a crise e o paradigma educacional emergente
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Crise dos Paradigmas
Mudança de visão de mundo conseqüência de uma insatisfação dos modelos explicativos existentes” (causados por fatores internos, como o desenvolvimento teórico-metodológico numa mesma teoria ou externos, as mudanças na sociedade e na cultura de uma época).
• Os acontecimentos atuais como a queda do mundo de Berlim, o fracasso do socialismo real, a intolerância étnica e as contradições do capitalismo nos colocam diante da crise dos paradigmas.
• Estamos saindo do século das “certezas” para o das “dúvidas”, problematiza-se a técnica e busca-se o homem numa dimensão totalizante na qual o ético e o poético estão incluídos.
A influência da crise dos paradigmas no campo da educação
• Antigüidade - Gregos (IV a I AC)– Sabedoria vinculada à filosofia e à
educação– Exercício do pensar como produção do
conhecimento (filosofia - episteme)– No processo de ensino a episteme se
contrapõe à doxa– Relação entre saber e classe social. O
filósofo capaz de governar
Concepção de Educação•Individual•Formar intelectual e moralmente o
indivíduo (estrutura formal do pensamento e memorização)
•Levar o indivíduo a aprender
• Modernidade:(XII a XIX - DC) > Renascimento à Modernidade - 1950– força da consciência, da
subjetividade no processo de construção do conhecimento e do saber científico
– Busca de fundamentação do saber por meio da exigência de uma rigorosidade metodológica.
– A ciência e a técnica foram desenvolvidas por responderem às exigências intelectuais, sociais e econômicas da sociedade capitalista.
• A escola passa a ser o espaço privilegiado de transmissão e difusão do conhecimento científico.
• a ciência o “sinônimo de "verdade" e o saber científico adquire uma conotação de "poder" em relação ao saber popular.
• Os intelectuais modernos (técnicos, especialistas) assumem a função social de produtores/transmissores do saber científico.
• O sistema educacional capitalista é regido por essa lógica subjetivista e caracterizado pela "diferenciação e especialização", pela divisão do saber e de classes e por sua dependência ao processo de produção.
• A escola torna-se um instrumento de qualificação técnica para o mercado de trabalho em seus diferentes níveis de acordo com os interesses do Capital.
• A escola capitalista assume um caráter individualista, técnico e unilateral separando a teoria da prática e a escola do trabalho.
Concepção de Educação– Escola: espaço de produção do saber científico– Individual / metafísica
•Pedagogia Nova - Formação Cognitiva e psicológica do aluno. Aprender a aprender
•Pedagogia Tecnicista - Formação técnica para o mercado de trabalho. Aprender a fazer
– Social/Dialética•Pedagogias Progressistas - Formação
técnica e política comprometida com o processo de transformação social. Levar o aluno a pensar e agir no contexto social
Contemporâneo (XX/1950>)
• Ciência– Crítica à racionalidade científica
(objetividade) e ao domínio ideológico da ciência frente às outras formas de manifestação do saber.
– Visão totalizante de ciência: pluralista e multicultural (diálogo com as diversas culturas)
– Ênfase ao “.espírito de síntese” na investigação científica
– Pesquisadores vistos como os conectores,os “sintetizadores” das diversas
esferas do saber ( científico, mítico, poético, senso comum)
– Valorização do racional, do vivido, do cotidiano e do imaginário social
– Ciência histórica, dialética e política interligando subjetividade e objetividade
– Renovação metodológica pelo engajamento da comunidade pesquisada e pela ênfase à análise de abordagem qualitativa e do cotidiano no processo de investigação
Concepção de Educação– A dialogicidade como vínculo da
relação pedagógica– A relativização do saber escolar com
a valorização da experiência de vida do aluno e do cotidiano social e da escola como espaço de aquisição do conhecimento
– O ensino voltado à formação humana no social, no real, na escola como parte do real
– Desenvolvimento integral do indivíduo: racional, ético,afetivo, sensitivo, intuitivo e poético
– O Ensino como problematização da realidade social
– Educação como processo existencial-ético-político, relacionando o individual e o social
– Educação centrada no sujeito coletivo
– Educação numa perspectiva multidisciplinar, multicultural, ecológica e globalizada
– Escola de qualidade como equidade (qualidade no processo visando a igualdade de oportunidades e tratamento)
– Escola como sistema aberto com a diversificação de espaços, processos e metodologias e tecnologias educacionais (redes de conhecimentos e de informações)
Características da prática pedagógica
• Ênfase na aprendizagem e não no ensino.
• Aprendizagem relacionada ao conhecimento, significativa, contextualizada e de conexões.
• Abordagem construcionista e não instrucionista.
• Aprendizagem contínua e dialógica.
• Aprendizagem pautada na capacidade de auto-organização e autonomia do educando.
• Aprendizagem de inteligências múltiplas e de práxis
• Aprendizagem do autoconhecimento e reconhecimento do outro
Currículo Contemporâneo
• Base no princípio da auto-organização e da interação sujeito-objeto (diferente do currículo de enfoque instrucional).
• Inter-relacionado (gerado no processo de reflexão e ação que ocorre no ato de aprender e de interação com o meio ambiente e a cultura)
• Interdisciplinar, transversal e transdisciplinar
Características do Currículo Disciplinar e Interdisciplinar
DisciplinaridadePrincípio epistemológicoAs diversas disciplinas realizam determinados olhares a partir de determinado campo, demarcado como campo legítimo do saber
InterdisciplinaridadePrincípio
epistemológicoObservar sob variados olhares disciplinares o mesmo fenômeno. Interpretação da realidade tendo em vista a multiplicidade de leituras
Disciplinar• A Referência é o
conteúdo.• Currículo fragmentado
e de conhecimentos lineares
• Preocupação com questões científicas.
• Busca informações explicativas dos fatos.
• Olhar para o saber científico e para o teórico, o abstrato, o lógico
• Construção individual do conhecimento
Interdisciplinar• A referência é o processo
de construção do conhecimento
• Currículo integrado e de conhecimentos convergentes
• Preocupação com perguntas existenciais e de sentido para a vida humana.
• Busca a compreensão e o sentido dos fatos no cotidiano.
• Olhar para a interação entre os saberes (intelectual e social), o cotidiano e a ação
• Construção coletiva do conhecimento
Desenho Curricular
DisciplinarDivisão saber científico e saber do senso comum
InterdisciplinarRelação saber científico e saber do senso comum
Disciplina Tema social
Desenho Curricular Transdisciplinar
Abertura dos saberes para os conhecimentos que as atravessa e as ultrapassam
Está ao mesmo tempo entre as disciplinas, através das diferentes disciplinas e além de qualquer disciplina
Relação entre os saberes
Disciplinaridade Metáfora da Árvore
Representação de uma árvore, cujas raízes devem estar fincadas em solo e tronco sólidos, que se ramifica em galhos, estendendo-se aos mais diversos aspectos da realidade (GALLO, 2000).
Interdisciplinaridade Metáfora da Tessitura
É elaborada a exemplo de um tecido: «com um sem-número de fios, lenta e pacientemente entrecruzados, articulados, sucedendo-se um ao outro, em um movimento sincronizado, fornecendo a forma, a cor, a resistência necessária, a beleza e a funcionalidade que o processo de sua constituição engendra» (CASCINO, 2001, p. 128).
TransversalidadeMetáfora da Rede
Uma das metáforas da transversalidade é a da rede, por ser formada por múltiplos fios e nós de interconexões
TransdisciplinaridadeMetáfora do Caleidoscópio
Saberes em continuum
processo de interação,
mobilização, complementação
e construção