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Geologia Colombiana No. 23, Noviembre, 1998 Primata, Roedores e Litopternas do MiolPlioceno da Amazonia Sul- Ocidental (Formacao Solimoes, Bacia do Acre), Brasil. LILIAN PAGLARELLI BERGQVIST Oepto. Geologia, Instituto de Geociencias/CCMN/UFRJ Cidade Untversiterte; Rio de Janeiro/RJ CEP 21910-900 [email protected] ANA MARIA RIBEIRO Museu de Ciencies Naturais da Fundac;8.o Zooboteruce do Rio Grande do Sui, Rua Dr Salvador Frenc«, 1427 Porto Alegre/RS CEP 90690-000. JEAN BOCQUENTIN-VILLANUEVA Leboretono de Paleontologia, Universidade Federal do Acre, Campus Univetsiteno, Rio Branco/AC CEP 69920-900 Bergqvist, L.P.; Ribeiro, A.M. & Bocquentin Villanueva, J (1998): Primata, Roedores e Litopternas do Mio/Plioceno da Amazonia Sul-Ocidental (Formacao Solimoes, Bacia do Acre), Brasil.- GEOLOGIA COLOMBIANA, 23, pgs. 19-29, 1 Fig., 2 Laminas, Santate de Bogota. Resumo: 0 material estudado pertence ao acervo do Laboratorio de Paleontologia da Universidade Federal do Acre. Foi coletado nas localidades Patos (Alto Rio Acre, fronteira Brasil-Peru) e Talisma (Rio Purus, estado do Amazonas). Os sedimentos destas localidades sao atribuidos a Formacao Solimoes, de idade Mioceno superior-Plioceno (Huayqueriense-Montehermosense) Todos os especirnes de Patos pertencem a Litopterna-Proterotheriidae. Os fragmentos dentanos divergem dos litoptemas do Montehermosense e dos de La Venta, mas assemelham-se aos do "Mesopotamiense" e Santacruzense na morfologia, tamanho e gracilidade. Dois calcaneos foram atribuidos a proteroterideos pelo prolongamento distal da faceta sustentacular e presence de facet a para 0 navicular. Os astraqalos atribuidos a roedores apresentam face medial espessa; troclea prolongando sobre 0 colo e Iimitada distalmente por uma crista; facet a ectal suavemente c6ncava e sustentacular plana a ligeiramente con- vexa, sem concavidade no terce proximal. 0 especlrne com tamanho Intermedlarto entre Agouti e Dasyprocta, pela similaridade ao primeiro taxon, foi atribuido a familia Agoutidae. Um outro astraqalo, com tamanho equivalente ao de Hydrochoerus, e distinto do astraqalo dos roedores recentes pelo colo muito longo. Pel a frequencia de dentes de Neoepiblemidae no afloramento on de aquele foi coletado, e pelo grande tamanho de alguns de seus membros, a especirne foi tentativamente c1assificado nesta familia. Um astraqaio apresenta noctea mais larga distalmente, e faceta maleolar medial c6ncava e na porcao distal da froclearproxlrna! do colo, caracteristicas tfpicas de primatas. Pel a troclea de contorno mais plana e com concavidade media mais acentuada, e pela semelhanca com 0 de Ate/es, este especirne foi atribuido a familia Atelidae. Pa/avras-chave: Brasil, Pormsceo Solimoes, Primata, Roedores, Litopternas, Estado do Amazonas. Abstrac: The specimens studied belong to the fossil collection of the Federal University of Acre, Brazil. They were collected in two sites of Solimoes Formation: Patos (Acre river, at the border between Peru and Brazil) and Talismii (Punis river, State of Amazonas), both of late Miocene/PlIocene in age (Huayquerian-Montehermosan). The dental remains of Patos site are similar to the Litopterna-Proterotheriidae of 'Mesopotamian" and Santacrucian. The calcanea were assigned to proterotheres based on the anterodorsal articular extension of the sustentacular facet and the presence of a navicular facet. The astragali with a deep medial face, trochlea extending onto the neck and distally bordered by a crest and sustentacular facet flat to convex, but lacking a concavity on the proximal third. The sum of these characters suggests a rodent affinity. The specimen of intermediate size between Agouti and Dasyprocta is more similar to the first. and thus is assigned to Agoutidae. The other astragalus is of appropriate size for Hydrochoerus, but differs from all extant rodents in its longer neck. Teeth of rodents of the family Neoepiblemidae are very common in the outcrop where the astragalUS was collect and, since members of this family reached very large sizes, the specimen was tentatively assigned to the Neoepiblemidae. Another astragalus bears a trochlea larger distally than proximally and concave medial malleolar facet, placed at the distal end of the trochleal proximal end of the neck; these are diagnostic features of primates. The flat outline of the trochlea with a deep medium concavity, and the similarity with Ate/es, support the asslqnrnent of this specimen to the family Atelidae Key words: Brazil, Solimoes Formation, Primates, Rodents, Litopternas, Amazonas. 19

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Geologia Colombiana No. 23, Noviembre, 1998

Primata, Roedores e Litopternas do MiolPlioceno da Amazonia Sul-Ocidental (Formacao Solimoes, Bacia do Acre), Brasil.

LILIAN PAGLARELLI BERGQVISTOepto. Geologia, Instituto de Geociencias/CCMN/UFRJ Cidade Untversiterte; Rio de Janeiro/RJ CEP [email protected] MARIA RIBEIROMuseu de Ciencies Naturais da Fundac;8.o Zooboteruce do Rio Grande do Sui, Rua Dr Salvador Frenc«, 1427 PortoAlegre/RS CEP 90690-000.JEAN BOCQUENTIN-VILLANUEVALeboretono de Paleontologia, Universidade Federal do Acre, Campus Univetsiteno, Rio Branco/AC CEP 69920-900

Bergqvist, L.P.; Ribeiro, A.M. & Bocquentin Villanueva, J (1998): Primata, Roedores e Litopternas do Mio/Plioceno daAmazonia Sul-Ocidental (Formacao Solimoes, Bacia do Acre), Brasil.- GEOLOGIA COLOMBIANA, 23, pgs. 19-29, 1Fig., 2 Laminas, Santate de Bogota.

Resumo: 0 material estudado pertence ao acervo do Laboratorio de Paleontologia da UniversidadeFederal do Acre. Foi coletado nas localidades Patos (Alto Rio Acre, fronteira Brasil-Peru) e Talisma (RioPurus, estado do Amazonas). Os sedimentos destas localidades sao atribuidos a Formacao Solimoes,de idade Mioceno superior-Plioceno (Huayqueriense-Montehermosense)Todos os especirnes de Patos pertencem a Litopterna-Proterotheriidae. Os fragmentos dentanos divergemdos litoptemas do Montehermosense e dos de La Venta, mas assemelham-se aos do "Mesopotamiense"e Santacruzense na morfologia, tamanho e gracilidade. Dois calcaneos foram atribuidos a proteroterideospelo prolongamento distal da faceta sustentacular e presence de facet a para 0 navicular. Os astraqalosatribuidos a roedores apresentam face medial espessa; troclea prolongando sobre 0 colo e Iimitadadistalmente por uma crista; facet a ectal suavemente c6ncava e sustentacular plana a ligeiramente con-vexa, sem concavidade no terce proximal. 0 especlrne com tamanho Intermedlarto entre Agouti eDasyprocta, pela similaridade ao primeiro taxon, foi atribuido a familia Agoutidae. Um outro astraqalo,com tamanho equivalente ao de Hydrochoerus, e distinto do astraqalo dos roedores recentes pelo colomuito longo. Pel a frequencia de dentes de Neoepiblemidae no afloramento on de aquele foi coletado, epelo grande tamanho de alguns de seus membros, a especirne foi tentativamente c1assificado nestafamilia. Um astraqaio apresenta noctea mais larga distalmente, e faceta maleolar medial c6ncava e naporcao distal da froclearproxlrna! do colo, caracteristicas tfpicas de primatas. Pel a troclea de contornomais plana e com concavidade media mais acentuada, e pela semelhanca com 0 de Ate/es, este especirnefoi atribuido a familia Atelidae.

Pa/avras-chave: Brasil, Pormsceo Solimoes, Primata, Roedores, Litopternas, Estado do Amazonas.

Abstrac: The specimens studied belong to the fossil collection of the Federal University of Acre, Brazil.They were collected in two sites of Solimoes Formation: Patos (Acre river, at the border between Peruand Brazil) and Talismii (Punis river, State of Amazonas), both of late Miocene/PlIocene in age(Huayquerian-Montehermosan).The dental remains of Patos site are similar to the Litopterna-Proterotheriidae of 'Mesopotamian" andSantacrucian. The calcanea were assigned to proterotheres based on the anterodorsal articular extensionof the sustentacular facet and the presence of a navicular facet. The astragali with a deep medial face,trochlea extending onto the neck and distally bordered by a crest and sustentacular facet flat to convex,but lacking a concavity on the proximal third. The sum of these characters suggests a rodent affinity. Thespecimen of intermediate size between Agouti and Dasyprocta is more similar to the first. and thus isassigned to Agoutidae. The other astragalus is of appropriate size for Hydrochoerus, but differs from allextant rodents in its longer neck. Teeth of rodents of the family Neoepiblemidae are very common in theoutcrop where the astragalUS was collect and, since members of this family reached very large sizes, thespecimen was tentatively assigned to the Neoepiblemidae. Another astragalus bears a trochlea largerdistally than proximally and concave medial malleolar facet, placed at the distal end of the trochlealproximal end of the neck; these are diagnostic features of primates. The flat outline of the trochlea with adeep medium concavity, and the similarity with Ate/es, support the asslqnrnent of this specimen to thefamily Atelidae

Key words: Brazil, Solimoes Formation, Primates, Rodents, Litopternas, Amazonas.

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Bergqvist et aJ.: Primata, Roedores e Litopternas da Formacao Solimoes.

Resumen: EI material estudiado fue colectado en las localidades Palos (Alto Rio Acre, fronteraBrasil-Peru) y Tallama (Rio Purus, Amazonas). Los sedimentos han sido atribuidos a la ForrnacionSolimoes, de edad Mioceno tardio-Plioceno (Huayqueriense-Montehermosense). Los fragmentos den-tarios pertenecientes a los Litopterna-Proterotheriidae son similares a los del "Mesopotamiense" ySantacrucense en la morfologia, tamano y gracilidad, mientras que los calcaneos presentan la prolon-gacion distal de la faceta sustentacular y presencia de faceta para el navicular, caracterfsticos de losproteroteridos. Astragalos con la cara medial espesa, troclea prolong ada sobre el cuello y limiladadistalmente par una crista; faceta ectal suavemente concava y sustentacular plana a Iigeramente con-vexa, sin concavidad en el tercio proximal son atribuidos a roedores. EI especimen de tamano interme-dio entre Agouti y Dasuprocta es atribuido a la familia Agoutidae por la mayor similitud con el primertaxon. EI restante astraqalo tiene tamano equivalente al de Hydrochoerus, pero con el cuello muylargo. Por la frequencia de dientes de Neoepiblemidae en la localidad tosnltera, y por el gran tamanode algunos de sus representantes, el especimen es tentativamente atribuido a esta familia. Un tercerastraqalo present a la troclea mas ancha distalmente y faceta maleolar medial concava en la porciondistal de la troclea/proximal del cuello, caracteristicas lipicas de primates. Por la troctea de contornomas plano y con concavidad media mas acentuada, y por la similitud con los astraqalosde Ateles, elespecirne es atribuido a la familia Atelidae.

Palabras clave: Brasil, Formaci6n Solimoes, Primates, Roedores, Litopterna, Estado de Amazonas.

INTRODUCAO

Estudos paleomastozool6gicos, bem como geologicos,na Amazonia Sul-Ocidental brasileira, tern side efetuadospor varies pesquisadores brasileiros e estrangeiros nasultirnas decadas (e. g. SIMPSON& PAULA-CoUTO1981; PAULA-COUTO1983; FRAILEY1986; SANTOSet al. 1993; LATRUBESSE& RAMONELL1991; CZAPLEWSKI1996). Sao varias aslocalidades fossilfferas terciarias existentes nesta regiaodo Brasil, mas dentre estas, as Localidades Patos e Talisrna(Fig. 1) sao de as maior interesse neste trabalho.

A Localidade Patos (69°55'W e 1Qo56'S), tamoern

ACRE60, '20"'"I

denominada por FRAILEY(1986) de LACM4611 encontra-se, de acordo com 0 RADAMBRASIL(1976), na margemesquerda do Rio Acre, a jusante do Igarape dos Patos,(estado do Acre, Fronteira Brasil-Peru); enquanto que aLocalidade Tallsma. conforme SANTOS& NEGRI(1993) eSANTOSet al. (1993a), esta situada na margem direita doRio Purus (aproximadamente 68°50'W e 08°48'S), noestado do Amazonas.

Os depositos sedimentares encontrados em ambas aslocalidades sao atribufdos a Formacao Solimoes. Deacordo com as associacoes esporopolfnicas (EIRASet et.,1994), bern como tossers de vertebrados e invertebrados,

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Fig. 1. Mapa mostrando a sltua~ geograflca das localidades de Patos e Talisma.Modificado de NEGRI (1997).

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a idade desta formacao corresponde ao Neomioceno-Plioceno. Litologicamente eta esta constituida par argilitoscinzas, cinza-esverdeados, intercalados com bancos dearenitos, camadas de linhito e gipsita, sugerindo urnambiente deposicional fluvial meandrante fino e lagosformados par canais abandonados (EIRASet al., op. cit.).

A Idade-Mamifero-Terrestre atnbulda para a LocalidadePatos e Huayqueriense-Montehermosense; porern algunsautores (e.g. SANTOSet al. 1993) consideram a fauna daLocalidade Talisrna algo rnais antiga, talvez anterior aoHuayqueriense, visto 0 grau de afinidade com osrepresentantes do Santacruzense da Argentina e LaVentense (ou Friasense?) de La Venta, Colombia

Os mamiferos tosseis registrados nas localidades aolongo do Rio Acre, dentre elas, a Localidade Patos,pertencem as tarnilias Mylodontidae, Megalonychidae,Dinomyidae, Erethizontidae, Dasyproctidae, Caviidae,Hydrochoeridae, Neoepiblemidae, Echimyidae,Proterotheriidae, Macraucheniidae, Astrapotheriidae,Trichechidae, Gebidae, Didelphidae e Noctilionidae (FRAILEY1986; CZAPLEWSKI1996), sendo que somente as familiasMylodontidae e Megalonychidae nao foram aindaencontrados na Localidade Patos. Ainda para estalocalidade, FARIAS(1991) registrou a familia Toxodontidae(Trigodon sp.).

Na Localidade Tatisrna, por sua vez, toram encontradosrepresentantes das familias Pampatheriidae;Megalonychidae - Nothrotheriinae - ?Hapalops;Megalonychidae indet.; Mylodontidae - Milodontinae - cf.Pseudoprepotherium, Mylodontidae indet.;Orophodontidae- Octodontobradyinae - Octodontobradyspuruensis. Tarnbern foram encontrados nesta localidadeNeoepiblemiidae - Neoepiblema horridula e Potamarchusmurinus (SANTOSet st. 1993b).

o presente trabalho tern como principais objetivos dara conhecer dentes e ossos pos-cranianos de roedores,proteroterideos e de urn primata das Localidades Patos eTalisrna, e a comparacao dos proteroteriideos com os Mio-Plioceno da Argentina e Colombia.

MATERIAL E METODOS

Os especirnes aqul estudados foram coletados emvanas expedicoes durante 0 perlodo de 1988 a 1992, pelaequipe de Paleontologia da Universidade Federal do Acre,nas Localidades Patos e Talisrna, estando depositados noacervo do Laboratorio de Paleontologia da Universidadedo Acre.

o material da Localidade Patos ou LACM 4611(fronteira Brasil-Peru), consta de urn molar superior direitoisolado (molde - UFAC 1885); corpo mandibular direitoincompleto com p. -M2 e M3 com talonido fraturado e perdido(molde - UFAC 1537) e calcaneo direito (UFAC 1843),

Geologia Colombiana No. 23, Noviembre, 1998

pertencentes a familia Proterotheriidae.o material da Localidade Tatisrna, Estado do

Amazonas, consta de urn molar inferior direito (UFAC 4334)e urn calcaneo direito (UFAC 2710), pertencentes a familiaProterotheriidae; dois astraqaos esquerdos, urn incompleto(UFAC 1780) e outro complete UFAC 2791) pertencentesas familias (?)Neoepiblemidae e Agoutidae,respectivamente, e urn astraqalo esquerdo (UFAC 2850)pertencente a familia Atelidae

o estudo do material UFAC 1885 e 153756 foi oosslvelat raves de moldes feitos no momenta da preparacao dosoriginais. Os especirnes originais encontram-se,atualmente, extraviados.

Abreviacoes: AMNH - American Museum of NaturalHistory, New York; LACM - Natural History Museum of LosAngeles County; MCN - Museu de Ciencias Naturals, RioGrande do Sui; MN - Museu Nacronal, Colecao deMamfferos, Rio de Janeiro; UFAC - Universidade Federaldo Acre.

SISTEMATICA PALEONTOLOGICA

Ordem L1TOPTERNA Ameghino, 1889Familia PROTEROTHERIIDAE Ameghino, 1887

Material

Localidade Patos: UFAC 1537, corpo mandibular direitoincompleto com P.-M2 e M3 com talonido fraturado eperdido; UFAC 1885, molar superior direito e UFAC 1843,calcaneo direito.Localidade Talisrna: UFAC 4334, molar inferior e UFAC2710, calcaneo direito.

Descrtcao e Dlscussao

UFAC 1885 (Est. I, Fig. 1). Dente braquiodonte. comprotocone e hipocone separados, sendo este ultimoligeiramente mais baixo que a primeira cuspide, conoicaodistinta de Epitherium latemarium, Eoauchenia primitiva eOiplasiotherium robustum, proteroteriideosrepresentadosdurante 0 Montehermosense (Mioceno superior), segundoBONDet at (1995). Distancia-se dos rnotares de E. primitivapor serem os mesmos nesta especie hipsodontes, e commorfologia oclusal selenodonta, lembrando urn dente deartlodacnlo primitivo (AMEGHINO1904). Tarnbem difere deE. latemarium, pois igualmente a especie anterior, seusdentes sao hipsodontes, alem de seus molares superioresapresentarem urn aspecto quadrangular e presenca de"hipolofo" (AMEGHINO 1904; BOND et a/. 1995).Oiplasiotherium robustum era um animal muito grande emrelacao ao material ern descricao. 0 especime UFAC 1885

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Bergqvisl et al.. Primala, Roedores e Lilopternas da Formacao Solimoes.

TABELA IMedidas (em mm) do molar superior e molares inferiores de Proterotheriidae da Fm Solimoes; Localidade Patos e

Talisrna MD = Diarnetro mesio-distal; LV = Diarnetro lingua-vestibular.

Medidas --. ?M2 p. M, M2 M3

• Especimens MD LV MD LV MD LV MD LV MD LV

UFAC 1885 15,7 19,3UFAC 1537 12,6 8,3 11,8 8,4 12,7 7,9 12,8' 6,9

UFAC 4334 10,4 8,2

• valor aproximado

apresenta paraconulo e metaconuto bunoides, unidos aoprotocone por uma incipiente crista e tomando assim aforma de um "V". Neste aspecto difere dos proteroterifdeossantacruzenses "Proterotnetium", Licaphrium eOiadiaphorus, onde 0 metaconule esta isolado doprotocone, e assemelha-se aos molares de Proterotheriumcervioides ("Mesopotamiense"), conforme BIANCHINI&BIANCHINI(1971), e aos de Brachytherium cuspidatum,segundo PASCUALet at. (1966) Entretanto, a metaconuledo especirne UFAC 1885 e mais disto-vestibular que a deP cetvioides, chegando a oeupar parte do sulco mesio-distal. A face vestibular do paracone e metacone de UFAC1885 e ligeiramente convexa e apresenta "costelas",caracteres que diferenciam-no dos mala res dosproteroteriideos santacruzenses, e assemelham-no a Pcetvioides, e as especies de La Venta, Prolicaphriumsanalfonsensis e Villarroelia to toyoi (vide CIFELLI &GUERRERO1997) 0 parastilo e a rnesostilo sao conspicuose mais externos que a rnetastilo no material em estudo,diferindo neste particular de V totoyoi, e de Psanalfonsensis, que apresenta as estilos fracas. Asmedidas do dente estao na Tabela I.

UFAC 1537 e UFAC 4334 (Est I, Figs 2 e 3). 0 corpomandibular de UFAC 1537 e delicado, possivelmentepertencente a um individuo adulto de tamanho pequeno egracil. A altura deste, ao nivel do P4 e 21,5 rnm, e ao niveldo trigonido do M3 e 22,5 mm, 0 que sugere que a corpotinha aproximadamente a mesma altura ao longo do seucomprimento antero-posterior

Os dentes apresentam um certo desgaste,obscurecendo alguns detalhes, porern outros podem serressaltados Os dentes sao selenodontes, sendo que P4-M2 apresentarn trigonido e talonido de mesmo diarnetromesio-distal. Todos apresentam paraconido, com posslvelexcer;:ao do M3 0 vale do talonido e ligeiramente maisprofunda que a do trigonido. No P4 e M2, 0 pequeno

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entoconido esta diferenciado, estando unido ao reduzidohipoconulido. Os cingulidos vestibular e mesial estaopresentes, mas sao tenues. 0 cingulido lingual esta restritoao trigonido, exceto no M2, onde esta ausente. As medidasdentarias encontram-se na Tabela I.

Os especimens supra-citados diferem deOiplasiotherium robustum, representante doMontehermosense (conforme BOND et at. 1995), pelogrande tamanho desta especie Dos proteroterifdeossantacruzenses (vide SCOTT1910) diferem de Oiadiaphoruspela ausencia neste de entoconido, e pelos cingulidoslingual e vestibular proeminentes. Os rnolares inferioresde Thoatheriumtambem nao apresentam entoconido, masnos especirnens do Acre, a presenca desta cuspids. aindaque bem reduzida, e evidenciado proximo ao hipoconulido.Licaphrium, por sua vez, apresenta entoconido forte eindependente, e molares massivos. 0 especirne UFAC1537 assemelha-se a "Proterotnerium" nos molaresestreitos e nao rnassivos, e no entoconido reduzido, alernde apresentar altura do corpo mandibular equivalente 30

de "P "prmcipele. Dos proteroterildeos de La Venta, UFAC1537, apesar da mesma gracilidade, distingue-se pelapresence de paraconido nos pre-rnolares e molares. DeBrachytheriumcuspidatum, do "Mesopotamiense", divergepar este apresentar entoconido forte e independente.

Como mencionado anteriormente, a molar superiorUFAC 1885 apresenta rnais caracteres em comum comProterotherium cervioides. no entanto, as dentes inferiores(UFAC 1537 e 4334) parecem ser mais similares aos de"Proterotherium"do Santacruzense. Infelizmente BIANCHINI& BIANCHINI(1971) nao fazem reterencia aos mala resinferiores P cervioides

E importante tecer algumas conslceracoes sabre aespecime LACM-117528, descrito por FRAILEY(1986) comopertencente a urn novo genera de Macraucheniidae. 0especime e urn fragmento de corpo mandibular com do is

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dentes, os quais 0 autor supracitado identificou como dP4

e M, De acordo com FRAILEY(op. cit, p.33) " ... theprominence of the labial cingulae, and the openness of theectoflexids, separate these teeth from those of theproterotheres". Estes caracteres sao traqeis para seremconsiderados como distintivos de familia. Entretanto, umcarater multo significativo e diagn6stico para a familiaMacraucheniidae, a presenca de entol6fido, nao eobservado no especirne em questao. Segundo SORIA(1981 ,p. 15) 0 entol6fido ".se encuentra em todos losMacraucheniidae posteocenos, salvo Macrauchenia" Aescassez de material e, acima de tudo, por se tratar dedentes declduos, torna duvidoso inferir que 0 especunepoderia se tratar de um individuo avancaoo e ter perdido 0

entocorudo, como propos FRAILEY(op cit) Alem disso.estes dentes sao na realidade dP 3-4' pols apresentam-sesimilarmente desgastados (se fosse como FRAILEY(op. cit)sugeriu, 0 dP4 deveria apresentar um desgaste muito maiorque 0 dente posterior, devido ao diferente tempo deerupcao). Trigonido com diarnetro mesio-distal maior doque 0 do talonido e geralmente encontrado no P3 OU dP 3' enao no dP 4' Da mesma forma, 0 forame mentonianolocaliza-se, na maio ria das vezes, ao nivel do dP3, e naodo dP

4Na realidade, estes dentes sao muitos afins aos

UFAC 1537 e UFAC 1885, atribuidos a familiaProterotheriidae, e foram tambem encontrado na mesmalocalidade (patos).

Os calcaneos UFAC 1843 e 2710 (Est II, Figs 1a, be2a, b) sao muito similares, diferindo apenas no tamanho,sendo 0 primeiro 15% maior que 0 segundo (Tabela II)

Geologia Colombiana No. 23, Noviembre, 1998

Ambos apresentam 0 padrao tlpico dos litoptemas, comocorpo comprimido transversalmente; sulco transversal natuberosidade delimitando plantarmente a reqiao demsercao do Tendao de Aquiles; regiao anterior as facetasastragalares longa; faceta sustentacular aproximadamenteov6ide, com eixo rnaior antero-posterior, taceta ectalestendendo-se pelo colo e faceta cuboidal fortementeobliqua Assemelham-se ao calcaneo dos Proterotheriidaeno sustentaculo rnais espesso; na faceta fibular poucodesenvolvida e com eixo maior obliquo; na presenca dearticulacao calcaneo-navicular (proximo a extremidadedistal) e no prolongamento distal da faceta sustentacularNo especirne UFAC 2710, est a ultima faceta eproporcionalmente rnais larga que em UFAC 1843.

o calcaneo de "Proterotherium" principaletem tamanhointerrneniano entre os dois especirnes do Acre, sendo 0

de Diadiaphorus bem maior, e 0 de Thoatherium bemmenor e rnais gracil do que estes. A morfologia do calcaneoe muito uniforme dentre os Proterotheriidae, dificultando aatnbuicao dos especimes do Acre a algum dos qenerosdesta familia Diadiaphorus, alern do maior tamanho erobustez, e 0 unico genero posstvei de ser diferenciadodos calcaneos em estudo, pelo menor tamanho da facetafibular. E possivel que estes especirnes ten ham pertencidoa "Ptotetotnetium", porern e importante ressaltar que 0

calcaneo de Proterotherium cervioides ainda edesconhecido

Ordem RODENTIA Bowdich, 1821Familia (?)NEOEPIBLEMIAE Kraglievich, 1926

TABELA IIMedidas (em mm) dos calcaneos da Formavao Solimoes e de alguns Proterotheriidae Santacruzenses AC = Altura

do corpo, CFE-ED = Comprimento da faceta ectal a extremidade distal, CFS = Comprimento maximo dafaceta sustentacular, CT = Comprimento total, LC = Largura do corpo na regiao media, LFS = Largura

maxima da faceta sustentacular

Medidas --. CT LC AC CFE-ED CFS LFS

• Especimes

UFAC 1843 80,65 9,25 18,40 34,70 8,38

UFAC 2710 68,41 6,29

Diadiaphorus (1) 93,50 10,49

Thoatherium - AMNH 9167 54,27 6,07

Proterotheriutn (2) 72,2 8,82 17,05 31,55

[1) Medidas a partir da figura 4b, Plate V, de SCOTT (1910).[2) Medidas a partir das figuras 1 e 1a, Plate X" de Scan (1910).

18,40

16,77 27,27 8,8214,75

20,65 37,6

16,02 21,84 5,449,94

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Bergqvist et al.: Prlrnata, Roedores e Litopternas da Formacao Solimoes.

TABELA IIIMedidas (em mm) dos astraqalos de roedores da FormaCao Solimoes e de alguns generos recentes.

CT = Comprimento total, CTr = Comprimento da troclea, EFM = Espessura da face medial (distal a troclea),LT = Largura da troclea,

Medidas CT LT

Especlrnes

CTr EFM

36,37 16,91 13,51 18,34

15,40 9,43 6,84 9,20

18,85 12,36 7,24 11,76

13,92 9,13 6,04 8,02

34,39 25,89 19,64 28,25

6,09 3,61 3,09 4,42

20,88 13,67 8,08 13,68

UFAC 1780

UFAC 1791

Agouti paca (MN 8476)

Dasyprocta agouti.(MN 4848)

Hyarocnoerus hydrochaeris (MN sIn.)

Cavia aperea (MN 43294)

Dynomis (MCN 2790)

Material

Localidade Tatisrna: UFAC 1780, astraqato esquerdoincompleto

Descric;ao e Dlscussao

Eo maior dos tres astraqalos estudados neste trabalho(Est. II, Figs. 4a, b), com comprimento pouco superior aode Hydrochoerus (Tabela III) Diferentemente deste, 0 coloe rnais longo que a troclea. a qual e proporcionalmenternais estreita em relacao ao comprimento to al do osso(Tabela II), mais stmetrica, e com depressao medianamenos acentuada que em Hydrochoerus A superficiearticular para a tibia se prolonga sobre 0 colo, sendolimitada distal mente por uma marcada c ista, onde se fixavao ligamento asttaqalo-navicular. ,0 colo divergeaproximadamente 30° do eixo da troclea. A cabeca estaincompleta, mas possivelmente era obliqua. como narnaioria cos roedores. A face medial e alta e com espessuraconstante por toda a extensao, caracteristica tipica daordem. Na face lateral, a taceta e a plataforma fibular naoficaram preservadas. Na face plantar, a faceta ectal e poucoconcava: a faceta sustentacular e alongadalonqltudinalrnente, delcada e nlano-convexa, ocupandoquase toda a extensao do colo suas extremidades estaofraturadas mas, como e comum em roedores,possivelmente nao se estendia ate 0 limite posterior datroclea

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A troclea com cristas bem desenvolvidas do especirneUFAC 1780 poderia sugerir uma assoclacao com osLitopterna, registrados no Acre primeiramente por FRAILEY(1986) e neste trabalho par novos exemplares. No entanto,difere do astraqalo dos litopternas no colo muito longo,uma vez que 0 que se observa na evolucao do grupo euma reducao no comprimento do astraqalo e umalongamento dos metatarsos. Em todas as formas de idadeSantacruzence (vide Scan 1910),0 astraqalo tem o coloproporcionalmente mats curto que 0 de Coniopternium (=Notodiaphorus; LOOMIS1914), do Deseadense, 0 qual emenor que 0 de litopternas primitivos, como Protolipterna,do Itaboraiense (CIFELLI 1983; BERGQVIST1996). Diferetarnbem do astraqalo dos litopternas na rasa concavidadeda faceta ectal.

Como ja mencionado, ate 0 momenta sao conhecidosno estado do Acre restos dentarios de sete tarnilias deroedores caviomorfos Caviidae, Dasyproctidae,Dinomyidae, Echimyidae, Erethizontidae, Hydrochoeriidaee tNeoepiblemidae. 0 astraqalo UFAC 1780 e bem maiorque 0 da maioria das familias citadas, mas comcomprimento equivalente ao de Hydrochoerus, 0 maiorroedor vivente. No entanto, como citado acima, diferencia-se deste na morfologia e tamanho da troclea, masprincipal mente no comprimento do colo, que ocupa cercade 55% do comprimento total do osso. Dentre osrepresentantes da (mica familia extinta sao encontradosos maiores roedores ja conhecidos, como Phoberomys,do tamanho de um rinoceronte, e Neoepiblema, com

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especies maiores que Hydrochoerus (KRAGLIEVICH1926;BONDESIO& BOQUENTIN1988). Os Neoepiblemidae sao osroedores rnais frequentemente encontrados no estado doAcre, sendo que na Localidade Tansrna, numa proporcaoaproxirnada de 80 exemplares para cinco ou seis de outrasfamflias (NEGRI,inf. verbal) Infelizmente 0 astraqalo deNeoepiblemidae ainda e desconhecido mas, pelasditerencas mortoloqicas e biometricas das dernais famfliaspresentes no estado, classitica-se, tentativamente, 0

especirne UFAC 1780 nesta familia.

Famflia AGOUTIDAE Gray, 1821

Material

Localidade Tatisrna UFAC 2791, astraqalo esquerdo

Descricao e discussao

Eo unico astraqalo completo (Est. II, Figs 3a, b). Temtamanho aproximado ao de Agouti paca, sendo tarnbernmuito semelhante a este. Distingue-se do astraqalo anterior(UFAC 1780) na maior assimetria da troclea (com cristamedial mais aguda que a lateral), no coloproporcionalmente mais curto e na concavidade maisacentuada da faceta ectal. Proximal mente, a facetasustentacular se estende quase ate a faceta ectal e,distal mente, taz contato com a faceta para 0 navicular. Acabeca tem contorno sub-triangular, sendo seu oiametrodorso-plantar bem rnaior medialmente que lateral menteSua supertlcie e plana e menos oblfqua que no astraqalode Dinomys, se prolongando proximalmente na facemedial, onde possivelmente se articulava 0 sesamoidemedial-tarsal. Proximalmente, a face lateral da trociea emuito delgada, estando a faceta fibular, que apresenta umamarcada concavidade circular, restrita a porc;:aodistal daface. A depressao onde se fixava 0 ligamenta astragalo-fibular e delgada e alongada proximo-distalmente, eimediatamente proximal a faceta fibular.

Observa-se dentre as familias de roedores presentesno Acre, duas feic;:oes bem distintas na morfologia doastragalo: nos Agoutidae, Dasyproctidae, Dinomyidae,Hydrochoeridae e Caviidae 0 colo apresentaaproximadamente 0 mesmo eixo da troclea, enquanto nosEchymidae e Erethizontidae este e bastante obliquo emrelac;:ao ao mesmo eixo. 0 especime UFAC 2791 estaincluido no primeiro grupo, e dentre estas familias, ebiometricamente intermediario entre as Agoutidae eDasyproctidae, e muito similar a ambos

Por muito tempo as Agoutidae foram incluidos dentrodos Dasyproctidae como uma sub-familia mas,ultimamente, ambas as famflias tem side consideradasentidades distintas (ANDERSON& JONES1984; WILSON&

Geologia Colombiana No. 23, Noviembre, 1998

REEDER1993). Apesar das notaveis diterencas 0 cranio,principal mente no arco ztqornatrco, a mortoloqia doastraqalo de Agouti e Dasyprocta e muito similar. Noentanto, a deste ultimo diferencia-se do especirne UFAC2791 na maior concavidade da faceta ectal, na morfologiada faceta sustentacular, na menor projecao da plataformafibular, na cabeca rnais delgada e transversalmentealongada e no maior prolonogamento plantar da troclea Aforma do Acre e os Dasyproctidae apenas se assemelham,e neste aspecto se distinguem dos Agoutidae, na presencede contato entre as facetas astraqalares. Segundo NEGRI(int. verbal), e possivel que alguns dos dentes originalmenteclassificados como Dasyproctidae, na verdade pertencarna familia Agoutidae, mas este material ainda carece derevisaoOrdem PRIMATES Linnaeus, 1758Familia ATELIDAE Gray, 1825

Material

Localidade Tatisrna UFAC 2850, astraqalo esquerdoincompleto.

Descricao e dlscussao

Este astraqalo (Est. II, Figs 521,b) 5e distingue dosanteriores pelo alargamento progressivo da troclea emdirecao distal, consequencia da suave curvatura da cristamedial. A trociea tem tamanho aproximado ao de A/ouatta,mas apresenta concavidade media pouco mais acentuada,como a de Ate/es, e se prolonga posterior mente menos doque no primeiro taxon citado. Neste extrema ha umadepressao par onde passava 0 rnusculo flexor longo dohalux, a qual esta ladeada par pequenos tuberculos. sendoo medial mais proeminente. A face lateral da troclea evertical; a plataforma fibular nao ficou preservada, masparece ter sido pouco proeminente A faceta fibular, emforma de crescente, e mais desenvolvida na metade distalda face lateral, sendo a outra metade ocupada peladepressao para a ligamenta astragalo-fibular. A faceta tibialesta parcialmente divida em duas porc;:oes par umasuperffcie nao articular, onde se fixava a ligamentaastragalo-tibiai Esta faceta se contacta num unico pontocom a faceta sustentacular, diferindo de Cebus, queapresenta um contato muito mais amplo. Na face plantar,a faceta ectal e pouco c6ncava e, como em A/ouatta, estaamplamente separada da faceta sustentacular. 0 colo,oblfquo ao eixo da troclea, esta fraturado proximal mente.

KAY& FRAILEY(1993) registraram a primeira ocorrenciade primatas na Formac;:ao Solimoes, em duas diferenteslocalidades na fronteira Brasil-Peru. Os dentes encontradosforam atribufdos a ct. Cebinae e a Stirtonia sp, umAlouattinae Os Alouattinae, original mente classificados

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Bergqvist et al.: Primata, Roedores e Litopternas da Formacao Solimoes.

dentre as Cebidae, tern sido incluidos par alguns autares,junta mente com as Atelinae, na familia Atelidae (ROSEMBERG1977; SZALAY& DELsoN 1979; HARTWIG& CARTELLE1996).Para a Localidade Tausma este astraqalo representa aprimeira ocorrencia de primatas.

o astraqalo dos Cebidae e Atelidae recentes saofacilmente diferenciados na morfologia da tr6clea: enquantonos primeiros esta e antero-posteriorrnente mais convexa,com depressao media pouco marcada e com larguraposterior pouco menor que a anterior, nos Atelidae a tr6cleae mais ampla e plana, com depressao media maisacentuada e anteriormente nitidamente mats larga queposteriormente. Esta morfologia e tarnoem observada nosAtelidae pleistocenicos Caipora bamuiorum e Protopithecusbrasiliensis (CARTELLE& HARTWIG1996; HARTWIG& CARTELLE1996) Com base nestas caracteristicas, a astraqalo UFAC2850 foi atribuido a familia Atelidae. Segundo KAY et et.(1987), todos as especirnes com tamanho aproximado aode Alouatta, da fauna de La Venta, Colombia, foramatribidos ao genera Stirtonia.

CONCLUSAODentes e calcaneos procedentes das localidades Patos

e Talisrna foram atribuidos a litopternas da familiaProterotheriidae, confirmando a presenca deste grupo noMioceno da Amazonia sul-ocidental. 0 molar superiorapresenta similaridades com Proterotherium cerviouies("Mesopotamiense"), enquanto as molares inferiores e ascatcaneos, afinidades com "Proterotherium"(Santacruzense), tendo-sa em conta, entretanto, que taisdentes e ass as sao desconhecidos em P cervioides Comrelacao aos dentes descritos par FRAILEY(1986), faram aquiidentificados como dP 3-4 de Proterotheriidae A ausenciade afinidades com as proteroteriideos doMontehermosense argentino sugere que as tossers daslocalidades de Patos e Talisrna sejam mais antigos do queestes.

E registrado pela primeira vez na localidade Talisma apresenca de primata, atraves de urn.astraqalo atribuido afamilia Atelidae. Constituem tarroem. primeira ocorrenciapara esta localidade as famflias Agoutidae e(?)Neoepiblemidae, representadas par ossos do tarso.

AGRADECIMENTOS

Ao Setor de Mamiferos do Departamento de Vertebrados doMuseu Nacional. e ao Setor de Mastozoologia do Museu deCi{mcias Naturais, pela permissao para estudo de roedores eprimatas recentes. Ao MSc. Ricardo Negri, da UFAC, pela coletados f6ssei~ e valiosas informayoes sobre a fauna de mamiferosdo Acre.

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Bergqvist et a/.: Primata, Roedores e Litopternas da Formacao Solimoes.

ESTAMPA I

1 L

2

ESTAMPA I

Figura 1: Molar superior direito (UFAC 1885) de Proterotheriidae. Vista cclusal Escala = 10mm.

Figura 2 Corpo mandibular direito incompleto com P4-M2' e M3com talonido fraturado e perdido (UFAC 1537) de

Proterotheriidae. Vista octusal. Escala = 10mm.

Figura 3 Molar inferior direito (UFAC 4334) de Proterotheriidae Vista octusat. Escala = 10mm.

ESTAMPA II

Figura 1: Calcaneo direito (UFAC 1843) de Proterotheriidae. (a) vista dorso-medial; (b) vista dorsal Escala = 10mm.

Figura 2: Calcanea direito (UFAC 2710) de Proterotheriidae. (a) vista dorsa-medial; (b) vista dorsal Escala « 10mm.

Figura 3: Astraqalo esquerdo (UFAC 1780) de Agoutidae. (a) vista dorsal; (b) vista plantar Escala = 10mm

Figura 4: Astraqalo esquerdo (UFAC 2791) de (') Neoepiblemidae (a) vista dorsal; (b) vista plantar Escala = 10mm.

Figura 5 Astraqalo esquerdo (UFAC 2850) de Atelidae. (a) vista dorsal; (b) vista plantar Escala = 10mm.

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Geologia Colombiana No. 23, Noviembre, 1998

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