a agua e o ciclo hidrologico

12
  PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO P ARANÁ ESCOLA DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E MEDICINA VETERINÁRIA CURSO DE AGRONOMIA IBRAIN ALVES PIRES A ÁGUA E O CICLO HIDROLÓGICO CURITIBA 2014

Upload: miguel-sanchez-filho

Post on 05-Oct-2015

15 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

hidrografia

TRANSCRIPT

  • PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DO PARAN

    ESCOLA DE CINCIAS AGRRIAS E MEDICINA VETERINRIA

    CURSO DE AGRONOMIA

    IBRAIN ALVES PIRES

    A GUA E O CICLO HIDROLGICO

    CURITIBA

    2014

  • IBRAIN ALVES PIRES

    A GUA E O CICLO HIDROLGICO

    Trabalho apresentado disciplina Manejo

    e Conservao do Solo e da gua do

    Curso de Graduao em Agronomia da

    Pontifcia Universidade Catlica do

    Paran.

    Prof. Carlos Augusto Petersen Parchen

    CURITIBA

    2014

  • SUMRIO

    INTRODUO ............................................................................................................ 1

    2. O CICLO HIDROLGICO ....................................................................................... 2

    2.1 Como Ocorre ......................................................................................................... 2

    3. PRECIPITAO ...................................................................................................... 2

    3.1 Mecanismo de Ao ............................................................................................. 3

    4. INFILTRAO ......................................................................................................... 4

    5. ESCOAMENTO SUPERFICIAL .............................................................................. 5

    6. EVAPOTRANSPIRAO ........................................................................................ 5

    6.1 Tipos de evapotranspirao .................................................................................. 6

    6.2 Determinao da evapotranspirao. .................................................................... 7

    CONSIDERAES FINAIS ........................................................................................ 8

    REFERENCIAS ........................................................................................................... 9

  • 1

    INTRODUO

    A gua um elemento essencial a vida de qualquer ser vivo, est presente

    em todo o dia-a-dia de diferentes formas e estados fsicos. Para isso ela est se

    renovando constantemente entre a superfcie e a atmosfera atravs do ciclo

    hidrolgico. No momento em que ela est na superfcie terrestre ela est mantendo

    a umidade do solo, vinda da atmosfera pela precipitao. Mas esse processo pode

    trazer riscos aos solos, principalmente aos agrcolas, causando perdas da camada

    superficial atravs do processo de eroso.

    Vrios fatores determinam a perda de solo por eroso hdrica, os principais

    so a erosividade (chuva), a erodibilidade (caractersticas intrnsecas do solo), a

    topografia, o uso e manejo, e as prticas conservacionistas. Dentre estes, a

    erosividade das chuvas um dos mais importantes, pois o impacto das gotas de

    chuva sobre o solo causam a desagregao de partculas e o selamento superficial,

    reduzindo a taxa de infiltrao de gua e aumentando o escoamento superficial. As

    variaes climticas so uns dos principais fatores que influenciam na capacidade

    das chuvas em causar eroso. Portanto, informaes mais seguras permitem

    definir as tcnicas de manejo e as prticas conservacionistas mais adequadas

    para cada regio (BAZZANO et al., 2007).

    No Paran, o principal problema relativo aos recursos naturais a eroso

    hdrica, apesar dos esforos feitos para control-la os resultados so assustadores.

    Estudos de 1994apontaram uma perde de 15 a ton / ha / ano em reas de solo em

    reas mecanizadas. THOMAZ & ANTONELI (2005) em reas com cultivo de erva-

    mate em Guarapuava PR constataram perdas de solo que variam de 5,39 a 16,9

    ton / ha / ano sobre diferentes situaes de manejo do solo.

    O presente trabalho tem por objetivo descrever a gua e seu ciclo com as

    influencias que exerce no solo e o desenvolver da eroso.

  • 2

    2. O CICLO HIDROLGICO

    A gua est em constante movimento e sujeita a transformaes, assim

    sustentando a vida em nosso planeta, movimento que consiste nas chuvas,

    escoamento pelos rios, umidade presente nos solos, dentre diversas outras

    maneiras, que se define como ciclo hidrolgico. Este ciclo e o conceito central da

    hidrologia e compreende os fenmenos naturais ocorridos com a gua de circulao

    fechada entre a superfcie terrestre e a atmosfera, associada com fenmenos

    naturais.

    2.1 Como Ocorre

    O ciclo hidrolgico est em um movimento permanente formando um circuito,

    que impulsionado fundamentalmente pela energia solar que faz o aquecimento do

    ar, do solo e da gua superficial, causando a evaporao da gua, vapor que ento

    transportado pelas massas de ar, at condensar na atmosfera formando nuvens e

    atravs da gravidade precipitar na forma de chuva. Ento na superfcie terrestre a

    gua ir infiltrar no solo de acordo com a sua cobertura vegetal, altitude, topografia,

    porosidade e tipo de solo que determinam a taxa de infiltrao, gua que ficar

    retida umedecendo o solo ou ir infiltrar criando um fluxo subterrneo alimentando

    os aquferos. J a gua que no infiltra, escoada superficialmente at atingir um

    curso, sendo este fator o principal causador da eroso dos solos, formando crregos

    e rios que desembocam nos oceano, que esto constantemente evaporando dando

    continuao ao ciclo da gua.

    3. PRECIPITAO

    A gua que cai nos solos o principal agente causador da eroso, que pode

    atingir diferentes escalas dependendo das condies de cada solo, tornando-se

    cada vez pior quando o solo estiver exposto, sem a presena de nenhuma cobertura

    vegetal, fazendo com que as chuvas incidam diretamente sobre a superfcie do

    terreno. A gota da chuva o princpio de um processo que desencadeia a eroso,

    isso se deve a alta energia cintica presente nela, que pode depender da altitude, e

  • 3

    da fora dos ventos, que faro com que a gua acumule mais energia sob regies

    mais baixas ou na presena de ventos fortes, possuindo ento maior erosividade.

    3.1 Mecanismo de Ao

    A energia presente na gota da chuva, quando em contato com a superfcie

    liberada causando um desagregamento das partculas do solo, fenmeno tambm

    conhecido como splash, que o preparo das partculas que compe o solo para

    serem transportados pelo escoamento superficial, atravs da ruptura dos agregados,

    quebrando-os em tamanhos menores, ou atravs mesmo do salpicamento, que o

    movimento imediato das partculas de solo com o impacto da chuva, ocasionando o

    transporte dos agregados que vo preenchendo os poros da superfcie do solo

    ocasionando a selamento superficial, diminuindo a porosidade e assim amentando o

    escoamento superficial.

    3.2 A erosividade das chuvas

    A erosividade nada mais que o potencial que a chuva tem para causar a

    eroso. influenciada pela forma, tamanho e distribuio das gotas. Estas, ao

    carem esto suscetveis resistncia do ar, que determina a sua velocidade

    terminal. A velocidade terminal das gotas e a durao da chuva estabelecem a

    intensidade e a quantidade total de chuva. Como uma forma de energia, seus

    dados so expressos em MJ mm ha-1 h-1 ano-1.

    Segundo resultados obtidos por WALTRICK (2010) em 114 localidades do

    Paran que possuam sries pluviomtricas completas durante o perodo de 1986 a

    2008a cidade de Ampre, no sudoeste do Estado foi a que apresentou a mxima

    erosividade mdia anual (12.581 MJ mm ha-1 h-1 ano-1) e Piraquara, na regio

    metropolitana de Curitiba, a que apresentou a mnima erosividade mdia anual

    (5.449 MJ mm ha-1 h-1 ano-1). Isto demonstra a grande variao da erosividade

    dentre as diferentes regies do Estado, implicando na adoo de prticas

    conservacionistas e de diversas maneiras de uso e manejo do solo. Esta variao

    tambm foi ao longo do ano quando se analisa as erosividades mensais. Na mdia

  • 4

    de todas as localidades, a erosividade mais acentuada nos meses de janeiro,

    outubro, fevereiro e dezembro, nesta ordem decrescente, e tem seu potencial

    erosivo reduzido nos meses de julho e agosto WALTRICK (2010).

    4. INFILTRAO

    A infiltrao consiste no processo em que a gua atravessa a superfcie do

    solo contribuindo para o seu armazenamento no espao poroso. A capacidade de

    armazenamento da gua no solo depende das propriedades deste, principalmente

    de sua porosidade e compactao, em que no ideal se deve ter 50% de espao

    poroso, constitudo de gua e ar. Do ponto de vista agronmico, deve-se ter poros

    mdios, no to grandes pelo fato de escoarem a gua com facilidade, mas tambm

    no to pequenos, pois estes retm a gua com muita fora, exigindo maior tenso

    das plantas para a sua absoro.

    Entende-se por capacidade de infiltrao a quantidade mxima de gua que

    pode infiltrar no solo em dado intervalo de tempo. Quando a chuva atinge o solo com

    intensidade menor que a capacidade de infiltrao, a gua penetra por completo no

    solo, diminuindo a capacidade de infiltrao. No caso da precipitao persistir, a

    partir de um tempo a taxa de infiltrao se iguala com a capacidade de infiltrao,

    decrescendo com o tempo at tender a um valor constante, definido como a

    condutividade hidrulica do solo saturado (Ks).

    No momento de uma tempestade, o espao poroso do solo preenche-se de

    gua, e as foras de capilaridade decrescem, decaindo as taxas de infiltrao,

    tornando o solo saturado, impedindo-o de absorver gua. Processo que depende

    tambm da umidade anterior do solo, se a chuva comear com uma umidade pr-

    existente, a tendncia que o solo se sature mais rapidamente, diminuindo a

    infiltrao.

    O processo de infiltrao varia no decorrer do ano, de acordo com

    caractersticas do clima e tipo de solo, essa variao pode ser ainda maior

    dependendo da forma de uso deste solo, que com a movimentao de mquinas ou

    at mesmo do gado, surja a compactao, diminuindo o espao poroso, dificultando

    assim a infiltrao.

  • 5

    O uso e manejo do solo so variveis que podem que influenciam diretamente

    na taxa de infiltrao de um solo, em estudos realizados por Reed (1979) em solos

    argilosos no sul da Inglaterra demonstrou que a capacidade de armazenamento na

    microtopografia da superfcie do terreno antes do cultivo de 5 a 7mm vai para 3mm

    depois das operaes com as mquinas agrcolas, afetando assim o processo de

    infiltrao, atuando na formao de poas e gerao de runoff, que o inicio do

    fluxo da gua.

    5. ESCOAMENTO SUPERFICIAL

    Entende-se por escoamento superficial, o instante em que a intensidade de

    precipitao torna-se maior do que a taxa de infiltrao da gua no solo, ou quando

    a capacidade de reteno de gua pela superfcie do terreno tiver sido ultrapassada.

    A primeira parcela deste escoamento superficial destinada ao preenchimento do

    armazenamento superficial, comeando a escoa realmente a partir do momento em

    que esta capacidade de armazenamento excedida.

    Associado com o escoamento ocorre o desprendimento de partculas de solo,

    que iro sofrer deposio apenas quando sua velocidade for reduzida. Juntamente

    com estas partculas do solo em suspenso, so tambm transportados nutrientes,

    matria orgnica, sementes e agroqumicos que alm de causarem prejuzos a

    produo agropecuria, iro poluir os cursos de gua. (Griebeler et al., 2001).

    6. EVAPOTRANSPIRAO

    O processo de evapotranspirao consiste no retorno da gua precipitada

    para a atmosfera, fechando o ciclo hidrolgico. Compe-se de da evaporao, que

    o processo de transformao de vapor atravs de superfcies lquidas, como

    reservatrios, lagos, rios, poas, gotas de orvalho ou at mesmo a gua que est

    armazenada no solo. Tambm faz parte deste processo a transpirao da planta,

    resultado de processos fisiolgicos dos vegetais que absorvem a gua do solo e a

    eliminam pelos estmatos atravs das diferenas de potencial matricial.

  • 6

    As molculas de gua no estado lquido esto fortemente unidas por foras

    de atrao intermolecular, enquanto no vapor estas molculas esto afastadas e a

    fora intermolecular muito menor. Portanto na evaporao em que ocorre essa

    separao entre as molculas, havendo trabalho em sentido contrrio ao da fora

    intermolecular, exigindo grandes quantidades de energia. Denomina-se calor latente

    de evaporao a quantidade de energia que uma molcula de gua liquida precisa

    para romper sua superfcie e evaporar. Essa energia ser disponibilizada pela

    radiao solar.

    6.1 Tipos de evapotranspirao

    Alm da energia disponibilizada influenciar no processo de evapotranspirao

    h tambm a interferncia da cobertura vegetal, sendo esta a evapotranspirao

    potencial, que a quantidade de gua evapotranspirada em determinada unidade de

    rea e tempo (mm/dia) por uma cultura verde que cubra totalmente o solo, de altura

    uniforme e sem deficincia de gua.

    Devido a diferenas entre as perdas de gua pelas plantas e entre seus

    estdios de desenvolvimento, definiu-se a evapotranspirao mxima de uma

    cultura (ETm = Kc.ET0), que est relacionada evapotranspirao potencial de

    referencia (ET0) e atravs de um coeficiente de cultura (Kc), sendo este

    determinado experimentalmente para diversas culturas, em diferentes estdios de

    desenvolvimento. Portanto, a evapotranspirao mxima representa a mxima perda

    de gua que uma cultura sofre, em cada estdio de desenvolvimento, quando no

    h restrio de gua no solo.

    A evapotranspirao real ou atual a que esta ocorrendo realmente, havendo

    gua disponvel no solo e se o fluxo de gua na planta atender a demanda

    atmosfrica, a evapotranspirao real ser igual a evapotranspirao potencial, mas

    se houver restrio de gua no solo no atendendo a demanda atmosfrica, esta

    ser menor que a evapotranspirao potencial, portanto, a evapotranspirao real

    sempre igual ou inferior evapotranspirao potencial.

  • 7

    6.2 Determinao da evapotranspirao.

    Como a diferena entre a evapotranspirao potencial e a real est

    apenas na restrio da gua do solo, os mtodos diretos de medida so os mesmos

    para ambas. Existem dois mtodos principais de medio de evapotranspirao: os

    lismetros ou evapotranspirmetros e as medies micrometeorolgicas.

    Os lismetros so tanques enterrados abertos na parte superior, que so

    preenchidos com o solo e a vegetao caractersticos dos quais se deseja medir a

    evapotranspirao. O solo recebe a precipitao e drenado para o fundo do

    aparelho onde a gua coletada e medida. O depsito pesado diariamente, assim

    como a chuva e os volumes escoados de forma superficial e que saem por orifcios

    no fundo do lismetro. A evapotranspirao calculada por balano hdrico entre

    dois dias subsequentes, subtraindo-se da chuva (medida em um pluvimetro) o

    escoamento superficial, o escoamento subterrneo (medido no fundo do tanque) e a

    variao do volume de gua (medido pelo peso).

    No mtodo por medidas micrometeorolgicas mede-se variveis velocidade

    do vento e umidade relativa do ar em alta freqncia. Prximo superfcie a

    velocidade do vento paralela superfcie, o que significa que o movimento mdio

    na vertical zero. Entretanto, a turbulncia do ar em movimento causa flutuaes na

    velocidade vertical, que na mdia permanece zero, mas apresenta momentos de

    fluxo ascendente e descendente alternados.

  • 8

    CONSIDERAES FINAIS

    De maneira geral, a chuva o principal agente causador da eroso dos solos,

    pela alta energia cintica presente em suas gotas, causando a desestruturao das

    partculas do solo e translocando-as junto com o fluxo de gua. de fundamental

    importncia o manejo e conservao dos solos para impedir estas perdas,

    principalmente mantendo a cobertura sobre o solo evitando o impacto das gotas

    dgua e evitar que esta gua escoe construindo barragens de reteno. So

    mtodos de impedir a eroso que propiciam o aumento da infiltrao, a conservao

    dos solos, a proteo dos mananciais e propiciam mais lucro ao produtor rural.

  • 9

    REFERENCIAS

    GUERRA, A. J. T. et al. Eroso e conservao dos solos: conceitos, temas

    e aplicaes. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999, 339p.

    PRUSKI, F. F. Conservao do solo e da gua: Prticas mecnicas para o

    controle de eroso hdrica. Viosa: Ed. UFV, 2009, 279p.

    GRIEBELER, N. P.; PRUSKI,F.F.; MARTINS JNIOR, D. & SILVA, D.D.

    Avaliao de um modelo para a estimativa da lmina mxima de escoamento

    superficial. Revista Brasileira de Cincia do Solo, Viosa, v.25, p.411-417, 2001.

    PANACHUKI, E. Infiltrao de gua no Solo e Eroso Hdrica, Sob Chuva

    Simulada em Sistema de Integrao Agricultura-Pecuria. Dourados MS.

    Universidade Federal de Mato Grosso Do Sul, 2003, 67p. (Dissertao de mestrado

    em Agronomia).

    REICHARD, K. A gua em Sistemas Agrcolas). So Paulo SP, Editora

    Manole, 1990, 188p.

    KLAR, A. E. A gua no Sistema Solo-Planta-Atmosfera. So Paulo SP,

    Editora Nobel, 1988, 408p.

    BAZZANO, M. G. P.; ELTZ, F. L. F.; CASSOL, E. A. Erosividade, coeficiente

    de chuva, padres e perodo de retorno das chuvas de Quara, RS. Revista

    Brasileira de Cincia do Solo, v. 31, p. 1205-1217, 2007.

    THOMAZ, E. L.; ANTONELI, E. EROSO E DEGRADAO DO SOLO EM

    REA CULTIVADA COM ERVA-MATE (Ilex paraguariensis). Guarapuava PR,

    Unicentro, 2005. 10p. Disponvel em:

    .

    WALTRICK, P. C. Erosividade de Chuvas No Paran: Atualizao,

    Influncia do El Nio e La Nia E Estimativa Para Cenrios Climticos

    Futuros. Curitiba PR, Universidade Federal do Paran, 2010, 107p.