8 orientações para uma boa interação com as crianças também sou pessoa

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Page 1: 8 Orientações para uma Boa Interação com as Crianças Também sou Pessoa
Page 2: 8 Orientações para uma Boa Interação com as Crianças Também sou Pessoa

O ICDP é realidade em nosso país graças a

participação de pessoas facilitadoras e multiplicadoras

comprometidas e dispostas a entregar o melhor de si

a suas comunidades. A elas nosso reconhecimento e

gratidão por promover um melhor desenvolvimento

psicossocial das crianças de Afrânio, Araripina, Bodocó,

Cabrobó, Dormentes, Exu, Granito, Ipubi, Lagoa

Grande, Moreilândia, Orocó, Ouricuri, Parnamirim,

Petrolina, Salgueiro, Santa Cruz, Santa Filomena, Santa

Maria da Boa Vista e Trindade.

Agradecemos especialmente a Acari que se

constitui como o grupo de referência na região

para a disseminação da metodologia “Também Sou

Pessoa”, assim como ao Lar Feliz, Projeto Vida, Colégio

Interativo, Casa da Criança, Comunidade João de Deus

e a todos/as que abriram suas portas para acolher as

primeiras experiências do ICDP no nordeste brasileiro.

Ficha técnica

Fundação Abrinq - Save the Children Denise Maria Cesario - Gerente de Desenvolvimento de Programas e Projetos

Equipe Programa Criança com Todos os Seus Direitos - Daniela Resende Florio, Douglas Silva de Souza, Elza Maria de Souza Ferraz, Miguel Benjamin Minguillo Neto, Luyla Karina Teixeira dos Santos Pinto, Péricles Coelho Barbosa, Luiz Mendonça da Silva

Consultora Internacional do ICDP NIcoletta Armstrong

Coordenação do ICDP em Pernambuco Simone de Araújo Souza (Associação Civil de Articulação para a Cidadania – ACARI)

Coordenação Editorial e Revisão Final Polyanna Magalhães (Fundação Abrinq - Save the Children)

Revisão Ortográfica José Oilton Menezes

Diagramação Via Design Criação Estratégica Atualização - Átila Lima

Ilustração André Persi

Fotos SXC e Istockphoto

Direitos reservados ao ICDP International Child Development Programmes Autoriza-se a reprodução total ou parcial deste material, citando a fonte.

Material originalmente produzido por ICDP em cooperação com UNICEF Colômbia, 2003.

Autores Karsten Hundeide y Nicoletta Armstrong

Tradução Manoel Leonardo Santos

Esta publicação é co-financiada pela União Europeia As opiniões expressas nesta publicação não refletem as opiniões da Comissão Europeia.

Page 3: 8 Orientações para uma Boa Interação com as Crianças Também sou Pessoa

IntroduçãoDesde 2010 o Programa Internacional para o Desenvolvimento Infantil (ICDP) e a Fundação Abrinq - Save the

Children, com apoio da União Europeia, implementam a metodologia “Também sou Pessoa” em 37 municípios da

região semiárida dos Estados de Pernambuco e Bahia. Esta ação faz parte do Programa “Criança com Todos os seus

Direitos”, que tem como objetivo melhorar a sobrevivência e o desenvolvimento da primeira infância em populações

que vivem em condições de pobreza e exclusão no Brasil e Peru.

O ICDP vem desenvolvendo esta trabalho em diversos países do mundo, especialmente na Europa, África, Ásia

e América Latina, o que demonstra a riqueza e o enorme potencial desta metodologia propiciadora de um

desenvolvimento infantil altamente harmônico e positivo.

A mensagem do programa está contida em 8 Orientações para uma boa interação e devem ser utilizadas como

temas de vivência na prática diária. Para transmitir a mensagem, o programa usa fotos, vídeos e certos princípios de

sensibilização que o fazem inovador e diferente dos outros. “Começa com que eles conhecem; constrói com que eles

têm”, disse Lao Tse (700 A.C.). Esta frase descreve a essência da metodologia: permitir as pessoas espaço para auto-

reflexão, para observar as crianças, para descobrir e construir sobre os aspectos positivos, existentes na interação

entre adultos e crianças, fortalecer a confiança e a própria iniciativa, facilitar processos exploratórios e exercícios que

conduzam ao descobrimento de caminhos novos e enriquecedores, de interação na vida diária.

A investigação psicológica mostra que a condição fundamental para o desenvolvimento infantil é uma relação

estável e em longo prazo com, pelo menos, um adulto capaz de demonstrar amor e também guiar e enriquecer a

experiência de mundo que tem a criança. Concordando com este conhecimento, “Também sou pessoa” se orienta

a proporcionar e manter uma interação de boa qualidade entre adultos e crianças, em consequência, assegura seu

ótimo desenvolvimento emocional, cognitivo e social.

“Também sou pessoa” apresenta um jogo de materiais educativos que inclui:

> Manual do facilitador

> Agenda do multiplicador e mochila do multiplicador

> Vídeo didático

> Cartilha para as pessoas que cuidam e educam

Com satisfação colocamos à disposição de vocês estes materiais, orientados a proporcionar ferramentas para

construir entre todos o mundo melhor que merecem as crianças.

Page 4: 8 Orientações para uma Boa Interação com as Crianças Também sou Pessoa

As crianças são pessoas com sentimentos, pensamentos

e desejos, tal como os adultos. Reconheceremos facilmente isso se

aprendermos a perguntar a nós mesmos:

“Se eu fosse uma criança como me sentiria nesta situação” ou

“Se eu estivesse na situação dessa criança, o que eu desejaria?”

Desta e de outras formas poderíamos começar a entender melhor as crianças,

e se alcançamos isso, uma comunicação de boa qualidade se

dará de forma espontânea como resultado da relação humana

sensível que exista entre adultos e crianças.

O que esperamos estabelecer é uma relação de compreensão e amorosidade

no cuidado de crianças por parte das pessoas adultas, para que eles e elas

possam se desenvolver como seres humanos

sensíveis que, por sua vez, contribuirão com o processo de

humanização de nossa sociedade.

Karsten Hundeide

14 de Abril de 1997

Page 5: 8 Orientações para uma Boa Interação com as Crianças Também sou Pessoa

Convidamos você a explorar a sua relação com as crianças ..........................................6

Nesta família estamos comprometidos em nos amarmos

e nos apoiarmos mutuamente .......................................................................................8

8 Orientações para uma boa interação com as crianças

1. Como você demonstra amor a seu filho? .........................................................9

2. Como você acompanha e responde

às iniciativas das crianças? ............................................................................ 10

3. Como você estabelece uma conversa pessoal, com ou sem palavras,

com as crianças? ............................................................................................ 11

4. Como você elogia as crianças por seus sucessos

e por suas tentativas? .................................................................................... 12

5. Como você ajuda as crianças a fixar a atenção? ............................................. 13

6. Como você nomeia e descreve para as crianças como é o mundo? .............. 14

7. Como você amplia a compreensão das crianças sobre as coisas

e experiências do mundo? ............................................................................ 15

8a) Como você coloca limites de forma positiva em suas crianças?

Ofereça a elas opções .................................................................................. 16

8b) Como você apóia as suas crianças para planejar

ações passo a passo? .................................................................................. 17

Como você está se comunicando agora com as crianças? .......................................... 18

A agenda diária das crianças ....................................................................................... 19

Reflexão sobre meu estilo de interação com as crianças ............................................ 20

Sumário

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6

Convidamos você a explorar a sua relação com as crianças.Mães e pais em todo o mundo, assim como você, desejam que suas filhas e filhos se desenvolvam da melhor

forma possível, mas nem sempre são conscientes da importância de seu próprio papel na promoção desse

desenvolvimento.

Baseado em investigações psicológicas, o Programa do ICDP “Também sou pessoa” apresenta

“8 Orientações para uma boa interação entre você e as crianças”. Esse programa destaca aspectos

da comunicação entre as pessoas adultas e os meninos e as meninas. Seguramente essas regras são

importantes para seu desenvolvimento. As Propostas são mensagens universais simples, naturalmente

presentes na comunicação entre a menina ou o menino, assim como quem está a cargo de seus cuidados e

educação. Claro está que existem grandes diferenças na forma em que estas 8 Orientações são expressadas

e praticadas pelas diferentes culturas que existem em cada país: desde a costa do Pacífico até o Atlântico,

para colocar só alguns exemplos.

As Orientações podem ser vistas como perguntas que lhe permitem explorar a relação com as crianças.

Perguntas como: como você se comunica, em sua experiência diária, com elas? Como você expressa seu

amor? Como você faz para regular seu comportamento? Como você elogia? Como você vai explicando as

coisas? Como você apóia sua curiosidade natural em relação ao mundo que lhes rodeia?

As Orientações são, assim, uma ferramenta útil para seu processo de descobrimento e aperfeiçoamento a

partir da forma como você interage com as crianças. Seguramente lhe ajudarão a ganhar conhecimento

mais aprofundado sobre as características individuais, interesses, necessidades e desejos das crianças,

assim como sobre a maneira como você está respondendo a eles.

É importante mencionar que o Programa não trabalha nas situações excepcionais, mas sobre as

experiências que todos os dias você compartilha com as crianças: banhá-las, vestí-las, comer, caminhar,

jogar ou fazer qualquer outra atividade. Todos esses momentos são excelentes oportunidades que podem

ser utilizados para guiar e expandir o entendimento do mundo das crianças, assim como para fortalecer o

laço emocional entre vocês.

O programa está dirigido a fortalecer sua confiança no desempenho do seu papel como responsável,

animando-o a empregar sua capacidade inata de empatia, que é o que as crianças mais necessitam de você.

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8 Prop

ostas

para

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7

Nossa Família

Cole uma fotografía de sua família

NOSSA FAMÍLIA ESTA COMPOSTA POR:

___________________________________ ___________________________________

___________________________________ ___________________________________

___________________________________ ___________________________________

___________________________________ ___________________________________

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8

Nesta família estamos comprometidos em nos amarmos e nos apoiarmos mutuamenteExistem duas formas de comunicação entre você e seus filhos.

As duas funcionam paralelamente:

1. A comunicação emocional você experimenta naqueles

momentos em que está lado a lado com o bebê, trocando

olhares, expressões, gestos, carinhos. Quando você está

“falando” na linguagem do bebê. Nesses momentos se

dá uma especial proximidade cheia de emoção entre

você e o bebê, uma boa sintonia (sentir o mesmo) e uma

espontânea habilidade para “conversar”. Os dois se revezam

nesse diálogo emocional como se estivessem “dançando

juntos”. O diálogo emocional é lógico e fácil de estabelecer,

mas mesmo tão simples, é muito importante, porque é a

condição sobre a qual se desenvolve a confiança e o vínculo

ou laço entre você e o bebê.

2. Existem formas de comunicação que se

desenvolvem, a partir da primeira infância, quando

o bebê tem cerca de nove meses. Nesse momento

você começa a atuar como seu guia no mundo. Esta

forma de comunicação surge quando você apóia

suas iniciativas de conhecer o mundo ao seu redor.

Quando você compartilha suas vivências e quando

você descreve e explica com entusiasmo, o que está

experimentando, há um diálogo de compreensão.

Quando você o guia na realização de seus projetos,

e lhes ajuda a conceber um plano para a realizá-lo,

se dá um diálogo de compreensão. Nos dois casos

você atua como mediador entre as crianças e seus

mundos, satisfazendo sua curiosidade natural.

Este tipo de comunicação é chamada “mediadora”.

Através desta experiência de mediação, as crianças

gradualmente adquirem as habilidades sociais

necessárias para viver na sua comunidade.

O programa do ICDP “Também sou pessoa” utiliza

8 Orientações: 4 Orientações (1,2,3,4) estão

relacionadas com a Comunicação Emocional;

enquanto que o segundo grupo de 4 Orientações

(5,6,7,8a e 8b) estão relacionadas com a

Comunicação Mediadora.

Mediação

Diálogo de compreensão

orientações 5, 6,7.

Diálogo de regulação

orientações 8a e 8b.

Diálogo emocional

orientações 1,2,3,4

si mesmo o outro

si mesmo

o outro

para o mundo

para o mundo

As duas funci

o

o

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9

1 Como você demonstra amor a seu filho?

Cole aqui uma foto que mostre

você realizando com sua criança a

proposição dessa orientação. Se não

dispõe de tal foto, procure um desenho

ou corte uma revista com imagens que

representem esta sugestão.

“Necessitode seu amor.“

Ainda que seu bebê seja muito pequeno,

ele entende os seus sentimentos. O bebê

entende o amor e também a rejeição; a

felicidade e também a tristeza. Quando

você dá carinho, quando o abraça, quando

o leva com amor e quando lhe fala com

ternura, ele se sente amado. Ele sente sua

alegria, sabe que você está à vontade com

sua companhia. Isto lhe dá segurança

e confiança. Por isso é importante

demonstrar a seu filho que você o ama.

1 2 3 4 5 ?muito

pouco

pouco médio muito muitíssimo não sei

Autoavaliação:a) Até que ponto você demonstra a seus filhos sentimentos positivos? Até onde você demonstra que o ama?

b) Dê exemplos de como você faz isso na prática.

c) Como você acredita que vai reagir uma criança que só encontra

indiferença e sentimentos negativos das pessoas mais próximas a ela?

Anote as respostas às perguntas b e c

em um caderno e leve à reunião para

compartilhar com as demais pessoas

do seu grupo.

Diálogo

emocional

“Nde

o

t

a

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e

d

1

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Como você acompanha e responde às iniciativas das crianças?2

Cole aqui uma foto que mostre

você realizando com sua criança a

proposição dessa orientação. Se não

dispõe de tal foto, procure um desenho

ou corte uma revista com imagens que

representem esta sugestão.

Crianças aprendem explorando, buscando e descobrindo

coisas novas. Por isso, nem sempre é preciso obrigá-las a

fazer algo. É muito importante para seu desenvolvimento

deixá-las fazer também algumas coisas que lhes ocorram.

Muitas vezes proibimos coisas sem razão. Antes de dizer “Não”,

se pergunte... “O que tem de mau no que ela está fazendo?”

E se a resposta é que não há nada de mau, olhe o que elas

fazem e entre no jogo delas. Trate de entender o que elas

querem fazer e ajude-as a realizar suas intenções. Quando

você demonstra interesse ou participa do que elas fazem,

elas se sentem importantes. Assim você estará ajudando-as a

desenvolver suas iniciativas.

1 2 3 4 5 ?muito

pouco

pouco médio muito muitíssimo não sei

Autoavaliação:a) Em que medida você presta atenção aos desejos e intenções das crianças? Até

que ponto você ajuda e acompanha naquilo que interessa às crianças?

b) Dê exemplos de como você faz isso na prática.

c) Como você acha que se comportará uma criança que

nunca obtêm resposta às suas iniciativas?

“Sinto-me tão feliz quando você mostra interesse no

que eu faço... Começo a confiar

em mim.”

Anote as respostas às perguntas b

e c em um caderno e leve à reunião

para compartilhar com as demais

pessoas do seu grupo.

Diálogo

emocional

qconfiar

em mim.”

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Como você estabelece uma conversa pessoal, com ou sem palavras, com as crianças?

3Cole aqui uma foto que mostre

você realizando com sua criança a

proposição dessa orientação. Se não

dispõe de tal foto, procure um desenho

ou corte uma revista com imagens que

representem esta sugestão.As crianças gostam que lhes

falem, inclusive, muito antes

que aprendam a falar. Desde o momento do

nascimento, você e ela podem se comunicar através de

olhares, sorrisos, gestos e sons, além das palavras. Fale a seu filho ou

filha de maneira amorosa sobre o que se passa ao seu redor. Você verá que

isto lhe anima a responder por meio de gestos e sons; depois você pode

responder a essas expressões. O importante é revezar-se, para que haja

“conversação”. Assim é como o menino ou a menina aprendem a formar

palavras, e a amar as pessoas próximas. Fale com eles... Eles entendem

você... Tenha certeza!

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Autoavaliação:a) Até que ponto você fala com seus filhos, e trata de ter com sucesso um contato ou “conversa”

mediante olhares, sorrisos ou outros gestos recíprocos que expressem alegria mútua?

b) Dê exemplos de como você faz isso na prática.

c) Como você crê que se sentirá uma criança à qual ninguém presta atenção quando quer se

expressar?

Vem a mim.Aproxime-separa que eu possa expressar o que sinto!

Anote as

respostas às

perguntas b

e c em um

caderno e leve

à reunião para

compartilhar

com as demais

pessoas do

seu grupo.

Diálogo

emocional

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4Como você elogia as crianças por seus sucessos e por suas tentativas?

Cole aqui uma foto que mostre

você realizando com sua criança a

proposição dessa orientação. Se não

dispõe de tal foto, procure um desenho

ou corte uma revista com imagens que

representem esta sugestão.

Você me faz tão bem quando me mostra que aprecia o que faço!

Mostre às crianças o que elas fizeram bem. Explique às

crianças o que elas fizeram bem, e porquê o que fizeram

está bem feito. Crianças se sentem felizes quando as

pessoas maiores lhes mostram apreço e avaliam o que

fazem. Dessa maneira aprendem que têm valor como

pessoa e que têm capacidade para fazer as coisas. Isto

lhes anima a seguir desenvolvendo suas habilidades. Por isso é importante

elogiar seu filho tanto pelos seus sucessos quanto pelas suas tentativas em

fazer as coisas.

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Autoavaliação:a) Até que ponto você parabeniza as crianças pelo que elas conseguem fazer?

b) Dê exemplos de como você faz isso na prática.

c) Como você acha que se sente uma criança que nunca recebe

felicitações e elogios da parte das pessoas adultas que cuidam dela?

Anote as respostas às perguntas b e c

em um caderno e leve à reunião para

compartilhar com as demais pessoas

do seu grupo.

Diálogo

emocional

quando me mostra que aprecia o que faço!

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Como você ajuda as crianças a fixar a atenção?5

Cole aqui uma foto que mostre

você realizando com sua criança a

proposição dessa orientação. Se não

dispõe de tal foto, procure um desenho

ou corte uma revista com imagens que

representem esta sugestão.

Crianças pequenas necessitam de ajuda para que

se fixem nas coisas minuciosamente. Você pode

guiar a atenção das crianças para as coisas que há

ao redor. É só dizer... “Olha isto”, mostrando-lhes as

coisas; desta maneira, elas se fixarão e escutarão. Para

chamar a atenção de uma criança procure um objeto,

uma pessoa, um animalzinho, algo chamativo e fale

a respeito. Você pode também chamar a atenção

da criança para algum ruído, cheiro ou sensação

de seu tato: suave, frio ou molhado, por exemplo. Outra forma de ajudar

é observar o que ela está fazendo ou olhando e falar sobre isso com ela.

Tudo isso, claro, mostrando interesse. O importante é que você e a criança

se fixem na mesma coisa ao mesmo tempo. Desta forma você pode

compartilhar suas experiências e ajudar a criança a entender seu mundo!

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pouco

pouco médio muito muitíssimo não sei

Autoavaliação:a) Em que medida você ajuda as crianças a fixar sua atenção para observar e compartilhar coisas juntos?

b) Dê exemplos de como você faz isso na prática.

c) Como você acha que vai se comportar uma criança que raras vezes recebe

ajuda para fixar sua atenção nas coisas ao seu redor? Aproveito muito quando você me

mostra as coisas!Anote as respostas às perguntas b e c em um caderno e leve à reunião

para compartilhar com as demais pessoas do seu grupo.

Mediação

Diálogo de

compreensão

o e s!!

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Como você nomeia e descreve para as crianças como é o mundo?

6Cole aqui uma foto que mostre você realizando com sua criança a proposição dessa orientação. Se não dispõe de tal foto, procure um desenho ou corte uma revista com imagens que representem esta sugestão.As crianças pequenas não entendem diretamente

o mundo que lhes rodeia. Aprendem de maneira

aproximada por meio da conversa e das reações das

pessoas maiores. Por isso não basta mostrar às crianças as coisas, também

é preciso explicar, dizendo o que são e como são. Nomear as coisas várias

vezes e falar sobre sua forma, cor e tamanho, por exemplo. Ao fazer isso,

a experiência terá maior significado para a criança, que as lembrará.

Compartilhe com as crianças o mundo com entusiasmo.

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pouco

pouco médio muito muitíssimo não sei

Autoavaliação:a) Até que ponto você nomeia as coisas ao redor das crianças e lhes explica como

são? Você faz isso com entusiasmo e alegria?

b) Dê exemplos de como você faz isso na prática.

c) O que você acha que acontecerá com uma criança que não tem a seu lado alguém que

lhe ajude a conhecer os nomes e as coisas e a nomear as experiências que vivem?

Alegra-me aprender contigo como são as coisas e como funcionam.

Anote as respostas às perguntas b e c em um caderno e leve à reunião para compartilhar

com as demais pessoas do seu grupo.

Mediação

Diálogo de

compreensão

e

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Cole aqui uma foto que mostre você realizando com sua criança a proposição dessa orientação. Se não dispõe de tal foto, procure um desenho

ou corte uma revista com imagens que

representem esta sugestão.Uma forma simples de

ampliar a compreensão

das suas crianças é fazer

com que respondam perguntas tipo:

“Você viu isto antes?”, “Quantos há?”, ou “De que cor

são?”, assim como muitas outras. Compare essa experiência com outras

anteriores. Por exemplo, “Também vimos galinhas onde vivia a vovó, você lembra?”

Segundo a idade da criança, você pode assinalar aspectos parecidos e diferentes:

“Mas as galinhas da vovó são maiores...” Os contos, canções e jogos que conhecemos

também enriquecem as experiências e alimentam a imaginação. Tudo isto serve para

que o menino ou a menina relacionem o que ocorre agora com os fatos do passado

ou do futuro; o que vê aqui com algo parecido que viu em outra parte. Ampliar sua

compreensão é importante para o desenvolvimento de sua inteligência.

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pouco

pouco médio muito muitíssimo não sei

Autoavaliação:a) Até que ponto você consegue ampliar e enriquecer as experiências de suas crianças

sobre aquilo que as cerca; comparando-as e relacionado-as com outras experiências?

b) Dê exemplos de como você faz isso na prática.

c) O que você crê que aconteceria com uma criança que não conta com quem lhe ajude a

comparar sua experiência e aprender com ela?

“Gosto quando você me conta histórias e quando me explica como estão conectadas as coisas.”

Anote as

respostas às

perguntas b

e c em um

caderno e leve

à reunião para

compartilhar

com as demais

pessoas do seu

grupo.

Como você amplia a compreensão das suas crianças sobre as coisas e experiências do mundo?

7Mediação

Diálogo de

compreensão

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8a Como você coloca limites de forma positiva em suas crianças? Ofereça a ela opções. Cole aqui uma foto que mostre

você realizando com sua criança a

proposição dessa orientação. Se não

dispõe de tal foto, procure um desenho

ou corte uma revista com imagens que

representem esta sugestão.

Explique-me porque posso fazer algumas coisas e outras não???

Para que uma criança aprenda a controlar sua conduta, é

necessário guiá-la de forma positiva. Quando você corrige,

explica, porque não deve fazer tal coisa, dessa maneira ela

entenderá e aceitará mais facilmente. Em vez de dizer-lhe

sempre: “Não faça isso!”, sugira sempre outra atividade parecida

que ela goste e que não seja prejudicial. É bom ter normas claras

e simples para a conduta correta de todos os membros da família.

Essas normas devem ser aplicadas com firmeza e amabilidade.

Dessa maneira, a criança sabe o que está permitido e o que não

está. Isso lhe dá segurança e, ao mesmo tempo, faz com que ela

aprenda a controlar suas próprias condutas.

1 2 3 4 5 ?muito

pouco

pouco médio muito muitíssimo não sei

Autoavaliação:a) Até que ponto você orienta suas crianças de forma positiva, mostrando alternativas possíveis?

b) Dê exemplos de como você faz isso na prática.

c) Como você acha que se comportará uma criança cujos pais não lhe

ponham limites? Como se comportará uma criança à qual tudo lhe proíbem?

Anote as respostas às perguntas

b e c em um caderno e leve à re-

união para compartilhar com as

demais pessoas do seu grupo.

Mediação

Diálogo de

regulação

que-me porque o fazer algumas s e outras não???

s perguntas

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8b Como você apóia as suas crianças para planejar ações passo a passo

Cole aqui uma foto que mostre

você realizando com sua criança a

proposição dessa orientação. Se não

dispõe de tal foto, procure um desenho

ou corte uma revista com imagens que

representem esta sugestão.

Com um pouco de sua ajuda conseguirei fazer muitas coisas difíceis para mim.

As crianças precisam de ajuda para planejar suas ações.

Isso se aprende quando você explica a forma correta

de fazer as coisas, falando sobre cada passo a seguir.

Isso ajuda a criança a fazer as coisas com cuidado e a

lembrar que se trata de um objetivo a alcançar. Você

pode ajudar por meio de perguntas, como por exemplo:

“Que quer fazer?” e “Como você pode fazer?” “Haverá

outra forma de fazê-lo?” É importante ter paciência e

não apressar o resultado. Ensine a criança a fazer as

coisas passo a passo. Desta maneira ela aprenderá a

organizar suas idéias e ações!

1 2 3 4 5 ?muito

pouco

pouco médio muito muitíssimo não sei

Autoavaliação:a) Até que ponto você ajuda as crianças de forma positiva a organizar suas ações passo a passo?

b) Dê exemplos de como você faz isso na prática.

c) Como você acredita que será uma criança que ninguém ajuda no

planejamento de suas atividades e de suas ações, quando crescer?

Anote as respostas às perguntas b e c em um caderno e leve à reunião para compartilhar

com as demais pessoas do seu grupo.

Mediação

Diálogo de

regulação

muitas coisas difíceis para mim.

sso a passo?

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Como você está se comunicando agora com as crianças?Na tabela que aparece nesta página você pode traçar um perfil de sua interação

com as crianças, a partir das qualificações que você escolheu na autoavaliação,

em cada uma das Orientações. É só colocar um ponto onde a linha do número da

orientação cruza com a linha da qualificação. Junte depois, em ordem, os pontos

usando um traço e você terá um perfil de como se comunica com as crianças. Com

base nesse perfil você pode facilmente ver suas fortalezas e debilidades e pensar

em atitudes para melhorar.

1 2 3 4 5 6 7 8a 8b

Propostas para uma boa interação

Propostas para uma boa interação:

Guias emocionais:

1 = Demonstrar amor

2 = Ver e responder as iniciativas das

crianças

3 = Estabelecer comunicação

pessoal, verbal e não verbal

4 = Elogiar e confirmar

Guias de mediação:

5 = Fixar a atenção das crianças

6 = Transmitir significado com

entusiasmo (o qué é; como é)

7 = Expandir a compreensão do

mundo

8a = Regular, colocar limites de forma

positiva

8b = Fazer projetos juntos passo a

passo

Muitísimo

Muito

Médio

Pouco

Muito pouco

Não sei

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A agenda diária das criançasEscrever no formato

que aparece nesta

página a agenda diária

das crianças, permitirá

encontrar o tempo

necessário para interagir

com elas. Também

aparecerá a dedicação

de outras pessoas que

ajudam você a cuidar

das crianças e com

quem é preciso que

você compartilhe estas

8 Orientações para uma

boa interação.

Hora O que faz? Com quem está?

Está sozinho?

Manhã

6h _____________________________________ _____________________________________

7h _____________________________________ _____________________________________

8h _____________________________________ _____________________________________

9h _____________________________________ _____________________________________

10h _____________________________________ _____________________________________

11h _____________________________________ _____________________________________

12h _____________________________________ _____________________________________

Tarde

1h _____________________________________ _____________________________________

2h _____________________________________ _____________________________________

3h _____________________________________ _____________________________________

4h _____________________________________ _____________________________________

5h _____________________________________ _____________________________________

6h _____________________________________ _____________________________________

Noite

7h _____________________________________ _____________________________________

8h _____________________________________ _____________________________________

9h _____________________________________ _____________________________________

10h _____________________________________ _____________________________________

11h _____________________________________ _____________________________________

12h _____________________________________ _____________________________________

Page 20: 8 Orientações para uma Boa Interação com as Crianças Também sou Pessoa

8 Orie

ntaçõe

s par

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boa i

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crian

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20

Reflexão sobre meu estilo de interação com as criançasPela manhã escolha uma das 8 orientações ou um dos 3 diálogos. Ao final do dia

reflita: Em qual situação interativa com suas crianças você aplicou alguma dessas

propostas ou diálogos?

Situação interativa:

1. Saudação pela manhã

2. Ao dar banho

3. Ao vestir a criança

4. Na hora das refeições

5. Na despedida

6. Nas boas vindas

7. Ao saírem juntos

8. Ao jogar ou ver TV

9. No momento das tarefas domésticas

10. Nas tarefas escolares

11. Ao ir dormir

12. Outras: .......................................................

Registre com palavras-chave como você aplicou a(s) Orientação(ões) ou

diálogo(s). O que aconteceu? Como foi? Como reagiu a criança? O que a criança

necessitava receber de você? Como você poderia ter feito melhor?

RECOMENDAÇÃO: Nas reuniões você aprendeu a traçar seu perfil de interação.

Esse perfil revelou suas forças e também seus pontos fracos como pessoa que

cuida e educa, e no futuro você pode repetir o procedimento para ver se você

está progredindo e como pode ir sempre melhorando a relação com as crianças.

Page 21: 8 Orientações para uma Boa Interação com as Crianças Também sou Pessoa

O ICDP representa o trabalho de uma equipe internacional que começou a desenvolver seu

programa de treinamento em 1985, dirigido pelo professor norueguês Karsten Hundeide.

Em 1992 foi registrada em Oslo como uma organização não governamental, apolítica, sem

sectarismos, com a intenção de trabalhar para o desenvolvimento da infância e da juventude no

mundo.

O trabalho de ICDP se baseia nos princípios que subjazem à Convenção das Nações Unidas sobre

os Direitos da Infância. Em 1993, o programa do ICDP foi avaliado, com resultado positivo, pela

Divisão de Saúde Mental da Organização Mundial da Saúde (OMS), organização que o adotou e

publicou seu manual posteriormente.

O ICDP foi implementado em escala nacional em vários países, a exemplo: na Noruega, Angola,

Colômbia e Macedônia. O ICDP também ofereceu programas de treinamento a indivíduos,

organizações governamentais e organizações não governamentais na Dinamarca, Suécia,

Portugal, Inglaterra, Rússia, Ucrânia, Macedônia, Bósnia, Kirgyzstan, Palestina, Indonésia,

Colômbia, Argentina, Paraguai, Angola, Moçambique, Etiópia, Congo, África do Sul, Austrália,

El Salvador, Guatemala, Peru, México, Tanzânia, Lesoto e Brasil.

Escritório Principal na Noruega: Escritório no Reino Unido:

ICDP ICDP, PO Box 262,

Anne Maries vei 14b, 0373 Oslo, Norway Watford, Herts. WD18 7GS, England,

Tel. 47-21-393416 Tel. 44 (0)1923 230121

E-mail: [email protected] E-mail: [email protected]

Registro como Organização: 92/04227 Org. nº 971259906 N

www.icdp.info

Page 22: 8 Orientações para uma Boa Interação com as Crianças Também sou Pessoa

Esta cartilha foi impressa em papel offset 180g (miolo) e triplex 300g (capa)

Page 23: 8 Orientações para uma Boa Interação com as Crianças Também sou Pessoa

Primeira Turma do ICDP em Pernambuco Organização Responsável: Associação Civil de Articulação

para a Cidadania – ACARI

Ailma Cintia Barros Nascimento

Ana Ester Sampaio Angelim

Antônio Veronaldo Martins

Cristiane Crispim Bezerra

Denis Dantas Saraiva

Denise Oliveira Prado

Ericka Marta Dias

Gleice Oliveira

Ilze Braga Nobre

Jackeline Maria Souza

Janaina Nunes

Mª Auderian Ferreira de Menezes

Mª Ressureição S. Barbosa

Maria Esther Gonzaga

Sérgio Murilo de Sousa Cavalcanti

Simone Araujo Souza

Sória Teles Veras de Mesquita Meirelles

Page 24: 8 Orientações para uma Boa Interação com as Crianças Também sou Pessoa