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Jornal do Conselho Regional de Química IV Região (SP) Ano 21 – Nº 117 Set/Out 2012 ISSN 2176-4409 A Ciência e o fim do mundo Semana da Química do IQ-USP reúne especialistas para desmistificar previsão do calendário maia Pág. 8

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Jornal do ConselhoRegional de Química

IV Região (SP)Ano 21 – Nº 117

Set/Out 2012

ISSN 2176-4409

A Ciência e o fim do mundoSemana da Química do IQ-USP reúne especialistas para

desmistificar previsão do calendário maia

Pág. 8

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Informativo CRQ-IV 2 Set-Out/2012

EditorialNotas

ExpedienteConselho Regional de Química - IV Região

Rua Oscar Freire, 2.039 - Pinheiros - CEP 05409-011 - São Paulo - SP - Tel. (11) 3061-6000 - Fax (11) 3061-6001Internet: www.crq4.org.br – twitter.com/crqiv – facebook/crqiv – e-mail: [email protected]

O Informativo CRQ-IV é uma publicação bimestral. Tiragem desta edição: 93 mil exemplares

PRESIDENTE: MANLIO DEÓDOCIO DE AUGUSTINIS

VICE-PRESIDENTE: HANS VIERTLER

1º SECRETÁRIO: LAURO PEREIRA DIAS

2º SECRETÁRIO: DAVID CARLOS MINATELLI

1º TESOUREIRO: ERNESTO HIROMITI OKAMURA

2º TESOUREIRO: SÉRGIO RODRIGUES

CONSELHEIROS TITULARES: DAVID CARLOS MINATELLI, ERNESTO H. OKAMURA, HANS VIERTLER, JOSÉ GLAUCO GRANDI, LAURO PEREIRA DIAS, NELSON CÉSAR FERNANDO BONETTO, REYNALDO ARBUE PINI, RUBENS BRAMBILLA E SÉRGIO RODRIGUES

CONSELHEIROS SUPLENTES: AIRTON MONTEIRO, AELSON GUAITA, ANA MARIA DA COSTA FERREIRA, ANTONIO CARLOS MASSABNI,

CARLOS ALBERTO TREVISAN, CLÁUDIO DI VITTA, GEORGE CURY KACHAN, JOSÉ CARLOS OLIVIERI E MASAZI MAEDA

CONSELHO EDITORIAL: MANLIO DE AUGUSTINIS E JOSÉ GLAUCO GRANDI

JORNALISTA RESPONSÁVEL: CARLOS DE SOUZA (MTB 20.148)

ASSIST. COMUNICAÇÃO: JONAS GONÇALVES (MTB 48.872)

ASSIST. ADMINISTRATIVA: JULIANA DUVIQUE DE CAMPOS

ILUSTRAÇÃO DA CAPA: DEPOSITPHOTOS

PRODUÇÃO: COMPANHIA LITHOGRAPHICA YPIRANGATEL.: (11) 3821-3255

Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade de seus autores e podem

não refletir a opinião desta entidade.

O Conselho concluiu em agosto o programa de palestras destinadas a di­vulgar a Química para alunos dos ní­veis Fundamental e Médio. A iniciati­va fez parte das ações definidas pela entidade para o Ano Interna cional da Química, oficialmente comemorado em 2011.

A meta era promover 1.500 pales­tras em todo o Estado, mas o interesse das escolas foi tão grande que o progra­ma precisou ser estendido para 2012. Assim, foram realizadas 2.710 pales­tras em 581 escolas, alcançando um público de 192.326 estudantes.

A Química do fim do mundoPrevisões a respeito do fim da hu­

manidade existem sabe­se lá desde quan­do. Mas nem por isso o assunto deixa de chamar a atenção da maioria das pessoas, inclusive daquelas que preferem usar os olhos da ciência para enxergar o mundo e seus fenômenos. Essas características foram o gancho da Semana da Quími­ca que o IQ­USP promoveu em setem­bro e que centrou as discussões em torno da profecia Maia sobre o fim do mun­do, que estaria “agendado” para o dia 21/12/2012. A matéria de capa desta edi­ção relata o que disseram alguns partici­pantes daquele evento.

O Informati­vo também abre espa­ço para divulgar, entre outros assun­tos, duas iniciativas destinadas a apro­ximar a Química sobretudo das crianças e jovens: o tra balho teatral de alunos e profes sores da Unesp de Araraquara e os mangás produzidos por uma estu dante da Universidade Federal de São Carlos.

Excepcionalmente, a coluna “Lei­tores” não foi publicada.

Sobre a suspensão da anuidadeQuem estiver desempregado ou cur­

sando pós­graduação sem auferir renda e quiser solicitar a suspensão do paga­mento da anuidade de 2013 pre cisará fa­zê­lo no período de 1 a 30 de novem­bro deste ano. Para tanto, acesse www.crq4.org.br/suspensao e siga as instru­ções. Quem já obteve a suspensão e es­tá na mesma situação que lhe garantiu

o benefício não precisará fazer um no­vo pedido. Terá, no entanto, de informar ao CRQ­IV tão logo volte ao mercado.

O benefício da suspensão da anui­dade será concedido se estiver previsto em resolução a ser publicada em dezem­bro pelo Conselho Federal de Química.

Dúvidas: 11 3061­6060 ou pelo e­mail [email protected].

Unesp de Araraquara promoverá evento sobre alimentos e bebidas

O IX­Brazilian­Meeting­on­Che­mis­try­of­Food­and­Beverages ocor­rerá de 6 a 9 de novembro no cam­pus de Araraquara da Unesp e contará com convidados vindos da Europa e EUA. O presidente do CRQ­IV, Man­lio de Augustinis, fará uma palestra no encer ramento do encontro sobre as ações da entidade na formação de pro­fissionais da química para trabalhar na área de ali mentos e bebidas.

Uma das atrações do evento será o V Concurso de Avaliação da Quali­dade da Cachaça, organizado pelo

professor Douglas Franco, do Insti­tuto de Quí mica da USP de São Car­los. O concurso premiará as melhores cacha ças do ponto de vista químico e senso rial e fornecerá ao fabricante uma visão da posição e aceitação de seu produto. O resultado será divulga­do na mídia nacional e internacional.

Acesse www.fcfar.unesp.br/ixbmcfb para obter mais informações sobre o meeting. Detalhes sobre o con curso de cachaça estão em http://www.iqsc.usp.br/eventos/ix_bmcfb/concurso.html.

Palestras do AIQ terminam

Informativo CRQ-IV 2 Set-Out/2012

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Informativo CRQ-IV 3 Set-Out/2012

Qualidade

Curso da Oswaldo Cruz conquista SeloO Curso Técnico em Química da Es­

cola Técnica Oswaldo Cruz, da Capital, o mais antigo do Brasil ainda em ativida­de, recebeu o Selo de Qualidade outorga­do pelo Conselho Regional de Química IV Região (CRQ­IV). Trata­se da pri­meira escola particular da cidade de São Paulo a obter a certificação. Com a ou­torga, a Oswaldo Cruz se junta ao seleto grupo de instituições de ensino que ade­riram ao programa criado pelo CRQ­IV para valorizar o comprometimento das escolas com a qualidade do ensino.

Para o professor Moacyr da Rocha Freitas, diretor da Oswaldo Cruz, “ter o reconhecimento do CRQ­IV é uma hon­ra e premia a história do curso e o tra­balho realizado por diretores, professo­res, alunos, ex­alunos e funcionários”. Segundo o professor Laércio Marques Machado, coordenador técnico do cur­so, os ajustes necessários para se ade­quar às exigências do Selo de Qualida­de promoveram importantes melhorias. “Passamos a ter um olhar mais crítico so­bre o curso e, a partir dessa autoavalia­ção, conseguimos fazer mudanças. Por exemplo, passamos a documentar todos os nossos procedimentos”, aponta. Veja os depoimentos em vídeo na versão on-line desta edição.

Na avaliação de Machado, a certi­ficação consolida o reconhecimento do

curso da Oswaldo Cruz perante o públi­co e as indústrias químicas. “Tendo em vista a credibilidade do CRQ­IV, a di­vulgação da conquista do Selo poderá atrair um número ainda maior de inte­ressados na formação oferecida pela es­cola. Os que por aqui passaram já têm uma boa aceitação no mercado e a ten­dência é de que o grau de empregabili­dade cresça ainda mais”, prevê.

O coordenador acredita que o Selo de Qualidade contribui para fortalecer a imagem das escolas que procuram fazer um trabalho sério. Ele também entende que o programa contribui no sentido de convencer os estudantes de que não vale a pena escolher um curso com base em critérios como a facilidade de obtenção do diploma e, no caso de escolas parti­culares, o baixo valor das mensalidades. As indústrias já estão preterindo alguns candidatos em relação a outros em fun­ção da escola onde estudaram e com es­sa competição estimulada pelo Selo de Qualidade, em médio prazo, o público perceberá que o importante é ter um en­sino de qualidade, reconhecido e com aceitação no mercado, afirma.

Histórico ­ O curso da Escola Técnica Oswaldo Cruz é o mais antigo da Amé­rica do Sul que ainda está em atividade. Criado na década de 1950 pelo já faleci­

do professor Mário Bru­no Capuani, ele nasceu com o nome de Curso Técnico em Química In­dustrial. Seu lançamen­to se deu pela percepção de Capuani de que o Bra­sil não dispunha de mão de obra suficientemen­te qualificada para aten­der às indústrias quími­cas que começavam a se instalar por aqui.

O projeto foi então apresentado ao pro­fessor Oswaldo Quiri­

no, diretor da escola, também fale­cido, que imediatamente o aprovou. Com aproximadamente 60 alunos, a primeira turma de técnicos se formou em 1959. Nos anos subsequentes, o número crescente de empresas se ins­talando no Brasil levou ao aumento da procura pelo curso, que chegou a ter 3 mil alunos matriculados.

Em 1967, os professores Quirino e Capuani ampliaram o projeto original e criaram dois cursos de nível superior (Química Industrial e Engenharia Quí­mica). Assim foi fundada a Escola Su­perior de Química, que atualmente tam­bém possui outros dois cursos na área: Engenharia de Produção e Engenharia Ambiental. Em 1968, foram lançados os cursos de Bacharelado e Licenciatu­ra, ministrados pela Faculdade de Filo­sofia, Ciências e Letras. Há muitos anos o complexo Oswaldo Cruz é o maior for­mador de profissionais da Química do Brasil.

sobre o selo de Qualidade

Lançado em 2007, o Selo de Qualida­de CRQ­IV é um programa criado pela Comissão de Ensino Técnico da entida­de que objetiva oferecer um instrumen­to de identificação e certificação das es­colas comprometidas com a qualidade de ensino. Veja mais detalhes na página www.crq4.org.br/selo. Selo estimulou olhar mais crítico sobre o curso, avaliou o professor Laércio

Professor Moacyr enalteceu reconhecimento

Informativo CRQ-IV 3 Set-Out/2012

Fotos: CRQ-IV

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Informativo CRQ-IV 4 Set-Out/2012

A paulistana Adriana Yumi Iwata, de 25 anos, conseguiu unir suas duas grandes paixões: os mangás e a Química. Estu­dante do curso de Bacharelado em Quími­ca Tecnológica na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), ela descobriu nas histórias em quadrinhos uma maneira de ensinar e desmistificar a ciência. Cha­mada Sigma Pi, a série conta a história de adolescentes que desenvolvem ativi­dades num clube de ciências. Além do retorno positivo por parte dos alunos e pesquisadores que se envolveram com o projeto, o trabalho já mereceu destaque em alguns meios de comunicação.

“Os mangás são as histórias em qua­drinhos feitas no estilo japonês, do qual sempre gostei muito”, conta ela, que usa o nome artístico “Yumi Moony” para as­sinar os seus trabalhos. “Utilizo este ape­lido em fóruns relacionados a desenho e em sites onde coloco meu portfólio. “Yu­mi” vem do meu segundo nome e “Mo­ony” do personagem Remus Lupin, da série Harry Potter, cujo apelido em in­glês é justamente esse”, conta ela.

O enredo do mangá tem como fio condutor a história de Branca, uma ga­rota recém­transferida para um colégio interno tradicional de sua cidade. Na escola, todos os alunos são obrigados a

frequentar um clube como parte de su­as atividades extracurriculares e a prota­gonista acaba indo parar em um clube de Química, deno­minado “Sigma Pi”.

A partir disso, Branca começa a frequentar um la­boratório de Química e a aprender diversos experi­mentos. Ao mesmo tem­po, convive com os demais membros do clube: o líder, Henrique, que parece não simpatizar muito com ela; Benjamin, um garoto gentil que sempre a ajuda e que pa­rece nutrir algo a mais pela personagem; e Colombo, o palhaço do clube, que vive cantando as garotas do co­légio.

Atualmente, Adriana já desenvolve a sexta edição do Sigma Pi. As edições ante­riores podem ser conferidas no site http://sigmapi­pro­ject.blogspot.com.br. Quem preferir as versões impressas poderá encomendá­las pelo e­mail [email protected], ao custo de R$ 3,50 a

R$ 4,00 mais o valor do frete.“A maior parte do público dos man­

Projeto é adotado em oficinas promovidas pela Universidade Federal de São Carlos

Educação

Mangás ajudam no ensino da Química

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Informativo CRQ-IV 5 Set-Out/2012

gás é formada por alunos do Ensino Mé­dio em diante, devido ao conteúdo da história, pois há uma trama e persona­gens que vão se desenvolvendo ao longo da série”, explica Adriana. O Sigma Pi é um mangá continuado, ou seja, quem quiser entender o número 2 precisa ter li­

do a primeira edição e assim por diante.Adriana ressalta que ainda não obte­

ve patrocínio para imprimir o material. Mesmo assim, consegue divulgar os de­senhos em eventos da cultura japonesa. “O lúdico desperta o interesse das crian­ças, que aprendem brincando. As histo­rinhas mostram que a Química está no dia a dia das pessoas, afinal está em to­dos os lugares”, argumenta.

O mangá se aproveita da trama prin­cipal para mostrar conceitos de Quí­mica aplicados de uma forma diverti­da e lúdica, além de conciliar a ciência

com o cotidiano. Na tercei­ra edição do Sigma Pi, fo­ram explorados experimen­tos com líquidos, como é o caso do teste da gasolina. Já na quarta edição, uma ilustração aborda os fogos

de artifício e suas cores. A quinta edição, mostra expe­rimento com suco de repo­lho roxo para dar um exem­plo de indica­dor ácido­ba­se.

As ilustrações e os ro­teiros são feitos pela pró­pria autora, que realiza pesquisas em livros de Química Geral para se­lecionar o conteúdo. As experiências descritas na trama são inspiradas em vídeos postados na inter­net. “Faço os experimen­tos em casa para verifi­car se os procedimentos são adequados. Além dis­so, alguns deles já fo­ram encenados em peças do Grupo Ouroboros, do qual faço parte”, ressalta Adriana.

oficinas ­ Com o projeto de extensão Sigma Pi ­ Quadrinhos para a Divul­gação e o Ensino de Ciência, Adriana participa do Núcleo Ouroboros de Di­vulgação Científica, ligado ao Departa­mento de Química da UFSCar. A vincu­lação ao núcleo ocorreu em 2010 e inclui a montagem de oficinas onde ocorre não só a leitura dos quadrinhos, como tam­bém a produção de histórias com a es­tética mangá pelos alunos participantes.

“Atualmente, há uma oficina em cur­so, iniciada em agosto, e os alunos estão na fase de elaboração de roteiro e perso­

nagens. No final do ano, teremos o resul­tado final: uma história em quadrinhos produzida pelos alunos similar ao Sigma Pi, ou seja, um trabalho com a temática de Ciências”, aponta.

O Ouroboros é coordenado pela pes­quisadora Karina Omuro Lupetti, que tem formação na área química e já há alguns anos centrou suas atividades na divulgação e ensino não formal de ciên­cias a partir de recursos midiáticos. Ela explica que o aprendizado da ciência pe­las crianças e jovens, em particular da Química, vem com a leitura e principal­mente a produção dos mangás. “Todos que se envolvem na criação aprendem um pouco mais e assumem o compro­misso de ensinar e divulgar os concei­tos corretamente”, salienta.

Por não se tratar de uma atividade baseada apenas em ficção, os partici­pantes recebem uma orientação para que aspectos científicos da obra sejam apresentados de modo cuidadoso, a fim de atingir seu público­alvo em termos de conteúdo e linguagem. Para Karina, utilizar o Sigma Pi como material com­plementar pode auxiliar na aprendiza­gem do conteúdo dado na escola. “A obra é ficcional, mas a ciência é a Quí­mica. Se o professor aplicar o material com o foco correto, poderá conseguir resultados surpreendentes no que se re­fere ao ensino”, afirma.

Educação

Adriana (esq.) e a professora Karina Lupetti, do Núcleo Ouroboros

Divulgação

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Informativo CRQ-IV 6 Set-Out/2012

O Brasil recebeu a quarta edição da International Conference on Green Che-mistry (ICGC), realizada de 25 a 29 de agosto, em Foz do Iguaçu (PR). O even­to, que teve o CRQ­IV como um dos apoiadores, foi uma realização da Inter-

A conferência teve a participação de representantes dos setores acadê­mico, industrial, governamental e não governamental, que discutiram os re­centes avanços e perspectivas futuras no campo da Química Verde tanto no Brasil quanto no exterior. Entre eles, Paul Anastas, da Universidade de Yale (EUA), considerado o “pai” da Quími­ca Verde; James Clark, da Universida­de de York (Reino Unido), que trabalha com o reaproveitamento de biomassa; e Robin Rogers, da Universidade do Ala­bama (EUA), que estuda o uso de lí­quidos iônicos para o desenvolvimen­to de tecnologias inovadoras. A palestra de Anastas e a cerimônia de abertura da conferência podem ser acessadas por meio do site www.ufscar.br/icgc4.

O encontro científico ocorre a ca­

Conferência em Foz do Iguaçu reuniu 600 pessoas, quase o dobro da edição anterior

Química Verde

Evento confirma aumentode interesse pela sustentabilidade

Quarta edição da Conferência Internacional sobre Química Verde teve um público de aproximadamente 600 participantes, provenientes de mais de 45 países

national Union of Pure and Applied Che-mistry (Iupac) e da Sociedade Brasilei­ra de Química (SBQ). O encontro teve cerca de 600 participantes, provenien­tes de mais de 45 países, um expressi­vo crescimento em relação à edição an­terior, promovida em 2010 na cidade de Ottawa (Canadá), que reuniu perto de 350 pessoas.

“Este aumento significativo do nú­mero de inscritos pode ser entendido co­mo uma resposta ao crescente interesse neste campo, que significa apreendermos outras formas de produção, que exigem abordagens mais adequadas à realidade atual”, analisa a professora Vânia Gomes Zuin, que respondeu pela secretaria ge­ral da ICGC e é docente e pesquisadora do Departamento de Química da Univer­sidade Federal de São Carlos (UFSCar).

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Informativo CRQ-IV 7 Set-Out/2012

Química Verde

Natura, CBMM, Lactec, Abcott e Newreka apresentassem casos de sucesso envolvendo a tecno­logia verde.

“Os setores de produção de energia (combustíveis), plásti­cos e de cosméticos se destaca­ram pela preocupação em de­senvolver produtos e processos verdes. Mas, de forma geral, a percepção das empresas em di­versos segmentos é a de que não há mais como desconsiderar um modo de produção socioambien­talmente justo e sustentável”, avalia a professora da UFSCar.

Para ela, há uma integração entre todos os aspectos aborda­dos durante o evento. “A prin­cipal conclusão da ICGC foi a de que, além do aprofundamen­to dos tópicos específicos, houve uma convergência no sentido de se pensar os princípios da Quí­

mica Verde como bases transversais, ou seja, não há como se desenvolver novos processos e materiais verdes na acade­mia, por exemplo, sem que os referen­ciais teóricos e metodológicos educa­tivos sejam completamente revistos”.

A quinta edição da conferência de Química Verde da Iupac ocorrerá em 2014, na África do Sul.

definição – A Química Verde pode ser definida como a criação, o desen­volvimento e a aplicação de produtos e processos químicos para reduzir ou eliminar o uso e a geração de substân­cias nocivas à saúde humana e ao am­biente. O objetivo é a redução do risco por meio da minimização ou mesmo eli­minação da periculosidade associada às substâncias tóxicas.

A Química Verde se pauta em doze princípios básicos: prevenção, econo­mia de átomos, reações com compostos de menor toxicidade, desenvolvimen­to de compostos seguros, diminuição do uso de solventes e auxiliares, efi­ciência energética, uso de substâncias

renováveis, evitar a formação de de­ rivados, catálise, desenvolvimento de compostos degradáveis, análise em tempo real para a prevenção da polui­ção e uma química segura para a pre­venção de acidentes.

Profa. Vânia Zuin foi secretária geral da 4th ICGC

da dois anos e se tornou um dos even­tos internacionais mais importantes do mundo com foco em produtos quími­cos e processos sustentáveis. A escolha do Brasil para sediá­lo foi considerada como “estratégica, dada à relevância do País com relação às potencialidades so­ciais, econômicas, ambientais, educa­cionais e tecnocientíficas. Estamos em um momento fundamental para definir nosso lugar como um País de vanguar­da, que se projeta considerando modos de produção mais verdes”, avalia Vâ­nia Zuin.

Educação em Química e Engenharia Verde, métodos analíticos verdes, sínte­se e processos benignos (catálise), ge­ração de energia baseada em biomassa, fabricação de produtos com matérias­primas renováveis, redução do uso de água e seu reuso e políticas públicas sustentáveis foram alguns dos assun­tos debatidos.

A programação também abriu es­paço para que empresas como Petro­bras, Itaipu, Braskem, Oxiteno, Pu­rac, Tetrapak, Green Center Canada,

Reprodução do banner exposto pelo CRQ-IV no evento

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Ilustração destaca o calendário maia, que prevê o fim do mundo para o dia 21 de dezembro

Informativo CRQ-IV 8 Set-Out/2012

Realizada de 17 a 21 de setembro, com o apoio do CRQ­IV, a tradicional Semana da Química, promovida pelo Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ­USP), teve neste ano um tema controverso, que foi muito além dos círculos acadêmicos: “Química em 2012: Desmistificando o Fim do Mun­do”, uma referência à propalada profecia do povo maia que estabe­lece o próximo dia 21 de dezembro como o pon­to final na história da humanidade. O even­to não concluiu se esta­mos mesmo com os dias contados, mas foi, na opinião de alguns parti­cipantes, importante pa­ ra colocar abaixo pre­visões ou crenças des­providas de fundamen­to científico.

A Semana da Quími­ca é uma iniciativa dos alunos da graduação e do Centro de Estudos Quí­micos Heinrich Rhein­boldt. Membro da co­missão organizadora do evento, o aluno do ter­ceiro ano da graduação Rafael Trivella disse que “a possibilidade de um público amplo se identi­ficar com o assunto, con­frontando­o em contato com argumentos cientí­ficos que confirmam ou contrariam es­sas previsões, foi um dos motivos que nos levaram a optar por essa questão”. O tema permite discutir a própria natureza da Ciência e da Química, como seu po­tencial de melhorar ou prolongar o futu­ro e as questões éticas envolvidas no seu progresso. O evento foi aberto ao públi­co externo.

Para debater a ideia do fim do mun­do, as palestras programadas visaram contrapor o conhecimento científico ao pseudocientífico. Além de profissionais da química, abordaram diferentes temas representantes de outras ciências, como física, matemática, biologia, astronomia e psicologia.

Um dos destaques do evento foi o mi­nicurso “Tabus do Fim do Mundo”, que contemplou a ideia de quatro diferentes áreas da Ciência (astrofísica, biologia, geofísica e química) sobre as possibili­dades de que esse fim ocorra e como as previsões divulgadas são vistas pelos es­pecialistas. Orientador do trabalho que venceu a edição 2011 do Prêmio CRQ­

IV, modalidade Química de Nível Supe­rior, o professor Renato Sanches Freire foi o responsável por discutir o assunto pelo ponto de vista da química.

Para Freire, há uma tendência de sim­plificação de conceitos para que fenôme­nos complexos sejam explicados. Dessa forma, muitos dados importantes podem

não chegar ao conheci­mento do público. “Al­gumas “meias verdades” se propagam, como o fa­to de haver materiais que são biodegradáveis e isso, em tese, ser algo sempre positivo. Um exemplo é a matéria lançada na rede de esgoto, que é totalmen­te biodegradável por sua composição, tendo pro­teínas, gorduras e carboi­dratos. Porém, uma vez presente na água, esse ma­terial irá consumir o oxi­gênio existente por meio de metabolização, o que prejudica o ecossistema aquático”, apontou.

“Ao longo de toda a história, o papel da Quí­mica sempre foi o de contribuir para um mun­do melhor, por meio da transformação de mate­riais em produtos. No en­tanto, não havia a preocu­pação com os impactos, especialmente ambien­tais, que são decorrentes

dos processos produtivos. Atualmente, essa percepção existe, o que é bastan­te positivo. A Química pode melhorar a qualidade de vida das pessoas e, ao mes­mo tempo, minimizar os impactos sobre os recursos naturais”, explicou.

Freire disse que eventos como a Se­mana de Química são importantes pa­ra aproximar o conhecimento científico

Ciência

IQ-USP debateu o fim do mundo

iStock

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Palestra do professor Renato Sanches Freire abordou o ponto de vista da Química sobre a situação do planeta

Informativo CRQ-IV 9 Set-Out/2012

do público. “A reflexão é estimulada pe­la presença de especialistas de diferen­tes áreas, o que enriquece as discussões. Além disso, estimula a consciência cida­dã das pessoas ao atentar para impactos ao planeta causados pela própria ação hu­mana, e não apenas para aqueles provoca­dos por veículos e indústrias”, compara.

Para Airton Cerqueira Leite, professor aposentado de Geografia do Ensino Médio, a Semana da Química se configurou em uma oportunidade para obter informações visando uma pesquisa. “O evento é uma re­ferência no meio acadêmico. Atualmente, faço uma pesquisa no campo da metafísica a respeito do fim do mundo. Pelo conheci­mento que adquiri com as palestras, posso

agora fazer um contrapon­to aos princípios metafísi­cos, que não possuem o ri­gor científico”, ressaltou.

Débora Cardona é es­tudante do segundo ano de Bacharelado em Quí­mica na Universidade Fe­deral de São Paulo (Uni­fesp). Em sua avaliação, “o evento foi bastante inte­ressante. Participei de vá­rias palestras e pude cons­tatar como a área química é abrangente, o que até ajuda a pensar em um seg­mento específico para se­guir carreira”.

trilogia ­ Nas duas edições anteriores da Semana da Química, os temas centrais fo­ram “Origens (do universo, da vida e do IQ)” e “Conquistas da Química”, res­pectivamente. Dis­cutir o “fim do mun­do” foi, na avaliação dos organizadores, o complemento de uma “trilogia” que forma a ideia de olhar o futuro sob a visão da Química.

Desde a sua primeira edição, em 1981, a Sema­

Ciência

na da Química do IQ tem fins tanto aca­dêmicos quanto culturais. O evento vi­sa complementar a formação dos alunos de graduação, ampliando sua visão da ciência e da sua profissão. São organi­zadas palestras, oficinas e mesas­re­dondas ministradas por pesquisadores e professores de várias universidades do País.

Homenagem ­ Durante o evento, o pro­fessor Ivano Gutz, organizador da Olim­píada Paulista de Química, competição também apoiada pelo CRQ­IV, foi reco­nhecido pela sua trajetória como profis­sional da Química e também por seus notáveis esforços em prol da educação química e da divulgação da ciência. O professor foi agraciado com uma placa alusiva à homenagem e ministrou uma palestra intitulada “Química: do Ensino Médio à formação de cientistas”.

Airton Cerqueira Leite (dir.) obteve contrapontos para a sua pesquisa

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Fotos: CRQ-IV

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Informativo CRQ-IV 10 Set-Out/2012

Empossada no dia 18 de junho de 2012, para o triênio 2012/2015, a di-retoria executiva do Sinquisp adotou como plano de metas para o manda-to a manutenção do programa im-plantado na gestão anterior.

Em termos gerais, o trabalho se-rá o de fortalecer a política de ofe-recer serviços diferenciados ao as-sociado, adotada desde a mudança do sindicato para a região central da cidade. Dotada de infraestrutu-ra mais adequada, a nova sede per-mite que profissionais e empresas realizem diversos eventos de inte-resse da categoria. Outro benefí-cio proporcionado pela mudança foi a disponibilização de espaços, es-pécies de “escritórios virtuais”, para que os associados autônomos pos-sam atender seus clientes.

Outros benefícios gerados pela política atual e que serão mantidos foram as parcerias com instituições de ensino para obtenção de descon-tos em mensalidades para o asso-ciado e seus dependentes e a ofer-ta de cursos de aprimoramento em

parceria com o CRQ-IV Região e ou-tras entidades de classe. Vale tam-bém destacar a conquista de des-contos na contratação de planos de saúde e o convênio que tem permi-tido aos profissionais recuperarem ativos financeiros decorrentes de saldos residuais do FGTS, diferen-ças na aplicação de índices de cor-reção inferiores aos reais em apli-cações etc.

Enfim, além de cumprir seu papel de defender os interesses da cate-goria no que diz respeito às questões trabalhistas, a diretoria do Sinquisp tem como missão promover o apri-moramento e a integração dos pro-fissionais da química.

Assembleia aprova orçamento para 2013

A aprovação do orçamento para o ano que vem foi um dos itens discu-tidos na assembleia ocorrida dia 13 de setembro, na sede do Sinquisp. Outros pontos importantes decidi-dos pela categoria foram as contri-

buições associativa, sindical e assis-tencial para 2013. Reajustadas em 7%, equivalente à inflação do perí-odo, elas ficaram com os seguintes valores:

- Contribuição Associativa:R$ 110,00. Haverá um desconto de 27,3%, o que reduzirá o taxa para R$ 80,00, se o pagamento ocorrer até o dia 30/11/2012.

- Contribuição Sindical:R$ 75,00, para profissionais de ní-vel médio; R$ 150,00, para os de ní-vel superior.

- Contribuição Assistencial:5% do salário do mês de maio de 2013, limitado ao teto de R$ 95,00.

Diretoria manterá plano de metas

Espaço Sinquisp

As­informações­desta­página­são­de­responsabilidade­do­Sindicato­dos­Químicos,­Químicos­Industriais­e­Engenheiros­Químicos­de­São­Paulo.­Outros­detalhes­pelo­telefo­ne­(11)­3289­1506­ou­pelo­e­mail

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Informativo CRQ-IV 11 Set-Out/2012

Prazo de validade: fantasma que aterroriza empresas e profissionais

Artigo

por José Antonio Galves

A questão do produto químico ven­cido, entendendo­se desde a substância, mistura e o produto acabado, é um fan­tasma que há anos aterroriza as empre­sas, seus dirigentes e colaboradores, que se veem envolvidos em inquéritos e dis­cussões judiciais sem que haja uma so­lução para a questão. As leis brasileiras de defesa do consumidor, as ambientais e outras correlatas só contemplam dispo­sições punitivas, não havendo disposi­ções que permitam algum tipo de reapro­veitamento do produto vencido, como a reciclagem, recuperação ou a revalida­ção. Pela legislação atual, o produto ven­cido está condenado ao descarte final.

Com a Rio+20, foi renovado o prin­cípio da sustentabilidade para a manu­tenção da saúde humana, animal e am­biental. O Governo Federal deu mostras iniciais da aplicação desse princípio por meio da RDC 45, de 09/08/2012, que estabeleceu os requisitos mínimos pa­ra a realização de estudos de estabilida­de de insumos farmacêuticos ativos, en­volvendo retestes ou prazo de validade.

Agora, é chegado o momento de de­finir regras para os demais produtos quí­micos e evitar que se continue gastando elevadas somas para jogar no lixo itens que poderiam ser reaproveitados depois de submetidos a procedimentos técni­cos de eficiência comprovada. A exis­tência de uma legislação adequada evi­taria que o País desperdiçasse algo em torno de 10% dos cerca de US$ 41 bi­lhões que gasta anualmente com impor­tações de produtos químicos apenas para repor itens que são descartados por não poderem ser reaproveitados.

Além da questão financeira, uma adequação das leis geraria benefícios para o meio ambiente, conferindo mais

sustentabilidade à atividade química. E, por consequência, a reforma legal pre­tendida naturalmente levaria à diminui­ção de inquéritos e processos judiciais motivados por essa questão.

Advogado, José Antonio Gal-ves integra o subcomitê de es-pecialistas das Nações Unidas para o GHS (sistema de classi-ficação de substâncias e mis-turas e divulgação de perigos

através de rotulagem e ficha de segurança de produto químico). Faz parte do rol de especialistas da agência Unitar, da ONU, pa-ra treinamentos ,na América La-tina, sobre o GHS. Também é

membro de comissões da ABNT que elaboram normas técnicas de classificação, rotulagem e Fispq. Contatos podem ser

feitos pelo e-mail [email protected].

Para que isso ocorra é imprescin­dível a participação das empresas, das várias associações, entidades de classe e sindicatos. O caminho é a apresenta­ção ao Governo Federal de um projeto com disposições consistentes contem­plando as condições, os meios e as so­luções para regulamentação dos produ­tos químicos vencidos, envolvendo a reciclagem, a revalidação, os retestes e medidas inerentes à sustentabilidade, deixando para o destino final somente o que tecnicamente for inaproveitável ou inservível.

CRQ-IV

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Informativo CRQ-IV 12 Set-Out/2012

Foram necessários dois anos de pes­quisas e muitas experimentações para que o Técnico em Química Pedro Bar­bieri, de 81 anos, conseguisse realizar a transformação em pó da cera de abe­lha sólida convencional. “Meu produto pode ser aplicado em qualquer proces­so que usa a cera sólida, como pomadas dermatológicas e, na área cosmética, na fabricação de batons e cremes”, garante. A inovação já está com patente requerida no Instituto Nacional de Propriedade In­dustrial e disponível para empresas que queiram investir na produção em escala.

Responsável Técnico pela empresa Cerapura Indústria e Comércio Ltda., lo­calizada na Zona Sul de São Paulo, Bar­bieri concilia os trabalhos do cotidiano com a busca contínua por novos produ­tos. Persistente, ele destaca as vantagens da cera em pó. “Ela proporciona um ma­nuseio mais limpo. Além disso, facilita a realização de análises por amostragem, viabilizando uma separação exata de qualquer quantidade. Ao mesmo tempo, facilita o transporte e o armazenamen­to com custos mais baixos, exigindo lo­cais menores para estocagem”, enumera.

O Técnico em Química sempre gos­tou de buscar alternativas para melhorar a fabricação de produtos, notadamente os destinados aos segmentos farmacêu­ticos e de cosméticos. Um de seus pri­meiros empregos, aos 23 anos, foi no la­boratório da Companhia Farmacêutica Brasileira.

Na Cerapura, a rotina de Barbieri co­meça antes de o sol raiar. “Entro às cinco da manhã todos os dias. Gosto muito do que faço e, graças a Deus, tenho saúde para continuar com os meus projetos”, conta. Para a realização de suas pesqui­sas montou dentro da empresa um mo­desto laboratório, mas que tocado com muita dedicação e persistência atende às suas necessidades.

Por enquanto, a cera em pó é produ­zida em pequena escala. São somente 20 kg por mês, pois esta é a quantidade que o pequeno laboratório de Barbieri com­porta. “Ofereci a produção ao dono da empresa, mas, por enquanto, ele não tem projetos para substituir as máquinas atu­ais”, explica.

Passo a Passo ­ O processo de elabora­ção da cera em pó começa com a obten­ção da cera sólida natural, ainda em es­tado bruto, obtida diretamente dos favos de mel. Em um recipiente inoxidável, o material é levado a uma temperatura de 120ºC. Paralelamente, dissolve­se bicar­bonato de potássio em água potável a 90ºC em um decantador de alumínio ou de aço inoxidável.

Com um agitador mecânico e um re­gistro de saída de líquidos em sua porção inferior, a cera fundida é adicionada so­

Inovação

bre a solução de bicarbonato de potássio, a fim de criar uma emulsão. Para a decan­tação é adicionada água potável a tempe­ratura de 25ºC. Em seguida, o material descansa por um dia para que ocorra a separação da água e da cera em pó, que fica sobre a água, sendo posteriormente retirada com um tecido permeável.

O pó, que tem uma textura parecida com farinha de trigo, é lavado de três a quatro vezes para a total retirada do bi­carbonato de potássio. A substância fica em secagem por mais um dia e, em se­guida, é levada a uma estufa de madeira para secagem por ventilação. Esta últi­ma etapa do processo demora aproxima­damente três dias.

Apesar da idade, Barbieri nem pen­sa em se aposentar e avisa: as empresas que desejarem obter mais informações sobre a cera podem entrar em contato pelo telefone (11) 5515­1825.

Para a realização de suas pesquisas, Barbieri montou um laboratório dentro da empresa Cerapura

Produto substitui a cera tradicional em diferentes aplicações

Veterano cria cera de abelha em póCRQ-IV

iStock

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Informativo CRQ-IV 13 Set-Out/2012

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Informativo CRQ-IV 14 Set-Out/2012

Um projeto de extensão universitária do Instituto de Química (IQ) da Unesp de Araraquara, desenvolvido em 1988, deu origem a uma forma lúdica e inte­ligente de disseminar conhecimentos e aproximar a Química da sociedade, es­pecialmente os jovens. Trata­se do Gru­po Alquimia, que une teatro e ciência em um mesmo palco.

A iniciativa foi de alunos do curso do IQ­Unesp, com o apoio dos profes­sores Marian Davolos e Miguel Jafelici. Ao longo do tempo, o grupo cresceu, se consolidou e o trabalho que desenvolve em escolas, teatros e espaços culturais tem auxiliado estudantes que estão para prestar vestibular, bem como ajudado a desvendar os mistérios da ciência para adultos e crianças.

“Em suas apresentações, o Alquimia procura destacar o papel central da Quí­mica no desenvolvimento do mundo mo­derno, mostrando que as transformações da matéria realizadas pelo Homem so­mente foram possíveis graças aos conhe­cimentos dessa ciência. Durante as en­cenações, são realizadas experiências

Grupo teatral desperta interesse dos jovens pelo estudo da Química

simples, de demonstração rápida, mas que oferecem um interessante efeito vi­sual para a plateia”, relata a professora Marisa Veiga Capela, atual coordenadora do grupo, para o qual colaboram os pro­fessores Jorge Manuel Capela e Leinig Antonio Perazolli, além do servidor téc­nico­administrativo Reinaldo Deodato.

A docente assumiu a coordenação em julho de 2011. “Sou da área de Matemá­tica e Estatística e não tinha experiência em teatro, mas resolvi aceitar o desafio, o que tem se mostrado muito gratificante. O trabalho é todo feito pelos integrantes do grupo, desde a adaptação dos temas para a linguagem teatral até a produção do figurino, o que torna o Alquimia uma experiência muito rica”, enfatiza.

Para facilitar a compreensão e chamar a atenção do público, todos os temas abor­dados nas peças são tratados com humor, mas com a preocupação de que os aspec­tos científicos sejam preservados, expli­ca a coordenadora. Pequenas e inofensi­vas explosões que liberam luz, fumaça e cores, a observação de diferentes cores em uma mesma solução quando transferida

de um copo para outro ou ainda um tex­to que aparece escrito “milagrosamente” após um pedaço de tecido branco ser bor­rifado com uma solução transparente, são alguns exemplos dos experimentos feitos durante as apresentações.

No total, o grupo já montou 11 pe­ças e realizou cerca de 200 apresenta­ções para aproximadamente 60 mil es­pectadores, em cidades dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Em geral, os espetáculos ocorrem em sema­nas temáticas de cursos e também du­rante feiras de ciências ou de profissões.

exPeriência ­ Irã Borges Coutinho Gallo já é estudante de mestrado, mas participa do Alquimia desde 2007, quan­do ainda estava no terceiro ano de gra­duação. Para ele, “conciliar os estudos com os ensaios e apresentações requer bastante esforço, tanto que na época das provas temos que reservar tempo para os estudos, o que diminui as atividades do grupo. Mesmo assim, conseguimos nos reunir em alguns intervalos e produzir as peças”, conta.

por Jonas Gonçalves

Imagens: Divulgação

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Informativo CRQ-IV 15 Set-Out/2012

Integrante do grupo desde que ingressou na faculdade, Thais Silva do Amaral está no ter­ceiro ano do curso de Bacharelado em Quí­mica. Com experiên­cia anterior em teatro, naturalmente sentiu­se atraída pelo projeto de extensão. “É muito gratificante fazer parte desse trabalho, princi­palmente quando há o contato com o público. Durante as peças, res­pondemos a várias per­guntas e tiramos dúvi­das. A relação com as crianças é especial, pois elas são bas­tante curiosas”, diz.

De acordo com Gláucio de Oliveira Testoni, que foi integrante do elenco por seis anos e, atualmente, colabora no de­senvolvimento das histórias, o foco atual é adaptar temas da Química para a lingua­gem teatral. “No início, havia a preocu­pação de se fazer um teatro mais profis­sional. Porém, com pouco tempo para ensaios, foi melhor nos assumirmos como amadores e desenvolver uma forma pró­pria de criação. Desenhamos figurinos, ensaiamos coreografias e escrevemos os roteiros. Geralmente, duas pessoas são encarregadas de liderar esse trabalho”, explica Testoni.

Segundo ele, a estrutura permite o improviso dos atores envolvidos nos es­petáculos, que nem sempre interpretam os mesmos papéis. “Em cada peça é feita uma rotatividade e um mesmo ator pode interpretar um personagem diferente, a não ser em alguns casos especiais, quan­do quem interpreta se encaixa de uma forma perfeita”, afirma.

Uma das vantagens de fazer parte do Alquimia é a desenvoltura na comunica­ção, adquirida com o passar do tempo. Para Juliana Ramos de Lima, estudante de Bacharelado, esse fator foi fundamen­tal. No grupo desde que ingressou na uni­versidade, a futura profissional acredita que o projeto é uma forma de aproximar a Química dos jovens, especialmente da­queles que não têm acesso a laboratórios

em suas escolas. “Estudei em escola pú­blica e sei como é, gostando de Química, não ter a oportunidade de conhecer mais sobre o assunto. Quando nos apresenta­mos em escolas me sinto gratificada em ver tantos alunos nos tratando com muito carinho e ficando motivados em apren­der com o nosso trabalho. Sentirei mui­tas saudades”, conclui Juliana.

O elenco atual do Grupo Alquimia é formado pelos seguintes integrantes, a maioria estudantes do Bacharelado em Química. São eles: Beatriz Otaviano, Bianca Marques dos Santos, Bruno de Santis Andrioli, Caroline Oliveira Ro­cha, Daniel Arisa, Diego Carneiro Ca­mara, Flávio Pereira Cardoso, Gabrielle Severino Sarkis, Guilherme Gonçalves Costa, Irã Borges Coutinho Gallo, Jo­sé Augusto Moreira de Oliveira, Juliana Ramos de Lima, Leonardo Bergamasco

Ribeiro, Mariane Spadoto, Rafael Ab­dala Politano, Raul Cruz Paleuco, Thais Brasil Lenhard, Thais Silva do Amaral e Vinícius Galatti Silva.

contato – O grupo está atualmente em cartaz com o espetáculo Pandemo­nium, que estreou em 2011 e faz um aler­ta sobre problemas ambientais que colo­cam o planeta em risco. As instituições que se interessarem pelo trabalho podem entrar em contato pelo e­mail teatroal­[email protected] ou direta­mente com os professores: Marisa Vei­ga Capela (16 3301­9647 ou [email protected]), Jorge Manuel Vieira Cape­la (16 3301­9646 ou [email protected]) e Leinig Perazolli (16 3301­9711 ou [email protected]). As apresentações são gratuitas, sendo o deslocamento dos atores custeado pela própria Unesp.

Grupo já montou 11 peças e realizou cerca de 200 apresentações para aproximadamente 60 mil espectadores

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Informativo CRQ-IV 16 Set-Out/2012

Conciliação

Semana fecha mais 109 acordosNegociações passarão a incluir dívidas que ainda não foram executadas

De 25 a 28 de setembro, a Central de Conciliação da Justiça Federal em São Paulo promoveu a segunda semana de audiências envolvendo processos de execução fiscal movidos pelo CRQ­IV. Dos 422 profis sionais e repre sentantes de empresas intimados para participar, 132 compa receram e 109 (78%) fecha­ram acordos.

Considerando as duas semanas de conciliações das quais o CRQ­IV parti­cipou, a média de acordos obtidos foi de 82%. Na primeira, realizada de 25 a 28 de junho, 354 pessoas físicas e jurídicas foram intimadas, 153 compa receram e 132 (86%) fizeram acordo. Os processos decorreram do não paga mento de anui­dades e multas.

O número de acordos fechados até agora demonstra a eficiência das conci­liações. Priscila Evelyn dos Anjos, re­presentante de uma empresa com débi­tos junto ao CRQ­IV, disse que “antes era difícil obter um acordo, de vido à co­brança de diversos encar gos. Com a se­mana de conciliação, a regula rização se tornou acessível a empresas de peque­

no porte”. Para Rosana Pessoa, que tam­bém fez acordo, a iniciativa “é interes­sante por viabilizar a regulariza ção das situações, especialmente com relação à anuidade”.

A advogada Catia Sashida, geren­te do Departamento Jurídico do CRQ­IV, diz que “o caminho para a pacifica­ção de conflitos é a conciliação. Além de negociar seus débitos em condições es peciais, o devedor também aproveita para resol ver pendências administrati­vas junto ao Conselho”, ressalta.

A Central de Conciliação da Justiça Federal é coordenada pela juíza Fernan­da Souza Hutzler, que avalia as concilia­ções como as únicas soluções realmente eficazes em casos envol vendo conse­lhos profissionais. “As cen trais de con­ciliação são recentes, mas demonstram uma eficiência expressi va como alterna­tivas para con flitos jurídicos”, afirma. Além disso, completa, os devedores se sen tem am parados, pois as nego cia ções são super visionadas por juízes e ainda são disponibilizados de fensores públi­cos para quem não tem advogado.

interior ­ O CRQ­IV participará da Se­mana Nacional de Conciliação, progra­mada para novembro pelo Conselho Nacional de Justiça. Desta vez, serão chamados profissionais e re presentan­tes de empresas cujas dívi das estão sen­do executadas nas cidades de Franca e Santos. As audiên cias em Franca ocorre­rão no dia 7; em San tos, dia 12. Os exe­cutados serão avisa dos por meio de in­timações.

Pré ­ Para evitar que cen tenas de casos cheguem à justiça, elevando ainda mais as dívidas, o CRQ­IV resolveu aderir à proposta do Judiciário e partici par das audiências pré­processuais. No período de 26 a 30/11, a entidade rece berá cerca de 480 profissionais e repre sentantes de empresas na Central de Conciliação da Justiça Federal, em São Paulo. As da­tas e horários das audiên cias serão in­formados nas intimações que serão en­viadas.

Ou tras infor mações podem ser obti­das pelo telefone 11 3061­6021 ou pelo e­mail [email protected].

A participação do CRQ­IV nas se­manas de conciliação promovidas pelo Judiciário Federal foi formalizada du­rante evento ocorrido dia 27 de setem­bro no Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF). Na ocasião, o pro fes­sor Hans Viertler, vice­presi dente do Conselho, assinou um termo de co­operação, comprome tendo­se a apoiar as iniciativas que agilizem a tramitação de processos. O ato teve a participação de represen tantes de outros conselhos profissio nais e foi coman dado pelo De­sembargador Newton De Lucca, presi­

Ato no TRF formaliza adesãodente do TRF.

Viertler parabe­nizou o Tribunal por estender os mutirões de conciliações pa ra as causas dos con­selhos e res saltou os resultados obtidos até então. “Nas du­as semanas de conciliação que promove­mos, tivemos resultados exce lentes, com acordos firmados em quase 90% dos ca­sos”, afirmou.

Também participaram da solenidade

a desembargadora federal e coordena­dora do Gabinete de Conciliação, Daldi ce Maria Santana de Almeida, e a advogada Catia Sashida, gerente do Departamento Jurídico do CRQ­IV.

Newton De Lucca, Catia Sashida e Hans Viertler durante encontro no TRF

CRQ-IV

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Informativo CRQ-IV 17 Set-Out/2012

Literatura

Concorra ao sorteio de três livros

Garantia da Qualidade na Indústria Cosmética

De Marcelo de Souza Pinto, Ana Re­gina Alpiovezza e Carlos Righetti, apre­senta sugestões para melhorias na ges­tão da cadeia produtiva, cuidados com o meio ambiente das fábricas, condutas de segurança em laboratório, técnicas de tratamento de água e estudos dos pon­tos críticos das formas cosméticas. Re­comendado pela Associação Brasileira de Cosmetologia e editado pela Cenga­ge, o livro custa R$ 41,90. Profissionais que fizerem a compra pelo site da edito­ra terão desconto de 30%. Acesse a ver­são on-line desta edição para saber co­mo aproveitar a promoção.

O Informativo sorteará dois exemplares de cada livro divulgado nesta página. Para participar, escreva para [email protected] e informe seu nome completo, CPF, cidade onde reside e telefone para contato em horário comercial. Mande e-mails separados se tiver interesse nas três obras. O sorteio ocor-rerá no dia oito de novembro e os nomes dos contemplados serão divulgados no site (www.crq4.org.br). Poderão participar desta promoção profissionais e estudantes em situação regular na entidade. As obras

já estão disponíveis para consultas na Biblioteca do CRQ-IV.

Manual de Controle da Qua­lidade e Operação do Sistema

de Abastecimento de Água

O livro descreve todas as etapas dos processos envolvidos na atividade, ex­plica o que um Plano de Segurança da Água e detalha sua estrutura, descre­ve a operação das redes de distribui­ção e, entre outros tópicos, apresenta estudos sobre a corrosão interna das tu­bulações. Escrito por Nizar Qbar, José Moreno, Regina Mei Onofre e Rosea­ne Lopes de Souza, todos da Sabesp, o livro custa R$ 80,00 e pode ser ad­quirido pelo e-mail [email protected].

Contém Química: pensar, fazer e aprender com

experimentos

Voltado principalmente para profis­sionais que atuam como professores, a obra reúne 93 atividades experimentais que se utilizam de materiais de baixo custo e que podem ser feitas até mes­mo em salas de aula. Dá informações so­bre os fenômenos envolvidos nos expe­rimentos e suas aplicações na indústria. Elaborada por Luiz Henrique Ferreira, Dácio Hartwig, Gustavo Gibin e Ricar­do Castro de Oliveira, todos da Universi­dade Federal de São Carlos, a obra custa R$ 59,00 e pode ser comprada pelo site www.kitciencia.com.

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Informativo CRQ-IV 18 Set-Out/2012

Minicursos

Mais de 350 profissionais forambeneficiados pelo programa

Até o dia 29 de setembro, 375 pro­fissionais de várias cidades paulis­tas haviam participado da edição 2012 dos Minicursos CRQ­IV. Parcialmen­te patrocinado pela Caixa Econômi­ca Fe deral, o programa mantido pelo Con selho desde 2006 teve este ano 11 apre sentações sobre temas envolvendo análise instrumental, ISO 9001, gestão de produtos químicos, química foren se, entre outros.

Quase todos os treinamentos incluí­ram a realização de atividades práti­cas, como exercícios, discussões em grupo ou demonstrações. No minicur­so reali zado dia 29/09, em São Paulo, os parti cipantes tiveram a oportunidade de trabalhar com um software voltado à automação laboratorial. Para isso, a sa­la normalmente usada para cursos foi re­modelada com a colocação de mesas e 18 notebooks, permitindo que os parti­cipantes trabalhassem em duplas.

Em Piracicaba, no mesmo dia, uma das tarefas dadas aos participantes foi a montagem de um carrinho usando blo­cos plásticos (Lego), como se estives­sem numa linha de produção. O objeti­

vo da dinâmica foi mostrar a importância do planeja mento, da padronização e do trabalho em equipe para que as metas se­jam alcançadas.

O programa Minicursos CRQ­IV é totalmente gra­tuito. Além das aulas e mate­rial didático, ele também inclui o for necimento de refei ções aos par­tici pantes. Esses fatores possibili­tam que até mes­mo profissio nais desempre gados pos sam partici­par, adqui rir ou atualizar conheci­mentos e ampliar sua rede de rela­cionamento, o que

pode contribuir para que aumentem suas chances de retorno ao mercado. Para os que estão emprega dos (e para seus em­pregadores), o programa representa uma oportunidade para se mante rem tecnica­mente atua lizados sem que para isso te­nham de fazer grandes investi mentos. No mer cado, treinamentos com duração de um dia podem custar de R$ 400,00 a R$ 1 mil. Para parti cipar dos minicursos o interessado arca apenas com os custos de sua própria locomoção.

Foram ocupadas 375 das 385 vagas abertas. Todos os minicursos tive ram as 35 vagas preenchi das, exceto o pro­gramado para o dia 4 de agosto, em Cam­pinas, que tratou da atuação do Profissio­nal da Química na área comer cial. Trinta e uma pessoas se ins creveram para aque­le treinamento e 29 compareceram. Tam­bém foram regis tradas faltas em outros quatro eventos. Conforme previsto nas regras do pro grama, aqueles que não jus­

Programa teve atividades práticas. Acima, profissionais participam de dinâmica do curso sobre Brinq-Quality

Sala montada em São Paulo para uso de software de automação laboratorial

Fotos: CRQ-IV

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Informativo CRQ-IV 19 Set-Out/2012

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Minicursostificaram as ausências tiveram de reco­lher a taxa de R$ 250,00, destinada a res­sarcir as despesas que o CRQ­IV teve para lhes garantir a participação.

Além de São Paulo, onde ocorre­ram quatro minicursos, também foram in cluídas na programação as cidades de Araraquara, Campinas, Ribeirão Preto, Santos, São José dos Campos, Soroca­ba e Piracicaba, nas quais foi realizado um encontro. A Capital recebeu um nú­mero maior de eventos por concentrar mais de 50% dos profissio nais registra­dos no CRQ­IV.

esforço ­ Um dos fatos que sempre cha­mou a atenção no programa desde o seu lan çamento foi o interesse e o esforço de profissionais que viajam centenas de quilômetros para participar, situação que se repetiu este ano.

Alvaro José Hermínio e Fabio Ro berto Zani, funcionários da Innove Química, em­presa que está em fase de estruturação, mo­ram em Sertãozinho e partici param dos minicur sos re alizados em Sorocaba (328 km) e Piracicaba (229 km). Também em Soroca ba esta vam os técnicos de labora­tório An tonio Carlos Feitoza, David San­tos Souza e Glauco Lini Per pétuo, funcio­nários do campus de Bau ru da Univer sidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), distante 251 km. Os três também trabalham como professores e disseram que as informações obtidas naquele mini­curso seriam incluídas nos conteúdos da­dos aos seus alunos.

Silvia Rousane da Silva, bolsista do Instituto Adolfo Lutz, pegou um ônibus no início da madrugada de 15/09 na rodovi­ária do Tietê, Capital, e chegou em Arara­quara por volta das 5h da manhã para parti­cipar do minicurso sobre HPLC. Retornou para São Paulo no mesmo dia, completan­

Bauru encerrará o programa

do mais de 500 km em menos de 24 horas. Já as cole gas Andrea Gatti, Michelle Oli­veira e Gisele Felipe foram de carro. Po­rém, seu caminho foi mais longo, pois to­das moram e traba lham em San tos, a mais de 350 km de Araraquara e também volta­ram no mesmo dia.

A edição 2012 do programa Mini­cursos CRQ­IV será encerrada em 1º de dezembro, em Bauru, com uma apresentação sobre Análise de Pe­rigos e Pontos Críticos de Contro­le (APPCC). É um treinamento vol­tado principalmente para químicos que atuam na indústria de alimentos.

As inscrições estarão abertas de 19 a 23/11 e deverão ser feitas no es critório do CRQ­IV da cidade, exclusi vamente pelo telefone (14) 3232­3207. Antes de ligar, acesse a página dos minicursos no site do Conselho (www.crq4.org.br) para se inteirar das re gras do programa.

Moradoras na cidade de Santos, Andrea

Gatti, Michelle Oliveira e Gisele

Felipe percorreram mais de 350 km

para participar do minicurso sobre

HPLC realizado em Araraquara

Page 20: A Ciência e o fim do mundo - crq4.org.br de Qualidade contribui para fortalecer a imagem das escolas que procuram fazer um trabalho sério. Ele também entende que o programa contribui

Informativo CRQ-IV 20 Set-Out/2012

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Estarão abertas de 1º de novem­bro a 28 de fevereiro as inscrições pa­ra a edição 2013 do Prêmio CRQ­IV. Tradicional concurso público promovi­do pelo Conselho, tem por objetivo es­timular a pesquisa entre alunos de cur­sos profissionalizantes de química para que aprimorem e demonstrem, por meio de apresentação de trabalhos, os conhe­cimentos adquiridos em sala de aula. O prêmio também busca estimular a par­ticipação de professores e profissionais da área que, atuando como orientadores dos trabalhos, fortalecerão a formação daqueles estudantes.

O prêmio prevê a distribuição total de R$ 58,4 mil e está dividido em qua­tro modalidades: Química de Nível Mé­dio, Química de Nível Superior, Quími­ca de Nível Superior com Tenologia e Engenharia da Área Química. O estu­dante vencedor em cada modalidade re­ceberá R$ 10 mil; seu orientador, R$ 4,6 mil. Dos valores serão descontados os impostos pertinentes.

Os trabalhos poderão ser feitos em grupo, mas neste caso a premiação em dinheiro deverá ser dividida entre os par­ticipantes. A entrega do prêmio será feita em junho do ano que vem, durante a ce­rimônia que comemorará o Dia do Pro­fissional da Química.

Poderão participar alunos matricula­dos este ano em qualquer série/período de cursos técnicos e de nível superior da área química, ministrados por insti­tuições paulistas previamente cadastra­das no Conselho.

O orientador poderá ser um profes­sor ou um profissional que atue na área focada pelo trabalho. Obrigatoriamen­te, ele deverá estar registrado e em si­tuação regular no Conselho, inclusive com a anuidade de 2013 quitada. Um mesmo profissional poderá orientar até dois trabalhos.

O regulamento e a ficha de inscrição já estão disponíveis para download no site do Conselho (www.crq4.org.br).

Concurso público promovido pelo Conselho distribuirá R$ 58,4 mil a estudantes e orientadores

Estudantes Reconhecimento

Inscrições serão abertas em novembro

O CRQ­IV instituiu o Prêmio Wal­ter Borzani, que passará a ser concedi­do a partir de 2013. Destinado a reconhe­cer profissionais que se destacam em sua área de atuação e que tenham contribuí­do para o desenvolvimento da Química, ele substitui o Prêmio Fritz Feigl, con­cedido pela última vez em 2008.

O ganhador do concurso receberá um certificado, uma medalha e terá seu no­me inscrito na Galeria de Vencedores do Prêmio Walter Borzani, a ser criada no site do CRQ­IV. O prêmio será outorga­do em junho, na cerimônia que anula­mente comemora o Dia Nacional do Pro­fissional da Química.

Poderão participar profissionais de nível médio e superior e que sejam in­dicados por uma entidade. As inscrições serão abertas dia 5 de novembro. Acesse a versão on-line desta edição para obter cópia do regulamento.

Formado em 1947 pela Escola Poli­técnica da USP, Walter Borzani foi mem­bro da primeira turma de conselheiros do Conselho Federal de Química (CFQ) e responsável pela instalação do CRQ­IV, em 1º de agosto de 1957. Eleito conse­lheiro do CRQ­IV em 1966, prestou ser­viços à entidade até 1969. Faleceu em fevereiro de 2008, aos 83 anos.

Prêmio homenageará profissionais