a cia de sclerotinia sclerotioum na lavoura de girassol na safra 2007
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LUCAS EDUARDO MACHADO DANIEL
A INCIDÊNCIA DE Sclerotinia sclerotiorum NA LAVOURA DE GIRASSOL (Helianthus annus L.) NA
SAFRA 2007/2008 NA REGIÃO SUL DE MINAS GERAIS
MONOGRAFIA
CENTRO SUPERIOR DE ENSINO E PESQUISA DE
MACHADO CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA
MACHADO- MG 2008
LUCAS EDUARDO MACHADO DANIEL
A INCIDÊNCIA DE Sclerotinia sclerotiorum NA
LAVOURA DE GIRASSOL (Helianthus annus L.) NA SAFRA 2007/2008 NA REGIÃO SUL DE MINAS GERAIS
Monografia apresentada ao curso de engenharia agronômica do Centro Superior de Ensino e Pesquisa de Machado, como parte dos requisitos para obtenção do titulo de Engenheiro Agrônomo.
Orientadora: HEBE PEREZ DE CARVALHO, M.Sc. Co – Orientador: CLEBER KOURI DE SOUZA, D.Sc.
CENTRO SUPERIOR DE ENSINO E PESQUISA DE MACHADO
CUSOR DE ENGENHARIA AGRONÔMICA
MACHADO-MG 2008
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AVALIAÇÃO DA MONOGRAFIA Avaliação da monografia intitulada “A incidência de Sclerotinia sclerotiorum na lavoura de girassol (Helianthus annus L) na safra 2007/2008 na região Sul de Minas Gerais” apresentada ao Centro Superior de Ensino e Pesquisa de Machado pelo acadêmico LUCAS EDUARDO MACHADO DANIEL, como parte dos requisitos para obtenção do titulo de Engenheiro Agrônomo. Apresentação da monografia ______________ Trabalho Escrito ______________ Nota Final ______________ Resultado ______________
Machado _____ de _________________de 2008.
_________________________________________
Prof. M. Sc. Hebe Perez de Carvalho Orientadora
_________________________________________ Prof. D. Sc. Cleber Kouri de Souza
Co-orientador
__________________________________________ Prof. M. Sc. José Henrique dos Santos
Membro da Banca
_________________________________________ Prof. M. Sc. Gisele Prado Brigante
Responsável pelo trabalho de Conclusão de Curso
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DEDICATÓRIA
Quando é realizado um trabalho em que o autor é apenas uma pessoa mas na verdade existem
um grande número de pessoas que colaboraram tanto diretamente como indiretamente para a
realização do mesmo nada mais justo do que fazer uma homenagem a estes amigos, portanto, dedico
este trabalho ao meu pai Marcelo que foi um herói enfrentando noites de insônia e estresses extremos
para que eu conseguisse realizar o meu sonho que é de ser um Engenheiro Agrônomo, a minha mãe
Dulcemaris que sempre me apoiou e foi a grande responsável por eu ser o que hoje sou, pois se não
fosse o empurrão e o incentivo dela, hoje eu não seria um Engenheiro. A minha irmã Letícia que
também sempre me apoiou, minha namorada Juliana que agüentou todas as minhas inquietações me
ajudando a superá-las para depois sempre dar mais um passo a frente, a minha avó Dulce ( “in
memorian”) que foi para mim um exemplo de sabedoria comprovando que os sábios não são estudiosos
mas eles já nascem prontos, a minha avó (madrinha) Tereza que é um exemplo de que nas adversidades
da vida que aprendemos como é bom viver, ao meu avô (padrinho) Tião também um grande sábio que
tem sempre palavras e conselhos certos no momento em que mais precisamos, a todas as Tias ( Márcia,
Marisa, Estela, Célia, Nilda) pessoas diferentes na maneira de pensar que sempre me ensinaram a
lutar pelos meus ideais através de seus exemplos de vida, a todos os tios ( Jairo, Sterlino, Marcio,
Mauro, Mauricio) pessoas que me ajudaram muito em todos os sentidos e a todas as primas e primos.
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AGRADECIMENTOS
Começo meus agradecimentos a Jesus e Nossa Senhora Aparecida, sem vocês nada disso
aconteceria, a Profª. Giselle, pessoa que mais me incentivou, auxiliou e ajudou me mostrando sempre
o caminho correto a seguir, sem ela não sei se teria chegado até aqui, a minha orientadora Profª Hebe
que sempre me esclareceu duvidas colaborando e muito para minha formação profissional, ao Profº
Cléber pela amizade e companheirismo e a todos os outros do corpo Docente, pois são vocês os grandes
responsáveis pelo futuro do País, ao Centro Superior de Ensino e Pesquisa de Machado que me
acolheu de braços abertos no dia que cheguei vindo de uma transferência, a todos os amigos em
especial ao Fred e ao Donato que colaboraram de forma direta para a realização deste trabalho, digo
a vocês o meu humilde e sincero “Muito Obrigado”.
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ÍNDICE
Página
Resumo viii
l – INTRODUÇÃO 1
ll – DESENVOLVIMENTO 3
1- Principais fatos que marcaram a história do girassol no Brasil 3
2 - Aspectos Gerais da Planta de Girassol 6
2.1 - Biodiesel X Girassol 9
2.1.1- Importância do óleo comestível de girassol 13
2.2 – Fatores que afetam a produtividade da cultura 13
3 - Sclerotinia sclerotiorum na cultura do girassol 16
3.1 – Etiologia 17
3.2 - Sintomatologia 19
3.3 – Epidemiologia 22
3.4 – Controle 25
4. - Perdas 27
4.1 – Amostragem 30
4.2 - Custos de Produção e Perdas Reais da Lavoura 32
lll – CONCLUSÃO 34
lV – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 35
vi
LISTA DE TABELAS
TABELAS
Página
1- Rendimento em óleo de diversas oleaginosas.......................................... 12
2- Plantas Infectadas em 130 metros lineares ..............................................30
3- Comparativo entre uma gleba sadia e uma infestada............................... 31
.
vii
LISTA DE FIGURAS
FIGURAS
Página 1- Processo de Transesterificação de óleos vegetais.......................................10
2- Escleródios retirados de uma planta de girassol...........................................17
3-.. Germinação carpogênica do escleródio de S. sclerotiorum........................18
4-. Planta de girassol no estádio V5 atacada pelo mofo branco
na haste próximo ao solo..................................................................................19
5 - Planta de girassol atacada pelo mofo branco na porção mediana...............20
6 - Podridão do capítulo.....................................................................................21
7 - Ciclo da Sclerotinia sclerotiorum................................................................. 23
8 - Sintomas de Sclerotinia sclerotiorum na fase V3........................................ 28
9 - Planta de girassol atacada por S. sclerotiorum na fase R8..........................29
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RESUMO
O objetivo deste trabalho foi estudar a incidência de Sclerotinia
sclerotiorum em uma lavoura de girassol na safra 2007/2008 na região do Sul
de Minas. Para a realização deste trabalho contei com o apoio da BIOSEP
Complexo dos Lagos, Energia e Agronegócio Ltda representada pela Profª
M.Sc. Giselle Prado Brigante que cedeu dados precisos da lavoura , auxiliando
na metodologia usada para a avaliação da doença no campo. Este trabalho
trará parâmetros de como a doença atinge lavouras de girassol, os prejuízos
que ela causa e os possíveis métodos de controle.
I – INTRODUÇÃO
O girassol ( Helianthus annus L.) tem se destacado como cultura alternativa
em cultivo de susceção a cultura principal como milho, feijão, soja,etc, abrindo
ainda mais o leque de opções para o produtor rural. Vale ressaltar que o girassol
é uma cultura de fácil adaptação que consegue se sobressair sobre um déficit
hídrico podendo ser plantada no período de outono/inverno, época em que ocorre
baixa pluviosidade e pouca intensidade na região do Sul de Minas Gerais.
Apesar da fácil adaptação da cultura é necessário ter um bom
planejamento e um conhecimento básico da mesma antes da implantação, pois
algumas doenças como a Sclerotinia sclerotiorum podem dizimar lavouras
trazendo sérios prejuízos. São poucas as limitações da cultura deve-se atentar
para a deficiência de Boro, elemento essencial para a formação do capítulo.
Usinas como a BIOSEP Complexo dos Lagos, Energia e Agronegócio Ltda
tem incentivado e assistido produtores da região no cultivo do girassol, dando a
garantia de compra do produto final ao produtor, trabalhos como este são de
extrema importância para o desenvolvimento e expansão da cultura no País, pois
faz com que a demanda das usinas sejam supridas e conseqüentemente gera
renda extra aos produtores rurais. Como parte da matéria-prima utilizada pelas
usinas deve ser oriunda da agricultura familiar, os grandes favorecidos são os
pequenos produtores que vivem e sustentam suas famílias através do cultivo de
suas terras.
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O objetivo deste trabalho foi verificar a incidência de Sclerotinia
sclerotiorum em uma lavoura de girassol, mensurando os prejuízos que o
patógeno pode vir a causar mostrando as conseqüências que podem acontecer
em uma lavoura atacada pelo fungo.
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II – DESENVOLVIMENTO
1 - Principais fatos que marcaram a história do girassol no Brasil
O cultivo de girassol no Brasil iniciou-se na época da colonização da região
sul do Brasil, no final do século XIX, trazidos pelos primeiros colonos europeus. O
primeiro cultivo comercial ocorreu em 1902, em São Paulo quando a Secretaria
da Agricultura distribuiu sementes gratuitas aos agricultores. No Rio Grande do
Sul os primeiros cultivos ocorreram no final da década de 1940, mas como
ocorreu em São Paulo, o cultivo não obteve muito sucesso pois as cultivares não
eram adaptadas a região, pois eram pouco produtivas e muito susceptíveis a
doenças.
Na década de 1960, houve uma nova tentativa para estimular o cultivo do
girassol no Brasil, no Estado de São Paulo os órgãos do governo deram apoio a
implantação da cultura e à abertura de uma fábrica de extração de óleos vegetais,
impulsionando o cultivo da oleaginosa. No ano agrícola de 1964/1965 o país
atingiu uma produção superior a 4 milhões de toneladas de grãos de girassol, em
uma área de aproximadamente 3.000 hectares. Porém, mais uma vez o insucesso
aconteceu, devido a falta de tecnologia de produção para as condições
brasileiras, onde o manejo e as cultivares utilizadas eram os mesmos da
Argentina, Agnol; Vieira; Leite (2005).
Vários fatores desfavoráveis a cultura foram fazendo com que barreiras
entre a cultura e o agricultor fossem sendo construídos, eis alguns desses fatores:
4
· Competição da cultura com outras culturas já estabelecidas como milho,
amendoim, algodão.
· Falta de informações mais precisas sobre correção do solo, nutrição,
espaçamento e densidade de semeadura
De maneira geral o girassol não conseguiu se estabelecer no país até os
últimos anos da década de 1970, então nessa mesma época o governo federal
através do Programa de Mobilização Energética, estimulou o uso de óleos
vegetais em substituição aos derivados de petróleo, a partir daí determinou-se o
aumento de pesquisas em torno de oleaginosas como mamona, amendoim e
girassol, portanto, a partir de 1980 houve grandes investimentos em pesquisa
sobre o girassol, de lá pra cá conseguiu-se esclarecer muitos pontos que no
passado eram obscuros, Agnol; Vieira; Leite (2005).
O entusiasmo ao cultivo aconteceu no oeste do estado do Paraná, onde já
havia pesquisas locais promovidas pelo IAPAR ( Instituto Agronômico do Paraná),
com isso o sucesso aconteceu já na safra de 1980/1981 (como segundo cultivo
de verão jan/mar), em sucessão aos cultivos de primavera como milho, soja,
feijão, onde a produtividade média chegou a 1800kg ha-1, porém já no ano
agrícola seguinte houve intenso ataque de doenças fúngicas principalmente o
mofo-branco causado pela Sclerotonia sclerotiorum, fazendo com que a
produtividade despencasse para 460kg ha-1 de média.
Em 1998 a cultura renasce nos campos do Sul do país com uma proposta
inovadora, unindo cooperativas, indústrias de óleos e produtores, essa iniciativa
parece estar viabilizando o cultivo de girassol no Rio Grande do Sul. Na região
dos Cerrados brasileiros, também a partir de 1999, o girassol retomou áreas
expressivas, principalmente nos Estados de Goiás e Mato Grosso do Sul,
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sustentada em resultados de pesquisas mais sólidas com o girassol como
segundo cultivo de verão (safrinha), com o fomento técnico de uma grande
indústria de óleos e o trabalho de pesquisa, os agricultores da região
responderam ao desafio, Agnol; Vieira; Leite (2005).
No Brasil, devido a todos os entraves mencionados anteriormente a área
cultivada com girassol ainda é considerada inexpressiva, mas graças aos avanços
obtidos pela pesquisa nas ultimas décadas, a área plantada está se expandindo
gradativamente, Leite; Paula Júnior; Venzon (2007). Segundo a Conab citado por
Midiamax (2008), a produção de girassol está projetada em 154,6 mil toneladas
na safra 2007/08, com aumento de 45,7% sobre o total colhido em 2006/07. A
área plantada deve subir de 75,4 mil para 106,4 mil hectares, acréscimo de
41,1%. A produtividade está estimada em 1.453 Kg ha-1, com alta de 3,5%.
Os dados apresentados anteriormente trazem boas perspectivas para a
cultura dando ao produtor rural uma alternativa que lhe trará rentabilidade sobre
uma terra em que estava ficando ociosa, mas falta ainda experiência e tradição ao
agricultor brasileiro no cultivo dessa oleaginosa, bem como capacitação da
assistência técnica sobre a cultura, o que certamente irá proporcionar maiores
rendimentos no futuro, Agnol; Vieira; Leite ( 2005).
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2 - Aspectos Gerais da Planta de Girassol
O girassol ( Helianthus annus L.) é uma dicotiledônea anual da família
Asteraceae, sendo originaria do continente Norte Americano. Atualmente o
girassol é cultivado em todos os continentes, em área que atinge
aproximadamente 18 milhões de hectares. É destacado como a quarta oleaginosa
em produção de grãos e a quinta em área cultivada no mundo, é uma cultura com
grande capacidade de adaptação às diversas condições de latitude, longitude e
fotoperíodo. Nos últimos anos vem se apresentando como grande alternativa na
rotação e sucessão de culturas nas regiões produtoras de grãos de Milho, Sorgo,
Trigo.
Em áreas onde se faz rotação de culturas com o girassol, observa-se um
aumento de produtividade de 10% nas lavouras de soja e entre 15 e 20% nas de
milho. O girassol vem sendo utilizado, principalmente, para extração de óleo e é
considerado, dentro os óleos vegetais, como um dos óleos de melhor qualidade
nutricional e organoléptica (aroma e sabor). Além disso, a massa resultante da
extração do óleo, rende uma torta altamente protéica, usada na produção de
ração. O girassol ainda é utilizado na silagem para alimentação animal e seu
cultivo também pode estar associado à apicultura, EMBRAPA (2000).
O ciclo vegetativo do girassol pode variar de 65 a 155 dias dependendo do
cultivar, da data de semeadura e das condições climáticas particulares de cada
região e ano, Castro e Farias, (2005).
O caule é ereto variando de 1,0 a 2,5 m de altura, geralmente não ramificado,
composto de 20 a 40 folhas, EMBRAPA (2000). Seu crescimento é vigoroso a
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partir dos 30 dias após emergência, seu interior é aquoso e esponjoso tornando-
se oco e quebradiço quando atinge a maturação fisiológica. O desenvolvimento
do caule é muito influenciado pelas condições ambientais, pelo arranjo e pela
população de plantas, geralmente caules grossos e com entrenós curtos estão
associados a plantas fortes e resistentes, capazes de sustentar a produção de
capítulos com grande número de aquênios, reduzindo os riscos de quebra ou
acamamento e, conseqüentemente, de perdas na colheita, Castro e Farias (
2005).
Seu sistema radicular é pivotante e tem a função principal de alcançar as
camadas mais profundas do solo, buscando água e nutrientes, bem como a
sustentação da planta. Em condições idéias de distribuição de água, as raízes
desenvolvem-se nos primeiros 40 cm de profundidade, conseguindo suprir
adequadamente as necessidades de água das plantas, porém, se o
desenvolvimento inicial da planta ocorrer em condições de baixa disponibilidade
de água, as raízes irão explorar o solo em profundidade conseqüentemente, irão
crescer mais alterando a relação raiz – parte aérea, porém, deve-se destacar que
o girassol é uma planta muito sensível a impedimentos físicos do solo, como por
exemplo a compactação. Caso algum impedimento físico ocorra, sérios prejuízos
poderão acontecer, pois ao encontrar barreiras a raiz tende a crescer
horizontalmente e não mais verticalmente, com isso a absorção de nutrientes será
comprometida reduzindo o crescimento foliar e posteriormente a redistribuição de
fotoassimilados para os aquênios.
A filotaxia das folhas do girassol ocorre de duas formas básicas.
Primeiramente, as folhas se desenvolvem até as fazes V4 a V8, em disposição
oposta e, a partir dessas fases, gradualmente, o arranjo das folhas apresenta-se
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como uma espiral em filotaxia alternada. As folhas são cordiformes, pecioladas e
com grande número de tricomas, principalmente na face abaxial, apresentam
também grande número de estômatos localizados em ambas as faces conhecido
como anfiestomático. De modo geral, as plantas de girassol possuem de 20 a 40
folhas, alcançando área foliar de até 0,9 m2 de folhas/planta, em solos profundos
e sem deficiência hídrica ou nutricional. Após o florescimento, quando as folhas
atingem o maior índice de área foliar, a ocorrência de déficit hídrico afeta
severamente as folhas, causando senescência precoce das mesmas. Essa
redução do aparato fotossintético reduz fortemente a translocação de
fotoassimilados para os grãos, reduzindo o peso dos mesmos, a produtividade e o
teor de óleo, Castro e Farias (2005).
A inflorescência do girassol é composta por flores sésseis, condensadas
em receptáculo comum discóide e rodeada por um invólucro de brácteas, formado
na parte superior do caule, conhecido como capítulo. O mesmo pode ter diversas
formas como côncavo, convexo ou plano. No entanto a deformação dos capítulos
pode estar associada à deficiência de boro e não necessariamente a forma
original do capitulo. A direção do capítulo em direção ao sol, conhecido como
heliotropismo, deve-se ao crescimento diferenciado do caule. Essa movimentação
ocorre em função da iluminação desigual de um lado para o outro da planta. O
lado da planta que está sombreado acumula auxina, que é um hormônio
regulador de crescimento vegetal, esse acúmulo faz com que a parte que está
sombreada cresça mais rapidamente do que a que está ao sol e, desse modo, o
caule e o capitulo se inclinam para o sol, Castro e Farias, (2005 ). Com o pôr do
sol a auxina é redistribuída na planta e o capitulo retorna a posição inicial, voltada
para o leste segundo Seiles , citado por Castro e Farias (2005).
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Ocorrem dois tipos de flores no capítulo do girassol. As liguladas são
estéreis, geralmente tem cor amarela e situam-se na parte externa do capítulo e
as tubulares são flores férteis que ocupam todo o centro do capitulo. A antese das
flores ocorre gradualmente, abrindo segundo um padrão em espiral centrípeta,
demorando de 10 a15 dias para completar essa fase, a duração da floração
depende do diâmetro do capitulo e das condições climáticas, prolongando-se em
dias frescos e nublados,Knowles , citado por Castro e Farias (2005).
O fruto é o resultado do processo do desenvolvimento do ovário, o
pericarpo, que é a parede do ovário e parte do fruto, divide-se em três partes:
epicarpo, mesocarpo e endocarpo. O girassol produz um pseudofruto seco,
proveniente de um ovário ínfero e de um pistilo dicarpelar, conhecido como
aquênio. O aquênio é um fruto indeiscente, que possui uma só semente, ligada a
parede do fruto por apenas um ponto, o funículo Esau (1974) citado por Castro e
Farias (2005).
2.1– Biodiesel X Girassol
O Biodiesel é obtido de fontes renováveis tais como óleos e gorduras
vegetais e animal, e de outras fontes. Por ser biodegradável, não tóxico e por
possuir baixa concentração de substâncias aromáticas e cancerígenas, recebe o
título de “combustível ecológico”. Pela extensão territorial e devido às condições
edafoclimáticas, o Brasil oferece exploração de biomassa com fins alimentícios,
químicos e energéticos, para o biodiesel, se encontram as oleaginosas que são
10
matérias-primas de qualidade para a obtenção do produto, entre elas se
encontram a mamona, soja, dendê, babaçu e girassol,citado por Silva (2005).
O “combustível ecológico” é produzido através da reação química de um
óleo vegetal ou gordura animal com metanol ou etanol (álcool de cana) na
presença de um catalisador. Este processo é conhecido como transesterificação,
sendo que a catálise pode ser alcalina, ácida ou enzimática. Na Figura 1 segue
um esquema simplificado do processo:
Figura 1 – Processo de Transesterificação de óleos vegetais Fonte: Associação Brasileira das Industrias de Óleos Vegetais (2003).
Desse processo como pode se verificar também na Figura 1, se extrai a
glicerina empregada para fabricação de sabonetes e diversos outros cosméticos.
Outro método de extração de óleo empregado é chamado de pirólise que consiste
no aquecimento dos óleos vegetais ou gorduras animais a um reator segundo
Gazzoni (2005), com isso, o Biodiesel pode ser usado em motores ciclo diesel
automotivos (caminhões, tratores, caminhonetes, automóveis, etc.) ou
estacionários (geradores de eletricidade, calor, etc.), na sua forma pura ou
misturada com diesel de petróleo, em diversas proporções, não sendo necessária
nenhuma modificação nos motores.
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O girassol como oleaginosa tem se desenvolvido nas diversas regiões
brasileiras, e devido às particularidades agronômicas, ou seja, sua resistência a
fatores abióticos, adaptação, ciclo reprodutivo, época de semeadura e a crescente
demanda do setor industrial e comercial, a cultura do girassol tem se constituído
em uma importante alternativa econômica em sucessão a outras culturas
produtoras de grãos, uma vez que os atuais sistemas agrícolas, que utiliza
rotação restrita de cultura, são caracterizados pelos altos custos de produção e
problemas fitossanitários. Ao se aproveitar à adaptabilidade do cultivo de girassol
nas diversas regiões brasileiras para a produção de biodiesel, ameniza-se o
déficit energético do país e promove o avanço tecnológico, a inclusão social e o
desenvolvimento sustentável, uma vez que nas diretrizes do Governo Federal dá-
se ênfase ao pequeno produtor, Silva (2005), onde para se obter o selo
combustível social há necessidade de absorver 30% dos grãos da agricultura
familiar.
Dentro deste conceito, verifica-se que o girassol possui diversas
externalidades de produção positivas. Dentre os estudos relacionados a esta
cultura, destacam-se aqueles que tratam da utilização do girassol na alimentação
animal, a produção integrada do girassol à apicultura, biodiesel, entre outros.
Quanto à apicultura, o girassol apresenta polinização cruzada feita basicamente
por entomofilia, por ação principalmente de abelhas e, em menor escala, por
outros insetos, durante o período de florescimento do girassol, ocorre um
incremento na produção de mel de abelha entre 20 e 40 litros por hectare
plantado com essa cultura. Já, quanto ao óleo, principal produto resultante desta
cultura, pode ter diversos destinos, dentre eles destacam-se o óleo comestível e a
produção de biodiesel. Quando usado na alimentação humana ele é considerado,
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dentro dos óleos vegetais, um dos de melhor qualidade nutricional e organoléptica
(aroma e sabor), sendo usado inclusive na prevenção de doenças, Silva e
Tillmann (2007).
Na produção de biodiesel, o óleo de girassol é mais viável que de outras
espécies como a soja, o algodão e a mamona, por atender aos níveis de
viscosidade, teor de iodo e outras especificações que são exigidas, Parente
(2003). A Associação Brasileira das Industrias de Óleos vegetais – Abiove,
comparou, entre diversas oleaginosas, qual possuía maior rendimento em óleo,
de acordo com a Tabela 1 :
TABELA 1: Rendimento em óleo de diversas oleaginosas
Oleaginosas Rendimento em Óleo Algodão 30 a 40%
Amendoim 40 a 50% Arroz 15 a 23% Babaçu 58 a 67% Coco 50 a 65% Colza 39 a 45% Gergelim 48 a 55% Girassol 45 a 55% Linhaça 30 a 36% Mamona 35 a 45% Milho (germe) 30 a 36% Palma (dendê) 35 a 45% Palmiste 55 a 65% Soja 18 a 21%
Fonte: Abiove (2003)
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2.1.1 – Importância do óleo comestível de girassol
O óleo de girassol é considerado o de melhor características nutritivas em
relação a outros vegetais comestíveis, principalmente por seu alto conteúdo de
ácido linoléico. Ele se situa entre os melhores óleos vegetais comestíveis, sendo
que uma grama de óleo de girassol chega a proporcionar 8,8 calorias, das quais o
organismo pode assimilar 98%. Seu alto conteúdo de ácido linoléico faz com que
ele seja o mais recomendável na prevenção das efermidades cardiovasculares
produzidas pelo excesso de colesterol.
O óleo de girassol é considerado semi - secante e sumamente digestivo, o
que pode ser determinado por seu alto índice de Iodo. "Quanto mais alto for o
índice de Iodo, mais alto será o conteúdo de ácido linoléico. Os rendimentos do
óleo cru por extração de solvente oscilam entre 40 e 54% em base de matéria
seca. Sendo um dos mais saudáveis em seu segmento, o óleo de girassol contém
em sua estrutura o maior teor de gorduras poliinsaturadas, e o maior teor de ácido
linoléico, Boaron (2005).
2.2 - Fatores que afetam a produtividade da cultura
O girassol é uma planta com grande potencial de aumento da produção de
grãos no País, não só para a alimentação humana ou animal, mas também
objetivando práticas adequadas de manejo do solo, uso com planta ornamental ou
matéria-prima para a produção de bicombustíveis. A obtenção de altos
rendimentos está em função da interação genótipo/ambiente e uso de um pacote
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tecnológico adequada, Castro e Farias (2005), porém, alguns fatores
determinantes podem vir a afetar este aumento da produção.
Dentre os determinantes da produtividade estão a água, por meio da qual é
possível que a planta realize crescimento, transporte de nutrientes, balanço
energético, etc. Os nutrientes que são utilizados para o crescimento e
desenvolvimento das plantas estando presentes em compostos e enzimas,
estruturas, etc. A radiação solar que é fundamental para que haja crescimento e
desenvolvimento, fotossíntese e a produção de carboidratos. As questões ligadas
às temperaturas alteram a dinâmica de adaptação de um determinado genótipo e
o seu desenvolvimento nas condições locais. E a genética, que permitirá a
adaptação ao ambiente, alterará o rendimento e a qualidade dos grãos
produzidos, Martin e Sluszz (2007).
Dentre os fatores ambientais que afetam o rendimento do girassol, o clima
é considerado praticamente incontrolável. Algumas adversidades climáticas como
a falta de água podem ser total ou parcialmente amenizadas, porém se
determinado genótipo não estiver adaptado ao clima não será possível realizar
cultivos economicamente viáveis.
As plantas possuem faixas térmicas de conforto e faixas térmicas
toleráveis. No caso do girassol, a faixa térmica ideal de desenvolvimento é de
27oC a 28oC e a faixa tolerada vai de 8oC a 34oC. As temperaturas baixas
retardam a germinação e produzem plântulas pequenas, podendo também
ocasionar dano apical que quebrará sua dominância e produzirá ramificações no
caule. As folhas poderão ficar deformadas possuindo um tamanho reduzido,
alongando o ciclo da cultura. Outras interferências que ocorrem em baixas
temperaturas estão relacionadas a uma menor atividade das enzimas, menor
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transpiração, menor fotossíntese, menor absorção de nutrientes, maior rigidez da
parede celular, menor crescimento, alongamento do ciclo e menor rendimento.
De outra maneira, quando as temperaturas são elevadas ou acima da faixa
de conforto, a temperatura do solo também se torna elevada, reduzindo o
estabelecimento das plantas, ocorrendo à alteração da taxa de crescimento,
floração antecipada, havendo prejuízos na floração e na polinização, além da
aceleração da maturação com conseqüências no teor de óleo e na composição de
ácidos graxos com diminuição da qualidade das sementes. Esses aspectos são
ocasionados pela maior transpiração, inibição da função enzimática, maior
fotorrespiração, menor fotossíntese, menor absorção de nutrientes, menor
crescimento e encurtamento do ciclo e conseqüentemente menor rendimento,
citado por Martin e Sluszz, (2007)
Ainda segundo Martin e Sluszz, (2007), as doenças que ocorrem no
girassol são os fatores mais limitantes da produção e qualidade dos grãos
colhidos, por poderem dizimar a lavoura totalmente. No girassol, as doenças
ocorrem com maior intensidade a partir do florescimento, sendo os fungos os
mais importantes causadores. Dentre as principais doenças, destaca-se a
mancha de alternaria, causada pelo fungo Alternaria helianthi e a podridão branca
ou esclerotínia, causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, outras doenças como
a ferrugem (Puccinia helianthi), a podridão da base (Sclerotium rolfsii), a mancha
preta da haste (Phoma oleracea var. helianthi-tuberosi), a mancha cinzenta da
haste (Phomopsis helianthi) e a podridão cinzenta do capítulo (Botrytis cinerea),
também podem provocar danos significativos.
16
3 – Sclerotinia sclerotiorum na cultura do girassol
O mofo branco ou murcha de sclerotinia causada por Sclerotinia
sclerotiorum, tem preocupado produtores de várias culturas como feijoeiro,
algodoeiro, soja e girassol, entre outras, Oliveira (2005).
Este fungo é considerado o patógeno mais importante para o girassol no
mundo e está distribuído em todas as regiões produtoras, sejam elas temperadas,
tropicais ou subtropicais.
As perdas causadas por S. sclerotiorum dependem da parte da planta
afetada pelo fungo, que pode infectar a raiz e o colo da planta, a haste ou
capitulo. As perdas atribuídas à podridão basal dependem da idade da planta no
inicio da infecção. Como a S. sclerotiorum mata rapidamente as plantas
infectadas na fase de plântula, ocorrem falhas no estande. Quando a infecção
acontece em estádios de desenvolvimento mais avançados, a ocorrência de
murcha afeta seriamente a produção e a qualidade das sementes, que
apresentam menor peso. As perdas associadas à podridão do capitulo afetam
diretamente a produção, com redução no número de sementes por capitulo, no
peso de sementes e na concentração de óleo. A qualidade do óleo extraído de
sementes infectadas pelo fungo é inferior devido ao aumento da concentração de
ácidos graxos livres. A podridão branca pode causar a queda de sementes do
capitulo ou do próprio capítulo. Quando a infecção ocorre na base deste, resulta
em perda total da produção, Leite (2005 a).
Ainda segundo Leite (2005 a), perdas indiretas ocorrem devido a
contaminação de lotes de sementes com escleródios, freqüentemente de mesmo
tamanho, forma e peso especifico dessas, o que dificulta sua remoção na
17
operação de limpeza. Além desses prejuízos, o fungo persiste durante muitos
anos no solo, representando um perigo potencial permanente para o girassol.
Bernardes (2005) afirma que os escleródios podem permanecer por até 8 anos no
solo e em restos vegetais.
3.1 – Etiologia
Sclerotinia sclerotiorum é um fungo pertencente à classe Ascomycetes,
ordem Leotiales. O fungo produz estruturas de resistência negras, duras,
relativamente grandes ( até cerca de 1 cm de diâmetro ou comprimento, ou
mesmo maiores) e de formato irregular, chamados de escleródios, Paula Júnior,
Ferreira, Chagas, Carneiro (2004).
A S. sclerotiorum ( sin. Sclerotinia libertiana e Whetzelinia sclerotiorum)
forma micélio e escleródios na fase assexual e ascos com ascósporos na fase
sexual. O escleródio forma-se a partir da anastamose de um grande número de
hifas em um corpo duro e compacto, o escleródio maduro é formado por uma
casca pigmentada, uma camada fina de células pseudoparenquimatosas e uma
medula de tecido parenquimatoso, que será observado na Figura 2;
18
Figura 2 – Escleródios retirados de uma planta de girassol Fonte: Daniel (2008 a)
Ocorrem duas formas de germinação do escleródio: uma miceliogênica,
formando somente hifas e outra carpogênica, produzindo apotécios.
O apotécio é uma estrutura plana ou em forma de taça que produz os
esporos sexuais do fungo. Podem ser formados muitos apotécios a partir de um
único escleródio, os apotécios são de coloração marrom-clara e tem de 4 a 10
mm de diâmetro. Solos úmidos por um longo período e luz são essenciais para a
formação de apotécios, Leite (2005 a). A Figura 3 mostra a germinação
carpogênica dos escleródios;
19
Figura 3 : Germinação carpogênica do escleródio de S. sclerotiorum Fonte: Paula Júnior et al (2004)
S. sclerotiorum é um fungo polífago, tendo como hospedeiros plantas de 75
famílias, 278 gêneros, 408 espécies e 42 subespécies ou variedades, com
exceção de uma espécie da divisão Pteridophyta, todos os hospedeiros de S.
sclerotiorum pertencem às classe Gymnospernae e Angyospermae. Não há
relatos de especialização fisiológica do fungo, Leite (2005 a).
3.2 – Sintomatologia
O mofo branco pode produzir três sintomas diferentes em girassol,
dependendo do órgão da planta afetado. A podridão basal pode ocorrer desde o
estádio de plântula até a maturação. A infecção na base é principalmente
observada a partir da floração, quando plantas doentes aparecem isoladas na
linha. Logo após, mais plantas tornam-se infectadas, até que, próximo a
maturação, podem ser observadas grandes reboleiras de plantas mortas nos
campos de cultivo. O sintoma inicial é uma murcha súbita da planta, que pode
20
recuperar a turgidez à noite ou após uma chuva, mas que, em poucos dias, torna-
se irreversível. Uma lesão marrom-clara, mole e encharcada aparece na haste, no
nível do solo, que pode se estender até 50 cm de comprimento circundando a
haste. Se houver umidade elevada, a lesão pode ser coberta por um micélio
branco, o fungo também desenvolve-se internamente destruindo os tecidos da
haste. Muitos escleródios são formados dentro da parte da planta colonizada pelo
fungo, porém poucos são encontrados na raiz e na área externa, as plantas
afetadas acamam facilmente , Leite (1997), conforme mostra a Figura 4 :
Figura 4: Planta de girassol no estádio V5 atacada pelo mofo branco na haste próximo ao solo Fonte: Brigante (2008 a)
A podridão na porção mediana da haste ocorre em plantas a partir do final
de estádio vegetativo até a maturação. A infecção ocorre em folhas feridas e
prossegue em direção ao pecíolo, terminando na haste. A aparência da lesão é
semelhante à podridão basal. Um micélio branco pode cobrir a lesão, e
21
escleródios são observados dentro e, em menor quantidade, fora da haste. As
plantas podem quebrar no ponto da lesão, exemplificado na Figura 5:
Figura 5: Planta de girassol atacada pelo mofo branco na porção mediana Fonte: Daniel (2008 b)
A podridão do capítulo ocorre a partir do final da floração, a infecção pode
começar em qualquer parte do receptáculo, os sintomas iniciais caracterizam-se
por lesões pardas e encharcadas no lado dorsal do capítulo, com a presença de
micélio branco cobrindo porções dos tecidos. O fungo destrói o interior do
capitulo, deixando apenas os elementos vasculares intactos, um grande número
de escleródios, de formato irregular são encontrados no interior do capítulo, no
final ocorre a completa desintegração do capitulo, com os elementos vasculares
22
fibrosos expostos, assemelhando-se a uma vassoura, Leite (1997). A podridão do
capítulo poderá ser observada na Figura 6:
Figura 6 : Podridão do capítulo Fonte: Brigante (2008 b)
3.3 – Epidemiologia
O escleródio começa e termina o ciclo de vida de S. sclerotiorum, a
germinação miceliogênica do escleródio causa a infecção de tecidos da base da
plantas, produzindo podridão de raízes, podridão basal do caule e murcha das
plantas. O papel atrativo dos exsudatos radiculares é provável, apesar de não
estar claramente demonstrado. As hifas penetram nos tecidos através de
23
ferimentos, estômatos ou pela cutícula, invadem os espaços intercelulares e,
finalmente, atingem o interior das células. O fungo provoca lesões visíveis na
base do caule e murcha da parte aérea, devido à obstrução dos vasos
condutores. Contaminações secundarias são possíveis através do contato direto
dos tecidos doentes com os tecidos sadios das plantas vizinhas.
Na germinação carpogênica, os apotécios formados a partir de escleródios
existentes na camada superficial do solo, emergem na superfície e liberam os
ascósporos. Em condições de alta umidade relativa, acima dos 70%, um apotécio
maduro pode produzir até 2 X 108 de ascósporos por um período de várias
semanas. Os ascósporos são liberados em temperaturas de 3°C a 22°C, com
maior intensidade entre 19°C e 22°C. Temperaturas superiores a 25°C e umidade
relativa abaixo de 35% são limitantes para a sobrevivência dos ascósporos. Os
ascósporos germinam em condições favoráveis e infectam o hospedeiro,
causando principalmente, podridão da haste e podridão do capitulo. A
contaminação do capitulo só é possível quando os órgãos florais estão cobertos
por água livre por um período mínimo de 42 horas. A colonização ocorre através
das flores tubulares, a susceptibilidade do capitulo à infecção é maior
compreendido entre a floração inicial e até duas semanas após o florescimento.
Após um período de latência de 15 a 40 dias, o fungo invade o parênquima do
capitulo e provoca o apodrecimento dos tecidos. O micélio desenvolve-se sobre
um substrato formado por tecidos mortos ou senescentes ou no interior da
cavidade do capitulo. A temperatura ótima para o desenvolvimento do micélio
situa-se entre 18°C e 25°C. Os escleródios produzidos dentro e na superfície dos
tecidos colonizados retornam ao solo com os resíduos da cultura e são
responsáveis pela conservação do fungo. As sementes são importantes veículos
24
de disseminação de S. sclerotiorum através de escleródios misturados a elas ou
de micélio existentes nos tecidos internos, Leite (2005 a), devido a isso o
Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) criou os padrões para
a produção e comercialização de sementes de girassol, onde o lote será
condenado caso seja encontrado um único indício do fungo.
Para entendermos um pouco mais sobre o fungo, o ciclo do patógeno pode
ser observado na Figura 7:
Figura 7: Ciclo da Sclerotinia sclerotiorum Fonte: Whartom e Kirk (2007)
25
A disseminação dos ascósporos é feita através do vento, água da chuva,
implementos contaminados em outros campos e trânsito de pessoas, Wharton e
Kirk (2007).
3.4 – Controle
O controle da S. sclerotiorum, é dificultado devido à permanência de
escleródios viáveis por um longo tempo no solo, ao fato de que os ascósporos
que produzem a infecção aérea podem ser provenientes de escleródios existentes
a longas distâncias, à falta de controle químico eficaz e à alta susceptibilidade dos
genótipos de girassol cultivados. Assim, o controle mais efetivo baseia-se num
programa integrado de medidas, que incluem diversas práticas culturais.
Medidas de exclusão foram adotadas, a partir de 1984, para prevenir a
introdução do fungo através de semente contaminada proveniente de outros
países. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estabeleceu a
importação de material propagativo de girassol somente de áreas de produção
livres de S. sclerotiorum.
A rotação de culturas é um método bastante indicado para o controle do
patógeno, a intercalação com culturas resistentes a esse fungo, como as
gramíneas, serve para dar tempo para a degradação natural dos escleródios por
meio de seus inimigos naturais. Devido à susceptibilidade a S. sclerotiorum, deve-
se evitar o cultivo em sucessão com soja, canola, ervilha, feijão, alfafa, fumo,
tomate e batata, entre outras culturas. É recomendado manter o cultivo livre de
plantas daninhas, que podem ser hospedeiras alternativas do fungo.
26
Uma medida fundamental para prevenir a ocorrência da S. sclerotiorum, é
reduzir ao máximo os períodos de alta umidade e baixa temperatura na cultura.
Para isso, a escolha da época de semeadura é fundamental para reduzir as
chances de ocorrência de podridão de capítulos, é imperativo evitar a época de
semeadura que resulte em florescimento em períodos de baixas temperaturas,
como ocorre no outono-inverno, na região Sul do País. Na região sul de Minas
Gerais o inverno é seco, sendo desfavorável ao desenvolvimento do patógeno.
Outras práticas culturais são importantes para minimizar os problemas
causados pelo fungo. O isolamento espacial é uma medida eficiente na redução
da ocorrência da infecção aérea por ascósporos. Geralmente, recomenda-se
escolher áreas pelo menos 1 km de distantes de lavouras infectadas com S.
sclerotiorum no ano anterior. Em lavouras de pivô central, deve-se diminuir ao
máximo o numero de irrigações na fase de maior susceptibilidade do capitulo à
infecção. É conveniente escolher menores densidades de semeadura e
espaçamentos maiores, de modo a permitir uma adequada aeração das plantas e
diminuir as chances de contato de plantas doentes com plantas adjacentes. Deve-
se evitar adubações excessivas de nitrogênio,o que pode tornar os tecidos mais
suculentos e, consequentemente mais susceptíveis ao fungo. A aplicação de
dessecantes é recomendada em alguns países, permitindo a antecipação da
colheita, reduzindo os prejuízos provocados pela podridão do capitulo, Leite (2005
b) .
O controle químico da podridão do capitulo não tem se mostrado eficiente
por diversas razões. Para o girassol, não existem produtos com eficiência
sistêmica. Também, os produtos são rapidamente degradados por fenômenos
físico-químicos. O período de duração da floração e consequentemente, da
27
susceptibilidade do capitulo à infecção, exige dois ou três tratamentos preventivos
com fungicidas de contato. Além disso a penetração dos produtos nos órgãos
florais é bastante difícil e o fungicida precisa ser aplicado na face do capitulo para
ser eficiente, Leite (2005 b).
O uso de espécies de Trichoderma no controle de S. slerotiorum tem sido
usado no Brasil, espécies de Trichoderma, são naturais do solo, especialmente
de solos orgânicos , e podem viver saproficamente ou parasitando outros fungos.
Trichoderma spp. São micoparasitas necrotróficos eficazes no controle de
muitos fungos fitopatogênicos, principalmente dos com estruturas de resistência
consideradas difíceis de serem atacadas por microorganismos. T. harzianum é a
espécie mais estudada para o biocontrole, Bernardes (2005).
4 – Perdas
Segundo Agnol; Vieira; Leite (2005), as perdas podem chegar em até 60%
em lavouras de girassol atacadas pela Sclerotinia sclertotiorum, para verificar este
dado foi realizado um estudo de caso que será descrito a seguir:
Na cidade de Silvianópolis localizada na região sul de Minas Gerais na
Fazenda Nossa Senhora Aparecida de propriedade do Sr. Armando Guirão foi
implantado uma lavoura de girassol com a cultivar Charrua em uma área de 39
hectares no sistema de semeadura direta sobre a palhada de milho ( Zea mays
L.), sendo esses divididos em 3 glebas de 13 ha cada totalizando 39 ha, com
estande de 40.000 plantas. ha-1.
28
A propriedade foi arrendada pela BIOSEP Complexo dos Lagos, Energia e
Agronegócio Ltda.
A BIOSEP é uma empresa da área de energia de fontes renováveis,
voltada à produção de biodiesel. A primeira unidade industrial, a ser instalada em
Três Pontas, apresenta um diferencial em relação às demais indústrias do setor,
uma vez que está baseada na integração dos diversos participantes da cadeia
produtiva, com ênfase na agricultura, passando pela difusão de tecnologias para a
produção de oleaginosas, suporte técnico, política de incentivos para a aquisição
de sementes e outros insumos, até a contratação da safra com garantia de
compra. Além do biodiesel, a BIOSEP produzirá farelos ricos em proteínas, para
nutrição animal, bem como tortas para o uso agrícola, Biosep (2008).
A fim de melhor interagir com os agricultores, a empresa trabalhará
priorizando as parcerias com seus representantes, associações, sindicatos e
cooperativas, com o intuito de melhor poder auxiliá-los nesta empreitada que trará
o beneficio da diversificação de culturas, com redução dos riscos climáticos e
comerciais. Além disso, a BIOSEP chega a região com o compromisso de estar
sempre junto aos agricultores, apoiando-os com incentivos à produção, dias de
campo para troca de informações, suporte técnico e melhoria de resultados,
possibilitando o bem estar dos agricultores e de suas famílias. Uma empresa que
trabalha com bicombustíveis e estimula o plantio de árvores, praticando a
responsabilidade ambiental, Biosep (2008).
Têm como previsão de inauguração o mês de Abril de 2009. Sua
capacidade de produção será de 50 mil litros de biodiesel por dia e usará como
matéria prima inicialmente o girassol e diversas oleaginosas, Castro Neto (2008).
29
Na área de produção de girassol da Biosep em Silvianópolis, MG, foi
detectado sintomas de Sclerotinia sclerotiorum na fase fenológica da planta 3 em
uma das glebas e persistiu até a fase R8 da cultura, conforme mostram as
Figuras 8 e 9 :
Figura 8: Sintomas de Sclerotinia sclerotiorum na fase V3 Fonte : Brigante (2008 c)
30
Figura 9: Planta de girassol atacada por S. sclerotiorum na fase R8 Fonte : Brigante (2008 d).
Para estimar os prejuízos causadas pelo fungo na lavoura em questão, foi
realizada uma amostragem para verificar perdas no estande afetado, a
produtividade e quanto representaria em sacas . ha -1 . Para efeito de
comparação, denominou-se gleba 1 a área de ocorrência do fitopatógeno e gleba
2 a área que não apresentou incidência da doença.
4.1 Amostragem
Foi escolhido ao acaso o local que seriam realizadas 13 sub-amostras da
seguinte forma:
Foi medido 10 metros lineares e contado quantas plantas estavam infectadas pelo
fungo e chamado de sub-amostra 1, essa mesma metodologia foi repetida por
31
mais 12 vezes totalizando 130 metros. Em seguida através de regra de três
simples obteve-se os seguintes resultados, conforme mostra a Tabela 2:
Tabela 2 – Plantas Infectadas em 130 metros lineares
Nº Sub –Amostra Quantidade de Plantas
Infectadas 1 3 2 16 3 16 4 8 5 10 6 12 7 10 8 11 9 16
10 16 11 17 12 6 13 12
Total de Plantas Infectadas em 130m lineares
153
Fonte : Daniel (2008)
Levando em consideração que em 1 hectare temos 12500 m lineares,
portanto, o número de plantas infectadas foi de 14711,5 plantas. ha -1, isso
representa 37% de plantas infestadas. ha -1 , lembrando que a coleta das sub-
amostras foi realizada no dia 13/10/2008, nessa data a cultura já se encontrava
na fase R7.
32
4.2 – Custos de Produção e Perdas Reais da Lavoura
O custo de produção de 1 hectare da lavoura ficou em R$ 1.087,00 (hum
mil e oitenta e sete reais) estando embutido nesse valor R$ 100,00 (cem reais por
hectare) do arrendamento da propriedade.
A Tabela 3 mostra uma comparação entre a gleba 1 e a gleba 2, onde a
gleba 2 não registrou a presença do patógeno:
Tabela 3 : Comparativo entre uma gleba sadia e uma infestada
VALOR DE MERCADO DA SACA DE GIRASSOL MÉDIA DE SACAS/HÁ GLEBA 1
MÉDIA DE SACAS/HÁ GLEBA 2
R$ 44,00 7,85 30
TOTAL PAGO AO PRODUTOR R$ 345,40 R$ 1320,00
CUSTOS DE PRODUÇÃO R$ 1.187,00
LUCROS E OU PREJUÍZOS DA LAVOURA -R$ 841,60 R$ 133,00
Fonte : Daniel (2008)
Portanto, os 37 % de infestação de S. sclerotiorum na gleba 1 representou
22,15 sacas. ha-1 colhidas a menos. Transformando estes dados em reais , a
BIOSEP deixou de colher R$ 974,60 (novecentos e setenta e quatro reais e
sessenta centavos) por hectare na gleba atacada.
Não foi utilizado nenhum tipo de tratamento químico ou biológico, mas
como a lavoura foi implantada sobre a palhada de milho (SPD), o patógeno não
conseguiu atingir os 60% de infestação, citado por Agnol; Vieira; Leite (2005).
33
As causas da infestação do fungo na área não foram muito bem definidas
uma vez que a gleba que apresentou a infestação não tinha relatos em seu
histórico de cultivo. Como o proprietário da fazenda também é produtor de feijão
em uma área próxima a gleba atingida, pode-se dizer que a infecção pode ter sido
causada por implementos contaminados e também pela água da chuva e vento,
pois a cultura do feijoeiro é um dos maiores hospedeiros da S. sclerotiorum.
34
III – CONCLUSÃO
A Sclerotinia sclerotiorum é um fungo de fácil disseminação e de difícil
controle na cultura do girassol. Para o seu controle é necessário que se faça
concomitantemente o uso de várias práticas como o controle biológico e cultural.
Os prejuízos causados ficaram muito evidenciados através do estudo de
caso, mostrando que em áreas que foram infestadas pelo fungo fica descartada a
possibilidade de se implantar a cultura do girassol.
Recomenda-se, não plantar nenhuma oleaginosa por um período mínimo
de 8 anos em áreas que houve relatos da doença ,e sim o uso da terra para
implantação com gramíneas, uma vez que plantas dessa família não são
susceptíveis ao patógeno.
35
IV – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABIOVE. Associação Brasileira de Indústrias de Óleos Vegetais. Disponível em <www.abiove.com.br>. Acesso em: 5 de nov. 2008 AGNOL, D. A; VIEIRA, O. V; LEITE, R. M. B. De C. Origem e Histórico do Girassol. In: LEITE, R. M. B. de C.; BRIGHENT, A. M e CASTRO, C de( Ed.). Girassol no Brasil. Londrina: EMBRAPA/CNPSO, 2005.p.1-14. BERNARDES, A. Intensidade do mofo-branco do feijoeiro em função da densidade de plantio e da aplicação de Trichoderma spp. Viçosa, MG: UFV, 2005. Originalmente apresentada como dissertação de mestrado, Universidade Federal de Viçosa, 2005. BIOSEP, Biodiesel e Agronegócios. BIOSEP Complexo dos Lagos, Energia e Agronegócio Ltda. Três Pontas, 2008. (1 folder). BOARON, M. Máquinas e equipamentos 2005, Disponível em: <http://sbrtv1.ibict.br/upload/sbrt1486.pdf?PHPSESSID=55ffa74ec891d4dd73f83cdc7e6b1dd5>. Acesso em: 10 dez. 2008. BRIGANTE, G. P. Planta de girassol atacada por S. sclerotiorum na fase R8, 2008 d , 1 fotografia, color, 9,15 cm x 13,63 cm. BRIGANTE, G. P. Planta de girassol no estádio V5 atacada pelo mofo branco na haste próximo ao solo, 2008 a. 1 fotografia, color, 9,37 cm x 13,71 cm. BRIGANTE, G. P. Podridão do capítulo, 2008 b. 1 fotografia, color, 10,66 cm x 13,71 cm. BRIGANTE, G. P. Sintomas de Sclerotinia sclerotiorum na fase V3, 2008 c, 1 fotografia, color, 9,34 x 12,94 cm. CASTRO, C de; FARIAS J. R.B. Ecofisiologia do Girassol . In: LEITE, R. M. B. De C.; BRIGHENT, A. M e CASTRO, C de (Ed.). Girassol no Brasil. Londrina: EMBRAPA/CNPSO, 2005. p. 163 – 218.
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