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9 4 1973 Junho EDITORIAL - Equipe, pequena "Ecclesia" . . p. Simplicidade , humildade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 4 Família, instituição ameaçada . . . . . . . . . . . . . p. 7 A ascese no plano da vida espiritual e religiosa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 9 Regressa ao Canad á o Pe . Melanson . . . . . . p. 13 O mistério da graça no amor . . . . . . . . . . . . . p. 14 O telefonema do Senhor . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 16 As empregadas e o INPS . . . . . . . . . . . . . . . . p. 17 férias nas Equipes? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 20 Porque sou catequista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 21 Curso de catequese em Campinas . . . . . . . • . . p. 22 Obrigado, Senhor! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 23 O encontro em São Paulo e a vig ília de oração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 25 Encontro de pilotos em São Carlos . . . . . . . . . p. 27 Notícias da Região Guanabara . . . . . . . . . . . . . p. 29 N olícias da Região Sul . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 30 Retiros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 31 Oração para a próx;ma reunião . . . . . . . . . . . p. 32

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9 4 1973

Junho

EDITORIAL - Equipe, pequena "Ecclesia" . . p. Simplicidade, humildade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 4 Família, instituição ameaçada . . . . . . . . . . . . . p. 7 A ascese no plano da vida espiritual e

religiosa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 9 Regressa ao Canadá o Pe. Melanson . . . . . . p. 13 O mistério da graça no amor . . . . . . . . . . . . . p. 14 O telefonema do Senhor . . . . . . . . . . . . . • . . . . . p. 16 As empregadas e o INPS . . . . . . . • . . . . . . . . . p. 17 Há férias nas Equipes? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 20 Porque sou catequista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 21 Curso de catequese em Campinas . . . . . . . • . . p. 22 Obrigado, Senhor! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 23 O encontro em São Paulo e a vigília de

oração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 25 Encontro de pilotos em São Carlos . . . . . . . . . p. 27 Notícias da Região Guanabara . . . . . . . . . . . . . p. 29 N olícias da Região Sul . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 30 Retiros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 31 Oração para a próx;ma reunião . . . . . . . . . . . p. 32

Revisão, Publicação e Distribuição pela Secretaria das

Equipes de Nossa Senhora no Brasil.

04530 - Rua Dr. Renato Paes de Barros, 33 - Te!.: 80-4850

04530 - SAO PAULO, SP.

- somente para distribuição interna -

EDITORIAL

EQUIPE, PEQUENA "ECCLESIA"

- Não quer o Sr. vir falar a todas as nossas equipes reunidas?

- Sobre que assunto? Meu interlocutor reflete um instante, olha-me com um sor­

riso um tanto malicioso e responde: "Suponhamos, Padre, que o Sr. viesse a morrer no dia seguinte ao de nosso Encontro; que assunto gostaria de ter abordado uma última vez, antes de deixar os casais de suas equipes"?

Fico agradecido a este equipista por uma tal resposta. Ela me obrigou, não somente a meditar sobre a morte, mas também a fazer desfilar na minha mente os assuntos que considero os mais importantes para serem abordados ante um auditório de equipistas:

- a espiritualidade conjugal: caminho para Deus, próprio dos cristãos casados;

- os Estatutos: o documento que dava ao Movimento, há já 25 anos, a sua orientação espiritual, a sua estrutura, os seus métodos;

- a equipe, vitória da caridade: objetivo de tantas equipes; - a psicologia dos pequenos grupos: quais as condições para

que um grupo efetue a sua coesão e mantenha o seu impulso para o objetivo visado;

- o aprofundamento da fé: nestes tempos em que se acha tão ameaçada;

- a missão das Equipes de Nossa Senhora na Igreja de hoje.

Cada um destes assuntos, um após outro, pareceu-me impor­-se como essencial. Finalmente optei por outro. Na véspera da morte, dispondo de pouco tempo, não podendo tudo dizer, é pre­ciso deixar um testamento espiritual, considerações que abordem o essencial. E decidi falar no significado cristão de uma reunião de equipe. Explico-me.

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A reunião de uma equipe não deve ser definida apenas pela sua estrutura, seu espírito, a amizade de seus membros, o de­sejo de fazer dela uma etapa na procura de Deus. É preciso reconhecer antes de tudo a sua substância sobrenatural e o seu mistério. Com efeito é, ou deveria ser, uma realidade toda di­ferente de uma reunião simplesmente humana. Podemos com­preendê-la a partir dos versículos de São Mateus: "Se dois ou três, com efeito, se reunirem em meu Nome, eu estou no meio deles" (Mat. 18, 20). "Assim, digo-vos em verdade, se dois den­tre vós, na terra, unirem as suas vozes para pedir o que quer que seja, isto lhes será concedido por meu Pai que está nos céus" (Mat. 18, 19) .

Há aí, em meio a esses casais reunidos numa sala, a intensa presença do Ressuscitado, vivo, atento a todos, amando cada um tal como é, com seu mal e o seu bem, ansioso por ajudá-lo a ser tal como Ele o quer. Ele está ali, como na noite da Páscoa, no cenáculo de Jerusalém, quando apareceu de repente aos olhos destes outros equipistas: os apóstolos. Soprou sobre eles, dizen­do: "Recebei o Espírito Santo". E tornaram-se homens novos.

Jesus Cristo, em meio aos casais, não deixa de insuflar o seu Espírito. E aqueles que se abrem a este Sopro - é pouco a pouco que aprendemos a fazê-lo - tornam-se os homens deste Espírito. E a reunião se desenrola, animada pelo Espírito. A estes homens e a estas mulheres que, no final de uma penosa jornada, chegam às vezes esgotados, angustiados pelas suas preo­cupações, o Espírito comunica a dupla paixão de Cristo: sua im­paciência pela glória do Pai, sua ardente e doce piedade por essas multidões "que são como ovelhas sem pastor".

Acabo de mencionar, não aquilo que sempre acontece, mas sim o que deveria ser. Porquanto uma reunião de equipe que não é, antes de tudo, esforço em comum para encontrar Jesus Cristo, é outra coisa muito diversa de uma reunião de equipe de N assa Senhora.

Encontrar Jesus Cristo, isto quer dizer, antes de tudo, estar à escuta daquele que sabemos estar ali presente. Ora Ele nos fala através das Escrituras- por isso amamos a Palavra de Deus. Ele nos fala pelos ensinamentos que a Igreja pouco a pouco ela­borou, na sua meditação da Bíblia. Ele fala do fundo do coração deste irmão ou desta irmã, mas é preciso muitas vezes compre­ender além das palavras. Ele fala de diferentes maneiras atra­vés da reunião, mas é preciso ainda ter um "coração que escute", segundo a expressão da Bíblia. Ele fala para transmitir a cada um as suas confidências, para revelar o seu Pai e o grande de­sígnio de seu Pai, para convidar à conversão (jamais acabamos de nos converter), Ele fala para nos lançar em socorro dos

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outros. . . Ele fala, e tem-se a impressão de que é bem difícil por tudo isto em prática. No entanto, Ele não se contenta em falar; transforma aqueles que confessam a sua fraqaeza, dando-lhes o mesmo Espírito de Força que fez de pequenos camponeses da Galiléia infatigáveis testemunhas do Salvador.

Mas toda a questão está aí: ides considerar tudo o que acabo de dizer como elevações piedosas e edificantes, ou como Rea­lidade da reunião de equipe? "Será feito na medida de vossa fé": o que dizia ao povo da Palestina, o Cristo vô-lo repete no início de cada reunião.

Tempo houve, nas Equipes de Nossa S~nhora, e foi um tem­po de grande vitalidade para o Movimento, em que se falou muito do que se chamava "a pequena ecc!esia". Esta palavra, ecc!esia, era muito apreciada porque tinha o mérito de bem assinalar o caráter original de uma reunião de cristãos, em nome do Cristo Jesus. Não falava São Paulo da ecc!esia que se reunia em casa de Aquila e Priscila, casal ao qual estava ligado por afeto pro-fundo?

E se me perguntassem o que me autoriza a designar com o mesmo termo- ecc!esia- seja a grande Igreja de Jesus Cristo, seja uma pequena reunião de fiéis, responderia, se impossibili­tado de desenvolver mais longamente o meu pensamento: o pe­queno grupo cristão é verdadeiramente uma célula da Igreja. Ora, a célula vive da vida do corpo: em cada célula de meu corpo, minha alma está toda ela presente e viva. Da mesma forma, em cada célula da Igreja, em cada ecc!esia, a alma da grande Igreja está presente, viva, impaciente por dispensar e desdobrar todas as suas virtualidades de santificação.

Que salto para a frente dariam nossas equipes, se todas as­similassem plenamente estes aspectos sobre a reunião! E se os vivessem!

HENRI CAFF AREL

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SIMPLICIDADE, HUMILDADE,

virtudes ensinadas por João XXIII

Há dez anos, no dia 3 de junho de 1963, às 19h49, ao acabar da missa celebrada pelo Cardea.l Lulgi Traglia na praça de São Pedro, adormecia serenamente no Senhor, João XXTII, o Papa. que, em alguns anos apena.s -quatro e melo exatamente- :fi­zera pela Igreja mais do que multes Papas em longos pontifi­cados.

Comemorando esse aniversá­rio, transcrevemos a seguir dois trechos do Diário :Intimo daque­le que, por sua simplicidade ., afabilidade, soubera conquistar a todos - a ponto de ser ca­rinhosamente chamado de "o bom Papa João". Somente a santidade pode explicar a ve­neração que lhe dedicam tantos, mesmo não-católicos e até não­-cristãos.

Desde o dia em que o Senhor me chamou, miserável como sou, para este grande serviço, já não me sinto pertencer a nada de particular na vida: família, pátria terrena, nação, orientações particulares em matéria de estudos, de projetos, por melhores que sejam. Agora, mais do que nunca, apenas me reconheço como indigno e humilde "servo de Deus e servo dos servos de Deus". O mundo inteiro é a minha família. Este sentido de integração universal deve dar vigor e vivacidade ao meu espírito, ao meu coração, às minhas ações.

Esta visão, este sentimento de universalidade, há de vivifi­car antes de mais nada a minha constante e ininterrupta oração

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quotidiana: breviário, Santa Missa, rosano completo, visitas de fidelidade a Jesus no tabernáculo, formas rituais e múltiplas de união a Jesus, familiar e confidente.

Um ano de experiência dá-me luz e conforto para reordenar, corrigir, e a todas as coisas dar o tom delicado e não impaciente da perfeição.

Sou grato ao Senhor sobretudo pelo temperamento que me deu, que me preserva de incômodas inquietações e de desânimos. Sinto-me obediente em tudo, e verifico que o fato de me man­ter assim, "nas grandes e pequenas coisas", confere à minha pe­quenez uma tão grande força de ousada simplicidade que, sendo completamente evangélica, pede e obtém respeito geral; e é mo­tivo de edificação para muitos. "Senhor, eu não sou digno. Sê sempre, Senhor, a minha fortaleza e a alegria do meu coração. Meu Deus e meu socorro".

O bom acolhimento à minha pobre pessoa, imediatamente dispensado e mantido por quantos de mim se aproximam, é sem­pre motivo de surpresa para mim. O "conhece-te a ti mesmo" basta para a minha calma espiritual e para me por em guarda. O segredo deste êxito deve residir nisso: no "não queiras as coisas mais altas", e no contentar-me com o "manso e humilde de coração". Na suavidade e na humildade do coração reside a boa graça do receber, do falar, do conversar; a paciência do suportar, do desculpar, do calar e do encorajar. Devemos estar sobretudo revestidos duma habitual prontidão às surpresas do Senhor, que trata bem os seus prediletos, mas a quem costuma provar com tribulações, que podem ser enfermidades do corpo, amarguras do espírito, contradições tremendas capazes de transformar num verdadeiro martírio e de consumir a vida do servo do Senhor e do servo dos servos do Senhor. Penso sempre em Pio IX, de santa e gloriosa memória; e imitando-o nos seus sacrifícios, pro­curarei ser digno de lhe celebrar a canonização.

(Retiro espiritual no Vaticano, 29 de novembro - 5 de dezem­bro de 1969- João. XXID, Diário íntimo, Livraria Agir Editora, págs. 339-340)

* Tratar todas as pessoas com respeito, com prudência e com

simplicidade evangélica ... O homem simples, reto e temente a Deus é sempre o mais

digna e o mais forte Naturalmente, sustentado sempre por uma prudência sábia e assistida pela graça. É simples quem não

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se envergonha de confessar o Evangelho mesmo diante de quem julga tal fato como uma fraqueza e uma criancice, e de o con­fessar em todas as suas partes, e em todas as circunstâncias, e na presença de quem quer que seja; quem assim procede não se deixa enganar ou prejudicar pelo próximo, nem perde a sere­nidade de espírito, qualquer que seja a atitude que os outros assumam para com ele.

O homem prudente é o que sabe calar uma parte da ver­dade que seria inoportuno manifestar e que, calada, não preju­dica a verdade porque não a falsifica; aquele que sabe atingir os bons fins que se propõe, escolhendo os meios mais eficazes de querer e de agir; que, em relação a cada caso sabe prever e avaliar as dificuldades e sabe escolher o caminho em que os perigos e as dificuldades são menores; aquele que, tendo-se pro­posto um fim bom e nobre e grande, não o perde nunca de vista, consegue superar todos os obstáculos e leva-o a bom termo; aque­le que em qualquer assunto distingue a substância e não se deixa enredar pelos acidentes; une as suas forças e fa-las convergir para bom fim; aquele que na base de tudo isto espera o êxito apenas de Deus, em quem põe a sua confiança; e mesmo que não consiga realizar totalmente, ou em parte, o que pretende, sabe ter andado bem, tudo referindo à vontade e à maior glória de Deus.

A simplicidade nada contém que esteja em contradição com a prudência, nem o inverso. A simplicidade é amor: a prudên­cia é reflexão. O amor reza, a inteligência vigia. "Vigiai e orai". Conciliação perfeita. O amor é como a pomba que geme: a inteligência prática é como a serpente que não cai ou tropeça jamais, porquanto vai tateando com a cabeça as desigualdades do caminho.

(0 meu retiro espiritual como preparação para o meu octo­gésimo aniversário, Castelgandolfo, 10-15 de agosto de 1961 -id., págs. 350-351)

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FAMíLIA, INSTITUIÇAO AMEAÇADA

Em sua XIII Assembléia Geral, realizada em São Paulo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil aprovou o seguinte documento, sobre a família no Brasil de hoje.

No dia 11 de janeiro último, o Papa Paulo VI instituiu em Roma a "Comissão para a Família", com a finalidade de asses­sorá-lo em seu ministério pastoral no difícil campo da proble­mática familiar. O gesto do Santo Padre vem estimular nosso zelo pela família e serve-nos de inspiração para uma pastoral re­novada em seu favor.

Se hoje constatamos o florescer de movimentos providenciais em favor da família e o desabrochar de uma consciência sempre mais aguda de sua importância e sentido social, esta também é a hora em que presenciamos as mais fortes ameaças e as afron­tas mais violentas à instituição familiar. Ameaçada está sua estabilidade, pela onda divorcista de nosso século. Ameaçado o amor, que é o seu núcleo central, pela vaga de erotismo e pela preconização do amor livre. Ameaçada sua integridade, pelo fosso que se abre, cada vez mais largo, entre pais e filhos. Amea­çada, enfim, está a família no seu interior, por um processo de desintegração de seus elementos essenciais, e ameaçada no seu exterior, por uma crescente marginalização e diminuição de sua influência na sociedade moderna.

Não é este o lugar para uma abordagem exaustiva dos va­lores essenciais da família, nem se faz, aqui, uma apologia da Instituição familiar face aos perigos que sobre ela pairam. Que­remos apenas deixar claro aos nossos fiéis o carinho e a solici­tude com que distinguimos a família dentro de nossa ação pas­toral. Em força desta solicitude pretendemos, no correr do ano de 1973, através de uma pesquisa que confiamos ao nosso Ins-

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tituto N aciona! de Pastoral e ao CERIS (1) , conhecer com dados mais objetivos as condições reais de nossas famílias e consagrar todo o ano de 1974, dentro de nosso Plano Bienal, a um trabalho pastoral centrado na família. Esta prioridade inspirada pela "Gaudium et Spes" (n.o• 49 e ss.) também nos é inculcada pelas conclusões de Medellin em seu Documento II.

Na linha desse Documento da Conferência Geral do Epis­copado Latino-Americano, através de uma Pastoral familiar tão profunda quanto possível, esperamos contar com famílias que, em ambiente de afeto, respeito e confiança, formem pessoas equi­libradas para a sociedade, realizem a "ecclesia doméstica" pela educação na fé de seus membros, principalmente crianças, ado­lescentes e jovens, e promovam o desenvolvimento integral da pessoa humana e da coletividade. Da família educadora na fé, à qual queremos prestar nosso apoio e ajuda, esperamos a pri­meira e a melhor catequista de seus filhos. Como célula e porção da grande comunidade eclesial, nela repercute, com força e au­tenticidade, tudo quanto constitui a própria essência da Igreja: o anúncio da Palavra, a oração comunitária, a proclamação da fé, o amor fraterno traduzido especialmente na ajuda mútua, a procura de Deus e a busca da Salvação. Nela nascem e amadu­recem as vocações para os diferentes ministérios da Igreja e nela encontra seu lugar o compromisso dos leigos em favor da Igreja.

Não queremos deixar de dizer aos pais de família cristãos de nossas comunidades uma palavra de confiança e estímulo. É nobre sua missão e tarefa, mas também rude. Gostaríamos de dizer-lhes que não economizaremos esforços para, através da Pas­toral familiar, oferecer-lhes condições para seu crescimento es­piritual, ajuda nas dificuldades, solidariedade e compreensão. Firmados no princípio de que o bem-estar social depende do equilíbrio familiar, estaremos sempre prontos na defesa de seus direitos e prerrogativas. Nem nos calaremos diante das antipa­trióticas campanhas de antinatalismo que organizações alieníge­nas empreendem em nossa terra.

Esperamos igualmente a decidida colaboração da família, como responsável pela parcela de Igreja que o Senhor lhe con­fiou, para construção do Reino de Deus no meio dos homens.

tl) Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais.

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A ASCESE NO PLANO DA VIDA ESPIRITUAL E RELIGIOSA

Numa primeira parte (C. Mensal de maio) , ana­lisamos o papel da ascese para manter os instintos "naturais" numa justa ordem livremente escolhida, e dominar a tendência que leva o homem ao desre­gramento e ao erro.

Ora, tais instintos - que entram na organização psíquica e corporal do homem - penetram de modo tão elementar no cam­po da consciência que nos levam facilmente a esquecer os im­pulsos espirituais. Na realidade, considerados do ponto de vista da vida total do homem, estes últimos são ainda mais decisivos. São eles que entram na edificação do que chamamos a "persona­lidade" - a afirmação de si mesmo no mundo, a sua ação, a sua criação.

É assim que existe no homem o desejo instintivo de apa­recer, de ser considerado, de dominar - sob todas as suas for­mas -, o desejo de sociabilidade e de comunidade. Existe nele o desejo de liberdade e de cultura, uma exigência de saber e de criação artística ...

Todos estes instintos constituem impulsos que levam à afir­mação da personalidade do homem e ao seu desabrochamento, mas têm também a tendência de crescimento desordenado, a tendência a por a vida do indivíduo em discordância com a de seus semelhantes e ter assim um efeito inquietante e mesmo destruidor. E aqui entra de novo a necessidade de uma cons­tante disciplina. Esta disciplina tem o nome de ascese.

Deixemos entretanto as generalidades e detenhamos o nosso olhar sobre a realidade dos fatos.

Duas pessoas vieram a se conhecer. Descobrem que têm pontos de vista e gostos comuns. Nasce entre elas a simpatia, a confiança mútua, a amizade. Mas entre elas existem também diferenças que pouco a pouco vão aparecendo. Surgem mal-en-

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tendidos, descontentamentos, tensões. Ora, se nem uma nem outra procura a razão de ser desses desentendimentos - que residem, em última análise, no amor próprio - dentro de pouco tempo tudo se destrói.

Para que uma amizade perdure, é preciso vigilância que a proteja. Deixar ao outro o campo livre para que ele seja o que ele é; tomar consciência dos próprios defeitos e olhar os do outro com os olhos da amizade. Ora, querer a duração da amizade e mantê-la mal grado as susceptibilidades, a preguiça, e estreiteza da própria natureza, tudo isso requer esforço, atenção, renúncias: tudo isso é ascese.

Por que tantas uniões se tornam, depois de algum tempo, sombrias e vazias? Porque em cada um dos cônjuges domina a idéia fundamental de que o que está em jogo é a própria "felici­dade", ou seja cada um procura a realização de sua própria vida.

Na realidade, um verdadeiro casamento é a união de duas existências, o apoio recíproco, a fidelidade. Isto quer dizer que se torna necessário que "cada um carregue os fardos do outro" (Gal. 6, 2). Incessantemente, cada um deve aceitar o outro como ele é, renunciar ao que não pode ser. Significa que, depois de se terem encontrado no amor inicial, a tarefa está apenas em seu início e que o verdadeiro casamento só pode existir ao preço da disciplina pessoal e do domínio de si mesmo. É isto, ainda, ascese.

Poderíamos multiplicar exemplos da vida quotidiana, seja profissional, doméstica, social. É preciso, por vezes, dominar o entusiasmo de tarefas novas que nos empolgam, o que nos le­varia além de nossas possibilidades: tantas vezes a tensão inicial esmorece, mas as tarefas perduram. . . Que aconteceria se nos deixássemos levar apenas pelo impulso das forças vitais, pelo prazer de um trabalho que nos agrada, pela alegria do sucesso? Nenhuma obra prospera se uma responsabilidade não zela sobre ela, responsabilidade que leva o homem a realizar o seu traba­lho na fidelidade e no domínio de si.

Por outro lado, a vida humana se desdobra em muitos pla­nos: há coisas superficiais e coisas profundas, coisas essenciais e acessórias. É preciso saber escolher, renunciar a uma para poder possuir a outra.

Se o homem quer conseguir da vida - que passa tão de­pressa - o que ela tem de precioso a lhe dar, deve saber que só o conseguirá se renunciar às coisas pequenas para obter as maiores. O hábito do cinema, por exemplo, faz perder o gosto dos grandes espetáculos. Que dizer da televisão. . . Quem lê ha-

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bitualmente coisas insignificantes, perde a inclinação para a lei­tura fecunda. Aquele que está constantemente com outras pes­soas, fala e discute, perde a capacidade de ficar consigo mesmo. É preciso muito esforço para não se deixar envolver pela agita-ção estéril que nos cerca.

O homem só vive na realidade e na plenitude quando co­nhece a sua responsabilidade, desempenha a obra que está à sua espera, faz o que deve em relação àqueles que lhe são confiados. Reconhecer e escolher o que é certo e afastar-se do que é erra­do. . . Esta atitude, este sobrepujar constante de seu próprio de­sejo para dar cumprimento ao papel que lhe cabe desempe­nhar - é ascese.

Olhemos agora para aquilo que, de modo absoluto, decide de nossa existência, isto é, o nosso relacionamento com Aquele que nos criou, sob o olhar de quem vivemos e diante do qual deveremos nos apresentar depois destes poucos anos passados na terra. Veremos então, facilmente, que esta relação não se pode realizar sem disciplina e domínio de si mesmo.

O homem não é impelido para Deus sob violência. Se não faz neste sentido a sua própria educação, se não reserva pela manhã e à noite um tempo para rezar, se não considera a sole­nidade do dia do Senhor como uma circunstância importante, se não tem ao alcance da mão o livro que lhe mostra "a largura, o comprimento, a altura, a profundidade" das coisas de Deus (Ef. 3, 18), a vida para ele se desdobra constantemente sem dar a devida atenção às leves exortações que lhe vêm do interior. E quando precisa ficar perto de Deus, ele se aborrece, pois tudo lhe parece vazio. Para sentir-se "em casa" junto de Deus, de modo a ter prazer no contato com Ele, no sentimento de uma presença realizada, é de novo necessário "exercitar-se", como para toda empresa séria. E isto pelo domínio incessante de si mesmo: então a santa proximidade se dá, sob a forma da graça.

Devemos considerar a ascese como elemento de toda vida retamente vivida. Opor barreiras a nossos impulsos, a fim de conservar a justa medida; abandonar o que é menos importante, embora atraente, em favor do que mais importa, e assumir a posse de nós mesmos, para assim nos libertarmos espiritualmente.

Não se trata, bem o vimos, de grandes gestos, mas de simples exercícios de domínio de si: ao sair de casa, não nos deixemos captar pelos anúncios, impacientar pelo trânsito, mas conservemos uma liberdade tranquila ... Desligar a televisão para valorizar o silêncio ... Deixar no escritório, ao voltar para o lar, as preo­cupações profissionais. . . saber dizer "não" a si mesmo, ao comer, beber, fumar ... suportar uma dor antes de a abolir completa-

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mente com um comprimido. . . aceitar interiormente a privação de alguma coisa, mesmo quando boa. . . manifestar amabilidade serena para com uma pessoa antipática ... Se nos mantivermos atentos - e isto sem tensão - encontraremos inúmeras ocasiões de "exercícios" que libertam.

Estas e outras atitudes semelhantes nada têm de sublime. Não se trata de jejuns austeros, de vigílias ou de duras peni­tências, mas de exercícios, no decorrer normal de uma existência bem orientada e na convicção desta verdade, que nossa vida é diferente daquela do animal. É, sim, uma vida humana, vida na qual os impulsos internos ficam situados pelo espírito numa liberdade magnífica, perigosa também. Este espírito lhe dá todo o seu dinamismo; deve também exercer o seu poder ordenador, pelo qual a vida não é destruída, mas levada à sua plenitude.

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Romano Guardlnl "Morale au-delà des interdits"

REGRESSA AO CANADA O Pe. MELANSON

O Pe. Oscar Melanson, da Congregação de Santa Cruz, ins­trumento decisivo com o casal Moncau na fundação do nosso Movimento no Brasil, embarcou de volta ao Canadá, no dia 4 de maio.

Preparou-lhe afetuosa despedida o Setor de Campinas, cidade onde residia há alguns anos, tendo sido Conselheiro espiritual do Setor na gestão anterior, de Lília e Sérgio.

. O Pe. Melanson foi o primeiro Assistente de Equipe do Brasil. Fundou várias equipes fora de São Paulo, inclusive em outros Estados. Com o humor que é uma das características da ~ua personalidade, relatou essas circunstâncias por ocasião dos vinte anos da fundação do Movimento - vejam a Carta Mensal de Maio de 1970.

Todos aqui esperamos que esse regresso não seja definitivo e que daqui a alguns anos, tendo "matado saudades" de sua terra natal, o Pe. Melanson retorne ao nosso convívio, quando teremos novamente a oportunidade de ouvir a sua palavra, tão rica de conteúdo, nos maravilhosos retiros que irá pregar de novo para nós.

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O MISTÉRIO DA GRAÇA NO AMOR

Paul-Eugene Charbonneau

Falando do imperativo de santidade que se impõe aos côn­juges, lembremos aqui as palavras de Pio XI que fixam o vas­tíssimo sentido do casamento: "A atuação do amor conjugal não pode circunscrever-se ao mútuo amparo: seu objetivo principal consiste em ajudar os esposos a aperfeiçoar sua vida sobrena­tural. Suas quotidianas relações levam-nos, assim, a progredir sempre na virtude e no amor de Deus e do próximo, o que re­sume a Lei e os Profetas. Todos os homens, com efeito, seja qual for seu estado de vida, podem e devem imitar o exemplo perfeito de santidade dado na pessoa de Nosso Senhor, e, com a ajuda de Deus, atingir a cumieira da perfeição cristã ... " (Casti Connubii)

A união conjugal, por conseguinte, não se limita ao auxílio mútuo de ordem natural, mas se desenrola tendo como objetivo principal a santificação dos esposos. Eis porque é conveniente repetir, com a maior veemência, que o homem e a mulher podem e devem santificar-se no casamento e pelo casamento, nunca a despeito do casamento. A graça do sacramento é um convite divino com que Deus brinda aos esposos, a fim de recordarem-se de juntos atingirem a perfeição. Neste sentido, constitui ela um imperativo de santidade.

Naturalmente, não se deverá buscar essa santidade em feitos extraordinários ; não se pede aos esposos que se tornem estilitas ou cenobitas, eremitas ou taumaturgos. O heroísmo que se lhes pede é de humildade: o heroísmo dos dias iguais que se escoam, mas que devem ser vividos em conjunto, como se fossem o primeiro - ou o último - com o entusiasmo recriado do pri­meiro, com o antecipado carinho do derradeiro. "Durante toda a vida não se têm senão duas ou três ocasiões para ser bravo; diariamente se tem oportunidade de não ser covarde", escreveu René Bazin.

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Nas milhares de ocasiões em que lhes é solicitada a coragem de não se acovardarem, os esposos encontrarão o caminho da perfeição. Porquanto necessário se faz recordarmos que a san­tidade não constitui façanha e sim dependência. Uma dependên­cia da vontade de Deus. São Francisco de Sales dela dizia que se resumia em cultivarmos o que Deus, para nós, plantou ... Ora, Deus planta os esposos no solo do amor, que irriga e ferti­liza com Sua Graça. Aí, portanto, devem florescer. Isto, posto em termos mais claros, quer simplesmente dizer que, para se tornarem santos, devem ser santos maridos e santas esposas. De outra forma, passam ao largo da vontade de Deus, porque burlam seu dever de estado, essencialmente ligado à vida matrimonial.

O que vem a ser, na realidade, o dever de estado, senão essa integração no plano providencial tal como se processa no homem com o decorrer do tempo? Poder-se-ia defini-lo como sendo o Eu de cada um fiel a si mesmo e situado, com suas forças de liberdade, em uma ordem superior: a de Deus.

Ora, conforme a lógica do que vimos ao analisarmos os efei­tos do sacramento do matrimônio, o Eu de cada um dos esposos está ligado ao Eu de seu companheiro. É o Eu de um de Nós, dizíamos. De onde é forçoso concluir que a santidade - con­cretamente traduzida em termos de dever de estado, e este de­finido em função da situação do indivíduo no plano providencial, isto é, de seu Eu - não existirá para os cônjuges a não ser na medida em que sejam santos esposos. Seu Eu, respectivamente modificado no plano sobrenatural, traça os limites de seu dever de estado, que se torna primordialmente sua vida conjugal, e, ao mesmo tempo, define a qualidade peculiar de sua santidade.

Eis o que se deve entender por santidade conjugal. Nem é necessário procurar o meio-dia às duas da tarde ou inventar fór­mulas complicadas. A santidade nada terá de acrobacia origi­nal, adotando a própria forma de vida conjugal. Para serem santos, devem ser bons cônjuges, isto é, esposos perfeitos na me-dida do possível.

Mas o contrário é também verdade: para serem bons espo­sos, devem ajudar-se a se transformarem em santos. Tal é a diretriz do amor. Este, que se deve considerar essencialmente como sendo o desejar ser feliz, de que já se falou, projeta-se além das alegrias terrenas e atinge a felicidade eterna.

Extraido do livro "Curso de Preparação ao Casamento"

Editora Herder (Este livro pode ser encomendado na Secretaria)

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O TELEFONEMA DO SENHO~

Como consegui fazer meus dez minutos de meditação diária? Durante dois anos fomos Casal Responsável da nossa equipe, sem conseguirmos cumprir esta obrigação. E eis que, depois da pere­grinação a Roma, ela foi estendida a todos os casais das Equipes. Eu passei ainda muito tempo antes de conseguir esses dez mi­nutos.

Perdão, Senhor, desculpa-me, mas a casa, as crianças, a cor­reria, as refeições. . . Depois destas coisas urgentes eu Te con­cederei os Teus dez minutos.

E os dias se sucediam, as tardes chegavam, com o cansaço e a pressa de dormir, sem que eu tivesse podido fazer uma pausa para o Senhor.

Para me desculpar, eu dizia: minha vida é toda inteira uma oração. Eu penso em Deus muitas vezes quando estou sozinha: limpando verduras, passando roupa, etc. . . eu medito.

Mas, parar, parar dez minutos para o Senhor! Onde encon­trar esses dez preciosos minutos?

Ora, um dia em que eu acabava de achar uma desculpa, o telefone tocou: corri para atender. . . Mas, na hora de atender, me deu o estalo: será mais importante que o chamado de Deus? E eu parei. E pensei em todos esses telefonemas para os quais eu me precipito - interrompendo o trabalho e gastando tem­po- principalmente se se trata de uma amiga para um bate-papo. Quantos dez minutos esbanjados!

Então, desde esse dia, decidi responder ao chamado do Senhor, como eu atendia ao telefone: com pressa, sem pensar, com alegria - e eis como eu encontrei os abençoados dez minu­tos; e me apresso para responder ao Senhor, porque não se passa um dia sem que eu receba um telefonema Seu.

(Da. Carta. Mensal Internacional)

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AS EMPREGADAS E O INPS

Voltando à. lei do INPS, examinaremos hoje os benefícios que não constam - ainda - da lei, mas que uma patroa cristã deve conceder sem esperar que a lei a isto a obrigue.

Dia de descanso semanal - Quase todas nós damos um dia de folga por semana para a nossa empregada. Geralmente é domingo e temos assim a oportunidade de, toda semana, apre­ciar o quanto, apesar dos seus defeitos, temos necessidade dela . . . Mas não nos iludamos: nem todo mundo compreende que, se os patrões têm um dia (às vezes dois) para descansar, as empre­gadas também têm direito a tê-lo - tanto mais quanto o trabalho que realizam é dos mais cansativos (como bem sabemos quando estamos "sem" e rapidamente esquecemos quando estamos nova­mente com ela). E assim ainda são muitas as donas-de-casa que se contentam em dar só uma tarde de domingo cada quinze dias. A essas deveríamos fazer ver que as empregadas, como toda pes­soa humana, devem ter um dia inteiro de descanso por semana: além de um direito natural, é medida imprescindível e salutar de higiene física e mental. Elas precisam "desligar" ...

Sendo de todo impossível para as que têm muitos filhos pe­quenos e andam esgotadas passar um domingo inteiro sem em­pregada, é preciso encontrar outra maneira de proporcionar-lhe esse dia de descanso semanal. Uma solução adotada por muita gente é dar a tarde do domingo e outra tarde no meio da se­mana - o que, se é razoável para a patroa, não é ideal para a empregada, mas enfim, "serve".

De qualquer maneira, qualquer que seja a nossa situação, antecipando-nos à lei que certamente virá e preparando-nos desde já para ela, devemos procurar dar pelo menos um domingo in­teiro por mês para a nossa empregada. Isto não é tão difícil quanto parece. Basta tomar as providências na véspera : a empregada deixa a comida pronta - ou ainda vamos pegar a criançada e fazer um pique-nique - ou ainda vamos todos al­moçar em casa da vovó. . . Quando temos alguns filhos maiorzi­nhos isto é até educativo: será o dia em que eles terão que dar u'a mãozinha para que a Maria possa ter também o seu domingo.

Horário de trabalho - Se a lei, talvez por um lapso, omitiu o descanso semanal, no caso do horário de trabalho provavelmen­te achou a regulamentação muito difícil e também levou em conta o fato de a maioria das empregadas morarem na casa onde trabalham. Ora, nem sempre isto é verdade: muitas delas têm

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família e voltam para sua casa todo dia. É pensando nestas que a lei deveria ter estipulado um horário limite de trabalho. Mes­mo em relação às que moram em casa da patroa e não têm que enfrentar várias conduções nas cidades grandes, deveria haver um limite. Porque afinal ninguém é de ferro: nossas emprega­das normalmente trabalham 10 horas por dia. Isto quando não pedimos que fiquem olhando o pequenininho enquanto vamos jantar fora. . . Isto quando não temos visita e elas ficam noite a dentro arrumando a cozinha. . . Saibamos reconhecer com um presentinho ou com um dinheirinho extra essas horas-extras que afinal elas não têm obrigação alguma de nos dar. Isto enquanto não vem a lei que irá obrigar-nos a pagar-lhes em dobro o que passar de oito horas ou o trabalho noturno ...

Se ela quiser sair à noite, não podemos prendê-la e procure­mos não inventar tarefas suplementares no dia em que sabemos que ela precisa ou deseja sair. Quando o jantar sai mais tarde justo num dia em que ela tem um programa, devemos permitir que deixe para arrumar a cozinha no dia seguinte. Mesmo por­que, se formos exigentes demais, ela poderá acabar preferindo ir trabalhar na fábrica, porque lá ela sai às 6 hs. e tem o sábado à tarde e o domingo inteiro livres ...

13.0 salário- Outro benefício que não se entende bem porque a lei não estendeu às empregadas domésticas. Muitas de nós já têm o costume de dar um salário integral às suas empregadas como presente de Natal, junto com uma lembrancinha qualquer. Isto porque, em geral, o de que realmente mais necessitam é di­nheiro. Para as que ainda não pensaram nisto, poderíamos lem­brar que, se todos os que trabalham recebem um salário adicional cujo objetivo é ajudá-los a passar um fim de ano mais feliz, assim também deveria ser com as nossas empregadas. Já que o Na tal hoje, infelizmente, é colocado em termos de consumo, devemos proporcionar à nossa empregada a possibilidade de adquirir aqui­lo de que ela tem vontade ou necessidade para ela ou sua família. Na tal, para muitas delas que lutam com reais dificuldades para sustentar a família, representa exatamente a perspectiva daquele dinheirinho a mais que vai possibilitar-lhes realizar um sonho, na maior parte das vezes bem terra-a-terra.

Ainda há outros beneficios, dos quais por enquanto não se cogita, mas que com o tempo bem poderiam vir a ser in­cluídos na lei. Por exemplo:

Alfabetização - A empregada não alfabetizada, mesmo que não manifeste o desejo de sê-lo, a patroa deveria fornecer a pos­sibilidade de seguir as aulas do MOBRAL ou de outra entidade dedicada à alfabetização de adultos. Isto quer dizer permitir-lhe

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ausentar-se durante algumas horas por dia ou por semana para que possa seguir o curso. Numa extrapolação, poder-se-ia ima­ginar donas-de-casa enviando as suas empregadas a fazer um curso de culinária, de corte e costura ou mesmo de cabeleireira, con­forme seus gostos e aptidões, dando-lhes assim a oportunidade de melhorar o seu status . ou, mais prosaicamente, de ter uma profissão em mãos para o dia em que, vindo a casar-se, precisem ajudar o marido ou mesmo, em caso de dificuldade, sustentar a família sem ter que sair de casa.

Associação de classe - Deveria também a empregada ser encorajada a filiar-se ao Sindicato das Empregadas Domésticas, quando existe em sua cidade. Lá, além de receber orientação sobre os seus direitos, receberá também instrução sobre os de­veres que, em contrapartida, lhe competem, o que só pode, aliás, beneficiar o seu trabalho. Mas para isso também é preciso que se lhe conceda dispensa para assistir às reuniões quando ne­cessário.

Muitas de nós podem, sinceramente, achar que se fala demais em direitos e pouco em deveres. No entanto, numa perspectiva cristã, isto se justifica plenamente, pois foi o Cristo que disse haver mais prazer em dar do que em receber. Devemos parti­cipar ativamente do processo de promoção social de nossas em­pregadas, do qual a lei do INPS é apenas o primeiro passo, sa­bendo que assim estamos nos inserindo no processo de desen­volvimento do nosso povo.

Peçamos Aquela que se disse "a serva do Senhor" que nos ensine, seguindo nós o exemplo do Seu Filho, que "não veio para ser servido mas para servir", a sermos, neste momento que exige de nós abnegação e desprendimento, diante de Deus, as servas de nossas servas.

• Semelhantes direitos comportam certamente a exigência de poder a pes­

soa trabalhar em condições tais que não se lhe minem as forças físicas .. . Quanto às mulheres, seja-lhes facultado trabalhar em condições adequadas às suas necessidades e deveres de esposas e mães . (Pacem in Terris, 19)

Exige ademais a dignidade da pessoa humana um agir responsável e livre. (32) Importa, pois, para o relacionamento social, que o exercício dos próprios direitos, o cumprimento dos próprios deveres e a realização dessa múltipla colaboração derivem sobretudo de decisões pessoais, frutos da própria convicção, da própria iniciativa, do próprio senso de re.;:ponsabilidade, mais que por coação, pressão ou qualquer forma de imposição externa . (34)

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HA FÉRIAS NAS EQUIPES?

Tempo bom vem aí. Férias!

Férias mesmo: sem ajudar nos estudos das crianças; sem as preocupações de dona de casa; sem as preocupações do papai nos negócios. Férias: tempo bom para quem viaja. Tempo não tão bom para aqueles que não podem viajar e, vivendo o preceito evangélico de hospitalidade, recebem os que puderem sair: um irmão ou uma irmã que vem de longe com a sobrinha. E o nosso trabalho se redobra, e as nossas despesas também se redobram. Férias: tempo bom, tempo de descanso e de alegria, tempo de despesas e de cansaço ...

Mas, sobretudo, deve ser tempo de oração, tempo de medita­ção, tempo de engajamento.

Fato de constatação freqüente é a queda de produtividade em algumas equipes após o período das férias. Quanto maior o descanso ou o cansaço, mais demorado é o retorno das equipes ao nível normal da produção.

Será que não é oportuno, por exemplo, vida nos dias de despreocupação e alegria? haver um descanso para a espiritualidade e do cristão?

ter uma regra de Será que tem de a responsabilidade

É certo que não. E é certo que este é um ponto fraco que precisamos sobrepujar em nossa vida de equipistas. Por exemplo, uma regra de vida apropriada para férias seria cultivar o bom humor, não ser desmancha-prazer em nenhum momento nos lazeres do cônjuge e dos filhos. Para o dever de sentar-se: marcar um dia especial e respeitá-lo como se fosse o dia de um passeio programado.

Amigos! Boas férias para nós todos. Férias felizes e muito cheias da presença do Senhor que é nosso amigo, sustento e companheiro nos bons e nos maus dias da vida.

"0 EQUIPISTA" (Do Boletim de Ribeirão Preto)

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APOSTOLADO

PORQUE SOU CATEQUISTA

~Do Boletim de São José dos Campos)

- A senhora é freira? Foi a pergunta que me dirigiram em primeiro lugar no

Curso Normal.

- Não, não sou freira!

Mas, penso eu: qual o motivo que me leva a ir dar aula de religião?

Excesso de tempo livre? Não tenho.

Vontade de me comunicar com os jovens? Pode ser.

Busca de prestígio? Já teria me desiludido, pois mais des­prestigiada que essa matéria ainda não ouvi falar. Nem a lei a inclui na contagem de notas ou faltas.

Necessidade de auto-afirmação? Não, pois várias vezes en­contrei a sala vazia: o elemento humano "aproveitou" o tempo da aula de religião para o estágio de Prática de Ensino ou para arrumar a exposição científica, etc., com a devida autorização da diretoria da escola.

Por dinheiro? Não, ela é essencialmente grátis. Não se ven­dem idéias ou vivência de Deus. O materialista diz que tempo é dinheiro e ficamos cheios de escrúpulos de reivindicar remune­ração para transmitir a mensagem divina. Terá direito o ideal de ser, ao mesmo tempo, sublime e realista?

Mas, meu Deus, qual o motivo que me leva a enfrentar os obstáculos, ano após ano, deixar meus filhos, justificar essa au­sência ao meu marido, deliciar-me ao ver as moças atentas e piedosas na meditação do Evangelho ou sequiosas de Deus, à procura de como viver o Cristo, sentir-me feliz ao me pergun­tarem sobre a Igreja, sobre a doutrina?

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Penso, repenso, medito e rogo a Deus para que a única e verdadeira resposta seja:

-É por amor! A Deus e a meu próximo!

CURSO DE CATEQUESE EM CAMPINAS

O Centro Catequético-Litúrgico "Lumen Christi", especializado na forma­ção de catequistas, mantém vários cursos que podem interessar aos equipistas.

No segundo semestre, haverá um curso especial para pais. Constará de 22 aulas, dadas durante duas tardes por semana, com algumas exceções, quan­do certas aulas serão dadas à noite, para facilitar a participação dos casais. Serão tratados assuntos catequéticos sobretudo em relação à educação cristã no lar . As datas, comunicaremos na C. Mensal de agosto.

O Centro mantém dois tipos de cursos: em fins-de-semana (6 fins-de­-semana seguidos) e durante as férias (curso intensivo, com duração de uma semana). O curso consta de 3 ciclos. ll: possível fazer o 19 ciclo num sis­tema lférias) e o 29 ciclo noutro (fins-de-semana). Este ano ainda haverá um 19 ciclo intensivo em julho (entrada dia 3, às 16 hs. e saída dia 11, às 17 hs . ), mas só há vagas na fila de espera. Quem preferir o sistema fins­-de-semana terá que esperar o ano que vem, porque o 19 e o 2~ ciclos já foram dados. Para maiores informes, escrever para o CENTRO LUMEN CHRISTI, Caixa Postal 4, 13.100 - CAMPINAS. Endereço: Rua Herminio Bertani, 1.001, Jardim das Paineiras. Fone: 2-2815.

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OBRIGADO, SENHOR!

Colaboração recebida de VERA e LAUDELINO, de Ita.petininga

Obrigado, Senhor, pela oportunidade de participarmos do Encon­tro Nacional dos Casais Responsáveis de Equi­pes de Nossa Senhora;

Obrigado, Senhor, pelos novos casais, irmãos e amigos, que co­nhecemos;

Obrigado, Senhor, pelos sorrisos, palavras e gestos de fraternidade com que nos receberam;

Obrigado, Senhor, pelos testemunhos que outros casais deram, fortalecendo-nos para o amanhã;

Obrigado, Senhor, pelas lágrimas que nós e outros casais derra­mamos;

Obrigado, Senhor, pelo dinamismo e boa vontade dos casais or­ganizadores do encontro;

Obrigado, Senhor, pelos casais dirigentes que nos orientaram;

Obrigado, Senhor, pelos casais que nos transmitiram, com res­peito e amor, a Palavra de Cristo;

Obrigado, Senhor, pela presença entre nós do Vosso Enviado, o Espírito Santo;

Obrigado, Senhor, pela visita do Em.mo Cardeal Dom Paulo Eva­risto Arns, que com sua palavra cheia de es­piritualidade, sensibilizou a todos e engrande­ceu o encontro;

Obrigado, Senhor, pelos casais irmãos que, humildemente, tra­balharam na limpeza;

Obrigado, Senhor, pelos demais casais que contribuíram para o bom andamento e sucesso do encontro;

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Obrigado, Senhor, pelo encontro de velhos amigos, o que nos trouxe muita alegria e felicidade;

Obrigado, Senhor, pelos Conselheiros Espirituais que participa­ram e nos orientaram;

Obrigado, Senhor, pelos que nos abriram as portas do Liceu Sagrado Coração de Jesus;

Obrigado, Senhor, pelas refeições, lanches e cafezinhos que nos serviram;

Obrigado, Senhor, pelos jovens que cantaram nas missas, numa voz uníssona de louvor ao Senhor;

Obrigado, Senhor, pelas Suas mensagens, através dos Evange­lhos, que purificaram nossos pecados;

Obrigado, Senhor, pela graça de estarmos sempre unidos;

Obrigado, Senhor, pela saudade que sentimos dos nossos filhos, fruto do nosso amor;

Obrigado, Senhor, pela felicidade de ir e alegria de voltar e abraçar os nossos novamente;

Obrigado, Senhor, pela renovada vontade e prazer que temos em servir o próximo;

Obrigado, Senhor, pela renovada força que daremos aos outros casais de Equipes;

Obrigado, Senhor, pela nova espiritualidade conjugal que nós, casais, adquirimos;

Obrigado, Senhor, pois é porque nos sentimos tão fracos e intei­ramente colocados nas Tuas mãos, que nos sentimos fortes;

Obrigado, Senhor, pelas palavras de Sua Santidade o Papa Paulo VI, alertando-nos que "com a força de Cristo, podemos e, portanto, devemos realizar grandes coisas".

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O ENCONTRO EM SÃO PAULO E A VIGíLIA DE ORAÇÃO

Aos poucos todos nós vamos aprendendo que na nossa busca de Deus o papel mais importante é d'Ele mesmo. E que sem Ele, nada podemos fazer (Jo. 15,5).

Na preparação do Encontro deste ano, por orientação da ECIR, procurou-se obter um clima de recolhimento não só nos dias do Encontro, mas também antes: seriam feitas orações pedindo a Deus que abençoasse e tornasse proveitoso o trabalho de todos.

A partir disso, a Região São Paulo-A (Capital), assessorada pelo Pe. Germano Van der Meer, Conselheiro espiritual do Se­tor A, que fez quase tudo, organizou o texto da "vigília de ora­ção" relacionando-o com nossa vocação para as Equipes e também com os temas das palestras que seriam pronunciadas. Esse texto, na forma em que foi apresentado, procurava solicitar de cada casal uma atitude de abertura, e mesmo de entrega, para que o Espírito pudesse se manifestar a cada um, e que durante os dias do Encontro, realmente pudesse nascer a verdadeira Vida entre os participantes.

Três casais do Setor "A" se encarregaram da coordenação, distribuição e controle dos horários. E isto foi feito de tal maneira que se conseguiram seis horas seguidas de orações nos 14 dias que precederam o Encontro, quinze horas seguidas durante cada dia de sua realização, e novamente seis horas seguidas nos 3 dias que se lhe sucederam. Para isso contou-se não só com casais da Região São Paulo A, anfitriã, mas de diversos Setores e Regiões cujos Casais Responsáveis estariam no Encontro, entre outros, Jundiaí, Campinas, Itu, Limeira, São José dos Campos, São Carlos e Rio de Janeiro.

Uma vez garantidos os horários corridos durante 19 dias, o texto da vigília foi enviado a todos os casais da Região São Paulo A, num total de 240, pedindo meia hora de meditação como oração comunitária de todos os equipistas da cidade de São Paulo pelos casais visitantes. E, pelo que se soube, muita gente rezou mais de uma vez ...

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E quanto ao resultado dessas orações? Deus realmente fez nascer Vida entre nós? A resposta deve ser dada por aqueles que aqui estiveram quando transmitirem para seus companheiros as experiências aqui vividas. Da sua parte, os que trabalharam nas equipes de serviço, podem apenas afirmar: a recompensa foi incomparavelmente maior que o seu esforço.

Agora resta um pedido aos casais que aqui estiveram. Rezem também pelos casais que, por suas orações, tiveram uma partici­pação imensa no Encontro. Alguns trabalharam com vocês, mas muitos, muitos mesmo, rezaram com vocês antes, durante e depois daqueles dias.

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ENCONTRO DE PILOTOS EM SÃO CARLOS

A Região São Paulo A (Capital) desejava criar uma equipe que transmitisse aos pilotos, com toda a fidelidade possível, os conhecimentos necessários para uma boa pilotagem. Assim, foi constituído um grupo que, após várias reuniões de prepa­ração e programação, se sentiu em condições de tran&mitir aos pilotos a sua experiência e a sua vivência dentro do Movimento e especificamente na pilotagem. Esse grupo foi convidado pelo Setor de São Carlos para um Encontro de Coparticipação.

Os casais que foram a São Carlos para o Encontro de Copar­ticipação na Pilotagem, partiram no trem da noitinha, numa via­gem de 4 horas.

Antes de alcançar a plataforma, de longe, já se divisava a branca cabeleira de Frei Estevão, que muito antes de o trem sair já se encontrava na Estação, pois perder o trem nunca foi hábito de mineiro.

A viagem decorreu agradável e proveitosa, com o proverbial carinho de Zarif e Maria Helena, com troca de idéias entre os companheiros da Equipe, tudo convergindo para um permanente clima de espiritualidade.

José Buschinelli e Maria Enid, precisos e organizados, cui­dando do programa a ser desenvolvido, Tharcísio e Ivone, coin a Coordenação do Encontro, Gassen e Natalina, a expressão da dinâmica de grupo em ação, e Newton e Isa, apreensivos mas confiantes no bom resultado sob as luzes do Espírito Santo.

A recepção em São Carlos, às 23 horas, foi a mais calorosa, com grande número de equipistas que seriam também os hos­pedeiros.

A reunião em seguida, já bem tarde da noite, em casa de Ayrton e Neide, serviu para aferir a programação do Encontro, que se desenvolveria por dois dias, a partir do dia seguinte.

As 8:30 da manhã, com o comparecimento de 13 casais, Frei Estevão iniciava sua palestra sobre "Seguir a Cristo - Cristo hoje: a Igreja - O Alimento do Cristão: a Oração".

Todos nós que conhecemos Frei Estevão sabemos da riqueza de ensinamentos que transmite em suas exposições. Foi admi­rável ao dizer e comentar: "Nós é que devemos dar ao Cristo a condição de viver em nós, todo Cristão é um enviado ao mundo para revelar o amor e o Nome do Amor''.

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Debates e perguntas se sucederam com excelente proveito.

Zarif e Maria Helena com a 2.a palestra - "O portador da Palavra- O Mandamento Novo- Os meios de Aperfeiçoamen­to" - identificam o piloto como o "Semeador", Missionário em Serviço, Humilde, Sensível, Revelador da Doutrina de Cristo.

A 3.e. palestra, de Isa e Newton, "A vocação das Equipes de Nossa Senhora". Vocação como mandato de Deus, como Abrão, Moisés, São Domingos, São Francisco, Con. Caffarel, atendendo à convocação de Deus para atender às necessidades de uma época e de um povo.

A 4.a palestra, de Natalina e Gassen, "A Vocação do Equi­pista", convocando os Equipistas para uma missão de recristiani­zação do mundo tão ávido de Deus.

Três outras exposições foram feitas pelos elementos do Setor de São Carlos - "A mística das E.N.S.", por Olguinha e Antonio, "O Conselheiro Espiritual", por Carmen e Décio, e "A Reunião Preparatória", por Jacira e Edgard.

Muito boas as exposições, revelando grande conhecimento do Movimento e acentuada espiritualidade.

Pe. Tombolato, vigário da paróquia da Vila Isabel, cedeu as instalações da creche que dirige, com grande carinho e amor, para o Encontro dos Equipistas.

Como encerramento, no domingo, realizou-se uma reunião­-almoço em casa de Neide e Ayrton, simulando uma primeira reunião de equipe.

Olga e Nóbrega foram o casal piloto escolhido para essa reunião, e em ambiente de grande alegria os equipistas procura­vam criar situações desfavoráveis para o casal piloto, que de maneira hábil, conseguiu corrigir os aspectos negativos.

No momento em que a reunião entrou na parte da oração e meditação, aconteceu algo de sobrenatural. Embora tivesse ha­vido recomendação para que se fingisse não saber rezar, o Es­pírito Santo atuou, inesperadamente, transformando a reunião em ambiente inteiramente diferente e em clima de oração. Então as meditações foram profundas e o clima de espiritualidade rei­nou até o final da reunião.

O Setor de São Carlos foi inexcedível em generosidade e acolhimento fraterno.

A Equipe de Pilotagem regressou a São Paulo enriquecida de espiritualidade pela vivência e pelos testemunhos dos irmãos de São Carlos, excelentes no amor e no louvor ao Cristo.

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NOTfCIAS DA REGIAO GUANABARA

Rio de Janeiro

Dois casais das Equipes, Lola-Evaldo e Malvina-Edgard, estão trabalhando na elaboração do plano de pastoral familiar da ar­quidiocese.

Outra notícia alviçareira é que quase todos os equipistas, in­clusive das equipes novas, trabalham na preparação para o casa­mento - dando palestras ou como animadores - e D. José de Castro Pinto entregou às Equipes a organização do Curso de Noivos da Zona Sul.

Além do Curso de Noivos, muitas equipes trabalham com os jovens. A direção do TLC, lá no Rio, por exemplo, está com Luiz Sérgio Wigderowitz, responsável com Maria Thereza, pelo Setor A.

Há uma equipe que se especializou no combate aos tóxicos, assistência aos toxicômanos, esclarecimentos aos pais, colégios, etc.

Os Setores do Rio têm 4 retiros programados para este ano (maio, julho, agosto, outubro), mais um dia de estudos (junho), um mutirão (setembro) e uma reunião inter-equipes (novembro).

Os retiros são programados alternadamente pelos Setores A e B. Uma equipe monta os retiros, que aliás futuramente terão uma casa especializada em J acarepaguá.

O Boletim da Guanabara, criado pelo Setor B, depois de alguns meses de recesso vai ressuscitar. Estamos aguardando!

Como todos sabem, Marialice e Adelson estão pilotando em Brasília. Viajam de avião para lá todo mês. Como não acharam quem patrocinasse as viagens, fazem-nas às próprias custas ... Diga-se de passagem - para não mudar de assunto - que o casal tem gêmeos de um ano e pouco e Marialice está esperando o próximo ...

Mais para o Norte há um grupo querendo participar do Movimento. Onde é? Fortaleza... Ahh ... a dupla Malvina­-Edgard vai lá!. . . Provavelmente nas férias, em julho.

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NOTíCIAS DA REGIÃO SUL

Brusque

Mesmo "perdendo" cinco equipes, que passaram a formar a nova Coordenação de Blumenau, o Setor de Brusque cresceu "assustadoramente", pois que foram criadas mais duas novas equipes: a equipe 8, no bairro de Dom Joaquim, e a 9, na cidade, enquanto que o Setor, perdendo Blumenau, ganhou a vizinha cidade de Guabiruba, onde já florescem duas equipes, pilotadas por Dulce-Waldemar e Osny-Romilda, e assistidas espiritualmente pelo Pe. Mathias Engel, vigário daquela cidade.

Notícia das mais animadoras: fruto da presença do Casal Regional e do Casal Responsável do Setor de Brusque, Onildo e Lourdes, no encontro de ltapecerica da Serra - naquele belís­simo encontro com o Pe. Haroldo Rahm (Sereis batizados no Espírito) - estão constituídos dois "grupos de oração" na cidade de Brusque, com uma participação das mais entusiasmantes.

O Setor de Brusque também empresta valiosa colaboração na construção do belo tempo que é a nova Igreja Matriz de São Luiz Gonzaga, tendo aceito a responsabilidade da campanha dos 200 novos bancos para a nova casa de Deus na "capital dos tecidos".

Florianópolis

O Setor, que sempre primou por profunda espiritualidade aliada a intenso apostolado, continua firme na mesma linha. Se­não vejamos:

Além da Hora Santa mensal, realizada todas as primeiras 5.••-feiras de cada mês, às 22 horas, a Missa do Setor congrega os equipistas um domingo por mês. A de dezembro, denominada "Missa da Família", será realizada no dia 8 e seguida de Con­fraternização. Além dos 3 Retiros programados para este ano (maio, agosto e novembro), haverá uma Peregrinação, em se­tembro, e um Dia de Estudos e Recolhimento, em outubro.

Irani e N ereu, responsáveis pelos cursos de preparação para o casamento, não dormem no ponto. São nada menos de 43 os cursos de noivos programados para este ano. Haverá 13 "En­contros de Casados", a maioria dos quais a cargo das equipes do Estreito. Oportunamente, noticiaremos sobre esta forma de apos­tolado dos nossos irmãos catarinenses.

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RETIROS

Embora não tenhamos o nome da ma1ona dos pregadores, publicamos a seguir as datas dos Retiros organizados pela Re­gião São Paulo-Capital, no segundo semestre:

24-26 de agosto

28-30 de setembro

26-28 de outubro

22-24 de novembro

Todos na Vila Dom José, em BARUERI.

O primeiro retiro, de 24 a 26 de agosto, será pregado pelo frei Miguel Pervis, o.p. e será em absoluto ·silêncio.

Importante: Não há mais possibilidade de se levarem as crianças.

• EQUIPES DISTANTES - ESCREVAM, MANDEM PUBLICAÇOES:

Maria Nazareth e Leonardo N . A . Kaneko Conjunto !saias Vieiralves, Q. 35 - C/ 8 MANAUS - 69.000 - AMAZONAS

-x-

Lúcia e Joaquim Tiago Mota <Responsáveis pelo "Equipebras") SQS 114, Bloco D, Apto. 604 BRASíLIA - 70.000 - DISTRITO FEDERAL

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OR.AÇÃO PARA A PRóXIMA REUNIÃO

Aos seus discípulos o Cristo promete o dom do Espírito Santo. Unidos no Cenáculo, em oração, é que irão recebê-lo. Para que o recebamos, em nossas equipes, devemos esperá-lo com fé, viver unidos e rezar intensamente.

TEXTO DE MEDITAÇAO

Reunido com eles, recomendou-lhes que não saissem de Je­rusalém, mas que aguardassem o cumprimento da promessa do Pai, "da qual, dizia ele, já vos falei: João, é verdade, batizava com água; vós, porém, dentro de poucos dias, sereis batizados no Espírito Santo".

Estando assim reunidos, perguntavam-lhe: "Senhor, é agora que pretendes restaurar o reinado em Israel?" Mas ele respon­deu-lhes: "Não vos compete saber o tempo oportuno nem o mo­mento que o Pai fixou por sua própria autoridade. Mas, quando o Espírito Santo descer sobre vós, recebereis uma força, e então sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia, na Samaria e por toda a parte, até os confins da terra". (Atos, 1,4-8).

Chegou o dia de Pentecostes e estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, fez-se ouvir do céu um ruído, como se soprasse impetuoso vendaval, enchendo toda a casa onde esta­vam reunidos. Então, viram como que umas línguas de fogo, as quais, repartindo-se, pousaram sobre cada um. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar línguas estranhas, conforme o Espírito lhes concedia falar. (Atos 2,1-4).

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ORAÇÃO LITúRGICA

ó Espírito Santo, completa em nós a obra começada por Jesus.

Faze chegar para cada um de nós a hora em que atingiremos uma profunda vida interior.

Dá teu vigor ao nosso apostolado, que quer alcançar todas as famílias e todos os homens, todos os que foram resgatados pelo sangue de Cristo.

Deixa morrer em nós toda a arrogância natural e ensina-nos a santa humildade, o verdadeiro temor de Deus e a coragem generosa.

Que nenhuma preocupação material nos impeça de honrar nossa vocação. Que nenhum interesse, por descuido de nossa parte, fira as exigências da justiça, e que nenhum cálculo reduza a imensidade da caridade.

Que tudo seja grande em nós : a procura e o amor à verdade, a prontidão ao nosso sacrifício até à Cruz.

E que tudo enfim corresponda àquela efusão de graças que o Pai e o Filho querem derramar por Ti, ó Espírito do Amor, sobre nós, sobre a Igreja e sobre o mundo inteiro.

Amém.

(Oração de João XXIII, rezada no Encontro Nacional de Casais Responsáveis, em São Paulo)

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