a didÁtica diferenciada do professor no ensino … · diferenciada é uma pedagogia racional....

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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Pedagogia Deise Bento Leme Crema Larissa Dayane Garcia Reis Miriã Eliz Rodriguês Patricia de Araújo Rodriguês A DIDÁTICA DIFERENCIADA DO PROFESSOR NO ENSINO FUNDAMENTAL CICLO I LINS – SP 2018

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Pedagogia

Deise Bento Leme Crema

Larissa Dayane Garcia Reis

Miriã Eliz Rodriguês

Patricia de Araújo Rodriguês

A DIDÁTICA DIFERENCIADA DO PROFESSOR NO ENSINO FUNDAMENTAL CICLO I

LINS – SP

2018

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DEISE BENTO LEME CREMA

LARISSA DAYANE GARCIA REIS

MIRIÃ ELIZ RODRIGUÊS

PATRICIA DE ARAÚJO RODRIGUÊS

A DIDÁTICA DIFERENCIADA DO PROFESSOR NO ENSINO FUNDAMENTAL CICLO I

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Pedagogia, sob a orientação da Profª Ma. Fatima Eliana Frigatto Bozzo.

LINS – SP

2018

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Crema, Deise Bento Leme; Reis, Larissa Dayane Gracia; Rodriguês, Miriã Eliz; Rodriguês, Patricia de Araújo

A didática diferenciada do professor no ensino fundamental ciclo I /Deise Bento Leme Crema; Larissa Dayane Garcia Reis; Miriã Eliz Rodriguês; Patricia de Araújo Rodriguês – – Lins, 2018.

50p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UniSALESIANO, Lins-SP, para graduação em Pedagogia, 2018.

Orientador: Fátima Eliana Frigatto Bozzo. 1 Didática Diferenciada. 2. Processo de Aprendizagem. 3. Dificuldade de aprendizagem. I Título.

.

CDU 37

C937d

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DEISE BENTO LEME CREMA

LARISSA DAYANE GARCIA REIS

MIRIÃ ELIZ RODRIGUÊS

PATRICIA DE ARAÚJO RODRIGUÊS

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DEDICATÓRIA

“Dedicamos à toda família que, cоm muito carinho е apoio, nãо mediram esforços

para qυе nós chegássemos ao final esta etapa dе nossas vidas.”

Deise

Larissa

Miriã

Patrícia

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AGRADECIMENTOS

“A Professora Fátima, por toda ajuda a nós dispensada, orientação, seu grande

desprendimento em ajudar-nos e amizade sincera.”

“Agradecemos а todos оs professores pоr nos proporcionar о conhecimento nãо

apenas racional, mаs а manifestação dо caráter е afetividade dа educação nо processo

dе formação profissional, pоr tanto qυе sе dedicaram а nós, nãо somente pоr terem nos

ensinado, mаs por nos terem feito aprender. А palavra mestre, nunca fará justiça

аоs professores dedicados аоs quais sеm nominar terão оs nossos eternos

agradecimentos.”

Deise

Larissa

Miriã

Patrícia

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RESUMO

A didática sempre foi elemento de primordial importância no processo de aprendizagem, pois determina o sucesso ou fracasso do aluno na aquisição do conhecimento, ao organizar temas e práticas adequadas, pode promover situações nas quais formam-se ambientes adequados para o estabelecimento da aprendizagem. O objetivo desse trabalho é pesquisar qual a influência do ambiente no fracasso escolar, com foco voltado para didática e sua contribuição na evolução do ensino aprendizagem do aluno; analisar como a didática diferenciada pode ajudar no sucesso dos alunos do ensino fundamental ciclo I; Verificar base teórica sobre o processo de construção do conhecimento através da didática diferenciada; Propor aos docentes uma sugestão de teoria diversificada para que ocorra desenvolvimento efetivo dos alunos do ensino fundamental ciclo I. De fato, atividades mal planejadas podem até desestimular o aluno na compreensão do conteúdo. A metodologia usada foi um trabalho bibliográfico referendado por alguns autores.A didática diferenciada apresenta-se como uma possibilidade interventiva interessante, já que lança mão de diferentes metodologias para aprimorar o aproveitamento escolar e é inclusive prevista pela legislação para ser utilizada nas salas de RC e RCI, que devem inclusive possuir no máximo vinte alunos para que a aprendizagem ocorra de maneira satisfatória. No resultado da pesquisa constatou-se que, através de diferentes métodos há a possibilidade de diversificar o trabalho em sala de aula, tornando o ensino motivador e significativo para o aluno e que assim, torna-o participante ativo do processo de aprendizagem. A conclusão vem mostrar a possibilidade de inserir conteúdos diversificados, através da música pode-se adquirir habilidades como: físico-cinestésica, espacial, existencial e pessoal, o ato de trabalhar com histórias é fundamental na formação do sujeito, através do contato com as histórias o aluno torna-se critico, autônomo, imaginativo e criativo, o jogo vai além, podendo favorecer o ensino de conteúdos em sala de aula, estabelece necessidades, propicia diversão, estimula educativamente e trabalha a compreensão de mundo, e ainda desenvolve a comunicação, pois é objeto de socialização.

Palavras Chave: Didática Diferenciada. Processo de Aprendizagem. Dificuldade

de aprendizagem.

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ABSTRACT

Didactics has always been an element of primary importance in the learning process, since it determines the success or failure of the student in the acquisition of knowledge, by organizing appropriate themes and practices, can promote situations in which appropriate learning environments are formed. The objective of this work is to investigate the influence of the environment on school failure, with a focus on didactics and its contribution to the evolution of student learning; analyze how differentiated didactics can help in the success of elementary school students cycle I; Verify theoretical basis on the process of knowledge construction through differentiated didactics; Propose to teachers a suggestion of a diversified theory for the effective development of elementary school students to take place. In fact, poorly planned activities can even discourage the student from understanding the content. The methodology used was a bibliographical work endorsed by some authors. Differentiated didactics presents itself as an interesting interventional possibility, since it uses different methodologies to improve school achievement and is even foreseen by the legislation to be used in the RC and RCI rooms, which must even have a maximum of twenty students so that learning takes place satisfactorily. In the result of the research it was verified that, through different methods, there is the possibility of diversifying the work in the classroom, making the teaching motivating and meaningful for the student and thus, making him an active participant in the learning process. The conclusion shows the possibility of inserting diversified contents, through music one can acquire abilities such as physical-kinesthetic, spatial, existential and personal, the act of working with stories is fundamental in the formation of the subject, through contact with the stories the student becomes critical, autonomous, imaginative and creative, the game goes beyond, can favor the teaching of content in the classroom, establishes needs, provides fun, stimulates educationally and works the world understanding, and still develops communication, because it is the object of socialization. Keywords: Differentiated Didactics. Learning process. Difficulty in learning.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Aprendizagem................................................................................... 14

Figura 2: Métodos variados............................................................................... 22

Figura 3: Jogos para as crianças....................................................................... 35

Figura 4: Aprendizagem mediada...................................................................... 40

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

INADE: Instituto de Avaliação e Desenvolvimento Educacional

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação

PNAIC: Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa

PNBE: Programa Nacional Biblioteca na Escola

RC: Recuperação Contínua

RCI: Recuperação Contínua e Intensiva

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 10

CAPÍTULO I – A APRENDIZAGEM E SEUS DESAFIOS................................. 14

1 APRENDIZAGEM.......................................................................................... 15

CAPÍTULO II – MÉTODOS VARIADOS DE ENSINO APRENDIZAGEM...........22

1 MÉTODOS VARIADOS........................................................................... 22

CAPÍTULO III –OS JOGOS COMO FORMA DE DESENVOLVER A AFETIVIDADE

NO CONTEXTO EDUCATIVO...........................................................................35

1 OS JOGOS..............................................................................................35

2 PROJETO MENTEINOVADORA.............................................................37

3 TRILHAS.................................................................................................41

CONCLUSÃO..................................................................................................... 44

REFERÊNCIAS.................................................................................................. 46

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INTRODUÇÃO

O estudo tornou-se uma atividade obrigatória e o êxito escolar passou a

representar um papel importante na realização pessoal e socioeconômico e quando

esse êxito não é alcançado, deve-se investigar possíveis causas do problema,

dados do senso escolar ano base 2017 apontam que a taxa de reprovação é de

4,8% para alunos do terceiro ano do ensino fundamental anos iniciais no estado de

São Paulo.

As causas para esse índice de reprovação podem ser diversas, dentre elas

pedagógicas, uma vez que as dificuldades de aprendizagem também referida como

desordem de aprendizagem ou transtorno de aprendizagem não tem causa certa,

mas pode ser classificado, como problema de ordem biológica, lesão cerebral, erros

no desenvolvimento cerebral, desequilíbrios neuroquímicos, hereditariedade ou

ainda pode ser causada por influência do ambiente. (FONSECA, 1995)

O objetivo desse trabalho é pesquisar qual a influência do ambiente no

fracasso escolar, com foco voltado para didática e sua contribuição na evolução do

ensino aprendizagem no ensino fundamental ciclo I; analisar como a didática

diferenciada pode ajudar no sucesso dos alunos do ensino fundamental ciclo I;

verificar a base teórica sobre o processo de construção do conhecimento através da

didática diferenciada; propor aos docentes uma sugestão de teoria diversificada para

que ocorra desenvolvimento efetivo dos alunos do ensino fundamental ciclo I.

A resolução da secretaria da educação do estado de São Paulo nº 73/2014

que trata da reorganização do ensino fundamental em regime de progressão

continuada, traz garantias para um aprendizado efetivo e de qualidade, dentre elas o

artigo 5º parágrafo 1º estabelece:

Ao final do 3º ano, o aluno que não se apropriar das competências e habilidades previstas para o Ciclo de Alfabetização, de que trata o caput deste artigo, deverá permanecer por mais um ano neste Ciclo, em uma classe de recuperação intensiva. (SÃO PAULO, 2014)

Segundo a resolução nº 73/2014 a classe de recuperação intensiva deve ser

constituída de no mínimo dez alunos e no máximo vinte, e o professor titular deve

desenvolver um trabalho diferenciado com os alunos a fim de sanar as defasagens

apresentadas por estes.

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Recuperação Intensiva: a oportunidade de estudos que possibilita ao aluno integrar classe cujo professor desenvolverá atividades de ensino específicas e diferenciadas, que permitirão ao aluno trabalhar os conceitos básicos necessários a seu prosseguimento nos estudos. (SÃO PAULO, 2014)

A didática desenvolvida pelo professor pode interferir na aquisição de

conceitos, uma didática diferenciada pensada para o aluno como sujeito principal no

processo de construção do conhecimento.

O campo específico de atuação profissional e política do professor é a escola, à qual cabem tarefas de assegurar aos alunos um sólido conhecimento de domínios e habilidades o desenvolvimento de suas capacidades intelectuais, de um pensamento independente, crítico e criativo. (LIBANEO, 2006, p. 22)

Ferreiro e Teberosky (1999, p.39) falam sobre a repetência escolar nos anos

iniciais, e são claras ao enfatizar:

[...] Fala-se, também da repetência como um dos maiores problemas da educação primaria [...]. O que é a repetência? Quando uma criança fracassa na aprendizagem, a escola lhe oferece uma segunda oportunidade: recomeçar o processo de aprendizagem. É esta a solução? Reiterar uma experiência de fracasso em condições idênticas não é, por acaso, obrigar a criança a “repetir seu fracasso. [...].

Deve-se então refletir quanto ao trabalho desenvolvido em sala, se o aluno

repetente, com dificuldade de aprendizagem, volta no ano seguinte no mesmo ciclo,

com as mesmas atividades, mesmo material pedagógico, mesmo planejamento e

mesmo programa a seguir, como esse aluno que não conseguiu avançar no ano

anterior pode nas mesmas condições obter resultados diferentes?

O aluno que não conseguiu desenvolver conceitos que o levassem ao êxito

necessita de um trabalho diferenciado, dando-lhe a oportunidade de progredir, com

esse olhar voltado para as necessidades reais do aluno, o professor que trabalha de

forma diferenciada não só trabalha conceitos básicos, mas integra o aluno no

processo.

Se o objetivo é dar a todos a chances de aprender, quaisquer que sejam suas origens sociais e seus recursos culturais, então, uma pedagogia diferenciada é uma pedagogia racional. Diferenciar é, pois, lutar para que as desigualdades diante da escola atenuem-se e, simultaneamente, para que o nível de ensino se eleve. (PERRENOUD, 2000, p.36)

Segundo Perrenoud (2000) a diferenciação do ensino deve permanecer como

um paradigma geral, bastante abstrato, separado desta ou daquela modalidade da

realização que o professor trabalha. Pode-se dizer que se trata de romper com a

indiferença às diferenças que se existe no campo escolar.

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Acima de uma didática diferenciada é preciso ter em mente que o professor

trabalha com sujeitos em processo de formação, que tem desejos necessidades,

sonhos, anseios e frustrações, respeitar esse indivíduo e querer fazer o melhor é

sem dúvida uma grande contribuição para que esse aluno alcance o conhecimento

nas diversas áreas do saber.

Para confirmar ou não a hipótese de que a didática diferenciada é de suma

importância para o sucesso no ensino aprendizagem do aluno possibilitando novas

aprendizagens, será realizada uma Pesquisa Descritiva com Revisão Bibliográfica,

no período de fevereiro a outubro de 2018.

Trata-se de pesquisa de cunho qualitativo tentando compreender o fenômeno

estudado, e cujo percurso envolverá levantamento bibliográfico,apresentando temas

pertinentes no qual o desenvolvimento de uma didática diferenciada trará benefícios

aos sujeitos em processo de formação.

A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências

teóricas já publicadas. Pode ser realizada independentemente ou como parte da

pesquisa descritiva. Por meio dela objetiva-se conhecer e analisar as contribuições

culturais e científicas existentes, sobre um determinado assunto. Portanto, será

realizado levantamento bibliográfico, para um maior aprofundamento do tema e

ampliação da bibliografia a ser lida e sistematizada.Com base nesse trabalho, a

perspectiva é a da ampliação do entendimento acerca das concepções sobre a

problemática aqui apresentada.

Toda pesquisa histórica se articula com um lugar de produção sócio-econômico, político e cultural [...] Ela está, pois, submetida a imposições, ligada a privilégios, enraizada em uma particularidade. É em função deste lugar que se instauram os métodos, que se delineia uma topografia de interesses, que os documentos e as questões, que lhes serão propostas, se organizam. (CERTEAU, 2008, p. 66.)

Portanto, através de material teórico trará concretude aos estudos realizados

confirmando ou não a hipótese inicial, se a didática diferenciada possibilita novas

aprendizagens aos alunos do ensino fundamental.

No 1° capitulo “Aprendizagem e seus desafios”, diz que existem varias

dificuldades no meio escolar influenciando o processo do sujeito no desenvolvimento

global.

No 2° capitulo "Métodos Variados de Ensino Aprendizagem", fala sobre os

diferentes métodos e formas de aplicação a serem desenvolvidas pelos professores

a fim de se obter uma aprendizagem significativa.

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No 3° capitulo "Os Jogos como forma de Desenvolver a Afetividade no

Contexto Educativo", direciona-se aos docentes como proposta de intervenção para

facilitar o processo de construção do conhecimento dos alunos.

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CAPÍTULO I

A APRENDIZAGEM E SEUS DESAFIOS

Figura 1 - aprendizagem

Fonte: www.google.com.br

"Saber pensar é uma das estratégias mais decisivas. O ser humano precisa saber fazer e, principalmente, saber fazer-se oportunidade".(DEMO, 2000, p. 34)

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1 APRENDIZAGEM

A aprendizagem é entendida como um processo e como tal enfrenta desafios

que atrapalham ou dificultam o seu adequado fluxo.

A aprendizagem é gradual, isto é, vai-se aprendendo pouco a pouco durante toda a vida. Portanto, ela é um processo constante, contínuo. Cada indivíduo tem seu ritmo próprio de aprendizagem (ritmo biológico) que, aliado ao seu esquema próprio de ação, irá constituir sua individualidade. (DROUET, 2001, p. 8)

Sendo assim, ele está à mercê dos acontecimentos, tanto em âmbito escolar

como fora dele. Como exemplo pode-se citar as crianças que vão à escola com

fome, ou enfrentam longo caminho no deslocamento ou mesmo precisam trabalhar

para ajudar nas despesas da casa. Todos estes fatores e muitos outros, mesmo não

fazendo parte do processo de aprendizagem de forma direta, acabam por influenciar

o desempenho dos alunos na escola.

1.1 Conceitualização

Para todo fenômeno que se propõe a estudar, deve-se conceituar com a

máxima exatidão possível para que se reduzam as ambiguidades na interpretação

dos termos específicos. Assim sendo, recorre-se a Drouet (2001) quanto à definição

do tema de estudo:

O termo distúrbio, que significa perturbação ou alteração no comportamento habitual de uma pessoa, vem sendo usado na literatura especializada em várias acepções. Para alguns médicos, psicólogos ou educadores, distúrbios são problemas ou dificuldades no processo de ensino-aprendizagem. Isso porque, para esse grupo, distúrbios são perturbações de origem biológica, neurológica, intelectual, psicológica, sócio-econômica ou educacional, encontrada em escolares, que podem tornar-se problemas para a aprendizagem dessas crianças.[...] Um segundo grupo, [...] prefere reservar a expressão distúrbios de aprendizagem apenas para aqueles casos de crianças com dificuldades de aprendizagem de causas desconhecidas, uma vez que essas crianças não apresentam defeitos físicos, sensoriais, emocionais ou intelectuais de espécie alguma. Até então essas crianças tinham sido maltratadas, ignoradas ou permanecido sem diagnóstico. (DROUET, 2001, p. 91-92)

Há uma necessidade de conceituar o verbete distúrbio,pois se percebe a

infinidade de interpretações e a dificuldade de consenso entre profissionais que se

debruçam sobre o tema. Assim também não se pode privar de compreender a

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grande dificuldade dos professores que muitas vezes desconhecem a complexidade

de influências que podem atrapalhar o processo de ensino-aprendizagem e em

alguns casos até impedir sua realização.

O desconhecimento por parte do educador pode muitas vezes levá-lo a tratar

a criança da mesma maneira que as demais, ignorando suas vicissitudes e privando

a oportunidade de potencializar as aprendizagens realizadas pela criança, sendo

inclusive fator para sua desmotivação, agravando ainda mais a qualidade da sua

formação.

1.2 Comportamento: Um indício Considerável

Durante o período que a criança está presente em sala de aula, a forma de se

relacionar com seus colegas, com seu professor e a maneiras pela qual compreende

os conteúdos apresentados por este através de suas perguntas ou até mesmo suas

impressões de sua face. Ela demonstra assim seu comportamento, que

provavelmente é um dos indícios mais marcantes que tanto podem tornar evidentes

atrasos cognitivos quanto a superdotação. Ao professor cabe estar atento ao

comportamento da criança e com mais rigor quando destoa da maioria de seus

pares.

Às vezes uma criança mais adiantada que a grande maioria de seu grupo pode parecer anormal. Há muitos relatos de gênios que foram consideradas pessoas diferentes, excêntricas, estranhas, fora dos parâmetros normais de seu grupo, e até mesmo loucos. [...] o professor deverá observar atenta e constantemente seus alunos, registrando o maior número possível de dados sobre eles. Esta tarefa de observação e registro é muito importante e deve ser feita cuidadosamente. Porém o professor, de posse desses dados, não deverá fazer um diagnóstico nem tampouco intervir, visando solucionar o problema, sem antes encaminhar a criança a um especialista. Somente a partir da orientação do especialista, o professor poderá colaborar na ação remediativa. (DROUET, 2001, p. 94-95)

Entende-se assim o caráter multidisciplinar necessário para o processo

educativo, visto que a complexidade que envolve o cuidado com o ser humano é tão

amplo que outros profissionais podem e devem contribuir com o processo. O

professor sente-se sobrecarregado com tamanha a diversidade encontrada em sala

de aula e por isso deve cercar-se de meios que lhe auxiliem o trabalho com as

crianças e pode sugerir encaminhamentos e auxilio aos pais das crianças

periodicamente.

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1.3 Déficit de atenção/hiperatividade

Atualmente não é incomum ouvir a respeito do déficit de

atenção/hiperatividade, no entanto, faz-se necessário conhecer um pouco mais

desta questão. Para tanto, recorreu-se a Rohde (2000, p. 6), segundo o autor:

“Estudos têm demonstrado que crianças com essa síndrome apresentam um risco

aumentado de desenvolverem outras doenças psiquiátricas na infância,

adolescência e idade adulta”.

A tríade sintomatológica clássica da síndrome caracteriza-se por desatenção, hiperatividade e impulsividade. Independentemente do sistema classificatório utilizado, as crianças com TDAH são facilmente reconhecidas em clínicas, em escolas e em casa. A desatenção pode ser identificada pelos seguintes sintomas: dificuldade de prestar atenção a detalhes ou errar por descuido em atividades escolares e de trabalho; dificuldade para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas; parecer não escutar quando lhe dirigem a palavra; não seguir instruções e não terminar tarefas escolares, domésticas ou deveres profissionais; dificuldade em organizar tarefas e atividades; evitar, ou relutar, em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante; perder coisas necessárias para tarefas ou atividades; e ser facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa e apresentar esquecimentos em atividades diárias. (ROHDE, 2000, p. 7)

Percebe-se então a importância da observação do professor em sala de aula

e sua comunicação com os pais, visto que, assim podem auxiliar-se mutuamente na

tarefa de oferecer a criança condições para desenvolver-se de maneira adequada

mesmo diante de uma dificuldade desta natureza. O mesmo autor ainda completa a

orientação:

A hiperatividade se caracteriza pela presença frequente das seguintes características: agitar as mãos ou os pés ou se remexer na cadeira; abandonar sua cadeira em sala de aula ou outras situações nas quais se espera que permaneça sentado; correr ou escalar em demasia, em situações nas quais isto é inapropriado; pela dificuldade em brincar ou envolver-se silenciosamente em atividades de lazer; estar frequentemente “a mil” ou muitas vezes agir como se estivesse “a todo o vapor”; e falar em demasia. Os sintomas de impulsividade são: frequentemente dar respostas precipitadas antes das perguntas terem sido concluídas; com frequência ter dificuldade em esperar a sua vez; e frequentemente interromper ou se meter em assuntos de outros. (ROHDE, 2000, p. 7)

Conhecer estes sintomas pode auxiliar o docente a identificar e encaminhar a

criança a um profissional habilitado para diagnosticar e desenvolver um atendimento

adequado caso venha a confirmar as suspeitas do professor e dos pais. Para

embasar as ideias aqui expostas, buscou-se em Camañes (2008, p. 2) novas

interpretações:

O comportamento das crianças com este déficit é caracterizado por uma diminuição persistente na capacidade atencional, um aumento notável da

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atividade e impulsividade, cuja frequência e severidade são maiores que aquelas tipicamente observadas nos demais indivíduos com um nível equiparado de desenvolvimento. Tais comportamentos surgem em muitas situações e são mantidos durante toda a vida. Ainda que na adolescência e na vida adulta algumas manifestações tendam a diminuir consideravelmente (como o excesso de movimentos e a impulsividade) – especialmente se a intervenção for precoce – os déficits de atenção persistem.

Vale lembrar que ao professor não cabe solucionar todos os problemas de

seus alunos, mas a observação é sua ferramenta para auxiliar tanto o aluno que

apresenta tal distúrbio quanto aos demais em sala que acabam por serem

prejudicados pelo comportamento ativo em demasia das crianças que precisam de

orientação, apoio e cuidados.

1.4 Dificuldades de leitura e escrita

A leitura e escrita constituem a base para futuras aprendizagens e é, portanto

de fundamental importância dentro do processo de alfabetização. Uma criança que

não aprende a ler e escrever bem sofre muitas dificuldades ao longo de todos os

níveis de ensino. Dificuldades de leitura e escrita podem também revelar distúrbios

na audição e visão da criança. Segundo Drouet:

A leitura faz parte de um complexo processo linguístico de desenvolvimento da linguagem. Este processo tem etapas bem definidas, que vão avançando gradativamente. A leitura e a escrita representam as etapas superiores. Os primeiros estímulos da linguagem que a criança recebe são auditivos, visuais, táteis, olfativos e gustativos, portanto, estímulos sensoriais. Estes estímulos se associam e formam a linguagem interna do indivíduo. Pela audição a criança recebe símbolos sonoros, emitidos pelos objetos de seu ambiente. Assim ela percebe o que acontece ao seu redor, que passa a significar alguma coisa para ela (linguagem receptiva ou auditiva). Assimilando essas mensagens do ambiente e utilizando sua capacidade de imitação, a criança passa a usar os símbolos verbais que ouve dos adultos e agora já compreende, entrando então no período da linguagem expressiva (verbal). É por esse motivo que a criança precisa de pessoas falando corretamente ao seu redor, para que ela tenha modelos a imitar e assim consiga aprender a falar (aprendizagem por imitação). Quando a criança chega a idade escolar, entre 6 e 7 anos, ela aprende a ler através de símbolos verbais visuais, que vão se juntar a sua linguagem auditiva. A palavra escrita é a representação gráfica dos símbolos auditivos, que por sua vez representam experiências vivenciadas. Por último a criança é capaz de se expressar através de símbolos gráficos (escrita). No processo de alfabetização, tanto a leitura quanto a escrita vão acontecendo simultaneamente. (2001, p. 94-95)

Portanto, ao ser avaliado em sua dificuldade deve-se levar em consideração

fatores físicos como a presença de dificuldades visuais ou auditivas, visto que estas

impactam diretamente sobre o aproveitamento escolar. Mais uma vez insiste-se no

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acompanhamento do professor que, estando atento, consegue perceber tais

manifestações desta presença no cotidiano da criança e então orientar os pais

quanto à necessidade de aferição a acuidade visual e auditiva.

1.5 Disfunção cerebral mínima

Dificuldade de grande relevância, já que desafia o docente a rever os

objetivos de trabalho e mesmo a forma de se trabalhar com crianças com disfunção

cerebral mínima.

Isto significa dizer um mau funcionamento do cérebro, devido a fatores hereditários ou a má formação do embrião durante a vida intra-uterina (problemas pré-natais), a traumas sofridos pelo feto na hora do parto (problemas perinatais) ou ainda a problemas adquiridos pelo indivíduo logo ao nascer (problemas pós-parto). (DROUET, 2001, p. 94-95)

Tal limitação requer a presença de outros profissionais capacitados para

avaliar e traçar propostas interventivas mais especializadas, visto que existem

diversos graus de manifestação deste distúrbio, resultando também em grande

diversidade de limitações. A aprendizagem precisa estar adequada à criança e não a

criança à aprendizagem. Se a dificuldade estiver demasiadamente alta ou baixa,

surgem elementos desmotivadores para a criança que passa a sentir-se

desconfortável para realizar os exercícios e trabalhos que lhe são passados.

1.6 Influências do meio escolar na dificuldade dos alunos

Outro fator que também exerce influência na aprendizagem dos alunos é o

meio escolar onde passam boa parte do dia. Propõe-se então nesta obra uma

ampliação do conceito de meio escolar. Pretende-se colocar para reflexão desde o

meio enquanto aparato físico sejam na escola ou no lar e também aspectos que

dizem respeito ao ambiente da sala de aula, como as carteiras, a sala, o pátio até

mesmo a alimentação.

Muitas vezes encontram-se crianças que são vítimas de maus tratos verbais e

psicológicos, às vezes até físicos e que apresentam baixo rendimento, não por

questões cognitivas, mas sim questões sociais. Deve-se também considerar a

correta alimentação, as condições socioeconômicas estão oferecendo suporte

adequado a um sujeito em fase de crescimento, no qual necessita não apenas do

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alimento, mas também sentir-se protegida, sentir-se respeitada dentro do ambiente

da sala e ter também um ambiente limpo e agradável.

Ao refletir-se sobre estas questões, percebem-se quanto são dificultosas as

condições nas quais essas crianças se submetem para aprender. E o transporte até

a escola, também é uma questão que merece atenção.

Queremos ressaltar que mesmo as crianças que vêm de lares muito pobres têm direito a um ambiente escolar agradável. É preciso que os responsáveis da educação tenham em mente que tudo neste campo é importante. A estrutura física da escola é também um elemento pedagógico relevante. Há inúmeras pesquisas feitas em psicologia a respeito de ambientes adequados para o trabalho, o estudo, o repouso e a saúde. Comprova-se que dimensões amplas das salas, as cores, o arejamento, a iluminação e a decoração influem psicologicamente nas pessoas. Existe até um setor da psicologia dedicado ao uso adequado das cores: a psicodinâmica das cores. Também em psicologia social, muitos pesquisadores já provaram a influência que o meio ambiente exerce nas relações sociais e nas emoções dos indivíduos. (DROUET, 2001 p. 94-95)

Drouet (2001) destaca que os mesmos pontos num primeiro momento não

parecem ter relação direta com o processo de aprendizagem, na verdade exercem

considerável influência, seja atrapalhando ou potencializando a qualidade do

aproveitamento escolar.

1.7Transtornos emocionais

A conduta em sala de aula revela aspectos importantes da personalidade dos

estudantes e também as várias manifestações inadequadas que muitas vezes são

frutos de transtornos psicológicos. De acordo com a literatura específica, (BARLOW,

2009, p. 222) defende a ideia de que “a expressão transtornos emocionais inclui não

apenas os transtornos de ansiedade e humor, mas também outros tipos de

transtornos nos quais a desregulação emocional cumpre papel de destaque.”

Barlow (2009) defende ainda a posição na qual adota uma abordagem

unificada, visto que, fortes evidências nas quais estão presentes elementos comuns

na etiologia dos transtornos emocionais.

Descreveremos em algum detalhe um conjunto de vulnerabilidades ou diáteses que interagem entre si, que é relevante ao desenvolvimento de ansiedade, transtorno de ansiedade e transtornos emocionais relacionados a isso. Essa teoria da tripla vulnerabilidade engloba vulnerabilidade biológica geral, vulnerabilidade psicológica geral e vulnerabilidade psicológica específica que surge das primeiras aprendizagens. (BARLOW, 2009, p. 223)

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Nesta visão, as influências biológicas e psicológicas se combinam para formar

um quadro ansioso ou mesmo um comportamento inadequado, no qual o indivíduo

comporta-se de maneira que o impede de aproveitar tanto os momentos de estudo

propriamente dito, como também outras instâncias de sua vida. Neste caso, faz-se

necessário o acompanhamento de profissional devidamente qualificado para

diagnosticar e prescrever tratamento no qual a melhoria comportamental vai exercer

reflexo positivo no aproveitamento escolar do aluno.

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CAPÍTULO II

MÉTODOS VARIADOS DE ENSINO APRENDIZAGEM

Figura 2- Métodos variados

Fonte: www.google.com.br

1 MÉTODOS VARIADOS

Existe uma série de métodos e formas de aplicação do conhecimento,

métodos de ensino são ações desenvolvidas pelas quais o professor organiza as

atividades de ensino para atingir objetivos de trabalho em relação a um conteúdo

específico da educação.

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Ao abordar métodos de ensino e de aprendizagem, trata-se de um caminho

para chegar ao objetivo proposto, aprendizagem do aluno de maneira eficaz. Cada

método procurou dar conta de promover aos alunos a apropriação de

conhecimentos em cada momento histórico.

A educação moderna tem de atender a algumas normas que devem presidir toda e qualquer metodologia. Consubstanciada em métodos e técnicas de ação didática. Estas normas são como que o balizamento da ação educativa para que os objetivos da educação possam ser alcançados com eficiência. (NÉRICI, 1992, p. 38)

Pode-se perceber que existe um método para cada tipo de situação, perfil e

conteúdo a ser ministrado, mas o ideal é que não limite-se apenas a um método.

Deve-se estar aberto a novas abordagens e adequar-se de acordo com as

necessidades apresentadas em sala de aula.

1.1 História Contada

Desde os primeiros anos, a criança aprende a falar através do contato

estabelecido muitas vezes com a família que constantemente lhe proporciona

conhecimentos acerca do mundo. A contação de histórias faz parte deste fato,

sendo também importante ferramenta de aprendizagem para que educadores

consigam impregnar de emoções, diversos saberes necessários aos primeiros anos

do ensino fundamental. Através das histórias a criança toma contato com o mundo

das letras, palavras, significados e textos. Por meio delas pode-se estimular o ensino

da leitura e escrita.(COELHO, 2000)

Ler, pra mim, sempre significou abrir todas as comportas para entender o mundo através dos olhos dos autores e da vivência das personagens [...] Ler foi sempre maravilha, gostosura, necessidade primeira e básica, prazer insubstituível [...] E continua lindamente, sendo exatamente isso! (ABRAMOVICH, 1993 p. 14)

Para Abramovich (1993), a leitura constitui um imenso portal para o

conhecimento que pode ser prazeroso para a criança. Precisa-se ajudá-la a

perceber que as palavras detêm essa verdadeira mágica, para que se construa

hábitos de leitura e escrita, tão importantes para o desenvolvimento intelectual e o

sucesso escolar da criança das séries iniciais e posteriores também.

Abramovich (1993) também defende a ideia na qual a leitura desperta na

criança um potencial crítico. No entanto, não é simplesmente ler uma história para a

criança. Faz-se necessário despertar-lhe a curiosidade, é preciso impregnar a

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história de sons e imagens, trazer a criança ao mundo da fantasia para que ela

participe junto, sentindo a história e deseje continuar ouvindo.

A literatura é uma forma de inteirar-se da verdade, visto que também tem

caráter informativo, desde a descoberta de como é o nascer até o morrer, descobrir

sobre si, o próximo, o corpo, as mazelas da vida e os amores, tudo faz parte da

curiosidade natural da criança. Literatura essa que aborda problemas de diversos

modos, levando a vários caminhos de aprendizagem.

Estamos falando de literatura [...] Portanto, não se trata de livros didáticos, de não ficção, onde se disserta, se dá uma explicação objetiva, seca dura [...] Não é a demonstração dum teorema (a vida não é bem assim [...]), nem a explanação dum fenômeno científico distante, que acontece num laboratório de ciências e onde se busca provar algo que não está exigindo nenhuma emoção ou envolvimento pessoal[...] Estamos falando de literatura, de ficção, de histórias, onde se aborda um – ou vários problemas – que a criança pode estar atravessando ou pelo qual pode estar se interessando [...] De uma leitura que não é óbvia, discursiva ou demonstrativa do tal tema [...] Onde ele flui natural e límpido, dentro da narrativa – que evidentemente não tratará apenas disso. (ABRAMOVICH, 1993, p. 98)

Quanto aos contos de fada tratam de temas contemporâneos ainda que tão

antigos, o sofrimento, a dor, o medo, a morte, o amor de todas as formas, das

dificuldades de ser criança, das angustias, obstáculos, carências, e outros tantos

mais que podem representar possibilidades de trabalhar esses sentimentos e

diversos outros conflitos que venham a se apresentar durante o percurso. Pode-se

ainda explorar o aspecto da autodescoberta, o que é fundamental para o

desenvolvimento de sua própria identidade.

"A leitura de histórias é um momento em que a criança pode conhecer a

forma de viver, pensar e agir e o universo de valores, costumes e comportamentos

de outras culturas situadas em outros tempos e lugares que não são seus".

(BRASIL, 1998, p. 143).

Conforme Corsino (2010), tanto o conceito de infância quanto o de literatura

infantil sofreram (e sofrem) alterações ao longo da história. A visibilidade da criança

é ainda contraditória; ora ela é vista pela ótica da falta, do vir a ser, ora por suas

competências e possibilidades. A imagem da criança enquanto sujeito ativo no

mundo sócio-histórico-cultural, que interage no meio se formando e transformando,

ainda não está totalmente disseminada. Estas ambiguidades e contradições se

expressam nas produções culturais para as crianças que nem sempre conseguem

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se libertar do cunho moralizante originário e também nas formas como estas

produções chegam às crianças, pelas mediações dos adultos.

Fazendo uso da dramatização, sons e até pode-se lançar mão de maquiagem

e bonecos para tornar a história mais viva. Entende-se, portanto, que não existe uma

só maneira de contar histórias, mas alguns componentes que ela deve ter para ir

além do texto, para despertar a curiosidade e o desejo de ouvir novamente.

(ABRAMOVICH, 1993)

Este elemento motivador deve ser integrante no planejamento da atividade de

contação de histórias para que a criança esteja atenta ao que ouve e vê. Pode-se

então dizer que contar histórias não se restringe apenas a conhecer a história, visto

que requer outros saberes, até mesmo princípios teatrais podem fazer parte do

repertório do contador que deve dar a história uma espécie de sabor, e assim dar a

ela esse elemento motivador tão necessário a educação nos dias atuais.

(ABRAMOVICH, 1993)

Se a forma de trabalhar o texto literário no contexto escolar deve sofrer

mudanças, a seleção desse material, de igual maneira, também deve se atualizar,

não se pautando na concepção tradicional da prática leitora, centradas na visão do

professor, mas variando de acordo com a perspectiva social e cultural e de formação

do sujeito. Para que o convívio do leitor com a literatura resulte afetivo, nessa

aventura espiritual que é a leitura, muitos são os fatores em jogo. "Entre os mais

importantes está a necessária adequação dos textos às diversas etapas do

desenvolvimento infantil". (COELHO, 2000, p.32).

Segundo Busatto (2008), contar história é uma arte, e o contador de histórias

um artista, que cria e transforma, emprestando seu corpo e sua voz, trazendo

significado para a história. Contar uma história é diferente de ler, pois o contador

deve por afeto, sonho, magia, essência, trazendo forma e contorno, tornando real

aquilo que sem todas essas características não passa de um texto.

[...] contar histórias é uma atitude multidimensional. Ao contar histórias atingimos não apenas o plano prático, mas também o nível do pensamento, e, sobretudo, as dimensões do mítico-simbólico e do mistério. Assim, conto histórias para formar leitores; para fazer da diversidade cultural um fato; valorizar as etnias; manter a História viva; para se sentir vivo; para encantar e sensibilizar o ouvinte; para estimular o imaginário; articular o sensível; tocar o coração; alimentar o espírito; resgatar significados para a nossa existência e reativar o sagrado. (BUSATTO, 2008 p. 45,46)

O contar histórias provoca encanto e prazer por isso é um importante auxiliar

na prática pedagógica, pois ela induz a criatividade, a oralidade, gosto pela leitura, a

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imaginação, contribuindo para formação social e afetiva e ainda a formação da

personalidade na criança. A contação de histórias transmite conhecimentos e

valores sendo essencial no processo de ensino aprendizagem, por meio dela

adquire-se o gosto pela leitura, amplia-se o vocabulário e a cultura. (BUSATTO,

2008)

A contação de histórias em sala de aula propicia inúmeras possibilidades,

educa, instrui, socializa, desenvolve o cognitivo a autoconfiança e diverte. Ouvir

histórias tem papel significativo na formação da identidade, há uma relação de troca

durante a contação, onde ouvinte tem significativo contato com imaginário, através

das emoções empregadas no ato de contar. “Contar histórias é uma arte porque traz

significações ao propor um diálogo entre as diferentes dimensões do ser”

(BUSATTO, 2008, p. 10).

De acordo com Coelho (2000), contar histórias é mais antigo que a invenção

da escrita, era a forma encontrada de passar informação, para a preservação da

cultura, crenças, história e tradições, uma forma de perpetuar, tudo era feito

oralmente, conhecido como tradição oral.

No momento da contação da história, o aluno exercita a fantasia e a

imaginação, ele se torna íntimo da leitura, fluente e hábil para produzir textos. Outro

benefício é o despertar para a pratica da leitura, a inserção da contação de história

na vida escolar faz com que o aluno tenha interesse pela leitura inclusive por novas

histórias.(COELHO, 2000)

Quando o aluno é apresentado ao universo das histórias, há um contato

intenso com a língua materna, expandindo assim o seu repertório linguístico. A

contação de histórias apresenta diversos benefícios, entre eles conhecimentos e

valores. A utilização em sala de aula é essencial para que os alunos sejam

estimulados a imaginar e criar, quanto aos educadores os benefícios são ainda

maiores, pois podem tornar suas aulas extremamente atrativas e produtivas

alcançando assim seus objetivos, aprendizagem verdadeiramente significativa.

(COELHO, 2000)

1.2 Jogos

O jogo sempre esteve presente na sociedade, no entanto, de acordo com

Kishimoto (2011), cada período da história atribui um significado diferente para este

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termo. Encontra-se, ainda segundo o autor, confusão na mistura dos conceitos de

jogo, brincadeira e brinquedo, usados sem distinção pelas pessoas.

"A ação que a criança desempenha ao concretizar as regras do jogo, ao

mergulhar na ação lúdica. Pode-se dizer que é o lúdico em ação. Desta forma,

brinquedo e brincadeira relacionam-se diretamente com a criança e não se

confundem com o jogo". (KISHIMOTO, 2011, p.26)

Deste modo, assim como coloca Kishimoto, (2011), é necessário diferenciar

os termos para evitar confusões, já que são palavras que denotam contextos

diferentes. O jogo vem sendo utilizados por educadores como um estimulo para uma

aprendizagem prazerosa. Além disso, ao complementar o processo de ensino com

jogos educativos os professores podem ver grande progresso no raciocínio lógico na

memória e coordenação motora. Segundo Macedo, Petty e Passos (2005, p. 14)

"[...] o jogar é uma brincadeira organizada convencional, com papeis e posições

demarcadas. O que surpreende no jogar e seu resultado ou certas reações dos

jogadores".

Os jogos devem ser acrescentados na rotina das crianças, fazendo parte do

estudo diário, podendo acionar os conhecimentos prévios de cada aluno de maneira

que possam empregar os conhecimentos adquiridos em sala de aula.

Por meio do jogo a criança pode perceber as causas e consequências de

suas ações, ela passa a ter consciência que se tomar uma decisão pode afetar seu

desempenho, ela passa a desenvolver o raciocínio para elaborar estratégias para

que possa seguir e também ajudar o seu grupo.

Para os alunos é extremamente motivador aprender brincando, pois

possibilita explorar sua imaginação e proporciona o auxílio para descobrir suas

capacidades tendo uma melhor percepção sobre o mundo a sua volta.

Para Kishimoto (1997, p.40) a utilização de jogos potencializa a construção do

conhecimento:

[...] O uso do jogo educativo com fins pedagógicos remete-nos para a relevância desse instrumento para situações de ensino aprendizagem e de desenvolvimento infantil. Se considerarmos que a criança aprende de modo intuitivo, adquiri noções espontâneas, em processos interativos envolvendo o ser humano inteiro com suas cognições, afetividade corpo e interação social, o jogo desempenha um papel de grande relevância para desenvolvê-la [...]

Dificilmente a criança se dispersa com jogos, mas é necessário estabelecer

objetivos e metas a serem alcançados, devem ser utilizados como instrumentos de

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apoio para aprimorar o conteúdo já estudado. É de suma importância que haja

ligação entre a aprendizagem e jogo educativo.

"[...]utilizar o jogo significa transportar para o campo de ensino/aprendizagem

condições para maximizar a construção do conhecimento, introduzindo as

propriedades do lúdico, do prazer da capacidade de iniciação e ação ativa e

motivadora [...]". (KISHIMOTO, 1997, p.41)

Deste modo, compreende-se o jogo como atrativa atividade para a criança e o

professor pode valer-se desta característica para melhorar seu conjunto de métodos

para aumentar a eficiência do seu trabalho.

Os jogos dão a oportunidade ao professor oferecer atividades interessantes e significativas que possam desafiar os alunos a participar e raciocinar construindo estratégias para resolver problemas, além de estimular o desenvolvimento de determinadas áreas e promover aprendizagem especifica. Com a inserção de jogos no processo de aprendizagem o aluno é levado a elaborar estratégias fazendo que o aspecto cognitivo seja trabalhado. É importante destacar que o educador deve sempre oferecer o jogo como algo á complementar o conteúdo trabalhado e de forma alguma deve ensinar o aluno que uma atividade de perda ou ganho, e sim de desenvolvimento. [...] A utilização do jogo potencializa a exploração e a construção do conhecimento, por contar com a motivação interna, típica do lúdico,mas o trabalho pedagógico requer oferta de estímulos e a influência de parceiros [...] (KISIHIMOTO, 1997, p.42)

Segundo Lopes (2005, p.38) “O jogo para a criança é o exercício, é a

preparação para a vida adulta, a criança aprende brincando, é o exercício que faz

desenvolver suas potencialidades”.

Os educadores devem levar em consideração que o jogo é a forma mais fácil

de aproximar a criança da aprendizagem e de tudo que ela tem receio de aprender

em sala de aula, lembrando sempre que é importante traçar objetivos para o jogo, e

o que ele acrescentará para o desenvolvimento do aluno em questão.

Trabalhar jogos possibilitará a criança adquirir autoconfiança, ajudará a

diminuir a dependência de ajuda desenvolvendo a sua autonomia, trabalhará a

ansiedade, irá desenvolver a organização espacial, melhorar o controle segmentar,

aumentar a atenção e a concentração, desenvolver a antecipação à estratégia, e a

criatividade. Além de ajudar a construir formas de estratégias para os jogos e

também para vida, ele poderá desenvolver a capacidade de raciocinar rapidamente

de como sair de situações problemas dos jogos trabalhados pela professora.

(KISHIMOTO, 1997)

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Adquirindo essa habilidade ele usará por todo o caminho que percorrer

saberá usar estratégias para sair de questões problemas que surgirem a sua

trajetória. O grande objetivo do educador deve ser desenvolver com os jogos o

caráter afetivo, cognitivo e corporal, se trabalhado com empenho, a aprendizagem

do aluno será totalmente satisfatória.

[...]. Os educadores se ocuparam durante muitos anos com os métodos de ensino, e só hoje a preocupação está sendo descobrir como a criança aprende. As mais variadas metodologias podem ser ineficazes se não forem adequadas ao modo de aprender da criança. [...] (LOPES, 2000, p.35)

Os autores Reinaldo Soler e Sylvia Soler (2008, p.36) dizem que:

Durante os jogos cooperativos você pode perceber com maior clareza e beleza do jogo e explorar sem medo e sem receio de ser excluído, desenvolvendo junto com todos suas habilidades pessoais e interpessoais. É através dos jogos também que enxergamos a nossa capacidade de conviver e assim incentivamos a participação, criatividade e a expressão pessoal de cada participante. Nesses jogos competimos com nossos próprios limites e habilidades e não mais contra os outros.

Assim se pode afirmar que cada criança possui diferentes habilidades a

serem exploradas, o educador ao trabalhar jogos em grupos pode usar a capacidade

individual de cada aluno como um intercâmbio de aprendizagem coletiva.

Através dos jogos em grupos explora-se a solidariedade, amizade, a

confiança no outro na diminuição da agressividade, fazendo que haja interação não

só de grupos isolados mais sim da sala de aula como um todo. " [...] O fato de os

jogos em grupo serem uma atividade humana espontânea e satisfatória não

necessita de maiores evidencias [...]". (KAMII; DEVRIES, 2009, p. 31)

Ao trabalhar em grupo as crianças irão interagir trocando experiências e

adquirindo ainda mais conhecimento. É necessário que o professor entenda que é

indispensável para o desenvolvimento intelectual da criança a interação com outros

indivíduos.

1.3 Musica

Para compreender um fato ou fenômeno, é imprescindível organizar o objeto

de estudo, dar-lhe definições. Deste modo, diversas ciências dão um passo

importante quando definem e delimitam seus próprios objetos e também métodos de

estudo. Para a educação não pode ser diferente, pois ela recebe singular

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contribuição da ciência, e até denomina-se de ciências da educação o conjunto de

saberes ligados a esta temática.(SABBAG, 2013)

A música de acordo com Sabbag (2013, p. 20)

O que precisamos saber agora é que a música é uma linguagem, uma forma de expressão, uma arte, e resumidamente Música (do grego, a arte das musas) diz-se que ela é uma forma de arte que se constitui basicamente em combinar sons e silêncio seguindo ou não, uma pré-organização ao longo do tempo.

Sabbag (2013), ao expressar sua concepção de música como forma de

expressão, oferece também uma maneira de transmitir informação. Neste estudo, a

música é entendida como um meio de transmitir, de maneira singular, novos

conhecimentos aos alunos, de maneira que possam perceber maior sentido e até

possam perceber a educação como uma atividade prazerosa, motivadora.

Ao explorar sons e efeitos diferentes, ela desperta novas sensações, estimula

os sentidos e existem muitos trabalhos com crianças e jovens que fazem uso da

música para instruir e também descontrair.

No âmbito escolar a música tem por finalidade acrescer e facilitar a

aprendizagem do educando, pois instrui o indivíduo a ouvir de maneira afetiva e

refletida. A educação deve ser vista como um processo comum, permanente e

progressivo, que precise de diferentes formas de estudos para seus

aperfeiçoamentos, pois em qualquer espaço sempre haverá diferentes condições

familiares, sociais, ambientais e afetivos. (GARCIA;SANTOS, 2012)

Conforme Barreto (2000, p.45):

Ligar a música e o movimento, utilizando a dança ou a expressão corporal, pode contribuir para que algumas crianças, em situação difícil na escola, possam se adaptar (inibição psicomotora, debilidade psicomotora, instabilidade psicomotora, etc.). Por isso é tão importante a escola se tornar um ambiente alegre, favorável ao desenvolvimento.

Segundo Bréscia (2003), a musica é uma linguagem universal, tendo

participado da história da humanidade desde as primeiras civilizações. Conforme

dados antropológicos, as primeiras músicas seriam usadas em rituais, como:

nascimento, casamento, morte, recuperação de doenças e fertilidade. Com o

desenvolvimento das sociedades, a música também passou a ser utilizada em

louvor a lideres, como a executada nas procissões reais do antigo Egito e na

Suméria.

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Atualmente existem diversas definições para música. Mas, de um modo geral,

ela é considerada ciência e arte, na medida em que as relações entre os elementos

musicais são relações matemáticas e físicas; a arte manifesta-se pela escolha dos

arranjos e combinações. Houaiss apud Bréscia (2003, p. 25) conceitua a música

como "[...] combinação harmoniosa e expressiva de sons e como a arte de se

exprimir por meio de sons, seguindo regras variáveis conforme a época, a

civilização".

Ao compreender o que a música é, passa-se a outra etapa que diz respeito ao

que se faz com música ou mesmo o que pode-se realizar com ela. Sabbag (2013)

compartilha o conceito de musicalização, referindo-se a uma ação de tornar alguém

receptivo e sensível a música.

Sabbag (2013) ainda justifica sua argumentação ao fornecer o que a música

permite promover, como o desenvolvimento da criatividade, a autoestima, o contato

com o mundo sonoro e a percepção rítmica, melódica e harmônica, para citar

apenas alguns benefícios.

Através da música, os alunos podem participar como ouvintes, intérpretes,

compositores e até improvisadores nas palavras da autora.

Tudo que se escuta exerce uma forte e significativa influência sobre o ser. É

necessário um longo e aprofundado estudo sobre o poder da música para conseguir

avaliar se aquilo que se escuta está sendo benéfico ou não.

[...] infelizmente nossas crianças estão o tempo todo expostas a todo tipo de música, por isso cabe a nós, tentarmos transmitir bons conceitos e apresentar-mos a elas músicas de qualidade, que influenciarão de maneira positiva na formação de nossos “pequenos”. (SABBAG, 2013, p. 20)

Percebe-se, nas palavras da autora, um elemento presente na música que é

extremamente importante para a educação. Esse elemento é a motivação. Cória-

Sabini (2000) já refere-se à motivação como um elemento propulsor da conduta. Isto

significa que, deseja-se que, determinada conduta seja ensinada a criança ou ao

jovem, é imprescindível a presença da motivação.

E a música é dotada de tal potencial, visto que ela confere prazer, seja ao

ouvi-la ou tocá-la e através dela aprende-se. Mas seu conteúdo, sua letra ou

melodia não pode advir de qualquer fonte. Essa música, ao se introduzir no cenário

educacional precisa de planejamento.

Sabbag (2013) alertou que a música também pode ser inadequada caso não

passe por esse crivo, este planejamento, esta forma de projetar uma atividade que

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tenha um fim específico, e que não faça apologia ao crime, ou a sensualidade para

citar alguns exemplos, visto que sendo uma forma de expressão, uma linguagem, a

música pode também ser subutilizada e aproveitada de maneira adversa aos fins da

atividade educacional.

Diante do ritmo, estudos demonstram a sua influência sobre ritmo

cardíaco.(SABBAG, 2013). A autora adverte que pode ser calmante quando um

ritmo está em consonância com pulsação e um ritmo abaixo pode provocar tensão.

Mais rápido que a pulsação, ela aumenta também, sofrendo assim a influência do

ritmo.

Entende-se que se a música pode alterar a motivação, o humor e até o ritmo

cardíaco, quão importante não é esta para os fins educacionais contemporâneos,

nos quais diante de um desafio herculíneo para levar crianças e jovens a

desenvolverem maior apreço pelas atividades e exercícios escolares que tem por

finalidade promover o desenvolvimento humano de forma global. Seja interpretando

uma canção, compondo uma música ou mesmo como meros espectadores, não

resta dúvida de que, a música é de fato um elemento que tempera os dias,

envolvendo, estimulando e tornando os afazeres mais agradáveis, desde que

usados com planejamento.(SABBAG, 2013).

Como sugestão para trabalho em sala de aula propõe-se palavra cantada

educacional, é um material desenvolvido para ensino fundamental para trabalhar

através da musicalização conceitos, português, matemática, ciências e outros

conteúdos que fazem parte da grade curricular das escolas de ensino fundamental.

Segundo material disponível no site do referido grupo:

A Palavra Cantada também aposta em educação, por meio do projeto Brincadeiras Musicais Palavra Cantada, que, desde 2011, já envolveu 850 mil crianças pelo Brasil. Naquele ano, a música voltou a ser uma disciplina obrigatória no currículo escolar, após uma lacuna de mais de 40 anos. Desde então, primeiro em parceria com a editora Melhoramentos e agora com o GRUPO MOVIMENTA, a rede pública de ensino tem acesso a um material pedagógico desenvolvido pela dupla, com a colaboração de pedagogos musicais. A coleção tem nove volumes, destinados a crianças de dois a 10 anos. Cada um deles conta com um CD e um DVD, que trazem canções e brincadeiras criadas pela Palavra Cantada. O kit inclui ainda os livros do aluno e do professor. “Quando falamos em brincar, exploramos o sentido mais amplo da palavra, que vai além do entretenimento. O brincar e a música são expressões humanas fundamentais, e todos têm um potencial musical dentro de si”, diz a educadora e parceira Berenice de Almeida.

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Assim, a Palavra Cantada quer ajudar os educadores a aprimorar o ensino acessando uma rica linguagem musical, que tem como berço a cultura popular. Outro destaque é a formação de professores, em encontros presenciais e à distância. A equipe de formação conta com 40 profissionais, entre pedagogos, professores e brincantes. “Para o ensino infantil, a música é uma linguagem que faz uma ponte com a matemática, o português, a história, a biologia, entre outras matérias, além de reforçar conceitos como a diversidade. É adjacente à dança, à poesia e ao teatro, numa construção permanente que valorizamos muito. Essa interdisciplinaridade é potente”(PALAVRA..., s.d, p.1)

A música é relevante no desenvolvimento cognitivo dos alunos, não se

configurando apenas como entretenimento, ela pode induzir ao movimento, acalmar,

amenizar a dor, melhorar a comunicação, fortalecer a memória. A musicalização

introduzida no ensino pode despertar a curiosidades das crianças, como a descoberta de

sons que o corpo produz, ou que objetos corriqueiros podem ter. A música certamente

pode ser considerada um agente facilitador, pois colabora de inúmeros modos para

aquisição dos conteúdos durante a trajetória escolar. (BARRETO, 2000)

Contribui ainda para formação do individuo de forma integral, pois, respeita

valores culturais, transmite senso critico, propicia sociabilidade e expressividade,

desperta o senso de parceria e cooperação, age como auxiliar do desenvolvimento

motor, uma vez que trabalha com a sincronia de movimentos. Desenvolve intelectos

físico-cinestésica, espacial, existencial e pessoal. (BARRETO, 2000)

Ao se reportar a essas inteligências, Gardner afirma que a inteligência físico-cinestésica ou corporal utiliza o corpo para resolver problemas ou fabricar produtos. [...] Ela inclui habilidades físicas, tais como: coordenação, equilíbrio, destreza, força, flexibilidade, e velocidade. A inteligência espacial tem o potencial de reconhecer e manipular os padrões de áreas mais confinadas. [...] Ela está fundamentalmente ligada ao mundo concreto, ao mundo dos objetos e a sua localização no mundo. A inteligência existencial envolve capacidades humanas capazes de formular e examinar inquietações que surgem em decorrência da nossa existência nesse mundo. [...] Ela inclui tanto os papeis religiosos ou espirituais quanto não-religiosos e não espirituais. Ela é utilizada por filósofos, escritores, artistas, cientistas e teólogos em geral. (LIMA, 2016, p.178)

O contato com a musica aciona zonas importantes do corpo físico e psíquico,

os sentidos, as emoções e a própria mente. Através da musica o sujeito expressa

emoções que geralmente não são expressas por meio da linguagem.

A música tornou-se conteúdo obrigatório nas escolas de ensino básico com a

lei nº 11.769 sancionada em agosto de 2008, porém não especifica conteúdos,

portanto a escola tem autonomia para decidir o que será trabalhado.É importante

porém, trabalhar coordenação motora, o senso rítmico e melódico, a voz, o

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movimento corporal, a percepção, ter um repertório rico que possa alcançar o âmbito

erudito, folclórico e popular.

Como sugestão fica registrado a obra Linha, Agulha e Costura dos escritores

Carlos Nadalim, Francisco Marques e Estevão Marques, quer traz uma coletânea de

canções , com arranjos requintados e dançantes. Com intenção educativa o objetivo

do livro é ensinar a criança ler de forma prazerosa.

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CAPÍTULO III

OS JOGOS COMO FORMA DE DESENVOLVER A AFETIVIDADE NO CONTEXTO EDUCATIVO

Figura 3 - Jogos para as crianças

Fonte: www.google.com.br

1 OS JOGOS

Para esta pesquisa, foi realizado estudo bibliográfico, do qual se valeu de

vários teóricos contemporâneos e clássicos que tratam de assuntos pertinentes ao

tema, buscou-se obter o máximo de esclarecimentos e informações que

contribuíssem para a resolução do problema aqui apresentado.

Essa pesquisa tem como objetivo demonstrar que a didática diferenciada do

professor pode ser significativa no processo de aprendizagem dos alunos.

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica com análise qualitativa, como assinala

Creswell (2007) esse tipo de pesquisa se integra ao modo interpretativo descritivo.

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A pesquisa qualitativa é fundamentalmente interpretativa. Isso significa que o pesquisador faz uma interpretação dos dados. Isso inclui o desenvolvimento da descrição de uma pessoa ou de um cenário, análise de dados para identificar temas ou categorias e, finalmente, fazer uma interpretação ou tirar conclusões sobre seu significado, pessoal e teoricamente, mencionando as lições aprendidas e oferecendo mais perguntas a serem feitas. Isso também significa que o pesquisador filtra os dados através de uma lente pessoal situada em um momento sociopolítico e histórico especifico. Não é possível evitar as interpretações pessoais, na análise de dados qualitativos. (CRESWELL, 2007, p. 187-188)

Toda pesquisa se configura como um procedimento intelectual usado para

adquirir e produzir conhecimentos sobre determinada realidade, com base num

suporte teórico-metodológico adotado pelo pesquisador.

Como resultado de um trabalho de pesquisa não se deve esperar uma

verdade pronta e acabada. Isto indica que o conhecimento histórico é sempre

aproximativo ao objeto ou fenômeno estudado e que, embora certos conhecimentos

sejam tomados como verdadeiros em dado momento, estes poderão ser superados

por outros, decorrente de investigações posteriores.

Os conhecimentos já produzidos sobre determinado objeto ou fenômeno são

fundamentais para que novas investigações sejam feitas, servindo de base para que

um novo estágio possa ser alcançado.

Todo trabalho deve ser planejado, tendo como base as legislações vigentes, o

projeto político pedagógico da instituição, o currículo escolar, o plano anual, que

servem como norte para que o docente estruture seus planos e objetivos pensando

em uma educação de qualidade para seus alunos.

[...] a prática educacional se orienta, necessariamente, para alcançar determinados objetivos, por meio de uma ação intencional e sistemática. Os objetivos educacionais expressam, portanto, propósitos definidos e explícitos quanto ao desenvolvimento das qualidades humanas que todos os indivíduos precisam adquirir para se capacitarem para as lutas sociais de transformação da sociedade. O caráter pedagógico da prática educativa está, precisamente, em explicitar fins e meios que orientem tarefas da escola e do professor para aquela direção. Em resumo podemos dizer que não há pratica educativa sem objetivos. Os objetivos educacionais têm pelo menos três referências para sua formulação:

• valores e ideias proclamados na legislação educacional e que expressam os propósitos das forças políticas dominantes no sistema social;

• os conteúdos básicos das ciências, produzidos e elaborados no decurso da prática social da humanidade;

• as necessidades e expectativas de formação cultural exigidas pela população majoritária da sociedade, decorrentes das condições concretas de vida e trabalho e das lutas pela democratização.( LIBANEO, 2006, p. 120, 121)

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É necessário refletir, um aluno repetente com dificuldade de aprendizagem

necessita de mecanismos diferenciados para que possa ter uma nova chance de

aprender, para que se permita experimentar, que se lance novamente, mas com

olhar novo em direção ao conhecimento, é necessário que o aluno se sinta capaz,

que consiga compreender que, existem outras formas de aprendizado e que pode

ser prazeroso apreender.

Muitos benefícios a didática diferenciada pode trazer para o processo de

ensino aprendizagem, e considerar que o sucesso ou fracasso está atrelado na

forma como esse aluno recebe as informações, trabalha os conteúdos, constrói seu

conhecimento.

O docente não pode manter-se neutro diante da dificuldade de seu aluno, que

muitas vezes esforça-se em apreender, porém não obtém êxito devido à forma como

lhe é apresentado o conteúdo.

O método de ensino, pois, implica ver o objeto de estudo nas suas propriedades e nas suas relações com outros objetos e fenômenos e sob vários ângulos, especialmente na sua implicação com a prática social, uma vez que a apropriação de conhecimentos tem a sua razão de ser na sua ligação com a necessidade da vida humana e com a transformação da realidade social. (LIBANEO, 2006, p. 151)

Portanto pode-se afirmar que o sujeito adquire conhecimento a partir de uma

necessidade, algo que faça sentido no seu contexto social, por meio de experiências

significativas, que exista envolvimento afetivo por ambas as partes, tornando mais

leve o processo de aprendizagem, que tem por objetivo formar um sujeito critico,

consciente e independente.

2 PROJETO MENTEINOVADORA Aborda-se uma experiência educativa que vem sendo feita há algum tempo

em escolas privadas e públicas, por meio de jogos de raciocínio do projeto chamado

MenteInovadora.

O programa tem suas origens no Grupo MindLab, que foi criado em 1994 em

Israel. Está presente em países como Itália, Inglaterra, Hong Kong, Japão dentre

outros. Chegou ao Brasil no ano de 2006 e desde então, muitas escolas adotaram a

Metodologia aos seus currículos.

O trabalho coroa um ciclo de estudos exploratórios sobre a evolução da aprendizagem estimulada por uma aula semanal para desenvolvimento

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cognitivo, social, emocional e ético dos alunos – Programa MenteInovadora. Os estudos indicam um aumento na proficiência em Matemática, Língua Portuguesa e Ciências da Natureza e uma evolução positiva no percentual de alunos que são classificados nos níveis de aprendizagem adequado e avançado, segundo interpretação da escala de proficiências do SAEB. Em síntese: Saltos de Aprendizagem são uma possibilidade real. (INSTITUTO MINDGROUP, 2012)

Os professores para serem aplicadores passaram por um curso inicial de 70h.

Ainda hoje passam por supervisão e formação continuada todos os meses pela

equipe pedagógica MindLab Brasil.

De acordo com a faixa etária ou ano que o professor atua há um conjunto de

jogos a serem aplicados divididos por semestre. Os jogos que acontecem uma vez

na semana, com duração média de 1 hora/aula. O professor desenvolve a mesma

com três momentos básicos: 1) uma contextualização inicial ou retomada do jogo, 2)

a prática do jogo em duplas ou grupos e mediações necessárias; 3) um fechamento

ou momento de transcendência do jogo. Neste momento o papel do professor é

primordial para favorecer o aprendizado para sua vida porque, de acordo com Abed

(1996):

A dor de perder, a excitação da vitória; o desejo de "arrasar o adversário", o medo de ser destruído por ele; as angústias, as dúvidas, as frustrações, os conflitos... tudo é vivido no jogo e através do jogo de forma muito séria! E ao mesmo tempo a "folga" garante a segurança de se poder passar por todas as vivências de confronto de forma amplamente aceita: faz parte do jogo! Acerto e erro, ganhar e perder, sentir coisas, competir: jogar é tudo isso. (p.21)

Como ferramenta nesta transcendência os professores usam-se dos métodos

como mobilizadores do pensar:

1. Método da Árvore do Pensamento: se ocupa em analisar as diversas opções de escolha diante de uma situação, tendo consciência das consequências de cada uma delas. 2. Método das Aves Migratórias: contribui para atingir os objetivos grupais e individuais por meio do trabalho em equipe, em um clima de cooperação e harmonia. 3. Método do Detetive: É um método que contribui na investigação de uma situação-problema, por meio de perguntas, para produzir e descobrir pistas, dados e informações que possibilitam criar soluções. 4. Método da Escada: permite progredir passo a passo para atingir um objetivo. Cada etapa concluída auxilia a chegar a uma outra etapa, mais próxima do objetivo final. 5. Método do Espelho: implica na disponibilidade interna para se olhar e admitir fracassos e êxitos, colaborando para romper esquemas de pensamentos e superar barreiras emocionais para a construção de um esforço consciente que promova mudanças estruturais internas. 6. Método da Filmadora: Ter uma visão clara de um ponto de chegada contribui na organização do pensamento e das ações. 7. Método do Filtro: nos permite selecionar, extrair e utilizar os dados e informações mais relevantes para compreender e solucionar situações.

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8. Método do Pintor: contribui no desenvolvimento de processos mnemônicos usando estratégias ou recursos de delimitação do problema, subdivisão do todo em partes e criação de imagens mentais estabelecendo conexões entre os elementos a serem lembrados. 9. Método do Semáforo: Vermelho: tomada de consciência - análise do contexto, do entorno; Amarelo: introspecção - análise e planejamento da ação; Verde: ação - decisão e implementação da ação. 10. Método da Tentativa e Erro: Tentar, errar, corrigir o erro, tentar novamente.(FANTAUZZI, 2014)

A transcendência é o momento em que os alunos se expressam sobre a

prática do jogo. Ao professor cabe a perspicácia de unir as emoções e falas

estabelecendo uma conexão entre os métodos metacognitivos mencionados acima

de forma que o grupo compreenda e perceba que os mesmos são ferramentas para

que possam jogar de forma saudável, mas que também são úteis em situações da

vida.(FANTAUZZI, 2014)

O jogo Damas é um dos jogos deste programa, mas com o nome Damas

Olímpicas, porque faz parte das Olimpíadas Mind Lab. A diferença entre o jogo que

comumente é praticado entre as pessoas, é que não há a regra de “soprar a peça do

oponente”, pois se ensina e preza nesta metodologia pelo jogo leal, onde o outro

deve avisar sobre a possibilidade de captura. (FANTAUZZI, 2014)

Com este jogo, a transcendência possível se baseia em saber usar o método

do semáforo e da Árvore do Pensamento. O aluno tende a controlar a impulsividade

que neste jogo é importante: parar, pensar e depois agir. E também a analisar as

possibilidades e escolher aquela que seja mais apropriada. (FANTAUZZI, 2014)

Em 2009 foi feito um pesquisa entre o projeto MindLab com algumas escolas

particulares e estaduais junto com o INADE (Instituto de Avaliação e

Desenvolvimento Educacional) para avaliar a diferença entre a aplicação de jogos

de raciocínio com e sem o programa MenteInovadora. O resultado foi de com a

aplicação o nível linguístico e matemático dos alunos melhorou consideravelmente.

Os alunos sentem-se motivados não apenas pelo jogo em si, mas a dinâmica

da aula favorece com que haja as trocas orais sobre l aprendizado do jogo: seja

ganhando ou perdendo.

Esta análise conduz a um aprendizado que lida com as frustrações do ganhar

e perder e, acima de tudo a refletir sobre como os métodos auxiliam na vida. Esta

visão fica muito explícita a e compreensível na metodologia como uma forma de

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ensinar de forma lúdica valores que eles desejam e aplicam na vivência com o outro

e estão estabelecendo as relações.

Na ilustração abaixo pode-se ter uma compreensão que os jogos são um dos

meios pelos quais o professor mediador ao aplicar esta metodologia estabelece

relações lúdicas mas com uma intencionalidade cognitiva, emocional e social.

Figura 4 – Aprendizagem Mediada

Fonte: www.google.com.br

Já a obra de Kishimoto (1998) transmite questionamentos que podem ser

utilizados no processo de construção do conhecimento, levando a assimilação de

jogos e brincadeiras de forma ampla, pois cada sujeito pode interpretar de uma

maneira.

A relação entre jogo, educação em sua forma recreativa, é uma cultura antiga,

contudo o jogo é mais que recreação, pois favorece o processo de aprendizagem

dos conteúdos em sala de aula, estabelecendo necessidades, propiciando diversão,

estimulando educativamente e trabalhando compreensão de mundo. (KISHIMOTO,

1998)

Por meio da brincadeira o sujeito desenvolve a comunicação, jogar é

socializar. O material pedagógico utilizado pelo educador tem que propiciar potencial

aprendizado, sem esquecer o prazer, pois assim o aluno aprenderá

brincando.(KISHIMOTO,1998)

Conclui-se que a obra trata das praticas dos jogos, brinquedos, brincadeiras e

a educação com olhar voltado aos profissionais atuantes, por meio de experiências

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praticas com docentes e discentes, seguindo as metodologias com foco voltado

aprendizagem e desenvolvimento. Em síntese explana as metodologias que os

jogos englobam como aprendizado, autora e parceiros defendem abordagens

lúdicas, e nos subsídios que estas podem incorporar no processo de construção do

conhecimento.

Indicado aos educadores e demais que trabalham nessa linha de ensino,

analisando e demonstrando que os jogos não são somente material lúdico, mas sim

integrar concepções afetivas tornando relevante o processo de ensino

aprendizagem.

3 TRILHAS

Trilha segundo o dicionário Aurélio (2014), tem como significado percorrer,

deixando pegadas, seguir o caminho. Neste sentido “trilhas no ensino da linguagem

falada e escrita” significa uma alternativa para caminhar com objetivo de chegar ao

local desejado, neste caso aproximar a criança da cultura escrita. Esse percurso é

marcado por tentativas, erros, acertos, formação docente e condições de trabalho,

dentre outros.

TRILHAS é um material destinado ao professor alfabetizador, porém nada

impede que seja utilizado por docentes que trabalhem com crianças com

dificuldades de aprendizagem, o material é para ser utilizado como alternativa e

suporte para desenvolver leitura, escrita e oralidade, objetivo principal é inserir o

sujeito no universo letrado.(TRILHAS, 2011).

O TRILHAS tem como objetivo contribuir para a formação continuada de professores alfabetizadores e estudantes de pedagogia, colaborando para o desenvolvimento de alunos leitores e escritores do Ensino Fundamental. Criado em 2006, nasceu como um conjunto de materiais elaborado para instrumentalizar e apoiar o trabalho docente no campo da leitura, escrita e oralidade. Em 2011, foi reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) como eficaz para ser implementado como política pública para turmas de 1º ano do Ensino Fundamental, chegando a 72 mil escolas de todo o Brasil. Em 2014, o projeto passou a oferecer o primeiro curso a distância (EAD) para professores, que foi ampliado nos anos seguintes e certificou mais de 15 mil educadores. Em 2018, o portal foi reformulado, com foco ainda maior nos cursos e no intercâmbio entre professores, gestores e estudantes de pedagogia. (TRILHAS, 2011, p.1)

Composto por cadernos de Apoio ao Formador Local e Escolar para subsidiar

a formação continuada nas redes de ensino, os docentes recebem também

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materiais para desenvolver a proposta junto aos alunos, são cadernos divididos em

três conjuntos: TRILHAS para ler e escrever textos,composto de caderno de estudos

para aprofundar os conteúdos das atividades propostas dividido em seis cadernos

de orientações para o professor trabalhar com textos narrativos; TRILHAS para abrir

o apetite poético composto de caderno de estudos para aprofundar os conteúdos

das atividades propostas são quatro cadernos de orientações para o professor

trabalhar com textos poéticos; TRILHAS de jogos, com caderno de Jogos para uso

do professor com a finalidade de apresentar um repertório de jogos, composto por

dez jogos para favorecer a atenção das crianças para a relação que existe entre o

universo oral e escrito. (TRILHAS, 2011).

Os cadernos do TRILHAS indicam percursos para que o professor desenvolva

seqüências didáticas voltadas ao uso dos jogos de linguagens, orientando a leitura a

rotina e o ambiente para os alunos. O objetivo é que ao participarem das atividades,

os alunos participem de forma ativa na construção dos conhecimentos, podendo ler,

antes de ler convencionalmente, debater sobre o texto, ouvir e contar historias,

escrever e brincar. Segundo o projeto, ler é brincar com os sons, rimas e palavras,

gerando assim ações significativas que envolvem o ato de ler e pensar sobre a

escrita. A proposta TRILHAS orienta à busca da cultura escrita, definida como

práticas que se estabelecem em torno do texto, que engloba os usos sociais que

fazemos de materiais escritos (TRILHAS, 2011).

O Projeto TRILHAS e o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa

(Pnaic), do governo federal, compartilham as mesmas metas e têm os seguintes

objetivos e maneiras de atuação em comum:

Eixo de trabalho voltado para a formação continuada, presencial e a distância,

com foco na alfabetização;

Distribuição de materiais de apoio articulados ao Programa Nacional

Biblioteca da Escola (PNBE) e complementação de jogos pedagógicos.

Atuação em regime de colaboração com governos federal, estadual e

municipal, e; uso de portais virtuais como apoio para o desenvolvimento das ações.

Através do texto o aluno cria hipóteses, lê; forma palavras pode ir além do

que imagina, pois é vinculado com as praticas sociais de leitura e escrita, existe

sentido. Por meio de grupos o trabalho o aluno é desafiado ao convívio coletivo, a

compartilhar ideias discutir soluções, se envolver na resolução de situações

problema, tornando-se assim um sujeito crítico e autônomo. (TRILHAS, 2011).

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É importante destacar as possibilidades de aprendizagem a cerca do material,

não é um material novo, pois diversos documentos oficiais enfatizam que o trabalho

realizado com os alunos deve ser planejado, e trazer sentido para a criança fazendo

parte de seu contexto social, porém é um material com suporte por parte de seus

organizadores, que objetiva aos alunos o comprometimento em dar um novo olhar e

um planejamento sobre suas ações de forma que o maior beneficiado seja o sujeito

em processo de construção do conhecimento, sem esquecer-se de qualificar o

docente, peça fundamental para essa construção.(TRILHAS, 2011).

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CONCLUSÃO

O objetivo do presente trabalho foi realizar um estudo que englobasse teorias

diversas que embasasse teoricamente a hipótese inicial, que a didática diferenciada

é de extrema importância para o sucesso no ensino aprendizagem do aluno

possibilitando novas aprendizagens.

Ouvir histórias é fundamental na formação do sujeito, através do contato com

as historias o aluno torna-se critico, autônomo, imaginativo e criativo. A história

proporciona uma emancipação do ser, por ser plural e homogênea, se reinventa

sempre conservando a vivacidade, quando o aluno compreende seus saberes, seus

valores éticos e estéticos, internaliza-se então o fundamento que a literatura traz a

pedagogia, uma sensibilidade quanto à compreensão do respeito mutuo e reflexões

sobre as situações habituais compartilhando assim aprendizagem entre leitor e

ouvinte.

Existe uma relação entre jogo e educação, sua forma recreativa, uma cultura

presente desde a antiguidade greco-romana, porém o jogo vai além, podendo

favorecer o ensino de conteúdos em sala de aula, estabelece necessidades, propicia

diversão, estimula educativamente e trabalha a compreensão de mundo.

Através da brincadeira o sujeito desenvolve a comunicação, o jogo é objeto

de socialização. O material pedagógico utilizado pelo educador deve ir além do

prazer que o mesmo proporciona, relacionando-o assim para que o aluno

desenvolva seu potencial aprendizado, brincando.

Por meio dos jogos o aluno desenvolve a linguagem, pensamento, iniciativa,

auto-estima, constrói sua identidade através da socialização tornando-se um

cidadão responsável por seus atos. As regras e a abstração ajudam na construção

dos comportamentos, de forma criativa reproduzindo situações do seu cotidiano.

A música como instrumento de aprendizagem contribui para o

desenvolvimento cognitivo/lingüístico (conhecimento, estímulos, intelecto e audição),

psicomotor (movimento, sistema nervoso e senso rítmico), sócio afetivo (respeito,

realização, autoestima, socialização, emoções e segurança).

O papel da música na educação é muito importante, não apenas como

experiência estética, mas também como facilitador do processo de aprendizagem,

como instrumento para tornar a escola um local mais alegre e receptivo, também

ampliando o conhecimento musical do aluno, afinal a música é um bem cultural e

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seu conhecimento não deve ser privilégio de poucos, estabelece ainda a harmonia

pessoal, tornando-se um facilitador da integração e inclusão social.

Por fim, a música exalta o espírito humano, produzindo criatividade, auto

expressão que permite a liberdade de pensamento e sentimentos, tornado o sujeito

sensível e aberto a novas possibilidades.

Os resultados obtidos revelam que há necessidade de olhar para o aluno de

forma diferenciada, apoiando-se nos documentos oficiais, e oferecendo a eles uma

forma nova de aprendizagem, considerando o contexto que esse aluno se enquadra,

de não ter conseguido êxito no ano anterior.

Registra-se aqui como sugestão uma pesquisa de campo aliando a teoria já

pesquisada a pratica em sala de aula, para que surjam resultados efetivos, pois o

desejo é que se aplique o material a fim de contribuir efetivamente para uma

melhora na qualidade de ensino, e que esse sujeito possa se tornar autônomo e

critico e que consiga evoluir em sua construção do conhecimento.

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SÃO PAULO. (Estado) Resolução SE 73, São Paulo, de 29-12-2014. Dispõe sobre a reorganização do Ensino Fundamental em Regime de Progressão Continuada e sobre os Mecanismos de Apoio Escolar aos alunos dos Ensinos Fundamental e Médio das escolas estaduais. Disponível em: http://www.educacao.sp.gov.br /lise/sislegis/detresol.asp?strAto=201412290073. Acesso em 11/09/2017.