9355 tecnologia dos_semicondutores___componentes
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COMUNIDADE EUROPEIA
Fundo Social Europeu
9355 MOPPESSCEPRA/11
Centro de Formação Profissionalda Reparação Automóvel
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes
Referências
Colecção Formação Modular Automóvel
Título do Módulo Tecnologia dos Semicondutores – Componentes
Coordenação Técnico-Pedagógica CEPRA – Centro de Formação Profissional da Reparação Automóvel Departamento Técnico Pedagógico
Direcção Editorial CEPRA – Direcção
Autor CEPRA – Desenvolvimento Curricular
Maquetagem CEPRA – Núcleo de Apoio Gráfico
Propriedade Instituto de Emprego e Formação Profissional Av. José Malhoa, 11 - 1000 Lisboa
1ª Edição Portugal, Lisboa, Fevereiro de 2000
Depósito Legal 148441/00
“Produção apoiada pelo Programa Operacional Formação Profissional e Emprego, cofinanciado peloEstado Português, e pela União Europeia, através do FSE”
“Ministério de Trabalho e da Solidariedade – Secretaria de Estado do Emprego e Formação”
© Copyright, 2000 Todos os direitos reservados
IEFP
Tecnologia semicondutores – Componentes E.1
Índice
ÍNDICE
DOCUMENTOS DE ENTRADA
ÍNDICE...................................................................................................... E.1
OBJECTIVOS GERAIS DO MÓDULO..................................................... E.5
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS.................................................................. E.5
PRÉ - REQUISITOS ................................................................................. E.7
CORPO DO MÓDULO
INTRODUÇÃO.......................................................................................... 0.1
1 -SEMICONDUTORES ........................................................................... 1.1
1.1 -ESTRUTURA BÁSICA DOS SEMICONDUTORES.................................. 1.1
1.2 -SEMICONDUTORES DOPADOS OU EXTRÍNSECOS............................ 1.5
2 - A JUNÇÃO "PN"................................................................................. 2.1
2.1 -JUNÇÃO PN. FUNCIONAMENTO............................................................ 2.1
2.2 -JUNÇÃO PN "POLARIZADA DIRECTAMENTE....................................... 2.4
2.3 -JUNÇÃO PN "POLARIZADA INVERSAMENTE....................................... 2.7
2.4 -O DÍODO ................................................................................................... 2.8
2.5 -CARACTERÍSTICAS ELÉCTRICAS DUMA JUNÇÃO "PN"................... 2.12
2.6 -TIPOS DE DÍODOS................................................................................. 2.17
2.6.1 -DÍODO EMISSOR DE LUZ - LED .......................................................2.17
2.6.2 –DÍODO EMISSOR DE LUZ-LED.........................................................2.17
2.6.3 -FOTODÍODOS.....................................................................................2.19
Tecnologia semicondutores – Componentes E.2
Índice
2.6.4 -DÍODO FOTOVOLTÁICO....................................................................2.20
2.6.5 -DÍODO ZENNER .................................................................................2.22
2.7 -DÍODOS DE POTÊNCIA......................................................................... 2.28
2.7.1 -RECTIFICAÇÃO DE MEIA ONDA.......................................................2.28
2.7.2.1 -RECTIFICAÇÃO DE ONDA COMPPLETA COM DÍODOS ...2.30
2.7.2.2 -RECTIFICAÇÃO DE ONDA COMPPLETA COM DÍODOS
MONTADOS EM PONTE (PONTE RECTIFICADORA).......2.32
2.7.2.3 –ESTABILIZAÇÃO E REGULAÇÃO ........................... 2.35
3 -TRANSÍSTOR ...................................................................................... 3.1
3.1 –INTRODUÇÃO.......................................................................................... 3.1
3.2 -PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO TRANSÍSTOR .......................... 3.3
3.3 -TIPOS DE TRANSÍSTORES................................................................... 3.11
3.3.1 -TRANSÍSTORES DE POTÊNCIA........................................................3.12
3.3. 2 -CODIFICAÇÃO DE TRANSÍSTORES ................................................3.13
3.3. 3 -SIMBOLOGIA DE TRANSÍSTORES ..................................................3.16
3.4 -MONTAGENS COM TRANSÍSTORES................................................... 3.17
3.4.1 -REGULADORES ELETRÓNICOS DE CARGA DE BATERIAS ..........3.17
3.4.2 -IGNIÇÃO TRANSÍSTORIZADA...........................................................3.21
3.4.3 -DETECTOR DE SONOLÊNCIA...........................................................3.23
3.5 -APLICAÇÕES PRÁTICAS COM TRANSÍSTORES................................ 3.27
3.5.1 -TÉCNICA DE IMPULSOS ...................................................................3.27
3.5.2 -CIRCUITO MONOESTÁVEL ...............................................................3.29
3.5.3 -CIRCUITO ASTÁVEL ..........................................................................3.35
3.5.4 -CIRCUITO BIESTÁVEL.......................................................................3.39
3.5.5 -FONTES DE ALIMENTAÇÃO ESTABILIZADAS.................................3.41
3.5.6 - A MONTAGEM DARLINGTON...........................................................3.43
3.6 -CIRCUITOS BÁSICOS AMPLIFICADORES E TRANSÍSTORES .......... 3.44
Tecnologia semicondutores – Componentes E.3
Índice
4 -OUTROS TIPOS DE TRANSÍSTORES ................................................4.1
4.1 - O TRANSÍSTOR DE UNIJUNÇÃO, UJT ..................................................4.1
4.2 -TRANSÍSTOR DE EFEITO DE CAMPO (FET) .........................................4.5
4.3 -FOTOTRANSÍSTOR..................................................................................4.7
5 -TIRÍSTORES.........................................................................................5.1
5.1 -CARACTERÍSTICAS DO TIRISTOR .........................................................5.3
5.1.1 -TIPOS DE DISPARO DO TIRISTOR .................................................... 5.4
5.2 -OUTRAS CARACTERÍSTICAS .................................................................5.5
5.2.1 -CARACTERÍSTICA INVERSA .............................................................. 5.5
5.2.2 -CARACTERÍSTICA DIRECTA SEM CORRENTE DE GATE................ 5.6
5.2.3 -CARACTERÍSTICA DIRECTA COM CORRENTE DE GATE ............... 5.6
5.2.4 -ESQUEMA EQUIVALENTE DO TIRÍSTOR .......................................... 5.6
5.3 -TIRISTOR GTO..........................................................................................5.7
5.4 -APLICAÇÕES PRÁTICAS COM TIRÍSTORES.........................................5.7
5.4.1 -FUNCIONAMENTO BÁSICO EM CORRENTE CONTÍNUA ................. 5.8
5.4.2 -FUNCIONAMENTO BÁSICO EM CORRENTE ALTERNADA ............ 5.11
5.4.3 -DISPARO DA GATE DO TIRISTOR POR MEIO DE SENSORES...... 5.14
5.4.3.1 -DISPARO POR LUZ ............................................................. 5.15
5.4.3.2 -DISPARO POR CORRENTE DO CORPO HUMANO........... 5.16
5.4.3.3 -CARREGADOR DE BATERIAS DE 12V 5A ......................... 5.17
5.4.3.4 -SENSOR ESTROBÓSCOPICO PARA ACERTO
DO PONTO DE IGNIÇÃO DO MOTOR................................ 5.18
5.5 -CARACTERÍSTICAS DO TIRÍSTOR .......................................................5.19
BIBLIOGRAFIA........................................................................................ C.1
Tecnologia semicondutores – Componentes E.4
Índice
DOCUMENTOS DE SAÍDA
PÓS-TESTE.............................................................................................. S.1
CORRIGENDA DO PÓS - TESTE......................................................... S.12
ANEXOS
EXERCICIOS PRÁTICOS ........................................................................A.1
CORRIGENDA DOS EXERCICIOS PRÁTICOS......................................A.2
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes E.1
Objectivos Gerais e Específicos do Módulo
OBJECTIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS
No final deste módulo, o formando deverá ser capaz de:
OBJECTIVOS GERAIS
Identificar as partículas da matéria e as suas propriedades semicondu-
toras, bem como definir com grande clareza todos os componentes
electrónicos mais usuais na industria automóvel
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
1. Com base na constituição da matéria atómica, identificar os ele-
mentos atómicos que melhor se ajustam ao fabrico de componen-
tes electrónicos semicondutores.
2. Descrever como se processa com toda a clareza o mecanismo da
corrente eléctrica neste tipo de materiais.
3. Enumerar quais os materiais usados para misturar com semicondu-
tores por forma que estes sejam considerados de semicondutores
dopados.
4. Face às técnicas de dopagem de semicondutores, identificar num
díodo ou transístor, quais as pastilhas tipo N e tipo P e qual o tipo
de elementos que se combinam com os semicondutores por forma
a obtermos semicondutores destes tipos.
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes E.2
Objectivos Gerais e Específicos do Módulo
5. Especificar com grande rigor, qual a constituição dum díodo e qual
o seu comportamento quando funciona, polarizado directamente e
indirectamente.
6. Distinguir um díodo convencional de um díodo de Zenner, e qual
aquele que se adapta mais como rectificador de corrente alternada
e como regulador de tensão.
7. Descrever o significado de tensão de Zenner, exemplificando num
circuito de regulação de tensão, o componente que tem como fun-
ção servir-se deste tipo de tensão.
8. Descrever o funcionamento duma junção NPN ou PNP a que
damos o nome de transístor
9. Identificar, num circuito electrónico, os componentes semiconduto-
res díodos e transístores.
10. Descrever o funcionamento de circuitos electrónicos como circuito
mono estável, astável e biestável, enumerando as suas aplica-
ções na área automóvel.
11. Identificar num circuito electrónico, um transístor e compreender a
sua função.
12. Descrever o funcionamento do tirístor, especificando algumas
possíveis aplicações práticas no automóvel.
Tecnologia dos semi – condutores componentes E.3
Pré-Requisitos
COLECÇÃO
Desenho Técnico M at emát ica ( cálculo)
Fí sica, Quí mica e M at eriais
Organização Of icinal
FORMAÇÃO MODULAR AUTOMÓVEL
Circ. Int egrados, M icrocont rolador
es e M icroprocessado
res
Rede de Ar Comp. e
M anut enção de Ferrament as Pneumát icas
Sist emas Elect rónicos
Diesel
Caract erí st icas e Funcionament o dos M ot ores
Focagem de Faróis
Lâmpadas, Faróis e Farolins
Sist emas de Arref eciment o
Sist emas de Sobrealiment ação
Rede Eléct rica e M anut enção de
Ferrament as Eléct ricas
Sist emas de Injecção M ecânica
Diagnóst ico/ Repa-ração em Sist emas
M ecânicos Convencionais
Int rodução ao Aut omóvel
Diagnóst ico e Rep. de Avarias
no Sist ema de Suspensão
Unidades Elect rónicas de
Comando, Sensores e Act uadores
Sist emas de Inf ormação
Sist emas de Segurança Passivos
Sist emas de Direcção
M ecânica e Assist ida
Sist emas de Transmissão
Sist emas de Conf ort o e Segurança
Embraiagem e Caixa de
V elocidades
Noções Básicas de Soldadura M et ro logia
Órgãos da Suspensão e seu Funcionament o
Geomet ria de Direcção
Análise de Gases de Escape e Opacidade
Processos de Furação,
Roscagem e M andrilagem
Gases Carburant es e
Combust ão
Módulo em estudo
Noções de M ecânica
Aut omóvel para GPL
Const it uição e Funcionament o do Equipament o Com-versor para GPL
Legislação Especí f ica sobre
GPL
Diagnóst ico/ Repa-ração em
Sist emas com Gest ão
Elect rónica
Diagnósico/ Reparação em Sist emas
Eléct ricos Convencionais
Rodas e Pneus
Pré-Requisito
Ferrament as de M ont agem e
Desmont agem
TermodinâmicaM anut enção Programada
Processos de Traçagem e
Puncionament o
Processos de Cort e e Desbast e
LEGENDA
Emissões Poluent es e
Disposit ivos de Cont rolo das
Emissões
Sist emas de Segurança Act iva
Sist emas de Travagem
Ant ibloqueio
Sist emas de Injecção Geridas Elect ronicament e
V ent ilação Forçada e Ar Condicionado
Sist emas de Travagem
Hidráulicos
M agnet ismo e Elect romagnet ism
o - M ot ores e Geradores
Sist emas de Carga e Arranque
Const rução da Inst alação Eléct rica
Lubrif icação de M ot ores e
Transmissão
Aliment ação Diesel
Sist emas de Aliment ação por
Carburador
Leit ura e Int erpret ação de
Esquemas Eléct ricos Aut o
Dist ribuição
Sist ema Eléct rico e sua Simbologia
Elect ricidade Básica
Sist emas de Aviso Acúst icos e
Luminosos
Sist emas de Ignição
Sist emas de Comunicação
Tecnologia dos Semi- Condut ores -
Component es
Cálculo e Curvas Caract erí st icas
do M ot or
Sist emas de Admissão e
Escape
Tipos de Bat erias e sua M anut enção
PRÉ-REQUISITOS
A electrónica está a impor-se definitivamente nos automóveis actuais, sendo a grande
responsável pelo enorme desenvolvimento tecnológico das ultimas décadas.
Os materiais semicondutores e o aparecimento do transístor trouxeram novas potencia-
lidades à humanidade.
Estes materiais e componentes electrónicos permitem-nos hoje, construir máquinas
mais pequenas, mais leves e sobretudo mais potentes e fiáveis.
Para termos uma ideia, um computador com as características de um vulgar computa-
dor pessoal moderno, nas décadas de 50 e 60, ocupava o espaço de uma sala.
Chegamos a um ponto em que praticamente todos os sistemas do automóvel são geri-
dos electronicamente.
Esta tecnologia requer técnicos altamente especializados sobretudo com grande capaci-
dade de aceitação de mudança.
Neste módulo vamos estudar o princípio de funcionamento dos componentes electróni-
cos e a sua aplicação nos sistemas do automóvel.
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 1.1
Semicondutores
1 – SEMICONDUTORES
Actualmente, os semicondutores são indispensáveis para a elaboração de circuitos
electrónicos. Desde os simples díodos aos microprocessadores, as suas capacidades
são enormes. Sem fugir à regra, a sua aplicação no automóvel tornou-se comum.
Assim, é necessário que qualquer técnico do ramo automóvel se inteire do seu princípio
de funcionamento e das suas potencialidades.
1.1 – ESTRUTURA BÁSICA DOS SEMICONDUTORES -SEMICONDUTORES INTRÍNSECOS
Os electrões giram em torno do
núcleo do átomo, em órbitas mais ou
menos bem definidas e distintas.
Estas órbitas encontram-se a dife-
rentes distâncias do núcleo do áto-
mo, tornando-se possível agrupá-las
em camadas distintas, que se
encontram umas sobre as outras,
assemelhando-se às sucessivas
cascas de uma cebola.
Graficamente, representamos esta
situação como se mostra na Fig. 1.2.
No que diz respeito ao que vamos
estudar a seguir, interessa-nos ape-
nas considerar a última camada ou
camada exterior.
Fig. 1.1 – Órbitas efectuados pelos electrões num átomo
Fig. 1.2 – Representação gráfica das várias órbitas de átomo de um elemento
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 1.2
Semicondutores
Os materiais que são constituídos por átomos que facilmente recebem e libertam elec-
trões, quando sujeitos a uma fonte de electrões, são bons condutores.
Este fenómeno verifica-se nos materiais cujos átomos possuam menos de quatro elec-
trões numa camada exterior.
Os materiais que são constituídos
por átomos que dificilmente acei-
tam ou cedem electrões, quando
sujeitos a uma diferença de poten-
cial, são maus condutores.
Este fenómeno verifica-se nos
materiais cujos átomos possuam
mais de quatro electrões na cama-
da exterior.
Os átomos têm tendência para se ligarem uns aos outros, formando moléculas de maté-
ria elementar ou compostos.
Fig. 1.3 - Representação gráfica das várias órbi-tas de átomo de um elemento mau con-dutor
Fig. 1.4 - Em determinadas matérias, como por exemplo na maioria dos sólidos natu-rais, os átomos e as moléculas têm tendência para se agruparem em gru-pos estáveis, formando uma cadeia bastante coesa
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 1.3
Semicondutores
Para um mesmo tipo de matéria, os electrões da camada exterior de um átomo, mistu-
ram-se com os electrões das camadas exteriores dos átomos vizinhos, de modo a par-
tilharem das órbitas das camadas exteriores desses átomos.
A este tipo de entrelaçamento dá-se o nome de ligação covalente.
Em muitos casos, os átomos e as moléculas formam estruturas semelhantes à que se
ilustra ao lado.
Quando as substâncias apresentam estas características, designam-se por substân-
cias cristalinas ou cristais.
A matéria assim constituída não é mais do que o agrupamento destes cristais, que se
unem uns aos outros de modo que, num volume mínimo, caibam o maior número pos-
sível de cristais.
Fig. 1.5 – Ligação covalente
Fig. 1.6 – Estrutura cristalina
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 1.4
Semicondutores
Imagine como é que iria agrupar esferas, todas ao mesmo tamanho, de modo a ocupa-
rem o volume mínimo.
Os bons condutores de electricidade, tais como o cobre e o alumínio, são materiais que
são constituídos por um aglomerado de cristais.
Tal como os bons condutores, os semicondutores são construídos a partir de substâncias
formadas de cristais.
Os materiais básicos mais utilizados para o fabrico de semicondutores são o germânio e
o silício, possuindo cada um deles 4 electrões na última camada.
Fig. 1.7 – Aglomerado de cristais de dois bons condutores – Alumínio e Cobre
Fig. 1.8 – Átomos de Silício e Germânio
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 1.5
Semicondutores
No estado puro, os cristais de germânio e silício são maus condutores (isolantes).
1.2 – SEMICONDUTORES DOPADOS OU EXTRÍNSECOS
No cristal de silício, os electrões da camada exterior de cada átomo misturam-se com os
electrões das camadas exteriores dos outros átomos de silício, de modo a partilharem
das órbitas exteriores desses átomos. Assim, cada átomo passa a dispor de oito elec-
trões na sua camada exterior, como se mostra na Fig. 1.10.
Mas, com esta configuração, não existem electrões livres que permitam a condução
eléctrica.
Fig. 1.9 – Os semicondutores puros são maus condutores
Fig. 1.10 – Ligações covalentes entre átomos de Silício
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 1.6
Semicondutores
Até este momento só foram considerados os semicondutores puros ou intrínsecos.
Os cristais de silício ou germânio puros não têm aplicação prática, sendo o seu compor-
tamento dependente da temperatura de funcionamento.
Para tornar o cristal puro num semicondutor, é necessário juntar uma porção de ele-
mentos diferentes ao silício e ao germânio. A estes elementos dá-se o nome de impure-
zas. A operação de adição de impurezas tem o nome de dopagem. O semicondutor
dopado é, também, designado como semicondutor extrínseco.
A concentração de impurezas auxiliares é normalmente fraca dependendo da aplicação
prática do semicondutor.
Para se dopar um semicondutor utilizam-se dois tipos de impurezas:
Elementos contendo cinco electrões de valência, tais como o fósforo e
o antimónio.
Elementos contendo três electrões de valência, tais como o boro, o
gálio e o índio;
Fig. 1.11 – Representação dos átomos de fósforo e antimónio
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 1.7
Semicondutores
A adição de elementos com cinco electrões de valência, leva a que o cristal fique com
um excesso de electrões na sua estrutura cristalina. Estes electrões comportam-se como
electrões livres, tornando o cristal num semicondutor.
Todo o cristal que é constituído que é dopado com elementos com cinco electrões de
valência possuindo assim electrões livres, é denominado material do tipo N (N negativo)
ou semicondutor tipo N.
A adição de elementos com três electrões de valência ao silício, ocasiona falta de elec-
trões na estrutura cristalina.
Fig. 1.12 – Representação dos átomos de boro e índio
Boro
Índio
Fig. 1.13 – Electrão livre na ligação covalente
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 1.8
Semicondutores
Fica assim um lugar por ocupar na interligação dos átomos. Ao lugar que falta ocupar,
dá-se o nome de lacuna. Esta lacuna pode-se considerar como uma carga eléctrica
positiva.
Todo o material que é construído desta maneira e tenha electrões a menos na sua estru-
tura cristalina, é denominado material do tipo P (P-positivo) ou semicondutor tipo P.
Para que compreenda
melhor como se efectua o
deslocamento de uma lacu-
na, imagine que um indiví-
duo chega tarde ao cinema e
que apenas existe um lugar
vago no centro de uma fila.
Para que o indivíduo possa
ocupar o seu lugar, basta
pedir a cada ocupante que
se desloque para a direita
(Fig. 1.15), correspondendo
assim ao deslocamento do
lugar na direcção do indiví-
duo.
Fig. 1.14 – Lacuna na ligação covalente
Fig. 1.15 - Analogia entre o deslocamento de uma lacuna e o de um lugar livre no cinema
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 1.9
Semicondutores
Considerando que a lacuna é um portador de uma carga positiva (+) da mesma manei-
ra que um electrão é um portador de uma carga (-). A lacuna pode deslocar-se de um
átomo para o outro, como um electrão (Fig. 1.16).
Ligando uma fonte de alimentação, como por exemplo uma pilha, ao material semicon-
dutor do tipo P, verificar-se-á o seguinte...
Fig. 1.16 - Deslocamento da lacuna entre átomos
Fig. 1.17 – Deslocamento de uma lacuna entre átomos
Fig. 1.18 – Ligação de um semicondutor tipo P a uma pilha
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 1.10
Semicondutores
... O borne positivo da pilha atrai os electrões (-) do semicondutor (cargas de sinal con-
trário atraem-se) e, da mesma maneira, o borne negativo (-) da pilha repele os elec-
trões.
Deste modo, liberta-se um electrão de ligação covalente, que se irá deslocar para a
esquerda para o borne positivo (+) que vai substituir uma das lacunas da vizinhança do
borne. Este deslocamento de um electrão deixa uma lacuna em sua substituição.
A lacuna estando carregada positivamente, deslocar-se-á para a direita, para o borne
negativo (-) da pilha. Este processo repete-se e a lacuna continuará a deslocar-se para
a direita, até que atinge a vizinhança da ligação negativa da pilha.
Nesta altura, a lacuna será substituída por um electrão que deixa o fio que está ligado
ao borne negativo da pilha e o fio está ligado ao borne positivo da pilha, removerá um
electrão à outra extremidade do semicondutor.
O processo volta a repetir-se sucessivamente.
1 4
2 5
3 6
Fig. 1.18 – Deslocamento da lacuna ao longo do semicondutor
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 1.11
Semicondutores
Esta remoção contínua das lacunas do borne positivo (+) para o borne negativo (-) oca-
siona (uma corrente de cargas positivas) num material do tipo P e produz-se quando a
tensão da pilha obriga os electrões a moverem-se na ligação covalente.
Nota: Este movimento das lacunas não se produz senão no interior do semicondutor,
enquanto que o fluxo de electrões circula na totalidade do circuito.
Ligando uma fonte de alimentação como por exemplo uma pilha, ao material do tipo N,
gerar-se-á uma corrente de electrões. Esta corrente é devida ao movimento dos elec-
trões livres em excesso, existentes no material semicondutor.
Como pode aperceber-se, este comportamento é muito parecido com o que se passa
num fio de cobre.
Fig. 1.19 – Corrente de lacunas e corrente de electrões num material tipo P
Fig. 1.20 - Corrente de electrões num material tipo N
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.1
A Junção “PN”
2 – A JUNÇÃO “PN”
Todos os componentes semicondutores são baseados em junções “PN”, por tal facto, é
muito importante compreender o que é uma junção “PN” e como encontrar as suas pro-
priedades.
Se aplicarmos um potencial através de um cristal semicondutor, Tipo P ou N, este deixa-
se atravessar por uma corrente eléctrica, se invertermos a polaridade do potencial apli-
cado, obteremos uma corrente eléctrica no sentido inverso da primeira.
Suponhamos, que temos um pedaço de material semicondutor no qual a parte da
esquerda é do Tipo P, e o da direita e do Tipo N, e que lhe aplicamos um potencial entre
os dois extremos, com este arranjo verificamos que entre o Tipo P e o Tipo N existe uma
região de contacto onde se verificam alguns fenómenos importantes, isto é, uma deter-
minada direcção da corrente eléctrica, esta região apresenta uma baixa resistência e
quando se inverte o sentido da corrente, ao trocarmos a polaridade de potencial aplica-
do, ao trocarmos a polaridade de potencial aplicado, apresenta uma muito alta resistên-
cia.
Á região de transição chama-se junção PN.
2.1 – JUNÇÃO PN. FUNCIONAMENTO
Consideremos um semicondutor Tipo N, por exemplo, o silício. Cada átomo de silício é
formado por uma parte central com um excesso de carga (+4) quatro electrões de valên-
cia cada um dos quais com uma carga de (-1).
Este átomo de silício está electricamente neutro. Cada átomo dador tem uma central
com excesso de carga de (+5) cinco electrões de valência cada um dos quais com uma
carga (-1).
Só quatro destes electrões de valência são usadas em ligações com os átomos de silí-
cio.
O quinto electrão fica livre para vaguear no material. Como ele se movimenta longe do
átomo dador deixa ficar para trás um ião positivo com um excesso de carga (+1). O ião
positivo não mudará de posição, permanecerá portanto imóvel, pois fica fixo na estrutura
cristalina.
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.2
A Junção “PN”
Deste modo um semicondutor Tipo N fica cheio de iões positivos imóveis (ião dador) e
electrão móveis (cargas negativas).
De modo semelhante, o silício Tipo P pode ser considerado como u material neutro
cheio de iões negativos imóveis (ião aceitador) e lacunas móveis (cargas positivas).
O semicondutor do Tipo N é geralmente de silício injectado com fósforo, enquanto que
o semicondutor do Tipo P é de silício injectado com boro.
Consideremos, então, o que acontece quando amostras de material Tipo P e Tipo N se
juntam uma à outra formando um cristal com estrutura contínua. Como se mostra na
figura 2.2.Na região Tipo P existe uma alta concentração de lacunas havendo, portanto,
uma movimentação de lacunas da região P para a região N.
Fig.2.1 – Concentração de carga eléctrica nos semicondutores dopados do Tipo P e Tipo N
Parte central do átomo Lacuna
Ião aceitador Electrão em excesso
Ião dador
_
+
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.3
A Junção “PN”
Recordando que na região Tipo P, as lacunas são portadoras maioritárias,, quando se
difundem para dentro da região Tipo N tornam-se portadores minoritários (os electrões
livres são nesta região Tipo N os portadores maioritários).
Como as lacunas se difundem para dentro da região Tipo N, elas recombinam-se com
os portadores maioritários, os electrões livres.
Existirá, igualmente uma difusão de electrões livres da região Tipo N para a região Tipo
P, porque há uma mais alta concentração de electrões livres na região Tipo N do que na
região tipo P.
Ao atingirem a região Tipo P, os electrões livres tornam-se portadores maioritários em
excesso e desaparecem por recombinação com as lacunas (portadores maioritários da
região Tipo P).
Fig.2.2 – Reparação simbólica duma junção PN com a região de depleção
Região de Depleção P N
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.4
A Junção “PN”
Pode parecer, eventualmente, que todas as lacunas deverão defundir-se para a região
tipo N e que todos os electrões livres deverão difundir-se para a região Tipo P, porém, tal
não acontece.
Só os portadores maioritários que se encontram perto da região da junção irão difundir-
se.
Recordar, que o material tipo P possui iões negativos imóveis e lacunas móveis.
Quando as lacunas próximas da junção de difundirem para dentro da região N, elas dei-
xam ficar para trás um ião negativo.
A região Tipo P não será mais electricamente neutra – tem mais cargas negativas do que
cargas positivas, devido a Ter perdido lacunas.
Por sua vez, a região Tipo N próxima da junção torna-se positivamente carregada, por-
que perdem electrões.
Os electrões livres difundindo-se da região Tipo N para a região Tipo P deixarão fica para
trás iões positivos na região Tipo N.
A difusão de portadores maioritários de cada região resulta no aparecimento de uma
zona saturada na qual deixa de haver futuras difusões estabelecendo-se uma situação de
equilíbrio.
Pelo facto desta região Ter muito poucas cargas móveis restantes, é chamada como se
vê na figura 2.2 de região de repleção.
2.2 – JUNÇÃO PN “POLARIDADE DIRECTAMENTE”
Uma tensão de polaridade é aplicada a uma junção PN ligando o terminal positivo da
bateria ao material Tipo P e negativo ao material Tipo N, como se indica na figura 2.3.
( A resistência R serve como limitadora de corrente)
Fig.2.3 – Polarização directa de junção PN
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.5
A Junção “PN”
A polaridade negativa da pilha ao ser aplicada ao semicondutor do Tipo N, irá repelir das
proximidades do terminal negativo (-) os electrões do semicondutor do Tipo P, irá repelir
das proximidades do terminal (+) as lacunas do semicondutor do Tipo P, Ver figura 2.4.
A movimentação de cargas eléctricas ao longo da junção PN vai causar a redução da
região de depleção.
Os electrões e as lacunas aproximar-se-ão da junção dos dois semicondutores.
Os electrões livres, como estão proximos das lacunas, atravessarão a junção, indo ocu-
par o lugar das lacunas e as lacunas o lugar dos electrões diminuindo assim a região de
depleção, como se apresenta na figura 2.5.
Fig.2.4 – Transmissão de cargas eléctricas ao longo da jnção PN
Fig.2.5 – Trocas de electrões e lacunas na junção PN
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.6
A Junção “PN”
Os electrões, depois de passarem à junção, dirigir-se-ão para o borne positivo da pilha,
completamente e criando assim uma corrente de electrões que irá circulart ao longo do
circuito, enquanto a pilha estiver aplicada aos terminais da junção PN, ver figura 2.6.
Desta forma, quando se aplica uma tensão a uma junção, de modo que a polaridade
positiva da pilha fique aplicada no semicondutor Tipo P e a negativa ao semicondutor do
Tipo N, diz-se que o semicondutor está polarizado directamente (polarização directa),
figura 2.7.
Fig.2.6 – Sentidos das correntes electrónicas e de lacunas
Fig.2.7 – Junção PN polarizada directamente
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.7
A Junção “PN”
2.3 – JUNÇÃO PN “POLARIZADA INVERSAMENTE”
Quando uma fonte de tensão é aplicada a uma junção como se mostra na figura 2.8, a jun-
ção diz-se estar “inversamente polarizada”.
O terminal positivo está ligado ao material Tipo N e o terminal negativo ao material Tipo P.
Com a junção polarizada desta forma, os electrões livres do material Tipo N são atraídos
para o terminal positivo e as lacunas para o terminal negativo.
Os portadores maioritários são puxados para longe da junção e deste modo mais os iões
positivos e iões negativos ficam a descoberto, como se mostra a figura 2.9.
Fig.2.8 – Junção PN polarizada inversamente
Fig.2.9 – Comportamento das cargas eléctricas quando a junção se apresenta polarizada inversamente
Polarizado Inversamente
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.8
A Junção “PN”
Como se pode constatar, a região de depelação sai aumentada.
Basta uma pequena tensão inversa, para parar completamente a difusão de portadores
maioritários e consequentemente tornar a circulação de corrente nula.
2.4 – O DÍODO
Até agora temos estudado somente um modelo que damos o nome de junção PN.
A junção PN é utilizada para a construção de díodos.
Díodos são completamente electrónicos semicondutores que têm grande número de apli-
cações.
Quando estão montados em circuitos eléctricos, umas vezes são polarizados directa-
mente e outras vezes indirectamente os díodos comportam-se, assim, como válvulas que
só deixam circular uma corrente num só sentido.
Isto torna bastante viável o uso do díodo em “transformação” de correntes alternadas em
correntes contínuas.
Um díodo é constituído pela junção de dois semicondutores um do Tipo P e outro do Tipo
N.
Fig.2.10 – Constituição interna dum díodo
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.9
A Junção “PN”
O díodo é ligado ao circuito eléctrico através de dois terminais de ligação que se cha-
mam respectivamente ânodo e cátodo.
Como já foi referido, os díodos
são dispositivos electrónicos que
têm por finalidade permitir que a
corrente eléctrica passe num úni-
co sentido.
O símbolo esquemático do díodo
é o representado na figura 2.11
indicando, a esta, o sentido con-
trário ao deslocamento dos elec-
trões.
Aqui vê-se igualmente a correspondência dos terminais de ligação respectivamente
ânodo (A) e cátodo (K).
Por analogia, resolvemos comparar o papel dum díodo num circuito, como uma válvula
montada num cano de água.
A figura 2.12 representa um cano com uma válvula que só deixa passar a água num dos
sentidos.
Fig.2.11 – Díodo
Sentido contrário ao da deslocação dos electrões
Fig.2.12 – Analogia do funcionamento do díodo com uma válvula
Válvula de paleta
Cano
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.10
A Junção “PN”
Quando a água circula no sentido indicado pelas setas a válvula deixa-a passar.
Se o sentido de circulação da água se inverter, a válvula de paleta vem para baixo e, ao
encontrar-se com o batente, fecha a conduta e o líquido deixa de circular, como se veri-
fica pela figura 2.13.
Na comparação atrás feita, o sentido de circulação da água corresponde ao da corrente
eléctrica e a válvula corresponde ao díodo.
O díodo tem a função de permitir a passagem de corrente num sentido, bloqueando a
sua passagem no sentido inverso.
Fig.2.13 – A válvula bloqueia o fluxo de corrente quando o sentido se inverte
Fig.2.14 – Símbolo eléctrico do díodo e sentido do flu-xo electrónico qundo polarizado directa-mente
Sentido de deslocação dos electrões
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.11
A Junção “PN”
Faça a montagem indicada pela figura 2.15.
Uma vez que o díodo está directamente polarizado, a corrente passará segundo o senti-
do fazendo com que a lâmpada acenda.
Fazendo agora a montagem indicada na figura 2.16.
Fig.2.15 – Circuito eléctrico simples com o uso de um díodo
Fig.2.16 – Quando o díodo é polarizado inversamente apresenta uma resis-tência eléctrica muito elevada comportando-se como um circuito aberto fazendo com a lâmpada não acenda.
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.12
A Junção “PN”
Como o ânodo está agora a um potencial negativo em relação ao cátodo, a corrente não
circula, comportando-se o díodo como um interruptor aberto fazendo.
Com que o circuito esteja igualmente aberto não circulando qualquer corrente.
Os díodos podem apresentar-se com variados aspectos, como se pode ver na figura
2.17.
2.5 – CARACTERÍSTICAS ELÉCTRICAS DUMA JUNÇÃO PN
Foram referidos até agora algumas características de funcionamento duma junção sujeita
a diferentes tipos de polarização.
Vamos agora estudar mais algumas propriedades tomando como referencia a curva
característica da figura 2.18.
Fig.2.17 – Aspecto exterior de vários tipos de díodos
Fig.2.18 – Curva característica típica tensão – corrente para uma dada junção PN
T. Ambiente
Alta Temperatura
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.13
A Junção “PN”
A análise da figura 2.18, permite-nos concluir que o aumento do valor da tensão directa
aplicada à junção, a partir de zero, só um ligeiro fluxo de corrente directa
Atravessa a junção, até se atingir um certo valor de tensão directa, a partir do qual esta
entra francamente em condução, a).
A corrente aumenta rapidamente para uma pequena variação de tensão (a resistência
directa de junção torna-se baixa).
Na direcção inversa, quando aplicamos uma tensão da polarização inversa, a corrente
inversa de saturação mantém praticamente constante, assumindo valores muito baixos
b).
A resistência inversa da junção torna-se muito alta, até ser atingido um determinado
valor limite de tensão denominado por tensão Inversa de Rotura (num díodo normal
20V).
A inversão das ligações num circuito (e a consequente inversão da sua polarização),
pode originar anomalias de funcionamento, podendo destruir elementos desse circuito
inclusivamente o próprio díodo.
Quando se polariza um díodo em sentido inverso, na realidade ele é atravessado por
uma corrente extremamente fraca.
Essa corrente é tão pequena, que somente com um microamperimetro (aparelho que
detecta correntes mais pequenas que o ampere) é possível detectá-la.
Se aumentar a tensão de polarização inversa, acima do valor para o qual o díodo foi pre-
visto, vai haver uma altura a partir da qual, a resistência do díodo diminui rapidamente,
dando lugar a um aumento de corrente muito brusco irá danificar o díodo.
Por esse motivo, verifique sempre qual é a tensão inversa que se prevê que o díodo
pode suportar.
Outro aspecto importante que se deve Ter em consideração, é a corrente máxima que o
díodo pode suportar sem se deteriorar, quando polarizado directamente.
Como sabe, quando uma corrente percorre um circuito, os seus componentes aquecem
(efeito de joule).
Quando o díodo está polarizado directamente, a corrente que o atravessa, obriga-o a
aquecer.
Para atenuar este efeito, os díodos que estão sujeitos à passagem de corrente intensas,
são constituídos de modo a serem montados sobre placas metálicas, nomeadamente em
alumínio, que têm a função de dissipar o calor.
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.14
A Junção “PN”
A maioria dos fabricantes, gravam no corpo do díodo letras identificadoras do ânodo e
do cátodo, o seu símbolo esquemático ou mais usualmente uma lista branca indicadora
do cátodo do díodo como se apresenta na figura 2.19.
Quando os díodos só possuem
um terminal de ligação, isso
quer dizer que a carcaça do
díodo corresponde ao outro
terminal de ligação.
Por vezes, a carcaça do díodo
tem um perno roscado. Este
tipo de díodos destinam-se a
serem montados sobre placas
metálicas, que t~em por função
dissipar o calor que se produz
quando estão em funciona-
mento.
Fig.2.19 – Indicação dos terminais cátodo e ânodo do dío-do através duma barra geralmente pintado a branco do lado do cátodo
Fig.2.20 – Configuração dos terminais de díodo com invólucros metálicos roscados
Fig.2.21 – Díodo com dissipador
Placa dissipadora de calor
Terminal Terminal de liogação
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.15
A Junção “PN”
Nota: As placas dissipadoras de calor são boas condutoras de calor e de electricidade.
É por este motivo que se pode fazer a ligação de um fio condutor à chapa e o terminal
de teste funcionar como um segundo terminal do díodo.
Quando estudar a rectificação das corrente, nos alternadores, irá verificar que na mes-
ma placa de dissipação são instalados vários díodos que possuem um ânodo ou cátodo
comum.
As propriedades duma junção PN estão dependentes de alguns factores condicionan-
tes:
Natureza do material semicondutor
Se observarmos as curvas características quer do silício, quer do germânio como se
apresenta na figura 2.22.
Verificamos que o valor da corrente inversa de saturação b) é muito menor para a jun-
ção semicondutora a silício do que para o germânio, logo, conclui-se que esta depende
de natureza do material intrínseco, em igualdade de outros factores, por isso as junções
de silício serem usadas em componentes que podem trabalhar a temperaturas mais
elevadas.
Fig.2.22 – Curva característica tensão–corrente do díodo de silicio compa-rativamente ao díodo de germânio
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.16
A Junção “PN”
Em circuitos ligados a grandes potências, onde circulam fortes correntes eléctricas, são
geralmente utilizadas díodos ou componentes feitos de silício.
O germânio devido igualmente ao seu custo mais elevado é utilizado em menor escala
do que o silício.
O germânio tem uma utilização muito grande em telecomunicações, em sistemas de
comando e sensores bastantes sensíveis.
Este tipo de semicondutores dita geralmente o preço do equipamento em questão.
Dopagem da região Tipo N e Tipo P
Para o mesmo material, quanto maior for a dopagem em ambos as regiões maior será o
efeito rectificador de junção, aumentando a corrente directa e diminuindo a corrente
inversa de saturação, em igualdade de tensões aplicadas.
A largura da zona de depleção é tanto menor quanto maior for as dopagens de ambas
as regiões.
Quando as regiões Tipo N e Tipo P possuem desigualdade de dopagens, a zona de
depleção estende-se para a região menos dopada.
Dimensão da Superfície da junção
Esta superfície da junção determina a corrente directa máxima admissível pela junção
sem que as perdas for feito de joule provoque o aumento de temperatura.
Situação analoga se passa quando fazemos passar por um fio com uma secção peque-
na, uma corrente bastante elevada o fio irá aquecer.
Quanto maior for a dimensão, sobretudo de secção de superfície de junção, maior será
a corrente nominal aceitável pelo díodo.
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.17
A Junção “PN”
Temperatura da junção
A temperatura é um dos limites mais determinantes das propriedades duma junção dum
díodo que afecta fundamentalmente a característica de rectificação podendo provocar a
distribuição do díodo, caso a temperatura seja elevada.
Pelo contrário, a temperatura muito baixas não haverá condução em qualquer dos senti-
dos.
2.6 – TIPOS DE DÍODOS
Nos capítulos atrás, falamos, sobretudo em díodos cujas junções semicondutoras eram
dopadas com materiais diferentes.
O semicondutor do Tipo N é geralmente silício dopado com fósforo enquanto que o semi-
condutor do Tipo P é de silício dopado com boro.
Existem outros tipos de díodos onde os materiais semicondutores são dopados com
outro tipo de substâncias, conforme a função que estão destinados.
2.6.2 – DÍODO EMISSOR DE LUZ – LED
O díodo emissor de luz (light emisson diode – led) é um díodo com a particularidade de
acender quando percorrido por uma corrente eléctrica no sentido directo.
Polarizada inversamente, ele não acende.
Isto acontece, porque o díodo, sendo constituído por duas junções uma do Tipo P e outra
do Tipo N, a dopagem usada nos semicondutores LED é diferente da dopagem descrita
noutros capítulos.
Quando os portadores de carga electrão – lacuna se recombinam, uma quantidade de
energia é gerada. Esta energia pode aparecer de diversas formas, uma das quais é a de
emissão de luz.
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.18
A Junção “PN”
Este feito é utilizado no díodo emissor de luz, o qual é uma junção PN especial, polariza-
da no sentido directo.
A luz emitida é essencialmente monocromática, e o comprimento de onda depende do
material usado.
Um led pode emitir luz no comprimento de onda na gama dos infravermelhos, ultraviole-
tas e até na gama visível pela nossa visão.
Na prática os compostos intermetálicas fornecem a melhor emissão de luz.
O arsenieto da gálio dopado com zinco fornece uma saída luminosa em infravermelhos.
O fosforeto de gálio dopado com silício e zinco fornece uma luz verde e o fosforeto de
gálio dopado com oxigénio e zinco fornece uma luz vermelha.
Só o título informativo fica com a ideia de que para um díodo emissor de luz típico de
arsenieto de gálio as dimensões da pastilha de junção é de 1,270 microns quadrados
sendo a luz emitida pelo topo da superfície da pastilha.
Com a polaridade de cerca de 1 volt e corrente de 100 mA, a luz de saída é de cerca de
50 w de potência luminosa à temperatura ambiente.
Em desenvolvimentos ruentes, a pastilha plana foi substituída por uma pastilha em forma
de abóboda, para evitar reflexões de luz internas dando assim maior eficiência à missão
de luz.
Fig.2.23 – Símbolo do díodo – LED
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.19
A Junção “PN”
2.6.3 – FOTODÍODOS
Quando a luz incide numa junção PN, a energia luminosa absorvida pela estrutura cristali-
na do díodo aumenta o nível de energia dos electrões.
Isto provoca a quebra de ligações dos electrões aos seus átomos, criando novos electrões
livres e novas lacunas.
No díodo fotocondutor, uma tensão é aplicada à junção PN e os electrões e lacunas cria-
das próximo da junção pela energia luminosa são atraídas em direcção aposta, resultante
uma corrente que fluirá através do díodo, sendo esta corrente proporcional à intensidade
luminosa.
Pode parecer que este tipo de díodo não tenha viabilidade prática mas ao contrário do
que se possa pensar de inicio este díodo tem grande aplicação em sistemas fotoelectri-
cos, sensores de luminosidade e dentro da industria automóvel
Em sensores de medição de quantidade de combustível existente no depósito.
Fig.2.24 – Fotodíodo em corte
Ligação do cátodo
Luz
Fio de arame
Semicondutor
Ligação do ânodo
Envólucro
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.20
A Junção “PN”
Num depósito de gasolina ou gás (GPL) tem de existir um método eléctrico ou electrónico
que seja de tal forma hermético por forma a não criar a ignição do combustível no próprio
depósito.
Existe normalmente um sistema que funciona por meios fotoelectricos como se apresenta
na figura seguinte, figura 2.25.
Ao diminuir o nível de combustível no interior do depósito faz deslocar por meio das
várias alavancas a barra a) opaca de modo a tapar o fluxo luminoso do led emissor de luz
para os fotodiodos que compõem os três sensores.
Este sensor pode operar no ambiente interior do depósito pois não existe nenhum con-
tacto que possa ocasionar alguma disrupção e consequentemente a combustão de todo
o combustível do depósito.
2.6.4 – DÍODO FOTOVOLTAICO
No díodo fotovoltaico nenhuma tensão de polarização é aplicada ao díodo, e desta forma
não existirá queda de tensão através da junção PN, permitindo o aparecimento de uma
barreira de potencial (zona de deflação) como vimos anteriormente.
Fig.2.25 – Sistema de medição da quantidade de gasolina existente no depósito
Sensor 1
Sensor 2
Sensor 3
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.21
A Junção “PN”
Quando a luz iniciada sobre a junção, a densidade dos portadores difundidos através da
junção irá aumentar.
Se a região de um dos lados da junção for produzida muito fina, ela pode tornar-se
rapidamente saturada com os portadores, e então, uma diferença de potencial será cria-
da através da junção, e uma corrente irá fluir através de uma resistência externa ligada
aos terminais do componente.
O exemplo mais comum de um díodo fotovoltaico é a célula solar, a qual converte a
energia recebida do sol em energia eléctrica.
Este díodo é largamente usado em satélites como fonte de energia para a alimentação
do equipamento electrónico.
Fig.2.26 – Díodo fotovoltaico
Caixa
Semiconsdutores Lente
Luz Saída
Caixa
Lente
Luz Saída
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.22
A Junção “PN”
Num satélite de comunicações os painéis fotovoltaicos são expostos à luz solar durante o
dia carregando as baterias do próprio satélite e de noite os painéis não
Não funcionam dando lugar à descarga sobre todo o equipamento electrónico compo-
nente do satélite.
No automóvel já vai começando a ser bastante utilizado o painel solar com vista na cons-
trução dum automóvel futuro mas ecológico.
O díodo fotovoltaico é o mais caro de todos os díodos o que torna, pelo menos no
momento, impensável economicamente a construção dum automóvel cuja fonte de ali-
mentação sejam os painéis solares fotovoltaicos.
Num satélite de comunicações, as peças mais caras são efectivamente os painéis sola-
res de alimentação ao próprio satélite.
2.6.5 – DÍODO DE ZENER
Em condições normais de funcionamento, quando aplicamos uma tensão inversa a uma
junção por forma a esta ficar polarizada inversamente, verificamos que ela não conduz
corrente eléctrica.
Assim, o díodo está polarizado comportando-se como um circuito aberto, não conduzindo
corrente eléctrica.
Se elevarmos a tensão inversa ao
díodo, chegamos a uma situação que
o díodo atinge o valor de tensão inver-
sa de rotura começando a conduzir
corrente eléctrica progressivamente
até ao ponto de se auto destruir.
Existem díodos, que graças à dopa-
gem utilizada nas junções Tipo P e
Tipo N permitem o seu funcionamento
permanente em polarização inversa.
Este tipo de díodos tem o nome de
díodo de zener. Fig.2.27 – Curva característica do dío-
do de zener
Zona de polariza-ção inversa
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.23
A Junção “PN”
Como se apresenta na figura 2.27 o díodo de zener destina-se a explorar a parte do grá-
fico assinalada como zona de polarização inversa.
Os gráficos a) e b) da figura 2.28 representam o comportamento de dois díodos de zener
a) díodo de zener de 4 V; b) díodo de zener de 30 V.
O díodo de zener é um componente electrónico semelhante ao díodo, possuindo tam-
bém dois terminais de ligação.
O seu símbolo esquemático é representado na figura 2.29.
Fig.2.28 – Tipos de curvas características tensão-corrente em polarização inversa
I inv. I inv.
V inv. V inv.
Fig.2.29 – Símbolo do díodo de zener
Sentido contrário ao da deslocação dos electrões
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.24
A Junção “PN”
O funcionamento do díodo de zener podes ser comparado a uma válvula montada na
secção dum cano de água como se apresenta nas figuras seguintes.
A figura 2.30 representa um cano no qual está montada uma válvula de paleta com o
eixo na parte de cima e um batente na parte de baixo.
Sobre a válvula de paleta existe uma outra válvula que se encontra fechada pela acção
duma mola.
Quando a água circula no sentido indicado pela figura, a válvula da paleta abre e deixa
passar o líquido.
Um díodo de zener, quando polarizado directamente, comporta-se de um modo seme-
lhante ao do circuito hidráulico indicado anteriormente ou seja: em polarização directa o
díodo de zener funciona como um díodo vulgar.
Fig.2.30 – Analogia do díodo zener a uma válvula hidráulica
Fig.2.31 – Díodo de zener em polarização directa
Sentido de deslocação dos electrões
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.25
A Junção “PN”
Se o sentido de circulação da água se inverte, a válvula de paleta encosta-se ao baten-
te e fecha o cano, impedindo o líquido de circular, como se apresenta na figura 2.32.
Um díodo de zender quando polarizado inversamente e desde que a tensão de polari-
zação não ultrapasse um determinado valor, comporta-se de um modo semelhante ao
do circuito hidráulico assinalado no bloco anterior.
Ao valor da tensão de polarização inversa à qual do díodo de zener se torna condutor
chama-se tensão de zener.
Quando neste caso o díodo de zener se torna condutor dá-se uma repentina queda de
resistência entre os seus terminais e consequentemente, um aumento de corrente.
Fig.2.32 – Analogia dum díodo de zener com uma vál-vula de paleta com segurança
Fig. 2.33 – Díodo de zener polarizado inversamente
A corrente não passa
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.26
A Junção “PN”
Perante pequenas variações de tensão em torno
do valor da tensão de zener, ocorrem grandes
variações de corrente, que podem repetir-se um
sem número de
Vezes, sem que o valor máximo da corrente não ultra-
passe aquela para que o díodo de zener foi projec-
tada.
A utilizada do díodo de zener reside na aplicação do efeito da tensão de zener.
As características dos díodos de zener são indicados nos manuais dos fabricantes.
Na figura 2.35 encontramos um tipo de díodo de zener e as seguintes características
do mesmo díodo catalogadas pelo fabricante.
As características dos díodos de zener são indicados nos manuais dos fabricantes.
Fig.2.34 –. Variação de corrente num díodo de zener
Fig.2.35 – Exemplo dum díodo de zener com todas as suas características de funcio-namento dadas pelo fabricante
Diodo de Zeuner de Silicio BZT 03/C... Aplicação: Reguladores de Tensio de média potência Prestação máxima Potência dissipada I = 10 mm, TL = 25ºC PV 3,25 W Tamb = 25ºC PV 1,3 W Potência dissipada quando sujeito a picos repetidos de corrente PZRM 10 W Potência dissipada quando sujeito a picos não repetidos de corrente PZSM 600 W Temperatura junção Tj 175 ºC Intervalo de temperatura de bom funcionamento Tstg -65.... 175 ºC
Características Tj = 25 ºC Voltagem directa VF 1,2 V IF = 0,5 A
Cátodo
Dimensões em mm
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.27
A Junção “PN”
Os díodos de zener devem ser usados, tendo sempre em conta as suas características
específicas.
Os díodos de zener tem larga aplicação na industria electrónica especificamente na
área de alimentação, mais concretamete em sistemas de estabilização e regulação de
tensão.
Todos os reguladores de tensão possuem díodos de zener com base em regularem a
tensão na aparelhagem ligada, posteriormente ao regulados.
A figura seguinte, apresenta-se um circuito simples com o objectivo de regular a tensão
na linha segundo a tensão dita de zener, figura 2.36.
Estando aplicada uma tensão contínua de 12 [V] aos terminais de entrada (Vin) do
circuito, esta tensão polariza o díodo de zener inversamente até ao valor de tensão
de zener de 6 [V].
Até se atingir a tensão V2 = 6 [V] o díodo não conduz nenhuma corrente.
A partir deste valor, até se atingir o valor de Vin = 12 [V] o díodo se zener passa a
conduzir uma determinada corrente fazendo com que a tensão de saída (Volt) seja
regulada nos 6 [V] não danificando nenhum componente que se encontra a jusante
do díodo de zener.
Fig.2.36 – Regulação duma tensão por meio dum díodo de zener
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.28
A Junção “PN”
2.7 – DÍODOS DE POTENCIA
RECTIFICAÇÃO E REGULAÇÃO
A principal aplicação dos díodos de potência são em circuitos rectificadores conver-
tendo tensões alternadas em tensões contínuas.
Iremos descrever de seguida o papel dos díodos de potência como rectificamos num cir-
cuito conversor de corrente alternada em corrente contínua.
Há, pelo menos duas maneiras de rectificar uma tensão alternada:
Rectificação de meia onda.
Rectificação de onda completa.
2.7.1 – RECTIFICAÇÃO DE MEIA ONDA
Quando ligamos um díodo em série com uma fonte de corrente alternada como por
exemplo um transformador eléctrico verificamos que o díodo rectifica a tensão alternada
como se apresenta na figura 2.37.
Fig.2.37 – Rectificação de meia onda
Diodo
Fonte CA
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.29
A Junção “PN”
Pelo que estudamos anteriormente, verificamos que o díodo ao ser percorrido pela for-
ma de onda que se apresenta em figura 2.38 vai sendo constantemente polarizado
directamente pelas alternâncias positivas a) e polarizado inversamente pelas alternân-
cias negativas b).
Como o díodo rectificado não conduz corrente eléctrica quando polarizado inversamente
ele só vai conduzir durante os periodos das alternâncias positivas sendo a resistência R
percorrida por uma corrente com uma forma de onda semelhante a da figura 2.39.
Fig.2.38 – Tensão alternada sinusoidal em S
Fig.2.39 – Tensão rectificada em R
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.30
A Junção “PN”
2.7.2.1 – RECTIFICAÇÃO DE ONDA COMPLETA COM DÍODOS
Atendendo ao circuito da figura 2.40 verificamos que a sinunoide características de ten-
são e corrente atravessam o transformador mantendo a mesma forma de onda diferido
apenas a amplitude em consequência da relação de transformação do transformador.
A sinusoide da figura 2.41 percorre os dois díodos em simultâneo.
O díodo D1 conduz a primeira alternância positiva uma vez que está polarizado direc-
tamente, o díodo D2, por sua vez, está a funcionar ao corte não conduzindo corrente
porque está inversamente polarizado.
Fig.2.41 – Tensão alternada sinusoidal em S
Fig.2.40 – Circuito eléctrico rectificador de onda completa
Transformador
Fonte CA
Díodo
Resistência
Díodo
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.31
A Junção “PN”
Na alternância negativa o díodo D1 encontra-se ao corte deixando de conduzir corrente
eléctrica mas díodos D2 uma vez que passa a estar polarizado directamente, passa à
condução.
Como os dois díodos estão ligados ao mesmo ponto da resistência R, contribuem os
dois para a forma de onda final que atravessa a resistência.
Esta forma de onda apresenta-se na figura 2.42.
Este tipo de rectificação é relativamente pouco utilizado pois necessita sempre dum
transformador de ponto médio por forma a garantir a ligação dos dois díodos, figura
2.43.
Fig.2.42 – Forma de onda de tensão rectificada em R
Fig.2.43 – Circuito eléctrico de rectificação de onda com-pleta utilizando um transformador de ponto médio
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.32
A Junção “PN”
2.7.2.2 – RECTIFICAÇÃO DE ONDA COMPLETA COM DÍODOS MONTADOS EM PONTE (PONTE RECTIFICADORA)
Este tipo de rectificação é muito semelhante ao tipo descrito no ponto anterior e é
actualmente o sistema de rectificação mais usual em electrónica.
A montagem dos díodos está disposto de tal forma que constitui uma fonte.
Normalmente denomina-se de fonte rectificadora e para que o circuito funcione devi-
damente todos os díodos terão de possuir características iguais ou equivalentes.
Aos terminais de saída do transformador verificamos a presente duma tensão alterna-
da como se apresenta na figura 2.45.
Fig.2.44 – Circuito eléctrico de rectificação usando uma ponte de díodos ou ponte rectificadora
Fig.2.45 – Forma de onda de tensão alterna-da medida em S
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.33
A Junção “PN”
Durante as alternâncias positivas só entram em condução de corrente eléctrica dois
díodos que se encontram, na ponte, polarizadas directamente, como se apresenta na
figura 2.46 na saída da ponte de rectificação de um alternador.
Somente os díodos d1 e d2 conduzem estando os restantes polarizados inversamente
não se encontram portanto à condução.
Por sua vez, durante as alternâncias negativas só entram em condução os díodos D3
e D4 pois são os únicos que se encontram polarizados directamente perante esta cor-
rente (negativa). Observe a figura 2.47.
Fig. 2.46 – Funcionamento da ponte rectificadora nas alternâncias positivas
Fig.2 47 – Funcionamento da ponte rectificadora nas alternâncias negativas
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.34
A Junção “PN”
Veja que o sentido da corrente muda somente antes de aingir a ponte rectificadora.
A resistência R é percorrida por uma tensão rectificada em onda completa tal como
se representa na figura 2.48.
As pontes rectificadora podem
existir nos circuitos concebidos
por quadros díodos de potência,
figura 2.49.
Por outro lado, existem no mer-
cada pontes rectificadoras já
feitas e integradas numa só cai-
xa como se demonstra pela
figura 2.50.
Fig.2.48 – Forma de onda de tensão rectificada aos terminais da bateria
Fig.2.49 – Montagem de díodo em ponte
Fig.2.50 – Ponte rectificadora integrada
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.35
A Junção “PN”
2.7.2.3 – ESTABILIZAÇÃO E REGULAÇÃO
Como foi visto, no ponto anterior, a forma de onda que obtemos à saída da ponte rectifi-
cadora é uma corrente contínua como se mostra na figura 2.48.
Por forma a tornar a forma de onda o mais contínua possível introduzimos o condensador
C de maneira a que o ripple seja atenuado, figura 2.52.
O condensador C armazena uma certa quantidade de energia à medida que a corrente o
atravessa atenuando assim os “vales” da forma de onda da figura 2.48.
Quanto maior for a capacidade de C maior será a linearidade da forma de onda.
Fig.2.51 – Circuito eléctrico de rectificação, estabilização e regulação de tensão
Fig.2.52 – Tensão aos terminais do condensador C
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 2.36
A Junção “PN”
Quanto menor for a capacidade de C menor será a linearidade da forma de onda.
Quando colocamos o díodo de zener verifica-se que a tensão de saída desta fonte de
alimentação fica regulada nos 6 [V] passando a forma de onda a Ter uma amplitude infe-
rior a forma de onda anterior, como se observa na forma de onde c) da figura 2.53.
a) Maior valor capacitivo em C
b) Manor valor capacitivo em C
c) Com díodo de zener de 6 [ V ] incluído no circuito Fig.2.53
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.1
Transístor
3 – TRANSÍSTOR
3.1 – INTRODUÇÃO
A atenção dedicada aos semicondutores ficou mais alrgada quando em 1948, W. Smock-
ley, J. Bardeen e W. M. Brattain inventaram o transistor.
O transístor de contacto pontual foi o primeiro tipo a ser fabricado, com grande aplicação
em pequenos amplificadores de audio, em próteses auditivas e receptores de rádio por-
táteis.
Um dos problemas do transístor de contacto pontual consiste em que hoje não se com-
preende claramente a maneira como funciona sendo portanto difícil conceber transísto-
res deste tipo adaptados às diversas aplicações.
A figura 3.1 mostra a maneira como é constituído um transístor de contacto pontual, e o
modo como pode ser utilizado para amplificar um sinal de corrente alternada.
Fig.3.1 – Tipos de transístores
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.2
Transístor
Neste transístor, os fios de contacto em ouro do emissor e do colector são ligados à
pastilha de germânio a uma distância de apenas 0,1 mm um do outro.
Se bem que tenha sido descoberto u pouco mais tarde do que o transístor de contacto
pontual, o transístor de junções é hoje o mais utilizado dadas as suas muitas vanta-
gens.
Em particular, é bastante menos ruidoso, mais pequeno, melhor segurança de funcio-
namento e mais simples de fabricar que o tipo de contacto pontual.
Além disso, a maneira como funciona é já claramente compreendida, podendo os tran-
sístores ser concebidos para aplicações particulares.
Existe um certo número de materiais semicondutores bons para o fabrico de transísto-
res.
Os mais importantes serão provavelmente o silício (Si), o germânio (Ge) e o arsenito de
gálio (GaAs).
Os primeiros transístores utilizavam germânio fundamentalmente dado que é fácil de
trabalhar e pode ser obtido em forma pura.
Outra vantagem deste material é que necessita apenas de uma baixa tensão directa, e
dado que os electrões e lacunas se movimentam facilmente no seu interior os dispositi-
vos podem funcionar a maiores frequências do que os fabricantes com outros materiais
semicondutores.
Fig.3.2 – Transístor de contactos pontuais
Emissor (contacto pontual em fio de ouro)
Colector (contacto pon-tual em fio de ouro)
Resistência de carga
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.3
Transístor
Infelizmente, só é útil a temperaturas inferiores a 100ºC. Os transístores, se bem que já
tenha sido necessário algum tempo para desenvolver métodos de produção de material
de alta qualidade e de seu tratamento.
No entanto, o silício, hoje, é o material mais utilizado no fabrico dos díodos comerciais,
transístores e circuitos integrados.
Uma sua grande vantagem relativamente ao germânio é que pode funcionar a temperatu-
ras até 200ºC.
No entanto, a qualidade de funcionamento a alta frequência não é tão boa como no caso
do germânio.
Entre os novos materiais semicondutores, o mais prometedor é o arsenito de gálio.
Está-se actualmente a desenvolver a sua qualidade cristalina e os métodos de fabrico, e
este material adquirirá certamente uma grande importância dentro de pouco tempo fun-
damentalmente no fabrico de lasers. O arseníto de gálio permite temperaturas de traba-
lho até 300ºC, juntamente com uma qualidade de trabalho a alta frequência semelhante à
do germânio.
3.2 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO TRANSISTOR
O transístor é o semicondutor fabricado utilizado placas de material semicondutor.
Uma placa de material de Tipo P obtendo-se um transístor PNP, podendo-se igualmente
inserir uma placa de Tipo P entre placas do Tipo N obtendo-se um transístor NPN.
No transístor existem duas junções, sendo o controlo realizado por um sinal aplicado a
uma determinada secção do transístor.
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.4
Transístor
Atendendo à constituição dum díodo,
um transístor é constituído, juntamen-
te um segundo elemento semicondu-
tor do Tipo P ou do Tipo N, ao conjun-
to de junção PN utilizado nos díodos.
Verifica-se assim que, enquanto o
díodo somente possui uma zona de
junção, o transístor possui duas
zonas de junção.
Tal como foi visto no capítulo respei-
tante aos díodos, existem dois tipos
de pastilhas semicondutoras, do Tipo
P e do Tipo N, é possível construí-
rem-se dois tipos de transístores:
PNP e NPN, ver figura 3.4.
Cada uma das três placas condutores que constituem um transístor, possui um terminal
de ligação designando-se por:
Fig.3.3 – Junção PN no díodo e jun-ção do transístor
Fig.3.4 – Transístores do tipo PNP e NPN
E – Emissor; C – Colector; B – Base
Fig.3.5 – Terminais do transístor
Emissor, o elemento que fornece o fluxo de electrões ou lacunas ao tran-
Colector, o elemento para o qual os electrões ou lacunas fluem.
Base, o elemento central ou contro-lador.
Junção
Transístor
Junção Junção
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.5
Transístor
No transmissor os semicondutores
são dispostos de modo que o emissor
e o colector estejam muito perto um
do outro.
Como se verá mais adiante, isto desti-
na-se a que a maior parte das lacunas
ou electrões que se dirigem para a
base, passem facilmente para o colec-
tor por causa da velocidade de que
estão animados.
O material semicondutor que constitui a base dos transístores tem menos impurezas que
os materiais semicondutores que constituem o emissor e o colector.
Para explicar como funciona um transístor, vamos escolher um transístor do tipo NPN,
ligado a duas pilhas do modo indicado na figura ao lado.
Os interruptores A e B, nesta primeira fase estão abertos e portanto, não circula corrente.
Fig.3.6 – Constituição do transístor
Fig.3.7 – Distribuição das impurezas (+) e (-) pelas placas condutoras
Anel
Bese Emissor
Colector Cápsula
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.6
Transístor
As resistências R1 e R2 irão servir como limitadoras de corrente.
Fechando o interruptor A e mantendo
o interruptor B aberto, a polaridade
negativa da pilha ao ser aplicada ao
emissor (semicondutor tipo N) repele
os electrões do semicondutor do tipo
N em direcção à base, enquanto que
a polaridade aplicada à base
(semicondutor do tipo P) irá repelir
as lacunas do semicondutor do tipo
P.
Deste modo, os electrões e as lacunas, aproximar-se-ão da junção, recombinando-se e
dando assim origem a uma corrente de electrões que irá circular ao longo do circuito.
Esta situação corresponde à de um díodo em polarização directa.
Como comparativamente, a base (semicondutor do tipo P) tem menos impurezas
(menos lacunas) que o número de electrões livres existentes no emissor (semicondutor
do tipo N), nem todos os electrões existentes no emissor se recombinam com as lacu-
nas.
Fig.3.8 – Circuito de polarização do transístor no estado aberto
Fig.3.9 – Polarização directa da junção NP (emissor-base)
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.7
Transístor
Quer isto dizer que a corrente de electrões que circula no circuito de polarização directa
(emissor, base) é muito pequena.
Se agora fechar o interruptor B, a segunda junção fica inversamente polarizada e os
electrões do emissor que não se permutarem com as lacunas da base, são atraídos para
o colector que está a um potencial positivo.
Devido à pequena espessura da base
e à velocidade de que os electrões
ficam animados, estes atravessam a
base e, ao chegarem à extremidade
do colector escapam-se pelo terminal
condutor retornando ao gerador de
origem.
Quando aplicar as polaridades correc-
tas a um transístor NPN, poderá verifi-
car que o sentido das correntes são
as indicadas na figura ao lado e que,
a corrente que flui para o emissor é a
soma das correntes que vêm do
colector e da base.
Fig.3.10 – Corrente no circuito de polarização directa (emissor-base), NPN
Fig.3.11 – Passagem da corrente do emissor para o colector
Cor
rent
e do
em
isso
r
Corrente do colector
Corrente da Base
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.8
Transístor
A corrente da base representa cerca de 2% da corrente total que circula no circuito.
O funcionamento do transístor PNP é
idêntico ao do transístor NPN. No
entanto, as polaridades aplicadas num
transístor PNP terão de ser opostas
às utilizadas no transístor NPN.
Fechando o interruptor A e mantendo
o interruptor B aberto, a polaridade
positiva da pilha, ao ser aplicada ao
emissor, (semicondutor do tipo P)
repele as lacunas do semicondutor do
tipo P em direcção à base
(semicondutor do tipo N).
irá repelir os electrões do semicondu-
tor tipo N. Deste modo, os electrões e
as lacunas aproximar-se-ão da jun-
ção, recombinando-se e dando assim
origem a uma corrente de electrões
que irá circular ao longo do circuito.
Esta situação corresponde à de um
díodo em polarização directa.
Fig.3.13 – Circuito de polarização do transís-tor PNP no estado aberto
Fig.3.14 – Polarização directa da junção PN (emissor-base)
Fig.3.12 – Fluxos da corrente de electrões no transístor NPN
Corrente de electrões C
orre
nte
do e
mis
sor
Corrente do colector
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.9
Transístor
Como, comparativamente, a base
(semicondutor do tipo N) tem menos
impurezas (menos electrões) que o
número de lacunas livres existentes
no emissor (semicondutor do tipo P),
nem todas as lacunas existentes no
emissor se recombinam com os elec-
trões.
Quer isto dizer que a corrente de elec-
trões que circula no circuito de polari-
zação directa (emissor, base) é muito
pequena.
Nota: Repare que esta situação é idêntica à que acontece no transístor NPN, diferindo
apenas no sentido da corrente, pois neste caso os portadores maioritários são as lacu-
nas.
Se agora fechar o interruptor B, a segunda junção fica inversamente polarizada e as lacu-
nas que não se permutaram com os electrões da base são atraídas para o colector que
tem uma polaridade negativa.
Devido à pequena espessura de base e à velocidade de que as lacunas ficam animadas,
estas atravessam a base e, quando chegarem à extremidade do colector, são permuta-
das por electrões que fluem da pilha.
Fig.3.15 – Corrente no circuito de polarização directa (emissor-base), PNP
Fig.3.16 – Passagem de corrente do emissor para o colector
Cor
rent
e do
em
isso
r
Corrente do colector
Corrente da Base
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.10
Transístor
Quando aplicar as polaridades correctas a um transístor PNP, poderá verificar que os
sentidos das correntes são os indicados na figura ao lado e que a corrente que sai do
emissor representa a soma das correntes do colector e da base.
Tal como num transístor NPN, a corrente de base representa cerca de 2% da corrente
total que circula no circuito.
Nota: Note-se que em termos de corrente de electrões, as junções do emissor, base e
colector de um transístor PNP, estão invertidas em relação às de um transístor NPN.
Para que um transístor funcione correctamente, a primeira junção (emissor, base) deve
estar directamente polarizada e a segunda junção (colector, base) inversamente polariza-
da.
Fig.3.18 – A corrente de electrões do transístor PNP é invertida em relação ao NPN
Fig.3.17 – Fluxos da corrente de lacunas no tranistor PNP
Corrente de electrões
Cor
rent
e do
em
isso
r
Corrente do colector
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.11
Transístor
A partir destas condições, irá verificar que é possível comandar órgãos eléctricos e elec-
tro-mecânicos de grande consumo corrente, por meio de correntes muito pequenas.
Estas é uma das aplicações dos transístores, entre muitas outras existentes.
3.3 – TIPOS DE TRANSÍSTORES
Os transístores aplicam-se nas mais variadas funções na electrónica.
Existem no mercado variados tipos de transístores concebidos e fabricados com
base em diferentes funções.
É difícil enumerar todas as funções e aplicações dos transístores pois isso levaria a
uma explicação bastante exaustiva.
Basicamente os transístores podem ser utilizados em pré-amplificadores, circuitos de
comando de reflecção de imagem e varrimento de ecrãs de TV, circuitos de comando
de canhões electrónicos de cor de TV, circuitos de comutação em computadores e
interruptores.
Fig.3.19 – Polarização das junções nos transístores PNP e NPN
Junção inversamente polarizada Junção directamente polarizada
Junção inversamente polarizada Junção directamente polarizada
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.12
Transístor
De entre as variadas aplicações de transístores, podemos diferenciar dois grandes gru-
pos de transístores:
3.3.1 - TRANSÍSTORES DE POTÊNCIA
São concebidos em caixas ou pastilhas com dimensões relativamente grandes de modo
a suportarem correntes e potências elevadas.
As figuras seguintes mostram alguns tipos de transístores de potência.
Por outro lado existem transístores de baixa potência constituídos por invólucros mais
pequenos destinando-se principalmente a comandarem os transístores de potência.
Fig.3.20 – Transístor de potência do tipo NPN com aplicação em circuitos de comando de ignição e comando de injectores em sistemas de injecção MOTRONIC, suporta altos picos de tensão e potências até 10 W.
Fig.3.21 – Transístor de potência do tipo NPN com larga aplicação em circuitos de comuta-ção rápida, comanda potências da ordem dos 100 W e encontra-se normalmen-te em fontes de alimentação e carregadores de baterias.
Dimensão em mm
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.13
Transístor
Os fabricantes de transístores apresentam componentes com números de código diferen-
tes como se pode constatar pelas figuras anteriores.
3.3.2 – CODIFICAÇÂO DE TRANSÍSTORES
O código correspondente ao dispositivo semicondutor consiste em:
Duas letras seguidas por um número de série.
Exemplo:
Fig.3.22 – Transístor de potência do tipo NPN com aplicação geral em comutação de sinais de baixa amplitude e andares amplificado-
Dimensão em mm
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.14
Transístor
A primeira letra, neste caso B dá-nos a informação acerca do tipo de material semicondu-
tor usado no fabrico do transístor.
“A” – Corresponde a todos os díodos ou transístores constituídos com
germânico.
“B” – Corresponde a todos os dispositivos semicondutores fabricados
em silício.
“C” – Corresponde a todos os dispositivos semicondutores fabricados
em arsenito de gálio.
“R” – Corresponde a todos os dispositivos semicondutores fabricados
com um composto baseado em cádmio.
A Segunda letra indica a função para o transístor deve estar destinado segundo a garan-
tia do fabricante.
“A” – Díodo: Detecção de sinal, comutação, misturador de sinais.
“B” – Díodo: Capacidade variável (valiceptor).
“C” – Transístor: Baixa potência, audio frequência.
“D” – Transístor: Alta potência, audio frequência.
“E” – Díodo: Detecção de sinal.
“F” – Transístor: Baixa potência, alta frequência.
“G” – Díodo: Oscilador.
“H” – Díodo: Sensibilidade magnética.
“U” – Transístor: Alta potência, comutação.
“X” – Díodo: Multiplicador (usado em triplicadores de tensão em TV).
“Y” – Díodo: Rectificador.
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.15
Transístor
“Z” – Díodo: Regulador de tensão.
O número de série consiste em:
Três dígitos compreendidos entre 100 e 999 para dispositivos
projectados para uso doméstico.
Três dígitos compreendidos entre 100 e 999 para dispositivos
projectados para uso doméstico.
A nomenclatura seguinte difere da anterior e é bastante usual.
“IN” – Com dois a quatro dígitos numéricos significa que estamos
perante um díodo.
“2N” – Com dois a quatro dígitos numéricos significa que estamos
perante um transístor.
Para que fique com uma ideia mais concreta daquilo que acabou de ser dito, fique-se
com o seguinte exemplo:
O transístor com a codificação BC 549 corresponde a um transístor constituído basica-
mente em silício uma vez que a primeira letra é “B”.
A Segunda letra “C” significa que o fabricante garante o bom funcionamento do transístor
como comutador.
A comutação feita por este transístor não deve ser feita com elevados fluxos de corrente
uma vez que o transístor é de baixa potência.
Por outro lado, o transístor não serve para funcionar em circuitos que funcionam com
altas frequências ajustando-se a frequência muito mais baixas, por exemplo audio fre-
quência, limitando o uso do transístor num receptor de rádio ou TV aos andares respon-
sáveis pela amplificação ou comutação a baixa frequência.
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.16
Transístor
Dentro da gama de transístores específicos para comutação existem dois subgrupos que
dividem os transístores de comutação rápida geralmente aqueles que funcionam predo-
minantemente em alta frequência (do inglês High – Switch), e os transístores de comuta-
ção lenta (do inglês Low – Switch).
3.3.3 – SIMBOLOGIA DE TRANSÍSTORES
Basicamente, existem dois tipos de transístores independentes.
Existem transístores de junção NPN e PNP.
Atendendo ao seu funcionamento, como já foi referenciado, os transístores NPN e PNP
possuem símbologias diferentes.
Analogamente aquilo que se passava no capítulo dos díodos, a disposição das pastilhas
semicondutoras dá ao transístor um funcionamento distinto e particular.
No caso do díodo o símbolo utilizado era:
Para o caso dos transístores a símbologia utilizada é:
Fig.3.23 – Simbologia de díodos
Fig.3.23 – Simbologia de díodos
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.17
Transístor
3.4 – MONTAGENS COM TRANSÍSTORES
3.4.1 – REGULADORES ELECTRÒNICOS DE CARGA DE BATERIAS
Os técnicos estudaram diversos tipos de reguladores electrónicos com o objectivo de
conseguir uma maior capacidade de suporte de calor, a ocupação dum espaço mais
limitado e consequentemente o peso, um fabrico mais facilitado e sobretudo a libertação
das partes mecânicas que estavam aliadas aos relés que tornavam a vida dos regulado-
res bem limitada bem como outros aparelhos eléctricos ligados à ignição como por
exemplo os platinados.
Os reguladores utilizam básicamente transístores e díodos zener.
Na figura 3.25 está representado um circuito que corresponde a um regulador de carga
de baterias com cinco transístores e em 3.26 apresenta-se o esquema electrónico cor-
respondente.
Analisando a figura 3.26 começamos por distinguir, em primeiro lugar, a posição da
bateria (1) e o conjunto das bobinas do alternador trifásico (2) ligadas à ponte de díodos
rectificadores (3).
Também se pode ver no ponto 4 o interruptor de contacto da chave.
Fig.3.25 – Constituição interna dum regulador electrónico
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.18
Transístor
O circuito entra em funcionamento quando se estabelece a ligação com a bateria atra-
vés do interruptor da chave (4) circulando corrente eléctrica através de todo o circuito.
A corrente gerada pela bateria (1) passa através do regulador atravessando em primei-
ro lugar, o fusível (F) de protecção polarizando a base do transístor T2 através da resis-
tência R1.
Neste momento, T2 entra em condução deixando fluir corrente eléctrica que passa do
colector para o emissor deste mesmo transístor através da resistência R2. Como conse-
quência o transístor T1 entra igualmente em condução permitindo que a bobina DE seja
polarizada ligando assim o rotor do alternador que começa a gerar corrente eléctrica
para a bateria tomando em conta que o veio rotor do alternador se encontra em movi-
mento.
Fig.3.26 – Esquema electrónico dum regulador de carga da bateria
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.19
Transístor
Ao mesmo tempo, a corrente positiva que entra através da resistência R3 permite a
polarização do conjunto de transístores (T3 e T4) onde praticamente toda a corrente
deste ramo atravessa o transístor T3 comandado pela resistência R7 e pelo díodo de
zener que tem como função pilotar a regulação da tensão da bateria. Nestas condições
a corrente que circula entre o emissor – colector do transístor T4 é praticamente nula e
a corrente de base deste transístor é bastante baixa graças ao conjunto de resistências
R4 e R5 e ao potenciómetro (P).
Assim o transístor T5 não tem corrente de polarização de base encontrando-se na
zona de funcionamento de corte permitindo que a corrente atravesse os transístores T2
e T1 de modo a que o alternador carregue a bateria ligando (DE).
Tudo o que foi dito encontra-se documentado na figura 3.27.
No momento que a bateria se encontra totalmente carregada aumenta a tensão nos ter-
minais do díodo de zener (ZN) como se pode ver na figura 3.28.
Fig.3.27 – Regime de carga da bateria
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.20
Transístor
Deste modo, quando a tensão aumenta acima de determinados limites, o díodo de zener
entra em condução permitindo a passagem de corrente que irá polarizar o transístor T3.
Como este transístor é do tipo PNP, ao receber a polarização positiva na sua base leva a
que o transístor entre na zona de funcionamento de corte, bloqueando.
Assim o transístor T4 é polarizado entrando à condução, alimentando o transístor T5,
que por sua vez põe o transístor T2 ao corte uma vez que a tensão na base de T2 dimi-
nui significativamente permitindo que o transístor T1 não conduza nenhuma corrente
desligando do circuito a bobina (DE) de excitação do alternador.
Quando a tensão da bateria diminui até determinado valor, o díodo de zener (ZN) deixa
de conduzir conduzir corrente eléctrica fazendo com que o transístor T3 fique polarizado
e por sua vez T4 deixe de conduzir, e assim T5 fica ao corte deixando o transístor polari-
zado pela corrente da resistência R1.
O transístor T1 é novamente polarizado conduzindo corrente eléctrica para a bobina DE
por forma que esta ponha o alternador em funcionamento e carregue novamente a bate-
ria.
Fig.3.28 – Funcionamento do regulador no regime de bateria totalmente carregada
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.21
Transístor
3.4.2 – IGNIÇÂO TRANSISTORIZADA
Este tipo de circuitos tem a grande vantagem sobretudo no seu reduzido tamanho em
comparação com o sistema de ignição por meio de platinados.
Neste momento a electrónica impera já o domínio da ignição dos motores a gasolina
exactamente pela razão em cima referida.
A figura 3.29 temos representado um esquema dum sistema de ignição simples por
transístores.
Como se pode ver, o circuito apresenta fundamentalmente três fases de funcionamento
determinados por blocos, são eles:
Sensor de impulsos (A)
Pré – amplificador (B)
Amplificador de potência (C)
Quando o sensor de impulsos se encontra em posição neutra sem alimentar o transístor
T1, ocorre que o transístor de potência (T4) está a trabalhar na zona de funcionamento
de condução de corrente que uma vez que a sua base se encontra polarizada positiva-
mente, permite a circulação de corrente através da resistência (R1) polarizando o enro-
lamento primário da bobina de ignição.
Por outro lado, no circuito pré – amplificador, a entrada de corrente pela linha positiva
+BAT alimenta a base do transístor (T2) através das resistências (R2) e (R3).
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.22
Transístor
Esta polarização positiva da base de (T2) permite a passagem de corrente desde a
resistência (R4) até ao ramo emissor- colector do transístor NPN e o contacto com a
massa através da resistência R5.
Quando se produz um sinal no sensor de impulsos em (A) com a rotação do veio – son-
da, a base do transístor T1 fica polarizado positivamente através da resistência (R6),
este transístor funciona agora na zona de condução circulando a corrente através das
resistências (R2) e (R5). Por sua vez o transístor T2 encontra-se na zona de corte. O
condensador C1 sofre uma descarga positiva que alimenta a base do transístor T3 pon-
do-o em condução, circulando neste momento, uma corrente que atravessa R1, passan-
do por T3 até à massa.
O transístor de potência T4 está na zona de funcionamento de corte não conduzindo
corrente entre o seu colector e o seu emissor.
Assim o enrolamento primário da bobina de ignição deixa de ser percorrida por corrente
eléctrica, sendo este o momento em que se produz indução magnética no enrolamento
secundário e consequentemente alta tensão que posteriormente passará ao distribuidor
e ás velas de ignição.
Fig.3.29 – Esquema electrónico simples de um sistema de ignição
B Preamplificador
C Amplificador de Potência
A Sensor de Implusos
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.23
Transístor
Quando o impulso positivo dado à base do transístor T1 termina, este transístor entra
na zona de funcionamento de corte e todo o sistema toma o funcionamento descrito de
inicio.
O ciclo continuará quando, de novo, o sensor de impulso detectar a passagem do veio
– sonda emitindo um impulso à base do transístor T1 e assim sucessivamente.
Os outros componentes tem interesse para o estudo em questão embora possuam um
papel secundário.
O condensador C2 funciona como um filtro bem como C3 que evitam a geração de
interferências geradas pela comutação dos transístores fazendo com que o circuito
electrónico trabalhe com deficiências.
Por outro lado, este circuito permite demonstrar a grande potencialidade da electrónica
que é traduzir um sinal de pequena amplitude como é o caso do sinal detectado pelo
sensor de impulsos, num sinal de amplitude superior por forma a comandar um transís-
tor de potência que liga ou desliga a bobina de ignição do circuito. O transístor substitui
assim o antigo platinado que como peça mecânica possui uma vida muito mais limita-
da.
3.4.3 – DETECTOR DE SONOLÊNCIA
De modo a conseguir aquilo que se considera a máxima segurança na condução dum
veículo, desenvolveu-se um dispositivo electrónico de aviso de situações de alto risco.
Para os condutores profissionais, que nem sempre cumprem a norma que diz respeito
ao número de horas ao volante, criou-se um sistema electrónico que tem como função
avisar o condutor dum modo luminoso e sonoro quando o condutor apresenta o mínimo
sintoma de sonolência.
Quanto tal acontece, verifica-se através da experiência que os músculos ficam mais
distendidos que o normal, sobretudo sobre os músculos das mãos e em consequência
a condutividade da corrente eléctrica através das mãos diminui.
Com este principio colocou-se duas fitas coladas ao volante, feitas de material condutor
onde uma delas é ligada à massa dentro da unidade electrónica.
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.24
Transístor
A figura 3.30 representa o conjunto dos elementos que formam este equipamento elec-
trónico.
A figura 3.31 representa a dis-
posição das fitas metálicas no
volante e o respectiva ligação à
unidade electrónica.
Verifica-se que uma das fitas
metálicas é ligada à massa
sendo a outra fita o sensor
principal do sistema.
Fig.3.30 – Conjunto dos sistemas electrónicos que formam o detector de sonolência
Ao distribuidor
Bobina
Buzina Interruptor de contacto
1 – Sensor muscular; 2 – Sensor muscular; 3 – Cabo de ligação á unidade electrónica; 4 – Cur-sor; 5 – Anel de colector; 6 – Cabo de contacto à massa.
Fig.3.31 – Disposição dos controlos do volante para o sensor de distensão muscular
À Unidade Electrónica
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.25
Transístor
Pela figura 3.30 temos um esquema geral de todos os elementos onde se situa o sensor
de distensão muscular (A) colocado no mesmo volante.
Em circunstâncias normais, as mãos do condutor permitem estabelecer a ligação eléctri-
ca entre as duas fitas ligando o sistema à massa neste ponto.
É de referir que a corrente eléctrica que percorre as mãos do condutor é bastante baixa
daí que o esquema electrónico deverá incluir um sistema amplificador que terá a função
de tornar esta corrente perceptível pelo sistema.
Para conseguir este objectivo dispõem-se de seguida na figura 3.32 o esquema electró-
nico.
O esquema da figura 3.32 marca a primeira fase de funcionamento do sistema quando o
condutor fixa normalmente as mãos no volante do veículo.
Fig.3.32 – Esquema electrónico do sistema
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.26
Transístor
Neste momento passa uma corrente eléctrica que atravessa a resistência variável R2 e
passa através das mãos do condutor até à massa, esta corrente apresenta um valor
bastante baixo (da ordem dos mili – amperes), como já foi dito, mas é suficiente para
polarizar a base do transístor T1 que agrupado ao transístor T2 aumenta a sensíbilidade
do sistema fazendo com que R4 seja percorrida por uma corrente eléctrica por forma
que a tensão na base do transístor T3 é baixa.
Consequentemente e como o transístor T3 não é polarizado e o restante circuito que ele
comanda não é accionado, portanto a lâmpada não acende, o buzzer não emite qual-
quer sinal sonoro e o relé não é accionado, permitindo a continuidade da bateria com o
sistema de ignição.
O potenciómetro R2 serve para regular a sensibilidade do sistema tornando-o mais ou
menos rápido na resposta à distensão muscular das mãos do condutor.
No momento em que o condutor apresenta sinais de cansaço ao volante a firmeza com
que ele agarra o volante diminui aumentando a resistência eléctrica entre as fitas metáli-
cas.
A corrente que anteriormente circulava em R2 até à massa baixa consideravelmente e o
transístor T1 deixa de ver a sua base polarizada uma vez que o contacto das mãos com
o volante constitui um circuito aberto.
Portanto o transístor T1 e consequentemente o transístor T2 deixam de conduzir.
Como se vê pela figura 3.33 a corrente eléctrica passa pelos pontos do circuito assinala-
dos com traço mais grosso, uma vez que o transístor se apresenta ao corte a tensão
entre a base e o emissor do transístor T3 aumenta de forma que este transístor fica
polarizado permitindo que a lâmpada acenda.
Através do díodo D1 circula uma corrente eléctrica que permite que o transístor T4 não
conduza encontrando-se na zona de corte.
O transístor T5 fica com a sua base polarizada porque T4 está ao corte aumentando a
tensão na base do transístor T5 que permite ligar o buzzer e accionar o relé,uma vez
que os componentes se encontram ligados em paralelo.
Uma vez o relé (7) accionado faz com que o sistema de ignição seja desligado da bate-
ria fazendo com que o motor pare nesse mesmo instante.
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.27
Transístor
Este sistema constitui assim um dispositivo de segurança do veiculo que vigia constante-
mente a condição física do condutor actuando sobre o funcionamento do automóvel
quando necessário.
3.5 – APLICAÇÕES PRÁTICAS COM TRANSÍSTORES
3.5.1 – TÉCNICA DE IMPULSOS
Os transístores podem ser utilizados para ligar ou desligar uma determinada carga a
uma fonte de tensão, com a vantagem sobre qualquer outro tipo de comutação mecâ-
nica, visto operar electricamente e ter uma resposta muito mais rápida.
Fig.3.33 – Esquema electrónico do sistema no momento em que o condutor apresenta sinais de cansaço
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.28
Transístor
No comutador mecânico quando ele está aberto, não flui corrente pela carga RL, no
entanto quando ele está fechado toda a tensão Vcc aparece aos terminais da carga RL.
O transístor de comutação tem as mesmas propriedades que o comutador mecânico.
Quando um transístor é usado como comutador é hábito dividir as suas zonas de fun-
cionamento em: região activa, região de corte e região de saturação.
Na região de corte, ambas as junções, a do emissor e a do colector polarizadas inver-
samente não havendo fluxo de corrente entre o emissor e o colector.
Nesta região, o transístor funciona abaixo da curva característica para IE = 0 em que
neste caso IE é a corrente do emissor.
Nos circuitos de comutação a região activa não tem interesse pratico uma vez que o
transístor situa-se normalmente na zona de corte ou na zona de saturação.
A região à esquerda de VCB =0 em que VCB é a tensão medida entre o colector e a base
do transístor e acima de IE = 0 é a zona de saturação.
Fig.3.34 – Circuitos simples de transístores como comutadores
Fig.3.35 – Curva característica do transístor apontando as regiões de funcionamento
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.29
Transístor
Nesta região, as junções de emissor e colector estão polarizadas directamente, sendo
portanto o momento em que há passagem de corrente através do transístor.
3.5.2 – CIRCUITO MONOESTÁVEL
O circuito monoestável é o circuito que tem somente um estado estável no qual pode
permanecer por um tempo indeterminado e tem um outro estado quase estável, no qual
pode permanecer um determinado tempo finito.
No circuito monoestável é necessário aplicar um impulso por meio de uma fonte exter-
na para que aquele faça uma transição do estado estável para o estado quase estável,
onde permanecerá um tempo bastante longo em comparação com o tempo de transi-
ção entre estados.
O circuito passará do estado quase estável para o estado estável com necessidade de
aplicar qualquer impulso exterior.
Assim quando se processa o disparo do circuito monoestável o mesmo volta ao estado
original por si próprio ao fim de um tempo T pelo que é conhecido como circuito univi-
brador.
Fig.3.36 – Circuito monoestável com transístores
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.30
Transístor
Para o estado quase estável (o transístor T1 a funcionar à condução e T2 ao corte), o cir-
cuito simplifica-se donde se obtém o circuito equivalente:
Para o instante t = 0 a tensão no condensador é dado por V(0) = Vcc + VcE onde VcE = 0
porque o transístor está a trabalhar na zona de saturação.
Ao aplicarmos um impulso aplicado no ponto D, o transístor T2 passa a zona de condu-
ção e consequentemente T1 passa ao centro.
Este estado permanece até que o condensador C descarregue toda a energia que adqui-
riu com o impulso.
Quando o condensador se descarregar, o transístor T1 passa a trabalhar novamente à
condução e T2 por sua vez volta a trabalhar ao corte, como de inicio.
Fig.3.37 – Malha do circuito monoestável
VD – Tensão na Base de T2
+ VCC
VD
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.31
Transístor
Como se vê pela figura na forma de onda gerada em VB2 (*) a curva ascendente e a sua
duração dependem do valor capacitivo do condensador conforme este armazene mais
ou menos caga durante o mesmo periudo de tempo
Fig.3.38 – Formas de onda em vários pontos do circuito
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.32
Transístor
Aplicações de circuito monoestavel
Este circuito tem aplicações em quase todos os dispositivos com memória podendo com-
plementar o sistema de comando do limpa pára brisas dum automóvel, e ainda poderá
fazer parte integrante da gestão electrónica do mesmo.
A figura 3.39 representa um esquema electrónico de um conta – rotações que tem
como sensor ou captador de impulsos uma pequena bobina que rodeia o cabo de alta
tensão da bobina.
Fig.3.39 – Esquema electrónico de um conta rotações com uma apli-cação dum circuito monoastável
Captador de impulsos
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.33
Transístor
Assim a corrente que percorre o cabo das velas gera um campo magnético que é detec-
tado pela bobina que rodeia o cabo. Por sua vez a bobina gera um impulso, por indução
magnética, que emite para o circuito electrónico (ver figura 3.40).
O transístor T1 entra em condução quando o motor está parado uma vez que a base
deste é polarizada negativamente e desta forma ele encontra massa a partir do díodo
D1.
Nestas condições o transístor T2 encontra-se igualmente ao corte porque tem polariza-
ção positiva.
Durante o funcionamento do sistema o transístor T1 é polarizado positivamente cada vez
que é detectado um impulso pelo sensor. Quando isto ocorre, o transístor T1 entra ao
corte mas permite que o transístor T2 entre na zona de condução e estabeleça corrente
para o aparelho M.
Por outro lado, quando o transístor T2 se encontra à condução, estabelece-se uma que-
da de tensão na resistência ligada ao seu colector (R8).
Fig.3.40 – Sensor de impulsos ligado ao cabo de alta ten-são da bobina
Ao conta – rotações
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.34
Transístor
O impulso situado no ponto A do circuito bloqueia o díodo D1 de modo que a corrente
de base de T1 não pode circular fazendo com que este transístor fique ao corte.
Na figura 3.41 pode ver-se com mais pormenor, um sistema com a mesma função que o
anterior utilizando um circuito monoestável.
Em primeiro lugar, a presença de um díodo de zener (DZ1) mantém a tensão de alimen-
tação a 8,2 volts para que todo o funcionamento do circuito não seja afectado por oscila-
ções de tensão.
O impulso que se produz no mili - amperímetro é sempre de duração e amplitude cons-
tantes.
Os conta – rotações modernos utilizam geralmente um circuito monoestável com o fim
de gerar os impulsos para o aparelho de medida.
Quando se pretende atrasar impulsos, de um determinado tempo (t), se aplicarmos um
impulso negativo através de um condensador na base do transístor T2, o qual estará a
saturação, passa ao corte ao fim de um determinado tempo, (atraso do impulso) temos
então, no colector do transístor T2 a passagem brusca do potencial Vcc para zero, o que
não é mais do que a resposta do circuito ao impulso aplicado, mas atrasada de um
determinado tempo (t), pretendido.
Fig.3.41 – Esquema dum circuito electrónico de um conta rotações
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.35
Transístor
3.5.3 – CIRCUITO ASTÁVEL
O circuito astável é aquele que não apresenta estados estáveis, isto é, por analogia com
o monoestável apresenta dois estados quase estáveis.
O circuito astável tem um comportamento bastante semelhante ao funcionamento do cir-
cuito monoestável. Este comportamento difere porque como se pode ver na figura 3.42,
existem agora dois condensadores ligados às bases dos transístores T1 e T2, ao contrá-
rio do circuito monoestável que só possui um condensador ligado a um dos dois transís-
tores.
Assim explica-se que a descarga do condensador marca o tempo de polarização da base
do transístor a que o condensador está ligado e consequentemente define o numero de
estados de funcionamento que o circuito pode ter.
No circuito astável, o condensador C1 (ver figura 3.42) tem carrega-se através da corren-
te que circula através das resistências R1 e Rc.
Neste momento o condensador C2 encontra-se carregado polarizando a base do tran-
sístor T2, conduzindo este corrente eléctrica (I2),por sua vez o transístor T1 não se
encontra polarizado estando na zona de funcionamento de corte.
Fig.3.42 – Circuito astável
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.36
Transístor
No estado seguinte a tensão Vb1 tende a aumentar e ao atingir determinado limite põe
o transístor T1 em condução e consequentemente T2 em corte.
O condensador C1 descarrega a sua energia armazenada sobre a base do transístor T1
e a condução deste permite a carga do condensador C2.
Quando C1 se descarrega o transístor volta a entrar em corte e o transístor T2 volta a
ser polarizado pelo condensador C2 estando em condução.
O circuito astável funciona de forma cíclica trocando as cargas e descargas dos conden-
sadores pelos transístores T1 e T2 indefinidamente até que a tensão de alimentação
seja suficiente para manter o circuito em funcionamento, por isso este circuito toma mui-
tas vezes o nome de multivibrador.
Este circuito gera ondas quadradas como se pode ver pela figura 3.43 cuja frequência
podemos variar pelo que o circuito estável pode ser utilizado como modulador, sendo
para isso necessário aplicar-lhe uma tensão variável V.
Fig.3.43 – Formas de onda do circuito astável medidos em vários pontos
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.37
Transístor
Pode ainda ser utilizado como circuito de comando duma gestão de ignição electrónica
ou unicamente como gerador de ondas quadradas ou rectangulares dependente dos
valores das capacidades e das resistências que fazem alongar ou encurtar os estados.
Aplicações de circuito astável
O circuito astável tem um papel importante em circuitos auto no que diz respeito a circui-
tos de comando do pisca-pisca pois não necessita de relés nem de qualquer aparelho
com base mecânica como se apresenta na figura 3.44.
Fig.3.44 – Esquema electrónico de um sistema de comando dos piscas
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.38
Transístor
Fig.3.45 – Esquema elaborado do circuito de comando de piscas usando um circuito astável
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.39
Transístor
3.5.4 – CIRCUITO BIESTÁVEL
O circuito biestável é aquele que apresenta dois estados estáveis, podendo existir inde-
finidamente em cada um dos estados, só mudando de estado, por uma transição abrup-
ta quando lhe é aplicada uma excitação ou um impulso exterior.
O circuito seguinte constitui aquilo que normalmente se designa por flip-flop.
Se designarmos um dos estados por estado 1, o qual corresponde a estar por exemplo
o transístor T2 a conduzir e o transístor T1 cortado. (Quando T2 está à saturação a ten-
são do colector é próxima de zero).
Para passar ao estado 2, o qual corresponde a termos T1 na saturação e reciprocamen-
te T2 ao corte, (para desbloquear T1) é necessário aplicar um sinal exterior na base, isto
é, um impulso negativo.
O circuito da figura 3.46, utiliza-se com os dispositivos activos, isto é, dois transístores
NPN:
Fig.3.46 – Circuito biestável
Impulso Impulso
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.40
Transístor
Quando injectarmos um impulso negativo na base do transístor T2, equivale a colocar-
mos o mesmo na zona de corte desligando o circuito que a ele está agregado.
Passará só a haver corrente no transístor T1 e todo o circuito que está agregado a ele,
como se apresenta na Figura 3.47.
Neste momento a tensão entre o colector e o emissor do transístor T1 é praticamente
nula porque o transístor se encontra na zona de condução existindo um fluxo de corren-
te eléctrica através dele.
Todo o restante circuito se encontra “inerte” no momento.
Quando ligamos um impulso negativo na base do transístor T1 este passa imediatamen-
te a funcionar na zona de corte, cortando todo o fluxo de corrente que por ele passa.
Neste momento o transístor T2 entra em funcionar na zona de saturação pois o impulso
expande-se através da resistência R2 que impondo uma diferença de potencial entre o
colector e o emissor do transístor T2 por forma a colocá-lo na zona de saturação fazendo
com que ele passe a conduzir corrente eléctrica.
Este circuito tem um uso bastante alargado em circuitos de comando electrónico funcio-
nando como interruptor.
O circuito biestável tem aplicação em quase todas as operações digitais de gestão elec-
trónica tal como circuitos de memória e em contadores.
Tem ainda larga aplicação como gerador de impulsos.
Fig.3.47 – Malha em funcionamento do circuito biestável
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.41
Transístor
3.5.5 – FONTES DE ALIMENTAÇÃO ESTABILIZADAS
A estabilidade nas fontes de alimentação D.C. tem por finalidade garantir aos terminais
de carga uma tensão constante, independentemente das variações que possa sofrer a
rede de alimentação, a tensão fornecida pelo rectificador e sistema de filtragem e o valor
de carga dentro de determinados valores.
Numa fonte de alimentação estabilizada podemos considerar dois blocos distintos: a rec-
tificação (de meia onda e de onda completa com transformador de ponto médio ou ponte
de díodos) na qual podemos incluir a filtragem e o circuito estabilizador.
Existem fundamentalmente dois tipos de estabilização: a estabilização série e a estabili-
zação paralelo, conforme o estabilizador fica situado em série ou em paralelo com a car-
ga a alimentar.
Fig.3.48 – Tipos de estabilização
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.42
Transístor
Estabilização Paralelo
Neste tipo de estabili-
zação o dispositivo
estabilizador é coloca-
do em paralelo com a
carga como referimos
atrás, sendo as varia-
ções de tensão com-
pensadas pela queda
de tensão na resistên-
cia R.
O dispositivo mais largamente utilizado, neste tipo de estabilização é o díodo de zener
como já foi visto no capítulo respeitante a díodos.
Estabilização Série
Este tipo de estabilização caracteriza-se pelo facto de o dispositivo estabilizador ficar em
série com a carga a alimentar.
O funcionamento sumário deste tipo de estabilização consiste no facto de o dispositivo
estabilizador apresentar uma resistência variável que vai compensar as variações de
tensão de entrada ou a variação da corrente na carga, de modo a determinar uma ten-
são constante na saída.
O elemento geralmente utilizado como estabilizador é o transístor aproveitando-se o fac-
to da sua resistência entre colector e emissor variar a corrente aplicada à sua base.
Fig.3.49 –Estabilização paralelo
Fig.3.50 – Estabilização série
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.43
Transístor
No circuito da figura 3.50 apenas temos o elemento que se destina a estabilizar e con-
sequentemente a regular a tensão de saída através de tensão de referência fornecida
pelo díodo de zener.
3.5.6 – A MONTAGEM DARLINGTON
Para potências demasiado ele-
vadas, muitas vezes existe difi-
culdade, e em muitos casos até
impossibilidade, de referenciar
um certo tipo de transístores
uma vez que a corrente que se
destina a circular através deles é
bastante elevada.
Para estes casos existe como
alternativa a montagem Darling-
ton.
A figura 3.51 representa o tipo
de montagem Darlington com
dois transístores.
Com o objectivo em aumentar o
rendimento do transístor, ganho
de corrente e tensão recorre-se
à montagem Darlington onde os
dois transístores repartem a
potência que se pretende ali-
mentar.
Outro modo de caracterizar este tipo de montagem é montagem em cascata.
Fig.3.51 – Montagem de transístores em cas-cata tipo Darlington
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.44
Transístor
Podem-se assim agrupar dois ou mais transístores com o objectivo de conseguir contro-
lar melhor cargas de elevada potência.
3.6 – CIRCUITOS BÁSICOS AMPLIFICADORES E TRANSÍS-TORES
Vamos considerar o transístor usando-o num circuito eléctrico simples como amplifica-
dor.
Como referimos atrás, dos três modos de funcionamento referidos – Base comum; Emis-
sor comum e Colector comum, ficou estabelecido que o ganho de corrente em base
comum é praticamente unitária e que em emissor comum, especialmente, e colector
comum, o mesmo ganho é alto dependendo porém do tipo de transístor.
Na prática utiliza-se mais vulgarmente a montagem em emissor comum por ser aquele
que apresenta melhores ganhos de corrente e tensão.
Fig.3.52 – Montagem de transístores em cascata tipo Darlington múltiplo
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.45
Transístor
Numa primeira análise vamos estudar as condições do transístor em corrente contínua
como se apresenta na figura 3.52.
O circuito da figura 3.52 pretende representar um andar dum circuito amplificador no
que diz somente respeito à polarização em corrente contínua.
Note-se que o transístor obteve a mesma técnica de polarização utilizada quando
referimos o circuito em emissor comum.
Note-se também que as resistências R1 e R2 servem de divisor de tensão para polariza-
ção de base do transístor.
Desta forma o transístor está polarizado e por ele fluem correntes eléctricas que são res-
ponsáveis pela elevação de amplitude da onda de saída do andar amplificador.
Sem polarização em corrente contínua o transístor não amplifica.
Fig.3.53 – Exemplo dum circuito dum patamar amplificador composto por uma mon-tagem em emissor comum sendo este o circuito de polarização em ten-são continua
Fig.3.54 – Aumento da amplitude da sinusoide feito pelo módulo amplificador
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 3.46
Transístor
Injectando um determinado sinal na base do transístor polarizado este sinal aproveita
parte de tensão de polarização por forma a ver a sua amplitude elevada.
O sinal AC é introduzido na base e sai do colector através de condensadores de
modo que as condições de polarização DC não são de qualquer modo afectados
pelo sinal do circuito exterior.
Para evitar perdas do sinal de entrada AC através da resistência de emissor, esta última
é curto-circuitada por um condensador de largo valor capacitivo, por forma a que o sinal
AC apareça directamente entre a Base e o Emissor do transístor.
Fig.3.55 – Circuito amplificador global
AC Entrada
AC Saída
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 4.1
Outros Tipos de Transístores
4 – OUTROS TIPOS DE TRANSÍSTORES
4.1 – O TRANSÍSTOR DE UNIJUNÇÃO, UJT
O transístor de unijunção é um dispositi-
vo com três terminais, cuja principal
característica é exibir uma zona de resis-
tência negativa.
Essa característica confere ao dispositi-
vo propriedades importantes aplicáveis
no projecto de circuitos de comando
mais simples do que com outros disposi-
tivos.
O transístor de unijunção quando está
ao corte, apresenta uma resistência
interna bastante elevada.
O transístor de unijunção é um dispositi-
vo ideal para circuitos de temporização,
circuitos de disparo, sobretudo oscilado-
res, sensores e dispositivos de controlo
de potência.
O transístor é constituído por uma barra de cristal semicondutor Tipo N, no qual está
implantada uma pequena zona de Tipo P.
Nas extremidades da barra estão ligados os dois eléctrodos que constituem a base 1 e
base 2. Na zona do tipo P está ligado o eléctrodo do emissor.
A construção básica e o símbolo de representação é mostrado na figura 4.2.
B1 = base 1
B2 = base 2
E = Emissor
Fig.4.1 – Transístor de unijunção
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 4.2
Outros Tipos de Transístores
Uma junção PN é formada numa parte da região Tipo N de silício entre os terminais B e
C.
Podemos seguir o funcionamento através da figura 4.3.
Fig.4.2 – Constituição do transístor de unijunção
Junção PN
Base 2
Base 1
Emissor Emissor
Fig.4.3 – Funcionamento do transístor de unijunção
Forma de onda de saída
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 4.3
Outros Tipos de Transístores
A junção PN torna-se directamente polarizada e uma alta concentração de lâminas é
injectada na região do Tipo N que irá provocar uma corrente para o eléctrodo C.
A resistência desta região irá assim descer, devido à presença de uma alta densidade de
portadores, e portanto parte da tensão (VBC) cairá através da região tipo N, mesmo
admitindo que a corrente através da região aumente.
Assim, a resistência negativa da região ocorre entre o emissor (E) e o colector (C), como
se ilustra pelo gráfico da figura 4.4.
Designa-se por região de resistência negativa, uma vez que para um aumento de ten-
são, a corrente desce.
O transístor de unijun-
ção, permite a realização
de geradores de impul-
sos muito simples e
geradores de formas de
onda não sinusoidal.
Fig.4.4 – Curvas características tensão-corrente do transístor de unijunção
Região de saturação
Vale Região de resistência Negativa
Pico
Tensão de Emissor Cor
rent
e do
em
isso
r
Cor
rent
e
Tensão
Fig.4.5 – Circuito prático oscilador com transístor de unijun-ção
Saída
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 4.4
Outros Tipos de Transístores
O circuito da figura 4.5 permite
gerar impulso com determina-
da largura de banda e período,
impulsos esses que nos permi-
tem por à condução, dispositi-
vos tais como componentes de
comando ou componentes de
comutação.
Vejamos as formas de onda da
tensão nos vários pontos do
circuito.
Este tipo de transístor é em
muitos casos uma alternativa
aos circuitos monoestável e
astável possuindo a grande
vantagem da diminuição do
número de componentes no
circuito.
Na figura 4.7 apresentamos
um outro tipo de conta rota-
ções que utiliza um transístor
unijunção em substituição do
circuito monoestável como
vimos anteriormente.
Fig. 4.6 – Formas de onda medidos em diversos pontos do circuito
Fig. 4.7 – Esquema electrónico dum circuito conta rotações com um transístor unijunção
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 4.5
Outros Tipos de Transístores
Por outro lado, temos na figura 4.8 um circuito electrónico que permite ligar os piscas
em que o circuito de comando é igualmente um circuito com um transístor unijunção.
Analisando a figura 4.6, a forma de onda gerada em Vb2, a frequência pode ser variada
pela variação do valor do condensador e também pela regulação da resistência variá-
vel.
No circuito da figura 4.8 ligamos a saída do transístor unijunção (B2) à base de um tran-
sístor NPN pois a amplitude de oscilação gerada pelo transístor unijunção não é sufi-
ciente para fazer ligar o conjunto de lâmpadas. Por este motivo, o circuito da figura 4.8
terá de possuir um condensador com uma capacidade elevada para que a lâmpada
acenda e apague. Com a diminuição da capacidade em C o circuito irá oscilar com uma
frequência superior até um ponto que a lâmpada manter-se-à sempre acesa.
4.2 – TRANSÍSTOR DE EFEITO DE CAMPO (FET)
O transístor de efeito de campo é um dispositivo cujo controlo de corrente é feito à cus-
ta dum campo eléctrico.
Fig. 4.8 – Circuito de comando de piscas com transístor unijunção
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 4.6
Outros Tipos de Transístores
Existem dois tipos de transístores de efeito de campo:
Os de junção (FET, field effect transistors).
Os de Gate isolada, conhecidos por MOS (Metal – Óxido Semicondu-
tor).
Tal como os transístores convencionais de junção, também os transístores de efeito de
campo têm dois tipos de regiões, nomeadamente o canal N e o canal P.
O dispositivo FET é formado a partir duma barra de material semicondutor normalmente
de silício, na qual são injectadas impurezas de modo a torná-la do tipo N ou do tipo P,
daí a designação de canal n e canal p respectivamente.
Nos extremos dessa barra de silício são colocados os contactos puramente ohmícos
que vão constituir os terminais Drain e Source. Estes transístores têm um papel muito
determinante em circuitos de memória como veremos mais adiante.
Fig. 4.9 – Transístor de efeito de campo FET
D – Drain
S – Source
G – Gate
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 4.7
Outros Tipos de Transístores
4.3 – FOTOTRANSÍSTOR
Tal como referenciamos no ponto 2.6.2 respeitante ao capítulo sobre díodos também o
transístor tem um seu familiar que funciona com meios fotoeléctricos.
O fototransístor é um dispositivo
fotoeléctrico, cujo funcionamento
pode ser comparado basicamente a
um transístor NPN e PNP, dispondo-
se de uma zona translúcida na cáp-
sula, por onde pode ser iluminado
através dum feixe de luz, não tendo o
terminal de base ligado.
A pastilha semicondutora respeitante à base do transístor é composta por silício ou arse-
nito de gálio e impurezas por forma a ser sensível a qualquer feixe luminoso suficiente-
mente intenso.
A “corrente de base” é gerada simplesmente à custa do feixe que excitando a base do
transístor o põe de imediato na zona de condução.
Este tipo de transístor tem grande aplicação prática em circuitos sensores e detectores
de passagem e proximidade.
A geração de automóveis com controlo automático possui nos seus circuitos de controlo
de navegação sensores múltiplos, todos eles fabricados à custa de fototransístores.
Existe uma geração de fototransístores que possuem duas formas de polarização de
base do transístor.
Fig.4.10 - Fototransístor
C – Colector
E – Emissor
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 4.8
Outros Tipos de Transístores
Possuem um terminal que liga a base do transístor e admitem através duma janela, o
feixe luminoso como se apresenta na figura 4.9.
Os dispositivos fotoelécticos, tais como o fototransistor têm aplicações nos circuitos de
controlo devido ao isolamento que proporcionam.
Assim os chamados “opto – copler” que como o próprio nome indica fazem o acopla-
mento óptico de sinais, não são mais do que um fototransístor montados junto com o
díodo emissor de luz, Led (do inglês ligth emission diode) cujo símbolo se representa
do seguinte modo:
C – Colector B – Base E - Emissor
Fig.4.11 – Transístor fototransístor
Fig.4.12 – Opto - coplers
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 5.1
Tirístores
5 – TIRÍSTORES
Um dos componentes mais utilizados nos projectos electrónicos que envolvem controle
de potência, automatismos e temporização é o díodo controlado de silício mais conheci-
do por tiristor ou mais abreviadamente SCR (do inglês Silicon Controlled Rectifier).
Conhecer o princípio de funcionamento deste dispositivo semicondutor não significa
somente um acesso maior aos projectos que o envolvem como também a possibilidade
de criação de novos circuitos e aplicativos bastante interessantes.
O rectificador controlado de silício, é muitas vezes abreviado como SCR, é um compo-
nente rectificado que normalmente bloqueia o fluxo de corrente em ambas as direcções,
mas pode ser disparado de tal modo que a corrente fluirá no sentido directo, enquanto
se mantém bloqueado na direcção inversa, figura 5.1.
Esta característica permite o controlo dos períodos de rectificação, daí o seu nome.
Deste modo o seu funcionamento é muito semelhante ao da válvula electrónica conheci-
da por “Tiratrão”, este é muitas vezes denominado e correntemente conhecido como
tiristor.
Fig.5.1 – Curva característica tensão-corrente do tiristor SCR
Característica directa de condução
Impulso de disparo
Tensão directa de auto-restabelecimento
Característica directa de bloqueio
Tensão Inversa
Tensão de colapso
Cor
rent
e di
rect
a C
orre
nte
inve
rsa
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 5.2
Tirístores
O nome Tiristor é proveniente da palavra grega que significa uma porta. Então, exac-
tamente todos os componentes de quatro camadas (PNPN) com “gates” ou portas
tais como rectificadas controlados de silício, SCR, comutadores bidireccionais,
TRIACS, e interruptores controlados por gates, seriam chamados tiristores.
Contudo, a palavra tiristor começou a ser aceite nos últimos anos, como significando
um SCR.
Um tiristor é um comutador (ou interruptor) de material semicondutor que se apre-
senta vulgarmente como componente com três terminais.
O tiristor apresenta uma dissipação interna bastante baixa.
O tiristor unilateral SCR, e o comutador bilateral correntemente designado por TRIAC,
são frequentemente montados numa caixa como se ilustra pela figura 5.2.
O tiristor tem três ligações onde o perno roscado corresponde ao ânodo, o terminal
mais largo saliente da caixa é o cátodo, e o mais estreito é a gate.
Fig.5.2 – Exemplo prático dum tiristor e respectiva simbologia
Perno
Tiristor
Triac
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 5.3
Tirístores
Existem porém outros tipos de
tiristores com constituição física
bastante semelhante aos tran-
sístores, neste caso o próprio
fabricante define o posiciona-
mento dos terminais através de
marcas no invólucro do compo-
nente.
O triac, por sua vez, é idêntico ao tiristor, excepto no caso do terminal mais largo salien-
te da caixa que é normalmente referido como sendo o terminal principal 1, MT1 (maior
terminal 1) e o perno será portanto o terminal principal 2, MT2.
5.1 - CARACTERÍSTICAS DO TIRISTOR
A característica estática típica dum tiristor, para ambos os estados, condução e corte é
a seguinte:
Fig.5.3 – Terminais do tiristor
Fig.5.4 – Regiões de funcionamento do tiristor SRC
Estado de
condução
Bloqueio directo
Máxima tensão inversa
Avalanche inversa
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 5.4
Tirístores
Analisando a figura 5.4, inicialmente a sua característica eléctrica no sentido directo é de
alta resistência, semelhante portanto à característica no sentido inverso, mas quando é
disparado torna-se de baixa resistência semelhante, portanto, à característica no sentido
directo de um rectificador de junção normal, neste momento o tiristor atinge o estado de
condução.
Uma vez no estado de condução, o componente irá manter-se nesse estado até que a
corrente principal que o atravessa seja reduzida a um valor de corrente bastante peque-
no.
Então ele regressará ao estado de bloqueio e manter-se-á bloqueado até surgir novo
disparo.
Com tensão inversa aplicada, a característica de corrente é semelhante à de um díodo
semicondutor polarizado inversamente.
Nesta região existe uma pequena corrente que vai aumentando com o aumento da ten-
são aplicada, podendo atingir valores elevados quando se atinge a máxima tensão inver-
sa, ou seja, tensão de avalanche inversa.
Quando polarizado directamente, se não tiver impulso de gate aplicado, circula no tiristor
uma pequena corrente de fuga até ser atingida a tensão Vbo (tensão de Breakover), ten-
são à qual o dispositivo passa rapidamente do estado de bloqueio ao estado de condu-
ção.
5.1.1 – TIPOS DE DISPARO DO TIRISTOR
O tiristor pode ser posto à condução por vários modos:
Pelo método convencional, ou seja, por impulso de gate, é-lhe aplicado
um impulso de tensão positivo que produz no tiristor uma corrente
superior à corrente de arranque.
Outra forma de por o tiristor à condução é efectuar também a comuta-
ção do componente para o estado de condução através do aumento
da tensão directa até que ocorra na junção, a tensão de rotura,
(tensão de breakover).
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 5.5
Tirístores
5.2 – OUTRAS CARACTERÍSTICAS
A característica do tiristor pode ser dividida em três zonas, ou sejam: Zona inversa,
zona directa sem corrente de gate e zona directa com corrente de gate.
5.2.1 – CARACTERÍSTICA INVERSA
A característica inversa corresponde ao tiristor estar polarizado inversamente, ou seja,
a junção J2 polarizada directamente e as junções J1 e J3 polarizadas inversamente, por-
tanto ao corte.
Na prática, toda a tensão fica aplicada na junção J1 pois esta apresentada uma resis-
tência inversa bastante elevada e muito maior que a junção J3.
A característica inversa do tíristor é em
tudo semelhante à de um díodo PN com
polarização inversa.
Fig.5.5 – Constituição interna do tiristor
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 5.6
Tirístores
5.2.2 – CARACTERÍSTICA DIRECTA SEM CORRENTE DE GATE
Quando se polariza o tiristor directamente, isto é, o ânodo positivo em relação ao cáto-
do, as junções J1 e J3 ficam polarizadas directamente à condução, e a junção J2 polari-
zada inversamente donde toda a tensão aplicada fica aos terminais daquela junção.
Neste caso não há corrente entre a ânodo e o cátodo existindo apenas corrente inversa
da junção J2.
5.2.3 – CARACTERÍSTICA DIRECTA COM CORRENTE DE GATE
Quando se aplica a corrente de gate, temos o tiristor a conduzir corrente eléctrica, pas-
sando a haver corrente na junção J2, pois além da junção J3 estar polarizada directa-
mente, temos os “transístores” N2P2N, em condução devido à corrente injectada pela
gate do tiristor. Mesmo quando o impulso eléctrico dado na gate do tiristor cessa, o tiris-
tor continua a conduzir corrente eléctrica.
5.2.4 – ESQUEMA EQUIVALENTE DO TIRISTOR
Quando se aplica a corrente de gate
temos o escoamento do tiristor, pas-
sando a haver corrente na junção J2,
pois além da junção J3 estar polariza-
da directamente, temos os
“transistores” N2 P2 N1 em condução
devido à corrente injectada pela gate
do tiristor.
Fig.5.6 – A montagem com transístores dispostos desta for-ma constituem o circuito equivalente do tiristor pos-suindo um comportamento teórico análogo ao SRC
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 5.7
Tirístores
5.3 – TIRISTOR GTO
Existe um tipo especial de tiristor, o chamado GTO, (gate-turn-off) constituído para
poder ser posto ao corte através da gate, com a aplicação de um impulso de corrente
negativo, é um tiristor específico para pequenas correntes, sendo em geral aplicado com
outros tiristores com outros tiristores servindo de comando e a estes.
É um dispositivo com três terminais,
tendo uma gate única onde são apli-
cados impulsos ora positivos ora
negativos consoante se quer por o
dispositivo à condução ou ao corte
respectivamente.
É representado em geral pelo símbo-
lo apresentado na figura 5.7.
5.4 – APLICAÇÕES PRÁTICAS COM TIRISTORES
O tiristor é um “díodo” e como tal tem a propriedade de conduzir a corrente num único
sentido. No entanto, a corrente que passa através de um tiristor pode ser controlada
externamente através duma gate.
O tiristor é externamente rápido e pode controlar correntes muito intensas a partir de
sinais muito fracos, o que o torna ideal em aplicações que envolvem sobretudo senso-
res.
Por exemplo, com uma corrente da ordem de 200 µA, apenas podemos controlar uma
corrente de 3 ou 4 A com facilidade, utilizando tiristores comuns.
Existem dispositivos electrónicos cujo funcionamento está dependente de tiristo-res que são os reguladores de carga de baterias.
A figura 5.8 mostra um esquema de um desses reguladores eletrónicos, onde a bobina de excitação do alternador (EXC) é ligada através dum tiristor.
Fig.5.7 – Tiristor GTO
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 5.8
Tirístores
Fazendo a analise do circuito da figura 5.8, o ramo de resistências que compõem um
divisor de tensão que em função da tensão da bateria (pontos + e -) polarizam a base do
transístor T1 através da tensão regulada no potenciómetro de ajuste.
O díodo de zenner regula a tensão presente na bateria. Acima de um determinado entra
em condução de maneira que o transístor T1 fique ao corte permitindo que o tirístor des-
ligue a bobina de excitação do alternador
A tensão que afecta o emissor do transístor T1é limitada a um determinado valor pelo
díodo de zener (DZ1).
Ao ser polarizado, o transístor permite a passagem de corrente eléctrica para a gate do
tiristor através do díodo D2 que serve de válvula unidireccional e a resistência R2 que
tem como função limitar a corrente para a gate do tiristor por forma a não o danificar.
5.4.1 – FUNCIONAMENTO BÁSICO EM CORRENTE CONTÍNUA
Para utilizar o tiristor num circuito de corrente contínua, alimentando-o por exemplo com
uma bateria, temos que fazer as ligações mostradas na figura 5.9.
Fig.5.8 – Esquema electrónico dum regulador de carga de bateria
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 5.9
Tirístores
O tiristor SCR é ligado da mesma forma que um interruptor comum, em série com a
carga (dispositivos controlados), por exemplo uma lâmpada, e também com a bateria
ou fonte de alimentação.
Nesta ligação deve ser observada a polaridade dos elementos principais do tiristor, ou
seja, o seu ânodo e o seu cátodo, pois ele só consegue conduzir a corrente num senti-
do, quando polarizado directamente, tal como acontece com o díodo.
Com a gate “G” desligada, o tiristor SCR comporta-se como um interruptor aberto, não
deixando passar corrente alguma, o que significa que a lâmpada permanecerá apagada
(ou a carga desactivada).
Para ligar o tiristor devemos polarizar a gate “G” com uma tensão positiva. Como a cor-
rente necessária ao disparo é muito pequena, é suficiente a ligação desta comporta a
qualquer ponto de potencial positivo através de uma resistência, com valor tanto mais
alto quanto maior for a sensibilidade do componente.
Com o objectivo de limitar a corrente de gate do tiristor é normal utilizarem-se resistências em série. Na figura 5.10 temos duas maneiras de fazer o disparo.
Fig.5.9
Carga (uma lâmpada, por exemplo)
Bateria SCR
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 5.10
Tirístores
Em a) a resistência é ligada ao terminal
positivo da bateria que alimenta o circuito
principal, através de um interruptor de
pressão.
Em b) temos uma fonte separada. Os
tiristores SCR precisam de uma tensão
mínima que varia 1,2 e 2,0 [V] para dis-
parar, sendo esta a tensão mínima desta
segunda fonte (B2).
Basta pressionar por um instante a chave
de disparo para que o SCR ligue e mes-
mo depois de desaparecido o impulso de
disparo, ele mantém-se em plena condu-
ção.
Para desligar o SCR temos duas possibi-
lidades:
Uma delas consiste em interromper por
um instante a corrente principal confor-
me, mostra a figura 5.11.
Fig.5.10 – Circuitos deisparo do tiristor
Interruptor de pressão
Carga
Corrente de disparo
Carga Interruptor de pressão
Corrente de disparo
Fonte auxiliar
Fig.5.11 – Formas de desactivar o funcionamen-to do tiristor SRC
Desligando por um momento o SCR desliga
Pressionando por um instante o SCR deslioga
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 5.11
Tirístores
5.4.2 – FUNCIONAMENTO BÁSICO EM CORRENTE ALTERNADA
A tensão da rede de alimentação é alternada, o que significa que a sua polaridade
inverte-se constantemente, havendo em cada inversão instantes em que ela é nula,
conforme se representa na figura 5.12.
Se ligarmos um SCR num circuito de corrente alternada, o seu comportamento será
diferente daquele que vimos anteriormente quando funcionava em corrente contínua.
O primeiro ponto a ser observado é que a tensão cai a zero em cada final de semiciclo,
o que significa que, se o SCR estiver a conduzir nesse instante, mas não tiver impulso
de disparo na sua gate, ele desligar-se-á.
Num circuito de corrente alternada, o SCR precisa ter um estímulo na sua gate, ou
seja, precisa estar com a gate constantemente polarizada positivamente, enquanto
desejarmos que ele conduza num determinado semiciclo.
Se isto não acontecer, o máximo que pode acontecer será o SCR conduzir apenas um
semiciclo inteiro, como se apresenta na figura 5.13.
Fig.5.12 – Funcionamento em corrente alternada
Ponto de máximo positivo Pontos em que a tensão é zero
Pontos de máximo negativo Semiciclo
Ciclo
Tempo
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 5.12
Tirístores
Fig.5.13– Funcionamento do tiristor em corrente alternada
Na rede de corrente alternada
Situação I
Situação II
Situação III
Semiciclo conduzido
O SCR não conduz este semiciclo
Parete do semiciclo conduzzido
Disparo do semiciclo negativo
Não há condução
Disparo no inicio do semiciclo
Disparo no meio do semiciclo
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 5.13
Tirístores
Outro ponto importante está no facto de que o SCR ser um díodo (controlável) e portan-
to só pode conduzir a corrente num sentido.
Isso significa que num circuito de corrente alternada ele só pode conduzir metade dos
semiciclos (apenas os positivos que conseguem por o tiristor à condução) como se
mostra na figura 5.14.
Um tiristor usado para controlar uma lâmpada, por exemplo num circuito de corrente
alternada só pode aplicar metade dos semiciclos, o que significa que ele tem um con-
trolo de 50% da potência.
Dizemos que o tiristor constituí um “controlo de meia onda” quando usado desta forma.
Para que o tiristor possa controlar os dois semiciclos, ou seja, o ciclo inteiro, existem
alguns artifícios interessantes que são mostrados na figura 5.15.
Fig.5.14 – Forma de onda de resposta do tiristor funcionando em corrente alternada
Para manter
o disparo
Tensão na rede
Tensão na carga aplicada pelo SCR
Fig.5.15 – Circuitos de comando simples de cargas por meio de tiristores
Díodo
Díodo Díodos
Carga Carga Sinal na carga
SCR SCR
Rede C.A. Rede
C.A.
Sinal na carga
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 5.14
Tirístores
O primeiro consiste em se fazer a sua alimentação a partir de um sistema de rectifica-
ção de onda completa com dois díodos, figura 5.15 a) em que temos um transformador
com tomada central.
No segundo circuito temos a utilização de uma fonte rectificadora com quatro díodos
que funcionam da mesma forma.
Na utilização dos SCR`s nos circuitos de corrente alternada existem cuidados importan-
tes que devem ser tomados:
Se tivermos um circuito de controle de potência em que os pulsos de disparo podem
ser tanto positivos como negativos, pois são aproveitados a partir da própria tensão
alternada da rede, devemos evitar que os pulsos negativos cheguem à gate do SCR.
Quando SCR estiver polarizado no
sentido inverso, ou seja, com o ânodo
negativo em relação ao cátodo, de
modo algum podemos aplicar um pul-
so negativo de disparo no SCR pois
isso poderá provocar a destruição
imediata do componente.
Para que tal não aconteça montamos geralmente um díodo em série com a gate do
tiristor como se apresenta na figura 5.16.
5.4.3 – DISPARO DA GATE DO TIRISTOR POR MEIO DE SENSORES
A corrente que pode disparar um SCR é geralmente muito pequena, o que significa que
estes dispositivos são muito sensíveis e podem ser ligados directamente a sensores.
O tipo mais comum de sensores que pode ser utilizado de modo directo no disparo de
um tiristor é o LDR. Este componente é, como já foi visto em electricidade básica, uma
resistência variável com o fluxo luminoso que nela incide.
Fig.5.16 – Protecção do tiristor
Carga
Do circuito de disparo
Díodo de protecção
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 5.15
Tirístores
No caso do circuito da figura 5.17 o LDR possui uma resistência com alto valor ohmíco
quando não existe qualquer feixe luminoso a incidir sobre a resistência estando o SCR no
estado de corte de corrente.
Quando se projecta um feixe luminoso no LDR, este passa a ter uma resistência de baixo
valor resistivo representando o potênciometro, um divisor de tensão, queligado à gate do
tiristor permite que este entre no estado de condução.
5.4.3.1 – DISPARO POR LUZ
O tiristor pode então activar um sistema de alarme, uma lâmpada ou outro qualquer dis-
positivo como mostra a figura 5.17.
Devemos lembrar que alimentando o circuito com a tensão de 12 [V], perdemos cerca de
2 [V] no tiristor uma vez que este não é ideal, de tal modo que na carga alimentada só
chegam 10 [V].
Fig.5.17 – Disparo da gate por meio de um LDR
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 5.16
Tirístores
Pela análise da figura 5.17 verificamos que o LDR é ligado junto a um potenciómetro
que serve de ajuste do ponto de sensibilidade.
Com fraca luminosidade o LDR apresenta uma resistência elevada. Ajustando R1 colo-
camos o seu cursor, ligado à gate do SCR num ponto em que a tensão obtida é insufi-
ciente para provar a corrente de disparo. Nestas condições o SCR mantém-se desliga-
do.
No momento em que a luz incide no LDR a sua resistência diminui permitindo que a
gate do tiristor seja percorrida por uma corrente suficiente para que o mesmo seja posto
em condução.
5.4.3.2 – DISPARO POR CORRENTE DO CORPO HUMANO
Os tiristores também podem ser disparados pela corrente que circula através do nosso
corpo quando tocamos no terminal correspondente à gate “G” do tiristor como se apre-
senta na figura 5.18.
Tocando por um instante no fio que liga a gate do tiristor, a corrente que circula entre o
positivo da alimentação passando pelo nosso corpo até à gate do componente é sufi-
ciente para provocar o seu disparo.
Fig.5.18 – Disparo dum tiristor por meio do contacto humano
Terra
Sensor
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 5.17
Tirístores
5.4.3.3 – CARREGADOR DE BATERIAS DE 12V 5A
O cuidado com a bateria do automóvel é essencial para que o veículo funcione adequa-
damente, especialmente no momento do arranque do motor.
Este cuidado deve ser dobrado quando o automóvel permanece parado durante um lar-
go espaço de tempo.
Em especial para aqueles que necessitam de recarregar a bateria frequentemente, fica
este projecto que se destina a carregar a bateria do automovel.
Pode carregar baterias de 12 V com uma corrente máxima de 5 A. O circuito apresenta
também um meio de medir a tensão aos extremos da bateria e proceder à carga da
mesma em função da corrente que atravessa M1(ver figura 5.19)
A tensão alternada presente aos terminais do transformador de alimentação deve estar
compreendida entre 15 e 18V.
Esta tensão é rectificada pela ponte rectificadora e é aplicada na sáida do SCR e ao cir-
cuito nivelador-estabilizador.
O circuito nivelador faz com que DL2 ou DL3 acendam conforme a tensão presente nos
terminais da bateria. O díodo DL3 sinaliza a descarga da bateria gerando um impulso
para o transístor TR2 o qual põe o tiristor na zona de condução.
Uma vez o tiristor SCR1 entrar à condução, a bateria receberá corrente de carga direc-
tamente da ponte rectificadora.
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 5.18
Tirístores
5.4.3.4 – SENSOR ESTRÓBOSCOPICO PARA ACERTO DO PONTO DE IGNIÇÃO DO MOTOR
Trata-se de um circuito relativamente simples onde os terminais (R) e (N) que ligam o
equipamento à bateria impondo a tensão de 12 volts no circuito.
Os transístores TR1 e TR2 constituem um circuito oscilador pela carga e descarga do
condensador C2 transformando assim a tensão contínua da bateria numa corrente alternada que serve de alimentação para o transformador (T1).
Este circuito alimenta o circuito primário do transformador (T1) e como se trata de um
transformador elevador de tensão, ao secundário gera uma tensão de cerca de 600 V
que serve de alimentação base da lâmpada estróboscopica (ver figura 5.20).
Os terminais (A) e (C) estão alimentados mas a lâmpada só acende com um impulso de
alta tensão gerado pelo transformador xenon que acompanha a lâmpada.
Este transformador é alimentado somente quando o tirístor SRC1 é posto em condução.
Fig.5.19 – Esquema electrónico de um carregador de baterias utilizando um tirístor
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 5.19
Tirístores
O disparo de gate do tirístor SRC1 é feito pelo impulso captado na saída do ponto de
alta tensão da bobina.
5.5 – CARACTERÍSTICAS DO TIRISTOR
Os SCR`s mais usados em projectos electrónicos são os da série 106 que podem apare-
cer com as seguintes denominações no mercado:
Fig.5.20 – Esquema electrónico de um sensor estróboscopico para acerto do ponto de ignição
TIC 106 (Texas Instruments) IR 106 (Internacional Rectifier)
MRC 106 (Motorola) C 106 (General Eectric)
Fig.5.21 – Tipos de caixas de tiristores
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes 5.20
Tirístores
Quando utilizamos um tiristor num projecto, além da disposição dos seus terminais, que
é mostrada na figura 5.21, também precisamos de conhecer suas características eléctri-
cas eléctrica que são:
Tensão Máxima: A tensão máxima normalmente é dada por uma letra ou número após o
tipo não podendo ser superada com o risco de destruição do componente.
Não podemos usar um SCR de 50 [V] num circuito onde a tensão predominante é 110 [
V].
Uma tolerância normal é usar um SCR que tenha especificação de tensão pelo menos o
dobro daquela que vamos usar.
Por exemplo, numa rede de 110 [V] usamos um SCR de 200 [V], na rede de 220 [V],
um SCR de 400 [V] e assim por diante.
A título informativo deixamos as especificações de alguns tiristores da série 106 – TIC
106 (Texas).
A corrente máxima admissível é de 5 amperes. Para os MCR 106 da Motorola:
Tipo Tensão (V)
TIC 106 A
TIC 106 B
TIC 106 C
TIC 106 D
TIC 106 E
TIC 106 M
TIC 106 S
TIC 106 N
100
200
300
400
500
600
700
800
Tipo Tensão (V)
MCR 106 - 1
MCR 106 - 2
MCR 106 - 3
MCR 106 - 4
MCR 106 - 6
30
60
100
200
400
BIBLIOGRAFIA
A .Silva Pereira, Mário Águas, Rogério Baldaia- Electrónica Volume1 -10oano de esco-
laridade Porto Editora.
A. Silva Pereira, Mário Águas, Rogério Baldaia -Electrónica volume 2 -10oano de es-
colaridade Porto Editora.
Antonio Pinto, Vitor Alves -Tecnologias 1 QoAno de escolaridade Porto Editora.
Antonio Pinto, Vitor Alves -Tecnologias 11° Ano de escolaridade Porto Editora.
Antonio Pinto, Vitor Alves -Tecnokogias 12° Ano de escolaridade Porto Editora.
MALVINO- ELECTRáNICA VOLUME 1 MCGRAW HILL
Hubert, G. -ELECTRICITE ET CIRCUITS ELECTRIQUES, E. T.A.I.
CHAMBEAU PAUL, -L 'Electronique automobile Notions de base E.T.A.I.
E. Duffy James -Auto Electricity and Electronics Technology GoodHeart Willcox.
Egas Branco; Reis Silva -Electrónica Digital Dina Livro
A de Sã -Electronics for Scientists -Prentice Hall
Redaccion de Editec I Rede -La Electronica aplicada ai Automovil, Rede
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes S.1
Pós-Teste
PÓS-TESTE
Em relação a cada um dos exercícios seguintes, são apresentados 4 (quatro) respostas
das quais apenas 1 (uma) está correcta. Para cada exercício indique a resposta que
considera correcta, colocando uma cruz (X) no quadradinho respectivo.
1 – O átomo de alumínio tem na sua terceira e última orbita.
2 – A órbita de valência de um átomo é aquela que permite relacionar-se com outras órbitas de outros átomos.a)
A órbita de valência é:
a) 1 electrão.............................................................................................. □ b) 2 electrões............................................................................................ □
c) 3 electrões............................................................................................ □
d) 4 electrões............................................................................................ □
a) A órbita da 1ª camada de electrões..................................................... □ .b) A órbita da 2ª camada de electrões.................................................... □
c) A órbita da 3ª camada de electrões...................................................... □
d) A órbita da última electrões.................................................................. □
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes S.2
Pós-Teste
3 – Os átomos dos materiais semicondutores, nomeadamente do germânio e do sílicio têm:
4 – O germânio a temperatura próximas dos 0º Kelvin conduz a corrente eléctrica de:
a) 2 electrões de valência......................................................................... □ b) 4 electrões de valência......................................................................... □
c) 8 electrões de valência......................................................................... □
d) 12 electrões de valência....................................................................... □
a) 0 amperes............................................................................................ □ b) 1,5 amperes......................................................................................... □
c) 4 amperes............................................................................................ □
d) 10 amperes........................................................................................... □
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes S.3
Pós-Teste
5 – A corrente eléctrica num semicondutor é feita por:
6 – Para se dopar um semicondutor do tipo P, que tipo de impurezas são utiliza-
das?
a) Electrões que vão do pólo negativo para o pólo positivo da bateria.... □ b) Lacuna que vão do pólo positivo para o polo negativo da bateria....... □
c) Electrões que vão do pólo positivo para o negativo e lacunas que vão do pólo negativo para o pólo positivo.......................................... □
d) Electrões que vão do pólo negativo para o pólo positivo e lacunas que vão do pólo positivo para o pólo negativo................................... □
a) Silício, Germânio, Alumínio.................................................................. □ b) Cloro, Sódio, Magnésio........................................................................ □
c) Boro, Gálio, Índio.................................................................................. □
d) Ferro, Cobre, Alumínio......................................................................... □
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes S.4
Pós-Teste
7 – Para se dopar um semicondutor do tipo N, que tipo de impurezas são utiliza-
das. 8 – A corrente eléctrica num material semicondutor tipo P é feita na maioria por:
a) Silício, Germânio ; alumínio.................................................................. □ b) Antimónio, Fósforo, Alumínio............................................................... □
c) Boro, Gálio, Índio.................................................................................. □
d) Ferro, Cobre, Alumínio......................................................................... □
a) Electrões............................................................................................... □ b) Lacunas................................................................................................ □
c) Protões................................................................................................. □
d) Neutrões............................................................................................... □
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes S.5
Pós-Teste
9) A corrente eléctrica num material semicondutor tipo N, é feita na maioria por: 10) A junção PN constitui aquilo que se chama de díodo. O que acontece quando o
díodo é polarizado directamente e ligado em série com uma lâmpada?
a) Electrões............................................................................................... □ b) Lacunas................................................................................................ □
c) Protões................................................................................................. □
d) Neutrões............................................................................................... □
a) A Lâmpada não acende....................................................................... □ b) A lâmpada acende................................................................................ □
c) Nada acontece...................................................................................... □
d) O díodo aquece e a lâmpada não acende........................................... □
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes S.6
Pós-Teste
11) O que acontece quando o díodo é polarizado inversamente e ligado em série
com uma lâmpada.
12) Como se comporta o díodo quando polarizado directamente.
a) A Lâmpada não acende....................................................................... □ b) A Lâmpada acende.............................................................................. □
c) Nada acontece...................................................................................... □
d) A lâmpada pisca................................................................................... □
a) Não conduz corrente eléctrica.............................................................. □ b) O fabricante não permite que o componente seja polarizado desta
forma................................................................................................... □
c) Conduz corrente eléctrica..................................................................... □
d) Por vezes conduz corrente eléctrica.................................................... □
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes S.7
Pós-Teste
13) Quantos terminais tem um díodo? Como se chamam. 14) O díodo de Zenner ligado inversamente:
a) Dois, cátodo e base.............................................................................. □ b) Dois, ânodo e colector.......................................................................... □
c) Dois, cátodo e ânodo............................................................................ □
d)Três, base, colector e emissor.............................................................. □
a) Não conduz.......................................................................................... □ b) Conduz................................................................................................. □
c) Queima................................................................................................. □
Conduz quando atinge a tensão de Zenner............................................. □
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes S.8
Pós-Teste
15) Quantos terminais de ligação tem um transístor? 16) Quais os nomes que se dão aos pinos dos transístores?
a) Um ou três consoante o tipo................................................................. □ b) Três...................................................................................................... □
c) Dois....................................................................................................... □
d) Quatro................................................................................................... □
a) Emissor, colector, base, cátodo........................................................... □ b) Emissor, colector ,base, ânodo............................................................ □
c) Emissor, colector.................................................................................. □
d) Emissor, colector e base...................................................................... □
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes S.9
Pós-Teste
17) Os transístores podem ser do tipo: 18) Um díodo de silício começa a conduzir quando determinada voltagem lhe é
aplicada no modo de polarização directa, qual o valor mínimo dessa volta-gem?
a) PNP ou MPP........................................................................................ □ b) PNP ou NPM........................................................................................ □
c) PNP ou NPN......................................................................................... □
d) PPN ou NPP......................................................................................... □
a) 0,2 Volts................................................................................................ □ b) 0,7 Volts................................................................................................ □
c) 1,5 Volts................................................................................................ □
d) 12 miliVolts........................................................................................... □
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes S.10
Pós-Teste
19) Qual é a função de um transístor aplicado no estágio de saída de um módulo electrónico?
20) O condensador:
a) Amplificar.............................................................................................. □ b) Pdistribuir.............................................................................................. □
c) Rectificar............................................................................................... □
d) Comutar................................................................................................ □
a) É um semiconduto................................................................................ □ b) Tem uma armadura.............................................................................. □
c) Armazena energia................................................................................ □
d) Todas estão correctas.......................................................................... □
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes S.11
Pós-Teste
21) Quando se liga um transístor, qual é a junção que fica directamente polariza-da?
22) Quais são os díodos que estão directamente polarizados?
a) Emissor e base..................................................................................... □ b) Colector e emissor................................................................................ □
c) Colector e base..................................................................................... □
d) Colector, emissor e base...................................................................... □
a) A e C..................................................................................................... □ b) B e C..................................................................................................... □
c) B e D..................................................................................................... □
d) D e C.................................................................................................... □
Corrigenda do Pós Teste
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes S.12
CORRIGENDA DO PÓS-TESTE
Nº de Perguntas Resposta Certa
1 C
2 D
3 B
4 A
5 D
6 C
7 B
8 B
9 A
10 B
11 A
12 C
13 C
14 D
15 B
16 D
17 C
18 B
19 D
20 C
21 A
22 A
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes C.1
Exercícios Práticos
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
EXERCÍCIO N.º 1 - Medição de díodos e transístores com o múltímetro - MEDIÇÃO DE DÍODOS E TRANSÍSTORES COMO MULTÍMETRO , REALIZANDO AS TARE-
FAS INDICADAS EM SEGUIDA, TENDO EM CONTA OS CUIDADOS DE HIGIENE E SEGU-RANÇA.
EQUIPAMENTO NECESSÁRIO - DÍODOS - TRANSÍSTORES - MULTÍMETRO DIGITAL - SUPORTE DE MATRIZES PARA SIMIULAÇÃO DE CIRCUITOS
TAREFAS A EXECUTAR 1 – TESTES DE CONTINUIDADE COM DÍODOS. 2 – TESTES DE CONTINUIDADE COM DÍODOS DE ZENNER. 3 – TESTES DE CONTINUIDADE COM TRANSÍSTORES. 4 – TESTES DE CONTINUIDADE COM TIRISTORES. 5 – MONTAGENS COM PONTES RECTIFICADORAS DE DÍODOS. 6 – MONTAGENS COM TRANSÍSTORES. 7 – MONTAGENS COM TIRISTORES.
Tecnologia dos Semicondutores – Componentes C.2
Guia de Avaliação dos Exercícios Práticos
GUIA DE AVALIAÇÃO DOS EXERCÍCIOS PRÁTICOS
EXERCÍCIO PRÁTICO Nº 1: Medição de díodos e transístores com o multí-metro
TAREFAS A EXECUTAR NÍVEL DE
EXECUÇÃO
GUIA DE
AVALIAÇÃO
1 – Testes de continuidade com díodos.
2
2 – Testes de continuidade com díodos de Zenner.
2
3 – Testes de continuidade com transístores.
3
4 – Testes de continuidade com tiristores.
3
5 – Montagens com pontes rectificadoras de díodos.
3
6 – Montagens com transístores.
3
7 – Montagens com tiristores.
4
CLASSIFICAÇÃO 20