interna executados Por sua importacircncia no processo de controle de qualidade destaca-se que um PDI contempla

- objetivos da IES - projeto de qualificaccedilatildeo do corpo docente - poliacutetica de atualizaccedilatildeo e renovaccedilatildeo do acervo

bibliograacutefico e das redes de informaccedilatildeo - projeto de expansatildeo e melhoria da infra-estrutura

Para os Centros Universitaacuterios exige-se

- formas de fomento e melhoria permanente da qualidade do ensino de graduaccedilatildeo e das atividades de extensatildeo

Para as Universidades exige-se

- formas de fomento e incentivo agrave pesquisa poacutes-graduaccedilatildeo graduaccedilatildeo (Portarias CNECES 63797 63997 e 64097 expressam os criteacuterios)

As novas universidades ao solicitarem credenciamento como tal deveratildeo comprovar em seu PDI a oferta regular de ensino pesquisa e extensatildeo de cursos de Graduaccedilatildeo e programas de Poacutes-Graduaccedilatildeo uma nova universidade soacute poderaacute ser criada a partir do credenciamento de cada uma das IES ou cursos que passaratildeo a integraacute-la e que receberam avaliaccedilotildees positivas do INEP e CAPES (Cap3deg arts 7ordme 3o do Decreto ndeg 386001) Observa-se que mesmo a IES antiga credenciada e recredenciada ao oferecer novas modalidades de cursos como Cursos a Distacircncia deveraacute solicitar credenciamento para tal

A Autorizaccedilatildeo de funcionamento dos cursos superiores ou carreiras universitaacuterias que integram uma IES ou satildeo isolados eacute um ato que permite o ingresso de alunos a realizaccedilatildeo de um exame vestibular Eacute objeto de um Ato proacuteprio da SESuMEC uma vez aceita

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

(1) a documentaccedilatildeo pertinente (2) ocorrer a verificaccedilatildeo in loco (3) comprovar-se a viabilidade institucional de implantaccedilatildeo do projeto do curso A autorizaccedilatildeo concedida implica uma nova verificaccedilatildeo na instituiccedilatildeo apoacutes o iniacutecio de funcionamento dos cursos Mesmo a instituiccedilatildeo antiga e credenciada ao abrir novos cursos deveraacute solicitar autorizaccedilatildeo para tal apresentando seus PDIs e a previsatildeo de criaccedilatildeo de tal curso Observa-se que as IES que tenham conceitos inferiores agrave meacutedia nas avaliaccedilotildees do governo (ENC e CO) natildeo poderatildeo solicitar a autorizaccedilatildeo de novos cursos ateacute que apresentem uma avaliaccedilatildeo positiva Cuidado especial oferece a autorizaccedilatildeo de funcionamento dos cursos considerados de risco social prerrogativa do estado como Medicina Psicologia Odontologia e Direito como referido sua autorizaccedilatildeo de funcionamento precisa ser submetida agraves ordens profissionais respectivas

No caso das universidades autocircnomas por lei a criaccedilatildeo e autorizaccedilatildeo de funcionamento de um novo curso eacute objeto de um processo interno que habilita para realizaccedilatildeo de vestibular A diplomaccedilatildeo no entanto soacute ocorreraacute quando o curso for reconhecido pelo MEC-CNE

O Reconhecimento de Cursos eacute um ato indispensaacutevel para a validade da colaccedilatildeo de grau e diplomaccedilatildeo A Renovaccedilatildeo de Reconhecimento dos cursos superiores necessita das avaliaccedilotildees do poder executivo especialmente os resultados do Provatildeo e da anaacutelise das Condiccedilotildees de Oferta (CO) Em todas as etapas do processo de supervisatildeo e controle da oferta educativa o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo conta com os dados oriundos dos processos de avaliaccedilatildeo realizados pelo INEP e pela CAPES O Reconhecimento de cursos nas Universidades ocorre depois de cumpridos 2 3 do tempo de sua realizaccedilatildeo poacutes-Autorizaccedilatildeo sendo concedido por tempo limitado O Reconhecimento dos cursos pertencentes aos Centros Universitaacuterios incluindo-se os Centros Tecnoloacutegicos de Educaccedilatildeo Superior ocorrem igualmente depois da Autorizaccedilatildeo Cursos de graduaccedilatildeo pertencentes a Faculdades Institutos Superiores e Faculdades Isoladas dependem da sua duraccedilatildeo e do prazo de validade do ato anterior de Autorizaccedilatildeo Todo Reconhecimento eacute concedido por tempo limitado Os processos de avaliaccedilatildeo anuais podem modificar a proacutexima licenccedila e por isso os pedidos de Renovaccedilatildeo de Reconhecimento satildeo periodicamente realizados A Renovaccedilatildeo do Reconhecimento obedece ao prazo de 4 anos estando sempre vinculada aos processos puacuteblicos governamentais de avaliaccedilatildeo

Os procedimentos a serem realizados pelas IES demandando credenciamento ou recredenciamento e dos cursos demandando autorizaccedilatildeo reconhecimento e renovaccedilatildeo de reconhecimento estatildeo especificados em leis e decretos (como o Decreto ndeg 38602001) Atos Resoluccedilotildees e Portarias do CNECSE (como a Resoluccedilatildeo ndeg 10 de 28 0102) os quais dispotildeem sobre as normas de supervisatildeo do sistema de educaccedilatildeo superior

Estatildeo igualmente previstas em lei as sanccedilotildees para deficiecircncias ou irregularidades que implicariam suspensatildeo do reconhecimento desativaccedilatildeo de cursos superiores e suspensatildeo temporaacuteria de prerrogativas de autonomia de universidades e centros universitaacuterios um baixo e continuado desempenho nas avaliaccedilotildees oficiais por exemplo poderia caracterizar as deficiecircncias e a consequumlente aplicaccedilatildeo das puniccedilotildees citadas A reprovaccedilatildeo de um curso por 3 anos consecutivos no ENC e CO por exemplo caracterizaria desempenho insuficiente e levaria agrave suspensatildeo de seu reconhecimento Saneadas as deficiecircncias um curso poderaacute apoacutes o prazo de um ano solicitar novo reconhecimento Tratando-se de uma instituiccedilatildeo credenciada como um centro universitaacuterio por exemplo poderaacute vir a perder sua autonomia caso obtiver desempenho insuficiente no ENC e nas demais avaliaccedilotildees realizadas pelo INEP A sanccedilatildeo poderaacute ser levantada e a IES voltaraacute a solicitar recredenciamento A intervenccedilatildeo na instituiccedilatildeo eou seu descredenciamento deveraacute ser estudada caso a caso tendo explicitada sua amplitude prazo e condiccedilotildees de execuccedilatildeo pelo MEC ouvida a Cacircmara de Educaccedilatildeo Superior e com o acompanhamento do dirigente pro tempore da instituiccedilatildeo No caso de desativaccedilatildeo de uma IES ou descredenciamento a entidade mantenedora deveraacute resguardar os direitos dos alunos dos docentes e teacutecnicos Aos alunos satildeo assegurados a convalidaccedilatildeo de estudos e o registro de diploma se estiverem em periacuteodo de conclusatildeo de curso Nesses casos o MEC tem o papel de garantir as medidas que resguardem seus direitos

275 Periodicidade dos processos de avaliaccedilatildeo e credenciamento das instituiccedilotildees de ensino superior

Os processos de avaliaccedilatildeo como o ENC e a GED satildeo realizados anualmente para cursos reconhecidos Os processos de reconhecimento datildeo-se aos 23 de funcionamento do curso a renovaccedilatildeo de reconhecimento daacute-se a cada 4 anos o recredenciamento de uma instituiccedilatildeo deve ser feito a cada 5 anos

REFEREcircNCIAS

AMARAL A POLIDORI M Quality evaluation in Brazil a competency based approach Higher Education Policy London vl2n2p 177-199 1999

BRASIL Leis e Decretos Decreto ndeg 2026 de 10 de outubro de 1996 Estabelece procedimentos para o processo de avaliaccedilatildeo dos cursos e instituiccedilotildees de ensino superior Brasiacutelia DO 1996

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

BRASIL Leis e Decretos Decreto ndeg 3860 de 9 de julho de 2001 Dispotildee sobre a organizaccedilatildeo do ensino superior a avaliaccedilatildeo de cursos e instituiccedilotildees e daacute outras providecircncias Brasiacutelia DO 10072001

BRASIL Leis e Decretos Lei ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Estabelece as Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional Brasiacutelia DO 23121996

BRASIL Leis e Decretos Lei ndeg 9678 de 3 de julho de 1998 Institui a gratificaccedilatildeo de estiacutemulo agrave docecircncia no Magisteacuterio Superior e daacute outras providecircncias Brasiacutelia DO 1998

BRASIL MEC Educaccedilatildeo no Brasil 1995-2001 Brasiacutelia setembro 2001

BRASIL MEC CNE CES Resoluccedilatildeo ndeg 10 de 28 de janeiro de 2002 Dispotildee sobre o credenciamento transferecircncia de mantenccedila estatutos e regimentos de IES autorizaccedilatildeo de cursos de graduaccedilatildeo reconhecimento e renovaccedilatildeo de reconhecimento de cursos superiores normas e criteacuterios para supervisatildeo do ensino superior do sistema Federal de Educaccedilatildeo Superior Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial 2002

BRASIL MEC INEP DAAES Revista do Provatildeo Brasiacutelia Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Provatildeo 2001 Avaliaccedilatildeo e qualidade ndeg 6 2001

CAVALCANTE Joseneide Franklin Educaccedilatildeo Superior conceitos definiccedilotildees e classificaccedilotildees Brasiacutelia Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais 2000

CHEA Glossary of key terms in quality assurance and accreditation Cap 08042002 Disponiacutevel em lthttp wwwcheaorginternationalinter_glossaryO 1 htmlgt

DINIZ Cristovam Wanderley Picanccedilo GUERRA Renato Borges Assimetrias da Educaccedilatildeo Superior Brasileira vaacuterios brasis e suas consequumlecircncias Beleacutem EDUFPA 2000

GONZAacuteLES Luis Eduardo Acreditacioacuten y fomento de la calidad la experiencia chilena de las uacuteltimas deacutecadas Grupo de trabajo Universidad y Sociedad XX Asamblea General de Guadalajara Meacutexico CLACSO Noviembre 2001

GUIMARAtildeES Reinaldo et al A pesquisa no Brasil Ciencia Hoje Sao Paulo SBPC v 19 n 110 p 96-115 jun 1995

KELLS H R Higher education evaluation systems for Latin America an analysis of recent experiences and the formulation of

a generalized model Higher education evaluation in Latin America London IAUP 1996 p239-253

KELLS H R Stepping back to examine national higher education evaluation systems an analysis and some propositions for the research and policy void ANNUAL CONSORTIUM OF HIGHER EDUCATION RESEARCHERS 11 1998 Kassel Germany Paper Kassel [sn] 1998

LEITE D FIGUEIREDO M The evaluation of higher education systems in Latin America In COWEN R (Ed) World yearbook of education London Kogan Page 1996

NEVES RAMOS Mozart SAMPAIO Yony O ensino superior e a experiecircncia de avaliaccedilatildeo institucional no Brasil In DURHAM Eunice SAMPAIO Helena (Orgs) O ensino superior em transformaccedilatildeo Satildeo Paulo USPNUPES 2001

POLIDORl M Avaliaccedilatildeo do ensino superior uma visatildeo geral e uma anaacutelise comparativa entre os contextos brasileiro e portuguecircs 2000 547 f Tese (doutorado) - Faculdade de Psicologia e de Ciecircncias da Educaccedilatildeo Universidade do Porto

RAMOS M SAMPAIO Y O ensino superior e a experiecircncia de avaliaccedilatildeo institucional no Brasil In DURHAM E SAMPAIO H (Orgs) O ensino superior em transformaccedilatildeo Satildeo Paulo USPNUPES 2001

SAMPAIO Helena Maria SantAna O ensino superior no Brasil o setor privado Satildeo Paulo Hucitec FAPESP 2000

XUE Tianxiang The evaluation of the education system in the Peoples Republic of China In COWEN R (Ed) World yearbook of education London Kogan Page 1996

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

O acesso agrave educaccedilatildeo superior e sua cobertura demograacutefica

Maria Susana Arrosa Soares

31 Requisitos e praacuteticas de acesso agrave educaccedilatildeo superior

O ingresso agrave educaccedilatildeo superior no Brasil tradicionalmente ocorria somente atraveacutes do Exame Vestibular realizado anualmente em cada universidade e o nuacutemero de vagas para cada curso satildeo estabelecidas pela administraccedilatildeo de cada instituiccedilatildeo de ensino superior puacuteblica ou particular O vestibular eacute constituiacutedo por provas que cobrem as disciplinas cursadas no ensino meacutedio (liacutengua portuguesa e literatura brasileira matemaacutetica biologia fiacutesica quiacutemica histoacuteria e geografia) uma liacutengua estrangeira moderna (inglecircs francecircs espanhol ou alematildeo) e uma prova de redaccedilatildeo

Atualmente outras formas de acesso tecircm sido introduzidas pelas universidades o ENEM a avaliaccedilatildeo seriada no Ensino Meacutedio teste ou provas de conhecimentos ou avaliaccedilatildeo de dados pessoais ou profissionais entrevistas ou exame curricular do histoacuterico escolar

32 O acesso agrave educaccedilatildeo superior

Para ingressar num curso superior o estudante deve haver concluiacutedo a educaccedilatildeo secundaacuteria e ser aprovado no exame vestibular ou haver sido aprovado em processo de seleccedilatildeo estabelecido pela instituiccedilatildeo na qual pretende realizar seus estudos

O crescimento do nuacutemero de inscritos no vestibular na rede de ensino superior brasileira entre os anos 1990 e 2000 segundo a dependecircncia administrativa foi bastante diacutespar Enquanto nas instituiccedilotildees federais e estaduais ele foi respectivamente de 155 e 154 nas privadas foi de 64 sendo que nas municipais ocorreu um decreacutescimo de 10 (Tabela 31)

Tabela 31 Inscritos no exame vestibular por dependecircncia

administrativa- 1990-2000

ANO

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

FEDERAL

442943

563623

569367

614435

682977

737585

740520

752431

857281

956259

1129749

ESTADUAL

373471

383618

398955

441968

523750

565847

549318

577669

629801

772716

951594

DEPENDEcircNCIA

MUNICIPAL

65147

68006

76539

78496

85642

95660

94805

95682

104201

77233

59044

PRIVADA

1023937

970578

791998

894624

944654

1254761

1163434

1285994

1266733

1538065

1685906

TOTAL

1905498

1985825

1836859

2029523

2237023

2653853

2548077

2711776

2858016

3344273

3826293

Fonte INEP wwwinepgovbr)

Tabela 32 Inscritos em vestibular por regiotildees

ANO

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

NORTE

71592

86243

85688

94496

113367

111592

118115

126030

161352

206232

NORDESTE

304151

328403

279331

320137

358569

457077

429567

421109

615712

701598

SUL

302305

332349

274987

315232

334039

433955

420844

477925

527746

601744

633154

REGIAtildeO

SUDESTE

1084593

1094952

1069983

1157756

1270142

1466585

1399304

1456799

1482139

1689318

1950585

CENTRO-OESTE

142857

143878

126870

141902

160906

184644

180247

229913

237240

276147

334724

TOTAL

1905498

1985825

1836859

2029523

2237023

2653853

2548077

2711776

2858016

3344273

3826293

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

O nuacutemero de inscritos no vestibular todavia eacute muito diferente nas cinco regiotildees do paiacutes O aumento mais significativo ocorreu na regiatildeo Norte (188) seguido da Centro-Oeste (134) Nordeste (130) Sul (109) e Sudeste (80) (Tabela 32)

Tabela 33 Vagas oferecidas em vestibular por dependecircncia administrativa

Ano

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

Federal Total ()

70881 (149)

78502(151)

80411 (150)

81462(144)

85017(148)

84814(138)

84197(132)

88704(126)

90788(116)

99973(111)

115272(94)

Estadual Total ()

55323(110)

53313(103)

56292(105)

52500 (95)

58501(101)

61352(100)

63603(100)

64323(919)

70670(91)

85488 (95)

94441 (77)

Dependecircncia

Municipal Total ()

28896(57)

30691 (59)

34345 (64)

33665(61)

33935 (59)

31979(52)

35713(56)

40794 (58)

44267 (57)

33128(3 7)

28269(23)

Privada Total ()

347775(691)

354157(685)

363799 (680)

377051 (687)

396682 (699)

432210(708)

450723(710)

505377 (722)

570306 (734)

675801 (754)

862242(708)

Total ()

502784(100)

516663(100)

534847(100)

548678(100)

574135(100)

610355(100)

634236(100)

699198(100)

776031 (100)

894390(100)

1216287(100)

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

Apesar de haver ocorrido na deacutecada dos 90 um significativo aumento de vagas no vestibular na rede puacuteblica de ensino foi na rede privada que ele atingiu o maior percentual de aumento 1479 Tal fato indica que um significativo nuacutemero de jovens natildeo tem acesso ao ensino puacuteblico e gratuito restando-lhe somente a opccedilatildeo de pagar seus estudos de niacutevel superior A rede privada desde 1990 oferece aproximadamente 70 das vagas no vestibular e o conjunto da rede puacuteblica 30 (Tabela 33)

Tabela 34 Taxa de crescimento das vagas oferecidas

em vestibular - 1990 e 2000

DEPENDEcircNCIA ADMINISTRATIVA

FEDERAL

ESTADUAL

MUNICIPAL

PRIVADA

TAXA DE CRESCIMENTO ()

626

707

-21

1479

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

Inversamente ao ocorrido com o oferecimento de vagas a relaccedilatildeo candidato vaga aumentou na rede puacuteblica e diminuiu na privada Ou seja a disputa por vagas acirrou-se nas instituiccedilotildees de niacutevel superior puacuteblicas e diminuiu nas privadas Em 1990 nas instituiccedilotildees federais havia 62 alunos por vaga e nas privadas 20 Dez anos depois nas primeiras essa relaccedilatildeo subiu para 96 e nas particulares decresceu para 19

A grande expansatildeo da oferta de vagas na rede privada ocorrida nos anos 90 explica tal fato com a continuidade dessa expansatildeo a disputa por vagas em cursos oferecidos por essas instituiccedilotildees tenderaacute a diminuir

Tabela 35 Relaccedilatildeo candidatovaga em vestibular e outros processos seletivos

Ano

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

Instituiccedilatildeo Federal

62

71

70

75

80

86

87

84

94

96

96

Instituiccedilatildeo Estadual

67

71

70

78

89

107

86

89

89

90

100

Instituiccedilatildeo Municipal

22

22

22

23

25

29

26

23

23

23

21

Instituiccedilatildeo Privada

29

27

21

23

23

29

25

25

2 2

23

19

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

A anaacutelise da distribuiccedilatildeo das inscriccedilotildees no vestibular de 1998 uacutenico ano no qual haacute essa informaccedilatildeo segundo as aacutereas de conhecimento e as regiotildees aponta alguns fatos que merecem destaque Em primeiro lugar o maior nuacutemero de inscritos no vestibular em todas as regiotildees do paiacutes ocorreu nas aacutereas de Ciecircncias Sociais Aplicadas e Ciecircncias Humanas (53) Em segundo lugar os cursos das aacutereas de Ciecircncias Bioloacutegicas e da Sauacutede tiveram metade da procura (25) dos anteriores e finalmente os cursos das aacutereas de Ciecircncias Exatas e EngenhariaTecnologia (15) foram os menos procurados

Esses dados apontam uma situaccedilatildeo preocupante haacute um reduzido nuacutemero de jovens que se formaratildeo nas universidades brasileiras em aacutereas que internacionalmente satildeo consideradas estrateacutegicas para o desenvolvimento econocircmico dos paiacuteses As universidades estatildeo formando poucos profissionais para atuarem em aacutereas hoje consideradas de ponta seja na pesquisa seja em setores que deveriam ser estrateacutegicos na economia nacional

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Tabela 36 Inscritos no vestibular por aacuterea de conhecimento e regiotildees - 1998

Grande Aacuterea

ExatasTerra

Bioloacutegicas

EngTecnol

Sauacutede

Agraacuterias

Sociais Aplicadas

Humanas

Letras Arles

Ciclo Baacutesico

Total

Brasil

241863

55947

190686

659520

87409

1169782

334102

118305

402

2858016

Norte

14093

3373

7880

20686

5230

48746

27690

8349

136047

Reg Nordeste

36123

10041

23631

97861

11723

187888

81015

26562

474844

atildeo Sul

119474

27391

115908

375438

42669

611659

137615

51803

182

1482139

Sudeste

44330

8947

35541

127091

19037

216166

56438

20196

527746

Centro-Oeste

27843

6195

7726

38444

8750

105323

31344

11395

220

237240

Fonie INEP wwwinepgovbr)

Tabela 37 Inscritos no vestibular por aacuterea de conhecimento

segundo as regiotildees - 1998 ()

Grande Aacuterea

ExatasTerra

Bioloacutegicas

EngTecnol

Sauacutede

Agrarias

Sociais Aplicadas

Humanas

Letras Artes

Ciclo Baacutesico

Total

Brasil

85

19

67

230

30

410

117

41

01

1000

Norte

103

25

58

152

38

358

203

63

-1000

Regiatildeo

Nordeste

76

21

49

206

25

396

171

56

-1000

Sul

80

18

78

253

28

412

92

34

05

1000

Sudeste

84

17

67

241

36

410

107

38

1000

Centro-Oeste

117

26

32

162

36

443

132

48

04

1000

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

33 Cobertura demograacutefica

331 As taxas de escolaridade entre 17 e 24 anos

Entre os Censos de 1991 e de 2000 ocorreu um aumento de 29 na populaccedilatildeo em idade de cursar o ensino superior (17 a 24 anos) O nuacutemero de inscritos nos cursos superiores existentes no paiacutes experimentou um acreacutescimo muito maior (95) significando um aumento da taxa de escolaridade de 52

Tabela 38 Taxa (bruta) de Escolaridade - 1991-2000

ANO

1991

2000

ESTUDANTES

1375742

2694245

POPULACcedilAtildeO DE 17 A 24 ANOS DE IDADE

19658210

25418206

TAXA DE ESCOLARIDADE

0069

0105

bullEstudantes matriculados em curso superior Fonte IBGE - Censo Demograacutefico wwwsidraibgegovbr)

Ao comparar-se a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo na faixa de 17 a 24 anos e dos inscritos no exame vestibular nas diversas regiotildees entre 1991 e 2000 constata-se que natildeo haacute uma relaccedilatildeo direta entre ambas variaacuteveis Enquanto o crescimento no nuacutemero de jovens nessa faixa foi de 51 (Norte) 42 (Nordeste) 24 (Sudeste) 15 (Sul) e de 14 (Centro-Oeste) o nuacutemero de inscritos no Vestibular foi

Regiatildeo Norte 5 Regiatildeo Nordeste 18 Regiatildeo Sudeste 51 Regiatildeo Sul 17 Regiatildeo Centro-Oeste 9

Essa demanda todavia eacute apenas potencial A relaccedilatildeo entre o nuacutemero de egressos do ensino meacutedio em 1999 e o nuacutemero de vagas oferecidas no vestibular no ano seguinte eacute que permite dimensionar a demanda efetiva Em 2000 por exemplo essa relaccedilatildeo era de 5 candidatos por vaga ou seja de cada cinco candidatos apenas um tinha chance de ingressar no ensino superior

Tabela 39 Populaccedilatildeo em idade de ingressar na universidade - 1991

IDADE

17

18

19

20 A 24

TOTAL

BRASIL

2621318

2624618

2499443

11912831

19658210

NORTE

192373

189097

174419

784742

13406631

NORDESTE

717204

695649

631242

2802995

4847090

SUL

405850

407779

397104

1947867

3158600

SUDESTE

1116007

1141878

1113985

5496432

8868302

CENTRO OESTE

405850

190215

182693

880795

1659553

Fonte wwwibgegovbr

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Tabela 310 Populaccedilatildeo em idade de ingressar na universidade - 2000

IDADE

17

18

19

20 A 24

TOTAL

BRASIL

3501990

3559052

3 101363

15055801

25418206

NORTE

288617

289999

263264

1188192

2030072

NORDESTE

1023170

1013009

919083

3934079

6889341

SUL

502753

508898

466229

2157080

3634960

SUDESTE

1439174

1491403

1413435

6634686

10978698

CENTRO-OESTE

248276

255743

239352

1141764

1885135

Fonte wwwibgegovbr

332 A evoluccedilatildeo da escolarizaccedilatildeo na educaccedilatildeo superior 19902000

A anaacutelise da evoluccedilatildeo da matriacutecula em cursos de graduaccedilatildeo oferecidos pelas instituiccedilotildees de ensino superior brasileiras entre os anos 90 e 2000 revela um crescimento de 75 sendo entretanto decrescente a participaccedilatildeo da rede federal O resultado disso foi que chegado o ano 2000 apenas 33 dos alunos universitaacuterios estavam ligados a universidades publicas Por outro lado foi marcante o crescimento das redes estaduais e privadas cujas matriacuteculas aumentaram 71 e 88 respectivamente

Graacutefico 31 Evoluccedilatildeo da matriacutecula na graduaccedilatildeo por dependecircncia

administrativa- 1990-2000

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

Graacutefico 32 Matriacuteculas em cursos de mestrado ao final do ano - 1996-2001

Graacutefico 33 Matriacutecula em cursos de doutorado ao final do ano - 1996-2001

Fonte CAPESMEC

Fonte CAPESMEC

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

As matriacuteculas no ensino de poacutes-graduaccedilatildeo ao contraacuterio do que ocorre na graduaccedilatildeo concentram-se desde 1996 nas instituiccedilotildees federais e nas estaduais Nas primeiras estatildeo matriculados 50 dos alunos de mestrado Nesse ano 54 dos doutorandos estavam matriculados em instituiccedilotildees estaduais mas a partir de entatildeo essa percentagem foi decrescendo enquanto que nas federais aumentou Em 2001 46 e 44 dos doutorandos estavam matriculados respectivamente em instituiccedilotildees estaduais ou federais A participaccedilatildeo dos programas de poacutes-graduaccedilatildeo das instituiccedilotildees privadas eacute pequena Pouco significativa eacute sua oferta de cursos de mestrado (18 em 2001) e de doutorado (9 no mesmo ano)

34 As exigecircncias de escolaridade anos e tempo meacutedio de estudo

O ensino superior brasileiro oferece duas principais opccedilotildees de cursos de niacutevel superior os cursos sequumlenciais com ateacute dois anos de duraccedilatildeo e os cursos de graduaccedilatildeo a maioria com duraccedilatildeo de quatro anos Aleacutem desses satildeo oferecidos tambeacutem cursos de formaccedilatildeo tecnoloacutegica com dois ou trecircs anos de duraccedilatildeo e cursos com cinco anos ou seis anos como os de engenharia de medicina e direito

35 As estrateacutegias das instituiccedilotildees de ensino superior e a competitividade no mercado de oferta e demanda educativa

A demanda por ensino superior no Brasil voltou a crescer nos uacuteltimos anos apoacutes ter permanecido estagnada na deacutecada de 80 um dos indicadores desse aumento eacute a progressatildeo do nuacutemero candidatos inscritos no vestibular cujo nuacutemero dobrou soacute na uacuteltima deacutecada passando de 1905293 em 1990 para 3826293 em 2000 De acordo com Schwartzman (2000) e outros estudiosos do tema1 os principais fatores que explicam a explosatildeo dessa demanda satildeo a quase universalizaccedilatildeo do ensino fundamental e o aumento das taxas de promoccedilatildeo e conclusatildeo do ensino meacutedio as exigecircncias do mercado de trabalho por niacuteveis mais elevados de escolaridade e as vantagens sociais e econocircmicas proporcionadas pela obtenccedilatildeo de um diploma de curso superior

1 Ver a este respeito os textos de Carlos Benedito Martins O Ensino Superior no Brasil (2001) e de Cid Santos Cursos Sequumlenciais (2001)

Conforme dados anteriores mostraram grande parte dessa demanda ainda natildeo pocircde ser atendida pelo sistema2 apesar das matriacuteculas no ensino superior brasileiro terem apresentado uma taxa de crescimento da ordem de 75 no periacuteodo 19902000 Pode assim parecer paradoxal que existam vagas ociosas no sistema Dados a esse respeito revelam que em 2000 havia 10825 vagas disponiacuteveis nas IES puacuteblicas (826 delas nas estaduais e municipais) contra 259693 nas IES privadas Isso indica que a dificuldade de acesso a esse niacutevel de educaccedilatildeo natildeo estaacute apenas na incapacidade do sistema em absorver a demanda mas estaacute tambeacutem associado ao baixo desempenho acadecircmico dos alunos nas provas de seleccedilatildeo e agrave incapacidade dos mesmos de custearem seus estudos em escolas privadas

De fato a existecircncia de vagas ociosas se explica por uma inversatildeo na oferta e procura por cursos poacutes-secundaacuterios puacuteblicos e privados Enquanto o setor privado segue sendo o principal responsaacutevel pela ampliaccedilatildeo do nuacutemero de matriacuteculas na graduaccedilatildeo ela cresce muito lentamente nas instituiccedilotildees puacuteblicas Em 2000 os estabelecimentos privados respondiam por 671 das matriacuteculas ao passo que o ensino superior puacuteblico respondia por apenas 329 delas A situaccedilatildeo se altera quando se trata do ensino de poacutes-graduaccedilatildeo Nele os maiores investimentos satildeo feitos pelas IES puacuteblicas que concentram 853 das matriacuteculas 56 oferecidas por instituiccedilotildees federais3

Os dados sobre a demanda e a oferta educativa de ensino superior assim como sobre a complementariedade dos sistemas de educaccedilatildeo puacuteblico e privado em relaccedilatildeo agrave oferta de matriacuteculas no ensino de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo leva agrave seguinte conclusatildeo natildeo existe competiccedilatildeo entre as instituiccedilotildees puacuteblicas e as privadas por alunos Grande parte da clientela das IES privadas faz parte de uma demanda natildeo atendida pela rede puacuteblica A competiccedilatildeo por alunos ocorre pois basicamente entre as proacuteprias IES privadas que tecircm procurado garantir ou ampliar a sua participaccedilatildeo num mercado no qual tem-se reduzido drasticamente a demanda por ensino pago

De acordo com um estudo sobre as IES privadas no Brasil realizado por Helena Sampaio (2000) na disputa mercadoloacutegica as instituiccedilotildees privadas tecircm utilizado novos atrativos para seduzir a clientela Essas estrateacutegias tecircm sido diversas e envolvem desde o investimento em propaganda ateacute facilidades na forma de ingresso agrave instituiccedilatildeo

2 O Brasil apresenta hoje uma baixiacutessima taxa de escolarizaccedilatildeo do ensino superior de forma que apenas 115 dos seus jovens de 17 a 24 anos encontram-se matriculados em algum curso de graduaccedilatildeo Essa taxa de atendimento eacute uma das mais baixas ateacute mesmo dentro da Ameacuterica Latina 3 wwwCAPESgovbr Estatiacutesticas da Poacutes-Graduaccedilatildeo2001 Matriacuteculas no iniacutecio do ano

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Relativamente agrave propaganda essa autora identifica algumas mudanccedilas decorrentes principalmente das novas exigecircncias normativas colocadas pela nova LDB e pela Portaria Ministerial ndeg 878 de 30-07-1997 Segundo o artigo 47 sect 1o da nova LDB

As IES deveratildeo informar aos interessados antes de cada periacuteodo letivo os programas dos cursos e demais componentes curriculares sua duraccedilatildeo requisitos qualificaccedilatildeo de professores recursos disponiacuteveis e criteacuterios de avaliaccedilatildeo

A Portaria Ministerial ndeg 878 prevecirc que

Art 1o As instituiccedilotildees de ensino superior deveratildeo tornar puacuteblico ateacute o dia 30 de setembro de cada ano atraveacutes de cataacutelogo as condiccedilotildees de oferta dos cursos quando da divulgaccedilatildeo dos criteacuterios de seleccedilatildeo de novos alunos Paraacutegrafo uacutenico Das condiccedilotildees de oferta dos cursos deveratildeo

constar as seguintes informaccedilotildees I - relaccedilatildeo dos dirigentes da instituiccedilatildeo inclusive coordenadores de cursos e programas indicando titulaccedilatildeo e ou qualificaccedilatildeo profissional e regime de trabalho I I - relaccedilatildeo nominal do corpo docente da instituiccedilatildeo indicando aacuterea de conhecimento titulaccedilatildeo qualificaccedilatildeo profissional e regime de trabalho I I I - descriccedilatildeo da biblioteca quanto ao seu acervo de livros e perioacutedicos por aacuterea de conhecimento poliacutetica de atualizaccedilatildeo e informatizaccedilatildeo aacuterea fiacutesica disponiacutevel e formas de acesso e utilizaccedilatildeo IV - descriccedilatildeo dos laboratoacuterios instalados por aacuterea de conhecimento a que se destinam aacuterea fiacutesica disponiacutevel e equipamentos instalados V - relaccedilatildeo de computadores agrave disposiccedilatildeo dos cursos e descriccedilatildeo das formas de acesso agraves redes de informaccedilatildeo VI - nuacutemero maacuteximo de alunos por turma VIII - relaccedilatildeo de cursos reconhecidos citando o ato legal de seu reconhecimento e dos cursos em processo de reconhecimento citando o ato legal de sua autorizaccedilatildeo IX - conceitos obtidos nas uacuteltimas avaliaccedilotildees realizadas pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e do Desporto quando houver X - valor corrente das mensalidades por curso ou habilitaccedilatildeo XI - valor corrente das taxas de matriacutecula e outros encargos financeiros a serem assumidos pelos alunos XII - formas de reajuste vigente dos encargos financeiros citados nos incisos X e XI

Em funccedilatildeo dessas novas exigecircncias Sampaio descreve as seguintes mudanccedilas ocorridas nas formas da propaganda adotadas pelas IES privadas

- a propaganda impressa passa a se apresentar basicamente na forma de cataacutelogos institucionais que diferentemente dos folders principal forma desse tipo de propaganda no iniacutecio da deacutecada de 90 satildeo muito mais sofisticados contendo em meacutedia 10 a 30 paacuteginas - o foco da propaganda deixa de ter como centro o aluno e passa a girar em torno da proacutepria instituiccedilatildeo havendo nesse sentido um fortalecimento do marketing institucional De um modo geral as propagandas comeccedilam entatildeo a veicular imagens eou informaccedilotildees sobre a infra-estrutura da instituiccedilatildeo suas atividades escolares seus alunos ou ex-alunos a qualificaccedilatildeo do seu corpo docente e resultados obtidos em avaliaccedilotildees realizadas pelo MEC - mudanccedilas tambeacutem ocorrem com relaccedilatildeo ao puacuteblico-alvo da propaganda deixando esta de ser dirigida apenas aos vestibulandos e direcionando-se para todos os atores do sistema Ou seja a propaganda tambeacutem busca demonstrar ao MEC e aos avaliadores das IES o cumprimento das exigecircncias legais

Aleacutem da propaganda outras iniciativas estrateacutegicas que tecircm sido utilizadas pelas IES privadas satildeo

- a oferta de novas especialidades dentro das carreiras tradicionais - a opccedilatildeo de novas formas de ingresso diferentes do vestibular ou seja a avaliaccedilatildeo dos candidatos atraveacutes da anaacutelise de seu histoacuterico escolar cartas de recomendaccedilatildeo de professores ou entrevistas com o candidato4 Tem sido adotada ainda a realizaccedilatildeo de vestibular unificado reunindo vaacuterias instituiccedilotildees Nesse caso o aluno ao realizar a inscriccedilatildeo indica sua primeira opccedilatildeo institucional mas concorre agraves vagas existentes no curso escolhido em todas as IES - a gratuidade da inscriccedilatildeo para o vestibular - a oferta de descontos significativos no valor de cursos de graduaccedilatildeo principalmente os de licenciatura

4 De acordo com Sampaio (2000) boa parte das IES natildeo tecircm utilizado apenas um desses instrumentos em suas avaliaccedilotildees do candidato mas sim dois ou trecircs deles

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

- a realizaccedilatildeo de feiras para promover as instituiccedilotildees por meio de viacutedeos paineacuteis e promoccedilotildees - a concentraccedilatildeo da oferta de vagas em cursos nas aacutereas de Ciecircncias Humanas e Sociais Os custos operacionais nessas aacutereas do conhecimento natildeo requerem altos investimentos para serem criados e mantidos e tecircm alta demanda no mercado - a criaccedilatildeo de cursos superiores em cidades do interior visando aacutereas geograacuteficas ainda natildeo saturadas na oferta de vagas cerca de 625 das IES privadas localizam-se nessas cidades - a oferta de novas modalidades de ensino como a educaccedilatildeo a distacircncia A iniciativa nesse campo eacute contudo ainda muito tiacutemida existindo poucas IacuteES oferecendo esse tipo de curso5

Observa-se contudo um interesse nas IFES de publicizar sua excelecircncia acadecircmica medida principalmente atraveacutes do Provatildeo No acircmbito da poacutes-graduaccedilatildeo ocorre uma certa competitividade por recursos entre elas na medida em que o financiamento de bolsas aos estudantes estaacute associado ao desempenho dos cursos nas avaliaccedilotildees realizadas pela CAPES

36 As novas ofertas educativas nacionais e internacionais

As novas ofertas educativas surgem como uma forma de ampliar a oferta de matriacuteculas e a diversificaccedilatildeo do sistema para responder agrave crescente demanda por ensino superior ocorrida com a explosatildeo das taxas de conclusatildeo do ensino meacutedio Essas iniciativas foram regulamentadas ou incentivadas pela nova LDBN com a Lei ndeg 939496

No que se refere agrave criaccedilatildeo de cursos essa lei introduziu novos tipos dentre eles os cursos sequumlenciais de formaccedilatildeo especiacutefica e de complementaccedilatildeo de estudos e uma nova modalidade a implementaccedilatildeo de cursos a distacircncia (ver 24)

A LDBN tambeacutem abriu caminho para a diversificaccedilatildeo das IES A partir dela e de outros decretos do MECCNE foram criados novos tipos institucionais como os Centros Universitaacuterios as Universidades

5 Ver a este respeito os trabalhos de Joatildeo Vianney Universidade Virtual A virtualizaccedilatildeo dos serviccedilos acadecircmicos no ensino presencial e a criaccedilatildeo de um novo conceito para o ensino superior a distacircncia e de Jose Manuel Moran A educaccedilatildeo a distancia no Brasil - Lugar c Papel das novas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo na educaccedilatildeo superior

Especializadas os Institutos de Educaccedilatildeo Superior e os Centros de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica (ver 24)

No acircmbito da poacutes-graduaccedilatildeo stricto e lato sensu a novidade eacute a criaccedilatildeo dos mestrados profissionais oferecidos pelos Centros de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica e Centros Federais de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica e os cursos de especializaccedilatildeo denominados Master Business Administration (MBAS)

Outra oferta educativa satildeo os cursos oferecidos pelas universidades corporativas os quais satildeo realizados pelas proacuteprias empresas a fim de conceder uma formaccedilatildeo continuada a seus funcionaacuterios clientes ou fornecedores Esses cursos dispensam credenciamento ou reconhecimento oficial seu reconhecimento eacute pelo mercado Os diplomas natildeo necessitam de registro e os cursos e programas satildeo livres atendendo agraves necessidades das pessoas que integram as organizaccedilotildees wwwguiarhcombrp6htm)

A oferta de cursos de poacutes-graduaccedilatildeo stricto sensu oferecidos no Brasil por instituiccedilotildees estrangeiras diretamente ou mediante convecircnio com instituiccedilotildees nacionais foi proibida pela Resoluccedilatildeo CNECES ndeg 02 de 03042001 em seu artigo 1ordm que determinou a imediata suspensatildeo do processo de admissatildeo de novos alunos

REFEREcircNCIAS

SCHWARTZMAN Simon A revoluccedilatildeo silenciosa do ensino superior In DURHAM E SAMPAIO H (Orgs) O ensino superior em transformaccedilatildeo Satildeo Paulo USPNUPES 2001

GESTEIRA Cid Santos Cursos sequumlenciais In DURHAM E SAMPAIO H (Orgs) O ensino superior em transformaccedilatildeo Satildeo Paulo USPNUPES 2001

SAMPAIO Helena Maria SantAna O ensino superior no Brasil o setor privado Satildeo Paulo Hucitec FAPESP 2000

VIANNEY Joatildeo Universidade virtual a virtualizaccedilatildeo dos serviccedilos acadecircmicos no ensino presencial e a criaccedilatildeo de um novo conceito para o ensino superior a distacircncia In In DURHAM E SAMPAIO H (Orgs) O ensino superior em transformaccedilatildeo Satildeo Paulo USPNUPES 2001

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Governo e gestatildeo da educaccedilatildeo superior

Michelangelo Giotto Santoro Trigueiro

Introduccedilatildeo

Tema de grande relevacircncia no momento presente o ensino superior tem ocupado parte importante das anaacutelises e preocupaccedilotildees dos estudiosos da educaccedilatildeo e dos responsaacuteveis pela formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave aacuterea

Natildeo obstante em que pesem os muitos estudos desenvolvidos e as estatiacutesticas produzidas pelos mais diversos oacutergatildeos e setores da vida puacuteblica e privada no Paiacutes o ensino superior ainda carece de informaccedilotildees precisas e diagnoacutesticos que decircem conta das transformaccedilotildees operadas nos uacuteltimos anos nesse campo da vida em sociedade Satildeo mudanccedilas importantes verificadas especialmente na uacuteltima deacutecada e que se relacionam de modo geral com os novos processos e relaccedilotildees advindos do impacto do desenvolvimento cientifico-tecnoloacutegico recente do aprofundamento da chamada globalizaccedilatildeo e da crescente democratizaccedilatildeo das sociedades

Nesse contexto amplo de transformaccedilotildees surgem novas oportunidades de atuaccedilatildeo profissional em campos ineacuteditos e constata-se forte pressatildeo social pelo acesso agraves inovaccedilotildees e pelo conhecimento capaz de conferir melhores condiccedilotildees de competitividade aos grupos empresas e indiviacuteduos em diferentes situaccedilotildees da vida contemporacircnea

Eacute nesse cenaacuterio que se localiza o panorama atual do ensino superior no Paiacutes evidenciando o surgimento de novos atores e a proliferaccedilatildeo de instituiccedilotildees as mais variadas compondo quadro bastante heterogecircneo e complexo

Ademais a formulaccedilatildeo e o avanccedilo de poliacuteticas consequumlentes provenientes do Governo Federal voltadas agrave melhoria da qualidade e ampliaccedilatildeo do ensino meacutedio e do fundamental nos uacuteltimos anos tem contribuiacutedo tambeacutem para o aumento da demanda por novas vagas e pelo acesso ao ensino superior no Brasil

Tudo isto sinaliza para uma situaccedilatildeo de muitos obstaacuteculos considerando as particularidades da estrutura burocraacutetica e administrativa das instituiccedilotildees mais tradicionais notadamente as universidades puacuteblicas brasileiras as quais satildeo permanentemente desafiadas seja pelas medidas provenientes do Governo Federal - especialmente aquelas relacionadas ao tema da avaliaccedilatildeo - forccedilando a que tais instituiccedilotildees busquem a melhoria e a reformulaccedilatildeo de antigos padrotildees de funcionamento e organizaccedilatildeo acadecircmica e administrativa seja pelo aparecimento de novos concorrentes - sobretudo as instituiccedilotildees particulares - constituindo diversificada teia de interesses e eventuais confrontos de posiccedilotildees

O quadro geral eacute de muitas duacutevidas e o momento presente acentua o caraacuteter ainda transitoacuterio de muitas situaccedilotildees concernentes agrave estrutura e funcionamento do governo e da gestatildeo das diversas instituiccedilotildees de ensino superior no Paiacutes o que ressalta a necessidade de novos estudos No presente trabalho tenciona-se em linhas gerais apontar aspectos relacionados a esta problemaacutetica considerando ainda o niacutevel preliminar desta abordagem em face da realidade ainda pouco consolidada do ensino superior brasileiro e em razatildeo de sua grande heterogeneidade e complexidade

41 Tipos de governo das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior

411 Governo colegiado ou natildeo-colegiado

com a reforma universitaacuteria em 1968 as universidades sofreram modificaccedilotildees em sua estrutura acadecircmica e administrativa A esse respeito destacam-se a aboliccedilatildeo do regime de caacutetedras - que estimulou a progressatildeo na carreira docente baseada na titulaccedilatildeo e no meacuterito acadecircmico a instituiccedilatildeo do departamento como unidade uacutenica de ensino e pesquisa a institucionalizaccedilatildeo da pesquisa e a centralizaccedilatildeo da tomada de decisatildeo na esfera federal dos oacutergatildeos de administraccedilatildeo A lei tornou ainda facultativa a existecircncia de niacuteveis estruturais entre os Departamentos e a Administraccedilatildeo superior

Na Lei ndeg 554068 jaacute consta a definiccedilatildeo do processo decisograverio para dirigentes das Universidades Federais atraveacutes de oacutergatildeos colegiados tendo como base estatutos e regimentos Esta lei estabelecia ainda que o Reitor e o Diretor de universidade unidade universitaacuteria ou estabelecimento isolado de caraacuteter particular seratildeo escolhidos na forma dos respectivos estatutos e regimentos (Lei ndeg 554068 Par III)

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Assim a partir da legislaccedilatildeo de 1968 as universidades federais passaram a ser estruturadas pelos seguintes oacutergatildeos1

Oacutergatildeos supervisores - Conselho Universitaacuterio - CUN - oacutergatildeo colegiado obrigatoacuterio

vinculado agrave administraccedilatildeo superior - composto pelo reitor vice-reitor ex-reitor decano dos reitores proacute-reitores representantes docentes e discentes diretores das unidades de ensino e representantes da comunidade acadecircmica e dos diferentes setores da sociedade

- Conselho de Curadores - oacutergatildeo obrigatoacuterio nas universidades estruturadas sob a forma da Autarquia - responsaacutevel pela fiscalizaccedilatildeo da execuccedilatildeo econocircmica e financeira (funccedilatildeo de auditoria) composto por representantes da comunidade acadecircmica do setor produtivo do Estado-sede da instituiccedilatildeo e por um representante do MEC

- Conselho Diretor - oacutergatildeo da administraccedilatildeo superior existente nas universidades organizadas sob a forma juriacutedica de Fundaccedilatildeo - que desempenha funccedilotildees de natureza administrativa e fiscal

- Conselho de Ensino Pesquisa e Extensatildeo - CEPE - oacutergatildeo de supervisatildeo e coordenaccedilatildeo das atividades de ensino e pesquisa em niacutevel de administraccedilatildeo superior composto pelo reitor vice-reitor proacute-reitores de aacutereas representantes de cada uma das unidades universitaacuterias docentes de todas as categorias e representantes discentes

- Reitoria - oacutergatildeo que dirige todas as atividades universitaacuterias tanto administrativas como acadecircmicas em niacutevel executivo Seu poder eacute exercido pelo reitor vice-reitor e proacute-reitores

Oacutergatildeos Setoriais

- Centros (ou faculdadesInstitutosescolas) - de caraacuteter facultativo - resultante da fusatildeo de institutos e faculdades com a funccedilatildeo de coordenar os departamentos

- Conselho Departamental - de caraacuteter deliberativo e consultivo - constituiacutedo pelo diretor e vice-diretor da unidade acadecircmica chefes de departamentos acadecircmicos representantes do corpo docente nas diversas categorias e por representantes discentes

- Diretoria - oacutergatildeo executivo - que dirige coordena fiscaliza e superintende as atividades das unidades acadecircmicas e administrativas

O governo colegiado eacute aquele que se apoia em oacutergatildeos colegiados uma boa maneira de caracterizar esse tipo governo eacute tomar como exemplo o caso de uma instituiccedilatildeo federal de ensino superior Na Universidade de Brasiacutelia por exemplo os principais oacutergatildeos isto eacute os

1 Vahl T Rogeacuterio (1990) e Lei ndeg 554068 de 281168

oacutergatildeos colegiados superiores satildeo o CONSUNI seguido pelo Conselho de Ensino Pesquisa e Extensatildeo - CEPE (na praacutetica funciona atraveacutes de cacircmaras especiacuteficas de poacutes-graduaccedilatildeo de ensino de graduaccedilatildeo e de extensatildeo) e o Conselho de Administraccedilatildeo - CAD - que envolve diretores de institutos e faculdades No estatuto da UnB esses oacutergatildeos satildeo definidos da seguinte forma O CONSUNI eacute o oacutergatildeo final deliberativo da universidade para traccedilar a poliacutetica universitaacuteria e funcionar como instacircncia de recurso Eacute composto por membros do Conselho de Administraccedilatildeo e do Conselho de Ensino e Pesquisa representantes da comunidade e representante da Associaccedilatildeo de Ex-alunos O CEPE por sua vez eacute o oacutergatildeo superior deliberativo e consultivo da Universidade em mateacuteria de ensino pesquisa e extensatildeo E constituiacutedo pelo reitor vice-reitor e pelos decanos de graduaccedilatildeo de pesquisa e poacutes-graduaccedilatildeo e de extensatildeo Finalmente o CAD eacute constituiacutedo por oacutergatildeo superior deliberativo e consultivo da Universidade em mateacuteria administrativa Dele fazem parte o reitor o vice-reitor os decanos de assuntos administrativos e financeiros e de assuntos comunitaacuterios diretores de faculdades diretores de oacutergatildeo suplementar e representantes do corpo discente

A UnB tem ainda uma especificidade que geralmente natildeo eacute encontrada em outras federais o Conselho Diretor da Fundaccedilatildeo Universidade Brasiacutelia - FUB eacute responsaacutevel pelo gerenciamento do patrimocircnio e das receitas e despesas da UnB mas natildeo trata de questotildees acadecircmicas A FUB representa o que se pode considerar em seu estatuto de criaccedilatildeo a mantenedora da UnB

Nas IES privadas a mantenedora deve garante o patrimocircnio fiacutesico-financeiro e o orccedilamento da instituiccedilatildeo No caso das comunitaacuterias ou confessionais isso geralmente eacute verdade entretanto nas particulares de sentido estrito essa funccedilatildeo assume outra conotaccedilatildeo a mantenedora eacute na verdade a donada instituiccedilatildeo A mantenedora supostamente manteacutem a universidade ou faculdade mas de fato satildeo estas que mantecircm a mantenedora As particulares de sentido estrito em geral natildeo tecircm oacutergatildeos colegiados superiores e quando os tecircm geralmente satildeo compostos de membros nomeados pelo mantenedor ou pelo reitor que por sua vez eacute nomeado pelo mantenedor Muitas vezes o reitor natildeo tem mandato sendo demissiacutevel ad nutum isto eacute segundo a vontade do mantenedor Nas particulares o governo de fato geralmente natildeo eacute colegiado e muitas vezes sequer os estatutos prevecircem oacutergatildeos colegiados Quer dizer a autonomia acadecircmica e pedagoacutegica passa a ser secundarizada pela vontade da mantenedora ou do donoda escola ou faculdade conforme jaacute mencionado (Trigueiro 2000 p59)

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

O Parecer ndeg 600972 do entatildeo conselheiro Jacques Velloso sobre a autonomia acadecircmica das universidades pretendia exatamente estabelecer que as universidades privadas tivessem oacutergatildeos colegiados de direito e de fato com as atribuiccedilotildees acadecircmicas que a LDB especifica no art 52 Este Parecer baseia-se principalmente no paraacutegrafo uacutenico do art 53 da LDB que concerne agrave autonomia didaacutetico-cientiacutefica Segundo o citado paraacutegrafo

Para garantir a autonomia didaacutetico-cientiacutefica das universidades caberaacute aos seus colegiados de ensino e pesquisa decidir dentro dos recursos orccedilamentaacuterios disponiacuteveis sobre I - criaccedilatildeo expansatildeo modificaccedilatildeo e extinccedilatildeo de cursos I I - ampliaccedilatildeo e diminuiccedilatildeo de vagas III - elaboraccedilatildeo da programaccedilatildeo dos cursos IV - programaccedilatildeo das pesquisas e das atividades de extensatildeo V - contrataccedilatildeo e dispensa de professores VI - plano de carreira docente

como destaca o Parecer 60097 caberaacute aos seus colegiados de ensino e pesquisa decidiras atribuiccedilotildees do colegiado Desta forma a Lei atribui aos colegiados de ensino e pesquisa das universidades -sempre dentro dos recursos orccedilamentaacuterios disponiacuteveis - a competecircncia para deliberar a respeito de cada uma e do conjunto de mateacuterias que satildeo essenciais para a vida acadecircmica da instituiccedilatildeo Portanto para o relator do Parecer em pauta os oacutergatildeos colegiados de ensino e pesquisa tecircm plena autonomia para deliberar a respeito da mateacuteria em epiacutegrafe tendo como uacutenica restriccedilatildeo agrave autonomia didaacutetico-cientiacutefica as limitaccedilotildees orccedilamentaacuterias da instituiccedilatildeo

O relator argumenta que universidades puacuteblicas aleacutem de obedecerem ao princiacutepio da gestatildeo colegiada tambeacutem devem submeter-se ao princiacutepio da gestatildeo democraacutetica conforme o art 56 da nova LDB Jaacute as particulares na forma da lei precisam apenas submeter-se ao princiacutepio da gestatildeo colegiada autocircnoma Argumenta ainda que tambeacutem no caso de instituiccedilotildees privadas quando os dirigentes satildeo nomeados fora de listas muacuteltiplas sua presenccedila nos colegiados natildeo pode ser computada como representaccedilatildeo docente Este parecer foi aprovado no CNE mas o ministro da educaccedilatildeo natildeo o homologou

2 Cacircmara de Educaccedilatildeo Superior do Conselho Nacional de Educaccedilatildeo CESCNE Parecer 600 97 de autoria de Jacques Velloso

412 Nomeaccedilatildeo ou eleiccedilatildeo de autoridades das instituiccedilotildees de ensino superior

O processo de escolha de dirigentes das universidades puacuteblicas caminhou na direccedilatildeo da abertura poliacutetica iniciada em 1985 Tal e qual a escolha de Presidente da Repuacuteblica pretendia-se escolher os dirigentes universitaacuterios pelo voto universal e esgotar o processo de escolha no acircmbito da universidade Os conselhos superiores por lei deveriam elaborar listas de candidatos e aos dirigentes federais caberia apenas referendar as decisotildees da comunidade(Schwartzman 1991 p17) Tratava-se desse modo de deslocar para a comunidade de alunos professores e funcionaacuterios a responsabilidade da escolha dos dirigentes

Schwartzman (1991) chama a atenccedilatildeo para os problemas decorrentes deste esse tipo de processo decisoacuterio Do ponto de vista interno jaacute natildeo se garante mais que os dirigentes sejam escolhidos predominantemente por aqueles professores que possuem as melhores condiccedilotildees para fazecirc-lo dada a sua experiecircncia acadecircmica e titulaccedilatildeo Eacute tambeacutem notoacuterio que se excluem do processo eleitoral aqueles docentes que embora dotados de meacuterito acadecircmico e capacidade administrativa natildeo possuem os atributos necessaacuterios ao embate poliacutetico-eleitoral Nessa linha de preocupaccedilotildees argumenta o conhecido socioacutelogo eacute possiacutevel tambeacutem que ao longo do processo poliacutetico se faccedilam compromissos de natureza corporativista com determinados segmentos estranhos a atividade acadecircmica (Schwartzman 1991 p 17)

com a regulamentaccedilatildeo da Lei ndeg 9192 de 21 de dezembro de 1995 o princiacutepio da escolha de dirigentes foi consagrado com a predominacircncia do peso da comunidade interna definindo o colegiado com setenta por cento de membros do corpo docente Esta lei em seu artigo 16 estabelece para o caso da as IFES que

I - o reitor e o vice-reitor de universidade federal seratildeo nomeados pelo Presidente da Repuacuteblica e escolhidos entre professores dos dois niacuteveis mais elevados da carreira ou que possuam tiacutetulo de doutor cujos nomes figurem em listas triacuteplices organizadas pelo respectivo colegiado maacuteximo ou outro colegiado que o englobe instituiacutedo especificamente para este fim sendo a votaccedilatildeo uninominal II - os colegiados a que se refere o inciso anterior constituiacutedos de representantes dos diversos segmentos da comunidade universitaacuteria e da sociedade observaratildeo o miacutenimo de setenta por cento de membros do corpo docente no total de sua composiccedilatildeo

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

III - em caso de consulta preacutevia agrave comunidade universitaacuteria nos termos estabelecidos pelo colegiado maacuteximo da instituiccedilatildeo prevaleceratildeo a votaccedilatildeo uninominal e o peso de setenta por cento para a manifestaccedilatildeo do pessoal docente em relaccedilatildeo agraves demais categorias

Para o caso de estabelecimento isolado de ensino superior mantido pela Uniatildeo conforme o Paraacutegrafo V desta lei as regras satildeo idecircnticas ou seja o diretor e o vice satildeo tambeacutem nomeados pelo Presidente da Repuacuteblica escolhidos em lista triacuteplice preparada pelo colegiado maacuteximo Jaacute para as IES natildeo mantidas pela Uniatildeo o Paraacutegrafo VII estabelece que a escolha do dirigente dar-se-aacute por meio de estatutos e regimentos proacuteprios

Conforme o art 1ordm da lei acima citada em nenhuma universidade puacuteblica haacute eleiccedilotildees pode haver e geralmente haacute consultas preacutevias para a escolha ou indicaccedilatildeo de dirigentes mediante indicaccedilatildeo do colegiado maacuteximo de cada universidade federal ou do colegiado especialmente constituiacutedo para este fim Estes colegiados elaboram listas triacuteplices e o reitor e vice satildeo nomeados pelo Presidente da Repuacuteblica De fato o Ministro da Educaccedilatildeo escolhe quem vai ser nomeado e leva os nomes para o Presidente eacute entatildeo editado um decreto assinado pelo Presidente da Repuacuteblica

De forma geral segundo Rangel Jr (1996) identificam-se trecircs processos de escolha de dirigentes o autocraacutetico no qual o detentor de poder do mando (governador prefeito proprietaacuterio) escolhe e nomeia o dirigente da IES o indireto no qual o dirigente eacute escolhido por um coleacutegio eleitoral representante da comunidade (agraves vezes apenas o segmento docente) que apenas indica uma lista para a escolha e nomeaccedilatildeo pela autoridade competente e direto no qual embora a nomeaccedilatildeo do eleito dependa de autoridade superior a escolha do dirigente se daacute com a participaccedilatildeo e o voto direto da comunidade universitaacuteria O autor identifica tambeacutem trecircs formas de votaccedilatildeo para eleiccedilotildees diretas a universalidade -pela qual todos os votantes tecircm o mesmo peso na votaccedilatildeo independente do segmento ao qual pertenccedilam e de seu nuacutemero a proporcionalidade -quando os indiviacuteduos participam em seu conjunto e o peso de seus votos eacute calculado de acordo com o segmento a que pertenccedila cada um e a paridade - na qual a partir do entendimento de que os segmentos satildeo numericamente diferenciados atribui-se peso igual aos trecircs segmentos que compotildeem a comunidade acadecircmica

uma vez escolhido o dirigente a nomeaccedilatildeo eacute amplamente normatizada pelas leis e decretos apresentados Ao que tudo indica a insatisfaccedilatildeo das instituiccedilotildees ocorre justamente quando por motivos

variados o dirigente nomeado natildeo corresponde ao primeiro nome indicado pela comunidade embora essa nomeaccedilatildeo tenha amplo respaldo na Lei um exemplo de conflito dessa ordem pode ser visto em episoacutedio recente na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UMESB Segundo notiacutecia veiculada no Jornal da Ciecircncia3 a comunidade acadecircmica da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia foi surpreendidano dia trecircs de maio com a nomeaccedilatildeo de um reitor proacute-tempore sem consulta preacutevia agraves instacircncias superiores (CONSU) passando por cima de uma deliberaccedilatildeo do Conselho Superior que jaacute havia indicado no dia 24 de abril um nome para assumir a funccedilatildeo de reitor interino com o objetivo de viabilizar as eleiccedilotildees Ainda segundo o jornal citado a atitude do Governador desencadeou um processo de mobilizaccedilatildeo e as trecircs categorias tentam impedir a entrada do interventor na instituiccedilatildeo

Haacute tambeacutem a preocupaccedilatildeo na composiccedilatildeo do colegiado quanto ao corporativismo de alguns dos segmentos o que poderia acarretar empecilhos ao processo democraacutetico De acordo com documento da COPEA (1998) tanto na carreira universitaacuteria como na escolha de dirigentes a hierarquia do meacuterito e da excelecircncia acadecircmica devem prevalecer sobre o corporativismo () A avaliaccedilatildeo por pares com predominacircncia de elementos externos deve ser a base do julgamento do meacuterito em ensino pesquisa e extensatildeo para a progressatildeo na carreira e para o ingresso e permanecircncia no regime de dedicaccedilatildeo exclusiva(COPEA 1998)4

413 As relaccedilotildees entre as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior e o Estado

As relaccedilotildees entre as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior e o Estado quanto agrave nomeaccedilatildeo de autoridades notadamente das instituiccedilotildees puacuteblicas passa natildeo apenas pela simples homologaccedilatildeo dos dirigentes mas por processo amplo de conflitos e tensotildees de tocircda ordem Vaacuterios satildeo os atores envolvidos nesse processo os quais direta ou indiretamente condicionam as decisotildees finais Assim reduzir esse assunto agrave esfera do executivo eacute abordar apenas parcialmente a problemaacutetica supracitada Esta requer examinar igualmente um conjunto de atores que fazem parte de todo o jogo de poder que se estabelece entre o Estado e a sociedade civil atingindo os partidos poliacuteticos os movimentos sociais as comunidades cientiacuteficas e assim por diante O que natildeo significa que todos esses atores tenham o mesmo grau de influecircncia na escolha final dos dirigentes

3 Jornal da Ciecircncia e-mail 2030 de 10 de Maio de 2002 4 Documento da Coordenaccedilatildeo de Programas de Estudos Avanccedilados da UFRJ - COPEA em 29 e 30 de maio de 1998

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

maacuteximos das IES bem como de outros dirigentes destas instituiccedilotildees tampouco significa que o poder do Presidente seja com isso minimizado mas que se trata de uma problemaacutetica extremamente complexa a qual natildeo pode ser conduzida apenas do ponto de vista de uma loacutegica estritamente formal

Ademais faz-se mister ultrapassar neste ponto a mera relaccedilatildeo existente entre o Estado e as IES no tema do nomeaccedilatildeo e a eleiccedilatildeo de autoridades abordando a proacutepria conduccedilatildeo e formulaccedilatildeo de poliacuteticas voltadas para o ensino superior no Paiacutes Ao se fazer isto tenciona-se enfocar num certo sentido o cenaacuterio mais amplo poliacutetico que perpassa no acircmbito do Estado a nomeaccedilatildeo e mais que isso a estabilizaccedilatildeo de nomes aprovados para a direccedilatildeo das IES

A esse respeito em termos mais concretos tem-se vaacuterios setores envolvidos do poder executivo destacando-se a Secretaria de Ensino Superior do MEC (SESU) o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo (CNE) e o Instituto Nacional de Estudos Pedagoacutegicos (INEP) tendo este uacuteltimo papel fundamental na implementaccedilatildeo de tocircda a poliacutetica de avaliaccedilatildeo do ensino superior no momento

Embora a SESU tenha um papel mais ligado agrave supervisatildeo e implementaccedilatildeo das poliacuteticas relacionadas agrave educaccedilatildeo superior no Paiacutes na praacutetica acaba sendo o verdadeiro formulador das poliacuteticas que quase sempre satildeo referendadas pelo Ministro Nos uacuteltimos anos a atuaccedilatildeo do oacutergatildeo se expandiu uma vez que apoacutes a LDB muitas questotildees passaram a necessitar de normatizaccedilatildeo Desta forma a SESU passou a produzir decretos e portarias que acabaram direcionando os rumos do Ensino Superior Para dar um exemplo as IES privadas para ofertarem cursos de graduaccedilatildeo dependem de permissatildeo do oacutergatildeo

No acircmbito da SESU diversos mecanismos especiacuteficos satildeo criados para as IES tais como credenciamento da Instituiccedilatildeo e autorizaccedilatildeo e reconhecimento de cursos Eacute nesse momento que haacute um contato mais proacuteximo das IES com o poder puacuteblico pois elas precisam apresentar projetos de cursos adequando-se a uma seacuterie de exigecircncias As exigecircncias tecircm sido bem conduzidas pela SESU que criou padrotildees de qualidade a serem atendidos pelas IES O oacutergatildeo tambeacutem manteacutem um contato estreito com o CNE um exemplo eacute a atual revisatildeo da Legislaccedilatildeo para os cursos sequumlenciais Haacute tambeacutem a questatildeo do orccedilamento das IFES que eacute submetido agrave SESU A esse respeito as pressotildees por parte das IFES satildeo grandes especialmente no que concerne agraves reivindicaccedilotildees por maiores salaacuterios e recursos os quais a SESU natildeo tem como ampliaacute-los uma vez que os repasses dependem de decisotildees da aacuterea econocircmica e de autorizaccedilatildeo da Uniatildeo

Finalmente podem-se destacar algumas poliacuteticas que estatildeo ligadas mais diretamente agrave SESU

- conduccedilatildeo do processo de discussatildeo e implementaccedilatildeo das Diretrizes Curriculares para os Cursos de Graduaccedilatildeo

- estabelecimento dos padrotildees de qualidade para os cursos de niacutevel superior

- implementaccedilatildeo ou supervisatildeo de programas especiais como o Programa Especial de Treinamento (PET) e o Programa para Melhoria do Ensino Superior (recursos para as IES e financiamento de equipamentos)

- sistematizaccedilatildeo da Legislaccedilatildeo criando procedimentos para normas fixadas pela LDB (exemplo os cursos sequumlenciais criados pela LDB estabelecendo-se paracircmetros e procedimentos especiacuteficos)

- supervisatildeo e fiscalizaccedilatildeo de IES sobretudo no que tange agrave Avaliaccedilatildeo das Condiccedilotildees de Oferta dos cursos por meio da constituiccedilatildeo das Comissotildees de Especialistas

um outro oacutergatildeo importante na conduccedilatildeo da Poliacutetica de ensino superior do Paiacutes eacute o INEP Historicamente esse oacutergatildeo foi criado para desenvolver pesquisas e reflexotildees sobre a educaccedilatildeo Entretanto nas uacuteltimas deacutecadas seu papel tem sido cada vez mais diversificado e ampliado Primeiro consolidou-se como um produtor de dados sobre a educaccedilatildeo realizando os censos dos diversos niacuteveis educacionais Segundo mais recentemente com a introduccedilatildeo dos novos mecanismos de avaliaccedilatildeo a exemplo do Exame nacional de Cursos

Finalmente o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo eacute um oacutergatildeo praticamente independente Possui autonomia suficiente para criar poliacuteticas para o ensino Todavia em uacuteltima instacircncia depende da chancela do Ministro O CNE de modo geral funciona da seguinte forma determinada mateacuteria recebe apreciaccedilatildeo do CNE O oacutergatildeo discute e emite um parecer Esse parecer natildeo eacute vaacutelido oficialmente mas passa a exercer grande influecircncia no cotidiano das IES Ou seja o ambiente acadecircmico e as IES passam a considerar as disposiccedilotildees descritas em tais pareceres Posteriormente o parecer eacute encaminhado ao MEC e pode ser homologado ou natildeo Se for homologado passa a se constituir em resoluccedilatildeo e a ter forccedila de lei Assim o periacuteodo de espera para o homologo de um parecer pode demorar muito e acaba ocorrendo que pela falta de normas ateacute essa decisatildeo final o CNE fica legislando autonomamente durante algum tempo

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

O termo autonomia sempre significou coisas bem distintas para os vaacuterios grupos que compotildeem o ambiente das IES uma mesma palavra empregada com sentidos bem diversos Este fato dificultou o entendimento e a formaccedilatildeo de consenso sobre o tema seja na direccedilatildeo de um apoio efetivo seja na perspectiva oposta Muitos foacuteruns mesas redondas e seminaacuterios foram criados nas IES e entidades ligadas ao ensino superior do Paiacutes buscando esclarecer as duacutevidas e ampliar o consenso sobre a autonomia

O ponto de partida para essa discussatildeo pode ser abordar o proacuteprio anteprojeto de lei apresentado pelo MEC agraves universidades (datado de abril de 1999)5 Nele estaacute bem evidenciada a intenccedilatildeo do Ministeacuterio de implementar um programa de mudanccedilas profundas nas instituiccedilotildees universitaacuterias brasileiras O documento eacute dirigido especificamente para as instituiccedilotildees puacuteblicas distinguindo a autonomia acadecircmica da econocircmica (administrativa e de gestatildeo patrimonial e financeira) que alcanccedila de modos bastante diversos as universidades puacuteblicas e as particulares (p 4) Na sua justificativa para a distinccedilatildeo do alcance das medidas propostas o documento argumenta que enquanto as universidades puacuteblicas estatildeo sujeitas aos princiacutepios e regras inerentes ao Direito Puacuteblico (art 37 caput da Constituiccedilatildeo Federal legalidade impessoalidade moralidade e publicidade) as particulares estatildeo sob a regecircncia do Direito Privado em mateacuteria econocircmica a elas se aplicando a noccedilatildeo privatista de que tudo que natildeo eacute proibido pelo texto legal eacute liacutecito (p 4)

Quer dizer o aspecto central dessa proposta do MEC refere-se agrave gestatildeo patrimonial e financeira e agrave autonomia administrativa considerando inalteraacutevel a prerrogativa da autonomia didaacutetico-cientiacutefica jaacute garantida no Artigo 207 da Constituiccedilatildeo6

O que chama a atenccedilatildeo no entanto eacute que nesse mesmo Artigo tambeacutem eacute estabelecida a autonomia administrativa e de gestatildeo financeira e patrimonial Aliaacutes eacute seguindo esse questionamento que muitos membros e dirigentes da comunidade universitaacuteria tecircm se voltado argumentando que uma exigecircncia para a autonomia eacute a revogaccedilatildeo de toda a legislaccedilatildeo infraconstitucional que trata da universidade Nesse sentido o 18deg

5 O que se estaacute chamando anteprojeto de lei tem como cabeccedilalho no documento oficial o seguinte Autonomia Universitaacuteria fundamentos para uma lei que regule a autonomia das universidades federais nos termos do que estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Superior assim como disponha sobre a possibilidade de ampliaccedilatildeo da autonomia mediante contrato de desenvolvimento institucional 6 O texto Constitucional define a Autonomia Universitaacuteria nos seguintes termos As universidades gozam de autonomia didaacutetico-cientiacutefica administrativa e de gestatildeo financeira e patrimonial e obedeceratildeo ao princiacutepio de indissociabilidade entre ensino pesquisa e extensatildeo

Congresso da ANDES reafirmou a defesa da auto-aplicabilidade do referido Artigo da Constituiccedilatildeo embora insistindo na necessidade de ampliar o debate sobre o assunto com sociedade

O MEC justifica essa necessidade de distinccedilatildeo ressaltando que

Embora o art 207 da Constituiccedilatildeo Federal tivesse tratado da autonomia universitaacuteria diversas outras disposiccedilotildees tanto constitucionais quanto de niacutevel ordinaacuterio impedem o pleno exerciacutecio dessa prerrogativa Tais impedimentos dizem respeito agrave administraccedilatildeo de recursos humanos e agrave vinculaccedilatildeo orccedilamentaacuteria e financeira comuns a toda a administraccedilatildeo puacuteblica As peculiaridades das organizaccedilotildees universitaacuterias e suas finalidades acadecircmicas acabam encontrando nestes fatores forte impacto restritivo

Em resumo trata-se de uma proposta que busca fundamentalmente dar condiccedilotildees juriacutedicas agraves universidades puacuteblicas para exercer com maior liberdade o gerenciamento dos seus recursos humanos financeiros e patrimoniais podendo dispor de muito maior flexibilidade para definir criteacuterios proacuteprios de indicadores de desempenho remanejamento de quadros de funcionaacuterios e recrutamento permanente e temporaacuterio de pessoal aleacutem de poder assumir prerrogativas relevantes como dispensa de licitaccedilatildeo em situaccedilotildees especiacuteficas possibilidades de alienaccedilatildeo e oneraccedilatildeo de bens patrimoniais incorporaccedilatildeo de excedentes financeiros de cada exerciacutecio sem repercussatildeo para o periacuteodo seguinte e o remanejamento de recursos entre rubricas programas ou categorias de despesa

Deixando um pouco de lado os aspectos propriamente juriacutedicos e semacircnticos relacionados agrave autonomia das IES o que se depreende do conjunto de poliacuteticas puacuteblicas relacionadas ao ensino superior no Brasil eacute que o exerciacutecio efetivo de autonomia nas IES eacute algo que depende natildeo soacute da legislaccedilatildeo e dos aspectos propriamente formais mas de todo um conjunto de aspectos relacionados envolvendo a histoacuteria a cultura interna a estrutura organizacional e o contexto soacutecio-econocircmico mais abrangente no qual se localiza a IES algo que precisa ser examinado conjuntamente

Em termos gerais a autonomia didaacutetico-cientiacutefica e a possibilidade de criaccedilatildeo de novos cursos eacute prevista em lei conforme mencionado neste ponto do texto e no anterior ao se comentar as definiccedilotildees atinentes a cada tipo de instituiccedilatildeo assim por exemplo uma universidade e um centro universitaacuterio

Verifica-se nesse dispositivo legal a extensatildeo da autonomia universitaacuteria aos Centros Universitaacuterios definindo limites a estes no plano

-4 Educaccedilatildeo Superior no Brasil

de desenvolvimento da Instituiccedilatildeo O Parecer CNE ndeg 60097 abaixo transcrito parcialmente reconhece essa extensatildeo

A nova LDB prevecirc a extensatildeo de prerrogativas de autonomia universitaacuteria a outras instituiccedilotildees que comprovem alta qualificaccedilatildeo para o ensino ou para a pesquisa com base em avaliaccedilatildeo realizada pelo Poder Puacuteblico (art 54 sect 2o) Tal hipoacutetese ganhou vida na figura dos Centros Universitaacuterios estabelecida inicialmente pelo Dec ndeg 2207 de 16 de abril de 1997 e posteriormente nos arts 8o e 12 do Dec ndeg 2306 de 19 de agosto do mesmo ano que lhes atribuiu prerrogativas de autonomia didaacutetico-cientiacutefica aleacutem de outras que possam ser estabelecidas em seu credenciamento Os Centros Universitaacuterios gozando de prerrogativas da autonomia universitaacuteria devem pautar a organizaccedilatildeo e composiccedilatildeo de seus colegiados de ensino e pesquisa pelas mesmas diretrizes que regem anaacutelogos oacutergatildeos nas universidades (Parecer CNE ndeg 60097) Gozam de alto grau de autonomia relativamente a estes aspectos acadecircmicos

Por outro lado no que tange agrave gestatildeo orccedilamentaacuteria edos recursos humanos as chamadas instituiccedilotildees particulares dispotildeem de maior grau de autonomia que suas congecircneres puacuteblicas Considere-se ainda que num amplo espectro de possibilidades de autonomia agraves IES as universidades comunitaacuterias apresentam condiccedilotildees importantes para um exerciacutecio efetivo de autonomia seja esta acadecircmica ou administrativa mesmo considerando que seu funcionamento eacute pautado por decisotildees de conselhos e colegiados

Para se compreender melhor as especificidades da autonomia em cada tipo de IES seraacute discutida a seguir a estrutura interna de governo e o processo decisograverio nessas instituiccedilotildees

414 Os procedimentos e praacuteticas de prestaccedilatildeo de contas das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior

A Instruccedilatildeo Nonnativa SFMF ndeg 02 de 20 de dezembro de 2000 define em seu art 2o item IX o processo de prestaccedilatildeo de contas como

processo formalizado pelo titular da entidade da administraccedilatildeo indireta compreendendo as autarquias fundaccedilotildees instituiacutedas e mantidas pela Uniatildeo empresas puacuteblicas

sociedades de economia mista e demais empresas controladas direta ou indiretamente pela Uniatildeo bem como empresas encampadas ou sob intervenccedilatildeo federal oacutergatildeos e entidades que arrecadem ou gerenciem contribuiccedilotildees parafiscals de investimentos e outros fundos e dos oacutergatildeos ou entidades administradas sob contrato de gestatildeo A Prestaccedilatildeo de Contas seraacute elaborada com suporte da unidade de contabilidade analiacutetica da entidade com objetivo de demonstrar a boa e regular aplicaccedilatildeo dos recursos utilizados e os resultados obtidos na conformidade das leis regulamentos e normas emanadas das autoridades administrativas competentes e conteraacute dados e informaccedilotildees pertinentes aos atos de gestatildeo orccedilamentaacuteria financeira patrimonial e operacional e agrave guarda de bens e valores puacuteblicos devendo ser encaminhada agrave respectiva unidade de controle interno pelo titular da entidade

A Prestaccedilatildeo de Contas ainda de acordo com o item supracitado poderaacute ser

1) Anual - levantada ao final do correspondente exerciacutecio financeiro ateacute setenta e cinco dias contados da data do encerramento do correspondente exerciacutecio financeiro

2) Extraordinaacuteria - quando ocorrer a extinccedilatildeo cisatildeo fusatildeo incorporaccedilatildeo transformaccedilatildeo liquidaccedilatildeo ou privatizaccedilatildeo de entidades da administraccedilatildeo indireta inclusive das fundaccedilotildees instituiacutedas eou mantidas pelo Poder Puacuteblico Federal ateacute noventa dias contados da data de extinccedilatildeo cisatildeo dissoluccedilatildeo transformaccedilatildeo liquidaccedilatildeo privatizaccedilatildeo fusatildeo ou incorporaccedilatildeo

De maneira geral os processos de tomada e de prestaccedilatildeo de contas satildeo constituiacutedos por 1) rol de responsaacuteveis 2) demonstraccedilotildees financeiras exigidas em lei 3) relatoacuterio de gestatildeo e 4) relatoacuterio de auditoria

As prestaccedilotildees de contas das autarquias e fundaccedilotildees puacuteblicas estatildeo regulamentadas pela Medida Provisoacuteria ndeg 2087-29 de 22 de fevereiro de 2001 atualizando a legislaccedilatildeo pertinente

O art 1ordm desta Medida Provisoacuteria prevecirc que os recursos financeiros de todas as fontes de receitas da Uniatildeo e de suas autarquias e fundaccedilotildees puacuteblicas nas quais se incluem as IES seratildeo depositados e movimentados exclusivamente por intermeacutedio dos mecanismos da conta uacutenica do Tesouro Nacional A MP estabelece tambeacutem no art 2o as regras para aplicaccedilatildeo de financeira dos recursos

Art 2o - A partir de 01 de janeiro de 1999 os recursos dos fundos das autarquias e das fundaccedilotildees puacuteblicas federais natildeo poderatildeo ser aplicados no mercado financeiro

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Jaacute no Paraacutegrafo 4deg deste artigo abre-se exceccedilatildeo no que se refere agraves receitas proacuteprias

sect 4o As autarquias e fundaccedilotildees puacuteblicas os fundos por elas administrados bem como os oacutergatildeos da Administraccedilatildeo Puacuteblica Federal direta poderatildeo manter na conta uacutenica do Tesouro Nacional em aplicaccedilotildees a prazo fixo disponibilidades financeiras decorrentes de arrecadaccedilatildeo de receitas proacuteprias na forma regulamentada pelo Ministeacuterio da Fazenda

No que se refere agraves mantenedoras de instituiccedilotildees de ensino superior sem finalidade lucrativa o artigo 5o do Decreto ndeg 3860 de 9 de julho de 2001 diz que estas publicaratildeo para cada ano civil suas demonstraccedilotildees financeiras certificadas por auditores independentes e com parecer do respectivo conselho fiscal

Este conjunto normativo estabelece portanto a forma e o criteacuterio que rege o processo de prestaccedilatildeo de contas das IES como instituiccedilotildees puacuteblicas especialmente no que concerne a parte propriamente orccedilamentaacuteria de tal processo Contudo haacute muitos outros aspectos que precisam ser igualmente considerados e atinge todo o ambiente do ensino superior brasileiro no momento

Trata-se da prestaccedilatildeo de contas dos serviccedilos realizados e dos resultados dos trabalhos sob a responsabilidade de tais instituiccedilotildees O que estaacute em questatildeo nesse sentido eacute algo que vai aleacutem do aspecto meramente orccedilamentaacuterio e juriacutedico atingindo a qualidade do ensino a formaccedilatildeo dos recursos humanos e o emprego adequado dos recursos financeiros em atividades de pesquisa e extensatildeo

A esse respeito tem sido fundamental o trabalho de acompanhamento e avaliaccedilatildeo desenvolvido pelo MEC conforme jaacute mencionado anteriormente condicionando toda a poliacutetica de recredenciamento de cursos e de criaccedilatildeo de novas IES O Exame Nacional de Cursos mais conhecido como provatildeo vem assumindo papel de grande importacircncia a esses respeito condicionando muitas mudanccedilas e correccedilotildees no funcionamento e na estrutura interna das vaacuterias IES sobretudo no segmento das particulares forccedilando-as a rever curriacuteculos e a melhorar a condiccedilatildeo de seu quadro docente bem como as atividades de pesquisa e extensatildeo

Dessa forma pode-se dizer que as vaacuterias IES estatildeo passando por um grande processo de modificaccedilotildees internas natildeo sem muitas resistecircncias no processo mais amplo de prestaccedilatildeo de contas agrave sociedade e ao Estado brasileiro tendo na sistemaacutetica de avaliaccedilatildeo o seu vetor mais importante

Atualmente aleacutem do Exame Nacional de Cursos o INEP tem procurado implementar a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees de ensino no acircmbito dos diferentes cursos em voga no Paiacutes e mais recentemente inaugurado nova etapa na chamada avaliaccedilatildeo institucional

Em resumo muito tem sido feito neste sentido e sejam instituiccedilotildees puacuteblicas sejam as particulares em suas mais diferentes formas estruturas e configuraccedilotildees juriacutedicas todas estas tecircm envidado esforccedilos importantes na busca pela melhoria da qualidade Processo este que ainda estaacute em seus momentos iniciais

O resultado de todo esse esforccedilo que atinge a gestatildeo das IES e que acaba por condicionar toda a qualidade dos resultados ali gerados depende outrossim de fatores e da interveniecircncia de muitos outros atores num campo de muitos conflitos e tensotildees

Natildeo obstante a tocircnica eacute a discussatildeo mais aberta de grandes temas e questotildees que dizem respeito aos interesses comuns no sentido de centrar forccedila em accedilotildees mais coesas de reivindicaccedilatildeo junto aos oacutergatildeos do governo O que requer explicitar problemas e apresentar eventuais encaminhamentos de soluccedilotildees

Seguindo essa argumentaccedilatildeo se a reivindicaccedilatildeo para a especificidade e a natildeo comparabilidade entre as vaacuterias instituiccedilotildees privadas eacute uma tocircnica segundo muitos depoimentos de dirigentes de IES particulares existe na verdade uma preocupaccedilatildeo comum com a formaccedilatildeo superior e com o papel que essas instituiccedilotildees desempenham na sociedade o que apontam como um serviccedilo agrave populaccedilatildeo e ao paiacutes Nesse sentido dizem estes todas as IES satildeo puacuteblicas nao haacute essa grande separaccedilatildeo puacuteblico-privado mas instituiccedilotildees boas ou natildeo seacuterias ou picaretas

Afora essas ressalvas haacute na maior parte dos discursos evidenciados na grande miacutedia uma preocupaccedilatildeo com a generalizaccedilatildeo de criteacuterios de avaliaccedilatildeo de formas niveladorasde conduccedilatildeo da poliacutetica superior por parte do MEC embora reconheccedilam a importacircncia das uacuteltimas medidas incluindo - com todas as inuacutemeras restriccedilotildees apontadas - o Exame Nacional de Cursos

Entretanto de um modo geral nota-se nitidamente um clima de grandes mudanccedilas no interior das IES puacuteblicas e privadas conforme jaacute se comentou e nas suas relaccedilotildees com outros setores da sociedade especialmente com os oacutergatildeos responsaacuteveis por essa poliacutetica no Paiacutes

Poder-se-ia dizer que vivenciamos uma grande fase de transiccedilatildeo em nosso ensino superior sobretudo entre as instituiccedilotildees particulares apontando para mudanccedilas maiores na estrutura e funcionamento dessas instituiccedilotildees embora o esboccedilo final desse cenaacuterio ainda natildeo esteja suficientemente claro E ainda muito imprevisiacutevel o quadro que viraacute das

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

transformaccedilotildees que ora presenciamos nesse setor da vida brasileira Contudo satildeo bastante evidentes os sinais de grandes alteraccedilotildees na educaccedilatildeo superior do paiacutes a julgar pelo que pode-se perceber ainda que em caraacuteter incipiente em termos de anseios de mudanccedilas por parte dos dirigentes bem como de accedilotildees concretas jaacute iniciadas Tudo isto poderaacute apontar para uma modificaccedilatildeo na relaccedilatildeo puacuteblico-privado - e na divisatildeo de trabalhoe definiccedilatildeo de novas especializaccedilotildees entre as instituiccedilotildees ligadas agrave educaccedilatildeo superior no Brasil

As oportunidades de novas frentes de atuaccedilatildeo para as IES particulares satildeo muitas implicando possibilidades de aumento da diferenciaccedilatildeo no conjunto dessas instituiccedilotildees no paiacutes e intensificaccedilatildeo do processo competitivo natildeo apenas no grupo das particulares mas entre este e o das instituiccedilotildees puacuteblicas Entretanto as consequumlecircncias desse possiacutevel acirramento no jogo concorrencial entre as IES do Paiacutes no futuro proacuteximo ainda satildeo muito imprevisiacuteveis

Entre novas oportunidades para as IES destacam-se as inuacutemeras parcerias que vecircm sendo desenvolvidas com organizaccedilotildees natildeo-governamentais - envolvendo por exemplo a problemaacutetica ambiental - com secretarias municipais e estaduais - incluindo a participaccedilatildeo conjunta em programas de alfabetizaccedilatildeo de adultos de atendimento odontoloacutegico e hospitalar e no controle e prevenccedilatildeo de doenccedilas - e com vaacuterias empresas e induacutestrias sobretudo as pequenas e micros interessadas nos conhecimentos produzidos e disponiacuteveis nas IES

Muitas vezes as empresas e outras organizaccedilotildees da sociedade procuram preferencialmente as IES particulares por estas apresentarem maior velocidade nas respostas agraves demandas que lhe satildeo dirigidas e menos burocracia comparativamente agraves instituiccedilotildees puacuteblicas facilitando a accedilatildeo conjunta e a realizaccedilatildeo de novas parcerias com essas empresas e organizaccedilotildees A esse respeito algumas IES privadas apontam que determinadas ONGsmanifestam claramente que tecircm preferido realizar convecircnios com essas instituiccedilotildees por considerarem muito restritivasas possibilidades de acordo com as puacuteblicas Significando tais restriccedilotildees o que consideram um forte academicismoe uma visatildeo muito teoacuterica presente nas IES puacuteblicas de difiacutecil aplicaccedilatildeo na realidade concreta Ou seja as particulares estariam em melhores condiccedilotildees de responderem a essas demandas da sociedade segundo tais interpretaccedilotildees a despeito de natildeo possuiacuterem em geral o mesmo escopo de conhecimentos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos das IES puacuteblicas especialmente as federais Essa eacute uma sinalizaccedilatildeo importante para o campo da disputa que se apresenta proacuteximamente entre as IES do Paiacutes

Natildeo obstante as possibilidades apontadas anteriormente resultados provenientes de pesquisas anteriores junto agraves universidades

puacuteblicas revelam que eacute muito forte a marcade uma instituiccedilatildeo deste tipo junto a importantes setores da sociedade especialmente o meio empresarial desejoso de estabelecer contatos e realizar convecircnios com instituiccedilotildees de reconhecido nome e peso cientiacutefico e acadecircmico Ou seja empresaacuterios e organizaccedilotildees da sociedade natildeo estatildeo interessados apenas no conhecimento necessaacuterio agrave soluccedilatildeo de seus problemas concretos mas sobretudo na chancela no nomeda instituiccedilatildeo E nesse caso muitas universidades puacuteblicas ainda levam certa vantagem competitiva em relaccedilatildeo agraves particulares

Diante dessas consideraccedilotildees e levando em conta ainda o grande potencial de pesquisa e ensino instalado nas IES puacuteblicas bem como do quadro de docentes em geral bem qualificado eacute difiacutecil sustentar que as particulares tomaratildeo o lugar das puacuteblicas pelo menos no curto ou meacutedio prazo modificando as hegemonias atuais Sem duacutevida que novos espaccedilos de concorrecircncia e especializaccedilatildeo ocupados por IES particulares poderatildeo alterar algumas posiccedilotildees no conjunto e afetar o jogo de disputa poreacutem nenhuma evidecircncia empiacuterica parece sustentar o fim das puacuteblicase a hegemonia das instituiccedilotildees privadas

Talvez no ensino e na extensatildeo as particulares possam adquirir maior visibilidade e importacircncia comparativamente agrave situaccedilatildeo atual e no confronto com as IES puacuteblicas Estas ainda permanecem com grande peso e importacircncia no campo da pesquisa brasileira e apesar da crise atual das restriccedilotildees orccedilamentaacuterias dos crescentes custos da ciecircncia contemporacircnea dos problemas decorrentes de uma limitada transferecircncia de conhecimentos das universidades para amplos setores da sociedade a base cientiacutefico-tecnoloacutegica jaacute consolidada nessas instituiccedilotildees ainda representa um diferencial importante nesse campo de atividades acadecircmicas Entretanto mesmo essa vantagem comparativa poderaacute natildeo se manter ou ser inviabilizada caso essas instituiccedilotildees natildeo iniciem programas amplos de reformas e mudanccedilas estruturais sobretudo em sua gestatildeo que passam pela necessidade de formulaccedilatildeo de projetos de desenvolvimento institucional e de direcionamento estrateacutegico a fim de lidar com um ambiente altamente competitivo e diferenciado

Por outro lado as particulares que poderatildeo dispor de novas oportunidades e benefiacutecios provenientes de um ambiente mais dinacircmico tecircm a enfrentar especialmente no curto prazo um conjunto de importantes desafios oriundos de pressotildees as mais diversas Entre estas destacam-se o que parecem ser as principais preocupaccedilotildees dos dirigentes das IES privadas as exigecircncias e restriccedilotildees decorrentes do novo aparato normativo e da legislaccedilatildeo recente voltada ao ensino superior especialmente a atual LDB bem como problemas apontados nas relaccedilotildees com o MEC

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

415 A participaccedilatildeo de outros atores no governo das instishytuiccedilotildees de educaccedilatildeo superior

Este tema requer o exame de aspectos relacionados agrave estrutura organizacional agrave cultura e as tradiccedilotildees dos diferentes tipos de IES no Paiacutes

Inicialmente no que concerne agrave estrutura organizacional e ao funcionamento interno as instituiccedilotildees privadas em geral satildeo bem mais leves aacutegeis e flexiacuteveis que as Instituiccedilotildees de Ensino Superior (IES) puacuteblicas Por levesquer-se dizer menos burocratizadas com menos colegiados e mais simples do ponto de vista da complexidade e da diferenciaccedilatildeo interna ou seja haacute menos setores departamentos e instacircncias administrativas e acadecircmicas bem como niacuteveis hieraacuterquicos e decisoacuterios comparativamente com as puacuteblicas

Verifica-se de um modo geral maior centralizaccedilatildeo e concentraccedilatildeo do poder nas IES privadas que em suas congecircneres do setor puacuteblico Nestas uacuteltimas constata-se uma certa ambiguumlidade na distribuiccedilatildeo interna do poder ora se concentrando em determinados setores em uma proacute-reitoria ou unidade administrativa - segundo o assunto ou a aacuterea de interesse - ora se diluindo e dispersando em uma multiplicidade de esferas decisoacuterias colegiados e grupos de interesses O mesmo natildeo se constata nas IES privadas onde as principais decisotildees estatildeo nas matildeos de poucos indiviacuteduos

Se por um lado a maior concentraccedilatildeo e centralizaccedilatildeo do poder nas IES privadas comparativamente agraves puacuteblicas possibilita maior agilidade e flexibilidade agraves primeiras por outro lado esse fato tende a diminuir o comprometimento institucional no grupo das particulares Isto significa que em geral a participaccedilatildeo nas decisotildees e o envolvimento sobretudo de docentes nas IES particulares eacute limitado repercutindo na comunicaccedilatildeo entre a administraccedilatildeo superior e as bases acadecircmicas

Outro aspecto distintivo entre os dois grandes grupos de instituiccedilotildees refere-se agraves hierarquias Nas puacuteblicas tem-se um nuacutemero acentuado de hierarquias muitas delas se superpondo atinentes agrave titulaccedilatildeo agrave visibilidade e prestiacutegio no campo cientiacutefico - entre os pares docentescientistas - ao tempo de casa aos cargos formais e a demais posiccedilotildees honoriacuteficas todos esses niacuteveis hieraacuterquicos tornam extremamente complexos os processos decisoacuterios e comunicativos nessas instituiccedilotildees por sua vez as IES privadas possuem poucos niacuteveis e tipos de hierarquias favorecendo a articulaccedilatildeo entre diferentes setores e indiviacuteduos sejam estes teacutecnicos ou docentes o que se reflete numa menor possibilidade de resistecircncias a mudanccedilas e a inovaccedilotildees bem como numa maior disposiccedilatildeo para incorporar novos valores provenientes de grupos emergentes e de outros natildeo identificados diretamente com o ethosacadecircmico propriamente dito O que pode representar um aspecto importante no momento presente

em que se verificam profundas alteraccedilotildees no modo de produccedilatildeo e difusatildeo do conhecimento especialmente na relaccedilatildeo entre as instituiccedilotildees de ensino superior e a sociedade Aleacutem disso a menor quantidade de tipos de hierarquias no contexto das IES privadas comparativamente agraves puacuteblicas implica uma maior possibilidade de cumprimento de normas e decisotildees das instacircncias superiores e menor desviosna implementaccedilatildeo das decisotildees uma vez que nestas uacuteltimas as decisotildees superiores satildeo sempre condicionadas e dependentes da aprovaccedilatildeo dos vaacuterios centros e instacircncias paralelas de poder

No que concerne ao papel dos conselhos superiores nas IES particulares embora tenha se verificado a sua existecircncia na grande maioria das instituiccedilotildees visitadas constata-se tambeacutem que esses conselhos natildeo tecircm o mesmo peso nem importacircncia que tecircm nas IES puacuteblicas Para estas quase nenhuma decisatildeo mesmo aquelas que natildeo satildeo tatildeo importantes e que poderiam ser deixadas nas instacircncias locais e nos niacuteveis hieraacuterquicos inferiores deixa de passar pelos conselhos maacuteximos e mais do que isso estando sujeitas a resultados os mais diversos considerando a grande complexidade de interesses na maior parte das vezes natildeo alinhados e mesmo conflitantes Nessa complexa teia de relaccedilotildees e interesses natildeo eacute raro nas IES puacuteblicas posiccedilotildees e expectativas de decisatildeo do reitor serem rejeitada por interesses de grupos contraacuterios a sua orientaccedilatildeo o que tende a intensificar as negociaccedilotildees e alianccedilas entre os vaacuterios membros dos conselhos superiores da instituiccedilatildeo Comparativamente nas particulares a dinacircmica e a atuaccedilatildeo desses conselhos eacute bem diferente primeiro eacute muito comum encontrarmos o comentaacuterio entre membros e dirigentes das IES privadas que os conselhos satildeo em geral meramente instacircncias formais com pouco poder para alterar as iniciativas do reitor ou da administraccedilatildeo superior da instituiccedilatildeo segundo os conselhos superiores nessas IES satildeo normalmente pouco numerosos e nem sempre representam todas as correntes e tendecircncias presentes nessas instituiccedilotildees o que leva a se constituir basicamente num espaccedilo de confirmaccedilatildeo e de consagraccedilatildeo de tocircda uma orientaccedilatildeo estrateacutegica e praacutetica oriunda dos reitores e mantenedores da organizaccedilatildeo

Esse fato leva a uma outra importante caracteriacutestica das IES particulares A forte influecircncia dos mantenedores os donos das instituiccedilotildees muitas vezes acumulando ou revezando com os soacutecios a condiccedilatildeo de reitor ou vice-reitor com a de presidente da mantenedora

Se a natildeo interferecircncia da mantenedora na instituiccedilatildeo mantidaeacute vista como uma condiccedilatildeo para a autonomia e liberdade acadecircmica das IES privadas na praacutetica isso quase nunca ocorre E muito grande a influecircncia da mantenedora natildeo apenas nos assuntos administrativos e financeiros o que parece ateacute razoaacutevel mas sobretudo em decisotildees

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

acadecircmicas ou afetas agraves atividades de ensino e pesquisa na criaccedilatildeo de novas disciplinas nas reformas curriculares e na abertura ou fechamento de novos cursos por exemplo Quer dizer a autonomia acadecircmica e pedagoacutegica passa a ser secundarizada pela vontade da mantenedora ou do donoda escola ou faculdade Esse fato tem trazido alguns conflitos de orientaccedilatildeo no cotidiano das IES particulares colocando lado a alado duas loacutegicas distintas e nem sempre conciliaacuteveis - a do lucro e do mercado e a pedagoacutegica e acadecircmica

Natildeo se pretende criar nenhum tipo de oposiccedilatildeo forte entre essas duas perspectivas de orientaccedilatildeo de conduta mas eacute sabido que os seus princiacutepios nem sempre se conciliam evidenciando-se uma situaccedilatildeo problemaacutetica para as IES Os conflitos daiacute decorrentes via de regra satildeo tomados mais agudos e sensiacuteveis nos momentos de elaboraccedilatildeo de projetos pedagoacutegicos e de desenvolvimento institucional bem como nas atividades de avaliaccedilatildeo sejam estas provenientes do MEC e de outras agecircncias federais ou mesmo de iniciativa interna

Junto com essas preocupaccedilotildees que acentuam a forte marca individual - dos donos dos estabelecimentos - no cotidiano das IES verifica-se o grande predomiacutenio de um padratildeo familiar na gestatildeo e conduccedilatildeo dessas instituiccedilotildees Ou seja antigos proprietaacuterios de escolas secundaacuterias que passaram a ampliar seus negoacutecios para o ramo do ensino superior tendo seus filhos esposa e outros familiares envolvidos nessa nova atividade empresarial prosseguiram em geral com as mesmas estrateacutegias praacuteticas e visotildees trazidas de suas experiecircncias anteriores centralizando decisotildees e dando um caraacuteter possivelmente muito tradicional agraves gestotildees de suas faculdades ou universidades E em muitos casos constata-se que esse modo familiar de gerenciar os negoacutecios tem se confrontado com praacuteticas calcadas em procedimentos mais racionais e formais fundadas na impessoalidade na transparecircncia orccedilamentaacuteria na atribuiccedilatildeo de funccedilotildees segundo criteacuterios de competecircncia teacutecnica na definiccedilatildeo de direitos e responsabilidades de cada cargo e nas accedilotildees administrativas baseadas em regulamentos escritos e previamente definidos em suma no funcionamento burocraacutetico moderno

Satildeo assim duas orientaccedilotildees de conduta que passam a se defrontar no campo das IES privadas a tradicional e a burocraacutetica ou a familiar e a gestatildeo racional-formal implicando em tensotildees internas consideraacuteveis especialmente no momento atual em que pressotildees competitivas crescentes levam a que muitas instituiccedilotildees privadas procurem aprimorar o seu processo decisoacuterio os mecanismos de avaliaccedilatildeo e de planejamento - vistos como instrumentos de gestatildeo e de correccedilatildeo de rumos - e a estrutura e funcionamento geral da organizaccedilatildeo Contudo a marca pessoal do proprietaacuterio das IES particulares - em geral indiviacuteduos

realizadores e com grande influecircncia carismaacutetica - e de sua famiacutelia ainda eacute muito evidente implicando em muitas situaccedilotildees dificuldades para se avanccedilar em determinadas mudanccedilas percebidas por diversos membros da instituiccedilatildeo como necessaacuterias especialmente as que dizem respeito agrave administraccedilatildeo dos recursos humanos e agrave formulaccedilatildeo de planos estrateacutegicos mais abrangentes

O trabalho de construccedilatildeo de uma nova condiccedilatildeo institucional e de gestatildeo das IES no Paiacutes eacute dos mais sensiacuteveis e difiacuteceis no momento pois envolve natildeo apenas a formulaccedilatildeo de modelos e discussotildees teacutecnicas como aquelas afetas ao planejamento e agrave avaliaccedilatildeo mas principalmente porque precisam ser amplamente negociados e discutidos com toda a comunidade interna e externa

Cada tipo de instituiccedilatildeo se puacuteblica ou privada comunitaacuteria ou natildeo estadual federal ou municipal e assim por diante possui seus proacuteprios desafios e especificidades nesse processo de discussatildeo e negociaccedilatildeo de novas propostas de desenvolvimento institucional

Sem entrar em muitos pormenores o tema da gestatildeo nas particulares eacute o que se pode considerar uma verdadeira caixa preta Principalmente entre aquelas dirigidas por um padratildeo tradicional e familiar a inovaccedilatildeo organizacional incluindo-se a implementaccedilatildeo de adequados sistemas de informaccedilotildees gerenciais de planejamento e avaliaccedilatildeo esbarra em grandes entraves sobretudo decorrentes de um forte personalismo e centralismo que impedem novas iniciativas ou as cerceiam procurando ajustaacute-las ao desejo dos proprietaacuterios da instituiccedilatildeo conforme analisei anteriormente

Poreacutem natildeo apenas nessas instituiccedilotildees familiares mas na grande maioria das IES particulares a gestatildeo e administraccedilatildeo eficiente eacute um grande problema As informaccedilotildees gerenciais satildeo precaacuterias e pouco confiaacuteveis o planejamento eacute praticamente inexistente e a avaliaccedilatildeo ainda estaacute em seus primeiros passos quando natildeo ausente Decisotildees satildeo tomadas intuitivamente ou baseadas apenas em procedimentos convencionais histoacutericos nem sempre fundamentados em razotildees teacutecnicas

A criatividade se de um lado eacute apontada como mais promissora entre as particulares em razatildeo de uma estrutura menos burocratizada e formal que as IES puacuteblicas por outro lado enfrenta tambeacutem as duras resistecircncias do centralismo e dos processos autoritaacuterios os quais estabelecem a priori o que deve ser feito e seguido pelas bases acadecircmicas Estas natildeo envolvidas nas decisotildees principais da instituiccedilatildeo tambeacutem natildeo fazem muito esforccedilo em alterar essa situaccedilatildeo A condiccedilatildeo de horistas de grande parte dos quadros docentes nessas instituiccedilotildees eacute um dos fatores que corrobora esse quadro de omissatildeo outro fator eacute o

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

risco sempre presente da perda do emprego em decorrecircncia de eventuais enfrentamentos com a alta administraccedilatildeo

Desse modo o planejamento e os processos de avaliaccedilatildeo tendem a ficar muito concentrados na cuacutepula das instituiccedilotildees particulares o que implica dificuldades na implementaccedilatildeo de novas medidas e na construccedilatildeo de um novo projeto de desenvolvimento institucional que tenha a efetiva participaccedilatildeo e o comprometimento dos docentes e teacutecnicos das IES particulares

O dilema entatildeo eacute agir sempre verticalmente independente de criacuteticas e omissotildees ou abrir-se ao diaacutelogo e apoiar iniciativas das bases acadecircmicas e dos teacutecnicos estimulando essa participaccedilatildeo e favorecendo a um maior comprometimento dos membros da instituiccedilatildeo em novos projetos de largo alcance

As chamadas instituiccedilotildees comunitaacuterias parecem ser as que mais avanccedilam nessa segunda perspectiva construindo um espaccedilo interno de maior interlocuccedilatildeo e construccedilatildeo de propostas mais participativas e criativas na gestatildeo da organizaccedilatildeo Satildeo muitas iniciativas que poderiam servir de base para vaacuterias outras instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior no Brasil incluindo as puacuteblicas No extremo oposto as IES com maiores dificuldades de implementar novos projetos de desenvolvimento institucional e de gestatildeo estrateacutegica satildeo as chamadas escolas isoladas especialmente aquelas em que predominam os padrotildees familiares de administraccedilatildeo

REFEREcircNCIAS

RANGEL Jr ANTOcircNIO G Eleiccedilotildees nas universidades um debate atual Universidade e Sociedade Sao Paulo ANDES v 6 ndeg10 19

SCHWARTZMAN J O processo decisograverio e a gestatildeo das universidades federais brasileiras Revista do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras Brasiacutelia v 13 ndeg 26 1991

TAVARES H Autonomia a experiecircncia das universidades paulistas Universidade e Sociedade Satildeo Paulo ANDES v 8 ndeg 17 1998

TRIGUEIRO M O ensino superior privado no Brasil Satildeo Paulo Paralelo 15Marco Zero 2000

VAHL T R Educaccedilatildeo Brasileira Revista do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras Brasiacutelia v 12 ndeg 25 1990

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Os principais atores da educaccedilatildeo superior no Brasil

Maria Susana Arrosa Soares

51 Os estudantes caracteriacutesticas e evoluccedilatildeo

511 A populaccedilatildeo estudantil classificada por sexo aacuterea de conhecimento niacutevel de estudo e tipo de instituiccedilatildeo

Os dados relativos agrave populaccedilatildeo discente matriculada em cursos de graduaccedilatildeo nas universidades brasileiras revelam uma significativa superioridade do sexo feminino As mulheres representam 562 do total da populaccedilatildeo estudantil Nas instituiccedilotildees federais a diferenccedila eacute pequena mas nos demais tipos de instituiccedilotildees a feminilizaccedilatildeo do ensino universitaacuterio eacute marcante

Tabela 51 Populaccedilatildeo estudantil em cursos de graduaccedilatildeo por sexo - 2000

Sexo

Feminino

Masculino

Total

Total ()

562

438

1000

Instituiccedilatildeo Federal

506

494

1000

Instituiccedilatildeo Estadual

579

421

1000

Instituiccedilatildeo Municipal

569

431

1000

Instituiccedilatildeo Particular

574

426

1000

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

A distribuiccedilatildeo dos alunos de graduaccedilatildeo por aacutereas de conhecimento no ano de 2000 apontava uma elevada concentraccedilatildeo da matriacutecula na Aacuterea de Ciecircncias Humanas na qual estavam matriculados aproximadamente 67 dos alunos Nas demais aacutereas eacute baixa a percentagem de alunos com exceccedilatildeo da Aacuterea de Sauacutede na qual havia apenas 12 de alunos realizando seus cursos

Tabela 52 Matriacuteculas na graduaccedilatildeo por aacutereas de conhecimento em 2000

Aacuterea de Conhecimento

Educaccedilatildeo

Humanidades e Artes

C Sociais Negoacutecios e Direito

C Matemaacutetica e Computaccedilatildeo

Engenharia Produccedilatildeo e Construccedilatildeo

Agricultura e Veterinaacuteria

Sauacutede e Bem Estar Social

Serviccedilos

Total

584664

88559

1122142

233726

234497

63260

323196

44201

Instituiccedilatildeo Federal 99477

35905

117488

58582

69721

28562

70167

2848

Instituiccedilatildeo Estadual 143662

15326

66153

bull 27054

35402

11889

31222

1396

Instituiccedilatildeo Municipal

22177

1291

31540

5409

4796

1148

5357

454

Instituiccedilatildeo Privada 319348

36037

906961

142681

124578

21661

216450

39503

Fonte MECINEPDAES

Graacutefico 51 Alunos de graduaccedilatildeo por aacuterea de conhecimento - 2000

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Do total de 2788984 de estudantes matriculados nas universidades brasileiras no ano de 2000 966 frequumlentavam cursos de graduaccedilatildeo e os restantes distribuiacuteam-se entre os cursos de mestrado e de doutorado

Tabela 53 Alunos por niacutevel de estudo e regiotildees - 2000

Ano 2000

Graduaccedilatildeo

Mestrado

Doutorado

Total de Matriculas

Brasil

2694245

61735

33004

2788984

None

115058

816

210

115966

Nordeste

413709

6460

1839

421364

Sul

542435

13226

4298

556437

Sudeste

1398039

38440

25873

1459277

Centro-Oeste

225004

2793

784

228052

Total

966

22

12

1000

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

As regiotildees tecircm uma participaccedilatildeo contrastante nas matriacuteculas nos trecircs niacuteveis de ensino Segundo as regiotildees as matriculas distribuem-se da seguinte forma

Tabela 54 Percentual de alunos por niacutevel de estudo e regiotildees - 2000

Regiatildeo

Sudeste

Sul

Nordeste

Centro-Oeste

Norte

graduaccedilatildeo ()

519

201

153

84

43

Matriculas (Alunos)

Mestrado ()

653

182

109

42

13

Doutorado ()

804

120

48

23

05

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

A populaccedilatildeo estudantil dos cursos de graduaccedilatildeo concentrava-se no ano de 2000 em instituiccedilotildees privadas 67 dos universitaacuterios brasileiros No mesmo ano as instituiccedilotildees puacuteblicas federais atendiam 179 dos alunos e as estaduais 123 O processo de expansatildeo da matriacutecula nas instituiccedilotildees particulares acelerou-se a partir da deacutecada de 90 quando tambeacutem ocorreu a retraccedilatildeo da oferta de vagas no ensino puacuteblico federal

Graacutefico 52 Populaccedilatildeo estudantil por tipo de instituiccedilatildeo - 2000

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

512 A evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo estudantil entre 1990 e 2000

A feminilizaccedilatildeo da matriacutecula universitaacuteria eacute um processo crescente no Brasil Em 1987as mulheres representavam 53 da matricula universitaacuteria e no ano de 2000 esse percentual atingiu 56 As mulheres estatildeo chegando agrave universidade em maior nuacutemero conquistando dessa forma maiores oportunidades profissionais do que os jovens do sexo masculino

Tabela 55 Evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo estudantil dos cursos de graduaccedilatildeo

segundo o sexo - 1987-2000

Ano

1987

1996

2000

Sexo Feminino

528356

520867

1514165

Sexo Masculino

475743

440459

1180079

Total

1004099

961326

2694244

Fonte INEP wwwinepgovbr) SIDRA (IBGE)

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Tabela 56 Evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo estudantil por tipo de instituiccedilatildeo - 1990-2000

ANO

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

Federal ()

308867 (200)

320135(204)

325884 (212)

344387(215)

363543(218)

367531 (208)

388987 (208)

395833 (203)

408640(192)

442562(186)

482750(179)

Estadual ()

94417(106)

202315(129)

210133(136)

216535(135)

231936(139)

239215(135)

243101 (130)

253678(130)

274934(129)

302380(127)

332104(120)

Municipal ()

75341 (48)

83286(53)

93645 (60)

92594 (58)

94971 (57)

93794(53)

103339(55)

109671 (56)

121155(56)

87080 (36)

72172(26)

Privada ()

961455(624)

959320(612)

906126(590)

914152(573)

970584 (584)

1059163(601)

1133102(606)

1186433(606)

1321229(621)

1537923(648)

1807219(670)

Total ()

1540080(100)

1565056(100)

1534788(100)

1567668(100)

1661034(100)

1759703(100)

1868529(100)

1945615(100)

2125958(100)

2369945(100)

2694245(100)

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

Tabela 57 -Evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo discente em cursos de graduaccedilatildeo

por Aacuterea de Conhecimento - 1995-1999

Area de Conhecimento

Ciecircncias Exatas e da Terra

Ciecircncias Bioloacutegicas

EngenhariaTecnologia

Ciecircncias da Sauacutede

Ciecircncias Agraacuterias

Ciecircncias Sociais Aplicadas

Ciecircncias Humanas

Liacutenguas Letras e Artes

Total

1995()

99

17

67

133

22

379

208

75

1000

1996()

103

16

86

123

27

426

155

64

1000

1998()

126

18

78

91

27

442

153

65

1000

1999 ()

100

19

75

127

26

433

154

66

1000

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

A distribuiccedilatildeo das matriacuteculas pelas aacutereas de conhecimento manteve-se quase inalterada nos uacuteltimos anos Entre 1995 e 1999 ocorreu uma acentuada concentraccedilatildeo das matriacuteculas nas Aacutereas de Ciecircncias Humanas e Sociais e um decreacutescimo do nuacutemero de alunos nos cursos de Engenharia Tecnologia Tal situaccedilatildeo eacute semelhante agrave verificada nos cursos de mestrado e doutorado nos quais o ano de 2001 tambeacutem havia uma elevada concentraccedilatildeo de alunos nas aacutereas de Ciecircncias Humanas e Sociais Aplicadas 36 dos mestrandos e 27 dos doutorandos

Tabela 58 Evoluccedilatildeo do nuacutemero de Concluintes de cursos de

graduaccedilatildeo por tipo de instituiccedilatildeo 1990-2000

Ano

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

Federal

38594

38634

39133

41420

42753

46187

49667

51419

-52787

59098

Dependecircncia

Estadual

26777

28031

26934

29219

31138

33714

34693

38731

-40725

43757

Municipal

12483

14606

14123

14243

13971

15050

15460

15932

-11848

9596

Privada

152352

155106

154077

155387

158025

159450

160404

168302

-195401

212283

Fonte MECINEPSEEC

O nuacutemero de egressos das instituiccedilotildees de ensino superior entre os anos de 1990 e 2000 revela uma realidade oposta agrave da oferta do nuacutemero da vagas As instituiccedilotildees de ensino superior privadas foram as que mais expandiram a oferta de vagas (1479) seguidas das estaduais (707) e as federais (626) Entretanto o nuacutemero de alunos que nelas concluiu os cursos universitaacuterios eacute proporcionalmente menor dos que nas instituiccedilotildees puacuteblicas estaduais e federais

Tabela 59 Taxa de crescimento dos Concluintes dos cursos de graduaccedilatildeo por

tipo de intituiccedilatildeo 1990-2000

Tipo de Instituiccedilatildeo

Federal

Estadual

Municipal

Privada

Taxa de Crescimento ()

531

634

-231

393

Fonte MECINEPSEEC

Entre os anos de 1991 e 2000 houve uma expansatildeo de 95 no conjunto da matriacutecula no ensino superior nacional Essa mesma expansatildeo ocorreu no ensino de graduaccedilatildeo tambeacutem os cursos de mestrado e de doutorado tiveram uma significativo aumento em suas matriacuteculas os primeiros 63 e os uacuteltimos 70 Em outras palavras o sistema de ensino superior vem apresentando um dinamismo importante respondendo

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

ao aumento da demanda decorrente da demanda do crescente nuacutemero de egressos do ensino meacutedio

Tabela 510 Evoluccedilatildeo da matriacutecula no ensino superior por niacutevel de

estudo-1991-2000

Ano

1991

1994

1996

1998

1999

2000

Graduaccedilatildeo

1375742

1661034

1868529

2125958

2369945

2694245

Mestrado

37865

460X6

45622

50931

56911

61735

Doutorado

12219

18907

22198

26810

29940

33004

Total de Matriculas

1425826

1726027

1936349

2203699

2456796

2788984

Fontes IBGE - Censo Demograacutefico (wwwibgegovbr) INEP (wwwinepgovbr)

Quanto ao comportamento das matriacuteculas em cursos de mestrado entre 1990 e 2001 observa-se que permaneceu inalterado o nuacutemero de alunos que realizaram cursos nas distintas aacutereas de conhecimento Os cursos que concentravam a maior parte das matriacuteculas eram os das Aacutereas Humanas Sociais Aplicadas e Engenharias os cursos com menor demanda eram os que pertenciam agraves Aacutereas das Ciecircncias Agraacuterias Bioloacutegicas e Letras e Artes todos com menos de 10 das matriacuteculas

Tabela 511 Alunos de Mestrado por Aacuterea de Conhecimento - 1990-2001

Ano

1990

1991 1992

1993 1994

1995

1996 1997

1998 1999

2000 2001

CAg

3612

3437 3517

3685

4111

3988 3872

3939 4594

4940

5166 5463

C Bio

2553

2575 2801

2910

3245 3462

2751

2872

3618 3824

3885

4081

CSau

4752

4885 5107

5240

5631

6382

6113 6334 7464

7921 7979

8143

CETerra

4202

4232 3850

4103

4295 4725 4077

4250

4636 5394

5819 6058

C Hum

7938

7676 7799

7854

8584

9085 7634

7566 8742 9548

10132

10822

C Soc Apl

6288

6209

6098 6410

6523 6919

6773

7231 8177

9607

10604

11085

Eng

5985 6074

6720 6450

7579 7496

7080 7804

8693 9259

11873

9675

Letras e Artes

2459 2777

2437

2643

3091

3281 3045

3159

3515 3800

3924

4068

Total

37789

37865

38329 39295

43059

45338 41345

43155

49439 54293

59382 59395

Fonte CAPES (wwwcapesgovbr)

Situaccedilatildeo diferente eacute a que verificava-se nos cursos de doutorado Em 1990 os cursos com maior nuacutemero de alunos eram os das Aacutereas das Ciecircncias Exatas e da Terra da Sauacutede Humanas e Engenharias Mas no final do periacuteodo ocorreu uma alteraccedilatildeo significativa nessa situaccedilatildeo

Decresceram as matriacuteculas nos cursos das duas primeiras aacutereas e aumentaram nos doutorados das outras duas bem como os cursos das Ciecircncias Agraacuterias

Tabela 512 Alunos de Doutorado por Aacuterea de Conhecimento - 1990-2001

Ano

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

C Ag

958

820

1194

1307

1730

1807

1941

2136

2452

2833

3319

3681

C Bio

1441

1496

1734

11973

2224

2470

2383

2593

3295

3596

3864

4238

CSau

1807

1873

2125

2432

3001

3209

3225

3633

4239

4685

4856

5099

CE Terra

1905

2076

2210

2632

2837

3231

3149

3364

3900

4134

4338

4522

C Hum

1653

1915

2038

2445

2677

3229

3598

3945

4693

5220

5871

6222

C Soc Apl

1170

1345

1174

1330

1324

1579

1770

1925

2276

2605

2868

3305

Bag 1469

1780

2399

2512

2998

3314

3477

3814

4189

4830

5506

5395

Letras e Artes

807

914

815

972

1023

1059

1231

1328

1488

1671

1889

2051

Total

11210

12219

13689

25603

17891

19898

20774

22738

26532

29574

32511

34513

Fonte CAPES (wwwcapesgovbr)

Graacutefico 53 Matriacuteculas em cursos noturnos por tipo de instituiccedilatildeo

- 1991 e 2000()

Federal Estadual Municipal Privada

bull 1991 bull 2000

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Entre os anos de 1991 e 2000 a matriacutecula em cursos noturnos teve uma pequena ampliaccedilatildeo passando de 551 para 56 do total das matriacuteculas dos sistema ensino superior Esse aumento todavia foi pouco significativo principalmente quando comparado ao aumento do total da matriacutecula 72 A maior oferta de cursos noturnos foi na rede privada responsaacutevel em 1991 e 2000 por 755 e 791 das matriacuteculas em cursos noturnos no paiacutes A rede puacuteblica oferecia nesses anos 245 e 209 desses cursos A oferta por parte das instituiccedilotildees federais passou de 58 para 73 as estaduais passaram de 11 para 10 e as municipais de 77 para 36

513 Os organismos representativos dos estudantes

Desde 1937 ano de criaccedilatildeo da Uniatildeo Nacional de Estudantes os estudantes universitaacuterios brasileiros tecircm assegurada sua representaccedilatildeo estudantil nas universidades Na Lei ndeg 7395 de 31 de outubro de 1985 que dispocircs sobre os oacutergatildeos de representaccedilatildeo dos estudantes de niacutevel superior foram estabelecidas as seguintes instancias de representaccedilatildeo

- as Uniotildees Estaduais de Estudantes representam os estudantes universitaacuterios de cada Estado e do Distrito Federal - os Diretoacuterios Centrais dos Estudantes representam os estudantes de cada instituiccedilatildeo de ensino superior - os Diretoacuterios Acadecircmicos representam os alunos de unidades que congreguem vaacuterios cursos - os Centros Acadecircmicos satildeo as entidades de base do movimento estudantil e representam os alunos de cada curso

No acircmbito das universidades os alunos tecircm garantida por lei sua representaccedilatildeo em todos os oacutergatildeos colegiados e nos conselhos superiores

A Lei ndeg 4024 de 20 de dezembro de 1961 em seu art 78 e a Lei ndeg 5540 de 28 de novembro de 1968 no art 38 estabelecem

Art 78 O corpo discente teraacute representaccedilatildeo com direito a voto nos conselhos universitaacuterios nas congregaccedilotildees e nos conselhos departamentais das universidades e escolas superiores isoladas na forma dos estatutos das referidas entidades Art 38 O corpo discente teraacute representaccedilatildeo com direito a voz e voto nos oacutergatildeos colegiados das universidades e dos estabelecimentos isolados de ensino superior bem como em comissotildees instituiacutedas na forma dos estatutos e regimentos

sect 1ordm A representaccedilatildeo estudantil teraacute por objetivo a cooperaccedilatildeo entre administradores professores e alunos no trabalho universitaacuterio sect 2o A escolha dos representantes estudantis seraacute feita por meio de eleiccedilotildees do corpo discente e segundo criteacuterios que incluam o aproveitamento escolar dos candidatos de acordo com os estatutos e regimentos sect 3o A representaccedilatildeo estudantil natildeo poderaacute exceder de um quinto do total dos membros dos colegiados e comissotildees

Os alunos regularmente inscritos em cursos de poacutes-graduaccedilatildeo tecircm em cada instituiccedilatildeo de ensino superior uma Associaccedilatildeo de Poacutes-Graduandos que os representa junto aos oacutergatildeos colegiados das respectivas instituiccedilotildees de ensino Elas tecircm por finalidade representar o conjunto dos estudantes de poacutes-graduaccedilatildeo stricto sensu de cada instituiccedilatildeo defendendo seus direitos e interesses A niacutevel nacional a Associaccedilatildeo Nacional de Poacutes-Graduandos eacute a entidade legiacutetima de representaccedilatildeo dos poacutes-graduandos de todo o paiacutes

514 Os programas de assistecircncia ao estudante

1 O Programa de Financiamento Estudantil - FIES criado atraveacutes da Lei ndeg 10260 de 12 de julho de 2001 tem como objetivo auxiliar estudantes em situaccedilatildeo econocircmica menos privilegiada na realizaccedilatildeo de curso de graduaccedilatildeo natildeo-gratuito devidamente cadastrado no programa e com avaliaccedilatildeo positiva nos processos realizados pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo

O percentual de financiamento eacute escolhido pelo estudante e o prazo maacuteximo de utilizaccedilatildeo do financiamento eacute igual ao periacuteodo remanescente para a conclusatildeo do curso pelo estudante agrave eacutepoca de seu ingresso na FIES

2 O Programa Especial de Treinamento - PET foi criado e implementado em 1979 pela CAPES com os seguintes objetivos a melhoria do ensino de graduaccedilatildeo a formaccedilatildeo acadecircmica ampla do aluno a interdisciplinaridadea atuaccedilatildeo coletiva e o planejamento e a execuccedilatildeo em grupos sob tutoria de um programa diversificado de atividades acadecircmicas No ano de 2000 3405 estudantes receberam essa bolsa da CAPES Este Programa na atualidade natildeo integra os programas da CAPES

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

3 O Programa de Estudante-Convecircnio de graduaccedilatildeo PEC-G administrado pelo Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores e pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo eacute uma atividade de cooperaccedilatildeo e destina-se aos cidadatildeos de paiacuteses em desenvolvimento com os quais o Brasil manteacutem acordos educacionais e culturais a realizarem cursos de graduaccedilatildeo no paiacutes

52 O pessoal docente

527 O Pessoal docente classificado por sexo e tipo de instituiccedilatildeo

O corpo docente universitaacuterio eacute predominantemente integrado por professores do sexo masculino Em todas as instituiccedilotildees de ensino superior mais de 60 do corpo docente eacute constituiacutedo por professores do sexo masculino Apesar de ser pequena a diferenccedila constata-se que no corpo docente das universidades puacuteblicas predominam os homens (60) e nas particulares as mulheres (58)

Tabela 513 Docentes segundo o sexo e tipo de instituiccedilatildeo - 2000

Sexo

Feminino

Masculino

Total

Instituiccedilatildeo Federal

20095

30070

50165

Instituiccedilatildeo Estadual

13253

20477

33730

Instituiccedilatildeo Municipal

1646

2613

4259

Instituiccedilatildeo Privada

45743

63815

109558

409

591

1000

Total

80737

116975

197712

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

O corpo docente do sistema do ensino superior brasileiro no ano de 2000 estava integrado por 52 de docentes poacutes-graduados sendo 31 Mestres e 21 Doutores Essas percentagens todavia eram significativamente diferentes segundo fossem as instituiccedilotildees puacuteblicas ou privadas As federais e estaduais eram as que contavam com corpos docentes mais titulados e em conjunto tinham 69 de docentes com tiacutetulo de doutor As instituiccedilotildees privadas e municipais ainda tinham um nuacutemero reduzido de docentes com doutorado Tal situaccedilatildeo tende a alterar-se dada a exigecircncia estabelecida na Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional de que um terccedilo dos docentes deve ter titulo de doutor ou de mestre

Tabela 514 Nuacutemero de docentes por tipo de instituiccedilatildeo

e grau de formaccedilatildeo - 2000

Grau de Formaccedilatildeo

Sem Poacutes-Graduaccedilatildeo

Especializaccedilatildeo

Mestrado

Doutorado

Total

Federal ()

7896(16)

8201 (16)

17321 05)

16747(33)

50165(100)

Estadual ()

4975(15)

9025(27)

8578 (25)

11152(33)

33730 (100)

Municipal ()

695(16)

2111 (49)

1046 (24)

407(11)

4259(100)

Privada()

17813(16)

44166(40)

35178(32)

12401(12)

109558(100)

Total ()

31379(16)

63503 (32)

62123(31)

40707(21)

197712(100)

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

Graacutefico 54

A distribuiccedilatildeo dos docentes pelo conjunto do sistema deacute ensino superior no ano de 2000 revelava uma grande concentraccedilatildeo na rede privada na qual trabalhavam 56 dos docentes como foi visto anteriormente tambeacutem concentravam-se na rede privada as matriacuteculas em cursos de graduaccedilatildeo (67) Ou seja a grande expansatildeo da rede privada de ensino superior principalmente nas Regiotildees Sudeste e Sul levou agrave ocorrecircncia de uma expansatildeo equivalente no nuacutemero de docentes

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

A anaacutelise mais detalhada da distribuiccedilatildeo do corpo docente por dependecircncia administrativa em cada uma das regiotildees lanccedila informaccedilotildees muito importantes para a caracterizaccedilatildeo do ensino superior em cada uma delas No conjunto do sistema de ensino superior brasileiro 51 dos docentes em 1999 estava vinculada a instituiccedilotildees privadas os demais distribuiacuteam-se entre as federais (27) as estaduais (17) e as municipais (5)

Nas regiotildees todavia essas proporccedilotildees invertiam-se Nas IES das regiotildees Norte e Nordeste a maioria dos docentes trabalhava em instituiccedilotildees federais e nas demais em instituiccedilotildees privadas Ou seja nas regiotildees com menor poder aquisitivo havia maior nuacutemero de alunos de graduaccedilatildeo e de docentes nas instituiccedilotildees federais e nas regiotildees com maior poder aquisitivo eles concentram-se na rede privada de ensino

Tabela 515 Nuacutemero de docentes por dependecircncia administrativa e regiatildeo - 1999

Regiatildeo

Brasil

Norte

Nordeste

Sul

Sudeste

Centro-Oeste

Total

173836

6689

26890

36068

91328

12861

Federal

46687

3772

13061

9008

16643

4203

Estadual

29141

1034

6977

5355

14358

1417

Municipal

5055

59

493

1924

2360

219

Privada

92953

1824

6359

19781

57967

7022

Fonte MECINEPSEEC

522 A evoluccedilatildeo do pessoal docente entre 1990 e 2000

O nuacutemero de docente do ensino superior entre os anos de 1990 e 2000 experimentou um crescimento de 50 aumento importante para um periacuteodo de dez anos Esse processo em grande medida resultou da grande expansatildeo das matriacuteculas na rede privada (88) e estadual (252) de ensino superior Em 200056 do corpo docente do ensino superior atuava na rede privada e o nuacutemero de docentes da rede federal de ensino teve um aumento pouco expressivo (13) A reduzida expansatildeo da oferta de novos cursos de graduaccedilatildeo de cursos noturnos o elevado nuacutemero de aposentadorias ocorridas no periacuteodo e os baixos salaacuterios dos professores podem ser apontados como os principais motivos da tendecircncia agrave estagnaccedilatildeo verificada no nuacutemero de docentes nas instituiccedilotildees puacuteblicas federais

Tabela 516 Docentes segundo tipo de instituiccedilatildeo - 1990-2000

Ano

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

Federal

44344

43404

41564

42304

43556

44486

42110

50059

45611

46687

50165

Estadual

23224

23784

24554

23963

25239

25932

26064

27714

30621

29141

33730

Dependecircncia

Municipal

4336

4935

6124

6327

6490

5850

6492

6818

7506

5055

4259

Privada

59737

61012

62161

64562

66197

69022

73654

81373

81384

92953

109558

Total

131641

133135

134403

137156

141482

145290

148320

165964

165122

173836

197712

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

A titulaccedilatildeo do pessoal docente entre os anos de 1990 e 2000 mudou significativamente nas instituiccedilotildees de niacutevel superior em todo o paiacutes Em dez anos o nuacutemero de docentes sem curso de poacutes-graduaccedilatildeo reduziu-se agrave metade Processo inverso ocorreu com o nuacutemero de mestres e de doutores que se natildeo chegou a duplicar-se em algumas regiotildees do paiacutes em outras quase duplicou-se

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Tabela 517 Docente em exerciacutecio segundo o grau de formaccedilatildeo e

as regiotildees - 1990 e 2000

Grau de formaccedilatildeo

Sem Poacutes-Graduaccedilatildeo

Especializaccedilatildeo

Mestrado

Doutorado

Total

Grau de formaccedilatildeo

Sem Poacutes-Graduaccedilatildeo

Especializaccedilatildeo

Mestrado

Doutorado

Total

None

1629

1395

885

242

4151

Norte

1518

3209

2422

712

7911

Nordeste

8771

630S

5422

1795

22293

Nordeste

5423

10733

10083

4472

30981

1990

Sul

7808

9797

4991

1971

24567

Sudeste

24396

21363

14997

12265

73021

2000

Sul

5615

13859

13625

7068

40167

Sudeste

15699

29820

31221

25906

102646

Centro-Oeste

2748

2737

1458

666

7609

Centro-Oeste

3054

5882

4772

2219

15927

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

Tabela 518 Docentes em exerciacutecio segundo o grau de formaccedilatildeo e

as regiotildees - 1990 e 2000 ()

Grau de formaccedilatildeo

Sem Poacutes-Graduaccedilatildeo

Especializaccedilatildeo

Mestrado

Doutorado

Total

Grau de formaccedilatildeo

Sem Poacutes -graduaccedilatildeo

Especializaccedilatildeo

Mestrado

Doutorado

Total

Norte

39

34

21

6

100

Norte

20

40

30

10

100

Nordeste

39

28

24

9

100

Nordeste

17

35

32

16

100

1990()

Sul

32

39

23

6

100

Sudeste

33

29

20

18

100

2000()

Sul

14

34

34

18

100

Sudeste

15

29

30

26

100

Centro-Oeste

36

36

19

9

100

Centro-Oeste

19

37

30

14

100

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

O nuacutemero de docentes em tempo parcial ainda eacute maior do que aquele com tempo integral Em 1995 e 2000 o percentual era de 56 e 57 respectivamente Nas instituiccedilotildees superiores localizadas nas diversas regiotildees entretanto haacute diferenccedilas significativas Enquanto no Norte e Nordeste aproximadamente 70 dos docentes trabalham em regime integral na regiatildeo Sul e Centro-Oeste esse percentual eacute proacuteximo a 45 e na Sudeste 35

Tabela 519 Docentes por regime de trabalho

Brasil e Regiotildees

Brasil

Norte

Nordeste

Sul

Sudeste

Centro-Oeste

Total

Regime de Trabalho

Integral

Parcial

Integral

Parcial

Integral

Parcial

Integra)

Parcial

Integral

Parcial

Integral

Parcial

1995

63525

81765

3667

1602

15751

8288

11318

17365

28498

49438

4281

5072

145290

1996

65425

82895

3796

1971

15553

8191

13025

17151

28267

50485

4784

5097

148320

1997

74041

91923

5256

2198

17204

8321

14590

18146

30842

58067

6149

5191

165964

1998

73263

36235

3870

2115

16507

4779

14619

7138

32041

19845

6226

2358

109498

1999

73675

39933

4321

2368

15702

11188

14587

21481

32624

58704

6441

6420

173836

2000

84845

112867

5235

2756

18772

12209

17583

22584

35984

66662

7271

8656

197712

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

Tabela 520 Docentes por regime de trabalho ()

Brasil e Regiotildees

Brasil

Norte

Nordeste

Sul

Sudeste

Centro-Oeste

Regime de Trabalho

Integral

Parcial

Integral

Parcial

integral

Parcial

Integral

Parcial

Integral

Parcial

Integral

Parcial

1995

437

563

696

304

655

345

394

606

366

634

477

543

1996

441

559

658

342

655

345

432

568

359

641

484

516

1997

446

554

705

295

674

326

446

554

347

653

542

458

1998

669

331

646

354

775

225

672

328

617

383

725

275

1999

649

351

646

354

584

416

404

596

357

643

501

499

2000

429

571

655

345

606

394

438

562

35

65

456

544

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

523 Os organismos representativos do pessoal docente

1 Organismos sindicais

Os docentes das instituiccedilotildees de ensino superior puacuteblicas e privadas tecircm como oacutergatildeo maacuteximo de representaccedilatildeo sindical a Associaccedilatildeo Nacional de Docentes criada a 19 de fevereiro de 1981 como pessoa juriacutedica de direito privado A partir de 1988 constitui-se em Sindicato Nacional dos Docentes das Instituiccedilotildees de Ensino Superior com a denominaccedilatildeo de ANDES - Sindicato Nacional

Cada IES tem uma Seccedilatildeo Sindical (Ads-SENDs) constituiacuteda por

- Assembleacuteia Geral - Diretoria - Outros oacutergatildeos constituiacutedos nos seu interior nos limites do Estatuto da ANDES e de seu Regimento

2 Sociedades Profissionais e Associaccedilotildees Sociedades

- Sociedade Astronocircmica Brasileira - Sociedade Botacircnica do Brasil - Sociedade Brasileira de Agrometeorologia - Sociedade Brasileira de Ciecircncia dos Solos - Sociedade Brasileira de Computaccedilatildeo - Sociedade Brasileira de Eletromagnetismo - Sociedade Brasileira de Engenharia Agriacutecola - Sociedade Brasileira de Engenharia Biomeacutedica - Sociedade Brasileira de Entomologia - Sociedade Brasileira Espeleologia - Sociedade Brasileira de Estudos Claacutessicos - Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da

Comunicaccedilatildeo - Sociedade Brasileira de Farmacologia e Terapecircutica

Experimental - Sociedade Brasileira de Fiacutesica - Sociedade Brasileira de Fisiologia - Sociedade Brasileira de Geneacutetica - Sociedade Brasileira de Geofiacutesica

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

- Sociedade Brasileira de Geologia - Sociedade Brasileira de Ictiologiacutea - Sociedade Brasileira de Imunologia - Sociedade Brasileira de Limnologia - Sociedade Brasileira de Matemaacutetica - Sociedade Brasileira de Matemaacutetica Aplicada e

Computacional - Sociedade Brasileira de Meteorologia - Sociedade Brasileira de Microbiologia - Sociedade Brasileira de Microondas e Optoeletrocircnica - Sociedade Brasileira de Parasitologiacutea - Sociedade Brasileira de Psicologia - Sociedade Brasileira de Psicanaacutelise - Sociedade Brasileira de Quiacutemica - Sociedade Brasileira de Sociologia - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciecircncia

3 Associaccedilotildees

- Academia Brasileira de Ciecircncias - Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas - Associaccedilatildeo Brasileira de Antropologia - Associaccedilatildeo Brasileira de Bioquiacutemica e Biologia

Molecular - Associaccedilatildeo Brasileira de Ciecircncia Poliacutetica - Associaccedilatildeo Brasileira de Editores Cientiacuteficos - Associaccedilatildeo Brasileira de Enfermagem - Associaccedilatildeo Brasileira de Estatiacutestica - Associaccedilatildeo Brasileira de Fiacutesica Medica - Associaccedilatildeo Brasileira de Linguumliacutestica - Academia Brasileira de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede

Coletiva - Associaccedilatildeo Brasileira de Psicanaacutelise - Associaccedilatildeo de Estudos Populacionais - Associaccedilatildeo dos Geoacutegrafos Brasileiros - Associaccedilatildeo Nacional de Histoacuteria - Associaccedilatildeo Nacional de Pesquisa e Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Ciecircncias da Informaacutetica - Associaccedilatildeo Nacional de Pesquisa e Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Ciecircncias Sociais - Associaccedilatildeo Nacional de PG e Pesquisa em Educaccedilatildeo

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

- Associaccedilatildeo Nacional de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Letras e Pesquisa em Letras e Linguumliacutestica

- Academia Nacional de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional

- Federaccedilatildeo das Sociedades de Biologia Experimental

524 Os mecanismos e normas de recrutamento seleccedilatildeo e promoccedilatildeo do pessoal docente

O ingresso em IFES por integrarem o serviccedilo puacuteblico federal eacute regulamentado pelo Artigo 37 da Constituiccedilatildeo Federal que estabelece no Item II a investidura em cargo ou emprego publico depende de aprovaccedilatildeo preacutevia em concurso puacuteblico de provas ou de provas e tiacutetulos ressalvadas as nomeaccedilotildees para cargo em comissatildeo declarado em lei de livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo

O ingresso em instituiccedilotildees particulares segue criteacuterios estabelecidos por cada uma delas Eles satildeo objeto de regulamentaccedilatildeo pelos oacutergatildeos correspondentes da Administraccedilatildeo Superior e respondem agraves caracteriacutesticas e o niacutevel dos cursos por elas oferecidos

A progressatildeo nas carreiras do Magisteacuterio Puacuteblico Federal segundo o estabelecido no artigo 16 do Decreto ndeg 94664 de 23 de julho de 1987 somente poderaacute ocorrer por titulaccedilatildeo ou desempenho Por titulaccedilatildeo quando o docente obtiver tiacutetulo de Mestre ou de Doutor Por desempenho quando o resultado da avaliaccedilatildeo realizada pelo departamento no qual estaacute lotado o docente for favoraacutevel a sua mudanccedila de niacutevel

Art 16 A progressatildeo nas carreiras do Magisteacuterio poderaacute ocorrer exclusivamente por titulaccedilatildeo e desempenho acadecircmico nos termos das normas regulamentares a serem expedidas pelo Ministro de Estado da Educaccedilatildeo I - de um niacutevel para outro imediatamente superior dentro da mesma classe II - de uma para outra classe exceto para a de Professor Titular 1ordm A progressatildeo de que trata o item I seraacute feita apoacutes o cumprimento pelo docente do interstiacutecio de dois anos no niacutevel respectivo mediante avaliaccedilatildeo de desempenho ou interstiacutecio de quatro anos de atividade em oacutergatildeo puacuteblico 2o A progressatildeo prevista no item II far-se-aacute sem interstiacutecio por titulaccedilatildeo ou mediante avaliaccedilatildeo de desempenho acadecircmico do docente que natildeo obtiver a titulaccedilatildeo necessaacuteria mas que esteja

no miacutenimo haacute dois anos no niacutevel 4 da respectiva classe ou com interstiacutecio de quatro anos de atividade em oacutergatildeo puacuteblico

525 Os programas de melhoria e desenvolvimento do pesshysoal docente

Haacute no Brasil vaacuterios programas destinados agrave melhoria das condiccedilotildees do trabalho docente bem como das atividades de pesquisa Entre os primeiros encontram-se os Programas da CAPES destinados agrave formaccedilatildeo de novos docentes ou agrave qualificaccedilatildeo daqueles que jaacute se encontram em exerciacutecio nas instituiccedilotildees de ensino superior Os programas do CNPq destinam-se principalmente a incentivar o desenvolvimento da pesquisa sendo o principal o Programa de Bolsas de Produtividade em Pesquisa

Os Programas da CAPES destinados agrave qualificaccedilatildeo institucional satildeo os seguintes

1 PQI - Programa de Qualificaccedilatildeo Institucional eacute um programa de apoio a missotildees de estudo e de trabalho voltado agrave formaccedilatildeo de docentes de Instituiccedilotildees Puacuteblicas de Ensino Superior vinculado a projetos conjuntos de pesquisa e poacutes-graduaccedilatildeo entre equipes de diferentes regiotildees do Paiacutes ou de diferentes cidades da mesma regiatildeo e de diferentes Instituiccedilotildees

O PQI visa a promover o desenvolvimento acadecircmico das IES puacuteblicas atraveacutes

- do estiacutemulo agrave elaboraccedilatildeo e implementaccedilatildeo de estrateacutegias de melhoria do ensino e da pesquisa desde o niacutevel departamental ateacute o institucional

- da qualificaccedilatildeo de docentes e excepcionalmente de teacutecnicos preferencialmente em niacutevel de doutorado no acircmbito de projetos de pesquisa em cooperaccedilatildeo com outras instituiccedilotildees do paiacutes e

- do apoio a poliacuteticas de desenvolvimento das atividades de ensino e pesquisa dos docentes receacutem-qualificados

O Programa de Qualificaccedilatildeo Docente destina-se a complementar os recursos aplicados anualmente por instituiccedilotildees de ensino superior privado na qualificaccedilatildeo do seu corpo docente

2 O Programa Mestrado Interinstitucional - MINTER foi implementado em 1996 com o principal objetivo de atender a um contingente de professores de instituiccedilotildees de ensino superior localizadas fora dos grandes centros de ensino e pesquisa

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

3 PICDTec - Programa Institucional de Capacitaccedilatildeo Docente apoia exclusivamente a formaccedilatildeo de docentes das Escolas Teacutecnicas e Agroteacutecnicas Federais - EFT e EAFT - e dos Centros Federais de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegicas - CEFET em niacutevel de mestrado

Bolsas de Pesquisa do CNPq - A Bolsa de Produtividade em Pesquisa do CNPq destina a estimular a produccedilatildeo cientiacutefica dos pesquisadores brasileiros tem como objetivos

- Estimular o desenvolvimento da atividade de pesquisa de maneira regular e contiacutenua

- Contribuir para a geraccedilatildeo de conhecimentos e formaccedilatildeo de pessoal qualificado visando ao desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico do paiacutes

- Possibilitar maior integraccedilatildeo entre pesquisa ensino e formaccedilatildeo de recursos humanos

A bolsa cuja duraccedilatildeo eacute de ateacute 24 meses pode ser renovada desde que a produtividade do pesquisador durante esse periacuteodo seja devidamente comprovada e avaliada pelo Comitecirc da respectiva Aacuterea de Conhecimento

53 O pessoal de apoio

531 O pessoal de apoio classificado por sexo e tipo de instituiccedilatildeo

O pessoal de apoio teacutecnico-administrativo das instituiccedilotildees de ensino superior no ano de 2000 era integrado por 202888 pessoas sendo 487 mulheres e 513 homens O maior contingente de funcionaacuterios concentrava-se em universidades da Regiatildeo Sudeste nas quais trabalha 57 desse pessoal logo a seguir vinham as universidades da Regiatildeo Sul com 17 e a Regiatildeo Nordeste com 16

A distribuiccedilatildeo por sexo dos funcionaacuterios eacute bastante equilibrada Em quase todas as universidades das diversas regiotildees o nuacutemero de homens e mulheres era aproximadamente o mesmo

Tabela 521 Funcionaacuterios por sexo

Local

Brasil

Norte

Nordeste

Sul

Sudeste

Centro-Oeste

1999

Feminino

97158

3675

16234

16677

55452

5480

504

498

499

520

503

488

Masculino

95869

3698

16271

15374

54786

5740

496

502

501

480

497

512

Total

193387

7373

32505

32051

110238

11220

100

100

100

100

100

100

Feminino

98872

3339

16488

18832

53788

494

487

518

520

545

467

506

2000

Masculino

104016

3410

16475

16398

61214

6519

513

482

480

455

533

494

Total

202888

6442

31703

34535

115002

12686

100

100

100

100

100

KW

Fonte MECINEPDAES

Os dados relativos ao niacutevel de formaccedilatildeo dos funcionaacuterios no ano de 2000 aponta situaccedilotildees muito dispares No conjunto das universidades haacute contingentes elevados de funcionaacuterios com primeiro grau incompleto ou completo como nos casos das Regiotildees Sul e Sudeste Por outro lado aproximadamente um quarto dos funcionaacuterios tinha niacutevel superior completo e entre 58 e 92 cursos de poacutes-graduaccedilatildeo

Tabela 522 Funcionaacuterios por grau de formaccedilatildeo - 2000

Local

Brasil

Norte

Nordeste

Sul

Sudeste

Centro-Oeste

1ordmG Incompl Total ()

34378(173)

872(132)

4084(123)

5788(164)

21842(189)

1792(138)

1ordmG Compl Total ()

0639(151)

1047(155)

4086(126)

5873(166)

17 657 ( 153)

1976(152)

2ordm Grau Total ()

74139(365)

2939 (435)

14275 (433)

12267(348)

39171(346)

5487(423)

Grad Total ()

1087(251)

1490(220)

8803 (267)

8085 (229)

9846 (259)

2863(221)

Especial

Total ()

8901 (43)

319(47)

388 (42)

581(73)

961 (34)

652(50)

Mest Total ()

2834(13)

66 (09)

285(08)

537(15)

1801 (15)

145(11)

Dout Total ()

910(04)

16(02)

42(01)

99(05)

724(041

29(05)

Total ()

202888(100)

6749(100)

32963(100)

35230(100)

115002(100)

12944(100)

Fonte MECINEPDAES

532 A evoluccedilatildeo do pessoal de apoio entre 1990 e 2000

O nuacutemero de funcionaacuterios teacutecnico-administrativos das universidades entre 1991 e 2000 teve uma expansatildeo pequena que natildeo acompanhou a ocorrida no nuacutemero de alunos e de docentes Enquanto o nuacutemero de alunos em cursos de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo cresceu 95 e o de docentes 50 o pessoal de apoio aumentou apenas 10 Tal defasagem trouxe seacuterios inconvenientes agrave administraccedilatildeo das instituiccedilotildees de ensino superior particularmente agraves federais cujo nuacutemero de funcionaacuterios teacutecnico-administrativos decresceu 31

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

O crescimento regional do nuacutemero de funcionaacuterios foi bastante diferente Enquanto na Regiatildeo Sul ele atingiu 31 na Regiatildeo Centro-Oeste foi de 18 na Regiatildeo Norte 16 na Regiatildeo Sudeste 9 e na Regiatildeo Nordeste ele foi de -8

Tabela 523 Funcionaacuterios teacutecnico-administrativos em exerciacutecio

segundo as regiotildees - 1991-2000

Ano

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000

Regiatildeo

Norte

5794 6630 7139 7109 8505 7611 7504 6405 7373 6749

Nordeste

35693 36706 39396 41878 40316 40533 37138 32344 32505 32963

Sul

26802 28326 29580 30685 31931 35290 32241 33207 32051 35230

Sudeste

105695 111875 116601 119548 123333 125479 122330 106775 110238 115002

Centro-Oeste

10944 11271 12218 12397 14000 13289 11473 11158 11220 12944

Total

184928 194808 204934 211617 218085 222202 210686 189889 193387 202888

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

Tabela 524 Funcionaacuterios teacutecnico-administrativos em exerciacutecio

segundo as regiotildees - 1991-2000 ()

Ano

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

Regiatildeo

Norte

31

34

35

33

39

34

35

34

38

33

Nordeste

193

188

192

198

185

182

176

170

168

162

Sul

145

144

144

146

146

159

153

175

166

174

Sudeste

571

574

569

565

565

565

581

562

570

567

Centro-Oeste

60

24

60

58

65

60

55

59

58

64

Total

100

100

100

100

100

100

100

100

100

100

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

um fato que merece ser destacado eacute a reduccedilatildeo ocorrida no nuacutemero de servidores das universidades federais Entre 1995 e 2000 houve um decreacutescimo de 31 no numero de servidores passando de 100517 a 69 411 Tal diminuiccedilatildeo em certa medida resultou do grande nuacutemero de aposentadorias ocorridas no periacuteodo e agrave nao abertura de concursos puacuteblicos para preenchimento das vagas delas resultantes

Tabela 525 Nuacutemero de servidores nas universidades federais

Ano

1995

1996

1997

1998

1999

2000

Total

100517

98058

91042

75122

-

69411

Fonte INEP (wwwinepgovbr)

533 Os organismos representativos dos servidores teacutecnishyco-administrativos

Organismos sindicais

Os servidores das instituiccedilotildees de ensino superior brasileiras tecircm como organismo de representaccedilatildeo sindical a FEDERACcedilAtildeO DE SINDICATOS DE TRABALHADORES DAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS (FASUBRA-SINDICAL) fundada em 19 de dezembro de 1978 sob a denominaccedilatildeo de FEDERACcedilAtildeO DAS ASSOCIACcedilOtildeES DE SERVIDORES DAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS Ela tem personalidade juriacutedica como sociedade civil de direito privado sem fins lucrativos e sua sede juriacutedica e administrativa localiza-se em Brasiacutelia - DF

A FASUBRA-SINDICAL tem como principais objetivos

I - representar sindicalmente em niacutevel nacional o conjunto da categoria junto agraves Entidades e Instituiccedilotildees privadas ou puacuteblicas abrangidas

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

as esferas Federal Estaduais e Municipais observando as prerrogativas das entidades filiadas no acircmbito de sua base territorial

I I - defender os interesses e os direitos coletivos e individuais dos membros da categoria profissional observadas as disposiccedilotildees estatutaacuterias e legais

I I I promover medidas atinentes agrave orientaccedilatildeo informaccedilatildeo e proteccedilatildeo juriacutedica e teacutecnica agraves entidades filiadas

IV - promover a integraccedilatildeo permanente entre as entidades filiadas e representa-las judicial e extra-judicialmente

V - estudar e buscar soluccedilatildeo para todos os assuntos submetidos agrave sua apreciaccedilatildeo e que se relacionem com os trabalhadores da base das entidades filiadas

VI - manter intercacircmbio com as demais organizaccedilotildees de representaccedilatildeo do ramo de atividade econocircmica - Educaccedilatildeo - em particular e as demais de forma geral

VII - desenvolver atividades culturais sociais e esportivas pugnando desse modo pela elevaccedilatildeo do niacutevel soacutecio-cultural da categoria

VITI - pugnar pela manutenccedilatildeo da dignidade dos trabalhadores das IES e pelo aperfeiccediloamento e administraccedilatildeo universitaacuteria bem como da qualidade do ensino da pesquisa e da extensatildeo produzidos nas IES

IX - pugnar pela integraccedilatildeo com os movimentos e entidades nacionais e internacionais que lutam em defesa dos interesses do conjunto da classe trabalhadora em geral e dos trabalhadores em educaccedilatildeo em especial

A FASUBRA-SINDICAL eacute integrada pelos sindicatos de trabalhadores nas IES nas Instituiccedilotildees vinculadas ao ensino de 3o grau legalmente constituiacutedas e que requeiram a sua filiaccedilatildeo

534 Os programas de melhoria e desenvolvimento do pesshysoal de apoio

O Ministeacuterio do Planejamento desenvolve manteacutem dois projetos que visam a valorizaccedilatildeo e a qualificaccedilatildeo dos servidores puacuteblicos federais FORMAR e HABILITAR Ambos satildeo iniciativas da Secretaria de Recursos Humanos - SRHMP cujos objetivos satildeo aumentar o niacutevel de escolarizaccedilatildeo qualificaccedilatildeo e requalificaccedilatildeo funcional e profissional extra serviccedilo puacuteblico e melhoria do ambiente de trabalho no acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica Federal direta autaacuterquica e fundacional - APE

O Projeto FORMAR visa propiciar a todos os servidores da Administraccedilatildeo Puacuteblica Federal alcanccedilarem a escolaridade de niacutevel meacutedio A partir da escolarizaccedilatildeo o Projeto FORMAR tem ainda os objetivos

- satisfazer as necessidades baacutesicas de aprendizagem dos servidores aumentando seu acesso aos programas de capacitaccedilatildeo - elevar o grau de satisfaccedilatildeo do servidor com o seu trabalho e com a sua qualidade de vida e - possibilitar ao servidor ampliar a sua empregabilidade

Projeto HABILITAR tem como meta proporcionar condiccedilotildees de profissionalizaccedilatildeo a ateacute 60 dos servidores dos oacutergatildeos setoriais seccionais da administraccedilatildeo direta autaacuterquica e fundacional que se enquadrarem nos criteacuterios de elegibilidade do Projeto

A Progressatildeo funcional dos servidores teacutecnico-administrativos das universidades federais assim como dos demais servidores eacute regulamentada pelo Decreto ndeg 94664 de 23 de julho de 1987 e a Portaria ndeg 475 de 26 de agosto de 1987 do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo No artigo 25 o Decreto estabelece

Art 25 A progressatildeo funcional dos servidores teacutecnico-administrativos e teacutecnico-mariacutetimos ocorreraacute I - por permanecircncia no cargo ou emprego automaticamente para o niacutevel imediatamente superior ao em que se encontrar a cada interstiacutecio de quatro anos de efetivo exerciacutecio II - por meacuterito para o niacutevel imediatamente superior ao que se encontrar apoacutes o periacuteodo de dois anos contados da data de sua admissatildeo da ascensatildeo funcional da uacuteltima progressatildeo por meacuterito ou do afastamento III - por titulaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo automaticamente e de acordo com os criteacuterios a serem estabelecidos nas normas complementares Paraacutegrafo uacutenico A progressatildeo funcional ocorreraacute de forma independente e cumulativa dentro do mesmo cargo ou emprego

A Portaria ndeg 475 no art 23 estabelece como criteacuterios para a progressatildeo funcional por titulaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo

Art 23 A progressatildeo funcional por titulaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dar-se-aacute de acordo com os seguintes criteacuterios I - habilitaccedilatildeo do servidor em cursos de educaccedilatildeo formal (1ordm 2o 3o e 4o Graus) sem relaccedilatildeo direta com o cargo ou emprego ocupado e que excede agraves suas exigecircncias daraacute direito a um niacutevel

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

II - os tiacutetulos que tenham relaccedilatildeo direta com o cargo ou emprego ocupado e que excedam agraves suas exigecircncias considerados para esse efeito os cursos de treinamento ou educaccedilatildeo formal e respectivas cargas horaacuterias previstos no Anexo III desta Portaria daratildeo direito ao nuacutemero de niacuteveis estabelecidos para cada caso no mesmo Anexo sect 1ordm - Os cursos que tenham relaccedilatildeo direta com o cargo ou emprego do servidor deveratildeo ter sua validade reconhecida pelo oacutergatildeo de Recursos Humanos com parecer preacutevio da CPPTA para efeito da progressatildeo por titulaccedilatildeo sect 2o- uma vez comprovada a realizaccedilatildeo de determinado curso para fins de progressatildeo funcional o mesmo natildeo teraacute validade para efeito de novas progressotildees sect 3o - Na progressatildeo funcional por titulaccedilatildeo poderatildeo ser obtidos ateacute 3 (trecircs) niacuteveis dentro do mesmo Grupo e ateacute 5 (cinco) niacuteveis ao longo da vida funcional do servidor em Grupos diferentes

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

O sistema de apoio agraves atividades das instituiccedilotildees de ensino superior

Maria Susana Arrosa Soares

61 As bibliotecas

As bibliotecas das instituiccedilotildees de ensino superior tecircm desenvolvido projetos de expansatildeo e qualificaccedilatildeo de seus acervos como forma de dar resposta agraves diferentes necessidades decorrentes da criaccedilatildeo de cursos de graduaccedilatildeo em novas aacutereas de conhecimento como tambeacutem da expansatildeo do ensino de poacutes-graduaccedilatildeo

Do mesmo modo nas avaliaccedilotildees regulares empreendidas pelo MEC a situaccedilatildeo das bibliotecas eacute objeto de acurada atenccedilatildeo por parte dos avaliadores

Ambos processos tecircm resultado numa significativa melhoria na oferta de livros perioacutedicos e acesso agrave Internet tanto para os alunos de graduaccedilatildeo como para os da poacutes-graduaccedilatildeo

Os mais expressivos investimentos tecircm sido feitos pelas universidades puacuteblicas e pelos grandes estabelecimentos privados de ensino

62 O Portal de perioacutedicos da CAPES

O Portal perioacutedicos oferece acesso aos textos completos de artigos de mais de 2400 revistas internacionais nacionais e estrangeiras e as bases de dados com referecircncias e resumos de documentos em todas as aacutereas do conhecimento Inclui tambeacutem indicaccedilotildees de importantes fontes de informaccedilatildeo com acesso gratuito na Internet Professores pesquisadores alunos e funcionaacuterios de 97 instituiccedilotildees de ensino superior e de pesquisa em todo o Paiacutes tecircm acesso imediato agrave produccedilatildeo cientiacutefica mundial atualizada atraveacutes deste serviccedilo oferecido pela CAPES

O uso do Portai eacute livre e gratuito O acesso eacute feito a partir de qualquer terminal ligado agrave Internet atraveacutes das instituiccedilotildees participantes Todos os programas de poacutes-graduaccedilatildeo de pesquisa e de graduaccedilatildeo do Paiacutes ganham em qualidade produtividade e competitividade com a utilizaccedilatildeo do Portal que estaacute em permanente desenvolvimento (wwwperiodicosCAPESgovbr)

63 COMUT - Programa de Comutaccedilatildeo Bibliograacutefica

Para que o Brasil pudesse contar com mais um mecanismo eficiente de acesso agrave informaccedilatildeo o MEC - por intermeacutedio da CAPES -criou em 1980 o Programa de Comutaccedilatildeo Bibliograacutefica (COMUT) o qual posteriormente (mediante Portaria Interministerial) passou a ser integrado pelo IBICT pelo SESU e pelo FINEP

O COMUT permite agraves comunidades acadecircmicas e de pesquisa o acesso a documentos relativos a todas as aacutereas do conhecimento (coacutepias de artigos de revistas teacutecnico-cientiacuteficas teses e anais de congressos) exclusivamente para fins acadecircmicos e de pesquisa com respeito rigoroso agrave Lei de Direitos Autorais Para isso atua por meio de uma rede de bibliotecas denominadas bibliotecas-bases com recursos bibliograacuteficos humanos e tecnoloacutegicos adequados para o atendimento agraves solicitaccedilotildees de seus usuaacuterios

O COMUT estaacute disponiacutevel via Internet para usuaacuterios cadastrados no sistema com coacutedigo e senha de acesso

64 As bibliotecas virtuais

O Comitecirc Gestor da InternetBrasil criou vaacuterios Grupos de Trabalho (GTs) para atuarem em diferentes aacutereas de aplicaccedilotildees dos serviccedilos de Internet de interesse da sociedade O GT Bibliotecas Virtuais coordenado pelo Instituto Brasileiro de Informaccedilatildeo em Ciecircncia e Tecnologia (IBICT) foi criado em 1996 e ateacute hoje continua a ser o uacutenico que vem acompanhando o crescimento das bibliotecas na Internet cadastrando e disseminando as informaccedilotildees das bibliotecas na Rede

Desde 1995 muitas Bibliotecas Virtuais tecircm sido criadas nas universidades escolas bibliotecas puacuteblicas bem como em centros de estudos e pesquisas especializados

Na atualidade existem 88 Bibliotecas Virtuais universitaacuterias no Brasil sendo 72 ligadas a universidades puacuteblicas e as demais a universidades e centros privados de pesquisa

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

65 As editoras universitaacuterias

O Brasil possui hoje um total de 88 Editoras Universitaacuterias as quais integram a Associaccedilatildeo Brasileira das Editoras Universitaacuterias (ABEU) criada em 2 de setembro de 1987 com o objetivo de promover o desenvolvimento das editoras universitaacuterias e contribuir para o aperfeiccediloamento dos processos de produccedilatildeo comercializaccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da produccedilatildeo de suas associadas realizar atividades de aperfeiccediloamento de recursos humanos no campo da editoraccedilatildeo destinadas prioritariamente a suas associadas manter serviccedilos de informaccedilotildees comerciais juriacutedicas e bibliograacuteficas aos associados fomentar o intercacircmbio entre as associadas e entidades congecircneres no Brasil e no exterior colaborar com as associadas para ampliar sua participaccedilatildeo em feiras exposiccedilotildees e bienais do livro no paiacutes e no exterior e promover ou participar de campanhas que incentivem o haacutebito da leitura e o gosto pelo livro

66 Grau de conectividade agrave Internet das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior

661 A Rede Nacional de Ensino e Pesquisa

O acesso agrave Internet no Brasil foi muito raacutepido principalmente nas universidades puacuteblicas Em 1989 o Ministeacuterio de Ciecircncia e Tecnologia lanccedilou formalmente o projeto da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) a fim de propiciar a integraccedilatildeo dos esforccedilos jaacute existentes em grandes universidades e centros de pesquisa no Rio de Janeiro Satildeo Paulo e Porto Alegre - com vistas ao estabelecimento da interligaccedilatildeo com os Estados Unidos

A RNP tem como objetivo principal a implantaccedilatildeo de um serviccedilo de redes Internet para a comunidade de ensino e pesquisa que atenda aos seguintes requisitos

- alta qualidade para o traacutefego de produccedilatildeo Internet - suporte a aplicaccedilotildees de educaccedilatildeo superior em especial

Bibliotecas Digitais - interligaccedilatildeo das redes metropolitanas de alta velocidade

(ReMAVs) para experimentos de novas tecnologias

Em maio de 2000 foi inaugurado o novo backbone RNP2 o qual atinge os 27 estados da federaccedilatildeo com capacidade de conexatildeo de ateacute 155 Mbps A conexatildeo agrave Internet2 foi estabelecida em agosto de 2001 por meio de um canal de 45 Mbps cedido pelo projeto

AMPATH Desde janeiro de 2001 a RNP vem operando um link internacional de 155 Mbps o qual seraacute conectado ao principal backbone da Internet2 o Abilene

662 O Instituto Brasileiro de Informaccedilatildeo em Ciecircncia e Tecnologia (IBICT)

O Instituto Brasileiro de Informaccedilatildeo em Ciecircncia e Tecnologia (IBICT) criado na deacutecada de 50 procura promover o desenvolvimento do setor de informaccedilatildeo mediante proposiccedilatildeo de poliacuteticas execuccedilatildeo de pesquisas e difusatildeo de inovaccedilotildees capazes de contribuir para o avanccedilo da ciecircncia e competitividade da tecnologia brasileira

O Instituto atualmente acompanha e internaliza as novas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo estimulando o empreendedorismo e a inovaccedilatildeo

663 O Comitecirc Gestor InternetBrasil

O Comitecirc Gestor da Internet do Brasil foi criado com a participaccedilatildeo do Ministeacuterio de Comunicaccedilotildees e do Ministeacuterio de Ciecircncia e Tecnologia pela Portaria Interministerial ndeg 147 de 31 de maio de 1995 com o propoacutesito de coordenar e integrar todas as iniciativas de serviccedilos Internet no paiacutes bem como assegurar a qualidade e a eficiecircncia dos serviccedilos ofertados resguardar a justa e a livre competiccedilatildeo entre provedores e garantir a manutenccedilatildeo de adequados padrotildees de conduta de usuaacuterios e provedores O Comitecirc Gestor tem como atribuiccedilotildees principais

- fomentar o desenvolvimento de serviccedilos Internet no Brasil - recomendar padrotildees e procedimentos teacutecnicos e

operacionais para a Internet no Brasil - coordenar a atribuiccedilatildeo de endereccedilos Internet o registro

de nomes de domiacutenios e a interconexatildeo de espinhas dorsais

- coletar organizar e disseminar informaccedilotildees sobre os serviccedilos Internet

664 O Prossiga

O projeto de bibliotecas virtuais PROSSIGAREI (wwwprossigabr) do CNPq constituiu-se por diversas bibliotecas temaacuteticas construiacutedas de acordo com a pesquisa no paiacutes aleacutem daquelas baseadas em grandes pesquisadores

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Criado em 1995 o programa Prossiga tem por objetivo promover a criaccedilatildeo e o uso de serviccedilos de informaccedilatildeo na Internet voltados para as aacutereas prioritaacuterias do Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia assim como estimular o uso de veiacuteculos eletrocircnicos de comunicaccedilatildeo pelas comunidades dessas aacutereas

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

O financiamento do ensino superior no Brasil na deacutecada de 90

Visando ao alcance do objetivo proposto o Prossiga na aacuterea de CT amp I fortalece a presenccedila da informaccedilatildeo brasileira na Rede atribuindo-lhe maior visibilidade e acessibilidade e estimulando a criaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de comunidades virtuais

Jacques Schwartzman

71 As fontes de financiamento das instituiccedilotildees de edushycaccedilatildeo superior

O governo federal eacute o mantenedor de 39 universidades 11 Faculdades e 11 Centros de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica num total de 482 750 alunos de graduaccedilatildeo a sua grande maioria (459 011) nas Universidades O governo federal eacute o seu principal mantenedor jaacute que nelas o ensino eacute gratuito e somente cerca de 35 do orccedilamento global eacute constituiacutedo por recursos por elas diretamente arrecadados

As instituiccedilotildees estaduais em nuacutemero de 61 satildeo constituiacutedas por 30 universidades 23 Faculdades e 8 Centros de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica No total elas abrigam 332 mil estudantes de graduaccedilatildeo O seu principal financiador satildeo os governos estaduais e o ensino eacute tambeacutem gratuito Nem todos os estados possuem universidades estaduais e eacute bastante heterogecircnea a sua qualidade e sua distribuiccedilatildeo espacial Destaca-se o sistema estadual paulista constituiacutedo por trecircs grandes universidades que eacute o maior e de melhor qualidade do paiacutes Outros Estados que possuem sistemas importantes satildeo Santa Catarina (com 3 campi) Paranaacute (5 unidades) Rio de Janeiro (2 universidades) Cearaacute (3 universidades) e Bahia (4 universidades)

As Universidades puacuteblicas matriculam a grande maioria dos quase 100 mil alunos de Mestrado e Doutorado Elas tambeacutem satildeo responsaacuteveis por vaacuterios cursos de poacutes-graduaccedilatildeo lato-sensu mas as estatiacutesticas nesta aacuterea ainda satildeo precaacuterias

As instituiccedilotildees privadas satildeo em nuacutemero de 1004 com 18 milhotildees de alunos de graduaccedilatildeo correspondendo a 23 do alunado do paiacutes neste niacutevel de ensino Destas 85 satildeo Universidades que matriculam 102 milhatildeo de estudantes e as outras satildeo centros universitaacuterios faculdades integradas e unidades isoladas Entre as universidades 27 satildeo particulares e as demais satildeo comunitaacuterias confessionais (a maioria catoacutelicas) e filantroacutepicas O que distingue este uacuteltimo grupo satildeo as isenccedilotildees fiscais que usufruem por se caracterizarem por serem sem fins lucrativos Isto significa que os resultados positivos de suas atividades devem ser reinvestidos nelas mesmas natildeo podendo haver distribuiccedilatildeo de lucros Dois satildeo os principais tipos de isenccedilatildeo fiscal do imposto de renda para instituiccedilotildees educacionais sem fins lucrativos e das contribuiccedilotildees para fins de seguridade social para as instituiccedilotildees educacionais consideradas beneficentes de utilidade puacuteblica e que apliquem integralmente seus resultados operacionais na manutenccedilatildeo e desenvolvimento de seus objetivos institucionais A beneficecircncia se caracteriza pela concessatildeo de vagas integral e gratuitamente a alunos considerados carentes

De outro lado a atual Constituiccedilatildeo Federal (CF art 213) veda a alocaccedilatildeo de recursos puacuteblicos a instituiccedilotildees de educaccedilatildeo privadas que natildeo sejam comunitaacuterias confessionais ou filantroacutepicas Esta regra natildeo se aplica a atividades universitaacuterias de pesquisa e extensatildeo que podem receber apoio financeiro do Poder Puacuteblico mas que ainda tem reduzida participaccedilatildeo no orccedilamento delas devido agrave sua menor capacidade de concorrer com instituiccedilotildees puacuteblicas

O setor privado de ensino superior jaacute atingiu uma dimensatildeo respeitaacutevel em termos de movimentaccedilatildeo de recursos financeiros Tomando como referencia a anuidade meacutedia praticada em contratos do FIES (Fundo de Financiamento ao Estudante de Ensino Superior) em 2001 (R$ 54 mil) podemos estimar que somente a receita com alunos de graduaccedilatildeo gera um faturamento de 103 bilhotildees de reais o que eacute quase o dobro do que o governo federal gasta com suas IFES (excluiacutedos os inativos)

O Financiamento Puacuteblico - De acordo com a Constituiccedilatildeo brasileira (CF art 212) a Uniatildeo aplicaraacute anualmente nunca menos de dezoito e os Estados o Distrito Federal e os Municiacutepios vinte e cinco por cento no miacutenimo da receita resultante de impostos compreendida a proveniente de transferencias na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino Aleacutem disso outros recursos provenientes de contribuiccedilotildees sociais e do salaacuterio educaccedilatildeo (25 da folha salarial das empresas) satildeo destinados ao ensino fundamental O Governo Federal aleacutem de ser

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo de 61 unidades aplica recursos nos programas de merenda escolar livro didaacutetico e no Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental todos eles direcionados aos niacuteveis baacutesicos Os Estados aplicam seus recursos no ensino fundamental e meacutedio com crescente importacircncia deste uacuteltimo sendo que alguns estados possuem significativos sistemas estaduais de universidades Os municiacutepios investem prioritariamente em ensino fundamental e no preacute-escolar

72 Os procedimentos de distribuiccedilatildeo de recursos pelo Estado

721 O Governo Federal

como natildeo poderia deixar de ser eacute no Ministeacuterio da Educaccedilatildeo que se concentra o maior volume de gastos federais com educaccedilatildeo superior No entanto eacute significativa a contribuiccedilatildeo de oacutergatildeos como a FINEP o CNPq o MCT e de algumas Fundaccedilotildees de Amparo agrave Pesquisa no acircmbito estadual para o financiamento da pesquisa e da poacutes-graduaccedilatildeo existentes nas universidades federais A anaacutelise dos gastos do MEC (Tabela 71) leva-nos a algumas conclusotildees

1 Os gastos totais do MEC em termos agregados sofreram uma reduccedilatildeo de cerca de 10 se compararmos o biecircnio 1994-5 com o quadriecircnio 1996-1999

2 As despesas com ensino fundamental apresentam tendecircncia crescente por duas razotildees a primeira de natureza contaacutebil pois a partir de 1997 os gastos com merenda escolar que eram computados no Programa Sauacutede passam a integrar o programa Ensino Fundamental A segunda explicaccedilatildeo se encontra nos gastos dos programas de descentralizaccedilatildeo do governo federal em especial o FUNDEF (Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental)

3 Eacute niacutetida a queda absoluta e percentual com gastos para o ensino meacutedio

4 Os recursos para as Instituiccedilotildees Federais de Ensino Superior (IFES) tambeacutem diminuem ao compararmos o biecircnio 1994-1995 com o quadriecircnio 1996-1999Este movimento certamente esta relacionado agrave reposiccedilatildeo parcial de servidores das IFES agrave contenccedilatildeo dos salaacuterios e a supressatildeo de diversas vantagensdos servidores a partir de 1995 Por outro lado crescem em termos absolutos e proporcionais os gastos com inativos e pensionistas

(incluiacutedos no orccedilamento das IFES)

Tabela 71 MEC Distribuiccedilatildeo percentual do gasto total

por programa (1993-1999)

Programas

Administraccedilatildeo do MEC

Ensino Fundamental

Ensino Meacutedio

Educaccedilatildeo Superior

Sauacutede

Previdecircncia

Outros

Total MEC

Em R$ de dez 99

1993

251

1318

705

4600

1315

1494

317

1000

100305

1994

166

1601

512

4419

1219

1657

426

1000

138751

1995

152

1282

556

4536

1378

1620

477

1000

138401

1996

174

1409

477

4486

1255

1751

447

1000

125591

1997

578

1733

464

4474

475

1863

412

1000

120173

1998

589

2339

431

3983

475

1829

354

1000

129887

1999

370

2030

476

4552

189

1942

440

1000

122856

Fonte Ribeiro Joseacute Aparecido C Financiamento e Gasto do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo nos anos 90 Em Aberto Brasiacutelia vol 18 dezembro de 2001 p33-42

Em relaccedilatildeo aos gastos previdenciaacuterios vale a pena destacar sua importacircncia na composiccedilatildeo dos orccedilamentos das IFES atingindo a mais de 30 da folha total de pessoal Enquanto no periacuteodo analisado os gastos com pessoal ativo nas IFES diminuiacuteram em termos reais os dispendios com inativos e pensionistas se elevaram

Tabela 72 IFES Gastos com pessoal ativo e inativo - 1994-2001

(em milhotildees de reais de 2001 )

Anos

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

Ativos

47756

4 0053

37611

3 7615

42454

42992

40089

Inativos

1 4166

18581

17627

18081

19449

2 1310

20212

Natildeo inclui precatoacuterios Fonte MEC

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Pode-se examinar ainda a questatildeo do financiamento pelo MEC de outros acircngulos um deles eacute de se saber se o gastos com o ensino superior satildeo adequados considerando-se os gastos miacutenimos determinados pela Constituiccedilatildeo Em 1995 de acordo com Negri estimava-se que os gastos miacutenimos (18 dos impostos federais deduzidas as transferencias da Uniatildeo para Estados e municiacutepios) do governo federal com educaccedilatildeo deveriam se situar em 54 bilhotildees de reais Comparando-se este nuacutemero com os gastos das IFES neste mesmo ano de 53 bilhotildees e com os gastos totais do MEC de bilhotildees) chega-se ao resultado de que o governo federal esta gastando com educaccedilatildeo bem mais do que o exigido por lei e que somente os gastos com as IFES atingem aquele percentual miacutenimo

722 O setor estadual

Vaacuterios satildeo os Estados brasileiros que possuem suas proacuteprias instituiccedilotildees de ensino superior Da mesma forma que ocorre no sistema federal os governos estaduais satildeo os principais mantenedores pois a cobranccedila de mensalidades natildeo eacute permitida No entanto em alguns poucos casos a forma de financiamento pode diferir Algumas universidades tecircm seu orccedilamento vinculado ao do Estado (Santa Catarina Pernambuco Rio de Janeiro) ou a um determinado imposto como o ICMS (caso do sistema paulista) A vantagem deste sistema para as universidades eacute a de permitir uma certa previsibilidade orccedilamentaacuteria embora sujeita agraves flutuaccedilotildees do ciclo econocircmico No entanto espera-se que os bons tempos possam compensar os anos mais difiacuteceis A fixaccedilatildeo do percentual de vinculaccedilatildeo eacute tambeacutem importante Em Satildeo Paulo inicialmente o percentual do ICMS teve como referecircncia os orccedilamentos passados de cada uma das trecircs universidades Posteriormente o governo estadual procurou estabelecer um teto alegando que em periacuteodos de crescimento econocircmico os recursos vinculados eram excessivos No entanto nada se estabeleceu para as eacutepocas de recessatildeo Em outras situaccedilotildees o percentual eacute muito elevado (caso do Rio de Janeiro) e o governo natildeo libera a totalidade dos recursos e em outros (Pernambuco) o percentual eacute baixo e o governo estadual complementa No entanto poucas satildeo as situaccedilotildees em que a vinculaccedilatildeo do orccedilamento esta associada ao orccedilamento global ou agrave liberdade de implementar a poliacutetica de pessoal Para a maioria das instituiccedilotildees estaduais a forma de financiamento eacute a tradicional em ambientes puacuteblicos A folha de pessoal eacute paga geralmente em dia mas os salaacuterios estatildeo quase sempre defasados em relaccedilatildeo ao mercado Os recursos para custeio satildeo liberados com atraso e satildeo reduzidos os investimentos Eacute comum a pressatildeo pela apresentaccedilatildeo de emendas ao orccedilamento estadual com a finalidade de elevar os recursos para as Universidades No entanto mesmo quando aprovadas pelo Legislativo natildeo implicam em efetivo desembolso jaacute que o orccedilamento eacute apenas autorizativo

As universidades estaduais tambeacutem utilizam fundaccedilotildees de apoio (a USP tem 29) para flexibilizar procedimentos burocraacuteticos sendo elas tambeacutem meio de captaccedilatildeo adicional de recursos atraveacutes de cursos de extensatildeo e prestaccedilatildeo de serviccedilos Algumas conseguem tambeacutem financiamento de agecircncias federais para pesquisa e poacutes-graduaccedilatildeo como eacute o caso do sistema paulista do Paranaacute e Rio de Janeiro

A questatildeo de pessoal como na esfera federal ainda eacute a mais problemaacutetica seja porque na maioria dos casos eles satildeo estatutaacuterios e os graus de liberdade para uma efetiva poliacutetica de recursos humanos satildeo reduzidos seja porque a questatildeo dos inativos natildeo foi bem equacionada O fato eacute que a poliacutetica de pessoal para os aposentados eacute determinada no acircmbito do funcionalismo estadual mas geralmente o pagamento eacute feto com recursos orccedilamentaacuterios das universidades No caso do sistema paulista por exemplo natildeo se previu o grande nuacutemero de aposentadorias ocorrido no iniacutecio da deacutecada de 90 o que forccedilou novas negociaccedilotildees em relaccedilatildeo ao percentual do ICMS que deveria ser transferido

723 Custo das matriacuteculas e bolsas de estudo nas instituishyccedilotildees de ensino superior privadas

O seu financiamento baseia-se fortemente na cobranccedila de mensalidades (inclusive de cursos de poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu) estando entre 95 e 100 dos recursos captados com a possiacutevel exceccedilatildeo de algumas PUCs que conseguem algum financiamento puacuteblico como vimos as instituiccedilotildees privadas natildeo podem receber recursos puacuteblicos a serem consignados em seus orccedilamentos mas podem competir por recursos para a pesquisa e para a poacutes-graduaccedilatildeo No entanto a taxa de sucesso tem sido muito baixa devido agrave concorrecircncia com universidades de maior tradiccedilatildeo do setor puacuteblico

0 setor privado vem crescendo muito fortemente nos uacuteltimos anos Entre 1994 e 2000 o nuacutemero de alunos cresceu em 86 a maior parte deles matriculados em Universidades Estas tambeacutem foram criadas com muita rapidez atraveacutes do credenciamento de faculdades integradas jaacute existentes Elas passaram de 40 em 1990-91 para 85 em 2000 Vaacuterios satildeo os problemas que vem afetando as financcedilas do setor privado com tendecircncia de agravamento nos proacuteximos anos Satildeo eles

1 - Crescimento da Demanda e da Oferta

A grande expansatildeo ocorrida no ensino meacutedio nos uacuteltimos anos certamente elevou a procura por cursos superiores Os Concluintes deste niacutevel de ensino passaram de 993 mil em 1994 para 2234 mil em 2000 e espera-se que continuem crescendo ateacute 2005 No entanto o aumento de

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

matriacuteculas no ensino meacutedio deu-se mais fortemente em estabelecimentos estaduais e no turno da noite Portanto satildeo alunos de baixa renda que jaacute necessitam trabalhar ainda no ensino meacutedio e que tem pouca probabilidade de ingressarem em cursos superiores gratuitos A sua permanecircncia no terceiro grau vai depender de sua capacidade de pagamento da existecircncia de creacutedito educativo e da sua convicccedilatildeo ao longo do curso em relaccedilatildeo agrave efetivaccedilatildeo do retorno do investimento que vem sendo realizado As estatiacutesticas mostram uma grande evasatildeo no sistema privado A relaccedilatildeo matriacuteculavagas situa-se em 17 quando se deveria esperar algo como 4 para cursos que duram em meacutedia 4 anos Esta evasatildeo constitui-se numa importante perda de receita para os estabelecimentos privados A soluccedilatildeo encontrada tem sido a de manter elevadas as vagas iniciais por turma que hoje dificilmente satildeo inferiores a 50captar alunos via transferecircncia e fundir turmas dos uacuteltimos periacuteodos No entanto as vagas oferecidas pelo setor privado parecem crescer mais rapidamente do que a demanda apesar do significativo crescimento do ensino meacutedio Em 2000 das 862242 abertas pelo setor privado apenas 664 mil foram preenchidas criando uma enorme capacidade ociosa A reaccedilatildeo das entidades privadas tem sido a de acirrar a concorrecircncia entre elas o que se manifesta atraveacutes de agressivas campanhas publicitaacuterias rebaixamento do valor das mensalidades localizaccedilatildeo das unidades de ensino perto do trabalho ou da residecircncia dos alunos facilidades no processo seletivo e algumas poucas instituiccedilotildees tentando atrair alunos pela qualidade do ensino Assim o sistema parece caminhar para um periacuteodo de ajustes onde provavelmente ocorreratildeo fusotildees vendas e desativaccedilatildeo de cursos e programas pois o tamanho do mercado com uma oferta que ainda natildeo parou de crescer natildeo parece comportar lugar para todos uma informaccedilatildeo mais recente do ano de 2002 daacute conta de que estatildeo protocolados no MEC mais de 1000 pedidos de autorizaccedilatildeo para abertura de novos cursos

2 - O creacutedito educativo

Constitui-se hoje num mecanismo potencialmente fundamental para a sobrevivecircncia de parte significativa do setor privado como vimos as tendecircncias aqui esboccediladas para o setor privado tendem a se agravar no futuro natildeo preenchimento das vagas oferecidas para ingresso elevados iacutendices de evasatildeo ao longo do curso crescente inadimplecircncia dos alunos e participaccedilatildeo cada vez maior de estudantes oriundos de classes de renda mais baixas A manutenccedilatildeo de alunos mais pobres nas escolas de niacutevel superior natildeo soacute eacute importante para as instituiccedilotildees educacionais privadas como tambeacutem para o cumprimento das metas do Plano Nacional de Educaccedilatildeo que propotildee uma taxa de escolarizaccedilatildeo da populaccedilatildeo de 19-24 anos para 30 em dez anos sendo que hoje ela se situa em menos de

12 Isso significaria aumentar as atuais 27 milhotildees de matriacuteculas no ensino superior para cerca de 5 milhotildees em 2008 Eacute interessante observar que o Plano menciona que o setor privado teria importante papel a desempenhar mas natildeo detalha os meios para se chegar a este resultado O atual programa de creacutedito educativo agora denominado FIES estaacute longe de atingir as necessidades e muito menos ao crescimento da demanda que se verificaraacute O orccedilamento anual do FIES provenientes na sua grande maioria de recursos da Loteria Federal situa-se em torno de 200 milhotildees anuais permite a contrataccedilatildeo de apenas cerca de 53 mil novos contratos por ano incluindo-se novos beneficiaacuterios e aditamentos Entre o segundo semestre de 1999 e o segundo semestre de 2001 o FIES efetivou apenas 151511 novos contratos e dados os recursos atuais natildeo poderaacute crescer muito aleacutem disso mesmo com o iniacutecio do reembolso Se supusermos que ao menos 25 dos estudantes do ensino particular satildeo carentes precisariacuteamos de atender 500 mil estudantes o que teria um custo adicional de cerca de 19 bilhotildees de reais Este valor sobrepuja largamente as possibilidades orccedilamentaacuterias do MEC e teria que provir de outras fontes que jaacute vem sendo consideradas Entre elas podemos citar a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos do Fundo de Garantia de Tempo de Serviccedilo dos depoacutesitos compulsoacuterios dos Bancos de parte das aplicaccedilotildees das entidades de caraacuteter filantroacutepico e a entrada das proacuteprias instituiccedilotildees privadas complementando os recursos atuais

Aleacutem da insuficiecircncia de recursos o atual creacutedito educativo padece de alguns dos males de seus antecessores O seu agente financeiro a Caixa Econocircmica Federal natildeo se empenha o suficiente para recuperar os empreacutestimos o creacutedito eacute dado agraves instituiccedilotildees e natildeo aos alunos elevada concentraccedilatildeo dos beneficiaacuterios em cursos tradicionais como Direito e Administraccedilatildeo concentraccedilatildeo nas regiotildees mais ricas do paiacutes (Sul e Sudeste) Enfim O FIES reproduz a mesma estrutura de cursos inclusive de natureza regional perdendo uma boa oportunidade de realizar algum tipo de induccedilatildeo no sistema

3 - A questatildeo da inadimplecircncia

A crescente participaccedilatildeo de alunos de menor poder aquisitivo tem elevado os iacutendices de inadimplecircncia a aproximadamente 20 ao longo do semestre dependendo da instituiccedilatildeo A legislaccedilatildeo em vigor veda agrave instituiccedilatildeo impedir que os alunos nesta situaccedilatildeo assistam agraves aulas ou deixem de prestar exames Ademais a universidade natildeo pode negar aos alunos em atraso os documentos necessaacuterios agrave sua transferecircncia ao final do periacuteodo letivo o que implica na possibilidade de sua saiacuteda sem a quitaccedilatildeo da diacutevida O uacutenico recurso legal da instituiccedilatildeo eacute o de natildeo recontratar com o aluno inadimplente no semestre seguinte e cobrar a diacutevida na Justiccedila No entanto vaacuterias satildeo as instituiccedilotildees que preferem

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

negociar com seus alunos em dificuldades com a finalidade de mantecirc-los na escola e natildeo agravar os iacutendices de evasatildeo De qualquer forma os custos da inadimplecircncia existem seja por atrasos ou falta de pagamento e tem sido cada vez mais um item importante na determinaccedilatildeo dos resultados de uma empresa educacional

4 - O incerto futuro das universidades privadas

como vimos na deacutecada de 90 aumentou muito o nuacutemero de Universidades privadas Duas satildeo as principais razotildees para esta evoluccedilatildeo A primeira eacute o alto status conferido ao termo quando comparado com faculdade centro universitaacuterio ou Escola que traacutes inclusive um importante fator de marketing A segunda eacute a possibilidade determinada em Lei de maior autonomia acadecircmica e administrativa inclusive a da liberdade de criar novos cursos na sua sede e a possibilidade de fazecirc-lo tambeacutem fora de sua sede (no limite da unidade da federaccedilatildeo onde esta localizada) e aumentar vagas em cursos jaacute existentes Por outro lado a LDB prevecirc que para se tornar uma universidade e se manter como tal eacute preciso que haja produccedilatildeo intelectual institucionalizada um terccedilo do corpo docente pelo menos com titulaccedilatildeo acadecircmica de mestrado ou doutorado e um terccedilo do corpo docente em regime de tempo integral As Disposiccedilotildees Transitoacuterias da LDB estabelecem que o prazo para que as universidades cumpram os requisitos acima eacute de oito anos encerrando-se portanto em 2004 O setor privado jaacute percebeu que os Centros Universitaacuterios satildeo uma opccedilatildeo mais apropriada aacutes suas possibilidades financeiras e que as Universidades de pesquisa satildeo para poucos Desde 1987 o Governo Federal credenciou apenas 8 universidades e 60 Centros Universitaacuterios

Neste contexto avizinha-se uma outra dificuldade relativa ao financiamento que eacute a de manter professores qualificados em tempo integral e realizando atividades de pesquisa que possam passar pelo crivo dos vaacuterios comitecircs acadecircmicos que se formam nas agecircncias de fomento Eacute provaacutevel tambeacutem a ocorrecircncia de pressotildees pela abertura de cursos de poacutes-graduaccedilatildeo de mestrado e doutorado(com custos bem mais elevados do que os de cursos de graduaccedilatildeo) que geralmente estatildeo associados a um ambiente de pesquisa A questatildeo eacute que as mensalidades de cursos de graduaccedilatildeo a fonte quase exclusiva de receitas natildeo tecircm como manter estas atividades Para tanto seria necessaacuterio aumentaacute-las o que eacute inviaacutevel no contexto competitivo acima referido onde a tendecircncia mais provaacutevel eacute a sua diminuiccedilatildeo A outra possibilidade eacute a busca de recursos para pesquisa junto agraves agecircncias puacuteblicas de fomento mas aqui enfrentaratildeo a concorrecircncia de universidades e centros de pesquisa puacuteblicos e algumas confessionais sem fins lucrativos mais bem dotadas e de maior tradiccedilatildeo Haacute poucas saiacutedas para esta situaccedilatildeo uma delas eacute a de reverter para a condiccedilatildeo de Centro Universitaacuterio que tem quase as mesmas prerrogativas

de autonomia das universidades mas que tem como exigencia apenas a qualidade do ensino de graduaccedilatildeo com consequumlecircncias negativas para o marketing da instituiccedilatildeo A outra especialmente no caso das particulares (em nuacutemero de 27) eacute a de dedicar proporccedilotildees maiores do lucro para as instituiccedilotildees mantidas procurando tornaacute-las mais competitivas na captaccedilatildeo de alunos de graduaccedilatildeo e no fortalecimento das atividades de pesquisa ateacute que adquiram maior grau de autonomia Finalmente certamente ocorreratildeo adaptaccedilotildees tais como atribuir uma elevada carga de aulas e atividades administrativas aos professores em tempo integral alugar professores titulados de outras instituiccedilotildees e procurar meios de convencer sobre a relevacircncia da pesquisa realizada Em relaccedilatildeo agraves universidades comunitaacuterias confessionais e filantroacutepicas(em nuacutemero de 58) os graus de liberdade satildeo menores Elas jaacute aplicam seus resultados na proacutepria instituiccedilatildeo e a maioria delas jaacute cobra mensalidades mais baixas em virtude de suas isenccedilotildees e imunidades Ocorre tambeacutem que algumas universidades filantroacutepicas estatildeo a ponto de perder suas isenccedilotildees tributaacuterias em virtude de recentes mudanccedilas na lei

73 As estrateacutegias de gestatildeo e de utilizaccedilatildeo dos recursos financeiros em niacutevel institucional e nacional

Ateacute o iniacutecio da deacutecada de 90 pode-se dizer que a alocaccedilatildeo de recursos do MEC entre as IFES se baseava fortemente em criteacuterios histoacutericos ou seja o orccedilamento de um ano tendia a repetir o do ano anterior salvo interferecircncias de ordem poliacutetica que podiam favorecer esta ou aquela instituiccedilatildeo em determinado momento A principal razatildeo para a existecircncia de orccedilamentos automaacuteticos estava na rigidez da folha de pessoal que corresponde a mais de 90 dos recursos do Tesouro repassados agraves IFES Os recursos para pessoal sempre foram transferidos pontualmente e correspondiam agraves necessidades dos quadros existentes nas IFES Em relaccedilatildeo aos recursos de OCC (Outros Custeios e Capital) cada IFES recebia um teto em relaccedilatildeo ao qual os mesmos eram distribuiacutedos pelas vaacuterias rubricas Este valor maacuteximo tendia a repetir o do ano anterior mas o seu repasse natildeo tinha a mesma regularidade de liberaccedilatildeo como ocorria com a folha de pessoal ficando ao sabor da disponibilidade orccedilamentaacuteria e financeira do Governo Federal o que provocava perdas importantes em eacutepocas de inflaccedilatildeo mais elevada como resultado ao longo de muitos anos os recursos de OCC repassados pelo Tesouro se mantiveram constantes em termos reais ou mesmo declinantes apesar

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

do crescimento do nuacutemero de IFES do nuacutemero de alunos e da expansatildeo da aacuterea fiacutesica que ocorreram nas deacutecadas de 70 e 80

A soluccedilatildeo para esta diminuiccedilatildeo de recursos para OCC que foi praticada ateacute o final de 1995 ocorreu atraveacutes de mecanismos informais somente possiacuteveis em eacutepocas de inflaccedilatildeo e de controle pouco riacutegido das despesas de pessoal As IFES por sua proacutepria iniciativa ou induzidas pela burocracia do MEC elevavam a requisiccedilatildeo mensal para pagamento de pessoal dentro de faixas razoavelmente aceitas e que estavam respaldados nas possibilidades de aumentos provocados por promoccedilotildees abono de feacuterias mudanccedilas de regime de trabalho etc Os recursos natildeo utilizados para pagamento de pessoal eram entatildeo aplicados no mercado financeiro e obtinham elevados rendimentos nominais devido agrave forte inflaccedilatildeo do periacuteodo Eram entatildeo transformados em receitas proacuteprias e usados em despesas de OCC No final do ano os recursos de pessoal natildeo utilizados para este fim deveriam ser devolvidos ao Tesouro mas o acerto era feito em termos nominais

Este mecanismo informal de financiamento de OCC aliado a orccedilamentos automaacuteticos para Pessoal geraram importantes distorccedilotildees Em relaccedilatildeo ao Pessoal nunca houve uma sinalizaccedilatildeo para qualquer tipo de incentivo para racionalizar a folha de pessoal Por um lado excessos de contingente pessoal natildeo eram combatidos pelas IFES seja porque elas sempre tiveram enormes dificuldades legais e poliacuteticas para demitir seja porque economias em pessoal redundariam apenas em menores orccedilamentos de pessoal natildeo sendo possiacutevel o aproveitamento dessa economia para outras finalidades Por outro lado o que se conseguia introduzir no orccedilamento de pessoal (mais servidores mais professores em tempo integral mais promoccedilotildees) tendia a permanecer devido agrave rigidez da poliacutetica de pessoal

Esta atitude foi particularmente notaacutevel com a poliacutetica de concessatildeo de dedicaccedilatildeo exclusiva a docentes A IFES recebia autorizaccedilatildeo para preencher um cargo de professor (e natildeo os recursos financeiros correspondentes) que poderia ser contratado em tempo parcial ou integral como os recursos para pessoal eram pagos pelo Tesouro havia o incentivo para que todos fossem contratados em dedicaccedilatildeo exclusiva jaacute que era melhor para a IFES e nada lhe custava (O percentual de professores em DE passou de 198 em 1973 para 85 atualmente) Da mesma forma as promoccedilotildees eram facilitadas as causas trabalhistas tinham suas defesas relaxadas e quanto mais servidores administrativos se pudesse introduzir melhor jaacute que se evitaria gastos de OCC com a terceirizaccedilatildeo de serviccedilos O resultado eacute que o administrador universitaacuterio tinha incentivo para aumentar os gastos com pessoal e natildeo os tinha para diminuiacute-los

introduzindo-se o que descrevemos como a racionalidade da ineficiecircncia (Schwartzman J 1991)

Quanto aos recursos proacuteprios para OCC a grande distorccedilatildeo estava na alocaccedilatildeo desses recursos entre as IFES Havia aquelas que se recusavam a utilizar do mecanismo de inflar a folha de pessoal e portanto enfrentavam seacuterias dificuldades financeiras e outras que chegavam a exagerar na criaccedilatildeo de saldos O volume de saldos gerados em cada IFES dependia mais da capacidade teacutecnica de criaacute-los de forma convincente e da teia de relaccedilotildees pessoais entre os burocratas do MEC que aprovavam o montante solicitado e das IFES do que de avaliaccedilotildees de necessidade ou meacuterito conduzidas pelos responsaacuteveis pela poliacutetica de ensino superior do MEC No iniacutecio da deacutecada de 90 houve a primeira tentativa consistente de distribuir os recursos baseados em criteacuterios objetivos tais como o nuacutemero de alunos formados aacuterea utilizada qualidade da poacutes-graduaccedilatildeo e outros No entanto esta matriz natildeo poderia abranger o orccedilamento de pessoal devido agraves rigidezes jaacute apontadas ficando limitada agrave OCC Ainda assim devido agrave pressotildees poliacuteticas daqueles que perdiam com a nova loacutegica de distribuiccedilatildeo e o fato de prosseguirem inalteradas as praacuteticas de geraccedilatildeo de saldos de pessoal esta matriz nunca foi utilizada para alocar mais do que 10 do OCC No final da deacutecada de 90 apoacutes a eliminaccedilatildeo da possibilidade de se continuar gerando saldos financeiros com a folha de pessoal institui-se uma nova matriz de distribuiccedilatildeo de recursos que aloca 100 do OCC e eacute tambeacutem utilizada para distribuiccedilatildeo de alguns outros eventuais recursos existentes no MEC para programas especiais Esta nova Matriz considera variaacuteveis de pesquisa (15 do peso) e ensino (85) tais como a eficiecircncia na diplomaccedilatildeo de alunos o turno em que os cursos satildeo oferecidos a aacuterea de conhecimento dos Cursos o volume e a avaliaccedilatildeo qualitativa da poacutes-graduaccedilatildeo Embora as matrizes ateacute agora soacute tenham sido utilizadas para distribuir pequena parte do orccedilamento total elas tecircm sido importantes para introduzir uma cultura de avaliaccedilatildeo e cobranccedila de resultados o que tende a tornar mais racional a alocaccedilatildeo de recursos entre as IFES

O principal problema do financiamento das IFES foi e permanece sendo a questatildeo da distribuiccedilatildeo de recursos para pessoal nem que seja pela magnitude desse item O governo federal tem o diagnoacutestico que haacute um excesso de pessoal mas possui recursos administrativos limitados para tratar desta questatildeo Os instrumentos de que dispotildee para enfrentaacute-la satildeo dois a reposiccedilatildeo parcial dos servidores que se exoneram por demissatildeo ou aposentadoria e uma

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poliacutetica salarial que natildeo repotildee totalmente as perdas provocadas pela inflaccedilatildeo Ocorre que estes instrumentos tecircm sido aplicados de forma linear sem contemplar necessidades setoriais e peculiaridades das IFES trazendo enormes dificuldades para determinados setores das IFES como veremos mais adiante

Outro grande problema eacute o da necessidade que as IFES tecircm de gerar mais recursos para OCC em virtude do esgotamento do modelo anterior baseado na aplicaccedilatildeo financeira dos excessos da folha de pessoal Na deacutecada de 90 especialmente a partir de 1995 os recursos proacuteprios para OCC comeccedilam a declinar e natildeo satildeo compensados completamente por repasses do Tesouro como pode-se ver na Tabela 73

Tabela 73 IFES Despesas de OCC efetuadas com Recursos do

Tesouro e Proacuteprios (Em milhotildees de reais de 2001)

Ano

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

Tesouro

702

1080

1058

1067

1101

1165

1003

Proacuteprios

775

802

633

579

512

274

277

A partir de 1999 o faturamento dos Hospitais de Ensino junto ao SUS deixou de ser classificado como receita proacutepria e passou a ser executado na forma de destaque do Fundo Nacional de Sauacutede Estes recursos representavam cerca de R$ 300 milhotildees por ano ateacute 1998 Fonte MEC

Outra importante questatildeo do financiamento refere-se ao tratamento dado a aposentados e pensionistas tanto no que se refere agrave sua manutenccedilatildeo no orccedilamento das IFES como da sua relaccedilatildeo com a poliacutetica de pessoal dos servidores ativos Examinaremos ainda a atuaccedilatildeo da Fundaccedilotildees de Apoio a situaccedilatildeo especial vivida pelos Hospitais de Ensino devido agrave sua importacircncia nas contas das IFES e o importante papel exercido por outras fontes de financiamento governamentais Para concluir analisaremos as implicaccedilotildees na perspectiva da equidade do financiamento de alunos das IFES atraveacutes do ensino gratuito

731 Aposentados e pensionistas

A folha de inativos das IFES cresceu espetacularmente a partir de 1991 com a introduccedilatildeo do Regime Juriacutedico Uacutenico (RJU) em 1990Em 1992os inativos absorviam 96 da folha em 1993 2338 e em 2000 chegou a 317

Ateacute a introduccedilatildeo do RJU a maioria dos servidores encontrava-se sob o regime da CLT e poucos eram os denominados estatutaacuteriosOs que se aposentavam pela CLT tinham seus proventos limitados a um teto que variou de 10 a 20 salaacuterios miacutenimosdependendo do periacuteodo De qualquer forma a responsabilidade pelo pagamento cabia ao INSS para onde se dirigiam as contribuiccedilotildees providenciariacuteas dos celetistas sendo que estes valores natildeo compunham o orccedilamento das IFES Quanto aos estatutaacuterios em nuacutemero bem menor os seus benefiacutecios correspondiam a uma aposentadoria com os mesmos salaacuterios da ativa (aposentadoria integral) e os valores respectivos integravam os orccedilamentos das EFES com a implantaccedilatildeo do RJU todos os celetistas tornaram-se estatutaacuterios e estaacuteveis e passaram a ter direito agrave aposentadoria integral Inicialmente pensou-se que este natildeo seria um ocircnus excessivo pois o governo federal deixaria de recolher os 8 correspondentes ao FGTS e os outros encargos da folha e os servidores passariam a contribuir para o Plano de Seguridade Social do governo federal em torno de 11 do salaacuterio A expectativa de implantaccedilatildeo do RJU fez com que muitos servidores aguardassem este momento para efetivar suas aposentadorias o que de fato ocorreu a partir de 1991 A combinaccedilatildeo de proventos integrais e ateacute superiores aos salaacuterios da ativa (a lei determinava uma promoccedilatildeo na passagem para a inatividade) com aposentadorias precoces (30 anos para homens e 25 para mulheres prazos que na realidade podiam ser ateacute inferiores) tornou a aposentadoria extremamente atrativa e provocou uma enxurrada de exoneraccedilotildees A inclusatildeo deste item no orccedilamento das IFES traz pelo menos duas grandes questotildees A primeira eacute a de que gastos com inativos representam despesas providenciariacuteas e natildeo gastos com a manutenccedilatildeo de ensino provocando seacuterias distorccedilotildees em analises comparativas Deveria haver o correto financiamento de tal sorte que os gastos com inativos fossem cobertos por fontes bem definidas ensejando o equiliacutebrio atuarial No entanto os recursos arrecadados para este fim a contribuiccedilatildeo de cerca de 11 do salaacuterio dos servidores ativos aleacutem de natildeo constarem como receita das IFES natildeo suporta os gastos de uma aposentadoria integral e precoce Neste sentido algumas tentativas foram feitas visando reverter a situaccedilatildeo tais como o aumento do tempo de serviccedilo para a aposentadoria a proposta ainda em exame no Congresso de cobrar contribuiccedilatildeo dos aposentados a eliminaccedilatildeo da promoccedilatildeo por ocasiatildeo da

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aposentadoria a ainda inconclusa criaccedilatildeo dos empregos puacuteblicos(que prevecirc a aposentadoria pelo INSS) e a revogaccedilatildeo da possibilidade de transformar licenccedilas precircmio em tempo para aposentadoria Tocircdas estas medidas algumas ainda dependendo de aprovaccedilatildeo pelo Congresso Nacional soacute surtiratildeo efeito no meacutedio e longo prazo e ainda de forma parcial A segunda questatildeo eacute a de que estes gastos satildeo volumosos representando mais de 30 dos gastos totais com pessoal e estatildeo cristalizados por diversos dispositivos legais A uacutenica poliacutetica possiacutevel para baixar os gastos com este item a curto prazo eacute a da natildeo reposiccedilatildeo integral de salaacuterios que atinge indistintamente ativos e inativos Isso ocorre porque a Constituiccedilatildeo Federal natildeo permite iacutendices diferentes de correccedilatildeo salarial entre as duas classes levando a uma pressatildeo por iacutendices mais baixos de correccedilatildeo e introduzindo seacuterios problemas no mercado de trabalho de docentes e demais servidores Em suma a poliacutetica salarial dos ativos tem sido determinada em boa parte pelo seu atrelamento juriacutedico aos inativos a ateacute aos pensionistas

732 Fundaccedilotildees de apoio

As Fundaccedilotildees de Apoio agraves Universidades federais comeccedilaram a ser criadas ainda na deacutecada de 70 visando a obtenccedilatildeo de maior autonomia administrativa especialmente no gerenciamento de atividades de pesquisa Por serem de direito privado podiam atuar com mais liberdade na aacuterea de compras inclusive importaccedilotildees contrataccedilatildeo de pessoal celetista e prestaccedilatildeo de contas conferindo maior agilidade e melhor qualidade de serviccedilos Em anos mais recentes especialmente na deacutecada de 90 passaram tambeacutem a ser importantes veiacuteculos de captaccedilatildeo de recursos que tinham como principal objetivo a complementaccedilatildeo de salaacuterios de servidores e de Unidades e Departamentos Esta foi a resposta encontrada para a crescente dificuldade de recursos de OCC e para a contenccedilatildeo salarial De fato hoje existem mais de 100 fundaccedilotildees ligadas agraves IFES que se tornaram um essencial suporte na captaccedilatildeo de recursos extras principalmente aqueles oriundos da prestaccedilatildeo de serviccedilos e do oferecimento de cursos de extensatildeo Na maior parte das vezes esses recursos natildeo passam pelos orccedilamentos das IFES sendo receitas e despesas contabilizadas somente nas Fundaccedilotildees Estes e outros procedimentos tem sido objeto de acompanhamento pelo Tribunal de Contas da Uniatildeo e outros oacutergatildeos de fiscalizaccedilatildeo mas ainda sem uma definiccedilatildeo clara das praacuteticas que devem ser adotadas

Aleacutem de subestimarem o verdadeiro orccedilamento das IFES existe sempre o perigo de que as atividades que captam recursos se sobreponham em importacircncia a outras de natureza acadecircmica competindo

com cursos de graduaccedilatildeo tempo para pesquisa e orientaccedilatildeo de alunos Este natildeo eacute um problema a ser resolvido pela Fundaccedilatildeo jaacute que esta eacute apenas o meio de que se utiliza a Universidade cabendo a esta uacuteltima o acompanhamento das atividades de seus servidores Isto eacute perfeitamente possiacutevel jaacute que a direccedilatildeo das Fundaccedilotildees na sua grande maioria eacute exercida por pessoas de confianccedila da direccedilatildeo das IFES No entanto este acompanhamento nem sempre eacute feito ou bem feito dando margem ao aparecimento de distorccedilotildees na alocaccedilatildeo do tempo dos servidores que passa a competir com atividades mais acadecircmicas sem retorno financeiro

Natildeo existem estatiacutesticas consolidadas sobre o volume de recursos geridos por Fundaccedilotildees Eles variam muito dependendo do tamanho da Fundaccedilatildeo e da IFES mas em certos casos podem movimentar recursos vaacuterias vezes superiores aos aportados a tiacutetulo de OCC pelo Tesouro Em consequumlecircncia uma completa anaacutelise financeira das IFES somente seraacute atingida quando se conhecerem os recursos utilizados pelas IFES atraveacutes de suas fundaccedilotildees mas que natildeo integram seus orccedilamentos

733 Hospitais universitaacuterios

Funcionam nas IFES 45 hospitais universitaacuterios com 32 mil servidores (cerca de 36 do total de servidores das IFES) aleacutem de 13 300 celetistas e 6620 terciarizados 3500 meacutedicos residentes aleacutem de docentes de vaacuterios departamentos que ali exercem atividades de ensino pesquisa e assistecircnciaOs Hospitais atendem basicamente (mais de 70) pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) tendo recebido recursos deste sistema da ordem de 539 milhotildees de reais em 2000Outras fontes de receita satildeo aquelas provenientes dos segurados de planos de sauacutede e particulares mas que natildeo chegam a atingir 20 do total das receitas na maior parte dos casos O sistema de financiamento dos HU natildeo deveria ser problemaacutetico ainda que coexistindo com todas as dificuldades e ineficiecircncias do RJU e com a rigidez burocraacutetica do serviccedilo puacuteblico numa unidade prestadora de serviccedilos De fato os HU dispotildeem de servidores teacutecnico-administrativos docentes e residentes pagos na folha das EFES pelo MEC e ainda recebem pagamento pelo atendimento ao SUS e aos convecircnios e particulares estes uacuteltimos em proporccedilotildees muito variaacuteveis dependendo da IFES Por outro lado o HU se responsabiliza pelos insumos necessaacuterios ao atendimento dos pacientes tais como medicamentos e pelos serviccedilos de manutenccedilatildeo predial e de equipamentos Ainda que a tabela de pagamentos por procedimento do SUS na maior parte dos casos natildeo cubra totalmente os custos era de se esperar que o resultado fosse positivo No entanto durante a deacutecada de 90com exceccedilatildeo de uma onda de contrataccedilotildees ocorrida em 1995 o MEC natildeo repocircs adequadamente

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

os servidores que se exoneravam obrigando os HU a substituiacute-los por profissionais contratados (via Fundaccedilotildees geralmente) em CLT Essas substituiccedilotildees eram necessaacuterias pois a sua natildeo efetivaccedilatildeo poderia implicar na suspensatildeo de alguma prestaccedilatildeo de serviccedilo como de fato tambeacutem ocorreu em algumas situaccedilotildees como se viu satildeo mais de 13 mil os contratados para suprir estas faltas como resultado muitos Hus passaram a apresentar deacuteficitsoperacionais pressionando o orccedilamento das IFES em valores significativos ou gerando inadimplecircncia com fornecedores ou forccedilando as Fundaccedilotildees a financiar estes gastos ou alguma combinaccedilatildeo entre as trecircs possibilidades

Embora a natildeo reposiccedilatildeo de funcionaacuterios tenha tido como referencia relaccedilotildees padratildeo de funcionaacuterio por leito e outros indicadores relevantes eacute preciso reconhecer que o inchaccedilode pessoal tinha a ver com a rigidez burocraacutetica e a falta de autonomia Funcionaacuterios desmotivados ou ineficientes eram colocados de lado (jaacute que natildeo podiam ser demitidos) e outros eram chamados para substituiacute-los Dessa forma o sistema vem se aproximando mais dos indicadores internacionais mas com uma eficaacutecia mais reduzida em termos de produccedilatildeo alcanccedilada

74 Fundos nacionais de financiamento da educaccedilatildeo sushyperior

O MEC eacute o mais importante mas natildeo o uacutenico financiador das IFES Desde a sua criaccedilatildeo na deacutecada de 60 os cursos de poacutes-graduaccedilatildeo assim como as atividades de pesquisa contavam com recursos de outras agecircncias governamentais tais como a CAPES o CNPq a FINEP o BNDE aleacutem de Fundaccedilotildees de Apoio agrave Pesquisa que foram sendo criadas pelos Estados Essas agecircncias financiavam cursos de poacutes-graduaccedilatildeo atraveacutes de bolsas de manutenccedilatildeo para seus alunos e recursos para seu funcionamento treinamento no paiacutes e no exterior para professores auxiacutelio agrave pesquisa bolsas para professores pesquisadores e apoio institucional uma importante caracteriacutestica da atuaccedilatildeo dessas agecircncias eacute que a distribuiccedilatildeo dos recursos baseava-se fundamentalmente em avaliaccedilotildees pelos pares Todas elas contavam com comitecircs formados por professores e pesquisadores que analisavam os pleitos baseados em projetos Aleacutem disso a CAPES vem promovendo uma sistemaacutetica e contiacutenua avaliaccedilatildeo dos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo cujo resultado influencia a alocaccedilatildeo de recursos entre as instituiccedilotildees O acesso agrave estes financiamentos natildeo estaacute

limitado a instituiccedilotildees puacuteblicas (com a exceccedilatildeo de algumas Fundaccedilotildees de Apoio estaduais que discriminam o setor particular) mas o setor privado de universidades tem tido poucas chances na concorrecircncia com as universidades puacuteblicas Assim a maior parte dos recursos concentra-se nas universidades federais e no sistema puacuteblico de Satildeo Paulo O que torna o sistema interessante eacute que ele natildeo conteacutem orccedilamentos automaacuteticos que se repetem a cada anoCom a exceccedilatildeo dos recursos aportados pela FINEP de apoio institucional (atualmente desativado) o sistema aloca recursos aos melhores programas e aos pesquisadoresprofessores mais bem avaliados criando dessa forma um ambiente competitivo na busca de excelecircncia no ensino de poacutes-graduaccedilatildeo e na pesquisa No entanto um efeito colateral negativo vem sendo apontado que seria o suposto desinteresse pelas atividades de graduaccedilatildeo que natildeo datildeo o mesmo retorno acadecircmico e financeiro aos professores De qualquer forma satildeo recursos significativos que nem sempre satildeo orccedilados (a maior parte deles ingressa atraveacutes das Fundaccedilotildees) que induzem um interessante processo competitivo em nada semelhante agraves praticas usuais dos demais setores das Universidades

Em 1997 as despesas executadas pela FINEP CNPq e CAPES chegaram a 16 bilhotildees de reais sendo que 878 milhotildees corresponderam a diversos tipos de bolsa para alunos e professores do ensino superior Para efeito de comparaccedilatildeo lembremos que os gastos do Tesouro com as IFES no mesmo ano foi de 58 bilhotildees de reais A Tabela 74 apresenta as instituiccedilotildees que receberam o maior nuacutemero de bolsas de produtividade em pesquisa destinada a pesquisadores de alto niacutevel

Tabela 74 Bolsas do CNPq de Produtividade em Pesquisa 2000

UFRJ

UFMG

PUCRJ

PUCSP

PUCRGS

USP

UNICAMP

UFRGS

UNESP

766

380

154

44

43

1343

544

406

357

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Constata-se que essa distribuiccedilatildeo de bolsas coincide com o entendimento generalizado de que estas Universidades satildeo as de melhor qualidade de pesquisa em suas respectivas esferas e que as universidades paulistas estatildeo agrave frente das federais e que as privadas estatildeo no fim da lista Este eacute um forte indiacutecio da correta alocaccedilatildeo de recursos pelas agecircncias de fomento no que tange ao criteacuterio de meacuterito

75 Os gastos em educaccedilatildeo superior em relaccedilatildeo ao orccedilashymento nacional e ao PIB

Estima-se que no Brasil o gasto puacuteblico com educaccedilatildeo esteja entre 453 (Negri para 1995) e 52 do PIB (PNUD 1999) Esta uacuteltima percentagem deve estar mais proacutexima da realidade pois os dados de Negri estatildeo assumidamente subestimados por considerarem apenas os gastos miacutenimos obrigatoacuterios Estes valores satildeo comparaacuteveis a paiacuteses com renda per capita bem mais elevadas como a Suiacuteccedila (53) Reino Unido (54) ou Estados Unidos (54) Este indicador poreacutem esconde o fato de que o gasto per capita no Brasil eacute muito menor (249 doacutelares) comparado aos mesmos paiacuteses 2282 1127 e 1570 doacutelares respectivamente Em relaccedilatildeo a outros paiacuteses com niacuteveis de renda per capita semelhantes o Meacutexico gasta 181 o Uruguai 202 e a Argentina 313

Em relaccedilatildeo ao ensino superior 262 dos gastos puacuteblicos totais com educaccedilatildeo satildeo alocados naquele niacutevel de ensino o que estaacute um pouco acima dos padrotildees internacionais Isto pode ser parcialmente explicado por termos no Brasil um sistema universitaacuterio puacuteblico (incluindo universidades federais e algumas estaduais) relativamente caro Assim o gasto por aluno matriculado em instituiccedilotildees federais eacute de cerca de 15 vezes o de matriculados em instituiccedilotildees estaduais e municipais de ensino fundamental e meacutedio Esta grande diferenccedila pode ser explicada tambeacutem pelos baixos niacuteveis salariais de docentes e funcionaacuterios do ensino fundamental Esta grande discrepacircncia eacute corroborada em outro estudo(Arcia et al) que mostra para o Brasil em 1990 um gasto puacuteblico por aluno universitaacuterio 10 vezes superior ao despendido num aluno de ensino fundamental sendo a mesma relaccedilatildeo de 3 para os Estados Unidos de 19 para a Argentina de 6 para a Colocircmbia e de 32 para o Equador

Tabela 75 Gasto Puacuteblico em Educaccedilatildeo (1997-1998 - Brasil)

Ano

1997

1998

dos gastos em relaccedilatildeo ao PIB

47

52

Gasto meacutedio por aluno (em RS)

Infantil

733

877

Fundamental

542

668

Meacutedio

670

701

Superior

9399

9789

Fonte MECINEP - IBGE

Pode-se analisar esta questatildeo tambeacutem pela oacutetica de se os gastos com as IFES satildeo suficientes para determinar uma boa qualidade de ensino Neste sentido pode-se comparar a evoluccedilatildeo dos gastos com as IFES com o crescimento do nuacutemero de estudantes da pesquisa da extensatildeo e da qualidade do ensino

A Tabela 76 apresenta as despesas efetuadas pelas IFES com recursos do Tesouro e Proacuteprios Ao deflacionarmos os valores apresentados verificamos uma queda real para as duas fontes quando tomamos como referencia o ano de 1995

Tabela 76 IFES Despesas efetuadas com recursos do Tesouro e proacuteprios (1994-2001) (em milhotildees de reais de 2001)

Ano

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

Tesouro

5602

8073

7038

7076

7064

7810

7649

7256

Proacuteprios

775

802

633

579

512

274

277

292 Fonte MEC

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Satildeo vaacuterias as explicaccedilotildees para esta reduccedilatildeo

Deixaram de ser importantes (a partir do final de 1995) as praacuteticas de gerar saldos financeiros que podiam ser aplicados no mercado gerando uma receita inflacionaria para as IFES que era transformada em recursos proacuteprios como veremos abaixo de fato satildeo recursos do Tesouro que se transformam em proacuteprios Aleacutem destes podemos encontrar nesta rubrica parte dos recursos transferidos pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) aleacutem de pequenas taxas inclusive as do Vestibular

O enquadramento de todas as instituiccedilotildees do MEC no SIAPE (Sistema Integrado de Administraccedilatildeo de Pessoal) desde outubro de 1977 tornou mais centralizada a administraccedilatildeo de pessoal repassando-se para as IFES o estritamente necessaacuterio agrave cobertura das despesas com pessoal

A poliacutetica salarial foi a de contenccedilatildeo apesar de que mesmo no periacuteodo do real (junho de 1994 a junho de 2000) a inflaccedilatildeo tenha sido de 883 quando medida pelo IPCA do IBGE Vaacuterias medidas foram adotadas pelo Governo Federal no sentido de reduzir vantagens dos servidores podendo destacar-se as restriccedilotildees agrave incorporaccedilotildees de chefias a eliminaccedilatildeo da progressatildeo funcional por ocasiatildeo da aposentadoria a eliminaccedilatildeo da compra compulsoacuteria de feacuterias o congelamento da gratificaccedilatildeo por tempo de serviccedilo o aumento do tempo de serviccedilo para aposentadoria e outras de menor importacircncia

Em 1994 foi concedido aumento geral ao funcionalismo puacuteblico que veio a repercutir na folha do ano seguinte razatildeo pela qual 1995 eacute o ano de pico da seacuterie A partir daiacute somente em julho de 1998 tivemos um aumento para docentes (criaccedilatildeo da GED - Gratificaccedilatildeo de Estiacutemulo agrave Docecircncia) que atingiu apenas parcialmente os inativos Em Janeiro de 2001 a GED foi reajustada Quanto aos funcionaacuterios estes tiveram uma gratificaccedilatildeo semelhante (GDAE) que ocorreu apenas em maio de 2000 embora alguns setores das EFES tenham se beneficiado de ajustes nas carreiras como foi o caso dos procuradores

4 As autoridades do MEC entendiam que o sistema federal tinha problemas de eficiecircncia e custos e que as relaccedilotildees alunoprofessor e alunofuncionaacuterio precisavam ser ampliadas ateacute atingirem padrotildees internacionais Por estas razotildees a reposiccedilatildeo de servidores que se aposentavam ou se exoneravam foi feita apenas parcialmente A reduccedilatildeo do quadro de docentes foi de 48416 em 1990 para 42619 em 2000 (-2) e a de teacutecnicos administrativos de 97543 em 1966 para 86888 em 2000 (-17) Por outro lado no periacuteodo 1994-2000 a matriacutecula em cursos de graduaccedilatildeo elevou-se em 33 e na poacutes-graduaccedilatildeo em 106 Em consequumlecircncia a relaccedilatildeo alunoprofessor aumentou de 73 em 1990 para 121 em 2000 (esse caacutelculo inclui alunos de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo)

E como a substituiccedilatildeo (parcial) dos docentes foi feita em sua maior parte nos niacuteveis mais altos da carreira como professores adjuntos o iacutendice de titulaccedilatildeo melhorou significativamente dobrando o nuacutemero de docentes com o tiacutetulo de Doutor ao longo da deacutecada

como resultado destas poliacuteticas em especial a contenccedilatildeo da folha de pessoal e o aumento da matriacutecula na graduaccedilatildeo e na poacutes-graduaccedilatildeo observamos uma queda no gasto por aluno na deacutecada de 90 quando comparado as deacutecadas anteriores (Schwartzman J 1999 p 132) Na deacutecada de 70 o gasto por aluno aumentou em aproximadamente 40 coincidindo com a implantaccedilatildeo da dedicaccedilatildeo exclusiva para docentes Na deacutecada de 80 o gasto chegou a dobrar se comparado aos primeiros anos da deacutecada com 1989 ano de pico da seacuterie Este movimento de alta na deacutecada de 80 estaacute possivelmente relacionado agrave poliacutetica salarial da eacutepoca que atrelava os salaacuterios agrave inflaccedilatildeo sendo que em alguns anos o reajuste salarial chegou a ser mensal Houve tambeacutem expressivos aumentos na contrataccedilatildeo de professores e funcionaacuterios Jaacute na deacutecada de 90 observamos uma queda no gasto por aluno que em valores constantes de 2001 apresenta uma reduccedilatildeo de 24 entre 1995 e 2000 passando de 178 mil para 138 mil reais O que se discute hoje eacute se este movimento de queda ainda tem espaccedilo para prosseguir ou se jaacute esta comeccedilando a afetar a qualidade do ensino atraveacutes de turmas maiores mais ingressantes menos qualificados com dificuldades para acompanhar os estudos aumento da carga de aulas por professor e a necessidade de buscar recursos extras por meio de atividades de extensatildeo

Pode-se concluir que os gastos do poder puacuteblico federal com educaccedilatildeo superior satildeo elevados quando comparados agrave paiacuteses de renda per capita semelhante e quando comparados aos outros niacuteveis de ensino No entanto o diagnoacutestico do Governo que assumiu em 1995 era de que ainda havia desperdiacutecios o que se evidenciava em baixas relaccedilotildees aluno professor e funcionaacuterio e altos custos por aluno Este entendimento levou a uma reduccedilatildeo dos recursos aportados pelo governo federal para as IFES Mas pode-se afirmar que estes gastos satildeo compatiacuteveis com uma melhor qualidade do ensino e da pesquisa Pode-se dizer que os recursos alocados estatildeo sendo utilizados de maneira eficiente

Em relaccedilatildeo agrave qualidade do ensino e da pesquisa nos estabelecimentos federais os dados mostram resultados bem expressivos No sistema federal em 2000 37 dos professores tem doutorado (em 1994 eram 21 ) comparados com 22 do total dos professores do ensino superior em geral O Brasil tem tido participaccedilatildeo crescente na produccedilatildeo cientiacutefica mundial nos uacuteltimos anos Em 1985 esta participaccedilatildeo era de apenas 048 da produccedilatildeo cientiacutefica mundial com 23 mil artigos indexados Em 2000 o paiacutes estava na 21a posiccedilatildeo com 133 de

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

participaccedilatildeo e 95 mil artigos indexados A grande maioria destes artigos foram produzidos em Universidades puacuteblicas incluindo-se com destaque o sistema estadual paulista mas tambeacutem com significativa participaccedilatildeo das IFES (Fatos sobre a educaccedilatildeo no Brasil 1994-2001) Quanto agrave qualidade do ensino pode-se recorrer ao Exame Nacional de Cursos implantado em 1996 e que procura aferir a qualidade de cursos de graduaccedilatildeo No primeiro ano os cursos das federais avaliados (46) obtiveram 500 de A e B Jaacute em 2000 esses mesmos conceitos foram atingidos por 578 dos 329 cursos avaliados Os resultados da avaliaccedilatildeo para a poacutes-graduaccedilatildeo realizados pela CAPES mostram resultados igualmente bons para as federais

76 Financiamento eficiecircncia e equumlidade

O volume e a forma pela qual se faz o financiamento do ensino superior tem repercussotildees sobre a melhor aplicaccedilatildeo dos recursos e sobre a distribuiccedilatildeo de renda e oportunidade de acesso ao ensino superior Podemos distinguir dois tipos de financiamento o que se faz aos alunos e suas famiacutelias e o que se dirige agraves instituiccedilotildees

No primeiro caso encontra-se o creacutedito educativo o ensino gratuito nas escolas puacuteblicas e a deduccedilatildeo de gastos com educaccedilatildeo para efeitos do Imposto de Renda Pessoa Fiacutesica

O antigo CREDUC e o atual FIES apresentam problemas na aacuterea da eficiecircncia Eles notoriamente nunca atenderam agrave demanda demonstrando que haacute mais alunos carentes do que os recursos disponiacuteveis para atendecirc-los Neste caso faria mais sentido escolher dentre os carentes aqueles que atendessem simultaneamente outros requisitos como o de ter mais disponibilidade para os estudos (curso diurno) frequumlentar cursos mais estrateacutegicos para a economia do paiacutes privilegiar cursos e instituiccedilotildees de melhor qualidade favorecer regiotildees mais pobres e finalmente conceder o creacutedito ao aluno (e natildeo agrave instituiccedilatildeo) antes do mesmo se matricular e desta forma aumentar a concorrecircncia entre as instituiccedilotildees pelos alunos com creacutedito A distribuiccedilatildeo de creacutedito ao aluno permitiria tambeacutem que se selecionasse entre os carentes os de maior potencial No entanto tradicionalmente a concessatildeo de creacutedito educativo segue o mesmo padratildeo da demanda concentrando-se em cursos na aacuterea de Ciecircncias Sociais (Direito e Administraccedilatildeo) nas regiotildees Sudeste e Sul (765 dos contratos) e em alunos de cursos noturnos

O ensino gratuito em estabelecimentos oficiais de ensino como vimos anteriormente piora ainda mais o nosso elevado grau de concentraccedilatildeo de renda um estudo do IPEA (Barros e Foguel) mostra que dos serviccedilos e programas educacionais puacuteblicos analisados (que

incluem o programa de creche merenda escolar livro didaacutetico e todos os niacuteveis de ensino) a educaccedilatildeo superior eacute sem duacutevida o que possui o pior grau de focalizaccedilatildeo com um quasi-Gini (coeficiente bastante semelhante ao iacutendice de Gini) de 066sendo inclusive superior ao coeficiente de Gini de distribuiccedilatildeo de renda Assim pode-se dizer que o acesso agrave educaccedilatildeo superior puacuteblica esta pior distribuiacutedo que a proacutepria renda familiar

uma terceira fonte de iniquumlidade embora ainda natildeo adequadamente mensurada esta na deduccedilatildeo de parte das despesas com instruccedilatildeo do contribuinte e seus dependentes para efeito de caacutelculo do Imposto de Renda Pessoa Fiacutesica Esta deduccedilatildeo tem um caraacuteter nitidamente regressivo pois somente atinge os que frequumlentam escolas privadas e que ao mesmo tempo possuem renda suficiente para serem contribuintes do Imposto de Renda No caso do ensino superior este argumento fica reforccedilado jaacute que os que buscam o ensino superior privado estatildeo nos niacuteveis mais elevados da piracircmide de renda Em suma a renuacutencia fiscal que essa reduccedilatildeo representa favorece mais os de maior poder aquisitivo prejudicando potencialmente outros programas destinados agrave populaccedilotildees carentes

A forma de financiamento do setor federal e de boa parte do setor estadual induz como vimos anteriormente comportamentos ineficientes por parte dos administradores universitaacuterios e do proacuteprio governo especialmente em relaccedilatildeo agrave poliacutetica de pessoal Natildeo se pode entretanto dizer que eles ajam sem racionalidade pois estatildeo procurando o que eacute melhor para a sua unidade Ocorre que a soma desses comportamentos leva a indicadores indesejaacuteveis tais como uma baixa relaccedilatildeo alunoprofessor elevado custo por aluno excesso de professores em dedicaccedilatildeo exclusiva etc A soluccedilatildeo para esta situaccedilatildeo esta na adoccedilatildeo da autonomia pelas IFES Este foi um tema recorrente na deacutecada de 90mas sempre esbarrou em duas grandes resistecircncias do lado do governo a dificuldade em garantir orccedilamentos previsiacuteveis sob a forma de vinculaccedilotildees ou correccedilotildees automaacuteticas do lado dos dirigentes universitaacuterios em particular um significativo grupo de reitores das federais a dificuldade de aceitarem o fim do regime juriacutedico uacutenico introduzindo planos de carreira regionais flexibilidade de contrataccedilatildeo demissatildeo e promoccedilatildeo Sem esta mudanccedila mais de 90 do orccedilamento continuaraacute sendo gerenciado da forma distorcida jaacute comentada mais acima

Os poucos incentivos fiscais existentes para as instituiccedilotildees privadas tambeacutem apresentam suas ineficiecircncias Existe a imunidade tributaacuteria prevista no art 150 da CF para instituiccedilotildees educacionais sem fins lucrativos A principal isenccedilatildeo federal eacute a do Imposto de

A Educaccedilatildeo Superior no Brasil

Renda e a estadual eacute o ICMS Para se conseguir a imunidade basta ser uma instituiccedilatildeo educacional e alocar seus eventuais lucros na proacutepria atividade Em princiacutepio elas poderiam consequentemente cobrar mensalidades menores e oferecer ensino de melhor qualidade No entanto a imunidade eacute indiscriminada em relaccedilatildeo a quem se aproveita de menores preccedilos nem haacute preocupaccedilatildeo de se conhecer o niacutevel e a relevacircncia do ensino ministrado

Algo semelhante acontece com a isenccedilatildeo da contribuiccedilatildeo para fins de seguridade social que eacute uma obrigaccedilatildeo patronal sobre os salaacuterio aleacutem do PIS do COF1NS e ateacute do salaacuterio educaccedilatildeo Satildeo agraciadas instituiccedilotildees consideradas beneficentes de utilidade puacuteblica e que apliquem integralmente o seu eventual resultado operacional na manutenccedilatildeo e desenvolvimento de seus objetivos Na aacuterea de educaccedilatildeo a beneficecircncia se caracteriza pela concessatildeo de bolsas integral e gratuitamente a alunos considerados carentes A isenccedilatildeo se caracteriza como uma poliacutetica de redistribuiccedilatildeo de renda atraveacutes da renuacutencia fiscal No entanto natildeo se verifica o potencial dos alunos carentes beneficiados e nem se indaga a respeito da qualidade dos cursos que frequumlentam nem a sua importacircncia para o paiacutes

Alguns resultados positivos proveacutem das formas de financiamento da poacutes-graduaccedilatildeo e da pesquisa pelas agecircncias de fomento federais e Fundaccedilotildees de Apoio agrave Pesquisa a niacutevel estadual da introduccedilatildeo da avaliaccedilatildeo de cursos e instituiccedilotildees que vem sendo efetivada pela SESu INEP e CAPES e pela recente introduccedilatildeo de uma matriz para distribuiccedilatildeo de recursos de OCC para as IFES Cada vez fica mais aceito o princiacutepio de que a alocaccedilatildeo de recursos deve estar combinada com avaliaccedilotildees de qualidade eficiecircncia e eficaacutecia Os orccedilamentos automaacuteticos baseados em paracircmetros histoacutericos comeccedilam a perder sua importacircncia Este movimento atinge tambeacutem o setor privado que enxerga maacutes avaliaccedilotildees como um fator negativo de marketinge que causa mais dificuldades na busca de recursos de fomento

REFEREcircNCIAS

ARCIA G ALVAREZC SCOBIE T O financiamento da educaccedilatildeo e a reforma educacional um marco para a sustentabilidade In Financiamento da Educaccedilatildeo na Ameacuterica Latina Rio de Janeiro FGV 1999 p 125-158

BARROS Ricardo P FOGUEL Miguel N Focalizaccedilatildeo dos gastos puacuteblicos sociais em educaccedilatildeo e erradicaccedilatildeo da pobreza no Brasil In MEC NER Financiamento da Educaccedilatildeo no Brasil Brasilia INEPMEC 2001 V18 p106-120

NEGRI B Financiamento da Educaccedilatildeo no Brasil Brasiacutelia MEC INEP 1997 (Textos para discussatildeo l)

SCHWARTZMAN J A administraccedilatildeo de universidades puacuteblicas a racionalidade da ineficiecircncia Educaccedilatildeo Brasileira Brasiacutelia v 13n26p ll-27janjun 1991

SCHWARTZMAN J Universidades federais no Brasil uma avaliaccedilatildeo de suas trajetoacuterias (deacutecadas de 70 e 80) Educaccedilatildeo Brasileira Brasiacutelia v 15 n 31 p 59-106 2 Semestre 1993

Ciencia e Tecnologia no Brasil

Clarissa Eckert Baeta Neves

81 A Organizaccedilatildeo Institucional da Ciecircncia e Tecnologia

811 O complexo nacional de CTampl no Brasil A proficiecircncia brasileira atual no campo cientiacutefico caracteriza-

se pela constituiccedilatildeo de importante infra-estrutura cientiacutefica tecnoloacutegica e educacional bem como pelo amplo e qualificado sistema de poacutes-graduaccedilatildeo (Livro Branco2002 p24)

O complexo1 nacional de Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo apresenta-se hoje bastante diversificado abrangendo diferentes organismos governamentais ou natildeo todos atuando na promoccedilatildeo do desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico os organismos federais e estaduais fomentam as atividades de pesquisa cientiacutefica tecnoloacutegica e de formaccedilatildeo de recursos humanos e as universidades e institutos de pesquisa puacuteblicos e privados por sua vez incubem-se de produzir o conhecimento cientiacutefico e tecnoloacutegico

Atuam nesse complexo na esfera federal os Ministeacuterios de Ciecircncia e Tecnologia (MCT) da Educaccedilatildeo (MEC) com suas respectivas agecircncias de fomento (Financiadora de Estudos e Pesquisas Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico e a Fundaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior) e ainda os Ministeacuterios da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento da Sauacutede do Meio Ambiente e do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior por meio dos respectivos institutos empresas estatais e oacutergatildeos vinculados (ver Quadro 81)

1 No presente texto optou-se por adotar o termo complexo nacional em vez de sistema especialmente por considerar que ele melhor representa a amplitude do setor de ciecircncia e tecnologia brasileiro integrado por diferentes oacutergatildeos agecircncias e demais instituiccedilotildees - os quais nem sempre atuam de forma coordenada tal como ocorre no caso de um sistema

Na esfera estadual por sua vez atuam na coordenaccedilatildeo das poliacuteticas e no fomento as Secretarias Estaduais de CampT e as Fundaccedilotildees de Amparo agrave Pesquisa (FAPS) O setor privado tem participado de modo muito reduzido no fomento agrave CampT

Quadro 81 Organograma do Complexo de Ciecircncia e Tecnologia

MCT Ministeacuterio da Ciecircncia e da Tecnologia MEC Ministeacuterio da Educaccedilatildeo MA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento OM Outros ministeacuterios que desenvolvem atividades de Ciecircncia e Tecnologia Ministeacuterio do DesenvolvimentoInduacutestria e Comeacutercio ExteriorMeio Ambiente Sauacutede e outros Fapesp Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do estado de Satildeo Paulo Faps Fundaccedilotildees de Amparo existentes em 15 estados brasileiros EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

812 A politica de CampT O Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia (MCT) foi criado em

1985 cabendo-lhe a coordenaccedilatildeo e articulaccedilatildeo dos diferentes oacutergatildeos promotores do desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico como tambeacutem a elaboraccedilatildeo das poliacuteticas estrateacutegicas para o setor Para definir a nova poliacutetica esse Ministeacuterio juntamente com a Academia Brasileira de Ciecircncias promoveu em 2001 uma conferecircncia nacional que reuniu pesquisadores empresaacuterios teacutecnicos do setor puacuteblico e legisladores para discutirem os avanccedilos alcanccedilados e os obstaacuteculos a serem vencidos na implantaccedilatildeo de um efetivo sistema de ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo Os resultados desse trabalho estatildeo contidos no Livro Verde da CampT publicado em 2001 e no Livro Branco - Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo de junho de 2002 os quais apresentam os principais desafios bem como os objetivos e diretrizes estrateacutegicas para a aacuterea com projeccedilatildeo ateacute 2012

Os principais objetivos da nova poliacutetica nacional de desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico satildeo criar um ambiente favoraacutevel agrave inovaccedilatildeo que contribua para a competitividade das empresas e o melhor aproveitamento da capacidade instalada em CTampI ampliar a capacidade de inovaccedilatildeo e expandir a base cientiacutefica e tecnoloacutegica aperfeiccediloar consolidar e modernizar o aparato institucional de CTampI promover a integraccedilatildeo de todas as regiotildees brasileiras para o esforccedilo nacional de desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico fortalecendo suas oportunidades e possibilidades de usufruir dos resultados alcanccedilados conquistar amplo apoio para essa poliacutetica e incorporar a dimensatildeo de ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo como elemento estrateacutegico da poliacutetica nacional de desenvolvimento (Livro Branco 2002 p36)

Para o alcance desses objetivos foram estabelecidas as seguintes diretrizes estrateacutegicas implantar um efetivo Sistema Nacional de Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo promover a inovaccedilatildeo para aumentar a competitividade e a inserccedilatildeo internacional das empresas brasileiras ampliar de forma sustentada os investimentos em Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo expandir e modernizar o sistema de formaccedilatildeo de pessoal para Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo ampliar diversificar e consolidar a capacidade de pesquisa baacutesica no paiacutes modernizar e consolidar instituiccedilotildees e procedimentos de gestatildeo da poliacutetica de Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo e os mecanismos de articulaccedilatildeo com as demais poliacuteticas puacuteblicas educar para a sociedade do conhecimento intensificar e explorar novas oportunidades da cooperaccedilatildeo internacional em Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo ampliar a dimensatildeo estrateacutegica das atividades de Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo (Idem p 49)

813 O MCT e os organismos vinculados A estrutura organizacional do MCT (ver Quadro 82) eacute

composta de oacutergatildeos de assistecircncia direta ao Ministro de Estado aleacutem de trecircs secretarias responsaacuteveis por poliacuteticas setoriais e uma secretaria de coordenaccedilatildeo das unidades de pesquisa Eacute tambeacutem assessorado por quatro oacutergatildeos colegiados de caraacuteter consultivo o Conselho Nacional de Ciecircncia e Tecnologia (CCT) o Conselho Nacional de Informaacutetica e Automaccedilatildeo (CONIN) a Comissatildeo Teacutecnica Nacional de Biosseguranccedila (CTNBio) e a Comissatildeo de Coordenaccedilatildeo das Atividades de Metereologia Climatologia e Hidrologia (CMCH)

O CCT eacute integrado pelo Presidente da Repuacuteblica que o preside por oito Ministros de Estado (Ministros da Defesa do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior da Educaccedilatildeo da Fazenda da Integraccedilatildeo Nacional do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo e das Relaccedilotildees Exteriores) aleacutem do Ministro da Ciecircncia e Tecnologia (Secretaacuterio do Conselho) e oito representantes da comunidade cientiacutefica e do setor empresarial Esse Conselho eacute diretamente responsaacutevel pela assessoria ao Presidente da Repuacuteblica na formulaccedilatildeo e implementaccedilatildeo da poliacutetica nacional de desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico2

Sob a responsabilidade direta do MCT estatildeo duas grandes agecircncias federais fomentadoras a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) aleacutem de duas entidades recentemente a ele incorporadas a Agecircncia Espacial Brasileira (AEB) e a Comissatildeo Nacional de Energia Nuclear (CNEM) Ao mesmo Ministeacuterio tambeacutem estatildeo subordinadas 16 unidades de pesquisa voltadas para aacutereas especiacuteficas de conhecimento tais como o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazocircnia (INPA) o Instituto de Matemaacutetica Pura e Aplicada (IMPA) o Laboratoacuterio Nacional de Astrofiacutesica (LNA) dentre outras (ver Quadro 82) Essas unidades de pesquisa agora coordenadas por uma mesma secretaria tiveram a sua missatildeo institucional submetida a um processo de reavaliaccedilatildeo A outra grande mudanccedila ocorrida na estrutura do MCT em 2001 foi a criaccedilatildeo do Centro de Gestatildeo e Estudos Estrateacutegicos para realizar estudos estrateacutegicos de caraacuteter prospectivo na aacuterea de CampT e avaliar os impactos de programas e projetos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos

2 Nesse intuito jaacute desenvolveu os seguintes estudos como subsiacutedios para a elaboraccedilatildeo das poliacuteticas de CampT Situaccedilatildeo Atual da Ciecircncia e da Tecnologia no Brasil (1997) e Formaccedilatildeo da Sociedade da Informaccedilatildeo no Brasil (1998)

Quadro 82 Estrutura organizacional do Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia (MCT)

814 CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico Criado em 1951 e transformado em fundaccedilatildeo vinte trecircs anos

depois no ano de 1974 o CNPq constitui-se na agecircncia de fomento que oferece a maior diversidade de modalidades de apoio agrave ciecircncia e agrave tecnologia no paiacutes Sua esfera de atuaccedilatildeo foi ampliada recentemente com a possibilidade de mobilizar recursos provenientes de outros Ministeacuterios e dos Fundos Setoriais aliada agrave responsabilidade pela coordenaccedilatildeoexecuccedilatildeo de uma seacuterie de programas importantes dentre eles o PADCT3 o Pronex4e o Milecircnio5 O CNPq atua sob duas formas principais o fomento e a formaccedilatildeo de recursos humanos qualificados para a pesquisa Na primeira categoria a agecircncia atua fundamentalmente sob a forma de programas que se classificam em baacutesicos e especiais Os programas baacutesicos destinam-se ao atendimento das demandas nas diversas aacutereas do conhecimento mediante criteacuterios de meacuterito ou tambeacutem de acordo com as prioridades de investimento estabelecidas pelo oacutergatildeo Os programas especiais atendem a aacutereas consideradas estrateacutegicas por meio de mecanismos de induccedilatildeo da articulaccedilatildeo interinstitucional e da incorporaccedilatildeo de criteacuterios relevantes Desde o ano de 2000 os investimentos do CNPq nesses programas tecircm sido realizados em consonacircncia com o Programa Plurianual de Governo (PPA) Em 2001 foram executados 10 programas de acordo com o PPA e mais quatro programas pertencentes a outros ministeacuterios

3 Criado em 1984 com o objetivo de ampliar o apoio financeiro agrave pesquisa esse programa constitui-se hoje numa fonte importante de recursos agrave investigaccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica 4 O Programa de Apoio a Nuacutecleos de Excelecircncia - PRONEX criado em 1996 tem como objetivo a consolidaccedilatildeo do processo de desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico por meio do apoio a nuacutecleos de pesquisadores com comprovada competecircncia teacutecnico-cientiacutefica e tradiccedilatildeo na sua aacuterea de atuaccedilatildeoAteacute o momento (Janeiro de 2002) 206 grupos foram selecionados (80 deles na aacuterea da Ciecircncia da Vida 55 nas Ciecircncias Exatas 24 nas Ciecircncias Humanas e 47 na aacuterea de Tecnologia) oriundos de 14 estados brasileiros envolvendo um total de 40 instituiccedilotildees de pesquisa

5 O Programa Institutos do Milecircnio (MSI) eacute inovador criado em 1998 pelo MCT em conjunto com o CNPq e gerenciado pelo Grupo Consultivo de Ciecircncia e Tecnologia(GCCT) do PADCT III O objetivo principal do programa eacute aumentar a competecircncia cientiacutefica brasileira em aacutereas importantes da ciecircncia e tecnologia mediante o apoio e capacitaccedilatildeo de centros de pesquisa e laboratoacuterios de alta qualidade cientiacutefica eou atuantes em aacutereas estrateacutegicas para o desenvolvimento do paiacutes Os institutos apoiados pelo Programa dividem-se em 2 tipos Grupo 1 - Institutos com excepcional niacutevel cientiacutefico e tecnoloacutegico dentro do qual seratildeo apoiados 20 projetos e Grupo 2 - Institutos que atuam em aacutereas estrateacutegicas (Ciecircncias do Mar Ciecircncias do Amazonas Ciecircncias do Semi-aacuterido) A operacionalizaccedilatildeo do programa prevecirc a articulaccedilatildeo de redes cientiacuteficas e tecnoloacutegicas e a integraccedilatildeo com centros internacionais de pesquisa o estiacutemulo agrave inovaccedilatildeo tecnoloacutegica a promoccedilatildeo de projetos inter e multidisciplinares e a desconcentraccedilatildeo do conhecimento em benefiacutecio das regiotildees brasileiras com menor desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico (wwwmclgovbr)

O investimento na formaccedilatildeo qualificada de recursos humanos para a pesquisa daacute-se principalmente mediante a concessatildeo de bolsas de diversas modalidades (ver dados no item investimento em ciecircncia e tecnologia)

no paiacutes bull iniciaccedilatildeo agrave pesquisa cientiacutefica bull formaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo de pesquisadores (estaacutegio

especializaccedilatildeo aperfeiccediloamento mestrado doutorado e poacutes-doutorado)

bull bolsas de estiacutemulo agrave pesquisa (produtividade em pesquisa desenvolvimento cientiacutefico e regional receacutem-doutor pesquisador visitante pesquisador estrangeiro desenvolvimento de gestatildeo institucional especialista visitante institucional e apoio teacutecnico)

bull bolsas de desenvolvimento tecnoloacutegico empresarial

no exterior bull bolsas de aperfeiccediloamento estaacutegioespecializaccedilatildeo doutorado

doutorado sanduiacuteche poacutes-doutorado estaacutegio secircnior e convecircnios e apoios institucionais

815 FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos como agecircncia federal criada em marccedilo de 1965 a FINEP foi

constituiacuteda inicialmente como um fundo - o Fundo de Financiamento de Estudos e Projetos e Programas Em 1969 com a criaccedilatildeo do Fundo Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (FNDCT) ela passou a ser a sua secretaria executiva oficial Nesse periacuteodo a FINEP exerceu um importante papel no fomento da pesquisa acadecircmica estimulando a implantaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da pesquisa nos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem do apoio dado a grupos e instituiccedilotildees de pesquisa

Em 1973 essa agecircncia passou a ser tambeacutem um instrumento de incentivo ao desenvolvimento tecnoloacutegico empresarial Entretanto somente nos anos 90 passou a ter seu papel completamente redefinido deixando de apoiar a pesquisa acadecircmica para ser a agecircncia federal da inovaccedilatildeo tecnoloacutegica favorecendo principalmente a produccedilatildeo de novas tecnologias em empresas e outras instituiccedilotildees que investem em pesquisa e desenvolvimento

Na promoccedilatildeo do desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico a FINEP tem buscado articular diferentes instrumentos na forma de concessatildeo de bolsas apoio agrave pesquisa financiamento em condiccedilotildees adequadas ao desenvolvimento tecnoloacutegico e inovativo aportes de capital de risco incentivos fiscais e creacutedito com participaccedilatildeo nos resultados6

6 wwwfmepgovbr Relatoacuterio de gestatildeo 2001

Atualmente as operaccedilotildees da FINEP satildeo organizadas com base em 3 eixos operacionais

- fomento agrave inovaccedilatildeo em grandes empresas e empresas liacutederes - apoio agrave inovaccedilatildeo e agrave difusatildeo tecnoloacutegica em arranjos produtivos locais e - apoio a instituiccedilotildees de pesquisa e a empresas de base tecnoloacutegica

816 Outros organismos de apoio agraves atividades de CampT Vaacuterios organismos natildeo vinculados diretamente ao MCT tambeacutem

integram o complexo nacional de CampT Em niacutevel federal a Fundaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento

de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES) oacutergatildeo vinculado ao MEC eacute responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo e implementaccedilatildeo da poliacutetica de poacutes-graduaccedilatildeo mantendo o maior programa de bolsas de mestrado e doutorado no paiacutes

As principais linhas de atuaccedilatildeo dessa entidade satildeo

- A concessatildeo de bolsas no paiacutes e no exterior - Fomento agrave investigaccedilatildeo por meio do apoio a eventos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e culturais de curta duraccedilatildeo no paiacutes promovidos por associaccedilotildees e sociedades cientiacuteficas bem como de apoio agrave apresentaccedilatildeo de trabalhos de professores e pesquisadores doutores em eventos no exterior - Avaliaccedilatildeo dos programas de poacutes-graduaccedilatildeo residecircncia meacutedica e administraccedilatildeo - A execuccedilatildeo do PADCT - A cooperaccedilatildeo internacional

Da mesma forma fazem parte desse complexo de CampT as grandes universidades principalmente as federais que concentram volume consideraacutevel de grupos de pesquisa e laboratoacuterios e as fundaccedilotildees universitaacuterias a elas vinculadas No acircmbito federal existem os centros de pesquisa das maiores empresas estatais - em aeronaacuteutica e espaccedilo telecomunicaccedilotildees energia exploraccedilatildeo de petroacuteleo e petroquiacutemica agropecuaacuteria sauacutede dentre outros tais como a Petrobraacutes a Eletrobraacutes a Embraer e a EMBRAPA

Em niacutevel estadual existem as Secretarias de Ciecircncia e Tecnologia em vaacuterios estados brasileiros e agecircncias fomentadoras em 15 deles - as Fundaccedilotildees de Amparo agrave Pesquisa - sendo as mais expressivas a de Satildeo Paulo Rio Grande do Sul Minas Gerais e Rio de Janeiro Existem

ainda os conselhos e instituiccedilotildees tecnoloacutegicas atuando em vaacuterios estados sobretudo nas aacutereas de sauacutede e agricultura

Por fim tem-se no acircmbito do setor privado institutos e centros de pesquisa e empresas privadas que desenvolvem atividades de pesquisa e desenvolvimento alguns deles associados agrave Associaccedilatildeo Brasileira de Institutos de Pesquisa Tecnoloacutegicos (ABIPTI) ou agrave Associaccedilatildeo Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Industriais (ANPEI) como a USIMINAS o Instituto Mauaacute de Tecnologia a Petroquiacutemica do Sul e a Sadia dentre outros

82 O fomento agraves atividades de CampT

821 instrumentos e mecanismos de apoio O apoio ao desenvolvimento das atividades de CampT e de

formaccedilatildeo de recursos humanos daacute-se mediante um conjunto de instrumentos e de mecanismos coordenados pelas agecircncias de fomento Os instrumentos satildeo

- Bolsas de apoio agraves atividades de pesquisa distinguindo-se em iniciaccedilatildeo cientiacutefica apoio teacutecnico bolsas produtividade para o pesquisador aleacutem das bolsas de formaccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo (mestrado e doutorado) e poacutes-doutorado - Recursos financeiros de apoio a projetos de pesquisa - Os mecanismos e procedimentos da execuccedilatildeo do fomento dividem-se em - Editais (publicaccedilatildeo dos regulamentos da participaccedilatildeo no diaacuterio oficial) - Cronograma com calendaacuterio afixado pelas agecircncias para apresentaccedilatildeo de projetos - Fluxo contiacutenuo (o chamado atendimento de balcatildeo com entrada contiacutenua de pedidos de apoio)

822 Origem dos recursos Os recursos financeiros que datildeo suporte agraves atividades de CampT

provecircm das seguintes fontes

- Orccedilamentaacuterios originaacuterios do Tesouro Nacional que compotildeem os orccedilamentos ordinaacuterios das agecircncias - Recursos oriundos de Fundos provenientes de recursos orccedilamentaacuterios mas principalmente de recursos extraordinaacuterios Exemplo FNDCT PADCT e os Fundos Setoriais - Recursos privados originaacuterios do investimento de empresas privadas

A grande expansatildeo do complexo de ciecircncia e tecnologia brasileiro ocorreu na deacutecada de 1970 quando as poliacuteticas para esse setor surgiram mais explicitamente como objeto da poliacutetica desenvolvimentista do Estado O modelo de desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico integrava-se assim aos planos estrateacutegicos econocircmicos do governo cuja principal diretriz era a poliacutetica de auto-suficiecircncia industrial mediante a construccedilatildeo de um parque cientiacutefico e tecnoloacutegico avanccedilado7

Muito embora as principais agecircncias de fomento tenham sido criadas na deacutecada de 1950 (como o CNPq e a CAPES) somente a partir da deacutecada de 1970 satildeo criados os principais instrumentos e programas que instalaram e consolidaram uma base cientiacutefica e tecnoloacutegica no paiacutes

A criaccedilatildeo de uma estrutura de financiamento proacutepria para a ciecircncia e tecnologia daacute-se inicialmente com a criaccedilatildeo do Fundo Nacional de Tecnologia (FND) com investimentos do BNDES o qual mais tarde foi substituiacutedo pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Ciecircncia e da Tecnologia (FNDCT) que passou a fazer parte do orccedilamento federal

Aleacutem dos recursos orccedilamentaacuterios do Tesouro compunham esse Fundo os recursos provenientes dos incentivos fiscais empreacutestimos de instituiccedilotildees financeiras e outras entidades contribuiccedilotildees e doaccedilotildees de entidades puacuteblicas e privadas aleacutem de recursos de diferentes fontes (art 2o do Decreto-Lei ndeg 719 de 310769) A responsabilidade pela gestatildeo de tais recursos coube agrave FINEP

O FNDCT foi praticamente a uacutenica fonte de financiamento agrave ciecircncia e tecnologia no Brasil nos anos 70 tendo contribuiacutedo sobremaneira para a institucionalizaccedilatildeo da pesquisa cientiacutefica e tecnoloacutegica especialmente no campo da poacutes-graduaccedilatildeo

Entre os anos 1980 e 1990 as atividades de CampT viveram um momento de crise face agraves instabilidades orccedilamentaacuterias para o setor como tambeacutem agrave crescente burocratizaccedilatildeo que caracterizou o funcionamento das mais importantes agecircncias e oacutergatildeos de fomento aleacutem da ausecircncia de uma poliacutetica mais especiacutefica para esse campo com isso o papel de agente financiador do FNDCT ficou bastante reduzido

Em 1984 foi criado o 1ordm Programa de Apoio ao Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (PADCT) como um meio de ampliar o apoio financeiro agrave pesquisa e de racionalizar o sistema de financiamento (Guimaratildees 1994)

7 Alguns autores indicam contradiccedilotildees na articulaccedilatildeo entre a poliacutetica governamental do periacuteodo e a poliacutetica cientiacutefica e tecnoloacutegica De forma que a auto-suficiecircncia nacional em termos tecnoloacutegicos soacute foi realmente incentivada nesse periacuteodo em setores especiacuteficos como a microeletrocircnica Contudo a vinculaccedilatildeo entre essas duas poliacuteticas acrescidos alguns fatores como uma base fiscal em expansatildeo e o apoio da comunidade cientiacutefica constituiacuteram-se em aspectos importantes na expansatildeo do parque cientiacutefico e tecnoloacutegico na deacutecada de 70 (Schwartzaman 1993)

Inicialmente planejado como uma fonte complementar de recursos agrave investigaccedilatildeo em CampT o referido Programa consolidou-se como um instrumento importante na garantia de um patamar necessaacuterio de investimentos no campo cientiacutefico e tecnoloacutegico Tanto assim que hoje representa uma das principais fontes de recursos ao fomento nessa aacuterea

Os recursos do PADCT satildeo co-financiados pelo Banco MundialBIRD mediante realizaccedilatildeo de trecircs acordos de empreacutestimo financeiro entre esse oacutergatildeo e o governo brasileiro A cada um desses acordos fumados corresponde uma fase especiacutefica do programa (Quadro 81)

Os PADCT I e II financiaram um total de 4500 projetos representando um investimento final de US$ 470 milhotildees de doacutelares Quanto aos recursos do PADCT III resultantes da renovaccedilatildeo do programa em 1998 o orccedilamento estimado gira em torno de US$ 300 milhotildees de doacutelares - metade deles financiada pelo BIRD e o restante pelo Tesouro do governo brasileiro O PADCT III eacute coordenado pela Secretaria de Coordenaccedilatildeo e Gerenciamento SGC do MCT que tem entre outras atribuiccedilotildees a articulaccedilatildeo entre os seus oacutergatildeos executores -CNPq CAPES e FINEP - agecircncias responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo gestatildeo financeira acompanhamento e avaliaccedilatildeo dos projetos do programa Divide-se hoje em 3 componentes o de Ciecircncia e Tecnologia CCT que atua no financiamento de projetos de PampD e de formaccedilatildeo de recursos humanos o de Desenvolvimento TecnoloacutegicoCDT com a promoccedilatildeo do desenvolvimento tecnoloacutegico das empresas e o aumento dos investimentos privados em CampT e o de Suporte SetorialCSS com a promoccedilatildeo e financiamento de atividades voltadas para a prestaccedilatildeo de serviccedilos (Reforma e Aperfeiccediloamento do setor de suporte teacutecnico e financiamento agraves accedilotildees relativas agrave tecnologia industrial baacutesica - TIB)

823 Os Fundos Setoriais um novo modelo de financiamento A atual poliacutetica brasileira de desenvolvimento cientiacutefico e

tecnoloacutegico estaacute alicerccedilada em um novo modelo de financiamento os Fundos Setoriais criados com o objetivo de contribuir para a formaccedilatildeo de uma poliacutetica nacional de CampT de longo prazo Visam a ampliar e fortalecer dois grandes esforccedilos incentivar o desenvolvimento tecnoloacutegico empresarial (um dos pontos centrais da agenda de CT ampI) e oferecer um novo padratildeo de financiamento adequado agraves necessidades de investimentos em CT ampI inclusive com novas fontes de recursos

Os Fundos Setoriais surgiram no acircmbito do processo de privatizaccedilatildeo e desregulamentaccedilatildeo das atividades de infra-estrutura no paiacutes sendo oriundos de contribuiccedilotildees incidentes sobre o faturamento de empresas eou sobre o resultado da exploraccedilatildeo de recursos naturais pertencentes agrave Uniatildeo

Hoje mais do que nunca existe a consciecircncia da necessidade de haver novas fontes de financiamento que nao as dependentes do Tesouro Nacional para promover o desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico Os Fundos Setoriais passam a compor uma nova fonte de recursos no campo da CampT originaacuteria basicamente de receitas fiscais adicionais resultantes de processos de concessotildees em determinados setores assim como da contribuiccedilatildeo de empresas privadas face ao imposto de renda sobre royalites e de licenccedilas autorizaccedilotildees e parcelas das receitas das empresas beneficiadas com incentivos fiscais

Os recursos dos fundos setoriais sao alocados no FNDCT operado pela FINEP e satildeo orientados por diretrizes e planos anuais de investimentos definidos pelos Comitecircs Gestores Existem hoje 14 Fundos Setoriais

- CT-PETRO - Fundo de Petroacuteleo e Gaacutes Natural - CT-INFRA - Fundo de Infra-estrutura - CT-ENERG - Fundo de Energia - CT-H1DRO - Fundo de Recursos Hiacutedricos - CT-TRANSPO - Fundo de Transportes - CT-MINERAL - Fundo Setorial de Recursos Minerais - VERDE-AMARELO - Interaccedilatildeo Universidade Empresa - CT-ESPACIAL - Fundo Espacial de Ciecircncia e Tecnologia - CT-INFO - Fundo de Tecnologia da Informaccedilatildeo - FUNTTEL - Fundo para o Desenvolvimento Tecnoloacutegico

das Telecomunicaccedilotildees - CT-Biotecnologia - CT-Agronegoacutecio - CT-Aeronaacuteutico - CT-Sauacutede

Os quatorze fundos setoriais atualmente em funcionamento (com exceccedilatildeo do Fundo para o Desenvolvimento Tecnoloacutegico das Telecomunicaccedilotildees) passam a compor o antigo FNDCT com os novos recursos provenientes dos fundos setoriais o FNDCT passa novamente a assumir uma importacircncia como agente financiador no sistema de CampT contando agora com recursos estaacuteveis natildeo sujeitos a cortes orccedilamentaacuterios

A poliacutetica de fomento dos Fundos eacute estabelecida pelos comitecircs gestores integrados compostos por representantes do MCT dos demais ministeacuterios de agecircncias reguladoras setoriais da comunidade cientiacutefica e da iniciativa privada A Secretaria Executiva do FNDCT - FINEP -

exerce a funccedilatildeo de agente teacutecnico-operacional e financeiro dos fundos cabendo-lhe as seguintes atribuiccedilotildees

- subsidiar o Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia na elaboraccedilatildeo dos documentos relativos ao acompanhamento agrave avaliaccedilatildeo anual e agrave elaboraccedilatildeo e atualizaccedilatildeo do Plano Plurianual de Investimentos a serem submetidos ao Comitecirc

- aplicar os recursos do FNDCT em conformidade com o Manual Operativo

- constituir comitecircs teacutecnicos com a finalidade de analisar e opinar sobre projetos de amparo agrave pesquisa cientiacutefica e ao desenvolvimento tecnoloacutegico

- solicitar sempre que necessaacuterio apoio teacutecnico de representantes das agecircncias governamentais

- elaborar o Manual Operativo para apreciaccedilatildeo dos Comitecircs Gestores e posterior aprovaccedilatildeo pelo Ministro de Ciecircncia e Tecnologia

- coordenar os trabalhos de preacute-qualificaccedilatildeo das operaccedilotildees elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo dos editais de convocaccedilatildeo de propostas seleccedilatildeo e contrataccedilatildeo de consultores ad hoc nos termos definidos pelo Manual Operativo

- convocar os comitecircs teacutecnicos - acompanhar e avaliar as operaccedilotildees contratadas com recursos

do FNDCT - divulgar dados sobre os fundos bem como prestar as

informaccedilotildees que vierem a ser solicitadas pelos poderes competentes sobre a aplicaccedilatildeo dos recursos

Entre as diretrizes baacutesicas dos Fundos Setoriais estatildeo a desconcentraccedilatildeo regional das atividades de CampT e uma maior integraccedilatildeo entre os diversos atores do sistema Para tanto estaacute prevista a aplicaccedilatildeo de 20 dos recursos totais dos Fundos na implantaccedilatildeo recuperaccedilatildeo e modernizaccedilatildeo da infra-estrutura das instituiccedilotildees puacuteblicas de ensino superior e pesquisa8 (por meio do CT-INFRA) e 30 desses nas regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste menos desenvolvidas no acircmbito cientiacutefico e tecnoloacutegico

8 O CT-Infra foi instituiacutedo pela Lei no 10197 de 14022001 Aleacutem das Instituiccedilotildees puacuteblicas de ensino superior e pesquisa tambeacutem podem receber recursos desse Fundo as organizaccedilotildees sociais que desenvolvam atividades de pesquisa cientiacutefica e que tenbam firmado contrato de gestatildeo com o MCT ou com o MEC (wwwfinepgovbrfundos_setoriais ctJnfra_publico_alvoasp)

Segundo informaccedilotildees divulgadas pelo governo brasileiro essa nova fonte deveraacute gerar um acreacutescimo anual de R$ 1 bilhatildeo de reais ao orccedilamento federal de fomento agrave ciecircncia e tecnologia Dados atuais mostram contudo que do orccedilamento do FNDCT de R$725 milhotildees em 2001 composto basicamente por recursos oriundos dos Fundos apenas R$3343 milhotildees foram executados e desses R$3141 milhotildees liberados para a realizaccedilatildeo de convecircnios (wwwfinepgovbrRelatorio de Gestatildeo2001)

824 Investimentos em Ciecircncia e Tecnologia Em 1999 o percentual de investimentos em CampT no Brasil

correspondia a cerca de 135 do PIB e o investimento em PampD a 087 Os gastos em CampT em relaccedilatildeo ao PIB satildeo portanto ainda muito pequenos se comparados aos dos paiacuteses que mais investem na aacuterea e cujos dispendios giram em torno de 2 a 3 do seu respectivo produto interno bruto

A maior parte dos recursos destinados agrave promoccedilatildeo de atividades de CampT provecircm do governo federal que no ano de 1999 aplicou R$27 bilhotildees tendo sido o responsaacutevel por mais de 60 dos investimentos na aacuterea Tais recursos satildeo alocados entre os ministeacuterios que investem em CampT seja diretamente ou via empresas e instituiccedilotildees a eles vinculados O MCT recebeu a maior parte dos recursos em 1999 (477) sendo o restante distribuiacutedo entre os Ministeacuterios da Educaccedilatildeo (208) da Agricultura (189) Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (38) Sauacutede (27) Meio Ambiente (22) e outros (39) (Graacutefico 81)

Graacutefico 81 MCT Recursos do Governo Federal aplicados em Ciecircncia e

Tecnologia (CampT) segundo Ministeacuterios (Brasil 1999)

Fonte MCTLivro Verde 2001

Nos dados da Tabela 81 venfica-se que na ultima deacutecada os dispendios realizados pelo governo federal sofreram grandes oscilaccedilotildees apresentando aumento significativo entre os anos de 1992 a 1996 e um decreacutescimo no periodo de 1997 a 1999 Tais investimentos demonstraram sinais de recuperaccedilatildeo voltando a crescemos anos seguintes (2000-2001) em decorrecircncia da criaccedilatildeo dos Fundos Setoriais Relativamente aos investimentos por modalidade de atividades de CampT nota-se uma priorizaccedilatildeo dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento uma modalidade que ao longo do periacuteodo considerado sempre recebeu maior quantidade de recursos

Tabela 81 MCT Recursos do Governo Federal aplicados em Ciecircncia e

Tecnologia (CampT) por modalidade (Brasil 1991-2001)

Ano

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

Valor Total

26625868

19652132

24725599

31597437

32453337

33556680

30753906

27751576

27533136

28066943

39870228

Pesquisas e Desenvolvimento (PampD)

Valor

13372311

10352102

14475469

20717091

21493563

20623043

18556000

15552135

15856276

-

-

502

527

585

656

662

615

603

560

576

-

-

Atividades Cientiacuteficas e Teacutecnicas Correlatas (ACTC)

Valor

13253557

9300030

10250130

10880346

10959774

12933637

12197906

12199441

11676860

-

-

498

473

415

344

338

385

397

440

424

-

-Fonie Sistema de Administraccedilatildeo Financeira do Governo Federal (Siafi) Extraccedilatildeo especial realizada pelo Serviccedilo Federal de Processamento de Dados (Serpro) Elaboraccedilatildeo Coordenaccedilatildeo de Estatiacutesticas e Indicadores - Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Notas valores atualizados pelo IGP - Dl da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Para a atualizaccedilatildeo monetaacuteria levou-se em conta a execuccedilatildeo mensal dos recursos orccedilamentaacuterios cujos valores a preccedilos de 1999 foram acumulados anualmente para compor esses indicadores As informaccedilotildees para 1999 e anos posteriores natildeo satildeo estritamente comparaacuteveis com as demais tendo em vista que a partir daquele ano foram incorporadas ao Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia instituiccedilotildees anteriormente subordinadas ao Ministeacuterio Extraordinaacuterio de Programas Especiais (1) Valores a preccedilos correntes de 2000 (2) Informaccedilotildees obtidas na Lei Orccedilamentaacuteria para 2001 Valores correntes

O Ministeacuterio da Ciecircncia e da Tecnologia como oacutergatildeo coordenador do complexo de atividades de CampT no paiacutes eacute o principal canal de investimento absorvendo a maior parte dos recursos do governo federal destinados ao setor Entre os anos de 1991 e 1998 o MCT investiu

aproximadamente um bilhatildeo de reais ao ano em ciecircncia e tecnologia A partir de 2000 observa-se um aumento consideraacutevel no niacutevel de investimento decorrente em grande parte da inclusatildeo no orccedilamento de recursos provenientes dos fundos setoriais e de outra da incorporaccedilatildeo de instituiccedilotildees anteriormente subordinadas a outros ministeacuterios

Graacutefico 82 Recursos do Governo Federal aplicados em Ciecircncia e Tecnologia (CampT) pelo Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Brasil1991-2001

Fonte Sistema Integrado de Administraccedilatildeo Financeira do Governo Federal (Siafi) Extraccedilatildeo especial realizada pelo Serviccedilo Federal de Processamento de Dados (Serpro) Elaboraccedilatildeo Coordenaccedilatildeo de Estatiacutesticas e Indicadores - Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Notas Valores monetaacuterios expressos em R$ 1000000 de 1999 atualizados pelo iacutendice Geral de Preccedilos - Disponibilidade Interna (IGP-DI) da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas (FGV) Para a atualizaccedilatildeo monetaacuteria levou-se em conta a execuccedilatildeo mensal dos recursos orccedilamentaacuterios cujos valores foram atualizados mensalmente para preccedilos meacutedios de 1999 e acumulados anualmente

1) Informaccedilotildees obtidas no Balanccedilo Geral da Uniatildeo de 2000 Valores correntes 2) Informaccedilotildees obtidas na Lei Orccedilamentaacuteria para 2001 Valores Correntes

Entre as principais agecircncias de fomento agrave pesquisa e formaccedilatildeo de recursos humanos estatildeo o CNPq e a FINEP ligados ao MCT e a CAPES ligada ao MEC

O desembolso com bolsas de estudo e pesquisa continua sendo a principal fonte de aplicaccedilatildeo e o mais importante meio de operacionalizaccedilatildeo das atividades do CNPq Em 2001 703 dos gastos do CNPq nas duas linhas baacutesicas de atuaccedilatildeo foram destinados aos dispendios com bolsas Desde 1995 observa-se uma niacutetida reduccedilatildeo no financiamento desse item resultante da queda no volume total dos recursos aplicados pela agecircncia que vecircm decrescendo desde o ano de 1994 passando de um total de R$ 8467 milhotildees nesse ano para R$ 5454 milhotildees em 2000 Em 2001 esse volume voltou a crescer apresentando

um aumento de 88 em relaccedilatildeo ao ano anterior (Tabela 82) Por outro lado os recursos destinados agraves atividade de fomento

vecircm crescendo nos uacuteltimos dois anos (2000 e 2001 ) dos recursos aplicados em bolsas e fomento a participaccedilatildeo deste uacuteltimo elevou-se de 113 em 1999 para 297 em 2001 Tal aumento decorre especialmente de dois fatores o aporte de recursos oriundos dos fundos setoriais e a execuccedilatildeo de novos programas como o Pronex e os Institutos do Milecircnio

Tabela 82 CNPq Investimentos realizados em bolsas e no fomento

agrave pesquisa-19902001

Ano

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001(3)

Bolsas no Pais ( 1 )

RS

252632

273414

265293

344480

670774

720560

662856

603227

503515

434629

383816

377208

Part

5S3

nd

nd

nd

792

827

821

809

846

785

704

636

Bolsas no Exterior ( 1 ) RS

86948

113516

167959

128096

96568

85739

65747

46637

37605

56652

48805

40007

Pan

201

nd

nd

nd

114

98

81

63

63

102

89

67

Subtotal

RS

339580

386929

433252

472577

767342

806298

728603

649865

541120

491281

432622

417215

Pan

783

nd

nd

nd

906

9 2 5

903

872

909

887

793

703

Fomento agrave Pesquisa (2)

RS

93894

nd

nd

nd

79399

64939

78395

95470

54367

62696

112792

176097

Partdego

217

nd

nd

nd

94

75

97

128

91

113

207

297

Total

RS

433474

nd

nd

nd

846740

871237

806998

745334

595487

553978

545413

593312

Part

03

nd

nd

nd

nd

2 9

-74

-76

-201

-70

-15

88

Fonte CNPqDADAEI(dados primaacuterios obtidos do Sistema Gerencial de Fomento - SIGEF) ( DRelat_AtTotba_94-01 ) Notas A partir de 1997 estatildeo computados os recursos referentes a convecircnios e apoios institucionais Fonte Tesouro da Uniatildeo Inclui recursos dos fundos setoriais em 2000 e 2001 As concessotildees operacionalizadas pelo sistema de fluxo contiacutenuo foram consideradas no fomento agrave pesquisa () 1990-00 valores corrigidos para preccedilos meacutedios de 2001 pelo IGP-DI 2001 valores correntes (1) Recursos relativos agraves folhas de pagamento de janeiro a dezembro (mecircs de competecircncia) de cada ano (2) Recursos pagos no exerciacutecio (mesmo que empenhados em exerciacutecio anteriores) atraveacutes das Solicitaccedilotildees de Liberaccedilatildeo de Recursos - SLRs (3) Dados preliminares

O histoacuterico da evoluccedilatildeo dos dispendios realizados pela CAPES ( 1995 a 2002) revela um crescimento dos investimentos os quais passaram de aproximadamente RS 418 milhotildees em 1995 para cerca de RS 516 milhotildees em 2002 Desses recursos mais de 80 foram destinados agrave

formaccedilatildeo de recursos humanos mediante o programa de bolsas de estudos (Graacutefico 84) O restante dos recursos foi aplicado no fomento agraves atividades dos programas de poacutes-graduaccedilatildeo

Graacutefico 83 CAPES Dotaccedilatildeo Orccedilamentaacuteria e Despesa Realizada - 1995-2002

(em R$ milhotildees correntes)

Fonte wwwcapesgovbr

Graacutefico 84 CAPES Investimentos realizados em Bolsas - 1995-2002

(em R$ milhotildees correntes)

Fonte wwwcapesgovbr

Outra fonte de financiamento agraves atividades de CampT satildeo os recursos provenientes dos governos estaduais cujos investimentos no setor tecircm girado em terno de 1 bilhatildeo de reais desde 1996 A distribuiccedilatildeo desses recursos por regiatildeo revela uma disparidade nos investimentos a

maior parte provem da regiatildeo Sudeste que sozinha respondeu por 733 do total aplicado em 2000 sendo o estado de Satildeo Paulo o responsaacutevel pela maior parte dos recursos Aleacutem da distribuiccedilatildeo fortemente desigual dos investimentos tem-se ainda uma expressiva oscilaccedilatildeo nos dispendios realizados no desenvolvimento de atividades cientiacuteficas e tecnoloacutegicas pelas regiotildees com frequumlentes decreacutescimos e elevaccedilotildees no periacuteodo analisado (Tabela 83)

Tabela 83 Recursos dos Governos Estaduais aplicados em Ciecircncia

e Tecnologia (CampT) Brasil1990-2000

Grandes Regiotildees e

Unidades da Federaccedilatildeo

Total

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

1990

663674

24006

70392

425432

115161

28662

1991

867037

24057

119909

631572

78909

12589

1992

832479

3187

69765

582444

131863

45220

1993

1007302

10031

80238

776730

106554

33749

1994

971864

15599

85055

632921

160818

77470

1995

886068

3527

93939

483404

255069

50129

1996

1106826

2015

99391

741197

222700

41522

1997

1209840

8545

127838

793088

239903

40466

1998

1203473

9807

139576

784414

231780

37895

1999

1125153

6643

97663

832332

158102

30413

2000

1036640

23106

68401

759926

152513

32694

Fonte Balanccedilos Gerais dos Estados e levantamentos realizados pelas Secretarias Estaduais de Ciecircncia e Tecnologia ou instituiccedilotildees afins Elaboraccedilatildeo Coordenaccedilatildeo de Estatiacutesticas e Indicadores - Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Notas Valores monetaacuterios expressos em R$ 1000 de 1999 atualizados pelo iacutendice Geral de Preccedilos - Disponibilidade Interna - IGP-DI - (meacutedias anuais) da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas (FGV) (1) Em 2000 dados preliminares

As Fundaccedilotildees de Amparo agrave Pesquisa de acircmbito regional (FAPS) apoiam financeiramente projetos de pesquisa ensino e extensatildeo apresentados por pesquisadores das universidades e centros de pesquisa pertencentes aos respectivos estados Aleacutem disso tambeacutem promovem financeiramente a realizaccedilatildeo de eventos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos a capacitaccedilatildeo de recursos humanos a realizaccedilatildeo de trabalhos cientiacuteficos culturais e artiacutesticos bem como projetos de desenvolvimento institucional cientiacutefico e tecnoloacutegico das instituiccedilotildees puacuteblicas

Natildeo existem dados agregados relativos ao volume de recursos aplicados por todas as FAPS Apresenta-se a seguir dados referentes agrave evoluccedilatildeo dos dispendios realizados pela FAPESP a FAP mais atuante no Brasil No periacuteodo de 1995 a 1998 a FAPESP realizou um investimento meacutedio de U$ 219 milhotildees em instituiccedilotildees universidades e empresas que desenvolvem pesquisa Nesse periacuteodo a maior parte dos recursos da agecircncia foi destinada agraves universidades estaduais paulistas que concentram grande nuacutemero de pesquisadores e grupos de pesquisas (ver Tabela 84)

Tabela 84 FAPESP Dispecircndio e execuccedilatildeo da pesquisa no Estado de Satildeo Paulo por fonte de recursos e perfil institucional dos usuaacuterios (1995-1998)

Em USS 1000 de 1998

Setor de execuccedilatildeo

Setor Puacuteblico Institutos Pesquisa Federais

Institutos Pesquisa Estaduais Universidades Federais

Universidades Estaduais

Outras instituiccedilotildees Puacuteblicas

Setor Privado

Universidades Privadas

Outras Inst s fins lucrativos

Empresas (1)

Pessoas fiacutesicas Outros(2)

Total s Total

1995

us$ 230437

13183

20541

196713

-

9252

6448

168

2637

-

239689

-

961

55

86

821

-

39 27

01

11 --

100

150

1996

US$ 213590

11559

23185

178845

-

9134

5613

267

3252

-bull

222721

961

55

86

S21

-

39

27

01

11 --

100

141

1997

US$ 219241

15773

26637

176505

326

13400

7863

395

3583 1559

-232641

-

942

68

115 759

01

58

34

02

15

07

-100 138

1998

US$ 214125

15247

-

23363 175394

121

18473

9920

439

3946

4167

13869 246467

-

869

62

-

95

712

00

75

40

02

18 17

56

100 163

Para a FAPESP a categoria universidades federais engloba na verdade aleacutem das IES institutos de pesquisa federais O mesmo ocorre com a categoria universidades privadas que engloba aleacutem das IES instituiccedilotildees privadas de pesquisa 11 ) Trata-se de recursos captados pelas empresas no setor puacuteblico Natildeo incluem incentivos fiscais nem recursos proacuteprios das empresas em PampD ou PampDampE (2) No caso do CNPq corresponde a bolsas no exterior e da FAPESP a recursos liberados e natildeo alocados Fonte Ipen Inpe ITI CPqD Embrapa UFSCar Secretaria da Fazenda do Estado de Satildeo Paulo IPT USP Unicamp Unesp CNPq FINEP FAPESP (1995 1996 1997 e 1998a b) MCT (1997 e 1998) Salles-Filho et ai (2000) Mello (2000) CAPES (2000) Elaboraccedilatildeo equipe de pesquisa (GeopiUnicamp)

Em 1998 as empresas privadas brasileiras responderam por 357 dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento percentual de gastos que coloca o paiacutes agrave frente de paiacuteses como o Meacutexico e Portugal mas disshytante de paiacuteses como a Coreacuteia Japatildeo e Irlanda cujos investimentos no setor situaram-se em torno de 70 nesse mesmo ano (OECD Main Science and Technology Indicators nl 2000) um dos indicadores da capacidade de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica de um paiacutes eacute o niacutevel de participaccedilatildeo do setor privado nos dispendios nacionais de ciecircncia e tecnologia Quanto maior for essa participaccedilatildeo maior seraacute o esforccedilo do paiacutes em ampliar sua capacidade inovadora Considerando-se essa relaccedilatildeo verifica-se assim que o aumento da nossa capacidade de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica dependeraacute largamente do crescimento significativo dos investimentos em ciecircncia e tecnologia por parte das empresas brasileiras

83 A pesquisa cientiacutefica e tecnologica no Brasil Natildeo obstante o ainda reduzido investimento brasileiro em Ciecircncia e

Tecnologia (09 do PIB) se comparado com o de paiacuteses como a Coreacuteia (30) nosso paiacutes vem apresentando um crescimento significativo em todos os indicadores de desempenho nessa aacuterea destacando-se principalmente

- aumento da qualificaccedilatildeo de recursos humanos via titulaccedilatildeo de mestres e doutores e do ineacutedito programa de apoio agrave iniciaccedilatildeo cientiacutefica - crescimento do sistema de Poacutes-Graduaccedilatildeo - crescimento das atividades de pesquisa indicado pelos dados do Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa CNPq - a evoluccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica

Mesmo jaacute tendo sido apresentados no item 26 deste informe com referecircncia aos indicadores de crescimento do sistema e do desempenho da Poacutes-Graduaccedilatildeo cabe assinalar a tiacutetulo de ilustraccedilatildeo o nuacutemero de bolsas concedido por esse sistema conforme Tabela 85

Tabela 85 -Nuacutemero de bolsas de formaccedilatildeo e de pesquisa concedidas no

paiacutes e no exterior por agecircncias federais e modalidades - 2000

Bolsas concedidas no pais

Mestrado

Doutorado

Iniciaccedilatildeo cientifica

Iniciaccedilatildeo tecnoloacutegica industrial

Bolsas concedidas no exterior

Doutorado

Doutorado sanduiacuteche

Poacutes-doutorado

Total

17251

14016

18483

1367

Total

1152

376

233

Capes

11 679

8158

-Capes

761

309

129

Cnpq

5572

5858

18483

1367

Cnpq

391

67

104

Fonte MCTLivro Verde2001

Eacute de grande relevacircncia o desenvolvimento do programa que busca iniciar estudantes de graduaccedilatildeo na investigaccedilatildeo cientiacutefica e contribuir para a institucionalizaccedilatildeo da pesquisa nas universidades brasileiras Este programa eacute desenvolvido pelo CNPq de duas formas por meio de quotas institucionais pelo Programa de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica (PIBIC) e mediante a concessatildeo direta ao pesquisador (IC) no acircmbito dos Projetos Integrados de Pesquisa (Relatoacuterio Institucional do CNPq 2001) O PIBIC concedeu um total de 15573 bolsas em 2001 e o IC

3190 As bolsas sao concedidas a cada estudante como incentivo agrave participaccedilatildeo nas pesquisas O programa tem alcanccedilado alguns dos objetivos propostos como mostram alguns indicadores destacados no relatoacuterio institucional do CNPq2001

os ex-bolsistas do PIBIC demoram 12 ano para o ingresso no mestrado apoacutes a conclusatildeo da graduaccedilatildeo contra 68 anos daqueles que natildeo tiveram nenhum tipo de bolsa 75 dos egressos do PIBIC que ingressam no mestrado satildeo selecionados para receber bolsa CNPq ou CAPES 61 dos bolsistas do PIBIC publicaram como autor ou co-autor o programa estimulou o envolvimento de novos pesquisadores na atividade de formaccedilatildeo o PIBIC tem contribuiacutedo para a diminuiccedilatildeo das disparidades regionais na alocaccedilatildeo de bolsas de iniciaccedilatildeo cientiacutefica9

831 O Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq Outro indicativo do crescimento da pesquisa cientiacutefica e

tecnoloacutegica no Brasil eacute o aumento expressivo do nuacutemero de pesquisadores e grupos de pesquisa verificado a partir dos dados disponibilizados pelo Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq (DGPB)

O DGPB fornece informaccedilotildees atualizadas e sistematizadas sobre as atividades de investigaccedilatildeo cientiacutefica desenvolvida por grupos de pesquisa localizados em aproximadamente 268 instituiccedilotildees em todo o paiacutes Implementada pelo CNPq em conjunto com o MCT a primeira versatildeo dessa base de dados foi definida em 1993 Atualmente ela vem se aprimorando e jaacute estaacute em sua 5 versatildeo a qual abrange dados referentes ao periacuteodo de 1998 a 2001 O conteuacutedo que integra essa base de dados (grupos de pesquisa linhas de pesquisa em atuaccedilatildeo recursos humanos envolvidos aacutereas do conhecimento dentre outras informaccedilotildees) tem como unidade de anaacutelise os grupos de pesquisa atuantes no paiacutes nas instituiccedilotildees pesquisadas Denomina-se como grupo de pesquisa o conjunto de indiviacuteduos organizados hierarquicamente onde o fundamento organizador dessa hierarquia eacute a experiecircncia o destaque e a lideranccedila no terreno cientiacutefico e tecnoloacutegico em que haacute envolvimento profissional e permanente com atividades de pesquisa no qual o trabalho se organiza em torno de linhas comuns de pesquisa e que em algum grau compartilha instalaccedilotildees e equipamentos (wwwcnpqbr diretoacuterio dos grupos de pesquisa2002 versatildeo 50) Os dados sobre os grupos de pesquisa podem ser acessados por meio do endereccedilo eletrocircnico wwwcnpqbr

9 httpwwwcnpqbr

uma caracteriacutestica marcante na investigaccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica atual em nosso paiacutes eacute a de sua produccedilatildeo anteriormente exercida principalmente por pesquisadores isolados passar a se organizar fundamentalmente sob a forma de grupos de pesquisa e redes acadecircmicas Essas novas formas de produccedilatildeo associativas resultam em sua maioria de cooperaccedilotildees institucionais e integram equipes multidisciplinares cuja produccedilatildeo cientiacutefica eacute resultado de um esforccedilo coletivo e da soma de experiecircncias e conhecimentos dos seus componentes (Dal Pai Franco 2001 Neves 1998)

A anaacutelise dos dados disponiacuteveis no Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq fornece-nos uma ideacuteia da magnitude dessa nova tendecircncia de organizaccedilatildeo Entre 1982 e 2002 haacute um crescimento significativo do nuacutemero de grupos de pesquisa (GE) principalmente a partir de 1990 de 939 grupos em 1982 conta-se hoje com 15158 (Graacutefico 85)

Graacutefico 85 Distribuiccedilatildeo dos grupos de pesquisa em 2002

segundo o ano de criaccedilatildeo

Fonte Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa no CNPqversatildeo 502002

O diretoacuterio do CNPq identificou para o ano de 2002 em 268 instituiccedilotildees 15158 grupos envolvendo um total de 56891 pesquisadores dos quais 33947 (60) satildeo doutores Comparativamente ao ano de 1993 pode-se dizer que o sistema de pesquisa expandiu-se bastante jaacute que em apenas nove anos houve um crescimento significativo no nuacutemero de grupos (244) pesquisadores (164) doutores (209) e instituiccedilotildees (171)

Tabela 86 Distribuiccedilatildeo de grupos de pesquisa linhas pesquisadores

pesquisadores-doutores e instituiccedilotildees partiacutecipes por versotildees do DGPB

DGPB

Versatildeo 50 (2002)

Versatildeo 41(2000)

Versatildeo 30 (1997)

Versatildeo 20 (1995)

Versatildeo 10(1993)

Grupos

15158

11760

8544

7271

4402

Pesquisadores

56891

48500

35090

33273

21541

Doutores

33947

27662

18724

14308

10994

Instituiccedilotildees

268

224

181

158

99

Fonte Home page httpwwwcnpqbr dados do Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa no Brasi todas as versotildees CNPqSUP Coletado outubro2002 Nota parcela significativa da tendecircncia de crescimento observada decorre do aumento do nuacutemero de instituiccedilotildees incluiacutedas no levantamento c da taxa de cobertura do levantamento no acircmbito das instituiccedilotildees

A anaacutelise da distribuiccedilatildeo geograacutefica dos grupos revela a permanecircncia da disparidade regional a maioria dos grupos (52) concentra-se na regiatildeo Sudeste sendo 29 soacute na cidade de Satildeo Paulo Para se ter uma ideacuteia dessa concentraccedilatildeo basta observar que as regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste juntas satildeo responsaacuteveis por apenas 24 dos grupos percentual igual ao da regiatildeo Sul Entretanto comparativamente a 1993 observa-se uma tendecircncia agrave desconcentraccedilatildeo regional com um decreacutescimo percentual dos grupos na regiatildeo Sudeste e aumento desses nas demais regiotildees (Graacutefico 86)

A concentraccedilatildeo dos grupos acompanha a concentraccedilatildeo dos recursos humanos em pesquisa A Tabela 87 configura as desigualdades regionais considerando-se a proporccedilatildeo de pesquisadores por niacutevel de formaccedilatildeo Novamente tem-se uma concentraccedilatildeo na regiatildeo Sudeste onde encontram-se 49 dos pesquisadores brasileiros nos diversos niacuteveis de formaccedilatildeo nela estatildeo 56 dos doutores 34 dos mestres e 42 dos especialistas e graduados

Graacutefico 86 Distribuiccedilatildeo percentual dos grupos de pesquisa

por regiatildeo- 1993 e 2002

Fonte Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa no CNPqversatildeo 502002

Um aspecto importante revelado na anaacutelise de outros dados divulgados pelo Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa eacute que natildeo obstante tais disparidades observadas nas regiotildees em todas elas haacute um maior percentual de pesquisadores doutores Nas regiotildees Sudeste e Centro-Oeste este percentual chega a representar mais de 60 dos pesquisadores existentes

Dessas tendecircncias de concentraccedilatildeo dos grupos e seus pesquisadores decorrem outras desigualdades regionais tais como a concentraccedilatildeo de recursos financeiros e de formaccedilatildeo de recursos humanos a concentraccedilatildeo de cursos de poacutes-graduaccedilatildeo bem como a maior representaccedilatildeo da regiatildeo Sudeste nos conselhos teacutecnico-cientiacuteficos (Dinis e Guerra 2000)

Regiatildeo

Sudeste

Sul

Nordeste

Centro-Oeste

Norte

Brasil

Pesquisadores

28935

488

14225

240

9547

161

3948

67

2591

44

59249

100

Doutores Mestres

20266

563

7110

197

5103

142

2390

66

1142

32

36011

100

5346

345

4940

318

3160

204

1092

70

976

63

15514

100

Especialistas

2672

421

1845

291

1077

169

376

59

378

60

6348

100

1376 natildeo informaram a formaccedilatildeo Fonte Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq2002versagraveo 50

Tabela 87 Distribuiccedilatildeo dos pesquisadores por titulaccedilatildeo segundo as regiotildees - 2002

A pesquisa cientiacutefica e tecnoloacutegica no Brasil tem se desenvolvido basicamente em universidades cerca de 70 dos grupos desenvolvem atividades de pesquisa em universidades quase todas puacuteblicas Os dados revelam ainda que apenas 10 instituiccedilotildees concentram 36 dos grupos de pesquisa e dessas soacute a Universidade de Satildeo Paulo eacute responsaacutevel por 9 deles Essa concentraccedilatildeo institucional apresenta-se bem menos acentuada em relaccedilatildeo a anos anteriores quando apenas 8 instituiccedilotildees eram responsaacuteveis por 50 dos grupos (Ciecircncia Hoje 1995)

Tabela 88 Distribuiccedilatildeo dos grupos de pesquisa nas 21 instituiccedilotildees

com maior nuacutemero de grupos 2002

Instituiccedilatildeo

USP

UFRJ

UNICAMP

UNESP

UFRGS

UFMG

UFSC

UFPE

UFPB

UNB

UFPR

UFF

EMBRAPA

UFBA

PUCRS

FIOCRUZ

UFSM

UFSCAR

UERJ

UEM

UFV

Total(2)

Grupos

1350

750

614

593

489

445

350

334

265

259

240

236

234

225

210

202

202

200

198

196

190

7788

Grupos

89

50

41

39

32

29

23

22

18

17

16

16

15

15

14

13

13

13

13

13

13

514

Pesquisadores(1 )

5085

2312

2263

2440

2021

1743

1553

1349

1109

1191

1011

888

1757

1060

709

973

735

723

1063

781

711

31477

Doutores

4173

1854

1969

1954

1421

1343

1057

978

745

940

732

638

1169

630

404

613

437

624

768

532

568

23549

Fonte Diretoacuterio dos grupos de pesquisa do CNPq2002versatildeo 50 Foram relacionadas apenas as instituiccedilotildees com pelo menos 150 doutores cadastrados (10)Natildeo haacute dupla contagem de pesquisadores e de doutores no acircmbito de cada instituiccedilatildeo (2)Total obtido por soma (haacute dupla contagem de pesquisadores e de doutores tendo em vista que o pesquisador que participa de grupos localizados em mais de uma instituiccedilatildeo foi contado uma vez em cada instituiccedilatildeo)

O diretoacuterio do CNPq classifica ainda os GP em 8 Grandes Aacutereas 76 Aacutereas e 334 subaacutereas do conhecimento As grandes aacutereas satildeo Ciecircncias da Natureza (Engenharias e Ciecircncias da Computaccedilatildeo e Ciecircncias Exatas e da Terra) Ciecircncias da Vida (Ciecircncias da Sauacutede Ciecircncias Bioloacutegicas e Ciecircncias Agraacuterias) e Humanidades (Ciecircncias Humanas Ciecircncias Sociais Aplicadas e Linguumliacutestica Letras e Artes)

De acordo com essa classificaccedilatildeo tem-se a seguinte distribuiccedilatildeo dos grupos por Grande Aacuterea do Conhecimento as Ciecircncias da Vida aacuterea com grande tradiccedilatildeo no desenvolvimento de pesquisas possuem o maior percentual de GPcom 42 (Ciecircncias da Sauacutede com 17 Ciecircncias Bioloacutegicas 14 e Ciecircncias Agraacuterias 11) em seguida vecircm as Humanidades com 30 (Ciecircncias Humanas com 16 Ciecircncias Sociais Aplicadas 9 e Linguumliacutestica Letras e Artes 5) e as Ciecircncias da Natureza com 28 (Engenharia e Ciecircncias da Computaccedilatildeo com 15 e as Ciecircncias Exatas e da Terra com 13)

Quanto agraves Aacutereas do Conhecimento as 10 aacutereas com maior nuacutemero de GP satildeo medicina educaccedilatildeo quiacutemica agronomia fiacutesica geociecircncias ciecircncias da computaccedilatildeo sauacutede coletiva psicologia e odontologia Essas aacutereas satildeo responsaacuteveispor 38 dos grupos hoje existentes (Tabela 89)

Graacutefico 87 Distribuiccedilatildeo dos grupos de pesquisa segundo as grandes

aacutereas do conhecimento - 2002

Fonte Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq2002versatildeo50

Tabela 89 Distribuiccedilatildeo dos grupos de pesquisa nas 10 aacutereas do conhecimento com maior nuacutemero de grupos - 2002

Aacutereas do conhecimento

Medicina

Educaccedilatildeo

Quiacutemica

Agronomia

Fiacutesica

Ciecircncia da Computaccedilatildeo

Geociecircncias

Psicologia

Sauacutede Coletiva

Odontologia

Total

Grupos de Pesquisa

925

899

685

666

538

425

404

397

388

375

5702

61

59

45

44

36

28

27

26

26

25

377

acumulado

61

120

165

209

245

273

300

326

352

377

-Fonte Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq2002vcrsatildeo 50

Graacutefico 88 Distribuiccedilatildeo dos grandes grupos de pesquisa segundo as grandes

aacutereas do conhecimento - 2002

Fonte Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq2002versatildeo 50

Graacutefico 89 Percentual de pesquisadores-doutores segundo as grandes aacutereas

do conhecimento - 1993 e 2002

Fonte Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq2002versagraveo 50

Considerando a composiccedilatildeo dos grupos em niacutevel dos seus recursos humanos nota-se que tem ocorrido um crescimento da proporccedilatildeo de doutores em relaccedilatildeo ao total de pesquisadores passando de 51 em 1993 para 60 em 2002 Esse fato eacute observado em todas as Grandes Aacutereas do Conhecimento com exceccedilatildeo das Ciecircncias Humanas e Sociais Aplicadas que apresentaram reduccedilatildeo na proporccedilatildeo de doutores pesquisadores Essas Aacutereas satildeo tambeacutem as que contecircm menor percentual de pesquisadores com essa titulaccedilatildeo Merecem destaque as Aacutereas de Ciecircncias Exatas da Terra Bioloacutegicas Engenharias e Ciecircncias da Computaccedilatildeo cujo percentual de pesquisadores doutores ultrapassa 60

832 A produccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica A produccedilatildeo cientiacutefica brasileira cresceu segundo demonstram

Guimaratildees e Gomes em trabalhos recentes (2001 e 2002) a um niacutevel incomparaacutevel Entre 1981 e 2000 ocorreu um crescimento significativo (50) confirmado pelas publicaccedilotildees cientiacuteficas qualificadas indexadas no

Institut for Scientific Information (ISI Philadelphia USA) representando trecircs vezes o crescimento mundial que foi de apenas 1610 (Graacutefico 810)

Graacutefico 810 Crescimento da Produccedilatildeo por Aacuterea Cientiacutefica do Brasil

e do Mundo - Periacuteodo 1981 -2000

com esse desempenho no ano de 2000 o Brasil passou a contribuir com 133 do total mundial de trabalhos completos publicados em revistas indexadas no ISI assumindo posiccedilatildeo destacada no ranking da produccedilatildeo cientiacutefica mundial (Guimaratildees e Gomes 2002)

O crescimento da produccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica fica evidenciado tambeacutem a partir dos dados comparativos entre as versotildees do diretoacuterio dos GR do CNPq Os dados atuais fornecidos pela versatildeo 50 indicam que houve um aumento expressivo em todos os tipos de produccedilatildeo bibliograacutefica A publicaccedilatildeo de artigos em perioacutedicos nacionais e estrangeiros constitui a forma predominante dessa produccedilatildeo dos cientistas integrantes dos GP equivalendo a 42 do total (Tabela 810) Merece destaque o crescimento das publicaccedilotildees em perioacutedicos estrangeiros que representou 49 da produccedilatildeo de artigos praticamente equiparando-se em termos percentuais ao total de artigos publicados em perioacutedicos nacionais

10 Os autores nos trabalhos mencionados apontam que na deacutecada de 1960 a produccedilatildeo cientiacutefica brasileira meacutedia restringia-se a 52 artigos cientiacuteficos anuais publicados cm perioacutedicos indexados na base de dados do ISI Em 1970 esse total passou para apenas 68 artigos representando 0017 da produccedilatildeo mundial No ano de 2000 a produccedilatildeo brasileira catalogada na base de dados do ISI atingiu 9511 artigos completos chegando a um total de 12667 (se incluiacutedas as outras publicaccedilotildees) significando um crescimento de 140 vezes das nossas publicaccedilotildees qualificadas Isso corresponde a 60 vezes o crescimento da produccedilatildeo mundial que foi de apenas 31 no periacuteodo essa uacuteltima passou de um total de 377381 em 1970 para 1164595 publicaccedilotildees totais (dos quais 714171 de artigos completos) no ano 2000

O segundo maior volume de produccedilatildeo bibliograacutefica abarcou a publicaccedilatildeo de trabalhos em anais de eventos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e artiacutesticos com um percentual de 310 Registra-se ainda uma elevaccedilatildeo no nuacutemero de dissertaccedilotildees e teses (orientadas por pesquisadores dos GR) defendidas no trienio 1998 a 2001

Tabela 810 Produccedilatildeo Cientiacutefica dos grupos de pesquisa por versotildees do DGPB

Tipo de Produccedilatildeo

Artigos Publicados Perioacutedicos Nacionais

Perioacutedicos Estrangeiros

Livros

Capiacutetulos de Livros

Dissertaccedilotildees

Teses

Trabalhos publicados em anais de eventos

Total

Versatildeo 20

20629

14772

2049

4793

8561

2735

53539

Versatildeo 30

28188

23877

5324

12026

17895

5792

2047

95149

Versatildeo 41

82023

73855

8472

29943

--

125396

319689

Versatildeo 50

110164

107586

11167

45692

66476

19960

162471

523516

Fonte httpwwwcnpqbr dados do Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa no Brasil versotildees 20 (1995) 30 (1997) e 41 (2000) e 50 (2002) CNPqSUP Nota produccedilatildeo dos pesquisadores () dado natildeo informado

O exame da distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo bibliograacutefica por Grande Aacuterea do Conhecimento revela uma variaccedilatildeo entre elas conforme o tipo de produccedilatildeo As Aacutereas de Ciecircncias Agraacuterias seguidas das Aacutereas de Ciecircncias da Sauacutede e das Humanas foram as responsaacuteveis pela publicaccedilatildeo do maior nuacutemero de artigos em perioacutedicos nacionais com percentuais de 24 23 e 16 respectivamente Relativamente agrave publicaccedilatildeo de artigos em perioacutedicos estrangeiros o que se verifica eacute uma baixa produccedilatildeo da Grande Aacuterea das Humanidades (Ciecircncias Humanas Ciecircncias Sociais Aplicadas Linguumliacutestica Letras e Artes) -ou seja 48 do total e uma maior produccedilatildeo das aacutereas de Ciecircncias Exatas e da Terra (305) e das Ciecircncias Bioloacutegicas (255)

Por outro lado as Ciecircncias Humanas tecircm se destacado na produccedilatildeo de livros e capiacutetulos de livros (em relaccedilatildeo a esse tipo de produccedilatildeo as Ciecircncias da Sauacutede tambeacutem publicaram um nuacutemero expressivo) aleacutem de outras publicaccedilotildees bibliograacuteficas (Tabela 811)

Na produccedilatildeo de trabalhos em anais de eventos as Aacutereas que mais se projetaram foram as Engenharias e as Ciecircncias da Computaccedilatildeo (35) Ciecircncias Agraacuterias (17) e Ciecircncias Exatas e da Terra (13)

Tabela 811 Produccedilatildeo Bibliograacutefica segundo grande aacuterea predominante do

grupo para pesquisadores - 1998-2001

Grande Aacuterea

Ciecircncias Agraacuterias

Ciecircncias Bioloacutegicas

Ciecircncias Exatas e da Terra

Ciecircncias Humanas

Ciecircncias Sociais Aplicadas

Ciecircncias da Sauacutede

Engenharias e Ciecircncia da Computaccedilatildeo

Letras e Artes

Total

Total de Autores

7031

7709

7217

8971

4539

9103

7833

2400

54803

Artigos completos publicados em perioacutedicos

especializados

Circulaccedilatildeo Nacional

(D

31280

14853

9246

20888

10469

30964

8544

6054

132298

Circulaccedilatildeo Internacional

(2)

10633

29230

34909

3138

1460

19033

15272

864

114539

Trabalhos completos em

anais de eventos

33543

12984

24452

17842

14935

17361

66988

4601

192706

Livros ou Capiacutetulos de Livros publicados

Livros

1710

872

830

3968

1959

1986

988

1136

13449

Capiacutetulos de Livros

6611

6271

3147

12084

4878

12322

3756

3501

52570

Outras Publicaccedilotildees

13158

5673

4995

18890

11874

10761

7862

6427

79640

Natildeo haacute dupla contagem nos quantitativos da produccedilatildeo na dimensatildeo mais desagregada da informaccedilatildeo excetuando-se os trabalhos de co-autorias entre pesquisadores participantes do Diretoacuterio Fonte Diretoacuterio dos Grupos do CNPq versatildeo 50 Plano Tabular (1) Publicados em portuguecircs em Revistas teacutecnico-cientiacuteficas e Perioacutedicos especializados (Inclui aqueles sem informaccedilatildeo sobre o idioma) (2) Publicados em outro idioma que natildeo o portuguecircs em Revistas teacutecnico cientiacuteficas e Perioacutedicos especializados

Tabela 812 Produccedilatildeo Teacutecnica dos grupos do Diretoacuterio do CNPq

- versotildees 30 e 41

Produccedilatildeo teacutecnica

Versatildeo 30

Versatildeo 41

Softwares

com registro ou

patente

104

136

Sem registro ou patente

1354

3525

Produtos tecnoloacutegicos

com registro

ou patente

288

469

Sem registro ou

patente

1133

2539

Processos tecnoloacutegicos

com cataacutelogoregistro

175

1085

Sem cataacutelago

registro

367

232

A versatildeo nova do Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq versatildeo 50 ainda natildeo disponibilizou dados referentes aos tipos de produccedilatildeo teacutecnica Fonte Diretoacuterio dos Grupos do CNPq versotildees 301997 e 412000

Ao se investigar comparativamente a produccedilatildeo teacutecnica constante nas versotildees 30 e 41 depara-se com um crescimento da produccedilatildeo tanto de softwares como de produtos e processos tecnoloacutegicos excetuando-se os processos sem cataacutelogoregistro Observa-se poreacutem um pequeno crescimento na produccedilatildeo de softwares e produtos tecnoloacutegicos com registro ou patente o que sinaliza um baixo desenvolvimento dos grupos de pesquisa brasileiros na produccedilatildeo de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas

Haacute que se destacar por seu turno que esses dois tipos de produccedilatildeo teacutecnica apresentaram um destacado aumento no seu volume de produtos sem registro ou patente Situaccedilatildeo inversa ocorreu com a produccedilatildeo de processos tecnoloacutegicos que no periacuteodo analisado apresentou um expressivo crescimento da produccedilatildeo de processos com cataacutelogo ou registro e um decreacutescimo daqueles sem registro ou cataacutelogo

84 Os centros e nuacutecleos de investigaccedilatildeo sobre a educaccedilatildeo superior

Ateacute a deacutecada de 1980 as pesquisas e anaacutelises sobre o Ensino Superior eram muito mais fruto do trabalho isolado de um ou outro pesquisador e a maior parte era de cunho histoacuterico

No final dos anos 1980 comeccedilaram a surgir grupos de pesquisa institucionais voltados especificamente para um conjunto de questotildees vinculadas agrave educaccedilatildeo superior em particular para a anaacutelise do sistema de ensino brasileiro sua evoluccedilatildeo sua diversidade institucional e regional bem como a orientaccedilatildeo das suas respectivas poliacuteticas

Os grupos de pesquisa agregam pesquisadores de diferentes aacutereas revelando em muitos um caraacuteter interdisciplinar O ponto em comum entre eles tem sido a preocupaccedilatildeo com o desenvolvimento da pesquisa cientifica nessa aacuterea e a formaccedilatildeo das novas geraccedilotildees mediante a orientaccedilatildeo de bolsistas de iniciaccedilatildeo cientiacutefica mestrandos e doutorandos

Outra caracteriacutestica desse trabalho vem sendo a constituiccedilatildeo de parceiros entre os nuacutecleos e a formaccedilatildeo de redes de pesquisadores nacionais e internacionais (Dossiecirc Educaccedilatildeo Superior 2002)

Os nuacutecleos e grupos de pesquisa divulgam sua vasta produccedilatildeo cientiacutefica em seminaacuterios nacionais e internacionais como tambeacutem em publicaccedilotildees proacuteprias (Cadernos e Revistas) ou ainda em artigos e livros (essa produccedilatildeo pode ser acessada via Curriculo Lattes dos pesquisadores no site wwwcnpqbr)

11 Dados referentes agraves putcnies registradas no Escritoacuterio de Patentes Norte- Americano segundo alguns paiacuteses selecionados confirmam a baixa capacidade de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica brasileira De acordo com esses dados mesmo tendo aumentado seu nuacutemero de patentes registradas cm relaccedilatildeo a anos anteriores o Brasil apresentou desenvolvimento iacutenfimo nesse setor se comparado a paiacuteses como a Coreacuteia do Sul que em 2000 regisrrou 3472 patentes quando o Brasil registrou somente 113 Por outro lado o nuacutemero de patentes brasileiras registradas foi superior ao do Meacutexico e da Argentina (Livro VerdeMCTBrasiacuteliaJulho de 2001)

A criaccedilatildeo e expansatildeo dos grupos de pesquisa em torno da temaacutetica do Ensino Superior podem ser acompanhadas pelas informaccedilotildees apresentadas no Diretoacuterio dos Grupos de PesquisaCNPq12

Nesse diretoacuterio (versatildeo 4lbase de dados 2000) identificou-se a existecircncia de 64 grupos que tecircm como uma de suas linhas de pesquisa a educaccedilatildeo superior (Quadro 85) Os dados ali contidos mostram que tais grupos encontram-se vinculados a universidades das diversas regiotildees do paiacutes e em diferentes aacutereas de estudo Parte expressiva deles localiza-se contudo em universidades puacuteblicas e pertencem agrave Aacuterea de Ciecircncias Humanas com clara preponderacircncia de grupos da Area de Educaccedilatildeo

Apenas dois grupos de pesquisa surgiram na deacutecada de 1970 outros trecircs no final da deacutecada de 1980 os demais 42 grupos de pesquisa nos anos 1990 e 17 no ano 2000 Os principais temas relacionados ao ensino superior objeto de estudo desses grupos satildeo formaccedilatildeo de professores docecircncia poliacuteticas puacuteblicas avaliaccedilatildeo institucional e educaccedilatildeo teacutecnica universidade ciecircncia e tecnologia ensino e aprendizagempedagogia universitaacuteria histoacuteria do ensino superior estudos comparados planejamento e organizaccedilatildeo do ensino superior administraccedilatildeo e gestatildeo das universidades formaccedilatildeo no sistema de educaccedilatildeo superior perfil dos alunos democratizaccedilatildeo expansatildeo e acesso estudos comparados e tendecircncias

Trecircs importantes grupos de pesquisa vecircm desenvolvendo estudos e pesquisas nesse campo o Nuacutecleo de Estudos Superiores da Universidade de Brasiacutelia (NESUB) o Grupo de Estudos da Educaccedilatildeo Superior (GEESU) ligado agrave Faculdade de Educaccedilatildeo da UFMG e o Programa de Estudos e Desenvolvimento sobre Educaccedilatildeo e Sociedade (PROEDES) que juntamente com o Grupo de Estudos sobre Universidade (GEU)14 e o Nuacutecleo de Pesquisas sobre Ensino Superior (NUPES)15 cujos fatores relevantes da sua importacircncia para a investigaccedilatildeo nessa aacuterea satildeo o volume de publicaccedilotildees o fato de terem como objeto exclusivo de estudo o ensino superior e congregarem membros ou pesquisadores liacutederes reconhecidos e ainda existecircncia de centros de documentaccedilatildeo e um editorial de publicaccedilotildees proacuteprio relativos ao tema Deve-se ressaltar que esses grupos cumprem uma fundamental funccedilatildeo na formaccedilatildeo de novos pesquisadores sobre o ensino superior e na articulaccedilatildeo e disseminaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea

12 wwwcnpqbr I Plataforma Lattes Grupos de pesquisa 13 Os dados satildeo relativos agrave versatildeo 412000 do Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa do CNPq pois a versatildeo atual (502002) ainda natildeo disponibilizou a busca textual dos grupos por linha de pesquisa 14 Esse grupo criado em 1988 foi desdobrado em dois em 1995 - GEUSOCIOLGIA E GEUEDUCACcedilAtildeO E INOVACcedilAtildeO NA UNIVERSIDADE Em 2001 o GEUEDUCACcedilAtildeO desmembrou-se em dois o original e o GEU Educaccedilatildeo Universidade Pesquisa e Inovaccedilatildeo -GEU-Ipesq (diretoacuterio dos grupos do CNPq texto enviado para a versatildeo 502002) 15 Em relaccedilatildeo ao NUPES cabe mencionar tambeacutem que ele conta com outras particularidades que o enquadram entre os principais grupos de estudo sobre ensino superior o importante papel que desenvolveu nos estudos e pesquisas que promoveram as bases teoacutericas e conceituais das poliacuteticas puacuteblicas para o ensino superior e a participaccedilatildeo significativa de seus principais quadros em postos chaves do MEC (Palharini 1998)

Quadro 83 Principais grupos e nuacutecleos de pesquisa sobre o ensino superior no Brasi]

GrupoAno de Formaccedilatildeo

Nesub1996

Geu1988 Sociologia

Geu1990 Educaccedilatildeo

Geuunipesq 2002

Nupes1989

Instituiccedilatildeo de Vinculaccedilatildeo

Universidade de brasiacutelia

Universidade federal do rio grande do Sul

Universidade federal do rio grande do Sul Universidade federal do rio grande do Sul

Universidade de satildeo paulo

Linhas de PesquisaPesquisas Desenvolvidas

Formaccedilatildeo e trabalho dos egressos do mestrado e doutores no pais Inserccedilatildeo acadecircmica de doutores formados no pais e no exterior 0 fomento aacute pesquisa do cnpq e os programas prioritaacuterios do plano Plurianual de accedilotildees (ppa) do met 20002002 Anaacutelise dos resultados do programa institucional de bolsas de iniciaccedilatildeo cientiacutefica - pibic Estudo do perfil socioeconogravemico dos candidatos ao concurso de admissatildeo agrave carreira de diplomata A produccedilatildeo cientifica sobre ensino superior no brasil 1995-2000 Educaccedilatildeo superior processo de internacionalizaccedilatildeo integraccedilatildeo e experiecircncias comparadas Ensino superior transformaccedilotildees e perspectivas das universidades contemporacircneas Sociedade ciecircncia e tecnologia Sociologia e educaccedilatildeo o novo diaacutelogo Inovaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo na universidade Pedagogia universitaacuteria

Universidade pesquisa e inovaccedilatildeo Educaccedilatildeo superior pedagogia e mudanccedila Produccedilatildeo acadecircmica sobre ensino superior Situaccedilotildees e perspectivas do ensino superior Acompanhamento do processo legislativo sobre ensino superior Estudo comparativo sobre poliacuteticas de educaccedilatildeo superior na america latina Fluxos demograacuteficos do sistema educacional brasileiro The anthropology and ecology of the knowledge production system Destino dos alunos da usp Estudo da evasatildeo dos alunos na universidade de satildeo paulo (usp) e na universidade federal de Utilizaccedilatildeo de tecnologia da informaccedilatildeo na gestatildeo de instituiccedilatildeo de ensino superior Indicadores de desempenho e planejamento em instituiccedilotildees de ensino superior Estudo de custos unitaacuterios custo de aluno e custo graduado na usp e nas instituiccedilotildees federais de ensino superior por cursos Equumlidade e inequumlidade no ensino superior - populaccedilotildees negras e o ensino superior no brasil e o estudante negro nos cursos de formaccedilatildeo de professores O ensino de graduaccedilatildeo na universidade de satildeo paulo Politica cientiacutefica em transferecircncia e gerenciamento de tecnologia Profissatildeo acadecircmica no brasil evoluccedilatildeo recente e perspectivas futuras

Ndegde PesoEst

Pesq22

Pesq03 Est 08

Pesq07 Est 09

Pesq06 Est 12

Pesq07

Quadro 83 Principais grupos e nuacutecleos de pesquisa sobre o ensino superior no Brasil

(Continuaccedilatildeo)

PROEDES 1994

GEESU 1996

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Universidade Federai de Minas Gerais

Histoacuteria das Instituiccedilotildees Educacionais e Cientiacuteficas no pais c seus atores Construccedilatildeo do Pensamento Educacional Brasileiro 0 curriacuteculo da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo do UFRJ 0 curso de Pedagogia da UFRJ visto pelos egressos A Universidade do Distrito Federal revisitada Ensino com pesquisa da utopia individual agrave realidade institucional Multiculturalismo e educaccedilatildeo perpectivas internacionais c a experiecircncia brasileira A universidade do Brasil 0 Grande Projeto Universitaacuterio Doutores em Educaccedilatildeo pela UFRJ leses defendidas correlatas e a vida profissional Criadores e legitimadores de instituiccedilotildees educacionais no Brasil suas accedilotildees e textos UNIVERSITAS A produccedilatildeo cientifica sobre educaccedilatildeo superior no Brasil 0 IESAE contruccedilatildeo desenvolvimento e extinccedilatildeo Evasatildeo de alunos no ciclo baacutesico da Universidade Federal de Minas Gerais nas aacutereas de ciecircncias exatas humanas e bioloacutegicas A produccedilatildeo cientiacutefica sobre educaccedilatildeo superior no Brasil -avaliaccedilatildeo e perspectivas 19682000 Trajetoacuteria profissional dos graduados na UFMG Quiacutemica e Engenharia Formaccedilatildeo trabalho e inserccedilatildeo acadecircmica de poacutes-graduados titulados no pais e no exterior

Pesq07 Est 16

Pcsq04 Est 02

Fonte Diretoacuterio dos Grupos do CNPq Informaccedilotildees enviadas para a versatildeo 502002 Caderno do NUPES - O Nuacutecleo de Pesquisas sobre Ensino Superior da Universidade de Satildeo Paulo O Primeiro Ano e informaccedilotildees coletadas junto aos pesquisadores dos grupos

Aleacutem da organizaccedilatildeo na forma de grupos de pesquisa a investigaccedilatildeo no campo do ensino superior tambeacutem tem se manifestado sob a forma de redes acadecircmicas Essa nova organizaccedilatildeo da pesquisa ganhou impulso com os processos de globalizaccedilatildeo e revoluccedilatildeo tecnoloacutegica os quais permitiram a superaccedilatildeo dos obstaacuteculos de caraacuteter geograacutefico e temporal tornando assim os processos de compartilhamento de informaccedilotildees e de socializaccedilatildeo da produccedilatildeo do conhecimento mais raacutepidos mais faacuteceis e menos dispendiosos

como uma nova forma de cooperaccedilatildeo interinstitucional as redes estabelecem um elo entre pesquisadores e estudiosos de temas especiacuteficos mediante o intercacircmbio de informaccedilotildees do desenvolvimento de projetos integrados de pesquisa e do compartilhamento ou natildeo de uma mesma estrutura institucional

Alguns exemplos de redes acadecircmicas satildeo a Rede de Pesquisa Institucional Universitaacuteria (UniversidadeMercosul) a Rede de Pesquisa

Associativa (GestatildeoAnpae) a Rede de Pesquisa de Associaccedilatildeo Acadecircmica (UniversitasANPed) e a Rede de Pesquisa Institucional Universitaria (UniversidadePesquisa)

A Rede UniversidadeMercosul e UniversidadePesquisa satildeo redes vinculadas agraves universidades e envolvem pesquisadores da educaccedilatildeo superioruniversidade e professores de IES As outras duas redes (Gestatildeo Anpae e UniversitasANPed) foram constituiacutedas num momento de reorganizaccedilatildeo de suas respectivas associaccedilotildees e seus pesquisadores estatildeo vinculados a associaccedilotildees cientiacutefico-profissionais (Franco e Morosini 2001) (Quadro 84)

como jaacute foi visto anteriormente o campo de estudos sobre o ensino superior no Brasil tem se diversificado e se consolidado nos uacuteltimos anos Aleacutem do volume da produccedilatildeo sobre o tema considerado por Guadilla (2001) o maior da Ameacuterica Latina tecircm contribuiacutedo para essa consolidaccedilatildeo a institucionalizaccedilatildeo de formas associativas de investigaccedilatildeo sobre o assunto por meio da criaccedilatildeo de grupos de pesquisa em diversas universidades brasileiras e a formaccedilatildeo de redes acadecircmicas Essas duas instacircncias de produccedilatildeo do conhecimento tecircm exercido um papel importante na formaccedilatildeo de novos pesquisadores sobre esse niacutevel de ensino e na aglutinaccedilatildeodifusatildeo do conhecimento que se produz na aacuterea natildeo soacute em niacutevel regional ou nacional como tambeacutem internacional

Por fim cabe mencionar o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) oacutergatildeo vinculado ao MEC que tem concorrido para o fortalecimento da pesquisa cientiacutefica nesse campo por meio da elaboraccedilatildeo de estatiacutesticas anuais e estudos nacionais aleacutem de diversas publicaccedilotildees sobre a educaccedilatildeo superior (Item 25 e o site wwwinepgovbr)

Quadro 84 Redes de Pesquisa em educaccedilatildeo superior

Rede

UniversishydadeMershycosul

Gestatildeo An pae Associaccedilatildeo Nacional de Poliacutetica e Adminisshytraccedilatildeo da Educaccedilatildeo

Universi -tasAnped Grupo de Trabalho Poliacutetica de Educaccedilatildeo Superior

Pesquisa Universishydade

ElosAmplitude

Regional Internacional (Grupos de pesquisa -BrasilUruguai Argentina Paraguai

Nacional Regional Membros da associaccedilatildeo nas regiotildees brasileiras

Nacional Regional Membros do GT seniors e pesquisadores de diferentes regiotildees

Estadual Professores de universidades do Rio Grande do Sul

Objetivos

Inserccedilatildeo competitiva do Mercosul no processo de globalizaccedilatildeo Conhecimento de sistemas de educaccedilatildeo superior Formaccedilatildeo de recursos humanos Formaccedilatildeo de cultura integracionista

Produccedilatildeo do conhecimento Redefiniccedilatildeo da identidade associativa Melhoria da gestatildeo via socializaccedilatildeo de conhecimentos e subsiacutedios poliacuteticos Fortalecimentoreonstruccedilatildeo da Anpae

Produccedilatildeo do conhecimento Fortalecimento do GT Subsiacutedios a poliacuteticas puacuteblicas de educaccedilatildeo superior

Desenvolvimento de condiccedilotildees de pesquisa no Rio Grande do Sul Produccedilatildeo de conhecimento Formaccedilatildeo de recursos humanos Formaccedilatildeo de Cultura

Temaacutetica da Investigaccedilatildeo Papel da universidade no processo de integraccedilatildeo estudos das poliacuteticas e accedilotildees universitaacuterias adotadas ou propostas Criaccedilatildeo de um banco de dados sobre os diferentes sistemas de educaccedilatildeo superior

Situaccedilotildees e Perspectivas da Administraccedilatildeo da Educaccedilatildeo no Brasil Criaccedilatildeo de um banco de informaccedilotildees contendo resumos sobre pesquisa em administraccedilatildeo da educaccedilatildeo no brasil c estado da arte sobre pesquisa em poliacutetica e gestatildeo da educaccedilatildeo

Panorama da produccedilatildeo cientiacutefica sobre a educaccedilatildeo superior no Brasil 1968-1996 Avaliaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica (1988-2001)

A pesquisa nas universidades condiccedilotildees mediaccedilotildees modos de cooperaccedilatildeo e inovadores de organizaccedilatildeo associativa

Estrateacutegia

-Construccedilatildeo de projeto conjunto -Organizaccedilatildeo de seminarias participaccedilatildeo em encontros internacionais e publicaccedilotildees

-rede como estrateacutegia -construccedilatildeo conjunta -assimilaccedilatildeo do espontacircneo Utilizaccedilatildeo de estrutura pessoal -projetos locais e especiacuteficos -assembleacuteia legitimadora -Imp Motivaccedilatildeo da vice-presidecircncia -Capacitaccedilatildeo dos membros -Centralizaccedilatildeo (orientaccedilatildeo comum) -Assimilaccedilatildeo de novos grupos -Objetivos realizaacuteveis

-Participaccedilatildeo no projeto desde estaacutegios iniciais -Estaacutegios diferenciados na produccedilatildeo da pesquisa -Diferenciaccedilatildeo de papeacuteis

Fonte Quadro adaptado Maria Esteia Dal Pai Franco e Mariacutelia Costa Morosini2001

Quadro 85 A investigaccedilatildeo sobre ensinoeducaccedilatildeo superior no Diretoacuterio

dos Grupos de Pesquisa do CNPq - Versatildeo 41

Grupo

Grupo de Pesquisa sobre Ensino Superior

Laboratoacuterio de Pesquisa

Geotecnia de Grandes Aacutereas

GEU - Grupo de Estudos sobre a Universidade

NUPES-Nuacutecleo de Pesquisas sobre Ensino Superior GEU - Grupo de Estudos sobre a Universidade -Educaccedilatildeo e Inovaccedilatildeo na Universidade

Educaccedilatildeo e Sociedade

Grupo de estudos e pesquisas em educaccedilatildeo superior

NEART-Nuacutecleo de Estudos em Educaccedilatildeo e Ane Processos comportamenta is cm produccedilatildeo de conhecimento cientiacutefico e em planejamento de ensino e instituiccedilotildees

Ano de Formaccedilatildeo

1976

1979

1986

1988

1989

1990

1992

1992

1993

1993

Arca Predominante

Ciecircncias sociais aplicadas ciecircncia da informaccedilatildeo

Ciecircncias Bioloacutegicas Geneacutetica

Engenharias Engenharia Civil

CH sociologia

CH educaccedilatildeo

C R educaccedilatildeo

CH sociologia

C R educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

C R psicologia

Instituiccedilatildeo

UEL

UFRJ

UFSC

UFRGS

USP

UFRGS

UFPE

UNICAMP

UFSM

UFSCAR

Linhas de Pesquisa

- ensino de biblioteconomia -avaliaccedilatildeo

- Eacutetica e ciecircncia Educaccedilatildeo Superior - Evoluccedilatildeo distribuiccedilatildeo mundial e Migraccedilatildeo de doutores e engenheiros - Ensino da Geotecnia em Niacutevel Superior e em niacutevel Teacutecnico - Ciecircncia e tecnologia e ensino superior - educaccedilatildeo superior processo de internacionalizaccedilatildeo integraccedilatildeo c experiecircncias comparadas -Poliacuteticas de Ciecircncia e Tecnologia - Relaccedilotildees cruzadas estrutura e gestatildeo das universidades contemporacircneas

- estudo do sistema de ensino superior brasileiro

- inovaccedilatildeo e administraccedilatildeo da universidade bull inovaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo na universidade - inovaccedilatildeo e pesquisa na universidade - pedagogia universitaacuteria -Avaliaccedilatildeo Institucional do ensino superior -Egressos da Poacutes-graduacatildeo -Universidade e sociedade - administraccedilatildeo universitaacuteria - curriacuteculos da educaccedilatildeo superior - educaccedilatildeo superior - filosofia da universidade - formaccedilatildeo de docentes para a educaccedilatildeo superior - planejamento do ensino superior - Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Superior - Avaliaccedilatildeo Institucional

-avaliaccedilatildeo dos cursos superiores de artes Campo Grande - Mato Grosso do Sul - Arte Educaccedilatildeo e Trabalho

- Processos comportamentais baacutesicos de ensino-aprendizagem em niacutevel superior

Ndegde PesqEst

D01 M01 E01 G01

D04 M01

D03

D09 M05 G02

D04

DI6 M11 E04 G10

D03 M03

D10 M04 G01

DO

D04

Grupo

Ensino Superior

Psicologia e Educaccedilatildeo Superior

Ensino aprendizagem em enfermagem Estudos Sociais de Ciecircncia e Tecnologia Poliacuteticas Puacuteblicas e Educaccedilatildeo Superior Formaccedilatildeo Baacutesica e Continuada de Professores Grupo de estudos sobre educaccedilatildeo superior Nuacutecleo de Estudos de Fenomenologia em Educaccedilatildeo Fiacutesica

A linguagem da Construccedilatildeo do Conhecimento

Desenvolvimen to Rural e Agroecollogia

Ensino e Mudanccedila Social

Estudos em Educaccedilatildeo

GEES-Educaccedilatildeo Superior

Grupo de Avaliaccedilatildeo e Medidas Educacionais

Ano de Formaccedilatildeo

1995

1995

1996

1996

1996

1996

1996

1997

1997

1997

1997

1997

1997

Aacuterea Predominante

CH educaccedilatildeo

C R educaccedilatildeo

Ciecircncias da sauacutede enfermagem

C R sociologia

C H educaccedilatildeo

C R educaccedilatildeo

Ciecircncias da Sauacutede educaccedilatildeo fiacutesica

Linguumliacutestica Letras e Artes Linguumliacutestica

C Agraacuterias Agronomia

C R educaccedilatildeo

CR sociologia

C R educaccedilatildeo

C R educaccedilatildeo

Instituiccedilatildeo

UEL

UNICAMP

USP

FURG

UFSCAR

UFMG

UFSCAR

FURB

UNESP

PUCCAMP

UFRJ

ULBRA

UFMG

Linhas de Pesquisa

avaliaccedilatildeo no ensino superior -metodologia da problematizaccedilatildeo no desenvolvimento do pensamento critico dos alunos dos cursos de enfermagem e arquitetura e urbanismo -as|xvtos motivacionais que influem sobre o comportamento dos alunos do ensinos superior

- Educaccedilatildeo Superior - processos de natureza pedagogica presentes nas IES

-ensino aprendizagem em enfermagem

- Condicionantes Sociais de CampT -Educaccedilatildeo Superior - Poliacuteticas e gestatildeo de Ciecircncia e Tecnologia -Sociedade Universidade e Produccedilatildeo do Conhecimento

- formaccedilatildeo baacutesica de professores do ensino fundamental meacutedio e superior

- Poliacuteticas Puacuteblicas e Educaccedilatildeo - Evasatildeo no ciclo baacutesico de cursos de graduaccedilatildeo

- Curriacuteculos e formaccedilatildeo profissional em educaccedilatildeo fiacutesica

- O discurso da construccedilatildeo do saber - A sociointeraccedilatildeo no ensinar c no aprender

-Educaccedilatildeo Teacutecnica e Superior em Ciencias Agraacuterias

-docecircncia em ensino superior -universidade e a formaccedilatildeo de professores para o ensino meacutedio e fundamental - tendecircncias do ensino superior brasileiro -depoimentos de professores emeacuteritos Universidade do Brasil

-Educaccedilatildeo Superior - Teoria e Praacutetica

-Docecircncia no ensino superior e avaliaccedilatildeo - Poliacuteticas Puacuteblicas e Educaccedilatildeo

Nordmde PesqEst

D02 M05 G01

DIO M07 G02

D02 M03

D02 M01

D03

D02 M01 E01

DO MOI

D02 M09

D02 M01 G01 D04 M02 G02

DO G06

D07 M08 G04

D04

Grupo

Laboratograverio de Avaliaccedilatildeo Psicoloacutegica e Educacional -LabAPE Praacuteticas Pedagoacutegicas no Ensino Superior

Educaccedilatildeo c Psicologia

Educaccedilatildeo cm Ciecircncias e Sauacutede Educaccedilatildeo Sociedade e Cultura Ensino e Educaccedilatildeo em Quiacutemica Grupo de Pesquisa cm Formaccedilatildeo c Praacutetica Pedagoacutegica do Educador PACTO -Pesquisa em Aprendizagem Colaborativa com tecnologia interativa

Poliacuteticas Puacuteblicas de Ensino Superior

Qualidade do Ensino Superior Ambientes informatizados de Aprendizagem-AIA Contribuiccedilotildees Interdisciplinar es da Agronomia Educaccedilatildeo Institucionaliza da Educaccedilatildeo Comunicaccedilatildeo e Tecnologias Estudos Soacutecio-poliacuteticos e Histoacutericos do Ensino Superior

Anode Formaccedilatildeo

1997

1997

1998

1998

1998

1998

1998

1998

1998

1998

1999

1999

1999

1999

1999

Arca Predominante

C H psicologia

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

C Exatas e da Terra Quiacutemica

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH psicologia

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH histoacuteria

Instituiccedilatildeo

USF

USP

UFMT

UEL

UFG

UNICAMP

UERN

PUC- PR

UNB

PUCCAMP

UCS

UFPR

PUC-SP

UFBA

UNESP

Linhas de Pesquisa

- avaliaccedilatildeo das muacuteltiplas dimensotildees da vivecircncia acadecircmica

- capacitaccedilatildeo docente do professor de ensino superior

Representaccedilotildees sociais do professor da UFMT em relaccedilatildeo agrave praacutetica docente

-Avaliaccedilatildeo cm instituiccedilotildees de ensino

- Estado e Politica educacional Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Superior

- Ensino e Educaccedilatildeo cm Quiacutemica

- novas perspectivas teoacuterico-pedagoacutegicas de formaccedilatildeo docente

- Teoria e praacutetica pedagoacutegica na educaccedilatildeo superior

- Poliacuteticas puacuteblicas de ensino superior

- Ensino Superior docecircncia avaliaccedilatildeo formaccedilatildeo c capacitaccedilatildeo de professores

-Formaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica do professor do ensino superior - Metodologia do Ensino Superior

-Formaccedilatildeo de professores para a docecircncia do ensino superior em FTTOTECNIA e suas interfaces

Formaccedilatildeo docente no ensino superior

Universidade e Tecnologias contemporacircneas

-Representaccedilotildees soacutecio-poliacuteticas c histoacutericas do ensino superior

Ndegde PesaEst

D02 M02

D01 G02

D02 MIO

M03 E02

D04 M02

D01

M02 E04

D05 M01 E01

D14 M01 E01 G02

D06 M03

M01

D01

D02

E01

D04 M01 G01

Grupo

Formaccedilatildeo do Professor Universitaacuterio

Fundamentos Eacutetico-poliacuteticos da Educaccedilatildeo Superior

Gestatildeo c Poliacuteticas Puacuteblicas no Ensino Superior

Metodologia do Ensino e Avaliaccedilatildeo na Educaccedilatildeo Superior

Nuacutecleo de estudos das Poliacuteticas Puacuteblicas da Educaccedilatildeo no estado do Tocan ti s

0 processo Ensino c Aprendizagem na Escola e a Formaccedilatildeo de Professores

Organizaccedilatildeo e Planejamento de Estaacutegios

Paradigmas Educacionais e a Formaccedilatildeo de Professores (Grupo 1 -PAED)

Poliacuteticas Puacuteblicas Gestatildeo Escolar c Formaccedilatildeo de Professores

Ano de Formaccedilatildeo

1999

1999

1999

1999

1999

1999

1999

1999

1999

Arca Predominante

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

Instituiccedilatildeo

PUC-SP

ULBRA

PUC-PR

PUC-PR

UNITINS

UCDB

PUC-PR

PUC-PR

UCDB

Linhas de Pesquisa

- a universidade brasileira e a formaccedilatildeo do professor universitaacuterio -concepccedilotildees educacionais e processos pedagoacutegicos no ensino superior -o ensino universitaacuterio e a formaccedilatildeo do professor universitaacuterio -fundamentos psicoloacutegicos e epistemoloacutegicos no processo de produccedilatildeo do conhecimento na universidade

- Fundamentos da Instituiccedilatildeo Universitaacuteria

- administraccedilatildeo da educaccedilatildeo superior

-Teoria e praacutetica pedagoacutegica na educaccedilatildeo superior

- Flexibilizaccedilatildeo do acesso agraves IES - lei no939496 e as experiecircncias implantadas na UNTTTNS Temaacuteticas democratizaccedilatildeo expansatildeo qualidade acesso financiamento puacuteblico privado

- ensino e aprendizagem e a formaccedilatildeo de professores

- administraccedilatildeo da educaccedilatildeo superior

- Teoria e praacutetica pedagoacutegica da educaccedilatildeo superior

-Gestatildeo escolar como forma de agregar conhecimentos voltados para a administraccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares do ensino baacutesico c superior - Poliacuteticas educacionais -processo de formaccedilatildeo de professores no ensino baacutesico e superior

N deg d e PesqEst

D06 E04

D04

EXM M05

D04 M04 E02

M06 G03

D04 M09 E01

D01 M03 G01

D02 M09

D03 M01

Grupo

Centro Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Educaccedilatildeo -CEPED Desenvolvimen to e Poliacuteticas Puacuteblicas

Educaccedilatildeo Histoacuteria e contexto socioloacutegico

Educaccedilatildeo Trabalho e Educaccedilatildeo Profissional Estado e Educaccedilatildeo na Amazocircnia -(GESTAMAZO N Estudos Avanccedilados de Universidade GEU-UPF-Grupode Estudos sobre Universidade -Passo Fundo Grupo de Estudos de Serviccedilo Social

( impo de Estudos c Pesquisa em Ensino Superior

Grupo de Estudos em Eacutetica e Bioeacutetica Grupo de Estudos em Psicologia da Educaccedilatildeo

Grupo de Pesquisa em Terapia Ocupacional

Ano de Formaccedilatildeo

2000

2000

2000

2000

2000

2000

2000

2000

2000

2000

2000

2000

Area Predominante

CH educaccedilatildeo

Ciecircncias Sociais aplicadas Economia

CH histoacuteria

CH Educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

Ciecircncias sociais aplicadas Serviccedilo social

CH educaccedilatildeo

CH Educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

Ciecircncias da sauacutede fisioterapia c terapia ocupacional

Instituiccedilatildeo

UNIR

UFU

UPF

UFS

UFPA

UVA-RJ

UPF

UEPG

UEM

UPE

UFRPE

UNISO

Linhas de Pesquisa

Poliacuteticas Puacuteblicas c ensino superior na Amazocircnia

Poliacutetica Educacional de ensino superior

- Processo de formaccedilatildeo de docentes - centrado na questotildees do ensino superior -origens e desenvolvimen -tos das universidades do Rio Grande do Sul

-Escola Curriacuteculo e Construccedilatildeo do Conhecimento

-universidade na Amazocircnia

- universidade e tecnologia -universidade conceito papel e imaginaacuterio - Trajetoacuteria acadecircmica e formaccedilatildeo docente -Universidade c sociedade - Trajetoacuteria c dinacircmica da vida escolar dos alunos

- ensino superior e avaliaccedilatildeo institucional

-histoacuteria historiografia e ensino superior -planejamento organizaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees de ensino superior -poliacuteticas puacuteblicas e ensino superior

-Conhecimentos Atitudes e Praticas Eacuteticas e Bioeacuteticas

- Perfil de alunos Concluintes de Programas de Poacutes-Graduaccedilatildeo

- Teorias meacutetodos c teacutecnicas de ensino de graduaccedilatildeo em terapia ocupacional

Nordm de PesqFst

M05 EOI

D01

D01 M03

D02

M01 E01

D01

D02 M05 E01

D01 E01

D01 M02

D02 M02

M06

D01 MOI E02

Grupo

MODEM-Modelagern Matemaacutetica no Ensino Pesquisa e Estudo Avanccedilado em Administraccedilatildeo Poliacuteticas e Metodologias em Avaliaccedilatildeo Educacional Recursos Tecnoloacutegicos e Teacutecnicas Didaacuteticas Aplicadas atildeo Ensino Superior Saber e Praacutetica Docente

Ano de Formaccedilatildeo

2000

2000

2000

2000

2000

Area Predominante

Ciecircncias Exatas e da Terra -Matemagravetica

e Sociais Aplicadas Administrashyccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

CH educaccedilatildeo

Instituiccedilatildeo

FURB

UNOPAR

UCB-DF

UNIVERSO

USP

Linhas de Pesquisa

- Modelagem matemaacutetica no ensino superior

- Anaacutelise e Inovaccedilotildees no Sistema de Ensino Superior

- Politica e avaliaccedilatildeo do ensino superior

- Teacutecnicas didaacuteticas utilizadas no

- Processos de aperfeiccediloamento da docecircncia no ensino superior

N deg d e

PesqEst D02 M01 E01

MOI E02

D01 M02

D01 M02

D07

Fonte httpw

2000 Pesquisadores

wwcnpqbr Diretoacuterio dos Grupos de Pesquisa - Versatildeo 41 Base de Dados

D=Doutor M=Mestre G=Graduaccedilatildeo E= Estudante

REFERENCIAS

BRASIL Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Livro Branco ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo Brasiacutelia MCT 2002

BRASIL Ministeacuterio da Ciecircncia e da Tecnologia Academia Brasileira de Ciecircncias Livro verde ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo desafio para a sociedade brasileira Brasiacutelia MCT 2001

CADERNOS NUPES O Nuacutecleo de Pesquisas sobre Ensino Superior da Universidade de Satildeo Paulo O primeiro ano Satildeo Paulo Universidade de Satildeo PauloNUPES

DOSSIEcirc Poliacuteticas Publicas de Ensino Superior Educaccedilatildeo em Revista Belo Horizonte Faculdade de Educaccedilatildeo da UFMG jul 2002

GUADILLA Carmen Garcia La Cooperacioacuten e la Construccioacuten del Campo de Estudio de Educacioacuten Superior en America Latina In FRANCO Maria Estela Dal Pai MOROSINI Mariacutelia Costa (Orgs) Redes Acadecircmicas e produccedilatildeo do conhecimento em educaccedilatildeo superior Brasiacutelia Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais 2001

GUIMARAtildeES Jorge Almeida GOMES Janaiacutena Capacitaccedilatildeo desempenho e conhecimento acumulado indicam oportunidades em aacutereas de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica no Brasil In SIMPOacuteSIO DE GESTAtildeO DA INOVACcedilAtildeO TECNOLOacuteGICA 22 2002 Salvador Paper apresentado Salvador Nuacutecleo PGTUSP 2002

Duas deacutecadas de desempenho cientiacutefico excepcional na Ameacuterica Latina In TROSSERO AP Los laberintos del futuro Santa Feacute Argentina Universidad del Litoral 2001

GUIMARAtildeES Reinaldo Avaliaccedilatildeo e fomento de eampT no Brasil propostas para os anos 90 Brasiacutelia MCTCNPq 1994

MOROSINI Mariacutelia FRANCO Maria Estela Dal Pai Gestatildeo de Redes de Pesquisa em Educaccedilatildeo Superior questatildeo de Princiacutepios e Ethos In FRANCO Maria Estela Dal Pai MOROSINI Mariacutelia Costa (Orgs) Redes Acadecircmicas e produccedilatildeo do conhecimento em educaccedilatildeo superior Brasiacutelia Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais 2001

NEVES Clarissa Eckert Baeta Institucionalizaccedilatildeo da pesquisa e sistemas decisoacuterios In FRANCO Maria Esteia Dal Pai MOROSINI Mariacutelia Costa (Orgs) Universidade e pesquisa poliacuteticas discursos e praacuteticas Passo Fundo UPF 1999

PALHARINI Francisco de Assis Cadernos NUPES o novo protagonista na formulaccedilatildeo teoacuterica da poliacutetica para o ensino superior In MOROSINI Mariacutelia SGUISSARDI Valdemar (Orgs) A educaccedilatildeo superior em perioacutedicos nacionais Vitoacuteria FCAA UFES 1998

SCHWARTZMAN Simon et ai Ciecircncia e Tecnologia no Brasil uma nova poliacutetica para um mundo global 1993 Disponiacutevel em ltwwwairbrasilorgbrSimon

A educaccedilatildeo superior a distacircncia no Brasil

Joseacute Manuel Moran

A educaccedilatildeo superior a distacircncia vive um periacuteodo de grandes mudanccedilas O avanccedilo da Internet estaacute facilitando o acesso a cursos onshyline de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo principalmente de especializaccedilatildeo A LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo (1996) em especial nos seus artigos 80 e 87 reconhece a educaccedilatildeo a distacircncia e a partir de aiacute se intensificam os cursos nos vaacuterios niacuteveis Ateacute entatildeo os cursos eram esporaacutedicos e se concentravam mais no seu caraacuteter supletivo (telecursos) e soacute a Universidade de Brasiacutelia vinha oferecendo alguns cursos de especializaccedilatildeo e extensatildeo por correspondecircncia O primeiro curso de graduaccedilatildeo a distacircncia criado foi o de Pedagogia de 1aa 4a seacuterie ela Universidade Federal do Mato Grosso em caraacuteter experimental a partir de 1995 para professores em serviccedilo da rede puacuteblica estadual e municipal

A educaccedilatildeo a distacircncia foi identificada num primeiro momento com o ensino por correspondecircncia porque era baseada em textos e exerciacutecios transportados pelo correio A segunda geraccedilatildeo da educaccedilatildeo a distacircncia na universidade comeccedilou na deacutecada de 80 com o uso da televisatildeo e do viacutedeo cassete para os telecursos profissionalizantes e formadores de estudantes do ensino meacutedio e fundamental A terceira fase dessa que promete ser uma revoluccedilatildeo no ensino brasileiro comeccedilou no final da deacutecada de 90 Haacute cinco anos apenas 200 mil pessoas no paiacutes estudavam pelo meacutetodo de educaccedilatildeo a distacircncia Hoje com a Internet satildeo cerca de 12 milhotildees de estudantes

A partir de 1998 observa-se um crescente envolvimento de Instituiccedilotildees de Ensino Superior com cursos de educaccedilatildeo a distacircncia As solicitaccedilotildees de autorizaccedilatildeo ao Ministeacuterio de Educaccedilatildeo foram em sua grande maioria 80 para cursos de graduaccedilatildeo de formaccedilatildeo de professores principalmente de Pedagogia e Normal Superior Os atuais professores do ensino fundamental satildeo o puacuteblico alvo principal destes cursos na medida em que sejam afetados pelo artigo 87 sect 4o da LDB o qual estabelece que ateacute o final da Deacutecada da Educaccedilatildeo ou seja 2006 somente seratildeo admitidos professores habilitados em niacutevel superior ou

formados por treinamento em serviccedilo Estima-se que essa exigecircncia legal tenha motivado uma demanda pontual da ordem de 700 mil novas vagas As instituiccedilotildees superiores de ensino estatildeo finalmente comeccedilando a atuar de forma clara e decidida em educaccedilatildeo a distacircncia O avanccedilo da Internet estaacute trazendo grandes mudanccedilas para a educaccedilatildeo presencial ao introduzir momentos e teacutecnicas de educaccedilatildeo a distacircncia E a educaccedilatildeo a distacircncia comeccedila a aproximar-se da presencial a sair do nicho em que se encontrava Na medida em que cada instituiccedilatildeo desenvolve sozinha ou em rede cursos de graduaccedilatildeo de especializaccedilatildeo de extensatildeo e agora de Poacutes strido sensu vai adquirindo competecircncia atraindo novos alunos e mercados perdendo o medo de arriscar e legitimando essa modalidade de educaccedilatildeo

91 Os programas de educaccedilatildeo virtual a distacircncia na educaccedilatildeo superior e sua relaccedilatildeo com a educaccedilatildeo presencial

A educaccedilatildeo presencial domina praticamente todas as modalidades de ensino superior Temos aproximadamente 30 cursos de graduaccedilatildeo em funcionamento ou aprovados 81 Instituiccedilotildees de Ensino Superior desenvolvem algum tipo de cursos a distacircncia a maioria de extensatildeo de curta duraccedilatildeo Aumentam os cursos de especializaccedilatildeo (20 aproximadamente entre os aprovados e em fase de aprovaccedilatildeo pelo MEC) Mas haacute cursos de especializaccedilatildeo dirigidos a empresas (principalmente na aacuterea de Administraccedilatildeo e Economia) e que natildeo buscam certificaccedilatildeo oficial

O panorama atual eacute muito dinacircmico Haacute uma efervescecircncia de projetos em todas as aacutereas niacuteveis e mercados As empresas estatildeo buscando processos de capacitaccedilatildeo contiacutenua fazendo parcerias com as melhores universidades As Secretarias de Educaccedilatildeo tambeacutem procuram estas instituiccedilotildees superiores para convecircnios e cursos Os 40 mil alunos matriculados em educaccedilatildeo superior a distacircncia (graduaccedilatildeo) e o potencial de alunos que pretende inscrever-se em novos cursos fazem prever um raacutepido crescimento das instituiccedilotildees mais competentes

Neste momento temos uma grande diversidade de cursos Haacute cursos de curta e de longa duraccedilatildeo haacute cursos para poucos alunos (menos de 30) e cursos com mais de 15 mil alunos Haacute cursos totalmente on-line virtuais e outros impressos que utilizam soacute correio Haacute cursos que satildeo pacotes de conteuacutedo com pouca interaccedilatildeo e outros com muito intercacircmbio troca onde se criam comunidades de aprendizagem Estaacute avanccedilando a utilizaccedilatildeo dos meios telemaacuteticos no ensino superior pela liberdade de acesso baixo custo e facilidade de comunicaccedilatildeo

Em termos institucionais a oferta de cursos superiores a distacircncia poderia ser classificada dentro das seguintes trecircs grandes tendecircncias

bull Instituiccedilotildees isoladas - Satildeo Universidades e Faculdades de Ensino Superior que jaacute atuam na educaccedilatildeo presencial e agora oferecem cursos a distacircncia Em geral comeccedilam com cursos de extensatildeo depois com cursos de especializaccedilatildeo e atualmente estatildeo organizando cursos de graduaccedilatildeo

bull Associaccedilotildees e Consoacutercios - Satildeo Instituiccedilotildees de Ensino Superior brasileiras que unem seus esforccedilos para oferecer cursos a distacircncia em vaacuterios niacuteveis Haacute associaccedilotildees que satildeo pontuais temporaacuterias para um curso ou projeto especiacutefico como por ex o Projeto Veredas que reuacutene a convite da Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo de Minas Gerais dezoito Instituiccedilotildees de Ensino Superior para oferecer um Curso de Pedagogia nas seacuteries iniciais para professores em serviccedilo que natildeo tecircm niacutevel superior Essa parceria eacute feita para este curso e se esgota ao seu teacutermino Haacute associaccedilotildees que pretendem ser duradouras para juntar os melhores professores cursos e recursos das instituiccedilotildees Satildeo tambeacutem importantes para oferecer apoio local a alunos em todo o Brasil Alguns exemplos UNIREDE (Rede de universidades puacuteblicas) CEDERJ (Centro de Educaccedilatildeo Superior do Rio de Janeiro que reuacutene as cinco Universidades puacuteblicas do Estado do Rio de Janeiro) RICESU (Rede de Universidades Catoacutelicas de Ensino Superior) IUVB - Instituto Universidade Virtual Brasileira - Consoacutercio de 10 universidades privadas que formam uma nova instituiccedilatildeo para cursos a distacircncia

bull Instituiccedilotildees exclusivamente virtuais - Instituiccedilotildees criadas exclusivamente para oferecer cursos a distacircncia operando no momento apenas em cursos de extensatildeo No Brasil natildeo temos o modelo Open University ou UNED da Espanha instituiccedilotildees que soacute existem para Educaccedilatildeo a Distacircncia Temos portais ou sites que funcionam como um campus virtual como o Univir (wwwunivirbr) em geral oferecendo cursos de extensatildeo

A Portaria ndeg 2253 do MEC de 18102001 permite que o curriacuteculo de cursos superiores reconhecidos possa ser oferecido a distacircncia ateacute vinte por cento da sua carga horaacuteria total como eacute uma Portaria recente as universidades estatildeo comeccedilando a encontrar formas de aplicaacute-lo Algumas instituiccedilotildees como a Anhembi-Morumbi a Unisul a UNB a UNAMA - Universidade da Amazocircnia estatildeo incentivando os professores

a colocar algumas disciplinas on-line A Unisul de Santa Catarina tinha em marccedilo de 2002 82 disciplinas cadastradas como apoio on-line Algumas universidades comeccedilaram com alguns cursos de recuperaccedilatildeo total ou parcialmente a distacircncia

As universidades estatildeo incentivando tambeacutem o uso da Internet em disciplinas comuns a vaacuterios cursos e que podem ser aplicadas a maior nuacutemero de alunos Em geral os professores mais familiarizados com as tecnologias e os que atuam em educaccedilatildeo a distacircncia satildeo os que se dispotildeem a experimentar e isso iraacute criando a cultura do virtual o conhecimento dentro de cada instituiccedilatildeo para avanccedilar para propostas curriculares mais complexas integradas e flexiacuteveis ateacute encontrar em cada aacuterea de conhecimento e em cada instituiccedilatildeo qual eacute o ponto de equiliacutebrio entre o presencial e o virtual

O vinte por cento eacute uma etapa inicial de criaccedilatildeo de cultura on-line Natildeo pode-se definir a priori urna porcentagem aplicaacutevel de forma generalizada a todas as situaccedilotildees Algumas disciplinas necessitam de maior presenccedila fiacutesica como as que utilizam laboratoacuterio as que precisam de interaccedilatildeo corporal (danccedila teatro) O importante eacute experimentar diversas soluccedilotildees para diversos cursos Todos estatildeo aprendendo Nenhuma instituiccedilatildeo estaacute muito na frente no ensino superior inovador on-line

Dentro de poucos anos esta discussatildeo do presencial e a distacircncia teraacute muito menos importacircncia Caminha-se para uma integraccedilatildeo dos nuacutecleos de educaccedilatildeo a distacircncia com os atuais nuacutecleos ou coordenaccedilotildees pedagoacutegicas dos cursos presenciais A maioria dos cursos de graduaccedilatildeo e de poacutes-graduaccedilatildeo seraacute semi-presencial e os cursos a distacircncia teratildeo muitas formas de aproximaccedilatildeo presencial-virtual (maior contato audiovisual entre os participantes)

92 Os tipos de programas de educaccedilatildeo virtual A ecircnfase nestes uacuteltimos anos nos cursos de graduaccedilatildeo a distacircncia

se daacute na formaccedilatildeo de professores principalmente em serviccedilo -professores sem diploma universitaacuterio Satildeo cursos de licenciatura predominantemente nas seacuteries iniciais (noventa por cento dos cursos de graduaccedilatildeo a distacircncia)

Pela lista de cursos autorizados pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo pode-se visualizar melhor quais satildeo as Instituiccedilotildees credenciadas e os cursos superiores a distacircncia existentes neste momento

bull Universidade Estadual do Norte Fluminense Licenciatura em Ciecircncias Bioloacutegicas (Cederj)

1 Pesquisa feita em julho de 2002 na paacutegina do MEC wwwmecgovbr

bull Universidade Federal Fluminense Licenciatura em Matemaacutetica (Cederj)

bull Universidade Federal do Paraacute Bacharelado e Licenciatura em Matemaacutetica

bull Universidade Federal de Mato Grosso Educaccedilatildeo Baacutesica 1ordm a 4o seacuteries Licenciatura Plena

bull Universidade Federal do Paranaacute Graduaccedilatildeo em Pedagogia licenciatura plena com as habilitaccedilotildees Magisteacuterio dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e Magisteacuterio da Educaccedilatildeo Infantil

bull Universidade do Estado de Santa Catarina Licenciatura plena em Pedagogia

bull Universidade Federal do Mato Grosso do Sul Pedagogia licenciatura plena com habilitaccedilatildeo em Formaccedilatildeo de Professores para os anos iniciais do Ensino Fundamental Poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu - Orientadores pedagoacutegicos em educaccedilatildeo a distacircncia

bull Faculdade de Administraccedilatildeo de Brasiacutelia Bacharelado em Administraccedilatildeo Geral

bull Universidade Federal do Espiacuterito Santo Lienciatura em Pedagogia nas Seacuteries Iniciais do Ensino Fundamental

bull Universidade Estadual do Maranhatildeo Licenciatura Plena em Magisteacuterio das Seacuteries Iniciais do Ensino Fundamental Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio Grande do Sul -Engenharia Quiacutemica

bull Universidade Federal de Ouro Preto Licenciatura em Educaccedilatildeo Baacutesica - Anos Iniciais

bull Faculdade de Educaccedilatildeo Satildeo Luis em Jaboticabal- SP - Poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu em Didaacutetica Metodologia do Ensino em Liacutengua Portuguesa Aprendizagem Matemaacutetica Aprendizagem em Geografia Psico-Pedagogia

bull Universidade Braz Cubas Especializaccedilatildeo em Direito Civil e em Direito Penal

A lista das instituiccedilotildees credenciadas e de cursos autorizados para a oferta de cursos superiores a distacircncia encontra-se em wwwmecgovbr

Eacute crescente o nuacutemero de cursos de graduaccedilatildeo e lato sensu a distacircncia enviados ao MEC para autorizaccedilatildeo Entre eles parecem importantes o Projeto Veredas Curso Especial de Graduaccedilatildeo em Pedagogia promovido pela Secretaria de Educaccedilatildeo de Minas Gerais com 19 instituiccedilotildees de ensino superior para formaccedilatildeo de professores em serviccedilos do Estado A Universidade de Brasiacutelia tambeacutem estaacute comeccedilando

um curso de graduaccedilatildeo a distacircncia de Pedagogia para Professores em exerciacutecio no iniacutecio de Escolarizaccedilatildeo em convecircnio com a Secretaria de Educaccedilatildeo do Distrito Federal O Instituto IUVB - um consoacutercio de dez universidades privadas brasileiras - estaacute pedindo autorizaccedilatildeo para oferecer cinco cursos de graduaccedilatildeo a distacircncia na aacuterea de humanas A Unisul - de Santa Catarina - estaacute pleiteando cursos de graduaccedilatildeo e de especializaccedilatildeo assim como a UNOPAR de Londrina a FACINTER de Curitiba a Universidade Federal de Alagoas a UNOESC da Bahia entre outras

um fenocircmeno importante em educaccedilatildeo a distacircncia eacute a organizaccedilatildeo em redes consoacutercios ou associaccedilotildees Os principais consoacutercios redes ou associaccedilotildees de instituiccedilotildees para oferta de cursos de niacutevel superior no Brasil satildeo os seguintes

bull CEDERJ - Centro de Educaccedilatildeo Superior do Rio de Janeiro www ceder) rj gov br

O Consoacutercio Centro de Educaccedilatildeo a Distacircncia do Estado do Rio de Janeiro - CEDERJ eacute uma iniciativa das Universidades Puacuteblicas do Estado do Rio de Janeiro com a Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia e prefeituras municipais para capacitar a distacircncia professores em serviccedilo sem niacutevel superior e abrir as diversas licenciaturas para futuros professores fixando-os no interior do Estado As universidades satildeo

Universidade Estadual do Norte Fluminense - UENF Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ Universidade Federal Fluminense - UFF Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ Universidade do Rio de Janeiro - UNIRIO

Neste momento existem duas licenciaturas a distacircncia em funcionamento - Matemaacutetica e Ciecircncias Bioloacutegicas com aproximadamente 800 alunos - e estatildeo sendo autorizada a licenciatura em Pedagogia e em outras aacutereas de conhecimento Os cursos alternam momentos presenciais e a distacircncia e utilizam material didaacutetico impresso CD-ROM Internet tutoria presencial e a distacircncia em poacutelos regionais organizados em escolas em convecircnio com Prefeituras equipadas com laboratoacuterios bibliotecas computadores Internet As avaliaccedilotildees satildeo feitas a distacircncia e presencialmente

bull Instituto UVB - Universidade Virtual Brasileira wwwuvbbr

A Rede Brasileira de Ensino a Distacircncia eacute o resultado da associaccedilatildeo de 10 instituiccedilotildees de ensino superior do paiacutes que formaram o Instituto IUVBBR

A Rede tem 10 instituiccedilotildees em vaacuterias regiotildees do paiacutes congrega mais de 6 mil professores e mais de 100 mil alunos no ensino presencial com cursos em todas as aacutereas da ciecircncia As instituiccedilotildees satildeo

Universidade Anhembi Morumbi - Anhembi Morumbi Unicentro Newton Paiva - Newton Paiva Universidade Potiguar - UNP Universidade da Amazocircnia - UNAMA Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Regiatildeo do Pantanal - UNIDERP Centro Universitaacuterio Monte Serracirct - UNIMONTE Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL Centro Universitaacuterio do Triacircngulo - UNIT Universidade Veiga de Almeida - UVA Centro Universitaacuterio Vila Velha -UVV

O Instituto IUVB oferece cursos de extensatildeo de especializaccedilatildeo e estaacute pedindo autorizaccedilatildeo ao MEC para oferecer cinco cursos de graduaccedilatildeo a distacircncia A ecircnfase eacute nos cursos on-line atraveacutes da Internet na aacuterea de humanas (Administraccedilatildeo Economia Turismo) Os professores dos principais cursos costumam fazer parte dos quadros das universidades conveniadas principalmente da Anhembi-Morumbi como Instituto pode oferecer cursos de graduaccedilatildeo como uma entidade autocircnoma sem precisar do credenciamento de cada universidade especificamente para educaccedilatildeo a distacircncia

bull UniRede - Universidade Virtual Puacuteblica do Brasil wwwuniredebr

A UniRede eacute um consoacutercio que reuacutene 68 instituiccedilotildees puacuteblicas de ensino superior e conta com o apoio do Ministeacuterio de Educaccedilatildeo o de Ciecircncia e Tecnologia e do FINEP Ela possibilita que as melhores instituiccedilotildees puacuteblicas unam competecircncias para um trabalho em rede baseado no uso intensivo de tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo evitando iniciativas duplicadoras e a dispersatildeo de recursos Atualmente desenvolvem alguns cursos de graduaccedilatildeo de especializaccedilatildeo e de extensatildeo O potencial eacute imenso As dificuldades estatildeo em agilizar o gerenciamento de universidades burocraacuteticas lentas diante da competitividade das instituiccedilotildees privadas

A UNIREDE desenvolve o Programa ProDocecircncia cujo objetivo eacute oferecer cursos de licenciaturas de 1 a 4a seacuteries e de Ciecircncias aos mais de 800 mil docentes brasileiros sem graduaccedilatildeo Ateacute agora satildeo seis as universidades que estatildeo oferecendo cursos de graduaccedilatildeo para professores em serviccedilo que natildeo possuem niacutevel superior

Satildeo elas Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) Universidade Federal de Ouro Preto Universidade Federal do Espiacuterito Santo (UFES) Universidade Federal do Maranhatildeo (UFMA) Universidade

do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Universidade Estadual de Maringaacute (UEM)

O grande problema das universidades puacuteblicas eacute a dependecircncia de financiamento governamental pois natildeo podem cobrar do aluno Mas em julho de 2002 foi aprovada no Projeto de Lei de Diretrizes Orccedilamentaacuterias (LDO) para 2003 uma emenda que autoriza o repasse de verbas para a criaccedilatildeo de 180 mil vagas no ensino a distacircncia para a qualificaccedilatildeo de professores que natildeo tecircm curso superior

bull UniVirCO - Universidade Virtual do Centro-Oeste WWW universidadevirtual brunivirco_index htm

Eacute um consoacutercio de cooperaccedilatildeo teacutecnica cientiacutefica e acadecircmica formada por sete (7) universidades estaduais e federais puacuteblicas da Regiatildeo Centro-Oeste

As Instituiccedilotildees conveniadas satildeo Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul - UEMS Universidade Federal de Goiaacutes - UFG Virtual Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - UFMS Universidade Federal do Mato Grosso -UFMT Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT Universidade de Brasiacutelia - UnB Virtual

A UniVirCO pretende incentivar pesquisas em grupo e projetos coletivos pesquisar novas formas de aprendizagem em ambientes onshyline novas estrateacutegias de planejamento desenvolvimento e de avaliaccedilatildeo possibilitar a formaccedilatildeo inicial e permanente dos professores e profissionais de diferentes segmentos da sociedade visando a ampliaccedilatildeo do conhecimento

com a criaccedilatildeo da UNIREDE parece pouco definida a atuaccedilatildeo especiacutefica da UniVirCO como uma rede menor (Centro-Oeste) dentro da rede nacional

bull RICESU - Rede de Instituiccedilotildees Catoacutelicas de Ensino Superior www ricesu com br

Estaacute se formando uma rede de instituiccedilotildees catoacutelicas para atuar no Ensino Superior a Distacircncia As Instituiccedilotildees conveniadas satildeo Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Campinas - PUC-Campinas Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Paranaacute - PUC-PR Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio Grande do Sul - PUC-RS Universidade Catoacutelica de Brasiacutelia - UCB Universidade Catoacutelica de Pernambuco - UNICAP Universidade Catoacutelica de Santos - UNISANTOS Universidade do Vale

do Rio dos Sinos - UNISINOS Universidade Catoacutelica de Salvador UCSAL Universidade Catoacutelica Dom Bosco - UCDB e o Centro Universitario La Salle - UN1LASALLE

Em uma primeira etapa as instituiccedilotildees catoacutelicas criaram a revista eletrocircnica Colaborreg dedicada a temas de ensino-aprendizagem principalmente a distacircncia cujo primeiro nuacutemero comeccedilou em agosto de 2001

A segunda iniciativa da rede eacute a organizaccedilatildeo de uma biblioteca digital com o acervo das universidades associadas Atualmente a RICESU estaacute definindo a poliacutetica de educaccedilatildeo contiacutenua a integraccedilatildeo de cursos e recursos humanos e tecnoloacutegicos

921 Cursos de niacutevel superior em parceria

Projeto Veredas

Curso de Formaccedilatildeo Superior de Professores www veredas educaccedilatildeo mg go v br

O Curso da Secretaria de Educaccedilatildeo de Minas Gerais comeccedila a ser ministrado em parceria com 18 universidades centros universitaacuterios e outras instituiccedilotildees de ensino superior com experiecircncia em formaccedilatildeo de professores Foram oferecidas 15000 vagas destinadas a professores em exerciacutecio nos quatro anos iniciais do ensino fundamental sendo 12000 para a rede estadual e 3000 para as redes municipais de ensino (para professores em exerciacutecio que natildeo possuem niacutevel superior) Essas vagas foram distribuiacutedas em 21 poacutelos regionais e 29 Sub-Poacutelos (lotes) para possibilitar aos professores cursistas participar das atividades do curso sem se afastarem de suas atividades de ensino

bull PEC - Programa Especial de Formaccedilatildeo Universitaacuteria de Professores

Programa da Secretaria de Educaccedilatildeo de Satildeo Paulo em convecircnio com a USP a UNESP e a PUC-SPTrata-se de um programa especial de Licenciatura plena para professores das seacuteries inicias do Ensino Fundamental Comeccedilou em junho de 2001 e eacute coordenado pelas universidades PUC-SP USP e UNESP e conta atualmente com 6235 alunos professores efetivos da rede puacuteblica de ensino em todo o estado de Satildeo Paulo distribuiacutedos em trecircs periacuteodos e agrupados em 46 Ambientes de Aprendizagem distribuiacutedos em 34 localidades no Estado de Satildeo Paulo A grande maioria destes docentes (5815) estaacute em exerciacutecio como professores em escolas da rede puacuteblica estadual Os iacutendices de desistecircncia e evasatildeo do curso satildeo baixos de 645 A carga horaacuteria miacutenima eacute de 3100 horas de trabalho estabelecida pela Deliberaccedilatildeo 1201 do Conselho Estadual de Educaccedilatildeo sendo

bull 1600 horas de atividades de aulas bull 400 horas de atividades complementares bull 300 horas de vivecircncias educadoras na escola e bull 800 horas de reconhecimento de exerciacutecio profissional

associado ao trabalho

O uso combinado de tecnologias e do trabalho presencial vem possibilitando o desenvolvimento das seguintes modalidades de atividades

gt Teleconferecircncias aulas ministradas por convidados especiais que atraveacutes de exposiccedilotildees anaacutelises de mateacuterias gravadas e debates discutem os temas centrais do programa Satildeo transmitidas para todos os alunos simultaneamente a partir de um estuacutedio montado na TV Cultura Os alunos interagem atraveacutes do uso de fax e e-mail

gt Videoconferecircncias aulas ministradas por docentes das Universidades que abordam o referencial teoacuterico-conceitual do curso Cada videoconferecircncia pode ser transmitida para 4 5 salas de aula de cerca de 40 alunos permitindo a interaccedilatildeo dos diferentes grupos em tempo real O programa desenvolveu uma sistemaacutetica de treinamento e um manual de referecircncia para os professores que se utilizam das tecnologias envolvidas visando explorar ao maacuteximo seu potencial pedagoacutegico

gt Trabalhos Monitorados apoio agrave aprendizagem mediante aprofundamento dos temas trabalhados nas teleconferecircncias e videoconferecircncias As sessotildees de trabalho monitorado satildeo de trecircs tipos sessotildees on-line (orientadas por professores assistentes via intranet) sessotildees off-line (apoiadas pelos professores-tutores de forma presencial) e sessotildees de suporte (desenvolvidas autonomamente pelos alunos-professores a partir de atividades previamente designadas) Para estas modalidades os docentes estatildeo desenvolvendo um material de apoio especiacutefico para o programa tanto para circulaccedilatildeo na WEB quanto impresso O programa jaacute produziu com formato editorial proacuteprio 1859 paacuteginas de conteuacutedos impressos de apoio ao estudo e aprendizado e 16 sessotildees de LearnigSpace ambiente de aprendizagem utilizado para o desenvolvimento dos trabalhos on-line Existe tambeacutem um programa proacuteprio de capacitaccedilatildeo para os professores-assistentes (que interagem on-line) e de acompanhamento e avaliaccedilatildeo das possibilidades de trabalho e interaccedilatildeo suscitadas pelo trabalho monitorado on-line

gt Vivecircncias Educadoras atividades praacuteticas pedagoacutegicas que acompanham o processo de formaccedilatildeo propondo a articulaccedilatildeo dos referenciais teoacuterico-conceituais com a praacutetica dos professores Neste momento do curso concentram-se em torno do tratamento didaacutetico do estudo das diferentes aacutereas curriculares

gt Oficinas Culturais atividades que objetivam ampliar o universo cultural dos alunos-professores no que diz respeito aos diferentes usos da leitura e da escrita e agraves vaacuterias manifestaccedilotildees artiacutesticas

922 Principais instituiccedilotildees de ensino superior em EAD Sao muitas as instituiccedilotildees que estatildeo desenvolvendo cursos

superiores no Brasil Praticamente todas as Instituiccedilotildees tecircm um Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia e oferecem alguns cursos interna e externamente de curta meacutedia ou longa duraccedilatildeo Indicamos a seguir algumas instituiccedilotildees - entre muitas outras que poderiam ser citadas - que estatildeo se destacando atualmente em EAD e estatildeo contribuindo com novos cursos ou novas metodologias de ensino-aprendizagem

bull MT - Universidade Federal do Mato Grosso wwwufmtbr

A UFMT eacute ligada agrave UNIREDE e a UniVirCO

A Universidade Federal do Mato Grosso em Cuiabaacute eacute uma das universidades pioneiras em educaccedilatildeo a distacircncia no Brasil principalmente no ensino superior O curso Educaccedilatildeo Baacutesica 1ordm a 4o seacuteries na modalidade Licenciatura Plena iniciou seu funcionamento no ano de 1995 em caraacuteter experimental em convecircnio com a Secretaria de Educaccedilatildeo do Estado de Mato Grosso e algumas prefeituras do poacutelo regional de Coliacuteder MT com 352 alunos iniciais dos quais 290 concluiacuteram o curso entre 1999 e 2001 Foi realizado em 1999 um segundo vestibular com o preenchimento de 2164 vagas distribuiacutedas em 05 poacutelos regionais nas cidades de Coliacuteder Diamantino Juara Juina e Terra Nova Atualmente continuam matriculados 2067 alunos com uma evasatildeo meacutedia nos dois uacuteltimos anos de 44

Em cada Poacutelo haacute ainda uma estrutura administrativo-pedagoacutegica com pessoal de apoio agraves atividades de secretaria e uma equipe de orientadores acadecircmicos responsaacuteveis pelo acompanhamento e orientaccedilatildeo do processo de aprendizagem dos alunos dos vaacuterios municiacutepios sob sua jurisdiccedilatildeo Em cada poacutelo haacute ainda um coordenador eleito dentre os orientadores Esses orientadores desempenham funccedilotildees no acircmbito do processo de ensinoaprendizagem e da avaliaccedilatildeo curricular Cada

Centro Regional conta com uma equipe de Orientadores Acadecircmicos na proporccedilatildeo de 20 alunos por orientador Os alunos recebem materiais impressos e CD-ROMs Os poacutelos regionais e os centros locais em escolas das Prefeituras estatildeo equipados com computadores FAX e Internet

A UFMT desenvolve tambeacutem um curso de Poacutes Lato Sensu sobre Formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo a Distacircncia

bull PUCCAMP - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Campinas wwwpuc-campinasbredmc

O Ensino a Distacircncia vem sendo oferecido desde 1998 tendo seu iniacutecio com o Curso de Mestrado em Informaacutetica A PUC de Campinas eacute conveniada agrave RICESU Rede de Instituiccedilotildees Catoacutelicas de Ensino Superior Possui um ambiente proacuteprio na Internet

Oferece os seguintes cursos

Poacutes-Graduaccedilatildeo - Strictu Sensu (Mestrado) Gerenciamento em Sistemas de Informaccedilatildeo Sistemas de Computaccedilatildeo Sistemas de Telecomunicaccedilatildeo e Informaacutetica

2 Poacutes-Graduaccedilatildeo - Lato Sensu Arquitetura Cliente Servidor Gestatildeo Educacional Perspectivas da Praxis Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo de Recursos Humanos

3 Cursos Sequumlenciais Formaccedilatildeo Especiacutefica em Administraccedilatildeo de Recursos e Produccedilatildeo Formaccedilatildeo Especiacutefica em Tecnologia de Informaccedilatildeo Aplicada a Instituiccedilotildees Financeiras

A PUC eacute junto com a Universidade Federal de Santa Catarina pioneira em cursos de mestrado a distacircncia A PUC implantou em marccedilo de 1998 um projeto-piloto de Educaccedilatildeo a Distacircncia Mediada por Computador - EDMC - como opccedilatildeo dentro do Mestrado em Informaacutetica envolvendo oito alunos localizados a grandes distacircncias de Campinas ou seja Rondonoacutepolis-MT Uberaba-MG Vitoacuteria-ES Goiacircnia-GO Salvador-BA entre outras Os alunos frequumlentam aulas presenciais numa proporccedilatildeo de um quarto com relaccedilatildeo agraves aulas virtuais estas realizadas por meio de um a combinaccedilatildeo de aulas remotas siacutencronas (do tipo sala de discussatildeo ou chat) e assiacutencronas (do tipo news-group) atraveacutes da Internet onde cada disciplina disponibiliza seu material didaacutetico em Home-Page especialmente projetada para o Curso de Mestrado (wwwmestradonarpuc-campinasbr)

bull Universidade Anhembi Morumbi wwwanhembibrei

Conveniada ao Instituto Universidade Virtual Brasileira Tem ambiente proacuteprio para EAD e utiliza tambeacutem o ambiente

Blackboard Na Universidade Anhembi Morumbi o Ensino Interativo (El)

que teve iniacutecio em 1995 com o primeiro curso de Moda on-line do Brasil faz parte do Departamento de Ensino Interativo a Distacircncia e oferece cursos de extensatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu a distacircncia e cursos de graduaccedilatildeo como apoio ao presencial

1 Graduaccedilatildeo (apoio ao presencial) Projeto Cliacutenicos On-line (para os alunos do 1ordm semestre da Universidade como complemento nas aacutereas de Matemaacutetica e Liacutengua Portuguesa carga horaacuteria 34 horas em oito semanas) Adaptaccedilotildees e Dependecircncias Orientadas pela Internet (oferece as disciplinas Metodologia da Pesquisa Cientiacutefica Histoacuteria das Ciecircncias Filosofia Psicologia Ciecircncias Sociais Comunicaccedilatildeo e Expressatildeo e Nutriccedilatildeo Materno-infantil) 2 Poacutes Graduaccedilatildeo - Lato Sensu Moda em Comunicaccedilatildeo (com Habilitaccedilatildeo em Arte e Cultura Marketing ou Design de Moda)

bull UNIFESP - Universidade Federal de Satildeo Paulo EPM - Escola Paulista de Medicina wwwvirtualepmbr

Conveniada agrave UNIREDE

O Laboratoacuterio de Ensino a Distacircncia (LED) do Departamento de Informaacutetica em Sauacutede (DIS) foi formalizado em 2000 e eacute responsaacutevel pelos projetos em educaccedilatildeo a distacircncia da UNIFESP Virtual O LED tem ambiente na Internet proacuteprio

Oferece os seguintes cursos de Poacutes-Graduaccedilatildeo Lato Sensu

bull Especializaccedilatildeo em Dependecircncia Quiacutemica bull Especializaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica

Entre os cursos de Extensatildeo se destacam Baacutesico de Atualizaccedilatildeo em Dependecircncias Revisatildeo sistemaacutetica e metanaacutelise Teacutecnica Operatograveria e Cirurgia Experimental Simulaccedilatildeo de Desastre Atualizaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Cliacutenica - Moacutedulo I Atualizaccedilatildeo em Enfermagem em Nefrologia

Baacutesico de Dermatologia para Meacutedicos Cliacutenicos Atualizaccedilatildeo para Professores e Tutores de Cursos a Distacircncia em Sauacutede Introduccedilatildeo a EAD para o Mestrado em Oftalmologia

Oferece algumas disciplinas de Graduaccedilatildeo on-line nos cursos de Biomedicina de Medicina de Tecnologia Oftaacutelmica e de Fonoaudiologia

bull PUC RS - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio Grande do Sul www eadpucrs br Conveniada agrave RICESU

Em 1997 o reitor da PUC RS criou um grupo de trabalho visando agrave criaccedilatildeo de uma Universidade Virtual Em 1999 o projeto de credenciamento da PUC RS Virtual foi encaminhado ao MEC para aprovaccedilatildeo junto com o curso de Engenharia quiacutemica a distacircncia Em 2000 inaugura-se oficialmente a PUC RS Virtual

Eacute uma das universidades melhor equipadas para Educaccedilatildeo a Distacircncia Oferece aulas por viacutedeo e teleconferecircncia Internet e material impresso

Oferece cursos de extensatildeo graduaccedilatildeo e lato sensu

1 A PUC-RS estaacute oferecendo o primeiro curso de graduaccedilatildeo em engenharia quiacutemica a distacircncia em parceria com a OPP Petroquiacutemica SA

2 Em 20012002 estaacute desenvolvendo 13 cursos de especializaccedilatildeo e 6 cursos de extensatildeo com uma meacutedia de 3000 alunos

Em Especializaccedilatildeo destacam-se os cursos de

bull Direito Processual Civil (360hs- abril 2002julho 2003) bull Educaccedilatildeo Especial (380hs- maio 2002junho 2003) bull Gestatildeo Empresarial (375hs- abril 2002julho 2003) bull Gestatildeo em Sauacutede ecircnfase hospitalar (375hs- abril 2002

dezembro 2002) bull Marketing Poliacutetico e Persuasatildeo Eleitoral (360hs- junho 2002

julho 2003) bull Orientaccedilatildeo Educacional bull Psicologia nos Processos Educacionais (360hs + trabalho de

conclusatildeo - abril 2002julho 2003)

bull Psicologia nas Organizaccedilotildees (360hs + trabalho de conclusatildeo - abril 2002julho 2003)

bull Psicologia na Comunicaccedilatildeo (360hs + trabalho de conclusatildeo -20022003)

bull Psicooncologia (375hs + trabalho de conclusatildeo - maio 2002 julho 2003)

bull Supervisatildeo Escolar (375hs + trabalho de conclusatildeo - abril 2002 junho 2003)

bull Tecnologias de Informaccedilatildeo e de Comunicaccedilatildeo em Educaccedilatildeo (390hs- agosto 2002julho 2003) UNB - Universidade de Brasiacutelia wwwnedunbbr

A Universidade de Brasiacutelia eacute uma das pioneiras em Educaccedilatildeo a Distacircncia principalmente em especializaccedilatildeo desde a deacutecada de oitenta Eacute uma das coordenadoras da Unirede e da UniVirCo Alguns cursos utilizam mais a miacutedia impressa outros a Internet

Atualmente a UNB estaacute desenvolvendo um curso especial de graduaccedilatildeo a distacircncia de Pedagogia para Professores em exerciacutecio no iniacutecio de Escolarizaccedilatildeo que estaacute sendo autorizado pelo MEC a pedido da Secretaria de Educaccedilatildeo do Distrito Federal O Curso dura 03 (trecircs) anos com carga horaacuteria de 3210 horas integralizadas com 1284 (40) presenciais e 1926 horas (60) natildeo presenciais trabalhadas com recursos de tecnologia multimiacutedia textos impressos viacutedeos e interaccedilotildees da INTERNET Iniciou em 2001 com 1000 alunos - professores em serviccedilo - por semestre ateacute completar 5000 no primeiro semestre de 2003 A UNB estaacute organizando 6 (seis) Centros Regionais Informatizados para a Educaccedilatildeo destinados a atender os cursistas e os monitores no desenvolvimento de tarefas presenciais e dar apoio agraves atividades desenvolvidas on line

Cursos oferecidos em Poacutes-Graduaccedilatildeo Lato Sensu Avaliaccedilatildeo Institucional Ensino de Ciecircncias sob o Prisma da Educaccedilatildeo Ambiental Capacitaccedilatildeo em Serviccedilo Social e Poliacutetica Social Odontologia em Sauacutede Coletiva E desenvolve muitos cursos de extensatildeo entre eles A Redaccedilatildeo como Libertaccedilatildeo Educaccedilatildeo Municiacutepio e Cidadania Ensino de Ciecircncias sob o Prisma da Educaccedilatildeo Ambiental Formaccedilatildeo em Agente Indiacutegena em Sauacutede Bucal Freud Pensamento e Accedilatildeo Introduccedilatildeo Criacutetica ao Direito Introduccedilatildeo Criacutetica ao Direito do Trabalho Jean-Jacques Rousseau Manual de Criaccedilatildeo e Elaboraccedilatildeo de Materiais para Educaccedilatildeo a Distacircncia O Pensamento Inquieto Poliacutetica Social Prevenccedilatildeo ao Uso Indevido de Drogas - Diga SIM agrave Vida

bull UFPR - Universidade Federal do Paranaacute wwwneadufprbr

Conveniada agrave UNIREDE

Em meados de setembro de 1998 foi criada a Comissatildeo Intersetorial encarregada de desenvolver uma preacute-proposta de criaccedilatildeo de um nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia na Universidade Em 28 de janeiro de 1999 o Conselho Universitaacuterio aprovou por unanimidade a institucionalizaccedilatildeo da EAD na UFPR e a Portaria ndeg 37099 da Reitoria de 10 de fevereiro de 1999 cria o NE AD - Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia

1 Graduaccedilatildeo

Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia - Seacuteries Iniciais do Ensino Fundamental (3240hs sendo 2368 a distacircncia e 872 presenciais) credenciado e aprovado pelo MEC Abriu no primeiro vestibular em maio de 2000 600 vagas sendo duzentas para a regiatildeo de Pato Branco (PR) duzentas para a regiatildeo de Apucarana (PR) e mais duzentas vagas para uma entidade religiosa Todos os candidatos que realizaram o processo seletivo satildeo professores que estatildeo atuando na educaccedilatildeo infantil eou seacuteries iniciais do Ensino Fundamental e estatildeo vinculados agraves entidades conveniadas Realizou ateacute agora dois vestibulares e conta com mais de 800 alunos

2 Poacutes-Graduaccedilatildeo

Curso UNIREDE de Formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo a Distacircncia Curso de 480h correspondentes a moacutedulos que podem ser cursados de forma independente eou complementar proporcionando diferentes niacuteveis de certificaccedilatildeo

gt Extensatildeo (45h a 150h) gt Aperfeiccediloamento (180h a 300h) gt Especializaccedilatildeo Latu Sensu (480h) - incluindo monografia

O curso eacute realizado predominantemente atraveacutes da Internet com a consolidaccedilatildeo de grupos colaborativos de aprendizagem (chats foacuteruns e listas de discussatildeo) e suporte de material impresso viacutedeo e teleconferecircncia

Curso de Formaccedilatildeo de Professores (360hs sendo 33 presencial 20 por tutoria e 47 a distacircncia) e Curso de Miacutedias Integradas (360hs sendo 33 presencial 20 por tutoria e 47 a distacircncia)

bull AIEC - Associaccedilatildeo Internacional de Educaccedilatildeo Continuada Faculdade de Administraccedilatildeo de Brasiacutelia wwwaiecbr

A Associaccedilatildeo Internacional de Educaccedilatildeo Continuada - AIEC eacute a primeira Faculdade a implantar um curso de graduaccedilatildeo em administraccedilatildeo a distacircncia no Brasil Eacute mantida pela FAAB Tem atualmente aproximadamente 800 alunos Manteacutem Centros Regionais de apoio em salas da Associaccedilatildeo dos Funcionaacuterios do Banco do Brasil Nesses centros satildeo realizadas as verificaccedilotildees de aprendizagem as reuniotildees de trabalho em grupo debates de filmes ou palestras e atendimento de Secretaria Cada Centro dispotildee de um Coordenador Regional que exerce a supervisatildeo administrativa das atividades do curso

bull UFMS - Universidade Federal do Mato Grosso do Sul www ead ufms br Vinculada agrave UNIREDE e agrave UniVirCO

Desenvolve o Curso de Graduaccedilatildeo de Pedagogia na modalidade Licenciatura Plena com habilitaccedilatildeo em Formaccedilatildeo de Professores para os anos iniciais do Ensino Fundamental autorizado pelo MEC

com duraccedilatildeo miacutenima de 4 (quatro) anos e maacutexima de 5 (cinco) anos o curso tem 50 da carga horaacuteria presencial e 50 da carga horaacuteria agrave distacircncia para professores e alunos do Mato Grosso do Sul Utiliza material impresso proacuteprio e Internet Realizou o primeiro vestibular

Outros cursos importantes de Poacutes Graduaccedilatildeo Lato Sensu Orientadores Pedagoacutegicos em Educaccedilatildeo a Distacircncia Educaccedilatildeo Profissional na aacuterea de Sauacutede Enfermagem Poliacuteticas e Gestatildeo Educacional Educaccedilatildeo em Arte e as novas Tecnologias

bull UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina www led ufsc br www ufsc br

A Universidade Federal eacute uma das pioneiras em cursos que utilizam videoconferecircncia e Internet a distacircncia a partir do LED -Laboratoacuterio de Educaccedilatildeo a Distacircncia do Curso de Engenharia de Produccedilatildeo Atualmente o LED se separou do Departamento de Engenharia de Produccedilatildeo Os cursos principais de Poacutes - Lato Sensu satildeo Empreendedorismo Engenharia e Gestatildeo Rural e Agroindustrial Engenharia de Produccedilatildeo Gestatildeo Rural e Agroindustrial Gestatildeo de Ensino Teacutecnico Gestatildeo Fazendaacuteria Planejamento Estrateacutegico ecircnfase em Agrobusiness Marketing para Gestatildeo Empresarial E em educaccedilatildeo

continuada Introduccedilatildeo agrave educaccedilatildeo a distacircncia Gestatildeo escolar Criaccedilatildeo de empresas Jovens empreendedores Educaccedilatildeo ambiental

bull UDESC - Universidade Estadual de Santa Catarina httpvirtualudescbr Vinculada agrave Unirede

O curso principal de Graduaccedilatildeo a Distacircncia eacute o de Pedagogia A UDESC Virtual esta levando a EAD a 136 Municiacutepios Catarinenses atendendo a aproximadamente 15 mil alunos A carga horaacuteria do Curso eacute de 3210 horasaulaatividade correspondentes a 214 creacuteditos Deste total de horas 2565 (171 creacuteditos - 80) satildeo desenvolvidas na modalidade de Educaccedilatildeo a Distacircncia e 645 (43 creacuteditos - 20) satildeo reservadas para encontros presenciais Estes encontros satildeo realizados semanalmente nos Nuacutecleos de Formaccedilatildeo com a presenccedila de um tutor A percentagem miacutenima de frequumlecircncia nos momentos presenciais em cada disciplina do curso eacute de 75 Aleacutem disso uma das avaliaccedilotildees da disciplina eacute uma prova escrita de caraacuteter individual em que o aluno tambeacutem deve estar presente

Curso de Poacutes Graduaccedilatildeo - Especializaccedilatildeo em Gestatildeo Escolar que visa capacitar as equipes de gestatildeo das escolas puacuteblicas estaduais e outros profissionais envolvidos com a mesma O curso estaacute sendo oferecido em Santa Catarina e Cearaacute (Convecircnio com a Universidade Estadual do Cearaacute e a Secretaria do Estado do Cearaacute)

bull UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul wwwufrgsbr

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul desenvolve um curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo Lato Sensu a distacircncia sobre Informaacutetica na Educaccedilatildeo Entre os cursos de Extensatildeo a Distacircncia destacam-se Administraccedilatildeo Municipal eficaz com Responsabilidade Fiscal Design de Superfiacutecie Fundamentos e Teacutecnicas de Groupware Planejamento Estrateacutegico em Sauacutede Na Graduaccedilatildeo eacute oferecida a distacircncia a disciplina Sistemas de Informaccedilatildeo Gerencial A URGS utiliza os ambientes virtuais NAVI e Aulanet entre outros

bull UFES - Universidade Federal do Espiacuterito Santo wwwneaadufesbr

Conveniada agrave UNIREDE Oferece os seguintes cursos

1 Graduaccedilatildeo

Pedagogia em seacuteries iniciais do Ensino Fundamental habilitaccedilatildeo em Licenciatura Plena em Educaccedilatildeo a Distacircncia credenciado pelo MEC Estaacute preparando os cursos Administraccedilatildeo e Gestatildeo Puacuteblica e Formaccedilatildeo Pedagoacutegica

2 Poacutes-Graduaccedilatildeo

A UFES oferece um curso de especializaccedilatildeo em EAD em Seguranccedila do Trabalho e de aperfeiccediloamento em EAD para Orientadores Acadecircmicos Especializaccedilatildeo em Seguranccedila do Trabalho Aperfeiccediloamento em EAD Aperfeiccediloamento em EAD - Orientadores Acadecircmicos Aperfeiccediloamento em Esporte Educacional

Atua na Coordenaccedilatildeo do Nuacutecleo de Oferta Regional do Curso de Extensatildeo TV na Escola e os Desafios de Hoje promovido pela UNIREDE e Secretaria de Ensino a Distacircncia do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

Os cursos propostos na modalidade de EAD satildeo estruturados atraveacutes da combinaccedilatildeo das modalidades de Ensino a Distacircncia e Presencial numa praacutetica bimodal ou semipresencial um terccedilo das atividades acadecircmicas satildeo realizadas presencialmente por meio de teleconferecircncias abertas orientaccedilatildeo acadecircmica individual ou para grupos e a apresentaccedilatildeo de seminaacuterios temaacuteticos semestrais As provas satildeo realizadas presencialmente

bull FGV - Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas wwwfg vsp brgvnet

O ambiente virtual eacute o WebCT Oferece principalmente o curso de Especializaccedilatildeo em Negoacutecios

para Executivos (396hs 2 ou 3 semestres) com algumas aulas presenciais videoconferecircncias atividades siacutencronas atraveacutes de chats e atividades assiacutencronas pela WEB

bull UCB - Universidade Catoacutelica de Brasiacutelia wwwcatolicavirtualbr

Desenvolve cursos de Lato Sensu em Turismo Filosofia e Existecircncia Educaccedilatildeo a Distacircncia

Tem ambiente proacuteprio e em alguns cursos o Universiteacute Alguns cursos satildeo pela Internet como o de Turismo Outros como o de Educaccedilatildeo a Distacircncia utilizam mais material impresso com apoio da Internet

Desenvolve tambeacutem um curso on-line para professores universitaacuterios de instituiccedilotildees salesianas do Brasil e de vaacuterios paiacuteses latino-americanos e europeus sobre Aprendizagem cooperativa e tecnologia educacional na Universidade

bull UFPE - Universidade Federal de Pernambuco www virtus ufpe br

Vinculada agrave UNIREDE

A Universidade Federal de Pernambuco desenvolve o ambiente Virtus desde 1996 Atualmente desenvolve os cursos de Lato Sensu Gestatildeo do patrimocircnio cultural integrado Hipermiacutedia Dos cursos de extensatildeo destacam-se E-learning para desenvolvimento de RH Gestatildeo da informaccedilatildeo em ambiente WEB Internet e educaccedilatildeo - criando sua comunidade virtual de aprendizagem Introduccedilatildeo agrave informaacutetica na educaccedilatildeo Introduccedilatildeo ao jornalismo on-line Introduccedilatildeo agrave programaccedilatildeo com aplicativos em JAVA Jornalismo investigativo na WEB Miacutedia aplicada agrave educaccedilatildeo

Outra instituiccedilatildeo que estaacute crescendo rapidamente em educaccedilatildeo a distacircncia eacute a PUC-MG com cursos de especializaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo ( httpvirtual 1 pucminas brdefault htm)

93 Estimativa do volume de estudantes e professores

um estudo ainda ineacutedito da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas estima que atualmente haacute 40 mil alunos em cursos de graduaccedilatildeo a distacircncia e 39 mil em cursos de formaccedilatildeo de professores Natildeo haacute nuacutemeros confiaacuteveis sobre o total de alunos em cursos de especializaccedilatildeo e de extensatildeo Haacute estimativas de um total de 200 mil alunos participando em algum momento de processos de educaccedilatildeo a distacircncia no niacutevel superior O potencial atual de alunos a distacircncia no niacutevel superior eacute de 700 mil Estima-se tambeacutem que estejam envolvidos atualmente ao redor de 4 mil professores orientadores e tutores em cursos a distacircncia no Brasil Esse nuacutemero tenderaacute a crescer significativamente nos proacuteximos anos

94 As metodologias e os recursos utilizados na educaccedilatildeo virtual

A maior parte dos cursos presenciais e a distacircncia continua focada no conteuacutedo na informaccedilatildeo no professor no aluno individualmente e na

interaccedilatildeo com o professortutor Alguns cursos a distacircncia comeccedilam a ser focados na construccedilatildeo do conhecimento e na interaccedilatildeo no equiliacutebrio entre o individual e o grupai entre o conteuacutedo e a interaccedilatildeo (aprendizagem cooperativa) sendo o conteuacutedo em parte preparado e em parte construiacutedo ao longo do curso

Os cursos presenciais comeccedilam a ser combinados com tempos e espaccedilos natildeo presenciais Comeccedila-se a sair em determinados momentos da sala de aula e a aprender tambeacutem em ambientes virtuais combinaacutendoshyos com os presenciais E na educaccedilatildeo a distacircncia com a comunicaccedilatildeo on-line haacute mais encontros saindo-se do isolamento que costumava existir

Tabela 91 Tecnologias utilizadas em cursos a distacircncia e semipresenciais

Tecnologias

Internet

TV

Raacutedio

CD-ROM

JornalImpressos

Videoconferecircncia

Viacutedeo

Total Midias

Norte

3

1

1

1

6

Nordeste

12

4

3

3

3

25

Sudeste

43

1

2

7

8

5

66

Centro-Oeste

9

1

4

1

1

16

Sul

14

3

1

3

4

4

3

32

Total

81

9

2

6

18

17

12

145

Nas universidades haacute um investimento claro na utilizaccedilatildeo da Internet Todas as universidades comeccedilam a adotar estrateacutegias de educaccedilatildeo on-line de forma mais instrucional ou interativa Muitos cursos focam o conteuacutedo disponibilizado na WEB sem tratamento inovador Outros preparam os materiais com cuidado atividades estudos de caso com metodologias mais participativas

95 As plataformas informaacuteticas de ensino e aprendizagem na educaccedilatildeo virtual

Sobre as plataformas natildeo haacute dados conclusivos Haacute universidades que possuem vaacuterias plataformas dependendo do Departamento Aacuterea de Conhecimento ou Projeto de Pesquisa Outras estatildeo migrando de plataforma O ambiente Blackboard soacute recentemente comeccedilou a se difundir no Brasil um bom nuacutemero de universidades estaacute desenvolvendo ambiente proacuteprio Por outro lado a uacuteltima versatildeo do Teleduc da Unicamp eacute multiplataforma e gratuita e provavelmente se expandiraacute rapidamente

Na atualidade predomina o uso das seguintes plataformas ou ambientes virtuais2 WebCT 10 IUVB 10 Aulanet 07 Teleduc 06

Learning Space 05 Ambiente proacuteprio 25 Universiteacute 03 Outros (Virtus Eureka Blackboard) 09

As ferramentas de comunicaccedilatildeo virtual ateacute agora satildeo predominantemente escritas e vias de transformarem-se em audiovisuais Por enquanto escrevemos mensagens respostas simulamos uma comunicaccedilatildeo falada Esses chats e foacuteruns permitem contatos a distacircncia podem ser uacuteteis mas soacute eles natildeo levaratildeo a uma grande revoluccedilatildeo automaticamente Depende muito do professor do grupo de sua maturidade sua motivaccedilatildeo do tempo disponiacutevel da facilidade de acesso Alguns alunos se comunicam bem no virtual outros natildeo Alguns satildeo raacutepidos na escrita e no raciociacutenio outros natildeo Alguns tentam monopolizar as falas (como no presencial) outros soacute observam Por isso eacute importante experimentar novas metodologia da educaccedilatildeo on-line desenvolvendo atividades pesquisas projetos formas de comunicaccedilatildeo em ambientes presenciais e virtuais

96 Os serviccedilos telemaacuteticos utilizados na educaccedilatildeo virtual

Os serviccedilos mais utilizados satildeo o correio eletrocircnico em 90 dos cursos superiores A WEB eacute a miacutedia que mais cresce na Educaccedilatildeo a Distacircncia no Brasil (81 instituiccedilotildees de ensino superior a utilizam nos seus cursos) O foacuterum eacute uma ferramenta que aparece em pelo menos 50 dos cursos O chat existe na maior parte dos ambientes mas a sua utilizaccedilatildeo eacute menos frequumlente Haacute criacuteticas agrave falta de ferramentas de gestatildeo de chat agrave dificuldade de reunir um nuacutemero grande de alunos de forma adequada Mas aos poucos os chats vatildeo incorporando recursos (como cores figuras sons e imagens) que os tornam mais atraentes

97 A relaccedilatildeo entre a educaccedilatildeo presencial e natildeo-presencial

As instituiccedilotildees de ensino superior se preocupam fundamentalmente com a educaccedilatildeo presencial A cultura predominante eacute a presencial e os alunos procuram em primeiro lugar os cursos regulares presenciais A educaccedilatildeo a distacircncia eacute procurada principalmente por formados ou por aqueles que perderam o prazo regular de realizar um curso superior Comeccedilam agora os cursos parcialmente a distacircncia dentro da educaccedilatildeo presencial O nuacutemero de disciplinas parcial ou totalmente a distacircncia dentro de cursos presenciais estaacute comeccedilando a aparecer mas eacute iacutenfimo em relaccedilatildeo ao peso da sala de aula A educaccedilatildeo a distacircncia sempre foi vista como supletiva emergencial ou complementar com a

LDB e com a Internet adquire uma dimensatildeo pedagoacutegica e mercadoloacutegica cada vez mais relevante

com a expansatildeo das redes de banda larga eacute possiacutevel acessar rapidamente as informaccedilotildees dos cursos a carregar viacutedeos e aacuteudios a visualizar o professor e os grupos de alunos em tempo real e a um custo relativamente baixo Tanto os cursos regulares presenciais como os a distacircncia vatildeo se aproximar do ponto de vista teacutecnico e metodoloacutegico Predominaratildeo nos proacuteximos anos os cursos semi-presenciais aproveitando o melhor do estar juntos e o melhor de estar conectados

Caminha-se para uma flexibilizaccedilatildeo forte de cursos tempos espaccedilos gerenciamento interaccedilatildeo metodologias tecnologias avaliaccedilatildeo Isso obriga a experimentar pessoal e institucionalmente modelos de cursos de aulas de teacutecnicas de pesquisa de comunicaccedilatildeo Todas as universidades e organizaccedilotildees educacionais em todos os niacuteveis precisam experimentar formas de integrar o presencial e o virtual garantindo a aprendizagem significativa Eacute importante que os nuacutecleos de educaccedilatildeo a distacircncia das universidades saiam do seu isolamento e se aproximem dos departamentos e grupos de professores interessados em flexibilizar suas aulas que facilitem o tracircnsito entre o presencial e o virtual

REFEREcircNCIAS

ALAVA Seacuteraphin (Org) Ciberspaccedilo e formaccedilotildees abertas rumo a novas praacuteticas educacionais Porto Alegre Artmed 2002

ALMEIDA M E B Projeto uma nova cultura de aprendizagem Disponiacutevel em ltwwwproinfogovbrgt Acesso em 25 mar 2002

AZEVEDO W A vanguarda (tecnoloacutegica) do atraso (pedagoacutegico) impressotildees de um educador online a partir do uso de ferramentas de courseware Disponiacutevel em ltwwwaquifoliumcombr educacionalartigosvanguardahtmlgt Acesso em 31 mar 2002

AZEVEDO W Comunidades virtuais precisam de animadores da inteligecircncia coletiva entrevista concedida ao portal da UVB (Universidade Virtual Brasileira) Disponiacutevel em ltwwwaquifoliumcombreducacionalartigosentruvbhtmlgt Acesso em 04 abr 2002

AZEVEDO W Muito aleacutem do jardim de infacircncia o desafio do preparo de alunos e professores on-line Disponiacutevel em

ltwwwaquifoliumcombreducacionalartigosmuitoalemhtmlgt Acesso em 04 abr 2002

BELLONI M L Educaccedilatildeo a distacircncia Campinas Autores Associados 1999

CASTELLS Manuel A sociedade em rede Rio de Janeiro Paz e Terra 1999

ESTEVES Antonia Petrowa OLIVEIRA Gabriella Dias de (Org) Educaccedilatildeo agrave distacircncia experiecircncias universitaacuterias Rio de Janeiro UERJ Centro de Tecnologia educacional 2001

HEIDE Ann STILBORNE Linda Guia do professor para a Internet Porto Alegre Artmed 2000

LANDIM Claudia Maria Ferreira Educaccedilatildeo a distacircncia algumas consideraccedilotildees Rio de Janeiro [sn] 1997

LITWIN Edith (Org) Educaccedilatildeo a distacircncia temas para o debate de uma nova agenda educativa Porto Alegre Artmed 2000

LUCENA Carlos FUKS Hugo A educaccedilatildeo na era da Internet Rio de Janeiro Clube do Futuro 2000

LUCENA Marisa um modelo de escola aberta na Internet kidlink no Brasil Rio de Janeiro Brasport 1997

MAIA Carmem Guia Brasileiro de educaccedilatildeo a distacircncia 2002-2003 Satildeo Paulo Esfera 2002

MORAES Maria Cacircndida (Org) Educaccedilatildeo a Distacircncia fundamentos e praacuteticas Campinas UNICAMPNIED 2002

Novas tendecircncias para o uso das tecnologias da informaccedilatildeo na educaccedilatildeo Disponiacutevel em ltwwwproinfogovbrgt Acesso em 06 abr 2002

MORAN Joseacute Manuel MASETTO Marcos BEHRENS Marilda Novas tecnologias e mediaccedilatildeo pedagoacutegica 4a ed Satildeo Paulo Papirus 2001

MORAN Joseacute Manuel Internet no ensino Comunicaccedilatildeo amp Educaccedilatildeo Satildeo Paulo v5 n14 p 17-26 janabr 1999

Textos sobre Tecnologias e Comunicaccedilatildeo Disponiacutevel em lthttp wwwecauspbrprofmorangt Acesso em 11 nov 2002

VALENTE J A Diferentes abordagens de educaccedilatildeo a distacircncia Disponiacutevel em ltwwwproinfogovbrgt Acesso em 23 mar 2002

A relaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior com a sociedade

Bernadete da Silva Ribeiro Batista

101 A relaccedilatildeo com o conjunto do sistema educativo

O sistema de ensino superior brasileiro relaciona-se com a sociedade por meio de muacuteltiplos canais a formaccedilatildeo de docentes e profissionais para a educaccedilatildeo basica o desenvolvimento de atividades de extensatildeo como tambeacutem atraveacutes de interaccedilotildees diversas com as empresas

A articulaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior com o restante do sistema educativo eacute ainda tenuemente consolidada e institucionalizada no Brasil Existem hoje escassos programas ou diretrizes legais destinados a promover uma maior interaccedilatildeo entre esses dois niacuteveis de ensino a qual restringe-se agrave formaccedilatildeo de docentes e profissionais para a educaccedilatildeo baacutesica

Conforme o previsto no artigo 62 da LDBN a formaccedilatildeo de docentes daacute-se mediante a oferta de cursos de niacutevel superiorlicenciatura plena em universidades ou institutos superiores de educaccedilatildeo Em seu art 63 prevecirc que Os institutos superiores de educaccedilatildeo manteratildeo cursos formadores de profissionais para a educaccedilatildeo baacutesica inclusive o Curso Normal Superior para formaccedilatildeo de docentes para a Educaccedilatildeo Infantil e quatro primeiras seacuteries do ensino fundamental programas de formaccedilatildeo pedagoacutegica para portadores de diploma de educaccedilatildeo superior que queiram se dedicar agrave educaccedilatildeo baacutesica programas de educaccedilatildeo continuada para os profissionais de educaccedilatildeo de diversos niacuteveis

A formaccedilatildeo de profissionais para a educaccedilatildeo baacutesica nas aacutereas de administraccedilatildeo planejamento inspeccedilatildeo supervisatildeo e orientaccedilatildeo educacional eacute oferecida em cursos de graduaccedilatildeo em Pedagogia ou em cursos de poacutes-graduaccedilatildeo segundo prevecirc o artigo 64 da LDBN

com relaccedilatildeo ao ingresso de estudantes nas universidades o artigo 51 prevecirc a autonomia das universidades no estabelecimento de criteacuterios que regeratildeo o processo de seleccedilatildeo Nesse sentido a LDBN estimula uma maior integraccedilatildeo entre o ensino meacutedio e o ensino superior que deveraacute ao estabelecer esses criteacuterios levar em consideraccedilatildeo as caracteriacutesticas

do ensino meacutedio responsaacuteveis pela preparaccedilatildeo dos candidatos para o ingresso na educaccedilatildeo poacutes-secundaacuteria Algumas faculdades e universidades tecircm estimulado essa integraccedilatildeo incorporando os resultados alcanccedilados pelos estudantes no ENEM (Exame Nacional do Ensino Meacutedio) como um dos criteacuterios para admissatildeo aos cursos de graduaccedilatildeo

102 A relaccedilatildeo com o sistema econocircmico

A interaccedilatildeo universidade-empresa constitui-se nos dia de hoje num instrumento importante de promoccedilatildeo do desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico dos paiacuteses representando uma experiecircncia largamente incentivada e desenvolvida nos Estados Unidos Coreacuteia Canadaacute Franccedila e Japatildeo No caso do Brasil os mecanismos de interaccedilatildeo mais complexos entre esses dois setores comeccedilaram a se desenvolver a partir da deacutecada de 90

Em fevereiro de 1992 foi criado o Instituto Uniemp (Foacuterum Permanente das Relaccedilotildees Universidade-Empresa) uma entidade com atuaccedilatildeo em niacutevel nacional com o objetivo de promover de forma sistemaacutetica a transferecircncia de conhecimentos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos da Universidade para a Empresa e a realizaccedilatildeo de pesquisas conjuntas num modelo de cooperaccedilatildeo comum nas economias mais desenvolvidas

Outras importantes iniciativas nessa aacuterea satildeo o Programa FINEP TEC e o Fundo Setorial Verde-Amarelo desenvolvidos pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e os Programas para Inovaccedilatildeo Tecnoloacutegica financiados pela Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Satildeo Paulo (FAPESP)

Criado em 1995 o FINEP-Tec (Programa de Apoio agrave Parceria Tecnoloacutegica Universidade - Empresa) atualmente desativado tinha como objetivos incentivar a participaccedilatildeo das unidades de pesquisa das universidades em projetos e programas de desenvolvimento tecnoloacutegico de empresas industriais ou agropecuaacuterias estimular a destinaccedilatildeo de recursos privados para as universidades apoiar o direcionamento das atividades de pesquisa para as reais necessidades das empresas e ampliar a capacidade da FINEP em atender a sua clientela de empresas e universidades Resultou desse Programa a criaccedilatildeo de escritoacuterios de transferecircncia de tecnologia em 12 universidades brasileiras

O Fundo Setorial Verde-Amarelo foi criado pela Lei ndeg 10168 de 29122000 regulamentado pelo Decreto ndeg 4195 de 11042002 e modificado pela Lei ndeg 10332 de 19122001 Esse Fundo destina-se

1 wwwunicmpbr

basicamente a Utilizar o patrimogravenio de conhecimento que o paiacutes vem construindo nas universidades e institutos tecnoloacutegicos para atender agraves demandas sociais um de seus eixos estrateacutegicos eacute a Cooperaccedilatildeo Tecnoloacutegica para a Inovaccedilatildeo o que apoia projetos cooperativos e esforccedilos coletivos de inovaccedilatildeo realizados entre os setores produtivos as instituiccedilotildees de pesquisa e as instituiccedilotildees de ensino superior (wwwfinepgovbr relatoacuterio de gestatildeo dos fundos setoriais 2001)

No estado de Satildeo Paulo a FAPESP desenvolve dois programas o ConSITec (Consoacutercios Setoriais para a Inovaccedilatildeo Tecnoloacutegica) que envolve a parceria dessa instituiccedilatildeo com uma equipe de pesquisa e um conglomerado de empresas e o PITE (Programa para a Inovaccedilatildeo Tecnoloacutegica) criado em 1995 que apoia projetos de pesquisa de novos produtos com alto conteuacutedo tecnoloacutegico desenvolvidos conjuntamente por empresas e algum instituto de pesquisa do estado de Satildeo Paulo (wwwfapespbrprogrdma de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica)

Quadro 101 Tipos de mecanismos de Interaccedilatildeo Universidade-Empresa

existentes no Brasil

Mecanismo

Centros de Inovaccedilatildeo

Tecnoloacutegica

Centros de Pesquisa

Incubadoras de Empresas de Base Tecnoloacutegica

Empresas Juacutenior

Escritoacuterios de Transferecircncia de Tecnologia

Fundaccedilotildees para o Desenvolvimento Tecnoloacutegico

Parques e Poacutelos Tecnoloacutegicos

Tecnoacutepole

Grandes Programas Cooperativos

DescriccedilatildeoObjetivos

Satildeo centros de desenvolvimento de pesquisas criados por iniciativa das universidades cujos principais objetivos satildeo estabelecer contato com empresas favoraacuteveis agrave interaccedilatildeo ajudar pesquisadores nas negociaccedilotildees com os empresaacuterios e buscar financiamentos para os projetos da universidade Eacute o caso do Conselho Regional de Inovaccedilatildeo e Transferecircncia - C R I T T - de Juiz de Fora

Criados geralmente para desenvolver pesquisas tecnoloacutegicas nas aacutereas de ceracircmica poliacutemeros telecomunicaccedilotildees novos materiais engenharia de processo dentre outros A universidade fornece o espaccedilo fisico e equipamentos reduz custos de projetos de pesquisa da empresas associadas e estimula a participaccedilatildeo de docentes por meio de incentivos na carreira acadecircmica

Destinadas ao desenvolvimento de novas empresas produtoras de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Pode ser um programa ou segmento da instituiccedilatildeo As empresas incubadas satildeo oferecidos instalaccedilatildeo Tiacutesica contato com universidades e institutos de pesquisa serviccedilos contaacutebeis juriacutedicos de secretaria telefone fax e isenccedilatildeo de aluguel e impostos por um determinado periacuteodo de tempo As primeiras experiecircncias de implantaccedilatildeo de incubadoras no pais datam de 19881989 Segundo dados da Anprotec2002 existem hoje 183 incubadoras em operaccedilatildeo 45 9 delas na regiatildeo Sul e a maior parte atuando nas aacutereas de softwareinformaacutetica eletroeletroacutenico Internet E-commerce mecacircnica design telecomunicaccedilotildees quiacutemica farmaacutecia cosmeacuteticos biotecnologia couro alimento confecccedilotildees e outros

Satildeo organizaccedilotildees sem Fins lucrativos constituidas por alunos de graduaccedilatildeo de diferentes cursos de universidades ou faculdades brasileiras sob a supervisatildeo teacutecnica de professores universitaacuterios O principal objetivo eacute contribuir para a formaccedilatildeo do graduando por meio da prestaccedilatildeo de serviccedilos de consultoria aacute sociedade a preccedilos mais acessiacuteveis Estima-se que existam hoje aproximadamente 400 empresas-juacutenior das diversas aacutereas e campos do conhecimento

Prestam serviccedilos de gestatildeo e monitoramento continuo das atividades de interaccedilatildeo entre a universidade e a empresa principalmente em relaccedilatildeo aacute transferecircncia dos resultados de pesquisas comercializaccedilatildeo de tecnologia licenciamentos e patentes Geralmente os F I T S encontram-se vinculados aacute Proacute-Reitoria de Extensatildeo ou de Poacutes-Graduaccedilatildeo das universidades brasileiras A Universidade de Satildeo Paulo foi a primeira a implementar esse tipo de iniciativa por meio da criaccedilatildeo da Coordenadoria Executiva de Cooperaccedilatildeo Universitaacuteria e de Atividades Especiais (CECAE) em 1991 Existem hoje cerca de 30 escritoacuterios de transferecircncia de tecnologia no pais

Foram criadas com o intuito de facilitar a conduccedilatildeo das interaccedilotildees entre as universidades e as empresas O fato de ser uma instituiccedilatildeo de direito privado permite u ma maior agilidade na execuccedilatildeo das rotinas administrativas na formaccedilatildeo de equipes de execuccedilatildeo de projetos no cumprimento de prazos na aquisiccedilatildeo de equipamentos e na oferta de subsiacutedios necessaacuterios aacute realizaccedilatildeo da interaccedilatildeo com o meio empresarial

Os poacutelos tecnoloacutegicos satildeo regiotildees consideradas de intenso potencial no setor em decorrecircncia da concentraccedilatildeo espacial de universidades institutos de pesquisa e de empresas de tecnologia de ponta da maior preacute-disposiccedilatildeo de intercacircmbio entre esses e da existecircncia de arranjos institucionais mais aacutegeis para facilitar a transferecircncia e difusatildeo tecnoloacutegica O parque tecnoloacutegico configura-se como um tipo de poacutelo tecnoloacutegico As principais experiecircncias brasileiras desse tipo foram implementadas em cidades do estado de Satildeo Paulo Santa Catarina Parana Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro

Considerada como uma regiatildeo que busca a inovaccedilatildeo a tecnoacutepole tem o objetivo de estabelecer os fluxos de conhecimento que virtualmente colocam uma cidade e sua regiatildeo no estaacutegio de poacutelo de difusatildeo de ciecircncia e tecnologia como exemplo tem se o Projeto Porto Alegre Tecnoacutelope desenvolvido na capital do Rio Grande do Sul

Associaccedilatildeo de vaacuterias empresas a uma universidade ou a vaacuterias formando uma cooperativa cora o objetivo de desenvolver pesquisas de Interesse de todos os integrantes ou de solucionar problemas comuns

Fonte Quadro elaborado a partir do estudo desenvolvido por Neila Viana da Cunha MECanismos de Interaccedilatildeo Universidade-Empresa e seus Agentes o Gate Keeper e o Agente Universitaacuterio de Interaccedilatildeo

103 A relaccedilatildeo com o sistema social e cultural

A relaccedilatildeo do sistema de ensino superior com o sistema social e cultural eacute mediada principalmente pelo desenvolvimento de praacuteticas extensionistas

Legalmente o termo extensatildeo universitaacuteria foi adotado pela primeira vez na Reforma Francisco Campos (Decreto-Lei ndeg 19851 de U041931) Nesse Decreto a extensatildeo universitaria destinava-se agrave difusatildeo de conhecimentos filosoacuteficos artiacutesticos literaacuterios e cientiacuteficos em benefiacutecio do aperfeiccediloamento individual e coletivo cursos intra e extra-universitaacuterios conferecircncias

Entretanto foi somente com a promulgaccedilatildeo da Reforma do Ensino Superior (Lei ndeg 5540) em 1968 que as atividades de ensino pesquisa e extensatildeo passaram a ter caraacuteter indissoluacutevel nas universidades brasileiras as quais desde entatildeo passaram a promover praacuteticas extensionistas

Na nova LDB (Lei ndeg 939496) a extensatildeo eacute definida como uma das finalidades da universidade com o intuito de democratizar as conquistas e benefiacutecios resultantes da criaccedilatildeo cultural e da pesquisa cientiacutefica e tecnoloacutegica gerada na instituiccedilatildeo um passo importante na consolidaccedilatildeo das atividades de extensatildeo universitaacuteria em nosso paiacutes foi dado com o desenvolvimento do Plano Nacional de Extensatildeo elaborado pelos proacute-reitores das universidades puacuteblicas brasileiras e hoje apoiado pelo MEC De acordo com esse documento a extensatildeo eacute uma praacutetica acadecircmica que interliga a Universidade nas suas atividades de ensino e de pesquisa com as demandas da maioria da populaccedilatildeo possibilita a formaccedilatildeo do profissional cidadatildeo e se credencia cada vez mais junto agrave sociedade como espaccedilo privilegiado de produccedilatildeo do conhecimento significativo para a superaccedilatildeo das desigualdades sociais existentes Satildeo objetivos desse Plano

Dar prioridade agraves praacuteticas voltadas ao atendimento de necessidades sociais emergentes como as relacionadas com a aacuterea de educaccedilatildeo sauacutede e habitaccedilatildeo produccedilatildeo de alimentos geraccedilatildeo de emprego e ampliaccedilatildeo da renda Enfatizar a utilizaccedilatildeo da tecnologia disponiacutevel para ampliar a oferta de oportunidades e melhorar a qualidade da educaccedilatildeo aiacute incluindo a educaccedilatildeo continuada a distacircncia Considerar as atividades voltadas para a produccedilatildeo e preservaccedilatildeo cultural e artiacutestica como relevantes para o desenvolvimento nacional e regional Estimular a inclusatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental e do Desenvolvimento Sustentaacutevel como componentes da atividade extensionista

Valorizar programas de EXTENSAtildeO interinstitucionais sob a forma de consoacutercios redes ou parcerias e as atividades voltadas para o intercacircmbio e para a solidariedade nacional e internacional Tornar permanente a avaliaccedilatildeo institucional das atividades de EXTENSAtildeO universitaacuteria como um dos paracircmetros de avaliaccedilatildeo da proacutepria Universidade Criar condiccedilotildees para a participaccedilatildeo da Universidade na elaboraccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas voltadas para a maioria da populaccedilatildeo bem como para se constituir em organismo legiacutetimo para acompanhar e avaliar a implementaccedilatildeo das mesmas Possibilitar novos meios e processos de produccedilatildeo inovaccedilatildeo e transferecircncia de conhecimentos permitindo a ampliaccedilatildeo do acesso ao saber e do desenvolvimento tecnoloacutegico e social do paiacutes Viabilizar a prestaccedilatildeo de serviccedilos como produto de interesse acadecircmico cientiacutefico filosoacutefico tecnoloacutegico e artiacutestico do Ensino Pesquisa e Extensatildeo (wwwmecgovbr)

Quadro 102 Tipos de praacuteticas de extensatildeo desenvolvidas

nas universidades brasileiras

Praacuteticas de Extensatildeo

Prestaccedilatildeo de Serviccedilos

Assistecircncia Teacutecnica

Ensino de Extensatildeo

Difusatildeo Cultural

Descriccedilatildeo Eacute a forma como a universidade procura atender aacutes demandas atraveacutes de atividades de ensino pesquisa consultoria assistecircncia teacutecnica e profissional utilizando a disponibilidade de seus recursos humanos e materiais em parcerias com entidades puacuteblicas ou privadas por meio de convecircnios acordos contratos ou outros instrumentos legais e recebendo a devida contrapartida pecuniaacuteria para ressarcimento de seus custos e captaccedilatildeo de recursos para o fomento de suas atividades Eacute a forma como a universidade busca atender as necessidades da comunidade ou agrave demanda especiacutefica por meio de atividades teacutecnicas especializadas sem contrapartida pecuniaacuteria pois utiliza a disponibilidade de seus recursos humanos e materiais Atividades desenvolvidas sob a forma de programas de educaccedilatildeo continuada cursos ou apresentaccedilatildeo de palestras conferecircncias discursos em eventos (encontros congressos simpoacutesios jornadas coloquios oficinas de trabalho seminaacuterios ciclos de palestras convenccedilotildees debates ou outros) estaacutegios curriculares Atividades desenvolvidas sob a forma de exposiccedilotildees espetaacuteculos recitais exibiccedilotildees concertos performances ou audiccedilotildees de cunho cientiacutefico tecnoloacutegico desportivo filosoacutefico social educacional artiacutestico e cultural

Fonte Ecircnio Waldir da Silva A extensatildeo universitaacuteria concepccedilotildees e praacuteticas Tese de Doutorado Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sociologia UFRGS Porto Alegre

Globalizaccedilatildeo internacionalizaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo interinstitucional

Maria Estela Dal Pai Franco

O intercambio de conhecimentos teacutecnicos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e culturais eacute uma praacutetica em franca ascensatildeo no mundo globalizado e certamente instrumento de promoccedilatildeo do desenvolvimento dos paiacuteses de aproximaccedilatildeo e de entendimento no enfrentamento de tensotildees externas e no estreitamento de laccedilos poliacutetico-econocircmicos A cooperaccedilatildeo internacional nas uacuteltimas deacutecadas no Brasil cresceu nos niacuteveis governamental e institucional e tem acompanhado pari passu a trajetoacuteria da educaccedilatildeo superior brasileira

Foi na segunda metade do seacuteculo XX que a cooperaccedilatildeo ampliou-se e teve repercussotildees na educaccedilatildeo superior A partir dos anos de 1960 ocorreram trecircs processos cujos resultados merecem destaque a ampliaccedilatildeo dos convecircnios e dos estudantes-convecircnio e o movimento da reforma da universidade brasileira

Quanto agrave ampliaccedilatildeo de convecircnios o Brasil finalizou a deacutecada de 1960 tendo firmado acordos culturais com paiacuteses diversos1 A deacutecada de 1970 trouxe um novo movimento de ampliaccedilatildeo das parcerias estrateacutegicas brasileiras como o Acordo Nuclear com a Alemanha em 1975 e as parcerias com paiacuteses em desenvolvimento eou com interesses semelhantes (Aacutefrica Oriente Meacutedio e Aacutesia)

O crescimento da demanda de cursos de graduaccedilatildeo por estudantes especialmente latino-americanos levou agrave promulgaccedilatildeo do decreto2 que torna obrigatoacuterio o registro de estudantes estrangeiros

1 Ver a indicaccedilatildeo dos respectivos decretos em CARVALHO Guido Ivan de Ensino Superior legislaccedilatildeo e jurisprudecircncia Rio de Janeiro Cia Melhoramentos 1969 489p (pp 436-438) Acordos foram firmados com Argentina Beacutelgica Boliacutevia Chile China Colocircmbia Coreacuteia Costa Rica Dinamarca Repuacuteblica Dominicana El Salvador Equador Espanha Estados Unidos da Ameacuterica Franccedila Guiana Gratilde-Bretanha Irlanda do Norte Honduras iacutendia Iratilde Israel Itaacutelia Japatildeo Liacutebano Meacutexico Nicaraacutegua Paiacuteses Baixos Panamaacute Paquistatildeo Paraguai Peru Polocircnia Portugal Repuacuteblica Aacuterabe Unida Senegal Tuniacutesia Uruguai e Venezuela 2 BRASIL Presidecircncia da Repuacuteblica Decreto ndeg 55613 de 20 de janeiro de 1965 Torna obrigatoacuterio o registro de estudantes estrangeiros beneficiados por convecircnios culturais (estudantes-convecircnios) e daacute outras providecircncias

beneficiados por convecircnios culturais (estudantes-convecircnios) e daacute outras providecircncias entre elas a obrigaccedilatildeo do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura fixar o nuacutemero de vagas para estes

No que diz respeito aos movimentos de reforma da universidade brasileira deve-se destacar oacordo MEC-Usaid pela influecircncia que teve na Reforma Universitaacuteria3 de 1968

O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e do Desporto e o Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia desenvolvem atividades de cooperaccedilatildeo internacional em estreita colaboraccedilatildeo e sob a coordenaccedilatildeoarticulaccedilatildeo do Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE)

111 A presenccedila das instituiccedilotildees nacionais em outros paiacuteses

As instituiccedilotildees brasileiras de ensino superior operam apenas no territoacuterio nacional Entretanto a participaccedilatildeo internacional de professores pesquisadores brasileiros se faz presente em projetos e consultorias em acircmbito internacional e em organismos internacionais de cooperaccedilatildeo

112 A internacionalizaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior e o reconhecimento de tiacutetulos diplomas e certificados de estudo

Duas questotildees devem ser destacadas com relaccedilatildeo agrave internacionalizaccedilatildeo da educaccedilatildeo superior o reconhecimento de cursos oferecidos por instituiccedilotildees estrangeiras e a revalidaccedilatildeo de tiacutetulos diplomas e certificados obtidos no exterior

Os cursos promovidos por instituiccedilotildees estrangeiras no Brasil associados ou natildeo a uma instituiccedilatildeo brasileira satildeo normatizados pela Portaria ndeg 228 do MEC de 150396 e pela Resoluccedilatildeo ndeg 1 do CNE CES de 260297 A Resoluccedilatildeo dispotildee que

Art 1deg Natildeo seratildeo revalidados nem reconhecidos para quaisquer fins legais diplomas de graduaccedilatildeo e de Poacutes-graduaccedilatildeo em niacuteveis de Mestrado e Doutorado obtidos atraveacutes de cursos ministrados no Brasil oferecidos por instituiccedilotildees

3 BRASIL Congresso Nacional Lei ndeg 5540 de 28 de novembro de 1968 Fixa normas de organizaccedilatildeo e funcionamento do ensino superior e sua articulaccedilatildeo com a escola meacutedia e daacute outras providecircncias Pelo Decreto ndeg 63913 de 26 de dezembro de 1968 eacute instituiacuteda a CAI - Comissatildeo de Assuntos Internacionais no Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura

estrangeiras especialmente nas modalidades semipresencial ou agrave distacircncia diretamente ou mediante qualquer forma de associaccedilatildeo com instituiccedilotildees brasileiras sem a devida autorizaccedilatildeo do Poder Puacuteblico nos termos estabelecidos pelo artigo 2091 e II da Constituiccedilatildeo Federal

A Lei ndeg 939496 em seu art 48 estabelece que Os diplomas de cursos superiores reconhecidos quando registrados teratildeo validade nacional como prova da formaccedilatildeo recebida por seu titular Os Paraacutegrafos 1ordm e 2o dispotildeem que

sect 2o Os diplomas de graduaccedilatildeo expedidos por universidades estrangeiras seratildeo revalidados por universidades puacuteblicas que tenham curso do mesmo niacutevel e aacuterea ou equivalente respeitando-se os acordos internacionais de reciprocidade ou equiparaccedilatildeo sect 3o Os diplomas de Mestrado e de Doutorado expedidos por universidades estrangeiras soacute poderatildeo ser reconhecidos por universidades que possuam cursos de poacutes-graduaccedilatildeo reconhecidos e avaliados na mesma aacuterea de conhecimento e em niacutevel equivalente ou superior

como os criteacuterios e procedimentos de revalidaccedilatildeo satildeo definidos pelas universidades no exerciacutecio de sua autonomia observadas as normas pertinentes algumas delas somente apreciam solicitaccedilotildees quando se trata de cursos efetivamente frequumlentados no exterior e cuja documentaccedilatildeo contenha prova inequiacutevoca de tal situaccedilatildeo Os diplomas provenientes dos paiacuteses que integram o Mercosul em que pese o Decreto ndeg 3196 de 19994 tambeacutem estatildeo sujeitos ao exame de reconhecimento

Na atualidade jaacute haacute discussotildees que transcendem os limites do paiacutes e sobre o reconhecimento de cursos e validaccedilatildeo de diplomas obtidos nos paiacuteses integrantes do Mercosul5

4 BRASILPresidecircncia da Repuacuteblica Decreto ndeg 3196 de 5 de outubro de 1999 Promulga o Protocolo de Integraccedilatildeo Educacional para Prosseguimento de Estudos de poacutes-graduaccedilatildeo nas Universidades dos Paiacuteses-Membros do Mercosul concluiacutedo em Fortaleza em 16 de dezembro de 1996 DOU ndeg 192 de 6 de outubro -10-1999 pag 12 5 O GEU-UFRGS haacute anos em desenvolvido projetos para a discussatildeo de criteacuterios conjuntos no acircmbito do Mercosul sobre reconhecimento de instituiccedilotildeescursos e validaccedilatildeo de diplomas Outrossim pesquisadores brasileiros tecircm participado de projetos da Uniatildeo Europeacuteia que direta ou indiretamente colaboram no estabelecimento de pontos comuns na questatildeo o projeto ALFA-BRACARA (UEAlfa) coordenado pelo CRUP (Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas) e o projeto Alfa-Acro coordenado por Joseacute-Gines Mora da Universidade de Valencia

113 A mobilidade internacional de estudantes

A CAPES eacute a principal agecircncia brasileira de fomento agrave qualificaccedilatildeo de quadros de pessoal Estimula a cooperaccedilatildeo atraveacutes da concessatildeo de bolsas para estudantes brasileiros no exterior para estudantes estrangeiros em universidades brasileiras e outras modalidades O CNPq eacute a principal agecircncia de fomento agrave pesquisa com atuaccedilatildeo na cooperaccedilatildeo internacional Concede menos bolsas para estudantes no exterior do que a CAPES agecircncia que objetiva a qualificaccedilatildeo

1131 O volume e o objeto dos intercacircmbios estudantis A CAPES promove o intercacircmbio internacional de estudantes

atraveacutes da concessatildeo de bolsas de poacutes-graduaccedilatildeo (modalidades de Doutorado Doutorado Sanduiacuteche Mestrado e Especializaccedilatildeo) e de Graduaccedilatildeo (Graduaccedilatildeo Sanduiacuteche) oferecida a partir de 2000 No ano de 2002 a CAPES concedeu 1533 bolsas nas vaacuterias modalidades Em relaccedilatildeo agrave 1996 houve um aumento de 364 Comparando com as concedidas em 19981743 bolsas houve um decreacutescimo de 12 (Tabela 111) As bolsas de poacutes-graduaccedilatildeo aumentaram 1712 na modalidade Doutorado Sanduiacuteche passando de 146 para 396 no periacuteodo 1996-2002 As bolsas de Mestrado passaram de 53 para 14 num decreacutescimo de 749 As bolsas de Doutorado tiveram uma queda de 173 No ano 2002 elas representaram 445 das bolsas concedidas As bolsas de Graduaccedilatildeo Sanduiacuteche constituiacuteram 131 do total das bolsas A diminuiccedilatildeo de bolsas de Mestrado e de Doutorado deve-se em parte agrave expansatildeo dos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo stricto sensu que hoje integram o consolidado sistema de poacutes-graduaccedilatildeo brasileiro

Tabela 111 CAPES Bolsistas no Exterior por modalidade de bolsa (1996-2002)

NiveisModalidade

DocentesPoacutes- Doutorado

Poacutes-graduaccedilatildeo

Doutorado

Doutorado Sanduiacuteche

Mestrado

Especializaccedilatildeo

graduaccedilatildeo Sanduiacuteche

Total

1996

104(82)

1174(918)

960(751)

146(114)

53(41)

15(12)

-1278(100)

Ano

1998

172(114)

1334(886)

974 (647)

258(171)

24(16)

78 (52)

-1506(100)

2000

138(8)

1167(669)

794 (455)

307(176)

8(05)

58 (33)

438(251)

1743(100)

2002

229(149)

1104(72)

681 (445)

396 (258)

14(09)

13(08)

200(131)

1533(100)

crescimento 9602

1202

-596

-29

171

-749

-133

-543

199

Fonte CAPES Boletins Estatiacutesticos httpwwwCAPESgovbr acesso em 18 de julho de 2002 Percentual de crescimento entre 2000 e 2002 Obs Todos os dados satildeo referentes ao mecircs de janeiro dos respectivos anos indicados

Tabela 112 CNPq Bolsas de poacutes-graduaccedilatildeo no exterior por modalidade e ano ()

Modalidade

Aperfeiccediloamento- APE

EstaacutegioEspecializaccedilatildeo -SPE

Mestrado - GME

Doutorado - GDE

Doutorado sanduiche-SWE

Total

1995

13

(01)

327

(18)

46

(03)

14552

(811)

3007

(167)

17945

1996

45

(03)

402

(28)

05

(01)

11180

(805)

2273

(163)

13905

1997

59

(06)

233

(25)

00

8034

(855)

1067

(114)

9393

1998

31

(05)

76

(11)

05

(01)

5718

(862)

803

(121)

6633

1999

58

(11)

33

(06)

04

(01)

4614

(891)

469

(91)

5178

2000

15

(03)

55

(13)

0

3908

(840)

673

(144)

4651

de crescimento

9600

-75

-875

-100

-651

-705

-665

Fonte CNPq wmvcnpqbr acesso em 8 de julho de 2002 CNPqSUPAElCOAV (dados primaacuterios obtidos do Sistema Gerencial de Fomento - SIGEF)

A Tabela 112 mostra o nuacutemero de bolsas concedidas pelo CNPq no exterior por modalidade-ano Em 2000 o CNPq concedeu 4651 bolsas As bolsas de Doutorado (GDE) representaram 84 do total Seguem-se as bolsas Doutorado Sanduiacuteche com 144 Entre 1995 e 2000 todas as modalidades apresentaram reduccedilatildeo no nuacutemero de bolsas O total de bolsas caiu 665 passando de 17949 em 1995 para as 4651 em 2000 A modalidade Mestrado jaacute baixa em 1995 (03) no decorrer do periacuteodo foi extinta Entretanto a maior reduccedilatildeo constatada entre 1996 e 2000 foi na modalidade estaacutegioespecializaccedilatildeo (SPE) que caiu 875 seguida da modalidade Aperfeiccediloamento (APE) com queda de 75 doutorado sanduiacuteche (SWE) com queda de 705 e Doutorado (GDE) com queda de 651 Isso deriva em parte da proacutepria expansatildeo da oferta de cursos de poacutes-graduaccedilatildeo no paiacutes que cobre os distintos campos do saber cientiacutefico

1132 As principais aacutereas do conhecimento especialidades ou setores de estudo dos intercacircmbios A CAPES concede bolsas no exterior em todas as aacutereas do

conhecimento A Tabela 113 mostra que no ano 2002 a aacuterea de Engenharias e Ciecircncias da Computaccedilatildeo foi a que mais recebeu bolsas num total de 238 Logo a seguir estatildeo as Ciecircncias Humanas com 153 as Ciecircncias Sociais Aplicadas com 15 e as Ciecircncias Exatas e da Terra com 143 Pode-se perceber tambeacutem uma mudanccedila nas aacutereas mais contempladas Entre 1996 e 1998 Engenharias e Ciecircncias da

Computaccedilatildeo apareciam em quarto lugar e Ciecircncias Exatas e da Terra juntamente com Ciecircncias Humanas estavam entre as que recebiam maior nuacutemero de bolsas

Tabela 113 CAPES Bolsistas no exterior por grande aacuterea

do conhecimento 1996-2002

Grande Aacuterea de Conhecimento

Ciecircncias Exatas e da terra

Ciecircncias Bioloacutegicas

Engenharias e e Computaccedilatildeo

Ciecircncias da Sauacutede

Ciecircncias Agraacuterias

Ciecircncias Sociais Aplicadas

Ciecircncias Humanas

Linguumlistica Letras e Artes

Multidisciplinar

Total

1996

225(176)

80 (62)

185(145)

106(83)

104(81)

208(163)

222(174)

148(116)

-1278(100)

1998

258(172)

108(72)

193(128)

150(99)

122(82)

209(139)

239(158)

227(15)

-1506(100)

2000

197(113)

118(68)

581 (333)

1(15(61)

168 (96)

191(109)

192(111)

191 (109)

-1743(100)

2002

220(143)

111(72)

363 (238)

100(65)

121 (79)

230(15)

235 (153)

150(98)

3 (02)

1533(100)

Fonte CAPES Boletins Estatiacutesticos httpwwwCAPESgovbr acesso em 18 de julho de 2002 Obs Todos os dados satildeo referentes ao mecircs de janeiro dos respectivos anos indicados

O CNPq diminuiu em todas as aacutereas o nuacutemero de bolsas no exterior sendo mais acentuado o decreacutescimo nas Aacutereas das Ciecircncias da Sauacutede nas Ciecircncias Humanas nas Ciecircncias Sociais Aplicadas e na Linguumliacutestica Letras e Artes No ano 2000 a Aacuterea de Engenharia e Informaacutetica concentrou 312 das bolsas seguida das Ciecircncias Exatas e da Terra (213) Nota-se a concentraccedilatildeo de bolsas nas aacutereas de tecnologia ciecircncias agraacuterias e bioloacutegicas que somam 736 das quotas concedidas As demais somam apenas 264 das quotas O CNPq ao longo dos anos em todas as aacutereas tem concedido mais bolsas de doutorado do que nas demais modalidades (Tabela 114)

Tabela 114 CNPq Bolsas no exterior (alunos) por aacuterea de conhecimento

e modalidade 1997-2000 Grande aacuterea ( 1 ) Modalidade

Ciecircncias Agraacuterias Doutorado Doutorado Sanduiacuteche EstaacutegioEspecializaccedilatildeo

Ciecircncias Bioloacutegicas Doutorado Doutorado Sanduiche EstaacutecioEspecializaccedilatildeo

Ciecircncias da Sauacutede Aperfeiccediloamento

Doutorado Doutorado Sanduiche EstaacutegioEspecializaccedilatildeo

Ciecircncias Exatas e da Terra Aperfeiccediloamento

Doutorado Doutorado Sanduiche Estaacutegio Especializaccedilatildeo

Ciecircncias Humanas Aperfeiccediloamento

Doutorado Doutorado Sanduiche

Ciecircncias Sociais Aplicadas Aperfeiccediloamento Doutorado Doutorado Sanduiacuteche EstaacutecioEspecializaccedilatildeo

Mestrado Engenharias e Informaacutetica

Aperfeiccediloamento Doutorado Doutorado Sanduiacuteche EstaacutegioEspecializaccedilatildeo

Linguiacutestica Letras e Artes Aperfeiccediloamento

Doutorado Doutorado Sanduiacuteche

Total

1997 930(102) 887 (955)

43 (45)

-713(78)

532 (746) 110(154)

71(10) 567 (63)

13(23) 436 (769) 110(194)

08(14) 1112(122)

02 (03) 917(824)

193(173)

-1146(126)

33 (29) 996 (869) 117(102)

1028(106)

-972 (945)

51 (50)

05 (05)

3039(333) 08 (03)

2737(901) 228 (75)

66(21) 630 (7)

05 (08)

547 (868) 78(124)

9165(100)

Nuacutemero de bolsas (2) 1998

707(107)

667 (943) 38 (54)

02 (03) 524 (79)

423 (807) 83(159)

18(34) 278(421

192(691) 83 (298) 03(11)

905(137)

742(819) 163(181)

-765(116)

33 (46) 672 (8761

60(78) 707(107)

-629 (88lgt)

68 (97)

05 (07) 05 (07)

2335 (354)

-2064 (884)

233 (99) 38(17)

379 (58) 03 (08)

329 (864) 47(124)

6600(100)

1999 527(102) 513(973)

11 (22) 03 (05)

474 (92) 427(901)

39 (82) 08(17)

169(33) 03(18)

128 (758) 38 (224)

-938(182)

-806 (859) 132(141)

551 (107) 48 (87)

480(871) 23 (42)

418(81)

377 (902) 32(76)

05(12) 04(1)

1829(355)

-16S6(922)

125(68)

18(1) 246 (48) 07 (28)

198(805) 41 (167)

5152(100)

2000 471 (101) 448(951)

23 (49)

-513(11)

457(890) 52(101)

04 (09) 199(43) 13(65)

134(673) 52 (262)

-993(213)

-823 (828)

157(154) 13(18)

490(105)

-394 (804) 96(196) 354 (76)

03 (08) 287(812)

59(166) 05(14)

-1449(312)

-123 (853) 180(124)

33 (23) 184(4)

-130(706) 54 (294)

4653 (100)

Fonte CNPq wwwcnpqbr acesso em 8 de julho de 2002 CNPqSUPAEl (dados primaacuterios obtidos do Sistema Gerencial de Fomento - S1GEF) Percentual em relaccedilatildeo ao total geral (1) Aacutereas vigentes no CNPq (2) Cada bolsa equumlivale a 12 (doze) mensalidades pagas por ano para 1 (um) ou mais bolsistas

A Tabela 115 destaca os paiacuteses que receberam o maior nuacutemero de bolsistas da CAPES Eacute interessante observar que das 1533 bolsas concedidas pela CAPES em 2002 a maior parte 868 ou 572 foram direcionadas aos Estados Unidos e agrave Franccedila Tecircm um lugar de destaque a Gratilde-Bretanha e a Alemanha com 106 e 101 das quotas respectivamente

Tabela 115 CARES Paiacutes de destino dos bolsistas brasileiros por modalidade de bolsa (2002)

Pais

Estados Unidos

Franccedila Gratilde-Bretanha

Alemanha Espanha

Portugal Canadaacute

Itaacutelia Austraacutelia Holanda

Suiccedila Outros Paiacuteses Total

Total

458 419

163 152

78

68 67

33

26 25

11 33

1533

Doutorado

223

134

126 24

55

23 31

11 18 19

5

1ordf 681

Modalidade Doutorado Sanduiacuteche

123 117

25 19

11 36 17

15 6

5

6 16

396

Especializaccedilatildeo Mestrado-M

14(M)3

3 1

3

- 1 1

-

1 14 (M) 13

Grad Sand

99

-101

-- ---

200

Poacutes Doutor

95

66

11 5

12 9

18

6 2

1

-4

229 Fonte CAPES Boletins Estatiacutesticos httpwwwCAPESgovbr acesso em 18 de julho de 2002 Obs Os dados satildeo referentes ao mecircs de janeiro de 2002 Outros Paiacuteses Beacutelgica Argentina Meacutexico Irlanda Nova Zelacircndia Aacuteustria Dinamarca Costa do Marfim Israel Japatildeo Noruega Repuacuteblica Dominicana Sueacutecia e Uruguai

A Tabela 116 destaca as bolsas concedidas pelo CNPq nas modalidades de Doutorado (3977) e Doutorado Sanduiacuteche (689) por paiacutes de destino Em 2000 20 paiacuteses receberam bolsistas brasileiros Os mais procurados foram EUA Inglaterra Franccedila Alemanha e o Canadaacute que juntos contemplam 836 das quotas

Tabela 116 CNPq Nuacutemero de bolsas no exterior (alunos)

por paiacutes de destino e modalidade (2000)

Pais

Alemanha Austraacutelia Beacutelgica

Canadaacute Escoacutecia Espanha Estados Unidos Finlacircndia Franccedila Holanda Inglaterra Itaacutelia Suiccedila Outros Paiacuteses Total

Doutorado Bolsas 187 [5ordm]

101 47

207 [4ordm] 74

146 1663 [1ordm]

03 444 [3]

78 866 [2o]

33 46 82

3977(10

47 25 12 52

2 36 42

01 112

2 212 08 15

2

0)

Modalidade Doutorado Sanduiacuteche

Bolsas 66 17 18 42

-36

235

-121 20 60 25 29 20

101 29

3 59

45 335

174 31 86 33 75

3 689(100)

Total Bolsas

253 [41 118 65

249 [5o] 74

182 1914 [1deg]

03 565 [3ordm]

98 926[2ordm]

58 75

100 4682(10

54 25 13 53 15

4 41

01 12

19 20 12

16 21

0) Fonte CNPqBusca Tabular httpwwwcnpqbr acesso em 1607 de 2002 Ano base 2000 Foram concedidas 16 quotas de aperfeiccediloamento nos EUA [Posiccedilatildeo do paiacutes quanto ao nuacutemero de Bolsas] Outros Paiacuteses Finlacircndia Aacuteustria Dinamarca Japatildeo Nova Zelacircndia Paiacutes de Gales Portugal e Sueacutecia

A Fulbright eacute outro organismoprograma que favorece a mobilidade estudantil Programa de Intercacircmbio Educacional e Cultural do Governo dos Estados Unidos a Fulbrigth6 prioriza as aacutereas de Ciecircncias Humanas e Sociais A Comissatildeo brasileira criada em 1957 promove o intercacircmbio atraveacutes da concessatildeo de bolsas para estudantes brasileiros nos Estados Unidos e americanos no Brasil Entre 1999-2001 a Fulbright concedeu 49 bolsas para estudantes brasileiros realizarem cursos em Universidades dos EUA Em 1999 foram concedidas 13 bolsas distribuiacutedas nas modalidades de Doutorado Poacutes-doutorado e Scholar-in-Residence (Tabela 117) Em 2000 foram distribuiacutedas 10 bolsas de doutorado e em 2001 26 bolsas

Tabela 117 Bolsas da cooperaccedilatildeo Fulbright-Brasil por aacuterea ano e modalidades

Aacuterea de Conhecimento

Ciecircncias Exatas e da Terra

Ciecircncias Bioloacutegicas

Engenharias CComputaccedilatildeo

Ciecircncias da Sauacutede

CSociais Aplic

Ciecircncias Humanas

Linguistica Letras e Artes

Totais Modalidade

Total por Ano

D

--I

3

1

5

1999

PD

-1

2

1 2

6

M

SR

1

1

-2

An

2000

D

1

3

1

1

2

2

id

10

oModa idades

D

-

1

1

2

5 2

11

PD

-

2001

filili

-1

- 3

2

-6

Fiec

3

3

26

(AP)

AAP

--

1

1(AP)1

1

1

l(AP)4

Total

1

2 7

3

16

15

5

49 49

Fonte Comissatildeo Fulbright BrasiacuteliaDF Brasil 2002 Legenda D Doutorado PD Poacutes-doutorado SR Scholar-in-Residence Program HHH Hubert H Humphrey Fiec FiecFulbright Program AP IFP International Fellowship (Amcham Program) AAP American Airlines Program

Dos 49 bolsistas brasileiros da Fulbright no periacuteodo de 1999-2001 36 deles (818) eram oriundos de universidades e 8 (182) de outras instituiccedilotildees oacutergatildeos puacuteblicos e centros de pesquisa Outrossim 817 das quotas foram concedidas para as regiotildees Sul ( 16 bolsas363) e Sudeste (20 bolsas454)

6 A Fulbright foi estabelecida em 1946 por lei de autoria do Senador J William Fulbright com objetivo de ampliar entendimento entre paiacuteses com os Estados Unidos jaacute concedeu cerca de 223000 bolsas de estudo pesquisa e docecircncia abarcando aproximadamente 150 paiacuteses Para fins administrativos a Fulbright faz uso de comissotildees binacionais compostas por cidadatildeos norte-americanos residentes no paiacutes e cidadatildeos locais No Brasil satildeo designados pelo Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores e tem uma diretoria executiva sediada em Brasiacutelia Conta com o apoio de um Escritoacuterio de Consultas Educacionais no Rio de Janeiro e mais dezessete escritoacuterios situados em diversas cidades brasileiras atendendo a mais de 55000 pedidos por ano

No ano de 2001 tambeacutem foram concedidas 14 bolsas Fulbright para alunos norte americanos virem ao Brasil Tais alunos localizaram-se predominantemente em grandes centros e em poucas universidades 12 deles no eixo Satildeo Paulo-Rio de Janeiro e 50 (7) para as Ciecircncias Humanas os demais para as aacutereas de Linguumliacutestica Letras e Artes Ciecircncias Bioloacutegicas e Ciecircncias Sociais Aplicadas

A Fundaccedilatildeo Ford7 eacute outra instituiccedilatildeo cujo programa de bolsas custeia cursos de poacutes-graduaccedilatildeo nos EUA para pessoas que pertenccedilam a grupos com acesso restrito ao ensino superior No ano de 2001 a entidade teve uma demanda de 1506 pedidos especialmente para bolsas de Mestrado e Doutorado e concedeu 11 bolsas de Doutorado (26) e 31 de Mestrado (74) Destas 23 (55) foram outorgadas a mulheres 90 para negrosindiacutegenas e 714 distribuiacutedas nas regiotildees Centro-Oeste Nordeste e Norte Os preacute-projetos selecionados convergiam para temas como Geraccedilatildeo de Recursos e Desenvolvimento Comunitaacuterio (36) Educaccedilatildeo Miacutedia Artes e Cultura (36) e Paz e Justiccedila Social (28)

O British Council8 tambeacutem oferece diversas modalidades de bolsas de estudos para brasileiros no Reino Unido Ele oferece serviccedilos de orientaccedilatildeo e informaccedilatildeo sobre educaccedilatildeo e sistema educacional britacircnico e promove a realizaccedilatildeo de projetos e pesquisas em parceria com universidades e instituiccedilotildees brasileiras assim como eventos em arte e cultura httpwwwbritishcouncilorgbr acesso em 10072002)

1133 Os convecircnios de intercacircmbio estudantil A CAPES no acircmbito da cooperaccedilatildeo internacional e em relaccedilatildeo

aos estudantes desenvolve diferentes tipos de programas as Missotildees de Estudo (intercacircmbio de alunos) as Parcerias Universitaacuterias Bi nacionais as bolsas de Mestrado e Doutorado e bolsas do Programa PECPG para estudantes dos paiacuteses de liacutengua portuguesa Aacutefrica Aacutesia Ameacuterica Latina Caribe e Oceania

7 A Fundaccedilatildeo Ford foi criada em 1936 atuando o como entidade filantroacutepica no estado de Michigan (EUA) ateacute 1950 quando ampliou sua accedilatildeo no acircmbito nacional e iacutenternaciol Seus recursos originalmente eram fruto das accedilotildees da Companhia Automobiliacutestica Ford doadas por Henry e Edsel Ford No Brasil o escritoacuterio fica localizado na cidade do Rio de Janeiro e eacute um dos mais antigos dos treze escritoacuterios que a Fundaccedilatildeo possui no mundo Para fins de seleccedilatildeo de bolsas no Brasil a entidade conta com o serviccedilo da Fundaccedilatildeo Carlos Chagas

8 O British Council eacute o organismo que tem como objetivo promover o conhecimento do Reino Unido e a liacutengua inglesa Suas aacutereas prioritaacuterias satildeosociedade aprendizagem informaccedilatildeoartes eampT e governo

O Quadro 111 registra os programas de cooperaccedilatildeo da CAPES com 13 paiacuteses entre 2001 e 2002

Quadro 111 Programas de Cooperaccedilatildeo Internacional com a Mediaccedilatildeo

da CAPES e inscriccedilotildees

Pais

Alemanha

Alemanha

Alemanha

Argentina

Argentina

Chile

China

Cuba Espanha

Espanha

Estados Unidos

Estados Unidos

Estados Unidos

Franccedila

Inglaterra

Itaacutelia

Portugal

Uruguai

ProgramaAgecircncia

Organismo

CAPESProbal

CAPESDaad

CAPESDaadUnibral

CAPESFundaccedilatildeo Antorchas SCYT

CAPESSetcip

CAPESConicyt

CAPESCEE

CAPESMES

CAPESPCI

CAPESMECD

CAPESFipse

CAPESUniversidade do Texas

Fulbright

CAPESCofecub

British Council

ICCTI CAPESlCCTI

CAPESUniversidade de 1ordf Republica Uruguai

Inscriccedilotildees 2001-2002

072001

Fluxo continuo

01042002

30062001

032002

Marccedilo a junho

31072001

Fluxo continuo

2002

31032002

042002

052002

2002

062001

2002

2002

31072001

Fluxo contiacutenuo

Fonte httpwwwcapesgovbrcooperacaoindexhtml Acesso em 27 de agosto de 2002

Os programas da CAPES destinam-se a estudantes e docentes O acordo DAAD oferece bolsas de estudo na Alemanha para

candidatos brasileiros eou naturalizados O programa Probal apoia projetos conjuntos de pesquisa e cooperaccedilatildeo cientiacutefica de Instituiccedilotildees de Ensino Superior do Brasil e da Alemanha que promovam a formaccedilatildeo em niacutevel de poacutes-graduaccedilatildeo (doutorado sanduiacuteche e Poacutes-doutorado) e o aperfeiccediloamento de docentes e pesquisadores A Unibral-Parcerias Universitaacuterias Brasil Alemanha ligada ao acordo CAPESDAAD fomenta associaccedilotildees universitaacuterias visando a criaccedilatildeo de parcerias e maior mobilidade de estudantes de poacutes-graduaccedilatildeo e graduaccedilatildeo e reconhecimento automaacutetico de creacuteditos e adaptaccedilatildeo reciacuteproca de curriacuteculos

A Rede Santos Dumont criada em julho de 1994 na cidade de Toulouse (Franccedila) promove o intercacircmbio de doutorandos e poacutes-doutorandos A Rede eacute constituiacuteda de 56 universidades e instituiccedilotildees das quais 26 satildeo brasileiras e 30 francesas e eacute coordenada pela Universiteacute Paul Sabatier Toulouse III O acordo prevecirc tambeacutem a realizaccedilatildeo de teses em co-tutela e com dupla diplomaccedilatildeo

A Espanha e o Brasil atraveacutes da CAPES manteacutem cooperaccedilatildeo atraveacutes do PCI - Programa de Cooperaccedilatildeo Interuniversitaria - promovido pela Agecircncia Espanhola de Cooperaccedilatildeo Internacional -

AECI A CAPES oferece bolsas de estudos para os estudantes e professores interessados em realizar estaacutegios na Espanha As vagas para estudantes destinam-se a alunos de poacutes-graduaccedilatildeo ou de uacuteltimo ano de graduaccedilatildeo Tambeacutem com a Espanha haacute um acordo para incentivar o desenvolvimento de projetos conjuntos de pesquisa e de cooperaccedilatildeo cientiacutefica entre Instituiccedilotildees de Ensino Superior do Brasil e da Espanha que ofereccedilam formaccedilatildeo em niacutevel de poacutes-graduaccedilatildeo (doutorado doutorado sanduiacuteche e Poacutes-doutorado) e aperfeiccediloamento de docentes e pesquisadores Programa similar eacute desenvolvido com Portugal atraveacutes do ICCTI para a realizaccedilatildeo de projetos conjuntos de pesquisa e de formaccedilatildeo poacutes-graduada

O Brasil oferece bolsas a estudantesdocentes estrangeiros para realizarem cursos em instituiccedilotildees brasileiras Entre eles destacam-se a) o Protocolo Adicional ao Convecircnio de Intercacircmbio Cultural para a formaccedilatildeo de recursos humanos em niacutevel de poacutes-graduaccedilatildeo firmado entre Argentina e Brasil com a participaccedilatildeo da SPU (Secretaria de Poliacuteticas Universitaacuterias do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura da Argentina) e da CAPES que oferece bolsas de doutorado no Brasil b) os Doutorados Alematildees para os quais a CAPES oferece bolsas a estudantes alematildees realizarem suas teses de doutorado no Brasil e) o convecircnio de intercacircmbio MES (Cuba) e CAPES atraveacutes do qual a agecircncia brasileira oferece bolsas a docentes vinculados a instituiccedilotildees de ensino superior e de pesquisa cubanas em niacutevel de doutorado pleno sanduiacuteche e Poacutes-doutorado no Brasil ou para professor visitante

O PECPG9 - Programa de Estudantes Convecircnio Poacutes-graduaccedilatildeo criado em 1981 eacute o mais importante acordo multinacional brasileiro que visa o aumento da qualificaccedilatildeo de professores universitaacuterios pesquisadores e profissionais graduados do ensino superior dos paiacuteses em desenvolvimento com os quais o Brasil manteacutem Acordo de Cooperaccedilatildeo Cultural Cientiacutefica e Tecnoloacutegica possibilitando o acesso aos melhores cursos de poacutes-graduaccedilatildeo brasileiros http wwwCAPESgovbrcooperaccedilatildeo acesso em 23052002) As bolsas PECPG satildeo concedidas a alunos de todas todas as aacutereas de conhecimento nas quais existam programas de Poacutes-Graduaccedilatildeo que emitam diplomas de validade nacional

9 O PECPG programa do Governo Brasileiro cujo protocolo de criaccedilatildeo foi assinado em 12 de agosto de 1981 tendo as atividades acadecircmicas iniciadas em 1983 Ele congrega as principais agecircncias do sistema de eampT CNPq e Fundaccedilatildeo CAPES e conta com a participaccedilatildeo do Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) Foi criado com o fito de incrementar o intercacircmbio educacional e a cooperaccedilatildeo cientiacutefica com a Ameacuterica Latina Caribe e Aacutefrica com os quais o Brasil manteacutem Acordos de cooperaccedilatildeo Cultural Cientiacutefica e Tecnoloacutegica

114 A mobilidade internacional de docentes e de pesquisadores

Os programas de cooperaccedilatildeo que favorecem a mobilidade de pessoal docente e pesquisadores tecircm na CAPES e no CNPq as principais agecircncias de fomento Aleacutem delas fundaccedilotildees de amparo a pesquisa no acircmbito dos estados da federaccedilatildeo destinam auxiacutelios para modalidades cooperativas especialmente de curta duraccedilatildeo10

1141 O volume e o objeto dos intercacircmbios A CAPES promove programas de cooperaccedilatildeo internacional para

docentes e pesquisadores atraveacutes de bolsas de Poacutes-doutorado cujo aumento de 104 para 229 bolsas (1202) no periacuteodo 1996-2002

O CNPq no mesmo periacuteodo diminuiu o nuacutemero de bolsas no exterior para docentes pesquisadores Enquanto em 1995 elas atingiram 2061 bolsas em 2000 diminuiacuteram para 1109 A Tabela 118 apresenta o nuacutemero de bolsas no exterior concedidas na modalidades de Poacutes-doutorado (PDE) e Estaacutegio Secircnior no exterior (ESN) O Poacutes-doutorado abarca a maior parte destas bolsas em 1995 e 2000 respectivamente 942 e 936 enquanto o Estaacutegio Secircnior obteve 58 e 64 nos referidos anos

A Tabela 118 tambeacutem permite observar o nuacutemero de bolsas concedidas a projetos de curta duraccedilatildeo A Participaccedilotildees em Eventos representa 797 do total em 2000 Nos projetos de curta duraccedilatildeo tambeacutem se observa a reduccedilatildeo de 15 entre 1995 e 2000 Em 1997 eles atingiram 3308 auxiacutelios decaindo para 897 em 1999 voltando a crescer em 2000 com o total de 1531 auxiacutelios

10 Entre elas destacam-se a Fapesp -Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Satildeo Paulo a FAPERJ- Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro a Fapergs Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul

Tabela 118 CNPq Nuacutemero de Bolsas no exterior (docentespesquisadores) e fomento (curta duraccedilatildeoprojetos) por modalidade e ano ()

Tipo de Bolsa Fomento no Exterior

Bolsas

Poacutes-doutorado (PDE)

Estaacutegio Secircnior exterior (ESN)

Projetos de Fomento (Curta duraccedilatildeo)

Estaacutegio no Exterior

Participaccedilatildeo em Eventos

1995

3061

2883 (942)

178 (58) 1800 657

(365)

1143 (635)

1996

2643

2540 (961)

103 (39) 1379

802 (581)

577 (419)

1997

1703

1655 (972)

48 (28) 3308

1666 (504)

1642 (496)

1998

1456

1387 (952)

69 (48) 1124

578 (514)

546 (486)

1999

915

872 (953)

4 3 (47)

897 270

(301)

627 699)

2000

1109

1036 (936)

73 (64)

1531 311

(203)

1220 (797)

Fonte CNPq wwwcnpqbr acesso em 8 de julho de 2002 CNPqSUPAE1COAV (dados primaacuterios obtidos do Sistema Gerencial de Fomento - SIGEF) Incluiacutedos eventos nacionais e no exterior

A Tabela 119 apresenta o nuacutemero de bolsas do CNPq para professores visitantes estrangeiros A modalidade Pesquisador Visitante Estrangeiro praticamente extinguiu-se As bolsas de curta duraccedilatildeo registraram queda de 305 passando de 580 em 1995 para 403 em 2000 Das atuais 403 bolsas 591 satildeo da modalidade Especialista Visitante (AEV) e 409 da modalidade Pesquisador Visitante (APV)

Tabela 119 CNPq Nuacutemero de Bolsas no Brasil para visitantes e fomento

de atividades por modalidade e ano ()

Modalidade

Bolsa

Pesquisador visitante estrangeiro

Projetos de Fomento (Curta duraccedilatildeo)

Especialista visitante (AEV)

Pesquisador visitante (APV)

1995

922

922

580

346 (596)

234 (404)

1996

1558

1558

750

502 (669)

248

(331)

1997

931

931

1312

970

(739)

342

(261)

1998

268

268

756

587

(776)

169

(224)

1999

46

46

418

318

(761)

100

(239)

2000

09

09

403

238

(591)

165

(409)

Fonte CNPq wwwcnpqbr acesso em 8 de julho de 2002 CNPqSUPAEICOAV (dados primaacuterios obtidos do Sistema Gerencial de Fomento - SIGEF) Incluiacutedos nacionais e estrangeiros

A Fulbright tem modalidades de bolsas dirigidas a professores universitaacuterios e a pesquisadores Em 1999 foram concedidas seis bolsas de Poacutes-doutorado e duas bolsas de Scholar-in-Residence para docentes brasileiros em universidades norte americanas Em 2001 foram tambeacutem

distribuiacutedas 13 bolsas para a vinda de docentes americanos a universidadescentros de pesquisa brasileiros

1142 As principais aacutereas do conhecimento especialidades ou setores de estudos dos intercacircmbios Da Tabela 1110 constam as bolsas no exterior concedidas pelo

CNPq aos docentespesquisadores segundo as aacutereas de conhecimento Nas modalidades de Poacutes-doutorado e Estaacutegio Secircnior no ano de 2000 destacaram-se as aacutereas das Ciecircncias Exatas e da Terra (395) Ciecircncias Bioloacutegicas (168) Engenharias e Informaacutetica (15) e Ciecircncias Humanas (12) Predomina as bolsas de Poacutes-Doutorado em meacutedia sempre superior a 866 (Engenharias e Informaacutetica) e em alguns casos chegando a 100 (Ciecircncias Agraacuterias Ciecircncias da Sauacutede Ciecircncias Sociais Aplicadas e Linguumliacutestica Letras e Artes) Entre 1997 e 2000 ocorreu uma reduccedilatildeo de bolsas concedidas agraves aacutereas de Ciecircncias Bioloacutegicas e Ciecircncias da Sauacutede

As bolsas do CNPq em 2000 para docentespesquisadores nas modalidades de Estaacutegio Secircnior e Poacutes-Doutorado tinham como principais destinos os EUA (444) a Franccedila (176) e a Inglaterra (113)

Tabela 1110 CNPq Bolsas no exterior (docentes) por aacuterea de conhecimento e

modalidade (1997-2000) () Grande Aacuterea (1) Modalidade

Ciecircncias Agraacuterias

Poacutes-doutorado

Ciecircncias Bioloacutegicas

Estaacutegio Secircnior

Poacutes-doutorado

Ciencias da Sauacutede

Esligio Secircnior

Poacutes-doutorado

Ciecircncias Exalas e da Terra

Estaacutegio Secircnior Poacutes-doutorado

Ciecircncias Humanas

Estaacutegio Secircnior

Poacutes-doutorado

Ciecircncias Sociais Aplicadas

Poacutes-doutorado

Engenharias e Informaacutetica

Estaacutegio Secircnior

Poacutes-doutorado

Linguumliacutestica Letras e Artes

Estaacutegio Secircnior

Poacutes-doutorado

Total

1997

74 (45)

74(100)

382 (2253)

382(100)

218 (13)

-218(100)

591 (345)

15(25)

576 (975)

169(95)

33(195)

136(805)

76(45)

76(100)

168(10)

168(100)

25(15)

-25 (100)

1703(100)

Nuacutemero de bolsas (2)

1998

72 (5)

72(100)

236(16)

08 (34)

228 (966)

198(135)

10(55)

188(945)

464(315)

24(52)

440(948)

127 187)

15(118)

112(882)

93 (63)

93(100)

237(1651

17 (72)

220(928)

37 (256)

03(81)

34(919)

1464(100)

1999

43 (47)

4 3(100)

127(138)

04(31)

123(969)

55(6)

55(100)

375 (408)

18(48)

357 (952)

90(98)

03 (33)

87 (964)

35 (38)

35 (100)

159(173)

17 (106)

142(894)

35(38)

03 (86)

32(914)

919(100)

2000

53 (47)

53(100)

184(168)

06 (33)

178(965)

46 (42)

4 6(100)

438 (395)

33(75)

405 (925)

133(12)

10(75)

123(925)

68 (62)

68(100)

169(15)

23 (136)

146 (866)

18(16)

18(100)

1109(100)

Fonte CNPq wwwcnpqbr acesso em 8 de julho de 2002 CNPqSUPAEI (dados primaacuterios obtidos do Sistema Gerencial de Fomento - SIGEF) (1) Aacutereas vigente no CNPq (2) Cada bolsa equivale a 12 (doze) mensalidades pagas por ano para 1 (um) ou mais bolsistas

A Fundaccedilatildeo Alexander von Humboldt da Alemanha atraveacutes do acordo firmado com a CAPES oferece programas de apoio a projetos de pesquisa em todas as aacutereas do conhecimento desenvolvidos por pesquisadores e docentes brasileiros na Alemanha

O acordo CAPESCofecub de cooperaccedilatildeo universitaacuteria entre Brasil e Franccedila assinado em 1982 tem como objetivo criar um sistema de cooperaccedilatildeo e de intercacircmbio estimular a elaboraccedilatildeo de pesquisas conjuntas a formaccedilatildeo e o aperfeiccediloamento de professores-pesquisadores As principais modalidades satildeo a preparaccedilatildeo de doutorados Poacutes-doutorados atroca de informaccedilotildees cientiacuteficas de documentaccedilotildees especializadas e de publicaccedilotildees O convecircnio teve trecircs fases a etapa inicial de 1979 a 1985 a etapa de consolidaccedilatildeo de 1986 a 1993 e a etapa de cooperaccedilatildeo bilateral a partir de 1994

O acordo firmado entre o Inria e o CNPq em novembro de 1997 com o objetivo de criar uma rede de comunicaccedilatildeo em alta velocidade entre Brasil e Franccedila visou tambeacutem aumentar o fluxo de alunos para realizarem cursos de doutorado e desenvolverem pesquisas projetos industriais e acadecircmicos sobretudo nas aacutereas de Ciecircncia da Computaccedilatildeo e Matemaacutetica Aplicada

O CNPq eacute responsaacutevel pelo financiamento de Expediccedilotildees Cientiacuteficas isto eacute atividade de cooperaccedilatildeo envolvendo o intercacircmbio entre instituiccedilotildees brasileiras e estrangeiras por meio de projetos conjuntos de pesquisa cientiacutefica e desenvolvimento tecnoloacutegico

115 As unidades e as estruturas da cooperaccedilatildeo internacional

A formalizaccedilatildeo de acordos de cooperaccedilatildeo teacutecnica oficial eacute coordenada pela Agecircncia Brasileira de Cooperaccedilatildeo (ABC) do MRE O Departamento de Cooperaccedilatildeo Cientiacutefica e Tecnoloacutegica (DCT) tambeacutem do MRE coordena a cooperaccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica As duas primeiras modalidades tendem a envolver governo (s) de outros paiacuteses ou organismos internacionais sendo reguladas por acordos entre governos ou Governo brasileiro e organismo12

11 BRASIL Presidecircncia da Repuacuteblica Decreto ndeg 98830 de 1990 Regulamenta a autorizaccedilatildeo e o acompanhamento das Expediccedilotildees Cientiacuteficas por parte do Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia BRASIL MCT Portaria ndeg 55 de 1990 Regulamenta a autorizaccedilatildeo e o acompanhamento das Expediccedilotildees Cientiacuteficas por parte do Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia 12 A Comissatildeo de Financiamentos Externos (Cofiex) do Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo (MP) eacute responsaacutevel pela anaacutelise aprovaccedilatildeo e negociaccedilatildeo da modalidade de cooperaccedilatildeo financeira mas a coordenaccedilatildeo cabe agrave Secretaria de Assuntos Internacionais (Seain)

O Ministeacuterio de Educaccedilatildeo conta com uma Assessoria Internacional do Gabinete do Ministro mas tem na CAPES e respectiva Coordenaccedilatildeo Geral de Cooperaccedilatildeo Internacional-CGClCAPES o principal suporte para assuntos relacionados agrave formaccedilatildeo poacutes-graduada e agrave formaccedilatildeo cientiacutefico-tecnoloacutegica dos quadros de ensino superior no Brasil e agrave cooperaccedilatildeo com organismos de outros paiacuteses

Ao Ministeacuterio de Ciecircncia e Tecnologia vincula-se o CNPq -Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico - sua principal agecircncia de fomento e de cooperaccedilatildeo internacional No CNPq cabe agrave Assessoria de Cooperaccedilatildeo Internacional - Ascin - a responsabilidade do gerenciamento das atividades de colaboraccedilatildeo com agecircncias estrangeiras de fomento cientiacutefico e tecnoloacutegico Participa tambeacutem de organismos internacionais de desenvolvimento regional como Aladi Mercosul-Recyt Reale Cyted de Comissotildees Mistas e Organismos Internacionais

A Tabela 118 mostra que a presenccedila de Assessorias Internacionais (AI) nas universidades brasileiras

Tabela 1111 Nuacutemero de universidades brasileiras com Assessorias

Internacionais (AI) (2002)

Regiotildees

None

Nordeste

Centro-Oeste

Sudeste

Sul

Total

Instituiccedilotildees de Ensino Superior (IES)

Universidades

9 (55) (105)

29(185) (10)

12(75) (6)

73(46) (8)

36 (225) (13)

159(100)

Outras Instituiccedilotildees

76 (5) (895)

255(16) (90)

191(12) (94)

829 (52) (92)

243(15) (87)

1594(100)

Total IES

85(5)

284(16)

203(115)

902(515)

279(16)

1753(100)

Ndeg IES com setor de Assessoria Internacional

Universidades

7(6) (875)

24(21) (100) 9(8)

(100) 45 (395)

(94) 29 (255)

(100)

114(100)

bullOutras

1(25) (125)

-

-

3 (75) (6)

-

4(100)

Total de IES com

setor de AI

8(7)

24 (205)

9 (75)

48 (405)

29 (245)

118 (100)

Fonte INEP httpwwweducacaosuperiorinepgovbrinst_pesq_regiaostm acesso em 20082002 Fonte Diretoacuterio dos Assessores Internacionais das Universidades Brasileiras (Faubai) maio de 2002 Observaccedilatildeo Primeiro () expressa a distribuiccedilatildeo por Regiatildeo (vertical) Outros Instituiccedilotildees Isoladas e Centros Universitaacuterios

116 Os convenios de cooperaccedilatildeo institucional nacional regional e internacional

O Brasil manteacutem acordos com varios Organismos Internacionais a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU PNUD - Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento) a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (Unesco)1 a Organizaccedilatildeo dos Estados Americanos (OEA) a Organizaccedilatildeo dos Estados Ibero-americanos para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (OEI) a Comunidade dos Paiacuteses de Liacutengua Portuguesa (CPLP)14 o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial (Bird) Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio OMC

O Brasil tambeacutem participa de foacuteruns internacionais que promovem a integraccedilatildeo dos paiacuteses na aacuterea educacional Reuniatildeo de Ministros da Educaccedilatildeo dos Paiacuteses Membros do Mercosul a Reuniatildeo de Ministros da Educaccedilatildeo da Comunidade dos Paiacuteses de Liacutengua Portuguesa a Reuniatildeo de Ministros da Educaccedilatildeo do Conselho Interamericano de Desenvolvimento Integral da OEA a Conferecircncia Ibero-americana de Educaccedilatildeo da OEI a Cuacutepula das Ameacutericas e o Mercosul Educativo15

(MEC-SESu)

13 A Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento Unesco criada em Londres em 1945com sede em Paris tem como objetivo contribuir para a paz e a seguranccedila estreitando mediante a educaccedilatildeo a ciecircncia e a cultura a colaboraccedilatildeo entre as Naccedilotildees dentro dos ditames da Carta das Naccedilotildees Unidas Integram a Unesco 188 paiacuteses dos quais o Brasil desde 4 de novembro de 1946 Suas atividades satildeo financiadas por meio das contribuiccedilotildees dos Governos dos Estados Membros As Caacutetedras da Unesco satildeo alguns de seus importantes veiacuteculos de cooperaccedilatildeo e objetivam a educaccedilatildeo (cursos professores visitantes etc) a investigaccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo Em 1992 foram criadas 17 Caacutetedras perfazendo hoje480 Caacutetedras instaladas em mais de 500 instituiccedilotildees universitaacuterias de 112 paiacuteses No Brasil uma das caacutetedras estaacute localizada na Universidade Metodista de Satildeo Paulo desde maio de 1996 A sediada na Universidad de 1ordf Republica eacute vinculada ao AUGM -Associaccedilatildeo de Universidades Grupo Montevideo (1998) Dela participam assessores brasileiros entre os quais Denise BCLeite (UFRGS)

14 A CPLP eacute uma organizaccedilatildeo internacional criada em 17 de Julho de 1996 com sede em Lisboa Satildeo paiacuteses membros da CPLP Angola Brasil Cabo Verde Guineacute Bissau Moccedilambique Satildeo Tomeacute e Priacutencipe e Portugal A CPLP objetiva a articulaccedilatildeo poliacutetico-diplomaacutetica entre seus Estados Membros em mateacuteria de relaccedilotildees internacionais a cooperaccedilatildeo particularmente nos campos econocircmico social cultural juriacutedico e teacutecnico-cientiacutefico e a difusatildeo da Liacutengua Portuguesa (Instituto Internacional da Liacutengua Portuguesa e Fundo Bibliograacutefico) A ela estatildeo ligados o Conselho de Ministros e a Conferecircncia de Chefes de Estado e de Governo

15 Em 16 de dezembro de 1996 o Presidente da Repuacuteblica Federativa do Brasil Fernando Henrique Cardoso promulga em Fortaleza - CE o Protocolo de Integraccedilatildeo Educacional para Prosseguimento de Estudos de poacutes-graduaccedilatildeo nas Universidades dos Paiacuteses-Membros do Mercosul

Quadro 112 Brasil Convenios bilaterais que incluem programas em

Educaccedilatildeo Superior eou eampT

PaisContinente

Aacutefrica Paiacuteses Africanos ( 2 2 )

Europa

Alemanha

BEacuteLGICA

Espanha

Franccedila

Itaacutelia Portugal Reino Unido Suiacuteccedila

Ameacuterica do Norte

Estados Unidos

Canadaacute

Aacutesia China

Japatildeo Ameacuterica Latina Caribe e Oceania

Argentina Chile Colocircmbia Costa Rica Equador Uruguai

Venezuela Meacutexico Cuba

Outros paiacuteses (15)

Totais

Tipo de convecircnioacordosprogramas

Promovidos por outros paiacuteses

--30 programas

DaadCAPES Krup KfaDLR DFG GMDDLRIbamaDLR Unibra Proba Humboldt Biotec-biociecircncias (10)

FNRS(1) MECD Cpes CSIC Cyted (4) CofecubCefiSferc IAS Cesmat CNRS lnserm IRD (7) CNR TWAS ICCTICAPES (3) ICCTI(l) RS PNE Britsh Council (3)

CERN(l) 8 programas Lter PELD NSF Fulbright UTCAPES FipseCAPES (6) CIDA CIHR (2) 6 programas

CEE CAS MST (3) JSPS Monbusho UNU (3) 13 programas ScytAntorchas Conicet SPU Seteip (4) ConicyCAPESt(l)

Colcienas ( 1 ) Conicit(l) Fundacyt (1) Conicit URCAPES (2)

Fonacit (1)

Conacyt(l) MES(l)

-56 acordos com 21 paises em 55 programas

Promovido pelo Brasil

1 programa (22) PECPG (1)

-

--

---- - 1 programa (24) PECPG (1) PECPGU ) PECPGU) PECPGU)

PECPGU) PECPGU) PECPGU)

PECPGU) PECPGU) PECPGU)

46 acordos com 46 paises

Fonte Dados primaacuterios CNPq httpwwwcnpqbrcooperacao_internacional acesso em 08072002 CAPES httpwwwCAPESgovbrcooperacaointemacional acesso em 23 052002 Obs (1) Dados primaacuterios organizados num quadro geral base para o presente (2) Ver Lista de siglas Legenda Pessoal vai para o exterior pessoal vem para o Brasil PECPG Programa de Estudantes Convecircnio(Brasileiro) UNU Universidade das Naccedilotildees Unidades (ONU-Multilateral) incluida (CNPq) como parceria Brasil-Japacirco bull bull bull Paiacuteses da Aacutefrica e Aacutesia Angola Barbuda Cabo Verde Camarotildees Costa do Marfim Gabatildeo Gana Guine Bissau Mali Marrocos Moccedilambique Namiacutebia Nigeacuteria Quecircnia Republica do Congo San Tomeacute e Priacutencipe Senegal Togo Tuniacutesia iquestlambia Suriname e Zimbabue bullbullbullbullAmeacuterica Latina Caribe e Oceania o PECPG eacute desenvolvido com Antigua

BoliacuteviaBenin El Salvador Guatemala Guiana Haiti Honduras Jamaica Panamaacute Paraguai Peru Repuacuteblica Dominicana Timor Leste Trinidad e Tobago

O Quadro 112 registra dois tipos de acordosprogramas os promovidos por outros paiacuteses e os promovidos pelo Brasil No primeiro tipo encontram-se 57 acordosconvecircnios com 21 paiacuteses perfazendo 57 programas No segundo tipo encontra-se o PECPG promovido pelo Brasil que jaacute deu origem a acordos com 46 paiacuteses especialmente da Aacutefrica da Ameacuterica Latina e Caribe

Os Acordos Bilaterais satildeo os principais instrumentos de cooperaccedilatildeo internacional promovidos pela CAPES

Mudanccedilas e perspectivas do ensino superior no Brasil

Neste Informe foram apresentadas e analisadas as principais transformaccedilotildees ocorridas na educaccedilatildeo superior brasileira na uacuteltima deacutecada as quais reverteram-se em profundas mudanccedilas tanto na sua estrutura como no seu

As principais delas foram

- A expansatildeo da matriacutecula no niacutevel superior resultante do crescimento do ensino meacutedio bem como da pressatildeo vinda de uma clientela formada por adultos (jaacute integrados ao mercado de trabalho) que busca melhorar suas oportunidades profissionais por meio da obtenccedilatildeo de um tiacutetulo de niacutevel superior - Atualizaccedilatildeo da legislaccedilatildeo pertinente agrave educaccedilatildeo superior como reflexo da nova LDBN96 e dos decretos e regulamentos dela decorrentes como tambeacutem a criaccedilatildeo do novo Conselho Nacional de Educaccedilatildeo e sua respectiva Cacircmara de Educaccedilatildeo Superior - A implantaccedilatildeo e aprimoramento do processo de avaliaccedilatildeo no sistema de educaccedilatildeo superior a criaccedilatildeo do Exame Nacional de Cursos e da avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees das ofertas institucionais somadas agrave jaacute tradicional avaliaccedilatildeo da poacutes-graduaccedilatildeo possibilitaram a acurada mensuraccedilatildeo da eficiecircncia e da produtividade do sistema Tais praacuteticas avaliativas cujos procedimentos ainda satildeo alvo de constantes discussotildees acabaram por angariar credibilidade tanto dentro como fora do proacuteprio sistema de ensino superior - Processo de diversificaccedilatildeo institucional natildeo somente em termos de natureza eou dependecircncia administrativa como tambeacutem quanto aos perfis organizacionais e vocaccedilotildees acadecircmicas criou novas perspectivas profissionais para os estudantes - A consolidaccedilatildeo do sistema nacional de poacutes-graduaccedilatildeo stricto sensu

- A pesquisa especialmente nas instituiccedilotildees de ensino superior federais em grande medida estimulada pelos oacutergatildeos de fomento mediante a concessatildeo de bolsas de formaccedilatildeo e de pesquisa experimentou grande avanccedilo e significativo crescimento na produccedilatildeo cientiacutefica oferecendo uma valiosa contribuiccedilatildeo agrave qualificaccedilatildeo de recursos humanos - O fortalecimento do complexo nacional de eampT mediante a criaccedilatildeo dos Fundos Setoriais com vistas ao financiamento das atividades no setor como tambeacutem a introduccedilatildeo de dois sistemas de coleta e disseminaccedilatildeo de dados relativos agrave produccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica quais sejam o Diretoacuterio dos Grupos de PesquisaCNPq e o Curriculum Lattes - O aumento da inserccedilatildeo internacional dos pesquisadores brasileiros as bolsas para realizaccedilatildeo de cursos de poacutes-graduaccedilatildeo estaacutegios e intercacircmbio acadecircmico concedidas pelos oacutergatildeos de fomento (CAPES e CNPq) criaram as condiccedilotildees favoraacuteveis para que a pesquisa e os pesquisadores brasileiros se tornassem mais conhecidos integrando-os agraves redes mundiais de pesquisadores e aumentando a cooperaccedilatildeo internacional - Portal de Perioacutedicos da CAPES ampliou e democratizou o acesso agrave informaccedilatildeo cientiacutefica pelos estudantes docentes e pesquisadores - A expansatildeo do nuacutemero de instituiccedilotildees de ensino superior que oferecem cursos a distacircncia alargou o acesso de um expressivo nuacutemero de pessoas de todas as regiotildees do paiacutes a um amplo leque de cursos de formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo - O aumento e a diversificaccedilatildeo das atividades de extensatildeo nas instituiccedilotildees de ensino superior tanto privadas como puacuteblicas abriram novas oportunidades de socializaccedilatildeo dos resultados das pesquisas e dos estudos nelas desenvolvidos - A ampla e raacutepida conexatildeo agrave Internet das instituiccedilotildees de ensino superior por meio da Rede Nacional de Pesquisa possibilitou-lhes a incorporaccedilatildeo no desenvolvimento de suas atividades cientificas e administrativas das novas tecnologias da informaccedilatildeo

O ensino superior do Brasil apoacutes periacuteodo de estagnaccedilatildeo e crise nos anos 80 viveu na deacutecada de 90 o que Schwartzman classificou como uma revoluccedilatildeo silenciosaEsta todavia deveraacute enfrentar nos proacuteximos anos quatro grandes desafios a expansatildeo a diferenciaccedilatildeo a qualificaccedilatildeo e o financiamento do sistema

A nova expansatildeo do ensino superior deveraacute articular iniciativas dos setores puacuteblico e privado buscando desenvolver poliacuteticas diferenciadas de estiacutemulo ao acesso por parte de diferentes grupos sociais ao ensino superior e uma mais adequada distribuiccedilatildeo regional da oferta e das oportunidades educacionais Tal expansatildeo dependeraacute sem duacutevida de uma ampla reestruturaccedilatildeo das relaccedilotildees entre o Estado e os sistema de educaccedilatildeo superior natildeo podendo em funccedilatildeo disso ser presidida exclusivamente pela loacutegica de mercado Caberaacute ao Estado garantir (direta ou indiretamente) a democratizaccedilatildeo do acesso agrave educaccedilatildeo superior mediante o crescimento do setor puacuteblico a revitalizaccedilatildeo do creacutedito educativo e um eficiente sistema de bolsas

Outro desafio reside em articular e regulamentar a grande diversidade ocorrida na oferta educacional reflexo da crescente diversificaccedilatildeo do sistema de ensino superior Os novos perfis das instituiccedilotildees (universidades especializadas centros universitaacuterios institutos superiores de educaccedilatildeo e centros de educaccedilatildeo tecnoloacutegica) os novos cursos programas (cursos sequumlenciais e mestrados profissionalizantes) assim como as novas modalidades de ensino (educaccedilatildeo a distacircncia) deveratildeo merecer acompanhamento e avaliaccedilatildeo como forma de garantir o seu aprimoramento e difusatildeo

O terceiro desafio relaciona-se agrave qualificaccedilatildeo Para que o sistema em seu conjunto melhore tanto no acircmbito da qualidade como da eficiecircncia eacute de fundamental importacircncia incentivar a qualificaccedilatildeo dos docentes Nesse campo na uacuteltima deacutecada houve um exitoso esforccedilo das instituiccedilotildees de ensino superior com vistas agrave titulaccedilatildeo de seus professores o que refletiu-se em uma modificaccedilatildeo do perfil do corpo docente das instituiccedilotildees de ensino superior especialmente as puacuteblicas Entretanto muito deve-se avanccedilar nessa direccedilatildeo

Igualmente de faz necessaacuterio melhorar a relaccedilatildeo ingressantes Concluintes como tambeacutem a relaccedilatildeo professoraluno nas instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas

Finalmente as respostas aos desafios apontados em grande medida dependeratildeo da adoccedilatildeo de uma adequada estrutura de financiamento que considere as exigecircncias de um ensino de qualidade a disponibilidade de recursos puacuteblicos e as precaacuterias condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas de uma expressiva parcela da populaccedilatildeo Sem duacutevida caberaacute ao Estado uma fraccedilatildeo fundamental da responsabilidade (direta ou indireta) de obter o financiamento do processo de transformaccedilatildeo e expansatildeo no acircmbito do ensino superior

Outros participantes deveratildeo da mesma forma incorporar-se a esse esforccedilo e compartir os custos da referida revoluccedilatildeo Num quadro de dificuldades e de controle de gastos puacuteblicos impotildee-se a racionalizaccedilatildeo

no uso dos recursos e o esforccedilo de maximizaccedilatildeo dos resultados bem como uma accedilatildeo mais articulada junto agrave iniciativa privada com a qual jaacute existem muitas parcerias com excelentes resultados Os diversos instrumentos que na uacuteltima deacutecada foram criados para ampliar a interaccedilatildeo entre estes dois setores (as Fundaccedilotildees de Apoio os Escritoacuterios de Interaccedilatildeo Universidade-Empresa e as empresas juacuteniores) teratildeo um importante papel a cumprir

Em siacutentese o grande desafio a ser enfrentado pela educaccedilatildeo superior brasileira eacute o estabelecimento e a implementaccedilatildeo de uma poliacutetica que tenha como alvo o conjunto do sistema e natildeo apenas uma parte dele Tal poliacutetica deveraacute atentar para as caracteriacutesticas desse sistema multifacetado composto por instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas com diferentes formatos organizacionais muacuteltiplos papeis e funccedilotildees locais regionais nacionais e internacionais

Natildeo obstante todos esses desafios e as dificuldades a serem enfrentadas - a escassez de recursos puacuteblicos para ampliar as fontes de financiamento do ensino e da pesquisa a incipiente diversificaccedilatildeo e regulamentaccedilatildeo de cursos de curta duraccedilatildeo o baixo poder aquisitivo da populaccedilatildeo brasileira para custear um ensino privado a evasatildeo e a inadimplecircncia no ensino superior privado a excessiva concentraccedilatildeo da matriacutecula em cursos natildeo relacionados ao desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e agrave inovaccedilatildeo e o reduzido nuacutemero de patentes registradas pelo Brasil - eacute possiacutevel ainda ser otimista Dadas as tendecircncias identificadas as conquistas e os resultados atingidos natildeo seria previsiacutevel uma reversatildeo no quadro atual

Aleacutem disso os novos desafios colocados pelo avanccedilo da globalizaccedilatildeo tecnoloacutegica econocircmica e cultural estatildeo a exigir dos atores sociais e poliacuteticos envolvidos com a educaccedilatildeo superior a responsabilidade de viabilizarem as reformas necessaacuterias para consolidaccedilatildeo da universidade brasileira no cenaacuterio nacional e ampliar sua presenccedila internacional

de Educaccedilatildeo Cacircmara de Educaccedilatildeo Superior a partir de

2001 Diretor Executivo da Fundep mdash Fundaccedilatildeo de

Desenvolvimento da Pesquisa de 1998 a 2002

JOSEacute M A N U E L M O R A N COSTAS eacute doutor em Comunicaccedilatildeo

pela Universidade de Satildeo Paulo Professor de Novas

Tecnologias na PUC-SP Assessor do Ministeacuterio de Educaccedilatildeo

para avaliaccedilatildeo de cursos superiores agrave distacircncia Autor do

livro Mudanccedilas na comunicaccedilatildeo pessoal

M A R I A ESTELA DAL PAI FRANCO eacute professor titular (CC)

da UFRGS Programa de Poacutes graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo e

Coordenadora do Grupo de Estudos sobre Universidade mdash

GEU mdash IpesqEduUFRGS Consultora Ad-Hoc com o

CNPq CAPES FAPERGS

M A R I A BEATRIZ ACCORSI eacute licenciada em Matemaacutetica

Bolsista de AP do CNPq 1995 Bolsista do Convecircnio

Capes-Unesco 2002

M A R I A SUSANA ARROSA SOARES eacute professora do

Departamento de Sociologia do Programa de

Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sociologia e Coordenadora do

Mestrado em Relaccedilotildees Internacionais da UFRGS

Realizou poacutes-doutorado na EHESS Paris Diretora do

Centro Brasileiro de Documentaccedilatildeo e Estudos da

Bacia do Prata (CEDEP) e do Centro de Estudos Sociais

da UFRGS Pesquisadora do CNPq e doutora em

Estudos Latino-Americanos pela UNAM (Meacutexico)

Membro do Comitecirc Multidisciplinar da CAPES

MICHELANGELO GIOTTO SANTORO TRIGUEIRO eacute doutor em

Sociologia e professor do Departamento de Sociologia

da UnB Decano de Ensino de Graduaccedilatildeo da UnB Chefe da

Assessoria de Planejamento e Avaliaccedilatildeo Institucional

da Universidade de Brasiacutelia entre 1993 e 1995

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