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    o neoliberalismona educação

    educação de jovens e adultos

    programas e açõesdo governo federal

    EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

     Angela Mara de Barros Lara

    Mara Cecília Rafael

    POLÍTICASeducacionais

    SOCIEDADE,ESTADO E EDUCAÇÃO

    UNIDADE I

    SISTEMA EDUCACIONAL

    BRASILEIRO

    UNIDADE II

    POLÍTICAS PÚBLICASPARA O ENSINO SUPERIOR

    UNIDADE III

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    Viver e trabalhar em uma sociedade global é um

    grande desafio para todos os cidadãos. A busca por

    tecnologia, informação, conhecimento de qualida-

    de, novas habilidades para liderança e solução deproblemas com eficiência tornou-se uma questão

    de sobrevivência no mundo do trabalho.

    Cada um de nós tem uma grande responsa-

    bilidade: as escolhas que fizermos por nós e pelos

    nossos farão grande diferença no futuro.

    Com essa visão, o Centro Universitário

    Cesumar – assume o compromisso de democra-

    tizar o conhecimento por meio de alta tecnologia

    e contribuir para o futuro dos brasileiros.No cumprimento de sua missão – “promo-

    ver a educação de qualidade nas diferentes áreas

    do conhecimento, formando profissionais cida-

    dãos que contribuam para o desenvolvimento

    de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro

    Universitário Cesumar busca a integração do

    ensino-pesquisa-extensão com as demandas

    Reitor Wilson de Matos Silva

    palavra do reitor

    DIREÇÃO UNICESUMAR

    Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de Administração Wilsonde Matos Silva Filho, Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.

    NEAD NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

    Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho, Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha, Direçãode Operações Chrystiano Mincoff, Direção de Mercado Hilton Pereira, Direção de Polos Próprios James Prestes,Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida, Direção de Relacionamento Alessandra Baron, Gerênciade Produção de Contéudo Juliano de Souza, Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila deAlmeida Toledo, Diagramação José Jhonny Coelho, Revisão Textual Jaquelina Kutsunugi, Fotos Shutterstock.NEAD - Núcleo de Educação a Distância

    Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900

    Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360

    institucionais e sociais; a realização de uma

    prática acadêmica que contribua para o desen-

    volvimento da consciência social e política e, por

    fim, a democratização do conhecimento aca-dêmico com a articulação e a integração com

    a sociedade.

    Diante disso, o Centro Universitário Cesumar

    almeja ser reconhecido como uma instituição univer-

    sitária de referência regional e nacional pela qualidade

    e compromisso do corpo docente; aquisição de com-

    petências institucionais para o desenvolvimento de

    linhas de pesquisa; consolidação da extensão univer-

    sitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial ea distância; bem-estar e satisfação da comunidade

    interna; qualidade da gestão acadêmica e adminis-

    trativa; compromisso social de inclusão; processos

    de cooperação e parceria com o mundo do trabalho,

    como também pelo compromisso e relacionamento

    permanente com os egressos, incentivando a edu-

    cação continuada.

    CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância:

    C397

    Políticas Educacionais / Angela Mara de Barros Lara / Mara CecíliaRafael.

    Maringá - PR, 2014.  101 p.

    “Pós-graduação - EaD”.

      1. Metodologia de ensino. 2. Ensino superior . 3. EaD. I. Título.

    ISBN: 978-85-8084-733-8CDD - 22 ed. 378

    CIP - NBR 12899 - AACR/2

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    Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Comunidade do

    Conhecimento.

    Essa é a característica principal pela qual a UNICESUMAR tem sido

    conhecida pelos nossos alunos, professores e pela nossa sociedade.Porém, é importante destacar aqui que não estamos falando mais

    daquele conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas de um

    conhecimento dinâmico, renovável em minutos, atemporal, global, de-

    mocratizado, transformado pelas tecnologias digitais e virtuais.

    De fato, as tecnologias de informação e comunicação têm nos

    aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, informações, da edu-

    cação por meio da conectividade via internet, do acesso wireless em

    diferentes lugares e da mobilidade dos celulares.

    As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram a informa-ção e a produção do conhecimento, que não reconhece mais fuso

    horário e atravessa oceanos em segundos.

    A apropriação dessa nova forma de conhecer transformou-se hoje

    em um dos principais fatores de agregação de valor, de superação das

    desigualdades, propagação de trabalho qualificado e de bem-estar.

    Logo, como agente social, convido você a saber cada vez mais, a co-

    nhecer, entender, selecionar e usar a tecnologia que temos e que está

    disponível.

    Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modificou toda

    uma cultura e forma de conhecer, as tecnologias atuais e suas novas fer-ramentas, equipamentos e aplicações estão mudando a nossa cultura

    e transformando a todos nós.

    Priorizar o conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância

    (EAD), significa possibilitar o contato com ambientes cativantes, ricos

    em informações e interatividade. É um processo desafiador, que ao

    mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades. Como

     já disse Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso

    que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer.

    Pró-Reitor de EaD

    Willian Victor Kendrickde Matos Silva

    boas-vindas

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    sobre pós-graduação

    a importância da pós-graduaçãoSeja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um

    processo de transformação, pois quando investimos em nossa

    formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e,

    consequentemente, transformamos também a sociedade na qual

    estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportunida-

    des e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível

    de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no

    mundo contemporâneo.O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de

    Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este pro-

    cesso, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos,

    na transformação do mundo”.

    Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e en-

    contram-se integrados à proposta pedagógica, contribuindo no

    processo educacional, complementando sua formação profis-

    sional, desenvolvendo competências e habilidades, e aplicando

    conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inse-

    ri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como

    principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o con-

    teúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia

    em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação

    pessoal e profissional.

    Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento e

    construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os

    diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar

    lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente

    Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assistaàs aulas ao vivo e participe das discussões. Além disso, lembre-se

    que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra

    disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu proces-

    so de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade

    e segurança sua trajetória acadêmica.

    Professora Kátia Solange CoelhoDireção Operacional de Ensino

    NEAD - UNICESUMAR

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    apresentação do material

    O livro Políticas Educacionais tem como propos-

    ta buscar o diálogo entre você e a base legal que

    sustenta o Sistema Educacional Brasileiro. Por que

    é tão importante estabelecer este colóquio? Bom,

    aquele que procura uma formação fundamentada,

    aprofundada e com propriedade só a encontra no

    processo do conhecimento como “mergulho”. Esta

    parece não ser a palavra, mas em tempos do abuso

    do “imersão” achamos que esta é mesmo adequada.

    Como “mergulho” queremos que você caia de

    cabeça nas descobertas sobre a Política Educacional

    e nas políticas educacionais, na sua especificida-

    de. O que queremos dizer com isso é que, no que

    tange à diferença entre ‘política’ e ‘políticas’ de edu-

    cação, suscita que é valioso retomar o que dizemos teóricos sobre o tema:

    A Política Educacional (assim, em maiúsculas)

    é uma, é a Ciência Política em sua aplicação ao

    caso concreto da educação, porém as políticas

    educacionais  (agora no plural e em minúscu-

    las) são múltiplas, diversas e alternativas . A Política

    Educacional é, portanto, a reflexão teórica sobre

    as políticas educacionais […] se há de considerar

    Professora Mestre

    Mara Cecília Rafael

    Professora Doutora

    Angela Mara de Barros Lara

    a Política Educacional como uma aplicação da

    Ciência Política ao estudo do setor educacional

    e, por sua parte, as políticas educacionais como

    políticas públicas que se dirigem a resolver ques- 

    tões educacionais  (PEDRO; PUIG, 1998) (VIEIRA,

    2007, p.55-56).

    Então, a partir destas definições, fica mais explícito

    para você o que se constituirá numa oportunida-

    de ímpar para aprofundar seus conhecimentos.

    Vamos neste texto permitir a interlocução entre a

    “Política Educacional”, quando evidenciamos a base

    legal e sua sustentação, e as “políticas educacionais”

    quando dá-se a oportunidade de tratar das etapas

    e modalidades da educação básica.

    Veja, é possível construir um aporte teórico-

    -metodológico para embasar seus estudos, o que

    não significa que este texto tenha a pretensão de

    esgotar o assunto. Longe disso, aqui você encontra-

    rá um suporte para as suas discussões, mas à medida

    que os temas tratados possibilitam a curiosidade

    e a necessidade de “saber mais”, faz-se necessário

    aprofundar seus estudos, o que levará a caminhos

    ainda não conhecidos.

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    02 03

    34 Educação Básica

    64 Considerações Finais

    76 A Estrutura e o Funcionamentodo Ensino Superior

    96 Considerações Finais

    99 Conclusão

    100 Referências

    SISTEMA EDUCACIONAL

    BRASILEIROPOLÍTICAS PÚBLICASPARA O ENSINO SUPERIOR

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    1SOCIEDADE, ESTADO E EDUCAÇÃO

    Professora Dra. Angela Mara de Barros Lara / Professora Me. Mara Cecília Rafael

    Plano de estudo

    A seguir, apresentam-se os tópicos que você estu-

    dará nesta unidade:

    • Sociedade e Educação

    • O Neoliberalismo na Educação

    • Os Organismos Internacionais e suas propostas

    para a Educação BrasileiraObjetivos de Aprendizagem

    • Estudar as relações estabelecidas entre a socie-

    dade, o Estado e a educação no Brasil.

    • Analisar as influências do neoliberalismo na edu-

    cação brasileira.

    • Interpretar as interferências das organizações

    internacionais na educação brasileira.

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    Seja bem-vindo(a) à disciplina de Políticas Educacionais. Nesta dis-

    ciplina, procuraremos discutir com você a relação entre sociedade,

    Estado e educação, as influências do neoliberalismo na educação

    brasileira e as interferências das organizações internacionais na

    educação brasileira. Estes conteúdos são base para a questão funda-

    mental que embasa a disciplina: entender as Políticas Educacionais

    no Brasil.Como ponto de partida para as reflexões propostas pela discipli-

    na, é necessário que você procure compreender a importância dos

    temas que serão tratados para que esta unidade sirva de fundamen-

    to para as outras que se seguirão. Cada subunidade proporcionará o

    aprofundamento de questões que compõe o corpus da disciplina.

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    Políticas Educacionais

    12

    SOCIEDADE

    E EDUCAÇÃOSOCIEDADE, ESTADO E EDUCAÇÃO

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    Pós-Graduação | Unicesumar

    13

    Para entender a relação entre sociedade,

    Estado e educação, vamos tratar de alguns

    conceitos e definições:

    SOCIEDADE CAPITALISTA

    MONOPOLISTA

      “[....] o capitalismo monopolista conduz

    ao ápice a contradição elementar entre a

    socialização da produção e a apropriação

    privada: internacionalizada a produção,

    grupos de monopólios controlam-napor cima de povos e Estados. [...] O

    mais significativo, contudo, é que a

    solução monopolista – a maximização

    dos lucros pelo controle dos mercados

    – é imanentemente problemática:

    pelos próprios mecanismos novos

    que deflagra, ao cabo de um certo

    nível de desenvolvimento, é vítimados constrangimentos inerentes

    à acumulação e à valorização

    capitalistas. Assim, para efetivar-se

    com chance de êxito, ela demanda

    mecanismos de intervenção extra

    econômicos. Daí a refuncionalização e

    o redimensionamento da instância por

    excelência do poder extra econômico,o Estado” (NETTO, 2006, p. 24).

      ESTADO

      “[...] conjunto de instituições permanentes2 

    [...] que possibilitam a ação do governo”

    (HÖLFLING, 2001, p. 31);

    2  Órgãos legislativos, tribunais, exército e outras que não

    formam um bloco monolítico necessariamente.

    GOVERNO

      “[...] conjunto de programas e projetos que

    partem da sociedade3

     [...] propõe para asociedade como um todo, configurando-se

    a orientação política de um determinado

    governo que assume e desempenha as

    funções de Estado por um determinado

    período” (HÖLFLING, 2001, p. 31);

      POLÍTICAS PÚBLICAS

      “[...] ‘Estado em ação’ [...]; é o Estadoimplantando um projeto de governo,

    através de programas, de ações voltadas

    para setores específicos da sociedade. [...]

    compreendidas as de responsabilidade

    do Estado – quanto à implementação

    e manutenção a partir de um processo

    de tomada de decisões que envolvem

    órgãos públicos e diferentes organismose agentes da sociedade relacionados à

    política implementada. Neste sentido,

    políticas públicas não podem ser

    reduzidas a políticas estatais” (HÖLFLING,

    2001, p. 31);

      POLÍTICAS SOCIAIS

      “[...] ações que determinam o padrão deproteção social implementado pelo Estado,

    voltadas, em princípio para a redistribuição

    dos benefícios sociais visando à diminuição

    das desigualdades estruturais produzidas

    pelo desenvolvimento socioeconômico”

    (HÖLFLING, 2001, p. 31).

    3 Políticos, técnicos, organismos da sociedade civil e

    outros.

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    Políticas Educacionais

    14

    Estes conceitos são importantes para que

    você entenda as relações que se estabelecem

    entre eles e suas implicações sobre o Ensino

    Superior. Cabe lembrar que existe uma relação

    entre o geral e o particular, ou seja, só seremos

    capazes de apreender o Ensino Superior se

    conseguirmos entender em que sociedadeeste nível de ensino está inserido? Em que

    Estado a política e a legislação foram pensa-

    das? E para qual educação? Estas questões,

    ao serem respondidas, darão o aprofunda-

    mento necessário para a continuidade dos

    estudos que aqui estamos propondo.

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    Pós-Graduação | Unicesumar

    15

    “Para entender o neoliberalismo é preciso,

    inicialmente, registrar quais são as ideias

    mestras do liberalismo clássico e contra

    quem elas se movem: as instituições regu-

    ladoras do feudalismo, das corporações de

    ofício e do Estado mercantilista. [...] Depois

    simetricamente, poderemos compreender

    melhor as ideias centrais do neolibera-lismo. [...] os inimigos contra os quais o

    neoliberalismo se volta, as formas de regu-

    lação econômica do século XX: o Estado

    keynesiano, os sindicatos e as políticas de

    bem-estar social nos países desenvolvidos,

    o Estado desenvolvimentista e a chamada

    democracia populista nos países subde-

    senvolvidos” (MORAES, 2001, p.11).

    CONCEITO DE NEOLIBERALISMO

    “[...] é a ideologia do capitalismo na era

    de máxima financeirização da riqueza,

    a era da riqueza mais líquida, a era do

    capital volátil – e um ataque às formas

    de regulação econômica do século XX,como o socialismo, o keynesianismo, o

    estado de bem-estar, o terceiro-mundismo

    e o desenvolvimento latino-americano”

    (MORAES, 2001, p.11).

    NEOLIBERALISMO

    NA EDUCAÇÃO

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    Políticas Educacionais

    16

    QUARENTENA DOS NEOLIBERAIS

    Rompe-se em meados anos 70: conquista

    dos governos mais importantes – Margareth

     Thatcher (1979) Inglaterra; Reagan (1980)

    EUA; Helmut Khol (1982) Alemanha;

    Pinochet (1973) Chile; General Videla (1976)

    Argentina. Nos anos 80, BM e FMI (1985)

    Bolívia; Salinas de Gortari (1988) México;

    Menen (1989) Argentina; Carlos Andrès

    Perez (1989) Venezuela; Fujimori (1990) Peru

    e de Collor a Cardoso (1989) Brasil (MORAES,

    2001, p. 16).

    Outros países da América Latina ficaram

    cada vez mais pobres, mais excludentes,

    mais desiguais, incrementando a discrimi-

    nação social, reproduzindo privilégios das

    minorias, aumentando o individualismo

    e a competição selvagem, quebrando os

    laços de solidariedade coletiva (MEURER,

    1996, p.10).

    CHILE 1973

    Pinochet: Primeiro campo que os neo-

    liberais encontraram para desenvolverseus ideais que mais tarde foram aplica-

    dos na Europa.

    BRASIL 1964

    Ditadura militar: Ela não era considera-

    da como regime usado pelos liberais,

    ditadura foi isolada com seus efeitos

    maléficos.

    3ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

    Os organismos multilaterais (FMI, BM) e os

    macromercados como Mercosul surgiramcomo aqueles que diminuiriam a ação do

    Estado, podendo influir no processo de-

    cisório dos países latino-americanos.

    BRASIL 1990

    O aumento da vulnerabilidade externa e

    o desmantelamento dos setores produ-

    tivos (MEURER, 1996, p.10).

    as repercussões neoliberais na sociedade

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    Pós-Graduação | Unicesumar

    17

    BRESSER PEREIRAde forma incompleta;

    FERNANDO COLLOR DE

    MELLO escolhido para implementar oprojeto;

    ITAMAR FRANCOmistura neoliberalismo comtradicionalismo - não sendoclassificado como neoliberal;

    FERNANDO H. CARDOSOencontrou credibilidadepara desenvolver o projeto

    proposto pelo capitaltransnacional(MEURER, 1996, p.11)

    Questões a serem desenvolvidas – livre-

    mercado e propriedade – energia pessoal,

    empenho, persistência [...]. Os indivíduos são

    libertados economicamente, mas permane-

    cem controlados social e culturalmente.

    Mudança cultural antecede a econômica – a

    questão da privatização no Brasil surge para

    que o povo mude de concepção e entenda

    que o privado é mais eficiente que o público.

    crise ética do

    setor públicoMudança nas formas de pensar a educação,

    saúde, etc. É um projeto supremo no qual se

    introduz um novo pensamento moral e ético:

    cria-se, dessa forma, um novo senso comum e

    uma forma diferente de entender a sociedade.O eixo do sucesso do neoliberalismo

    está na questão cultural. Também na escola,

    pois esta é permeada pelo mercantilismo,

    pelo comércio da democracia (MEURER,

    1996, p.12-13).

    o neoliberalismo

    e a educaçãoEducação é entendida como propriedade

    individual, onde os que têm acesso a ela

    podem excluir os que não têm. Direito de

    compra e venda para usufruir sobre sua renda

    e o seu lucro.

    Para neoliberais, os sistemas educativos

    enfrentam uma crise de eficiência e qualidade.

    neoliberalismo chega ao brasil

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    Políticas Educacionais

    18

    Para Nozich (apud MEURER, 1996, p.13), o

    Estado mínimo é o único possível. Neste con-

    texto acreditam que a crise se dá porque os

    sistemas institucionais, tais como a saúde,

    a educação, políticas de emprego, etc. não

    atuam dentro da lógica do mercado.

    Os neoliberais acreditam que qualquer

    iniciativa do Estado irá gerar mais pobreza edefinem uma nova forma de fazer e pensar

    a educação, e neste sentido todos reconhe-

    cem que ela está em crise e esperam receitas

    para sair da situação.

    Existe uma crise de eficiência e eficá-

    cia na escola, neste sentido os indivíduos

    deixam de ser cidadãos passando a condi-

    ção de consumidores.

    Proposta da educação neoliberal pressu-

    põe a reforma institucional da própria escola,

    considerando-a como uma lanchonete

    (Macdonaldização). Busca dessa forma ter-

    ceirizar o ensino, que estará desvinculado de

    uma proposta de escola, havendo assim uma

    despreocupação com a construção de uma

    escola pública que forme o verdadeiro cidadão(GENTILI, 1995 apud MEURER, 1996, p.15).

    A educação não pode superar a miséria

    e a exclusão social, mas tem como função

    fundamental transformar e fazer com que a

    pobreza seja algo que se torne eticamente

    suportável. Essa deve ser uma das ferramen-

    tas para a emancipação dos sujeitos (MEURER,

    1996, p.13-17).

    Os neoliberais acreditam quequalquer iniciativa do Estado irá

    gerar mais pobreza...

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    19

    OS ORGANISMOS

    INTERNACIONAISE SUAS PROPOSTAS PARA AEDUCAÇÃO BRASILEIRA

    Vamos conhecer algumas das instituições vin-culadas à Organização das Nações Unidas(ONU). Estas fazem parte de duas frentes deatuação: aquelas consideradas agências multi-laterais de financiamento, o Fundo MonetárioInternacional (FMI), o Banco Mundial (BM) e aComissão Econômica Regional para a AméricaLatina e Caribe (CEPAL), e aquelas consideradasde caráter humanitário, a UNICEF e a Organizaçãodas Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a

    Cultura (UNESCO).

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    Políticas Educacionais

    20

        Q    U    A    D    R    O     1

        F    O    N    T    E   :    H    T    T    P   :    /    /    O    N    U .    O

        R    G .    B

        R    /    I    M    G    /    O    R    G    A    N    O    G    R    A    M    A .    P

        D    F

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    Pós-Graduação | Unicesumar

    21

    O Fundo Monetário Internacional (FMI) foi

    criado em 1945 e tem como objetivo básicozelar pela estabilidade do sistema mone-

    tário internacional, notadamente através

    da promoção da cooperação e da consulta

    em assuntos monetários entre os seus 184

    países membros. Com exceção de Coreia

    do Norte, Cuba, Liechtenstein, Andorra,

    Mônaco, Tuvalu e Nauru, todos os membros

    da ONU fazem parte do FMI. Juntamentecom o BIRD, o FMI emergiu das Conferências

    de Bretton Woods como um dos pilares

    da ordem econômica internacional do

    pós-guerra. O FMI objetiva evitar que de-

    sequilíbrios nos balanços de pagamentos e

    nos sistemas cambiais dos países membros

    possam prejudicar a expansão do comér-

    cio e dos fluxos de capitais internacionais.O Fundo favorece a progressiva eliminação

    das restrições cambiais nos países membros

    e concede recursos temporariamente para

    evitar ou remediar desequilíbrios no balanço

    de pagamentos. Além disso, o FMI planeja e

    monitora programas de ajustes estruturais

    FMIfundo monetário internacional

    e oferece assistência técnica e treinamen-

    to para os países membros.

    Objetivos

    • Promover a cooperação monetária

    internacional, fornecendo um

    mecanismo de consulta e colaboração

    dos problemas financeiros;

    • Favorecer a expansão equilibradado comércio, proporcionando níveis

    elevados de emprego, trazendo

    desenvolvimento dos recursos

    produtivos;

    • Oferecer ajuda financeira aos países

    membros em dificuldades econômicas,

    emprestando recursos com prazos

    limitados;• Contribuir para a instituição de um

    sistema multilateral de pagamentos e

    promover a estabilidade dos câmbios.

    FMI. Disponível em: . Acesso

    em: 05 de março de 2014.

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    Políticas Educacionais

    22

    O Banco Mundial é uma das principais fontes

    de assistência para o desenvolvimento no

    mundo. Sua meta principal é ajudar aspessoas e países mais pobres. Concebido

    em 1944, em Bretton Woods, Estado de Novo

    Hampshire (EUA), o Banco Mundial inicial-

    mente ajudou a reconstruir a Europa após a

    Segunda Guerra Mundial. O trabalho de re-

    construção permanece como um enfoque

    importante do Banco Mundial devido aos

    desastres naturais, emergências humanitárias

    e necessidades de reabilitação pós-conflitos,mas atualmente a principal meta do trabalho

    do Banco Mundial é a redução da pobreza

    no mundo em desenvolvimento.

    O Grupo do Banco Mundial é constituído

    por cinco instituições estreitamente relacio-

    nadas e sob uma única presidência:

    BM banco mundial

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    23

    médias com bons antecedentes de crédito. O

    poder de voto de cada país-membro está vin-

    culado às suas subscrições de capital, que porsua vez estão baseadas no poder econômico

    relativo de cada país. O BIRD levanta grande

    parte dos seus fundos através da venda de

    títulos nos mercados internacionais de capital. 

    centrointernacional para arbitragemde disputas sobreinvestimentos (CIADI)

    O CIADI proporciona instalações para a reso-

    lução – mediante conciliação ou arbitragem

    – de disputas referentes a investimentos

    entre investidores estrangeiros e os seuspaíses anfitriões. 

    corporação fnanceirainternacional (IFC)

    A IFC promove o crescimento no mundo

    em desenvolvimento mediante o financia-

    mento de investimentos do setor privado ea prestação de assistência técnica e de as-

    sessoramento aos governos e empresas. Em

    parceria com investidores privados, a IFC

    proporciona tanto empréstimos quanto par-

    ticipação acionária em negócios nos países

    em desenvolvimento

    associação internacional de

    desenvolvimento (AID)Desempenha um papel importante na missão

    do Banco que é a redução da pobreza. A as-

    sistência da AID concentra-se nos países mais

    pobres, aos quais proporciona empréstimos

    sem juros e outros serviços. A AID depende

    das contribuições dos seus países membros

    mais ricos - inclusive alguns países em de-senvolvimento - para levantar a maior parte

    dos seus recursos financeiros

    agência multilateral de garantiade investimentos (AMGI)

    A AMGI ajuda a estimular investimentos es-trangeiros nos países em desenvolvimento

    por meio de garantias a investidores estran-

    geiros contra prejuízos causados por riscos

    não comerciais. A AMGI também proporcio-

    na assistência técnica para ajudar os países a

    divulgarem informações sobre oportunida-

    des de investimento.

    banco internacionalpara a reconstrução e odesenvolvimento (BIRD)O BIRD proporciona empréstimos e assistência

    para o desenvolvimento de países de rendas

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    Políticas Educacionais

    24

    A Comissão Econômica para a América Latina

    e o Caribe (CEPAL) foi criada em 25 de feverei-

    ro de 1948, pelo Conselho Econômico e Social

    das Nações Unidas (ECOSOC), e tem sua sede

    em Santiago, Chile. É uma das cinco comis-sões econômicas regionais das Nações Unidas

    (ONU). Foi criada para coordenar as políticas

    direcionadas à promoção do desenvolvimen-

    to econômico da região latino-americana,

    coordenar as ações encaminhadas para sua

    promoção e reforçar as relações econômicas

    dos países da área, tanto entre si como com

    as demais nações do mundo. Posteriormente,

    seu trabalho ampliou-se para os países do

    Caribe e se incorporou o objetivo de promo-

    ver o desenvolvimento social e sustentável.

     Todos os países da América Latina e do

    Caribe são membros da CEPAL, junto comalgumas nações desenvolvidas, tanto da

    América do Norte como da Europa, que

    mantêm fortes vínculos históricos, econô-

    micos e culturais com a região. No total, os

    Estados-membros da Comissão são 43 e

    8 membros associados, condição jurídica

    acordada para alguns territórios não inde-

    pendentes do Caribe.

    Principal organismo multi

    lateral internacional de finan-ciamento do desenvolvimen-to social e econômico, forma-do por 184 países-membros,entre os quais o Brasil.Dedicado à redução da po-breza em todo o mundo.Formado por cinco organi-zações: o Banco Internacionalde Reconstrução e Desenvolvi-mento (BIRD), a AssociaçãoInternacional de Desenvolvi-

    mento (AID), a Corporação Fi-nanceira Internacional (IFC), aAgência Multilateral de Garan-tia de Investimentos (AMGI)

    e o Centro Internacional para

    Acerto de Disputas de Inves-timento (CIADI).Além de financiar projetos,o Banco Mundial tambémoferece sua grande experiên-cia internacional em diversasáreas de desenvolvimento.Um dos pilares do desenvolvi-mento social e econômicomundial desde a SegundaGuerra.A única agência supranacio-

    nal de financiamentos compresença e impacto globais.Angaria fundos nos merca-dos financeiros internaciona-

    is para combater a pobreza

    através do financiamentode projetos nos países emdesenvolvimento.Ajuda a atrair investimentosprivados através de coinves-timentos, garantias e segurosde risco político.Oferece aconselhamentoeconômico e técnico aospaíses membros.

    Disponível em: . Acesso em:

    05 do mar. de 2014.

    CEPAL 

    comissão econômica para a américalatina e o caribe

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    Pós-Graduação | Unicesumar

    25

    Nos anos recentes, a CEPAL tem-se dedi-

    cado particularmente ao estudo dos desafios

    que propõe a necessidade de retomar o

    caminho do crescimento sustentado, assimcomo a consolidação de sociedades plurais e

    democráticas. No marco da proposta geral, co-

    nhecida como transformação produtiva com

    equidade, foram consideradas questões tais

    como o papel da política social; o tratamen-

    to dos aspectos ambientais e demográficos

    e a estratégia educativa; a necessidade do

    progresso técnico para inserir-se de maneira

    competitiva no âmbito global, consolidar a

    estabilidade das economias da região e dina-mizar seu processo de expansão.

    Disponível em: .

    Acesso em: 05 mar. 2014.

    UNICEF fundo das nações unidas paraa infância

    O Fundo das Nações Unidas para a Infância

    (UNICEF) é um órgão internacional, com

    sede em Nova York, que foi criado no dia 11de dezembro de 1946, por decisão unânime,

    durante a primeira sessão da Assembleia Geral

    das Nações Unidas. Os primeiros programas do

    UNICEF forneceram assistência emergencial a

    milhões de crianças no período pós-guerra na

    Europa, no Oriente Médio e na China.

    Consolidou-se em 1953 como parte perma-

    nente do sistema das Nações Unidas, com umpapel ampliado: “atender às necessidades de

    longo prazo das crianças que vivem na pobreza

    nos países em desenvolvimento” (UNICEF, 2007).

    Nessa perspectiva, o UNICEF tem como princí-

    pio básico promover o bem-estar da criança e

    do adolescente, com base em sua necessidade,

    sem discriminação de raça, credo, nacionalida-

    de, condição social ou opinião política.

    Em 1979, a análise da situação da infância

    brasileira levou ao reconhecimento de que as

    políticas em favor da infância e da juventudedeviam integrar o planejamento econômico

    e social do país, com ênfase nos programas

    preventivos. Reconheceu-se, também, a ne-

    cessidade de haver um orçamento substancial

    para a cobertura nacional dos serviços básicos,

    com atenção especial para o saneamento.

    Dessa forma, o UNICEF, no Brasil, aliou-se

    aos esforços que já vinham sendo desen-volvidos e, por intermédio de uma grande

    campanha de mobilização nacional que vem

    se repetindo por vários anos, o Governo,

    grupos religiosos, empresas privadas e pú-

    blicas conseguiram reduzir drasticamente

    os índices de mortalidade infantil.

    Disponível em: . Acesso em: 18 fev. 2014.

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    Políticas Educacionais

    26

    A Organização das Nações Unidas para a

    Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) foi

    criada em 16 de novembro de 1945, logo após

    a Segunda Guerra Mundial, com o objetivo

    de garantir a paz por meio da cooperação

    intelectual entre as nações, acompanhandoo desenvolvimento mundial e auxiliando os

    Estados-Membros – hoje são 193 países – na

    busca de soluções para os problemas que

    desaam nossas sociedades. É a agência das

    Nações Unidas que atua nas seguintes áreas de

    mandato: Educação, Ciências Naturais, Ciências

    Humanas e Sociais, Cultura e Comunicação e

    Informação.A Representação da UNESCO no Brasil

    foi estabelecida em 1964 e seu Escritório,

    em Brasília, iniciou as atividades em 1972,

    tendo como prioridades a defesa de uma

    educação de qualidade para todos e a pro-

    moção do desenvolvimento humano e social.

    Desenvolve projetos de cooperação técnica

    em parceria com o governo – União, estados

    e municípios –, a sociedade civil e a inicia-

    tiva privada, além de auxiliar na formulação

    de políticas públicas que estejam em sinto-

    nia com as metas acordadas entre os Estados

    Membros da Organização.

    No setor de Educação, a principal diretrizda UNESCO é auxiliar os países membros a

    atingir as metas de Educação para Todos, pro-

    movendo o acesso e a qualidade da educação

    em todos os níveis e modalidades, incluindo

    a educação de jovens e adultos. Para isso, a

    Organização desenvolve ações direcionadas

    ao fortalecimento das capacidades nacionais,

    além de prover acompanhamento técnicoe apoio à implementação de políticas na-

    cionais de educação, tendo sempre como

    foco a relevância da educação como valor

    estratégico para o desenvolvimento social

    e econômico dos países.

    Disponível em: . Acesso em: 05 mar. de 2014

    UNESCO a organização das nações unidas para

    a educação, a ciência e a cultura

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    Pós-Graduação | Unicesumar

    27

    Jacques Delors foi o responsável pela elabora-

    ção do Relatório para a UNESCO da Comissão

    Internacional sobre Educação para o século

    XXI “Educação: um tesouro a descobrir” , neste ele

    indicou os objetivos principais para a educação

    que estava por vir. Seguem os quatro pilares daproposta, bem como o significado da educação

    ao longo da vida, estes fundamentos necessá-

    rios para se fazer a educação do novo século:

    aprender a conhecerCombinando uma cultura geral, suficientemen-

    te vasta, com a possibilidade de trabalhar em

    profundidade um pequeno número de matérias.O que também significa: aprender a aprender,

    para beneficiar-se das oportunidades oferecidas

    pela educação ao longo de toda a vida.

    aprender a fazerA fim de adquirir, não somente uma qualifi-

    cação profissional mas, de uma maneira mais

    ampla, competências que tornem a pessoaapta a enfrentar numerosas situações e a tra-

    balhar em equipe. Mas também aprender a

    fazer, no âmbito das diversas experiências

    sociais ou de trabalho que se oferecem aos

     jovens e adolescentes, quer espontaneamen-

    te, fruto do contexto local ou nacional, quer

    formalmente, graças ao desenvolvimento do

    ensino alternado com o trabalho.

    as propostas para a

    EDUCAÇÃO BRASILEIRA

    aprender a viver juntosDesenvolvendo a compreensão do outro e

    a percepção das interdependências — reali-

    zar projetos comuns e preparar-se para gerir

    conflitos — no respeito pelos valores do plu-

    ralismo, da compreensão mútua e da paz.

    aprender a serPara melhor desenvolver a sua personalidade

    e estar à altura de agir com cada vez maior

    capacidade de autonomia, de discernimen-

    to e de responsabilidade pessoal. Para isso,

    não negligenciar na educação nenhuma das

    potencialidades de cada indivíduo: memória,raciocínio, sentido estético, capacidades

    físicas, aptidão para comunicar-se (DELORS,

    2006, p.101-102).

    o conceito de educação ao longo de toda a vidaÉ a chave que abre as portas do século

    XXI. Ultrapassa a distinção tradicional entreeducação inicial e educação permanente.

    Aproxima-se de outro conceito proposto

    com freqüência: o da sociedade educativa,

    onde tudo pode ser ocasião para aprender e

    desenvolver os próprios talentos. Em suma,

    a “educação ao longo de toda a vida”, deve

    aproveitar todas as oportunidades ofereci-

    das pela sociedade (DELORS, 2006).

  • 8/17/2019 8628ae9217e1d49d5b9f054b2d658d6e3b588837b17fea448c464b9e0b745b44f40ee4ab4d6237ed81cc51f1014cc95…

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    Políticas Educacionais

    28

    considerações fnais

    Ao encerrar esta unidade, você deve con-siderar as questões que foram tratadas, tais

    como: a relação entre sociedade, Estado e

    educação; o neoliberalismo na educação; e os

    organismos internacionais e suas propostas

    para a educação brasileira. Esta é uma refle-

    xão essencial para aqueles que se propõem a

    conhecer as políticas e a legislação do Ensino

    Superior no Brasil.

  • 8/17/2019 8628ae9217e1d49d5b9f054b2d658d6e3b588837b17fea448c464b9e0b745b44f40ee4ab4d6237ed81cc51f1014cc95…

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    Pós-Graduação | Unicesumar

    29

    atividade de autoestudo

    ESTUDO DE TEXTO

    Leia o texto a seguir e responda o que forsolicitado

    UNESCO: OS QUATRO PILARES DA “EDU

    CAÇÃO PÓSMODERNA”

    Lenildes Ribeiro Silva

    O relatório para a Unesco, da Comissão Internacional

    sobre Educação para o século XXI, Educação: um

    tesouro a descobrir 

    , traz uma análise considerável arespeito do desenvolvimento da sociedade atual,

    suas tensões marcadas pelo processo de globali-

    zação e modernização, como a convivência com

    a diferença, a necessidade da convivência pacífica

    e, relacionada a todas essas questões, a educa-

    ção. São explicitadas reflexões sobre os rumos

    da educação na sociedade do século XXI, pistas,

    recomendações, objetivos e metas. Dentre essas

    reflexões, ressalta-se a discussão sobre os quatro

    pilares da educação (aprender a conhecer, apren-

    der a fazer, aprender a ser e aprender a viver juntos),

    o conceito de educação ao longo de toda a vida e

    as articulações que se desenvolvem entre esses e

    as exigências da sociedade capitalista, em globali-

    zação. São pilares que se relacionam ao raciocínio

    pós-moderno de Lyotard para quem o saber “não

    se entende apenas, é claro, um conjunto de enun-ciados donativos; a ele misturam-se as idéias de

    saber-fazer, de saber-viver, de saber-escutar, etc”

    (Lyotard, 1986, p. 36).

    A educação ao longo de toda a vida se refere à

    mudança da noção de qualificação, pautada em

    uma formação única para a noção de competên-

    cia, que se relaciona a uma formação dinâmica,

    flexível, condizente com a ênfase atual no trabalho

    em equipe, na capacidade de iniciativa, na va-

    lorização de talentos e aptidões. Essa mudança

    advém da “desmaterialização” do trabalho que

    exige, além da técnica, a “aptidão para as relações

    interpessoais” (Delors, 2003, p. 95).

    Essa mudança no tempo destinado à educação

    é discutida por Schaff quando apresenta a edu-

    cação permanente como uma realidade possível

    de ser alcançada e destaca, cobrando da Unesco,

    sua obrigatoriedade, assim como o é a educação

    escolar. A preocupação com uma formação cons-tante do indivíduo é justificada pela necessidade

    de que ele acompanhe o acelerado ritmo em que

    as transformações da sociedade ocorrem. [...]

    No “Relatório” (Delors, 1993), entretanto, a

    concepção de educação permanente é retoma-

    da da sua versão original, segundo as discussões

    mundializadas, e ampliada no sentido de ir além

    das reciclagens profissionais, o que compreen-

    de a educação ao longo de toda a vida, trazendo

    oportunidade de conhecimento àqueles que já

    se encontravam fora da idade escolar tradicional.

    Embora não tratando especificamente do concei-

    to de educação permanente, ou, nos termos do

    Relatório, educação ao longo de toda a vida, Lyotard

    compactua dessa idéia ao ressaltar a necessidade

    do ensino romper o tempo de aprendizagem insti-

    tucional tradicional, atendendo a jovens e adultos

    durante toda a sua vida produtiva.[...]

    1. Por que é necessário conhecer o Relatório pro-

    duzido pela Unesco? Qual a função dele para a

    educação brasileira?

    2. O que significa a expressão “educação ao longo

    da vida” para o documento estudado?

  • 8/17/2019 8628ae9217e1d49d5b9f054b2d658d6e3b588837b17fea448c464b9e0b745b44f40ee4ab4d6237ed81cc51f1014cc95…

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    Políticas Educacionais

    30

    FilmeCapitalismo: uma historia de amorMichael MooreDuração: 120 minAno: 2009País: Estados UnidosGênero: DocumentárioSinopse: O documentário explora as raízes da crise financeiraglobal, no período de transição entre a saída de George Bush ea posse de Barack Obama no governo dos EUA, as falcatruas po-líticas e econômicas que culminaram no que o diretor descrevecomo “o maior roubo da história dos EUA”: a transferência de di-nheiro dos contribuintes para instituições financeiras privadas.

    ALTMANN, H. Influências do Banco Mundial no projeto educa-

    cional brasileiro. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.28, n.1, p.77-89, jan./jun. 2002.

    LARA, A. M. B. As Políticas Públicas para a Infância na Argentina– O Caso da Cidade de Buenos Aires a partir dos anos 1990.In: AZEVEDO, M. L. N.; LARA, A. M. B. (Orgs.) Políticas para aEducação: análises e apontamentos. Maringá: EDUEM, 2011.p.159-180.

    LIVROTítulo: Neoliberalismo - de Onde Vem Para Onde Vai?Autor: Reginaldo Moraes

    Editora: SENAC São PauloSinopse: Tema desse livro, o neoliberalismo suscita várias ques-tões: O que significa? De onde surge? O que pretende? Quemo defende? Quem o critica? Tais perguntas contêm um ex-traordinário potencial de controvérsia, na medida em que oneoliberalismo provoca muitas discussões, a seu favor ou contra.

    “Quanto ao aporte de recursos, o Banco

    destinou até 1994, um crédito de 19,2bilhões de dólares ao setor educacio-nal (BIRD, 1995). A parcela concedidaao Brasil mostra-se pouco significativa:no curso de vinte anos de cooperação,o crédito apenas ultrapassou os 100milhões de dólares. Esta quantia, se nãocontribuiu para mudanças no quadrodos problemas estruturais da educa-ção, permitiu que o BIRD participasseda definição da agenda educacional doPaís. Isto porque os empréstimos impli-

    cam a imposição de condicionalidadespolíticas ao setor sob financiamento, asquais são negociadas durante o períodode identificação e preparação dos pro-

     jetos. Se se considera que para recebereste crédito, o Brasil concorreu com pelomenos o dobro desses recursos a títulode contrapartida aos empréstimos, ficaevidente que o BIRD fez prevalecer o seupróprio projeto político às custas do di-nheiro nacional”

    (FONSECA 1998, p.41). FONSECA, Marília.OBanco Mundial como referência para a justiça social no terceiro mundo: evidências

    do caso brasileiro. Rev. Fac. Educ. [online].1998, vol.24, n.1, pp. 37-69. ISSN 0102-2555.

    Disponível em: .

    organismos internacionaisacesse os links:

    neoliberalismo na América Latina acesse:

    filme

    Web

    relatode caso

    Os modelos do capitalismo e a destruição das nações Zillah Branco

  • 8/17/2019 8628ae9217e1d49d5b9f054b2d658d6e3b588837b17fea448c464b9e0b745b44f40ee4ab4d6237ed81cc51f1014cc95…

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    Pós-Graduação | Unicesumar

    31

    O aumento da interdependência econômica, osintercâmbios em todos os planos, as influênciasculturais e sociais que se têm processado de formaacelerada, sempre mais rápida, passaram a fazerparte do quotidiano, exigindo que o domínio deinformações, o mais variado possível, adquirisserelevada importância crucial. Nesse novo cenário,o que se constata é que não existe, ainda, nopaís quantidade de profissionais suficientementehabilitados para atender um mercado com taisnecessidades. Daí o surgimento dos cursos nãosó de graduação em Relações Internacionais, mastambém de dezenas de pós-graduação lato estricto sensu, em todo país.

    (MIYAMOTO, 2002, p. 4)

    LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃONACIONAL

    A lei é um espaço de luta pela conquista ereconhecimento de direitos de cidadania. A Leide Diretrizes e Bases da Educação regulamentadireitos instituídos na Constituição Federal de1988, vinculando a educação escolar ao mundodo trabalho e à prática social. A formulação dalei seguiu longa trajetória de participação econflitos por uma educação pública, democráticae de qualidade. O primeiro projeto, tendo comorelator Jorge Hage, instituiu formas significativas

    de participação da cidadania (BRITO, 1997),acolhendo propostas avançadas, fundamentadasem debates dos educadores em ConferênciasBrasileiras de Educação e em propostas do Fórumem Defesa da Escola Pública. Após passar pornegociações e conflitos, o projeto inicial foiaprovado na Câmara, em 1993. Foi substituído,no Senado, por projeto do Senador Darcy Ribeiro,desconsiderando a trajetória anterior. Diante da

    resistência que se seguiu a essa mudança derumo, Darcy Ribeiro foi incorporando emendasque atenuassem de algum modo as resistênciase o mal-estar

  • 8/17/2019 8628ae9217e1d49d5b9f054b2d658d6e3b588837b17fea448c464b9e0b745b44f40ee4ab4d6237ed81cc51f1014cc95…

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    2SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO

    Professora Dra. Angela Mara de Barros Lara / Professora Me. Mara Cecília Rafael

    Plano de estudo

    A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará

    nesta unidade:

    • Educação Infantil

    • Ensino Fundamental

    • Ensino Médio

    • Educação de Jovens e Adultos

    • Educação a Distância

    • Educação Profissional

    • Educação Especial

    • Educação de Negros e Quilombolas

    • Educação do e no Campo

    • Educação Indígena

    Objetivos de Aprendizagem

    • Estudar as etapas da educação básica: Educação

    Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.

    • Compreender e analisar as modalidades da educa-

    ção básica: Educação de Jovens e Adultos, Educação

    a Distância, Educação Profissional, Educação Especial,

    Educação de Negros e Quilombolas, Educação do e

    no Campo e Educação Indígena.

  • 8/17/2019 8628ae9217e1d49d5b9f054b2d658d6e3b588837b17fea448c464b9e0b745b44f40ee4ab4d6237ed81cc51f1014cc95…

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    O objetivo desta unidade é tratar da organização do Sistema

    Educacional Brasileiro – SEB – em sua base legal. Para tanto, você

    estudará a Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases

    da Educação Nacional (Lei nº 9394/96) e do Plano Nacional de

    Educação (Lei nº 10.172/20011

     e PL nº 8.035).Ao discutirmos o SEB, vamos aprofundar nossos estudos no co-

    nhecimento dos níveis e modalidades da Educação Básica – o que

    significa apreender sobre a Educação Infantil, o Ensino Fundamental

    e o Ensino Médio – bem como das modalidades que a compõem,

    tais como Educação de Jovens e Adultos, Educação a Distância,

    Educação Profissional, Educação Especial, Educação de Negros e

    Quilombolas, Educação do e no Campo e a Educação Indígena.

    Você compreenderá como são conceituados os níveis e asmodalidades da educação e ensino tanto pela legislação como

    pelos teóricos que os analisam. É importante que você entenda a

    importância dessa discussão para sua formação, tendo em vista a

    necessidade de compreender as políticas educacionais e os aspec-

    tos da base legal da educação no país.

    Cabe aqui esclarecer que, nesta unidade do livro, somente

    abordaremos o primeiro nível do SEB, a Educação Básica – EB, e o

    segundo nível, a Educação Superior – ES, discutido na Unidade III.Acreditamos que será mais palatável a você, caro(a) acadêmico(a),

    trabalhar os níveis separadamente.

    Vamos aos estudos!!!!!! 

    1 Não trataremos do Plano Nacional de Educação de 2011 por encontrar-se ainda em pro-cesso de tramitação.

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    Políticas Educacionais

    34

    Conto com a sua participação na discus-

    são que faremos a seguir. Sei que estudar

    as Políticas Educacionais num primeiro

    momento, diria assim de chofre, parece umfardo, mas creia é uma das áreas mais interes-

    santes da Educação. E não me refiro apenas

    ao nosso país, mas a nossa região, a América

    Latina, e a outras como a Europa e os Estados

    Unidos, por exemplo.

    O que estou querendo salientar é que, a partir

    dos anos de 1980, nós, pesquisadores brasilei-

    ros da área, já não estudávamos a legislação

    pela legislação como na disciplina de Estruturae Funcionamento do Ensino2. Refiro-me a

    outra forma mais interessante de tratar da base

    legal, ou seja, contextualizando-a. Superamos

    aquela forma por uma outra, e aquela disci-

    plina por uma nova, mais arrojada, que nos

    educação

    BÁSICA

    2 A origem da disciplina Estrutura e Funcionamento do Ensino está no Parecer CFE nº 252/69. Para ler mais: SAVIANI, D. Competênciapolítica e competência técnica. Educação e Sociedade, São Paulo, nº15, p. 111-169, 1983; ____. Análise crítica da organização escolarbrasileira através das leis 5.540/68 e 5.692/71. In: GARCIA, W. E. (Org.) Educação Brasileira Contemporânea: organização e funcionamen-

    to. São Paulo: McGraw-Hill, 1978. ___. Escola e Democracia. São Paulo: Cortez/Autores Associados, 1987.

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    Pós-Graduação | Unicesumar

    35

    proporcionou a compreensão do movimen-

    to da história, seus interlocutores, a disciplina

    de Políticas Educacionais.

    Cabe adiantar a você que não foi uma ca-minhada simples e nem fácil. Ainda hoje, no

    século XXI, continuamos buscando a episte-

    mologia para analisar as Políticas Educacionais.

    Não me deixam mentir autores como Eneida

    Oto Shiroma, Olinda Evangelista, Roselane

    Fátima Campos, Rosalba Maria Cardoso

    Garcia, Jefferson Mainardes, estes teóricos

    do nosso sul brasileiro, mas podemos contar

    também com autores estrangeiros Stephen

    Bawn, Susan Robertson, entre outros. Esses

    autores citados são fundamentais para você

    aprofundar suas leituras no que diz respeitoàs análises das políticas.

    O mais importante é não fugirmos do

    nosso foco. Ao tratarmos em um primeiro

    momento da EB, buscamos identificá-la na

    legislação escolhida para aprofundarmos

    nossas discussões. Vamos iniciar pela CF

    (1988), esta estabeleceu o regime de cola-

    boração no seu art. 211, como segue:

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    Políticas Educacionais

    36

    Artigo 211

    A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organiza-

    rão em regime de colaboração seus sistemas de ensino.

    §1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos

     Territórios, financiará as instituições de ensino públicas fede-

    rais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva

    e supletiva, de forma a garantir equalização de oportunida-

    des educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensinomediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao

    Distrito Federal e aos Municípios.

    §2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino funda-

    mental e na educação infantil.

      §§ 1º e 2º alterados pela Emenda Constitucional nº 14, de 12 desetembro de 1996

    §3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no

    ensino fundamental e médio.

    §4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os

    Estados, o Distrito Federal e os Municípios definirão formas

    de colaboração, de modo a assegurar a universalização do

    ensino obrigatório.  * Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 11 de

    novembro de 2009

    §5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao

    ensino regular.  Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006*

    Gostaria de ressaltar uma questão fundamental, já abordada

    por Volsi e Lara (2012), que apontam que nesta Lei não aparece

    a expressão Sistema Educacional e, sim, sistemas de ensino.

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    Pós-Graduação | Unicesumar

    37

    E, ainda, fundamentam:

    Embora a Constituição de 1988 estabeleça o regime de colabo-

    ração entre os sistemas de ensino, essa questão se apresenta um

    tanto confusa na legislação. Não há uma definição clara, uma

    regra precisa, de como ocorrerá essa colaboração entre as esferas

    administrativas (Federal, Estadual e Municipal). Essa situação tem

    deixado lacunas que acabam por contribuir para não efetivação

    da garantia do direito a educação ao cidadão brasileiro (VOLSI;

    LARA, 2012, p. 18-19).

    Essa discussão é basilar para caracterizar o papel que estados e

    municípios têm no que tange à EB. É claro que não daremos conta

    de todas as especificidades do financiamento da educação, no

    entanto, é preciso enfatizar sua importância. Por isso, o regime

    de colaboração é um ponto estratégico para conhecer melhor o

    alcance de cada ente federado nesta questão.

    É importante salientar as questões referentes à Educação Básicana LDB (1996) e no PNE (2001). Na LDB (1996), o Título V - Dos Níveis

    e das Modalidades de Educação e Ensino, em seu Capítulo I - Da

    Composição Dos Níveis Escolares, no seu art. 21, define:

    Artigo 21

    A educação escolar compõe-se de:

    I. educação básica, formada pela educação infantil, ensinofundamental e ensino médio;

    II. educação superior (BRASIL, 1996).

    No Capítulo II - DA EDUCAÇÃO BÁSICA, na Seção I - Das Disposições

    Gerais que compreende os art. 22 até o art. 28, vamos apenas

    abordar o que é mais relevante a nossa discussão, que é apresen-

    tar em linhas gerais a EB:

  • 8/17/2019 8628ae9217e1d49d5b9f054b2d658d6e3b588837b17fea448c464b9e0b745b44f40ee4ab4d6237ed81cc51f1014cc95…

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    Políticas Educacionais

    38

    Artigo 22

    A educação básica tem por nalidades desenvolver o

    educando, assegurar-lhe a formação comum indispen-

    sável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meiospara progredir no trabalho e em estudos posteriores

    (BRASIL, 1996).

    No Capítulo I, no subtítulo ETAPAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA, no

    Plano Nacional de Educação (2010), em seu artigo 21 afirma:

    Artigo 21

    São etapas correspondentes a diferentes momentos constitutivosdo desenvolvimento educacional:

    I. a Educação Infantil, que compreende: a Creche, englo-

    bando as diferentes etapas do desenvolvimento da criança

    até 3 (três) anos e 11 (onze) meses; e a Pré-Escola, com

    duração de 2 (dois) anos;

    II. o Ensino Fundamental, obrigatório e gratuito, com duração

    de 9 (nove) anos, é organizado e tratado em duas fases: a

    dos 5 (cinco) anos iniciais e a dos 4 (quatro) anos finais;III. o Ensino Médio, com duração mínima de 3 (três) anos.

    Parágrafo único. Essas etapas e fases têm previsão de idades

    próprias, as quais, no entanto, são diversas quando se atenta

    para sujeitos com características que fogem à norma, como

    é o caso, entre outros:

    I. de atraso na matrícula e/ou no percurso escolar;

    II. de retenção, repetência e retorno de quem havia abando-

    nado os estudos;III. de portadores de deficiência limitadora;

    IV. de jovens e adultos sem escolarização ou com esta

    incompleta;

    V. de habitantes de zonas rurais;

    VI. de indígenas e quilombolas;

    VII. de adolescentes em regime de acolhimento ou internação,

     jovens e adultos em situação de privação de liberdade nos

    estabelecimentos penais (BRASIL, 2010).

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    Pós-Graduação | Unicesumar

    39

    Para viabilizarmos a discussão sobre as etapas da EB, vamos tratar

    de forma separada cada uma delas. Iniciamos nossas análises e in-

    terpretações da base legal pela Educação Infantil. Na LDB (1996),

    iniciamos pela Seção II - Da Educação Infantil que vai especificarem seus artigos de 29 a 31:

    Artigo 29

      A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem

    como nalidade o desenvolvimento integral da criança até

    seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, in-

    telectual e social, complementando a ação da família e dacomunidade.

    Artigo 30

    A educação infantil será oferecida em:

    I. creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até

    três anos de idade;

    II. pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade.

    Artigo 31

     Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acom-

    panhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o

    objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino

    fundamental (BRASIL, 1996).

    No PNE (2001), na Seção I - Educação Infantil, trata em seu art. 22:

    Artigo 22

     A Educação Infantil tem por objetivo o desenvolvimento

    integral da criança, em seus aspectos físico, afetivo, psicoló-

    gico, intelectual, social, complementando a ação da família

    e da comunidade.

  • 8/17/2019 8628ae9217e1d49d5b9f054b2d658d6e3b588837b17fea448c464b9e0b745b44f40ee4ab4d6237ed81cc51f1014cc95…

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    Políticas Educacionais

    40

    § 1º As crianças provêm de diferentes e singulares contextos so-

    cioculturais, socioeconômicos e étnicos, por isso devem ter

    a oportunidade de ser acolhidas e respeitadas pela escola

    e pelos profissionais da educação, com base nos princí-pios da individualidade, igualdade, liberdade, diversidade e

    pluralidade.

    § 2º Para as crianças, independentemente das diferentes condições

    físicas, sensoriais, intelectuais, linguísticas, étnico-raciais, socio-

    econômicas, de origem, de religião, entre outras, as relações

    sociais e intersubjetivas no espaço escolar requerem a atenção

    intensiva dos profissionais da educação, durante o tempo de

    desenvolvimento das atividades que lhes são peculiares, poiseste é o momento em que a curiosidade deve ser estimulada, a

    partir da brincadeira orientada pelos profissionais da educação.

    § 3º Os vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e

    do respeito mútuo em que se assenta a vida social devem ini-

    ciar-se na Educação Infantil e sua intensificação deve ocorrer

    ao longo da Educação Básica.

    § 4º Os sistemas educativos devem envidar esforços promoven-

    do ações a partir das quais as unidades de Educação Infantilsejam dotadas de condições para acolher as crianças, em

    estreita relação com a família, com agentes sociais e com a

    sociedade, prevendo programas e projetos em parceria, for-

    malmente estabelecidos.

    § 5º A gestão da convivência e as situações em que se torna ne-

    cessária a solução de problemas individuais e coletivos pelas

    crianças devem ser previamente programadas, com foco

    nas motivações estimuladas e orientadas pelos professorese demais profissionais da educação e outros de áreas perti-

    nentes, respeitados os limites e as potencialidades de cada

    criança e os vínculos desta com a família ou com o seu res-

    ponsável direto (BRASIL, 2010).

    A segunda etapa da EB é o ENSINO FUNDAMENTAL. E vamos tra-

    balhar na legislação usando a LDB e o PNE. A LDB (1996), na Seção

    III - Do Ensino Fundamental nos seus art. 32 a 34, trata:

  • 8/17/2019 8628ae9217e1d49d5b9f054b2d658d6e3b588837b17fea448c464b9e0b745b44f40ee4ab4d6237ed81cc51f1014cc95…

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    Pós-Graduação | Unicesumar

    41

    Artigo 323

    O ensino fundamental obrigatório, com duração de nove anos,

    gratuito na escola pública, iniciando-se aos seis anos de idade,

    terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante:

    I. o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como

    meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

    II. a compreensão do ambiente natural e social, do sistema

    político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se

    fundamenta a sociedade;

    III. o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo

    em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e aformação de atitudes e valores; IV – o fortalecimento dos

    vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e

    de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

    § 1º É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino fun-

    damental em ciclos.

    § 2º os estabelecimentos que utilizam progressão regular por

    série podem adotar no ensino fundamental o regime de

    progressão continuada, sem prejuízo da avaliação do pro-cesso de ensino-aprendizagem, observadas as normas do

    respectivo sistema de ensino.

    § 3º o ensino fundamental regular será ministrado em língua

    portuguesa, assegurada às comunidades indígenas a uti-

    lização de suas línguas maternas e processos próprios de

    aprendizagem.

    § 4º o ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a dis-

    tância utiliza- do como complementação da aprendizagemou em situações emergenciais.

    § 5º4  o currículo do ensino fundamental incluirá, obrigatoriamente,

    conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescen-

    tes, tendo como diretriz a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990,

    que institui o Estatuto da Criança e do Adolescente, observa-

    da a produção e distribuição de material didático adequado.

    § 6º5 o estudo sobre os símbolos nacionais será incluído como

    tema transversal nos currículos do ensino fundamental.

    3 Caput com redação dadapela Lei nº 11.274, de07-02-2006.

    4 Parágrafo acrescido pela Leinº 11.525, de 25-09-2007.

    5 Parágrafo acrescido pelaLei nº 12.472, de 1º-9-2011,em vigor 90 dias após suapublicação, que ocorreuno Diário Oficial da União

    de 02-09-2011.

  • 8/17/2019 8628ae9217e1d49d5b9f054b2d658d6e3b588837b17fea448c464b9e0b745b44f40ee4ab4d6237ed81cc51f1014cc95…

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    Políticas Educacionais

    42

    Artigo 336

     O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da

    formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários

    normais das escolas públicas de ensino fundamental, asseguradoo respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quais-

    quer formas de proselitismo.

    § 1º os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos

    para a denição dos conteúdos do ensino religioso e es-

    tabelecerão as normas para a habilitação e admissão dos

    professores.

    § 2º os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída

    pelas diferentes denominações religiosas, para a deniçãodos conteúdos do ensino religioso.

    Artigo 34

    A jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos

    quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progres-

    sivamente ampliado o período de permanência na escola.

    § 1º São ressalvados os casos do ensino noturno e das formasalternativas de organização autorizadas nesta lei.

    § 2º o ensino fundamental será ministrado progressivamente

    em tempo integral, a critério dos sistemas de ensino

    (BRASIL, 1996).

    O PNE (2001), na Seção II - Ensino Fundamental, dos art. 23 a 25,

    trata:

    Artigo 23

    O Ensino Fundamental com 9 (nove) anos de duração, de matrí-

    cula obrigatória para as crianças a partir dos 6 (seis) anos de idade,

    tem duas fases sequentes com características próprias, chama-

    das de anos iniciais, com 5 (cinco) anos de duração, em regra para

    estudantes de 6 (seis) a 10 (dez) anos de idade; e anos finais, com

    4 (quatro) anos de duração, para os de 11 (onze) a 14 (quatorze) anos.Parágrafo único. No Ensino Fundamental, acolher significa

    6 Artigo com redação dada pela

    Lei nº 9.475, de 27-07-1997.

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    Pós-Graduação | Unicesumar

    43

    também cuidar e educar, como forma de garantir a aprendiza-

    gem dos conteúdos curriculares, para que o estudante desenvolva

    interesses e sensibilidades que lhe permitam usufruir dos bens cul-

    turais disponíveis na comunidade, na sua cidade ou na sociedadeem geral, e que lhe possibilitem ainda sentir-se como produtor

    valorizado desses bens.

    Artigo 24

    Os objetivos da formação básica das crianças, definidos para a

    Educação Infantil, prolongam-se durante os anos iniciais do Ensino

    Fundamental, especialmente no primeiro, e completam-se nosanos finais, ampliando e intensificando, gradativamente, o pro-

    cesso educativo, mediante:

    I. da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o

    pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

    II. foco central na alfabetização, ao longo dos 3 (três) primei-

    ros anos;

    III. compreensão do ambiente natural e social, do sistema po-

    lítico, da economia, da tecnologia, das artes, da cultura edos valores em que se fundamenta a sociedade;

    IV. o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo

    em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a

    formação de atitudes e valores;

    V. fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solida-

    riedade humana e de respeito recíproco em que se assenta

    a vida social.

    Artigo 25

    Os sistemas estaduais e municipais devem estabelecer especial

    forma de colaboração visando à oferta do Ensino Fundamental

    e à articulação sequente entre a primeira fase, no geral assumida

    pelo Município, e a segunda, pelo Estado, para evitar obstácu-

    los ao acesso de estudantes que se transfiram de uma rede para

    outra para completar esta escolaridade obrigatória, garantindo

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    Políticas Educacionais

    44

    a organicidade e a totalidade do processo formativo do escolar

    (BRASIL, 2010).

    A terceira etapa da EB é o ENSINO MÉDIO. A LDB (1996), na SeçãoIV - Do Ensino Médio, nos art. 35 e 36, apresenta:

    Artigo 35

    O ensino médio, etapa nal da educação básica, com duração

    mínima de três anos, terá como nalidades:

    I. a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos

    adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o pros-seguimento de estudos;

    II. a preparação básica para o trabalho e a cidadania do edu-

    cando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz

    de se adaptar com exibilidade a novas condições de ocu-

    pação ou aperfeiçoamento posteriores;

    III. o aprimoramento do educando como pessoa humana,

    incluindo a formação ética e o desenvolvimento da auto-

    nomia intelectual e do pensamento crítico;IV. a compreensão dos fundamentos cientíco-tecnológi-

    cos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a

    prática, no ensino de cada disciplina.

    Artigo 36

    O currículo do ensino médio observará o disposto na seção I deste

    capítulo e as seguintes diretrizes:I. destacará a educação tecnológica básica, a compreensão

    do signicado da ciência, das letras e das artes; o proces-

    so histórico de transformação da sociedade e da cultura;

    a língua portuguesa como instrumento de comunicação,

    acesso ao conhecimento e exercício da cidadania;

    II. adotará metodologias de ensino e de avaliação que esti-

    mulem a iniciativa dos estudantes;

    III. será incluída uma língua estrangeira moderna, como

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    Pós-Graduação | Unicesumar

    45

    disciplina obriga- tória, escolhida pela comunidade escolar,

    e uma segunda, em caráter optativo, dentro das disponibi-

    lidades da instituição;

    IV. serão incluídas a filosofia e a sociologia como disciplinas

    obrigatórias em todas as séries do ensino médio.7

    § 1º os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação

    serão organizados de tal forma que ao nal do ensino médio

    o educando demonstre:

    I. domínio dos princípios cientíco e tecnológicos que pre-

    sidem a produção moderna;

    II. conhecimento das formas contemporâneas de linguagem;

    III. (revogado).8 

    § 2º (revogado).9 

    § 3º os cursos do ensino médio terão equivalência legal e habi-

    litarão ao prosseguimento de estudos.

    § 4º (revogado).10 (BRASIL, 1996).

    O PNE (2012), na Seção III - Ensino Médio, no art. 26, salienta:

    Artigo 26

    O Ensino Médio, etapa final do processo formativo da Educação

    Básica, é orientado por princípios e finalidades que preveem:

    I. a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos

    adquiridos no Ensino Fundamental, possibilitando o pros-

    seguimento de estudos;

    II. a preparação básica para a cidadania e o trabalho, tomado

    este como princípio educativo, para continuar aprenden-

    do, de modo a ser capaz de enfrentar novas condições deocupação e aperfeiçoamento posteriores;

    III. o desenvolvimento do educando como pessoa humana,

    incluindo a formação ética e estética, o desenvolvimento

    da autonomia intelectual e do pensamento crítico;

    IV. a compreensão dos fundamentos científicos e tecnológi-

    cos presentes na sociedade contemporânea, relacionando

    a teoria com a prática.

    7 Inciso acrescido pela Leinº 11.684, de 2-6-2008.

    8 Inciso revogado pela Leinº 11.684, de 2-6-2008.

    9 Parágrafo revogadopela Lei nº 11.741, de16-7-2008.

    10 Idem.

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    Políticas Educacionais

    46

    § 1º O Ensino Médio deve ter uma base unitária sobre a qual

    podem se assentar possibilidades diversas como preparação

    geral para o trabalho ou, facultativamente, para profissões

    técnicas; na ciência e na tecnologia, como iniciação cientí-fica e tecnológica; na cultura, como ampliação da formação

    cultural.

    § 2º A definição e a gestão do currículo inscrevem-se em uma

    lógica que se dirige aos jovens, considerando suas singu-

    laridades, que se situam em um tempo determinado.

    § 3º Os sistemas educativos devem prever currículos flexíveis,

    com diferentes alternativas, para que os jovens tenham a

    oportunidade de escolher o percurso formativo que atendaseus interesses, necessidades e aspirações, para que se as-

    segure a permanência dos jovens na escola, com proveito,

    até a conclusão da Educação Básica (BRASIL, 2010).

    A partir deste momento do texto, vamos tratar das modalidades

    que estão vinculadas à EB. Vamos apresentar na base legal como são

    tratadas estas modalidades que se dividem em: Educação Especial

    – EE, Educação de Jovens e Adultos – EJA, Educação Profissional

    e Tecnológica – EPT, Educação do e no Campo – EC, EducaçãoEscolar Indígena – EEI, Educação de Negros e Quilombolas - ENQ

    e Educação a Distância – EAD.

    O PNE (2001), no CAPÍTULO II - MODALIDADES DA EDUCAÇÃO

    BÁSICA, no art. 27, destaca:

    Artigo 27

    A cada etapa da Educação Básica pode corresponder uma ou mais

    das modalidades de ensino: Educação de Jovens e Adultos, Educação

    Especial, Educação Profissional e Tecnológica, Educação do Campo,

    Educação Escolar Indígena e Educação a Distância (BRASIL, 2010).

    Vamos seguir a ordem de apresentação das modalidades na

    LDB (1996). Iniciamos pela EDUCAÇÃO PROFISSIONAL. Na Seção IV 11 

    - Do Ensino Médio – Seção IV - A Da Educação Profissional Técnica

    de Nível Médio, trata dos art. 36-A até 36-D):

    11 Seção acrescida pela Lei

    nº 11.741, de 16-7-2008.

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    Pós-Graduação | Unicesumar

    47

    Artigo 36-A

    Sem prejuízo do disposto na seção IV deste capítulo, o ensino

    médio, atendida a formação geral do educando, poderá prepará-lo

    para o exercício de profissões técnicas.Parágrafo único. A preparação geral para o trabalho e, facul-

    tativamente, a habilitação profissional poderão ser desenvolvidas

    nos próprios estabelecimentos de ensino médio ou em coope-

    ração com instituições especializadas em educação profissional.

    Artigo 36-B

    A educação profissional técnica de nível médio será desenvolvi-da nas seguintes formas:

    I. articulada com o ensino médio;

    II. subsequente, em cursos destinados a quem já tenha con-

    cluído o ensino médio.

    Parágrafo único. A educação profissional técnica de nível médio

    deverá observar:

    I. os objetivos e definições contidos nas diretrizes curricu-

    lares nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional deEducação;

    II. as normas complementares dos respectivos sistemas de

    ensino;

    III. as exigências de cada instituição de ensino, nos termos de

    seu projeto pedagógico.

    Artigo 36-C

    A educação profissional técnica de nível médio articulada, pre-

    vista no inciso I do caput do art. 36-B desta lei, será desenvolvida

    de forma:

    I. integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído o

    ensino fundamental, sendo o curso planejado de modo a

    conduzir o aluno à habilitação profissional técnica de nível

    médio, na mesma instituição de ensino, efetuando-se ma-

    trícula única para cada aluno;

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    Políticas Educacionais

    48

    II. concomitante, oferecida a quem ingresse no ensino médio

    ou já o esteja cursando, efetuando-se matrículas distintas

    para cada curso, e podendo ocorrer:

    a) na mesma instituição de ensino, aproveitando-se asoportunidades educacionais disponíveis;

    b) em instituições de ensino distintas, aproveitando-se as

    oportunidades educacionais disponíveis;

    c) em instituições de ensino distintas, mediante con-

    vênios de intercomplementaridade, visando ao

    planejamento e ao desenvolvimento de projeto pe-

    dagógico unificado.

    Artigo 36-D

    Os diplomas de cursos de educação profissional técnica de nível

    médio, quando registrados, terão validade nacional e habilitarão

    ao prosseguimento de estudos na educação superior.

    Parágrafo único. Os cursos de educação profissional técnica

    de nível médio, nas formas articulada concomitante e subse-

    quente, quando estruturados e organizados em etapas comterminalidade, possibilitarão a obtenção de certificados de qua-

    lificação para o trabalho após a conclusão, com aproveitamento,

    de cada etapa que caracterize uma qualificação para o trabalho

    (BRASIL, 2011).

    O PNE (2001), na Seção III - Educação Profissional e Tecnológica,

    nos art. 30 a 34, apresenta:

    Artigo